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SANTO ANDRÉ - 2014
Legislação Tributária
Valdecir de Souza
Conceito e conteúdo do Direito Tributário
A existência de um Estado só se justifica se ele visar atingir:
a) O bem comum
b) O desenvolvimento nacional
Para atingir tais objetivos, o Estado realiza uma série de atividades e intervenções na esfera POLÍTICA, ECONÔMICA, ADMINISTRATIVA, EDUCACIONAL.
A esse conjunto todo dá-se o nome de ATIVIDADE-FIM do Estado.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Mas para a execução da Atividade-fim, o Estado precisa ser capaz de:
1. Obter recursos (receitas públicas)
2. Aplicar tais recursos (despesas públicas)
3. Administrar o patrimônio público (gestão pública)
Estas últimas atividades, de caráter Financeiro, compõem o que se convencionou denominar de ATIVIDADE-MEIO do Estado.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Estas formas de captação nos permite agrupar em dois conjuntos básicos: RECEITAS ORIGINÁRIAS e RECEITAS DERIVADAS
RECEITAS ORIGINÁRIAS = São aquelas que o Estado aufere agindo como um particular, vendendo bens e serviços seus para quem quiser comprar.
Característica fundamental – são facultativas
Se originam do patrimônio do próprio Estado = preços públicos ou tarifas quando cobradas por terceiros (concessionárias)
Exemplo: prefeitura explorando serviços de transporte urbano ou contas de gás e telefone (cobradas por empresas privadas)
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
RECEITAS DERIVADAS = São as que resultam da riqueza de terceiros, sendo sua característica fundamental o fato de sua percepção ser feita através do constrangimento legal através do poder de império do Estado, que obriga o particular ao pagamento (compulsórias).
Constrangimento = coerção, imposição
Poder de império = é o nome para se designar a autoridade do Estado, como poder máximo que existe na sociedade.
Recebem o nome de derivadas porque são receitas que o Estado faz “derivar” do patrimônio do particular para os cofres públicos.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Conceito de Tributo
De acordo com o CTN, art. 3°, tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Analisar por frase:
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória” – leia-se: tributo é todo pagamento não facultativo.
“Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” – Poderá também o tributo ser pago em espécie, em vez de ser pago em dinheiro, para tanto, porém é necessário lei que autorize essa forma de pagamento.
“Que não constitua sanção de ato ilícito” – ou seja, nenhuma multa, nenhuma penalidade pecuniária por ato ilícito pode ser tida como tributo.
“Instituída em lei” – Quer dizer que o tributo só pode ser criado por lei, ou seja, por um preceito jurídico escrito.
“E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” ¹ – A fiscalização e cobrança do tributo é feita pelo Fisco, estritamente nos termos da lei tributária.
¹ Atividade vinculada = diz-se que a atividade é vinculada quando não há nenhuma margem dada a atuação do administrador por parte da lei.
Classificação dos Tributos
Tributos vinculados – São aqueles que tem fato gerador ligado a alguma atividade estatal específica que beneficia diretamente o contribuinte.
Enquadram-se neste caso as taxas e as contribuições de melhoria (decorrem de serviço público ou obra pública)
Tributos não vinculados – Tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
O Estado não precisa oferecer nenhuma vantagem ao contribuinte. Neste tipo estão classificados os impostos.
A finalidade básica do Direito Tributário nada mais é do que estabelecer regras sobre aquela parte específica da atividade financeira do Estado que diz respeito à obtenção de receitas derivadas
por meio da imposição de tributos.
Podemos então apresentar uma definição de Direito Tributário
“É a disciplina que cuida da relação entre o Fisco e o Contribuinte, resultante da imposição, arrecadação e fiscalização dos impostos, taxas e contribuições de melhoria”. (Ruy Barbosa Nogueira)
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Autonomia do Direito Tributário
Para que um determinado ramo do Direito seja considerado autônomo, é necessário que ele atenda a três condições básicas:
I – Ter objeto Próprio
II – Ter princípios e conceitos próprios
III – Ter institutos ou figuras jurídicas diferentes das pertencentes a outros ramos do Direito e não utilizáveis por estes
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I – Objeto Próprio : O Direito Tributário tem por objeto a disciplina das relações jurídicas referentes aos tributos
II – Princípios próprios : A autonomia jurídica do Direito Tributário é assegurada pela existência de Princípios próprios desse ramo do direito, tais como o da legalidade, o da anterioridade da lei, o da capacidade contributiva, etc.
III – Institutos próprios : Existem institutos peculiares ao Direito Tributário, tais como o da relação jurídica tributária, o do domicílio tributário, o da solidariedade tributária passiva, o do lançamento tributário, entre outros, o que asseguram a chamada autonomia estrutural dessa ciência.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Codificação do Direito Tributário
Em 1966 surgiu o Código Tributário Nacional, através da Lei ordinária n° 5.172 de 25/10/1966.
A Constituição Federal de 1967 e a atual, de 1988, exigem Lei Complementar para a regulação do sistema tributário brasileiro.
Contudo, pelo princípio da recepção, o CTN continua vigorando em tudo que não contrarie a Constituição Federal atual, produzindo assim os efeitos da Lei Complementar.
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
No Brasil o poder de tributar encontra-se repartido entre as Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno, que são:
a) União,
b) Estados-membros,
c) Distrito Federal
d) Municípios.
Cada uma dessas pessoas possui “competência” para exigir determinados tributos. Isto se chama competência tributária.
Competência tributária refere-se ao poder de instituir ou legislar
acerca de um tributo. Essa competência é indelegável.
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