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7/22/2019 Lei n 25_2009 - Jurisdicao Administrativa
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Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009 I SRIENmero 38
BOLETIM DA REPBLICAPUBLICAO OFICIAL DA REPBLICA DE MOAMBIQUE
SUPLEMENTO
SUMRIOAssembleia da Repblica:
Lei n. 21/2009:Aprova a Lei de Aviao Civil.
Lei n. 22/2009:Aprova a Lei de Defesa do Consumidor.
Lei n. 23/2009:Aprova a Lei Geral sobre as Cooperativas.
Lei n. 24/2009:Aprova a Lei do Exerccio da Medicina Privada.
Lei n. 25/2009:Aprova a Lei Orgnica da Jurisdio Administrativa.
Lei n. 25/2009de 28 de Setembro
Havendo necessidade de melhorar o controlo dalegalidade dos actos administrativos e da aplicao das
normas regulamentares emitidas pela administraoPblica, bem como a fiscalizao da legalidade dasdespesas pblicas e a respectiva efectivao daresponsabilidade por infraco financeira, ao abrigodo nmero 2 do artigo 230, conjugado com a alnea r)do nmero 2 do artigo 179 da Constituio, aAssembleia da Repblica determina:
CAPTULO IDisposies gerais
ARTIGO 1(mbito de jurisdio)
1. A jurisdio administrativa e a fiscalizao dalegalidade das receitas e das despesas pblicas so
exercidas pelo Tribunal Administrativo e pelostribunais administrativos.2. Compete, ainda, ao Tribunal Administrativo oexerccio da jurisdio fiscal e aduaneira, em instncianica ou em segunda e terceira instncias.3. O Tribunal Administrativo o rgo superior dahierarquia dos tribunais administrativos, fiscais eaduaneiros.
ARTIGO 2(mbito de actuao territorial)
1. O Tribunal Administrativo exerce a sua jurisdioem todo o territrio da Repblica de Moambique.
2. Os tribunais administrativos tm jurisdio noespao territorial definido por lei.3. Os tribunais administrativos locais acrescentam sua designao tribunal administrativo aidentificao da rea territorial correspondente sua
jurisdio.
ARTIGO 3(rgos de jurisdio)
1. So rgos de jurisdio:a) o Tribunal Administrativo;
b) os tribunais administrativos;c) os tribunais fiscais;
d) os tribunais aduaneiros.2. Constituem o Tribunal Administrativo:a) o Plenrio, como ltima ou nica instncia, nostermos do artigo 26 da presente Lei;
b) as primeira e terceira seces e subseces referidasnos artigos 17 e 33 da presente Lei, como primeirainstncia ou segunda instncia;c) a segunda seco, em segunda instncia, nos termosdo artigo 30 da presente Lei.3. Os tribunais administrativos constituem rgos de
jurisdio de primeira instncia no mbito dascompetncias conferidas por lei.4. Os tribunais fiscais constituem rgos de jurisdio
de primeira instncia nos litgios decorrentes dasrelaes jurdico-fiscais.
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5. Os tribunais aduaneiros constituem rgos dejurisdio de primeira instncia investidos na funode julgar as infraces e dirimir litgios sobre matriasrelativas legislao aduaneira.6. Podem constituir-se tribunais arbitrais em relaoaos contratos administrativos, responsabilidade civilcontratual ou extracontratual e ao contencioso dos
actos de contedo predominantemente econmico.
ARTIGO 4(Funo jurisdicional)
Compete ao Tribunal Administrativo e aos tribunaisadministrativos:a) o controlo da legalidade dos actos administrativos eda aplicao das normas regulamentares emitidas pelaAdministrao Pblica, que no sejam da competnciados tribunais fiscais e aduaneiros;
b) a fiscalizao da legalidade das despesas pblicas ea respectiva efectivao da responsabilidade porinfraco financeira;
c) julgar as aces que tenham por objecto litgiosemergentes das relaes jurdico-administrativas.
ARTIGO 5(Limites da jurisdio)
1. Encontram-se excludas da jurisdio do TribunalAdministrativo e dos tribunais administrativos, aapreciao e deciso relativas a:a) actos praticados no exerccio da funo poltica eresponsabilidade pelos danos decorrentes desseexerccio;
b) normas legislativas e responsabilidade pelos danosdecorrentes do exerccio da funo legislativa;
c) actos relativos instruo criminal e ao exerccio daaco penal em matria criminal;d) qualificao de bens como pertencendo ao domnio
pblico e actos de delimitao destes com bens deoutra natureza;e) questes de direito privado, ainda que qualquer das
partes seja pessoa de direito pblico;f) actos cuja apreciao pertena por lei competnciade outros tribunais;g) actos estritamente tcnicos relacionados commatria fiscal e aduaneira.2. Quando o conhecimento do objecto do recurso ouda aco depender da deciso de uma questo dacompetncia de outros tribunais, pode o juiz sobrestarna deciso at que o tribunal competente se pronuncie.A lei processual fixa os efeitos da inrcia dosinteressados quanto instaurao e ao andamento do
processo relativo questo prejudicial.
ARTIGO 6(Normas e princpios inconstitucionais)
A Jurisdio Administrativa no pode aplicar leis ouprincpios que ofendam a Constituio.
ARTIGO 7(Pressupostos processuais)
O exerccio de meios processuais que sejam dacompetncia do Tribunal Administrativo, dos tribunaisadministrativos, fiscais e aduaneiros depende dos
pressupostos fixados por lei.
ARTIGO 8(Natureza e objecto do recurso contencioso)
Os recursos contenciosos so de mera legalidade e tmpor objecto a anulao ou declarao de nulidade, oudeclarao de inexistncia jurdica dos actosrecorridos, exceptuada qualquer disposio emcontrrio.
ARTIGO 9(Competncia em razo do autor do acto)
A competncia para o conhecimento dos recursoscontenciosos determinada pelo cargo da autoridadeque tiver praticado o acto impugnado, incluindo-se osactos praticados por delegao de poderes.
ARTIGO 10(Fixao da competncia)
1. A competncia fixa-se no momento da propositurada causa, sendo irrelevantes as modificaes de factoocorridas posteriormente.
2. So igualmente irrelevantes as modificaes dedireito, excepto se for suprimido o tribunal a que acausa estava afecta ou se deixar de ser competente emrazo da matria e da hierarquia, ou lhe for atribudacompetncia de que inicialmente carecesse para oconhecimento da causa.
ARTIGO 11(Contratos administrativos)
1. Para efeitos de competncia contenciosa, considera-se como contrato administrativo o acordo de vontades
pelo qual se constitui, modifica ou extingue umarelao jurdica de direito administrativo.
2. Constituem fundamentalmente contratosadministrativos os contratos de empreitada de obras
pblicas, de concesso de obras pblicas, deconcesso de servios pblicos, de concesso de uso
privativo do domnio pblico, de explorao de jogosde fortuna ou de azar e os contratos de fornecimentocontnuo e de prestao de servios celebrados pelaAdministrao para fins de imediata utilidade pblica.3. permitido o recurso contencioso de actosadministrativos destacveis relativos formao eexecuo dos contratos administrativos.
ARTIGO 12(Inexistncia de alada)
Na Jurisdio Administrativa no h alada.
ARTIGO 13(Declarao de ilegalidade de normas)
1. A declarao, com fora obrigatria geral, dailegalidade de uma norma regulamentar emitida pelaAdministrao Pblica, nos termos da presente Lei,apenas produz efeitos desde o momento do seutrnsito em julgado.2. A declarao de ilegalidade de uma norma conduz repristinao das que a mesma tenha revogado,excepto se, por outro motivo, tiverem deixado devigorar.3. Sempre que motivos de equidade ou interesse
pblico, de excepcional relevo, assim o exijam, pode oTribunal Administrativo, em deciso especificamentefundamentada, atribuir os efeitos da declarao data
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da entrada em vigor da norma ou a momentoposterior.4. A retroactividade prevista no nmero anterior noafecta, no entanto, os casos julgados, excepto decisoem contrrio do Tribunal Administrativo, sempre quea norma respeitar a matria sancionatria e for menosfavorvel ao administrado.
5. Excluem-se do regime de declarao de ilegalidadedeterminado neste preceito as situaes previstas naalnea a), do nmero 1 do artigo 244 da Constituio,na parte aplicvel.
ARTIGO 14(Interveno de tcnicos)
1. As leis processuais fixam os casos e a forma deinterveno de tcnicos para prestarem assistncia aos
juzes, aos representantes do Ministrio Pblico e aosrepresentantes do Ministrio das Finanas.2. A interveno de tcnicos para assistncia aosrepresentantes do Ministrio Pblico junto da
jurisdio fiscal, obrigatria, nos termos constantesdas leis processuais.
ARTIGO 15(Direito subsidirio)
So aplicveis ao Tribunal Administrativo e aostribunais administrativos, quanto ao que no se acharespecialmente previsto, as disposies relativas aostribunais judiciais, com as devidas adaptaes.
CAPTULO IITribunal Administrativo
SECO IDisposies comuns
ARTIGO 16(Sede)
O Tribunal Administrativo tem a sua sede na capitaldo Pas.
ARTIGO 17(Seces)
Constituem seces do Tribunal Administrativo:a) a primeira seco rea do contenciosoadministrativo;
b) a segunda seco rea do contencioso fiscal eaduaneiro.
ARTIGO 18(Terceira seco)
A terceira seco compreende:a) a primeira subsecorea do visto;
b) a segunda subseco rea da fiscalizao dasreceitas e das despesas pblicas.
ARTIGO 19(Composio do tribunal)
O Tribunal Administrativo composto pelo Presidentedo Tribunal e por doze juzes Conselheiros.
ARTIGO 20(Preenchimento das seces)
1. Os juzes conselheiros so nomeados para cada umadas seces e subseces, sem prejuzo de poderem
ser agregados a outra seco ou subseco a fim deacorrer a necessidades pontuais de servio.2. A agregao pode ser determinada com ou semdispensa do servio da seco ou subseco de que o
juiz conselheiro faa parte.3. A agregao pode ser decidida para o exerccio
pleno de funes ou apenas para as de relator ou de
adjunto.4. Verificando-se a acumulao prevista no nmeroanterior, a agregao pode ser determinada comreduo do servio da seco ou subseco de que o
juiz conselheiro faa parte, designadamente atravs dalimitao das funes deste s de relator ou s deadjunto.5. Se o relator mudar de seco ou subseco,mantm-se a sua competncia nos processos inscritos
para julgamento.6. Quando os adjuntos mudem de seco ou desubseco, mantm a sua competncia nos processosem que tiverem visto para julgamento.
ARTIGO 21(Nomeao, demisso, posse e exerccio do cargo de
Presidente)1. O Presidente do Tribunal Administrativo nomeado por acto do Presidente da Repblica, ouvidoo Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa e ratificado pela Assembleia daRepblica.2. O cargo de Presidente do Tribunal Administrativo exercido por um perodo de cinco anos, sendo
permitida a sua reconduo.3. O Presidente do Tribunal Administrativo s pode
ser demitido ou suspenso do exerccio das suasfunes por incapacidade fsica ou psquicacomprovada ou por grave motivo de ordem moral.4. O Presidente do Tribunal Administrativo toma
posse perante o Presidente da Repblica e tem otratamento adequado sua posio de titular de umrgo central de soberania.
ARTIGO 22(Substituio do Presidente)
1. O Presidente do Tribunal Administrativo substitudo pelo juiz conselheiro mais antigo noexerccio das respectivas funes.2. No caso de todos os juzes conselheiros possurem amesma antiguidade, a substituio caber ao juiz maisvelho.
ARTIGO 23(Nomeao e posse dos juzes conselheiros)
1. Os juzes conselheiros so nomeados, de entrelicenciados em Direito ou altos funcionrios daAdministrao Pblica, com o nvel de licenciatura,
pelo Presidente da Repblica, sob proposta doConselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa.2. Os juzes conselheiros tomam posse perante oPresidente da Repblica.
ARTIGO 24(Competncias do Presidente)
1. Compete ao Presidente do Tribunal Administrativo:
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a) representar o Tribunal Administrativo e asseguraras suas relaes com os demais rgos de soberania eautoridades pblicas;
b) dirigir o Tribunal Administrativo e superintendernos seus servios;c) fixar o horrio das sesses semanais do plenrio econvocar as sesses extraordinrias;
d) presidir s sesses do plenrio, relatar e votar osacrdos e apurar o vencido;e) assegurar o andamento normal dos processos,
podendo decidir a substituio provisria do relatorpor impedimento prolongado, tanto no julgamento,como nas sesses;f) intervir nos julgamentos sempre que o quadro dos
juzes nas seces no esteja preenchido e no houverpossibilidade de constituir a formao para julgamentopor essa falta;g) exercer a aco disciplinar sobre os funcionrios dotribunal e aplicar as respectivas penas, desde que nose trate de matrias da competncia do Conselho
Superior da Magistratura Judicial Administrativa;h) convocar e presidir s sesses de distribuio de
processos;i) agregar a uma seco ou subseco juzes de outraseco ou subseco;
j) dar posse aos juzes-presidentes dos tribunaisadministrativos, fiscais e aduaneiros;k) providenciar pela redistribuio equitativa dos
processos quando se verificar aumento do nmero dejuzes;l) fixar os turnos de frias e outros previstos na lei;m) nomear rbitros nos termos da lei processual;n) nomear, conferir posse e exonerar o Secretrio-
Geral do Tribunal Administrativo;o) dar posse aos funcionrios do Tribunal;
p) fazer as nomeaes, demisses e propostas que porlei lhe fossem conferidas;q) emitir directivas e instrues de carcter genrico,dirigidas aos tribunais administrativos, fiscais eaduaneiros com vista a uma maior eficcia e qualidadeda administrao da justia;r) exercer as demais funes estabelecidas por lei.2. O Presidente do Tribunal Administrativo podedelegar a sua competncia para a prtica dedeterminados actos, no conexionados com a funo
jurisdicional, em qualquer juiz conselheiro ou noSecretrio - Geral do Tribunal Administrativo.3. As decises do Presidente do TribunalAdministrativo, relativas s competncias noestritamente jurisdicionais constantes dos nmerosanteriores, assumem a forma de Despacho.
ARTIGO 25(Funcionamento)
1. O Tribunal Administrativo funciona em plenrio,por seces e por subseces.2. O Tribunal Administrativo s pode funcionar em
plenrio com a presena de metade mais um dos juzesconselheiros em efectividade de funes.
ARTIGO 26(mbito de cognio)
O Tribunal Administrativo conhece de matria defacto e de direito em qualquer das suas formaes.
SECO IIPlenrio
ARTIGO 27(Competncia do plenrio)
1. Compete ao plenrio apreciar:a) os recursos dos actos administrativos ou em matria
administrativa praticados por rgos de soberania ouseus titulares e pelo Primeiro-Ministro;
b) os recursos dos actos do Conselho de Ministros ouseu titular e do Primeiro-Ministro, relativos questesfiscais e aduaneiras;c) os processos de prestao de contas da Presidnciada Repblica, da Assembleia da Repblica, doTribunal Supremo, do Tribunal Administrativo e doConselho Constitucional.d) os pedidos de suspenso de eficcia dos actosreferidos nas alneas anteriores;e) os recursos dos acrdos das seces que, emrelao ao mesmo fundamento de direito e na ausncia
de alterao substancial de regulamentao jurdica,perfilhem soluo oposta de acrdos das mesmasseces;f) os conflitos de jurisdio entre as seces doTribunal Administrativo e qualquer autoridadeadministrativa, fiscal ou aduaneira;g) os recursos dos acrdos das seces e subseces;h) os recursos de actos administrativos punitivos nombito das suas competncias;i) os recursos dos actos do Presidente do TribunalAdministrativo;
j) os pedidos relativos produo antecipada deprova;
k) outros recursos e pedidos conferidos por lei.2. Compete, ainda, ao plenrio elaborar e apreciar orelatrio e o parecer sobre a Conta Geral do Estado.
ARTIGO 28(Composio e distribuio do plenrio)1. O plenrio constitudo pelo Presidente do Tribunale por todos os juzes em exerccio, tendo o Presidentevoto de qualidade.2. A distribuio feita por todos os juzes emexerccio, incluindo o Presidente, no exerccio dasfunes jurisdicionais, com excepo do relator doacrdo impugnado.
SECO IIIContencioso Administrativo
ARTIGO 29(Competncia da Primeira Seco)
Compete Seco do Contencioso Administrativoconhecer:a) os recursos dos actos administrativos ou em matriaadministrativa praticados por membros do Conselhode Ministros;
b) os recursos relativos aplicao de normasregulamentares emitidas pela Administrao Pblica,
bem como os pedidos de declarao de ilegalidadedessa aplicao;c) os recursos dos acrdos dos tribunaisadministrativos;
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d) os recursos de actos administrativos punitivos nombito das suas competncias;e) os pedidos de suspenso da eficcia dos actosreferidos nas alneas a) e c);f) os pedidos da execuo das suas decises,
proferidas em primeira instncia, independentementede ter sido interposto recurso para o Plenrio;
g) os pedidos relativos produo antecipada deprova;h) outros recursos e pedidos que lhe forem confiados
por lei.
ARTIGO 30(Constituio da seco)
Para apreciar as matrias referidas no artigo anterior, aSeco do Contencioso Administrativo constituda
por trs juzes, sendo um deles o Presidente da seco.
SECO IVContencioso Fiscal e Aduaneiro
ARTIGO 31(Competncia da Seco do Contencioso Fiscal e
Aduaneiro)Compete Seco do Contencioso Fiscal e Aduaneiroconhecer:a) os recursos dos actos de quaisquer autoridades,respeitantes a questes fiscais ou aduaneiras, nocompreendidas na alnea b) do no 1 do artigo 23, daLei n. 02/2004, de 21 de Janeiro e nas alneas c), d) ee) do nmero 1 do artigo 3 da Lei n. 10/2001, de 07de Julho;
b) os pedidos relativos execuo dos seus acrdos
proferidos em primeira instncia, independentementede ter sido interposto recurso para o Plenrio;c) os pedidos de produo antecipada de prova;d) a suspenso da eficcia dos actos referidos na alneaa), desde que seja prestada a devida garantia;e) os recursos interpostos dos tribunais fiscais e dostribunais aduaneiros de natureza administrativa;f) as demais matrias atribudas por lei.
ARTIGO 32(Constituio da seco)
A Seco do Contencioso Fiscal e Aduaneiro constituda por trs juzes, sendo um deles oPresidente da Seco.
ARTIGO 33(Excluso de infraces criminais)
O conhecimento de infraces pela Seco Fiscal eAduaneira abrange, s e apenas, as infraces fiscais eaduaneiras, que no sejam criminais.
SECO VVisto e fiscalizao das receitas e das despesas
pblicas
ARTIGO 34(Competncias da Terceira Seco)
1. Compete Seco do Visto e da Fiscalizao dasReceitas e das Despesas Pblicas a fiscalizao prviados actos emitidos por rgos de soberania ou seustitulares e pelo Primeiro-Ministro.
2. No mbito da fiscalizao, atravs do visto,compete verificar a conformidade com as leis emvigor dos seguintes actos praticados por membros doConselho de Ministros:a) os contratos, de qualquer natureza, celebrados porentidades sujeitas jurisdio do Tribunal;
b) as minutas dos contratos nos termos da legislao
relativa fiscalizao prvia;c) as minutas de contratos de qualquer valor quevenham a celebrar-se por escritura pblica e cujosencargos tenham de ser satisfeitos no acto da suacelebrao;d) os diplomas e despachos relativos admisso de
pessoal no vinculado funo pblica, assim comotodas as admisses em categorias de ingresso naadministrao pblica.3. No mbito da fiscalizao das receitas e dasdespesas pblicas:a) proceder fiscalizao concomitante e sucessivados dinheiros pblicos, no mbito das competncias
conferidas por lei;b) proceder fiscalizao da aplicao dos recursosfinanceiros obtidos atravs de emprstimos, subsdios,avales e donativos, no mbito da administrao
pblica central.4. Compete ainda, no mbito da fiscalizao dasreceitas e das despesas pblicas, apreciar e decidir os
processos de prestao de contas das seguintesentidades:a) ministrios e comisses de natureza inter-ministerial;
b) entidades da Administrao Pblica Central;c) tribunais no mencionados na alnea c), do artigo
27;d) Procuradoria-Geral da Repblica;e) assembleias provinciais;f) governadores provinciais e da cidade de Maputo;g) universidades pblicas;h) institutos pblicos;i) empresas pblicas;
j)sociedades de capitais exclusiva ou maioritariamentepblicos;k) segurana social;l) embaixadas e representaes diplomticas econsulares, representaes e delegaes de ministriosno exterior;m) outras entidades ou organismos determinados porlei.5. Compete conhecer dos recursos interpostos dostribunais administrativos, no mbito da fiscalizao
prvia, concomitante e sucessiva.6. Compete conhecer e decidir sobre outras matriasatribudas por lei.
ARTIGO 35(Iseno de visto)
1. No esto sujeitos a fiscalizao prvia, semprejuzo da sua eventual fiscalizao sucessiva:a) os diplomas de nomeao emanados do Presidenteda Repblica;
b) os diplomas relativos aos cargos electivos;c) os contratos celebrados ao abrigo de acordos decooperao entre Estados;
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d) os actos administrativos sobre a concesso devencimentos certos ou eventuais resultantes doexerccio de cargo por inerncia legal expressa, comexcepo dos que concedem gratificao;e) as nomeaes definitivas dos funcionrios doEstado;f) os contratos de trabalho celebrados por
representaes diplomticas e consularesmoambicanas no exterior com trabalhadoresestrangeiros;g) os ttulos definitivos de contratos cujas minutashajam sido objecto de visto;h) os contratos de arrendamento celebrados noestrangeiro para instalao de postos diplomticos ouconsulares ou outros servios de representaointernacional, quando a urgncia da sua realizaoimpea a sujeio daqueles ao visto prvio da
jurisdio administrativa;i) outros actos ou contratos especialmente previstos
por lei.
2. Os servios devem, no prazo de 30 dias, aps acelebrao dos contratos a que se referem as alneasc), a f) do nmero anterior, remeter cpia dos mesmos jurisdio administrativa.
ARTIGO 36(Entidades sujeitas fiscalizao das receitas e das
despesas pblicas)Esto sujeitas a julgamento das receitas e das despesas
pblicas as seguintes entidades:a) o Estado e todos os seus servios;
b) os servios e organismos autnomos;c) os rgos locais representativos do Estado;
d) as autarquias locais nos termos da lei;e) as empresas pblicas e as sociedades de capitaisexclusiva ou maioritariamente pblicos;f) os exactores, tesoureiros, recebedores, pagadores emais responsveis pela guarda ou administrao dedinheiros pblicos;g) os responsveis por contas relativas a material ouequipamento ou quaisquer entidades que giram ou
beneficiem de receitas ou financiamentos provenientesde organismos internacionais ou das entidadesreferidas nas alneas anteriores, ou obtidos cominterveno destas, consubstanciados nomeadamenteem subsdios, emprstimos ou avales;h) os conselhos administrativos ou comissesadministrativas;i) os administradores, gestores ou responsveis pordinheiros pblicos ou outros activos do Estado, sejaqual for a sua designao, bem como pelos fundos
provenientes do exterior, sob a forma de emprstimos,subsdios, donativos ou outra;
j) as entidades a quem forem adjudicados, porqualquer forma, fundos do Estado;k) outras entidades ou organismos a determinar porlei.
ARTIGO 37(Constituio da seco)
A Seco constituda por seis juzes, sendo um delespresidente da Seco, sendo distribudos em nmeroigual pelas duas subseces.
ARTIGO 38(Julgamento de processos de visto)
1. Na apreciao dos processos submetidos a visto,intervm o juiz relator.2. Actuando a subseco competente e os tribunaisadministrativos, nos termos do nmero anterior everificando-se dvidas sobre a matria submetida a
visto, o juiz relator apresenta o respectivo processo sesso da subseco da 3 Seco ou ao TribunalAdministrativo, julgando ambas as formaes com osrespectivos juzes.
CAPTULO IIITribunais administrativos
ARTIGO 39(Funes)
Os tribunais administrativos so rgos de jurisdioadministrativa, de primeira instncia, com
competncias em matria de contenciosoadministrativo e da fiscalizao prvia, concomitante esucessiva, nos termos da lei.
ARTIGO 40(Recursos)
Das decises dos tribunais administrativos caberecurso, em segunda instncia, para as PrimeiraSeco e Terceira Seco e, em ltima instncia, parao Plenrio do Tribunal Administrativo,respectivamente, e de acordo com as matrias objectoda impugnao.
ARTIGO 41(mbito territorial)
1. Em cada uma das provncias do Pas e na cidade deMaputo criado um tribunal administrativo.2. O tribunal administrativo pode organizar-se emseces, sempre que o volume, a complexidade daactividade jurisdicional e outras circunstnciasrelevantes o justifiquem.
ARTIGO 42(Sede jurisdicional)
1. O tribunal administrativo tem a sede na respectivacapital provincial e na cidade de Maputo, conforme oscasos.2. Excepcionalmente, sempre que motivos
ponderosos, designadamente o volume processual ojustifiquem, a sede do tribunal administrativo pode serdiversa da sede da capital provincial.
ARTIGO 43(Constituio)
1. O tribunal administrativo composto por trsjuzes, sendo um deles o presidente do tribunal.2. Todos os juzes participam na audincia dediscusso e julgamento, em matria de facto e dedireito.3. Se o tribunal administrativo funcionar em seces, acomposio destas obedece ao disposto no nmero 1deste artigo, sendo um deles o presidente da seco.
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ARTIGO 44(Perodo de mandato do presidente do Tribunal
Administrativo)O mandato do juiz-presidente do TribunalAdministrativo de cinco anos, podendo ser renovado
por uma s vez, por igual perodo.
ARTIGO 45(Competncias do juz-presidente)
Compete ao juiz presidente dos tribunaisadministrativos:a) representar o tribunal e assegurar as suas relaescom os demais rgos de soberania e quaisquerautoridades;
b) dirigir o tribunal, superintender nos seus servios eassegurar o seu funcionamento normal;c) presidir e dirigir a distribuio de processos;d) exercer a aco disciplinar sobre os funcionrios dotribunal e aplicar as respectivas sanes nos termos dalei;
e) dar posse aos funcionrios do tribunal;f) proceder s nomeaes e propostas que, por lei, lhesejam conferidas;g) elaborar um relatrio anual sobre o estado dosservios;h) exercer as demais funes atribudas por lei.2. O juiz-presidente pode delegar as suascompetncias para a prtica de determinados actos,no relacionados com a funo jurisdicional, emqualquer dos juzes ou no secretrio do tribunal.
ARTIGO 46(Funcionamento)
1. A distribuio de processos feita em termosequitativos, pelo presidente do tribunal e restantes
juzes.2. O tribunal administrativo apenas pode deliberarvalidamente com a composio completa.3. Os juzes intervm na anlise e deciso sobre amatria de facto e de direito.4. As decises so tomadas por maioria simples devotos.5. Em caso de empate, o juz-presidente tem voto dequalidade.
ARTIGO 47(Cartrio e servios de apoio)
1. Em cada tribunal administrativo h um cartriochefiado por um escrivo de direito.2. Sempre que o volume, a complexidade do trabalhoou outras circunstncias relevantes o justifiquem, podeser criada uma secretaria geral, a cargo de umsecretrio judicial.3. Quando o movimento processual de uma seco o
justifique pode ser criado junto dela um cartrio.
ARTIGO 48(Substituies)
Compete ao Conselho Superior da MagistraturaJudicial Administrativa determinar a substituio do
juz-presidente e dos outros juzes nas suas faltas,ausncias e impedimentos.
ARTIGO 49(Afectao temporria de juzes)
1. Quando as necessidades de servio de um tribunaladministrativo o impuserem, podem ser afectos,temporariamente, um ou mais juzes de direito paraapoiarem os existentes.2. Cabe ao Conselho Superior de Magistratura Judicial
Administrativa proceder afectao mencionada nonmero precedente, a pedido expresso e fundamentadodo juiz-presidente.
ARTIGO 50(Competncias em razo da matria)
1. No mbito do contencioso administrativo competeaos tribunais administrativos conhecer:a) os recursos de actos administrativos ou em matriaadministrativa praticados por qualquer autoridade nocompreendida nas alneas a) e b) do artigo 27;
b) os recursos de actos administrativos punitivos nombito das suas competncias;
c) os recursos dos actos administrativos dos rgosdos servios pblicos com personalidade jurdica eautonomia administrativa;d) os recursos dos actos administrativos das pessoascolectivas de utilidade pblica administrativa;e) os recursos de actos administrativos dosconcessionrios;f) os recursos de actos administrativos de associaes
pblicas;g) as aces para obter o reconhecimento de umdireito ou interesse legalmente protegido;h) as aces relativas a contratos administrativos eainda quanto responsabilidade das partes pelo seu
incumprimento;i) as aces sobre a responsabilidade civil do Estado,de quaisquer outras entidades pblicas, e dos titularesdos seus rgos e agentes por prejuzo derivado deactos de gesto pblica, incluindo-se as aces deregresso;
j) os pedidos de suspenso da eficcia dos actosreferidos nas alneas anteriores;k) os pedidos de execuo das suas decises e aindados acrdos proferidos pela seco e plenrio, na
parte aplicvel;l) os pedidos relativos produo antecipada de
prova;m) os pedidos de intimao a autoridadeadministrativa para facultar a consulta de documentosou processos e passar certides, com a finalidade de
permitir aos requerentes o uso de meiosadministrativos ou contenciosos;n) os pedidos de intimao a particular ou aconcessionrio para adoptar ou se abster dedeterminada conduta, com a finalidade de assegurar ocumprimento de normas de direito administrativo;o) outros recursos e pedidos que lhe forem confiados
por lei;p) exercer o controlo da legalidade da aplicao dasnormas, regulamentos admitidos pela AdministraoPblica, que no sejam da competncia dos tribunaisfiscais e aduaneiros.2. No mbito da fiscalizao prvia, concomitante esucessiva, compete aos tribunais administrativos:
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a) verificar, atravs do visto, a conformidade com asleis em vigor dos actos e contratos constantes dasalneas a), b), c) e d), do n. 2 do artigo 34 da presenteLei, praticados por autoridades que no sejam oConselho de Ministros ou o seu titular, Primeiro-Ministro e membros do Conselho de Ministros;
b) proceder fiscalizao prvia, concomitante e
sucessiva dos dinheiros pblicos, no mbito dascompetncias conferidas por lei;c) proceder fiscalizao da aplicao dos recursosfinanceiros obtidos mediante emprstimos, subsdios,avales e donativos no mbito da AdministraoPblica local;d) apreciar e decidir os processos de prestao decontas de todas as entidades, exceptuadas asmencionadas na alnea c) do artigo 27 e na alnea d),do n. 3 do artigo 34, ambos da presente Lei.3. Compete aos tribunais administrativos, funcionandocolegialmente, conhecer dos recursos interpostos dedecises em matria de fiscalizao prvia,
concomitante e sucessiva e emitidas pelaAdministrao Pblica.4. Cabe, ainda, aos tribunais administrativos, conhecerde outras matrias conferidas por lei.
ARTIGO 51(mbito da competncia territorial)
A jurisdio dos tribunais administrativos exerce-se narea territorial administrativa definida por lei, no quetange s provncias e cidade de Maputo.
ARTIGO 52(Regra geral da competncia territorial)
Os recursos so interpostos no tribunal da residnciahabitual ou da sede do recorrente ou da maioria dosrecorrentes, excepto o disposto nos artigos seguintes.
ARTIGO 53(Competncia para recursos relativos a imveis)
Os recursos que tenham por objecto mediato bensimveis ou direitos a eles referentes so interpostos notribunal administrativo da situao dos bens.
ARTIGO 54(Outras regras de competncia)
1. Os recursos de actos administrativos dos rgos dasautarquias locais e das pessoas colectivas de utilidade
pblica administrativa so interpostos no tribunaladministrativo da rea da sede da autoridade recorrida.2. Os pedidos de intimao de autoridadeadministrativa para facultar a consulta de documentosou processos e passar certides, a fim de permitir aosrequerentes o uso de meios administrativosou contenciosos so instaurados no tribunaladministrativo da rea da sede da autoridaderequerida.3. Os pedidos de intimao de particular ou deconcessionrio para adoptar ou se abster de certocomportamento, com o fim de assegurar ocumprimento de normas de direito administrativo, soinstaurados no tribunal administrativo da rea ondedeve ter lugar o comportamento ou a sua omisso.
ARTIGO 55(Competncias referentes s aces)
1. As aces relativas responsabilidade civil extra-contratual so propostas:a) no tribunal do lugar em que se verificou o acto, setiverem por fundamento a prtica de acto material;
b) no tribunal determinado por aplicao dos artigos
52 a 54 da presente Lei, se tiverem por fundamento aprtica de acto jurdico;c) no tribunal da residncia habitual do ru, se se tratarde aces de regresso com fundamento na prtica deacto jurdico.2. As aces relativas a contratos administrativos soinstauradas no tribunal administrativo convencionadoou, na falta de conveno, no tribunal do lugar documprimento do contrato.3. As aces para obter o reconhecimento de umdireito ou interesse legalmente protegido so
propostas no tribunal administrativo determinado poraplicao dos artigos 52 a 54 da presente Lei.
ARTIGO 56(Antecipao de prova)
A competncia para o conhecimento dos pedidos deproduo antecipada de prova feitos em processopendente ou a instaurar na jurisdio administrativa determinada por aplicao dos critrios fixados nosartigos 52 a 55 da presente Lei.
ARTIGO 57(Competncia supletiva)
No sendo possvel determinar a competncia poraplicao dos preceitos anteriores, competente o
tribunal administrativo da cidade de Maputo.
ARTIGO 58(Recrutamento de juzes)
Os juzes dos tribunais administrativos so recrutadosmediante concurso pblico, de entre licenciados emDireito, com pelo menos, cinco anos de experincianas reas jurdica ou financeira, ou altos funcionriosda Administrao Pblica, com o nvel de licenciatura,aprovados em curso de formao especfica.
ARTIGO 59(Nomeao de juzes)
Os juzes dos tribunais administrativos, incluindo ojuiz-presidente, so nomeados pelo Conselho Superiorda Magistratura Judicial Administrativa, aprovadosem concurso pblico, nos termos do artigo anterior.
ARTIGO 60(Posse)
Os juzes-presidentes dos tribunais administrativostomam posse perante o Presidente do TribunalAdministrativo, cabendo queles dar posse aosrestantes juzes dos tribunais administrativos.
ARTIGO 61(Categoria dos juzes)
Os juzes dos tribunais administrativos possuemcategoria idntica de juzes de direito dos tribunais
judiciais provinciais.
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ARTIGO 62(Instalao de tribunais administrativos)
Compete ao Governo criar as condies para ainstalao e funcionamento dos tribunaisadministrativos e suas seces.
CAPTULO IV
Tribunais Fiscais e Aduaneiros
ARTIGO 63(Orgnica, competncias e funcionamento)
Os tribunais fiscais e aduaneiros regem-se por diplomaprprio.
CAPTULO VDireco do aparelho judicirio administrativo
SECO IPrincpios gerais
ARTIGO 64(Composio e funcionamento)
1. Para efeitos de direco do aparelho judicirioadministrativo, o Tribunal Administrativo e ostribunais administrativos dispem de um aparelho
prprio, de carcter administrativo, integrando oSecretrio-Geral e os demais funcionrios,subordinados ao Presidente do TribunalAdministrativo.2. Os rgos de direco do aparelho judicial estovinculados aos princpios de transparncia eresponsabilidade pblicas no exerccio das suasfunes.
ARTIGO 65(rgos centrais)
So rgos centrais de direco do aparelho judicirioadministrativo, o Conselho Judicial dos TribunaisAdministrativos e o Presidente do TribunalAdministrativo.
SUBSECO IConselho Judicial dos Tribunais Administrativos
ARTIGO 66(Conselho Judicial dos Tribunais Administrativos)O Conselho Judicial dos Tribunais Administrativos um rgo que tem por funo analisar e deliberarsobre questes fundamentais da organizao,funcionamento e desenvolvimento do aparelho
judicirio administrativo.
ARTIGO 67(Composio e funcionamento)
1. O Conselho Judicial dos Tribunais Administrativos constitudo pelo Presidente do TribunalAdministrativo, presidentes de seces do TribunalAdministrativo, juzes presidentes dos tribunaisadministrativos, fiscais e aduaneiros e pelo Secretrio-Geral do Tribunal Administrativo.2. Podem participar nas sesses do Conselho Judicialdos Tribunais Administrativos juzes conselheiros,
juzes e quadros do aparelho judicirio administrativoa designar pelo Presidente do Tribunal Administrativo.
3. O Conselho Judicial dos Tribunais Administrativosrene, ordinariamente, uma vez ao ano e,extraordinariamente, sempre que tal o justifique,mediante convocatria do Presidente do TribunalAdministrativo.4. O Conselho Judicial dos Tribunais Administrativosno pode funcionar validamente sem que estejam
presentes, pelo menos, metade mais um dos seusmembros.5. As deliberaes do Conselho Judicial dos TribunaisAdministrativos so tomadas por maioria de votos,cabendo ao Presidente do Tribunal Administrativovoto de qualidade, em caso de empate.
ARTIGO 68(Competncia do Conselho Judicial dos Tribunais
Administrativos)Ao Conselho Judicial dos Tribunais Administrativoscompete, nomeadamente:a) estabelecer os princpios orientadores do
desenvolvimento da actividade judicial;b) apreciar e aprovar planos e programas deactividades dos tribunais;c) avaliar a eficcia da actividade judicial;d) aprovar estatutos sobre medidas legislativas a
propor relacionadas com a eficcia e aperfeioamentodas instituies judicirias administrativas;e) apreciar a proposta do oramento anual dostribunais administrativos;f) exercer as demais atribuies conferidas por lei.
SUBSECO IIPresidente
ARTIGO 69(Competncia do Presidente do Tribunal
Administrativo)Compete, ao Presidente do Tribunal Administrativo nadireco do aparelho judicirio administrativo,designadamente:a) garantir o correcto funcionamento dos rgos dedireco do aparelho judicirio administrativo;
b) presidir ao Conselho Judicial dos TribunaisAdministrativos;c) controlar a execuo das decises do ConselhoJudicial dos Tribunais Administrativos;d) emitir directivas, circulares e instrues;e) desempenhar as demais atribuies conferidas porlei.
CAPTULO VIMinistrio Pblico
ARTIGO 70(Funes)
1. Compete ao Ministrio Pblico defender alegalidade e promover a realizao do interesse
pblico.2. O Ministrio Pblico representa o Estado nasaces em que este for parte.3. Cabe, ainda, ao Ministrio Pblico representar oudefender os interesses de outras pessoas indicadas porlei.
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4. Sempre que, em determinado processo, houverincompatibilidade entre as diversas funes atribudasao Ministrio Pblico, estas so desempenhadas pordiferentes agentes, designados pelo Procurador - Geralda Repblica.
ARTIGO 71
(Representao)1. Junto do Plenrio do Tribunal Administrativo oMinistrio Pblico representado pelo Procurador-Geral da Repblica ou pelo Vice-Procurador-Geral daRepblica, podendo estes fazerem-se substituir porProcuradores - Gerais Adjuntos.2. Nas Seces do Tribunal Administrativo, oMinistrio Pblico representado por Procuradores -Gerais Adjuntos a designar pelo Procurador-Geral daRepblica.3. Nos tribunais administrativos, o Ministrio Pblico representado por Procuradores da Repblica, denvel provincial.
ARTIGO 72(Actuao)
O Ministrio Pblico actua oficiosamente e goza dospoderes e faculdades fixados nas leis processuais.
CAPTULO VIIServios de jurisdio administrativa
ARTIGO 73(Servios)
O Tribunal Administrativo e os tribunaisadministrativos dispem de secretarias, cartrios e
outros servios de apoio nos termos a definir pordiploma prprio.
ARTIGO 74(Assessores)
Sempre que o volume ou a complexidade do servio ojustificar, so nomeados no Tribunal Administrativo,nos tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros,assessores tcnicos para coadjuvarem os juzes noexerccio de funes.
CAPTULO VIIIDisposies finais e transitrias
ARTIGO 75(Estatuto dos juzes e competncia transitria do
Conselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa)
A organizao, a composio e o funcionamento doConselho Superior da Magistratura JudicialAdministrativa so regulados por lei.
ARTIGO 76(Competncia administrativa do Governo)
A competncia administrativa-normativa relacionadacom os rgos de jurisdio constantes da presente Lei exercida pelo Conselho de Ministros, incluindo acompetncia para a criao ou extino de seces,sempre que se mostre necessrio, sob proposta doMinistro da Justia.
ARTIGO 77(Responsabilidade do Governo)
Cabe ao Governo assegurar as condiesorganizativas, materiais, financeiras e de recursoshumanos, para a implementao da presente Lei.
ARTIGO 78(Tribunais administrativos)
Enquanto no entrarem em funcionamento os tribunaisadministrativos, as suas competncias so exercidas
pelo Tribunal Administrativo.
ARTIGO 79(Jurisdio provisria)
Transitoriamente, enquanto no funcionarem todos ostribunais administrativos, ou, a qualquer momento,verificando se interesse ou interesses relevantes por
parte da Administrao Pblica, a jurisdio territorialde um tribunal administrativo pode abranger mais do
que uma provncia.
ARTIGO 80(Tribunais fiscais e aduaneiros de primeira
instncia)Enquanto no vigorar nova legislao sobre ocontencioso fiscal e aduaneiro, mantm-se asdisposies em vigor sobre as respectivas matrias,incluindo o funcionamento dos tribunais em primeirainstncia.
ARTIGO 81(Legislao)
A presente Lei complementada, no prazo de dois
anos, a contar da data da sua publicao, pelaactualizao do regime processual administrativo,fiscal e aduaneiro, pelo regime relativo declaraode ilegalidade quanto aplicao de normasregulamentares emitidas pela Administrao Pblica,
pela actualizao das normas sobre as custas judiciais,pelo regime jurdico concernente ao Estatuto dosJuzes Administrativos, Fiscais e Aduaneiros e aofuncionamento das secretarias, cartrios e outrosservios da jurisdio administrativa.
ARTIGO 82(Revogao)
revogada toda a legislao que contrarie s normasda presente Lei.
ARTIGO 83(Entrada em vigor)
A presente Lei entra em vigor 90 dias aps a data dasua publicao.
Aprovada pela Assembleia da Repblica, aos 26 deJunho de 2009.O Presidente da Assembleia da Repblica, EduardoJoaquim Mulmbw.Promulgada em 31 de Agosto de 2009.Publique-se.O Presidente da Repblica, ARMANDO EMLIOGUEBUZA.
Preo22,00 MTIMPRENSA NACIONAL DE MOAMBIQUE