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LEIRifi-FÁTIMfi - leiria-fatima.pt · A primeira declaração papal infalível é o centro e a fo rça da nossa ... Se quisermos ouvir a Senhora da Mensagem e ... por graça de Deus

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LEIRifi-FÁTIMfi Órgão Oficiul du Diocese

Ano I • NJ! 2 • Maio-Agosto 1993

DIRECTOR AMÉRICO FERREIRA

CHEFE DE REDACÇÃO VÍTOR COUTINHO

ADMINISTRADOR HENRIQUE DIAS SILVA

CONSELHO DE REDACÇÃO BELMIRA DE SOUSA

JORGE GUARDA

LUCIANO CRISTINO

MANUEL MELQUÍADES

SAUL GOMES

PERIODICIDADE QUADRIMESTRAL

PROPRIEDADE E EDIÇÃO DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEIRIA

2400 LEIRIA • TELEF. (044) 32760

ASSINATURA ANUAL - 1400$00

Creio em Jesus Cristo . .. . . . . . . . .. .. ... . . .. . .. . .. . .. . 83

Estatutos do Conselho Presbiteral .. .. .. .. .. .. 87

Uma experiência de comunhão . . .. .. .. .. .... .. . 1 00

Estatutos da Caixa Comum do Clero .. .. .. .. 1 O 1

Actos Episcopais .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 1 09

Orientações para a pastoral catequética . . 112

Comunicado do Conselho Presbiteral . . . . . . . . 113

Relatórios Pastorais . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 115

Vida Eclesial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

Diaconado Permanente .... .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. . 133

Oficinas de Oração e Vida .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. 135

Coisas e lois as do nosso museu .. .. .. .. .. .. .. . 143

A extinção da Diocese de Leiria .. .. .... .. .. .. .. 145

CREIO EM JESUS CRISTO

Este é o programa temático proposto pelo Santuário de Fáti­ma para as peregrinações aniversárias do ano de 1 993.

Mais de 300 mil peregrinos professaram a sua fé em Jesus Cristo, filho da Virgem Maria, na peregrinação de 1 2 e 13 de Maio.

D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima presidiu à celebração. Transcrevemos as alocuções proferidas.

"É BOM TER FÉ" A primeira declaração papal infalível é o centro e a força da

nossa fé: a divindade de Jesus Cristo. Não foram a carne e o sangue que inspiraram Simão Pedro a proclamar para os sécu­los e contra todas as dúvidas e heresias: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt. 16, 16).

Cristo tinha ido para a região de Cesareia de Filipe, no so­pé do Herman, onde nasce o Jordão. Mais na intimidade com os seus discípulos, ouvindo as suas mudas interrogações e pers­crutando os seus anseios, perguntou-lhes:

"Quem dizem os homens que é o Filho do homem?" Foi fácil dizer o que circulava na opinião pública, mesmo

por transposição do pessoal para o colectivo e anónimo: João Baptista, Elias, Jeremias, um Profeta . . .

D e seguida a interpelação directa: "E vós, quem dizeis que eu sou?".

Em nome do colégio, Simão, o alicerce da Igreja. deu a res­posta que ouvimos e que Cristo confirmou.

Pouco mais tarde, um pagão politeísta, o centurião romano que assistira à crucifixão, confessou e testemunhou para todos os homens e para todos os tempos: "Era verdadeiramente o Fi­lho de Deus" (Mt. 27, 54).

Esta é a fé da Igreja, sacramento de salvação para todos os homens.

Eu conheço o Cristo da história; eu acredito no Cristo da fé! Recito confiadamente o mesmo 'credo' com as multidões de

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CREIO EM JESUS CRISTO ------------------

cristãos: "Creio em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus"!. . .

A fé cristã é um dom sobrenatural e um acto humano mui­to pessoal. Por isso digo na minha liberdade, por palavras e por obras: é bom ter fé!

Creio e quero Jesus Cristo, meu irmão e meu Deus. Ele é a certeza das minhas dúvidas. É a força das minhas fraquezas. É o Caminho dos meus passos inseguros ou perdidos. É a Vida do meu cansaço e do meu envelhecimento.

Eu preciso de crer. Sem fanatismos. Sem fundamentalis­mos. No respeito pela diferença. Ultrapassando tudo o que é re­lativo. Na busca do absoluto. Na entreajuda fraternal. Na convergência activa para a casa do Pai comum.

Eu acredito na divindade de Jesus Cristo e na Trindade, como quem contempla tais realidades misteriosas reflectidas num espelho ( 1 Cor. 13, 12), até que as veja "face a face".

Diz o novo Catecismo da Igreja Católica, citando João Pau­lo II (RM. 18), que Maria, na peregrinação da sua vida, também sofreu "a noite da fé" (1 65). Quer dizer que teremos dificuldades e privações de deserto. Privações e provações!

Se nós quisermos, teremos a Luz, que poderemos transmi­tir aos outros. Teremos a Vida, que vai além da velhice e da morte . . .

Porque creio em Jesus Cristo, Filho Un.igénito de Deus, também creio e quero a sua Igreja, que é uma só, apesar das diferenças: que é santa, ainda que constituída por homens frá­geis e pecadores: que é portadora de uma mensagem de liberta­ção; que celebra os sacramentos e pratica a caridade.

Se acredito em Jesus Cristo, meu irmão e meu Deus, então aceito e agradeço quanto Ele revelou e instituiu. Sem esquecer um dos três amores dos portugueses, o Papa.

Disse o P. Congar que Paulo VI lhe agradeceu o contributo prestado ao Concílio Vaticano II, acrescentando: "não é em no­me do Papa que agradeço, mas em nome de Jesus Cristo."

Eu acredito em Jesus Cristo e na Sua Igreja. Peço á Mãe, Maria de Nazaré e de Fátima, que nos ajude a

viver e testemunhar todo o Evangelho de Seu Filho, para nossa salvação e de todos os homens.

(Homilia do dia 12/05/93)

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-------------------- CREIO EM JESUS CRISTO

A MENSAGEM DE FATIMA #

E A FRATERNIDADE O evangelista João conta que Jesus Cristo, inocente, foi levado aos

tribunais e condenado. Aquele homem de paz, que passou fazendo o bem, foi obrigado a

carregar a cruz até ao Gólgota, e aí o crucificaram. Todos os homens, por todos os homens.

Diz ainda João, testemunha presencial, que junto da cruz levanta­da entre a terra e o céu, encontravam-se três mulheres com o mesmo nome: Maria.

Segundo a tradição e descritas com beleza poética pelo Bispo Fulton Sheen. representavam a tliplice maternidade de todas as mulhe­res: a maternidade fisica, a maternidade social e a maternidade espiri­tual.

Maria de Nazaré é o símbolo e o modelo desta riqueza e desta missão.

Na sua solicitude de Mãe universal, chama-nos a todos para o rei­no do Seu Filho, reino de verdade, de justiça e de paz.

Em 1917, durante a primeira Grande Guerra, assim como hoje, aqui em Fátima, no advento do terceiro milénio, convida-nos para a ci­vilização do amor, baseada na Justiça e iluminada pela Verdade. A essa Luz, tudo se faz claro. Até os mistérios e as finitudes deixam de criar frustrações e angústias para serem um tratado de sabedoria e um hino de esperança.

Diz a Lúcia que na primeira aparição uma Luz intensa fez ver os pastorinhos reflectidos em Deus (Memórias, 1990, 1 58). Ao mesmo tem­po que faz ver, a Mensageira pede que haja pureza na mente e no cora­ção; de igual modo pede que haja clareza nos actos e nos factos. Repele a hipocrisia, rejeita tudo o que é fingimento e mentira. Quer a verdade.

Disse há dias um jornalista que há dois grupos de portugueses: os que têm sucesso e os que têm inveja . . .

Nós, não seremos os melhores. Mas temos fé e queremos ser me­lhores. Não temos inveja, nem nos vestimos de egoísmo. Faremos tudo para que todos vivam melhor!

Maria apela para a dignidade de cada um. Diz-nos maternal-mente:

- convertei-vos; - não vos deixeis corromper; - abandonai os ídolos; - respeitai-vos;

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CREIO EM JESUS CRISTO --------------------

- partilhai os valores; - ide ao encontro dos mais pobres; - vivei como lnnãos. E tereis a paz. E sereis felizes . . . Por que não queremos a paz? Por que não queremos ser felizes? Neste Santuárlo de Fátima, capital espiritual e mariana de todo o

mundo, como disse João Paulo II, faço-me eco de Maria no grito de Paulo VI, aqui, há 26 anos: "homens, sede homens"!

Se quisermos ouvir a Senhora da Mensagem e do Bom Conselho, seremos enfim mais homens e mais felizes.

Junto da cruz, sinal da progressividade e da salvação, está de pé Maria que nos foi legada como Mãe. João recebeu-a. E nós?

A simbólica é também instrumento de Deus para a Sua acção sal­vífica que é mediática. E Maria aparece como sinal visível e medianeira eficaz (Ela a omnipotência suplicante!) para a reconciliação dos homens e dos povos.

Há coincidências que não são acasos. Só um exemplo: Bento XV em Maio de 1 9 1 7 mandou incluir nas ladainhas a invocação de Rainha da Paz! Na mesma data a Aparição escolheu o lugar desconhecido da Cova da Iria, topónimo que significa "berço da paz", para pedir aos ho­mens a conversão, anunciando o fim da guerra e prometendo a paz. Se a quisermos.

Conhecemos os efeitos dolorosos dos conflitos e das guerras. Ma­ria vem dizer-nos que a paz é possível.

Vamos querer a paz. Vamos construir com Maria o reino da verda­de, da justiça e da paz! Fátima é o encontro do homem consigo mesmo, com os outros homens e com Deus. Com o Deus revelado em Jesus Cristo. A sua Mensagem é a fraternidade.

Eu vou rezar, rezemos, para que todos os homens sintam que Ma­ria é lnnã e é mãe. Na mesma família, sem muros e sem apartheids.

E termino com um poeta chileno (Alliende Luco), que cita o Papa actual (R M.), a propósito da proximidade de mais um milénio, subli­nhado que Maria precede o reino de seu Filho. Diz:

"Tu levas, Maria o Sol nas entranhas. Dentro de TY.já amanheceu". Mãe do Advento e da Páscoa, que o Sol de Cristo resplandeça em

cada um de nós e brilhe em todo o mundo. Ámen!

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(Homüia do dia 13/05/93)

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

CONSELHO PRESBITERAL DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

ESTATUTOS - DECRETO DE APROVAÇÃO -

D. Alberto Cosme do Amaral, por graça de Deus e da Sé Apos­tólica. Bispo da Diocese de Leúia-Fátima

Após séria reflexão em reuniões do Conselho Presbiteral e feita experiência durante algwn tempo, chegou-se, fmalmente, com o auxílio de peritos na matéria. a uma redacção melhorada dos Es­tatutos do Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fáima. O texto desenvolve-se em seis Capítulos e trinta e dois Artigos.

No uso das faculdades que me são concedCdas pelo cânone 496 do Código de Direito Canónico, aprovo os presentes Estatu­tos, .flcan.do assim revogados os que estavam em vigor desde 1 2 de Fevereiro de 1972.

Espero que da .fiel observância do espírito e da letra destas normas canónicas se revigore a comunhão do Presbitério, ao servi­ço da Igreja Particular, para maior glória de Deus.

Dado em Leúia, sob o nosso sinal e selo, aos vinte e cinco dias do mês de Janeiro de mil novecentos e noventa e dois, Festa da Conversão de S. Paulo, Apóstolo,

t ALBERTO COSME DO AMARAL Bispo de Leiria-Fátima

CAPÍTULO I

NATUREZA, FINALIDADE E COMPETÊNCIA

Artigo 1 2

O Conselho Presbiteral da Diocese de Leirta-Fátlma é o órgão representativo de todo o Presbitérto, ao qual pertence o titulo de Se­nado do Bispo para o governo da diocese. (')

1. Cfr PO, 7; CD, 27; ES, I. 15, § 1 : CCC. 10 e conclusões 1-a: CIC. cân.495, § 1

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

§ Único - O Bispo da diocese é o Presidente nato do Conselho Presbi­teral. ao qual preside, quer pessoalmente quer através dum seu delegado.

Artigo 2º

O Conselho Presbiteral é Instrumento normal e expressão visí­vel de participação de todos os presbíteros no úníco sacerdócio mi­nisterial de Cristo e da sua comunhão hierárquica com a Ordem Episcopal. Por isso, nunca agirá sem a sua cabeça, que é o Bispo (2) e procurará ser sempre: 1 º - Órgão vivo de verdadeira corresponsabilidade e de participação

do ministério episcopal. (') 2º - O lugar de encontro e de diálogo em que o Bispo ouvirá os seus

padres, os consultará e conversará com eles sobre aquilo que diz respeito às necessidades da pastoral e do bem da Diocese. (4)

Artigo 3º

O Conselho Presbiteral é um órgão consultivo de peculiar impor­táncia, porque, de sua natureza e por via do seu procedimento, ocupa um lugar eminente entre os outros organismos do mesmo género. (5) § 1 º - O consentimento do Conselho Presbiteral só será necessário nos

casos expressamente determinados pelo Direito. (") § 2º - Porém, o Bispo pode, se assim o entender, submeter qualquer

decisão ao seu voto, atribuindo-lhe carácter deliberativo. (1)

Artigo 4"

É finalidade do Conselho Presbiteral ajudar eficazmente o Bispo na sua função de governo para a promoção do bem pastoral da por­ção do Povo de Deus que lhe foi confiada. (")

Artigo 5º

Pertence ao Conselho Presbiteral tratar, não apenas das questões que dizem respeito à vida dos sacerdotes, mas também de todas as ou-

2. Cfr CIC, cân. 500, §3 3. Cfr CEP, Introdução; PO, 7 4. Cfr CD, 28: CCC, 2, 5 5. Cfr CCC, 9 6. Cfr CIC, cân. 500, §2 7. Cfr CCC, 9 8. Cfr CIC, cân. 495, § 1

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ESTATIJTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

tras, na medida em que se referem ao ministério que os sacerdotes exercem para o bem da comunidade eclesiástica. (")

§ l 2 - Podem, por isso, ser tratadas as questões mais importantes que dizem respeito à santificação dos fiéis, ao ensino da doutrina e, de modo geral, ao governo da diocese, sempre com a condição de ser o Bispo a propor ou, pelo menos, a admitir a sua discussão. ('0)

§ 22 - O Conselho Presbiteral será normalmente consultado em ordem às decisões que envolvem criação ou reforma de estruturas ad­ministrativas ou pastorais e. de um modo geral, principalmente em ordem àquilo cuja execução seja condicionada pela unani­midade na colaboração. (11)

§ 32 - Entre os assuntos que permanentemente devem merecer a atenção do Conselho, será prioritària a vida do presbitério dio­cesano; neste sentido, a promoção das vocações sacerdotais re­colherá a maior dedicação do Conselho. (12)

§ 42 - Não lhe pertence, no entanto, tratar de problemas que, por sua natureza, exigem que se proceda com discrição, por exem­plo, para a designação de cargos, embora lhe pertença sugerir as normas que devem eventualmente ser estabelecidas e pro­põr as questões de princípio. ( '3)

Artigo 6ll

As funções do Conselho Presbiteral devem ser exercidas sem prejuízo das competências que o Direito atribui a outras instituições.

CAPÍTULO II

COMPOSIÇÃO DO CONSELHO PRESBITERAL

Artigo 7fl

Para que o Conselho Presbiteral seja, na medida do possível, ex-

9. Cfr CCC, 8 10. Cfr CCC, 8 1 1 . Cfr NCEM n• 6 12. Cfr CEP, 3 13. Cfr CCC. 8

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

pressão de todo o presbitério diocesano, é necessário que seja consti­tuído por membros que correspondam:

1 2 - aos diferentes ministérios pastorais; 2º - às diferentes vigararias da diocese: 3º - aos diferentes grupos etàrios de padres: 4º - aos institutos religiosos clericais estabelecidos na diocese.

Artigo 8fl

Os religiosos presbíteros e outros sacerdotes da diocese que têm cura de almas na diocese ou nela exercem obras de apostolado sob a jurisdição do Bispo enquadram-se nos respectivos grupos representa­tivos, mencionados nos nºs 1 º e 22 do Artigo 7º.

Artigo 9fl.

A designação dos membros do Conselho Presbiteral será feita:

1 º - quanto aos membros natos, em razão dos cargos que exercem; 2º - quanto aos representantes dos círculos, por eleição dos

padres que representam: 3º - quanto aos membros designados, por livre escolha do Bis­

po.(14)

Artigo JQfl

Em conformidade com os artigos precedentes, o Conselho Pres­biteral terá a seguinte composição:

§ 1 º - Membros natos:

l - Vigário Geral, Pró-Vigário Geral e Vigários Episcopais; 2 - Reitor do Seminário Diocesano; 3 - Chanceler da Cúria Diocesana; 4 - Presidente da Comissão Diocesana do Clero.

§ 2º - Membros eleitos pelos seguintes círculos:

1 - um pelo Cabido da Sé; 2 - um pelos sacerdotes diocesanos ordenados no último

quinquénio; 3 - um pelos padres que integram a equipa formadora do Se­

minário Diocesano: 4 - um por cada equipa sacerdotal vicarial; 5 - um pela equipa sacerdotal do Santuário de Fátima;

14. Cfr CCC, 7

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

6 - um pelos padres professores de Religião e Moral; 7 - um pelos directores ou assistentes dos secretariados e co­

missões diocesanas; 8 - um pelos assistentes dos movimentos de espiritualidade e

apostolado; 9 - dois pelos padres religiosos: um pelo círculo de Leiria e ou­

tro pelo círculo de Fãtima.

§ 3º - Membros designados: por livre escolha do Bispo diocesano.

CAPÍTULO m

PROCESSO DE CONSTITWÇÃO DO CONSELHO PRESBITERAL

- DAS ELEIÇÕES -

Artigo 1 1 12

Serão eleitores e elegíveis:

1 º - Os sacerdotes incardinados na diocese e ao seu serviço: 2º - Os outros sacerdotes. religiosos ou não, com residência na dio­

cese e que nela exerçam legitimamente o seu múnus pastoral.

Artigo 1212

A Câmara Eclesiástica. em colaboração com o responsável pela convocação de cada círculo de eleitores, elaborará e comunicará a lista dos presbíteros do círculo respectivo, para efeito de eleição dos representantes do Conselho Presbiteral.

·

Artigo 1312

Cada presbítero pode pertencer só a dois círculos de eleitores e só pode ser eleito representante de um dos dois. § Único: Os membros natos não podem ser eleitos nem eleitores.

Artigo 1412

Quando um sacerdote pertencer a vários círculos de eleitores, em razão das várias actividades que exerce, as precedências. para efeitos do Artigo 13, são determinadas pela ordem dos círculos, segundo o Ar­tigo 1 02, § 22•

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ESfATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL --------------

Artigo 1511

As eleições dos membros referidos no Artigo 10, § 2Q serão feitas por voto escrito e secreto, em assembleias especialmente convocadas para isso.

Artigo 1611

No mês anterior ao termo do mandato dos membros do Conse­lho Presbiteral, as assembleias reunem-se para nova eleição em lo­cal, dia e hora fixados pelo responsável indicado no Artigo 172, e comunicados por escrito com a antecedência mínima de quinze dias.

Artigo 1 711

Os colégios eleitorais serão convocados pelos responsáveis dos círculos, como segue:

1 - o Cabido da Sé. pelo seu presidente: 2 - os padres ordenados no último quinquénio, pelo mais velho na

ordenação e, subsidiariamente, na idade: 3 - os padres da equipa formadora do Seminário, pelo Reitor: 4 - os padres de cada vigararia, pelo respectivo Vigário da Vara; 5 - os padres do Santuário de Fátima, pelo Reitor: 6 - os professores de Religião e Moral, pelo mais velho na ordenação

e, subsidiariamente. na idade: 7 - os directores ou assistentes dos secretariados e comissões diocesa­

nas. pelo mais velho na ordenação e, subsidiariamente, na idade: 8 - os assistentes dos movimentos de espiritualidade e apostolado.

pelo mais velho na ordenação e, subsldlariamente. na idade: 9 - os padres religiosos do

·círculo de Leiria, pelo superior dos Padres

Franciscanos: 1 O - os padres religiosos do círculo de Fátima, pelo superior da co­

munidade mais antiga.

§ Único: No caso de Impedimento dos responsáveis pelos diversos círculos, aqueles far-se-ão representar pelos seus legítimos delegados ou substitutos.

Artigo 1811

Cada assembleia terá como presidente o responsável pela convo­cação. o qual escolherá um secretário e um escrutinador.

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

§ 1 º - Antes de se proceder à votação, deverá fazer-se a chamada dos votantes. de modo a poderem vertficar-se as presenças e ainda a permitir uma melhor identificação de cada um pelos restantes.

§ 22 - A assembleia só poderá funcionar, em prtrrieira convocatórta com dois terços dos eleitores. Meia hora depois daquela que tiver sido marcada, com a maioria dos eleitores.

§ 32 - Se algum sacerdote estiver impedido, por motivo de força maior, de comparecer à eleição e desejar votar, poderá desig­nar um seu delegado de entre os membros do círculo eleitoral, credenciando-o por carta pessoal dirigida ao presidente do círculo, onde fará menção da justificação da ausência e desig­nação expressa da pessoa que o representará nas eleições. Se a assembleia aceitar a justificação, o delegado designado vota­rá por ele em todos os escrutínios.

§ 42 - Não querendo aceitar a eventual eleição, os sacerdotes ausen­tes deverão comunicá-lo previamente e por escrito ao respon­sável pela convocação do círculo eleitoral.

Artigo 1911

Considera-se eleito o sacerdote do círculo que obtiver maioria ab­soluta na primeira ou na segunda votação; não ficando nenhum eleito. a terceira votação será feita sobre os dois mais votados na segunda; se houver mais do que dois com o mesmo número de votos, a eleição far­-se-á sobre os dois mais velhos na ordenação e. subsidiariamente, na idade; em caso de igualdade de votos no terceiro escrutínio, fica eleito o mais velho no sacerdócio e, subsidiariamente, na idade.

Artigo 2011

No caso de o eleito não aceitar o cargo, proceder-se-à Imediata­mente a nova eleição, nos termos do Artigo 19!1.

Artigo 2111

Realizada a eleição, redigir-se-à Imediatamente uma acta, da qual constarão: a data, local e hora da reunião eleitoral; o nome do presidente, do secretário e do escrutinador; as presenças e o resulta­do da eleição, com os votos todos discriminados, por ordem decres­cente. Esta acta será enviada à Cãmara Eclesiástica dentro do prazo de três dias.

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESB!TERAL

CAPÍTULO IV

MANDATO E SUA NATUREZA

Artigo 222

O mandato dos membros do Conselho Presbiteral tem a dura­ção de três anos. § 1 º - Nenhum membro pode ser eleito para mais de dois mandatos

sucessivos. § 2º - O Bispo pode dispensar ou demitir qualquer dos membros do Con­

selho. quando, a seu critério, houver razões graves para o fazer. § 3º - Quando, por qualquer motivo, um dos membros eleitos deixar

vago o seu lugar, proceder-se-à a nova eleição no respectivo círculo eleitoral.

Artigo 23"

Com a vacância da Sé Episcopal cessa o Conselho Presbiteral.

Artigo 24"

Os membros do Conselho são representantes e não meros man­datários ou comissionados dos seus círculos; por isso, gozam da con­sequente autonomia em relação à consulta dos mesmos, isto é, têm na assembleia parecer e voto pessoais, ainda que devam ser cuidado­sos na preparação das reuniões, ouvindo sempre o grupo por que são delegados. (15) § 1 º - Para tomar efectiva a participação e corresponsabilldade de

todo o presbitério no Conselho, devem promover os contactos convenientes com os seus representados, pelos meios que re­putem mais adequados.

§ 2º - Devem ouvir igualmente os clérigos não presbíteros que, em­bora não sendo eleitores, se encontram a colaborar na pasto­ral dos seus círculos.

§ 3º - Atendendo à natureza própria da Igreja, o Conselho Presbiteral disponha-se a ouvir também os leigos, tendo fratemalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e compe­tência deles nos diversos campos da actividade humana. ('6)

15. Cfr CEP, 4 16. Cfr PO, 9

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ESTA1UfOS DO CONSELHO PRESBITERAL

CAPÍTULO V

FUNCIONAMENTO

Artigo 252

Compete ao Bispo, como Presidente do Conselho Presbiteral:

12 - Promover as eleições dos membros do Conselho Presbiteral e no­mear outros membros que julgue convenientes para uma mais perfeita representação de todo o presbitério;

2º - Convocar as reuniões do Conselho: 32 - Fixar a respectiva agenda de trabalhos; 42 - Presidir pessoalmente ou por delegado nomeado expressamente: 5º - Admitir a inserção de pontos que não constem da agenda; 6º - Autorizar a admissão de peritos e de representantes Mad casum"

nas reuniões do Conselho: 72 - Deliberar sobre as propostas e recomendações do Conselho: 8º - Decidir sobre as comunicações a fazer, o seu conteúdo e o modo

de as divulgar (19); 9º - Informar o Conselho sobre a sequência dada às propostas e reco­

mendações do mesmo.

Artigo 262

§ 1 º - O Conselho Presbiteral terá um Secretariado Permanente, composto pelo Secretário e por dois elementos. que, na medida do possível. se devem encontrar em situações ou ocupações complementares, para que o mesmo Secretariado possa facil­mente trabalhar em equipa.

§ 2º - O Secretário será eleito pelos membros do Conselho, na pri­meira sessão. Os outros elementos do Secretariado serão de li­vre escolha do eleito, ratificada pelo Conselho.

§ 3º - São atrtbuições do Secretariado:

1 º - Preparar e comunicar, de acordo com o Bispo, a agenda das sessões:

22 - Executar o decidido pelo Conselho quanto à criação de co­missões e incentivar o trabalho das mesmas;

32 - Elaborar, distrtbuir e receber textos e sugestões;

42 - Ajudar os membros do Conselho e o próprio Presbitério a manterem-se activos no intervalo das sessões:

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ESfATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

5º - Dar seguimento às decisões ou orientações tomadas pelo Conselho;

62 - Redigir a acta de cada sessão e sujeitá-la à aprovação do Conselho, no início de cada sessão;

7º - Elaborar. de acordo com o Bispo, os respectivos comunica­dos sobre os trabalhos de cada sessão.

8º - Arquivar e transmitir ao Conselho seguinte toda a docu­mentação referente às sessões do mesmo.

§ 1 º - O Conselho Presbiteral reunir-se-à ordinariamente três vezes por ano, em data a fixar; e extraordinariamente quando con­vocado pelo Presidente, a seu critério, ou a pedido de, pelo menos, um terço dos seus membros.

§ 22 - A agenda das sessões será estabelecida pelo Presidente com a colaboração do Secretariado Permanente e tendo em conta as sugestões do Presbitério. Estas sugestões serão apresentadas normalmente através dos membros do Conselho, ou, directa­mente, através dos Interessados.

§ 3º - Se um grupo de dez padres. não pertencentes ao Conselho Presbiteral. desejar expôr um assunto ao Conselho, poderá fa­zê-lo de acordo com o Bispo, mediante um representante "ad casum".

·

§ 4º - A agenda de cada sessão, com a respectiva documentação, deverá ser ordinariamente comunicada a todos os membros do Conselho com a antecedência de um mês, a não ser que a natureza do assunto não aconselhe a sua divulgação.

§ 52 - O Conselho funcionará em reuniões plenárias ou parciais, conforme os casos.

l º - As reuniões plenárias destinam-se especialmente a:

a) discutir um tema determinado;

b) apreciar os pareceres das comissões;

c) tomar conhecimento das conclusões dos trabalhos de grupo;

d) proceder a votações.

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

2° - As reuniões parciais destinam-se a discutir, em porme­nor, um terna proposto; e serão organizadas segundo cri­térios adequados a cada caso.

§ 6° - A orientação das reuniões plenãrias compete ao Secretãrio. que poderá delegar essa função.

§ 7° - Em cada reunião plenãria haverá um tempo destinado a as­suntos "antes da ordem do diafl.

§ 8° - As deliberações ou pareceres do Conselho serão expressos por maioria absoluta de votos na primeira e segunda votação; por maioria relativa na terceira votação.

1 ° - Em casos especiais, o Conselho, de acordo com o Presiden­te, poderá exigir urna maioria de dois terços.

2° - Nos casos mais importantes, as deliberações sejam to­madas por escrutínio secreto.

Artigo 28°

§ 1 2 - O Conselho Presbiteral poderá constituir as comissões que jul­gar convenientes para o estudo dos diversos temas propostos, segundo critérios a estabelecer para cada caso.

§ 29 - Cada comissão poderá agregar a si os peritos e consultores. pa­dres ou leigos que forem considerados necessários, ou solicitar­-lhes o parecer. sem prejuízo do Artigo 25°, 6°.

§ 3° - Compete às comissões:

1 ° - Estabelecer a ligação conveniente com os outros órgãos ou instituições diocesanas afins;

2° - Promover, eventualmente, contactos com outros membros ou comissões do Conselho ou com todo o Presbitério, se forem julgados necessãrios. combinando com o Secretãrio a forma de actuação;

32 - Elaborar em tempo oportuno os pareceres de que forem in­cumbidas, entregando-os no Secretariado com a antece­dência bastante para poderem ser apreciados pelos membros do Conselho;

·

4° - Manter o Secretariado informado do andamento dos seus trabalhos e organizar o seu arquivo, que transmitirão ao mesmo Secretariado no termo do seu mandato.

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ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 2911

A fim de favorecer o clima indispensável de serenidade e de mú­tua confiança. os membros do Conselho observarão a discrição con­veniente sobre o andamento dos trabalhos. sem prej uízo da informação que é devida a todos os membros do Povo de Deus, espe­cialmente aos membros do Presbitério.

§ Único: Para isso. será necessário que, em certas matérias seja re­comendada especial reserva.

Artigo 3011

Se o Conselho Presbiteral não desempenhar o múnus que lhe está confiado para o bem da diocese, ou dele abusar gravemente, o Bispo diocesano, depois de consultar o Metropolita. pode dissolvê-lo; mas dentro de um ano deve constituí-lo de novo. ('"')

Artigo 3Jll

Estes Estatutos devem ser revistos de cinco em cinco anos.

Artigo 3211

Qualquer caso omisso ou duvidoso será decidido de harmonia com o Código de Direito Canónico, decretos conciliares Christus Do­minus e Presbyterorum Ordinis, Motu Proprio Ecclesiae Sanctae. Carta-Circular da Sagrada Congregação para o Clero de 1 1 de Abril de 1970, os Decretos da Conferência Episcopal Portuguesa para apli­cação do novo Código de Direito Canónico de 25 de Março de 1985. ou por determinação do Presidente do Conselho.

FONTES E SIGLAS

- PO - CIC - CD - ES

Concílio Ecuménico Vaticano II, decreto Presbyterorum Ordinis.

Código de Direito Canónico.

Concilio Ecuménico Vaticano II, decreto Christus Dominus.

Motu propriu Ecclesiae Sanctae (AAS 58 (1966) 757-787).

17. Cfr CIC, cân. 50 1 . § 3.

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- CCC

ESTATUTOS DO CONSELHO PRESBITERAL

Carta-Circular da Congregação para o Clero (AAS 62 (1970) 459--490).

- NCEM Normas da Conferência Episcopal d a Metrópole (LUMEN 3 1 ( 1 967) 488-490).

- CEP Decretos da Conferência Episcopal Portuguesa para a aplicação do novo Código de Direito Canónico, Conselho Presblteral (LU­MEN 46 (1 985) 148-149).

NaTA: Na reunião do dia 22.03.93 foi decidido rever estes Estatutos. nomeadamente no que concerne aos membros natos.

Durante este ano, o Conselho Presbiteral reuniu duas vezes e tem a próxima assembleia marcada para 1 6 e 1 7 de Novembro.

Dos trabalhos realizados destaca-se: estudo do modo de apli­cação do regulamento da administração de bens na Diocese, apre­ciação do plano pastoral do Santuário de Fátima, rejlexão de um documento sobre a pastoral vocacional e discussão dos princípios orientadores para a criação de nooos paróquias.

O Secretariado Permanente do Conselho Presbiteral é constituí­do pelos padres Luís Inácio João, Manuel Luís de Sousa Pinheiro e Adelino Filípe Guarda.

• Em UA Voz do Domingo" de 27.06.93, a propósito da reu­nião de Vigários, dá-se a notícia da constituição do Conselho Episcopal: Mons. Henrique Fernandes da Fonseca, Cón. José de Oliveira Rosa, Dr. Américo Ferreira. Dr. Luís Inácio João e Pe. Joaquim Duarte Pedrosa.

• Foi distribuído ao Clero o texto do URegulamento da Admi­nistração de Bens da Igreja na Diocese de Leiria-Fátima". Até ao dia 3 de Outubro podem ser dadas sugestões de conteúdo e de redacção. Depois de revisto será promulgado por decreto episco­pal e será publicado no próximo número deste Órgão Oficial.

• O Dia da Igreja Diocesana será no próximo 3 de Outubro. Celebrar-se-á não apenas na sede da diocese mas também ao nível das comunidades locais.

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UMA EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO

Desde 1988 que vários padres da Diocese começaram a juntar­-se, no Seminário, para passarem juntos algum tempo de convivio. O plimeiro encontro foi no dia 27 de Dezembro e do programa constou um jogo de futebol e o almoço na Casa. O grupo foi crescendo e, ao mesmo tempo, também se alargou o programa: passou a haver ora­ção e espaço para partilha e debate.

Depressa passámos a conversar sobre formas e experiências concretas de maior fraternidade e partilha dentro do presbitéiio. A expeliência da Caixa Comum do Clero de Coimbra foi por esta altura ponto de referência fundamental.

Em 20 de Maio de 1991 tínhamos já um esboço de estatutos que foi enviado a cada um dos padres da Diocese, desde Jogo para que tivessem conhecimento da iniciativa, mas também porque, desde o início se tem privilegiado a abertura e a transparência em relação a todos.

Um passo muito importante foi o pôr em comum as nossas con­tas, que, entretanto, começáramos a fazer para aquilatar das reais possibilidades da partilha. Cerca de um ano depois desta experiên­cia, em Novembro de 1991, passámos mesmo a pôr o nosso dinheiro em comum. Estamos conscientes dos Iiscos de uma iniciativa des­tas: no entanto, acreditamos que é possível levar um pouco mais lon­ge os compromissos que assumimos pelo exercício do nosso ministério.

Para nós, ter o dinheiro em comum não é um fim em si mesmo: trata-se antes de comungar do mesmo projecto de vida onde o des­prendimento. nem sempre fácil , é fundamental. Falamos assim da pobreza, entendida mais no sentido do 'ter em comum', do que sim­plesmente no não ter: é o desprendimento que leva à comunhão.

Ser pobre, ao nível do económico. anda fundamentalmente liga­do ao apego e ao desejo das coisas. Assim, para nós, pôr o dinheiro em comum é uma aposta na sobiiedade de vida e. ao mesmo tempo. uma forma de evitar o aburguesamento e a instalação, fazendo-nos mais atentos à multiplicação de necessidades supérfluas que cada um por si terá sempre mais tendência a cliar.

A experiência da Caixa toma-se assim um meio de maior comu­nhão uns com os outros e é, ao mesmo tempo, uma maneira eficaz de buscarmos mais verdade e transparência em relação ao dinheiro, com as inegáveis vantagens que isto representa para o exercício do ministério.

P. Adelino Guarda

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CAIXA COMUM DO CLERO DE LEIRIA-FÁTIMA

ESTATUTOS

- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS -

l . A Igreja, pela voz do II Concílio do Vaticano, recomenda que, Hani­mados de espírito fraterno, os presbíteros não esqueçam a hospita­lidade, cultivem a beneficência e a comunhão de bens" (P.0.8). E ensina que Htambém algum uso comum das coisas, ã maneira da comunhão de bens, louvada na Igreja primitiva, prepara óptimo ca­minho para a caridade pastoral, e mediante tal forma de vida, po­dem os presbíteros louvavelmente viver o espírito de pobreza recomendado por Cristo" (P.O.l7).

2. Aderindo às recomendações da Igreja, um grupo de padres da Dio­cese da Leiria-Fátima propõe-se fazer a experiência da comunhão e partilha de bens. No horiwnte desta opção está o modelo da Igreja primitiva, onde, como refere o livro dos Actos dos Apóstolos, Ha multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum. E era com grande poder que os apóstolos da­vam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, gozando todos de grande simpatia. Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Dis­tribuía-se, então, a cada um, conforme a necessidade que tivesse" (Act. 4,32-35).

3. Esta iniciativa tem como bases fundamentais a comunhão cristã, a fraterrúdade sacramental e o espírito evangélico de pobreza. Por is­so, ter o dinheiro em comum não é um fim em si mesmo, é expres­são da comunhão de fé com o Senhor e com os irmãos e do desejo de participar de um mesmo projecto de vida, o seguimento de Jesus Cristo.

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ESTATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

4. Além dos fundamentos e da recomendação eclesial mencionados, que motivam esta opção, ela é reforçada pela convicção de que este modo de agir traz vantagens para o testemunho evangélico da nos­sa vida e para o exercício do ministério.

5. A Caixa Comum do Clero de Leiria-Fátima constituir-se-à como fórmula conducente à plena comunicação de bens materiais aden­tro do Presbitério. Cada um dos seus membros entregará tudo quanto receber. e receberá mensalmente um salário a estudar e que constituirá a sua cõngrua sustentação.

6. Quem aderir à Caixa Comum do Clero aceita a hipótese de vir a rece­ber menos do que entrega, se com isso está a ajudar os irmãos, na certeza de que em circunstància nenhuma lhe faltará o necessário para viver com dignidade. E isto por duas razões: primeiro, porque a Caixa Comum não pode distribuir aquilo que não junta; segundo. porque pretende ser uma iniciativa de sinal e alcance evangélico. vi­sando superar critérios e processos individualistas. Não é um negó­cio em vista do ter. mas uma opção em vista do ser sacerdotal.

7. A Caixa Comum poderá gozar de personalidade juridica no foro ca­nónico e no foro civil. se a Assembleia Geral e o Bispo da Diocese o julgarem conveniente.

CAPÍTULO I

PRINCÍPIOS GERAIS

Artigo 1 � - Natureza

Por iniciativa e vontade expressa de um grupo de padres é cons­tituída a Caixa Comum do Clero de Leiria-Fátima. adiante designada apenas por Caixa Comum, como forma de comunhão cristã de bens materiais entre si e com todos os que a eles se queiram associar.

Artigo 2� - Objectivos

São objectivos da Caixa Comum, numa linha de pobreza evan­gélica e de comunhão e partilha cristã de bens:

1 . Recolher e administrar diligentemente os proventos que, para o fim especifico da Caixa Comum, serão entregues pelos associa-

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ESTATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

dos. e também os eventuais subsídios da Diocese ou outras ofer­tas e rendimentos de capitais acumulados:

2. Garantir a todos os seus membros a quantia financeira necessá­ria a uma sustentação modesta e suficiente:

3. Ajudar economicamente outras necessidades da Igreja, designa­damente o Presbitério diocesano.

Artigo 3.2 - Sede

A Caixa Comum tem a sua sede nas instalações do Seminá­rio Diocesano de Leiria.

CAPÍTULO II

DOS MEMBROS

Artigo 4.2 - Membros

1 . Podem ser membros da Caixa Comum os presbíteros, incardina­dos ou a residir estavelmente na Diocese de Leiria-Fátima, em exercício do seu ministério.

2. São membros os presbíteros que. tendo feito o seu pedido de admis­são; forem admitidos como tais pela Assembleia Geral.

Artigo 5.2 - Admissão de membros

1 . A vontade de fazer parte da Caixa Comum deve ser manifestada ao Conselho Directivo da mesma, por carta assinada e em que ex­pressamente se diga a disposição de acatar os seus estatutos e re­gulamentos.

2. O ingresso de um novo associado na Caixa Comum verifica-se quando este for admitido pela Assembleia Geral, segundo os Esta­tutos.

3. No acto de admissão, o novo associado deve pagar a jóia, se for o caso, e entregar os seus rendimentos do mês anterior. A jóia é de­finida segundo os critérios apontados pelo regulamento, tendo em conta a idade. a situação concreta e as possibilidades do candida­to, e o espírito que preside a esta Caixa Comum.

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ESTATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

Artigo 651 - Exoneração de membros

1 . A eventual desistência deve ser comunicada por carta assinada ao Conselho Directivo, existindo o imperativo moral de antecipada sol­vência dos compromissos financeiros mútuos eventualmente existen­tes com referência ao ano então em curso. Se o saldo da conta-corrente nesse ano for favorável ã Caixa Comum, esta receberá do associado o que desembolsou a mais; se o saldo for favorável ao associado, será a Caixa Comum a compensar o mesmo associado.

2. A exclusão da Caixa Comum de um membro associado só pode ser decidida pela Assembleia Geral e em situações que claramente não estejam segundo o. espírito destes Estatutos.

Artigo 751 - Direitos dos membros

São direitos dos membros da Caixa Comum: 1 . Receber mensalmente, enquanto viver, o salário-base, que é

igual para todos, e os complementos a que houver direito segundo as determinações do regulamento.

2. Receber, de acordo com o regulamento, subsídios extraordinários nas situações ocasionais em que isso se revele necessário.

3. Receber subsídios para despesas extraordinárias com a pessoa ou pessoas a seu cargo.

4. Ter acesso a eventuais empréstimos, autorizados apenas pela As­sembleia Geral, que determina as condições.

5. Participar na assembleia geral e em outros actos que lhe estejam destinados.

Artigo 851 - Perda de direitos

Cada membro da Caixa Comum apenas tem direito a receber enquanto contribuir para a mesma com todos os proventos, ou sub­sídios atribuídos por invalidez e aposentação.

Artigo 95! - Deveres dos membros

São deveres dos membros da Caixa Comum:

1 . Entregar mensalmente todos os proventos· que receberam no exer­cício do seu ministério pastoral e a título pessoal, durante o mês anterior. Ficam excluídos os bens patrimoniais e seus rendimentos bem como ofertas a titulo pessoal com um fim determinado; toda­via, é aconselhável que, podendo o associado dispor destes bens li-

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ESTATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

vremente. os entregue à Caixa Comum, dentro do espírito de comu­nhão e de partilha.

2. Receber todos os proventos que lhe pertencem pelo exercício do ministério ou por seu trabalho pessoal, segundo os costumes e a legislação em vigor na Diocese. As excepções decorrentes de even­tuais experiências pastorais devem ser expressamente autoriza­das pelo Bispo da Diocese e aceites pela Assembleia Geral da Caixa Comum.

CAPÍTULO m

DOS MEIOS FINANCEIROS

Artigo 1 � - Fin.anciamento

São receitas da Caixa Comum:

1 . as contribuições dos seus membros associados: 2. as ofertas de terceiros: 3. o rendimento de capitais acumulados:

Artigo 1 1 .<1 - Entrega das contribuições

Os rendimentos mensais de cada associado serão entregues até ao dia 8 do mês seguinte. por cheque ou vale de correio. acompanha­do de uma guia de entrega discriminada.

Artigo 12.<1 - Pagamento de salários e complementos

1 . O salàrio-base e os complementos são fixados, para todos os as­sociados. pela Assembleia Geral e estão sujeitos a revisão periódi­ca consoante o aumento do custo de vida e as possibilidades da Caixa Comum. Os complementos de função e de transporte são determinados caso a caso. ouvidos os interessados.

2. A Caixa Comum efectua os seus pagamentos por meio de cheque bancàrio, até ao fim de cada mês.

Artigo 13Q - Saldos de exercício

Os saldos de exercício são capitalizados em beneficio da Caixa Comum, mas a Assembleia Geral pode destinar uma parte desses saldos em beneficio de instituições de apoio ao clero ou outras mais necessitadas.

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ESTATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

CAPÍTULO IV

DOS ÓRGÃOS DA CAIXA COMUM

Artigo 1 4j! - Definição

São órgãos directivos da Caixa Comum a Assembleia Geral e o Conselho Directivo.

Artigo 15j! - Mandato

O mandato dos órgãos eleitos é de um ano: começa no mês de Janeiro após as eleições e termina com a tomada de posse dos ór­gãos eleitos no ano seguinte.

Artigo 1 6j! - Definição e composição da Assembleia Geral

1 . A Assembleia Geral é o órgão deliberativo máximo da Caixa Co­mum. É composta por todos os associados.

2. A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um presidente, um secretário e um vogal. eleitos anualmente. As suas funções são desempenhadas pelo Conselho Directivo, sempre que a Assem­bleia Geral não determine o contrário.

Artigo 1 7R - Funcionamento da Assembleia Geral

1 . Este órgão reune anualmente. durante o mês de Janeiro. para dis­cussão e aprovação do Relatório. Contas e Balanço. e para eleição dos órgãos Directivos. Extraordinariamente, reunirá sempre que for convocada pela Mesa ou por 50o/o dos associados.

2. A convocatória da Assembleia Geral é feita com pelo menos oito dias de antecedência e dela deve constar a ordem de trabalhos.

3 . A Assembleia Geral deve funcionar com a maioria dos associados. Se. à hora marcada. isso não se verificar, a Assembleia Geral ini­ciará os seus trabalhos 1 5 minutos depois. com qualquer número de presenças.

Artigo 18R - Composição e competências do Conselho Directivo

1 . O Conselho Directivo é constituído por um presidente. um secretá­rio e um tesoureiro.

2. São competências do Conselho Directivo:

2. 1 . executar as decisões da Assembleia Geral;

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ESTATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

2.2. apresentar à Assembleia Geral os pedidos de admissão dos novos membros;

2.3. organizar os actos eleitorais; 2.4. constituir e administrar o capital da Caixa Comum; 2.5. fazer os pagamentos aos associados; 2.6. estudar e propor à resolução da Assembleia Geral os casos

não previstos nos Estatutos e no regulamento.

3. De qualquer decisão do Conselho Directivo existe o direito de re­curso para a Assembleia Geral. Da decisão desta não cabe recur­so, nem no foro canónico nem no foro civil.

CAPÍTULO V

DAS ELEIÇÕES

Artigo 1 !P - Especificações

1 . Os actos eleitorais são organizados pelo Conselho Directivo.

2. As eleições para qualquer órgão devem realizar-se, durante o mês de Janeiro, em Assembleia Geral expressamente convocada para o efeito.

3. Para as eleições devem estar presentes dois terços dos membros associados. Caso tal não se verifique, 1 5 minutos após a hora marcada os presentes decidirão se o número é ou não suficiente para realizar o acto eleitoral.

4. Todas as eleições que se refiram a pessoas devem ser secretas.

Artigo 20.2 - Elegibilidade

1 . São elegíveis e eleitores para os órgãos directivos todos os mem­bros associados da Caixa Comum.

2. Nenhum dos membros da Caixa Comum se pode escusar a desem­penhar funções directivas para que for eleito. salvo se já cumpriu tal dever três anos consecutivos.

Artigo 21-2 - Método de eleição

1 . As eleições são realizadas em sufrágio universal, com eleição indi­vidual para cada cargo.

2. Para a eleição de cada cargo é necessário, no primeiro escrutínio, a

_______________________________________________ 107

ESfATUTOS DA CAIXA COMUM DO CLERO

maioria absoluta dos votos validamente expressos. Caso isso não se verifique, far-se-á um segundo escrutínio entre os três associa­dos mais votados no primeiro, ficando eleito aquele que obtiver maioria simples. Verificando-se um empate, considera-se eleito o

de mais idade.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 221l - Revisão estatutária

As deliberações sobre alterações dos Estatutos estão sujeitas ao seguinte regime:

l. Reunião da Assembleia Geral convocada expressamente para o efeito;

2. A presença na reunião de mais de metade dos membros associa­dos; se tal não se verificar, a Mesa da Assembleia Geral decidirá, 15 minutos após a hora marcada para o irúcio, se o número de pre­senças é ou não suficiente para quorum;

3. O consentimento de dois terços (2/3) dos associados presentes.

Artigo 231l - Casos particulares

Todas as situações não previstas nestes Estatutos são resol­vidas pela Assembleia Geral.

Artigo 241l - Duração e dissolução

I . A Caixa Comum terá duração indefinida, mas pode ser dissolvida por resolução maioritária dos seus associados. Se entre estes se verificar empate, depois de uma segunda votação, pertence ao presidente da Assembleia Geral o voto qualificado para decidir.

2 . Em caso de dissolução da Caixa Comum. metade do seu patrimó­nio será dividida em partes iguais pelos associados e a outra meta­de será distribuída conforme vontade da maioria.

3. Quando entrar em vigor na Diocese de Leiria-Fátima o Estatuto Económico do Clero, a Assembleia Geral decidirá o rumo dar à Caixa Comum de modo a harmonizá-la com aquele Estatuto.

1 08

ACTOS EPISCOPAIS

GRUPO DE TRABALHO DE PREPARAÇÃO DO SÍNODO DIOCESANO

DECRETO

1 . Desde o início do meu ministério como Bispo Diocesano de Leiria-Fátima, tenho manifestado em diversas ocasiões o de­sejo de convocar um Sínodo Diocesano, com o objectivo não só de dar seguimento ao voto formulado por vários documentos da Igreja, em especial o Decreto Conciliar Christus Dominus e o Directório do Ministério Pastoral dos Bispos, mas também com o pensamento numa das propostas finais do não muito distante Congresso Diocesano de Leigos.

2. Assim, reconheço que a celebração de um Sínodo Dioce­sano será uma ocasião oportuna para revitalizar a consciência e o empenhamento cristão de todos os fiéis na vida da Diocese, para aprofundar a comunhão na mesma fé, esperança e carida­de, para estudar e responder aos desafios colocados pela socie­dade em que estamos inseridos, neste fmal de século XX.

3. Como acontecimento importante na vida da Diocese de Leiria-Fátima, o Sínodo será um espaço de estudo e de diálogo, de celebração comunitária da fé e de partilha de esperanças e preocupações comuns. Por isso deverá ser bem preparado, para o que se exigirá a colaboração de todos os diocesanos. Em or­dem a essa mesma preparação, achei por bem constituir um grupo de trabalho formado pelos seguintes elementos:

P. Luís Inácio João

Álvaro da Silva André

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ACTOS EPISCOPAIS

Ir. Angelina Vaz Brites

P. Basileu dos Anjos Pires

Belmira Lourenço de Sousa

David José da sava

P. Fernando Clemente Varela

Graça Maria dos Santos Lameiro

P. Joaquim Duarte Pedrosa

Este grupo de trabalho vai recolher e divulgar documenta­ção doutrinal e histórica, a fim de sensibilizar e auscultar a opi­nião pública nesta Sociedade e nesta Igreja de Leiria-Fátima. Peço e espero que na celebração do Dia da Igreja Diocesana (3

de Outubro) possa ser apresentado um projecto do conteúdo e etapas do Sínodo Diocesano, que coloco sob a protecção dos nossos Padroeiros Santo Agostinho e Nossa Senhora de Fátima.

Dado em Leiria, sob o nosso sinal e selo. aos trinta dias do mês de Abril de mil novecentos e noventa e três.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátúna

O grupo de trabalho de preparação do Sínodo Diocesano teve já quatro reuniões. A primeira fase dos trabalhos consistiu na análise do percurso percorrido por outas dioceses que reali­zaram o seu Sínodo. Pretende-se agora estabelecer os prazos e etapas necessários para a preparação e realização da assem­bleia sinodal.

1 1 0

ACTOS EPISCOPAIS

DIACONADO PERMANENTE

DECRETO

Pelo Motu Próprio de Paulo VI "Sacrum Diaconatus Ordi­nem" com data de 1 8 de Junho de 1967 foi restabelecido na Igreja Católica o Diaconado Permanente, que, a partir de 1984,

passou a ser uma realidade em algumas dioceses portuguesas.

Na nossa Diocese de Leiria-Fátima não existem Diáconos Permanentes e por isso sente-se mais pobre. A fim de estudar e divulgar a documentação atinente, bem como atender e encami­nhar os possíveis candidatos a esta Ordem, nomeamos, como Delegados Diocesanos, os Rev.dos P. António Ramos, Pároco de São Mamede da Serra, e o P. Manuel Luís de Sousa Pinheiro, da Equipa Sacerdotal do Seminário Diocesano de Leiria.

Pedimos a Nossa Senhora de Fátima e a Santo Agostinho que abençoem este serviço na nossa Igreja.

Dado em Leiria, sob o nosso sinal e selo, aos seis dias de Maio de mil novecentos e noventa e três.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

O Diaconado Permanente foi instituído em 8 dioceses por­tuguesas: Aveiro, Braga, Évora, Funchal, Lisboa, Porto, Setúbal e Angra do Heroismo. Existem em Portugal cerca de 80 diáconos permanentes e quase 30 candídatos que se preparam para a or­denação diaconal. Na Europa são mais de 3.200, enquanto que nos Estados Unídos da América somam 1 5 mil.

l l l

ORIENTAÇÕES PARA A PASTORAL CATEQUÉTICA

No relatório apresentado ao Bispo Diocesano, o Secretariado Diocesano da Educação Cristã sintetiza alguns dos desafios que se pretendem assumir:

1 . A catequese não pode aparecer como algo isolado da comuni­dade, "propriedaden de alguns. Ela é de toda a comunidade e esta deve aceitar aquela responsabilidade.

2. Há necessidade de investir de todas as formas nesta e nou­tras áreas da pastoral, priorizando sempre o investimento humano, uma vez que os outros dependem deste.

3. Urge fazer opções pela evangelização nas comunidades, en­volvendo-as nessa tarefa.

4. A catequese faz-se para a vida e não apenas para os sacra­mentos ou para as festas, que acontecem na vida.

5. Urge fazer catequese às famílias, bem como aos adultos, de maneira geral. É deles que depende muitas vezes a eficácia çia catequese das crianças e adolescentes.

6. Os catequistas deverão, no mínimo, ter 18 anos. Não falamos nos auxiliares.

7. Para que os catequistas sejam cada vez mais eficazes neste serviço da catequese, é absolutamente necessário fazerem-se reuniões de catequistas.

8. O investimento global nestas fases etárias da Infância e Ado­lescência passa pela aceitação de dez anos de catequese e dos dez catecismos. Conforme os casos concretos, à cateque­se dos adolescentes poderá eventualmente dar-se outro no­me, consoante a sensibilidade dos destinatários.

• A diocese de Leiria-Fátima tem cerca de 2. 700 catequistas, sendo 800..6 femininos. São cerca de 25 mil crianças e adolescentes que frequentam a catequese ou os grupos de adolescentes. Salienta-se que é uma percentagem bastante diminuta. Existem na Diocese 220 centros de catequese.

1 12

CONSELHO PRESBITERAL DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

COMUNICADO DA REUNIÃO DE 30.6. 1993

Reurúdo a 30 de Junho de 1993, sob a presidência do Senhor Bispo. D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, o Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fátima contou com a presença da totalidade dos seus membros e reflectiu sobre assuntos de particular impor­tância e actualidade, especialmente relacionados com a presença atenta ás realidades humanas e sociais, com a orientação e progra­mação pastorais para o próximo ano e com a aplicação do regula­mento sobre a administração diocesana.

Introduzida pelo Sr. Bispo. a consideração dos problemas so­ciais mais salientes permitiu perspectivar a criação de instâncias especializadas que completem as já existentes, e contribuam para tomar mais esclarecidas. objectivas e eficazes as intervenções dos cristãos e da Igreja. Em futuras reurúões, o Conselho propõe-se continuar a envidar esforços neste sentido.

Uma troca de informações sobre a avaliação e programação das actividades dos diversos sectores proporcionou a todos uma vi­são de conjunto. e permitiu sobretudo destacar a incidência gene­ralizada em aspectos ligados à promoção e defesa dos valores familiares. Por um lado. ficou o sentimento de correspondência aos apelos da Igreja. dos quais o Sr. Bispo se faz eco constante, ao rea­firmar a prioridade da família. logo apontada no início do seu epis­copado; por outro lado. evidenciam-se a percepção da necessidade urgente de ir ao encontro de tantas dúvidas e tão grandes dramas e a capacidade promissora de corresponder às expectativas do Ano Internacional da Família a celebrar em 1994. Não faltando irúciati­vas. toma-se necessário programar e coordenar de modo a evitar duplicações e sobrecargas. e sobretudo a formar com todos os ele­mentos um conjunto harmorúoso e mais proveitoso. O Conselho entendeu unanimemente que esta coordenação deve ser pedida ao Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar e sugeriu que o dia da Diocese a celebrar no próximo 3 de Outubro possa servir para apresentação e lançamento dessas acções coordenadas.

1 1 3

COMUNICADO DO CONSELHO PRESBITERAL

Ainda no âmbito da organização pastoral, foi aplaudida a ini­ciativa do Sr. O. Serafim de promover a publicação conjunta de um calendário geral das actividades diocesanas, se possível já no pró­ximo número do "órgão Oficial da Diocese".

Mereceu especial destaque o estudo dos critérios gerais que devem presidir ã formação de novas paróquias. Embora o tema de­va ainda ser continuado futuramente, sem nenhum caso específico em vista. reafrrmou-se como critério fundamental a existência de uma comunidade viva de fiéis com capacidade de assumir uma ac­tividade apostólica organizada. aos diferentes níveis de evangeliza­ção e formação cristã.

A apresentação aos conselheiros do texto provisório do "Regu­lamento da Administração de Bens da Igreja na Diocese de Leiria­-Fátima", já aprovado anteriormente. deu azo a uma apreciação global sobre a forma da sua aplicação. Dom precioso ao serviço das comunidades locais, paroquiais e diocesana. e ajuda imprescindível ã concretização da caridade fraterna e ao testemunho evangélico da Igreja pela partilha não só dos bens espirituais mais preciosos mas também dos bens materiais a todos necessários, o novo Regula­mento exige antes de mais disponibilidade das pessoas e adaptação das estruturas. Para ajudar neste esforço de fidelidade ao espírito evangélico e ãs normas propostas pela Igreja, durante os quatro anos previstos para a sua aplicação em toda a Diocese, foram vota­dos os nomes a apresentar ao Sr. Bispo para constituição de uma comissão que incluirá proximamente também alguns leigos.

A próxima sessão do Conselho ficou agendada para 16 e 1 7 de Novembro deste ano devendo dar continuidade ao aprofunda­mento de alguns dos temas já iniciados.

O Secretário

Luís Inácio João

Celebram este ano as "Bodas de Prata Sacerdotais" (25 anos) os Padres:

1 1 4

Abel José da sava Santos (15 I 8). António Pereira Faria (15 I 8). Artur Ribeiro de Oliveira (1518). António Lopes de Sousa (181 1 0). José Marques dos Reis (181 1 0).

RELATÓRIOS PASTORAIS

SECRETARIADO DIOCESANO DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

RELATÓRIO DE ACTMDADES - 1992/93

A diocese de Leiria-Fátima, há alguns anos a esta parte, vem fazendo opção preferencial pela formação de catequistas e pelo trabalho com adolescentes. Daqui, todo o esforço no in­vestimento humano na catequese.

Ao longo deste ano catequético 92/93 o Secretariado Dio­cesano da Educação Cristã da Infância e Adolescência procu­rou estar atento, apoiando o lançamento dos novos catecismos, que estão a ser utilizados na totalidade das paróquias, apenas com uma ou outra excepção.

OBJECTIVOS

Conforme refere o decreto da nomeação deste Secretaria­do, os seus objectivos são:

1 . Formar catequistas e outros educadores para as fases etárias da Infância e Adolescência, proporcionado-lhes um conheci­mento sistemático do Projecto Salvador de Deus e os meios mais adequados para os transmitir aos seus destinatários.

2. Ajudar todos os educadores, particularmente os catequis­tas, a aderirem a Jesus Cristo e ao plano salvífico de Deus, mediante uma autêntica vivência cristã pessoal e o empe­nhamento concreto na comunidade local.

3. Apoiar e incentivar a organização da catequese nas comu­nidades paroquiais e colaborar na constituição dos Secre­tariados Paroquiais e Vicariais.

1 1 5

REIATÚRIOS PASTORAIS ------------------

4. De acordo com o Bispo Diocesano, promover o uso dos cate­cismos devidamente aprovados, e ainda fornecer outros ins­trumentos necessários na aprendizagem da doutrina cristã.

5. Promover acções de formação sistemática: escola de cate­quistas, cursos, retiros espirituais e outras.

6. Reflectir periodicamente na realidade catequética da diocese partindo das bases, a apresentar anualmente a quem de di­reito, planos de acção pastoral neste campo, bem como re­latório de actividades, orçamento e exercício de contas.

ACÇÕES REALIZADAS AO LONGO DO ANO 1992/93

1 . Encontro de estudo dos novos catecismos para as equipas responsáveis: diocesana, vicariais e paroquiais, nos dias 19 e 20 d e Setembro.

2. XXIII Encontro Diocesano de Catequistas, no dia 27 de Se­tembro de 92, com a presença de cerca de 500 catequistas.

3. Escola Diocesana de Catequistas, que funcionou na aula magna do Seminário Diocesano, em 14 sessões. ao longo dos meses de Outubro a Maio. Tem sido sempre constituí­da por duas partes: a primeira doutrinal e a segunda psi­copedagógica, de acompanhamento aos catecismos dos vários anos de catequese. Na primeira parte foram tratados os temas: Identidade do Catequista, no primeiro semestre e Cristologia no segundo. Invulgarmente, foi frequentada, em média, por cerca de 350 I 400 catequistas. De referir ainda o grupo de preparação dos cãnticos litúrgi­cos, que tem sido um grande apoio para os grupos corais das paróquias.

4. Formação de catequistas:

Continuamos na grande preocupação de formar especifica­mente os catequistas. Este ano continuámos a ministrar o Curso de Iniciação Ca-

1 1 6 ____________________________________________ __

------------------------------------- RELATôruOS PAsroRMS

tequística, já actualizado de acordo com os novos catecis­mos. Fizemos cinco, nas seguintes paróquias: Leiria, Par­ceiros, Aljubarrota, Matas e Marinha Grande. Para além deste Curso elaborámos um esquema de três se­rões para formação permanente, a que chamámos Encontro de Sensibilização Catequística. Fizemos nove destes encon­tros, assim distribuídos: S. Catarina da Serra, Arrabal, Pa­taias, Minde, Caranguejeira, Aljubarrota, Olival, Cortes e Porto de Mós.

5. Encontro Diocesano para animadores de Adolescentes, nos dias 14 e 15 de Novembro.

6. No dia 20 de Dezembro promovemos um encontro para os membros da equipa do Secretariado Diocesano, para ava­liação das actividades já realizadas.

7. Nas férias do Carnaval realizou-se o XXI Interdiocesano, promovido pelas dioceses do Centro - Leiria-Fátima, Lis­boa, Santarém, Setúbal e Portalegre e Castelo Branco. De salientar que os conteúdos se situaram na formação inicial de catequistas, a que chamamos ano O, ou sensibilização; irá ser experimentado nas mesmas dioceses.

8. No mês de Março promovemos dois retiros: um para cate­quistas, no Santuário de Fátima e outro para animadores de adolescentes. na Casa da Cáritas, no Pedrógão.

9. De 13 a 16 de Abril realizou-se em Leiria, na Casa de Reti­ros de S. Francisco, o XXXII Encontro Nacional das Equi­pas de todos os Secretariados Diocesanos da Educação Cristã da Infãncia e Adolescência. Embora a responsabili­dade do Encontro tenha sido do Secretariado Nacional, todo o apoio logístico e a sua gerência foi assumida por este Se­cretariado Diocesano de Leiria-Fátima. Tentámos acolher os ilustres visitantes da melhor forma que nos foi possível.

10. De referir ainda o apoio em encontros pontuais de forma­ção específica ou de reflexão espiritual assumidos ou aconselhados às paróquias por este Serviço.

1 1 7

REIATúRIOS PASfORAJS ------------------

1 1 . O Secretariado procurou também apoiar as paróquias, for­necendo instrumentos de trabalho para a catequese, no­meadamente audio-visuais e outros que foram solicitados.

AVALIAÇÃO .. . E PROJECTOS

1 . Achamos que tem sido muito útil todo o trabalho com ca­tequistas, uma vez que só a catequese renovada e bem or­ganizada será resposta aos desafios do nosso mundo.

2. Se é verdade que em várias freguesias há um trabalho or­ganizado com adolescentes, também é verdade que uma boa parte ainda manifesta incapacidade de trabalho nesta área pastoral.

3. Continua a confundir-se ensino de doutrina com catequese e a dar-se mais importância àquele do que a esta.

4. Continua a manifestar-se que cerca de 45% dos catequistas não têm formação específica minima para fazer catequese.

5. Há paróquias onde o pároco tem que fazer tudo, em termos de organização e de decisão. Por outro lado nota-se a falta de leigos convenientemente preparados.

6. Continua a notar-se ainda muita falta de organização da catequese a nível de vigararia, de paróquia e de centros de culto.

7. Sentimos muito a falta de pessoas qualificadas para a for­mação de catequistas. Neste sentido a Diocese deveria in­vestir mais na formação de leigos em toda a área pastoral.

8. É urgente que todas as paróquias assumam os novos cate­cismos, apesar de todas as suas limitações, e fazê-lo com coragem e esperança.

P. Augusto Gomes Gonçalves

1 1 8 ---------------------------------------

UM ANO DE PASTORAL VOCACIONAL

AS ACÇÕES

Durante o presente ano pastoral, o Secretariado das Voca­ções, com o objectivo de sensibilizar, promover a oração, formar e despertar as comunidades e as pessoas para a problemática voca­cional. realizou. entre outras. as seguintes acções:

- semanas de sensibilização em cada uma das paróquias das vigararias de Ourém e Caxarias, onde ficaram alguns ani­madores para darem continuidade ao trabalho iniciado;

- encontros de adolescentes (9) e de jovens (6). em Leiria e Fá­tima. para os ajudar a pensar no seu futuro;

- tardes de reflexão e oração vocacional na fase de preparação para a profissão de fé e para o crisma, em cerca de uma de­zena de paróquias;

- encontros diocesanos para formação dos animadores voca­cionais (2) e reuniões com algumas equipas paroquiais;

- celebração do Dia da Vida Consagrada em Fátima; - elaboração de subsídios vários e envio dos mesmos ás co-

munidades para nelas se promover a oração e outras inicia­tivas de animação vocacional;

- acções de formação para adolescentes, jovens e movimentos apostólicos, na Vieira de Leiria, por ocasião da celebração das bodas de prata do seu pároco;

- actividades várias no âmbito do Pré-Seminário.

OBSERVAÇÕES E PERSPECTIVAS

1 . Parece verificar-se um crescente empenhamento, ou pelo me­nos, interesse, da parte de bastantes fiéis em colaborar no des­pertar de novas vocações. São indícios disso a participação em vigllias de oração e realização de outras, a solicitação de acções vocacionais e o convite a adolescentes e jovens para participa­rem em acções de formação.

--------------------------------------------- 1 1 9

RELATÓRIOS PASTORAIS

Todavia, ainda estamos longe de vermos as "comunidade per­manentemente em estado de vocação e missão". como deseja o plano diocesano. A acção dos animadores vocacionais e de ou­tros agentes pastorais, orientados pelos padres, poderá revelar­-se um contributo significativo naquele sentido, se forem devidamente orientados e formados para tal.

2. O trabalho com adolescentes e jovens teve razoável participa­ção, mais por parte dos primeiros do que dos segundos. Verifi­ca-se alguma abertura à reflexão vocacional. embora com bases muito deficientes quanto à formação cristã e vivência es­piritual. A vocação de consagração, em todas as suas formas, aparece mais como alvo de admiração e de questionamento do que como hipótese a considerar para os próprios. Toma-se, por isso, necessário um investimento pastoral maior e mais di­nãmico para levar os jovens a encontrarem e aderirem a Jesus Cristo, comprometendo com Ele a própria vida nas comunida­des cristãs. Este Secretariado deverá considerar os modos, vias e possibili­dades de despertar nos jovens o interesse pela descoberta da própria vocação e a admissão de que essa possa eventualmen­te ser a de consagração em alguma das suas formas.

3. Os contactos com os adolescentes e jovens são ainda demasia­do esporádicos, sem continuidade. É preciso pôr-se a caminho com eles, entusiasmando-os a fazerem-se discípulos e a seguir o Senhor, sedentos das suas palavras e disporúveis para se comprometerem com Ele. Neste sentido, há que formar uma espécie de movimento que envolva e congregue os adolescentes e jovens abertos à descoberta vocacional e lhes proporcione múltiplas ocasiões e meios para fazer a sua caminhada de for­mação e discernimento. Uma dificuldade para que esta ideia se transforme num projecto em concretização encontra-se na ca­rência de pessoas disporúveis para a levar por diante.

4. A oração vocacional e a súplica pelas vocações foi uma cons­tante ao longo do ano nas nossas actividades. Há que conti­nuar neste sentido, investindo sobretudo nas iniciativas, momentos e espaços a oferecer aos adolescentes e jovens para

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------------------------------------- RELATúffiOS PAsroRNS

que eles cultivem a disponibilidade para a escuta do Senhor e para a correspondência ao Seu chamamento. Tal orientação deveria ser assumida em todas as comunidades e grupos cris­tãos e por todos os agentes pastorais.

5. A colaboração de religiosos e religiosas na pastoral vocacional comum na diocese tem sido uma constante. Este modo de agir exprime melhor a comunhão a que se orienta toda a diversida­de de dons e vocações. Parece-nos que é de prosseguir nesta li­nha, aprofundando mais a consciência de comunhão e estendendo e articulando ainda melhor a colaboração, nomea­damente na divulgação das vãrias iniciativas que são tomadas pelos diferentes institutos.

6. A vigilia de oração realizada na Sé de Leiria, na Semana das Vocações. foi feita em colaboração com o Secretariado da Pas­toral Juvenil. Os contactos então estabelecidos fizeram surgir o projecto de um encontro de reflexão em ordem à abertura de horizontes de colaboração. O mesmo se deve fazer relativamen­te à pastoral familiar e à da infància e adolescência, pelo me­nos.

7. No respeitante à vocação ao ministério presbiteral, a pastoral vocacional encontra continuidade normal nas iniciativas do Pré-Seminãrio. Fizeram-se vãrios encontros de formação para os adolescentes interessados na descoberta do chamamento do Senhor e alguns especificamente para os rapazes inscritos no Pré-Seminãrio, que são mais de trinta. Quase duas centenas de rapazes passou pelo Seminãrio, alguns vãrias vezes durante o ano. O contacto com eles foi estabelecido através da folha "Novo Sol". publicada mensalmente. Duas dificuldades têm aparecido neste trabalho: o insucesso das tentativas de realizar encontros para rapazes com mais de quinze anos e a impossibilidade de desenvolver visitas domici­liárias aos pré-seminaristas, para o conhecimento pessoal mais aprofundado de cada um deles e do seu ambiente fami­liar.

P. Jorge Guarda

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SECRETARIADO DIOCESANO DA PASTORAL JUVENIL

ANO PASTORAL - 1992/93

Objectivos: Formação de animadores

Interioridade

Integração na vida paroquial

• Abertura das actividades: 1 7 de Outubro 1992 Participantes: cerca de 300 jovens

Celebração solene da Eucaristia, com vãrios momentos "al­tos" como foi a apresentação dos dons, onde cada grupo colocou no altar um símbolo do seu grupo e da caminhada que estava a percorrer.

• Encontro de Animadores de Adolescentes e Jovens: 1 4 e 1 5 de Novembro. Participantes: 1 10 animadores.

Promovido conjuntamente pelo Secretariado da Infância e Adolescência e Secretariado da Pastoral Juvenil. Foi orien­tado pelo P. Artur, responsável nacional da juventude, da Congregação a que pertence. A apreciação final do trabalho desenvolvido foi positiva.

• Retiro parajovens: 23 e 24 de Janeiro 1993 Participantes: 32 jovens.

Promovido e orientado pelos membros do secretariado. Tema: "Se pedires, ser-vos-á dado". Com vários momentos "altos", como a vigília de oração e os momentos de silêncio; o que levou, no final, os jovens a di­zer que "sentiram o Senhor passar por eles . . . "

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------------------ RElATÓRIOS PASTORAIS

• Retiro para Animadores: 20 e 2 1 de Março 1993 Participantes: 30 animadores de jovens e adolescentes.

Promovido e orientado conjuntamente pelos dois secreta­riados (Pastoral Juvenil e Infância e Adolescência). Teve vários momentos fortes durante os vários trabalhos realizados nos dois dias, mas foi �marcante" a pequena vi­gília de oração.

• Dia Mundial da Juventude: 4 de Abril 1993 Participantes: cerca de 400 jovens

Promovido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, foi orientado pelo grupo de jovens do Alqueidão da Serra. Percurso pela serra (tipo ralye-paper). em que, para além de se apreciar a paisagem se reflectiu sobre a mensagem do Papa para esse dia: �vim para que tenham vida e a te­nham em abundância".

Almoço partilhado, no adro da Igreja. onde também se rea­lizou uma pequena exposição/feira de artigos típicos de ca­da paróquia. Celebração festiva da Eucaristia - salão da Casa do Povo. No final houve um momento de convivia entre os jovens e a população do Alqueidão da Serra.

• Presença Jovem

Saíram dois números deste pequeno jornal do Secretaria­do: o nQ 23 em Dezembro, centrado essencialmente no te­ma do Natal, e o nQ 24 em Março, cujo tema foi a Páscoa. Já se encontra em fase adiantada de preparação o próximo número.

Além das noticias (enviadas pelos vários grupos), houve es­paços de critica/aconselhamento de discos e livros, uma proposta de oração e um pequeno texto escrito por jovens e relacionado com o "tema" dessa edição.

O Secretariado

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SECRETARIADO DIOCES�O DO ENSINO DA IGREJA NAS :ESCOLAS DO II E II. CICLOS E SECUNDÁRIO

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES - 1992/93

O Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Esco­las da diocese de Leiria-Fátima foi oficializado, pela primeira vez, pelo senhor D. Alberto Cosme do Amaral. no dia 1 O de Janeiro de 1993. Entretanto, a sua actividade já vem de lon­ge, sempre na tentativa de responder aos alunos. que querem receber a aula de Educação Moral e Religiosa Católica, atra­vés do trabalho feito pelos respectivos professores. Para isso procura acompanhá-los permanentemente, quer na sua for­mação específica quer no apoio global, a todos os níveis.

OBJECTIVOS

Segundo o decreto da referida nomeação, podemos elen­car assim os objectivos deste Secretariado:

1. Realizar as necessárias acções burocráticas nas relações entre a escola e o Bispo diocesano.

2. Promover uma adequada informação aos professores de Edu­cação Moral e Religiosa Católica, bem como a sua indispensá­vel formação permanente.

3. Ajudar os professores, por meio desta formação, a serem uma presença viva da Igreja, cujo verdadeiro rosto deve transpare­cer em todos os seus comportamentos, tanto na escola como fora dela, de modo que a aula se tome credível e desejada para alunos e pais, e ainda para todos os que trabalham na escola.

4. Criar espaços de partilha, para que mais facilmente se consiga que os alunos descubram a Igreja, comunidade de fé viva, co­munidade de salvação, na comunhão com Deus e com os ho­mens.

5. Acolher e favorecer as iniciativas dos professores.

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------------------ RELA TúRIOS PASTORAIS

ALUNOS

No ano corrente de 1992/93 estão inscritos na aula de Edu­cação Moral e Religiosa Católica 1 1 .851 alunos, entre os 20.090 que frequentam as diversas escolas do ensino público da ãrea geográfica da diocese de Leiria-Fátima. São, portanto, 59%.

Estão assim distribuídos pelos diversos anos nas escolas públicas:

5 2 ano, 3 . 1 96 (91 ,5%); 62 ano, 2.9 1 3 (84,8%); 72 ano, 2.558 (68%) ; 82 ano, 1 .697 (54,4%); 92 ano, 1 .024 (38,6%); 102 ano, 342 (20%); 1 P ano, 104 (8%) e 1211 ano, 1 7 (2, 7%).

ESCOLAS PÚBLICAS

Existem na diocese 25 escolas públicas: 3 escolas prepa­ratórias, 10 escolas C+S. 8 escolas secundárias, 4 escolas particulares

PROFESSORES

São trinta e seis os professores de Educação Moral e Reli­giosa Católica que leccionam no espaço geográfico da diocese de Leiria-Fátima, para além dos Colégios católicos.

Estão já efectivados oito (8). Destes, dois (2) não têm ha­bilitação própria e específica.

Possuem habilitação própria quinze ( 1 5) , embora só 6 destes estejam no número dos profissionalizados.

Estão a fazer o Curso Básico de Ciências Religiosas dez (10) . Embóra não dê qualquer grau académico, dará habilita­ção própria.

Professores contratados: 1 1 .

Esperamos terminar, dentro de meses, o completamento de habiliüiçõés, que a Escola Teológicá de Leigos está a minis­trar aos referidos professores. Neste grupo estão outros pro­fessores de escolas particulares.

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REI.ATúRIOS PASTORAIS -------------------

ACÇÕES DE FORMAÇÃO

1 . No Curso Básico de Ciências Religiosas, assumido pela Es­cola Teológica de Leigos desta diocese e que será reconheci­do pelo Ministério da Educação, depois da proposta feita pela Comissão Episcopal da Educação Cristã, estão só os professores que já leccionavam a disciplina de Educação Moral à data da publicação do Decreto-Lei 407, isto é, em Novembro de 1989. Este ano, o que já aconteceu também nos dois últimos anos, para além das aulas do curso ordinário da referida Escola Teológica, este grupo de professores frequenta as se­guintes disciplinas, para completamento de habilitações:

Antigo Testamento II

Teologia dos Sacramentos

História da Igreja Modema e Contemporânea

Organização e Desenvolvimento Curricular

Tecnologia Educativa

Didáctica Especial da Educação Moral e Religiosa Católica

2. Fizeram-se dois tempos de reciclagem obrigatória, de dois dias cada um. O primeiro, em Fátima, de 28 a 29 de Outubro de 1992, em conjunto com a diocese de Santarém, versou o tema Ética e Bioética - Reprodução medicamente assistida, Pro­blemas na área da Genética, a Eutanásia . . . Os prelectores foram: Professor Dr. Agostinho Almeida Santos, Professor Dr. Luis Archer e P. Victor Feytor Pinto. O segundo, em Leiria, nos dias 6 e 7 de Maio, do corrente ano, orientado pelo professor P. Dr. João de Deus Costa Jorge, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica do Porto. Os conteúdos foram: Os principais Movimentos Religiosos, análise da psicologia das massas e desafios lan­çados hoje à pastoral e aos professores de Educação Moral.

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----------------------------------- RELATôruOS PASTO�S

CONTACTOS PERIÓDICOS COM OS PROFESSORES

1 . Vimos publicando trimestralmente a folha de ligação CON­VERG�NCIA, como espaço de informação e partilha.

2. Com frequência o Secretariado contacta os professores, particularmente por escrito, colocando-os ao corrente da legislação ministerial, que constantemente vai saindo.

3. O Secretariado tem investido na aquisição de material au­dio-visual, colocando-o ao alcance de todos os professores.

ESPERANÇAS E DESAFIOS

1 . A Igreja deposita no professor de Educação Moral toda a esperança para que esta aula seja luz para os alunos, a ilu­minar a cultura que vão recebendo nas outras aulas. O professor será, ele mesmo, esperança para toda a escola, desde os seus colegas aos funcionários.

2. O grande desafio lançado à Igreja é o investimento na for­mação e no acompanhamento destes professores; e aos mesmos professores pede-se que sejam sinal vivo duma Igreja a caminhar com o seu Povo. Se é certo que os professores desta disciplina vão ter equi­paração pedagógica e profissional, também é certo que a Igreja tem o direito e o dever de lhes exigir vida exemplar, testemunho apostólico e compromisso eclesial. Eles são en- . viados, em missão, para o espaço escola.

P. Augusto Gomes Gonçalves

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CÁRITAS DIOCESANA DE LEIRIA

A Cáritas Diocesana de Leiria foi criada para exercer uma acção sócio-caritativa dentro da sua área geográfica "e orien­tar e coordenar a comunicação cristã de bens em toda a Dio­cese" (Art.Q 3.Q dos Estatutos).

Recentemente. no Decreto de nomeação da actual Direc­ção. o Sr. Bispo D. Alberto, apontou para a criação dum Secre­tariado da Pastoral Sócio-Caritativa, criação essa onde a Cãritas teria um papel motor e onde posteriormente se enqua­draria na sua qualidade de organismo dedicado a essa missão.

Os actuais Estatutos apontam-nos quatro acções a de­senvolver: apoio às camadas mais carenciadas. educação no sentido da solidariedade. socorro e ajuda entre comunidades. e cooperação com outros organismos ou entidades que prossi­gam os mesmos fins.

Dizem-nos também os Estatutos que não nos podemos restringir a um simples papel de agentes de "Segurança So­cial", mas que devemos ampliar a nossa acção por outros ru­mos. que indicam: cursos de formação familiar. colónias de férias para crianças e idosos. creches, jardins de infância e tempos livres. lares e centros de dia para idosos e iniciativas de carácter cultural e recreativo.

Fazendo um pouco de história da nossa Cáritas Diocesa­na. poderemos escrever que, logo à nascença, ela se empe­nhou numa tarefa que para alguns era um impossível, mas que a vontade, a generosidade, o empenho e o sonho de mui­tos, tornaram realidade. Refiro-me, como de certo se adivi­nha, à construção da "Casa da Praia". na Praia do Pedrógão.

Esse enorme esforço mobilizou, durante cerca de três anos. grande parte das energias. fundos e preocupações das Direcções nomeadas pelo Senhor Bispo, mas criou as infra­-estruturas indispensáveis à missão que lhes é confiada.

O empenhamento naquela construção provocou uma cer­ta descrença da validade do seu papel em muitas entidades que talvez tivessem subestimado o valor da opção tomada.

Assim, verifica-se ainda hoje que algumas iniciativas to-

128

RElATÓRIOS PASTORAIS

madas pela Cáritas, são encaradas com uma certa apatia, descrença ou indiferença.

Por isso, entendemos que será tarefa primeira "impor" a Cáritas como agente válido na acção Sócio-Caritativa, não por palavras, mas sim por acções, ou actuações.

É nisso que estamos verdadeiramente empenhados, usan­do os meios que. de momento. temos já à nossa disposição:

Uma óptima casa para cursos. encontros, colónias de fé­rias, etc., que já recebemos dos nossos antecedentes;

Uma secretaria com pessoal próprio e qualificado, que contratámos, e equipamento informático que adquirimos;

Uma Técnica de serviço social mais livre, para não ter de se preocupar com "papéis";

Um meio de transporte adequado ao trabalho no exterior dessa mesma Técnica, que também adquirimos.

Estamos a caminhar lentamente, como se compreenderá, mas alguns resultados já estão à vista:

A "Casa da Praia" teve no passado ano, com grupos vários. uma ocupação de cerca de 200 dias, mercê de melhores condi­ções, fruto de algumas obras e aquisição de equipamento.

Demos o nosso apoio a um Curso de Formação Familiar com a duração de cerca de 5 meses, na paróquia de Atouguia.

Continuámos a mobilizar adolescentes da Diocese para nos ajudarem na Colónia Balnear Infantil, promovendo dois encontros por ano para a sua formação e para despertar neles o valor do trabalho para os outros irmãos mais carenciados, no caso, as crianças.

Promovemos dois encontros na "Casa da Praia" para os quais convidámos todos os responsáveis diocesanos de Insti­tuições ligadas ·à acção Sócio-Caritativa, bem como todos os Párocos, onde expusemos os nossos objectivos e para os quais pedimos o seu apoio.

Para a segunda dessas reuniões convidámos o Rev.11 Pa­dre Sousa, director da Cáritas de Coimbra e uma Assistente Social que com ele trabalha, que nos explanaram o pensa­mento e a acção da Cáritas naquela Diocese vizinha.

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REI.ATÓRJOS PASTORAIS ------------------

Iremos realizar este ano, pela primeira vez e em colaboração com o Secretariado da Pastoral Juvenil, umas férias de uma se­mana para adolescentes, na "Casa da Praia".

Contamos receber cerca de 40 jovens. Estamos desde já a programar a realização da Semana Cárt­

tas na nossa Diocese. Solicitámos ao Senhor D. Serafim uma audiência, não só pa­

ra nos apresentannos, recebermos as suas orientações e dar con­ta das nossas dificuldades, como também para lhe pedir o seu apoio e transmitir o nosso plano de acção para o corrente ano.

Nessa reunião realçamos a importância que terá para a Cárt­tas a compreensão e empenho de todos os agentes da acção Só­cio-Caritativa, bem como, e principalmente, de todo o Clero Diocesano.

Porque nada poderemos fazer de verdadeiramente válido con­tra, ou sem o verdadeiro empenhamento dos Reverendos Párocos, a nossa preocupação em que eles nos oiçam, nos compreendam e nos ajudem.

Temos bem presente que só com eles poderemos caminhar e que a sua colaboração não se poderá resumir a uma acção passi­va, mas sim muito activa.

Como será essa a nossa primeira acção de fundo, permitam­-nos aproveitar este ensejo para os começar a sensibilizar neste ponto.

O caminho a percorrer é imenso. A vontade de trabalhar e o empenhamento também é muito grande. A consciência de que so­zinhos nada podemos, também a temos.

Por isso, pedimos a ajuda de Deus para esta tarefa; mas co­mo sabemos que o mesmo Deus nos empenha nestas acções, o nosso pedido de ajuda e compreensão a todos os homens de boa vontade.

Como sabemos que ELE não falha, se a obra não for por diante, a culpa será de nós todos.

E não queremos que seja .. .

Francisco Figueiredo

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VIDA ECLESIAL

ANIVERSÁRIO DE LEIRIA O feriado anual do Município de Leiria, 22 de Maio, foi este ano

ocasião para assinalar solenemente os aniversários da criação da Diocese e da elevação a Cidade.

O Bispo diocesano presidiu à celebração eucaristica durante a qual referiu a necessidade de todos contribuírem para tornar �a re­gião do Lis num espaço agradável de vida humana e de encontro de povos, no direito pela diferença".

A sessão solene, nos Paços do Concelho, presidida pelo Gover­nador Civil, contou com o contributo do Dr. Luciano Cristina que apresentou uma conferência intitulada �Leiria e os seus munícipes na restauração da Diocese".

Recorda-se que a Diocese de Leiria foi criada em 22 de Maio de 1545, pelo Papa Paulo III, e a sua sede foi elevada a cidade por D.

João III, em 13 de Junho do mesmo ano.

CORPO DE DEUS A celebração da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de

Cristo foi preparada este ano com especial empenho. No convite diri­gido a todos os fiéis, o Bispo diocesano ligou esta celebração ao 752 aniversário da restauração da Diocese e mostrou o desejo de a sinto­nizar com o Congresso Eucarístico lnternacional de Sevilha.

No domingo anterior, os ministros extraordinários da comunhão encontraram-se para momentos de reflexão teológico-pastoral e oração.

A preparação próxima foi feita por D . Serafim de Sousa Ferreira e Silva, que presidiu, na Sé, a um triduo sobre o tema do Congresso.

FATIMA JOVEM 94

"Fátima Jovem 94" é o nome de um projecto do Santuário de Fátima que tem por objectivos criar espaços de encontro, de festa, de celebração, de reflexão e oração para os jovens e ainda promover e incentivar a sua criatividade cultural.

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VIDA ECLESIAL

A temática que servirá de pano de fundo a este acontecimento é a Família. já que 1994 será o Ano Internacional da Família.

"Fátima Jovem 94" será constituído por três grandes momentos: Fórum para representantes das dioceses (27 a 29.04.94). Peregrina­ção para todos os jovens (30.04 e 0 1 .05.94) e Festival (30.04.94).

CONGRESSO EUCARÍSTICO

Alguns grupos da nossa Diocese participaram no 452 Congresso Eucarístico Internacional, em Sevilha. O representante oficial foi o P. Adelino Rodrigues Ferreira que presidiu à Comissão Diocesana pa­ra o Congresso Eucarístico.

"Cristo Luz dos Povos" foi o lema do Congresso. Corresponde à preocupação da Igreja que sente o apelo do Espírito a lançar-se numa Nova Evangelização. Esta Nova Evangelização que, no essencial, é a mesma de sempre, tem de ser nova no ardor dos evangelizadores e re­novada nos métodos e expressões.

Foram seis os objectivos concretos do Congresso Eucarístico: fortalecer a vida cristã; consolidar a comunhão eclesial; promover a participação dos leigos na vida e missão da Igreja; intensificar a soli­dariedade com os pobres e os que sofrem; impulsionar a acção mis­sionária da Igreja; promover a renovação da vivência do Domingo.

João Paulo II. peregrino da Eucaristia em Sevilha, falou deste sacramento como um apelo e uma exigência da vida cristã, ao afir­mar:"O homem eucaristizado tem que fazer da sua vida uma Euca­ristia para os outros!"

PEREGRINAÇÃO DAS CRIANÇAS

Mais de 10 mil crianças de todo o país e um grupo de dezena e meia de crianças de São Tomé e Príncipe participaram em Fátima nas celebrações da peregrinação anual das crianças ao Santuário de Fátima, realizada nos dias 9 e lO de Junho.

A descida de uma dezena de paraquedistas sobre o recinto do Santuário, no final da celebração da Missa e a realização de um pedi­tório a favor da construção dum centro social em São Tomé e Príncipe foram dois acontecimentos invulgares que marcaram as celebrações deste ano, da peregrinação das crianças.

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D�CONADO PERMANENTE QUESTÃO E DESAFIO

O Diaconado Permanente foi restaurado em Portugal a 27 de Novembro de 1979, a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa. Está hoje presente em oito dioceses do nosso país e será restaurado também nesta "igreja particular" de Leiria-Fátima.

Este ministério foi confiado, na Igreja nascente, àqueles que fo­ram escolhidos pelos Apóstolos para o serviço da caridade (Act. 6). Nos primeiros séculos, este serviço diaconal hierárquico estava devidamen­te integrado na missão evangelizadora da Igreja e daí a sua eficácia e estima. No início do segundo milénio, nomeadamente na Igreja Latina, desapareceu por ter sido reduzido apenas a uma função litúrgica.

Passaram-se séculos e o Concílio Vaticano II, na sequência do impulso dado neste campo pelo Concílio de Trento, decidiu-se pela restauração deste ministério ordenado.

A nossa diocese, à semelhança de outras. prepara-se agora pa­ra restaurar este ministério ordenado. Parece-me urgente e necessá­rio redescobrir o seu lugar, não como um serviço que qualquer um pode assumir mas como vocação específica para edificação da Igreja de Jesus Cristo.

A restauração do Diaconado Permanente em Portugal, segundo a Conferência Episcopal (Cfr. Directivas para a admissão e ordenação de candidatos nas dioceses portuguesas) assenta:

l . "na sólida razão teológica de este ministério sagrado, de institui­ção divina (apostólica) , fazer parte da estrutura hierárquica da Igreja, pertencendo à natureza do Sacramento da Ordem.

2. "não só valoriza o exercício das funções especialmente orientadas para a evangelização mas proporciona o empenhamento estável e competente nas tarefas evangelizadoras de ministros que. vivendo mais de perto com os homens e experimentando mais ao vivo os seus problemas, se encontram em condições favoráveis aos pri­meiros contactos e ao diálogo directo".

3. " na medida em que houver na Igreja diáconos a desempenhar habitualmente tarefas que lhes competem, mais claro se tomará o que é específico dos presbíteros, mais disponíveis estes ficarão para o realizar".

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RELATÚIDOS PASTORNS ----------------------------------------

Conscientes da importância deste ministério diaconal urge re­flectir, clero e leigos, sobre o seu lugar e especificidade. Nesta linha. julgo importante ter em conta que:

em comunhão com o presbítero e bispo, o diácono participa e edifi­ca o povo de Deus no serviço da liturgia, da palavra e da caridade;

o diácono permanente pertence à hierarquia porque ministro de Je­sus Cristo Profeta, Sacerdote e Rei;

o diácono permanente não vem substituir o presbítero mas realiza a sua missão própria;

o diácono permanente vem ajudar a pôr a questão dos outros mi­nistérios laicais:

o diácono permanente não é resposta à falta de presbíteros.

Para terminar, direi que a instauração do Diaconado Permanen­te na nossa diocese é essencialmente 'desafio'. Independentemente da necessidade ou não deste ministério (segundo a opinião de cada um), o diácono vem completar a hierarquia desta Igreja particular e vem para servir mais e melhor o Povo de Deus.

Desafio porque vem obrigar a redefinir, na prática, o específico do presbítero e a possibilitar que este se dedique exclusivamente ao que lhe é próprio.

Desafio ainda porque exige reflectir as estruturas pastorais que temos (às quais nos habituámos por tradição ou passividade) e. em particular, porque exige desinstalação e busca de novas formas para que a 'nova evangelização' seja realidade nas nossas comunidades cristãs.

Porque acredito n'Aquele que "veio para servir e não para ser servido". também acredito naqueles que, com esforço e entrega, guia­dos pelo Espírito e atentos aos sinais dos tempos, ousam participar com empenho na renovação desta Igreja particular.

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P. Manuel Luís

• Curso de actualização do Clero de Leiria-Fátima:

Tema: "Padres para este tempo"

1 . 11 turno: 6 a 1 O de Setembro

2. 11 turno: 25 a 29 de Outubro

Local: Fátima

OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA

NÃO É MAIS UM MOVIMENTO ESTRUTURADO PARA SI PRÓPRIO É PARA LONGO PRAZO DE ACTIVIDADES

No ano de 1984, um grupo de pessoas de Santiago do Chile que tinha participado nos "ENCONTROS DE EXPERIÊN­CIA DE DEUS", dirigidos por Frei Inácio Larrafíaga, começou a reunir-se com o propósito de reviver e alargar mais essa EX­PERIÊNCIA que tanto o havia marcado.

Nesse ano, Frei Inácio, capuchinho, de nacionalidade es­panhola, encontrava-se no Chile, retirado apenas temporaria­mente da sua frequente actividade de animação de "Encontros de Experiência de Deus" que já se haviam estendido a toda a América Latina, à Espanha e a Portugal.

- No Chile utilizava-se muito, nessa altura, o termo OFI­CINA para classificar certas actividades de "aprender-fazendo". E tal termo era comumente aplicado em diversíssimos campos como na Arte, na Literatura e outros. E passado pouco tempo o citado grupo de leigos pensou em organizar também "Ofici­nas de Oração".

Desde esse mesmo ano e à base da experiência adquirida, começou a elaborar-se um "Manual das Oficinas", embora com carácter provisório e experimental. De facto, esse "Manual" foi utilizado até Abril do ano de 1987 quando se realizou em Gua­dalajara (México) o I Congresso Internacional das Oficinas de Oração, no qual participaram cerca de 200 "Guias" de quase todos os países da América Latina e também da Espanha.

Logo desde o seu início, no Chile, as "Oficinas de Oração e Vida" - como vieram a chamar-se já em definitivo - alcan­çaram um desenvolvimento espectacular, superando todas as expectativas, certamente porque se tratava de uma resposta

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OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA

válida às inquietações salutares da procura de Deus, de reen­contro com a Sua Palavra e da descoberta de uma Oração mais personalizada e mais orientada.

É que essas inquietações sentem-se muito presentes nos países latino-americanos, nos últimos decénios; e são tam­bém tidas em conta pelas Confissões não católicas, naquele Continente.

Nos meses que se seguiram ao Congresso de Guadalajara o citado "Manual" começou a ser utilizado em quase toda a parte.

Ele é dividido em três partes: I Parte - A identidade das Oficinas e seu regime interno. II Parte - Orientações metodológicas, incluindo o desen-

volvimento pormenorizado de cada uma das catorze Sessões e o "Deserto", de que consta cada "Oficina de Oração e Vida".

III Parte - Alguns subsídios importantes como: exercícios de relaxamento, silenciamento, modalidades de Oração e ceri­monial do "Envio".No segundo semestre de 1987 realizaram­-se centenas de 'Oficinas' em toda a América Latina e Europa. Nos Estados Unidos da América iniciaram-se um ano depois, principiando entre oriundos de países de língua espanhola, seguindo sempre o "Manual".

Inicialmente foi preciso organizar, em quase todos os paí­ses, pequenos Cursos para estudo e assimilação mais rápida do "Manual" e do 'espírito das Oficinas'. São as "Oficinas Pilo­to". Nessa altura, em 1990, as "Oficinas de Oração e Vida" jà trabalhavam em 24 países da América, da Europa e da Ásia; e em cada ano se realizavam cerca de 2300 novas "Oficinas" . E estavam em fase de lançamento na França, onde começaram nos arredores de Paris com Oficinistas naturais de Portugal, na Itália, no Canadá e no Japão, a partir de imigrantes de lín­gua espanhola.

Aquelas pessoas que se sentem chamadas a ser 'Guias', se já tiverem participado num "Encontro de Experiência de Deus" ou numa "Oficina" básica, poderão vir a sê-lo: a) depois de terem participado numa "Oficina Piloto" dirigida por Guias Experientes (Guias Orientadores); b) terem trabalhado numa

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----------------- OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA

Oficina básica, como auxiliares de um Guia Experiente; c) e desde que reúnam as condições e qualidades necessárias. As exigências são cada vez maiores. na selecção dos Guias: eles ou elas devem ser pessoas com uma experiência de Deus e uma vida de oração já comprovadas; dotados(as) de qualida­des pessoais importantes e indispensáveis como: equilíbrio emocional. simpatia natural. humildade. alegria, capacidade fácil de comunicação e acolhimento. etc . .

UMA ORGANIZAÇÃO SÓLIDA E EXIGENTE

A experiência destes anos, particularmente a partir de 1987 e a amplitude. a complexidade e o desenvolvimento res­ponsável das "Oficinas de Oração e Vida" foram demonstrando a necessidade da existência de uma organização mais sólida. que não dê lugar a improvisações e a certas espontaneidades fáceis ou vistosas, mas não válidas. que sempre querem vir ao de cima. Por isso. desde os inícios de 1989 foi amadurecendo a ideia da necessidade de organizar a Assembleia dos Respon­sáveis Nacionais das "Oficinas de Oração e Vida" a qual foi cuidadosamente preparada a partir de Maio daquele ano e vi­ria a realizar-se em Funza (Colômbia). Nela participaram os e as Responsáveis Nacionais de 17 países.

Nesta Assembleia de Responsáveis Nacionais põde com­provar-se e verificar-se já a solidez e a responsabilidade de uma Obra e de um Serviço Eclesial basicamente consolidado.

No que respeita á Comunicação e inter-informação elas têm sido feitas de modo mais ou menos espontãneo, por meio de Boletins, entre os vários países.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DAS OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA

Na citada "Assembleia" de Funza foi decidido que as Ofici­nas passassem a designar-se "Oficinas de Oração e Vida", co­mo já se vinha fazendo em vários lugares. havia mais de um ano. Quer afirmar-se assim e logo a partir da designação no-

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OFICINAS DE ORAÇAO E VIDA -----------------

minai, que não se trata de um Organismo destinado a promo­ver apenas uma oração pessoal auto-suficiente, nem tão pouco a fazer nascer grupos de oração alheados das realidades da vi­da a viver. Trata-se sim de Um Seroiço Eclesial destinado ape­nas a ajudar os participantes a chegarem a um conhecimento e aceitação de si mesmos, tais quais são, na liberdade do Espí­rito Santo, a descobrirem e percorrerem o sentido válido para a sua vida com Deus, e a provocar neles a procura do encontro com Deus, pela Fé vivida e pela Oração alimentada e vivificada fundamentalmente na Palavra de Deus - que é muito privile­giada nas "Oficinas de Oração e Vida" - para ser traduzida em atitudes e compromissos de vida.

Daqui resulta que a acção pedagógica das "Oficinas" se não limite só às duas horas semanais que dura cada uma das catorze sessões, mas compreenda também "tarefas" que os/as oficinistas devem realizar ao longo de toda a semana seguinte, segundo uma metodologia de experiência e treino (aprender-fa­zendo) à base de textos bíblicos, propostos como inspiradores e que devem ser vividos em atitudes concretas, pessoais e sociais.

Um dos objectivos das "Oficinas de Oração e Vida" é o despertar nos oficinistas a consciência da Missão Apostólica, tão deficitària na Igreja nos tempos presentes, nomeadamente quanto à vocação e missão do laicado. Assim, uma das Ses­sões das "Oficinas" versa exactamente sobre a Missão Apostóli­ca e, de alguma maneira toda a "Oficina" está articulada sobre o vector da Vocação Pessoal Missionária, também do laicado. E um dos lugares comuns a que se faz apelo constantemente, nas "Oficinas" e na espiritualidade que as inspira" é este: "fa­zer hoje, em cada situação, como o próprio Jesus faria".

E depois da publicação do novo livro de Frei Inácio: "o Pobre de Nazaré", mais se explicita ainda essa motivação de vida a viver.

- Por mais de uma vez se têm ouvido expressar certos receios relativamente às "Oficinas de Oração e Vida". Certo é, porém, que logo na génese dos seus propósitos e objectivos, como revitalização do espírito e da actividade apostólica, elas são de todo alheias a qualquer "pedagogia alienante". Do que se trata é de abrir aos "oficinistas" caminhos de compromisso

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----------------- OFICINAS DE ORAÇÃO E VlOA

interior, livres e capazes de conduzi-los a uma sã e adulta re­lação consigo mesmos, com todos os outros e com Deus.

Na medida em que, eventualmente, se não alcançam es­tes objectivos, os "oficinistas" - como muitos outros e outras - podem correr o risco de se satisfazerem com uma oração descomprometida.

Não esqueçamos, porém, que as "Oficinas" são apenas um dos pontos de partida. E, pelo menos para muitas pessoas foi por elas que descobriram Deus-Pai, Libertador em Cristo e pelo Espúito Santo. E por elas chegaram à descoberta de um novo sentido para a sua vida, quando parecia que todas as portas estavam fechadas.

Por se tratar de um SERVIÇO que termina propriamente quando termina a última Sessão daquelas "Oficinas", é de es­perar - e assim acontece normalmente - que aqueles e aque­las que o viveram profundamente - muitas vezes jà integrados nos Movimentos Eclesiais Apostólicos existentes - continuam a melhorar a sua Formação e Vida, comprometidos nesses mesmos Movimentos ou até em novas Organizações Eclesiais de Apostolado.

A missão das "Oficinas de Oração e Vida" é actuar como despertador da consciência: mobilizar a Fé adormecida; revi­talizar modos de Oração confusos ou mal orientados.

Todos aqueles e aquelas que se sintam interessados em frequentar uma "Oficina de Oração e Vida", e a viverem-na com interesse real, desde o princípio ao fim e durante aqueles cerca de três meses e meio, poderão conscientizar mais e me­lhorar a sua vida cristã e a sua acção apostólica, com todo o Povo de Deus, sem deixarem de pertencer minimamente aos Movimentos ou Grupos de Apostolado em que jà estão com­prometidos. É o que acontece com frequência com muitos e muitas que são também "Guias de Oficinas de Oração e Vida".

Em 1990 o número de Guias em exercício, em todos os países, era levemente superior a 3.000. E não poucos conti­nuam a realizar também outros trabalhos apostólicos em que estão comprometidos nos diversos sectores da Pastoral, tanto a nível diocesano como a nível paroquial.

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OFICINAS DE ORAÇAO E VIDA -----------------

OPORTUNIDADE ACTUAL DAS "OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA"

A quase totalidade dos Guias das "Oficinas de Oração e Vida" são leigos e leigas. Trata-se pois de um Serviço ou minis­tério tipicamente laical.

Note-se, porém, de que não estão de modo nenhum ex­cluídos disso os Sacerdotes, os Religiosos ou as Religiosas. De facto, muitos deles e delas actuam normalmente como "Guias". Nem de outro modo deveria ser. Apenas se lhes pede - como a todos os outros e outras - que procurem antes de mais inte­grar-se bem no espírito e dinãmica das "Oficinas de Oração e Vida", que ponham cuidadosamente em prática todas as orien­tações do "Manual para as Guias" e que experimentem pes­soalmente e de boa vontade todos os métodos propostos no Manual, para poderem apresentá-los com experiência vivida, dado que não se trata de um cursc> teórico. É antes, como nu­ma oficina. onde se aprende afazer -fazendo.

Antes de se pretender introduzir oficialmente as "Oficinas de Oração e Vida" numa Diocese, informa-se o Senhor Bispo, sobre a oportunidade disso. E as Oficinas só se iniciam com a sua aprovação expressa.

No tempo presente, como é sabido, verifica-se uma gran­de penetração e expansão das Confissões Cristãs não Católi­cas - o que está a modificar significativamente os valores estatísticos, em alguns paises. E existe uma crescente preocu­pação, por parte dos responsáveis da Igreja Católica, em rela­ção a este facto, como aliás é legítimo, nomeadamente por parte daqueles que se preocupam com a imagem da Igreja. Mas, de facto, não se tem uma consciência bastante clara e concreta das razões - certamente múltiplas e muito comple­xas - que levam ao êxodo de muitos católicos, para outras Confissões Religiosas e Seitas.

É muito provável também que a desusada expansão das "Oficinas" possa corresponder, por uma lado a uma crescente procura do produto sentido da Vida e do Transcendente, por

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---------�------- OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA

parte de muitos cristãos, mesmos católicos. Ou por outro la­do, talvez possa explicar-se também um pouco pelo êxito de certas técnicas de meditação e outras, de origem oriental, as quais não têm que ser total e superficialmente desqualifica­das, à partida. Por outro lado pode também ser devido ao in­suficiente e degradado lugar que o laicado continua a ocupar na vida e actividades da Igreja Católica.

Haverá que ter em conta também que as "Oficinas de Oração e Vida" propiciam e estão a levar a cabo com êxito a recuperação da PALAVRA DE DEUS, como ponto de partida privilegiado tanto para a Vida no Espírito como para a Oração pessoal e comunitária. De facto não pode sequer imaginar-se um oficinista sem a sua Bíblia; ou que não queira ou não sai­ba aproveitar as oportunidades que lhe dão as "Oficinas" para poder viver a sua Vocação e Missão cristã de leigo ou de sa­cerdote, religioso ou religiosa.

Participar com interesse numa "Oficina de Oração e Vida" deve corresponder ao iniciar de um Processo Vital de Aprendiza­gem e Amadurecimento na Fé e na Oração, de Intimidade com Deus, ou seja um processo de nova vida com Deus a partir de uma Experiência e Descoberta cuja metodologia e conteúdo as "Oficinas" desejam provocar, com a ajuda do Espírito Santo.

- Condensado de um texto do Padre Camilo Luchin, argentino

OFICINAS DE ORAÇÃO NA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

Já foram realizadas na Diocese de Leiria-Fátima 31 Ofici­nas de Oração e Vida com uma participação total, até ao fim, de 371 oficinistas.

As 3 1 oficinas foram realizadas nos seguintes locais e com o número de oficinistas, com aproveitamento: Alcaria, 1 / 12; Casal dos Bernardes, 1 / 12; Fátima, 5/57; Leiria, 2/40; Minde, 2/27, e Covão do Coelho, 1 / 18; Mira de Aire, 5/93;

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OFICINAS DE ORAÇÃO E VIDA ------------------

Monte Redondo, 1 / 12; Ourém, 4/50; Parceiros, em Pemelhas, 1 /27; Porto de Mós, no Tojal, 1 I 12.

Conta-se, na Diocese e nesta altura do fim de Maio de 1993, com 1 4 Guias preparados, de um e outro sexo, em 7 paróquias. E 1 3 deles já orientaram uma ou mais Oficinas de Oração e Vida.

Pe. Manuel Perdigão

• Os próximos Retiros para o Clero, em Fátima, serão orien-tados pelos padres que se indicam:

- 1 6-20 de Agosto: Pe. Agostinho dos Reis Leal, OCD - 2Q-24 de Setembro: Pe. António A. Teixeira de Sousa, SCJ - 1 2-22 de Outubro: Pe. Abílio Pina Ribeiro, CMF - 15-19 de Novembro: Pe. Fernando Rodrigues Fonseca, SCJ - 22-26 de Novembro: Pe. José J. Ferreira de Farias, SCJ

NOTA: Todos os retiros começam com o jantar do primeiro dia e terminam com o almoço do último dia.

• Foram publicadas as actas do Congresso Internacional sobre Fátima e a Paz, realizado em Maio do ano passado. Os textos são reproduzidos na lingua original.

• A diocese de Milão (Itália) instituiu um �telefone verde" contra a proliferação das seitas. Trata-se de um serviço telefó­nico com informações exactas sobre as seitas, para denunciar situações dlftceis e esclarecer dúvidas.

• A vida e missão dos presbíteros foi o tema que ocupou o Papa durante algumas alocuções das audiências gerais de quarta-feira, a partir do mês de Maio. Os textos estão publica­dos em "L'osservatore romano".

• Delicadeza e caridade no confessionário é a recomenda­ção do Papa aos confessores. Num curso organizado pela Peni­tenciaria Apostólica, João Paulo II afirmou que o sacerdote "não deve nunca manifestar espanto, seja qual for a gravidade do pecado acusado pelo penitente e não deve pronunciar palavras que soem a condenação das pessoas e não do pecado. ·

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COISAS E LOISAS DO NOSSO MUSEU

1 . De entre as diversificadas peças metálicas existentes no museu do Seminário de Leiria, destacamos dois machados de alvado e dois espetos articulados incompletos, atribuí­veis ao periodo do Bronze Final. O local onde estes e outros objectos arqueológicos congéne­res foram encontrados, num raio aproximado de duas a três dezenas de quilómetros em redor de São Sebastião do Freixo (Colipo?, Barreira) . indicia que povos desse Periodo ocuparam a área geográfica coincidente com o território da diocese de Leiria-Fátima. O Bronze Final coincide com um tempo em que a região cen­tro-portuguesa conhece uma grande prosperidade, com a produção e circulação de numerosos objectos cerãmicos e metálicos, alguns dos quais, os espetos articulados, conside­rados de prestígio. No nosso pais conhecem-se apenas dez desses espetos e os especialistas situam a sua cronologia por volta dos inícios do primeiro milénio a. C . . Atribui-se a estes objectos, produzidos por metalurgistas atlãnticos, um carácter religioso, ligado às refeições sagra­das ou a rituais funerários, numa representação muita pró­pria das mentalidades das populações da idade do Bronze.

2. E a convicção de que as nossas terras foram povoadas por gentes de recuadas origens mais se robustece a partir de uma colecção de objectos líticos. machados de pedra poli­da, do período do Eneolítico, encontrados dentro dos limi­tes da diocese e que, cronologicamente, apontam para o quarto ou terceiro milénio a. C . . O Senhor D. Domingos de Pinhão Brandão, de santa me­mória, conservou consigo, e durante algum tempo, este conjunto arqueológico e, segundo nos disse, para o identifi­car e situar no seu contexto espaço-tempo. Certificámo-

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MUSEU

-nos de que não elaborou este estudo quando fizemos uma inventariação sumária ao seu espólio documental, guarda­do na Casa Episcopal do Porto.

3. E as raízes destes povos pre-históricos enlaçam-se com as dos dominadores romanos que por aqui se fixam durante mais de quinhentos anos. Da sua presença, na nossa área geogrãflca, falam várias estações romanas. E o museu do Seminário também assinala essa ocupação através de este­las funerárias, fibulas, "pondus", grafitos cerámicos, "tegu­lae" e sobretudo da sua colecção numismática que inclui moedas hispano-romãnicas, algumas delas cunhadas en­tre os anos 1 5-30 d. C . . A diversidade destas moedas e dos centros emissores suge­re-nos indícios de relações sociais e permutas comerciais entre os nossos Avós e povos romanos de diversas prove­niências.

4. A diocese de Leiria, cujo 450.0 aniversário da sua criação, iremos comemorar em 1 995, imerge assim, na vastidão misteriosa do tempo, como concretização do pensamento de Deus e emerge, em determinado momento, topograficamen­te localizada, como herdeira de uma tradição bela e nobre e densa. Desde a pre-história longínqua, esta terra foi berço amplo de calor humano. No sangue de suas gentes anda caldeado sangue de muitas raças, culturas e tradições que se foram enriquecendo sucessivamente . . . COISAS que as LOISAS do nosso museu vão registando ciosamente.

A. Ferreira

• "Comentários ao Catecismo da Igreja Católica" é o título genérico de uma secção que a edição portuguesa de "L'osserva­tore romano" publicou semanalmente desde o n2 12 deste ano. São tratados alguns dos temas relacionados com a publicação deste texto fundamental. Os artigos são assinados por um con­

junto diversifrcado de autores.

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A EXTINÇÃO DA DIOCESE DE LEIRIA

(Continuação)

. Cerca de dois anos depois do decreto de 1 2 de Novembro de 1969, pelo qual se determinava a não nomeação de prela­dos senão para dez dioceses, enquanto se não fizesse uma nova circunscrição diocesana, uma iniciativa mais tenaz foi encetada pelo Ministro da Justiça. Depois de conferenciar com o patriarca de Lisboa e os bispos do Porto e de Coimbra. que se mostraram dispostos a colaborar, foi enviada, a 2 de Outubro de 1872. uma circular a todos os Bispos, na qual se expunha que "a abolição dos dízimos privara a Igreja dos seus mais importantes rendimentos". Por isso, tinham-se aberto, no orçamento do Estado, "capítulos para a dotação dos prela­dos e subsídios aos cabidos, sem bens próprios suficientes". Não bastava, porém, constituir o fundo de dotação: era indis­pensável proceder-se a uma redução e circunscrição das dio­ceses, arredondando-as, "em harmonia com as necessidades da administração espiritual", medida indispensável para que o governo pudesse realizar o seu pensamento de melhorar a si­tuação dos prelados, organizar os quadros capitulares, alargar a instrução eclesiástica nos seminários, circunscrever as pa­róquias e dotar o clero paroquial. assegurando-lhe decente sustentação. Pedia-se aos bispos que enviassem o seu pare­cer, e que indicassem, inclusivamente as dioceses que deviam subsistir e o arredondamento das que fossem conservadas.(39)

Esta circular foi conhecida da opinião pública católica que logo pôs de sobreaviso os seus leitores. Uma editorial de "A Na-

39. AEPSS. ex. 7, m. 1 , doe. 1 .

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A EXTINÇÃO DA DIOCESE DE LEIRIA ---------------

ção". embora sem conhecer claramente os intentos do Governo acerca da Igreja em Portugal, levantava algumas hipóteses, en­tre as quais precisamente a sempre anunciada supressão de al­gumas dioceses. a diminuição do número de paróquias e a da dotação episcopal. Ora nenhuma dessas coisas era da compe­tência do Estado, além de constituir. sobretudo o último caso. um autêntico roubo. Que estivessem pois. vigilantes os católicos portugueses. E, num claro apelo aos bispos. terminava: "Nós confiamos na firmeza do Episcopado Português, em defender os direitos da Igreja. e que, se em outras ocasiões tem acedido às vontades dos governos. nesta mostrará que se dà a César o que é de César. não dará a César o que pertence a Deus". (40)

Os prelados foram respondendo e. contemporaneamente. acharam por bem dirigir-se também ao Papa. em carta colec­tiva que o Patriarca de Lisboa entregou nas mãos do Ministro da Justiça para que o governo a fizesse chegar ao seu destino.

Nessa representação. datada de 1 9 de Outubro de 1872, e assinada por todos os prelados do continente, excepto o de Viseu. os bispos elogiavam os reis, que só "circunstàncias mais poderosas do que os seus bons desejos os têm impedido de seguir as pisadas dos seus reais predecessores. na liberali­dade para com a Igreja". E acrescentavam: "agora porém, não nos queixamos do Governo de Sua Majestade, e reconhecemos que nos parece animado dos mais sinceros sentimentos de de­voção e interesse para com a Igreja". (41)

Faziam, porém, um quadro sombrio da situação da Igreja em Portugal. Inclusivamente referiam a circunscrição diocesana: "as dioceses são administradas irregularmente; algumas, exces­sivamente pequenas, terão de ser suprimidas; e para esse fim já Vossa Santidade permitiu fossem governadas por Vigários Gerais; outras. por serem hoje mais fáceis as comunicações.

40. "A Nm;ão", n° 8.297, de 6 de Outubro de 1872. 4 1 . Crónica da Impressão do Bispado de Leiria (CSBL). suplemento ao

Couseiro, 21 edição. Leiria. 1898. p. 30.

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A EXTINÇÃO DA DIOCESE DE LEIRIA

espera-se que sejam unidas sem prejuízo dos fiéis; e para al­gumas delas também já não são apresentados Prelados; ou­tras enfim, têm inconveniente circunscrição, que dificulta o seu bom governo espiritual; e todas sofrem, por este modo, grande prejuízo, acrescendo que tão grande mal corre risco de se agravar com os últimos decretos, também provisórios: pelo que nos parece urgente algum remédio". (42)

Novo elogio ao governo pretendia certamente aplanar as coisas: "desejoso de acertar nas providências que tem de pro­por, acaba o Governo de Sua Majestade de se dirigir a todos os bispos deste reino, pedindo-lhes o seu parecer sobre vários pontos relativos ao estado da Igreja. Esta deferência, Beatíssi­mo Padre, para com a autoridade eclesiástica, raríssimas ve­zes observada em idênticos casos, ao passo que obriga os nossos mais sinceros agradecimentos, também nos é um pe­nhor da sua lealdade e frrme propósito de atender às justas reclamações da Igreja em Portugal".(43)

Tão boas referências, que continuavam no mesmo tom até ao fim do documento, levaram o Ministro dos Negócios Es­trangeiros, a 1 1 de Dezembro de 1872, a prevenir Costa Ca­bral, Conde de Tomar, antigo presidente do ministério e agora enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de Portugal junto da Santa Sé: "seria conveniente que o começo da nego­ciação [com a Santa Sé] precedesse a entrega do documento, que ora envio a V. Exll, para remover a ideia de que a negocia­ção provém da exposição dos Prelados, quando na verdade não é assim". (44)

Não era tão optimista o Conde de Tomar: "de passagem direi que me parece um pouco negro o estado em que os Bis­pos apresentam a Igreja Lusitana; pode ser que assim o jul­gassem necessário, para melhor conseguirem a benevolência

42. CSBL, p. 3 1 . 43. Ibidem. 44. AEPSS, Cx. 7, mayo 1 . doe. 2.

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A EXTINÇAO DA DIOCESE DE LEIRIA ---------------

do Santo Padre sobre o assunto da sua carta; creio, porém, que alguns pontos possam servir ao Governo Pontificio para nos agredir no futuro em algumas das nossas pretensões".

O documento foi entregue a 26 de Dezembro, quando o conde de Tomar entendeu ser o momento oportuno, por ter achado o Papa bem disposto em aceitar as propostas do gover­no. E solicitava a Lisboa, nesse fim de ano, instruções concre­tas, principalmente no que respeitava às dioceses a suprimir, (45) insistindo, em telegrama de 31 do mesmo mês e em carta da mesma data, que, "se a circunscrição de dioceses não for além das vagas, é negócio quase resolvido". ('4

Por aqui, parecia que os leirienses poderiam ficar descan­sados, apesar do estado deplorável da saúde do seu Bispo. Mas, em carta de 8 de Janeiro de 1873, voltava o Conde de Tomar a dar conta do que o cardeal Antonelli, Secretário de Estado, lhe pedira: "conhecer definitivamente o número das dioceses que devem ser suprimidas". Não tendo recebido ins­truções mais concretas, ele tinha exposto o que pensara, ba­seando-se nos antigos projectos em que ele próprio tinha intervindo, quando estava no governo: "supunha ser projecto do Governo suprimir duas dioceses do Alentejo, e que seriam talvez Elvas e Portalegre. Em seguida, Leiria, Aveiro, Pinhel e Guarda ou Castelo Branco e que era provável que a sede do bispado de Bragança, feita a circunscrição, tivesse de fixar-se em Vila Real ou Moncorvo". (47)

A l O de Fevereiro de 1873, o Ministério dos Negócios Ecle­siásticos e de Justiça oficiava confidencialmente ao Ministro dos Estrangeiros com a exposição das ideias acerca dos dois negócios pendentes: a redução das dioceses do continente do Reino e a desamortização dos bens dos Conventos de Religio­sas. Sobre o primeiro assunto, frisava o ministro da Justiça, que era necessário declarar que não eram considerações. finan­ceiras que dominam o assunto, pois que "até tem sensivelmente

45. AEPSS, Llv. 8 1 , p. 2 5 1 . 46. AEPSS, Llv. 84, p . 27, e Liv. 82, p . 47. 47. AEPSS. Liv. 8 1 , p. 258.

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melhorado o estado da fazenda pública". "O desenvolvimento dos meios de comunicação entre as diversas terras do continen­te tem de tal modo encurtado as distâncias que o acesso às Ca­pitais das Dioceses é hoj e uma facilidade [ . . . ) . É portanto desnecessàrio que subsistam tantas dioceses. quantas actual­mente existem, e a supressão de muitas delas, longe de trazer inconvenientes, será origem de beneficies importantes em favor do Estado e da Igreja Portuguesa". E concretizando mais, res­salta-se a desproporção entre dioceses muito pequenas e dioce­ses muito grandes e, depois de traçar um quadro das 1 7 dioceses do continente. não contando as duas prelazias de To­mar e do Crato, cuja supressão não oferecia contestação, con­clui-se: "é para mim firme convicção que seriam bastantes as de Bragança. Braga. Porto. Viseu, Guarda, Coimbra. Lisboa, Évora e Algarve, isto é, nove". De seguida, justifica-se a supres­são das restantes oito. No que se refere a Leiria: "o pequeno bis­pado de Leiria, hoje em fácil comunicação com Lisboa e Coimbra, porque lhe aproveita a linha do caminho de ferro do Norte, tem natural distribuição das suas freguesias por estas duas dioceses" e ainda: "como das dioceses que proponho para supressão há duas que têm bispos, a de Leiria e de Lamego, cumpre-me observar a V. Exª que esse facto não pode servir de obstáculo à realização do plano [ . . . ) . O Bispo de Leiria está de tal sorte valetudinàrio que de há muitos anos não pode reger pessoalmente a sua pequena diocese".

A remodelação diocesana. feita segundo o programa aci­ma. delineado, traria também beneficies para os seminários, pois os recursos aplicados aos das 1 7 existentes seriam em­pregues na sustentação dos novos seminàrios das nove dioce­ses remanescentes. (48)

Por aqui se pode avaliar que a diocese de Leiria começava a ter os dias contados. Ainda assim. mais uma vez. moveram-se as vàrias instituições do Bispado. incluindo a Câmara Munici-

48. AEPSS, Cx. 7, m. L doe. 4 oficio enviado para Roma a 1 de Março de 1873).

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pal, que deliberou, a 19 de Fevereiro, enviar mais uma repre­sentação ao Rei, assinada a 26 do mesmo mês, precisamente na véspera do falecimento de D. Joaquim Ferraz, com 85 anos. "Defeituosa e desproporcional é de certo a divisão territorial das dioceses do Reino que a par de pequenas dioceses, como a de Leiria, nos oferece outras demasiado extensas, como a de Coim­bra e principalmente a de Lisboa, mas o remédio não estã na supressão das pequenas dioceses, mas no arredondamento de todas elas" (49). Secundaram a representação de Leiria as Cãma­ras da Batalha e de Vila Nova de Ourém, respectivamente a 4 de Março e a 14 de Maio de 1873.(50)

Em Memorandum de 1 8 de Março, entregue nesse mesmo dia, ao cardeal secretãrio de Estado, o Conde de Tomar resumia as instruções recebidas do Governo e informava, relativamente a Leiria, que o Bispo acabava de falecer (51). O Cardeal tinha-lhe assegurado que a proposta do Governo seria aceite na sua qua­se generalidade, havendo dificuldade em aceitar a extinção de Lamego. (52) E já estava a ser redigida a "proposição" a ser exa­minada pela Congregação dos Negócios Eclesiásticos. (53)

A 16 de Junho, o Conde de Tomar informava que os car­deais estavam reunidos para tratar do assunto do seu memo­randum. Só a 1 de Julho o Cardeal Secretãrio de Estado lhe enviava um pró-memória com o resultado da reunião, que, em princípio, foi favorável às pretensões do governo, de tal modo que a boa vontade manifestada pela Santa Sé em admitir nego­ciações a tal respeito causou certa admiração em pessoas alta­mente colocadas. "A parte mais espinhosa da negociação é sem dúvida a que respeita a supressão de um tão grande número de dioceses e a que respeita igualmente as religiosas e a desamor­tização dos seus bens, dando-se ao seu produto o destino que consta da proposta do Governo". Mas era convicção do Conde

49. CSBL, p. 33-34. 50. CSBL, p. 34-35. 5 1 . AEPSS, Liv. 69, p. 202-216 e Liv. 8 1 . p. 270--273. 52. AEPSS, Liv. 8 1 . p. 273-275. 53. Cfr. AEPSS. Liv. 8 1 , p. 282.

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de Tomar que a resolução definitiva não demorarta, desde que o Governo respondesse, no menor prazo possível. a alguns quesi­tos pedidos pelo cardeal Secretário de Estado. (54)

Adverte-se que estas questões levartam o seu tempo a se­rem respondidas e que portanto a Santa Sé queria ganhar tempo. De facto, em vista do atraso das respostas, o próprio Conde de Tomar dizia, a 1 9 de Agosto, para Lisboa, que esse atraso tornaria impossível obter uma resolução definitiva. an­tes da sua partida para Lisboa em Outubro seguinte, já que, depois da sua recepção, seria preciso pelo menos um mês na Secretaria de Estado para se fazer sobre eles a proposição que seria presente à Congregação. (55) A maior parte dos esclareci­mentos pedidos só foi entregue pelo Ministro da Justiça ao Ministro dos Estrangeiros, a 8 de Setembro de 1873 e enviada por este para Roma só a 22 de Outubro de 1873 (56), e recebi­dos a 31 do mesmo mês, já estando ausente o Conde de To­mar. (51)

Interrogado a 2 1 de Novembro de 1873, sobre o andamen­to dos assuntos, o Pró-Secretário de Estado, Mons. Marini, respondeu que iriam ser pedidos esclarecimentos ao auditor em Portugal. Mons. Luís Matera; (58) a 29 de Dezembro, Mons. Martni continua a queixar-se da demora dos esclarecimentos pedidos ao auditor em Lisboa, o que leva o encarregado de ne­gócios português a aconselhar o Ministro a verificar se as de­moras são de Lisboa ou são um pretexto para ganhar tempo.

O Governo tinha certamente todo o interesse em dar a co­nhecer o andamento positivo das negociações, ao mesmo tempo que se anunciava a apresentação, pela quarta vez, no parla­mento, do projecto de redução das dioceses. A imprensa voltava a pronunciar-se. Um exemplo: no "Correio da Tarde", dos princípios de 1874, aparecia uma defesa da manutenção da dia-

54. Cfr. especialmente AEPSS, Cx. 7. m. 1 , doe. 5, e Liv. 83, p. 42. 55. AEPSS, Liv. 83, p. 65-66. 56. AEPSS, Cx. 7, m. 1 , doe. 6. 57. AEPSS, Liv. 83, p. 130; 132-134, e Liv. 69, p. 236-242. 58. AEPSS, Liv. 83, p. 138.

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cese de Leiria, feita por um anónimo, diocesano de Leiria, Reba­tia com vigor e mestria os três argumentos já conhecidos para sacrificar algumas dioceses, entre as quais a de Leiria: econo­mia, desproporção entre a população do reino e o número das dioceses. desigualdade na divisão territorial das mesmas. (59) O mesmo artigo foi publicado a 23 de Janeiro pelo "Bem Público". assinado por "Um clérigo de Leiria". (60)

Conhecemos um pequeno eco da leitura desses artigos. enviado para o "Jornal da Noite", devido talvez à pena de Vito­rino Araújo: sintetizava deste modo o conteúdo dos anteriores: "quer pelo lado moral e religioso. quer ainda pelo material. a extinção da diocese de Leiria seria uma calamidade funesta. tanto para a cidade em si, como para os povos circunvizinhos. que pela sua proverbial docilidade e respeito às leis e autori­dades a não merecem. Afago por isso a esperança de que os poderes públicos. sacrificando à justiça e à realidade a pers­pectiva de alguma pequena e assim mesmo incerta economia, hão-de poupar a existência da nossa cara diocese. Não há em toda ela. faço essa honra aos meus condiocesanos, uma pes­soa que alimenta outros votos".

Também da Santa Sé chegava finalmente ao encarregado de negócios português uma resposta aos dados pedidos sobre dotação aos bispos. cabidos, seminários. párocos, fábricas das igrejas e conventos de freiras que se haviam de conservar. (61) O encarregado de negócios. considerou esses dados incomple­tos e foi pedindo complementos em fins de Fevereiro, a 27 de Março e 13 de Junho. (62) insistindo na ideia que, se não satis­f1Zessem a Santa Sé, não haveria redução de dioceses.(63)

No princípio de Setembro. era publicado no "Correio da Tarde". um patético apelo, datado de 3 1 de Agosto e mais uma vez assinado por "Um clérigo de Leiria": se a Sé de Leiria um

59. "'Correio da Tarde". nº 494 e 495, de 14 e 15 de Janeiro de 1874. 60. "Bem Público", de 23 de Janeiro de 1874. 6 1 . AEPSS, Cx. 7, m.l. doe. 9. 62. AEPSS. Llv. 83, fl. 178-182: 225. 63. AEPSS, Llv. 83, fl. 168-172.

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dia fosse reduzida a uma simples igreja. "aí ficará em eterna viuvez e, depois, não a longa distância, só oferecerá á posteri­dade uma montão de preciosas ruínas". Mas as cinzas de to­dos os prelados aí sepultadas, como que revolvendo-se indignadas, "soltariam um brado uníssono e fulminariam os autores dum tão disparatado e ímpio atentado". E concluia: "Senhores, a quem incumbe o velar pelo bem estar temporal e espiritual da fiel sociedade portuguesa, e a quem está cometi­da a guarda da religião dos nossos avós, conservai, respeitai e dai o devido provimento á Diocese de Leiria". (64)

O autor da Crónica da Supressão do Bispado de Leiria re­fere que o vigário capitular, António Ferreira Miranda e Olivei­ra, promoveu uma súplica ao Santo Padre, com data de 8 de Setembro de 1874, em favor da conservação do Bispado, verti­da em latim por um eclesiástico, insigne latinista, a qual foi assinada pelo cabido e clero e enviada para o destino por meio do Núncio. Propunha-se nela o alargamento do bispado para sul. (65) Não conseguimos encontrar essa súplica, nem qual­quer indício dela na documentação da Nunciatura de Lisboa e da Secretaria de Estado do Vaticano. O certo é que o encarre­gado de negócios em Roma urgia para Lisboa a respostas pe­didas pela Santa Sé, havia meses. (66)

A Cãmara Municipal de Leiria novamente deliberava, em sessão de 1 5 de Outubro de 1874, enviar uma representação ao rei, pedia o apoio das juntas de paróquias de freguesia do concelho e convidava para o mesmo efeito as câmaras de Pombal, Vila Nova de Ourém, Batalha e Porto de Mós. (61)

A representação de Leiria, impressa e distribuída pelas juntas de paróquia para recolha de assinaturas leva a data de 15 de Novembro de 1874 e chama a atenção para o facto de ne­nhuma razão justificar a medida pretendida: nem económica, nem religiosa, nem comodidade dos povos, nem a falta de con-

64. Ng 649, de 2 de Setembro de 1874. 65. CSBL, p. 36. 66. AEPSS. Liv. 82. p. 245; Llv. 66, p. 79-80. 67. CSBL, p. 36.

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dições necessárias. Quanto à nova circunscrição, não é oculto ao governo o meio de a fazer, "sem dar a morte à antiga e ainda hoje exemplar diocese a que esta Cãmara se honra de perten­cer. O resultado da supressão seria desastroso: "esfriamento do sentimento religioso, a relaxação dos costumes, o vexame dos povos, o abandono ou a venda por vil preço de um palácio epis­copal sumptuoso e vasto como poucos, e finalmente a ruína e desmoronamento de uma catedral, que, como obra de um rei piedoso e sábio, qual o Sr. D. João III, em majestade e grande­za não é, talvez, inferior a nenhuma das melhores do reino" [ . . . ] . Leiria é uma cidade pequena e pobre, seu comércio dimi­nuto, a indústria limitadíssima, e não obstante só a sua co­marca (circunstância atendível porque mostra o sacrificio que ela faz) envia anualmente para o tesouro uma verba superior a réis 60.000$000". A supressão do bispado viria trazer inevita­velmente outras supressões e viria a ruína. (68)

Também os artistas e comerciantes de Leiria fizeram uma representação em separado. (69)

A da Cãmara Municipal de Vila Nova de Ourém, insistia nos inconvenientes da supressão do bispado para os habitantes de Ourém: extinção do seminário, privando os povos especial­mente os menos abastados da educação dos seus filhos para o sacerdócio; agravamento das despesas nas deslocações para re­solver negócios com as autoridades superiores eclesiásticas; di­minuição do esplendor e representação da Igreja, afrouxamento das relações entre os paroquianos e seus prelados; entibiamen­to do "respeito e veneração que lhes deve a religião santa do Es­tado tão acatada pelos nossos antepassados". (70)

A Cãmara de Pombal, em sessão de 28 de Dezembro desse ano, deliberou aceder ao pedido da de Leiria e que se assinas­se uma representação a enviar ao seu destino, através de Lei­ria. r')

68. CSBL. p. 38. 69. Ibidem 70. CSBL, p. 37. 7 1 . CSBL. p. 38-39.

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Nesse mesmo final de ano (22 de Dezembro), o Conde de Tomar, regressado a Roma, encontrava-se com o Secretário de Estado e este lera-lhe um despacho do núncio, segundo o qual o Ministro da Justiça prometia enviar ao representante português o projecto sobre a supressão, nos princípios do mês. Ora, até à data, ainda nada recebera. Apesar de tudo, está convencido que o governo português obterá quase tudo o que deseja. (72)

De facto, o Ministro da Justiça só a 26 de Dezembro envia­va cópia de uma proposta de lei a apresentar às Cortes na pró­xima sessão legislativa, sobre dotação do culto e do clero, pedindo, no entanto, segredo sobre ela, (73) atitude que o Conde de Tomar estranha porque a Santa Sé não aceitará nada que não seja à vista de propostas concretas do governo, conforme estava pedido. (14) Tanto mais que ele tinha conhecimento, atra­vés do Cardeal Secretário de Estado, que o próprio ministro da Justiça, em conversa com o Núncio em Lisboa, dissera que a re­ferida proposta lhe seria enviada para, à vista dela, se poder res­ponder às dúvidas postas pela Congregação dos Cardeais e pela nota do Cardeal Antonelli de 1 de Julho de 1873. (75) Por isso, certamente autorizado por Lisboa, o Conde de Tomar envia ao Secretário de Estado os esclarecimentos por ele pedidos.

Da parte da Santa Sé a maior dificuldade continuava a ser a posição do Governo português sobre os conventos de religio­sas, pois a Igreja nunca tinha reconhecido a supressão decretada e os bispos, nas suas respostas directas ao Papa, insistiam na manutenção dos votos e desejavam verdadeiros conventos; CSJ o próprio Papa, em audiência privada, no dia 1 3 de Fevereiro de 1875, lhe afirmava isso mesmo: não podia aceitar uma propos­ta que dos conventos de religiosas praticamente só deixava as casas, negando-se a aceitar votos perpétuos ou ao menos votos

72. AEPSS, Llv. 83, p. 256-257. 73. AEPSS, Cx. 7, m. 1 . doe. 1 1 . 74. AEPSS, Llv. 7 1 . p. 20-24. 75. Cfr. AEPSS, Llv. 71, p. 27; Llv. 84, p. 65; Llv. 83, p. 259-262. 76. AEPSS, Llv. 84, p. 67-69.

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simples. Perante a observação de que, à falta de acordo com a Santa Sé, o governo, em conformidade com a lei existente, iria, na mesma, para a frente com a apresentação de uma proposta de lei, o Papa manifestou a sua reprovação e classificou esse acto como mais uma arbitrariedade do governo português. Não tomaria a responsabilidade do que se pretendia fazer com tanta ilegalidade. (7")

O Governo, pressionado pelo adiantado da sessão legisla­tiva e pelo cumprimento do compromisso assumido de apre­sentar às Câmaras o seu· projecto de lei sobre a dotação do clero, pedia uma solução urgentíssima à Santa Sé. (78) Era praticamente um ultimato.

A Congregação dos Cardeais, reunida no dia 6 de Março, resolveu favoravelmente sobre o acordo pedido (isto é, a supres­são e nova circunscrição de dioceses, conservando apenas dez) mas protestava contra a desamortização dos bens da Igreja e Conventos. Era praticamente impossível ceder mais. Seria uma contradição se agisse para com Portugal de modo diferente do que fazia com os outros países. O governo podia, porém, ficar certo que, obtendo a supressão de 7 dioceses, de uma só voz, obteve o que nenhum governo tinha obtido até então. (19)

Perante o impasse, foi resolvido avançar com a proposta de supressão de 9 dioceses, suspendendo o assunto dos con­ventos para evitar protesto da Santa Sé.

Passaram-se alguns meses. Em 9 de Dezembro, o Conde de Tomar recebia um despacho do Ministro dos Estrangeiros para que ele obtivesse o já conhecido acordo. (80) No dia se­guinte, no encontro com o Cardeal Secretário de Estado, o Conde de Tomar advertiu que a Santa Sé queria voltar a exigir a conservação dos conventos, quando já se tinha concordado, em separar os dois assuntos. No fim de um longo despacho para Portugal, datado do dia 1 O de Dezembro, confessava que

77. AEPSS, Llv. 83, p. 283-287. 78. AEPSS. Cx. 7, m. 1 , doe. 13; Livro 69, p. 277-278. 79. AEPSS, Liv. 83, p. 292-294. 80. AEPSS, Liv. 85, p. 127.

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lhe pareceu decobrir, na conversa com o Secretário de Estado, que a Santa Sé estava informada (e era verdade: o Núncio o comunicara, a 1 6 de Outubro) que, obtida a supressão das dioceses e nova circunscrição, o governo procederia para com os conventos sem o acordo da Santa Sé. Se assim fosse, gran­des dificuldades se esperariam. (81) De qualquer modo, as du­ras negociações tratadas em Roma·, iam-se concretizando numa aceitação da separação dos dois assuntos.

Em audiência particular concedida ao Conde de Tomar, no fim do ano de 1875, pelo Santo Padre, este perguntou se ele estava convencido que dez dioceses eram suficientes para o bom regime da Igreja em Portugal. Perante a resposta afir­mativa, Pio IX disse-lhe: "Pois bem, apresentado o projecto da nova circunscrição, será por mim confirmado por breve". (82) Na conversa que o Conde de Tomar teve. logo a seguir, com o cardeal Antonelli, este disse-lhe que não haveria dificuldades quanto a algumas questões, mas havia outros negócios difi­ceis, "principalmente os que se referem à circunscrição das Dioceses, que oferecem dificuldades invencíveis, já reconheci­das pelo próprio comissário do vosso governo".

O processo continuava, portanto, a ser de muito dificil solução.

Finalmente, o governo determina-se a apresentar às Cortes um projecto de lei para, de acordo com a Santa Sé, proceder à redução e circunscrição das Dioceses, independentemente do projecto de dotação do culto e clero [ . . . ). reservando-se para no ano futuro apresentar o projecto da dotação do Episcopado e Cabidos. (83) De facto, a 2 de Março, o Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça leu na Câmara dos Deputados a pro­posta de lei n2 28-1, a qual era antecedida de um relatório sobre a nova circunscrição que se pretendia. Os argumentos para a sua concretização eram os mesmos dos decretos anteriores, no­meadamente do de 12 de Novembro de 1869.

8 1 . lbldem, p. 130. 82. AEPSS, Llv. 85, p. 141. 83. AEPSS. Cx. 7, m. l . doe. 20.

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Terminava o relatório do decreto com a seguinte advertên­cia: "Como o uso da autorização principal que pela proposta se pede depende do acordo com a Santa Sé, e não pode por­tanto fixar-se de antemão a época da realização desse acordo. o governo haverá de dar conta ás cortes nas sucessivas ses­sões legislativas do uso que fizer das autorizações pedidas, se vos dignardes de aprovar a seguinte proposta de lei". E junta­va-se a proposta que autorizava o governo a fazer a redução, anexação e nova circunscrição de dioceses; a fiXação dos qua­dros capitulares subsistentes, distribuição do pessoal dos ca­bidos e outros funcionários; adjudicação dos bens das mitras. cabidos, fábricas das catedrais e seminários. (84)

A discussão durou apenas um dia na Câmara dos Depu­tados, isto é, o dia 1 3 de Março. sendo o projecto aprovado na generalidade. e na especialidade. em todos os artigos. com re­jeição de uma proposta de alteração. (85)

O projecto passou á Câmara dos Pares. no dia 14 de Mar­ço, com envio á respectiva Comissão dos Negócios Eclesiásti­cos. (86) Esta elaborou parecer que foi discutido nas sessões de 29 e 30 de Março.

Pôs-se a votos o parecer da comissão e foi aprovado. Pos­to em discussão na especialidade, foram os seus artigos apro­vados sem nenhum debate. (87)

Depois de voltar á Câmara dos Deputados, e de ser apro­vado a 30 de Março de 1876, o decreto foi sancionado pelo Rei D. Luís a 20 de Abril e publicado no "Diário do Governo", n2 89, de 22 Abril.

O Núncio comunicava a 28 de Abril a aprovação da lei, referindo que o próprio Ministro dos Negócios Eclesiásticos lhe garantira uma delimitação o menos irregular possível, que servisse inclusivamente de norma para a circunscrição civil e

84. "Diário do Gouemon. n2 49, de 3 de Março de 1876, p. 399-400 e "Diá-rio da Câmara dos Deputadosn, 1876, Jan.-Abr. 1876, p. 512-513

85. Ibidem, p. 628-639. 86. "Diário da Câmara dos Dignos Pares do Reino", 1876, p. 183) 87. Ibidem, p. 351-356.

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que para isso pedira o próprio apoio do Cardeal Patriarca e os bispos do Porto e de Lamego. (68)

Perante este decreto, recomeçou a movimentação nas dio­ceses que tinham algum motivo para se sentir inseguras. E assim, no caso de Leiria, uma comissão formada por eclesiás­ticos, pelo vice-presidente da Cãmara Municipal de Leiria e al­guns vereadores e pelos presidentes das Cãmaras de Vila Nova de Ourém, Porto de Mós e Batalha, foi a Lisboa nos pri­meiros dias de Maio. Foi entregue ao ministro um memorial. Segundo o autor da Crónica da Supressão, o ministro afirmou que não tencionava suprimir o bispado de Leiria. (89) O Núncio pedia, a 4 de Julho de 1876, ao Vigário Capitular de Leiria que lhe lhe remetesse cópias de representações ao rei, supli­cando a conservação do Bispado, pois desejava enviá-las para Roma. (90)

Além de uma ou outra referência ocasional, escasseiam­-nos elementos documentais dos meses seguintes, o que sig­nifica que os trabalhos para a redução das dioceses sofreram uma pausa.

O assunto vai ser retomado logo no início do Pontificado de Leão XIII.

(Continua}

P. LuCIANO COEUfO CRJSfiNO

88. Cf. Archivio Segreto Vaticano (ASV), Segreteiia di Stato (SS). Rubrica 250, busta 429. an. 1876, fasc2 22: Archlvio della Nunzlatura di Lis­bona (ANL}, p. 290, pos. 14ª (minuta).

89. Ob. cit., p. 40. 90. Cfr. ASV, ANL, pacco 290, pos. 14a.

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LEIRLI\-FÁTIMA, publicação quadri­mestral, que arquiva decretos e pro­visões. divulga critérios e normas de acção pastoral e recorda etapas im­portantes da vida da Diocese.

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