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Os desafios no cotidiano profissional do assistente social nas ONGs
LUANA RODRIGUES*
Resumo: As inúmeras mudanças ocorridas no cenário da sociedade capitalista entre 1970 e 1990, induzem o Estado a buscar respostas alternativas no trato das disparidades sociais.Partindo desse contexto, surgem as Organizações Não Governamentais(ONGs), integrantes do Terceiro Setor que passam a atuar prestando serviços sócio- assistenciais para a população em situação de vulnerabilidade social.Com a expansão do Terceiro Setor fez-se necessário que as instituições atribuíssem saberes técnicos na prestação de serviços abrindo espaço para a inserção dos assistentes sociais nesses espaços sócio-ocupacionais. O objetivo desse estudo é expor algumas reflexões a cerca do cotidiano de trabalho do assistente social feitas a partir da experiência de estágio realizado em uma instituição do Terceiro Setor. Nas considerações finais, destacam-se os conhecimentos adquiridos durante o processo de estágio.
Palavras-chave-Questão Social-Ong-Serviço Social-Desafios-Intervenção
Introdução:
A reestruturação do capital gerou inúmeras modificações na sociedade
brasileira, em consequência dessas mudanças o Estado decide partilhar com a
sociedade civil a responsabilidade de responder as demandas oriundas da questão
social.
Nesse cenário eclodem as ONGs atuando na prestação de serviços sócio-
assistenciais para a população que sofria com os resultados da crise do estado.
Pelo fato do serviço social ser uma profissão que atua nos processos de relação
trabalho e capital, que surge a possibilidade de inserção do assistente social nessas
instituições.
Nesse sentido, o nosso estudo parte de reflexões sobre o cotidiano do assistente
social na Assistência Social Diocesana Leão XIII a partir da leitura de realidade
institucional, onde também está sendo realizado o estágio.
Desta forma, iniciamos o estudo fazendo uma retrospectiva histórica sobre o
surgimento das instituições não governamentais em nosso país e a história e
funcionamento da instituição no município de Passo Fundo.
Posteriormente nos dedicaremos a explicar as limitações que os assistentes
sociais enfrentam em seu cotidiano profissional, a origem dos recursos e a
compreensão do assistente social sobre o seu objeto de trabalho.
Por fim, a importância do trabalho institucional, possibilidades de intervenção
junto à instituição.
Breve histórico sobre o surgimento das ONGS no Brasil
No Brasil as ONGs surgem ao final de 1970 em consequência da trajetória das
transições democráticas em que a sociedade civil começa a se organizar no intuito de
reivindicar, maior liberdade de expressão e garantia de direitos.
O campo de novos atores ampliou o leque de sujeitos históricos em luta, pois não se tratava mais de lutas concentradas nos sindicatos ou partidos políticos.Houve, portanto, uma ampliação e a pluralização dos grupos organizados, que redundaram na criação de movimentos, associações, instituições e ONGs.(GOHN,2008,p.72)
Após a Promulgação da Constituição Federal de 1988, a euforia da conquista
de direitos garantidos pela Constituição é ofuscada pela crise econômica que o país
enfrentou na década de 90 e consequentemente ocasionando desemprego e também a
precarização do trabalho.
Diante desse cenário no ano de 1993 é criada a Lei Orgânica de Assistência
Social que em seu art.3º regulamenta o funcionamento das entidades e organizações de
assistência social.
Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos.§ 1o São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art. 18
Desta forma, as ONGs surgem como solução parcial para explicar a
desreponsabilização do estado, onde o governo adota como estratégia as
contrarreformas visando o crescimento econômico no país.
A reconfiguração do Estado e da sociedade civil[...]vem, de FHC a Lula, permeando a realidade brasileira num processo acelerado de contrarreformas, especialmente no campo das políticas sociais, em que o empresariamento e a refilantropização passaram a delinear as formas de enfrentamento da questão social com políticas de privatização, terceirização, parcerias público-privado e fundações, práticas entranhadas na atual conjuntura, nas diferentes esferas de governo, especialmente no espectro municipal.(SIMIONATTO; LUZA,2011,p216-217)
De acordo com Behring (2003) esta ação - as parcerias - servem para ocultar as
relações contraditórias e antagônicas do sistema capitalista. Para Yasbek (2006) é uma
assistência social refilantropizada, marcando a inviabilização da Seguridade Social
como política pública e de direito universal.
A partir de então, as ONGs começam a se especializar em diversas áreas,
relacionadas as políticas sociais, porém constatou-se que era necessário técnicas para
dar conta das vulnerabilidades sociais que se apresentavam e é nesse momento que são
inseridos os Assistentes Sociais nesses espaços sócio-ocupacionais com seus
instrumentais técnicos para dar conta das demandas sociais apresentadas dentro das
instituições.
Desenvolvimento histórico da Assistência Social Diocesana Leão XIII
A Assistência Social Diocesana Leão XIII inicia sua trajetória ulterior a
Segunda Guerra Mundial, que por ter deixado consequências devastadoras nos países
envolvidos, fez com que o mundo todo unisse forças em favor das vítimas enviando-
lhes donativos inclusive o Brasil onde o estado do Rio Grande do Sul concentra uma
parte significativa de descendentes de alemães, além do nosso país os Estados Unidos
cria um Programa chamado de “Alimentos para a Paz” para poder estar auxiliando as
vítimas da guerra, esse programa teve uma repercussão tão positiva que foi decidido
expandi-lo para outros países.
No Brasil a igreja católica foi incumbida de dar continuidade ao projeto através
das Dioceses, e para dar conta da demanda as mesmas se organizaram e formaram
instituições especificas para este fim e, em 25 de março do ano de 1960, cria-se no
município de Passo Fundo a Assistência Social Diocesana Leão XIII sob a liderança do
Bispo Dom Cláudio Colling que fazia a doação de alimentos semanalmente para as
famílias cadastradas, além da horta comunitária que auxiliava as famílias no
complemento dos alimentos que recebiam da instituição.
A primeira reforma estatutária ocorreu em junho de 1967, que passou a
chamar-se de Assistência Social Leão XIII, sendo que a Diocese passou a figurar,
apenas como membro integrante do conselho fiscal. A retirada da característica
Diocesana tinha como objetivo a mudança dos fins da instituição o que acarretou
muitas dificuldades de ordem administrativa, financeira e moral, entre os anos de 1967
e 1972, além de inúmeras pendências financeiras que só puderam ser pagas quase
trinta anos após a criação da instituição.
Com relação aos cursos profissionalizantes existentes na época, cria-se a
Escola Técnico- Industrial João XIII, pelo fato de a Assistência Social Leão XIII
dispor destes cursos, por diversas vezes foi cogitada e discutida a fusão da Assistência
Social Leão XIII e o Patronato de Menores que estava em fase final de construção,
com vistas à criação de uma Escola Técnica em conjunto, porém não foi possível
materializar essa proposta. Após diversas mudanças a Leão XIII reinicia suas
atividades sob novas expectativas já que o programa Alimentos da Paz que foi o
projeto piloto da instituição estava em fase de extinção.
Em 1972 as Caritas Diocesanas assumem o papel de reorganizar a Leão XIII,
tendo na Coordenação Geral o Pe. Osvino, hoje Dom Osvino José Both, Arcebispo
Militar do Brasil, por estarem unidas as Caritas e a Leão XIII eram confundidas como
se fossem uma mesma entidade, e depois de cumprir com o papel de que as Caritas
haviam sido incumbidas as mesmas passam a ocupar uma nova sede e separam-se da
Leão XIII.Mais uma reforma estatutária ocorre no ano de 1974, onde a instituição
passa do atendimento preventivo de famílias em situação de vulnerabilidade social
para o atendimento de crianças e adolescentes, como novo foco prioritário, isso porque
na época as estatísticas apontavam a existência de um número muito alto de menores
em situação de vulnerabilidade no município de Passo Fundo.
O primeiro Centro de juventude foi inaugurado no ano de 1976, no bairro
Victor Issler; em 1978, o Centro de Juventude II, na Vila Bom Jesus; em 1980, o
Centro de Juventude III, na São Luiz Gonzaga, nessa mesma época foi firmado um
convênio com a Kinderhilfe/Diaconia, da Alemanha onde previa o apadrinhamento das
crianças na Victor Isller.Em 1981, fora ampliado os atendimentos com a implantação
de duas Creches: Berço da Esperança, na Vila Luiza e Rita Sirotsky, na Santa Maria.
Seguem-se as implantações de mais Centros de Juventude: em 1984, o Centro de
Juventude IV, na Vila Ipiranga; em 1985, o Centro de Juventude V da Vila Luiza; em
1986, o Centro de Juventude VI José Alexandre Zachia.
É importante destacar que a Leão XIII e as Cáritas foram entidades líderes na
criação da AIPAS( Associação das Instituições Particulares de Assistência Social),
uma vez que era necessário juntar forças e evitar atividades paralelas entre si, e
contribuiu também para o início das atividades em rede, além de serem grandes
articuladoras de sugestões para a nova Constituição de 1988 e ECA e implantação do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente-COMDICA. Nessa
mesma época os gestores da Leão XIII, percebem que seu público alvo necessitava de
diversos atendimentos e que era necessário desenvolver um trabalho de articulação
com a rede de saúde, então foi firmado convênio com a UPF – Faculdade de Medicina,
para o atendimento médico e, em 1988, com a Faculdade de Odontologia, através da
Clínica Extra-Muros Leão XIII, composta de 10 equipos dentários. Em 1989, foi criada
a Escola Agrícola Santo Antão, visando à formação de técnicos em agropecuária.
Neste local funciona, hoje, a Fazenda da Esperança feminina. Em 1995, o Centro de
Juventude Bom Jesus é transformado em Creche e é feito um convênio com a
SEC/CIEP.
Em 2003, a Escola Profissionalizante passou a denominar-se Centro de
Educação Profissional Leão XIII, quando, graças ao apoio da Kinderhilfe, passou por
uma profunda reforma e ampliação, incluindo, também, a criação da Unidade II, nas
dependências do antigo Quartel do Exército. A partir de 2005, com o auxílio da
Paróquia Skt. Matthäus, da Alemanha, são possíveis melhorias no CEP Leão XIII na
atualização tecnológica e na modernização de máquinas e equipamentos, aumentando
o número de vagas. Hoje, o CEP Leão XIII já ultrapassou a cifra de 1.900 alunos, em
24 Cursos. Assim, a Assistência Social Diocesana Leão XIII também aumentou o
atendimento total e alcançou o número de 3.600 atendimentos diários.Visando
melhorias e ampliações é construído, em parceria com uma Construtora, um Shopping
de lojas comerciais, cujos aluguéis financiarão novos Cursos no CEP Leão XIII. Em
2010, o CEP Leão XIII passa a ser chamado de Centro de Educação Sócio Profissional
Leão XIII - CESP Leão XIII.
Estrutura e funcionamento da Instituição
A Instituição ao longo de sua trajetória amplia e melhora suas instalações a fim
de alcançar o seu objetivo de inclusão social, e capacitação para o mercado de trabalho
através de cursos profissionalizantes, e para isso o atendimento é prestado por 04
modalidades: a sede administrativa da instituição que está localizada na rua:
Paissandu,1830 Bairro: Centro que funciona em horário comercial das 08:00 as 12:00 e
das 14:00 as 18:00. Possibilitando condições de acessibilidade para todos os públicos
inclusive usuários com alguma limitação tanto física como cognitiva, visto que foram
construídas rampas para facilitar o acesso de cadeirantes, elevador com numeração em
braile para deficientes visuais, sanitários para cadeirantes, sanitários para funcionários,
auditório com capacidade para aproximadamente 100 pessoas. A Sede da instituição
também conta com os setores administrativos, de apadrinhamento, contabilidade,
coordenação de núcleos de atendimento, sala de atendimento psicológico,sala de
atendimento do serviço social,sala de reuniões e recepção.
Tanto os centros de juventude, quanto as escolas de educação infantil são
formados por: secretarias,sala de coordenação, salas de atendimentos dos alunos, sala
de psicologia, refeitório, sanitário masculino e feminino, sala de jogos, cozinha,
depósito, pátio, sala de informática, de áudio e vídeo.
Apenas a escola de educação profissional que tem em sua estrutura física uma
diferenciação, pelo fato de cada curso ofertado pela Leão XIII necessita de materiais
diferentes para atender os alunos que estão se profissionalizando em determinada área.
Percebe-se que a criação dos centros de juventude e escola de educação
infantil, foram implantados em bairros onde existe um grande numero de pessoas em
situação de vulnerabilidade social, isso mostra a importância da territorialização que
está prevista no art. 5º da Norma Operacional Básica- NOB/SUAS-2012 que refere-se
as diretrizes estruturantes do SUAS.
Porém, em alguns dos centros e escolas de educação infantil, nota-se que
alguns equipamentos como computadores são precários e alguns brinquedos também
estão bem usados e as instalações necessitam de obras de melhoria.
Objetivos Institucionais
A Instituição tem por finalidade realizar um trabalho de “promoção humana e
cristã, junto à comunidade de Passo Fundo e recebe, diariamente, mais de três mil
crianças e jovens “carentes”, oriundos das vilas periféricas da cidade, sem distinção de
raça, gênero, religião ou ideologia”.
Percebe-se que a instituição possui uma identificação forte com a igreja, o que
pode vir a refletir de forma contraditória ao real objetivo das politicas sociais que são o
de garantir direitos, além disso, o termo “carentes” utilizado encontrar-se em desuso,
como está explicito na LOAS Anotada que informa sobre outras leis e decretos em
conexão com os artigos, nesse caso, o art.2º que refere-se aos objetivos da assistência
social, inciso II que trata do “ amparo às crianças e adolescentes carentes”.
A palavra “carentes”, expressa no inciso II do artigo em comento, encontrasse em desuso, tendo a Administração Pública empregado, na prática e nos documentos relacionados à política de assistência social, a expressão “em situação de vulnerabilidade e risco social”, em substituição àquela;(LOAS ANOTADA,2009,p.7)
Com relação à missão “assistir, educar e promover crianças e adolescentes,
fortalecendo os valores cristãos, a construção da cidadania e transformando sua
história e seu meio”, está sendo realizada com algumas dificuldades, principalmente no
quesito profissionais, e isso fica ainda mais evidente dentro do Centro de Juventude
Zachia, pois inúmeras vezes a coordenadora tem que deixar de fazer o que é de sua
competência para auxiliar no atendimento as crianças e adolescentes pela falta de
profissionais.
A instituição tem como objetivos:
Expressões da Questão Social Identificadas na Instituição
Vivemos em uma sociedade cujas relações sociais são constituídas através do
modo capitalista, onde a maioria da população não acessa o básico para a sua
sobrevivência, e é nesse contexto que o assistente social se insere, no intuito de intervir
buscando ampliar e consolidar direitos dessas pessoas que encontram-se em situação
de vulnerabilidade social. Segundo Iamamoto a expressão da questão social.
“diz respeito ao conjunto das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. Tem sua gênese no caráter coletivo da produção, contraposto à apropriação privada da própria atividade humana – o trabalho –, das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos” (2001, p.10).
Sendo assim, as expressões da questão social vão sendo desveladas de acordo
com a realidade que se apresenta em cada instituição, e na instituição estudada foram
identificadas: a fragilização de vínculos familiares, ausência de emprego, pouca
qualificação profissional, falta de acesso a saúde, educação, moradia, alimentação,
violação de direitos das crianças e adolescentes.
Porém, as expressões mais evidentes na instituição são as causadas pela
ausência de emprego, fragilização de vínculos familiares, no entanto verifica-se a partir
da demanda identificada na instituição o descaso do estado com relação aos problemas
sociais apresentados, pois deveria investir mais no financiamento das políticas públicas
para dar respostas a esse contingente de pessoas demandantes dessas políticas,que por
um motivo ou outro não estão conseguindo acessar o serviço.
Políticas Públicas que norteiam o trabalho da Instituição
A instituição tem como referencia a Política Nacional de Assistência Social e a
Política de Educação. Dentro da Política de Assistência Social atua nos serviços de
proteção básica e especial de média complexidade. Em consonância com o disposto no
art.6º, inciso 1º da lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, a assistência social
organiza-se pelos seguintes tipos de proteção:
I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
A proteção social básica possuí caráter preventivo e tem como finalidade o
fortalecimento dos vínculos sócio- familiares e comunitários, bem como o
desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de acolhimento, convivência
e socialização de famílias e de indivíduos, conforme identificação da situação de
vulnerabilidade apresentada.
São considerados serviços de proteção básica de assistência social aqueles que potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo de seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam a convivência, a socialização e o acolhimento em famílias cujos vínculos familiar e comunitário não foram rompidos, bem como a promoção da integração ao mercado de trabalho[...](PNAS, 2004, p.36)
A proteção especial de média complexidade oferta serviços especializados para os
sujeitos que tiveram os seus direitos violados, porém não tiveram os vínculos familiares
rompidos.
II - proteção social especial: conjunto de serviços,programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Dentro da instituição a implementação da Política de Assistência Social se dá por
meio de programas e projetos destinados a crianças e adolescentes com a finalidade de
orientar e desenvolver o apoio sócio familiar em meio aberto, e também estar
oportunizando a formação profissional de jovens e adultos inserindo-os no mercado de
trabalho.
A Política de Educação encontra-se articulada através dos projetos que incluem os
centros de juventude e escolas de educação infantil. As escolas de educação infantil fazem
parte do programa “Convivência e Educação Infantil” essas escolas foram criadas
conforme a necessidade apresentada em cada bairro onde ela está inserida, e contemplam
crianças de 0 a 6 anos, as escolas de educação infantil seguirão o disposto no art.29 da
lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013 que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras
providências.
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.” (NR)
Os centros de juventude fazem parte do Programa Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos, que contempla crianças e adolescentes matriculados na rede
pública de ensino e que frequentam os centros no turno inverso da escola, os centros de
juventude seguem o disposto no art.90 da lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, inciso I e
II.
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
Analisando o Cotidiano Institucional
Ao analisarmos a prática cotidiana do profissional assistente social nas
instituições do terceiro setor descobrimos que o mesmo se depara com inúmeras
situações que acabam por dificultar tanto o fazer profissional quanto as relações
interpessoais, pois somos todos humanos, porém pensamos e agimos de maneiras
diferentes. Pensar sobre o cotidiano, a partir de Certeau (1996), é adentrar em um
espaço de contradições é encontrar através das situações vividas no dia a dia, maneiras
de sobreviver aos limites e dificuldades impostos pela sociedade.
O primeiro desafio que se apresenta no cotidiano profissional nas ONGs diz
respeito ao enfrentamento das expressões da questão social por meio de filantropia,
pois as ONGs são oriundas da desresponsabilização do Estado que acaba por “se
retirar, realizando o mínimo, e as “organizações sociais” e organizações de sociedade
civil de interesse público” ganham força na prestação de serviços
sociais”(DUARTE,2010,p.68) e consequentemente acabam por executar programas
relacionados com as políticas públicas de forma focalizada e fragmentada.
Nesse contexto o assistente social passa a atuar nessas instituições realizando
atendimentos voltados para grupos específicos baseados na seletividade, além disso, a
prática de voluntariado acaba por refletir de forma negativa para a prática profissional,
pois uma vez que as ações sejam transferidas para o terceiro setor serão desenvolvidas
baseadas em ações filantrópicas que geram objetivos contrários aos propostos dentro
das legislações.
Outro desafio identificado e que se manifesta como contradição é a questão do
paradoxo do poder, onde o assistente social luta para que os direitos da classe
trabalhadora sejam garantidos, porém ele também integra a classe trabalhadora, e da
mesma forma acaba sofrendo essa opressão, e isso reflete exatamente,
o paradoxo que constitui as atividades do Serviço Social: de um lado, o profissional atua a favor dos sujeitos, especialmente quanto ao acesso universal a direitos, mas também está situado em um contexto de opressão dos sujeitos, no qual ele mesmo se insere como um reprodutor da sociedade. O assistente social, na divisão social do trabalho, é também trabalhador, constituindo-se como um especialista do trabalho – dada sua apropriação desta categoria em suas análises e suas intervenções.( PAIVA,2011,p.22)
Ainda, segundo ( Foucault 1981, apud Paiva,2011,p.23), conceituar poder é
complexo principalmente quando trata-se do sujeito, “isso porque o termo "sujeito"
tem duplo significado: designa o indivíduo dotado de consciência e autodeterminação,
mas pode significar também, que está submetido, sujeitado à ação de outros agentes”,
já que para ele todas as pessoas são dotadas de poder e também sofrem a sua ação.
Essa ação de poder dentro das instituições surgem para os assistentes sociais
como expõe Duarte(2010), “tendências desastrosas no mundo do trabalho” visto que os
assistentes sociais acabam sendo vítimas da precarização e exploração do trabalho em
função da terceirização.
No que se refere à autonomia dentro da instituição observa-se que o assistente
social a possui para executar o seu trabalho, desde que como afirma (Assis,2004 apud
Duarte,2010,p.73), sejam seguidos os “princípios ideológicos da instituição”,
caracterizando uma autonomia considerada relativa.
Com relação ao trabalho multidisciplinar e interdisciplinar é importante termos
bem claro o que significam essas duas palavras, a multidisciplinariedade se expressa
quando profissionais de diversas áreas trabalham no mesmo espaço, porém cada um
executa o seu trabalho individualmente sem compartilhar com os demais, já a
interdisciplinaridade manifesta-se quando os profissionais realizam o trabalho em
conjunto compartilhando ideias e conhecimentos para uma intervenção mais eficaz.
Observamos que na Assistência Social Diocesana Leão XIII o assistente social
trabalha em alguns casos individualmente e em outros com o auxilio dos demais
profissionais que integram a equipe, mas para que o trabalho seja realizado de forma
completa é necessário olhar a interdisciplinaridade como,
uma lógica da descoberta, uma abertura recíproca uma comunicação entre os domínios do saber, uma fecundação mútua e não um formalismo que neutraliza todas as significações, fechando todas as possibilidades. (Sampaio et al,1983 apud Ely,2003,p.115)
Sendo assim, é de suma importância que o assistente social no seu cotidiano de
trabalho proponha estratégias que desencadeiem atividades interdisciplinares, pois a
questão da interdisciplinaridade faz parte do processo de formação do assistente social.
Entendendo-se a interdisciplinaridade como postura profissional e princípio constituinte da diferença e criação, compreender-se-á que o Serviço Social – uma vez que articula diferentes conhecimentos de modo próprio, em um movimento crítico entre a prática-teoria e a teoria-pratica – é uma profissão interdisciplinar por excelência. Assim, para o Serviço Social a interação com outras áreas é particularmente primordial: seria fatal fazer-se isolado ou cativo.A interdisciplinaridade o enriquece e direciona-o no sentido de romper com a univocidade de discurso, de teoria, para abrir-se a uma interlocução diferenciada com os outros. Isso implica romper com dogmatismos muitas vezes incultado no interior da profissão.(Rodrigues,2000 apud Ientz,2012,p.34-35)
Inclusive a interdisciplinaridade é um dos deveres do assistente social e está
previsto no art. 10 alínea d do código de ética do assistente social.
Percebemos também que a questão do gênero está muito presente dentro da
instituição, pois a profissão de assistente social historicamente foi integrada por
mulheres e dentro da instituição apenas um homem integra a equipe de assistentes
sociais.
Gênero é um elemento das relações sociais baseadas nas diferenças entre o masculino e o feminino e constitui-se numa categoria analítica que amplia a visão da realidade, permitindo espaços para diferenças entre homens e mulheres.(Scott,1995 apud Stancki,2000, p.3)
Verificamos com isso que ainda há predominância do sexo feminino ocupando
cargos de assistentes sociais dentro das instituições.Isso é comprovado também através
de uma pesquisa realizada pelo CFESS no ano de 2005, “Assistentes sociais no Brasil:
Elementos para estudo do perfil profissional”, onde a categoria conta com 97% de
assistentes sociais do sexo feminino e 3% do sexo masculino.
Então com esses dados podemos entender que a questão da feminilidade é uma
característica herdada dos primórdios da profissão e que se estende ainda, nos dias de
hoje. “O Serviço Social, como profissão eminentemente feminina, tem, neste fato, o
seu primeiro elemento de subalternidade, na medida em que se insere em sociedades
marcadas e regidas por padrões patriarcais e “machistas”(MONTAÑO,2007,p.98-
99).No entanto, não podemos deixar de mencionar a luta dos movimentos feministas
na busca por igualdade de direitos.
Efetivamente não pode se pensar o desenvolvimento de uma profissão eminentemente feminina se não se relevar a inserção da mulher no mercado de trabalho, e essa inserção não pode ser explicada se não a partir de uma tensa e contraditória luta feminista por ampliar seus espaços na sociedade. (MONTAÑO,2007,p.100)
Através dessas lutas que o Serviço Social surge como profissão, porém como
afirma Montaño (2007), ainda que a profissão tenha se constituído em um espaço de
“inserção social e ocupacional para as mulheres” isso não garante uma efetiva posição
de igualdade feminina(social, ocupacional, política)”, o que contribui para a
continuidade da subalternidade com relação as profissões masculinas.
Recursos Financeiros
A Assistência Social Diocesana Leão XIII, por ser uma instituição filantrópica
tem seus custos financeiros pagos por meio de parcerias de empresas e convênios além
de doações da comunidade inclusive de outros países como é o caso da Alemanha.
Com relação a captação de recursos através de projetos é realizada pelo setor
financeiro.
Caracterização do Processo de Trabalho do Assistente Social
A compreensão a cerca do processo de trabalho do assistente social na
instituição estudada é realizada através da identificação de como a questão social se
manifesta dentro do espaço sócio-ocupacional, e para isso é importante que o
profissional realize uma leitura de realidade que vá além do que está explícito “é
necessário fazer um esforço e se desligar da realidade cotidiana e penetrar em outros
campos de significação, é preciso que se abandone a linguagem e a visão rotineira do
mundo”(DUARTE,2007,p.33), ou seja, uma análise além das aparências,
considerando o que existe por de trás do que é apresentado por meio das imposições
institucionais e das requisições dos usuários.
Nesse sentido o profissional deve compreender o seu processo de trabalho
como um “conjunto de atividades prático-reflexivas voltadas para o alcance de
finalidades”[...] (GUERRA,2000,p.3), desta forma é possível entender que o processo
de trabalho do assistente social visa a transformação de uma realidade.
Partindo dessas reflexões o profissional no contexto de uma ONG, compreende
que seu objeto de trabalho no sentido amplo é a questão social, porém a assistente
social afirma que é fundamental saber o que se apresenta na realidade que está nas
expressões causadas pela ausência de emprego, desqualificação profissional e
fragilização de vínculos familiares que são as mais evidentes na instituição e nas
inúmeras outras expressões que podem vir como o resultado das relações entre
trabalho e capital.
Além disso, identificar o objeto de trabalho não se constitui em uma tarefa
fácil, pois é necessário conhecimento teórico para poder compreender o que acontece
no dia a dia do fazer profissional, já que é a partir dessa compreensão que é possível
intervir no intuito de contribuir para transformar a realidade que se apresenta.
O objeto de trabalho [...] é a questão social. É ela em suas múltiplas expressões, que provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e ao adolescente, ao idoso, a situações de violência contra a mulher, a luta pela terra etc. Essas expressões da questão social são a matéria-prima ou o objeto do trabalho profissional.( IAMAMOTO ,2000, p. 62)
Além do mais, a articulação entre as dimensões ético- política, técnico
operativas e técnico-metodológicas, é peça fundamental para a realização da finalidade
do processo de trabalho do assistente social que no caso da instituição seria a
prevenção de situação de risco social, o fortalecimento de vínculos familiares, a
inserção dos usuários da política de assistência social no mundo do trabalho entre
outros.
Tendo em vista a execução dos programas e projetos desenvolvidos na
instituição, a assistente social utiliza como meios e instrumentos, o prévio
conhecimento sobre a Política de Assistência Social, voltada para os Programas de
Geração de Emprego e Renda como o (Acessuas Trabalho), ECA além de uma análise
da realidade do usuário e a capacidade da linguagem como principal recurso de
trabalho, pois segundo Sousa,
E é a partir das formas de comunicação que se estabelecem no espaço das instituições onde trabalha o assistente social que este profissional poderá construir e utilizar instrumentos e técnicas de intervenção social. (SOUSA, 2008, p.125)
Portanto, o trabalho do assistente social na instituição estudada, não se
caracteriza apenas em responder as demandas apresentadas, mas principalmente em
um exercício diário de problematização dessas demandas, o que não acontece no
primeiro contato com o usuário.
O profissional, utiliza os instrumentais na tentativa de estabelecer um vinculo
com o usuário, considerando que a realidade vivida por ele é dotada de complexidades,
e particularidades.
A importância do Trabalho desenvolvido na Instituição
A Assistência Social Diocesana Leão XIII, presta seus serviços para
comunidade passofundense há 52 anos, é uma das únicas instituições filantrópicas que
tem uma grande abrangência de núcleos de atendimento nos bairros do município de
Passo Fundo.
Para tanto, é de suma importância falar sobre o trabalho desenvolvido pela
instituição, pois através de seus programas e projetos beneficia inúmeras crianças,
adolescentes, bem como suas famílias.
Também destacamos aqui, o excelente trabalho desenvolvido pelos
profissionais do serviço social que atuam intervindo, no intuito de estar contribuindo
para mudar a realidade dos indivíduos em situação de vulnerabilidade social
Com relação aos gestores, coordenadores, funcionários, observa-se o empenho
e dedicação por parte dos mesmos em estar dando continuidade aos projetos
desenvolvidos e a competência com que desempenham as suas funções.
Apesar das dificuldades enfrentadas pela instituição, pois sua fonte de recursos
provém da comunidade e de entidades parceiras, sabe-se que é uma instituição que
merece destaque por ser do Terceiro Setor e estar caminhando na busca da garantia de
direitos dos cidadãos do município de Passo Fundo.
Considerações Finais:
Este estudo buscou trazer algumas reflexões a respeito do funcionamento, e
também sobre o processo de trabalho do assistente social durante o estágio realizado na
Assistência Social Diocesana Leão XIII, além dos desafios enfrentados pelos
profissionais do serviço social dentro da instituição.
A trajetória da instituição é marcada por significativos avanços principalmente
quando são inseridos os profissionais do serviço social na instituição, porém o trabalho
do(a) assistente social no terceiro setor envolve, ainda, como vimos no decorrer do
estudo um complexo de questões que acabam por dificultar o fazer profissional no
cotidiano de trabalho, e essas dificuldades surgem para que os assistentes sociais
possam encontrar soluções para esses impasses.
A experiência do estágio possibilitou um maior conhecimento do fazer
profissional, das demandas, intervenções, além dos programas e projetos executados
pela instituição, porém é necessário aprofundar esse conhecimento através de
intervenções que serão realizadas pelo estagiário no campo, com isso poderemos
adquirir experiência quando estivermos sendo inseridos no mercado de trabalho.
Além disso, pude identificar algumas demandas e realizar algumas propostas de
intervenção, que podem ser executadas na instituição, acredito que não será uma tarefa
fácil, no entanto com dedicação conseguirei chegar a realizar uma ação que possibilite
contribuir para mudar uma realidade.
Constatamos também nesse estudo através do estágio que os espaços de onde
surge, o terceiro setor se apresentam de forma contraditória ao Serviço Social, pelo
interesse de algumas classes na expansão do terceiro setor na sociedade.
No entanto, vejo a instituição com um potencial em expansão que precisa ainda
de muitas mudanças, mas que por meio da contribuição dos assistentes socais e da
comunidade poderá vir a ser uma instituição de referência na execução da Política
Pública de Assistência Social e de Educação.
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Este estudo buscou trazer algumas reflexões a respeito do funcionamento, e
também sobre o processo de trabalho do assistente social durante o estágio realizado na
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profissionais do serviço social dentro da instituição.
A trajetória da instituição é marcada por significativos avanços principalmente
quando são inseridos os profissionais do serviço social na instituição, porém o trabalho
do(a) assistente social no terceiro setor envolve, ainda, como vimos no decorrer do
estudo um complexo de questões que acabam por dificultar o fazer profissional no
cotidiano de trabalho, e essas dificuldades surgem para que os assistentes sociais
possam encontrar soluções para esses impasses.
A experiência do estágio possibilitou um maior conhecimento do fazer
profissional, das demandas, intervenções, além dos programas e projetos executados
pela instituição, porém é necessário aprofundar esse conhecimento através de
intervenções que serão realizadas pelo estagiário no campo, com isso poderemos
adquirir experiência quando estivermos sendo inseridos no mercado de trabalho.
Além disso, pude identificar algumas demandas e realizar algumas propostas de
intervenção, que podem ser executadas na instituição, acredito que não será uma tarefa
fácil, no entanto com dedicação conseguirei chegar a realizar uma ação que possibilite
contribuir para mudar uma realidade.
Constatamos também nesse estudo através do estágio que os espaços de onde
surge, o terceiro setor se apresentam de forma contraditória ao Serviço Social, pelo
interesse de algumas classes na expansão do terceiro setor na sociedade.
No entanto, vejo a instituição com um potencial em expansão que precisa ainda
de muitas mudanças, mas que por meio da contribuição dos assistentes socais e da
comunidade poderá vir a ser uma instituição de referência na execução da Política
Pública de Assistência Social.
No entanto, não podemos deixar de expor aqui os significativos avanços que a
instituição apresenta ao longo de sua história na execução da politica de assistência,
principalmente quando houve a inserção dos profissionais do serviço social na
instituição, isso possibilitou um olhar técnico e práticas baseadas na lógica da
cidadania e na perspectiva dos direitos, percebemos isso quando nos referimos aos
centros de juventude e escolas de educação infantil que são uma forma de potencializar
o aprendizado que as crianças e jovens recebem em suas escolas, os cursos
profissionalizantes que são disponibilizados com a finalidade de inserir os usuários da
política de assistência social no mercado de trabalho.
Percebe-se com isso, que a politica de assistência social está sendo executada
baseada nos ideias de benemerência e filantropia dos primeiros momentos da
assistência social onde a doutrina da igreja exercia uma grande influencia.
REFERENCIAS:
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CAPITALISMO, TERCEIRO SETOR E SERVIÇO SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE O ESPAÇO DE INTERVENÇÃO PROFISSIONAL NAS ONGs UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Autora: Alessandra da Silva Cabral Teixeira Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Montaño RIO DE JANEIRO 2011 http://www.ess.ufrj.br/monografias/106080376.pdf Desatando os NÓS: uma experiência do Serviço Social na área da Educação e da Cultura Fabrícia Vellasquez Paiva Março de 2011
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As (re)configurações das demandas ao serviço
social no âmbito dos serviços públicos de saúde*
Suely de Oliveira Bezerra**
Maria Arlete Duarte Araújo http://www.scielo.br/pdf/rap/v41n2/02.pdf
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Março, 2006.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
e adolescentes que frequentam os centros, no intuito de conscientizá-los de que
seus filhos estão sendo beneficiados com aquele serviço e também que a participação
deles irá potencializar o exercício da cidadania.
Ainda nessa época percebe-se que dentro da instituição existia uma ligação muito estreita entre a igreja e o serviço social seguindo a lógica do paternalismo, da caridade e do assistencialismo, pois a igreja encarava a questão social como “ uma questão religiosa e moral no contexto de uma sociedade percebida como um todo unificado e harmônico em que a desigualdade social é natural e inevitável [...]”(SILVA e SILVA,2006).
Essas mudanças ao longo da trajetória da entidade mostram que a inserção dos profissionais do Serviço Social na instituição foi de suma importância na mudança de visão da instituição que nesse momento começa a deixar de lado a lógica da caridade e passa a olhar os usuários atendidos como cidadãos de direitos, instigando-os a exercitar as suas capacidades e cria nesse mesmo ano os Centros de Juventude nos bairros onde as crianças e adolescentes frequentariam até atingirem a idade de cursar os já referidos cursos profissionalizantes.