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Universidade de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde Departamento de Nutrição LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES ANÁLISE DE SÓDIO E POTÁSSIO EM QUEIJOS COMERCIALIZADOS EM SUPERMERCADOS DO DISTRITO FEDERAL Brasília DF 2016

LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

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Page 1: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

Universidade de Brasília

Faculdade de Ciências da Saúde

Departamento de Nutrição

LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

ANÁLISE DE SÓDIO E POTÁSSIO EM QUEIJOS

COMERCIALIZADOS EM SUPERMERCADOS DO DISTRITO

FEDERAL

Brasília – DF

2016

Page 2: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

ANÁLISE DE SÓDIO E POTÁSSIO EM QUEIJOS

COMERCIALIZADOS EM SUPERMERCADOS DO DISTRITO

FEDERAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Nutrição da Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Brasília

como requisito parcial para obtenção do título de

Nutricionista.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Antônio Borgo

Coorientador: Dr. Márcio Antônio Mendonça

Brasília – DF

2016

Page 3: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

RESUMO

Os objetivos do presente estudo foram de quantificar os teores de sódio e

potássio presentes na composição de variados tipos de queijo de marcas diferentes,

e comparar estes teores entre as marcas e, também, com as informações de teor de

sódio presentes nos rótulos do produto. O queijo parmesão ralado (1266,6mg/100g)

e o cheddar (1211,5mg/100g) apresentaram as maiores médias de teor de sódio,

enquanto o cheddar apresentou elevado teor de potássio (322,7 mg/100g) entre os

tipos de queijos analisados. Foi observada diferença significativa (p<0,05) entre as

marcas do queijo parmesão e cheddar quanto ao seu teor de sódio e, quanto ao teor

de potássio, foi observada diferença significativa (p<0,05) entre as marcas do queijo

cheddar. Dessa forma, percebe-se grandes variações nos conteúdos dos minerais

entre as marcas para o mesmo tipo de queijo. Além disso, a maioria das marcas

analisadas apresentou teores de sódio acima da variação de 20% em comparação

com os resultados da análise laboratorial, estando, assim, em inconformidade com a

legislação brasileira vigente (RDC 360/03). Os resultados obtidos sugerem a

necessidade de maior rigor durante o processo de fabricação de queijos e também

de maior fiscalização por parte das agências reguladoras, com o objetivo de

assegurar a qualidade das informações disponibilizadas nos rótulos e a segurança

alimentar e nutricional dos consumidores.

Palavras-chave: Queijos, sódio, potássio, rotulagem nutricional.

Page 4: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Médias e Desvio-Padrão do teor de sódio e potássio (mg/100g) dos tipos

de queijos analisados de diferentes marcas. ............................................................ 19

Tabela 2 - Comparação dos teores médios de sódio (mg/100g) e percentual de

diferença entre os valores determinados pela análise laboratorial e os valores

presentes nos rótulos dos produtos. ......................................................................... 23

Page 5: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 6

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 6

2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 7

3 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 7

3.1 Queijos e os tipos.......................................................................................... 7

3.1.1 Mussarela ................................................................................................ 9

3.1.2 Minas Frescal .......................................................................................... 9

3.1.3 Minas Frescal Padrão ............................................................................ 10

3.1.4 Cheddar ................................................................................................. 11

3.1.5 Parmesão .............................................................................................. 12

3.2 Minerais em queijos .................................................................................... 13

3.2.1 Sódio (Na) ............................................................................................. 14

3.2.2 Potássio (K) ........................................................................................... 16

4 METODOLOGIA ................................................................................................... 17

4.1 Tipo de Estudo ............................................................................................ 17

4.2 Aquisição dos queijos ................................................................................. 17

4.3 Análise laboratorial dos minerais ................................................................ 18

4.3.1 Preparo das amostras ........................................................................... 18

4.3.2 Análise das amostras ............................................................................ 18

4.4 Análise dos dados ....................................................................................... 19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 19

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 25

7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 27

Page 6: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

5

1 INTRODUÇÃO

O queijo é considerado um dos alimentos mais antigos registrados na história

da humanidade. A arte de sua fabricação remonta ao ano 10.000 a.C., época da

domesticação de cabras e ovelhas pelos pastores egípcios, um dos primeiros povos

que utilizaram o leite e o queijo como fontes importantes de alimentação (PAULA;

CARVALHO; FURTADO, 2009).

Em 1267 foi fundada na França a primeira “fruitières”, ancestral das

cooperativas laticinistas que produzia os queijos Beaufort, Emmenthal e Comté. No

século XIX iniciou-se a produção em massa de queijos, mas somente no início do

século XX foi aberta a primeira grande queijaria na França (PERRY, 2004).

Atualmente, o Brasil é o sexto maior produtor de queijo do mundo, sendo o

estado de Minas Gerais responsável pela maior produção brasileira de queijos, com

cerca de 200 toneladas/ano, e responde pela metade do consumo nacional. A maior

parte dessa produção é feita em pequenas e médias queijarias. Em algumas regiões

do estado, o setor queijeiro emprega cerca de 30 mil famílias de pequenos

proprietários rurais e movimenta mensalmente algo em torno de 10 milhões de reais

(SIQUEIRA et al., 2015).

O leite e seus derivados, bem como as carnes e os ovos, correspondem à

maior parte da porção proteica de origem animal ingerida pelo homem. Dentre os

vários produtos derivados do leite, o queijo se sobressai por ser o mais consumido.

Sua popularidade é atribuída ao sabor, à conveniência, versatilidade de uso e ampla

variedade de tipos, além do alto valor nutricional (MELO; ALVES; COSTA, 2009).

O consumo de queijos no Brasil teve um aumento significativo entre os anos

de 2000 a 2008 de cerca de 30%, sendo que tendências apontadas pela EMBRAPA

indicam que, atualmente, a quantidade de queijo consumida no Brasil é de 4,0

kg/habitante/ano (LIMA FILHO; POMBO, 2010). Além disso, Hoffmann (2007) afirma

que o consumo vem acompanhando o crescimento econômico dos últimos anos e

que, a cada 10% de aumento na renda do brasileiro, o consumo de queijos cresce 8

%.

Imprescindível, o queijo deve ser inserido na dieta alimentar, pois em seu

concentrado lácteo encontram-se proteínas, lipídios, carboidratos, sais minerais, tais

como cálcio e fósforo, e vitaminas, entre elas A e B, sendo que cada tipo de queijo

se diferencia através dos minerais existentes (VALSECHI, 2001).

Page 7: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

6

Especificamente, rica fonte de cálcio, o queijo também contém outros

minerais, tais como potássio, em quantidades apreciáveis, contribuindo, assim,

significativamente para a ingestão diária recomendada para esses elementos. Um

elemento indispensável à saúde e que se encontra na matéria-prima do queijo é o

cálcio. O cálcio tem função fundamental para formação e manutenção de ossos e

dentes em diversas funções orgânicas, e previne o surgimento de inúmeras doenças

como osteoporose, diabetes mellitus, hipertensão arterial, cânceres, obesidade,

entre outras; sendo assim, ressalta-se a importância de inserir na dieta fontes desse

mineral a fim de que sejam atingidas as necessidades diárias para esse elemento

(PEREIRA, et al., 2009).

Além do cálcio, muitos queijos apresentam elevada concentração de sódio,

macromineral sabidamente necessário na alimentação. O sódio é um dos minerais

mais abundantes no ser humano, e constitui aproximadamente cerca de 2% do

conteúdo mineral total do corpo, sendo o principal íon extracelular, juntamente com o

cloreto. Auxilia na estimulação nervosa, participando principalmente do potencial de

ação neuronal, faz parte do equilíbrio ácido-básico, contração muscular, pressão

arterial, pressão osmótica e transporte de glicose e potássio para o interior das

células (ESCOTT-STUMP, 2011). Apesar disso, o consumo elevado de sódio é cada

vez mais reconhecido por contribuir no desenvolvimento de doenças

cardiovasculares e renais (KRIKKEN et al., 2012).

Diante do aumento no consumo de diferentes tipos de queijo observados

atualmente pela população brasileira, do conhecimento de que este tipo de alimento

ocupa lugar de grande destaque devido ao seu alto valor nutritivo e a grande

preocupação global com a saúde dos indivíduos, estudos que analisam o conteúdo

nutricional presente nos queijos se tornam de grande relevância neste cenário.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Quantificar os minerais sódio e potássio presentes em queijos

comercializados em supermercados do Distrito Federal.

Page 8: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

7

2.2 Objetivos Específicos

Determinar as concentrações de sódio e potássio em diferentes tipos de

queijos;

Indicar os tipos de queijos que apresentam maiores concentrações de sódio e

potássio;

Comparar as concentrações de sódio e potássio entre as marcas dos queijos;

Comparar o teor de sódio das amostras com relação aos valores informados

nos rótulos dos produtos.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Queijos e os tipos

O queijo é um produto alimentício que, pelo seu alto valor nutritivo, ocupa

lugar de destaque entre os alimentos chamados de completos, que pode constatar

pela sua composição bruta, comparada com a carne de vaca e a de um ovo

(VALSECHI, 2001).

Apresenta consumo elevado, vários empregos na culinária brasileira, sendo

ainda muito comum na dieta populacional abrangendo, na totalidade, todas as

classes sociais (HOFFMANN et al., 2005). O consumo de leites e seus derivados

têm se destacado como a segunda maior despesa de consumo das famílias

brasileiras, representando 11,5% do total dos gastos, perdendo apenas para os

produtos do grupo de carnes, vísceras e pescado, que foram de 21,9%, segundo os

dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (2008/2009), publicados pelo IBGE.

Segundo o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de

Queijos, o queijo é “o produto fresco ou maturado obtido por separação parcial do

soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado) ou de

soros lácteos, coagulados pela ação física do coalho, enzimas específicas de

bactérias específicas, de ácidos orgânicos, isolados ou combinados, todos de

qualidade apta para uso alimentar, com ou sem agregação de substâncias

alimentícias e/ou especiarias e/ou condimentos, aditivos especificamente indicados,

Page 9: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

8

substâncias aromatizantes e matérias corantes”. A legislação ainda complementa

essa definição reservando o nome queijo exclusivamente para produtos, cuja base

láctea não contenha gordura e/ou proteínas de outra origem (BRASIL, 1996).

Assim, pode-se dizer que o queijo é uma concentração de sólidos do leite

com adição de alguns aditivos, sendo o coalho com o objetivo de obter a coagulação

do leite; os fermentos bacterianos para garantir a acidificação da coalhada; o sal de

cozinha, que fica à gosto para conferir sabor e, por fim, o cloreto de cálcio para

melhorar a disposição da coagulação (VALSECHI, 2001).

As classificações dos queijos se devem ao tipo de leite, à textura, o grau de

maturação e a intensidade de seu sabor e aroma. Porém, a mais usual está baseada

no conteúdo de matéria gorda no extrato seco e no teor de umidade (ARAÚJO, et

al., 2013).

Um dos derivados mais consumido no mundo, o queijo pode ser encontrado

no mercado de várias formas: fresco, maturado, sólido ou cremoso. Essas

alterações na estrutura do produto são obtidas pela coagulação do leite

pasteurizado, por meio de ação isolada ou combinada do coalho, fermento láctico ou

calor, ou outro agente coagulante, seguido pela drenagem parcial do soro, presente

na massa resultante dessa coagulação (PHILIPPI, 2014).

Segundo Beresford et al. (2001), a fabricação de queijos, originalmente, foi

atribuída com o objetivo de aumentar a vida de prateleira do leite e conservar os

seus componentes nutricionais. Dentre os vários produtos derivados do leite, o

queijo se destaca por ser o mais consumido, tendo uma produção crescente a cada

ano. Segundo dados da ABIQ (2009), a produção passou de 360 mil toneladas em

1995 para, aproximadamente, 488.053 toneladas em 2003.

Sua grande popularidade se deve à ampla variedade de tipos, sabores,

texturas, à conveniência e versatilidade de uso, visto que possui extensas

variedades de preparações, tais como pizzas e massas em geral, sanduíches,

sobremesas, saladas, omeletes, entre outros (GUTIÉRREZ et al., 2004)

Neste contexto, a seguir são apresentados alguns dos queijos mais

consumidos no mercado brasileiro.

Page 10: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

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3.1.1 Mussarela

O queijo mussarela, conforme Bezerra (2008), proveniente da Itália, é

atualmente fabricado em grande quantidade com leite de vaca, com características

esbranquiçada, firme e compacta. Seu sabor é ligeiramente ácido e seu formato

pode variar, apresentando-se sob a forma de nozinhos, palitos, retangular ou de

tranças, devendo ser conservado sob refrigeração em temperatura de até 10°C.

Segundo a tradição italiana, a mussarela é um tipo de queijo que utiliza uma

técnica artesanal, com características de um queijo de massa fresca e sabor com

alto teor de gordura (DO AMARANTE, 2015).

Por outro lado, no Brasil, o queijo tipo mussarela de vaca é um dos mais

fabricados e consumidos no país, por conta do grande consumo de pizzas e

sanduíches. Esse tipo de queijo apresenta, em média, a seguinte composição: 43%

a 46% de umidade; 22% a 24% de gordura; teor de sal entre 1,6% a 1,8% e pH

entre 5,1 e 5,3 (SILVA, 2005).

A normatização regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA), no que se refere às normas técnicas de Fixação de

Identidade e Qualidade do Queijo Mussarela, é definido como um queijo obtido por

filagem de massa acidificada, produto intermediário obtido por coagulação de leite

por meio de coalho e/ou outras enzimas coagulantes apropriadas, complementada

ou não pela ação de bactérias lácticas específicas (BRASIL, 1997).

3.1.2 Minas Frescal

Dentre os queijos mais produzidos no Brasil, está o queijo tipo Minas e suas

variedades mais importantes: Frescal e Padrão. Devido ao bom rendimento que

proporciona na fabricação (6,0-6,5 l/Kg, em média), é comercializado a preços mais

acessíveis a uma maior faixa da população (MARTINS, 2001). A produção desse

tipo de queijo tem crescido nas últimas décadas e encontra-se, atualmente, em

terceiro lugar na lista dos queijos mais produzidos no Brasil, ficando atrás somente

dos tipos mussarela e prato (CUNHA et. al., 2002; ULIANA; ROSA, 2009).

O queijo Minas Frescal, ainda, é considerado um produto perecível,

susceptível a fenômenos bioquímicos e microbiológicos que afetam as suas

características de qualidade, rendimento e durabilidade, apresentando uma vida de

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10

prateleira curta, mesmo sob condições adequadas de refrigeração (CARVALHO;

VIOTTO; KUAYE, 2007).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (BRASIL,

2001) o Minas Frescal pode ser classificado de duas formas: de alta umidade (46%)

ou de muita alta umidade (55%), com bactérias lácticas abundantes e viáveis; e

também de muita alta umidade (55%) elaborados por coagulação enzimática, sem a

ação de bactérias lácteas.

Este tipo de queijo apresenta coloração esbranquiçada, consistência mole,

textura fechada e sabor variando de levemente ácido a suave. O peso varia de 0,5

kg a 3 kg, sendo comercializado geralmente com formas de menor peso. Além disso,

possui em média 17% a 19% de gordura e teor de sal variando entre 1,4% e 1,6%

(SILVA, 2005).

Esse queijo requer muita higiene em seu processamento, pois é muito

perecível e de fácil contaminação, na qual sua enformagem requer um manuseio

intenso. Dessa forma, a pasteurização melhora muito o queijo, evitando sabor ácido,

amargo ou o queijo “inchado”, pois elimina as bactérias que causam esses

problemas. Além disso, aumenta o tempo de vida do produto e mais segurança em

seu consumo (SILVA, 2005).

Deve-se ter muita atenção durante a fabricação do queijo Minas por ser de

massa mole com pH alto e umidade elevada; podem ocorrer perigos que irão

comprometer o produto final, dentre eles destacam-se: alta contaminação

microbiológica da matéria-prima, recontaminação do leite pós-pasteurizado,

temperaturas inadequadas de fabricação e de armazenamento (SANTOS;

NOGUEIRA; CUNHA, 1995).

3.1.3 Minas Frescal Padrão

Segundo Abreu (2005), o queijo Minas provavelmente é um dos queijos

brasileiros mais antigos. Estima-se que sua fabricação tenha se iniciado no século

XIX, no Estado de Minas Gerais, pelos colonos espanhóis e portugueses. Ele era

levado para a capital do Império, na qual tinha uma boa aceitação, e era conhecido

como o queijo de Minas, hoje, Minas curado ou padrão.

Minas Padrão é fabricado com leite pasteurizado e difere do frescal por ser

mais seco e firme e por passar por um período de maturação de 20 dias antes de

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estar pronto para consumo. É um queijo de textura aberta, com poucas olhaduras,

de consistência semidura, sabor levemente ácido e cor interna branco-creme; sua

crosta é lisa, fina e amarelada. Possui cerca de 48% de umidade e 24% de gordura.

Deve ter formato cilíndrico e peso entre 1 kg e 1,2 kg (ARAÚJO, et al., 2013).

Segundo Furtado e Lourenço (1994), os queijos industrializados Minas

Frescal Padrão apresentam uma quantidade de sódio da ordem 0,4% a 0,5% no

produto, valores semelhantes aos observados nos queijos artesanais frescos,

todavia inferiores aos queijos curados.

De acordo Arruda (2006), o queijo Minas Padrão, devido ser um produto

largamente consumido no Brasil, é imprescindível, para sua comercialização, uma

cadeia de frio altamente controlada que, por ser inúmeras vezes fabricado e

comercializado de forma inadequada, pode ser causador de intoxicações

alimentares.

3.1.4 Cheddar

Queijo tipo "Cheddar" é o produto obtido do leite pasteurizado, de massa

semicozida, prensado e devidamente maturado durante, no mínimo, de 3 (três)

meses. É considerado um dos tipos de queijos mais populares, sendo a cor amarelo

pálido e o sabor pronunciado as principais características desse tipo de queijo (DO

AMARANTE, 2015).

Joseph Harding, um fazendeiro progressista que viveu na região, muitas

gerações atrás, fabricou o primeiro Cheddar. Sua contribuição foi muito além da

criação de uma variedade distinta de queijo; ele contribuiu com o aperfeiçoamento e

a sistematização dos métodos empíricos então em uso, que se tornou uma das

pedras angulares da vasta indústria de fabricação de queijos na América. Hoje, esse

queijo é popularmente conhecido como Cheddar Americano ou Queijo Americano

(American Cheese) (CIÊNCIA DO LEITE, 2015).

Atualmente, é um dos queijos mais consumidos mundialmente, principalmente

nos países de língua inglesa como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Canadá e

Nova Zelândia. Apresenta-se sob duas derivações: a primeira, segue-se à técnica

tradicional inglesa, que varia sob alguns aspectos principalmente relacionados ao

processo de maturação; a segunda é provavelmente a tecnologia mais empregada

na atualidade, que é a americana (DO AMARANTE, 2015).

Page 13: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

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O queijo Cheddar americano é muito empregado como matéria prima para o

queijo Cheddar Processado, queijo que está relacionado ao grande

consumo. Segundo Leandro (2008), o que a maioria das lanchonetes vende como

cheddar é uma massa processada, preparada com queijos variados, água e leite em

pó que, teoricamente, segundo ele, nem poderia ser chamado de queijo.

O verdadeiro Cheddar é suave e pode ter notas aromáticas de nozes, maçã e

café torrado. A aparência também é diferente, sendo que a coloração do cheddar

legítimo varia naturalmente do marfim ao laranja, de acordo com a raça do animal

que produz o leite, a região onde ele pasta e o tempo de maturação das peças de

queijo (LEANDRO, 2008).

O tom laranja do cheddar, por exemplo, vem do leite ordenhado na primavera

e no verão, em que a quantidade de caroteno em sua composição é maior. Assim,

há uma tendência em achar que os cheddars com mais pigmento são melhores; por

isso a indústria acrescenta corante artificial nas massas de queijo processado.

Muitas vezes, isso também ocorre com o cheddar natural produzido em outras

épocas do ano. É acrescentado corante de urucum para ganhar a mesma cor dos

exemplares produzidos nas estações mais quentes e aumentar, assim, o seu valor

no mercado (LEANDRO, 2008).

3.1.5 Parmesão

O Parmesão é um queijo de origem italiana e suas principais características

são o baixo teor de umidade e a textura granular, o que lhe confere, em algumas

regiões, o nome de queijo Grana. Esse queijo originou no Vale do Pó por volta de

1200. Naquela época, essa região localizada às margens dos rios Reno e Pó era

considerada o centro mais importante de fabricação de queijos na Europa (DO

AMARANTE, 2015).

É um queijo de massa cozida, semigordo, sem olhaduras (buracos no queijo),

de textura dura, sabor forte, baixo teor de umidade e textura granular, que é

resultante da grande retirada do soro, além de ter longa maturação (no mínimo seis

meses), podendo ultrapassar a dois anos (BRASIL, 1997). Apresenta crosta espessa

e, normalmente, é vendido na forma cilíndrica, variando seu peso entre 5kg e 8kg. O

queijo acabado apresenta, em média, a seguinte composição: 32% a 37% de

Page 14: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

13

umidade; 22% a 24% de gordura; teor de sal variando entre 2,0% e 3,5%; pH entre

5,3 e 5,5 (SILVA, 2005).

É um queijo muito comercializado na forma ralada. E, apesar de ser um

produto de origem italiana, é bastante popular no Brasil, geralmente fabricado

utilizando-se o leite de vaca cru ou pasteurizado e/ou reconstituído padronizado

(JUSTUS et al., 2011; ARAÚJO, et al., 2013).

3.2 Minerais em queijos

Os minerais são nutrientes com função principal de regulação do organismo.

São tão importantes quanto as vitaminas e, sem eles, o organismo não é capaz de

realizar com eficácia as funções metabólicas. Dentre os 28 minerais existentes,

somente 12 são essenciais e podem ser divididos em dois grupos conforme a

necessidade diária. Os macrominerais são aqueles cuja necessidade diária é maior

que 100 mg. Suas funções principais estão ligadas à estrutura e formação dos

ossos, regulação dos fluidos corporais e secreções digestivas, por exemplo, cálcio,

fósforo, magnésio, cloreto, sódio e potássio. Por outro lado, os microminerais, ou

elementos traço, são aqueles que possuem necessidade inferior a 100 mg por dia,

como é o caso do ferro, zinco, selênio, cobre, iodo e manganês. As funções destes

estão relacionadas às reações bioquímicas, ao sistema imunológico e ação

antioxidante (SHILS, et al., 2009).

O queijo é um concentrado lácteo constituído de proteínas, lipídios,

carboidratos, sais minerais, cálcio, fósforo e vitaminas, entre elas A e B. É um dos

alimentos mais nutritivos que se conhece: um queijo com 48% de gordura contém

cerca de 23%-25% de proteína, o que significa que, em termos de valor proteico,

210 g desse produto equivalem a 300 g de carne (PERRY, 2004). Além disso,

segundo Araújo et al. (2013), a fração proteica do queijo é cerca de seis a dez vezes

maior que a do leite, e o teor de cálcio é quatro a oito vezes maior.

Cada tipo de queijo se diferencia através dos minerais existentes no processo

de coagulação do leite, definindo assim sua textura. O líquido residual, cujo teor

varia com o tipo de queijo, é chamado lactossoro; boa parte dele é eliminada durante

o processo de fabricação e aproveitada como matéria-prima na produção de

iogurtes, ricota e outros produtos (CASTRO, 2007).

Page 15: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

14

Leite e seus derivados são alimentos que se destacam pelo seu valor

nutricional e, dentre estes, os queijos estão ocupando um espaço cada vez maior no

mercado brasileiro, porém as informações referentes ao seu conteúdo mineral são

restritas (KIRA; MAIHARA, 2007).

O queijo é considerado uma fonte concentrada de nutrientes presentes no

leite do qual ele é feito. E há dificuldades em apresentar valores médios de

nutrientes como um todo, devido às diferenças nos processos de fabricação e

padrões de identidade. Mesmo dentro de uma variedade de queijo, variações no tipo

e composição de leite, processo, estação do ano e localidade podem levar a

intensas flutuações na composição nutricional (KIRA; MAIHARA, 2007).

Além de ser uma boa fonte de cálcio, o queijo também contém outros

minerais, tais como magnésio e fósforo em quantidades consideráveis contribuindo,

assim, significativamente para a ingestão diária recomendada para esses elementos

(KIRA; MAIHARA, 2007).

O leite in natura contém baixos teores de sódio. Porém, os queijos têm como

fonte principal de sódio o NaCl (sal comum), que é adicionado na etapa de salga,

que pode ser feito diretamente na massa ou na superfície do produto (salga seca) ou

por imersão em salmoura. Outra fonte de sódio, além do NaCl, são os sais

fundentes utilizados na fabricação de queijos processados ou fundidos (VAN

DENDER, 2014).

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ, 2014), os

queijos possuem, também, quantidades apreciáveis de zinco, de iodo e de selênio.

Alguns fornecem quantidades não desprezíveis de potássio (entre 100 mg/100g e

200 mg/100g). Já o teor de fósforo é, em geral, próximo do teor de cálcio, e a

relação Ca/P próxima a 1,3, o que é particularmente favorável ao aproveitamento do

cálcio.

3.2.1 Sódio (Na)

O sódio, juntamente com o cloreto, forma o sal de cozinha. A dupla se

destaca por estar entre os principais íons do fluído extracelular, fundamentais para a

manutenção do potencial de membrana, mantido, principalmente, pela bomba

sódio/potássio/ATPase. Ainda, o sódio desempenha outras tarefas, como

participação na absorção de aminoácido, glicose e água. Por ser um micronutriente

Page 16: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

15

determinante no volume extracelular, é possível regular a pressão arterial ajustando

o conteúdo de sódio no organismo (CUPPARI; BAZANELLI, 2010).

A manutenção dos níveis séricos de sódio é indispensável pois a redução

grave desses níveis pode levar a convulsões, coma e até mesmo a morte. O

consumo de sódio da população brasileira chega a ser de três a cinco vezes

superiores ao recomendado pelas DRIs (Dietary Reference Intakes). Esse consumo

excessivo, segundo a OMS, está associado ao aumento do risco para hipertensão

arterial, doenças cardiovasculares e renais e outras doenças crônicas (SARNO, et

al., 2013).

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004) preconiza uma ingestão

diária, para adultos de, no máximo, 5 gramas de sal, o que equivale a 2 gramas de

sódio por dia. Nas últimas décadas, o consumo de sal, na maioria dos países, tem

sido excessivo, variando de 9 g a 12 g por pessoa por dia.

De acordo com o estudo “Cenário do Consumo de Sódio”, elaborado pela

Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA, 2013) a principal origem

de ingestão de sódio pelo brasileiro é o sal de cozinha, representando 71,5% do total

do nutriente ingerido no país entre 2008 e 2009. A parcela restante do sódio

consumido pela população brasileira, tanto nos domicílios como nas refeições fora

de casa, teve origem no nutriente contido nos alimentos industrializados (13,8%), no

pão francês (6,0%), nos alimentos in natura (4,7%) e nos alimentos semielaborados

(4,1%).

Alimentos industrializados, como os temperos prontos, embutidos, enlatados,

queijos usados para agregar sabor as preparações, são fontes importantes de sódio

na alimentação (PROENÇA et al., 2005). Em vista disso, políticas governamentais,

assim como iniciativas da própria indústria, têm sido tomadas em busca de uma

redução progressiva de sódio no processamento de alimentos, aliado ao resgate de

uma alimentação mais natural.

Nesse sentido, em 2013, foi firmado o quarto pacto com a ABIA para a

diminuição de sódio em laticínios, inclusive em alguns tipos de queijos, embutidos e

em refeições prontas. O acordo aumenta para 16 o número de grupos de alimentos

atendidos, somando 90% dos alimentos processados que mais contribuem com a

ingestão de sódio no Brasil (IDEC, 2014).

Page 17: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

16

3.2.2 Potássio (K)

O potássio (K) é considerado um macronutriente essencial. Dentro do corpo,

ele é o principal cátion do líquido intracelular e participa do equilíbrio ácido-base, da

regulação da pressão osmótica, da condução dos impulsos nervosos, da contração

muscular, da função da membrana celular, entre outras. A importância do potássio

para a saúde humana tem sido reconhecida e novos estudos enfatizam os seus

efeitos positivos e seu uso potencial na saúde pública. Por exemplo, uma alta

ingestão de potássio tem mostrado proteger as pessoas de uma série de condições

que afetam o sistema cardiovascular, rins e ossos (SHILS et al., 2009).

O potássio se encontra presente em praticamente todos os tipos de

alimentos, sejam de origem animal ou vegetal, embora existam em maior quantidade

nos alimentos de origem vegetal. E, conforme o estabelecido pela IOM (Institute of

Medicine), a ingestão adequada (AI) para o potássio é de 4,7 g/dia para os adultos

jovens. Este nível de ingestão dietética é suficiente para manter os níveis de pressão

arterial, reduzir os efeitos adversos da ingestão de cloreto de sódio (NaCl) sobre a

pressão arterial e reduzir o risco de recorrências de cálculos renais (CUPPARI;

BAZANELLI, 2010).

Dessa forma, evidências recentes sugerem que o aumento da ingestão de

potássio pode controlar a pressão arterial, e consumir mais potássio através de

alimentos ricos em potássio provavelmente seria benéfico para a maioria das

crianças. Outra evidência é que uma maior ingestão de potássio atenua os efeitos

adversos de sódio sobre a pressão arterial. Uma dieta baixa em potássio,

especialmente quando combinado com a ingestão de alto teor de sódio, tem sido

relacionada ao desenvolvimento de pressão arterial elevada, que pode

subsequentemente levar a doenças cardiovasculares. Sendo assim, a ingestão de

uma proporção de sódio-potássio de cerca de 1:1 é considerada benéfica.

Entretanto, a proporção de sódio-potássio que muitas pessoas realmente consomem

é de pelo menos 2:1 (INTERNATIONAL POTASH INSTITUTE, 2013).

A ingestão de potássio na dieta de sociedades modernas é muito mais baixa

do que o valor recomendado pela IOM (Institute of Medicine). Por exemplo, os dados

do Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III) revela que

nos EUA a ingestão de potássio de apenas 10% dos homens, e menos de 1% das

mulheres, é de pelo menos 4700 mg/ dia. O potássio é normalmente encontrado

Page 18: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

17

numa variedade de alimentos não refinados, especialmente frutas e legumes, que

são as principais fontes de potássio. Produtos lácteos e carnes também são uma

boa fonte de potássio (YANG et al., 2011).

O processamento de alimentos reduz a quantidade de potássio em muitos

produtos alimentícios. Portanto, a dieta atual da população, que é caracterizada pelo

alto consumo de alimentos processados e baixo consumo de frutas e vegetais

frescos, é muitas vezes deficiente em potássio. Além disso, como os alimentos são

processados, o sódio é muitas vezes adicionado e o potássio é removido invertendo

a proporção entre sódio e potássio. Dados os benefícios para a saúde da ingestão

adequada de potássio e, atualmente, sua relativa baixa ingestão pela população em

geral, o consumo de frutas e vegetais não processados e ricos em potássio é o

caminho mais seguro e preferido para aumentar a ingestão desse micronutriente

(YANG et al., 2011).

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo experimental quantitativo com delineamento consistido

em: 5 tipos de queijo x 3 marcas diferentes x 3 análises (ou repetições), totalizando

45 amostras. Os queijos utilizados nesse estudo foram mussarela, minas frescal,

minas frescal padrão, cheddar e parmesão ralado, sendo que as marcas analisadas

foram designadas por letras (A, B, C , D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N e O) objetivando

manter a idoneidade de seus fabricantes.

O critério de seleção entre os tipos de queijo se baseou no fato de serem

altamente consumidos pela população brasileira, porém as marcas foram escolhidas

por conveniência. As análises foram realizadas no Laboratório de Análise de

Alimentos da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de

Brasília.

4.2 Aquisição dos queijos

Os queijos foram adquiridos em supermercados localizados em Brasília –

Distrito Federal. Todas as amostras estavam em suas embalagens invioladas e nas

condições em que estavam expostas ao consumidor. Foram armazenadas sob

Page 19: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

18

refrigeração até a preparação para análise, exceto o queijo parmesão, que foi

armazenado em local seco em temperatura ambiente por ser desidratado.

4.3 Análise laboratorial dos minerais

Os minerais sódio (Na) e potássio (K) foram quantificados nos queijos por

espectrometria de emissão atômica por chama (fotometria de chama), de acordo

com as normas analíticas estipuladas pelo Instituto Adolfo Lutz (2008).

4.3.1 Preparo das amostras

Inicialmente, todas as amostras foram trituradas em um multiprocessador

doméstico. Pesaram-se 3 gramas de cada amostra de queijo em cadinho de

porcelana, em balança de precisão da marca Bel Engineering®. Após o processo de

pesagem, as amostras foram carbonizadas em chapa elétrica e, depois, levadas

para incineração em mufla a 600 °C.

Após o processo de incineração e quando as amostras já estavam frias, foi

adicionada água destilada quente nos cadinhos de porcelana com as cinzas e

homogeneizou-se a solução com auxílio de bastão de vidro. Essa solução foi

transferida para um balão volumétrico de 100 mL com ajuda de um funil de vidro

com filtro de papel, sendo que para a retirada de algum resíduo, o cadinho de

porcelana e as bordas do balão volumétrico e do funil foram lavados com agua

destilada com auxílio de uma piseta, a fim de garantir que todo o soluto de interesse

fosse transferido para o balão. Posteriormente, o balão volumétrico foi completado

com água destilada até atingir a marca de 100 mL e o mesmo era agitado para, em

seguida, realizar a leitura diretamente no fotômetro de chama.

4.3.2 Análise das amostras

Antes da leitura das amostras, foi realizada a curva de calibração do

fotômetro de chama com as soluções-padrões dos minerais analisados (Na e K),

conforme as concentrações estabelecidas para o equipamento, sendo que para o

mineral sódio (Na) foram utilizadas soluções de 0, 1, 5 e 10 ppm e, para o potássio

(K), soluções de 0, 10, 50 e 100 ppm.

Page 20: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

19

Para realizar a leitura dos minerais, era inserido o cateter do fotômetro de

chama diretamente no balão volumétrico de cada amostra até que o valor

apresentado no visor do aparelho fosse estabilizado. Quando as amostras

apresentavam valores acima da curva de calibração tanto do sódio quanto do

potássio, uma nova diluição era realizada até que os valores se apresentassem

dentro da curva.

4.4 Análise dos dados

Após a leitura das amostras no fotômetro de chama, os valores obtidos foram

inseridos em uma planilha Microsoft Excel® e lançados em uma fórmula, descrita

pelo Instituto Adolf Lutz (2008), para determinar as quantidades dos minerais sódio e

potássio em mg por 100 gramas de produto. Com auxílio do mesmo programa, foi

obtido valores das médias das repetições para cada marca de queijo, com os

respectivos desvios-padrão.

Para comparação das médias das marcas, os resultados obtidos foram

tratados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA) e teste de média de

Tukey com nível de significância de 5%, utilizando-se o programa computadorizado

XLSTAT 2016.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os teores de sódio e potássio obtidos pela análise das amostras de queijos

de diferentes tipos e marcas encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 - Médias e Desvio Padrão do teor de sódio e potássio (mg/100g) dos tipos de queijos

analisados de diferentes marcas.

Marca Teor de Sódio (mg/100g) Teor de Potássio (mg/100g)

Minas Padrão

A 378,9 ± 61,6 a 114,6 ± 19,2 a

B 410,1 ± 13,7 a 142,6 ± 11,1 a

C 472,2 ± 29,1 a 123,2 ± 8,7 a

Média 420,4 ± 47,5 126,8 ± 14,2

Minas Frescal

D 350,6 ± 16,6 a 155,8 ± 5,1 a

Page 21: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

20

E 252,8 ± 6,6 b 139,9 ± 3,0 a

F 346,2 ± 13,6 a 148,3 ± 20,2 a

Média 316,5 ± 55,2 148,0 ± 7,9

Parmesão Ralado

G 1348,7 ± 16,9 a 147,2 ± 11,7 a

H 1580,5 ± 59,4 b 142,9 ± 0,4 a

I 870,7 ± 25,4 c 170,0 ± 7,4 b

Média 1266,6 ± 361,9 153,3 ± 14,5

Mussarela

J 261,9 ± 30,0 a 107,3 ± 6,5 a

K 160,8 ± 7,0 b 153,1 ± 4,5 b

L 221,9 ± 3,5 a 148,2 ± 6,9 b

Média 214,8 ± 50,9 136,2 ± 25,1

Cheddar

M 1340,7 ± 24,8 a 634,7 ± 94,7 a

N 561,5 ± 39,3 b 97,9 ± 1,8 b

O 1732,4 ± 68,4 c 235,5 ± 6,1 c

Média 1211,5 ± 596,0 322,7 ± 278,8

*Letras diferentes na coluna indicam diferença significativa pelo teste de Tukey (p < 0,05).

Segundo a Tabela 1, os queijos que apresentaram maiores médias de teor de

sódio foram o parmesão (1.266,6 mg/100g) e o cheddar (1.211,5 mg/100g), seguido

do queijo minas padrão e o minas frescal, sendo que o mussarela (214,8 mg/100g)

foi o que apresentou a menor média de teor de sódio. Uma pesquisa realizada pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária identificou alto teor de sódio em grande

parte dos alimentos vendidos no país, inclusive em alguns tipos de queijo. O produto

com maior teor de sódio, de acordo com o levantamento, é o queijo parmesão, com

uma média de 1.080 mg/100g do produto. Já, no queijo minas frescal foi identificado

teor médio de sódio de 400 mg/100g com resultados variando entre 264 mg até 533

mg (BRASIL, 2015). Verifica-se, portanto, resultados similares aos apresentados

neste estudo.

Analisando os conteúdos de sódio entre as marcas de cada tipo de queijo,

percebe-se que não houve diferença significativa (p>0,05) entre as marcas do queijo

tipo minas padrão; em contrapartida, o minas frescal e o mussarela apresentaram

Page 22: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

21

diferença significativa do teor de sódio em pelo menos uma marca (D e K,

respectivamente). Já o parmesão ralado e o cheddar apresentaram teores de sódio

diferentes (p<0,05) em todas as marcas analisadas.

Alimentos sólidos com mais de 200 mg de sódio/100 g do produto são

considerados ricos em sódio e, portanto, devem ser consumidos com moderação

(BRASIL, 2009). Portanto, com base nessa informação, observa-se que 93,3% das

amostras desse estudo apresentaram valores de sódio acima de 200 mg, sendo que

apenas a marca K do queijo mussarela apresentou teor de sódio dentro do

recomendado.

A lista de ingredientes que compõe o produto deve estar em ordem

decrescente, ou seja, os primeiros itens presentes são os que possuem maior

quantidade no produto. Dessa forma, analisando a lista de ingredientes presente nos

rótulos dos queijos, percebe-se que o cloreto de sódio aparece como segundo

ingrediente presente em maior quantidade em 93,3% das marcas dos queijos;

portanto, isto explicaria o alto teor de sódio encontrado nos queijos analisados no

presente estudo. Somente o queijo parmesão da marca I não apresentou cloreto de

sódio na sua lista de ingredientes, mas, apesar de apresentar alta concentração de

sódio em sua composição, isto explicaria o porquê dessa marca ter apresentado

diferença significativa de teor de sódio em relação às outras duas marcas de

parmesão ralado.

A maior fonte de sódio na dieta é proveniente do cloreto de sódio (NaCl),

popularmente conhecido como sal ou sal de cozinha. Esta substância está presente

naturalmente nos alimentos, mas também pode ser adicionada durante o

processamento de alimentos (FLOURY et al., 2009). O cloreto de sódio, por sua vez,

desempenha importante papel em termos de propriedades funcionais e sensoriais.

Na indústria alimentícia, o sal exerce função de ressaltar e aumentar de forma

natural o sabor dos alimentos, o que, consequentemente, resulta em alimentos mais

agradáveis ao tato. Além desta função organoléptica, o sal tem muitas outras

propriedades, tal como sua função de conservar e preservar um alimento,

exercendo, assim, um efeito antimicrobiano devido a sua capacidade de reduzir a

atividade da água nos alimentos. Na elaboração de produtos lácteos, como queijo, o

sal é utilizado para controlar a fermentação e para melhorar a cor, a textura e o

sabor desses preparados (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2013). Essas funções

tecnológicas que o sal exerce explicaria a adição, em excesso, dessa substância no

Page 23: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

22

processamento de queijos por parte da indústria de alimentos o que,

consequentemente, resulta em uma alta concentração desse mineral presente nos

alimentos, em especial nos queijos.

A pesquisa divulgada pela ANVISA (2015) avaliou, também, a variação do

teor de sódio entre as diversas marcas de um mesmo alimento. Os queijos, nesse

ponto, são os que possuem maior variabilidade. No queijo minas frescal, por

exemplo, a quantidade de sódio do alimento variou mais de 14 vezes, a depender da

marca. No queijo parmesão essa diferença chega a 13,7. Um outro estudo publicado

por Silva e Ferreira (2010) identificou alta variação em relação aos teores de sódio

em queijos minas frescal e ricota. Esta alta variabilidade entre marcas também foi

identificada neste estudo, sendo que as maiores variações ocorreram entre as

marcas do queijo cheddar e parmesão ralado, respectivamente.

Ainda, de acordo com a tabela 1, em relação ao potássio, o cheddar (322,7

mg/100g) apresentou maior média de teor desse nutriente, seguido do parmesão

ralado, minas frescal e mussarela, sendo que o minas padrão (126,8 mg/100g) foi o

tipo de queijo que apresentou menor média de concentração de potássio. Segundo a

IOM, a recomendação diária de potássio é de 4700 mg. Portanto, os queijos

analisados não podem ser considerados fonte de potássio, visto que deveria

fornecer no mínimo 15% dessa recomendação, o que é comprovado por meio dos

valores de potássio apresentados neste estudo. Este resultado é coerente, visto que

alimentos de origem vegetal apresentam maiores quantidades de potássio

comparados aos de origem animal (HENDLER, 1994).

Por outro lado, os conteúdos de potássio do queijo minas padrão e minas

frescal não apresentaram diferença significativa entre as marcas (p>0,05). O

parmesão ralado e o mussarela apresentaram diferença significativa em pelo menos

uma marca (I e J, respectivamente) dentre as analisadas. Somente o cheddar

apresentou teores de potássio diferentes (p<0,05) em todas as marcas. O queijo

cheddar, assim como o sódio, também apresentou maiores variações de

concentração de potássio entre as marcas, seguido do mussarela e parmesão.

Essa variabilidade, tanto nos teores de sódio quanto nos de potássio,

identificada entre as marcas de um mesmo tipo queijo pode ser explicada devido a

variação da composição das matérias-primas e ingredientes utilizados pelos

fabricantes, assim como alterações e diferentes procedimentos no processamento e

armazenamento desses produtos (LOBANCO et al., 2009). Além disso, como não

Page 24: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

23

tem nenhuma legislação vigente em relação a quantidade mínima ou máxima

permitida, os fabricantes não possuem uma padronização das quantidades

adicionadas desses minerais na fabricação dos seus produtos.

Essa variação na quantidade de sódio entre as diversas marcas reafirma a

necessidade dos consumidores de observarem os rótulos dos alimentos

industrializados, uma vez que contribui em escolhas alimentares apropriadas,

funcionando como ferramenta de educação nutricional para a população. Portanto, é

necessário que haja legitimidade das informações contidas nos rótulos

(DRICHOUTIS; LAZARIDIS; NAYGA, 2005).

A rotulagem nutricional presente nos alimentos é essencial pois permite que

os consumidores façam escolhas alimentares mais saudáveis, uma vez que viabiliza

o acesso às informações nutricionais e aos parâmetros indicativos de qualidade e

segurança do seu consumo. Ao mesmo tempo, o acesso a essa informação atende

às exigências da legislação e impulsiona investimento por parte da indústria na

melhoria do perfil nutricional dos produtos, cuja composição declarada pode

influenciar o consumidor quanto à sua aquisição (LIMA; GUERRA; LIRA, 2003).

A rotulagem nutricional de alimentos tornou-se obrigatória no Brasil em 1999,

com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Uma das

principais resoluções da diretoria colegiada (RDC) referente à rotulagem de

alimentos industrializados é a RDC 360/03 (2003), que estabelece, dentre outras

especificações, a declaração obrigatória nos rótulos de alimentos industrializados

de: teor energético, carboidratos, proteínas, gorduras (totais, saturadas e trans) e

fibra alimentar. Devido à relação entre o consumo elevado de sódio e hipertensão e

outras doenças, alguns países, inclusive o Brasil, exige a informação de sódio nos

rótulos dos alimentos (WEBSTER et al., 2011)

Dessa forma, a Tabela 02 apresenta a comparação dos teores de sódio

presentes nos rótulos do produto com os resultados obtidos na análise laboratorial.

Tabela 2 - Comparação dos teores médios de sódio (mg/100g) e percentual de diferença entre os

valores determinados pela análise laboratorial e os valores presentes nos rótulos dos produtos.

Tipo de

Queijo/Marca

Teor de Sódio

(mg/100g)

análise laboratorial

Teor de Sódio

(mg/100g)

presente no rótulo

Diferença

média

(em %)

Minas Padrão

Page 25: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

24

A 350,2 606,3 +72,2

B 410,1 500,0 +21,9

C 472,2 600,0 +27,0

Minas Frescal

D 350,6 400,0 +14,9

E 252,8 843,3 +233,5

F 343,6 550,0 +58,6

Parmesão Ralado

G 1348,7 1420,0 +5,2

H 1580,7 1800,0 +13,8

I 870,8 1440,0 +65,3

Mussarela

J 261,9 416,7 +59,1

K 160,8 395,0 +145,6

L 221,9 486,7 +119,3

Cheddar

M 1340,7 1063,3 -20,6

N 561,5 990,0 +76,3

O 1698,4 333,3 -80,3

O sinal (+) significa a porcentagem que o teor declarado no rótulo do produto é maior que o valor obtido

em laboratório, ao passo que o sinal (-) indica a porcentagem que o teor declarado no rótulo do produto

é menor que o valor obtido em laboratório.

A RDC 360/03 admite uma variabilidade de 20% na informação nutricional.

Dessa forma, de acordo com a comparação presente na Tabela 2, verifica-se que

80% das marcas analisadas apresentaram variabilidade superior a 20% para o teor

de sódio, estando, portanto, em desacordo com a Resolução RDC 360/2003, da

ANVISA. Assim, a maioria dos rótulos das marcas apresentaram valores de sódio

bem superiores aos resultados obtidos em laboratório, sendo que as maiores

variações ocorreram no queijo minas frescal da marca E, queijo mussarela da marca

K e L, respectivamente. Duas marcas avaliadas do queijo cheddar (M e O)

apresentaram teores de sódio declarados nos rótulos inferiores aos teores

determinados experimentalmente pela análise laboratorial.

Page 26: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

25

Um resultado semelhante ao do presente estudo foi identificado por Silva e

Ferreira (2010), em que 92% das amostras de queijo minas frescal, queijo minas

frescal “light” e ricota apresentaram variabilidade de margem de erro superior a 20%.

Uma outra pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Defesa do

Consumidor (IDEC), verificou a quantidade de proteínas, gorduras e sódio presentes

nas amostras de 25 marcas de queijos minas frescal, sendo que os resultados

mostraram que todas as amostras informaram erroneamente a quantidade de, pelo

menos, um destes nutrientes. Câmara e colaboradores (2008) também constataram

um grande número de inadequações nas informações nutricionais presentes nos

rótulos dos produtos, frente à legislação brasileira específica.

De acordo a RDC 360/03 da ANVISA, a composição nutricional dos produtos

pode ser calculada por meio de tabelas de composição de alimentos, sendo que

somente é obrigatória a realização de análises físico-químicas, quando houver a

presença de gordura trans nos alimentos e este dado não estiver disponível em

tabelas de composição de alimentos (BRASIL, 2003).

Isso pode explicar o fato de se encontrar um alto percentual de

inconformidades presentes nos rótulos dos produtos frente aos encontrados por

análise laboratorial, uma vez que cada indústria ou fabricante possui preferência por

determinada tabela de composição de alimentos, não havendo padronização no

cálculo dessa composição. Ademais, alguns alimentos não estão presentes em

tabelas brasileiras de composição de alimentos e, dessa forma, o conteúdo de

nutrientes apresentado no rótulo do produto poderá não corresponder à composição

real do alimento.

6 CONCLUSÃO

A maioria das marcas dos queijos comercializadas em supermercados do

Distrito Federal apresentaram alto teor de sódio em sua composição, sendo que o

cheddar e o parmesão foram os queijos que apresentaram maiores quantidades

desse nutriente. Esse resultado contribui para uma elevada ingestão diária de sódio,

o que se torna preocupante, visto que já é comprovado que alta ingestão de sódio

está diretamente relacionada com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e

renais. Dessa forma, é válido que haja novas pesquisas e investimentos por parte

das indústrias com o objetivo de reduzir o conteúdo de cloreto de sódio nesses

Page 27: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

26

produtos. Apesar de existirem estratégias de redução de sódio, que já são

consideradas pela indústria, a redução desse mineral se apresenta como um grande

desafio para a indústria devido às suas importantes funções tecnológicas que essa

substância exerce nos alimentos.

Em relação ao potássio, o queijo parmesão ralado apresentou maior média de

concentração desse nutriente. Apesar desse resultado, os queijos não podem ser

considerados fonte desse nutriente, uma vez que não contribui com o mínimo de

15% da recomendação de 4,7 gramas por dia. Ainda, foram encontradas diferenças

significativas entre os teores de sódio e potássio entre as marcas analisadas. Essa

variabilidade presente entre as marcas pode ser resultado de diferentes matérias-

primas e modos de processamento, que são utilizados pelos fabricantes, bem como

a falta de uma legislação que estabeleça a quantidade mínima e máxima permitida

de nutrientes como sódio e potássio.

A comparação do teor de sódio entre os dados apresentados resultantes da

análise laboratorial e os dados apresentados nos rótulos dos queijos demonstra-se

preocupante, uma vez que existem diferenças substanciais entre ambos. Os

resultados apresentados, tanto no presente estudo quanto em outros da literatura,

reforçam os sinais de ineficácia no controle de qualidade durante a fabricação

destes produtos.

Portanto, sugere-se que é necessário maior rigor durante o processo de

fabricação e no cálculo da composição nutricional, que é exposta no rótulo. Além

disso, é necessário maior monitoramento e avaliação frequente dos produtos

comercializados por parte das agências reguladora com o objetivo de proporcionar o

padrão de qualidade e veracidade das informações disponibilizadas nos rótulos, uma

vez que informações corretas e seguras garantem a segurança alimentar e

nutricional dos consumidores.

Page 28: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

27

7 REFERÊNCIAS

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Page 29: LARA SAELES CARVALHO RODRIGUES

28

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