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1 Legislação e Políticas Públicas em Educação Profª Ms. Denise Severo

Legislação e Políticas Públicas em Educaçãoaulas.verbojuridico3.com/Pos_Pedagogia/Pos_Pedagogia_Legislacao... · Volume 1 —Introdução aos PCN Volume 2 —Língua Portuguesa

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Legislação e Políticas Públicas em Educação

Profª Ms. Denise Severo

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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - PCN

� Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências

para o Ensino Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo

dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros,

mesmo em locais com condições socioeconômicas

desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de

conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício

da cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade e,

portanto, pressupõe-se que serão adaptados às peculiaridades

locais.

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Ensino Fundamental 1.ª a 4.ª série

� Têm como objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou elaboração da proposta curricular dos estados ou das escolas integrantesdos sistemas de ensino. Os PCN de 1.ª a 4.ª série estão divididos em 10volumes:

� Volume 1 — Introdução aos PCN

� Volume 2 — Língua Portuguesa

� Volume 3 — Matemática

� Volume 4 — Ciências Naturais

� Volume 5.1 — História e Geografia

� Volume 5.2 — História e Geografia

� Volume 6 — Arte

� Volume 7 — Educação Física

� Volume 8.1 — Temas Transversais — Apresentação

� Volume 8.2 — Temas Transversais — Ética

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Volume 9.1 — Meio Ambiente

Volume 9.2 — Saúde

Volume 10.1 — Pluralidade Cultural

Volume 10.2 — Orientação Sexual

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Ensino Fundamental - 5.ª a 8.ª série

� Estabelecem, para os sistemas de ensino, uma base nacional comum nos currículos e servem de eixo norteador na revisão ou elaboração da proposta curricular das escolas.

� Volume 1 — Introdução aos PCN

� Volume 2 — Língua Portuguesa

� Volume 3 — Matemática

� Volume 4 — Ciências Naturais

� Volume 5 — Geografia

� Volume 6 — História

� Volume 7 — Arte

� Volume 8 — Educação Física

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Volume 9 — Língua Estrangeira

Volume 10.1 — Temas Transversais — Apresentação

Volume 10.2 — Temas Transversais — Ética

Volume 10.3 — Temas Transversais — Pluralidade

Cultural

Volume 10.4 — Temas Transversais — Meio Ambiente

Volume 10.5 — Temas Transversais — Saúde

Volume 10.6 — Temas Transversais — Orientação

Sexual

Volume 10.7 — Temas Transversais — Trabalho e

Consumo

Volume 10.8 — Temas Transversais — Bibliografia

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Ensino Médio

� Os PCN para o Ensino Médio têm por objetivo auxiliar os educadores na reflexão sobre a prática diária em sala de aula e servir de apoio ao planejamento de aulas e ao desenvolvimento do currículo da escola. Os documentos estão assim apresentados:

� Bases Legais;

� Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Língua

� Estrangeira Moderna, Educação Física, Arte e Informática);

� Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias (Biologia, Física,

� Química, Matemática);

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FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO– LEI DARCY RIBEIRO

9

A LDB de 1996, nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases

(BRASIL, 1996), determina alguns elementos para o tema dos

recursos financeiros para a educação (art. 68 a art. 77). No

art. 68 são apresentados os recursos públicos a serem

aplicados na educação:

I – receita de impostos próprios da União, dos estados, do

Distrito Federal e dos municípios;

II – receita de transferências constitucionais e outras

transferências;

III – receita do salário-educação e de outras contribuições

sociais;

IV – receita de incentivos fiscais;

V – outros recursos previstos em lei.

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Podemos constatar que a Lei nº 9.394/96 (LDB) introduziu alguns

mecanismos que melhoraram a questão do financiamento da

educação pública. Como assinala Melchior (1997, p. 77), mudanças

importantes foram introduzidas pela lei maior da educação, entre

outras: 1) estabelecimento do conceito de receita líquida para aferir o

cumprimento da vinculação constitucional por parte dos entes

federativos (União, estados, Distrito Federal e municípios), (art. 69, §

1º, II). Operações de crédito por antecipação da receita orçamentária

não poderão ser consideradas receita de impostos (art. 69, § 2º, III).

A recepção de créditos adicionais por parte da receita estimada dos

impostos implicará o reajuste da vinculação orçamentária (art. 69, §

3º, IV). Deverá haver acerto trimestral entre receita e despesa

prevista e a que for realizada com a respectiva incidência da

vinculação constitucional para a educação (art. 69, § 4º, V)

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GESTÃO DOS

RECURSOS

FINANCEIROS –

PROGRAMAS

ALTERNATIVOS

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FNDE� O governo criou um fundo monetário para cuidar da

manutenção do ensino, chamado Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE), com responsabilidade

sobre as despesas de manutenção da escola, como fonte de

arrecadação de recursos e repasse diretamente para os

sistemas de ensino, para sua aplicação na educação,

funcionamento de programas e projetos e universalização do

ensino fundamental.

� Para a administração destes recursos, a escola teve que criar

um conselho representativo para deliberar sobre a aplicação

deste fundo nas escolas e para sua prestação de contas

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O FNDE foi criado como fonte adicional ao financiamento do

ensino: trata-se de uma contribuição patronal (2,5% da folha de

pagamento das empresas) destinada ao ensino fundamental,

suplantando os recursos públicos destinados à manutenção e ao

desenvolvimento deste grau de ensino. Tal contribuição é

chamada salário-educação e constitui um fundo com recursos

consideráveis: cerca de 1,5 bilhões de dólares por ano. Somente

são isentos de contribuir para ele os órgãos do próprio Poder

Público e suas autarquias e instituições de ensino públicas e

privadas. Com os recursos, tanto da Quota Estadual quanto da

Quota Federal, constroem-se e reformam-se escolas, compram-

se equipamentos escolares e treinam-se os professores.

O Ministério da Educação não tem qualquer atuação na

distribuição da Quota Estadual e os estados que mais contribuem

são os que mais recebem.

14

Já relativamente à Quota Federal, da qual o MEC pode dispor de acordo

com seus próprios critérios, o bom senso indica que ela deveria ser

distribuída para corrigir desequilíbrios regionais, concentrando recursos

nos estados e municípios mais pobres.

Tal procedimento seria um poderoso instrumento de política

educacional. O problema fundamental referente à distribuição dos

recursos do FNDE é a demanda por recursos muito superior (cerca de

duas a três vezes) à sua disponibilidade.

Por outro lado, a própria flexibilidade na aplicação do recurso deste

Fundo, assim como o seu volume, tornam-no alvo de pressões

clientelistas as mais diversas. Deputados e políticos em geral tentam

direcionar a aplicação dos recursos de acordo com os seus interesses, o

que é feito de duas maneiras: ou obtendo do Ministro da Educação boa

acolhida para suas propostas ou incluindo no orçamento da União

emendas específicas para beneficiar determinados municípios.

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Com a correta utilização do FNDE, eliminadas as

pressões políticas sobre o seu uso, há possibilidade

de com ele serem feitos investimentos criativos,

tanto na construção de escolas como na melhoria da

formação dos professores, os quais, na atual

situação, estão se tornando o ponto de

estrangulamento que impede a melhoria do ensino

fundamental no país.

FONTE: GOLDENBERG, José. O repensar da

educação no Brasil. Estudos Avançados, São

Paulo, 1993. p. 110-113.

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É através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

(FNDE) que as escolas recebem anualmente, em suas contas

bancárias, recursos financeiros. Cada uma recebe um valor X,

de acordo com o número de alunos matriculados do ano

anterior, ficando sob sua responsabilidade utilizar os recursos,

de acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola e

com as seguintes finalidades:

T aquisição de material permanente;

T manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade

escolar;

T aquisição de material de consumo necessário ao

funcionamento da escola;

17

T capacitação e aperfeiçoamento de

profissionais da educação;

T avaliação de aprendizagem;

T implementação de projeto

pedagógico e desenvolvimento de

atividades educacionais.

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PDDE

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Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no

repasse anual de recursos às escolas públicas do ensino

fundamental estaduais, municipais e do Distrito Federal e às

do ensino especial mantidas por organizações não

governamentais (ONGs), desde que registradas no Conselho

Nacional de Assistência Social (CNAS). Este recurso é

transferido às Unidades Escolares através de conta bancária

da escola, ou seja, do órgão colegiado da escola, como por

exemplo, conta em nome da APP – Associação de Pais e

Professores. Este órgão é responsável pela aplicação dos

recursos, em conformidade com as normas determinadas

pelo FNDE.

20

Este recurso é transferido às Unidades Escolares através de

conta bancária da escola,ou seja, do órgão colegiado da

escola, como por exemplo, conta em nome da APP –

Associação de Pais e Professores. Este órgão é responsável

pela aplicação dos recursos, em conformidade com as normas

determinadas pelo FNDE.

As escolas, junto com a gestão escolar, o órgão colegiado e o

conselho fiscal do órgão colegiado devem encaminhar a

prestação de contas, como balanço financeiro, previsão

orçamentária, declaração da ciência do conselho fiscal para a

Prefeitura ou Secretaria da Educação, de acordo com o vínculo

que estabelece.

21

FUNDESCOLA

22

O FUNDESCOLA significa Fundo de Fortalecimento da

Escola. Este programa visa a universalização do ensino

fundamental, vindo para fortalecer a autonomia das

escolas. É um programa desenvolvido pelo Ministério

da Educação, em parceria com as Secretarias de

Educação estaduais e municipais.

O FUNDESCOLA está sendo desenvolvido em zonas de

atendimento prioritário, nos estados do Norte e do

Centro-Oeste do Brasil, sendo este atendimento

financiado através de recursos federais e de

empréstimos junto ao Banco Mundial.

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O programa atualmente atende oitenta municípios na

região Norte e Centro-Oeste. Suas ações estão

relacionadas a quatro componentes financiáveis,

levando em consideração:

a)padrões mínimos de funcionamento das escolas;

b) processo de desenvolvimento das escolas;

c) planejamento e provisão de vagas;

d) gestão e desenvolvimento dos sistemas

educacionais.

24

A execução deste programa orienta-se por estratégias

básicas, como o fortalecimento da escola através da

elaboração do PDE por toda a comunidade escolar, visa ao

bom funcionamento da escola e melhor aprendizagem dos

alunos, ou seja, a qualidade do ensino.

Para a escola receber este fundo, ou seja, o recurso, um dos

requisitos é apresentar seu Plano de Desenvolvimento da

Escola (PDE), que consiste, como já estudamos, num

documento em que se apresenta o conjunto de ações que a

escola pretende e propõe-se a desenvolver para melhorar,

garantir a qualidade do ensino, bem como as ações para o

desenvolvimento do processo administrativo e pedagógico

da unidade escolar.

25

FUNDEB

26

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica

e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB)

atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio.

Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do

Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef),

que vigorou de 1997 a 2006, o FUNDEB está em vigor desde

janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.

É um importante compromisso da União com a educação

básica, na medida em que aumenta em dez vezes o volume

anual dos recursos federais. Além disso, materializa a visão

sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da

educação básica e reserva recursos para os programas

direcionados a jovens e adultos.

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A destinação dos investimentos é feita de acordo com

o número de alunos da educação básica, com base

em dados do censo escolar do ano anterior. O

acompanhamento e o controle social sobre a

distribuição, a transferência e a aplicação dos

recursos do programa são feitos em escalas federal,

estadual e municipal por conselhos criados

especificamente para esse fim. O Ministério da

Educação promove a capacitação dos integrantes dos

conselhos.

28

A educação básica compreende a Educação Infantil,

Fundamental do 1º ao 9º ano e o Ensino Médio

(incluindo a EJA – Educação de Jovens e Adultos).

Sendo assim, a distribuição dos recursos financeiros é

feita de acordo com os dados do censo escolar do ano

anterior.

Os recursos do FUNDEB serão utilizados pelos

governantes dos estados, Distrito Federal e municípios

em ações consideradas de manutenção e

desenvolvimento do ensino público, de acordo com a Lei

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu art. 70.

29

O FUNDEB foi instituído após o Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Fundamental e Valorização do Magistério

(FUNDEF), regulamentado pela Lei Federal nº

9.424, de 24 de dezembro de 1996 a dezembro

de 2006.

30

A partir do mês de janeiro de 2007 sai de cena o FUNDEF e entra

o FUNDEB, que, assim como seu antecessor, se caracteriza como

um fundo de natureza contábil, formado por recursos dos próprios

estados e municípios, além de uma parcela de recursos federais,

cuja finalidade é promover o financiamento da educação básica

pública brasileira.

Para cobrir as despesas com as demais faixas da educação, agora

incorporadas ao FUNDEB (o FUNDEF atendia somente o ensino

fundamental), os estados e municípios irão colaborar com o fundo

não mais com 15%, mas sim com 20% da sua receita proveniente

de impostos e transferências, aumentando dos 15% que eram até

dez/2006, para 16,66% em 2007, 18,33% em 2008 e, de 2009

em diante, 20%.

31

Já a União aplicará no FUNDEB dois bilhões de reais

em 2007, 3 bilhões em 2008, 4,5 bilhões em 2009 e a

partir de 2010 sua colobaração será de, no mínimo,

10% do total de recursos do Fundo (algo em torno de

5,5 bilhões de reais). O FUNDEB (Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e

de Valorização dos Profissionais da Educação) destina

recursos para a educação infantil, no ensino

fundamental e no ensino médio, inlcusive na

modalidade de educação de jovens e adultos.

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INTERVALO

33

FINANCIAMENTO E

A

DESCENTRALIZAÇÃO

34

Estudos e análises referentes ao financiamento da educação têm

auxiliado na compreensão da organização e da gestão da

educação frente ao financiamento. O Brasil vem ganhando

destaque no quesito economia da educação. Estes estudos,

discussões e análises sobre o financiamento que vêm se

efetivando em nosso país são complexos, envolvem todos os

entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios),

sem esquecer da esfera privada. Sendo este um tema complexo e

indispensável para o êxito e a qualidade na educação, a

compreensão da estrutura e das bases do financiamento do

ensino é uma necessidade de e para toda a comunidade escolar,

pois envolve o trabalho dos gestores educacionais, de todos os

profissionais da educação, pais de alunos, bem como a

comunidade local.

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O sistema educacional brasileiro, sua organização conforme a

Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2004) e a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) (BRASIL,

1996), concretizam-se através da divisão das incumbências,

competências e responsabilidades entre as esferas: União,

Estados e Municípios, englobando também o que se refere ao

financiamento e à manutenção dos diferentes níveis e

modalidades da educação e do ensino no Brasil.

A forma de organização do gerenciamento do financiamento da

educação faz com que seja necessário um trabalho direcionado à

descentralização, sendo outro desafio na educação a

democratização do processo decisório nas diferentes esferas

governamentais.

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Como todo processo educacional está direcionado ao

fazer democrático, descentralizado, neste contexto,

caro(a) acadêmico(a), mudando o foco de um governo

com tendência a concretizar o trabalho voltado à

descentralização, diminuindo a centralidade do âmbito

educacional, o financiamento da educação não poderia

ficar nas mãos de alguns.

Neste foco, observe-se o quadro a seguir, extraído do

livro “Gestão Educacional – uma questão

paradigmática” (LÜCK, 2006, p. 82):

37

Passagem da centralização da autoridade para a sua descentralização

CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

*Construção de mecanismos

externos de controle da gestão.

* Tomada de decisão distante

do âmbito de ação.

* Competências técnicas

localizadas de forma

especializada em âmbito

central.

*Construção de mecanismos de

autoridade de gestão, pela

unidade de atuação.

* Tomada de decisão próxima

do ambiente ação.

* Competências técnico-

políticas construídas e

disseminadas por todo o

sistema.

38

A garantia de uma educação eficaz está diretamente

ligada ao financiamento da educação, pois o

financiamento público da educação garante o acesso e

permanência do aluno na escola, sendo este um

direito de uma educação gratuita e para todos.

O regime de colaboração, ou seja, a descentralização,

tem influência direta sobre o processo orçamentário

da educação e sua execução, o que implicaria

conhecer como funciona o financiamento da educação

no Brasil.

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PRINCÍPIOS DA

GESTÃO ESCOLAR

FRENTE AO

FINANCIAMENTO

40

Apresentarei resumidamente os princípios

que devem nortear a administração pública,

não somente referente ao financiamento da

educação, mas em todas as ações de um

gestor escolar. Estes princípios encontram-se

no artigo 37 da Constituição Federal de 1988

(BRASIL, 2004). Vejamos:

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Legalidade Obedecer ao que a Lei prescreve.

Moralidade Aplicar os recursos de forma correta, primando pela ética, deacordo com a Lei, resguardando o

interesse público.

Impessoalidade Atender aos interesses da comunidade, de forma impessoal.

Publicidade Divulgar os débitos e créditos de forma ampla. Mostrar todasas aquisições realizadas,

procurando sempre focar um objetivo

perante as ações.

Eficiência (falar e fazer) Realizar o que foi combinado e/ou prometido com os recursosoriundos da educação, mostrar

trabalho à comunidade,resultados...

42

GESTÃO FINANCEIRA: PASSOS FUNDAMENTAIS

� Todas as ações voltadas ao bom funcionamento da

escola e de suas atividades necessitam seguir

alguns passos primordiais para a qualidade da

educação, ou seja, da aprendizagem, que é o

principal objetivo da educação. Com este olhar, o

financiamento da educação é a chave mestra, o

alicerce para algumas ações se concretizarem.

Para tanto é necessário o gestor e sua equipe

gestora estarem atentos ao:

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Planejar: o planejamento de ações voltadas ao

financiamento deve, em primeira instância,ser

oriundo de discussões coletivas, ou seja, entre a

equipe do colegiado, em assembleias...

Desta forma, é indispensável pensar, planejar

sobre quem serão os beneficiados com esta ou

aquela ação, equipamentos e materiais que serão

necessários para pôr em prática o planejado,

realizar uma previsão orçamentária, período de

execução do plano. Neste prisma, o olhar

quantitativo é importante para o êxito da ação.

44

Executar: no ato de pôr em prática o

planejamento, é fundamental registrar todos

os recursos gastos, acompanhar diretamente o

trabalho que está sendo executado; afinal de

contas, você, gestor (a), deve olhar e analisar,

através dos olhos da sua comunidade escolar,

pois na qualidade de líder/gestor da

comunidade, você os representa.

45

Prestar contas: durante a execução dos trabalhos e,

principalmente, após o término do trabalho, é

imprescindível a prestação de contas em mínimos

detalhes à comunidade e à unidade que a financiou. A

prestação de contas deve ser apresentada, analisada pelo

Conselho Fiscal da Associação de Pais e Professores/APP

de cada unidade escolar, em reuniões de pais,

assembleias gerais, ou seja, ser constante e/ou

mensalmente. Aos órgãos financiadores devem ser

prestadas contas conforme os prazos estabelecidos

legalmente. Isto deve ser realizado de acordo com a

realidade de cada município, Estado e/ou outras

instâncias.

46

De acordo com Perrenoud (2000, p. 103):

[...] administrar os recursos de uma escola é fazer

escolhas, ou seja, é tomar decisões coletivamente. Na

ausência de projeto comum, uma coletividade utiliza os

recursos que tem, esforçando-se, sobretudo, para

preservar uma certa equidade na repartição dos

recursos. Por essa razão, se não for posta a serviço de

um projeto que proponha prioridades, a administração

descentralizada dos recursos pode, sem benefício visível,

criar tensões difíceis de vivenciar, com sentimento de

arbitrariedade ou de injustiça pouco propício à

cooperação.

47

Através desta afirmação constata-se que o

planejamento financeiro elaborado e

executado em consonância com o coletivo,

com o conselho escolar e seu Projeto Político-

Pedagógico, irá favorecer o sucesso no

alcance de resultados mais eficazes e

positivos, satisfazendo a comunidade escolar.

48

AÇÕES FINANCEIRAS (ORGANOGRAMA)

49

CONSELHO

ESCOLAR E O

FINANCIAMENTO

50

Nas novas formas de organizar a escola e a natureza do

trabalho pedagógico, bem como o auxílio na aplicação dos

recursos financeiros da escola, o gestor deve procurar

coordenar os trabalhos apontando-os para a

democratização. Esta medida de democratização, ou seja,

gestão democrático-participativa, busca inovações para a

escola. Para tanto, é importante e fundamental a

implantação de Conselhos Escolares.

Esta forma de organizar os trabalhos no chão da escola

junto com o gestor escolar proporciona um trabalho voltado

à transparência das ações realizadas na e pela escola. O

Conselho Escolar é um suporte fundamental para enriquecer

e fundamentar o trabalho do gestor (a) escolar.

51

CONSELHO ESCOLAR� Caro(a) acadêmico(a), os conselhos escolares são órgãos de

deliberação coletiva, auxiliam a estrutura de gestão da escola.Nestes termos trago a definição da palavra por Cury (2000, p.47): Conselho vem do latim consilium. Por sua vez, consiliumprovém do verbo consulo/ consulere, significando tanto ouviralguém quanto submeter algo a uma deliberação de alguém,após uma ponderação refletida, prudente e de bom senso.Trata-se, pois, de um verbo cujos significados postulam a viade mão dupla: ouvir e ser ouvido. Obviamente a recíprocaaudição se compõe com o ver e ser visto e, assim sendo,quando um Conselho participa dos destinos de uma sociedadeou de partes destes, o próprio verbo consulere já contém umprincípio de publicidade.

52

A representação da comunidade escolar acontece através

do Conselho Escolar. Trata-se de uma estrutura em forma

de colegiado, composta por representantes dos segmentos

da comunidade escolar, constituindo-se de discussões de

caráter consultivo e/ou deliberativo. A implementação do

Conselho Escolar permite que diferentes setores da

sociedade possam contribuir e participar da gestão da

escola de forma democrática e institucionalizada. Consta

da LDB a instituição dos conselhos escolares (APP –

Associação de Pais e Professores, Conselho Deliberativo,

Grêmio Estudantil etc.), nas escolas públicas de educação

básica.

53

As associações de pais e professores ( APPs) têm

por finalidade colaborar com a qualidade do

ensino almejada pela comunidade escolar, com o

encaminhamento de ações que fazem parte dos

anseios familiares, da função, objetivos e metas

da Unidade Escolar à qual pertencem. Às APPs

compete dinamizar e estabelecer vias de

participação da comunidade, no processo de

tomada de decisão e no desenvolvimento das

ações da escola.

54

A equipe gestora da escola deve estar atenta às formas de

colaboração para que sejam incentivadas, já que os membros

que compõem as APPs são pais de alunos, professores e

desenvolvem seu trabalho voluntariamente. Nos tempos

atuais o voluntariado está quase em extinção.

As APPs são importantes para o compartilhamento das

relações de poder no interior do ambiente escolar, pois

contribuem na ampliação e diversificação das atividades

desenvolvidas pelos profissionais da educação e sua gestão.

Assim como a Associação de Pais e Professores, outro

conselho escolar importante nas instituições de ensino é o

grêmio estudantil.

55

O grêmio estudantil tem por finalidade defender os

direitos dos alunos promovendo assim a

participação efetiva dos alunos na política, na vida

cultural, na arte e em todos os âmbitos que

envolvem o processo de construção do

conhecimento. A atribuição primordial do grêmio é

representar os alunos das unidades escolares nos

colegiados, promovendo assim o pleno exercício da

cidadania dos jovens estudantes.

56

As principais características do grêmio escolar são as seguintes:

� Promove atividades políticas, culturais e

recreativas, de acordo com o regimento

interno da escola a que pertence;

� Constitui-se um espaço de expressar

vontades e reivindicações dos estudantes.

57

Função do Conselho Escolar

O Conselho Escolar deve ser o espaço em

que se discutem as questões educativas

e seus desdobramentos na prática

político-pedagógica da escola. Nesse

sentido, o Conselho Escolar tem as

seguintes funções:

58

59

a) Deliberativas: quando decidem sobre oprojeto político-pedagógico e outros assuntosda escola, aprovam encaminhamentos deproblemas, garantem a elaboração denormas internas e o cumprimento dasnormas dos sistemas de ensino e decidemsobre a organização e o funcionamento geraldas escolas, propondo à direção as ações aserem desenvolvidas. Elaboram normasinternas da escola sobre questões referentesao seu funcionamento nos aspectospedagógico, administrativo ou financeiro.

60

b) Consultivas: quando têm um caráter

de assessoramento, analisando as

questões encaminhadas pelos diversos

segmentos da escola e apresentando

sugestões ou soluções, que poderão ou

não ser acatadas pelas direções das

unidades escolares.

61

c) Fiscais (acompanhamento e

avaliação): quando acompanham a

execução das ações pedagógicas,

administrativas e financeiras, avaliando

e garantindo o cumprimento das normas

das escolas e a qualidade social do

cotidiano escolar.

62

d) Mobilizadoras: quando promovem a

participação, de forma integrada, dos

segmentos representativos da escola e da

comunidade local em diversas atividades,

contribuindo, assim, para a efetivação da

democracia participativa e para a melhoria da

qualidade social da educação.FONTE: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.

Programa Nacional de Fortalecimento dos conselhos escolares, 2004. p.

38-39. v. 1.

63

Atribuições do Conselho Escolar

As atribuições do Conselho Escolar

dependem do Regimento Interno de cada

unidade de ensino. Dada a autonomia para a

elaboração do Regimento Interno das

instituições, a gestão da escola deve levar

em consideração as determinações básicas

do regimento da Rede à qual a escola

pertence.

64

Neste contexto, indicamos, a seguir, algumasentre tantas outras atribuições do Conselho

Escolar:

� Elaborar o Regimento Interno da escola;

� Coordenar , elaborar, discutir, alterar, senecessário, o Regimento Escolar;

� Convocar assembleias-gerais da comunidadeescolar ou de seus segmentos;

� Propor e coordenar alterações curriculares naunidade escolar, respeitada a legislaçãovigente;

� Participar da elaboração do calendário escolar;

65

Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais

(abandono escolar, aprovação, aprendizagem, entre

outros);

Aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela

gestão da escola, sobre a programação e a aplicação

de recursos financeiros;

Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e

financeira da unidade escolar, entre

outros.

66

A efetivação destas atribuições e outras aqui não

mencionadas é aprendizado que faz parte do ato

democrático no processo de gestão escolar. Cada

Conselho Escolar deve chamar a si a discussão de

suas atribuições prioritárias, em conformidade com

as normas da legislação em vigor. Neste processo

deve ser considerada a autonomia da escola

(prevista na LDB) e o seu empenho no processo de

construção de um projeto político-pedagógico

coerente com objetivos e prioridades bem definidos

em função das reais necessidades da comunidade na

qual a escola se insere.

67

Para o exercício dessas e de outras atribuições é

indispensável considerar que a qualidade que se

pretende atingir é a qualidade social, ou seja, a

realização de um trabalho escolar que represente,

no cotidiano vivido, crescimento intelectual,

afetivo, político e social dos envolvidos.

FONTE: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Educação. Programa

nacional de fortalecimento dos conselhos escolares. Brasília: SEB,

2004. p. 45-48. v.1.

68

Eleição e composição do Conselho Escolar

� Quando a escola exerce a democracia de fato, os membros do

Conselho Escolar podem ser eleitos por um representante de

cada segmento da escola, sendo eles: professores, pais,

alunos... (conforme a realidade de cada instituição)

� Os conselhos escolares são compostos por representantes dos

mais diversos segmentos da unidade escolar, sendo eles: pais,

alunos, professores, gestão escolar/gestor e por demais

funcionários do estabelecimento. Estes são exemplos, pois a

composição dar-se-á conforme o que consta no Regimento

Interno da escola, mas com observação na legislação vigente.