1

Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

Escrivão de Polícia

Leis Especiais

Prof. Joerberth Nunes

Page 2: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais
Page 3: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br

Leis Especiais

Professor Joerberth Nunes

Page 4: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais
Page 5: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br

Edital

LEIS ESPECIAIS: Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9503/97 e suas atualizações; só parte penal. Lei dos crimes contra as relações econômicas – Lei nº 8137/90 e suas atualizações; Lei dos Transplantes – Lei nº 9434/97 e suas atualizações; Estatuto do Torcedor – Lei nº 10671/03 e suas atualizações; Lei de Biossegurança – Lei nº 11105/05 e suas atualizações. Estatuto do Desarmamento – Lei nº 10826/03 e Regulamento Decreto nº 5123/04 e suas atualizações; Violência Doméstica – Lei nº 11340/06 e suas atualizações; Lei de Drogas – Lei nº 11343/06 e suas atualizações; Lei dos crimes cibernéticos – Lei nº 12737/12 e suas atualizações;

BANCA: FDRH

CARGO: Escrivão de Polícia

Page 6: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais
Page 7: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br 7

Leis Especiais

LEI 9.434/97

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a que se refere este artigo o sangue, o esper-ma e o óvulo.

Art. 2º A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médi-co-cirúrgicas de remoção e transplante previa-mente autorizados pelo órgão de gestão nacio-nal do Sistema Único de Saúde.

Parágrafo único. A realização de transplan-tes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para diagnóstico de in-fecção e infestação exigidos em normas re-gulamentares expedidas pelo Ministério da Saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

CAPÍTULO IIDA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE

TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE

TRANSPLANTE.

Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, ór-gãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, median-te a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.

§ 1º Os prontuários médicos, contendo os resultados ou os laudos dos exames refe-rentes aos diagnósticos de morte encefálica e cópias dos documentos de que tratam os arts. 2º, parágrafo único; 4º e seus parágra-fos; 5º; 7º; 9º, §§ 2º, 4º, 6º e 8º, e 10, quan-do couber, e detalhando os atos cirúrgicos relativos aos transplantes e enxertos, serão mantidos nos arquivos das instituições refe-ridas no art. 2º por um período mínimo de cinco anos.

§ 2º Às instituições referidas no art. 2º en-viarão anualmente um relatório contendo os nomes dos pacientes receptores ao ór-gão gestor estadual do Sistema único de Saúde.

§ 3º Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e atestação da morte encefá-lica.

Page 8: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br8

Art. 4º A retirada de tecidos, órgãos e par-tes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêuti-ca, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segun-do grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 1º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 3º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 4º (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 5º . (Revogado pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

Art. 5º A remoção post mortem de tecidos, ór-gãos ou partes do corpo de pessoa juridicamen-te incapaz poderá ser feita desde que permitida expressamente por ambos os pais, ou por seus responsáveis legais.

Art. 6º É vedada a remoção post mortem de te-cidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas não identificadas.

Art. 7º (VETADO)

Parágrafo único. No caso de morte sem as-sistência médica, de óbito em decorrência de causa mal definida ou de outras situa-ções nas quais houver indicação de verifica-ção da causa médica da morte, a remoção de tecidos, órgãos ou partes de cadáver para fins de transplante ou terapêutica so-mente poderá ser realizada após a autoriza-ção do patologista do serviço de verificação de óbito responsável pela investigação e ci-tada em relatório de necrópsia.

Art. 8º Após a retirada de tecidos, órgãos e par-tes, o cadáver será imediatamente necropsiado, se verificada a hipótese do parágrafo único do art. 7º, e, em qualquer caso, condignamente re-composto para ser entregue, em seguida, aos parentes do morto ou seus responsáveis legais para sepultamento. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

CAPÍTULO IIIDA DISPOSIÇÃO DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO VIVO PARA FINS DE

TRANSPLANTE OU TRATAMENTO

Art. 9º É permitida à pessoa juridicamente ca-paz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêu-ticos ou para transplantes em cônjuge ou paren-tes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4º deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 1º (VETADO)

§ 2º (VETADO)

§ 3º Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do cor-po cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e não represente grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental e não cause mutilação ou de-formação inaceitável, e corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente indispensável à pessoa receptora.

§ 4º O doador deverá autorizar, preferen-cialmente por escrito e diante de testemu-nhas, especificamente o tecido, órgão ou parte do corpo objeto da retirada.

Page 9: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 9

§ 5º A doação poderá ser revogada pelo doador ou pelos responsáveis legais a qual-quer momento antes de sua concretização.

§ 6º O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada, poderá fazer doação nos casos de trans-plante de medula óssea, desde que haja consentimento de ambos os pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua saúde.

§ 7º É vedado à gestante dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto quando se tratar de doação de tecido para ser utilizado em transplante de medula ós-sea e o ato não oferecer risco à sua saúde ou ao feto.

§ 8º O auto-transplante depende apenas do consentimento do próprio indivíduo, regis-trado em seu prontuário médico ou, se ele for juridicamente incapaz, de um de seus pais ou responsáveis legais.

Art. 9º-A É garantido a toda mulher o acesso a informações sobre as possibilidades e os bene-fícios da doação voluntária de sangue do cordão umbilical e placentário durante o período de consultas pré-natais e no momento da realiza-ção do parto. (Incluído pela Lei nº 11.633, de 2007).

CAPITULO IVDAS DISPOSIÇÕES

COMPLEMENTARES

Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, assim inscrito em lista única de espera, após aconse-lhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento. (Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 1º Nos casos em que o receptor seja ju-ridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a mani-festação válida da sua vontade, o consen-

timento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais. (Incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

§ 2º A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou à sua família direito subjetivo a indenização, se o transplante não se realizar em decorrência de alteração do estado de órgãos, tecidos e partes, que lhe seriam destinados, pro-vocado por acidente ou incidente em seu transporte. (Incluído pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

Parágrafo único. Nos casos em que o recep-tor seja juridicamente incapaz ou cujas con-dições de saúde impeçam ou comprome-tam a manifestação válida de sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsá-veis legais.

Art. 11. É proibida a veiculação, através de qual-quer meio de comunicação social de anúncio que configure:

a) publicidade de estabelecimentos autori-zados a realizar transplantes e enxertos, re-lativa a estas atividades;

b) apelo público no sentido da doação de tecido, órgão ou parte do corpo humano para pessoa determinada identificada ou não, ressalvado o disposto no parágrafo úni-co;

c) apelo público para a arrecadação de fun-dos para o financiamento de transplante ou enxerto em beneficio de particulares.

Parágrafo único. Os órgãos de gestão na-cional, regional e local do Sistema único de Saúde realizarão periodicamente, através dos meios adequados de comunicação so-cial, campanhas de esclarecimento público dos benefícios esperados a partir da vigên-cia desta Lei e de estímulo à doação de ór-gãos.

Art. 12. (VETADO)

Page 10: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br10

Art. 13. É obrigatório, para todos os estabele-cimentos de saúde notificar, às centrais de no-tificação, captação e distribuição de órgãos da unidade federada onde ocorrer, o diagnóstico de morte encefálica feito em pacientes por eles atendidos.

Parágrafo único. Após a notificação prevista no caput deste artigo, os estabelecimentos de saúde não autorizados a retirar tecidos, órgãos ou partes do corpo humano desti-nados a transplante ou tratamento deverão permitir a imediata remoção do paciente ou franquear suas instalações e fornecer o apoio operacional necessário às equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplan-te, hipótese em que serão ressarcidos na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.521, de 2007)

CAPÍTULO VDAS SANÇÕES PENAIS E ADMIMSTRATIVAS

Seção IDOS CRIMES

Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com as disposições desta Lei:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e mul-ta, de 100 a 360 dias-multa.

§ 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe:

Pena – reclusão, de três a oito anos, e mul-ta, de 100 a 150 dias-multa.

§ 2º Se o crime é praticado em pessoa viva, e resulta para o ofendido:

I – incapacidade para as ocupações habitu-ais, por mais de trinta dias;

II – perigo de vida;

III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV – aceleração de parto:

Pena – reclusão, de três a dez anos, e multa, de 100 a 200 dias-multa

§ 3º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta para o ofendido:

I – Incapacidade para o trabalho;

II – Enfermidade incurável ;

III – perda ou inutilização de membro, senti-do ou função;

IV – deformidade permanente;

V – aborto:

Pena – reclusão, de quatro a doze anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa.

§ 4º Se o crime é praticado em pessoa viva e resulta morte:

Pena – reclusão, de oito a vinte anos, e mul-ta de 200 a 360 dias-multa.

Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano:

Pena – reclusão, de três a oito anos, e mul-ta, de 200 a 360 dias-multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem promove, intermedeia, facilita ou au-fere qualquer vantagem com a transação.

Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utilizan-do tecidos, órgãos ou partes do corpo humano de que se tem ciência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei:

Pena – reclusão, de um a seis anos, e multa, de 150 a 300 dias-multa.

Art. 17 Recolher, transportar, guardar ou distri-buir partes do corpo humano de que se tem ci-ência terem sido obtidos em desacordo com os dispositivos desta Lei:

Page 11: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 11

Pena – reclusão, de seis meses a dois anos, e multa, de 100 a 250 dias-multa.

Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em de-sacordo com o disposto no art. 10 desta Lei e seu parágrafo único:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Art. 19. Deixar de recompor cadáver, devolven-do-lhe aspecto condigno, para sepultamento ou deixar de entregar ou retardar sua entrega aos familiares ou interessados:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Art. 20. Publicar anúncio ou apelo público em desacordo com o disposto no art. 11:

Pena – multa, de 100 a 200 dias-multa.

Seção IIDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 21. No caso dos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16 e 17, o estabelecimento de saúde e as equipes médico-cirúrgicas envolvidas poderão ser desautorizadas temporária ou permanente-mente pelas autoridades competentes.

§ 1º Se a instituição é particular, a autorida-de competente poderá multá-la em 200 a 360 dias-multa e, em caso de reincidência, poderá ter suas atividades suspensas tem-porária ou definitivamente, sem direito a qualquer indenização ou compensação por investimentos realizados.

§ 2º Se a instituição é particular, é proibida de estabelecer contratos ou convênios com entidades públicas, bem como se beneficiar de créditos oriundos de instituições gover-namentais ou daquelas em que o Estado é acionista, pelo prazo de cinco anos.

Art. 22. As instituições que deixarem de manter em arquivo relatórios dos transplantes realiza-dos, conforme o disposto no art. 3.º § 1.º, ou que não enviarem os relatórios mencionados no art. 3.º, § 2.º ao órgão de gestão estadual do Sis-tema único de Saúde, estão sujeitas a multa, de 100 a 200 dias-multa.

§ 1º Incorre na mesma pena o estabeleci-mento de saúde que deixar de fazer as no-tificações previstas no art. 13 desta Lei ou proibir, dificultar ou atrasar as hipóteses definidas em seu parágrafo único. (Redação dada pela Lei nº 11.521, de 2007)

§ 2º Em caso de reincidência, além de mul-ta, o órgão de gestão estadual do Sistema Único de Saúde poderá determinar a de-sautorização temporária ou permanente da instituição.

Art. 23. Sujeita-se às penas do art. 59 da Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962, a empresa de comunicação social que veicular anúncio em de-sacordo com o disposto no art. 11.

CAPÍTULO VIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. (VETADO)

Art. 25. Revogam-se as disposições em contrá-rio, particularmente a Lei nº 8.489, de 18 de novembro de 1992, e Decreto nº 879, de 22 de julho de 1993.

Brasília,4 de fevereiro de 1997; 176.º da In-dependência e 109.º da República.

Page 12: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br12

LEI 10.671/03

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Este Estatuto estabelece normas de pro-teção e defesa do torcedor.

Art. 1º-A. A prevenção da violência nos espor-tes é de responsabilidade do poder público, das confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades esportivas, entidades recreativas e associações de torcedores, inclu-sive de seus respectivos dirigentes, bem como daqueles que, de qualquer forma, promovem, organizam, coordenam ou participam dos even-tos esportivos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 2º Torcedor é toda pessoa que aprecie, apóie ou se associe a qualquer entidade de prá-tica desportiva do País e acompanhe a prática de determinada modalidade esportiva.

Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se a apreciação, o apoio ou o acompanhamento de que trata o caput des-te artigo.

Art. 2º-A. Considera-se torcida organizada, para os efeitos desta Lei, a pessoa jurídica de direi-to privado ou existente de fato, que se organize para o fim de torcer e apoiar entidade de prática esportiva de qualquer natureza ou modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Parágrafo único. A torcida organizada deve-rá manter cadastro atualizado de seus asso-ciados ou membros, o qual deverá conter, pelo menos, as seguintes informações: (In-cluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

I – nome completo; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

II – fotografia; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

III – filiação; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

IV – número do registro civil; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

V – número do CPF; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

VI – data de nascimento; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

VII – estado civil; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

VIII – profissão; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

IX – endereço completo; e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

X – escolaridade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 3º Para todos os efeitos legais, equiparam--se a fornecedor, nos termos da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, a entidade responsá-vel pela organização da competição, bem como a entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo.

Art. 4º (VETADO)

CAPÍTULO IIDA TRANSPARÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO

Art. 5º São asseguradas ao torcedor a publici-dade e transparência na organização das com-petições administradas pelas entidades de ad-ministração do desporto, bem como pelas ligas de que trata o art. 20 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.

Page 13: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 13

§ 1º As entidades de que trata o caput fa-rão publicar na internet, em sítio da entida-de responsável pela organização do evento: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

I – a íntegra do regulamento da competição; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

II – as tabelas da competição, contendo as partidas que serão realizadas, com especifi-cação de sua data, local e horário; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

III – o nome e as formas de contato do Ou-vidor da Competição de que trata o art. 6º; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

IV – os borderôs completos das partidas; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

V – a escalação dos árbitros imediatamen-te após sua definição; e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

VI – a relação dos nomes dos torcedores im-pedidos de comparecer ao local do evento desportivo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 2º Os dados contidos nos itens V e VI tam-bém deverão ser afixados ostensivamente em local visível, em caracteres facilmente legíveis, do lado externo de todas as entra-das do local onde se realiza o evento espor-tivo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 3º O juiz deve comunicar às entidades de que trata o caput decisão judicial ou aceita-ção de proposta de transação penal ou sus-pensão do processo que implique o impedi-mento do torcedor de frequentar estádios desportivos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 6º A entidade responsável pela organização da competição, previamente ao seu início, de-signará o Ouvidor da Competição, fornecendo--lhe os meios de comunicação necessários ao amplo acesso dos torcedores.

§ 1º São deveres do Ouvidor da Competição recolher as sugestões, propostas e reclama-

ções que receber dos torcedores, examiná--las e propor à respectiva entidade medidas necessárias ao aperfeiçoamento da compe-tição e ao benefício do torcedor.

§ 2º É assegurado ao torcedor:

I – o amplo acesso ao Ouvidor da Competi-ção, mediante comunicação postal ou men-sagem eletrônica; e

II – o direito de receber do Ouvidor da Com-petição as respostas às sugestões, propos-tas e reclamações, que encaminhou, no pra-zo de trinta dias.

§ 3º Na hipótese de que trata o inciso II do § 2º, o Ouvidor da Competição utilizará, prio-ritariamente, o mesmo meio de comunica-ção utilizado pelo torcedor para o encami-nhamento de sua mensagem.

§ 4º O sítio da internet em que forem publi-cadas as informações de que trata o § 1º do art. 5º conterá, também, as manifestações e propostas do Ouvidor da Competição. (Re-dação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 5º A função de Ouvidor da Competição poderá ser remunerada pelas entidades de prática desportiva participantes da compe-tição.

Art. 7º É direito do torcedor a divulgação, du-rante a realização da partida, da renda obtida pelo pagamento de ingressos e do número de espectadores pagantes e não-pagantes, por in-termédio dos serviços de som e imagem instala-dos no estádio em que se realiza a partida, pela entidade responsável pela organização da com-petição.

Art. 8º As competições de atletas profissionais de que participem entidades integrantes da or-ganização desportiva do País deverão ser pro-movidas de acordo com calendário anual de eventos oficiais que:

I – garanta às entidades de prática despor-tiva participação em competições durante pelo menos dez meses do ano;

Page 14: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br14

II – adote, em pelo menos uma competição de âmbito nacional, sistema de disputa em que as equipes participantes conheçam, previamente ao seu início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários.

CAPÍTULO IIIDO REGULAMENTO DA COMPETIÇÃO

Art. 9º É direito do torcedor que o regulamento, as tabelas da competição e o nome do Ouvidor da Competição sejam divulgados até 60 (ses-senta) dias antes de seu início, na forma do § 1º do art. 5º. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 1º Nos dez dias subseqüentes à divulgação de que trata o caput, qualquer interessado poderá manifestar-se sobre o regulamento diretamente ao Ouvidor da Competição.

§ 2º O Ouvidor da Competição elaborará, em setenta e duas horas, relatório conten-do as principais propostas e sugestões en-caminhadas.

§ 3º Após o exame do relatório, a entidade responsável pela organização da competi-ção decidirá, em quarenta e oito horas, mo-tivadamente, sobre a conveniência da acei-tação das propostas e sugestões relatadas.

§ 4º O regulamento definitivo da competi-ção será divulgado, na forma do § 1º do art. 5º, 45 (quarenta e cinco) dias antes de seu início. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 5º É vedado proceder alterações no regu-lamento da competição desde sua divulga-ção definitiva, salvo nas hipóteses de:

I – apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subseqüente, desde que aprovado pelo Conselho Nacio-nal do Esporte – CNE;

II – após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o procedimento de que trata este artigo.

§ 6º A competição que vier a substituir ou-tra, segundo o novo calendário anual de eventos oficiais apresentado para o ano subseqüente, deverá ter âmbito territorial diverso da competição a ser substituída.

Art. 10. É direito do torcedor que a participação das entidades de prática desportiva em compe-tições organizadas pelas entidades de que trata o art. 5º seja exclusivamente em virtude de cri-tério técnico previamente definido.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, considera-se critério técnico a habilitação de entidade de prática desportiva em razão de: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

I – colocação obtida em competição ante-rior; e (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

II – cumprimento dos seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

a) regularidade fiscal, atestada por meio de apresentação de Certidão Negativa de Débi-tos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União – CND; (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

b) apresentação de certificado de regu-laridade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS; e (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

c) comprovação de pagamento dos venci-mentos acertados em contratos de trabalho e dos contratos de imagem dos atletas. (In-cluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 2º Fica vedada a adoção de qualquer ou-tro critério, especialmente o convite, obser-vado o disposto no art. 89 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.

§ 3º Em campeonatos ou torneios regulares com mais de uma divisão, serão observados o princípio do acesso e do descenso e as

Page 15: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 15

seguintes determinações, sem prejuízo da perda de pontos, na forma do regulamento: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

I – a entidade de prática desportiva que não cumprir todos os requisitos estabelecidos no inciso II do § 1º deste artigo participará da divisão imediatamente inferior à que se encontra classificada; (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

II – a vaga desocupada pela entidade de práti-ca desportiva rebaixada nos termos do inciso I deste parágrafo será ocupada por entidade de prática desportiva participante da divisão que receberá a entidade rebaixada nos termos do inciso I deste parágrafo, obedecida a ordem de classificação do campeonato do ano ante-rior e desde que cumpridos os requisitos exi-gidos no inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 4º Serão desconsideradas as partidas dis-putadas pela entidade de prática desportiva que não tenham atendido ao critério téc-nico previamente definido, inclusive para efeito de pontuação na competição.

§ 5º A comprovação da regularidade fiscal de que trata a alínea a do inciso II do § 1º deste artigo poderá ser feita mediante a apresentação de Certidão Positiva com Efei-tos de Negativa de Débitos relativos a Crédi-tos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União – CPEND. (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 8º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.155, de 2015)

Art. 11. É direito do torcedor que o árbitro e seus auxiliares entreguem, em até quatro horas con-tadas do término da partida, a súmula e os rela-tórios da partida ao representante da entidade responsável pela organização da competição.

§ 1º Em casos excepcionais, de grave tu-multo ou necessidade de laudo médico, os relatórios da partida poderão ser comple-mentados em até vinte e quatro horas após o seu término.

§ 2º A súmula e os relatórios da partida serão elaborados em três vias, de igual teor e for-ma, devidamente assinadas pelo árbitro, au-xiliares e pelo representante da entidade res-ponsável pela organização da competição.

§ 3º A primeira via será acondicionada em envelope lacrado e ficará na posse de re-presentante da entidade responsável pela organização da competição, que a encami-nhará ao setor competente da respectiva entidade até as treze horas do primeiro dia útil subseqüente.

§ 4º O lacre de que trata o § 3º será assina-do pelo árbitro e seus auxiliares.

§ 5º A segunda via ficará na posse do árbi-tro da partida, servindo-lhe como recibo.

§ 6º A terceira via ficará na posse do re-presentante da entidade responsável pela organização da competição, que a encami-nhará ao Ouvidor da Competição até as tre-ze horas do primeiro dia útil subseqüente, para imediata divulgação.

Art. 12. A entidade responsável pela organiza-ção da competição dará publicidade à súmula e aos relatórios da partida no sítio de que trata o § 1º do art. 5º até as 14 (quatorze) horas do 3º (terceiro) dia útil subsequente ao da realização da partida. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

CAPÍTULO IVDA SEGURANÇA DO TORCEDOR PAR-

TÍCIPE DO EVENTO ESPORTIVO

Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas. (Vigência)

Page 16: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br16

Parágrafo único. Será assegurado acessibi-lidade ao torcedor portador de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Art. 13-A. São condições de acesso e perma-nência do torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

I – estar na posse de ingresso válido; (Incluí-do pela Lei nº 12.299, de 2010).

II – não portar objetos, bebidas ou subs-tâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

III – consentir com a revista pessoal de pre-venção e segurança; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

IV – não portar ou ostentar cartazes, ban-deiras, símbolos ou outros sinais com men-sagens ofensivas, inclusive de caráter racis-ta ou xenófobo; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

V – não entoar cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

VI – não arremessar objetos, de qualquer natureza, no interior do recinto esportivo; (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

VII – não portar ou utilizar fogos de artifício ou quaisquer outros engenhos pirotécnicos ou produtores de efeitos análogos; (Incluí-do pela Lei nº 12.299, de 2010).

VIII – não incitar e não praticar atos de vio-lência no estádio, qualquer que seja a sua natureza; e (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

IX – não invadir e não incitar a invasão, de qualquer forma, da área restrita aos com-petidores. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

X – não utilizar bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, para ou-tros fins que não o da manifestação festiva

e amigável. (Incluído pela Lei nº 12.663, de 2012).

Parágrafo único. O não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo impli-cará a impossibilidade de ingresso do torce-dor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis. (In-cluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 14. Sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus dirigentes, que deverão:

I – solicitar ao Poder Público competente a presença de agentes públicos de segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos torcedores dentro e fora dos estádios e demais locais de realização de eventos esportivos;

II – informar imediatamente após a deci-são acerca da realização da partida, dentre outros, aos órgãos públicos de segurança, transporte e higiene, os dados necessários à segurança da partida, especialmente:

a) o local;

b) o horário de abertura do estádio;

c) a capacidade de público do estádio; e

d) a expectativa de público;

III – colocar à disposição do torcedor orien-tadores e serviço de atendimento para que aquele encaminhe suas reclamações no momento da partida, em local:

a) amplamente divulgado e de fácil acesso; e

b) situado no estádio.

§ 1º É dever da entidade de prática despor-tiva detentora do mando de jogo solucionar imediatamente, sempre que possível, as

Page 17: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 17

reclamações dirigidas ao serviço de atendi-mento referido no inciso III, bem como re-portá-las ao Ouvidor da Competição e, nos casos relacionados à violação de direitos e interesses de consumidores, aos órgãos de defesa e proteção do consumidor.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 15. O detentor do mando de jogo será uma das entidades de prática desportiva envolvidas na partida, de acordo com os critérios definidos no regulamento da competição.

Art. 16. É dever da entidade responsável pela organização da competição:

I – confirmar, com até quarenta e oito horas de antecedência, o horário e o local da rea-lização das partidas em que a definição das equipes dependa de resultado anterior;

II – contratar seguro de acidentes pessoais, tendo como beneficiário o torcedor porta-dor de ingresso, válido a partir do momento em que ingressar no estádio;

III – disponibilizar um médico e dois enfer-meiros-padrão para cada dez mil torcedores presentes à partida;

IV – disponibilizar uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à parti-da; e

V – comunicar previamente à autoridade de saúde a realização do evento.

Art. 17. É direito do torcedor a implementação de planos de ação referentes a segurança, trans-porte e contingências que possam ocorrer du-rante a realização de eventos esportivos.

§ 1º Os planos de ação de que trata o caput serão elaborados pela entidade responsável pela organização da competição, com a par-ticipação das entidades de prática despor-tiva que a disputarão e dos órgãos respon-sáveis pela segurança pública, transporte e demais contingências que possam ocorrer, das localidades em que se realizarão as par-tidas da competição. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 2º Planos de ação especiais poderão ser apresentados em relação a eventos esporti-vos com excepcional expectativa de público.

§ 3º Os planos de ação serão divulgados no sítio dedicado à competição de que trata o parágrafo único do art. 5º no mesmo prazo de publicação do regulamento definitivo da competição.

Art. 18. Os estádios com capacidade superior a 10.000 (dez mil) pessoas deverão manter cen-tral técnica de informações, com infraestrutura suficiente para viabilizar o monitoramento por imagem do público presente.(Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 19. As entidades responsáveis pela organi-zação da competição, bem como seus dirigentes respondem solidariamente com as entidades de que trata o art. 15 e seus dirigentes, indepen-dentemente da existência de culpa, pelos pre-juízos causados a torcedor que decorram de falhas de segurança nos estádios ou da inobser-vância do disposto neste capítulo.

CAPÍTULO VDOS INGRESSOS

Art. 20. É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas integrantes de com-petições profissionais sejam colocados à venda até setenta e duas horas antes do início da parti-da correspondente.

§ 1º O prazo referido no caput será de qua-renta e oito horas nas partidas em que:

I – as equipes sejam definidas a partir de jo-gos eliminatórios; e

II – a realização não seja possível prever com antecedência de quatro dias.

§ 2º A venda deverá ser realizada por sis-tema que assegure a sua agilidade e amplo acesso à informação.

Page 18: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br18

§ 3º É assegurado ao torcedor partícipe o fornecimento de comprovante de paga-mento, logo após a aquisição dos ingressos.

§ 4º Não será exigida, em qualquer hipóte-se, a devolução do comprovante de que tra-ta o § 3º.

§ 5º Nas partidas que compõem as compe-tições de âmbito nacional ou regional de primeira e segunda divisão, a venda de in-gressos será realizada em, pelo menos, cin-co postos de venda localizados em distritos diferentes da cidade.

Art. 21. A entidade detentora do mando de jogo implementará, na organização da emissão e venda de ingressos, sistema de segurança con-tra falsificações, fraudes e outras práticas que contribuam para a evasão da receita decorrente do evento esportivo.

Art. 22. São direitos do torcedor partícipe: (Vi-gência)

I – que todos os ingressos emitidos sejam numerados; e

II – ocupar o local correspondente ao nú-mero constante do ingresso.

§ 1º O disposto no inciso II não se aplica aos locais já existentes para assistência em pé, nas competições que o permitirem, limitan-do-se, nesses locais, o número de pessoas, de acordo com critérios de saúde, seguran-ça e bem-estar.

§ 2º A emissão de ingressos e o acesso ao estádio nas primeira e segunda divisões da principal competição nacional e nas parti-das finais das competições eliminatórias de âmbito nacional deverão ser realizados por meio de sistema eletrônico que viabilize a fiscalização e o controle da quantidade de público e do movimento financeiro da par-tida. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 3º O disposto no § 2º não se aplica aos eventos esportivos realizados em estádios com capacidade inferior a 10.000 (dez mil)

pessoas. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 23. A entidade responsável pela organiza-ção da competição apresentará ao Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal, pre-viamente à sua realização, os laudos técnicos expedidos pelos órgãos e autoridades compe-tentes pela vistoria das condições de segurança dos estádios a serem utilizados na competição. (Regulamento)

§ 1º Os laudos atestarão a real capacidade de público dos estádios, bem como suas condições de segurança.

§ 2º Perderá o mando de jogo por, no mí-nimo, seis meses, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, a entidade de prática des-portiva detentora do mando do jogo em que:

I – tenha sido colocado à venda número de ingressos maior do que a capacidade de pú-blico do estádio; ou

II – tenham entrado pessoas em número maior do que a capacidade de público do estádio.

III – tenham sido disponibilizados portões de acesso ao estádio em número inferior ao recomendado pela autoridade pública. (In-cluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 24. É direito do torcedor partícipe que cons-te no ingresso o preço pago por ele.

§ 1º Os valores estampados nos ingressos destinados a um mesmo setor do estádio não poderão ser diferentes entre si, nem daqueles divulgados antes da partida pela entidade detentora do mando de jogo.

§ 2º O disposto no § 1º não se aplica aos ca-sos de venda antecipada de carnê para um conjunto de, no mínimo, três partidas de uma mesma equipe, bem como na venda de ingresso com redução de preço decor-rente de previsão legal.

Page 19: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 19

Art. 25. O controle e a fiscalização do acesso do público ao estádio com capacidade para mais de 10.000 (dez mil) pessoas deverão contar com meio de monitoramento por imagem das catra-cas, sem prejuízo do disposto no art. 18 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

CAPÍTULO VIDO TRANSPORTE

Art. 26. Em relação ao transporte de torcedores para eventos esportivos, fica assegurado ao tor-cedor partícipe:

I – o acesso a transporte seguro e organiza-do;

II – a ampla divulgação das providências tomadas em relação ao acesso ao local da partida, seja em transporte público ou pri-vado; e

III – a organização das imediações do está-dio em que será disputada a partida, bem como suas entradas e saídas, de modo a viabilizar, sempre que possível, o acesso se-guro e rápido ao evento, na entrada, e aos meios de transporte, na saída.

Art. 27. A entidade responsável pela organiza-ção da competição e a entidade de prática des-portiva detentora do mando de jogo solicitarão formalmente, direto ou mediante convênio, ao Poder Público competente:

I – serviços de estacionamento para uso por torcedores partícipes durante a realização de eventos esportivos, assegurando a estes acesso a serviço organizado de transporte para o estádio, ainda que oneroso; e

II – meio de transporte, ainda que oneroso, para condução de idosos, crianças e pesso-as portadoras de deficiência física aos está-dios, partindo de locais de fácil acesso, pre-viamente determinados.

Parágrafo único. O cumprimento do dispos-to neste artigo fica dispensado na hipótese

de evento esportivo realizado em estádio com capacidade inferior a 10.000 (dez mil) pessoas. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

CAPÍTULO VIIDA ALIMENTAÇÃO E DA HIGIENE

Art. 28. O torcedor partícipe tem direito à higie-ne e à qualidade das instalações físicas dos es-tádios e dos produtos alimentícios vendidos no local.

§ 1º O Poder Público, por meio de seus ór-gãos de vigilância sanitária, verificará o cumprimento do disposto neste artigo, na forma da legislação em vigor.

§ 2º É vedado impor preços excessivos ou aumentar sem justa causa os preços dos produtos alimentícios comercializados no local de realização do evento esportivo.

Art. 29. É direito do torcedor partícipe que os estádios possuam sanitários em número com-patível com sua capacidade de público, em ple-nas condições de limpeza e funcionamento.

Parágrafo único. Os laudos de que trata o art. 23 deverão aferir o número de sanitá-rios em condições de uso e emitir parecer sobre a sua compatibilidade com a capaci-dade de público do estádio.

CAPÍTULO VIIIDA RELAÇÃO COM A

ARBITRAGEM ESPORTIVA

Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja independen-te, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões.

Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de responsabilida-de da entidade de administração do despor-to ou da liga organizadora do evento espor-tivo.

Page 20: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br20

Art. 31. A entidade detentora do mando do jogo e seus dirigentes deverão convocar os agentes públicos de segurança visando a garantia da in-tegridade física do árbitro e de seus auxiliares.

Art. 31-A. É dever das entidades de adminis-tração do desporto contratar seguro de vida e acidentes pessoais, tendo como beneficiária a equipe de arbitragem, quando exclusivamente no exercício dessa atividade. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 32. É direito do torcedor que os árbitros de cada partida sejam escolhidos mediante sorteio, dentre aqueles previamente selecionados, ou audiência pública transmitida ao vivo pela rede mundial de computadores, sob pena de nulida-de. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 1º O sorteio ou audiência pública serão realizados no mínimo quarenta e oito horas antes de cada rodada, em local e data pre-viamente definidos. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 2º O sorteio será aberto ao público, garan-tida sua ampla divulgação.

CAPÍTULO IXDA RELAÇÃO COM A ENTIDADE DE

PRÁTICA DESPORTIVA

Art. 33. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, cada entidade de prática desportiva fará publicar do-cumento que contemple as diretrizes básicas de seu relacionamento com os torcedores, discipli-nando, obrigatoriamente: (Vigência)

I – o acesso ao estádio e aos locais de venda dos ingressos;

II – mecanismos de transparência financeira da entidade, inclusive com disposições rela-tivas à realização de auditorias independen-tes, observado o disposto no art. 46-A da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998; e

III – a comunicação entre o torcedor e a en-tidade de prática desportiva.

Parágrafo único. A comunicação entre o torcedor e a entidade de prática desporti-va de que trata o inciso III do caput poderá, dentre outras medidas, ocorrer mediante:

I – a instalação de uma ouvidoria estável;

II – a constituição de um órgão consultivo formado por torcedores não-sócios; ou

III – reconhecimento da figura do sócio--torcedor, com direitos mais restritos que os dos demais sócios.

CAPÍTULO XDA RELAÇÃO COM A JUSTIÇA DESPORTIVA

Art. 34. É direito do torcedor que os órgãos da Justiça Desportiva, no exercício de suas funções, observem os princípios da impessoalidade, da moralidade, da celeridade, da publicidade e da independência.

Art. 35. As decisões proferidas pelos órgãos da Justiça Desportiva devem ser, em qualquer hi-pótese, motivadas e ter a mesma publicidade que as decisões dos tribunais federais.

§ 1º Não correm em segredo de justiça os processos em curso perante a Justiça Des-portiva.

§ 2º As decisões de que trata o caput se-rão disponibilizadas no sítio de que trata o § 1º do art. 5º. (Redação dada pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 36. São nulas as decisões proferidas que não observarem o disposto nos arts. 34 e 35.

CAPÍTULO XIDAS PENALIDADES

Art. 37. Sem prejuízo das demais sanções cabí-veis, a entidade de administração do desporto, a liga ou a entidade de prática desportiva que

Page 21: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 21

violar ou de qualquer forma concorrer para a violação do disposto nesta Lei, observado o de-vido processo legal, incidirá nas seguintes san-ções:

I – destituição de seus dirigentes, na hipóte-se de violação das regras de que tratam os Capítulos II, IV e V desta Lei;

II – suspensão por seis meses dos seus diri-gentes, por violação dos dispositivos desta Lei não referidos no inciso I;

III – impedimento de gozar de qualquer be-nefício fiscal em âmbito federal; e

IV – suspensão por seis meses dos repas-ses de recursos públicos federais da admi-nistração direta e indireta, sem prejuízo do disposto no art. 18 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.

§ 1º Os dirigentes de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo serão sempre:

I – o presidente da entidade, ou aquele que lhe faça as vezes; e

II – o dirigente que praticou a infração, ain-da que por omissão.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir, no âmbito de suas competências, multas em razão do descumprimento do disposto nesta Lei, ob-servado o valor mínimo de R$ 100,00 (cem reais) e o valor máximo de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

§ 3º A instauração do processo apuratório acarretará adoção cautelar do afastamento compulsório dos dirigentes e demais pes-soas que, de forma direta ou indiretamen-te, puderem interferir prejudicialmente na completa elucidação dos fatos, além da sus-pensão dos repasses de verbas públicas, até a decisão final.

Art. 38. (VETADO)

Art. 39. (Revogado pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 39-A. A torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a violência; ou invadir local restrito aos competi-dores, árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas será impedida, assim como seus associados ou membros, de comparecer a even-tos esportivos pelo prazo de até 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 39-B. A torcida organizada responde civil-mente, de forma objetiva e solidária, pelos da-nos causados por qualquer dos seus associados ou membros no local do evento esportivo, em suas imediações ou no trajeto de ida e volta para o evento. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 40. A defesa dos interesses e direitos dos torcedores em juízo observará, no que couber, a mesma disciplina da defesa dos consumidores em juízo de que trata o Título III da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

Art. 41. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a defesa do torcedor, e, com a finalidade de fiscalizar o cumprimento do disposto nesta Lei, poderão:

I – constituir órgão especializado de defesa do torcedor; ou

II – atribuir a promoção e defesa do torce-dor aos órgãos de defesa do consumidor.

Art. 41-A. Os juizados do torcedor, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e cri-minal, poderão ser criados pelos Estados e pelo Distrito Federal para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes das ativi-dades reguladas nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

CAPÍTULO XI-ADOS CRIMES

(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 41-B. Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competi-dores em eventos esportivos: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Page 22: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br22

Pena – reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 1º Incorrerá nas mesmas penas o torcedor que: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

I – promover tumulto, praticar ou incitar a violência num raio de 5.000 (cinco mil) me-tros ao redor do local de realização do even-to esportivo, ou durante o trajeto de ida e volta do local da realização do evento; (In-cluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

II – portar, deter ou transportar, no interior do estádio, em suas imediações ou no seu trajeto, em dia de realização de evento es-portivo, quaisquer instrumentos que pos-sam servir para a prática de violência. (In-cluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 2º Na sentença penal condenatória, o juiz deverá converter a pena de reclusão em pena impeditiva de comparecimento às proximidades do estádio, bem como a qual-quer local em que se realize evento espor-tivo, pelo prazo de 3 (três) meses a 3 (três) anos, de acordo com a gravidade da con-duta, na hipótese de o agente ser primário, ter bons antecedentes e não ter sido puni-do anteriormente pela prática de condutas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 3º A pena impeditiva de comparecimen-to às proximidades do estádio, bem como a qualquer local em que se realize evento esportivo, converter-se-á em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimen-to injustificado da restrição imposta. (Incluí-do pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 4º Na conversão de pena prevista no § 2º, a sentença deverá determinar, ainda, a obri-gatoriedade suplementar de o agente per-manecer em estabelecimento indicado pelo juiz, no período compreendido entre as 2 (duas) horas antecedentes e as 2 (duas) ho-ras posteriores à realização de partidas de entidade de prática desportiva ou de com-

petição determinada. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

§ 5º Na hipótese de o representante do Mi-nistério Público propor aplicação da pena restritiva de direito prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, o juiz aplicará a sanção prevista no § 2º. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 41-C. Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 41-D. Dar ou prometer vantagem patrimo-nial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição despor-tiva ou evento a ela associado: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 41-E. Fraudar, por qualquer meio, ou con-tribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou even-to a ela associado: (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Art. 41-F. Vender ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Pena – reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Page 23: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 23

Art. 41-G. Fornecer, desviar ou facilitar a distri-buição de ingressos para venda por preço supe-rior ao estampado no bilhete: (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Parágrafo único. A pena será aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o agente for servidor público, dirigente ou funcionário de entidade de prática desportiva, entidade responsável pela organização da competi-ção, empresa contratada para o processo de emissão, distribuição e venda de ingres-sos ou torcida organizada e se utilizar desta condição para os fins previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

CAPÍTULO XIIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 42. O Conselho Nacional de Esportes – CNE promoverá, no prazo de seis meses, contado da publicação desta Lei, a adequação do Código de Justiça Desportiva ao disposto na Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, nesta Lei e em seus respectivos regulamentos.

Art. 43. Esta Lei aplica-se apenas ao desporto profissional.

Art. 44. O disposto no parágrafo único do art. 13, e nos arts. 18, 22, 25 e 33 entrará em vigor após seis meses da publicação desta Lei.

Art. 45. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 15 de maio de 2003; 182º da Indepen-dência e 115º da República.

Page 24: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br24

LEI 11.105/05

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

E GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas de seguran-ça e mecanismos de fiscalização sobre a cons-trução, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a ex-portação, o armazenamento, a pesquisa, a co-mercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneti-camente modificados – OGM e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecno-logia, a proteção à vida e à saúde humana, ani-mal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente.

§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se ati-vidade de pesquisa a realizada em laborató-rio, regime de contenção ou campo, como parte do processo de obtenção de OGM e seus derivados ou de avaliação da biossegu-rança de OGM e seus derivados, o que en-globa, no âmbito experimental, a constru-ção, o cultivo, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a liberação no meio am-biente e o descarte de OGM e seus deriva-dos.

§ 2º Para os fins desta Lei, considera-se ati-vidade de uso comercial de OGM e seus de-rivados a que não se enquadra como ativi-dade de pesquisa, e que trata do cultivo, da produção, da manipulação, do transporte, da transferência, da comercialização, da im-portação, da exportação, do armazenamen-to, do consumo, da liberação e do descarte de OGM e seus derivados para fins comer-ciais.

Art. 2º As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino

com manipulação de organismos vivos, à pes-quisa científica, ao desenvolvimento tecnoló-gico e à produção industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou priva-do, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como pelas eventuais conseqüências ou efeitos advindos de seu descumprimento.

§ 1º Para os fins desta Lei, consideram-se atividades e projetos no âmbito de entidade os conduzidos em instalações próprias ou sob a responsabilidade administrativa, téc-nica ou científica da entidade.

§ 2º As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pessoas físicas em atuação autônoma e independente, ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.

§ 3º Os interessados em realizar atividade prevista nesta Lei deverão requerer autori-zação à Comissão Técnica Nacional de Bios-segurança – CTNBio, que se manifestará no prazo fixado em regulamento.

§ 4º As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou patrocinadoras de ativida-des ou de projetos referidos no caput deste artigo devem exigir a apresentação de Cer-tificado de Qualidade em Biossegurança, emitido pela CTNBio, sob pena de se torna-rem co-responsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento desta Lei ou de sua regulamentação.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I – organismo: toda entidade biológica ca-paz de reproduzir ou transferir material ge-nético, inclusive vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;

Page 25: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 25

II – ácido desoxirribonucléico – ADN, ácido ribonucléico – ARN: material genético que contém informações determinantes dos ca-racteres hereditários transmissíveis à des-cendência;

III – moléculas de ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que pos-sam multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multiplicação; consideram-se tam-bém os segmentos de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de ADN/ARN natural;

IV – engenharia genética: atividade de pro-dução e manipulação de moléculas de ADN/ARN recombinante;

V – organismo geneticamente modificado – OGM: organismo cujo material genético – ADN/ARN tenha sido modificado por qual-quer técnica de engenharia genética;

VI – derivado de OGM: produto obtido de OGM e que não possua capacidade autôno-ma de replicação ou que não contenha for-ma viável de OGM;

VII – célula germinal humana: célula-mãe responsável pela formação de gametas pre-sentes nas glândulas sexuais femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de ploidia;

VIII – clonagem: processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, base-ada em um único patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia genética;

IX – clonagem para fins reprodutivos: clo-nagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo;

X – clonagem terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco embrionárias para utilização terapêutica;

XI – células-tronco embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de

se transformar em células de qualquer teci-do de um organismo.

§ 1º Não se inclui na categoria de OGM o resultante de técnicas que impliquem a in-trodução direta, num organismo, de mate-rial hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN re-combinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transfor-mação, indução poliplóide e qualquer outro processo natural.

§ 2º Não se inclui na categoria de derivado de OGM a substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de processos bio-lógicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante.

Art. 4º Esta Lei não se aplica quando a modifica-ção genética for obtida por meio das seguintes técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como receptor ou doador:

I – mutagênese;

II – formação e utilização de células somáti-cas de hibridoma animal;

III – fusão celular, inclusive a de protoplas-ma, de células vegetais, que possa ser pro-duzida mediante métodos tradicionais de cultivo;

IV – autoclonagem de organismos não-pato-gênicos que se processe de maneira natural.

Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e tera-pia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respec-tivo procedimento, atendidas as seguintes con-dições:

I – sejam embriões inviáveis; ou

II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da pu-blicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

Page 26: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br26

§ 1º Em qualquer caso, é necessário o con-sentimento dos genitores.

§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à aprecia-ção e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.

§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

Art. 6º Fica proibido:

I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu acompanhamento individual;

II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas previstas nesta Lei;

III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião huma-no;

IV – clonagem humana;

V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e as constantes desta Lei e de sua regulamentação;

VI – liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de pesquisa, sem a decisão técnica favorá-vel da CTNBio e, nos casos de liberação co-mercial, sem o parecer técnico favorável da CTNBio, ou sem o licenciamento do órgão ou entidade ambiental responsável, quan-do a CTNBio considerar a atividade como potencialmente causadora de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado, na forma desta Lei e de sua regulamentação;

VII – a utilização, a comercialização, o regis-tro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, entende-se por tecnologias genéticas de restrição do uso qualquer processo de in-tervenção humana para geração ou multi-plicação de plantas geneticamente modifi-cadas para produzir estruturas reprodutivas estéreis, bem como qualquer forma de ma-nipulação genética que vise à ativação ou desativação de genes relacionados à ferti-lidade das plantas por indutores químicos externos.

Art. 7º São obrigatórias:

I – a investigação de acidentes ocorridos no curso de pesquisas e projetos na área de engenharia genética e o envio de relatório respectivo à autoridade competente no pra-zo máximo de 5 (cinco) dias a contar da data do evento;

II – a notificação imediata à CTNBio e às au-toridades da saúde pública, da defesa agro-pecuária e do meio ambiente sobre aciden-te que possa provocar a disseminação de OGM e seus derivados;

III – a adoção de meios necessários para plenamente informar à CTNBio, às autori-dades da saúde pública, do meio ambien-te, da defesa agropecuária, à coletividade e aos demais empregados da instituição ou empresa sobre os riscos a que possam estar submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados no caso de acidentes com OGM.

CAPÍTULO IIDO CONSELHO NACIONAL

DE BIOSSEGURANÇA – CNBS

Art. 8º Fica criado o Conselho Nacional de Bios-segurança – CNBS, vinculado à Presidência da República, órgão de assessoramento superior

Page 27: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 27

do Presidente da República para a formulação e implementação da Política Nacional de Biosse-gurança – PNB.

§ 1º Compete ao CNBS:

I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades fede-rais com competências sobre a matéria;

II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados;

III – avocar e decidir, em última e definiti-va instância, com base em manifestação da CTNBio e, quando julgar necessário, dos ór-gãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas competências, sobre os processos relativos a atividades que en-volvam o uso comercial de OGM e seus de-rivados;

IV – (VETADO)

§ 2º (VETADO)

§ 3º Sempre que o CNBS deliberar favora-velmente à realização da atividade analisa-da, encaminhará sua manifestação aos ór-gãos e entidades de registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei.

§ 4º Sempre que o CNBS deliberar contra-riamente à atividade analisada, encaminha-rá sua manifestação à CTNBio para informa-ção ao requerente.

Art. 9º O CNBS é composto pelos seguintes membros:

I – Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá;

II – Ministro de Estado da Ciência e Tecno-logia;

III – Ministro de Estado do Desenvolvimen-to Agrário;

IV – Ministro de Estado da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento;

V – Ministro de Estado da Justiça;

VI – Ministro de Estado da Saúde;

VII – Ministro de Estado do Meio Ambiente;

VIII – Ministro de Estado do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior;

IX – Ministro de Estado das Relações Exte-riores;

X – Ministro de Estado da Defesa;

XI – Secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República.

§ 1º O CNBS reunir-se-á sempre que con-vocado pelo Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, ou mediante provocação da maioria de seus membros.

§ 2º (VETADO)

§ 3º Poderão ser convidados a participar das reuniões, em caráter excepcional, re-presentantes do setor público e de entida-des da sociedade civil.

§ 4º O CNBS contará com uma Secretaria--Executiva, vinculada à Casa Civil da Presi-dência da República.

§ 5º A reunião do CNBS poderá ser instala-da com a presença de 6 (seis) de seus mem-bros e as decisões serão tomadas com votos favoráveis da maioria absoluta.

CAPÍTULO IIIDA COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL

DE BIOSSEGURANÇA – CTNBIO

Art. 10. A CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, é instância colegiada mul-tidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização

Page 28: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br28

e implementação da PNB de OGM e seus deriva-dos, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que en-volvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.

Parágrafo único. A CTNBio deverá acompa-nhar o desenvolvimento e o progresso téc-nico e científico nas áreas de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins, com o ob-jetivo de aumentar sua capacitação para a proteção da saúde humana, dos animais e das plantas e do meio ambiente.

Art. 11. A CTNBio, composta de membros titu-lares e suplentes, designados pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de re-conhecida competência técnica, de notória atu-ação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, bio-logia, saúde humana e animal ou meio ambien-te, sendo:

I – 12 (doze) especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo exercício profissional, sendo:

a) 3 (três) da área de saúde humana;

b) 3 (três) da área animal;

c) 3 (três) da área vegetal;

d) 3 (três) da área de meio ambiente;

II – um representante de cada um dos se-guintes órgãos, indicados pelos respectivos titulares:

a) Ministério da Ciência e Tecnologia;

b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

c) Ministério da Saúde;

d) Ministério do Meio Ambiente;

e) Ministério do Desenvolvimento Agrário;

f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

g) Ministério da Defesa;

h) Secretaria Especial de Aqüicultura e Pes-ca da Presidência da República;

i) Ministério das Relações Exteriores;

III – um especialista em defesa do consumi-dor, indicado pelo Ministro da Justiça;

IV – um especialista na área de saúde, indi-cado pelo Ministro da Saúde;

V – um especialista em meio ambiente, in-dicado pelo Ministro do Meio Ambiente;

VI – um especialista em biotecnologia, indi-cado pelo Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

VII – um especialista em agricultura familiar, indicado pelo Ministro do Desenvolvimento Agrário;

VIII – um especialista em saúde do traba-lhador, indicado pelo Ministro do Trabalho e Emprego.

§ 1º Os especialistas de que trata o inciso I do caput deste artigo serão escolhidos a partir de lista tríplice, elaborada com a par-ticipação das sociedades científicas, confor-me disposto em regulamento.

§ 2º Os especialistas de que tratam os inci-sos III a VIII do caput deste artigo serão es-colhidos a partir de lista tríplice, elaborada pelas organizações da sociedade civil, con-forme disposto em regulamento.

§ 3º Cada membro efetivo terá um suplen-te, que participará dos trabalhos na ausên-cia do titular.

§ 4º Os membros da CTNBio terão mandato de 2 (dois) anos, renovável por até mais 2 (dois) períodos consecutivos.

Page 29: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 29

§ 5º O presidente da CTNBio será designa-do, entre seus membros, pelo Ministro da Ciência e Tecnologia para um mandato de 2 (dois) anos, renovável por igual período.

§ 6º Os membros da CTNBio devem pautar a sua atuação pela observância estrita dos conceitos ético-profissionais, sendo vedado participar do julgamento de questões com as quais tenham algum envolvimento de ordem profissional ou pessoal, sob pena de perda de mandato, na forma do regulamento.

§ 7º A reunião da CTNBio poderá ser insta-lada com a presença de 14 (catorze) de seus membros, incluído pelo menos um repre-sentante de cada uma das áreas referidas no inciso I do caput deste artigo.

§ 8º (VETADO)

§ 8º-A As decisões da CTNBio serão toma-das com votos favoráveis da maioria abso-luta de seus membros. (Incluído pela Lei nº 11.460, de 2007)

§ 9º Órgãos e entidades integrantes da ad-ministração pública federal poderão soli-citar participação nas reuniões da CTNBio para tratar de assuntos de seu especial inte-resse, sem direito a voto.

§ 10. Poderão ser convidados a participar das reuniões, em caráter excepcional, re-presentantes da comunidade científica e do setor público e entidades da sociedade civil, sem direito a voto.

Art. 12. O funcionamento da CTNBio será defini-do pelo regulamento desta Lei.

§ 1º A CTNBio contará com uma Secretaria--Executiva e cabe ao Ministério da Ciência e Tecnologia prestar-lhe o apoio técnico e administrativo.

§ 2º (VETADO)

Art. 13. A CTNBio constituirá subcomissões se-toriais permanentes na área de saúde humana, na área animal, na área vegetal e na área am-biental, e poderá constituir subcomissões extra-

ordinárias, para análise prévia dos temas a se-rem submetidos ao plenário da Comissão.

§ 1º Tanto os membros titulares quanto os suplentes participarão das subcomissões setoriais e caberá a todos a distribuição dos processos para análise.

§ 2º O funcionamento e a coordenação dos trabalhos nas subcomissões setoriais e ex-traordinárias serão definidos no regimento interno da CTNBio.

Art. 14. Compete à CTNBio:

I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM;

II – estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos relacionados a OGM e seus derivados;

III – estabelecer, no âmbito de suas compe-tências, critérios de avaliação e monitora-mento de risco de OGM e seus derivados;

IV – proceder à análise da avaliação de ris-co, caso a caso, relativamente a atividades e projetos que envolvam OGM e seus deri-vados;

V – estabelecer os mecanismos de funcio-namento das Comissões Internas de Bios-segurança – CIBio, no âmbito de cada insti-tuição que se dedique ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial que envolvam OGM ou seus derivados;

VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de fun-cionamento de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá atividades rela-cionadas a OGM e seus derivados;

VII – relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM e seus deri-vados, em âmbito nacional e internacional;

VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM ou deri-vado de OGM, nos termos da legislação em vigor;

Page 30: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br30

IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa;

X – prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na formulação da PNB de OGM e seus derivados;

XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o desenvolvi-mento de atividades com OGM e seus de-rivados em laboratório, instituição ou em-presa e enviar cópia do processo aos órgãos de registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei;

XII – emitir decisão técnica, caso a caso, so-bre a biossegurança de OGM e seus deriva-dos no âmbito das atividades de pesquisa e de uso comercial de OGM e seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau de risco e nível de biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e res-trições ao uso;

XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e os respecti-vos procedimentos e medidas de seguran-ça quanto ao seu uso, conforme as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei, bem como quanto aos seus derivados;

XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios estabeleci-dos no regulamento desta Lei;

XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na biossegu-rança de OGM e seus derivados;

XVI – emitir resoluções, de natureza norma-tiva, sobre as matérias de sua competência;

XVII – apoiar tecnicamente os órgãos com-petentes no processo de prevenção e in-vestigação de acidentes e de enfermidades, verificados no curso dos projetos e das ati-vidades com técnicas de ADN/ARN recom-binante;

XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e en-tidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas ati-

vidades relacionadas a OGM e seus deriva-dos;

XIX – divulgar no Diário Oficial da União, previamente à análise, os extratos dos plei-tos e, posteriormente, dos pareceres dos processos que lhe forem submetidos, bem como dar ampla publicidade no Sistema de Informações em Biossegurança – SIB a sua agenda, processos em trâmite, relatórios anuais, atas das reuniões e demais informa-ções sobre suas atividades, excluídas as in-formações sigilosas, de interesse comercial, apontadas pelo proponente e assim consi-deradas pela CTNBio;

XX – identificar atividades e produtos de-correntes do uso de OGM e seus derivados potencialmente causadores de degradação do meio ambiente ou que possam causar riscos à saúde humana;

XXI – reavaliar suas decisões técnicas por solicitação de seus membros ou por recurso dos órgãos e entidades de registro e fisca-lização, fundamentado em fatos ou conhe-cimentos científicos novos, que sejam rele-vantes quanto à biossegurança do OGM ou derivado, na forma desta Lei e seu regula-mento;

XXII – propor a realização de pesquisas e es-tudos científicos no campo da biosseguran-ça de OGM e seus derivados;

XXIII – apresentar proposta de regimento interno ao Ministro da Ciência e Tecnologia.

§ 1º Quanto aos aspectos de biossegurança do OGM e seus derivados, a decisão técnica da CTNBio vincula os demais órgãos e enti-dades da administração.

§ 2º Nos casos de uso comercial, dentre ou-tros aspectos técnicos de sua análise, os ór-gãos de registro e fiscalização, no exercício de suas atribuições em caso de solicitação pela CTNBio, observarão, quanto aos aspec-tos de biossegurança do OGM e seus deri-vados, a decisão técnica da CTNBio.

Page 31: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 31

§ 3º Em caso de decisão técnica favorável sobre a biossegurança no âmbito da ativida-de de pesquisa, a CTNBio remeterá o pro-cesso respectivo aos órgãos e entidades re-feridos no art. 16 desta Lei, para o exercício de suas atribuições.

§ 4º A decisão técnica da CTNBio deverá conter resumo de sua fundamentação téc-nica, explicitar as medidas de segurança e restrições ao uso do OGM e seus derivados e considerar as particularidades das dife-rentes regiões do País, com o objetivo de orientar e subsidiar os órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, no exercício de suas atribui-ções.

§ 5º Não se submeterá a análise e emissão de parecer técnico da CTNBio o derivado cujo OGM já tenha sido por ela aprovado.

§ 6º As pessoas físicas ou jurídicas envol-vidas em qualquer das fases do processo de produção agrícola, comercialização ou transporte de produto geneticamente mo-dificado que tenham obtido a liberação para uso comercial estão dispensadas de apresentação do CQB e constituição de CI-Bio, salvo decisão em contrário da CTNBio.

Art. 15. A CTNBio poderá realizar audiências pú-blicas, garantida participação da sociedade civil, na forma do regulamento.

Parágrafo único. Em casos de liberação co-mercial, audiência pública poderá ser re-querida por partes interessadas, incluindo--se entre estas organizações da sociedade civil que comprovem interesse relacionado à matéria, na forma do regulamento.

CAPÍTULO IVDOS ÓRGÃOS E ENTIDADES

DE REGISTRO E FISCALIZAÇÃO

Art. 16. Caberá aos órgãos e entidades de re-gistro e fiscalização do Ministério da Saúde, do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento e do Ministério do Meio Ambiente, e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República entre outras atribui-ções, no campo de suas competências, obser-vadas a decisão técnica da CTNBio, as delibera-ções do CNBS e os mecanismos estabelecidos nesta Lei e na sua regulamentação:

I – fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados;

II – registrar e fiscalizar a liberação comer-cial de OGM e seus derivados;

III – emitir autorização para a importação de OGM e seus derivados para uso comercial;

IV – manter atualizado no SIB o cadastro das instituições e responsáveis técnicos que realizam atividades e projetos relacionados a OGM e seus derivados;

V – tornar públicos, inclusive no SIB, os re-gistros e autorizações concedidas;

VI – aplicar as penalidades de que trata esta Lei;

VII – subsidiar a CTNBio na definição de quesitos de avaliação de biossegurança de OGM e seus derivados.

§ 1º Após manifestação favorável da CTN-Bio, ou do CNBS, em caso de avocação ou recurso, caberá, em decorrência de análise específica e decisão pertinente:

I – ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento emitir as autorizações e re-gistros e fiscalizar produtos e atividades que utilizem OGM e seus derivados destinados a uso animal, na agricultura, pecuária, agroin-dústria e áreas afins, de acordo com a legis-lação em vigor e segundo o regulamento desta Lei;

II – ao órgão competente do Ministério da Saúde emitir as autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados a uso humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins,

Page 32: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br32

de acordo com a legislação em vigor e se-gundo o regulamento desta Lei;

III – ao órgão competente do Ministério do Meio Ambiente emitir as autorizações e registros e fiscalizar produtos e atividades que envolvam OGM e seus derivados a se-rem liberados nos ecossistemas naturais, de acordo com a legislação em vigor e segun-do o regulamento desta Lei, bem como o licenciamento, nos casos em que a CTNBio deliberar, na forma desta Lei, que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente;

IV – à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República emitir as autorizações e registros de produtos e ativi-dades com OGM e seus derivados destina-dos ao uso na pesca e aqüicultura, de acor-do com a legislação em vigor e segundo esta Lei e seu regulamento.

§ 2º Somente se aplicam as disposições dos incisos I e II do art. 8º e do caput do art. 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, nos casos em que a CTNBio deliberar que o OGM é potencialmente causador de signifi-cativa degradação do meio ambiente.

§ 3º A CTNBio delibera, em última e defini-tiva instância, sobre os casos em que a ati-vidade é potencial ou efetivamente causa-dora de degradação ambiental, bem como sobre a necessidade do licenciamento am-biental.

§ 4º A emissão dos registros, das autoriza-ções e do licenciamento ambiental referi-dos nesta Lei deverá ocorrer no prazo máxi-mo de 120 (cento e vinte) dias.

§ 5º A contagem do prazo previsto no § 4º deste artigo será suspensa, por até 180 (cento e oitenta) dias, durante a elaboração, pelo requerente, dos estudos ou esclareci-mentos necessários.

§ 6º As autorizações e registros de que trata este artigo estarão vinculados à decisão téc-nica da CTNBio correspondente, sendo ve-

dadas exigências técnicas que extrapolem as condições estabelecidas naquela decisão, nos aspectos relacionados à biossegurança.

§ 7º Em caso de divergência quanto à de-cisão técnica da CTNBio sobre a liberação comercial de OGM e derivados, os órgãos e entidades de registro e fiscalização, no âm-bito de suas competências, poderão apre-sentar recurso ao CNBS, no prazo de até 30 (trinta) dias, a contar da data de publicação da decisão técnica da CTNBio.

CAPÍTULO VDA COMISSÃO INTERNA

DE BIOSSEGURANÇA – CIBIO

Art. 17. Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética ou realizar pesquisas com OGM e seus derivados deverá criar uma Comissão Interna de Biossegurança – CIBio, além de indicar um técnico principal res-ponsável para cada projeto específico.

Art. 18. Compete à CIBio, no âmbito da institui-ção onde constituída:

I – manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade, quando suscetíveis de serem afetados pela ativida-de, sobre as questões relacionadas com a saúde e a segurança, bem como sobre os procedimentos em caso de acidentes;

II – estabelecer programas preventivos e de inspeção para garantir o funcionamento das instalações sob sua responsabilidade, den-tro dos padrões e normas de biossegurança, definidos pela CTNBio na regulamentação desta Lei;

III – encaminhar à CTNBio os documentos cuja relação será estabelecida na regula-mentação desta Lei, para efeito de análise, registro ou autorização do órgão competen-te, quando couber;

IV – manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou projeto em

Page 33: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 33

desenvolvimento que envolvam OGM ou seus derivados;

V – notificar à CTNBio, aos órgãos e entida-des de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, e às entidades de trabalha-dores o resultado de avaliações de risco a que estão submetidas as pessoas expostas, bem como qualquer acidente ou inciden-te que possa provocar a disseminação de agente biológico;

VI – investigar a ocorrência de acidentes e as enfermidades possivelmente relaciona-dos a OGM e seus derivados e notificar suas conclusões e providências à CTNBio.

CAPÍTULO VIDO SISTEMA DE INFORMAÇÕES

EM BIOSSEGURANÇA – SIB

Art. 19. Fica criado, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Sistema de Informações em Biossegurança – SIB, destinado à gestão das informações decorrentes das atividades de análise, autorização, registro, monitoramento e acompanhamento das atividades que envolvam OGM e seus derivados.

§ 1º As disposições dos atos legais, regula-mentares e administrativos que alterem, complementem ou produzam efeitos so-bre a legislação de biossegurança de OGM e seus derivados deverão ser divulgadas no SIB concomitantemente com a entrada em vigor desses atos.

§ 2º Os órgãos e entidades de registro e fis-calização, referidos no art. 16 desta Lei, de-verão alimentar o SIB com as informações relativas às atividades de que trata esta Lei, processadas no âmbito de sua competên-cia.

CAPÍTULO VIIDA RESPONSABILIDADE CIVIL

E ADMINISTRATIVA

Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua indenização ou repara-ção integral, independentemente da existência de culpa.

Art. 21. Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as normas pre-vistas nesta Lei e demais disposições legais per-tinentes.

Parágrafo único. As infrações administrati-vas serão punidas na forma estabelecida no regulamento desta Lei, independentemen-te das medidas cautelares de apreensão de produtos, suspensão de venda de produto e embargos de atividades, com as seguintes sanções:

I – advertência;

II – multa;

III – apreensão de OGM e seus derivados;

IV – suspensão da venda de OGM e seus de-rivados;

V – embargo da atividade;

VI – interdição parcial ou total do estabele-cimento, atividade ou empreendimento;

VII – suspensão de registro, licença ou au-torização;

VIII – cancelamento de registro, licença ou autorização;

IX – perda ou restrição de incentivo e bene-fício fiscal concedidos pelo governo;

X – perda ou suspensão da participação em linha de financiamento em estabelecimento oficial de crédito;

XI – intervenção no estabelecimento;

Page 34: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br34

XII – proibição de contratar com a adminis-tração pública, por período de até 5 (cinco) anos.

Art. 22. Compete aos órgãos e entidades de re-gistro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, definir critérios, valores e aplicar multas de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), proporcio-nalmente à gravidade da infração.

§ 1º As multas poderão ser aplicadas cumu-lativamente com as demais sanções previs-tas neste artigo.

§ 2º No caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

§ 3º No caso de infração continuada, carac-terizada pela permanência da ação ou omis-são inicialmente punida, será a respectiva penalidade aplicada diariamente até ces-sar sua causa, sem prejuízo da paralisação imediata da atividade ou da interdição do laboratório ou da instituição ou empresa responsável.

Art. 23. As multas previstas nesta Lei serão apli-cadas pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização dos Ministérios da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, da Saúde, do Meio Am-biente e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, referidos no art. 16 desta Lei, de acordo com suas respecti-vas competências.

§ 1º Os recursos arrecadados com a aplica-ção de multas serão destinados aos órgãos e entidades de registro e fiscalização, refe-ridos no art. 16 desta Lei, que aplicarem a multa.

§ 2º Os órgãos e entidades fiscalizadores da administração pública federal poderão celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios, para a execução de serviços relacionados à atividade de fiscali-zação prevista nesta Lei e poderão repassar--lhes parcela da receita obtida com a aplica-ção de multas.

§ 3º A autoridade fiscalizadora encaminha-rá cópia do auto de infração à CTNBio.

§ 4º Quando a infração constituir crime ou contravenção, ou lesão à Fazenda Pública ou ao consumidor, a autoridade fiscalizado-ra representará junto ao órgão competente para apuração das responsabilidades admi-nistrativa e penal.

CAPÍTULO VIIIDOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5º desta Lei:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião humano:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 26. Realizar clonagem humana:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio am-biente, em desacordo com as normas estabele-cidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º (VETADO)

§ 2º Agrava-se a pena:

I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano à propriedade alheia;

II – de 1/3 (um terço) até a metade, se resul-tar dano ao meio ambiente;

III – da metade até 2/3 (dois terços), se re-sultar lesão corporal de natureza grave em outrem;

Page 35: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 35

IV – de 2/3 (dois terços) até o dobro, se re-sulta a morte de outrem.

Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, paten-tear e licenciar tecnologias genéticas de restri-ção do uso:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, co-mercializar, importar ou exportar OGM ou seus derivados, sem autorização ou em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pe-los órgãos e entidades de registro e fiscalização:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO IXDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 30. Os OGM que tenham obtido decisão técnica da CTNBio favorável a sua liberação comercial até a entrada em vigor desta Lei po-derão ser registrados e comercializados, salvo manifestação contrária do CNBS, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da publicação desta Lei.

Art. 31. A CTNBio e os órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei, deverão rever suas deliberações de caráter normativo, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a fim de promover sua adequação às disposi-ções desta Lei.

Art. 32. Permanecem em vigor os Certificados de Qualidade em Biossegurança, comunicados e decisões técnicas já emitidos pela CTNBio, bem como, no que não contrariarem o disposto nes-ta Lei, os atos normativos emitidos ao amparo da Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995.

Art. 33. As instituições que desenvolverem ativi-dades reguladas por esta Lei na data de sua pu-blicação deverão adequar-se as suas disposições no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contado da publicação do decreto que a regulamentar.

Art. 34. Ficam convalidados e tornam-se perma-nentes os registros provisórios concedidos sob a égide da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003.

Art. 35. Ficam autorizadas a produção e a co-mercialização de sementes de cultivares de soja geneticamente modificadas tolerantes a glifosa-to registradas no Registro Nacional de Cultivares – RNC do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Art. 36. Fica autorizado o plantio de grãos de soja geneticamente modificada tolerante a gli-fosato, reservados pelos produtores rurais para uso próprio, na safra 2004/2005, sendo vedada a comercialização da produção como semente. (Vide Decreto nº 5.534, de 2005)

Parágrafo único. O Poder Executivo poderá prorrogar a autorização de que trata o ca-put deste artigo.

Art. 37. A descrição do Código 20 do Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, acres-cido pela Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

Page 36: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br36

"ANEXO VIII

Código Categoria Descrição Pp/gu

........... ................ ............................................. .............

20Uso de

Recursos Naturais

Silvicultura; exploração eco-nômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais; importação ou exportação da fauna e flora nativas bra-sileiras; atividade de criação e exploração econômica de fauna exótica e de fau-na silvestre; utilização do patrimônio genético natu-ral; exploração de recursos aquáticos vivos; introdução de espécies exóticas, exceto para melhoramento genéti-co vegetal e uso na agricul-tura; introdução de espécies geneticamente modificadas previamente identificadas pela CTNBio como poten-cialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente; uso da diversidade biológica pela biotecnologia em atividades previamente identificadas pela CTNBio como poten-cialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.

Médio

........... ................ ............................................ .............

Art. 38. (VETADO)

Art. 39. Não se aplica aos OGM e seus deriva-dos o disposto na Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, e suas alterações, exceto para os casos em que eles sejam desenvolvidos para servir de matéria-prima para a produção de agrotóxicos.

Art. 40. Os alimentos e ingredientes alimenta-res destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados deverão conter informação nesse sentido em seus rótulos, conforme regu-lamento.

Art. 41. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 42. Revogam-se a Lei nº 8.974, de 5 de ja-neiro de 1995, a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003.

Brasília, 24 de março de 2005; 184º da Indepen-dência e 117º da República.

Page 37: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 37

LEI 12.737/12

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a tipificação crimi-nal de delitos informáticos e dá outras provi-dências.

Art. 2º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezem-bro de 1940 – Código Penal, fica acrescido dos seguintes arts. 154-A e 154-B:

“Invasão de dispositivo informático

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computado-res, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispo-sitivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta de-finida no caput.

§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econô-mico.

§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas pri-vadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.

§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divul-gação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou in-formações obtidos.

§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à me-tade se o crime for praticado contra:

I – Presidente da República, governadores e prefeitos;

II – Presidente do Supremo Tribunal Fede-ral;

III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislati-va de Estado, da Câmara Legislativa do Dis-trito Federal ou de Câmara Municipal; ou

IV – dirigente máximo da administração di-reta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.”

“Ação penal

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administra-ção pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.”

Art. 3º Os arts. 266 e 298 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Pe-nal, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de informação de utilidade pública

Art. 266. ............................................................

§ 1º Incorre na mesma pena quem inter-rompe serviço telemático ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta--lhe o restabelecimento.

§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o cri-me é cometido por ocasião de calamidade pública.” (NR)

Page 38: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br38

“Falsificação de documento particular

Art. 298. ......................................................

Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.” (NR)

Art. 4º Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação ofi-cial.

Brasília, 30 de novembro de 2012; 191º da Inde-pendência e 124º da República.

Page 39: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 39

LEI 9.503/97

Seção IIDOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a per-missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1º No homicídio culposo cometido na di-reção de veículo automotor, a pena é au-mentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

III – deixar de prestar socorro, quando pos-sível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

IV – no exercício de sua profissão ou ativi-dade, estiver conduzindo veículo de trans-porte de passageiros. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

V -(Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na dire-ção de veículo automotor:

Penas – detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a per-missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1º do art. 302. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na oca-sião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da au-toridade pública:

Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instan-tânea ou com ferimentos leves.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capa-cidade psicomotora alterada em razão da influ-ência de álcool ou de outra substância psicoati-va que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)

Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para diri-gir veículo automotor.

§ 1º As condutas previstas no caput se-rão constatadas por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

I – concentração igual ou superior a 6 de-cigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

Page 40: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br40

II – sinais que indiquem, na forma discipli-nada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)

§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoo-lemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para diri-gir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:

Penas – detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibi-ção.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incor-re o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Ha-bilitação.

Art. 308. Participar, na direção de veículo au-tomotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada: (Reda-ção dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

§ 1º Se da prática do crime previsto no ca-put resultar lesão corporal de natureza gra-ve, e as circunstâncias demonstrarem que

o agente não quis o resultado nem assu-miu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

§ 2º Se da prática do crime previsto no ca-put resultar morte, e as circunstâncias de-monstrarem que o agente não quis o resul-tado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Inclu-ído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pú-blica, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de di-rigir, gerando perigo de dano:

Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a dire-ção de veículo automotor a pessoa não habili-tada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por em-briaguez, não esteja em condições de conduzi--lo com segurança:

Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência)

Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembar-que de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentra-ção de pessoas, gerando perigo de dano:

Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pen-dência do respectivo procedimento policial pre-paratório, inquérito policial ou processo penal,

Page 41: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 41

o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:

Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.

Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privati-va de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comu-nidade ou a entidades públicas, em uma das se-guintes atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de acidente de trânsito e politrau-matizados; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

III – trabalho em clínicas ou instituições es-pecializadas na recuperação de acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

IV – outras atividades relacionadas ao res-gate, atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

Page 42: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br42

LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990.

CAPÍTULO IDOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Seção IDOS CRIMES PRATICADOS

POR PARTICULARES

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição so-cial e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

II – fraudar a fiscalização tributária, inserin-do elementos inexatos, ou omitindo opera-ção de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;

IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;

V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equi-valente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realiza-da, ou fornecê-la em desacordo com a legis-lação.

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor comple-xidade da matéria ou da dificuldade quanto

ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.

Art. 2º Constitui crime da mesma natureza:

I – fazer declaração falsa ou omitir decla-ração sobre rendas, bens ou fatos, ou em-pregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;

II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, des-contado ou cobrado, na qualidade de sujei-to passivo de obrigação e que deveria reco-lher aos cofres públicos;

III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer per-centagem sobre a parcela dedutível ou de-duzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;

IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desa-cordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;

V – utilizar ou divulgar programa de proces-samento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir in-formação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Seção IIDOS CRIMES PRATICADOS

POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Pe-nal (Título XI, Capítulo I):

Page 43: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 43

I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guar-da em razão da função; sonegá-lo, ou inu-tilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;

II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ain-da que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vanta-gem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-mente. Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de fun-cionário público. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

CAPÍTULO IIDOS CRIMES CONTRA A ECONOMIA

E AS RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econô-mica:

I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcial-mente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;

a) (revogada);

b) (revogada);

c) (revogada);

d) (revogada);

e) (revogada);

f) (revogada);

II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:

a) à fixação artificial de preços ou quantida-des vendidas ou produzidas;

b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;

c) ao controle, em detrimento da concor-rência, de rede de distribuição ou de forne-cedores.

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.

III – (revogado);

IV – (revogado);

V – (revogado);

VI – (revogado);

VII – (revogado).

Art. 5º Constitui crime da mesma natureza: (Re-vogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

I – exigir exclusividade de propaganda, transmissão ou difusão de publicidade, em detrimento de concorrência; (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

II – subordinar a venda de bem ou a utiliza-ção de serviço à aquisição de outro bem, ou ao uso de determinado serviço; (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

III – sujeitar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de quantidade arbi-trariamente determinada; (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

IV – recusar-se, sem justa causa, o diretor, administrador, ou gerente de empresa a prestar à autoridade competente ou prestá--la de modo inexato, informando sobre o custo de produção ou preço de venda. (Re-vogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10

Page 44: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br44

(dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor comple-xidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso IV. (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

Art. 6º Constitui crime da mesma natureza: (Re-vogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

I – vender ou oferecer à venda mercadoria, ou contratar ou oferecer serviço, por preço superior ao oficialmente tabelado, ao regi-me legal de controle; (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

II – aplicar fórmula de reajustamento de preços ou indexação de contrato proibida, ou diversa daquela que for legalmente es-tabelecida, ou fixada por autoridade com-petente; (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

III – exigir, cobrar ou receber qualquer van-tagem ou importância adicional de preço ta-belado, congelado, administrado, fixado ou controlado pelo Poder Público, inclusive por meio da adoção ou de aumento de taxa ou outro percentual, incidente sobre qualquer contratação. (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, ou multa. (Revogado pela Lei nº 12.529, de 2011).

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:

I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os siste-mas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores;

II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial;

III – misturar gêneros e mercadorias de es-pécies diferentes, para vendê-los ou expô-

-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço es-tabelecido para os demais mais alto custo;

IV – fraudar preços por meio de:

a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como de-nominação, sinal externo, marca, embala-gem, especificação técnica, descrição, volu-me, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;

b) divisão em partes de bem ou serviço, ha-bitualmente oferecido à venda em conjun-to;

c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;

d) aviso de inclusão de insumo não empre-gado na produção do bem ou na prestação dos serviços;

V – elevar o valor cobrado nas vendas a pra-zo de bens ou serviços, mediante a exigên-cia de comissão ou de taxa de juros ilegais;

VI – sonegar insumos ou bens, recusando--se a vendê-los a quem pretenda comprá--los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;

VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;

VIII – destruir, inutilizar ou danificar maté-ria-prima ou mercadoria, com o fim de pro-vocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;

IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;

Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.

Page 45: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 45

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, re-duzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

CAPÍTULO IIIDAS MULTAS

Art. 8º Nos crimes definidos nos arts. 1º a 3º desta lei, a pena de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para re-provação e prevenção do crime.

Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a 14 (quator-ze) nem superior a 200 (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.

Art. 9º A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida em multa de valor equivalente a:

I – 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de BTN, nos crimes defini-dos no art. 4º;

II – 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5º e 6º;

III – 50.000 (cinqüenta mil) até 1.000.000 (um milhão de BTN), nos crimes definidos no art. 7º.

Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu, verifique a in-suficiência ou excessiva onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta lei, poderá diminuí--las até a décima parte ou elevá-las ao décuplo.

CAPÍTULO IVDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os cri-mes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Parágrafo único. Quando a venda ao consu-midor for efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por este praticado não alcança o dis-tribuidor ou revendedor.

Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previs-tas nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º:

I – ocasionar grave dano à coletividade;

II – ser o crime cometido por servidor públi-co no exercício de suas funções;

III – ser o crime praticado em relação à pres-tação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.

Art. 13. (Vetado).

Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1º a 3º quando o agente pro-mover o pagamento de tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimen-to da denúncia. (Revogado pela Lei nº 8.383, de 30.12.1991)

Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de-zembro de 1940 – Código Penal.

Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes des-critos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito in-formações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

Parágrafo único. Nos crimes previstos nes-ta Lei, cometidos em quadrilha ou co-auto-ria, o co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois ter-ços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)

Page 46: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br46

Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços, quando e se necessá-rio, providenciar a desapropriação de estoques, a fim de evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento.

Art. 18. Fica acrescentado ao Capítulo III do Tí-tulo II do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezem-bro de 1940 – Código Penal, um artigo com pa-rágrafo único, após o art. 162, renumerando-se os subseqüentes, com a seguinte redação: (Re-vogado pela Lei nº 8.176, de 8.2.1991)

"Art. 163. Produzir ou explorar bens definidos como pertencentes à União, sem autorização le-gal ou em desacordo com as obrigações impos-tas pelo título autorizativo.

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena aquele que adquirir, transportar, industriali-zar, tiver consigo, consumir ou comercializar produtos ou matéria-prima, obtidos na for-ma prevista no caput".

Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Pe-nal, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria ven-dida, em quantidade ou qualidade, ou ao servi-ço prestado.

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".

Art. 20. O § 1º do art. 316 do Decreto-Lei nº 2 848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 316. ............................................................

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou con-tribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza;

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".

Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, quanto à fixação da pena, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 318. ............................................................

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".

Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 23. Revogam-se as disposições em contrá-rio e, em especial, o art. 279 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.

Page 47: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 47

LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

Cria mecanismos para coibir a violência domésti-ca e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discri-minação contra as Mulheres e da Convenção In-teramericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Pe-nal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e pre-venir a violência doméstica e familiar contra a mu-lher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constitui-ção Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de clas-se, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos di-reitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facili-dades para viver sem violência, preservar sua saú-de física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condi-ções para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao espor-te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, ex-ploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão conside-rados os fins sociais a que ela se destina e, espe-cialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II

Da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violên-cia doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cau-se morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi-cológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)

I – no âmbito da unidade doméstica, compre-endida como o espaço de convívio perma-

Page 48: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br48

nente de pessoas, com ou sem vínculo fami-liar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, uni-dos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de co-abitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enun-ciadas neste artigo independem de orienta-ção sexual.

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO IIDAS FORMAS DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e fami-liar contra a mulher, entre outras:

I – a violência física, entendida como qual-quer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emo-cional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvol-vimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e de-cisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigi-lância constante, perseguição contumaz, in-sulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III – a violência sexual, entendida como qual-quer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, co-ação ou uso da força; que a induza a comer-cializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao ma-trimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostitui-ção, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodu-tivos;

IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documen-tos pessoais, bens, valores e direitos ou re-cursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V – a violência moral, entendida como qual-quer conduta que configure calúnia, difama-ção ou injúria.

TÍTULO III

Da Assistência à Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar

CAPÍTULO IDAS MEDIDAS INTEGRADAS

DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violên-cia doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I – a integração operacional do Poder Judici-ário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,

Page 49: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 49

assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

II – a promoção de estudos e pesquisas, esta-tísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e fami-liar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medi-das adotadas;

III – o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis es-tereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º, no inci-so IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;

IV – a implementação de atendimento poli-cial especializado para as mulheres, em par-ticular nas Delegacias de Atendimento à Mu-lher;

V – a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência domés-tica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de pro-teção aos direitos humanos das mulheres;

VI – a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover-namentais ou entre estes e entidades não--governamentais, tendo por objetivo a imple-mentação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mu-lher;

VII – a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencen-tes aos órgãos e às áreas enunciados no inci-so I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;

VIII – a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

IX – o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IIDA ASSISTÊNCIA À MULHER EM

SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de vio-lência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Se-gurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quan-do for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de progra-mas assistenciais do governo federal, estadu-al e municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para pre-servar sua integridade física e psicológica:

I – acesso prioritário à remoção quando ser-vidora pública, integrante da administração direta ou indireta;

II – manutenção do vínculo trabalhista, quan-do necessário o afastamento do local de tra-balho, por até seis meses.

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreende-rá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, in-cluindo os serviços de contracepção de emer-

Page 50: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br50

gência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imu-nodeficiência Adquirida (AIDS) e outros pro-cedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

CAPÍTULO IIIDO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no ca-put deste artigo ao descumprimento de me-dida protetiva de urgência deferida.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade poli-cial deverá, entre outras providências:

I – garantir proteção policial, quando neces-sário, comunicando de imediato ao Ministé-rio Público e ao Poder Judiciário;

II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local segu-ro, quando houver risco de vida;

IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio fami-liar;

V – informar à ofendida os direitos a ela con-feridos nesta Lei e os serviços disponíveis.

Art. 12. Em todos os casos de violência domésti-ca e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Proces-so Penal:

I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocor-rência e tomar a representação a termo, se apresentada;

II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circuns-tâncias;

III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pe-dido da ofendida, para a concessão de medi-das protetivas de urgência;

IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar ou-tros exames periciais necessários;

V – ouvir o agressor e as testemunhas;

VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antece-dentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;

VII – remeter, no prazo legal, os autos do in-quérito policial ao juiz e ao Ministério Públi-co.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a ter-mo pela autoridade policial e deverá conter:

I – qualificação da ofendida e do agressor;

II – nome e idade dos dependentes;

III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.

Page 51: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 51

TÍTULO IV

Dos Procedimentos

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execu-ção das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordi-nária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o jul-gamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme dis-puserem as normas de organização judiciária.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Jui-zado:

I – do seu domicílio ou de sua residência;

II – do lugar do fato em que se baseou a de-manda;

III – do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação pe-rante o juiz, em audiência especialmente desig-nada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violên-cia doméstica e familiar contra a mulher, de penas

de cesta básica ou outras de prestação pecuniá-ria, bem como a substituição de pena que impli-que o pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO IIDAS MEDIDAS PROTETIVAS

DE URGÊNCIA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:

I – conhecer do expediente e do pedido e de-cidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II – determinar o encaminhamento da ofendi-da ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso;

III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

Art. 19. As medidas protetivas de urgência pode-rão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência pode-rão ser concedidas de imediato, independen-temente de audiência das partes e de mani-festação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e po-derão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direi-tos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Minis-tério Público ou a pedido da ofendida, con-ceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Mi-nistério Público.

Page 52: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br52

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a re-querimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a pri-são preventiva se, no curso do processo, veri-ficar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem ra-zões que a justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituí-do ou do defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá en-tregar intimação ou notificação ao agressor.

Seção IIDAS MEDIDAS PROTETIVAS DE

URGÊNCIA QUE OBRIGAM O AGRESSOR

Art. 22. Constatada a prática de violência domés-tica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes me-didas protetivas de urgência, entre outras:

I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão com-petente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III – proibição de determinadas condutas, en-tre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familia-res e das testemunhas, fixando o limite míni-mo de distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comuni-cação;

c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicoló-gica da ofendida;

IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço simi-lar;

V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, cor-poração ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a res-trição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cum-primento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisi-tar, a qualquer momento, auxílio da força po-licial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste ar-tigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção IIIDAS MEDIDAS PROTETIVAS DE

URGÊNCIA À OFENDIDA

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

Page 53: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 53

I – encaminhar a ofendida e seus dependen-tes a programa oficial ou comunitário de pro-teção ou de atendimento;

II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;

III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;

IV – determinar a separação de corpos.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, li-minarmente, as seguintes medidas, entre outras:

I – restituição de bens indevidamente subtra-ídos pelo agressor à ofendida;

II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e loca-ção de propriedade em comum, salvo expres-sa autorização judicial;

III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV – prestação de caução provisória, median-te depósito judicial, por perdas e danos ma-teriais decorrentes da prática de violência do-méstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao car-tório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.

CAPÍTULO IIIDA ATUAÇÃO DO

MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decor-rentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem preju-ízo de outras atribuições, nos casos de violência

doméstica e familiar contra a mulher, quando ne-cessário:

I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de segurança, entre outros;

II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administra-tivas ou judiciais cabíveis no tocante a quais-quer irregularidades constatadas;

III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IVDA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e cri-minais, a mulher em situação de violência domés-tica e familiar deverá estar acompanhada de ad-vogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos servi-ços de Defensoria Pública ou de Assistência Judi-ciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendimento específico e hu-manizado.

TÍTULO V

Da Equipe de Atendimento Multidisciplinar

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Fa-miliar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento multi-disciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsí-

Page 54: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br54

dios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbal-mente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá deter-minar a manifestação de profissional especiali-zado, mediante a indicação da equipe de atendi-mento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de atendi-mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Dire-trizes Orçamentárias.

TÍTULO VI

Disposições Transitórias

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o pro-cesso e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII

Disposições Finais

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:

I – centros de atendimento integral e multi-disciplinar para mulheres e respectivos de-pendentes em situação de violência domés-tica e familiar;

II – casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de vio-lência doméstica e familiar;

III – delegacias, núcleos de defensoria pú-blica, serviços de saúde e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;

IV – programas e campanhas de enfrenta-mento da violência doméstica e familiar;

V – centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos tran-sindividuais previstos nesta Lei poderá ser exerci-da, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constitui-ção poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuiza-mento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência domésti-ca e familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e informações relativo às mu-lheres.

Parágrafo único. As Secretarias de Seguran-ça Pública dos Estados e do Distrito Federal

Page 55: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 55

poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamen-tárias, poderão estabelecer dotações orçamentá-rias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nes-ta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não ex-cluem outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência do-méstica e familiar contra a mulher, independen-temente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

................................................................

IV – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das medi-das protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decre-to-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Códi-go Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

.................................................................

II – ............................................................

.................................................................

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo--se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;

........................................................... ” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vi-gorar com as seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

..................................................................

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascenden-te, descendente, irmão, cônjuge ou compa-nheiro, ou com quem conviva ou tenha con-vivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

..................................................................

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de defici-ência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência do-méstica contra a mulher, o juiz poderá de-terminar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e ree-ducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cin-co) dias após sua publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Indepen-dência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.8.2006

Page 56: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br56

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinser-ção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; de-fine crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; pres-creve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e de-pendentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfi-co ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consi-deram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território na-cional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substra-tos dos quais possam ser extraídas ou produ-zidas drogas, ressalvada a hipótese de autori-zação legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusiva-

mente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, median-te fiscalização, respeitadas as ressalvas su-pramencionadas.

TÍTULO II

Do Sistema Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, in-tegrar, organizar e coordenar as atividades rela-cionadas com:

I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependen-tes de drogas;

II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

CAPÍTULO IDOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;

II – o respeito à diversidade e às especifici-dades populacionais existentes;

III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhe-cendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comporta-mentos correlacionados;

IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabele-

Page 57: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 57

cimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V – a promoção da responsabilidade com-partilhada entre Estado e Sociedade, reco-nhecendo a importância da participação so-cial nas atividades do Sisnad;

VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso in-devido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso inde-vido, atenção e reinserção social de usuá-rios e dependentes de drogas e de repres-são à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII – a articulação com os órgãos do Mi-nistério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX – a adoção de abordagem multidiscipli-nar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e rein-serção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autori-zada e do tráfico ilícito de drogas;

X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfi-co ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas – Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

I – contribuir para a inclusão social do cida-dão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;

II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III – promover a integração entre as políti-cas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-tes de drogas e de repressão à sua produ-ção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

IV – assegurar as condições para a coorde-nação, a integração e a articulação das ativi-dades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO IIDA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS

PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 6º (VETADO)

Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas es-feras federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento des-ta Lei.

Art. 8º (VETADO)

CAPÍTULO III (VETADO)

Art. 9º (VETADO)

Art. 10. (VETADO)

Art. 11. (VETADO)

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. (VETADO)

Art. 14. (VETADO)

Page 58: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br58

CAPÍTULO IVDA COLETA, ANÁLISE E

DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do res-pectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de re-pressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido, Atenção E Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas

CAPÍTULO IDA PREVENÇÃO

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso in-devido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qua-lidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de

orientar as ações dos serviços públicos co-munitários e privados e de evitar preconcei-tos e estigmatização das pessoas e dos ser-viços que as atendam;

III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;

IV – o compartilhamento de responsabili-dades e a colaboração mútua com as insti-tuições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e de-pendentes de drogas e respectivos familia-res, por meio do estabelecimento de parce-rias;

V – a adoção de estratégias preventivas di-ferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

VI – o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das ati-vidades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;

VII – o tratamento especial dirigido às par-celas mais vulneráveis da população, levan-do em consideração as suas necessidades específicas;

VIII – a articulação entre os serviços e orga-nizações que atuam em atividades de pre-venção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;

IX – o investimento em alternativas esporti-vas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X – o estabelecimento de políticas de for-mação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;

XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, ali-

Page 59: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 59

nhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;

XII – a observância das orientações e nor-mas emanadas do Conad;

XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais es-pecíficas.

Parágrafo único. As atividades de preven-ção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda.

CAPÍTULO IIDAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS

OU DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos fa-miliares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

Art. 22. As atividades de atenção e as de rein-serção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos funda-mentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos fami-

liares que considerem as suas peculiarida-des socioculturais;

III – definição de projeto terapêutico indivi-dualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais es-pecíficas.

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Mu-nicípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respei-tadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obri-gatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem pro-gramas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encami-nhados por órgão oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da aten-ção à saúde e da assistência social, que aten-dam usuários ou dependentes de drogas pode-rão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, es-tiverem cumprindo pena privativa de liberda-de ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

Page 60: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br60

CAPÍTULO IIIDOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo pode-rão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvi-dos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depó-sito, transportar ou trouxer consigo, para con-sumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regula-mentar será submetido às seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas;

II – prestação de serviços à comunidade;

III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pe-quena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava--se a consumo pessoal, o juiz atenderá à na-tureza e à quantidade da substância apre-endida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias so-ciais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo pra-zo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas pre-vistas nos incisos II e III do caput deste arti-go serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da pre-venção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das me-didas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamen-te se recuse o agente, poderá o juiz subme-tê-lo, sucessivamente a:

I – admoestação verbal;

II – multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratui-tamente, estabelecimento de saúde, prefe-rencialmente ambulatorial, para tratamen-to especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, aten-dendo à reprovabilidade da conduta, fixará o nú-mero de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atri-buindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fun-do Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a impo-sição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV

Da Repressão à Produção Não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da auto-ridade competente para produzir, extrair, fabri-car, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, reme-

Page 61: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 61

ter, transportar, expor, oferecer, vender, com-prar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediata-mente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontra-das, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da pro-va. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decre-to no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o dis-posto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO IIDOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à ven-da, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gra-tuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – importa, exporta, remete, produz, fabri-ca, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamen-te, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, maté-ria-prima, insumo ou produto químico des-tinado à preparação de drogas;

II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determi-nação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a pre-paração de drogas;

III – utiliza local ou bem de qualquer nature-za de que tem a propriedade, posse, admi-nistração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratui-tamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias--multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relaciona-mento, para juntos a consumirem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser redu-zidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização crimi-nosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer

Page 62: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br62

título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instru-mento ou qualquer objeto destinado à fabrica-ção, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, ca-put e § 1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do ca-put deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qual-quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhen-tos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com gru-po, organização ou associação destinados à prá-tica de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (sete-centos) dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a con-denação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano poten-cial a incolumidade de outrem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassa-ção da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstân-cias do fato evidenciarem a transnacionali-dade do delito;

II – o agente praticar o crime prevalecendo--se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III – a infração tiver sido cometida nas de-pendências ou imediações de estabeleci-mentos prisionais, de ensino ou hospita-lares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades milita-res ou policiais ou em transportes públicos;

IV – o crime tiver sido praticado com vio-lência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

Page 63: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 63

V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimi-da a capacidade de entendimento e deter-minação;

VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recupe-ração total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considera-rá, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o núme-ro de dias-multa, atribuindo a cada um, segun-do as condições econômicas dos acusados, va-lor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e in-suscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e li-berdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois

terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em ra-zão da dependência, ou sob o efeito, provenien-te de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteira-mente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto nes-te artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tra-tamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstân-cias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a ple-na capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com compe-tência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO IIIDO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidia-riamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas pre-vistas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts.

Page 64: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br64

33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dis-põe sobre os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em fla-grante, devendo o autor do fato ser imedia-tamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo cir-cunstanciado e providenciando-se as requi-sições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, veda-da a detenção do agente.

§ 4º Concluídos os procedimentos de que tra-ta o § 2º deste artigo, o agente será submeti-do a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária enten-der conveniente, e em seguida liberado.

§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de co-laboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção IDA INVESTIGAÇÃO

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a auto-ridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo--lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vin-te e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de pri-são em flagrante e estabelecimento da ma-terialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará im-pedido de participar da elaboração do lau-do definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destrui-ção das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 4º A destruição das drogas será executa-da pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitá-ria. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referi-da no § 3º, sendo lavrado auto circunstan-ciado pelo delegado de polícia, certificando--se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição de drogas apreendi-das sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que cou-ber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedi-

Page 65: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 65

do justificado da autoridade de polícia judi-ciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a leva-ram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a quali-ficação e os antecedentes do agente; ou

II – requererá sua devolução para a realiza-ção de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far--se-á sem prejuízo de diligências comple-mentares:

I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encami-nhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamen-to;

II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audi-ência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução crimi-nal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Públi-co, os seguintes procedimentos investigatórios:

I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

II – a não-atuação policial sobre os portado-res de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produ-ção, que se encontrem no território brasi-leiro, com a finalidade de identificar e res-ponsabilizar maior número de integrantes

de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Seção IIDA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquéri-to policial, de Comissão Parlamentar de Inquéri-to ou peças de informação, dar-se-á vista ao Mi-nistério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I – requerer o arquivamento;

II – requisitar as diligências que entender necessárias;

III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá ar-güir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justifi-cações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arro-lar testemunhas.

§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para ofere-cê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

Page 66: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br66

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de dili-gências, exames e perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julga-mento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afas-tamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, co-municando ao órgão respectivo.

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noven-ta) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessi-vamente, ao representante do Ministério Públi-co e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interro-gatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o enten-der pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe se-jam conclusos.

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, ca-put e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for pri-

mário e de bons antecedentes, assim reconheci-do na sentença condenatória.

CAPÍTULO IVDA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E

DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Mi-nistério Público ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Minis-tério Público, havendo indícios suficientes, po-derá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecura-tórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na for-ma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal.

§ 1º Decretadas quaisquer das medidas pre-vistas neste artigo, o juiz facultará ao acusa-do que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresen-te ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.

§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua libe-ração.

§ 3º Nenhum pedido de restituição será co-nhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prá-tica de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.

§ 4º A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá ser sus-pensa pelo juiz, ouvido o Ministério Públi-co, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.

Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse pú-blico ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo compe-

Page 67: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 67

tente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utili-zados pelos órgãos ou pelas entidades que atu-am na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autoriza-da e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e contro-le a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da insti-tuição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encar-gos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu per-dimento em favor da União.

Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os ma-quinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação especí-fica.

§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencio-nados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 2º Feita a apreensão a que se refere o ca-put deste artigo, e tendo recaído sobre di-nheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia ju-diciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Público.

§ 3º Intimado, o Ministério Público deve-rá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em

moeda nacional, se for o caso, a compensa-ção dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos res-pectivos títulos, e o depósito das correspon-dentes quantias em conta judicial, juntan-do- se aos autos o recibo.

§ 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo com-petente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetu-ados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia ju-diciária, de órgãos de inteligência ou mili-tares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

§ 5º Excluídos os bens que se houver indi-cado para os fins previstos no § 4º deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a especi-ficação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.

§ 6º Requerida a alienação dos bens, a res-pectiva petição será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.

§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz, que, veri-ficada a presença de nexo de instrumenta-lidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, deter-minará a avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.

§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventu-ais divergências sobre o respectivo laudo, o

Page 68: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br68

juiz, por sentença, homologará o valor atri-buído aos bens e determinará sejam aliena-dos em leilão.

§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depo-sitada em conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3º deste artigo.

§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os re-cursos interpostos contra as decisões pro-feridas no curso do procedimento previsto neste artigo.

§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de re-gistro e licenciamento, em favor da autori-dade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tribu-tos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.

§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decre-tado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.

§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido de-cretado em favor da União.

§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato cumpri-mento ao estabelecido no § 2º deste artigo.

§ 4º Transitada em julgado a sentença con-denatória, o juiz do processo, de ofício ou

a requerimento do Ministério Público, re-meterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o ór-gão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vi-gente.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, po-derá firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou de-pendentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recur-sos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à questão das drogas.

TÍTULO V

Da Cooperação Internacional

Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da igual-dade jurídica e do respeito à integridade terri-torial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instru-mentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos inter-nacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I – intercâmbio de informações sobre legis-lações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II – intercâmbio de inteligência policial so-bre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a

Page 69: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 69

lavagem de dinheiro e o desvio de precurso-res químicos;

III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO VI

Disposições Finais e Transitórias

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo úni-co do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecen-tes, psicotrópicas, precursoras e outras sob con-trole especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas con-tidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuá-rios e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

Art. 69. No caso de falência ou liquidação ex-trajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congê-neres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumi-rem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas subs-tâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

I – determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;

II – ordenar à autoridade sanitária compe-tente a urgente adoção das medidas neces-sárias ao recebimento e guarda, em depósi-to, das drogas arrecadadas;

III – dar ciência ao órgão do Ministério Pú-blico, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substân-cias ou produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação líci-ta a ser dada ao produto a ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destru-ído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arre-matadas especialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracte-rizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara fe-deral serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquiva-do o inquérito policial, o juiz, de ofício, median-te representação do delegado de polícia ou a re-querimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guardadas para con-traprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, vi-

Page 70: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br70

sando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municí-pios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção so-cial de usuários e dependentes de drogas. (Re-dação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de ou-tubro de 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janei-ro de 2002. Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAMárcio Thomaz Bastos Guido Mantega

Jorge Armando Felix

Page 71: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 71

LEI Nº 10.826/03

CAPÍTULO IDO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o ter-ritório nacional.

Art. 2º Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a proprie-dade de armas de fogo, mediante cadastro;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;

IV – cadastrar as transferências de pro-priedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fe-chamento de empresas de segurança priva-da e de transporte de valores;

V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimen-tos policiais e judiciais;

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exer-cer a atividade;

IX – cadastrar mediante registro os produ-tores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de microestriamento de projé-til disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabrican-te;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO IIDO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.

Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso per-mitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes re-quisitos:

I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de an-tecedentes criminais fornecidas pela Justi-ça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser for-necidas por meios eletrônicos;

Page 72: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br72

II – apresentação de documento compro-batório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1º O Sinarm expedirá autorização de com-pra de arma de fogo após atendidos os re-quisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indica-da, sendo intransferível esta autorização.

§ 2º A aquisição de munição somente po-derá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabeleci-da no regulamento desta Lei.

§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a co-municar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e có-pia dos documentos previstos neste artigo.

§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legal-mente por essas mercadorias, ficando regis-tradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.

§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autoriza-ção do Sinarm.

§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do re-querimento do interessado.

§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisi-tos dos incisos I, II e III deste artigo.

§ 8º Estará dispensado das exigências cons-tantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que

comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida.

Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacio-nal, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua re-sidência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo es-tabelecimento ou empresa.

§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.

§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabe-lecido no regulamento desta Lei, para a re-novação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade ex-pedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea pre-vista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apre-sentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei.

§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provi-sório, expedido na rede mundial de compu-tadores – internet, na forma do regulamen-to e obedecidos os procedimentos a seguir:

I – emissão de certificado de registro provi-sório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e

Page 73: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 73

II – revalidação pela unidade do Departa-mento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade.

CAPÍTULO IIIDO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) ha-bitantes, nas condições estabelecidas no re-gulamento desta Lei;

IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cin-qüenta mil) e menos de 500.000 (quinhen-tos mil) habitantes, quando em serviço;

V – os agentes operacionais da Agência Bra-sileira de Inteligência e os agentes do De-partamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;

VI – os integrantes dos órgãos policiais re-feridos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuá-rias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria--Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.

XI – os tribunais do Poder Judiciário des-critos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Es-tados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente es-tejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP.

§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade parti-cular ou fornecida pela respectiva corpora-ção ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.

§ 1º-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão por-tar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:

I – submetidos a regime de dedicação exclu-siva;

II – sujeitos à formação funcional, nos ter-mos do regulamento; e

III – subordinados a mecanismos de fiscali-zação e de controle interno.

§ 1º-C. (VETADO).

Page 74: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br74

§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descri-tas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do capu-tdo art. 4º desta Lei nas condições estabele-cidas no regulamento desta Lei.

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condi-cionada à formação funcional de seus inte-grantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanis-mos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamen-to desta Lei, observada a supervisão do Co-mando do Exército.

§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direi-to descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regula-mento desta Lei.

§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maio-res de 25 (vinte e cinco) anos que compro-vem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar fa-miliar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caça-dor para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o in-teressado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser ane-xados os seguintes documentos:

I – documento de identificação pessoal;

II – comprovante de residência em área ru-ral; e

III – atestado de bons antecedentes.

§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independen-temente de outras tipificações penais, res-

ponderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso per-mitido.

§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões me-tropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.

Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos em-pregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, de-vendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão compe-tente, sendo o certificado de registro e a auto-rização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.

§ 1º O proprietário ou diretor responsá-vel de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo cri-me previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras for-mas de extravio de armas de fogo, acessó-rios e munições que estejam sob sua guar-da, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.

§ 2º A empresa de segurança e de transpor-te de valores deverá apresentar documen-tação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.

§ 3º A listagem dos empregados das empre-sas referidas neste artigo deverá ser atuali-zada semestralmente junto ao Sinarm.

Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos ser-vidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, de-vendo estas observar as condições de uso e de

Page 75: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 75

armazenagem estabelecidas pelo órgão compe-tente, sendo o certificado de registro e a auto-rização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.

§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento de taxa.

§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de se-gurança.

§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de documen-tação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à formação funcional em es-tabelecimentos de ensino de atividade poli-cial e à existência de mecanismos de fiscali-zação e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.

§ 4º A listagem dos servidores das institui-ções de que trata este artigo deverá ser atu-alizada semestralmente no Sinarm.

§ 5º As instituições de que trata este arti-go são obrigadas a registrar ocorrência po-licial e a comunicar à Polícia Federal even-tual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entida-des desportivas legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazena-gem estabelecidas pelo órgão competente, res-pondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamen-to desta Lei.

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a auto-rização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realiza-da no território nacional.

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território na-cional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

§ 1º A autorização prevista neste artigo po-derá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos re-gulamentares, e dependerá de o requeren-te:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;

III – apresentar documentação de proprie-dade de arma de fogo, bem como o seu de-vido registro no órgão competente.

§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automa-ticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de em-briaguez ou sob efeito de substâncias quí-micas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:

I – ao registro de arma de fogo;

II – à renovação de registro de arma de fogo;

III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;

Page 76: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br76

V – à renovação de porte de arma de fogo;

VI – à expedição de segunda via de porte fe-deral de arma de fogo.

§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas res-ponsabilidades.

§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as insti-tuições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º desta Lei.

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para compro-vação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.

§ 1º Na comprovação da aptidão psicológi-ca, o valor cobrado pelo psicólogo não po-derá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabe-la do Conselho Federal de Psicologia.

§ 2º Na comprovação da capacidade técni-ca, o valor cobrado pelo instrutor de arma-mento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da muni-ção.

§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo impli-cará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal.

CAPÍTULO IVDOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permiti-do, em desacordo com determinação legal ou

regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsá-vel legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas neces-sárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de em-presa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste ar-tigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.

Page 77: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 77

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar muni-ção em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a práti-ca de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste ar-tigo é inafiançável.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ain-da que gratuitamente, emprestar, remeter, em-pregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem au-torização ou em desacordo com determina-ção legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica-ção raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adoles-cente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em provei-to próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de ser-viços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em resi-dência.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer títu-lo, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibi-do ou restrito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos

Page 78: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br78

e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

CAPÍTULO VDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restri-tos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Co-mando do Exército.

§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com sistema de código de bar-ras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo re-gulamento desta Lei.

§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas autorizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projé-teis, na forma do regulamento desta Lei.

§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de seguran-ça e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6º

§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante

autorização concedida nos termos definidos em regulamento.

Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refe-re o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, expor-tação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais pro-dutos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à per-secução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no pra-zo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do re-gulamento desta Lei.

§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Co-mando do Exército que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado tri-mestral a ser encaminhado àquelas institui-ções, abrindo-se-lhes prazo para manifesta-ção de interesse.

§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdi-mento em favor da instituição beneficiada.

§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição be-neficiada, que procederá ao seu cadastra-mento no Sinarm ou no Sigma.

§ 4º (VETADO)

§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumen-tos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestral-mente, da relação de armas acauteladas em

Page 79: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

PC-RS (Escrivão) – Leis Especiais – Prof. Joerberth Nunes

www.acasadoconcurseiro.com.br 79

juízo, mencionando suas características e o local onde se encontram.

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à ins-trução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autori-zar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os inte-grantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei.

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)

Parágrafo único. O detentor de autoriza-ção com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e compro-vante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem líci-ta da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do paga-

mento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei.

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o pro-prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certifica-do de registro provisório, expedido na for-ma do § 4º do art. 5º desta Lei.

Art. 31. Os possuidores e proprietários de ar-mas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fi-cando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento des-ta Lei:

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviá-rio, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o trans-porte de arma ou munição sem a devida au-torização ou com inobservância das normas de segurança;

II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações es-pecializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fe-chados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsa-bilidade, as providências necessárias para evitar

Page 80: Leis Especiais Prof. Joerberth Nunes · e partes do corpo humano, em vida ou post ... ções nas quais houver indicação de verifica- ... comprometimento de suas aptidões vitais

www.acasadoconcurseiro.com.br80

o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.

CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacio-nal, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.

§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referen-do popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resulta-do pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fe-vereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Inde-pendência e 115º da República.