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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA ANA CAROLINE PESSOA MORAES THAÍS DE SOUZA LIMA Levantamento de ocorrências de animais selvagens no Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) da Polícia Militar do Pará BELÉM 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

ANA CAROLINE PESSOA MORAES

THAÍS DE SOUZA LIMA

Levantamento de ocorrências de animais selvagens no Batalhão

de Polícia Ambiental (BPA) da Polícia Militar do Pará

BELÉM

2019

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ANA CAROLINE PESSOA MORAES

THAÍS DE SOUZA LIMA

Levantamento de ocorrências de animais selvagens no Batalhão

de Polícia Ambiental (BPA) da Polícia Militar do Pará

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso

de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural

da Amazônia como requisito para obtenção do grau de

Bacharel em Medicina Veterinária.

Orientadora: Prof.ª Dra. Ana Sílvia Sardinha Ribeiro

BELÉM

2019

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Moraes, Ana Caroline Pessoa

Levantamento de ocorrências de animais selvagens no Batalhão de

Polícia Ambiental (BPA) da Polícia Militar do Pará. / Ana Caroline

Pessoa Moraes; Thaís de Souza Lima. – Belém, 2019. 39 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina

Veterinária) – Universidade Federal Rural da Amazônia, 2018.

Orientador: Prof. Dra. Ana Sílvia Sardinha Ribeiro.

1. Animais Selvagens – Belém-PA. 2. Batalhão de Polícia

Militar Ambiental (BAPM)- Pará. 3. Animais Selvagens – Atendimento

Médico Veterinário. 4. Animais Selvagens – Levantamento de

Ocorrências. 5. Ambulatório de Animais Selvagens (AAS) - UFRA I.

Lima, Thaís de Souza. II. Ribeiro, Ana Sílvia Sardinha (orient.). III.

Título.

CDD – 639.098115

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RESUMO

O estudo teve como objetivo realizar um levantamento das classes de animais selvagens

oriundos do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Estado do Pará e as espécies que mais

receberam atendimento médico veterinário através do Ambulatório de Animais Selvagens –

AAS da Universidade Federal Rural da Amazônia, no período de 2016, 2017 e 2018. Foram

analisados boletins de atendimento policial militar – BAPM, estatísticas anuais da unidade e

fichas de controle interno, e foi possível constatar que dos 4.213 espécimes, os répteis foram a

classe mais predominante, já que apresentaram aproximadamente 40,44% do número total,

seguido das aves com aproximadamente 34,58%, e por fim, os mamíferos com 24,44%, os

aracnídeos com 0,45% e os peixes com 0,07%. Por outro lado, dos 156 animais que

necessitaram de atendimento pelo AAS, a classe predominante foi das aves com

aproximadamente 78,20%, seguido dos mamíferos com 16,66% e os répteis com 5,12%. Com

base nos resultados da análise qualitativa e quantitativa conclui-se que 63,04% dos animais

atendidos pelo BPA tem Belém como município de origem, sendo 32,04% correspondente aos

municípios de Ananindeua, Marituba e Benevides. Ainda inferiu-se dos dados que as

solicitações de resgate tiveram maior incidência com 79,61%, seguido pela entrega voluntária

com 12,55% e a apreensão com 7,83%. Tendo em vista as perdas da fauna silvestre, o

trabalho desenvolvido e efetuado pelo Batalhão de Polícia Ambiental é essencial na

preservação e manutenção dessa biodiversidade.

Palavras-chave: Levantamento; Animais Selvagens; Batalhão da Polícia Ambiental;

Ambulatório

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ABSTRACT

The objective of this study was to survey the classes of wild animals from the

Environmental Military Police Battalion of the State of Pará and the species that received the

most veterinary medical attention through the Wild Animals Ambulatory - AAS of the

Federal Rural University of Amazonia, during the period 2016, 2017 and 2018. Military

police service bulletins (BAPM), annual unit statistics and internal control cards were

analyzed and it was possible to verify that of the 4,213 specimens, reptiles were the most

predominant class, since they presented approximately 40, 44% of the total, followed by birds

with approximately 34.58%, and finally mammals with 24.44%, arachnids with 0.45% and

fish with 0.07%. On the other hand, of the 156 animals that needed care by AAS, the

predominant class was birds with approximately 78.20%, followed by mammals with 16.66%

and reptiles with 5.12%. Based on the results of the qualitative and quantitative analysis, it

can be concluded that 63.04% of the animals served by BPA have Belém as the municipality

of origin, 32.04% of which correspond to the municipalities of Ananindeua, Marituba and

Benevides. It was still inferred from the data that the requests for rescue had a higher

incidence with 79.61%, followed by voluntary delivery with 12.55% and seizure with 7.83%.

Considering the losses of wildlife, the work developed and carried out by the Environmental

Police Battalion is essential in the preservation and maintenance of this biodiversity.

Keywords: Survey; Wild animals; Battalion of the Environmental Police; Ambulatory

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sede da 2ª CIPOMA…………………………………………………...13

Figura 2: Sede da 2ª CIPOMA…………………………………………………...13

Figura 3: Resgate de um exemplar de Eunectes murinus (Sucuri)

realizado pelo BPA……………………………………………………………....14

Figura 4: Exposição de animais taxidermizados durante evento de

educação ambiental realizado pelo BPA…………………………………………15

Figura 5: imagem de satélite da Região Metropolitana de Belém……………….24

Figura 6: Distância em quilômetros da sede do BPA para o

bairro do Curió Utinga…………………………………………………………...28

Figura 7: Distância em quilômetros da sede do BPA para o

bairro de Murinim………………………………………………………………..28

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Quantitativo de animais por classe de animais atendidos

pelo BPA nos anos de 2016, 2017 e 2018………………………….…………….19

Gráfico 2: espécies de maior ocorrência entre os répteis

nos de 206, 2017 e 2018………………………………………………………….20

Gráfico 3: espécies de maior ocorrência entre as aves

nos de 2016, 2017 e 2018………………………………………………………...21

Gráfico 4: espécies de maior ocorrência entre os mamíferos

nos de 2016, 2017 e 2018………………………………………………………...22

Gráfico 5: Quantitativo de animais atendidos pelo BPA nos

principais municípios nos anos de 2016, 2017 e 2018…………………………...23

Gráfico 6: Quantitativo de animais nos principais bairros de

origem dos animais atendidos pelo BPA no município de Belém……………….25

Gráfico 7: Quantitativo de animais nos principais bairros de

origem dos animais atendidos pelo BPA no município de Ananindeua…………26

Gráfico 8: Quantitativo de animais nos principais bairros de

origem dos animais atendidos pelo BPA no município de Marituba…………….26

Gráfico 9: Quantitativo de animais nos principais bairros de

origem dos animais atendidos pelo BPA no município de Benevides…………...27

Gráfico 10: Quantitativo das formas pelas quais os animais

chegam ao BPA nos anos de 2016, 2017 e 2018………………………………...29

Gráfico 11: Quantitativo de animais recebidos pelo AAS

oriundos do BPA nos anos de 2016, 2017 e 2018………………………………..30

Gráfico 12: Quantitativo por classe de animais do BPA

atendidos no AAS nos anos analisados…………………………………………..31

Gráfico 13: Espécies de aves de maior incidência no ano de 2016……………...31

Gráfico 14: Espécies de aves de maior incidência no ano de 2017……………...32

Gráfico 15: Espécies de aves de maior incidência no ano de 2018……………...32

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAS: Ambulatório de Animais Selvagens

BAPM: Boletim de Atendimento Policial Militar

BPA: Batalhão de Polícia Ambiental

CB: Cabo

CEMPAS: Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Selvagens

CENP: Centro Nacional de Primatas

CERVAS: Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens

CIPAMB: Companhia Independente de Policiamento Ambiental

CIPOMA: Companhia de Polícia do Meio Ambiente

CPA: Comando de Policiamento Ambiental

CRAS: Centro de Reabilitação de Animais Silvestres

IAP: Instituto Ambiental do Paraná

ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

MPEG: Museu Paraense Emílio Goeldi

PEUT: Parque Estadual do Utinga

PM: Polícia Militar

PMPA: Polícia Militar do Pará

RENCTAS: Rede Nacional de Combate com Tráfico de Animais Silvestres

RMB: Região Metropolitana de Belém

SAAS: Serviço de Atendimento a Animais Selvagens

SEMAS: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade

SISNAMA: Sistema Nacional de Meio Ambiente

UFRA: Universidade Federal Rural da Amazônia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………...10

2 OBJETIVOS………………………………………………………………………………12

2.1 Objetivos Gerais………………………………………………………………………….12

2.2 Objetivos Específicos…………………………………………………………………….12

3 REVISÃO DE LITERATURA…………………………………………………………..13

4 MATERIAL E MÉTODOS………………………………………………………………18

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES………………………………………………………...19

6 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………..35

7 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………….…..36

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil é responsável pela gestão do maior patrimônio de biodiversidade do mundo:

são mais de 120 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 8.930 espécies vertebrados

(734 mamíferos, 1.982 aves, 732 répteis, 973 anfíbios, 3.150 peixes continentais e 1.358

peixes marinhos), das quais 1.173 estão listadas como ameaçadas de extinção, sendo uma

obrigação do poder público e da sociedade protegê-las (ICMBIO, 2018). Além de abrigar dois

dos dezenove biomas mais ameaçados pela atividade humana, a Mata Atlântica e o Cerrado.

(GANEN, 2011)

A Amazônia é a floresta mais extensa do planeta, distribuída através de uma área de

aproximadamente 6,3 milhões de Km² que abrange países como Brasil, Peru, Colômbia,

Equador, Venezuela, Bolívia e Guianas. A parte que abrange o território brasileiro é de cerca

de 5,5 milhões de Km², sendo conhecida como Amazônia legal ou Amazônia brasileira, os

estados que compõem a Amazônia legal são: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,

Roraima e Tocantins além de partes dos estados do Mato Grosso e Maranhão (ARANA,

2009).

Entretanto, vem sendo observado um declínio das populações animais em decorrência

da destruição de seus habitats, bem como pelo tráfico, que representa a terceira maior

atividade ilícita no mundo e a segunda maior no Brasil (SANTOS & CÂMARA, 2002).

Devido ao intenso deslocamento e à ocupação humana, extensas áreas periurbanas

foram rapidamente incorporadas às cidades, provocando um desequilíbrio ambiental com total

destruição de habitats naturais, levando muitos animais a viverem e se adaptarem às

condições urbanas. (NUNES, 2011)

As constantes mudanças, ficam mais evidentes no cenário urbano. Na concepção

humana, o espaço deve ser alterado de acordo com a demanda da sociedade visando

modernidade, para se tornar um espaço agradável a vivência. O problema está na forma como

os processos de transformação espacial ocorrem, pois nem sempre acontecem de maneira

planejada e ordenada, Belém é um exemplo. Uma metrópole com uma população crescente,

em busca de moradia e local para desenvolver as atividades econômicas, e um Estado ainda

necessitado de estratégias de desenvolvimento territorial abre espaço sem levar em

consideração o ambiente, o todo (DA COSTA, 2016).

Assim como as demais metrópoles do país, o crescimento da Região Metropolitana de

Belém - RMB é considerado recente e se deu de forma acelerada e desordenada. Vindo a

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enfrentar inúmeros problemas de cunho ambiental, socioeconômico e político (PEREIRA;

VIEIRA, 2016). O crescimento das cidades em direção as áreas verdes remanescentes,

transformando-as em “quintais” de residências, é outro fator que faz com que ocorra um

aumento na probabilidade de um contato entre um espécime selvagem e o ser humano. Diante

a esse cenário, o governo do estado, viu-se obrigado a criar uma unidade de policiamento

especializado para garantir a proteção do meio ambiente no Pará.

O Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPA) é uma unidade especializada da

Polícia Militar do Pará. Fundado em 1994 ainda como 2° Companhia Independente de Polícia

do Meio Ambiente – 2° CIPOMA, tornando-se Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Pará

em 2001. É um órgão de atuação a nível estadual que compõe o Sistema Nacional de Meio

Ambiente – SISNAMA, segundo a Lei 9649 de 31 de agosto 98 (Lei da Política Nacional de

Meio Ambiente). Com sede no município de Belém – Pará, a 24 anos tem a missão de

planejar, coordenar e executar o policiamento ostensivo ambiental, agindo preventivamente e

repressivamente, integrado aos demais órgãos ambientais, objetivando à proteção do meio

ambiente.

Dentre as atuações do BPA destacam-se as ocorrências envolvendo animais selvagens.

Com a observação do histórico de atendimento constatou-se um número exacerbante de

animais que necessitam de atendimento médico veterinário assim como a realização de

exames diagnósticos. Nesse contesto, o Batalhão da Polícia Ambiental passou a firmar

parcerias com instituições que apresentam o suporte necessário para tal procedimento, dentre

as quais se sobressai a Universidade Federal Rural da Amazônia através do Ambulatório de

Animais Selvagens, que recebe e reabilita clinicamente os animais encaminhados.

O Ambulatório de Animais Selvagens (AAS), localizado em anexo ao Hospital

Veterinário da Universidade Federal Rural da Amazônia, foi criado no ano de 2014, sob

supervisão da Professora Doutora Ana Sílvia Sardinha Ribeiro com o objetivo de suprir uma

demanda muito grande de animais silvestres/exóticos de origem da comunidade ou de órgãos

ambientais que necessitavam de atendimento médico veterinário e não possuíam esse suporte.

Desta forma buscaremos verificar qual o grupo animal que mais demanda trabalho ao

Batalhão da Polícia Ambiental e o grupo que mais necessita de atendimento médico

veterinário, além das causas que fazem com que esses animais cheguem ao BPA e as

principais afecções desses animais durante os anos de 2016 a 2018.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Realizar um levantamento dos animais resgatados, apreendidos e entregues

voluntariamente no Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do Pará nos anos de

2016, 2017 e 2018, afim de caracterizar as ocorrências.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar a classe e as espécies de maior incidência entre as ocorrências do BPA.

Os principais municípios e bairros que se concentram as ocorrências do BPA.

Qual o tipo de ocorrência (resgate, apreensão, entrega voluntária) tem maior

frequência.

Qual a classe e as espécies oriundos do BPA mais precisaram de atendimento médico

veterinário no AAS.

Quais as principais afecções levam esses animais a necessitar de atendimento médico

veterinário.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

No estado do Pará, observou-se a necessidade de um policiamento especializado na

área ambiental devido ao elevado número de ilícitos ambientais, previstos na Lei 9.605 de 12

de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). No ano de 1993 houve a criação da 1º

Companhia Independente de Polícia do Meio Ambiente – 1°CIPOMA no município de

Parauapebas - Pará, sendo mais tarde denominado 23° Batalhão de Polícia Militar. No ano de

1994, através da Portaria nº 023 – Gab, foi instituída a 2° CIPOMA (figuras 1 e 2), dentro dos

limites do Parque Estadual do Utinga – PEUT, devido a necessidade de policiamento

ostensivo ambiental com intuito de preservar o Parque Ambiental de Belém. Em 02 de agosto

de 2001, o Governo do Estado consolida a atuação da Polícia Militar na proteção do meio

ambiente, transformando a 2ª CIPOMA em Batalhão de Polícia Ambiental - BPA, por força

do Decreto nº 4.749/2001. Atualmente comandado pelo Sr. Ten Cel Antônio Rodrigues

Cavalcante, sendo subordinado ao Comando de Policiamento Ambiental (CPA), criado em

2014, consolidando assim a doutrina de policiamento ambiental e sua atuação em todo estado

do Pará. Recentemente, em 30 de agosto 2018, por ordem do senhor governador do estado do

Pará, com base no Decreto n° 1.017, de 4 de abril de 2014, foi instituída em Santarém a 1ª

Companhia Independente de Policiamento Ambiental (1ª CIPAMB).

Figura 1: Sede da 2ª CIPOMA. Figura 2: Sede da 2ª CIPOMA.

Fonte: BPA/PMPA Fonte: BPA/PMPA

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14

Segundo o art. 4°, alínea VII (Lei Complementar n° 53, de 07 de fevereiro de 2006),

compete a polícia Militar do Pará através do Batalhão de Polícia Ambiental.

Art. 4°, alínea VII: Exercer a polícia administrativa do meio ambiente, nos

termos de sua competência, na constatação de infrações ambientais, na apuração,

autuação, perícia, e outras ações legais pertinentes, quando assim se dispuser,

conjuntamente com os demais órgãos ambientais, colaborando na fiscalização das

florestas, rios, estuários e em tudo que for relacionado com a fiscalização do meio

ambiente (PARÁ, 2006, pág. 2).

Entre as competências do BPA destaca-se o atendimento de ocorrências envolvendo

animais, onde o acionamento pode ser realizado através do disque denúncia (190), por

cidadãos, por instituições públicas e privadas, pela própria polícia militar e através de ato

preventivo do policial ambiental. Os animais chegam ao BPA através da entrega voluntária,

apreensão ou de resgate (figura 3), sendo os mesmos avaliados pela médica veterinária do

batalhão e encaminhados de acordo com seu estado clínico e com o tipo de ocorrência para

soltura, instituições parceiras, Delegacia do Meio Ambiente, Secretaria Estadual de Meio

Ambiente ou permanecem no batalhão para sua reabilitação e posterior soltura. Atualmente o

BPA tem um efetivo 180 de policiais militares distribuídos no serviço em viaturas, motos e

lanchas, em seções administrativas, operações em diversos municípios do Pará e dentro do

Parque Estadual do Utinga.

Figura 3: Resgate de um exemplar de Eunectes murinus (Sucuri) realizado pelo BPA.

Fonte: CB PM Givanildo, 2019.

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15

O Batalhão de Polícia Ambiental também executa atividades de educação ambiental

como exposições, palestras, trilhas e caminhadas ecológicas e sempre que convidado participa

de eventos voltados para as vertentes do meio ambiente (figura 4). Tal trabalho é

especialmente direcionado ao público infantil como forma de no futuro disseminar a

consciência ambiental.

Figura 4: Exposição de animais taxidermizados durante evento de educação ambiental realizado pelo BPA.

Fonte: Ana Caroline,2018.

De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres

(RENCTAS, 2001), no período correspondente os anos 1992 a 2000, 263.972 animais

selvagens foram apreendidos no território brasileiro, sendo que 31,02% (81.901) foram na

Região Norte do país. De acordo com ELABRAS (2003), Belém destaca-se entre as cidades

da região norte que contribui para o comercio ilegal de animais selvagens.

Segundo o art. 2°, alínea II (Instrução Normativa ICMBIO nº 23, de 31 de dezembro

de 2014), entende-se por fauna silvestre.

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Art. 2°, alínea II - animal silvestre: espécime da fauna nativa ou exótica cujas

características genotípicas e fenotípicas não foram alteradas pelo manejo humano,

mantendo correlação com os indivíduos atual ou historicamente presentes em

ambiente natural, independentemente da ocorrência e fixação de eventual mutação

ou características fenotípicas artificialmente selecionadas, mas que não se fixe por

gerações de forma a incorrer em isolamento reprodutivo com a espécie original

(BRASIL, 2014, pág. 1)

Segundo os resultados obtidos em estudo sobre as ocorrências do batalhão ambiental de

Goiás, entre 1997 e 2005, dos 13.691 animais apreendidos pelo batalhão ambiental de Goiás,

aproximadamente 94% eram aves (principalmente, passeriformes e psitaciformes), 4%

mamíferos (artiodátilos, edentados, primatas, ungulados e xenartros) e 2% répteis

(crocodilianos, quelônios e serpentes) (BASTOS et al., 2008).

O mesmo resultado foi encontrado em estudo realizado no Comando de Policiamento

Ambiental, no estado de São Paulo no período de 2012 a 2015, onde nos táxons de animais

apreendidos, podemos observar que as aves são os principais alvos de interesse das atividades

ilícitas, correspondendo a um total de 90% das apreensões realizadas nos quatro anos

estudados, enquanto mamíferos correspondem a 7% e anfíbios e répteis 3%. (BECK et al.,

2017).

Em contra partida, no levantamento das capturas e resgates de fauna realizado no Corpo

de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba durante quase seis anos (2006-2011), foi possível

detectar uma predominância no resgate ou captura dos representantes da classe dos répteis,

com 80,4%, a classe dos mamíferos e das aves com porcentagens de 10,3% cada. (ALVES,

2011)

Do mesmo modo, a análise dos registros documentais do Parque Zoobotânico do

município de Tabatinga-Amazonas mostrou que no período de 2012 a 2016 o grupo dos

Répteis predominou sobre os demais apresentando um total de 134 indivíduos,

correspondendo a aproximadamente 56% do número total desses indivíduos. Seguido dos

Mamíferos com 81 indivíduos, que equivale a aproximadamente 34%. E, por último, as aves

com 26 indivíduos, o que equivale a aproximadamente 11% do número total desses

indivíduos. (ASSIS, 2018)

No Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) do Batalhão de Polícia

Ambiental do Estado de Rondônia dentre as espécies que mais deram entrada em 2010 estão:

o Jabuti (Chelonoidis sp.), o Macaco Prego (Sapajus apella) e o Papagaio (Amazona sp.). Em

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2011 as espécies que mais deram entrada foram: Cobra Jiboia (Boa constrictor), Pássaro

Curió (Sporophila angolensis) e Tracajá (Podocnemis unifilis). Enquanto que em 2013 entre

os animais que mais deram entrada estão: o Pássaro Curió (Sporophila angolensis), o

Papagaio Verdadeiro (Amazona aestiva) e a Cobra Jiboia (Boa constrictor). (SILVA, 2014)

Segundo o Serviço de Atendimento a Animais Selvagens (SAAS) que presta

atendimento médico-veterinário aos animais selvagens encaminhados pelo Instituto

Ambiental do Paraná-IAP e pelo Batalhão da Polícia Ambiental do Paraná – Força Verde, a

maioria dos animais provém de apreensão 48%, os demais têm origem de encontro ocasional

30% e 22% por entrega voluntária. (CARRASCO et al., 2014)

No Ambulatório de Animais Selvagens do Hospital Veterinário do Setor de Ciências

Agrárias da Universidade Federal do Paraná, entre o período de 2003 a 2006, obtiveram com

relação às enfermidades uma maior ocorrência de afecções traumáticas com 14,32% (55/384)

do total das enfermidades diagnosticadas, sendo que houve um acentuado índice de fraturas

30,91% seguido pelos traumatismos (20%). (SANTOS et al., 2008)

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4 MATERIAL E MÉTODOS

Foram contabilizados os números relativos aos atendimentos de animais selvagens e

exóticos dos anos de 2016, 2017 e 2018, realizados pelo Batalhão de Polícia Ambiental do

Pará, utilizando como fonte de dados as estatísticas anuais de produtividade e boletins de

ocorrência dos respectivos anos feitas pelo batalhão anteriormente citado, com intuito de

realizar o levantamento das classes e espécies mais atendidas pelo BPA, assim como a origem

desses animais a nível municipal e por bairros.

Também foi realizado o levantamento dos atendimentos a animais oriundos do BPA que

chegaram ao Ambulatório de Animais Selvagens localizado no Hospital Veterinário na

Universidade Federal Rural da Amazônia durante o período de 2016, 2017 e 2018, através da

análise de 156 fichas de controle interno no qual obtiveram as seguintes informações: nome

científico e nome comum do animal, suspeita clínica, diagnóstico e procedência.

Os dados foram organizados em Planilhas no software Microsoft® Office Excel 2013®,

a partir delas foram confeccionados gráficos e posteriormente analisados por meio de

estatística descritiva simples.

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19

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante o período avaliado, o Batalhão da Polícia Ambiental obteve um total de 4.213

ocorrências envolvendo animais selvagens, sendo os répteis a classe de maior incidência

representando 40,44% do total, seguido das aves com 34,58%, os mamíferos com 24,44%, os

aracnídeos com 0,45% e os peixes com 0,07%, como podemos observar no gráfico 1.

Gráfico 1: Quantitativo de animais por classe de animais atendidos pelo BPA nos anos de 2016, 2017 e 2018.

Com relação as espécies de animais mais atendidas pelo BPA foram observadas, maior

ocorrência entre os répteis a espécie Eunectes murinus (Sucuri), Boa Constrictor (Jiboia),

Chelonoidis carbonaria (Jabuti-piranga), Chelonoidis denticulata (Jabuti-tinga), Iguana

iguana (Iguana), Caiman crocodilos (Jacaré tinga), Paleosuchus trigonatos (Jacaré coroa) e

Rhinoclemmys punctularia (Perema), como mostra o gráfico 2.

543

406

361

13

595

532

345

566

519

324

6 30

100

200

300

400

500

600

700

Répteis Aves Mamíferos Aracnídeos Peixes

2016 2017 2018

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20

Gráfico 2: espécies de maior ocorrência entre os répteis nos de 206, 2017 e 2018.

A análise dos dados avaliados mostrou que o grupo dos répteis predominou sobre os

demais nas ocorrências atendidas pelo Batalhão de Polícia Ambiental do Pará, em suma

representada por sucuris (Eunectes murinus) e jiboias (Boa constrictor). Levando em

consideração que o relevo da cidade de Belém, principal município de origem dos animais

atendidos pelo BPA, é composto por inúmeros rios, áreas de várzea e igapós que foram

ocupados indiscriminadamente pelo homem, muitos transformaram-se em canais que

entrecortam o meio urbano, originados da degradação e das precárias condições de

saneamento básico, servem como fonte de abrigo e de alimentação desses animais, devidos a

esses fatores tornou-se comum a ocorrência com cobras em bairros próximos a essas áreas.

Posicionamento corroborado pela análise de COSTA (2010).

“Belém é uma cidade rodeada por água por quase todos os lados e tem canais que a

cortam. Não é incomum sucuris terem acesso às áreas urbanas ou aves da floresta

em volta visitarem a cidade.” (Transcrição de entrevista realizada com o médico

veterinário Messias Costa, 2010)

118

95

113

61

43

15

145

166

50

82

2132

145

166

3852

4536

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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Dentro da classe das aves, as espécies de maior ocorrência foram Ardea alba (Garça-

branca-grande), Oryzoborus angolenis (Curió), Tyto furcata (Coruja Suindara), Rupornis

magnirostris (Gavião Carijó), Amazona amazonica (Papagaio-do-mangue), Pteroglossus

araçari (Araçari-do-bico-branco), representado pelo gráfico 3. No ano de 2018 devido a

forma que os dados foram planilhados não houve como precisar o quantitativo exato de Tyto

furcata e Rupornis magnirostris.

Gráfico 3: espécies de maior ocorrência entre as aves nos de 2016, 2017 e 2018.

Do total de ocorrências de apreensões envolvendo aves atendidas pelo BPA

durante os três anos analisados, 12,62% (184) correspondem ao Oryzoborus angolenis (Curió)

ave canora da ordem passeriforme, que é comumente procurada por pessoas para criação

ilegal em gaiolas devido ao seu canto único. O mesmo resultado é encontrado em trabalhos

elaborados em contexto nacional onde aproximadamente 82% do total de apreensões são de

aves, sendo as aves da ordem passeriforme as mais apreendidas (RENCTAS, 2001; IBAMA,

2002). Demonstrando assim uma predileção por esse grupo de aves.

69

58

41

17

10

24

58

19 1916 15

5257

106

11 13

0

20

40

60

80

100

120

Ardea alba tyto furcata Rupornismagnirostris

Oryzoborusangolenis

Amazonaamazonica

Pteroglossusaraçari

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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Entre os mamíferos as espécies de maior ocorrência foram Bradypus variegatus

(Preguiça Comum), Nasua nasua (Quati), Didelphis marsupialis (Mucura), Tamandua

tetradactyla (Tamanduá Mirim), Saimiri sciureus (Macaco-de-cheiro), como podemos

observar no gráfico 4.

Gráfico 4: espécies de maior ocorrência entre os mamíferos nos de 2016, 2017 e 2018.

Fonte: As autoras (2019)

A Bradypus variegatus (preguiça-comum) representou 8,11% (342) do total trienal de

animais. Isto fundamenta-se já que a espécie Bradypus variegatus cai comumente do alto das

árvores e com as quedas pode sofrer ferimentos com consequências graves e em alguns casos

são letais (LUEDERWALDT,1918; COSTA,2001; CONSENTINO,2004).

Uma das principais causas de acidentes para Bradypus variegatus são os fios de alta

tensão, que podem ser utilizadas pelos animais como apoio para se deslocarem, levando

violentos choques que causam queimaduras, amputações e mortes (XAVIER et at.

2010a). Esses animais são caçados em eventos aleatórios, principalmente quando encontrados

no chão atravessando áreas abertas. Além do consumo de carne, alguns autores registram a

captura de preguiças para serem mantidas como animais de estimação (OLIVER &

SANTOS,1991; ROBINSON & REDFORD,1991).

183

59

33

18 17

156

54

16

3022

93

35 35

179

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

Bradypus variegatus Nasua nasua Didelphis marsupialis Tamanduatetradactyla

Saimiri sciureus

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23

Os animais atendidos pelo Batalhão de Polícia Ambiental do Pará são oriundos dos mais

diversos municípios do estado, sendo nítida a concentração de ocorrência durantes os três

anos correspondente aos dados dessa análise quantitativa, nos municípios de Belém,

Ananindeua, Marituba e Benevides como podemos observar no gráfico 5.

Gráfico 5: Quantitativo de animais atendidos pelo BPA nos principais municípios nos anos de 2016, 2017 e

2018.

Os resultados dessa análise qualitativa e quantitativa mostrou que 63,04% (2.656) dos

animais atendidos pelo BPA tem Belém como município de origem, sendo 32,04% (1.350)

correspondente aos municípios de Ananindeua, Marituba e Benevides, sendo estes municípios

integrantes da região metropolitana de Belém (RMB) e 4,92% (207) representados por

municípios do interior paraense. Tais números são resultados de um crescimento demográfico

acelerado e indiscriminado, ao concentrar aproximadamente um terço da população do estado

do Pará, a RMB é considerada a segunda maior região metropolitana do norte do país,

apresentando um grau de urbanização de 96,1% (IPEA, 2014). É importante salientar que a

sede do Batalhão de Polícia Militar Ambiental localiza-se no município de Belém – Pará, o

que possibilita também um maior número de atendimentos de ocorrências na capital paraense,

assim como em municípios mais próximos a metrópole.

820

288

15145

981

303

12050

855

267

8640

0

200

400

600

800

1000

1200

Belém Ananindeua Marituba Benevides

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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24

Figura 5: imagem de satélite da Região Metropolitana de Belém.

Fonte: Google Earth

Conforme a análise referente a figura 5 é necessário destacar que a formação

geográfica da região metropolitana de Belém também é um fator que possivelmente faça com

que haja um elevado número de animais, uma vez que a RMB é rodeada por rios e áreas

verdes remanescentes. Destacando-se os rios Guamá e Maguari que percorrem os municípios

que compõe a RMB, além da presença do Parque Estadual do Utinga, que abrange o território

dos municípios de Ananindeua e Belém, e do Refúgio da Vida Selvagem da Pirelli, que

abrange o território dos municípios de Ananindeua, Marituba e Benevides, sendo áreas

protegidas pelo estado que abrigam uma grande biodiversidade e que estão sofrendo com a

pressão gerada pelo avanço dos centros urbanos. Outra provável explicação seria o aumento

no número construções de rodovias e residenciais ao entorno dessas áreas verdes e rios,

levando a degradação desses locais e aumentando a probabilidade de animais selvagens

adentrarem nas cidades.

Ao analisar os dados relacionados a origem dos animais atendidos pelo BPA,

observamos a concentração de ocorrências em alguns bairros de Belém e região

metropolitana, dentre os quais destacam-se o Curió Utinga, Distrito de Icoaraci, Batista

Campos, Barreiro, Jurunas, Marco, Guamá, Outeiro, Pedreira, Marambaia, São Braz, Val-de-

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Cães, Telégrafo, Souza, Tenoné e Terra Firme dentro dos limites demográficos da capital

paraense. Nas mediações da área metropolitana destacam-se os bairros de águas lindas,

Ananindeua Centro, Coqueiro, Conjunto Cidade Nova I, IV e VI, Aurá, Curuçambá, Distrito

Industrial, Guanabara, Icuí-Guajará e Maguari no Município de Ananindeua, no que diz

respeito ao município de Marituba os bairros de maior notoriedade são Nova Marituba,

Decouville, Marituba Centro e Almir Gabriel, na área de Benevides temos Canutama, Centro

de Benevides, Murinin e Santa Maria de Benfica como os principais locais de origem dos

animais como podemos observar nos gráficos 6,7,8 e 9.

Com relação a entrega voluntária não se tem como afirmar o local de origem dos

animais uma vez que nos Boletins de Atendimento Policial Militar (BAPM) é lançado o local

onde os animais eram entregues, no caso o Batalhão de Polícia Ambiental, localizado no

bairro do Curió Utinga, justificando assim o número elevado de ocorrências nesse bairro.

Gráfico 6: Quantitativo de animais nos principais bairros de origem dos animais atendidos pelo BPA no

município de Belém.

8993

21

11

2833

42 3931

54

37

15 1721

29

15 158

190

79

22

12

3641

3125

13

74

34

20 17 1721

39 12

97

145

169

32

1926 27

19

37

2418 18 17

2227 26

15

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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Gráfico 7: Quantitativo de animais nos principais bairros de origem dos animais atendidos pelo BPA

no município de Ananindeua.

Gráfico 8: Quantitativo de animais nos principais bairros de origem dos animais atendidos pelo BPA no

município de Marituba.

38

22

42

2320 18

1418

11

18 17

3226

52

1511 12

35

12 11

21 2026

15

53

59 9

20

5 6

20 22

0

10

20

30

40

50

60

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

26

22

1918

7

21

18

7

3

10

17

8

0

5

10

15

20

25

30

NOVA MARITUBA DECOUVILLE CENTRO ALMIR GABRIEL

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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Gráfico 9: Quantitativo de animais nos principais bairros de origem dos animais atendidos pelo BPA no

município de Benevides.

Nesse contexto, ainda infere-se dos dados que o bairro com menor distância da sede do

Batalhão de Polícia Ambiental corresponde ao Curió Utinga com 1,1 km e o mais distante o

bairro de Murinin com 32,5 km de distância da sede do BPA (figuras 6 e 7). Notou-se com

isso que os bairros mais afastados dos centros urbanos e que consequentemente possuem um

menor índice de urbanização também possuem um menor número de ocorrências registradas.

1

5

11

9

12

14

2

7

1

14

2

5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

CANUTAMA CENTRO MURINIM SANTA MARIA DE BENFICA

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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28

Figura 6: Distância em quilômetros da sede do BPA para o bairro do Curió Utinga.

Fonte: Google maps

Figura 7: Distância em quilômetros da sede do BPA para o bairro de Murinim.

Fonte: Google maps

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As ocorrências envolvendo animais atendidos pelo Batalhão da Polícia Ambiental são

classificadas em resgate de animais, entrega voluntária e apreensão. Dentro do período

analisado observou-se que o resgate de animais teve maior incidência no número de

ocorrências com 79,61% (3.354), seguido pela entrega voluntária com 12,55% (529) e a

apreensão com 7,83% (330), como podemos observar no gráfico 10.

Gráfico 10: Quantitativo das formas pelas quais os animais chegam ao BPA nos anos de 2016, 2017 e

2018.

Constatou-se ainda que houve um aumento no número de ocorrências correspondente a

entrega voluntária e apreensão, no ano de 2018 se comparado ao ano de 2016, de 38,96% e

37,03% respectivamente, o oposto foi observado em relação às ocorrências envolvendo

resgate de animais onde houve um aumento de 8,96% em 2017 quando comparado ao ano de

2016, seguido de uma redução de 14,54% em 2018 quando comparado ao ano de 2017.

Os resultados obtidos mostram um pouco da atual conjuntura nacional e mundial a

respeito do tráfico de animais selvagens, considerado uma atividade ilegal altamente rentável

ficando atrás de outras práticas ilícitas como o tráfico seres humanos, de drogas e armas. É

estimado que o comercio ilegal de animais selvagens movimente anualmente

aproximadamente 10 a 20 bilhões de dólares em todo o mundo (WEBTER apud WEBB,

2001). Sendo o Brasil responsável por cerca de 5% a 15% desse total (ROCHA, 1995;

85141

1.097

110157

1205

135

231

1052

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Apreensão Entrega Voluntária Resgate

ANO 2016 ANO 2017 ANO 2018

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LOPES, 2000). Tal prática é incentivada não apenas devido ao retorno financeiro oriundo do

tráfico de animais selvagens, como também pela impunidade que paira sob quem pratica esse

crime e a existência de um mercado consumidor de animais provenientes de fontes duvidosas.

Possivelmente demostre também um costume da região em se criar animais selvagens

como bichos de estimação e em alguns casos ver-se que as pessoas pegam animais que

aparecem em suas residências ou próximo a elas para cuidar de lesões e posteriormente

entregam a órgãos ambientais, principalmente animais jovens e adultos, provavelmente

mot6ivado pela mudança comportamental que ocorre nessa faixa etária devido a maturação

sexual dos filhotes.

Os animais manejados pelo Batalhão da Polícia Ambiental podem ser destinados à

soltura quando estão saudáveis e em condições de retorno a seu habitat natural. Quando

precisam de algum cuidado especial ou atendimento médico veterinário são destinados aos

órgãos parceiros como o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Bosque Rodrigues Alves,

Centro Nacional de Primatas (CENP), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Sustentabilidade (SEMAS) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) através do

Ambulatório de Animais Selvagens (AAS).

Nos anos considerados o Ambulatório de Animais Selvagens recebeu 156 animais

oriundos do Batalhão de Polícia Ambiental (gráfico 11), sendo que em todos os anos as aves

foram a classe de maior ocorrência, como podemos observar no gráfico 12.

Gráfico 11: Quantitativo de animais recebidos pelo AAS oriundos do BPA nos anos de 2016, 2017 e 2018.

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Gráfico 12: Quantitativo por classe de animais do BPA atendidos no AAS nos anos analisados

Entre a classe das aves as espécies de maior ocorrência em 2016 foram Ardea alba

(Garça-branca-grande), Rupornis magnirostris (Gavião Carijó), Pulsatrix perspicillata

(Coruja Murucututu) e Tyto furcata (Coruja Suindara) que podem ser vistas no gráfico 13.

Gráfico 13: Espécies de aves de maior incidência no ano de 2016.

51

8

1

28

5 4

43

13

3

0

10

20

30

40

50

60

Aves Mamíferos Répteis

2016 2017 2018

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Em 2017 a classe das aves teve uma variação grande de espécies recebidas, com pouca

discrepância. A maioria das espécies com apenas uma ou duas espécimes, os de maior

ocorrência com três espécimes foram o Chondrohierax uncinatus (Gavião Caracoleiro),

Pteroglossus spp. (Araçari), Tyto furcata (Coruja Suindara), Amazona spp. (Papagaio),

Megascops choliba (Corujinha-do-mato), Rupornis magnirostris (Gavião Carijó) como pode

ser constatado no gráfico 14.

Gráfico 14: Espécies de aves de maior incidência no ano de 2017

Dentro da classe das aves as espécies de maior ocorrência em 2018 foram Ardea alba

(Garça-branca-grande), Rupornis magnirostris (Gavião Carijó), Tyto furcata (Coruja

Suindara) e Pteroglossus spp. (Araçari) como podemos observar no gráfico 15.

Gráfico 15: Espécies de aves de maior incidência no ano de 2018.

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33

As afecções que justificaram o encaminhamento desses 156 animais ao Ambulatório de

Animais Selvagens para receber atendimento médico veterinário foram variadas, desde

filhotes para manejo alimentar ou animais para avaliação, como também doença ósteo-

metabólica, afecções parasitárias, eletrocussão, subnutrição e desidratação, prolapso peniano

ou de oviduto, problemas oftalmológicos, problemas respiratórios, miopatia de captura,

lipoma, osteodistrofia, entre outros. Mas a principal afecção é de origem traumática, seja ela

por atropelamento, animais que se chocam contra objetos, lacerações, luxações, ataque de

outros animais, e em grande maioria fraturas sejam elas de úmero, rádio-ulna,

carpometacarpiana, tibiotarso e até fratura de bico.

O que também é relatado no Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Selvagens

(CEMPAS) que entre as principais causas de atendimento, estão as traumáticas com 37

(15,5%) dos 241 casos, e a presença em área urbana, com 18 casos (7,5%). Na causa

traumática, são englobados casos de fraturas ósseas, principalmente de úmero e de fêmur,

tanto em aves quanto em mamíferos, e fraturas de casco em quelônios. Outras causas

traumáticas foram luxações e lacerações, como em ataques por cães, trauma cranioencefálico,

entre outras. Suspeita-se que as principais razões dessa prevalência sejam por atropelamento,

principalmente, no caso de mamíferos e répteis, e por colisão em vidraças, no caso das aves

(DUZ, 2017).

O que reforça o que foi encontrado nos dados do AAS, que entre as principais causas de

atendimento são as traumáticas com 102 (65,38%) dos 156 animais, e entre esses 102 casos de

afecções traumáticas 47 (46,07%) são fraturas. O que nos permite perceber que na maioria das

vezes a causa dessas afecções são pertinente a ações antrópicas como o aumento da

urbanização e consequentemente o aumento da verticalização no intuito de potencializar o

aproveitamento das infraestruturas já existentes das áreas centrais, bem como, maximizar um

lucro extraordinário por meio da intensificação e maior aproveitamento dos terrenos onde são

construídos os edifícios em Belém (TRINDADE; SANTOS, 2010). Desta forma com a

modernização o vidro é atualmente parte integrante e fundamental dos projetos arquitetônicos,

faz parte da estética (visual externo), tem forte influência no conforto (térmico), na economia

(redução de custos com ar condicionado) e na segurança (fechamento da fachada) de qualquer

edifício (ARRUDA, 2010). Causando assim nas aves diversos acidentes por colisão já que

elas não reconhecem como obstáculos os reflexos nos vidros (SANTOS et al., 2017).

Podemos observar que nesses três últimos anos houve uma regularidade no que diz

respeito a classe mais atendida (aves) e em meio a algumas variações em relação as espécies

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34

mais frequentes podemos perceber que as aves de rapina estão sempre presentes e as garças

aparecem em número mais expressivo. Possivelmente por conta do desmatamento e do

desequilíbrio ambiental causado pelas grandes cidades, o habitat natural desses animais é

destruído e faz com que eles migrem para centros urbanos na busca de alimentos. As aves de

rapina se alimentam de pequenos roedores e de pequenas aves, e a garça se alimenta de

peixes, anfíbios, insetos e também de pequenos roedores. Desta forma esses animais tendem a

buscar alimentos nos centros urbanos, fazendo com que se submetam a vários riscos, como as

afecções traumáticas que podem ser decorrente de brigas por território, por reprodução ou por

alimento. Além de choques em vidraças de prédios, acidentes com linha de pipa e fios

elétricos.

O que é reforçado pelo Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais

Selvagens (CERVAS) que se repartir os animais por classe taxonômica, a maior proporção é

claramente de aves (81%), seguida dos mamíferos (13%) e, por fim, os répteis (6%). Este

predomínio das aves sobre as demais classes pode dever-se ao fato de serem mais sujeitas a

certos tipos de ameaças como o cativeiro ilegal ou a queda do ninho (neste caso, exclusiva das

aves). Dentro das aves, existe ainda um predomínio das aves de rapina (ordens Falconiformes

e Strigiformes), o que pode estar relacionado com a biologia e ecologia das espécies.

Tratando-se de aves carnívoras que, na sua maioria, precisam caçar para obter alimento, estão

sujeitas a ameaças relacionadas com essa atividade, o risco de colisão com estruturas ou

atropelamento quando perseguem uma presa. (FERREIRA, 2009)

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6 CONCLUSÃO

Durante o período avaliado o número de animais resgatados, apreendidos e entregues ao

BPA foi bastante elevado, sendo a classe dos répteis a de maior relevância, fato que pode

estar sendo observado pelo regime fluvial que se distribui pela cidade através dos canais,

concentrando-se em área mais periféricas, com maior concentração de lixo e roedores.

Embora os répteis sejam a classe de maior ocorrência, também são a classe com maior índice

de soltura já que normalmente chegam com um bom estado geral. A classe das aves também

possuem ocorrência expressiva com 1.457 espécimes, e diferentemente dos répteis é a classe

que mais tem necessidade de atendimentos médico veterinário, considerando-se que são

animais que mais chegam com fraturas, ferimentos, e demais afecções traumáticas, além de

muitas vezes serem vítimas de maus tratos.

Os resultados obtidos nesse levantamento mostraram ainda que, há uma concentração de

atendimentos de ocorrências na Região Metropolitana de Belém e que o principal tipo de

ocorrência são os resgates de animais, entretanto notou-se que houve um aumento progressivo

no número de ocorrências correspondente a entrega voluntária e apreensão.

Tendo em vista o risco que a fauna silvestre se encontra e a quantidade de ocorrências

de resgates, apreensões e entregas voluntárias que ocorrem anualmente, é notório o quanto o

trabalho desenvolvido e efetuado pelo Batalhão de Polícia Ambiental do Pará é essencial na

preservação e manutenção dessa biodiversidade. É de suma importância todas as esferas desse

trabalho, visto que o BPA trabalha de forma preventiva para evitar que crimes ambientais

ocorram, através da educação ambiental que visa conscientizar toda a população, e

principalmente as crianças afim de enraizar essa consciência ambiental. Assim como em

forma de repressão, a fim de coibir crimes contra a fauna.

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