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Contrato Ou Organismo, O Que Para Ns

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Texto: Benjamin Tucker Liberdade e Imposto (1897)Tradutor: Rafael Hotz

Observao:Originalmente o texto aqui traduzido se encontra no livro Instead Of A Book, do prprio Tucker. Os trechos selecionados aqui se encontram no site www.panarchy.org com o nome de Liberty And Taxation, ento resolvi manter o nome da seleo como ttulo.

Sobre o Texto:Benjamin Tucker foi um desenvolvedor das idias de Proudhon nos EUA. O livro no qual se encontram esses trechos traduzidos, Instead Of A Book, uma reunio de diversos artigos publicados na revista Liberty, editada pelo prprio Tucker.

Nesse pequeno trecho Tucker desenvolve uma idia que pode ser encontrada em autores como Paul Emile De Puydt e Gustave De Molinari, a de que associaes voluntrias de defesa e leis so praticveis e por definio diferentes do que se chama de Estado.

Tucker faz questo de deixar claro o que significa na prtica o Estado: uma invaso a soberania individual. Simples e eficiente. Como diria Proudhon *, a idia de contrato exclui aquela de governo.

* Citado de Idia Geral da Revoluo no Sculo Dezenove.

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Contrato Ou Organismo, O Que Para Ns?

Liberty, 30 de Julho de 1897

Uma discusso muito interessante e valiosa est acontecendo no London Jus no que toca a questo do imposto voluntrio versus o compulsrio. Na edio de 17 de Junho, h um comunicado de F.W. Read, que est na passagem a seguir:

A proposta da taxao voluntria significa de fato a dissoluo do Estado em seus tomos constituintes, e os deixa vontade para se recombinar ou no de alguma forma, seguindo seu prprio destino [1]. No haveria nada que prevenisse a existncia desses cinco ou seis Estados na Inglaterra, e membros de todos esses Estados poderia viver na mesma casa! A proposta ao que me parece, o resultado de uma idia nas mentes daqueles que prope que o Estado , ou deveria ser, fundado sob um contrato, da mesma forma que uma sociedade empresarial o . uma idia similar a defunta teoria do contrato original. Pensava-se que o Estado deveria se basear num contrato. Nunca houve contrato em nenhuma poca; foi assumido ento que teria havido um contrato pr-histrico. O defensor do imposto voluntrio diz que nunca houve contrato algum: logo o Estado nunca possuiu base tica; dessa maneira, no faremos um contrato. A explicao completa, creio eu, foi dada pelo Sr. Wordsworth Donisthorpe, que o Estado um organismo social, evoludo tal como todo outro organismo, e no precisando mais do que outros organismos ser baseado sob um contrato, seja original ou contemporneo.

A idia que a taxao voluntria uma objeo ao Estado precisamente porque este no se baseia sob um contrato, e pretende substituir contratos por ele, completamente correta, e eu fico feliz de ver (pela primeira vez, se me lembro bem) um oponente capt-la. Mas o Sr. Read obscurece seu ponto pela sua afirmao anterior de que a proposta da taxao voluntria o resultado de uma idia... que o Estado , ou deveria ser, fundado sob um contrato. Isso seria verdade se as palavras que eu deixei em itlico fossem omitidas. Foi a insero dessas palavras que garantiram ao escritor as bases para sua analogia em outras circunstncias sem nexo entre os Anarquistas e os seguidores de Rousseau. O ltimo afirma que o Estado se originou num contrato, e que as pessoas de hoje em dia, apesar de no t-lo assinado, esto submetidas a ele. Os Anarquistas, pelo contrrio, negam que tal contrato tenha sido um dia feito; declaram que, se tal contrato tivesse sido firmado, no poderia impor um resqucio de obrigao queles que no o firmaram; e advogam o direito de firmarem contratos entre-se como quiserem. A posio de um homem que faz seus prprios contratos, longe de ser anloga quela que o sujeita a contratos feitos por terceiros, sim sua anttese.

perfeitamente verdade que o imposto voluntrio no necessariamente "preveniria a existncia de cinco ou seis "Estados" na Inglaterra", e que "membros de todos esses "Estados" pudessem viver na mesma casa". Mas eu no vejo motivo para o ponto de exclamao do Sr. Read aps esta afirmao. E da? Existem mais de cinco ou seis Igrejas na Inglaterra, e acontece frequentemente de membros de diversas delas vivem na mesma casa. Existem muito mais que cinco ou seis seguradoras na Inglaterra, e de forma alguma incomum vermos membros da mesma famlia segurarem suas vidas e bens contra acidentes ou incndios em firmas diferentes. H algum mal eminente disto? Por que ento, no deveria haver um nmero considervel de associaes de defesa na Inglaterra, nas quais as pessoas, at membros da mesma famlia, posam confiar suas vidas e bens contra assassinos e ladres? Apesar do Sr. Read ter captado uma das idias dos defensores da taxao voluntria, eu temo que ele veja outra de maneira muito menos clara, - propriamente a de que a defesa um servio, como qualquer outro servio; que uma forma de trabalho tanto til quanto desejvel, e logo ento um bem econmico sujeito a lei da oferta e demanda; que num livre mercado essa mercadoria ser provida ao seu custo de produo; que, com a competio prevalecendo, o financiamento ser dado queles que provenham o melhor artigo ao preo mais baixo; que a produo e a venda dessa mercadoria atualmente monopolizada pelo Estado; que o Estado, como qualquer outro monopolista, cobra preos exorbitantes; que, como qualquer outro monopolista, provm um artigo praticamente ou totalmente sem qualidade; que, assim como o monopolista de um tipo de alimento fornece veneno ao invs de nutrio, da mesma forma o Estado se aproveita de seu monoplio da defesa para fornecer invases ao invs de proteo; que, assim como os pagantes de um pagam para serem envenenados, da mesma forma os pagantes do outro pagam para serem escravizados; e, finalmente, que o Estado supera todos seus outros companheiros de monoplio no que tange sua perversidade porque ele desfruta do privilgio nico de obrigar a todos comprarem seu produto queiram ou no. se, ento, cinco ou seis "Estados" exibissem suas placas [2], as pessoas, creio eu, seriam capazes de comprar o melhor tipo de segurana a um preo razovel. E o melhor, - quanto melhores seus servios, menos seriam necessitados; de tal forma que a multiplicao dos "Estados" envolve a abolio do Estado.

Todas essas consideraes, entretanto, esto descartadas, na opinio do Sr. Read, pela sua afirmativa final de que "o Estado um organismo social". Ele considera isso "a explicao completa". Mas quanto a mim eu no vejo nisso nada seno outro comentrio irrelevante. Eu pergunto novamente: E da? Suponha que o Estado seja um organismo - e a? Qual a inferncia? Que o Estado ento permanente? Mas o que a histria seno a dissoluo de organismos e o nascimento e crescimento de outros a serem por sua vez dissolvidos? O Estado est imune a esta ordem? Se est, por qu? O que prova isso? O Estado um organismo? Sim; da mesma forma como um tigre. Mas a menos que eu encontre-o desarmado, seu organismo ir se desorganizar rapidamente. O Estado um tigre procurando devorar o povo, e ele deve ou mat-lo ou aleij-lo. Sua prpria segurana depende disto. Mas o Sr. Read diz que isso no pode ser feito. "De forma alguma o poder do Estado pode ser restringido". Isso deve ser muito desapontante para o Sr. Donisthorpe e Jus, que esto trabalhando para restringi-lo. Se o Sr. Read estiver correto, seu trabalho ser extinto. Est ele certo? A menos que ele possa demonstrar, os defensores do imposto voluntrio e os Anarquistas continuaro seu servio, alegres com a crena que o Estado compulsrio e invasor esteja fadado a morrer.

A Natureza Do Estado

Liberty, 22 de Outubro de 1897

Abaixo est reimpressa do London Jus a resposta de F.W. Read ao editorial de nmero 104 de Liberty, intitulado de Contrato Ou Organismo, O Que Para Ns?:

Ao Editor de Jus:Senhor, com referncia as crticas do Sr. Tucker as minhas cartas em Jus que tratam da Taxao Voluntria, o princpio do organismo Estatal parece ser o cerne da controvrsia. Eu ento lidarei com isto primeiro, apesar de vir depois no artigo do Sr. Tucker. Ele pergunta se o fato do Estado ser ou no um organismo faz dele permanente e o previne da dissoluo. Certamente no; eu nunca disse isso. Mas o Sr. Tucker no consegue enxergar que dissolver um organismo diferente de dissolver um conjunto de tomos sem qualquer estrutura orgnica? Se as pessoas vivendo sob um Estado tivessem sido aglomeradas de um dia para o outro, nenhum mau em particular teria aconteceria em dividi-las em numerosas sees independentes; mas quando um povo cresceu junto gerao aps gerao, sculo aps sculo, romper as adaptaes e correlaes que foram estabelecidas dificilmente pode ser produtora de bons resultados. O tigre um organismo, diz o Sr. Tucker, mas se atingido ir rapidamente se desorganizar. Realmente; mas ningum supe que os tomos do corpo do tigre se beneficiam de alguma maneira com o processo. Por que os tomos do corpo poltico obteriam alguma vantagem da dissoluo de um organismo do qual eles fazem parte? O Sr. Tucker colocar o Estado par a par com igrejas e seguradoras simplesmente estupefante. Ser que o Sr. Tucker realmente acredita que cinco ou seis Estados poderiam coexistir lado a lado com a mesma convenincia que um mesmo nmero de igrejas? A dificuldade de determinar qual Estado um indivduo pertence ou no seria praticamente insupervel. Como assaltos e roubos sero confrontados? Um homem ser julgado pelo Estado do qual ele um cidado ou pelo Estado do agressor? Como um policial de um Estado saberia por conta prpria se certo indivduo pertence a ele ou no? As dificuldades so to enormes que o Estado logo seria reformado sob as velhas linhas. Outra grande dificuldade seria a de que o Estado consideraria impossvel firmar um contrato. Se o Estado tomado como uma mera coleo de indivduos, que emprestar dinheiro para a dvida pblica? O motivo de o Estado ter a confiana o fato de ser tratado como algo acima e fora do alcance dos indivduos que por acaso o compe em dada poca; porque sentimos que, enquanto os indivduos morrem, o Estado permanece, e que o Estado honrar seus contratos, mesmo se feitos com propsitos que no tm a aprovao daqueles que so os tomos do organismo Estatal. Eu, de fato, ouvi dizer que seria uma coisa boa se o Estado se mostrasse incapaz de honrar suas obrigaes; mas bom crdito parece to til para um Estado quanto para um indivduo. Novamente, no vantajoso para ns estarmos em condies de firmar tratados com pases estrangeiros? Mas que pas firmar um acordo com uma mera massa de indivduos, grande parte dos quais estar morta em dez anos?

Agora fora da questo de organismo ou no organismo, a histria no nos mostra um contnuo enfraquecimento do Estado em algumas direes e um contnuo fortalecimento em outras? Observamos um desaparecimento gradual do desejo de prover invaso ao invs de proteo, e ao passo que o estado deixa de faz-lo, mais forte ele se torna, e mais vigorosamente ele cumpre o que eu considero sua funo primordial a de proteger alguns contra a agresso de outros.

Uma palavra final com relao ao poder de restrio do Estado. claro que por restrio eu quero dizer restrio legal. Por exemplo, voc no poderia privar o Estado de seu poder de taxao ao passar uma lei com tal objetivo. Os arquitetos do Ato de Unio entre Gr Bretanha e Irlanda tentaram restringir o poder do Estado para desestabilizar a Igreja Irlandesa; mas a Igreja Irlandesa foi desestabilizada apesar disto. O que os Individualistas esto tentando fazer mostrar ao Estado que, quando ele regula fbricas e minas de carvo, e mil e uma coisas mais, ele est agindo em funo de seus prprios interesses. Quando o Estado tiver aprendido a lio, a interferncia cessar. Se o Sr. Tucker escolhe chamar aquilo de restringir o Estado, ele o permitido; eu no o fao.Sinceramente,

F.W. Read

Em resposta opinio do Sr. Read (a qual, se fosse verdade, com todas as suas implicaes, seria uma resposta vlida e final aos Anarquistas), que dissolver um organismo algo diferente de dissolver um conjunto de tomos sem qualquer estrutura orgnica, eu no posso fazer melhor seno citar a seguinte passagem de um artigo de J. Wm. Lloyd no nmero 107 de Liberty:

Parece-me que esse universo no passa de um agregado de indivduos; de indivduos simples e primrios, e de indivduos complexos, secundrios, tercirios, etc., formados pela agregao de indivduos primrios ou de indivduos com um grau menor de complexidade. Alguns desses indivduos de um grau elevado de complexidade so indivduos verdadeiros, concretos, to unidos que os organismos menores includos no conseguem existir a parte do organismo maior; enquanto outros so imperfeitos, discretos, os organismos inclusos existem muito bem, to bem quanto ou melhores, a parte do que unidos. Na primeira classe esto includas muitas das formas superiores de vida vegetal e animal, incluindo o homem, e na ltima inclusas vrias formas inferiores de vida vegetal e animal (gramneas, vermes, etc.), e a maioria dos organismos da sociedade, como governos, naes, igrejas, exrcitos, etc.

Tomando essa viso inquestionvel do assunto, se torna claro que a argumento do Sr. Read sobre dissolver um organismo falso to enquanto a palavra organismo permanece desqualificada por algum adjetivo equivalente ao concreto do Sr. Lloyd. A questo, ento, se o Estado um organismo concreto. Os Anarquistas alegam que no. Se o Sr. Read pensa que ele , o nus da prova est sobre ele. Eu julgo que esse erro surge de uma confuso do Estado com a sociedade. A sociedade um organismo concreto que os Anarquistas no negam; pelo contrrio, eles insistem nela. Consequentemente eles no tem inteno ou desejo de aboli-la. Eles sabem que sua vida inseparvel da vida dos indivduos; que impossvel destruir um sem destruir os outros. Mas, apesar da sociedade no poder ser destruda, ela pode ser gravemente impedida e embaraada nas suas operaes, resultando numa desvantagem para os indivduos que a compe, e ela conhece seu maior impedimento no Estado. O Estado, diferentemente da sociedade, um organismo discreto. Se ele fosse destrudo amanh, os indivduos continuariam existindo. A produo, a troca, e a associao continuariam como antes, mas muito mais livres, e todas as funes sociais das quais o indivduo dependente operariam em seu benefcio muito mais soberanamente do que nunca. O indivduo no se relaciona com o Estado da mesma maneira que a pata do tigre est relacionada com o ltimo. Mate o tigre, e a pata do tigre no mais cumpre seu papel; mate o Estado, e o indivduo ainda vive e satisfaz seus desejos. Quanto sociedade, os Anarquistas no a matariam se pudessem, e no poderiam se o tentassem.

O Sr. Read acha estupefante que eu coloque o Estado par a par com igrejas e seguradoras. J eu considero sua estupefatez cmica. Crdulos em sistemas religiosos compulsrios ficaram estupefatos quando se props pela primeira vez colocar a igreja no mesmo nvel de outras associaes. Atualmente a nica estupefatez pelo menos nos Estados Unidos que a igreja seja permitida ficar em qualquer nvel. Mas a superstio poltica substituiu a superstio religiosa, e o Sr. Read est sob sua influncia.

Eu no penso que cinco ou seis Estados poderiam existir lado a lado com quase toda a mesma convenincia que nmero igual de igrejas. Nas relaes entre os Estados h mais chance de atrito do que na simples esfera religiosa. Mas, por outro lado, o atrito resultante de uma multiplicidade de Estados seria um reles montinho comparado com a montanha de opresso e injustia a qual gradualmente empilhada por um nico Estado compulsrio. No seria necessrio para um policial de um Estado voluntrio saber a qual Estado um dado indivduo pertence, ou se ele pertence a algum. Estados voluntrios poderiam, e provavelmente iriam, autorizar seus executores a proceder contra invaso, no importando quem seja o invasor ou o invadido. O Sr. Read provavelmente objetar que o Estado ao qual o invasor pertencesse poderia tomar sua priso como uma invaso, e tomar medidas contra o Estado que o tivesse detido. A antecipao de tais conflitos provavelmente resultaria exatamente naqueles tratados entre Estados os quais o Sr. Read considera to desejveis, e at mesmo no estabelecimento de tribunais federais, como cortes de ltima instncia, pela cooperao dos vrios Estados, sob o mesmo princpio voluntrio de acordo com o qual os prprios Estados seriam organizados.

O imposto voluntrio, longe de restringir o crdito Estatal, o alimentaria. Em primeiro lugar, a simplificao de suas funes reduziria enormemente, talvez at completamente, sua necessidade de contrair emprstimos, e sabe-se que o poder de emprstimo geralmente inversamente proporcional a constncia da necessidade. Normalmente o devedor que no possui bom crdito. Em segundo lugar, o poder do Estado de repudiar, e ainda continuar seu negcio, dependente do seu poder de imposto obrigatrio. Ele sabe que, quando no puder mais emprestar, ele pode ao menos taxar seus cidados at o limite da revoluo. Terceiro, o Estado goza de confiana, no porque ele est acima e fora do alcance dos indivduos, mas sim porque seus credores presumem que ele deseja manter seu crdito e dessa forma continuar a pagar seus dbitos. Esse desejo por crdito ser mais forte num Estado apoiado por impostos voluntrios do que num Estado que obriga tais pagamentos.

Todas as objees trazidas tona pelo Sr. Read (exceo feita ao argumento do organismo) so meras dificuldades de detalhe administrativo, a serem superadas pela perspiccia, pacincia, precauo, e diligncia. Elas no so dificuldades lgicas, nem dificuldades de princpio. Elas o parecem enormes; mas do mesmo jeito pareciam as dificuldades da liberdade de pensamento dois sculos atrs. O que ser que ele pensa sobre as dificuldades do regime atual? Aparentemente ele est to cego a elas quanto a Igreja Catlica as dificuldades de uma religio Estatal. Todas essas enormes dificuldades as quais se levantam para o deleite dos contrrios ao princpio da voluntariedade desaparecero gradualmente sob a influncia de mudanas econmicas e prosperidade bem distribuda que seguiro a adoo de tal princpio. isso o que Proudhon chama de dissoluo do governo no organismo econmico. um assunto muito vasto para ser considerado aqui, mas, se o Sr. Read deseja entender a teoria Anarquista do processo, deixe o estudar o mais esplndido de todos os esplndidos livros de Proudhon, a Idia Geral Da Revoluo No Sculo Dezenove [3]. verdade que a histria mostra um contnuo enfraquecimento do Estado em algumas direes, e um contnuo fortalecimento em outras. Pelo menos, tal a tendncia, em termos gerais, apesar de essa continuidade ser de vez em quando interrompida por perodos de reao. A tendncia simplesmente o progresso da evoluo em direo a Anarquia. O Estado invade cada vez menos e menos, e protege mais e mais. exatamente nessa linha de processo, e ao final dela, que os Anarquistas demandam o abandono da ltima fortaleza de invaso pela substituio da taxao voluntria pela compulsria. Quando esse passo for dado, o Estado atingir sua fora mxima como protetor contra agresses, e a manter enquanto seus servios forem necessrios em tal capacidade.

Se o Sr. Read, ao dizer que o poder do Estado pode no pode ser restringido, simplesmente quer dizer que ele no pode ser legalmente restringido, sua afirmao no serve como uma resposta aos Anarquistas nem aos defensores do imposto voluntrio. Eles no propem restringi-lo legalmente. Eles propem criar um sentimento pblico que tornar impossvel para o Estado coletar impostos fora ou invadir o indivduo de qualquer outra maneira. Ao tomar o Estado como um instrumento de agresso, eles no esperam convence-los que a agresso contrria aos seus interesses, mas esperam convencer os indivduos que contra seus prprios interesses ser invadido. Se por esses meios eles obtiverem sucesso em privar o Estado de seus poderes invasivos, eles estaro satisfeitos, e para eles imaterial se os meios descritos pela palavra restringir ou qualquer outra palavra. De fato, eu me esforcei nessa discusso para me acomodar a fraseologia do Sr. Read. Minha opinio verdadeira que eu no creio ser apropriado chamar associaes voluntrias de Estados, mas, confinando a palavra a marcas de citao, eu a usei porque o Sr. Read deu o exemplo.

Notas Do Tradutor:

[1] Just as it may happen.[2] Hang out their shingles.[3] Dois captulos dessa obra esto disponveis abaixo em portugus.

Material Para Leitura (Ebooks e Links)http://www.4shared.com/file/57801044/eb53568a/Material_Em_Portugus.html