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1 UNIVERSIDADE POLITÉCNICA A POLITÉCNICA ESCOLA SUPERIOR ABERTA DISCIPLINA: DIREITO DO AMBIENTE MANUAL DA DISCIPLINA E PROGRAMA Docente: Manuel A. Rodrigues Assistente: Reinaldo Lopes da Silva

Leituras Obrigatorias - Direito Do Ambiente (1)

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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA A POLITÉCNICA

ESCOLA SUPERIOR ABERTA

DISCIPLINA: DIREITO DO AMBIENTE

MANUAL DA DISCIPLINA

E

PROGRAMA

Docente:

Manuel A. Rodrigues

Assistente:

Reinaldo Lopes da Silva

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DIREITO DO AMBIENTE

Justificação da disciplina no curso de Ciências Jurídicas

A disciplina de Direito do Ambiente está incluída no curso de Ciências Jurídicas ministrado na

Universidade Politécnica como um dos mais importantes ramos do Direito Moçambicano

surgido nos últimos tempos por virtude de haver uma consciência universal de que é preciso

preservar o meio ambiente de forma sustentável para benefício actual e futuro do bem estar da

população global.

O Direito do Ambiente, de entre todas as normas que comportam no nosso sistema jurídico, é

hoje fundamental para todos quantos se preocupam com a protecção do meio ambiente. Porque é

um Direito já bastamente legislado, e, como todo o direito, de cumprimento obrigatório, torna-se

necessário saber e compreender o seu objecto para o poder situar e lhe dar a sequência que as

normas comportam.

Sendo o Direito do Ambiente um conjunto de normas jurídicas relacionadas à protecção do meio

ambiente, o qual pode ser conceituado como um direito transversal ou horizontal, pois que

abrange todos os ramos do direito e estando intimamente realacionado com o Direito

Constitucional, Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Penal, Direito Processual e Direito

do Trabalho, etc. o seu conhecimento é pois necessário e obrigatório para formar um bom

profissional do Direito.

Este direito estuda o meio ambiente sob a vertente de que ele representa na vida e no mundo, no

nosso meio – no país, na região e no universo – as preocupações dos governantes para que

possamos ter um ambiente melhor agora e os nossos descendentes no futuro. Pretendemos

estudar os objectivos das reuniões e conclusões do dirigismo do planeta para evitar a

depauperação do meio ambiente e criar instrumentos para preservação da natureza em vista a

obter um desenvilvimento sustentável.

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Vamos estudar a legislação moçambicana já promulgada neste campo. E queremos estudá-la

bem!

Pretende-se dotar o licenciado em Direito com o conhecimento e bagagem jurídica plena desta

disciplina das ciências jurídicas por forma a se formar um profissional competente.

Avaliação dos conhecimentos adquiridos durantes frequência do curso:

Metodologia

Tratando-se de um modelo de curso à distância, a abordagem desta disciplina será de acordo com

a metodologia exigida. Nestes termos, a interação será conduzida na base da tutoria onde o

estudante deverá organizar os seus cronogramas de estudo à sua conveniência, cabendo ao tutor

o papel de supervisor, animador e incentivador dos alunos na busca do conhecimento.

Avaliação

Os objectivos fundamentais da educação à distância devem permitir o desenvolvimento duma

autonomia crítica do aluno frente a situações concretas que se elhes apresentam bem como

desenvolver métodos de trabalho que lhe permitam a elaboração e análise de seus próprios juízos

de valor.

Sendo assim, neste modelo de ensino, o tutor deve continuamente organizar actividades que que

lhe permitam analisar as capacidades de reflexão crítica dos alunos frente a suas prórias

experiências. A soma destas actividades corresponderá à 1ª avaliação (nota 1). A 2ª avaliação

será presencial e realizada nos pólos. No final o aluno será submetido a um exame.

PROGRAMA

1

INTRODUÇÃO

Objectivo da disciplina (vidè a justificação, no início deste Guia)

O MICOA – Ministério para a Coordenação Ambiental.

(Decreto Presidencial nº 6/95, de 10 de Novembro – Define os objectivos e

Funções do Ministério para a <coordenação para a Acção Ambiental)

.

4

Funções do MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

A Atmosfera;

A Ecologia;

A camada de ozono

A legislação sobre o Ambiente

Na Constituição da República:

A Lei nr. 20/97 – Lei do Ambiente

Disposições gerais;

Poluição do ambiente;

Medidas especiais de proteção do ambiente;

Prevenção de danos ambientais;

Responsabilidades, infracções e sanções.

Decreto nº 45/2004, de 29 de Setembro

Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental

Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental

(Diploma Ministerial nº 129/2006, de 19 de Julho – Aprova a Directiva Geral

para Estudos do Impacto Ambiental)

(Diploma Ministerial nº 130/2006, de 19 de Julho – Aprova a Directiva Geral

para o Processo de Participação Pública do Impacto Ambiental)

Fluxograma de procedimentos...

Processo de Participação Pública na AIA

Metodologia e procedimentos...

.

5

Licenciamento de obras particulares

Disposições gerais... Aprovação do projecto;

Execução e fiscalização.

2

3

PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL

(Decreto nº 18/2004, de 2 de Junho – Aprova o Regulamentosobre Padrões de

Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes)

Regulamento sobre Padrões de Qualidade.

Definições;

Objecto e âmbito...

Qualidade do ar;

Qualidade da água;

Qualidade do Solo;

Adaptação aos padrões.

GESTÃO DE RESÍDUOS

Regulamento sobre a gestão de resíduos

(Decreto nº 13/2006 – Aprova o Regulamento sobre Gestão de Resíduos)

Lista de características perigosas;

Categoria de resíduos perigosos;

Identificação de resíduos perigosos;

Operações de eliminação de resíduos;

Regras e procedimentos básicos para transporte de resíduos perigosos

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4

SAÚDE PÚBLICA

Regulamento sobre os Requisitos Higiénicos dos Estabelecimentos

Alimentares

(Diploma Ministerial nº 51/84, de 3 de Outubro – Aprova o Regulamento

sobre Requisitos dos Estabelecimentos alimentares)

REGULAMENTO DA SANIDADE ANIMAL

(Decreto nº 8/2004, de 22 de Junho – Aprova o Regulamento de Sanidade

Animal)

Definições, objecto e âmbito.

Controlo – trânsito interno e fronteiriço;

Importação; quarentena; desinfecção de aeronaves;

Registo de animais;

Concentração de animais; Uso de acaricidas e tripanocidas; desparasitações e

vacinações;

Locais de abate;

Inspeção e trânsito e carnes.

Fiscalização e sanções.

Regulamento sobre os Requisitos Higiénico-sanitários de Produção,

Transporte, Comercialização e Inspeção de Géneros Alimentícios.

(Decreto nº 15/2006, de 22 de Junho - Regulamento sobre os Requisitos

Higiénico-sanitários de Produção, Transporte, Comercialização e Inspecção

de Géneros Alimentícios)

Requisitos de qualidade; Asseio e limpeza;

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Rotulagem e publicidade; ---------- Penalidades

Regulamento sobre a Bio-Segurança relativa à Gestão de Organismos

Geneticamente Modificados

(Decreto nº 6/2007, de 25 de Abril - Regulamento sobre a Bio-Segurança

relativa à Gestão de Organismos Geneticamente Modificados)

LIXOS BIO-MÉDICOS

(Decreto nº 8/2003, de 18 de Fevereiro – Aprova o Regulamento sobre Gestão

dos lixos Bio-médicos)

Regulamento sobre a gestão dos lixos bio-médicos

Definições, objecto, âmbito de aplicação;

Plano de gestão do lixo-biomédico;

Armazenagem e segregação do lixo;

Lixo infeccioso; lixo cortante e perfurante; anatómico; de fontes de materiais

radioactivos; lixo de medicamentos; de substâncias perigosas; tadiactivo, de

medicamento citológico;

Deposição do lixo;

Transporte do lixo;

RESÍDUOS

Regulamento sobre os Pesticidas

(Diploma Ministerial nº 153/2002, de 11 de Setembro – Aprova o

Regulamento sobre os Pesticidas)

Definições;

Âmbito de aplicação;

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5

Comissão de Aconselhamento Técnico sobre Pesticidas e fertilizantes;

Registo;

Classificação toxicológica;

Rotulagem;

Princípios fundamentais no manuseamento dos pesticidas;

Fiscalização; Penalidades.

GESTÃO DE RESÍDUOS

(Decreto nº 13/2006, de 15 de Junho – Aprova o Regulamento sobre Gestão

de Resíduos)

Regulamento sobre a gestão de resíduos

Lista de características perigosas;

Categoria de resíduos perigosos;

Identificação de resíduos perigosos;

Operações de eliminação de resíduos;

Regras e procedimentos básicos para transporte de resíduos perigosos.

SAÚDE PÚBLICA

Regulamento sobre os Requisitos Higiénicos dos Estabelecimentos

Alimentares

(Diploma Ministerial nº 51/84, de 3 de Outubro – Aprova o Regulamento

sobre os Requisitos Higiénicos dos Estabelecimentos Alimentares)

PATRIMÓNIO CULTURAL

( Lei nº 10/88, de 22 de Dezembro – Determina a Protecção legal dos bens

materiais e imateriais do património cultural moçambicano)

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Protecção legal dos bens materiais e imateriais do património cultural

moçambicano

Regulamento do património Arqueológico

INSPECÇÃO AMBIENTAL

(Decreto nº 11/2006, de 15 de Junho – Aprova o Regulamento sobre

Inspecção Ambiental)

Regulamento sobre Inspecção Ambiental

Definição, objecto e competências;

Acção Inspectiva: Ordinária e Extraordinária;

Autuação;

Deveres das Entidades Visitadas; Transgressões e Penalidades.

(Diploma Ministerial nº 1/2006, de 4 de Janeiro) Aprovva o

REGULAMENTO SOBRE A APLICAÇÃO DE MULTAS E OUTRAS

SANÇÕES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

LEI DE ÁGUAS

(Lei nº 16/81, de 3 de Agosto – Lei das Águas)

Propriedade das águas;

Princípio da gestão de águas; Utilização das águas nos diversos fins; Prevenção

e controlo da contaminação das águas; Água potável...

Controlo da água para consumo humano

Requisitos, Classificação e inspecções.

(Decreto nº 39/2006, de 27 de Setembro - Regulamento sobre a Qualidade

das ÁGUAS ENGARRAFADAS Destinadas ao Consumo Humano

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AMBIENTE MARINHO E COSTEIRO

(Decreto nº 45/2006)

Regulamento para Prevenção da Poluição e Protecção do Ambiente Marinho e

Costeiro

Manual de procedimentos...

Navios, Descarga de óleos e substâncias perigosas...

Investigação de incidentes...

Gestão das praias:

Desportos náuticos; embarcações..

Proibições: sobre peixes ornamentais, conchas, corais, tartarugas e flora

marinha...

Zonas de Protecção...

Infracções e sanções...

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FLORESTAS E FAUNA BRAVIA

( Lei nº 10/99, de 7 de Julho)

Lei de Florestas e Fauna Bravia

Definições, Âmbito, Princípios...

Património Florestal; Património faunístico,

Protecção...

Repovoamento...

Decreto nº 12/2002, de 6 de Junho - Regulamento da Lei de Florestas e

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Fauna Bravia

Protecção...

Zonas de uso e de valor histórico-cultural

Exploração sustentável:

Exploração florestal – regimes,

Licenças,

Plantações florestais...

CAÇA

Modalidades; Licenças,

Zonas de uso e de valor histórico-cultural

Exploração florestal – regimes, Licenças...

Auscultação às Comunidades Locais;

Fiscalização – Infracções.

Fiscalização – Infracções.

A Conservação, a Proteção e a Melhoria da Qualidade do Meio Ambiente;

A utilização prudente e racional dos recursos naturais;

A proteção da saúde das pessoas;

PESCAS

Lei nº 3/90, de 26 de Setembro - Lei de Pescas

Tipos de pesca;

Gestão e Ordenamento das Pescas;

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Acordos Internacionais de cooperação;

Planos de desenvolvimento;

Aquacultura marinha e de água doce;

Pesca nas águas interiores;

Regimes de Licença de Pesca;

Licenças de pesca para embarcações moçambicanas e para embarcações

estrangeiras;

Qualidades dos produtos pesqueiros;

Fiscalização da Actividade da Pesca;

Infracções e sanções.

(Decreto nº 51/99, de 31 de Agosto - Regulamento da Pesca Recreativa e

Desportiva)

(Decreto nº 35/2001 - Regulamento Geral da Aquacultura)

Autorização e licenciamento;

Fiscalização e penalidades..

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ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Lei nº 19/2007, de 18 de Julho

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ENERGIA ELÉTRICA

Lei nº 21/97, de 1 de Outubro - Lei da Energia Eléctrica

Concessão de Produção, transporte, distribuição e comercialização, incluindo

importação e exportação;

Utilização de Caudais Hídricos;

Crimes, Infracções e Sanções.

MINAS

Lei nº 20/2014 - Lei de Minas

Âmbito, Objectivos, propriedade dos recursos minerais;

Regulamento Ambiental para a Actividade Mineira

Estudo do Impacto Ambiental;

Licença Ambiental;

Consulta Pública, Memorando de entendimento.

Decreto nº 43/2003, de 10 de Dezembro - Regulamento Geral de Pesca

Marítima REPMAR

Quotas de pesca;

Artes de pesca: Com rede, com anzol;

Embarcações de pesca;

Tipos de pesca;

Preserrvação dos recursos pesqueiros;

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Licenciamento;

Pesca no alto mar,

Transbordos e baldeações;

Águas Jurisdicionais.

PETRÓLEOS

Lei nº 21/2014

SERRA, Carlos e Fernando Cunha – Manual de Direito do Ambiente, Centro de Formação

Jurídica e Judiciária;

SERRA, Carlos – Coletânea de Legislação do Ambiente, Centro de Formação Jurídica e

Judiciária;

Os Contratos de Adaptação Ambiental – Mark Bobela-Mota Kirby, Associação Académica da

Faculdade de Direito de Lisboa – 2001;

As Operações Materiais Administrativas e o Direito do Ambiente – Carla Amado Gomes, Lisboa

2005, 2ª Edição;

Vale a Pena o Direito Penal do Ambiente? – Paulo de Sousa Mendes, Lisboa 2000;

O Ambiente entre o Direito e a Técnica – Tiago Antunes, Associação Académica da Faculdade

de Direito de Lisboa, 2003;

O Princípio do Poluidor-Pagador – Maria Alexandra de Sousa Aragão, Coimbra Editora;

Textos Dispersos do Direito do Ambiente – Carla Amado Gomes, Lisboa 2005;

O Princípio da Precaução no Direito do Ambiente – Ana Gouveia e Freitas Martins, Associação

Académica da Faculdade de Direito de Lisboa;

O Estado de Emergência Ambiental – Pedro Portugal Gaspar, Almedina. Lisboa;

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O Lugar do Direito na Protecção do Ambiente – Maria da Glória Garcia, Almedina, Lisboa,

2007.

Os Boletins da República;

Consulta na Internet.

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APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia e o Manual de Estudo da disciplina de DIREITO DO AMBIENTE

que integra a grelha curricular do Curso de Licenciatura em Ciencias Jurídicas oferecido pela

Universidade Politécnica na modalidade de Educação à Distância.

Este Guia e o Manual têm por finalidade orientar os seus estudos individuais neste semestre do

curso. Ao estudar a disciplina de DIREITO DO AMBIENTE, você irá compreender a natureza, a

vida, desenvolvimento e seus comportamentos na esfera global. Irá compreender as normas de

Direito positivo e sua imperatividade, assim como as normas da natureza e a forma da sua

exploração com desenvolvimento sustentável, protegido pela organização do Estado nacional

bem como dos organismos internacionais.

Estes, Guia e Manual de Estudo leva o estudante a compreender e saber a matéria do Direito do

Ambiente, a sua importante característica da subjectividade e objectividade prescrita nestes

instrumentos que são a base do estudo, organizado pelo do docente da disciplina e baseado na

teoria e legislação pertinente, o qual visa preparar o estudante para obtenção da sua licenciatura

com elevados conhecimentos da matéria.

Esta é a nossa proposta para o estudo da disciplina deste curso. Ao recebê-la, sinta-se como um

actor que se apropria de um texto para expressar a sua inteligência, sensibilidade e emoção, pois

você é também o(a) autor(a) no processo da sua formação.

Resta-nos recomendar que em virtude da matéria da disciplina ser de aprofundar factos concretos

e a sua teoria e sobre eles reflectir para extrair actuações diversas e possíveis com melhores

resultados, tendo o objectivo de estudar a vida – os princípios e fundamentos da sociedade actual

e no geral, obrigando a expandir o nosso estudo a pequenos e grandes pormenores do

comportamento humano e da natureza, pelo que se deve interessar por tudo quanto é da nauteza

humana e das coisas, a fim de o enquadrar no direito positivo assim como no direito natural.

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COMO ESTUDAR O GUIA e o MANUAL DE ESTUDO

Devemos começar por ler e apreender tudo quanto apresentamos com início nestes instrumentos.

Serão os principais guias de estudo. Embora pensando que pequenas coisas são de menor

importância, como estudantes não podemos deixar de as considerar, pois o professor as imaginou

como fazendo parte do conhecimento necessário para obtenção do titulo da Licenciatura em

Direito e ferramenta imprescindível para uma boa formação.

Assim,

O plano de estudo está dividido em 8 unidades temáticas, acima enunciadas. Prevê-se que cada

uma delas seja estudada em cada semana que o curso durar. Todavia, regularmente o tutor vai

dando indicações da matéria a estudar. Na realidade, somos estudantes, e estudantes dum curso

superior, portanto temos de estudar superiormente, sem descurar essa obrigação de estudar.

Embora estejamos a distância da Universidade, mas seja lá onde estivermos, devemos ter sempre

presente o nosso objectivo... E não deixar para amanhã o que podemos estudar hoje!

Este Manual transmite intrinsecamente as matérias principais e orientadoras. Indica a legistação

pertinente, a qual deve ser alvo de leituras obrigatórias e de estudo. Há matérias, contudo, que

são somente assinaladas e para as quais o estudante deverá possuir a respectiva legislação,

sendo através de bibliogafia física, ou sendo através de busca na Internet. Há, todavia, vasta

legislação específica, que aqui assinalamos para o conhecimento e saber dos estudantes, mas na

qual está sempre integrado o aspecto de preservação do ambiente, o que é, afinal, objecto do

nosso estudo, e para o qual iremos previamente chamando a atenção, pois que é nesse campo que

é avaliado o estudo e o conhecimento do estudante para uma classificação final.

Devemos estar atentos, pois que de acordo com as normas de avaliação, iremos fazer alguns

quesitos a que os estudantes nos terão de responder para lhe atribuirmos a consequente

classificação.

Mãos à obra!

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MANUAL DE ESTUDO

Unidade Temática 1

Ambiente. O que é?

- É o meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio, e

inclui:

a)o ar, a luz, a terra e a água;

b) os ecossistemas, a biodivesidade e as relações ecológicas;

c)toda a matéria orgânica e inorgânica;

d)todas as condições sócioculturais e económicas que afectam a vida das comunidades.

Atmosfera

Vejamos como é que podemos definir a atmosfera.

A atmosfera é uma camada gasosa que envolve a terra. Ela é formada por argônio, hélio,

dióxido de carbono, ozônio, vapor de água e, principalmente, por nitrogênio e oxigênio.

Essa camada é de fundamental importância para a manutenção da vida na Terra, pois, além de

conter oxigênio, ela nos protege dos raios ultravioletas.

Existem diferentes classificações das camadas da atmosfera, sendo que cada uma se baseia em

um critério específico. Uma dessas classificações analisa a composição do ar, dividindo a

atmosfera em homosfera (composição sem grandes variações); heterosfera (grandes

quantidades de hélio e hidrogênio) e exosfera (camada extremamente rarefeita, onde as

moléculas gasosas começam a escapar da atração gravitacional terrestre).

A classificação mais utilizada tem como fator determinante a variação de temperatura na

atmosfera terrestre. De acordo com essa divisão, temos cinco camadas distintas:

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Troposfera: é a camada que se estende do solo terrestre (nível do mar) até atingir 12

quilômetros de altitude. Conforme a altitude se eleva, a temperatura diminui, atingindo -60

°C no ponto mais alto. Nessa camada ocorre a formação das nuvens e das chuvas.

Estratosfera: é a camada acima da troposfera, e atinge até 50 quilômetros acima do nível

do mar. A temperatura varia entre -5 °C a -60 °C. Essa região da atmosfera abriga a

camada de ozônio, que nos protege da radiação ultravioleta, que, em grandes quantidades,

é extremamente prejudicial para a vida na Terra.

Mesosfera: estende-se do fim da estratosfera até 80 quilômetros acima do nível do mar. A

temperatura varia entre -5 °C a -95 °C, sendo considerada a camada mais fria da

atmosfera.

Termosfera: é a camada acima da mesosfera, atingindo 500 quilômetros de altitude.

Registra as maiores temperaturas da atmosfera, podendo atingir até 1.000 °C. Essa

característica se deve à grande concentração de oxigênio atômico, responsável pela

absorção da energia solar.

Exosfera: inicia-se no fim da termosfera e se estende até o espaço.

A BIOSFERA

O termo Biosfera começou a ser empregado por volta de 1920. A palavra é formada por Bio =

vida e esfera = camada, espaço, esfera; sendo assim, a biosfera é o espaço que possui vida na

Terra.

Esse termo está relacionado aos componentes abióticos do nosso planeta que são:

Hidrosfera: espaço ocupado por água (hidro). Os oceanos, mares, lagos e rios ocupam ¾ da

Terra. Abaixo do solo temos os lençóis freáticos que estão localizados desde poucos a milhares

de metros subterrâneos.

Litosfera: espaço formado por solo, rochas (litos). É formada por uma grande variedade de

rochas que em sua maioria está coberta por solo e outros depósitos de sedimentação.

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Atmosfera: espaço formado por gás (atmos). É constituída por nitrogênio (78%), oxigênio

(21%), gás carbônico (0,03%), gases nobres e vapor d´água.

O conjunto desses componentes com os seres vivos é que forma a biosfera.

A biosfera compreende desde o topo das mais altas montanhas até as profundezas dos oceanos,

ela é delimitada de acordo com a presença de seres vivos.

O limite superior da Biosfera está em torno de 7000m e seu limite inferior em 11.000m,

totalizando uma faixa de, aproximadamente, 18 Km.

A maioria dos seres vivos terrestres se encontra até 5000m acima do nível do mar e nos oceanos,

algumas bactérias, já foram encontradas a mais de 9000m de profundidade, sendo que também a

maioria se encontra até 150m de profundidade.

Com a atuante presença do homem no ambiente e muitas vezes de maneira transformadora, a

fragilidade da Biosfera se evidencia, entretanto, essa faixa também se mostra auto-reguladora,

dinâmica, capaz de resistir, ao menos dentro de certos limites, às modificações do meio

ambiente.

Como esses limites vêm sendo extrapolados ao longo das últimas décadas e as conseqüências

têm sido desastrosas para os diferentes ecossistemas de nosso planeta, a UNESCO em 1970,

lançou o ―Programa Homem e Biosfera‖, que consiste em designar áreas em diferentes regiões

do planeta para serem preservadas, estudadas e se tornarem ecologicamente sustentáveis. Essas

áreas são denominadas ―Reservas da Biosfera‖.

A biosfera pode ser definida como a camada superficial da Terra capaz de suportar vida. É o

conjunto de todos os ecossistemas da Terra, isto é, constitui um sistema global que inclui todas

as formas de vida, as relações estabelecidas entre elas e as interacções com os outros subsistemas

da terra, como a litosfera (ou geosfera), a hidrosfera e a atmosfera.

Numa perspectiva ecológica a biosfera é o ―ecossistema global‖ englobando toda a

biodiversidade na Terra e todas as funções biológicas relacionadas, como a fotossíntese, a

respiração e a decomposição. A biosfera é dinâmica estando sujeita a ciclos sazonais que afectam

directamente a produtividade primária e consequentemente os processos biológicos que

dependem da energia capturada pela fotossíntese.

21

Desde o aparecimento dos primeiros organismos unicelulares há cerca de 3,5 mil milhões de

anos que a biosfera tem evoluído. Inicialmente composta por dióxido de carbono a atmosfera foi-

se transformando numa atmosfera rica em oxigénio com os primeiros organismos produtores de

oxigénio a partir de dióxido de carbono e da deposição de sedimentos carbonatados. O oxigénio

disponível para respirar (O2) e o ozono (O3) presente na estratosfera que nos protege da radiação

UV, permite a vida tal como a conhecemos enquanto continuamente vai transformando os

sistemas terrestres.

SIGNIFICADO DE ECOSSISTEMA

O que é Ecossistema:

Ecossistema significa o sistema onde se vive, o conjunto de características físicas, químicas e

biológicas que influenciam a existência de uma espécie animal ou vegetal.

É uma unidade natural constituída de parte não viva (água, gases atmosféricos, sais minerais e

radiação solar) e de parcela viva (plantas e animais, incluindo os microrganismos) que interagem

ou se relacionam entre si, formando um sistema estável. Os ecossistemas são divididos em

ecossistemas terrestres e ecossistemas aquáticos.

É considerado como o conjunto de todos os organismos (biocenose) que habitam em um

determinado espaço vital (ecótopo), com a totalidade de fatores inanimados desse espaço. Vários

ecossistemas parecidos formam um bioma.

Fatores bióticos são os efeitos das diversas populações de animais, plantas e bactérias umas com

as outras e abióticos são os fatores externos como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento. Em um

determinado local, seja uma vegetação de cerrado, mata ciliar, caatinga, mata atlântica ou

floresta amazônica, por exemplo, a todas as relações dos organismos entre si, e com seu meio

ambiente é chamado de ecossistema.

Existem também os agroecossistemas que atuam em uma população agrícola. A alteração de um

único elemento pode causar modificações em todo o sistema, podendo ocorrer a perda do

equilíbrio existente, o conjunto de todos os ecossistemas do mundo formam a biosfera.

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QUE É BIODIVERSIDADE?

"Bio" significa "vida" e diversidade significa "variedade". Então, biodiversidade ou diversidade

biológica compreende a totalidade de variedade de formas de vida que podemos encontrar na

Terra (plantas, aves, mamíferos, insetos, microorganismos...).

A biodiversidade possui três níveis:

1) Diversidade genética - os indivíduos de uma mesma espécie não são geneticamente

idênticos entre si. Cada indivíduo possui uma combinação única de genes que fazem com

que alguns sejam mais altos e outros mais baixos, alguns possuam os olhos azuis

enquanto outros os tenham castanhos, tenham o nariz chato ou pontiagudo. As diferenças

genéticas fazem com que a Terra possua uma grande variedade de vida.

2) Diversidade orgânica - os cientistas agrupam os indivíduos que possuem uma história

evolutiva comum em espécies. Possuir a mesma história evolutiva faz com que cada

espécie possua características únicas que não são compartilhadas com outros seres vivos.

Os cientistas já identificaram cerca de 1,75 milhões de espécies. Contudo, eleds esdtão

somente no começo. Algumas estimativas apontam que podem existir entre 10 a 30

milhões de espécies na terra.

3) Diversidade ecológica - As populações da mesma espécie e de espécies diferentes

interagem entre si formando comunidades; essas comunidades interagem com o ambiente

formando ecossistemas, que interagem entre si formando paisagens, que formam os

biomas. Desertos, florestas, oceanos, são tipos de biomas. Cada um deles possui vários

tipos de ecossistemas, os quais possuem espécies únicas. Quando um ecossistema é

ameaçado todas as suas espécies também são ameaçadas

Por que a biodiversidade é importante?

Qual é o valor de um metro cúbico de água liberado pela Floresta Amazônica, por

evaporação, que retorna em forma de chuva, mantendo o clima úmido da região? Qual é

o valor dos nutrientes acumulados nos troncos e nas cascas de árvores centenárias? Quais

seriam os prejuízos provocados pelos incêndios na Amazônia se estes não se apagassem

nas margens das florestas? Quanto vale um quilo de carbono que deixa de ser liberado

para a atmosfera por estar estocado em suas florestas? Estas perguntas estão relacionadas

ao valor do que pode ser chamado "serviço ecológico" fornecido pela floresta

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Amazônica. A importância desses serviços fica clara quando se projeta um cenário de

"Amazônia desmatada". Se a maior parte da vasta extensão de floresta existente hoje

fosse removida, além do desaparecimento de número enorme de espécies, a atmosfera da

Terra passaria a ter muito mais gás carbônico, agravando o efeito estufa e o conseqüente

aquecimento global. Portanto, a biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da

natureza por ser responsável pelo equilíbrio e pela estabilidade dos ecossistemas. Além

disso, a biodiversidade é fonte de imenso potencial econômico por ser a base das

atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras, florestais e também a base da indústria da

biotecnologia, ou seja, da fabricação de remédios, cosméticos, enzimas industriais,

hormônios, sementes agrícolas. Portanto, a biodiversidade possui, além do seu valor

intrínseco, valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural,

recreativo... Com tamanha importância, é preciso conhecer e evitar a perda da

biodiversidade!

Fatores que ameaçam a conservação da biodiversidade

A perda da biodiversidade envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos.

A situação é particularmente grave na região tropical. Populações humanas crescentes e

pressões econômicas estão levando a uma ampla conversão das florestas tropicais em um

mosaico de hábitats alterados por ação humana. Como resultado da pressão de ocupação

humana, a Mata Atlântica ficou reduzida a menos de 10% da vegetação original. Os

principais processos responsáveis pela perda da biodiversidade são:

Exploração excessiva de espécies de plantas e de animais;

Uso de híbridos e monoculturas na agroindústria e nos programas de reflorestamento;

Contaminação do solo, água e atmosfera por poluentes;

Mudanças climáticas.

OZONOSFERA

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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A ozonosfera, camada de ozônio (português brasileiro)

ou camada de ozono (português europeu)

, é a região

da Terra, localizada na estratosfera(uma das camadas da Terra)onde se concentra altas

quantidades de ozônio(gás feito pelo oxigênio).[1]

Localizado entre 15 e 35 quilômetros de

altitude e com cerca de 10 km de espessura, contém aproximadamente 90% do ozônio

atmosférico.[2]

[3]

Os gases na camada de ozono são tão rarefeitos que, se comprimidos à pressão atmosférica no

nível do mar, a sua espessura não seria maior que alguns milímetros. Este gás é produzido nas

baixas latitudes, migrando diretamente para as altas latitudes.

As radiações electromagnéticas emitidas pelo Sol trazem energia para a Terra, entre as quais a

radiação infravermelha, a luz visível e um misto de radiações e partículas, muitas destas nocivas.

Grande parte da energia solar é absorvida e reemitida pela atmosfera. Se chegasse em sua

totalidade à superfície do planeta, esta energia o esterilizaria. A camada de ozono é uma das

principais barreiras que protegem os seres vivos dos raios ultravioleta. O ozono deixa passar

apenas uma pequena parte dos raios U.V., esta benéfica. Quando o oxigênio molecular da alta-

atmosfera sofre interações devido à energia ultravioleta do Sol, acaba dividindo-se em oxigênio

atômico; o átomo de oxigênio e a molécula do mesmo elemento unem-se devido à reionização, e

acabam formando a molécula de ozono cuja composição é O3(três moléculas de ozono).

A região, quando saturada de ozono, funciona como um filtro onde as moléculas absorvem a

radiação ultravioleta do Sol e, devido a reações fotoquímicas, atenuando o seu efeito. É nesta

região que estão as nuvens-de-madrepérola, que são formadas pela capa de ozono.

Efeito Estufa é um fenômeno natural que ajuda a manter a Terra aquecida. Entretanto, com a

intervenção do homem sobre a natureza, esse fenômeno está aumentando e deixando o nosso

planeta cada vez mais quente.

Imagine um carro que esteja com as janelas fechadas e debaixo do sol. Depois de certo tempo, o

interior desse carro vai ficar muito quente, não é mesmo? Isso acontece porque os vidros do

carro deixam o calor do sol entrar, mas não deixa este sair. No efeito estufa acontece a mesma

coisa.

25

Esse nome – ―efeito estufa‖ – originou-se da ideia de uma estufa usada para cultivar plantas.

Nessas estufas, compostas por paredes e tetos de vidro, o calor entra e não sai, ajudando o

aproveitamento desse calor pelas plantas, que passam a se desenvolver melhor.

Como funciona o efeito estufa?

Quando os raios solares atingem a Terra, parte deles é ―rebatida‖ pela camada de ozônio, já a

outra parte penetra, encontra a superfície terrestre e volta para a atmosfera. Dentre esses raios

solares que voltam, parte deles é novamente refletida para dentro da Terra e parte vai embora

para o espaço.

Naturalmente, esse processo é importante para a manutenção do calor na Terra. Sem o efeito

estufa, o nosso planeta seria muito frio e a vida humana provavelmente não existiria.

Mas por que o efeito estufa é considerado um problema ambiental?

Esse fenômeno é considerado um problema ambiental porque com a destruição da camada de

ozônio por gases poluidores, o efeito estufa está ficando muito mais forte e aumentando cada vez

mais as temperaturas na Terra. Se a camada de ozônio continuar diminuindo e o efeito estufa

continuar aumentando, no futuro a Terra ficará muito quente.

O principal poluente que causa o efeito estufa é o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2).

Porém, existem outros gases que também possuem uma grande influência, como o óxido nitroso

(N2O), o metano (CH4), o clorofluorcarboneto (CFC), os Hidrofluorcarbonetos (HFCs) e o

Hexafluoreto de enxofre (SF6).

Os gases do efeito estufa surgem, principalmente, das atividades humanas, como a produção

industrial, a queima de árvores, fumaças de automóveis e outros equipamentos que utilizam a

queima de combustíveis fósseis.

Segundo o IBGE, além de contribuir para o aquecimento da Terra, o efeito estufa pode contribuir

para a ocorrência de outros problemas:

a) alterações dos ecossistemas e extinções de espécies;

b) aumento da escassez de água, graças à diminuição das chuvas;

26

c) aumento da fome, porque a agricultura seria prejudicada pelo clima e pela falta d’água;

d) elevação do nível do mar e inundações de cidades litorâneas por causa do derretimento das

geleiras;

e) proliferação de doenças, graças ao aumento do calor;

f) desequilíbrios climáticos.Para combater o efeito estufa, nossas indústrias precisam se

modernizar e implantar técnicas de redução da emissão dos gases do efeito estufa. Além disso,

precisamos adotar medidas mais conscientes, diminuindo a poluição das cidades, reduzir a

produção de lixo, conter o desmatamento e aumentar o número de árvores e, sempre que

possível, economizar energia.

O QUE É HABITAT:

Habitat significa o espaço onde seres vivos vivem, e se desenvolvem. É um ambiente natural

onde nasce e cresce qualquer ser organizado.

Habitat é um termo utilizado na ecologia, que compreende o espaço e o ecossistema onde os

animais se desenvolvem, dentro de uma comunidade. No caso de espécies vegetais e animais,

quando se descreve o habitat, é importante mencionar outros animais ou plantas que pertencem a

essa comunidade.

Habitat não se limita somente a uma espécie de animal, podem ser várias espécies convivendo

em um mesmo habitat, e isso inclui os fatores onde os animais, como aves, peixes, mamíferos

etc., vivem, se reproduzem e morrem, como terra, água, mar etc.

Existem também os habitats artificiais, que são construídos pelo homem, utilizados em

zoológicos, ou em lugares para promover o desenvolvimento de uma espécie que esteja em

extinção, por exemplo, e então é necessário que a espécie se sinta em seu próprio habitat.

O habitat é o local que oferece as condições climáticas, físicas e alimentares ideais para o

desenvolvimento de uma determinada espécie. As atividades e o modo como cada espécie vive,

se desenvolve e se reproduz é chamado de nicho ecológico.

LEI CONSTITUCIONAL MOÇAMBICANA

As fontes do Direito do Ambiente:

A Constituição da República de Moçambique no que respeita ao ambiente dispõe no artido 90º o

seguinte: ―Direito ao Abiente – 1. Todo o cidadão tem o direito de viver num ambiente

27

equilibrado e o dever de o defender. 2. O Estado e as autarquias locais com a colaboração das

associações na defesa do ambiente, adoptam políticas de defesas do ambiente e velam pela

utilização racional de todos os recursos nacionais‖.

E no artigo 117º dispõe: ―Ambiente e qualidade de vida – 1. O Estado promove iniciativas para

garantir o equilibrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente visando a melhoria da

qualidade de vida dos cidadãos. 2. Com o fim de garantir o direito ao ambiente no quadro de um

desenvolvimento sustentável, o Estado adopta políticas visando: a)prevenir e controlar a pluição

e a erosão; b)integrar os objectivos ambientais nas políticas sectoriais; c)promover a integração

dos valores do ambiente nas políticas e programas educacionais; d)garantir o aproveitamento

racional dos recursos naturais com salvaguarda da sua capacidade de reovação, da estabilidade

ecológica e dos direitos das gerações vindouras; e)promover o ordenamento do território com

vista a uma correcta localização das actividades e a um desenvolvimento sócio-económico

equilibrado‖.

A Lei do Ambiente

Lei nº 20/97, de 1 de Outubro

A Lei do Ambiente foi publicada no Boletim da República nº 40 , I Série, de 1 de Outubro de

1997.

É esta Lei e o Decreto nº 45/2004, bem assim como os Diplomas Ministeriais nº 129/2006 e

130/2006, que podemos desde já considerar como legislação basilar do Direito do Ambiente.

Outra mais legislação relativa ao Direito do Ambiente, vamos relacioná-la para o estudante a

procurar e consultar no âmbito deste estudo.

Inserimos a seguir a Lei do Ambiente. Esta legislação que deve ser alvo integral do nosso estudo.

Ela começa no artigo 1 com definições dos termos referentes ao direito que estudamos e

prossegue com as disposições importantes até ao artigo 34, que determina o início da sua

vigência.

Lei 20/97,

de 1 de Outubro

A Constituição do nosso país confere a todos os cidadãos o direito de viver num ambiente equilibrado,

assim como o dever de o defender. A materialização passa, necessariamente, por uma gestão correcta do

ambiente, e dos seus componentes e pela criação de condições propícias à saúde, ao bem-estar das

28

pessoas, ao desenvolvimento sócio económico e cultural das comunidades e à preservação dos recursos

naturais que as sustentam.

Nestes termos e ao abrigo do disposto rio nº l do artigo 135 da Constituição a Assembleia da Republica

determina:

CAPITULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO1

(Definições)

Para efeitos da presente Lei:

1. Actividade é qualquer acção de iniciativa publica ou privada relacionada com a utilização ou a

exploração de componentes ambientais a aplicação de tecnologias ou processos produtivos, planos,

programas, actos legislativos ou regulamentações que afecta ou pode afectar o ambiente;

2. Ambiente é o meio em que o Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio

meio e inclui

a) o ar a luz a terra e a água

b) os ecossistemas, a biodiversidade e as relações ecológicas

c) toda a matéria orgânica e inorgânica

d) todas as condições sócio-culturais e económicas que afectam a vida das comunidades

3. Associações de Defesa do Ambiente são pessoas colectivas que tem como objecto a protecção a

conservação e a valorização dos componentes ambientais Estas associações podem ter âmbito

internacional nacional regional ou local;

4. Auditoria Ambiental é um instrumento de gestão e de avaliação sistemática documentada e

objectiva do funcionamento e organização de sistema de gestão e dos processos de controlo e

protecção do ambiente;

5. Avaliação do Impacto Ambiental é um instrumento de gestão ambiental preventiva e consiste

na identificação e análise previa qualitativa e quantitativa dos efeitos ambientais benéficos e

perniciosos de uma actividade proposta;

6. Biodiversidade é a variedade e variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens,

incluindo entre outros os ecossistemas terrestres marinhos e outros ecossistemas aquáticos assim

como os complexos ecológicos dos quais fazem parte compreende a diversidade dentro de cada

espécie entre as espécies e de ecossistemas;

7. Componentes Ambientais, são os diversos elementos que integram o ambiente e cuja interacção

permite o seu equilíbrio, incluindo o ar, a água, o solo, o subsolo, a flora, a fauna e todas as

29

condições socio-económicas e de saúde que afectam as comunidades, são também designados

correntemente por recursos naturais;

8. Degradação do Ambiente é a alteração adversa das características dó ambiente e inclui, entre

outras, a poluição, a desertificação, a erosão e o defloresta-mento;

9. Deflorestamento é a destruição ou abate indiscriminado de plantas e florestas sem a reposição

devida;

10. Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento baseado numa gestão ambiental que

satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente e a

possibilidade de as gerações futuras satisfazerem também as suas necessidades;

11. Desertificação é um processo de degradação do solo, natural ou provocado pela remoção da

cobertura vegetal ou utilização predatória que, devido a condições climáticas, acaba por transformá-

lo num deserto;

12. Ecossistema é um complexo dinâmico de comunidades vegetais animais e de microorganismos e o

seu ambiente hão vivo, que interagem como uma unidade funcional;

13. Erosão é o desprendimento da superfície do solo pela acção natural dos ventos ou das águas, que

muitas vezes é intensificado por práticas humanas de retirada de vegetação;

14. Estudo de Impacto Ambiental é a componente do processo de avaliação do impacto ambiental que

analisa técnica cientificamente as consequências da implantação de actividades de

desenvolvimento sobre o ambiente;

15. Gestão Ambiental é o maneio e a utilização racionai e sustentável dos componentes ambientais,

incluindo o seu reuso, reciclagem, protecção e conservação;

16. Impacto Ambiental é qualquer mudança do ambiente, para melhor ou para pior, especialmente

com efeitos no ar na terra, na água e na saúde das pessoas, resultante de actividades humanas;

17. Legislação Ambiental abrange todo e qualquer diploma legal que rege a gestão do ambiente;

18. Legislação Sectorial São os diplomas legais que regem um componente ambiental específico;

19. Padrões de Qualidade Ambiental são os níveis admissíveis de concentração de poluentes

previstos por lei para os componentes ambientais com vista a adequá-los a determinado fim;

20. Peritagem Ambiental é a investigação realizada por um grupo integrando especialistas de idoneidade

e reputação reconhecidas, com vista a avaliar a gravidade e custos dos danos causados ao

ambiente;

21. Poluição é a deposição, no ambiente de substâncias ou resíduos, independentemente da sua forma,

bem como a emissão de luz, som e outras formas de energia, de tal modo e em quantidade tal que o

afecta negativamente;

30

22. Qualidade do Ambiente é o equilíbrio e a sanidade do ambiente, incluindo a adequação dos seus

componentes às necessidades do homem e de outros seres vivos;

23. Lixos ou Resíduos Perigosos são substâncias ou objectos que se eliminam, que se tem a, intenção

de eliminar ou que se é obrigado por lei a eliminar e que contêm características de risco por

serem inflamáveis explosivos, corrosivos, tóxicos, infecciosos ou radioactivos, ou por

apresentarem qualquer outra característica que constitua perigo para a vida ou saúde do homem e de

outros seres vivos e para a qualidade do ambiente;

24. Zonas Húmidas são áreas de pântano, brejo, turfeira ou água, natural ou artificial, permanente ou

temporária parada ou corrente, doce/salobra ou salgada, incluindo as águas do mar cuja

profundidade na maré baixa não excede seis metros, que sustentam a vida vegetal ou animal que

requeira condições de saturação aquática do solo.

ARTIGO 2

(Objecto)

A presente Lei tem como abjecto a definição das bases legais para uma utilização e gestão correctas

do ambiente e seus componentes, com vista à materialização de um sistema de desenvolvimento

sustentável no país.

Artigo 3

(Âmbito)

A presente Lei aphca-se a todas as actividades publicas ou privadas que directa ou indirectamente

possam influir nos componentes ambientais.

Artigo 4

(Princípios Fundamentais)

A gestão ambiental baseia-se em princípios fundamentais decorrentes do direito de todos os

cidadãos a um ambiente ecologicamente equilibrado, propício à sua saúde e ao seu bem -estar físico e

mental nomeadamente:

a) da utilização e gestão racionais dos componentes ambientais, com vista à promoção da

melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e à manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas;

b) do reconhecimento e valorização das tradições e do saber das comunidades locais que contribuam

para a conservação e preservação dos recursos naturais e do ambiente;

c) da precaução, com base na qual a gestão do ambiente deve priorizar o estabelecimento de sistemas

de prevenção de actos lesivos ao ambiente de modo a evitar a ocorrência de impactos ambientais

negativos significativos ou irreversíveis, independentemente da existência de certeza científica sobre

a ocorrência de tais impactos.

31

d) da visão global e integrada do ambiente, como um conjunto de ecossistemas interdependentes,

naturais e construídos, que devem ser geridos de maneira a manter o seu equilíbrio funcional sem

exceder os seus limites intrínsecos;

e) da ampla participação dos cidadãos, como aspecto crucial da execução do Programa Nacional de

Gestão Ambiental;

f) da igualdade, que garante oportunidades iguais de acesso e uso de recursos naturais a homens e

mulheres;

g) da responsabilização, com base na qual quem polui ou de qualquer outra forma degrada o ambiente,

tem sempre a obrigação de reparar ou compensar os danos daí decorrentes;

h) da cooperação internacional, para a obtenção de soluções harmoniosas dos problemas ambientais,

reconhecidas que são as suas dimensões transfronteiriças e globais.

CAPÍTULO II

ÓRGÃOS DE GESTÃO AMBIENTAL

ARTIGO 5

(Programa Nacional de Gestão Ambiental)

Cabe ao Governo elaborar e executar o Programa Nacional de Gestão Ambiental.

ARTIGO 6

(Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável)

1. Com vista a garantir-se uma efectiva e correcta coordenação e integração dos princípios e das

actividades de gestão ambiental no processo de desenvolvimento do país, é criado o Conselho Nacional

de Desenvolvimento Sustentável.

2.0 Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável é um órgão consultivo do Conselho de

Ministros e serve também como fórum de auscultação da opinião pública sobre questões ambientais.

3. Compete ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável:

a) pronunciar-se sobre as políticas sectoriais relacionadas com a gestão de recursos naturais;

b) emitir parecer sobre propostas de legislação complementar à presente Lei, incluindo as propostas

criadoras ou de

revisão de legislação sectorial relacionada com a gestão de recursos naturais do país;

c) pronunciar-se sobre as propostas de ratificação de convenções internacionais relativas ao

ambiente;

32

d) elaborar propostas de criação de incentivos financeiros ou de outra natureza para estimular os agentes

económicos para a adopção de procedimentos ambientalmente sãos na utilização quotidiana dos

recursos do país;

e) propor mecanismos de simplificação e agilização do processo de licenciamento de actividades

relacionadas com o uso de recursos naturais;

f) formular recomendações aos ministros das diversas áreas de gestão de recursos naturais sobre aspectos

relevantes das respectivas áreas;

g) servir como foro de resolução de diferendos institucionais relacionados com a utilização e gestão de

recursos naturais;

h) exercer as demais funções que lhe forem cometidas pela presente Lei e pela demais legislação

ambiental.

4. A composição e o funcionamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável são

regulados por decreto do Conselho de Ministros.

ARTIGO 7

(Órgãos Locais)

A nível local são criados serviços responsáveis pela implementação da presente Lei, os quais garantem a

coordenação da acção ambiental a esse nível e a descentralização na sua execução, de modo a permitir um

aproveitamento adequado das iniciativas e conhecimentos locais.

ARTIGO 8

(Participação Pública na Gestão do Ambiente)

É obrigação do Governo criar mecanismos adequados para envolver os diversos sectores da sociedade

civil, comunidades locais, em particular as associações de defesa do ambiente, na elaboração de políticas e

legislação relativa à gestão dos recursos naturais do país, assim como no desenvolvimento das actividades de

implementação do Programa Nacional de Gestão Ambiental.

CAPITULO III

POLUIÇÃO DO AMBIENTE

ARTIGO 9

(Proibição de Poluir)

1. Não é permitida, no território nacional, a produção, o depósito no solo e no subsolo, o lançamento

para a água ou para a atmosfera, de quaisquer substâncias tóxicas e poluidoras, assim como a prática de

actividades que acelerem a erosão, a desertificação, o deflorestamento ou qualquer outra forma de

degradação do ambiente, fora dos limites legalmente estabelecidos.

33

2. É expressamente proibida a importação para o território nacional de resíduos ou lixos perigosos,

salvo o que vier estabelecido em legislação específica.

ARTIGO 10

(Padrões de Qualidade Ambiental)

1. O Governo deve estabelecer padrões de qualidade ambiental, de modo a assegurar uma utilização

sustentável dos recurso do país.

2. Na definição dos padrões de qualidade ambiental, são, igualmente, estabelecidas normas e prazos para

a adequação dos processos agrícolas e industriais, às máquinas e aos meios de transporte e criados

dispositivos ou processos adequados para reter ou neutralizar substâncias poluidoras.

CAPÍTULO IV

MEDIDAS ESPECIAIS DE PROTECÇÃO DO AMBIENTE

ARTIGO 11

(Protecção do Património Ambiental)

O Governo deve assegurar que o património ambiental, especialmente o histórico e cultural, seja

objecto de medidas permanentes de defesa e valorização, com o envolvimento adequado das

comunidades, em particular as associações de defesa do ambiente.

ARTIGO 12

(Protecção da Biodiversidade)

1. São proibidas todas as actividades que atentem contra a conservação, reprodução, qualidade e

quantidade dos recursos biológicos, especialmente os ameaçados de extinção.

2. O Governo deve assegurar que sejam tomadas medidas adequadas com vista à:

a) manutenção e regeneração de espécies animais, recuperação de habitats danificados e criação de

novos habitats, controlando-se especialmente as actividades ou o uso de substâncias susceptíveis de

prejudicar as espécies faunísticas e os seus habitats;

b) protecção especial das espécies vegetais ameaçadas de extinção ou dos exemplares botânicos,

isolados ou em grupo que, pelo seu potencial genético, porte, idade, raridade, valor científico e

cultural, o exijam.

ARTIGO 13

(Áreas de Protecção Ambiental)

1. A fim de assegurar a protecção e preservação dos componentes ambientais, bem como a manutenção e

melhoria de ecossistemas de reconhecido valor ecológico e socio-económico, o governo estabelece áreas de

protecção ambiental devidamente sinalizadas.

2. As áreas protegidas podem ter âmbito nacional, regional, local ou ainda internacional, consoante os

34

interesses que procuram salvaguardar e podem abranger áreas terrestres, águas lacustres, fluviais ou

marítimas e outras zonas naturais distintas.

3. As áreas de protecção ambiental são submetidas a medidas de classificação, conservação e fiscalização,

as quais devem ter sempre em consideração a necessidade de preservação da biodiversidade, assim

como dós valores de ordem social, económica, cultural, científica e paisagística.

4. As medidas referidas no número anterior devem incluir a indicação das actividades permitidas ou

proibidas no interior das áreas protegidas e nos seus arredores, assim como a indicação do papel das

comunidades locais na gestão destas áreas.

ARTIGO 14

(Implantação de Infra-Estruturas)

1. É proibida a implantação de infraestruturas habitacionais ou para outro fim que, pela sua dimensão,

natureza ou localização, provoquem um impacto negativo significativo sobre o ambiente, o mesmo

se aplicando à deposição de lixos ou materiais usados.

2. A proibição inserida no número anterior aplica-se especialmente à zona costeira, às zonas

ameaçadas de erosão ou desertificação, às zonas húmidas, às áreas de protecção ambiental e a outras

zonas ecologicamente sensíveis.

3. São estabelecidas por regulamento as normas para a implantação de infra-estruturas nas áreas

referidas no número anterior. É igualmente regulamentada a implantação de infra- estruturas nas

áreas que circundam as, rodovias, as ferrovias, as barragens, os portos e aeroportos, entre outros, de

modo a que se não prejudique o seu funcionamento, a sua possibilidade de expansão, assim como

a harmonia da paisagem.

CAPITULO V

PREVENÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS

ARTIGO 15

(Licenciamento Ambiental)

1. O licenciamento e o registo das actividades que, pela sua natureza, localização ou dimensão, sejam

susceptíveis de provocar impactos significativos sobre o ambiente, são feitos de acordo com o regime a

estabelecer pelo governo, por regulamento específico.

2. A emissão da licença ambiental é baseada numa avaliação do impacto ambiental da proposta de

actividade e precede-a emissão de quaisquer outras licenças legalmente exigidas para cada caso.

ARTIGO 16

(Avaliação do Impacto Ambiental)

35

1. A avaliação do impacto ambiental tem como base um estudo de impacto ambiental a ser realizado por

entidades credenciadas pelo Governo.

2. Os moldes da avaliação do impacto ambiental para cada caso, assim como as demais formalidades,

são indicados em legislação específica.

ARTIGO 17

(Conteúdo Mínimo do Estudo do Impacto Ambiental)

O estudo do impacto ambiental compreende, no mínimo, a informação seguinte;

a) resumo não técnico do projecto;

b) descrição da actividade a desenvolver;

c) situação ambiental do local de implantação da actividade;

d) modificações que a actividade provoca nos diferentes

componentes ambientais existentes no local;

e) medidas previstas para suprimir ou reduzir os efeitos

negativos da actividade sobre a qualidade do ambiente;

f) sistemas previstos pata o controlo e monitorização da actividade.

ARTIGO 18

(Auditorias Ambientais)

1. Todas as actividades que à data da entrada em vigor desta Lei se encontrem em funcionamento sem a

aplicação de tecnologias ou processos apropriados e, por consequência disso, resultem ou possam resultar

em danos para o ambiente, são objecto de auditorias ambientais.

2. Os custos decorrentes da reparação dos danos ambientais eventualmente constatados pela auditoria são

da responsabilidade dos empreendedores.

CAPITULO VI

DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS

ARTIGO 19

(Direito à Informação)

Todas as pessoas têm o direito de acesso à informação relacionada com a gestão do ambiente do país,

sem prejuízo dos direitos de terceiros legalmente protegidos.

ARTIGO 20

(Direito à Educação)

36

Com vista a assegurar uma correcta gestão do ambiente e a necessária participação das comunidades, o

Governo deve criar, em colaboração com os órgãos de comunicação social, mecanismos e programas para a

educação ambiental formal e informal.

ARTIGO 21

(Direito de acesso à justiça)

1. Qualquer cidadão que considere terem sido violados os direitos que lhe são conferidos por esta Lei, ou

que considere que existe ameaça de violação dos mesmos, pode recorrer às instâncias jurisdicionais para

obter a reposição dos seus direitos ou a prevenção da sua violação.

2. Qualquer pessoa que, em consequência da violação das disposições da legislação ambiental, sofra

ofensas pessoais ou danos patrimoniais, incluindo a perda de colheitas ou de lucros, pode processar

judicialmente o autor dos danos ou da ofensa e exigir a respectiva reparação ou indemnização;

3. As acções legais referidas nos n°s 1 e 2 deste artigo seguem os termos processuais adequados.

4. Compete ao Ministério Público a defesa dos valores ambientais protegidos por esta Lei, sem prejuízo

da legitimidade dos lesados para propor as acções nela referidas.

ARTIGO 22

(Embargos)

Aqueles que se julguem ofendidos nos seus direitos a um ambiente ecologicamente equilibrado podem

requerer a suspensão imediata da actividade causadora da ofensa seguindo-se, para tal efeito, o processo do

embargo administrativo ou outros meios processuais adequados.

ARTIGO 23

(Obrigação de Participação de Infracções)

Qualquer pessoa que verifique infracções às disposições desta Lei ou de qualquer outra legislação

ambiental, ou que razoavelmente presuma que tais infracções estejam na iminência de ocorrer, tem a

obrigação de informar as autoridades policiais ou outros agentes administrativos mais próximos sobre o

facto.

ARTIGO 24

(Obrigação de Utilização Responsável dos Recursos)

Todas as pessoas têm a obrigação de utilizar os recursos naturais de forma responsável e sustentável,

onde quer que se encontrem e independentemente do fim, assim como o dever de encorajar as outras

pessoas a proceder do mesmo

modo.

37

CAPITULO VII

RESPONSABILIDADES, INFRACÇÕES E SANÇÕES

ARTIGO 25

(Seguro de Responsabilidade Civil)

Todas as pessoas que exerçam actividades que envolvam elevado risco de degradação do ambiente e

assim classificadas pela legislação sobre a avaliação do impacto ambiental, devem segurar a sua

responsabilidade civil.

ARTIGO 26

(Responsabilidade Objectiva)

1. Constituem-se na obrigação de pagar uma indemnização aos lesados todos aqueles que,

independentemente de culpa e da observância dos preceitos legais, causem danos significativos ao ambiente

ou provoquem a paralisação temporária ou definitiva de actividades económicas, como resultado da prática de

actividades especialmente perigosas.

2. Compete ao Governo supervisar a avaliação da gravidade dos danos e a fixação do seu valor, que são

efectuadas por via de uma peritagem ambiental.

3. Sempre que as circunstâncias o exijam, o Estado toma as medidas necessárias para prevenir, conter

ou eliminar qualquer dano grave ao ambiente, gozando, contudo, do direito de regresso pelos custos

suportados.

ARTIGO 27

(Crimes e Contravenções Ambientais)

As infracções de carácter criminal, bem como as contravenções relativas ao ambiente, são objecto de

previsão em legislação específica.

CAPITULO VIII

FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

ARTIGO 28

(Agentes de Fiscalização Ambiental)

Compete ao Governo criar, em termos a regulamentar, um corpo de agentes de fiscalização ambiental

competentes para velar pela implementação da legislação ambiental e para a tomada das providências

necessárias para prevenir a violação das suas disposições.

ARTIGO 29

(Dever de colaboração)

38

Todas as pessoas encarregues de uma actividade ou lugar sujeito à fiscalização devem colaborar com os

agentes de fiscalização na realização das suas actividades.

ARTIGO 30

(Participação das Comunidades)

Com vista a garantir a necessária participação das comunidades locais e a utilizar adequadamente os seus

conhecimentos e recursos humanos, o Governo, em coordenação com as autoridades locais, promove a

criação de agentes de fiscalização comunitários.

CAPITULO IX

DISPOSIÇÕES FINAIS

ARTIGO 31

(Incentivos)

Compete ao Governo criar incentivos económicos ou de outra natureza com vista a encorajar a utilização

de tecnologias e processos produtivos ambientalmente sãos.

ARTIGO 32

(Legislação Sectorial)

1 A legislação existente que rege a gestão dos componentes ambientais deve ser ajustada as disposições

da presente Lei.

2. A regulamentação da presente Lei compete ao Governo fixar os prazos para que os projectos já autorizados e

os empreendimentos em curso que contrariem os seus dispositivos sejam a esta ajustados.

ARTIGO 33

(Legislação Complementar)

Cabe ao Governo adoptar as medidas regulamentares necessárias à efectivação da presente Lei.

ARTIGO 34

(Vigência)

A presente Lei entra em vigor sessenta dias após a sua publicação no Boletim da República.

Aprovada pela Assembleia da República, aos 31 de Julho de 1997.

O Presidente da Assembleia da República, em exercício, Abdul Carimo Mahomed Issá.

Promulgada, a 1 de Outubro de 1997.

Publique-se.

O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO

Publicada em 07 de Outubro de 1997, BR I Série Número 40

39

Decreto nº 45/2004,

De 29 de Setembro

( Aprova o Regulamento sobre o processo de Avaliação do impacto Ambiental)

A implementação do Decreto nº 76/98, de 29 de Dezembro, que regulamenta o processo de

avaliação do impacto ambiental tem demonstradoa necessidade de adaptação dos procedimentos

nele instituídos, por forma a torná-los consentâneos com a realidade actual e prosseguir-se o

objectivo de simplificação e desconcentração de competências aos orgãos locais, imprimindo-se

consequentemente uma maior celeridade ao processo de licemciamento ambiental.

Assim, nos termos do disposto no artigo 33, da Lei nº 20/97, de 1 de Outubro, e ao abrigo da

alínea e) do nº 1 do artigo 153 da Constitução da República, oo Conselho de Ministros decreta:

Artigo 1 – 1. É aprovado o Rfegulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto mbiental,

anexo ao presente Decreto e que dele é parte integrante.

2.Compete ao Ministro para a Coordenação da Acção Ambiental aprovar as normas que se

mostrem necessárias para assegurar a aplicação deste Regulamento.

Art. 2. É revogado o Decreto nº 76/98, de 29 de Dezembro.

Aprovado em conselho de Ministros, aos 24 de Agosto, de 2004.

Publique-se

A Primeira-Ministra, Luisa Dias Diogo

CAPÍTULO I

Disposições gerais

ARTIGO l

Definições

Para efeitos do presente Regulamento:

l. Actividade: é qualquer acção, de iniciativa pública ou privada, relacionada com a utilização ou

a exploração de componentes ambientais, a aplicação de tecnologias ou processos produtivos,

planos, programas, actos legislativos ou regulamentares, que afecta ou pode afectar o ambiente.

2. Área de Influência: é a área e o espaço geográfico directa ou indirectamente afectados pelos

impactos ambientais de uma actividade.

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3 . Auditoria Ambiental: é um instrumento de gestão e de avaliação sistemática, documentada e

objectiva do funcionamento e organização de sistema de gestão e dos processos de controlo e

protecção do ambiente.

4. Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental: é o Ministério para a Coordenação da Acção

Ambiental, através da Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental (DNAIA);

5. Avaliação do Impacto Ambiental (AIA): é um instrumento de gestão ambiental preventiva

que consiste na identificação e análise prévia, qualitativa e quantitativa, dos efeitos ambientais

benéficos e pemiciosos de uma actividade proposta.

6. Comissão Técnica de Avaliação: é o comité inter-sectorial de análise dos documentos

técnicos elaborados no âmbito da AIA.

7. Comunidade: agrupamento de familias e individuos, vivendo numa circunscrição territorial

de nivel de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da

protecção

de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousios, florestas, sítios de

importância cultural, pastagens, fontes de água e áreas de expansão.

8. Consulta pública: é o processo de auscultação do parecer dos diversos sectores da sociedade

civil, incluindo pessoas colectivas ou singulares, directa ou indirectamente interessadas e/ou

potencialmente afectadas pela actividade proposta.

9. Declaração de isenção: é o documento confirmativo da desobrigação de realização de um

EIA ou EAS de uma actividade proposta, emitido pelo Ministério para a Coordenação da Acção

Ambiental através dos órgãos competentes.

10. Declaração final: proposta de decisão produzida pela Comissão Técnica de Avaliação do

processo de AIA, em relação a determinada actividade proposta.

ll. DPCA: Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental.

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12. Desenvolvimento sustentável: é o desenvolvimento baseado numa gestão ambiental que

satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente e a

possibilidade de as gerações futuras satisfazerem também suas necessidades.

13. Directivas: são as orientações e parâmetros globais a que deverá submeter-se a realização da

avaliação de impacto ambiental nas diferentes areas de actividade económica e social e que serão

objecto de despachos rninisteriais do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental.

14. Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Ambito (EPDA): processo

obrigatório para as actividades classificadas como sendo de categoriaA que visa identificar,

avaliar os principais impactos, analisar as alternativas de mitigação, bem como, definir o.âmbito

do EIA, através da selecção das componentes ambientais que podem ser afectadas pela

actividade em análise e sobre as quais o EIA deve incidir.

15. Estudo de Impacto Ambiental (EIA): é a componente do processo de avaliação do impacto

ambiental que analisa técnica e cientificamente as consequências da implantação de actividades

de desenvolvimento sobre o ambiente.

16. Estudo Ambiental Simplificado (EAS): é a componente do processo de avaliação do

impacto ambiental que analisa técnica e cientificamente as consequências da implantação de

actividades

de desenvolvimento sobre o ambiente, para actividades classificadas como sendo de categoria B.

17. Ficha de Informação Ambiental Preliminar (FIAP): é a ficha técnica constituida por um

breve questionário com vista a obter informações preliminares relativas à actividade a

desenvolver eao ambiente do local de inserção geográfica da mesma para auxiliar o processo de

pré-avaliação.

18. Impacto Ambiental: é qualquer mudança do ambiente para melhor ou para pior,

especialmente com efeitos no ar, na terra, na água e na saúde das pessoas, resultante de

actividades humanas.

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19. Impactos Ambientais Cumulativos: são os efeitos derivados da soma ou interacção de

impactos, gerados por um ou mais de um empreendimento, ao longo de determinado período,

numa mesma área de influência de uma actividade.

20. Impactos Ambientais Indirectos: são os efeitos que não são o resultado directo da

actividade em implementação.

21. Inspecção Ambiental: constitui um instrumento de gestão ambiental cuja finalidade é

desenvolver acções de vigilância, de direcção e de fiscalização, relativas ao cumprimento de

normas de protecção do ambiente a nível nacional.

22. LicençaAmbiental: é o certificado confirmativo da viabilidade ambiental de uma actividade

proposta, emitido pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, através dos órgãos

competentes para O efeito.

23. Medidas de Mitigação: conjunto de medidas visando minimizar ou evitar o s efeitos

negativos e potenciar os efeitos positivos de uma actividade sobre o ambiente biofisico e sócio-`

económico.

24. Monitorização: é a medição regular e periódica das variáveis ambientais representativas da

evolução dos impactos ambientais da actividade após o i nicio da implantação do mesmo para

documentar as alterações que foram causadas, com o objectivo de verificar a ocorrência dos

impactos p revistos e a eficácia das respectivas medidas mitigadoras.

25. Plano de Gestão Ambiental (PGA): são as acções a desenvolver pelo proponente, visando

gerir os impactos negativos e potenciar os positivos resultantes da implementação, da actividade

por ele proposta, elaboradas no âmbito da AIA.

26. Partes Interessadas e Afectadas (PI&A's): pessoas individuais, pessoas colectivas públicas

ou privadas a quem a actividade proposta interesse ou afecte directa ou indirectamente.

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27. Participação Pública (PP): é o processo de informação e de auscultação das partes

interessadas e afectadas, directa ou indziíectamente pela actividade e que é realizado durante o

processo de IA.

28. Pré-avaliação: é o processo de análise ambiental preliminar que tem comoprincipal

objectivo a categorização da actividade e a determinação do tipo de avaliação ambiental a

efectuar.

29. Proponente: qualquer pessoa, entidade pública ou privada, nacional ou estrangeira, que se

proponha a realizar ou implementar uma actividade ou introduzir qualquer tipo de alterações

numa actividade em curso.

30. Questões Fatais: são os potenciais impactos negativos e irreversíveis que poderão resultar da

implementação de uma actividade.

31. Revisão: é o processo de análise técnica e cientifica do conteúdo dos documentos elaborados

no âmbito do processo de AIA, para verificar a sua qualidade'técnica, e informações neles

contidas, de acordo com as directivas emitidas para o efeito.

32. Situação Ambiental de Referência: é o estudo da qualidade das componentes ambientais e

de suas interacções conforme se apresentam na área de influência de uma actividade, antes da

sua implantação.

33. Termos de Referência (TdR): é o documento que contém os parâmetros e informações

específicas que deverão presidir à elaboração do E IA ou EAS de uma actividade. D eve ser

apresentado pelo proponente para a aprovação do Ministério para a Coordenação da Acção

Ambiental (MICOA), antes de iniciar o EIA e EAS.

34. Viabilidade Ambiental: a aptidão que uma actividade tem de ser implementada sem causar

impactos negativos,significativos sobre o ambiente do local de implementação ou que seus

impactos negativos sejam passíveis de mitigação.

ARTIGO 2

Âmbito de aplicação

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l.As disposições contidas neste diploma, aplicam-se a todas as actividades públicas ou privadas

que directa ou indirectamente possaminfluir nas componentes ambientais, nos termos do artigo 3

da Lei do Ambiente.

2. Serão regidos por regulamentação especifica, os estudos de impacto ambiental para as

actividades de prospecção, pesquisa e produção de petróleos, gás e indústria extractiva de

recursos minerais.

ARTIGO 3

Categorização

Para efeitos de definição do tipo de AIA a ser realizada, as actividades constantes dos anexos ao

presente Regulamento, são categorizados em A, B e C:

a) As actividades de categoria A contidas no Anexo I, estão sujeitas à realização de um EIA, a

ser efectuado nos termos do presente Regulamento;

b) As actividades inclusas no Anexo II, e as avaliadas como sendo de categoria B, estão sujeitas

a realização de um EAS, a ser efectuado nos termos do presente Regulamento;

c) As actividades de categoria C contidas no Anexo III, estão sujeitas à observância das normas

constantes de directivas especificas de boa gestão ambiental.

ARTIGO 4

Isenções

1. Ficam isentas da realização de estudo do impacto ambiental e estudo ambiental simplificado

as acções imediatas que visem. fazer face a situações de emergência derivadas de desastre ou

calamidades naturais. Entretanto, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental d everá

emitir o rientações pertinentes, e

posteriormente realizar auditorias nos termos da legislação em vigor.

2. Ficam igualmente isentas as actividades destinadas à defesa nacional, que constituam segredo

de Estado nos termos da lei. Contudo, a sua execução deve ter em consideração o respectivo

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impacto ambiental através de um processo de coordenação e consulta entre o Ministério de tutela

e o Ministério para a Coordenação da

Acção Ambiental. Competência em matéria de avaliação de impacto ambiental.

Artigo 5

Competência em Matéria de avaliação de impacto ambiental

l. Compete à Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental:

a) Gerir e coordenar o processo de AIA;

b) Emitir e divulgar directivas sobre o processo de AIA;

c) Realizar a pré-avaliação de cada actividade submetida à sua apreciação;

d) Designar e presidir à Comissão Técnica de Avaliação para cada actividade de categoria A,

sempre que semostre necessário;

e) Proceder e orientar a revisão dos relatórios de EPDA, TdR e EIA, bem como proceder à sua

aprovação, para as actividades de categoria A;

f) S olicitar a p articipação de técnicos especialistas do sector público ou proceder à contratação

de consultores do sector privado sempre que necessário ao processo de AIA;

g) Realizar audiências públicas e assegurar que a participação pública seja observada nos termos

deste Regulamento;

h) Notificar o proponente para o pagamento das taxas de licenciamento ambiental nos termos do

presente Regulamento;

í) Notificar o proponente e as entidades públicas, directamente interessadas, da concessão da

licença ambiental;

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j) Garantir que a informação relativa ao licenciamento ambiental esteja disponível ao público;

k) Emitir licenças ambientais;

l) Propor a actualização de critérios e padrões ambientais

m) Conduzir, em coordenação com os organismos de tutela das actividades, o processo de pós

avaliação compreendendo a análise dos relatórios de monitorização e a realização de auditorias

ambientais, promovendo a inspecção, o controle e a fiscalização das actividades licenciadas;

n) Registar, manter e divulgar o registo dos profissionais e empresas de consultoria habilitados

para a elaboração de estudos de impacto ambiental;

o) Accionar os mecanismos legais para, em coordenação com as instituições de tutela, embargar

ou mandar destruir obras ou cancelar o exercicio de actividades, incluindo d e consultoria

ambiental, que pela sua natureza atentem contra a qualidade do ambiente.

2. Compete às DPCA`s, em matéria de avaliação do impacto ambiental:

a) Gerir e coordenar o processo de AIA em conformidade com as directivas emitidas para o

efeito;

b) Realizar a pré-avaliação das actividades que lhes sejam submetidas;

c) Designar e presidirfà Comissão Técnica de Avaliação para cada actividade de categoria B,

sempre que se mostre necessário;

d) Proceder e orientar a revisão dos TdR especificos para os EAS das actividades de categoria B,

bem como a sua aprovação;

e) Assegurar a realização dos processos de consulta pública e realizar audiências públicas, nos

termos do presente Regulamento;

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ƒ) Aprovar os relatórios de estudo ambiental simplificado;

g) Coordenar com a Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, todas as diligências

necessárias à ALA, tendo em consideração o cumprimento das disposições dopresente

Regulamento;

h) Notificar ao proponente para o pagamento das taxas de licenciamento ambiental nos termos do

presente Regulamento;

i) Notificar o proponente e as entidades públicas, directamente interessadas, da concessão da

licença ambiental;

j) Emitir licenças ambientais p ara as a ctividades de categoria B;

k) Conduzir o processo de pós-avaliação compreendendo a análise dos relatórios de

monitorização e a realização de auditorias, por inerência ou por delegação de competências,

promovendo a inspecção, o controle e

a fiscalização das actividades licenciadas.

CAPÍTULO II

Avaliação do impacto ambiental

ARTIGO 6

Instrução do processo

Com vista a dar início ao processo de avaliação do impacto ambiental, os proponentes deverão

apresentar à Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, a nível central, ou na respectiva

DPCA, a nivel local, a seguinte documentação:

a) Memória descritiva da actividade;

b) Descrição da actividade;

c) Justificativa da actividade;

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d) Enquadramento legal da actividade;

e) Breve informação biofisica e Sócio-económica da área;

ƒ) Uso actual da terra na área da actividade;

g) lnformação sobre o meio ambiente da área de implementação da actividade;

h) Informação sobre a s etapas de realização da AIA nomeadamente da elaboração e submissão

dos TdR, EPDA, EIA e EAS;

i) Ficha de Informação Ambiental Preliminar disponível na DNAIA e nas DPCA‖s devidamente

preenchida, conforme o Anexo IV.

ARTIGO 7

Pré-avaliação

l. Todas as actividades susceptíveis de causar impactos sobre o ambiente, não constantes dos

Anexos I e III, deverão ser objecto de pré-avaliação a ser efectuada pelo MICOA.

2. Da realização da pré-avaliação resulta:

a) Na rejeição da implementação da actividade;

b) Na categorização da actividade e consequentemente a determinação d o tipo de avaliação

ambiental a ser efectuada, nomeadamente EIA para actividades de categoria A ou EAS para

actividades de categoria B;

c) Na isenção de EIA ou EAS.

3. A pré~avaliação é efectuada com base no seguinte:

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a) Análise da informação constante do artigo 6;

b) Critérios de avaliação constantes do artigo 8;

c) Conhecimento prévio do local de implementação da actividade;

d) Consulta aos Anexos I, Il e III sobre a categorização das actividades.

4. Para as actividades isentas da realização do e studo de impacto ambiental ou estudo ambiental

simplificado, o MICOA emitirá imediatamente a respectiva declaração de isenção no prazo de

cinco dias úteis, devendo o proponente observar as directivas especificas de boa gestão ambiental

na implementação da actividade.

ARTIGO 8

Critérios de avaliação

1. Os resultados da a valiação da a ctividade proposta s erão determinados com base nos

seguintes factores:

a) Número de pessoas e comunidades abrangidas;

b) Ecossistemas, plantas e animais afectados;

c) Localização e extensão da área afectada;

d) Probabilidade, natureza, duração, intensidade e significância dos impactos;

e) Efeitos directos, indirectos, potenciais, globais e comulativos do impacto;

j) Reversibilidade e irreversibilidade do impacto.

2) No processo de identificação, avaliação dos impactos ambientais e d esenho das medidas de

mitigação deverão ser observados padrões de qualidade ambiental adoptados em Moçambique.

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ARTIGO 9

Comissão Técnica de Avaliação

1 . As Comissões Técnicas de Avaliação, constituídas nos termos deste Regulamento terão por

objectivo:

a) Proceder à revisão dos EPDA e TdRs, para actividades de categoria IA, em conformidade com

as directivas emitidas para o efeito, e elaborar o respectivo parecer;

b) Proceder à revisão dos T dRs das actividades de categoria B, e elaborar o respectivo parecer;

c) Proceder à revisão dos relatórios de EIA, para actividades de categoria A, em conformidade

com as directivas emitidas para o efeito e elaborar o respectivo parecer;

d) Rever os relatórios de EAS para as actividades de categoria B, e elaborar o respectivo parecer;

e) Emitir a declaração final de avaliação dos relatórios que lhes sejam submetidos, e submetê-Ios

ao MICOA,

através do órgão competente para decisão.

2. Aos membros das comissões técnicas de avaliação, é devida uma remuneração a ser

determinada por despacho conjunto dos Ministros do Plano e Finanças e para a Coordenação da

Acção Ambiental.

Artigo 10

Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito

l. O EPDA é obrigatório para todas as actividades de categoria A, constituindo uma obrigação da

inteira responsabilidade do proponente da actividade e tem como objectivo:

a) Determinar as questões fatais relativas à implementação da actividade;

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b) D eterminar o ã mbito do EIA e, c onsequentemcnte, desenho dos TdR, nos casos em quel não

hajam

questões fatais que tornem inviável a actividade.

2. Do EPDA, deve resultar um relatório contendo, no minimo, a seguinte informação:

a) Resumo não técnico com as principais questões abordadas, conclusões e propostas;

b) Identificação e endereço do proponente bem como da equipe multidisciplinar responsável pela

elaboração do EIA;

c) Os limites da área de intluência indirecta da actividade e os padrões do uso da terra na área de

influênc ia directa e indirecta;

d) A descrição da actividade e' das diferentes acções nela previstas, bem como as respectivas

alternativas, nas etapas de planificação, construção, exploração e, quando for o caso de

actividade temporária, a sua desactivação;

e) Descrição biofisica e sócio~económica do local;

f) Identificação e avaliação das questões fatais da actividade;

g) Indicação dos potenciais impactos ambientais da actividade,

h) Identificação e descrição dos aspectos a investiganem detalhe durante o EIÁ.

3. O EPDA deve ser apresentado à DNAIA, acompanhado dos respectivos TdR para o EIA, sob

forma de relatório, redigido em lingua portuguesa, devendo proceder-se à entrega do número de

cópias determinado aquando da pré-avaliação, efectuada pela Autoridade de Avaliação do

Impacto Ambiental, em suporte de

papel, e uma cópia em suporte informático selado.

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ARTIGO ll

Termos de referência

l. Os TdR constituem um guião que preside a elaboração do EIA e EAS, o qual deve conter no

minimo:

a) Descrição dos estudos especializados identificados como necessários durante o EPDA e a

efectivar durante o EIA, para o caso de actividades de categoria A;

b) Descrição das alternativas viáveis identificadas e que devem ser investigadas no EIA;

c) Metodologia de identificação e avaliação dos impactos ambientais nas fases de construção,

operação e

desactivação;

d) Descrição do processo de participação pública a seguir;

e) Identificação do proponente;

j) Identificação da equipe responsável pela elaboração do EIA e EAS;

g) Requisitos de informação adicional necessária.

2. Os TdR relativos a actividades de categoria A, devem ser apresentados à Autoridade de

Avaliação do Impacto Ambiental em conformidade com o n° 3 do artigo 10.

Artigo 12

Estudo do impacto ambiental

l. A realização do EIA, é uma obrigação da inteira responsabilidade do proponente da actividade.

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2. O EIA rege-se pelos TdR aprovados pela DNAIA e pelas Directivas, Geral e Específicas, para

-a sua elaboração emitidas pelo MICOA, devendo o relatório resultante deste estudo conter, no

mínimo:

a) Resumo não técnico com as principais questões abordadas, conclusões e propostas;

b) O enquadramento legal da actividade e a sua inserção nos planos de ordenamento territorial

existentes para a àrea de influência directa da actividade;

c) A descrição da actividade e das diferentes acções nela previstas nas etapas de planificação,

construção,

exploração e, quando for o caso de actividade temporária, a sua desactivação;

d) A delimitação e representação geográfica, assim como, a situação ambiental de referência da

área de influência da actividade;

e) A descrição e comparação detalhadas das diferentes alternativas e a previsão da situação

ambiental futura

com ou sem medidas de mitigação;

f) Identificação e avaliação dos impactos e identificação de medidas de mitigação;

g) O plano de gestão ambiental da actividade, que inclui a monitorização dos impactos, programa

de educação

ambiental e pianos de contingências de acidentes;

h) A identificação da equipe multidisciplinar que elaborou o EIA;

í) O relatório de participação pública de acordo com o estipulado no nf' 9 do artigo 14.

3. Os relatórios dos estudos dos especialistas constituem parte integrante do relatório de estudo

do impacto ambiental sob forma de anexos.

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4. O EIA deve ser apresentado à DNAIA, sob a fomia de relatório,redigido em língua

portuguesa, devendo proceder-se à entrega do número de cópias determinado aquando da

aprovação dos TdR, em suporte de papel, e uma cópia em suporte informático selado.

Artigo 13

Estudo ambiental simplificado

1.A realização do EAS, é d a inteira responsabilidade do proponente da actividade.

2. A anteceder o inicio da elaboração do EAS, o proponente deverá submeter os respectivos TdR

à DPCA para apreciação, os quais deverão conter os seguintes elementos:

a) Identificação e endereço do proponente;

b) Localização da actividade num mapa a uma escala apropriada, indicando os limites da área de

influência

directa e indirecta da actividade, bem como os padrões de uso da terra em curso;

c) Enquadramento da actividade nos planos de ordenamento do território existentes;

d)A descrição da actividade e das diferentes acções nela previstas, bem como as respectivas

alternativas, nas

etapas de planificação, construção, exploração e, quando for o caso de actividade temporária, a

sua desactivação;

e) A descrição do processo de participação pública a ser efectuado;

f) A identificação das componentes ambientais sobre as quais incidirá o estudo;

g) A descrição da metodologia de identificação, classificação e avaliação dos potenciais

impactos ambientais da actividade e das alternativas;

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h) Identificação da equipe que efectuará o EAS.

3. Após a aprovação dos TdR, pela DPCA, dever-se-á iniciar o EAS, do qual deve resultar um

relatório a ser elaborado nos termos da directiva especifica, contendo no minimo:

a) Resumo não técnico com as principais questões abordadas e conclusões propostas;

b) Localização e descrição da actividade;

c) Enquadramento legal da actividade e a sua inserção nos planos de ordenamento do território

existentes para a área de influência directa da actividade;

d) Diagnóstico ambiental contendo uma breve descrição da situação ambiental de referência;

e) Identificação e avaliação dos impactos ambientais da actividade;

f) Plano de gestão ambiental da actividade, que inclui a monitorização dos impactos, programa

de educação

ambiental e planos de contingências de acidentes;

g) A identificação da equipe multidisciplinar que realizou o EAS;

h) Relatório d e participação pública de acordo c om o estipulado no n.‖ 9 do artigo 14, quando

necessário.

4. O EAS deve ser apresentado à respectiva DPCA, sob a formade relatório, redigido em língua

portuguesa, devendo proceder-se à entrega no número de cópias determinado pela DPCA

aquando da aprovação dos TdR, em suporte de papel, e uma cópia em suporte informático

selado.

ARTIGO 14

Processo de participação pública

56

1. A participação pública compreende a consulta e audiência pública. Ela implica o fornecimento

de informação e auscultação a todas as partes interessadas e afectadas, directa ou indirectamente,

por uma actividade, o pedido de esclarecimento, a formulação de sugestões, devendo realizar-se

em conformidade com a respectiva

directiva a emitir pelo MICOA.

2. A participação pública, da fase de concepção da actividade até à submissão dos relatórios de

EIA e EAS, é da responsabilidade do proponente.

3. A participação pública, da fase de revisão dos TdR até ao licenciamento ambiental, é da

responsabilidade do MICOA.

4. A DNAIA e as DPCAs devem garantir que o proponente realize a consulta pública e que os

respectivos resultados sejam considerados no processo de tomada de decisão.

5. Aparticipação pública e' obrigatória para actividades de categoria A, sendo facultativa para

actividades de categoria B, todavia, deve ocorrer sempre que implique:

a) A deslocação permanente ou temporária das populações ou comunidades;

b) A deslocação de bens ou restrição no uso dos recursos naturais.

6. A convocatória para a consulta ou audiência pública, deverá ser tomada pública até quinze

dias antes, da data da sua realização, Utilizando-se o s meios que se mostrem adequados p ara a

sua publicitação.

7. Têm direito a tomar parte no processo de participação pública ou de se fazerem representar,

todas as partes interessadas ou afectadas, directa ou indirectamente, pela actividade.

8. A audiência pública poderá ter lugar ainda, por solicitação de cidadãos, organizações

ambientais legalmente constituídas, ou de entidades públicas ou privadas, directa ou

indirectamente, afectadas pela actividade em análise, sempre que a natureza da actividade, suas c

aracterísticas e os seus efeitos previsíveis o justifiquem.

57

9. Do p rocesso de p articipação pública deverá resultar um relatório final.

10. Por forma a garantir a ampla divulgação e participação de todas as Pl&As, os relatórios

técnicos produzidos no âmbito da AIA devem estar disponíveis para consulta pública.

ARTIGO 15

Revisão do Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito

1 . A Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, designará a Comissão Técnica de

Avaliação com a finalidade de proceder à revisão do relatório de EPDA, constituida por um

número impar de elementos, designadamente.

a) Um representante da DNAIA, que presidirá a Comissão;

b) Um representante do Ministério de tutela da actividade proposta;

c) Um representante do FUNAB;

d) Um representante da autarquia local da área de inserção da actividade, se o local proposto para

a implementação da actividade ser território autarcizado;

e) Outro (s) representante (s) de entidades governamentais, instituições de ensino ou de centros

de investigação na área do ambiente;

f) Técnico (s) especializado (s) na área da respectiva actividade, e solicitados ou contratados pela

Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, sempre que se mostre necessário.

2. A Comissão Técnica de Avaliação procederá à revisão do relatório de EPDA, elaborando os

respectivos comentários de que o proponente. deverá tomar conhecimento, p odendo ser-lhe

solicitado, informações complementares, aditamentos, dentro dos prazos previstos nos termos do

presente Regulamento.

3. Todas as manifestações e exposições por escrito ou orais feitas no âmbito do processo de

participação pública, apresentadas aos ó rgãos locais e , ou a o proponente, até dez d ias antes do

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encerramento do periodo de revisão do EAS, deverão ser registadas e serão consideradas na

decisão da Comissão Técnica de Avaliação, desde que relacionadas com os impactos ambientais

da actividade.

4. Feita a apreciação final do relatório de EPDA a Comissão Técnica de Avaliação elaborará o

relatório técnico de revisão e respectivo parecer devidamente fundamentado, e emitirá uma

declaração final de avaliação, lavrando-se uma acta assinada por todos os membros da comissão,

a ser submetida à Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental para decisão final.

ARTIGO 16

Revisão do estudo de impacto ambiental

1. Concluído o EIA o mesmo deverá ser apresentado, à DNAIA, sob a forma de relatório,

acompanhado de toda a documentação relevante para o processo da AIA, conforme o disposto no

n.° 4 do artigo 12, que orientará todo o processo da sua revisão técnica.

2. A mesma Comissão Técnica de Avaliação que avaliou o EPDA procederá à revisão do

relatório do EIA .

3. A Comissão Técnica de Avaliação procederá à revisão do relatório do EIA, elaborando o

respectivo relatório técnico sobre o conteúdo do relatório.

4. A Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental deverá comunicar ao proponente os

resultados da revisão referida no número anterior, podendo ao longo do periodo de revisão,

solicitar informações complementares ao EIA.

5. O proponente dispõe de dez dias úteis para cumprir com as solicitações do número anterior,

devendo-se observar o disposto no ponto 4 do artigo 18.

59

6. Todas as manifestações e exposições por escrito ou orais feitas no âmbito do processo de

participação pública, apresentadas aos ó rgãos locais e, ou ao proponente, até dez dias antes d o

encerramento do período de revisão do EIA, deverão ser registadas e serão consideradas na

decisão da Comissão Técnica de Avaliação, desde que relacionadas com os impactos ambientais

da actividade.

7. Feita a apreciação final do relatório do EIA, a Comissão Técnica de Avaliação elaborará o

relatório técnico de revisão e o respectivo parecer técnico devidamente fundamentado, e emitirá

uma declaração final de avaliação, lavrando-seuma acta assinada por todos os membros da

comissão, a ser submetida à Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental para a decisão final.

8. A acta lavrada pela Comissão Técnica de Avaliação constituirá a fundamentação da decisão

sobre o licenciamento ambiental da actividade proposta e deverá fazer parte integrante do

processo de licenciamento ambiental.

ARTIGO 17

Revisão do estudo ambiental simplificado

l. Concluído o EAS, o mesmo deverá ser apresentado sob a forma de relatório, acompanhado de

toda a documentação relevante, à respectiva DPCA, nos termos do n.° 4 do artigo 13, que

crientará todo o processo da sua revisão técnica.

2. A DPCA, designará a Comissão Técnica de Avaliação com a finalidade de proceder à revisão

do EAS.

3. A Comissão Técnica de Avaliação deverá apresentar a seguinte constituição:

a) Um representante da DPCA, que preside à comissão;

b) um representante da Direcção Provincial de tutela da actividade proposta;

c) Um representante da autarquia local da área de inserção da actividade, se o local proposto para

a implementação da actividade ser território autarcizado;

60

d) Outro (s) representante (s) de entidades governamentais, instituições de ensino ou de centros

de investigação na área do ambiente;

e) Técnico (s) especializado (s) na área da respectiva actividade, solicitados ou contratados pela

DPCA.

4. A Comissão Técnica de Avaliação deverá ser constituída por número impar de elementos.

5. Todas as manifestações e exposições por escrito ou orais feitas no âmbito do processo de

participação pública, apresentadas aos órgãos locais e , ou a o proponente, ate' dez dias antes do

encerramento do periodo de revisão do EAS, deverão ser registadas e serão consideradas na

decisão da Comissão Técnica de Avaliação, desde que relacionadas com os impactos ambientais

da actividade.

6. Ao longo do período de revisão, a DPCA poderá solicitar informações complementares ao

Estudo Ambiental Simplificado, sobre os aspectos dos termos de referência especificos

aprovados

aquando da pré-avaliação e que não tenham sido plenamente atendidos.

7. Feita a apreciação final do EAS a Comissão Técnica de Avaliação elaborará o relatório técnico

de revisão e o respectivo parecer técnico devidamente fundamentado, e emitirá uma declaração

final de avaliação, lavrando-se uma acta assinada por todos os membros da comissão.

8. A acta lavrada pela comissão constituirá a fundamentação da decisão sobre o licenciamento da

actividade proposta e devera fazer parte integrante do processo de licenciamento ambiental.

9. Após a revisão do Estudo Ambiental Simplificado, a DPCA tomará uma decisão sobre a

viabilidade ambiental da actividade proposta.

ARTIGO 18

Prazo para comunicação de decisões

1. A Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, deverá observar os seguintes prazos:

61

a) Pré-avaliação - até cinco dias úteis;

b) EPDA e TdR _ até trinta dias úteis;

c) Estudo do impacto ambiental - até quarenta e cinco dias úteis.

2. As Direcções Provinciais para a Coordenação da Acção Ambiental deverão observar os

seguintes prazos:

a) Pré-avaliação - até oito dias úteis;

b) Termos de referência - até quinze dias úteis;

c) Estudo ambiental simplificado - até trinta dias úteis.

3. Em casos excepcionais, o Ministro para a Coordenação da Acção Ambiental, sob proposta

devidamente fundamentada da DNAIA ou DPCA, poderá prorrogar os prazos estabelecidos nos

números anteriores por um período a determinar de acordo com a especificidade dos casos,

procedendo-se de imediato à notificação

do proponente.

4. Os prazos indicados neste artigo são contados a partir da data do registo de entrada da

documentação no respectivo órgão competente, sendo interrompidos sempre que forem exigidas

informações complementares, e retomadas até que estas sejam devidamente apresentadas pelo

proponente.

CAPI'TULO III

Licenciamento ambiental

ARTIGO 19

Decisão sobre a viabilidade ambiental

62

l. Quando for comprovada a viabilidade ambiental da actividade, o órgão competente a nível

central ou local, procederá de imediato à notificação do proponente e das entidades de tutela e

emitirá a respectiva licença ambiental, no prazo de oito dias úteis, após o pagamento das taxas

devidas nos termos do

artigo 25 deste Regulamento.

2. Em caso de objecção grave que impossibilite a aceitação e licenciamento ambiental da

actividade proposta, a Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, tomará uma d as s

eguintes decisões:

a) Rejeição total, de implementação da actividade proposta, com a devida fundamentação

técnico-científica e legal, acompanhada d o relatório e declaração final de avaliação;

b) Rejeição parcial da actividade proposta com a devida fundamentação técnico-cientifica e

legal, acompanhada do relatório é declaração final de avaliação.

3. A rejeição total de implementação da actividade proposta implica o não licenciamento

ambiental da mesma.

4. Quando da análise da viabilidade ambiental da actividade resultar a rejeição parcial da mesma,

a Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, ou a respectiva DPCA, poderá condicionar o

licenciamento ambiental à realização de alterações e, ou à reformulação da actividade,

submetendo-se a uma nova avaliação e posterior decisão.

5. Nos casos referidos nos pontos 3 e 4, aAutoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, o u a

respectiva DPCA, procederá à notificação das partes interessadas no prazo de cinco dias úteis,

decorridos os prazos referidos no artigo 18.

6. Os custos associados à reformulação da proposta de actividade e subsequente avaliação, s ão

da inteira responsabilidade do proponente.

ARTIGO 20

Caducidade e validade da licença ambiental

63

l. Será considerada caduca e de nenhum efeito toda a licença ambiental cuja actividade não seja

efectivamente iniciada nos dois anos seguintes à sua emissão.

2. O p roponente ainda interessado, na implementação da actividade licenciada, deverá requerer a

prorrogação da respectiva licença ambiental, a o Ministro para a Coordenação da Acção

Ambiental, até noventa dias antes da data da sua expiração.

3. Ao Ministro para a Coordenação da Acção Ambiental cabe tomar, sob parecer fundamentado

da DNAIA, ouvidas as DPCA´s, sempre que necessário, no prazo de trinta dias úteis, uma das

seguintes decisões:

a) Prorrogar a licença por igual período de tempo;

b) Determinar a actualização parcial do EIA ou do EAS, especificando a componente ou c

omponentes que

careçam de alteração, para posterior avaliação e decisão;

c) Determinar a realização de novo EIA ou do EAS nos termos do presente Regulamento.

4. Somente as licenças ambientais, para actividades de categoria A, são válidas por um período

de cinco anos, renováveis por igual período, mediante requerimento para actualização

endereçado ao Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental.

5. O requerimento para renovação deverá ser submetido ao MICOA, até l 80 dias antes do termo

de validade da licença ambiental.

CAPiTULO IV

Proponentes e consultores ambientais

ARTIGO 21

Registo de consultores ambientais

1. A Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, criará um sistema de registo de consultores

em avaliação do impacto ambiental.

64

2. S ó poderão realizar e studos do impacto a mbiental, em Moçambique, os especialistas,

técnicos médios e superiores que estejam registados como consultores ambientais, nos termos do

presente Regulamento.

3. O registo deverá ser efectuado na Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental e'poderá ser

feito na qualidade de consultor individual, sociedade de consultoria ou consórcio de sociedades

de consultoria.

4. Somente poderão ser registados para realizar avaliações de impacto ambiental, como

consultores a mbientais, os técnicos superiores com mais de cinco anos de experiência na área do

ambiente.

5. Os técnicos superiores ou médios com menos de cinco anos de experiência na área do

ambiente, somente poderão realizar avaliações de impacto ambiental como membros de equipe

cujo responsável esteja registado como consultor ambiental.

6. Sociedades não domiciliadas em Moçambique que desejem efectuar estudos de impacto

ambiental, somente o poderão fazer em regime de subcontratação, associação ou de consórcio

com consultores registados na Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, devendo

apresentar documento comprovativo do tipo de contratação efectuada, os curriculum vitae e os

certificados de habilitação dos técnicos a envolver na realização dos referidos estudos.

7. A emissão do certificado do registo acima referido, deve ser requerida pelos interessados nos

seguintes termos:

a) Nome, nacionalidade, profissão, local de trabalho, residência habitual;

b) Certificado de qualificação académica superior para o técnico superior e certificado de

qualificação técnica para o técnico médio;

c) Curriculum vitae, demonstrativo da sua experiência e conhecimento da área do ambiente;

65

d) O consultor individual deverá ainda apresentar o número de contribuinte para efeitos de

impostos e uma declaração de que não é funcionário ou contratado do MICOA;

e) No caso de sociedade, além das informações relativas aos seus consultores nos termos das

alíneas anteriores, a mesma deverá submeter ainda, o número de matricula no registo comercial e

o número de registo como contribuinte para efeitos de impostos;

f) Prova de seguro profissional, singular' ou colectivo, quando disponível no país.

8. Os consultores estrangeiros que pretendam exercer consultoria ambiental n o pais, p ara além

de preencherem os requisitos estipulados no número anterior, deverão observar os

condicionalismos legais impostos pela legislação laboral p ara estrangeiros, em vigor, sem

prejuizo dos condicionalismos impostos pelas ordens ou associações profissionais.

9. Recebido o pedido escrito, a Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental emitirá o

respectivo certificado de registo num prazo não superior a dez dias, contados a partir da data de

recepção do mesmo.

10. Os certificados de registo deverão ser actualizados em cada três anos através da apresentação

do Curriculum Vitae actualizado e pagando a taxa de actualização estipulada no n.° 3 do artigo

25.

ll. Em caso de dúvida, a Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental reserva-sc o direito de

exigir comprovação das informações fornecidas pelo interessado.

12. Pela emissão do certificadode registo de consultor será cobrada uma taxa nos termos do n.‖ 2

do artigo 25 do presente Regulamento.

Artigo 22

Responsabilidade do proponente

66

l. O proponente deverá comunicar, por escrito, ao MICOA, do início, interrupção e o fim dafase

de construção bem como do início da fase de operação da actividade.

2. O proponente será responsável pelo cumprimento de todos os regulamentos, normas,

directivas e padrões relevantes para a actividade, devendo assegurar:

a) A contratação de um ou mais consultores ambientais para a realização do EPDA, BIA, EAS e

PP;

b) Que os consultores seleccionados estão licenciados pela Autoridade de Avaliação do Impacto

Ambiental para exercicio da actividade em Moçambique;

c) A disponibilização de toda a informação pertinente e actualizada para o processo de AIA;

a) Que o'processo de participação pública seja realizado em conformidade com as normas em

vigor.

3. O proponente será ainda responsavel por todos os custos decorrentes do processo de avaliação

do impacto ambiental.

4. O proponente responderá civil e criminalmente sempre que:

a) Não submeter a sua actividade ao processo prévio de licenciamento ambiental;

b) Submeta a actividade proposta ao processo de licenciamento ambiental após inicio da sua

implementação;

c) Altere a actividade inicial após a emissão da licença ambiental sem pre'via autorização da

entidade competente;

a) Apresente informação fraudulenta, adulterada ou omissa durante o processo de AIA;

67

e) Não implemente a s medidas propostas n os e studos técnicos bem como a não observância

das condições de licenciamento ambiental;

j) Não proceda a actualização da licença ambiental.

Aartigo 23

Responsabilidade dos consultores ambientais

l. Um consultor ou equipe de consultores ambientais actuam em representação do proponente da

actividade, sendo por este contratados com o objectivo de realizar a avaliação do impacto

ambiental da actividade em causa.

2. O consultor é responsavel por assegurar que:

a) Possui experiência de trabalho e conhecimento técnico necessário para efectuar a avaliação

ambiental da actividade em causa;

b) Possui capacidade para efectuar o processo de participação pública;

c) Realize o'trabalho de forma objectiva mesmo que os resultados, conclusões e recomendações

do estudo não sejam favoráveis ao seu cliente;

d) Possui capacidade para produzir relatórios consistentes, com qualidade técnica, informativos é

cientificamente correctos;

e) Providenciará aos órgãos competentes toda a documentação pertinente relacionada com a

avaliação do impacto ambiental.

3. Os especialistas contratados pela Autoridade de Avaliação do Impacto Ambiental, deverão

declarar por escrito, previamente às sua contratação, que n ão têm nem nunca tiveram qualquer

conflito de interesses relacionado directa ou indirectamente com a actividade em análise e que

não pertencem a qualquer grupo de pressão com ligações a interesses competitivos aos que estão

a ser objecto de análise e revisão.

68

4. Os consultores credenciados para a realização de avaliações de impacto ambiental são civil e

criminalmente responsáveis pelas informações fornecidas e contidas nos relatórios de EPDA,

EIA ou EAS, bem como solidariamente pelas consequências e danos resultantes da

implementação de certa actividade pelo proponente, de acordo com as recomendações técnicas

por eles formuladas.

CAPITULO V

Fiscalização, sanções e taxas

ARTIGO 24

Inspecção e auditoria

1. O MICOA deverá proceder com regularidade á inspecção e fiscalização das acções de

monitorização e gestão ambiental da actividade, levadas a cabo pelo proponente, com vista a

garantir a qualidade do ambiente, podendo solicitar a realização de auditoria de impacto

ambiental ou realizar inspecções ambientais, quando a complexidade das questões de controlo

ambiental assim o justificar.

2. O MICOA poderá ordenar a realização de auditorias ambientais para actividades já emcurso

que não tenham sido submetidas ao processo de avaliação do impacto ambiental e das quais

possam resultar danos para o ambiente, em coordenação com os sectores de tutela dessas

actividades.

ARTIGO 25

Taxas

l. Pelo licenciamento ambiental, nos termos do disposto no n°1 do artigo 19, do presente

Regulamento serão devidas taxas, nos termos e valores a seguir indicados:

a) Licenciamento de actividades de categoria Ae B, taxa de 01% do valor de investimento da

actividade;

b) Emissão da declaração de isenção de actividades de categoria C, taxa de 0,01 % do valor de

investimento da actividade.

69

2. Para efeitos de registo de consultores ambientais, nos termos do disposto no n.° 12 do artigo

21 do presente Regulamento serão cobradas as seguintes taxas:

a) Registo de consultores individuais .............................. 10 000 000,00MT,

b) Registo de empresas de consultoria. .......................... 30 000 000,00MT.

3. Para efeitos da actualização do registo de consultores ambientais, nos termos do disposto no n°

10 do artigo 21 do presente Regulamento serão cobradas as seguintes taxas:

a) Actualização de registo de consultores individuais......5 000 000,00 MT;

b) Actualização de registo de empresas deconsultoria ...................................... 15 000.000,00Mt.

ARTIGO 26

Infracções e sanções

1. Constituem infracções administrativas e puníveis corn pena de multa entre 20 000 000,00MT a

50 000 000,00MT, para além de imposição de outras sanções previstas na lei geral, a obstrução

ou embaraço sem justa causa, à realização d as atribuições cometidas às entidades referidas neste

Regulamento.

2. Constitui infracção punível com pena de multa entre 10 000 000,00MT a 20 000 000,00MT, a

não actualização da licença ambiental nos termos do disposto no n.° 4 do artigo 20 do presente

Regulamento.

3.Constitui infracção punível com pena de multa no dobro do valor equivalente ao do

licenciamento e como medida acessória a paralisação imediata da mesma, a implementação de

actividade não licenciada em termos ambientais.

4. C onstitui infracção punível com pena de multa entre 24 000 000,00MT a 240 000 000,00 MT,

os seguintes factos:

70

a) Exercicio ilegal da actividade de consultoria ambiental, sem observância do disposto no artigo

21 do presente

Regulamento;

b) Submissão d a actividade p roposta ao p rocesso de licenciamento ambiental após início da sua

implementação;

c) Alteração da actividade inicial e implementação de nova, após a e missão da licença ambiental

sem prévia autorização da entidade competente;

d) Apresentação de informação fraudulenta, adulterada, desactualizada ou omissa durante o

processo de AIA;

e) Não implementação das medidas propostas nos estudos técnicos bem como a não observância

das condições de licenciamento ambiental;

ƒ) Reincidência.

ARTIGO 27

Graduação das multas

l . As multas dispostas no n° l do artigo anterior serão graduadas do seguinte modo:

a) É aplicado o valor mais baixo para os casos primários ou em que se verifiquem embaraços à

realização das atribuições c ometidas às entidades referidas neste Regulamento;

b) É aplicado o valor mais alto nos c asos em que a realização das actividades de fiscalização ou

auditoria não ocorre por razões imputáveis ao infractor e este tenha agido com dolo.

2. As multas dispostas no n° 2 do artigo anterior serão graduadas do seguinte modo:

a) É aplicado o valor de 10 000 000, 00MT para a primeira vez que tal situação ocorra;

71

b) É aplicado o valor de 20 000 000, 00MT para os casos subsequentes.

3. As multas dispostas no n‖ 4 do artigo anterior são graduadas do seguinte modo:

a) Pela não observância do disposto na alínea a) do n° 4 do artigo 26, é aplicado o valor de 24

000 000, 00MT,

pelo exercicio de consultoria ambiental a titulo individual e pelo exercício de consultoria

ambiental por pessoas c olectivas ou empresas, aplicar-se-á o montante resultante da

multiplicação do v alor de 24 000 000,00MT, pelo número de componentes da equipe que

realizoua AIA;

b) Pela não observância do disposto na alinea b) do n.° 4 do artigo 26, é aplicado o valor mais

baixo, se a actividade não tiver provocado alterações negativas significativas sobre o ambiente e

o valor mais alto se a actividade tiver p rovocado alterações negativas significativas-sobre o

ambiente;

c) Pela não observância do disposto na alinea c) do n.° 4 do artigo 26, é aplicado o valor mais

alto;

d) Pela não observância do disposto na alinea d) do nr. 4 do artigo 26, é aplicado o valor de 50

000 000, 00MT;

e) Pela não observância do disposto na alinea e) do n° 4 do artigo 26, é aplicado o valor de 100

000 000, 00MT;

f) Pela não observância do disposto na alinea j) do n.o 4 do artigo 26, é aplicado o valor mais alto

previsto para a infracção.

ARTIGO 28

Actualização e afectação do produto das taxas e multas

l. Os valores das multas estabelecidas no presente Regulamento serão actualizados, sempre que

se mostrar necessário, por diploma ministerial conjunto dos Ministros do Plano e Finanças e para

a Coordenação da Acção Ambiental.

72

2. Os valores das taxas e multas estabelecidas no presente Regulamento terão a seguinte

afectação:

a) 40 % para o Orçamento do Estado;

b) 60 % para o Fundo do Ambiente.

3. Os valores das taxas e multas a que se refere o presente Regulamento serão pagos na

Recebedoria de Fazenda da respectiva área fiscal mediante a apresentação de guia modelo

apropriada.

ANEXO I

Acrividades de categoria A

Actividades referentes a e/ou localizadas em áreas com as características abaixo descritas são

classificadas como actividades de Categoria A:

a) Areas e ecossistemas reconhecidos como possuindo estatuto especial de protecção ao abrigo

da legislação

nacional e internacional tais como:

- Barreiras de coral;

- Mangal;

- Florestas nativas;

- Pequenas ilhas;

- Zonas de erosão eminentes inclusive dunas de orla

marítima;

- Zonas expostas a desertificação;

- Zonas ou áreas de conservação e protecção;

- Pãntanos;

- Zonas contendo espécies animais e/ou vegetais,

73

habitates c ecossistemas em extinção;

- Zonas de cenário único;

- Zonas de valor arqueológico, histórico e cultural a preservar;

- Áreas de protecção de nascentes e mananciais de abastecimento;

b) Áreas povoadas que impliquem a necessidade de reassentamento;

c) Áreas densamente povoadas onde a actividade implique níveis inaceitáveis de poluição ou

outro tipo de distúrbio que afecto significativamente as comunidades residentes;

d) Regiões sujeitas a níveis altos de desenvolvimento ou onde existam conflitos na distribuição e

uso de recursos naturais;

e) Áreas ao longo decursos de água ou áreas usadas como fonte de abastecimento de água para

consumo das

comunidades;

j) Zonas contendo recursos de valor como por exemplo aquáticos, minerais, plantas medicinais.

Incluem-se nesta categoria:

1. Infra-estruturas:

a) Todas as actividades que impliquem reassentamento populacional;

b) Actividades de loteamento urbano e/ou desenvolvimento de novos aldeamentos/bairros com

mais de 20ha;

c) Empreendimentos turísticos fora de zonas urbanas ou em zonas sem planos de ordenamento

territorial com capacidade igual ou superior a 150 camas ou área igual ou superior a l0ha;

d) Parques de campismo para mais de 650 utentes ou com área igual ou superior a 5ha;

e) Actividades de loteamento industrial com mais de l5ha;

74

j) Estabelecimento ou expansão de áreas recreativas tais como campos de golfe numa área igual

ou superior a5ha;

g) Marinas e docas com mais de 50 pontos de amarração;

h) Todas a s estradas p rincipais fora de zonas urbanas, construção de novas estradas; .

í) Pontes ferroviárias e rodoviárias de mais de 100m de extensão;

j) Linhas férreas de comprimento igual ou superior a Skm de extensão;

k) Aeroportos, aeródromos e heliportos com uma pista de comprimento igual ou maior que 1800

metros;

1) Condutas de água de mais de 0.5m de diâmetro e com mais de 10km de comprimento;

m) Oleodutos, gasodutos, minerodutos e cabos submarinos com mais de Skm de comprimento;

n) Estabelecimento ou expansão de portos e instalações portuárias para navios com tonelagem

superior a

4000GT;

o) Barragens e represas com albufeira de área inundável equivalente ou maior que 5ha;

1))Adutoras e aquedutos de mais de 10km de comprimento e diâmetro igual ou superior a 1m;

q) Sucatas com mais de 5ha;

r) Exploração para, e uso de, recursos de água subterrânea incluindo a produção de energia

geotérmica que

impliquem a extracção de mais de 500 m3/h ou 12 000 m3/dia;

s) Dragagens de novos canais de acesso aos portos.

75

2.Exploração Florestal:

a) Desbravamento, parcelamento e exploração de cobertura vegetal nativa com áreas, individuais

ou cumulativas, superiores a 100ha;

b) Todas as actividades de desflorestação com mais de 50ha, reflorestação e florestação de mais

de 250ha.

3.Agricultura

a) Actividades de parcelamento para agricultura de mais de 350ha com regadio e de 1000ha sem

regadio; '

b) R econversão de terra agrícola p ara'fins comerciais, urbanisticos ou industriais;

c) Reconversão de áreas equivalentes ou de mais de 100ha de terra agricola sem cultivo há mais

de 5 anos para agricultura intensiva;

d) Introdução de novas culturas e espécies exóticas;

e) Sistemas de irrigação para áreas com mais de 350ha;

j) Actividades de aquacultura ou maricultura com mais de 100 ton. de produção por ano e área

equivalente ou

superior a 5ha;

g) Actividades de pecuária intensiva de mais de:

- 100 000 animais de capoeira,

- 3000 porcos e/ou 100 porcas reprodutoras, e 500 bovinos e área individual ou cumulativa

inferior a 2000 ha (4ha/animal).

76

h) Pulverização ae'rea ou no terreno em áreas, individuais ou cumulativas, superiores a 100 ha.

1. Indústria:

4.1. Produção e transformação de metais:

a) Produção e processamento de metais com uma produção superior a 2.5 t/dia;

b) Tratamento de superficie de metais e plásticos que usem processos químicos ou electrolíticos

volume total

das cubas de tratamento igual ou superior a 30m3;

c) Fabrico e montagem de motores e veículos automóveis;

d) Estaleiros navais com área de implantação igual 'pu superior a 5ha ou ocupação de linha de

costa igual ou

superior a 150m;

e) Fabrico de equipamento ferroviário.

4.2.Química:

a) Tratamento e fabrico de substâncias perigosas classificadas c omo cancerigenas, mutage'nicas

ou

tóxicas;

b) Fabrico de pesticidas;

c) Fabrico de produtos farmacêuticos;

d) Fabrico de tintas e vernizes;

e) Fabrico de elastómeros;

77

f) Fabrico de peróxidos ;

g) Produção ou processamento de fertilizantes.

4.3. Alimentar:

a)Fábrica de produção de ração com produção de 2000 t/mês;

b) Produção de óleos e gorduras animais (produção igual 75t/dia)e vegetais (produção produção

igual ou superior a 300t/mês);

c) Açucareira incluindo o cultivo da cana sacarina.

4.4. Têxtil, curtumes, madeira e papel:

Actividades de categoria C São actividades para as quais não é normalmente necessária a

realização de nenhum EIA ou EAS uma vez os impactos negativos serem negligenciáveis,

insignificantes, mínimos ou mesmo não exist-entes. Não existem impactos irreversíveis nesta

categoria e os positivos são claramente superiores e mais significantes que os negativos.

a) Fabrico de papel e cartão;

b)Lava gem, branqueamento, mercerização ou tintagem de fibras e têxteis;

c) Fábrica de curtumes;

d) Instalações para produção e tratamento de celulose.

4.5. Borracha:

a) Fabrico e tratamento de produtos à base de elastómeros. Incluem-se nesta categoria:

78

4.6. Indústria extractiva e complementar:

a) Extracção e processamento de minérios;

b) Extracção, armazenamento, transporte, processamento e produção de derivados de

hidrocarbonetos;

c)Instalações e complexos industriais e agro-pecuários tais como fábrica de cimento, siderúrgica

e coquerias.

4.7. Energia:

a) Centrais hidroeléctricas; térmicas;geotérmicas e nucleares; áreas entre 100 e 200 lhectares sem

regadio;

b) Instalações de armazenamento subterrâneo e superficial de gases combustíveis;

c) Processamento e armazenamento de residuos radioactivos;

d) Armazenamento de combustíveis líquidos, fosseis ou sólidos à superficie;

e) Industrias de fabrico de briquetes, huiha e lignite com capacidade de produção igual ou

superior a ISOt/dia;

j) Linhas de transmissão de energia de llOkV e com mais de 10km de extensão.

4.8.Tratamento e disposição de resíduos sólidos e líquidos

a) Locais de deposição de lixo Municipal com uma carga de mais de 500 toneladas por dia;

79

b)Armazenamento, transporte, tratamento e deposição de lixos industriais perigosos;

c)Armazenamento, transporte, tratamento e deposição de lixos hospitalares, de hospitais centrais,

gerais e provinciais;

d)Instalações de deposição/tratamento de águas residuais! esgotos com capacidade para mais de

150 000 habitantes.

4.9. Áreas de conservação:

a) Criação de parques nacionais, reservas, contadas, áreas de maneio de fauna e áreas tampão;

b) Exploração comercial de fauna e flora naturais;

c) Introdução de espécies exóticas de fauna e flora.

ANEXO II

Actividades de categoria B

As actividades inseridas nesta categoria diferem das de CategoríaAprincipalmente na escala dos

impactos. São em geral actividades que não afectam significativamente p opulações humanas n

em á reas ambientalmente sensíveis.

Os impactos negativos são de menor duração, intensidade, extensão, magnitude e/ou

significância que as da Categoria A e poucos são irreversíveis.

Os impactos resultantes destas actividades permitemuma delimitação e aplicação de medidas de

mitigação, relativamente fácil, pelo que sómente requerem um EAS.

Incluem-se, em princípio, nesta categoria todas as actividades que não constam na Categoria A e

na Categoria C.

ou superior a 75t/dia) e vegetais (produção igual ou superior a 300t/mês);

c) Açucareira incluindo o cultivo da cana sacarina.

ANEXO III

Actividade de Categoria C

80

São actividades para as quais não é normalmente necessária a realização de nenhum EIA ou EAS

uma vez os impactos negativos serem negligenciáveis, insignificantes, mínimos ou mesmo não

existentes. Não existem impactos irreversíveis nesta categoria e os positivos são claramente

superiores e mais significantes que os negativos.

a) Actividades de assistência técnica auto;

b) Esquemas de irrigação com área individual ou comulativa entre 50 e 100 ha;

c) Hotéis, motéis, casas de hóspedes e pousadas em cidade e vilas;

d) Criação em p avilhão de animais de capoeira com capacidade entre 1000 e 1500 animais;

e) Transformação ou remoção de vegetação indígenas em entre 100 e 200 hectares sem regadio;

f) Torres de telecomunicações de altura inferior ou igual a15m;

g) Exploração para, e uso de, recursos de água subterrânea incluindo a produção de energia

geotérmica que

implique a extracção de mais de 200 mfi/ano;

h) Instalação de equipamentos dentro de áreas ferro-portuárias já existentes;

í) Consolidação de linhas férreas;

j) Reabilitação de equipamento ferro-portuário fixo diverso;

k) Actividades de construção de parques de estacionamento;

1) Fábricas de processamento de madeira;

81

m) Fábricas lde bolachas, massas, biscoitos e doces;

n) Indústria paniñcadora;

o) Infra-estruturas de abastecimento de combustíveis;

p) Recauchutagem de pneus;

q) Armazenamento, tratamento, transporte e deposição de lixos hospitalares de centros e postos

de saúde e clínicas privadas;

r) Indústria de conservação de frutos e horticolas ~ produção igual ou superior a 300t/dia;

s) Fabrico de painéis de fibra, partículas e contraplacados;

t) Fábrica de produção de ração com produção inferior a l000t/rnês;

u) Sistemas de abastecimento de água e de saneamento, suas condutas, estações de tratamento e

sistemas de

disposição de efluentes;

v) Fábrica de processamento da castanha de caju;

w) Instalação de frigoríficos;

x) Unidades de purificação de água.

DEMAIS LEGISLAÇÃO A CONSULTAR

Importante legislação sobre o Ambiente que o estudante terá de possuir ou procurar, quer em

sustentáculo físico: Bibliografia, Boletins da República ou, então, na Internet. A qual indicamos no

programa temático.

82

Atendendo, então, que este estudo se baseia no ensino à distância, essencialmente através da

Internet, temos a certeza que se o estudante não a tiver em susentáculo físico, o estudante a saberá

procurar.

2 - DIPLOMA MINISTERIAL Nº 129/2006, DE 19 DE JULHO

Trata da Directiva Geral para Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental, com vista a

concretização do disposto no nº 1 do Decreto nº 45/2004, conjugadom a alínea b) do nº 1 do artigo

5 do Regulamento sobre o processo de Avaliação do Impacto Ambiental.

O principal objectivo desta directiva é a normalização dos procedimentos e dotar os vários

intervenientes de linhas mestras que deverão orientar a realização dos EIA’s. A directiva serve de

base mínnima para orientar o Processso de Avaliação do Impacto Ambiental, pelo que os

documentos relativos ao processo deverão apresentar a seguir a estrutura mencionada como

requisitos de informação necessária e quais os procedimentos para o Licenciamento Ambiental.

BOLETIM DA REPÚBLICA

Quarta-feira, 19 de Julho de 2006

I SÉRIE — Número 29

SUMÁRIO

Ministério Para a Coordenação da Acção Ambiental:

Diploma Ministerial n.º 129/2006:

Aprova a Directiva Geral para a Participação Pública, no Processo de Avaliação do Impacto

Ambiental.

MINISTÉRIO PARA A COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL

Diploma Ministerial n.º 129/2006 de 19 de Julho

Tendo em vista a normalização dos procedimentos, bem como a adopção de linhas mestras que

deverão orientar a realização dos Estudos de Impacto Ambiental, urge adoptar um conjunto de

orientações e parâmetros globais a que deverá submeter-se a realização de tais estudos nas

diferentes áreas de actividades económica e social.

Assim, com vista a concretização do disposto no n.º 2 do artigo 1 do Decreto n.º 45/2004, de 29

de Setembro do Conselho de Ministros, conjugado com a alínea b) do n.º1 do artigo 5

do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental, é aprovada a Directiva

Geral para Estudos do Impacto Ambiental, em anexo, que faz parte integrante do presente

diploma ministerial.

Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, em Maputo, 5 de Maio de 2006. — O

Ministro para a Coordenação da Acção Ambiental, Luciano André de Castro.

83

Directiva Geral para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental

I- Introdução O presente documento constitui a Directiva Geral para a realização de Estudos do Impacto

Ambiental (EIA) das actividades de desenvolvimento susceptíveis de causar impactos

significativos sobre o ambiente. Ela enquadra-se no âmbito da Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro,

Lei do Ambiente e do Regulamento Sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental,

aprovado pelo Decreto n° 45/2004, de 29 de Setembro, no seu Capitulo 1, artigo 5, alínea b).

Uma directiva é um conjunto de orientações e parâmetros globais a que deverá submeter- se a

realização da avaliação do impacto ambiental nas diferentes áreas da actividade económica

e social.

O principal objectivo desta directiva é a normalização dos procedimentos e dotar os vários

intervenientes de linhas mestras que deverão orientar a realização dos EIA's . A directiva serve

de base mínima para orientar o processo de avaliação do impacto ambiental, pelo que os

documentos relativos ao processo deverão apresentar e seguir a estrutura mencionada bem como

os requisitos de informação necessários.

Para além do seu uso corrente pelo Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, o

presente documento destina-se também a ser usado a outros interessados

nomeadamente:

a) os proponentes das actividades que estejam sujeitas a Estudos de Impacto Ambiental (EIA) ou

Estudo Ambiental simplificado (EAS);

b) instituições do aparelho do Estado e privadas;

c) os consultores e projectistas que elaboram quer os projectos nas suas várias fases, quer os

EIA's ou EAS's;

d) os eventuais interessados no processo de participação pública quer em consultas ou audiências

públicas e na revisão dos Relatórios dos Estudos de Impacto Ambiental (REIA) ou Relatórios de

Estudo Ambiental Simplificado ( REAS).

II- Princípios Básicos

A Avaliação do Impacto Ambiental deverá observar os seguintes princípios:

1. A proposta de actividade deverá conter informação ambiental básica para o processo de pré-

avaliação, em conformidade com o artigo 6 do Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro.

2. O âmbito do Estudo do Impacto Ambiental variará de acordo com os impactos da actividade

no meio ambiente.

3. Os Estudos do Impacto Ambiental (EIA) são parte do ciclo de vida da actividade e deverão ser

considerados como parte integral do processo de avaliação da mesma.

4. O EIA deverá ser feito após os resultados de pré-avaliação, na fase da concepção do projecto,

para que os resultados do mesmo possam influenciar o desenho do projecto e providenciar

informação para a tomada de decisão.

5. É da responsabilidade do proponente da actividade fazer o EIA incluindo a realização de

consultas públicas nas fases da definição do âmbito e da elaboração do EIA, em conformidade

com o Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro.

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6. Os Termos de Referência ( TdR's) deverão ser elaboradosapós a definição do âmbito incluindo

os resultados das consultas públicas.

7. A realização do EIA deverá reger-se dos critérios de avaliação constantes do artigo 8 do

Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro, e deverão ser observados os padrões de qualidade

ambiental adoptados em Moçambique.

III- Procedimentos Para o Licenciamento Ambiental

Os procedimentos para o licenciamento ambiental são os seguintes:

1. Todas actividades constantes do anexo I do Regulamento sobre o Processo de Avaliação do

Impacto Ambiental e aquelas que forem determinadas aquando da pré-avaliação como sendo

projectos de categoria A, deverão apresentar no mínimo três alternativas de localização e de

tecnologia de operação e construção. As de categoria B deverão apresentar pelo menos

duas alternativas.

2. A anteceder o EIA, deverão ser apresentados os respectivos Termos de Referência (TdR) em

número de cópias a ser comunicado no acto da pré-avaliação. Os TdR's das actividades de

actegoria A deverão ser acompanhados do relatório de Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e

Definição do Âmbito ( EPDA )

3. O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental em coordenação com outros sectores

deverá proceder à revisão dos Termos de Referência acompanhados com o Estudo de Pré

viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) num prazo máximo de 30 dias úteis

(segundo o Decreto n.º 45/2004). Caso seja necessário, dada a complexidade da actividade, o

MICOA poderá comunicar ao proponente sobre a extensão do período de revisão.

4. O número de cópias de REIAs a ser submetido ao Ministério para a Coordenação da Acção

Ambiental será comunicado no acto de aprovação dos TdRs.

5. O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental em coordenação com outros sectores

afins procederá à revisão do REIA de acordo com o Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro,

num prazo de 45 dias. O processo de revisão é auxiliado pela presente Directiva Geral e pelo

Manual de Metodologia de Pré-avaliação e Revisão de Relatórios de Estudo do Impacto

Ambiental.

6. O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental em coordenação com outros sectores

afins realizará a fiscalização, inspecção e auditoria ambientais durante as fases de construção,

operação e desactivação.

7. As informações complementares são contidas no fluxograma (anexo 1)

8. Todos os documentos relativos ao Processo de Avaliação do Impacto Ambiental deverão ser

redigidos em língua portuguesa.

9. O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental poderá também solicitar cópias de

outros documentos relevantes durante a apreciação do REIA.

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10. Os relatórios de especialidade deverão fazer parte dos anexos do REIA em volumes

separados como material de informação complementar para actividades de categoria A.

IV- Relatório de Estudo do Impacto Ambiental

1. Formato e Estrutura Geral do REIA O REIA compreende três conjuntos de documentos, correspondendo a três níveis de detalhe e a

leitores a que se destinam, nomeadamente:

a) sumário executivo;

b) relatório principal; Plano de Gestão Ambiental, e Anexos;

c) relatório de Participação Pública.

O REIA deve ser integralmente redigido em língua portuguesa. Exceptuam-se, naturalmente,

pequenas citações noutras línguas, desde que sejam determinantes para a compreensão do texto.

Ao longo do texto serão indicadas as fontes de informação, podendo limitar-se a uma referência

numérica remetendo para as listas bibliográficas. Similarmente, cada quadro ou carta deve

indicar a fonte dos dados.

Todos os textos devem ser apresentados em volumes de formato A4, devendo ser claramente

legíveis.

Os desenhos e figuras deverão ser devidamente legendados de forma a serem compreensíveis

independentemente do texto. Os mapas, os desenhos e as figuras deverão ser devidamente

acondicionados.

Todas as expressões científicas deverão obedecer às normas moçambicanas ou internacionais,

devendo as grandezas físicas ser expressas no sistema internacional de unidades.

Os dados técnico-científicos deverão ser sempre acompanhados de referências bibliográficas

devendo, eventualmente, descrever-se os métodos utilizados na sua medição ou cálculo.

Todos os volumes do REIA devem ter uma capa e contracapa de formato idêntico, onde

constem, obrigatoriamente, os seguintes elementos:

A. Capa

a) Título principal (Ex. Relatório do Estudo de Impacto Ambiental de ...);

b) Título do tomo ou volume e respectivo número de referência;

c) Logotipo do Proponente/consultor B. Contracapa

a) Nome e endereço do proponente da actividade;

b) Nome e endereço da entidade e/ou consultores responsáveis pela elaboração do EIA.

d) Data do início e conclusão do EIA ( mês e ano).

2. Resumo Executivo O Resumo executivo não deverá exceder 5 páginas de texto, utilizando a fonte arial. Deverá

incluir um mapa simples com a localização da actividade à escala apropriada. O mapa deverá

incluir o essencial das informações veiculadas no resumo executivo de forma a reflectir o

enquadramento da actividade. O resumo deverá ser escrito em linguagem corrente e apropriada

para divulgação ampla.

O resumo executivo deverá conter informação relevante perceptível para um leitor não

especializado. Será, como o próprio nome indica, sintético, curto e escrito de tal forma que

permita ao leitor focar imediatamente a atenção sobre as questões cruciais.

86

Deverá ser adequado à rápida compreensão de todos os interessados e afectados. Deve-se dar

ênfase especial aos factores de decisão e susceptíveis de gerar preocupação por parte do

público. Sempre que conveniente, o texto remeterá o leitor às informações mais detalhadas ou de

carácter mais técnico, constantes dos restantes documentos.

3. Relatório Principal O relatório principal deverá ser objectivo e reflectir de forma sintética os resultados dos estudos

especializados realizados, devendo conter, entre outros, os seguintes elementos:

a) Definição da actividade, incluindo nomeadamente: identificação do proponente;

justificação da necessidade e interesse da actividade; alternativas à actividade e justificação da

alternativa escolhida; informação sumária sobre projectos associados;

b) Descrição da actividade, sua localização, características funcionais, exigências de utilização

dos recursos, bens ou serviços produzidos;

c) Descrição das emissões gasosas, líquidas e sólidas a produzir;

d) Situação ambiental de referência da região e suas perspectivas de evolução, no respeitante aos

sistemas biofísicos, económico e sócio-cultural;

e) Impactos positivos e negativos sobre o ambiente originados pela actividade, com especial

atenção à qualidade de vida das populações, à salvaguarda dos recursos naturais e equilíbrio

ecológico; inter-relações entre os diferentes impactos, medidas mitigadoras dos impactos

negativos e plano de gestão ambiental;

f) Análise dos riscos resultantes da actividade e respectivos planos de emergência em caso de

acidente grave;

g) Análise comparativa das diferentes alternativas, salientando as vantagens e desvantagens

determinantes de cada uma;

h) Conclusões equacionadas às questões relevantes para uma efectiva tomada de decisão;

i) Referências bibliográficas, mapas e esquemas incluindo eventualmente reproduções em

pequena escala de alguns esquemas, fotografias e figuras, sempre que tal se revele necessário à

boa compreensão ou substitua com vantagem um texto descritivo.

3.1.Definição da Actividade

3.1.1. Identificação do Proponente

Deverá ser claramente identificado o proponente da actividade, o interlocutor em relação ao EIA

e o responsável pela preparação do REIA. O proponente é a entidade que responde pelo projecto

em última instância ( artigo 22, do Decreto n.º 45/ 2004 ).

A equipe do EIA é responsável pelas afirmações e conclusões do REIA, de acordo com o

Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental. Para garantir a

multidisciplinaridade, deverá ser indicada aequipe multidisciplinar responsável pela realização

do EIA bem assim o seu coordenador e as respectivas especialidades. O REIA

deverá incluir os curricula da equipe e certificados de habilitações, principalmente dos membros

que não estejam registados nos termos do Decreto n.º 45/2004.

87

3.1.2. Enquadramento da actividade

Deverá ser indicado o enquadramento da actividade nas políticas de desenvolvimento sectoriais e

no plano de ordenamento local.

3.1.3. Alternativas da Actividade

Devem ser referidas as diferentes alternativas consideradas, incluindo as rejeitadas, com detalhe

suficiente para se poder avaliar as respectivas vantagens e desvantagens. Deverão ser

consideradas as alternativas de localização, de tecnologias e calendarização das actividades, etc.

Deverá também ser avaliada a alternativa de não implementação da actividade no local proposto.

3.1.4. Actividades associadas

As relações da actividade proposta com outras deverão ser referidas e discutidas, quer dependam

ou não do mesmo proponente. Devem ser identificados os possíveis problemas ambientais

derivados de actividades associadas..

3.2. Descrição da Actividade Todas as alternativas consideradas na discussão referida em 3.1.3. deverão ser descritas em

detalhe segundo os tópicos abaixo indicados. Os factores comuns podem ser referidos em

primeiro lugar, seguidos pelos factores relativos às diferentes alternativas. As condicionantes

técnico-económicas da actividade e custos implicados pelas diferentes alternativas devem ser

igualmente discriminados.

3.2.1. Localização e disposição da actividade

As propostas de localização deverão ser descritas e ilustradas em mapas de escala mínima

aceitável, onde deverá ser compreensível o enquadramento geográfico e evidenciadas as infra-

estruturas existentes. Deve-se, igualmente, descrever a disposição prevista para as instalações da

actividade em relação às infra-estruturas, ao plano de urbanização e de uso e aproveitamento da

terra existentes.

3.2.2. Fase de Construção da actividade

A fase de construção da actividade deverá ser devidamente calendarizada, por forma a permitir o

fácil acompanhamento dos trabalhos a serem desenvolvidos, devendo, entre outros aspectos

incluir:

a) Definição da área afectada, métodos de preparação do

terreno e destino dos materiais resultantes; métodos de limpeza do terreno e armazenamento do

solo superficial; eventual interrupção de fluxos naturais, como linhas de água, níveis freáticos,

etc.;

b) Vias de acesso para a construção, já existentes e a construir, sua capacidade de carga e

beneficiações requeridas, estruturas de drenagem e travessia de linhas de água;

88

c) Aterros, taludes, diques e outras obras que impliquem movimentação de terras; métodos de

construção e procedimentos para sua estabilização geotécnica, medidas de controlo da erosão;

tipos e quantidade de equipamento e veículos de construção civil a seremutilizados na obra;

d) Qualidade e quantidade de mão de obra, sua proveniência, recrutamento, formação e

sensibilização em relação ao plano de gestão ambiental durante a construção; alojamento dos

trabalhadores e dos responsáveis da obra, posto de primeiros socorros, cantina e instalações

sanitárias, sistemas de segurança;

e) Estaleiros, instalações provisórias e outras infra-estruturas para a obra, incluindo pedreiras,

areeiros, os respectivos planos de exploração e restauração, estabilização, destino dos materiais

rejeitados e recuperação paisagística; depósitos e instalações de preparação dos materiais de

construção; consumo de energia e de água (potável e industrial), fontes de abastecimento e infra-

estruturas requeridas;

f) Descrição de materiais/produtos químicos e as diferentes formas de poluição durante a fase de

construção da actividade, asseverada ao uso destes produtos ou materiais;

g) Resíduos e ruídos produzidos pelas operações de construção e actividades associadas, seu

tratamento e eliminação;

h) Normas de segurança, incluindo condições de manuseamento e armazenamento e uso de

explosivos e outros materiais perigosos; métodos de controlo, áreas afectadas, calendarização e

horário das explosões; vedações e vigilância da área da obra;

i) Restauração de infra-estruturas ou actividades interrompidas devido aos trabalhos de

construção; abandono e desactivação de acessos provisórios, estaleiros e outras instalações

temporárias.

3.2.3. Fase de operação e manutenção da actividade

Para a presente fase, deverão ser descritos de forma detalhada, os seguintes aspectos:

a) Uso das instalações a construir e equipamentos; forma de gestão, regime de utilização;

b) Destino dos diversos tipos de efluentes e formas de tratamento;

c) Descrição de formas de manuseamento, acondicionamento e tratamento dos materiais e/ou

produtos usados;

d) Pessoal, requisitos de formação, proveniência,etc.

3.2.4. Fase de desactivação da actividade

Deve-se prever a possível desactivação da actividade, discutindo o destino das instalações:

possibilidades de extensão da vida útil; integração definitiva na estrutura urbana; estimativa dos

custos associados às diferentes alternativas.

3.3. Delimitação da área de influência da actividade

Deve ser delimitada a área de influência, fazendo-se uma distinção entre a de influência directa e

indirecta. Nos casos em que tal seja relevante, é necessário considerar também as vias de

transporte de matérias-primas, as vias de transporte de produtos finais de características

89

perigosas, explosivos ou inflamáveis, corrosivos, tóxicos ( de acordo com o anexo III do

Regulamento sobre a gestão de resíduos perigosos ) ou locais de deposição de despejos. A área

de influência dos impactos deve ser ilustrada em mapa de escala apropriada.

3.4. Situação de Referência do local de implantação da Actividade

Neste ponto descreve-se o estado do ambiente na área de influência (meios físico, biótico, sócio-

económico e cultural).

3.4.1. Topografia, geologia e solos da situação de referência Devem ser descritos os

seguintes aspectos:

a) Características topográficas, geológicas e geomorfo- lógicas;

b) Tipos de solo, sua caracterização (parâmetros bioquímicos), distribuição e aptidões; possíveis

problemas de erosão, inundação, salinização, acidificação, compactação, poluição e outros;

c) Estabilidade do substrato em relação à construção;

d) Áreas com potencial instabilidade ou que possam afectar ou ser afectadas pela actividade:

encostas sujeitas a deslizamento de terras, desmoronamentos ou avalanches; substratos

desagregados; substrato carsificado (em regiões calcárias); áreas sísmicas; áreas

sujeitas a inundações; etc.;

e) Características geológicas e geomorfológicas de interesse especial.

3.4.2. Clima da situação de referência

a) Localização das estações meteorológicas e registo histórico genérico das condições climáticas

da região;

b) Estudo a longo prazo da variação diária, sazonal e inter anual da temperatura, precipitação,

velocidade e direcção do vento e outras características climáticas pertinentes; aspectos

microclimáticos;

c) Caso se preveja poluição deverá ser feito o registo pormenorizado de direcções e velocidades

do vento, etc.

d) Definição de riscos específicos para a actividade, associados a condições meteorológicas

particulares (ventos fortes, ciclones, chuvadas torrenciais, altas ou baixas temperaturas, neblinas

ou nevoeiros, trovoadas, descargas eléctricas, etc); definição de condições limites em relação aos

modos de operação da actividade; seu significado e frequência, estudo da frequência

combinada de vários parâmetros climáticos desfavoráveis, se necessário, desenvolver estudos

climatológicos complementares.

3.4.3. Hidrologia e gestão de recursos hídricos da situação de referência

a) Hidrologia: Descrição e caracterização dos principais corpos de água que possam afectar o

projecto ou a serem afectados;

b) Hidrogeologia: nível freático, sua altura, variações e relação com as águas superficiais;

aquíferos e movimento das águas subterrâneas;

c) Parâmetros físico-químicos e biológicos dos cursos de água e outros corpos hídricos

(temperatura, pH, oxigénio dissolvido, matéria orgânica, salinidade, nutrientes, sólidos

suspensos, metais pesados, hidrocarbonetos, coliformes e outros parâmetros

bacteriológicos, microflora e microfauna, etc); registos históricos, tendências evolutivas,

variações diárias, sazonais e anuais, taxas de dispersão no meio; adequação para diferentes usos

da água consoante a sua qualidade consumo doméstico, vida animal, rega, recreio, pesca, uso

industrial, navegação, descarga de efluentes;

90

d) Localização, caudais e caracterização de descargas de efluentes e formas de uso existentes

antes do projecto.

3.4.4. Ecologia da situação de referência

a) Cobertura vegetal e zoneamento biogeoclimático; estágio de maturidade das formações

vegetais; factores de degradação e intervenção humana;

b) Identificação de comunidades vegetais nativas e exóticas na área afectada; listagem de

espécies por nomes comuns e científicos; determinação de abundância absoluta e relativa das

espécies em cada tipo deformação;

c) Importância das formações vegetais e espécies individuais para a fauna local, como habitat e

alimentação;

d) Abundância e distribuição das espécies animais, em particular todos os vertebrados, bem

como os invertebrados considerados importantes no âmbito da estrutura do ecossistema e

equilíbrio ecológico, listagem por nomes comuns, científicos e vernaculares;

e) Espécies e comunidades animais e vegetais de importância especial em termos ecológicos e

em relação ao homem (espécies críticas nas cadeias tróficas, sinergéticas, com valor económico,

científico ou cultural, ameaçadas de extinção, protegidas pela lei em vigor ou por convenções

internacionais);

f) Identificação de áreas ou ecossistemas sensíveis em particular áreas de criação e nidificação e

rotas de migração (de curta ou longa distância) que possam ser interrompidas pela concretização

do projecto; épocas do ano em que as espécies de interesse e os ecossistemas no seu conjunto são

mais sensíveis, sensibilidade de espécies particulares à poluição.

3.4.5. Uso da terra e dos recursos da situação de referência

a) Definição de áreas afectadas por diferentes usos do solo e dos recursos: agricultura,

exploração silvícola, áreas naturais, áreas urbanas e sociais (residenciais, comerciais,

recreacionais, parques urbanos, religiosas), zonas industriais, minas;

b) Relação dos usos com os planos de ordenamento existentes ou previstos: áreas protegidas

(parques, reservas, áreas de proteção ), áreas sensíveis, locais classificados, direitos particulares

de propriedade e/ou uso da terra e dos recursos, áreas de reserva legal;

c) Zonas de uso comunitário: áreas destinadas ao recreio e amenidades paisagísticas, áreas onde

se exercem actividades económicas tradicionais (caça, pesca).

3.4.6. Paisagem da situação de referência

a) Caracterização da estrutura paisagística, integrando as suas componentes natural e

humanizada;

b) Estudo do valor cénico da paisagem.

3.4.7. Outros factores de qualidade do ambiente da situação de referência

a) Tipos de poluentes, níveis e causas de poluição;

b) Causas e níveis de ruídos e vibrações;

c) Identificar, estimar e caracterizar os tipos de resíduos e identificar as fontes geradoras;

3.4.8. Caracterização sócio-económica da situação de referência

91

a) Demografia: distribuição espacial da população, estrutura etária, movimentos migratórios;

b) Estrutura económica e distribuição por sectores de actividade; dinâmica da economia local;

relação das actividades económicas com a utilização de recursos naturais; relação das actividades

económicas com a existência de poluição, riscos de acidentes e outros factores de degradação do

ambiente;

c) Caracterização sócio-económica da população: estratos sócio-económicos, nível educacional,

emprego;

d) Rede urbana, rede de transporte, equipamentos sociais e outras infra-estruturas;

e) Outros factores de qualidade de vida: habitação, saúde, nível cultural, condições de recreio e

lazer, qualidade do ambiente, acesso aos espaços naturais.

3.4.9. Património cultural da situação de referência

a) Património construído;

b) Património arqueológico;

c) Uso e costumes locais e regionais.

3.5. Análise dos impactos ambientais da actividade

Devem ser descritos e comparados os impactos para as várias alternativas, com ênfase nas acções

potencialmente geradoras de graves danos para o ambiente, e numa perspectiva evolutiva da

situação. Serão considerados quer os impactos positivos, quer os negativos, relativos às fases de

construção, operação e desactivação. Em caso de informação insuficiente, deverá ser claramente

referido até que ponto as previsões se baseiam em julgamentos subjectivos.

Os diferentes impactos serão tratados nos seguintes aspectos:

I. Magnitude, efeitos e importância dos diferentes impactos, a curto, médio e a longo prazos;

II. Caracterização do impacto em função de: positivo/negativo, directo/indirecto,

local/regional/trans-fronteiriço, imediato/a médio ou longo prazo, temporário/permanente e

reversível/ irreversível.

III. Interacções entre os diferentes impactos, nomeadamente efeitos cumulativos, indirectos, e

sinergéticos;

IV. Significância dos Impactos Deverão ser estudados os tipos de impactos cobrindo os tópicos

que se discriminam em seguida (sem prejuízo de outros que se venham a revelar necessários).

Deve-se descrever a metodologia utilizada na avaliação dos impactos.

3.5.1. Impactos da actividade no meio geológico

a) Eventual destruição de caracteres geológicos de interesse especial;

b) Problemas potenciais associados a deslizamentos de terras, tremores de terra, avalanches e

outros movimentos do terreno;

c) Problemas de erosão, sedimentação e instabilidade de terrenos;

d) Efeitos sobre o terreno e subsolo de extracção de inertes, suas relações com cursos de água e

aquíferos;

e) Impactos de aterros, desaterros e túneis.

3.5.2 . Impactos da actividade no meio hídrico

92

a) Poluição de corpos de água;

b) Impactos sobre os parâmetros hidrológicos dos corpos de água afectados: escoamentos

(caudal, velocidade e variabilidade), erosão das margens e do leito, movimentação dos canais e

bancos de sedimentos;

c) Alterações à hidrologia subterrânea (nível freático, qualidade da água subterrânea) e padrões

de escoamento entre as águas subterrâneas e de superfície;

d) Emissões de líquidos gerados pela construção, pela operação e pelos esgotos domésticos; sua

recolha, tratamento, destino e impacto sobre a qualidade da água do meio receptor;

e) Efeitos sobre os abastecimentos de água potável e a sua qualidade;

f) Extracção de inertes nas margens ou leito dos corpos hídricos; impactos associados e planos de

exploração;

g) Impactos dos caudais para a manutenção do sistema ecológico;

h) Avaliação da disponibilidade da água e capacidade de autodepuração do corpo hídrico

receptor;

3.5.3 Impactos da actividade sobre a qualidade do ar atmosférico

a) Impactos da actividade sobre o microclima local;

b) Impactos sobre a qualidade do ar decorrentes da emissão de poluentes pela construção e

operação da actividade: estudo de condições médias, prováveis e críticas em função dos factores

das diferentes condições climáticas; áreas afectadas, níveis e consequências para a população e o

ambiente em geral;

c) Ruído gerado, durante as fases de construção e operação; fontes e especificações do

equipamento; estudo de condições médias, prováveis e críticas; áreas afectadas,

níveis e consequências para a população e o ambiente em geral.

3.5.4. Impactos da actividade sobre a ecologia

a) Efeito de barreira: seu impacto sobre percursos migratórios, divisão de populações, isolamento

de habitats complementares para certas espécies; destruição de habitats e efeito de irrupção;

b) Efeitos sobre os ecossistemas naturais e humanizados, dando atenção especial a: áreas

protegidas, zonas de nidificação e reprodução de espécies protegidas e em perigo, áreas de

distribuição de espécies ameaçadas, áreas onde subsiste a floresta autóctone, corpos hídricos

ricos em peixe, áreas de criação para a fauna aquática, pântanos, zonas frequentadas por aves

migratórias, zonas ribeirinhas e outros locais especialmente sensíveis.

3.5.5. Impactos da actividade sobre o uso da terra e dos recursos

a) Impactos sobre actuais e potenciais formas de uso da terra e solo, nomeadamente afectação ou

eliminação de solo arável, florestas, áreas naturais, sociais (residenciais, de recreio ou serviços),

sujeitas a estatuto especial; integração e conflitos entre a implantação da nova actividade e os

planos de ordenamento vigentes;

b) Efeitos sobre as actividades locais no uso temporário do solo durante a fase de construção;

c) Efeitos dos poluentes atmosféricos, efluentes líquidos e resíduos; tomar atenção especial à

acidificação e salinização do solo, devido à poluição do ar, ao uso indevido de agro-químicos e à

circulação de metais pesados originados pelos depósitos de resíduos; degradação do solo devido

à erosão ou compactação, eventual inutilização do solo devido a estes e outros factores de

degradação; capacidade de resiliência;

d) Impactos induzidos sobre o ordenamento do território e uso da terra, com especial ênfase para

as áreas de interesse especial, nomeadamente as de património natural e construído.

93

3.5.6. Impactos da actividade sobre a paisagem

a) Alterações estruturais da paisagem;

b) Impacto sobre os valores estéticos da paisagem, originado quer pelas instalações definitivas,

quer pelas operações de construção e actividades complementares.

3.5.7. Impactos da actividade sobre o meio sócio-económico Efeito da actividade sobre as

comunidades locais:

a) Reacção dos habitantes locais em relação à nova actividade e ainda em relação aos

trabalhadores, que necessariamente se alojarão na região; consequências para a actividade e a

comunidade local;

b) Alterações demográficas: eventual estabelecimento de novas populações e/ou deslocação de

algumas existentes; movimentos migratórios; alterações à estrutura etária local;

c) Alterações à estrutura económica local e regional; situação das actividades tradicionais sob as

novas condições;

d) Impactos na economia nacional; exportações, balanço energético, poupança de meios

financeiros, serviço da dívida (no caso de se recorrer a financiamentos externos a título de

empréstimo);

e) Alterações das condições de habitação, rede urbana, infra- estruturas, equipamentos sociais,

acesso a áreas naturais;

f) Impactos da actividade sobre a saúde das populações afectadas, por efeito da poluição

atmosférica, hídrica, sonora ou outros factores;

g) Alterações da estrutura sócio-económica, cultural e qualidade de vida em geral, da população

local e regional; eventuais alterações ao modo de vida;

h) Impacto na saúde ocupacional.

3.5.8. Impactos da actividade sobre o património cultural

a) Efeitos sobre o património construído e arqueológico;

b) Efeitos sobre as tradições e o saber tradicional, sem pôr em causa o direito à mudança de

condições de vida; como capitalizar o património cultural em termos económicos e sociais, sem

o subverter e destruir.

3.6. Medidas de Mitigação e de Compensação

As medidas de mitigação são aquelas capazes de diminuir o impacto negativo, ou mesmo sua

gravidade, não compensando danos e as compensatórias são as adoptadas na impossibilidade

de minimizar os impactos negativos causados. Todos os impactos negativos identificados no

ponto anterior deverão ser mitigados e os positivos potenciados. No caso dos impactos negativos,

as medidas mitigadoras deverão incluir opções existentes, respectivos custos, vantagens e

desvantagens.

3.7. Análise dos riscos

Deverão ser descritos e avaliados os potenciais riscos que decorrem da implementação da

actividade em cada uma das alternativas do projecto.

94

V- Análise Comparativa das Alternativas

Será feita uma comparação global das alternativas (localização, tecnologias de produção,

materiais de construção, cronograma e ainda a alternativa zero ou seja de não implantação da

actividade), recorrendo a metodologias consideradas mais apropriadas. Os resultados deverão ser

apresentados também em forma gráfica.

Deve ser feito um esforço para a comparação das diferente variáveis, evitando-se subjectividade.

Entre outras metodologias de análise comparativa, poderá ser efectuada análise de custos-

benefícios, a qual deverá ser objectiva e abranger o maior número de parâmetros. Como

corolário destas análises globais, serão identificados os impactos mais significativos, que virão a

ser determinantes para a tomada de decisão sobre o projecto. Entre os impactos considerados

mais significativos, contar-se- ão sempre os seguintes: impactos a curto ou longo prazo que

provoquem ou potenciem a destruição de características ímpares do ambiente natural; que

comprometam o equilíbrio ecológico; que ponham em causa a sobrevivência de tradições; modos

de vida e culturas; que afectem a saúde e qualidade de vida das populações; que reduzam o leque

de opções de desenvolvimento futuras; impactos potencialmente gravosos e cuja real magnitude

se desconhece; riscos socialmente inaceitáveis; geração de conflitos sociais e institucionais. O

tratamento dos riscos deve em primeiro lugar visar a salvaguarda da vida humana.

VI- Contabilidade Ambiental

O EIA deverá conter elementos fundamentais da contabilidade ambiental que no âmbito do

sistema de gestão ambiental da actividade possibilitem o acompanhanto através das auditorias

ambientais e financeiras.

VII- Conclusões e Recomendações

Como conclusão do relatório do EIA, deverão ser equacionados os impactos significativos

(negativos e positivos), as vantagens e desvantagens determinantes das diferentes alternativas, e

demais factores críticos para tomada de decisão sobre o projecto. Com vista a uma leitura rápida

das principais conclusões pelos interessados, deverão ser sintetizados e sumariamente descritos

os seguintes aspectos:

a) Comparação global das alternativas escolhidas;

b) Impactos mais significativos;

c) Medidas mitigadoras dos impactos negativos, que poderão incluir entre outras; alterações da

localização, de desenho, de calendarização das actividades, de reabilitação de potenciação dos

efeitos positivos;

d) Planos de monitorização e controle dos impactos ambientais. Adicionalmente deverão ser

feitas recomendações finais em relação à viabilidade ambiental do projecto após a

implementação do Plano de Gestão Ambiental proposto.

VIII- Lacunas de Conhecimento

Deverão ser definidas as lacunas de conhecimento encontradas durante a elaboração do EIA, aos

diferentes níveis:

a) Enfatizar os impactos não possíveis de mitigação, por inexequibilidade técnico-económica no

actual estágio de conhecimentos;

b) Identificar impactos determinantes cuja quantificação e caracterização é precária ou

insuficiente - quer por inexistência, quer por inacessibilidade da informação;

95

c) Definir áreas prioritárias para a investigação científica e tecnológica, com base nas lacunas

identificadas nas alíneas anteriores;

d) Avaliar os circuitos de informação e a facilidade ou dificuldade com que a informação chega

aos utilizadores; indicar formas de melhorar o sistema administrativo e de informação;

e) Propor termos de referência para estudos e trabalhos adicionais com vista a solucionar as

falhas mais críticas de entre as acima referidas.

IX- Plano de Gestão Ambiental

O Plano de Gestão Ambiental ( PGA ) das acções de execução das diferentes etapas da

actividade é composto pelo conjunto de programas e respectivas acções que se destinam a fazer

com que o projecto se realize segundo os princípios de protecção ambiental. Dentre outros o

PGA, deverá conter o seguinte:

1. Programa de monitorização A monitorização dos impactos requer medições dos parâmetros referentes aos factores

ambientais afectados, antes e depois da implantação do projecto. Para a medição devem ser

indicados os locais de medição, a periodicidade e os valores máximos admissíveis. Este deverá

ainda conter a informação seguinte:

• Os objectivos de monitorização;

• Política e estrutura legal;

• Âmbito;

• Responsabilidades e procedimentos;

• Actividades de monitorização ambiental;

• Efeitos de monitorização ambiental;

• Auditorias ambientais internas;

• Monitorização sócio-económica;

• Resultados esperados e seu reajustamento;

• Desempenho da avaliação ambiental.

2. Programas de controle de situação de risco e emergência Devem ser discutidos os diferentes riscos de acidentes, suas causas, consequências, frequência

ou probabilidade esperada, medidas de prevenção e redução dos riscos, e planos de emergência

previstas. Deverá ser dada especial atenção aos riscos ―alta probabilidade e/ou alta gravidade‖.

Nestes casos, será analisado um conjunto de cenários, incluindo o ―pior caso possível‖.

Em relação às medidas mitigadoras dos riscos (quer em termos de gravidade das consequências,

quer da probabilidade de ocorrência), deverão ser feitas análise do tipo ―risco-custo‖, por forma a

justificar a importância atribuída a tais medidas.

Nos planos de emergência deverão ser definidos o enquadramento institucional e as medidas de

protecção da população, da natureza e dos bens patrimoniais, bem como as funções dos

diferentes intervenientes; em particular, será discutida a capacidade real de intervenção, actual e

projectada, de tais intervenientes.

Em particular, deverão ser equacionados os riscos de incêndio e explosão de canalizações e

depósitos de combustíveis destinados ao abastecimento domiciliário; acidentes rodoviários e

pessoais como função da configuração urbanística e outros factores; medidas de combate e

evacuação em caso de sinistro. Caso a actividade se localize próximo de uma zona industrial,

serão estudados adicionalmente os riscos inerentes a tal localização.

3. Acções de manutenção

96

Identificar e minimizar os impactos que advêm da manutenção de obras e de equipamentos.

4. Programa de educação ambiental. Em casos de projectos localizados em áreas frágeis ou que afectem Áreas de Conservação ou

Zonas de Protecção, é importante que as pessoas que tenham acesso ou recebam informação

junto às instalações sobre os cuidados que devem tomar para a protecção dos recursos naturais,

devendo o EIA conter os indispensáveis programas de educação ambiental.

X- Participação Pública O Relatório de consulta pública deverá apresentar os seguintes

elementos:

I. Introdução

II. Identificação das PI&A´s

III. Identificação das questões levantadas

IV. Apresentação das reacções às questões levantadas

V. Resoluções e/ou compromissos assumidos

VI. Síntese e conclusões

XI- Anexos Tratam-se dos restantes documentos que não constam do resumo não técnico e do relatório

principal. Os anexos poderão ser organizados em número variável de tomos ou volumes,

conforme se revele conveniente, devendo ser acompanhados de um índice.

Anexo 1:

Fluxograma de Procedimentos sobre o licenciamento de actividades:

Procedimentos de participação pública e de Licenciamento ambiental.

Pedido da Licença do uso e aproveitamento da terra e ou Licença Especial aos órgãos de tutela

pelo proponente Autorização provisória

Apresentação da proposta de actividade ao CPI ou ao organismo de tutela

Submissão da proposta de actividade ao MICOA para Pré-avaliação

Elaboração dos Termos de Referência (TdR) para o EIA e sua submissão ao MICOA pelo

proponente.

Aprovação dos TdR pelo MICOA.

Elaboração do EIA e sua submissão pelo proponente.

Aprovação do EIA pelo MICOA.

Aprovação da actividade pelo órgão de tutela.

Construção do empreendimento pelo proponente.

Auditoria Ambiental pelo MICOA.

97

3 - DIPLOMA MINISTERIAL Nº 130/2006, DE 19 DE JULHO

98

Trata da Directiva Geral para o processo de Participação Pública do processo de Avaliação do

Impacto Ambiental.

Esta directiva refere-se à Audiência Pública – que é o processo de auscultação a todas as partes

interessadas e afectadas, directa ou indirectamente, por uma actividade, o pedido de esclarecimento,

a formulação de sugestões, interevenção pública e interposição de petições da fase de revisão dos

TdR até ao licenciamemto ambiental, cuja responsabilidade é do MICOA. A audiência pública

poderá ter lugar ainda, por solicitação de cidadãos; associações e organizações ambientais

legalmente constituidas, ou de entidades públicas ou privadas, directa ou indirectamente afectadas

pela actividade em análise, sempre que a natureza da actividade, suas características e os seus

efeitos previsíveiso justifiquem.

Diploma Ministerial n.º 130/2006 de 19 de Julho

Constituindo o processo de participação pública um procedimento de grande importância na

avaliação do impacto ambiental e principal elo de comunicação entre os órgãos governamentais e

os diversos sectores da sociedade civil, comunidades locais e associações de defesa do ambiente,

nos termos do artigo 8 da Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro, conjugado com o artigo 14 do Decreto

n.º 45/2004, de 29 de Setembro, torna-se necessário proceder a definição e a harmonização das

normas e procedimentos que deverão orientar o processo de participação pública, o qual abrange

todas as fases de Avaliação do Impacto Ambiental.

Assim, com vista a concretização do disposto no número 2 do artigo 1 do Decreto n.º 45/2004,

de 29 de Setembro, conjugado com a alínea b) do n.º 1 do artigo 5 do Regulamento sobre o

Processo de Avaliação do Impacto Ambiental, é aprovada a Directiva Geral para o Processo de

Participação Pública, em anexo, que faz parte integrante do presente Diploma Ministerial.

Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, em Maputo, 5 de Maio de 2006.— O

Ministro para a Coordenação da Acção Ambiental, Luciano André de Castro.

Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no processo de Avaliação do

Impacto Ambiental

AIA – Avaliação do Impacto Ambiental;

AP – Audiência Pública;

CP – Consulta Pública;

DNAIA – Direcção Nacional de Avaliação Ambiental;

DPCA – Direcção Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental;

EAS – Estudo Ambiental Simplificado;

EIA – Estudo do Impacto Ambiental;

EPDA – Estudo de Pré- Viabilidade e Definição do Âmbito;

MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental;

PI&A´s – Partes Interessadas e Afectadas;

PP – Participação Pública;

99

RAIA – Regulamento de Avaliação do Impacto Ambiental;

RAP – Relatório de Audiência Pública;

RCP – Relatório de Consulta Pública;

TdR – Termos de Referência.

Definições

1. Actividade: É qualquer acção, de iniciativa pública ou privada,relacionada com a utilização ou

exploração de componentes ambientais, a aplicação de tecnologias ou processos produtivos,

planos, programas, actos legislativos ou regulamentares, que afectam ou pode afectar o ambiente.

2. Área de Influência: É a área e o espaço geográfico directa ou indirectamente afectados pelos

impactos ambientais de uma actividade.

3. Audiência Pública: É o processo de auscultação a todas as partes interessadas e afectadas,

directa ou indirectamente, por uma actividade, o pedido de esclarecimento, a formulação de

sugestões, intervenção pública e interposição de petições da fase de revisão dos TdR até ao

licenciamento ambiental, cuja responsabilidade é do MICOA. A audiência pública poderá ter

lugar ainda, por solicitação de cidadãos, associações e organizações ambientais legalmente

constituídas, ou de entidades públicas ou privadas, directa ou indirectamente, afectadas pela

actividade em análise, sempre que a natureza da actividade, suas características e os seus efeitos

previsíveis o justifiquem.

4. Avaliação do Impacto Ambiental (AIA): É um instrumento de gestão ambiental preventiva

que consiste na identificação e análise prévia qualitativa e quantitativa, dos efeitos ambientais

benéficos e perniciosos de uma actividade proposta.

5. Comunidade: Agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial

de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da

protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousios, florestas, sítios

de importância cultural, pastagens, fontes de água e áreas de expansão.

6. Consulta Pública: É o processo de auscultação do parecer dos diversos sectores da sociedade

civil, incluindo pessoas colectivas ou singulares, directa ou indirectamente interessadase ou

potencialmente afectadas pela actividade proposta durante a elaboração do EIA.

7. Desenvolvimento Sustentável: É o desenvolvimento baseado numa gestão ambiental que

satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer o equilíbrio do ambiente e a

possibilidade de as gerações futuras satisfazerem também as suas necessidades.

8. Directivas: são as orientações e parâmetros globais a que deverá submeter-se a realização da

avaliação do impacto ambiental nas diferentes áreas de actividade económica e social e que serão

objecto de despachos do Ministro para a Coordenação da Acção Ambiental.

9. Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito

(EPDA): Processo obrigatório para as actividades classificadas como sendo de categoria A que

visa identificar, avaliar os principais impactos, analisar as alternativas de mitigação, bem como,

definir o âmbito do EIA, através da selecção das componentes ambientais, que podem ser

afectadas pela actividade em análise e sobre as quais o EIA deve incidir.

100

10. Estudo de Impacto Ambiental (EIA ): É a componente do processo de AIA que analisa

técnica e cientificamente as consequências da implantação de actividades de desenvolvi-

mento sobre o ambiente.

11. Estudo Ambiental Simplificado (EAS ): É a componente do processo de AIA que analisa

técnica e cientificamente as consequências da implantação de actividades de desenvolvimento

sobre o ambiente para actividades classificadas como sendo de categoria B.

12. Partes Interessadas e Afectadas ( PI&A´s): Pessoas individuais ou colectivas públicas ou

privadas a quem a actividade proposta interesse ou afecte directa ou indirectamente.

13. Participação Pública (PP): É o processo de informação e de auscultação das partes

interessadas e afectadas, directa ou indirectamente pela actividade e que é realizado durante o

processo de AIA.

14. Proponente: Qualquer pessoa, entidade pública ou privada, nacional ou estrangeira, que se

proponha a realizar ou implementar uma actividade ou introduzir qualquer tipo de alterações

numa actividade em curso.

15. Revisão: É o processo técnico e cientifico do conteúdo dos documentos elaborados no

âmbito do processo de AIA, para verificar a sua qualidade técnica, e informações neles contidas,

de acordo com as directivas emitidas para o efeito.

16. Situação Ambiental de Referência: É o estudo da qualidade das componentes ambientais e

de suas interacções conforme se apresentam na área de influência de uma actividade, antes da

sua implantação.

17. Termos de Referência (TdR): É o documento que contém os parâmetros e informações

específicas que deverão presidir a elaboração do EIA ou EAS de uma actividade. Deve ser

apresentado pelo proponente para a aprovação do MICOA antes de iniciar o EIA e EAS.

1. Introdução O presente documento constitui a directiva geral sobre o processo de participação pública

circunscrito no quadro de gestão ambiental, de acordo com a Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro

Artigo 8) e do Regulamento sobre o processo de Avaliação de Impacto Ambiental, aprovado

pelo Decreto n.º 45/2004, de 29 de Setembro O objecto geral desta Directiva é harmonizar os

procedimentos e dotar os vários intervenientes de linhas mestras que deverão orientar o processo

de Participação Pública. Este processo deverá iniciar na fase de concepção da actividade e

abrange todas as fases do processo de AIA.

A participação pública aproxima os diferentes interesses, criando um ambiente de negociação

entre as partes envolvidas no processo de desenvolvimento, possibilitando a discussão e análise

imparcial dos impactos que uma actividade pode causar, evitando e corrigindo danos bem como

optimizar os benefícios e a eficiência das soluções.

O processo de participação pública é um procedimento de grande importância na avaliação do

impacto ambiental e componente bastante auxiliador para se lograr o desenvolvimento

sustentável, onde são equacionadas conjuntamente as questões de índole ambiental, económica e

social.

101

Ela deve significar a contínua comunicação entre os órgãos governamentais competentes para

decidir sobre a realização de uma actividade e as medidas de protecção ambiental a serem

exigidas, os empresários responsáveis pela implementação de actividades de desenvolvimento e

público com interesse na actividade ou potencialmente afectado.

Os mecanismos de participação devem propiciar a divulgação das informações sobre a

actividade, o acesso ao processo de licenciamento ambiental e de todo o processo de AIA, a

apresentação e incorporação dos anseios e opiniões dos interessados e afectados, a livre

discussão da actividade e de seus impactos ambientais, a informação sobre a decisão tomada, e o

acompanhamento das consequências ambientais relativas à implantação e operação da

actividade.

São potenciais utilizadores deste documento:

a) O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental , a nível central e provincial;

b) Entidades públicas e privadas, directa ou indirectamente afectadas e interessadas pelo

projecto;

c) Os proponentes das actividades que estejam sujeitas a estudos de impacto ambiental;

d) Consultores ambientais;

e) Todas as partes interessadas e/ou afectadas, directa ou indirectamente, na área de influência do

projecto;

f) Organizações ambientais legalmente constituídas;

g) Diversos sectores da sociedade civil.

2. Princípios Básicos

O processo de participação pública deverá reger-se pelos seguintes princípios:

a) Princípio da disponibilidade e acessibilidade de informação adequada e possibilidade de

aprendizagem durante o processo, incluindo suporte técnico;

b) Princípio da ampla participação dos cidadãos, onde o processo de auscultação e consulta

públicas deverão trazer, no processo de formulação da decisão sobre a viabilidade ambiental da

actividade, as preocupações de todas as pessoas, o que implica maior abrangência, equidade e

respeito pelas formas de organização legítimas existentes, assim como dos seus direitos, desde

que não firam as leis vigentes no País;

c) Princípio da representatividade, onde no processo de auscultação ou consulta devem se fazer

representar todos os segmentos específicos da sociedade civil e outros interessados,

principalmente os directamente afectados. É de carácter obrigatório que no mínimo seja

assegurada a participação de 20% do universo das pessoas afectadas da área de influência da

actividade. Em caso de reuniões que ocorrem longe da área de inserção geográfica da actividade

deverá, igualmente, ser garantida a participação de pelo menos 50% de instituições/organizações

directamente afectadas ou interessadas na actividade;

d) Princípio da independência, onde no processo de auscultação e consulta devem ser criadas

condições para que o resultado possa reflectir as preocupações reais dos afectados e interessados

e não seja dominado por nenhum interesse particular alheio ao processo;

e) Princípio da funcionalidade, onde no processo de auscultação e consulta públicas deverá ser

adoptada uma estrutura simples, transparente, eficiente e sustentável para facilitar o seu

funcionamento e flexibilidade de resposta. A participação pública deverá estabelecer

mecanismos de integração das instituições governamentais envolvidas na aprovação e controle

da actividade; mecanismos de tomada de decisão e acompanhamento da implantação da

102

actividade;

f) Princípio de negociação, que deverá ser entendida como um mecanismo de aproximação de

interesses divergentes e estabelecimento de uma base de confiança entre as partes afectadas e

interessadas, devendo concorrer para a divulgação das informações sobre as consequências da

actividade e formas de minimização de repercussões a advirem da implementação

da actividade. Deverá ajudar a administrar e reduzir os conflitos de interesses de diferentes

grupos sociais.

g) Princípio da responsabilidade, onde o processo de auscultação e consulta públicas deverá

representar de uma forma fiel e responsável as preocupações de todos os intervenientes no

processo. Tem de se ter a assumpção do compromisso tomado no acto das negociações entre as

partes envolvidas.

3- Metodologia para uma participação pública eficaz Para que a participação pública seja

mais abrangente, transparente e útil são identificados conjuntos de procedimentos

seguintes:

1– Identificação dos sectores , grupos ou indivíduos que podem estar interessados ou afectados

por uma acção de desen- volvimento;

2 – Disseminação da informação a respeito da acção de desen- volvimento que se pretende levar

a cabo. Suas vantagens e desvantagens quer de índole social, económica e ambiental;

3 – Diálogo, onde são colocadas as dúvidas, preocupações e feitos os devidos esclarecimentos e

actos de negociações, tipos e formas de compensações;

4 – Assimilação, onde são tomados em consideração os pontos de vista e preocupações do

público;

5 – Retroalimentação, que consiste numa declaração de resultados da participação pública e

sobre as acções e propostas de soluções tomadas e o modo como o público influenciou a

decisão. O cumprimento dos procedimentos acima descritos é de carácter obrigatório. Quando

correctamente conduzida a participação pública no processo de tomada de decisões e no sistema

de gestão ambiental, pode desempenhar um papel fundamental na integração de objectivos

económicos, sociais e ambientais. Constitui o procedimento importante que remove as oposições

do público relativamente às acções de desenvolvimento, aumenta a consciência do público

relativamente ao equilíbrio delicado entre aspectos ambientais, económicos e sociais.

Igualmente, deverá ajudar no aumento da confiança do público nos processos de tomada de

decisão e nas acções de desenvolvimento.

4. Processo de Consulta pública A consulta pública não deve ser considerada como uma actividade isolada. É parte integrante da

AIA e deve contribuir para subsidiar o exercício de identificação de consequências de uma

actividade sobre o ambiente, incluindo repercussões na vida económica e social da área de

inserção geográfica das acções de desenvolvimento. É, de igual modo, um instrumento para

auxiliar não só na identificação de consequências negativas e positivas, como também para

subsidiar a avaliação e desenho de medidas de mitigação, alcance de consenso e confiança entre

as partes envolvidas.

Trata-se, sobretudo, de um processo interactivo, que começa durante o desenho da acção de

desenvolvimento e continua durante as fases de construção e operação.

4.1. As onze medidas para a gestão da consulta pública

1 – Planificação antecipada;

2 – Ensaio do Programa;

3 – Investimento em tempo e recursos financeiros;

103

4 – Contratação e capacitação do pessoal adequado;

5 – Manutenção da responsabilidade geral do processo;

6 – Coordenação de todas as actividades da consulta;

7 – Fomento do diálogo e confiança entre as partes;

8 – Gestão de expectativas;

9 – Colaboração com instituições do governo;

10 – Colaboração com ONG's e organizações de base comunitária;

11 – Participação directa de proponentes da actividade nas reuniões de consulta pública. A

planificação antecipada requer uma actividade de investigação para identificar:

I. Os riscos que podem ser colocados à actividade no contexto ambiental, económico e social

local.

II. As pessoas e grupos importantes que podem ser afectados pela actividade e que podem influir

negativamente nos seus resultados.

III. Os requisitos normativos locais que contemplam a participação do público.

O ensaio do programa significa uma acção que exige que o promotor :

• Identifique as partes interessadas e afectadas, assegurando que todos os grupos estão

devidamente representados;

• Informe de maneira oportuna e compreensível às partes afectadas;

• Ofereça àsPI&A´s a possibilidade e a ocasião de expressar as suas inquietudes;

• Responda às preocupações e ideias que forem colocadas

• Comunique essas respostas às PI&As, organizações consultadas e ao público em geral.

A contratação e capacitação do pessoal, requer a escolha de um coordenador de consulta pública

que possua habilidades de comunicação com grupos de vários níveis Este deve ter capacidade de:

— Lidar com pessoas de diferentes níveis;

— Conhecer o idioma local e a dinâmica da comunidade;

— Respeitar as opiniões alheias;

— Estar verdadeiramente dedicado à sua tarefa e aos objectivos da CP.

4.2 Procedimentos para a Consulta Pública

4.2.1. Identificação de PI&A's.

Para garantir uma CP eficaz, deve ser garantida a identificação de todas as partes directa ou

indirectamente interessadas e afectadas.

Esta fase deve ser o resultado de um levantamento exaustivo quer no terreno quer da análise do

tipo e natureza da actividade, suas características espaciais e administrativas, onde poderão se

definir quais os potenciais organismos estatais interessados e ou que seus interesses possam ser

severamente afectados. É feita a listagem de instituições não governamentais, associações civis,

económicas ou outro tipo de organização social que possam ter interesse ou afectados seus

planos, programas, políticas ou actividades de desenvolvimento. Durante a organização da

consulta pública é imprescindível tomar em consideração determinados procedimentos e

factores, de modo a promover o efectivo envolvimento dos grupos interessados, resguardando-se

porém das suas desvantagens.

4.2.2. Disseminação de informação

A cada grupo deverá ser disponibilizada toda a informação necessária relacionada com a

actividade. Esta informação deverá ser rigorosa, compreensível, pertinente e oportuna. Sempre

que possível as repercussões de índole social, económica e ambiental de uma actividade,

104

programa, plano e política, inclusive as decisões que possam ser tomadas, relativamente às

actividades e acções alternativas devem ser plenamente esclarecidos e disponíveisa todas as

PI&A's.

Os procedimentos para informação devem obedecer ao prescrito no número 6 do artigo 14 do

RAIA, que consiste na convocação da reunião pública até quinze (15) dias antes, da data da sua

realização.

Para garantir amplo conhecimento e informação, as PI&A devem ser informadas através dos

órgãos de comunicação social de maior cobertura e circulação, na área de inserção geográfica da

actividade.

Contudo, devem ser respeitados e considerados os costumes de cada região em particular.

Três princípios de gestão para a divulgação de informação sobre uma actividade.

O plano de divulgação da CP deve-se nortear de princípios abaixo indicados:

1– Deposição de documentos em locais públicos

2– Redacção da informação de forma simples, clara e acessível (Privilegiar-se o uso de língua

local);

3 – Facilidades de acesso à informação.

4.2.3. Realização da consulta pública

No acto de abertura, deve ser enfatizada a importância da mesma bem como da actividade em

referência. Em seguida, deverá ser efectuada a apresentação da actividade, seus impactos

positivos e negativos, de forma breve e sintética. Após a apresentação do objecto da consulta

será dada a oportunidade aos participantes para se pronunciarem à volta do assunto e revelação

das reais inquietações para o devido atendimento.

4.2.4. Recolha de contribuições

Deve ser efectuado diálogo entre aqueles que são responsáveis pela formulação das propostas de

desenvolvimento e as PI&A's. Este diálogo deve ser efectuado através de debates em reuniões

públicas, seminários e inquéritos individuais. Todos os depoimentos, preocupações, comentários

e sugestões devem ser registados por meio que se mostre adequado, de forma a preservar a

integridade dos seus conteúdos.

Os pronunciamentos devem ser recolhidos através de gravações, registo por escrito e outras

formas que se mostrem adequadas.

Deve ser indicado o carácter geral e particular das preocupações e contribuições expostas para o

devido esclarecimento e seguimento de cada grupo envolvido na P.P. Todas as contribuições e

preocupações recebidas deverão ser tratadas com a devida atenção, devendo serem produzidas

resoluções/soluções que possam garantir o equilíbrio entre as partes.

4.2.5. Elaboração do relatório da CP

No final da CP, dos pronunciamentos e registos efectuados deverá resultar um relatório,

contendo todas as preocupações, contribuições e soluções formuladas.

A lista dos presentes na CP, forma de contacto, endereço bem assim as actas produzidas e

devidamente assinadas pelas partes envolvidas, são parte integrante do relatório da consulta

pública.

105

Este relatório deve conter:

• Título da actividade;

• Nome do Proponente;

• Local e data da realização;

• Introdução contendo o Resumo da consulta;

• Descrição de questões levantadas;

• Descrição de soluçoes às questões levantadas.

5. Procedimentos de audiência pública.

A AP poderá ter lugar, caso haja necessidade ou solicitada por parte de cidadãos, associações e

organizações ambientais legalmente constituídas, entidades públicas ou privadas sempre que o

justifique.

5.1. Identificação de PI&A's

Devem ser identificadas as PI&A's de acordo com a natureza, dimensão e importância da

actividade, política, programa e plano propostos.

5.2. Anúncio de Audiência

A data, local e objectivo da audiência devem ser anunciados através de órgãos de comunicação

social de maior cobertura e circulação na zona de inserção da actividade.

5.3. Realização da audiência pública

No acto de abertura, deve ser enfatizada a importância da mesma bem como da actividade em

referência. Procede-se em seguida, à apresentação da actividade, seus impactos positivos e

negativos, de forma breve e sintética. Após a apresentação do objecto da audiência será dada a

oportunidade aos participantes para se pronunciarem à volta do assunto e revelação das reais

inquietações para o devido atendimento.

5.4. Recolha e análise de contribuições

Os depoimentos, preocupações e todas as manifestações expressas deverão ser registados por

meio que se mostre adequado, devendo se garantir a forma integral dos seus conteúdos para

posterior análise e resposta.

Deve ser indicado o carácter geral das preocupações expostas para o devido esclarecimento.

As resoluções tomadas deverão ser amplamente publicadas e deverão ser acessíveis ao público.

5.5. Elaboração do RAP

Todas as acções e procedimentos acima expostos deverão resultar num relatório, onde deverão

constar todas as preocupações e manifestações expressas e soluções formuladas.

O Relatório deve conter a lista dos presentes na AP, endereço e formas de contacto bem ainda as

actas devidamente assinadas. Ministério Para Coordenação da Acção Ambiental, Dezembro de

2005.

106

4 - DECRETO Nº 18/2004, DE 2 DE JUNHO.

Aprova o Regulamento sobre Padrões de Qualidade.

Este Decreto estabelece os padrõe de qualidade ambiental e de emissão de efluentes de modo a

assegurar um controlo e fiscalização efectivos sobre a qualidade do ambiente e dos recursos

naturais do país, nos termos do disposto do artigo 10 da Lei nº 20/97, de 1 de Outubro, e ao abrigo

do artigo 33 da mesma lei.

5 - DECRETO Nº 8/2003, DE 19 DE FEVEREIRO

Aprova o Regulamento sobre a Gestão dos lixos Bio-médicos

O artigo 9 da Lei nº 20/97 proíbe o depósito no solo ou subsolo nacionais, bem como o

lançamento para a água ou para a atmosfera, de substâncias tóxicas ou poluidoras, fora dos limites

legalmente estabelecidos, daí que se torna necessário definir o quadro legal em que se devrá

processar a gestão de substâncias poluidoras resultantes do funcionamento das unidades sanitárias.

No capítulo I fazem-se as definições de conceitos e das palavras aplicadas neste regulamento

pelo que é importante o seu conhecimento.

-O que é lixo Bio-médico? – é o lixo resultante das actividades de diagnóstico, tratamento e

investigação humana e veterinária.

Etc.

Assim como é importante conhecer a sua gestão, a sua identificação e armazenamento, a sua

deposição, o transportte, as multas pelo incumprimento...

6 - DECRETO Nº 13/2006, DE 15 DE JUNHO

Define o quadro legal em que se dever´´a processar a gestão de resíduos no território nacional,

resultantes das actividades humanas, , ao abrigo do disposto no artigo 33 da Lei nº 20/97,

conjugado com a alínea f), do nº 1 do artigo 204 da Constituição da República.

Assim como noutros diplomas legais ligados ao Ambiente, também o artigo 1deste Decreto trata

das definições nele usadas.

Trata dos resíduos em geral, sua classificação e categorias; os métodos de deposição,

aroveitamente ou valorização dos resíduos (reciclagem); dos resíduos perigosos, sua movimentação

no interior das instalações da entidade produtora, das operações de transporte, métodos da sua

eliminação e dos aterros.

Assim como da graduação das taxas e multas.

107

7 - DECRETO Nº 11/2006, DE 15 DE JUNHO

Regulamento sobre a Inspecção Ambiental

Estabelece os mecanismos para que o exercício da fiscalização de actividades públicas e privadas

que de forma directa ou indirecta possam influir negativamente sobre oo ambiente, poosa ser

efectuad dentro dentro de parametros legais nos termos do disposto no artigo 28 da Lei nº 29/97 e

ao abrigo da alínea f) do nº 1 do atigo 204 da Constituição da República.

8 - DECRETO Nº 495/73, DE 6 DE OUTUBRO

Águas

Determina várias medidas de protecção contra a poluição das águas, praias e margens do

ultramar.

Lei nº 16/91, de 3 de Agosto

Aprova a Lei das Águas

A água é utilizada para diversos fins consoante as necessidades e as quantidades de cada utente

entender. Para para que o uso da água pelos multiplos interessados não prejudique as necessidades

de alguns, torna-se indispensável criar mecanismos conducentes à sua distribuição ou fornecimento

da medida das necessidades de cada um.

A presente lei estabelece os recursos hídricos que pertencem ao domínio público, os princípios de

gestão de águas, a necessidade de inventariação de todos os recursos hídricos existentes no país, o

regime geral da sua utilização, as prioridades a ter em conta, os direitos gerais dos utentes e as

correspondentes obrigações, entre outros.

Refere-se ao leito das águas interiores, ás sua margens, às zonas inundáveis, às águas

subterrâneas... aos princípios orientadores da gestão de águas, ao cadastro das águas, às associações

dos utentes, à utilização das águas, aos licenciamentos e concessões. Trata dos regimes especiais e

do abastecimento de água potável, aos sisemas de irrigação, à pesca e piscicultura; na produção de

energia.

Acrescenta um capítulo sobre efeitos nocívos das águas, a protecção dos solos, o saneamento,

etc.

9 - DIPLOMA MINISTERIAL Nº 180/2004, DE 15 DE SETEMBRO

Regulamento sobre a Qualidade da àgua para Consumo Humano

Este Regulaento tem como objecto fixar os parâmetros de qualidade da água destinada ao

consumo humano e as modalidades de realização do seu controlo, visando proteger a saúde huma

108

dos efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação que possa ocorrer nas diferentes etapas do

sistema de abastecimento de água desde a captação até à disponibilização ao cosumidor. Refere-se

aos parâmetros de qualidade, ao controlo, à vigilância sanitária, à inspecção aos sistemas de

abastecimento, às fontes de água individuais, etc.

10 - DECRETO Nº 39/2006, DE 27 DE SETEMBRO

Aprova o Regulamento sobre a qualidade das Águas Engarrafadas Destiadas ao Consumo

Humano.

Igualmente, no seu artigo 1 trás as definições:... Águas engarrafadas, Água potável de mesa, água

de mesa mineralizada, Água Minera, Água purificada, àgua gaseificada, àgua esterilizada, àguas

aromatizadas, àgua artesiana, água de poço, água de nascente...

Depois define as suas classificações e identificações e composições.

11- Decreto nº 45/2006, de 30 de Novembro

Aprova o Regulamento para a Prevenção da Poluição e Protecção do ambiente Marinho e

Coateiro.

O artigo 1 trás igualmente as definições próprias ligadas ao mar e à exploração marítima, como

corais, ecossistemas praia, navios, resíduos gerados em navios, plataformas marítimas...

Este Decreto tem por objecto prevenir e limitar a poluição derivada das descargas ilegais

efectuadas por navios, plataformas ou por fontes baseadas em terra, ao largo da costa moçambicana

bem como o estabelecimento de bases legais para a proteção e conservação das áreas que

constituem domínio público marítimo, lacustre e fluvial, das praias e dos ecossistemas frágeis.

12 - LEI Nº 10/99, DE 7 DE JULHO

Lei de Florestas e Fauna Bravia

É legislação muito importante no ordenamento jurídico moçambicano visto se tratar de matéria

da natureza que prioritariamente se pretende preservar. A importância económica, social, cultural e

científica dos recursos florestais e faunísticos para a sociedade moçambicana justifica que se

estabeleça uma legislação adequada, que promova a sua utilização sustentável, bem como a

promoção de iniciativas para garantir a proteção, conservação dos recursos florestais e faunísticos,

visando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Visa os regimes de exploração sustentável dos recursos florestais e faunísticos. Trata das licenças

de caça, do povoamento dos recursos florestais e faunísticos, plantações florestais, repovoamento

da fauna bravia, do crie de queimada florestal, das infracções e da fiscalização.

109

À Lei segue-se o respectivo Decreto regulamentar.

13 - DECRETO Nº 12/2002, DE 6 DE JUNHO

O presente regulamento é aplicável às actividades de protecção, conservação,utilização,

exploração e produção de recursos florestais e faunísticos, e abrange a comercialização, o

transporte, o armazenamento e a transformação primária, artesanal ou industial destes recursos.

No seu artigo 7 trata das Zonas de uso e valor histórico-cultural. No seu nº 1. Se diz que se

consideram como zonas de uso e de valor histórico-culturais, as florestas situadas nos cemitérios

rurais, locais de culto, florestas cosntituídas de vegetação utilozada pela comunidade local para a

extracção de medicamentos tradicionais, florestas onde habitam espécies de fauna bravia utilizadas

em cultos, desde que a sua exploração não seja proíbida por lei.

Trata dos regimes de exploração, da concessão florestal e seus requisitos e períodos. Da

auscultação às comunidades locais – das plantações florestais - , da exploração sustentável da fauna

bravia, da caça miúda, da caça grossa, do uso das armas de fogo para caça, das modalidade das

licenças de caça, da captura de aiais bravios, da caça em defesa das pessoas e bens, da fiscalização,

das infracções e penalidades.

14 - LEI Nº 10/98, DE 22 DE DEZEMBRO

Determina a proteção legal dos bens materiais e imateriais do património cultural moçambicamo

Esta Lei aplica-se aos bens do património cultural na posse do Estado, dos organismos de Direito

público ou de pessoas singulares ou colectivas, sem prejuizo dos direitosde propriedade que

couberem aos respectivos titulares.

A presente Lei estende-se a todos os bens culturais que venham a ser descobertos no território

moçambicano, nomeadamente no solo, subsolo, leitos de águas interiores e plataforma continental.

Os bens culturais de outros países existentes em Moçambique, beneficiarão da protecção prevista

na presente Lei, desde que haja reciprocidade.

A presente lei é regulada pelo Decreto nº 27/34, de 20 de Julho

Trata essencialmente dos monumentos, de elementos arqueológicos, escavações arqueológicas,

estações, sítios e objectos arqueológicos; prospeções arqueológicas, descobertas, sua classificação,

exportação, licenças. E sanções e penalidades.

15 - LEI Nº 21/97, DE 1 DE OUTUBRO

(LEI DA ENERGIA ELÉTRICA)

110

Energia

A presente lei tem como objectivos definir, em relação à energia eléctrica: a) a política geral da

organização do sector e gestão do fornecimento da enegia eléctrica; b) o regime jurídico geral das

actividades de produção, transporte, distribuição e comercialização de energis eléctrica no território

da República de Moçambique, bem como a sua importação e exportação para ou do território

nacional e oo regime de concessão de tais actividades.

Para o ramo do Direito que estamos a estudar, muito embora seja bom conhecer toda a extenção

do documento, por agora interessa-nos sobretudo a observância da necessidade da obtenção da

licença ambiental, da qual trata o Decreto nº 45/2004 no processo da AIA. O artigo 16 desta Lei da

Energia dispões no artigo 16 as obrigações específicas do concessionário, designadamente nos seus

parágafos f) que determina que ele deve restituir as águas utilizadas no fornecimentode energia

eléctrica nas condições de pureza, temperatura e salubridade iniciais conforme os dados registados

aquando da captação das mesmas; no parágrafo h) que deve observar, na parte aplicável, a

legislação sobre as águas e as pescas e seus regulamentos. Na alínea i) impõe que se deve observar

a legislação pertinente sobre questões ambientais.

E, no artigo 31 determina as prescrições de segurança e proteção do ambiente, tendo em conta as

preocupações ambientais e paisagisticas e os sitemas ecológicos atravessados, assim como os

demais lugares com valor científico, ecológico, paisagístico e arquitectónico.

16 - LEI Nº 20/2014, DE 18 DE AGOSTO

PUBLICADA NO BR I SÉRIE, Nº 66 - SUPLEMENTO

Lei de Minas

A presente Lei regula os termos do exercício dos direitos e deveres relativos ao uso e

aproveitamento de recursos minerais com respeito pelo meio ambiente com vista à sua utilização

racional e em benefício da economia nacional, devendo exercer as suas actividades de harmonia

com as melhores e mais seguras práticas mineiras, com observância dos padrões de qualidade

ambiental legalmente estabelecidos e com vista a um desenvolvimento sustentável de longo prazo..

Determina que qualquer trabalho de desenvolvimento ou de mineração na área para a qual a

concessão mineira é atribuída etá sujeita à emissão prévia a licença ambiental exigida por lei e a

autorização do direito de uso e aproveitamento da terra.

Refere-se à Gestão Ambiental da Actividade Mineira, seus princípios, instrumentos de gestão

ambiental, classificação ambiental das actividades mineiras às normas de gestão ambiental.

Esta lei, diferente de outras, inclui, à final o glossário da Lei de Minas.

111

O Regulamento desta Lei é plasmado no Decreto nº 26/2004. O seu capítulo I é inteiramente

dedicado ao Regulamento Ambiental para a actividade Mineira, o qual deve ser do conhecimento

do estudante dado o interesse que a actividade tem no desenvolvimentoe para a economia nacional.

17 - LEI Nº 21/2014, DE 18 DE GOSTO DE 2014

Lei dos Petróleos

Publicada no BR I Série, nº 66 - Suplemento

Embora sendo importante que o licenciado em Direito tenha conhecimento integral desta Lei,

somente aqui nos referimos às questões que abrange e constantes ao Direito do Ambiente.

Lançamos o desafio:

Quais são as disposições que nesta Lei se referem ao Direito do Ambiente?

As Conferências Internacionais sobre o

Direito do Ambiente

Conferência de Estocolmo

Por Marina Martinez Em 1972, foi realizada a Conferência de Estocolmo com o objetivo de conscientizar a sociedade a

melhorar a relação com o meio ambiente e assim atender as necessidades da população presente sem

comprometer as gerações futuras.

A conferência das Nações Unidas que aconteceu na capital da Suécia, Estocolmo, foi a primeira

atitude mundial a tentar preservar o meio ambiente.

Naquela época acreditava-se que o meio ambiente era uma fonte inesgotável e a relação homem

com a natureza era desigual. De um lado os seres humanos gananciosos tentando satisfazer seus

desejos de conforto e consumo; do outro, a natureza com toda a sua riqueza e exuberância, sendo

a fonte principal para as ações dos homens.

O que torna isso um problema é o desenvolvimento sem limites realizado pelo homem em prol

de seus objetivos, gerando prejuízos para o meio ambiente.

Com a conferência de Estocolmo, esse pensamento foi modificado e problemas como secamento

de rios e lagos, ilhas de calor e efeito da inversão térmica, causou alerta mundial. A Organização

112

das Nações Unidas (ONU) decidiu então lançar a Primeira Conferência Mundial sobre o

Homem e o Meio Ambiente.

A reação dos países foram diversas. Os Estados Unidos da América foi o primeiro a se dispor a

reduzir a poluição na natureza. Decidiram reduzir por um tempo com as atividades industriais. O

país contou com a liderança do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Neste instituto

foram feitos estudos sobres as condições da natureza, denominado "desenvolvimento zero".

Países subdesenvolvidos não aprovaram as decisões de reduzir as atividades industriais, pelo fato

de terem a base econômica focada na industrialização. Surgiu então, o "Desenvolvimento a

qualquer custo" defendido pelas nações subdesenvolvidas.

Foram abordados diversos temas na conferência de Estocolmo. Estavam presentes nas discussões

mais de 400 instituições governamentais e não governamentais e teve participação de 113 países.

Essa conferência foi de extrema importância para controlar o uso dos recursos naturais pelo

homem, e lembrar que grande parte destes recursos além de não serem renováveis, quando

removidos da natureza em grandes quantidades, deixam uma lacuna, ás vezes irreversível, cujas

consequências virão e serão sentidas nas gerações futuras.

Referências Bibliográficas: AGUIAR, Roberto A. Ramos de. Direito do meio ambiente e participação popular. Brasília:

IBAMA, 1994.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Conferência_de_Estocolmo

http://www.vitaecivilis.org.br/anexos/Declaracao_Estocolmo_1972.pdf

Protocolo de Kyoto

Por Cristiana Gomes Como o próprio nome já diz, o Protocolo foi assinado em kyoto (Japão), em 1997.

O documento estabelece aos países industrializados a redução das emissões de dióxido de

carbono (CO2, gás carbônico) e outros gases do efeito estufa (gases que contribuem para o

aquecimento global), ou seja, o protocolo impõe uma meta de redução desses gases na

atmosfera.

Apenas as nações ricas são obrigadas a reduzir suas emissões, as outras (em desenvolvimento)

como Brasil, China e Índia, embora sejam grandes poluentes, podem participar do acordo, mas

não são obrigados a nada.

Isso não significa que elas não devem se importar; pelo contrário, o mundo inteiro tem

responsabilidade no combate ao aquecimento, mas a idéia é que os países que mais lançaram

gases na atmosfera têm maior obrigação de reduzir as emissões.

Aqueles que conseguirem um resultado satisfatório, receberão os chamados ―Créditos de

Carbono‖, que valem dinheiro.

113

O Brasil embora não tenha muitos deveres no acordo, só sai ganhando com esse protocolo, pois

qualquer projeto elaborado aqui com a finalidade de diminuir o efeito estufa pode se transformar

em crédito de carbono. Se por acaso algum país rico não conseguir ou tiver dificuldade de atingir

a meta, ele poderá comprar esse crédito do Brasil.

O álcool da cana-de-açúcar polui menos que os combustíveis fósseis (gasolina, diesel) e é um

substituto dos combustíveis provenientes do petróleo (o Brasil é um grande produtor de álcool);

além disso, nosso país possui grandes projetos de reflorestamento aumentando a quantidade de

árvores que absorvem o dióxido de carbono.

O documento conta com a participação de centenas de países; porém, infelizmente, o sucesso do

acordo não é total, pois os Estados Unidos (maior emissor de gases estufa na atmosfera) recusa-

se a assinar o documento, bem como alguns outros países, como a Austrália.

O presidente George W. Bush alega que não existem provas suficientes que liguem o

aquecimento global à poluição industrial e além disso, ele diz que a economia de seu país seria

prejudicada, já que são dependentes de combustíveis fósseis (o desmatamento e a queima de

combustíveis fósseis contribuem para a emissão desses gases no ar).

Em vez de diminuir as emissões, os EUA optaram por desenvolver tecnologias menos poluentes.

Protocolo de Kyoto e Aquecimento Global são duas coisas que andam juntas, é impossível falar

de um sem citar o outro.

O Protocolo foi criado justamente para impedir que o aquecimento cresça e prejudique cada vez

mais o planeta e seus habitantes.

Cronologia

Em 1988 em Toronto (Canadá), ocorreu a 1ª reunião entre governantes e cientistas sobre as

mudanças climáticas. Esta reunião descreveu os tristes impactos que tais mudanças causam ao

nosso planeta. Dois anos depois, o IPCC informa e adverte sobre a importância de reduzir a

emissão do principal gás do efeito estufa (CO2 – Dióxido de Carbono). Em 1995, o IPCC

novamente faz um alerta aos cientistas comunicando que os primeiros sinais das mudanças

climáticas já são evidentes. No ano de 1997, é assinado o Protocolo de Kyoto e em 29 de abril de

1998, o Brasil assina o documento.

ECO-92

A conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972, foi o primeiro grande evento sobre

meio ambiente realizado no mundo.[1]

Seu objetivo era basicamente o mesmo da Cúpula da

Terra, realizado em 1992. Esta conferência, bem como o relatório Relatório Brundtland,

publicado em 1987, pelas Nações Unidas, lançaram as bases para o ECO-92.[1]

Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, no Rio de

Janeiro, representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas

tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras

gerações.[1]

A intenção, nesse encontro, era introduzir a idéia do desenvolvimento sustentável,

114

um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio

ecológico. Os encontros ocorreram no centro de convenções chamado Rio Centro. A diferença

entre 1992 e 1972 (quando teve lugar a Conferência de Estocolmo) pode ser traduzida pela

presença maciça de Chefes de Estado, fator indicativo da importância atribuída à questão

ambiental no início da década de 1990. Já as ONGs fizeram um encontro paralelo no Aterro do

Flamengo. O encontro paralelo era liberado para a população mediante pagamento. Além do

encontro paralelo, certo é que as ONGs, conquanto não tivessem o direito de deliberar,

participaram dos debates na CNUMAD de 1992.

Durante o evento, as forças armadas fizeram a proteção da cidade. O presidente da República

Fernando Collor de Mello transferiu, durante o evento, a capital de Brasília para o Rio de

Janeiro, fazendo durante alguns dias que o Rio voltasse a ser a capital do país, como foi de 1763

até 1960.

Documentos oficiais elaborados na ECO-92:

A Carta da Terra; três convenções

o Biodiversidade, o Desertificação e o Mudanças climáticas;

uma declaração de princípios sobre florestas; a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento; e a Agenda 21

Índice [esconder]

1 Convenção da Biodiversidade 2 Agenda 21

o 2.1 Conferindo a Agenda 21 3 Temas abordados no evento

o 3.1 Convenção de Mudanças Climáticas e Protocolo de Quioto 4 Rio+10 5 Ver também 6 Referências 7 Bibliografia 8 Ligações externas

Convenção da Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

A Convenção da Biodiversidade foi o acordo aprovado durante a RIO-92, por 156 países e uma

organização de integração econômica regional. Foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro

e entrou em vigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são a conservação

da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa dos

benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos. Neste documento destaca-se o

"Protocolo de Biossegurança", que permite que países deixem de importar produtos que

contenham organismos geneticamente modificados. Dos 175 países signatários da Agenda 21,

168 confirmaram sua posição de respeitar a Convenção sobre Biodiversidade.

115

Rio+10

Dez anos após a ECO-92, a ONU realizou a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável

em Joanesburgo (África do Sul), a chamada Rio+10 ou conferência de Joanesburgo. O objetivo

principal da Conferência seria rever as metas propostas pela Agenda 21 e direcionar as

realizações às áreas que requerem um esforço adicional para sua implementação, porém, o

evento tomou outro direcionamento, voltado para debater quase que exclusivamente os

problemas de cunho social. Houve também a formação de blocos de países que quiseram

defender exclusivamente seus interesses, sob a liderança dos EUA.

Tinha-se a expectativa de que essa nova Conferência Mundial levaria à definição de um plano de

ação global, capaz de conciliar as necessidades legítimas de desenvolvimento econômico e social

da humanidade, com a obrigação de manter o planeta habitável para as gerações futuras. Porém,

os resultados foram frustrados, principalmente, pelos poucos resultados práticos alcançados em

Joanesburgo. Em síntese, pode-se dizer que houve:

Discussão em torno apenas dos problemas sociais. Muitos países apresentaram propostas concretas, porém, não saíram do papel – caso Agenda

21. Diversidade de opiniões e posturas, muitas vezes conflitantes. Maior participação da sociedade civil e suas organizações. Formação de grupos para defender seus interesses. Iniciativa de Energia – global

Conclusões: A vanguarda ambientalista elencou centenas de propostas para os 21 objetivos da

Agenda. Entre elas figuram universalizar o saneamento básico nos próximos dez anos, implantar

redes de metro e trens rápidos nas grandes aglomerações, democratizar a Justiça, universalizar o

ensino em tempo integral e reestruturar o Proálcool, desvinculado dos interesses

EXEMPLO DE UMA PROVA DE AVALIAÇÃO (TESTE)

Destinado ao aluno se inteirar do sistema de provas que será observado nesta

disciplina, abaixo demonstramos um exemplo:

UNIVERSIDADE POLITÉCNICA A POLITÉCNICA

CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

Disciplina de Direito do Ambiente

Prova de Avaliação – Prova de memorização

116

Responda clara e objectivamente às seguintes perguntas:

1 – Constata-se que após a Conferência de , de 1972, os componentes ambientais deixaram de ser

regidos isoladamente, passando a fazer parte de um todo – a Biosfera – como verdadeiro objecto de

Direito do Ambiente. Explique, então, o que é:

a) A Biosfera.

b) O Ecossistema;

c) A Biodiversidade.

2 –A nossa Lei consagra, entre outros, os princípios fundamentais da “Precaução” e da “Prevenção”.

Explique no que é que consistem.

3 – A Lei do Ambiente, como direito especial, formula definições próprias. Queira dizer o que se define

como:

a) Ambiente;

b) Componentes ambientaiss;

c) Desertificação;

d) Erosão.

4 – Explique o que é que a lei quer abranger com a imposição de uma exploração sustentável.

5 – Falando de atmosfera: a) O que é que se define como atmosfera?

b) E Ozonosfera? Onde se situa? Qual a sua importância?

6 – a) No processo do licenciamento ambiental, o que é que entende que seja uma AIA e quando é que

se realiza?

b) Como é que está dividida a categorização das actividades industriais?

c) O que é que significam os termos “Impactos fatais” e “medidas de mitigação” ?

7 - Explique no que é que consiste o Processo de Participação Publica (PP) e o que é que significa

PI&A’S.