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Lançando os Filhos e Seguindo em Frente “(...) o longo processo de “deixar partir” começa na infância, ganha velocidade na adolescência e conduz a algum tipo de separação física quando o jovem adulto vai para a universidade ou começa a trabalhar. A conclusão desse processo é aquilo que chamamos de lançamento.” (p.255) “(...) este estágio do ciclo de vida merece ser pensado mais em termos de suas forças e recursos e menos em termos do “ninho vazio”. (p.249) Pode ser um período de maior liberdade e independência para o casal, de realização e conclusão.

Lancando Os Filhos e Seguindo Em Frente

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Lancando Os Filhos e Seguindo Em Frente

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Lançando os Filhos e Seguindo em Frente

“(...) o longo processo de “deixar partir” começa na infância, ganha velocidade na adolescência e conduz a algum tipo de separação física quando o jovem adulto vai para a universidade ou começa a trabalhar. A conclusão desse processo é aquilo que chamamos de lançamento.” (p.255)

“(...) este estágio do ciclo de vida merece ser pensado mais em termos de suas forças e recursos e menos em termos do “ninho vazio”. (p.249) Pode ser um período de maior liberdade e independência para o casal, de realização e conclusão.

Lançando os Filhos e Seguindo em Frente

Duração deste estágio aumentou de uma média de menos de 2 para cerca de 20 anos. As mudanças mais evidentes observadas são:

maior expectativa de vida

mulheres têm menos filhos e são mais jovens quando o último sai de casa

aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, que pode mudar a situação econômica dos casais nesse período

aumento do divórcio (diferentes perspectivas de novo relacionamento para homens e mulheres)

Principais tarefas

1) Mudança na função do casamento

Na ausência dos filhos, o vínculo conjugal adquire proeminência. Torna-se evidente se durante o casamento os cônjuges foram

estabelecendo vínculos mais maduros, em que a possibilidade e necessidade de criar relacionamentos íntimos e de ser capaz de ter uma vida em separado são acolhidas (equilíbrio indivíduo/ união), ou imaturos, quando o desenvolvimento individual de cada um é restrito, as áreas de conflito lacradas e a interação quase inexistente.

Quando a função paterna organiza o relacionamento conjugal, a fase de ninho vazio pode tornar a vida sem significado, levar ao rompimento (divórcio), a um sentimento de perda esmagadora (síndrome do ninho vazio) e a uma desintegração geral (doença e morte).

Neste caso, poderá haver maiores dificuldades de lançamento, ficando o jovem “paralisado” no triângulo com os pais.

Outra possibilidade é que o casal estabeleça novo arranjo no casamento, com mais tempo livre para auto-reflexão do casal, suscitada muitas vezes pelo casamento do filho, e desperte para um aspecto da vida esquecido até então (carreira, lazer, etc)

Principais tarefas

2) Estabelecer relacionamento adulto com filhos adultos É necessário que os pais estabeleçam relacionamentos equilibrados com o

filho, de adulto com adulto, não interferindo excessivamente e não afastando-se deles – Interferência excessiva: algumas famílias esperam que a geração jovem realize

objetivos das gerações anteriores (filho trancado) – Afastamento: sentimentos de que o filho não precisa mais deles. Às vezes

ocorre quando o filho escolhe um estilo de vida divergente ou oposto aos pais, que podem não ver razões para permanecerem conectados aos filhos

Importante: considerar a grande influência dos padrões familiares multigeracionais no grau de autonomia permitido.

Principais tarefas

3) Expansão dos relacionamentos familiares, com a inclusão dos parentes por afinidade

Nessa fase, novos membros costumam ser incluídos na família pelo

casamento dos filhos e pela chegada dos netos. O casamento do filho – possíveis dificuldades - escolha do parceiro representar uma rejeição aos valores

familiares - “cabo de guerra”: qual casal de pais é mais favorecido - excessiva interferência ou sentimento de que os filhos não

precisam mais deles A chegada dos netos - novo estado de relacionar-se: avós

Principais tarefas

4) Revisão das relações com a geração mais velha Resolver “negócios incompletos” com os pais, cuja morte vai

tornando-se iminente com o envelhecimento

Necessidade de cuidado e atenção em relação à geração mais velha - adulto pode se responsabilizar por isso ou buscar ajuda de uma

instituição - diferenças de gênero: mulheres geralmente são mais cuidadoras

da família em termos físicos e emocionais e homens costumam ter a maior parte das responsabilidades financeiras

- é comum o ressentimento em relação aos irmãos que se envolvem pouco nos cuidados

Obs: nesse período a geração do meio pode ficar responsável pelos

pais idosos e pelos filhos jovens

Dificuldades no lançamento

As dificuldades neste estágio costumam aparecer mesmo quando não houve em nenhum outro período do ciclo de vida uma evidência de perturbação. Alguns pais ficam surpresos com a dificuldade, pois tinham um mito de “família feliz”, quase sempre culpando o adolescente pelo fracasso, outros acham “normal” o filho permanecer em casa (aglutinadas) e outros desenvolvem sintomas

Quando a criação dos filhos é o principal objetivo da vida dos pais o “deixar partir” é muito difícil

Mecanismos para lidar com dificuldades em “deixar partir”

foco em um dos filhos, que fica “preso” em um triângulo com os pais, ajudando muitas vezes a manter o casamento destes

pseudolançamentos – rompimento (emocional ou físico) – casamentos

precipitados, gravidez precoce, dependência de drogas, abuso de álcool

– dependência de apoio continua (especialmente financeiro) e o filho volta para casa depois de um primeiro período de lançamento

Indicadores de um lançamento bem sucedido

Na geração do meio

– novo arranjo no casamento

– novos interesses e investimentos

– maior liberdade, independência

No jovem adulto

– aquisição de habilidades para um trabalho ou carreira

– arranjos (ou planos) de vida independente

– desenvolvimento de amizades estáveis e relacionamentos íntimos