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LEIRifi-FfiTIMfl Órgão Oficial da Diocese
Ano V • N. Q 15 • Setembro� Dezembro 1997
DIRECTOR AMÉRICO FERREIRA
CHEFE DE REDACÇÃO
CARLOS CABECINHAS
ADMINISTRADOR HENRIQUE DIAS DA SILVA
CONSELHO DE REDACÇÃO BELMIRA DE SOUSA
JORGE GUARDA LUCIANO CRISTINO
MANUEL MELQUÍADES SAULGOMES
PERIODICIDADE QUADRIMESTRAL
PROPRIEDADE E EDIÇÃO DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEIRIA
2410 LEIRIA • TELEF. (044) 832760
ASSINATURA ANUAL-2.000$00
BOQ Aniversário das Aparições de Fátima . . . . . . . . . 163
Mensagem de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... 166
Caminhada Sinodal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
O Espírito Santo e os Presbíteros . . . . . . . . . . . . .... . . . . . . 173
A ctos Epis copais . . . . . . . ... . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . . . . 193
Regulamento da Administração de bens. . . . . ...... 199
Comuni cado do Conselho Presbiteral . . . . . . ... . . . . . . 201
Vida Eclesial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Relatórios de A ctividades de 1996 I 1997........... 207
São Simão de Litém. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. ............. 231
MENSAGEM PONTIFÍCIA
80º ANIVERSÁRIO DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA
Venerável Irmão D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva
Bispo de Leiria-Fátima
Fraternas saudações em Cristo Senhor!
O octogésimo aniversário daquele dia 13 de Outubro de 1917, quando h ou v e no céu a prodigiosa "dança do sol", torna-se ocasião propícia para me dirigir em espírito, dada a impossibilidade de o fazer fisicamente, até esse Santuário com uma prece à Mãe de Deus pela preparação do povo cristão - e de algum modo da humanidade inteira - para o Grande Jubileu do Ano 2000, e com um apelo às famílias e comunidades eclesiais para a reza diária do Terço.
Às portas do Terceiro Milénio, olhando os sinais dos tempos neste século XX, Fátima conta-se certamente entre os maiores, até porque anuncia na sua Mensagem e condiciona à vivência dos seus apelos muitos dos restantes que lhe sobrevieram; sinais como as duas guerras mundiais, mas também grandes assembleias de Nações e povos sob o signo do diálogo e da paz; a opressão e convulsões sofridas por diversas Nações e povos, mas também a voz e a vez dadas a populações e gentes que entretanto se levantaram na Arena Internacional; as crises, deserções e tantos sofrimentos nos membros da Igreja mas também uma renovada e intensa sensação de solidariedade e mútua dependência no Corpo Místico de Cristo, que se vai consolidando em todos os baptizados, segundo a respectiva vocação e missão; o afastamento e abandono de Deus da parte de indivíduos e sociedades, mas também uma irrupção do Espírito da Verdade nos corações e nas comunidades tendo--se chegado à imolação e ao martírio para salvar a imagem
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80• ANIVERSÁRIO DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA -----------
e semelhança de Deus no homem (cf. Gn 1, 27), para salvar o homem do homem. De entre estes e outros sinais dos tempos, como dizia, sobressai Fátima, que nos ajuda a ver a mão de Deus, Guia providente e Pai paciente e compassivo também deste século XX.
Lendo, a partir de Fátima, o afastamento humano de Deus, convém recordar que não é esta a primeira vez que Ele, sentindo-Se rejeitado e repelido pelo homem, deixa a sensação, no respeito da liberdade dos homens, de afastar-Se com o consequente obscurecimento da Vida, que faz cair a noite sobre a História, mas depois de providenciar um abrigo. Já assim aconteceu no Calvário, quando Deus humanado, pela mão dos homens, foi crucificado e morreu. E que fez Ele? Depois de ter invocado a clemência do Céu com as palavras "perdoa-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34), entregou a humanidade a Maria, Sua Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26). Uma leitura simbólica deste quadro evangélico permitiria ver espelhada nele a cena final da experiência, conhecida e frequente, do filho que, sentindo-se incompreendido, confuso ou revoltado, abandona a casa paterna para se adentrar na noite . . . E é o xaile da mãe que o vem cobrir no sono frio, pondo remédio ao desespero e à solidão. Sob o Manto maternal que, de Fátima, se estende a toda a terra, a humanidade sente voltar-lhe a saudade da Casa do Pai e do Seu Pão (cf. Lc 15, 17). Amados peregrinos, como se pudésseis abraçar toda a humanidade, peço-vos que, em seu nome e por ela, digais: "À vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita".
"Mulher, eis aí o teu filho!" Assim falou Jesus a Sua Mãe, pensando em João o discípulo amado que se achava, ele também, ao pé da cruz. A cruz, quem a não tem?! Carregá-la dia a dia, seguindo os passos do Mestre, é condição que o Evangelho nos impõe (cf. Lc 9, 23), certamente como uma bênção
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----------- 800 ANIVERSÁRIO DAS APARIÇÕES DE FÁTIMA
de salvação (cf. 1 Cor 2, 24). O segredo está em não perder de vista o Primeiro Crucificado, a Quem o Pai respondeu com a glória da ressurreição, e que abriu esta peregrinação de bem-aventurados. Essa contemplação tomou a forma simples e eficaz da meditação dos mistérios do Terço, consagrada popularmente e recomendada com grande insistência pelo Magistério da Igreja. Caríssimos irmãos e irmãs, rezem o Terço todos os dias! Peço encarecidamente aos Pastores que rezem e ensinem a rezar o Terço nas suas comunidades cristãs. Para o fiel e corajoso cumprimento dos deveres humanos e cristãos próprios do estado de cada um, ajudai o Povo de Deus a voltar à recitação diária do Terço, esse doce colóquio de filhos com a Mãe que receberam em sua casa (cf. Jo 19, 27).
Associando-me a esse colóquio e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, nesta peregrinação de Outubro, invocando para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus, para aceitarem completar na sua carne o que falta aos sofrimentos de Cristo (cf. Col 1, 24), recordados daquele "mistério tremendo e nunca suficientemente meditado" de que "a salvação de um grande número de almas depende das orações e mortificações voluntárias, suportadas com essa intenção, dos membros do Corpo Místico de Jesus Cristo, e da obra de colaboração que os Pastores e os fiéis, especialmente os pais e mães de família, devem prestar ao nosso divino Salvador" (PIO XII, Enc. Mystici Corporis, 1ª parte, II-22º §). A todos, Pastores e fiéis, sirva de encorajamento a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 1 de Outubro de 1997.
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MENSAGEM DE NATAL (Excertos)
Este ano de 1997, na perspectiva do Grande Jubileu do 3.0 milénio da era cristã, dá início a um tempo mais aberto ao Espírito Santo. É um novo e providencial apelo a que não nos deixemos subjugar pelo materialismo, nem contaminar por febres hedónicas e loucas. Lembra que devemos viver pelo Espírito e à luz do Espírito, para que todos os outros valores tenham mais sentido e façam mais comunhão.
Para o ano de 1998, em que se comemora o 50.0 aniversário da declaração universal dos direitos do homem, o Papa João Paulo II escolheu o tema seguinte: "Da justiça de cada um nasce a paz para todos". Quer dizer que o direito é simultaneamente um dever, a paz nasce do ser e do relacionar-se de cada um. Respeitada integralmente a dignidade humana, floresce a paz dentro da pessoa e entre as pessoas. Sem excepções nem exclusões.
Estamos em Sínodo, o que equivale a dizer em renovação de pessoas e de serviços. Já muito se tem feito, com base nos imperativos da "Exortação Sinodal". Desejamos fazer mais e melhor. Para bem de todos. O nosso Sínodo pretende ser exame de consciência e conversão, ao mesmo tempo que planificação e acção para um melhor futuro, que é um presente continuado.
Cremos e queremos que todas as pessoas de boa vontade, especialmente os mais novos, se empenhem conscientemente nesta tarefa comum de acrescentar valor à vida e de partilhar fraternalmente todos os valores. Para que, na Liberdade e na Verdade, sejamos todos obreiros de uma sociedade mais justa e mais feliz.
Que o Menino da Alegria e da Paz nasça no coração de todas as gentes!
Leiria, 30 de Novembro de 1997, 12 Domingo do Advento
t D. SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA
Bispo de Leiria-Fátima
CAMINHADA SINODAL Conselho Pastoral Diocesano reflecte sobre o Sí
nodo
Na sua sessão de 14 de Junho, o Conselho Pastoral Diocesano incluiu na sua agenda a informação e reflexão sobre a caminhada sinodal. O Coordenador-Geral informou que se estava a trabalhar na redacção dos guiões para a reflexão em grupo e na elaboração de um projecto para possibilitar a participação das crianças. Os conselheiros falaram das iniciativas nas respectivas vigararias e sectores pastorais. Salientaram algumas actividades que revelam algum esforço de caminhar juntos entre paróquias e nos movimentos, mas observaram também haver uma quebra na dinâmica. Tomando consciência da natural lentidão do processo de renovação, o Conselho concluiu serem necessários projectos, decisões, activar alguns serviços vitais e detectar líderes e animadores, que sejam capazes de conduzir toda a comunidade.
Clero reflecte sobre o Espírito e o Sínodo
"O Espírito Santo, os presbíteros e o momento presente da caminhada sinodal" foi um dos temas abordados no Curso de Formação Permanente do Clero da Diocese de Leiria-Fátima, que teve lugar em Fátima, de 23 a 27 de Setembro, com cerca de 56 padres.
Na sua intervenção, o Coordenador-Geral do Sínodo, padre Jorge Guarda, convidou os participantes a observarem os sinais e sintomas de esperança e de preocupação na Diocese. Depois, constatando o ambiente de insatisfação e as dificuldades devidas às resistências várias e à escassez de pessoas e meios adequados, o que pode gerar o desânimo em quantos têm a responsabilidade de guiar e animar a caminhada sinodal, propôs-se responder à questão: "podemos continuar a ter esperança?".
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CAMINHADA SINODAL
A resposta veio da leitura e meditação de um texto bíblico que relata uma experiência de caminhada do povo de Deus no deserto. Como Deus respondeu a Moisés e ao povo, multiplicando o dom do Espírito e concedendo-o a outros, assim os padres podem ter confiança de que também têm a assistência do mesmo Espírito Santo nas tarefas que lhes compete desenvolver e nas dificuldades do presente.
Da experiência de Moisés foram salientadas algumas atitudes que são fundamentais, também hoje, no trabalho pastoral: assumir-se como guia de um povo em caminho; ter a percepção profunda da realidade que yive o povo e sentir compaixão por ele; invocar o Espírito e acolher a Sua luz e os Seus dons, para ir ao encontro das necessidades das pessoas; acolher e valorizar os acontecimentos e sinais surpreendentes, para descobrir vias novas para servir o povo em nome de Deus; partilhar responsabilidades, multiplicando os ministérios; informar-se e informar os fiéis sobre o andamento da caminhada comum.
Dia da Diocese
No dia 5 de Outubro celebrou-se o Dia da Igreja Diocesana. Este ano, com motivo especial de festa: a inauguração do novo Órgão da Sé.
No entanto, o Bispo lembrou aos sacerdotes que este dia diocesano deveria, também, ser celebrado nas comunidades "a fim de retomar e reforçar a caminhada sinodal".
Nesse sentido, a Comissão Central do Sínodo elaborou uma série de propostas para as celebrações litúrgicas para esse domingo: festa de acolhimento às crianças da catequese; homilia sobre o Sínodo; compromisso dos catequistas e responsáveis da pastoral; comunicado, pelo delegado, da caminhada sinodal feita pela paróquia; anúncio dos novos guiões; Oração Universal específica.
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CAMINHADA SINODAL
Novos guiões- "Só com Deus podemos caminhar"
Os novos guiões para a reflexão em grupos ficaram concluídos a meados de Outubro.
Estes guiões, um geral e outro mais específico para os jovens, têm como título "Só com Deus podemos caminhar", e apresentam o tema "Os sinais de Deus na vida dos homens de hoje", que foi a provado pela Assembleia Sinodal, na sua 1 ª sessão. Ambos abordam a mesma temática. O dos Jovens trata-a com uma dinâmica diferente, mais ao seu estilo e com especial preocupação por utilizar a sua linguagem própria.
Os seus objectivos, tal como propôs a dita Assembleia e está patente na Exortação do Bispo Diocesano, são: promover uma experiência de relação pessoal mais profunda com Deus, levar a examinar as formas como se acolhe, vive, celebra e anuncia a verdade de Deus na Igreja Diocesana, e a interrogar-se sobre a fidelidade ao homem concreto e às circunstâncias que caracterizam hoje o seu viver e as suas formas de comunicar.
Procurou-se estabelecer entre os seus quatro subtemas uma relação de progressividade. Os dois primeiros centram-se mais na análise da vida concreta e na descoberta de Deus, que Se revela como fonte de vida; os outros debruçam-se sobre as formas como se está a anunciar e testemunhar Deus na vida da Igreja Diocesana. Só estes últimos têm questões cujas respostas e propostas serão enviadas ao Secretariado do Sínodo.
Para apresentar estes instrumentos de reflexão, a Comissão Central realizou encontros vicariais destinados aos padres e aos delegados à Assembleia Sinodal, bem como um encontro para os responsáveis de movimentos e serviços diocesanos, os superiores de comunidades religiosas masculinas e femininas e os responsáveis de outras comunidades presentes na Diocese.
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CAMINHADA SINODAL
Para os encontros vicariais, foram, também, convidados os membros dos Conselhos Pastorais e os animadores da pastoral juvenil nas paróquias.
Estes encontros começaram com uma oração bíblica, que deu o mote de esperança, confiança e alegria que deve pautar o início desta nova etapa de reflexão e trabalho dos grupos, etapa essa que foi devidamente apresentada, dando-se a conhecer o conteúdo e objectivos dos novos guiões.
LINHAS GERAIS
DO PROGRAMA PARA 1997/1998
Setembro
- conclusão dos guiões (geral e jovens) para a reflexão nos grupos
- apreciação dos mesmos no plenário das comissões - preparação das propostas para o Dia da Diocese e sua
apresentação - formação permanente do clero: informação e motivação
- programação da acções de formação para os Delegados da Assembleia Sinodal, animadores de grupo, clero e responsáveis de serviços e movimentos
Outubro
- encontro com direcções dos movimentos e serviços diocesanos
- apresentação e divulgação dos guiões para o trabalho de grupos
- acções de formação com os Delegados Paroquiais da Assembleia Sinodal e clero paroquial, por vigararias
- conclusão do projecto "Mariana" para a participação das crianças
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CAMINHADA SINODAL
Novembro
- trabalho nos grupos (Advento) - formação permanente do clero
Dezembro
- continuação dos trabalhos de grupo
Janeiro
- conclusão dos trabalhos de grupo - assembleias paroquiais e de movimentos - envio das conclusões dos grupos ao Secretariado Per-
manente - início de elaboração da síntese sobre as conclusões dos
grupos - encontro com direcções de movimentos e serviços
Fevereiro
- encontros de reflexão com os delegados à Assembleia Sinodal
- decisão sobre a temática e agenda da 2ª sessão da As-sembleia
- preparação do Documento de Trabalho para a 2ª Sessão - preparação da peregrinação diocesana
Março
- convocação da 2ª Sessão da Assembleia Sinodal e re-visão dos seus estatutos
- peregrinação diocesana a Fátima - começo da preparação da Assembleia
Abril
- preparação da 2ª Sessão da Assembleia
Maio
- 2ª sessão da Assembleia (8, 9 e 10) - redacção das actas e documentos da Assembleia
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CAMINHADA SINODAL
Junho
- publicação de nova exortação sinodal e sua divulgação - festa-mensagem para apresentação da exortação - início da elaboração de novo guião para os grupos
Nota: Este programa é apenas indicativo e não vinculativo, já que o ritmo e dados novos da caminhada poderão levar a alterá-lo.
EM AGENDA ...
Fevereiro 1- Concerto na Sé com o novo órgão (por Rosa Amorim).
2- 5.0 aniversário da tomada de posse do Sr. D. Serafrm como Bispo da Diocese.
- Dia da Vida Consagrada.
11-Dia Mundial do Doente.
25 - Quarta-Feira de Cinzas.
Março
1- Concerto na Sé com o novo órgão (por Rui Paiva).
15-Dia da Cáritas (ofertório).
19 - Solenidade de S José.
-Dia do Pai.
21- IV Encontro Diocesano de representantes paroquiais da Pastoral da Saúde.
29 - Peregrinação Diocesana a Fátima.
Abril
5 -Domingo de Ramos.
-Dia Mundial da Juventude.
- Concerto na Sé com o novo órgão (por Paulo Alvim).
9 - Missa Crismal na Sé.
10- Ofertório para os Lugares Santos.
12- Páscoa da Ressurreição.
18- Concerto na Sé com o novo órgão (por Rita Heintz).
26- Início da Semana de Oração pelas Vocações (até 3 de Maio).
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
NO MOMENTO PRESENTE DA CAMINHADA SINODAL *
Introdução
Esta minha reflexão parte de duas realidades actuais: o ano dedicado ao Espírito Santo, que terá início no próximo Advento, e a caminhada sinodal da Diocese, que em breve dá novo passo com o lançamento de mais um trabalho de grupos de base, nas paróquias e a outros níveis (movimentos, serviços . . . ). Vou procurar pôr em realce a relação que pode existir entre o Espírito Santo e os presbíteros no momento presente do processo sinodal. Porquê este esforço? É que os presbíteros são chamados a abrir-se ao Espírito e a participar na caminhada comum da Diocese como pastores, com a tarefa de guiar, animar e esclarecer.
Neste trabalho proponho-me então: dar algumas informações sobre o momento actual do Sínodo e as tarefas que nele são pedidas aos presbíteros, iluminar com a Palavra de Deus e a luz do Espírito a situação presente e encorajar, despertando uma nova atitude -interior, em ordem a reforçar a confiança e motivar o compromisso na vida pastoral.
Não pretendo tanto fazer uma dissertação sobre o tema, mas mais abrir caminho e criar condições para que o Espírito se torne acontecimento, acção, luz e força em cada um dos ouvintes. Gostaria de contribuir para gerar mais entusiasmo e confiança em quantos têm responsabilidades pastorais.
* Intervenção no Curso de Formação Permanente do Clero da Diocese, Fátima, 26.07.1997.
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
Neste trabalho sigo o método seguinte: começo por fazer uma leitura atenta da realidade presente da diocese; depois, leio um texto da Palavra de Deus e interrogo essa mesma Palavra, buscando, através dela, a resposta que porventura Deus dá aos presbíteros chamados a exercer o ministério pastoral. Espero poder apontar algumas atitudes que ajudem os pastores a desempenharem melhor a sua missão no momento actual da Igreja diocesana.
2. O momento actual da diocese de Leiria-Fátima e da caminhada sinodal
2.1. Uma apreciação geral
Observando com atenção a vida da Diocese, nas suas comunidades paroquiais, nos movimentos e serviços, no presbitério e nos demais fiéis empenhados, encontramos bastantes motivos de esperança (muita dedicação, especialmente na celebrações litúrgicas e na catequese, desejo e esforços para crescer na fé, empenho em garantir serviços e actividades, iniciativas de solidariedade e de animação). Mas há também não menos factores de preocupação: a carência de pessoas empenhadas em número e com a preparação necessária para animar e conduzir as comunidades, os serviços e os movimentos, as grandes dificuldades para renovar métodos e conseguir motivar mais pessoas para participarem activamente na vida da Igreja, a constatação da diminuição de pessoas que frequentam celebrações e outro tipo de iniciativas . . .
Tudo isto causa insatisfação e queixas nas pessoas, como pudemos ler nos resultados da consulta sinodal e nas conclusões dos grupos e podemos ouvir nas conversas informais. Perante todas as dificuldades que se observam na nossa realidade social e eclesial, vai-se difundindo a sensação de im-
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
potência face às resistências da realidade e às escassez de pessoas e meios adequados.
2.2. A avaliação da caminhada sinodal no último ano pastoral
Uma leitura da realidade presente em que predominam os tons de preocupação está patente na avaliação que a Comissão Central do Sínodo fez relativamente ao ano pastoral passado. No relatório divulgado entre as comissões sinodais, está escrito:
a) A caminhada já leva dois anos desde o seu início. Os esforços desenvolvidos criaram esperanças e expectativas em bastante gente. Mas a percentagem de pessoas animadas e empenhadas continua a ser reduzida. Houve algumas iniciativas motivadas pelas caminhada comum. Todavia, parece haver ainda poucos sinais e acções que concretizem a renovação, nomeadamente no que se refere ao novo espírito, à colaboração em projectos comuns e à criação de espaços de participação, quer nas paróquias quer nos movimentos e nos serviços diocesanos.
b) Com excepção da vivacidade na Assembleia, os jovens abrandaram a marcha. Foram visíveis as dificuldades em harmonizar e fazer colaborar o Secretariado Diocesano, entretanto renovado, os Movimentos e a Comissão sinodal. Esta, consciente do que lhe competia, renunciou ao protagonismo que assumira no ano anterior, no início da caminhada sinodal. Tentou envolver os organismos acima mencionados num projecto comum de animação juvenil na peregrinação diocesana a Fátima, mas a tentativa não resultou. Sem sucesso também foram os contactos para promover a colaboração noutras iniciativas.
c) A informação sobre iniciativas das comunidades paroquiais, dos serviços e movimentos é muito escassa, o que torna difícil a percepção dos esforços que vão sendo feitos no
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
caminho para a renovação. Há ainda muito a fazer para que a comunicação social da Igreja dê o seu contributo próprio na dinâmica sinodal.
d) Os obstáculos à caminhada comum não diminuem. Mantem-se a maior parte e surgem outros : sobrecarga de trabalho das pessoas envolvidas na animação e condução, desconhecimento e incerteza nos caminhos a trilhar e nos passos a dar, inércia em muitos membros das comunidades, falta de entusiasmo e de confiança, incapacidade dos agentes pastorais, serviços e instituições diocesanas de se abrirem à concretização de novos projectos . . . Não se vêem muitos esforços para renovar e inovar a acção pastoral. Não são visíveis os sinais de novos dinamismos e de iniciativas de nova evangelização. Parece que a rotina absorve por completo os cuidados pastorais dos responsáveis pelas comunidades.
2.3. O trabalho que é pedido aos pastores
Nestas circunstâncias e no momento actual, aos pastores e responsáveis dos movimentos e serviços são-lhes pedidos alguns empenhos:
- implementar as medidas propostas pela Assembleia Sinodal e determinadas pelo Bispo, para a renovação das comunidades paroquiais e desenvolvimento da pastoral juvenil (criação ou renovação dos Conselhos Pastorais Paroquiais, aplicação do Regulamento da Administração dos Bens da Igreja na Diocese de Leiria-Fátima, constiuição de grupos de acolhimento e de animação litúrgica, implementação do serviço de acção social em cada paróquia, constituição de grupos, formação de animadores e responsáveis . . . );
- organizar o lançamento do novo guião de reflexão e promover o encontro e o trabalho em grupos;
- e tudo isto além do trabalho habitual, que já é bastante para ocupar e preocupar todos os agentes pastorais.
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
2.4. As grandes questões dos pastores
Perante a realidade observada e sentida, aos pastores mais atentos e sensíveis às dificuldades e a quantos se empenham na acção pastoral, surgem as seguintes questões:
Face a tantas dificuldades e resistências da realidade actual, podemos continuar a ter esperança? Com que espírito e atitudes havemos de enfrentar a situação que vivemos actualmente? Será possível despertar a confiança e entusiasmo que nos leve a imprimir maior dinamismo à acção pastoral e mais vitalidade às nossas comunidades? Que soluções podemos encontrar para os problemas com que nos deparamos nas responsabilidade pastorais? Que palavra nos pode iluminar e encorajar neste momento preciso que estamos a viver?
Vamos dirigir estas questões à palavra de Deus, buscando nela as respostas de que precisamos. Creio que Deus nos responde, com a luz e força do Seu Espírito, quando escutamos e meditamos na Sua palavra (cfr DV 21; SC 7).
3. A cena bíblica em que vamos procurar iluminação: Nm 11, 16-17.24-:-30
3.1. O contexto da cena:
Os israelitas, chefiados por Moisés, caminham através do deserto. A vida ali experimenta-se tão duramente que o povo cai frequentemente na tentação da revolta. O Livro dos Números dá-nos conta disso mesmo: por exemplo, só entre os capítulos 11 e 17 há referências a pelo menos 7 episódios de rebelião.
No capítulo 11, onde se insere o texto que vamos ler, fala-se das exigências do povo: farto do maná quotidiano, quer carne para comer. Moisés, que conduziu o povo para fora da escravidão, ouve agora os seus queixumes e observa o sofri-
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mento que pesa sobre ele. Isso entristece e amargura o chefe, que se sente sozinho e incapaz de suportar sozinho a carga da condução do povo e de lhe encontrar alimento naquele deserto.
Carregado de desgosto pela situação, Moisés dirige-se a Deus, reza (cfr 11, 11-15): queixa-se do seu cargo, do peso excessivo que é conduzir um povo que não é seu, da impossibilidade de encontrar o alimento que o povo deseja. E desabafa: "Não posso, eu sozinho, levar todo este povo; é muito pesado para mim". O peso da amargura é tal que faz Moisés chegar ao desespero, a ponto de dizer a Deus: "Se queres tratar-me assim, dá-me antes a morte".
Como é que Deus vai reagir? O texto dá-nos a conhecer a resposta de Deus: primei
ro atende o seu servo Moisés; só depois satisfaz os desejos do povo.
3.2. Leitura e análise do texto:
Leiamos o que nos relata o Livro dos Números ( 11, 16--17.24-30):
Iahweh disse a Moisés: Reúne setenta anciãos de Israel, que tu sabes serem anciãos e escribas do povo. Tu os levarás à Tenda da reunião, onde perrmanecerão contigo. Eu descerei para falar contigo; tomarei do Espírito que está em ti e o porei neles. Assim levarão contigo a carga deste povo e tu não a levarás mais sozinho.
Moisés saiu e disse ao povo as palavras de Iahweh. Em seguida reuniu setenta anciãos dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iahweh desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciãos. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém nunca mais o fizeram.
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jocem correu e foi anunciar a Moisés: "Eis que Eldad e Medad", disse ele, "estão profetizando no acampamneto". Josué, filho de Nun, que desde a sua juventude servia a Moisés, tomou a palavra e disse: "Moisés, meu senhor, proíbe-os!" Respondeu-lhe Moisés: "Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!" A seguir, Moisés voltou ao acampamento e com ele os anciãos de Israel. (!)
Nesta narração podemos distinguir quatro partes:
- a resposta de Deus a Moisés (vv. 16-17); - a obediência de Moisés a Deus e a surpresa da mani-
festação do Espírito sobre os anciãos (vv. 24-25); - a manifestação surpreendente do Espírito no acampa
mento e a inquietação que daí resulta (vv. 26-27); - as reacções diferentes de Josué e de Moisés (vv. 28-30).
3.3. A mensagem desta palavra de Deus:
Deus acolhe favoravelmente as queixas do Seu servo e responde-lhe com dois dons: multiplica o carisma de Moisés, concedendo parte do espírito que habitava nele a 70 anciãos para o ajudarem na condução e governo do povo; ao povo dá a carne, por ele tão desejada, mas que a muitos conduz à morte, como se relata nos versículos seguintes (cfr Num 11, 3 1-34).
1. Texto de A BÍBLIA DE JERUSALÉM, Edições Paulinas, S. Paulo 1985. __
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
Moisés faz o que Deus manda e aceita partilhar as responsabilidades que lhe estavam confiadas. O texto bíblico mostra bem como, mesmo partilhada com outros, a força do espírito que actua em Moisés não enfraquece nele. É in�eressante confrontar este texto com um outro, do Livro do Exodo ( 18, 21-26), que apresenta provavelmente outra versão do mesmo acontecimento: segundo esse outro texto, é o sogro de Moisés que, ao visitá-lo, observa o excesso de trabalho do genro no julgamento das causas do povo; dá-lhe então o conselho de escolher juízes e organizar o povo em vários grupos. Moisés assim faz, com grandes vantagens para ele e para o povo. Provavelmente, os anciãos e os juízes são os mesmos. As duas versões são-nos úteis na compreensão de como Deus se manifesta: pode ser directamente, inspirando uma solução, ou indirectamente, através do conselho de outras pessoas.
O dom do Espírito não se manifesta só num local determinado e associado a um ritual: age para além das condições determinadas pelo homem e surpreende sempre, quando aparece. Moisés, contrariamente a Josué, apresenta uma grande abertura de alma: não só não limita as manifestações do Espírito mas desejaria que também todo o povo recebesse tal dom do Senhor. Há aqui um indício de que é o Senhor quem dá o Seu Espírito, para além de fazer partilhar o espírito de Moisés, e que aquele pode ser dado a todos. De facto, segundo Philippe Gruson, este texto parece indicar a superação da perspectiva dum espírito exclusivo para os responsáveis e abre horizontes para a aceitação dum carisma profético extensivo a todos, que Isaías anunciará (Is 11,9) e, igualmente, Jeremias: "Todos Me conhecerão, grandes e pequenos" (Jer 31,34). (2)
2. ln VÁRIOS, O Espírito Santo na Bíblia, Cadernos Bíblicos, nº 39, Difusora Bíblica, Lisboa 1992, p. 5.
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Moisés aparece aqui como um verdadeiro guia do povo e um autêntico homem de Deus: identifica-se de tal modo com o povo que sofre com e por ele e intercede diante de Deus para que o salve, aceitando mesmo morrer, se não puder ser atendido no seu pedido de perdão para o povo (cfr Num 11, 15; Ex 32, 32-33); o próprio Deus revela a relação íntima que há com o seu servo: "falo-lhe face a face" (Num 12,8).
Como é que Moisés age em favor do povo, como seu chefe? Ele escuta o povo, reza a Deus e age, segundo as ordens de Deus, em favor daqueles que tem a missão de governar e conduzir: escolhe colaboradores, organiza o povo, reparte tarefas com outros e conta com eles em várias ocasiões (cfr Ex 17,5; 18,22; 24, 1-2.9-11; Num 16,25).
3.4. A relação deste texto com os presbíteros.
Que ligação há entre este texto e nós, presbíteros? A tradição cristã, depois da Tradição Apostólica de Hipó
lito (séc III), cita este texto para fundamentar a existência do colégio dos presbíteros reunidos com o seu bispo. Ali se diz: "Th congregaste Moisés e os presbíteros e os encheste do 'Thu Espírito, que tinhas dado ao teu servo" . . . A Vulgata, na sequência do Targum, traduziu assim o versículo 25 do livro dos Números: "Eles puseram-se a profetizar e não mais pararam". Com tais expressões afirma-se a permanência do Espírito, antecipando assim o Pentecostes, conclui Philipe Gruson (3) (Caderno Bíblico n2 39, p.5)
O ritual da ordenação dos presbíteros continua esta mesma tradição. De facto, na oração de ordenação reza-se o seguinte: "No deserto, comunicastes o espírito de Moisés a setenta homens prudentes para o coadjuvarem e lhe facilitarem o governo de um povo inumerável" (Oração consecratória).
3. ln VÁRIOS, O Espírito Santo na Bíblia, p. 5.
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O ESPÍRITO SANTO E OS PRESBÍTEROS
4. Da experiência de Moisés para o nosso ministério: os cuidados do pastor
O que nos inspira o Espírito Santo para a nossa vida de presbíteros, na situação presente, mediante a palavra que procuramos meditar? O perfil e o agir pastoral de Moisés, tal como os encontramos no texto que meditámos, podem vir em nossa ajuda nas circunstâncias e nos passos que somos chamados a dar na caminhada sinodal. Destaco sete atitudes pastorais que se relacionam com o momento presente que vivemos na diocese.
4.1 . O presbítero, guia de um povo em caminho
Moisés, em nome de Deus, é o guia de um povo em caminho pelo deserto. Esta é a primeira característica que emerge da figura de Moisés. A caminhada encontra dificuldades, situações duras, carências e saturação. Perante elas, o passado parece melhor do que o presente, porque então havia o que não se tem agora. O guia é responsabilizado e contestado. Como pode ele continuar a ser pastor de um povo em rebelião?
A caminhada pastoral e sinodal da Igreja Diocesana de Leiria-Fátima encontra também obstáculos e situações difíceis, como vimos antes. Chegamos a sentirmo-nos incapazes de encontrar soluções para os problemas. Então, queixamo-nos e começamos a ter saudades do passado, do tempo em que não tínhamos estes problemas. Até nos parece ter sido melhor não nos termos metido neste projecto. Estamos a viver um momento em que este tipo de reações pode facilmente emergir em muitos dos presbíteros e outros fiéis.
Perante as dificuldades e problemas do momento presente, antes de mais, é necessário termos a noção de que estamos a percorrer um caminho e, por isso, há que observar a situa-
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ção de onde se saíu e as experiências já vividas. Importa também ter consciência da meta para a qual nos dirigimos. Muito nos ajuda sabermos observar o caminho já percorrido e compreendermos o valor e o sentido das experiências que vivemos. Essa análise ajudará a colocar na justa dimensão o presente, como um momento de uma sequência. Toda a vida cristã, a nível pessoal e eclesial, é uma peregrinação, uma caminhada. O modelo de Sínodo que adoptámos tem estas características de caminhada em comum e exige uma atenção constante aos sinais do Espírito na vida, em confronto com a palavra de Deus. É importante ter objectivos e algum planeamento. Mas não pode ser um planeamento fechado, onde tudo está previsto; há-de ser um planeamento aberto, que conta com imprevistos e tem necessidade de observar, discernir e decidir ao ritmo das exigências da caminhada. É um modelo que se aproxima mais da experiência da Igreja primitiva.
4.2. Percepção profunda (e não superficial) da realidade que vive o povo
Moisés teve percepção profunda da situação em que se encontrava o povo: ouvi-o e compreendeu o significado profundo das suas queixas e insatisfações. E sofreu por causa do povo e das suas atitudes.
Na caminhada com;um, é indispensável ouvir, observar e atender às queixas, insatisfações e sofrimento das pessoas e tentar compreender bem, em profundidade e não à superfície, o que se passa. Só na medida em que identificamos e interpretamos os sinais e sintomas de sofrimento e dos anseios profundos é que podemos ser mensageiros da Boa Nova e ministros da salvação para aqueles a quem nos dirigimos. Os acontecimentos e os problemas constituem mensagens e provações à fidelidade e perseverança.
A caminhada da diocese propõe-nos alguns meios para
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termos um conhecimento mais realista e profundo da realidade: consulta, grupos sinodais, constituição dos conselhos pastorais. O próximo guião vai propor-nos uma análise dos sinais de Deus na vida dos homens de hoje. Se soubermos aproveitar tais meios de informação e de percepção, teremos elementos úteis para conhecer os anseios das pessoas. Podemos então procurar os meios para lhe anunciarmos a Boa Nova e lhes facilitarmos o acesso ao dom da salvação de que a Igreja é instrumento e servidora.
4.3. Identificação com o povo, sentir compaixão por ele
O pastor que não sofre os problemas do povo dificilmente se põe à procura de soluções e se inquieta. Preferirá a comodidade e preocupar-se-á mais com os seus interesses e as condições da sua vida do que com as carências da comunidade. Tenderá a menosprezar estas e então as iniciativas que toma pouco terão a ver com as necessidades reais das pessoas. A caridade pastoral será fraca e a pastoral da caridade desajustada às situações.
Moisés identificou-se com o sofrimento do povo e sofreu com ele e por ele. E tal compaixão levou-o a inquietar-se até resolver o problema. É uma compaixão assim que leva Deus a denunciar e destituir os pastores de Israel "que não se preocupam com o meu rebanho, porque eles se apascentam a si mesmos" (Ez 34,8) e a assumir, Ele mesmo, o cuidado pelo seu povo: "Como um pastor cuida do seu rebanho, quando está no meio das suas ovelhas dispersas, assim cuidarei das minhas ovelhas e as recolherei de todos os lugares por onde se dispersaram em um dia de nuvem e de escuridão. Trá-las-ei dentre os povos, reuni-las-ei dentre as nações estrangeiras e reconduzi-/as-ei para o seu solo ... Apascentá-las-e i em um bom pasto ... Aí repousarão ... Buscarei a ovelha que estiver perdida, reconduzirei a que estiver desgarrada, pensarei
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a que estiver fracturada e restaurarei a que estiver abatida. Quanto à gorda e vigorosa, guardá-la-ei e apascentá-la�i com o direito." (Ez 34, 12-16).
A mesma atitude de amor e dedicação às pessoas encontramos em Jesus: ao percorrer as cidades e povoados, pregando o Evangelho e curando toda a sorte de doenças e enfermidades, vê a multidão cansada e abatida como ovelhas sem pastor e tem compaixão dela. Reconhece então que a messe é grande e os trabalhadores são poucos. Toma, por isso, providências: recomenda a oração e envia os seus discípulos em missão (cfr Mt 9, 35 - 10,1ss).
A caminhada sinodal constitui um apelo a sairmos da comodidade e intranquilidade ou a pôrmo-nos a caminho com as nossas comunidades e com toda a Diocese, para procurarmos novos caminhos para a acção pastoral, irmos ao encontro das muitas pessoas que estão fora, termos a ousadia de incomodar quem está indiferente, convidar a integrar grupos, a caminhar connosco (cfr Sermão de S. Agostinho sobre os Pastores, LH IV, p. 3 17-3 18). Não podemos desculpar-nos com o facto de que já temos trabalho suficiente. Talvez não nos seja exigido mais trabalho, o que se nos pede é um trabalho diferente, o contar com os outros e colaborar com eles. A concretização de algumas medidas apontadas nos grupos e assembleias paroquiais e vicariais, a constituição ou renovação dos conselhos pastorais, a implementação do RABI, a reorganização dos grupos sinodais e outras iniciativas podem constituir a forma de manifestarmos a nossa identificação com o povo e a inquietação por encontrar soluções para os problemas que sentimos.
4.4. Invocar o Espírito e acolher a sua luz e os seus dons
Deus é a única solução dos impasses pastorais, das soluções impossíveis para os homens. Moisés compreendeu is-
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so mesmo, ao experimentar não ter saída para a situação que vivia o povo. E é a Deus que se queixa, lembrando que foi o próprio Deus quem gerou o povo e nomeou Moisés como seu servo à frente do povo. Foi uma oração muito sofrida. Também Jesus nos deu um exemplo na sua vida e nas suas indicações: dedica-se muito à oração e, perante a escassez de trabalhadores, em primeiro lugar, manda pedir ao Dono da seara que envie trabalhadores necessários.
A oração e a liturgia têm a primazia na acção pastoral. O ministério pastoral não é, antes de mais, uma questão de disponibilidade de pessoas e meios, de formação, de planeamento e de execução de actividades. É, em primeiro lugar, urna iniciativa divina. Só com Deus podemos encontrar a solução para os problemas pastorais que encontramos. É Deus o pastor do Seu povo. Dele recebemos as indicações, a ordem e a força para o ministério. Somos ministros, servos de Deus.
A proposta aprovada na Assembleia Sinodal para o novo guião aponta para a descoberta da primazia de Deus na vida de cada pessoa, das comunidades e da própria Igreja. "Só com Deus podemos caminhar" é, significativamente, o título do novo guião que está prestes a ser difundido. Esta centralização em Deus resulta da percepção de que todos os problemas encontrados na consulta e nas conclusões dos grupos estão ligados à ausência de Deus. Daí as convicções mencionadas na proposta: Auscultados os homens e ouvidas as suas queixas e inquietações, chega o momento de nos juntarmos à solicitude de Deus que nos confidencia, como outrora a Moisés: "Eu ouvi as queixas dos filhos de Israel e vi também como os egípcios os maltratam" (Ex 3,9); só em Deus e na comunhão com Ele, a Igreja subsiste e encontra o sentido da sua missão, e só a vivência da Boa Nova tornará clara a presença de Deus nas vidas pessoais e nas estruturas da Igreja, e tornará credível um testemunho no mundo. (Instrumento de trabalho para a 1ª sessão da Assembleia Sinodal, nº 5.2.2 e 5.2.3).
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A invocação do Espírito, a abertura a Ele e a docilidade para se deixar guiar constitui uma atitude pastoral de prioridade absoluta. Sem ela corre-se seriamente o risco de se estar a fazer a própria obra e não a de Deus, de estar a edi-. ficar o próprio reino e não o de Deus. Neste mesmo sentido é indispensável prestar um cuidado especial com as celebrações litúrgicas, não tanto nos aspectos formais, quanto na experiência e na expressão comunitária do louvor e da súplica a Deus. A renovação da liturgia é uma proposta muito repetida pelos fiéis na consulta e no grupo. O trabalho das equipas de liturgia e com elas, se bem formadas, pode abrir caminho a mudanças, que pouco a pouco aparecerão. É igualmente importante proporcionar momentos de oração, de meditação da palavra de Deus e de cultivo da vida espiritual em vários âmbitos, para revitalizar e desenvolver a vida espiritual dos fiéis.
4.5. Acolher e valorizar os acontecimentos e sinais surpreendentes
Moisés reconheceu os dons do Espírito e soube respeitá-lo, mesmo quando se manifestou inesperadamente e fora do lugar de culto. E, segundo a versão do Livro do Êxodo, soube escutar e acolher os conselhos de outros (do sogro, por exemplo) e distanciar-se deles com discernimento (por exempo, quando Josué o aconselha a proibir os dois homens de profetizar), quando viu que não seria bom agir contra o Espírito.
Os conflitos, tensões, problemas, crises, são momentos que apelam à busca de soluções e a tomar medidas inovadoras. E as surpresas trazem-nos mais exigências e incómodos, mas também nos abrem novas perspectivas. O verdadeiro pastor sabe enfrentar com fé e criatividade tais situações. Do mesmo modo, a sabedoria pastoral faz reconhecer e acolher
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as manifestações e dons do Espírito onde quer que eles apareçam; não teme o incómodo nem a confusão, mas promove a comunhão, a colaboração e a coordenação dos dons para o bem e edificação de todos. Ninguém é dono do Espírito. Ele manifesta-se com soberana liberdade. Ignorar ou desprezar os carismas e experiências dos outros é ficar mais pobre.
O espírito sinodal convida-nos a acolher as ideias e experiências dos outros e a confrontar as próprias com os outros, num trabalho e caminhada em comum. A reflexão nos grupos é um meio excelente para a partilha de ideias e para a busca em comum de soluções, numa abertura às inspirações do Espírito. As assembleias, sejam elas paroquiais, vicariais, de movimento, diocesanas e, sobretudo, a sinodal constituem espaços de reflexão e discernimento comunitário, onde o Espírito se pode manifestar tanto nos pastores como em qualquer outro fiel.
Nos cuidados pastorais há que tentar, com audácia e coragem, iniciativas e vias novas. A vida pastoral não pode ser uma repetição de acções que se vão fazendo por tradição. O Sínodo vai-nos exigindo a adopção de medidas novas ou a renovação de processos ou serviços na acção pastoral. É importante também empenhar-se, sempre que possível, em projectos comuns, de modo que se torne visível a diversidade da colaboração na edificação da única obra que é a missão da Igreja no mundo. E o contributo dos outros pode revelar-se muitas vezes como ajuda preciosa.
4.6. Partilhar responsabilidades, multiplicando os ministérios
As mudanças que se vão verificando na vida das pessoas e das sociedades reflectem-se também nas comunidades cristãs e na Igrela local. Por isso, torna-se necessário adaptar serviços ou criar outros novos consoante as neces-
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sidades. Assim, o pastor zeloso, para ser fiel quer ao povo quer a Deus em nome de quem serve aquele, tem de abrir-se a soluções novas para os problemas que se enfrentam e ousar aplicar essas soluções, depois do devido discernimento. No nosso tempo, é mesmo necessário partilhar responsabilidades e distribuir tarefas por outros que possuam as condições adequadas. Nesse sentido há que identificar carismas, diversificar ministérios e cuidar da formação de quem os assume.
Moisés aceitou essa indicação e apressou-se a escolher as pessoas adequadas às funções. A mesma atitude face a uma nova situação tiveram os apóstolos ao escolherem os servidores das mesas na comunidade helenista de Jerusalém (cfr Act 6, 1-7).
A exortação sinodal, na sequência de orientações anteriores, determina a constituição dos Conselhos Pastorais Paroquiais e aponta a organização de outros serviços. Podemos fazê-lo apenas porque está mandado e para não nos incomodarem, ou investir nesses orgãos como forma de multiplicar serviços e como meios dos quais tiramos o melhor proveito, porque aprendemos a trabalhar com eles e cuidamos da formação e valorização de quantos neles participam. A organização dos grupos sinodais constitui uma oportunidade para a procura de novos animadores e a abordagem de pessoas que estão fora dos nossos círculos habituais.
4. 7. Informar-se e informar
Moisés comunicou ao povo o que ouviu de Deus, as indicações que Ele lhe dera. E um jovem correu a comunicar a Moisés o que acontecera no acampamento. Os documentos do NT dão-nos abundantes dados sobre a circulação de notícias na Igreja primitiva, por via oral ou escrita, mediante mensageiros ou pelo relato dos protagonistas. Assim se
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comunicava a vida e o caminho que o Evangelho ia percorrendo.
A dinamização e renovação da Igreja, objectivo pretendido com o Sínodo, requer a circulação de informação, a partilha de experiências, a comunicação de ideias e projectos. Tudo isso pode enriquecer toda a comunidade.
O Boletim Informativo do Sínodo surgiu como meio para comunicar actividades, ideias, projectos e acontecimentos, em ordem a dinamizar a Igreja diocesana. Mas existem também os outros meios de comunicação da Igreja. A informação sobre o que se vai fazendo ou que acontece não é um meio de se promover ou vangloriar. É fazer circular a vida. Todos deveríamos comunicar mais o que observamos ou que acontece à nossa volta relacionado com a caminhada da Igreja diocesana, pois as experiências e iniciativas de uns muito podem iluminar e incentivar outros.
5. Juntos na caminhada no presente ano pastoral
O programa previsto para a caminhada sinodal no presente ano pastoral ( 1997-98) prevê os seguintes momentos: em Outubro, far-se-á o lançamento do novo guião "Só com Deus podemos caminhar" e do guião jovem, para a reflexão em grupo. Para isso, haverá encontros a nível vicarial com padres e leigos, e uma assembleia dos serviços e movimentos diocesanos. Em todos eles serão apresentados os guiões e dadas indicações para a reorganização dos grupos. O tempo previsto para as reuniões destes serão os meses seguintes. Em Janeiro, deverão realizar-se assembleias paroquiais e de movimentos para partilhar as conclusões e ponderar quais das propostas apresentadas poderão ser implementadas para renovar os campos analizados pelos grupos. A nível diocesano, recebidos os dados enviados pelos grupos,
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far-se-á uma síntese que deverá ser reflectida em ordem ao documento de trabalho para a Assembleia sinodal.
Em Fevereiro, deverá ser tomada a decisão sobre a temática e a agenda da segunda sessão de trabalho da Assembleia Sinodal, prevista já para os dias 8, 9 e 10 de Maio. Como preparação, realizar-se-ão encontros de reflexão com os delegados à mesma assembleia e com as direcções diocesanas dos serviços e movimentos, além dos trabalhos mais imediatos de convocação e de elaboração dos documentos de trabalho.
Após reunião da Assembleia, nos meses de Maio e Junho, serão redigidas as actas e documentos da mesma e preparada nova exortação sinodal pelo Bispo diocesano. Este documento será divulgado por toda a diocese com a promoção de iniciativas adequadas ao efeito.
Entretanto, em tempo oportuno, será divulgado o "Projecto Mariana". Trata-se da edição de propostas e materiais para envolver as crianças na caminhada comum. É dirigido a todos os educadores da fé que trabalham com as crianças, na família, na catequese, nas escolas ou mesmo noutros âmbitos. O seu aproveitamento contribuirá para que as crianças também sejam informadas e envolvidas na caminhada sinodal, podendo mesmo dar o seu contributo.
Neste caminho, cremos que o Espírito nos guia e assiste. Os presbíteros, guiados pelo mesmo Espírito, procurarão estar informados e informar os fiéis, mediante o Boletim, reuniões e todos os meios ao seu alcance. Poderão aproveitar também a liturgia, para envolver o povo na atenção aos sinais do Espírito e na oração. O lançamento do novo guião constitui um desafio a preparar bem a reorganização dos grupos e a formação de outros novos, convidando gente ainda não envolvida e mesmo afastada . . .
Como disse antes, os grupos poderão ser espaços em que o Espírito sugere novas ideias e abre caminho a projectos
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inovadores. Depois do conveniente discernimento acerca da validade e oportunidade das medidas sugeridas, é necessário começar a concretizar as que forem aprovadas em assembleia ou nos conselhos pastorais . Entretanto, crendo que o Espírito agiu na Assembleia Sinodal e no Bispo, os presbíteros hão-de empenhar-se na realização do que ja está aprovado quer a nível local ou do movimento ou serviço quer a nível diocesano.
Conclusão
Podemos continuar a ter esperança, quando a realidade vivida na diocese e sua caminhada sinodal apresenta tantas dificuldades e obstáculos e a sensação de impotência parece invadir bastante gente? A esta e a outras questões procuramos responder, depois de termos observado atentamente a situação da diocese. Auscultado o Espírito Santo, que nos fala quando lemos e meditamos a Palavra de Deus, concluímos que a nossa esperança não se fundamenta tanto na realidade que nos envolve mas mais na garantia que a meditação da experiência de Moisés nos trouxe de que Deus ouve as nossas queixas e insatisfações e multiplica os seus dons com os quais podemos continuar a caminhadat sem sermos impedidos pelas dificuldades encontradas. A semelhança de Moisés, que, com a ajuda de Deus, pode guiar o povo, interceder por ele, comunicar-lhe as palavras do Senhor, consolá-lo e infundir-lhe coragem, assim os presbíteros da diocese de Leiria-Fátima, com a força do Espírito, serão capazes de guiar as comunidades na caminhada comum, em ordem à renovação para maior eficácia da missão da Igreja em favor dos homens de hoje.
P. Jorge Manuel Faria Guarda
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ACTOS EPISCOPAIS DECRETO
Tendo analisado com toda a solicitude alguns casos da pastoral de conjunto e depois de ouvir as pessoas mais directamente em causa, havemos por bem:
L Aceitar o pedido de resignação, por razões de saúde e idade, do Rev. Cónego Francisco Vieira da Rosa, que desde há 26 anos tem sido Pároco de Regueira de Pontes e nomear para o substituir o Rev. P. Vítor José Mira de Jesus, que até ao presente tem desempenhado as funções de ecónomo do seminário diocesano.
2. Aceitar o pedido de transferência do Rev. P. Francisco Jorge, que desde há mais de doze anos tem sido Pároco da Marinha Grande, e nomeá-lo Pároco de Casal dos Bernardos, substituindo o Rev. P. Manuel Ferreira, que tinha pedido para ser dispensado dos encargos paroquiais nesta paróquia e continua Pároco de Caxarias.
3. Nomear Pároco da Marinha Grande o Rev. P. Alcides Rocha Santos Neves, que há mais de 22 anos tem sido Pároco de Vieira de Leiria.
4. Aceitar o pedido de resignação, por motivo de idade e de saúde, do Rev. P. Virgílio Pedrosa Crespo, Pároco de Bajouca há quase dezassete anos, e nomear Pároco da referida paróquia da Bajouca o Rev. P. Abel José da Silva Santos, actual Pároco do Souto da Carpalhosa, há doze anos.
5. Nomear, por benigna anuência do respectivo Superior, o Rev. P. António Paulo da Costa Madureira (S.M.M.) Director do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, Pároco do Souto da Carpalhosa.
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ACTOS EPISCOPAIS
6. Nomear o Rev. P. Bertolino Vieira, até à data vigário paroquial da Marinha Grande e Capelão da BA5, Pároco de Vieira de Leiria.
Os Párocos cessantes mantêm a jurisdição paroquial até à tomada de posse do respectivo sucessor, o que deve ocorrer dentro de trinta dias, a contar desta data, com excepção dos nomeados Párocos de Bajouca e do Souto da Carpalhosa, que tomarão posse dentro de noventa dias. As nomeações são, de acordo com o c. 522, por cinco anos renováveis, com excepção do novo Pároco nomeado para o Souto da Carpalhosa que é ad experimentum por um ano.
Aos Rev. Párocos cessantes agradecemos, diante de Deus e da Comunidade, todo o trabalho realizado, e fazemos votos para que os novos Párocos sejam bem acolhidos e auxiliados, dentro do espírito de renovação sinodal em curso na nossa Diocese. Mais recomendamos que, para além do dinamismo colegial e vicarial da pastoral de conjunto, seja promovida e apoiada toda a iniciativa de comunidade sacerdotal.
Leiria, 28 de Agosto de 1997, festa de Santo Agostinho, Cc-Padroeiro da Diocese de Leiria-Fátima.
t D. SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA
Bispo da Diocese de Leiria-Fátima
DECRETO
De acordo com as normas do C.D.C., perante as necessidades pastorais e tendo ouvido as pessoas em causa, havemos por bem:
L Reconduzir, dada a anuência expressa do respectivo Superior Maior, o Revº P. Carlos da Silva Pires (I.M.C.), nas
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ACTOS EPISCOPAIS
funções de capelão do Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, até finais do próximo ano de 1998;
2. Confirmar a nomeação do Rev2 P. Dr. Artur Ribeiro Oliveira como capelão do Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima;
3. Confirmar a nomeação do Rev2 P. Fernando Pereira Ferreira, que é e continua pároco de Amor, como capelão do Mosteiro de Santa Clara, de Monte Real, da Ordem das Irmãs Clarissas do Desagravo, em substituição do Rev2 P. Manuel Duarte Alexandre;
4. Oficializar a anuência para que o Revº P. Dr. Adelino Filipe Guarda seja membro da Equipa Formadora do Seminário Maior de Coimbra.
Leiria, 8 de Setembro de 1997, festa da Natividade da Virgem Santa Maria.
t D. SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA
Bispo da Diocese de Leiria-Fátima
DECRETO
Havemos por bem:
L Nomear Vigário paroquial dos Pousos o Rev. P. ABíLIO DOMINGUES FERNANDES LISBOA, com os poderes e deveres que constam dos cc. 545-552 e com delegação geral para assistir a matrimónios, segundo o c. 1111, § 2.
2. Nomear Vigário paroquial de Marrazes o Rev. P. FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS PEREIRA, com os po-
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ACTOS EPISCOPAIS
deres e deveres que constam dos cc. 545-552 e com delegação geral para assistir a matrimónios,segundo o c. 1111, § 52.
3. Nomear Director diocesano das "Obras Missionárias Pontifícias" o Rev. P. VÍTOR JOSÉ MIRA DE JESUS, que substitui nas mesmas funções o Rev. P. RAUL RODRIGUES CARNIDE, a quem agradecemos todo o serviço prestado.
4. N amear Ecónomo do Seminário diocesano o Rev. P. JOSÉ AUGUSTO PEREIRA RODRIGUES, que substitui nas mesmas funções o Rev. P. VÍTOR JOSÉ MIRA DE JESUS, a quem agradecemos todo o serviço prestado.
Leiria, 17 de Setembro de 1997.
t D. SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA
Bispo da Diocese de Leiria-Fátima
DECRETO
Havemos por bem:
L Nomear Director do Secretariado Diocesano da Educação Cristã da Infância e Adolescência o Rev. P. JOAQUIM DE ALMEIDA BAPTISTA, que substitui o Rev. P. JOSÉ LOPES BAPTISTA, a quem agradecemos todos os serviços prestados. O Rev. P. Joaquim de Almeida Baptista entra em exercício a partir desta data e apresentará no prazo de trinta dias a constituição da equipa, para homologação.
2. Nomear Director da Gráfica de Leiria o Rev. P. BOAVENTURA DOMINGOS VIEIRA, que substitui nas mesmas
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ACTOS EPISCOPAIS
funções o Rev. P. JOAQUIM DE ALMEIDA BAPTISTA, a quem agradecemos todos os serviços prestados.
3. Criar o SECRETARIADO DIOCESANO DO ENSINO DA IGREJA NAS ESCOLAS DO 12 CICLO e nomear a seguinte equipa responsável:
Filomena Maria Pereira Gil Mª Alexandra de Seixas Rodrigues Remédio Cristina Maria do Carmo Lhano Eleutério da Silva Maria da Conceição de Jesus Lavado Catarina.
Consituímos Moderador desta equipa o Rev. P. Dr. Manuel dos Santos José.
4. Criar o núcleo diocesano da ASSOCIAÇÃO DOS ENFERMEIROS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE (ACEPS) e aprovar a sua direcção assim constituída por um período de três anos:
Maria dos Anjos Coelho Rodrigues Dixe Maria Custódia Leão Potra Susana Cristina Monteiro Guerra Maria Helena Inácio João e Vítor Manuel Lourenço Barata.
Nomeamos assistente desta equipa o Rev. P. JOÃO VIEIRA TRINDADE.
Leiria, 22 de Setembro de 1997.
t D. SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA
Bispo da Diocese de Leiria-Fátima
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ACTOS EPISCOPAIS
CONSTITUIÇÃO DO SECRETARIADO DIOCESANO
DA EDUCAÇÃO CRISTÃ DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
O P. Joaquim de Almeida Baptista, dando cumprimento ao prescrito no Decreto episcopal, com data de 22 de Setembro de 1997, ponto 1, apresentou ao Bispo da Diocese a seguinte constituição do SDECIA, solicitando homologação:
Ana Cristina Gomes Pereira
Carlos João Pinheiro Fernandes Pe. Carlos Manuel Pedrosa Cabecinhas
Emília Maria Sousa Lopes
Joaquim Manuel Oliveira Pereira
Maria Cristina Gameiro Nogueira
Maria da Graça Silva Pinho Fernandes
Maria José Santos Pereira Silva
Maria Teresa Carvalho Brites
Ir. Raúla Margarida Neves Abreu
Esta equipa, assim constituída, foi homologada pelo Bispo da Diocese, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, em 21 de Novembro de 1997.
Em relação às nomeações episcopais, em carta dirigida ao clero da Diocese, com data de 1 de Dezembro de 1997, o Bispo da Diocese declara o seguinte: As nomeações episcopais serão, de futuro, por períodos de 6 anos, e devem assim ser entendidas as que até ao presente foram feitas para um quinquénio.
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REGULAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE BENS
DA IGREJA NA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA
JQ ADITAMENTO
Considerando que o "Regulamento da Administração de Bens da Igreja na Diocese de Leiria-Fátima", promulgado em 1 de Dezembro de 1993 e que entra em vigor em 1 de Janeiro de 1998, encerra algumas lacunas e suscita algumas dúvidas, havemos por bem, tendo ouvido a Comissão que consta do artº 90 do R.A.B.I., estabelecer quanto segue:
1 - O suplemento previsto no artº 72º é da responsabilidade da entidade (ou entidades) ao serviço da qual (das quais) o sacerdote se encontra, e deve ser concedido conforme os termos de remuneração fixada nos artºs 73º e 75º.
2. - O telefone e o fax são instrumentos necessários às actividades pastorais, e por isso pertence às entidades referidas no artº 76º assumir as despesas do aluguer e do seu uso, responsabilizando-se o sacerdote pelo pagamento das despesas no uso estritamente pessoal.
3 - O contributo de 2% previsto no artº 88º é da responsabilidade do Fundo Paroquial e passa a ser apenas de 1% sobre as receitas ordinárias.
4 - As igrejas não paroquiais (centros de culto público), no teor do parágrafo 2º do art 61º do Regulamento devem entregar para o Fundo Paroquial um contributo entre 2% e 5% das suas receitas ordinárias.
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REGULAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE BENS
5 - Compete ao Fundo Paroquial remunerar os serviços pastorais prestados pelo clero não paroquial ou outros, tendo presente que o uso de transporte pessoal é contabilizado na base das tabelas em curso.
6 - O vencimento mensal a conceder à empregada doméstica a tempo inteiro é o que a Lei Laboral Portuguesa determinar.
7 - O Fundo Paroquial pagará 4/5 do vencimento (incluindo os 21% para a Segurança Social) da empregada doméstica do Pároco, dado que também ela está ao serviço da Comunidade Paroquial, ou atribuirá ao Pároco um suplemento correspondente.
8 - Os livros de contas são apresentados no Economato Diocesano
Leiria, 1 de Dezembro de 1997.
t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA
Bispo de Leiria-Fátima
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COMUNICADO DO CONSELHO PRESBITERAL
No dia 20 de Outubro, reuniu-se o Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fátima, no Seminário Diocesano.
O Bispo da Diocese abriu os trabalhos com uma referência à segunda etapa do Sínodo Diocesano, que está cm curso. Estão a ser distribuídos os novos guiões que orientarão os trabalhos de estudo e reflexão nos grupos.
Foram apresentados alguns assuntos que mereceram uma breve reflexão:
- As últimas mudanças de padres realizadas na diocese;
- As áreas de estudo dos padres que a diocese envia pa-ra se especializarem no estrangeiro;
- A implantação do Regulamento da Administração dos Bens da Igreja, que vigorará em toda a diocese a partir de 1998. O Conselho sugeriu que o Bispo Diocesano publicasse uma nota sobre o tema.
Os trabalhos incidiram principalmente sobre dois dos temas agendados:
- A relação entre o Presbitério e o Seminário, o último ponto dum documento de trabalho apresentado pela Equipa Formadora do Seminário, intitulado "Alguns pontos de reflexão para o debate sobre o Seminario Diocesano". A este propósito, afirmou-se a necessidade de o Seminário estabelecer frequentes contactos com os padres e de os párocos acolherem com amizade os seminaristas das suas paróquias ou aqueles que recebem no âmbito das actividades pastorais aos fins de semana.
A respeito dos alunos que terminaram os estudos de Teologia e fazem um estágio pastoral antes da ordenação sacer-
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COMUNICADO DO CONSELHO PRESBITERAL
dotal, sugeriu-se que a Equipa Formadora do Seminário promova encontros com os párocos para os informar acerca da finalidade deste estágio e do modo como deve decorrer.
- Analisou-se também o documento apresentado pelo presidente da Comissão Diocesana das Comunicações Sociais, sobre a comunicação social da Igreja.
Ficaram agendadas as reuniões do próximo ano de 1998: 16 de Fevereiro, 18 de Maio e 19 de Outubro.
Este ano de 1998, o segundo do triénio de preparação para o jubileu do ano 2000, é «dedicado de modo particular ao Espírito Santo e à sua presença santificadora no seio da Comunidade dos discípulos de Cristo" (TMA 44). Em ordem a possibilitar uma vivência mais intensa deste ano, na perspectiva apontada pelo Papa, muitos têm sido os subsídios pastorais e catequéticos publicados. Também a Comissão Litúrgica da Comissão Central do Grande Jubileu do Ano 2000, em Dezembro de 1997, publicou um volume de subsídios litúrgicos, com o título "Vinde, Espírito Santo".
O volume articula-se em quatro partes. Na primeira faz-se uma síntese doutrinal da presença e acção do Espírito Santo na liturgia da Igreja.
A segunda parte apresenta um itinerário através do ano litúrgico, com formulários diversos para os vários tempos litúrgicos. Aí se acentuam as referências ao Espírito Santo, à virtude da esperança, ao sacramento da Confirmação e à Virgem Maria.
A terceira parte propôe uma série de textos e formulários para a oração universal. Sugerem-se orações conclusivas para os Domingos do Advento, Quaresma, Páscoa e Tempo Comum, e formulários completos para o Tempo Pascal e para os dias que vão da Ascensão ao Pentecostes, bem como para algumas solenidades e celebrações da Confirmação.
A quarta parte recolhe indicações e textos para diversas celebrações, encontros de oração e preces diversas.
Estes subsídios litúrgicos poderão revelar-se de grande importância para a vivência deste ano dedicado ao Espírito Santo.
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VIDA ECLESIAL Serra de S. António festeja bodas de diamante
Criada em 19 de Agosto de 1922 pelo Bispo D. José Alves Correia da Silva, a paróquia da Serra de Santo António, da vigararia de Porto de Mós, festejou com solenidade os 75 anos da sua existência.
Às 9 horas do dia de aniversário, tocaram festivamente todos os sinos da igreja matriz e foram lançados 75 foguetes de canhão. Às 15 horas celebrou-se uma missa solene presidida pelo Vigário Geral, Monsenhor Henrique Fernandes da Fonseca. De realçar a grande colaboração dos jovens e do grupo coral.
Já no salão paroquial, realizou-se uma sessão solene onde se falou sobre a freguesia e as suas origens.
A festa terminou com um beberete oferecido a toda a assistência pelas senhoras da paróquia.
Inauguração da igreja do Vale da Pedra
No dia 2 1 de Setembro, domingo, inaugurou-se a nova igreja (remodelada e aumentada) do lugar do Vale da Pedra, paróquia do Souto da Carpalhosa.
Do programa constou a presença do Sr. Bispo que presidiu à celebração da missa e descerrou uma lápide alusiva ao acontecimento.
No final, todos os presentes conviveram ao som de vários ranchos folclóricos da região.
Bodas de prata do Pe. Fernando Ferreira
No dia 15 de Agosto, a paróquia de Amor comemorou a passagem do 25º aniversário da ordenação sacerdotal do seu pároco, Padre Fernando Ferreira, natural de Carvide.
Depois da Santa Missa, seguiu-se um almoço partilhado no salão paroquial, onde algumas pessoas usaram a pa-
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VIDA ECLESIAL
lavra para realçar o valor sacerdotal e humano do homenageado, no seu agir apostólico.
Pe. Abílio recebido festivamente nos Milagres
"Deus não é um passatempo de fim de semana!". Esta frase, tirada da homilia proferida pelo Pe. Abílio Lisboa, pode dizer-se que marcou a celebração da sua Missa Nova e expressou nitidamente o espírito com que este novo sacerdote encara o dom que Deus lhe quis dar.
A celebração da Missa Nova do neo--sacerdote realizou-se no dia 7 de Setembro, no Santuário do Senhor Jesus dos Milagres, paróquia de onde é natural.
No final da celebração, o Pe. Abílio recebeu cumprimentos das centenas de pessoas presentes e inaugurou a abundante merenda para a qual todos foram convidados.
Missa nova do Pe. Francisco José
No dia 14 de Setembro, porque era dia de festa para toda a comunidade, a igreja, as ruas e o recinto da colectividade do Casal Novo, paróquia de Amor, estavam ornamentados, porque se ia assistir a um grande acontecimento na vida de toda a paróquia. O neo--sacerdote, Pe. Francisco José, ia celebrar a sua missa nova na paróquia natal.
Na homilia que proferiu deixou várias mensagens entre as quais que "sou sacerdote para servir".
A seguir à missa recebeu cumprimentos de todos os presentes e convidou-os a deslocarem-se ao Casal Novo, onde lhes foi servido um farto copo de água.
Abertura da Escola Teológica de Leigos
"Festas e o Culto ao Espírito Santo" foi o tema da conferência de abertura do novo ano lectivo na Escola de Forma-
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VIDA ECLESIAL
ção Teológica de Leigos. A sessão realizou-se na aula magna do seminário diocesano, no dia 1 de Outubro. O conferencista foi o Dr. Luciano Coelho Cristino.
Para o presente ano, a Escola apresentou três propostas: o curso geral de formação teológica, a formação musical-litúrgica e, a novidade deste ano, as formações especiais destinadas aos membros de conselhos pastorais e das comissões paroquiais.
Escuteiros de Leiria em congresso
Passados 75 anos da sua implantação em Portugal, o Corpo Nacional de Escutas, a fim de celebrara a efeméride, encontra-se em congresso. A par deste, nacional, Leiria também quis fazer o seu.
Nos dias 21 e 22 de setembro, os agrupamentos de escuteiros da região, juntaram-se para conversar acerca da sua situação actual, por forma a encontrarem pistas que visem uma adaptação das metodologias às necessidades dos jovens de hoje. Lema: "Uma leitura para o presente . . . uma id�ia para o futuro".
O programa do congresso teve como ponto alto a festa realizada na noite de sábado, dia 20. Uma festa que contou com a participação de vários agrupamentos da diocese que, para além do convívio, serviu para a divulgação do seu historial e momento presente.
O Grande Órgão é inaugurado
Com a presença do próprio Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, a Igreja diocesana viveu no dia 4 de Outubro um dia importante. Numa cerimónia solene, a Sé encheu-se de gente para assistir à bênção do grande órgão.
Após a bênção pelo Bispo da Diocese, D. Serafim, os presentes tiveram a oportunidade de ouvir o primeiro concerto
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VIDA ECLESIAL
executado no instrumento. Franz Stoiber, um dos maiores músicos de órgãos de tubos da actualidade, iniciou o seu repertório em grande com a indispensável "tocata e fuga em ré menor" de Bach.
D. Serafim, manifestou-se contente pela inauguração, mais ainda por acontecer no âmbito das comemorações dos 450 anos da diocese e dos 80 anos da sua restauração.
Mensagens do Papa:
- Dia Mundial do Doente (11 de Fevereiro): o próximo Dia Mundial do Doente vai ser celebrado no Santuário de Loreto. Foi o próprio Papa João Paulo II que o anunciou, numa mensagem dirigida aos fiéis do mundo inteiro, em que refere que "o lugar escolhido, recordando o momento em que o Verbo Se fez carne no seio da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, exorta a fixar o olhar no mistério da Encarnação". Embora se diri
ja a todos, o Papa não deixa de falar especificamente para as comunidades eclesiais, os doentes e os operadores no campo da saúde e da pastoral.
- Quaresma de 1998: o tema proposto para este tempo forte é retirado do Evangelho de S. Mateus - 'Vinde, benditos de Meu Pai, porque era pobre, marginalizado, e Me acolhestes" (cf Mt 25, 34-36). O Papa apela à reflexão sobre o problema da pobreza e sobre as implicações que tem para cada cristão.
- Dia Mundial de Oração pelas Vocações (3 de Maio): o tema escolhido para este ano vai ao encontro do tema proposto pelo Papa para este segundo ano do triénio de preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000: "O Espírito e a Esposa dizem: vem!" (Ap. 22, 17). Diz o Papa na mensagem: "neste ano, queremos nos dirigir com muita confiança ao Espírito Santo, para que conceda à Igreja de hoje e de amanhã o dom de numerosas vocações".
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
SECRETARIADO DIOCESANO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Introdução
Como serviço diocesano, este Secretariado vem insistindo na necessidade de todas as paróquias fazerem anualmente a avaliação e planificação da catequese, para que se possa, cada vez mais, contribuir para a renovação pessoal, comunitária e das estruturas, numa fidelidade permanente a Deus e a cada pessoa na sua situação concrecta.
Por isso, vimos elaborando anualmente o respectivo relatório, que nos ajudará a trabalhar e melhorar o serviço neste sector prioritário na Igreja, como Ela própria vem afirmando desde o Concílio Vaticano II.
Cada vez mais sentimos a necessidade urgente de se investir na Catequese para adultos. Por isso, seria bom que as Comunidades Cristãs ao investir na catequese, não pensassem apenas nas crianças, mas que se abrissem e caminhassem para uma catequese para todas as fases etárias, como nos lembra João Paulo II em C.T., n2 45: "ninguém na Igreja de Jesus Cristo deveria sentir-se dispensado de receber catequese" pois vivemos num tempo difícil para a fé, que exige uma formação mais sólida e mais cuidada. (C.T. n2 56 e 57).
Tem havido um certo esforço de ajuda aos pais das crianças. Temos consciência de que sem este trabalho, de facto, a catequese não poderá atingir os seus objectivos. Sabemos que é um trabalho árduo, lento e exigente. Exige perseverança, constância, sem desânimos, confiantes de que a obra
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
não é nossa, mas sim d'Aquele que nos chama a colaborar activamente com Ele, na Obra de salvação, não esquecendo a Sua promessa: "Eu estarei sempre convosco . . . ".
A nossa diocese está em caminhada sinodal. Esta caminhada é um convite urgente a uma renovação interior, pessoal. Aceitar este desafio é assumir conscientemente caminhar na esperança acreditando que a catequese só se renovará se nos renovarmos, contribuindo assim para a renovação da nossa Igreja.
1. Prioridades
Tendo em conta os objectivos deste Serviço Diocesano, as prioridades do Secretariado, como nos anos anteriores, situam-se nas seguintes vertentes da Educação Cristã:
1 . 1 - Promover a formação de Catequistas, principalmente com o Curso de Iniciação Catequística, a Escola de Catequistas, Retiros e outras Acções pontuais.
1.2 - Apoiar os Catequistas de Adolescentes.
1.3 - Incentivar o trabalho de colaboração, em complementaridade, com os pais das crianças e adolescentes.
2. Acções realizadas ao longo do ano 1996-1997
2 . 1 - XXVII Encontro Diocesano de Catequistas, no dia 29 de Setembro com a participação de cerca de 500 catequistas. O Tema do Encontro foi: "Ser Catequista numa Igreja em renovação".
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
A dinâmica deste Encontro foi preparada nas paróquias pelos catequistas, a partir dum guião de estudo elaborado pelo Secretariado e enviado em Junho a todas as paróquias. Apareceram trabalhos muito bons que foram ainda mais enriquecidos com a reflexão feita pela Irmã Maria Isolinda, aproveitando todo o trabalho feito para ajudar a caminhar, apelando para a formação permanente se queremos renovar a catequese e, consequentemente a Igreja.
2.2 - Escola Diocesana de Catequistas que, de Outubro a Maio, teve a frequência média de 150 catequistas vindos de 37 paróquias das 73 de toda a Diocese. O Tema estudado e reflectido ao longo do ano foi sobre Jesus Cristo. Ajudaram nesta reflexão, com muita profundidade, os Padres Carlos Cabecinhas e António Paulo Madureira.
2.3 - Formação para Catequistas de Adolescentes. Este Secretariado Diocesano em conjunto com o Secre
tariado Diocesano da Pastoral Juvenil, promoveu um encontro de formação para Catequistas de Adolescentes nos dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro. Animou este encontro de Formação uma Equipa de Aveiro.
2.4 - Cursos de Iniciação Catequística Realizaram-se 8 Cursos tendo participado cerca de 200
catequistas abrangendo as paróquia de Reguengo do Fetal, Milagres, Regueira de Pontes, Pataias, Amor, Leiria, Parceiros, Marinha Grande, Maceira e Minde.
2.5 - Realizou-se um Retiro Diocesano para Catequistas, de 28 de Fevereiro a 3 de Março com 54 participantes que foi orientado pelo Rev.do Padre Aníbal Castelhano.
2.6 - De 8 a 11 de Fevereiro realizou-se o XXV Encontro Interdiocesano, promovido pelas dioceses do Centro: Lei-
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
ria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Santarém e Setúbal. O tema desenvolvido foi: Jesus Cristo, Salvador e Evangelizador.
3. Avaliação
3.1 - Embora achando útil toda a formação que foi dada aos catequistas, nas várias vertentes, continuamos a sentir cada vez mais a falta de pessoas com capacidade e disponibilidade para dar esta formação.
3.2 - Verifica-se que já há paróquias que apostaram seriamente nos catecismos porque se têm preocupado com a formação dos seus catequistas. Na medida em que forem as comunidades a assumir a catequese renovada teremos também comunidades renovadas.
3.3 - A formação dos catequistas e a própria organização da catequese deveriam ser mais assumidas pelas paróquias e vigararias. Algumas parecem não vislumbrar grandes horizontes.
3.4 - Verifica-se que é urgente chamar pessoalmente os catequistas, com critérios de escolha. Que não se convide ninguém apenas para fechar um buraco em aberto, sem consciência da missão que vai desempenhar na Igreja. Isto será matar a eficácia da catequese, embora se tenha consciência de que a obra é do Espírito, sabemos que é preciso ser bom instrumento nas Suas mãos.
3.5 - A opção preferencial pelos adolescentes continua a ser urgente, até porque a maior dificuldade reside na falta de Catequistas minimamente preparados para esta fase etária.
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
3.6 - Constata-se que há divergências, de paróquia para paróquia, quer na pedagogia catequética utilizada, quer nos conteúdos a transmitir, quer ainda na idade da recepção dos sacramentos, particularmente o Crisma.
3. 7 - Ainda permanece uma certa identificação do ensino da doutrina cristã, que as vezes se prioriza nalgumas paróquias, e a catequese que faz caminhada com os catequizandos, pega na vida e dá-lhe um sentido profundo à luz da Palavra de Deus.
4. Esperanças
Embora continuem a aparecer algumas nuvens nesta diocese de Leiria-Fátima, no que diz respeito à catequese, agora apontamos só as esperanças: entre elas enumeramos algumas:
4 .1 - A Igreja já ouve mais os educadores e tem para eles uma palavra de esperança.
4.2 - Há já muitos catequistas que sentem a necessidade urgente de se prepararem bem para a missão, quer preparando convenientemente as catequeses semanais quer participando em encontros, cursos de formação, Escola de Catequistas, Escola Teológica, Retiros . . .
4.3 - Vai-se notando um grande esforço em caminhar com os adolescentes.
4.4 - Há tentativas de renovação da catequese.
4.5 - Cada vez mais se está a apostar num trabalho sério com as famílias dos catequizandos.
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
4.6 - São muitos os párocos que se preocupam e interessam pela catequese bem feita e pela formação dos seus catequistas.
5. Desafios
As esperanças levam-nos à audácia de nos deixarmos desafiar. Sentimos, por isso, que é urgente:
5.1 - Descobrir o modelo de Catequista nas comunidades Cristãs: Catequistas que buscam a identidade cristã, que acreditam, que se comprometem, que estudam e celebram a fé na comunidade e ainda que, em dinamismo de vida, fazem caminhada com os catequizandos.
5.2 - Fazer cada vez mais e melhor, a ligação entre a catequese, família e comunidade paroquial de forma que a catequese não se torne "propriedade" apenas de alguns, mas que seja fruto do esforço de todos.
5.3 - Provocar o diálogo frequente com a família dos catequizandos, particularmente os pais.
5.4 - Continuar, a nível diocesano, a formação específica dos catequistas, por meio dos Cursos de Iniciação e Escola de Catequistas.
5.5 - Ajudar a diocese a apostar seriamente na catequese para todas as idades, com prioridade na catequese dos adultos. Sem esta, a catequese da infância dificilmente de processa com normalidade e eficácia.
5.6 - Aceitar que a catequese não prepara apenas, nem principalmente para os sacramentos, mas contribui para a
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maturação da fé, prepara para a vida, que se há-de testemunhar na comunidade cristã.
5. 7 - Promover reuniões de formação para os catequistas, pelo menos ao ritmo mensal. Elas devem ser o oxigénio para a caminhada dos mesmos catequistas.
5.8 - Apostar com todo o empenho nos dez anos de catequese, como caminhada catecumenal, antes da juventude.
O Secretariado Diocesano
SECRETARIADO DIOCESANO DO ENSINO DA IGREJA NAS ESCOLAS (2º e 3º Ciclos e Secundário)
Introdução
O Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas da Diocese de Leiria-Fátima continua a acompanhar os professores de Educacão Moral e Religiosa Católica no seu trabalho junto dos alunos e da escola, para que a respectiva disciplina seja um espaço de formação humana e cristã, abrindo ao Transcendente e provocando o diálogo sereno entre a Fé e a Ciência. Será assim uma accão eclesial, pois os mesmos professores estão nas suas escolas em nome da Igreja e desta devem ser mensageiros qualificados.
1. Objectivos
Segundo o decreto da criação deste Serviço Diocesano, são seus objectivos:
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1 . 1 - Promover uma adequada e permanente formação dos professores de Educação Moral e Religiosa Católica.
1.2 - Ajudar os mesmos professores a serem uma presença viva da Igreja, pois o verdadeiro rosto de Jesus Cristo deve transparecer em todos os seus comportamentos, tanto na escola como fora dela, de modo que aula se torne credível e seja desejada pelos alunos e pais, e ainda por todos os que trabalham na escola.
1.3 - Criar espaços de partilha e diálogo, para que mais facilmente se consiga que os alunos descubram a Igreja, como comunidade de fé viva, comunidade de salvação, na comunhão com Deus e com os homens e optem por Ela.
1.4 - Acolher e favorecer as iniciativas dos professores.
1.5 - Como Órgão executivo do Bispo diocesano, realizar as necessárias acções burocráticas na relação entre a escola e o mesmo Bispo.
2. Critérios pastorais para a colocação dos Professores de Educação Moral e Religiosa Católica
Em 12 de Dezembro de 1993, o Bispo desta diocese de Leiria-Fátima, aprovou as seguintes Normas Pastorais:
2. 1 - A Igreja deseja que os professores de Educação Moral e Religiosa Católica sejam sua presença em todo o "espaço escola", não apenas junto dos alunos, mas também junto dos outros professores e de toda a comunidade escolar, em constante corresponsabilidade, se esquecer a família dos alunos e as associações de pais.
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
2.2 - O Bispo de diocese é sempre o garante do professor (Decreto-Lei 407/89, Art2 9) e o responsável pela sua colocação em determinada escola, seja ou não por concurso.
Através dos Serviços competentes julgará cada caso de per si e tudo executará através dos mesmos, neste caso o Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas desta Diocese de Leiria-Fátima, seu órgão executivo.
2.3 - Na análise da proposta de cada professor, o Bispo da Diocese terá em conta os seguintes factos e índices:
2.3. 1 - O trabalho desenvolvido nas escolas onde leccio-nou.
2.3.2 - O testemunho de vida cristã na família, na Igreja e na sociedade.
2.3.3 - O compromisso pastoral na diocese, na escola e na comunidade paroquial.
2.3.4 - As aptidões naturais e a vocação para o trabalho com adolescentes ou jovens, com os colegas professores de outras áreas e com os Responsáveis da Educação.
2.3.5 - A frequência às "reciclagens" ou encontros de formação, propostos pelos Serviços competentes.
2.3.6 - A habilitação própria específica e o tempo de ser-viço.
3. Escolas do ensino público - alunos ,
No Ano Lectivo 1996/1997 dos 18.785 alunos, que frequentam as diversas escolas do Ensino Público, da área geo-
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gráfica da diocese de Leiria-Fátima, inscreveram-se na aula de Educação Moral e Religiosa Católica 7.625 alunos, do 5º ao 12º ano, que dá uma percentagem de 40,6%.
Estiveram assim distribuídos pelos diversos anos:
52 Ano 2.060 = 88% 6º Ano 1.841 = 76% 72 Ano 1.554 = 57,4% 8º Ano 1.059 = 41,5% 9º Ano 744 = 29,7%
10º Ano 269 = 10% 11º Ano 65 = 3,45 12º Ano 33 = 2%
4. Escolas particulares e colégios católicos
Nas Escolas Particulares e Colégios Católicos, matricularam-se 6.955 alunos, dos quais 6.045 increveram-se na disciplina de Educacão Moral e Religiosa Católica, que equivale a 87%.
5. Escolas públicas e particulares
Funcionam na área da Diocese de Leiria-Fátima 35 Escolas assim distribuídas:
Escolas do E .B. 1 º, 2º e 3º Ciclos . . . . . . . . . . . . 2 Escolas do E.B. 2º Ciclo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Escolas do E.B. 2º e 3º Ciclos . . . . . . . . . . . . . . 13 Escolas Secundárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Escolas Particulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
6. Professores
Leccionam na diocese de Leiria-Fátima trinta e nove (39) professores de Educacão Moral e Religiosa Católica, não incluindo os dos Colégios Católicos sendo:
Professores do quadro, de nomeação efectiva . . . . . . . . 12
Com habilitação própria, profissionalizados, mas não no quadro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Com habilitação própria, não profissionalizados . . . . . 7
Com habilitação Suficiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
De referir que, do total de professores, 7 são sacerdotes, 1 religiosa e 3 1 são leigos. Destes são 20 homens e 19 mulheres.
7. Acções de formação
Ao longo deste ano o Secretariado promoveu uma accão de formação permanente, para todos os professores. Decorreu no Seminário Diocesano de Leiria nos dias 12 e 13 de Novell)bro de 1996, versou o tema "Os Média na Educação" e foi orientado pelo Dr. Carlos Liz.
8. Formação e informação ao público
Referimos ainda todo o trabalho de informação aos alunos, encarregados de educação, escolas e paróquias, antes do termo das aulas. Para este efeito, foi enviado, a todas as paróquias e a cada professor, um cartaz elaborado pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã para sensibilização das comunidades paroquiais e escolar.
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
9. Esperanças e desafios
9.1 - Tendo em conta que os adolescentes e jovens buscam espaços de amizade, de diálogo franco e amigo, esta aula deverá ir ao encontro dos seus anseios.
9.2 - Sabendo que a cultura adquirida precisa de ser iluminada pela Verdade em espírito crítico e criativo, ao encontro do Transcendente, os professores de EMRC são desafiados a serem verdadeiros educadores, tendo em conta a formação global da pessoa humana.
9.3 - Partindo da certeza de que muitos alunos têm bastante esperança na Igreja, esta é desafiada a priorizar a qualidade, quer no que diz respeito aos professores, quer no que diz respeito aos conteúdos, quer ainda à pedagogia a utilizar.
O Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas
SECRETARIADO DIOCESANO DA PASTORAL DAS VOCAÇÕES
I - Objectivos propostos
12 - Inserir na dinâmica da Pastoral Diocesana a dimensão vocacional.
22 - Organizar a pastoral vocacional nas vigararias.
32 - Sensibilizar adolescentes e jovens para a descoberta da vocação.
' 42 - Formar animadores vocacionais.
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
II - Actividades realizadas
- Uma semana vocacional na paróquia de Colmeias.
- Um encontro vocacional para adolescentes nas paró-quias de: Arrabal, Aljubarrota, Matas, Freixanda, Pousos e Milagres.
- Uma Festa de Natal, uma caminhada e um acantonamento para adolescentes.
- Um encontro vocacional para jovens nas Vigararias de: Leiria, Porto de Mós e Milagres.
- Uma assembleia Diocesana de Animadores Vocacionais Paroquiais.
- Realização da Semana dos Seminários e da Semana de Oração pelas Vocações.
- Participação no Curso de Formação para animadores Vocacionais Paroquiais em Fátima.
- Sete encontros de Oração jovem "Shemá" em colaboração com a Pastoral Juvenil.
- Elaboração de 3 números do Jornal "SIM" e de guiões de vigílias de oração.
- Encontros de preparação imediata para o crisma nas paróquias de: Gondemaria, Calvaria, Maceira e Parceiros.
- Uma vigília e oração pelas vocações na paróquia de Calvaria para a Vigararia de Batalha; no Seminário Diocesano para a Vigararia de Leiria; na Capela do Seminário Monfortino para a Vigararia de Fátima e Institutos Religiosos.
- Reza do Terço na Capelinha das Aparições com intenção vocacional.
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RELATÓRIOS DE ACTIVIDADES DE 1996/1997
- Um encontro para Animadores Vocacionais e catequistas no centro paroquial da Batalha para a Vigararia da Batalha.
- Uma semana de sensibilização vocacional no Centro de Estudos de Fátima.
- Nove encontros do Secretariado para programar, executar e avaliar as actividades.
III - A Pastoral Vocacional na Diocese
O Secretariado, para melhor realizar a sua acção, precisa de todos, sacerdotes, religiosos, leigos, animadores vocacionais, famílias, jovens e adolescentes. Será nesta comunhão pastoral que as comunidades poderão despertar para as vocações sacerdotais e para as vocações de especial consagração. Neste sentido, a composição de equipa do Secretariado abarca todas as vocações para dar testemunho abrangente das vocações na Igreja.
Todas as acções realizadas obedeceram a um projecto elaborado previamente, tendo em consideração o plano diocesano em vigor, a continuidade da acção pastoral e a necessidade de abrir para novas perspectivas de pastoral vocacional. É nossa intenção passar duma acção pastoral fragmentária e dispersa, caindo por vezes nalgum activismo, para uma acção programada, tendo em consideração o projecto do Secretariado e as solicitações pastorais das comunidades cristãs.
Todas as actividades realizadas tinham um grande objectivo: - sensibilizar a diocese para o permanente estado de vocação da acção pastoral. Em múltiplas situações, os párocos e animadores vocacionais sentem essa urgência, noutras,
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é ainda necessário um trabalho de motivação vocacional para que as comunidades cristãs despertem para uma pastoral que seja verdadeiramente vocacional.
A diocese vai, progressivamente, tomando consciência da necessidade de efectuar um salto de qualidade na pastoral vocacional. De facto, a pastoral das vocações não pode ser vista como tarefa de alguns, como se fossem delegados de alguém, mas compreendida como um objectivo fundamental das comunidades cristãs. No Seminário são cultivados os gérmens vocacionais. Todos devem sentir-se comprometidos na pastoral vocacional.
De todas as actividades realizadas pelo Secretariado merecem particular destaque as seguintes acções: - sensibilização vocacional junto dos adolescentes, numa colaboração estreita entre pastoral vocacional e pastoral catequética, po-· dendo desta forma construir-se uma ponte entre o Secretariado e o Pré-seminário para um acompanhamento vocacional; - dinamização da Semana de Oração pelas Vocações, e pela primeira vez aproveitamos o Tempo Litúrgico da Páscoa como um Tempo favorável para a sensibilização vocacional das comunidades, sobressaindo, desta forma, o Tempo Pascal como Tempo Vocacional; - formação de animadores vocacionais paroquiais sendo de notar, devido à solicitude pastoral do pároco, um maior empenhamento dos animadores nas várias acções de índole vocacional realizadas nas paróquias ao longo do ano.
Os encontros de oração parajovens decorreram da melhor forma. Atendendo aos condicionalismos, infelizmente pouco compreendidos por alguns, tomámos a decisão de, em colaboração com a Pastoral Juvenil, decentralizar o encontro de oração "shemá" e propor a sua realização nas vigararias. Este desafio foi bem acolhido pelas equipas vicariais
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e, hoje, o encontro de oração jovem é uma realidade na diocese. Mensalmente centenas de jovens encontram-se para rezar. Estamos em crer que esta é uma boa forma de evangelizar os jovens e de despertar vocacional, já que ajuda o jovem a olhar para o alto abrindo-se, desta forma, ao chamamento de Deus.
IV - Olhar o futuro ...
Vamos continuar com a acção pastoral já iniciada. Estamos conscientes de que as vocações não são fruto de geração espontânea, mas o resultado da abundância dos dons de Deus e do testemunho e esforço pastoral. Neste sentido, vamos continuar a dinamizar as Comunidades Cristãs, acompanhar adolescentes e jovens na descoberta da sua vocação, continuar a formar animadores vocacionais paroquiais e aproveitar a acção sinodal da diocese para que a pastoral vocacional seja entendida como um dos objectivos fundamentais de toda a comunidade cristã.
O Director do Secretariado
Pe. António Paulo da Costa Madureira
CÁRITAS DIOCESANA DE LEIRIA
Introdução
A Cáritas Diocesana de Leiria sente-se depositária de um capital grande de esperança não só da Igreja como também da parte de muitas pessoas ou instituições que, de uma
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ou de outra forma, lhe testemunham o seu apoio, ou contam com ela em situações de maior dificuldade.
Tentamos persistentemente não defraudar estas legítimas expectativas e não iludir a confiança dos que esperam da Cáritas, como instrumento da acção social organizada da Diocese de Leiria-Fátima, algum suplemento de remédio para os seus males.
Experimentamos, porém, a permanente tensão entre a realidade condicionada que somos e as necessidades novas, em extensão e profundidade, a que gostaríamos de poder corresponder. Uma inquietação que tomamos como postura saudável de recusa à instalação acomodada e que se abre à criatividade, inovação e descoberta de formas novas de presença e de resposta.
Ainda que nos preocupem mais as omissões do que nos alegram as realizações, pensamos ser legítimo reconhecer também, nas páginas que se seguem, algum valor à acção realizada. Trata-se de um trabalho cujo mérito se deve a quantos nos apoiaram continuamente ou, das mais diversas formas, nos transmitiram a sua compreensão e estímulo revigoradores.
No relatório anual que a seguir se apresenta, a Cáritas a todos tem presente, testemunhando o mais vivo apreço e reconhecimento por tão meritórias colaborações.
I - Organização interna
Tradicionalmente muito escasso o número de colaboradores remunerados da Cáritas, o seu número ficou reduzido apenas a duas unidades desde o final de 1994. Entendemos desnecessário referir as dificuldades então experimentadas
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e agravadas nos primeiros meses de 1996 com a doença da responsável da casa do Pedrógão. Nessa ocasião difícil, foi o vigor e a dedicação do voluntariado da Cáritas que, em congregação de esforços, ultrapassaram debilidades estruturais, permitindo que a casa continuasse sempre disponível e não fossem afectadas as actividades mais importantes da instituição.
A afectação à Cáritas, a tempo parcial, do teólogo Paulo Adriano Jorge dos Santos, desde o mês de Julho, atenuou as dificuldades, não apenas quanto à organização das colónias de férias, como também por abrir novas possibilidades de trabalho com as paróquias ao nível da formação/reanimação de grupos de acção social locais, além do necessário e valioso apoio noutras áreas de actividade.
Ao nível administrativo, a empregada D. Maria do Carmo garantiu o regular tratamento das operações de contabilidade e expediente, fez o atendimento de quantos se dirigem à Cáritas e colaborou dedicadamente em todas as situações que requeriam o seu apoio.
II - Acção social e pastoral
1. Serviço de atendimento
Apesar de vir privilegiando o relacionamento com os grupos locais de apoio, e encaminhar para eles os carentes de auxílio que a demandam directamente, a Cáritas sempre teve a preocupação de a todos atender com a máxima solicitude e de prestar de imediato o apoio possível em cada circunstância.
Foram recebidas e atendidas 153 pessoas.
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2. Serviço de roupeiro
Registou desusada procura no ano em apreço, tendo sido distribuídas a Conferências de S. Vicente de Paulo, outros grupos e particulares, mais de 2.280 peças.
O tratamento, selecção e arrumação da roupa usada entregue à Cáritas, foi garantido regularmente por um grupo de colaboradoras em regime de voluntariado.
3. Outros serviços
A Cáritas pôs ao serviço de doentes carenciados:
2 cadeiras de rodas;
6 camas articuladas para doentes acamados.
Prestou ajudas diversas a grupos locais para acções de apoio nas respectivas comunidades, que totalizaram 330 contos.
4. Ajuda alimentar
4.1 . Programa comunitário
Foram movimentados cerca de 41.016 quilogramas de géneros de primeira necessidade, tendo todas as operações de carga, descarga, armazenamento e distribuição, sido efectuadas por colaboradores coluntários da Cáritas.
Desejamos na presente ocasião, salientar o inestimável apoio que nos foi prestado para as operações de transporte pelo Ex-Comando do Regimento de Artilharia de Leiria.
Desta acção, feita em estreita colaboração com as Conferências, Párocos e Juntas de Freguesia, beneficiaram 3.485 pessoas.
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4.2. Fundação Artur Barreto
Por conta da Fundação Artur Barreto, a Cáritas distribuiu na área geográfica abrangida, verbas para apoio a ajuda alimentar que somaram 578 contos.
5. Dia Cáritas
Tem já longa tradição o Dia Nacional da Cáritas, celebrado no 311 Domingo da Quaresma, neste ano a 2 de Março.
A celebração de âmbito nacional ocorreu em Santarém, com a participação do Presidente da Direcção da Cáritas de Leiria.
Na semana precedente, a Cáritas divulgou as principais actividades que tem vindo a relizar e difundiu através da comunicação social mensagens de apelo à solidariedade e partilha.
Teve lugar, na mesma ocasião, o peditório público para as actividades da Cáritas nos maiores centros urbanos: Leiria, Marinha Grande, Vieira de Leiria, Pataias, Aljubarrota, Maceira, Batalha, Porto de Mós, Mira de Aire, Minde, Ourém e Fátima. O montante apurado nessas localidades foi de 2.028.5 16$00.
6. Formação
6.1. de âmbito global
Em cumprimento do plano de acção previamente definido, realizou-se na casa do Pedrógão, em 10 de Novembro, um encontro de formação para a acção sócio-caritativa. Aberto a
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todos os grupos, contou com a activa participação de 160 pessoas, de todos os pontos da diocese e foi orientada pelo Dr. Acácio Catarina, Presidente da Cáritas Portuguesa. Versando a temática da "Pastoral e Atendimento", constituiu uma jornada de formação sobre aspectos muito práticos do atendimento a praticar pelos grupos de acção social nas respectivas comunidades.
6.2. de âmbito local
Na linha de actuação preconizada pela Cáritas Portuguesa, deu-se início a um ciclo de formação junto das comunidades locais. Assim, e para as paróquias de Pedreiras, Calvaria, Juncal e Aljubarrota, tiveram lugar, nas Pedreiras, duas sessões de formação para a acção social, nos dias 28 e 29 de Fevereiro sob a orientação do Dr. Carlos Neves, da Cáritas de Coimbra, e que contou com cerca de 40 participantes.
Também para as paróquias da Ortigosa, Souto da Carpalhosa e Carreira realizaram-se, na Ortigosa, dois encontros nos dias 14 e 15 de Março, com o mesmo orientador, com 20 participantes.
Na Carreira, em 14 de Maio, o Presidente da Direcção e o Assistente Religioso participaram também num encontro tendente à constituição de um grupo de solidariedade naquela freguesia.
7. Relações com outras entidades
A Cáritas participou em todas as Assembleias Gerais da organização e esteve presente em Santarém nas actividades que assinalaram o Dia Nacional da Cáritas.
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Colaborou activamente com o Secretariado Nacional da Acção sócio-caritativa na promoção e divulgação da XIV Semana Social realizada em Fátima em 9-12/09/96.
Prosseguiu a sua colaboração com o mesmo Secretariado relativamente ao inquérito nacional sobre a acção social de matriz cristã, tendo sido recolhidos 87 inquéritos.
III - A casa da praia
É um espaço que, mantido em boas condições de utilização durante todo o ano, constitui em si mesmo um serviço da Cáritas a toda a diocese, justificando que os cuidados de conservação e de funcionamento absorvam uma boa fatia dos recursos da Cáritas.
Em 1996 foi concluído o arranjo do telhado com a colocação de uma subtelha em toda a cobertura daquela casa. Para este fim específico, é-nos muito grato referir, entre outros, os apoios que recebemos do Ministério da Solidariedade e Emprego através da Segurança Social de Leiria, Governo Civil de Leiria, Câmara Municipal de Leiria, Santuário de Fátima e Junta de Freguesia de Coimbra, aos quais a Cáritas manifesta, uma vez mais, público reconhecimento.
Foi na casa do Pedrógão que, em 1996 como, de resto, nos anos precedentes, tiveram lugar as actividades de maior vulto da Cáritas que a seguir se especificam.
1. Colónia de Férias de crianças e adolescentes
Funcionaram 4 turnos de crianças e 1 de adolescentes, num total de 339 participantes. Vieram de 39 paróquias, sendo a seguinte distribuição por concelhos:
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Batalha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Leiria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244
Ourém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Pombal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Porto de Mós. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
77 monitores, jovens de ambos os sexos, em regime de voluntariado, garantiram as funções de acompanhamento e animação, constituindo para todos uma rica experiência de serviço e doação que alegremente testemunharam.
As colónias de férias representaram para a Cáritas um encargo de 1.345 contos.
2. Estada de idosos
Porventura menos conhecidas do que as actividades com crianças, a disponibilização da Casa do Pedrógão para a estadia dos vários grupos de idosos constitui um valioso serviço que motiva apreciação muito positiva dos utilizadores.
É um espaço que favorece a aproximação das pessoas e a construção de laços de solidariedade indispensáveis a uma vida com a qualidade e atenção de que são merecedores.
Os 231 idosos que lá passaram as suas férias provieram dos seguintes concelhos:
Ferreira do Zêzere . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Ourém. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Porto de Mós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Tomar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Pombal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
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3. Outros grupos
Para além dos grupos atrás mencionados, a casa do Pedrógão foi frequentada por mais 1.097 pessoas. Foram principalmente grupos de escuteiros, grupos paroquiais e outros que, em acções formativas de índole social, espiritual e cultural, escolheram aquele local como o mais favorável para as suas actividades.
Publicamos apenas os relatórios dos serviços diocesanos que nos chegaram às mãos, mas haveria muitas outras actividades a registar. Também os diversos movimentos e obras presentes na Diocese promoveram muitas e variadas actividadas, não nos sendo contudo possível publicar os seus relatórios e actividades.
A vida da Igreja diocesana não se limita àquilo que é registado e relatado.
Dois documentos recentes dos Dicastérios Romanos merecem a nossa atenção e reflexão.
O primeiro é a "Instrução sobre os Sínodos Diocesanos" da Congregação dos Bispos e da Congregação da Evangelização dos Povos. Este documento foi publicado na Lumen de Novembro e Dezembro de 1997 (pag. 43-53). O facto da Diocese de Leiria-Fátima se encontrar em caminhada sinodal é convite a aprofundar quer os princípios teológicos dos Sínodos Diocesanos, quer as normas práticas que a eles se referem.
O segundo documento é a "Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes". Este documento é da responsabilidade conjunta de várias Congregações Romanas e foi publicado na edição em Português de L'Osservatore Romano N.0 47, de 22 de Novembro de 1997. Após uma exposição dos princípios teológicos relativos ao sacerdócio comum e ao sacerdócio ministerial, a Instrução apresenta um capítulo de "disposições práticas". Embora o documento não seja inovador, vem relembrar as orientações da Igreja no que se refere à colaboração dos fiéis leigos com os sacerdotes.
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SÃO SIMÃO DE LITÉM - RETALHOS
PARA A SUA HISTÓRIA Não conheço a origem da palavra Litém, nem sequer o
seu significado original. Parece que o vocábulo "luletem", donde proveio Litém, era utilizado nas antigas línguas árabes.
Muito embora se desconheça o seu significado antes de ser utilizado como topónimo (nome de localidade), contudo, no século XII, Litémjá caracterizava três centros populacionais rurais, a nível de freguesia, geograficamente muito próximos: S. Tiago de Litém, S. Simão de Litém e Santa Maria de Litém, posteriormente designado por Santa Maria de Vermoil. Donde se pode inferir que "Litém" queira significar terra fértil, vergel fecundo, mata frondosa.
São Simão na pré-história?
Perde-se na noite das suposições, a data do primitivo povoamento da região. Não chegou ao meu conhecimento qualquer notícia sobre a estância de qualquer objecto lítico, de pedra lascada ou polida, encontrado no seu território. Contudo, meu saudoso pai contava-nos que por ali havia "pedras de raio" ou "coriscos" a quem se prestava culto em dias de trovoada. Sabendo nós que os objectos hierofânicos popularmente designados por esses nomes, eram os machadinhos de pedra polida do período do neolítico (3.000-5.000 antes de Cristo), podemos supor que por ali já existira o homem pré-histórico.
No museu do Seminário de Leiria encontra-se um machado de alvado, de bronze, encontrado no lugar do Brejo, nas proximidades de São Simão de Litém. O seu comprimen-
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S. SIMÃO DE LITÉM
to é de 16 centímetros; a profundidade do alvado 7 centímetros. O gume, ligeiramente encurvado, com 6 centímetros de diâmetro, apresenta desgastes, o que supõe que foi utilizado. Falta-lhe urna das duas argolas e está quase todo revestido de espessa camada "ferrosa", indicativo de que esteve enterrado durante muito tempo. A sua cronologia poder-se-á situar cerca de mil anos antes de Cristo. Este achado não documenta de per si que foram os habitantes do Brejo que o utilizaram. Outros povos poderiam tê-lo trazido para ali. Mas corno há outros documentos antigos encontrados na zona, aos poucos, vamo-nos convencendo da antiguidade dos nossos progenitores.
O Litém no período da romanização
Todos sabemos que o povo romano fundou um dos mais vastos impérios da Antiguidade. Em finais do século III antes de Cristo já ocupavam parte da Península Ibérica e sucessivamente dominaram-na completamente, mantendo domínio sobre ela durante cerca de 600 anos, impondo suas leis, costumes e a sua língua mesmo. Da sua permanência entre nós ficaram muitos e diversificados documentos, alguns deles encontrados ultimamente, nas nossas zonas do Litérn. Refiro-me sobretudo a monumentos funerários, impropriamente também chamados cipos, com inscrições latinas, consagrados aos deuses Manes, as almas dos mortos a quem prestavam culto, não viessem eles incomodar os vivos.
Um desses monumentos funerários encontrei-o junto da capela do Arnal, talvez no ano de 1977. A sua inscrição, em latim, refere-se a dois escravos que foram libertos por alguém, cujo nome se desconhece, porque o campo epigráfico
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S. SIMÃO DE LITÉM
da pedra está muito deteriorado. A esse nosso desconhecido dedicam esse monumento, por testamento. Um desses libertos chamava-se Rustico e do outro, talvez do sexo feminino, desconhece-se o nome completo, pois apenas se conseguem decifrar três grafemas: "tar". A sua possível tradução, em português, será: "Rústico e . . . tar . . . , libertos e herdeiros, por testamento, mandaram fazer" (este monumento).
O cipo é de pedra lioz, rija e de tom rosado, e do primeiro século da era cristã. Em 28 de Dezembro de 1989, em dois semanários de Leiria, publiquei um breve estudo sobre uma inscrição romana de um outro cipo, ainda inédita, que encontrara meses antes, junto da capela de Santo António, que João de Barros mandara edificar, entre o denso arvoredo, para aí ser sepultado. O senhor Adelino Rodrigues, morador na Quinta de São Lourenço, que a conservara durante algum tempo nos cómodos da sua casa, disse-me que a havia trazido de junto da velha casa de João de Barros e que estivera colocada no patamar da escada que dava acesso à varanda do conhecido escritor. E tudo leva a crer que sim, atendendo ao desgaste que se verifica numa das faces do referido monumento funerário. A pedra tambem é de lioz rosado, muito semelhante à do Arnal, datando do primeiro século da nossa era. O epitáfio nela gravado, em latim, é do seguinte teor: "Diis Manibus. Rufinae, Lubaeci filiae, annorum quadraginta, Oculatia mater ponendum curavit. Sit tibi terra levis". O que quer dizer em português: "Aos Deuses Manes. A mãe Oculácia mandou fazer (este monumento) a Rufina, filha de Lubeco, de quarenta anos. Que a terra te seja leve".
O nome Rufina, nome latino, já prova que a população indígena, possivelmente a residir na ribeira do Litém, à medida que os romanos ali iam chegando, ia assumindo, pouco a pouco, o seus hábitos onomásticos.
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S. SIMÃO DE LITÉM
Na vizinha freguesia de Abiul, em 1987, foi achado um outro cipo funerário romano que referencia nomes de duas famílias: Sapídia e Pólia, de origem desconhecida, mas talvez itálica.
Estes três monumentos funerários, encontrados tão perto uns dos outros, indiciarão a existência de alguma estação romana, nas redondezas? Talvez. E o "esporão" de Vila Pouca parece ser mais um dado a ajuntar a esta suposição. Mas os nossos arqueólogos terão a última palavra. E as quatro "vilas" de São Simão: Vila Pouca, Vila Verde, Vila Gateira e Vila Galega, não serão outros documentos a afirmar a existência dessa estação romana, sabendo-se que a palavra latina "villa" significa quinta, casa de campo?
São Simão nos escritos medievais
Deixemos de peregrinar através das conjecturas que envolvem as nossas raízes mais remotas. Eu também me sinto compreendido no topónimo Litém, pois sou natural de Santa Maria de Litém (Vermoil). Vamos fixar-nos em momentos mais próximos de nós, historicamente documentados. Para tanto, o ilustre historiador Dr. Saul António Gomes, emprestar-nos-á alento através do seu excelente artigo "A população e o povoamento de Leiria do século XII ao XVI", publicado no órgão oficial da diocese "Leiria-Fátima", ano III, págs. 225-317.
Um documento de Santa Cruz de Coimbra parece indicar que "Litém", já era freguesia, com matriz própria, no ano de 1189. E um outro documento datado de 1211 assinala que a projecção geográfica do concelho de Leiria, ligada à organização paroquial, compreendia dez paróquias: cinco sedes paroquiais urbanas, dentro da vila: Santa Maria, S.
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S. SIMÃO DE LITÉM
Pedro, Santiago, Santo Estêvão e S. Martinho, e cinco sedes paroquiais rurais: S. Miguel das Colmeias, S. Salvador do Souto, S. João de Espite, S. Simão de Litém e Santa Maria de Litém. Mas é muito provável que a fundação das mencionadas paróquias se situe antes de finais do século XII.
Entre 1135 e 1300, já são referidos os topónimos Litém, Arnal e lugares vizinhos: Ranha, Carnide, Cavalaria (Calvaria), Bouça, Crasto . . .
O étimo Vermoil que parece indicar toponímia moçárabe, aparece posteriormente, no século XIII, possivelmente trazido por comunidades migrantes, oriundas das regiões castelhano-leonesas. Até aqui, a freguesia era designada Santa Maria de Litém. Os nomes das localidades acima elencadas, sugerem campos cultivados ou terrenos arborizados.
João de Barros, o autor das Décadas da Índia, residiu durante vários anos, na quinta de São Lourenço, situada na ribeira do Litém. Ali escreveu a maior parte dos seus livros. Dentro da sua quinta havia um olival com 585 pés. Aquelas oliveiras que ainda se vêem, velhinhas, perto da ponte de ferro, não teriam sido pertença dele? Possuía também uma mata com 1.500 carvalhos, landeiros e rameiros, de ramarias frondosas donde pendiam bolotas em abundância. Seria esta mata coincidente com a zona verde de Vila Pouca, prolongand<:r-se ao longo do ribeiro da Tronca, ou ter-se-á de situar do outro lado do rio Arunca, para as bandas de São Vicente ou Pinhete?
Na parte urbana da quinta, quase pegada à casa do grande mestre quinhentista da nossa língua, estivera, até há pouco tempo, uma ermida da invocação de São Lourenço. Conheci essa capela. Dentro dela havia um letreiro sobre uma sepultura. Infelizmente, o camartelo da destruição de-
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moliu esse monumento histórico e somente . . . porque era preciso alargar a estrada . . . (contradições) . . . A nossa quinta do Litém ficou mais pobre. As imagens de São Lourenço e de Santa Catarina que os nosos avoengos ali veneraram, desapareceram.
Felizmente, resta-nos a capela de Santo António que João de Barros mandou edificar, ali perto, do lado sul do rio Arunca, para aí ser sepultado o que veio a acontecer em 21 de Outubro de 1570. Nessa capela ainda se encontram dois elementos preciosos do século XVI, testemunhas da sua construção: o arco manuelino da capela-mor e um pano de azulejos, tipo mudéjar, constitutivo do frontal do altar. João de Barros que teria acompanhado a construção daquela ermida, teria tonificado o seu espírito à sombra gratificante das muitas árvores solitárias ainda ali existentes, a convidar a doce recaibão.
São Simão nos tempos modernos
Os dados estatísticos conhecidos do ponto de vista populacional, situam-se no século XVI. pelo censo de 1527, sabemos que São Simão de Litém tinha 54 fogos e 216 habitantes nvma área de 3.887 hectares, a mais pequena em território e a menos populosa das freguesias rurais do concelho de Leiria. Os seus moradores estavam, ao tempo, distribuídos por estes lugares: Gracieira 6 fogos; Vila Gateira e Vila Verde 4 fogos; Casal da Cartaria e o do Ribeiro e Pisões em volta 14 fogos; Aldeia das Ferrarias e Pomares e Casal da Mosca e Moinho do Porto e Moinho de Diogo de Almeida e Casal do Bacharel Álvaro Fernandez e Vila Galega e Azenha de Gil Afonso 25 fogos; Aldeia do Arnal e Feitil 5 fogos.
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S. SIMÃO DE LITÉM
Os lugares de Cadavais, Barrosa, Marra, Murzeleira e Casal da Falgareira vêm referidos como integrados na freguesia de Vermoil.
O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria, escrito em meados do século XVII, menciona 5 ermidas, ao tempo existentes na freguesia: no lugar da Gracieira, uma ermida da invocação de Nossa Senhora da Piedade; nas Ferrarias, na quinta dos Barros, outra, da invocação de São João Baptista; outra, da invocação de Santo Elói, junto à quinta do Pinheiro; outra, na Albergaria, da invocação de Nossa Senhora da Consolação; no lugar de Ruge-Água, outra, da invocação de Santa Marta. E entre esta freguesia e a de Espite, outra, da invocação de São Miguel das Antas.
Poucos documentos restam destas ermidas. Conhece-se uma imagem gótica de Santo Elói, do século XV. Mas julgo que nunca esteve entronizada na referida ermida junto da quinta do Pinheiro, mas numa outra, da mesma invocação, que, segundo o Couseiro se situaria nas proximidades da Quinta dos Claros, "entre os dois moinhos".
Nos tempos contemporâneos
O Inventário Artístico de Portugal ( 1955) refere que, nos topos do transepto da igreja paroquial, há duas maquinetas com imagens antigas, uma das quais a Senhora da Piedade, escultura de pedra policromada do século XVII. Não conseguimos identificar nenhuma destas esculturas. Teriam desaparecido. No museu do Seminário encontra-se uma Pietá, ou seja uma escultura de Nossa Senhora da Piedade, de madeira, mas de época posterior, muito danificada porque foi sujeita a várias pinturas efectuadas por "artistas" sem gosto e sem preparação. Seria esta imagem a que foi venerada na ermida da Gracieira?
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S. SIMÃO DE LITÉM
Quando era pequeno e frequentava a escola primária fui ao Arnal, à festa de Santo Amaro, que se celebrava em meados de Janeiro. Recordo-me de que entrei na capela antiga onde estava a imagem de um santo, de cor escura, barbas compridas e com um pau na mão.
De tanto me ter habituado a olhar a capela nova, construída ali perto, nos anos 60, nunca mais lá fui. E, no último sábado, 6, (!) resolvi regressar, para, volvidos mais de cinquenta anos, reviver as impressões da primeira ida à festa do Arnal. Algures, reencontrei a imagem escura de Santo Amaro, com barbas compridas, olhos muito abertos e um báculo incompleto na mão. Era a mesma.
Cruzámos atentamente os olhares e o Santo pareceu-me dizer: "Sou do século XVIII, tenho mais de duzentos anos; habitei uma capela bonita, cujos traços arquitectónicos foram alterados na travessia do tempo, mas cujas paredes iniciais, em parte, se conservam. Sou o documento mais antigo do lugar, a atestar a identidade religiosa e a feição comunitária deste povo. Gostaria de regressar à minha antiga capela, habitar aquelas paredes primitivas, minhas contemporâneas, depois de serem retiradas as adjacências posteriores. Mesmo que entronizado numa ermida mais modesta do que a primeira, gostaria de continuar a ser o protector do lugar, a alimentar, nos terrenos da História, as raízes fidalgas, cultuais e culturais do bom povo do meu Arnal".
Prometi divulgar o seu pedido e ajudar a reconstruir, no mesmo sítio, o seu solar. Ele sorriu-se. Ofereceu-me a sua fotografia e eu retirei-me confiante.
1. 6 de Julho de 1996.
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S. SIMÃO DE LITÉM
Na igreja matriz, além do retábulo de modesto entalhamento dourado, do século passado, pouco há a referir quer quanto a perfis arquitectónicos quer artísticos. De salientar, as obras de beneficiação em curso, no seu interior, equilibradas e bem sucedidas. Pena é que o seu exterior continue descaracterizado ar qui tectonicamen te.
O povo de São Simão é um povo ordeiro, trabalhador, piedoso e bairrista. Até meados deste século, a agricultura constituía a sua quase e única fonte de subsistência. A ausência de meios de comunicação viária e rodoviária mantinha-o praticamente isolado. A este isolamento atribuo aquela peculiar pronúncia da língua, com ditongação característica, o que constituía motivos para os povos vizinhos entreterem imitações irónicas, galhofeiras e imaginativas, a que eu próprio não fui indiferente.
Era a fonia do ditongo "ei" que oferecia o bordão nuclear das diversões imitativas que prenchiam as sachas do milho e os serões da aldeia. A imigração interna e externa que se avolumou em finais da década de 50, a escola, os transportes, a utilização dos meios de comunicação auditiva nacional fez desaparecer aquele "enclave", singular quanto ao uso fónico da língua.
Os últimos trinta anos emprestaram desusados alentos às gentes de São Simão. Graças ao seu espírito empreendedor, iniciativas renovadas e bairrismo saudável, hoje, podem situar-se, sem favor, na galeria dos povos que mais têm progredido, a todos os níveis, nos vários quadrantes do mundo. Honra lhes seja !
Padre Américo Ferreira
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visões, divulga critérios e normas de
acção pastoral e recorda etapas Im
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