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Associação Protetora dos Animais do DF LEISHMANIOSE NÃO! O que todos devem saber para proteger seus animais e sua família. PROTEJA SEU CÃO

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Associação Protetora dos Animais do DF

LEISHMANIOSE NÃO!

O que todos devem saber para proteger seus animais e sua família.

PROTEJA SEU CÃO

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No passado, a Leishmaniose visceral

era uma doença limitada a algumas

áreas rurais do país. Com o cresci-

mento urbano desordenado e a fal-

ta de uma política pública eficaz de

controle, a Leishmaniose se espa-

lhou por todo o país, tendo chega-

do ao DF há pelo menos 5 anos. Esta

doença acomete seres humanos,

cães,gatos, outros mamíferos e ani-

mais silvestres. A desinformação so-

bre esta doença tem levado à mor-

te de milhares de cães (muitos que

sequer estavam infectados).

A matança de todos estes ani-

mais não solucionou o pro-

blema. Conhecer a doença e

prevení-la é a melhor opção.

A ProAnima tem atuado

há vários anos na di-

fusão de estudos e

notícias, além de

lutar por uma po-

lítica eficaz, ética e

humanitária de controle

da leishmaniose visceral cani-

na no Brasil.

Introdução

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É uma doença causada pelo protozoário Leish-mania infantum transmitido pela picada do inse-to flebotomíneo (popularmente conhecido como mosquito-palha). A fêmea deste inseto é hema-tófaga, ou seja, alimenta-se de sangue. Portanto, durante sua alimentação, pode infectar outros animais como: cão, gato, rato, gambás, raposas, outros mamíferos e, inclusive, o homem. Em se-res humanos a doença acomete, principalmente, pessoas desnutridas e imunossuprimidas. Não se pega Leishmaniose diretamente de cães, huma-nos ou outros animais, só pela picada do inseto já infectado. Nem todo animal ou pessoa infec-tada desenvolverá a doença e nem todo o indi-víduo infectado contamina o inseto.

• • •

São muito variáveis. O cão pode apresentar ema-grecimento, perda de pelos, gânglios inchados, fraqueza, feridas, crescimento exagerado das unhas, problemas de pele, de olhos e anemia. Também há sinais nos órgãos internos, como o aumento do fígado, baço, entre outras altera-ções. Porém, alguns desses sinais são comuns a OUTRAS doenças, bem menos graves e bem mais comuns, como a sarna e a erlichiose (doen-ça do carrapato). Por isso, um cão que está ma-gro e sem pêlos, ou que perde peso e fica fraco, não está, necessariamente, com Leishmaniose!! O diagnóstico preciso só pode ser feito por mé-dico veterinário preparado, que combina exa-mes laboratoriais e clínicos para chegar a uma conclusão. Muitos animais têm sido abandona-dos ou sacrificados só porque aparentam estar doentes e isso, além de cruel, é péssimo para o controle da doença.

o que é a LeIshmanIose?

• Quaissãoos sInaIs da

LeIshmanIose nos cães?

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O mosquito-palha gosta de matéria orgâni-ca: restos de comida, folhagem úmida, lixo e fezes de animais. Assim, limpe bem o en-torno da sua casa e não deixe acumular esse tipo de material. O mosquito, que salta como uma pulguinha e pousa de asas abertas, é mais ativo ao entardecer e à noite. Por isso, é importante usar telas nos locais de dormir de pessoas , bem como colocar coleira ou lí-quidos repelentes nos cães. Os produtos dis-poníveis no mercado que protegem contra a picada do mosquito são:

• COleira SCalibOr (1)

• Pulvex POur-On (2)

• advantage Max 3 (3)

• defendOg (4)

Para quem tem muitos cães, há a opção de se usar o produto mais barato, o Cyperpour-on ®, no pêlo (e não na pele). Leia mais em nosso site. (5)

A coleira tem efeito repelente e inseticida, ou seja, mata o inseto antes que ele pique o ani-mal. Portanto, é uma importante arma contra a infecção. Reações alérgicas podem ocorrer com qualquer um destes produtos. Na primei-ra aplicação, monitore seu cão e, se houver reação, remova o produto até que os sinais desapareçam. Avalie a reação a outros produ-tos. No caso da coleira Scalibor, o excesso de pó com elemento ativo presente na coleira recém retirada da embalagem pode causar alergias em cães pequenos; por isso, recomenda-se

o prImeIro passo é a prevenção!

• ComosepodeprevenIr a pIcada

do Inseto?

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passar um pano úmido na coleira antes da co-locação (1).

Banhos com sabão diminuem a eficácia dos produtos. Substitua banhos frequentes por escovação. Quando for dar banho, evite sabão e quando der banho com sabão, tome precau-ções especiais até que o novo produto aplicado faça efeito.

A borrifação do ambiente (dentro de casa e en-torno) com inseticida à base de cipermetrina, disponível em lojas de produtos agropecuários, de acordo com as instruções do fabricante, é também fundamental em áreas de alta inci-dência de Leishmaniose.

Finalmente, cobre do Governo o recolhimento do lixo e o combate ao desmatamento de áre-as de Cerrado. Enquanto tivermos áreas com lixões a céu aberto, e outras em que a vegeta-ção nativa é destruída, o mosquito estará sen-do “convidado” a ficar entre nós!

CObre dO gOvernO O

reCOlhiMentO dO lixO e O

COMbate aO deSMataMentO

de áreaS de CerradO."

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Sim, atualmente, existem 2 vacinas sen-do comercializadas no Mercado brasileiro: Leishmune® e Leishtec®.

Há trabalhos científicos independentes publicados que demonstram que a vaci-na Leishmune protege 92-95% dos cães da Leishmaniose. Outros apontam que há dimi-nuição da transmissão da Leishmaniose após a vacinação, o que é importante para o con-trole da doença. (6)

Ao contrário do que foi noticiado inicialmente, a vacina não altera o resultado da sorologia. Isto é, o cão não vai apresentar sorologia reagente para leishmaniose se for vacinado com as vaci-nas contra leishmaniose. As vacinas não inter-ferem com os testes sorológicos (ELISA e RIFI) utilizados atualmente nos inquéritos epidemio-lógicos nem nos laboratórios particulares.

• • •

Primeiro, realizam-se exames clínico e soroló- gico para detectar que o cão não está sororreagente ou doente. Depois o cão recebe três doses sucessivas da vacina, com 21 dias de intervalo entre cada uma e reforço anual. Leia mais em:

http://www.leishmune.com.br/faq/perguntas.frequentes.proprietarios.html

e

http://www.hertapecalier.com.br/empresa/?tp=32&site=1&secao=2&produto_id=64

como é admInIstrada

a vacIna?

há trabalhOS CientífiCOS

indePendenteS PubliCadOS que

deMOnStraM que a vaCina

leiShMune PrOtege 92-95% dOS CãeS da

leiShManiOSe."

exIste vacIna para cães?

mesmo o cão vacInado deve usar repeLente!

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tenho a obrIgação de

permItIr que coLham o sangue

do meu cão?

se o exame reaLIzado peLa

secretarIa de saúde der posItIvo,

quer dIzer que meu cão tem mesmo

LeIshmanIose?

A Constituição, que está acima de qualquer outra legislação ou portaria, prevê que sua casa é inviolável. (7) É sua escolha permitir ou não que os agentes entrem e coletem sangue de seu cão. Sugerimos que os agentes de saú-de sejam bem-vindos para dar orientações de como evitar o mosquito palha, e verificar em sua casa se há locais onde possam estar os mosquitos. Se permitir a coleta de sangue, exija que a agulha e seringa usadas sejam uma por animal e inutilizadas após o uso.

• • •

O diagnóstico da Leishmaniose é altamente complexo e os testes sorológicos utilizados no inquérito não são 100% seguros. Por isso a importância de se realizar ao menos uma contraprova e do animal ser examinado por veterinário. Na sorologia, há problemas de reação cruzada com várias outras doenças, notadamente, a erlichiose (doença do car-rapato) e Leishmaniose Tegumentar. Assim, seu cão pode ter apenas doença do carra-pato e ser reagente para o exame sorológio de Leishmaniose. Independente de reações com outras doenças, há sempre falsos posi-tivos nas sorologias. O DF é região endêmica de Leishmaniose Tegumentar (LT) e as soro-logias não distinguem entre as duas doen-ças; sendo que o Ministério da Saúde não recomenda o sacrifício de animais com LT.

sobre o InquérIto epIdemIoLógIco a campanha que bate de porta em porta dá orIentações e coLeta sangue.

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se meu cão testou posItIvo, os agentes

de saúde podem entrar em mInha

casa e carregá-Lo para matar?

Centenas de cães estão sendo mortos no df sem que tenham, com certeza, a Leishma-niose visceral.

Exames mais sensíveis (citologia aspirativa de linfonodos e medula óssea, aliados a exa-mes clínicos, detectam com mais precisão a doença, e ajudam a avaliar se o animal está ou não realmente desenvolvendo-a ou se apenas foi exposto a ela. O PCR permite a identificação do DNA do parasito e o prévio contato do animal com ele, mas não confir-ma a presença de parasito viável para desen-volver a doença ou a doença em si.

• • •

Não. Novamente, a Constituição Federal, que está acima de qualquer lei distrital ou porta-ria, prevê que sua casa é inviolável. Ou seja, qualquer entrada não autorizada em sua casa requererá ordem judicial, após avalia-ção por um juiz. O STJ já deu ganho de cau-sa a uma Ação Civil Pública no Mato Grosso do Sul, determinando que animais só podem ser mortos com o expresso consentimento do proprietário e após a realização de prova e contraprova. Se algum agente de saúde o ameaçar, isso é abuso de poder. Se o animal for sacrificado pela Saúde Pública, nos termos da Lei Federal 569 de 1948, Artigo 1º, o pro-prietário do animal tem direito à indenização.

A decisão de sacrificar um animal é de imensa seriedade. A eutanasia deve ser uma opção decidida entre o tutor e o veterinário que acompanha o paciente frente a gravidade ou não responsividade ao tratamento.

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exIste tratamento para

LeIshmanIose canIna?

tratamentoSim. (8) Vários médicos veterinários respeita-dos no país, têm obtido bons resultados no tratamento da Leishmaniose. O tratamento requer compromisso financeiro e de tempo do proprietário e nem todos os cães reagem da mesma forma. Mas muitos cães já foram tratados e voltaram a ser saudáveis. A jurispru-dência para o tratamento foi estabelecido em MG.(9) Procure um veterinário que conheça bem a doença para avaliar sua opções.

Castre seu cão. Cães portadores do parasito da leishmania não devem ser utilizados para re-produção. O macho pode contaminar a fêmea através do semen. A fêmea pode contaminar os filhotes via transplacentaria.

Uma portaria conjunta do Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura foi expedida em 11/07/2008, proibindo o tratamento de cães com Leishmaniose, utilizando produtos de uso humano ou produtos não registrados no Ministério da Agricultura para esse fim. O Ministério Público Federal instaurou inqué-rito administrativo para apurar ilegalidades na portaria e emitiu recomendação para que esta fosse revogada. Tramitam ainda ações civis públicas propostas pelas organizações Abrigo dos Bichos, do Mato Grosso do Sul, Bichos Gerais e Anclivepa-MG para garan-tir o tratamento dos animais. Em Janeiro de 2011, a Associação Nacional de Clínicos de Pequenos Animais (ANCLIVEPA) declarou que “Defende o tratamento de cães afetados, am-parada nas evidências científicas de que a eli-

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minação desses cães não diminuiu o risco de contaminação humana, além do fato de que os cães tratados mantém-se saudáveis, sem capacidade infectante e constantemente pro-tegidos da aproximação do vetor. Essa condu-ta encontra respaldo não só em publicações científicas mas também em documentos ofi-ciais da OPAS e OMS.“ (12)

• • •

Estudos (10) demonstram que na medida em que os cães são tratados, a possibilidade de infectar o inseto (vetor) diminui. Mas é im-portante que TODOS os cães – infectados ou não – usem repelentes para evitar as picadas de mosquitos e, em todas as casas, devem-se tomar medidas para eliminar focos do mos-quito palha. Um cão em tratamento, seguin-do as orientações veterinárias para que não seja picado, não é ameaça à saúde pública.

• • •

Primeiro certifique-se de que ele está real-mente desenvolvendo a doença e que não responderá a tratamento. Casos assim são menos frequentes do que se imagina. Uma vez constatada a situação, honre o compro-misso de cuidar dele e protegê-lo do sofri-mento. Converse com seu veterinário para que a eutanásia seja realizada de modo ético, individual e livre de estresse e dor. Não deixe que seja levado, cheio de estresse e medo, junto com outros cães, pela “carrocinha”.

• seeunãotenho condIções

de tratar o anImaL ou se o

tratamento não for IndIcado, o

que posso fazer?

• seumanimalInfectado é

tratado, aInda assIm corre o

rIsco de Infectar o Inseto quando

pIcado?

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Não. A Leishmaniose é uma doença complexa e o combate pela matança de cães tem sido a medida mais comum, porém a menos eficaz.(11)

O combate à Leishmaniose requer um olhar integrado, que vá à raiz das questões, o que envolve planejamento urbano, manejo do lixo, combate ao mosquito, controle popula-cional de cães por esterilização e, importan-tíssimo, a promoção da saúde e nutrição da população mais excluída. Nada disso é tra-tado ao se matar cães e a doença segue em proliferação.

Inúmeros estudos e informes técnicos, inclu-sive da Organização Mundial de Saúde, ques-tionam o fracasso do modelo atual. (12) Em revisão sistemática da literatura na area pu-blicada em 2001, o Dr Carlos Nery Costa, pre-sidente da Sociedade Brasileira de Medicina tropical, afirma que “Não foram encontradas evidências firmes do risco conferido por cães para os seres humanos.” e conclui: “Uma vez que não existem evidências de que o abate de cães diminui a transmissão de leishma-niose visceral, este programa deve ser aban-donado como estratégia de controle.” O pro-grama de matança é ineficaz porque: (13)

• A doença (na cidade) tem raízes no dese-quilíbrio ecológico causado pela expansão urbana sem planejamento. Na medida em que ocorre desmatamento, o ciclo silves-tre da doença é interrompido e cães e hu-manos passam a ser contaminados. Aliás, o mesmo tem ocorrido com a hantavirose, a dengue, e a febre amarela.

mas a matança dos cães

sororreagentes soroposItIvo

não é a únIca forma de combater

a doença?

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OS CãeS SãO COnSideradOS

POr MuitaS PeSSOaS COMO

Parte integrante da faMília e a

Matança deSteS é extreMaMente

trauMátiCa, PrinCiPalMente Para CriançaS."

• Inúmeros outros animais estão envolvidos no ciclo da doença: ratos, gambás, e até gatos. A criação de galinhas atrai o inseto para as proximidades pois é mais uma fon-te de alimentação para o mesmo. Contudo, as aves não fazem parte do ciclo de trans-missão. Não é factível realizar o controle testando e matando todos estes animais!

• Quando a única alternativa de controle é a morte do cão sororregente (positivo) e nada se faz para o controle do vetor e do ambiente, nem para a educação da popu-lação. Com frequência, outro cão,( nor-malmente um filhote, com menos imu-nidade) é colocado no ambiente, e tudo recomeça.

• Há uma mobilidade muito grande de pes-soas e seus cães pela cidade, o que impos-sibilita um “controle” total; muito mais eficaz é o controle do vetor (mosquito).

• O alarmismo causado ao se culpar os cães tem levado a taxas maiores de abandono destes, levando a uma população maior de cães errantes e imunodeprimidos que podem ser alvo da doença.

• Os cães são considerados por muitas pes-soas como parte integrante da família e a matança destes é extremamente traumá-tica, principalmente para crianças. Ignorar o importante vínculo entre animais e suas pessoas é apostar na não colaboração da população, algo que é fundamental na saúde pública. Medidas testadas e apro-vadas como a distribuição de coleiras,

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telas e mosquiteiros com inseticidas e educação ambiental têm naturalmente maiores chances de serem adotadas pela população. (15)

Portanto, estudos apontam para a impor-tância de, ao invés de insistir na estratégia falida de matança de cães, investir em con-trole do vetor (mosquito), controle do am-biente, combate a políticas desordenadas de expansão urbana, diminuição da população de cães errantes por meio de campanhas de esterilização e de guarda responsável, do status nutricional e imunológico da popula-ção humana e investimento em estudos para prevenção, diagnóstico e tratamento da do-ença em humanos e animais.

Não é justo que cães paguem com a vida por erros humanos! Defenda a idéia de uma nova política de combate à Leishmaniose, as-sim como têm feito vários setores da popu-lação brasileira, inclusive técnicos da área da saúde pública. (16)

• • • • • • • • • • • •

As referências completas à literatura cien-tífica e jurídica que embasam esta cartilha estão na versão disponível em nosso site:

http://www.proanima.org.br/arquivos/cartilha-leishmaniose

I

MedidaS teStadaS e aPrOvadaS COMO

a diStribuiçãO de COleiraS, telaS

e MOSquiteirOS COM inSetiCidaS

e eduCaçãO aMbiental têM naturalMente

MaiOreS ChanCeS de SereM adOtadaS

Pela POPulaçãO."

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referÊncIas

(1) http://www.scalibor.com.br/scalibor/collar.asp

(2) http://www.msd-saude-animal.com.br/products/pulvex_pour_on/010_ca-racteristicas.aspx

(3) http://www.bayerpet.com.br/produtos/amigo.aspx?especie=1&categoria=3

(4) http://www.virbac.com.br/linhas/companhia/produto/defendog/

(5) http://www.proanima.org.br/ouca-a-voz-dos-animais/animais-de-compa-nhia/saude/leishmaniose/prevencao/repelente/view

(6) http://www.proanima.org.br/ouca-a-voz-dos-animais/animais-de-compa-nhia/saude/leishmaniose/prevencao/technical-update-leishmune

(7) “A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Cons-tituição Federal, art. 5º, XI.

(8) “A resposta ao pseudo-dilema de se cães com Leishmaniose canina podem ser tratados é : sim, na maioria dos casos. Até cães com altos índices de BUN e creatinina, ou seja com severa insuficiência renal, podem ser entregues “saudáveis” aos seus donos, desde que o dono compreenda o problema e esteja preparado para o custo e duração do tratamento” . Kontos, V.I. (2004). Management of the Canine Leishmaniasis in an endemic area. Tra-balho apresentado ao Congresso WSAVA, 2004.

(9) Ver em nosso site, “Cães com Leishmaniose são poupados em Minas Gerais”.

(10) http://www.fmvz.unesp.br/PosGraduacao/MedVet/Dissertacoes_Te-ses/2007/pg_mv_clinica_d.php

(11) Moreira Jr, Souza e Carvalho, (2005).”Optimized dog culling program does not reduce Leishmania infection in children in an endemic area: Results of a community-based trial.” Resumos da Conferência WorldLeish, 10-13 Abril, Sicília, Itália, p. 229.

Pereira et al. ( 2005). “The elimination of seropositive dogs is an inefficient measure for controlling the canine Leishmania L. Chagasi infection.”

Resumos da Conferência WorldLeish, 10-13 Abril, Sicília, Itália, p. 191. Dispo-nível em: http://www.abrigodosbichos.com.br/Membros/1/EAPereira.pdf

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(12) Link para doc da OMS – A Organização Mundial de Saúde afirma, em http://www.who.int/tdr/diseases/leish/direction/en/ que a matança de cães é “questionável”.

(13) “O Programa Brasileiro de Controle de Leishmaniose é baseado em três principais medidas de controle: diagnósticos e tratamento precoce de casos humanos; triagem imunológica e matança de cães soropositivos e borrifa-ção de inseticidas contra o flebótomos . Estas medidas de controle perma-necem inalteradas desde os anos 50 e não conseguiram reduzir a incidência de casos humanos a um nível aceitável. Na verdade a prevalência de casos de Leishmaniose visceral aumentou e a doença tornou-se um problema sério de saúde pública em vários estados brasileiros.” Dantas-Torres, F & Brandão-Filho, S.V. ( 2006) Visceral leishmaniasis in

Brazil: revisiting paradigms of epidemiology and control vol.48 no.3. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo.

(14) Transmission, reservoir hosts and control of zoonotic visceral leishmaniasis, Quinnell RJ, Courtenay O.,Parasitology. 2009 Dec;136(14):1915-34. Epub 2009 Oct 16.

(15) Davies, Kaye, Croft and Sundar , no British Medical Journal, por exemplo, afirmam que “Novas formas de aplicação de inseticida devem substituir a borrifação nos lares e (para a leishmaniose visceral zoonótica) a matança de cães.” Davies, Kaye, Croft and Sundar ( BMJ 2003) 326. 377-382.)

(16) Veja em nosso site a Moção de Dracena

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