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1 JOÃO VICTOR BONATELLI LEVANTAMENTO DA VOZ DO CLIENTE E PROPOSTA DE APRIMORAMENTO DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA Trabalho de formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do diploma de Engenheiro de Produção São Paulo 2011

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1

JOÃO VICTOR BONATELLI

LEVANTAMENTO DA VOZ DO CLIENTE E PROPOSTA DE APRIMORAMENTO DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO À

DISTÂNCIA

Trabalho de formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do diploma de Engenheiro de Produção

São Paulo

2011

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JOÃO VICTOR BONATELLI

LEVANTAMENTO DA VOZ DO CLIENTE E PROPOSTA DE APRIMORAMENTO DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO À

DISTÂNCIA

Trabalho de formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do diploma de Engenheiro de Produção

Orientador: Prof. Dr. André Leme Fleury

São Paulo

2011

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FICHA CATALOGRÁFICA

Bonatelli, João Victor

Levantamento da voz do cliente e proposta de aprimo ramen- to de um projeto de educação à distância / J.V. Bon atelli. -- São Paulo, 2011.

99 p.

Trabalho de Formatura - Escola Politécnica da Unive rsidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Produçã o.

1. Educação à distância 2. Voz do cliente 3. Serviç os (Espe-

cificação) I. Universidade de São Paulo. Escola Pol itécnica. De-partamento de Engenharia de Produção II. t.

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À minha família, que sempre me apoiou e incentivou.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. André Leme Fleury, pela orientação, dedicação e confiança depositada em mim.

Aos meus pais, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando.

Ao meu irmão, meu companheiro de vida, que sempre me ajudou.

À Cris e ao Osni, duas das pessoas mais importantes na minha passagem pela POLI, que

sempre me apoiaram e orientaram, cuja amizade ficará para vida.

Ao CAEP, meu segundo lar, onde eu vivenciei grandes experiências.

À Paula, pela inestimável ajuda.

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RESUMO

BONATELLI, J. V. Levantamento da voz do cliente e proposta de aprimoramento de um

projeto de educação à distância. 2011. 99f. Trabalho de formatura (Graduação) – Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

O presente trabalho tem como objetivo levantar e formalizar a “Voz do Cliente” e propor

melhorias e aprimoramentos a serem implementadas nas próximas versões do curso de

estatísitca à distância. Para atingir esse objetivo, foi desenvolvida uma metodologia de

trabalho que utilizou diversas ferramentas da Engenharia de Produção. Inserido em um

contexto onde a necessidade de atender a grandes contingentes de alunos, sem reduzir a

qualidade dos serviços oferecidos, ganha cada vez mais importância, este trabalho trata de

questões-chaves no desenvolvimento dessa modalidade de curso. Os conhecimentos obtidos a

partir das análises e conclusões geradas por este trabalho, podem servir de direcionadores para

o aprimoramento de outros cursos como este.

Palavras-chave: Educação à distância. Voz do cliente. Serviços.

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ABSTRACT

BONATELLI, J.V. Hearing the Voice of Customer and an improvement proposition of an

Educational Project at a distance. 2011 99 f. Graduation Project – Escola Politécnica,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

This subject has the main purpose to raise and establish the “Voice of Customer” and to

propose improvements which can be implemented in the next versions of the statistic course

at a distance. In order to get this purpose, a work methodology has been developed which has

utilized several tools of the Production Engineering. Inside a field where the necessity of

answering a huge demand of students, without decreasing the quality of the services, gets

more importance, this paper deals with important questions for the development of this kind

of course. The knowledge obtained from the analyses and conclusions of the project, can

bring ideas to improve other courses like this.

Key-words: Education at a distance. Voice of Customer. Services

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Forma de estudo ........................................................................................ 52

Gráfico 2 – Local de acesso ......................................................................................... 53

Gráfico 3 – Utilização do fórum .................................................................................. 55

Gráfico 4 - A importância dos recursos ....................................................................... 58

Gráfico 5 - Dificuldades encontradas no curso ............................................................ 60

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Etapas do processo de benchmarking ......................................................... 30

Tabela 2 – Respostas categorizadas .............................................................................. 62

Tabela 3 – Requisitos do cliente ................................................................................... 65

Tabela 4 – Análise comparativa ................................................................................... 70

Tabela 5 – Soluções propostas ...................................................................................... 75

Tabela 6 – Resultado da avaliçao do QFD ................................................................... 82

Tabela 7 – Propostas conteúdo ..................................................................................... 83

Tabela 8 – Propostas avaliações ................................................................................... 83

Tabela 9 – Propostas Fórum ......................................................................................... 84

Tabela 10 – Propostas Rede Social ............................................................................... 84

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVA Ambiente Virtual de Aprendizado

EaD Educação a distância

FAQ Frequently Asked Questions

FCAV Fundação Carlos Alberto Vanzolini

GTE Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação

IIBA Instituto Internacional de Análise de Negócios

IME Instituto de Matemática e Estatística

POLI Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

PRO Engenharia de Produção da Escola Politécnica

QFD Quality Function Deployment

TQC Total Quality Control

VoC Voice of Custumer

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LISTA DE SIMBOLOS

��: �������ℎ� �������

�: ����� �����

�������: ��� �����������nosso� �����

��%: ���� �����������

�������: ��� �����������nosso� �����

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15

1.1 Contexto ....................................................................................................... 15

1.2 Problema ...................................................................................................... 18

1.3 Objetivo ........................................................................................................ 19

1.4 Relevância do Trabalho .............................................................................. 19

1.5 Estrutura do Trabalho ................................................................................ 20

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................. 23

2.1 Levantamento da Voz do Cliente ............................................................... 23

2.1.1 Metodologia Babok ................................................................................ 23

2.1.1.1 Questionário ........................................................................................ 23

2.1.1.2 Entrevista ............................................................................................ 25

2.1.1.3 Análise de Conteúdo ........................................................................... 27

2.1.2 Etnografia .............................................................................................. 28

2.2 Categorização .............................................................................................. 28

2.3 Benchmarking ............................................................................................. 30

2.4 QFD e Matriz de Qualidade ....................................................................... 30

2.4.1 QFD (Desdobramento da Função Qualidade) e seus Objetivos Gerais

……………………………………………………………………………..31

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2.4.2 A Estrutura do QFD .............................................................................. 32

2.4.3 A Estrutura do QD ................................................................................. 32

2.4.4 A Matriz de Planejamento do Produto – QFD ..................................... 34

2.4.4.1 A voz do Consumidor .......................................................................... 35

2.4.4.2 As Características da Qualidade (CQs) ............................................. 37

3 METODOLOGIA DE TRABALHO ........................................................ 41

3.1 Levantamento da Voz do Cliente .............................................................. 42

3.2 Estabelecimento da Voz do Cliente ........................................................... 43

3.3 Propostas de Soluções ................................................................................. 44

4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NO DOMÍNIO DO PROBLEMA

……………………………………………………………………………..46

4.1.1 Survey ..................................................................................................... 46

4.1.2 Entrevista ............................................................................................... 47

4.1.3 Etnografia .............................................................................................. 48

4.1.4 Análise de Conteúdo .............................................................................. 48

4.2 Estabelecimento da Voz do Cliente ........................................................... 49

4.2.1 Categorização das Informações ............................................................ 49

4.2.2 Elaboração da Voz do Cliente ............................................................... 50

4.2.2.1 Principais resultados obtidos ............................................................. 51

4.2.2.2 Principais problemas e oportunidades de aprimoramentos ............. 61

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4.2.2.3 Definição dos Requisitos do Cliente .................................................. 64

5 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NO DOMINIO DA SOLUÇÃO 67

5.1 Proposta de soluções ................................................................................... 67

5.1.1 Benchmark ............................................................................................. 67

5.1.2 Elaboração das Soluções ....................................................................... 70

5.1.3 Correlação QFD ..................................................................................... 76

5.1.4 Seleção das propostas de solução .......................................................... 82

5.1.5 Desenvolvimento das propostas de solução escolhidas ........................ 84

5.1.5.1 Conteúdo ............................................................................................. 84

5.1.5.2 Avaliações ............................................................................................ 86

5.1.5.3 Fórum .................................................................................................. 86

5.1.5.4 Redes Sociais ....................................................................................... 87

6 CONCLUSÃO ............................................................................................. 88

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 91

APÊNCICE 1 – QUESTIONÁRIO ................................................................. 93

APÊNCICE 2 – ROTEIRO DE ENTREVISTA ............................................ 97

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto

Na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo a realização do curso de Estatística é de

responsabilidade do Departamento de Engenharia de Produção e, no total, a disciplina é

ministrada para 17 cursos de graduação nas diferentes engenharias. Por este motivo, a sua

realização demanda a alocação de um volume elevado de recursos didáticos para o

Departamento, principalmente pelo número de alunos que devem cursá-la. Ao longo do ano,

essa disciplina é ministrada para 6 turmas no primeiro semestre e 8 turmas no segundo

semestre, demandando o envolvimento de 4 a 8 professores por período . Anualmente, são

matriculados 720 alunos regulares, porém, por se tratar de uma disciplina com elevado índice

de reprovação, o total de alunos por ano ultrapassa 800, aumentando a complexidade do seu

gerenciamento. Outro agravante é o fato das turmas também apresentarem baixa frequência

relativa de comparecimento nas aulas presenciais.

Estatística é uma disciplina de grande importância e presente em todas as engenharias. Para os

alunos, o seu aprendizado resulta em uma nova maneira de modelar problemas e estruturar

soluções, baseado principalmente em conceitos probabilísticos. Esta abordagem representa

uma transição nos modelos de resolução de problemas dominados pelos alunos, já que a

maioria das outras disciplinas desenvolvem seus conhecimentos aplicando modelos

mecânicos, nos quais a resposta é exata e não incorpora variabilidades.

Nesse contexto, o Departamento de Engenharia de Produção, em parceria com a GTE/FCAV -

Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação da Fundação Carlos Alberto Vanzolini,

estruturaram uma nova abordagem para o ensino dessa disciplina. Assim, a partir do primeiro

semestre de 2011, a disciplina PRO2201 – Estatística, passou a ser ministrar ministrada em

dois formatos: presencial e a distância. Conteúdos, estrutura da disciplina e dinâmicas de

avaliação não sofreram alterações em ambas as modalidades, optando-se por manter as

mesmas dinâmicas das aulas presencias, porém agora utilizando dois ambientes distintos: um

ambiente presencial tradicional e um ambiente virtual baseado principalmente em mídias

audiovisuais.

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Para isto, o curso de estatística online foi estruturado a partir da análise das 25 aulas

presencias quanto a apresentação do conceito, sua exemplificação, o desenvolvimento e a

proposição de exercícios e o esclarecimento de dúvidas. O resultado dessa análise foi a

criação de um curso dividido em 10 módulos, cada módulo com uma ou mais unidades de

aprendizagem, totalizando 19 unidades. Cada um dos módulos segue a mesma estrutura e

contempla os seguintes recursos pedagógicos:

• Introdução: familiariza o aluno com o conteúdo que é tratado no módulo, ressaltando

os principais assuntos que são abordados. Também fornece um pequeno roteiro com

sugestões de estudo.

• Web-aula: aulas gravadas pelos professores do PRO. Elas constituem as bases do

curso de Estatística. São vídeos com duração média de 7 minutos, embora em algumas

unidades de estudo eles cheguem a mais de 20 minutos. Com auxílio de arquivos de

apresentação tipo powerpoint, o professor aborda a matéria de forma objetiva e direta.

• Estudos de caso: tem por objetivo contextualizar os assuntos vistos nas web-aulas em

situações reais, na forma de exercícios. Para isso é apresentada uma situação

corriqueira e, a partir dela, se elabora um problema a ser resolvido com a aplicação

dos conceitos transmitidos nas web-aulas.

• Resolução dos casos: material audiovisual gravado pelos professores do PRO, no qual

a partir do problema proposto o professor desenvolve a sua solução aplicando os

conceitos da disciplina.

• Exercícios comentados: material audiovisual que segue a mesma lógica do caso e de

sua resolução. Estes exercícios contextualizam um problema e desenvolvem sua

solução a partir dos conhecimentos trabalhado na unidade de estudo.

• Exercícios resolvidos: geralmente 8 por unidade de estudo, esses exercícios

apresentam enunciado e resolução detalhada, para ajudar os alunos na aplicação do

conteúdo trabalhado.

• Exercícios propostos: estruturados a partir do livro texto, são disponibilizados o

enunciado e o gabarito, mas não a resolução. Eles têm como objetivo consolidar o

conteúdo trabalhado no módulo.

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• Síntese: consiste em um resumo da matéria trabalhada. Ao final de cada unidade de

estudo há um arquivo com as principais fórmulas e conceitos abordados.

Além desses recursos, o curso disponibiliza diferentes canais para o esclarecimento de

dúvidas, incluindo plantões presencias, chats com os professores e fórum de discussões. Estes

canais buscam estabelecer novas maneiras de aprimorar a relação aluno-professor, tendo

como objetivo fornecer o suporte necessário para os alunos com dúvidas.

No segundo semestre de 2011 os plantões presenciais foram realizados semanalmente, às

quintas feiras, em quarto horários diferentes: das 7h30 às 9h10, das 9h20 às 11h, das 13h10 às

14h50h e das 15h às 16h40. São horários de aula, onde o professor fica em uma sala

recebendo alunos com dúvidas.

Outro meio de comunicação para resolução de dúvidas é o chat com os professores. Dias

antes da prova é postado na página da disciplina um dia e horário em que o professor estará

online tirando dúvidas. Além disso, os alunos recebem esse aviso no email cadastrado na

disciplina. Esses chats costumam acontecer um ou dois dias antes da prova, onde um dos

professores responsáveis pela disciplina fica conectado ao ambiente de aprendizagem por um

período de uma hora recebendo e esclarecendo as dúvidas dos alunos.

Outro recurso disponibilizado é o fórum de dúvidas. Esse fórum é um local onde os alunos

postam dúvidas a respeito do conteúdo da matéria ou qualquer outra questão sobre a

disciplina e ele é aberto para qualquer usuário do ambiente de aprendizagem responder, isto é,

tanto os professores e os monitores, quanto os alunos podem sanar as dúvidas. Na prática, os

monitores são os principais responsáveis pelo esclarecimento das mesmas.

A disciplina foi ministrada pela primeira vez neste formato no primeiro semestre de 2011,

contando com o envolvimento de 2 professores e aproximadamente 150 alunos. Atualmente, a

disciplina está sendo ministrada pela segunda vez neste formato, agora com 4 professores, e

aproximadamente 350 alunos. Por representar uma mudança significativa no processo de

ensino de um conteúdo bastante tradicional, ao longo deste ano o desenvolvimento do projeto

gerou diversos debates e discussões entre alunos, entre professores e entre alunos e

professores.

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1.2 Problema

Para o Departamento de Engenharia de Produção a adoção de um processo de ensino mediado

por tecnologias educacionais representa uma mudança de paradigma, já que a adoção desta

solução tecnológica implica no estabelecimento de inovações nos processos de ensino, nas

relações entre professores e alunos e nos potenciais de aprendizagem de um conteúdo de

grande importância para as diferentes especializações profissionais. Pelo seu pioneirismo,

ainda não existem estudos aprofundados relacionados com os resultados obtidos e com a

promoção de melhores métodos de ensino de e maneiras para fomentar o estudo utilizando as

novas tecnologias educacionais.

A primeira versão do curso, desenvolvida no ano de 2011, foi estruturada levando em

consideração principalmente o projeto estabelecido pelos professores do PRO e a

possibilidade de incorporação de recursos pedagógicos e tecnológicos capazes de estabelecer

novas dinâmicas de ensino de estatística utilizando principalmente objetos digitais de

aprendizagem. Como mencionado anteriormente, o projeto foi elaborado pelos professores do

PRO em parceria com a GTE/FCAV, contando com um levantamento informal das

expectativas e necessidades dos alunos em relação ao mesmo, baseado principalmente nas

percepções dos professores que ministraram a disciplina presencialmente ao longo dos anos.

Porém, o desenho do curso não incorporou formalmente as expectativas dos alunos no seu

projeto instrucional. Por este motivo, o projeto ainda não formalizou as principais avaliações e

observações de alunos e tutores sobre todas as características e funcionalidades.

Neste momento o projeto está encerrando o seu primeiro ano de atividades, tendo concluído

com sucesso a formação de um número significativo de alunos em estatística. Diversas são as

lições apreendidas neste processo e, por esse motivo, o projeto está estabelecendo diferentes

iniciativas de melhoria contínua, dentre os quais o processo que incorpora a opinião dos

alunos para o seu aprimoramento é fundamental. Porém, até o momento a voz do cliente, ou

seja, as avaliações, expectativas e críticas dos alunos, ainda não foi consolidada, Por voz do

cliente entende-se o conjunto de necessidades e desejos expressos por ele, em sua própria

linguagem. Para Cooper (2001), um dos direcionadores de melhor resultado nos negócios é o

entendimento e o atendimento desse conjunto. Entendendo o que o cliente quer, é possível

propor soluções que atendam as suas demandas, satisfazendo-o.

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1.3 Objetivo

Esse trabalho tem como objetivo levantar e formalizar a “Voz do Cliente” do projeto de

ensino de estatística, estabelecendo requisitos a partir das necessidades e expectativas

levantadas junto aos alunos do curso e propondo melhorias e aprimoramentos a serem

implementadas nas próximas versões do curso. Através desse estudo, busca-se projetar uma

nova estrutura de curso mediado por tecnologias, capaz de atender os principais requisitos dos

alunos, proporcionando novas ferramentas, métodos e dinâmicas de aprendizagem,

aprimorando o processo de ensino da estatística e facilitando a incorporação dos conceitos e

técnicas no cotidiano profissional dos alunos.

Para isto, serão aplicadas diferentes técnicas de levantamento de informações, buscando

identificar as lacunas existentes entre o curso oferecido atualmente e o curso desejado pelos

alunos. De posse desses dados, serão propostas melhorias e serviços adicionais a serem

implementadas em 2012, com o intuito de aperfeiçoar o aprendizado dos alunos e as

dinâmicas instrucionais e de aprendizagem do curso de estatística.

1.4 Relevância do Trabalho

A aplicação de novas tecnologias na educação é uma tendência cada vez mais importante para

todas as instituições de ensino. Contando com um volume expressivo de tecnologias rápidas e

integradas, tanto os conceitos de presença e distância, quanto as formas de aprender e ensinar

estão se alterando velozmente. O contato da educação com as tecnologias emergentes abre

novas possibilidades pedagógicas e formas de aprendizado, gerando uma melhorara na

qualidade de ensino. Apesar de existir grande diversidade de opiniões sobre a efetividade dos

novos formatos de cursos mediados por tecnologia, a sua difusão é expressiva e vem alterando

não apenas as dinâmicas de ensino e aprendizagem, mas também os modelos de negócios

estabelecidos nas diferentes instituições de ensino, nacionais e internacionais.

É nesse contexto, que o departamento do PRO desenvolveu o curso de Estatística à distância,

projeto pioneiro na Escola Politécnica, ainda em fase de criação, desenvolvimento e

aprimoramento. Comparativamente, a iniciativa que mais se aproxima a esse projeto é a turma

web de Cálculo Numérico, disciplina ministrada pelo Instituto de Matemática e Estatística

(IME) da USP. Porém, esta modalidade só pode ser cursada por alunos que já fizeram o curso

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presencial e reprovaram, pois a sua abordagem é mais superficial do que aquela implantada

pelos professores do PRO.

No caso da disciplina “PRO 2201 – Estatística”, a proposta do PRO é tornar o ensino mediado

por tecnologias melhor que o ensino totalmente presencial, disponibilizando aos alunos todos

mais recursos educacionais, tais como web aulas, exercícios comentados, exercícios

resolvidos e outras ferramentas para ajudá-los a estudar. Porém, para saber se o rumo seguido

é efetivamente o correto, torna-se prioritário entender as reais necessidades dos alunos para

poder oferecer um serviço de aprendizagem que atenda a todas elas. A compreensão destas

necessidades e a sua transformação em requisitos de projeto é o objetivo deste trabalho.

1.5 Estrutura do Trabalho

O Trabalho de Formatura em questão é estruturado em cinco capítulos, como descrito a

seguir:

• CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

O primeiro capítulo apresenta quatro tópicos principais: o contexto em que o

trabalho está sendo realizado, o problema identificado, a explicação do objetivo e

a relevância do trabalho em questão.

• CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA

O segundo capítulo traz um revisão bibliográfica das principais técnicas e

metodologias utlizadas nesse trabalho. Esse capítulo abordará basicamente os

seguintes conceitos: técnicas no levantamento da voz do cliente, categorização,

benchmarch e Quality Function Deployment (QFD)

• CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE TRABALHO

O terceiro capítulo aborda a metodologia desenvolvida para a elaboração desse

trabalho. Esse capítulo trata das etapas a serem percorridas para alcançar o

objetivo proposto.

• CAPÍTULO 4: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NO DOMÍNIO DO

PROBLEMA

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O quarto capítulo aplica a metodologia desenvolvida no capítulo anterior para o

domínio do problema. Nele, são utilizados os conceitos trabalhados no capítulo 2.

• CAPÍTULO 5: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NO DOMÍNIO DA

SOLUÇÃO

O quinto capítulo aplica a metodologia desenvolvida no capítulo 4 para o domínio

da solução. Novamente os conceitos trabalhados no capítulo 2 são utilizados.

• CAPÍTULO 6: CONCLUSÃO

O sexto capítulo traz a conclusão do trabalho realizado, fazendo algumas

considerações sobre o curso de Estatística online e de como a educação à distância

pode auxiliar no processo de ensino na POLI.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Como previamente explicado, esse trabalho tem como principal objetivo entender as

expectativas e necessidades dos alunos envolvidos com o projeto de ensino de estatística a

distância no ano de 2011 para assim poder propor soluções que busquem aproximar a

qualidade percebida pelos gestores do curso em relação à qualidade esperada pelos seus

alunos. Para isso, será desenvolvida uma metodologia que utiliza conceitos e técnicas de

diferentes áreas do conhecimento, como planos de pesquisa, estratégia e gestão da qualidade.

Esses conceitos e técnicas são tratados nesse capítulo na ordem de sua aplicação.

2.1 Levantamento da Voz do Cliente

2.1.1 Metodologia Babok

O IIBA (Instituto Internacional de Análise de Negócios) fundado em outubro de 2003, no

Canadá, tem como objetivo apoiar a comunidade de análise de negócios através de diferentes

iniciativas. Para esse trabalho, a mais importante delas foi a definição do Guia para o Corpo

de Conhecimentos de Análise de Negócios – Business Analysis Body of Knowledge (BABOK,

2010).

O Guia para o Corpo de Conhecimentos de Análise de Negócios apresenta a descrição de

algumas das melhores práticas utilizadas no campo da análise de negócios e, segundo sua

própria definição, é “um padrão para a prática da análise de negócios globalmente

reconhecido”. O guia apresenta diversas técnicas para levantamento e consolidação da “Voz

do Cliente” e algumas destas técnicas de elicitação foram utilizadas nesse trabalho, como o

questionário e a entrevista, apresentados a seguir.

2.1.1.1 Questionário

Conceito

Um questionário é uma maneira de obter informações de um grande número de pessoas, num

curto período de tempo. Essa coleta de informações geralmente é feita de forma anônima e

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24

pode visar saber sobre produtos, clientes, práticas de trabalho entre outras coisas (IIBA,

2010). Um questionário é composto por uma série de perguntas que podem ser de dois tipos:

• Fechadas: o respondente deve selecionar uma ou mais opções entre as respostas

disponíveis. Esse tipo de pergunta é utilizado quando se conhece bem as possíveis

respostas, porém pouco se sabe sobre força de cada categoria de respostas. Suas

respostas são mais fáceis de serem analisadas do que as provenientes de perguntas

abertas, pois elas podem ser vinculadas a coeficientes numéricos (IIBA, 2010).

• Abertas: o respondente tem total liberdade para respondê-las. Elas são utéis quando as

questões estão claras, porém as respostas associadas a elas não. A informação

adquirida é de maior detalhe, porém difícil de quantificar e resumir, pois geralmente

elas são qualitativas (IIBA, 2010).

As principais considerações dessa técnica se devem ao fato de que com o uso de questões

fechadas é possível obter informações quantitativas, possibilitando o uso de métodos

estatísticos para sua análise, ao mesmo tempo que com questões abertas os resultados da

pesquisa podem levar a novas idéias e opiniões que dificilmente seriam captadas com outras

técnicas. Além disso, o questionário é de pouca complexidade para administrar, não

requerendo muito tempo para ser respondido, possibilitando a geração de um grande número

de respostas (IIBA, 2010).

Algumas desvantagens relacionadas a essa técnica são a complexidade na análise de

perguntas abertas, o respondente deixar perguntas em branco ou respondê-las de maneira

errada, devido a natureza ambígua da questão e a possível necessidade da aplicação de outro

questionário, dependendo das respostas obtidas (IIBA, 2010).

Método e Aplicação

Na preparação do questionário deve-se garantir que a informação necessária seja obtida e que

seja utilizado o menor tempo possível. Assim, alguns passos devem ser seguidos. O primeiro

deles é definir o objetivo da pesquisa e o público alvo. Em seguida, escolher o tipo de

questionário a ser aplicado, se aberto ou fechado (IIBA, 2010).

Após esses passos, deve-se selecionar o grupo de amostras levando em consideração os tipos

de questionários e o número de pessoas no grupo. Quando um grupo é pequeno, é

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aconselhável entrevistar todos os membros, porém, quando é numeroso e o questionário é

aberto, é indicado identificar um subgrupo a ser pesquisado. Feito isso, selecionam-se os

métodos de distribuição e coleta da pesquisa, podendo ser por questionário impresso, correio

eletrônico, dependendo do grupo (IIBA, 2010).

Seguido todos esses passos, deve-se agora escrever as perguntas. Primeiramente, é necessário

comunicar o objetivo do questionário as pessoas pesquisadas, pois a partir do momento que

elas entendem sua utilizada ficam mais propensas a respondê-lo. Em relação ao conteúdo, é

importante elaborar as perguntas na direção dos objetivos perseguidos e da maneira mais clara

possível. No momento da distribuição dos questionários, os meios escolhidos devem levar em

conta políticas organizacionais, urgência na obtenção dos resultados, nível de segurança

requerido e a distribuição geográfica dos respondentes As respostas obtidas devem ser

confrontadas, analisadas e resumidas (IIBA, 2010).

2.1.1.2 Entrevista

Conceito

Uma entrevista consiste em uma abordagem sistemática elaborada para levantar informações

junto a uma ou mais pessoas de maneira formal ou informal através de uma conversa entre as

partes (o entrevistador e o entrevistado), na qual são feitas perguntas e as respostas são

documentadas (IIBA, 2010).

Em uma entrevista, são feitas perguntas com o objetivo de se obter respostas para serem

usadas na criação de requisitos formais. Ela pode ser conduzida de maneira formal ou

informal, dependendo do público-alvo e dos objetivos a serem atingidos. Normalmente ela é

feita individualmente (IIBA, 2010).

As entrevistas podem ser de dois tipos:

• Entrevista Estruturada: onde o entrevistador já possui um conjunto elaborado de

questões e busca respostas para elas (IIBA, 2010).

• Entrevista Não-Estruturada: onde o entrevistador e o entrevistado tratam

abertamente assuntos de interesse, porém sem prévia preparação (IIBA, 2010).

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Para uma entrevista ser bem sucedida alguns fatores precisam serem atendidos, são eles:

prévia experiência do entrevistador em conduzir a dinâmica da entrevista, empatia entre as

pessoas participantes, capacidade do entrevistado em fornecer informações relevantes,

habilidade do entrevistador em documentar as respostas entre outros (IIBA, 2010).

As principais considerações dessa técnica se devem ao fato dela permitir ao entrevistador a

observação de aspectos não verbais, de permitir aos entrevistados expressarem suas opiniões

de forma privada, não os expondo em público e de se tratar de uma técnica simples e direta

que permite o entrevistador adaptar as perguntas para facilitar o seu entendimento ou explorar

ideias que não foram bem explicados pelo entrevistado (IIBA, 2010).

Algumas desvantagens como a grande necessidade de envolvimento dos participantes na

entrevista, o risco do entrevistador influenciar de forma não intencional as respostas do

entrevistado e a necessidade de treinamento do entrevistador para se conseguir conduzir

entrevistas efetivas, estão relacionadas a essa técnica. Assim, torna-se necessário grande

dedicação por parte do entrevistador em conseguir levantar todas as informações necessárias

(IIBA, 2010).

Método e Aplicação

Para se preparar uma entrevista, primeiro se deve definir o foco ou a meta a ser atingida. Após

esse passo, deve-se identificar o público a ser entrevistado. A partir dessas informações, o

analista de negócio parte para a elaboração da entrevista em si. O papel do entrevistador é

fundamental para o sucesso da entrevista, pois ele deve ser capaz de adaptar o seu formato

para cada entrevistado identificado. Sua habilidade em participar e o resultado desejado

modelam o desenho da entrevista (IIBA, 2010).

Outros fatores modeladores do desenho da entrevista que também são considerados estão

listados a seguir:

• Formato adotado: estruturada versus não-estruturada. No caso da estruturada, as

perguntas podem ser divididas em:

o Perguntas fechadas: são aquelas que buscam uma resposta padrão, como sim,

não ou uma informação específica (IIBA, 2010);

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o Perguntas abertas: são aquelas que necessitam de uma explicação, pois se trata

de um tema amplo que gera discussão (IIBA, 2010);

o Organização das perguntas: visa adotar uma ordem lógica ou de priorização

das perguntas. O objetivo é seguir uma ordem, evitando alternar de assuntos

durantes as perguntas (IIBA, 2010).

• Localidade: uma entrevista pode ser feita desde pessoalmente até por conferência

web, dependendo do método de comunicação remota escolhida (IIBA, 2010).

• Momento mais conveniente para o entrevistado (IIBA, 2010).

• Determinação da melhor maneira de documentar a entrevista. Avaliar se há a

necessidade de gravar ou da presença de um escriba (IIBA, 2010).

Para conduzir a entrevista, o entrevistador deve estar atento aos seguintes pontos:

• Abertura : o entrevistador deve se apresentar e explicar o motivo da entrevista e

seu objetivo, bem como responder a qualquer dúvida inicial do entrevistado e

avisá-lo que as repostas fornecidas serão documentadas (IIBA, 2010).

• Desenrolar: o entrevistador deve manter o foco no objetivo a ser conquistado e

adotar uma postura de escuta ativa, para confirmar a informação obtida a todo

momento (IIBA, 2010).

• Fechamento: o entrevistador pergunta ao entrevistado se ficou alguma dúvida ou

outros pontos a serem tratados. Por fim, ele sintetiza a pesquisa e agradece ao

entrevistado pelo seu tempo (IIBA, 2010).

Ao final desse processo, o entrevistador consolida as informações e começa a trabalhar com

os dados coletados para atingir as metas inicialmente traçadas.

2.1.1.3 Análise de Conteúdo

A análise de conteúdo consiste no estudo da documentação disponível e da identificação de

informações relevantes. Ela pode incluir a análise de planos de negócios, estudos de mercado,

registro de sugestões de clientes, reportes de problemas, entre outros (IIBA, 2010).

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Segundo o Guia BABOK Versão 2.0, Essa análise é feita em três etapas:

• Preparação: avaliação de quais documentos são relevantes para o estudo;

• Revisão documental: estudo dos documentos selecionados e elaboração de

comentários sobre as partes mais relevantes;

• Fechamento: revisão dos comentários levantados e organização dos mesmos em forma

de requisitos.

As principais considerações feitas por este método são referentes a possibilidade de utilizar

materiais já existentes para definir os requisitos e ser um meio de validação de requisitos

definidos por outras técnicas de elicitação, como entrevistas. Já, a desvantagem, se deve a

limitação da análise (IIBA, 2010).

2.1.2 Etnografia

A palavra “etnografia” deriva do grego: ethnos (“povo”) e graphein (“grafia”, ”escrita”),

significando então, o estudo de um povo. Segundo o antropólogo Lévi-Strauss (1970) a

etnografia corresponde “aos primeiros estágios da pesquisa: observação e descrição, trabalho

de campo”.

Na lógica do Design, esse conceito busca interpretar as experiências de uso de produtos e

serviços pelas pessoas. Compreende uma análise interpretativa, cujas ferramentas devem ser

usadas após treinamento de maneira a se obter dados relevantes.

As ferramentas etnográficas são de grande utilidade no desenvolvimento de serviços, por

identificarem necessidades baseadas em critérios subjetivos.

2.2 Categorização

A categorização é um processo estruturalista, composto por duas partes: o inventário, que

consiste no isolamento dos elementos e a classificação, que reparte os elementos e busca

procurar ou impor uma certa organização às mensagens (BARDIN, 1977). Para Bardin

(1977), “a análise de conteúdo assenta implicitamente na crença de que a categorização não

introduz desvios no material (...), mas que dá a conhecer índices invisíveis, ao nível dos dados

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brutos. Isto talvez seja abusar da confiança que se pode ter no bom funcionamento deste

delicado instrumento”.

Ela pode empregar dois processos distintos. No primeiro, o sistema de categorias é fornecido

e os esforços são voltados na repartição dos elementos da melhor maneira possível. Esse

método é aplicável quando a organização do material é decorrente dos funcionamentos

teóricos hipotéticos. Já o segundo é utilizado quando não é fornecido o sistema de categorias,

resultando na classificação analógica e progressiva dos elementos (BARDIN, 1997).

Segundo Richardson (1999), para se ter êxito no processo de categorização, as categorias

devem possuir as seguintes características:

• Exaustividade - as categorias determinadas devem incluir todos os elementos

relativos a um específico tema;

• Exclusividade – cada elemento só pode ser classificado em uma categoria;

• Concretude – devido a complexidade de termos abstratos é importante que as

categorias sejam concretas, permitindo a fácil classificação dos elementos;

• Homogeneidade - as categorias devem fundamentar-se em um mesmo princípio de

classificação, pois não é possível analisar o conteúdo quando elas se baseiam em mais

de um princípio.;

• Objetividade e fidelidade – categorias adequadas e bem definidas, evitam que o

pesquisador classifique os elementos de maneira tendenciosa.

Dependendo da situação, a análise de conteúdo compreende tanto um tratamento qualitativo

quanto quantitativo. Para isso, existem diversos tipos de tratamento, incluindo métodos

estatísticos. Para uma abordagem quantitativa, o método mais utilizado é a frequência de cada

elemento, porém Richardson (1998) alerta que “o leitor, no entanto, deve lembrar que a

estatística está a serviço do homem, e não o homem a serviço da estatística”, afirmando ainda

que “a melhor análise são as boas ideias”.

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2.3 Benchmarking

Benchmarking pode ser entendido como um processo de pesquisa contínuo de comparação de

produtos, serviços e práticas empresariais, com o objetivo de identificar melhorias e alcançar

um nível superior ou vantagem competitiva. Essa técnica propõe o desenvolvimento de

estudos que comparem o desempenho com a concorrência e com referenciais de excelência,

com o objetivo de atingir uma posição de liderança em Qualidade. Estes estudos devem

identificar serviços e processos de alto nível de Qualidade em outras empresas, ou até mesmo

setores da própria empresa, avaliar como tais resultados são obtidos, e incorporar o

conhecimento, quando aplicável à seus processos e serviços.

De acordo com Camp (1993), o processo de benchmarking consiste em cinco fases básicas:

planejamento; análise; integração; ação; e maturidade.

Tabela 1 – Fases do processo de benchmarking

Fonte: Elaboração própria

2.4 QFD e Matriz de Qualidade

O QFD foi desenvolvido no final da década de 60 pelos professores Akao e Mizuno. O

trabalho desses dois pesquisadores teve lugar no contexto do TQC (Total Quality Control)

japonês, de modo que a ferramenta resultante naturalmente se influenciou pelos fundamentos,

Fases AtividadesIdentificar o que marcar para referênciaIdentificar empresas que servem como referênciasDeterminar o método de coleta de dados e efetuar a coletaDeterminar a atual “falha” de desempenhoProjetar futuros níveis de desempenhoComunicar as descobertas do benchmarking e obter aceitaçãoEstabelecer metas funcionaisDesenvolver planos de açãoImplementar ações específicas e monitorar progressosRecalibrar os marcos de referência (benchmarking)Posição de liderança atingidaPráticas plenamente integradas aos processos.

1) Planejamento

2) Análise

3) Integração

4) Ação

5) Maturidade

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estrutura e objetivos desse outro conceito, notadamente a ideia de viabilizar a gestão da

qualidade desde o desenvolvimento do produto (CHENG; MELO FILHO, 2007).

Apesar de desenvolvido no final da década de 60, o QFD apenas começou a ganhar maior

visibilidade no final de década seguinte. A partir desse ponto, no entanto, sua difusão ocorreu

de modo muito intenso. Em razão da ampla utilização a que foi submetido, alterações no

sistema original do QFD começaram a surgir, com a introdução de novos elementos

conceituais e metodológicos, inclusive pelas mãos de seus criadores originais (Akao e

Mizuno). O resultado disso foi o surgimento de diferentes versões de QFD, algumas delas

bastante simplificadas (CHENG; MELO FILHO, 2007).

A existência de diferentes versões e sistemas de QFD conduz à necessidade básica de

delimitar de qual delas se extrairão os elementos desse trabalho. Aproveita-se esse momento,

então, para delimitar que os conceitos extraídos referem-se ao modelo habitualmente utilizado

no Japão, mais abrangente do que os seus similares espalhados pelo mundo (CHENG; MELO

FILHO, 2007).

2.4.1 QFD (Desdobramento da Função Qualidade) e seus Objetivos Gerais

O QFD é, antes de tudo, um método. Isso significa que se trata de um procedimento (ou

modo) de etapas pré-fixadas, um todo preestabelecido em abstrato a ser utilizado do modo

mais conveniente na aplicação ao caso concreto (CHENG; MELO FILHO, 2007).

Esse todo, por sua vez, foi elaborado com o objetivo de, em uma visão mais imediata (ou seja,

tomando-se o seu objetivo mais próximo), comunicar sistematicamente informação

relacionada com qualidade e explicitar ordenadamente o trabalho relacionado com a obtenção

de qualidade (CHENG; MELO FILHO, 2007).

De outro ponto de vista – mais imediato (e esse é um objetivo mais remoto) –, o QFD tem

como fundamento alcançar o enfoque da garantia da qualidade durante o desenvolvimento do

produto (CHENG; MELO FILHO, 2007). Trata-se, com efeito, de um modo de dispor visual

e ordenadamente (desdobramento) e segundo parâmetros estabelecidos determinados dados

relacionados ao processo produtivo em geral (desde o desenvolvimento do produto, passando

por todas as etapas de sua fabricação e podendo alcançar até mesmo o relacionamento

multifuncional dentro da empresa), de modo a permitir uma análise ampla do produto,

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incluindo aspectos a serem melhorados, seus custos, estado da concorrência, entre outros

(CHENG; MELO FILHO, 2007).

2.4.2 A Estrutura do QFD

No modelo japonês de que se utiliza, o QFD é subdividido em dois: o QD (desdobramento de

qualidade) e o QFDr (desdobramento da função qualidade restrito). Esses dois segmentos se

diferenciam, de um modo geral, pela circunstância de o primeiro deles se importar

precipuamente pelas variáveis atinentes ao produto, em si, enquanto o segundo se preocupa

com os elementos humanos que vão cercar esse produto para assegurar a sua qualidade

(CHENG; MELO FILHO, 2007). Assim, o QD é concebido como busca, tradução e

transmissão de informações necessárias para que o produto desenvolvido atenda as

necessidades dos clientes, por intermédio de desdobramentos sistemáticos, iniciando-se com a

determinação da voz do cliente, passando por todos os fatores necessários para o

desenvolvimento do produto (bens e serviços) como características de qualidade do produto,

funções, características de qualidades dos produtos e intermediários e matérias-primas,

parâmetros de controle, processos, mecanismos, componentes, padrões, entre diversos outros,

cujas escolhas dependem da natureza de cada projeto (CHENG; MELO FILHO, 2007). O

QFDr, por sua vez, é o desdobramento do trabalho envolvido na garantia da qualidade, para a

sua (referindo-se ao trabalho) posterior atribuição, execução e cumprimento pelas diferentes

áreas funcionais da empresa, tudo de modo integrado, e envolvendo desde o desenvolvimento

do produto, passando por produção, distribuição, vendas e, inclusive, assistência técnica, em

conjunto com outros processos, tarefas, atividades e procedimentos, tanto gerenciais quanto

técnicos (CHENG; MELO FILHO, 2007). Tanto o QD quanto o QFDr também possuem

desdobramentos. Como o QFDr não é de maior interesse para o trabalho, procede-se ao

estudo apenas do QD.

2.4.3 A Estrutura do QD

O QD está estruturado em dois planos e em quatro unidades operacionais.

A estruturação do QD em dois planos obedece à lógica de um plano cartesiano, propriamente.

Em seu eixo vertical, ficam alinhadas, de cima para baixo, cada uma das unidades

operacionais, em um exercício de concretização de causa e efeito, de forma encadeada, em

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vários níveis hierárquicos (CHENG; MELO FILHO, 2007). Em seu eixo horizontal, são

especificadas as dimensões em que as unidades operacionais serão usadas, envolvendo as

seguintes áreas: qualidade positiva, tecnologia, custos e confiabilidade (ou qualidade

negativa) (CHENG; MELO FILHO, 2007). As unidades operacionais, por sua vez, são

quatro.

A primeira delas é a tabela. O objetivo da tabela, dentro do QD, é sinalizar os elementos que

estão sendo levados em consideração; é apontar quais variáveis serão analisadas; é identificar

com quais temas se trabalhará. Os temas podem se subdividir em sequência, situação em que

cada novo tema fará referência ao seu respectivo tópico (CHENG; MELO FILHO, 2007). Os

elementos que comporão a tabela podem ser obtidos das mais diversas formas, variando de

acordo com a finalidade dela. A título de exemplo, os elementos de uma tabela de qualidade

exigida são obtidos a partir da voz do cliente, enquanto os elementos de uma tabela de

características da qualidade do produto são obtidos ou das próprias especificações do produto

ou da voz do cliente (CHENG; MELO FILHO, 2007). A segunda delas é a matriz. A matriz é

constituída por duas tabelas e o seu objetivo é dar visibilidade às relações que existem entre

elas. Essas relações podem ser de três tipos: qualitativa, quantitativa e de intensidade

(CHENG; MELO FILHO, 2007).

• Relação qualitativa: corresponde o processo de extração. Trata-se da obtenção de

uma tabela a partir da outra, como acontece entre a tabela de desdobramento de

qualidade exigida e a tabela de desdobramento das características da qualidade do

produto (sendo a segunda obtida a partir da primeira) (CHENG; MELO FILHO,

2007).

• Relação quantitativa: corresponde o processo de conversão. Trata-se da transmissão

do grau de importância dos elementos de uma tabela para os elementos de outra

(CHENG; MELO FILHO, 2007).

• Relação de intensidade: correspondem os processos de correlação e

proporcionalidade. O primeiro consiste na identificação, feita pela equipe que

desenvolve a matriz, da relação entre os elementos de uma tabela e os da outra,

mensurando-a em graus. O segundo consiste na identificação das relações entre os

elementos desdobrados de uma mesma tabela (CHENG; MELO FILHO, 2007).

A terceira delas é o modelo conceitual.

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É necessário ter em mente, porém, que embora o QD se constitua de todos esses elementos

(dois planos e quatro unidades operacionais), não é obrigatório o aparecimento de todos eles

em cada projeto de desenvolvimento (CHENG; MELO FILHO, 2007).

Com efeito, a elaboração de cada um dos itens descritos, além de envolverem custos

específicos que podem ser altos de acordo com o projeto do caso concreto, fica condicionada

ao objetivo visado pela empresa naquela análise em específico, que, no fundo, é a verdadeira

medida da efetiva utilidade que cada item terá para quem requer a sua elaboração. Nesse

sentido, o autor x, referindo-se ao modelo conceitual e ao desdobramento no plano horizontal,

coloca que “entretanto, a decisão sobre a necessidade de efetuar ou não o desdobramento

nessa quatro dimensões depende dos objetivos de cada projeto de desenvolvimento. Portanto,

pode-se dizer que o tipo de modelo conceitual a ser construído é inteiramente dependente dos

objetivos do projeto, do tipo de empresa, da natureza do produto e da proximidade dos

clientes, conforme colocado anteriormente” (CHENG; MELO FILHO, 2007).

2.4.4 A Matriz de Planejamento do Produto – QFD

Assim como a abordagem de Carvalho (1997), é importante destacar que o objetivo deste

trabalho é modelar o QFD como ferramenta de tomada de decisão. Nesse contexto, como

sugere a autora, a Casa da Qualidade é a que possui a estrutura mais complexa e mais

importante, pois é por meio dela que se respondem as seguintes questões:

• Como traduzir as necessidades dos usuários/clientes?

• Como avaliar quais as necessidades que maximizam a satisfação dos

usuários/clientes?

• Como priorizar requisitos conciliando diferentes critérios?

• Quais características da qualidade devem ser priorizadas para o desenvolvimento?

• Avaliar o serviço/produto em relação a seus concorrentes de acordo com a visão dos

usuários/clientes?

• Como estabelecer metas quantitativas para as características da qualidade?

Assim, essa ferramenta tem como objetivo responder a todas essas questões que partem da

captação da “voz do consumidor” até o estabelecimento de metas para as características da

qualidade e as estratégicas de desdobramento que irão dar continuidade ao projeto.

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Figura 1: Etapas da pesquisa Fonte: Carvalho (1997)

2.4.4.1 A voz do Consumidor

a) Requisitos do consumidor (RCs)

O quadro de requisitos do consumidor apresenta a descrição clara e precisa das características

que o serviço/produto deve ter para atender as necessidades dos seus usuários. Por esse

motivo, a primeira atividade desse método é captar a “voz do cliente”. Essa etapa é decisiva

para o desenvolvimento da matriz, uma vez que as demais atividades estarão traduzindo em

linguagem técnica as informações obtidas pelos clientes/usuários (CARVALHO, 1997).

Essa atividade por ser feita de diversas maneiras, sendo a mais usual a pesquisa de mercado.

Carvalho (1997) chama atenção para a cautela durante a elaboração da etapa, uma vez que

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além das necessidades explícitas, existem também necessidades implícitas que devem ser

identificadas.

Depois de identificados os Requisitos do Consumidor – RCs, esses devem ser agrupados e

hierarquizados. Por último, os requisitos são classificados (geralmente pela escala LIKERT –

valores entre 1 e 5) segundo o grau de importância de cada um para seus clientes/usuários

(CARVALHO, 1997).

b) Análise comparativa externa

A análise comparativa externa tem como objetivo avaliar o serviço/produto em relação a seus

concorrentes, de acordo com a visão dos usuários/clientes, e identificar com isso, as ameaças

e oportunidades dos seus produtos/serviços (CARVALHO, 1997).

�� = � ��������

Em que:

��: �������ℎ� ��������� �� = 1�;

�: ����� �����;

�������: ��� �����������nosso � �����.

c) Peso dos Requisitos do Consumidor

O peso das CDs é dividido em pesos absolutos e pesos relativos e tem como objetivo

sintetizar os dados coletados do consumidor conforme as seguintes equações:

�� = #� ∙ �� ∙ ��

Em que:

��: ����������������;

#�: # ������� �â&'�������;

��: �������ℎ� ���� �����;

��: ��� ����&������&���� ����

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� = 1�_

��% = �� ∙ 100

∑ ��+�,-

Em que:

��%: ���� �����������

2.4.4.2 As Características da Qualidade (CQs)

Segundo Carvalho (1997), o desafio dessa etapa é traduzir a voz do consumidor em

linguagem técnica. Ou seja, essa atividade consiste em transformar as necessidades dos

clientes em requisitos mensuráveis de projeto.

As características da Qualidade podem ser descritas na forma de processos, métodos,

facilidades, departamentos, funções da organização, etc. E será a partir dessas informações

que serão desenvolvidas as soluções para os problemas identificados.

a) Matriz de relacionamento:

A Matriz de relacionamento tem como objetivo avaliar a relação ou dependência entre os

requisitos do consumidor e as características da qualidade. Segundo Carvalho (1997),

usualmente, adota-se a seguinte escala para quantificar essa relação: forte (9); média (3); fraco

(1).

b) Matriz de correlação triangular:

A Matriz de correlação triangular, ou “telhado” da Casa da Qualidade, representa a

correlação que existe entre as diferentes características da qualidade (c). O objetivo desta

etapa é identificar características da qualidade conflitantes, isto é, características para as quais

é difícil a avaliação conjunta quanto à satisfação dos consumidores (CARVALHO, 1997).

A correlação entre requisitos e características da qualidade é expressa por símbolos, que

representam o grau de intensidade da correlação e a interferência, positiva ou negativa.

c) Análise competitiva interna

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A análise competitiva interna ou Benchmarking Interno tem como objetivo quantificar as CQs

do produto em análise com seus principais concorrentes. Segundo Carvalho (1997), é

importante fazer uma análise crítica dessa atividade, uma vez que podem existir

inconsistências entre a avaliação do consumidor e da equipe que está desenvolvendo a

atividade.

d) Peso das Características da Qualidade do Produto

Essa avaliação tem como objetivo selecionar as CQs que maximizam a satisfação do

consumidor e que, por tanto, devem ser priorizadas pela equipe (CARVALHO, 1997).

Nessa etapa, são definidos pesos absoluto e relativos, com base na Matriz de Relacionamentos

e no peso relativo dos requisitos do consumidor, conforme as equações a baixo:

�. =/ �.+

�∙ ��

%

Em que :

�.: ��������������0.;

�.%: ���� �����������

�.: ��'��&��&�����������0.

�&��� = 1��1 = 1�&. _

�.% = �. ∙ 100∑ �.+.,-

Em que:

�.%: ���� ���������0.

e) Metas Quantitativas

As metas quantitativas avaliam um valor alvo para a característica da qualidade (c) em

análise. Este valor pode significar um aumento ou uma diminuição da característica.

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É importante ressaltar que a utilização completa da Casa da Qualidade depende do objetivo

proposto. Há casos onde algumas das matrizes e avaliações propostas pelo método não se

aplicam.

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3 METODOLOGIA DE TRABALHO

Esse capítulo visa apresentar a metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho.

O objetivo dessa metodologia é estruturar as diferentes técnicas que serão aplicadas,

auxiliando no levantamento das informações e na proposição de soluções às questões

encontradas.

Para atingir esse objetivo, a metodologia proposta foi dividida em duas partes principais: o

estudo do domínio do problema e o estudo do domínio da solução. A primeira parte consiste

no estudo do problema e no estabelecimento e priorização das possíveis soluções e a segunda

no desenvolvimento e na proposição de soluções adequadas de acordo com os requisitos

elicitados.

O trabalho de cada uma dessas partes foi divido em etapas. O domínio do problema foi

desmembrado em levantamento de informações e estabelecimento da Voz do Cliente. Já o

domínio da solução incluiu as atividades de desenvolvimento das propostas de solução. Cada

uma dessas etapas utiliza métodos, técnicas e procedimentos específicos para o atingimento

dos seus objetivos e serão explicadas em maior detalhe a seguir.

Figura 2: Etapas da pesquisa Fonte: Elaboração própria

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3.1 Levantamento da Voz do Cliente

A etapa 1. Levantamento de Informações tem como principal objetivo coletar e identificar

todas as impressões, necessidades e expectativas que os alunos da modalidade a distância de

Estatística possuem sobre o curso. Para isso, essa análise foi dividida em duas atividades:

aplicação de questionário e realização de entrevistas. A figura a seguir, exemplifica as

principais entradas, atividades e resultados presentes nessa etapa.

Figura 3: Etapa I - Levantamento de informações Fonte: Elaboração própria

Como visto na figura, a primeira atividade a ser executada é a aplicação de um survey. Ele

tem por objetivo identificar o perfil dos alunos, seus métodos de estudo, como eles utilizam os

recursos pedagógicos disponibilizados e com que frequência, considerações sobre o sistema

de avaliação, pontos positivos e negativos da modalidade online e propostas de

aprimoramento.

Após a realização dessa atividade, já serão conhecidas as primeiras impressões e necessidades

dos alunos a respeito o curso. De posse dessas informações, será possível elaborar uma

entrevista direcionada, com o objetivo de explorar melhor as ideias, necessidades e problemas

apontados pelos alunos.

Outra atividade a ser realizada é um estudo etnográfico visando identificar a maneira como os

alunos interpretam suas experiências com o curso. Além disso, será feita uma análise de

conteúdo no fórum da disciplina para levantar informações relevantes.

Ao final da etapa 1. Levantamento de Informações, respostas qualitativas e quantitativas terão

sido documentadas e servirão de base para o desenvolvimento da segunda etapa desse projeto,

a análise de conteúdo.

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3.2 Estabelecimento da Voz do Cliente

O objetivo da etapa 2. Estabelecimento da Voz do Cliente é classificar e tratar as informações

levantadas de modo a estabelecer as principais considerações feitas por categoria,

conseguindo assim, identificar a voz do cliente. Para alcançar esse objetivo, essa etapa foi

estruturada em duas atividades principais: categorização e elaboração da voz do cliente.

Figura 4: Etapa II – Estabelecimento da Voz do Cliente Fonte: Elaboração própria

A primeira tarefa a ser realizada é a categorização, onde as informações brutas obtidas na

etapa anterior serão classificadas em categorias de acordo com o seu conteúdo. Para isso,

serão usadas categorias que respeitem as características propostas por Richardson (1997),

visando a objetividade na categorização.

De posse das informações devidamente categorizadas, será elaborada a voz do cliente. O

intuito dessa atividade é de eliminar duplicidades, identificar opiniões semelhantes,

estruturando as informações por categoria da maneira mais clara e concisa possível, gerando

assim, os requisitos do cliente.

Ao final da etapa 2. Elaboração da Voz do Cliente, a voz do cliente terá sido claramente

identificada, com as principais informações categorizadas. A partir disso, será possível

trabalhar no domínio da solução, propondo soluções que atendam aos requisitos

estabelecidos.

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3.3 Propostas de Soluções

O objetivo da etapa III. Propostas de Soluções é propor melhorias a serem implementadas, a

partir dos requisitos estabelecidos e da análise comparativa com outros cursos a distância.

Para atingir esse objetivo, essa etapa foi divida em três atividades principais: benchmark,

Quality Function Deployment e detalhamento da solução.

Figura 5: Etapa III. Proposta de Soluções Fonte: Elaboração própria

A primeira atividade a ser realizada é um benchmark com outra disciplina ministrada à

distância. Essa técnica tem como objetivo identificar pontos fortes e fracos do curso de

Estatística e levantar ideias de aprimoramento a serem implementadas. Além disso, as

informações adquiridas através desse método serão úteis no desenvolvimento das próximas

atividades.

A atividade seguinte consiste na elaboração de um QFD. Os requisitos do cliente, nesse

contexto também chamados de qualidade exigida, são desdobrados na tabela qualidade

planejada. Essa tabela compreende as propostas de soluções sugeridas para atender as

necessidades e desejos expressados pelos alunos, também chamadas de características da

qualidade.

O próximo passo da elaboração do QFD é o desenvolvimento da matriz de relacionamento,

que visa identificar a correlação entre os requisitos do cliente e as características da qualidade.

Em seguida, será feita a análise competitiva externa e posterior cálculo de peso das propostas

de solução sugeridas. Ao final desse processo, será obtido a priorização das dessas propostas.

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Com as soluções priorizadas, outra análise será realizada. Dessa vez, será levado em

consideração a facilidade de implementação das soluções sugeridas. A partir dessa

ponderação é que serão selecionadas as soluções.

A última atividade a ser realizada nessa etapa é o detalhamento das soluções. As propostas

selecionadas serão descritas e analisadas.

Ao final da etapa III. Proposta de Soluções, propostas de soluções terão sido analisadas

quanto a sua relevância e facilidade de implementação, sendo detalhadas as consideradas mais

importantes pelo processo de avaliação proposto.

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4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NO DOMÍNIO DO PROBLEMA

Este capítulo apresenta os resultados obtidos com as diferentes iniciativas de pesquisa

descritas na metodologia que foi apresentada no último capítulo. Busca-se desta forma

levantar informações relevantes, capazes de auxiliar no mapeamento das principais

oportunidades, dificuldades e necessidades entre os alunos que encontram-se cursando a

disciplina de Estatística na modalidade a distância.

Para esse capítulo, a aplicação da metodologia inclui 2 etapas principais, como explicado no

capítulo anterior (levantamento de Informações e estabelecimento da Voz do Cliente). Em

cada etapa são aplicadas as ferramentas descritas na Revisão Bibliográfica.

4.1 Levantamento de Informações

Essa etapa visa coletar o máximo de informações para a futura estruturação da Voz do

Cliente. Desta maneira, esta etapa constitui a base do projeto, uma vez que dados incompletos

ou falta de informação colocarão em risco o desenvolvimento das etapas posteriores. Esta

etapa atua como alicerce para a futura prospecção das necessidades dos alunos que serão

conhecidas e analisadas ao longo dessa e da próxima etapa.

Desta forma, essa seção tem como objetivo aplicar da melhor maneira possível as técnicas de

coleta de informação propostas para garantir uma base de dados completa. As respostas

obtidas por meio dessas técnicas serão categorizadas e tratadas estatisticamente na etapa

seguinte, onde será feita a análise de conteúdo das mesmas.

4.1.1 Survey

A aplicação de um questionário é o primeiro passo na coleta de informações. Caracteriza o

primeiro contato estabelecido com os alunos visando a obtenção de um feedback relativo as

atividades e métodos pedagógicos disponibilizados no curso a distância. Com as informações

levantas busca-se identificar e analisar o perfil dos alunos, seus métodos de estudo, como eles

utilizam os recursos pedagógicos disponibilizados e com que frequência, suas considerações

sobre o sistema de avaliação, pontos positivos e negativos da modalidade online e propostas

de aprimoramento.

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O propósito desse questionário foi de obter uma avaliação da opinião geral dos alunos. Ele foi

aplicado no final do primeiro semestre de 2011, com os alunos que cursaram essa disciplina

na modalidade online. A participação foi voluntária. O questionário foi composto por 24

perguntas fechadas, no estilo múltipla escolha, e 3 perguntas abertas, em um total de 27. Ele

foi aplicado junto com a última prova da disciplina e, dos alunos que realizaram a mesma, 119

responderam a pesquisa.

As questões abertas visaram identificar os pontos fortes e os pontos fracos da modalidade

online, além de indagar o aluno sobre propostas de melhorias a serem implementadas nos

próximos semestres. Já as questões de múltipla escolha buscaram mapear a dedicação dos

alunos ao curso, seu modo e local de estudo, a preferência por suportes didáticos, a relação

entre a matéria ensinada e as avaliações realizadas e o formato de curso preferido. O

questionário completo está no apêndice 1.

4.1.2 Entrevista

Em sintonia com o questionário foi elaborado um roteiro de entrevista, a ser aplicado

presencialmente com os participantes do curso. Seu principal objetivo é obter, através de

perguntas e observações diretas para os alunos, informações mais detalhadas a respeito das

necessidades e problemas apontados pelos alunos no questionário aplicado anteriormente.

Buscou-se entender de maneira mais aprofundada a sua dinâmica de estudo e as dificuldades

encontradas nela.

Para o alcance desse objetivo, optou-se pela aplicação de uma entrevista estruturada, onde o

entrevistador se guia em perguntas pré-definidas para conduzir a entrevista (IIBA, 2010). Para

tanto, foram feitas 17 perguntas, das quais 9 eram abertas e 8 fechadas. Dessa vez, procurou-

se criar mais questões abertas, com o intuito de fomentar a discussão entre aluno e

entrevistador. O tipo de linguagem estabelecida na entrevista foi informal, com o intuito de

criar um ambiente familiar ao entrevistado, deixando-o mais a vontade. A partir das respostas

fornecidas, foi capaz para o entrevistador contra argumentar com os alunos, identificando

informações implícitas ou não reveladas anteriormente.

As perguntas também buscaram levantar o perfil dos alunos entrevistados, obtendo suas

opiniões a respeito das ferramentas de esclarecimento de dúvidas disponibilizadas e do

sistema de avaliação do curso, medindo as suas preferências de ensino e mapeando vantagens

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e desvantagens da modalidade a distância, além de explorar questões específicas como a

percepção dos alunos em relação a falta de comunicação entre eles.

As entrevistas foram realizadas no segundo semestre de 2011, nos dias em que os alunos

realizaram as provas intermediárias previstas no programa da disciplina. Eles foram

abordados individualmente e convidados a participar da pesquisa. No total, foram

entrevistados 32 alunos e a duração média de cada conversa foi de aproximadamente 8

minutos. A participação foi voluntária. O roteiro completo da entrevista encontra-se no

apêndice 2.

4.1.3 Etnografia

O autor do presente trabalho vivenciou de perto o desenrolar e o funcionamento do curso. Ele

era estagiário contratado pela Fundação Vanzolini e seu trabalho tinha como

responsabilidades acompanhar o curso e corrigir eventuais erros de conteúdo apontados pelos

alunos no material.

Ele esteve em contato direto com os professores de Estatística e programadores do site, bem

como os alunos da disciplina, tendo a oportunidade de conhecer a fundo o funcionamento do

curso. Além disso, possuía diversos amigos cursando a modalidade online, que contribuíram

com informações relevantes na elaboração desse trabalho.

O conhecimento adquirido com o estágio foi fundamental para a condução das entrevistas,

pois o autor estava preparado para levantar discussões e aprofundar as ideias que os alunos

expunham durante as entrevistas. Somado a isso, a proximidade com os alunos facilitou a

abordagem e a aceitação na participação das mesmas.

4.1.4 Análise de Conteúdo

Complementar as técnicas descritas acima, foi realizada uma análise de conteúdo do fórum da

disciplina. O fórum é uma ferramenta para auxílio no esclarecimento de dúvidas, portanto

possui grande quantidade de informações. Ele é aberto para todos os alunos postarem suas

dúvidas e outras considerações sobre o curso.

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A análise dessa ferramenta serviu para reafirmar as informações coletadas com as técnicas

anteriores, a medida que muitas informações levantadas com os alunos foram identificadas no

fórum.

4.2 Estabelecimento da Voz do Cliente

O principal objetivo dessa etapa é minerar as respostas obtidas através das técnicas

específicas, consolidando as respostas de maneira clara e concisa. Nessa etapa foram filtradas

as informações levantadas na etapa anterior, de modo a identificar e consolidar as principais

considerações apresentadas pelos alunos nas diferentes iniciativas de pesquisa apresentadas

no último tópico. Ao atingir esse objetivo foi possível mapear a lacuna existente entre o as

características do curso oferecido atualmente e expectativas apresentadas pelos alunos, além

de conhecer suas percepções sobre o curso.

O sucesso no desenvolvimento dessa etapa é crucial para a execução das próximas, pois ela

fecha o domínio do problema. As informações geradas serão a base da definição dos

requisitos do cliente, portanto a sua qualidade é de extrema importância para o

desenvolvimento de um projeto que proponha soluções eficazes.

4.2.1 Categorização das Informações

A categorização visa agrupar as respostas relativas ao mesmo tema em grupos únicos

(BARDIN, 1997). Dessa forma, as informações são analisadas mais facilmente, eliminando-se

as ideias repetidas e viabilizando agrupamentos encadeados. Como abordado na Revisão

Bibliográfica (BARDIN, 1997), a categorização pode empregar dois processos distintos. No

trabalho em questão, o sistema de categorias é definido anteriormente e os esforços serão

voltados na repartição das respostas.

A partir de uma leitura inicial de todo o conteúdo levantado na etapa anterior, analisou-se

quais temas se repetiam com maior frequência, para assim, determinar as categorias a serem

utilizadas. Ao final dessa análise, as respostas foram categorizadas e agrupadas em 6

categorias:

Explicar como surgiram estas categorias, a partir de uma leitura inicial de todo o conteúdo

levantado na etapa anterior:

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• Perfil: aborda as características dos alunos que cursam a modalidade à distância.

Abrange respostas desde primeira matrícula até a maneira como eles estudam.

• Acesso: refere-se ao acesso do material disponibilizado aos alunos. Essa categoria

reúne respostas referentes à facilidade de acesso, como a flexibilidade de horários e

locais para estudar e a comodidade de poder adequar o estudo às necessidades e

disponibilidades individuais.

• Acompanhamento: corresponde à assistência prestada ao aluno, como meios de sanar

suas dúvidas, suporte e tutoria, bem como a comunicação entre aluno e professor.

• Avaliação: diz respeito ao sistema de avaliação, como provas, listas de exercícios,

trabalhos, entre outros.

• Conteúdo: refere-se ao conteúdo disponibilizado aos alunos atualmente e ao conteúdo

que eles gostariam de ter acesso.

• Didática: essa categoria compreende comentários e observações relativas a didática

do professor, bem como vantagens e desvantagens da modalidade a distância.

A categorização das respostas permitiu que fosse feita além de uma análise individual de cada

questão, cruzamentos dos resultados obtidos entre elas.

4.2.2 Elaboração da Voz do Cliente

Finalmente, o estabelecimento da Voz do Cliente para consolidação das respostas buscou

transformar as considerações apresentadas de acordo comas principais categorias em

diretrizes a serem seguidas no processo de elaboração das soluções. Dessa forma, o principal

objetivo dessa etapa é analisar as informações devidamente levantadas e categorizadas, a fim

de estabelecer as reais necessidades e expectativas dos alunos e usá-las como direcionador na

etapa de elaboração das soluções.

Nesta etapa buscou-se identificar as lacunas existentes entre o curso oferecido e o curso

desejado pelos alunos. O conhecimento dessas necessidades e expectativas é fundamental

para o sucesso do projeto e servirá de base para o desenvolvimento da seção seguinte,

propostas de soluções.

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4.2.2.1 Principais resultados obtidos

Nos tópicos abaixo são apresentadas as principais informações obtidas nas diferentes

iniciativas de pesquisa (entrevistas, survey, etnografia e análise de conteúdo), de acordo com

os agrupamentos feitos, bem como suas análises que conduzem ao estabelecimento da Voz do

Cliente.

a) Perfil dos Alunos

Como apresentado anteriormente, questões sobre o perfil dos alunos levantaram as suas

principais características, abrangendo respostas desde primeira matrícula até a maneira como

eles estudam.

Em relação aos resultados obtidos, a turma é composta por alunos que cursam as diferentes

especializações da engenharia oferecidas na Escola Politécnica. Dessa maneira, percebe-se a

heterogeneidade do grupo, além do fato deles terem expectativas diferentes em relação à

importância desta disciplina na sua atuação profissional.

Pelo questionário aplicado na survey, foi possível identificar que há um elevado número de

alunos cursando a disciplina pela segunda vez. De 119 estudantes que responderam ao

questionário no primeiro semestre, 63% estão fazendo o curso novamente.

Com relação a forma de estudo adotada para as provas, a maioria dos alunos estudaram

sozinhos, como mostram os dados a seguir.

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Gráfico 1 – Forma de estudo Fonte: Elaboração própria

Essas informações foram obtidas através dos questionários e reforçadas pelas entrevistas, que

apontaram que 75% dos alunos estudam sempre sozinhos. Contudo, isso não é só uma questão

de perfil, e sim, de circunstância. Para os alunos, o fato de muitos estudarem sozinhos não é

justificado apenas por eles preferirem essa modalidade de estudo, mais também, pela estrutura

do curso fomentar isso, pois ela não promove interações entre eles ou disponibiliza recursos

para que esse cenário seja diferente.

Outro ponto levantado nas pesquisas é que 78% dos alunos estudam de véspera, não

planejando ou estruturando seu estudo ao longo do semestre. Entretanto, para 66% dos

entrevistados, seu principal objetivo na disciplina é aprender e não apenas ser aprovado, por

julgarem importante o conhecimento de Estatística para seu futuro profissional.

b) Acesso

Essa categoria visa agrupar as respostas relativas ao acesso ao material disponibilizado. Pelo

curso ser ministrado a distância, os alunos tem a possibilidade de estudarem no lugar que

preferirem e na hora em que acharem mais conveniente, porém, o que se percebe na prática, é

uma certa padronização desses fatores.

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Gráfico 2 – Local de acesso Fonte: Elaboração própria

Como observado no gráfico, o local de maior acesso ao site é em casa. Segundo eles, devido a

flexibilidade no estudo, eles optam por estudar em momentos de tranquilidade e concentração

e isso geralmente ocorre quando eles estão em casa. Complementar a essa informação, 67%

dos alunos afirmaram acessar o site a noite, depois de voltarem da faculdade ou do trabalho.

Sobre as dificuldades de acesso, 94% dos alunos afirmaram não ter encontrado nenhum

problema. Dos que se queixaram, a principal crítica é devido a necessidade de um computador

e de acesso a internet para estudar.

c) Acompanhamento

Nas entrevistas realizadas, a principal desvantagem apontada pelos alunos no ensino online se

deve a dificuldade no esclarecimento de dúvidas. Além disso, problemas como erros contidos

no material da disciplina e distração, uma vez que o estudo no computador possibilita o

acesso a redes sociais e ao email, figuram como outras dificuldades encontradas no estudo

online de Estatística, porém essas últimas serão abordadas em outra categoria.

Sobre as dificuldades levantadas para o esclarecimento de dúvidas, 56% das pessoas

entrevistadas consideram insuficientes às ferramentas disponibilizadas no site. Elas acreditam

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que tanto o Fórum de Dúvidas, quanto o Chat e os Plantões Presenciais com os professores

não constituem maneiras eficazes para sanar suas indagações.

Dos entrevistados, apenas 6% já utilizaram o Chat e a avaliação dessa ferramenta foi de 4, em

uma escala de 0 a 10. A principal crítica a esse recurso é o horário em que ele é realizado.

Geralmente ele é agendado para um dia antes da prova no período da tarde, entre 13h e 14h.

Além da grande maioria dos alunos estudarem na véspera da prova e ainda não terem dúvidas

para serem discutidas no Chat, grande parte deles está no período de aula ou no trabalho, não

podendo acessar o site.

Outro recurso pouco utilizado pelos alunos é o Plantão Presencial. Dos entrevistados, apenas

16% foram até o professor para sanar suas dúvidas. Em compensação foi o recurso mais bem

avaliado, obtendo uma nota 8, em uma escala de 0 a 10. Dos alunos que compareceram, todos

obtiveram sua dúvida esclarecida, com exceção de uma aluna, que foi ao plantão, porém o

professor não estava presente. Essa foi grande crítica apontada por ela, a ausência do

professor sem prévio aviso.

De todas as ferramentas disponibilizadas aos alunos, o Fórum de Dúvidas é a que teve maior

aceitação entre os usuários do sistema. No primeiro semestre, 57% dos alunos utilizaram esse

recurso de alguma maneira, já, no segundo, 75% dos entrevistados afirmaram terem utilizado.

Para entender como os estudantes usaram essa ferramenta, foi feito ao levantamento a seguir.

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Gráfico 3 – Utilização do fórum Fonte: Elaboração própria

A avaliação dessa ferramenta foi de 7, em uma escala de 0 a 10, e os principais problemas

associados a ela é a demora na resposta de algumas perguntas, em alguns casos até, o não

esclarecimento da dúvida e a desorganização da informação. Segundo os alunos, o fato de não

haver uma hierarquia no Fórum passa insegurança em relação a credibilidade da resposta, pois

não é possível saber se foi um aluno ou um monitor que a respondeu. Além disso, muitos

reclamaram da desorganização do mesmo, uma vez que dúvidas sobre o mesmo assunto são

postadas várias vezes em tópicos diferentes, inviabilizando a procura e estimulando os alunos

a postarem novamente, tornando cíclico esse processo. Agravando essa situação, as dúvidas

de todos os módulos são tratadas em um único ambiente, dificultando a busca. Além disso,

muitas dúvidas postadas no fórum são referentes a estrutura da disciplina e não ao conteúdo

propriamente. Assim, elas ficam misturadas, dificultando ainda mais sua localização.

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Outra crítica ao Fórum se deve ao fato de que esse recurso não é eficiente na véspera da

prova, pois os monitores e professores não ficam disponíveis a noite para tirar as dúvidas e, é

nesse período, que o site tem o maior número de acessos, segundo levantamento feito. Assim,

muitos alunos vão para a prova com dúvidas a esclarecer.

Somado a isso, segundo alguns alunos entrevistados, muitos têm vergonha de postar uma

dúvida no Fórum por achar ela muito básica, guardando-a para si. Como o curso só possui

interações com os professores e os alunos em épocas de prova, essas pessoas acabam não

tendo a oportunidade de esclarecê-la.

Um dado que vai ao encontro das observações feitas acima é que 97% dos entrevistados

acham que falta comunicação entre os alunos e que isso poderia resolver alguns dos

problemas relacionados ao esclarecimento de dúvidas. Segundo eles, não é necessário tirar a

dúvida diretamente com o professor, mesmo porque, eles se sentem mais confortáveis e

desinibidos conversando e debatendo os assuntos da matéria com os próprios amigos e alunos

do curso.

d) Avaliação

Essa categoria agrupa as respostas relacionadas ao sistema de avaliação da disciplina. Para

68% dos entrevistados, ele é considerado bom, enquanto que para os outros 32% ele é

avaliado com sendo muito bom. As principais considerações feitas pelos alunos sobre o tema

estão relacionadas às provinhas. Todos afirmaram que, graças a elas, o seu aproveitamento no

curso está sendo melhor, pois elas forçam o aluno a estudar a matéria antes das provas

principais. Para eles, as provinhas representam um aumento no número de “vésperas de

prova”, ajudando na diluição do conteúdo estudado ao longo do semestre e no planejamento

do estudo.

Uma das críticas associadas aos métodos de avaliação é devido a forma de correção das

provinhas. Em cada uma delas, cada resposta errada subtrai um ponto da nota final da prova.

Para os alunos, esse sistema de correção desencoraja a resolução de algumas questões. Alunos

que estudaram, porém estão em dúvida entre duas alternativas, preferem não arriscar, pois um

erro representa 35% a menos na nota final. Outro ponto citado é o fato das provinhas

abrangerem uma grande quantidade de conteúdo e só possuírem quatro questões. Assim, os

alunos não sabem o que priorizar no seu estudo e são prejudicados quando se deparam com

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uma questão que não sabem resolver ou que estão na dúvida entre alternativas, pois cada

questão acaba tendo um peso elevado, representando 25% da nota e, como dito anteriormente,

o “chute” é desencorajado pela forma de correção.

e) Conteúdo

Como apresentado no capítulo 1, os conteúdos disponibilizados no site são principalmente

material audiovisual, incluindo aulas teóricas gravadas pelos professores do Departamento de

Engenharia de Produção da USP, casos e exercícios comentados que buscam aproximar o

conteúdo da disciplina com a realidade, exercícios resolvidos, exercícios propostos e tabelas

digitalizadas para consulta, bem como uma síntese do conteúdo trabalhado em cada módulo.

Além disso, são disponibilizados para os alunos recursos para o esclarecimento de dúvidas,

como o Chat, o Fórum e os Plantões Presenciais.

Para entender melhor a importância de cada um desses recursos no aprendizado dos alunos,

umas das questões do questionário visava levantar essa informação. O gráfico 4 mostra os

resultados obtidos.

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Gráfico 4 - A importância dos recursos

Fonte: Elaboração própria

Como mostra o gráfico, as aulas teóricas, os exercícios comentados e os resolvidos são os

principais recursos utilizados pelos alunos. Em primeiro lugar vem as aulas teóricas. A

principal vantagem identificada a respeito dessas aulas é devido a mobilidade no estudo, pois

quando eles não entendem um assunto, é possível voltar e rever a explicação. Já os problemas

associados a elas, devem-se ao fato de que alguns vídeos são muito longos, desestimulando o

aluno a assisti-los e, em alguns vídeos, as ideias ficam muito confusas devido a erros na

gravação, como por exemplo, quando o professor lê um slide de maneira incorreta.

Em relação aos exercícios comentados, segundo os alunos entrevistados, eles ajudam no

aprendizado, pois separam os conteúdos em tópicos e possibilitam a visualização da teoria

aplicada à casos reais. Nenhuma crítica foi feita a eles, porém, sobre os exercícios resolvidos,

os alunos se queixaram do grau de facilidade dos mesmos quando comparados às questões

exigidas nas provas, da quantidade de erros existentes e da pouca quantidade e variedade,

sendo que em alguns módulos, não há exercícios tratando de todos os tópicos abordados.

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Outro ponto não apontado no questionário aplicado, porém identificado nas entrevistas, é

relativo às sínteses. Muitos alunos reclamaram dos erros e, até mesmo, da falta de conteúdo

nelas. Há módulos em que a matéria não está resumida em sua totalidade, passando a

impressão de que determinados assuntos não são importantes para o estudo e, há outros, em

que as sínteses estão com conceitos errados e até mesmo com erros nas fórmulas.

Como visto anteriormente, quase metade dos alunos da disciplina estudam Estatística com o

objetivo de aprender e não apenas ser aprovado. Para eles, o conteúdo do site é suficiente para

obter o conhecimento exigido e ser aprovado na matéria, porém, não é o bastante para se ter

um aprendizado mais aprofundado. Dos 32 alunos entrevistados, 59% se queixaram do fato da

disciplina disponibilizar apenas um conteúdo mínimo para estudo, não incentivando e criando

condições para eles se aprofundarem nos assuntos abordados no curso.

Além de todos os pontos abordados, a excessiva quantidade de erros no material é uma das

principais reclamações dos alunos. Isso figura como uma dificuldade principalmente na hora

de resolver os exercícios. Segundo eles, após estudar toda a teoria, resolver um exercício

proposto de forma correta, porém divergente da maneira que está exposta no site, dificulta

muito no aprendizado, pois eles se sentem inseguros em relação a sua resposta, acreditando

que a do site está correta. Como o processo de identificação do erro não é rápido (o aluno

deve procurar um professor ou postar sua dúvida no Fórum e esperar até que alguém

responda), isso gera grande insegurança nos alunos, principalmente em épocas de provas,

onde não há tempo suficiente para a correção do mesmo. Muitos afirmam que o Fórum é mais

utilizado para esclarecer uma dúvida gerada por um erro no site do que propriamente pela

complexidade do conteúdo.

f) Didática

Essa categoria agrupa as respostas relativas a didática utiliza pelos professores no curso e

vantagens e desvantagens da modalidade a distância. Para os alunos, a maneira como a

matéria foi dividida nos 10 módulos e estruturada no site foi adequada. Nas respostas obtidas,

a única queixa referente a didática de ensino adotada é relativo a algumas web aulas em que a

explicação do conteúdo ficou confusa.

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60

Gráfico 5 - Dificuldades encontradas no curso Fonte: Elaboração própria

Sobre desvantagens do ensino à distância apontadas pelos alunos, a distração recebeu grande

destaque, pois os alunos costumam estudar conectados a algum tipo de rede social ou com o

email aberto. Segundo eles, o estudo fica prejudicado, pois de tempos em tempos eles param

de estudar para verificar novas atualizações e acabam gastando mais tempo do que o

inicialmente planejado, perdendo o foco. Dessa maneira, o tempo dedicado a matéria é

dividido com outros afazeres, prejudicando o estudo. Quando questionados porque eles não

fecham os sites das redes sociais e outros que os distraem para conseguir uma maior

concentração nos estudos, eles responderam simplesmente que era muito difícil, era como um

hábito para eles.

Outro ponto importante levantado pelos alunos é o comodismo no estudo causado pela

praticidade do curso a distância. Nas entrevistas, 17% afirmaram que esse modelo de ensino

oferece uma certa acomodação, uma vez que não há a obrigatoriedade do aluno estar em

contato com a matéria semanalmente. Essa situação, aliada ao fato de que os alunos não

planejam seus estudos, deixando para estudar na véspera da prova, gera desconforto entre

eles, pois muita matéria se acumula e, muitas vezes, não é possível estudar todo o conteúdo

antes de uma prova.

A dificuldade no planejamento do estudo também figura como uma das desvantagens

encontradas no curso. Segundo 13% dos entrevistados, como não há uma diretriz de

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61

planejamento para os alunos seguirem, eles se sentem perdidos em relação a sua evolução no

curso.

Um dos tópicos abordados na entrevista visava saber se os alunos de Estatística online

gostariam de ter outras matérias nesse formato, com intuito de identificar a aderência das

pessoas ao projeto. Dos entrevistados, 84% responderam que gostariam de ter outras

disciplinas lecionadas online, porém com algumas restrições. Para eles, matérias com muita

informação como Estatística, Cálculo, Álgebra Linear e Cálculo Numérico seriam as mais

adequadas para esse tipo de ensino, ou seja, basicamente as matérias ministradas nos dois

primeiros anos de faculdade. Já outras mais específicas, como matérias lecionadas na

especialização, necessitam ser presenciais, por se tratar de temas mais complexos.

Analisando agora apenas a disciplina de Estatística, 81% dos entrevistados responderam que

preferem o formato online de ensino para essa matéria. Os motivos para essa preferência se

devem ao fato de não se tratar de um conteúdo de alta complexidade, pela praticidade e

flexibilidade de estudar no momento mais apropriado e de melhor rendimento e pela

possibilidade dos alunos ditarem seu próprio ritmo de estudo, embora alguns tenham se

queixado de problemas no planejamento do aprendizado, como mencionado anteriormente.

4.2.2.2 Principais problemas e oportunidades de aprimoramentos

Essa seção tem como objetivo definir os requisitos do cliente. Para isso, será desenvolvida

uma tabela com os dados originais obtidos por categoria visando identificar as principais

considerações por agrupamento. Dessa maneira, as respostas relevantes serão destacadas,

auxiliando na execução das próximas etapas. A partir disso, será feito a conversão dessas

informações nos requisitos desejados.

Para alcançar esse objetivo, a partir de cada categoria definida foram criadas subcategorias

para estruturar as respostas. Essas subcategorias foram desenvolvidas de forma exclusiva,

dependendo das informações alocadas em cada agrupamento. A tabela 2 apresenta a

estruturação das respostas obtidas na etapa anterior, bem como a apresentação das

subcategorias criadas.

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Tabela 2 – Respostas categorizadas

Perfil

Composição

Grupo heterogêneo, composto por alunos de todas as

modalidades de engenharia

63% alunos de segunda matrícula

Estilo de

estudo

Grande maioria estuda sempre sozinho, porém por

condições impostas pelo curso e não necessariamente por

preferência

78% estudam de véspera

66% estudam com o objetivo de aprender

Acesso

Local Grande maioria estuda em casa devido a tranquilidade e

possibilidade de se concentrar

Hora Alunos acessam conteúdo no período da noite após

voltarem da faculdade ou do trabalho

Dificuldades

94% não se queixaram do acesso ao conteúdo

Crítica devido à necessidade de ter um computador e

internet para estudar

Acompanhamento

Considerações

Esclarecimento de dúvidas é a maior dificuldade apontada

56% acham insuficientes as ferramentas disponibilizadas

Falta comunicação entre os alunos, que poderiam se

ajudar mutuamente

Chat

Pouco utilizado e mal avaliado pelos alunos

Realizado em horário inapropriado (alunos em aula ou no

trabalho)

Como a maioria dos alunos estudam na véspera da prova,

eles ainda não possuem dúvidas quando o chat é realizado

Plantões

Presenciais

Recurso mais bem avaliado pelos alunos

Quase nunca utilizado, fazendo que semanalmente os

professores fiquem a disposição dos alunos

desnecessariamente

Fórum

Ferramenta mais utilizada pelos alunos

Avaliado como bom, porém não suficiente

Queixas referentes a demora na resposta das dúvidas

Não adequado para esclarecimento de dúvidas na véspera

da prova, pois monitores e professores não ficam a

disposição no site durante a noite e a madrugada

Desorganizado

Dúvidas se repetem

Não há hierarquia

Alunos se sentem inibidos a postarem dúvidas

consideradas muito básicas

Muitas dúvidas são relativas a estrutura da disciplina e não

ao conteúdo

Avaliação Pontos fortes Bem avaliado pelos alunos

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Provinhas forçam os alunos a estudarem com uma certa

frequência

Pontos fracos

Método de correção das provinhas inibe os alunos a

resolverem questões complexas

Muito conteúdo cobrado para poucas questões,

dificultando a priorização do estudo

Conteúdo

Web aulas

Recurso mais utilizado e bem avaliado pelos alunos

Mobilidade no estudo devido a possibilidade de revê-la

quantas vezes forem necessárias

Alguns vídeos são muito longos, tornando-se cansativos

Erros no material dificultam entendimento

Exercícios

comentados

Recurso muito utilizado e bem avaliado

Aproximam a teoria de casos reais, mostrando a utilidade

do assunto abordado

Exercícios

resolvidos

Recurso muito utilizado, porém com diversas críticas

Nível de dificuldade dos exercícios inferior aos da provas,

não preparando os alunos de maneira adequada

Quantidade excessiva de erros dificulta estudo

Pouca quantidade e variedade

Partes da teoria não são trabalhadas pelos exercícios

Sínteses

Material importante

Quantidade excessiva de erros dificulta estudo

Em alguns módulos nem todo o conteúdo está resumido

Considerações

Disciplina não estimula aprofundamento

Material disponibilizado considerado como básico

Quantidade de erros no material é muito grande

Fórum serve mais para esclarecer uma dúvida gerada por

um erro no site do que propriamente pela complexidade

do conteúdo

Didática

Curso Conteúdo bem estruturado e divido

Algumas web aulas estão confusas

Vantagens

Praticidade e flexibilidade para estudar

Alunos estudam em momentos de melhor rendimento

Possibilidade de ditar próprio ritmo de estudo

Desvantagens

Distração, alunos estudam conectados a redes sociais e

outros sites, desviando o foco do estudo

Comodismo no estudo, pois não há contato semanal

obrigatório com a disciplina

Dificuldade no planejamento, fazendo com que os alunos

estudem muita matéria em pouco tempo, prejudicando

seu aprendizado

Aderência

Modalidade a distância bem aceita entre os alunos

Desejo de outras matérias nesse formato, porém para

disciplinas no estilo de Estatística (Cálculo, Física)

Fonte: Elaboração própria

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4.2.2.3 Definição dos Requisitos do Cliente

A transformação dos dados originais em requisitos do cliente será feita através do método de

Desdobramento de Cena. Nessa etapa, busca-se identificar e organizar os dados que se

referem à qualidade intrínseca do serviço (CHENG; MELO FILHO, 2007).

Aplicando o método de Desdobramento de Cena (CHENG; MELO FILHO, 2007) aos dados

originais, obtêm-se os requisitos mostrados na tabela 3.

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Tabela 3 – Requisitos do cliente

Fonte: Elaboração própria

Dados Originais Requisitos do ClienteFórum atual desorganizado, dificultando a busca por informação OrganizadoInformações dispostas de maneria aleatória, poluindo o fórum CategorizadoNão há distinção entre alunos, monitores e professores no perfil HierarquizadoDemora na resposta de dúvidas no fórum, dificultando aprendizado Agilidade na respostaBaixa realização de chats Alta frequencia de realizaçãoNão há meios formais de comunicação entre os alunos Interação aluno-alunoBaixo contato do aluno com o professor Interação aluno-professorNão há formas de discussão e projetos que fomentem o debate de assuntos da matéria

Estímulo ao debate

Chats são realizados em horários nos quais os alunos não acessam o site

Horário apropriado

Não há meios de esclarecimento de dúvidas na véspera da prova Auxílio véspera de provaNível dos exercícios do site é inferior aos da prova Níveis diferenciados de dificuldadeHá poucos exercícios disponiblizados no site Grande quantidade de exercíciosMuitos assuntos não possuem exercícios para sua aplicação Total cobertura do assunto estudadoOs exercícios tratam basicamente dos mesmos assuntos Variedade de exercíciosOs alunos não se sentem preparados para realizar a prova Preparo adequado para prova

Conhecimentos básicosConhecimentos intermediáriosConhecimentos avançados

Elevada quantidade de erros no material Conhecimentos sem errosAulas muito longas, tornando-se cansativas Aulas dinâmicasSínteses que não abordam todo o conteúdo estudado Sínteses completasVisualização de mais exemplos de teoria aplicada a casos reais Teoria aplicada à casos reaisAlunos não sabem o que priorizar na hora do estudo Direcionador de estudo - priorizaçãoNão há estímulos ao aprofundamento na matéria Estímulo ao aprofundamentoAlguns recursos são muito cansativos Recursos envolventesEstudo apenas na véspera de prova Dinâmica de estudo regularMétodo de correção desencoraja resolução de questões complexas Método de correção apropriadoAs provas não abordam todo o conteúdo estudado Avaliações mais abrangentesÚnico método de avaliação existente no curso são as provas Diferentes métodos de avaliaçãoÚnica maneira de acessar o material é através de uma conexão com a internet

Alternativas no acesso ao conteúdo

Ausência de informações sobre o curso e sua estruturação Apresentação do cursoAlguns alunos se sentem inibidos em postar dúvidas por considerá-las básicas

Ambiente infomal

Não há meios disponíveis no site para contato direto com o professor Fácil acesso aos professores

Dificuldades no planejamento do estudo Ajuda no planejamentoExperimentos práticosAplicação dos conhecimentos

Não há aplicação prática dos assuntos estudados

A disciplina só oferece o conteúdo báscio para aprovação

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Os requisitos identificados acima servirão como direcionadores na elaboração de soluções que

atendam as necessidades e desejos dos clientes. Eles constituem a base da próxima etapa

desse projeto, propostas de soluções.

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5 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA NO DOMINIO DA SOLUÇÃO

Esse capítulo visa propor soluções de aprimoramento do serviço oferecido aos alunos

buscando atender as suas necessidades e desejos. Através dos requisitos do cliente definidos

na etapa anterior e da aplicação de métodos e técnicas explicitados na Revisão Bibliográfica,

serão geradas propostas de melhorias com o intuito de eliminar a lacuna existente entre o

curso oferecido e o desejado.

Para esse capítulo, a aplicação da metodologia inclui apenas uma etapa (Proposta de

Soluções), sendo estruturada em 3 atividades principais (benchmark, QFD e detalhamento da

solução).

5.1 Proposta de soluções

5.1.1 Benchmark

Essa etapa tem como objetivo identificar as práticas utilizadas no ensino à distância de outras

disciplinas. Para isso, foi escolhida a matéria de Cálculo Numérico da POLI, disciplina

oferecida tanto presencialmente, quanto a distância.

O benchmark será realizado em duas etapas. Inicialmente serão analisados os recursos

pedagógicos e tecnológicos do curso em questão e, em seguida, será feita uma tabela

comparativa.

5.1.1.1 Cálculo Numérico

A realização de um benchmarking com essa disciplina visa identificar e comparar os recursos

pedagógicos e as formas de avaliação dos cursos, buscando ideias de aprimoramento e

validando práticas adequadas já adotadas. Para facilitar essa comparação, serão utilizadas as

mesmas categorias definidas anteriormente para o agrupamento das respostas, com exceção

da categoria “acesso” que refere-se à facilidade e aos locais de acesso usualmente utilizados

pelos alunos e a categoria “didática” que refere-se a didática do professor, ambas categorias

sem informações disponíveis no site.

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a) Perfil

A turma de Cálculo Numérico web é composta em sua totalidade por alunos de segunda

matrícula. Assim como acontece em Estatística, é uma disciplina com elevado número de

alunos matriculados e com altas taxas de reprovações, buscando no curso a distância uma

alternativa de ensino e de gerenciamento dos alunos.

Essa disciplina é matéria obrigatória na grade curricular de todas as engenharias. Portanto, as

características de ambas as turmas são muito parecidas, sendo o grupo de Cálculo Numérico

bem heterogêneo também.

b) Acompanhamento

A disciplina de Cálculo Numérico conta com as mesmas ferramentas que o curso de

Estatística para auxiliar no esclarecimento de dúvidas. A disposição dos alunos há o fórum de

dúvidas, chats e plantões presenciais, porém esses recursos são administrados de outra

maneira e possuem funcionalidades extras.

No caso do fórum, ele foi subdividido em quatro outros. Há um fórum específico de notícias

sobre o curso, utilizado pelos professores como um quadro de avisos, um para questões

administrativas, utilizado para dúvidas referentes a estrutura do curso, outro para dúvidas

referentes aos exercícios de programação e um outro específico para dúvidas referentes a

exercícios das listas. Além disso, todos eles contam com uma ferramenta de busca para

auxiliar na localização das informações.

Em relação aos chats, eles são realizados de segunda a sexta, das 17h às 18h. Diferentemente

do que ocorre em Estatística, eles são ministrados pelos monitores do curso e não pelos

professores. O mesmo ocorre com os plantões presenciais, chamados de monitoria. Com uma

frequência de 3 vezes por semana, dois monitores ficam a disposição dos alunos no IME das

11h15 às 12h45, horário de almoço para os alunos da POLI.

Outro recurso que o curso de Numérico oferece aos alunos é um FAQ. Com uma prévia

resposta as principais perguntas feitas pelos alunos, os fóruns de dúvidas ficam menos

poluído, facilitando na localização das informações.

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c) Avaliação

O sistema de avaliação das turmas presencial e à distância diferem entre si. Ambas possuem 3

provas escritas e 2 exercícios de programação, porém a turma web também é avaliada pela

entrega de 3 listas de exercícios contemplando os mesmos assuntos das provas.

d) Conteúdo

O grande diferencial do curso a distância de Cálculo Numérico para o de Estatística é em

relação ao conteúdo. No primeiro, como se supõe que todos os alunos matriculados já

frequentaram as aulas presenciais, pois são alunos de segunda matrícula, o curso não

disponibiliza web-aulas, apenas material digitalizado. Desta maneira, o material do curso é

composto pela explicação da teoria em formato de texto e exercícios resolvidos e

complementares. Somado a isso, o curso também disponibiliza indicação de bibliografia e

links sobre tópicos específicos, enunciados de provas antigas para auxiliar no estudo e

aprofundamento do conteúdo e uma aula inaugural em arquivo Power Point com as principais

considerações do curso, contato dos professores, cronograma de provas e planejamento.

Outra iniciativa interessante, é a disponibilização de dicas para a resolução de exercícios e de

comentários sobre os erros mais comuns cometidos pelos alunos nas provas. A linguagem

desse texto é informal e bem humorada, de fácil leitura. Como material complementar, o

curso disponibiliza um caderno de exercícios diversos com quase 100 exercícios extras

tratando de todos os assuntos da disciplina.

5.1.1.2 Análise Comparativa

Como parte do benchmarking realizado, desenvolveu-se a tabela 4, comparando o curso de

Estatística com o de Cálculo Numérico em relação aos recursos pedagógicos e tecnológicos

oferecidos por ambos.

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70

Tabela 4 – Análise Comparativa

Fonte: Elaboração própria

5.1.2 Elaboração das Soluções

Essa seção visa elaborar soluções a partir da voz do cliente. Através da tabela de requisitos

definida anteriormente foi feito o desdobramento das possíveis soluções.

Categoria Recurso EstatísticaCálculo

Numérico

Web-aulas �

Casos �

Resoluções de casos �

Exercícios comentados �

Exercícios resolvidos � �

Exercícios complementares � �

Exercícios aplicados a casos reais � �

Indicação de bibliografia e links �

Apresentação do curso �

Provas antigas �

Dicas e sugestões �

Material extra �

Fórum de dúvidas � �

Ferramenta de busca �

FAQ �

Chats com monitores/professores � �

Plantões presencias � �

Provinhas �

Entrega de lista de exercícios �

Provas � �

Conteúdo

Acompanhamento

Avaliação

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As soluções propostas foram divididas em grupos de afinidade, em um total de 8. São eles:

redes sociais, fórum, síncrono, avaliações, conteúdo, acesso, planejamento e estrutura. O

detalhamento das soluções elaboradas, bem como sua classificação nos grupos definidos está

a seguir.

Comunicação Assíncrona

• Redes Sociais

o Comunidade da Disciplina: criação de uma comunidade da disciplina nas redes

sociais, como o facebook, para incentivar o estudo em grupo entre os alunos.

Através de diversas funcionalidades disponíveis nas redes sociais os alunos

podem interagir entre si, auxiliando uns aos outros no esclarecimento de

dúvidas.

o Parcerias com comunidades de Estatística: estabelecimento de parcerias entre

a comunidade de estatística da POLI e outras espalhadas pelo Brasil, expondo

os alunos a novas idéais e criando novas formas de esclarecimento de dúvidas.

• Fórum

o FAQ: elaboração de um FAQ com as perguntas mais frequentes postadas no

fórum, com o objetivo de dispor as informações de maneira mais organizada.

o Fórum para questões administrativas: desenvolvimento de um fórum

exclusivo para lidar com questões relativas à estrutura do curso.

o Fórum por módulo: criação de um fórum por módulo para que as dúvidas

sejam dispostas de maneira mais clara e fácil de encontrar. Para cada módulo

da disciplina haverá um fórum específico para o esclarecimento de dúvidas.

o Buscador: criação de uma ferramenta de busca nos fóruns, permitindo que o

aluno localize a informação desejada de forma rápida e objetiva.

o Diferenciação de papéis: elaboração de uma funcionalidade que identifique o

perfil da pessoa que está postando a mensagem no fórum. Criação de perfis

diferenciados para alunos, monitores e professores.

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o Estabelecimento de tempo útil: determinação de um tempo de resposta para as

dúvidas do fórum a ser seguido pelos monitores e professores.

Comunicação Síncrona

o Chat

� Realizações constantes: tornar rotineira a realização dos chats com os

professores e tutores

� Período da noite: realizar os chats no período da noite, horário em que

os alunos mais acessam o site.

o Plantões presenciais

� Realizações constantes: tornar constante a realização dos plantões

presenciais;

� Período de almoço: realizar os plantões no período de almoço, horário

que os alunos podem comparecer.

Avaliações

o Provas

� Provinha por módulo: aplicação de uma provinha por módulo para

avaliar o desempenho dos alunos módulo a módulo;

� Maior número de questões: aumentar o número de questões das

provinhas para abordar todo o conteúdo estudado e diluir o peso das

questões;

� Correção não punitiva: não haver penalização na correção, caso o

aluno erre uma questão;

� Divisão equivalente do conteúdo: avaliações que cobrem de maneira

equivalente o conteúdo proposto para estudo.

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o Lista de Exercícios

� Lista por módulo: ao final de cada módulo, os alunos precisam entregar

pessoalmente uma lista de exercícios referentes ao conteúdo estudado;

� Grande número de questões: elaboração de listas que desafiem os

alunos com grande quantidade de exercícios.

o Projetos

� Projeto por assunto: proposta de elaboração de um projeto por assunto

estudado ou conjunto de assuntos vistos

� Desafios reais de aprendizagem: busca de parcerias com empresas que

procuram soluções estatísticas para seus problemas, requisitando aos

alunos propostas de solução.

• Conteúdo:

o Livros e apostilas digitalizados: disponibilização de material digitalizado no

site, possibilitando ao aluno o aprofundamento no assunto estudado.

o Aulas de curta duração: gravação de aulas com tempo máximo de 10 minutos.

o Indicação de bibliografia: ao final de cada módulo deve ser sugerida

bibliografia de apoio e complementar para os assuntos abordados

o Links relacionados com o tema: disponibilização de links de notícias e de

artigos sobre os temas abordados, fomentando o aprofundamento e a

visualização da aplicação do conteúdo em situações reais.

o Simulados: elaboração de simulados para preparar os alunos para as provas.

o Simuladores: desenvolvimento de simuladores que visam mostrar para os

alunos de forma prática a aplicação dos conhecimentos estudados e sua

importância.

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o Jogos virtuais: desenvolvimento de softwares a partir dos princípios de design

dos jogos interativos, com o objetivo de transmitir um conteúdo específico ao

aluno.

o Gestão da qualidade: correção de todos os erros presentes no material da

disciplina.

o Maior número de exercícios: disponibilização de mais exercícios resolvidos no

site.

o Provas antigas: disponibilização de provas de anos anteriores para preparar o

aluno ao nível exigido nas avaliações

o Exercícios com casos reais: elaboração de exercícios a partir de casos reais e

situações corriqueiras.

o Dicas de estudo: direcionamento dos alunos no estudo, apontando as partes

mais importantes da matéria e conceitos fundamentais para a elaboração dos

exercícios, bem como alertas aos erros mais comuns cometidos em provas.

• Acesso

o Download do conteúdo: disponibilização do conteúdo do site para download.

• Planejamento

o Cronograma de apoio: elaboração de um cronograma fictício de aula,

simulando um curso presencial, apontando como seria a evolução nos

conteúdos a cada aula.

• Estrutura

o Lista de email dos professores: disponibilização para os alunos do contato dos

professores;

o Arquivo de apresentação do curso: elaboração de material informativo com as

principias considerações do curso;

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o Textos em linguagem informal: aplicação da linguagem informal as mensagens

direcionadas aos alunos.

Todas as propostas de soluções são consolidadas na Tabela 5.

Tabela 5 – Soluções propostas

Grupos Soluções

Redes sociais Comunidade da disciplina Parcerias com comunidades

Fórum

FAQ Fórum p/ questões adm Fórum por módulo Buscador Diferenciação de papéis Tempo de resposta definido Realizações constantes chat

Síncrono Chat

Período da noite Realizações constantes plantões

Plantões Presenciais

Período de almoço Provinha por módulo

Avaliações

Provas

Maior número de questões Correção não punitiva Divisão equivalente do conteúdo Lista por módulo

Listas Grande número de questões Projeto por assunto

Projetos Desafios reais de aprendizagem Livros e apostilas digitalizados

Conteúdo

Aulas de curta duração Indicação de bibliografia Links relacionados com o tema Simulados Simuladores Jogos virtuais Gestão da Qualidade Maior número de exercícios Provas antigas Exercícios com casos reais Dicas de estudo Download do conteúdo Cronograma de apoio

Acesso Lista de email dos professores

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Planejamento Arquivo de apresentação

Estrutura Textos em linguagem informal Arquivo de apresentação do curso

Textos em linguagem informal

Fonte: Elaboração própria

5.1.3 Correlação QFD

Essa seção visa identificar a correlação existente entre os requisitos levantados e as soluções

propostas. Através da correlação com o QFD, serão selecionadas as propostas mais relevantes

a serem implementadas no curso.

No trabalho não será utilizada toda a metodologia de QFD descrita na Revisão Bibliográfica.

Não serão feitas a análise competitiva interna e o estabelecimento de metas quantitativas para

as características da qualidade, pois o objetivo com a utilização desse método é apenas de

identificar as ações que devem ser priorizadas para implementação no curso.

A definição dos pesos atribuídos para cada requisito identificado e a avaliação do curso foram

definidas pelo próprio autor do trabalho. Para tanto, o autor contou com sua experiência no

projeto e com as respostas obtidas através das técnicas de levantamento de informação.

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77

Com

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Organizado 9 9 9 9 3 1Categorizado 9 9 9Hierarquizado 9Agilidade na resposta 9 9Alta frequencia de realizaçãoInteração aluno-aluno 9 1 3Interação aluno-professor 3 3 1Estímulo ao debate 9 9 3 1Horário apropriado 3Auxílio véspera de prova 9 3 1Níveis diferenciados de dificuldadeGrande quantidade de exercíciosTotal cobertura do assunto estudadoVariedade de exercíciosPreparo adequado para provaConhecimentos básicosConhecimentos intermediáriosConhecimentos avançadosConhecimentos sem errosAulas dinâmicasSínteses completasTeoria aplicada à casos reaisDirecionador de estudo - priorizaçãoEstímulo ao aprofundamentoRecursos envolventes 9Dinâmica de estudo regularMétodo de correção apropriadoAvaliações mais abrangentesDiferentes métodos de avaliação

Acesso Alternativas no acesso ao conteúdoApresentação do cursoAmbiente infomalFácil acesso aos professores 3 3Ajuda no planejamentoExperimentos práticosAplicação dos conhecimentosPeso absoluto 1,9 0,5 0,8 0,8 1,0 0,2 0,4 0,3Peso relativo 8% 2% 3% 3% 4% 1% 2% 1%

Ambiente de dúvidas

Pesos

Redes sociais

Fórum

Desenvolvimento de Habilidades

Estrutura

Avaliação

Transmissão de conhecimento

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OrganizadoCategorizadoHierarquizadoAgilidade na resposta 3 3Alta frequencia de realização 9 9Interação aluno-aluno 1 1Interação aluno-professor 9 9 1 1Estímulo ao debate 3 3 3 3Horário apropriado 1 9 1 9Auxílio véspera de provaNíveis diferenciados de dificuldade 9 3Grande quantidade de exercícios 9 9Total cobertura do assunto estudado 3 9 9Variedade de exercícios 1 9 9 9 3Preparo adequado para prova 9 9 9 3Conhecimentos básicosConhecimentos intermediáriosConhecimentos avançados 9Conhecimentos sem errosAulas dinâmicasSínteses completasTeoria aplicada à casos reais 9 9Direcionador de estudo - priorização 1Estímulo ao aprofundamento 1 1 9Recursos envolventes 1Dinâmica de estudo regular 9Método de correção apropriado 9Avaliações mais abrangentes 3 9 9 9 9Diferentes métodos de avaliação 1 9 9

Acesso Alternativas no acesso ao conteúdoApresentação do cursoAmbiente infomalFácil acesso aos professores 9 9Ajuda no planejamento 9 9 3Experimentos práticos 9 9Aplicação dos conhecimentos 9 9Peso absoluto 0,6 0,5 0,6 0,5 0,9 0,2 0,3 0,2 1,7 0,9 1,2 1,2Peso relativo 2% 2% 2% 2% 4% 1% 1% 1% 7% 4% 5% 5%

Ambiente de dúvidas

ProjetosProvas Lista de

Pesos

Plantões

Desenvolvimento de Habilidades

Síncrono

Estrutura

Avaliação

Chat

Transmissão de conhecimento

Avaliações

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OrganizadoCategorizadoHierarquizadoAgilidade na respostaAlta frequencia de realizaçãoInteração aluno-alunoInteração aluno-professorEstímulo ao debateHorário apropriadoAuxílio véspera de provaNíveis diferenciados de dificuldade 3 3 9Grande quantidade de exercícios 9 1 1 9 3Total cobertura do assunto estudado 9 9 3Variedade de exercícios 3 3 3 9 3 3Preparo adequado para prova 9 1 1 9 3 3 3 9Conhecimentos básicos 1 1 1 1 1 1 1Conhecimentos intermediários 9 9 9 1 1 1 1Conhecimentos avançados 9 9 9 1 1 1 1Conhecimentos sem erros 9Aulas dinâmicas 9Sínteses completas 9Teoria aplicada à casos reais 9 9Direcionador de estudo - priorização 9 9 9Estímulo ao aprofundamento 9 9 9Recursos envolventes 1 9 9Dinâmica de estudo regularMétodo de correção apropriadoAvaliações mais abrangentesDiferentes métodos de avaliação

Acesso Alternativas no acesso ao conteúdoApresentação do curso 1Ambiente infomalFácil acesso aos professoresAjuda no planejamento 1Experimentos práticos 9 9Aplicação dos conhecimentos 9 9Peso absoluto 0,9 0,1 0,7 0,8 1,0 0,8 0,8 1,1 0,7 1,0 0,2 0,3Peso relativo 4% 1% 3% 3% 4% 3% 3% 4% 3% 4% 1% 1%

Ambiente de dúvidas

Pesos

Desenvolvimento de Habilidades

Estrutura

Avaliação

Transmissão de conhecimento

Conteúdo

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OrganizadoCategorizadoHierarquizadoAgilidade na respostaAlta frequencia de realizaçãoInteração aluno-alunoInteração aluno-professor 9Estímulo ao debateHorário apropriadoAuxílio véspera de provaNíveis diferenciados de dificuldadeGrande quantidade de exercíciosTotal cobertura do assunto estudadoVariedade de exercíciosPreparo adequado para provaConhecimentos básicosConhecimentos intermediáriosConhecimentos avançadosConhecimentos sem errosAulas dinâmicasSínteses completasTeoria aplicada à casos reaisDirecionador de estudo - priorizaçãoEstímulo ao aprofundamentoRecursos envolventesDinâmica de estudo regular 9Método de correção apropriadoAvaliações mais abrangentesDiferentes métodos de avaliação

Acesso Alternativas no acesso ao conteúdo 9Apresentação do curso 9Ambiente infomal 1 9Fácil acesso aos professores 9Ajuda no planejamento 9Experimentos práticosAplicação dos conhecimentosPeso absoluto 0,1 0,5 0,3 0,3 0,1Peso relativo 0% 2% 1% 1% 0%

Ambiente de dúvidas

Planejamento Estrutura

Pesos

Desenvolvimento de Habilidades

Estrutura

Avaliação

Transmissão de conhecimento

Acesso

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Organizado 4 2 4 4 2,0 8,0 2,6%Categorizado 4 1 4 4 4,0 16,0 5,1%Hierarquizado 2 1 1 5 5,0 10,0 3,2%Agilidade na resposta 4 2 3 4 2,0 8,0 2,6%Alta frequencia de realização 3 2 5 3 1,5 4,5 1,4%Interação aluno-aluno 4 1 3 4 4,0 16,0 5,1%Interação aluno-professor 4 3 1 3 1,0 4,0 1,3%Estímulo ao debate 3 2 3 4 2,0 6,0 1,9%Horário apropriado 4 1 5 4 4,0 16,0 5,1%Auxílio véspera de prova 5 1 3 5 5,0 25,0 8,0%Níveis diferenciados de dificuldade 5 2 5 5 2,5 12,5 4,0%Grande quantidade de exercícios 3 3 5 4 1,3 4,0 1,3%Total cobertura do assunto estudado 4 3 5 5 1,7 6,7 2,1%Variedade de exercícios 3 3 5 4 1,3 4,0 1,3%Preparo adequado para prova 5 3 4 5 1,7 8,3 2,7%Conhecimentos básicos 5 5 5 5 1,0 5,0 1,6%Conhecimentos intermediários 4 3 4 4 1,3 5,3 1,7%Conhecimentos avançados 3 1 2 3 3,0 9,0 2,9%Conhecimentos sem erros 5 2 5 5 2,5 12,5 4,0%Aulas dinâmicas 3 3 1 4 1,3 4,0 1,3%Sínteses completas 5 1 1 5 5,0 25,0 8,0%Teoria aplicada à casos reais 3 4 3 4 1,0 3,0 1,0%Direcionador de estudo - priorização 5 3 4 5 1,7 8,3 2,7%Estímulo ao aprofundamento 3 1 3 3 3,0 9,0 2,9%Recursos envolventes 3 2 1 3 1,5 4,5 1,4%Dinâmica de estudo regular 5 3 3 5 1,7 8,3 2,7%Método de correção apropriado 3 1 3 3 3,0 9,0 2,9%Avaliações mais abrangentes 4 3 4 4 1,3 5,3 1,7%Diferentes métodos de avaliação 4 3 4 4 1,3 5,3 1,7%

Acesso Alternativas no acesso ao conteúdo 1 2 1 4 2,0 2,0 0,6%Apresentação do curso 3 1 5 4 4,0 12,0 3,8%Ambiente infomal 3 3 4 4 1,3 4,0 1,3%Fácil acesso aos professores 4 3 2 4 1,3 5,3 1,7%Ajuda no planejamento 5 3 4 5 1,7 8,3 2,7%Experimentos práticos 3 1 3 3 3,0 9,0 2,9%Aplicação dos conhecimentos 3 1 3 3 3,0 9,0 2,9%

Ambiente de dúvidas

Qualidade planejada

Desenvolvimento de Habilidades

Estrutura

Avaliação

Transmissão de conhecimento

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5.1.4 Seleção das propostas de solução

Pela análise da Matriz da Qualidade obteve-se a relevância de cada um dos níveis propostos,

como mostrado na Tabela 6.

Tabela 6 – Resultado da avalição do QFD

Fonte: Elaboração própria

Analisando a tabela, nota-se que as 4 primeiras categorias representam 86% das propostas

mais relevantes, portanto os esforços desse trabalho serão voltados na análise das soluções

compreendidas nessas categorias.

Para analisar as propostas de soluções a serem implementadas no curso, será levado em conta

além dos pesos relativos identificados pelo QFD, o grau de facilidade de sua implementação.

Esse grau foi determinado junto com os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento do

site e varia em uma escala de 1 a 5, sendo que 1 representa o nível mais fácil de

implementação e 5, o mais difícil. Assim, a implementabilidade das soluções é uma função

dessas duas variáveis.

A análise feita levará em conta o peso relativo por categoria, que será uma função do peso

relativo definido pelo QFD e a facilidade de implementação da solução. Dessa maneira, foram

realizadas novas análises para as categorias determinadas acima, obtendo-se as propostas de

soluções a serem implementadas.

Categoria Peso RelativoConteúdo 35,1%Avaliação 26,9%Fórum 14,3%Redes Sociais 9,7%Chat 4,3%Plantões presenciais 4,3%Estrutura 3,1%Planejamento 2,0%Acesso 0,2%

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Conteúdo

Tabela 7 – Propostas conteúdo

Fonte: Elaboração própria

Avaliações

Tabela 8 – Propostas avaliações

Fonte: Elaboração própria

Propostas de aprimoramentoPeso

RelativoFacilidade de

implementaçãoPeso Relatico

Categoria

Provas antigas 4,1% 4 15,2%Simulados 4,0% 4 15,1%Indicação de bibliografia 3,0% 5 13,9%Gestão da Qualidade 4,5% 3 12,6%Links relacionados com o tema 3,3% 4 12,4%Maior número de exercícios 2,8% 3 8,0%Livros e apostilas digitalizados 3,9% 2 7,2%Dicas de estudo 1,2% 5 5,4%Simuladores 3,5% 1 3,3%Jogos virtuais 3,5% 1 3,3%Exercícios com casos reais 0,8% 3 2,2%Aulas de curta duração 0,5% 3 1,5%

Propostas de aprimoramentoPeso

RelativoFacilidade de

implementaçãoPeso Relatico

CategoriaLista por módulo 7,2% 3 31,5%Lista com muitas questões 3,9% 3 17,1%Provinha por módulo 3,7% 3 16,3%Projeto por assunto 4,9% 2 14,4%Correção não punitiva 1,1% 5 7,9%Desafios reais de aprendizagem 4,9% 1 7,2%Prova com maior número de questões 0,6% 3 2,8%Divisão equivalente do conteúdo 0,6% 3 2,8%

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Fórum

Tabela 9 – Propostas Fórum

Fonte: Elaboração própria

Redes Sociais

Tabela 10 – Propostas Rede Social

Fonte: Elaboração própria

5.1.5 Desenvolvimento das propostas de solução escolhidas

Essa seção tem como principal objetivo explicar e detalhar as propostas selecionadas para

implementação. De 37 possíveis soluções foram priorizadas 13, levando em consideração seu

grau de priorização e sua facilidade na implementação.

As propostas de solução serão explicadas por categoria definida, por se tratarem de temas

relacionados.

5.1.5.1 Conteúdo

Gestão da Qualidade

Essa solução visa eliminar os erros nos conteúdos disponibilizados para os alunos.

Atualmente, os próprios alunos são os maiores identificadores de erros no material, postando

dúvidas referentes a não compreensão de terminados assuntos e exercícios, que

Propostas de aprimoramentoPeso

RelativoFacilidade de

implementaçãoPeso Relatico

CategoriaFórum por módulo 4,1% 3 27,7%Fórum para questões administrativas 3,2% 3 21,8%Diferenciação de papéis 1,5% 5 17,0%FAQ 3,2% 2 14,3%Tempo de resposta definido 1,2% 4 10,7%Buscador 1,0% 4 8,6%

Propostas de aprimoramentoPeso

RelativoFacilidade de

implementaçãoPeso Relatico

CategoriaComunidade da disciplina 7,8% 3 70,7%Parcerias com comunidades de estatística 1,9% 5 29,3%

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posteriormente, são identificados como contendo erros pelos monitores e professores. Esses

erros são tratados e corrigidos pela equipe do GTE, para posterior validação dos professores.

O enfoque principal dessa solução é propor uma alternativa na identificação desses erros.

Uma proposta é acionar os monitores da disciplina após o término do curso para que revisem

todo o material disponibilizado durante as férias, com ênfase nos exercícios resolvidos, o qual

é o recurso pedagógico com maior índice de erros.

Provas Antigas

Essa solução consiste em disponibilizar aos alunos os enunciados de provas de anos

anteriores. Assim, eles se familiarizam com o nível de dificuldade da prova, se preparando

melhor para as avaliações.

A proposta é criar um banco de dados no site, que será atualizado a cada semestre ao final do

curso, com os enunciados das provas e provinhas realizadas no semestre. Essa iniciativa já

ocorre em outras matérias, como Cálculo e Física, na qual tanto os enunciados, quanto as

resoluções, foram compilados e disponibilizados para serem fotocopiadas.

Simulados

O principal objetivo dessa solução é preparar os alunos de forma adequada para as avalições

do curso. A proposta é disponibilizar online um simulado antes de cada prova aplicada.

O princípio é o mesmo dos simulados aplicados em cursinhos preparatórios para o vestibular.

É elaborado um material no mesmo formato da prova da disciplina, que precisa ser resolvido

no mesmo intervalo de tempo. Ao final, o aluno recebe sua avaliação e o gabarito das

questões, tudo através do site.

Links relacionados com o tema trabalhado

A proposta é disponibilizar aos alunos links de notícias e artigos que tratam do assunto

estudado. Assim, são criados recursos para que eles se aprofundem na matéria, através da

visualização da aplicação da teoria em casos reais.

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Indicação de Bibliografia

Proposta similar a disponibilização de links, a indicação de bibliografia busca ao final de cada

assunto trabalhado indicar livros onde os alunos possam encontrar com maior nível de detalhe

a teoria e exemplos de sua aplicação.

5.1.5.2 Avaliações

Lista por módulo composta por muitas questões

Nesse item estão sendo tratadas duas soluções que referem-se ao mesmo assunto. Essas

soluções propõem a elaboração de listas com diversos exercícios contemplando toda a matéria

estudada em cada módulo. Os principais objetivos dessas propostas são manter o aluno em

contato com a disciplina e cobrir todo o conteúdo trabalhado.

As listas ficaram disponibilizadas no site durante todo o curso e serão estipuladas datas de

entrega no cronograma da disciplina. Elas devem ser entregues pessoalmente.

Provinha por módulo

Essa proposta visa avaliar os alunos através de provas realizadas entre módulos. Atualmente,

são realizadas 5 provas no curso, contemplando os 10 módulos. Esse método de avaliação

agrada muito aos alunos, por forçar o estudo da matéria, portanto, pretende-se com essa

proposta mantê-los em constante contato com a matéria, preparando-os de forma adequada

para as provas.

5.1.5.3 Fórum

Fórum por módulo e para questões administrativas

Essas soluções buscam dividir o fórum por tema. No modelo atual, todas as dúvidas relativas

a todos os assuntos são abordadas sem nenhuma diferenciação. A proposta é ter um fórum que

trate apenas de questões referentes a estrutura do curso e outro, separado por módulo, para

tratar dúvidas de conteúdo.

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FAQ

A criação de um FAQ tem como objetivo esclarecer as principais dúvidas referentes ao curso

e a matéria de maneira imediata. Sua elaboração será feita a partir da identificação das

perguntas mais postadas no fórum, através de uma análise detalhada do mesmo.

Diferenciação de papéis

Essa proposta visa hierarquizar o fórum, identificando o perfil de cada usuário. Toda vez que

alguem postar uma mensagem, além de informações como nome, dia e hora da postagem,

aparecerá a função da pessoa na disciplina, variando entre aluno, monitor e professor.

5.1.5.4 Redes Sociais

Comunidade virtual da disciplina e parcerias

Essa proposta tem como objetivo criar uma comunidade virtual usando uma rede social.

Todos os alunos matriculados na disciplina de Estatística online serão adicionados a ela. Por

meio dessa comunidade, os alunos poderão postar dúvidas e conversar em tempo real pelo

chat disponibilizado pela rede social.

Será um ambiente de acesso exclusivo dos alunos, para que eles possam se senti confortáveis

em fazer qualquer tipo de pergunta, servindo de ferramenta de aproximação entre eles e, até

mesmo, de estudo em grupo a distância.

Outra proposta é o estabelecimento de parcerias com comunidades virtuais voltadas a

Estatística. Através dessas parceiras, os integrantes dessas comunidades também poderão

participar no esclarecimento de dúvidas postadas e interagir com os alunos através do chat.

Uma iniciativa de implementação dessa comunidade virtual já foi tomada, sendo criada no

Facebook a comunidade “Estatística online POLI-USP”. Ela é uma comunidade aberta, onde

as informações postadas nela estão acessíveis para todos, porém apenas os participantes

podem enviar mensagens.

Como nenhum aluno foi adicionado até o momento, a sua funcionalidade ainda não foi

medida. Os próximos passos serão o enviou de um convite de participação para todos os

alunos matriculados e a busca de parcerias.

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6 CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo levantar a voz do cliente e propor melhorias e

aprimoramentos a serem implementados no curso de Estatística à distância.

Desta maneira, pode-se afirmar que o objetivo deste trabalho foi atingido. Conseguiu-se

coletar as informações necessárias referentes as necessidades e desejos dos alunos em relação

ao curso e transformá-las em características da qualidade, para em seguida, serem

desdobradas em propostas de solução e avaliadas quanto a sua importância e facilidade de

implementação.

A partir das necessidades e desejos levantados, o trabalho identificou a qualidade exigida

pelos alunos do serviço oferecido. Essa qualidade exigida, também chamada de requisitos do

cliente, não se limita apenas ao projeto de estatística, podendo ser utilizada como direcionador

na elaboração de propostas de melhorias para outros cursos ministrados à distância, pois as

dificuldades encontradas pelos alunos são as mesmas. Além disso, as propostas de melhorias

sugeridas no trabalho também podem ser replicadas, caso seja verificada a utilidade.

Esse trabalho foi desenvolvido em um modelo de curso totalmente inovador na POLI, onde

todas as dinâmicas de estudo são transmitidas á distância. Esse modelo segue a tendência da

aplicação de tecnologias ao processo de educação, rompendo paradigmas de que o ensino

deve ser feito presencialmente.

No Brasil, a educacão à distância começou a ganhar força na década de 40, porém, a

descontinuidade de projetos desse tipo é uma constante em nosso país, principalmente os

governamentais. Atualmente, mais de 80 países adotam essa modalidade em todos os níveis

de ensino, sendo utilizada até para treinamentos. Essa é uma tendência que está ganhando

cada vez mais força e adeptos, por representar uma forma efetiva de atender a grandes

contingentes de alunos sem reduzir a qualidade dos serviços oferecidos.

O departamento do PRO está começando a se adequar a essa modalidade de ensino e vendo

nela, uma oportunidade de aprimoramento de seus processos de aprendizagem. Uma das

primeiras iniciativas foi a criação de um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) o qual

disponibilizava materiais de consulta para os alunos. A partir daí, foi elaborado o conceito do

curso de Estatística à distância.

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Durante a realização desse trabalho foi possível verificar a aceitação dos alunos à modalidade

a distância para o curso de Estatística e o desejo de que outras matérias fossem ministradas da

mesma maneira. Matérias com grande número de conteúdo, porém que não apresentam

elevada complexidade,são as mais requisitas pelos alunos para serem lecionadas nessa

modalidade, como Cálculo e Física.

Os alunos da POLI tem um perfil de estudo por conta própria muito acentuado, servindo de

mais um estímulo para a adoção constante do ensino à distância em suas práticas de

aprendizado. Através dela, eles podem ditar seu próprio ritmo de estudo e planejar suas

atividades com maior flexibilidade.

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REFERÊNCIAS

AMBIENTE DE APRENDIZAGEM VIRTUAL. Disponível em: <http://ava.producaopoliusp.net/>. Acesso em: 02 ago. 2011.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

CAMP, R. C. Benchmarking: o caminho da qualidade total. São Paulo: Pioneira, 1998.

CARVALHO, M. M. QFD – Uma Ferramenta de Tomada de Decisão em Projetos. Florianópolis, 1997.

CHENG, L. C.; MELO FILHO, L. R. QFD: Desdobramento da Função Qualidade na Gestão de Desenvolvimento de produtos. São Paulo: Editora Blücher, 2007.

LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural . Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1970.

MAP2121 CÁLCULO NUMÉRICO WEB. Disponível em: <map2121.ime.usp.br>. Acesso em: 25 ago. 2011.

NUNES, I. B. Noções de Educação a distância: definição, características e evolução histórica. Revista Educação a Distância, Brasília, Instituto Nacional de Educação a Distância, n. 4/5, p. 7-25, 2002.

RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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APÊNCICE 1 – QUESTIONÁRIO

PRO 2201 - Estatística

2011/1º Semestre

Prezado aluno (a), você está participando da primeira pesquisa sobre o contexto de ensino da disciplina ESTATÍSTICA, que foi ministrada neste semestre nas modalidades presencial e a distância. A sua contribuição é valiosa para que o curso possa ser aperfeiçoado.

Por favor, ajude-nos neste processo respondendo a este questionário.

1. Qual das engenharias você está cursando? ___________________________________

2. É a sua primeira matrícula em Estatística?

Sim ( ) Não ( )

3. Quanto tempo por semana, em média, você dedicou ao curso de Estatística? ( ) Até 2 hs ( ) entre 2 e 4 hs ( ) entre 4 e 6 hs ( ) mais de 6hs ( ) só estudei antes da prova Se você estudou apenas antes da prova, quantas horas você dedicou para cada uma das provas? ___________________________________________________________________

4. Qual a percentagem de web aulas que você assistiu?

( ) menos de 25% ( ) entre 25% e 50% ( ) entre 50% e 75% ( ) mais de 75%

5. Você assistiu à mesma web aula mais de uma vez? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, quantas aulas?________________________________________________

6. Em relação às web aulas,

( ) Assisti todas até o final ( ) Assisti a maioria até o final ( ) Assisti algumas até o final ( ) Não assisti nenhuma até o final

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7. Você compareceu aos plantões de dúvidas? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, quantas vezes? ______________________________________________________

8. Em quais horários você costuma acessar as aulas de ESTATÍSTICA? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Em que local você costuma acessar as aulas de ESTATÍSTICA? ( ) Na Poli ( ) Em casa ( ) Em outros locais. Especificar ________________________________

10. Você encontrou alguma dificuldade técnica para acessar as aulas de ESTATÍSTICA? ( ) Sim ( ) Não Em caso afirmativo, quais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Neste curso, você estudou para as provas: ( ) Sempre sozinho ( ) Em parte sozinho, em parte em grupo (presencial) ( ) Em parte sozinho, em parte em grupo (a distância) ( ) Sempre em grupo (presencial) ( ) Sempre em grupo (a distância)

12. Qual é o seu roteiro preferido para aprender Estatística? Numere de 1 a 4 em ordem crescente. ( ) Assistir à aula teórica ( ) Assistir à resolução comentada dos exercícios ( ) Resolver o(s) exercício(s) proposto(s) ( ) Acessar diretamente a resolução do(s) exercício(s) proposto(s)

13. Dentre os recursos disponíveis na disciplina ESTATÍSTICA, numere de 1 a 6, em ordem crescente, os que você mais importantes. ( ) aula teórica (presencial ou a distância) ( ) exercícios comentados (presencial ou a distância) ( ) exercícios resolvidos (presencial ou a distância) ( ) exercícios propostos ( ) fórum da disciplina (online) ( ) plantão presencial de dúvidas

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14. Você considera que o conteúdo das web aulas estão alinhados com os exercícios

comentados e propostos? Marque 5 para a melhor relação e 1 para pior relação. ( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1

15. Você considera que o conteúdo das web aulas é compatível com o que é solicitado nas provas? Marque 5 para a melhor relação e 1 para pior relação. ( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1

16. Você considera que o conteúdo dos exercícios comentados e propostos é compatível com o que é solicitado nas provas? Marque 5 para a melhor relação e 1 para pior relação. ( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1

17. As horas dedicadas ao estudo da disciplina refletem as suas notas nas provas? Marque 5 para a melhor relação e 1 para pior relação. ( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1

18. Você considera que o Fórum da disciplina é o espaço apropriado para colocar suas dúvidas em relação ao conteúdo da ESTATÍSTICA? ( ) Sim

( ) Não

19. Como você costuma usar o Fórum da disciplina? ( ) Periodicamente, entrando com uma pergunta ( ) Periodicamente, lendo as perguntas e respostas dos outros alunos ( ) Antes da prova, entrando com uma pergunta ( ) Antes da prova, lendo as perguntas e respostas dos outros alunos ( ) Nunca usei

20. Quais recursos adicionais de aprendizagem você utilizou neste curso? ( ) Assisti aulas presenciais (outros professores) ( ) Utilizei os livros propostos ( ) Utilizei outros materiais online (provas antigas, notas de aula, etc.) ( ) Nenhum deles

21. Qual formato de curso você considera mais apropriado? ( ) Inteiramente presencial, sem tecnologias de suporte ( ) Inteiramente presencial, com o AVA (Moodle) servindo como ferramenta de suporte ( ) Semi-presencial, com as aulas presenciais apresentando palestras e estudos de caso ( ) Semi-presencial, com as aulas presenciais apresentando detalhes dos conceitos ( ) Inteiramente a distância ( ) Outros – Especifique: _______________________________________

22. Você conhece, entre seus colegas, alguém que achou “chato” estudar em frente ao computador?

( ) Sim ( ) Não

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23. Você concorda com a afirmação “Devemos ter na Poli outras disciplinas a distância”?

Marque 5 se você concorda totalmente e 1 se você discorda totalmente. ( ) 5 ( ) 4 ( ) 3 ( ) 2 ( ) 1

24. Quais aprimoramentos você considera relevante para o curso a distância? ( ) Maior número de plantões presenciais com os professores ( ) Novas formas de dinâmica presenciais entre os alunos ( ) Maior número de web aulas ( ) Maior número de exercícios comentados ( ) Maior número de exercícios resolvidos ( ) Maior número de exercícios propostos ( ) Material complementar resumido em formato pdf ( ) Livros em formato pdf ( ) Links para outros ambientes relacionados ( ) Blog para comunicação aluno - professor ( ) Chat para comunicação aluno – professor ( ) Chat para comunicação entre alunos ( ) Explorar mais os casos reais ( ) Vincular com comunidades virtuais (twitter, facebook, Orkut) ( ) Se você tem outras sugestões, especifique: ________________________________________________________________________

25. Em sua opinião, quais são os pontos fortes do curso? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

26. Em sua opinião, quais são os pontos fracos do curso? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

27. Quais as suas sugestões para aprimorar a próxima oferta da ESTATÍSTICA?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNCICE 2 – ROTEIRO DE ENTREVISTA

1) Que tipo de aluno você se considera (Marcar as duas colunas):

( ) Planeja o estudo ( ) Estuda para aprender

( ) Estuda de véspera ( ) Estuda para passar

2) Você acha que o fórum, o chat e os plantões presenciais são suficientes para o

esclarecimento de dúvidas?

( ) Sim

( ) Não

3) Como você avalia cada uma dessas ferramentas para o esclarecimento de dúvidas

(de 0 à 10)?

Fórum de dúvidas ( )

Chat ( )

Plantões Presencias ( )

4) Na sua opinião, qual é a melhor maneira de estudar (Marque um X nas alternativas

que você julgue adequadas)?

( ) Assistindo as aulas

( ) Fazendo os exercícios

( ) Estudando sozinho

( ) Estudando com os amigos

( ) Tirando dúvidas com o professor

( ) Fazendo provas de anos anteriores

5) Como você estuda essa disciplina?

( ) Sozinho

( ) Amigos

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6) De uma maneira geral, como você avaliaria seu aprendizado em estatística na

turma web?

R:___________________________________________________________________

_________________________________________________________________

7) O curso online possibilitou uma maior dedicação ao estudo ou representou um

certo comodismo devido ao fato de não haver a cobraça semanal?

R:_________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8) Como voce avalia o sistema de avaliação do curso (2 provas + 5 provinhas)?

( ) Muito bom ( ) Ruim

( ) Bom ( ) Muito ruim

( ) Regular

9) Na sua opinião, qual seria o melhor método de avaliação?

R:___________________________________________________________________

_________________________________________________________________

10) Levando em consideração sua experiência com o curso online de Estatística, voce

gostaria de ter outras matérias no formato online?

( ) Sim ( ) Não

11) Na sua opinião, os integrantes do curso online deveriam ter acesso aos demais

participantes para auxiliar no esclarecimento de dúvidas?

R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

12) Quais são suas maiores dificuldades no estudo online?

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R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

13) O curso online te estimula a se aprofundar na matéria tanto quanto um curso

presencial?

( ) Sim ( ) Não

14) Entre curso presencial e curso online, qual é a sua preferência? Justifique sua

resposta.

R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

15) Você consegue apontar duas vantagens no estudo a distância? Se sim, quais?

R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

16) Você consegue apontar duas desvantagens no estudo a distância? Se sim, quais?

R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

17) Você tem alguma sugestão de melhoria para o site? Se sim, qual?

R:___________________________________________________________________

_____________________________________________________________________