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LEI PENAL EM RELAÇÃO LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS ÀS PESSOAS

LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS. A lei penal, em regra, deve ser aplicada a todas as pessoas que se inserem em seu âmbito de aplicação. No entanto, o

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A lei penal, em regra, deve ser aplicada a A lei penal, em regra, deve ser aplicada a todas as pessoas que se inserem em seu todas as pessoas que se inserem em seu âmbito de aplicação. âmbito de aplicação.

No entanto, o Código Penal faz ressalva aos No entanto, o Código Penal faz ressalva aos tratados, convenções e regras de direito tratados, convenções e regras de direito internacional. internacional.

Por estes tratados, não se aplicará a lei Por estes tratados, não se aplicará a lei brasileira ao crime praticado no Brasil em brasileira ao crime praticado no Brasil em decorrência das funções internacionais decorrência das funções internacionais exercidas pelo autor do ilícito. Esta é uma exercidas pelo autor do ilícito. Esta é uma imunidade que chamamos de imunidade que chamamos de diplomáticadiplomática..

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Por outro lado, há também exceções à Por outro lado, há também exceções à aplicação da lei penal previstas pelo aplicação da lei penal previstas pelo Direito Público interno, que são as Direito Público interno, que são as chamadas imunidades chamadas imunidades parlamentaresparlamentares..

A imunidade não é um privilégio que A imunidade não é um privilégio que se refere à pessoa do criminoso, se refere à pessoa do criminoso, mas têm em vista a função mas têm em vista a função exercida pelo autor do crimeexercida pelo autor do crime. .

Portanto, não há violação ao princípio Portanto, não há violação ao princípio constitucional da igualdade.constitucional da igualdade.

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Imunidades diplomáticasImunidades diplomáticas A concessão de imunidade a A concessão de imunidade a

representantes diplomáticos, representantes diplomáticos, relativamente aos atos ilícitos por eles relativamente aos atos ilícitos por eles praticados, é antiga praxe no direito praticados, é antiga praxe no direito internacional.internacional.

Funda-se no respeito e consideração ao Funda-se no respeito e consideração ao Estado que representam, e na Estado que representam, e na necessidade de cercar sua atividade de necessidade de cercar sua atividade de garantia para o perfeito desempenho de garantia para o perfeito desempenho de sua missão diplomática.sua missão diplomática.

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Os chefes de Estado e os representantes de Os chefes de Estado e os representantes de governos estrangeiros estão excluídos da governos estrangeiros estão excluídos da jurisdição criminal dos países onde exercem as jurisdição criminal dos países onde exercem as suas funções. suas funções.

Esta imunidade se refere a qualquer tipo de Esta imunidade se refere a qualquer tipo de delito e se estendem delito e se estendem a todos os agentes a todos os agentes diplomáticosdiplomáticos, aos seus familiares e aos , aos seus familiares e aos funcionários de organizações internacionais, funcionários de organizações internacionais, quando em serviço.quando em serviço.

Cobre também o chefe de Estado estrangeiro Cobre também o chefe de Estado estrangeiro que visita o país, bem como os membros de que visita o país, bem como os membros de sua comitiva.sua comitiva.

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Estão excluídos da imunidade: Estão excluídos da imunidade: os empregados particulares dos agentes os empregados particulares dos agentes

diplomáticos; diplomáticos; Os cônsules, que são agentes Os cônsules, que são agentes

administrativos que representam administrativos que representam interesses de pessoas físicas ou jurídicas interesses de pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras (possuem apenas imunidade estrangeiras (possuem apenas imunidade de jurisdição administrativa e judiciária de jurisdição administrativa e judiciária pelos atos praticados no exercício das pelos atos praticados no exercício das funções consulares).funções consulares).

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As sedes diplomáticas não são mais As sedes diplomáticas não são mais consideradas como extensão do consideradas como extensão do território estrangeiro, embora gozem território estrangeiro, embora gozem de inviolabilidade.de inviolabilidade.

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Imunidades parlamentaresImunidades parlamentares

As imunidades parlamentares compõem As imunidades parlamentares compõem a prerrogativa que assegura aos a prerrogativa que assegura aos membros do Congresso a mais ampla membros do Congresso a mais ampla liberdade de palavra, no exercício de liberdade de palavra, no exercício de suas funções.suas funções.

Protege os parlamentares contra abusos Protege os parlamentares contra abusos e violações por parte dos outros e violações por parte dos outros poderes constitucionais. poderes constitucionais.

Não é um direito do parlamentarNão é um direito do parlamentar, mas do , mas do próprio parlamento, por isso aquele próprio parlamento, por isso aquele não pode renunciar ao mesmo.não pode renunciar ao mesmo.

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As imunidades parlamentares são de As imunidades parlamentares são de duas espécies: duas espécies:

a de natureza material, chamada a de natureza material, chamada absolutaabsoluta; ;

a de natureza formal ou processual, a de natureza formal ou processual, denominada denominada relativarelativa..

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Imunidade absoluta:Imunidade absoluta:

É uma causa excludente de crime, que É uma causa excludente de crime, que protege as opiniões, palavras e votos dos protege as opiniões, palavras e votos dos parlamentares federais (Art. 53, parlamentares federais (Art. 53, caputcaput, da , da Constituição Federal). Constituição Federal).

Esta imunidade se estende aos Esta imunidade se estende aos crimes de crimes de palavrapalavra, também chamados de crimes de , também chamados de crimes de opinião. opinião.

Os tribunais superiores têm restringido esta Os tribunais superiores têm restringido esta imunidade apenas para opiniões em imunidade apenas para opiniões em função do exercício do mandato.função do exercício do mandato.

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Imunidade relativaImunidade relativa

É a que se refere à prisão, processo, às É a que se refere à prisão, processo, às prerrogativas de foro e para servir prerrogativas de foro e para servir como testemunha. como testemunha.

Quanto à prisão, desde a expedição do Quanto à prisão, desde a expedição do diploma os parlamentares federais diploma os parlamentares federais não poderão ser presos, salvo em não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. flagrante de crime inafiançável.

Neste caso os autos serão remetidos, Neste caso os autos serão remetidos, dentro de 24 horas, à casa legislativa. dentro de 24 horas, à casa legislativa.

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A Casa também pode sustar o A Casa também pode sustar o andamento da ação penal. andamento da ação penal.

Os deputados federais e senadores são Os deputados federais e senadores são julgados perante o Supremo Tribunal julgados perante o Supremo Tribunal Federal. Federal.

No que tange a servir como No que tange a servir como testemunha, eles não são obrigados a testemunha, eles não são obrigados a testemunhar sobre informações testemunhar sobre informações prestadas em razão do mandato. Fora prestadas em razão do mandato. Fora tal caso, devem prestar testemunho.tal caso, devem prestar testemunho.

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Estas imunidades subsistem até em Estas imunidades subsistem até em estado de sítio, ocasião em que só estado de sítio, ocasião em que só podem ser suspensas por dois terços podem ser suspensas por dois terços dos membros da casa.dos membros da casa.

Os deputados estaduais possuem as Os deputados estaduais possuem as mesmas imunidades parlamentares, mesmas imunidades parlamentares, que devem ser reconhecidas pelas que devem ser reconhecidas pelas Constituições dos Estados. Constituições dos Estados.

No caso, os deputados estaduais são No caso, os deputados estaduais são julgados pelo Tribunal de Justiça ou julgados pelo Tribunal de Justiça ou pelos tribunais regionais.pelos tribunais regionais.

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Já os vereadores só possuem imunidade Já os vereadores só possuem imunidade absoluta ou material, por suas absoluta ou material, por suas opiniões, palavras e votos no opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na exercício do mandato e na circunscrição do município, conforme circunscrição do município, conforme dispõe o art. 29, VIII, da Constituição dispõe o art. 29, VIII, da Constituição Federal. Federal.

Eles não possuem nenhuma imunidade Eles não possuem nenhuma imunidade processual. processual.

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A ExtradiçãoA Extradição Compete ao Estado reprimir o crime em seu Compete ao Estado reprimir o crime em seu

território. território. Entretanto, se um indivíduo se evade dele, Entretanto, se um indivíduo se evade dele,

cria um conflito de soberania que impossibilita cria um conflito de soberania que impossibilita o Estado lesado de invadir o território de outro o Estado lesado de invadir o território de outro para submeter o criminoso à repressão. para submeter o criminoso à repressão.

Não obstante, a própria noção de justiça exige Não obstante, a própria noção de justiça exige que os criminosos sejam punidos. Portanto, há que os criminosos sejam punidos. Portanto, há um interesse comum dos Estados em reprimir um interesse comum dos Estados em reprimir o crime. Por isso existe o processo de o crime. Por isso existe o processo de extradição.extradição.

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A extradição é o ato pelo qual uma A extradição é o ato pelo qual uma nação entrega à outra nação um nação entrega à outra nação um autor de crime para ser julgado e autor de crime para ser julgado e punidopunido. .

Em relação ao Estado que a solicita, a Em relação ao Estado que a solicita, a extradição é extradição é ativaativa. Em relação ao que . Em relação ao que concede, concede, passivapassiva. Ela é baseada em . Ela é baseada em tratados e convenções internacionais, tratados e convenções internacionais, principalmente pela Convenção de principalmente pela Convenção de Havana, de 1928. Havana, de 1928.

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No Brasil, a extradição passiva é No Brasil, a extradição passiva é regulada pela Lei 6.815/80. A regulada pela Lei 6.815/80. A extradição poderá ser concedida extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se quando o governo requerente se fundamentar em tratado ou quando fundamentar em tratado ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. Se prometer ao Brasil a reciprocidade. Se houver conflito entre a lei e o tratado houver conflito entre a lei e o tratado de extradição, prevalece este, pois de extradição, prevalece este, pois contém normas específicas. contém normas específicas.

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Nem toda pessoa pode ser extraditada. Nem toda pessoa pode ser extraditada. No art. 5º, LI, da Constituição Federal é No art. 5º, LI, da Constituição Federal é vedada a extradição de brasileiro nato. vedada a extradição de brasileiro nato.

Com relação ao naturalizado, ele só Com relação ao naturalizado, ele só poderá ser extraditado em decorrência poderá ser extraditado em decorrência de envolvimento com tráfico ilícito de de envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes. entorpecentes.

A lei brasileira não impede a extradição A lei brasileira não impede a extradição de estrangeiro casado com brasileiro ou de estrangeiro casado com brasileiro ou que tenha filho brasileiro que esteja sob que tenha filho brasileiro que esteja sob sua guarda e de dependa sua guarda e de dependa economicamente.economicamente.

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Também não será concedida a Também não será concedida a extradição de estrangeiro por crime extradição de estrangeiro por crime político (puro) ou de opinião (art. 5º, político (puro) ou de opinião (art. 5º, LII, da Constituição Federal. LII, da Constituição Federal.

O fato do estrangeiro estar cumprindo O fato do estrangeiro estar cumprindo pena no Brasil não impede a sua pena no Brasil não impede a sua extradição, quando já decretada a sua extradição, quando já decretada a sua expulsão do território nacional.expulsão do território nacional.

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O art. 77 da lei nº 6.815/80 estabelece outros casos O art. 77 da lei nº 6.815/80 estabelece outros casos em que não se admitirá a extradição:em que não se admitirá a extradição:

1. Se o fato que motivar o pedido não for crime no 1. Se o fato que motivar o pedido não for crime no Brasil ou no Estado requerente.Brasil ou no Estado requerente.

2. Se o Brasil for competente para julgar o crime 2. Se o Brasil for competente para julgar o crime imputado ao extraditando.imputado ao extraditando.

3. Se a lei brasileira impuser ao crime a pena de 3. Se a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a um ano.prisão igual ou inferior a um ano.

4. se o extraditando estiver respondendo a processo 4. se o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido.pelo mesmo fato em que se fundar o pedido.

5. Se estiver extinta a punibilidade pela prescrição 5. Se estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente.segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente.

6. Se correr o risco do extraditando responder, no 6. Se correr o risco do extraditando responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de Estado requerente, perante tribunal ou juízo de exceção.exceção.

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O processo de extradição é julgado pelo O processo de extradição é julgado pelo Supremo tribunal Federal. Supremo tribunal Federal.

Este julgamento é da legalidade e cabimento Este julgamento é da legalidade e cabimento do pedido, não se adentrando no mérito da do pedido, não se adentrando no mérito da condenação ou de vícios do processo penal condenação ou de vícios do processo penal no Estado requerente. no Estado requerente.

A prisão do estrangeiro constitui pressuposto A prisão do estrangeiro constitui pressuposto necessário ao regular processamento do necessário ao regular processamento do pedido de extradição. Deferindo o STF a pedido de extradição. Deferindo o STF a extradição, cabe ao Poder Executivo decidir, extradição, cabe ao Poder Executivo decidir, em última instância, pela extradição ou não. em última instância, pela extradição ou não.

A fiscalização da entrega do extraditado e A fiscalização da entrega do extraditado e dos compromissos aceitos pelo Estado dos compromissos aceitos pelo Estado requerente também é competência do Poder requerente também é competência do Poder Executivo.Executivo.

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OUTRAS DISPOSIÇÕESOUTRAS DISPOSIÇÕES Contagem de prazoContagem de prazo – ao contrário dos – ao contrário dos

prazos processuais, no Direito Penal a prazos processuais, no Direito Penal a contagem do prazo inclui o dia do começo contagem do prazo inclui o dia do começo (art. 10 do CP). Os prazos penais são (art. 10 do CP). Os prazos penais são improrrogáveis e se aplicam às leis especiais.improrrogáveis e se aplicam às leis especiais.

Os prazos de dias, meses e anos também são Os prazos de dias, meses e anos também são contados de acordo com o calendário comum. contados de acordo com o calendário comum. A contagem de mês não leva em conta o A contagem de mês não leva em conta o número de dias, e sim do determinado dia até número de dias, e sim do determinado dia até à véspera do dia idêntico no mês seguinte. Da à véspera do dia idêntico no mês seguinte. Da mesma forma é a contagem de anos.mesma forma é a contagem de anos.

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Frações não computáveis de Frações não computáveis de penapena – Segundo o art. 11 do CP, nas – Segundo o art. 11 do CP, nas penas privativas de liberdade e nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direito as frações de restritivas de direito as frações de dias são desprezadas, Na pena de dias são desprezadas, Na pena de multa, é desprezada a fração da multa, é desprezada a fração da moeda (centavos).moeda (centavos).

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Conflito aparente de normasConflito aparente de normas o fato, para ser considerado o fato, para ser considerado

delituoso, em primeiro lugar deve delituoso, em primeiro lugar deve estar amoldado a um modelo de estar amoldado a um modelo de conduta previamente descrito na lei. conduta previamente descrito na lei. Isto é a tipicidade.Isto é a tipicidade.

No entanto, pode haver casos em No entanto, pode haver casos em que um mesmo fato que um mesmo fato aparentementeaparentemente se amolde a mais de um tipo.se amolde a mais de um tipo.

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Surge então o denominado concurso aparente Surge então o denominado concurso aparente de normas. de normas. É aparente, pois, na realidade só É aparente, pois, na realidade só se aplica um tipo, sendo necessário se se aplica um tipo, sendo necessário se averiguar qual norma se aplica ao caso averiguar qual norma se aplica ao caso concretoconcreto..

Para a ocorrência do conflito aparente de Para a ocorrência do conflito aparente de normas, são necessários dois pressupostos:normas, são necessários dois pressupostos:

1) a unidade do fato;1) a unidade do fato;2) a pluralidade de normas que aparentemente 2) a pluralidade de normas que aparentemente

identificam o mesmo fato delituoso.identificam o mesmo fato delituoso.A doutrina fixou quatro princípios para a A doutrina fixou quatro princípios para a

resolução do conflito aparente de normas:resolução do conflito aparente de normas:

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O princípio da especialidadeO princípio da especialidade dispõe que, em caso de conflito entre dispõe que, em caso de conflito entre uma norma geral e outra especial, uma norma geral e outra especial, esta derroga aquela. esta derroga aquela. A norma é A norma é especial quando acrescente à norma especial quando acrescente à norma geral um ou mais requisitosgeral um ou mais requisitos. Ex. O . Ex. O infanticídio (art. 123 do CP) é infanticídio (art. 123 do CP) é especial em relação ao homicídio especial em relação ao homicídio (art. 121 do CP). (art. 121 do CP).

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O princípio da subsidiariedadeO princípio da subsidiariedade É a É a anulação da lei subsidiária pela principal. A anulação da lei subsidiária pela principal. A subsidiária só é aplicada quando inexiste no subsidiária só é aplicada quando inexiste no fato algum dos elementos do tipo principal. O fato algum dos elementos do tipo principal. O tipo subsidiário é uma espécie de tipo de tipo subsidiário é uma espécie de tipo de reserva. reserva.

Ex. Se a ameaça não é proferida para Ex. Se a ameaça não é proferida para constranger alguém a não fazer o que a lei constranger alguém a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela não manda, o permite ou a fazer o que ela não manda, o crime será apenas de ameaça (art. 147 do CP) crime será apenas de ameaça (art. 147 do CP) e não de constrangimento ilegal (art. 146). e não de constrangimento ilegal (art. 146).

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A subsidiariedade pode ser A subsidiariedade pode ser tácita ou tácita ou implícitaimplícita quando decorrem apenas quando decorrem apenas da falta de adequação típica do fato da falta de adequação típica do fato ao tipo geral ou ao tipo geral ou expressaexpressa, quando o , quando o próprio tipo subsidiário prevê a sua próprio tipo subsidiário prevê a sua incidência apenas no caso do fato incidência apenas no caso do fato não constituir crime mais grave (ex. não constituir crime mais grave (ex. art. 132 do CP).art. 132 do CP).

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Princípio da ConsunçãoPrincípio da Consunção: Ocorre quando:: Ocorre quando:a) um crime é meio necessário ou fase normal a) um crime é meio necessário ou fase normal de outro crime (ex. lesão corporal – homicídio).de outro crime (ex. lesão corporal – homicídio).b) nos casos de antefato ou pós-fato b) nos casos de antefato ou pós-fato impuníveis.impuníveis.

Ocorre antefato quando a situação antecedente Ocorre antefato quando a situação antecedente praticada pelo agente é meio indispensável praticada pelo agente é meio indispensável para o cometimento do crime (ex. estelionato para o cometimento do crime (ex. estelionato com cheque e a assinatura falsa no título).com cheque e a assinatura falsa no título).

O pós-fato é o exaurimento do crime. (ex. venda O pós-fato é o exaurimento do crime. (ex. venda da coisa furtada).da coisa furtada).

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Princípio da AlternatividadePrincípio da Alternatividade: Nos : Nos crimes de ação múltipla ou conteúdo crimes de ação múltipla ou conteúdo variado (aqueles que possuem mais variado (aqueles que possuem mais de um núcleo – ex. art. 12), se um de um núcleo – ex. art. 12), se um agente pratica mais de um verbo, ele agente pratica mais de um verbo, ele comete o crime apenas uma vez.comete o crime apenas uma vez.