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MESTRADO MEDICINA LEGAL Toxicidade da Exposição Profissional a Formaldeído e a Xilol nos Laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense: Utilização de Reagentes Alternativos João Manuel Vale M 2019 João Manuel Vale - Toxicidade da Exposição Profissional a Formaldeído e a Xilol nos Laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense: Utilização de Reagentes Alternativos M.ICBAS 2019 Toxicidade da Exposição Profissional a Formaldeído e a Xilol nos Laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense: Utilização de Reagentes Alternativos João Manuel Vale Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar

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MESTRADO

MEDICINA LEGAL

Toxicidade da Exposição Profissional a

Formaldeído e a Xilol nos Laboratórios de

Anatomia Patológica e Patologia Forense:

Utilização de Reagentes Alternativos

João Manuel Vale

M2019

João

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João Manuel Baptista do Vale

Toxicidade da Exposição Profissional a Formaldeído e a Xilol nos

Laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense:

Utilização de Reagentes Alternativos

Dissertação de Candidatura ao Grau de Mestre em

Medicina Legal submetida ao Instituto de Ciências

Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

Orientador – Prof. Doutora Maria José Pinto da Costa.

Categoria – Professora Associada Convidada.

Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas de Abel

Salazar da Universidade do Porto; Instituto Nacional de

Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P.

Co-orientador – Prof. Doutora Catarina Eloy.

Categoria – Diretora Técnica do Serviço de Anatomia

Patológica do Instituto de Patologia e Imunologia

Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup

Diagnósticos).

Afiliação – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular

da Universidade do Porto (Ipatimup Diagnósticos).

ii

iii

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer à Prof. Doutora Maria José Pinto da Costa por todo o apoio dado

na execução desta dissertação e por todos os conhecimentos adquiridos ao longo destes

anos. Sem dúvida é a minha maior referência na área das Ciências Forenses.

À Prof. Doutora Catarina Eloy por ser um exemplo profissional a seguir, por todos

os conhecimentos transmitidos na área profissional e pessoal, pelo apoio na execução

deste trabalho e por me ter dado energia para concluí-lo.

Aos meus colegas e amigos de trabalho, por toda a paciência e incentivo diário

para comigo. Aos meus familiares e amigos, por tudo. Não preciso de referir nomes,

todos eles sabem quem são.

Muito obrigado!

iv

Conteúdo sem conflitos de interesse a declarar.

v

RESUMO

Nos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense utilizam-se diversos

reagentes, como o formaldeído e o xilol, que são uma fonte de risco químico ocupacional.

A toxicidade do formaldeído exprime-se de diversas formas, como irritações, alterações

neurológicas, tumores nasais e leucemias. A exposição ao xilol pode resultar em irritação

do nariz e garganta, problemas pulmonares, efeitos cardiovasculares e depressão do

sistema nervoso central. Desta forma, é importante substituir estes reagentes por outros

menos nocivos e com características técnicas equiparadas. Assim, este trabalho de

revisão bibliográfica teve como principal objetivo a demostração de reagentes substitutos

do formaldeído e xilol e expor as propriedades físico-químicas, vantagens e

desvantagens destes reagentes alternativos e se há potencialidades da sua aplicação

prática. O FineFIX®, o RCL2® e o Glioxal são exemplos de reagentes substitutos do

formaldeído, que apresentam bons resultados na preservação da morfologia tecidular e

na integridade molecular dos tecidos. O isopropanol, MileGREEN®, Ottix Plus® e SBO®

são exemplos de reagentes substitutos do xilol, com bons resultados na desparafinação e

na diafanização. Todos os substitutos do formaldeído revistos apresentam bons

resultados, sendo que não se consegue eleger um fixador alternativo com total

convicção, comparativamente ao formaldeído. O Ottix Plus® pode ser substituto integral

do xilol, uma vez que pode ser usado em todas as etapas na rotina laboratorial.

Independentemente do reagente substituído, é necessário que seja sempre executado a

validação e viabilidade da aplicação dos substitutos, realizando-se testes experimentais

para avaliar a potencial implementação na rotina laboratorial.

Palavras-chave: Anatomia Patológica, Formaldeído, Xilol, Risco Químico, Reagentes

Alternativos

vi

TRACT

vii

ABSTRACT

Pathological Anatomy and Forensic Pathology laboratories use various reagents, such as

formaldehyde and xylene, which are a source of occupational chemical risk.

Formaldehyde toxicity is expressed in various ways, such as irritation, neurological

changes, nasal tumors and leukemias. Exposure to xylene may result in nose and throat

irritation, lung problems, cardiovascular effects and central nervous system depression. It

is therefore important to replace these reagents with less harmful ones with similar

technical characteristics. Thus, this review work aimed at demonstrating formaldehyde

and xylene substitute reagents and exposing the physicochemical properties, advantages

and disadvantages of these alternative reagents and whether there is potential for their

practical application. FineFIX®, RCL2® and Glyoxal are examples of formaldehyde

substitute reagents that have good results in preserving tissue morphology and tissue

molecular integrity. Isopropanol, MileGREEN®, Ottix Plus® and SBO® are examples of

xylene substitute reagents with good deparaffinization and diaphanization results. All

reviewed formaldehyde substitutes have good results, and it is not possible to choose an

alternative fixator with full conviction compared to formaldehyde. Ottix Plus® can be an

integral substitute for xylene as it can be used at all stages in the laboratory routine.

Regardless of the reagent replaced, the validation and feasibility of substitute application

must always be performed and experimental tests performed to assess potential

implementation in the laboratory routine.

Keywords: pathological anatomy, formaldehyde, xylene, chemical hazard, alternative

reagents

viii

ix

ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO 2

1.1 – Poluição ambiental e qualidade do ar exterior 2

1.2 – Qualidade do ar interior 3

1.3 – Orgânica dos Laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense 6

1.3.1 – Autópsia 8

1.3.2 – Fixação de tecidos biológicos 8

1.3.3 – Macroscopia 9

1.3.4 – Processamento de tecidos 11

1.3.5 – Inclusão e corte histológico 12

1.3.6 – Coloração por Hematoxilina-Eosina 12

1.3.7 – Citopatologia 13

1.3.8 – Técnicas complementares de diagnóstico em Anatomia Patológica 15

1.4 – Gestão do risco químico em Anatomia Patológica 16

1.5 – Toxicidade do formaldeído 20

1.6 – Toxicidade do xilol 26

2 – JUSTIFICAÇÃO DO TEMA E OBJETIVOS 29

3 – SUBSTITUTOS DO FORMALDEÍDO 31

3.1 – FineFIX® 31

3.2 – RCL2® 32

3.3 – Glioxal 33

4 – SUBSTITUTOS DO XILOL 35

4.1 – Isopropanol 36

4.2 – MileGREEN® 37

4.3 – Ottix Plus® 37

4.4 – SBO® 38

5 – DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS 39

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42

x

ÍNDICE DE FÍGURAS

Figura 1 – Esquema geral organizacional de um Laboratório de Anatomia Patológica e sua relação com as diferentes valências.

7

Figura 2 – Retalho de pele com lesão irregular de cor acastanhada. 10

Figura 3 – Colheita de fragmentos referentes à amostra histológica representada na

Figura 2.

10

Figura 4 – Exemplo de um protocolo da coloração de Hematoxilina e Eosina,

demonstrando os reagentes químicos necessários para a sua execução.

14

Figura 5 – Fórmula molecular do formaldeído: estrutura plana (à esquerda) e

estrutura espacial/ tridimensional (à direita).

20

Figura 6 – Metabolismo do formaldeído. 23

Figura 7 – Fórmula molecular dos isómeros do xileno: Orto-xileno, Para-xileno e

Meta-xileno, respetivamente.

26

xi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Características físico-químicas do formaldeído. 21

Tabela 2 – Características físico-químicas do xilol. 27

Tabela 3 – Sintomatologia dos diversos sistemas do organismo associada

relacionada com a dose e o tempo de exposição ao xileno

28

Tabela 4 – Aplicações práticas do formaldeído e do xilol nas diferentes valências da

Anatomia Patológica.

30

Figura 5 – Fórmula molecular do formaldeído: estrutura plana (à esquerda) e

estrutura espacial/ tridimensional (à direita).

20

Figura 6 – Metabolismo do formaldeído. 23

Figura 7 – Fórmula molecular dos isómeros do xileno: Orto-xileno, Para-xileno e

Meta-xileno, respetivamente.

26

Conteúdo sem conflitos de interesse a declarar.

INTRODUÇÃO

2

1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Poluição ambiental e qualidade do ar exterior

No início do século XX, o ar necessário para a respiração de todos os seres vivos

do planeta ainda não era considerado um problema porque acreditava-se que este

estaria constantemente a ser renovado (1).

Novas fontes de poluição, como a queima de combustíveis fósseis pelos motores

na expensão industrial, levaram à contaminação exacerbada do ar (2). A poluição

atmosférica foi, e é, uma consequência provocada principalmente por atividade antrópica

e que, em concentrações elevadas, reduz consideravelmente a qualidade do ar ambiental

levando à incidência de problemas de saúde em todos os seres vivos (3). Quando

subsistem no ambiente uma ou mais substâncias químicas que, a determinadas

concentrações, são capazes de provocar malefícios em seres humanos, animais, flora ou

mesmo materiais, o ar é considerado poluído (2-4).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na população mundial, 90%

das pessoas respiram ar poluído e contaminado. De acordo com o relatório da OMS,

anualmente morrem sete milhões de pessoas por etiologia diretamente relacionada com

a poluição e os níveis de contaminação permanecem gravemente elevados em várias

regiões mundiais. Em causa está a poluição com partículas microscópicas que penetram

no sistema respiratório e cardiovascular, conduzindo a patologias potencialmente letais,

como derrames cerebrais, ataques cardíacos, obstruções pulmonares e infeções

respiratórias (5).

Estudos e ações relacionas com a poluição atmosférica indicam que a qualidade

do ar influencia seriamente a qualidade de vida humana (2,3). Consequentemente,

pesquisas relacionadas com a qualidade do ar ambiental provocaram desenvolvimentos

científicos sobre a qualidade do ar interior, devido à similaridade das consequências entre

as duas áreas (3,4,6). Questões relacionadas com a qualidade do ar interior de divisões

fechadas tem adquirido crescente expressão nas áreas científica, técnica e legal devido à

frequência de determinadas patologias correlacionadas diretamente com a exposição de

determinados agentes patogénicos e químicos (6).

3

1.2 – Qualidade do ar interior

Há algumas décadas, o único requisito solicitado na construção de um edifício

dizia respeito às condições adequadas para que os utilizadores realizassem as suas

atividades, independentemente dos seus fins. No decorrer dos anos e com a evolução do

conhecimento sobre qualidade do ar interior e exterior ao edifício, novas exigências foram

progressivamente adicionadas às condições básicas de construção, como a segurança

estrutural e impermeabilidade e/ou estanqueidade a chuvas. O conforto, seja

higrotérmico, visual, olfativo ou auditivo, por sua vez foi sendo privilegiado (7).

Novos produtos foram engendrados e novas técnicas construtivas foram

materializadas contribuindo para locais adaptados para diversas atividades com menor

gasto monetário possível (7,8). A evolução dos edifícios determinou novos estímulos,

nomeadamente na vertente económica e energética, mais evidente após a crise do

petróleo nos anos setenta (8). Com a subida do preço dos combustíveis, desencadeou

um corrente mundial de preservação energética, resultando, consequentemente, em

edifícios com poucas aberturas para ventilação (7-10).

Para além dos edifícios se tornarem cada vez mais fechados, o grau de

automatização também aumentou. A sua dependência de controlos computadorizados

(sistemas forçados de ventilação, sistemas de ar condicionado, entre outros) foi

crescendo (9). Diminuições nos gastos energéticos foram possíveis pela implementação

de computadores para controlar a variação das quantidades de ar introduzidas no

edifício, baseadas somente em requisitos de carga térmica nos espaços ocupados. O

único critério usado, no que diz respeito ao ar interior, foi a temperatura e a humidade.

Paralelamente, outros parâmetros envolvendo a qualidade do ar interior foram ignorados

(8-10).

Se, por um lado, houve um cuidado acrescido com a economia energética, por

outro, a qualidade do ar interior foi deixada para segundo plano. Avanços nos sistemas

automatizados provocaram uma redução drástica nas perdas de energia nos últimos

trinta anos e as taxas de infiltração de ar decresceram (9). Como resultado deste

acontecimento, as concentrações médias dos diversos poluentes no ar interno

aumentaram consideravelmente (7).

O número de registos sobre os efeitos prejudiciais da exposição a uma

inadequada qualidade do ar interior no conforto e saúde do ser humano tem vindo a

aumentar, motivo pela qual o estudo do ambiente interior tem vindo a merecer crescente

interesse (10).

4

Segundo alguns autores, a incidência de poluentes no ar em ambientes fechados

é frequentemente superior à do exterior (11-13).

A qualidade do ar interior é influenciada pelos seguintes fatores: o ar exterior; os

materiais de construção e revestimento; e os sistemas de climatização, comummente

denominados por ar condicionado (11). Considera-se os materiais como difusores de

substâncias poluentes do ar interior, assumindo-se uma importância crescente com

consequência de duas tendências gerais na prática de construção, especificamente a

aplicação de novos materiais e produtos de construção sintéticos, à base de derivados do

petróleo (12). Os sistemas de climatização, aplicados maioritariamente como conforto

ambiental, são produtores de poluição, em maior percentagem de natureza biológica,

pela incorreta ou inexistente limpeza e/ou troca dos filtros e devido às condições

climatéricas diversificadas (11,13).

As estratégias para a melhoria da qualidade do ar interior focam-se no controlo na

fonte (correspondendo à aplicação do princípio da prevenção) e à ventilação (que

minimiza a concentração dos poluentes no ar) (13). Os requisitos adequados para os

níveis de ventilação fundamentam-se na análise de risco para a saúde (como as

infeções, o cancro e as doenças crónicas) e na avaliação sensorial (sintomatologia como

a fadiga e irritação das mucosas) (13,14). Devido aos efeitos referidos é possível

padronizar valores de ventilação mínima. No entanto, como a ventilação exige um

consumo elevado de energia esta tenderá a ser uma solução de último recurso,

priorizando, por sua vez, a aplicação de matérias na construção e revestimento com

baixo nível de emissão de poluentes (14).

Diversos estudos demonstram uma ligação direta entre determinadas

concentrações de poluentes com problemas de saúde como alergias, asma, bronquite,

pneumonia, cancro pulmonar, entre outras (15). A prevalência destas patologias

aumentou nas décadas recentes, sendo que a ocorrência de doenças alérgicas e

asmáticas duplicou em países desenvolvidos (12,16). Estas patologias abrangem uma

das nove maiores problemáticas atuais para a saúde pública, envolvendo imensos custos

médicos e terapêuticos (16). Acredita-se que a deterioração da qualidade do ar interior é

a principal etiologia para o incremento destas doenças (17).

Paralelamente aos problemas de saúde relacionados a uma deficiente qualidade

do ar interior, existem fatores, como o absenteísmo e baixa de produtividade laboral, que

não são facilmente identificados e que podem estar relacionados com a deterioração do

ar interior (18). As patologias provocadas por um ambiente interior poluído estão entre os

principais motivos de ausência do período laboral, nos Estados Unidos e na Europa.

Estudos comprovam que uma melhoria da qualidade do ar interior tem um efeito

5

significativamente positivo na produtividade (16,18).

Os sintomas e doenças relacionados com edifícios que apresentam um ar

deficitário podem ser classificados em “Síndrome do Edifício Doente” (SED) e “Doenças

Relacionadas com Edifícios” (DRE). O SED define-se como uma situação na qual os

ocupantes apresentam sintomatologia aguda sem uma etiologia percetível e sem a

hipótese de corroboração de uma causa, sendo, por isso, desconhecida (19,20). O

conceito SED é também utilizado para relatar ocorrências em que uma anómala

percentagem dos ocupantes (pelo menos 20%) exibe sintomas agudos e desconforto,

que aparentemente estão relacionados com o tempo passado no interior do edifício. As

causas dos relatos dos ocupantes são multifatoriais (11,19). A sintomatologia mais

frequente do SED passa por irritação e obstrução nasal, desidratação e irritação dérmica,

irritação e secura na mucosa oral e olhos, cefaleias, letargia e fadiga generalizada que

provoca falta de concentração (20-22). O SED envolve interação multifatorial de natureza

física, química, biológica e psicológica. A etiologia foca-se maioritariamente na anómala

conceção estrutural do edifício; ventilação desajustada; fraca filtração do ar; escassa

manutenção e limpeza das instalações; contaminação das condutas dos sistemas de

aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC); e detritos produzidos pelo

metabolismo humano. A presença de odores, quer causem ou não sintomas, também se

relaciona a uma má qualidade do ar. Estudos indicam que taxas de ventilação mais

elevadas estão relacionadas a um decréscimo da prevalência dos sintomas do SED

(13,21-23). Geralmente os sintomas associados ao SED desaparecem quando os

ocupantes permanecem afastados de um ambiente inadequado, no entanto existem

casos onde a sintomatologia só é ultrapassada após tratamento médico (22,23). As DRE

associam-se a determinadas doenças que estão diretamente relacionados a eventuais

contaminantes (conhecidos) do ar dentro de um edifício. Nesta situação, ocorre a

persistência dos sintomas após a saída do espaço envolvido e os afetados podem

mesmo necessitar de um intervalo de tempo mais alongado de recuperação. As doenças

desta índole incluem infeções, reações alérgicas e reações imunológicas (24,25).

Como verificado, a estrutura dos edifícios pode ser uma fonte de contaminação

com extrema relevância no que toca à qualidade do ar e à saúde dos ocupantes. Esta

situação torna-se ainda mais problemática quando, em contexto ocupacional, se

manipulam reagentes químicos, biológicos e radioativos.

6

1.3 – Orgânica dos Laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense

A Anatomia Patológica é uma especialidade médica responsável pela análise

morfológica e molecular de órgãos, tecidos e células, cujo principal objetivo é determinar

ou contribuir decisivamente para o diagnóstico macro e microscópico de patologias, com

implicações na terapêutica e prognóstico, bem como na sua prevenção e deteção

precoce. Esta área médica pode subdividir-se em cinco grandes valências

(detalhadamente verificadas na Figura 1): a histopatologia (biópsias e peças cirúrgicas); a

citopatologia (esfoliativa e aspirativa); os exames per-operatórios (exames

extemporâneos); técnicas complementares de diagnóstico; e a autópsia (26,27).

A base metodológica da Anatomia Patológica foca-se na observação macro e

microscópica, podendo auxiliar-se na realização de técnicas complementares para uma

interpretação diagnóstica mais precisa e detalhada (26). As técnicas complementares de

diagnóstico incluem a imunohistoquímica, a histoquímica, a hibridização in situ, a captura

híbrida, a biologia molecular, entre outras. Estas técnicas possibilitam identificar

especificamente agentes patogénicos de origem biológica, química ou física; caracterizar

a patogénese de lesões; identificar alvos terapêuticos e fatores preditivos à resposta

terapêutica; deteção de mutações genómicas somáticas e germinativas; e alterações

microscópicas que caracterizam os mecanismos de morte de um determinado indivíduo

(26-28).

Os laboratórios de Anatomia Patológica e de Patologia Forense são organizados

por uma panóplia de profissionais com funções específicas e fundamentais, como

médicos patologistas, técnicos de Anatomia Patológica, administrativos e auxiliares de

saúde (26,27). O médico patologista tem um papel fulcral na Anatomia Patológica,

principalmente no diagnóstico microscópico. O técnico de Anatomia Patológica contribuí

na execução de todas as técnicas necessárias ao diagnóstico anatomopatológico,

estando submetido a um ambiente com elevado risco biológico, químico e ergonómico

(30).

7

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8

1.3.1 – Autópsia

As autópsias anátomo-clínicas facultam informações relevantes para validação de

condutas clínico-terapêuticas nos hospitais, contribuindo para a recolha de dados

epidemiológicos relativos à mortalidade no país e no mundo (27). Possibilitam, ainda, a

educação médica e técnica, continuando a ser uma forma de investigação de novas

patologias, da ação de patogénicos e dos efeitos de determinados agentes terapêuticos.

Em suma, as autópsias anátomo-clínicas são realizadas sempre em contexto clínico

(27,30).

Paralelamente, a autópsia médico-legal integra-se numa especialidade médica

distinta, a medicina legal, que, por sua vez, é uma das imensas valências que incorporam

as Ciências Forenses (27,31). Desta forma, a autópsia médico-legal trata-se de um tipo

de perícia, sendo um meio de prova processual (penal ou de jurisdição laboral). No

momento da autópsia médico-legal propriamente dita (executadas por médicos legistas,

técnicos de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica e auxiliares de Tanatologia),

são colhidos tecidos e/ou órgãos de interesse para serem processados e analisados no

laboratório de Anatomia Patológica, comummente denominado por laboratório de

Patologia Forense. Neste contexto, todo o procedimento técnico da amostragem é

comum em ambos os tipos de autópsia, tendo apenas a análise microscópica (relatório

final) objetivos distintos (31).

Na colheita de fragmentos e/ou órgãos para a análise histológica é fundamental a

preservação dos mesmos, por outras palavras, uma adequada fixação. Desta forma,

garante-se a integridade celular desde a colheita até ao diagnóstico microscópico.

1.3.2 – Fixação de tecidos biológicos

A fixação tem como objetivo a preservação das células e tecidos o mais próximo

possível do seu estado in vivo, evitando a degradação dos componentes tecidulares,

incluindo proteínas, péptidos, ácido ribonucleico mensageiro (mRNA), ácido

desoxirribonucleico (DNA) e lípidos (32). Este processo impede também a destruição de

estruturas macromoleculares, como membranas citoplasmáticas, retículo endoplasmático

liso, retículo endoplasmático rugoso, membranas nucleares, lisossomas e mitocôndrias

(32,33).

A fixação apropriada dos tecidos para análise histológica é extremamente

importante. Quando ocorre algum problema com este processo o diagnóstico

9

anatomopatológico tornar-se-á ineficaz e praticamente inútil. Por isso, é fundamental a

fixação de todos os produtos histológicos, independentemente da sua proveniência

(autópsia ou pequena e grande cirurgia) (33).

O estudo da função e estrutura dos tecidos biológicos levou ao desenvolvimento

de inúmeros tipos de fixadores ao longo dos anos. Os mecanismos e princípios pelos

quais os fixadores atuam para endurecer e preservar os tecidos biológicos e prevenir a

perda molecular são imensamente diversificados. Estes processos incluem a adição

covalente de grupos reativos e de ligações cruzadas, desidratação, efeito de ácidos,

formação de sais e reações exotérmicas. Os fixadores compostos podem funcionar com

a combinação destas reações físico-químicas (34).

Apesar de cada fixador ter vantagens, todos eles apresentam imensas

desvantagens, como a perda molecular; aumento ou retração tecidular; variações na

qualidade das técnicas de histoquímica e imunohistoquímica; e ineficácia na preservação

de estruturas e componentes celulares para a realização de exames bioquímicos e

técnicas de biologia molecular (34,35).

O formaldeído a 10% tamponado é o fixador mais utilizado nos laboratórios de

Anatomia Patológica e Patologia Forense (34-36). A fixação com este reagente é um

processo químico demorado e que ocorre através da sua reação com os grupos reativos

das proteínas que leva à formação de pontes metilénicas entre as moléculas do tecido. A

rede proteica formada evita a difusão das moléculas, tornando-as insolúveis (34,35). Este

fixador evita o crescimento de microrganismos; permite a preservação morfológica ideal

dos tecidos; mantém a estabilidade dos tecidos durante décadas; evita a retração

excessiva dos tecidos; endurece ligeiramente os tecidos de forma a melhorar o corte

histológico; é compatível com a maioria das técnicas histoquímicas e imunohistoquímica;

e é relativamente barato e fácil de preparar e manusear (34-36).

Um dos maiores problemas da fixação com formaldeído é a perda do

imunoreconhecimento de antigénios tecidulares após a etapa de processamento de

tecidos, nomeadamente com a embebição dos fragmentos biológicos com parafina

(37,38). No entanto, com a descoberta da recuperação antigénica (através de calor, por

exemplo) antes da aplicação de técnicas imunohistoquímicas foi possível reverter esta

problemática (37-39).

1.3.3 – Macroscopia

A macroscopia (também denominada registo macroscópico) compreende a

10

descrição e identificação de tecidos ou órgãos removidos cirurgicamente ou provenientes

de autópsias, associando as suas características macroscópicas a determinadas

patologias. Os fragmentos histológicos representativos resultantes deste procedimento

são fundamentais para estabelecer um diagnóstico (clínico ou mecanismo de causa de

morte) e podem determinar o prognóstico e decisões terapêuticas (40).

A macroscopia é a primeira etapa do exame anatomopatológico. Nesta fase as

amostras histológicas são rececionadas já fixadas em formaldeído de forma a manter a

integridade tecidular e viabilizar o exame (36). O volume de fixador ideal é 10 a 15 vezes

superior ao volume da amostra, de forma a não saturar o reagente e a garantir uma

fixação eficaz. Em produtos biológicos com maiores dimensões pode haver necessidade

de acondicioná-los, isto é, realizar uma pré-disseção de forma a facilitar e permitir uma

correta penetração do fixador nos tecidos (36,40).

Esta valência é da responsabilidade médica, no entanto, na última década, os

técnicos de Anatomia Patológica desenvolveram conhecimentos nesta área e tornaram-

se autónomos na execução deste procedimento (41).

Devido à diversa complexidade dos produtos histológicos que podem ser

registados, os médicos patologistas e técnicos de Anatomia Patológica ficam expostos

(direta ou indiretamente) ao fixador durante praticamente todo o seu horário laboral.

Após a descrição macroscópica sucedida da colheita de fragmentos

representativos, cada um deles é colocado em cassetes histológicas devidamente

identificadas, como exemplificado nas Figuras 2 e 3, e, posteriormente, essas cassetes

seguem uma nova etapa – o processamento de tecidos.

Figura 2 – Retalho de pele com lesão irregular

de cor acastanhada.

(Imagem obtida em: Bancroft JD, Suvarna SK, Layton C. Bancroft's

Theory and Practice of Histological Techniques. 7th ed. Churchill

Livingstone, Elsevier: 2013. p.98)

Figura 3 – Colheita de fragmentos referentes à

amostra histológica representada na Figura 2.

(Imagem obtida em: Bancroft JD, Suvarna SK, Layton C. Bancroft's

Theory and Practice of Histological Techniques. 7th ed. Churchill

Livingstone, Elsevier: 2013. p.98)

11

1.3.4 – Processamento de tecidos

Após a colheita de fragmentos na macroscopia, estes devem ser processados de

forma a impregnar no tecido um meio firme o suficiente para permitir cortes com

espessura apropriada para observação microscópica (42). O processamento de tecidos,

convencionalmente, tem como etapas a fixação, a desidratação, a diafanização e a

impregnação. Este processo é realizado de forma automatizada num aparelho

denominado processador de tecidos (42-44).

A fixação com formaldeído no processamento histológico é uma etapa facultativa

mas quase sempre utilizada, garantindo a fixação adequada dos fragmentos biológicos.

Também permite que este procedimento técnico seja programado para um intervalo de

tempo de interesse, fazendo com que os fragmentos fiquem submetidos em agente

fixador até ao início do processamento (44).

A desidratação é alcançada através de passagens sucessivas em etanóis de

concentrações sucessivamente crescentes, permitindo a remoção do fixador e de água

dos tecidos (45). A água está presente nos tecidos sob a forma livre e sob a forma ligada.

Na forma ligada é constituinte integrante das moléculas celulares e não deve ser extraída

durante a desidratação, uma vez que a sua remoção origina uma retração excessiva,

dificulta a microtomia e provoca padrões anómalos morfológicos e de afinidade de

colorações. Por sua vez, uma desidratação incompleta impedirá a penetração do agente

diafanizador nos tecidos, o que consequentemente impedirá a uma adequada

impregnação (44,45).

A diafanização é a fase onde ocorre a substituição do agente desidratante dos

tecidos por um reagente miscível com esta solução e com o meio de impregnação. Um

diafanizador ideal deve ser solúvel na solução desidratante, para possibilitar a sua

completa remoção dos tecidos, e com o reagente utilizado na impregnação de forma a

permitir a sua total penetração nos tecidos (45-47). Em contrapartida, um bom

diafanizador deve dissolver lípidos que, caso contrário, impediria a penetração do agente

de impregnação. O diafanizador mais comummente utilizado no processamento

histológico é o xilol. Este reagente é um excelente solvente de lípidos, no entanto, é

insolúvel em água levando a uma desidratação excessiva os tecidos porque é capaz de

remover a água ligada (45-48).

A impregnação consiste na exoneração do diafanizador dos tecidos para posterior

impregnação com o meio de inclusão. O meio de impregnação mais usado é a parafina,

que permite a obtenção de cortes histológicos de qualidade. Os tecidos que não

impregnam suficientemente não ficam bem processados, ficando com uma consistência

12

amolecida. Por outro lado, os fragmentos submetidos demasiado tempo em banhos de

parafina apresentam uma redução significativa do tamanho e quebradiços, dificultando a

fase de inclusão e corte (45,46,48).

1.3.5 – Inclusão e corte histológico

Uma vez terminado o processamento histológico, as cassetes contendo os

fragmentos histológicos são removidas do processador e colocadas num aparelho de

inclusão (44). Durante a inclusão, os fragmentos de cada cassete são introduzidos,

devidamente orientados num molde metálico com parafina líquida (devido ao seu

aquecimento a mais de 55ºC). O fundo do molde é arrefecido na placa fria do

equipamento, onde se exerce pressão sobre os fragmentos para assegurar que estes

ficam completamente representados no mesmo plano de corte. Posteriormente, as

cassetes são colocadas sobre os respetivos moldes e este é deixado a arrefecer numa

placa fria, formando-se, desta forma, um bloco de parafina (44,49).

O corte histológico é conseguido através da utilização de um micrótomo que

permite o corte a fina espessura do tecido incluído no bloco de parafina para

posteriormente ser aderido a uma lâminas de vidro e, despois de corado, é visualizado ao

microscópio ótico. Inicialmente, é efetuado o desbaste dos blocos a uma espessura entre

5 a 30 micrómetros, com o objetivo de remover a parafina que se encontra sobre o tecido

de forma a expor por completo a superfície do fragmento. De seguida, com o bloco

gelado, é efetuado o corte histológico a 3 ou 4 micrómetros, com o auxílio de um banho

com água fria e um banho com água quente para facilitar a extensão e recolha em lâmina

de vidro. Por fim, as lâminas contendo os cortes histológicos são colocadas em suportes

apropriados para se proceder à coloração (44,49).

1.3.6 – Coloração por Hematoxilina-Eosina

A coloração de rotina nos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia

Forense é a coloração de Hematoxilina-Eosina (49-51). Esta coloração consiste na

aplicação de dois corantes, a hematoxilina e a eosina, e outros reagentes químicos em

cortes histológicos e tem como objetivo evidenciar as estruturas celulares dos tecidos,

demonstrando as diferentes características nucleares, citoplasmáticas e extracelulares

(50,51).

13

A hematoxilina é um corante básico catiónico, derivado da hemateína (45,52,53).

Este reagente não possui por si só propriedades corantes até a hemateína ser oxidada e

combinada com um mordente (45). A hematoxilina cora a cromatina e outros

componentes celulares ácidos, como os ribossomas e o retículo endoplasmático rugoso.

Tecidos bem processados e corados demonstram núcleos vesiculares, exibem uma

membrana nuclear corada de azul e cromatina bem definida. Um bom detalhe

intranuclear possibilita observar e avaliar padrões característicos e variados de

condensação da cromatina o que permite caracterizar o tipo celular e eventual

associação a um tipo de patologia (45,52,53).

Em contrapartida, a eosina é um corante ácido aniónico, corando a maioria dos

organelos celulares, citoplasma e componentes da matriz extracelular. Amostras bem

processadas e coradas apresentam uma coloração com várias tonalidades que

demonstra três padrões de rosa entre eritrócitos, colagénio e músculo liso (52,53). Para

além da utilização dos corantes referidos anteriormente na técnica de coloração de

Hematoxilina-Eosina, é necessário utilizar uma série de reagentes químicos para que se

obtenha uma lâmina com um corte histológico corado com qualidade (Figura 4). No final

da coloração, o corte histológico corado é protegido com um meio de montagem sintético

seguido de uma lamela, não só para permitir a sua visualização ao microscópio mas

também para preservar a coloração do tecido (54,55).

1.3.7 – Citopatologia

A citopatologia é a valência da Anatomia Patológica que se foca na análise de

células recolhidas de um determinado tecido ou órgão do organismo. Uma citologia

permite avaliar a morfologia celular, o seu crescimento e a sua função através das

alterações celulares induzidas por processos patológicos, desde inflamação até

neoplasias. É também utilizada como forma de rastreio, como a citologia cérvico-vaginal

(56).

Independentemente da forma de acondicionamento de uma citologia, todas as

amostras passam por um procedimento técnico até chegar à lâmina corada para

diagnóstico anatomopatológico. Existem algumas colorações aplicadas em citopatologia,

consoante a natureza e acondicionamento da amostra, no entanto, na fase final da

coloração, as lâminas são sempre submetidas a xilol para posterior montagem com meio

sintético e lamela (57-58).

Diversas vezes a amostra citológica é envolvida em gel sintético para passar a ser

14

Figura 4 – Exemplo de um protocolo da coloração de

Hematoxilina e Eosina, demonstrando os reagentes

químicos necessários para a sua execução.

15

tratada como um exame histológico – técnica denominada por citobloco – passando por

todo o procedimento técnico histológico, a partir do processamento histológico (59).

1.3.8 – Técnicas complementares de diagnóstico em Anatomia Patológica

A histoquímica é uma técnica complementar de diagnóstico que tem como

objetivo evidenciar e identificar determinadas estruturas e/ou constituintes tecidulares,

certos microrganismos (como fungos e bactérias) e pigmentos, com a finalidade de

distingui-los através da utilização de diversos reagentes químicos que reagem com

determinados elementos, provocando produtos corados. Existe uma panóplia de

colorações histoquímicas aplicadas com diversos objetivos, auxiliando o diagnóstico

anatomopatológico. Com a necessidade de utilização de inúmeros químicos, a

histoquímica é uma fonte de risco químico (60,61).

A imunohistoquímica é uma técnica que utiliza anticorpos específicos de forma a

detetarem antigénios de interesse em tecidos ou células, fundamentadas na interação

que ocorre entre os antigénios e anticorpos (60-62). Desta forma, os anticorpos

reconhecem o antigénio específico e liga-se a este possibilitando, através de sistemas de

deteção, a formação de um precipitado colorido e insolúvel no local do complexo de

ligação antigénio-anticorpo, proporcionando a sua visualização microscópica no tecido ou

células na região onde a marcação foi sucedida (60,61). Esta técnica tem as suas

principais aplicações no estudo de doenças infeciosas, degenerativas e neoplásicas. No

caso das neoplasias, a imunohistoquímica tem um papel preponderante não só quanto ao

seu diagnóstico para diferenciação entre maligno e benigno, caraterização da

histogénese e patogénese, e caraterização da origem de metástases, mas também

auxilia no prognóstico e indicação terapêutica. Tal como a histoquímica, esta valência

uma fonte de risco químico (61,62).

16

1.4 – Gestão do risco químico em Anatomia Patológica

A gestão de riscos é uma vertente central e essencial de todo o trabalho dos

laboratórios de Anatomia Patológica e de Patologia Forense (63).

Existem normas de certificação e acreditação europeias e diretivas nacionais que

garantem a segurança dos trabalhadores, pacientes e público em geral. Ao nível

ocupacional evita lesões, doenças e fatalidades relacionadas com o trabalho, emitindo e

aplicando padrões de segurança e saúde (61,63).

Os trabalhadores têm o direito em trabalhar em ambientes onde os riscos para a

saúde e segurança são adequadamente controlados (ou seja, minimizados). Segundo as

leis de segurança na saúde, a principal responsabilidade é das entidades empregadoras,

com as expectativas de que os funcionários garantam a sua própria segurança, a dos

seus colegas e pacientes, aderindo às políticas e procedimentos adequados e definidos

(63)(a),(b),(c),(d),(e),(f),(g),(h),(i).

___________________________________________________

(a) Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, que regulamenta o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, nos termos do

artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro (alterado pela Lei n.º 42/2012, de 28 de agosto).

(b) Decreto-Lei n.º 88/2015, de 28 de maio, que altera o Decreto-Lei n.º 141/95, de 14 de junho, que estabelece as prescrições mínimas para

a sinalização de segurança e de saúde no trabalho, alterado pela Lei n.º 113/99, de 3 de agosto; a Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, que

aprova o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, alterada pelas Leis n.os 42/2012, de 28 de agosto, e 3/2014, de 28

de janeiro; o Decreto -Lei n.º 24/2012, de 6 de fevereiro, que consolida as prescrições mínimas em matéria de proteção dos trabalhadores

contra os riscos para a segurança e a saúde devido à exposição a agentes químicos no trabalho e transpõe a Diretiva n.º 2009/161/UE, da

Comissão, de 17 de dezembro de 2009; e o Decreto-Lei n.º 301/2000, de 18 de novembro, que regula a proteção dos trabalhadores contra os

riscos ligados à exposição a agentes cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho.

(c) Decreto-Lei n.º 106/2017, de 29 de agosto, regula a recolha, publicação e divulgação da informação estatística oficial sobre acidentes de

trabalho.

(d) Lei n.º 113/99, de 3 de agosto, que desenvolve e concretiza o regime geral das contraordenações laborais, através da tipificação e

classificação das contraordenações correspondentes à violação da legislação específica de segurança, higiene e saúde no trabalho em

certos sectores de atividades ou a determinados riscos profissionais.

(e) Decreto-Lei n.º 24/2012, de 6 de fevereiro, que consolida as prescrições mínimas em matéria de proteção dos trabalhadores contra os

riscos para a segurança e a saúde devido à exposição a agentes químicos no trabalho e transpõe a Diretiva 2009/161/UE, da Comissão, de

17 de dezembro de 2009.

(f) Decreto-Lei n.º 41/2018, de 11 de junho, que procede à segunda alteração ao Decreto -Lei n.º 24/2012, de 6 de fevereiro, alterado pelo

Decreto -Lei n.º 88/2015, de 28 de maio, transpondo a Diretiva (UE) 2017/164 da Comissão, de 31 de janeiro de 2017, que estabelece uma

quarta lista de valores -limite de exposição profissional indicativos nos termos da Diretiva 98/24/CE do Conselho, e que altera as Diretivas

91/322/CEE, 2000/39/CE e 2009/161/CE.

(g) Decreto-Lei n.º 301/2000, de 18 de novembro, regula a proteção dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes

cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho.

(h) Decreto-Lei n.º 84/97, de 16 de abril, que transpõe para a ordem jurídica interna as Diretivas do Conselho 90/679/CEE, de 26 de

novembro, e 93/88/CEE, de 12 de Outubro, e a Diretiva 95/30/CE, da Comissão, de 30 de junho, relativas à proteção da segurança e saúde

dos trabalhadores contra os riscos resultantes da exposição a agentes biológicos durante o trabalho.

(i) Decreto-Lei n.º 141/95, de 14 de junho, que estabelece as prescrições mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no trabalho.

17

Para cumprir a legislação e manter as normas e acreditações, um laboratório deve

apresentar uma política eficaz de gestão de riscos. De forma a minimizar ou extinguir a

ocorrência de acidentes deve-se identificar todos os riscos existentes; avaliar a

probabilidade e gravidade desses riscos; eliminar os riscos elimináveis; e reduzir o efeito

dos riscos que não podem ser eliminados (64).

Um laboratório de Anatomia Patológica, tal como qualquer entidade empregadora,

deve ter um responsável pela gestão de riscos e pela saúde e segurança dos

trabalhadores (61-65). Para funcionar de maneira eficaz e segura, todos os

procedimentos e atividades de um laboratório devem ser submetidos à análise da gestão

de risco. Os riscos nos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense são

similares a nível mundial, embora com uma variação devido às particularidades

institucionais (61,65). Não é possível evitar ou eliminar todos os riscos. É importante

identificar e perceber os riscos envolvidos nas práticas de trabalho do laboratório (61,63-

65). O responsável pela gestão de riscos e pela saúde e segurança dos trabalhadores

preocupa-se com todos os riscos associados ao laboratório e a outras organizações

relacionas com este, como os transportadores das amostras e produtos químicos,

alertando a presença de riscos que devem ser adequadamente controlados dentro ou

fora do laboratório ou da instituição em que se inserem (hospital ou centro de

investigação, por exemplo) (61). A equipa de gestão de riscos e pela saúde e segurança

dos trabalhadores tem de garantir a disponibilidade de recursos adequados para a

prestação de serviços com segurança para os funcionários e pacientes. Níveis de

pessoal e respetivas competências profissionais, tempo de resposta e qualidade dos

resultados, gestão orçamental, consumíveis, equipamentos e manutenções são outras

áreas de atuação e preocupação (61,63-65). Apesar de existirem profissionais

responsáveis pela gestão do risco, as restantes equipas devem estar conscientes que o

mau funcionamento nas suas áreas de atividade e podem contribuir para um aumento

significativo dos riscos para o próprio e para os restantes membros. Devem, por isso,

trabalhar conforme as regras de segurança estabelecidas pelo laboratório (63,64). É

relevante referir que, independentemente dos riscos que sejam identificados, as medidas

de gestão do risco implementadas devem ser auditadas regularmente para avaliar se

estão a ser cumpridas e se são apropriadas e eficazes (63). Os riscos em cada setor do

laboratório são melhor identificados pelo responsável da área e pelos restantes membros

dessa equipa, garantindo uma maior abrangência de diferentes problemáticas. Durante

esse processo de identificação, é útil subdividir os riscos em diferentes categorias (como

físicos, químico e biológicos) (61,63-64). A análise e avaliação de potenciais riscos são

uma parte essencial do processo e são utilizadas para identificar a probabilidade e a

18

gravidade dos mesmos. Ao classificar os riscos quanto à sua probabilidade e gravidade,

é possível usar uma matriz como uma ferramenta que valoriza riscos específicos. Os

incidentes e acidentes, por menos relevantes que possam parecer, devem ser registados

para que essas informações sejam trabalhadas e aplicadas melhorias (63).

Como referido anteriormente, as amostras que são rececionadas nos laboratórios

de Anatomia Patológica e Patologia Forense são sujeitas a várias etapas. Em todos estes

procedimentos, excetuando o corte histológico, os técnicos de Anatomia Patológica,

Citológica e Tanatológica manuseiam substâncias químicas como formaldeído, álcoois,

xilol, parafina, corantes e reagentes ácidos e bases (61). Há cada vez mais uma

preocupação acrescida com a exposição a reagentes químicos nocivos para a saúde e

há a necessidade de encontrar uma ferramenta credível e de fácil utilização, que

possibilite a identificação de possíveis falhas ou deficiências na manipulação dos

mesmos (61,64). Para além de haver manipulação de material biológico perigoso, a

avaliação do risco químico permite também a sensibilização de todos os trabalhadores

para esta problemática e contribui para a execução de práticas ocupacionais mais

seguras (61). O risco para a segurança e saúde dos profissionais consequente da

presença no local de trabalho de reagentes químicos perigosos deve ser eliminado ou

reduzido mediante a conceção e organização de metodologias de trabalho; a utilização

de equipamentos de proteção individual para trabalhar com agentes químicos; o uso de

procedimentos de manutenção que garantam a saúde e a segurança dos profissionais; a

diminuição do número de trabalhadores submetidos à exposição a determinado agente

químico; a redução da duração e grau de exposição; a tomada de medidas de higiene

adequadas; a diminuição da quantidade de agentes químicos armazenados necessária à

execução das tarefas laboratoriais; a aplicação de processos de trabalho apropriados,

nomeadamente, disposições que assegurem a segurança no momento da manipulação,

armazenagem e transporte dos agentes químicos perigosos e dos resíduos que os

incluam; a substituição dos agentes químicos mais perigosos e mais manipulados por

outros menos nocivos e igualmente eficazes; e, não menos importante e como

mencionado inicialmente, as condições estruturais dos edifícios (incluindo sistemas de

climatização) devem ser as ideias (61,63-65).

As medidas adotadas nos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia

Forense estão também correlacionadas com procedimentos de proteção coletiva, como a

existência de dispositivos de ventilação adequados (locais e gerais), concretamente

hottes com filtração específica e condutas especializadas, com plano de manutenção

assegurado e a presença de chuveiro e lava-olhos de emergência (61). A volatilização de

alguns agentes químicos perigosos levaram a medidas de extração mais eficazes e em

19

maior ampliação. Como exemplo, para diminuir a exposição ao formaldeído na receção

das amostras, adaptou-se, em alguns laboratórios, o local de receção e registo

informático das mesmas com um sistema de exaustão (acoplada a utilização de

máscaras individuais próprias) (61-64). O mesmo acontece com o transporte das

cassetes com os fragmentos recolhidos após a macroscopia para o processador de

tecidos que é feito em caixa fechada e, no local do equipamento, adaptou-se um sistema

de exaustão idêntico à da receção (64).

20

1.5 – Toxicidade do formaldeído

O formaldeído está categorizado entre os 25 reagentes químicos mais produzidos

mundialmente devendo-se fundamentalmente à sua alta reatividade, ausência de cor, à

pureza da configuração comercial e, ainda, ao seu reduzido custo (65,66). A sua

aplicação ocorre em áreas distintas de atividade, nomeadamente na produção de

produtos fertilizantes, papel, madeira e resinas, açúcares e cosméticos, na agricultura

como conservante, nas indústrias da borracha e do calçado, na preservação da madeira,

na produção de filmes fotográficos e na fixação de tecidos em laboratórios de saúde

humana e animal e museus anatómicos (65).

O formaldeído tem a forma molecular CH2O, sendo um dos aldeídos mais simples

(Figura 5), encontrando-se em condições ambientais normais no estado gasoso (65,66).

É solúvel em água, acromático e exibe um odor picante e bastante singular sendo, no

estado gasoso, inflamável e explosivo. A sua grande reatividade advém da presença de

uma ligação dupla polarizada entre o átomo de carbono e o átomo de oxigénio, enquanto

a alta pressão de vapor explica a sua elevada volatilidade (Tabela 1) (66).

Em contacto com o ar e à temperatura ambiente polimeriza rapidamente dando

origem a paraformaldeído. O formaldeído (e paraformaldeído) reage violentamente com

oxidantes (peróxidos, por exemplo) e com redutores, podendo produzir reações

exotérmicas e originar gases inflamáveis (66,67).

Com a incidência de radiação solar, o formaldeído reage rapidamente com outras

substâncias presentes na atmosfera envolvente, levando a que o tempo necessário a que

se reduza a metade da quantidade a uma determinada concentração seja curto. Durante

Figura 5 – Fórmula molecular do

formaldeído: estrutura plana (à esquerda)

e estrutura espacial/ tridimensional (à

direita).

21

o dia, o tempo de semi-vida do formaldeído é sensivelmente de 50 minutos, diminuindo

para 35 minutos na presença de dióxido de azoto no ar (66).

Tabela 1 – Características físico-químicas do formaldeído.

Fórmula molecular CH2O

Designação IUPAC Metanal

Peso molecular 30,03 g/mol

Ponto de fusão -92,0ºC

Ponto de ebulição -19ºC

Temperatura de auto ignição 424ºC

Pressão de vapor 516 kPa

Solubilidade Água, acetona e outros solventes

O formaldeído presente no ar ambiental pode ter origem em acontecimentos

naturais ou em atividades antropogénicas, dividindo com o acetaldeído a primeira posição

do aldeído mais abundante na atmosfera terrestre (69). Pode surgir no ambiente através

de reações fotoquímicas, mas também devido às emissões gasosas dos veículos

motorizados ou de outras fontes de combustão de origem humana. A fonte originária de

formaldeído atmosférico incide na reação de radicais hidroxilo com gás metano (68,69).

A produção de formaldeído data do ano de 1889, com fins de comercialização,

através da oxidação catalítica do metano. O fabrico e o uso deste químico tem vindo a

aumentar significativamente em todo o mundo, com especial destaque na Europa (70,71).

O formaldeído pode ser comercializado no estado sólido (paraformaldeído) e

como trioxano ((CH2O)3) (65,72). Também é habitualmente usado e conservado em

solução aquosa com concentração entre 30% a 50%, a qual geralmente contém, como

agente estabilizador, o metanol, com uma concentração que pode ultrapassar os 15%.

Pode apresentar múltiplas denominações, dependendo do âmbito de atividade onde é

empregado, nomeadamente formol, aldeído fórmico, formalina, óxido de metileno, entre

outras (65,71,72).

Nos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense utiliza-se

formaldeído em solução aquosa, denominado comummente por formol (72). Trata-se de

um reagente comercial de formaldeído a 37% que, posteriormente, é submetido a uma

diluição a 10% (podendo já ser comercializado nesta diluição). Este químico é utilizado

como fixador de material biológico, com a finalidade de o manter preservado. A fixação

22

com este reagente é um processo químico demorado e que ocorre através da sua reação

com os grupos reativos das proteínas que leva à formação de pontes metilénicas entre as

moléculas do tecido (73). A rede proteica formada evita a difusão de moléculas, tornando-

as insolúveis. É um fixador economicamente acessível e bastante eficaz sendo há muitos

anos o eleito para aplicação na rotina em Anatomia Patológica. Apresenta propriedades

desinfetantes e não provoca o endurecimento excessivo dos tecidos, tornando-o um

excelente meio para preservar e armazenar tecidos e órgãos humanos e animais (72,73).

Os níveis de concentração de formaldeído em ambientes interiores são

fortemente influenciadas pelas características estruturais dos edifícios (ventilação,

revestimento e acabamentos), as condições climatéricas (altas temperaturas e humidade

provocam a emissão de vapores de formaldeído) e o ar exterior (se o ambiente exterior

possuir o químico a sua deslocação para o ar interior poderá ser executado através de

janelas ou sistemas de ventilação (74-76).

Em Portugal não existem dados estruturados e publicados alusivos à exposição a

formaldeído nas diferentes áreas ocupacionais, nomeadamente o número total de

trabalhadores expostos e os níveis de exposição (77).

O formaldeído está naturalmente no organismo em reduzidíssimas concentrações,

podendo na circulação sanguínea dos mamíferos – Homem, ratos e macacos – rondar

valores aproximados de 0,1 mM. Parte deste químico resulta na exposição do organismo

a fontes externas. Paralelamente, o formaldeído intrínseco ao organismo deriva de

diversos metabolismos, como os da serina, metionina, glicina, sarcosina, colina,

homoserina e da desmetilação de compostos N-metil, S-metil e O-metil. Alguns fármacos

anti-tumorais podem levar à produção endógena de formaldeído, contribuindo para a

demetilação do citocromo P450 e, também, a desaminação da epinefrina leva à formação

deste químico (78,79).

Através do meio ambiental, o formaldeído introduz-se no organismo

maioritariamente pela via respiratória, devido à sua elevada volatilidade (71). A

penetração por via dérmica é normalmente reduzida, enquanto a via oral representa uma

situação pontual e rara (71,80). Devido à sua alta solubilidade na água, o formaldeído

que penetra por inalação ou ingestão é rapidamente absorvido nos sistemas respiratório

e gastrointestinal e altamente metabolizado em formato na própria região de absorção,

que, posteriormente, parte é removido através da circulação sanguínea, finalizando-se na

urina (Figura 6) (80). A absorção por via dérmica, por sua vez, é frequentemente fraca,

conduzindo maioritariamente ao risco de dermatites de contacto (71,80). O formaldeído

absorvido, por sua vez, reage instantaneamente com aminas primárias e secundárias,

hidroxilos, tióis e amidas para formar derivados de metilol. Pode ligar-se reversivelmente

23

à cisteína para formar tiazolidina-4-carboxilato e ligar-se também à ureia para originar

adutos hidroximetil. Pode ainda reagir com macromoléculas como o DNA, RNA e

complexos proteicos para formar adutos reversíveis ou irreversíveis. Há uma panóplia de

enzimas envolvidas no processo de oxidação do formaldeído, designadamente a

desidrogenase do formaldeído (ADH3), o aldeído desidrogenase, a S-formilglutationa

hidrolase, a glioxalase e a catalase (65,71,78)

O mecanismo pelo qual o formaldeído origina os seus efeitos toxicológicos ainda

não está totalmente esclarecido. Sabe-se que a toxicidade ocorre quando os níveis

intracelulares saturam a atividade da ADH3. Desta forma, os mecanismos de

autoproteção ficam comprometidos, conduzindo à presença de moléculas não

metabolizadas livres (71).

Figura 6 – Metabolismo do formaldeído (adaptação: Teng S, Beard K, Pourahmad J,

Moridani M, Easson E, Poon R, O'Brien PJ. The formaldehyde metabolic detoxification

enzyme systems and molecular cytotoxic mechanism in isolated rat hepatocytes.

Chemico-Biological Interactions. 2001;130:285-96).

24

A toxicidade do formaldeído exprime-se de diversas formas, desde simples

irritações das mucosas, como epífora e prurido, até danos graves, como alterações

neurológicas irreversíveis e tumores nasais, levando à incapacidade ou à morte do

indivíduo exposto (81,82). Na generalidade, os efeitos agudos principais provocados pela

exposição ao formaldeído são da origem das suas características irritantes. A expressão

da toxicidade depende da dose (concentração e tempo de exposição) e das regiões

anatómicas onde ocorre a absorção (77,78,83). A sintomatologia mais facilmente

detetável provocada pela exposição a formaldeído é a ação irritante, temporária e

reversível sobre as mucosas oculares e do trato respiratório superior (nasofaringe e

orofaringe), para exposições frequentes e superiores a 1ppm. Doses mais elevadas são

citotóxicas conduzindo à degenerescência e necrose das mucosas e epitélios. A

perceção olfativa varia de pessoa para pessoa, mas a sua deteção ronda em média entre

os 0,1 e os 0,3ppm no ar envolvente (69,71-73,80).

Ao nível dermatológico, o contacto direto com soluções aquosas com

concentrações entre 5 e 25% pode provocar irritações, levando a sintomas como prurido,

sensação de dormência e rubor, podendo ter propriedades corrosivas a partir de

concentrações superiores a 25%. Exposições prolongadas com o formaldeído podem

causar dermatites por contacto (69,71-73).

Os efeitos da exposição crónica a formaldeído sobre o sistema respiratório pode

conduzir a alterações degenerativas, inflamatórias e hiperplásicas na mucosa nasal.

Alterações do lavado nasal com irritação do epitélio são verificadas na exposição de

formaldeído no ar na ordem dos 0,4ppm com uma duração de 4 horas. Em

concentrações superiores a 50ppm pode provocar lesões críticas no trato respiratório (71-

73,84).

O formaldeído é potencialmente teratogénico (85). Há relação entre a associação

entre a exposição profissional a formaldeído e o sucesso da gravidez, das taxas de

aborto espontâneo e de partos prematuros (85,86).

Por sua vez, o formaldeído é um agente mutagénico e clastogénico (87-100).

Quando absorvido, o formaldeído sofre reações químicas com compostos orgânicos

(nucleótidos, proteínas e aminoácidos) por adição e condensação, formando adutos e

ligações DNA-proteína. Estudo em indivíduos exposto em contexto ocupacional a

formaldeído demostram ligações DNA-proteína, troca de cromatídeos irmãos, aberrações

cromossómicas e incremento de micronúcleos (87-99). Os efeitos genotóxicos em

humanos tem sido comprovada pela observação do aumento da frequência de

micronúcleos nas mucosas oral e nasal de indivíduos expostos. Em estudos laboratoriais

da exposição ao formaldeído, em animais, observou-se mecanismos patológicos nos

25

tecidos, como hiperplasia, metaplasia e displasia, na cavidade nasal a concentrações a

partir de 2ppm. Concentrações de formaldeído superiores a 15ppm, o índice de

proliferação celular aumentou 8 a 13 vezes em ratos, em 18 horas, após um período

único de inalação de 6 horas. Depois de uma exposição de curta duração, durante 5 dias

sucessivos, a uma concentração superior, o índice aumentou entre 13 e 23 vezes (78,87-

100). Para além das suas propriedades mutagénicas, em 2006 o formaldeído foi

categorizado como carcinogénico, com base em diversos estudos em profissionais

ligados ao uso desta substância química que apresentavam tumores nasofaríngeos

(101,102). Os mecanismos de carcinogenicidade ainda não estão bem elucidados, no

entanto a proliferação celular associada à utilização do formaldeído torna um fator

importante no desenvolvimento neoplásico (101-105). Alguns estudos mencionam ainda

outras neoplasias com possível relação com a exposição a formaldeído, nomeadamente

cancro biliar, cancro do canal hepático, cancro linfático e hematopoiético. Foram também

descritos alguns registos pontuais de leucemia, cancro do pâncreas e do cólon, mieloma

múltiplo, linfoma de Hodgkin e melanoma do globo ocular (105-108).

Existem cada vez mais provas científicas sobre as consequências na saúde dos

trabalhadores que manipulam formaldeído, facto que tem levado a uma revisão dos

valores limite recomendados da sua exposição (100-108). Em 2017 a American

Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) atualizou os valores,

registando um valor limite de 0,1ppm para exposições de 8 horas diárias e 0,3ppm para

exposições de curta duração (15 minutos, no máximo) (73).

26

1.6 – Toxicidade do xilol

O xileno é um dos 30 principais produtos químicos produzidos no mundo, em

termos de volume. É amplamente utilizado como solvente nas indústrias da borracha,

calçado, reprográfica e couro, sendo também utilizado como diluente para tintas, agentes

de limpeza e vernizes (109).

Nos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense o xileno é usado

como um agente diafanizador no processamento de tecidos e nas colorações e como

agente desparafinador. O xileno, para garantir qualidade técnica, é uma combinação dos

três isômeros (Orto, Para e Meta), dando-se a essa mistura a denominação de xilol

(Figura 7) (110).

O xilol é um líquido incolor, insolúvel em água e miscível em etanol, éter e outros

solventes orgânicos, de odor característico, nocivo e inflamável (Tabela 2). A sua solução

comercial resulta da mistura dos três isómeros de xileno, etilbenzeno e outros

hidrocarbonetos aromáticos, em diferentes proporções (Orto-xileno: 23%; Meta-xileno:

46%; Para-xileno: 21%; etilbenzeno: 0,9%; e outros hidrocarbonetos aromáticos: 9%)

(64).

Estudos demonstraram que o xileno é altamente absorvido pela via respiratória,

oral e, em menor percentagem, pela via cutânea (111,112). Uma vez absorvido, o xileno

entra em circulação sanguínea e é distribuído por todo o organismo (111). A

biotransformação do xileno, independentemente do isómero e da via de administração,

prossegue através da oxidação de um grupo metil de cadeia lateral por oxidases de

função mista no fígado para formar ácidos metilbenzóicos que se conjugam com a glicina

Figura 7 – Fórmula molecular dos isómeros do xileno:

Orto-xileno, Para-xileno e Meta-xileno, respetivamente.

27

para produzir ácido metil-hipúrico, que é excretado na urina. Grande parte do xileno que

entra no organismo é exteriorizado após 18 horas da exposição. Após exposição

prolongada, especialmente em ambientes ocupacionais, há forte probabilidade de

acumulação do xilol principalmente no tecido adiposo e muscular (111,112).

.

A exposição inalatória aguda ao xilol a 200ppm entre 3 a 5 minutos resulta em

irritação do nariz e da garganta. Regiões focais de hemorragia intra-alveolar e edema

pulmonar com congestão pulmonar grave foram observadas na exposição aguda de

100ppm (114,115). Em técnicos de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica foi

relatado diminuição da função pulmonar e dispneia, devido à exposição crónica ao xilol.

Efeitos cardiovasculares como rubor, palpitações e dores no peito também foram

observados (113-115). A exposição crónica ao xilol também provoca sintomas

gastrointestinais, como desconforto gástrico, náuseas e emese. Outra sintomatologia, na

vertente neurológica, como cefaleias, ansiedade, tonturas, incapacidade de concentração

e esquecimento é verificada com exposição prolongada a este reagente químico.

Também foram observados abortos espontâneos em técnicas de Anatomia Patológica,

Citológica e Tanatológica expostas a formaldeído e xilol, mas não foi detetada relação

direta com o hidrocarboneto aromático (113-117).

Os efeitos do xileno na saúde dependem da via de exposição e da concentração

no meio envolvente, como verificado na Tabela 3.

Tabela 2 – Características físico-químicas do xilol.

Fórmula molecular C8H10

Designação IUPAC Dimetilbenzeno

Peso molecular 106,16 g/mol

Ponto de fusão -25 °C, -48 °C e 13 °C (orto, meta e para, respetivamente)

Ponto de ebulição 144 °C, 139 °C e 138 °C (orto, meta e para, respetivamente)

Temperatura de auto ignição 465,9 °C

Pressão de vapor 1,33 kPa

Solubilidade Hidrocarbonetos aromáticos, etanol e parafina

28

Tabela 3 – Sintomatologia dos diversos sistemas do organismo associada relacionada com a dose e

o tempo de exposição ao xileno. (Adaptação: Rajan ST, Malathi N. Health Hazards of Xylene: A

Literature Review. Journal of Clinical and Diagnostic Research. 2014;8(2):271-4).

OBJETIVOS

Sistema Tipo de xileno Dose (ppm) Tempo de exposição Sintomatologia

Respiratório

Xilol 200 3-5 minutos Irritação no nariz e

garganta.

Xilol 10000 Exposição aguda

(autópsia)

Morte, congestão pulmonar grave com

hemorragia intra-alveolar focal, edema pulmonar

Xilol Não

especificado Exposição ocupacional

crónica Respiração difícil, função pulmonar comprometida

Para-xileno 100 1 a 7,5 horas por dia,

durante 5 dias Irritação no nariz e

garganta.

Xilol 14 7 anos Irritação no nariz e

garganta.

Gastrointestinal Xilol

Não especificado

Não especificado Náuseas, vómitos,

desconforto gástrico

Xilol Não

especificado 2 semanas Vómitos, anorexia

Circulatório Xilol 14 7 anos Sem efeitos visíveis

Muscular Xilol 14 7 anos Diminuição da força de

pressão e força muscular nas extremidades

Hepático Xilol 14 7 anos Nenhuma alteração nos

valores bioquímicos séricos

Renal Xilol 10000 Exposição aguda

Aumento da ureia no sangue, diminuição da depuração urinária de creatinina endógena,

aumento da β-glucuronidase, aumento da albumina, excreção

de glóbulos vermelhos e leucócitos

Neurológico

Meta-xileno 690 15 minutos Tonturas

Xilol Não

especificado Não especificado

Memória perturbada, humor e equilíbrio a

afetar o sono, cefaleias

Xilol 14 7 anos

Ansiedade, esquecimento,

incapacidade de concentração, tonturas

Tegumentar Meta-xileno

Não especificado

Não especificado Eritema cutâneo,

vasodilatação, pele seca, descamação da pele

Não especificado Não

especificado Não especificado Urticária

Ocular

Xilol 200 3 a 5 minutos Irritação ocular

Para-xileno 100 1 a 7,5 horas por dia,

durante 5 dias Irritação ocular

Xilol 14 7 anos Irritação ocular

29

2 – JUSTIFICAÇÃO DO TEMA E OBJETIVOS

A preocupação com a segurança e saúde de todos os trabalhadores dos

laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense está cada vez mais presente na

consciência geral. São diversos os riscos existentes nestes locais e estão relacionados

ao manuseamento de equipamentos, reagentes químicos e material biológico.

A segurança nos laboratórios é essencial para garantir um trabalho com qualidade

e asseverar a saúde dos trabalhadores, uma vez que a falta de conhecimento e erros

realizados nesta vertente pode não só colocar em perigo o próprio mas também terceiros.

Desta forma, torna-se imperativo a prevenção e minimização dos riscos referidos,

adotando uma cultura de segurança que necessariamente abrange o conhecimento dos

riscos expostos. Para tal, é fundamental a preparação antecipada e cuidada de todas as

atividades laboratoriais que devem envolver a compreensão dos riscos e segurança

associados à manipulação dos reagentes, dos produtos intermédios e finais, assim como

dos equipamentos.

O formaldeído e o xilol são os dois reagentes químicos mais utilizados na rotina

laboratorial e, como já referido, acarretam uma panóplia de riscos para a saúde dos

profissionais de laboratório, principalmente para os técnicos de Anatomia Patológica,

Citológica e Tanatológica. A substituição de reagentes químicos por outros alternativos é

cada vez mais debatido e estudado com o intuito de aumentar a segurança dos técnicos,

garantindo a qualidade das técnicas executadas e não comprometendo o diagnóstico

anatomopatológico. É importante reter que o formaldeído e o xilol têm diversas

aplicações na prática laboratorial, com objetivos distintos (verificado na Tabela 4), o que

pode tornar as suas substituições uma atividade complexa.

Desta forma, este trabalho de revisão bibliográfica teve como principal objetivo a

demostração de reagentes substitutos do formaldeído e xilol com potencial utilização nos

laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense. Pretendeu-se, como objetivos

específicos, expor as propriedades físico-químicas, vantagens e desvantagens destes

reagentes alternativos e se há potencialidades da sua aplicação prática.

30

Tabela 4 – Aplicações práticas do formaldeído e do xilol nas diferentes valências da Anatomia

Patológica.

Reagente Área laboratorial Aplicação

Formaldeído

Histopatologia

Fixação de tecidos e órgãos

Fixação no processamento histológico

Agente redutor em técnicas histoquímicas (Reticulina,

por exemplo)

Citopatologia Fixador celular

Biologia Molecular (relação indireta)

Preservação, através da fixação prévia dos tecidos biológicos, do DNA, RNA e outras estruturas celulares

importantes para diagnóstico molecular

Xilol

Histopatologia

Agente diafanizador no processamento de tecidos

Agente desparafinador de cortes histológicos para

colorações (Hematoxilina-Eosina e histoquímica)

Agente diafanizador em colorações (Hematoxilina-

Eosina e histoquímica)

Agente de limpeza de equipamentos

Citopatologia Agente diafanizador em

colorações

31

3 – SUBSTITUTOS DO FORMALDEÍDO

Um fixador ideal deve ser não-tóxico e permitir a análise microscópica da

morfologia tecidular e celular detalhada, colorações histoquímicas e técnicas de

imunohistoquímica de alta qualidade e boa preservação do DNA e RNA, a um custo

acessível. O fixador universal não existe, apesar de muitos considerarem o formaldeído

como tal, tornando-se fundamental avaliar as vantagens e desvantagens de novos

reagentes (118).

Na Anatomia Patológica, o formaldeído (formol a 10% neutro tamponado) é o

fixador “ideal” há décadas. É barato, permite o arquivo a longo prazo de material

biológico, preserva eficazmente as características morfológicas tecidulares e celulares,

permite a aplicação técnicas como histoquímica e imunohistoquímica (118,119).

No entanto, o formaldeído foi classificado como cancerígeno para seres humanos

e, portanto, representa um risco para qualquer pessoa que manipule o reagente. Além do

mais, suas características químicas nos tecidos pode mascarar determinados antigénios

e ácidos nucleicos, que pode prejudicar a análise por imunohistoquímica e eficiência da

extração de DNA e RNA de qualidade (118-122).

A substituição é uma medida preventiva que consiste em eliminar um determinado

risco, agindo na origem, usando um agente químico alternativo ou usando outro

procedimento. Na maioria dos casos, implica o aparecimento de um novo risco,

necessariamente de menor magnitude, que deve ser avaliado e controlado

adequadamente. Existem diversos fixadores alternativos ao formaldeído, como o

glutaraldeído, a acetona, o ácido pícrico e a acroleína, no entanto a sua toxicidade e a

suas propriedades fixadoras não compensam a sua utilização regular (118,119,121).

3.1 – FineFIX®

O FineFIX® é um concentrado patenteado (Milestone, Itália) sem formaldeído e à

base de água. Quando diluída com etanol, a sua fórmula de aditivos de baixa toxicidade

supera os inconvenientes comumente associados ao uso de etanol puro ou fixadores à

base de etanol (por exemplo, retração significativa de tecido, vacuolização e núcleos

picnóticos). O FineFIX® também fornece preservação ideal de antigénios tecidulares,

morfologia nuclear e citoplasmática e lise reduzida de eritrócitos com preservação das

membranas citoplasmáticas. Os riscos para a saúde dos utilizadores baseiam-se

principalmente pela presença de etanol que, comparativamente com o formaldeído, são

muito menores (123,124).

32

O FineFIX®, contrariamente ao formaldeído, atua precipitando e reduzindo a

solubilidade das moléculas proteicas dos tecidos e, frequentemente, interrompe as

interações hidrofóbicas que normalmente resultam na estrutura terciária das proteínas.

(125).

Diversos estudos foram realizados com a comparação entre o FineFIX® e o

formaldeído.

Um estudo de dois anos realizado na Universidade médica de Kaunas concluiu

que a utilização de FineFIX® contribuiu positivamente na preservação de cadáveres para

ensino e principalmente numa grande diversidade de órgãos e tecidos. O FineFIX® fixou

os órgãos tornando-os com a consistência de disseção ideal, com uma cor muito

aproximada à de origem e com uma libertação de odores quase nula, após lavagem em

água corrente, devido à composição do reagente à base de etanol (126).

Num outro estudo realizado por Zenini, et al. verificou-se que a utilização deste

reagente químico provoca um endurecimento dos fragmentos biológicos após o

processamento histológico dificultando, consequentemente, as etapas de inclusão em

parafina e o corte histológico. A base em etanol do FineFIX® contribui para um índice de

rigidez tecidular maior, sendo necessário ocorrer modificações no processamento de

tecidos uma vez que este procedimento compreende uma etapa de desidratação,

igualmente à base em etanol, levando a uma maior rigidez do que o habitual (127).

Relativamente à morfologia tecidular e celular, vários estudos realizados

demonstraram que detalhes nucleares e citoplasmáticos foram equiparados aos tecidos

fixados em formaldeído. As características tintoriais da coloração de hematoxilina-eosina

e técnicas de histoquímica obtiveram bons resultados assim como os resultados em

imunohistoquímica. No entanto, na imunohistoquímica ocorreram diferenças significativas

pela aplicação do mesmo protocolo da técnica em tecidos fixados com diferentes

reagentes uma vez que os antigénios são mascarados molecularmente de forma distinta.

Torna-se necessário, desta forma, existir otimizações dos protocolos utilizados para os

diferentes soros imunológicos (128-131).

A nível molecular, o FineFIX® revelou-se estatisticamente superior ao formaldeído

na preservação do DNA, RNA e outras proteínas (128-131)

3.2 – RCL2®

O RCL2® é um fixador comercial (ALPHELYS, França) à base de etanol e ácido

acético que é descrito por diversos autores como um meio de preservação

33

histomorfológico e permite a integridade dos ácidos nucleicos (132).

Os componentes do RCL2®, cuja constituição é protegida por patente, são

demonstrados sem riscos para a saúde humana e o meio ambiente há anos, em

conformidade com as regulamentações europeias ou americanas, e são até autorizados

para alimentos humanos. Trata-se, portanto, de um fixador sem nenhum risco de ser

classificado como perigoso.

A atuação nos tecidos e os resultados morfológicos e moleculares da fixação pela

utilização do RCL2® em tecidos histológicos revelam resultados muito similares ao

FineFIX®, visto se tratarem de fixadores alcoólicos (128,130-133).

Um estudo comparativo que utilizou o RCL2® e o FineFIX® revelou a perda de

grânulos eosinofílicos e granulócitos comparativamente com tecidos fixados com

formaldeído, causados provavelmente pela atuação do etanol e ácido acético. Foi

também observado que tecidos fixados com RCL2® mostraram menor retração do que os

fragmentos fixados com FineFIX® devido possivelmente à presença de ácido acético do

fixador referido primeiramente. Também foi relatado que o descolamento da membrana

basal e do epitélio é mais acentuado no material fixado em FineFIX® (118).

3.3 – Glioxal

O glioxal é um pequeno aldeído que apresenta baixa toxicidade. O glioxal é

usado, em baixas concentrações, em estudos de glicação e metabolismo e já foi descrito

como um potencial fixador em 1963 por Sabatini, et al. (135-136).

Segundo um complexo e recente estudo sobre a potencialidade de fixação e

preservação celular do glioxal concluiu ser mais eficiente do que o formaldeído, em

diversos laboratórios de variados países. Da amostragem analisada a esmagadora

maioria demonstrou um detalhe morfológico e características tintoriais melhores quando

utilizaram glioxal. Relativamente à preservação proteica dos diferentes organelos

celulares o glioxal obteve os melhores resultados, com exceção na da mitocôndria. A

imunomarcação de diversos complexos antigénicos foi superior na fixação com glioxal. A

utilização deste fixador revelou marcações mais intensas e brilhantes, devido ao facto do

formaldeído apenas fixar 60% das proteínas e, por consequente, ter uma fração

significativa de proteínas móveis, podendo alterar a sua distribuição ou ate serem

perdidas. Este estudo concluiu que o glioxal penetra mais rapidamente nos tecidos,

levando a uma fixação mais rápida e eficaz e, desta forma, contribui para melhores

resultados de imunohistoquímica e biologia molecular uma vez que retém as proteínas

34

nas regiões celulares originais (137).

DO XILOL

35

4 – SUBSTITUTOS DO XILOL

O xilol é dos reagentes químicos com uma diversidade de aplicabilidades na

rotina dos laboratórios de Anatomia Patológica e Patologia Forense (138). No

processamento de tecidos atua como agente diafanizador, sendo uma substância

química miscível com o meio desidratante (etanol) e com o meio de impregnação

(parafina) (139). Um bom diafanizador deve ser solúvel na solução desidratante, para

permitir a sua completa remoção dos tecidos, e com o reagente utilizado na impregnação

de forma a permitir a sua total impregnação nos tecidos. Por outro lado, um bom agente

diafanizador deve dissolver lípidos que impedem a penetração do agente de impregnação

(45,139).

Sendo o xilol miscível com parafina, este também é utilizado como agente

desparafinador em cortes histológicos parafinados para se proceder a diversas

colorações (138). No final das colorações é necessário diafanizar os cortes para, após a

desidratação dos cortes histológicos com etanol, ocorrer a substituição do meio

desidratante e permitir a montagem com lamela através da miscibilidade do xilol e o meio

de montagem. Desta forma, torna-se difícil encontrar um substituto com estas

características e com reduzidas propriedades toxicológicas (140).

A procura de protocolos de processamento e coloração alternativos que utilizam

reagentes menos nocivos para a saúde e para o ambiente assim como o

desenvolvimento de protocolos para um processamento mais célere dos tecidos é uma

realidade cada vez mais presente nos laboratórios de Anatomia Patológica (140,141).

Apesar destes protocolos contribuírem largamente para a melhoria da qualidade do ar

interior bem como para um diagnóstico mais célere, é necessário avaliar a qualidade do

processamento e da coloração assim como as vantagens e desvantagens da sua

implementação (141). O facto de o processamento de tecidos convencional ser um

processo demorado e o aumento da consciencialização sobre os riscos para a saúde

associados à exposição aos seus reagentes, levaram à formulação de protocolos de

processamento alternativos (46). Foram desenvolvidos diversos processadores de

tecidos com protocolos alternativos utilizando reagentes menos nocivos para a saúde dos

utilizadores (142). Estes processadores possuem um sistema completamente fechado,

impedem a difusão de vapores para o exterior, permitem a utilização de um volume

menor de reagente e mantém os reagentes em circulação na câmara, o que melhora

consideravelmente a qualidade do processamento e diminui a sua duração (143). Por

outro lado, estes modelos possibilitam, em qualquer etapa, a aplicação de calor (micro-

ondas e/ou resistência, por exemplo), pressão, vácuo e agitação (144). Possuem ainda

36

sistemas de alerta automáticos para a troca de reagentes fornecendo mecanismos de

troca que reduzem ainda mais a exposição aos agentes químicos (142-145).

4.1 – Isopropanol

O isopropanol, também denominado por álcool isopropílico ou propan-2-ol, é uma

substância química incolor, altamente inflamável e de forte odor (idêntico ao do álcool

misturado com acetona) (146). É representado pela fórmula química C3H8O, sendo um

exemplo mais simples de um álcool secundário. É um químico levemente tóxico se

ingerido ou absorvido pela pele e mucosas, podendo causar lesões na córnea. Os seus

vapores têm efeito anestésico podendo, desta forma, causar tonturas (147,148).

A utilização de isopropanol no processamento de tecidos está maioritariamente

associado à utilização de equipamentos com tecnologia de vácuo e micro-ondas (48). O

isopropanol possui baixa acidez, é miscível com água, álcoois e outros solventes

orgânicos e é menos tóxico que o xilol (148). Desta forma, o isopropanol finaliza a

desidratação iniciada pelo etanol absoluto e, com recurso a alta pressão, provida por um

sistema de vácuo, e elevadas temperaturas, provenientes de resistência e micro-ondas, é

evaporado dos tecidos para permitir a sua impregnação pela parafina (148,149). Este

reagente químico não é habitualmente usado devido à sua baixa difusão nos tecidos, no

entanto, esta problemática é ultrapassada pela utilização de micro-ondas (150). O uso de

micro-ondas gera calor rapidamente, excitando as moléculas dos fluídos polares que

colidem com as moléculas adjacentes resultando em transferência da energia rotacional

e criando fricção que leva à produção de calor dentro do próprio material biológico

irradiado (147-151). Nos tecidos biológicos, o isopropanol combinado com micro-ondas

não provoca tanto endurecimento e retração dos tecidos como o xilol (152,153). No

entanto, as alterações morfológicas tecidulares e celulares estão mais relacionadas com

a aplicação de energia micro-ondas. A utilização de micro-ondas durante o

processamento histológico tem várias vantagens, nomeadamente a utilização de um

volume menor de reagentes e a diminuição substancial do tempo de processamento

(150,154,155). Vários estudos reportaram resultados similares ou superiores em técnicas

histoquímicas, de imunohistoquímica e na preservação do DNA, RNA e outras estruturas

importantes para a análise por biologia molecular, em tecidos processados com recurso a

micro-ondas e substituição do xilol por isopropanol, comparativamente ao processamento

convencional (154,156,157). No entanto, há estudos que indicam que a aceleração das

taxas de difusão em consequência do aumento brusco da temperatura provocado pelas

micro-ondas e de processos reativos pode levar à formação de artefactos morfológicos

37

como perda de afinidade por alguns corantes ou perda de imunoreatividade por diversos

soros imunológicos (158-160). O aquecimento de reagentes utilizados na fixação e

processamento de tecidos, como o isopropanol, pode levar à perda de componentes

voláteis e à alteração, precipitação e decomposição de reagentes termoinstáveis. A perda

de componentes voláteis deve-se à evaporação ou ebulição destes reagentes

(154,155,158-160).

4.2 – MileGREEN®

O MileGREEN® é um solvente comercial (Milestone, Itália) constituído por

isoparafinas que substitui o xilol no processamento histológico e em processos de

limpeza de material parafinado, devido à sua solubilidade com a parafina. Trata-se de um

reagente quase inodoro e com baixa toxicidade para o utilizador. Quando aquecido esta

solução é altamente eficaz na dissolução dos lípidos tecidulares, mantendo a estrutura

das células adiposas e, também, a morfologia nuclear e citoplasmática. Devido à sua

solubilidade com parafina, o MileGREEN® pode ser utilizado com agente desparafinador

na coloração de Hematoxilina-Eosina e em técnicas histoquímicas (161). Apesar de ainda

não existirem estudos que provem a eficácia e viabilidade deste reagente, já existem

instituições de referência que o usam e descrevem bons resultados.

4.3 – Ottix Plus®

O Ottix Plus® é um reagente patenteado (Diapath, Itália) sendo um substituto não

tóxico do xilol. É um reagente composto por uma mistura de álcoois e solventes não

aromáticos e indicado para protocolos de processamento e coloração de tecidos, sendo

compatível com todos os tipos de meios de montagem, exceto aqueles à base de

limoneno. Devido à composição de hidrocarbonetos lineares alifáticos faz com que seja

um bom substituto do xilol na rotina da Anatomia Patológica (162).

Várias investigações realizadas em diversas áreas científicas utilizaram o Ottix

Plus® no processamento de tecidos e na coloração de cortes histológicos, obtendo

excelentes resultados nos seus estudos, verificanso-se, desta forma, a aplicabilidade

deste reagente na rotina laboratorial, mais concretamente na histopatologia, na

imunohistoquímica, na histoquímica e na biologia molecular (163-167).

38

4.4 – SBO®

O SBO® (Kunming, China) é um substituto não tóxico do xilol originado através de

uma mistura, por hidrogenação, de 86% de óleo branco mineral nº2 e 14% de N-heptano

(139). Trata-se de uma substância incolor, sem cheiro e praticamente não volátil.

Comparativamente com o xilol, o SBO® possui um ponto de inflamação, ponto de

ebulição e ponto de ignição muito mais altos, fazendo com que reduza bastante a

exposição química e aumente a segurança e a confiabilidade ao ser utilizado. Ao mesmo

tempo, mantém as características de solubilidade em etanol e parafina (139,168,169).

Um estudo comparativo entre a aplicabilidade nos laboratórios de Anatomia

Patológica do SBO® e do xilol revelou uma boa manutenção da morfologia e estrutura

celulares e coloração do núcleo e do citoplasma adequadas, em ambos os reagentes. A

utilização do SBO® em todo o circuito laboratorial demonstrou resultados equiparados ou

melhores em técnicas de histoquímica e de imunohistoquímica. Além do mais, o SBO®

mostrou-se eficaz no processamento de tecidos ricos em tecido adiposo e componentes

vasculares devido principalmente pela utilização de óleo branco mineral nº2 (139).

FINAIS

39

5 – DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades realizadas nos laboratórios de Anatomia Patológica são

indispensáveis para o correto diagnóstico, prognóstico e indicação terapêutica de

diversas patologias, através da análise microscópica de células e tecidos (64).

Paralelamente, nos laboratórios de Patologia Forense o diagnóstico é similar mas com

fins médico-legais, principalmente no auxílio em autópsias (170). Assim, como em

qualquer atividade laboratorial, os trabalhadores destes laboratórios são diariamente

expostos aos riscos inerentes ao seu processo ocupacional, podendo ser biológicos,

químicos, físicos e ergonómicos (171).

Para o correto funcionamento de todas técnicas necessárias para a contribuição

de um bom diagnóstico anatomopatológico é necessária a utilização de uma diversidade

de reagentes químicos que podem colocar em risco a saúde dos utilizadores,

principalmente os técnicos de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica (64). É

importante frisar que a utilização de equipamentos de proteção individual (como batas,

luvas, manguitos, máscara e óculos de proteção) e equipamentos de proteção coletiva

(como a hotte) são essenciais para reduzir a exposição à maioria dos reagentes químicos

presentes no ambiente laboratorial. Desta forma, é necessário que se tomem ações de

sensibilização interna para a utilização adequada e eficaz destes mecanismos de

proteção individual e coletiva que, usados da forma correta, contribui para um decréscimo

significativo dos riscos químicos (172). Mesmo com a utilização de equipamentos de

proteção não é garantida a total segurança dos trabalhadores. As condições da

infraestrutura do espaço ocupacional, como a ventilação e os materiais de construção,

contribuem para um ambiente envolvente adequado.

Sendo o formaldeído e o xilol os reagentes tóxicos mais utilizados nos laboratórios

de Anatomia Patológica e Patologia Forense torna-se quase imperativo recorrer-se a

alternativas mais seguras para os utilizadores e mais sustentáveis para o ambiente.

A maior limitação deste estudo de revisão bibliográfica foi a identificação de

reagentes químicos que substituam o formaldeído e o xilol, assim como a ecassez de

estudos que corroborem as respetivas substituições.

No entanto, como verificado, existem algumas opções, maioritariamente

comercias, para a substituição do formaldeído nos laboratórios de Anatomia Patológica e

Patologia Forense. Todos os substitutos do formaldeído revistos apresentam bons

resultados, sendo que não se consegue eleger um fixador alternativo com total

convicção, comparativamente ao formaldeído (123-128,131). No entanto, a substituição

do formaldeído por outro reagente alternativo torna-se um procedimento extremamente

40

complexo. A fixação é um processo pré-analítico, sendo efetuada antes de qualquer

produto histológico ser entregue num serviço de Anatomia Patológica. Os departamentos

clínicos são os responsáveis primordiais pelo acondicionamento do material histológico

que recolhem nos pacientes, colocando os produtos biológicos em fixador. A

implementação de um novo fixador tornar-se-á numa difícil organização logística que

poderá levar a um grande intervalo de tempo de adaptação, sendo crucial a

sensibilização clínica para proteção das próprias equipas e dos próprios doentes. Muitos

profissionais fora dos laboratórios não têm conhecimento da toxicidade do formaldeído e

se não forem devidamente alertados podem desvalorizar a importância da substituição

deste fixador. A implementação de um substituto torna-se mais facilitada quando são os

laboratórios de Anatomia Patológica a fornecer o fixador às entidades clínicas. Quando

são os hospitais e as clínicas a adquirirem o agente fixador torna-se ainda mais difícil

esta implementação devido aos custos da compra de reagentes alternativos. O

formaldeído é um químico relativamente barato comparativamente aos potenciais

substitutos (118,119). Por sua vez, a utilização de reagentes alternativos de fixação nos

laboratórios de Patologia Forense deverá ser menos complexa porque o circuito de

movimentação do material histológico é restrito aos Institutos de Medicina Legal e

Ciências Forense e Gabinetes Médico-Legais, podendo ser a sua implementação mais

facilitada. Relativamente à utilização do formaldeído na rotina dos laboratórios de

Anatomia Patológica e Patologia Forense, não existem estudos que provem que a

aplicação de um fixador alternativo no processamento de tecidos em amostras

previamente fixadas em formaldeído tenha bons resultados e sem interferências nas

técnicas subsequentes. Da mesma forma, não há qualquer prova científica da aplicação

de substitutos do formaldeído que possam ter resultados satisfatórios em técnicas

histoquímicas, como a reticulina, que utilizam esta substância química como agente

redutor.

O xilol, contrariamente ao formaldeído, é um reagente aplicado no processo

analítico, ou seja, está limitado aos procedimentos laboratoriais. De todos os reagentes

analisados, o isopropanol apresenta bons resultados na utilização no processamento de

tecidos, como substituto do xilol. No entanto, a utilização deste reagente só é possível

conjugando com um aparelho com tecnologia micro-ondas o que pode dificultar a sua

implementação. O Ottix Plus® revelou, neste estudo de revisão, ser o reagente com

maior versatilidade, sendo eficaz na aplicação no processamento de tecidos, como

agente desparafinador e agente diafanizador nas colorações tecidulares, sendo

compatível com a esmagadora maioria dos meios de montagem. Devido à sua

versatilidade, identifica-se como um potencial substituto do xilol.

41

Independentemente do reagente substituído, é necessário que seja sempre

executada a validação e viabilidade da aplicação dos substitutos nos laboratórios de

Anatomia Patológica e Patologia Forense, isto é, realizar testes experimentais para

avaliar a potencial implementação na rotina laboratorial. A realidade da orgânica de cada

laboratório é diferente de serviço para serviço e a subjetividade da avaliação

anatomopatológica do suporte bibliográfico encontrado pode ser uma limitação neste tipo

de investigações.

Para finalizar, a precariedade da legislação, regulamentos e normas portuguesas

levam a que este tipo de temáticas abordadas sejam cada vez mais importantes.

Segundo a Direção Geral da Saúde todas as patologias contraídas pelo trabalhador na

sequência da exposição a um ou mais fatores de risco presentes em contexto

ocupacional, nas condições e/ou nas técnicas usadas durante o trabalho denomina-se

por “doença profissional”. O Decreto-Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de julho, publica a

“Lista das Doenças Profissionais” que inclui cinco capítulos, nomeadamente doenças

provocadas por agentes químicos; doenças do aparelho respiratório; doenças cutâneas e

outras; doenças provocadas por agentes físicos; e doenças infeciosas e parasitárias

(173). Segundo a lista, a exposição a formaldeído surge apenas no capítulo das “doenças

cutâneas e outras” associada apenas a sintomatologia como ulcerações cutâneas,

dermite de contacto alérgica, dermite de contacto irritativa ou traumática, urticária, rinite e

asma brônquica. Como verificado neste estudo de revisão bibliográfica, a sintomatologia

pelo formaldeído em contexto profissional é mais grave do que aquela que é exposta

nesta listagem. Em contrapartida, o xilol surge, acertadamente, no capítulo de doenças

provocadas por agentes químicos (174). Por vezes a desvalorização por parte de

entidades de referência, como a Direção Geral da Saúde, de determinadas fontes de

risco ocupacional leva a que haja uma despreocupação pelo trabalhador na sua

segurança e na dos outros. A incongruência das informações cedidas publicamente com

os resultados de diversas investigações leva a que haja dificuldades na atribuição de

incapacidades resultantes na atividade ocupacional da população, seguindo, por

exemplo, a Tabela Nacional de Incapacidades (175). Para contornar todas estas

problemáticas, é imperativo a mudança de hábitos ocupacionais tentando reduzir-se ao

máximo todos os riscos possíveis.

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