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LEI MARIA DA PENHA

A Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso.

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VIOLÊNCIA DE GÊNERO

É aquela que decorre das relações desiguais entre mulheres e homens e da subordinação do feminino pelo masculino.

O desequilíbrio de poder entre os valores femininos e masculinos que resultam em práticas de violência.

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ORIGEM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

ORIGEMAlcoolismo drogas pobreza desemprego

CulturalDominação do homem sobre a

mulher

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O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER?

De acordo com a Lei Maria da Penha, é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.

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TIPOS DE VIOLÊNCIA

Violência Física;

Violência Psicológica;

Violência Sexual;

Violência Moral;

Violência Patrimonial.

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TIPOS DE VIOLÊNCIA (Cap II,art 7º)Violência Física

Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher;

A violência física vai desde beliscões, tapas, socos, pontapés, mordidas, queimaduras, agressões com arma branca ou de fogo, até o feminicídio.

Por deixar traços visíveis, sendo mais reconhecível pela própria mulher (do que o abuso psicológico) e pela própria sociedade;

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Muitas agressões são dirigidas ao ventre; Rostos, olhos, seios (anular o outro como

sujeito/ atacar a feminilidade); Violência física manifestada na tortura de

animais ou filhos de outra união ou mesmo dos próprios filhos do casal;

* Depoimentos retirados Hirigoyen, M-F “A violência no casal: da coação psicológica à agressão física.

-Como deixa trações visíveis, é mais reconhecível pela própria mulher (do que o abuso psicológico anterior) e pela própria sociedade;

- Muitas vezes há a dificuldade da mulher identificar esse tipo de violência, quando os vestígios são mínimos

“ Não, ele não me espanca de maneira alguma! É claro que, de vez em quando, ele me dá um safanão. Mas não gosto da palavra 'espancar', porque isso é inadmissível, ao passo que 'bater' é menos grave”. *

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Violência psicológica

Entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

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Violência física e psicológica estão interligadas.

Na Violência psicológica há a tentativa de negar o outro, considerá-lo um objeto, submetê-lo, controlá-lo em uma relação de poder;

Tem uma noção subjetiva, pois o mesmo ato pode ter significações diferentes de acordo com o contexto a que está inserido.

É uma modalidade de violência reconhecida recentemente;

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Comportamento e atitudes que podem configurar microviolências psicológicas:

O controle: horas, despesas, relações sociais, até mesmo do pensamento.

* Depoimentos retirados Hirigoyen, M-F “A violência no casal: da coação psicológica à agressão física.

“Durante muito tempo acreditei que a violência conjugal era algo que não tinha nada a ver comigo, porque meu marido não me batia, mas, na realidade, estava tão subjugada que ele não tinha necessidade de me bater para que eu fizesse todas as suas vontades. A violência física só surgiu quando comecei a resistir.” *

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O isolamento: progressivamente da família, amigos, impedida de trabalhar, ter vida social/ redes sociais.

“Seu marido não deixava Sônia dirigir nem sair sozinha. Ela não tinha carteira de motorista, talão de cheques, nem a chave da caixa de correio, pois ele fazia questão de abrir a correspondência.”*

* Depoimentos retirados Hirigoyen, M-F “A violência no casal: da coação psicológica à agressão

física.

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O ciúme patológico: comportamento de suspeição permanente.

“ Ele vigia meus telefonemas, como uso meu tempo, minhas relações com minha família e meus amigos, pois quer ter a certeza de que não tenho um amante.” *

* Depoimentos retirados Hirigoyen, M-F “A violência no casal: da coação psicológica à agressão

física.

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O assédio: vigiar a pessoa, segui-la pela rua, assediá-la por telefone, esperá-la na saída do trabalho, entre outros.

“ Desde que o deixei, ele me telefona várias vezes ao dia, alternando declarações de amor com ameaças. Faz cerco a meu apartamento,

escreve injúrias e as deixa sob minha porta.” *

As ameaças: a de tirar as crianças, de negar-se a dar dinheiro, espancar, de se suicidar.

* Depoimentos retirados Hirigoyen, M-F “A violência no casal: da coação psicológica à agressão física.

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Violência sexual

Entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar da relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

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A violência sexual vai desde o assédio sexual à exploração sexual, assim como o estupro conjugal;

“ Eu acabei cedendo, porque primeiro ele me suplicou, depois fez zombaria e por fim me ameaçou!”*

* Depoimentos retirados Hirigoyen, M-F “A violência no casal: da coação psicológica à agressão física.

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Violência patrimonial

Entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

Exemplos: caso que o ex-marido levou vários móveis da casa/ reteve certidão de nascimento dos filhos/ invadiu a casa e sequestrou o cachorro da família, entre outros.

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Entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Demonstra abertamente sua rejeição, ou é indiferença as demandas da parceira;

Difamar a companheira ou ex-companheira no ambiente familiar ou social, desqualificando-a;

Divulgação de vídeos íntimos (vingança virtual)

Violência Moral

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ESCALADA DA VIOLÊNCIA

Geralmente inicia no namoro, com ameaças, xingamentos, empurrões, proibições.

Após o casamento intensifica: danos a objetos, violências na presença da vítima, tapa, soco, ponta pés, mordidas, ataque sexual....

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CICLO DA VIOLÊNCIA

AGRESSÃO

LUA DE MEL

TENSÃO

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FASES DO CICLO

Tensão relacional - aumento gradual da tensão que pode durar meses até anos.

Violência aberta - geralmente dura de 02 a 24 horas.

Lua de mel (arrependimento e humilhação): período onde há promessas mútuas e demonstração de afeto e amor

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FASE DA TENSÃO

“Aí eu achava que o erro estava em mim, que eu sou

errada, então eu procurava fazer as vontades dele,

fazia tudo que ele queria para viver em paz.” (Carolina,

35 anos, doméstica).

FASE DA AGRESSÃO“…Até que um dia ele me me atacou, me chutou.”

(Carolina, 35 anos, doméstica).

(Violência Doméstica Contra Mulher – Caminhos e Descaminhos, Histórias Vividas, Histórias Contadas - 2007)

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FASE DA LUA DE MEL

“ Me cercava no meio da rua, dizia que estava

arrependido, ajoelhou no meio da rua.” (Carolina, 35

anos, doméstica).

“Sempre que brigava ele prometia mudar.” (Benedita,

42 anos, aposentada)

(Violência Doméstica Contra Mulher – Caminhos e Descaminhos, Histórias Vividas, Histórias Contadas - 2007)

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Ligação afetiva entre agressor e agredida;

Esperança que o companheiro mude;

Receio que o agressor seja prejudicado socialmente;

Culpa por sentir-se responsável pela violência;

Dependência ou interdependência econômica;

Medo que a violência se transforme em algo maior;

Receio de prejudicar ainda mais os filhos;

Vergonha dos familiares e amigos;

Deixar uma relação é um longo processo.

POR QUE É DIFÍCIL, PARA MULHER, ROMPER COM A VIOLÊNCIA?

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A pessoa cresceu em uma família violenta;

Tende a usar a violência para resolver seus problemas;

Tem ciúmes de outras pessoas do rol de amizades da companheira;

Abusa do álcool e de outras drogas;

Tem acesso a armas de fogo, faca, ou outros instrumentos letais;

Alterna extremos de altos e baixos, quase como se fosse duas pessoas diferentes.

SINAIS DE ADVERTÊNCIA A POSSÍVEL COMPORTAMENTO VIOLENTO

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PODE OCORRER NO ÂMBITO

UNIDADE DOMÉSTICA – espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive os esporadicamente agregadas.

UNIDADE FAMILIAR – unidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa.

RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO – o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independente de coabitação.

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LEI MARIA DA PENHA – O QUE ELA TRAZ DE NOVO?

Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher;

Estabelece que a violência contra a mulher independe de orientação sexual;

Proíbe as penas pecuniárias;

Proíbe que a própria mulher faça a entrega da intimação ao agressor;

Prevê as medidas protetivas de urgência.

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Lei Maria da Penha Medida Protetivas Que Obrigam o Agressor

Art. 22.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

( de ofício e no prazo de 48 horas)

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Das Medidas Protetivas de Urgência à vítima sobrevivente ou às vítimas indiretas (familiares ou dependentes)

Art. 23.  Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:• I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de

atendimento;• II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após

afastamento do agressor;• III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos

filhos e alimentos;• IV - determinar a separação de corpos.

Art. 24.  Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:

• I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;• II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de

propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;• III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;• IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais

decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

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NÃO CONFUNDA!

Agressãoviolência

Ação Penal – processo onde o agressor vai

ser julgado

Medida de proteção –

processo onde a vítima vai pedir uma proteção

Pode pedir a revogação

Não pode retratar se for

crime de lesão corporal

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• No caso de crime de ação pública incondicionada, como por exemplo a lesão corporal (agressão física), mesmo que a vítima não queira o processo terá prosseguimento. A ação prossegue mesmo que a vítima revogue a medida de proteção.

• As vezes a mulher não consegue sair do ciclo da violência, revoga a medida protetiva, mesmo tendo vários boletins de ocorrência e processos, mas o agressor não é preso em razão da falta de representação e ausência da medida de proteção.

• É necessário que a vítima comunique imediatamente o descumprimento da medida protetiva na Delegacia, no Ministério Público ou na Defensoria Pública da Mulher.

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Perguntas mais frequentes•A Lei Maria da Penha só vale para agressão física?Não. Esta lei abrange a violência psicológica, como o isolamento da mulher, o constrangimento, a violência verbal constante e o insulto; sexual, como manter uma relação sexual não desejada e forçada, impedir que a mulher use métodos contraceptivos ou de proteção; patrimonial, como a destruição e subtração dos seus bens, recursos econômicos ou documentos pessoais da vítima; e moral, qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. •Como se obtém medida protetiva e por quanto tempo ela vale?A medida protetiva pode ser solicitada através do registro de boletim de ocorrência em qualquer Delegacia de Polícia, especialmente na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, nas cidades onde houver uma. A medida também pode ser solicitada através Defensoria Pública, Advogado particular e Promotoria de Justiça (Ministério Público). Formulado o pedido e encaminhado ao Judiciário, o Juiz(a) terá até 48 horas para analisar a concessão da proteção. A medida durará pelo prazo determinado na decisão.

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• O agressor sempre vai preso? Por quanto tempo ele fica preso?

A prisão em sempre é imediata. A primeira medida é geralmente aplicação de uma protetiva para a vítima, como o afastamento do lar e a proibição de aproximação e contato. O agressor será preso caso seja condenado a uma pena privativa de liberdade ou descumpra a medida protetiva fixada pelo Juízo. Neste caso é muito importante que a vítima comunique imediatamente o descumprimento à autoridade policial, ao Ministério Público ou à Defensoria Pública. São proibidas penas pecuniárias como pagamentos de multas ou entrega de cestas básicas. O tempo de prisão varia de acordo com a condenação ou a necessidade de proteção, mas sempre a vítima será avisada sobre a prisão e soltura do agressor. 

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REFERÊNCIAS

AUAD, Daniela, Feminismo; Que História ´Essa? Rio de Janeiro, Editora D&A, 2003

Lei n. 11.340. (2006). Lei Maria da Penha. Brasília, DF: Presidência da República.

CECIP; Quebrando Silêncios e Lendas: Uma abordagem para policiais; São Paulo, 1999Fundação Perseu Abramo. (2001). Pesquisas de opinião: a mulher brasileira nos espaços público e privado.

HIRIGOYEN, M. A Violência no casal: da coação psicológica à agressão física. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

MAPA DA VIOLÊNCIA 2015 – Atualização: Homicídios de Mulheres no Brasil – CEBELA , 2012

PRÓSPERO, Neuza Ramos – Violência Doméstica Contra Mulher – Caminhos e Descaminhos Histórias Vividas,Histórias Contadas. UCDB, Campo Grande, 2007.

IV Relatório Nacional Brasileiro CEDAW – Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2008

SAFFIOTI, Heleieth I.B. Gênero, Patriarcado, Violência. São Paulo: Editora da Fundação Perseu Abramo, 2004;

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Jacqueline Machado – Juíza e Coordenadora da Coordenadoria da Mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar do TJMS

Sandra Regina Monteiro Salles (Psicóloga)E-mail: [email protected]

Vanessa Vieira (Assistente Social) E-mail:[email protected]

E-mail: [email protected]: 067 3314-1988