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LEVANTAMENTO DA OCORRÊNCIA DE DESASTRES NATURAIS NO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL – RS
Giana Argenta - UFSM - [email protected]
Tanice Cristina Kormann – UFSM – [email protected]
Luis Eduardo de Souza Robaina – UFSM – [email protected]
RESUMO
A proposta de realizar uma análise da ocorrência de inundações e deslizamentos no município de Caxias do Sul – RS se estrutura a partir do levantamento histórico dos registros de eventos do período de 1980 – 2007. A pesquisa teve como base os arquivos de dados de Reckziegel (2007) além de informações disponíveis na imprensa e prefeitura local. Dentre o período analisado, os bairros São José, Santa Catarina e Nossa Senhora de Fátima apresentaram maior freqüência de registros de inundações, enquanto que os movimentos de massa estão associados ao cortes realizados em rodovias. Através do acompanhamento histórico torna-se possível compreender a evolução da ocorrência dos desastres naturais que mais afetam o município de Caxias do Sul, permitindo minimizar os riscos através de iniciativas de gerenciamento.
Palavras Chave: movimento de massa, inundação, riscos.
ABSTRACT
The proposal to conduct an analysis of the occurrence of floods and landslides in the city of Caxias do Sul - RS is structured from the survey of historical records of events in the period 1980 to 2007. The research was based on file of data in the Reckziegel (2007) in addition to information available in the local press and city hall. Among the study period, the districts São José, Santa Catarina and Nossa Senhora de Fatima had higher frequency of records of floods, while the mass movements are associated with the cuts made in highways. Through the monitoring history becomes possible to understand the evolution of the occurrence of natural disasters that affect the city more of Caxias do Sul, allowing to minimize the risks through management initiatives.
Keywords: landslides, floods, hazards.
1 INTRODUÇÃO
As mudanças na configuração dos espaços naturais, pela ação do homem, acompanham as
mudanças e interesses da história social e econômica do país. Por certo, a base política, sócio-
econômica e cultural, onde as inovações são produzidas, constitui característica decisiva para
utilização desse progresso. Portanto, torna-se evidente que as mudanças no tratamento do meio natural
não podem prescindir de transformações estruturais, abrangendo questões como propriedade, papel do
Estado e do sistema político e cultural.
Ao discutir os impactos ambientais em áreas urbanas, Coelho (2001, p.21), afirma que os
impactos ambientais promovidos pela urbanização “são, ao mesmo tempo, produto e processo de
transformações dinâmicas e recíprocas da natureza e da sociedade estruturada em classes sociais”.
Para Castro (1997) o crescimento desordenado das cidades é considerado como um
condicionante de desastres, significando também, a redução de estoques de terrenos em áreas seguras,
e sua conseqüente valorização, provoca o adensamento dos estratos populacionais mais vulneráveis em
áreas de riscos.
Dentre os inúmeros problemas que afligem os centros urbanos, destaca-se a dramática situação
habitacional dos grupos sociais estabelecidos em áreas de risco. Em sua maioria estão assentados em
zonas ambientalmente frágeis, inadequadas para urbanização não disputadas pelo mercado imobiliário.
Tal condição representa um enorme desafio aos governos das cidades que devem formular e
implementar políticas públicas relacionadas a estas situações inadequadas de uso e ocupação do solo.
Na cidade de Caxias do Sul, o crescimento populacional e conseqüente expansão urbana
ocorrido nas últimas décadas, associado com a incapacidade do Estado em atender a demanda de
moradias levou a população, principalmente a de baixa renda, a ocupar áreas sujeitas à processos de
dinâmica superficial desencadeadores de risco, como as margens e planícies de inundação das
drenagens e encostas de morros.
Estudos que identifiquem as áreas mais suscetíveis a estes desastres e suas prováveis causas são
de fundamental importância para previsão de acidentes, além de auxiliar na definição de prioridades e
tomadas de decisões ligadas a trabalhos de prevenção de desastres e de direcionamento de recursos
para os locais mais afetados.
Neste sentido, apresenta-se um levantamento das áreas atingidas por acidentes por processos
naturais como inundação e movimentos de massa na cidade de Caxias do Sul, entre 1980 e 2007.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Os dados com as ocorrências de desastres naturais desencadeados por eventos atmosféricos
entre 1980 e 2007 representam uma sistematização de informações realizada por Reckziegel (2007) e
foram complementados por informações obtidos através de consulta à imprensa local, nos arquivos do
jornal “O Pioneiro”. Este levantamento foi organizado pela autora através de um banco de dados, onde
foram compiladas as informações referentes ao município, data do evento e se houve a homologação
de decreto de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública e a extensão dos danos.
Os dados foram organizados na forma de tabelas e representados através de gráficos e mapas
para facilitar a análise dos resultados. Os gráficos e tabelas foram construídos com auxílio do software
Microsoft Excel 2000. Na elaboração dos mapas, interpolação dos dados, importação de arquivos
shapefiles e consultas espaciais a mapas cadastrais foi utilizado o aplicativo SPRING, versão 4.3
desenvolvido e disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A distribuição espacial dos desastres nos bairros do município de Caxias do Sul foi realizada de
acordo com o número de ocorrências dos eventos, sendo, portanto, avaliados quantitativamente.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A cidade de Caxias do Sul é um dos municípios do rio Grande do Sul que mais é afetado por
desastres naturais. Os eventos que mais comumente causam acidentes são os movimentos de massa e
as inundações bruscas, conhecidas como enxurradas.
Figura 01 – Localização do município de Caxias do Sul.
3.1 Movimentos de Massa
A cidade de Caxias do Sul está situada sobre uma seqüência de rochas vulcânicas ácidas e
básicas da Formação Serra Geral (Cretáceo). O magmatismo básico da Bacia do Paraná é dominado
por uma seqüência de basaltos e andesi-basaltos na base, e por dacitos, traquidacitos e riolitos na parte
superior da seqüência (Gomes, 1997).
A morfologia dos derrames básicos, segundo Leinz e Amaral (1989) e Roisenberg e Viero (2000),
mostra na base uma zona densa e parcialmente vítrea, relativamente delgada, seguida de uma zona
com diáclases horizontais, enquanto que a parte central é mais volumosa e apresenta fraturas. Segue-se
mais uma zona de diáclases horizontais, enquanto que o topo é amigdalar com vesículas de tamanhos
variados. As amígdalas são preenchidas por zeolitas e, subordinadamente, por apofilita, ametista,
calcedônea, ágata, opala, calcita, selenita, Cu nativo e outros minerais e agregados. Ocorrem
comumente associados às amígdalas argilo minerais expansivos (esmectitas) de cor verde
característica que resultam da alteração de minerais primários (piroxênio e plagioclásio).
Nas encostas de rochas vulcânicas da cidade existem vários tipos de movimentos de massa, os
quais envolvem uma grande variedade de materiais, processos e fatores condicionantes.
A ocupação das encostas de forma desorganizada, sem infra-estrutura e sem técnicas adequadas
desenvolve várias áreas com risco de acidentes. Os principais controladores da ocorrência dos
processos de movimento de massa são estruturas presentes nas rochas vulcânicas e a ocorrência de
áreas de depósitos de colúvios na base das encostas. As estruturas são divididas com relação a origem
em estruturas não-tectônica, tectônicas e de resfriamento. As primeiras estão representadas pelas
Estruturas de Fluxo Magmático, Estruturas de Resfriamento e Juntas de alívio e; as segundas por
falhas e fraturas.
3.2 Análise das Ocorrências de Movimentos de Massa no Município de Caxias do Sul
As informações referentes à ocorrência de movimentos de massa no período de 1980 a 2007
permitiram caracterizar alguns aspectos dos desastres naturais que afetam o município de Caxias do
Sul. Um total de 31 ocorrências de deslizamentos foi contabilizado através dos resultados da
investigação realizada no jornal “O Pioneiro” (Figura 02).
Distribuição Anual dos Deslizamentos no período de 1980 - 2007
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2000
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2004
2005
2006
2007
Núm
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Figura 02 – Representação gráfica da distribuição anual da ocorrência de deslizamentos no município de Caxias do Sul.
O levantamento realizado aponta que os anos de 1993 e 2007 foram os mais significativos em
termos de ocorrência de deslizamentos no município de Caxias do Sul, ambos registrando 3
deslizamentos. Da mesma forma, é importante assinalar a ausência de registros de deslizamentos nos
anos de 1980, 1986, 1995, 2004 e 2005.
Interpretando a ocorrência dos movimentos de massa através de uma distribuição mensal dos
eventos, é possível avaliar a influência da dinâmica climática no desencadeamento dos processos de
movimento de massa (Figura 03).
Distribuição Mensal das Ocorrências de Deslizamentos no período de 1980 - 2007
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Figura 03 – Gráfico representativo da distribuição mensal da ocorrência de deslizamentos no município de Caxias do Sul.
A visualização dos dados na forma de gráficos possibilita assinalar que de um universo de 31
registros de deslizamentos ocorridos em Caxias do Sul no período de 1980 a 2007 os 3 meses que
concentram os números de ocorrências são: junho, julho e agosto. Somando-se o registro de
deslizamentos nestes 3 meses teremos 45,16% do total de eventos.
O gráfico da Figura 03 possibilita, ainda, identificar uma tendência progressiva de aumento das
ocorrências de deslizamentos iniciando em abril e se estendendo até os meses de julho e agosto,
quando então decai o número de ocorrências de eventos.
Estas observações possibilitam associar os eventos à intensificação das Frentes Frias durante o
inverno na região sul do Brasil, provocando chuvas torrenciais responsáveis pelo encharcamento dos
solos, tornando as condições propícias à instabilidade das vertentes.
A distribuição espacial das ocorrências de deslizamentos no município de Caxias do Sul revela
que este fenômeno nem sempre está associado a áreas urbanas. Situação muito comum é a existência
de cortes nas rodovias, promovendo a instabilização das vertentes e conseqüente desencadeamento de
movimentos de massa.
Somente ao longo da Rodovia Federal BR – 116, que atravessa a cidade de Caxias do Sul,
foram registras 9 ocorrências de deslizamentos, o que equivale à soma das ocorrências dos bairros com
maior registro de deslizamentos: Santa Catarina, Nossa Senhora de Fátima e Planalto, cada um com 3
registros de deslizamentos no período (Figura 04).
LOCALIZAÇÃO DOS BAIRROS COM MAIOR OCORRÊNCIA DE DESLIZAMENTOS
Figura 04 – Imagem destacando a localização dos bairros com maior ocorrência de deslizamentos em relação à área urbana de Caxias do Sul.
3.3 Inundações
Conhecida como enxurrada, a inundação brusca ocorre devido a chuvas intensas e concentradas
em rede de drenagem de menor ordem. A elevação dos caudais é súbita e seu escoamento é violento.
Ocorre em um tempo próximo ao evento da chuva que a causa.
As principais causas da ocorrência dos acidentes estão associados a ocupação da planície de
inundação pelo homem, problemas na macrodrenagem urbana (assoreamento, barramentos),
impermeabilização da Bacia Hidrográfica, excessiva confiança em soluções tecnológicas, soluções
estruturais isolados de um contexto mais amplo sem o entendimento da bacia hidrográfica e uma
velocidade de expansão urbana superior as intervenções na rede de drenagem.
3.4 Análise das Ocorrências de Inundações no Município de Caxias do Sul
Durante o período de 1980 a 2007, o município de Caxias do Sul foi atingido por um total de
51 inundações tendo no ano de 2006, registrado uma situação extrema de 7 ocorrências de inundações.
Em contraposição, verifica-se a ausência de ocorrência desses eventos nos anos de 1981, 1986, 1987,
1988, 1991, 1999, 2001, 2004, 2005 (Figura 05).
Distribuição Anual das Inundações no período 1980 - 2007
012345678
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
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1994
1995
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2000
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2004
2005
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Núm
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Figura 05 – Gráfico representando a ocorrência anual de inundações no município de Caxias do Sul no período de 1980 a 2007.
Através da representação exposta no gráfico da Figura 05, é possível mencionar a existência de
uma certa continuidade nas ocorrências de inundações entre os anos de 1992 a 1998, sendo que em
1996 e 1997 o município sofreu a ocorrência de 5 eventos desta tipologia.
Diferentemente das ocorrências de deslizamento que se concentram nos meses de inverno
(Figura 03), a distribuição mensal das ocorrências de inundações não apresentam uma concentração
nítida em um determinado período do ano (Figura 06).
O gráfico representado na Figura 06 revela que a maior parte das inundações se dá nos meses
de janeiro (8), fevereiro (7) e agosto (7). Essa análise histórica também revela que o mês de maio
apresenta-se pouco propenso à ocorrência de inundações, registrando apenas uma ocorrência nos 27
anos analisados.
Distribuição Mensal das Ocorrências de Inundações no período de 1980 - 2007
0
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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Figura 06 – Gráfico apresentando a ocorrência mensal de inundações no município de Caxias do Sul no período de 1980 a 2007.
Quando observamos os dados mostrados, verificamos uma grande ocorrência de registros de
eventos de inundações nos meses de janeiro e fevereiro. Interpretamos como resultado dos fatores
climáticos marcados por precipitações intensas e de pequena duração que caracterizam a estação do
verão, produzindo um maior número de inundações do tipo enxurradas. Este fato, ainda está associado
a posição geográfica do município localizado em região de cabeceira de drenagens onde se propicia a
ocorrência desse fenômeno.
A distribuição espacial das inundações registradas em Caxias do Sul indica uma maior
freqüência da ocorrência de eventos nos bairros São José (12), Santa Catarina (10), Nossa Senhora de
Fátima (10) e Pio X (8), como pode ser visualizado na Figura 07.
Ocorrência de Inundação por Bairro de Caxias do Sul (1980 - 2007)
02468
101214
São Jo
sé
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Figura 07 – Gráfico apresentando os bairros de Caxias do Sul com mais de dois registros de ocorrência de inundações durante o período de 1980 a 2007.
Os bairros mencionados por apresentam maiores problemas com inundações localizam-se em
uma área contínua e ambos são drenados pelo Rio Herval, que possui suas nascentes no centro urbano
de Caxias do Sul. Esse processo reflete uma condição de bacia hidrográfica urbanizada, apresentando
nascentes impermeabilizadas das quais se destaca seu afluente denominado Arroio Tega, canal já
conhecido da comunidade local por apresentar um longo histórico de problemas com inundações.
Figura 08 – Imagem destacando a localização dos bairros com maior ocorrência de deslizamentos em relação à área urbana de Caxias do Sul. 3.5 Análise Integrada dos Eventos
Analisando de forma integrada os resultados para o número de ocorrência de deslizamentos e
inundações (Figura 09), percebe-se que os locais com maior freqüência de deslizamentos em muitos
casos também são os que apresentam maiores problemas com inundações.
Ocorrência de Deslizamentos e Inundações por Bairros de Caxias do Sul (1980-2007)
0
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6
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InundaçãoDeslizamento
Figura 09 – Gráfico apresentando os bairros de Caxias do Sul com maior ocorrência de inundações e
deslizamentos durante o período de 1980 a 2007.
De maneira geral, os processos desencadeadores de risco no município de Caxias do Sul
encontram-se concentrados nas áreas adjacentes ao centro urbano, onde os processos socioeconômicos
condicionam uma elevada densidade de ocupação caracterizando processos de ocupação mais
susceptível à ocorrência de fenômenos como inundações e movimentos de massa.
4 CONCLUSÕES
O desequilíbrio nas relações sociais se expressa no espaço geográfico através da degradação
das condições ambientais das cidades, gerando uma situação de exclusão da população de mais baixa
renda. Por não ter acesso aos escassos recursos naturais do meio ambiente urbano, essa população se
encontra mais susceptível aos efeitos dos eventos ambientais adversos.
O processo de concentração urbana ocorrido em Caxias do Sul leva os habitantes,
principalmente os de baixa renda, a ocupar áreas de maior fragilidade ambiental como encostas de
morros e planícies de inundação das drenagens. A expansão da cidade tem colocado em risco uma
parcela significativa da população, situada principalmente nos bairros periféricos.
O crescimento das cidades, gerado principalmente por interesses privados e especulativos, deve
ser considerado como um fator condicionante do desenvolvimento de desastres como inundações e
movimentos de massa. Os resultados alcançados a partir das informações organizadas em banco de
dados são fundamentais para a criação de propostas de gestão e planejamento das cidades. Ao mesmo
tempo, é necessário romper com as dicotomias do passado e criar condições de acesso universal à
urbanidade.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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In: DE ROS, L.F; HOLZ M. (Eds.). Geologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: CIGO/UFRGS,
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