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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER AS POLÍTICAS DE AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS E REGIÃO, REALIZADA NO DIA 02 DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS. Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos ATA Nº 060 PRESIDENTE - DEPUTADO ZÉ CARLOS DO PÁTIO O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) Boa tarde a todos! Eu quero, neste momento, solicitar às pessoas que estão do lado de fora para adentrar o anfiteatro para começarmos a nossa Audiência Pública. Convido para compor a mesa as seguintes autoridades: Sr. Jaciel Alves Bueno, Coordenador Nacional do Movimento de Luta pela Terra; Sr. Joaquim Francisco Ferreira, Chefe da Unidade Avançada do INCRA; Sr. Adair Freitas, Gerente-Geral do Banco do Brasil no Município de Barra do Garças; Sr. João Batista Pereira da Silva, Coordenador da Frente Máxima e Líder no Estado do Movimento Luta pela Terra; Sr. Manoel de Souza, Presidente Estadual da Força Sindical e Presidente do Partido da Solidariedade; Sr. Adolfo Grassi de Oliveira, Tesoureiro e Sindicalista em Cuiabá; Sr. Eduardo Manciolli, Exmº Secretário Municipal de Pesca e Agricultura de Barra do Garças; Sr. Raimundo Ferreira, Exmº Secretário de Agricultura de Torixoréu; Sr. Corgésio Ribeiro Albuquerque, Exmº Secretário Adjunto da ATER e Assuntos Fundiários, neste ato representando o Exmº Sr. Secretário de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários, Suelme Evangelista Fernandes; Sr. Ademilton Castro dos Santos, Exmº Secretário Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos Fundiários de Pontal do Araguaia, neste ato representando a Prefeita Divina Oda; Sr. Leonel Mesquita, Assessor Especial da Casa Civil, neste ato representado o Secretário Adjunto de Relações Políticas do Estado de Mato Grosso; Sr. Mariozan Pereira da Mota, Assessor Parlamentar, neste ato representando o Deputado Estadual Baiano Filho. (A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”) O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) Eu quero convidar para também compor a mesa uma pessoa muito especial, que sempre lutou pelos mais humildes. Eu quero que abra um espaço para ele ficar aqui bem próximo a nós. É uma pessoa que sempre lutou pelos mais humildes, o Padre Sandro. Uma salva de palmas para o Padre Sandro. (PALMAS) (A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”) O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) Eu quero convidar também para compor a mesa uma pessoa que veio trazer a palavra de Deus com o Padre Sandro, que é o Pastor Júnior (PALMAS). Eu quero dizer que tenho trinta anos de vida pública e não vou negar que as portas que mais se abriram para a luta da reforma agrária foram da igreja. Então, não poderíamos deixar de colocar essas duas pessoas que representam a palavra de Deus para comporem a mesa conosco. Eu sei disso, porque nós já perdemos muitas pessoas ligadas à palavra de Deus aqui próximo, o Padre João Bosco Bonier, de Ribeirão

LEI N° DE DE DE 1999. · Oda; Sr. Leonel Mesquita, Assessor Especial da Casa Civil, neste ato representado o Secretário Adjunto de Relações Políticas do Estado de Mato Grosso;

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Page 1: LEI N° DE DE DE 1999. · Oda; Sr. Leonel Mesquita, Assessor Especial da Casa Civil, neste ato representado o Secretário Adjunto de Relações Políticas do Estado de Mato Grosso;

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER AS POLÍTICAS DE AGRICULTURA

FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS E REGIÃO, REALIZADA NO DIA 02

DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS.

Pág. 1 - Secretaria de Serviços Legislativos

ATA Nº 060

PRESIDENTE - DEPUTADO ZÉ CARLOS DO PÁTIO

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Boa tarde a todos!

Eu quero, neste momento, solicitar às pessoas que estão do lado de fora para

adentrar o anfiteatro para começarmos a nossa Audiência Pública.

Convido para compor a mesa as seguintes autoridades: Sr. Jaciel Alves Bueno,

Coordenador Nacional do Movimento de Luta pela Terra; Sr. Joaquim Francisco Ferreira, Chefe da

Unidade Avançada do INCRA; Sr. Adair Freitas, Gerente-Geral do Banco do Brasil no Município de

Barra do Garças; Sr. João Batista Pereira da Silva, Coordenador da Frente Máxima e Líder no

Estado do Movimento Luta pela Terra; Sr. Manoel de Souza, Presidente Estadual da Força Sindical

e Presidente do Partido da Solidariedade; Sr. Adolfo Grassi de Oliveira, Tesoureiro e Sindicalista em

Cuiabá; Sr. Eduardo Manciolli, Exmº Secretário Municipal de Pesca e Agricultura de Barra do

Garças; Sr. Raimundo Ferreira, Exmº Secretário de Agricultura de Torixoréu; Sr. Corgésio Ribeiro

Albuquerque, Exmº Secretário Adjunto da ATER e Assuntos Fundiários, neste ato representando o

Exmº Sr. Secretário de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários, Suelme Evangelista

Fernandes; Sr. Ademilton Castro dos Santos, Exmº Secretário Municipal de Agricultura, Meio

Ambiente e Assuntos Fundiários de Pontal do Araguaia, neste ato representando a Prefeita Divina

Oda; Sr. Leonel Mesquita, Assessor Especial da Casa Civil, neste ato representado o Secretário

Adjunto de Relações Políticas do Estado de Mato Grosso; Sr. Mariozan Pereira da Mota, Assessor

Parlamentar, neste ato representando o Deputado Estadual Baiano Filho.

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu quero convidar para

também compor a mesa uma pessoa muito especial, que sempre lutou pelos mais humildes. Eu quero

que abra um espaço para ele ficar aqui bem próximo a nós. É uma pessoa que sempre lutou pelos

mais humildes, o Padre Sandro.

Uma salva de palmas para o Padre Sandro. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu quero convidar também

para compor a mesa uma pessoa que veio trazer a palavra de Deus com o Padre Sandro, que é o

Pastor Júnior (PALMAS).

Eu quero dizer que tenho trinta anos de vida pública e não vou negar que as portas

que mais se abriram para a luta da reforma agrária foram da igreja.

Então, não poderíamos deixar de colocar essas duas pessoas que representam a

palavra de Deus para comporem a mesa conosco. Eu sei disso, porque nós já perdemos muitas

pessoas ligadas à palavra de Deus aqui próximo, o Padre João Bosco Bonier, de Ribeirão

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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER AS POLÍTICAS DE AGRICULTURA

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Cascalheira; já perdemos o Padre Ezequiel Ramim; Dom Oscar Romero, ele foi morto dentro da

igreja em defesa da luta pela terra; o Padre Rodolfo, que defendeu a causa indígena.

Então, nós não poderíamos deixar de lembrar que essas pessoas, além de levar a

palavra de Deus, sempre levaram a busca pela justiça social.

Eu quero convidar também para compor a mesa o Sr. Everton Oliveira, Diretor da

Unidade Desconcentrada da SEMA do Município de Barra do Garças (PALMAS); a Vereadora

Fernanda Vieira de Sousa Maia, da Câmara Municipal de Campinápolis (PALMAS); Dr. Wellington

Silva, Assessor Especial da Casa Civil, do Governo Pedro Taques (PALMAS);

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu convido o Sr. Dito Correia,

representando o MTA – Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados (PALMAS).

Convido a todos para que, em posição de respeito, cantemos o Hino Nacional.

(EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Convido o Presidente da

Câmara de Vereadores de Barra do Garças, Vereador Miguelão, para compor a mesa conosco.

Invocando a proteção de Deus, e em nome do povo mato-grossense, declaro aberta

esta Audiência Pública com objetivo de debater a atual situação política da agricultura familiar no

Município de Barra do Garças e região.

Minhas senhoras e meus senhores, eu quero neste momento dizer que esta

Audiência Pública é histórica em Barra do Garças.

Eu sempre achei Barra do Garças uma cidade muito conservadora, uma cidade

onde toda essa região é dominada por uma elite que tem uma resistência muito grande na luta pela

reforma agrária.

Quero dizer que nós temos um Estado com a maior concentração de renda de todos

os Estados da Federação. O Estado de Mato Grosso é o Estado que tem o maior número de

latifúndios; é o Estado que tem a menor distribuição de renda; é o Estado que é o maior produtor de

soja, o maior produtor de algodão, o maior rebanho bovino, mas também é o Estado que não

distribui renda, não distribui terra, não dá oportunidade para os mais pobres, não dá oportunidade

para os mais humildes; é o segundo Estado com o maior índice de trabalho escravo, principalmente

na área de desmatamento, na área do agronegócio; é o Estado que tem o segundo maior índice, só

perde para o Estado do Pará, em trabalho escravo infantil.

Mato Grosso é um Estado muito injusto! É o Estado que tem os piores índices

sociais da região Centro-Oeste em longevidade. Quer dizer, o povo de Mato Grosso vive menos que

o Estado de Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Média de escolaridade, renda média e

também é o Estado de mortalidade infantil.

Eu quero dizer que a nossa luta pela reforma agrária é uma forma de buscarmos

mais justiça social, buscar os excluídos que tem a oportunidade de ter a terra para plantar.

Neste momento, eu quero fazer os encaminhamentos, ouvir cada líder de

acampados da região de Barra do Garças.

Eu quero que um representante de cada liderança faça a inscrição, porque antes de

qualquer componente da mesa fazer uso da palavra nós queremos ouvir as lideranças dos acampados

da região e dos assentados.

Eu abro a palavra agora aos trabalhadores, que disporá de três minutos cada um.

Enquanto os trabalhadores estiverem fazendo a inscrição, o líder de cada trabalhador, eu vou pedir

ao Padre Sandro e o Pastor fazerem aqui uma oração.

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DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS.

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Primeiro, passo a palavra ao Pastor Júnior... O Padre Sandro sugere fazerem

juntos.

Então, com a palavra o Padre Sandro.

O SR. PADRE SANDRO – Brincando com o Pastor, disse que vamos usar a

mesma bíblia, porque, afinal, a palavra de Deus é uma só. Então, não precisamos usar duas bíblias

diferentes.

Boa tarde a todos!

Deputado Zé Carlos do Pátio, quando se faz uma Sessão Solene todo mundo

costuma colocar um arranjo de flores, umas coisas que manifestam a solenidade do ato. Prepararam

esta coisa linda que está aqui na nossa frente: frutos da terra e do nosso trabalho.

Eu quero parabenizar a equipe que colocou os frutos da terra como decoração desta

Audiência Pública de hoje. (PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. PADRE SANDRO – Agora, o Pastor Júnior e eu iremos conduzir uma

pequena oração que queremos fazer, em primeiro lugar, de pedido de desculpas a Deus.

Então, toda comunidade pode ficar aqui assentada, tranquilamente, e eu vou iniciar

dizendo assim: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém.

A nossa luta é árdua. Todos nós queremos o bem das pessoas e nosso também.

Quem de nós não luta pela sua família? Mas no meio do caminho, às vezes, atrapalhamos,

desanimamos e quem sabe até caímos. Então, com toda sinceridade, porque nós temos que ser

honestos, em primeiro lugar, diante da nossa própria consciência; em segundo lugar, diante de Deus.

Eu quero lhe convidar todos a fecharem os olhos por um instante e colocarem-se

diante de Deus, esse Deus que é cheio de amor e compaixão; não é um Deus juiz que quer lhe

condenar, mas um Deus de amor e compaixão, e peça desculpas, porque apesar da sua boa vontade,

às vezes, caiu e desistiu e o Senhor lhe quer bem, quer lhe fazer recuperar as suas forças.

Agora podemos ficar de pé, estender os braços ao Senhor e repetir esta palavra de

perdão: Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós.

Coloquem a mão no coração.

Deus todo poderoso que é o nosso pai, cheio de amor e compreensão, perdoe os

nossos pecados. Tenha piedade de nós, nos dê tudo aquilo que as nossas famílias precisam e nos

conduza à vida eterna. Amém!

Em pé vamos proclamar pela boca do Pastor Júnior dois versículos do livro de

Deuteronômio;

O SR PASTOR JÚNIOR – A paz do Senhor para os irmãos!

Todo mundo bem?

Aqui em Deuteronômio, Capítulo 26; versos 03 e 04 dizem assim, as escrituras, a

palavra do Senhor: “Virás ao que naquele dia for sacerdote e entrarei na terra que o senhor, sob

juramento prometeu dar aos nossos pais; o sacerdote tomará o cesto na sua mão e porá diante do

altar do Senhor teu Deus.”

Assim diz as escrituras da palavra do Senhor!

Devolvo a palavra ao Padre Sandro.

O SR. PADRE SANDRO – Palavra do Senhor.

Graças a Deus!

Um breve comentário, e para esse comentário podem assentar-se.

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Todos nós somos conhecedores da escritura sagrada e conhecedores também da

história do povo de Israel.

Neste momento, diante dos frutos da terra que diz a Palavra de Deus, o sacerdote

apresentará a Deus como agradecimento pela chuva, pela fertilidade da terra, pelo trabalho que nós

realizamos com os nossos braços.

Eu quero lembrar que o povo de Israel, desde o começo, Abraão, recebeu de Deus

uma promessa: “Abraão sai da tua terra e vai a terra que eu te mostrarei.”. E Abrão atendeu.

Abraão, os patriarcas, todos eles cultivaram no coração a certeza de que um dia

receberiam uma terra prometida por Deus. Depois daquilo que se passou no Egito, e nós sabemos

que a experiência no Egito não foi nada boa para o povo de Israel, foi uma experiência de

escravidão, trabalhos forçados, humilhação, o povo, sob a guia de Moisés, saiu e depois de 40 anos

de peregrinação, entrou na terra prometida.

Mas vamos lembrar um detalhe ao entrar na terra prometida.

O que é que Deus diz a Moisés, e, através de Moisés, a todo povo. “Você vai

entrar na terra prometida e vai conquistá-la. Eu lhe entrego, mas você vai conquistá-la. Não se

esqueça que se você obedecer a Palavra de Deus você vai ficar na terra, ela vai ser obediente, sua

fertilidade será incalculável, as chuvas dos céus descerão e todos os anos levarão um cesto de fruto

para agradecer a Deus. Mas se você abandonar a minha palavra e se deixar levar pela opressão, pelo

culto a outros deuses, que não são da solidariedade, que não são da partilha, você vai perder essa

terra e as chuvas vão ser negadas.”

Olhem só, Deus usa uma terminologia soleníssima: “Eu chamo neste momento o

céu e a terra como testemunhas. Se você obedecer a Palavra, você ficará na terra, mas se deixar levar

por outras coisas, você perderá.”

Meus caros amigos, que maravilha termos um chão para pisar, para trabalhar, para

cuidar, zelar, mas é preciso ter também respeito e amor a esta terra.

Então, hoje esta solenidade da qual estamos participando nos leva a dizer o

seguinte: Deus nos concede a terra, mas nós a conquistamos, como fez o povo de Israel. Recebeu de

presente a terra prometida, mas precisou lutar por muitos anos para tomar posse dela.

Nós também estamos lutando muito para conseguir a terra. O MLT repete todos os

dias esse mesmo refrão: “Reforma agrária já!” Mas vamos guardar no coração também a outra

palavra de Deus. Além de ganhar a terra sermos pessoas que partilham, que se entregam a

solidariedade, à fraternidade e à justiça. A palavra justiça, infelizmente no dicionário é empobrecida.

Diz assim: “Justiça significa dar a cada qual o que lhe pertence ou então devolver o que tirou.” Mas

para a palavra de Deus justiça não é só isso, é bem mais. Justiça não significa apenas dar uma coisa

que a outra pessoa pertence, mas dar aquilo que a outra pessoa necessita, precisa para viver como

cidadão, como pessoa honesta e como filho de Deus.

Então, nós queremos uma reforma agrária já, justa, fraterna, solidária onde

abraçamos a terra, amamos essa terra e dela tiramos essas coisas maravilhosas.

Todos os anos ouvindo o que a palavra proclamou? Sim, todos os anos temos a

obrigação de dizer a Deus: muito obrigado! Como diz o texto do Livro Deuteronômio.

Meus amigos, eu me sinto muito feliz hoje na companhia do Deputado Zé Carlos

do Pátio, amigo de longa data, de partilhar com vocês essa palavra, porque me sinto naquilo que é o

meu chão.

Trabalho com povos indígenas, vários deles conseguiram as suas terras, outros

ainda não e estão na mesma luta dos movimentos sociais.

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Então, que Deus os abençoe nessa caminhada a fim de que possamos receber a

terra, fazer produzi-la, poder sustentar as famílias e agradecer a Deus! (PALMAS)

O SR. PASTOR JÚNIOR – Assim, sentados como vocês estão, vamos fazer uma

oração de agradecimento a Deus pela oportunidade de estarmos neste plenário, porque Deus ouviu a

nossa prece. Como o Deputado falou, nós necessitávamos, não só precisávamos desta Audiência

Pública, e assim Deus quis que acontecesse neste dia, nesta data.

Curvem as suas cabeças, coloquem as mãos nos seus corações, elevem seus

pensamentos a Deus e agradeçam por esta oportunidade nesta tarde, uma oportunidade ímpar que ele

está fazendo acontecer para que todos possam ver a nossa força, um Deus que é justo, um Deus que

é fiel.

Soberano Deus, Deus Pai todo poderoso.

É na sua presença, meu Pai, que venho te agradecer por esta oportunidade ímpar

que estamos tendo aqui, neste plenário, que o Senhor venha desenvolver este trabalho da melhor

forma possível, que o Senhor venha colocar os anjos acampados ao nosso lado para que saiamos

aqui com resposta, para que possamos saiamos daqui com as cabeças cheias, com o coração cheio da

palavra do Senhor.

Sabemos que o Senhor vai tomar este lugar e que não venha acontecer nada que

não seja do agrado do Senhor; que venha cair por terra tudo que se levante contra a vida dos que vão

falar aqui, agora, Pai.

Coloque anjos protegendo, meu Pai, é o que lhe peço, e conduza esses trabalhos da

melhor forma possível.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo de Deus.

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “AMÉM!”.)

O SR. PADRE SANDRO – A agricultura familiar: como a família é importante

nesse processo de reforma agrária e do cultivo da terra.

Nós sabemos, pelo pouco que participamos dos movimentos sociais, que nem

sempre todos os membros da família são conscientizados, envolvidos e participantes desse processo,

mas que bom seria se isso acontecesse.

Então, lembrando o refrão do Padre Zezinho, eu quero pedir que Deus abençoe a

família; que Deus conceda ao nosso lar uma união, uma força especial para caminhar juntos e que a

família possa produzir; que a família possa ter resultados e que a família posa viver feliz.

Vamos ficar em pé para o canto do refrão.

Se quiser estender o seu braço junto comigo é bom.

(NESTE MOMENTO TODOS SE COLOCAM EM PÉ.)

O SR. PADRE SANDRO - Abençoa, Senhor, as famílias, amém; abençoa Senhor

a minha também.

“Abençoa Senhor as famílias, amém; abençoa, Senhor, a minha também.”

Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso nome.

Venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

(NESTE MOMENTO PADRE SANDRO CANTA UM LOUVOR COM A PARTICIPAÇÃO DA

PLATEIA.)

O SR. PADRE SANDRO – Viva as nossas famílias! (PALMAS)

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O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu quero agradecer o Padre

Sandro e o Pastor Júnior.

Muito bom!

Eu convido os movimentos para usarem da palavra, um de cada movimento.

Eu abro a palavra ao Jaciel Alves Bueno e posteriormente vou abrir para os

trabalhadores.

O SR. JACIEL ALVES BUENO – Boa tarde!

MLT...

(A PLATEIA RESPONDE: “ESSA LUTA É PARA VALER!”.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – Reforma agrária quando?

(A PLATEIA RESPONDE: “JÁ!”.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – Parabéns!

Deputado Zé Carlos do Pátio, Padre Sandro, demais autoridades, Dr. Wellington,

vereadores aqui presentes, nosso querido comandante da Unidade Avançada do INCRA, Sr.

Joaquim, que está compondo a mesa; Sr; Wellington Silva, Assessor Especial da Casa Civil, do

Governo Pedro Taques, que está compondo a mesa conosco; nosso camarada e companheiro João

Batista, Líder no Estado do MLT e demais acampados.

Quem for acampado levante a mão, por gentileza.

(A PLATEIA SE MANIFESTA LEVANTANDO AS MÃOS.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – Vocês todos? Maravilha! Então, vamos lá: che,

Zumbi...

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “ANTÔNIO CONSELHEIRO, NA LUTA PELA

TERRA NÓS SOMOS COMPANHEIROS.”.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO - Reforma agrária, quando?

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “JÁ!”.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – Quando o campo e cidade se unirem...

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “A BURGUESIA NÃO VAI RESISTIR.”.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO - A burguesia não vai resistir, verdade.

Deputado, a preocupação de trazer esta Audiência Pública para o Município de

Barra do Garças...

Em primeiro lugar, quero agradecer o Sr. Prefeito que não se encontra aqui, mas

agradeço ao Prefeito que é um grande camarada na caminhada da reforma agrária com os

movimentos sociais; agradecer ao Secretário de Agricultura Familiar do Município que se encontra

aqui presente; agradecer aos demais companheiros e companheiras, aos acampados e acampadas do

MLT.

Sr. Deputado Zé Carlos do Pátio, muito obrigado pela sua presença aqui e pela

capacidade de ter nos encorajado a trazer esta Audiência Pública para o Município de Barra do

Garças.

Deputado, a preocupação do MLT no Estado de Mato Grosso não é só fazer

assentamentos. Nós já fomos cogitados por vários sindicalistas, até mesmo aqui pela Unidade

Avançada do Baixo Araguaia, do Grande Araguaia, para mim é o Grande Araguaia...

Quem concorda comigo levante a mão.

(TODOS LEVANTAM AS MÃOS.)

O SR. JACIEL ALVES BUENO - Que o MLT é um movimentozinho picareta;

que o MLT não vai fazer assentamento na região. Nós escutamos muito isso pelos sindicalistas, o

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pessoal comentando. Do pessoal do Sindicato, ainda, não ouvi. Eu só sei que é muito cogitado na

região.

A preocupação do MLT, Deputado, do nosso Estado de Mato Grosso, ouvimos da

Casa Civil, do nosso Governador Pedro Taques, com o Dr. Wellington, do nosso camarada

Secretário Adjunto, da Secretaria de Agricultura, é com os setecentos e dezesseis assentamentos que

temos no Estado. São setecentos e dezesseis assentamentos; cento e nove mil famílias acampadas;

cento e quarenta e dois assentamentos regularizados.

Olhem o tamanho da preocupação na reforma agrária!

Eu vejo, hoje, o Governo Pedro Taques bem diferente de todos os governos do

Estado.

Sr. Deputado, o pedido do MLT para esta Audiência Pública é para que possamos,

inclusive, tirar da região e dos assentamentos do grande Araguaia o coronelismo que existe, porque

temos reclamação, e tenho como provar, que â truculência de camaradas assentados na região do

grande Araguaia, principalmente na região de Água Boa, é muito grande, inclusive, com as

autoridades. Autoridades essas, Deputado, que deveriam estar ali ajudando o pequeno agricultor, a

agricultura familiar, e está ali desmoralizando os nossos assentamentos, fazendo com que as famílias

vendam os seus lotes a preço de banana e vão morar na cidade.

Sr. Deputado, o MLT fez uma denúncia direto na Presidência do INCRA e também

para a Polícia Federal, preocupados com a reforma agrária no grande Araguaia.

Mas, Deputado, não fica só nisso. A importância de trazer ao conhecimento de

Vossa Excelência, que eu sei que é um grande batalhador pela reforma agrária no nosso Estado de

Mato Grosso, que nós temos hoje cento e cinquenta assentamentos feitos pelo crédito fundiário. E

conversando com o Dr. Wellington, da Casa Civil, cento e trinta e dois assentamentos estão com

ordem de despejo pelo Banco do Brasil. Preocupante, Deputado! Preocupante, Presidente Banco do

Brasil, que está aqui conosco!

A preocupação do MLT é onde esses camaradas vão colocar os seus aconchegos de

casa. Será que vão fazer com eles como fizeram com as famílias do Posto da Mata? Que também foi

preocupante, Srs. Deputados, e frisei isso numa audiência com o nosso Ouvidor Nacional em

Cuiabá. Porque o Juiz Federal, Sr. Deputado - Vossa Excelência não sabe disso - cogitou e ainda

pressionou o INCRA para falar que tinha interesse na área daquelas famílias do Posto da Mata que

foram despejadas. O INCRA não se manifestou. Que vergonha para o nosso Estado! Que vergonha

para o nosso Estado com esse INCRA que temos aqui! (PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – Eu tenho como provar, Deputado, por meio de

documentos que, inclusive, está nas mãos do nosso Ouvidor Nacional, em Brasília, Deputado. Eu

mostrei para ele que o próprio Juiz Federal provocou o INCRA várias vezes sobre aquelas famílias

lá do Posto da Mata, e o INCRA do nosso Estado deixou a desejar com aquele povo. E se eu fosse

eles, tinha ido todo mundo para dentro do INCRA, em Cuiabá, e aqui na unidade avançada, que

parece que não tem ninguém.

Sr. Deputado, a preocupação dessas famílias que vão ser despejadas, inclusive pelo

Banco do Brasil, foi a preocupação que o INCRA do nosso Estado não teve com aquelas famílias lá

do Posto da Mata. Estão aí a desejar, à beira de rodovias, outros já estão esgualepados, acampados

no MLT.

Sr. Deputado, a coisa aqui no grande Araguaia não é fácil, o coronelismo é grande

demais. É por isso é que trouxemos esta Audiência Pública para o Município de Barra do Garças.

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DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS.

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A terceira questão, Sr. Deputado, nós temos, com a força que Vossa Excelência

tem, a capacidade que Vossa Excelência tem, que eu conheço, de derrubar no grande Araguaia o

coronelismo, inclusive, dos latifundiários da região.

Eu e o João Batista estávamos parados, Sr. Deputado, numa vila, que tem

aproximadamente quarenta quilômetros, arrumando o pneu do carro e chegou um camarada que,

inclusive, a empresa de avião dele é só para bater veneno na fazenda do Senador Wellington

Fagundes. Que vergonha, Sr. Deputado!

Mas eu, ainda, vou pesquisar mais, porque cabe denúncia, Sr. Deputado, às vezes,

até para tirar o Parlamentar de cogitação, porque está proibido avião com agrotóxico na Lei

brasileira. É preocupante!

A quarta questão é falar do Prefeito de Barra do Garças, que não está aqui. Mas,

falar do Prefeito de Barra do Garças na questão da reforma agrária é gostoso! Ele é uma pessoa que

está junto, ajudando em tudo e, inclusive, provocou o INCRA do Estado para fazer o Assentamento

Casulo na Fazenda Rio das Garças. (PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – O Prefeito de Barra do Garças, Sr. Deputado,

esteve no sábado passado no nosso acampamento, onde várias vezes escutamos, dentro de Barra do

Garças, pessoas comentarem que a própria unidade avançada de Barra do Garças falava que o MLT

não existia e isso aqui é só mentira. Pois o Prefeito esteve lá e o mais bacana é que ele disse: “aquilo

que o INCRA precisar para fazer vistoria na área, o Prefeito está de portas abertas para ajudar”. Ele

deixou bem claro, Sr. Deputado.

A sexta preocupação do MLT neste grande Araguaia é com a Polícia Militar da

região de Água Boa. Eu vou fazer um ofício e encaminhar ao Comandante, Coronel Siqueira, que é

Adjunto na Casa Militar, e também para o seu gabinete, Deputado, porque a Polícia Militar daquela

região não pode ver um adesivo do MLT numa mota ou num carro que eles pregam a viatura em

cima e sai para prender a pessoa e faz com que ela arranque o adesivo do movimento.

Essa é uma vergonha para uma pessoa que entra na farda para defender o Poder

Público Estadual.

Portanto, Sr. Deputado, essa é mais uma preocupação da cogitação do coronelismo

aqui no grande Araguaia.

A sétima preocupação do MLT no nosso Município de Barra do Garças e região do

grande Araguaia, Sr. Deputado, é com a truculência em cima dos assentados.

Tem alguém assentado aí? Levanta a mão, por gentileza!

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. JACIEL ALVES BUENO – A truculência, Sr. Deputado, com os assentados

da região. A truculência do nosso INCRA, a quem o MLT fez a denúncia no dia da Audiência, onde

estavam presente com o Dr. Gercino, Ouvidor Nacional em Cuiabá, e o Rogério, representante do

INCRA de Brasília. O MLT fez a denúncia, porque ele não dá assistência em nada. Agora que nós

ouvimos falar e vimos muito cogitar são dos latifundiários grandes que ganham grande assistência

do INCRA na nossa região, tanto de Cuiabá quanto das unidades avançadas de todo o Estado de

Mato Grosso.

Essa é a sétima preocupação do movimento, a questão da truculência, Sr.

Deputado.

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Sr. Deputado, nós temos hoje 16% de assentados no nosso País e esses 16% de

assentados, Sr. Deputado, levam 72% do alimento à mesa da burguesia e a preocupação do MLT, Sr.

Deputado, é com os 28% que sobraram para os latifundiários.

Esses 28% que sobraram, Sr. Deputado, porque eu sei que Vossa Excelência é um

camarada como eu, que ajuda a brigar para acabar os latifundiários do País, 7,3% é de agrotóxicos

para cada cidadão comer por ano - cada um come 7,3% litros de agrotóxicos por ano.

Essa é mais uma preocupação, Sr. Deputado, porque enquanto o camarada fabrica

o agrotóxico, fabrica o remédio; dá a doença e vende o remédio da farmácia para o cidadão

brasileiro. É mais uma preocupação do MTL no Grande Araguaia e em todo o Estado mato-

grossense.

Hoje, para Vossa Excelência ter uma noção, o câncer aumentou demais, Sr.

Deputado. Demais!

As nossas crianças não vão ter vida mais do que 30 anos. As nossas águas já estão

afetadas, inclusive aqui no Grande Araguaia, com agrotóxico, Sr. Deputado.

O MLT tem um acampamento no Município de Nova Xavantina, BR-158, cinco

quilômetros para frente da cidade. Há preocupação com aquele córrego.

Há uns cinco, seis meses, Sr. Deputado, foi detectado que a água daquele córrego

não poderia ser usada, porque estava contaminada com agrotóxico e eu fiz questão de trazer a Vossa

Excelência aqui.

E, para encerrar, Sr. Deputado, bem rapidinho, porque eu acho que já extrapolei

aqui, quero pedir encarecidamente que Vossa Excelência, com todo carinho que Vossa Excelência

tem, que eu conheço de muitos anos, olhe para este Grande Araguaia, porque está abandonado pelos

políticos que foram eleitos daqui da região.

Tem uma equipe do Governador que foi montada para fazer reforma agrária, mas

não ouvimos nem falar nisso, Deputado. O único Deputado que vemos falar de reforma agrária lá na

Assembleia Legislativa é Vossa Excelência. (PALMAS) O restante, para mim, está morto.

Muito obrigado!

Boa tarde! (PALMAS).

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu quero agradecer a presença

do nosso ex-Prefeito de Torixoréu, Dr. João Sá. Obrigado por estar aqui. Hoje estive com o seu filho

em Ribeirãozinho, Rafael Sá.

Eu quero neste momento passar a palavra ao Sr. João Batista Pereira da Silva,

Coordenador da Frente Máxima, Líder do MLT.

Eu quero só deixar uma observação: eu, o companheiro Jaciel, o companheiro Dito

do MTA e toda equipe estivemos em Brasília, no INCRA Nacional, tivemos uma reunião com toda a

direção do INCRA Nacional. E uma de nossas exigências à direção do INCRA era a queda do

Salvador.

O Salvador era o Superintendente do INCRA, mas o resultado não acontecia. O

Salvador caiu, mandaram um Superintendente substituto, que veio do Pará, e as informações que eu

tenho é que ele está na Região Sul com uma equipe fazendo vistorias. E eu só quero saber quando

ele entrará aqui na equipe de Barra do Garças. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Quero dizer, caros amigos, que

eu tenho oito mandatos na vida pública. Eu já fui Deputado do Araguaia, de Ribeirão Cascalheira

para cima, e ajudei a assentar muitos trabalhadores, muitos assentamentos lá. Eu ajudei a levar

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energia. Naquela época era tudo a motor. Eu ajudei a levar o linhão e casas para os trabalhadores.

Depois eu voltei para o sul, fui ser Prefeito de Rondonópolis. Volto a ser Deputado e vou olhar com

carinho para esta região novamente.

Com a Região de Barra do Garças eu nunca tive muita relação política, minha

relação era mais de Ribeirão Cascalheira para cima, mas umas coisas eu quero deixar claro para

vocês: em nenhum momento eu aceitarei a polícia ser truculenta com o trabalhador. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA EM CORO: MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Quero dizer para todos que eu

já, mesmo o governador sendo meu adversário político, que era o ex-Governador Blairo Maggi,

derrubei o Comandante da Polícia Militar da Região do Araguaia, um Coronel.

Nós não abrimos mão do respeito ao cidadão.

Agora mesmo acabei de receber a notícia de que dois policiais serão expulsos da

corporação porque tinha uma reintegração de posse no Município de Poxoréu, eles foram lá com o

fazendeiro e tiraram antes da reunião com a Comissão de Conflitos Agrários que existe em Cuiabá

na Secretaria da Casa Militar.

Se a justiça der ganho de causa para uma reintegração de posse, primeiro tem que

pela Comissão de Conflito dos Agrários. E esses policiais foram lá de forma truculenta e tiraram os

trabalhadores.

Nós não abrimos mão do respeito ao trabalhador. Essa é uma das coisas que não

abro mão.

Quero aqui dizer que em qualquer momento que houver qualquer problema eu

estarei ao lado de vocês, defendendo a cidadania, o direito do trabalhador. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER! MTL, ESSA

LUTA É PRA VALER! MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu passo a palavra ao Sr. João

Batista Pereira da Silva, Coordenador da Frente Máxima e Líder do MLT.

O SR. JOÃO BATISTA PEREIRA DA SILVA – Boa tarde a todos!

Boa tarde, Sr. Deputado, nosso companheiro Padre Sandro, nosso Coordenador

Nacional do MLT, Jaciel Alves Bueno; nosso companheiro, grande companheiro, que abraçou a

causa da luta pela terra, a causa do MLT, Dr. Wellington Silva, Secretário-Adjunto da Casa Civil;

nosso companheiro Benedito Corrêa, do Movimento MTA; nosso companheiro Exm° Sr. Corgésio

Ribeiro Alburqueque, também Secretário-Adjunto da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e

Assuntos Fundiários; demais autoridades presentes; meus companheiros e companheiras do

movimento MLT; e também trabalhadores e trabalhadoras rurais.

Para mim é uma grande honra, eu jamais imaginei que um dia estaria compondo

uma mesa de tamanha proporção, Deputado. Obrigado por me proporcionar essa honra.

Mas eu gostaria de dizer aqui que essa luta não foi fácil para chegar até este

momento. Essa luta foi difícil, mas foi uma busca do MLT, uma indicação, uma luta para que

acontecesse realmente esta Audiência Pública, para que os companheiros e companheiras do Grande

Araguaia tivessem um pouco de conhecimento do que é a luta e qual é a preocupação que o

movimento tem com o Grande Araguaia.

Eu ouvi o nosso companheiro, Padre Sandro, por quem temos um respeito muito

grande, falar que achou muito bonito, e realmente muito bonito, Padre Sandro, as frutas que o senhor

está vendo aqui, mas essas frutas representam uma preocupação do movimento MLT em buscar a

terra para que sejam produzidos, para que na próxima Audiência Públicas essas frutas sejam

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realmente apresentadas como o fruto do trabalho de cada companheiro e companheiro que aqui se

encontram (PALMAS).

Padre Sandro e Deputado Zé Carlos do Pátio, essas frutas nós tivemos que comprar

nos mercados e só para informação, para esclarecimento, nenhuma dessas frutas é produzida no

Município de Barra do Garças. Parece brincadeira, mas é verdade! Tudo é do Estado vizinho. Não se

produz em Barra do Garças. Nós não temos banana; não temos mandioca; não temos abacaxi; não

temos morango, milho. Tudo vem do Estado de Goiás. A melancia, nós não temos!

Essa é uma preocupação do MLT, tanto é que nos acampamentos do movimento

procuramos levar o entendimento, o conhecimento, qualificar o companheiro para ser realmente

assentado e trabalhar na terra e produzir alimento.

Essa é uma preocupação também do nosso Prefeito, que abraçou a causa e está

dando o maior apoio ao Movimento, querendo e fazendo uma parceria para trazer a reforma agrária

de forma correta para o município, porque é um dos maiores municípios do Estado e tem, apenas,

dois ou três assentamentos aqui, no Município de Barra do Garças. Os municípios que temos não

produzem, não vendem nenhum dos produtos que aqui estão expostos, não que eu tenha

conhecimento. E olha que eu conheço!

Eu fui assentado, sou assentado. A minha luta não é por um pedaço de chão para

mim, mas é por um pedaço de chão para os meus filhos e para cada companheiro e companheira que

realmente quer trabalhar.

(A PLATEIA SE MANIFEZTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”.)

O SR. JOÃO BATISTA PEREIRA DA SILVA – Eu quero dizer também que não

foi fácil levantar a bandeira do MLT na região do Grande Araguaia. Tivemos muitas truculências,

sim, mas fomos fortes, fomos corajosos e conseguimos o respeito de muitas autoridades na região.

Inclusive, o nosso companheiro Joaquim, na época, foi difícil, até fez alguns

comentários em relação ao MLT, mas, depois que chegou, conheceu a situação e o trabalho do

Movimento, ele viu que é um Movimento sério, pelo menos foi o que pareceu. Tanto que ele nos

ofereceu uma área que estamos pleiteando para ser feito um assento de indicação do MLT.

Obrigado, Joaquim, por ter nos oferecido a área. (PALMAS)

Eu não tenho nada contra a sua pessoa, até porque é meu amigo pessoal,

independentemente do trabalho.

Há dentro da Unidade Avançada pessoas que realmente não merecem estar lá. Está

ali uma pessoa que faz parte daquela Casa, que faz parte daquela Unidade, que, na verdade, não tem

respeito, não tem qualificação para estar naquele cargo. E foi o que nós debatemos naquela

Audiência Pública, em Cuiabá. Nós levamos a situação do nosso companheiro, porque infelizmente

temos algumas matérias, entrevistas dele na televisão falando mal dos movimentos sociais, inclusive

da minha pessoa e do MLT. Eu não quero esconder o nome. É o nosso companheiro João Leão, que

é um Técnico Agrônomo da Unidade Avançada do Vale do Araguaia, que até foi cogitado para com

uma equipe fazer as vistorias das nossas áreas na região. Nós não aceitamos que ele faça vistorias na

nossa região. (PALMAS) Pela perseguição ao Movimento não vamos aceitá-lo na equipe de

vistorias das nossas áreas na Região do Médio Araguaia.

Nós já pedimos à Superintendência do Estado de Mato Grosso que isso não venha

acontecer, porque pela perseguição que ele tem com o Movimento - e não sei por que -, pode vir a

nos prejudicar, a prejudicar toda essa gente, não só esses que aqui estão, mas os demais

companheiros que não puderam vir, que não se encontram aqui, mas que se encontram em Novo São

Joaquim, Campinápolis, Nova Xavantina, Água Boa, Querência, São Félix do Araguaia, Ribeirão

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Cascalheira, Porto Alegre do Norte, Confresa e demais regiões. Em todas as regiões temos pessoas

cadastradas e filiadas ao Movimento MLT lutando pelo pedaço de terra.

As truculências têm sido difíceis, mas pela união e a confiança dos companheiros

conseguimos chegar a ponto em que chegamos. O nosso objetivo não é só assentar os companheiros

com o órgão INCRA, mas, sim, buscar recursos, lutar para que os companheiros, tanto os

companheiros assentados quanto das unidades do INCRA, tenham recursos, por meio do INCRA

nacional, para que possam ter a infraestrutura que tanto merecem todos os acampados, ou seja, que

os assentados merecem ter pelo Governo Federal.

O Governo do PT fez uma coisa que eu achei muito boa: a qualificação de

companheiros e companheiras para serem assentados, para receberem sua parcela de terra pela

reforma agrária, por meio do Código 303, dos códigos vinculados ao CRAS, ou seja, ao CAD Único.

Foi uma coisa muito boa, na minha opinião. Por quê? Porque, assim, as pessoas que realmente se

qualificarem terão seu pedaço de chão. Na época que eu peguei o meu pedaço de chão, em 1996,

muitas pessoas não conseguiram trabalhar um ano no seu pedaço de chão, porque eram pessoas que

não estavam qualificadas. Eram empresários, pessoas que não tinham sequer pego numa inchada e

ganharam o pedaço de chão e só passaram para frente. Muitas outras pessoas que precisavam não

pegaram.

Eu acho que o meu tempo já está se esgotando. O nosso Deputado saiu, mas o

senhor continuará aí.

Então, é isso, pessoal, eu só quero agradecer a todos e a todas; agradecer os

companheiros que compõem a mesa.

Uma preocupação do Movimento é fazer com que realmente aconteça a reforma

agrária e que esses produtos que estamos vendo, não só esses, mas muitos mais, sejam produzidos na

região de Barra do Garças para suprir a necessidade o Município. E nós temos muitos companheiros

e companheiras qualificados para fazer esse trabalho e produzir esses produtos. Nós precisamos

somente de terra.

É isso!

Boa-tarde a todos!

Muito obrigado! (PALMAS)

O SR. PRESIDENTE (JACIEL ALVES BUENO) – O Deputado foi dar uma

entrevista à televisão e me pediu para ocupar o seu lugar dele.

Eu vou aproveitar da oportunidade para falar.

Inclusive, eu quase fui preso em Nova Xavantina, porque fui debater com um

camarada que estava apreendendo as coisas de um agricultor, como carne, carne de porco caipira,

um porco sadio. Naqueles municípios... Aqui está um pouquinho diferente, que o Prefeito aqui está

querendo regularizar para que possa vender à vontade, mas lá está proibido. O camarada não pode

vender frango caipira, porco. Então, não adianta plantar, não é? Não adianta cultivar um porco

caipira por seis, oito meses no chiqueiro.

Eu estou falando isto aqui, porque está sendo gravada esta Audiência Pública e nós

teremos que colocar em prática isso daqui para frente.

Em nome do Deputado Zé Carlos do Pátio eu estou conduzindo a mesa até que o

mesmo retorne da entrevista à televisão.

Eu quero, neste momento, conceder a palavra, em nome do Deputado Zé Carlos do

Pátio, ao Sr. Manoel de Souza, Presidente do Partido Solidariedade, que é o Partido do nosso grande

Deputado.

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Por gentileza, uma salva de palmas ao Sr. Manoel de Souza. (PALMAS)

O SR. MANOEL DE SOUZA – Boa tarde a todos!

Muito nos honra estar aqui nesta Audiência Pública tão importante para a mesa de

cada cidadão brasileiro, especialmente para cada um de nós, mato-grossense, que acreditamos que a

agricultura familiar é quem põem alimento na mesa de mais de 70% da nossa população.

(PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. MANOEL DE SOUZA – Nós, oriundos do Movimento Sindical,

especialmente, Presidente da Força Sindical do Estado de Mato Grosso e Presidente do Partido da

Solidariedade, do qual o nosso Deputado é um companheiro, estamos aqui, pela primeira vez, em

Barra do Garças discutindo numa Audiência Pública de tanta valia para todos nós que acreditamos

que a agricultura familiar e o cidadão tem que ter respeito.

Nós queremos que todas as autoridades, que estão aqui nos assistindo, levem um

pouco dessa responsabilidade social que estamos convivendo neste momento de inteira importância

para todos nós.

O maior orgulho que sento, hoje, na minha vida é de estar no assentamento sendo

tão bem recebido quanto fomos nesse assentamento aqui bem próximo da cidade... Estou muito

orgulhoso! (PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. MANOEL DE SOUZA – E como Presidente do nosso Partido, essa

bandeira nós não podemos deixá-la morrer. Temos que unir as forças e, em todos os cantos da

cidade, dizer que o cidadão brasileiro tem que ter dignidade. Não podemos ver tantas pessoas

querendo um pedaço de terra, dignamente, para defender, além do pão de cada dia, da sociedade

brasileira, e serem perseguidas com injustiça e muitas das vezes com jagunços.

(O SR. DEPUTADO ZÉ CARLOS DO PÁTIO REASSUME A PRESIDÊNCIA ÀS 14:42 HORAS)

O SR. MANOEL DE SOUZA – Não podemos deixar isso em vão, Deputado Zé

Carlos do Pátio. Nós precisamos dar as mãos e, com certeza, um Deputado aguerrido, como Vossa

Excelência é, esses camponeses vão ser mais bem tratados. (PALMAS)

Portanto, para não me alongar, eu quero dizer que podem contar conosco. Eu sou

do Movimento Sindical, especialmente da Força Sindical, e vamos levar as bandeiras dos senhores,

também, para serem discutidas e ver de que forma poderemos compartilhar nas bases sindicais, além

da política partidária.

Muito obrigado a todos. Estamos juntos!

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT! ESSA LUTA É PRA VALER! MTL! ESSA

LUTA É PRA VALER! MLT! ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Obrigado, Sr. Manoel de

Souza.

Convido o Sr. Corgésio Ribeiro Albuquerque, Secretário Adjunto, para fazer uso

da palavra.

Eu quero agradecer ao Sr. Corgésio, mas quero deixar o meu repúdio ao Secretário

Suelme Evangelista, porque é a segunda Audiência Pública que nós fazemos e ele não vem.

No momento que vi o Governador, porque tive uma audiência com ele esses dias,

pedi para implantar o Programa Água para Todos no Estado de Mato Grosso, e ele falou: “Deputado

Zé Carlos do Pátio, vou implantar, a pedido do senhor”. No momento que ele nos atendeu em tudo,

eu vejo um distanciamento do Secretário de Agricultura, o nome dele é Suelme.

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Eu quero deixar registrado nos Anais da Assembleia Legisltativa, porque está

sendo gravada e registrado em Ata esta Audiência Pública, a minha moção de repúdio pela ausência

do Secretário de Agricultura, Sr. Suelme, e agradecer a sua presença, Sr. Corgésio. Obrigado pela

sua presença!

Com a palavra, o Secretário Corgésio.

O SR CORGÉSIO RIBEIRO ALBUQUERQUE – Boa tarde a todos! É um prazer

estar com vocês hoje.

O Secretário Suelme, realmente, está em outros eventos, dividimos a agenda e vim

representá-lo aqui. Mas, de toda forma, é um prazer estar aqui com vocês, com o Deputado Zé

Carlos do Pátio e outras autoridades, o Padre, o nosso Pastor e o público, principalmente.

Há duas semanas, eu tive o prazer de conhecer o Sr. Jaciel, que é do movimento

MLT, junto a Casa Civil, com o Dr. Wellington, que nos apresentou, e programamos uma visita,

uma agenda para irmos à SEAF.

Eu espero tê-los atendidos, Sr. Jaciel, da melhor maneira possível e acredito que

fomos bem produtivos numa agenda bem positiva lá. Agradeço o Dr. Wellington por ter promovido

esse encontro. (PALMAS).

Com relação aos eixos estratégicos da SEAF hoje, que é Agricultura Familiar, nós

tomamos umas linhas de algumas estratégias. Eu só vou citar algumas delas e depois especificar uma

de importante relevância, que seria a questão das agroindústrias, revitalização de feiras, projeto de

piscicultura, que está bem avançado, cadeia leiteira, entre outras. Mas quero deixar um ponto dos

eixos estratégicos que eu acho importante que nós temos que citar.

Em primeiro lugar, promover o desentrave da agricultura familiar aqui no Estado

de Mato Grosso, eu acho que é um dos pontos principais aqui.

Eu ouvi as solicitações aqui e acredito o seguinte: para promovermos esses

desentraves, nós vamos promover o mapeamento dos assentamentos de Mato Grosso das pequenas

propriedades com um perfil realmente de agricultura familiar, ou seja, arranjo produtivo familiar.

Isso está no primeiro eixo, que seria mapear os entraves burocráticos, jurídicos, fazendários e

ambientais. Quer dizer, se não conseguirmos fazer esses desentraves não vamos conseguir andar.

E depois disso, vamos propor pacotes de lei. E isso aqui que estou falando propor

pacotes de lei é algo pioneiro no Estado de Mato Grosso, não só no Estado de Mato Grosso, mas nos

demais Estados do Brasil.

Por que pioneiro? Nós iremos fazer um chamamento público, acredito que no mês

de novembro, junto com a AMM, para trazer a população que vai falar realmente dos entraves que

realmente acontecem para que possamos propor esse pacote de leis.

Nesse segundo eixo, o Estado de Mato Grosso também será pioneiro numa nova

visão de transformar a visão de agricultura familiar, no caso de pequeno, porque vocês não são

pequenos, são gigantes; porque vocês são gigantes na determinação, na vontade e na coragem,

porque colocar 72% de alimento à mesa do cidadão brasileiro não é para qualquer um, não, tem que

ter coragem, determinação e vontade, e eu vi que vocês têm. Eu acho que isso tem quer valorizado e,

com certeza, vai ser pelo nosso Governador do Estado.

E nessa função nós queremos promover de ser pequeno e convocar para o

agronegócio familiar.

Eu acho que vocês não são pequenos, pessoal! Vamos por isso na cabeça. Chega

de pequeno, diminutivo. Não tem diminutivo aqui.

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O terceiro eixo seria: a partir desses pacotes de leis, nós vamos desentravar a

produção do Mato Grosso na figura do SUSAF. O que é SUSAF? É o que o Sr. Jacinto falou, onde

vai entrar o SUSAF, que é o Sistema Unificado de Sanidade Agroindustrial Familiar. O SUSAF vai

permitir que o agronegócio familiar possa comercializar de uma cidade aqui de Pontal do Araguaia -

que a D. Maria possa vender o seu queijinho do Pontal do Araguaia - para Aripuanã. Esse vai ser um

dos entraves que nós vamos fazer. Essa lei já está sendo montada, está aqui o nosso jurídico, Dr.

Marcelo Galvão, que realmente está nos ajudando.

Então, pessoal, o Governo Pedro Taques realmente tem essa preocupação.

Acho que nós não podemos ser coadjuvantes, temos que atuar como atores

principais. E essa visão o Governo do Estado tem.

Eu, como adjunto da Secretaria da Agricultura Familiar do Estado de Mato Grosso,

já tive a oportunidade há um mês de ver as demandas que foram solicitadas e vamos atender da

melhor maneira possível.

Acredito que podemos fazer a diferença, vocês podem fazer a diferença, mas tem

que estar todo mundo unido e alinhado no mesmo objetivo.

Faço um desabafo aqui: nós pegamos a SEAF, antiga SEDRAF, e realmente não

vimos nenhum plano de ação, não vimos nenhuma estratégia. Nós estamos montando isso, com

muito trabalho, porque no Governo Pedro Taques ou você entra com o trabalho e com vontade de

inovação, ou você não cabe no governo dele.

Com certeza, o Governo está olhando e nós, com certeza, estamos com muita

determinação.

Agradeço o Dr. Wellington, porque ele também é um grande parceiro nosso na

Casa Civil na questão ambiental... (PALMAS) ...na questão agrária.

Agradeço os demais presentes, o Secretário Hamilton, de Pontal do Araguaia

também, e todos os presentes.

Muito obrigado. (PALMAS).

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Secretário, o Secretário fez um

compromisso de que hoje iria lançar aqui o Programa Água pata Todos e não lançou...

O SR. CORGÉSIO RIBEIRO ALBUQUERQUE – Só para fazer um adendo

aqui...

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Eu vou ser bem sincero. Eu fiz

uma Audiência pública em Rondonópolis e o Superintendente do INCRA não foi. Seu nome era

Salvador.

Rapaz, esses movimentos ficaram tão chateados, tão tristes, que eles não

sossegaram enquanto ele não caísse – e ele caiu... (PALMAS)

O SR. CORGÉSIO RIBEIRO ALBUQUERQUE – Deputado...

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Não pensem vocês...

Desculpe-me, estou ajudando muito o Governo Pedro Taques.

Só essa CPI que está investigando os bacanas que não pagam impostos, os

sonegadores de impostos, já colocou várias pessoas na cadeia.

Não pensem vocês que eu vou brincar!

Eu já senti que esse Secretário de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos

Fundiários está brincando comigo. Já é a segunda vez que tem a Audiência Pública e ele não vem.

Eu perguntei para ele quando ele iria lançar o Programa “Água para Todos” e ele

virou e falou assim: “Lá em Barra do Garças.” E ele não veio aqui.

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FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS E REGIÃO, REALIZADA NO DIA 02

DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS.

Pág. 16 - Secretaria de Serviços Legislativos

Eu quero deixar o meu repúdio a ele e quero deixar a minha Moção de Repúdio ao

Giuseppe Serra Seca e Carlos Eduardo Barbieri, que são do INCRA e também não vieram.

(PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: MLT, ESSA LUTA É PRA VALER! MTL, ESSA

LUTA É PRA VALER! MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Não pensem vocês que nós

vamos brincar.

Volto a dizer: o trabalhador já está cansado de ser enganado, de ser iludido.

Eu quero que o senhor fale desse jeito para ele.

O senhor não, o senhor é uma pessoa bacana, está aqui e temos que respeitá-lo,

mas o Secretário não. Estou de olho nele, na conduta e na postura dele e desse Superintendente, que

mal assumiu com a queda do Salvador, sequer veio aqui e não mandou representante de Cuiabá.

Está aqui é o Joaquim, que é representante - tudo bem! -, mas ele já é da região,

mas não tem problema.

Genilton, não precisa me mandar ir falar com ele. O primeiro encontro que eu

queria ter com ele era aqui. Era aqui o primeiro encontro que eu queria ter tido com ele.

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER! MTL, ESSA

LUTA É PRA VALER! MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu fiquei sabendo que ele está

em Guarantã do Norte. O senhor me falou que ele estava em Brasília, mas ele está em Guarantã do

Norte.

Uma Audiência Pública dessas, numa cidade extremamente conservadora igual é

Barra do Garças, onde a luta vai ser difícil, árdua e o Superintendente do INCRA não vir.

(PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu sou Deputado e já tenho

trinta anos de vida pública.

Eu já lutei muito pela Reforma Agrária na região de Ribeirão Cascalheira para

cima, Sul, Médio Norte, Norte, Oeste, na divisa com a Bolívia, mas nunca vi um lugar com mais

resistência à Reforma Agrária do que esta região.

Não conheço em Mato Grosso uma região mais conservadora como Barra do

Garças, onde a elite dominante mais resiste ao trabalhador. Eu não conheço. (PALMAS)

E no momento em que estamos fazendo uma Audiência Pública como esta e o

Superintendente do INCRA não vem, o Secretário de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos

Fundiários não vem, é uma demonstração de falta de compromisso com a causa.

Mas veio o Deputado.

Eu quero dizer que o MLT, o MTA, os movimentos têm que se organizar cada vez

mais. E nós vamos endurecer com esse pessoal, ou sai a reforma agrária... (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA: “MLT, ESTA LUTA É PARA VALER! REFORMA AGRÁRIA É

QUANDO? JÁ! QUANDO? JÁ!)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – ...Ou sai a reforma agrária...

E tem mais, se a coisa não estiver boa, companheiro Jaciel, nós vamos voltar para

Brasília - eu e o companheiro estivemos em Brasília... (PALMAS) Vamos falar no INCRA lá quem

são eles.

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A próxima vez que eu tiver uma audiência com o Governador eu vou falar desse

Secretário Suelme. Eu falei de um Secretário dele na frente do Suelme. O Suelme falou: “Deputado,

Vossa Excelência está falando do Secretário?” Eu falei: Estou. Porque ele tem que atender a

sociedade bem.

Então, eu quero que o senhor mande uma mensagem para o Secretário de

Agricultura do Estado, na minha opinião, foi uma falta de consideração ele não estar aqui hoje.

O SR CORGÉSIO RIBEIRO ALBUQUERQUE – Deputado, só fazendo um

adendo na questão do abastecimento de água, o Programa, nós só vamos definir a data na próxima

semana, mas dentro deste mês de outubro nós faremos o lançamento.

Agradeço, Vossa Excelência, que está empenhado nas suas... Porque será por duas

linhas, por emendas parlamentares do Governo Estadual e o Água para Todos, do Governo Federal.

Esse é um dos que estão parceiros e nós estamos firmes nessa causa Água para

Todos. Nós sabemos da necessidade tanto de água para produção como de água potável. Tem mais

de duzentos poços, porque nós sabemos que são emergenciais neste Estado.

Então, nós estamos juntos!

Eu quero pedir desculpas em nome do nosso Secretário, que realmente não pode

vir aqui, mas está pontuado a questão do Água para Todos aqui no Estado.

O SR PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu agradeço a sua presença.

Estou muito satisfeito. Sua presença é importante. Obrigado!

(A PLATEIA SE MANIFESTA: “MLT, ESTA LUTA É PRA VALER!)

O SR PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu passo a palavra agora ao

senhor Leonel, Assessor Especial da Casa Civil.

O SR. LEONEL MESQUITA – Boa tarde a todos e a todas!

Quero saudar a mesa nas pessoas do Deputado Zé Carlos do Pátio e do

companheiro Jaciel, que é um dos grandes líderes dessa luta pela Reforma Agrária e pela Agricultura

Familiar.

Eu quero ser bem breve e objetivo, porque depois com certeza o companheiro

Wellington também vai falar algumas coisas aqui.

Primeiro, dizer que nós estamos aqui, Deputado Zé Carlos do Pátio e Sr. Jaciel, no

meio de parceiros.

Eu gostei muito do refrão que vocês falaram: “De Zumbi a Antônio Conselheiro

nós somos parceiros na luta pela terra.”

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “DE ZUMBI A ANTÔNIO CONSELHEIRO, NÓS

SOMOS PARCEIROS NA LUTA PELA TERRA.”.)

O SR. LEONEL MESQUITA - Podem ter a certeza que no Dr. Wellington, no

Governador Pedro Taques e em mim vocês também têm parceiros nessa luta. Parceiros! (PALMAS).

Eu quero dizer da minha alegria, porque, primeiro vejo aqui um Deputado que tem

uma história dedicada à luta por aqueles que mais precisam. (PALMAS)

Eu já vi aqui que aqui, em Mato Grosso, Deputado, o senhor foi vítima de pessoas

que não têm escrúpulos e que tentaram atrapalhar a vida política do Deputado Zé Carlos do Pátio,

mas, hoje, muito tempo depois, a Justiça fez justiça, dizendo que o Deputado Zé Carlos do Pátio não

devia e não deve, porque a sua vida é pautada na luta em defesa daqueles que mais precisam.

(PALMAS)

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Pág. 18 - Secretaria de Serviços Legislativos

Então, vocês na Assembleia Legislativa têm um parceiro muito ilustre e muito

corajoso, que é o Deputado Zé Carlos do Pátio. (PALMAS) É um Deputado com o qual, ainda, não

tive o prazer de trabalhar, de estar próximo, mas que admiro de longe, porque também sou um

homem que luta em defesa daqueles que mais precisam, em Cuiabá, na luta comunitária, na luta

sindical e na luta pela terra também. (PALMAS)

Então, companheiros, eu sei que essa luta é muito difícil! Já morreram muitas

pessoas. É Chico, é Ana, é Dorothy, é Antônio Conselheiro, tantos e tantos já morreram na luta pela

terra. Eu tenho a certeza, infelizmente, que outros morrerão, mas acredito muito que haveremos de

vencer essa luta.

O momento é importante! A Assembleia Legislativa está aqui, nesta cidade

conservadora, nesta cidade que não abre as portas para aqueles que mais precisam, mas, hoje, a

Assembleia Legislativa está aqui dizendo em alto e bom tom: nós estamos ao lado daqueles que

lutam pela terra. (PALMAS) Isso é importante!

O Governo do Estado também está aqui. No Governador Pedro Taques, tenham

certeza, vocês têm um homem decente, honrado e comprometido com aquilo que é justo e que é

legal. E a luta de vocês é justa. E o direito da terra é muito mais que legal. Ele é importante, porque

a luta de vocês não é pela terra. É muito por mais do que isso. É a luta para colocar o alimento na

casa das pessoas que trabalham e vivem no Brasil. (PALMAS).

Então, estamos aqui para trazer este abraço da Secretária Paola Reis, que está lá

para atender; do Governador Pedro Taques e dizer que nós estamos juntos nessa luta.

É claro que o Governador Pedro Taques não vai conseguir consertar em quatro

anos erros de quatro anos, de oito, de doze, de vinte e de trinta anos atrás, mas tenham a certeza que

ele colocará Mato Grosso nos trilhos. E não é nos trilhos desse VLT que inventaram em Cuiabá. É

nos trilhos da decência, da honestidade, da honradez e de tratar a coisa pública com o respeito que

ela merece. Aí, com certeza, Mato Grosso avançará muito.

Eu quero, para terminar, dizer que o companheiro Corgésio é uma revelação no

Governo de Mato Grosso. Ele é companheiro trabalhador, carismático, honesto, que procura tratar e

atender a todos da melhor maneira possível e que tem sido, com certeza, uma revelação. Eu tenho

certeza que aquilo que for decidido aqui ele vai levar, encaminhar e fazer a defesa com toda

honradez e com toda coragem que ele tem. (PALMAS)

Eu tenho ouvido na Casa Civil das pessoas que nos procuram que elas encontram

no Corgésio uma pessoa da melhor qualidade para fazer esse atendimento.

Então, vocês estão de parabéns. Nós estamos muito felizes de estar aqui.

Para terminar eu quero dizer, Deputado, que almocei, hoje, com o Wellington no

acampamento. (PALMAS) Nós almoçamos lá e eu fiquei apaixonado pela comida, apaixonado pelas

pessoas que fizeram a comida, apaixonado pelo tempero, apaixonado pelo sabor daquela comida,

mas fiquei muito mais apaixonado pela organização de vocês.

É essa organização, essa coragem, que vai levá-los à vitória, companheiros.

(PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER.”.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Agradecemos a fala do Sr.

Leonel Mesquita.

Passo a palavra, agora, ao Sr. Ademilton Castro dos Santos, Secretário Municipal

de Agricultura, de Pontal do Araguaia, neste ato representando a Prefeita Divina Maria da Silva Oda.

(PALMAS).

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DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS.

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O SR. ADEMILTON CASTRO DOS SANTOS – Eu quero cumprimentar a mesa

em nome do Deputado Zé Carlos do Pátio; cumprimentar os trabalhadores que compõem este

auditório em nome de um dos produtores de meu município, o Milton, ex-Presidente da Associação

dos Pequenos Produtores do Assentamento Brilhante, que atendendo ao convite de todos nós está

aqui com o pessoal que compõe aquela Diretoria; e do seu Presidente Daniel Ribeiro e do ex-

Prefeito Aériton Wagner Castro dos Santos, que também compõem este auditório.

Sr. Deputado e Sr. Secretário...

Dirijo-me ao senhor não como Secretário Adjunto, mas como Secretário que

compõe e resolve os problemas da nossa região. (PALMAS) Eu aprendi a respeitá-lo, tanto o senhor

como o seu irmão, Deputado Dr. Leonardo, pela postura que o Secretário nos recebe naquela

Secretaria. Ele não tenta resolver. Ele resolve os problemas que nós levamos àquela Secretaria.

Como as demandas dos resfriadores, Deputado, que solicitamos ao Secretário e

que ele resolveu por meio do Corgésio, Secretário Adjunto. Eu nem falo nem Secretário Adjunto. Eu

falo Secretário de Agricultura mesmo.

Para que todos saibam, o Corgésio é sagrado coração de Jesus, o nome do nosso

Secretário Adjunto. (PALMAS)

Eu quero começar falando para vocês que há duas pautas na Secretaria Municipal

de Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos Fundiários do meu Município e da qual faço parte.

Uma, Deputado, é que quando nós assumimos essa Secretaria, por meio de uma

orientação da EMPER, um órgão muito bem analisado e pautado em cima das ideias que nos

repassa, vimos que tem que ser feitas algumas reformulações. Nós entendemos isso, mas adiante do

que nós procuramos entender com eles, foram feitas avaliações e procuramos segui-las.

Nós entendemos que nos assentamentos que temos no Pontal do Araguaia, que é o

P.A. Brilhante, P.A. Sol, Agrovila Arara, e mais cento e poucos produtores rurais que têm no

Município, nós direcionamos uma agricultura familiar rápida. Por quê? Entendemos que você tem

que levar para o pequeno produtor uma renda rápida, porque ele não pode ficar esperando as coisas

acontecerem.

Ao entrar 2013 nós pegamos uma bandeira. Qual é essa bandeira? De trazer a

renda para o pequeno produtor.

No nosso município a renda mais rápida é do leite, Deputado. Nós temos duas

agroindústrias dentro do município e essas agroindústrias demandam e pegam toda a produção da

nossa região que compõem: Torixoréu, Pontal do Araguaia, Barra do Garças, Araguaiana e General

Carneiro. Hoje, em Pontal do Araguaia, nós tiramos em torno de dois milhões e cinquenta mil litros

de leite por ano; Barra do Garças, com três milhões e quinhentos mil litros de leite por ano;

Araguaiana vem com novecentos litros de leite/ano; Torixoréu, com um milhão e setecentos;

General Carneiro, com um milhão e novecentos.

Entendemos que tem que ter um preço justo para esses pequenos produtores. E

essas agroindústrias sufocavam os nossos trabalhadores rurais, os nossos produtores, que a maioria é

pequena. Intensificamos, fizemos várias reuniões, ameaçamos, chegamos até ao ponto de fazer uma

ameaça de denunciar se houvesse algum problema em relação ao leite. Para que isso acontecesse,

nós queríamos que elevasse o preço do leite, que saísse de setenta e dois centavos para pelo menos

um real.

Em muitas reuniões que nós fizemos não tivemos consenso. Fomos à região de

Mineiros, trouxemos outra agroindústria e implantamos e fizemos um acordo: essa agroindústria irá

pagar um real e dois centavos para o produtor, para dar dignidade a ele, porque é a renda mais rápida

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que ele tem na sua propriedade. Hoje se um produtor tira cinquenta litros de leite, ele tem uma renda

de mil, quinhentos e quatro reais todos os meses. E essa renda ficou da seguinte maneira: esse

compromisso, de janeiro a dezembro, eles vêm cumprindo... Hoje o produtor rural do nosso

município, qualquer um deles, que tira na faixa de cinquenta litros, cem litros de leite, tem uma

renda decente, uma renda que dá para ele produzir, manter a sua propriedade com dignidade e

respeito.

É igual o Secretário falou aqui: Vocês são grandes! Vocês são fortes! Vocês não

são pequenos! Pequeno é quem fala que vocês são pequenos! Vocês precisam de respeito, e respeito

está aqui para ser cobrado na Audiência Pública. Respeito está para ser cobrado aqui da gerência do

Banco do Brasil em nossa região, porque vocês chegam lá e têm que ser atendidos. A mesma

dificuldade que tem para fazer uma DAP para o pequeno produtor é a mesma que tem para fazer um

produtor que vai tirar trezentos mil reais ou quatrocentos mil reais. Estou mentindo, Valdir? É

verdade. Não é?

Então, o que nós queremos nesta Audiência Pública? Pautar que as agências

financeiras federais também ajudem, como diz o outro, desburocratizando mais a situação do

pequeno produtor.

Eu tenho uma situação aqui, Deputado, que levei agorinha para o Secretário de

Estado, o Corgésio, de um produtor que depositou a sua parcela para ser cobrado no crédito

fundiário, tem um ano, e ele não teve até agora acesso a sua... Foi feita a cobrança, o Banco não

informou e ele não tem a minuta da escritura. Ele está ali tentando, com dinheiro em conta, pagar.

Isso nós temos que recorrer a Cuiabá para tentar resolver esse problema dele, sendo que já tem mais

de oito meses que esse dinheiro está na conta dele, e ele está inadimplente, sem condições de pegar

outro crédito.

Nós pedimos nesta Audiência Pública que também as agências financeiras, Banco

do Brasil, Caixa Econômica, Banco da Amazônia, deem um pouco de dignidade e respeito aos

pequenos produtores, aos trabalhadores rurais, que quando eles chegam lá para fazer o pagamento, é

o mais justo e certo que vai pagar, ele não falha. Se for dia 30, ele está lá na porta para fazer o

pagamento. Mas, o que acontece? Ele fica lá jogado. Por quê? Ele está fedido?

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Quero fazer uma proposta,

aqui, de fazer uma Moção de Repúdio ao Banco do Brasil, porque vemos que ele cuida bem do

grande latifúndio, quando é o pequeno, ele põe muita dificuldade. Eles atendem só os grandes

financiamentos, a grande burguesia, porque o resultado dele é quantidade em valor. O pequeno é

muito pequeninho e dá muito trabalho. Então, eles preferem atender os grandões, os bacanas.

(PALMAS). Há 30 anos eu falava isso e até hoje o Banco do Brasil não melhorou.

Eu quero propor que façamos para fazermos uma Moção de Repúdio, fazer uma

assinatura de 4, 5 mil trabalhadores para que o Banco do Brasil tenha outros olhos. Olhe para o

pequeno também, que faça financiamento aos pequenos, porque, na verdade, sempre vimos o

pequeno como segundo opção no Banco do Brasil. É interessante! Há muito tempo reparo isso.

Desde a década de 80 eu reparava isso e era pior ainda, já melhorou um pouco, mas, ainda, não é

bom.

Eu fui Prefeito de Rondonópolis e tive muita dificuldade no Banco do Brasil em

fazer financiamento para pequeno produtor de lá. Eu dava todo apoio, mas era difícil. Parece que é

um preconceito que tem do pobre, do mais humilde, daqueles que mais precisam. Parece que eles

gostam só de estar do lado do agronegócio.

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Então, quero que registre em Ata, na Assembleia Legislativa, essa Moção de

Repúdio nossa, mas que fizéssemos um documento de todos os movimentos... Eu quero parabenizar

a fala do Secretário de Agricultura do Município de Pontal do Araguaia, antes dele concluir a sua

fala, porque acho muito importante isso.

O Banco do Brasil hoje tem que começar a ter mais reflexão e olhar para os mais

humildes, para aqueles que mais precisam. (PALMAS).

O SR. ADEMILTON CASTRO DOS SANTOS – Terminando a minha fala, eu

tenho aqui o Gerente de Banco da Agência de Barra do Garças, recém-chegado nesta cidade, que

vem fazendo o seu trabalho à contento.

E eu tenho certeza que em cima desta Audiência Pública, desses problemas, Sr.

Gerente - peço até desculpas, pelo tão pouco tempo que o senhor está aqui na nossa região, da falas

serem tão pesadas e fortes, porque, muitas vezes, cansa de você receber na sua Secretaria vários

produtores rurais com os mesmos problemas... Você liga em Cuiabá, não é no Banco, o Banco...

Muitas vezes, troca-se o funcionário que está fazendo aquele treinamento, que entende daquela

Pasta, e, de repente, muda para outra, aí você tem que começar tudo de novo. O produtor não

espera.

Como é que você pega um produtor rural que tem uma chácara ou um sítio de doze

hectares, ele sobrevive se não tiver um PRONAF, um custeio? Não. Ele precisa do apoio do Banco

do Brasil e das entidades governamentais. Então, é importante que estejamos trabalhando em cima

desta Audiência Pública isso.

Outra coisa, em nosso município, Sr. Secretário, Sr. Deputado, por meio de uma

ação do Governo do Estado, Pedro Taques, quando Senador, nós levamos a ele um pedido de

eletrificação rural para o nosso município.

Em 2012, quando Senador, ainda, ele protocolou esse pedido e nos garantiu: “No

dia que sair essa energia, eu irei lá participar do churrasco”. Nós conseguimos, Sr. Secretário, em

torno de duzentos e doze ligações, já entregamos trinta. Inclusive...

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Quero convidar o Prefeito de

Barra do Garças, Sr. Roberto Ângelo de Farias, para compor a mesa conosco. (PALMAS)

O SR. ADEMILTON CASTRO DOS SANTOS – Inclusive, em cima dessas

duzentas e quinze famílias que vão receber a eletrificação rural, nós já entregamos trinta. São trinta

famílias já contempladas. Agradecemos o Governo do Estado, quando Senador e hoje Governador.

Essa é uma questão que nós deixamos bem colocada.

Agradeço a todos por essa oportunidade de estar olhando para vocês, pessoas tão

importantes que fazem parte da agricultura familiar da nossa região. (PALMAS).

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Passo a palavra ao Sr.

Mariozan Pereira Motta, Assessor Parlamentar do Deputado Baiano Filho, neste ato representado o

caro Deputado Baiano Filho.

O SR. MARIOZAN PEREITA MOTTA – Boa tarde a todos e a todas

trabalhadores presentes nesta tarde calorosa.

Em nome do Deputado Zé Carlos do Pátio, eu gostaria de cumprimentar toda a

Mesa, todo o dispositivo, trazendo o abraço caloroso do Deputado Baiano Filho que não pôde estar

nesta Audiência Pública, porque hoje é o aniversário de 15 anos da sua filha e ele não poderia faltar

neste momento com sua família.

Mas quero trazer uma fala pautada em cima do que o Padre e o Pastor disseram

nesta noite.

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Quero trazer, Deputado Zé Carlos do Pátio, algumas palavras sobre um educador

que se chama Rubem Alves, que tem um livro em que fala da seguinte forma sobre a política: “A

política é a mais nobre de todas as vocações. A política é arte, a mais nobre de todas as artes.”

Por que isso?

Os gregos, quando ele falava de política dos gregos, trabalhavam muito bem a

questão de organização

Quando nós falamos de política, nós estamos falando de algo que vai decidir a vida

de cada um de vocês aqui, porque vocação vem de vocare, de chamado; chamado a fazer; amor a

alguma coisa.

Quando nós falamos de vocação, Deputado, de qualquer outra profissão, seja

lavrador, seja médico, seja ela qual for, muitas vezes volta à política.

Se você analisar a questão da migração dos hebreus, Deus não criou cidades, Deus

criou jardins, Deputado.

Talvez se você perguntar hoje para um hebreu o que é cidade para ele, ele falará:

“é um Oasis; é um jardim.”

Eu quero dizer para vocês, que se você perguntar para esse mesmo profeta o que é

política para ele, ele dirá que é a arte aplicada à jardinagem, à coisa pública.

Eu quero dizer a você jovem que é jardineiro aqui nesta noite, você que planta,

você que tem almejado ter tudo isso aqui na sua terra, que talvez exista um jardineiro que precisa ser

despertado dentro de vocês no dia de hoje, porque o dia de hoje é um dia importante, é uma dia em

que vocês estão aqui em Barra do Garças debatendo sobre a questão da agricultura familiar. Talvez

alguns ainda vão falar aqui, e já falaram muito bem da demanda da terra, mas esqueceram de falar da

questão da violência, do sangue que tem sido derramado nesta região aqui, da questão da corrupção,

da questão possessória, da questão de documentação fraudulentas de propriedades que existem aqui,

porque primeiro eles mandam os pioneiros, que são vocês, abrirem as grandes frentes de trabalho e

depois de um certo tempo chegam com o documento, muitas vezes apoiados por órgãos públicos

como o INTERMAT e INCRA.

Eu falo isso para Vossa Excelência, Deputado Zé Carlos do Pátio, porque eu tenho

batido ponto com o Genilton e com o Dito no INTERMAT e no INCRA todos os dias. Todo dia eu

saio para almoçar e duas horas eu estou batendo ponto no INCRA - e as coisas não avançam! Não

avançam por quê? Porque nós estamos cobrando de bonzinho!

No INCRA e no INTERMAT as coisas têm acontecido na pressão muitas vezes.

Cito o último acontecimento aqui, Novo São Joaquim, Gleba Tamburiú e São

Simão. Só farão vistoria aqui a partir do dia 15 para avaliar a fazenda, depois de 18 anos, porque foi

um ônibus lotado lá e iam fechar o INCRA.

Até quando, Deputados? Até quando?

Eu pergunto ao Governo do Estado: até quando será preciso as coisas irem na

pressão? Até quando?

Eu vi alguém elogiar o Governo do Estado, elogiar isso e aquilo. Muitas vezes é

obrigação do Governo fazer. É obrigação do Governo atender bem.

Eu quero colocar para vocês que eu sou apaixonado por assentamentos, a

movimentos sociais, a luta pela terra, porque o meu pai também foi um assentado do INCRA. E as

coisas nunca andam.

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Nós temos mais de 200 assentamentos no Estado, temos assentamentos do

Governo Federal que nunca receberam um cruzeiro, quem dirá um real, para colocar uma cerca

sequer.

Esses assentamentos, Deputado Zé Carlos do Pátio, deveriam ser cancelados. Tem

uma meia dúzia deles que já pedimos cancelamento. Vamos cancelar esses assentamentos e vamos

titulá-los, porque pelo menos acesso ao crédito ao Banco do Brasil eles terão.

Essas coisas precisam ser colocadas para vocês.

Muitas vezes tem um monte de advogado, Deputado Zé Carlos do Pátio, que pega

a causa desses senhores aqui para demandarem e mudam de lado no meio do caminho. E eles ficam

lá sem pai e sem mãe.

É esse desabafo que eu coloco aqui hoje, representando o Deputado Baiano Filho,

porque eu sei o que cada um de vocês sente.

Eu falei aqui porque eu já enfrentei muitas circunstâncias com o assentamento

Zumbi do Palmares, em Cláudia; assentamento em Novo São Joaquim; assentamentos em Ribeirão

Cascalheira; assentamento em Vila Rica; em Confresa.

Nós estamos enfrentando um grave problema em Ribeirão Cascalheira e em

Canabrava do Norte. Políticos de outros Estados estão tomando glebas e glebas de pessoas que estão

lá há 20 anos, não estão chegando hoje. Nós temos que tomar esse cuidado jurídico.

É essa a mensagem que quero deixar hoje para o Governo do Estado, para o

INCRA, porque eu acredito em mudança, Deputado. Eu acredito em mudança e essas mudanças têm

que acontecer rápido, porque a violência na cidade tem aumentado porque o homem não tem

conseguido ficar no campo.

Muitas vezes estão dizendo que é falta de cadeia, falta de presídio, e o Governo

está dizendo que vai investir um bilhão agora a mais no orçamento na segurança, mas se ele

investisse esse bilhão na agricultura familiar resolveria o problema da segurança neste Estado...

(PALMAS) ...porque o produtor não precisa de muito dinheiro, não.

Um abraço do Deputado Baiano Filho.

Parabéns, Deputado Zé Carlos do Pátio, por esta iniciativa! (PALMAS).

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Obrigado.

Eu convido o Sr. Adolfo Grassi, sindicalista em Cuiabá, Presidente do SINDES.

Dizer que, na verdade, o que nós estamos fazendo ultimamente é unir os

trabalhadores rurais com os trabalhadores urbanos - isso será muito importante -; e os trabalhadores

urbanos com os rurais. Os trabalhadores têm que se unir, a partir de agora.

Com a palavra, o Sr. Adolfo Grassi de Oliveira.

O SR. ADOLFO GRASSI DE OLIVEIRA – Boa tarde!

Eu quero cumprimentar o Deputado Zé Carlos do Pátio, um Deputado aguerrido, e,

ao mesmo tempo, agradecer pelo convite, por me ter possibilitado participar deste ato solene de

tamanha envergadura que acontece aqui, na cidade de Barra do Garças.

Eu quero cumprimentar toda a plateia, a nossa plenária, em nome da liderança

maior do Movimento, o nosso companheiro Jaciel.

Jaciel, eu quero lhe dizer que você possibilitou...

Primeiramente foi o Deputado que me convidou, que me deu a possibilidade de

estar presente aqui com os senhores.

Emocionei-me com o Hino Nacional quando o Padre cantou aquela Capela do

Padre Zezinho. A cada momento que falam MLT - eu sei que tem o MTA também - eu me emociono

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aqui, não sei se vocês perceberam, porque aqui também nós tentamos conceituar - e os colegas aqui

falaram - o que é justiça. E justiça nós podemos conceituar que é distribuir a terra com os senhores

que estão aqui. Este é o conceito de justiça a nosso ver. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PARA VALER.”.)

O SR. ADOLFO GRASSI DE OLIVEIRA - Eu fico aqui, hoje...

Quando falam MLT eu me arrepio aqui, Deputado. Essa luta que os senhores,

embora não esteja...

Eu fiz parte do almoço, hoje, e quero agradecer por essa recepção que nós tivemos.

O Deputado teve a inteligência e a sabedoria de nos levar para o acampamento e eu pude desfrutar

desse momento.

Eu quero dizer aqui, Deputado, que isso vai ficar registrado na minha memória

para sempre.

E quero dizer brevemente, até porque estou bastante emocionado com o que está

acontecendo aqui, sobre a iniciativa de Vossa Excelência que muito engrandece o nosso Partido,

presidido pelo nosso colega de guerra no Sindicato. Eu sou servidor do Estado, sou servidor público

de carreira, e conversava com o nosso Secretário, que tem um nome difícil, Corgésio. Ele trabalha lá

com um amigo meu, o Engenheiro Valquim, que é analista como eu.

Eu sou advogado e quero dizer aos senhores, quero socializar com senhores na

pessoa do Deputado, que é uma honra poder caminhar com os senhores, Deputado.

Eu quero ser um soldado desse movimento naquilo que pudermos ajudá-los.

(PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”.)

O SR. ADOLFO GRASSI DE OLIVEIRA– Reforma Agrária?

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “JÁ!”)

O SR. ADOLFO GRASSI DE OLIVEIRA – Reforma Agrária?

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “JÁ!”)

O SR. ADOLFO GRASSI DE OLIVEIRA – Eu quero dizer aos senhores que isso

me emociona. Eu estou arrepiado aqui. Por quê? Porque lá de Abraão, que o Pastor falou aqui... Essa

caminhada, hoje, eu não sei se está mais difícil ou se está mais fácil que na época de Abraão. Essa

luta pela terra...

O Sr. Mariozan falou aqui com muita propriedade e todas as pessoas que estiveram

na mesa.

Aqui, agora, nós temos a presença do Prefeito, que foi muito elogiado por todos os

senhores.

Gente, quem está com o mando, está com a gestão...

Secretário, tem lá o Sr. Valquim, pode falar que nós falamos aqui; tem o

Secretário-Chefe da Casa Civil...

O Deputado Zé Carlos do Pátio é um Deputado aguerrido. (PALMAS)

Vamos ouvir por que se faz uma Audiência Pública? Nós estamos querendo

chamar atenção de algo.

Os senhores têm a incumbência de levar aos nossos gestores...

O nosso Governador quando saiu para Senador primeiramente se reuniu conosco,

sindicalistas, com o Manoel, comigo e com outros presidentes de sindicatos na Capital.

Eu sou Presidente do SINDE e também sou filiado à Força. Nós estamos numa luta

defendendo o nosso pessoal como esta que os senhores estão tendo aqui, semelhante, mas lá estamos

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no ar-condicionado. Eu entendo que a luta não é mais fácil por estar no ar-condicionado, mas é igual

e nós estamos juntos.

Então, não vou me alongar.

Eu quero, mais uma vez, Deputado, dizer que tenho a maior satisfação e ficarei

honrado de poder caminhar com esse Movimento.

Muito obrigado! (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu passo a palavra a Exmª Srª

Vereadora Fernanda Vieira de Souza Maia, da Câmara Municipal de Campinápolis

A SRª FERNANDA VIEIRA DE SOUZA MAIA – Boa tarde a todos!

É com muita alegria que estou aqui, neste momento.

Eu estou representando o meu Município de Campinápolis em nome das pessoas

que estão cadastradas nesse Movimento.

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”.)

A SRª FERNANDA VIEIRA DE SOUZA MAIA – E quero parabenizar os

movimentos sociais organizados, porque sou a favor de todos os movimentos sociais organizados e

sou a favor do pequeno.

No meu município sempre tenho reivindicado e brigado pelo menor, pelo pequeno

como eu.

Então, eu quero dizer, Deputado, parabéns pela sua iniciativa!

Como Vereadora do meu município, assim como a Câmara Municipal de

Campinápolis, estou à disposição do nosso povo, da Assembleia Legislativa do Estado de Mato

Grosso, em prol da defesa dos munícipes de Campinápolis e da região.

E quero dizer que, às vezes, nós, do Vale do Araguaia, conhecido como o Vale dos

Esquecidos... Não! Pelo contrário! Eu creio que muitas pessoas estão nos olhando com outros olhos.

E também depende de nós, lideranças, movimentos organizados, movimentos sindicais, associações,

nos organizarmos e reivindicarmos o que é nosso.

Então, eu sou a favor, sim, do nosso povo humilde e trabalhador. (PALMAS)

Quero aproveitar esta oportunidade, Deputado - está aqui também o Assessor do

Deputado Baiano Filho - para fazer uma reivindicação.

O Município de Campinápolis é composto por vários assentamentos -está aqui o

Chefe da unidade avançada que sabe disso, que tem feito várias visitas aos nossos assentamentos-

que são compostos por vários pequenos produtores, porque os pequenos lá são maioria. O grande é

menor, além de ter uma vasta população indígena, que aqui todos são sabedores disso.

Nós precisamos lá, Deputado, de uma feira coberta. Eu sou uma lutadora em prol

dessa feira, porque o nosso produtor produz... Nós sabemos que o município, hoje, pode comprar até

30% in natura, mas os nossos pequenos produtores não plantam pelo fato de que o resto será

produto perecível, não tem onde vender, não tem um espaço adequado.

Então, eu sou uma militante nesse sentido. Já fiz várias cobranças na Secretaria de

Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários do Estado. Se o Secretário Adjunto olhar lá vai ver que

há várias cobranças minhas como legisladora do nosso município. Sempre eles me respondem que a

solicitação está na demanda, futuras demandas, que, talvez, nunca chegue.

Então, nós pedimos encarecidamente a Vossa Excelência que interceda pelo nosso

município no sentido de propiciar aos nossos pequenos produtores um espaço para que possam

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vender o seu frango... (PALMAS)...o seu porco, a sua produção seja de hortaliças, seja qual for, até

dos artesanatos que as nossas mulheres fazem e não tem onde expor.

Eu estou vendo aqui várias mulheres... Todas são assentadas? Quais são as

assentados? São pré-assentadas e, se Deus quiser, futuramente assentadas. Nós mulheres somos as

líderes de nossas casas.

Fiquei observando, Deputado, só eu de mulher fazendo parte da mesa, senti-me

como se fosse um peixinho fora do aquário. Nós mulheres temos um grande potencial e não

podemos desistir e baixar as nossas cabeças.

Eu estou vendo grandes mulheres participando deste grande movimento,

movimento organizado, Deputado.

Meus parabéns pela sua iniciativa. (PALMAS). O Vale do Araguaia precisa de

alguém que olhe para ele, sim, como Vossa Excelência tem feito. Espero que mais Deputados

somem conosco. Nós temos 24 Deputados Estaduais e, às vezes, passamos mandatos e mandatos e

ninguém olha por nós.

Muito obrigada por esta oportunidade; obrigada por estar aqui. Campinápolis faz-

se presente, aqui, na minha pessoa. Não sei se tem alguém de Campinápolis aqui. Tem? Mas eu

estou representando todos. Tem uma grande população cadastrada nesse movimento.

Agradeço a oportunidade em nome de Jesus! (PALMAS).

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Agradeço a fala da Vereadora

Fernanda.

Quero aqui dizer que Mato Grosso é muito injusto com Campinápolis. Município

este que tem mais de 129 aldeias indígenas e é um município que tem muito pequenos produtores.

Eu me lembro do ex-Deputado Gilney Viana, em meu primeiro mandato como

Deputado Estadual, que defendeu o ICMS ecológico, porque o município garante realmente essas

reservas indígenas e não tem o retorno de ICMS.

Então, quando vi a Fernanda falando fiquei comovido, porque o Município de

Campinápolis precisa de muito apoio.

Vereadora, eu quero me colocar a sua disposição lá.

Eu passo a palavra ao Eduardo Manciolli, Secretário Municipal de Pesca e

Aquicultura de Barra do Garças.

O SR. EDUARDO MACIOLLI – Boa tarde a todos!

Cumprimento a bancada aqui em nome do Deputado Zé Carlos do Pátio;

cumprimento todos os presentes em nome do Prefeito Roberto Farias, que vem desempenhando um

bom trabalho em nome de Barra do Garças.

Eu quero dizer que estou muito feliz, Jaciel, pelo convite para participar da

Audiência Pública. Não conhecia o movimento e estou tão feliz de ver um movimento desse ativo,

bem articulado e com tantas pessoas de bem apenas lutando pelos seus direitos,

Foi falado aqui sobre vários temas e eu quero falar da Prefeitura de Barra do

Garças. Quando se fala em desenvolver algum projeto para produtor rural, o Prefeito sempre foca e

fala: “atendam primeiro os pequenos. Atendam primeiro os pequenos”.

Foi falado muito aqui, no início, que Barra do Garças é conservadora, que Barra do

Garças não abre portas, mas eu tenho certeza que isso mudou. Barra do Garças hoje tem uma mão

que se estende a todos; Barra do Garças vive um novo momento. Tenho certeza que vocês podem

contar com o Prefeito Roberto Farias, que é essa mão acolhedora e vai atender a todos. Vocês podem

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ficar tranquilos quanto a isso, porque Barra do Garças vive um novo momento de olho no futuro,

sem esquecer o passado, mas de olho no futuro sempre.

Quero defender um pouquinho o Banco do Brasil. Na área da pesca e aquicultura

nós fizemos inúmeros projetos para beneficiar assentados. Aqui em Barra do Garças nós temos o

Assentamento Serra Verde e o Assentamento Santa Emília.

O Banco do Brasil, no início, para os pequenos produtores não conseguia liberar o

crédito. Mas, o que acontecia? Existe uma taxa de inadimplência muito grande aqui, no Município

de Barra do Garças, e esse era um dos principais motivos, à época, de conseguirmos os recursos que

eram subsidiados pelo Governo.

Quero defender, também, que nós fomos muito bem atendidos, os produtores

rurais. Em um ano e meio foram liberados mais de dois milhões de reais para pesca e aquicultura

para pequenos produtores. Eles viveram esse momento difícil em função da inadimplência.

Eu acho que nessa questão da inadimplência, Deputado, Jaciel, o Governo pode

ajudar o Banco do Brasil a achar mecanismos para que eles possam encontrar uma maneira mais

fácil de liberar os recursos. Eles têm uma taxa de inadimplência e quando chegam ao alerta, eles têm

que travar. Eu acho que aí o Banco do Brasil pode falar melhor sobre essa parte.

Tem outro ponto muito importante, acho que não falamos aqui, a reforma agrária.

O nosso amigo Leonel tocou aqui num ponto que, às vezes, o nosso Governador não vai conseguir

atender esse problema que vem de quatro, de oito, de doze anos. Na verdade, a reforma agrária tem

mais de quinhentos anos. Foi tudo feito de forma errada, no início, abriram as portas para os grandes

latifundiários, dando terra aos ricos e deixando as pessoas com menos recursos, menos informação e

educação fora dessa repartição. Então, deram as grandes terras para latifundiários.

Hoje, esses movimentos sociais são muitos importantes para vencer essas barreiras

e que essas terras voltem a quem é de direito, que são vocês. (PALMAS)

Eu acho que a ferida principal que vivenciei, que vivi, visitando os assentamentos,

vejo vocês lutando para ter a terra e tudo, mas algo que vocês têm que focar - e os seus líderes e o

Deputado, achei brilhante a iniciativa e a guerra em nome de vocês -, é o seguinte: tudo bem, vocês

lá lutam há tantos anos, há dez anos, há quinze anos, há vinte anos esperando, a família esperando a

terra, aí o Governo vai e dá uma terra. Quando vocês vão pra lá não tem água, não tem

infraestrutura, a terra é improdutiva e vocês ficam lá abandonados, não tem o título da terra, não tem

o título da propriedade, o que não vai dar o direito de você pegar o recurso.

Como que você vai produzir sem nenhum recurso, sem nenhum investimento, se

não tem o documento que dá o direito a ter isso ainda?

Eu acho que isso deveria ser a pauta principal dessa discussão, ter, pelo menos,

planejamento.

Eu vejo muito aqui, em Barra do Garças, o Prefeito, há alguns meses, pediu para

ver a questão da água para fazer cisternas nos assentamentos. Quando eu fui levantar, vi algo que

fiquei espantado, porque com mais de cento e cinquenta famílias assentadas, só sete propriedades

tinham o cisterna. Por exemplo, no Assentamento Serra Verde apenas quarenta famílias têm acesso à

água, ou seja, mais da metade dos assentados não tem acesso, não tem cisterna, não tem recurso.

Então, eu acho que uma ferida que tem que ser cicatrizada e que os senhores têm

que brigar, de fato, não é só a terra, não. Quando for dar a terra, tem que dar uma terra produtiva e

uma terra que tenha água para produzirem e terem condições necessárias para viver e produzir.

(PALMAS)

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Fica essa questão que vivenciei e acho que tem que ter planejamento e não só dar

a terra por dar a terra.

Muito obrigado. Tenha uma boa tarde. (PALMAS)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Pessoal, agora vou passar a

palavra ao Coordenador de outro movimento. Vocês são do MLT e ele é do MTA.

Eu quero dizer que estive junto com o companheiro Dito e com o

companheiro Jaciel em Brasília, no INCRA, discutindo reforma agrária, e o Dito poderá falar

um pouco sobre reforma agrária.

Dito, eu quero que você faça uma análise, porque foram vocês do

movimento que decidiram derrubar o Salvador, que não estava trabalhando, só que o que

assumiu não veio na Audiência Pública. Quer dizer, é um caboclo que não veio!

Então, eu quero dizer que eu já estou meio desconfiado do bicho (SIC).

Então, eu quero falar para vocês que nós teremos que endurecer... (PALMAS) ...teremos que

endurecer, porque - poxa vida! - eu esperava a presença dele aqui.

Então, eu passo a palavra para o Dito, que poderá fazer um histórico da

nossa ida em Brasília.

Eu estava esperando a vinda do Superintendente hoje. Eu juro para vocês!

Porque não era só um Deputado Federal que estava segurando esse Salvador, era uns três

Deputados Federais e quem o derrubou foi o movimento que foi a Brasília e pressionou...

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Não foi Deputado, não

foi ninguém!

Eu falei: esse homem agora vai cair nos braços do movimento. Hoje ele

estará aqui. Hoje ele estará comigo aqui, vou conhecê-lo.

Eu fui com os movimentos lá, o INCRA Nacional ouviu os movimentos e

derrubou o caboclo.

Eu chego aqui hoje o cara não está aqui. É uma falta de compromisso dele!

Eu não me senti satisfeito, não! (PALMAS)

E eu já descobri que nós só resolveremos o problema da reforma agrária no

Mato Grosso não pelo político, mas pelos movimentos. Se os movimentos estiverem

organizados, nós faremos a reforma agrária; se não estiverem, não!

Então, companheiros, eu quero dizer que eu saio contrariado com a ausência

do Secretário de Agricultura do Estado - eu tenho certeza que essa não é a vontade do

Governador Pedro Taques - e com a ausência do Superintendente do INCRA.

Mas eu estou tranquilo, eu tenho oito mandatos, eu sei o que é a política: o

político passa, o secretário passa, mas o povo fica!

Eu quero dizer para vocês... (PALMAS) ...que eu saio daqui com uma

posição dura a respeito desse Superintendente do INCRA e com o Secretário de Agricultura

do Estado!

Quero agradecer o Chefe da Casa Civil; os representantes; o Secretário

Adjunto que veio, mas, sinceramente, fizemos uma Audiência Pública sobre reforma agrária

na Região Sul, em Rondonópolis, lotou o anfiteatro, o Superintendente não foi, o Secretário

de Agricultura não foi. Hoje também.

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O Superintendente caiu; O Secretário de Agricultura não pôde ir porque

tinha outro compromisso, mas eu acho que é falta de compromisso com a reforma agrária sim.

(PALMAS)

Então, quero aqui dizer que vamos avançar mais.

Eu sei inclusive, Prefeito, e vou dizer uma coisa para Vossa Excelência, que

aqui é uma região dura.

Na região onde eu mais militei na minha vida pública no Araguaia - agora

que eu perdi a minha base lá, porque fui ser Prefeito de Rondonópolis, na região Sul - a

reforma agrária está bem avançada.

Lembro-me que quando deixei o meu mandato, a última área que nós

assentamos foi a área da Bordolândia, em Bom Jesus do Araguaia, Ribeirão Cascalheira, mas

esta região aqui é a mais resistente de todas e nós vamos ter que nos unir. Eu já senti que

vamos ter que nos unir muito. (PALMAS)

Quero aqui dizer que reforma agrária é sinônimo de desenvolvimento;

reforma agrária é sinônimo de distribuição de renda; reforma agrária é sinônimo de cidadania,

de emprego, de igualdade social... (PALMAS)

Então, quero aqui colocar para vocês que vamos entrar para valer nesta

região, com o Superintendente, com o Secretário de Estado de Agricultura ou não nós vamos

entrar.

Passo a palavra para o Benedito Correa.

O SR. BENEDITO CORREA (DITO) – Boa tarde, companheirada! (SIC)

Para mim é uma honra estar aqui.

Em nome do Deputado Zé Carlos do Pátio, em nome do Prefeito daqui do

município, eu vou fazer parceria com o MLT, vou militar na região do Araguaia em nome do

MTA, como fizemos na região Sul. (PALMAS)

Na região Sul nós fizemos mais de 17 assentamentos. Brigamos com o

Grupo Bom Futuro e fizemos um assentamento dentro do agronegócio em Campo Verde,

onde não saia assentamento, porque era uma área do agronegócio, era de plantio de soja e

temos assentadas lá 540 famílias.

E tivemos uma grande honra, com 50 dias que o Governador tinha assumido

ele foi lá e fez uma parceria conosco, com a EMPAER, no nosso assentamento, para liberar

fomento aos trabalhadores do nosso assentamento em Campo Verde.

Estou nesta luta junto com vocês para fazer parceria com os movimentos

sociais. Eu não tenho medo. Eu luto pelo trabalhador. Eu nasci na luta pela terra... (PALMAS)

...o meu pai toda vida foi militante na luta pela terra, desde a ditadura militar.

Eu comecei a minha luta pela terra em 1989, em Mato Grosso do Sul,

fizemos mais de cinquenta assentamentos em Mato Grosso do Sul à frente do MST.

O meu irmão, Valdir Correa, veio para Mato Grosso em 1994 e o primeiro

acampamento do MST foi feito em Jupia, no Município de Pedra Preta.

Em 1996 foram feitos trinta assentamentos com a luta quando era o

Governador Dante de Oliveira.

Então, companheiros, essa parceria que estamos fazendo com o MLT, com

os sindicatos, quem quiser lutar nós estamos juntos.

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Nós vamos bloquear rodovias, vamos ocupar prefeitura, vamos ocupar

INCRA, vamos ocupar governo do Estado... (PALMAS) ...vamos ocupar e o que for preciso

nós vamos fazer.

Esse é um trabalho que eu gosto de fazer, jurei por uma bandeira e essa

bandeira é o pequeno produtor.

Na Região Sul eu fui ameaçado, mas quantas famílias estão lá assentadas?!

Quem quiser pode visitar o Município de Campo Verde, eu moro no

Assentamento Dom Osório, que foi um bispo que nos ajudou quando começamos a luta em

Rondonópolis.

Então, companheirada, estou aqui em nome da luta pela terra e nós vamos

discutir.

Voltando um pouquinho, nós pedimos em Brasília para que mudassem o

Superintendente que não estava dando certo, que mudassem nos quadros do INCRA as

indicações políticas que não estavam dando certo. Mas vamos cobrar, vamos puxar as orelhas

do Giuseppe... (PALMAS)

Giuseppe, a Presidente mandou você para fazer um bom trabalho. Você

faltou a primeira Audiência Pública que nós realizamos e nós convidamos você.

O Salvador não participou da outra e caiu.

Nós derrubamos o Petrus no ano de 2002 a 2003; derrubamos o Leonel em

2006; derrubamos o William; derrubamos o Salvador; e se o Giuseppe não fizer o trabalho de

defender a causa social, de defender os assentamentos, de defender os trabalhadores, de

defender as Unidades Avançadas, que, estive conversando com o Joaquim, estão sucateadas as

Unidades Avançadas. Vão trabalhar como?

Estão ali os trabalhadores e não têm internet, não têm telefone, não têm nada.

Como vão trabalhar? Como vai prestar serviço para o trabalhador da região do Araguaia?

Vamos cobrar! (PALMAS)

Eu sou um defensor do INCRA. Eu defendo o INCRA, continuo defendendo o

INCRA. A minha luta toda vida foi nessa defesa. O pessoal, em Cuiabá, até fala que eu sou

funcionário do INCRA, porque convivo dentro do INCRA. Eu estou cobrando a questão dos

assentamentos e dos acampamentos e temos uma grande parceria com todos os movimentos sociais.

Antes eles falavam: “Existe uma briga rival do MST, da FETAGRI contra o MTA.

Não! Nunca existiu! Existiu uma polêmica, mas os movimentos se uniram. Nós fizemos uma

mobilização e fomos a Brasília com mais de dez movimentos sociais e conseguimos fazer o trabalho

com a força do nosso Deputado Zé Carlos do Pátio, do Senador José Medeiros. Nós sentamos com o

Deputado Federal Ságuas Moraes e ele nos falou: “O Salvador não cai, porque é indicação minha.”.

Eu falei: deixe, pelo menos, seis meses. Ele falou: “Mas seis...”... Por que, Deputado, ele não saiu

seis meses antes, porque ele não consegue fazer nada? Ele está desgastado. E Vossa Excelência,

como Deputado, representante do povo, faz parte do Partido dos Trabalhadores, do PT, Deputado,

está defendendo para não dar certo? O PT que assumiu o poder; que sempre nós pregávamos que iria

defender a causa social do pequeno produtor, dos excluídos, agora, está defendendo o quê? O

agronegócio, o grande produtor e o pequeno estão sendo isolado.

Então, nós, companheiros, que estamos aqui...

Eu virei para cá com vocês representar o MTA, defender. Nós queremos o apoio

do nosso Prefeito e dos prefeitos da Região do Araguaia. (PALMAS) Nós vamos mobilizar o Estado

e o Araguaia. Eu tenho uma área, em Vila Rica, para ser feita vistoria, agora, em novembro, foi o

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combinado com Giuseppe e o Carlos Eduardo, que é chiru, que é o chefe da obtenção, que tinha o

José Benildo que era indicação política que só falava e nada fazia.

Nós queremos mudança. E mudança para quê? Para melhor. Nós queremos

recursos para os assentamentos para se morar e sobreviver no assentamento (PALMAS); mudança

para o acampado não ficar dez anos acampado, debaixo de lona, porque no dia em que ele pegar

terra estará cansado, sofrido, como tenho no Assentamento Dom Osório pessoa que entrou

trabalhando e, hoje, está na cadeira de rodas. Não consegue explorar aquele sonho que ele tinha.

Eu quero passar para vocês o exemplo de pessoas que morreram na metade da

estrada.

Vocês podem estar firmes, porque vocês têm um grande companheiro.

Eu defendo o Deputado Zé Carlos do Pátio! e vou ser franco com vocês: eu sou

filiado ao PMDB, mas o Deputado Zé Carlos do Pátio é meu companheiro de luta. Eu fui ameaçado

na Região Sul. Eu tive que sair camuflado dentro de carro, mas não parei a luta. E o nosso

assentamento está lá (PALMAS). O próprio Leonel deixou claro: “O assentamento Dom Osório não

sai, porque é uma área muito cara. Dentro do agronegócio tem o grupo Maggi que tem interesse na

área e vocês não vão desapropriar.”. Eu falei: eu nunca peguei uma briga para perder e não é essa

que nós vamos perder. E ganhamos com o apoio dos nossos companheiros, com o apoio do nosso

Deputado, com o apoio daquelas famílias que acreditaram em nós, assentados.

É por isso que eu estou vindo aqui para ser parceiro de vocês. (PALMAS)

Essa luta será árdua e vamos chamar a população. Nós vamos mobilizar o

Araguaia. A terra que não estiver produzindo, nós a faremos produzir para na cidade ficar mais

barato na mesa na mesa do consumidor o produto da agricultura familiar para não buscarmos no

nosso vizinho, em Goiás, porque aqui nós podemos produzir, aqui temos terra fértil.

Eu não quero me alongar nisso.

Deputado Zé Carlos do Pátio, se for preciso nós iremos a Brasília novamente, nós

iremos. Na semana que vem eu irei para Cuiabá, se Deus quiser, vou marcar uma reunião com o

Giuseppe e vou puxar a orelha dele. Eu vou ligar para a Presidente do INCRA Nacional, porque ela

nos prometeu que existiria mudança. Eu estou vendo que não está existindo. Nós queremos

mudança! Para quê? Para melhor, porque pior do que está não queremos mais.

Nós queremos com o apoio do senhor, com o apoio do Governador, com o apoio

do nosso Prefeito de Barra do Garças, com o apoio de todos os municípios da Região do Araguaia,

fazer um bom trabalho e queremos ser parceiros.

Então, se precisar da minha pessoa como defensor da agricultura familiar, porque

eu jurei defender uma bandeira e vou continuar lutando, estou pronto.

Muito obrigado a vocês!

(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PARA VALER!”.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) –Eu quero, neste momento, até

para não cometer injustiça, agradecer a presença da Srª Ivonete Maria da Silva – levante a mão todos

que eu citar -, Coordenadora Estadual de Finanças do MLT - ela está aí? -; Srª Elizângela Rodrigues

Amâncio, Presidente da Associação dos Moradores de Pequenos Produtores Rurais do Distrito de

Voadeira; Sr. Cláudio Freitas, Presidente do Sindicato Rural de Pontal do Araguaia; Srª Regiane de

Assunção, Presidente da Cooperativa Hortifrutigranjeira de Barra do Garças; Sr. Élcio Mendes,

Presidente do PP de Barra do Garças; Srª Mônica Porto, Secretária Municipal de Turismo de Barra

do Garças, obrigado por estar aqui conosco; Srª Elvira Maria Costa Leite, Secretária Municipal de

Cultura de Barra do Garças; Sr. Ricardo Brito, Gerente Regional do INDEA do Município de Barra

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FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE BARRA DO GARÇAS E REGIÃO, REALIZADA NO DIA 02

DE OUTUBRO DE 2015, ÀS 13:00 HORAS.

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do Garças; Sr. Aériton Wagner Castro dos Santos, ex-Prefeito de Pontal do Araguaia; Sr. Cláudio

Totó, Presidente do PDT de Pontal do Araguaia; moradores do Assentamento Brilhante; Sr. Milton

Moraes de Araújo, Coordenador Estadual de Segurança do Acampamento Bom Jesus, do Município

de Nova Xavantina; Sr. Francisco Eliseu dos Santos Sobrinho, Coordenador Estadual do

Acampamento Bom Jesus, do Município de Nova Xavantina; Sr. Valdir Arruda Rocha, Coordenador

Regional da EMPAER do Araguaia; Sr. José Rodrigues de Freitas, Secretário Municipal de

Agricultura de Araguaiana; Sr. Nivaldo Capucho, Supervisor da EMPAER do Município de

Torixoréu; Sr. Marcelo Galvão, Advogado; Sr. Vidal de Alencar, Coordenador de Jornalismo do

Movimento da Luta pela Terra; Sr. Benedito Corrêa, que já usou da palavra, Coordenador do MTA;

Srª Cristina Moraes, Secretária Executiva do Consórcio Portal do Araguaia; Sr. Elizeu dos Santos

Manciolli, técnico de som do anfiteatro da Prefeitura Municipal de Barra do Garças; da imprensa

local e regional; o apoio da Prefeitura Municipal de Barra do Garças, Prefeito, muito obrigado;

agradecemos a presença dos alunos do Curso de Agronegócio da SECITEC; dos acampados do

Canaã; agradecemos a todos os servidores da Assembleia Legislativa, nosso pessoal do Cerimonial,

a imprensa, os cinegrafistas, os seguranças. A Assembleia Legislativa maravilhosa, que não tem

hora, não tem dia, sempre disposta a nos ajudar.

Muito obrigado à Assembleia Legislativa e a sua equipe!

Quero dizer que esta Audiência Pública está sendo filmada e televisionada por

meio da TV Assembleia Legislativa.

Passo a palavra ao Sr. Adair Freitas, Gerente do Banco do Brasil. (PALMAS)

O SR. ADAIR FREITAS – Boa tarde, Deputado Zé Carlos do Pátio, Prefeito

Roberto Farias, em nome dos quais cumprimento todas as autoridades.

Boa tarde a todos!

É um prazer estar aqui com vocês. Eu estou há pouco tempo em Barra do Garças,

há trinta dias assumi a Agência local do Banco do Brasil e tem muita demanda. Graças a Deus, tem

bastante trabalho.

Como foi citada alguma coisa aqui com relação ao Banco do Brasil, eu quero citar

algumas coisas que o nosso Superintendente nos encomendou.

O Osvaldo Biasi não pode estar presente, Deputado, e pediu-me para trazer o

abraço ao senhor.

Sobre o atendimento, realmente, a demanda é grande. Atender um produtor grande

e um produtor pequeno é o mesmo trabalho. Então, não tem essa diferença. Agora, a quantidade,

realmente, nós ainda estamos um pouco aquém de atender.

A Superintendência do Banco do Brasil, pensando nisso, está firmando um projeto

piloto com a EMPAER para o produtor chegar ao Banco já com a cédula pronta para fazermos só o

atendimento final. Já está funcionando em alguns municípios, que nós chamamos de correspondente

bancário do agronegócio, a EMPAER faria todo o serviço e o funcionário do Banco do Brasil só

daria o enter final e conferiria os documentos para liberação do crédito. Eu acredito que é a grande

solução que vem para o mini e pequeno produtor nos próximos meses, no máximo, na próxima

safra.

Sobre o agronegócio familiar, é importante frisar bem aqui os intervenientes desse

processo. O Banco do Brasil é só um deles. Nós temos o Governo Federal, que libera os recursos,

por meio da política do INCRA; o Governo do Estado, por meio da EMPAER, que sem eles,

também, não conseguimos rodar o processo; o principal interveniente, que são vocês e o produtor, e

o Banco do Brasil é o último interveniente nessa escala.

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Então, para que isso funcione redondo mesmo todos têm que estar engrenados, tem

que haver o recurso, a EMPAER tem que dar assistência técnica, o produtor tem que estar na

atividade, como disseram os dois Secretários Municipais de Agricultura que me antecederam, de

Pontal do Araguaia e de Barra do Garças, a adimplência, o pagamento em dia é um dos fatores

preponderantes. A situação já mais ou menos resolvida na região de Barra do Garças, pelo que vi,

mas um município com inadimplência alta bloqueia o financiamento ou contingência no mínimo.

Você tem que estar todo dia pedindo autorização à Superintendência caso a caso.

Além da adimplência, o que o produtor pode ajudar mais? É a aplicação correta do

crédito. Nós temos um serviço de fiscalização que não é vinculado a minha gerência, é vinculado

direto à diretoria, o produtor pega o crédito, se ele desviar o crédito gera restrição para ele também.

Então, essas duas coisas cabem ao produtor: aplicar corretamente o crédito e pagar em dia. É o

Banco atendê-los; o Governo Federal repassar o recurso; o Governo Estadual com a EMPAER a

assistência técnica. Na medida do possível, nós vamos tentar melhorar nosso atendimento.

Eu me coloco à disposição de vocês, por meio da minha Gerência no primeiro

andar. É um prazer estar aqui com vocês.

Eu fui muito bem recebido em Barra do Garças, Prefeito, e estou muito contente

nesta cidade maravilhosa e nesta região maravilhosa. Sei que aqui não podemos falar do município,

é regional, porque têm representantes de vários municípios locais, mas estou muito contente na

região,

Obrigado. (PALMAS)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Agradeço as palavras do Sr.

Adair Freitas.

Eu quero propor aos companheiros que, no final deste ano, possamos ver quanto

foi de financiamento para a agricultura familiar no Banco do Brasil. Vocês poderiam mandar para

mim, porque quero também ser justo.

Ao mesmo tempo em que falei que quero colocar uma Moção de Repúdio ao

Banco do Brasil, eu também posso fazer uma Moção de Aplausos ao Banco do Brasil de Barra do

Garças. (PALMAS)

Quero falar para o nosso Gerente: ajude a agricultura familiar que o senhor vai ter

o nosso apoio lá em Cuiabá, os nossos gestos na Assembleia Legislativa, os nossos gestos lá na

Superintendência do Banco, nas autoridades maiores, na Diretoria, no Diretor-Geral.

Então, quero dizer que nós estamos à disposição, mas gostaria que você sinalizasse

esse compromisso com a cidade e a região. Eu quero pedir esse apoio.

Eu vou dizer uma coisa para os senhores: eu tenho uma história interessante de

Barra do Garças. Barra do Garças é uma cidade que quando eu ia para Brasília, meus pais moram em

Brasília, eu nunca deixei de passar em Barra do Garças para ficar dois ou três dias aqui com meus

filhos.(PALMAS). Então, eu tenho um carinho muito grande. E também eu tive um filho que fez

Engenharia Civil na Universidade Federal, aqui, e o meu pai um dia veio a Barra do Garças e acabou

ficando três anos. Ele veio para ficar um dia e ficou três anos morando aqui, de tão bacana que é.

Quer dizer, nós temos um carinho muito grande por Barra do Garças.

O meu medo é o pessoal gostar tanto de Barra do Garças e esquecer do povo.

Eu sei que o nosso Superintendente do Banco do Brasil vai dar apoio ao povo

daqui, para o trabalhador humilde de Barra do Garças, porque para viver é bom, não vou negar,

morar em Barra do Garças.

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Eu tenho um carinho muito grande por Barra do Garças e quero dizer que é

interessante a ligação de calor, de carinho que a cidade nos transfere. Inclusive, dizer até da figura do

Prefeito que, ao chegar aqui, eu vi todos os líderes dos movimentos o elogiarem para mim.

Eu, ao mesmo tempo em que estou criticando o Superintendente do INCRA aqui,

estou criticando o Secretário de Agricultura do Estado, não posso deixar de elogiar a receptividade

que eu vi do Prefeito, que é humilde. Hoje eu fui lá, almocei no acampamento, os trabalhadores

falaram-me que ele esteve lá neste no final de semana, quer dizer, isso demonstra que ele não é só

uma pessoa que faz o discurso, mas está presente, sentindo na pele os problemas dos trabalhadores.

Eu passo a palavra ao Sr. Joaquim Francisco Ferreira, Chefe da Unidade Avançada

do INCRA, do Município de Barra do Garças, representando o Superintendente do INCRA de Mato

Grosso Giuseppe Serra Seca Vieira. (PALMAS)...

O SR. JOAQUIM FRANCISCO FERREIRA – Boa tarde a todos!

Eu gostaria de cumprimentar aqui o nosso Prefeito Roberto Farias, lembrando,

inclusive, que ele já foi Chefe da Unidade de Barra do Garças, então, conhece de perto a

problemática que vivenciamos quando quer levar em frente a questão da reforma agrária.

Gostaria de cumprimentar o nobre Deputado Zé Carlos do Pátio, um grande

parceiro não só dos movimentos sociais, mas um parceiro da reforma agrária.

Eu gostaria de lembrar que, em 2006, nós nos encontrávamos no Município de

Novo São Joaquim, entregando títulos de propriedade no Projeto de Assentamento Santo Ildefonso,

oportunidade em que lá estava o Deputado Zé Carlos do Pátio, também fazendo a defesa

intransigente da reforma agrária no Estado de Mato Grosso.

Eu gostaria de fazer uma pequena análise sobre a questão da reforma

agrária.

Antes, porém, eu não poderia deixar de cumprimentar aqui o Jaciel,

Coordenador do MLT; cumprimentar o Dito, outro parceiro que eu conheci há vários anos,

através do Valdir Correa, do MTA, no MTA na região de Rondonópolis, onde nós, como

técnico do INCRA, como engenheiro do INCRA, deixamos também a nossa marca, tanto no

Projeto Karimã, que nós que fizemos, como em outros projetos ali na região do São José do

Povo; e também cumprimentar as demais autoridades que compõem aqui a mesa de discussão.

Quero dizer que o Jaciel e os movimentos sociais aqui presentes estão de

parabéns, porque a reforma agrária talvez seja... (PALMAS) ...uma das mais importantes

linhas que este Governo deveria implementar, porque, foi dito aqui antes da minha pessoa, a

reforma agrária gera emprego, dá dignidade ao cidadão e faz o desenvolvimento deste País...

(PALMAS).

Mas, infelizmente, mesmo este Governo, que é um Governo democrático,

popular, a reforma agrária ainda não é prioridade e só vai ser, Deputado, a partir do momento

que os trabalhadores se organizarem, a partir do momento que o MLT, que o MST, que o

MTA cobrarem diretamente do Governo e das suas autoridades a implementação efetiva da

reforma agrária, porque nós sabemos que desde 1530, quando se criou neste País as capitanias

hereditárias, se privilegiou os senhores de engenhos, os grandes capitalistas, deixando aqueles

menos favorecidos fora do processo produtivo brasileiro.

Nós precisamos inverter essa lógica, porque sabemos que a reforma agrária

é importante para dar dignidade ao cidadão.

E Barra do Garças é um exemplo do que foi dito aqui antes, que é difícil

implementar a Reforma Agrária aqui. Isso é verdade.

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O INCRA chegou aqui em 1974. Foi implantado aqui o Projeto Fundiário

Vale do Araguaia. Quer dizer, isso tem quarenta e um anos.

Barra do Garças tem apenas dois projetos de assentamento, um criado na

época do Roberto e o outro na minha administração, onde nós temos assentados hoje cento e

quarenta e duas famílias, cem famílias aqui no Serra Verde e quarenta e duas no Santa

Emília.

E por que não ocorreu efetivamente a implementação da Reforma Agrária na

nossa região? Será que não tinha demanda? Não. Porque todos aqueles, ou pelo menos a

maioria das pessoas, que passaram aqui dirigindo os destinos da Reforma Agrária, ou não

tinham compromisso direto com esse programa, ou encontraram dificuldades intransponíveis

para implantar essa ação tão importante para a sociedade brasileira, porque nós sabemos que a

Reforma Agrária, mais do que uma exigência, é uma necessidade da sociedade brasileira e é

por isso... (PALMAS) ...que eu me coloco, não como um aventureiro, eu sou servidor de

carreira do INCRA, tenho trinta e quatro anos fazendo Reforma Agrária neste Estado, então,

eu me coloco à disposição, como sempre me coloquei, a favor dos movimentos, porque eu

acho que os movimentos são os nossos parceiros. Não são os nossos inimigos, não.

Inclusive, Deputado, quando nós servidores do INCRA tivemos melhorias

salariais foram encaminhadas pelo MTA, pelo MST, pela FETAGRI e por todos os

movimentos que atuavam aqui no Estado.

Então, é preciso compreender claramente a necessidade de implementarmos

neste Estado e neste País uma agricultura que corresponde a setenta por cento da alimentação

que vai para a mesa do brasileiro.

Nós não podemos negar a importância de invertermos uma lógica perversa e

maldosa que deixa vários companheiros fora do processo produtivo brasileiro.

Nós temos que incluir essas pessoas e só vamos incluí-las a partir do

momento que colocarmos essas pessoas para ter dignidade, ter seu pedaço de chão e poder

criar com dignidade a sua família.

É isso que eu, enquanto cidadão, tenho procurado fazer.

Mas reforma agrária não se faz sem dinheiro.

Eu disse ao Dito ontem, se você for hoje aqui a Unidade de Barra do Garças,

nós temos trinta dias que estamos sem internet e sem telefone.

Felizmente nós temos uma parceria com a Prefeitura de Barra do Garças.

Eu liguei para o Secretário Vilmondes Tomain e disse: arrume-me uma sala

com computador e internet para que eu possa emitir, minimamente, o CCIR que as pessoas, os

pequenos e os grandes produtores também, necessitam até para acessar os recursos dos

bancos. O Secretário Vilmondes Tomain me arrumou uma sala aqui na Prefeitura, estamos

com todos os graus de dificuldades, mas tentando superar mais essa ação.

Então, nós gostaríamos aqui de pedir, estamos sendo cobrados, achamos

importante sermos cobrados, e temos que ser cobrados mesmo, mas pedimos ao Deputado que

nos ajude a enfrentar essa tarefa difícil que é fazer Reforma Agrária.

Nós temos Deputado, uma área aqui chamada Passa Vinte, com nove mil e

setenta hectares, no Município de Barra do Garças, que já deveria ser mais um projeto de

assentamento para atender vários trabalhadores, inclusive alguns desses aqui devem estar

cadastrados nesse programa, o Decreto deve caducar agora em dezembro de 2015 – o senhor

sabe que o Decreto vale por dois anos -, falta apenas o Governo Federal pagar trinta e oito

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milhões que estão no Governo para pagar, já estão no Tesouro Nacional, e não paga. Quer

dizer, precisa de uma ação política para que resolvamos essas questões.

Fora isso nós temos outras ações. Tem a Nacional, na região de Água Boa;

tem a área que o assessor do Deputado Baiano Filho falou, que é a Tamboril e São Simão, em

Novo São Joaquim, que também é uma luta da unidade, mas a coisa não anda.

Felizmente, eu fico feliz, assessor, nós termos agora o Deputado Baiano

Filho nessa luta para nos ajudar a realmente inverter aquela lógica em Novo São Joaquim.

Eu gostaria de dizer o seguinte: com todos os percalços, com todas as

dificuldades, nós temos procurado fazer a nossa parte.

Hoje de manhã - e aqui sem querer fazer defesa, nem da EMPAER, nem do

Banco do Brasil, hoje, na parte da manhã, nós nos encontrávamos no Projeto Serra Verde

onde nós estamos colhendo as propostas para liberar um PRONAF A para setenta e duas

famílias, algo em torno de dois milhões de reais que serão injetados aqui na sociedade de

Barra do Garças. (PALMAS)

Costumo dizer que eu não rodeio toco para dizer as coisas.

Eu estou na chefia do INCRA de Barra de Barra do Garças desde o dia 26 de

setembro de 2003, ou seja, desde o primeiro Governo Lula. Eu acho que cumpri com a minha tarefa,

estou procurando dar continuidade e, modéstia parte, conheço a questão fundiária da nossa região.

Foi dito aqui que nós temos servidores naquela Casa que não merecem estar ali e

que não deveriam estar ali.

Eu gostaria de fazer a defesa aqui do companheiro, que é o companheiro João

Leão. Sem sombra de dúvida, sem medo de errar, é o companheiro mais comprometido com o

programa da reforma agrária no Vale do Araguaia. É um cidadão que não tem medido esforços no

sentido de responder os desejos, anseios e necessidades do povo da nossa região.

Então, eu não posso admitir que aqui façam acusações sobre o João Leão, sem ele

poder se defender. Eu sei que, talvez, tenha sido uma falta de interlocução entre o Movimento e o

João Leão.

Eu o convido, companheiro Batista, para nos sentarmos no INCRA e cortarmos

essas arestas, porque nós queremos é ser amigo, parceiro do Movimento para que possamos, cada

dia mais, trilhar caminhos que levem ao sucesso o MTA, o MLT, o MST, a FETAGRI e etc e que

nós, por meio da reforma agrária, possamos construir uma sociedade onde a miséria e a opressão não

serão mais as cicatrizes na história.

Um abraço a todos!

Muito obrigado!

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Agradecemos a presença das

pessoas do acampamento Dom Camilo Faresin, de Guiratinga.

Antes de passar a palavra para o próximo inscrito, quero dizer quem, após a

próxima participação, vamos para os encaminhamentos finais para encerrarmos esta Audiência

Pública, porque, senão, nós falamos e não fazemos os encaminhamentos.

Com a palavra, o Sr. Prefeito Municipal Roberto Farias.

Eu quero antes dizer que nós estamos muito orgulhosos do comprometimento dele.

Eu quero aqui, Prefeito, dizer, já lhe falei que gosto de Barra do Garças, que não

gosto do modelo da economia de Barra do Garças, porque eu sinto que é um modelo do latifúndio.

Só tem pecuária extensiva...

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(A PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PARA VALER!; REFORMA

AGRÁRIA QUANDO? JÁ!”.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - E que não desenvolve nada;

aqui só tem a monocultura de grãos, de produção. Não existe uma política de agricultura familiar.

Ontem, eu participei de um debate contra meu ex-colega que foi Prefeito de

Rondonópolis, hoje, Deputado Federal Adilton Sachetti, na Rede Bandeirantes, ao vivo, para cento e

vinte municípios falando sobre agronegócio.

Eu quero aqui dizer o seguinte: que quando fala em agronegócio só se fala do

grande. O agronegócio é tudo: é o pequeno produtor, o médio e o grande, mas o agronegócio, que eu

gosto, é do pequeno. É o que eu vejo em Santa Catarina, onde existe o fortalecimento das

cooperativas; é o agronegócio que eu vejo no Rio Grande do Sul, no Paraná, onde cada trabalhador

tem o seu trator, está produzindo, está plantando, está agregando valor, dentro das suas propriedades

há várias variedades de produção e lá o Estado tem melhor qualidade de vida do que aqui.

E vou dizer mais, meus amigos: eu não vou negar, não, que fui para o

enfrentamento nesse discurso dentro da minha cidade. E fui Prefeito da minha cidade, de

Rondonópolis! Fui Prefeito lá; sou Deputado por quatro mandatos e fui Vereador por três mandatos

na cidade. E Deus é tão bom para mim que sempre eu fui o Deputado, o Vereador e o Prefeito mais

votado da cidade.

Eu quero dizer para vocês que gosto da cidade, mas não quero a minha Barra do

Garças só com uma cidade que é gostosa para lazer, para eu ir às Águas Quentes, para eu ir ao

Festival de Praia, para eu curtir como eu curto, como todos nós gostamos; como eu tenho orgulho do

meu filho ter se formado em engenheiro civil na Universidade Federal aqui. Eu quero que a minha

Barra do Garças também possa distribuir renda e ajudar o pequeno. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTANDO DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!”.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Eu quero dizer que fiquei

muito feliz... Sinceramente, eu nunca tive muita ligação política com o Prefeito Roberto Farias. Eu

acho que, hoje, é a primeira vez que estamos tendo um contato mais próximo, mas fiquei muito feliz

não é por ele, não. Eu fiquei feliz, porque quando acabei de descer do avião no aeroporto fui direto

para o acampamento e lá eu almocei, tomei banho, coloquei meu terno. (PALMAS)

(A PLATEIA SE MANIFESTANDO DIZENDO: “MLT, ESSA LUTA É PRA VALER!;

REFORMA AGRÁRIA QUANDO: JÁ!”.)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Eu gosto muito de conversar

com o trabalhador humilde, principalmente com a Dona Maria, com o seu Zé, que está ali fazendo a

comida e vi muita gente falando bem do Prefeito.

Eu acho, Prefeito, independentemente da questão política, que nós podemos

construir uma grande parceria aqui. (PALMAS).

Também, acho, Prefeito, que Vossa Excelência terá que ser corajoso para mudar

esse modelo econômico de Barra do Garças. (PALMAS)

Barra do Garças, na década de 70, foi a segunda economia do Estado, gente. Hoje,

eu acho que ela deve estar chegando a quase vigésima. A segunda economia na década de 70. Era

grande plantadora de arroz, uma cidade que estava em desenvolvimento.

Eu vou dizer uma coisa para vocês: existe aqui uma elite dominante latifundiária

que detém o controle, de certa forma, econômica e em alguns setores políticos que não deixa Barra

do Garças crescer. (PALMAS)

Eu vejo que...

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Eu volto a dizer, falo aqui, vou falar para vocês, vocês verão lá na frente, que

Campo Verde será maior, crescerá mais que Primavera do Leste, porque estou vendo em Primavera

do Leste o seguinte: a monocultura da soja que não deixa fazer a reforma agrária. Em Campo Verde,

não.

Quantos assentamentos nós temos em Campo Verde, Dito?

O Sr. Dito (FALA FORA DO MICROFONE) – Seis!

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) - Seis assentamentos? Seis

assentamentos mais o Banco da Terra. Sete! O último que nós fizemos lá foi Dom Osório, seiscentas

famílias.

Hoje, em Campo Verde você chega ao Acampamento Santo Antônio da Fartura e

está abastecendo Cuiabá com verduras e legumes. (PALMAS). Hoje, em Campo Verde pauta a

política... Não! O pequeno produtor em Campo Verde pauta a política eleitoral. O pequeno produtor.

E eu estou sentindo que está mudando. Em Rondonópolis nem se fala a quantidade de assentamento

que tem. Ah, Rondonópolis é a segunda economia do Estado; Rondonópolis é isso e aquilo;

Rondonópolis tem um monte de assentamentos rurais.

Nós fomos para o enfrentamento lá. A FAMATO, para vocês terem uma ideia, foi comandada por Rondonópolis

muitos anos lá em Cuiabá. O ex-Deputado Zeca d’Ávila e vários outros...

O enfrentamento contra a elite agropecuária foi grande, mas nós amaciamos o

lombo daquele povo que não queria a reforma agrária e conseguimos avançar a reforma agrária em

Rondonópolis, porque essa elite não aceita. Aqui, não! Aqui eles estão resistindo muito, e nós vamos

ter que endurecer o caldo aqui. O movimento tem que crescer aqui. (PALMAS)

Eu quero aqui dizer para vocês, companheiros, que ao final nós vamos fazer o

encaminhamento e podem estar certos que terão um companheiro aqui.

É interessante uma coisa, eu cometi um crime em minha vida pública que não

deveria ter feito isso. Eu tinha voto em Rondonópolis, Campo Verde, Primavera do Leste, Poxoréu,

eu pulava dessa região e ia direto para Ribeirão Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, Serra Nova

Dourada, Novo Santo Antônio, fazer política até Santa Terezinha, Vila Rica.

Pela primeira vez, estou vindo aqui fazer política. Eu vinha para cá mais para

passear, porque gostava. Eu sempre gostei de Barra do Garças.

Mas agora, companheiro Jaciel, nós vamos começar a trabalhar e fazer política

dentro de Barra do Garças. (PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Gostaria de dizer que um dos

primeiros lugares que quero ir é Água Boa, porque fiquei sabendo, hoje, que lá até a polícia está se

posicionando como jagunço, não deixa nem os companheiros usarem o adesivo do MLT. Isso não

existe! Nós estamos em outro mundo. (PALMAS)

A primeira coisa que vou fazer é ir à Água Boa. (PALMAS). É lá que quero ir, é lá

que tem o maior leilão de boi do mundo. Não é isso? É lá que quero ir, é em Água Boa que quero

fazer política. Quero ver se esse povo vai respeitar o trabalhador humilde ou não.

(PARTICIPANTE DA PLATEIA SE MANIFESTA – INAUDÍVEL)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Mas eu vou ficar vigilante

agora, companheiro. Eu vou ficar vigilante nesta região. Já notei que nós vamos ter que polarizar o

debate aqui também.

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Pág. 39 - Secretaria de Serviços Legislativos

Eu cometi um erro na minha vida, nos meus trinta anos de mandato, nunca vim

para esta região. Realmente, cometi um crime.

Eu vou passar a palavra ao Prefeito, é a primeira vez que estou tendo um contato

mais próximo com ele, mas só do pessoal falar dele, do que falou para mim hoje, eu fiquei muito

feliz e, sinceramente, isso é muito bom.

Muito obrigado por tudo, Prefeito. (PALMAS)

Com a palavra, o Sr. Roberto Farias.

O SR. ROBERTO FARIAS – Boa tarde a todos os presentes!

Eu gostaria de agradecer a presença e o convite feito pelo nosso companheiro

Jaciel, Coordenador Nacional do Movimento MLT; agradecer a presença do João Batista,

Coordenador do Movimento MLT; do Benedito Corrêa, do Movimento MTA, que se faz presente

nesta Audiência Pública.

Agradeço a presença do nosso companheiro Joaquim, do INCRA. Como ele bem

disse, nós estivemos frente do INCRA num período pequeno, mas, neste período pequeno, por

acreditar na reforma agrária como distribuição de renda, implantamos o primeiro assentamento em

Barra do Garças, quebrando paradigmas de mais de trinta anos, que foi o Assentamento Santa

Emília. Este Assentamento foi feito frente a nossa gestão de forma consensual, organizada, e hoje

vivem lá mais de duzentas famílias naquele assentamento de forma digna, com a terra boa, uma terra

de cultura, uma terra preta, que se produz tudo.

Então, o Prefeito Roberto Farias, a Câmara de Vereadores, acredita no movimento,

um movimento que transcende os interesses sociais por meio do pequeno e médio produtor.

Quero cumprimentar o Joaquim por também, frente ao seu Governo, frente ao

INCRA, ter implantado o Assentamento Serra Verde que está trazendo divisas para o município e

colocando o povo na terra de forma democrática, porque eu entendo que o pequeno é a força do

Brasil, e o pequeno vai fazer com que o Brasil cresça novamente.

Quero cumprimentar o Wellington Silva, Assessor Especial da Casa Civil; o

Leonel Mesquita, Assessor Especial da Casa Civil, representando pelo Secretário Adjunto de

Relações Políticas do Estado de Mato Grosso, que se faz presente em Barra do Garças; o Manoel de

Souza, Presidente Estadual do Partido Solidariedade e Presidente da Força Sindical do Estado de

Mato Grosso; os demais componentes da mesa, Vereadores, Secretários, lideranças comunitárias,

enfim, todas as pessoas que se fazem presentes nesta Audiência Pública importantíssima, histórica e

pública na nossa cidade que representa o Araguaia; o nosso Deputado Zé Carlos do Pátio. Seja muito

bem-vindo, Deputado! (PALMAS).

Senhoras e senhores, desde o primeiro momento que os companheiros do MLT nos

procurou no gabinete, pedindo um apoio municipal frente a este movimento, pedindo um atestado

para, por meio do atestado, virem ações de vistorias em áreas improdutivas ou em áreas hipotecadas

pelo Banco do Brasil ou áreas que devem muito à União. Prontamente, a nossa equipe elaborou este

documento e entregou ao senhor responsável pela organização deste movimento em Barra do

Garças.

Nós entendemos que este movimento, Jaciel, é um democrático e vem ao encontro

às atuações que temos feito frente à administração pública.

Eu me coloquei à disposição, como Prefeito mais votado, Deputado, da história

desde a fundação de Barra do Garças, porque entendo, como político, que fazer política é cuidar do

povo simples, humilde e trabalhador; fazer política é cuidar da criança; fazer política é cuidar do

idoso, e nós temos feito isso aqui no nosso município com muito zelo, carinho, responsabilidade e

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respeito ao dinheiro público municipal. E queremos fazer isso e pautar o nosso Governo até o último

dia, saindo daqui, do paço público municipal, de cabeça erguida e com o sentimento do dever

cumprido.

Gostaria também de me colocar à disposição da Assembleia Legislativa no que for

preciso para e tirar essa impressão de que Barra do Garças não quer assentamento. Barra do Garças

quer, sim, assentamento... (PALMAS) ...tanto é que, estamos iniciando as tratativas, porque a

Prefeitura Municipal adquiriu no Distrito de Vale dos Sonhos uma área para ser implantado um

frigorífico de frango. Esse frigorífico de frango não foi efetivado, mas essa área existe, é um

pequeno espaço de terra, mas já dá para esses assentados, esses acampados começarem a produzir

hortifruti e fornecer aqui para o Município de Barra do Garças... (PALMAS)

(PLATEIA SE MANIFESTA DIZENDO: “MTL, ESSA LUTA É PRA VALER!”)

O SR. ROBERTO FARIAS - Nós desejamos, por meio da Secretaria de

Indústria e Comércio, da Secretaria de Pesca, até da Secretaria de Turismo, Turismo Rural,

incrementar a renda do pequeno produtor por meio do seu artesanato, por meio do

ensinamento a essa juventude de como se produzir uma mandioca, de como se produzir uma

abóbora, de como se produzir um abacaxi. Muitos desses jovens nunca viram uma vaca na

vida.

Então, como nós já fazemos no turismo indígena, levando excursão às

aldeias indígenas, nós queremos também fazer isso nas agrovilas, nos assentamentos, para que

eles possam ver lá os crochês das senhoras, para que eles possam ir lá comer um franguinho

caipira, que é muito bom.

Como disse um companheiro aqui, porque quando se vende uma carne na

cidade é perseguido, quando se vende um frango aqui é tratado como bandido; quando se

vende um litro de leite in natura no Município de Barra do Garças, é tratado como bandido, é

preso e seu produto jogado no lixo... (PALMAS)

Eu concordo com o senhor plenamente, porque nós temos um Promotor de

Justiça aqui que não olha para o povo, que persegue o feirante, que fez com que a Justiça

fechasse a parte de alimentação in natura da feira Municipal de Barra do Garças sem olhar

para o pequeno e o fraco produtor... (PALMAS)

Hoje, Deputado, o que consumimos... Barra do Garças está crescendo a

passos largos, muitas empresas estão vindo para Barra do Garças e Barra do Garças hoje é um

canteiro de obras, só que o que produzimos aqui não chega a cinco por cento do que

consumimos em hortifruti.

E preocupados com isso, com o interesse que nós temos na agricultura

familiar, no fortalecimento dessa atividade, nós criamos aqui em Barra do Garças o SIM,

Serviço de Inspeção Municipal, para tirar o Sr. João, o Sr. Manoel e a dona Maria da

ilegalidade, para que eles possam trabalhar tranquilamente dentro da legalidade, porque o

Brasil está evoluindo, as instituições nos cobrando e o povo padecendo pela falta do apoio do

Poder Público.

Então, criamos o SIM, que já cria frutos. Nós já inauguramos “n” empresas

de pequeno porte ligadas à alimentação, como a fábrica de embutidos, como a fábrica de

queijos, e hoje aquele cidadão que foi escorraçado e preso pela Justiça, pelo seu produto não

ter inspeção, pode vender seu produto tranquilamente.

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E vocês podem contar com o Prefeito Roberto Farias na questão da

importação de pequenos abatedouros; abatedouros que vão abater o nosso frango caipira, que

vai produzir o queijo, que vai fazer o abate do suíno.

Nós consumimos oitenta cabeças de vacas por dia aqui em Barra do Garças,

vindo todas de Nova Xavantina.

Deputado, nós temos aqui o maior frigorífico do Estado de Mato Grosso;

frigorífico muito importante para a economia do nosso Município em geração de emprego

para os pais e mães trabalhadoras, gerando quase dois mil empregos, que é o JBS.

Não vende um quilo de carne em Barra do Garças, tudo para exportação.

(PALMAS)

Por isso, nós precisamos achar soluções, e aqui eu peço a Vossa Excelência

que dedique uma parte da sua emenda para construção de um abatedouro municipal para

atender esses assentados, para que aqui eles possam, Deputado, abater o seu porco, abater sua

vaca, porque o pequeno proprietário não pode abater lá, nem é recebido pelo Friboi, porque lá

ele atende os médios e grandes.

Mas nós podemos ter o pequeno aqui. Nós temos um frigorífico fechado

aqui, Deputado, que eu gostaria que Vossa Excelência pedisse a desapropriação dele, que é o

Frigorífico Peixinho, um frigorífico que já funcionou e por conta brigas está desativado.

Na década de 70 o saudoso Deputado Roberto Cruz fez um pedido de

desapropriação, via Assembleia Legislativa, da antiga Sudanisa aqui em no nosso Município,

onde hoje é a Friboi.

Quando o empresário, que só queria especular deixando aquele frigorífico

fechado, viu que ia ser desapropriado e entregue para o município, ele deu um jeito de vender

esse frigorífico e hoje gera dois mil empregos da nossa cidade, gerando ICM para o

município... (PALMAS)

Então, eu gostaria que o senhor fizesse os encaminhamentos junto à

Assembleia Legislativa para ver se desobstrui aquele frigorífico, que tem capacidade para

abater cento e cinquenta cabeças dias, para atender o pequeno produtor, para ali ser uma

associação ou uma cooperativa do pequeno.

Essa é uma saída para a geração de empregos e a fixação do pequeno no

campo... (PALMAS) ...porque hoje o que você produz não pode vender! O seu frango, o seu

porco, você não pode vender, porque, se vender, o promotor manda prender e nós temos que

seguir ordens, porque, se o Prefeito não cumprir a determinação do Ministério Público, quem

vai preso é o Prefeito, quem vai preso é o secretário, quem vai preso é a equipe da vigilância

sanitária.

Então, já que não tem outro jeito, vamos nos organizar e nos

profissionalizar. A prefeitura está aqui à disposição para organizar esse movimento

juntamente com os seus líderes... (PALMAS)

Então, para resumir, contem comigo, como vocês sabem disso, eu sou um

Prefeito que defendo o pequeno, porque de que adianta termos um Estado rico e o povo pobre.

Nós queremos um Estado rico e um povo feliz, um povo realizado (PALMAS)

Eu não espero muito, não espero que todos tenham riquezas milionárias,

como dizem aqui, grandes latifundiários, mas que sejam felizes e realizados nos sonhos!

E nós que somos políticos, agentes públicos, unidos nós teremos condições

de ajudar a realizar os seus sonhos! (PALMAS)

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Então, Deputado, peço aqui que Vossa Excelência dedique uma pequena

parte da sua emenda impositiva à construção de abatedouro de frango, de suíno e quem sabe

também de bovino. São pequenas instalações - e nós já temos esse projeto aprovado pela

vigilância sanitária na AMM -, são pequenos abatedouros que vão fazer a transformação de

vidas.

Muito obrigado. Que Deus nos ilumine!

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) -...Sinceramente, eu gostei do

discurso do Prefeito.

Realmente, é papel dele cobrar. Eu vou ser um agente...

O SR. ROBERTO FARIAS – O papel do Prefeito é cobrar, Deputado, e eu estou

lhe cobrando a sua emenda. Vem aqui eu peço. (PALMAS)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Não, eu sei! Eu acho legal.

O que mais eu achei legal foi que o Prefeito falou uma coisa que é verdadeira.

Muitas vezes, vemos o Ministério Público... Por exemplo, o Ministério Público exige concurso para

a pessoa varrer rua. Quer dizer, o Estado não der oportunidade para a pessoa estudar quando ele era

novo, não deu escola para ele. O Estado discriminou a pessoa a vida toda. No final da vida o tiram

da roça e o trazem para a cidade. Daí ele chega à cidade e fala assim: “Eu vou, pelo menos, trabalhar

de varrer rua para dar dignidade para a minha família.”. E daí o mesmo Estado que não dá educação

para ele fala assim: “Você não vai varrer rua, não, porque tem que fazer concurso.”. (PALMAS)

Olha, só, gente, o que está acontecendo neste Estado - esses dias falei isto numa

reunião -: o Estado expulsa o trabalhador do campo e quando ele vem para a cidade também o

expulsa da cidade.

Então, a fala do Prefeito eu gostei muito, porque ele falou com indignação. Aquela

coisa o seguinte: “Poxa, vida, não deixa o nosso povo comercializar o nosso produto. Eu implantei o

SIM, o Serviço de Inspeção Municipal, nós temos uma equipe acompanhando isso, mas, mesmo

assim, o meu povo não pode vender o produto que produz.”.

Então, Prefeito, a cada dia eu saio mais seu fã. (PALMAS) A cobrança o senhor

pode estar certo que foi boa, pelo menos, vamos construir um laço de amizade e de luta em defesa de

Barra do Garças e vamos ver essa questão com carinho.

Eu quero dizer, companheiros, para terminar esta Audiência Pública, que vamos

fazer o seguinte acompanhamento.

Aqui estão o Jaciel, o Dito, que é do MTA; se o Sindicato dos Trabalhadores

Rurais quiser também, por meio da FETHAB; eu quero apoio dos meus companheiros Manoel de

Souza, Presidente da maior central sindical de Mato Grosso e Presidente do Solidariedade, do nosso

Partido, eu quero o apoio seu também, companheiro.

E quero dizer o seguinte: nós vamos propor a vocês vermos se o INCRA tem uma

pauta de vistoria aqui, na região. Se ele sinalizar que tem uma pauta de vistoria na região, que vai

mandar caminhonete, técnico, para fazer as vistorias, tudo bem, mas, caso não tenha nós vamos fazer

outra reunião, em Brasília, e vamos levar, Jaciel... Você se prepara para irmos a Brasília novamente,

nós já estivemos lá, assim como o Dito, o Genilton. Teremos que nos preparar para irmos a Brasília

novamente para dizer que esse Superintendente não serve para nós. Vamos ter que mudar

novamente. (PALMAS)

Sinceramente, eu achei que hoje iria chegar aqui e encontrar esse Superintendente.

Ele veio do Pará, em substituição ao Salvador. Eu falei: esse cara é o cara. Eu acho que o movimento

vai segurar esse cara e ele vai nos dar apoio. Sinceramente, a não presença dele aqui já me dá uma

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tranquilidade para prepararmos uma ida a Brasília, ao Presidente Nacional do INCRA para

cobrarmos uma mudança desse Superintendente de Mato Grosso também. (PALMAS)

Na Audiência Pública que nós fizemos em Rondonópolis o Salvador não foi. Eu

liguei para ele e me disse que não poderia ir. Hoje, esse Superintendente não veio aqui. Então, nós

teremos que começar a nos mobilizar para substituirmos esse Superintendente. Não está mostrando

compromisso conosco.

Eu gostaria de conhecê-lo, hoje, aqui, representantes do Movimento, companheiro

Dito, companheiro Jaciel. Eu gostaria de conhecê-lo, hoje, aqui.

Aliás, eu quero até dizer que a minha Assessoria cometeu um crime comigo: só o

elogiou para mim, mas eu me decepcionei antes de conhecê-lo.

Quanto à questão da Secretaria de Agricultura do Estado nós teremos que avaliar

os movimentos populares para avaliar o Secretário de Agricultura. Quem decide sobre a vida desse

Secretário não sou eu. É o Governador. É o Governador é que decide. Foi ele quem o indicou.

Esse cara não vai ter sossego na vida, não, porque eu senti nele uma falta de

compromisso com o trabalhador e com a agricultura. (PALMAS)

Então, eu quero dizer para vocês, meus companheiros, o seguinte: nós vamos sair

daqui; vamos ter uma reunião com o Superintendente do INCRA, se ele não sinalizar a vistoria das

terras aqui, nós vamos a Brasília pedir a sua cabeça. E eu vou esperar a respeito do Programa “Água

para Todos” para ver se irá fazer ou não. É uma decisão de lá.

Não é por nada não, mas eu quero elogiar o Governador Pedro Taques. O dia que

tive uma audiência com ele, ele falou: “Deputado Zé Carlos do Pátio, até o dia 30 de agosto nós

vamos implantar esse Programa em Mato Grosso, porque é muito bom.”. Então, eu senti no

Governador uma vontade política de ajudar. (PALMAS) Eu senti!

Quero aqui que os companheiros da Casa Civil mandem um recado para o

Secretário Paulo Taques: é muito atencioso comigo. Muito atencioso!

Quero aqui dizer quanto à questão da agricultura familiar que as coisas não estão

boas. Não estão boas! Tanto na questão da regularização fundiária, o INTERMAT não está

funcionando, quanto na Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários do

Estado. Eu não vou negar que a Casa Civil está atendendo bem. Eu fui lá reclamar de um problema

de saúde no hospital de Barra do Bugres, fiz uma Audiência Pública, não demorou um mês e saiu o

convênio em Barra do Bugres.

O Município de Barra do Bugres não está recebendo um tostão à Saúde Pública.

Hoje, tem um convênio de setecentos mil por mês para atender Barra do Bugres, um convênio

solicitado em uma Audiência Pública que eu fiz.

Mostraram compromisso o Secretário-Chefe da Casa Civil e o Secretário Marco

Aurélio das Neves Bertúlio.

Eu quero aqui também não ser injusto com o Governo Pedro Taques. Naquilo que

é bom eu quero elogiar.

Na Educação, por exemplo, estamos colocando ar-condicionado em todas as

escolas, refrigeração. Estou feliz, mas na agricultura familiar o resultado não é bom.

Então, pessoal, nós vamos continuar mobilizados.

Nós vamos fazer uma nova Audiência Pública, Jaciel, para ver se surtiu efeito a

nossa Audiência Pública e se vamos ter resultados lá na frente. Se não tiver, não tem problema. Eu

venho aqui para enfrentar o problema novamente. Nós vamos vir para enfrentar o problema

novamente. (PALMAS)

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Então, eu quero aqui dizer a todos os companheiros que nós vamos colocar na

nossa agenda, a partir de agora, a questão de Barra do Garças. Nós vamos acompanhar essas

questões e vamos lutar por esta cidade. Não é esta cidade que eu quero para o povo mato-grossense.

Eu sou Deputado do Estado de Mato Grosso.

Eu quero aqui dizer que não sei se o problema da resistência à reforma agrária aqui

é do INCRA ou dos próprios latifúndios.

Quero dizer ao companheiro Jaciel que quero ir a Água Boa. Nós faremos um ato

lá. Nós vamos passar em Nova Xavantina e chegaremos a Água Boa. Por que eu quero fazer um ato

em Água Boa? Porque lá é onde tem o maior leilão de boi do mundo.

Eu fiquei muito triste, hoje, quando soube que a polícia de Água Boa manda tirar

os adesivos do MLT. Que autoridade essa polícia tem para fazer isso?

Nós vivemos num País democrático! Nós temos que ter bandeiras, lutas. A luta de

vocês é o MLT. É a luta pela reforma agrária. O trabalhador humilde nunca teve oportunidade de

nada.

Então, eu quero dizer que nós vamos a Água Boa. Nós vamos começar ir para o

enfrentamento do debate das ideias.

Sabe o que eles querem, pessoal? Colocar o trabalhador dentro da cidade como

reserva de mão de obra barata. Reserva de mão de obra barata para o mercado. (PALMAS). O que

eles querem é que vocês sejam um objeto deles. Sabe o que é um objeto? Pega, amassa, usa até o

“quimba” e depois joga fora. Querem usar o trabalhador e não olham por ele, só olham para si, só

olham para a explorada mão de obra do trabalhador, sugá-lo.

Mas a reforma agrária, você vai vender o suor para você mesma. Você pode estar

suando na roça, tirando leite, mas está suando para você mesmo, para a sua propriedade, para os seus

filhos.

E tem mais, a reforma agrária não é somente uma luta pela democratização da

terra, é uma luta por ideal de igualdade social neste País. A reforma agrária não é só a questão da

terra, porque está provado que quando você divide a terra, você distribui renda. Onde tem a terra

distribuída, onde tem pequenas propriedades, a distância entre o rico e o pobre está mais próxima do

outro. Onde tem grandes fazendeiros, a distância entre o rico e pobre está lá em cima.

Então, a reforma agrária ajuda também por ideal, ela ajuda a diminuir a distância

entre o rico e o pobre e dá cidadania. (PALMAS).

Você, de cor de rosa, como é o seu nome? (PAUSA) Rosiane. Esse rapazinho ao

seu lado é seu filho?

Eu quero falar para a Rosiane e para o Sr. Betinho - são duas crianças que estão

assistindo esta Audiência Pública -: vocês não estão lutando por vocês, não. Essa luta da reforma

agrária é para essas crianças aqui. Vocês estão lutando pelos seus filhos, seus netos, porque já foram

sacrificados na vida e a única herança que vão dar para os filhos de vocês é a continuação da luta, é

abrir o piquete para esses jovens virem e entrar com mais dignidade. (PALMAS).

Eu quero aqui dizer que o Estado brasileiro foi injusto com vocês. E tem mais, por

que foi injusto com vocês? Porque o Estado brasileiro não deu escola para vocês, não deu educação

e utilizou vocês só como massa de manobra, como mão de obra barata para uma elite, ou tinha que

trabalhar de meeiro para alguns. Isso tem que acabar! O trabalhador tem que ter dignidade!

E tem mais, o rico ainda fala que o trabalhador é humilde, porque ele não trabalha.

Não é, não. É porque não tem oportunidade. (PALMAS). E o que é oportunidade, meus senhores? É

o que eu estou vendo.

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Eu não vou esconder de vocês, não, que votei no Lula e na Dilma, nos últimos

anos. Mas quero aqui, também, dizer que tenho as minhas decepções. Sabe por quê? Porque este ano

o financiamento da safra, 160 bilhões para o agronegócio, para a elite, somente 28 bilhões para o

trabalhador humilde.

Os senhores sabem quantos por cento de trabalhador humilde tem na roça? Mais

de oitenta por cento do povo que está na roça, de trabalhador humilde, recebe só vinte por cento dos

vinte e oito bilhões, e o outro que tem menos de vinte por cento na roça recebe cento e cinquenta

bilhões.

Quando eu falo que o Banco do Brasil está a serviço da elite, é por causa disso.

Mas não é culpa só do Banco do Brasil, não, é culpa da Dilma Rousseff, foi culpa do Lula, de outros

governos que só financiaram o grande. E sabem quem produz alimento neste País? É a agricultura

familiar. Tem dados do IBGE que diz que setenta por cento do alimento que nós comemos, que o

povo come no Brasil, é da agricultura familiar.(PALMAS).

Pessoal, este País é muito injusto! E vocês estão numa luta muito correta. Vocês

não podem ficar conformados com isso. Vocês não podem ficar acanhados. Vocês não podem

aceitar isso. Vocês não podem se acovardar. Vocês têm que ir para luta em defesa do trabalhador,

em defesa dos seus filhos, dos seus netos e em defesa da cidadania.

Eu quero dizer que o encaminhamento que nós vamos fazer vai ser esse, e nós

vamos acompanhar de perto, companheiro Jaciel. Nós vamos voltar aqui e quero que o senhor fique

monitorando-os em tudo, com muita transparência. “Não está dando certo. Fala: não está dando

certo. Está dando certo. Fala: está dando certo.(PALMAS)

Prefeito, conte conosco. Queremos ajudá-lo. Vamos ver qual a pauta que podemos

estar juntos para ajudá-lo.

Quero agradecer a todos os companheiros, a todas as pessoas que estão aqui.

Neste momento, ao encerrar esta Audiência Pública, convido a todos para, em pé,

cantarmos o Hino do Estado de Mato Grosso.

(EXECUÇÃO DO HINO DO ESTADO DE MATO GROSSO)

O SR. PRESIDENTE (ZÉ CARLOS DO PÁTIO) – Obrigado a todos!

Declaro encerrada esta Audiência Pública.

Equipe Técnica:

- Taquigrafia:

- Amanda Sollimar Garcia Taques Vital;

- Cristiane Angélica Couto Silva Faleiros;

- Cristina Maria Costa e Silva;

- Dircilene Rosa Martins;

- Donata Maria da Silva Moreira;

- Isabel Luíza Lopes;

- Luciane Carvalho Borges;

- Tânia Maria Pita Rocha.

- Revisão:

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- Regina Célia Garcia;

- Rosa Antonia de Almeida Maciel Lehr;

- Rosivânia Ribeiro de França.