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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA Trabalho de Conclusão de Curso Levantamento do Potencial Elétrico do Sudeste Rio- Grandense Matheus Gentelini Namiuchi Pelotas, 2016

Levantamento do Potencial Elétrico do Sudeste Rio- Grandense · De todos os segmentos da infraestrutura, a energia elétrica é o serviço mais universalizado. A incidência e as

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CENTRO DE ENGENHARIAS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

Trabalho de Conclusão de Curso

Levantamento do Potencial Elétrico do Sudeste Rio-

Grandense

Matheus Gentelini Namiuchi

Pelotas, 2016

MATHEUS GENTELINI NAMIUCHI

Levantamento do Potencial Elétrico do Sudeste Rio-

grandense

Trabalho acadêmico apresentado no

curso de Engenharia Ambiental e

Sanitária da Universidade Federal

de Pelotas, como requisito parcial à

obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Ambiental e Sanitária.

Orientador: Profª. Drª. Claudia Lemons

Pelotas, 2016

Banca Examinadora

Profª. Drª. Claudia Lemons - Centro de Engenharias/UFPel Orientadora

Profº. Dr. Rafael Beltrame - Centro de Engenharias/UFPel

MSc. Matheus Francisco da Paz - Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos

AGREDICIMENTOS

Agradeço a todos que me incentivaram e apoiaram durante a realização

deste trabalho, em especial aos meus pais Claudete Gentelini e Francisco

Namiuchi, minha tia Rosangela Gentelini e minha namorada Cauana Schumann.

Agradeço aos colegas da Coordenação de Gestão Ambiental (CGA), Tatiana

Diesel, Marisa Moura, Franco Knuth, Lauren Anacker e Wilson Colvara pela apoio

e aprendizado neste período.

Agradeço a Leno Dutra, Engenheiro Eletricista da seção de projetos da

Companhia Estadual de distribuição de Energia Elétrica (CEEE) de Pelotas por

fornecer os dados para a realização deste trabalho.

Agradeço a minha orientadora Claudia Lemons pelo auxílio e aprendizado

durante a realização deste trabalho.

RESUMO

NAMIUCHI, Matheus Gentelini. Levantamento do Potencial Elétrico do Sudeste Rio-Grandense. 2016. 69f. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Energia elétrica é um fator determinante para o desenvolvimento econômico e social oferecendo apoio mecânico, térmico e elétrico às atividades humanas. Desta forma a segurança energética e a preocupação com as mudanças climáticas levam a implementação de fontes renováveis de energia como essencial, uma vez que a maior diversidade dos recursos naturais utilizados como fontes renováveis são capazes de prover maior segurança energética aos países que as utilizam. Além de prover estes benefícios, as fontes de energia renováveis quando implementadas apropriadamente, podem contribuir para o desenvolvimento social e econômico, assim como a universalização do acesso à energia e a redução dos efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde. Neste sentido, este trabalho contribui para o planejamento estratégico energético levantando o potencial elétrico do Sudeste Rio-Grandense oriundo de fontes eólica e de biomassa tais como, casca de arroz, resíduos da silvicultura e biogás gerado através dos resíduos sólidos urbanos. Foram utilizadas metodologias de balanço de massa para todas as fontes da biomassa e uma compilação de dados para o potencial eólico. O resultado obtido estimou um potencial elétrico para a biomassa de 87.318 KW, dos quais 65.593 KW para a casca de arroz, 19.143 KW para resíduos da silvicultura e 2.581 KW para resíduos sólidos urbanos. O potencial elétrico de origem eólica para a região é de 37.990 MW. Palavras-chave: eletricidade; energia renovável; biomassa

ABSTRACT

NAMIUCHI, Matheus Gentelini. Surveying the Electric Potential of Sudeste Rio-Grandense. 2016. 69p. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Course Conclusion Paper (TCC). Graduation in Environmental and Sanitary Engineering. Federal University of Pelotas, Pelotas. Electric power is a determining factor for economic and social development providing mechanical, thermic and electric support for human activities. Thus energy security and concern about climate change shows that implementation of renewable energy is essential once a greater diversity of natural resources used as renewable sources are capable to provide greater energy security. In addition to providing these benefits, renewable energy sources when properly implemented, can also contribute to social and economic development, as well as universal access to energy and the reduction of harmful effects to the environment and health. Thus, this work contributes to energy strategic planning surveying the electric potential of Sudeste Rio-Grandense from wind power and biomass such as rice husk, forestry waste and biogas generated by urban solid waste. The result estimated electric potential to the biomass of 87,318 KW, of which 65,593 KW from rice husk 19,143 KW from forestry waste and 2,581 KW from municipal solid waste. The electric potential of wind energy for this region is 37,990 MW. Key-words: electricity, renewable energy, biomass

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12

1.1 Objetivos ................................................................................................. 15

1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................. 15

1.1.2 Objetivo Específico........................................................................... 15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 16

2.1 Energias Renováveis .............................................................................. 16

2.1.1 Energia Eólica .................................................................................. 20

2.1.2 Energia de Biomassa ....................................................................... 16

2.2 Panorama da geração de energia .......................................................... 25

2.2.1 Cenário elétrico no Mundo ............................................................... 25

2.2.2 Cenário elétrico no Brasil ................................................................. 26

2.2.3 Panorama Estadual .......................................................................... 28

3. METODOLOGIA ........................................................................................... 31

3.1 Casca de arroz ....................................................................................... 31

3.2 Resíduos Sólidos Urbanos ..................................................................... 32

3.3 Resíduos da silvicultura .......................................................................... 35

3.4 Eólica ...................................................................................................... 36

4. RESULTADOS ............................................................................................. 37

4.1 Biomassa ................................................................................................ 37

4. 1.1 Casca de Arroz................................................................................ 40

1.2.2 Resíduos da Silvicultura ............................................................... 43

4.1.3 Resíduos Sólidos Urbanos ............................................................... 46

4.2. Eólica ..................................................................................................... 51

5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 54

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 55

APÊNDICE.........................................................................................................61

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Turbina Savonius de eixo vertical. ................................................... 21

Figura 2 - Turbina Darrieus de eixo vertical. Fonte: Melo, 2012. ...................... 22

Figura 3 - Turbina eólica de eixo horizontal com 3 pás. Fonte: Melo, 2012. .... 23

Figura 4 - Turbinas upwind e downwind. Fonte: Lopes, 2009. ......................... 24

Figura 5 - Processos para a obtenção energética através de biomassa. Fonte: Plano

Energético do Rio Grande do Sul, 2016. .......................................................... 17

Figura 6 - Tipos de processamento de madeira: wood chips, biquetes e pellets.

Fonte: Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, 2016. ................ 20

Figura 7 - Consumo de energia elétrica per capita em 2007. Fonte: Anuário

Estatístico de Energia elétrica, 2015. ............................................................... 25

Figura 8 - Geração de Energia Elétrica Mundial por fonte (%). Fonte: Anuário

Estatístico de Energia Elétrica, 2015. ............................................................... 26

Figura 9–Potencial Elétrico Instalado no Brasil em 2015 por fonte (%). Fonte: Banco

de Informações de Geração – Aneel. Consulta em janeiro de 2016. ............... 27

Figura 10 – Potencial Elétrico Instalado no Rio Grande do Sul em 2015 por fonte

(%). Fonte:Banco de Informações de Geração – Aneel. Consulta em janeiro de

2016. ................................................................................................................ 28

Figura 11– Potencial Elétrico Instalado no Sudeste Rio-Grandense em 2015 por

fonte (%). Fonte: Banco de Informações de Geração – Aneel. Consulta em janeiro

de 2016. ........................................................................................................... 29

Figura 12 – Consumo por categoria no Sudeste Rio-Grandense em MWh. Fonte:

Dados fornecidos pela CEEE. .......................................................................... 30

Figura 13 - Potencial Energético de Biomassa ................................................. 39

Figura 14 - Potencial Energético da Casca de Arroz por município ................. 42

Figura 15 - Potencial Energético dos Resíduos da Silvicultura ........................ 45

Figura 16 - Potencial Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos .................... 50

Figura 17 - Potencial Energético Eólico. .......................................................... 53

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Geração per capita de resíduos ...................................................... 34

Tabela 2 - Potencial Energético de Biomassa com eficiência de 30% na

transformação. ................................................................................................. 38

Tabela 3 - Potencial Energético de Casca de Arroz com eficiências de 15% e 30%

na transformação. ............................................................................................ 41

Tabela 4 - Potencial Energético dos Resíduos da Silvicultura ......................... 44

Tabela 5 - Potencial Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos ..................... 47

Tabela 6 - Potencial Elétrico de Energia Eólica................................................ 51

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

BEN Balanço Energético Nacional

BERS Balanço Energético do Rio Grande do Sul

BIG Banco de Informações de Geração

CENBIO Centro Nacional de Referência em Biomassa

CH4 Metano

CTESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

EPE Empresa de Pesquisa Energética

GEE Gases de Efeito Estufa

GW Gigawatt

GWh Gigawatt.hora

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEA Agencia Internacional de Energia

INDC Contribuição Nacionalmente Determinada

IPCC Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

KW Kilowatt

KWh Kilowatt.hora

MCT Ministério de Ciência e Tecnologia

MME Ministério de Minas e Energia

MSW Resíduos Sólidos Urbanos

MW Megawatt

MWh Megawatt.hora

ONU Organização das Nações Unidas

PAM Produção Agrícola Municipal

PNE Plano Nacional de Energia

SME Secretaria Estadual de Minas e Energia do Rio Grande do Sul

TEEH Turbina Eólica de Eixo Horizontal

TEEV Turbina Eólica de Eixo Vertical

12

1. INTRODUÇÃO

Uma das variáveis para definir um país como desenvolvido é a facilidade de

acesso da população aos serviços de infraestrutura, como saneamento básico,

transportes, telecomunicações e energia. O primeiro está diretamente relacionado

à saúde pública. Os dois seguintes, à integração nacional. Já a energia é o fator

determinante para o desenvolvimento econômico e social ao fornecer apoio

mecânico, térmico e elétrico às ações humanas (ANEEL, 2008).

De todos os segmentos da infraestrutura, a energia elétrica é o serviço mais

universalizado. A incidência e as dimensões dos nichos não atendidos estão

diretamente relacionadas à sua localização por conta das características peculiares

e diferenciadas de cada região. Estas particularidades determinaram os contornos

que os sistemas de geração, transmissão e distribuição adquiriram ao longo do

tempo e ainda determinam a maior ou menor facilidade de acesso da população

local à rede elétrica.

Nesse contexto de preocupações com a segurança energética e mudanças

climáticas, a implantação de fontes renováveis é essencial. Pela maior diversidade

dos recursos naturais utilizados como fontes renováveis, elas são capazes de

prover maior segurança energética aos países que as utilizam, e seu

aproveitamento em maior escala é um dos principais instrumentos de combate às

mudanças climáticas decorrentes da elevação dos gases de efeito estufa na

atmosfera (UCZAI, 2012).

Além de prover esses benefícios, as fontes de energia renováveis, se

implantadas apropriadamente, podem também contribuir para o desenvolvimento

social e econômico, para a universalização do acesso à energia e para a redução

de efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde (IPCC, 2011).

As fontes renováveis podem contribuir para o desenvolvimento social e

econômico, acesso à energia, segurança energética, mitigação das mudanças

climáticas e redução de problemas ambientais e de saúde causados pela poluição

do ar, alcançando, assim, todas as dimensões do desenvolvimento sustentável. Os

índices de desenvolvimento humano estão diretamente correlacionados ao

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consumo per capita de energia. O acesso a fontes energéticas de qualidade e

confiáveis é essencial para a redução da pobreza e elevação dos níveis de bem-

estar (ONU, 2011a).

De acordo com Rogner et al., 2007, a maior parte das emissões

antropogênicas de gases de efeito estufa decorre da utilização de combustíveis

fósseis, sendo que a contribuição do setor energético, em 2005, foi de 65% dessas

emissões (TOLMASQUIM, 2011).

Além disso, as energias renováveis são mais efetivas na geração de

empregos, em comparação com a produzida a partir de fontes fósseis, podendo

criar quase quatro vezes mais empregos (POLLIN et al., 2008). Muitos países,

como China, Coreia, Japão e Estados Unidos têm destacado em seus programas

de desenvolvimento verde a implantação das energias renováveis como importante

medida para a criação de empregos (IPCC, 2011).

Para que a participação das fontes renováveis de energia cresça na

velocidade desejada para se atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável,

segurança energética e combate às mudanças climáticas é preciso superar

diversas barreiras. Entre as barreiras ao desenvolvimento das fontes renováveis de

energia estão as falhas de mercado e barreiras econômicas, barreiras de

informação e conscientização, barreiras socioculturais e as barreiras institucionais

e políticas (UCZAI, 2012).

Para superar tais barreiras e promover o aumento da participação das fontes

renováveis torna-se imprescindível a adoção de políticas que estimulem mudanças

no funcionamento dos sistemas energéticos tradicionais (IEA, 2011). Assim como

para o caso do fomento de ciência e tecnologia, são muitos os mecanismos

potencialmente aplicáveis para estimular a implantação de empreendimentos que

utilizam as fontes renováveis de energia (IPCC, 2011).

Neste cenário, uma das metas de redução das emissões de gases de efeito

estufa (INDC) é a participação de 45% de energias renováveis na composição da

matriz energética até 2030 e para atingi-la, o Brasil se comprometeu em aumentar

a parcela de participação de fontes eólicas, biomassa e solar no fornecimento de

energia elétrica para ao menos 23% até 2030 (UNFCCC, 2015).

14

Somado as metas, o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) prevê um

aumento da participação da eletricidade na matriz energética brasileira que irá

saltar de 16,9% em 2013 para 23,6% em 2050, o que exigirá um aumento

expressivo na oferta de energia elétrica no país.

No contexto estadual, o consumo elétrico do Rio Grande do Sul foi de

29.390.897MWh em 2014 enquanto sua oferta interna no mesmo período foi de

32.464.906MWh com perdas na distribuição de 13,93%, resultando na necessidade

de importar 1.452.829MWh (BERS, 2015).

Portanto, a motivação para este trabalho é fornecer informações que possam

subsidiar a utilização de tecnologias a partir de fontes renováveis que visam à

geração de energia elétrica na região sul do Rio Grande do Sul.

15

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento do potencial elétrico

do Sudeste Rio-Grandense priorizando fontes de energias renováveis.

1.1.2 Objetivo Específico

A partir do levantamento do potencial elétrico na região Sudeste Rio-

Grandense, avaliar:

Potencial Eólico para geração de eletricidade

Potencial elétrico oriundo da biomassa: Resíduos da produção agropecuária

vegetal

16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Energias Renováveis

A energia, em qualquer de suas formas, é parte integrante e indissociável

das atividades humanas. É fundamental o conhecimento do seu uso em cada setor

de atividade, das formas que a energia é requerida, do serviço final que se pretende

atender, da fonte energética primária que se encontra disponível, do padrão

tecnológico utilizado para sua conversão, dos reflexos sobre o meio ambiente e a

sociedade do seu uso e dos esforços para assegurar seu suprimento. Estes são

elementos fundamentais para a compreensão do complexo universo que é o setor

energético e sua influência na vida humana (EPE, 2005).

Nas últimas décadas, a crescente demanda energética mundial, somada à

diminuição das reservas de fontes energéticas não renováveis, resultou uma busca

da humanidade por fontes alternativas na geração de energia elétrica. As fontes

renováveis têm-se mostrado uma alternativa mais limpa na geração de energia e

consequentemente mais amigável ao meio ambiente (UCZAI, 2012).

2.1.1 Energia de Biomassa

A biomassa é uma das fontes para a produção energia com maior potencial

de crescimento nos últimos anos, tanto no mercado internacional quanto no interno

(ANEEL, 2008). É considerada uma das principais alternativas para a diversificação

da matriz energética e a consequente redução da dependência dos combustíveis

fósseis, pois, a partir dessa fonte é possível obter energia elétrica e

biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol. Porém, a biomassa como alternativa

energética tem sido pouco expressiva na matriz energética mundial, devido a

dispersão da matéria-prima, a pulverização do consumo e associação deste

energético ao desflorestamento e à desertificação (ANEEL, 2008).

Qualquer matéria orgânica que possa ser transformada em energia

mecânica, térmica ou elétrica é classificada como biomassa (SME, 2016). De

17

acordo com sua origem, pode ser: florestal, agrícola e rejeitos urbanos e industriais

(sólidos ou líquidos).

A biomassa como fonte energética possui características vantajosas na sua

utilização, pois é uma fonte de energia renovável, pouco poluente, já que atua

diretamente no ciclo do carbono, tem tendência a possuir um baixo valor agregado

e seu aproveitamento pode ser feito diretamente por intermédio de combustão ou

através de outras vias de conversão conforme a figura 5 (ANEEL, 2008). Uma das

principais vantagens da biomassa é que seu aproveitamento pode ser feito

diretamente, por intermédio da combustão em fornos, caldeiras e assemelhados

(SME, 2016). Devido a necessidade de aumentar a eficiência desse processo e

reduzir os impactos socioambientais, foram desenvolvidas e aperfeiçoadas

tecnologias de conversão mais eficientes, como a gaseificação e pirólise, bem

como o emprego de sistemas de cogeração que utilizam a biomassa como fonte

energética (SME, 2016).

Figura 1 - Processos para a obtenção energética através de biomassa. Fonte: Plano Energético do Rio Grande do Sul, 2016.

18

Atualmente, o desenvolvimento tecnológico da biomassa moderna é

distribuído em duas rotas principais: uma para a conversão da energia primária

contida na biomassa e outra para o aproveitamento de fontes secundárias

utilizáveis, como geração de energia elétrica e produção de combustíveis líquidos

(SME, 2015). Desta forma, a biomassa possui importante papel no aproveitamento

de resíduos, principalmente relacionada à biomassa agrícola e a utilização de

tecnologias eficientes (ANEEL, 2008)

2.1.1.1 Resíduos Sólidos Urbanos

Entre os problemas sérios causados pela precária disposição final dos

resíduos sólidos urbanos, estão: a disseminação de doenças, a contaminação do

solo e de águas subterrâneas pelo chorume, a poluição pelo gás metano, a falta de

espaço para o armazenamento, entre outros. De acordo com Plano Energético do

Rio Grande do Sul (2016), o teor de matéria orgânica dos resíduos brasileiro é de

60%, o que consiste em um bom potencial energético. O poder calorífico inferior

médio do resíduo domiciliar é de 1.300 kcal/kg, assim, estima-se que a produção

de 0,035 MW/tonelada por meio de incineração (SME, 2016).

A produção de energia a partir de resíduos sólidos urbanos possui duas

grandes vertentes: aterros controlados e incineração (SME, 2016). A primeira é a

produção do gás metano para geração de energia em aterros controlados (a

decomposição anaeróbia pode gerar 350 a 500 metros cúbicos de gás metano por

tonelada). A segunda vertente seria a incineração dos resíduos visando sua

redução, gerando energia através da combustão.

2.1.2.2 Casca de Arroz

A casca de arroz representa 20% do peso do arroz total (SME, 2016). A

produção nacional de arroz no ano de 2014 foi de 12.175.602 toneladas, o que

corresponde aproximadamente a 2.435.120 toneladas de casca (PAM, 2014). Essa

19

grande quantidade gerada muitas vezes é descartada de forma incorreta, o que por

sua vez, pode causar danos a camada de ozônio através da emissão de metano

na atmosfera. Nesse contexto, a casca de arroz tem sido utilizada em alguns casos

em locais de camas de aves, como aditivo na indústria de cimento e como

fertilizante (SME, 2016). Porém, essas ações não são o suficiente para reduzir

significativamente o problema de descarte incorreto, sendo então recomendado

utilizar a casca de arroz para a produção de energia.

A geração de energia é feita por meio da queima da casca de arroz (SME,

2016). Segundo o Instituto Rio-Grandense do Arroz (2016), o arroz, de acordo com

o plantio e a época do ano, vem da lavoura com 25 a 30% de umidade, sendo que,

para o beneficiamento, a umidade deve ser reduzida para 12 a 15%. A secagem é

realizada com queima de parte das cascas e os gases de combustão são

empregados como meio de aquecimento.

O calor do processo empregado em um engenho de arroz pode ser obtido a

partir de diferentes equipamentos, o que possibilita a geração simultânea com a

eletricidade (SME, 2016). O vapor gerado pode ser empregado na geração de

eletricidade, com tecnologia padrão de geração termelétrica.

A destinação inadequada da casca de arroz pode gerar grandes passivos

ambientais. Grande parte dos descartes inadequados se deve à logística de

transporte da casca de arroz que, por possuir baixa densidade, gera grande volume

e acarreta na elevação da dificuldade e dos custos de transporte. Como exemplo

de destinação inadequada pode-se citar o depósito das cascas de arroz

diretamente no solo, em terrenos a céu aberto, pois com esse tipo de descarte a

casca leva aproximadamente cinco anos para se decompor e exala um elevado

volume de metano (CH4) que é um gás causador do efeito estufa. Outra utilização

da casca de arroz é servir como adubo nas lavouras de arroz, contudo, com este

uso, a mesma também se decompõe e gera gás metano, sendo inclusive não muito

vantajoso para o produtor, já que não possui muitos nutrientes. Assim, a utilização

da casca de arroz como fonte energética é a que causa menor impacto ao meio

ambiente, tendo em vista que, desta forma, há uma redução da emissão de gás

metano para a atmosfera e a redução do uso de energia gerada por fontes não

renováveis (CARDOSO, 2012).

20

2.1.2.3 Resíduos da Silvicultura

No setor florestal, há uma série de resíduos não aproveitáveis que podem

constituir em grande fonte de produção de biomassa e, consequentemente,

geração de energia. De modo geral, o aproveitamento energético dos resíduos de

madeiras pode gerar energia térmica, elétrica ou ambas, através de sua combustão

direta ou incineração (WIECHETECK, 2009).

Podemos citar três tipos usais de processamento de madeira para geração

de energia, que são cavacos, briquetes e pellets. A produção de wood chips ocorre

através de cavacos limpos de madeira, ou seja, lascas cisalhadas que podem ser

obtidas através de tora de madeira para processo MDF e celulose (SME, 2016). Já

os briquetes, são fabricados por meio do processo de compactação mecânica, com

volumes geralmente variáveis entre 0,8 cm³ e 30 cm³ cada (SME, 2016). O pellet,

por sua vez, é um combustível sólido de granulado de resíduos de madeira

prensado, proveniente de desperdícios de madeira (SME, 2016).

Figura 2 - Tipos de processamento de madeira: wood chips, biquetes e pellets. Fonte: Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, 2016.

A utilização desta biomassa no país ocorre principalmente em plantas de

cogeração, e possui como principal vantagem a compensação econômica. A

imensa superfície do território nacional oferece excelentes condições para a

produção e uso energético desta biomassa em larga escala (ANEEL, 2008).

2.1.2 Energia Eólica

21

A energia eólica tem-se destacado dentro do cenário de fontes alternativas,

principalmente devido aos impulsos e avanços tecnológicos de países

desenvolvidos e de países em desenvolvimento.

O aproveitamento da energia oriunda do vento já é conhecido a séculos.

Este aproveitamento ocorre pela energia cinética contida nos ventos que é

convertida em energia mecânica rotacional pelas pás da turbina, onde ocorre

realização de trabalho mecânico ou a conversão em energia elétrica (MELO, 2012).

As turbinas eólicas são divididas em dois grandes grupos: as turbinas de arraste e

as turbinas de sustentação. Essas turbinas podem ser de eixo vertical (TEEV) ou

turbinas eólicas de eixo horizontal (TEEH). Também é encontrado a classificação

das turbinas eólicas em upwind e downwind.

Nas turbinas de arraste o vento incide nas pás, empurrando-as, fazendo com

que o rotor gire. Abaixo é apresentado uma figura de uma Turbina Savonius de eixo

vertical. Este tipo de turbina, apresenta uma velocidade de pás que não pode ser

superior a velocidade do vento, pois, para seu funcionamento é utilizado diversas

pás de forma que possa ser maximizado a área de superfície a ser arrastada pelo

vento (MELO, 2012).

Figura 3 - Turbina Savonius de eixo vertical.

22

Por outro lado, as turbinas de sustentação, utilizam o conceito dos aerofólios

para projetação das pás da turbina. Nessa turbina, ocorre a geração de um

diferencial de pressão entre as superfícies superior e inferior desta pá de forma que

gere uma força de sustentação, responsável pela movimentação do rotor (MELO,

2012). A seguir pode ser observado uma turbina de sustentação de eixo vertical.

Logo em seguida é apresentado uma turbina de sustentação de eixo horizontal,

que atualmente é a tecnologia dominante na geração elétrica a partir de fonte

eólica.

Figura 4 - Turbina Darrieus de eixo vertical. Fonte: Melo, 2012.

23

Figura 5 - Turbina eólica de eixo horizontal com 3 pás. Fonte: Melo, 2012.

Segundo o German Wind Energy Institute – DEWI (1998) quanto menor for

o número de pás maior será o movimento do rotor. Os rotores são responsáveis

por acionar os geradores elétricos que normalmente operam em rotações elevadas,

devendo apresentar rotações altas o possível para reduzir a massa das caixas de

transmissão e dos próprios geradores (MELO, 2012). Porém, aerogeradores

comerciais com velocidades de ponta de pá muito altas possuem desvantagem por

emitir um alto ruído em seus rotores, pois o mesmo aumenta a potência da

velocidade da ponta da pá.

As turbinas eólicas com rotores de três pás apresentam uma melhor

distribuição de peso, o que as torna dinamicamente mais estáveis, diminuindo as

forças mecânicas nos demais componentes da turbina (MELO, 2012). A outra

vantagem dessas turbinas é um menor ruído em função de possuir uma menor

velocidade rotacional quando comparadas com turbinas de 1 ou 2 pás. Desta forma,

as turbinas de três pás de eixo horizontal encontram-se atualmente como a

tecnologia mais eficiente, o que consequentemente as torna mais comuns em todo

o mundo.

As turbinas eólicas ainda podem ser classificadas de acordo com a posição

do rotor em relação à torre, onde, podem receber o vento de frente (upwind) ou de

trás (downwind) (LOPES, 2009).

24

Figura 6 - Turbinas upwind e downwind. Fonte: Lopes, 2009.

As turbinas de downwind de pequeno porte não necessitam de um

mecanismo para o direcionamento da turbina em relação a direção do vento,

porém, para as turbinas de portes maiores a alta velocidade do vento faz com que

exista um risco de colisão das pás com as torres (MELO, 2012). A desvantagem

desse tipo de turbina é que causa de turbulência maior no vento, o que por sua vez

gera ruídos.

Já as turbinas upwind evitam esta interação da torre em relação ao vento,

diminuindo os ruídos. Entretanto, as turbinas upwind possuem desvantagem

quando a carga nas torres for maior, necessitando de um mecanismo de

direcionamento da turbina em relação ao vento, pois, nesse tipo de configuração,

existe pulsões de torque na turbina que são causadas pela passagem periódica das

pás pela torre. Apesar desta desvantagem, as turbinas upwind são a tecnologia

dominante atualmente (MELO, 2012).

25

2.2 Panorama da geração de energia

2.2.1 Cenário elétrico no Mundo

Os países desenvolvidos são historicamente, os maiores consumidores

mundiais de energia, porém, ao longo do tempo, sua participação no total mundial

tem recuado. Isso deve-se principalmente ao fato de os países em desenvolvimento

terem aumentado o seu consumo nas últimas décadas (ANEEL, 2008).

Figura 7 - Consumo de energia elétrica per capita em 2007. Fonte: Anuário Estatístico de Energia elétrica, 2015.

As fontes de origem fóssil são predominantes quando comparadas as fontes

de energias renováveis na geração de energia elétrica mundial, embora tenha um

crescimento de sua participação no setor (ANEEL, 2008).

26

Figura 8 - Geração de Energia Elétrica Mundial por fonte (%). Fonte: Anuário Estatístico de Energia Elétrica, 2015.

2.2.2 Cenário elétrico no Brasil

Segundo o Balanço Energético Nacional 2015 (BEN) divulgado pela

Empresa Nacional de Pesquisa Energética (EPE), o país atingiu uma geração de

energia elétrica de 590,5 TWh em 2014, com aumento de 3,4% em relação ao ano

de 2013. Onde a geração elétrica a partir de não renováveis representou 26,9% do

total nacional, contra 23,3% em 2013.

27

Figura 9–Potencial Elétrico Instalado no Brasil em 2015 por fonte (%). Fonte: Banco de Informações de Geração – Aneel. Consulta em janeiro de 2016.

Pode ser observado na figura 9 que o Brasil apresenta uma matriz elétrica

de origem predominantemente renovável, onde a geração hidráulica responde por

65,2% da oferta interna. As fontes renováveis representam 74,6% do fornecimento

de eletricidade no Brasil, que é resultante da soma dos montantes referentes à

produção nacional mais as importações, que são essencialmente de origem

renovável.

Do lado do consumo, o setor residencial apresentou crescimento de 5,7%.

O setor industrial registrou uma queda de 2,0% no consumo em relação ao ano

anterior. Os demais setores, público, agropecuário, comercial e transportes quando

analisados em bloco apresentaram variação positiva de 7,0% em relação ao ano

anterior. O setor energético cresceu 4,8%. Em 2014 a capacidade total instalada

de geração de energia elétrica do Brasil alcançou 133.914 MW, acréscimo de 7.171

MW (BRASIL, 2015).

Na expansão da capacidade instalada, as centrais hidráulicas contribuíram

com 44,3% enquanto as centrais térmicas responderam por 18,1% da capacidade

Hídrico65%

Eólico5%

Solar0%

Biomassa9%

Fóssil19%

Nuclear2%

Potencial Elétrico Instalado no Brasil em 2015

Hídrico Eólico Solar Biomassa Fóssil Nuclear

28

adicionada. Por fim, as usinas eólicas e solares foram responsáveis pelos 37,6%

restantes de aumento do grid nacional (BRASIL, 2015).

2.2.3 Panorama Estadual

O Rio Grande do Sul possui uma matriz elétrica diversificada, onde apenas

23% é de origem fóssil, conforme indica a figura 10.

Figura 10 – Potencial Elétrico Instalado no Rio Grande do Sul em 2015 por fonte (%). Fonte:Banco de Informações de Geração – Aneel. Consulta em janeiro de 2016.

Na mesorregião Sudeste Rio-Grandense, objeto de estudo deste trabalho, a

matriz elétrica instalada é majoritariamente binária, figura 11, no qual as fontes

eólicas e fósseis representam 98% de todo potencial elétrico instalado na região.

Isso ocorre pela abundância de recursos de carvão mineral no município de

Candiota, e pelos parques eólicos instalados na planície costeira que abrange os

municípios do Chuí até Rio Grande.

Hídrico55%Eólico

18%

Solar0%

Biomassa4%

Fóssil23%

Potencial Elétrico Instalado no Rio Grande do Sul em 2015

Hídrico Eólico Solar Biomassa Fóssil

29

Figura 11– Potencial Elétrico Instalado no Sudeste Rio-Grandense em 2015 por fonte (%). Fonte: Banco de Informações de Geração – Aneel. Consulta em janeiro de 2016.

O perfil consumidor do Sudeste Rio-Grandense é caracterizado conforme a

figura 12, onde o consumo em 2014 na região atingiu 1.915.509 MWh. Com

destaque nas categorias residenciais, que consumiram 610.442 MWh, seguido do

comercial com 335.844 MWh e consumidor rural com 278.602 MWh.

Eólico47%

Biomassa1%

Fóssil51%

Hídrico1%

Potencial Elétrico Instalado no Sudeste Rio-Grandense em 2015

Eólico Biomassa Fóssil Hídrico

30

Figura 12 – Consumo por categoria no Sudeste Rio-Grandense em MWh. Fonte: Dados fornecidos pela CEEE.

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

Consumo por categoria no Sudeste Rio-Grandense em 2014 em MWh

31

3. METODOLOGIA

Este trabalho utilizou de metodologias distintas para calcular o potencial

elétrico da Região Sudeste Rio-Grandense, Figura 13, de cada fonte energética

conforme disposto em cada categoria deste capítulo. Posteriormente os dados

foram compilados e dispostos em tabelas e imagens para melhor ordenamento.

Figura 13 – Área de Estudo

3.1 Casca de arroz

Para o levantamento do potencial energético da casca de arroz, foi utilizada

a metodologia proposta pelo Atlas de Bioenergia do Brasil elaborado pelo Centro

Nacional de Referência em Biomassa – CENBIO, cálculo de potencial energético

da biomassa da casca de arroz para geração de energia elétrica se dá pela

Equação 1:

32

𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑀𝑊) =(𝐴𝑟𝑟𝑜𝑧∗0,3)∗𝑃𝑐∗ƞ

860∗8.322 Equação 1

Onde:

Potencial = Potência elétrica útil [MW]

Arroz = Quantidade de arroz produzida [t]

0,3 = Porcentual em massa da casca no peso total [%]

Pc = Poder calorífico da casca de arroz [kcal.kg-1]

Ƞ = Eficiência elétrica [%]

860 = Conversão de kg para KW [kg.kWh-1]

8.322 = Conversão de ano em horas [h.ano-1]

A quantidade de arroz produzida foi obtida através do Perfil Agropecuário

Municipal elaborado pelo IBGE em 2014. Conforme o CENBIO calcula-se a

quantidade de cascas pelo valor da produção de arroz em toneladas multiplicada

pelo peso em massa da casca de 30% do peso total. O potencial calorífico inferior

da casca é de 3.384 kcal/kg (COELHO et. al, 2002) considerando o uso de ciclos a

vapor de pequeno porte com rendimento de 30%. E para a conversão de kg/kg para

kWh/kg é dada pela divisão por 860. Para operação de 95% durante o ano, resultam

em 8.322 horas de operação/ano.

3.2 Resíduos Sólidos Urbanos

A metodologia utilizada para o cálculo do potencial energético dos resíduos

sólidos urbanos foi baseada na metodologia recomendada pelo Painel

Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC. A referência adotada foi a

edição revisada do Inventário de Emissões Nacionais de Gases de Efeito Estufa de

1996, nos capítulos relacionados ao tópico de “Resíduos”, onde contém o inventário

brasileiro das emissões de gases de efeito estufa, mantido pela Companhia de

Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB e pelo Ministério de Ciência e

Tecnologia MCT, e posteriormente adaptada para a edição revisada do Inventário

de 2006. O cálculo envolve o balanço de massas de carbono orgânico degradável

33

existente no resíduo, calculando a quantidade de metano que poderá ser produzida

por uma quantidade definida de resíduo através da Equação 2:

𝑄 = [𝑀𝑆𝑊 ∗ 𝑀𝑆𝑊𝑓] ∗ (𝑀𝐶𝐹 ∗ 𝐷𝑂𝐶 ∗ 𝐷𝑂𝐶𝑓 ∗ 𝐹 ∗16

12− 𝑅) ∗ (𝐼 − 𝑂𝑋)

Equação 2

Onde:

Q = Quantidade de metano gerado ao ano [GgCH4.ano-1]

MSW = Quantidade total de RSU gerado no ano [GgMSW.ano-1]

MSWf = Fração de MSW destinado a aterro no ano [Adimensional]

MCF = Fator de correção do metano referente ao

gerenciamento

[Adimensional]

DOC = Carbono orgânico degradável [GgC.GgMSW-1]

DOCf = Fração do DOC que decompõe [Adimensional]

F = Fração de metano no gás de aterro [Adimensional]

16/12 = Razão de conversão de carbono (C) a metano

(CH4)

[Adimensional]

R = Recuperação de metano [GgCH4.ano-1]

OX = Fator de oxidação [Adimensional]

DOC é definido pela Equação 3:

𝐷𝑂𝐶 = (0,4. 𝐴) + (0,17. 𝐵) + (0,15. 𝐶) + (0,3. 𝐷) Equação 3

Onde:

A = Fração do resíduo correspondente a papeis e têxteis [Adimensional]

B = Fração do resíduo proveniente de varredura e poda [Adimensional]

C = Fração do resíduo correspondente a restos de

alimentos

[Adimensional]

D = Fração do resíduo correspondente a madeira e palha [Adimensional]

34

Os valores de R, OX, DOC, DOCf, MCF, MSWf e F utilizados foram os

padrões elaborados pelo IPCC conforme apresentados a seguir:

R = 0

OX = 0

DOC = 0,12

DOCf = 0,77

MCF = 0,60

MSWf = 0,80

F = 0,5

MSW é calculado conforme a Equação 4:

𝑀𝑆𝑊 = 𝑃𝑜𝑝 ∗ 𝑇𝑎𝑥𝑎𝑀𝑆𝑊 ∗ 365 ∗ 10 −6 Equação 4

Onde:

Pop População urbana [habitantes]

TaxaMSW Geração per capita [kgRSU.(hab.dia-1)]

365 Transformação de dias para ano [dia.ano-1]

10-6 Transformação de kg para Gg [Gg.kg-1]

Os valores de população urbana utilizados são os disponibilizados pelo IBGE

através do Censo 2010. A taxaMSW utilizada para o cálculo é proveniente do Plano

Estadual de Resíduos Sólidos do Rio Grande do Sul, onde corresponde aos valores

presentes na Tabela 1:

Tabela 1 - Geração per capita de resíduos

Porte do

município

Faixa Populacional

(habitantes)

Geração per capita

[kgRSU.(hab.dia-1)]

Pequeno Porte Até 50.000 0,65

35

Médio Porte De 50.001 a 300.000 0,8

Grande Porte I De 300.001 a 1.000.000 0,9

Grande Porte II Acima de 1.000.000 1,1

Para o cálculo da potência elétrica útil a partir dos RSU é dada pela Equação 5:

𝑃 =𝑄∗𝑃𝑐

3.600∗ 𝐸𝑐 ∗ ƞ Equação 5

Onde:

P = Potência elétrica útil [MW]

Q = Quantidade de metano gerado [(m3CH4).h-1]

Pc = Poder calorífico do metano [MJ.(m3CH4)-1]

Ec = Eficiência de coleta de gases [%]

Ƞ = Eficiência elétrica [%]

3.600 = Segundos [s.h-1]

3.3 Resíduos da silvicultura

A geração de resíduos da silvicultura ocorre em três fases, no campo, com

15% da massa, posteriormente no preparo da madeira, gerando 50% da massa e

por último gerado na indústria moveleira com 20% de resíduos (COELHO et. al,

2008). A metodologia fornecida pelo CENBIO e utilizada neste trabalho

corresponde ao aproveitamento do potencial energético no processo de preparo da

madeira para tora, já que na fase anterior e moveleira não são consideradas por se

tratarem de locais distantes e indefinidos. O potencial elétrico para os resíduos de

madeira em tora é dado pela Equação 6:

𝑃 =[(𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎∗ 0,5)∗𝑃𝑐∗𝜂]

860∗8.322 Equação 6

36

Onde:

P = Potência elétrica útil [MW]

Madeira = Madeira em tora em toneladas [t]

0,5 = Proporção de resíduos [%]

Pc = Poder calorífico inferior para o resíduo [kcal.kg-1]

η = Eficiência elétrica [%]

860 = Conversão de kg para KW [kg.kWh-1]

8.322 = Conversão de ano em horas [h.ano-1]

Os valores referentes a madeira em tora foram obtidos através da Produção

da Extração Vegetal e da Silvicultura de 2014 elaborado pelo IBGE. Como o dado

apresentado pelo IBGE é fornecido em metros cúbicos de madeira em tora, foi

necessária a conversão destes valores para tonelada, numa relação de 1 m3 para

0,68 toneladas (FLORESTAR ESTATÍSTICO, 2003). O potencial calorífico inferior

do resíduo é de 2.000 kcal/kg, considerando o uso de ciclos a vapor de pequeno

porte com rendimento de 30% (COELHO et. al, 2008).

3.4 Eólica

Este trabalho compilou os dados elaborados pela Secretaria de

Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Estado do Rio Grande do Sul

(2015), que utilizou da metodologia a partir do modelo de mesoescala Mesomap,

balizado por medições anemométricas registradas em 70 torres pertencentes a

empreendedores com projetos em desenvolvimento ou em construção no território

estadual. Esta simulação de mesoescala foi executada na resolução horizontal de

2,5 km por 2,5km, e posteriormente na resolução de 200 m por 200 m. Na simulação

mais fina, utilizou-se o modelo de relevo da base topográfica Shuttle Radar

Topography Mission – SRTM e os modelos de rugosidade elaborados a partir de

imagens multitemporais derivadas do sensor Moderate Resolution Imaging

Spectroradiometer – MODIS com base em uma metodologia que considera a

variação fenológica da vegetação. O resultado do potencial eólico é dado para

altitude de 100m tanto offshore para onshore.

37

4. RESULTADOS

4.1 Biomassa

A seguir é apresentada a Tabela 2 que indica os potenciais energéticos da

biomassa para RSU, casca de arroz e resíduos da silvicultura, também como o

porcentual de cada uma delas referentes ao potencial total de cada município.

38

Tabela 2 - Potencial Energético de Biomassa com eficiência de 30% na transformação.

Município

RSU Arroz Silvicultura

Total [KW]

Porcentagem

P[KW] Potencial [KW] 30%

Potencial [KW] 30%

RSU Arroz Silvicultura

Amaral Ferrador 5,25 110,64 28,50 144,40 3,64% 76,62% 19,74%

Arroio do Padre 1,28 0,00 0,00 1,28 100,00% 0,00% 0,00%

Arroio Grande 45,28 11.659,97 14,94 11.720,18 0,39% 99,49% 0,13%

Caçapava do Sul 71,52 1.164,29 430,41 1.666,23 4,29% 69,88% 25,83%

Candiota 7,31 221,28 0,00 228,60 3,20% 96,80% 0,00%

Canguçu 68,23 242,48 1.381,64 1.692,34 4,03% 14,33% 81,64%

Capão do Leão 63,00 2.616,26 0,00 2.679,26 2,35% 97,65% 0,00%

Cerrito 10,55 197,16 0,00 207,70 5,08% 94,92% 0,00%

Chuí 16,04 1.242,59 0,00 1.258,63 1,27% 98,73% 0,00%

Cristal 11,48 1.755,38 586,61 2.353,46 0,49% 74,59% 24,93%

Encruzilhada do Sul 48,19 414,91 5.461,83 5.924,92 0,81% 7,00% 92,18%

Herval 12,72 149,79 123,14 285,65 4,45% 52,44% 43,11%

Jaguarão 73,48 7.175,94 1,48 7.250,90 1,01% 98,97% 0,02%

Morro Redondo 7,45 0,00 0,00 7,45 100,00% 0,00% 0,00%

Pedras Altas 2,16 662,15 0,00 664,31 0,33% 99,67% 0,00%

Pedro Osório 20,55 1.399,32 21,61 1.441,48 1,43% 97,08% 1,50%

Pelotas 1.193,35 2.257,01 0,00 3.450,36 34,59% 65,41% 0,00%

Pinheiro Machado 27,54 0,00 0,00 27,54 100,00% 0,00% 0,00%

Piratini 32,57 178,18 2.267,11 2.477,86 1,31% 7,19% 91,49%

Rio Grande 656,25 7.342,37 1.904,71 9.903,34 6,63% 74,14% 19,23%

Santa Vitória do Palmar 75,69 22.639,06 1.670,50 24.385,24 0,31% 92,84% 6,85%

Santana da Boa Vista 10,48 578,74 9,15 598,37 1,75% 96,72% 1,53%

São José do Norte 48,93 2.884,01 5.241,49 8.174,43 0,60% 35,28% 64,12%

São Lourenço do Sul 68,22 163,84 0,00 232,06 29,40% 70,60% 0,00%

Turuçu 4,19 538,19 0,00 542,37 0,77% 99,23% 0,00%

Total 2.581,69 65.593,56 19.143,12 87.318,37 2,96% 75,12% 21,92%

39

Como se pode observar na tabela 2, entre os potenciais energéticos oriundos

da biomassa calculados, o potencial energético da casca de arroz corresponde a

75,12% de todo o valor, seguido do potencial dos resíduos da silvicultura com 21,92%,

e os 2,96% restantes são provenientes do biogás dos resíduos sólidos urbanos.

Figura 14 - Potencial Energético de Biomassa

O maior potencial entre os municípios do Sudeste Rio-Grandense encontra-se

em Santa Vitória do Palmar, majoritariamente por sua grande participação na

produção de arroz.

40

4. 1.1 Casca de Arroz

O Sudeste Rio-Grandense foi responsável por 18,70% da produção estadual

de arroz em 2014 de acordo com a Produção Agrícola Municipal 2014 do IBGE. Esta

região também representa 12,66% da produção nacional de arroz. Na tabela 3 é

apresentado os potenciais energéticos com eficiência de transformação de 15% e

30% referentes a produção municipal de arroz.

41

Tabela 3 - Potencial Energético de Casca de Arroz com eficiências de 15% e 30% na transformação.

Município Toneladas de

arroz em casca

Potencial

[KW] 15%

Potencial

[KW] 30%

Amaral Ferrador 2.600 55,32 110,64

Arroio do Padre 0 0,00 0,00

Arroio Grande 274.000 5.829,98 11.659,97

Caçapava do Sul 27.360 582,15 1.164,29

Candiota 5.200 110,64 221,28

Canguçu 5.698 121,24 242,48

Capão do Leão 61.480 1.308,13 2.616,26

Cerrito 4.633 98,58 197,16

Chuí 29.200 621,30 1.242,59

Cristal 41.250 877,69 1.755,38

Encruzilhada do Sul 9.750 207,45 414,91

Herval 3.520 74,90 149,79

Jaguarão 168.629 3.587,97 7.175,94

Morro Redondo 0 0,00 0,00

Pedras Altas 15.560 331,07 662,15

Pedro Osório 32.883 699,66 1.399,32

Pelotas 53.038 1.128,51 2.257,01

Pinheiro Machado 0 0,00 0,00

Piratini 4.187 89,09 178,18

Rio Grande 172.540 3.671,19 7.342,37

Santa Vitória do Palmar 532.000 11.319,53 22.639,06

Santana da Boa Vista 3.850 81,92 163,84

São José do Norte 13.600 289,37 578,74

São Lourenço do Sul 67.772 1.442,01 2.884,01

Turuçu 12.647 269,09 538,19

Total 1.541.397 32.796,781 65.593,56

42

Até janeiro de 2016 somente um empreendimento explora este resíduo

para produção elétrica no Sudeste Rio-Grandense, com potencial instalado de

5.8 MW no município de Capão do Leão, de acordo com o Banco de Informações

de Geração da Aneel.

Figura 15 - Potencial Energético da Casca de Arroz por município

Destaque para os municípios de Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande,

Rio Grande e Jaguarão, que juntos representam aproximadamente 75% de toda

produção de arroz na região.

Apesar do potencial elétrico da casca de arroz ser calculado a partir da

produção orizícola, o real potencial se dá junto às unidades de beneficiamento

43

do grão, onde ali é separada a casca do grão, podendo então, a casca ser

utilizada para queima.

1.2.2 Resíduos da Silvicultura

Os resíduos da silvicultura apresentam um potencial energético de 19,14

MW na região. Com destaque para os municípios de São José do Norte e

Encruzilhada do Sul, que geram respectivamente 91.944 m³ e 95.809 m³ de

resíduos da manufatura. Apesar dos municípios de Piratini, Pelotas e São

Lourenço do Sul possuírem uma produção elevada de madeira para lenha, estes

não contabilizam resíduo da manufatura, já que não há processamento da

madeira pós colheita.

44

Tabela 4 - Potencial Energético dos Resíduos da Silvicultura

Município Lenha

[m³]

Madeira em

toras[m³] Resíduos

[m³]

Potencial elétrico

[MW]

Papel e

celulose

Outras

finalidades

Eficiência

15%

Eficiência

30%

Amaral Ferrador 97.100 0 1.000 500 0,01 0,03

Arroio do Padre 30.720 0 0 0 0,00 0,00

Arroio Grande 7.653 0 524 262 0,01 0,01

Caçapava do Sul 6.000 13.000 2.100 7.550 0,22 0,43

Candiota 10.500 0 0 0 0,00 0,00

Canguçu 96.944 0 48.472 24.236 0,69 1,38

Capão do Leão 40 0 0 0 0,00 0,00

Cerrito 320 0 0 0 0,00 0,00

Chuí 0 0 0 0 0,00 0,00

Cristal 33.200 17.200 3.380 10.290 0,29 0,59

Encruzilhada do Sul 0 170.000 21.617 95.809 2,73 5,46

Jaguarão 5.342 0 4.320 2.160 0,06 0,12

Herval 510 0 52 26 0,00 0,00

Morro Redondo 1.480 0 0 0 0,00 0,00

Pedras Altas 570 0 0 0 0,00 0,00

Pedro Osório 11.966 0 758 379 0,01 0,02

Pelotas 90.000 0 0 0 0,00 0,00

Pinheiro Machado 2.970 0 0 0 0,00 0,00

Piratini 250.030 0 79.537 39.769 1,13 2,27

Rio Grande 0 0 66.823 33.412 0,95 1,90

Santa Vitória do

Palmar 0 0 58.606 29.303 0,84 1,67

Santana da Boa

Vista 3.200 0 321 161 0,00 0,01

São José do Norte 0 0 183.887 91.944 2,62 5,24

São Lourenço do Sul 207.000 0 0 0 0,00 0,00

Turuçu 20.000 0 0 0 0,00 0,00

Total 875.545 200.200 471.397 335.799 9,57 19,14

45

Figura 16 - Potencial Energético dos Resíduos da Silvicultura

Atualmente há um único empreendimento com potencial elétrico instalado

com o aproveitamento de resíduos florestais em Piratini, com potência em

operação de 10 MW. Apesar do município possuir potencial energético de 2,27

MW, este trabalho não contabiliza os resíduos florestais da colheita, que além

das finalidades de papel e celulose, também abrangem os resíduos da colheita

46

de madeira para lenha, possuindo um potencial energético dos resíduos

florestais superior.

4.1.3 Resíduos Sólidos Urbanos

Abaixo é apresentada a tabela 5 com o potencial energético dos RSU para

cada município, assim como a população geradora e a geração de metano.

47

Tabela 5 - Potencial Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos

Município

População

Urbana TaxaMSW MSW CH4[t/ano] CH4[m³/ano] CH4[m³/h] P[MW] P[KW]

Amaral Ferrador 1.866 0,65 0,443 13,090 18.282,13 2,09 0,005 5,25

Arroio do Padre 454 0,65 0,108 3,185 4.448,06 0,51 0,001 1,28

Arroio Grande 16.085 0,65 3,816 112,836 157.592,74 17,99 0,045 45,28

Caçapava do Sul 25.410 0,65 6,029 178,251 248.954,40 28,42 0,072 71,52

Candiota 2.598 0,65 0,616 18,225 25.453,90 2,91 0,007 7,31

Canguçu 19.694 0,8 5,751 170,035 237.479,27 27,11 0,068 68,23

Capão do Leão 22.382 0,65 5,310 157,010 219.287,58 25,03 0,063 63,00

Cerrito 3.747 0,65 0,889 26,285 36.711,22 4,19 0,011 10,55

Chuí 5.697 0,65 1,352 39,965 55.816,34 6,37 0,016 16,04

Cristal 4.077 0,65 0,967 28,600 39.944,40 4,56 0,011 11,48

Encruzilhada do Sul 17.119 0,65 4,061 120,090 167.723,35 19,15 0,048 48,19

Herval 4.519 0,65 1,072 31,701 44.274,89 5,05 0,013 12,72

Jaguarão 26.105 0,65 6,193 183,127 255.763,66 29,20 0,073 73,48

Morro Redondo 2.648 0,65 0,628 18,576 25.943,77 2,96 0,007 7,45

Pedras Altas 768 0,65 0,182 5,388 7.524,48 0,86 0,002 2,16

Pedro Osório 7.301 0,65 1,732 51,217 71.531,53 8,17 0,021 20,55

Pelotas 306.193 0,9 100,584 2.974,080 4.153.742,39 474,17 1,193 1.193,35

48

Pinheiro Machado 9.784 0,65 2,321 68,635 95.858,71 10,94 0,028 27,54

Piratini 11.570 0,65 2,745 81,164 113.357,04 12,94 0,033 32,57

Rio Grande 189.429 0,8 55,313 1.635,503 2.284.221,66 260,76 0,656 656,25

Santa Vitória do Palmar 26.890 0,65 6,380 188,634 263.454,70 30,07 0,076 75,69

Santana da Boa Vista 3.723 0,65 0,883 26,117 36.476,08 4,16 0,010 10,48

São José do Norte 17.383 0,65 4,124 121,942 170.309,89 19,44 0,049 48,93

São Lourenço do Sul 24.237 0,65 5,750 170,023 237.461,94 27,11 0,068 68,22

Turuçu 1.487 0,65 0,353 10,431 14.568,88 1,66 0,004 4,19

Total 751.166 16,8 217,60 6.434,11 8.986.183,04 1.025,82 2,58 2.581,69

49

Para que seja possível a recuperação energética do biogás de forma

comercial, o aterro sanitário deve receber no mínimo 200 toneladas de resíduos

por dia, possuir capacidade total mínima de 500.000 toneladas e altura mínima

de 10 metros (JOHANNESSEN, 1999).

Conforme a tabela 5, o valor de geração de MSW da mesorregião é de

217,6 Gg/ano, o que equivale a 596,16 toneladas de resíduos por dia. Sendo

assim, possível o aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos

seguindo uma política intermunicipal consorciada de resíduos, conforme prevê a

Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305 de 2010.

O IPCC em 2006 passou a utilizar o método do decaimento primário como

recomendação de cálculo de emissões de GEE. Diferente do método do balanço

de massas também criado pelo IPCC e utilizado neste trabalho, o decaimento

primário consegue calibrar uma curva de emissões de CH4 ao longo dos anos

de operação até o fechamento de aterros. Entretanto, para calcular as emissões

através deste método, haveria a necessidade do controle de resíduos dispostos,

das datas de operação nos aterros da região e a classificação das células em

operação. Sendo assim o método do balanço de massas foi utilizado pois

transforma diretamente o volume de resíduos num curto período de tempo, num

potencial de emissões de CH4 como forma de prospecção de aproveitamento

deste resíduo.

50

Figura 17 - Potencial Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos

O potencial energético dos RSU se concentram principalmente nos

municípios com maior número de habitantes em sua área urbana, como Pelotas

e Rio Grande. E, por conta da proximidade destes municípios, um gerenciamento

consorciado poderia propiciar uma exploração deste recurso energético.

Vale ressaltar que no momento, nenhum município da região possui aterro

energético. E o único aterro com este tipo de aproveitamento está localizado no

município de Minas do Leão, aterro no qual recebe os resíduos da grande Porto

Alegre.

51

4.2. Eólica

O potencial elétrico da energia eólica no Sudeste Rio-Grandense é

imenso, podendo chegar a 37.990 MW. Até janeiro de 2016, o potencial eólico

instalado na região foi de 740 MW, onde os parques eólicos instalados em Santa

Vitória do Palmar atingiram 249 MW, no Chuí com 161 MW e Rio Grande com

145 MW, dados consultados no BIG da Aneel em 2016. O Complexo Eólico

Campos Neutrais, o maior da América Latina, é composto por três parques

eólicos instalados nos municípios de Santa Vitória do Palmar e Chuí, que

correspondem a 400 MW de potência instalada já em operação, onde seu projeto

é atingir 583 MW com previsão de operação para 2016 (BERS, 2015).

Tabela 6 - Potencial Elétrico de Energia Eólica

Município

Potencial Eólico

Capacidade

Instalável [GW]

Capacidade

Instalável [MW]

Amaral Ferrador < 0,03 GW < 30 MW

Arroio do Padre < 0,03 GW < 30 MW

Arroio Grande 4,57 4.570

Caçapava do Sul 0,05 50

Candiota 0,47 470

Canguçu 1,11 1.110

Capão do Leão 0,43 430

Cerrito < 0,03 GW < 30 MW

Chuí 0,46 460

Cristal < 0,03 GW < 30 MW

Encruzilhada do Sul 0,18 180

Herval 2,24 2.240

Jaguarão 3,58 3.580

Morro Redondo < 0,03 GW < 30 MW

Pedras Altas 1,73 1.730

Pedro Osório 0,35 350

Pelotas 0,49 490

52

Conforme a tabela 6, o potencial elétrico da energia eólica é muito superior

ao potencial da biomassa para a região, e torna o Sudeste Rio-Grandense num

local estratégico para a implementação de tecnologias de aproveitamento eólico.

Pinheiro Machado 2,19 2.190

Piratini 1,68 1.680

Rio Grande 5,74 5.740

Santa Vitória do Palmar 9,99 9.990

Santana da Boa Vista 0,07 70

São José do Norte 2,29 2.290

São Lourenço do Sul 0,27 270

Turuçu 0,10 100

Total 37,99 37.990

53

Figura 18 - Potencial Energético Eólico.

A figura 17 mostra que o potencial elétrico eólico se concentra a sudeste

da mesorregião, local que abrange o município de Rio Grande, onde está

instalado o Polo Naval, sendo propício o transporte e logística dos aerogeradores

e equipamentos.

54

5. CONCLUSÃO

Com os resultados obtidos, este trabalho pôde levantar o potencial elétrico

da biomassa do Sudeste Rio-Grandense, assim como seu potencial eólico,

identificando o perfil energético para município da região.

A utilização do potencial energético das biomassas estudadas é indicada

para a autoprodução, visto que tanto nas atividades industriais do

beneficiamento do arroz, quanto na atividade dos aterros sanitários, o

aproveitamento energético é uma atividade secundária complementar, que além

de gerar energia, acaba por tratar os resíduos gerados.

Para o aproveitamento energético do biogás de aterros sanitários, a

utilização da metodologia de balanço de massa serve para uma prospecção da

utilização desta fonte energética. Para um estudo mais aprofundado, o método

do decaimento de primeira ordem é recomendado.

A energia eólica, por sua vez, vem sendo utilizada recentemente no

Sudeste Rio-Grandense, no qual a região apresenta um potencial de quase 38

GW, existindo assim, um extenso potencial a ser explorado.

55

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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59

APÊNDICES

60

Apêndice A – Consumo elétrico do Sudeste Rio-Grandense.

Consumo Residencial em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 109,10 101,98 100,60 81,74 79,02 80,60 78,40 84,36 78,54 77,70 80,41 87,32 1.039,77

Arroio do Padre 26,50 27,53 24,80 20,54 25,37 22,65 25,71 23,39 21,28 24,10 22,73 20,77 285,37

Arroio Grande 732,36 715,24 630,63 532,49 559,36 578,13 654,26 630,38 597,51 575,89 592,26 602,34 7.400,85

Candiota 480,16 468,26 331,17 363,67 367,22 400,37 390,76 452,40 399,61 389,86 366,71 390,39 4.800,58

Canguçu 909,25 953,59 806,95 837,97 817,88 877,44 988,60 945,33 892,54 868,14 820,94 848,34 10.566,97

Capão do Leão 999,32 1.044,27 849,14 837,27 868,79 983,78 926,34 933,16 881,60 871,84 922,76 880,99 10.999,26

Cerrito 154,13 149,04 118,93 127,39 119,20 125,99 130,92 131,84 121,74 124,88 126,13 138,30 1.568,49

Chuí 320,60 351,61 319,15 288,92 279,97 343,31 347,16 360,37 373,51 316,82 333,19 298,63 3.933,24

Cristal 234,25 229,94 213,82 169,69 188,10 181,86 190,16 207,16 187,15 186,24 202,78 191,47 2.382,62

Herval 172,29 177,98 160,45 142,58 151,02 158,18 164,16 170,04 160,75 152,69 167,63 150,13 1.927,90

Hulha Negra 4,45 4,36 3,41 3,00 2,37 3,34 3,32 2,73 2,99 3,03 2,88 3,03 38,91

Jaguarão 1.511,74 1.480,87 1.226,59 1.146,22 1.186,98 1.293,83 1.453,68 1.378,04 1.268,26 1.194,42 1.185,31 1.260,30 15.586,24

Morro Redondo 161,35 155,09 144,60 129,00 156,17 134,80 161,95 144,95 151,33 150,11 141,37 154,56 1.785,28

Pedras Altas 33,46 33,51 29,22 28,08 30,35 32,32 33,12 34,44 35,26 31,46 30,75 33,47 385,44

Pedro Osório 369,95 368,03 387,50 267,69 291,35 279,34 311,26 304,05 283,48 277,56 271,71 315,22 3.727,14

Pelotas 22.779,69 24.384,58 18.993,81 17.779,42 18.774,65 20.264,61 21.598,06 21.606,12 19.966,10 19.109,21 19.404,73 19.273,69 243.934,67

Pinheiro Machado 495,12 441,52 488,94 427,29 415,88 429,09 448,41 463,02 435,69 428,34 420,07 413,90 5.307,27

Piratini 503,20 502,78 409,78 435,96 436,71 456,57 491,09 495,33 455,98 473,05 453,94 468,73 5.583,12

Rio Grande 12.756,46 13.311,74 11.349,65 9.964,92 10.877,10 10.953,06 11.598,30 11.735,91 11.175,54 10.802,16 10.240,07 10.859,81 135.624,72

Santa Vitória do Palmar 1.645,91 1.639,78 1.357,07 1.240,65 1.365,79 1.373,15 1.537,58 1.533,78 1.386,83 1.284,04 1.305,41 1.363,41 17.033,40

São José do Norte 819,59 882,38 852,69 730,85 768,93 744,36 788,30 892,95 791,91 761,06 763,25 743,94 9.540,21

São Lourenço do Sul 1.691,17 1.842,83 1.340,39 1.136,27 1.228,26 1.247,16 1.319,41 1.352,20 1.272,46 1.237,00 1.254,22 1.308,77 16.230,14

Turuçu 73,94 75,73 68,07 56,68 63,51 65,93 69,13 64,73 63,10 65,51 64,88 68,01 799,22

Total 46.983,99 49.342,64 40.207,36 36.748,29 39.053,98 41.029,87 43.710,08 43.946,68 41.003,16 39.405,11 39.174,13 39.875,52 500.480,81

61

Consumo Residencial Baixa Renda em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 22,69 21,55 23,53 19,54 19,68 20,25 18,28 19,73 20,23 19,57 20,44 19,72 245,21

Arroio do Padre 4,89 5,72 6,51 4,36 4,56 4,11 5,27 4,54 4,28 5,13 4,56 4,72 58,65

Arroio Grande 414,44 408,39 372,19 326,91 342,15 338,86 368,83 358,60 353,71 354,82 372,33 379,03 4.390,26

Candiota 109,53 93,69 72,46 82,53 81,49 77,88 76,93 89,88 84,43 86,23 81,83 84,61 1.021,49

Canguçu 470,00 489,30 420,43 447,46 435,55 436,76 479,53 464,75 459,94 451,84 437,96 447,41 5.440,93

Capão do Leão 484,37 499,86 420,91 419,73 435,48 431,50 447,12 446,05 440,86 442,61 470,33 436,83 5.375,65

Cerrito 87,88 88,66 72,68 79,10 70,10 71,79 75,10 74,81 71,14 77,96 76,25 82,53 928,00

Chuí 46,73 49,82 47,71 44,85 42,24 51,11 49,42 50,00 51,59 45,27 48,64 43,71 571,09

Cristal 103,85 100,29 97,27 84,00 92,86 85,03 86,73 95,42 85,93 93,32 99,17 94,89 1.118,76

Herval 89,24 92,59 87,21 79,39 82,97 85,19 84,47 88,78 85,33 84,48 91,78 83,28 1.034,71

Hulha Negra 2,87 2,17 2,01 2,32 1,98 2,25 1,95 2,05 1,94 1,97 2,01 2,00 25,52

Jaguarão 384,60 362,40 327,51 319,26 302,37 316,68 337,72 327,87 317,19 308,55 313,43 336,25 3.953,83

Morro Redondo 48,73 47,33 43,95 38,61 47,40 39,71 48,85 45,79 48,95 47,44 46,35 48,66 551,77

Pedras Altas 19,37 19,78 17,25 15,70 16,26 17,81 17,70 17,42 18,08 16,87 16,50 17,33 210,07

Pedro Osório 154,77 150,62 127,22 119,92 129,05 118,74 130,58 128,45 123,25 126,00 127,30 144,38 1.580,28

Pelotas 3.630,28 3.705,00 3.214,63 3.048,56 3.296,32 3.228,76 3.455,55 3.433,35 3.240,59 3.263,38 3.315,31 3.188,69 40.020,42

Pinheiro Machado 166,50 146,71 133,84 149,34 145,25 139,52 149,10 148,13 143,62 145,31 144,11 140,03 1.751,46

Piratini 260,83 269,95 225,92 231,35 236,45 232,60 245,65 246,60 236,50 248,50 245,22 252,22 2.931,79

Rio Grande 2.337,71 2.372,87 2.097,85 1.926,75 2.079,72 2.012,53 2.075,34 2.192,32 2.069,94 2.046,87 1.924,46 2.022,88 25.159,24

Santa Vitória do Palmar 287,63 268,68 248,29 247,20 268,82 254,00 272,43 272,93 258,50 251,36 261,12 260,86 3.151,82

São José do Norte 478,68 485,12 469,40 423,87 450,67 433,44 458,92 557,29 466,94 452,17 481,91 441,94 5.600,35

São Lourenço do Sul 421,47 428,29 358,26 319,73 352,42 344,00 345,17 359,83 350,34 350,56 364,15 362,63 4.356,85

Turuçu 46,86 45,42 37,95 38,24 38,70 37,10 39,65 38,62 37,50 40,01 41,25 42,47 483,77

Total 10.073,92 10.154,21 8.924,98 8.468,72 8.972,49 8.779,62 9.270,29 9.463,21 8.970,78 8.960,22 8.986,41 8.937,07 109.961,92

62

Consumo Industrial em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 3,62 3,12 3,57 2,81 3,63 4,03 2,72 3,46 3,95 3,49 3,99 4,35 42,74

Arroio do Padre 1,52 2,30 1,92 1,81 1,82 2,22 2,04 2,03 1,85 2,33 2,73 2,33 24,90

Arroio Grande 75,83 150,03 185,73 332,64 389,87 236,69 133,72 94,14 132,14 141,24 135,69 167,01 2.174,73

Candiota 458,84 557,45 501,82 388,24 490,45 597,49 571,04 410,75 633,41 544,84 438,00 331,19 5.923,52

Canguçu 184,73 182,28 170,93 212,58 217,61 224,26 219,31 201,69 187,05 197,93 198,23 214,00 2.410,60

Capão do Leão 2.485,78 1.944,56 2.244,79 1.774,48 1.820,87 2.305,65 2.357,12 2.796,21 2.526,22 2.636,69 2.382,18 1.906,08 27.180,63

Cerrito 38,67 39,54 35,76 39,02 37,78 34,09 31,75 34,53 37,42 33,30 32,43 35,27 429,56

Chuí 5,87 7,35 5,69 3,82 3,91 3,75 4,77 2,91 5,61 4,30 4,71 4,61 57,30

Cristal 89,08 109,88 123,04 99,07 120,32 110,42 83,52 80,16 65,77 92,35 93,50 96,43 1.163,54

Herval 20,47 13,31 11,04 9,85 8,91 4,28 6,33 9,62 10,64 11,28 11,99 12,44 130,16

Hulha Negra 37,55 55,67 51,09 50,08 42,53 45,89 82,88 73,25 104,37 85,98 51,34 43,29 723,92

Jaguarão 71,33 122,20 97,80 132,24 168,58 153,09 141,36 120,81 90,46 113,53 151,60 149,80 1.512,80

Morro Redondo 480,56 324,01 281,71 264,47 262,86 267,52 266,79 284,86 273,04 299,65 346,18 510,25 3.861,90

Pedras Altas 2,22 10,76 14,51 15,66 25,17 17,23 29,03 27,04 16,08 15,33 20,45 17,95 211,43

Pedro Osório 59,63 66,45 75,15 60,42 42,69 42,69 52,78 69,92 54,81 61,55 70,61 51,05 707,75

Pelotas 9.181,22 10.337,73 11.007,88 11.951,02 12.986,70 10.484,18 9.545,35 11.011,84 10.327,86 11.226,35 11.313,51 11.323,61 130.697,25

Pinheiro Machado 4.725,13 9,82 8,79 7,82 8,80 7,99 9,87 11,43 6,74 8,33 7,54 7,49 4.819,75

Piratini 173,14 202,41 229,23 196,05 221,25 296,47 207,93 221,96 212,37 207,36 210,81 199,14 2.578,12

Rio Grande 7.259,54 8.244,22 7.902,13 7.867,95 8.530,15 8.281,63 7.428,12 8.751,86 8.087,32 8.308,08 8.684,92 8.346,27 97.692,19

Santa Vitória do Palmar 41,56 46,73 50,79 44,13 151,38 91,39 92,95 100,34 86,37 85,73 59,11 29,65 880,13

São José do Norte 209,18 286,95 205,01 222,15 240,44 250,84 288,01 336,08 327,14 347,22 390,81 365,98 3.469,81

São Lourenço do Sul 456,11 572,49 502,09 524,27 582,37 528,51 466,63 562,48 497,16 534,04 528,70 508,13 6.262,98

Turuçu 16,21 22,62 31,49 35,89 31,92 50,43 51,79 56,30 53,25 51,96 57,99 54,10 513,95

Total 26.077,79 23.311,88 23.741,96 24.236,47 26.390,01 24.040,74 22.075,81 25.263,67 23.741,03 25.012,86 25.197,02 24.380,42 293.469,66

63

Consumo Comercial em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 33,28 35,21 36,67 29,05 28,80 31,76 28,58 31,52 31,62 31,75 32,90 34,44 385,58

Arroio do Padre 23,71 28,15 24,40 19,84 20,40 19,84 20,77 19,79 19,09 22,23 22,85 21,84 262,91

Arroio Grande 360,75 366,21 371,76 385,26 328,93 263,80 256,42 264,44 266,22 260,08 294,85 310,76 3.729,48

Candiota 253,65 277,50 204,14 219,67 207,68 209,82 201,89 231,82 200,61 203,83 209,50 227,66 2.647,77

Canguçu 776,45 824,97 656,56 739,72 698,02 690,41 710,49 739,08 708,42 696,12 722,34 757,44 8.720,02

Capão do Leão 254,61 263,66 230,87 225,09 210,56 203,13 209,13 211,29 213,79 199,71 234,07 240,43 2.696,34

Cerrito 58,88 60,71 47,10 48,52 43,20 43,68 44,60 45,45 44,83 45,23 52,07 53,33 587,60

Chuí 425,61 487,56 438,09 382,30 335,37 373,60 340,19 363,41 367,51 354,37 386,13 386,68 4.640,82

Cristal 223,93 223,30 200,60 165,69 179,94 154,27 158,33 173,59 152,68 162,08 185,37 177,05 2.156,83

Herval 7,13 82,11 75,62 63,89 62,42 61,34 57,10 70,38 64,72 64,82 69,42 69,54 748,49

Hulha Negra 5,62 5,39 5,33 6,10 5,37 7,39 5,74 6,25 6,74 6,21 6,22 5,47 71,83

Jaguarão 767,25 778,88 711,56 707,94 603,12 556,43 602,50 618,98 565,67 585,86 621,48 759,20 7.878,87

Morro Redondo 62,13 62,90 56,22 45,66 54,12 43,32 51,46 48,84 51,68 49,31 44,19 52,09 621,92

Pedras Altas 15,04 16,06 12,56 10,41 11,48 12,08 10,62 11,05 10,68 9,06 9,13 9,67 137,84

Pedro Osório 129,42 131,35 100,76 100,60 102,50 88,42 90,52 99,19 93,42 103,80 111,60 129,73 1.281,31

Pelotas 14.363,87 15.627,30 12.930,96 12.201,13 11.728,35 10.839,51 11.004,62 11.470,26 10.849,78 11.340,50 13.086,53 13.428,97 148.871,78

Pinheiro Machado 198,37 186,85 152,28 164,05 153,11 151,15 149,48 161,92 159,66 153,63 161,59 173,34 1.965,43

Piratini 202,47 204,29 168,73 166,09 161,99 164,10 172,49 185,56 169,93 176,83 206,10 192,96 2.171,54

Rio Grande 10.572,14 11.779,67 11.041,23 10.304,53 11.317,78 10.185,09 9.141,66 10.393,49 9.559,01 9.388,87 9.582,87 9.933,61 123.199,95

Santa Vitória do Palmar 698,09 703,49 719,41 945,01 751,40 623,55 651,52 618,76 578,47 548,06 580,16 623,11 8.041,03

São José do Norte 292,59 333,57 301,86 233,64 241,96 235,19 225,90 329,34 239,70 240,27 249,95 269,01 3.192,98

São Lourenço do Sul 1.159,03 1.236,67 1.026,79 856,76 909,43 799,99 803,11 863,95 764,62 827,83 934,52 1.030,82 11.213,52

Turuçu 57,91 60,36 50,42 48,48 49,07 49,54 48,74 45,29 46,44 49,18 54,22 60,62 620,27

Total 30.941,93 33.776,16 29.563,92 28.069,43 28.205,00 25.807,41 24.985,86 27.003,65 25.165,29 25.519,63 27.858,06 28.947,77 335.844,11

64

Consumo Rural em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 335,90 313,52 373,21 230,15 187,94 200,79 159,22 166,48 168,29 171,91 182,26 283,11 2.772,78

Arroio do Padre 391,13 451,10 470,88 229,17 219,36 194,49 212,61 199,49 181,18 215,03 201,56 269,18 3.235,18

Arroio Grande 5.704,35 4.965,36 3.206,36 1.356,81 728,66 509,37 508,97 432,70 480,90 381,75 432,55 3.243,12 21.950,90

Candiota 111,35 112,70 89,51 75,91 85,61 88,82 80,38 74,80 76,07 88,31 73,40 87,98 1.044,84

Canguçu 2.943,71 3.364,63 3.560,84 2.259,31 1.876,53 1.720,22 1.751,17 1.693,04 1.690,57 1.706,41 1.758,45 2.343,79 26.668,67

Capão do Leão 1.751,95 1.990,95 1.541,87 910,27 828,20 687,71 649,19 680,90 636,00 612,48 614,74 1.066,11 11.970,37

Cerrito 324,67 354,82 277,14 308,32 237,32 238,51 193,25 203,42 212,62 189,50 225,78 231,84 2.997,19

Chuí 580,95 586,48 584,10 44,22 41,11 40,82 39,27 40,81 35,10 38,21 55,75 547,63 2.634,45

Cristal 92,53 935,58 757,05 478,86 566,12 394,87 269,96 277,02 223,70 228,28 250,73 541,53 5.016,23

Herval 179,30 185,04 168,61 181,27 138,65 126,48 129,99 141,80 135,01 142,04 129,90 147,50 1.805,59

Hulha Negra 2.231,21 2.170,09 1.954,35 1.542,38 1.674,17 1.521,11 1.459,38 1.466,76 1.494,40 1.422,77 1.601,71 1.481,79 20.020,12

Jaguarão 3.578,94 3.205,49 1.787,13 909,50 635,61 396,33 387,77 388,72 330,61 345,60 308,02 1.672,59 13.946,31

Morro Redondo 314,87 310,52 284,94 250,79 262,03 224,99 261,35 251,23 249,25 265,82 258,88 292,68 3.227,35

Pedras Altas 250,93 222,84 164,51 156,87 147,61 112,12 136,42 151,19 139,24 141,89 153,09 227,83 2.004,54

Pedro Osório 591,74 458,99 346,63 105,87 101,47 64,41 60,00 67,71 65,32 60,02 60,80 262,87 2.245,83

Pelotas 3.650,72 3.407,83 2.752,60 1.812,25 1.562,05 1.534,48 1.479,97 1.539,85 1.409,33 1.455,61 1.486,78 2.741,65 24.833,12

Pinheiro Machado 187,78 209,25 162,52 165,26 169,43 161,98 156,82 158,31 154,91 153,98 160,05 170,62 2.010,91

Piratini 443,02 453,52 427,73 459,31 445,03 385,26 410,43 373,42 352,70 399,36 378,64 400,19 4.928,61

Rio Grande 5.381,65 4.649,35 3.332,63 1.654,95 1.255,20 735,04 730,05 662,25 607,93 642,20 868,14 3.394,50 23.913,89

Santa Vitória do Palmar 20.325,22 17.064,24 8.940,14 3.085,08 2.271,43 1.129,85 1.001,79 1.004,21 950,96 1.010,27 1.671,33 10.068,86 68.523,38

São José do Norte 382,62 393,16 349,17 337,93 368,00 301,13 253,34 351,55 245,59 241,84 245,53 258,31 3.728,17

São Lourenço do Sul 4.145,26 4.410,24 3.938,74 2.215,60 1.445,64 1.379,28 1.246,16 1.245,20 1.272,18 1.243,95 1.404,06 2.377,06 26.323,37

Turuçu 387,65 449,26 405,83 244,62 189,26 200,66 150,92 149,86 139,99 149,00 150,53 183,50 2.801,08

Total 54.287,45 50.664,96 35.876,49 19.014,70 15.436,43 12.348,72 11.728,41 11.720,72 11.251,85 11.306,23 12.672,68 32.294,24 278.602,88

65

Consumo Iluminação Pública em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 11,81 11,43 11,05 12,19 11,43 11,05 12,19 11,43 11,43 12,19 11,05 12,57 139,82

Arroio do Padre 17,00 16,47 15,93 17,57 16,53 15,93 17,56 16,46 16,44 17,55 15,91 18,03 201,38

Arroio Grande 96,61 93,49 90,37 99,72 93,49 90,37 99,72 93,49 93,49 99,72 90,37 102,84 1.143,68

Candiota 52,61 50,96 50,96 46,03 50,96 47,68 52,61 49,32 52,61 49,32 49,32 50,96 603,34

Canguçu 106,94 103,62 100,17 110,53 103,62 100,17 110,53 103,62 103,62 110,53 100,17 113,99 1.267,51

Capão do Leão 77,72 80,23 75,21 70,20 80,23 72,71 75,21 80,23 75,21 75,21 80,23 75,21 917,60

Cerrito 35,00 33,87 32,74 36,12 33,87 33,09 36,51 34,23 34,23 36,51 33,09 37,65 416,91

Chuí 42,04 43,39 40,68 37,97 40,68 42,04 39,33 42,04 42,04 40,68 44,75 39,33 494,97

Cristal 57,27 55,48 51,90 50,11 57,27 53,69 51,90 57,27 53,69 57,27 55,48 51,90 653,23

Herval 31,28 30,27 29,26 32,29 30,27 29,26 32,29 30,27 30,27 32,29 29,26 33,30 370,31

Hulha Negra 0,15 0,17 0,15 0,16 0,17 0,15 0,16 0,17 0,16 0,17 0,15 0,16 1,92

Jaguarão 103,81 111,43 99,01 140,77 140,66 93,96 83,65 87,25 86,46 94,13 94,59 143,13 1.278,85

Morro Redondo 35,92 34,76 33,60 37,08 34,76 33,60 37,08 34,76 34,76 37,08 33,60 38,24 425,24

Pedras Altas 18,61 19,21 18,01 16,81 19,21 17,41 18,01 19,21 18,01 18,01 19,21 18,01 219,72

Pedro Osório 50,71 52,35 47,44 49,07 52,35 47,44 49,07 52,35 49,07 47,63 49,22 50,80 597,50

Pelotas 1.336,38 1.293,27 1.250,16 1.379,49 1.293,51 1.252,00 1.383,03 1.309,30 1.309,30 1.399,19 1.268,02 1.444,25 15.917,90

Pinheiro Machado 81,55 78,92 76,29 84,18 78,92 76,29 84,18 78,92 78,92 84,18 76,29 86,81 965,45

Piratini 51,62 51,62 45,36 43,80 48,49 48,49 46,92 46,92 50,05 46,92 50,05 45,36 575,60

Rio Grande 1.610,83 1.558,86 1.014,71 1.372,00 1.286,25 1.243,38 1.372,00 1.286,25 1.286,25 1.372,00 1.243,38 1.414,88 16.060,79

Santa Vitória do Palmar 100,97 104,23 94,45 97,71 104,23 94,45 97,71 104,23 97,71 97,71 100,97 104,23 1.198,60

São José do Norte 126,38 122,44 114,54 110,59 126,38 118,49 114,54 126,38 118,49 152,38 147,62 138,09 1.516,32

São Lourenço do Sul 210,44 203,65 196,86 217,23 203,65 196,86 217,23 203,65 203,65 217,23 196,86 224,02 2.491,33

Turuçu 26,73 25,89 24,22 23,39 27,56 24,22 26,73 25,06 25,06 26,73 25,06 24,22 304,87

Total 4.282,38 4.176,01 3.513,07 4.085,01 3.934,49 3.742,73 4.058,16 3.892,81 3.870,92 4.124,63 3.814,65 4.267,98 47.762,84

66

Consumo Poder Público em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 31,03 30,16 36,01 30,08 31,29 38,39 29,91 28,75 34,89 29,61 34,22 30,10 384,44

Arroio do Padre 7,28 7,36 7,58 10,10 13,39 14,13 14,55 12,44 12,29 13,25 11,83 10,37 134,57

Arroio Grande 61,63 65,92 56,08 57,50 55,38 65,39 68,24 63,48 66,66 59,60 59,94 58,74 738,56

Candiota 42,63 46,48 37,15 42,10 45,43 52,56 47,36 50,21 50,63 39,21 38,98 43,83 536,57

Canguçu 181,72 190,73 169,06 184,52 185,53 190,11 196,70 204,14 189,67 176,24 193,53 181,33 2.243,28

Capão do Leão 48,50 50,46 46,10 50,99 47,21 53,68 54,70 52,19 50,62 45,01 47,55 48,49 595,50

Cerrito 17,20 14,09 16,66 15,02 16,14 18,96 18,39 17,04 16,74 14,77 17,26 15,91 198,18

Chuí 36,27 38,68 30,79 33,27 35,97 36,60 44,60 42,68 40,87 31,92 37,63 34,85 444,13

Cristal 19,10 20,12 20,40 17,78 19,76 21,92 21,23 22,02 21,85 21,46 21,44 20,79 247,87

Herval 20,25 18,08 18,21 18,00 18,69 22,29 21,72 23,53 24,36 22,16 21,71 21,72 250,72

Hulha Negra 1,50 0,90 1,17 1,16 1,06 1,20 1,49 1,15 1,32 1,25 1,23 1,26 14,69

Jaguarão 132,79 143,47 121,20 123,56 122,27 140,56 149,60 149,51 135,78 128,51 130,24 134,07 1.611,56

Morro Redondo 31,79 18,62 20,58 19,66 17,37 32,81 18,85 19,25 20,13 19,33 16,41 21,19 255,99

Pedras Altas 18,35 19,66 17,51 17,17 23,33 22,06 22,66 35,66 25,35 17,99 16,07 20,28 256,09

Pedro Osório 27,36 25,06 20,85 18,80 19,99 24,24 25,08 25,52 23,03 20,96 22,41 24,50 277,80

Pelotas 1.498,39 1.763,46 1.400,57 1.449,44 1.337,78 1.332,28 1.340,85 1.395,03 1.363,11 1.339,55 1.515,24 1.600,43 17.336,13

Pinheiro Machado 30,47 29,80 24,78 31,53 31,05 40,28 44,73 41,47 43,80 34,68 33,93 33,21 419,73

Piratini 26,35 28,01 24,61 29,48 28,76 32,36 31,82 34,57 32,34 42,65 31,00 32,00 373,95

Rio Grande 1.681,22 2.071,05 1.756,22 1.622,58 1.665,28 1.688,76 1.598,16 1.785,23 1.624,49 1.638,18 1.619,23 1.736,04 20.486,44

Santa Vitória do Palmar 93,01 97,62 90,08 88,79 95,71 108,27 115,70 109,20 140,07 94,01 98,32 99,85 1.230,63

São José do Norte 44,02 48,32 47,86 45,97 48,84 51,67 54,25 54,25 56,70 51,63 51,82 56,78 612,11

São Lourenço do Sul 150,27 164,56 145,60 126,60 139,61 128,56 121,71 123,16 126,37 135,38 135,86 132,93 1.630,61

Turuçu 21,69 21,63 21,21 21,94 21,75 24,75 24,41 23,94 22,25 21,74 21,59 23,80 270,70

Total 4.222,82 4.914,24 4.130,28 4.056,04 4.021,59 4.141,83 4.066,71 4.314,42 4.123,32 3.999,09 4.177,44 4.382,47 50.550,25

67

Consumo Serviço Público em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 7,41 6,80 7,06 6,47 7,05 8,00 7,31 8,75 7,70 7,83 10,29 9,16 93,83

Arroio do Padre 2,85 2,90 2,86 2,47 2,82 3,46 2,59 2,51 1,97 2,17 1,93 1,96 30,49

Arroio Grande 35,45 34,73 30,48 29,79 33,58 29,72 31,77 32,16 29,61 32,88 32,67 31,89 384,73

Candiota 93,02 76,16 66,44 71,15 69,60 75,04 66,69 65,49 68,97 62,05 72,14 70,13 856,88

Canguçu 86,30 93,18 62,17 63,63 87,02 77,68 52,27 64,98 57,96 60,40 80,81 87,20 873,60

Capão do Leão 139,47 155,22 149,76 142,74 159,93 137,18 146,85 148,02 126,71 137,23 140,17 141,56 1.724,84

Cerrito 2,86 2,76 2,28 2,33 2,39 2,51 2,18 2,29 2,08 2,31 2,31 2,41 28,71

Chuí 19,89 25,88 15,60 21,23 20,16 20,99 16,38 22,95 20,83 19,64 22,49 23,14 249,18

Cristal 25,03 27,29 26,28 19,93 26,72 21,21 20,12 29,96 28,30 18,85 21,49 19,57 284,75

Herval 16,54 18,01 15,68 16,72 16,51 20,36 16,49 18,34 20,49 17,84 19,60 16,95 213,53

Hulha Negra 0,00

Jaguarão 48,48 42,53 44,45 38,92 43,05 36,49 39,68 39,66 35,89 40,42 40,58 41,73 491,88

Morro Redondo 7,44 7,25 7,62 6,73 7,95 5,58 6,59 6,02 7,38 6,15 7,03 7,68 83,42

Pedras Altas 3,39 3,41 3,39 2,73 3,20 2,72 2,67 2,82 2,95 2,39 2,30 2,72 34,69

Pedro Osório 19,83 18,27 17,62 14,87 15,87 14,26 15,67 16,80 15,26 17,74 16,57 16,85 199,61

Pelotas 1.273,42 1.250,17 1.204,57 1.148,07 1.208,19 1.116,92 1.202,88 1.350,44 1.144,25 1.279,38 1.223,03 1.130,11 14.531,43

Pinheiro Machado 58,90 60,43 54,54 46,90 58,85 45,17 43,54 48,47 43,27 44,09 49,49 48,16 601,81

Piratini 55,72 54,74 53,65 47,47 49,61 57,42 47,82 53,10 53,83 52,19 57,73 51,16 634,44

Rio Grande 112,87 1.242,35 1.058,56 907,72 901,16 798,49 758,73 886,89 666,36 712,37 807,60 860,18 9.713,28

Santa Vitória do Palmar 67,77 64,56 60,70 57,21 62,90 56,15 60,49 60,94 54,52 57,50 57,70 58,37 718,81

São José do Norte 37,83 39,73 36,01 35,94 39,88 37,19 36,13 38,74 35,57 37,25 31,97 35,65 441,89

São Lourenço do Sul 54,47 57,93 50,07 40,71 49,18 42,32 41,74 45,90 40,41 42,44 49,36 42,47 557,00

Turuçu 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 2,40

Total 2.169,14 3.284,50 2.969,99 2.723,93 2.865,82 2.609,06 2.618,79 2.945,43 2.464,51 2.653,32 2.747,46 2.699,25 32.751,20

68

Consumo Consumo Próprio CEEE em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 0,00

Arroio do Padre 0,00

Arroio Grande 1,39 1,53 1,68 1,58 1,64 1,51 2,45 3,12 2,84 2,26 1,53 1,38 22,91

Candiota 0,73 0,56 0,62 0,13 0,47 0,51 0,73 0,73 0,56 0,34 0,50 0,17 6,05

Canguçu 1,12 1,38 0,79 0,76 0,92 1,03 1,11 1,17 0,95 0,84 0,75 0,73 11,55

Capão do Leão 0,09 0,07 0,09 0,06 0,05 0,10 0,13 0,12 0,17 0,06 0,06 0,07 1,07

Cerrito 0,71 0,66 0,40 0,51 0,45 0,52 0,51 0,48 0,38 0,39 0,50 0,55 6,06

Chuí 0,07 0,08 0,08 0,05 0,03 0,06 0,08 0,08 0,12 0,08 0,06 0,05 0,84

Cristal 0,00

Herval 0,68 0,77 0,67 0,51 0,52 0,58 0,62 0,72 0,66 0,64 0,65 0,79 7,81

Hulha Negra 0,00

Jaguarão 5,24 5,29 0,88 3,77 3,62 4,23 2,05 4,54 5,36 3,98 1,61 1,21 41,78

Morro Redondo 0,03 0,05 0,06 0,08 0,06 0,06 0,08 0,42

Pedras Altas 0,00

Pedro Osório 0,00

Pelotas 43,96 52,85 35,91 33,32 30,39 33,44 37,17 39,87 34,17 30,45 38,69 41,38 451,60

Pinheiro Machado 1,10 0,99 1,02 0,98 0,85 1,07 0,88 1,43 1,13 0,99 1,12 0,91 12,47

Piratini 1,06 1,26 0,76 0,88 0,80 0,90 0,93 1,03 0,91 0,93 1,00 0,97 11,43

Rio Grande 11,73 14,33 14,00 12,14 13,47 8,97 9,27 9,41 8,78 7,51 8,87 9,59 128,07

Santa Vitória do Palmar 2,45 2,13 1,25 1,10 1,07 1,42 1,28 1,51 1,34 0,81 0,86 1,17 16,39

São José do Norte 0,98 1,29 1,06 0,94 0,68 0,60 0,67 0,63 0,67 0,60 0,90 0,92 9,94

São Lourenço do Sul 1,28 1,68 1,11 0,76 0,73 0,78 0,84 0,84 0,80 0,77 0,81 1,09 11,49

Turuçu 0,00

Total 72,59 84,87 60,32 57,49 55,69 55,75 58,77 65,74 58,92 50,71 57,97 61,06 739,88

69

Consumidor Livre em MWh 2014

Município/Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total

Amaral Ferrador 0,00

Arroio do Padre 0,00

Arroio Grande 0,00

Candiota 5.952,73 5.053,46 5.233,25 5.548,79 3.585,67 5.450,89 5.467,59 5.776,27 5.976,44 3.901,97 5.728,41 5.095,93 62.771,40

Canguçu 0,00

Capão do Leão 0,00

Cerrito 0,00

Chuí 0,00

Cristal 0,00

Herval 0,00

Hulha Negra 990,04 1.164,71 1.091,85 984,65 932,93 947,08 935,83 948,50 935,09 1.002,59 1.102,12 1.063,04 12.098,43

Jaguarão 0,00

Morro Redondo 0,00

Pedras Altas 0,00

Pedro Osório 0,00

Pelotas 0,00

Pinheiro Machado 5.088,87 4.867,75 5.162,93 4.762,09 4.109,07 4.937,25 4.993,64 5.345,30 5.374,55 5.393,39 4.952,17 54.987,01

Piratini 0,00

Rio Grande 9.471,64 8.349,48 4.862,21 8.683,01 11.723,24 12.601,95 12.330,30 13.226,86 14.459,58 13.444,46 13.604,41 12.731,62 135.488,76

Santa Vitória do Palmar 0,00

São José do Norte 0,00

São Lourenço do Sul 0,00

Turuçu 0,00

Total 16.414,41 19.656,52 16.055,06 20.379,38 21.003,93 23.108,99 23.670,97 24.945,27 26.716,41 23.723,57 25.828,33 23.842,76 265.345,60