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Lelé: o mestre da arte de construir 17/04/2012 A vida deste carioca tomou rumo quando ele abraçou a missão de construir a superquadra 108, em 1957. Ali, o recém-formado arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, conheceu os primeiros desafios e iniciou a amizade com Oscar Niemeyer. “Foi uma experiência de vida com sabor de aventura. Começamos erguendo infraestrutura para os operários. O prazo apertado levou à industrialização e à pré-construção”, conta Lelé. Em 1962, no Centro de Planejamento da Universidade de Brasília (UnB), iniciou a construção dos prédios da instituição. Era responsável pelo curso de arquitetura e por desenvolver projetos de Niemeyer. “Tínhamos que interpretar a intenção dele e executar.” Talvez por isso Lucio Costa (1902-1998) tenha descrito Lelé como o construtor de Brasília, enquanto Niemeyer era o criador. A amizade entre os dois perdura. “Oscar foi uma espécie de mentor intelectual. É generoso, solidário e leal, coisas hoje raras, mas fundamentais”, diz Lelé. Mas a contribuição de Lelé para a arquitetura vai além da parceria com Niemeyer. Pioneiro em sistemas de pré-moldagem com concreto e argamassa armada, fez escolas e creches de modo rápido e econômico. Por mais de 30 anos projetou para a rede pública de hospitais Sarah Kubitschek. Foi onde suas pesquisas com tecnologia e o planejamento dos espaços alcançaram a plenitude. “Lelé começou a empregar o aço, material mais barato, com liberdade, espaços e curvas”, comenta Cláudio Queiroz, professor da Faculdade de Arquitetura da UnB. Seu apuro construtivo garante o conforto ambiental e humaniza centros de atendimento e reabilitação, com ventilação e iluminação naturais, enfermarias abertas e painéis de Athos Bulcão. Hoje presidente do Instituto Brasileiro de

Lelé João Filgueiras Lima

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Eficiencia Energetica Rede Sarah K.

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Page 1: Lelé João Filgueiras Lima

Lelé: o mestre da arte de construir

17/04/2012

A vida deste carioca tomou rumo quando ele abraçou a missão de construir a superquadra

108, em 1957. Ali, o recém-formado arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, conheceu os

primeiros desafios e iniciou a amizade com Oscar Niemeyer. “Foi uma experiência de vida

com sabor de aventura. Começamos erguendo infraestrutura para os operários. O prazo

apertado levou à industrialização e à pré-construção”, conta Lelé.

Em 1962, no Centro de Planejamento da Universidade de Brasília (UnB), iniciou a construção

dos prédios da instituição. Era responsável pelo curso de arquitetura e por desenvolver

projetos de Niemeyer. “Tínhamos que interpretar a intenção dele e executar.” Talvez por isso

Lucio Costa (1902-1998) tenha descrito Lelé como o construtor de Brasília, enquanto

Niemeyer era o criador. A amizade entre os dois perdura. “Oscar foi uma espécie de mentor

intelectual. É generoso, solidário e leal, coisas hoje raras, mas fundamentais”, diz Lelé.

Mas a contribuição de Lelé para a arquitetura vai além da parceria com Niemeyer. Pioneiro

em sistemas de pré-moldagem com concreto e argamassa armada, fez escolas e creches de

modo rápido e econômico. Por mais de 30 anos projetou para a rede pública de hospitais

Sarah Kubitschek. Foi onde suas pesquisas com tecnologia e o planejamento dos espaços

alcançaram a plenitude. “Lelé começou a empregar o aço, material mais barato, com

liberdade, espaços e curvas”, comenta Cláudio Queiroz, professor da Faculdade de

Arquitetura da UnB. Seu apuro construtivo garante o conforto ambiental e humaniza centros

de atendimento e reabilitação, com ventilação e iluminação naturais, enfermarias abertas e

painéis de Athos Bulcão. Hoje presidente do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Habitat

(IBTH), em Salvador, Lelé pretende criar um centro de tecnologia. “A fábrica será suporte

para ensino, pesquisa e vai produzir todos os elementos para edificações de interesse

social”, conta.

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O Sarah-Lago Norte, centro de neurociências e reabilitação, tem três blocos erguidos com

pré-fabricados de aço e argamassa, cobertos por sheds metálicos. “Gosto muito da área de

reabilitação infantil, a cobertura foi inspirada numa lona de circo. Dentro, num picadeiro

central, acontecem atividades coletivas, o pessoal de apoio se organiza em volta”, explica

Lelé, na foto diante do novo Sarah-Rio: “O melhor projeto é sempre o último!”

A obra de Lelé é uma conversa entre arquitetura, design e engenharia. No primeiro hospital

Sarah Kubitschek (1980), inovou nos pré-moldados de concreto. Na ampliação (1995 a 1997),

aparecem sheds – cobertura usada em fábricas para facilitar iluminação e ventilação –, que

ele redesenhou e adaptou. As estruturas saíam do CTRS, o Centro de Tecnologia da Rede

Sarah, em Salvador, coordenado pelo arquiteto.

Biografia

Biografia

João Filgueiras Lima (Rio de Janeiro RJ 1932). Arquiteto, urbanista, construtor. Forma-se em

1955 na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro. Recém-formado, trabalha

como desenhista no Instituto dos Aposentados e Pensionistas – IAP, e em 1957 recebe a

incumbência de desenvolver e acompanhar a construção dos alojamentos de operários em

Brasília. Mudando-se para a futura capital do Brasil, em início de construção, Lelé envolve-se

na pesquisa de componentes industriais para obras em grande escala, estudo que o leva, em

seguida, a viagens para países do bloco socialista europeu. Entre meados dos anos 1960 e

início dos 1970, realiza seus primeiros projetos autorais: a residência para a embaixada da

África do Sul, 1965, e as sedes das montadoras Disbrave-Volkswagen, 1965, Planalto

Automóveis-Ford, 1972, e Codipe-Mercedes Benz, 1973, todos em Brasília. Usando os

sistemas pré-fabricados de construção em série, esses projetos demonstram sua capacidade

de especulação formal para componentes de concreto armado, consolidando uma linguagem

própria. Suas primeiras fábricas de pré-moldados são montadas em Salvador, em 1979, para

projetos urbanos criados pelo prefeito Mario Kertész (1945).

Procurando otimizar o transporte das peças e o trabalho nos canteiros de obras, desenvolve

estudos com um material mais leve: a argamassa armada. Esse trabalho tem

prosseguimento nas escolinhas de Abadiânia, 1982, no interior de Goiás, na “fábrica de

escolas” do Rio de Janeiro, em 1984, e na Fábrica de Equipamentos Comunitários – Faec,

1985, em Salvador, voltada para a produção de peças de equipamento urbano: escada,

arrimo, canaleta pluvial, banco, ponto de ônibus, passarela etc. As “fábricas de hospitais”,

montadas para a construção da rede Sarah Kubitschek, para tratamento de doenças do

aparelho locomotor, se iniciam concomitantemente a essas, abrindo um campo experimental

que ultrapassa a fabricação de elementos construtivos unicamente arquitetônicos, incluindo

objetos hospitalares. A maior conquista técnica desses projetos refere-se à qualidade do

sistema de ventilação e iluminação natural, que ajuda no processo de cura dos pacientes.

Vale observar que a relação de Lelé com o programa hospitalar, que se torna íntima, nasce

de um acontecimento fortuito: um acidente de automóvel com sua esposa, em 1963, que o

leva a conhecer Aloysio Campos da Paz (1934), médico que depois preside a Fundação das

Pioneiras Sociais dos Hospitais Sarah Kubitschek. Posteriormente, o mesmo sistema de

iluminação, ventilação e pré-fabricação de componentes é aplicado em projetos de tribunais

de contas e centros administrativos municipais em diversas capitais brasileiras. Seu

reconhecimento em âmbito internacional se consolida com o prêmio da Bienal Ibero-

Americana de Arquitetura e Urbanismo, em Madri, 1998; a Sala Especial na Bienal de Veneza

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de 2000; e o Grande Prêmio Latino-Americano de Arquitetura da 9ª Bienal Internacional de

Arquitetura de Buenos Aires, em 2001.

Obra Destaque:

Hospital Sarah Kubitschek

Local Rio de Janeiro, RJ

Início do projeto 2001

Conclusão da obra 2008

Área do terreno 80.000 m2

Área construída 52.000 m2

Arquitetura João Filgueiras Lima (autor); Ana Amélia Monteiro e André Borém (equipe)

Superintendência administrativa Francisco A. N. Filho

Coordenação técnica Adriana Filgueiras Lima

Coordenação administrativa Walmir Bulhon

Paisagismo Beatriz Secco

Obras de arte Athos Bulcão

Instalações Kouzo Nishiguti

Estrutura Roberto Vitorino

Conforto térmico George Raulino

Metalurgia Waldir Silveira (pesada) e Hurandyr Matos (leve)

Marcenaria e plásticos Jurandir Amorim

Pré-moldados Tomaz Bacelar

Equipamentos Hurandyr Matos, Cláudio Blois Duarte e Antônio Carlos Correia

Fotos Celso Brando

Hospital Rede Sarah - Rio de Janeiro

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Técnica e arte a serviço da cura09/10/2008 | Notícia | Revista AU - Arquitetura & Urbanismo - Outubro 2008

A essência da arquitetura desenvolvida por João Filgueiras Lima ao longo de mais de 30 anos

acaba de gerar um novo fruto, o Hospital Sarah Kubitschek do Rio de Janeiro. O complexo

impressiona não apenas por suas dimensões excepcionais, com 52 mil m² de área

construída, compatíveis com o amplo espectro do atendimento pretendido (toda a região sul

do País). Impressiona sobretudo pela riqueza e diversidade do tratamento plástico do

conjunto. Como marca do arquiteto, aqui também comparecem as grandes coberturas

onduladas, distintas das soluções convencionalmente adotadas em edificações do gênero e o

originalíssimo volume do auditório - uma calota esférica que ora lembra uma oca indígena,

ora evoca uma lona de circo, abrindo para o céu qual uma flor.

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Elementos complementares, mas não menos importantes ganham desenho peculiar. É o caso

da cobertura sobre a ligação entre as duas edificações, que exibe uma graciosa ondulação, e

da plataforma do solário, uma elegante estrutura capaz de associar engenho e arte. O

extenso espelho d'água colocado à frente do hospital responde a funções paisagísticas,

climáticas e técnicas. No entanto, pelas sensações que evoca, constitui-se num primeiro e

fundamental recurso de humanização do ambiente construído.

Localizado em um terreno de 80 mil m² próximo à Lagoa de Jacarepaguá, o edifício mantém

premissas de há muito adotadas nos demais hospitais da rede, como, por exemplo, a solução

horizontal com áreas de tratamento e de internação integradas a espaços verdes; a

flexibilidade dos espaços internos, potencializada em função das dimensões do complexo; e

o sistema de iluminação natural para todas as áreas, com exceção do centro cirúrgico e das

salas de equipamentos, cuja necessidade imperiosa de assepsia, entre outras razões

técnicas, teve de receber luz artificial.

Foram criados sistemas alternativos de ventilação natural e de ar-condicionado, privilegiando

o primeiro de modo a permitir que os ambientes se mantenham abertos durante a maior

parte do ano. Para tanto, o arquiteto projetou grandes coberturas com pé-direito variável, o

mais baixo com 8 m, formando imensos sheds cuja disposição é totalmente desvinculada da

organização dos espaços internos. Os forros planos dos ambientes são constituídos de peças

basculantes de policarbonato guarnecidas por caixilhos metálicos. Os espaços

compreendidos entre os forros e as coberturas, com pé-direito sempre superior a 4 m,

compõem, num só tempo, um grande colchão de ar ventilado e um difusor da luz solar que

penetra pelos sheds.

Os apartamentos da internação se desenvolvem em dois níveis e suas respectivas

circulações se integram a um espaço central de convivência com pé-direito duplo, servido

por rampa com traçado ondulado. Um teto em arco cobre esse ambiente, assim como os

espaços contíguos destinados a fisioterapia e hidroterapia, guarnecidos por caixilhos de

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policarbonato que se abrem por um sistema motorizado de correr, permitindo a ventilação

natural de todos os locais.

Solário e auditório

O solário é um espaço de fundamental importância no processo terapêutico dos pacientes,

razão de sua presença obrigatória nos hospitais da rede Sarah Kubitschek. Por estar

localizado sempre na área externa dos edifícios, permite variados e ricos exercícios formais

do arquiteto, como nos hospitais da rede em Fortaleza (1991) e Belo Horizonte (1993). No

presente caso, é composto por duas plataformas metálicas retangulares de 180 m², uma em

cada nível dos dois pavimentos da internação acessíveis por elevador hidráulico.

O auditório de 400 lugares ganha neste projeto do Sarah-Rio destaque especial por sua

forma plástica original e pela implantação, à frente do complexo. Tem base circular com 36

m de diâmetro e, no topo, uma semi-esfera com 13 m de diâmetro constituída de gomos

móveis executados em alumínio. Tal recurso permite, conforme a conveniência, tanto

escurecer quanto iluminar e ventilar naturalmente o auditório. O sistema de acionamento é

todo motorizado, dado o pé-direito de 18 m.

Essa forma geométrica tem sido adotada em outros projetos da rede Sarah, como o do Lago

Norte, em Brasília (2000), porquanto permite ser produzida industrialmente. No caso desse

hospital do Rio, no entanto, a abertura foi disposta em posição excêntrica, ou seja,

deslocada, de modo a incidir luz sobre o palco. Uma elegante marquise com deflexão no

trecho central permite a passagem de ônibus de grande altura e privilegia o uso do auditório

por outras instituições, enquanto a ligação com o hospital se dá pelo subsolo.

As possíveis inundações provocadas pela elevação do nível da Lagoa de Jacarepaguá levaram

os órgãos da prefeitura a desaconselhar a implantação de pavimentos abaixo daquela cota.

Assim, foi evitado o emprego de galerias semelhantes às dos demais hospitais da rede

porque implicaria aterros onerosos. Um grande lago com 300 m de extensão foi construído à

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frente do edifício, no nível de seu piso técnico. Desempenha funções importantes de

ambientação e de redutor de temperatura, mas especialmente a de evitar os riscos de

inundação, ao captar as águas pluviais de todo o lote, lançando-as diretamente na Lagoa de

Jacarepaguá.

Sistema construtivo

A estrutura do auditório compreende vigamento radial de dupla curvatura engastado em anel

metálico superior e em anel de concreto inferior apoiado em pilares também de concreto.

As plataformas que compõem a estrutura do solário são engastadas em cada um dos lados

de um pilar de treliça metálica, rotulado ao nível do solo. O sistema estrutural é completado

por quatro tirantes ancorados no solo e no topo do mastro e que constituem também os

apoios laterais das plataformas.

A estrutura do piso técnico é constituída de vigamento metálico vencendo vãos de 2,50 m,

3,125 m, 3,75 m e 5 m, e apoiado em pilares também metálicos que recebem, por sua vez,

as cargas das lajes pré-fabricadas em argamassa armada com 0,625 m de largura e

comprimentos variáveis de 1,875 m, 2,50 m, 3,125 m ou 3,75 m. Essas lajes possuem

armação de incorporação ao contrapiso armado executado após sua montagem.

Com a implantação desse hospital, passam a ser duas as unidades da rede Sarah no Rio de

Janeiro. A primeira é um Centro de Reabilitação, também situado em Jacarepaguá. Em

ambas, bem como nos demais hospitais da rede, o arquiteto Lelé contou sempre com a

íntima colaboração do artista Athos Bulcão, recentemente falecido, que criou belíssimos

painéis que dão vida aos principais espaços hospitalares. Arte a serviço da cura.

DISCIPLINA E LIBERDADE

Page 8: Lelé João Filgueiras Lima

Passados mais de 30 anos desde que desenvolveu o projeto do hospital de Brasília (1976-

1980), seu primeiro encargo para a Rede Sarah Kubitschek, João Filgueiras Lima, o Lelé,

acompanha os instantes finais do canteiro de obras do Hospital Sarah no Rio de Janeiro.

Como era de se esperar, o projeto do Sarah-Rio desenvolve e aprofunda a agenda

arquitetural e política que caracteriza a trajetória em tudo excepcional de Lelé. No Rio,

ademais dos princípios gerais definidos já naquele primeiro projeto para a Rede Sarah, são

visíveis os desdobramentos dos estudos desenvolvidos, no final dos anos 1980, para três

hospitais em argamassa armada (Hospitais Sarah em Curitiba, São Luís e Salvador) e,

sobretudo, do seminal projeto para o Hospital Sarah de Salvador (1991), a primeira unidade

desenvolvida a partir da linha de produção industrial do Centro de Tecnologia da Rede Sarah

(CTRS), projetado e dirigido por Lelé.

Como no hospital de Brasília, o projeto do Sarah-Rio é pautado pelos princípios da

flexibilidade e expansibilidade da construção, da criação de espaços verdes, da flexibilidade

das instalações, da iluminação natural e do conforto térmico dos ambientes, e, finalmente, da

padronização dos elementos construtivos. Como no caso do hospital de Salvador, o Sarah Rio

é o desdobramento de um conjunto de metas firmadas no âmbito do contrato de gestão

estabelecido entre a Associação das Pioneiras Sociais (leia-se, Rede Sarah de hospitais) e o

Governo Federal - notadamente a de "projetar e executar as obras destinadas à implantação

da rede, com base em princípios de industrialização, visando economia, rapidez na

construção e criação de conveniente unidade construtiva entre todas as edificações da

associação", conforme o próprio arquiteto registrou na obra João Filgueiras Lima, Lelé

(Instituto Lina Bo e P.M. Bardi e Editora Blau).

Uma visita ao canteiro do Sarah Rio deixa claro, no entanto, que não é apenas, nem

sobretudo, a persistência ou a manutenção desse ou daquele princípio projetual, nem

tampouco a suposta obstinação de Lelé, aquilo que cumpre destacar. Pois o que salta aos

olhos - e emociona - é, antes, a constatação da potência de uma arquitetura que, a cada

projeto, reafirma sua inequívoca capacidade de atualização. E isso não obstante o

compromisso com a industrialização e a padronização.

Como demonstrou Ana Luiza Nobre em sua tese de doutorado pela PUC-Rio, intitulada Fios

cortantes. Projeto e produto, arquitetura e design no Rio de Janeiro (1950-1970), o intocado

prestígio da forma compositiva no contexto arquitetural brasileiro sempre implicou uma

enorme desconfiança vis-à-vis da forma, digamos, produtiva, vale dizer, a forma pensada do

ponto de vista de sua produção e reprodução segundo a lógica industrial. Donde um certo

consenso de que uma arquitetura pensada segundo os princípios da industrialização

(portanto "padronizada") tenderia a ser menos livre que aquela concebida pela mão que,

sem peias, especula sobre a folha de papel.

Ora, o que Lelé vem provando há décadas por meio de sua prática projetual é que tal

interpretação apenas revela nossa incapacidade de compreender e de explorar

produtivamente outros conceitos de forma - nomeadamente, aqueles regidos pela lógica

industrial. Despreparo, diga-se de passagem, muito bem ilustrado pela dificuldade que

nossos chefes de fileira modernos - Costa e Niemeyer - sempre tiveram de compreender a

arquitetura moderna que não fosse a lecorbusieriana.

No caso do hospital Sarah-Rio, fica patente que a lógica e a disciplina industriais em nada

limitaram o desenvolvimento e a complexificação dos aspectos não propriamente

compositivos, mas legitimamente formais do edifício. Por limitação de espaço, destaco

apenas um aspecto do projeto: a relação - e o conseqüente papel que desempenha para a

geração da forma do edifício - entre (1) padronização e repetição dos elementos construtivos

Page 9: Lelé João Filgueiras Lima

e (2) interpretação do programa de necessidades. A conjugação desses dois determinantes

certamente concorreu para a opção por um edifício térreo (vale lembrar, trata-se de um

hospital para pacientes com limitações de mobilidade), que se desenvolve horizontalmente a

partir da definição de uma seção padrão.

O que cumpre destacar na ocorrência é precisamente o aproveitamento que Lelé tira desses

constrangimentos. Pois sua seção padrão, aparentemente gestual e plástica, gera, na

prática, linhas horizontais de um rigor e de um potencial formal invulgares. Em certa medida,

toda a operação de Lelé no Sarah-Rio pode ser interpretada do ponto de vista desse gesto ao

mesmo tempo simples e radical: promover o deslocamento linear de uma seção padrão. E ele

o faz de maneira não menos radical. A prova disso é que, diferentemente de alguns projetos

de Reidy (que, não obstante, parece ser o arquiteto brasileiro com quem Lelé mais dialoga

aqui) e, mais ainda, de Artigas, não há, por regra, no Sarah-Rio, elementos estruturais

eloqüentes e expressivos, cuja função seria (como no caso de um e de outro predecessores)

ritmar ou pontuar o desenvolvimento espacial da seção padrão.

Ao contrário, o que sobressai, sobretudo externamente, é a repetição - no limite, infinita - de

elementos de dimensões modestas, como caixilhos, guarda-corpos, brise-soleils. Elementos

que, vistos à distância, perdem seu caráter singular e se dissolvem em uma grade linear

contínua.

Contrariando uma forte tendência da arquitetura moderna brasileira (originalmente

interpretada por Sophia S. Telles), não há aqui, portanto, necessidade de "fazer cantar os

pontos de apoio". Em conseqüência, o que resulta dessa operação não é a exaltação do peso,

ou, por outra, a glorificação de uma arquitetura que, com muito esforço, como que

heroicamente (bem ao gosto de nossa modernidade), suporta seu peso próprio.

É, sim, o aproveitamento arquitetônico máximo (leia-se, estético) do movimento linear e

horizontal (continuado, persistente, disciplinado) de uma seção padrão. Um movimento que,

não por acaso, remete ao homem e à mulher que se deslocam (com seus pés ou, na

impossibilidade de fazê-lo, em cadeiras de rodas ou macas móveis) sobre o chão, ao abrigo

do sol e da chuva. Coerentemente, a forma resultante não é (e não poderia ser), nem pura

abstração geométrica (mesmo que algumas fotos insistam no contrário), nem pura alegoria

da linha de montagem industrial. É, antes, a interpretação arquitetônica do movimento

mundano, ancestral, do homem que percorre e ocupa o território (e nesse ponto já parece

lícito falar na espacialidade de Wright).

E não surpreende que, desse gesto radical, surjam conseqüências marcantes do ponto de

vista da paisagem. Aqui, talvez, caiba falar de Brasília. Afinal, foi em Brasília, na aridez de um

sítio cuja paisagem ainda estava por redefinir, que Lelé formou-se, de fato, arquiteto. Na

Barra, no entanto, o arquiteto não encontrou uma paisagem por fazer (ou, como ocorreu com

Le Corbusier e, depois dele, com Lucio Costa, uma paisagem natural por revelar), mas sim

uma paisagem arrasada.

Pois nessa paisagem, caracterizada por torres bisonhas e galpões anódinos, em meio ao

pesadelo kitsch em que se transformou a Baixada de Jacarepaguá, as horizontais de Lelé

surgem como elementos redefinidores, capazes de instaurar, interna e externamente,

acontecimentos plásticos que, de algum modo, resgatam e redimem - sem revolta, sem

alarde - uma paisagem perdida.

O vazio existente entre o prédio principal (internação e ambulatório) e o bloco de serviço é,

nesse sentido, um dos pontos altos do projeto. Orientado no sentido norte-sul (seguindo a

Page 10: Lelé João Filgueiras Lima

orientação de todos os blocos projetados, implantados perpendicularmente à linha do mar),

faz ressurgir uma relação hoje perdida na Barra e que esteve na base da reflexão de Costa

para a definição de seu plano. Nesse espaço, entre linhas horizontais e superfícies brancas,

em um pátio-corredor que coloca entre parêntesis o pesadelo edificado que o cerca, restitui-

se, inesperadamente e por força da arquitetura de Lelé, o que o "mau destino" (palavras de

Lucio Costa) roubou dos cariocas: a relação muito especial entre a planície, a montanha, o

mar e o céu da Barra.

Em uma sociedade pautada pelo improviso, a operação - e a beleza! - radical, rigorosa,

didática e atualíssima do Sarah-Rio é também comovente nesse sentido: candidamente, nos

convence a todos de que disciplina é também liberdade.

Otavio Leonídio é arquiteto, doutor em história e professor da PUC-Rio (Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro).

O autor agradece a atenção e a solicitude de Adriana R. Filgueiras Lima, arquiteta-chefe do

canteiro de obras do Sarah-Rio, a cuja competência tanto deve o sucesso do projeto.

Sistemas especiais de ventilação e conforto térmico

A ventilação e o conforto térmico dos ambientes são proporcionados pela seleção de três

alternativas distintas:

1 - ventilação natural, executada exclusivamente pelos basculantes dos tetos planos ou pelas

aberturas dos tetos em arco;

2 - ventilação natural forçada por meio de dutos visitáveis, que insuflam nos ambientes o ar

captado por unidades fan-coil no piso técnico. A extração do ar é feita através dos

basculantes do teto parcialmente abertos;

3 - ar refrigerado insuflado pelos mesmos dutos descritos acima, impulsionado pelas

unidades fan-coil, que passam a receber circulação de água gelada produzida na central

localizada no pátio de serviço. Nesse caso, os basculantes do teto plano e as aberturas dos

tetos em arco do salão central da internação, da fisioterapia e da hidroterapia serão fechados

por sistema motorizado acionado por interruptores ou por controle remoto.

No centro cirúrgico, salas de equipamentos do setor de imagem e em alguns ambientes

especiais, a iluminação é sempre artificial.

Nessas áreas, os basculantes de policarbonato são substituídos por forros metálicos.

FICHA TÉCNICA

Projeto e coordenação técnica: João Filgueiras Lima

Superintendência administrativa: Francisco A. N. Filho

Coordenação técnica: Adriana Filgueiras Lima

Coordenação administrativa: Walmir Bulhon

Equipe de projetos: Ana Amélia Monteiro, André Borém

Paisagismo: Beatriz Secco

Integração de obras de artes: Athos Bulcão

Instalações: Kouzo Nishiguti

Estrutura: Roberto Vitorino

Conforto térmico: George Raulino

Page 11: Lelé João Filgueiras Lima

Metalurgia pesada: Waldir Silveira

Metalurgia leve: Hurandy Matos

Marcenaria e plásticos: Jurandir Amorim

Pré-moldados: Tomaz Bacelar

Equipamentos: Hurandy Matos, Cláudio Blois Duarte, Antônio Carlos Correia

João Filgueiras Lima (Lelé) formou-se em 1955 pela Universidade do Brasil (atual UFRJ). Mudou-se para Brasília dois anos depois para trabalhar na implantação da nova capital do país, interessando-se pela construção industrializada, que o levou à argamassa armada. Entre outros projetos, desenvolveu diversas unidades da Rede Sarah

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****TECNICAS E INTALAÇOES DOS BRISES

Cabana da memória18/05/2011 | Notícia | Revista AU - Arquitetura & Urbanismo - Maio 2011

Na UnB, Lelé projeta um memorial para seu amigo Darcy Ribeiro, com biblioteca e auditório.

De forma circular, o espaço garante o conforto térmico e a engenhosidade característicos das

obras de Lelé

Page 12: Lelé João Filgueiras Lima

Tanto pode lembrar um disco voador (o lado empreendedor de Darcy Ribeiro), quanto uma

maloca indígena (o lado antropólogo) - assim Lelé define o Memorial erguido na UnB, um

projeto que reflete a dicotomia entre o passado e o modo de ser de Darcy.

Foi o próprio Darcy Ribeiro quem incentivou Lelé a aprender como os índios construíam.

Partindo do princípio de que a concepção estrutural de um prédio é fundamental, Lelé

estudou a forma primitiva e intuitiva com que os índios Xinguanos construíam as suas

cabanas, desenvolvendo uma tecnologia passada de geração em geração. "A cabana dos

índios é uma coisa linda. Possui ventilação, até um shed como esses que utilizo em meus

trabalhos. Tem uma cumeeira por onde sai o ar quente", explica Lelé. "No projeto da

Fundação Darcy Ribeiro, a grande cobertura tem um sentido um pouco disso, pode-se

interpretar tanto como uma nave espacial quanto como uma cabana indígena. Depende da

sensibilidade de quem vê. Não que eu tenha pensado em fazer isso. O que queria resolver

realmente era a questão de um espaço que todo mundo dominasse, exatamente como Darcy

sempre foi: ele interagia com todo mundo. Nada como uma forma circular para criar esta

unidade espacial", conclui.

Do primeiro desenho às propostas futuras, houve pequenas adaptações, logo no começo do

projeto, Darcy Ribeiro pediu a criação de um beijódromo. "Um espaço ao ar livre, na grama,

nos degraus - um espaço bem a gosto de Brasília, em que podia fazer seresta, as pessoas

poderiam estar em volta se beijando, namorando. Para uso noturno, principalmente",

explicou Darcy Ribeiro. Lelé, então, situa o beijódromo do lado oposto ao acesso principal,

um anfiteatro ao ar livre distribuído na encosta de uma elevação ajardinada contornando

parcialmente o lago.

Em 1997, Darcy Ribeiro faleceu e o projeto ficou engavetado. Em 2008, a Fundação Darcy

Ribeiro contata novamente Lelé. O terreno escolhido por Darcy, localizado na Praça Maior da

UnB, estava livre. Mas contingências financeiras postergaram mais uma vez o projeto. Em

2009, o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, apresenta o projeto à comunidade

acadêmica da UnB e à sociedade, em uma audiência pública. O Poder Executivo, pelo

Ministério da Cultura, assina um convênio de cooperação para a construção do espaço,

investindo 8,5 milhões de reais na obra.

A terceira versão apresentada por Lelé traz modificações aos projetos anteriores. O

beijódromo, que inicialmente seria descoberto, ganha uma cobertura em forma de concha

em telha metálica pré-pintada branca para dar maior flexibilidade ao espaço.

Page 13: Lelé João Filgueiras Lima

A área total coberta é de 2-454,92 m², ao custo de aproximadamente 2 mil reais o m² -

incluindo a área urbanizada de 3-235,94 m² com um lago de 1.028 m².

A escada retilínea, com guardacorpo de vidro, desloca-se para fora do círculo central,

evitando a interferência sonora na biblioteca, situada no pavimento superior. Lelé contorna o

problema do ruído excessivo com uma solução engenhosa: bloqueia a parte inferior com um

círculo de vidro delimitando o jardim central, que prossegue até o pavimento superior,

faceando a laje do primeiro piso e se transformando no guarda-corpo da biblioteca, a 1,10 m

de altura. Evita, desta forma, a descontinuidade do espaço, integrado visualmente pelo

jardim central. O elevador metálico, com fechamento de vidro, permanece na periferia do

círculo central ajardinado.

No térreo, uma porta, diametricamente oposta à entrada principal, conduz o usuário ao

beijódromo, que agora passa a ser um auditório com 200 lugares. Uma parede curva de

argamassa armada funciona como um anteparo, resguardando o acesso ao bloco principal e

servindo de fundo do palco elíptico elevado.

O edifício circular de dois pavimentos, com 32,20 m de diâmetro interno e 37 m de diâmetro

de cobertura, tal uma tenda de circo (ou uma maloca, como preferia Darcy Ribeiro), lança-se

para o alto em sua parte central, atingindo 14,80 m no topo da cúpula, que acolhe embaixo

um espaço circular ajardinado, de 12 m de diâmetro e pé-direito duplo.

A cobertura é composta de telhas especiais dobradas de chapa pré -pintada de aço

galvanizado branco, com proteção interna de bidim e forro obilongo metálico por baixo. Na

parte correspondente à projeção do jardim interno, uma grande claraboia garante a

luminosidade natural, e é formada por telhas de policarbonato transparente com 6 mm de

espessura, que se sobrepõem uma às outras até o anel de compressão da cúpula, e sobre

este uma veneziana metálica com cobertura também metálica. Na primeira versão do

projeto, Lelé chegou a cogitar revestir todo este espaço central com fibra de vidro, única

opção viável quando a produção de policarbonato ainda não havia se instalado no Brasil.

Enquanto isso, placas verticais metálicas fecham lateralmente o anfiteatro dos dois lados.

Desejando manter o caráter informal que Darcy Ribeiro tanto queria e resolver o problema do

escurecimento para projeção durante o dia, Lelé desenha grandes estruturas pivotantes

retilíneas, que chegam quase ao teto. Largas de 1 m possuem altura variável de acordo com

a cobertura, alcançando, a mais alta, 5,20 m. Estas placas, funcionando como brises, podem

ser fechadas ou abertas, controlando a incidência da luz e proporcionando maior conforto

sonoro.

Page 14: Lelé João Filgueiras Lima

Conforto ambiental

O espelho d'água forma um anel com diâmetro externo de 52 m em volta do edifício, e

nebulizadores de água no lago são acionados nos períodos secos, criando uma espécie de

névoa. Essas gotículas de água, por evaporação, resfriam o ar que penetra no ambiente.

O ar chega pelas janelas das salas que circundam o térreo e, na parte superior, por orifícios

de 2 mm do beiral do anel circular externo, fechado por uma chapa de ferro perfurada. O ar

fresco, penetrando pela periferia do prédio, circula por todo o ambiente antes de ser extraído

por cima.

Engenhoso, Lelé constrói seu próprio exaustor, de rotação baixa e silencioso, com diâmetro

aproximado de 2,5 m, acoplado na cúpula e dissimulado por uma rosácea em fita metálica -

idéia já aplicada no auditório do Tribunal de Contas da União de Salvador (1995).

Lelé não desenhou um memorial, menos ainda uma fundação, biblioteca ou beijódromo.

Desenhou o sonho do amigo Darcy Ribeiro, sua última morada, a casa que ficou lhe devendo

desde os anos 1960, quando, desbravando a imensidão do cerrado, impressionava-se com o

céu repleto de estrelas que se confundia com a linha do horizonte.

A estrutura

A estrutura da cobertura, composta de 32 vigas curvas radiais em perfil, "I" (com 40 cm de

altura e banzos inferior e superior de 20 cm). apoia-se internamente no anel de compressão

da cúpula, de 2.60 m de diâmetro, e, no outro extremo, está engastada na ponta do balanço

externo do pórtico do piso superior, composto também de 32 vigas radiais em perfil "I" de

alma cheia (com 45 cm de altura e banzos inferior e superior de 20 cm). Estas vigas, por sua

vez, são engastadas em 32 pilaretes metálicos, dispostos na periferia da construção, e nas

vigas transversinas que formam o anel circular interno. Distribuindo sua carga para 16

pilares metálicos tubulares, situados entre duas linhas de forças principais. Ao deslocar

lateralmente os pilares internos, Lelé simplifica o esquema estrutural, reduzindo-os. Todos os

pilares estão apoiados no solo.

O sistema, devido às cargas do vento, cria empuxos laterais, fazendo com que os pilares da

periferia absorvam momentos. A laje de concreto do primeiro piso é integrada à estrutura de

aço. O concreto, ao penetrar nas vigas transversinas, solidariza a laje de concreto com a

estrutura metálica, eliminando a ferragem negativa. Desta forma, ela absorve os empuxos e

participa do travamento de todo o sistema, dando o contraventamento necessário à

estrutura. Ao nervurar a laje, Lelé diminui sua espessura, evitando também a necessidade de

contrapiso.

Page 15: Lelé João Filgueiras Lima

A parede de alvenaria de concreto, que fecha internamente as salas do térreo, ajuda também

no contraventamento estrutural, uma vez que o pórtico metálico possui balanços

significativos dos dois lados - o balanço interno, próximo ao círculo central, é de 1.60 m, e o

externo, na periferia que acolhe as vigas radiais da cobertura, de 2,70 m.

Uma cobertura em forma de concha metálica branca fecha o espaço do beijódromo. Com

forro de chapa dobrada, apoia-se em dez vigas curvas de perfil "I". Trata-se de uma estrutura

independente, apoiada diretamente na fundação, pelo lado externo, e em cinco pilares

radiais tubulares, por onde desce a água pluvial, na parte interna.

Ficha técnica

Arquitetura: João Filgueiras Lima (Lelé)

Desenvolvimento da arquitetura: Vicente Munoz Dias e Annamaria Binazzi

Estrutura: Paulo Roberto de Almeida Freitas

Execução da obra: Adriana Rabelio Filgueiras Lima

Fornecedores

Corte e dobra de chapas: Irmãos Gravia

Aço da estrutura: Usiminas

Malhas de aço para concreto e argamassa e dramix: Belgo Mineira

EXTRA:

Zanettini e Panamericana lançam livro “A boa arquitetura de uma geração”27/08/2010 | Notícia | Met@lica - 27/07/2010

Foi lançado hoje, na Universidade Mackenzie, o livro “A boa arquitetura de uma geração”,

projeto idealizado pelo arquiteto Siegbert Zanettini, em conjunto com a Panamericana Escola

de Arte e Design, no ano de comemoração dos 50 anos história de atuação profissional e

acadêmica do arquiteto.

A obra é fruto da exposição homônima, inaugurada em outubro de 2009, na Panamericana

Escola de Arte e Design. A iniciativa reuniu 18 arquitetos brasileiros ícones no cenário

mundial: Aflalo&Gasperini Arquitetos, Botti Rubin Arquitetos, Candido Malta Campos Filho,

Carlos Bratke, Dácio Ottoni, Decio Tozzi, Eduardo de Almeida, João Filgueiras Lima – Lelé,

João Walter Toscano, Joaquim Guedes – in memoriam, Paulo Bruna, Paulo de Mello Bastos,

Paulo Mendes da Rocha, Reinaldo Pestana, Roberto Loeb, Ruy Ohtake, Sidonio Porto e

Siegbert Zanettini.

Agora, com o apoio do CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço e da ABCEM –

Associação Brasileira da Construção Metálica, a mostra se transformou em uma publicação

especial com tiragem de 2.000 exemplares, que será enviada gratuitamente a todas as

universidades de arquitetura do Brasil. “O objetivo do livro é estimular o estudo e a difusão

de conhecimento na área de arquitetura, enriquecer os acervos das bibliotecas com uma

produção de excelente qualidade e valorizar a história de nosso país”, afirma Zanettini.

Page 16: Lelé João Filgueiras Lima

Além do lançamento, a Universidade Mackenzie recebeu a exposição itinerante “A boa

arquitetura de uma geração”. Os painéis criados pelo grupo dos 18 profissionais ficarão

expostos no prédio nove da universidade até o dia 3 de setembro. A visitação é aberta ao

público e a entrada é gratuita.