Lei 01 2008 16Janeiro Financas Autarquicas

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  • BOLETIM DA REPBLICAPUBLICAO OFICIAL DA REPBLICA DE MOAMBIQUE

    Assembleia da Repblica:

    Lei n. 1/2008:

    Define o regime financeiro, oramental e patrimonial das autarquiaslocais e o Sistema Tributrio Autrquico.

    SUMRIO

    ASSEMBLEIA DA REPBLICA

    Lei n. 1/2008de 16 de Janeiro

    Havendo necessidade de reformular o sistema tributrioautrquico e harmonizar com a Lei de Bases do Sistema Tributrio,Lei n. 15/2002, de 26 de Julho, bem como introduzir alteraescom vista observncia da Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro, Leique aprova o Sistema da Administrao Financeira do Estado, aAssembleia da Repblica, nos termos e ao abrigo do disposto non. 1, na alnea o) do n. 2 e no n. 3 todos do artigo 179 daConstituio, determina:

    CAPTULO I

    Disposies Gerais

    ARTIGO 1(Objecto)

    A presente Lei tem por objecto definir o regime financeiro,oramental e patrimonial das autarquias locais e define o SistemaTributrio Autrquico.

    ARTIGO 2(mbito)

    A presente Lei aplicvel s autarquias locais definidas noartigo 273 da Constituio.

    IMPRENSA NACIONAL DE MOAMBIQUE

    A V I S O

    A matria a publicar no Boletim da Repblicadeve ser remetida em cpia devidamente autenticada,uma por cada assunto, donde conste, alm das indi-caes necessrias para esse efeito, o averbamentoseguinte, assinado e autenticado: Para publicao noBoletim da Repblica.

    ARTIGO 3(Autonomia financeira e patrimonial)

    1. As autarquias locais gozam de autonomia administrativa,financeira e patrimonial, possuindo finanas e patrimnio prpriosgeridos autonomamente pelos respectivos rgos.

    2. O regime de autonomia financeira e patrimonial das autarquiaslocais compreende, nomeadamente, os poderes de:

    a) elaborar, aprovar, alterar e executar planos de actividadee oramentos;

    b) dispor de receitas prprias e arrecadar quaisquer outrasque por lei lhes sejam destinadas;

    c) ordenar e processar as despesas oramentais;

    d) realizar investimentos pblicos;

    e) elaborar e aprovar as respectivas contas de gerncia;

    f) gerir o patrimnio autrquico;

    g) contrair emprstimos, nos termos da Lei.

    3. A autonomia patrimonial das autarquias locais, consiste emter patrimnio prprio para a prossecuo das suas atribuies.

    4. A tutela administrativa que recai sobre a gesto patrimoniale financeira das autarquias locais exercida em conformidadecom os princpios e normas estabelecidos na lei da tutelaadministrativa, bem como nos termos da presente Lei.

    ARTIGO 4

    (Garantias gerais do sujeito passivo)

    Constituem garantias gerais do sujeito passivo:

    a) no pagar impostos, taxas, contribuies especiaise demais tributos que no tenham sido estabelecidosde harmonia com a Constituio;

    b) apresentar reclamaes ou recursos hierrquicos, solicitarrevises ou apresentar recursos contenciosos dequaisquer actos ou omisses dos rgos autrquicoslesivos dos seus direitos ou interesses legalmenteprotegidos, nos prazos, nos termos e com osfundamentos previstos nos termos da Lei n. 2/2006,de 22 de Maro e na demais legislao pertinente;

    c) poder ser esclarecido, pelo competente rgo autrquico,acerca da interpretao das leis tributrias autrquicase do modo mais cmodo e seguro de as cumprir;

    d) poder ser informado sobre a sua concreta situaotributria.

    I SRIE Nmero 3Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2008

  • 8 I SRIE NMERO 3

    ARTIGO 5(Deveres do sujeito passivo)

    dever do contribuinte autrquico da correspondente autarquiacontribuir, nos termos da lei, para as receitas das autarquias locais.

    ARTIGO 6 (Obrigaes do sujeito passivo)

    1. O pagamento, no prazo e nos termos legalmente estabelecidos,dos impostos, taxas, contribuies especiais e demais tributosautrquicos a obrigao principal do sujeito passivo.

    2. So obrigaes acessrias a apresentao pelo sujeitopassivo, de declaraes e outros documentos fiscalmenterelevantes, no prazo e nos termos legalmente estabelecidos.

    ARTIGO 7(Legalidade e competncia tributria das autarquias locais)

    1. Para alm dos princpios da igualdade, da generalidade, daequidade e da justia material, no exerccio da respectiva actividadetributria, os rgos autrquicos devem pautar a sua actuao emestreita obedincia Constituio, Lei e demais legislao, dentrodos limites dos poderes que lhes sejam atribudos e emconformidade com os fins para que os mesmos foram conferidos.

    2. Na determinao do valor das tarifas e taxas a cobrar, osrgos autrquicos competentes devem actuar com equidade,sendo interdita a fixao de valores que, pela sua dimenso,ultrapassem uma relao equilibrada entre a contrapartida dosservios prestados e o montante recebido.

    ARTIGO 8(Colaborao interautrquica)

    As autarquias locais podem associar-se entre si para a realizaode obras ou prestao de servios pblicos de interesse comum,incluindo a criao de empresas pblicas de mbito interautrquicoou a designao de concessionrio nico de servios comuns.

    CAPTULO II

    Oramento e Patrimnio

    SECO I

    Elaborao, publicidade e gesto do oramento

    ARTIGO 9(Princpios gerais)

    1. Os oramentos das autarquias locais so elaborados comobservncia dos princpios da anualidade, unidade,universalidade, especificao, no compensao, noconsignao e equilbrio.

    2. O ano financeiro coincide com o ano civil.3. Deve ser dada publicidade ao oramento das autarquias,

    publicando-o no Boletim da Repblica, depois de aprovado pelorgo deliberativo competente.

    ARTIGO 10(Consignao de receitas)

    Nos casos expressamente previstos na lei, h lugar aconsignao de receitas.

    ARTIGO 11(Consultas pblicas ao oramento aprovado)

    Para efeitos do disposto no nmero 3 do artigo 9, e sem prejuzode outras formas adequadas de publicao, deve-se manterpermanentemente um mnimo de trs cpias do oramento

    aprovado e de qualquer das suas revises, disposio do pblico,para informao e consulta, em local apropriado do edifcio-sededa autarquia.

    ARTIGO 12(Modelo oramental a adoptar)

    1. O regime financeiro das autarquias deve observar osprincpios gerais vigentes para elaborao e execuo doOramento do Estado e para a organizao da contabilidadepblica.

    2. Em conformidade com o disposto no nmero anterior asautarquias devem:

    a) observar na programao, gesto, execuo e controlodo oramento das autarquias locais as regras eprocedimentos estabelecidos pela Lei n. 9/2002, de 12de Fevereiro;

    b) obedecer no oramento autrquico a estrutura,classificaes e definies idnticas s do Oramentodo Estado, sem prejuzo da especificidade que lhe soinerentes;

    ARTIGO 13(Preparao, aprovao do oramento e informao

    estatstica)

    1. As autarquias locais apresentam at 31 de Julho de cada anoao Ministrio que superintende a rea das Finanas, a propostado respectivo oramento necessria elaborao do Oramentodo ano seguinte.

    2. O Conselho Municipal ou de Povoao apresenta assembleia correspondente a proposta oramental at 15 deNovembro do ano anterior ao da sua vigncia.

    3. A Assembleia Municipal ou de Povoao delibera sobrea proposta do respectivo oramento at 15 de Dezembro do anoanterior ao da sua vigncia.

    4. A aprovao do oramento da autarquia est sujeita ratificao pelo Ministro que superintende a rea das Finanas,podendo este delegar ao Governador Provincial.

    5. Aprovado o oramento da autarquia, a Assembleia Municipalou de Povoao no pode tomar iniciativas que envolvam oaumento das despesas ou a diminuio das receitas.

    ARTIGO 14(Atrasos na aprovao do oramento)

    1. Ocorrendo atraso na aprovao do oramento, mantm-seem vigor o oramento do ano anterior com as alteraes que neletenham sido introduzidas.

    2. No ms seguinte data da aprovao do oramento seroefectuados acertos de verbas a que porventura haja lugar.

    3. A no aprovao do oramento at 31 de Maro do ano emque o exerccio tenha lugar, pode implicar a perda de mandato nostermos do n. 2 do artigo 98 da Lei n. 2/97, de 18 de Fevereiro.

    ARTIGO 15(Revises e redistribuies oramentais)

    1. As revises do oramento autrquico obedecem, em tudo oque no contrarie o disposto nos nmeros seguintes, aosprincpios e regras vigentes para o Oramento do Estado e estosujeitos ratificao pelo Ministro que superintende a rea dasFinanas.

    2. Em nenhum caso so permitidos:

    a) mais que 3 revises do mesmo oramento anual;

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    b) transferncia de verbas de despesas correntes paradespesas de investimento e vice-versa;

    c) transferncia de verbas de despesas de bens e serviospara despesas de pessoal e vice-versa.

    ARTIGO 16(Regras de financiamento para transferncias de funes)

    1. O financiamento para transferncia de funes deve obedeceras seguintes regras:

    a) sempre que tal se revele necessrio, o Oramento doEstado deve prever a verba necessria para o exercciodas funes a transferir para as autarquias locais, apartir do ano em que tal transferncia deva operar-se,devendo o plano de distribuio da correspondentedotao constar da Lei Oramental;

    b) a verba global assim considerada distribuda pelasautarquias interessadas, tendo em conta a previsodas despesas que a cada uma delas devam caber noexerccio das novas atribuies ou competncias;

    c) as importncias assim transferidas para as autarquiaslocais so exclusivamente destinadas ao exerccio daatribuio ou competncia respectiva, devendoinscrever-se, obrigatoriamente, nos oramentosautrquicos, as correspondentes dotaes.

    2. O disposto no nmero anterior, com as devidas correces,mantm-se enquanto as autarquias no dispuserem de recursosprprios para o efeito.

    SECO II

    Receitas e acesso a emprstimos

    ARTIGO 17(Receitas prprias)

    1. Constituem receitas prprias das autarquias locais:

    a) o produto da cobrana dos impostos e taxas autrquicasa que se refere a presente Lei;

    b) o produto de um percentual de impostos do Estado, quepor lei lhe sejam atribudos;

    c) o produto da cobrana das contribuies especiais quepor lei lhes sejam atribudas;

    d) o produto de cobrana de taxas por licenas concedidaspelos rgos autrquicos;

    e) o produto de cobrana de taxas ou tarifas resultantes daprestao de servios;

    f) o produto de multas que, por lei, regulamento ou postura,caibam autarquia local;

    g) o produto de legados, doaes e outras liberalidades;h) quaisquer outras receitas estabelecidas por lei a favor

    das autarquias locais.

    2. So igualmente receitas prprias das autarquias locais,especialmente afectas ao financiamento de despesas deinvestimento, incluindo grandes reparaes e reabilitaes dasinfra-estruturas a seu cargo:

    a) o rendimento de servios pertencentes autarquia local,por ela administrados, dados em concesso ouexplorao;

    b) o rendimento de bens e direitos prprios, mveis e imveis,por ela administrados, dados em concesso ouexplorao;

    c) o produto da alienao de bens e direitos prprios;

    3. As receitas referidas na alnea g) do n. 1 quando consignadaspara os objectivos definidos pelo doador, deixam de constituirreceita prpria da autarquia.

    ARTIGO 18(Princpios sobre o regime de crdito)

    1. Em complemento das receitas prprias, os oramentosautrquicos podem beneficiar da contraco de emprstimos.

    2. Salvaguardado o disposto nos artigos seguintes, o recursoa emprstimos tem sempre carcter extraordinrio e destina-se:

    a) aplicao em investimentos reprodutivos e eminvestimentos de carcter social ou cultural;

    b) a atender a despesas extraordinrias necessrias reparao de prejuzos ocorridos em situao decalamidade pblica;

    c) a satisfazer necessidades de saneamento financeiro dasautarquias locais, em resultado da execuo de contratode reequilbrio financeiro previamente celebrado.

    3. Sem prejuzo do disposto nos nmeros anteriores os serviosautnomos e empresas pblicas autrquicas podem recorrer aocrdito nos termos de regulamentao especial a estabelecer porDecreto do Conselho de Ministros.

    ARTIGO 19(Emprstimos de curto prazo)

    1. As autarquias locais podem contrair emprstimos a curtoprazo junto de instituies de crdito nacionais para acorrer adificuldades ocasionais de tesouraria, no podendo, todavia, omontante ultrapassar, em qualquer circunstncia ou caso, oequivalente a trs duodcimos da verba que a cada uma delascouber nas transferncias do Fundo de Compensao.

    2. Os emprstimos contrados nos termos do nmero anteriordevem obrigatoriamente amortizar-se at ao termo do exercciorespectivo.

    ARTIGO 20(Contraco de emprstimos plurianuais)

    A contraco de emprstimos de amortizao plurianualdepende de ratificao do Ministro que superintende a rea dasfinanas.

    SECO III

    Despesas e investimento

    SUBSECO I

    Aspectos gerais

    ARTIGO 21(Classificao econmica das despesas)

    1. As despesas das autarquias locais dividem-se em correntese de capital.

    2. So despesas correntes as que se destinam ao custeio daactividade corrente dos rgos autrquicos, nomeadamente:

    a) fundo de salrios;b) bens e servios.

    3. Entende-se por despesas de capital as que implicam alteraodo patrimnio autrquico, incluindo os respectivos activos epassivos financeiros.

  • 10 I SRIE NMERO 3

    ARTIGO 22(Princpio da legalidade das despesas)

    1. S permitida a efectivao de quaisquer despesas ouassumpo de encargos desde que tenham cobertura legal e paraas quais exista adequada previso e cabimento oramental.

    2. Incorre em responsabilidade disciplinar, civil e criminal aqueleque efectuar ou autorizar despesas contrariando o disposto nonmero anterior.

    ARTIGO 23(Remunerao dos titulares e membros dos rgos

    autrquicos)

    1. As remuneraes dos titulares e membros dos rgosautrquicos elegveis so estabelecidas pela assembleia autrquicadentro de parmetros fixados por lei.

    2. Os proventos referidos no n.1 so os escriturados a ttulode salrios, senhas de presena, verbas de representao ouqualquer outro.

    3. As remuneraes a que se refere o presente artigo s podemser suportadas pelas receitas prprias da autarquia e, em nenhumcaso, podem exceder 40 % das mesmas.

    SUBSECO II

    Investimento

    ARTIGO 24(mbito do investimento pblico nas autarquias locais)

    A realizao de investimentos pblicos compreende:

    a) a identificao, a elaborao e a aprovao de projectos;b) o financiamento e a execuo de empreendimentos;c) a gesto, a manuteno e o funcionamento dos projectos

    e do equipamento.

    ARTIGO 25(Regime de delimitao e coordenao de actuaes)

    1. O regime de delimitao e de coordenao das actuaes doEstado e da administrao autrquica, em matria de investimentopblico nas autarquias locais, compreende:

    a) a identificao dos investimentos pblicos cuja execuocabe, em regime de exclusividade, s autarquias locais;

    b) a articulao do exerccio das competncias, em matriade investimentos pblicos, pelos diferentes nveis deadministrao, quer sejam exercidas em regime deexclusividade, quer em regime de colaborao.

    2. A definio de reas de investimento pblico, daresponsabilidade das autarquias locais no prejudica o carcterunitrio da gesto de recursos pela Administrao Pblica, naprossecuo dos fins comuns que lhe so impostos pelacomunidade.

    3. O regime de delimitao de competncias que agora seestabelece no afecta igualmente a actividade das entidadesprivadas e cooperativas que actuem em qualquer dos domniosnele indicados, nem a colaborao e o apoio que por parte dasentidades pblicas lhes possam ou devam ser prestados.

    ARTIGO 26(Atribuio de competncias)

    1. As competncias em matria de investimento pblico que,por lei, sejam atribudas aos diversos nveis de administrao,so exercidas tendo em conta os objectivos e os programas de

    aco constantes dos planos de mdio e longo prazo e, ainda,nos termos dos planos anuais reguladores da actividade daadministrao central e da administrao autrquica.

    2. Compete especialmente s autarquias locais:

    a) elaborar os planos de ordenamento, em colaborao comas entidades competentes da administrao central;

    b) submeter os planos contendo o diagnstico da situaoactual, as propostas dos planos e as propostas dasnormas regulamentares aprovao das AssembleiasMunicipais ou de Povoao;

    c) enviar ao Ministro que superintende a rea deadministrao local do Estado os planos deordenamento, para a ratificao, no prazo de 30 diasaps a sua aprovao.

    3. Compete tambm s autarquias a delimitao e aprovao dereas prioritrias de desenvolvimento urbano e de construo,com respeito pelos planos nacionais e regionais e pelas polticassectoriais de mbito nacional.

    4. A competncia referida no nmero anterior exercida comobservncia do disposto no artigo 27 e com a aprovao dosplanos de desenvolvimento da autarquia local e do ordenamentodo territrio, carecendo de ratificao pelo Governo, cujo acto publicado no Boletim da Repblica.

    5. Compete ao Governo a aprovao de normas e regulamentosgerais relativos realizao de investimentos pblicos e respectivafiscalizao, sem prejuzo do exerccio da competnciaregulamentar prpria dos rgos autrquicos.

    ARTIGO 27(Competncias prprias das autarquias locais)

    1. competncia prpria das autarquias locais o investimentopblico nas seguintes reas:

    a) Infra-estruturas rurais e urbanas:i. espaos verdes, incluindo jardins e viveiros da

    autarquia;

    ii. rodovias, incluindo passeios;iii. habitao econmica;

    iv. cemitrios pblicos;

    v. instalaes dos servios pblicos da autarquia;vi. mercados e feiras;

    vii. bombeiros.

    b) Saneamento bsico:

    i. sistemas autrquicos de abastecimento de gua;

    ii. sistemas de esgoto;iii. sistemas de recolha e tratamento de lixo e limpeza

    pblica.

    c) Energia:

    i. distribuio de energia elctrica;ii. iluminao pblica, urbana e rural.

    d) Transportes e comunicaes:i. rede viria urbana e rural;

    ii. transportes colectivos que se desenvolvamexclusivamente na rea da respectiva autarquia.

    e) Educao e ensino:i. centros de educao pr-escolar;

    ii. escolas para o ensino primrio;iii. transportes escolares;

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    iv. equipamento para educao de base de adultos;

    v. outras actividades complementares da acoeducativa, designadamente nos domnios da acosocial, escolar e da ocupao de tempos livres.

    f) Cultura, tempos livres e desportos:i. casas de cultura, bibliotecas e museus;ii. patrimnio cultural, paisagstico e urbanstico da

    autarquia;iii. parques de campismo;iv. instalaes e equipamentos para a prtica

    desportiva e recreativa.g) Sade:

    i. unidades de cuidados primrios de sade;h) Aco social:

    i. actividade de apoio s camadas de populaovulnervel;

    ii. habitao social.i) Gesto ambiental:

    i. proteco ou recuperao do meio ambiente;ii. florestamento, plantio e conservao de rvores;iii. estabelecimento de reservas municipais.

    2. A vocao autrquica de investimento nas reas indicadasno prejudica iniciativas de investimentos nas mesmas reas porparte do Estado, as quais devem, todavia, desenvolver-se sempreem coordenao com a autarquia interessada, numa base deacordo prvio indispensvel.

    3. ainda da competncia das autarquias locais aprovarprojectos de obras e infra-estruturas sociais relativas a entidadesparticulares de interesse para a autarquia e assegurar, na suaexecuo, o apoio tcnico que tenham por conveniente, de acordocom as disposies legais aplicveis.

    ARTIGO 28(Novas competncias das autarquias em matria

    de investimentos pblicos)

    1. O exerccio pelas autarquias locais das novas competnciasem matria de investimentos pblicos a que alude artigo anterior progressivo, devendo o Oramento do Estado indicar, em cadaano, as responsabilidades a transferir nesse ano e oscorrespondentes meios financeiros.

    2. At a passagem em cada ano das competncias em matriade investimentos pblicos para as autarquias locais, nos termosdo nmero anterior, os servios do Estado so responsveis pelasua execuo, devendo fornecer s autarquias locais todos osplanos, programas e projectos que respeitem ao respectivoterritrio, bem como o conveniente apoio tcnico, durante operodo de transio que em cada caso se revelar necessrio.

    ARTIGO 29(Competncias exercidas em regime de colaborao)

    1. As aces relativas a investimentos pblicos no referidosno artigo anterior podem ser executadas, quer pelos competentesservios do Estado, quer pelas autarquias locais, neste ltimocaso mediante acordo prvio a celebrar com o Governo ou aindaem regime de colaborao, nos termos dos nmeros seguintes.

    2. A actuao dos rgos autrquicos, no exerccio de quaisquercompetncias em regime de colaborao, objecto deregulamentao que constar de contratos-tipo a serem celebradosentre os servios competentes da administrao central do Estadoe das autarquias locais.

    3. Prevendo-se a eventualidade de o montante disponvel parao respectivo programa se revelar insuficiente para atender a todasas necessidades, so fixados, concomitantemente com adivulgao do contrato-tipo, os critrios de seleco das autarquiasinteressadas.

    4. Os acordos de que resulte o exerccio de competncias, emregime de colaborao com uma ou mais autarquias locais,compreendem o modo da participao destas na elaborao dosplanos nacionais e na gesto dos equipamentos ou dos serviospblicos correspondentes, bem como as formas de informaorecproca sobre o desenvolvimento das aces envolvidas.

    ARTIGO 30(Urbanismo e poltica de solos)

    1. Os planos referidos no nmero 2 do artigo 26 so elaboradosem colaborao com as entidades competentes da administraocentral do Estado.

    2. A delimitao de zonas de proteco urbana e de reas crticasde recuperao e reconverso urbanstica, compreendendo aaprovao dos planos de renovao urbana de reas degradadase de recuperao de centros histricos e culturais, dacompetncia dos rgos executivos da autarquia, sempre que oscorrespondentes projectos estiverem previstos no programa dedesenvolvimento urbanstico ou no faseamento do plano deestrutura, urbanizao geral, parcial ou de pormenor, devidamenteaprovados e ratificados.

    3. Na falta de planos, a aprovao compete s assembleiasautrquicas, mediante proposta do rgo executivo, instruda comos pareceres que a lei tornar obrigatrios, quando for caso disso.

    4. igualmente da competncia dos rgos executivos daautarquia a aprovao dos planos de pormenor e das operaesde loteamento, independentemente da sua localizao e dimenso,sempre que:

    a) os mesmos se mostrem de conformidade com o plano dedesenvolvimento da autarquia ou com o plano geralde estrutura vigente;

    b) estando tais planos em elaborao, existam normasprovisrias legalmente aprovadas.

    5. Fora dos casos previstos no nmero anterior ou sempre que,pela sua dimenso ou localizao, as obras a desenvolverimpliquem alteraes significativas das condies ambientais edas infra-estruturas existentes na rea da prpria autarquia ou emreas de outras circunscries territoriais vizinhas, ascorrespondentes operaes de loteamento ficam sujeitas ratificao do Governo.

    ARTIGO 31(Expropriao)

    1. Sem prejuzo do nmero seguinte, da ratificao previstano n. 4 do artigo 26 e no n. 5 do artigo anterior, resulta:

    a) a declarao de utilidade pblica urgente de expropriaodos prdios e direitos a eles relativos, necessrios realizao dos planos;

    b) a autorizao para a posse administrativa dos mesmospela autarquia.

    2. A declarao e a autorizao referidas no nmero anteriorocorrem se, no prazo posterior s ratificaes a previstas, aestabelecer em regulamento prprio, se verifique estaremesgotadas as negociaes para a aquisio extrajudicial.

    3. A faculdade conferida s autarquias locais nos termos dosnmeros anteriores caduca se, no prazo de dois anos a contar dapublicao do acto de ratificao, no tiver sido concretizado oacordo efectuado.

  • 12 I SRIE NMERO 3

    4. A renovao das declaraes de utilidade pblica deexpropriao que hajam caducado por fora do decurso do prazoindicado no nmero anterior, assim como quaisquer outrasdeclaraes de utilidade pblica de expropriao e respectiva posseadministrativa, que se mostrem necessrias ao desenvolvimentonormal da actividade das autarquias locais, carecem da ratificaodo Governo.

    5. Sempre que os prdios ou os direitos expropriados no foremaplicados ao fim que determinou a expropriao e ainda no casode ter cessado a aplicao a esse fim, dar-se- a respectivareverso a favor do expropriado, tendo este direito a serindemnizado nos termos da Constituio e da Lei.

    SECO IV

    Patrimnio das autarquias locais

    ARTIGO 32(mbito e administrao do patrimnio autrquico)

    1. Constituem patrimnio da autarquia local todas as coisasmveis e imveis, direitos e aces que a qualquer ttulo lhepertenam ou venham a pertencer.

    2. A administrao do patrimnio autrquico compete aopresidente do Conselho Municipal ou de Povoao comobservncia das disposies legais aplicveis, salvaguardadasas competncias da assembleia respectiva relativamente aos bensutilizados ao seu servio.

    ARTIGO 33(Aquisio, alienao e abate de bens)

    1. A aquisio de bens pelas autarquias locais faz-se porconcurso pblico e respeita legislao geral relativa aquisiode bens e servios.

    2. A alienao de bens ou direitos do patrimnio das autarquiaslocais apenas poder ter lugar em situaes de comprovadointeresse pblico e respeita legislao geral relativa alienaode bens e direitos.

    3. Em caso algum podem ser alienados bens imveis cedidospelo Estado sem a concordncia prvia deste.

    4. O abate carga de quaisquer bens, mveis e imveis, deverespeitar os prazos e demais preceitos legais aplicveis.

    ARTIGO 34(Cedncia de direito de uso)

    1. A cesso de direitos de uso ou explorao de bens dopatrimnio autrquico a favor de terceiros pode ter lugar medianteconcesso, permisso ou autorizao, consoante se revele maisadequado ao interesse pblico, devendo sempre ser dadaadequada publicidade do correspondente acto.

    2. Cabe ao Governo regulamentar o regime a observar,consoante a natureza dos bens e os fins da cedncia, bem comoas formas de publicidade a observar em cada caso, sem prejuzodo disposto no nmero seguinte.

    3. Quando incida sobre bens imveis e sempre que no serevista de forma precria, a cedncia de direitos faz-se porconcurso pblico.

    ARTIGO 35(Extravio ou dano de bem do patrimnio autrquico)

    1. O sector dos servios que tenha sob sua a responsabilidadeo controlo dos bens do patrimnio da autarquia obrigado, semdependncia de despacho de qualquer outra entidade, a abrir

    inqurito administrativo e a propor, se for caso disso, a competenteaco disciplinar, civil e criminal contra qualquer servidor, sempreque forem apresentadas denncias ou acto de notcia relativos aoextravio ou dano de bens a seu cargo.

    2. Nenhum servidor da autarquia pode ser rescindido oudenunciado, transferido ou exonerado, ter rescindido oudenunciado o seu contrato, sem que o sector competente dosservios ateste que o mesmo devolveu em boa ordem os bens dopatrimnio autrquico que a ele estiveram confiados.

    SECO V

    Obras e servios pblicos

    ARTIGO 36(Responsabilidade das autarquias locais)

    da responsabilidade das autarquias locais, tendo em devidaconsiderao os interesses e as necessidades das respectivaspopulaes, prestar servios pblicos, bem como realizar obraspblicas, podendo adjudic-las a particulares, mediante concurso.

    ARTIGO 37 (Execuo de obras pblicas)

    1. Salvo os casos de extrema urgncia, devidamente justificados,a execuo de obras pblicas precedida da elaborao eaprovao do:

    a) respectivo projecto;b) oramento dos seus custos;c) plano de financiamento, com indicao da origem dos

    correspondentes recursos financeiros e das condiesda sua mobilizao;

    d) estudo de viabilidade do empreendimento, comidentificao da sua convenincia e oportunidade parao interesse pblico;

    e) cronograma de execuo dos trabalhos, com explicaodos prazos para o seu incio e concluso;

    f) concurso pblico, nos casos em que no sejam poradministrao directa.

    2. As condies gerais dos concursos para execuo de obraspblicas, as regras obrigatrias em matria de formao e controlede preos, bem como o regime de fiscalizao a adoptar so osmesmos que esto fixados pelo Governo para as entidadespblicas, salvaguardando as adaptaes especificidade dasautarquias.

    ARTIGO 38(Servios autnomos e empresas pblicas autrquicas)

    1. As autarquias locais podem criar servios autnomos ouempresas pblicas autrquicas para satisfao de necessidadescolectivas das respectivas populaes, quando tais necessidadessejam de interesse relevante para a colectividade e/ou a gestoautnoma se mostre a soluo mais eficiente.

    2. Compete Assembleia Municipal ou de Povoao deliberarsobre a autonomizao de servios e a criao de empresas pblicasautrquicas nos termos do nmero anterior, mediante propostafundamentada do competente rgo executivo, devendo talproposta ser acompanhada das necessrias demonstraes darespectiva viabilidade nos aspectos econmico, tcnico efinanceiro, e instruda com os pareceres que a lei tornar obrigatrios.

    3. Os servios autnomos a que se referem os nmerosanteriores so geridos em termos empresariais, por conta e riscodas autarquias, gozando de autonomia administrativa e financeira.

  • 16 DE JANEIRO DE 2008 13

    ARTIGO 39(Concesso da explorao de servios pblicos)

    1. A Assembleia Municipal ou de Povoao pode autorizar aconcesso de servios pblicos pelos rgos executivos dasautarquias locais, desde que o interesse pblico se mostredevidamente assegurado.

    2. A escolha do concessionrio tem lugar mediante concursopblico a realizar com observncia da legislao em vigor.

    3. So nulas e de nenhum efeito as concesses ou qualqueroutra forma de autorizao para a explorao de servios pblicoscom desrespeito do presente artigo.

    ARTIGO 40(Regulamentao, fiscalizao e tarifas)

    1. Os servios cuja explorao seja objecto de concesso estosujeitos regulamentao e fiscalizao da administraoautrquica, cabendo igualmente aos rgos executivosautrquicos aprovar a respectiva poltica tarifria.

    2. O presidente do conselho municipal ou de povoao poderescindir os contratos de concesso ou de explorao, sempreque se verifique actuao em desconformidade com as clusulascontratuais, lesiva do interesse pblico, ou quando os serviosvenham funcionando em condies manifestamente insatisfatriasde atendimento das necessidades dos utentes.

    ARTIGO 41(Representao e participao dos utentes)

    1. Os utentes podem ter representao assegurada nasentidades prestadoras de servios pblicos de mbito autrquico,na forma e nos termos estabelecidos em postura local, participandodas decises relativas a:

    a) planos e programas de expanso dos servios;b) reviso da base de clculo dos custos operacionais;c) poltica tarifria;d) nvel de atendimento da procura, em termos, quer

    quantitativos, quer qualitativos;e) mecanismos de atendimento de peties e reclamaes

    dos utentes incluindo os relativos a apuramento deresponsabilidades por danos causados a terceiros.

    2. Tratando-se de empresas concessionrias, as obrigaes aque se refere o nmero anterior devem constar do contrato oudos termos da autorizao.

    ARTIGO 42(Informaes pblicas obrigatrias)

    As entidades prestadoras de servios pblicos so obrigadasa dar ampla publicidade das suas actividades, pelo menos umavez por ano, informando em especial sobre planos de expanso,aplicao de recursos financeiros e realizao de programas detrabalho.

    CAPTULO III

    Transferncias Oramentais

    SECO I

    Fundo de Compensao Autrquica

    ARTIGO 43(Dotao e fins)

    1. O Fundo de Compensao Autrquica um fundo destinadoa complementar os recursos oramentais das autarquias.

    2. O montante do Fundo de Compensao Autrquica objectode uma dotao prpria a inscrever no Oramento do Estado e constitudo por 1,5% das receitas fiscais previstas no respectivoano econmico.

    3. O produto das transferncias desse Fundo de afectaolivre pelas autarquias beneficirias, sem prejuzo do disposto non. 3 do artigo 23.

    ARTIGO 44(Regras de distribuio do Fundo de Compensao

    Autrquica)

    1. A distribuio do Fundo de Compensao Autrquica, porcada autarquia, a ser inscrita anualmente na Lei Oramental determinada pela aplicao de uma frmula, que atendasimultaneamente, entre outros, aos seguintes factores:

    a) o nmero de habitantes da correspondente autarquia;

    b) a respectiva rea territorial.

    2. A frmula a que se refere o nmero anterior determinada daseguinte forma:

    FCAa = NHa/NHT x 75% FCA + Ata/ATT x 25%FCA

    FCAa - Fundo de Compensao Autrquica para cadaAutarquia;

    NHa - Nmero de Habitantes da Autarquia;

    NHT - Nmero de Habitantes Total do conjunto dasAutarquias;

    FCA - Fundo de Compensao Autrquica;

    Ata - rea Territorial da Autarquia;

    ATT - rea Territorial Total do conjunto das Autarquias.

    3. Compete aos Ministros que tutelam as autarquias assegurara correcta aplicao dos critrios de distribuio a que alude osnmeros anteriores, bem como garantir a regularidade daefectivao das transferncias, para as autarquias locais, dasimportncias que a cada uma delas caibam na dotao do Fundo.

    ARTIGO 45(Formas das transferncias do Fundo de Compensao

    Autrquica)

    Ocorrendo qualquer atraso nos prazos de aprovao doOramento do Estado que obste o conhecimento em tempooportuno das dotaes do Fundo para esse ano, as transfernciasa que se refere o nmero anterior processam-se transitoriamentecom base nos duodcimos correspondentes do ano anteriorprocedendo-se, no ms seguinte aprovao do novo oramento,os acertos que porventura sejam necessrios.

    SECO II

    Desenvolvimento autrquico e investimento pblico

    ARTIGO 46(Responsabilidade especfica do Governo

    no desenvolvimento autrquico)

    Compete ao Governo a especial responsabilidade deimplementar mecanismos operativos de apoio ao desenvolvimentoautrquico, devendo os respectivos princpios e regrasorientadoras ser objecto de publicao por decreto do Conselhode Ministros.

  • 14 I SRIE NMERO 3

    ARTIGO 47(Dotaes especficas para projectos de investimentos

    nas autarquias)

    1. Anualmente sero inscritas no Oramento do Estado de formadiscriminada, verbas especficas para o financiamento de projectosde investimento nas autarquias locais, com as seguintescaractersticas:

    a) compreendidos em programas integrados dedesenvolvimento econmico e social;

    b) que sejam objecto de contratos-programa dedesenvolvimento a celebrar com as autarquiasinteressadas, preferentemente no quadro dacooperao inter autrquica;

    c) includos em qualquer outro tipo de programas,nomeadamente no caso de projectos para os quais hajasido celebrado contrato-tipo, nos termos previstos non. 2 do artigo 29.

    2. Cabe ao Ministrio que superintende a rea das Finanasemitir as instrues necessrias para a disponibilizao dasdotaes oramentais inscritas nos termos do nmero anterior.

    ARTIGO 48(Investimentos de iniciativa local)

    1. Adicionalmente s dotaes referidas no artigo anterior, oOramento do Estado poder contemplar, anualmente, umadotao global para o financiamento de projectos de iniciativa edeciso local, em complemento dos recursos prprios dasautarquias.

    2. A distribuio pelas diferentes autarquias da dotao definidano nmero anterior deve ser indicada na Lei Oramental.

    ARTIGO 49(Outros investimentos)

    O Governo pode, depois de avaliao prvia das respectivasnecessidades, prever no Oramento do Estado, dotao para:

    a) correco dos efeitos negativos de investimentos ououtras aces de responsabilidade da administraocentral que afectem significativamente as autarquias,em especial na construo de estradas, auto-estradas,portos, aeroportos e barragens;

    b) implementao de programas de expanso e renovaourbana, quando o seu peso relativo transcenda acapacidade ou responsabilidade das autarquias.

    SECO III

    Transferncias extraordinrias

    ARTIGO 50(Transferncias extraordinrias)

    1. No so permitidas quaisquer transferncias extraordinriassob forma de subsdios ou comparticipaes financeiras por partedo Estado, institutos pblicos ou fundos autnomos a favor dasautarquias locais, salvo nos casos especialmente previstos na lei.

    2.O Conselho de Ministros pode, no obstante, procederexcepcionalmente a transferncias oramentais extraordinriasvisando a concesso de auxlio financeiro s autarquias locaisnas seguintes circunstncias:

    a) ocorrncia de situaes de calamidade pblica;b) resoluo de situaes graves, que afectem anormalmente

    a prestao de servios pblicos indispensveis.

    3. O Conselho de Ministros define, por decreto as condiesem que haver lugar concesso de auxlio financeiro nassituaes previstas no presente artigo.

    4. As provises oramentais a que se refere o n. 2 podemcorrer por conta da dotao provisional do Oramento do Estado.

    CAPTULO IV

    Sistema Tributrio Autrquico

    SECO I

    Impostos e taxas autrquicas

    SUBSECO I

    Disposies gerais

    ARTIGO 51(Enumerao)

    1. O sistema de impostos e taxas autrquicas compreende:

    a) imposto Pessoal Autrquico;

    b) imposto Predial Autrquico;c) imposto Autrquico de Veculos;

    d) Imposto Autrquico de Sisa;e) contribuio de Melhorias;

    f) taxas por Licenas Concedidas e por Actividade Econmica;

    g) tarifas e Taxas pela Prestao de Servios.

    2. Os residentes das autarquias locais em nenhumacircunstncia esto sujeitos dupla tributao, devendo oConselho de Ministros, nos termos da lei, aprovar os cdigostributrio autrquico e de posturas para a aplicao dos impostose taxas referidos no n. 1 do presente artigo.

    SUBSECO II

    Imposto Pessoal Autrquico

    ARTIGO 52(Incidncia)

    1. O Imposto Pessoal Autrquico substitui, nas autarquias, oImposto de Reconstruo Nacional e incide sobre todas aspessoas nacionais ou estrangeiras, residentes na respectivaautarquia, quando tenham entre 18 a 60 anos de idade e para elasse verifiquem as circunstncias de ocupao, aptido para otrabalho.

    2. Para efeitos de incidncia do imposto, consideram-seresidentes na autarquia as pessoas que a tenham domiclio fiscal.

    3. Os novos residentes na autarquia ficam sujeitos aopagamento de imposto na nova autarquia, desde que no provemter satisfeito a obrigao no local onde anteriormente estavamdomiciliados.

    ARTIGO 53(Isenes)

    1. Ficam isentos do Imposto Pessoal Autrquico:a) os indivduos que, por debilidade, doena ou deformidade

    fsica, estejam temporria ou permanentementeincapacitados de trabalhar;

    b) os cidados no cumprimento do Servio Militar EfectivoNormal, compreendendo o ano da incorporao e oano da passagem disponibilidade;

  • 16 DE JANEIRO DE 2008 15

    c) os estudantes que frequentem, em regime de tempo inteiro,curso de nvel mdio ou superior, abrangendo o anoem que perde essa qualidade, at completarem 21 ou25 anos de idade, respectivamente, consoante se tratedo ensino mdio ou superior, incluindo os estudantesmoambicanos no estrangeiro;

    d) os pensionistas do Estado, das autarquias locais, daSegurana Social ou de outras formas de penso,quando no tenham outros rendimentos alm dasrespectivas penses;

    e) os estrangeiros ao servio do pas da respectivanacionalidade, quando haja reciprocidade detratamento.

    2. Podem gozar ainda de iseno deste imposto, em determinadoano, os indivduos que devido a calamidades naturais ou outrascircunstncias excepcionais no se encontrem em condies de osatisfazer, quando tal situao seja reconhecida pela AssembleiaMunicipal ou de Povoao, mediante proposta fundamentada doexecutivo autrquico.

    3. As isenes previstas no n. 1 deste artigo s produzemefeitos com reconhecimento do Presidente do ConselhoMunicipal ou de Povoao requerimento dos interessados.

    ARTIGO 54(Taxa)

    O valor do Imposto Pessoal Autrquico a vigorar anualmenteem cada autarquia, determinado atravs da aplicao das taxasabaixo indicadas, conforme a classificao das autarquias locais,sobre o salrio mnimo nacional mais elevado em vigor em 30 deJunho do ano anterior:

    a) 4% para o nvel A;

    b) 3% para o nvel B;

    c) 2% para o nvel C;d) 1% para o nvel D.

    SUBSECO III

    Imposto Predial Autrquico

    ARTIGO 55(Incidncia objectiva)

    1. O Imposto Predial Autrquico incide sobre o valor patrimonialdos prdios urbanos situados no territrio da respectiva autarquia.

    2. Para efeito do disposto no n. 1 do presente artigo entende-se por valor patrimonial dos prdios urbanos o constante nasmatrizes prediais e, na falta destes, o valor declarado peloproprietrio, a no ser que se afaste do preo normal do mercadoe, por prdio urbano, qualquer edifcio incorporado no solo, comos terrenos que lhes sirvam de logradouro.

    3. Os edifcios ou construes, ainda que mveis por natureza,so considerados como tendo carcter de permanncia quandose acharem assentes no mesmo local por um perodo superior aseis meses.

    4. Para determinao do preo normal de mercado, os rgoscompetentes da autarquia devero promover aces decomprovao e fiscalizao, considerando as operaes realizadasentre compradores e vendedores independentes, dos prdios comcaractersticas semelhantes, tais como antiguidade, dimenses elocalizao.

    ARTIGO 56(Incidncia Subjectiva)

    1. O imposto incide sobre os titulares do direito de propriedade 31 de Dezembro do ano anterior a que o mesmo respeita,presumindo-se como tais as pessoas em nome de quem os mesmosse encontrem inscritos na matriz predial ou que deles tenhamposse a qualquer ttulo naquela data.

    2. Nos casos de co-propriedade ou de mais de um possuidordirecto ou indirecto, o imposto devido por qualquer um delessem prejuzo de direito de regresso.

    3. No caso de herana indivisa os sucessores so responsveispelo pagamento do imposto incidente sobre os imveis quepertenciam ao de cujus.

    4. A massa falida responsvel pelo pagamento do impostoincidente sobre os imveis de propriedade do falido.

    ARTIGO 57(Isenes)

    1. Ficam isentos de Imposto Predial Autrquico:a) o Estado;b) as associaes humanitrias e outras entidades que, sem

    intuito lucrativo, prossigam no territrio da autarquiaactividades de relevante interesse pblico,relativamente aos prdios urbanos afectos realizaodesses fins;

    c) os Estados estrangeiros, relativamente aos prdiosurbanos destinados exclusivamente sede da missodiplomtica ou consular ou residncia do chefe damisso diplomtica ou do cnsul, quando hajareciprocidade de tratamento;

    d) a prpria autarquia e qualquer dos seus servios, aindaque personalizados, relativamente aos prdios queintegrem o respectivo patrimnio.

    2. As isenes previstas nas alneas b) e c) do nmero anteriorsero reconhecidas pelo Presidente do Conselho Municipal oude Povoao requerimento dos interessados.

    3. Os prdios urbanos construdos de novo, na parte destinada habitao sero isentos por um perodo de 5 anos a contar dadata da licena de habitao, requerimento do interessadodirigido ao Presidente do Conselho Municipal ou de Povoao.

    ARTIGO 58(Taxa)

    1. As taxas do Imposto Predial Autrquico so as seguintes:a) prdios destinados a habitao: 0.4%;b) prdios destinados actividades de natureza comercial,

    industrial ou para exerccio de actividades profissionaisindependentes bem como os destinados a outrosfins: 0.7%.

    2. Nos casos em que o imvel esteja destinado a mais de queum fim, o imposto ser calculado na base daquele que tenha a taxamais gravosa.

    3. As taxas do Imposto Predial Autrquico aplicam-se sobre ovalor patrimonial determinado nos termos do artigo 55 da presenteLei.

    SUBSECO IV

    Imposto Autrquico da SISA

    ARTIGO 59(Incidncia real)

    1. Imposto Autrquico da Sisa incide sobre as transmisses, ttulo oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelaresdesse direito, sobre bens imveis.

  • 16 I SRIE NMERO 3

    2. Para efeitos de incidncia deste imposto consideram-se bensimveis, os prdios urbanos situados em territrio nacional.

    3. Ficam compreendidos no n. 1 a compra e venda, a dao emcumprimento, a renda perptua, a renda vitalcia, a arrematao, aadjudicao por acordo ou deciso judicial, a constituio deusufruto, uso ou habitao, a enfiteuse, a servido e qualqueroutro acto pelo qual se transmita a ttulo oneroso o direito depropriedade sobre prdios urbanos.

    4. O conceito de transmisso de prdios urbanos referido nosnmeros anteriores integra ainda:

    a) a promessa de aquisio e de alienao de prdiosurbanos logo que verificada a tradio para opromitente adquirente ou quando este esteja a usufruiros referidos bens;

    b) a promessa de aquisio e alienao de prdios urbanosem que seja clausulado no contrato que o promitenteadquirente pode ceder a sua posio contratual aterceiro, ou consentida posteriormente tal cesso deposio;

    c) a cesso de posio contratual pelos promitentesadquirentes de prdios urbanos seja no exerccio dedireito conferido por contrato-promessa ouposteriormente celebrao deste, salvo se o contratodefinitivo for celebrado com terceiro nomeado ou comsociedade em fase de constituio no momento emque o contrato-promessa celebrado e que venha aadquirir o imvel;

    d) a resoluo, invalidade ou extino, por mtuo consenso,do contrato de compra e venda ou permuta de prdiosurbanos e a do respectivo contrato-promessa comtradio, em qualquer das situaes em que o vendedor,permutante ou promitente vendedor volte a ficar como prdio urbano;

    e) a aquisio de prdios urbanos por troca ou permuta, porcada um dos permutantes, pela diferena declarada devalores ou pela diferena entre os valores patrimoniaistributrios consoante a que for maior;

    f) o excesso da quota-parte que ao adquirente pertencer,nos prdios urbanos, em acto de diviso ou partilhas,por meio de arrematao, licitao, acordo, transacoou encabeamento por sorteio, bem como a alienaoda herana ou quinho hereditrio;

    g) a outorga de procurao e o subestabelecimento deprocurao, que confira poderes de alienao de prdiourbano, em que por renncia ao direito de revogaoou clusula de natureza semelhante, o representadodeixe de poder revogar a procurao;

    h) o arrendamento com a clusula de que os prdios urbanosarrendados se tornam propriedade do arrendatriodepois de satisfeitas todas as rendas acordadas;

    i) o arrendamento ou subarrendamento de prdios urbanospor um perodo superior a vinte anos cuja durao sejaestabelecida no incio do contrato por acordo expressodos interessados.

    5. So tambm sujeitas ao Imposto Autrquico da Sisa,designadamente:

    a) a transmisso onerosa do direito de propriedade sobreprdios urbanos em que o adquirente reserve o direitode nomear um terceiro que adquira os direitos e assumaas obrigaes provenientes desse contrato;

    b) os actos da constituio de sociedade em que algum dosscios entrar para o capital social com prdios urbanos;

    c) as transmisses de prdios urbanos por fuso ou cisode sociedades;

    d) a remisso de prdios urbanos nas execues judiciais enas fiscais administrativas.

    ARTIGO 60(Conceito de prdio urbano)

    1. Para efeitos deste imposto e sem prejuzo do regime depropriedade da terra, previsto na Lei de Terras, entende-se porprdio urbano qualquer edifcio incorporado no solo, com osterrenos que lhes sirvam de logradouro.

    2. Considera-se que cada fraco autnoma, no regime depropriedade horizontal ou em outras formas de condomnio,constitui um prdio urbano.

    ARTIGO 61(Incidncia subjectiva)

    O Imposto Autrquico da Sisa devida pelas pessoas,singulares ou colectivas, a quem se transmitem os direitos sobreprdios urbanos, sem prejuzo do disposto nas alneas seguintes:

    a) nos contratos para pessoa a nomear, o imposto devidopelo contraente originrio, sem prejuzo de os prdiosurbanos se considerarem novamente transmitidos paraa pessoa nomeada se esta no tiver sido identificadaou sempre que a transmisso para o contraenteoriginrio tenha beneficiado de iseno;

    b) nas situaes das alneas b) e c) do n. 4 do artigo 59, oimposto devido pelo primitivo promitente adquirentee por cada um dos sucessivos promitentes adquirentes,no lhes sendo aplicvel qualquer iseno ou reduode taxa;

    c) nos contratos de troca ou permuta de prdios urbanos,qualquer que seja o ttulo por que se opere, o imposto devido pelo permutante que receber os bens de maiorvalor, entendendo-se como de troca ou permuta ocontrato em que as prestaes de ambos ospermutantes compreendem prdios urbanos, ainda quefuturos;

    d) nos contratos de promessa de troca ou permuta de prdiosurbanos com tradio, apenas para um dospermutantes, o imposto ser desde logo devido peloadquirente dos bens, como se de compra e venda setratasse, sem prejuzo da reforma da liquidao ou dareverso do sujeito passivo, conforme o que resultardo contrato definitivo, procedendo-se, em caso dereverso, anulao do imposto liquidado aopermutante adquirente;

    e) nas divises e partilhas, o imposto devido peloadquirente dos prdios urbanos cujo valor exceda oda sua quota nesses bens;

    f) nas situaes previstas na alnea g) do n. 4 do artigo 59,o imposto devido pelo procurador ou por quem tiversido substabelecido, no lhe sendo aplicvel qualqueriseno ou reduo de taxa.

    ARTIGO 62(Isenes)

    1. Ficam isentos do Imposto Autrquico da SISA:a) o Estado;b) as autarquias locais;

  • 16 DE JANEIRO DE 2008 17

    c) as associaes ou federaes de municpios quanto aosprdios urbanos destinados, directa e imediatamente, realizao dos seus fins;

    d) as instituies de segurana social e bem assim asinstituies de previdncia social legalmentereconhecidas quanto aos prdios urbanos destinados,directa e imediatamente, realizao dos seus fins;

    e) as associaes de utilidade pblica a que se refere a Lein. 8/91, de 18 de Julho, devidamente reconhecidasquanto aos prdios urbanos destinados, directa eimediatamente, realizao dos seus fins estatutrios;

    f) os Estados Estrangeiros pela aquisio de prdios urbanosdestinados exclusivamente sede da respectiva missodiplomtica ou consular ou residncia do chefe damisso ou do cnsul, desde que haja reciprocidade detratamento;

    g) as associaes humanitrias e outras entidadeslegalmente reconhecidas que, sem intuito lucrativo,prossigam no territrio nacional fins de assistnciasocial, sade pblica, educao, investigao cientfica,culto, cultura, desporto e recreao, caridade ebeneficncia, relativamente aos prdios urbanosafectos realizao desses fins;

    h) os museus, bibliotecas, escolas, instituies eassociaes de ensino ou educao, de culturacientfica, literria ou artstica e de caridade, assistnciaou beneficncia, quanto aos prdios urbanosdestinados, directa ou indirectamente, realizaodesses fins;

    i) os adquirentes de prdios urbanos para habitao socialconstrudos pelo Fundo para o Fomento de Habitao,criado pelo Decreto n. 24/95, de 6 de Junho.

    2. Ficam ainda isentas:a) A remisso nas execues judiciais e nas fiscais

    administrativas, de prdios urbanos, quando feitaspelo prprio executado;

    b) As transmisses de prdios urbanos por fuso ou cisode sociedades comerciais.

    ARTIGO 63(Base Tributria)

    1. O Imposto Autrquico da Sisa incide sobre o montantedeclarado da transmisso ou do valor patrimonial do prdiourbano, consoante o valor mais elevado, a no ser que este seafaste do preo normal de mercado.

    2. Para a determinao do preo normal de mercado, o Presidentedo Conselho Municipal ou de Povoao da situao dos prdiosurbanos dever promover as aces de comprovao efiscalizao, considerando as operaes realizadas entrecompradores e vendedores independentes, de prdios comcaractersticas semelhantes, tais como antiguidade, dimenses elocalizao.

    3. A correco efectuada ao abrigo dos nmeros anteriores automtica e no implica a comprovao da existncia detransgresso ou crime fiscal, sendo notificada ao sujeito passivo,podendo este reclamar ou impugnar contenciosamente o valorfixado, nos termos admitidos pela lei fiscal.

    4. O disposto neste artigo ser complementado porregulamentao especfica, que se mostrar necessria.

    Artigo 64(Taxas)

    A taxa do Imposto Autrquico da Sisa de 2% e incide sobre ovalor patrimonial determinado nos termos do artigo 63.

    SUBSECO V

    Imposto Autrquico de Veculos

    ARTIGO 65(Incidncia objectiva)

    1. O Imposto Autrquico de Veculos substitui, nas autarquias,o Imposto sobre Veculos.

    2. O Imposto Autrquico de Veculos incide sobre o uso efruio dos veculos a seguir mencionados, matriculados ouregistados nos servios competentes no territrio Moambicano,ou, independentemente, de registo ou matrcula, logo que,decorridos cento e oitenta dias a contar da sua entrada no mesmoterritrio, venham a circular ou a ser usados em condies normaisda sua utilizao:

    a) automveis ligeiros e automveis pesados de antiguidademenor ou igual a vinte e cinco anos;

    b) motociclos de passageiros com ou sem carro deantiguidade menor ou igual a quinze anos;

    c) aeronaves com motor de uso particular;

    d) barcos de recreio com motor de uso particular.

    3. A matrcula ou o registo a que se refere o n. 2 o que,conforme o caso, deva ser efectuado nos servios competentesde viao, de aviao civil, ou de marinha mercante.

    4. Consideram-se potencialmente em uso os veculosautomveis que circulem pelos seus prprios meios ouestacionem em vias ou recintos pblicos e os barcos de recreio eaeronaves, desde que sejam detentores dos certificados denavegabilidade devidamente vlidos.

    5. Os reboques com matricula prpria esto includos no grupodos automveis pesados referidos na alnea a) do n. 2.

    ARTIGO 66(Incidncia subjectiva)

    1. So sujeitos passivos do imposto os proprietrios dosveculos, quer sejam pessoas singulares ou colectivas, de direitopblico ou privado, residentes na respectiva autarquia,presumindo-se como tais, at prova em contrrio, as pessoas emnome dos quais os mesmos se encontrem matriculados ouregistados.

    2. Para efeitos do disposto no nmero anterior, so equiparadosa proprietrios os locatrios financeiros e os adquirentes comreserva de propriedade.

    ARTIGO 67(Isenes)

    Esto isentos do Imposto Autrquico de Veculos:

    a) o Estado e qualquer dos seus servios, estabelecimentose organismos, ainda que personalizados;

    b) as autarquias locais e suas associaes e ou federaesde municpios;

    c) os Estados Estrangeiros, quando haja reciprocidade detratamento;

    d) o pessoal das misses diplomticas e consulares nostermos das respectivas convenes;

    e) as organizaes estrangeiras ou internacionais, nos termosde acordos celebrados pelo Estado moambicano.

  • 18 I SRIE NMERO 3

    ARTIGO 68(Taxas)

    As taxas do Imposto Autrquico de Veculos so as constantes das tabelas seguintes:

    Combustvel Utilizado Movidos a Electricidade Imposto Anual Segundo a Antiguidade

    GRUPOS Gasolina

    Cilindrada

    (centmetros cbicos)

    Outros Produtos

    (Cilindrada)

    Voltagem Total 1 Escalo

    At 6 anos

    2 Escalo

    Mais de 6 anos at

    12 anos

    3 Escalo

    Mais de 12 anos at

    25 anos

    A At 1000 Ate 1500 At 100 200 MT 100 MT 50 MT

    B Mais de 1000 at 1300 Mais de 1500 at

    2000 Mais de 100 400 MT 200 MT 100 MT

    C Mais de 1300 at 1750 Mais de 2000 at

    3000 ------------------- 600 MT 300 MT 150 MT

    D Mais de 1750 at 2600 Mais de 3000 ------------------- 1 600 MT 800 MT 400 MT

    E Mais de 2600 at 3500 ---------- ------------------- 2 400 MT 1200 MT 600 MT

    F Mais de 3500 ---------- ------------------- 4 400 MT 2 200 MT 1 100 MT

    Automveis Ligeiros

    Automveis Pesados de Carga

    Imposto Anual Segundo a Antiguidade

    GRUPOS

    Capacidade de carga em

    Kg

    1 Escalo

    At 6 anos

    2 Escalo

    Mais de 6 anos at 12 anos

    3 Escalo

    Mais de 12 anos at 25 anos

    G At 5000 180 MT 120 MT 60 MT

    H Mais de 5000 at 10000

    360 MT 240 MT 120 MT

    I Mais de 10000 at 16000 1080 MT 720 MT 360 MT

    J Mais de 16000 2160 MT 1440 MT 720 MT

  • 16 DE JANEIRO DE 2008 19

    Automveis Pesados de Passageiros

    Imposto Anual Segundo a Antiguidade

    Grupos Lotao de passageiros Lugares 1 Escalo

    At 6 anos

    2 Escalo

    Mais de 6 anos at 12 anos

    3 Escalo

    Mais de 12 anos at 25 anos

    K De 10 a 25 180 MT 120 MT 60 MT

    L De 26 a 40

    360 MT 240 MT 120 MT

    M De 41 a 70 1080 MT 720 MT 360 MT

    N Mais de 70 2160 MT 1440 MT 720 MT

    Motociclos Imposto Anual Segundo a Antiguidade do Motociclo

    Grupos Cilindrada

    (centmetros cbicos) 1 Escalo

    At 5 anos

    2 Escalo

    Mais de 5 anos at 10 anos

    3 Escalo

    Mais de 10 anos at 15 anos

    A At 50 50 MT ------------------- -------------------

    B Mais de 50 at 100 75 MT 37,50MT ------------------

    C Mais de 100 at 500 150 MT 75 MT 37,50MT

    D Mais de 500 500 MT 250 MT 125 MT

    Aeronaves

    Grupos Peso Mximo Autorizado a Descolagem (Kg) Imposto Anual

    A At 600 800 MT

    B Mais de 600 at 1000 2 400MT

    C Mais de 1000 at 1400 6 400 MT

    D Mais de 1400 at 1800 11 200 MT

    E Mais de 1800 at 2500 17 600 MT

    F Mais de 2500 at 4200 32 000 MT

    G Mais de 4200 at 5700 64 000MT

    H Mais de 5700 160 000MT

  • 20 I SRIE NMERO 3

    Barcos de Recreio

    Imposto Anual Segundo a Antiguidade do Barco

    Barcos de Recreio

    Indicadores

    1 Escalo

    At 15 anos

    2 Escalo

    Mais de 15 anos

    Grupos

    Tonelagem de

    arqueao bruta

    (toneladas)

    Potncia de propulso

    (HP)

    Por cada tonelada ou

    fraco de

    arqueao bruta

    Por cada 10 HP ou

    fraco da

    potncia total da

    propulso

    Por cada tonelagem

    ou fraco de

    arqueao bruta

    Por cada 10 HP ou

    fraco da

    potncia total da

    propulso

    A At 2 Mais de 25 180 MT 100 MT 120 MT 80 MT

    At 50 230,40 MT 112 MT 147,60 MT 93,60 MT B Mais de 2 at 5

    Mais de 50 255,60 MT 123 MT 160,80 MT 93,60 MT

    At 100 282,60 MT 123 MT 172,80 MT 93,60 MT C Mais de 5 at 10

    Mais de 100 333 MT 149 MT 187,20 MT 106,40 MT

    At 100 345,60 MT 149 MT 199,20 MT 106,40 MT D

    Mais de 10 at

    20 Mais de 100 410,40 MT 174 MT 225,60 MT 118,40 MT

    At 100 421,20 MT 174 MT 225,60 MT 118,40 MT E

    Mais de 20 at

    50 Mais de 100 484,20 MT 186 MT 252 MT 131,20 MT

    At 100 498,60 MT 186 MT 265,20 MT 131,20 MT F Mais de 50

    Mais de 100 561,60 MT 235 MT 292,80 MT 158,40 MT

  • 16 DE JANEIRO DE 2008 21

    SUBSECO VI

    Contribuio de Melhoria

    ARTIGO 69(Incidncia)

    1. A Contribuio de Melhoria uma contribuio especialdevida pela execuo de obras pblicas de que resulte valorizaoimobiliria, tendo como limite total a despesa realizada e comolimite individual o acrscimo de valor que da obra resultar paracada imvel beneficiado.

    2. A Contribuio de Melhoria cobrada pela autarquia sempreque o imvel, situado na zona de influncia da obra, forbeneficiado por quaisquer das seguintes obras pblicas, realizadaspela autarquia por administrao directa ou indirecta:

    a) abertura, alargamento, iluminao, arborizao de praase vias pblicas;

    b) construo e ampliao de parques e jardins;c) obras de embelezamento em geral.

    3. Para efeitos de incidncia da Contribuio de Melhoria noesto abrangidas a pavimentao de vias e logradouros pblicosexecutadas pela autarquia e que directamente valorizem os imveisem causa ou adjacentes, bem como a simples reparao erecapeamento de pavimento, de alterao de traado geomtricode vias e logradouros pblicos e colocao de guias e sarjetas.

    4. O facto gerador considera-se ocorrido no momento de inciode utilizao da obra pblica para os fins a que se destinou.

    ARTIGO 70(Incidncia subjectiva)

    O sujeito passivo da Contribuio de Melhoria o proprietrioou o possuidor a qualquer ttulo do imvel beneficiado pela obra.

    ARTIGO 71(Isenes)

    1. Esto isentos da Contribuio de Melhoria:

    a) o Estado;b) a prpria autarquia e as associaes ou federaes de

    municpios ou povoaes, quando exeram actividadescujo objecto no vise a obteno de lucro,relativamente aos prdios que integrem o seupatrimnio;

    c) as associaes humanitrias e outras entidades que, semintuito lucrativo, prossigam no territrio da autarquiaactividades de relevante interesse pblico,relativamente aos prdios urbanos destinados, directae imediatamente, realizao dos seus fins;

    d) os Estados Estrangeiros, relativamente aos prdiosadquiridos para as instalaes diplomticas ouconsulares, quando haja reciprocidade de tratamento.

    2. Cabe ao Presidente do Conselho Municipal ou de Povoaoindicar o servio competente para o reconhecimento das isenesacima descritas.

    ARTIGO 72(Requisitos)

    1. As obras pblicas a que se refere o n. 2 do artigo 69 so dainiciativa da autarquia, podendo, tambm, ser determinadas poriniciativa de pelo menos 2/3 (dois teros) dos proprietrios oupossuidores a qualquer ttulo de imvel situado na zona deinfluncia da obra a realizar .

    2. Nos casos em que a obra seja da iniciativa da autarquia, oplano das obras deve ter o acordo prvio de pelo menos 2/3 dosproprietrios ou possuidores, qualquer ttulo, do imvel a serbeneficiado pela obra.

    3. Aprovado o plano de obras pela Assembleia Municipal oude Povoao, e antes do lanamento do tributo, a autarquia deverpublicar um edital com os seguintes elementos:

    a) descrio da finalidade da obra;b) memorial descritivo do projecto;c) oramento do custo da obra;d) delimitao da rea beneficiada e relao dos imveis

    nela compreendidos;e) critrio de clculo da Contribuio de Melhoria.

    4. A Contribuio de Melhoria deve ser calculada tendo emconta a despesa realizada com a obra, que ser repartida entre osimveis beneficiados.

    5. Os interessados podem, querendo, no prazo de 30 dias acontar da data da fixao do edital, se este no estiver emconformidade com o acordado, impugnar, cabendo a estes o nusde prova.

    6. Tendo em conta o valor dever estipular-se a possibilidadede pagamento em prestaes, sendo o mximo de doze prestaes.

    7. Ocorrendo atraso no pagamento de trs prestaes, todo odbito considerado vencido e o crdito tributrio cobrado deforma coerciva.

    8. O contribuinte que pagar a Contribuio de Melhoria de umas vez gozar de um desconto de 15% sobre o valor total daquota-parte devida.

    SECO II

    Outras receitas tributrias

    ARTIGO 73(Taxas por licenas concedidas e por actividade econmica)

    1. As autarquias locais podem cobrar taxas por:a) realizao de infra-estruturas e equipamentos simples;b) concesso de licenas de loteamento, de execuo de

    obras particulares, de ocupao da via pblica pormotivo de obras e de utilizao de edifcios;

    c) uso e aproveitamento do solo da autarquia;d) ocupao e aproveitamento do domnio pblico sob

    administrao da autarquia e aproveitamento dos bensde utilizao pblica;

    e) prestao de servios ao pblico;f) ocupao e utilizao de locais reservados nos mercados

    e feiras;g) autorizao da venda ambulante nas vias e recintos

    pblicos;h) aferio e conferio de pesos, medidas e aparelhos de

    medio;i) estacionamento de veculos em parques ou outros locais

    a esse fim destinados;j) autorizao para o emprego de meios de publicidade

    destinados a propaganda social;k) utilizao de quaisquer instalaes destinadas ao

    conforto, comodidade ou recreio pblico;l) realizao de enterros, concesso de terrenos e uso de

    jazigos, ossrios e de outras instalaes em cemitriosmantidos pela autarquia;

  • 22 I SRIE NMERO 3

    m) licenciamento sanitrio de instalaes;n) qualquer outra licena da competncia das autarquias

    cuja tramitao no esteja isenta por lei;o) registos determinados por lei;p) comrcio por vendedores ambulantes nas ruas ou outros

    lugares pblicos;q) comrcio em feiras e mercados sem lugar marcado;r) quaisquer outras actividades de natureza artesanal ou de

    prestao de servios quando exercidos semestabelecimento ou em regime de indstria domstica;

    s) taxa por actividade econmica incluindo o exerccio deactividades tursticas.

    2. Esto igualmente abrangidas pelo disposto no nmeroanterior outras imposies constantes dos actuais cdigos deposturas.

    3. Compete assembleia autrquica fixar, mediante propostado Presidente do Conselho Municipal ou de Povoao, os valoresdas taxas a que se referem os nmeros anteriores.

    ARTIGO 74(Tarifas e taxas pela prestao de servios)

    1. Aplicam-se tarifas ou taxas de prestao de servios noscasos em que as autarquias tenham sob sua administrao directaa prestao de determinado servio pblico, e nomeadamente,nos seguintes casos:

    a) abastecimento de gua e energia elctrica;b) recolha, depsito e tratamento de lixo, bem como a ligao,

    conservao e tratamento de esgotos;c) transportes urbanos colectivos de pessoas e mercadorias;d) utilizao de matadouros;e) manuteno de jardins e mercados;f) manuteno de vias.

    2. Cabe assembleia autrquica a fixao das tarifas a que serefere o nmero anterior e, sempre que possvel, na base darecuperao de custos.

    ARTIGO 75(Multas)

    1. A violao do cdigo de posturas e de regulamentos denatureza genrica e execuo permanente das autarquias constituitransgresso sancionada com multa.

    2. As multas a prever nas posturas e nos regulamentosautrquicos no podem ser superiores a dez vezes o salrio mnimonacional dos trabalhadores da indstria, nem exceder o montantedas que forem impostas pelo Estado para contra-ordenao domesmo tipo.

    3. A competncia para a instruo dos processos detransgresso e aplicao das multas pertence aos rgosexecutivos autrquicos, podendo ser delegada em qualquer dosseus membros.

    4. As autarquias locais beneficiam ainda, total ou parcialmente,das multas fixadas por lei a seu favor.

    ARTIGO 76(Liquidao e cobrana dos impostos autrquicos)

    A liquidao e a cobrana dos impostos e demais tributosautrquicos so realizados pelos servios competentes daautarquia.

    CAPTULO V

    Contabilidade Autrquica, Prestao de Contase Inspeces

    ARTIGO 77(Contabilidade autrquica)

    1. A contabilidade autrquica efectuada de acordo com oPlano Bsico de Contabilidade e tem como objectivo o registocontabilstico, de forma uniforme e sistematizado, de actos e factos,de modo a constituir um instrumento de gesto econmico--financeira e permitir a apreciao e o julgamento da execuooramental e patrimonial.

    2. O regime da contabilidade dos servios autnomos oprevisto para os institutos pblicos.

    3. A contabilidade das empresas autrquicas e interautrquicas regido por lei prpria.

    4. Em condies a regulamentar, a contabilidade das povoaespode limitar-se ao simples registo de receitas e despesas.

    ARTIGO 78(Gesto de tesouraria)

    1. As receitas e as despesas do oramento da autarquia somovimentadas atravs de um sistema de caixa nica, regularmenteinstitudo.

    2. A autarquia tem tesouraria prpria, pela qual somovimentados os recursos que lhe forem destinados.

    3. As disponibilidades de tesouraria da autarquia e de qualquerdos seus servios, ainda que personalizados, so mantidas emdepsito em instituies financeiras nacionais ou em cofre,quando na autarquia no existam essas instituies.

    4. Podem constituir-se fundos de maneio, com os limiteslegalmente permitidos, para acorrer a pequenas despesas a prontopagamento.

    ARTIGO 79(Exactores)

    1. So sujeitos prestao de contas os agentes daadministrao autrquica responsveis pela arrecadao ou guardade quaisquer bens e valores pertencentes ou confiados autarquia.

    2. O tesoureiro da autarquia ou o funcionrio que exera essafuno fica obrigado apresentao de um boletim, dirio detesouraria, a afixar em local prprio na sede da autarquia.

    3. Os demais agentes autrquicos apresentam as respectivascontas nos primeiros dez dias do ms subsequente quele em quetenham sido recebidos os valores a que a prestao de contasrespeitar.

    ARTIGO 80(Tutela inspectiva)

    1. Cabe ao Governo fiscalizar a legalidade da gesto financeirae patrimonial das autarquias locais.

    2. As autarquias com a categoria de municpio devem serinspeccionadas ordinariamente pelo menos duas vezes no perodode cada mandato dos respectivos rgos.

    3. O Governo pode ordenar inquritos e sindicncias, mediantequeixas ou participaes devidamente fundamentadas.

    ARTIGO 81(Apreciao e julgamento das contas)

    1. O Conselho Municipal ou de Povoao deve elaborar eremeter ao Ministro que superintende a rea das Finanas,trimestralmente, at ao ltimo dia til dos meses de Abril, Julho,

  • 16 DE JANEIRO DE 2008 23

    Outubro e Janeiro, de cada ano, o balancete de execuo dooramento correspondente s receitas, despesas e saldo daexecuo oramental.

    2. O Presidente do Conselho Municipal ou de Povoao deveapresentar, at 31 de Maro do ano seguinte quela a que respeita,a conta de gerncia, Assembleia respectiva.

    3. As contas anuais da autarquia so apreciadas pela assembleiamunicipal ou de povoao, reunida em sesso ordinria at aofinal do ms de Abril do ano seguinte quele a que respeitam.

    4. As contas das autarquias so enviadas pelo Presidente doConselho Municipal ou de Povoao ao Tribunal Administrativo,com conhecimento do Ministrio que superintende a rea dasFinanas, at 31 de Maio do ano seguinte quele a que respeitam,independentemente da sua aprovao pela Assembleia Autrquica.

    5. O Ministrio que superintende a rea das Finanas deveelaborar um parecer sobre as contas recebidas e enviar ao TribunalAdministrativo at 31 de Julho do ano seguinte quele a querespeitam.

    6. O Tribunal Administrativo julga as contas at 31 de Outubrode cada ano e remete o seu acrdo aos rgos autrquicos,igualmente com cpia para o Ministro que superintende a readas Finanas.

    7. O no cumprimento pela autarquia das obrigaes estipuladaspelo presente artigo pode implicar:

    a) a aplicao das sanes estabe1ecidas pelo nmero 1 doartigo 98 da Lei n. 2/97, de 18 de Fevereiro; e

    b) impedimento de recandidatura para a reeleio comoPresidente do Conselho Municipal ou de Povoaoat regularizao da situao.

    ARTIGO 82(Exame pblico e reclamaes)

    1. Sem prejuzo do disposto no artigo anterior, as contas dasautarquias locais ficam disposio dos cidados at 31 de Maiode cada ano, para consulta dentro do horrio normal defuncionamento dos servios, em local de fcil acesso ao pblico,no edifcio sede da autarquia.

    2. A consulta prevista no nmero anterior pode ser feita porqualquer interessado, sem dependncia de qualquer requerimento,autorizao ou despacho.

    3. A consulta s pode ser feita no recinto municipal destinadoa esse fim, onde deve haver sempre, pelo menos, trs cpias doprocesso de contas disposio do pblico.

    4. Dentro do prazo indicado no n. 1 do presente artigo, qualquerinteressado pode apresentar reclamao ou queixa, por escrito,devendo a mesma:

    a) conter a identificao e a qualidade do reclamante ouqueixoso;

    b) incluir os elementos ou provas em que se fundamente.

    ARTIGO 83(Relatrio especial de termo do mandato)

    1. At trinta dias antes das eleies autrquicas, o presidentedo Conselho Municipal ou de Povoao deve ter preparado, paraentrega ao seu sucessor e publicidade imediata na formadeterminada pela assembleia autrquica, um relatrio detalhadoda situao da administrao da autarquia, o qual contmobrigatoriamente, entre outros elementos pertinentes, informaoactualizada sobre:

    a) dvidas da autarquia, com a relao dos respectivoscredores e dos prazos e formas de pagamento;

    b) acordos celebrados com o Estado, relativos aofinanciamento de projectos e outras aces no mbitoda autarquia;

    c) prestao de contas por transferncias recebidas e areceber do Oramento do Estado e outros apoiosfinanceiros;

    d) contratos celebrados ou em negociao relativos execuo de obras ou de fornecimento de bens eservios, com informao do que haja sido realizadoou executado e pago e do que esteja por executar e/oupagar, bem como indicao dos respectivos prazos eformas de pagamento;

    e) situao dos contratos com concessionrios e outrosoperadores de servios pblicos na esfera da autarquia;

    f) situao dos funcionrios ou servidores da autarquia,com indicao dos respectivos custos, efectivos esectores de afectao;

    g) informao detalhada sobre a execuo do oramento daautarquia do ano em curso.

    2. O Presidente do Conselho Municipal ou de Povoao deveigualmente apresentar o inventrio dos bens patrimoniais, referidoao ms anterior ao termo do mandato, conjuntamente com o termode entrega.

    3. Salvo nos casos excepcionais expressamente previstos nalei, vedado aos responsveis dos rgos autrquicos assumir,no ltimo ano do respectivo mandato, quaisquer compromissoscom a execuo de programas ou projectos que se traduzem emcriao de encargos para alm do perodo da sua gerncia.

    CAPTULO VI

    Disposies finais

    ARTIGO 84(Capacitao das autarquias)

    1. Compete ao Governo criar condies para a transferncia defunes actualmente exercidas por qualquer dos rgos do Estadopara as autarquias locais.

    2. A transferncia a que se refere o nmero anterior deve operar-se de forma gradual, e acompanhada da consolidao dosnecessrios requisitos de capacitao tcnica, humana e financeira,dos rgos autrquicos.

    3. Cabe ao Governo regulamentar e apoiar as autarquias deforma a capacit-las para, no prazo mximo de trs anos,procederem cobrana directa de todos os impostos autrquicos.

    4. A liquidao e cobrana dos impostos assegurada pelosservios do Estado at estarem criadas as condies mencionadasno nmero anterior.

    ARTIGO 85(Atribuio de competncias ao Governo)

    Compete ao Conselho de Ministros proceder regulamentaoda presente Lei no prazo de noventa dias, aps a data dapublicao da Lei.

    ARTIGO 86(Revogao)

    1. revogada a Lei n. 11/97, de 31 de Maio, os artigos 20 a 24da Lei n. 2/97, de 18 de Fevereiro, e demais legislao que contrariea presente Lei.

  • 24 I SRIE NMERO 3

    2. Mantm-se em vigor os impostos autrquicos da Lei n. 11//97 de 31 de Maio, at a entrada em vigor do Cdigo Tributrio,Autrquico a aprovar nos termos da presente Lei.

    ARTIGO 87(Entrada em vigor)

    A presente Lei entra em vigor na data da sua publicao, sendoaplicvel na elaborao e aprovao do Oramento do Estadopara 2008.

    Aprovada pela Assembleia da Repblica, 1 de Novembro de2007.

    O Presidente da Assembleia da Repblica, Eduardo JoaquimMulembw.

    Promulgada em 14 de Janeiro de 2008.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, ARMANDO EMLIO GUEBUZA.

    Preo 9,00 MT

    IMPRENSA NACIONAL DE MOAMBIQUE