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SÉRIE PROVAS & CONCURSOS r L J CAMPUS SIDNEY BITTENCOURT Licitações Públicas para Concursos Lei n° 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações) Lei n° 10.520/2002 (Lei do Pregão) Lei n° 11.070/2004 (Lei da Parceria Público-Privada - PPP) Lei Complementam0 123/2006 (Tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas nas licitações) Lei n° 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações Públicas para Copa do Mundo e Olimpíadas - RDC)

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SÉRIE PROVAS & CONCURSOS

r

L J

CAMPUS

S ID N E Y B ITTEN C O U R T

Licitações Públicas para Concursos

Lei n° 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações)

Lei n° 10.520/2002 (Lei do Pregão)

Lei n° 11.070/2004 (Lei da Parceria Público-Privada - PPP)

Lei C om p lem en tam 0 123/2006 (Tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas nas licitações)

Lei n° 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações Públicas para Copa do Mundo e Olimpíadas - RDC)

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SIDNEY BITTENCOURT

Licitações Públicas para Concursos

SERIE PROVAS & CONCURSOS

ELSEVIER CAMPUSC O N C U R S O S

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© 2012, Elsevier Editora Ltda.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei n5 9.610, de 19 /02 /1 998 .Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.

Copidesque: Daniela Marrocos Revisão Gráfica: Diogo Cezar Borges Editoração Eletrônica: SBNigri Artes e Textos Ltda.

Coordenador da Série: Sylvio Motta

Elsevier Editora Ltda.Conhecimento sem Fronteiras Rua Sete de Setembro, 111 - 1 6Ü andar 20050-006 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Rua Quintana, 753 - 82 andar 04569-011 - Brooklin - São Paulo - SP - Brasil

Serviço de Atendimento ao Cliente 0800-0265340 [email protected]

ISBN 978-85-352-6136-3 (recurso eletrônico)

Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceituai. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão.

Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação.

CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

B547IBittencourt, SidneyLicitações públicas para provas [recurso eletrônico], concursos e agentes públicos / Sidney Bittencourt. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2012.

recurso digital

Formato: PDFRequisitos do sistema: Adobe Acrobat ReaderModo de acesso: World Wide WebISBN 978-85 -352-6136-3 (recurso eletrônico)

1. Brasil. [Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993]. 2. Licitação pública- Legislação - Brasil. 3. Contratos administrativos - Legislação - Brasil. 4. Serviço público - Brasil - Concursos. 5. Livros eletrônicos. I. Título.

12-1948. CDU: 342.951:352.712.2(81)

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D e d i c a t ó r i a s

Dedico este trabalho a todos aqueles que perseveram dia e noite - lendo, estudando, decorando, elaborando resumos, esquematizando e adotando um

núm ero sem fim de estratégias - com o sonho de ocupar uma cadeira naAdministração Pública brasileira.

Afinal, como registrou Fernando Pessoa, o homem é do tamanho do seu sonho.

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidadecom que acontecem.

Por isso existem m omentos inesquecíveis, coisas inexplicáveise pessoas incomparáveis.

Fernando Sabino

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r 0 A u t o r

Sidney Bittencourt é Mestre em Direito pela UGF, administrativista, administra­dor de empresas, consultor, parecerista e conferencista consagrado, autor de inú­meras obras jurídicas, além de articulista, com artigos, ensaios, pareceres e estudos publicados nos principais veículos de divulgação jurídica.

Assessor-chefe da Assessoria Jurídica de Licitações, Contratos e Atos Adminis­trativos da Diretoria de Administração da Marinha, órgão norm atizador da matéria no âmbito da Marinha do Brasil.

E considerado pelos próprios doutrinadores um dos maiores especialistas em licitações, contratos, acordos e atos administrativos do direito nacional. Sobre ele, o jurista Ivan Barbosa Rigolin declarou: “É o mais prolífico e profícuo autor de obras sobre assuntos que envolvem licitações e contratos

Participou efetivamente da elaboração do famoso Decreto-Lei n- 2.300/1986, base para a atual Lei n- 8.666/1993.

E autor de inúmeras obras doutrinárias, dentre elas, as três primeiras lançadas sobre o pregão, o pioneiro livro sobre Licitações Internacionais e o consagrado Licitação Passo a Passo, no qual comenta todos os artigos da Lei n- 8.666/1993.

Possui mais de 30 anos de experiência em consultoria e assessoria no âmbito do Direito Administrativo.

Mais de 200 artigos publicados em periódicos, revistas e boletins jurídicos, tais como: Fórum de Contratação e Gestão Pública (FCGP); Boletim Direito Administrati- vo, Contabilidade e Administração Pública (DCAP); Informativo de Licitações e Contratos (.ILC); Revista de Compras Públicas ( Capacitar) ; Revista Diálogo Jurídico; Revista Goruemet— Revista do Administrador Público; Revista O Pregoeiro; Revista Negócios Jurídicos; Boletim de Licitações e Contratos (BLC); Revista Síntese de Direito Administrativo; Boletim Jurídico Adcoas; Revista Lex de Direito.

Docente convidado para apresentação de cursos, palestras e seminários em diversas instituições, tais como: Fundação Ge túlio Vargas, Universidade Gama Filho, Lex Magister Cursos Jurídicos, Universidade Cândido Mendes (CCCM), Faculdade Bethéncourt da Silva (FABES), Funtex Treinamentos (FTX Treinam entos), IESAP- Instituto Escola Superior de Aperfeiçoamento Profissional, COAD - Informações Contábeis, Trabalhistas e Jurídicas, CEAP- Centro de Aperfeiçoamento Profissional,

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Materko Seminários, IOB - Centro de Informações Objetivas, Centro de Instrução Almirante Newton Braga de Faria (CIANB).

Faz parte dos Conselhos Edito rias das Revistas Síntese de Direito Administrativo e Síntese de Licitações e Contratos (ambas do Grupo Editorial IOB).

Obras publicadas (em ordem alfabética):• A nova legislação da licitação na modalidade Pregão• A nova lei de direito ambiental• A nova lei de direito autoral anotada• A nova lei de responsabilidade fiscal e legislação correlata - 2a edição• A participação de cooperativas em licitações públicas• As Licitações públicas e o novo estatuto das microempresas (LC 123/06) - 2a

edição• Comentários a Lei de Crimes contra o Meio Ambiente e suas sanções admi­

nistrativas - 3a edição• Comentários ao Simples• Comentários Decreto n- 3.555/00 e ao Regulamento do Pregão• Contratos Administrativos para provas, concursos e agentes públicos• Curso básico de contratos administrativos• Curso Básico de Licitação - 3a edição• Direito Administrativo - Legislação Completa - 4- edição• Estudos sobre Licitações Internacionais - 3â edição• Legislação - Licitações e Contratos Administrativos - 2a edição• Licitação de Informática• Licitação de Passo a Passo - Comentando todos os artigos da Lei n- 8.666/93

- 6â edição• Licitação de Registro de Preços - 2a edição• Licitações e Contratos Administrativos - Legislação• Manual de Convênios Administrativos - 2- edição• Parceria Público-Privada Passo a Passo - Comentários à Lei n- 11.079/04,

que institui norm as gerais para Licitação e Contratação de PPP na Admi­nistração Pública - 2a edição

• Pregão Eletrônico - 3- edição• Pregão Passo a Passo - Comentários à Lei n- 10.520/02 - 4a edição• Pregão Presencial - 2a edição• Questões Polêmicas sobre licitações e contratos - 2a edição• Regime Jurídico dos Servidores da União e Legislação Correlata• Temas controvertidos sobre licitações & contratos administrativos (organi­

zação e co-autoria)DVDs (Vídeos):• Comentando as licitações públicas• Comentários ao pregão

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r P r e f á c i o

Prefaciar a obra “LICITAÇÕES PÚBLICAS PARA CONCURSOS”, da lavra de Sidney Bittencourt, é uma honra para mim, considerando a longa amizade que m antenho com o autor, iniciada justam ente quando ainda era Advogado da União na atividade e, por força de nossas atribuições, vivíamos a discutir sobre a matéria, ou seja, Licitações, Contratos, Convênios e tudo o mais envolvendo o tema que tivesse que ser aprovado por Assessoria Jurídica da Administração, conforme determ ina o parágrafo único, do art. 38, da Lei n- 8.666/1993.

Por outro lado, trata-se de tarefa que seu próprio curriculumvitaese encarrega de realizar, tendo em vista que o autor é mestre em Direito, administrativista, consultor, parecerista e conferencista, autor de inúmeras obras jurídicas, além de articulista, com artigos, ensaios, pareceres e estudos publicados nos principais veículos de di­vulgação jurídica, considerado pelos próprios doutrinadores um dos maiores espe­cialistas em licitações, contratos, acordos e atos administrativos do Direito nacional.

Sidney Bittencourt participou efetivamente da elaboração do famoso Decreto-Lei n- 2.300/1986, que fincou as bases para a atual Lei n- 8.666/1993, sendo autor de uma enorme gama de livros jurídicos, destacando-se, entre outros, o consagrado “Licitação Passo a Passo” (já em sua 6- edição), tendo sido o autor das três primeiras obras lança­das sobre o pregão e do pioneiro livro sobre “Licitações Internacionais” (que teve sua 3â edição recentemente lançada).

Além disso, o prof. Sidney, que possui mais de 30 anos de experiência em consul­toria e assessoria no âmbito do Direito Administrativo, continua em plena atividade como Assessor-Chefe da Assessoria Jurídica da Diretoria de Administração, órgão norm atizador da matéria da Marinha do Brasil.

E mais: faz parte do Conselho Editorial da Revista Síntese de Direito Admi­nistrativo e da Revista Síntese de Licitações Públicas, ambas do Grupo IOB, sendo colaborador efetivo, com artigos doutrinários de fina cepa, de diversos periódicos jurídicos (Fórum de Contratação e Gestão Pública; Boletim Direito Administrativo, Contabilidade e Administração Pública; Informativo de Licitações e Contratos; Revista de Compras Públicas; Revista Diálogo Jurídico; Revista Governet; Revista O Pregoeiro; Revista Negócios Jurídicos; Boletim de Licitações e Contratos; Revista Síntese de Direito Administrativo; Boletim Jurídico Adcoas, dentre outros).

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No magistério, destaca-se Sidney Bittencourt na im portante tarefa de apresen­tação de seminários e cursos de aperfeiçoam ento e especialização em diversas insti­tuições de ensino, tais como, para citar apenas algumas, Fundação Getulio Vargas; Universidade Gama Filho; Lex Magister Cursos Jurídicos; Centro de Orientação, Atualização e Desenvolvimento Profissional (COAD); e Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CEAP), além de inúm eros cursos in company.

Sobre o livro “Licitações Públicas para Concursos”, cabe esclarecer que se trata de um trabalho voltado especificamente para o público-alvo - os concurseiros -, não sendo, por conseguinte, uma obra de doutrina. Obras doutrinárias sobre a matéria poderão ser consultadas por aqueles que se interessarem mais profundam ente pela disciplina no site www.sidneybittencourt.com.br, onde serão encontrados todos os seus livros.

O autor criou um método específico para atender aos concurseiros, sem deixar de apresentar explicações plausíveis para as diversas nuances que envolvem a matéria, sempre, todavia, de forma sucinta e objetiva.

E certo que o concurseiro precisa saber o que consta nas leis, pois as provas giram em torno dos textos legais, mas, sem sombra de dúvida, necessitam também entender o motivo inserido em cada dispositivo legal, vez que muitas questões dão margem ao fator “interpretação ju ríd ica”.

Nesse contexto, com metodologia própria, o autor aborda tudo que envolve a matéria, desde o início do procedim ento licitatório, com a abertura do processo ad­ministrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta do seu objeto e do recurso próprio para a despesa, passando pela m inuta do edital, tudo esmiuçado com alto padrão de qualidade e a experiência de anos e anos de militância.

Por esse motivo, tratou das norm as umbilicalmente vinculadas ao tema das licitações públicas, decorrentes da Constituição Federal de 1988, tais como a já ci­tada Lei n- 8.666/1993 e suas alterações posteriores; a Lei n- 8.987/1995 (Regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, previsto no art. 175 da Constituição Federal); a Lei n- 10.520/2002 (Lei do Pregão); a Lei n- 11.079/2004 (Lei das Parcerias Público-Privadas - PPPs); a Lei Com plementar n- 123/2006 (Tra­tamento diferenciado para Pequenas Empresas nas Licitações); a Lei n - 12.232/2010 (Normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade); e a novíssima Lei n- 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Con­tratações Públicas - RDC).

Por derradeiro, deve ser ressaltado que a presente obra, em linhas objetivas, vem contribuir para que os concurseiros obtenham bons resultados nos concursos públicos, considerando os seguintes fatores inerentes ao autor: alta especialização no tema; atuação cotidiana com o assunto; inteligência e profundos conhecimentos na área do Direito Público, especialmente Constitucional e Administrativo.

Pedro Duarte Neto Advogado da União

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A p r e s e n t a ç ã o

Este trabalho advém da constatação - depois de anos de labuta no âmbito das licitações públicas, seja em consultoria, assessoria ou docência e em diversos livros doutrinários escritos - da inexistência no meio editorial jurídico de obra que alie a necessidade do rápido aprendizado dos envolvidos com concursos públicos com o razoável conhecim ento do tema jurídico enquanto ciência.

Em levantamento realizado nas prateleiras das grandes livrarias, notadam ente nas bancadas voltadas para concursos, vislumbramos um reduzido núm ero de livros sobre a matéria, e todos, salvo alguma falha nesse levantamento, sempre com a exclusiva preocupação de apresentar ao leitor interessado um apanhado de textos dirigidos tão somente para o critério “decoreba”.1

A nosso ver, essa não é a m elhor estratégia para um aprendizado, ainda que mais célere e destinado a um objetivo específico: ser aprovado no concurso público.

Entendemos que se faz necessário buscar um ponto de equilíbrio entre o entendi­mento básico do que se está estudando e a memorização do que se lê. Somente dessa forma, cremos, o concursáro conseguirá reter as informações de forma plena, adquirindo, nesse passo, mecanismos para a resolução de questões que envolvam a tal “decoreba” com aquelas que necessitam de interpretação de casos, avaliação de hipóteses etc.

Nesse contexto, apresentamos ao público este Licitações Públicas para Concur­sos, que, consoante informado, não só sintetiza informações para um bom entendi­mento da matéria, como apresenta esquemas, fluxogramas e quadros que facilitarão a assimilação do conteúdo. Além disso, dispusemos dois registros fundamentais capítulo a capítulo: observações im portantes em quadros destacados e diversas questões de concursos intim am ente ligadas ao contido em cada capítulo, de sorte a oferecer um alicerce seguro a todos que almejam uma cadeira dentro da Administração Pública.

Sidney Bittencourt Site: www.sidneybittencourt.com.br

Contato: [email protected]

1 Consoante Caldas Aulete: 1. Ação ou resultado de decorar, de m em orizar sem o cuidado de com preender ou entender aquilo que se estudou. 2. Q uem costuma estudar apenas decorando textos, sem tentar aprender (Aulete Digital — Dicionário Contem porâneo da Língua Portuguesa).

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S u m á r i o

C a p ítu lo 1 A licitação______________________________________________________ 1̂1.1. Noções introdutórias.........................................................................................................................................11.2 ..Conceito.................................................................................................................................................................11.3. M otivação............................................................................................................................................................. 21.4 . Objetivos da licitação........................................................................................................................................21.5 . D esenvolv im ento ..............................................................................................................................................3i.ô.Subordinação à Lei de Licitações................................................................................................................. 3

C a p ítu lo 2 Disciplina norm ativa___________________________________________ 72 .1. Competência para legislar sobre licitações............................................................................................. 72 .2 . 0 utras disposições constitucionais sobre licitações.............................................................................. 82.3. Legislação Federal Específica...................................................................................................................... 10

2.3 .1. 0 Estatuto Jurídico Brasileiro das Licitações (Lei nQ 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ) ....................................... 102.3.2. Lei n2 8 .9 8 7 /1 9 9 5 (Regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal).......................................................................122 .3 .3 .Lei ne 1 0 .5 2 0 /2 0 0 2 (a criação da modalidade licitatória Pregão) ................................... 122 .3 .4 .Lei n M 1 .0 7 0 /2 0 0 4 (a Parceria Público-Privada - PPP)..........................................................12

2 .3 .5 .Lei Com plem entar n ̂ 1 2 3 /2 0 0 6 (Tratamento diferenciado para Pequenas Empresas nas Licitações)................................................................................................................................132 .3 .6 .Lei n5 1 2 .2 3 2 /2 0 1 0 (Normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade)............................................................................................................132 .3 .7 .Lei ne 1 2 .4 6 2 /2 0 1 1 (Regim e Diferenciado de Contratações Públicas - RDC).................14

C a p ítu lo 3 Princípios Licitatórios_________________________________________ V7_3 .1. Princípios.licitatórios básicos....................................................................................................................... 173 .2 ..Princípios correlatos........................................................................................................................................193 .3 .Princípios im p líc ito s .......................................................................................................................................213 .4 .Princípios surgidos em face da criação da m odalidade denom inada pregão.......................... 22

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C a p ítu lo 4 Definição do objeto da licitação_______________________________274 .1. Objeto da licitação.......................................................................................................................................... 274.2. Projeto Básico (inc. IX do art. 6e da Lei 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ) .................................................................. 284 .3 .Projeto Executivo (ou Projeto Final) (Inciso X do art. 6^ da Lei n2 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ) .................... 29

C a p ítu lo 5 Agentes públicos responsáveis pelas licitações da Lei ________________ n ̂8 .6 6 6 /1 9 9 3 ________________________________________________ 33

5 .1. Comissão de Licitação.................................................................................................................................... 335 .1.1. Constituição das Comissões de Licitação...................................................................................... 34

5 .2 . Comissão de Cadastramento....................................................................................................................... 35

C a p ítu lo 6 Seqüência de atos para a validade da licitação_______________ 396 .1.A etapa interna (ou preparatória) da lic itação ....................................................................................40

6 .1.1. Requisição.do interessado................................................................................................................. 406 .1.2 ..Estimativa de Valor................................................................................................................................40

6.1.2 .1. Orçamento Detalhado em Planilhas..................................................................................... 416.1.3.Termo de Referência............................................................................................................................ 416 .1.4 .Autorização da Despesa...................................................................................................................... 436 .1.5 .Elaboração.do Instrumento Convocatório..................................................................................... 446.1.6.Análise.e Aprovação Jurídica do Edital........................................................................................... 446 .1.7 .Divulgação (publicidade)....................................................................................................................456 .1.8 .Documentos a serem juntados ao processo de lic itação ...................................................... 456 .i.9 .0u tras exigências em função da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF(Lei Com plem entar n2 1 0 1 /2 0 0 0 ) ..............................................................................................................46

6 .2 .A etapa externa (ou de execução) da licitação...................................................................................476 .2 .1. Fases da Licitação das Modalidades da Lei n2 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ...................................................49

6 .2.1.1. Habilitação..................................................................................................................................... 506 .2 .1.1.1.Habilitação jurídica.............................................................................................................50

6 .2 .1.1.2 .Regularidade Fiscal e Trabalhista................................................................................ 516 .2 .1.1.3.Qualificação.Técnica.......................................................................................................... 526 .2 .1.1.4.Qualificação Econômico-Financeira..............................................................................53

6.2.1.1.5.Cum prim ento ao Estabelecido no Inciso XXXIII, do Art. 7^da Constituição Federal...................................................................................................................... 55

6 .2 .2 .A.participação de consórcios............................................................................................................566 .3 .Classificação das Propostas (Julgam ento)............................................................................................. 58

6 .3 .1 .Atos não considerados para efeito de ju lgam ento................................................................... 586.3.2..Divulgação do Resultado do Julgam ento..................................................................................... 59

6.4..Hom ologação....................................................................................................................................................596.5. Adjudicação....................................................................................................................................................... 60

C a p ítu lo 7 M odalidades de Licitação_____________________________________ 6S_7 .1. Elenco de Modalidades..................................................................................................................................65

7 .1.1. Concorrênci a 667.1.2.Tomada.de Preços.................................................................................................................................68

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7.1.3.Convit e 687.1.4 ..Concurso....................................................................................................................................................717.1.5.Leilã o 727.1.6 ..P reg ão....................................................................................................................................................... 74

7.2.Valores-Limites das Licitações.....................................................................................................................757.2 .1. Valores-Limites das Modalidades da Lei n2 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ........................................................757.2 .2. Valores.para realização do Pregão.................................................................................................. 78

C a p ítu lo 8 Tipos de Licitação_____________________________________________ 878 .1. Elenco de Tipos de Licitação........................................................................................................................ 878 .2 . Tipos de licitação para contratação de bens ou serviços de in form ática .................................. 898.3..A adoção dos tipos Melhor Técnica e Técnica e Preço.......................................................................89

8 .3 .1 .Procedimentos para o tipo Melhor Técnica..................................................................................908 .3 .2 .Procedimentos para o tipo Técnica e Preço................................................................................ 90

8 .4 .Novos tipos de licitação em função do novo Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC (Lei n M 2 .4 6 2 /2 0 1 1 ) ..............................................................................................................91

C a p ítu lo 9 Instrumentos Convocatórios da Licitação______________________97_9 .1. Edital de Licitação........................................................................................................................................... 979.2.Convite (ou Carta-Convite)...........................................................................................................................999.3..Aprovação Jurídica das Minutas de E d ita is .........................................................................................100

C a p ítu lo 1 0 Publicação Resumida do Instrum ento Convocatório ________________ da Licitação__________________________________________________103

10.1.Publicação do Convite................................................................................................................................10310.2 .Publicação dos Avisos de Concorrência, Tomada de Preços, Concurso e Leilão..................10410.3 . Publicação do Aviso de Pregão..............................................................................................................105

10.3 .1. Pregão na Forma Presencial......................................................................................................... 10510.3 .2 . Pregão na Forma Eletrônica.......................................................................................................... 105

10.4 . Prazos.de divulgação das licitações.................................................................................................... 10510.4 .1. Contagem de prazos de divulgação das lic itações............................................................. 107

C a p ítu lo 11 Im pugnação_________________________________________________ 111n .i.Im p u g n a ç ã o do Edital ou do Convite (carta-convite)................................................................... 111i i . 2 .lmpugnação do Edital de Pregão......................................................................................................... 112

C a p ítu lo 1 2 Registros Cadastrais_________________________________________ 11712.1. Generalidades sobre o Registro Cadastral.........................................................................................117i 2 .2 .Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF)............................................... 119

12.2 .1. Constituição do SICAF...................................................................................................................... 11912 .2 .2 .Finalidade.do SICAF..........................................................................................................................11912.2 .3 . Procedimentos para o Cadastramento no SICAF................................................................... 119

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C a p ítu lo 1 3 Sistema de Registro de Preços (SRP)_________________________12313.1.Ata de Registro de Preços....................................................................................................................... 12413.2 . Participantes de uma Licitação de Registro de Preços.................................................................12513 .3 .Diferença.em Relação aos procedimentos de uma Licitação Tradicional..............................12513.4..Vantagens da Adoção do Sistema de Registro de Preços........................................................... 12713.5.A Utilização da Ata de Registro de Preços por Órgão não Participante da Licitação(o "carona")............................................................................................................................................................127

C a p ítu lo 1 4 Afastam entos da Licitação___________________________________ 13114.1. Licitação Dispensada (art. 17 da Lei ne 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ) ................................................................... 13114.2 .Licitação Dispensável (art. 24 da Lei n2 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ) .................................................................. 13514.3 .Licitação Inexigível (art. 25 da Lei ne 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ) .......................................................................15414.4.Publicação dos Afastamentos de Licitação....................................................................................... 16014.5 .Instrução do Processo de Afastamento de Licitação.................................................................... 160

C a p ítu lo 1 5 Extinção da Licitação_________________________________________16915.1. Revogação.....................................................................................................................................................16915.2.Anulaçã o 170

C a p ítu lo 1 6 Audiência Pública____________________________________________17516.1. Condições para Adoção da Audiência Pública................................................................................. 17516 .2 .Licitações Simultâneas e Licitações Sucessivas............................................................................... 17616.3 .Contagem de Prazo nas Licitações Simultâneas e nas Licitações Sucessivas.......................176

C a p ítu lo 1 7 Licitações Internacionais_____________________________________17917.1. Outras regras sobre licitações internacionais...................................................................................17917.2.Modalidades de Licitação Internacional............................................................................................. 18017.3 .Habilitação.de Empresas Estrangeiras em Licitações Internacionais......................................18217 .4 .Licitações.Internacionais Baseadas em Regras Dispostas por Organismos Internacionais (BIRD, BID e tc .) .........................................................................................................................182

C a p ítu lo 1 8 Direito ao Contraditório e de Petição________________________ 18718.1. Direito de Petição (Via Adm inistrativa).............................................................................................. 18718.2 . Recurso (tam bém chamado de recurso administrativo ou recurso hierárquico)............... 188

18.2 .1. Prazos e procedimentos para a interposição de recursos adm inistrativos...........189i 8.2 .2 .lntim ação dos Atos Motivadores do Recurso Adm inistrativo...........................................189

18.3..Representação..............................................................................................................................................19018.4. Pedido de Reconsideração...................................................................................................................... 191

C a p ítu lo 1 9 Penalidades (ou Sanções) Adm inistrativas nas Licitações 19519.1. Penalidades (ou Sanções)....................................................................................................................... 195

19.1.1. Penalidades (ou Sanções) pela Recusa Injustificada de Assinatura do Contrato.....19619.2 .A.Não Aplicação de Penalizações (ou Sanções) em Situação Específica...............................199

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C a p ítu lo 2 0 D os C rim e s L ic ita tó r io s ______________________________________________ 20320.1. Dos crimes licitatórios e das penas......................................................................................................20420.2 . Do.Processo e do Procedimento Judicial............................................................................................ 208

C a p ítu lo 21 T r a t a m e n to D ife r e n c ia d o p a ra as M ic r o e m p r e s a s (M E )

e E m p re s a s d e P e q u e n o P o r te (E P P ) n as L ic ita ç õ e s

___________________ (L e i C o m p le m e n t a r n g 1 2 3 /2 0 0 6 )_________________________________21521 .1.A Função Social da Licitação...................................................................................................................2162 1.2 .Base Constitucional para e Edição da Lei Com plem entar n ̂ 1 2 3 /2 0 0 6 ................................21721.3 . Regras Dispostas na Lei Complementar ne 1 2 3 /2 0 0 6 com Conexão como Tratamento Diferenciado em Licitações para ME e EPP......................................................................2182 1 .4 .0 Tratamento Diferenciado Oferecido às ME e EPP pela Lei Complementarn- 1 2 3 /2 0 0 6 ...........................................................................................................................................................219

21.4 .1.Autorização para a Participação em Licitações com Documentaçãode Regularidade Fiscal Incompleta.......................................................................................................... 21921.4.2.Criação de um Empate Fictício (ou Ficto) entre ME e EPP e Empresasnão Enquadradas nessa S ituação.............................................................................................................220

21.4 .2 .1. Procedimento para o Desem pate..................................................................................... 22121.4 .3 . Sistemáticas Licitatórias Diferenciadas para ME e EPP nas Licitações..........................223

21.5. Não Aplicação do Tratamento Diferenciado para as ME e EPP..................................................22521.6 .A.Emissão da Cédula de Crédito Microem presarial........................................................................ 226

C a p ítu lo 2 2 P re g ã o _________________________________________________________________ 23122.1.A aquisição de bens ou serviços co m u n s .........................................................................................23222.2 .Aplicação subsidiária da Lei n5 8 .6 6 6 /1 9 9 3 ....................................................................................23422.3 .Agentes.Públicos Responsáveis pelo Pregão...................................................................................235

22 .3 .1.Atribuições da Autoridade C om petente ...................................................................................23522.3.2.Atribuições do Pregoeiro................................................................................................................ 235

22 .3 .2 .1.A.capacitação do Pregoeiro.................................................................................................23622.3 .3 . Equipe.de Apoio ao Pregoeiro......................................................................................................237

22 .4 . Participação de bolsas de mercadorias no apoio té c n ic o ..........................................................23722 .5.A.fase (ou etapa) interna (ou preparatória) do p re g ã o ............................................................. 23822 .6 .A fase (ou etapa) externa do p regão.................................................................................................23922.7.lnterposição de Recurso Administrativo no Pregão.......................................................................246

22.7.1. Disposições sobre Recurso no Pregão Presencial (Regulamento aprovadopelo Decreto ne 3 .5 5 5 /2 0 0 0 ) ....................................................................................................................24722.7.2 . Disposições sobre Recurso no Pregão Eletrônico (Decreto n5 5 .4 5 0 /2 0 0 5 ) .............. 248

22 .8 .A Homologação e a Adjudicação no Pregão....................................................................................24922 .9 . Vedações legais no âm bito do p reg ão ...............................................................................................25022 .10.Prazo.de validade das propostas no pregão ..................................................................................25022 .1 1 .Da.Penalização no âm bito do Pregão...............................................................................................251

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C a p ítu lo 2 3 Parceria Público-Privada - PPP______________________________ 26523 .1.A motivação e os objetivos das PPPs.................................................................................................265

23 .1.1. Diretrizes para os contratos de PPP...........................................................................................26623 .2 .As espécies de contratos de concessão das PPPs.......................................................................... 26723.3..Vedações à celebração de PPPs........................................................................................................... 26823 .4 .A Sociedade de Propósito Específico - SPE....................................................................................... 26923.5 .A Licitação nas PPPs..................................................................................................................................270

23.5.1. Condicionantes para a instauração da licitação de PPP..................................................... 27023 .5 .1.1.A Autorização da autoridade com petente.....................................................................271

23.5.1.1.1.A demonstração de conveniência.......................................................................... 27123.5.1.1.2 .A demonstração quanto às despesas................................................................... 272

23 .5 .1.2 .A elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiroe declaração de que as obrigações contraídas são com patíveis ...........................................27223 .5 .1.3 . Estimativa do fluxo de recursos suficientes para o cumprimentodas obrigações.........................................................................................................................................27323 .5 .1.4 . Previsão do objeto no plano plurianual e submissão da minutade edital e de contrato à consulta pública..................................................................................... 27423 .5 .1.5 . Licença am biental prévia ou expedição das diretrizes parao licenciamento am biental do em preendim ento........................................................................274

23.6 .0 instrumento convocatório da Licitação de PPP............................................................................27523.7 .0 certame licitatório para a contratação de PPPs.......................................................................... 276

G a b a r ito 2 8 5

B ib lio g ra f ia ________________________________________________________________2 9 1

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C a p í t u l o 1

A licitação

1.1 . Noções introdutóriasEnquanto os particulares dispõem de ampla liberdade para contratar (obras,

serviços, compras, alienações e locações), a Administração Pública, ao contrário, para fazê-lo, é obrigada a adotar um procedim ento prelim inar determ inado com rigor pela Constituição Federal. Este procedim ento obrigatório chama-se licitação.

A exigência de instauração prévia de licitação está estabelecida no inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal:

A rt. 37 - XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, ser­viços, com pras e a lienações serão contratados m e d ia n te processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, m antidas as condições efe tivas da proposta, nos term os da lei, o qual s o m en te p erm itirá exigências de qualificação técnica e econôm ica indispensáveis à garan tia do c u m p rim en to das obrigações.

1.2 . ConceitoLicitação é o procedim ento administrativo pelo qual a Administração Pública,

no exercício da sua função administrativa, abre aos interessados a possibilidade de apresentação de propostas, dentre as quais selecionará a mais vantajosa para a celebração de um contrato.1

No âmbito doutrinário, há uma antiga discussão acerca da adoção das expressões “procedim ento” e “processo”, quando se está tratando das licitações.

Sobre a matéria, asseverou Maria Sylvia Zanella Di Pietro:Ao fa la r-se em p ro ced im en to ad m in is tra tivo , es tá -se fazen d o re ferência a um a série de atos preparatórios do ato fina l o b je tivad o pela A d m in istração . A licitação é um p ro ced im en to in tegrad o por atos e fatos da A d m in is tração e

1 É importante ressaltar que, em face de aliteração promovida na Lei n- 8.666/1993, além do tratam ento isonômico e da busca da proposta mais vantajosa, atualmente as licitações tam bém constituem ferram enta de alavancagem do desenvolvimento sustentável. Sobre a questão vide o subitem 1.4, que trata dos objetivos licitatórios.

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atos e fatos do lic itan te , todos contribu indo para fo rm a r a v o n ta d e co ntratua l. Por p arte da A dm in istração , o ed ita l ou convite , o rec e b im e n to das propostas, a hab ilitação , a classificação, a ad judicação, a lé m de outros atos in te rm ed iário s ou posteriores, com o o ju lg a m e n to de recursos in terpostos pelos in teressados, a revogação, a anu lação , os projetos, as publicações, anúncios, atas etc . Por parte do particular, a re tirada do e d ita l, a proposta, a desistência , a prestação de g aran tia , a ap resen tação de recursos, as im p u g n açõ es .2

Não obstante, a questão parece-nos irrelevante, haja vista que, dependendo da situação, ter-se-á também um processo quando da junção dos docum entos pro­duzidos. Vide que a própria Lei n- 8.666/1993 faz menção às duas expressões por diversas vezes.

Gabe ressaltar, entretanto, que, no dispositivo voltado para a definição, a lei utiliza a expressão “procedim ento”:

A rt. 4g - Parágrafo único. 0 p ro ced im en to lic itatório previsto nesta lei carac­teriza ato ad m in is tra tivo fo rm a l, seja e le praticado em q u a lq u er esfera da A dm in istração Pública.

1.3 . MotivaçãoGomo a maior parte dos recursos que a Administração Pública utiliza para

efetuar compras e contratações advêm dos impostos recolhidos, a motivação para a existência da licitação é a garantia do bom uso desse dinheiro público.

Assim, para que esses recursos sejam bem aplicados, a Administração está obri­gada a adotar um procedim ento específico que propiciará a escolha da proposta mais vantajosa para suas compras ou contratações.

Pode-se dizer, portanto, que as licitações legitimam e tornam lícitas as compras públicas.

1.4 . Objetivos da licitaçãoSão objetivos da licitação:

a) Propiciar oportunidades iguais a todos que desejarem contratar com a Adminis­tração Pública (isonomia), desde que, comprovadamente, possuam qualificação- de ordem jurídica, técnica, econômico-financeira e fiscal - para realizar o objeto pretendido pela Administração;

b) Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública; ec) Promover o desenvolvimento nacional sustentável.

E o que dispõe o art. 3- da Lei n- 8.666/1993, com redação dada pela Lei n- 12.349/2010:2 D l PIETRO, M aria S. Z. Direito administrativo. 2. ed., p. 227.

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A rt. 3 5 A licitação d estin a -se a ga ran tir a observância do princípio constitucio ­nal da iso nom ia , a seleção da proposta m ais van ta josa para a ad m in istração e a prom oção do d ese n v o lv im e n to nacional sustentável e será processada e ju lg a d a em estrita co n fo rm id ad e com os princípios básicos da le g a lid ad e , da im p esso a lid ad e , da m o ra lid ad e , da ig u a ld ad e , da public idade, da prob idade a d m in is tra tiva , da v inculação ao in s tru m en to convocatório, do ju lg a m e n to o b je tivo e dos que lhes são correlatos.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:Desenvolvimento Sustentável - Inicialmente, eram dois os objetivos da licitação: (a) pro­piciar tratamento igualitário e impessoal a todos os interessados em celebrar contratos com a Administração Pública; e (b) selecionar a proposta mais vantajosa. Atualmente, em face de alteração determinada pela Lei ne 12.349/2010, foi inserido no elenco de objetivos a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.Essa nova faceta implica na edição de normas que visem à implementação das chamadas licitações sustentáveis, advindo daí contratos administrativos com cláusulas de susten- tabilidade.Licitações Sustentáveis - Em rápida síntese, as licitações sustentáveis são aquelas que exigirão das contratadas o atendimento de critérios ambientais, sociais e econômicos, ten­do como fim o desenvolvimento da sociedade em seu sentido amplo e a preservação de um meio ambiente equilibrado.Não obstante, é certo que essa matéria, bastante incipiente, ainda não se sedimentou no ordenamento jurídico brasileiro.Numa iniciativa precursora, a Instrução Normativa ne 1/2010 do Ministério do Planeja­mento, Orçamento e Gestão (MPOG) procura inserir no âmbito das contratações públicas federais alguns critérios ambientais.É importante ressaltar, no entanto, que essa IN, apesar de informar que os instrumentos convocatórios das licitações (editais e convites) deverão conter exigências de natureza am­biental, ressalva que essas imposições jamais poderão frustrar a competitividade inerente ao processo licitatório.

1.5 . DesenvolvimentoA licitação, por configurar um procedim ento, desenvolve-se por interm édio de

uma sucessão ordenada de atos vinculados, com um roteiro rígido, delineado pela Lei.

1.6 . Subordinação à Lei de LicitaçõesO parágrafo único do art. 1- da Lei n- 8.666/1993 informa que ao seu regime

subordinam-se, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretam ente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

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Verifica-se, por conseguinte, sem maiores discussões, que todo o Poder Executivo está subordinado à lei. Mas, frise-se, não a todas as regras da Lei n- 8.666/1993, haja vista que, consoante prevê a Constituição Federal, ã União cabe apenas estabelecer norm as gerais sobre licitações (sobre o assunto, vide capítulo 2 deste livro).3

Nesse passo, é im portante ressaltar que a Lei n- 8.666/1993 prescreve normas gerais, válidas para todos - e nesse ponto ela constitui-se uma lei nacional - e, em outros momentos, prescreve tão somente regras específicas para a União.4

Tanto é assim que seu art. 118 preleciona que os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.5

Além disso, cabe registrar que a Lei n- 8.666/1993 também alcança os demais Poderes da República, como aponta seu art. 117, que dispõe que as obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas reger-se-ão suas normas, no que couber, nas três esferas administrativas.6

L ic i taç ão

0B P ropos ta mais van ta jo s a para a A d m in is t ra ç ã oJET Tra ta m e n to igua l i tá r io ( isonôm ico ) aos que11

d ese jam c o n t r a ta r com a A d m in is t ra ç ã o

V0 D e s e n v o lv im e n to S us ten táve ls

3 N orm as Gerais, como ensina Alice M aria Gonzalez Borges (Normas gerais no estatuto de licitações e contratos administrativos) “hão de ser as que instrumentalizam princípios constitucionais, quanto a aspectos cuja regula­m entação seja essencial à atuação integral do preceito que as fundamenta; deverão ser regras que assegurem sua aplicação uniforme, na disciplina de situações heterogêneas, apenas no quantum satis necessário à plena realização da norm a fundam ental”. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello dispunha: “Existem m atérias onde os órgãos federais são competentes para estabelecer os princípios, prescrevendo as norm as gerais. Os estados-membros então ficam encarregados de ditar os dispositivos com plem entares e supletivos (...) A União, neste caso, não deve e não pode exceder-se no exercício das suas atribuições, entrando em porm enores e prescrevendo, quase completamente, sobre a m atéria, pois desse modo viria anular a verdadeira competência dos Estados (Princípios gerais de direito administrativo).4 Art. I o- Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distnto Federal e dos Municípios.5 Art. 118. Os Estados, o Distnto Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deveião adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.b Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo ejudiciáiio e do Tnbunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2002 - SEFAZ/AL - Técnico de Finanças) Julgue o item abaixo, relativo à Lei n2 8.666,

de 1993, que dispõe acerca do processo de licitação.O objetivo principal do procedimento licitatório é a garantia do princípio constitucional da isonomia, o que descaracteriza a necessidade de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração.( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (Cespe - 1997 - INSS - Fiscal) A licitação é procedimento obrigatório para a adm inistração pública direta e indireta, não sendo necessária para a fundacional,( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (Cespe - 2004 - TC-PE - Analista de Sistema) Com base no estatuto federal que rege as lici­tações (Lei n* 8 .666/1993), ju lgue o item abaixo:A referida lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos, as quais se aplicam aos estados e municípios, até que estes publiquem suas próprias normas gerais sobre licitações e contratos.( ) CERTO ( ) ERRADO

U. (Cespe - 2002 - M PRR - Promotor de Justiça) Apenas a União pode legislar acerca de licitações.( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (Cespe - 2002 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - Analista Legislativo) Julgue o item a seguir, relativo ao procedimento das licitações.A competência para leg islar sobre licitação é da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, cabendo à União editar normas gerais sobre licitação.( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (Cespe - 2005 - ANTAQ - Analista Administrativo) Os estados, o Distrito Federal e os municípios podem editar leis próprias de licitações e contratos para regu lar os seus atos, mas devem observar as norm as gerais estabelecidas na Lei n£ 8 .666/1993.( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (Cespe - 2002 - SEFAZ-AL - Técnico de Finanças) Julgue os itens a seguir, relativos à Lei n* 8 .666/1993, que dispõe acerca dos processos de licitação.a) Uma soc iedade de econom ia m is ta com sede no es tado de A lagoas não está s ubo rd in ad a

ao reg im e dessa lei.( ) CERTO ( ) ERRADOb) Em face da au to n o m ia a d m in is t ra t iva dos pre fe i tos m u n ic ip a is , o reg im e da lei de l i c itações

não é ap l icáve l a esses en tes da Federação.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 2

Disciplino normativo

2 .1 . Competência para legislar sobre licitaçõesA União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal (DF) possuem compe­

tência para legislar sobre licitação e contratos, sendo da alçada privativa da União editar normas gerais sobre a m atéria,1 conforme prescreve o art. 22, inc. XXVII, da Constituição Federal:

A rt. 2 2 . C om p ete p r iv a tiv a m e n te à U nião leg is lar sobre:XXVII - norm as gerais de licitação e contratação, em todas as m o d a lid ad es , para as adm in is trações públicas d iretas, autárquicas e funcionais da União, Estados, D istrito Federal e M unicíp ios, obedecido o disposto no art. 3 7 , XXI, e para as em presas públicas e sociedades de econom ia m ista , nos term os do art. 1 7 3 , § 15, III;2

Como a competência privativa da União limita-se à edição de normas gerais, compete às demais entidades federadas (Estados, Municípios e DF) a edição de normas específicas, ou seja, normas que atendam peculiaridades locais.3

CO M P ETÊ NCIA PARA E M ISSÃO DE N O R M A S SOBRE LICITAÇÃO

N O R M A S GERAIS UNIÃO

ESPECÍFICAS TODOS OS ENTES FEDERATIVOS

(UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E M U N IC ÍP IO S )

1 A Constituição Federal preconiza três formas de competência legislativa: privativa, concorrente e suplementar. Privativa é a que cabe exclusivamente a um órgão componente do Estado Federal; concorrente é a que cabe a mais de um a categoria de entes com ponentes da Federação; e suplementar é a que dá a determ inado ente o poder de suplementar a legislação produzida por outro.2 Redação dada pela Em enda Constitucional n2 19/1998.3 T C U — Súmula 222 — Decisões do Tribunal de Contas da União, relativas a aplicação de norm as gerais de lici­tação, sobre as quais cabe privativamente à União legislar, devem ser acatadas pelos administradores dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Novo tratamento Constitucional para parte da Administração Indireta - 0 mandamento cons­titucional anterior obrigava toda a Administração Pública a realizar licitações para suas con­tratações através de regra única. 0 novo texto constitucional, determinado pela Emenda Cons­titucional n9 19/1998, apesar de manter a obrigatoriedade de licitação para a Administração, dispôs regras diferenciadas, estabelecendo procedimento diverso para parte da administração indireta (empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias), que passará a ter estatuto próprio, a sereditado por lei ordinária federal (art. 173, § I a), com regras específicas sujeitas apenas aos princípios da Administração Pública (art. 173, § I a, III).

Art. 173. § 15A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem ativi­dade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...)III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, ob­servados os princípios da administração pública;

Posição do TCU sobre o assunto - Acórdão 1732/2009 - Plenário - Até que seja editada lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas estatais e sociedades de economia mista, em atenção ao art. art. 173, § 1®, inciso III, da Constituição Federal, devem estas ob­servar os preceitos da Lei ne 8.666/1993 e os princípios e regras da Administração Pública.

2 .2 . Outras disposições constitucionais sobre licitaçõesConforme já m encionado, o inc. XXI do art. 37 da Constituição Federal pres­

creve que, ao contratar, a Administração Pública o fará, de regra, mediante proce­dimento licitatório.

A rt. 3 7 . XXI - ressalvados os casos especificados na leg is lação , as obras , serviços, com pras e a lie n a ç õ e s serão c o n tra tad o s m e d ia n te processo de lic itação pú b lica que assegure ig u a ld ad e de condições a todos os concorren­tes, com cláusulas que es tab e leçam obrigações de p a g am en to , m antidas as condições efe tivas da proposta, nos te rm os da lei, o qual so m e n te perm itirá as exigências de qualificação técnica e econôm ica indispensáveis à g aran tia do c u m p rim en to das obrigações.

A Constituição Federal também impõe a instauração de licitação pelo Poder Público nas hipóteses de concessão ou permissão de serviços públicos (art. 175).4

A rt. 1 7 5 . In cum b e ao Poder Público, na fo rm a da lei, d ire ta m e n te ou sob re g im e de concessão ou perm issão, s e m p re a través de lic itação , a prestação de serviços públicos.

4 A m atéria foi regulada pela Lei n- 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, a denom inada Lei das Concessões e Per­missões de Serviços Públicos. Posteriormente, a Lei n2 9.074, de 7 de julho de 1995, deu rum o definitivo ao tema.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:Concessão de Serviço Público - Na acepção ampla que é dada ao instituto, o contrato concessão é aquele pelo qual a Administração Pública transfere ao particular a faculdade de algo ou de alguma coisa de que é o legítimo titular. Na acepção restrita, trata-se do contrato que a Administração utiliza para delegar poderes ao particular para a prestação de serviços públicos.5Sem a menor dúvida, trata-se do mais típico contrato administrativo, porquanto, de manei­ra bastante marcante, contém todas as cláusulas exorbitantes.6 Permissão de Serviço Público - Além da concessão, o texto constitucional faz menção à permissão. Tal fato causou enorme discussão doutrinária quanto à natureza da permissão de serviço público, já que circunscreve instituto que sempre foi considerado ato unilateral. Nesse particular, a Lei ne 8.987/1995, ao conceituar a permissão de serviço público, definiu- -a como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públi­cos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco" (Inc. IV do art. 25). Todavia, afirma, no art. 40, o caráter contratual da permissão de serviço público, dispondo que sua formalização ocorrerá mediante contrato de adesão,7 situação que põe por terra a avaliação de alguns intérpretes quanto à diferença entre a concessão e a permissão de serviço público, defendendo que a concessão adviria de um acordo de vontades, materializado em um contrato administrativo, no qual o particular-concessionário teria maior resguardo para a busca do capital investido, enquanto que, na permissão, constituída por meio de ato unilateral, com a característica da precariedade, o particular-permissionário não teria as garantias de um contrato, podendo a Administração revogar seu ato unilateral a qualquer momento.8 Registre-se que, em ação direta de inconstitucionalidade que discutia a matéria relativa à forma de delegação de serviço móvel celular, o Supremo Tribunal Federal - STF decidiu que o supracitado art. 175, parágrafo único, da Constituição Federal “ afastou qualquer distinção conceituai entre permissão e concessão, ao conferir àquela o caráter contratual próprio desta” .9Por tudo que foi exposto, é possível definir a Permissão de Serviço Público como o contrato administrativo pelo qual a Administração (poder permitente) delega a outrem (permissionário) a execução de certo serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, assegurando-lhe uma remuneração (normalmente através de tarifa paga pelo usuário).

5 H á ainda na doutrina um a acepção m ediana, que indica a existência de duas modalidades de concessão: a trans- lativa, que importa no trespasse de um bem ou um direito do Estado para outrem (os direitos seriam próprios do Estado, mas transferidos ao concessionário); e a constitutiva, que ocorreria quando, com alicerce num poder maior,o Estado constituiria, em favor do concessionário, um poder m enor (como a concessão de uso de bem público). b Sobre as concessões de serviços públicos, vide, para aprofundam ento, o nosso Contratos Administrativos para provas, concursos e agentes públicos. Ed. Freitas Bastos, 2011.7 Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais norm as pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.8 Os que defendem a tese a justificam expondo que a opção da Administração pela permissão decorreria da ideia de que a permissão deveria ser utilizada apenas em hipóteses em que não houvesse grande investimento de capital por parte do particular.9 Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) n2 1491-DF, M inistro Relator Carlos Velloso.

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RESUMO DO TRATAM EN TO CO NSTITUCIO NAL DA LICITAÇÃO

ARTIGOINCISO 0U

PARÁGRAFOPRESCRIÇÃO LEGAL

22 XXVII

C o m p e tê n c ia p r iv a t i v a da U n iã o de le g is la r s o b re n o rm a s g e ra is de l i c i t a ç ã o e c o n t r a ta ç ã o , pa ra as A d m in is t r a ç õ e s P ú b l ic a s d i r e ta s , a u tá r q u ic a s e fu n d a c io n a is , e pa ra as e m ­p re s a s p ú b l ic a s e s o c ie d a d e s de e c o n o m ia m is ta , n o s t e r m o s do art. 173, § 1a, III.

37 XXI

As ob ras , se rv iç o s , c o m p ra s e a l ie n a ç õ e s se rão c o n t ra ta d o s m ediante l ic i tação , assegurada a igua ldade de cond içõ e s a to d o s os c o n c o r re n te s , m an t idas as c o n d iç õ e s e fe t ivas da p roposta , a qua l som en te ex ig irá q u a l i f i c a ç ã o té c n ic a e e c o n ô m ic a in d is ­p ensáve is à g a ran t ia do c u m p r im e n to da ob r ig a çã o .

175 — -0 P oder Públ ico , na p re s ta ç ã o de se rv iç o sob a fo rm a de c o n ­cessão ou pe rm issão , o fa rá sem pre a t ravés de l ic i tação .

173 § 1 * - l l l

Lei e s ta b e le c e rá o e s ta tu to ju r íd ic o da e m p re s a p ú b l ic a , da s o c ie d a d e de e c o n o m ia m is ta e suas s ubs id iá r ias que exp lo rem ativ idade e c o n ô m ic a d e p ro d u ç ã o o u c o m e rc ia l i z a ç ã o d e bens ou p re s ta çõ e s de se rv iços , d is pondo sobre l ic i ta çã o e c o n t ra ta ç ã o .

2 .3 . Legislação Federal Específica2 .3 .1 . O Estatuto Jurídico Brasileiro das Licitações (Lei nfi 8 .6 6 6 /1 9 9 3 )

O diploma legal que rege as licitações é a Lei n- 8.666, de 21 de junho de 1993,10 que regulam enta o citado inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal, estabelecendo normas gerais sobre licitações e contratos administrativos no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como disciplinando as normas específicas para a União Federal.

Estão também subordinadas às norm as gerais da Lei n- 8.666/1993, as autar­quias, as fundações, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretam ente pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.11

10 A lterada pelas Leis n 2 8 .883 /1994 , 9 .032 /1995 , 9 .648 /1998 , 9 .854 /1999 , 10 .973/2004, 11 .079/2004,11.107/2005, 11 .196/2005,11.445/2007, 11.481/2007, 11 .484/2007,11.763/2008, 11.783/2008, 11.952/2009 e 12.188/2010.11 Conforme já explicitado, a E m enda Constitucional n- 19, de 4 de junho de 1998, deu novo rum o aos dispositivos constitucionais que tratam sobre o tema, determ inando que lei específica deverá estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da Administração Pública (arts. 22, X X V II e 73, § l 2, III, da C F / 1988).

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Dessa forma, todas as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permis­sões e locações realizadas pela Administração Pública devem ser necessariamente precedidos de licitação, ressalvadas as hipóteses em que a própria lei prevê a sua não realização.12

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Além dos órgãos e entes da Administração Pública, há grande debate no meio doutrinário quanto à obrigatoriedade de instauração de licitações por parte das entidades do chamado Terceiro Setor (Organizações Sociais - OS; Organizações da Sociedade Civil de Interes­se Público - OSCIP; e Serviços Sociais Autônomos - SSA)13, quando pretenderem firmar contratos com terceiros utilizando recursos públicos a elas repassados por documentos hábeis.No âmbito do Tribunal de Contas da União - TCU, no que diz respeito às OS e OSCIP, o en­tendimento é da necessidade de licitação.Na esfera do Poder Executivo federal, o Decreto n9 5.504/2005 estabelece que os acordos que envolvam repasse de recursos públicos da União para OS e OSCIP deverão conter cláu­sula determinando que as obras, compras, serviços e alienações a serem realizados com os recursos públicos, sejam contratados mediante processo de licitação pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente. 0 diploma regulamentar obriga, in­clusive, que, nas licitações que se destinem à aquisição de bens e serviços comuns, seja adotado o pregão, sendo preferencial a utilização de sua forma eletrônica.Os Serviços Sociais Autônomos (conhecidos com formadores do “ Sistema S” ), por não inte­grarem a Administração Pública, não são submetidos à lei de licitações. Entretanto, o TCU decidiu que tais entidades estão obrigadas a aprovar regulamentos próprios para discipli­nar suas licitações e contratações, os quais deverão ser compatíveis com os princípios da Administração Pública e com os parâmetros definidos pela Lei n5 8.666/1993.14

12 Que poderão enquadrar-se nas seguintes situações: (a) Licitação dispensada, para alguns casos de alienação de imóveis ou móveis; (b) Licitação dispensável, em situações diversas, elencadas na Lei n2 8.666/1993, em que a Administração tem a faculdade de avaliar se deve ou não licitar; e (c) Licitação inexigível, nos casos em que há inviabilidade total de competição. Nota: Essa matéiia será objeto de avaliação apartada neste livro.13 — O rg an izações S o c ia is (OS): regidas pela Lei n- 9.637/1998, são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que se constituem como fundações ou associações, e recebem do Poder Executivo essa qualifica­ção especial, o que as torna aptas a celebrarem um contrato de gestão com o Estado para o desenvolvimento de atividades de interesse público voltadas para ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde.— O rg an izações da S oc ied ad e C ivil de In te re sse P ú b lico (OSCIP): regidas pela Lei n- 9 .790/1999, são

pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas para exercer serviços sociais não exclusivos do Estado, mas com incentivo e fiscalização da Administração mediante vínculo jurídico instituído por meio de term o de parceria.— S erv iço s S o c ia is A u tô n om os (SSA): são pessoas de direito privado, sem fins econômicos, criadas por lei para desem penhar atividades assistenciais ou de ensino a determ inadas categorias profissionais. Apesar de serem criadas pelo Estado, não integram a Administração Pública direta ou indireta. São exemplos de entidades: Sesi, Sebrae, Senai, Senac e Sesc.14 T C U — Decisão plenária 907/1997, de 11 /12 /1997 , M inistro Relator Lincoln M agalhães da Rocha.

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2 .3 .2 . Lei ne 8 .9 8 7 /1 9 9 5 (Regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal)

Em função de determinação constitucional, foi editada, depois de intermináveis discussões, a Lei n- 8.987, de 13/02/1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal.

Posteriormente, foi prom ulgada a Lei n- 9.074, de 07/07/1995, que alterou e complementou algumas normas da Lei n- 8.987/1995, tratando especificamente dos serviços de energia elétrica e da reestruturação dos serviços concedidos.

Consoante determinação constitucional, o contrato de concessão se sujeita à prévia licitação. Segundo o inc. II do art. 2° da Lei n- 8.987/1995, a modalidade de licitação a ser instaurada para as concessões sempre será a concorrência.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei n5 8.666/1993 somente definia a concorrência para as concessões de direito real de uso (art. 23, § 32), não tratando da questão para outras formas de concessão.

2 .3 .3 . Lei 1 0 .5 2 0 /20 0 2 (a criação da modalidade licitatória P regão )15Na busca de agilidade e simplicidade das licitações públicas, em março de

2000, através da Medida Provisória n- 2.026, foi instituída uma nova modalidade de licitação, denom inada Pregão.

Após diversas reedições, a MP n- 2.182-18/2001 finalmente foi convertida em lei vindo à tona no ordenam ento jurídico brasileiro a Lei n- 10.520, de 17 de julho de 2002, que instituiu a modalidade Pregão no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para aquisição de bens e serviços comuns.

2 .3 .4 . Lei 1 1 .0 7 0 /20 0 4 (a Parceria Público-Privada - PPP)16Em 30/12/2004 foi editada a Lei n - 11.079, que disciplinou a chamada Parceria

Público-Privada - PPP, que, na verdade, constitui uma concessão especial de servi­ços públicos subdividida em duas formas ou modalidades: concessão patrocinada e concessão administrativa.

Consoante o art. 10 da Lei n- 11.079/2004, a modalidade de licitação a ser adotada para a contratação de parceria público-privada é a concorrência.

Sobre o assunto, dispusemos no livro Parceria Público-Privada Passo a Passo (2. Ed. Fórum):

A m o d a lid a d e lic ita tó ria a ser a d o ta d a para a se leção do parce iro p r iv a ­do v is a n d o à c e le b ra ç ão do co n tra to d e PPP é a co n co rrên c ia . 0 a rt. 10

15 Nota: O pregão será objeto de avaliação apartada neste livro.lb Nota: A Parceria público-Pnvada — PPP será objeto de avaliação apartada neste livro.

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aponta a m odalidade, mas não a define, o que faz com que se infira que

seu conceito é aquele previsto na Lei Geral de Licitações (art. 22, §1fl, da

Lei nfl 8 .666 /1993 ). A concorrência, consoante preconiza a Lei na 8.666,

é a modalidade licitatória voltada para as contratações de grande vulto,

com lim ite m ín im o previsto. Tal modalidade possui maiores exigências,

além de ser mais detalhista e morosa, tudo em face dos elevados recursos

financeiros que envolvem a contratação que, por in term édio dela, se con­

signará. Além disso, está a Administração obrigada a instaurá-la tam bém

em situações especiais, desconsiderando, nesses casos, o valor: quando a

intenção é a de adquirir ou alienar bem imóvel ou quando há a pretensão

de celebrar um contrato de concessão de direito real de uso. Com a sanção

da Lei nfi 11 .079/2004, mais uma situação especial passou a ser prevista

para utilização da concorrência: os contratos de PPP.

2 .3 .5 . Lei Complementar nfi 1 2 3 /2 0 0 6 (Tratamento diferenciado para Pequenas Empresas nas Licitações)17

Posteriormente, consagrando m ajoritariamente regras de Direito Tributário, foi editada a Lei Com plem entar n2 123, de 14 de dezembro de 2006, instituindo o Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. Apesar de constituir-se num diploma com normas tributárias, a LC n2 123 também consagrou regras de outros ramos do Direito: Trabalhista, Empresarial, Processual e Adminis­trativo.

Nesse último âmbito, estabeleceu especificamente disposições relativas à parti­cipação das microempresas e das empresas de pequeno porte em licitações públicas, assegurando-lhes, nos arts. 42 a 49, benefícios nas competições para contratações administrativas.

2 .3 .6 . Lei nfi 1 2 .2 3 2 /2 0 1 0 (Normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade)

A Lei n- 12.232, de 29 de abril de 2010, dispôs sobre as norm as gerais para lici­tação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por interm édio de agências de propaganda, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

De acordo com o art. 2- dessa lei, considera-se serviços de publicidade o con­jun to de atividades realizadas integradam ente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a inter­mediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação, com o objetivo de promover a venda de bens ou serviços de qualquer natureza, difundir ideias ou inform ar o público em geral.17 Nota: Essa matéiia será objeto de avaliação apartada neste livro.

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O art. 5- da lei informa que as licitações para os serviços de publicidade serão processadas respeitadas as modalidades definidas no art. 22 da Lei n- 8.666/1993, adotando-se como obrigatórios os tipos “m elhor técnica” ou “técnica e preço”.

2 .3 .7 . Lei nfi 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC)No dia 05/08/2011, em edição extra do Diário Oficial da União, foi publicada a

Lei n - 12.462, que, entre outras medidas, institui o Regime Diferenciado de Contra­tações Públicas (RDC), aplicável às licitações relacionadas com os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016; a Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014; e obras de infra- estrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinqüenta quilômetros) das cidades sedes dos mundiais mencionados.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Mesmo não se constituindo em lei, importa chamar a atenção para a existência do De­creto 2.745/1998, que regulamentou o procedimento licitatório simplificado utilizado nas licitações e contratos realizados pela Petrobras (editado em função do previsto na Lei n5 9.478/1997 - que trata da Política Energética Nacional - , prevendo, no art. 67, que os contratos celebrados pela estatal para aquisição de bens e serviços serão precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido em decreto do Presidente da República. Ocorre que o TCU, por considerar essas regras normativas inconstitucionais, tem deter­minado em decisões que a Petrobras adote a Lei de Licitações (8.666/1993) na íntegra.A estatal, todavia, considera que o órgão de controle federal não possui competência para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, defendendo que se trata de prer­rogativa exclusiva do STF. Argumenta, também, que a obediência à decisão do TCU condu­ziria à prática de ato ilegal, já que a Petrobras é obrigada por lei a utilizar procedimento licitatório simplificado. Segundo a estatal, as normas declaradas inconstitucionais pelo TCU (Decreto 2.745/1998 e Lei n5 9.478/1997) foram editadas para “ harmonizar” as ativi­dades relativas ao monopólio do petróleo às novas diretrizes impostas pela Emenda Cons­titucional 9/1995, que flexibilizou o monopólio da União sobre a exploração do petróleo.A questão foi levada ao Supremo Tribunal Federal - STF, tendo a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha reconhecido a necessidade de julgamento prioritário do agravo regimental no qual o Tribunal de Contas da União (TCU) contesta a liminar por ela concedida em Man­dado de Segurança (MS 29326) para suspender a exigência de que a Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras) observe a Lei de Licitações (Lei n5 8.666/1993) em suas futuras contratações. Na liminar concedida em outubro de 2010, ressalta a ministra que há vários mandados de segurança impetrados pela Petrobras, todos contra acórdãos do TCU, nos quais se deter­minou a observância das regras gerais da Lei de Licitações, ressaltando, ainda, que está pendente de julgamento o Recurso Extraordinário (RE 441280), remetido ao Pleno pela l â Turma do STF, em razão da relevância da matéria.

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RESUMO DA LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE LIC ITAÇÃO

Lei n° 8.666/1993

R egu lam en ta o inc iso XXI do art. 37 da CF, e s ta b e le c e n d o no rm a s ge ra is s ob re l ic i ta ç õ e s e c o n t ra to s a d m in is t ra t ivo s no âm b ito dos p ode res da União, dos Estados, do D is t r i to Federa l e dos M u n ic íp io s , bem com o d is c ip l in a n d o as no rm as e s p e c í f ic a s para a União Federal.

Lei n° 8.987/1995

Regim e de c o n c e s s ã o e p e rm is são da p re s ta ç ã o de s e rv iç o s púb l icos p rev is to no art. 175 da Const i tu ição Federal — O con t ra to de c o n c e s s ã o se su je i ta à prév ia l ic i ta çã o . S eg u n d o o inc. II do art. 2g da Lei 8.987/1995, a m o d a l idade de l ic i ta çã o a se r in s ta u ra d a para as c o n c e s s õ e s sem pre será a c o n c o r rê n c ia .

Lei n - 10.520/2002Ins t itu i a m o d a l idade de l ic i ta çã o P regão no âm b ito da União, dos Es­tados , do D is t r i to Federa l e dos M u n ic íp io s , para a q u is içã o de bens e s e rv iç o s com uns .

Lei n M 1.070/2004Disc ip l inou a Parcer ia P úb l ico -P r ivada - PPP, que, na ve rdade , const i tu i uma concessão e s p e c ia ld e serv iços púb licos subd iv id ida em d u a s fo rm a s ou m oda l idades : c o n ce s sã o pa troc inada e c onces são adm in is tra t iva .

Lei C o m p le m e n ta r n* 123/2006

T ra tam en to d i fe re n c ia d o para m ic ro e m p re s a s e e m pres as de p equeno por te em l ic i ta ç õ e s pú b l ic a s (arts. 42 a 49).

Lei ng 12.232/2010

N orm as gerais para lic itação e c on tra tação pela adm in is tração pública de se rv içosde public idade. As lic itações deverão ser p rocessadas respeitadas as modalidades lic itatórias previstas no art. 22 da Lei n - 8.666/1993, adotando- -se como obr igatór ios os t ipos "m e lh o r té c n ic a " ou " té c n ica e p reço" .

Lei n - 12.462/2011

R eg im e D i fe r e n c ia d o de C o n t r a ta ç õ e s P ú b l ic a s (RDC) a p l i c á v e l às l ic i ta ç õ e s r e la c io n a d a s com os J o g o s O lím p icos e P a ra o l ím p ic o s de 2016; a Copa das C o n fe d e ra çõ e s da F e de ração In te rn a c io n a l de Futebol A s s o c ia ç ã o - F I F A 2013 e da Copa do M u n d o F IF A 2014; e o b ras de in f ra - es t ru tu ra e de c o n t ra ta ç ã o de s e rv iç o s para os a e ro p o r to s das c ap i ta is dos Estados da F e de ração d is tan tes até 350 km ( t rezen tos e c in q ü e n ta q u i lô m e t ro s ) das c id a d e s sedes dos m und ia is re fe r idos .

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Além das leis descritas, há, ainda, leis específicas (n5 9.472/1997 e ne 9.986/2000) que tratam das licitações para contratações por parte das Agências Reguladoras. Tais diplo­mas estabeleceram “ novas modalidades licitatórias” (“ consulta” e “ chamada pública” ), contrariando, a nosso ver e na ótica de parte preponderante da doutrina especializada, a competência dada ao legislador federal pelo inciso XXVII do art. 22 da Constituição Federal. Registre-se, também, a existência da Lei n5 12.188/2010, voltada para a seleção de enti­dades executoras do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agri­cultura Familiar e na Reforma Agrária - PRONATER, que criou a modalidade licitatória denominada “chamada pública” .

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo) O estudo das licitações deve te r por base a

Lei n*8 .666 /1993, a qual estabelece, m inuciosamente, as normas sobre licitações e contratos da Administração Pública.( ) CERTO ( ) E RRADO

Nota: E importante ressaltar que, apesar da Lei n- 8.666/1993 estabelecer apenas normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, e ainda existirem outras leis que tratam da matéria, a banca do Cespe se posicionou nos sentido de que a Lei n- 8.666/1993 estabelece, minuciosamente, as normas sobre o tema.

2. (Cespe - 2010 - INMETRO - Analista) A Lei de Licitações e Contratos (Lei n2 8.666/1993) não se aplica às:a) fu nda çõ es pr ivadas de d i re ito pr ivado.b) en t idades sob con t ro le ind ire to dos d ive rsos en tes da Federação.c) en t idades da a d m in is t ra ç ã o ind ire ta quando fo rem c oncess ioná r ia s de serv iços púb l icos.d) agênc ias regu la do ras .e) agênc ias executivas.

3. (FCC - 2010 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA SP - Agente Técnico) Em relação aos entes integrantes da Administração direta e indireta é correto a firm ar ser obrigatória a adoção do procedimento de licitação em relação a órgãos da administração:a) d i re ta e au ta rqu ias , d ispensada a ex igênc ia do p ro ce d im e n to para e m p re sa s púb l icas e

soc iedades de ec onom ia m ista .b) d i re ta e ind ire ta , exc lu ídas as soc iedades de e con om ia m is ta e as fu nda çõ es de d i re ito

públ ico .c) d i re ta e ind ire ta , in c lu ídas as e m p re s a s púb l icas e as soc iedades de econom ia m is ta e x p lo ­

rad o ra s de a t iv idade econôm ica , não obstan te es tas possam ad o ta r p ro ce d im e n to p rópr io para tanto , obse rvados os p r inc íp ios da a d m in is t ra ç ã o públ ica .

d) d i re ta , exc lus ivam e n te , d ispensado o p ro ce d im e n to para as soc iedades de econom ia m ista e x p lo rad o ra s de a t iv idade econôm ica .

e) d i re ta e, nos casos de órgãos da a d m in is t ra ç ã o ind ire ta , s o m e n te quando fo r ap l icáve l o p ro ce d im e n to sob a m o da l id ad e de conco rrê nc ia .

4. (FCC - 2010 - DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO - Defensor Público) A form alização da concessão de serviço público, disciplinada em sua forma comum pela Lei n<> 8 .987/1995, dar-se-á por contratação:a) com l ic itação d ispensáve l , devido à prestação s e r po r conta e r isco do concess ioná r io .b) em cond ições legais excepc ionais , sem ex igênc ia de m o d a l id ad e l ic i ta tó r ia específ ica.c) com l ic itação d ispensada, se d e m o n s t ra d a a m e lh o r capacidade do concess ioná r io .d) d i re ta e sem prazo d e te rm in a d o , em d e co rrênc ia de s e r inex ig íve l a l i c itação.e) com l ic itação prévia e o b r iga tó r ia , na m o d a l id ad e de conco rrê nc ia .

5. (Cespe - 2007 - OAB Nacional) Acerca das entidades paraestatais e do terceiro setor, é cor­reto a firm ar que as entidades do denominado Sistema S (SESI, SESC, SENAI, SENAC) não se subm etem à regra da licitação nem a controle pelo TCU.( ) C E R T O ( ) E RRADO

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C a p í t u l o 3

Princípios Licitatórios

3 .1 . Princípios licitatórios básicosA Lei n- 8.666/1993 dispõe, no art. 3-, que as licitações deverão ser processadas

e julgadas segundo diversos princípios básicos.

Art. 35 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucio­

nal da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração

e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e

julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da

impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade

adm inistrativa, da vinculação ao instrum ento convocatório, do ju lgam ento

objetivo e dos que lhes são correlatos.1

Os princípios básicos são normas adotadas como guias norteadoras da atividade exercida pelos administradores públicos durante a licitação, sendo consideradas impreterivelmente em todas as etapas do certame.

Não raro, o exame da validade dos atos praticados durante uma licitação passa pela apreciação à luz destes princípios.

Consoante a regra legal m encionada, são princípios licitatórios:a) Legalidade - obriga ao adm inistrador a somente fazer o que a lei autoriza,

não prevalecendo na Administração Pública a ideia de que o não é proibido é perm itido.2

b) Impessoalidade - veda os “apadrinham entos”, impondo que o procedim ento licitatório seja destinado a todos os interessados, obstaculizando o desenvolvi­mento de favorecimentos pessoais.

c) Moralidade - obriga o óbvio: licitador e licitantes devem observar uma conduta honesta e honrada, sendo-lhes exigido não só o atendim ento à lei, mas também ao interesse público, diretam ente ligado ao interesse da coletividade.

1 Redação pela Lei n- 12.349, de 15 de dezembro de 2010.2 T C U — Acórdão 5.276/2009 — Segunda C âm ara — Abstenha de realizar licitações nas quais haja quaisquer rela­ções entre os participantes e aqueles que detenham o poder de decisão no processo licitatório, ou qualquer outra situação em que se verifique prejuízo ao atendim ento dos princípios da igualdade e da moralidade administrativa.

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d) Igualdade (ou Isonomia) - assegura iguais oportunidades a todos possíveis interessados na licitação.3

e) Publicidade - obriga a divulgação plena de todos os atos da licitação, possibili­tando um amplo controle por parte da sociedade.

f) Probidade administrativa - aponta - num a apreciação do sentido da palavra probidade, oriunda do latim - para a boa atuação do adm inistrador público. Apesar de confundir-se bastante com a ideia de moralidade, distingue-se pela prática de atos que não impliquem em prejuízo para Administração, em face da qualidade gerencial, diversamente da moralidade, que se situa no campo ético e, em casos extremos, no da honestidade.

Quanto à diferenciação dos conceitos, registre-se a lição de Marcelo Figueiredo: " 0 p rin c íp io da m o ra lid a d e a d m in is tra tiv a é d e a lc a n c e m a io r, é c o n ce ito m a is g e n é r ic o , a d e te rm in a r , a to d o s os 'p o d e re s ' e fu n ç õ e s do E stado, a tu a ç ã o c o n fo rm e o p a d rã o ju r íd ic o da m o ra l, da b o a - fé , da le a ld a d e , da h o n e s t id a d e . Já a p ro b id a d e , q u e a lh u re s d e n o m in a m o s 'm o ra lid a d e a d m in is tra tiv a q u a lif ic a d a ', v o lta -s e a p a r t ic u la r a s p e c to da m o ra lid a d e a d m in is tra t iv a . P a re c e -n o s q u e a p ro b id a d e e s tá e x c lu s iv a m e n te v in ­cu la d a ao a s p e c to da c o n d u ta (d o ilíc ito ) do a d m in is tra d o r . A ss im , e m te rm o s g e ra is , d ir ía m o s q u e v io la a p ro b id a d e o a g e n te p ú b lico q u e e m suas o rd in á r ia s ta re fa s e d e v e re s (e m seu a g ir ) a tr ita os d e n o m in a d o s 't ip o s ' le g a is ." 4

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 § 4e do art. 37 da Constituição Federal dispõe que os atos de improbidade administrativa demandarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi- bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.Registre-se que atos de improbidade administrativa são sancionáveis por intermédio da Lei ne 8.429, de 2/6/1992, que surgiu no ordenamento jurídico brasileiro como um real mecanismo de defesa da moralidade do setor público.

g) Vinculação ao instrumento convocatório - impede a utilização, após o início do procedim ento licitatório, de critérios diferentes daqueles estabelecidos no ato convocatório.

h) Julgamento objetivo - afasta qualquer tipo de discricionariedade na avaliação de propostas.

3 T C U — Acórdão 925/2009 — Plenário — Não pode prosperar a licitação eivada de procedimentos anômalos não devidamente justificados no processo e que fazem m alograr a prevalência de princípios básicos da licitação pública, tais como o da isonomia e o da publicidade.4 FIG U E IR ED O , Marcelo. Probidade administrativa. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTEVide que, além de mencionar o Princípio do Julgamento Objetivo no art. 3e, a Lei n5 8.666/1993 o reafirma no art. 45:

Art. 45. 0 julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convo­catório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de ma­neira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

3 .2 . Princípios correlatosAlém dos princípios básicos, a Lei n- 8.666/1993 prescreve ainda princípios

correlatos a serem observados nos procedim entos licitatórios.

A rt. 3 g § É ved ad o aos agentes públicos:

I - ad m itir, prever, incluir ou to lerar, nos atos de convocação, cláusulas ou con­dições que c o m p ro m e ta m , restrin jam ou frustrem o seu ca rá te r c o m p e tit iv o , inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e es tab e leçam preferências

ou distinções em razão da n atu ra lid ad e , da sede ou dom ic ílio dos lic itantes ou de q u a lq u er outra circunstância im p e rtin e n te ou irre levan te para o específico ob je to do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5^ a 12 deste artigo e no

art. 3 - da Lei n5 8 .2 4 8 , de 23 de outubro de 1991 ;5

a) Competitividade - princípio correlato ao da igualdade, uma vez que todos os interessados em contratar com a Administração devem competir em igualdade de condições. A Lei n- 8.666/1993 registra, inclusive, que é vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que com prom etam , restrinjam ou frustrem o seu caráter com­petitivo.6

Art. 3Ü § 3Ü A lic itação não será s ig ilosa, sendo públicos e acessíveis ao público

os atos de seu p ro c e d im e n to , salvo q u a n to ao co n teú d o das p ro p o stas , a téa respectiva a b e rtu ra .7

5 Redação dada pela Lei n - 12.349, de 15 de d ezem b ro de 2010.b T C U — Acórdão 2579/2009 — Plenário — E vedado aos agentes públicos incluir nos atos de convocação condi­ções que com prom etam , restrinjam ou frustrem o caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções impertinentes em relação aos interessados.7 T C U — Acórdão 1227/2009 — Plenário — Abstenha de incluir clausulas em edital que venham a impor ônus desnecessários aos licitantes, (...) por implicar restrição ao caráter competitivo do certame, em violação ao art. 3-, caput, da Lei n° 8.666/1993.

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b) Sigilo na apresentação das propostas - impede o desatendimento ao princípio da igualdade, não perm itindo que um licitante tome ciência da proposta dos demais, assumindo posição de vantagem na competição. Mesmo sem mencio­nar o princípio expressamente, a Lei n- 8.666/1993 o destaca ao prescrever momento próprio no procedim ento licitatório para a abertura dos envelopes de documentação e propostas.

A rt. 4 - Parágrafo único. 0 p ro c e d im e n to lic ita tó rio p rev is to n esta le i carac­te r iz a a to a d m in is tra tiv o fo rm a l, seja e le praticado em q u a lq u er esfera da A dm in istração Pública.

c) Procedimento formal - pressupõe um rito administrativo formalizado, conforme dispõe o parágrafo único, do art. 4-, da Lei n- 8.666/1993, que informa que o procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.8

d) Adjudicação compulsória ao vencedor da licitação - significa que, vencida a licitação, a Administração não poderá atribuir o objeto pretendido (adjudicar) a outro que não o vencedor da competição.9

Vide que o art. 50 da Lei n- 8.666/1993 prescreve que a Administração Pública não pode celebrar contrato com preterição da ordem de classificação, sob pena de nulidade da licitação:

A rt. 50 . A A dm in istração não poderá ce leb rar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedi­m e n to lic itatório , sob pena de n u lidad e.

e) Princípio da Padronização - princípio que deve ser aplicado por força do deter­minado no art. 1 5 ,1 da Lei n- 8.6666/1993, sempre que possível, nas compras efetuadas pela Administração Pública, bem como nas contratações de obras e serviços, por força do preconizado no art. 11. Este princípio objetiva evitar aquisições de bens ou contratações de obras ou serviços com diferenças nos componentes, na qualidade, na produtividade e na durabilidade, com impli­cações diretas e imediatas no estoque, na manutenção, na assistência técnica, no controle e na atividade administrativa.

8 Entretanto, o princípio do procedimento formal não significa que a Administração deva ser formalista ao extremo, a ponto de fazer exigências inúteis ou desnecessárias à licitação.9 O vencedor adquire direito à adjudicação e não à contratação, pois, mesmo após adjudicar, a Administração, em nome do interesse público, poderá, justificadamente, revogar ou anular a licitação (Nota: a adjudicação será objeto de avaliação apartada neste livro.).

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A rt. 15 . As com pras, sem p re que possível, deverão : I - a te n d e r ao princípio da padron ização, que im pon ha co m p atib ilid ad e de especificações técnicas e de d esem p en h o , observadas, quand o for o caso, as condições de m an u ten ção , assistência técnica e garan tia oferecidas;A rt. 11 . As obras e serviços destinados aos m esm os fins te rão projetos p a ­dronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quand o o p ro je to -p ad rão não a te n d e r às condições peculiares do local ou às exigências específicas do e m p re e n d im e n to .

3 .3 . Princípios implícitosAlém dos princípios básicos e os correlatos, há ainda no âmbito das licitações

os princípios denom inados implícitos, pois mesmo não indicados de forma expressa nas leis licitatórias, são entendidos como presentes nos procedim entos licitatórios, de vez que, de uma forma ou de outra, devem ser adotados pela Administração Pública nos seus mais diversos atos.a) Princípio da Eficiência10 - que impõe à Administração Pública o exercício de

suas atribuições de forma imparcial, transparente e eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade. Sobre o princípio, Celso Bandeira de Mello argumenta que se trata, evidentemente, de algo mais do que desejável. “Contudo, é juridicam ente tão fluido e de tão difícil controle ao lume do Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao art. 37 ou o extravasamento de uma aspiração dos que burilam no texto. De toda sorte, o fato é que tal princípio não pode ser concebido (...) senão na intimidade do princípio da legalidade, pois jamais uma suposta busca de eficiência justificaria postergação daquele que é o dever administrativo por excelência.”11

b) Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade - que, em síntese, determ ina que o adm inistrador público obriga-se a sempre optar pela solução adequada, ou seja, a mais razoável dentre as que se lhe apresentam. Conforme avaliou Bacchelli, a necessidade da Administração, baseada no elemento proporciona­lidade, deve ser entendida no sentido de que a medida a ser adotada não pode exceder os limites indispensáveis à conservação do fim legítimo que se almeja.12

S u p erio r T ribuna l d e Justiça - STJ, MS 5 .8 6 9 /D F , ju lg a d o e m 11 / 0 9 / 2 0 0 2 : "A in te rp re ta ç ã o dos te rm o s do e d ita l d e lic itação não p o d e co n d u zir a atos q u e a c a b e m por m a lfe r ir a p ró p ria f in a lid a d e do p ro c e d im e n to lic ita tó rio ,

10 Com o advento da Em enda Constitucional n- 19/1998, a Eficiência passou a integrar o elenco de princípios norteadores da atividade administrativa.CF — Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fedeial e dos Municípios obedecei á aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)11 M ELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, ed. 12, São Paulo: Malheiros, 1999, p. 92.12 h t tp :/ / professorbacchelli.spaceblog.com.br/180891 / Os-Principios-de-Direito-Administrativo/

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re s trin g in d o o n ú m e ro d e co n co rren tes e p re ju d ic a n d o a esco lha da m e lh o r

p ro p o s ta . 0 a to c o a to r foi desproporcional e desarrazoado, m o rm e n te

te n d o e m conta q u e não h o u v e fa lta d e a s s in a tu ra , p ura e s im p le s , m as ass in a tu ras e rubricas fo ra do local p re e s ta b e le c id o , o q u e não é s u fic ie n te

para in v a lid a r a p ro p o s ta , e v id e n c ia n d o claro excesso d e fo rm a lis m o ."

3 .4 . Princípios surgidos em face da criação da modalidade denominada pregão

Além de repe tir os p rincíp ios licitatórios já prescritos no art. 3- da Lei n - 8.666/1993,13 o art. 4- do Decreto n- 3.555/2000 (que regulam enta na esfera federal o pregão) condiciona o pregão a outros princípios, muitos também encon­trados em dispositivos da lei de licitações como princípios correlatos ou implícitos (celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas).

Decreto ne 3.555/2000: Art. 4^ A licitação na modalidade de pregão é juridica­

mente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,

da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adm inistrativa,

da vinculação ao instrum ento convocatório, do ju lgam ento objetivo, bem

assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, pro­

porcionalidade, com petitividade, justo preço, seletividade e comparação

objetiva das propostas.

Estudemos aqueles que não foram apreciados anteriorm ente:a) Princípio da Celeridade - busca dar agilidade ao procedim ento licitatório.

Trata-se de princípio norteador da licitação na modalidade pregão, pois objetiva simplificar procedimentos, afastando ao máximo o rigor excessivo e as formali­dades desnecessárias. No pregão, sempre que possível, as decisões deverão ser tomadas no mom ento da sessão.

b) Princípio da Finalidade - configura princípio máximo no âmbito do Direito Administrativo, voltado para a regra de interpretação teleológica da norma. Conforme dispôs Celso Bandeira de Mello, este princípio impõe ao adminis­trador público, no manejo das competências postas a seu encargo, atuação com rigorosa obediência à finalidade, isto é, cumprindo-lhe não apenas cingir-se à

13 Em 2006, o Tribunal de Contas da União determ inou, por meio de m edida cautelar, a suspensão de pregão da Agência Nacional de Aviação Civil — ANAC para a contratação de empresa especializada na prestação de serviços de agenciamento de viagens, com o fornecimento de passagens aéreas nacionais e internacionais, além de operacionalizar reservas e executar qualquer tarefa associada a esses procedimentos. De acordo com o ministro Ubiratan Aguiar, relator do processo, as irregularidades apontadas feriam os princípios da legalidade, isonomia, igualdade e impessoalidade, além de contrariar o caráter competitivo do certame (TC-027.446/2006-0 Plenário).

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finalidade própria de todas as leis, que constitui o interesse público, mas também à finalidade específica abrigada na lei a que esteja dando execução.14

c) Princípio do Justo Preço - determ ina o atrelam ento da Administração Pública, com a instauração do pregão, à busca de preço que possa ser quitado com re­cursos disponíveis, mas que não esteja em descompasso com aqueles praticados no mercado.

d) Princípio da Seletividade - implica na constante perseguição da seleção da proposta mais adequada, determ inando enormes cuidados com a seleção da proposta, que terá conexão direta com a qualidade do objeto contratado;

e) Princípio da Comparação Objetiva das Propostas - que, por estar voltado para a busca da proposta mais vantajosa, veda, em tese, a adoção de qualquer tipo de fator para a sua avaliação que não seja o próprio preço, impedindo a utilização de critérios subjetivos e imperfeitos.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2010 - BASA - Agente) A licitação destina-se a garantir a observância do princípio

constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a administração, sendo processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos que regem essa lei.( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (FCC-2009 - TER/PI - Técnico Administrativo) Dentre os princípios expressam ente previstos na Lei de Licitações, Lei n* 8 .666/1993, NÃO se inclui o princípioa) da razoab i l idade .b) da le ga lidade .c) da im pe ssoa l id ade .d) do ju lg a m e n to ob je tivo.e) da v incu lação do in s t ru m e n to convocató r io .

3. (Cespe - 2010 - BASA - Agente) Constituem princípios das licitações a isonomia, a m oralidade, a publicação e o julgam ento subjetivo.( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário) São princípios da licitação expressam ente citados na Lei n* 8 .666/1993, dentre outros,a) ju lg a m e n to ob je tivo, c o m p e t i t iv id ade e s ig i lo das propostas .b) v incu lação ao in s t ru m e n to convocató r io , c om p e t i t iv id ade e s ig i lo das propostas.c) ad jud icação c o m p u ls ó r ia , c o m p e t i t iv id ade e igua ldade.d) p rob idade ad m in is t ra t iva , ju lg a m e n to ob je tivo e igua ldade.e) p rob idade ad m in is t ra t iva , s ig i lo das propostas e ad ju d icação c o m p u ls ó r ia .

14 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 5. ed., São Paulo: Malheiros. 1994. p. 255.

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5. (Cespe - 2008 - Hemobrás - Agente) O edital de convocação da licitação vincula tanto os licitantes como a adm inistração pública.( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (FCC - 2008 - MPE/PE - Técnico) A aplicabilidade do "principio da padronização” em m até­ria de compras pela Administração Pública deve observar certos requisitos. Dentre outros, aponta-se:a) sua l ivre adoção, desde que haja necess id ade da m e rca do r ia ou do obje to , tudo ao a lvedr io

da au to r ida de ad m in is t ra t iva c om p e te n te , po r s e r esta o t i t u la r do po de r d i sc r ic io n á r io e es ta r a tendendo a poss ib i l idade de un i fo rm ização .

b) o in tu i to de ev i ta r aqu is ições de bens d i fe re n te s nos seus e le m e n to s c o m p on en tes , na q u a ­lidade, na produ t iv idade , na d u rab i l idad e , com im p l ica çã o d i re ta e im ed ia ta na m a nu ten çã o , na ass is tênc ia técn ica , nos custos , no c on t ro le e na a t iv idade a d m in is t ra t iva .

c) a desnecess idade de um processo a d m in is t ra t ivo fo r m a l de u n i fo rm iz aç ão ou padronização , tendo em vista a ce le r ida de do p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io , sendo s u f ic ie n te a s im p le s d e l ib e ­ração da c om issão de l ic itação.

d) a ins tau ração de um processo ad m in is t ra t ivo para f ins de padronização, se ass im e n te n d e r a A d m in is t ra ç ã o Púb lica, com na tureza contenc io sa , de so r te a p e r m i t i r aos vá r ios p ro du to re s de bens s im i la re s a efet iva pa r t ic ipação .

e) a vedação, em q u a lq u e r h ipó tese, de pre fe rênc ia de m arca c ons id e ran do a exc lus iv idade do p ro d u to r ou vendedor , a inda que de n t ro de um a padron ização ou un i fo rm iz a ç ã o e da conven iênc ia de c on t inu ida de dessa marca .

7. (Cespe - 2008 - TJ - CE - Analista) O licitante deverá observar as norm as e condições esta­belecidas no ato convocatório, todavia à administração pública é dado direito de, discriciona- riam ente, não observar o objeto ou as condições contidas no edital, em virtude do seu poder de im pério.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (FCC - 2006 - DOCS - Analista) Com relação à licitação, considere:I. A Administração não pode, concluído o procedimento, a tribu ir o objeto da licitação a

outrem que não o vencedor.II. O julgam ento das propostas há de ser feito de acordo com os critérios fixados no edital. As proposições citadas correspondem, respectivam ente, aos princípios licitatórios da:a) is onom ia e ju lg a m e n to ob je tivo.b) im pe ss oa l id ade e v incu lação ao in s t ru m e n to convocató r io .c) m o ra l id a d e e lega lidade .d) ad jud icação c o m p u ls ó r ia e j u lg a m e n to ob je tivo.e) ad jud icação c o m p u ls ó r ia e pub l ic idade .

9. (Cespe - 2008 - STF - Agente) Em procedimentos licitatórios, o princípio da adjudicação compulsória ao vencedor impede que se abra nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.( ) CERTO ( ) ERRADO

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10. (Cespe - 2005 - TRE-MA - Técnico Judiciário) Acerca da licitação pública, assinale a opção CORRETA.a) Prob idade a dm in is t ra t iva e ju lg a m e n to objetivo não são pr inc íp ios de observânc ia ob r iga tó r ia

nas l i c itações.b) Na aqu is iç ão de gêne ros perecíve is , c om o pães, la t ic ín ios e ho r ta l iças , a l ic itação é s e m p re

exig íve l.c) A inex ig ib i l idade de l i c itação se ver if ica s e m p re que ho uver poss ib i l idade ju r íd ica de c o m ­

pe tição.d) As l i c i tações d e s t in a m -s e a g a ra n t i r a obse rvânc ia do p r inc íp io c o n s t i t u c io n a l da is onom ia

e a s e le c io n a r a proposta m a is vanta josa para a a d m in is t ra ç ã o .e) E p e rm i t id a a c r iação de ou t ras m o da l id ad es de l ic itação, a lém das já ex is ten tes : c o n c o r rê n ­

cia, to m ad a de preço, convite , c oncurso , le i lão e pregão, que podem ainda s e r c o m b in ada s en t re si.

11. (Cespe - 2008 - DFTRANS - Técnico) Além de garantir a observância do princípio constitucio­nal da isonomia, a licitação deve ser julgada em conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da publicidade e da vinculação ao instrum ento convocatório.( ) CERTO ( ) ERRADO

12. (Cespe - 2005 - TRE-MA - Técnico Judiciário) Em relação aos princípios da licitação pública, assinale a opção CORRETA.a) Em v i r tu d e do p r inc íp io da v incu lação ao in s t ru m e n to convocató r io , a lei veda à a d m in is ­

t ra ção o d e s c u m p r im e n to das n o rm a s e cond ições do ed ita l, ao qu a l se acha e s t r i t a m e n te v in cu lada .

b) 0 p r inc íp io da im pe ss oa l id ade im põe que os atos e te rm o s da l i c itação se jam e fe t ivam en te expostos ao c o n h e c im e n to de q u a lq u e r in te ressado.

c) 0 p r inc íp io da le ga l idade a lm e ja im p e d i r que a l i c itação seja dec id ida sob o in f lu xo do sub - je t iv is m o , de s e n t im e n to s , im p re ss ões ou propós i tos pessoa is dos m e m b ro s da com issão ju lg a d o ra .

d) 0 p r inc íp io da m o ra l id a d e im p l ica o dever não apenas de t r a ta r is o n o m ic a m e n te todos os que p a r t ic ip a re m do c e r ta m e , m as ta m b é m o de g a ra n t i r o p o r tu n id a d e de d i s p u tá - lo a qu a is q u e r in teressados.

e) 0 pr inc íp io da ad ju d icação c o m p u lsó r ia ao venced o r p e rm i te que a A dm in is t ra ç ã o , conc lu ído o p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io , a t r ibua seu ob je to a o u t re m que não o le g í t im o vencedor.

13. (FMP - 2008 - TCE/RS - Adjunto de Procurador do Ministério Público junto ao TCE) A Lei n£ 8.666, de 21 de junho de 1993, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, estabelecendo expressam ente seus princípios básicos, dentre os quais os princípios:a) da ef ic iênc ia , da im pe ss oa l id ade e da p ropo rc io na l id ade .b) da pub l ic idade , da razoab i l idade e da v incu lação ao in s t ru m e n to convocató r io .c) do ju lg a m e n to ob je tivo, da im pe ss oa l id ade e da m o ra l ida de .d) da p rob idade ad m in is t ra t iva , da respo nsab i l id ad e po r atos causados com dolo ou cu lp a e da

igua ldade.e) da isonom ia , da lega l idade e da e f ic iênc ia .

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C a p í t u l o 4

Definição do objeto do licitação

4 .1 . Objeto da licitaçãoO objeto da licitação, razão de ser do certame, deve ser perfeitam ente definido

no instrum ento convocatório da licitação, de modo a inexistir qualquer tipo de dúvi­da quanto ao que a Administração realm ente pretende, perm itindo, dessa maneira, que os licitantes apresentem propostas concretas e objetivas.

A rt. 14 . N en h u m a com pra será fe ita sem a a d e q u a d a carac te rização de seu o b je to e indicação dos recursos o rçam entários para seu p a g am en to , sob pena de nu lid ad e do ato e responsab ilidade de q u em lhe tive r dado causa.

Nesse passo, a Lei n- 8.666/1993 determ ina a descrição “sucinta e clara” do objeto, dispondo que:a) as obras e os serviços somente poderão ser licitados quando existir “projeto

básico” aprovado pela autoridade competente; eb) as compras só poderão ser realizadas com a adequada “caracterização de seu

objeto”.

A rt. 4 0 . 0 ed ita l ( .. .) indicará, o b rig a to ria m e n te , o seguinte: I - o b je to da lic itação , e m descrição sucin ta e clara; A rt. 7 g § 2 g As obras e os serviços s o m e n te p o d erão ser lic itados q uand o: I - h o u ver p ro je to básico ap ro vad o pela a u to rid a d e c o m p e te n te e d ispon íve l para e x a m e dos in teressados em p artic ip ar do processo lic ita tó rio ;

Tais determinações também constam na licitação na modalidade pregão, com leves alterações de denom inação.1

A Lei n- 12.462/2011, que instituiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016; Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - FIFA 2013 e da Copa do Mundo

1 O tem a está delineado na parte específica deste trabalho que trata do pregão.

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FIFA 2014; e obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos e cinqüenta quilômetros) das cidades sedes dos eventos citados, como não poderia deixar de ser, seguiu a mesma linha com relação ao objeto da licitação, prescrevendo a ne­cessidade de sua definição de forma clara e precisa no instrum ento convocatório da licitação.

5 - 0 ob je to da licitação deverá ser d e fin id o de fo rm a clara e precisa no ins­tru m e n to convocatório , vedadas especificações excessivas, irre levan tes ou desnecessárias.

4 .2 . Projeto Básico (inc. IX do art. 6a da Lei na 8.666/1993)E o conjunto de elementos necessários e suficientes que caracteriza a obra ou

o serviço, ou complexo de obras ou serviços, objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratam ento do impacto ambiental do em preendim ento, e que possibilite a avaliação do custo da obra ou do serviço e a definição dos métodos e do prazo de execução.

Diante da complexidade de soluções técnicas exigíveis para o projeto básico, verifica-se que estas deverão estar suficientemente detalhadas de forma a reduzir ao máximo a necessidade de reformulação na elaboração do projeto final (executivo).

Art. 6 - IX - Projeto Básico - conjunto de e lem en to s necessários e suficientes, com nível de precisão ad eq u ad o , para caracterizar a obra ou serviço, ou com plexo de obras ou serviços o b je to da licitação, e lab o rad o com base nas indicações dos estudos técnicos p re lim in ares , que assegurem a v ia b ilid a d e técnica eo ad eq u ad o tra ta m e n to do im pacto a m b ie n ta l do e m p re e n d im e n to , e que possibilite a ava liação do custo da obra e a defin ição dos m étod os e do prazo de execução, d even d o conter os seguintes e lem en to s :a) d e s e n v o lv im e n to da solução escolhida de fo rm a a fo rnecer visão g lobal da obra e id en tificar todos os seus e le m e n to s constitutivos com clarezab) soluções técnicas globais e localizadas, s u fic ie n te m e n te de ta lh ad as, de fo rm a a m in im iz a r a necessidade de re fo rm u lação ou de varian tes d u ran te as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e m o n tag emc) identificação dos tipos de serviços a executar e de m ateria is e eq u ip am en to s a incorporar à obra, bem com o suas especificações que assegurem os m elhores resultados para o e m p re e n d im e n to , sem frustrar o caráter co m p etitivo para a sua execução;

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d) in form ações que possibilitem o estudo e a dedução de m étodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustraro caráter co m p etitivo para a sua execução;e ) subsídios para m o n ta g e m do p lano de licitação e gestão da obra, com ­p reen d en d o a sua p rogram ação, a estra tég ia de suprim en tos, as norm as de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;f) o rçam en to d e ta lh a d o do custo g lobal da obra, fu n d a m e n ta d o em q u a n tita ­tivos de serviços e fo rn ec im en to s p ro p ria m e n te avaliados;

A Lei n- 12.462/2011 (RDG) define o Projeto Básico no mesmo diapasão:

A rt. 2 - — IV — pro jeto básico: conjunto de e le m e n to s necessários e suficientes, com nível de precisão ad eq u ad o , para, observado o disposto no parágrafo único deste artigo:a ) caracterizar a obra ou serviço de en g e n h a ria , ou com plexo de obras ou serviços o b je to da licitação, com base nas indicações dos estudos técnicos p re lim inares;b) assegurar a v ia b ilid a d e técnica e o ad eq u ad o tra ta m e n to do im pacto a m ­b ien ta l do e m p re e n d im e n to ; ec) possibilitar a avaliação do custo da obra ou serviço e a defin ição dos m étodos e do prazo de execução;

4 .3 . Projeto Executivo (ou Projeto Final) (Inciso X do art. 6a da Lei na 8.666/1993)

E o conjunto de elementos necessários e suficientes para a execução completa da obra, tratando-se, portanto, do projeto final de execução.

Frise-se que a realização do procedim ento licitatório não exige prévio projeto executivo, uma vez que a lei autoriza o seu desenvolvimento em concomitância com a execução das obras ou serviços, desde que haja autorização por parte da Administração.

Lei n^ 8 .6 6 6 : A rt. 6 ^ - X - Projeto Executivo - o conjunto dos e le m e n to s neces­sários e suficientes à execução co m p le ta da obra, de acordo com as norm as p ertin en tes da Associação Brasileira de N orm as Técnicas - ABNT;Lei n^ 1 2 .4 6 2 / 2 0 1 1 (R e g im e D ife re n c ia d o d e C o n tra ta ç õ e s P ú b licas - RDC): A rt. 2 ̂ - V - p ro je to execu tivo : con jun to dos e le m e n to s necessários e sufic ientes à execução co m p le ta da obra , de acordo com as norm as técnicas p e rtin e n te s ;

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 art. I o- da Lei n9 8.666/1993 roteiriza a licitação para a execução de obras e serviços, fixando, inicialmente, a seguinte seqüência: projeto básico, projeto executivo e execução. Tal seqüência há de ser respeitada nas licitações de obras e serviços, com exceção da elaboração do projeto executivo (como prescreve o § l 9 do mesmo artigo).0 § 2o- estabelece categoricamente que as obras e os serviços somente poderão ser lic i­tados quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório, dispondo, também, a necessidade de:- existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os

seus custos unitários;- haver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações

decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

- quando for o caso, o produto dela esperado esteja contemplado nas metas estabeleci­das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal.

Prescreve ainda a lei que a infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa (§ 6e do art. 75).

Art. I o- As licitações para a execução de obras e para a prestação de ser­viços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte se­qüência:I - projeto básico;II-p ro je to executivo;III - execução das obras e serviços.§ I o- k execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con­clusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.§ 29 As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e dispo­nível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composi­ção de todos os seus custos unitários;III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o paga­mento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem execu­tadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cro­nograma;IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabeleci­das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando foro caso.

§ 69 A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (CESGRANRIO - 2006 - Técnico de Nível Superior) O adm inistrador público precisa conhecer

a lei que rege as licitações para não in fringir o disposto no artigo que implica a nulidade de seus atos ou contratos. Obras e serviços licitados deverão te r sua nulidade requerida quando:a) E s tabe lece rem o reg im e de execução ou a fo rm a de fo rn e c im e n to ;b) H ouve r aprovação, pela a u to r ida de c om p e te n te , da execução do pro je to básico e do pro je to

executivo c o n c o m i ta n te m e n te com a execução das ob ras e serv iços con t ra ta dos ;c) H ouve r previsão de rec u rs os o rç a m e n tá r io s que as se gu rem o pa ga m e n to das ob r igações

de co r re n te s de ob ras ou serv iços a s e rem executados no exerc íc io f inan ce iro em curso , de acordo com o respect ivo c ro n o g ra m a ;

d) D e f in i re m os preços e as cond ições de pa gam ento , os c r i té r io s , da ta -b ase e pe r iod ic idade do re a ju s ta m e n to de preços, os c r i té r io s de a tua l ização m o n e tá r ia en tre a data do a d im - p le m e n to das ob r iga çõ es e a do efetivo paga m e n to ;

e) D e f in i re m a ob r igação do c on t ra ta do de m a n te r , du ra n te toda a execução do c on t ra to , em co m p a t ib i l id a d e com as ob r iga çõ es po r ele a s su m idas , to das as cond ições de hab i l i tação e qua l i f icação ex ig idas na l ic itação.

2. (Esaf - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Não se considera pressuposto necessário ao procedimento licitatório, para obras e serviços, nos term os da legislação respectiva,a) e x is t i r o rç a m e n to de ta lha do em p lan i lh as que expre ssem a com p os ição de to dos os seus

cus tos un i tá r ios .b) haver pro je to execut ivo, com o d e ta lh a m e n to té cn ico das at iv idades a se rem rea lizadas pelos

con t ra ta dos .c) haver previsão de recu rsos o rç a m e n tá r io s que asse g u re m o p a g a m e n to das ob r igações

de co r re n te s da obra ou serv iço a s e rem executadas no exerc íc io f inan ce iro em curso , c o n ­fo rm e o c ro n o g ra m a .

d) que o produ to este ja previsto no respect ivo P lano P lu r ia n u a l , quando fo r o caso.e) haver pro je to básico ap rovado pe la a u to r ida de c o m p e te n te e d ispon íve l para exam e dos

in te ressados em p a r t ic ip a r da l i c itação.

3. (FCC - 2010 - DPE-SP - Agente de Defensoria) Segundo nos informa a Lei n* 8 .666/1993, que institui norm as para licitação e contratos da Administração Pública, na Seção III - Das Obras e Serviços, A rt. 72, Parágrafo 2*, as obras e os serviços só poderão ser licitadas quando houver aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório o:a) p ro je to básico.b) es tudo p re l im in a r .c) an tep ro je to .d) p ro je to lega l.e) p ro je to executivo.

4. (FCC - 2011 - INFRAERO - Agente) De acordo com o que preceitua a Lei n2 8 .666/1993, que trata de licitações e contratos na Administração Pública, é correto concluir:a) As obras e os serv iços s o m e n te poderão s e r l ic itados, quando au to r izados , m e s m o que não

ex is tam recu rsos f inan ce iros a locados para ta l f im .b) Para fa c i l i ta r o processo l ic i ta tó r io , é im p o r ta n te conv id a r o a u to r do pro je to para pa r t ic ip a r

in d i re ta m e n te da l ic itação e da execução de obra ou serviço .c) Ex istindo o projeto básico, não é necessár io a e laboração de o rçam en to deta lhado em plan ilha

que expresse a c om p os ição de to dos os seus cus tos un i tá r ios .

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d) As l ic itações para execução de obras e prestação de serv iços obedecerão à segu in te s e q ü ê n ­cia: I - P ro je to Básico; II - Pro je to Executivo e III - Execução das ob ras e serv iços.

e) No obje to da l i c itação deve s e r inc lu ída a fo rm a de ob tenção de recu rsos f inan ce iros para a sua execução, q u a lq u e r que seja a sua o r ig e m , p r in c ip a lm e n te nos casos de e m p re e n d i ­m e n to s executados e exp lo rados sob o reg im e de concessão, nos te rm o s da lei específ ica.

5. (FGV - 2008 - Senado Federal - Agente) De acordo com a Lei n* 8 .666/1993, o conjunto de elem entos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para caracterizar a obra ou serviço ou o complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelim inares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratam ento do impacto am biental do em preendim ento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, é denominado:a) an tep ro je to .b) pro je to executivo .c) pro je to p i loto.d) pro je to básico.e) te rm o de re ferênc ia .

6. (IESES - 2010 - CRM-DF - Agente) Assinale a alternativa que contém a seqüência correta, prevista na Lei n. 8 .666/1993, para a execução de obras e prestação de serviços:a) P ro je to executivo, execução de ob ras e serv iço e p ro je to básico.b) P ro je to básico, p ro je to executivo e execução de ob ras e serv iço .c) P ro je to executivo, p ro je to básico e execução de ob ras e serv iço .d) P ro je to básico, execução de ob ras e serv iço e pro je to executivo .

7. (FCC - 2010 - TRF - Reg - Analista Judiciário) A fase preparatória do pregão observará o seguinte:I. A autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do

certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadim plem ento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecim ento.

II. A definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, não sendo vedadas especi­ficações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, lim item a competição.

III. Dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas e os indis­pensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação dos bens ou serviços a serem licitados.

IV. A autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, apenas o pregoeiro.

V. A equipe de apoio não deverá ser integrada por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da adm inistração.

De acordo com a Lei n2 10.520/2002, é correto o que consta APENAS em:a) I e III.b) III e V.c) II, III e IV.d) IV e V.e) l . l l e V .

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C a p í t u l o 5

Agentes públicos responsáveis pelos licitações do Lei n- 8.666/1993

São responsáveis diretos pelas licitações os agentes públicos nom eados pela autoridade com petente para:a) integrarem a Comissão de Licitação; eb) condução da licitação na modalidade convite.

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei ns8 .666/1993 adota três expressões ao referir-se às “ autoridades” : autoridade com­petente, autoridade superior e autoridade responsável. Sobre o assunto, assentamos no livro “ Pregão Eletrônico” (3. ed. Ed. Fórum): “A expressão autoridade competente tem sus­citado dúvidas entre os aplicadores da Lei ne 8.666/1993, posto que há sua menção no art. 7e, § l 5, e em outros dispositivos, algumas vezes designando autoridades diferentes (além de, em outras passagens, mencionar no diploma as expressões ‘autoridade superior’ e ‘autoridade responsável’ , confundido sobremaneira o aplicador da norma). Não é difícil perceber que essa autoridade é aquela que, dentro da organização interna da entidade administrativa, possui, regimental ou estatutariamente, competências específicas. É cla­ro, também, que nem sempre significa que seja a autoridade hierarquicamente superior. Como o assunto tem conexão direta com uma despesa futura, é cediço que tal autoridade é o ordenador de despesa do órgão ou entidade, uma vez que sobre ele, como preconizado na Lei n54.320/1964, recai as responsabilidades sobre os gastos do dinheiro público.”

5.1 . Comissão de LicitaçãoA comissão de licitação (também chamada de comissão julgadora) possui a

função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações nas modalidades concorrência, tomada de preços e convite, podendo ser perm anente ou especial.

A matéria está prevista no inc. XVI do art. 6- da Lei n- 8.666/1993:A rt. 6 - - XVI - Comissão - com issão, p e rm a n e n te ou especial, criada pela A d ­m in istração com a função de receber, e x a m in a r e ju lg a r todos os docum entos e proced im ento s relativos às licitações e ao cad as tram en to de lic itantes.

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Comissão perm anente é aquela que é designada para atuar em licitações por período determinado.

Comissão especial, como o nome indica, é aquela que é designada para atuar em licitações específicas, nas quais haja necessidade de um conhecim ento mais técnico de seus membros.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:No caso de licitação na modalidade concurso, o julgamento deve ser realizado por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido co­nhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não (§ 5e do art. 51 da Lei ne 8.666/1993).

5 .1 .1 . Constituição das Comissões de LicitaçãoAs comissões de licitação devem ser constituídas por, no mínimo, três membros,

sendo pelo menos dois deles servidores qualificados pertencentes aos quadros per­m anentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

Em regra, a investidura dos membros da comissão de licitação não poderá ser superior a um ano, permitindo-se, no entanto, a recondução parcial de membros quando da nomeação de nova comissão para o ano seguinte, não sendo admitida, entretanto, a recondução da totalidade.

Nas pequenas unidades administrativas, ocorrendo falta de pessoal disponível, em caráter excepcional, e somente quando a licitação for o convite, a lei autoriza a substituição da comissão de licitação por servidor designado para esse fim pela autoridade com petente.

Os membros da comissão de licitação respondem solidariamente pelos atos praticados pela comissão, salvo posição divergente, devidamente fundam entada, registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.1

Todas as regras constam do art. 51 da Lei n- 8.666/1993:

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua

alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por

comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo

pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros

permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

1 T C U — Acórdão 739/2007 — Prim eira C âm ara — Os m embros das Comissões de Licitação responderão solidari­amente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundam entada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tom ada a decisão.

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§ 1 ̂No caso de convite, a comissão de licitação, excepcionalmente, nas peque­

nas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível,

poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade

competente.

§ 3g Os membros das comissões de licitação responderão solidariamente por

todos os atos praticados pela comissão, salvo se posição individual divergente

estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião

em que tiver sido tomada a decisão.

§ A investidura dos membros das comissões permanentes não excederá

a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a

mesma comissão no período subsequente.

5.2 . Comissão de CadastramentoA Comissão de Cadastramento possui a função de receber e avaliar os pedidos

de inscrição, alteração ou cancelamento do registro cadastral.

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei n5 8.666/1993 prevê que os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licitações deverão manter registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano.2 3

Tal como a Comissão de Licitação, a Comissão de Cadastramento deve ser integrada por, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados integrantes do quadro perm anente da Administração (art. 51, caput, da Lei n^ 8.666/1993).4

No caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos, essa comissão deverá ser integrada por profissionais legalmente habilitados, com conhecimentos especí­ficos das áreas pertinentes (art. 51, § 2~ da Lei n- 8.666/1993).5

2 No âmbito federal, o registro cadastral está regulam entado pelo Decreto n2 3.722, de 9 /01 /20 01 .3 N o ta : o registro cadastral será avaliado em tópico apartado neste trabalho.4 Art. 51. A habilitação preliminar; a insaição em registr o cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas ejulgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados per tencentes aos quadros per manentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.5 Art. 51 ~§2°-A Comissão para julgamento dos pedidos de insaição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, ser viços ou aquisição de equipamentos.

Devido a texto bastante infeliz da Lei ne 8.666/1993 - quando menciona no mesmo dispo­sitivo (art. 51) as duas comissões (de licitação e de cadastramento) - , há equivocada ten­dência dos órgãos e entidades no sentido de entenderem que se trata da mesma comissão.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FESP - 2008 - Advogado) Em relação à comissão de licitação não é correto afirm ar que:

a) será in te g rada por no m ín im o t rês m e m b ro s , sendo pelo m e no s dois de les se rv ido re s q u a ­li f icados p e r ten ce n te s aos quad ros p e rm a n e n te s da A d m in is t ra ç ã o .

b) os m e m b ro s resp o n d e m s u p le t i v a m e n te po r todos os atos p ra t icados , salvo se posição ind iv idua l d ive rgen te fo r reg is t rada .

c) a in ves t idu ra dos m e m b ro s das c om issões p e rm a n e n te s não será in fe r io r a um ano, vedada a recondução da to ta l ida de de seus m e m b ro s para a m e s m a com issão no per íodo s u b s e ­quen te .

d) a c om issão de concu rso s erá in teg rada po r pessoas de repu tação i l ibada e sem reconhec ido c o n h e c im e n to da m a té r ia em exam e, se rv ido re s púb l icos ou não.

e) no caso de conv ite a c om issão pode s e r s e m p re s ubs t i tu ída po r um servidor.

2. (Cespe - 2009 - ANTAQ - Analista) A legislação brasileira perm ite que, em determinados casos, a comissão de licitação seja substituída por um único servidor público.( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (Cespe - 2008 - Hemobrás - Analista) A comissão perm anente de licitação será composta obrigatoriam ente por três servidores dos quadros perm anentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação:( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (FCC - 2007 - MPU - Analista) Quanto à constituição e à responsabilidade das Comissões Perm anentes de Licitação, é INCORRETO afirm ar:a) Em q u a lq u e r h ipó tese, os m e m b ro s das C om issões de l i c itação respo nd e rão (c ivi l e c r im i -

na lm ente ) de fo rm a so l idá r ia pelos atos p ra t ic ados pela Comissão, não se ex im indo inclus ive aque le que m a n i fes tou posição in d iv idua l d ive rgen te reg is t rad a em ata la vrada na reun iã o em que t ive r s ido to m ad a a decisão.

b) A inves t idu ra dos m e m b ro s das C om issões p e rm a n e n te s não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da to ta l ida de de seus m e m b ro s para a m e s m a com issão no per íodo s u b s e ­quen te .

c) No caso de concurso , o ju lg a m e n to será fe ito po r um a c om issão espe c ia l in te g rada por pessoas de repu tação i l ibada e re c o n h e c im e n to da m a té r ia em exam e, se rv ido re s púb l icos ou não.

d) No caso de conv ite , a C om issão de l ic itação, e x ce pc io na lm e n te , nas pequenas un id ades ad m in is t ra t iv a s e em face da ex ig u id ade de pessoa l d isponíve l, poderá s e r subs t i tu ída por s e rv id o r f o rm a lm e n te des ignado pe la au to r ida de com p e te n te .

e) A C om issão para ju lg a m e n to dos pedidos de insc r ição em reg is tro cadastra l , a sua a l te ração ou o seu canc e la m e n to , será in te g rada por p ro f iss iona is le g a lm e n te hab i l i tados, no caso de ob ras , serv iços ou aqu is iç ão de e q u ipam en tos .

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5. (FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário) O dever que tem a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite de realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de m aneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle, traduz o princípio:a) da le ga lidade .b) do ju lg a m e n to ob je tivo.c) da v incu lação ao in s t ru m e n to convocató r io .d) da ad ju d icação c o m p u ls ó r ia .e) do s ig i lo das propostas.

6. (Cespe - 2002 - PARANAPREV - Analista - adaptada)I - Uma vez constituída a comissão de licitação, seus membros não poderão ser substituídos

em nenhuma hipótese.II - É facultado à comissão de licitação aceitar a inclusão de documentos apresentados por

em presa licitante para com plem entar a instrução do processo, caso não tenha havido tempo hábil para apresentá-los na proposta original.

III - O concurso a que se refere a Lei n2 8 .666/1993 deve ser julgado por uma comissãoperm anente, formada exclusivamente por servidores públicos com reputação ilibada e notório conhecimento da m atéria em exame.

a) As a f i rm a t iv a s I e II estão ce r tas e a III e r rada .b) As a f i rm a t iv a s I e III estão ce r tas e a II e r rada .c) A a f i rm a t iv a I está cer ta e as II e III e r ra da s .d) Todas as a f i rm a t iv a s estão e r ra da s .e) Todas as a f i rm a t iv a s estão cer tas .

7. (Cespe - 2009 - ANTAQ - Analista) Uma em presa apresentou documento fiscal falsificado na fase de habilitação de uma licitação, fato que não foi percebido pela administração. Terminada a fase de classificação e julgam ento, veio ao conhecimento da comissão de licitação informação relativa à falsidade do documento.Com relação ao caso hipotético apresentado, ju lgue o item a seguir:Se ainda persistirem dúvidas quanto à falsidade do documento fiscal apresentado pela licitante, tanto a comissão de licitação quanto a autoridade responsável por sua homologação poderão prom over diligências destinadas a esclarecer a questão.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (Esaf - 2000 - TCE-RN - Inspetor Externo - adaptada) A homologação da licitação corresponde à últim a atribuição da Comissão de Licitação, no âmbito do processo licitatório.( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (FUNIVERSA - 2006 - APEX-BRASIL - Consultor Pleno - adaptada) Os membros das comissões de licitação responderão solidariam ente por todos os atos praticados pela comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.( ) CERTO ( ) ERRADO

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10. (Cespe - 2002 - PARANAPREV - Analista Administrativo) Com relação aos procedimentos da licitação, ju lgue os seguintes itens.I - O concurso a que se refere a Lei n* 8 .666/1993 deve ser julgado por uma comissão

perm anente, formada exclusivamente por servidores públicos com reputação ilibada e notório conhecimento da m atéria em exame.

II - É facultado à comissão de licitação aceitar a inclusão de documentos apresentados porem presa licitante para com plem entar a instrução do processo, caso não tenha havido tempo hábil para apresentá-los na proposta original.

III - Os tipos de licitação são: a de m enor preço, a de m elhor técnica, a de técnica e preço e ade m aior lance ou oferta; em qualquer uma delas, havendo em pate entre duas ou mais propostas, a comissão fará obrigatoriam ente sorteio em caráter sigiloso.

IV - Para assegurar o legítimo cumprimento da proposta mais vantajosa para a administraçãopública, terão as comissões de licitação autonomia e independência para a lte rar o edital.

V - Considere a seguinte situação hipotética. Paulo, m em bro de comissão de licitação, recebeu cópia de lim inar em mandado de segurança, em que o ju iz expressam ente determ inou o cancelamento da abertura dos envelopes de licitação em concorrência. Nessa situação, Paulo não pode cum prir a ordem, uma vez que os term os do edital só poderão ser impugnados perante a adm inistração e não diante do Poder Judiciário.

a) Todas as a f i rm a t iv a s estão CORRETASb) Todas as a f i rm a t iv a s estão INCORRETAS.c) S om en te as a f i rm a t iv a s I e III es tão CORRETAS.d) S om en te as a f i rm a t iv a s IV e V estão CORRETAS.e) S om en te a a f i rm a t iv a I está INCORRETA.

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C a p í t u l o 6

Seqüência de atos para a validade da licitação

Os atos licitatórios desenvolvem-se em seqüência, tendo início na requisição (ou no planejam ento), prosseguindo até o resultado intentado, qual seja, a proposta vencedora do certame com vistas ã celebração do respectivo contrato ou ã emissão de docum ento substitutivo correspondente.

Essa seqüência possui duas etapas distintas:1a) a interna (ou preparatória), na qual a Administração Pública estabelece

todas as condições do instrum ento convocatório da licitação, antes de levá-lo ao conhecimento público, referindo-se, portanto, ao trabalho de preparação do processo no âmbito interno; e

b) a externa (ou de execução), que tem início com a publicação do aviso do edital ou com expedição do convite.23

A etapa interna da licitação reúne atos seqüenciais que devem ser obrigatoria­m ente observados.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Durante a etapa interna da licitação, a Administração tem condições de acertar as falhas porventura verificadas (tais como: a não observância de normas constitucionais, legais ou regulamentares; falhas formais no instrumento convocatório; falta de informações funda­mentais; textos dúbios etc.) sem a obrigação de revogar ou anular atos praticados.

1 Alguns autores, no lugar de “etapas”, utilizam a expressão “fases” (nós mesmos, em outras obras, a adotamos). Neste trabalho, entretanto, com o objetivo de não confundir o leitor, não utilizamos “fases”, um a vez que as fases estão compreendidas no âmbito da etapa externa da licitação. A adoção da mesma nom enclatura, a nosso ver, determ ina certa confusão na compreensão da matéria.2 N o ta : Para m elhor entendim ento da sistemática licitatória, a etapa externa da licitação está delineada de forma apartada neste trabalho.3 T C U — Acórdão 2684/2008 — Plenário — A ausência de cum prim ento da fase interna da licitação inviabiliza o conhecimento integral do objeto que se pretende contratar e as estimativas de custos a ele inerentes. A realização da fase interna da licitação é condição prévia essencial à contratação, inclusive nos casos de dispensa ou inexigi- bilidade de licitação.

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6 .1 . A etapa interna (ou preparatória) da licitaçãoPara a realização de uma licitação é necessária a observação da seguinte seqüência:

a) requisição do interessado;b) estimativa de valor;c) autorização da despesa;d) elaboração do instrum ento convocatório (edital ou convite);e) análise e aprovação jurídica do instrum ento convocatório da licitação; ef) divulgação.

6 .1 .1 . Requisição do interessadoObservada por certo setor da Administração (Departamento, Divisão, Gerência

etc.) a necessidade de aquisição de algum bem ou a contratação de algum serviço ou obra, caberá a este setor, com a descrição do mesmo, solicitá-lo à autoridade com petente, através da devida requisição.

A requisição é, por conseguinte, o docum ento que dá origem à licitação (ou, se for o caso, a sua dispensa ou inexigibilidade).

Art. 69 Para os fins desta Lei, considera-se:I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia­ção, realizada por execução direta ou indireta;II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, ins­talação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, ma­nutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;

6 .1 .2 . Estimativa de ValorDefinido o objeto que a Administração pretende, faz-se necessário estimar o

valor total da obra, do serviço ou do bem a ser adquirido. Tal estimativa é produzi­da m ediante realização de pesquisa de m ercado,4 que norteará vários aspectos da possível licitação, a saber:

4 A estimativa de valor pode tam bém ser procedida com base em preços fixados por órgão oficial competente ou em função dos preços registrados no sistema de registro de preços, ou, ainda, naqueles vigentes em outros órgãos para o mesmo objeto, desde que em condições semelhantes.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Os incisos I, II e III, do art. 6 ̂da Lei n5 8.666/1993 oferecem as definições legais de “obra” , “ serviço” e “compra” , a saber:

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a) permite concluir se há obrigatoriedade de adoção de licitação;b) possibilita a escolha acertada da modalidade de licitação a ser utilizada;c) permite a verificação da existência de recursos suficientes para pagamento da

despesa com a contratação;d) permite a avaliação que determ inará a desclassificação da proposta, caso seja

inexequível (valor muito baixo) ou superfaturada (valor muito acima do preço de mercado), sendo, por conseguinte, peça fundamental na fase de classificação da licitação.

As licitações somente poderão ser efetivadas após essa estimativa prévia de valor, a qual deverá fazer parte do processo de licitação.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Apesar de a Lei ne 8.666/1993 não fazer menção a número de fornecedores a serem pes­quisados, o TCU indica em suas decisões que a estimativa do valor da contratação deverá ocorrer em pelo menos três fornecedores do ramo correspondente ao objeto da licitação. Nota: Na hipótese de compras, a lei apenas determina que, sempre que possível, hão de submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado e balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.Lei n°- 8.666/1993: Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado; V-balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.

6 .1 .2 .1 . Orçamento Detalhado em PlanilhasNas licitações de obras e serviços, a “estimativa de valor” se transm uta num

“orçamento detalhado em planilhas”, que expressará a composição de seus custos.

Lei 8.666/1993: Art. 7^ - § 2^ As obras e os serviços somente poderão ser

licitados quando:

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição

de todos os seus custos unitários;

6 .1 .3 . Termo de ReferênciaNa m odalidade de licitação pregão, o regulam ento aprovado pelo Decreto

federal n- 3.555/2000 cunhou a expressão “termo de referência”, inform ando que se trata do documento que conterá os elementos capazes de propiciar a avaliação do custo da Administração, diante de um orçam ento detalhado, considerando: os

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preços praticados no mercado; a definição dos métodos; e a estratégia de suprimento e o prazo previsto para a execução do objeto, sendo obrigatório tanto para serviços quanto para compras.

Decreto 3.555/2000 - Art. A fase preparatória do pregão observará as

seguintes regras:

I - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas es­

pecificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, lim item ou

frustrem a competição ou a realização do fornecimento, devendo estar refletida

no termo de referência;

II - o term o de referência é o documento que deverá conter elementos

capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de

orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a

definição dos métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução

do contrato;

Art. 21. Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios ele­

trônicos, serão documentados ou juntados no respectivo processo, cada qual

oportunamente, compreendendo, sem prejuízo de outros, o seguinte:

II - term o de referência, contendo descrição detalhada do objeto, orçamento

estimativo de custos e cronograma físico-financeiro de desembolso, se for

o caso;

Posteriormente, o Decreto federal n- 5.450/2005 (que regulam enta o pregão na forma eletrônica), definiu o “termo de referência” como o docum ento que con­terá elementos que propiciem a avaliação do custo pela Administração diante de orçamento detalhado, a definição dos métodos, a estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas considerando os preços praticados no mercado, cronograma físico financeiro (se for o caso), critério de aceitação do objeto, deveres do contra­tado e do contratante, procedim entos de fiscalização e gerenciam ento do contrato, prazo de execução contratual e sanções.5

Assim, antes da realização de pregão (presencial ou eletrônico), a exemplo de projeto básico, a Administração deverá elaborar um termo de referência, com indicação precisa, suficiente e clara do objeto, sendo vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou sua realização.

5 Decreto n- 5.450/2005 — Art. 9- — § 2o- O termo de referência é o documento que deveiá conter elementos capazes de propiciar avaliação do custo pela administração diante de orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de supiimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado, aonogramafísico-financeiro, se for o caso, aitério de aceitação do objeto, deveres do contratado e do contratante,procedimentos defiscalização egerenciamento do contrato,prazo de execução e sanções, deforma clara, concisa e objetiva.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Comentamos no livro Pregão Eletrônico (3. ed. Ed. Fórum): “ Não há previsão na Lei n5 10.520/2002 da elaboração do chamado “termo de referência” , mas tão somente nos regulamentos, tanto no do eletrônico, como no do presencial. Tal termo, consoante a regu­lamentação, deverá conter elementos diversos que propiciem a avaliação dos custos pela Administração, diante de orçamento detalhado.Entendemos, em conseqüência, que o processo licitatório deve ser instruído com o termo de referência, que trará informações essenciais ao procedimento.Não nos parece, entretanto, que esse termo venha substituir o projeto básico, conforme já nos posicionamos em livro que aprecia o regulamento do pregão presencial. Ao contrário, vislumbramos, em avaliação conjugada dos textos dos dispositivos que delineiam a maté­ria que, pelas informações que conterão, um servirá de suporte para a elaboração do outro, quando o projeto básico, em face do objeto pretendido, for necessário.Contudo, é evidente que, em certas ocasiões, o termo fará o papel de projeto básico.É certo, entrementes, que o termo de referência traz em seu bojo informações simplificadas do objeto da contratação, do custo envolvido e dos métodos necessários. Já o projeto bási­co, quando necessário, conterá uma descrição detalhada do objeto, com todos os requisitos que a Lei ne 8.666/1993 define no inciso IX do art. 6°.”

6 .1 .4 . Autorização da DespesaRecebida a requisição pela autoridade competente, lhe cabe autorizar a despesa. Tal ato dem onstra que a autoridade avaliou a oportunidade e concordou com

a necessidade do objeto pretendido.Vide as regras legais para obras e serviços:

Lei 8.666/1993: Art. 7Ü - § 2Ü As obras e os serviços somente poderão ser

licitados quando:

III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento

das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exer­

cício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

Gomo a Lei n- 8.666/1993 estabelece, no art. 38, que o procedim ento da lici­tação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autu­ado, protocolado e num erado, contendo a autorização respectiva, alguns autores costumam estabelecer como um dos atos seqüenciais do procedim ento licitatório a “autorização (ou aprovação) da autoridade com petente para início do processo licitatório, devidamente motivada e analisada sob o prisma da oportunidade, con­veniência e relevância para o interesse público”.

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Ao mesmo tempo, a requisição aprovada dem anda a admissão por parte da autoridade da existência de previsão orçamentária.

Registre-se que, para fins de provas e concursos públicos, o marco para início da licitação será a abertura do devido processo administrativo, como estabelece o art. 38 da Lei n- 8.666/1993:

Art. 38. 0 procedim ento da licitação será iniciado com a abertura de

processo adm in istra tivo, devidamente autuado, protocolado e numerado,

contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do

recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

Ao mesmo tempo, a requisição aprovada dem anda a admissão por parte da autoridade da existência de previsão orçamentária.

6 .1 .5 . Elaboração do Instrumento ConvocatórioO instrumento convocatório da licitação (edital ou convite) é peça fundam ental

na licitação, uma vez que é por interm édio dele que a Administração Pública leva o certame ao conhecim ento público.6

Lei ng 8.666/1993: Art. 38. 0 procedimento da licitação será iniciado com a

abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e nu­

merado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto

e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

6 .1 .6 . Análise e Aprovação Jurídica do EditalElaborada a m inuta do instrum ento convocatório, passar-se-á à fase de análise

e aprovação do mesmo através da assessoria jurídica da Administração, isto é, pelo setor jurídico da própria entidade que tenha instaurado o certame. Trata-se de re­quisito essencial para a validade jurídica do docum ento.7

Lei ng 8.666/1993: Art. 38 - Parágrafo único. As minutas de editais de licitação,

bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa­

mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.8

b N o ta : sobre o assunto, remetemos o leitor aos capítulos específicos que tratam , respectivamente, de “Instrumentos Convocatórios de Licitação” e “Elaboração do Edital de Licitação”.7 N o ta : sobre o assunto, remetemos o leitor ao capítulo “Aprovação jurídica das minutas de editais e acordos”.8 Redação dada pela Lei n- 8.883/1994.

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6 .1 .7 . Divulgação (publicidade)Aprovada juridicam ente a m inuta do instrum ento convocatório, elaborar-se-á o

docum ento definitivo, transpondo-se, então, ã fase de divulgação, através da publi­cação do “Aviso” na Imprensa Oficial e jornais,9 dando-se, por fim, a denom inada “fase interna da licitação”.

6 .1 .8 . Documentos a serem juntados ao processo de licitaçãoBuscando auxiliar ao máximo a Administração, o legislador teve a preocupação

de elencar, didaticamente, os documentos que deverão com por o processo adminis­trativo da licitação (art. 38 da Lei n- 8.666/1993), a saber;10a) edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;b) comprovante das publicações do edital resumido ou da entrega do convite;c) ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial,

ou do responsável pelo convite;d) original das propostas e dos documentos que as instruírem;e) atas, relatórios e deliberações da comissão de licitação;f) pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, ou referentes à dis­

pensa ou inexigibilidade;g) atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;h) recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações

e decisões;i) despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, funda­

m entado circunstanciadamente;j) termo de contrato ou instrum ento equivalente, conforme o caso; k) outros comprovantes de publicações; e 1) demais documentos relativos à licitação.

Verifica-se, por conseguinte, que os processos licitatórios são processados tal como qualquer outro processo administrativo.11

Nesse passo, tem o TCU reiteradam ente determ inado que a Administração observe o correto sequenciamento das peças dos autos de processos licitatórios, bem como a devida num eração seqüencial da folhas, nos termos dos arts. 4-, parágrafo único, 38, capute seus incisos, e 60, caput, da Lei n- 8.666/1993 (Acórdãos 1705/2003 -P len ário , 1257/2004 - Plenário, 115/2006 - Primeira Câm ara).12

9 N o ta : sobre o assunto, remetemos o leitor ao capítulo “Publicação Resumida do Instrum ento Convocatório”.10 N o ta : Apesar de, por lógica, a Lei n- 8 .666/1993 não listar os documentos que com porão o processo de licitação quando a modalidade for o pregão, evidencia-se que, com as devidas adaptações serão eles os mesmos.11 Regrados pela Lei n- 9.784, de 2 9 /01 /1 999 , que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.12 Nesse diapasão, tam bém a Advocacia-Geral da União: Orientação N orm ativa/A G U n- 2, de 01 / 0 4 / 2009 (DOU de 07 /04 /2 009 , S. 1, p. 13) — “Os instrumentos dos contratos, convênios e demais ajustes, bem como os respec­tivos aditivos, devem integrar um único processo administrativo, devidamente autuado em seqüência cronológica, numerado, rubricado, contendo cada volume os respectivos term os de abertura e encerram ento”.

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Lei 8 .666/1993-A rt. 4e-Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto

nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer

esfera da Administração Pública.

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo

administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a

autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio

para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta

Lei, ou da entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou

oficial, ou do responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou

inexigibilidade;

VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas

manifestações e decisões;

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,

fundamentado circunstanciadamente;

X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI - outros comprovantes de publicações;

XII - demais documentos relativos à licitação.

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições inte­

ressadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro

sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis,

que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo

juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

6 .1 .9 . Outras exigências em função da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar n ̂ 1 0 1 /2 0 0 0 )

Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar n- 101/2000) , outras exigências foram estabelecidas para as instaurações de licitações, notadam ente quando a despesa se referir à criação, expansão ou aperfeiçoam ento de ação governamental que acarrete aum ento da despesa.

Nessas hipóteses, são condições obrigatórias para a instauração da licitação:a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que a despesa

entrará em vigor, bem como nos dois exercícios subsequentes; e

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b) declaração da autoridade com petente para ordenar os gastos (ordenador de despesa) de que o aum ento está adequado orçamentária e financeiramente à Lei Orçamentária Anual (LOA) ou totalmente compatível com o plano pluria­nual (PPA), além de compatibilizado com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).13

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 art. 15 da LC ne 101/2000 (LRF) dispõe que serão consideradas não autorizadas, irregu­lares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o que dispõem seus arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.§ l e Para os fins desta Lei Complementar, considera-se: I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício; II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as di­retrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições. § 2e A estimativa de que tratao inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas. § 35 Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.§ 4a As normas do caput constituem condição prévia para: I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa cor­rente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superiora dois exercícios.

6 .2 . A etapa externa (ou de execução) da licitaçãoSuperada a etapa interna, pela qual a Administração estabelece as condições no

instrum ento convocatório antes de levá-lo ao conhecim ento público, passar-se-á à etapa externa da licitação, que terá início com a divulgação do instrum ento convo­13 Art. 16 da Lei Com plem entar n° 101/2000 (LRF).

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catório e término com o ato de adjudicação do objeto da licitação ao vencedor do certame, que, seguindo um trâmite natural, será contratado para fornecer um bem, ou executar uma obra ou, ainda, prestar um serviço, dependendo do objeto licitado.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Diversamente da etapa interna, quando é possível efetuar correções sem revogações ou anulações, as falhas ou irregularidades constatadas na etapa externa que não possam ser resolvidas como descrito nos dois parágrafos seguintes, só poderão ser saneadas por intermédio de revogação ou até mesmo anulação do certame.Em regime de exceção, pequenas falhas poderão ser saneadas quando, inquestionavel­mente, a alteração efetuada pela Administração não afete a formulação das propostas. De outro modo, qualquer modificação não enquadrada na situação de exceção exige di­vulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido (§ 4 ̂do art. 21 da Lei w°- 8.666/1993).

§ ¥ Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Nas licitações regidas pela Lei n- 8.666/1993, essa etapa ocorre, em síntese, de acordo com a seqüência a seguir:14

publicação do aviso de licitação (art. 21 da Lei n- 8.666/1993); direito à impugnação do edital licitatório (art. 41 da Lei n- 8.666/1993); fase de habilitação ou qualificação (arts. 27 a 31 da Lei n- 8.666/1993); fase de julgam ento por parte da comissão da licitação (art. 45 da Lei n- 8.666/1993);fase de homologação do resultado da licitação (art. 43, inc. VI da Lei n- 8.666/1993); efase de adjudicação do objeto da licitação ao vencedor do certame (art. 43, inc. VI da Lei n- 8.666/1993).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que a publicação do edital licitatório não ocorre na íntegra, mas tão somente através de um aviso.

Gomo já informado, por ser um procedimento administrativo, a licitação é compos­ta de uma série de atos sucessivos e encadeados que, embora autônomos e com finali­dade específica, objetivam a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração.

Tais atos são denom inados fases da licitação.

14 O pregão, regido pela Lei n- 10.520/2002, possui seqüência diferenciada, conforme se inform ará na parte deste trabalho voltada exclusivamente para essa modalidade licitatória.

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As fases são as mesmas para todas as modalidades de licitação, mesmo para a modalidade pregão, na qual, entretanto, perseguindo a m odernidade e agilidade, o legislador deu rumo diferenciado ao procedim ento, o que motivou uma avaliação apartada neste livro.

6 .2 .1 . Fases da Licitação das Modalidades da Lei ns 8 .6 6 6 /1 9 9 3Ao instaurar uma licitação, a Administração tem o dever de exigir daqueles que

pretendem executar o objeto licitado a demonstração de que possuem condições para tal, ou seja, que detêm habilitação para a execução, notadam ente quanto à qualificação técnica e à capacidade econômico-financeira.

E importante ressaltar, entretanto, que as exigências jamais poderão ultrapassar os limites da razoabilidade, nem tampouco restringir o caráter competitivo do certame.

Tradicionalmente, a doutrina tem se fixado na existência das seguintes fases procedimentais na etapa externa da licitação das modalidades da Lei n- 8.666/1993:

- habilitação (ou qualificação);- classificação das propostas (julgamento);- homologação; e- adjudicação.

Tal en ten d im en to está fu lcrado no n o rte delineado no art. 43 da Lei n- 8.666/1993, a saber:

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes

procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à ha b i l i ta ç ã o dos concorrentes, e sua apreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as

respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habili­

tados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha

havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do

edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados

por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de

registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de

julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes

ou incompatíveis;

V - ju lg a m e n t o e classif icação das propostas de acordo com os critérios de

avaliação constantes do edital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à h o m o lo g a ç ã o e a d ju d i ­cação do objeto da licitação.

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6 .2 .1 .1 . HabilitaçãoA habilitação é uma fase típica da licitação modalidade concorrência, uma vez

que na tomada de preços tal fase ocorre anteriorm ente à época do cadastram ento.15Consoante preconiza o art. 27 da Lei n- 8.666/1993, para a habilitação nas

licitações, exige-se dos interessados exclusivamente documentação relativa a: habilitação jurídica; regularidade fiscal e trabalhista; qualificação técnica; qualificação econômico-financeira;16 ecumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7- da Constituição Federal.17

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Por falta de amparo legal, o TCU têm constantemente criticado a inserção de exigências não previstas por esses dispositivos. No Acórdão ne 1.892/2008 - 2â Câmara, por exemplo, a Corte de Contas Federal determinou a órgão federal que se abstivesse de inserir nos editais das licitações as seguintes exigências: a) declaração das empresas interessadas comprovando que a licitante se encontraria com a sua Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) devidamente registrada, no caso de possuir mais de 100 empregados lotados no mesmo local, ou no caso daquelas dispensadas da CIPA, declaração de que pos­suíssem número inferior ao exigido pela legislação; b) apresentação de Certidão Negativa de Débitos Salariais, Certidão Negativa de Infrações Trabalhistas e Certidão Negativa de Infrações Trabalhistas à Legislação da Criança e do Adolescente, em razão de tal exigência não estar amparada pelos arts. 27 a 32 da lei ne 8.666/1993.

6.2.1.1.1. Habilitação jurídicaA documentação a ser apresentada pelos postulantes a celebrar contratos com a

Administração (licitantes) deve dem onstrar a capacidade do licitante para contrair obrigações ou exercer direitos.

Conforme preconiza o art. 28 da Lei n- 8.666/1993, essa documentação, con­forme o caso, consistirá em:

- cédula de identidade;- registro comercial, no caso de empresa individual;- ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente regis­

trado, e, no caso de sociedades por ações, acom panhado de documentos referentes à eleição dos administradores da sociedade;

- inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acom panhada de prova de diretoria em exercício;

15 N o ta : As modalidades de licitação estão delineadas nesta obra em capítulo apartado.lb Conforme alteração determ inada pela Lei n- 12.440, de 7 de julho de 2011.17 D eterm inação inserida na Lei n° 8.666/1993 pela Lei n- 9.854/1999.

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- decreto de autorização, quando se tratar de empresa ou sociedade estran­geira em funcionam ento no País, e ato de registro ou autorização para funcionam ento expedido pelo órgão com petente, quando a atividade assim o exigir.

6.2.1.1.2. Regularidade Fiscal e TrabalhistaOs documentos a serem exigidos devem dem onstrar que o licitante está em

situação regular com suas obrigações fiscais e trabalhistas.Conforme preconiza o art. 29 da Lei n- 8.666/1993, essa documentação, con­

forme o caso, consistirá em:- prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);- prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,

relativa ao domicílio ou sede do licitante, concernente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;

- prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra aceita na forma da lei;

- prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), dem onstrando situação regular no cum­prim ento dos encargos sociais instituídos por lei;

- prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Traba­lho, m ediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n- 5.452, de 1- de maio de 1943.

E im portante registrar que, em 2006, com a edição do novo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Com plem entar n- 123), foram estabelecidos tratam entos diferenciados em favor dessas pessoas jurídicas (microempresa e empresa de pequeno porte), tratando um deles da participação em licitações públicas. Dentre outros privilégios, dispôs a LC que as m icroem pre­sas e as empresas de pequeno porte poderão apresentar documentação fiscal com pendências, as quais poderão ser regularizadas oportunam ente. 18

E mais, em face do preconizado na Lei n- 11.488, de 15/7/2007, também passaram a fazer parte do grupo de destinatários do regram ento as sociedades coo­perativas, consoante dispôs seu art. 34, como a seguir:

Art. 34. Aplica-se às sociedades cooperativas que tenham auferido, no ano-

-calendário anterior, receita bruta até o lim ite definido no inciso II do caput do art. 3- da Lei Complementar ng 123, de 14 de dezembro de 2006, nela

incluídos os atos cooperados e não cooperados, o disposto nos Capítulos V a

X, na Seção IV do Capítulo XI, e no Capítulo XII da referida Lei Complementar.

18 N o ta : O tratam ento diferenciado para microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações será delineado em apartado neste trabalho.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Publicada no DOU de 08 de julho, a Lei ne 12.440/2011 instituiu a Certidão Negativa de Dé­bitos Trabalhistas (CNDT), que objetiva a comprovação de inexistência de débitos perante a Justiça do Trabalho.0 diploma legal alterou a Lei n5 8.666/1993, listando essa certidão como documento a ser apresentado pelos licitantes na fase de habilitação dos certames licitatórios.Segundo o diploma legal, essa medida produziria efeitos 180 dias após a data da publica­ção da lei. Dessa forma, a medida já está surtindo efeito desde janeiro de 2012.

6.2 .1 .13. Qualificação TécnicaA documentação exigida deve dem onstrar a aptidão técnica do licitante para

execução do objeto pretendido.Consoante o disposto no art. 30 da Lei n- 8.666/1993, essa exigência deve

limitar-se-á a apresentação de:- registro ou inscrição na entidade profissional competente;- comprovação de aptidão para desem penho de atividade pertinente e

compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelham ento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

- comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

- prova de atendim ento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- A comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, no caso de licitações rela­tivas a obras e serviços, dar-se-á mediante atestado fornecido por pessoa jurídica de direi­to público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:a) capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante que possui em seu quadro permanente,19 na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de respon-

19 A doutrina m ajoritária tem entendido que a vinculação entre a empresa e o profissional detentor da capacitação exigida para execução do objeto pretendido não deverá ser, obrigatoriamente, através de contrato de trabalho, podendo decorrer de relação contratual para a prestação de serviço. O T C U encam pou esse entendimento, tendo, por exemplo, determ inado a um órgão público estadual que, nos procedimentos licitatórios envolvendo a aplicação de recursos federais, se abstivesse de exigir a comprovação do vínculo empregatício entre os profissionais técnicos e a empresa licitante somente por meio de carteira de trabalho assinada ou por interm édio de participação societária, sendo suficiente a existência de contrato de prestação de serviços, sem vínculo trabalhista e regido pela legislação civil comum (Acórdão n° 2.553/2007- Plenário).

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sabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, lim ita­das estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos (art. 30, § l 9, inc. I da Lei w°- 8.666/1993); eb) capacitação técnico-operacional:20 comprovação do licitante que detém aptidão para desempenho de atividade compatível com o objeto da licitação, em características, quanti­dades e prazos; além de possuir instalações, aparelhamento e pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação; bem como membros da equipe técnica responsável pelos trabalhos devidamente qualificados.-A s exigências mínimas relativas à instalação de canteiros, máquinas, equipamentos e ao pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas através da apresentação de relação explícita e da declaração for­mal de sua disponibilidade, sendo proibidas exigências de que o licitante seja proprietário das máquinas ou equipamentos e que os materiais ou pessoal estejam em local específico (§ 6e do art. 30 da Lei n5 8.666/1993).- Na hipótese de obras, serviços e compras de vulto, envolvendo alta complexidade técnica,21 a Administração poderá exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à apreciação dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios técnicos objetivos definidos no instrumento convocatório (§ 8e do art. 30 da Lei w°- 8.666/1993).

6.2.1.1.4. Qualificação Econômico-FinanceiraA documentação exigida deve dem onstrar a capacidade econômico-financeira

do licitante para executar satisfatoriamente o objeto pretendido.Consoante o disposto no art. 31 da Lei n- 8.666/1993, essa exigência deve

limitar-se-á a apresentação de:- balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social,

obrigatórios e já apresentados na forma da lei,22 que comprovem a boa situ­ação financeira da empresa,23 vedada a sua substituição por balancetes ou

20 Registre-se que o dispositivo que previa a verificação da capacitação técnico-operacional sofreu veto do Presi­dente da República quando da sanção da lei. Entretanto, o Tribunal de Contas da U nião (TCU), confirm ando jurisprudência firm ada sobre o tem a e forte posição doutrinária, considerou que, para participação em licitações de obras e serviços, é legítima a exigência de tal qualificação, um a vez que a mesma diz respeito à capacidade ope­rativa do licitante. Frisa-se, por conseguinte, que os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-operacional deverão participar de forma efetiva da execução da obra ou da prestação do serviço objeto da licitação, sendo certo que poderão ser substituídos por outros de experiência equivalente, desde que haja justificativa para tal e prévia aprovação da Administração.21 Licitação de alta complexidade técnica é aquela que, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto, envolve alta especialização, ou que possa com prom eter a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais (§ 9- do art. 30 da Lei n- 8.666/1993).22 Conforme se verifica, a exigência da Lei n- 8 .666/1993 circunscreve a necessidade do balanço patrim onial e demonstrações contábeis serem apresentadas na “form a da lei” . Evidentemente, esses documentos, em função do ordenam ento jurídico, variam em função da formação jurídica adotada por cada empresa.23 A comprovação da boa situação financeira da empresa deverá ser aferida através da aplicação de índices contábeis previstos objetivamente no ato convocatório da licitação, não sendo concebível a adoção de índices não usuais para avaliações dessa natureza.

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balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de três meses da data de apresentação da proposta;

- certidão negativa de falência ou concordata (recuperação jud ic ia l)24 expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;25

- garantia nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e § 1- do art. 56 da Lei n- 8.666/1993 (caução em dinheiro; títulos da dívida pública; seguro-garantia; ou fiança bancária), limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.26

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Na hipótese de garantia em títulos da dívida pública, estes deverão ter sido emitidos

sob a forma escriturai, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econô­micos, conforme definição do Ministério da Fazenda (conforme prevê o inc. I, do §19, do art. 56 da Lei n5 8.666/1993).

- A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do lic i­tante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o objeto da licitação, sendo proibida a exigência de valores mínimos de faturamento an­terior, índices de rentabilidade ou lucratividade (§ l e do art. 31 da Lei n9 8.666/1993).

- Na execução de obras, na prestação de serviços e nas compras para entrega futura, a Administração poderá exigir comprovação de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias legais previstas na Lei n5 8.666/1993. Essas exigências não poderão exceder os seguintes percentuais máximos:

a) capital mínimo/patrimônio líquido: até 10% do valor estimado da licitação (§§ 25 e 39 do art. 31 da Lei n5 8.666/1993); oub) garantia de participação na licitação (garantia de proposta): até 1% do valor estimado do objeto da licitação (inc. III do art. 31 da Lei n9 8.666/1993).Essas exigências, entretanto, além de não poderem ser cumulativas, não poderão exceder os seguintes percentuais:- do capital social mínimo/patrimônio líquido: 10% do valor estimado do objeto licitado; e- da garantia solicitada para participação na licitação (garantia de proposta): 1% do

valor estimado do objeto da licitação.

24 Registre-se que a Lei n~ 11.101, de 9 /0 2 /2 0 0 5 , instituiu os instrumentos jurídicos de recuperação judicial e extrajudicial em substituição à concordata. Dessa forma, como ainda se está num m om ento de transição, havendo ao mesmo tem po empresas em regime de concordata e de recuperação judicial, os editais licitatórios têm feito menção às duas situações jurídicas.25 Constata-se que o texto legal determ ina a dem onstração de inexistência de pedido de falência ou concordata,um a vez que as certidões são solicitadas em distribuidores. Pressupõe, portanto, insolvência, quando existe um pedido. Todavia, nos casos de falência postulada por terceiro, entendemos que é de se ter a decisão do Poder Jud i­ciário, já que, em tal manifestação, não há como se presumir insolvência (.Licitação Passo a Passo, 6. ed., Ed. Fórum). 2b A prestação de garantia para participação na licitação não deve ser confundida com a do fabricante dos produtos.

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6.2.1.1.5. Cumprimento ao Estabelecido no Inciso XXXIII, do Art. 7a da Constituição Federal

A Constituição Federal proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos m enores de 18 e qualquer trabalho aos m enores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.

Reza o texto constitucional:

Art. 7e - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, a lé m de outros que v isem à m elhor ia de sua condição social:XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a m enores de dezoito e qua lquer trabalho a m enores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz , a part ir de quatorze anos.

Nesse passo, a Lei n- 9.854/1999 alterou a Lei n- 8.666/1993 inserindo, no art. 27, o inc. V que lista como documentação de habilitação nas licitações o cum­prim ento do disposto no inciso XXXIII do art. 7- da Constituição Federal.

A documentação a ser exigida deve demonstrar, por conseguinte, que o licitante está cum prindo no seu dia a dia a determinação constitucional.

Em função da enorm e dificuldade prática para a verificação desse requisito por parte da Administração, o Decreto Federal n- 4.358/2002 dispôs que a demonstração far-se-á por interm édio de simples declaração do licitante.

Decreto ne 4 . 3 5 8 / 2 0 0 2 - Art. 1e 0 cu m p r im e n to da exigência de que trata o inciso V do art. 2 7 da Lei ne 8 .6 6 6 , de 21 de ju nho de 1 9 9 3 , dar-se-á por in te rm é d io de declaração f i rm ada pelo l ic itante nos te rm os dos m odelos anexos a este Decreto.

0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- 0 art. 32 da Lei n9 8.666/1993 prevê que os documentos necessários à habilitação

poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da im­prensa oficial.

Diante dos inesgotáveis recursos oferecidos pela Internet, é possível a impressão de docu­mentos por intermédio dos s ite s oficiais (tais como as diversas certidões negativas).- 0 § l 5 do art. 32 dispõe que a documentação poderá ser dispensada, no todo ou em

parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e lei­lão. Tal regra, todavia, deve ser encarada com bastante cautela. Quando a lei disciplina a possibilidade de dispensa “ no todo ou em parte” não faculta em todas as hipóteses a não solicitação de demonstração de requisitos obrigatórios em habilitação, uma vez que a comprovação de habilitação jurídica jamais poderá ser dispensada. Logo, esse requisito nunca poderá ser dispensado, mesmo porque, se não estiver presente, sequer

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será válida a proposta apresentada. É importante relembrar, também, que a não exigên­cia de documento que prove regularidade perante a seguridade social é ato que viola a Constituição Federal, uma vez que a Carta Magna não faz nenhuma distinção quando proíbe o Poder Público de contratar pessoa jurídica em débito com a Previdência Social (art. 195, §35).

- 0 § 29 do art. 32 dispõe sobre a substituição da documentação por um certificado de registro cadastral (mencionado no § l e do art. 36). 0 § 3e reza que a documentação poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto na lei (8.666/1993). Esse tema (registro cadastral) será aventado em apartado neste livro.

- 0 § ¥ do art. 32 trata da forma a ser adotada para exigência de documentação nas licitações internacionais. Esse tema também será tratado de forma apartada.

- 0 § 55 do art. 32 prevê que a Administração não deverá exigir para a habilitação prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.27

6 .2 .2 . A participação de consórciosA Lei n- 8.666/1993 dispõe, no art. 33, sobre a participação de consórcios nas

licitações. O consórcio, como se infere do texto legal, consubstancia-se num a asso­ciação de empresas que desejam participar de certa licitação. Gabe ao administrador público, na elaboração do edital, avaliar se será perm itida a participação no certame de empresas consorciadas, partindo do pressuposto de que empresas isoladamente dificilmente teriam condições para execução do objeto pretendido.

Frisa-se, entretanto, que a opção no sentido de vedar a participação de empresas em consórcio num a licitação deve ser devidamente justificada pela Administração. O TCU, nessa seara, já proibiu a vedação sem a devida justificativa, bem como a previsão no edital de núm ero máximo de empresas constituintes do consórcio.28

Preconiza a lei:

Art. 33. Quando perm itida na licitação a participação de em presas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:I - com provação do com prom isso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;

27 A lei traz a novidade de consignar a cobrança do custo do edital, levando em consideração tão somente o gasto efetivo da reprodução gráfica. No livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum), criticamos a m á técnica redacional, poiso texto faz crer ao incauto que a cobrança do edital somente ocorreria se solicitado juntam ente com seus anexos, o que perm itiria inferir, invertendo-se os fatores, que o edital poderia ser adquirido, gratuitamente, sem seus elementos constitutivos, o que é deveras absurdo, porquanto os anexos constituem o próprio edital como partes integrantes.28 T C U — Acórdão 1.240/2008 — Plenário — (...) determ inar à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária que adote providências no sentido de corrigir o edital de Concorrência Infraero n- 12/2008, de modo a eliminar as seguintes irregularidades: (...) imposição de limite para a admissão de consórcio em função do número de empresas consorciadas, em desrespeito ao que dispõe o art. 33, da Lei n~ 8.666, de 1993;

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II - indicação da em presa responsável pelo consórcio que deverá a te n d e r às condições de l iderança, o b r ig a to r iam en te fixadas no edital;III - apresentação dos docum entos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, a d m it in d o -se , para e fe ito de qualif icação técnica, o som atório dos quantitat ivos de cada consorciado, e, para e fe ito de qualif icação econôm ico-f inanceira , o som atório dos valores de cada consorciado, na propor­ção de sua respectiva participação, podendo a A dministração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 3 0 % (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante indiv idual, inexig ível este acréscimo para os consórcios com pos­tos, e m sua tota l idade, por micro e pequenas em presas assim defin idas e m lei;I V - im p e d i m e n t o de participação de em presa consorciada, na m e s m a licitação, através de mais de um consórcio ou iso ladam ente ;V - responsabil idade solidária dos in tegrantes pelos atos praticados e m con­sórcio, tan to na fase de licitação quanto na de execução do contrato.§ 15 No consórcio de em presas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, o b r ig a to r ia m e n te , à e m p resa brasileira, observado o disposto no inciso II deste art igo.§ 2 e O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos te rm os do compromisso referido no inciso I deste artigo.

O Inciso I e o parágrafo 2° estabelecem condição im portante. O compromisso de constituição do consórcio, subscrito pelos consorciados, isto é, não deverão as empresas promover a constituição e o registro do consórcio para participação na licitação, bastando apenas, nesta fase, o compromisso formal de uma futura consti­tuição. Somente o consórcio vencedor terá o dever de promover a formalização do consórcio, antes da celebração do contrato (§22).

O Inciso II c /c com o parágrafo 1- prevê situação que parte da doutrina con­sidera inconstitucional, pois prevê, no caso de consórcio constituído por empresas brasileiras e estrangeiras, a obrigatoriedade da liderança do consórcio recair sobre a empresa brasileira. A crítica que se faz é que, ao perm itir a participação da empresa estrangeira, não poderia a legislação interferir na decisão de quem deterá a liderança.

O Inciso III prevê que cada um dos participantes do consórcio deverá apresentar, de maneira individualizada, a documentação exigida. Permite-se, apenas, na hipótese de qualificação técnica e econômico-financeira, o alcance dos valores e exigências por interm édio do somatório dos quantitativos dos consorciados. Nessa situação, poderá o Poder Público exigir do consórcio um capital em valores 30% acima daquele que foi fixado para os participantes de forma individual. Este acréscimo, entretanto, não pode ser exigido se o consórcio for formado integralm ente por micro e pequenas empresas. Galha ressaltar que o TCU, instado a manifestar-se sobre o assunto, con­cluiu que a simples permissão do somatório dos atestados dos consorciados poderia

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acarretar na habilitação de duas empresas que somente tivessem executado serviços em quantidade equivalente à metade da exigida para a comprovação da capacidade técnica, concluindo, em síntese, que não seria plausível a presunção automática de que a reunião de quantitativos de empresas dem andaria a satisfação plena do pre­tendido para a verificação habilitatória (Decisão n- 1.090/2001 - Plenário).

Conforme preconizado no Inciso IV, na hipótese da empresa participar de algum consórcio, lhe é vedado participar, no mesmo certame, de outro consórcio ou como concorrente individual.

O Inciso V informa que os integrantes de consórcios possuem responsabilidade solidária, ou seja, todos respondem pelos atos do consórcio em pé de igualdade (res­ponsabilidade comum). Entendem os que a responsabilização solidária é acertada porque há atuação conjunta de empresas consorciadas, haja vista que a Administra­ção, quando o habilita, considera o conjunto de fatores técnicos e documentais dos seus componentes, contratando-o como um todo.

6 .3 . Classificação das Propostas (Julgamento)A classificação das propostas (julgamento) configura o último ato privativo

da Comissão de Licitação, devendo ser fundada em critério de avaliação objetiva, pautando-se nos parâmetros ditados no instrum ento convocatório, considerando, principalm ente, o tipo de licitação.29

Registre-se que a Lei n- 8.666/1993 dispôs, no art. 50, que a Administração jamais poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedim ento licitatório, sob pena de nulidade.

6 .3 .1 . Atos não considerados para efeito de julgamentoNão devem ser considerados para efeito de julgam ento da licitação nem cons­

tituir motivo para desclassificação das propostas:- oferta de vantagem não prevista na licitação, inclusive financiamentos

subsidiados ou a fundo perdido (§ 2-, do art. 44 da Lei n- 8.666/1993);- preço ou vantagem baseados nas ofertas dos demais licitantes (§ 2-, do

art. 44 da Lei n- 8.666/1993);- preços global ou unitário simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incom­

patíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, mesmo que a licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de proprie­dade do próprio licitante, para os quais o mesmo renuncie à parcela ou à totalidade da rem uneração (§ 32, do art. 44 da Lei n- 8.666/1993).

29 N o ta : Os tipos de licitação serão delineados em capítulo apartados neste trabalho.

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6 .3 .2 . Divulgação do Resultado do JulgamentoA divulgação do julgam ento (com a respectiva classificação) deve ser realizada

através de publicação na Imprensa Oficial, salvo se estiverem presentes os represen­tantes oficiais de todos os licitantes na reunião em que for divulgada a decisão, quando poderá ocorrer através de comunicação verbal aos interessados, com lavratura de ata.

Extrai-se essa postura procedim ental de parte da Lei n- 8.666/1993 que dispõe sobre os recursos administrativos passíveis de serem interpostos em face de atos li­citatórios (art. 109). O § 1- do art. 109 prevê que a intimação dos atos referidos em várias alíneas do inciso I deverá ocorrer mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos lici­tantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata. As alíneas “a” e “b ” tratam, respectivamente, da habilitação ou inabilitação do licitante e do julgam ento das propostas.

6.4 . HomologaçãoRealizada a classificação das propostas (julgam ento), segue o procedim en­

to licitatório com o envio dos autos do processo para apreciação da autoridade com petente,30 que, exercendo função inerente ao controle hierárquico, deliberará, verificando se todos os atos anteriores tiveram trâmite adequado.

Tem absoluta razão Celso Antonio Bandeira de Mello ao afirmar que a hom olo­gação constitui ato vinculado e unilateral, pelo qual a Administração concorda com o ato jurídico já praticado, uma vez verificada a consonância dele com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão.31

São atitudes que poderão ser tomadas pela autoridade competente:a) constatada irregularidade sanável, devolver o processo à Comissão de Licitação

para correção da irregularidade (alerta-se que a Comissão de Licitação é sobe­rana em seu julgam ento, não podendo a autoridade superior modificá-lo);

b) revogar a licitação, caso a considere inconveniente e inoportuno ao interesse público, decorrente de fato superveniente devidamente comprovado e justifi­cado;

c) anular a licitação, caso conste vício (ilegalidade), a qual poderá ocorrer de ofí­cio ou por provocação de terceiros, m ediante documento formal devidamente fundam entado.

d) hom ologar o resultado, adjudicando o objeto da licitação ao vencedor do cer­tame licitatório.

Registre-se que a lei faculta à autoridade superior, em qualquer fase da licitação (assim como à comissão de licitação), a promoção de diligência destinada a escla-

30 A autoridade competente é aquela a quem foi delegada com petência para praticar o ato, norm alm ente o orde­nador de despesas.31 BANDEIRA D E M ELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 20. ed. p. 409.

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recer ou a com plem entar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de docum ento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

Lei n5 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 43 - § É facultada à Comissão ou autoridade superior, e m qua lquer fase da licitação, a prom oção de di ligência destinada a esclarecer ou a c o m p le m e n ta r a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de d o cu m en to ou in form ação que deveria constar o r ig in ar iam en te da proposta.

0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Apesar do inciso VI do art. 43 da Lei n9 8.666/1993 ter ordenado a fase de homologação

em posição anterior à de adjudicação, há, no âmbito doutrinário, interpretações mino­ritárias que defendem que a fase de homologação seria a última a ocorrer, tendo como sua antecessora a de adjudicação.

- Na hipótese de desfazimento da licitação, por anulação ou revogação, ao licitante é assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

- Por decorrer de ilegalidade, o ato de anular a licitação pode também emanar de deter­minação judicial.

6 .5 . AdjudicaçãoA adjudicação do objeto da licitação ao vencedor do certame é conseqüência

natural do julgam ento. Trata-se do último ato da licitação, e também cabe à autori­dade superior com petente.

São efeitos jurídicos da licitação hom ologada e adjudicada:a) o adjudicatário adquire o direito de contratar com a Administração nos termos

propostos;b) o adjudicatário está vinculado ao prom etido em sua proposta;c) o adjudicatário se sujeita às penalidades previstas no edital, caso se negue a

celebrar o contrato nas condições e prazos estabelecidos; ed) a Administração está impedida de contratar o objeto licitado com outro (licitante

ou não).

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2009 - TCE-TO - Técnico de Controle Externo) Na fase interna ou preparatória da

UcitaçâOp a adm inistração tom ará todas as providências internas para a preparação do ato convocatório. Um desses atos preparatórios é:a) a em issão do e m p e n h o -e s t im a t iv a .b) a e laboração do pro je to c o m p le m e n ta r , quando se t r a ta r de ob ras e serv iços.c) a rea lização de aud iênc ias púb l icas a p a r t i r do l im i te para a rea lização de c oncorrê nc ia .d) a de f in iç ão da m o d a l id ad e e do tipo de l i c itação a s e rem adotados.e) a aprovação da un id ade de c on t ro le in te rn o do órgão ou en t idade para o início do processo.

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2. (CESGRANRIO - 2008 - CAPES - Analista de Sistemas) Nas licitações na modalidade pregão, o term o de referência é o documento que:a] indica o p ro c u ra d o r res iden te e do m ic i l ia d o no País, com poderes para rec eb e r c itação,

in t im aç ão e re s p o n d e r ad m in is t ra t iva e ju d ic ia lm e n te pe los atos de l ic i tan tes e s t ran ge iros .b] con tém re fe rên c ias de c o n t ra ta n te s a n te r io re s do l i c i tan te , com de ta lhe s dos c on t ra to s

f i rm a d o s no passado e a aval iação do índice de sa t is fação na sua execução, que fo rn e ç a m p a râ m e t ro s à A d m in is t ra ç ã o quan to à idone id ade do p roponen te .

c] deve c o n te r e le m e n to s capazes de p ro p ic ia r a aval iação do custo pela A d m in is t ra ç ã o , d ian te de o rç a m e n to de ta lhado , c ons id e ran do os preços p ra t icad os no m ercado , a de f in iç ão dos m é todos , a es t ra tég ia de s u p r im e n to e o prazo de execução do con t ra to .

d] dec la ra en ce r rada a etapa c om pet i t iva e ordena as propostas, m o t iv a d a m e n te , de acordo com a ace i tab i l idade das p ropostas c lass i f icadas, quan to ao obje to e valor.

e] pode s e r subs t i tu íd o pela c e r t id ão de reg u la r id ade f isca l com va lidade até a data prevista para o e n c e r ra m e n to do p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io .

3. (Esaf - 2004 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Tratando-se do procedimento de licitação, assinale a afirm ativa FALSA:a] Após a fase de hab i l i tação, não cabe des is tênc ia de propostas , salvo po r mot iv o ju s to d e ­

co r re n te de fa to supe rve n ie n te e aceito pela Com issão .b] 0 t ipo de l ic itação de m a io r lance ou ofer ta d e s t ina -se ex c lus iv am e n te para os casos de

a l ienação de bens ou concessão de d i re ito rea l de uso.c] A fase f in a l do p ro ce d im e n to será a de l ib e ra çã o da au to r ida de c o m p e te n te quan to , s u c e s ­

s ivam ente , à ad jud icação e à h o m o log ação do obje to da l ic itação.d] A in ab i l i tação do l ic i tan te im p o r ta p rec lusão do seu d i re ito de p a r t ic ip a r das fases s u b s e ­

quen tes .e] A a d m in is t ra ç ã o não poderá c e le b ra r o c on t ra to com p re te r içã o da o rd em de c lass i f icação

das propostas ou com te rce i ros e s t ran ho s ao p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io sob pena de nu lidade.

4. (FCC - 2007 - TR T/23i Região - Analista Judiciário) Considerando o que dispõe a Lei n* 8.666/1993, especialm ente quanto à fase de habilitação, o registro ou inscrição do engenheiro no conselho regional de engenharia, diz respeito à sua:a] qua l i f icação ju r íd ica .b] qua l i f icação técn ica .c] reg u la r id a d e fisca l.d] hab i l i tação e c o n ô m ica - f in a n ce i ra .e] qua l i f icação soc ia l .

5. (Esaf - 2008 - CGU - Analista) Na fase de habilitação nos processos licitatórios serão exigidos dos licitantes vários documentos comprobatórios de sua capacidade para contratar com a Administração Pública. Assinale a opção que indica uma comprovação que, se exigida, estaráem desacordo com a Lei n* 8 .666/1993.a) Capac idade e c o n ô m ico - f in a n ce i ra .b] Capac idade ju r íd ica .c] R eg u la r ida de f isca l.d] Qua li f icação e c o n ô m ico - f in a n ce i ra .e) P ossu ir em seu quad ro de pessoa l quan t i ta t ivo su f ic ie n te para c u m p r i r o ob je to.

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6. (Cespe - 2008 - TJ/DFT - Analista) A comprovação da regularidade para com a fazenda fede­ra l, estadual e municipal do domicílio ou sede do licitante integra os documentos relativos à qualificação técnica do interessado em participar de um processo licitatório.( ] CERTO ( ] ERRADO

7. (FCC - 2001 - T R F /I* Região - Analista) Considerando a fase de qualificação ou habilitação nas licitações, observa-se que a aptidão efetiva para exercer direitos e contrair obrigações, com responsabilidade absoluta ou relativa por seus atos, refere-se à:a) qua l i f icação técn ica .b) hab i l i tação ju r íd ica .c) qua l i f icação p ro f iss iona l .d) hab i l i tação econôm ica .e) qua l i f icação f inance ira .

8. (FCC - 2007 - Câmara de Deputados - Analista Legislativo) Considere as habilitações reque­ridas nos processos de licitação com suas form as de comprovação:Habilitação requerida:I. Habilitação jurídicaII. Qualificação técnicaIII. Qualificação econômico-financeiroIV. Regularidade fiscal Forma de comprovação:a. Documentos de inscrição e regularidade cadastraisb. Balanço patrim onialc. Contrato sociald. Registro profissionalA associação correta entre a habilitação requerida e respectiva forma de comprovação está correta em:a) Ia; l ld; l l lb ; IVc.b) lb; l lc; l l ld ; IVa.c) Ic; l ld; l l la ; IVb.d) Ic; Md; l l lb ; IVa.e) Id; l lc; l l lb ; IVÃ.

9. (FCC - 2002 - TR T/20a Região - Analista) NÃO figura entre os documentos exigíveis para a fase de habilitação em uma licitação, previstos pela Lei n* 8 .666/1993, documento:a) re la tivo ao c u m p r im e n to , pelo l ic itan te , da no rm a c o n s t i t u c io n a lq u e proíbe em d e te rm in ada s

c i rcu n s tâ n c ia s o t ra b a lh o dos m e n o re s de 18 anos.b) de in sc r ição do l ic i tan te pessoa fís ica no C adas tro de Pessoas Fís icas do M in is té r io da

Fazenda.c) c ons is ten te em c er t idão negativa de fa lênc ia ou concorda ta expedida pelo d is t r i b u id o r da

sede do l i c i tan te pessoa ju r íd ica .d) que com prove po ss u i r o l ic i tan te sede ou f i l ia l no loca l em que se rea liza a l i c itação.e) que com prove a prestação, pelo l i c i tan te , de ga ran t ia , sob um a das fo rm a s prev is tas na lei

e respe i tado o l im i te lega l.

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10. (CESGRANRIO - 2008 - ANP - Especialista em Regulação) Quando adm itida a participação de consórcios nas licitações para outorga dos contratos de concessão para a exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás natural, o edital de licitação deverá:a] d e te rm in a r a pro ib ição de pa r t ic ipação de um a em pre sa in teg ran te de consórc io na l i c itação

de um m e s m o bloco, seja a t ravés de ou tro consórc io ou d i re ta m e n te .b] d e te rm in a r a pro ib ição de pa r t ic ip açã o de e m pre sa es t ran ge i ra em consórc ios .c] ex ig ir , com o requ is i to de qua l i f icação ju r íd ica , a ap resen tação de d o c u m e n to que com prove

a prévia cons t i tu ição do consórc io , s u b s c r i to po r todas as consorc iadas .d] ex ig ir , nas h ipó teses em que não há responsab i l idade so l idár ia das consorc iadas, a indicação

das ob r iga çõ es especí f icas de cada in teg ran te do consórc io .e] ex ig ir , com o requ is i to à pa r t ic ip açã o na l ic itação, o prévio reg is t ro do in s t ru m e n to de c o n s ­

t i tu ição do consórc io no órgão de reg is t ro do c om érc io .

11. (FCC - 2008 - TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas) Quando, em licitação sujeita à Lei n* 8 .666/1993, duas ou mais em presas participam reunidas em consórcio, é:a] ob r ig a tó r ia a adoção da m o d a l id ad e de conco rrê nc ia .b] p e rm i t id o o s o m a tó r io de quan t i ta t ivos e/ou v a lo res das e m p re sa s pa r t ic ip an tes , para efei to

de qua l i f icação , obse rvados c o n d ic io n a m e n to s legais.c] necessár ia a c ons t i tu ição do consórc io po r m e io de in s t ru m e n to públ ico , arqu ivado na Junta

C om erc ia l .d] p e rm i t id a a l i de rança de e m pre sa b ras i le i ra ou de em pre sa es tra n g e i ra , se o consórc io fo r

fo rm a d o pelas duas.e] subjetiva e in d iv idua l de cada e m pre sa a respo nsab i l id ad e pelos atos pra t ic ados .

12. (Cespe - 2006 - ANATEL - Especialista em Regulação) A União publicou edital com vistas à abertura de processo licitatório para a contratação de prestação de serviço de telefonia móvel global por satélite na região Norte. Acerca dessa situação hipotética, ju lgue os próximos itens, que se referem ao processo de licitação de serviços públicos.É vedado ao poder concedente determ inar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato, como condição para a adjudicação do objeto da licitação.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 7

Modalidades de Licitação

Modalidade de licitação é a forma adotada para a condução da licitação, tendo como base critérios definidos em lei.

7 .1 . Elenco de ModalidadesInicialmente, apenas o art. 22 da Lei n- 8.666/1993 listava as modalidades

licitatórias existentes no ordenam ento jurídico pátrio (concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão).

Posteriormente, em que pese os diversos questionamentos doutrinários quanto à inconstitucionalidade,1 veio à tona, primeiro, por intermédio de medida provisória, e depois, através da Lei n- 10.520/2002, outra modalidade licitatória, hoje bastante utilizada no âmbito da Administração Pública: o pregão.

Diante desse quadro, as modalidades de licitação são:- concorrência (Inc. I do art. 22 da Lei n- 8.666/1993);- tomada de preços (Inc. II do art. 22 da Lei n- 8.666/1993);- convite (Inc. III do art. 22 da Lei n- 8.666/1993);- concurso (Inc. IV do art. 22 da Lei n- 8.666/1993);- leilão (Inc. V do art. 22 da Lei n- 8.666/1993); e- pregão (Lei n- 10.520/2002).

1 Vide os com entários de Antonio Carlos C intra do Amaral sobre a inconstitucionalidade do pregão em texto elaborado ainda na vigência da MP: “A U nião tem competência para produzir norm as gerais sobre licitações e contratos administrativos, aplicáveis a ela própria, União, e também a Estados, Municípios e Distrito Federal (art. 22, X X V II, da Constituição). (...) As norm as gerais são norm as nacionais, enquanto as norm as especiais são norm as federais. Tem sido entendido que as norm as sobre modalidades de licitação, contidas na Lei n- 8.666, são norm as gerais e, portanto, nacionais. U m a dessas norm as é a do § 8- do art. 22, que dispõe: ‘E vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo.’ Sendo essa um a norm a geral sobre licitações — e, portanto, nacional —, não pode ser contrariada por um a norm a federal. Assim, se se entender que o pregão, modalidade de licitação não contem plada na Lei n- 8.666, é aplicável exclusivamente à União, estaremos diante de norm as federais, que conflitam com o § 8- do art. 22 da Lei n- 8.666, que contém um a norm a nacional. O Pregão será, portanto, inconstitucional, não porque foi criado por m edida provisória (seria igualmente inconstitucional se houvesse sido criado por lei), mas porque foi criado por norm as federais, contrariando um a norm a nacional, que proíbe a criação de outras modalidades de licitação além das previstas no art. 22 da Lei n- 8 .666 /1993.”(Ainda sobreo Pregão — http ://w w w .conlicitacao.com .br/sucesso_pregao/pareceres/cintra21.php — Acesso em 07 /09 /2011).

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0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:- No ordenamento jurídico brasileiro há ainda leis específicas que tratam das licitações

para contratações por parte das Agências Reguladoras (n9 9.472/1997 e n5 9.986/2000). Tais diplomas legais estabeleceram nova modalidade licitatória (consulta), contrarian­do, a nosso ver e na ótica de parte preponderante da doutrina especializada, a compe­tência dada ao legislador federal pelo inciso XXVII do art. 22 da Constituição Federal.

0 art. 37 da Lei w°- 9.986/2000 dispõe como a seguir:

Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Reguladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, obser­vado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei ne 9.472, de 1997, e nos termos de regulamento próprio.2

Ressalva, no entanto, o parágrafo único, que a regra não é aplicável às contratações refe­rentes a obras e serviços de engenharia:

Parágrafo único. 0 disposto no caput não se aplica às contratações re­ferentes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão observar as normas gerais de licitação e contratação para a Administração Pública.

- Anote-se, também, a Lei nQ 12.188/2010, voltada para a seleção de entidades executo­ras do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Fami­liar e na Reforma Agrária - PRONATER, que criou a modalidade licitatória denominada ‘chamada pública”.

7 .1 .1 . ConcorrênciaA concorrência se destina, via de regra, às transações de grande vulto, tendo,

por tal motivo, publicidade mais ampla, e aberta a todos que se interessarem.A L e in -8.666/1993 a conceitua como a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução de seu objeto (§ 1- do art. 22).

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A habilitação preliminar constitui etapa inicial da fase externa licitatória, realizada logo após a sua abertura, através do qual é realizada a análise dos documentos comprobatórios da regularidade dos licitantes, de modo que a comissão de licitação afira se possuem con­dições mínimas para celebrar e executar o futuro contrato com a Administração Pública.3

Hely Lopes Meirelles leciona que a concorrência está intim am ente ligada a quatro requisitos: universalidade (pois, como informado, possibilita a participação de quaisquer interessados, independentem ente de registros cadastrais ou creden-

2 Registre-se que a m atéria já foi tem a de questão em concursos para a ANATEL, a ANA e o MPU, entre outros.3 Vide 6.2.1 (Fases da Licitação das M odalidades da Lei n- 8.666/1993).

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ciamentos prévios); ampla publicidade (uma vez que deverá ter a mais ampla divul­gação possível pela Administração); habilitação prelim inar (que, relacionada com a universalidade, significa que nela há de se ter sempre um mom ento específico para a verificação da habilitação dos interessados); e julgam ento por comissão (que significa a obrigatória participação de um colegiado na avaliação da qualificação dos licitantes).4

Consoante o previsto no § 2- do art. 21 da Lei n- 8.666/1993, o prazo mínimo de divulgação da concorrência - que ocorre por interm édio da publicação de um aviso da licitação na imprensa oficial e em jo rnal comum de grande circulação - é de 45 (quarenta e cinco) dias, quando o contrato a ser celebrado contem plar o regime de em preitada integral5 ou quando a licitação for do tipo “m elhor técnica” ou “técnica e preço”, e de 30 dias para uma licitação do tipo “m enor preço”.6

Também quanto à concorrência, convém registrar o art.l 14 da Lei n- 8.666/1993, que trata especificamente da pré-qualificação:7

Art. 1 1 4 . 0 sis tema institu ído nesta Lei não im p e d e a pré-qualif icação de

licitantes nas concorrências, a ser procedida sem pre que o ob jeto da licitação reco m en d e análise mais det ida da qualif icação técnica dos interessados.

A Lei n- 8.666/1993 prevê ainda o uso da concorrência nas hipóteses de con­cessões de direito real de uso e licitações internacionais (§ 3- do art. 22), sendo que, nessas, não há aplicação irrestrita, pois o diploma legal perm ite o uso de outras modalidades.8

Além disso, a concorrência é prevista como modalidade licitatória a ser adota­da nas concessões de serviços públicos (Lei n- 8.987/1995) e nas contratações de parceria público-privada (Lei n- 11.079/2004).

4 M EIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros. 28. ed., p. 309.5 Segundo o inc. II do art. 10 da Lei n- 8.666/1993, as obras ou os serviços de engenharia na Administração deverão ser executados com base num dos seguintes regimes: (a) em preitada por preço global (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total); (b) em preitada por preço unitário (quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas); (c) tarefa (quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecim ento de materiais); e (d) em preitada integral (quando se contrata um empreendim ento em sua integralidade, com preendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada). Registre-se que as definições dos regimes de execução constam no inc. V III do art. 62 da mesma lei.b N o ta : Sobre os tipos de licitação, vide capítulo específico neste livro.7 Não confundir pré-qualificação com habilitação preliminar. Conforme lição de Hely Lopes Meirelles, a habilitação prelim inar ocorre em cada concorrência, enquanto que a pré-qualificação existe para todas as concorrências de um evento certo, que pode exigir um a ou sucessivas concorrências.8 N o ta : As licitações internacionais receberão tratam ento apartado neste trabalho.

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No âmbito federal, o Decreto n- 3.931/2001 prevê a adoção da concorrência (e do pregão) para as licitações de registro de preços.9

7 .1 .2 . Tomada de PreçosA tomada de preços objetiva transações de vulto razoável, daí o m enor prazo de

publicidade e restrições quanto ã participação apenas de interessados previamente cadastrados.

A Lei n- 8.666/1993 a conceitua como a modalidade de licitação entre inte­ressados devidamente cadastrados ou que atenderam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (§ 2- do art. 22).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei n5 8.666/1993, como antes informado, destaca que os interessados em participar de tomada de preços deverão ser previamente cadastrados. Essa habilitação prévia nada mais é que um cadastro prévio realizado pela Administração, mediante o qual já foram verifica­dos os requisitos habilitatórios.10

Segundo o previsto no § 2- do art. 21 da Lei n- 8.666/1993, o prazo mínimo de divulgação da tomada de preços - que ocorre por interm édio da publicação de um aviso da licitação na imprensa oficial e em jo rnal comum de grande circulação - é de 30 dias, quando a licitação for do tipo “m elhor técnica” ou “técnica e preço”, e de 15 dias para licitação do tipo “m enor preço”.

7 .1 .3 . ConviteO convite refere-se a transações que envolvem m enores valores, sendo de

publicidade mínima, que se processará entre os interessados, cadastrados ou não, convidados pela Administração, em núm ero mínimo de três, devendo ser estendida a participação aos cadastrados que se interessarem, desde que manifestem esse in­teresse com a antecedência de até 24 horas da data estabelecida para apresentação de propostas.11

É o que define o § 3- do art. 22 da Lei n- 8.666/1993:

§ 3e Convite é a m o da lidade de licitação entre interessados do ram o pert inen te ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados e m núm ero m ín im o de 3 (três) pela un idade adm in istra tiva , a qual af ixará, e m local apropriado,

9 N o ta : O sistema de registro de preços receberá tratam ento apartado neste trabalho.10 N o ta : O registro cadastral receberá tratam ento apartado neste trabalho.11 Para aprofundam ento nas especificidades do convite, vide o nosso “O convite, um ilustre desconhecido” h t tp :/ / www.conlicitacao.com .br/oquee/artigos/convite/sidney_bittencourt_2006_02_03.01 .php

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cópia do ins trum ento convocatório e o estenderá aos d em ais cadastrados na correspondente especia l idade que m a n ife s ta rem seu interesse com a n te c e ­dência de até 2 4 (v in te e quatro) horas da apresentação das propostas.

Verifica-se, por conseguinte, que, diferentem ente da concorrência e da tomada de preços, no convite não há divulgação por interm édio de publicação na imprensa oficial e jornais, pois, como o próprio nom e sugere, a modalidade se perfaz tão somente através de um chamamento direto aos interessados, bem como por meio de divulgação em quadro de avisos (local apropriado).

Vide decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a matéria:

STJ - REsp 6 4 0 6 7 9 - RS - Relatora: Ministra ELIANA CALMON Ju lgam en to : 1 0 / 0 4 / 2 0 0 6 - Segunda Turma - DJ 2 2 .0 5 . 2 0 0 6 p. 1811. Na licitação pela m o d a l id a d e convite d e v e m part ic ipar ao m enos três con­correntes, segundo o § do art . 22 da Lei ne 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 . Não preenchidoo nú m ero m ín im o de part ic ipantes, pode a Adm inistração anular o ce rtam e, com fulcro no art . 49 do m enc ion ado d ip lom a legal.2 . Recurso especial conhecido e m parte e, nessa parte, provido.

Outra particularidade do convite está intimamente ligada à forma de divulgação. Gomo a modalidade se consubstancia através de chamamento dos escolhidos pela Administração, passou a ser conhecida como carta-convite, já que esse chamamento norm alm ente ocorre por ofício (carta). Essa particularidade é tão im portante que, em certa alteração da Lei n- 8.666/1993, o legislador adotou a expressão carta-convite (§ 6- do art. 109). Além disso, não raro, a mesma é m encionada em questões de concurso.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Anotem-se três importantes facetas com relação ao convite:- A cada novo convite realizado para objeto idêntico ou assemelhado, a Administração

obrigar-se-á a estender o convite a, no mínimo, mais um interessado, caso existam mais de três possíveis interessados na praça (§ 69 do art. 22).

- Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for im­possível a obtenção do número mínimo de três licitantes, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite (§ V- do art. 22).

- No convite, a comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades admi­nistrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente (§ l 9 do art. 51).

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E SQ U E M A DAS M O D A LID A D E S LICITATÓRIAS DE CONTRATAÇÃO DA LEI N g 8.666/1993

M O D A L ID A D E ADOÇÃO PARTICIPAÇÃODIVULGAÇÃO

(PUBLICIDADE)J U L G A M E N T O

CONCORRÊNCIA

-C O N T R A T A Ç Ã O DE

GRA N D E VULTO

- A L I E N A Ç Ã O DE

BENS IM Ó VE IS

- C O N C E S S Ã O DO

DIREITO REAL DE

uso-L IC IT A Ç Õ E S IN TER ­

N A C IO N A IS

QUAISQUER

INTERESSADOSA M P L A

C O M ISS Ã O DE

LICITAÇÃO

T O M A D A DE

PREÇOS

CONTRATAÇÃO DE

M ÉD IO VULTO.

- L IC IT A Ç Õ E S

IN T E R N A C IO N A IS

N A HIPÓTESE DA

A D M IN IS T R A Ç Ã O

DISPOR DE C A D A S ­

TRO IN TER N A C IO N A L

DE FORNECEDORES

S O M E N T E PARA

C A DASTRADOS OU

OS QUE A T E N D A M

A T O D A S AS C O N ­

DIÇÕES EXIGIDAS

PARA

C A D A S TR A M E N TO

ATÉ 0 TERCEIRO DIA

ANTERIOR À DATA

DO RECEBIMENTO

DAS PROPOSTAS

A M P L AC O M ISS Ã O DE

LICITAÇÃO

CONVITE

-C O N T R A T A Ç Ã O DE

PEQUENO VULTO;

-C O N T R A T A Ç Õ E S

IN T E R N A C IO N A IS ,

Q U A N D O NÃO H O U ­

VER FORNECEDOR

DO B EM OU SERVIÇO

NO PAÍS

S O M E N T E PARA OS

C O N V IDA D O S OU

PARA C ADASTRADOS

QUE M A N IF E S T E M

INTERESSE COM A

A N TEC E D ÊN C IA

DE ATÉ 24 HORAS DA

DATA ESTABELECIDA

PARA A PR E SE N TA ­

ÇÃO DE PROPOSTAS

RESTRITA

C O M ISS Ã O DE

LICITAÇÃO, OU,

NAS PEQUENAS

U N ID A D E S

A D M IN IS T R A T I ­

VAS E EM FACE

DA EXIGUIDADE

DE PESSOAL,

SERVIDOR

F O R M A LM E N TE

D ESIGNADO

PELA A U T O R ID A ­

DE C OM PETEN TE

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7 .1 .4 . ConcursoO concurso é modalidade de licitação, entre quaisquer interessados, para escolha

de trabalho técnico, científico ou artístico, com a instituição de prêmio ou rem une­ração ao vencedor, com base em critério estabelecido no edital que é publicado na imprensa oficial com a antecedência mínima de 45 dias (§ 4- do art. 22).

Sobre o concurso, calha destacar três dispositivos da Lei n- 8.666/1993:

Art. 13 - § 1 - Ressalvados os casos de inexig ib il idade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, p re fe ren c ia lm en te , ser celebrados m e d ia n te a realização de concurso, com estipulação prévia de p rêm io ou rem uneração .Art. 51 — § 5 - No caso de concurso, o ju lg a m e n to será feito por um a comissão especial in tegrada por pessoas de reputação il ibada e reconhecido conheci­m e n to da m atér ia e m e x a m e , servidores públicos ou não.Art. 111 . A Administração só poderá contratar, pagar, prem iar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relat ivos e a A dm inistração possa util izá-lo de acordo com o previsto no reg u la m e n to de concurso ou no ajuste para sua elaboração.Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra im ater ia l de caráter te c n o ­lógico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fo rnec im ento de todos os dados, docum entos e e le m e n to s de in form ação pert inen tes à tecno lo g ia de concepção, d e s e n v o lv im e n to , f ixação e m suporte físico de qua lquer natureza e aplicação da obra.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- É de vital importância não confundir o concurso regido pela Lei n9 8.666/1993, que,

como informado, é modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, com o concurso público, prescrito no inc. II do art. 37 da Constituição Federal, que consubstancia um procedimento para o provimento de cargos ou empregos públicos efetivos da Administração.

- A Lei n9 8.666/1993 destaca que, salvo os casos de licitação inexigível, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferen­cialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

Art. 13 - § l e Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os con­tratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de con­curso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

- No concurso não há obrigatoriedade de utilização dos tipos de licitação previstos na lei para adoção nas demais modalidades (menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta) (art. 45, § l 9).

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- 0 julgamento no concurso deverá ser realizado por uma comissão especial integrada por pessoas de ilibada reputação e notório conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

Art. 51 - § 59 No caso de concurso, o julgamento será feito por uma co­missão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

- 0 concurso deverá ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital. Tal regulamento deverá indicar: a qualificação exigida dos participantes; as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; e as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos (art. 52)

7 .1 .5 . LeilãoO leilão é modalidade licitatória voltada para a venda de bens móveis inservíveis;

produtos legalmente apreendidos ou penhorados; bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” da Lei n- 8.666/1993 (R$ 80.000,00); ou alienação de bens imóveis cuja aquisição tenha derivado de procedim entos judiciais ou de dação em pagam ento,12 a quem ofereça maior lance, desde que igual ou superior ao previamente avaliado.

Conclui-se dessa forma em face da avaliação combinada dos arts. 22 (§ 5-), 19 e 17 (§ 6-):

§ Leilão é a m odalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos leg a lm ente apreendidos ou penhorados,13 ou para a a lienação de bens imóveis prevista no art. 19, a qu em oferecer o m aior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedim entos judiciais ou de dação e m p ag am en to , poderão ser a lienados por ato da autor idade co m p e te n te , observadas as seguintes regras:I - avaliação dos bens alienáveis;II - com provação da necessidade ou ut i l idade da a lienação;III - adoção do p roced im ento licitatório, sob a m o d a l id a d e de concorrência ou leilão.Art. 17 - § Para a venda de bens m óveis avaliados, isolada ou g lo b a lm e n te , e m quantia não superior ao l im ite previsto no art. 23 , inciso II, a línea "b" desta Lei, a Adm inistração poderá p erm it ir o leilão.

12 Dação em pagam ento é o acordo feito entre credor e devedor, quando aquele recebe deste, para exoneração de um a dívida, um objeto diferente do que constituía a obrigação.13 Nesse ponto há um a falha no texto legal, considerando que bens sob penhora são aqueles entregues por devedor ao credor em garantia de débito, não suscetíveis de venda através de leilão — art. 768 do Código Civil Brasileiro.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Diante do preconizado no art. 19, verifica-se que a alienação de bens imóveis da Ad­

ministração cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderá ocorrer via leilão ou concorrência.

- Diferentemente das outras modalidades licitatórias, nas quais a Administração se vale de comissão de licitação ou de servidor para a condução, a Lei n9 8.666/1993, em face das peculiaridades da modalidade leilão, prevê que o mesmo poderá ser conduzido por leiloeiro oficial.

Art. 53. 0 leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designa­do pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

- Não se deve entender “ bens inservíveis” como aqueles que simplesmente não prestam para nada. Na verdade, no caso, bens inservíveis são aqueles que não mais atendem o desempenho funcional que a Administração deles pretendia. Sobre a matéria, afirmamos no livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum): “Dúvidas são suscitadas quanto à expres­são ‘bem móveis inservíveis para a Administração' Já nos manifestamos por diversas vezes que como inservível deve-se entender o bem que não mais reúne condições reais de servir O bem que, embora não mais utilizável, mantém pelas suas condições intrínsecas a capacidade de uso, não é bem inservível, não se enquadrando nessa situação

0 Decreto federal n2 99.658/1990, dispõe:

Art. 35- Parágrafo único. 0 material considerado genericamente inserví­vel, para a repartição, órgão ou entidade que detém sua posse ou proprie­dade, deve ser classificado como:a) ocioso - quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado;b) recuperável - quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinqüenta por cento de seu valor de mercado;c) antieconômico - quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo.d) irrecuperável - quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido a perda de suas características ou em razão da inviabili­dade econômica de sua recuperação.

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7 .1 .6 . Pregão14O pregão é a modalidade de licitação adotada apenas para contratações de bens

e serviços comuns, independentem ente de valor, considerados como tais aqueles cujos padrões de desem penho e qualidade possam ser definidos com objetividade no edital, por meio de especificações usuais no mercado, podendo transcorrer de duas formas: presencial ou eletrônica.

Gomo já informado, o pregão tem como norma de regência a Lei n - 10.520/2002, conforme a seguir:

Art. 15 Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na m o d a l id a d e de pregão, que será regida por esta Lei.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Bens e serviços comuns são aqueles cuja escolha pode ser realizada unicamente em fun­ção dos preços ofertados - sendo desnecessária qualquer análise minuciosa - e facilmen­te encontráveis no mercado. 0 Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, após diversas discussões, que serviços de engenharia podem ser licitados por pregão, desde que sejam considerados como serviços comuns.A Lei n9 10.520/2002 buscou definir o que seriam os bens e serviços comuns no parágrafo único do art. l e:

Art. I 5- Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e quali­dade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especi­ficações usuais no mercado.

Essa modalidade licitatória se desdobra em duas formas procedim entais dis­tintas: presencial e eletrônica. A primeira, como o nome indica, ocorre tal como as modalidades da Lei n- 8.666/1993, com a presença física dos licitantes. A segunda ocorre ã distância, adotando a tecnologia da informação, utilizando os infinitos recursos da Internet.

No âmbito federal, a forma presencial foi regulam entada através do Decreto n- 3.555/2000, e a eletrônica pelo Decreto n- 5.450/2005.

Lei ne 1 0 . 5 2 0 / 2 0 0 2 - Art. 2 e - § 1Q Poderá ser realizado o pregão por m e io da ut il ização de recursos de tecnologia da in form ação, nos te rm os de reg u ­la m e n ta ç ã o específica.Decreto n5 5 . 4 5 0 / 2 0 0 5 - Art. 2 5 O pregão, na fo rm a eletrônica, com o m o d a ­lidade de licitação do t ipo m e n o r preço, realizar-se-á quand o a disputa pelo fo rn ec im en to de bens ou serviços comuns for fe ita à distância e m sessão pública, por m e io de sistema que prom ova a com unicação pela in ternet .

14 N o ta : O pregão recebeu tratam ento apartado neste trabalho. Consta aqui, entretanto, diante da necessidade de listá-lo dentre as m odalidades licitatórias existentes.

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Segundo as normas federais, os bens e serviços comuns devem ser contratados m ediante pregão na forma eletrônica. A inviabilidade da utilização deverá ser justi­ficada pela autoridade com petente.

Essa regra regulam entar causa espanto aos intérpretes, pois foi concebida às avessas:

Decreto n5 5 . 4 5 0 / 2 0 0 5 - Art. 4 e Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a m o d a l id a d e pregão, sendo preferencia l a util ização da sua fo rm a ele trônica.§ 1 ^ 0 pregão deve ser util izado na fo rm a eletrônica, salvo nos casos de c o m ­provada inviabil idade, a ser justi ficada pela autor id ade co m p e te n te .

Comentamos o assunto no livro Pregão Eletrônico (3. ed. Fórum):D es ta r te , com u m a técn ica red ac io n a l b a s ta n te e q u iv o c a d a , t ra ta n d o do p regão presencia l no decreto re g u la m e n ta r qu e versa e x c lu s iv a m e n te sobre o e le trôn ico , o a rt . 4^ do D ecre to n^ 5 . 4 5 0 / 2 0 0 5 o br iga in ic ia lm e n te o uso do p re g ã o nas co n tra taçõ es d e bens ou serv iços co m u n s , com p r im a z ia para o e m p r e g o da fo r m a e le t rô n ic a . Essa p re fe rê n c ia , e n t r e m e n t e s , t a m ­b é m é l im i ta d a , u m a vez q u e o § 1 s a le r ta q u e a não a d o ção do p re g ã o na fo r m a e le t rô n ic a d e m a n d a r á c o m p ro v a ç ã o da in v ia b i l id a d e do uso, com ju s ti f ica t iva fo rm a l da a u to r id a d e c o m p e t e n t e no processo.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 Decreto federal n5 5.504/2005 dispôs que, nas contratações de bens e serviços comuns por entes públicos ou privados, realizadas com recursos públicos da União repassados mediante celebração de convênios, instrumentos congêneres ou consórcios públicos, é obrigatório o emprego da modalidade pregão, preferencialmente na forma eletrônica.

Art. I 9 Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de con­vênios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam repasse voluntário de recursos públicos da União deverão conter cláusula que determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem reali­zadas por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassados voluntariamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licita­ção pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente.

7 .2 . Valores-Limites das Licitações7 .2 .1 . Valores-Limites das Modalidades da Lei na 8 .6 6 6 /1 9 9 3

Além das regras conceituais, as modalidades licitatórias da Lei n- 8.666/1993 estão atreladas a limites de valor, tendo em vista o estimado para as contratações pretendidas pela Administração.

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Nesse passo, o art. 23 da Lei n- 8.666/1993 prevê tais limites:Art. 23 . As m o dalidades de licitação a que se re ferem os incisos I a III do artigoanterior serão d e te rm in ad as e m função dos seguintes l imites, tendo e m vista0 valor es t im ad o da contratação:1 - Para obras e serviços de engenharia :a) Convite: até R$ 1 5 0 .0 0 0 ,0 0 (cento e c inqüenta mil reais).b) Tom ada de preços: até R$ 1 .5 0 0 .0 0 0 ,0 0 (um m ilhão e quinhentos mil reais).c) Concorrência: acim a de R$ 1 .5 0 0 .0 0 0 ,0 0 (u m m ilhão e quinhentos mil reais).II - Para compras e serviços não referidos no inciso anterior:a) Convite: até R$ 8 0 .0 0 0 ,0 0 (o iten ta mil reais).b) Tom ada de preços: até R$ 6 5 0 .0 0 0 , 0 0 (seiscentos e c inqüenta mil reais).c) Concorrência: acim a de R$ 6 5 0 .0 0 0 , 0 0 (seiscentos e c inqüenta mil reais).

A Lei n- 8.666/1993 oferece um tratam ento especial às organizações industriais da Administração Federal direta, dispondo, no § 6- do art. 23, que tais organizações, em face de suas peculiaridades, adotarão, excepcionalmente, os limites estabelecidos para obras e serviços de engenharia para suas compras e serviços em geral, sob a condição de que os materiais adquiridos sejam aplicados exclusivamente na m anu­tenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos.

Nesse pé, a lei prevê compras nesses limites tão somente para materiais que venham a ser utilizados diretam ente nos meios operacionais bélicos e não, como se tem pretendido, nos equipam entos desses órgãos.

Há também o enquadram ento nesse limite, apesar da imperfeição do texto, para os serviços contratados visando igual objetivo.

Por fim, em termos de valor de limite licitatório, prevê o § 8- do mesmo art. 23 que, na hipótese de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores m enciona­dos no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior núm ero.

Sobre este § 8-, comentamos no livro Licitação Passo A Passo (6. ed. Fórum): A Lei 1 1 . 1 0 7 / 2 0 0 5 t ro u x e ao m u n d o juríd ico os consórcios públicos, c ircu nscrevendo e n t id a d e s a d m in is t ra t iv a s , d e d ire ito público ou privado, com prev isão d e constitu ição m e d ia n t e a associação d e e n te s fe d e ra t iv o s , v is a n d o à e x ecu ção d e o b je to s de in teresse c o m u m . Este § 8 2, com a n í t ida in te n ç ã o de fac i l i ta r as co n tra taçõ es a d m in is t ra t iv a s desses consórcios, m a x im iz a o v a lo r - l im i t e para as suas lic itações.

Vide textos legais:Art. 23 . (.. .)§ 6Ü As organizações industriais da Adm inistração Federal d ireta, e m face desuas peculiaridades, o b edecerão aos limites estabelecidos no inciso I desteart igo t a m b é m para suas compras e serviços e m geral, desde que para a

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aquisição de m ateria is apl icados exc lu s ivam ente na m anutenção , reparo ou fabricação de m eios operacionais bélicos pertencentes à União.§ No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores m en c io n a ­dos no caput deste art igo quando fo rm ad o por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando fo rm a d o por m a ior núm ero .

QUADROS DEMONSTRATIVOS DOS LIMITES DE VALOR POR MODALIDADES LICITATÓRIAS DA LEI N- 8.666/1993

O B R A S O U S E R V I Ç O S D E E N G E N H A R I AM O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - 1 - a A té R$ 150.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 23 - 1 - b A té R$ 1.500.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 23 - 1 - c A c im a de R$ 1.500.000,00

C O M P R A S O U O U T R O S S E R V I Ç O SM O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - II - a A té R$ 80.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 2 3 - l l - b A té R$ 650.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 23 - II - c A c im a de R$650.000,00

O R G A N I Z A Ç Õ E S I N D U S T R I A I S D A A D M I N I S T R A Ç Ã O F E D E R A L D I R E T A

O B R A S E S E R V I Ç O S D E E N G E N H A R I A

M O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - 1 - a A té R$ 150.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 23 - 1 - b A té R$ 1.500.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 23 - 1 - c A c im a de R$ 1.500.000,00

C O M P R A S O U S E R V I Ç O S ( P A R A A A Q U I S I Ç Ã O D E M A T E R I A I S A P L I C A D O S E X C L U S I V A M E N T E N A M A N U T E N Ç Ã O , R E P A R O O U F A B R I C A Ç Ã O D E M E I O S

O P E R A C I O N A I S B É L IC O S P E R T E N C E N T E S À U N I Ã O )

M O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 2 3 - I - a (§ 6g do art. 23) A té R$ 150.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 23 - 1 - b (§ 6g do art. 23) A té R$ 1.500.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 23 — I — c (§ 6g do art. 23) A c im a de R$ 1.500.000,00

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C O N S Ó R C I O S P Ú B L I C O S F O R M A D O S P O R A T É 3 (T R Ê S ) E N T E S D A F E D E R A Ç Ã O (§ 8^ D O A R T . 2 3 )

O B R A S O U S E R V I Ç O S D E E N G E N H A R I A

M O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - 1 - a A té R$300.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 23 - 1 - b A té R$3.000.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 23 - 1 - c A c im a de R$3.000.000,00

C O M P R A S O U O U T R O S S E R V I Ç O S

M O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - II - a A té R$ 160.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 2 3 - l l - b A té R$ 1.300.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 2 3 - l l - c A c im a de R$ 1.300.000,00

C O N S Ó R C I O S P Ú B L I C O S F O R M A D O S P O R M A I S D E 3 ( T R Ê S ) E N T E S D A F E D E R A Ç Ã O (§ 8^ D O A R T . 2 3 )

O B R A S O U S E R V I Ç O S D E E N G E N H A R I A

M O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - 1 - a A té R$450.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 23 - 1 - b A té R$4.500.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 23 - 1 - c A c im a de R$ 4.500.000,00

C O M P R A S O U O U T R O S S E R V I Ç O S

M O D A L I D A D E D I S P O S I T I V O L E G A L V A L O R

CONVITE A rt. 23 - II - a A té R$ 240.000,00

T O M A D A DE PREÇOS A rt. 2 3 - l l - b A té R$ 1.950.000,00

CONCORRÊNCIA A rt. 2 3 - l l - c A c im a de R$ 1.950.000,00

7.2.2. Valores para realização do PregãoDiferentemente das modalidades licitatórias regidas pela Lei n- 8.666/1993,

o pregão (regido pela Lei n- 10.520/2002), não está vinculado a valores, podendo ser adotado para quaisquer compras e serviços, desde que o objeto se enquadre na classificação de bens e serviços comuns.

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (CESGRAN RIO - 2006 - DNPM - Técnico Administrativo) Em relação às modalidades de licitação

previstas na Lei n2 8 .666/1993, assinale a afirm ativa INCORRETA.a) C oncurso é a m o d a l id a d e de Licitação e n tre qu a is q u e r in te ressados para p rov im ento em

cargos públicos na a d m in is t ra ç ã o pública.b) C oncorrênc ia é a m o d a l id a d e de l ic itação e n tre q u a is q u e r in te ressados que, na fase inicial

de habil i tação p re l im in ar , com provem possuir os requisitos m ín im o s de quali ficação exigidos no ed ita l para execução de seu objeto.

c) Leilão é a m o da l ida de de l icitação entre q u a is q u e r in teressados para a venda de bens móveis inserv íveis para a a d m in is t ra ç ã o ou de produto s le g a lm e n te a p ree nd idos ou penhorados , a q u e m o fe re c e r o m a io r lance, igual ou s u p e r io r ao va lo r da avaliação.

d) Convite é a m o d a l id a d e de l ic itação en tre in te ressados do ra m o pe r t in e n te ao seu objeto, c a da s tra do s ou não, escolh idos e convidados e m n ú m e ro m ín im o de 3 (três) pela unidade a dm in is t ra t iv a .

e) Tom a da de preços é a m o d a l id a d e de l ic itação e n tre in te ressados d e v id a m e n te c a dastrado s ou que a te n d e r e m a todas as condições exig idas para c a d a s t ra m e n to até o terceiro dia a n te r io r à da ta do rec e b im e n to das propostas, observada a necessár ia qual i ficação .

2. (EJEF - 2007 - TJ/MG - Oficial de Justiça) Sobre as modalidades de licitação previstas na Lein* 8.666 de 21 /06 /1993 , assinale a informação CORRETA.a) Tom a da de preços é a m o d a l id a d e de lici tação e n tre q u a is q u e r in te ressados que, na fase

inicia l de habi l i tação p re l im in a r , co m p ro v e m a p r e s e n t a r os requis itos m ín im o s de qu a l i f i ­cação exigidos no edi ta l para execução de seu objeto.

b) C oncorrênc ia é a m o d a l id a d e de l icitação entre in te ressados d e v id a m e n te cada s tra do s ou que a te n d e r e m a todas as condições exig idas para c a d a s t ra m e n to até o terceiro dia a n te r io r à data do re c e b im e n to das propostas, observada a necessár ia qual i f icação .

c) Lei lão é a m o d a l id a d e de l ic itação e n tre in te ressados do ra m o p e r t in e n te ao seu objeto, c a da s tra do s ou não, escolh idos e convidados e m n ú m e ro m ín im o de 3 (três) pela unidade a d m in is t ra t iv a , a qua l a f ixará , em local a propr iado , cópia do in s t ru m e n to convocatório e o e s te n d e rá aos d e m a is c a dastrado s na cor re s p o n d en te espec ia l idade que m a n i fe s ta r e m seu in te resse com ante c e dê nc ia de a té 24 (vinte e quatro) horas da a p re s e n ta ç ã o das propostas.

d) C oncurso é a m o d a l id a d e de l ic itação e n tre q u a is q u e r in te ressados para escolha de t r a ­ba lho técnico, cient ífico ou art íst ico , m e d ia n te a insti tu ição de p rê m ios ou r e m u n e ra ç ã o aos v encedores , c o n fo rm e cr i tér ios c onstan tes de edi ta l publicado na im pre ns a oficia l com a n te c e dê nc ia m ín im a de 45 (quarenta e cinco) dias.

3. (FCC - 2007 - TRE-SE - Analista Judiciário) O leilão é uma modalidade de licitação:a) ad e q u a d a para a venda de bens móveis inservíveis para a a d m in is t ra ç ã o ou de produto s

l e g a lm e n te apreend idos ou penhorados, a que m ofe re c er o m a io r lance, in d e p e n d e n te m e n te do va lor da ava liação.

b) ad e q u a d a s o m e n te para a a l ie na çã o de bens imóveis, a q u e m o fe re c e r o m a io r lance, igual ou s u p e r io r ao va lo r da avaliação.

c) que a A d m in is t ra ç ã o Pública pode ut i l izar para a a l ie na çã o de q u a lq u e r bem imóvel, a q u e m o fe re c e r o m a io r lance, igual ou s u p e r io r ao va lor da avaliação.

d) que a A d m in is t ra ç ã o Pública pode ut i l izar para a a l ie na çã o de bem im óvel, a q u e m o fe re c ero m a io r lance, in d e p e n d e n te m e n te do va lor da ava liação.

e) ad e q u a d a para a venda de bens móveis inservíveis para a a d m in is t ra ç ã o ou de produto s le g a lm e n te a p ree nd idos ou penhorados , a q u e m o fe re c er o m a io r lance, igual ou s u p e r io r ao va lo r da avaliação.

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U. (DENSM - 2009 - MARINHA DO BRASIL - Quadro de Oficiais) Segundo José dos Santos Carva­lho Filho, na obra Manual de Direito Administrativo, em relação ao tema licitação, é correto afirm ar que:a) a Lei ex ige a prova da capacidade técn ica opera t iva dos p ro f iss iona is que c o m p õ e m o quad ro

da pessoa ju r íd ica pa r t ic ip an te , c o n fo rm e d ispõe o ar t . 30 § U, I da Lei n2- 8 .666/1993 e suas a l te ra çõ es .

b) se houver m od i f icação s u pe rve n ie n te no ed i ta l de l ic itação, a a d m in is t ra ç ã o deverá d ivu lga r a m od i f icação pe la m e s m a em que se deu o texto o r ig in a l , e re a b r i r o prazo es tabe lec ido no início, a inda que a a l te ração não afete a fo rm u la ç ã o da proposta .

c) o le ilão, que é um a das m o d a l id a d e s de l ic itação, pode s e r c o m e t id o a le iloe i ro o f ic ia l ou s e rv id o r des ignado pela a d m in is t ra ç ã o .

d) o d e s faz im e n to da l ic itação, seja pela anu lação , seja pela revogação, não ob r igada a a d m i ­n is t ração a a s s e g u ra r aos in te re ssad os o c o n t ra d i tó r io e a a m p la defesa.

e) no que se refere à l ic itação, cabe recu rso h ie rá rq u ico , no prazo de 10 dias úte is , a c o n ta r da in t im aç ão do ato ou da la v ra tu ra da ata.

5. (FCC - 2007 - TRE-SE - Analista Judiciário) A modalidade de licitação adequada para eleição de um trabalho científico, por meio de instituição de prêm io ou remuneração ao vencedor, é:a) to m ad a de preços.b) conco rrê nc ia .c) convite .d) concurso .e) le ilão.

6. (Cespe - 2008 - PGE-PB - Procurador de Estado) O edital é o meio pelo qual a adm inistração torna pública a realização de uma licitação. A modalidade de licitação que não utiliza o edital como meio de tornar pública a licitação é o(a):a) conco rrê nc ia .b) le i lão.c) to m ad a de preços.d) convite .e) concurso .

7. (Cespe - 2008 - PGE-PB - Procurador de Estado) A modalidade de licitação apropriada para a venda de bens imóveis da adm inistração cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento é denominadaa) convite .b) conco rrê nc ia ou le ilão.c) le i lão ou pregão.d) to m ad a de preços.e) concurso .

8. (FCC - 2010 - TRT - 8* Reg. - Técnico Judiciário) Para a contratação de obras e serviços de engenharia com valor acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos m il reais), ressal­vadas as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade, deve ser feita licitação na modalidade:a) pregão.b) to m ad a de preços.c) convite .d) le i lão.e) conco rrê nc ia .

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9. (FCC - 2010 - TRT - 8* Reg. - Técnico Judiciário) A modalidade de licitação entre interessados previam ente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastram en­to até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação, é denominada:a) conco rrê nc ia .b) convite .c) to m ad a de preços.d) le ilão.e) concurso .

10. (FCC - 2010 - TRE-RS - Analista Judiciário) Dentre as m odalidades de licitação previstas na Lei n *8.666/1993, NÃO se inclui:a) le ilão.b) conco rrê nc ia .c) convite .d) concurso .e) técn ica e preço.

11. (FCC - 2010 - TRT - 9* Reg. - Analista Judiciário) No que concerne às modalidades de licitações previstas na Lei n2 8 .666/1993, é INCORRETO afirm ar:a) A to m ad a de preços é res tr i ta aos in te ressados p re v iam e n te cada s t ra do s ou que a te n d e ­

rem todas as cond ições ex ig idas para c a d a s t ra m e n to até o te rce i ro dia a n te r io r à data do re c e b im e n to das propostas, observada a necessár ia qua l if ic ação .

b) A conco rrê nc ia é a m o d a l id ad e de l ic itação cabível , q u a lq u e r que seja o v a lo r de seu ob je to , nas concessões de d i re ito rea l de uso.

c) 0 convite , des t inado às c on t ra ta çõe s de pequeno va lo r , cons is te na so l ic i tação escr i ta de pelo m e no s t rês in te ressados do ram o, n e ce ss a r ia m e n te com cadas t ros prévios , para que a p re s e n te m suas p ropostas no prazo m ín im o de c inco dias.

d) 0 le ilão pode s e r u t i l izado para a l ie nação de bens im óve is da A d m in is t ra ç ã o , cuja aqu is ição de r ivou de p ro ce d im e n to s ju d ic ia is ou de dação em pa ga m e nto , a qu em o fe rec e r o m a io r lance, igua l ou s u p e r io r ao va lo r da avaliação.

e) 0 conc u rs o é m o d a l id ad e de l ic itação en tre q u a is q u e r in te re ssad os para esco lh a de t r a b a ­lho técn ico , c ien t í f ico ou ar t ís t ico , e a c on t ra p re s ta çã o do P oder Púb lico pode s e r m ed ian te ins t i tu ição de p rê m ios .

12. (Cespe - VUNESP - 2009 - CESP - Advogado) Na licitação:a) o p ro ce d im e n to será s ig i loso , in c lus ive quan to ao con teúdo das propostas.b) quando o s e to r públ ico fo r e fe tu a r a lg u m a com p ra , as c ond iç ões deverão, o b r ig a to r ia m e n te ,

d i fe re n c ia r - s e das cond ições de aqu is iç ão e p a ga m e n to do s e to r pr ivado.c) a pe rm u ta de bens móve is en tre órgãos da adm in is t ração públ ica poderá d isp e n s a ra l icitação.d) deverão s e r esco lh idos e conv idados, na m o da l idade convite, pelo m e no s cinco in teressados.e) é p e rm i t id a a c om b in açã o de até t rês t ipos de m oda l id ad es .

13. (CESGRANRIO - 2008 - ANP - Técnico Administrativo) Considerando as modalidades de lic i­tações públicas previstas em lei, analise as afirm ativas abaixo.I - PREGÃO é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, ou seja,

aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivam ente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

II - CONCORRÊNCIA é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na faseinicial de habilitação prelim inar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualifi­cação exigidos no edital para execução de seu objeto.

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III - CONVITE é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bensmóveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalm ente apreendidos ou penhoradoSp ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o m aior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

IV - TOMADA DE PREÇOS é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadas­trados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

São verdadeiras APENAS as afirm açõesa) I e IV, apenas.b) II e III, apenas.c) I, II e III, apenas.d) I, II e IV, apenas.e) I, II, III e IV.

14. (FCC - 2006 - TRE-SP - Técnico Judiciário) No que tange às modalidades de licitação, é correto afirm ar que:a) o ed i ta l é o m e io im p re sc in d íve l à pu b l ic idade do convite , que é a m o d a l id ad e de l ic itação

en tre t rê s in te ressados, desde que cada s t ra do s ju n to ao órgão c o m p e te n te .b) as ob ras e serv iços de en ge nha r ia podem s e r l ic itados po r m e io do c oncu rso ou do pregão

e le trôn ico .c) a to m ad a de preços é ob r ig a tó r ia para as concessões de d i re ito rea l de uso e nas l i c itações

in te rn ac ion a is .d) nos c de preços, desde que ta l m ed ida se revele a m a is ef ic ien te .e) o le ilão de s t ina -se , den t re o u t ra s h ipó teses, à venda de bens móve is inservíve is para a

A d m in is t ra ç ã o ou de p ro du tos le g a lm e n te ap reend idos .

15. (Cespe - 2008 - TRT - 5 ̂Reg. - Analista Judiciário) Julgue os itens subsequentes de acordo com a Lei de Licitações.A autoridade adm inistrativa pode, desde que observados o interesse público e a segurança nacional, combinar as m odalidades de licitação convite e tomada de preços.( ) CERTO ( ) ERRADO

16. (FJPF - 2005 - CREA - Assistente de Nível Superior) A Lei n2 8 .666/1993 estabelece, para a alienação de bem público de autarquia federal que vale R$ 50.000,00, uma certa modalidade de procedimento licitatório. Nesta condição, a alternativa que indica corretam ente a corres­pondente modalidade de licitação é:a) to m ad a de preçosb) conco rrê nc iac) convited) pregão

17. (Cespe - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) Acerca de licitação, ju lgue o próximo item .O convite é uma m odalidade de licitação em que a convocação se faz por carta-convite. Ele dispensa a publicação em edital, mas a lei exige que a unidade adm inistrativa afixe, em lugar adequado, uma cópia do instrum ento convocatório.( ) CERTO ( ) ERRADO

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18. (UFMT - 2007 - PREFEITURA DE CUIABÁ - Procurador Municipal)Sobre Processo Licitatóriop assinale a afirm ativa CORRETA.a) Pregão é a m o da l id ad e de p ro ce d im en to Lici tatório des t inada à aqu is ição de bens ou serv iços

com espec i f icações de f in idas , m o ld ada pela convocação de pessoas ou e m p re sa s de v ida ­m e n te cada s t ra da s para a ap resen tação de propostas.

b) Na to m ad a de preços, é necessár ia am p la pub l ic idade , com c a d a s t ra m e n to após a p re s e n ­tação de proposta e qua l if ic ação , e des t inada a c on t ra ta çõe s de m éd ia ou g rande m onta .

c) Na l i c itação de obras , quando necessár ia a ins ta la ção de cante i ros , o uso de m á qu inas , e q u ip a m e n to s e a presença de pessoa l té cn ico espec ia li zado, o c o n c o r re n te deverá a p re ­s e n ta r re lação de p ro p r ie da de a c om pa nha da com os respect ivos c om p rov an tes para s e r c rede nc iad o na d isputa .

d) A ad jud icação é o ato de ju lg a m e n to do c lass i f ic ado , sendo um ato v incu lado e ob r ig a tó r ioe) As m o da l id ad es legais que o c o m p re e n d e m são a c onco rrê nc ia , a to m ad a de preços, a

c a r ta -con v i te , o concurso , o le ilão e o pregão.

19. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) A contratação da prestação de serviços técnicos profissionais especializados, exceto nos casos de inexigibilidadep deverá ser celebrada mediante a realiza:a) le ilão.b) concurso .c) conco rrê nc ia .d) convite .e) to m ad a de preços.

20. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) A modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais, denom ina-se:a) Convi te .b) Reg is t ro de Preço.c) Le ilão.d) Tomada de Preços.e) Pregão.

21. (Cespe - 2007 - TCU - Técnico de Controle Externo) A escolha entre concorrência, tomada de preços e convite é determ inada pelo valor estimado da contratação, existindo lim ites para obras e serviços de engenharia e para compra e serviços em cada uma das três m odalidades.( ) CERTO ( ) ERRADO

22. (Cespe - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Mauro, chefe do setor de compras de um órgão do Instituto Nacional do Seguro Social, recebeu pedido de abertura de procedimento licitatório para a aquisição de grande quantidade dos seguintes itens: impressoras, cartuchos para impressoras, monitores LCD e licença para uso de sistema operacional a ser utilizado nos computadores da autarquia. A solicitação estava de acordo com todas as normas aplicá­veis, incluindo-se a justificativa do quantitativo e da necessidade dos referidos itens. Antes de promover a abertura de qualquer procedimento de compra, Mauro procedeu a análise técnico-econômica e concluiu que a compra dos cartuchos para im pressoras, se realizada separadam ente da dos demais itens, im plicaria uma ampliação da concorrência, sem perda da economia de escala. Constatou, tam bém , que era a terceira vez no ano que a adm inistração

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encaminhava pedido para a compra de cartuchos para im pressora. Por fim p verificou que a estimativa do valor total que seria gasto na contratação era de R$ 700.000,00.De acordo com os dados apresentados nessa situação hipotética. Mauro deve promover a abertura de:a) c oncorrênc ia , po is o v a lo ra s e rg a s to é subs tanc ioso e os p rodu tos e serv iços de in fo rm á t ica

não podem s e r ca rac te r iza dos com o serv iços c o m u n sb) pregão, sendo p re fe re nc ia l a sua u t i l ização na fo rm a presenc ia l .c) conv ite para a e laboração de ata de reg is t ro de preços para a aqu is ição de c a r tu c h o s de

im p re s s o ra s e de conco rrê nc ia para a co m p ra dos de m a is itens so l ic i tados.d) do is p regões e le trôn ic os , um para a e laboração de ata de reg is t ro de preços para a aquis ição

de c a r tu c h o s de im p re ss o ra s e ou tro para a co m p ra dos d e m a is itens so l ic i tados.

23. (FCC - 2011 - INFRAERO - Analista) De acordo com a Lei n2 8 .666/1993, a licitação, na moda­lidade Convite:a) te rá no m ín im o t rê s p a r t ic ip a n te s esco lh ido s e conv idados pela un id ade a d m in is t ra t iv a

den t re in te ressados, cada s t ra do s ou não.b) oco r re en tre in te ressados d ev idam en te cadas trados ou que a tend e re m a todas as cond ições

ex ig idas para cad a s t ra m e n to até o te rce i ro dia a n te r io r à data do receb im e n to das propostas, observada a necessár ia qua l if ic ação .

c) poderá te r o conv ite es tend ido a p a r t ic ip an tes cada s t ra do s ou não que m a n i fe s ta re m seu in te resse com an tecedênc ia de até doze ho ras da ap resen tação das propostas.

d) te rá no m ín im o c inco pa r t ic ip a n te s esco lh idos e conv id ados pe la un id ade a d m in is t ra t iva den t re in te ressados, cada s t ra do s ou não.

e) ocor re en tre q u a is q u e r in te ressados que, na fase in ic ia l de hab i l i tação p re l im in a r , c o m p r o ­vem p o ssu i r os requ is i tos m ín im o s de qua l i f icação ex ig idos no ed i ta l para execução de seu ob je to .

24. (PUC-PR - 2010 - COPEL - Advogado Júnior) Analise as questões abaixo acerca da Lei n2 8.666/1993:I - Nos casos em que couber convite, a Administração poderá u tilizar a tomada de preços

e, em qualquer caso, a concorrência.II - Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto

ou complexo, é vedada a cotação de quantidade in ferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.

III - Será dispensável a licitação quando a União tiver que in tervir no domínio econômicopara regular preços ou norm alizar o abastecimento.

IV - Considera-se obra toda atividade destinada a obter determ inada utilidade de interessepara a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, m ontagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici­dade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

V - Adm ite-se incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para suaexecução, qualquer que seja a sua origem , exceto nos casos de em preendimentos exe­cutados e explorados sob o regim e de concessão, nos term os da legislação específica.

Assinale a alternativa que apresenta as assertivas CORRETAS:a) I e III.b) l i e III.c) l . l l e V .d) III eV.e) I e IV.

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25. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Arquiteto) Considerando as m odalidades de Licitação, de acordo com a Lei n2 8 .666/1993, art. 22, qual das modalidades abaixo foi regulam entada por Lei específica (Lei n* 10.520/2002)?a) C onco rrênc ia .b) Tomada de preços.c) Convi te .d) Concu rso .e) Pregão.

26. (VUNESP - 2011 - CREMESP - Advogado) A modalidade de licitação entre interessados devi­dam ente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia an terio r à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação, denom ina-se:a) conco rrê nc ia .b) pregão.c) convite .d) to m ad a de preços.e) concurso .

27. (Cespe - 2011 - STM - Analista Administrativo) Tomada de preços é a m odalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e con­vidados em número mínimo de três pela unidade adm inistrativa responsável pelo certam e.( ) CERTO ( ) ERRADO

28. (CESGRANRIO - 2009 - FUNASA - Agente Administrativo) A modalidade licitatória que se instaura entre interessados devidamente cadastrados ou que atendam ia todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data de recebimento das propostas, observada a necessária qualificação, é:a) conco rrê nc ia .b) to m ad a de preços.c) ca r ta -con v i te .d) consu l ta .e) pregão.

29. (Cespe - 2010 - MPE/SE - Promotor de Justiça Substituto) No que se refere às modalidades de licitação e aos contratos adm inistrativos, assinale a opção CORRETA.a) le ilão é a m o da l id ad e de l ic itação en tre q u a is q u e r in te ressados, na qu a l a a d m in is t ra ç ã o

te m po r ob je tivo ún ico a venda de bens m óve is inservíveis.b) na to m ad a de preços, os pa r t ic ip an tes in te ressados devem s e r p rev iam ente cadastrados nos

reg is t ros dos ó rgãos púb l icos, ou devem a te n d e r a todas as ex ig ênc ia s para c a d a s t ra m e n to até o te rce i ro dia a n te r io r à data do rec eb im e n to das propostas.

c) em razão do f o r m a l is m o que insp ira as a t iv idades da ad m in is t ra ç ã o , a Lei n2 8.666/1993 d e te rm in a que os c on t ra to s a d m in is t ra t iv o s se jam fo rm a l iz a d o s s e m p re po r m e io de in s ­t r u m e n to escr i to , sendo nu lo e de ne n h u m efei to o c on t ra to verba l .

d) o in s t ru m e n to de c on t ra to é o b r ig a tó r io em todas as m o da l id ad es de l ic itação, não podendo a a d m in is t ra ç ã o s u b s t i t u í - lo po r ou t ros in s t ru m e n to s , sob pena de nu lidade.

e) a du ração dos c o n t ra to s fica a d s t r i ta à v igênc ia dos respect ivos c ré d i tos o rç a m e n tá r io s , razão pela qu a l a lei não lhes ad m i te a p ro r roga çã o .

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C a p í t u l o 8

Tipos de Licitação

O art. 45 da Lei n- 8.666/1993 dispõe, entre outros fatores, que o julgam ento das propostas será objetivo, devendo a comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação.

Tipos licitatórios nada mais são do que os critérios estabelecidos no instrumento convocatório para o julgam ento das proposições dos licitantes.

8 .1 . Elenco de Tipos de LicitaçãoConforme preconiza o § 1- do art. 45 da Lei n- 8.666/1993, os tipos de licitação

são: menor preço; melhor técnica; técnica e preço; e maior lance ou oferta.a) Menor Preço (art. 45, inc. I): tipo de licitação cujo preço nominal é fator deter­

minante. Nele, a classificação se dá pela ordem crescente dos preços propostos.1Lei n5 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 45 - Inc. I - a de m e n o r preço - quand o o critério de seleção da proposta mais vanta josa para a A dministração d e te rm in a r que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edita l ou convite e oferta r o m e n o r preço;TCU - Acórdão 2 3 0 1 / 2 0 0 9 - Plenário: A bsten ha-se de incluir critério técnico de ju lg a m e n to e m licitação do tipo m e n o r preço, e m obediência a disposição contida no art. 45 , § 55, da Lei ne 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 .

b) Melhor Técnica (art. 45, inc. I I ) : tipo de licitação no qual a proposta de preço é avaliada em cotejo com a m elhor proposta técnica, sendo adotado exclusiva­m ente para serviços de natureza predom inantem ente intelectual;

c) Técnicae Preço (art. 45, inc. I I I ) : tipo de licitação também adotado para contratação de serviços de natureza intelectual, consistindo num cotejo entre preço e técnica. A proposta vencedora resulta da média ponderada das notas atribuídas à técnica e ao preço, considerando pesos e critérios do edital (exemplos de fatores técnicos: prazo de entrega, qualidade, padronização, metodologia, tecnologias, recursos materiais a serem utilizados para a realização do objeto licitado, entre outros).

1 O uso do tipo M enor Preço não significa a com pra de produtos de m á qualidade. As licitações desse tipo devem prim ar por indicação de especificações no ato convocatório, de modo que a Administração possa afastar proposições que, em bora com preço baixo, não atendam as especificações estabelecidas.

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TCU - Acórdão 2 1 1 8 / 2 0 0 8 - Plenário - Os tipos de licitação "m e lh o r técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivam ente para serviços de natureza p redom inantem ente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenc iam ento e de engenharia consultiva e m geral.

d) Maior Lance ou Oferta (art. 45, inc. IV): tipo de licitação aplicável tão somente para alienação de bens ou na concessão de direito real de uso.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- É de capital importância não confundir tipos com modalidades licitatórias. Pelo texto le­

gal, tipos licitatórios são critérios utilizados nas diversas modalidades, com exceção do concurso (§ l e do art. 45 da Lei n5 8.666/1993). Ocorre que, devido às características de cada tipo, a aplicação prática não se dá dessa forma. Dessa forma, evidentemente, o tipo “ Maior Lance ou Oferta” não se aplica a qualquer modalidade que não seja o leilão. Além disso, por lógica, os tipos “técnica e preço” e “ melhor técnica” jamais seriam aplicáveis ao convite (apesar de existirem autores que defendem a possibilidade).2

- Como regra, o tipo de utilização normalmente adotado é o “ menor preço” . Assim, na inexistência de critério no edital, a presunção é de que é este tipo a ser adotado.

- Na modalidade pregão, a Lei n5 10.520/2002 prevê a adoção obrigatória do tipo “ menor preço” (inc. X do art. 4Q).

Lei n9 10.520/2002 - art. 4 - X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mí­nimos de desempenho e qualidade definidos no edital.

- 0 Decreto federal ne 3.931/2001, que regulamenta o Sistema de Registro de Preços, determina o uso exclusivo do tipo “ menor preço” . As normas estaduais que dispuseram sobre registro de preços propugnaram da mesma forma.

- A Lei n5 8.666/1993 proíbe taxativamente a utilização de outros tipos de licitação.

Art. 45 - § 5e É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previs­tos neste artigo.

- Nas contratações de transporte aéreo (compra de passagens), costuma-se adotar o tipo menor preço, com utilização do critério “ maior desconto” . 0 TCU tem recomendado esse expediente para a Administração Federal (TCU - Acórdão n5 2.861/2008 - Plenário).

- Não existe licitação do tipo Melhor Preço. Essa terminologia é normalmente adotada pela Administração para definir o tipo Menor Preço conjugado com os fatores qualidade, durabilidade, funcionalidade, desempenho etc.

2 O TCU, por exemplo, sustenta que, para contratação de bens e serviços de informática e automação na modalidade convite, a utilização do tipo de licitação técnica e preço apenas “não é obrigatória”, deduzindo-se, por conseguinte, que esse Corte de Contas considera possível a utilização desse tipo licitatório em convites.

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8 .2 . Tipos de licitação para contratação de bens ou serviços de informática

Para contratação de bens e serviços de informática, o § 4- do art. 45 da Lei n- 8.666/1993 determ ina que a Administração observe o disposto no art. 3- da Lei n- 8.248/1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2- e ado­tando obrigatoriam ente o tipo de licitação “técnica e preço”, perm itido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

Entretanto, após a instituição do pregão, novo rumo foi dado para a questão, pois, depois de inúm eras discussões, passou-se a entender que os bens e serviços de informática classificados como comuns poderão ser licitados por interm édio do tipo m enor preço. Vários acórdãos do TCU sustentam essa postura.

Na esfera federal, as contratações de bens e serviços de informática foram re­gulamentadas pelo Decreto n- 7.174/2010, o qual prevê a adoção dos tipos “m enor preço” ou “técnica e preço”, dispondo que a licitação do tipo m enor preço será ex­clusiva para a aquisição de bens e serviços de informática e automação considerados comuns, na forma do parágrafo único do art. 1- da Lei n- 10.520/2002, devendo ser realizada na m odalidade de pregão, preferencialm ente na forma eletrônica, conforme determ ina o art. 4- do Decreto n- 5.450/2005.

Ainda sobre o tema, há ainda a Instrução Normativa n- 04/2008, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que, dentre diversas normas procedimentais, destacam-se como principais determinações as seguintes vedações: a) de contratação de mais de uma solução ou todo o conjunto dos serviços de TI em um único contrato; b) a terceiriza­ção da gestão de processos desses serviços, bem como as atividades de coordenação na área de segurança de sistemas; c) o estabelecimento de cláusulas contratuais que estabeleçam trabalhos considerando a métrica homens-hora.

8 .3 . A adoção dos tipos Melhor Técnica e Técnica e PreçoO art. 46 da Lei n- 8.666/1993 preconiza que os tipos de licitação “melhor

técnica” e “técnica e preço” deverão ser adotados exclusivamente para serviços de natureza predom inantem ente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciam ento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

Art. 46 . Os tipos de licitação "m e lh o r técnica" ou "técnica e preço" serão util iza­dos exclus ivam ente para serviços de natureza p re d o m in a n te m e n te inte lectual, e m especial na e laboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e g ere n c ia m e n to e de en g en h ar ia consultiva e m geral e, e m particular, para a elaboração de estudos técnicos pre l im inares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4 5 do art igo anterior.

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8 .3 .1 . Procedimentos para o tipo Melhor TécnicaConsoante o previsto no § 1- do art. 46, a licitação do tipo M elhor Técnica

se desenvolve através de vários atos. Inicialm ente, são abertas as propostas téc­nicas dos licitantes habilitados, que são classificadas de acordo com os critérios estabelecidos no edital. Posteriorm ente, realiza-se a abertura dos envelopes de preços dos licitantes classificados. O ato posterior configura-se através do cha­m am ento do candidato m elhor classificado tecnicam ente para negociação do preço, tendo como parâm etro o m enor preço dentre os licitantes que obtiveram a valorização m ínim a.

Art. 46 — § 1 - Nas licitações do tipo "m e lh o r técnica" será adotado o seguinte proced im ento c la ra m e n te explic itado no in s trum ento convocatório, o qual fixará o preço m á x im o que a Administração se propõe a pagar:I - serão abertos os enve lopes contendo as propostas técnicas exc lus ivam ente dos licitantes p re v ia m e n te qualif icados e feita en tão a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pert inentes e adequados ao objeto licitado, defin idos com clareza e ob je t iv id ad e no ins trum ento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do p ropo nente , a qual idade técnica da proposta, co m p re e n d e n d o m eto d o lo g ia , organização, tecnologias e recursos m ateria is a serem util izados nos trabalhos, e a qualif icação das equipes técnicas a serem mobil izadas para a sua execução;II - u m a vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que te n h a m at ingido a valorização m ín im a es tab e lec id a no in s tru m e n to convocatório e à negociação das condições propostas, com a p ropo nente m e lh o r classificada, com base nos orçam entos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referênciao l im ite representado pela proposta de m e n o r preço entre os licitantes que obt ive ram a valorização m ín im a;III - no caso de impasse na negociação anterior, p roced im ento idêntico será adotado, sucessivam ente, com os dem ais proponentes, pela ordem de classi­ficação, até a consecução de acordo para a contratação;

8 .3 .2 . Procedimentos para o tipo Técnica e PreçoConform e prevê o § 2- do art. 46 da Lei n- 8.666/1993, na licitação do tipo

Técnica e Preço a proposta vencedora resulta da m édia ponderada das notas atribuídas à técnica e ao preço, conform e os pesos e critérios do edital, sendo exem plos de fatores técnicos: prazo de entrega, qualidade, padronização, m eto­dologia, tecnologias, recursos m ateriais a serem utilizados para a realização do objeto licitado etc.

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Art. 46 — § 2 - Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, ad ic ional­m e n te ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte proced im ento c la ram en te explic itado no ins trum ento convocatório:I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no in s trum ento convocatório;II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a m é d ia ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no ins trum ento convocatório.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Curiosamente, apesar da exclusividade disposta no caput do art. 46, o § 35 do mesmo dispositivo prevê que, excepcionalmente, os tipos de licitação “ melhor técnica” e “téc­nica e preço” poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato con­vocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório (§ 3e do art. 46 da Lei n* 8.666/1993).

Art. 46 — § 3Q Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste arti­go poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora cons­tante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, ren­dimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios ob­jetivamente fixados no ato convocatório.

8 .4 . Novos tipos de licitação em função do novo Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC (Lei na 12.462/2011)

Gomo já mencionado, com a proximidade da Copa do Mundo de Futebol (2014) e as Olimpíadas (2016), a ocorrerem no Brasil, sentiu o governo a necessidade de for­matar um regime diferenciado de licitações nas contratações voltadas para os eventos.

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Inicialmente introduzida no ordenam ento jurídico brasileiro por intermédio de medidas provisórias, veio à tona o chamado Regime Diferenciado de Contratações- RDC através da Lei n- 12.462, de 5 de agosto de 2011 (resultado da conversão da MP n- 527/2011), regulam entada pelo Decreto n- 7.581, de 11 de outubro de 2011.

Entre outras inovações importantes, sempre buscando a celeridade nos pro­cedimentos, a Lei n- 12.462/2011 estabeleceu, no art. 18, novos tipos de licitação, denom inados pelo diploma de critérios:

São tipos (critérios) de licitação no Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC (Lei n- 12.462/2011): menor preço ou maior desconto; técnica e preço; m elhor técnica ou conteúdo artístico; maior oferta de preço; e maior retorno econômico (art. 18).a) Menor preço ou maior desconto (art. 19): O julgam ento pelo m enor preço ou

maior desconto considerará o m enor dispêndio para a Administração Pública, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no instrum ento con­vocatório.

A lei prevê a possibilidade de a Administração considerar os custos indiretos relacionados com as despesas de m anutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental, entre outros fatores, para a definição do m enor dispêndio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme dispuser o regulam ento.

b) Técnica e preço (art. 20): tal como preconizado art. 45 III da Lei n- 8.666/1993, esse tipo licitatório no RDC também faz um cotejo entre preço e técnica. Se­gundo a legislação, no julgam ento pela m elhor combinação de técnica e preço serão avaliadas e ponderadas as propostas técnicas e de preço apresentadas pelos licitantes, mediante a utilização de parâmetros objetivos obrigatoriamente inseridos no instrum ento convocatório.

O tipo deverá ser adotado pela Administração quando a avaliação e a ponde­ração da qualidade técnica das propostas que superarem os requisitos mínimos estabelecidos no instrum ento convocatório forem relevantes aos fins pretendidos, e destinar-se-á exclusivamente a objetos de natureza predom inantem ente intelectual e de inovação tecnológica ou técnica, ou, ainda, que possam ser executados com dife­rentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mercado, pontuando-se as vantagens e qualidades que eventualmente forem oferecidas para cada produto ou solução.

c) Melhor técnica ou conteúdo artístico (art. 21): o julgamento pela melhor técnica ou pelo m elhor conteúdo artístico considerará exclusivamente as propostas téc­nicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes com base em critérios objetivos previamente estabelecidos no instrum ento convocatório, no qual será definidoo prêmio ou a rem uneração que será atribuída aos vencedores.

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Verifica-se que o tipo agrega aspectos presentes na modalidade concurso e no tipo m elhor técnica da Lei n- 8.666/1993.

d) Maior oferta de preço (art. 22): tipo adotado no caso de contratos que resultem em receita para a Administração Pública.

e) Maior retorno econômico (art. 23): tipo adotado exclusivamente para a cele­bração de contratos de eficiência, que terão por objeto a prestação de serviços, os quais poderão incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia à Administração, na forma de redução de despesas correntes, sendo o contratado rem unerado com base em percentual da economia gerada.

Nesse tipo licitatório, os licitantes deverão apresentar propostas de trabalho e de preço, conforme dispuser o regulam ento.

QUADROS DEMONSTRATIVOS DOS TIPOS LICITATÓRIOS DAS LEIS N- 8.666/1993 E N- 12.462/2011 (REGIME DIFERENCIADO

DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS - RDC)

TIPOS DE L IC IT A Ç Ã O - LEI N- 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3TIPO DESC RIÇ Ã O

M e n o r p re ço

(art. 4 5 , 1)

Tipo de l ic i tação cujo p reço nom ina l é fa t o r de te rm inan te . 0 l ic i tan te v e n c e d o r será o que a p re s e n ta r a p ropos ta com o m e n o r p reço , den tre os l ic i tan tes c o n s id e ra d o s hab i l i tados , com a c la s s i f ic a ç ã o o c o r re n d o pela o rdem c r e s ­cen te dos p re ço s p ropostos .

M e lh o r t é c n ic a (art. 45, II)

Tipo de l ic i ta ç ã o no qua l a p ropos ta de p re ço é ava l iada em co te jo com a m e lh o r p ropos ta té c n ic a , s endo a do tado e x c lu s iv a m e n te para s e rv iç o s de na tu reza p re d o m in a n te m e n te in te lec tua l .

T é c n ic a e p re ço (art . 45, III)

Tipo de l ic i ta ç ã o ta m b é m a do tado para c o n t ra ta ç ã o de se rv iç o s de na tu reza in te lec tua l , con s is t in d o num co te jo entre p re ço e t é c n ic a . A p ropos ta v e n c e ­dora resu l ta da m éd ia p o n d e rad a das no tas a t r ibu ídas à t é c n ic a e ao p reço , c o n s id e ra n d o pesos e c r i té r io s do edita l.

M a io r lance ou o fe r ta

(art . 45, IV)

Tipo de l ic i ta çã o som en te ap l ic á ve l para a l ie n a ç ã o de bens ou na c o n c e s ­são de d ire i to real de uso. 0 v e n c e d o r da l ic i ta ç ã o será o que a p re s e n ta r a p ropos ta ou lance com m a io r p reço , den tre os l ic i tan tes hab i l i tados , com a c la s s i f ic a ç ã o o c o r re n d o pela o rdem d e c re s c e n te dos p re ço s p ropostos .

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TIPOS (CRITÉRIOS) DE L IC IT A Ç Ã O - LEI N° 1 2 . 4 6 2 / 2 0 1 1 (REGIME D IFERENCIADO DE C O N T R A T A Ç Õ E S PÚBLICAS - RDC)

TIPO DESCRIÇÃO

M enor preço ou maior desconto

(art . 19)

Tipo de l ic i ta ç ã o que c o n s id e ra rá o m e n o r d is pênd io para a A d m in is t r a ­ção Púb l ica , a te n d ido s os p a râ m e tro s m ín im os de qua l id a d e de f in idos no in s t ru m e n to c o n v o c a tó r io . 0 l ic i tan te v e n c e d o r será o que a p re s e n ta r a p ropos ta com o m e n o r p reço ou m a io r d e s co n to , den tre os l ic i tan tes c o n s id e ra d o s hab i l i tados.

Técnica e preço(art. 20)

Tipo de l ic i ta çã o a do tado para c o n t ra ta ç ã o de se rv iç o s de na tu reza in te ­lec tua l , con s is t in d o num co te jo entre p re ço e té c n ic a . No ju lg a m e n to pela m e lho r c o m b in a ç ã o de té c n ic a e p reço se rão ava l iadas e p o n d e rad a s as p ropos tas t é c n ic a s e de p re ço a p re s e n ta d a s pe los l ic i tan tes , m ed ian te a u t i l ização de p a râ m e tro s o b je t ivos o b r ig a to r ia m e n te inse r idos no in s t ru ­m en to c o n v o c a tó r io .

Melhor técnica ou conteúdo

artístico( a r t 21)

Tipo de l ic i ta çã o que c o n s id e ra rá e x c lu s iv a m e n te as p ropos tas t é c n ic a s ou a r t ís t icas ap rese n ta d a s pe los l ic i tan tes com base em c r i té r ios ob je t ivos p re v ia m e n te e s ta b e le c id o s no in s t ru m e n to c o n v o c a tó r io , no qua l será de f in ido o p rêm io ou a re m u n e ra ç ã o que será a tr ibu ída aos v e n ce d o re s . A g re g a as p e c to s p re se n te s na m od a l id a d e c o n c u rs o e no t ip o m e lh o r té c n ic a da Lei n ^ 8.666/1993.

Maior oferta

de preço(art . 22)

Tipo de l ic i ta ç ã o ado tado no caso de c o n tra to s que resu l tem em rece i ta para a A d m in is t ra ç ã o Públ ica .

Maior retorno econômico

(art. 23)

Tipo de l ic i ta ç ã o a do tado e x c lu s iv a m e n te para a c e le b ra ç ã o de c o n t r a ­tos de e f ic iê n c ia , que te rã o por ob je to a p re s ta ç ã o de s e rv iç os , os qua is p o d e rão in c lu i r a rea l ização de o b ras e o fo rn e c im e n to de bens, com o ob je t ivo de p ro p o rc io n a r ec o n o m ia à A d m in is t ra ç ã o n a fo r m a de re d u çã o de desp e sa s c o r re n te s , s endo o c o n t ra ta d o re m u n e ra d o com base em p e rc e n tu a l da e c o n o m ia ge rada .

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2010 - TRE-AL - Analista Judiciário) De acordo com a Lei n* 8 .666/1993, constituem

tipos de licitação, EXCETO na modalidade concurso, dentre outros:a) e m pre i ta da po r preço gLobaL e e m pre i ta da in teg ra l .b) m e n o r preço e técn ica e preço.c) conv ite e to m ad a de preços.d) execução d i re ta e execução ind ire ta .e) m e n o r preço e ta refa .

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2. (FCC - 2010 - TRE-AM - Técnico Judiciário) Dentre os tipos de licitação, incluem -se:a] concorrênc ia , convite e to m a d a de preços.b] e m p r e i ta d a por preço g lobal , e m p r e i ta d a por preço unitár io e tare fa .c] m e n o r preço, convite e tarefa .d] m e lh o r técnica , m e n o r preço e técnica e preço.e] pregão, leilão e concurso.

3. (Esaf - 2006 - ANEEL - Analista) De acordo com o estabelecido pela Lei n2 8 .666/1993, e utilizando as letras “M” para modalidade de licitação e "T” para tipo de licitação, assinale a opção que indica a correta classificação dos seguintes termos:1 - Convite2 - Técnica e Preço3 - Melhor TécnicaU -Tomada de Preços5 - Concorrência6 - Menor Preçoa] 1 -M 2 - T 3 - T 4 - M 5 -M 6 -Tb] 1 - T 2 - T 3 - T 4 - M 5 -M 6 -Mc] 1 -M 2 -M 3 - M 4 - T 5 -T 6 -Td] 1 -T 2 -M 3 - T 4 - M 5 -T 6 -Me] 1 -T 2 -M 3 - M 4 -T 5 -T 6 -M

4. (Cespe - 2008 - TJ/CE - Técnico Judiciário) Tipo de licitação é o critério de ju lgam ento u tili­zado pela adm inistração para seleção da proposta mais vantajosa, enquanto modalidade de licitação é procedimento e, portanto, ambos não se confundem.( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (Cespe - 2007 - TCU - Analista de Controle Externo) O critério de ju lgam ento aplicável a uma licitação vincula-se ao tipo de licitação. Os tipos de licitação aplicáveis a todas as modalidades de licitação são os de m enor preço, m elhor técnica, técnica e preço e m aior lance ou oferta:( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (DENSM - 2009 - MARINHA DO BRASIL - Quadro de Oficiais) Segundo Sidney Bittencourt(Curso Básico de Licitação) em relação aos tipos de licitação, assinale a opção correta:a] ex is tem qua t ro t ipos de l ic itação que podem s e r ado tados em q u a is q u e r m o da l id ad es , com

exceção do convite e do pregão.b] m a io r lance ou ofer ta é ap l icáve l tão s o m e n te para a l ienação de bens ou na concessão de

d i re i to rea l de uso.c] m e lh o r técn ica é ut i l izada para serv iços de na tureza in te lec tua l , c ons is t in do num cote jo

en tre preço, técn ica , qua l idade , re n d im e n to e prazo.d] técn ica e preço é um tipo de l ic itação cujo preço n o m in a l é fa to r d e te rm in a n te .e] m e n o r preço é o t ip o adotado, exc lus ivamente , para serviços de natureza p re d o m in an tem en te

in te lec tua l .

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7. (FCC - 2008 - TRF- 5* Reg. - Analista Judiciário) Para ju lgam ento e classificação das propostas no pregão, será adotado o critério de:a) m e lh o r qua l ida de do produ to ou serv içob) m e n o r prazo de en tregac) m e lh o r técn icad) técn ica e preçoe) m e n o r preço

8. (Cespe - 2008 - STJ - Técnico Administrativo) Menor preço e m elhor técnica são modalidades de licitação.( ] CERTO ( ] ERRADO

9. (FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista) De acordo com a legislação federal e estadual aplicável, as licitações para o Sistema de Registro de Preços serão realizadas na m odalidade:a) pregão, exc lus ivam ente .b) na m o d a l id ad e pregão ou conco rrê nc ia e pelo tipo m e n o r preço.c) conco rrê nc ia , exc lus ivam e n te , e pelo tipo m e n o r preço.d) p regão e pelo tipo m e n o r preço ou na m o d a l id ad e conco rrê nc ia e pe lo tipo técn ica e preço.e) conv ite e pe lo tipo m e n o r preço.

10. (FCC - 2009 - TRE/PI - Técnico Administrativo) São tipos de licitação, além de outros:a) m e lh o r preço, conco rrê nc ia e convite .b) convite , to m ad a de preços e c oncorrênc ia .c) to m ad a de preços, técn ica e preço e m e lh o r preço.d) m e lh o r preço, m e lh o r técn ica e técn ica e preço.e) m e lh o r preço, técn ica e preço e to m ad a de preços.

11. (CESGRANRIO - 2006 - EPE - Técnico de Nível Superior) O critério estabelecido no edital de convocação de um processo licitatório foi o de seleção da proposta mais vantajosa para a ad­ministração. Essa condição foi explicitada nos contratos, por meio de cláusulas que definem os direitos e obrigações das partes. Cabe ao adm inistrador público conhecer os critérios e form as pelas quais o serviço foi contratado. Neste caso, a modalidade de licitação é do tipo:a) m e lh o r técn ica ;b) m e lh o r técn ica e m e n o r preço ;c) m e n o r preço ;d) m e n o r lance;e) técn ica e preço.

12. (UNIRIO - 2009 - UNIRIO - Administrador) O tipo de licitação de m aior lance ou oferta, previsto na Lei n* 8 .666/1993, ocorre na:a) aqu is iç ão de bens e serv iços de in fo rm á t ica .b) c o ns t ruç ão de ob ras públ icas.c) aqu is iç ão de m a te r ia l p e rm a n e n te .d) concessão de d i re ito rea l de uso.e) con t ra ta ção de serv iços técn icos espec ia l izados .

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C a p í t u l o 9

Instrumentos Convocatórios do Licitação

Gomo leciona Hely Lopes Meirelles, o instrum ento convocatório deve ser con­siderado como a lei interna da licitação. Consoante anteriorm ente m encionado, o Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório (ou Vinculação ao Edital) de­termina, como o próprio nome sugere, a total vinculação de todos os envolvidos a ele.

Lei ne 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 41 . A Administração não pode descum prir as normas e condições do edita l , ao qual se acha es t r i ta m e n te v inculada.

E no instrum ento convocatório que estão enum erados todos os procedimentos, normas e critérios aplicáveis à licitação.

Através dele é que a Administração convoca os potenciais interessados para a apresentação de propostas que visam à futura contratação do objeto pretendido.

A Lei n- 8.666/1993 apresenta, em diversos dispositivos, duas formas de ins­trum ento convocatório: edital e convite (que, em função de ser encaminhado aos convidados através de ofício/carta, é também conhecido como carta-convite).

O dispositivo que mais retrata essa formulação é o art. 38, inc. I:

Lei n5 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 38 . 0 p roced im ento da licitação será iniciado com a abertura de processo adm inistrativo, d e v id a m e n te autuado, protocolado e num erado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados o p o rtu n a m e n te :I - edita l ou convite e respectivos anexos, quand o for o caso;

9 .1 . Edital de LicitaçãoO edital é o instrum ento adotado pela Administração para levar ao conheci­

mento público a licitação em quaisquer das modalidades, com exceção do convite.Assim, o instrum ento convocatório da licitação será sempre o edital para con­

corrência, tomada de preços, concurso, leilão e pregão.

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Encontra-se na doutrina informações no sentido de que não se haveria de usar um edital para a modalidade leilão. No entanto, o § 4- do art. 53 da Lei n- 8.666/1993 é taxativo nesse aspecto:

Art. 53 § 4 - 0 edita l de leilão deve ser a m p la m e n t e divulgado, p r inc ipa lm en te no m unicípio e m que se realizará.

Além de estabelecer todas as regras e condições da competição, é através dele que a Administração convoca os interessados para apresentação de propostas ou trabalhos (estes últimos, no caso de concurso).

Gomo frisado, o edital é considerado lei interna da licitação, motivo pelo qual o adm inistrador público não poderá exigir dos licitantes nada a mais ou a menos do que ele estabeleça, não sendo permitido que contenha cláusulas, itens ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do certame ou que estabeleçam preferências ou distinções desatreladas do objeto almejado, sob pena de nulidade.

O art. 40 da Lei n- 8.666/1993 prescreve os requisitos essenciais referentes ao edital:

Art. 40 . 0 edita l conterá no p reâm bulo o n ú m ero de o rdem e m série anual,0 n o m e da repartição in teressada e de seu setor, a m o d a l id ad e , o reg im e de execução e o tipo da licitação, a m en ção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para receb im ento da docu m en tação e proposta, b em como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obr iga tor iam ente , o seguinte:1 - ob je to da licitação, e m descrição sucinta e clara;II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;III - sanções para o caso de in ad im p le m e n to ;IV - local onde poderá ser e x a m in a d o e adquirido o projeto básico;V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edita l de licitação e o local onde possa ser e x a m in a d o e adquirido;VI - condições para part ic ipação na licitação, e m conform idad e com os arts. 2 7 a 31 desta Lei, e fo rm a de apresentação das propostas;VII - critério para ju lg a m e n to , com disposições claras e parâm etros objetivos;VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância e m que serão fornecidos e le m e n to s , in form ações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para a te n d im e n to das obrigações necessárias ao cu m p rim e n to de seu objeto;

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IX - condições equiva lentes de p a g a m e n to entre em presas brasileiras e es­trangeiras, no caso de licitações internacionais;X - o critério de aceitab i l idade dos preços unitário e global, conform e o caso, perm it ida a fixação de preços m áxim os e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação e m relação a preços de referência , ressalvado o disposto nos parágrafos 1e e do art. 48;XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efe tiva do custo de produção, ad m it id a a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do o rçam ento a que essa proposta se referir, até a data do a d im p le m e n to de cada parcela;XII - (Ve tado) .XIII - l imites para p a g a m e n to de instalação e m obil ização para execução de obras ou serviços que serão o b r ig a to r ia m e n te previstos e m separado das dem ais parcelas, e tapas ou tarefas;XIV - condições de p a g am en to , prevendo:a) prazo de p a g a m e n to não superior a trinta dias, contado a part ir da data f inal do período de a d im p le m e n to de cada parcela;b) c ronogram a de desem bolso m á x im o por período, e m conform idad e com a disponib il idade de recursos financeiros;c) critério de atualização f inanceira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de a d im p le m e n to de cada parcela a té a data do e fe tivo p a g am en to ;d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagam entos;e ) exigência de seguros, quando for o caso;XV - instruções e norm as para os recursos previstos nesta Lei;XVI - condições de receb im ento do ob jeto da licitação;XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

9 .2 . Convite (ou Carta-Convite)1O convite nada mais é do que um edital simplificado, que é produzido e divul­

gado de forma mais tênue, só admitido em licitações de valor reduzido.Há uma tendência natural de se denom inar o instrum ento convocatório da

modalidade convite de “carta-convite”, haja vista que a Administração utiliza o ofício (carta) para convidar os possíveis licitantes.

Este instrum ento convocatório, obviamente, só é adotado para as licitações na modalidade de mesmo nom e (convite).

1 Para mais aprofundam ento sobre o convite, vide o nosso “O convite, um ilustre desconhecido”, em h ttp ://w w w . conlicitacao.com .br/oquee/artigos/convite/sidney_bittencourt_2006_02_03.01 .php

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Lei n2 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 23 . As m odalidades de licitação a que se re ferem os incisos I a III do artigo anterior serão d e te rm in ad as e m função dos seguintes limites, tendo e m vista o valor es t im ado da contratação:I - para obras e serviços de engenh aria : a) convite - até R$ 1 5 0 .0 0 0 ,0 0 (cento e c inqüenta mil reais);II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 8 0 .0 0 0 ,0 0 (o itenta mil reais)

Relem bra-se que, de acordo com o disposto no § 3- do art. 22 da Lei n- 8.666/1993, o convite é a m odalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em núm ero mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrum ento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na corres­pondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- 0 instrumento convocatório que não observe os requisitos previstos na lei é passível

de anulação de ofício (pela própria Administração Pública) ou por intermédio do Poder Judiciário, quando provocado.

- Às vezes, após a divulgação da licitação, pode surgir a necessidade de modificações no instrumento convocatório. Estas modificações poderão ocorrer: (a) por iniciativa da pró­pria Administração; (b) através de provocação dos licitantes, por intermédio de impug­nação ao instrumento convocatório; ou (c) quando das solicitações de esclarecimentos por parte dos licitantes que determinem que a Administração entenda da necessidade de modificá-lo.

Nesses casos, ou seja, quando houver mudança no edital/convite, o procedimento ditado pela lei é a republicação do ato convocatório da licitação, com a reabertura do prazo de entrega dos envelopes — documentação e proposta, com exceção das situações em que, inquestionavelmente, a alteração não afete a formulação das propostas.

Lei n5 8.666/1993 - Art. 21 - § 49 Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

9 .3 . Aprovação Jurídica das Minutas de EditaisAs m inutas dos editais de licitação e dos acordos (contratos ou docum entos

que o substituam e convênios) devem obrigatoriam ente sofrer prévio exame e aprovação da assessoria juríd ica da Administração, ou seja, pelo setor jurídico da própria entidade ou órgão que tenha instaurado a licitação ou que venha a formalizar o acordo.

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É o que prevê o parágrafo único do art. 38 da Lei n- 8.666/1993:

Parágrafo único. As m inutas de editais de licitação, b em como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes de v e m ser p rev iam en te exam inadas e aprovadas por assessoria jurídica da A dministração

A aprovação jurídica constitui, por conseguinte, requisito essencial para a vali­dade jurídica do docum ento.

Ocorre relem brar que a Lei n- 8.666/1993 não obriga expressamente a apro­vação das minutas de convites. Tal fato não im pede que norm as internas assim determinem .

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Apesar da legislação não determinar qualquer apreciação e aprovação do convite pela assesso­ria jurídica (a lei menciona apenas minutas de editais, contratos, acordos, convênios ou ajus­tes), há ainda defensores minoritários dessa tese. 0 Tribunal de Contas da União, avaliando a questão, posicionou-se no sentido de que a lei não exige análise jurídica prévia de convites. TCU-Acórdão 595/2001 - Segunda Câmara - Quis o legislador, a nosso ver, proporcionar maior simplicidade de procedimentos a modalidade de convite com vistas à agilização do processo. A dispensa de publicação do convite é um exemplo dessa disposição em não tornar o processo lento e oneroso, vindo de encontro à tese da necessidade de apreciação previa do convite pela área jurídica da unidade promotora do certame. Entendemos, por­tanto, que o parágrafo único do art. 38 da Lei n°- 8.666/1993 (...) não é aplicável ao caso de convite (...) Por outro lado, há que se tornar uniforme a jurisprudência desta Corte de Contas, seguindo diversas decisões pretéritas desta Casa que mostram que o parágrafo único do art. 38 da Lei n°- 8.666/1993 não se aplica a convites (Decisão 66/2000 Primeira Câmara; Decisão 75/2000 Plenário; Decisão 529/1998 Plenário; Decisão 653/1996 Plená­rio; Decisão 678/1995 Plenário).

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2008 - PGE/PB - Procurador) O edital é o meio pelo qual a Administração torna

pública a realização de uma licitação. A modalidade de licitação que não utiliza o edital como meio de tornar pública a licitação é o(a):a] c oncorrênc ia .b] le i lão.c] to m ad a de preços.d] conv ite .e] concurso .

2. (Cespe - 2008 - DFTRANS/DF - Analista de Transportes Urbanos) Edital é o instrum ento pelo qual a adm inistração torna pública a realização de uma licitação. A m odalidade convite é a única que não utiliza o edital para tornar pública a licitação.( ) CERTO ( ) ERRADO

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3. (Cespe - 2008 - STF - Analista Administrativo) A única modalidade de licitação para a qual não se exige edital é o convite.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 10

Publicação Resumido do Instrumento Convocatório da Licitação

A convocação de interessados para participar de licitações promovidas pela Administração se dá, obrigatoriamente, por interm édio da publicação na imprensa oficial e em jo rnal diário de grande circulação (com exceção do convite).

Essa divulgação ocorre através da publicação de um aviso, ou seja, um pequeno resumo que conterá as informações necessárias acerca do certame licitatório.

Consoante o prescrito no art. 21 da Lei n- 8.666/1993, os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez em diário oficial e jornais, conforme se discriminará mais a frente.

O parágrafo 1- deste art. 21 informa que o aviso publicado deverá conter a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

A publicação dos avisos sofre variações em função da modalidade e do valor estimado das contratações.

10 .1 . Publicação do ConviteAlém do envio do convite a, no mínimo, três pretendentes interessados (através

da denom inada carta-convite), a publicidade do convite far-se-á, obrigatoriamente, através da afixação de cópia do instrum ento convocatório em quadro apropriado, de livre e fácil acesso.

Essa divulgação tem por meta perm itir que outros interessados, devidamente cadastrados, manifestem interesse em participar da competição (a manifestação deve ser procedida com antecedência de até 24 horas antes da data estabelecida para a apresentação das propostas).

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Lei n5 8 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 22 - § 3^ Convite é a m o d a l id a d e de licitação entre in teressados do ram o pert inen te ao seu objeto , cadastrados ou não, escolhidos e convidados e m nú m ero m ín im o de 3 (três) pela un idade adm inistra tiva , a qual afixará, e m local apropriado, cópia do in s trum ento convocatório e o estenderá aos dem ais cadastrados na correspondente especial idade que m a ­nifes tarem seu interesse com an tecedência de até 2 4 (v in te e quatro) horas da apresentação das propostas.

1 0 .2 . Publicação dos Avisos de Concorrência, Tomada de Preços, Concurso e Leilão

A Publicação dos Avisos de Concorrência, Tomada de Preços, Concurso e Leilãodeverão ocorrer por interm édio de divulgação, como a seguir:a) No Diário Oficial da União, quando for licitação instaurada por órgão ou enti­

dade da Administração Pública Federal ou quando se tratar de obra financiada, ainda que parcialmente, com recursos federais ou garantidas por instituições federais.

b) No Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal, quando se tratar de licita­ção instaurada por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal, respectivamente.

c) Em jornal diário de grande circulação do Estado e, ainda, quando existir, em jornal de circulação restrita no Município ou na região onde o objeto da lici­tação será executado.

d) Por qualquer outro meio de divulgação julgado conveniente, visando a amplia­ção da competitividade.

Lei n5 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 21 . Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tom ad as de preços, dos concursos e dos leilões, em b o ra realizados no local da repartição in teressada, deverão ser publicados com antecedênc ia , no m ín im o , por u m a vez:I - no Diário Oficial da União, quand o se tra tar de licitação fe ita por órgão ou en t id a d e da Adm inistração Pública Federal e, a inda, quando se tratar de obras f inanciadas parcial ou to ta lm e n te com recursos federais ou garantidas por instituições federais;II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respec­t iv a m e n te , de licitação feita por órgão ou en t id a d e da Adm inistração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;III - e m jornal diário de grande circulação no Estado e t a m b é m , se houver, e m jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra,

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prestado o serviço, fornecido, a l ienado ou a lugado o b em , poden do ainda a Administração, conform e o vulto da licitação, util izar-se de outros m eios de divulgação para am p lia r a área de com petição.

10 .3 . Publicação do Aviso de PregãoA Publicação dos Avisos de Pregão deverá ocorrer por intermédio de divulgação,

como a seguir:

1 0 .3 .1 . Pregão na Forma Presenciala) Para bens e serviços de valores estimados em até R$ 160.000,00 (cento e sessenta

mil reais): na Imprensa Oficial e em meio eletrônico (Internet).b) Para bens e serviços de valores estimados acima de R$ 160.000,00 (cento e sessen­

ta mil reais) até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): na Imprensa Oficial; em meio eletrônico (Internet) e em jornal de grande circulação local.

c) Para bens e serviços de valores estimados superiores a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): na Imprensa Oficial; em meio eletrônico (internet) e em jornal de grande circulação regional ou nacional.

1 0 .3 .2 . Pregão na Forma Eletrônicaa) Para bens e serviços comuns de valores estimados em até R$ 650.000,00 (seiscen­

tos e cinqüenta mil reais): na Imprensa Oficial e em meio eletrônico (In ternet).b) Para bens e serviços de valores estimados acima de R$ 650.000,00 (seiscentos

e cinqüenta mil reais) até R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais): na Imprensa Oficial; em meio eletrônico (Internet) e em jornal de grande circulação local.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A publicação de aviso do pregão eletrônico poderá ser realizada em sites oficiais da Admi­nistração Pública, na Internet, desde que possuam certificação digital expedida por autori­dade certificadora credenciada no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

10 .4 . Prazos de divulgação das licitaçõesOs prazos legais estabelecidos para a divulgação das licitações foram previstos em

função da necessidade dos que desejarem a atender ao objeto pretendido tenham tempo suficiente para elaboração de suas propostas.

Nesse passo, o § 2- do art. 21 da Lei n- 8.666/1993 dispôs que este prazo mínimo se estabelecerá até o recebimento das propostas ou da realização do evento.

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Os prazos de divulgação das licitações estão atrelados às modalidades que ve­nham a ser adotadas e serão, como preveem os incisos do art. 21, de, no mínimo:a) na concorrência: 1

- 45 dias: quando a licitação for do tipo m elhor técnica ou técnica e preço, ou o regime de execução do objeto for em preitada integral;2 e

- 30 dias: para os demais casos;b) na tomada de preços:

- 30 dias: no caso de licitação do tipo m elhor técnica ou técnica e preço; e- 15 dias: para os demais casos;

c) no convite:- 5 dias úteis: em qualquer caso;

d) no pregão (na forma presencial ou eletrônica):- 8 dias úteis.

Os prazos de divulgação das modalidades de licitação são contados da data da última publicação do aviso que contenha o resumo dos editais ou da expedição do convite. Entretanto, caso o instrum ento convocatório e seus anexos não este­jam disponíveis na data prevista na divulgação, prevalecerá a data da sua efetiva disponibilidade.

Art. 21 — § 3 - Os prazos estabelecidos no parágrafo anter ior serão contados a partir da ú l t im a publicação do edita l resum ido ou da expedição do convite, ou ainda da efe tiva disponibil idade do edita l ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

Gomo já frisado, modificações no edital exigem divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas (§ 4- do art. 21 da Lei n- 8.666/1993).

Conforme lições de Hely Lopes Meirelles:As indicações do ed i ta l e seus a n exo s (p ro je to s , p lan tas , d es e n h o s , es p e c i­f icações técnicas, p lan i lhas , o r g a n o g r a m a s ) c o n s u b s ta n c ia m a v o n t a d e da A d m in is tra ç ã o sobre a obra , a c o m p ra , a a l ie n a ç ã o ou o serviço d e s e ja d o pelo P o d er Público e o r ie n ta m os in te ressados no p rep aro das p ropostas .

1 T C E /M G — C ontrato n2 450851 — Rei. Cons. M oura e Castro, j. em 0 5 /1 2 /2 0 0 6 — Contrato. O brigatoriedade do prazo m ínimo na concorrência. A Lei de Licitações no § 2°, “b ”, do art. 21 impõe o prazo m ínimo para o tipo de certame em comento, assegurando desse modo que haja participação de todos os eventuais interessados mediante ampla divulgação, perm itindo-lhes que avaliem ser oportuno ou não tom ar parte do certame, não facultando à Administração adotar prazos diferentes e garantindo, assim, a eficácia dos procedimentos.2 Nota: Regimes de Execução são m aneiras que a Lei n2 8.666/1993 especifica para a execução de obras ou serviços de engenharia. Tal m atéria está sendo tratada de forma apartada neste trabalho.

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Por isso m e s m o , não p o d e m ser a lte rad as e m pontos essencia is no curso do prazo e s ta b e le c id o , salvo se reabr ir esse prazo e se d e r a m e s m a d iv u lg a ­ção do te x to an ter io r , para prop ic iar iguais o p o r tu n id a d e s aos c a n d id a to s .3

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 legislador fixou um prazo mínimo de publicidade para a divulgação dos editais. A Ad­ministração poderá, portanto, amplia-los, pois se o prazo fixado revelar-se inadequado e insuficiente, poderá ser objeto de questionamento por parte dos interessados, tanto pela via administrativa quanto judicial. Sobre o assunto, alerta Renato Geraldo Mendes que não bastará a simples alegação, pois será necessário demonstrar que o prazo total fixado não permite a apresentação de proposta séria e firme, em face da complexidade que envolve o encargo ou mesmo a obtenção dos documentos solicitados.4

1 0 .4 .1 . Contagem de prazos de divulgação das licitaçõesOs prazos são contados consecutivamente, quando não houver indicação no

instrum ento convocatório que será em dias úteis.Considera-se dia útil, para efeito de licitação, aquele em que há expediente no

órgão ou entidade licitadora.Só se iniciam e vencem prazos em dia de expediente, no órgão ou entidade

prom otora da licitação.Na contagem dos prazos, exclui-se o primeiro dia de divulgação e inclui-se o último. N enhum prazo se inicia ou transcorre sem que os docum entos da licitação

estejam disponíveis aos interessados para vista, solicitação de cópia, anotações ou obtenção de informações.

As assertivas descritas defluem do contido no art.110 e seu parágrafo único da Lei n- 8.666/1993:

Art. 110 - Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o d i a d o início e incluir-se-á o do venc im ento , e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for e xp l ic i tam en te disposto e m contrário.Parágrafo único. Só se in iciam e v en cem os prazos referidos neste art igo e m dia de e x p e d ie n te no órgão ou na en t idad e .

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que o contive (carta-convite) e o pregão têm prazos de divulgação contados em dias úteis. Nas demais modalidades licitatórias, os prazos de divulgação são contados em dias corridos.

3 M EIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 167.4 M ENDES, Renato Geraldo. Lei de Licitações e Contratos Anotada. 7. ed. Ed. Zênite.

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FGV - 2009 - MEC - Documentador) O edital de licitação, na modalidade concorrência, feito

por órgão ou entidade da Administração Pública federal deve ser publicado, nos term os da Lei Federal n2 8666/1993, obrigatoriam ente:a) no Diá r io OficiaL do Estado.b) no Diá r io OficiaL da União, som e n te .c) no Diá r io OficiaL do Estado e no D iár io Ofic ia l da União.d) no Diá r io OficiaL da União e em jo rn a l d iá r io de g rande c i rcu lação no Estado.e) no D iá r io OficiaL do Estado ou no D iár io OficiaL da União e em jo rn a l d iá r io de g rande c i r c u ­

lação no Estado.

2. (FUNRIO - 2009 - MPOG - Agente Administrativo) O D iretor de Administração de uma A utar­quia Federal, localizada no Rio de Janeiro, pretende a lienar, através de leilão, veículos de propriedade da Autarquia. No tocante a necessidade e as exigências relativas à publicação do edital em Diário Oficial é CORRETO afirm ar:a) s o m e n te no D iá r io Ofic ia l da União.b) s o m e n te em jo r n a l d iá r io de grande c i rcu lação no Estado e ta m b é m , se houver, em jo rn a l

de c i rcu lação no Munic íp io .c) a publ icação do ed ita l é d ispensada, devendo o ed ita l s e r af ixado em todos os Órgãos Públicos

Federa is ex is ten tes no Mun ic íp io .d) no D iár io Ofic ia l da União e em jo rn a l d iá r io de g rande c i rcu lação no Estado e ta m b é m , se

houver, em jo r n a l de c i rcu lação no Munic íp io .e) nos D iá r ios Ofic ia is da União e do Estado do Rio de Jane iro .

3. (FCC - 2007 - TRF 2*- - Analista Judiciário) Tendo a Administração Pública escolhido a m odali­dade pregão com o fim de adquirir produtos, o prazo, contado a partir da publicação do aviso, a ser fixado para a apresentação das propostas:a) será de qu inze dias co r r id os .b) será de c inco dias co r r id os .c) não será in fe r io r a doze dias úteis.d) não será in fe r io r a dez dias úte is .e) não será in fe r io r a oi to dias úteis.

U. (FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Técnico de Processos Organizacionais) Os avisos contendo os resumos dos editais nas diversas modalidades de licitação previstas na Lei n2 8 .666/1993, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez, observando-se que o prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de:a) v in te dias úte is para le ilão, em se t ra ta n d o de bens móve is e qu are n ta e c inco dias úte is em

se t ra ta n d o de bens imóveis .b) t r in ta dias úteis para c oncu rso quando fo r do tipo " m e lh o r técn ica " ou " técn ica e p re ç o ” .c) doze dias co r r id o s para convite no caso de bens p e rm a n e n te s e dez para bens de consum o .d) qu inze dias para a conco rrê nc ia , quando o c on t ra to a s e r ce leb rado c o n te m p la r o reg im e

de e m pre i ta da in teg ra l .e) t r in ta dias para to m ad a de preços, quando a l ic itação fo r do tipo " m e lh o r técn ica " ou " técn ica

e p re ç o ” .

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e l s e v ie r Capítulo 10 I P u b l i c a ç ã o R e s umi da do I ns t r u me n t o Con v o c a t ó r i o da L i c i ta ç ã o S é r i e P r o v a s e C o n c u r s o s

5. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da Informação) Para modalidade de licitação concurso, o prazo m ínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento, con­tado a partir da últim a publicação do edital resumido ou da efetiva disponibilidade do edital e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde, será de:a) 1 5 dias.b) 30 dias.c) 35 dias.d) 40 dias.e) 45 dias.

6. (CESGRANRIO - 2010 - EPE - Analista de Gestão Corporativa) Uma em presa pública federal irá rea lizar pregão eletrônico para contratar serviços de valor estimado de R$ 500.000,00, sem que o certam e se destine ao sistema de registro de preços.De acordo com as normas de regência do pregão eletrônico, essa empresa deverá iniciar a fase externa da licitação com a convocação dos interessados por meio de publicação de aviso no(s) seguinte(s) meio(s) de divulgação:a) D iá r io OficiaL do es tado de sua sede e jo rn a l de c i rcu lação local.b) ed i ta l af ixado ao púb l ico no órgão l ic i tan te e m e io e le trôn ico , na In te rne t .c) D iá r io Ofic ia l da União e m e io e le trôn ico , na In te rne t .d) j o r n a l de g rande c i rcu lação reg ion a l e m e io e le trôn ico , na In te rne t .e) j o r n a l de g rande c i rcu lação nac iona l, apenas.

7. (Cespe - 2010 - DPU - Analista Administrativo) Assinale a opção correta com relação ao pregão.a) 0 prazo para a ap resen tação das propostas não será in fe r io r a oi to dias úteis contados da

pub l icação do aviso.b) Poderá haver apenas dois lances po r c o m p e t id o r no c u rso da sessão.c) A fase de hab i l i tação ocor re a n te r io rm e n te ao ju lg a m e n to da proposta .d) É ob r ig a tó r ia a ex igênc ia de ga ran t ia de proposta .e) Se o l ic i tan te venced o r d e s a te n d e r às ex ig ênc ia s h a b i l i ta tó r ias , novo pregão deverá s e r

rea lizado.

8. (Cespe - 2011 - STM - Analista Judiciário) Caso seja fe ita qualquer m odificação no ed i­ta l, deve-se d ivulgar a m odificação, da m esm a form a que foi divulgado o texto orig inal, e re a b rir-s e o prazo in ic ia lm ente estabelecido, exceto quando, inquestionavelm ente, a a lteração não a fe ta r a form ulação das propostas.( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (FCC - 2003 - TRF 5* - Analista) O prazo que deverá m ediar a publicação de aviso de edital de concorrência para compra, em que usado o critério de ju lgam ento de m enor preço, e a data do recebimento das propostas deverá ser, no mínimo, de:a) 5 (cinco) dias.b) 10 (dez) dias.c) 1 5 (quinze) dias.d) 30 ( tr in ta ) dias.e) 45 (quarenta e cinco) dias,

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C a p í t u l o 11

Impugnação

Impugnação é ato de oposição, de contestação, de refutação, de contradição, de repulsa, comum no âmbito do Direito. E o conjunto de argum entos com que se im pugna alguma ideia.

Nesse viés, no âmbito das licitações, a impugnação é ato ou ação de alguém (pretenso licitante ou não), sempre que não concorda com algo que a Administração fez constar no instrum ento convocatório.

A impugnação ao instrum ento convocatório (em conjunto com o recurso admi­nistrativo e a representação aos tribunais de contas) constitui importante instrumento de controle previsto na esfera das licitações públicas.

11 .1 . Impugnação do Edital ou do Convite (carta-convite)O edital considerado viciado, isto é, contendo ilegalidade, poderá ser impugnado

por um licitante ou por qualquer cidadão.O cidadão poderá im pugnar o instrum ento convocatório, desde que o faça no

prazo de até cinco dias úteis anteriores à data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, sendo-lhe assegurada a resposta da Administração em até três dias úteis.

Lei 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art . 41 - § 1* Qualquer cidadão é parte leg ít im a para im ­pugnar edita l de licitação por ir regularidade na aplicação desta Lei, deven d o protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data f ixada para a abertura dos envelopes de habili tação, deven d o a A dm inistração ju lgar e responder à im pug nação e m até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 15 do art . 113 .

O licitante, por sua vez, somente poderá apresentar a impugnação até o segundo dia útil que precede a data estabelecida para a sessão de abertura dos envelopes de habilitação (nas modalidades de licitação em que a lei permite essa fase, notadamente nas concorrências) ou envelopes de propostas (nas modalidades de licitação em que não existe a fase de habilitação).

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Perderá o direito à impugnação o licitante que, tendo aceitado o instrum ento convocatório sem objeção, venha a apontar, após a abertura do envelope de habili­tação, falhas ou incorreções que, teoricamente, o estejam viciando.

Lei n5 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 41 - § 2e Decairá do direito de im pugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer atéo segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habi li tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas e m convite, tom ad a de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

O licitante-impugnante não poderá ser impedido, em função de ter impugnado os termos do instrum ento convocatório, de continuar no certame.

Dessa forma, mesmo tendo impugnado o instrum ento convocatório, tenha ou não havido resposta por parte da Administração, continuará o licitante-impugnante no certame norm alm ente.

Lei n5 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 - Art. 41 - § 32 A im pug nação feita te m p e s t iv a m e n te pelo licitante não o im pedirá de partic ipar do processo licitatório até o trânsito em ju lgado da decisão a ela p ert inen te .

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A impugnação interposta pelo licitante não tem efeito de recurso administrativo.

11 .2 . Impugnação do Edital de PregãoAté dois dias úteis antes da data estabelecida para recebim ento das propostas,

qualquer pessoa, cidadão ou licitante, poderá im pugnar o edital, podendo, caso não queira im pugnar de imediato, solicitar esclarecimentos e /o u providências.

Tal regram ento não consta na Lei n- 10.520/2002, que instituiu o pregão, mas sim no Regulamento da modalidade aprovado pelo Decreto federal n- 3.555/2000, com repetição no Decreto federal regulam entar do pregão eletrônico (5.540/2005)

R egulam ento aprovado pelo Decreto n5 3 . 5 5 5 / 2 0 0 0 - A r t . 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para recebim ento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou im pugnar o ato convocatório do pregão. Decreto n5 5 . 5 4 0 / 2 0 0 5 - Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública, qua lquer pessoa poderá im p u g n ar o ato convoca­tório do pregão, na form a ele trônica.

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Registre-se que as regras regulam entares do pregão trazem para o âmbito das licitações o pedido de esclarecimentos (e providências, na hipótese de pregão pre­sencial), instituto que não consta expressamente na Lei n- 8.666/1993, em que pese o natural uso por parte dos interessados.1

No caso específico de pedido de esclarecimentos no pregão eletrônico, esse prazo será de até três dias úteis.

Decreto ne 5 . 5 4 0 / 2 0 0 5 - Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório deverão ser enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública, exc lu s ivam ente por m e io e letrônico via in ternet , no endereço indicado no edita l .

A impugnação apresentada deverá ser decidida pelo pregoeiro no prazo de vinte e quatro horas.

O acolhimento da impugnação dem andará a designação de nova data para a realização do certame.

R eg u lam en to aprovado pelo Decreto n^ 3 . 5 5 5 / 2 0 0 0 - A r t . 12 - § 12 Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo de v in te e quatro horas.§ 2 5 Acolhida a petição contra o ato convocatório, será designada nova data para a realização do certam e.Decreto n5 5 . 5 4 0 / 2 0 0 5 - Art. 18 - § 1e Caberá ao pregoeiro, auxil iado pelo setor responsável pela e laboração do edita l , decidir sobre a im pug nação no prazo de até v in te e quatro horas.§ 2 - Acolhida a im pugnação contra o ato convocatório, será defin ida e publicada nova data para realização do ce rtam e.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:As impugnações e pedidos de esclarecimentos por parte dos interessados nos pregões ele­trônicos devem ocorrer por via eletrônica, conforme prevê o art. 19 do Decreto n9 5.450/2005.

Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório deverão ser enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data f i­xada para abertura da sessão pública, exclusivamente por meio eletrônico via internet, no endereço indicado no edital.

1 Em que pese nela constar, no art. 40 (que prevê o que deverá constar obrigatoriamente no instrumento convocatório da licitação), a necessidade de serem indicados os locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação a distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendim ento das obrigações necessárias ao cum primento de seu objeto.Art. 40. O edital (...) indicará; obrigatoriamente, o seguinte: VIII — locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2007 - M PU - Analista Administrativo) A respeito do procedimento licitatório, considere:

I. O pedido de impugnação de edital de licitação deve ser protocolado até 15 dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação.

II. A impugnação feita tem pestivam ente pelo licitante não o im pedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

III. Decairá do direito de im pugnar o edital de licitação o licitante que não o fizer até o quinto dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência.

Está CORRETO o que consta APENAS em:a] I e II.b] I, l i e III.c] II.d] III.e] l i e III.

2. (Esaf - 2005 - MARE - Analista de Planejam ento e Orçamento) Assinale a afirm ativa incorreta sobre a licitação.a) deca irá do d i re i to de im p u g n a r , pe ran te a a d m in is t ra ç ã o , o e d i ta l do p ro c e d im e n to de

c onco rrê nc ia , o l i c i tan te que não o f i ze r até o qu in to dia ú t i l que a n te c e d e r a ab e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.

b) a im pu gna çã o feita te m p e s t iv a m e n te pelo l ic i tan te não o im pe d irá de pa r t ic ip a r do processo l i c i ta tó r io até o t râ n s i to em ju lg a d o da decisão a ela pe r t in en te .

c) q u a lq u e r c idadão e parte leg í t im a para im p u g n a r ed ita l de l ic itação, po r ir re gu la r id ad e legal, devendo p ro to c o la r o pedido até c inco dias úte is an tes da data fixada para a a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.

d) a in ab i l i tação do l i c i tan te im po r ta p re c lusão do seu d i re i to de pa r t ic ip a r das fases s u b s e ­quen tes .

e) a a d m in is t ra ç ã o te m o prazo de ate t rês dias úteis para re s p o n d e r a im pu gna çã o do ed i ta l fe ita po r q u a lq u e r c idadão.

3. (Cespe - 2009 - TRE/MA - Analista) A inobservância das normas e condições previstas em editais de licitação só pode ser questionada até o final do prazo aberto para a apresentação de recursos.( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (FCC - 2010 - SERGIPE GÁS S.A. - Contador) Na licitação na m odalidade concorrência, decairá do direito de im pugnar os term os do edital de licitação perante a adm inistração o licitante que não o fizer até:a) t r in ta dias após a ab e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.b) o p r im e i ro dia ú t i l após a a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.c) o s egundo dia ú t i l que a n te c e d e r a ab e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.d) qu in to dia ú t i l que a n te c e d e r a a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.e) o dé c im o dia ú t i l que an te c e d e r a a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.

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5. (FCC - 2007 - TCE/MG - Atuário) A impugnação do instrum ento convocatório da licitação por qualquer cidadão deve ocorrer até:a) 2 dias antes da data fixada para abe r tu ra dos enve lopes de habi l i tação, sob pena de prec lusão

ad m in is t ra t iva .b) 2 dias úte is an tes da data fixada para a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação, sob pena de

decadência a d m in is t ra t iva .c) 3 dias an tes da data fixada para a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação, sob pena de p re s ­

cr ição a d m in is t ra t iva .d) 5 d ias úte is an tes da data fixada para a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação, sob pena de

p re sc r ição ad m in is t ra t iva .e) 5 dias an tes da data fixada para a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação, sob pena de de ca ­

dência a d m in is t ra t iva .

6. (Cespe - 2009 - TRE/MA - Analista) Qualquer cidadão, mesmo que não tenha nenhuma relação ou interesse com o processo licitatório, pode pedir a impugnação do edital de licitação.( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (Cespe - 2010 - INCA - Assistente) Qualquer cidadão é parte legitim a para im pugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação da referida lei.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (Esaf - 2002 - INSS - Auditor Fiscal da Previdência) No caso de concorrência, decairá do direito de im pugnar os term os do edital de licitação, perante a Administração, o licitante que não o fizer até:a) 0 s egundo dia ú t i l que an te c e d e r a a b e r tu ra dos enve lopes da hab i l i tação.b) 0 dia que an te c e d e r a a b e r tu ra dos enve lopes da hab i l i tação.c) 0 m o m e n to da ab e r tu ra dos enve lopes da hab i l i tação.d) 0 s egundo dia ú t i l que an te c e d e r a data dos enve lopes das propostas.e) 0 dia a n te r io r ao da a b e r tu ra dos enve lopes das propostas.

9. (OAB-MG - 2006 - OAB/MG - Exame de Ordem) Constatando que determ inado edital de lic ita­ção apresenta pontos conflitantes com a disciplina da Lei n2 8 .666/1993, José Américo Brasil protocoliza impugnação do referido ato, 5 dias antes da data aprazada para a abertura dos envelopes de licitação.Sobre a conduta de José Américo é CORRETO afirm ar:a) não te m am p a ro lega l ou c ons t i tuc ion a l , posto que o d i re ito de im pu gna çã o de ed i ta l p re s ­

supõe in te resse de ag ir , sendo priva tivo de l ic itan te .b) tem am paro legal específ ico, segundo o qua l qu a lq u e r c idadão é parte legít ima para im p u g n a r

ed ita l.c) enco n t ra am p a ro apenas na previsão c o n s t i t u c io n a l do d i re ito de pe tição, um a vez que não

há lei p revendo a im pu gna çã o de ed i ta l de l i c itação por c idadão.d) te m am p a ro lega l, m as foi p ro toco l izado in te m p e s t iva m e n te , um a vez que o processo l i c i ­

ta tó r io in ic ia r -s e -á com o ato de re c e b im e n to das propostas dos l i c itan tes .

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10. (CC - 2008 -TCE/RR - Procurador de Contas) Em determ inada licitação, conduzida sob a modalidade de concorrência, foi realizada a sessão de abertura de envelopes de habilitação, tendo um dos participantes sido declarado inabilitado. Posteriorm ente, esse participante ingressou com o recurso adm inistrativo cabível, em que exclusivam ente impugnava deter­minada cláusula do edital que conduziu à inabilitação. Antes da abertura dos envelopes, esse mesmo participante não tinha tomado qualquer iniciativa quanto ao edital.a) te m respa ldo na leg is lação, devendo a l i c itação s e r suspensa até o j u lg a m e n to do recurso .b) te m respa ldo na leg is la ção, p ro sseg u in do n o rm a lm e n te a l i c itação na pendênc ia do ju l g a ­

m e n to do recurso .c) não tem respa ldo na leg is la ção, pois a im pu gna çã o ao ed i ta l dever ia te r s ido efe tuada até

dois dias an tes da a b e r tu ra dos enve lopes de hab i l i tação.d) não te m respa ldo na leg is la ção, po rque o pr inc íp io da v incu lação ao ed i ta l im pede q u a lq u e r

d iscussão relativa aos seus te rm o s .e) não te m respa ldo na leg is la ção, po rque a A d m in is t ra ç ã o está im ped ida de rec on he ce r a

nu l idade de seus p rópr ios atos.

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C a p í t u l o 12

Registros Cadastrais

A Lei n- 8.666/1993 prescreve, no art. 34, que todos os órgãos e entidades da Administração Pública que realizarem licitações com frequência deverão m anter registro cadastral para efeito de habilitação.

A regra legal impõe que esse registro deverá:a) ter validade de, no máximo, um ano;b) ter ampla divulgação;c) estar perm anentem ente aberto aos interessados, com chamamento público,

com periodicidade mínima anual através da Imprensa Oficial e jo rnal diário;d) ter classificação por categorias, considerando-se as especialidades dos interes­

sados; ee) ser subdividido em grupos, considerando-se as qualificações técnica e econômica.

Art. 34 . Para os fins desta Lei, os órgãos e ent idades da A dm inistração Pública que realizem f re q u e n te m e n te licitações m a n te rã o registros cadastrais para efe ito de habili tação, na fo rm a regulam en tar , válidos por, no m áx im o , um ano.§ 1 - 0 registro cadastral deverá ser a m p la m e n t e d ivu lgado e deverá estar p e r m a n e n t e m e n t e aberto aos interessados, obr igando-se a un idade por e le responsável a proceder, no m ín im o a n u a lm e n te , através da im prensa oficial e de jornal diário, a c h a m a m e n to público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

O Registro Cadastral nada mais é do que uma espécie de habilitação prévia, cuja finalidade é agilizar a fase de habilitação das licitações, pois torna desnecessária nova apresentação de parte da documentação quando da realização posterior de um certame licitatório.

12 .1 . Generalidades sobre o Registro CadastralO registro cadastral poderá ser alterado, suspenso ou cancelado a qualquer

m om ento, com o prevê o art. 37.

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Art. 37 . A q u a lquer t e m p o poderá ser a lterado, suspenso ou cancelado o re ­gistro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art . 2 7 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Aos cadastrados é fornecido um Certificado de Registro Cadastral (CRC), que será renovado toda vez que haja atualização dos registros.

O registro deverá ser instituído por interm édio de regulam ento, que deverá ser amplam ente divulgado e ficar perm anentem ente aberto aos interessados, devendo estabelecer, no mínimo, o seguinte:a) a documentação a ser apresentada pelos interessados em obter o cadastro;b) o prazo em que o pedido de cadastramento será analisado;c) a divisão por ramos de atividade, a subdivisão em grupos de conformidade com

a capacidade técnica e econômica dos interessados;d) as regras para a renovação do cadastro;e) que o cadastro fique perm anentem ente aberto a qualquer interessado; ef) a disciplina dos recursos administrativos.

Os inscritos no registro cadastral deverão ser classificados por categorias, se­gundo sua especialização, e subdivididos em grupos de acordo com sua qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacio­nada nos arts. 30 e 31 da Lei n- 8.666/1993.

O registro cadastral não é uma mera anotação de dados. E necessário que seja dinâmico, form ando e inform ando o perfil do cadastrado. Nesse curso, nele é registrada a atuação do licitante na execução de suas obrigações (na verdade, do contratado, mas o legislador equivocou-se e m encionou “licitante”). Tais anotações serão de grande valia para a Administração, que poderá valer-se delas para, por exemplo, escolher licitantes em convites, avaliar preços em compras ou serviços com valores abarcados pela dispensa de licitação etc.

O pedido de inscrição, de alteração ou cancelamento do registro cadastral de­verá ser processado e julgado por uma comissão de cadastramento, a qual deverá ser integrada por, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados integrantes do quadro perm anente da Administração.

Art. 35 . Ao requerer inscrição no cadastro, ou a tualização deste, a qua lquer tem p o , o in teressado fornecerá os e le m e n to s necessários à satisfação das exigências do art . 2 7 desta Lei.Art. 36 . Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se e m vista sua especialização, subdivid idas e m grupos, segundo a qualif icação técnica e eco­nôm ica avaliada pelos e le m e n to s constantes da docu m en tação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

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§ 12 Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sem pre que a tua l izarem o registro. § A atuação do l icitante no cu m p r im e n to de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.

A Lei n- 8.666/1993 faculta às unidades administrativas a utilização de registros cadastrais emitidos por outros órgãos e entidades da Administração Pública.

Art. 34 — § 2 - É facultado às unidades administrativas uti l izarem -se de registros cadastrais de outros órgãos ou en t idades da Administração Pública.

12 .2 . Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF)No âmbito federal, na busca de maior eficácia nos procedim entos de contrata­

ções públicas, foi instituído, através do Decreto n- 3.722/2001, o Sistema de Cadas­tramento Unificado de Fornecedores (SICAF), que se constitui no registro cadastral da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, bem como dos demais órgãos ou entidades que a ele expressamente aderirem.

1 2 .2 .1 . Constituição do SICAFO Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF), criado pelo

antigo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado -MARE, constitui- -se no registro cadastral da Administração Pública Federal dos órgãos/entidades que integram o Sistema de Serviços Gerais - SISG (órgãos da Presidência da República, ministérios - com exceção do Ministério da Defesa, que conjuga os antigos minis­térios militares - , autarquias e fundações públicas), bem como os demais órgãos/ entidades que optem pela sua utilização.

1 2 .2 .2 . Finalidade do SICAFO SICAF tem como objeto cadastrar e habilitar parcialm ente pessoas físicas

ou jurídicas interessadas em “vender” para os órgãos/entidades da Administração Pública Federal, seja participando de licitações, seja através de contratação direta, além de acom panhar o desem penho dos contratados na execução dos respectivos objetos.

1 2 .2 .3 . Procedimentos para o Cadastramento no SICAFO cadastramento poderá ser realizado em qualquer unidade de cadastramento,

com o preenchim ento de formulário próprio e a apresentação de documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica e regularidade fiscal.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- 0 inc. XIV do art. ¥ da Lei ne 10.520/2002 prevê que os licitantes poderão deixar de

apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF e sistemas semelhantes mantidos por outros entes federativos, sendo assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes.

Art. 4e - XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Dis­trito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes.

- 0 Decreto n5 5.450/2005, que regulamenta o pregão eletrônico no âmbito federal, pre­vê que caberá ao interessado em participar de licitação, credenciar-se no SICAF para certames promovidos por órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e de órgão ou entidade dos demais Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que tenham celebrado termo de adesão.

Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma eletrônica:I - credenciar-se no SICAF para certames promovidos por órgãos da admi­nistração pública federal direta, autárquica e fundacional, e de órgão ou entidade dos demais Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que tenham celebrado termo de adesão.

- Quanto ao pregão presencial no âmbito federal, o Regulamento anexo ao Decreto 3.555/2000 trata a questão de forma curiosa e confusa (inc. XIII do art. 11). A doutrina majoritária tem entendido, com base nas regras da Lei n9 10.520/2002, que os não cadastrados no SICAF poderão participar do certame.1

Art. 11 - XIII - sendo aceitável a proposta de menor preço, será aberto o envelope contendo a documentação de habilitação do licitante que a tiver formulado, para confirmação das suas condições habilitatórias, com base no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores-SICAF, ou nos dados cadastrais da Administração, assegurado ao já cadastrado o direito de apre­sentar a documentação atualizada e regularizada na própria sessão.

1 O entendim ento do T C U segue nesse sentido:— Acórdão 267/2006 — Plenário — Não se deve exigir em processos licitatórios realizados por meio de pregão a apresentação de documentos e informações que já constem do SICAF ou de sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios.— Acórdão 790/2006 — Prim eira C âm ara — E vedado exigir dos licitantes prévio cadastram ento no SICAF para participação em licitações.— Acórdão 989/2006 — Prim eira C âm ara — Em qualquer m odalidade de licitação, não se pode exigir, mas se deve aceitar, a inscrição prévia no SICAF como meio de prova da habilitação de interessado.

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2008 - MPE-RS - Agente Administrativo) Sobre os registros cadastrais na Lei de Lici­

tações, considere:I. Para a preservação do sigilo, é proibido às unidades adm inistrativas utilizarem -se de

registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.II. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização,

subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elem entos constantes da documentação exigida pela lei.

III. A atuação do licitante no cum prim ento de obrigações assumidas será anotada no res­pectivo registro cadastral.

IV. O registro cadastral é válido por, no máximo, dois anos.Está correto o que consta APENAS em:a) I, II e IV.b) II, III e IV.c) l i e III.d) l i e IV.e) III e IV.

2. (CJUR - 2008 - Agente) Assinale a a lternativa CORRETA, quanto ao registro cadastral:a) t ra ta -s e de cadastro m a n t id o pe los ó rgãos e en t idades que rea l izem f re q ü e n te s l i c itações,

devendo s e r a tua l izados a n u a lm e n te .b) os reg is t ros cada s t ra is c u id am de m é tod o de con t ro le dos in f ra to re s às d ispos ições das

l ic itações, podendo s e r c o m p a ra d o s ao Serv iço de Pro teção ao Créd ito , u t i l izado pela A d ­m in is t ra çã o Púb lica.

c) reg is t ro c a d a s t ra l é apenas o h is tó r ico an ua l das l ic i tações rea l izadas ao longo do exerc íc io f inan ce iro da A d m in is t ra ç ã o Púb lica, um a espécie de p res tação de contas po r pa r te das e n t idades e órgãos pe r te n ce n te s à A d m in is t ra ç ã o .

d) Todas as a l te rn a t iva s estão inco r re tas .

3. (FCC - 2008 - MPE-RS - Agente Administrativo) É certo que, para participar de pregão pre­sencial o interessado:a) deve e s ta r in sc r i to no S is tem a de C a d a s t ra m e n to U n i f icado de F o rn ec ed o res do órgão

l ic itan te .b) não precisa es ta r in sc r i to no S is tem a de C a d as t ram en to Unif icado de Fo rnecedores do órgão

l i c i tan te nem em ou tro s is tem a s im i la r .c) deve es ta r inscr ito no S is tema de C adas tram ento Unif icado de Fornecedores do órgão l ic itante

ou do órgão c om peten te do respectivo Munic íp io, ou Estado a que per tence o órgão l ic itante .d) deve es ta r in sc r i to no S is tem a de C a d a s t ra m e n to Un if icado de F o rnecedores do órgão l i c i ­

tan te ou de q u a l - q u e r ou t ro órgão p e r ten ce n te às U n id ades da Federação (União, Estados, D is t r i to Federa l ou Munic íp ios) .

e) deve se c ada s t ra r no S is tema de C adas t ram ento Unif icado de Fornecedores do órgão l ic itante até quaren ta e oi to ho ras an tes da a b e r tu ra do pregão.

4. (Cespe - 2011 - STM - Analista Judiciário) No Sistema de Cadastramento Unificado de Forne­cedores (SICAF), são cadastradas e habilitadas, parcialm ente, as pessoas físicas ou jurídicas, interessadas em participar de licitações realizadas por órgãos e(ou)entidades do Poder Executivo Federal. Nesse sistema, também é acompanhado o desempenho dos fornecimentos contratados.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 13

Sistemo de Registro de Preços (SRP)1

Sistema de Registro de Preços é o sistema pelo qual a Administração Públicarelaciona preços por interm édio de concorrência ou pregão, que serão utilizadosem futuros contratos.

Norm alm ente, a adoção do Sistema de Registro de Preços ocorre quando:a) Pelas características do bem ou serviço pretendidos pela Administração, houver

necessidade de contratações freqüentes.b) For mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas

ou a contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições.

c) For conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendi­mento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo.

d) Quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quan­titativo a ser dem andado pela Administração.

Sobre o assunto, a Lei n- 8.666/1993 prescreve que as compras, sempre quepossível, deverão ser processadas através de sistema de registro de preços.

Art. 15. As compras, sem pre que possível, deverão: ( ... ) II - ser processadas através de sistema de registro de preços.

Ainda tratando do tema, a Lei n- 8.666/1993 preconiza para o registro de preços:a) Precedência de ampla pesquisa de mercado.b) Publicação dos preços registrados na imprensa oficial trimestralmente, para

orientação da Administração.c) Regulamentação por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, com seleção

feita mediante concorrência; estipulação prévia do sistema de controle, com atualização dos preços registrados; e validade do registro não superior a um ano.

Art. 15 (.. .) § 1 - 0 registro de preços será precedido de am p la pesquisa de m ercado. § Os preços registrados serão publicados t r im e s tra lm e n te para or ientação da Administração, na im prensa oficial.

1 Para aprofundam ento no tema, vide o nosso Licitação de Registro de Preços (2. ed. Ed. Fórum).

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§ 3 g O sistema de registro de preços será regu lam en tado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:I - seleção feita m e d ia n te concorrência;II - estipulação prévia do sistema de contro le e atualização dos preços regis­trados;III - va l idade do registro não superior a um ano.

Gomo se vê, a Lei n- 8.666/1993 estabeleceu como modalidade licitatória única para se licitar através do sistema de registro de preços a concorrência (inc. I do § 3- do art. 15). Entretanto, com o advento da Lei n- 10.520/2002 (que instituiu o pregão), previu seu art. 11 que as compras e contratações de bens e serviços comuns, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei n- 8.666/1993, poderiam adotar o pregão.

Lei ne 1 0 . 5 2 0 / 2 0 0 2 - Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âm b ito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando e fe tuad as pelo sis tema de registro de preços previsto no art . 15 da Lei ng 8 .6 6 6 , de 21 de ju nho de 1 9 9 3 , poderão adotar a m o d a l id a d e de pregão, conform e reg u la m e n to específico.

Assim, consoante as disposições dos dois diplomas legais (Lei n- 8.666/1993 e Lei n- 10.520/2002) o Sistema de Registro de Preços pode ser licitado através de concorrência ou de pregão.

Independentem ente da m odalidade escolhida pela Administração (concor­rência ou pregão), o tipo a ser adotado para o registro de preço é o m enor preço.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Apesar do uso do tipo de licitação “ menor preço” ser regra no SRP, o decreto federal regula­mentar n5 3.931/2001 dispõe, entretanto, que, em caráter excepcional, poderá ser adotado na modalidade concorrência o tipo técnica e preço, a critério do órgão gerenciador do re­gistro de preços e mediante despacho devidamente fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade (parágrafo único do art. 65).

Este decreto regulam entar define o Sistema de Registro de Preços como um conjunto de procedim entos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras (art. 1-, § único, inc. I).

13 .1 . Ata de Registro de PreçosApós a realização da licitação através desse sistema, os preços e as condições de

contratação são registrados num documento denominado Ata de Registro de Preços, que se constitui num documento vinculativo e obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação.

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Decreto federal 3 . 9 3 1 / 2 0 0 1 - Art. V - Parágrafo único - Inc. II - Ata de Registro de Preços - d o cu m en to vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, onde se registram os preços, fo rn e ­cedores, órgãos partic ipantes e condições a serem praticadas, conform e as disposições contidas no in s trum ento convocatório e propostas apresentadas.

Os preços registrados na Ata de Registro de Preços e os respectivos fornecedores são obrigatoriamente divulgados na im prensa oficial, ficando disponíveis para os órgãos e entidades participantes do registro de preços ou a qualquer outro órgão ou entidade da Administração, ainda que não tenha participado do certame licitatório (Decreto federal n- 3.931/2001, art. 6- - Inc. I).

13 .2 . Participantes de uma Licitação de Registro de PreçosSão participantes de uma licitação de registro de preços o órgão gerenciador

e os órgãos participantes:a) Órgão Gerenciador: órgão ou entidade da Administração Pública responsável

pela condução do conjunto de procedim entos do certame para registro de preços e gerenciamento da Ata de Registro de Preços dele decorrente (Decreto n- 3.931/2001, art. 1-, parágrafo único, inc. III).

O Órgão Gerenciador é o gestor do registro de preços: dirige, administra e conduz a licitação.

b) Órgão Participante: órgãos ou entidades que participam dos procedim entos iniciais do Sistema de Registro de Preços, integrantes e beneficiários da Ata de Registro de Preços (Decreto n- 3.931/2001, art. 1-, § único, inc. IV).

13 .3 . Diferença em Relação aos procedimentos de uma Licitação Tradicional

Nas licitações que adotam procedim entos tradicionais (sejam modalidades da Lei n- 8.666/1993 ou o pregão), a Administração seleciona um preço oferecido para o atendim ento de determ inado objeto especificado no ato convocatório.

Já na licitação que adota o SRP, registra preços para compras futuras, que po­derão ocorrer repetidas vezes, ou seja, os preços relacionados ficam à disposição da Administração que os utilizará tantas vezes quanto for necessário, nos limites do ato convocatório.

Comentamos no livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum):No re g is tro d e preços , d i f e r e n t e m e n t e d e p r o c e d i m e n t o d e u m a l i c i ta ­ção c o m u m , os p r o p o n e n t e s n ã o f o r m u l a m p ro p o s ta s e s p e c í f ic a s pa ra u m a c o n t r a t a ç ã o u n i tá r ia e b e m d e f in i d a , m a s s im preços u n i tá r io s q u e

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v ig o r a r ã o po r u m cer to p e r ío d o . N e s te lapso d e t e m p o , d e p e n d e n d o

d e suas c o n v e n iê n c ia s , a A d m i n i s t r a ç ã o p o d e r á re a l i z a r a a q u is iç ã o

n e c e s s á r ia , e s t a n d o o b r i g a d a , e n t r e m e n t e s , c o m o passo o b r ig a t ó r io , a r e a l iz a r u m a v e r i f ic a ç ã o d e c o m p a t i b i l i d a d e dos preços re g is t ra d o s

com os do m e r c a d o . A e c o n o m i a é f la g r a n t e , g a n h a n d o a A d m i n i s t r a ­ção e m a g i l i d a d e e s e g u r a n ç a , a t e n d e n d o - s e , p l e n a m e n t e , o p r in c íp io c o n s t i tu c io n a l da e f ic iê n c ia .

Durante a vigência da Ata de Registro de Preços, havendo necessidade do ob­jeto licitado, basta que o órgão gerenciador ou um órgão participante verifique se o preço registrado continua compatível com o mercado, formalize a requisição e assine o contrato.

Importa frisar que a existência de preços registrados não obriga a Administração a celebrar contratos que deles poderão advir, sendo-lhe facultada a utilização de ou­tros mecanismos, respeitada as normas licitatórias, sendo assegurado ao beneficiário do registro a preferência quando seus preços estiverem em igualdade de condições (§ 4- do art. 15 da Lei n- 8.666/1993).

Segundo prevê o art. 12 do Decreto federal n- 3.931/2001, a Ata de Registro de Preços poderá sofrer alterações, obedecidas as disposições contidas no art. 65 da Lei n^ 8.666/ 1993.

Outras disposições previstas no Decreto federal n- 3.931/2001:- O preço registrado poderá ser revisto em decorrência de eventual redução

daqueles praticados no mercado, ou de fato que eleve o custo dos serviços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerenciador da Ata promover as necessárias negociações jun to aos fornecedores (art. 12 § 1-).

- Quando o preço inicialmente registrado, por motivo superveniente, tornar- -se superior ao preço praticado no mercado o órgão gerenciador deverá convocar o fornecedor visando a negociação para redução de preços e sua adequação ao praticado pelo mercado. Se a negociação restar frustrada, o fornecedor será liberado do compromisso assumido e a Administração convocará os demais fornecedores visando igual oportunidade de nego­ciação (art. 12, § 2-, incisos I, II e III).

- Q uando o preço de m ercado tornar-se superior aos preços registrados e o fornecedor, m ediante requerim ento devidamente comprovado, não puder cum prir o compromisso, o órgão gerenciador poderá liberá-lo do compromisso assumido, sem aplicação da penalidade, confirm ando a veracidade dos motivos e comprovantes apresentados, e se a com uni­cação ocorrer antes do pedido de fornecim ento, e convocar os demais fornecedores visando igual oportunidade de negociação (art. 12, § 3-, incisos I e ii) .

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- Caso não haja êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder ã revogação da Ata de Registro de Preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa (art. 12, § 4-).

13 .4 . Vantagens da Adoção do Sistema de Registro de PreçosTal sistemática possibilita aquisições mais ágeis, sem burocracia e com menos

custos operacionais, afastando a instauração de um sem núm ero de licitações que busquem o mesmo objeto, além de evitar o fracionamento da despesa, uma vez que a escolha da proposta mais vantajosa já foi precedida de licitação nas modalidades concorrência ou pregão, modalidades não restritas a valores para contratação.

13 .5 . A Utilização da Ata de Registro de Preços por Órgão não Participante da Licitação (o "carona")

Segundo o Decreto federal n- 3.931/2001, a Ata de Registro de Preços poderá ser utilizada, durante a sua vigência, por qualquer órgão ou entidade da Adminis­tração que não tenha participado do certame licitatório, mediante prévia consulta ao órgão gerenciador, desde que haja vantagem devidamente comprovada.

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Tal procedim ento passou a ser conhecido no âmbito licitatório como “carona”, uma vez que o órgão/entidade utiliza um procedim ento do qual não teve nenhum tipo de participação.2

Decreto n5 3 .931 / 2 0 0 1 - Art. 8^ A Ata de Registro de Preços, durante sua v i ­gência, poderá ser util izada por qua lquer órgão ou en t id a d e da Administração que não tenha part ic ipado do ce r tam e licitatório, m e d ia n te prévia consulta ao órgão gerenciador, desde que d e v id a m e n te com provada a v a n ta g e m .§ 1fi Os órgãos e ent idades que não part ic iparam do registro de preços, q u a n ­do dese ja rem fazer uso da Ata de Registro de Preços, d everão m an ifes tar seu interesse junto ao órgão gerenciador da Ata , para que este indique os possíveis fornecedores e respectivos preços a serem praticados, obedecida a ordem de classificação.§ 2 - Caberá ao fornecedor beneficiário da Ata de Registro de Preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornec im ento , in d e p e n d e n te m e n te dos quantitat ivos registrados e m Ata, desde que este fo rn ec im en to não pre jud ique as obrigações a n te r io rm e n te assumidas.§ 3 - As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este artigo não poderão exceder, por órgão ou en t id ad e , a cem por cento dos quantitat ivos registrados na Ata de Registro de Preços.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Esaf - 2007 - Procuradoria da Fazenda Nacional) Será adotado, preferencialm ente, o SRP

(Sistema de Registro de Preços) quando, pelas características do bem ou serviço, não houver necessidade de contratações freqüentes.( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (FCC - 2010 - TRE-RS - Analista Judiciário) De acordo com a Lei n2 8.666/1993, nas compras processadas pelo sistema de Registro de Preços, será observada, dentre outras, a seguinte regra:a) Os preços reg is t rad os serão pub l icados a n u a lm e n te para o r ien tação da A d m in is t ra ç ã o , na

im p re nsa of ic ia l .b) 0 reg is t ro de preços será preced id o de am p la pesqu isa de mercado .c) A s e le ç ã o será fe ita m ed ian te concorrênc ia ou to m ad a de preços, c on fo rm e o v a lo r es t im ado.d) Val idade do reg is t ro não s u p e r io r a do is anos.e) Para im p u g n a r preço cons tan te do quad ro g e ra l em razão da in co m p a t ib i l id a d e desse com

o preço v igente no m ercado , o im p u g n a n te deve te r pa r t ic ip ado da l ic itação.

2 O Tribunal de Contas da U nião (TCU), em Sessão Plenária, tratando de possíveis irregularidades num a Ata deRegistro de Preços do Pregão do M inistério da Saúde, consoante o decidido no Acórdão n~ 1.487/2007, deliberouno sentido de determ inar ao M inistério do Planejam ento, O rçam ento e Gestão que adotasse providências com vistas à reavaliação das regras atualmente estabelecidas para o registro de preços no Decreto n- 3.931/2001, de form a a estabelecer limites para a adesão a registros de preços realizados por outros órgãos e entidades, visando preservar os princípios da competição, da igualdade de condições entre os licitantes e da busca da m aior vantagem para a Administração Pública, tendo em vista que as em vigor perm item a indesejável situação de adesão ilimitadaa atas em vigor, desvirtuando as finalidades buscadas por essa sistemática.

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3. (Esaf - 2007 - Procuradoria da Fazenda Nacional - Analista) A licitação para registro de preços será realizada na modalidade tomada de preços, do tipo m enor preço, e será precedida de am pla pesquisa de mercado.( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (FCC - 2009 - TRT - 3* Reg. - Analista Judiciário) A Ata de Registro de Preços, gerenciada por um determinado Ministério, previa a compra de cartuchos de tinta preta para impressoras por R$ 110,00/unidade. Contudo, no momento de contra tara aquisição do m ateria l, por motivo superveniente, o preço médio praticado no mercado passou a ser de R$ 80,00. Neste caso, o órgão gerenciador deverá:a) c o n t ra ta ra aqu is ição pelo preço reg is t rad o in ic ia lm e n te e r e g is t ra r perda na d e m o n s t ra ç ã o

das va r iações p a t r im o n ia is do órgão.b) convocar o fo rn e c e d o r da proposta vencedora da l ic itação com o in tu i to de ne g o c ia ra redução

do preço e sua ad equação ao p ra t icado no m ercado .c) revogar, im e d ia ta m e n te , a Ata de Reg is t ro de Preços e a b r i r um novo ed i ta l de Reg is t ro de

Preços para a d e q u a r os va lo res a s e rem pra t ic ados .d) convocar, ao m e s m o te m po , todos os fo rn e c e d o re s que p a r t ic ip a ra m do Reg is t ro de Preços

para v e r i f i ca r aque le que oferece o m e n o r preço e c o n t ra tá - lo .e) l ibe ra r , a u to m a t ic a m e n te , o fo rn e c e d o r do c o m p ro m is s o , um a vez que a d i fe rença de preço

ge ra rá pre ju ízos não espe rad os para a em pre sa .

5. (Esaf - 2007 - Procuradoria da Fazenda Nacional - Analista) As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de Preços, não poderão adotar a modalidade de pregão.( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (FCC - 2010 - DNOCS - Agente Administrativo) Em atenção ao Decreto n* 3 .931/2001, será adotado, preferencialm ente, o SRP quando:a) fo r possível d e f in i r p rev iam ente , pela na tureza do obje to , o quan t i ta t ivo a s e r d e m a nd ado

pela A d m in is t ra ç ã o .b) houver necess id ade de c on t ra ta çõe s espo rád icas , pe las c a rac te r ís t ica s do bem ou serviço.c) fo r ma is conven ien te a aqu is ição de bens com previsão de um a ún ica en trega.d) fo r conven ien te a aqu is iç ão de bens ou a c on t ra ta ção de serv iços para a te n d im e n to a m a is

de um órgão ou en t id ade, ou a p ro g ra m a s de governo.e) fo r m a is conven ien te a c on t ra ta ção de serv iços de sn ec es sá r ios à A d m in is t ra ç ã o para o

d e se m p e n h o de suas a t r ibu ições .

7. (Cespe - 2010 - ABIN - Oficial Técnico) O pregão é modalidade inaplicável na formação do registro de preços, dada a exigência legal da concorrência.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (Esaf - 2007 - TCE-GO - Procurador) A tomada de preços, no sentido técnico adotado pela legislação pátria, é um levantamento prévio de preços, feito pela Administração, com o objetivo de constituir o Sistema de Registro de Preços.( ) CERTO ( ) ERRADO

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9. (Esaf - 2006 - Controladoria Geral da União - Analista) A existência do Sistema de Registro de Preços, previsto na lei de licitações (Lei n£8 .666/1993), para a compra de bens, destinados ao serviço público:a) deve seu quad ro te r va lidade de até 2 (dois) anos.b) deve te r seu quad ro pub l icado , um a vez po r ano, até o f in a l do p r im e i ro t r im e s t re .c) não se ap lica, nos casos de c on t ra ta çõe s d i re tas , sem lic itação.d) ob r iga a c on t ra ta ção pela A d m in is t ra ç ã o dos que de le s poderão advir.e) pode te r seus preços im pu gna do s , po r q u a lq u e r c idadão, quando incom patíve is com os

p ra t icados no m ercado .

10. (FCC - 2010 - DNOCS - Agente Administrativo) De acordo com o Decreto n* 3 .931/2001, a Ata de Registro de Preços, durante sua vigência, desde que devidamente comprovada a vantagem, poderá ser utilizada:a) apenas pelo órgão ou entidade da A dm in is t raç ão que tenha par t ic ip ado do c e r tam e lic ita tó r io ,

m e d ian te au to r ização escr i ta e de v idam en te ju s t i f icad a do órgão gerencia dor.b) apenas pelo órgão ou entidade da A dm in is t raç ão que tenha par t ic ip ado do c e r tam e lic ita tó r io ,

m e d ian te prévia consu l ta ao órgão gerencia dor.c) po r q u a lq u e r órgão ou en tidade da A d m in is t ra ç ã o que não tenha pa r t ic ip ado do c e r ta m e

l ic i ta tó r io , in d e p e n d e n te m e n te de prévia consu l ta ao órgão gerenc ia dor .d) apenas pelo órgão ou entidade da A dm in is t raç ão que tenha par t ic ip ado do c e r tam e lic ita tó r io ,

in d e p e n d e n te m e n te de prévia consu l ta ao órgão gerencia dor.e) po r q u a lq u e r órgão ou en tidade da A d m in is t ra ç ã o que não tenha pa r t ic ip ado do c e r ta m e

l ic i ta tó r io , m ed ian te prévia consu l ta ao órgão gerencia dor.

11. (Esaf - 2006 - Procuradoria da Fazenda Nacional) Relativam ente à utilização do Sistema de Registro de Preços em âmbito federal, assinale a opção CORRETA.a) A Ata de Reg is t ro de Preços s o m e n te poderá se r u t i l izada po r ó rgão ou en t id ade da A d m i ­

n is t ração que tenha pa r t ic ipado do reg is t ro de preços.b) A l i c itação para reg is t ro de preços deve s e r fe ita na m o da l id ad e Pregão, tendo em vista o

tipo de c e r ta m e a s e r adotado, q u a l seja, o do m e n o r preço.c) Não há prazo m á x im o de va lidade da Ata de Reg is t ro de Preços, podendo esta s e r adotada

enqu an to pu de r s e r c om provada sua van tage m para a A d m in is t ra ç ã o .d) Não há im p e d im e n to a que a A d m in is t ra ç ã o rea lize l ic i tações específ icas para a aqu is iç ão

de bens que já te n h a m preços reg is t rad os po r ta l S is tem a.e) Em vista da na tureza do ob je to co n t ra tu a l , que d e m a n d a r ia a rea lização de c e r ta m e do tipo

técn ica e preço, não se a d m i te o reg is t ro de preços para a c on t ra ta ção de bens e serv iços de in fo rm á t ica .

12. (FCC - 2010 - DNOCS - Agente Administrativo) De acordo com o Decreto n? 3.931/2001, a regra geral é que a licitação para registro de preços será realizada:a) na m o da l id ad e de pregão, do tipo preço méd io com base em c r i té r io pub l icado no Edi ta l,

d ispensada prévia pesqu isa de mercado .b) na m o d a l id ad e de conco rrê nc ia ou de pregão, do tipo m e n o r preço, e será precedida de

am p la pesqu isa de m ercado .c) apenas na m o da l id ad e de pregão e será preced id a de a m p la pesqu isa de mercado .d) apenas na m o da l id ad e de c onco rrê nc ia , do tipo técn ica e preço, e será preced id a de a m p la

pesquisa de mercado .e) apenas na m o da l id ad e de c oncorrê nc ia , do tipo m e n o r preço ou técn ica e preço, e será

precedida de a m p la pesquisa de mercado .

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C a p í t u l o 14

Afastamentos da Licitação

As contratações da Adm inistração Pública são sem pre precedidas de licita­ção. Existem, en tretanto , situações em que a Adm inistração está autorizada a não realizá-la. São os casos de licitação dispensada, dispensável ou inexigível, conform e a seguir:a) licitação dispensada é aquela cuja realização é afastada pela própria lei, rela­

cionada com a alienação de imóveis e de móveis públicos;b) licitação dispensável é aquela em que existe uma desobrigação de instauração

de procedim ento licitatório, caso seja conveniente ao interesse público;c) licitação inexigível é aquela em que há inviabilidade de competição, diante de

total impossibilidade de confronto.

14 .1 . Licitação Dispensada (art. 17 da Lei ne 8.666/1993)Consoante o determ inado no art. 17 da Lei n- 8.666/1993, a alienação de bens

(móveis e imóveis) da Administração Pública, além da obrigatória subordinação à existência de interesse público devidamente justificado, deverá ser precedida de avaliação e, quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, depende de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência.

E interessante notar que a Lei n- 8.666/1993, para a hipótese de bens móveis, disciplina a subordinação à existência de interesse público devidamente justificado (caput do art. 17) e à avaliação prévia e licitação (inc. I I do art. 17), não inform ando expressamente a modalidade a ser adotada. Posteriormente, no entanto, dispõe, no § 6-, que, para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso I I , alínea “b ” desta Lei, a Administração poderá perm itir o leilão.

Art. 17 - § 6^ Para a venda de bens m óveis avaliados, isolada ou g lo b a lm e n te , e m quantia não superior ao lim ite previsto no art. 23 , inciso II, a línea "b" desta Lei, a A dm inistração poderá p e rm it ir o lei lão.

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Sobre a questão, asseveramos no livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum): A a l ien ação de bens públicos m ó ve is d e p e n d e d e aval iação prév ia e de licitação. N o te -s e q u e a legis lação te o r ic a m e n t e não obriga à concorrência , pois a lu d e à licitação, p e rm it in d o a in ferição de a lguns in térpre tes de qu e um b e m m ó v e l público p o der ia ser a l ie n a d o a través de u m s im ples convite , o que consideram os inconcebível . 0 convite e a t o m a d a de preços res tr ingem a part ic ipação de in teressados, o q u e confli ta com o norte desse "n eg ó c io " , qu e é, sem d úv ida , a conquista do preço m ais e le v a d o . Im p õ e -s e , assim , qu e a a l ien ação de bens m ó ve is seja e fe t iv a d a m e d ia n t e a concorrência ou o leilão, com o autor iza , inclusive, o § 6 a deste m e s m o art igo.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:No âmbito federal, além da existência do interesse público em não manter o bem sob o domínio da União, a Lei n5 9.636/1998, no que concerne a bens imóveis da União, também estabelece como requisitos obrigatórios: a inexistência de interesse econômico ou social e a inexistência de inconveniência quanto à preservação ambiental e à defesa nacional, determinando, ainda, a emissão de ato de autorização expedido pelo Presidente da Re­pública, sempre precedido de parecer da Secretaria do Patrimônio da União, podendo ser delegada competência ao Ministro da Fazenda, admitindo, ainda, a subdelegação.Além disso, é de se salientar que este diploma legal ampliou as opções de modalidades licitatórias a serem adotadas, disciplinando que a venda de bens imóveis da União poderá ser realizada através de concorrência ou leilão.Ressalta-se que alienação é o termo jurídico, de caráter genérico, pelo qual se designa todo e qualquer ato que tem o efeito de transferir o domínio de uma coisa para outra pes­soa, seja por venda, por troca ou por doação. Destarte, nas alienações de bens imóveis da União, com exceção da venda, a modalidade a ser adotada é a concorrência. Na alienação por venda, a Administração poderá optar entre a concorrência e o pregão.

Lei ne 9.636/1998 - Art. 23. A alienação de bens imóveis da União dependerá de autorização, mediante ato do Presidente da República, e será sempre precedida de parecer da SPU quanto à sua oportunidade e conveniência.§ P A alienação ocorrerá quando não houver interesse público, econômico ou social em manter o imóvel no domínio da União, nem inconveniência quanto à preservação ambiental e à defesa nacional, no desaparecimento do vínculo de propriedade.§ 25 A competência para autorizar a alienação poderá ser delegada ao Ministro de Estado da Fazenda, permitida a subdelegação.Art. 24. A venda de bens imóveis da União será feita mediante concorrência ou leilão público, observadas as seguintes condições: (...)

Apesar de a regra ser a elaboração de licitação, a Lei n- 8.666/1993 elenca alguns casos de dispensa licitatória para a alienação de bens.

Assim, a instauração de licitação para alienação de bens estará dispensada nas seguintes situações:

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a) Quando se tratar de alienação de bens imóveis (art. 17, inc. I, alíneas “a” a “i” da Lei ne 8.666/1993):- dação em pagam ento;1- doação - somente para outro órgão ou entidade da Administração Pública,

de qualquer esfera do governo;- perm uta - por outro imóvel que atenda as finalidades precípuas da Ad­

ministração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo uma avaliação prévia;

- investidura - ou seja, a alienação para proprietários de imóveis vizinhos de área remanescente de obra pública, desde que esta seja inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que não ultrapasse 50% do valor estabelecido para a modalidade de licitação “con­vite” para compras e serviços; ou a alienação aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residen­ciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão;

- venda - para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qual­quer esfera do governo;

- alienação gratuita ou onerosa, aforam ento,2 concessão de direito real de uso,3 locação ou permissão de uso4 de bens imóveis residenciais construídos

1 Dação em pagamento é a extinção de um a obrigação consistente no pagamento da dívida mediante a entrega de um objeto diverso daquele convencionado. Nesses termos, no caso, a Administração transfere a um credor de obrigação um bem imóvel que é de sua propriedade.Código Civil — Lei n- 10.406/2002 — Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.2 Aforamento é um contrato pelo qual ocorre a transferência do domínio útil e perpétuo de um imóvel por seu proprietário, sob o pagam ento de um foro anual, certo e invariável.3 Considerado por alguns um contrato administrativo e negado por outros, o con trato de c o n c e ssã o de d ireto real de u so , conforme conceituação estabelecida no art. 1- do Decreto-Lei n2 271/67, é direito real sobre coisa alheia, de caráter resolúvel, instituído para fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo de terra ou outra utilização de interesse social. Sempre precedido de licitação na m odalidade concorrência, pode ser instituído sobre imóveis públicos ou particulares, gratuitamente ou sob remuneração, por tempo certo ou indeterm i­nado, perm itindo a transferência por ato inter vivos (entre pessoas vivas) ou por sucessão legítima ou testam entária no que concerne ao domínio útil. (in Contratos Administrativos para provas, concursos e agentes públicos— Freitas Bastos, 2011).4 Consoante entendim ento doutrinário, a p e r m issã o de u so constitui ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, através do qual a Administração faculta, para fins de interesse público, o uso privativo de bem público. Diferenças há, portanto, em relação à autorização de uso: a permissão confere o uso privativo para fins de interesse da coletividade, enquanto a autorização implica no interesse específico daquele que o utiliza. Decorre daí que o traço de precariedade é mais intenso na autorização. Não obstante a vetusta e já sedim entada definição de permissão de uso no ordenam ento jurídico pátrio, a Lei n- 9 .636/1998 deu-lhe vestes diferenciadas na esfera federal. Nesse curso, o art. 22 do diploma definiu que a utilização de áreas de domínio da União, a título precário, para a realização de eventos de curta duração, de natureza recreativa, esportiva, cultural, religiosa ou educacional, poderá ser autorizada, na forma do regulamento, sob o regime de permissão de uso, em ato do Secretário do Patrimônio da União, publicado no Diário Oficial da União (in Contratos Administrativos para provas, concursos e agentes públicos — Freitas Bastos, 2011).

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e destinados ou efetivamente utilizados em programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública;

- procedim entos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei n- 6.383/1976,5 m ediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Adminis­tração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

- alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local, com área de até 250 m2, e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

- alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, dede que atendidos os requisitos legais.

b) Quando se tratar de alienação de Bens Móveis (art.17, inc. II, alíneas “a” a “f” da Lei n^ 8.666/1993):- doação, somente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua

oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

- perm uta, desde que entre órgãos ou entidades da Administração Pública;- venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legis­

lação específica;- venda de títulos, na forma da legislação pertinente;- venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da

Administração Pública, em face de suas finalidades;- venda de materiais e equipam entos para outros órgãos ou entidades da

Administração Pública, desde que inexista utilização por quem deles dispõe.

5 Lei que dispõe sobre o Processo D iscrim inatório de Terras Devolutas da U nião. C om o o nome inform a, o processo discrim inatório é aquele destinado a assegurar a discrim inação e delim itação das terras devolutas da U nião e dos estados-m em bros, além de separá-las das terras particulares e de outras terras públicas. O riginalm ente, o conceito legal de terras devolutas constava na Lei n2 6 0 1 /1 850 (a cham ada Lei de Terras). A tualm ente, de consoante conceito contem porâneo, terras devolutas são aquelas que não estão aplicadas a qualquer uso público ou inseridas no dom ínio privado, sendo, todavia, dependendo da localização, bens da U nião ou dos Estados conform e dispõe a C onstituição Federal nos artigos: Art. 20. São bens da União: (...) I I —as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: (...) I V — as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Ressalta-se que a Administração também pode optar pela doação com encargo,

quando, a princípio, estará obrigada a licitar, devendo constar do instrumento con­vocatório da licitação todos os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão. Entretanto, o procedimento licitatório poderá se dispensado na hipótese de interesse público devidamente comprovado e justificado.

Lei n5 8.666/1993 - Art. 17 - § 45 A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado.§ 59 Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obri­gações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador.

- Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal - STF, a aplicação das regras pre­vistas no art. 1 7 ,1, b (doação de bem imóvel exclusivamente para outro órgão ou enti­dade da administração pública, de qualquer esfera de governo) e art. 17, II, b (permuta de bem móvel exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública) tem apenas aplicação no âmbito da União:

STF - Lei n5 8.666, de 21.06.93. Interpretação conforme dada ao art. 1 7 ,1, b (doação de bem imóvel) e art. 17, II, b (permuta de bem móvel), para es­clarecer que a vedação tem aplicação no âmbito da União Federal, apenas.Idêntico entendimento em relação ao art. 1 7 ,1, ce § l e do art. 17. Vencido o Relator, nesta parte. Cautelar deferida, em parte. (ADI 927-MC, Rei. Min.Carlos Velloso, DJ 11/11/1994)

14 .2 . Licitação Dispensável (art. 24 da Lei na 8.666/1993)A licitação é dispensável em situações em que a Administração está desobrigada

de instaurar a licitação, caso seja conveniente ao interesse público.A Lei n- 8.666/1993 elenca exaustivamente, no art. 24, os casos de licitação

dispensável:- Obras, serviços de engenharia, outros serviços e compras de pequeno valor

(incs. I e II do art. 24).A lógica da licitação dispensável em razão do pequeno valor está na contratação

de pequeno dispêndio, pois não se justificaria o custo de todo o controle do gasto que, na grande maioria das vezes, será superior ao despendido no objeto pretendido.

Os incisos I e II dispõem, respectivamente, sobre “obras e serviços de engenha­ria” e “outros serviços e compras”.

Os valores mencionados nos dispositivos estão atrelados ao percentual de 10% (dez por cento) do limite previsto para a modalidade convite, tanto para compras como para obras.

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Vide texto legal:

Inciso I - para obras e serviços de en g en h ar ia de valor até 1 0 % (dez por cen­to) do l im ite previsto na alínea "a", do inciso I do art igo anterior, desde que não se re firam a parcelas de um a m e s m a obra ou serviço ou a inda para obras e serviços da m e s m a natureza e no m e s m o local que possam ser realizadas conjunta e con c o m ita n te m e n te .

Gomo o limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior (art. 2 3 ) é de R $ 150.000,00. 10% desse valor serão R $ 15.000,00.

Vide texto legal:

Inciso II - para outros serviços e compras de valor até 1 0 % (dez por cento) do l imite previsto na alínea "a", do inciso II do art igo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um m esm o ser­viço, compra ou alienação de m aior vulto que possa ser realizada de um a só vez.

Gomo o limite previsto na alínea “a”, do inciso I I do artigo anterior (art. 2 3 ) é de R $ 80.000,00. 10% desse valor serão R $ 8.000,00.

L IC IT A Ç Ã O D ISPENS ÁVEL EM F U N Ç Ã O DO V A L O R DO OBJETO

OBRAS E SERVIÇOS DE E N G E N H A R IA

D ispensa de L i c i t a ç ã o - A t é R$ 15.000,00

C OMPRAS E OUTROS SERVIÇOS

Dispensa de L ic i ta ç ã o - A té R$ 8.000,00

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:0 percentual sobe para 20% nas compras, obras e serviços dos consórcios públicos, das sociedades de economia mista e das empresas públicas, bem como das autarquias e fundações públicas, desde que estas duas últimas estejam qualificadas como agências executivas, conforme dispõe o parágrafo único do art. 23 da Lei n5 8.666/1993.

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços con­tratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

Nesse passo, para essas entidades, limites para dispensa de licitação são:- R$ 30.000,00 para obras e serviços de engenharia; e- R$ 16.000,00 para os outros serviços e compras.

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Consórcio Público, segundo o Decreto Federal n5 6.017/2007, é a pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei ne 11.107/2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive à realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natu­reza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos.6 Agência executiva é qualificação dada à autarquia ou à fundação pública que celebre con­trato de gestão com o próprio ente político com o qual está vinculado. Atuam no setor onde predominam atividades que, por sua natureza, não podem ser delegadas a instituições não estatais (fiscalização, regulação, fomento etc.).7

- Casos de guerra ou grave perturbação da ordem (inc. III do art. 24)A caracterização de “guerra” ou “grave perturbação da ordem ” depende de

declaração do Poder Executivo.E evidente que, tipificado o “estado de guerra” ou uma perturbação grave da

ordem pública, o Estado necessita de agilidade nas suas obras e serviços, o que se incompatibiliza com a morosidade norm al de um certame licitatório.

Vide texto legal:

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem ;

- Emergência ou calamidade pública (inc. IV do art. 24)As situações emergenciais independem de manifestação do Poder Executivo.Gabe ao adm inistrador público responsável, baseado em fatos, utilizar o seu

poder discricionário para a valoração e sua declaração. A calamidade pública, ao contrário, depende de manifestação do governo, que estabelecerá a área e o m o­m ento, além dos riscos.

São condições prévias para o enquadram ento:- urgência no atendimento;- ameaça à segurança de pessoas, obras, serviços e bens;- cingir-se aos bens (ou serviços) essenciais para o atendim ento da situação;- somente para obras ou serviços que possam ser concluídos em até 180 dias

consecutivos;- improrrogável.

b Tradicionalmente, os consórcios não passavam de convênios, ajustados entre pessoas públicas ou privadas, que estabeleciam direitos e obrigações para o alcance de objetivos de interesse recíproco. Entrementes, com a edição da Lei n2 11.107, de 06 /0 4 /2 0 0 5 (que, arrim ada no art. 241 da Constituição Federal, dispôs sobre norm as gerais de contratação de consórcios públicos, destinadas à União, Estados, Distrito Federal e Municípios), os consórcios se alinharam , na ordem jurídica nacional, como ajustes acordados entre entes federativos que possuem como meta a realização de objetivos de interesse comum e à promoção da gestão associada. Destarte, a partir desse marco regulatório, os consórcios públicos passaram a designar um a nova modalidade de negócio jurídico de direito público, com abrangência infinitamente superior aos convênios administrativos (in Contratos Administrativos para provas, concursos e agentes públicos, 2011, Ed. Freitas Bastos).7 Não confundir “Agência Executiva” com “Agência Reguladora”.

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Vide texto legal:

IV - nos casos de em e rg ê n c ia ou de ca lam id ad e pública, quando caracterizada urgência de a te n d im e n to de situação que possa ocasionar prejuízo ou com pro­m e te r a segurança de pessoas, obras, serviços, eq u ip a m e n to s e outros bens, públicos ou part iculares, e s o m e n te para os bens necessários ao a te n d im e n to da situação em erg en c ia l ou ca lam itosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo m á x im o de 1 80 (cento e o i ten ta ) dias consecutivos e in interruptos, contados da ocorrência da em e rg ê n c ia ou cala­m id ad e , vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

- Não comparecimento de interessados na licitação (inc. V do art. 24)A licitação é considerada “deserta” (ou “frustrada”) quando não acudirem

interessados ao certame.Nesse caso é perm itida a contratação direta com dispensabilidade licitatória,

desde que exista justificativa formal de que a repetição do certame seria prejudicial ao interesse público, sendo obrigatória a manutenção das condições estabelecidas na licitação anteriorm ente instaurada.

Vide texto legal:

V - quand o não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justi ficada- m e n te , não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, m antidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

- Intervenção no domínio econômico (inc. VI do art. 24)A União pode dispensar o procedim ento licitatório com o intuito de regular o

mercado, im pondo um equilíbrio de preço, normalizando, assim, o abastecimento. Frise-se que a única destinatária da dispensabilidade é a União Federal.O art. 170 da Constituição Federal dispõe, como regra geral, a livre iniciativa,

propiciando à iniciativa privada a livre concorrência.Essa regra, entretanto, poderá ser quebrada na hipótese de repressão de abuso

do poder econômico que objetive afastar a livre concorrência na intenção de domi­nar o mercado ou elevar abusivamente os preços.

Tal intervenção, portanto, objetiva a regulação de preços ou normalização do abastecimento.

Assim, como ensina Benedicto de Tolosa,8 a União não dependerá de licitação para contratar no mercado o fornecim ento de bens quando verificar a escassez de produtos com objetivo de forçar a majoração de preços, isto é, adquirindo, formará estoques reguladores e os recolocará no mercado, forçando, assim, a queda dos preços.8 TO LO SA FILHO, Benedicto de. Contratando sem licitação — Comentânos Teóncos e Práticos. 3. ed. Ed. GZ, p. 89.

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Vide texto legal:

VI - quand o a União t iver que in tervir no d o m ín io econôm ico para regular preços ou norm alizar o abastec im ento;

- Propostas com preços superiores ao do mercado (inc. VII do art. 24)Há dispensabilidade de licitação na contratação de bens e serviços (excluindo-se,

portanto, as obras) em duas situações distintas:- quando todas as propostas apresentadas num a licitação instaurada estejam

superiores aos preços praticados no mercado nacional; ou- quando as propostas apresentadas num a licitação estejam incompatíveis

com os preços fixados pelos órgãos oficiais, ou seja, em conflito com um possível registro de preços ou com um preço tabelado ou congelado.

Verifica-se, portanto, que o principal pressuposto para a dispensa licitatória é a ocorrência de licitação anterior.

Para que se consagre a hipótese de dispensa, com a conseqüente contratação direta de outrem, far-se-á necessário:

- que se conceda aos licitantes que ofereceram preços em condições inacei­táveis (superiores aos preços praticados no mercado nacional ou incom­patíveis com os preços fixados pelos órgãos oficiais) o prazo de oito dias úteis para a possível adequação das propostas; e

- a manutenção da situação após a concessão, ou seja, a não apresentação de nova proposta com preço reduzido.

Vide texto legal:

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços m a n i fe s ta m e n te superiores aos praticados no m ercado nacional, ou forem incompatíveis com os f ixados pelos órgãos oficiais c o m p eten tes , casos e m que, observado o parágrafo único do art . 48 desta Lei e, persistindo a situação, será adm it id a a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços.

0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Ao alterar a Lei ne 8.666/1993, a Lei n5 9.648/1998 conferiu-lhe três parágrafos ao

art. 48. No entanto, não alterou a redação do inc. VII do art. 24 ora em comento. Dessa forma, ao se ler “ parágrafo único” no inciso, deve-se entender “ § 3e” .

- Essa regra de dispensabilidade licitatória não é aplicável para obras, pois o dispositivo menciona apenas bens e serviços.

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- Contratação com pessoa jurídica de direito público (inc. VIII do art. 24)A regra prevê dispensa de licitação para as contratações de bens produzidos ou

serviços prestados por órgãos ou entidades que integram a Administração Pública por pessoasjurídicas de direito público interno, ou seja, União, Estados, Municípios, Distrito Federal, suas autarquias e fundações de direito público.

A lei só autoriza a contratação de entidades que tenham sido criadas:- para o fim específico de comercializar bens e /o u serviços que a Adminis­

tração tenha interesse; e- em data anterior à vigência da Lei n- 8.666/1993.

Vide texto legal:

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de dire ito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en t id a d e que in tegre a A d m i ­nistração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico e m data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja com patíve l com o praticado no m ercado;

- Possível comprometimento da segurança nacional (inc. IX do art. 24)9Pela regra, as situações que com prom etam a segurança nacional afastam a

necessidade de procedim ento licitatório.Vide texto legal:

IX - quando houver possibilidade de c o m p ro m e t im en to da segurança nacional, nos casos estabelecidos e m decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

O inciso determ ina o estabelecimento dos casos de segurança nacional através de decreto presidencial.

Nesse passo, foi editado o Decreto n- 2.295/1997, o qual prescreveu, no art. 1-, a dispensa de licitação nas compras e contratações de obras ou serviços quando a revelação de sua localização, necessidade, característica do seu objeto, especificação ou quantidade coloque em risco objetivos da segurança nacional, e forem relativas à aquisição de recursos bélicos navais, terrestres e aeroespaciais; contratação de serviços técnicos especializados na área de projetos, pesquisas e desenvolvimento científico e tecnológico; e aquisição de equipam entos e contratação de serviços técnicos especializados para a área de inteligência.

Como, evidentemente, outras situações poderão determ inar o comprometi­mento da segurança nacional, o art. 2- do instrum ento regulam entar prevê que outros casos não previstos no art. 1- serão submetidos à apreciação do Conselho de Defesa Nacional.

9 Regulam entado no âmbito federal pelo Decreto n~ 2.295/1997.

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- Compra ou locação de imóvel para o serviço público (inc. X do art. 24)Para desenvolver as suas atividades, o Poder Público necessita ocupar imóveis.Assim, constatada a necessidade de instalação da Administração em imóvel espe­

cífico, verificar-se-á a dispensabilidade de procedimento licitatório, sob a condição de que o valor a ser pago seja compatível com o de mercado, segundo avaliação prévia.

A necessidade de instalação e localização condiciona a escolha do bem a ser ocupado pela Administração, motivo pelo qual a definição desses fatores de identi­ficação é prim ordial para o enquadram ento em dispensa licitatória.

Vide texto legal:

X - para a compra ou locação de im óvel destinado ao a te n d im e n to das f ina l ida­des precípuas da admin istração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja com patíve l com o valor de m ercado, segundo avaliação prévia;

O afastamento da licitação somente se justifica, como leciona Benedicto de Tolosa,10 para a compra ou locação de imóvel destinado à atividade-fim, como, por exemplo, um posto de saúde, um hospital, uma escola, um posto de fiscalização de fronteira ou em ponto estratégico ou uma delegacia de polícia, em área geográfica e com densidade populacional que requisite tais serviços, mas não pode ser dispen­sada a licitação para abrigar uma unidade-meio cuja localização não interfere no desenvolvimento das atividades que lhe são próprias.

- Contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento (inc. XI doart. 24)

Tendo ocorrido uma rescisão contratual com rem anescente de bens a serem fornecidos ou obras e serviços a serem executados, a lei autoriza a contratação com dispensa de licitação, desde que atenda a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor.

Em outras palavras, a Administração poderá convocar os demais participantes da licitação, na ordem de classificação, para verificar se possuem interesse em exe­cutar ou fornecer o remanescente, em iguais condições às oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido.

E im portante atentar que, para a dispensa de licitação, a hipótese pressupõe licitação e contratação anterior.

Destarte, são condições para o enquadram ento na dispensa:- licitação anterior, com mais de um classificado;- celebração de contrato;- execução de parte desse contrato;

10 TO LO SA FILHO, Benedicto de. Contratando sem licitação — Comentários Teóricos e Práticos. 3. ed. Ed. GZ, p. 96.

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- rescisão contratual por inexecução parcial, donde resultará um remanes­cente do objeto;

- convocação dos licitantes classificados na licitação anterior, seguida rigi­damente a ordem de classificação;

- aceitação das condições do contrato rescindido, inclusive quanto ao preço, devidamente atualizado.

Vide texto legal:XI - na contratação de rem anescente de obra, serviço ou fo rnec im ento , em conseqüência de rescisão contratual, desde que atend id a a ordem de classi­ficação da licitação anter ior e aceitas as m esm as condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, d e v id a m e n te corrigido;

- Compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes (inc. XII do art. 24)

Há dispensabilidade de licitação na compra de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, sob as seguintes condições:

- que a aquisição somente ocorra durante o tempo necessário para a reali­zação da licitação, isto é, somente para resolver necessidades imediatas; e

- que os preços sejam de mercado.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que, ao mencionar “ gêneros perecíveis” , o texto legal tem caráter extremamen­te genérico, uma vez que gêneros dessa natureza são aqueles que perecem com o tempo.

Vide texto legal:XII - nas compras de hortif rutig ranje iros, pão e outros gêneros perecíveis, no te m p o necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas d i re ta m e n te com base no preço do dia;

- Contratação de instituição sem fins lucrativos voltada para pesquisa, ensino, de­senvolvimento institucional ou recuperação social do preso (inc. XIII do art. 24)

A dispensabilidade está sujeita a três condições:- a pessoa jurídica a ser contratada pela Administração deverá constituir

instituição brasileira;- a instituição deverá estar incumbida de uma das seguintes tarefas: pesquisa;

ensino; desenvolvimento institucional; ou recuperação social de preso;- possuir inquestionável reputação ético-profissional; e- não ter fins lucrativos.

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Vide texto legal:

XIII - na contratação de institu ição brasile ira in cum b ida re g im e n ta l ou esta- t u t a r ia m e n te da pesquisa, do ensino ou do d e s e n v o lv im e n to insti tucional, ou de institu ição ded icada à recuperação social do preso, desde que a con­t ra ta d a d e te n h a in q u es t io n áve l reputação ét ico-prof iss ional e não te n h a fins lucrativos;

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que a contratação fundamentada no dispositivo obriga o contratado a executar diretamente o objeto avençado, sendo vedada a subcontratação.

- Aquisição nos termos de acordo internacional (inc. XIV do art. 24)Sendo manifestamente vantajosas as condições oferecidas, permite-se a dispen­

sabilidade de licitação para a aquisição de bens e serviços produzidos no exterior, desde que nos termos de acordo internacional específico.

Vide texto legal:

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos te rm os de acordo in ternacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas fo rem m a n i fe s ta m e n te vantajosas para o Poder Público;

0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Anote-se que o dispositivo só autoriza a contratação direta com dispensa de licitação

para a aquisição de bens ou a contratação de serviços, não fazendo menção a obras.- A doutrina dominante sustenta que é possível a combinação de aquisição de bens e ser­

viços, simultaneamente. É o que assevera, por exemplo, Jorge Ulisses Jacoby Fernandes: “vez que a alternatividade imposta pela partícula W não deve ser entendida de modo a impedir a contratação simultânea” .11

- Aquisição ou restauração de obras de arte (inc. XV do art. 24)A dispensabilidade para a aquisição ou restauração de obras de arte está vin­

culada à finalidade do ente público, ou seja, a hipótese só é possível caso o ente possua como competência ou finalidade a aquisição e /o u preservação de bens dessa natureza, tais como museus, arquivos públicos, fundações culturais etc.

Para que se caracterize o enquadram ento, os objetos a serem adquiridos ou restaurados deverão ser obras de arte ou objetos históricos com autenticidade certificada.

11 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby Contratação Direta sem Licitação. 7. ed. Fórum, 2008, p. 442.

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Vide texto legal:

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de auten t ic idade certif icada, desde que com patíve is ou inerentes às final idades do órgão ou en t idad e .

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que a Lei n5 8.666/1993 trata de objeto idêntico no art. 25, inciso II, enquadran- do-o, entretanto, como situação de inexigibilidade de licitação.12 A restauração de obras de arte e objetos históricos é tratada como hipótese de inexigibilidade de certame licitatório, por ser considerada enquadrada como um serviço técnico profissional especializado listado no art. 13 do mesmo diploma.Para diferenciar as situações, é de se encarar a questão da seguinte maneira:- Caso as obras de arte ou os objetos históricos estejam vinculados às finalidades do

órgão ou entidade (museus públicos, arquivos públicos, fundações culturais públicas etc.), configurar-se-á a hipótese de licitação dispensável (art. 24, inciso XV).

- Caso, entrementes, as obras de arte ou os objetos históricos não se encontrem vincu­lados às finalidades do órgão ou entidade, a contratação sem licitação far-se-á com alicerce na inexigibilidade licitatória, desde que o serviço seja de natureza singular, com empresas ou profissionais de notória especialização (art. 25 inc. II c/c art. 13 inciso VII).

- Contratação de serviços especiais com instituições integrantes da própria Ad­ministração (inc. XVI do art. 24)

A dispensabilidade ocorre quando aqueles configurados como pessoa jurídica de direito público interno (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, suas au­tarquias e fundações de direito público) contratam a impressão de diários oficiais, formulários padronizados, edições técnicas oficiais e serviços de informática, com órgãos ou entidades da Administração Pública que foram criados exatamente para realizar tais serviços.

Vide texto legal:

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, b em como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in tegrem a Administração Pública, criados para esse f im específico;

- Aquisição de acessórios durante o período de garantia (inc. XVII do art. 24) Há dispensabilidade de licitação nas aquisições de com ponentes ou peças ne­

cessários à manutenção de equipam entos durante o período estabelecido como de garantia, desde que:

12 N o ta : As situações de licitação inexigível serão vistas em item específico.

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- contratado jun to ao fornecedor original desses equipamentos; e- as condições desta exclusividade sejam indispensáveis para que a garantia

seja mantida.

Vide texto legal:

XVII - para a aquisição de com ponentes ou peças de or igem nacional ou es­t rangeira , necessários à m a n u te n ç ã o de eq u ip a m e n to s durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses e q u ip am en to s , quando tal condição de exclusiv idade for indispensável para a vigência da garantia;

- Compras ou contratações para abastecimentos militares em estado de operação eventual (inc. XVIII do art. 24)

O inciso prevê a dispensa de licitação nas compras de bens ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento, quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando o lapso temporal exíguo dem andar com­prom etim ento à norm alidade e aos propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea a do inciso II do art. 23.

Portanto, esmiuçando a regra legal, a hipótese de dispensabilidade de licitação se caracteriza em face dos seguintes fatores:

- caráter eventual de estadia (curta permanência) de navios, embarcações, unidades aéreas e tropas em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes;

- comprovada necessidade de abastecimento;- movimentação operacional ou de adestramento;- comprovação de que os prazos legais são exíguos e que poderão compro­

m eter toda a operação;- o valor da contratação não exceda ao limite estabelecido para a modalidade

de licitação convite, concernente a compras e serviços (R$ 80.000,00).

Vide texto legal:

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastec im ento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando e m estada eventua l de curta duração e m portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por m otivo de m o v im e n ta ç ã o operacional ou de ades tram ento , quand o a ex ig u idad e dos prazos legais puder c o m p ro m e te r a n o rm a l id ad e e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao l im ite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei;

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Gomo se verifica, a hipótese de dispensabilidade está aparentem ente ligada tão só aos trabalhos das Forças Armadas (Marinha, Exército e A eronáutica). Entretanto, dois aspectos de suma im portância devem ser considerados: a dispensa abarcaria também deslocamentos de polícias militares e corpos de bombeiros e alcançaria, ainda, as entidades da Administração não militares, responsáveis por deslocamentos de navios, embarcações e unidades aéreas, quando de suas atividades?

0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:Jessé Torres Pereira Júnior é favorável ao enquadramento da hipótese de dispensabilidade também para as contratações realizadas por policiais militares e bombeiros: “ Em tese sim, de vez que o inciso, aludindo genericamente ‘tropas’ , não discrimina entre as das Forças Armadas (apenas Marinha, Exército e Aeronáutica, segundo a CF/88, art. 142) e as que, auxiliares do Exército, desempenham outras funções que não as de combate. A aplicação fica condicionada, todavia, ao preenchimento de todos os requisitos da espécie, que inclui a permanência da tropa em ‘localidades diferentes de suas sedes’ . Sendo, como são, esta­duais, as polícias militares e os corpos de bombeiros militares têm sede no Estado a que pertençam, não sendo viável movimentação que ultrapasse os limites territoriais de cada Estado. Cogitar-se-ia, todavia, da dispensa de licitação se se desse ao requisito interpre­tação menos lata, na acepção de circunscrição, entendido como sede apenas o Município em que instalado o quartel da unidade cuja tropa seria deslocada, constituindo-se em movimentação operacional ou de adestramento o deslocamento entre Municípios do mesmo Estado, distintos do da sede da unidade (em caso, por exemplo, de mostrar-se imperioso o reforço de contingentes em cidades próximas, com deslocamento rápido e inopinado de homens e equipamentos, para garantir a ordem pública)” .13Realmente a redação do dispositivo autoriza a conclusão de que forças policiais estaduais e federais, a Guarda Nacional e a Polícia Federal, também possam utilizá-lo em seus des­locamentos.Jorge Ulisses Jacoby Fernandes sustenta que a dispensabilidade alcança ainda as con­tratações das entidades da Administração não militares, responsáveis por deslocamentos de navios, embarcações e unidades aéreas, quando de suas atividades, ressalvando, no entanto, que parte da doutrina discorda de seu entendimento: “Também podem beneficiar- -se do dispositivo, ao contrário do que sustentam alguns doutrinadores, empresas res­ponsáveis pelo deslocamento de navio, embarcações e unidades aéreas. Dada a extensa dimensão do território nacional e a diversidade de composição das regiões, parece pos­sível exemplificar várias hipóteses em que outras unidades além das militares poderiam se utilizar desse inciso para promover a contratação sem prévio procedimento licitatório: a FUNAI, em expedição organizada fora da sede, usando de avião, em Município distante; a SUCAM, em atividade típica que desloca um grupo de profissionais da área da saúde para uma região endêmica por embarcação; a Presidência da República, no deslocamento das autoridades do governo, inclusive no helicóptero presidencial, que está abrangido na expressão unidades aéreas; nos casos citados, tais órgãos poderão abastecer os meios de

13 PER EIR A JÚ N IO R . Comentános à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública: Lei n2 8.666/1993, com a redação da Lei n2 8.883/1994. 3. ed.. Ed. Renovar, p. 170. Essa tese tam bém é defendida por M arçaljusten Filho {Comentános à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 12. ed. São Paulo: Dialética, 2008).

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deslocamento com dispensa de licitação, promovendo diretamente as compras e as contra­tações de serviços” .14Na trilha dos juristas anteriores, os Advogados da União Cláudio Roberto Vicentino e Paulo Romilson Volotão registraram contundentemente, em artigo específico: “ Não é hipótese pri­vativa das Forças Armadas” .15

- Para manutenção da padronização de materiais de uso militar (inc. XIX do art. 24) Hipótese de dispensabilidade de licitação voltada somente para as Forças Ar­

madas, vinculada aos seguintes requisitos:- somente para compras;- proibida a aquisição para uso pessoal ou administrativo;- objetiva m anter a padronização, que deverá ser oriunda de parecer formal

de comissão instituída por decreto.

Vide texto legal:

XIX - para as compras de m ater ia l de uso pelas Forças A rm adas, com exceção de m ateria is de uso pessoal e adm inistrativo, quando houver necessidade de m an ter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios n a ­vais, aéreos e terrestres, m e d ia n te parecer de comissão insti tu ída por decreto;

- Contratação de associações de portadores de deficiência física (inc. XX do art. 24) O dispositivo autoriza a dispensa de licitação para a contratação de associações

de portadores de deficiência física, para fornecim ento de mão de obra ou prestação de serviços, desde que sejam atendidos os seguintes requisitos:

- a associação não possua fins lucrativos;- tenha comprovada idoneidade;- a contratação se refira a serviço ou fornecimento de mão de obra;- o preço seja compatível com o de mercado.

Vide texto legal:

XX - na contratação de associação de portadores de defic iência física, sem fins lucrativos e de com provada idone id ade , por órgãos ou ent idades da A dm in is ­tração Pública, para a prestação de serviços ou fo rn ec im en to de m ã o de obra, desde que o preço contratado seja com patíve l com o praticado no m ercado.

14 FERNANDES. Contratação direta sem licitação. Ed. Brasília Jurídica, p. 256.lo Dispensa de Licitação: Hipóteses aplicáveis às atividades das Forças Armadas. In h t tp :/ / www.agu.gov.br/sistemas/ site/PaginasInternas/N orm asInternas/A toD etalhado.aspx?idA to=268268& ID _SITE= Acesso em 10.10.2011.

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- Compra de bens para pesquisa científica e tecnológica (inc. XXI do art. 24)Há dispensabilidade de licitação nas aquisições de bens e insumos destinados

exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento à pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico.

Tal se justifica em face das peculiaridades do objeto pretendido, com o fito de utilização em pesquisa científica e tecnológica, uma vez que há necessidade de agilidade na aquisição, já que o trabalho poderia sofrer prejuízos se a aquisição de bens nele utilizados tivesse que se conformar aos ritos do procedim ento licitatório.

São fatores obrigatórios para a dispensa:- aquisição de bens;- os bens devem ser utilizados exclusivamente em pesquisa científica e /o u

tecnológica;- os recursos devem ser oriundos de instituições de fomento à pesquisa

(CAPES, FINEP, CNPq ou qualquer outra credenciada por esse conselho).Joel Nieburh argum enta, com razão, que esta dispensa só deve ser levada a

cabo em situações cuja peculiaridade seja suficiente para evidenciar que a obriga­toriedade de licitação pública im poria prejuízos ou gravames à pesquisa. O jurista dá como exemplo a com pra de grande quantidade de microscópios que visem a substituir os existentes. Em tal hipótese, assevera, a princípio, não se justificar o afastamento licitatório: “Nesse caso, a realização de licitação pública não configura prejuízo algum à pesquisa, antes disso, serve para proteger o interesse público de deturpações”.16

Vide texto legal:

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclus ivam ente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP, pelo CNPq ou por outras instituições de fo m e n to a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;

- Contratação de concessionária de energia elétrica (inc. XXII do art. 24)A hipótese de dispensabilidade de licitação caracteriza-se na contratação do for­

necim ento ou suprimento de energia elétrica com concessionárias, permissionárias ou autorizatárias, segundo normas dispostas em legislação específica.

Evidentemente, o agente público responsável deverá avaliar a situação exis­tente na localidade em que se situa o órgão público, examinando se há mais de um fornecedor com concessão, permissão ou autorização para o fornecim ento de energia elétrica.

lb N IEBU R H , Joel. Dispensa e inexigibilidade de licitação pública. Belo Horizonte: Fórum, p. 500.

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Dependendo do quadro fático com o qual se depare, justificará a situação de dispensa licitatória.

Vide texto legal:

XXII - na contratação de fo rn ec im en to ou suprim en to de energ ia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

- Contratação com subsidiárias das empresas públicas e sociedades de economia mista (inc. XXIII do art. 24)

As empresas públicas e as sociedades de economia mista estão autorizadas a contratar suas subsidiárias e controladas com dispensa de licitação, quando da aqui­sição ou alienação de bens, bem como na contratação de serviços por elas prestados, desde que o preço seja compatível com o praticado no mercado.

Para a perfeita configuração da hipótese de dispensabilidade, há necessidadeque:

- a contratante seja empresa pública ou sociedade de economia mista;- a contratada seja subsidiária ou controlada da entidade contratante; e- os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado.

Vide texto legal:

XXIII - na contratação realizada por em presa pública ou sociedade de econom ia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou a lienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja com patíve l com o praticado no mercado;

Registre-se que o raciocínio é o mesmo adotado nos incisos VIII e XVI, quando a lei autoriza que pessoasjurídicas de direito público interno contratem diretamente órgãos ou entidades que tenham sido justam ente instituídos para o desenvolvimento de determ inada tarefa.

Em todos os casos, verifica-se que, por lógica, o que o diploma propicia é a contratação direta de um ente criado pela própria Administração para um deter­minado fim.

- Contratação com Organizações Sociais - OS (inc. XXIV do art. 24)Dentro do projeto de reform a administrativa do Estado, foram criadas as Orga­

nizações Sociais - OS. São elas, de certa forma, pessoasjurídicas qualificadas como organizações públicas não estatais.

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As OS estão reguladas pela Lei n- 9.637/1998, que estabelece normas para que o Poder Executivo possa qualificar nessa categoria pessoas jurídicas cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e prevenção do meio ambiente, à cultura e à saúde.

Para tal condição, obrigam-se as OS a firmar um “contrato de gestão” com o Poder Público, em que serão acordadas as metas de desem penho que assegurarão a boa prestação dos serviços a serem por elas desenvolvidos, cabendo à Administração apenas verificar o atendim ento dos objetivos dispostos neste contrato.

Assim, ter-se-á a dispensabilidade de licitação nos contratos de serviços celebra­dos com essas híbridas entidades, desde que voltados para as atividades contempladas nos contratos de gestão firmados com o Poder Público.

Vide texto legal:XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as o rga­nizações sociais, qualif icadas no âm b ito das respectivas esferas de governo, para ativ idades contem pladas no contrato de gestão;

- Transferência de Tecnologia (inc. XXV do art. 24)Há dispensabilidade de licitação na contratação realizada por Instituição Científi­

ca e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

Inserida pela Lei n- 10.973/2004, tal regra de dispensabilidade licitatória surgiu como conseqüência lógica dos incentivos à pesquisa científica e tecnológica previstos na própria lei, objetivando a ampliação da capacitação e da autonom ia tecnológica, buscando o desenvolvimento da indústria nacional.

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Segundo o art. 2°-, inc. V, do Decreto federal ne 5.563/2005, Instituição Científica e Tec­nológica - ICT é o órgão ou a entidade da Administração Pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico.Vide texto legal:XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agên­cia de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

- Celebração de Contrato de Programa (inc. XXVI do art. 24)Há dispensabilidade de licitação quando da celebração de contrato de progra­

ma com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

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Este inciso foi introduzido pela Lei n- 11.107/2005, que dispõe sobre normas gerais para que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum.

Contrato de programa é o instrum ento por interm édio do qual são constituídas obrigações entre entes da Federação ou para com um consórcio público, no âmbito da gestão associada, em que haja a prestação de serviços públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos serviços transferidos (art. 13 da Lei n- 11.107/2005). Exemplo: contrato cele­brado para a conjugação de esforços de municípios limítrofes com o objetivo de promoção de saneamento básico (coleta de lixo, limpeza de rios etc.).

Assim, para que haja o enquadram ento nessa hipótese de dispensa de licitação, é necessário haver consórcio ou convênio de cooperação, que autorize essa espécie de contratação para fim de cumprimento de suas finalidades, em termos previamente fixados, sendo que o ajuste deve ser firmado por meio do contrato de programa.

Vide texto legal:XXVI - na celebração de contrato de program a com e n te da Federação ou com en t id a d e de sua adm inistração indireta, para a prestação de serviços públicos de form a associada nos term os do autorizado e m contrato de consórcio público ou e m convênio de cooperação;

- Coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveisou reutilizáveis (inc. XXVII do art. 24)

Este inciso foi inserido por força do contido no art. 57 da Lei n- 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e sua política federal.

Saneamento básico, no conceito da lei, é um conjunto de serviços onde se inclui a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos, o que inclui a coleta, o transporte, o transbordo, o tratam ento e o destino final do lixo doméstico e do lixo orgânico de varrição, além da limpeza de logradouros públicos.

Nesse passo, há dispensa de licitação na contratação de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis.

Vide texto legal:XXVII - na contratação da coleta, processam ento e comercia l ização de resí­duos sólidos urbanos recicláveis ou reutil izáveis, e m áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, e fe tuados por associações ou cooperativas form adas exc lu s ivam ente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de m ateria is recicláveis, com o uso de e q u ip a m e n to s com patíve is com norm as técnicas, am bien ta is e de saúde pública.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que, ao exigir o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas ambientais e de saúde pública, o legislador preocupou-se com a preservação dos traba­lhadores envolvidos nessa atividade, cabendo à Administração fiscalizar esse aspecto por ocasião da execução contratual.

- Bens ou serviços de alta tecnologia e defesa nacional (inc. XXVIII do art. 24) A Lei n- 11.484/2007 dispôs sobre os incentivos às indústrias de equipam entos

para TV Digital e de com ponentes eletrônicos semicondutores, bem como sobre a proteção à propriedade intelectual das topografias de circuitos integrados.

Tais incentivos estão voltados aos investimentos que as empresas dessas áreas efetivarão em pesquisas e desenvolvimento.

Nesse passo, o art. 62 da Lei n- 11.484/2007 inseriu na Lei n- 8.666/1993 a pos­sibilidade de dispensa de licitação nas contratações de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e a defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

Vide texto legal:

XXVIII - para o fo rn ec im en to de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que e n v o lv a m , c u m u la t iv am e n te , alta com plex idade tecnológica e d e ­fesa nacional, m e d ia n te parecer de comissão e s p ec ia lm en te designada pela autor id ade m á x im a do órgão.

- Bens e serviços para atender militares em operações de paz no exterior(inc. XXIX do art. 24)

Objetivando agilidade e condições operacionais adequadas aos militares no exterior, de acordo com os compromissos assumidos pelo Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU), dispõe o inciso pela dispensa de licitação na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

Vide texto legal:

XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços para a te n d e r aos contin­gentes m ilitares das Forças Singulares brasileiras e m p reg ad as e m operações de paz no exterior, necessar iam ente justif icadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executan te e ratif icadas pelo C om an dante da Força.

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- Prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural (inc. XXX do art. 24)

Em função da implementação, por interm édio da Lei n- 12.188/2010, da Polí­tica Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER) e do Programa Nacional de Assistência Técnica e Exten­são Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária (PRONATER), com o claro objetivo de elevar a produção nacional, maximizando a produtividade, fom entando o desenvolvimento rural sustentável da agricultura familiar e dos assentamentos da reform a agrária, estabeleceu-se como motivo para dispensabilidade de licitação a contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do citado programa.

Vide texto legal:

XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços para a te n d e r aos contin­gentes militares das Forças Singulares brasileiras e m p re g a d a s e m operações

de paz no exterior, necessar iam ente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executan te e ratificadas pelo C om an dante da Força.

- Contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3-, 4-, 5- e 20 da Lei n- 10.973/2004 (inc XXXI do art. 24)

A Lei n- 10.973/2004 dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no am biente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da au­tonomia tecnológica, bem como ao desenvolvimento industrial do País, nos termos dos arts. 2 1 8 e 2 1 9 d a Constituição Federal.

Nos arts. 3-, 4- e 5-, o diploma legal perm ite ao Poder Público estabelecer, por meio de instrumentos diversos, alianças estratégicas e desenvolver projetos de coope­ração envolvendo empresas nacionais, ICTs17 e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento que objetivem a geração de produtos e processos inovadores.

Por sua vez, o art. 20 prescreve que os órgãos e entidades da Administração Pública, em matéria de interesse público, poderão contratar empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecno­lógico, para solução de problem a técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador.17 IC T — Instituição Científica e Tecnológica: órgão ou entidade da adm inistração pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico (Lei n- 10.973/2004).

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Vide texto legal:

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e e x te n ­são rural no âm b ito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Famil iar e na Reform a Agrária , insti tu ído por lei federal;

14 .3 . Licitação Inexigível (art. 25 da Lei na 8.666/1993)A inexigibilidade de licitação decorre da inviabilidade de competição, em face

de total impossibilidade de confronto.A regra legal que a define encontra-se no caput do art. 25 da Lei n- 8.666/1993,

a qual prevê a inexigibilidade licitatória quando houver inviabilidade de competição. Vide texto legal:

Art. 25 . É inexigível a licitação quando houver inv iabil idade de com petição, e m especial: (.. .)

Essa característica (inviabilidade de competição) impossibilita a abertura de um certame licitatório, diferenciando-se, por conseguinte, da licitação dispensável, que se constitui como faculdade para o adm inistrador público.

E o que ensina Maria Sylvia Zanella di Pietro:A d ife rença básica e n t re as duas h ipóteses está no fato d e que, na d ispensa, há p o ss ib i l id ad e d e c o m p e t iç ã o q u e ju s t i f iq u e a lic itação; d e m o d o q u e a lei facu lta a d isp en sa , q u e fica inser ida na c o m p e tê n c ia d iscric ionária da A d m in is tra ç ã o . Nos casos de in e x ig ib i l id a d e , não há p o ss ib i l id ad e de c o m p e t iç ã o , p o rq u e só ex is te u m o b je to ou u m a pessoa q u e a t e n d a às necess id ades da A d m in is tra ç ã o ; a lic itação é, p o r tan to , in v iá v e l .18

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Administração Pública também adota a inexigibilidade de licitação quando, teoricamen­te, o objeto pretendido obriga a contratação de “todos” do mercado que o executem.Jorge Ulisses Jacoby Fernandes leciona que, se a Administração convoca os profissionais de determinado setor, dispondo-se a contratar todos os que tiverem interesse e que satisfaçam os requisitos estabelecidos, fixando ela própria o valor que se dispõe a pagar, os possíveis licitantes não competirão, no estrito sentido da palavra, inviabilizando a competição, uma vez que a todos foi assegurada a contratação.19

18 D I PIETRO , M aria Sylvia Zanella., Direito administrativo. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2002, p. 310.19 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby Contratação direta sem licitação: modalidades, dispensa e inexigibilidade de licitação. 5. ed. Brasília: Editora Brasília Jurídica, 2000, p. 532.

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Nesse passo, ocorre o instituto do credenciamento, que o Tribunal de Contas da União vem recomendando para a contratação de serviços médicos, jurídicos e de treinamento.200 credenciamento se legitima nas hipóteses em que, para que seja alcançado o interesse público, faz-se necessário que um grande universo de fornecedores ou prestadores de ser­viço esteja disponível, descaracterizando-se, dessa forma, a competição.Vide comentários sobre a matéria de Sônia Tanaka:Assim, se a Administração convida a todos os interessados que possuam os requisitos definidos no edital, dispondo-se, em princípio, a contratar todos os que tiverem interesse e que satisfaçam as exigências estabelecidas, esses licitantes não competirão, vez que a todos será assegurada a contratação que se fizer necessária, hipótese em que os próprios Tribunais de Contas têm recomendado o uso do sistema de credenciamento.21

Não obstante, como se verifica na expressão final do texto do caput do art. 25 “em especial” preocupou-se o legislador em indicar algumas situações especiais de inexigibilidade licitatória:

- Aquisições que só possam ser realizadas com exclusividade (fornecedor exclu­sivo)

A aquisição de materiais, equipam entos e gêneros em fornecedor exclusivo (produtor, empresa ou representante comercial) é situação típica de inexigibilidade de licitação.

Asseveramos no livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum):No m e rc a d o , t e m - s e c o m o f o rn e c e d o r ta n to o produtor, o fa b r ic a n te ou o m o n t a d o r — ho je , com a d v e n t o da te rce ir ização , as fábricas fo ra m subs­t i tu íd as por m o n ta d o ra s — co m o o c o m e rc ia n te .Estando a exc lu s iv id a d e do b e m a t re la d a , d e fo r m a d i re ta , ao produtor, ao fa b r ic a n te ou ao m o n ta d o r , t e m - s e , s e m d ú v id a , a in v ia b i l id a d e de c o m p e t iç ã o ab s o lu ta .A in v ia b i l id a d e alcança o c o m e rc ia n te caso t e n h a e le exc lu s iv id a d e na co m e rc ia l iz a ç ã o do b e m .

São condições essenciais para o enquadram ento:- compra de materiais, equipamentos ou gêneros (não se prestando o inciso,

dessa maneira, para a contratação de “serviços exclusivos”);- proibição de preferência de marca;- existência de comprovação de exclusividade.

20 T C U — Decisão n- 104/1995 — Plenário — “Finalizando, constatamos ter ficado devidamente esclarecido no pro­cesso TC 008.797/1993-5 que o sistema de credenciam ento, quando realizado com a devida cautela, assegurando tratam ento isonômico aos interessados na prestação dos serviços e negociando-se as condições de atendim ento, obtém-se um a m elhor qualidade dos serviços além do m enor preço, p o d en d o ser a d o tad o se m lic ita çã o a m p arad o n o art. 25 da Lei n - 8.666/1993.”21 TANAKA, Sônia Y K. Sistema de credenciamento: hipótese de inexigibilidade de licitação: requisitos necessários: considerações. BLC — Boletim de Licitações e Contratos. São Paulo: Editora NDJ, maio 2003, p. 334.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Comentamos no livro Licitação Passo a Passo (6â ed. Fórum): Não raro, a Administração conclui, após um processo de avaliação técnica, que a ela só interessa certo produto, muitas vezes, inclusive, chegando à marca. Nessas hipóteses, caso o produto seja co­mercializado em diversos pontos, não está caracterizada a inviabilidade de competição, fazendo-se necessária a instauração de licitação.

O inciso determina, de m aneira insólita, que a comprovação da exclusividade será realizada através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio local (junta comercial) ou pelo sindicato, federação ou confederação patronal ou ainda, na falta desses, por entidades equivalentes.22 Esqueceu-se o legislador daquela que seria a maior comprovação de exclusividade, que é a realizada através de contrato de exclusividade entre o produtor (ou fabricante/m ontador) e o comerciante. Evi­dentem ente, apesar de a lei não listá-la, esta é a melhor e mais genuína comprovação de exclusividade, devendo ser, de pronto, acatada pela Administração.

Anote-se que, no âmbito da contratação internacional, a demonstração, além do norm al contrato de exclusividade, é realizada por interm édio de docum ento declaratório fornecido por consulados e pela Câmara Internacional de Comércio.

Vide texto legal:

I - para aquisição de m ateria is , e q u ip am en to s , ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, em presa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de m arca, d e v e n d o a com provação de exclusiv idade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local e m que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas en t idades equiva lentes;

- Contratação de serviços técnicos por notória especializaçãoHá inexigibilidade de licitação quando restar patente a notória especialização

do profissional ou da empresa que a Administração necessita contratar.O inciso atrela a contratação por inexigibilidade aos serviços técnicos enu­

merados no art. 13 da Lei n- 8.666/1993, dispondo que os mesmos deverão ser de natureza singular, vedando a sua adoção para serviços de publicidade e divulgação.

Vide texto legal:

II - para a contratação de serviços técnicos en u m erad o s no art . 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou em presas de notória especialização, vedada a in ex ig ib il idade para serviços de public idade e divulgação;

22 O TCU, preocupado com a esdrúxula determ inação legal, determ inou que, quando do recebimento de atestados de exclusividade de fornecimentos de materiais, equipam entos ou gêneros, os órgãos deverão adotar “medidas cautelares visando assegurar a veracidade das declarações prestadas pelos órgãos ou entidades emitentes” (Decisão n2 047/1995).

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Os serviços técnicos enum erados no art. 13 são os a seguir:- estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;- pareceres, perícias e avaliações em geral; assessorias ou consultorias técnicas

e auditorias financeiras ou tributárias;- fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;- patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;- treinam ento e aperfeiçoamento de pessoal;- restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Registre-se que este inciso recebe um im portante complemento através do § 1- do mesmo art. 25.

§ 1g Considera-se de notória especialização o profissional ou em p resa cujo conceito no cam po de sua especial idade, decorrente de d e s e m p e n h o a n t e ­rior, estudos, experiências, publicações, organização, ap a re lh a m e n to , equ ipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas ativ idades, perm ita inferir que o seu t rabalho é essencial e ind iscut ive lm ente o mais a d eq u ad o à plena satisfação do ob jeto do contrato.

Na obrigatória avaliação conjunta dos dispositivos (caput do art. 25, seu inc. II, o art. 13 e § 1- a seguir, que define o perfil do profissional notório), concluímos, prelim inarm ente, que a caracterização é realizada caso configurados os seguintes elementos:

- inviabilidade de competição;- constar o serviço técnico-profissional pretendido pela Administração no

elenco de serviços enum erados no art. 13;- natureza singular do serviço;- ser prestado por profissional ou empresa de notória especialização;- enquadrar-se o profissional (ou empresa) no conceito de notória especia­

lização estabelecido no § 1-;- fatores diversos, relacionados com a constatação de notório trabalho do

profissional (ou empresa), que demonstrem que o serviço é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objetivo preten­dido.

A ausência de qualquer um dos fatores elencados viciaria o enquadram ento.A grande dificuldade enfrentada na prática é saber, ao certo, o que significaria,

na concepção do legislador, a natureza singular de um serviço.Gladys Jouffroy, em parecer elucidativo, leciona que singularidade difere de

unicidade:0 o b je to único d ispensa a té es tudos e c o m e n tá r io s d o u tr in á r io s já q u e a im p o s s ib i l id a d e de e s ta b e le c e r -s e u m a c o m p e t iç ã o e m e r g e d e e le m e n t o s concretos, fá ticos e lógicos, s en d o de n a tu re z a a b s o lu ta . A s in g u la r id a d e ,

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por outro lado, alicerça u m a c o n tra tação d ire ta por im p o ss ib i l i ta r ju r id ic a ­m e n t e o co n fro n to .23

Na verdade, como bem define Jorge Ulisses Jacoby, a singularidade é uma ca­racterística do objeto que o individualiza, o distingue dos demais, e a presença de um atributo incomum na espécie, diferenciador.24

A palavra-chave é, incontestavelmente, individualização. O objeto, então, pode ser realizado por diversos profissionais, mas o escolhido destaca-se pela qualidade singular, que o individualiza, apartando-o dos demais, insuscetível de confronto.

Bom exemplo de singularidade nos traz o saudoso Marcos Juruena:No caso do Estado do Rio d e Janeiro, c o n tra to u -s e o r e n o m a d o a rq u i te to Oscar N i e m e y e r para p ro je ta r os ClEPs; o m e s m o a rq u i te to fora c o n tra ta d o pelas A d m in is tra ç õ e s fe d e ra l e m u n ic ip a l para p ro je ta r a Capita l Federa l e a passare la do s a m b a . São, s e m d ú v id a , p ro je to s q u e f o g e m à rot ina e e x ig e m o q u e há de m e lh o r no m e rc a d o . 0 m e s m o não se p o d e r ia d izer da construção d e u m s im p les m uro , ou de um p réd io público qu a lq u er , q u e não e x ig e m t a m a n h a e x p e r iê n c ia e e s p e c ia l iz a ç ã o .25

E inconteste, não obstante a imensa gama de bons arquitetos existente, que Oscar Niemeyer possui um serviço de natureza singular, que o individualiza.

Após a caracterização da singularidade, sobrevêm a necessidade de identifi­cação da notória especialização propriam ente dita. Gomo já frisado, a própria Lei n- 8.666/1993 se encarrega, no § 1- do art. 25 em análise, de definir o conceito, considerando de “notória especialização” o profissional ou a empresa cujo conceito, no campo de sua atuação, em função de desem penho anterior, estudos, experiên­cias, publicações, aparelham ento, organização, equipe técnica ou outros requisitos relacionados com sua especialidade, perm ita inferir que o seu trabalho é o mais adequado à plena satisfação do objeto pretendido.

Advém do conceito legal uma dúvida inicial: para a perfeita caracterização da notoriedade, haveria necessidade do profissional ou empresa agrupar todos os requisitos listados no dispositivo? Entendem os que não, considerando a elevada quantidade de requisitos — que dificilmente poderiam ser reunidos por um único profissional — bem como pela forma como o texto se apresenta, prevendo, com inteligência, a possível existência de outros requisitos que demonstrarão a notória especialização.

Resta a le rta r , q u a n to à in d is p e n s áv e l c o m p ro v a ç ã o de e v id ê n c ia dessa e s p ec ia l iz ação do escolh ido , d e m o d o q u e a d is c r ic io n a r ie d a d e o fe re c id a pe la lei não u l trapasse seu própr io l im i te — q u e é t ê n u e e d e difícil a f e r i ­ção — e a lcan ce o arb ítr io , v ic ian d o o ato.

23 BRITAN. Parecer sobre “Hipótese incidente de dispensa de licitação”, emitido em 12 /01 /1995 .24 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby C ontratação direta sem licitação, p. 308.25 SO U TO . Licitações e contratos administrativos'. Lei n- 8.666, de 2 1 /6 /1 9 9 3 , com entada, p. 101.

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Sobre o tema, sumulou o TCU que “a notória especialização só tem lugar quan­do se tratar de serviço inédito ou incomum, capaz de exigir na seleção do executor de confiança, um grau de subjetividade, insusceptível de ser medido por critérios objetivos de qualificação inerentes ao processo de licitação”.

- Contratação de profissional do setor artísticoE inexigível a licitação para a contratação de profissional de qualquer setor artís­

tico, podendo a contratação ocorrer diretam ente ou por interm édio de empresário, desde que o mesmo seja consagrado pela crítica especializada e pela opinião pública.

Obtem peram os no livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum):Da m e s m a fo r m a q u e não há c o m o se c o m p a ra r profissionais s ingulares , na c o n tra tação de art ista consag rad o pe la crít ica e s p e c ia l iz a d a ou pela o p in iã o pública t a m b é m é im p o ss íve l .

Diogenes Gasparini comenta o âmbito dessa consagração pela crítica e opinião pública:

C rem os q u e se p o d e d izer q u e é a crítica local, re g io n a l (e s ta d u a l ) ou n a ­c ional, e m razão do va lo r do contra to . A ssim , se o contra to e s t ive r d e n tro do l im i te d e conv ite , será local; se e s t ive r d e n tro do l im i te da t o m a d a de preços, será reg io n a l; se es t iv e r d e n tro do l im i te de concorrênc ia , será n ac io n a l . 0 m e s m o d e v e - s e a f i rm a r e m re lação à o p in iã o púb l ica . No m ais , cab e observar, no q u e couber, o q u e d issem o s para a c o n tra tação d e serviços profissionais e sp ec ia l iz ad o s .

Vide texto legal:

III - para contratação de profissional de qua lquer setor artístico, d i re ta m e n te ou através de em p resár io exclusivo, desde que consagrado pela crítica e s p e ­cializada ou pela opin ião pública.

0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- 0 § 2a do art. 25 da Lei ne 8.666/1993 prescreve que, nas hipóteses de inexigibilidade e

em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, responderão soli­dariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

- 0 art. 89 da Lei n5 8.666/1993 tipifica como crime dispensar ou não exigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade (Pena: detenção, de 3 a 5 anos, e multa). Além disso, seu parágrafo único prevê que incorre na mesma pena aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibi­lidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

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14 .4 . Publicação dos Afastamentos de LicitaçãoPara que tenham eficácia jurídica, os atos de enquadram ento de afastamento

de licitação deverão ser comunicados a autoridade superior para ratificação e pu­blicação na imprensa oficial.

Nesse viés, o art. 26 da Lei n- 8.666/1993 preconiza que as dispensas previstas nos §§ 2° e 4- do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigi­bilidade do art. 25, necessariamente justificadas, deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.

Dispõe o artigo sobre a necessidade de dupla avaliação de determinadas hipó­teses de dispensa e de todas as situações de inexigibilidade.

Trata-se de atividade típica de controle, uma vez que, após a prim eira avaliação de hipótese incidente de inviabilidade de competição realizada pelo O rdenador de Despesas no enquadram ento, cabe à autoridade superior o juízo final, para só aí então ser providenciada a publicação em diário oficial.

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Anotem-se:

- A legislação eximiu de comunicação à autoridade superior e de publicação as dispensas de pequeno valor (incisos I e II do art. 24).

- 0 Tribunal de Contas da União entende que, como é devida a publicação do ato de ratificação de dispensa ou de inexigibilidade para eficácia do ato, não é necessária a publicação do extrato do contrato, pois, na avaliação daquela Corte de Contas devem ser evitadas duas publicações de igual assunto e gasto desnecessário para a Adminis­tração.26

1 4 .5 . Instrução do Processo de Afastamento de LicitaçãoTodo processo de afastamento licitatório deverá ser instruído com elementos

que justifiquem a dispensa ou a inexigibilidade.Para essa instrução, o art. 26 da Lei n- 8.666/1993 estabelece a apresentação

dos seguintes elementos, no que couber:- caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a

dispensa (quando for o caso);

2b Esse entendim ento se dá em face da obrigatória publicação em diário oficial do extrato de contratos celebrados pela Administração, consoante dispõe o parágrafo único do art. 61 da Lei n- 8.666/1993:Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, afinalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o númeto do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que ê condição indispen­sável para sua eficácia, será providenciada peki Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrei- no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

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- razão da escolha do fornecedor ou executante do objeto;- justificativa do preço;- documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão

alocados (quando for o caso).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que as exigências de razão da escolha do fornecedor ou executante do objeto e a justificativa de preço, são necessárias em todos os casos de dispensa e inexigibilidade. Já a caracterização da situação emergencial e a aprovação dos projetos de pesquisa só serão obrigatórias nos casos específicos das hipóteses.Comentamos no Livro licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum):Ressalta-se que a expressão “no que couber” constante no caput do art. 26 não se enqua­dra nas discricionariedades ínsitas do administrador público, pois, no caso, obriga-se o agente público a cumprir todos os passos, pondo de lado somente aqueles impossíveis de serem concretizados.Assim, sempre será necessário demonstrar que o preço ajustado é compatível com o de mercado, com comprovação através de orçamentos, publicações em jornais e documentos fiscais anteriores que demonstrem a cobrança de preços semelhantes para o objeto pre­tendido etc.Sempre, também, haverá a obrigação de demonstração justificada da razão da escolha do fornecedor ou executante, sejam nos enquadramentos de notoriedade, exclusividade ou qualquer outro.Já as duas outras hipóteses (situação emergencial ou documentos de aprovação de projetos de pesquisa) só ocorrerão quando cabíveis, ou seja, quando o objeto possuir características que envolvam uma ou outra situação.Vale referir, por fim, que o procedimento de afastamento, quando amparado em aspecto técnico, deverá alicerçar-se em pareceres emitidos por profissionais da área envolvida.

E SQ U EM A DOS A FASTAM EN TOS LICITATÓRIOS (CONTRATAÇÃO DIRETA)

FORMAS CARACTERÍSTICASDISPOSITIVO DA LEI

N g 8.666/1993

LICITAÇÃO D IS P E N S A D A LICITAÇÃO V E D A D A

(A PRÓPRIA LEI A DECLAROU)

Art . 17 (E lenco ta x a t iv o )27

LICITAÇÃO D ISPENSÁVEL V IA B IL ID A D E DE LICITAÇÃO Art . 24 (E lenco ta x a t iv o )28

LICITAÇÃO INEXIGÍVEL IN V IA B IL ID A D E DE LICITAÇÃO Art . 25 (E lenco e x e m p l i f ic a t iv o )29

27 Tam bém são adotadas as expressões “enum erativo” ou “numerus clausus”.28 Tam bém são adotadas as expressões “enum erativo” ou “numerus clausus”.29 Tam bém é adotada a expressão “numerus apertus”

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FUJB - 2011 - MPE - Analista) A inexigibilidade de licitação:

a) não ex is te no d i re ito b ras i le i ro ;b) reduz -se às h ipó teses ta xa t iv am e n te prev is tas em lei;c) não exige jus t i f ica t iva e ra t i f icação da au to r ida de s u p e r io r ;d) deco rre da inv iab i l idade de c om p e t içã o ver i f icada no caso concre to ;e) não encon tra previsão na Lei n^ 8.666/1993.

2. (CESGRANRIO - 2011 - FINEP - Analista) O princípio da obrigatoriedade da licitação impõe à Administração Pública que realize esse procedimento antes de contratar obras e serviços. A lei, contudo, prevê hipóteses que não se compatibilizam com esse rito. Nesses casos, a licitação é:a) inex ig íve l quando a un ião t i ve r que in te rv i r no do m ín io econ ôm ico para re g u la r preços ou

n o rm a l iz a r o a b as tec im en to .b) inex ig íve l para a co m p ra ou locação de im óve l des t inado ao a te n d im e n to das f ina l ida de s

precípuas da ad m in is t ra ç ã o , cu jas necess id ades de ins ta lação e loca lização c ond ic ion em a sua esco lh a , desde que o preço seja com p a t íve l com o va lo r de m ercado , s egundo aval iação prévia.

c) inex ig íve l na ce leb ração de c on t ra to de p ro g ra m a com ente da federação ou com ent id ade de sua a d m in is t ra ç ã o ind ire ta , para a p res tação de serv iços púb l icos de fo rm a associada nos te rm o s do au to r iza do em c on t ra to de consórc io púb l ico ou em convên io de cooperação .

d) d ispensáve l na con t ra ta ção rea lizada por ins t i tu ição c ien tí f i ca e tecno lóg ica - ICT - ou por agência de fo m e n to para a t ra n s fe rê n c ia de tecno log ia e para o l ice n c ia m e n to de d i re ito de uso ou de exp lo ração de c r iação pro teg id a.

e) d ispensáve l para aqu is iç ão de m a te r ia is , e q u ip a m e n to s ou gêne ros que só possam s e r f o r - nec idos po r p ro du to r , e m pre sa ou rep res en tan te c o m e rc ia l exclus ivo, vedada a p re ferênc ia de m arca , devendo a c om provação de exc lus iv idade s e r fe ita a t ravés de ates tado fo rnec id o pelo órgão de reg is t ro do com é rc io do loca l em que se rea lizar ia a l i c itação ou a obra ou o serv iço pelo s ind ic a to , federação ou c on fede ração pa trona l , ou, ainda, pe las en t idades equ iva len tes .

3. (FCC - 2006 - BACEN - Analista) A Administração Pública Federal pretende contratar dupla sertaneja consagrada pela crítica especializada e pela opinião pública, através do em presário exclusivo desta, para cantar o Hino Nacional Brasileiro na festa de comemoração da indepen­dência do Brasil em Brasília. Considerando as norm as estabelecidas na legislação pertinente à licitação, tal contratação:a) não depende de l i c itação, po r t r a ta r - s e de h ipó tese de d ispensa.b) depende de l ic itação, na m o da l id ad e conco rrê nc ia .c) não depende de l i c itação, po r t r a ta r - s e de h ipó tese de inex ig ib i l idade .d) depende de l ic itação, na m o da l id ad e to m ad a de preço.e) depende de l ic itação, na m o da l id ad e convite .

4. (FCC - 2006 - TRT te - Analista) Sobre as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação, é CORRETO afirm ar:a] é d ispensáve l a l ic itação quando houver inv iab i l idade ju r íd ica de se in s ta u ra r c om p e t içã o

en tre even tua is in te ressados no ob je to do ce r ta m e .b) a un ião d is c r ic io n a r ia m e n te dec id i rá sobre a d ispensa de l ic itação quando p re te n d e r vend e r

um im óve l de sua p ro p r ie da de a um a au ta rqu ia fe dera l .

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c] para a aquis ição de bens necessár io s ao a te n d im e n to de de te rm in a d a s ituação em erg enc ia l , o po de r púb l ico poderá d is p e n s a r o p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io .

d] na l i c itação dese r ta ve r i f i ca -se a in v iab i l idade de c om p e t içã o an te a in ab i l i tação de todos os c onc o r re n te s .

e] é inex ig íve l a l ic itação para a c on t ra ta ção de em pre sa de no tór ia espec ia lização, p res tado ra de serv iços de pub l ic idade , de na tureza s ingu la r .

5. (Cespe - 2007 - TCM/GO - Procurador) O Dr. Gomes, servidor público ocupante de cargo efetivo, é um dos dirigentes de uma autarquia criada por um município localizado no estado de Goiás, onde exerce perm anentem ente as suas funções. Em 2006, o Dr. Gomes contratou, por inexigibilidade de licitação ante a notória especialização, um reconhecido artista plástico local para pintar um painel na parede da sala onde trabalha. Sabe-se que os trabalhos do mencionado artista são de elevado valor com ercial.Com relação à situação hipotética apresentada no texto, assinale a opção CORRETA.a] a lei fe d e ra l que in s t i tu i n o rm a s para l ic i tações e con t ra to s da a d m in is t ra ç ã o públ ica , de

obse rvânc ia o b r iga tó r ia pe los m un ic íp ios , a d m i te a c on t ra ta ção de p ro f iss iona is do s e to r a r t ís t ico , po r in ex ig ib i l idade de l ic itação, d i re ta m e n te ou po r m e io de e m p re s á r io exclus ivo, devendo o c on t ra ta do s e r consag rado pela crí t ica espec ia lizada ou pela op in ião públ ica .

b] d isp e n s a r ou não ex ig i r l i c itação fo ra das h ipó teses prev is tas em lei ou d e ix a r de o b se rva r as fo rm a l id a d e s pe r t in e n te s à d ispensa ou à in ex ig ib i l idade cons t i tu i c r im e previsto na lei fe d e ra l que ins t i tu i n o rm a s para l ic i tações e con t ra to s da a d m in is t ra ç ã o públ ica , ap licáve l aos m un ic íp ios , su je i ta ndo o a u to r a pena de rec lusão de c inco a oito anos e a m u l ta .

c] o pa ine l de que t ra ta o texto é um bem públ ico , acessó r io e im óve l po r na tu reza .d] é corre to conc lu i r que o Dr. Gomes te m como d omic í l io único o m un ic íp io re fer ido no com ando

da questão , po r s e r o lu g a r onde ele exerce p e rm a n e n te m e n te as suas funções .

6. (INDEC - 2009 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SUMARÉ - Especialista) São hipóteses de dis­pensa de licitação, exceto:a] c on t ra ta ção de serv iço técn ico de p ro f is s iona l de no tó r ia espec ia lização;b] casos de c a la m id ad e púb l ica ;c] c on t ra ta ção de re m a n e s ce n te de obra, desde que obse rvadas a o rd em de c lass i f icação e as

c ond ições do l ic i tan te vencedor ;d] na cont ra tação de insti tu ição bras i le i ra incum b ida re g im en ta l ou esta tu ta ria m ente da pe sq u i­

sa, do ens ino ou do de se nvo lv im en to in s t i tuc io na l , ou de ins t i tu ição dedicada à recuperação soc ia l do preso, desde que a con t ra tada detenha inques t ionáve l reputação é t ico -p ro f is s io na l e não tenha f ins lucra t ivos .

7. (Cespe - 2007 - TRT - Juiz do Trabalho Substituto) Assinale a opção INCORRETA.É dispensada a licitação para a alienação de bens móveis da Administração Pública:a] quando se t r a ta r de doação, p e rm i t id a exc lus ivam e n te para fins e uso de in teresse socia l ,

após a ava l iação de sua o p o r tu n id a d e e conven iênc ia soc io e co n ô m ic a , re la t i v a m e n te à esco lha de ou tra fo rm a de a l ienação .

b] quando se t r a ta r de p e rm u ta , p e rm i t id a e x c lus ivam e n te en tre órgãos ou en t idades da A d ­m in is t ra çã o Púb lica.

c] quando se t r a ta r de dação em pa gam ento .d] na venda de t í tu los , na fo rm a da leg is lação pe r t in en te .e] na venda de ações, que poderão s e r negocia dos em bo lsa, observada a le g is la ção específica.

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8. (FCC - 2003 - TRT - 5* - Analista) NÃO pode ensejar a dispensa de licitação:a) a in te rvenção da união no do m ín io econôm ico .b) a poss ib i l idade de c o m p ro m e t im e n to da segu ran ça naciona l.c) o pequeno va lo r de seu obje to .d) a im p o ss ib i l id ad e abso lu ta de com p e t içã o .e) a oc or rênc ia de ca la m id ad es públ icas.

9. (Cespe - 2009 - ANTAQ - Técnico Administrativo) Verifica-se a dispensa de licitação sempre que houver impossibilidade jurídica de competição.( ] CERTO ( ] ERRADO

10. (FCC - 2002 - TRE CE - Analista) Considerado o regim e da Lei n* 8 .666/1993, NÃO está confi­gurada hipótese de dispensa de licitação em:a) havendo necess id ade de a un ião in te rv i r no do m ín io econ ôm ico para r e g u la r preços ou

n o rm a l iz a r o a b as tec im en to .b) um caso de c o m p ra s de h o r t i f r u t ig ra n je i ro s , pão e ou t ros gêne ros perecíve is , no te m p o

necessár io para a rea lização dos p rocessos l i c i ta tó r ios co r re s p o n d e n te s , rea lizadas d i r e ­ta m e n te com base no preço do dia.

c) um caso havido d u ran te gu e r ra ou grave p e r tu rb a ç ã o da o rd em .d) uma s ituação em que não a cud iram in teressados à l ic itação a n te r io r e esta, ju s t i f icad am ente ,

não pu de r s e r repet ida sem pre ju ízo para a ad m in is t ra ç ã o .e) um a s ituação em que houver inv iab i l idade de com p e t içã o .

11. (FCC - 2003 - TRT - 19* - Analista) NÃO é hipótese de dispensa de licitação a:a) con t ra ta ção de p res tação de serv iços po r soc iedade de econom ia m is ta , com um a de suas

subs id iá r ias .b) exc lus iv idade do fo rn e c im e n to dos p ro du tos ob je to de l ic itação.c) locação de im óve l para ins ta la ção de esco la públ ica , em loca lização priv i leg iada.d) c om p ra de bens em caso de g u e r ra ou c a la m id ad e públ ica .e) in te rvenção no dom ín io econôm ico pela un ião federa l , para n o rm a l iz aç ão do abas tec im en to .

12. (SOCIESC - 2008 - COMPANHIA DE ÁGUAS DE JOINVILLE - Agente) Considerando as hipóte­ses de inexigibilidade de licitação, quais dos serviços técnicos abaixo listados não podem ser contratados por interm édio de inexigibilidade de licitação?a) es tudos técn icos , p la n e ja m e n to s e p ro je tos básicos ou executivos.b) pub l ic idade e d ivu lgação.c) pa receres , pe r íc ias e aval iações em gera l.d) res tau ração de ob ras de arte .

13. (CESGRANRIO - 2008 - CAPES - Assistente em Ciência e Tecnologia) Nas licitações públicas, as situações de inexigibilidade serão necessariam ente justificadas, sendo condição de sua eficácia a:a) prévia c om u n icaç ão do ato ao T r ib un a l de Contas c om p e te n te , no prazo de 5 (cinco) dias.b) au to r ização leg is la tiva específ ica que dec lare inex ig íve l o p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io no caso

concre to .c) ed ição de decre to do Chefe do Poder Executivo, pub l icado na im p re nsa o f ic ia l até 5 (cinco)

d ias an tes da con t ra tação .d) com u n icação , den t ro de 3 (três) dias, à au to r ida de su p e r io r , para ra t i f icação e pub l icação

na im p re nsa of ic ia l , no prazo de 5 (cinco) dias.e) anuênc ia fo r m a l e expressa dos c o n t ra ta n te s quan to às c i rcu ns tân c ias fá t ic as que to rn e m

a l ic itação inex igível.

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14. (Cespe - 2008 - TCU - Analista) A inexigibilidade de licitação ocorre sem pre que houver im ­possibilidade jurídica de competição, enquanto a dispensa de licitação tem lugar em contexto de viabilidade jurídica de competição.( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (Cespe - 2008 - MMA - Agente Administrativo) As hipóteses de inexigibilidade de licitação previstas na Lei n£ 8.666/1993 podem ser conceituadas como m eram ente exemplificativas:( ) CERTO ( ) ERRADO

16. (Cespe - 2008 - HEMOBRÁS - Assistente Administrativo) A licitação é inexigível em caso de guerra ou grave perturbação da ordem.( ) CERTO ( ) ERRADO

17. (Cespe - 2009 - MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO SOCIAL - Analista) Tendo em vista a situação de calam idade pública, as obras de reparo e reconstrução de barragens danificadas nas enchentes ocorridas na região Nordeste em 2009 podem ser contratadas com dispensa de licitação, desde que possam ser concluídas no prazo de dois anos consecutivos, a p a rtir da ocorrência da calam idade, perm itida a prorrogação do contrato uma única vez, por igual período.( ) CERTO ( ) ERRADO

18. (Cespe - 2010 - MINISTÉRIO DA SAÚDE - Analista Administrativo) Quando houver dispensa de licitação para execução de obras e serviços por força de uma situação de em ergência ou de calamidade pública, tal execução deve ser concluída em, no máximo, 180 dias consecutivos e ininterruptos, sob pena de descaracterizara situação de licitação dispensável.( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (Cespe - 2009 - TRT 17* - Técnico Judiciário) A contratação de famoso cantor para se apre­sentar em praça pública no aniversário de determ inada cidade caracteriza um dos casos de dispensa de licitação.( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (FMP - 2008 - TRIBUNAL DE CONTAS RS - Procurador do MP) Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem, a licitação será:a] inex igível.b] o b r ig a to r ia m e n te na m oda l id ad e conco rrê nc ia .c] ra t if icada após a de c la ração de paz ou cessação da pe r tu rb ação .d] o b r iga tó r ia .e] d ispensáve l .

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21. (FCC - 2010 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA SP - Agente Técnico Legislativo) Determ inada em presa estatal será submetida á operação de venda de controle acionário, mostrando-se necessária a contratação de serviços técnicos de auditoria e prospecção de mercado, para apuração da liquidez e valor dos bens. Pretende-se contratar empresa renomada para tanto, o que poderia ser viabilizado por meio de instauração de procedimento específico para a declaração de:a) inex ig ib il idade de l ic itação, bastando, para tanto , a d e m o n s t ra ç ã o de no tór ia especia li zação.b) d ispensa de l ic itação, um a vez de m o ns t rad a que a necess idade de a tend im en to da f ina l idade

específ ica é c ond ic ionan te da c on t ra ta ção da e m pre sa d e te rm in a d a .c) in ex ig ib i l idade de l ic itação, com a c om provação de consag ração pelo s e to r espec ia lizado.d) d ispensa de l ic itação, um a vez d e m o n s t ra d a a no tó r ia espec ia l ização e desde que o v a lo r

não u l t rap asse o l im i te le g a lm e n te es tabe lec ido para a c on t ra ta ção de obras e serv iços sob a m o da l id ad e de convite (R$ 150.000,00).

e) in ex ig ib i l idade de l ic itação, com a d e m o n s t ra ç ã o da no tór ia espec ia l ização da con t ra ta da e da s in g u la r id a d e do serv iço a s e r p restado.

22. (FCC - 2010 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA SP - Agente Técnico Legislativo) A licitação para alienação de bens móveis pela Administração Pública poderá ser dispensada, dentre outras hipóteses, para:a) venda de ações, que poderão s e r negocia das em bo lsa, nos t e rm o s da leg is la ção pe r t inen te .b) doação de t í tu los m o b i l iá r io s , in d e p e n d e n te m e n te de aval iação prévia em se t ra ta n d o de

pessoa ju r íd ica in teg ran te da m e s m a es fe ra de governo.c) p e rm u ta de bens excedentes de aqu is ição a n te r io r , com em pre sa p a r t i c u la r p ro du to ra de

ou t ros p rodu tos de in te resse da a d m in is t ra ç ã o públ ica .d) venda de pa r t ic ipação ac ionár ia em e m pre sa públ ica , in d e p e n d e n te m e n te de negocia ção

em bo lsa e da rea lização de aval iação prévia po r en t id ade idônea.e) doação de bens excedentes de aqu is ição a n te r io r se a co m p ra t i ve r s ido rea lizada sem

lic itação.

23. (INDEC - 2009 - PREFEITURA MUNICIPAL DE SUMARÉ - Especialista) A locação de imóvel, para nele funcionar determ inado serviço público, deverá ser precedido de será uma modalidade de contratação em qual forma? Assinale a a lternativa correta:a) depende de prévia l ic itação, em q u a lq u e r casob) presc inde de l ic itação, em q u a lq u e r casoc) pode s e r d ispensada a l i c itação, nos casos prev is tos na leid) é inex ig íve l a l ic itação, nos casos prev is tos na lei

24. (FUNRIO - 2009 - FURP/SP - Assistente) Constitui caso de dispensa de licitação na forma do art. 24 da Lei n *8666/1993:a) para a aqu is iç ão de co m p o n e n te s ou peças de o r ig e m exc lus ivam e n te nac iona l, necessár io s

à m a n u te n çã o de e q u ip a m e n to s du ran te o per íodo de ga ran t ia técn ica , j u n to ao fo rn e c e d o r o r ig in a l desses eq u ip a m e n to s , quando ta l cond ição de exc lus iv idade fo r in d ispe nsáve l para a v igênc ia da ga ran t ia .

b) na con t ra ta ção de re m a n e s ce n te de obra, serv iço ou fo rn e c im e n to , em conseqüênc ia de resc isão co n t ra tu a l , desde que atend id a a o rd em de c la ss i f icação da l i c itação a n te r io r e acei tas as m e s m a s cond iç ões o ferec idas pe lo l i c i tan te vencedor , inc lus ive quan to ao preço, dev idam en te co r r ig ido .

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c] para a aqu is iç ão , po r pessoa ju r íd ica de d i re i to púb l ico in te rno , de bens p roduz idos ou serv iços pres tados p o ró rg ã o ou en t idade que in teg re a a d m in is t ra ç ã o públ ica , desde que o preço c on t ra ta do seja com p a t íve l com o pra t icado no mercado .

d] na cont ra tação de insti tu ição bras i le i ra incum b ida re g im en ta l ou esta tu ta ria m ente da pe sq u i­sa, do ens ino ou do de se nvo lv im en to in s t i tuc io na l , ou de ins t i tu ição dedicada à recuperação soc ia l do preso, desde que a cont ra tada detenha in quest ionáve l reputação é t ico -p ro f iss iona l , m e s m o que tenha fins lu cra t ivos .

e] nos casos de em erg ênc ia ou de ca la m id ad e públ ica , quando ca rac te r izada urgência de a te n ­d im e n to de s ituação que possa ocas io na r pre juízo ou c o m p ro m e te r a segu rança de pessoas, ob ras , serv iços, e q u ip a m e n to s e ou t ros bens, púb l icos ou pa r t ic u la res , e s o m e n te para os bens necessár ios ao a te n d im e n to da s ituação e m e rg e n c ia l ou c a la m itosa e para as parce las de ob ras e serv iços que possam s e r conc lu ídas no prazo m á x im o de 180 (cento e o i ten ta ] dias consecu t ivos e in in te r ru p to s , con tados da ocor rênc ia da em erg ê n c ia ou ca la m id ad e , p e rm i t id a um a p ro r roga çã o dos respect ivos con t ra tos .

25. (Cespe - 2008 - MINISTÉRIO DA SAÚDE - Técnico de Nível Superior) Na hipótese de a União necessitar in tervir no domínio econômico para regular preços ou norm alizar o abastecimento, a licitação será inexigível.( ) CERTO ( ) ERRADO

26. (ICAP - 2011 - PREF. ABELARDO LUZ/SC - Agente) Das alternativas abaixo, qual delas não pode ser citada como exemplo de dispensa de licitação:a] co m p ra ou locação de im óve l des t inado ao a te n d im e n to das f ina l ida de s precípuas da A d m i ­

n is t ração.b] c on t ra ta ção de ob ras e serv iços de en ge nha r ia com v a lo r ac im a de R$ 1 5.000,00 (qu inze m i l

reais).c] c on t ra ta ção de rem a n e s ce n te de obra, serv iço ou fo rn e c im e n to , em conseqüênc ia de re s ­

c isão co n t ra tu a l , desde que atend id a a o rd em de c lass i f icação da l i c itação a n te r io r e acei ta as m e s m a s cond ições o ferec idas pelo l ic i tan te vencedor.

d] aqu is ição de bens necessár ios ao a te n d im e n to de s i tuação e m e rg e n c ia l ou c a la m itos a , in depen de n te do valor.

e] c on t ra ta ção de ob ras e serv iços de en ge nha r ia no v a lo r de R$ 8.000,00 (oito m i l reais).

27. (IPAD - 2011 - SENAC/PE - Assessor Técnico) Assinale a alternativa que não corresponde a uma hipótese legal de dispensa de licitação:a) casos de g u e r ra ou grave p e r tu rb a ç ã o da o rd em .b) quando a un ião t i ve r que in te rv i r no do m ín io econ ôm ico para r e g u la r preços ou n o rm a l iz a r

o a b as tec im en to .c) quando não ac ud i rem in te ressados à l i c itação a n te r io r e esta, ju s t i f ic a d a m e n te , não pu de r

s e r repet ida sem pre ju ízo para a a d m in is t ra ç ã o .d) para aqu is ição de m a te r ia is , e q u ipam en tos , ou gêne ros que só possam s e r fo rnec id os po r

p ro du to r , e m pre sa ou re p res en tan te c o m e rc ia l exclus ivo.e) na con t ra ta ção de rem a n e s ce n te de obra, serv iço ou fo rn e c im e n to , em conseqüênc ia de

resc isão c o n t ra tu a l , desde que atend id a a o rd em de c la ss i f icação da l ic itação a n te r io r e acei tas as m e s m a s cond iç ões o ferec id as pelo l ic i tan te vencedor.

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28. (FUNRIO - 2009 - FURP/SP - Assistente) Como se diferencia a dispensa da inexigibilidade de licitação, tomando por base os preceitos estabelecidos pela Lei n* 8.666/1993?a) a d ispensa d e s t ina -se à aqu is ição de bens, en qu an to a in ex ig ib i l idade , à ce le b ração de

c on t ra to s de p res tação de serv iços.b) am ba s são s in ô n im o s , com ap licação idêntica.c) a d ispensa d e s t in a -se à ce le b ração de co n t ra to s de p res tação de serv iços , e n qu an to a

inex ig ib i l idade , à aqu is ição de bens.d) na d ispensa não é possível a conco rrê nc ia , enquan to , na inex ig ib il idade , há a poss ib i l idade

de com p e t içã o , po rém a sua rea lização, desde que a tend idos aos p ressupos tos lega is, não é o b r iga tó r ia .

e) na d ispensa, a l ic itação é possível , po r haver poss ib i l idade de com p et içã o , m as não é o b r i ­ga tó r ia , desde que a tend idos aos p ressupos tos lega is, enquan to , na inex ig ib il idade , não é possível a conco rrê nc ia .

29. (Cespe - 2010 - MINISTÉRIO DA SAÚDE - Técnico) Caso a adm inistração pública pretenda vender bens móveis, tal alienação estará subordinada à existência de interesse público de­vidamente justificado, será precedida de avaliação e de licitação e dependerá de autorização legislativa para órgãos da adm inistração direta e entidades autárquicas e fundacionais.( ] CERTO ( ] ERRADO

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C a p í t u l o 15

Extinção do Licitação

Na teoria do ato administrativo, várias são as formas de sua extinção.Em princípio, o ato administrativo se sujeita ao atributo da presunção de legitimi­

dade, isto é, mesmo que o ato contenha algum defeito em um de seus elementos de validade, perm anecerá existindo no âmbito jurídico, até que ocorra a sua extinção.

Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, um ato administrativo extingue-se em função de: cumprimento de seus efeitos; desaparecimento do objeto ou do sujeito; e a sua retirada.

A retirada se dá por anulação (ou invalidação), revogação, cassação, caducidade e contraposição.

Os dois tipos de retirada que interessam nas licitações são a anulação e a revogação.

15 .1 . RevogaçãoA revogação é o desfazimento da licitação por motivos de conveniência e opor­

tunidade (interesse público) superveniente - art. 49 da Lei n- 8.666/1993.Vide texto legal:

Art. 4 9 . A a u to r id a d e c o m p e te n te para a aprovação do p ro c e d im e n to s o m e n ­te p o d e rá re v o g a r a lic itação por razões de in teresse público d eco rre n te de fa to s u p e rv e n ie n te d e v i d a m e n t e c o m p ro v a d o , p e r t in e n te e suf ic ien te para ju sti f icar tal condu ta , d even d o anulá-la por i lega l idade, de ofício ou por pro­vocação de terceiros, m e d ia n te parecer escrito e d e v id a m e n te fu n d a m e n ta d o .

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Atente-se que, diferentemente da revogação dos atos administrativos em geral, que de­pendem apenas de conveniência e oportunidade (interesse público), a revogação de uma licitação circunscreve ato administrativo vinculado, embora alicerçado em motivos de con­veniência e oportunidade, pois dependerá de fato superveniente, devidamente comprova­do, pertinente e suficiente para justificar tal conduta.Registre-se que o administrador responsável deverá instruir o processo com parecer escri­to, devidamente fundamentado (conforme prescreve o caput do art. 49 in fine).

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Na hipótese de revogação da licitação, a Lei n- 8.666/1993 assegura o contra­ditório e a ampla defesa (§ 3- do art. 49), conforme previsão constitucional (art. 5-, inc. LV, CF).

1 5 .2 . AnulaçãoPara ser válido, todo ato administrativo deve conter cinco requisitos de validade

(competência, finalidade, forma, motivo e objeto) isentos de defeitos (vícios). Caso um desses requisitos apresente-se em desacordo com a lei, o ato deverá ser anulado.

O pressuposto da anulação é, por conseguinte, que o ato possua um vício de legalidade.

A anulação pode ser definida como o desfazimento de um ato por motivo de vício de ilegalidade.

Dessa forma, a anulação, diferentem ente da revogação, não se alicerça no in­teresse público, mas sim no vício (ilegalidade).

Assim, a anulação é o desfazimento da licitação por vício de ilegalidade (art. 49 da Lei n- 8.666/1993 infiné).

Vide texto legal:

Art. 49. A autor id ade co m p e te n te para a aprovação do p rocedim ento s o m en te poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superven iente d e v id a m e n te comprovado, pert inen te e suficiente para justificar tal conduta, d e v e n d o a n u lá - la por i le g a l id a d e , de ofíc io ou por provocação de terceiros, m e d ia n t e parecer escrito e d e v i d a m e n t e f u n d a m e n t a d o .

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Registre-se que o administrador poderá anular a licitação de ofício (isto é, quando, por

si só, toma ciência de algum requisito de ilegalidade) ou por provocação de terceiros.- Nas duas situações deverá instruir o processo com parecer escrito, devidamente funda­

mentado (conforme previsto no caput do art. 49 in fine).

Tal como na revogação, a hipótese de anulação da licitação, a Lei n- 8.666/1993 assegura o contraditório e a ampla defesa (§ 3- do art. 49), conforme previsão cons­titucional (art. 5-, inc. LV, CF).

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- A possibilidade jurídica de a Administração revogar ou anular seus próprios atos está

confirmada na Súmula n9 473 do Supremo Tribunal Federal (STF), que dispõe:A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

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- A anulação da licitação por ilegalidade não gera a obrigação de a Administração indeni­zar terceiros, salvo se a anulação acontecer após a celebração do contrato e da execução de parte do objeto (§ I o- do art. 49 da Lei ne 8.666/1993).

Vide texto legal:

§ l 5 A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

Dispõe o art. 59:

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroa­tivamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de in­denizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

- Os procedimentos referentes à anulação e à revogação da licitação aplicam-se tam ­bém aos atos de dispensabilidade e inexigibilidade de licitação (§ 4e do art. 49 da Lei n5 8.666/1993).

- Os regramentos sobre o assunto são complementados com o prescrito na alínea c, inc. I do art. 109 da Lei nQ 8.666/1993, que prevê a interposição de recurso em face dos atos de anulação ou revogação, no prazo de cinco dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata.1

- A anulação ou a revogação poderão ser parciais, atingindo determinados atos, como a habilitação ou classificação.2

- A revogação da licitação constitui ato privativo da Administração.- A anulação da licitação pode ocorrer por ato da Administração ou por determinação

judicial.

1 Nota: Os recursos administrativos são tratados em apartado neste trabalho.2 Nessa linha, parte significativa da doutrina. Vide, por exemplo, Adilson Abreu Dallari: “A invalidação se propõe como obrigatória, porque, se o ato não com porta convalidação, inexiste outra form a de a Administração Pública restaurar a legalidade violada. O ra, a restauração do direito é para ela obrigatória por força do princípio da legali­dade. Logo, toda vez que o ato não seja convalidável, só lhe resta o dever de invalidar. E im portante destacar queo ato viciado contam ina os subsequentes, não os antecedentes. Assim, pode-se concluir que, se os atos praticados anteriorm ente ao ato viciado estiverem em conformidade com o ordenamento, eles poderão continuar surtindo seus efeitos. Diante desta situação, deverá ser prom ovida a anulação parcial do certame, ou seja, somente o ato viciado e os subsequentes serão retirados do m undo jurídico, perm anecendo os antecedentes. Portanto, após o térm ino do procedimento de invalidação, a Administração poderá retom ar o certame a partir do ato que deu ensejo ao desfazimento.” (Aspectos jurídicos da licitação — 7. ed. Saraiva, 2006)

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QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2010 - TCE-AP - Procurador) Ao final do procedimento licitatório instaurado para a lie ­

nação de ativos m obiliários do Estado, foi constatada a inobservância de regra legal específica que exigia a elaboração de dois laudos de avaliação dos ativos cujo leilão se levou a efeito. O lance vencedor, no entanto, foi sensivelm ente superior ao valor indicado no único laudo de avaliação. Nesse caso, caberá a:a) revogação do Lance o fe r tado e a anu lação do p ro ce d im e n to Lici tatór io.b) re r ra t i f ica çã o do p ro ce d im en to l ic i ta tó r io , com a e laboração do s egundo laudo de avaliação,

após a h o m o log ação da l i c itação.c) anu lação da a l ienação , em face do vício de i lega lidade, p ro m o ve n d o -se novo p ro ce d im en to

após in te g ra l obse rvânc ia das n o rm a s v igentes.d) revogação da ad ju d ic ação do obje to , re t ro ce de ndo o p ro ce d im en to l ic i ta tó r io à fase an te r io r ,

a f im de que se possa p ro m o v e ra segunda aval iação necessár ia .e) ra t i f icação do p ro ce d im e n to rea lizado, com a conseq üen te hom o log ação do obje to , um a vez

que foi com provada a inex is tênc ia de prejuízo.

2. (FCC - 2009 - TJ-GO - Juiz) Considere as seguintes afirm ações:I. A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de

indenizar.II. A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato.III. A nulidade do contrato administrativo não exonera a Administração do dever de indeni­

zar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularm ente comprovados, contanto que não lhe seja im putável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Corresponde a regras contidas na Lei federal n* 8 .666/1993, em m atéria de norm as gerais sobre licitações e contratos adm inistrativos, o que se afirm a em:a) I, II e III.b) I, apenas.c) I e III, apenas.d) II e III, apenas.e) I e II, apenas.

3. (FCC - 2009 - TJ-MS - Juiz) O Estado promoveu regular licitação para contratação de em presa para rea lizar a manutenção de inform ática das escolas estaduais de ensino fundam ental. Ao final do processo, mas antes da homologação da licitação, adveio orientação do Ministério da Educação (MEC) para que o ensino fundam ental fosse municipalizado por meio da celebração de convênio com o Estado.O Estado entendeu oportuna a orientação do MEC e deu início à celebração de convênios para municipalização do ensino.No que concerne a licitação, entendeu por bem:a) suspendê- la , para que os Munic íp ios, após a ce lebração dos respectivos convên ios, pudessem

o p ta r en tre a ob r igação de f in a l iz a r o p ro ce d im e n to ou a n u la r a l ic itação.b) a n u lá - la , um a vez que a dec isão do MEC eivou o p ro ce d im e n to de vício de i lega lidade s u ­

perven ien te .c) revogá- la , um a vez que não se m os t rava ma is conven ien te e o p o r tu na a rea lização da d e s ­

pesa, po rque a ob r igação da m a n u te n çã o ser ia o p o r tu n a m e n te a ssu m ida pelos m un ic íp ios quando da ce leb ração dos convên ios .

d) m a n tê - la , h o m o log an do o resu l tad o e ad jud icando o ob je to ao vencedor , um a vez que os m un ic íp ios , c e leb rados os respect ivos convên ios , s u ce d e r ia m o Estado na con t ra tação .

e) a n u lá - la , na med ida em que não se m os t rava m a is o p o r tu na e conven ien te a con t ra tação .

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4.

5.

6.

(FCC - 2009 - TCE-GO - Técnico de Controle Externo) A licitação poderá ser revogada:a] apenas po r nu l idade im p u tá v e l ao órgão l i c itan te .b] po r q u a lq u e r i lega lidade em seu p ro ce d im en to .c] po r q u a lq u e r mot ivo de conven iênc ia e o p o r tu n idad e .d] apenas po r i lega lidade dev idam en te com provada , após con t ra d i tó r io .e] apenas po r m ot ivo de in te resse púb l ico s u pe rve n ie n te e com provado .

(FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado) A revogação da licitação pressupõe:a] m e ro ju ízo de conven iênc ia e op o r tu n id a d e da A d m in is t ra ç ã o , podendo se d a r a q u a lq u e r

te m po .b] m e ro ju ízo de conven iênc ia e op o r tu n id a d e da A d m in is t ra ç ã o , podendo o c o r re r até an tes da

a ss ina tu ra do con t ra to .c] prévia, in te g ra l e jus ta indenização, podendo, po r isso, se da r po r q u a lq u e r mot ivo e a q u a l ­

q u e r te m po .d] razões de in te resse púb l ico d e co r ren tes de fa to supe rve n ie n te , dev idam en te com provado ,

p e r t in en te e su f ic ie n te para ju s t i f i c a r essa conduta .

(FCC - 2004 - TRT-PI - Analista Judiciário) Sendo o D iretor do Serviço de M ateria l e Patrim ô­nio do Tribunal Regional do Trabalho da 22* Região competente para aprovar o procedimento licitatório, referida autoridade estará apta a adotar as seguintes providências:I - Deverá revogar a licitação por razões de ilegalidade, sem pre mediante ato de ofício e

prévio parecer escrito e aprovado pela autoridade im ediatam ente superior, em decor­rência da vinculação.

II - Por força da discricionariedade, poderá revogar a licitação por razões de interessepúblico, decorrentes de fato superveniente devidam ente comprovado, pertinente e suficiente para justificar ta l conduta.

III - Poderá anular a licitação por razões de conveniência e oportunidade, decorrentes defato superveniente devidamente motivado, em face da discricionariedade.

IV - Em face da vinculação, deverá anular a licitação por ilegalidade, de ofício ou por provo­cação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

É correto o que se contem apenas em:a) I e IIb] I e IIIc] II e IIId] II e IVe) III e IV

(FCC - 2010 - MPE-SE - Analista) A respeito da revogação e da anulação da licitação, é IN ­CORRETO afirm ar:a] Tanto na revogação quan to na anu lação da l i c itação devem s e r asse gu rado s o c o n t ra d i tó r io

e a a m p la defesa.b] A revogação depende de oc or rê nc ia de fa to supe rve n ie n te , de v idam en te com provado .c] A anu lação do p ro ce d im e n to l i c i ta tó r io po r mot iv o de i lega lidade, em regra, não gera o b r i ­

gação de indenizar.d] 0 ed i ta l que não fo rnece as in fo rm a ç õ e s necessár ias para que os in te ressados t o m e m co ­

n h e c im e n to acerca da ex is tênc ia e da f ina l idade concre ta da l ic itação é v ic iado, o que leva à anu lação do c e r tam e .

e] Ver i f icado vício du ran te o p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io , a au to r ida de c o m p e te n te deve p ro m o ve r a sua revogação in d e p e n d e n te m e n te de provocação.

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C a p í t u l o 16

Audiência Pública

Com o intuito de oferecer à sociedade um instrum ento eficaz para o ofereci­mento de críticas e sugestões, a Lei n- 8.666/1993 estabeleceu a obrigatoriedade, em situações especiais, de a Administração conceder uma Audiência Pública.

Destarte, consoante prescreve o art. 39 da lei, sempre que o valor estimado da licitação ou o conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a cem vezes o limite estabelecido para concorrência referente a obras e /o u serviços de engenharia (R$150.000.000,00 - cento e cinqüenta milhões de reais), a autoridade responsável está obrigada a conceder uma Audiência Pública.

16 .1 . Condições para Adoção da Audiência PúblicaPreconiza o dispositivo:

Art. 39 . S em pre que o valor es t im ado para um a licitação ou para um conjunto de licitações s im ultâneas ou sucessivas for superior a 100 (c e m ) vezes o l im ite previsto no art . 23 , inciso I, a l ínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, ob r ig a to r iam en te , com um a audiência pública concedida pela autor i­dade responsável com antecedência m ín im a de 15 (qu in ze ) dias úteis da data prevista para a publicação do edita l , e d ivu lgada, com a an tecedência m ín im a de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos m esm os m eios previstos para a public idade da licitação, à qual terão acesso e dire ito a todas as in form ações pert inen tes e a se m an ifes tar todos os interessados.

Por conseguinte, verifica-se que são condições para a adoção da Audiência Pública:

- Verificação do valor estimado da licitação (ou do conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas) que a Administração pretende instaurar.

- Caso esse valor estimado seja superior a R$150.000.000,00 (cento e cin­qüenta milhões de reais): concessão de uma Audiência Pública.

- Divulgação, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, com a antecedência mínima de 10 dias úteis da data de sua realização.

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- Realização da Audiência Pública com a antecedência de 15 dias úteis da data prevista para publicação do edital de licitação.

- Fornecimento de todas as informações sobre a licitação aos interessados que comparecerem à audiência, com total direito de manifestação.

16 .2 . Licitações Simultâneas e Licitações Sucessivas (parágrafo único do art. 39 da Lei ne 8.666/1993)

- Licitações Simultâneas - são as licitações com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a 30 dias.

- Licitações Sucessivas - são as licitações com objetos similares, cujo edital subsequente tenha data anterior a 120 dias após o término do contrato oriundo da licitação antecedente.

1 6 .3 . Contagem de Prazo nas Licitações Simultâneas e nas Licitações Sucessivas

- Simultâneas: A partir da data inicial do primeiro certame.- Sucessivas: A partir da data de término da execução do objeto do contrato

resultante da licitação antecedente.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Audiência Pública deve proporcionar total acesso à sociedade, aos dados e informações sobre o assunto, com livre trânsito para apresentação de críticas e sugestões.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2009 - TCU - Técnico de Controle Externo) 0 processo de licitação será iniciado,

obrigatoriam ente, m ediante a realização de audiência pública pela autoridade responsável, sem pre que o valor estimado para a contratação for superior a 1,5 milhão de reais, a fim de am pliar o acesso a todos os interessados.( ] CERTO ( ] ERRADO

2. (FCC - 2010 - M P E -R S -A gente Administrativo) A Lei n*8.666/1993 estabelece que o processo licitatório será iniciado, obrigatoriam ente, com uma audiência pública sem pre que:a) se t r a ta r de l ic itação na m o da l id ad e to m ad a de preços.b) a l ic itação t ive r â m b i to in te rn ac ion a l .c) o v a lo r e s t im ad o da l i c itação ou para um con jun to de l i c itações s im u l tâ n e a s ou sucess ivas

fo r igua l ou s u p e r io r a duzen tos m i lh õ e s de dó la res .d) o v a lo r es t im ado para a l ic itação ou para um con jun to de l ic itações s im u l tâ n e a s ou sucessivas

fo r s u p e r io r a cento e c inqüen ta m i lh õ e s de rea is.e) se t r a ta r de l ic itação na m o da l id ad e c oncorrê nc ia .

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3. (FCC - 2010 - TRT 8* Reg. - Técnico Judiciário) Licitações com objetos sim ilares e com rea­lização prevista para intervalos não superiores a trin ta dias, segundo a Lei n2 8 .666/1993, é conceito de licitações:a) s im u l tâ n e a s .b) sucess ivas.c) con t inuadas .d) f ra c io na das .e) pa ra le las .

4. (FCC - 2008 - Ministério Público Estadual /RS - Secretário de Diligências) Para fins de rea li­zação de Audiência Pública como fase do processo licitatório, exigida pela Lei de Licitações, considere:I. Licitações com objetos sim ilares e com realização prevista para intervalos não superiores

a trinta dias.II. Licitações com objetos sim ilares em que o edital subsequente tenha uma data anterior

a cento e vinte dias após o térm ino do contrato resultante da licitação antecedente.Esses conceitos referem -se, respectivam ente, a licitações:a) consecu t ivas e seqüenc ia is .b) s eqüenc ia is e p receden tes .c) f r a g m e n ta d a s e p e rm a n e n te s .d) s im u l tâ n e a s e consecut ivas .e) s im u l tâ n e a s e f ra g m e n ta d a s .

5. (FCC - 2008 - TRT 19* Reg. - Analista Judiciário) Órgão público da Administração Direta da União pretende realizar licitação cujo valor estimado é superior a 150 milhões. Nessa hipótese, o procedimento licitatório:a) será in ic iado, o b r ig a to r ia m e n te , com um a aud iênc ia públ ica .b) pode s e r rea lizado na m o da l id ad e de to m ad a de preços.c) será o b r ig a to r ia m e n te rea lizado na m o d a l id ad e de pregão em razão do valor.d) prec isa s e r p re v iam e n te au to r iza do pelo T r ib u n a l de Contas da União.e) prec isa de prévia au to r ização leg is la tiva.

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C a p í t u l o 1 7

Licitações Internacionais1

Licitação internacional é o certame no qual é perm itida a participação de licitantes brasileiros e estrangeiros (não estabelecidos no Brasil), respeitando estes últimos as diretrizes impostas por órgãos responsáveis pelos aspectos de política m onetária e de comércio exterior.

Essa defin ição advém do que se pode ex tra ir sobre a m atéria da Lei n- 8.666/1993, a qual, apesar de fazer menção ao certame internacional algumas vezes, não lhe oferece um conceito.

Vide o que prevê o art. 42 da Lei n- 8.666/1993:

Art. 42. Nas concorrências de âm bito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política m o n etá r ia e do comércio exterior e a te n d e r às exigências dos órgãos co m peten tes .

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que o legislador deveria ter utilizado a expressão licitação de âmbito interna­cional, uma vez que, como se verificará posteriormente, há outras modalidades de certame internacional além da concorrência.

No livro Licitações Internacionais (3. ed. - Fórum), propom os o conceito a seguir: Licitação In te rn a c io n a l é o p r o c e d im e n to c o m p e t i t iv o fo rm a l q u e a A d m i ­n is tração Pública está o b r ig a d a a e s ta b e le c e r q u a n d o busca a d q u ir i r um b e m ou co n tra ta r u m serviço q u e p o d e ser fo rn ec id o ou p res tad o ta n to por u m a e m p r e s a brasi le ira q u a n to por u m a e m p r e s a e s t ra n g e ira .

17 .1 . Outras regras sobre licitações internacionaisAlém de determ inar que, nas licitações internacionais, a Administração ajuste

o instrum ento convocatório às diretrizes da política m onetária e do comércio exte­rior e atenda às exigências dos órgãos competentes, dispôs a Lei n- 8.666/1993, em parágrafos do art. 42 que:

1 Para aprofundam ento na m atéria, vide o nosso Licitações Internacionais, 3. ed. 2011, Ed. Fórum.

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- Quando for perm itido ao licitante estrangeiro cotar preço em m oeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro (§ 1-).

- O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado, em virtude da licitação que permita o licitante brasileiro oferecer preço em moeda estrangeira, será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento (§ 22).

- As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro (§ 3-).

- Para fins de julgam ento da licitação, as propostas apresentadas por licitan­tes estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda (§ 4-).

- As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino (§6-).

17 .2 . Modalidades de Licitação InternacionalGomo frisado, o art. 42 da Lei n- 8.666/1993 leva o desavisado a crer que a

modalidade licitatória a ser adotada nos certames internacionais seria somente a concorrência.

Ocorre que o § 3- do art. 23 da mesma lei informa sobre a possibilidade do uso de outras modalidades:

§ A concorrência é a m o d a l id a d e de licitação cabível, qua lquer que seja o valor de seu objeto , tanto na compra ou a lienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art . 19, como nas concessões de dire ito real de uso e nas l ic ita ­ções in te rnac iona is , a d m i t in d o - s e nes te ú l t im o caso, observado s os l im ites deste a r t ig o , a t o m a d a de preços, q u a n d o o órgão ou e n t id a d e d ispuser de cadastro in te rn a c io n a l de fo rn eced o res ou o conv ite , q u a n d o não h o u v e r fo rn e c e d o r do b e m ou serviço no País.

Nesse curso, o dispositivo também prevê a tomada de preços internacional e o convite internacional.

Gompulsando-se as norm as licitatórias, verifica-se que até a modalidade pregão também possui abrangência internacional, uma vez que o art. 16 do regulam ento do pregão Presencial (aprovado pelo Decreto n- 3.555/2000) dá vezo ao pregão internacional, estabelecendo condições em texto que reproduz o § 4- do art. 32 da Lei n- 8.666/1993. Posteriorm ente, o Decreto n- 5.450/2005, que regulam entou o pregão eletrônico no âmbito federal, dá azo, no art. 15, ao pregão eletrônico internacional.

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Por sua vez, o § 32 do art. 53 da Lei n2 8.666/1993 alude ao leilão internacional:

Art. 53 (. . .) § 3 2 Nos le ilões in ternacionais, o p a g a m e n to da parcela à vista poderá ser fe ito e m a té v in te e quatro horas.

Constata-se que, com exceção do concurso, todas as demais modalidades lici- tatórias têm menção expressa nas normas referentes aos certames internacionais.

Entretanto, o concurso internacional tem sido norm alm ente adotado pela Administração Pública.

Tratamos do tema no livro Licitações Internacionais (3. ed. Fórum):Essa q u e s tã o , e n t r e m e n t e s , m e r e c e u m a a v a l ia ç ã o m a is a c u ra d a . R e a l­m e n t e , a lei s ilencia e m re lação à p oss ib i l id ad e da rea l ização d e l ic itação a ser processada na m o d a l i d a d e concurso in te rn a c io n a l . No e n ta n to , há im p o r t a n t e s m a n i fe s ta ç õ e s d o u tr in á r ia s s u s te n ta n d o a po ss ib i l id ad e . H e ly Lopes M e i re l le s , por e x e m p lo , assevera q u e " é ad m iss íve l o concurso e n t re nac iona is e e s tran g e iro s , a q u e se d e n o m i n a concurso in te rn a c io n a l" .2 Na prát ica , t e m - s e c iência d e in s tau ração d e concursos in te rn a c io n a is por d iversos ó rgãos públicos, s e m q u e ha ja m a n i f e s t a ç ã o contrár ia por p a r te d e órgãos d e co n tro le da A d m in is t ra ç ã o Pública.

Ivan Barbosa Rigolin e Tullio Bottino sustentam de forma idêntica:N a d a im p e d e , m as , p e lo contrário , (c o m o regra g e ra l ) , tu d o aco n se lh a q u eo concurso se ja a b e r to à p a r t ic ip ação d e pessoas ju r íd icas e profissionais e s tran g e iro s , os quais e v i d e n t e m e n t e se s u je i te m a ser p r e m ia d o s confor­m e o ed i ta l e o r e g u la m e n to , e m m o e d a nac iona l e pe los va lo res previstos. S u p õ e -s e q u e a q u a l id a d e dos p ro je to s n u m concurso in te rn a c io n a l se ja su p er io r à de u m restr ito a p a r t ic ip a n te s nac iona is . 0 q u e se d e v e exig ir , e n t r e ta n to , é q u e os p ro je to s de a u to res es t ra n g e iro s s e ja m e x e c u tá v e is com técn ica e m a te r ia is e n c o n t rá v e is e m nosso país, fa c i l i t a n d o - s e e ra c io n a l iz a n d o assim a sua o p e ra c io n a l id a d e , e p o d e n d o ser esse um im p o r t a n t e fa to r d e j u l g a m e n t o . 3

Concluímos no livro citado:M u i to e m b o r a o § 3 2 do a r t . 2 3 da Lei n2 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 in d iq u e as m o d a l i ­d a d e s t rad ic iona is de aqu is ição c o m o as cabíve is para as lic itações in te r ­nacionais , e n t e n d e m o s q u e ta l ind icação não d e t e r m i n a a in v ia b i l id a d e do a t e n d im e n t o ao o b je t iv o buscado na h ip ó te s e d e u t i l ização da m o d a ­l id a d e concurso. Ora, o concurso, c o n f o r m e p re v ê o § 4 2 do a r t . 22 da Lei na 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 , é a m o d a l i d a d e d e lic itação e n t r e q u a is q u e r in te ressados para esco lha de t ra b a lh o técnico, c ientíf ico ou artís tico, m e d ia n t e a ins-

2 M EIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. p. 100.3 R IG O LIN , Ivan Barbosa; B O TT IN O , M arco Tullio. Manual prático de licitações. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 310.

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t i tu ição d e p rê m io s ou r e m u n e r a ç ã o aos v e n c e d o re s , c o n s o a n te critérios cons tan tes d e e d i ta l . Dessa fo r m a , a m o d a l i d a d e p ressu p õ e o in te resse do P oder Público no sen t id o de s e le c io n a r um t ra b a lh o q u e d e n o t e h a b i l id a d e in te le c tu a l para fins culturais . D e s ta r te , se, na ava l ia ç ã o do a g e n t e público responsáve l , o p re te n d id o pe la A d m in is tra ç ã o (se leção de t ra b a lh o técnico, científico ou art ís t ico) , só se p o d e consegu ir por in te r m é d io da m o d a l id a d e concurso, ju s t a m e n t e e m face d e suas caracterís t icas e p ecu l ia r id a d e s , não se v is lu m b ra m im p e d i m e n t o s para a sua a d o ç ã o e m níve l in te rn a c io n a l , caso se ju s t i f iq u e a c o n v e n iê n c ia e a o p o r t u n id a d e na a d o ç ã o da m o d a l i ­d a d e no â m b i t o in te rn a c io n a l .

1 7 .3 . Habilitação de Empresas Estrangeiras em Licitações Internacionais

Sempre que possível, as empresas estrangeiras que não funcionem em solo bra­sileiro atenderão às exigências de habilitação nas licitações internacionais mediante documentos equivalentes aos exigidos das empresas brasileiras, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juram entado, devendo, obrigato­riamente, possuir representação legal no Brasil, com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialm ente.

É o que reza o § 4- do art. 32 da Lei n- 8.666/1993:

§ ¥ As em presas estrangeiras que não func io nem no País, tanto quanto pos­sível, a tenderão , nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores m e d ia n te docum entos equiva lentes , autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor ju ra m e n ta d o , d e v e n d o ter rep resen ta ­ção legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder adm inistra tiva ou ju d ic ia lm en te .

1 7 .4 . Licitações Internacionais Baseadas em Regras Dispostas por Organismos Internacionais (BIRD, BID etc.)

Consoante prescreve o § 5- do art. 42 da Lei n- 8.666/1993, nas licitações com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, são admitidas as normas e os procedim entos dos organismos internacionais financiadores:

§ Para a rea lização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos proven ien tes de f in a n c ia m en to ou doação oriundos de a g ê n ­cia oficial de cooperação es trange ira ou o rg an ism o f inanceiro m u lt i la te ra l

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de que o Brasil seja parte , poderão ser ad m it id as , na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados in ternacionais aprovados pelo Congresso N acional , b e m com o as norm as e p roced im ento s daque las en t id ad es , inclusive qu an to ao critério de seleção da proposta m ais van ta josa para a adm in is tração , o qual poderá contem plar , a lé m do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exig idos para a o b tenção do f in a n c ia m en to ou da doação, e que t a m b é m não confl i tem com o princípio do ju lg a m e n t o o b je t ivo e se jam ob je to de despacho m o t iv a ­do do órgão executor do contrato, despacho esse ratif icado pela a u to r id ad e im e d i a ta m e n t e superior.

Tanto é dessa forma que a própria Lei n- 8.666/1993 dispensa várias exigênciasnesses casos:

Art. 32 - § 6 - 0 disposto no § deste artigo, no § 15 do art. 33 e no § 2Ü do art . 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo p a g a m e n to seja feito com o produto de f in an c iam en to concedi­do por organ ism o financeiro in ternacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, n em nos casos de contratação com e m ­presa estrangeira , para a compra de eq u ip a m e n to s fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, n e m nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades adm inistrativas com sede no exterior.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2010 - MPU - Analista) A respeito da Lei n28 .666 /1993, ju lgue os itens que se seguem.

Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações têm como expressão m onetária a moeda corrente nacional, ressalvadas as concorrências de âmbito internacional, para as quais o edital deve ajustar-se às diretrizes da política m onetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (Cespe - 2009 - ANATEL - Analista Administrativo) Julgue os itens seguintes, relativos às licitações e aos contratos adm inistrativos.A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas na con­corrência in ternacional, com participação de em presas estrangeiras, deve ser realizada em ato público previamente designado, com a participação dos membros da comissão designados pelo órgão público responsável pelo certam e.( ) CERTO ( ) ERRADO

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3. (FCC - 2009 - TJ - SE - Analista Judiciário) Sobre a licitação é CORRETO afirm ar que:a) nas conc o r rê nc ias de â m b i to in te rn ac ion a l , o l ic i tan te b ras i le i ro poderá c o ta r em moeda

es t ran ge i ra , se ass im fo r p e rm i t id o ao l ic i tan te es t ran ge iro .b) em igua ldade de cond ições, com o c r i té r io de dese m p a te , os bens produz idos po r em pre sa

b ras i le i ra têm pre fe rênc ia sobre os bens produz idos no País.c) a l ic itação pode s e r s ig i losa, desde que de v idam en te jus t i f icado .d) para a c o m p a n h a r o d e se nvo lv im en to da l ic itação deve o c idadão d e m o n s t ra r le g í t im o in te ­

resse.e) o p r inc íp io do ju lg a m e n to ob je tivo não é e x p re ss am en te previsto na Lei de L ic i tações.

4. (FCC - 2007 - TRE-SE - Analista Judiciário - adaptada) A respeito das licitações, considere as afirm ativas abaixo.I. É dispensável a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial para

contratação de profissional de qualquer setor artístico, d iretam ente ou através de em presário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

II. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número de três, sem a necessária qualificação.

III. Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão m one­tária a moeda corrente nacional, podendo ser perm itida a cotação do preço em moeda estrangeira nas concorrências de âmbito internacional realizadas no Brasil.

É CORRETO o que se afirm a APENAS em:a] I, II e III.b] I e III.c] I.d] II.e] III.

5. (Esaf - 2006 - ANEEL - Técnico - adaptada) Correlacione a contratação alm ejada pela Adm i­nistração com a modalidade de licitação correspondente e assinale a opção correta.(1) Concorrência(2) Tomada de preços(3) Concurso(4) Leilão( ) Para a alienação de bem imóvel cuja aquisição derivou de dação em pagamento.( ) Para a concessão de direito real de uso.( ) Para a escolha de trabalho técnico científico.( ) Para a aquisição de imóvel.( ) Para licitações internacionais em que o licitador disponha de cadastro internacional de

fornecedores.a) 1 /1 /4 /3 /3b) 3 /3 /4 /1 /1c) 4 /1 /3 /1 /2d) 1 /1 /3 /4 /2e) 4 /3 /3 /1 /4

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6. (Cespe - 2009 - DPE-ES - Defensor Público) Considerando a relevância de seu objeto, as licitações internacionais devem ser realizadas obrigatória e exclusivamente na m odalidade de concorrência.( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (Cespe - 2010 - INCA - Assistente em Ciência e Tecnologia) É cabível a modalidade concor­rência, qualquer que seja o valor de seu objeto, para a compra e alienação de bens imóveis e nas licitações internacionais. Os bens imóveis da adm inistração pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, podem ser alienados por meio de leilão.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (Cespe - 2010 - MPU - Analista) Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações têm como expressão m onetária a moeda corrente nacional, ressalvadas as concorrências de âmbito internacional, para as quais o edital deve ajustar-se às diretrizes da política m onetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (Cespe - 2010 - MS - Analista Técnico) A concorrência é a modalidade de licitação cabível em contratações de grande vulto, mas há previsão legal de que seja observada tam bém em determ inadas circunstâncias que não dependem do valor, e sim da natureza do contrato a ser celebrado. Licitações com abrangência internacional, por exemplo, sem pre deverão adotar a modalidade concorrência.( ) CERTO ( ) ERRADO

10. (FCC - 2006 - PREFEITURA DE SALVADOR - Procurador) O Município do Salvador firm ou contrato de em préstim o externo com o Banco Interam ericano de Desenvolvimento - BID, organismo financeiro m ultila te ra l do qual o Brasil é parte, para financiamento de projeto de saneam ento básico. O referido projeto será custeado com recursos do BID e também com recursos orçam entários do Município. A respeito das contratações de obras e serviços necessárias à im plementação do projeto, é correto afirm ar:a) S om en te quando in te g ra lm e n te cus teadas com recu rsos proven ien tes do f in a n c ia m e n to

ex te rno , in d e pen de m de prévio p ro ce d im e n to Lici tatór io.b) Quando cus teadas , to ta l ou p a rc ia lm e n te , com rec u rs os p roven ien tes do f in a n c ia m e n to

ex te rno , in d e pen de m de prévio p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io .c) Quando cus teadas com rec u rs os p roven ien tes do f i n a n c ia m e n to ex te rno , de pe n d e m de

prévio p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io , no qu a l poderão s e r adotados n o rm a s e c r i té r io s do o rg a ­n ism o m u l t i la t e ra l , exceto quan to aos c r i té r io s de se le ção da proposta m a is vanta jo sa para a A d m in is t ra ç ã o .

d) Quando cus teadas com rec u rs os p roven ien tes do f i n a n c ia m e n to ex te rno , de pe n d e m de prévio p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io , no qu a l poderão s e r adotados c r i té r io s de se le ção f ixados pelo o rg a n is m o in te rn ac ion a l , desde que c o n f ig u re m cond ição para a concessão do f i n a n ­c ia m e n to e não c o n f l i te m com o p r inc íp io do ju lg a m e n to ob je tivo.

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11. (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - adaptada) Nos term os da Lei de Licitações (Lei n2 8 .666 /1993), constituem, dentre outras, hipóteses em que será possível a licitação na modalidade tomada de preços:a) Licitações in te rn ac ion a is , desde que o órgão ou en t idade d isponha de cadastro in te rn a c io n a l

de fo rneced o res .b) c o m p ra s e serv iços, com exceção dos serv iços de enge nha r ia , cujo va lo r seja de se tecen tos

m i l rea is.c) casos em que c o u b e r c oncorrê nc iad) ob ras e serv iços de e n ge nha r ia cujo v a lo r seja de um m i lh ão e se iscen tos m i l rea is.e) concessões de d i re ito rea l de uso.

12. (Cespe - 2009 - DPE-ES - Defensor Público) Considerando a relevância de seu objeto, as licitações internacionais devem ser realizadas obrigatória e exclusivamente na modalidade de concorrência.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 18

Direito ao Contraditório e de Petição

A Constituição Federal assegura o direito ao contraditório e o de petição como instrum entos de defesa, notadam ente contra atos administrativos abusivos ou inválidos.

Para exercer esses direitos, o particular tem a seu dispor duas vias distintas, a judicial e a administrativa.

Escolhida a via judicial para a contestação de uma licitação, instaurado estará o contencioso, originando o litígio, passando a Administração e o particular a cons­tituírem partes.

Nessa hipótese, cabe ao Poder Judiciário tão somente o exame quanto aos pressupostos de legalidade.

Outra saída para o particular, considerada uma alternativa prévia, é a opção pela via administrativa, através do chamado recurso administrativo, que provocará um exame por parte da própria Administração quanto à legalidade e o mérito.

A petição administrativa constitui-se, por conseguinte, num instrumento ofereci­do ao licitante que o autoriza, caso se sinta prejudicado, a provocar a Administração no sentido de rever seus próprios atos.

18 .1 . Direito de Petição (Via Administrativa)No âmbito das licitações, a petição administrativa assume três espécies, a saber:- recurso (também chamado de recurso administrativo ou recurso hierár­

quico);- representação; e- reconsideração.

E im portante ressaltar que o direito de petição deve ser concretizado no prazo assinalado para tal. O não exercício desse direito, dentro de lapso tem poral estabe­lecido, im porta na sua perda (decadência).

Entretanto, a perda do prazo não veda a via judicial, uma vez que a Constitui­ção Federal assegura a provocação do Judiciário em hipóteses de lesão ou ameaça a direito.11 Art. 5-, inc. X X X y da Constituição Federal: “A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou am eaça a direito”.

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18 .2 . Recurso (também chamado de recurso administrativo ou recurso hierárquico)2

Os recursos administrativos se referem aos atos administrativos de cunho deci- sório, passíveis de causarem lesões a interesses de licitantes.

Não obstante o direito fundamental à ampla defesa, máxima garantida no art. 5-, inciso LV, da Constituição Federal, nem todo ato, em sede de licitação, é passível de recurso. A lei elencou, exaustivamente, as situações permissivas.

Destarte, consoante o disposto no art. 109 da Lei n- 8.666/1993, são passíveis de interposição de recurso administrativo os seguintes atos inerentes às licitações públicas:

habilitação ou inabilitação do licitante; julgam ento das propostas; anulação ou revogação da licitação;indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Como a Lei ne 8.666/1993 também trata dos contratos administrativos - que não são objeto de estudo neste livro - registre-se que o art. 109 também lista como passível de recurso administrativo a rescisão unilateral do contrato (ou seja, a que é determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do art. 78 da lei).Vide texto legal:

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:a) habilitação ou inabilitação do licitante;b) julgamento das propostas;c) anulação ou revogação da licitação;d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua altera­ção ou cancelamento;e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

2 N o ta : Os recursos administrativos referentes ao pregão estão delineados na parte deste trabalho que trata espe­cificamente de tal modalidade licitatória (especificamente em 22.7).

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1 8 .2 .1 . Prazos e procedimentos para a interposição de recursos administrativos

Os recursos deverão ser interpostos no prazo de dois dias úteis (no caso da licitação modalidade convite) e de cinco dias úteis, nas demais modalidades licita­tórias da Lei n- 8.666/1993, após o ato administrativo motivador, contado a partir da intimação do ato.

Os recursos deverão ser dirigidos à autoridade hierarquicam ente superior, por intermédio daquela que praticou o ato sancionatório, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo máximo de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, encaminharo recurso, devidamente instruído, à decisão da autoridade superior, que proferirá a decisão no prazo de cinco dias úteis a contar da data de seu recebimento.

Vide textos legais:

Art. 109 - § ¥ 0 recurso será dirigido à autor id ade superior, por in te rm éd io da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse m e s m o prazo, fazê - lo subir, d e v id a ­m e n te in form ado, devendo , neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do receb im ento do recurso, sob pena de responsabil idade.§ 6Ü Em se t ra tando de licitações e fe tuad as na m o d a l id a d e de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no § 3e deste art igo serão de dois dias úteis.

1 8 .2 .2 . Intimação dos Atos Motivadores do Recurso AdministrativoNo âmbito das licitações, a intimação do ato, através do qual se dá conhecimento

ao interessado, realizar-se-á mediante publicação na imprensa oficial, nas decisões referentes:

à habilitação ou inabilitação do licitante; ao julgam ento das propostas; à anulação ou revogação da licitação;ao indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alte­ração ou cancelamento;à aplicação da pena de suspensão tem porária de participação em licitação e im pedim ento de contratar a Administração.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Conforme antes frisado, como a Lei ne 8.666/1993 também trata do contrato administra­tivo - que não é objeto de estudo neste livro - registre-se que o § 4e do art. 109 também elenca o ato de rescisão unilateral contrato.

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No entanto, nas decisões referentes à habilitação ou inabilitação do licitante e julgamento das propostas, a intimação do ato poderá ser realizada mediante comu­nicação direta aos interessados, com a lavratura da respectiva ata, caso os prepostos de todos os licitantes estejam presentes no ato público de divulgação da decisão.

Vide texto legal:

Art. 109 - § 1- A in tim ação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a" , "b", "c"

e "e" , deste art igo, excluídos os relativos a advertência e m ulta de m ora, e no inciso III, será feita m e d ia n te publicação na im prensa oficial, salvo para os

casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes

no ato e m que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada e m ata.

Frise-se que, tendo sido interposto recurso administrativo, a Administração está obrigada a comunicar aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de cinco dias úteis, para qualquer m odalidade de licitação, com exceção do convite, cujo prazo é de dois dias úteis.

Art. 1 09 - § 3 - Interposto, o recurso será com unicado aos d em ais licitantes, que poderão im p u g n á-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

Os recursos inerentes às fases de habilitação e classificação (julgamento das propostas) possuem efeito suspensivo. A autoridade competente, desde que moti- vadamente e presentes razões de interesse público, poderá também atribuir efeito suspensiva aos demais recursos interpostos.

E o que estabelece o § 2- do art. 109:

§ 2Ü 0 recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste art igo terá e fe ito suspensivo, poden do a autor id ade c o m p e te n te , m o t iv a d a m e n te e presentes

razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva

aos dem ais recursos.

18 .3 . RepresentaçãoA representação é cabível contra ato relacionado com o objeto da licitação ou

do contrato, de que não caiba recurso hierárquico, no prazo de cinco dias úteis da intimação da decisão, exceto nas licitações sob a modalidade convite, em que o prazo é de dois dias úteis (inciso I I do art. 109).

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18 .4 . Pedido de ReconsideraçãoGabe pedido de reconsideração de decisão de Ministro de Estado ou de Secre­

tário Estadual ou Municipal referente ã penalização de declaração de idoneidade para licitar ou contratar a Administração Pública, no prazo de dez dias úteis da intimação do ato (inciso I I I do art.109).

Vide texto legal:

A rt .1 0 9 - III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conform e o caso, na h ipótese do § 4e do art . 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da in tim ação do ato.

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Conforme previsto no § 55 do art. 109 da Lei n5 8.666/1993, nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FGY - 2010 - SEAD-AP - Fiscal da Receita Estadual) No que tange aos Recursos Adm inistra­

tivos cabíveis dos atos decorrentes da licitação, é CORRETO afirm ar que:a) Os recu rsos con t ra a hab i l i tação ou in ab i l i tação de l ic i tan tes poderão te r e feito suspens ivo

em razão da facu lda de d isc r ic ion á r ia da A d m in is t ra ç ã o .b) 0 prazo para in te rp os içã o de recurso no caso de revogação da l i c itação efe tuada na m o d a ­

lidade convite será de 2 (dois) dias úte is .c) Os l ic i tan tes ha b i l i tados s o m e n te poderão ex e rc i ta r a fa cu lda de re c u rs a l se fo rem d e s c la s ­

s if ic ados nas fases de ju lg a m e n to das propostas técn icas e das propostas de preço, nas l ic i tações do tipo " m e lh o r t é cn ica " e " técn ica e preço".

d) 0 prazo para in te rp os içã o de recu rso te rá início a p a r t i r da in t im aç ão do ato ou la v ra tu ra da ata, a inda que os au tos do processo não es te jam com vista f ra nqu ea da ao in te ressado.

e) a in t im a ç ã o dos in te ressados quan to ao ato de ju lg a m e n to das propostas deve ser , em q u a lq u e r h ipó tese, c u m p r id a m ed ian te pub l icação na im p re nsa of ic ia l , a f im de que não se res t r in ja o d i re i to de recurso .

2. (FCC - 2009 - PGE-RJ - Técnico Superior de Procuradoria) De acordo com a Lei n* 8 .666/1993,no procedimento licitatório:a) A d m i te m -s e apenas os recu rsos de pedido de e s c la re c im e n to s , im pu gna çã o e pedido de

recons ide ração .b) N e n h u m recu rso te rá efeito suspens ivo , a não s e r que a au to r ida de a d m in is t ra t iva c o m p e ­

te n te ass im o receba.c) Não cabe recurso cont ra o in d e fe r im e n to do pedido de in sc r ição em reg is t ro cadastra l .d) Os prazos recu rsa is se rão todos de 3 (três) d ias úteis, se a l i c itação se desenvo lve r sob a

m o d a l id ad e de ca r ta -con v i te .e) R ecurso con t ra a hab i l i tação ou in ab i l i tação dos l ic i tan tes te rá efe ito suspens ivo .

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3. (FCC - 2008 - TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas) No regime da Lei n *8 .666 /1993, a decisão de inabilitação de participante em licitação enseja a apresentação, pelo prejudicado, de:a) recurso .b) pedido de recons ide ração .c) rep resen tação .d) recu rso h ie rá rq u ico im p ró p r io .e) pedido de supe rv isão .

U. (Esaf - 2004 - CGU - Analista) Dos atos da Administração Pública decorrentes de aplicação da Lei n* 8 .666/1993, em questões relativas a procedimentos licitatórios e/ou contratos ad­m inistrativos, é cabível recurso:a) no prazo de 08 dias, no caso de Licitação de l ic itan te .b) no prazo de 1 5 dias, no caso de anu lação da l ic itação.c) exceto no caso de revogação da l ic itação.d) sem efeito suspensivo , no caso de ju lg a m e n to das propostas.e) com efei to suspensivo , no caso de in ab i l i tação de l i c itan te .

5. (FCC - 2004 - TRT -PA - Analista Judiciário) A empresa “Formosura do Agreste", participante de licitação na modalidade convite, não se conformando com a revogação do procedimento licitatório, poderá ingressar com recurso adm inistrativo no prazo de:a) 10 (dez) dias, a c o n ta r da in t im aç ão do ato.b) 5 (cinco) dias, a c o n ta r da decisão da A d m in is t ra ç ã o .c) 5 (cinco) dias, a c o n ta r da in t im aç ão do ato.d) 3 (três) dias, a c o n ta r da decisão da A d m in is t ra ç ã o .e) 2 (dois) dias , a c o n ta r da in t im ação do ato.

6. (MPE-GO - 2009 - MPE-GO - Promotor de Justiça) Quanto aos recursos administrativos nas licitações é INCORRETO AFIRMAR EXCETO:a) No que se refere à l ic itação, cabe recurso h ie rá rq u ico , no prazo de t rês d ias úteis, a c on ta r

da in t im aç ão do ato.b) A rep resentação é prevista com o recurso contra decisão re lac ionada com o objeto da l icitação,

da qu a l não caiba recu rso h ie rá rq u ico , no prazo de t rê s d ias úteis, con tados da in t im ação .c) 0 pedido de recon s ide ra çã o deve s e r in te rpos to , no prazo de c inco dias, quando o a d m in is ­

t ra do fo r pun ido com pena l idade de de c la ração de in idone idade para l i c i t a r ou c o n t ra ta r com a a d m in is t ra ç ã o públ ica .

d) Apenas os rec u rs os cont ra hab i l i tação ou in ab i l i tação e con t ra ju lg a m e n to das p ropostas te m efeito suspensivo .

7. (MPE-SP - 2005 - MPE-SP - Promotor de Justiça) Assinale a alternativa INCORRETA.a) A l i c itação pode s e r revogada po r in te resse púb l ico em v i r tu d e da oc or rê nc ia de fa to s u p e r ­

ven iente com provado , p e r t in e n te e su f ic ien te para ju s t i f i c a r essa decisão.b) A l i c itação pode s e r anu lada po r i lega lidade, desde que a A d m in is t ra ç ã o venha a se r p rovo­

cada a t ravés de rec u rs os de te rce i ros pre ju d icados.c) A anu lação da l i c itação gera o dever de in de n iza r se a i lega l idade fo r im p u tá v e l à A d m in is ­

t ração .d) Cabe recurso cont ra a decisão da A dm in is t raç ão que revogou a l ici tação, sendo da au to r idade

c o m p e te n te a dec isão de lhe dar, ou não, efeito suspens ivo .e) 0 recu rso in te rp os to con t ra a hab i l i tação em p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io será s e m p re receb ido

no efeito suspensivo .

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8. (Esaf - 2004 - MPU - Analista) Dos atos da Administração, decorrentes de aplicação da Lei n2 8.666/1993, em m atéria de licitação ou contrato, no caso de julgam ento das propostas, cabe recurso adm inistrativo, no prazo de:a] 5 dias úte is , sem efeito suspens ivo .b] 10 dias úteis, sem efeito suspensivo .c] 1 5 dias consecut ivos , sem efeito suspens ivo .d] 10 dias úteis, com efei to suspensivo .e] 5 dias úte is , com efeito suspensivo .

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C a p í t u l o 19

Penolidodes (ou Sanções) Administrativas nas Licitações12

A aplicação de penalidades administrativas pela Administração Pública deriva da prerrogativa resultante do princípio de autoexecutoriedade dos atos administrativos.

Tal princípio consiste na possibilidade de conversão em fatos materiais as pre­tensões jurídicas sem a invocação do Poder Judiciário.

19 .1 . Penalidades (ou Sanções)A Lei n- 8.666/1993 prevê duas situações que perm item a penalização admi­

nistrativa:a) a negativa por parte do adjudicatário3 de celebrar o contrato;b) o atraso injustificado na execução do objeto contratado.

Apenas a prim eira hipótese tem conexão direta com as licitações, já que a segunda tem a ver com o contrato administrativo, que não é objeto desse trabalho.

Os licitantes assumem compromissos com a Administração que somente se extinguem após 60 dias da data da entrega das propostas (§ 3- do art. 64 da lei n- 8.666/1993), caso outro prazo inferior não tenha sido estabelecido no instru­mento convocatório.

Art. 6 4 — § 3 - Decorridos 6 0 (sessenta) dias da data da en trega das propostas, sem convocação para a contratação, f icam os licitantes liberados dos co m p ro ­missos assumidos.

O adjudicatário que, regularm ente convocado, não se disponha a assinar o contrato ou a retirar o instrum ento equivalente - caracterizando-se, assim, a recusa injustificada - recebe a denominação de adjudicatário faltoso.41 Para aprofundam ento na m atéria, sugere-se a leitura da obra “Sanções Administrativas aplicáveis a licitantes e contratados”, de Eduardo Rocha Dias (Ed. Dialética)2 N o ta : As penalizações referentes ao pregão estão delineadas na parte deste trabalho que trata especificamente de tal modalidade licitatória (especificamente em 22.11).3 Vencedor do certame a quem se atribuiu o objeto do acordo.4 Sobre o assunto, verificar o constante em 6.5 (Adjudicação).

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Nesse caso, a Lei n- 8.666/1993 prevê a sua penalização:

Art. 81 . A recusa injustif icada do adjudicatário e m assinar o contrato, aceitar ou retirar o in s tru m e n to e q u iv a le n te , d en tro do prazo e s tab e lec id o pela Administração, caracteriza o d escu m p r im en to total da obrigação assumida, su je itando-o às pena l idades le g a lm e n te estabelecidas.

1 9 .1 .1 . Penalidades (ou Sanções) pela Recusa Injustificada de Assinatura do Contrato

Conforme assevera Marçal Justen, o particular que incorrer na responsabili­dade prevista no art. 81 sujeitar-se-á às sanções administrativas (inclusive à multa administrativa) .5

Também tratamos da matéria no livro Licitação Passo a Passo (6. ed. Fórum): A recusa in just i f icada su je ita o a d ju d ic a tá r io às sanções a d m in is t ra t iv a s previstas na lei, in d e p e n d e n t e m e n t e d e responsab il ização civil ou p e n a l . 0 t r a ta m e n t o d ad o ao c h a m a d o a d jud ica tá r io fa ltoso é e x a t a m e n t e o m e s m o q u e é d e t e r m i n a d o ao c o n tra ta d o in a d im p le n te .Ao revés, não se d e v e c o n fu n d ir as f iguras jur íd icas q u e e n v o l v e m a h i­p ó tese . No caso do a d ju d ic a tá r io fa ltoso, a pun ição se dá e m função do d e s c u m p r im e n t o to ta l da o b r ig ação a s s u m id a .Com a propo s itu ra d e preço, p a r t ic ip a n d o e f e t i v a m e n t e do c e r t a m e lic ita ­tório , o a d ju d ic a tá r io a s s u m e um c o m p ro m is s o p e r a n t e a A d m in is tra ç ã o , qual se ja , o d e c e leb ra r o contra to na f o rm a p ropo sta .N ão a t e n d e n d o ao c h a m a d o , frustra o o b je t iv o da l ic itação e o r ig ina s itu ­ação d a n o s a para a A d m in is tra ç ã o . A propo sta a p re s e n t a d a ca ra c te r iz a -s e c o m o u m a re s p o n s a b i l id a d e p ré -c o n t ra tu a l , passível , nos t e rm o s da Lei, d e sanção por d e s c u m p r im e n t o .Já o "co n tra tad o in a d im p le n te " será punido e m função do não a t e n d im e n t o do co m p ro m is s o co n tra tu a l a ssu m id o .

Nesse passo, os adjudicatários faltosos estão sujeitos às mesmas sanções previstas na Lei n- 8.666/1993 concernentes à inadimplência na execução contratual (art. 86):

- Advertência.- Multa.- Suspensão temporária de participação em licitação e im pedim ento de

contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos.- Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração

Pública, enquanto perdurarem os motivos determ inantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante o Ministro da Pasta ou Se­

5 Comentános à Lei de licitações e Contratos Administrativos. 7. ed. Dialética, 2000, p. 615.

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cretário de Estado, que será concedida sempre que o adjudicatário faltoso ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e depois de decorridoo prazo da sanção de suspensão temporária.

Vide dispositivo legal:

Art. 87 . Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garant ida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:I - advertência;II - m u lta , na form a prevista no in s trum ento convocatório ou no contrato;III - suspensão tem po rár ia de partic ipação e m licitação e im p e d im e n to de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;IV - declaração de in idon e idade para licitar ou contratar com a Adm inistração Pública e n q u an to perdurarem os m otivos d e te rm in a n te s da punição ou até que seja prom ovida a reabili tação perante a própria autor id ade que aplicou a p ena l idad e, que será concedida sem pre que o contratado ressarcir a A dm in is ­tração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

A advertência é uma punição leve, uma censura moral que deve ser adotada diante de pequenas falhas do contratado na execução contratual. Independe de cláusula contratual que a indique. A sua reiteração dem andará, como conseqüência lógica, a aplicação de pena mais elevada.

A multa, além de refletir m oralm ente contra o contratado - como todas as penalizações - , atua diretam ente jun to ao seu patrimônio. Gomo já esposado, o quantum (norm alm ente refletido em percentuais sobre o valor contratual), deve estar precisamente estabelecido nos instrum entos convocatório e contratual.

A suspensão tem porária de licitar e contratar com a Administração constitui sanção imposta ao contratado por irregularidade reiterada ou por falha considerada grave pela Administração.

A declaração de inidoneidade constitui-se na pena mais severa e de maior re­percussão na “vida” do licitante. Tal declaração impede que o contratado (punido) participe de licitações e seja novamente contratado pela Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determ inantes da punição ou até que seja prom o­vida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a sanção, que somente poderá ser requerida após dois anos de sua aplicação.

Registre-se que a sanção de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.

Alei prevê que as sanções de advertência, de suspensão temporária de participa­ção em licitação e im pedim ento de contratar com a Administração; e de declaração

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de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública poderão ser aplicadas juntam ente com a multa:

Art. 8 7 — § 2 - As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste art igo poderão ser aplicadas ju n ta m e n t e com a do inciso II, facultada a defesa prévia do in­teressado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

Vide dispositivo da Lei n- 8.666/1993 que trata da situação:

Art. 8 7 - § 3 - A sanção estabelec ida no inciso IV deste art igo é de com petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conform e o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de10 (dez) dias da abertura de vista, poden do a reabili tação ser requerida após2 (dois) anos de sua aplicação.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Interessantemente, o art. 88 da Lei n9 8.666/1993 permite a aplicação das sanções à terceiros (empresas ou profissionais) que não o contratado, desde que, logicamente, exista algum tipo de ligação entre a atividade praticada pelo terceiro e o contrato firmado ou a licitação instaurada.Assim, o dispositivo, em texto bastante confuso, prevê que a aplicação das sanções de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração e declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública também poderão ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos pelo diploma:- tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal

no recolhimento de quaisquer tributos;- tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação; ou- demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de

atos ilícitos praticados.Impende ressaltar, portanto, que a autorização legal para o sancionamento limita-se às sanções suspensão de licitar e declaração de inidoneidade.Vide texto legal:

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolo­sos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis­tração em virtude de atos ilícitos praticados.

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19 .2 . A Não Aplicação de Penalizações (ou Sanções) em Situação Específica

A Lei n- 8.666/1993 prevê a não aplicação da penalização aos licitantes convo­cados nos termos do § 2- do art. 64, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.

O citado § 2- dispõe sobre a faculdade que tem a Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrum ento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes rem anescen­tes na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório.

Evidentemente, aquele que for convocado nessa situação não tem nenhum a obrigação de atender ao chamado.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2011 - MMA - Analista) É vedado à adm inistração pública aplicar cum ulativam ente

m ulta e suspensão tem porária de participação em licitação e im pedimento de contratar com a adm inistração pública por prazo de até dois anos.( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (FCC - 2010 - TRT - 9* REG. - Analista Judiciário - adaptada) Sobre as sanções adm inistrativas previstas na Lei n2 8 .666/1993, considere:I - Pela inexecução total ou parcial do contrato ou pela negativa do adjudicatário em celebrar

o contrato, a Administração poderá aplicar, dentre outras penalidades, suspensão tem ­porária de participação em licitação e im pedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois anos.

II - As sanções de advertência, suspensão tem porária de participação de licitação e decla­ração de inidoneidade para lic itar ou contratar com a Administração Pública impostas pela inexecução total ou parcial do contrato, podem ser aplicadas juntam ente com a m ulta prevista no instrum ento convocatório ou no contrato.

( ) CERTAS ( ) ERRADAS

3. (Esaf - 2009 - ANA - Analista Administrativo - adaptada) De acordo com a Lei n* 8 .666/1993, a Administração pode, pela inexecução total ou parcial do contrato ou pela recusa do adju­dicatário de assinar o contrato adm inistrativo, e após garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções adm inistrativas, EXCETO:a] adve r tênc ia .b] de c la ração de in idone idade para l i c i t a r ou c o n t ra ta r com a A d m in is t ra ç ã o Púb lica.c] execução da ga ran t ia .d] m u l ta .e] s uspensão te m p o rá r ia de pa r t ic ipação em lic itação.

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4. (Cespe - 2009 - PGE-PE - Procurador de Estado - adaptada) Com relação aos dispositivos constantes da Lei n£ 8.666/1993:No âmbito estadual, somente o governador pode aplicar a sanção de declaração de inidonei­dade para determ inada empresa lic itar ou contratar com a adm inistração pública enquanto perdurarem os motivos determ inantes da punição.( ] CERTO ( ] ERRADO

5. (Cespe - 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - adaptada) A declaração de ini­doneidade para lic itar ou contratar com a adm inistração pública constitui sanção, aplicável que não adm ite reabilitação.( ] CERTO ( ] ERRADO

6. (FCC - 2008 - TRF - 5* REG. - Analista Judiciário) A aplicação da sanção de declaração de inidoneidade para lic itar ou contratar com a Administração Pública, prevista pela inexecução total ou parcial do contrato, conforme disposição expressa da Lei de Licitações, é de compe­tência exclusiva:a) de M in is t ro de Estado, Sec re tá r io Es tadua l ou M un ic ipa l , c o n fo rm e o caso.b) da C om issão de Lic i tação.c) dos T r ibuna is de Contas.d) do Poder Jud ic iá r io .e) do M in is té r io Púb lico.

7. (Cespe - 2004 - TCU - Analista de Controle Externo) Carlos, d iretor de negócios da em preiteira Alfa, com o auxílio de João Marcos, funcionário público responsável por um procedimento licitatório, fraudou, m ediante ajuste com as demais empresas licitantes, o caráter competitivo desse procedimento, com intuito de para sua em presa, vantagem decorrente da atribuição da execução de obra pública. Com relação à situação, ju lgue o item a seguir:

A Administração Pública poderá aplicar sanções a João Marcos caso reste comprovada a prática de atos ilícitos visando fru s trar os objetivos da licitação.

( ] CERTO ( ] ERRADO

8. (FCC - 2007 -TC E-A M - Auditor) Nos procedimentos licitatórios regidos pela Lei n28.666/1993, a adjudicação:a) im põe ao l ic i tan te v enc ed o r o dever de as s in a r o con t ra to , in d e p e n d e n te m e n te de prazo.b) gera ao l ic i tan te venc ed o r o d i re ito à in den ização caso o c on t ra to não seja ce lebrado.c) gera ao l ic i tan te venc ed o r o d i re ito a ex ig i r a ass ina tu ra do con t ra to .d) não gera ao l ic i tan te v enc ed o r nem d i re i tos nem deveres.e) im põe ao l i c i tan te v enc ed o r o dever de as s ina r o con t ra to , de n t ro do prazo fi xado no edita l.

9. (FCC - 2008 - TRF - 5* REG. - Técnico Judiciário) A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou re tira r o instrum ento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração:a] con f igu ra m e ro d e sa te n d im e n to da convocação para ass ina tu ra , aceite ou re t i rada do in s ­

t r u m e n to , não s u je i tando o ad ju d ica tá r io a sanção.b) ca rac te r iza o d e s c u m p r im e n to to ta l da obr igação assu m ida , su je i ta n d o -o as pena l idades

le g a lm e n te es ta be lec idas .

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c] facu l ta a a d m in is t ra ç ã o convocar os l ic i tan tes re m an es cen te s , na o rd em de c lass i f icação, para fa zê - lo em ig ua l prazo e nas m e s m a s cond ições propostas pelo p r im e i ro c lass i f ic ado , sem su je ição do ad ju d ica tá r io à sanção.

d] su je ita o ad ju d ica tá r io s e m p re as penas de suspensão t e m p o rá r ia de pa r t ic ipação em l i c i t a ­ção ou im p e d im e n to de c o n t ra ta r com a a d m in is t ra ç ã o , po r prazo não s u p e r io r a 4 (quatro] anos.

e] im p l ica na anu lação da l i c itação e a b e r tu ra de ou tra , vedada a convocação dos l ic i tan tes re m an es cen te s .

10. (E s a f- 2006 - IR B - Analista) Nos term os da Lei n *8 .666 /1993, assinale a opção que contemple a penalidade que a Administração pode aplicar ao contratado cum ulativam ente com outras sanções adm inistrativas.a] Mu lta .b] Adver tênc ia .c] Suspensão te m p o rá r ia de p a r t ic ip a r em lic itação.d] Dec la ração de in idone idade para l icitar.e] R etom ada do obje to .

11. (Cespe - 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) Julgue o texto abaixo referente à notificação de irregularidades, definição e aplicação de penalidades e sanções adm inistrativas. A sanção de suspensão tem porária de participação em licitação e im pedimento de contratar com a adm inistração pública por prazo não superior a dois anos pode ser aplicada aos profis­sionais que tenham sofrido condenação definitiva por praticar, de forma dolosa, fraude fiscal no recolhim ento de quaisquer tributos.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 2 0

Dos Crimes Licitatórios1

Consoante o previsto no art. 83 da Lei n- 8.666/1993, os crimes nas licitações, embora apenas tentados, propiciam, além das sanções penais, a perda de cargo, do emprego, ou da função ou m andato eletivo.

Art. 83 . Os crimes defin idos nesta Lei, a inda que s im p le s m e n te tentados, su­je i ta m os seus autores, quand o servidores públicos, a lé m das sanções penais, à perda do cargo, em p reg o , função ou m a n d a to ele t ivo.

Verifica-se, por conseguinte, que a Lei n- 8.666/1993, em matéria de efeitos da condenação, excepcionou a regra geral relacionada ã perda de cargo, função pública ou m andato eletivo, prevista no art. 92 inc. I alíneas a e b do Código Penal.2

E de se pressupor, conforme dispôs André Guilherme de Freitas, que o cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo só poderá efetivamente ser perdido pelo condena­do com o trânsito em julgado da condenação, bem como, se tiver sido observado que o agente utilizou, para a prática do crime licitatório, da função pública pelo mesmo desempenhada, caso contrário não será possível o respectivo desligamento. Frise-se, sendo um agente público condenado pela prática de um crime previsto na Lei n- 8.666/1993, sem que tenha a função pública pelo mesmo desempenhada exercido qualquer influência em dita prática, não haverá que se implementar a perda mencionada.3

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que os tipos penais da Lei n9 8.666/1993 só são puníveis em face de dolo, isto é, quando houver intenção do sujeito ativo. Não há, portanto, nos crimes licitatórios, incri­minação por ato culposo (negligência, imprudência ou imperícia).

1 Para aprofundam ento no tema, sugere-se as obras Direito Penal das Liátações (de Paulo José da Costa Jr.), Dos Crimes da Lei de Liátações (de Vicente Greco Filho), ambos editados pela Editora Saraiva.2 Decreto-lei n- 2 .848/1940 — Código Penal — Art. 92 — São tam bém efeitos da condenação: I — a perda de cargo, função pública ou m andato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.3 FR EIT A S, A ndré G uilherm e Tavares de. Crimes na lei de licitações, h t tp ://w w w .p m d -u c a m .o rg /in d e x .php ? op tion= c om_docman&task= doc_vie w&gid = 3

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É o que assevera André Guilherme Freitas, ao destacar que as condutas típicas penais pre­vistas no diploma licitatório só podem ser praticadas dolosamente, incluindo-se a í o dolo eventual, não tendo havido nenhuma previsão para crime culposo.4

Consoante o previsto no § 2 -do art. 84 da Lei n- 8.666/1993, a pena imposta por crimes licitatórios será aumentada da terça parte, quando os autores dos crimes forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Adminis­tração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretam ente pelo Poder Público.

No art. 84 e em seu parágrafo primeiro, a Lei n- 8.666/1993 define, para fins de aplicação de suas regras, quem seria considerado servidor público:

Art. 84 . Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aq u e le que exerce, m e s m o que trans ito r iam ente ou sem rem uneração , cargo, função ou e m p re g o público.§ 1e Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, q u e m exerce cargo, e m p re g o ou função e m en t id a d e paraestata l , assim consideradas, a lé m das fundações, em presas públicas e sociedades de econom ia mista, as dem ais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei n5 8.666/1993 dispõe, no art. 85, que as infrações penais nela previstas são pertinen­tes a todos os entes federativos e entidades vinculadas.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

2 0 .1 . Dos crimes licitatórios e das penasOs arts. 89 a 98 da Lei n- 8.666/1993 elencam os crimes licitatórios.São considerados crimes no âmbito das licitações, com penas de detenção e

multa, as seguintes condutas:a) Dispensar ou não exigir licitação em hipóteses não previstas em lei, ou deixar

de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade - pena de detenção de três a cinco anos e multa.

4 FR EITA S, A ndré G uilherm e T avares de. Crimes na lei de licitações, h t tp ://w w w .p m d -u c a m .o rg /in d e x .php?option=com_docman& task=doc_view& gid=3

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Incorrerá em pena idêntica aquele que, tendo concorrido comprovadamente para a consumação da ilegalidade, beneficiar-se do afastamento licitatório ilegal, visando ã celebração de contrato com a Administração Pública.

Gomo já anotamos, apenas em três situações deixa a Administração de instaurar a licitação nas suas contratações: nas hipóteses de licitação dispensada, dispensável ou inexigível (vide capítulo 14).

Nesse contexto, a lei tipifica como crime o afastamento do procedim ento lici­tatório em outras hipóteses.

Art. 89 . Dispensar ou não exigir licitação fora das hipóteses previstas e m lei, ou deixar de observar as form alidades pert inentes à dispensa ou à inexigibil idade:Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e m ulta .Parágrafo único. Na m e s m a pena incorre aque le que, tendo com p ro v a d a m e n te concorrido para a consum ação da i legalidade, benef ic iou-se da dispensa ou inex ig ib il idade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

b) Frustrar e /o u fraudar, mediante qualquer tipo de atitude, o caráter competitivo do certame licitatório, visando obter vantagens decorrentes da adjudicação do objeto da licitação - pena de detenção de dois a quatro anos e multa.

Art. 90 . Frustrar ou fraudar, m e d ia n te ajuste, com binação ou qua lquer outro e x p ed ien te , o caráter com pet it ivo do proced im ento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para o u trem , v a n ta g e m decorrente da adjudicação do objeto da licitação:Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro ) anos, e m ulta .

c) Defender, direta ou indiretam ente, interesse privado perante a Administração, visando à instauração de licitação ou a celebração de contrato, cuja invalidação venha a ser decretada pelo Poder Judiciário - pena de detenção de seis meses a dois anos e multa.

Art. 91 . Patrocinar, d ireta ou in d ire ta m e n te , interesse privado perante a A d m i ­nistração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e m ulta .

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:É importante notar que, para que se configure o crime previsto neste art. 91, é imperiosa a necessidade de ocorrência de invalidação da licitação ou do contrato administrativo por parte do Poder Judiciário.

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d) Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem em fa­vor do contratado (o texto legal m enciona equivocadamente “adjudicatário”), durante a execução dos contratos, sem autorização legal, no instrum ento convocatório da licitação ou no próprio contrato, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica - pena de detenção de dois a quatro anos e multa.

Incorrerá na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concor­rido para a consumação da ilegalidade, auferir vantagem indevida ou se beneficiar, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

Art. 92 . Admitir , possibilitar ou dar causa a qua lquer m odif icação ou v a n ta g e m , inclusive prorrogação contratual, e m favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização e m lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrum entos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua ex ig ib i l idade, observado o disposto no art . 1 2 1 5 desta Lei:Pena - detenção, de dois a quatro anos, e m ulta .

e) Impedir, perturbar ou fraudar a realização da licitação - pena de detenção de seis meses ou dois anos e multa.

Art. 93 . Im pedir , perturbar ou fraudar a realização de qua lquer ato de proce­d im e n to licitatório:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e m ulta .

f) Devassar o sigilo de proposta apresentada em licitação ou perm itir de alguma forma que terceiro possa devassá-lo - pena de detenção de dois a três anos e multa.

Art. 94 . Devassar o sigilo de proposta apresentada e m procedim ento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e m ulta .

g) Afastar ou tentar afastar o licitante de um procedim ento licitatório utilizando violência, grave ameaça, fraude ou com o oferecimento de qualquer tipo de vantagem - pena de detenção de dois a quatro anos e multa.

Incorrerá na mesma pena aquele que se abstiver ou desistir de licitar, em razão de vantagem oferecida.5 Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteiiormente à sua vigência, ressalvadoo disposto no aii. 57, nos §§ I o-, 2* e 8r do aii. 65, no inciso XVdo art. 78, bem assim o disposto no “caput” do art. 5o-, com relação ao pagamento das obngações na ordem c?onológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obngações relativas aos contratos regidos por legislação anteiior à Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993.

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Art. 95 . A fastar ou procurar afastar licitante, por m e io de vio lência , grave am eaça , f raude ou o fe rec im en to de v a n ta g e m de qua lquer tipo:Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro ) anos, e m u lta , a lé m da pena cor­respond ente à v iolência.Parágrafo único. Incorre na m e s m a pena q u e m se abstém ou desiste de licitar, e m razão da v a n ta g e m oferecida.

h) Fraudar, com prejuízo à Fazenda Pública, licitação que vise à aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato decorrente desta licitação, utilizando os seguintes procedimentos: elevando os preços arbitrariamente; vendendo mer­cadorias falsificadas ou deterioradas; entregando uma mercadoria por outra; alterando substância, qualidade ou quantidade de mercadoria fornecida; ou tomando, sem motivo, mais onerosa a proposta - pena de detenção de três a seis anos e multa.

Art. 96 . Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:I - e levan do a rb i tra r iam en te os preços;II - v endend o , com o verdadeira ou perfe ita , m ercadoria falsificada ou d e t e ­riorada;III - e n treg an d o um a mercadoria por outra;IV - a lte rando substância, qua l idad e ou q u an t id ad e da m ercadoria fornecida;V - tornando, por qua lquer m odo, in ju s tam en te , mais onerosa a proposta ou a execução do contrato:Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e m ulta .

i) Permitir que empresa ou profissional declarado inidôneo participe de licitação ou celebre contrato com a Administração Pública - pena de detenção de seis meses a dois anos e multa. Incidirá na mesma pena o declarado inidôneo que participe de licitação ou contrato com a Administração.

Art. 97 . A d m it ir à licitação ou celebrar contrato com em presa ou profissional declarado in idôneo:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e m ulta .Parágrafo único. Incide na m e s m a pena aque le que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.

j) Obstar, im pedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de interessado nos re­gistros cadastrais ou alterar, suspender ou cancelar o registro indevidamente- pena de detenção de seis meses a dois anos e multa.

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Art. 98 . Obstar, im p ed ir ou dificultar, in jus tam ente , a inscrição de qua lquer in teressado nos registros cadastrais ou p ro m o ver in d e v id a m e n te a alteração, suspensão ou can ce lam en to de registro do inscrito:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e m ulta .

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- É importante notar que todas as penas prescritas na Lei ne 8.666/1993 são de detenção

e multa.- A pena de multa consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada

em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. Tais índices não poderão ser inferiores a 2%, nem superiores a 5% do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

- 0 produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda dos respec­tivos entes federativos.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percen­tuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.§ I a Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2%(dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do con­trato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.§ 2e 0 produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

2 0 .2 . Do Processo e do Procedimento JudicialOs crimes são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério

Público promovê-la (art. 100 da Lei n - 8.666/1993), embora o art. 103 admita a ação penal privada subsidiária da pública.

Ação penal é o exercício do direito subjetivo que qualquer um possui no sentido de invocar o Poder Judiciário para a aplicação do direito penal objetivo (a uma situação concreta). De regra, a ação penal é pública; somente privada se a lei expressamente a declarar privativa do ofendido.

A ação penal pública é promovida privativamente pelo Ministério Público. Por outro lado, a ação privada é promovida mediante queixa do ofendido.

A ação penal pública bifurca-se em incondicionada e condicionada. A privada divide-se em privada propriam ente dita, subsidiária e personalíssima.

Art. 10 0 . Os crimes defin idos nesta Lei são de ação penal pública incondicio­nada, cabendo ao Ministério Público p rom ovê- la .

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Art. 10 3 . Será adm it id a ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for aju izada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Tomando ciência de qualquer ocorrência de ilicitude penal num a licitação, qualquer pessoa possui a faculdade de provocar o Ministério Público para que este intente a ação pública necessária.

Apesar de a lei m encionar que a comunicação deve ser realizada formalmente (por escrito), tem o MP a obrigação de agir se receber a notícia por outro canal.

Caso os magistrados, por qualquer tipo de docum ento ou processo, percebam condutas criminosas prescritas na Lei, deverão encam inhar cópias ao MP para que seja iniciado o procedimento de apuração. O mesmo ocorre nos processos de tomada de contas ou auditorias nos cortes de contas e nos órgãos integrantes do sistema de controle interno.

Art. 101 . Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fo rnecendo- lhe , por escrito, in form ações sobre o fato e sua autoria , b e m como as circunstâncias e m que se deu a ocorrência.Parágrafo único. Q uando a com unicação for verbal, m an d ará a au tor id ade reduzi- la a te rm o, assinado pelo a p resen tan te e por duas tes tem unhas .Art. 102 . Quando em autos ou docum entos de que conhecerem , os m ag is ­trados, os m em b ro s dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os t itulares dos órgãos in tegrantes do sis tema de controle in terno de qua lquer dos Poderes verif icarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, rem ete rão ao Ministério Público as cópias e os docum entos necessários ao o fe rec im en to da denúncia .

Na hipótese do Ministério Público não intentar a ação penal no prazo legal (art. 46 do Código de Processo Penal), admitir-se-á, como já m encionado, a ação penal privada subsidiária, ou seja, o ofendido (ou o seu representante legal) poderá iniciá-la em substituição ao MP (art. 103).

Os arts. 104 a 107 tratam do procedim ento penal para os crimes dispostos na Lei n- 8.666/1993. Tal procedim ento, diferentem ente do preconizado no Código de Processo Penal, busca a celeridade e a sumariedade, notadam ente quanto aos prazos, flagrantem ente exíguos.

Art. 104 . Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, p oden do ju n ta r docum entos, arrolar as tes tem u n h as que tiver, em núm ero não superior a 5 (cinco), e indicar as d em ais provas que pre tenda produzir.Art. 105 . Ouvidas as tes tem unhas da acusação e da defesa e praticadas as di ligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz , abrir -se-á , sucessiva­m e n te , o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para a legações finais.

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Art. 106 . Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (v in te e quatro ) horas, terá o ju iz 10 (dez) dias para p ro fe r ira sentença.Art. 107 . Da sentença cabe apelação, in terponíve l no prazo de 5 (cinco) dias.

Por fim, a Lei n- 8.666/1993, como mecanismos subsidiários no processa­mento e julgam ento dos delitos, rem ete ao Código de Processo Penal (Decreto-lei n- 3.689/1941) e à Lei de Execução Penal (Lei n- 7.210/1984).

Art. 1 0 8 . No p ro cessam ento e ju lg a m e n t o das infrações penais def in idas nesta Lei, assim com o nos recursos e nas execuções que lhes d ig am respeito, aplicar-se -ão , su b s id ia r ia m e n te , o Código de Processo Penal e a Lei de Exe­cução Penal.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (Cespe - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) A autoridade competente que, fora das

hipóteses previstas em lei, determ inar dispensa ou inexigibilidade de licitação incorrerá em crime previsto na Lei n* 8 .666/1993.( ) CERTO ( ) ERRADO

2. (FCC - 2006 - TCE-PI - Auditor) Determ inado contrato adm inistrativo foi prorrogado, sem que houvesse a correspondente autorização em lei, no próprio contrato e nem no edital da respectiva licitação. Sabe-se que tanto o agente público que deu causa à prorrogação, como o contratado que concorreu para a prorrogação e dela se beneficiou injusta m ente, tinham plena consciência das circunstâncias em que a prorrogação ocorreu. Nessa situação, a conduta do contratado configura:a) i l íc ito exc lu s iv a m e n te a d m in is t ra t ivo , ge ran do a inc idênc ia das sanções a d m in is t ra t iv a s

prev is tas na Lei n2 8.666/1993.b) c r im e , puníve l com de tenção e m u l ta .c) m era i r re g u la r id a d e , sanáve l po r dec isão da au to r ida de ad m in is t ra t iva super io r .d) i l íc ito ex c lus iv am e n te a d m in is t ra t ivo , podendo s e r d ispensada a ap licação de sanções po r

dec isão da au to r ida de a d m in is t ra t iva super io r .e) m era i r re g u la r id a d e , a c a r re tan do a a n u lab i l id ad e do con t ra to .

3. (NCE-UFRJ - 2004 - INFRAERO - Adm inistrador) De acordo com a Lei n* 8666/1993, frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do processo licitatório, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, implica pena de detenção de:a) 1 ano, e m u l ta ;b) 2 a k anos, e m u l ta ;c) 5 a 6 anos, e m u l ta ;d) 7 a 8 anos, e m u l ta ;e) 9 a 10 anos, e m u l ta .

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4. (MPE-PR - 2008 - MPE-PR - Promotor de Justiça) Analise a proposição a seguir:O crim e de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, previsto no art. 89 da Lei Federal n* 8 .666/1993, não pode te r como sujeito ativo servidor público municipal, eis que se trata de norma penal em branco que reclam a norma jurídica complem entadora - com a possibilidade, portanto, de se constituir em regra de âmbito municipal e oriunda de ente federativo que não detém competência constitucional para legislar sobre direito penal.( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (FGV - 2010 - PC-AP - Delegado de Polícia) Maurício e Sandoval, sócios da empresa 007 Construções Ltda., decidiram participar de uma concorrência pública realizada pela Secre­taria de Obras do Estado do Amapá para seleção da empresa encarregada de construir um estádio de futebol com vistas á Copa do Mundo que se realizará no Brasil. Como a empresa não dispõe dos documentos exigidos pelo edital - especificamente a comprovação de realização de obra sem elhante em contratação com o setor público - Maurício e Sandoval falsificam ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) a fim de s im ular que já realizaram tais obras. A fraude surtiu o efeito desejado e a 007 Construções foi efetivam ente selecionada dentre as concorrentes. Todavia, a falsificação foi descoberta pouco tempo depois.Assinale a alternativa que indique o crime praticado por Maurício e Sandoval.a) Fraude à l ic itação (art. 93, Lei n - 8.666/1993).b) Fa ls i f icação de d o c u m e n to púb l ico (ar t. 297, Código Penal) .c) Fa ls idade ideo lóg ica (art. 299, Código Penal ).d) Fa ls i f icação de d o c u m e n to p a r t i c u la r (ar t. 298, Código Penal ).e) Es te l iona to (ar t. 171, Código Penal) .

6. (Cespe - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) Nos casos de sentença condenatória por prática de algum dos crim es previstos na Lei n? 8 .666/1993, a pena de m ulta deverá ser fixada em percentual, cuja base deverá corresponder ao valor da vantagem obtida ou potencialmente auferível pelo agente.( ) CERTO ( ) ERRADO

7. (Cespe - 2010 - MPE-ES - Promotor de Justiça) A pena de m ulta cominada nos crim es pre­vistos na Lei n* 8.666/1993 consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponde ao valor da vantagem efetivam ente obtida ou potencialm ente auferível pelo agente.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (Cespe - 2009 - TCE-TO - Analista de Controle Externo) A verificação da existência de crime nos autos de um processo de licitação ou de contrato administrativo é uma atribuição do Ministério Público e da polícia, não sendo obrigatória a rem essa, ex officio, por parte de autoridades adm inistrativas, de cópias e documentos necessários ao oferecim ento da denúncia.( ) CERTO ( ) ERRADO

9. (Cespe - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) O agente público que devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório com eterá crim e.( ) CERTO ( ) ERRADO

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10. (Cespe - 2008 - TCU - Analista de Controle Interno) A suposta conduta de Maria, de pedir que a empresa de Joana não participasse da licitação, é considerada crim e.( ) CERTO ( ) ERRADO

11. (FCC - 2007 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - Analista Legislativo) Em conformidade com o art. 89 da Lei n2 8 .666/1993, aquele que dispensar ou não exigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as form alidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade, estará sujeito, entre outras penalidades, à pena de detenção dea) 6 m eses a 2 anos.b) 18 meses.c) 2 a k anos.d) 3 a 5 anos.e) 2 a 6 anos.

12. (FCC - 2006 - BACEN - Procurador) O ocupante de função de confiança em autarquia que dispensar licitação fora das hipóteses previstas em lei pratica:a) c r im e puníve l com rec lusão, devendo a pena s e r ac resc ida da te rça parte .b) c r im e puníve l com de tenção, não s o f ren do a pena q u a lq u e r ac résc im o .c) apenas in fração a d m in is t ra t iva .d) c r im e puníve l com de tenção, devendo a pena s e r ac resc ida da te rça parte .e) c r im e puníve l com rec lusão, não so f ren do a pena q u a lq u e r ac résc im o .

13. (FCC - 2007 - TCE/MG - Técnico de Controle Externo) Em relação aos crimes e penas previstos na Lei n2 8 .666/1993, a pena de m ulta consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialm ente auferível pelo agente. Levando-se em conta o valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação, esses índices percentuais não poderão ser inferiores a:a) 2%, nem s u p e r io re s a 5% do va lo r do con t ra to .b) 1 %, nem s u p e r io re s a 4% do va lo r do con t ra to .c) 2,5%, nem s u p e r io re s a 4,5% do va lo r do c on t ra to .d) 0,5%, nem s u p e r io re s a 1,5% do va lo r do c on t ra to .e) 2%, nem s u p e r io re s a 4% do va lo r do con t ra to .

14. (FCC - 2007 - TCE-MG - Técnico de Controle Externo) Tratando-se de crim e contra a licitação publica, a Lei n* 8.666/1993 prevê que, recebida a denúncia e citado o réu, este poderá apre­sentar defesa escrita no prazo de:a) t r in ta dias, contado da sua c itação.b) qu inze dias, contado da p ro toco l ização da denúnc ia .c) t rês dias, contado da oit iva da u l t im a te s te m u n h a .d) c inco dias, contado do re c e b im e n to da denúnc ia pelo ju iz c o m p e te n te .e) dez dias, contado da data do seu in te r ro g a tó r io .

15. (VUNESP - 2011 - CREMESP - Advogado) De acordo com a Lei n* 8 .666/1993, na hipótese de sanção penal pelo descum primento de norm as dessa lei, o produto da arrecadação da m ulta reverterá:a) ao M in is té r io Púb lico Federa l.b) à D efensor ia do Estado onde se rea lizou a l ic itação.c) ao Fundo N ac io n a l de Defesa dos In te resses D ifusos e Cole tivos.d) em favor da P ro c u ra d o r ia -G e ra l do Estado onde t r a m i to u o respect ivo processo jud ic ia l .e) à Fazenda Federa l, D is tr i ta l , Es tadua l ou M un ic ipa l , c o n fo rm e o caso.

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16. (Cespe - 2007 - TCU - Auditor - adaptada) Ao ju lgar um processo de tomada de contas, o TCU condenou um adm inistrador público solidariam ente com uma empresa particular à restituição de determinada quantia aos cofres públicos. 0 adm inistrador era ocupante de cargo efetivo e integrante dos quadros de um órgão do Poder Executivo federal. No processo, ficou compro­vado o conluio do adm inistrador e dos representantes da em presa para fraudar a licitação e desviar dinheiro público. No decorrer do processo, o adm inistrador foi citado e notificado por meio de edital, uma vez que não tinha domicílio certo. Havia, outrossim, nos autos, informação de que o adm inistrador havia tentado a lienar os bens que possuía. Ante a situação hipotética acima descrita, ju lgue o item a seguir:Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem , van­tagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação constitui crim e previsto na lei federal que institui norm as para licitações e contratos da adm inistração pública, ficando sujeito o in frator a pena de detenção e m ulta.( ) CERTO ( ) ERRADO

17. (Cespe - 2004 - AGE-ES - Analista) Uma autoridade pública dispensou a realização de licitação referente a determinado contrato, por entender tra ta r-se de situação de urgência. Porém, apesar de a autoridade acreditar sinceram ente na legalidade do seu ato, a legislação brasi­leira efetivam ente exigia a realização do procedimento licitatório que foi dispensado. Nessa situação, a referida autoridade cometeu crim e ao dispensar a licitação fora das hipóteses previstas em lei.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 21

Tratamento Diferenciado para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) nas Licitações (Lei Complementar n - 123/2006)'

Em função da capital importância das ME e EPP para o desenvolvimento do País, não é de hoje que o governo brasileiro vem criando mecanismos legais e extralegais para apoiá-las e incentivá-las.

Muitas são as funções dessas empresas no processo do desenvolvimento brasilei­ro: significativa contribuição na geração do produto nacional; absorção de expressivo contingente de mão de obra; utilização de matérias-primas locais que, de outro modo, seriam desperdiçadas; fundam ental papel no processo de interiorização do desenvolvimento, com conseqüente melhoria na distribuição de renda, entre outros.

As ME e EPP possuem relevante posição na estrutura socioeconômica do País, representando o sustento da maioria das famílias brasileiras e constituindo a gran­de porta de entrada dos jovens ao mercado de trabalho. São, certam ente, a grande alternativa de renda para muitos que já ultrapassaram a casa dos 40 anos de idade.

Levantamentos recentes demonstraram, inclusive, que 99% das empresas legali­zadas existentes no Brasil são ME e EPP, respondendo por cerca de 70% dos postos de trabalho do setor privado.

Não obstante essa significativa importância, notória é a enorm e dificuldade que essas empresas encontram para se consolidar.

São inúm eros os fatores desfavoráveis: adversidades legais, fiscais, tributárias, trabalhistas e burocráticas; deficiências no planejamento prévio do negócio e na ges­tão empresarial; conjuntura econômica totalmente desfavorável; problemas pessoais dos sócios e a propalada dificultosa (muitas vezes, até desleal) concorrência com as médias e grandes empresas.

1 Para aprofundam ento no tema, vide o nosso As Licitações Públicas e o Estatuto Nacional das Microempresas, 2. ed., Fórum.

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Essa dificuldade de consolidação é determ inante para um alto índice de mor­talidade das ME e EPP nos cinco primeiros anos de existência.2

Em função desse quadro, resolveu-se adotar mais uma im portante ferram enta para o fortalecimento das ME e EPP: o Poder de Compra do Governo, ou seja, o Estado, como um com prador em potencial, passaria a usar suas compras para fo­mento da atividade produtiva dessas empresas.

Para tornar efetiva essa iniciativa, no bojo da Lei Com plementar n- 123/2006, que estabelece várias regras de incentivo para as ME e EPP, foi inserido um capítulo específico sobre a inserção das mesmas nesse mercado, no qual se prescreveu trata­mento diferenciado nas licitações públicas.

Vide texto legal:

Art. 1^ Esta Lei C o m p le m e n ta r estabelece norm as gerais relativas ao t r a ta m e n ­to d iferenciado e favorecido a ser d ispensado às m icroem presas e em presas de p equen o porte no âm b ito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, e sp ec ia lm en te no que se refere:

III - ao acesso a crédito e ao m e rc a d o , inclusive q u a n to à p re fe rê n c ia nas

aquis ições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia , ao asso-

ciativismo e às regras de inclusão.

2 1 .1 . A Função Social da LicitaçãoAs atividades estatais se subdividem em atividades-fim e atividades-meio.Atividades-fim são as essenciais, que devem ser geridas pelo próprio Estado,

justificadoras de sua existência.Atividades-meio são as que o Estado dispõe apenas para seu aparelham ento e

funcionam ento.Com o novo paradigma criado pela Lei Com plementar n- 123/2006, adotando

tratam ento diferenciado nas licitações para as ME e EPP, a ferram enta licitação, que se enquadrava no elenco de atividades m eram ente instrumentais (atividades-meio), soergueu-se ao patam ar das atividades essenciais (atividades-fim).

Dessa maneira, a utilização da licitação como mecanismo de desenvolvimento do País determ inou que esse procedim ento passasse a ser peça de importantíssima função social.

2 Consoante dados apurados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às M icro e Pequenas Empresas — SEBRAE, atual­mente, a cada ano, cerca de 31 % das M E não chegam a concluir o primeiro ano de atividade; 37% não atingemo final do segundo ano; 49% encerram suas atividades antes do terceiro ano; 53% não ultrapassam o quarto; e 60% fecham antes de concluir o quinto.

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Ressalta-se, como afirmamos em livro específico sobre o tema, que o tratam en­to diferenciado para tais empresas nas licitações não conflita com o princípio da igualdade, uma vez que resulta da própria situação de desigualdade dessas empresas em relação a outras de natureza diversa, pois envolve o tratam ento desigual a ser oferecido aos desiguais, com intuito de promover o desenvolvimento econômico.3

2 1 .2 . Base Constitucional para e Edição da Lei Complementar ne 123/2006

O art. 146, inciso III, alínea “d ”, a Constituição Federal - CF determ ina a de­finição de tratam ento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte:

Art. 1 4 6 - Cabe à lei c o m p le m e n ta r :

III - es tabelecer norm as gerais em m atér ia de legislação tributária , especia l­m e n te sobre:e) definição de t ra ta m e n to d iferenciado e favorecido para as m icroem presas e para as em presas de p equen o porte (.. .)

Posteriormente, o inc. IX do art. 170 impõe o oferecimento de tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas no Brasil:

Art. 1 7 0 - A ordem econôm ica, fundada na valorização do trabalho h u m a n o e na livre in iciativa, te m por fim assegurar a todos existência digna, conform e os d i tam es da justiça social, observados os seguintes princípios:

IX - t ra ta m e n to favorecido para as em presas de peq u en o porte constituídas sob as leis brasileiras e que te n h a m sua sede e adm inistração no País.

Por fim, o art. 179 determ ina que os entes federativos dispensem tratam ento diferenciado às ME e EPP:

Art. 1 7 9 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Munic ípios dispensarão às m icroem presas e às em presas de peq u en o porte, assim defin idas e m lei, t ra ta m e n to jurídico diferenciado, v isando a incentivá-las pela simplif icação de suas obrigações adm inistrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela e l im inação ou redução destas por m e io de lei.

3 Tem-se, nesse viés, o verdadeiro sentido de Justiça, consoante lições do grande Rui Barbosa na obra Oração aos Moços: “A regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente aos desiguais, na m edida em que se desigualam”.

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2 1 .3 . Regras Dispostas na Lei Complementar na 123/2006 com Conexão com o Tratamento Diferenciado em Licitações para ME e EPP

A Lei Com plem entar n- 123/2006 instituiu o mais novo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que passou a ser denom inada Lei do Simples Nacional (ou Supersimples).

O art. 1- prescreve que este diploma legal estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em várias situaçõesjurídicas, sendo uma delas consoante ao acesso ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos.

O art. 3-, com redação dada pela Lei Com plem entar n- 139, de 10 de novembro de 2011, define os beneficiários da norma, considerando microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa indivi­dual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n- 10.406/2002 (Código Civil),4 devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoasjurídicas.

Além disso, o mesmo art. 3- prescreve as condições para que os beneficiários possam usufruir do estabelecido:

no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 art. 34 da Lei ne 11.488, de 15 de junho de 2007, determinou a aplicação de mesmo tratamento diferenciado nas licitações às cooperativas que tenham auferido, no ano-ca- lendário anterior, receita bruta até o limite definido no inciso II do caput do art. 35 da Lei Complementar ne 123/2006, nela incluídos os atos cooperados e não cooperados.

Art. 34 - Aplica-se às sociedades cooperativas que tenham auferido, no ano-calendário anterior, receita bruta até o limite definido no inciso II do caput do art. 35da Lei Complementar n5 123, de 14 de dezembro de 2006, nela incluídos os atos cooperados e não cooperados, o disposto nos Ca­pítulos V a X, na Seção IV do Capítulo XI, e no Capítulo XII da referida Lei Complementar.

4 Código Civil —Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizadapara a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

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2 1 .4 . O Tratamento Diferenciado Oferecido às ME e EPP pela Lei Complementar na 123/2006

A Lei Com plem entar estabeleceu três mecanismos que oferecem tratamento diferenciado para as ME e EPP nas licitações públicas:a) Autorização para a participação em licitações com documentação de regulari­

dade fiscal incompleta.b) Criação de um empate fictício (ou ficto) entre ME e EPP e empresas não en­

quadradas nessa situação (médias e grandes empresas).c) Criação de três sistemáticas licitatórias diferenciadas para ME e EPP:

- Exclusivas para ME e EPP, em compras da Administração de até R $ 80.000,00 (oitenta mil reais).

- Envolvendo subcontratação obrigatória de ME e EPP.- Envolvendo cotas reservadas até 25% para ME e EPP, no caso de contra­

tações de objetos divisíveis.

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:No âmbito federal, o Decreto n5 6.204/2007 regulamentou o tratamento favorecido, diferen­ciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte nas contrata­ções públicas de bens, serviços e obras. Diversos Estados e Municípios também editaram normas regulamentando a matéria no âmbito de cada esfera federativa.

2 1 .4 .1 . Autorização para a Participação em Licitações com Documentação de Regularidade Fiscal Incompleta

A comprovação de regularidade fiscal das ME e EPP nas licitações somente poderá ser exigida pela Administração para efeito de assinatura do contrato.

Todavia, por ocasião da participação em licitações, as ME e EPP deverão, na fase de habilitação, apresentar toda a documentação exigida para efeito de comprovação de regularidade fiscal, ainda que esta apresente alguma restrição.

Caso haja alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, as ME e EPP terão o prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao m om ento em que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelam ento do débito, e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa.

Vide textos legais:

Art. 42 . Nas licitações públicas, a com provação de regu lar idade fiscal das m i ­croem presas e em presas de peq u en o porte s o m e n te será exig ida para efe ito de assinatura do contrato.

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Art. 43 . As m icroem presas e em presas de p eq u en o porte, por ocasião da par­tic ipação e m certam es licitatórios, deverão apresentar toda a docu m en tação exig ida para e fe ito de com provação de regular idade fiscal, m e s m o que esta apresente a lg u m a restrição.§ V Havendo a lg u m a restrição na com provação da regu lar idade fiscal, será assegurado o prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo te rm o inicial corresponderá ao m o m e n to e m que o p ropo nente for declarado o vencedor do cer tam e , pror­rogáveis por igual período, a critério da A dm inistração Pública, para a regu la ­rização da docum entação , p a g a m e n to ou parce lam en to do débito , e emissão de eventuais cert idões negativas ou positivas com efe ito de cert idão negat iva .§ 2Ü A não regularização da docum entação , no prazo previsto no § 1 5 deste artigo, implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art . 81 da Lei ng 8 .6 6 6 , de 21 de ju nho de 1 9 9 3 , sendo facultado à Administração convocar os licitantes rem anescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do contrato, ou revogar a licitação.

2 1 .4 .2 . Criação de um Empate Fictício (ou Ficto) entre ME e EPP e Empresas não Enquadradas nessa Situação

Nas licitações do tipo m enor preço, quando empatarem com médias e /o u gran­des empresas, as ME e EPP têm assegurado, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte.

Deverá ser entendido por empate:a) Nas modalidades de licitação da Lei n- 8.666/1993: as situações em que as pro­

postas apresentadas pelas ME e EPP forem iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada (sendo esta, evidentemente, de uma média ou grande empresa).

b) Na modalidade de licitação pregão (Lei n- 10.520/2002): as situações em que as propostas apresentadas pelas ME e EPP forem iguais ou até 5% (cinco por cento) superiores à proposta mais bem classificada (sendo esta, evidentemente, de uma média ou grande empresa).Vide textos legais:

Art. 44 . Nas licitações será assegurada, com o critério de d e s e m p a te , p re fe ­rência de contratação para as m icroem presas e em presas de peq u en o porte.§ 15 E ntende-se por e m p a te aquelas situações e m que as propostas ap resen ­tadas pelas m icroem presas e em presas de peq u en o porte se jam iguais ou até 1 0 % (dez por cento) superiores à proposta mais b e m classificada.§ 2Ü Na m o d a l id a d e de pregão, o in tervalo percentual estabelec ido no § 15 deste art igo será de a té 5 % (cinco por cento) superior ao m e lh o r preço.

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2 1 .4 .2 .1 . Procedimento para o DesempateTendo ocorrido o empate, a ME ou a EPP mais bem classificada poderá apresen­

tar proposta de preço inferior à média ou grande empresa que teoricam ente seria a vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado.

Art. 45 . Para e fe ito do disposto no art . 44 desta Lei C o m p lem entar , ocorrendo0 e m p a te , proceder-se-á da seguinte forma:1 - a m ic roem presa ou em presa de p e q u e n o porte mais b em classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certam e, situação e m que será adjudicado e m seu favor o ob jeto licitado;

Caso não ocorra contratação da ME ou EPP, na forma do inciso I anteriorm en­te transcrito, serão convocadas as rem anescentes que porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1- e 2- do art. 44, na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito.

Na hipótese de equivalência dos valores apresentados pelas ME e EPP que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1- e 2- do art. 44, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poderá apresentar m elhor oferta.

Vide textos legais:

Art. 45 - ..................................................................................................................................... :II - não ocorrendo a contratação da m icroem presa ou em presa de p equen o porte, na fo rm a do inciso I do caput deste art igo, serão convocadas as re ­m anescentes que porventura se en q u a d re m na hipótese dos §§ 15 e do art. 44 desta Lei C o m p lem entar , na o rdem classificatória, para o exercício do m e s m o direito;III - no caso de equiva lência dos valores apresentados pelas m icroem presas e empresas de pequeno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1e e 2Ü do art . 44 desta Lei C o m p lem entar , será realizado sorteio entre elas para que se identif ique aque la que primeiro poderá apresentar m e lh o r oferta .

Na não ocorrência da contratação, o objeto licitado será adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do certame.

Vide texto legal:

Art. 45 - ....................................................................................................................................................§ 15 Na h ipótese da não contratação nos te rm os previstos no caput deste artigo, o ob jeto licitado será adjudicado e m favor da proposta o r ig in a lm e n te vencedora do cer tam e .

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0 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Anote-se que, conforme prevê o § 25 do art. 45, a regra legal prevista para desempate

somente será aplicável quando a melhor oferta inicial não tiver sido apresentada por microempresa ou empresa de pequeno porte.

- Conforme dispusemos em livro,5 o tratamento diferenciado de que tratam os arts. 43 a 45 da LC ne 123/2006, deverá ser concedido às microempresas e empresas de pequeno porte independentemente de previsão editalícia. Essa é a posição doutrinária majoritá­ria e, inclusive, motivo de normativo da Advocacia Geral da União - AGU:

Orientação Normativa AGU nQ 7, de 1- de abril de 2009 - O tratamento favorecido de que tratam os arts. 43 a 45 da Lei Complementar nQ 123, de 2006, deverá ser concedido às microempresas e empresas de pequeno porte independentemente de previsão editalícia.

No caso de pregão, prevê o § 3- do art. 45 que a M E ou E P P m elhor classificada será convocada para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 minutos após o encerram ento dos lances, sob pena de preclusão.

§ 3g No caso de pregão, a m icroem presa ou em presa de peq u en o porte mais b e m classificada será convocada para apresenta r nova proposta no prazo m á x im o de 5 (cinco) minutos após o e n cerram en to dos lances, sob pena de preclusão.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:0 Decreto regulamentar federal n5 6.204/2007 cumpriu, em parte, a sua função, oferecendo forma prática ao texto legal, sem desvirtuá-lo, indicando, todavia, o óbvio, qual seja, caso a modalidade licitatória seja o pregão, que a nova proposição da micro ou pequena empre­sa, visando o desempate, deverá ocorrer após a fase de lances (§ 65 do art. 55):

Art. 5e- § 6e No caso do pregão, após o encerramento dos lances, a micro­empresa ou empresa de pequeno porte melhor classificada será convoca­da para apresentar nova proposta no prazo máximo de cinco minutos por item em situação de empate, sob pena de preclusão.

0 mesmo decreto regulamentar federal dispõe sobre o procedimento para desempate nas modalidades licitatórias da Lei ne 8.666/1993, definindo que o prazo para a apresentação de nova proposta da ME ou EPP empatada com uma empresa tradicional fica ao alvedrio do órgão licitador, com obrigatória previsão no instrumento convocatório:

Art. 5e- § 7e Nas demais modalidades de licitação, o prazo para os lici­tantes apresentarem nova proposta deverá ser estabelecido pelo órgão ou entidade contratante, e estar previsto no instrumento convocatório.

5 As Licitações Públicas e o Estatuto Nacional das Microempresas, 2. ed., Fórum.

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2 1 .4 .3 . Sistemáticas Licitatórias Diferenciadas para ME e EPP nas LicitaçõesCom o intuito de promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito

municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo ã inovação tecnológica, desde que previsto e regulam entado na legislação do res­pectivo ente, a Lei Com plementar n- 123/2006 autorizou a adoção de concessão de tratam ento diferenciado e simplificado para as ME e EPP nas contratações públicas (licitações).

Vide texto legal:

Art. 47. Nas contratações públicas da União, dos Estados e dos Municípios, p ode ­rá ser concedido t ra tam en to diferenciado e simplif icado para as microempresas e em presas de p equen o porte ob je t ivando a prom oção do d e s en vo lv im en to econôm ico e social no âm b ito m unicipal e regional, a am pliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica, desde que previsto e re g u la m e n ta d o na legislação do respectivo ente .

O diploma legal elencou as situações passíveis de adoção de tratam ento dife­renciado e simplificado para as ME e EPP nas licitações. São elas:a) Licitações Exclusivas: certames licitatórios destinados exclusivamente à partici­

pação de ME e EPP, nas contratações cujo valor seja de até R $ 80.000,00 (oitenta mil reais).

Art. 48 . Para o cu m p r im e n to do disposto no art. 4 7 desta Lei C om p lem entar , a adm inistração pública poderá realizar processo licitatório:I - dest inado exc lu s ivam ente à partic ipação de m icroem presas e em presas de peq u en o porte nas contratações cujo valor seja de até R$ 8 0 .0 0 0 ,0 0 (o itenta mil reais);

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei Complementar n9 123/2006 autoriza a concessão adotando a expressão “ poderá” . No âmbito federal, o Decreto regulamentar n2 6.204/2007 já dispôs, no art. 65, que os órgãos e entidades contratantes “ deverão” realizar processo licitatório exclusivo.

Art. 6e. Os órgãos e entidades contratantes deverão realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

b) Licitações com subcontratação obrigatória: certames licitatórios exigindo dos licitantes a subcontratação de ME ou EPP, desde que o percentual máximo do objeto a ser subcontratado não exceda a 30% (trinta por cento) do total licitado.

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Art. 48 . Para o cu m p r im e n to do disposto no art. 4 7 desta Lei C om p lem entar , a adm inistração pública poderá realizar processo licitatório:

II - e m que seja exig ida dos licitantes a subcontratação de m icroem presa ou de em presa de p equen o porte, desde que o percentual m á x im o do ob jeto a ser subcontratado não exceda a 3 0 % (tr inta por cento) do total licitado;

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:No âmbito federal, o art. 7e do Decreto ne 6.204/2007 repetiu o texto da lei, deixando ao arbítrio do órgão licitador a adoção da regra.

Art. 1°-. Nas licitações para fornecimento de bens, serviços e obras, os órgãos e entidades contratantes poderão estabelecer, nos instrumentos convocatórios, a exigência de subcontratação de microempresas ou em­presas de pequeno porte, sob pena de desclassificação, determinando:I - o percentual de exigência de subcontratação, de até trinta por cento do valor total licitado, facultada à empresa a subcontratação em limites superiores, conforme o estabelecido no edital;

c) Licitações com cotas reservadas: certames licitatórios estabelecendo cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte, em certames para a aquisição de bens e serviços de natureza divisível.Vide texto legal:

Art. 48 . Para o cu m p r im e n to do disposto no art. 4 7 desta Lei C om p lem entar , a adm inistração pública poderá realizar processo licitatório:

III - e m que se estabeleça cota de até 2 5 % (v in te e cinco por cento) do o b je ­to para a contratação de m icroem presas e em presas de peq u en o porte, em certam es para a aquisição de bens e serviços de natureza divisível.

Registre-se que, no âmbito federal, o art. 8- do Decreto n- 6.204/2007 deixou ao arbítrio do órgão licitador a adoção da regra:

Art. 8 - Nas licitações para a aquisição de bens, serviços e obras de natureza divisível, e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou com plexo do o b ­jeto, os órgãos e ent idades contratantes p o d e rã o reservar cota de até v in te e cinco por cento do objeto , para a contratação de m icroem presas e em presas de peq u en o porte.

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Os valores licitados por meio das sistemáticas licitatórias diferenciadas não poderão

exceder a 25% (vinte e cinco por cento) do total licitado em cada ano civil.- Na hipótese de subcontratação, os empenhos e pagamentos do órgão ou da entidade

da administração pública poderão ser destinados diretamente às ME ou EPP subcon- tratadas.

2 1 .5 . Não Aplicação do Tratamento Diferenciado para as ME e EPPO art. 49 da LG n- 123/2006 preconiza que o tratam ento diferenciado para as

ME e EPP não deverá ser aplicado quando:- os critérios de tratamento diferenciado e simplificado para as ME e EPP

não forem expressamente previstos no instrum ento convocatório;- não houver um mínimo de três fornecedores competitivos enquadrados

como ME ou EPP sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrum ento convocatório;

- o tratam ento diferenciado e simplificado para as ME ou EPP não for vantajoso para a Administração ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;

- a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei n- 8.666/1993.

Vantagens em licitações das ME e EPP em face da Lei Com plem entar n- 1 2 3 /2 0 0 6

Art . 43Poder p a r t ic ip a r de p regões m esm o com p e n d ê n c ia s e só c o m p ro v a r to ta l r e g u ­la r idade f i s c a l na ass ina tu ra do c o n t ra to

Arts . 44 e 45P re fe rê n c ia de c o n t ra ta ç ã o sob re m éd ias e g randes

E m presas no c aso de em pa te (rea l ou f ic to )

A rt . 4 8 , 1L ic i ta ç õ e s de até R$ 80 mil p o de rão se r rea l izadas com a

p a r t ic ip a ç ã o e xc lus iva de ME e EPP

Art. 48, II0 ed i ta l de l ic i ta ç ã o poderá ex ig i r que uma g rande ou uma méd ia em presa v e n ­c edo ra s u b c o n t ra te até 30% do se rv iç o l ic i tado de uma ME e/ou EPP

A rt . 48, IIIA lei pe rm ite que o ente p úb l ic o e s ta b e le ç a cota

de até 25% do ob je to da l ic i ta ç ã o para ME e EPP

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2 1 .6 . A Emissão da Cédula de Crédito MicroempresarialCom o objetivo de sanar os problemas decorrentes de não pagamentos por

parte da Administração dos contratosjá executados, a Lei Com plem entar 123/2006 dispõe que as ME ou EPP titulares desses direitos creditórios (decorrentes de empe- nhos liquidados por órgãos e entidades não pagos em até 30 dias contados da data de liquidação), poderão emitir um título de crédito denom inado cédula de crédito microempresarial, o qual, segundo o diploma, constitui-se num docum ento subsidia- riam ente regido pela legislação prevista para as cédulas de crédito comercial, tendo como lastro o em penho do poder público.6

Vide texto legal:

Art. 46 . A m icroem presa e a em presa de peq u en o porte t itu lar de direitos cre­ditórios decorrentes de e m p e n h o s liquidados por órgãos e ent idades da União,

Estados, Distrito Federal e Munic ípio não pagos em até 30 (tr in ta) dias contados

da data de liquidação poderão em it i r cédula de crédito m icroem presar ia l .Parágrafo único. A cédula de crédito m ic ro em presar ia l é t ítu lo de crédito

regido, subs id ia r iam ente , pela legislação prevista para as cédulas de crédito

comercia l, tendo com o lastro o e m p e n h o do poder público, cabendo ao Poder

Executivo sua re g u lam en tação no prazo de 1 8 0 (cento e o i ten ta ) dias a contar

da publicação desta Lei C om p lem entar .

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público) Com relação aos benefícios das m icroem presas

e das em presas de pequeno porte nas licitações, que independem de regulam entação peloórgão licitante, de acordo com a Lei Com plem entar Federal n* 123/2006, é CORRETO afirm ar:a) A m ic ro em pres a e a em presa de pequeno porte têm pre fe rênc ia , com o c r i té r io de desempate ,

para a con t ra ta ção em l ic itações.b) A regu la r idade ju r íd ica da m ic ro em pres a e da em presa de pequeno porte será exigida apenas

na ass ina tu ra do con t ra to .c) A m ic ro e m p re s a será a u to m a t ic a m e n te dec la rada vencedora se a sua proposta fo r s u p e r io r

ao m e lh o r preço em até dez po r cento .d) A m ic ro e m p re s a e a e m pre sa de pequeno por te es tão d ispensadas de a p re s e n ta r a d o c u ­

m e n ta çã o f isca l para p a r t ic ip a r em li c itaçõese) A m ic ro e m p re s a te rá p re ferênc ia na c on t ra ta ção quando sua proposta fo r equ iva len te à

ap resen tada po r e m pre sa de pequeno porte .

b A Lei Com plem entar n- 123/2006 informa que o Poder Executivo regulam entaria tal cédula de crédito no prazo de 180 dias a contar da publicação do diploma. Todavia, até o m om ento em que escrevíamos estas linhas (dez/2011), nada havia sido editado.

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2. (FCC - 2010 - SEFAZ-SP - Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças) As licitações realizadas pela Administração direta e indireta do Estado de São Paulo observam disposições legais específicas voltadas ao tratam ento especial às m icroempresas e em presas de pequeno porte. Dentre essas disposições, insere-se a:a] D ispensa às m ic ro em pres as e e m presas de pequeno porte de ap resentação de docum entação

relativa à hab i l i tação.b] poss ib i l idade de con t ra ta ção d i re ta de m ic ro e m p re s a s e e m p re sa s de pequeno po r te para

c o n t ra to s de até R$ 150.000,00 (cento e c inqüen ta m i l reais ].c] poss ib i l idade de e s ta be lec e r ex igênc ia aos l i c i tan tes de s u b c o n t ra ta re m m ic ro e m p re s a s

ou e m p re s a s de pequeno porte , no p e rce n tu a l m á x im o de 30% (t r in ta po r cento) do to ta l l ic itado.

d] p recedência da proposta c o m e rc ia l ap resen tada po r m ic ro e m p re s a ou e m pre sa de pequeno porte , desde que em va lo r até 1 5% (quinze po r cento) s u p e r io r à m e lh o r p roposta o fer tada po r l i c i tan te que não de tenha ta l qua l i f icação .

e] o b r ig a to r ie d a d e de pa r t ic ipação efet iva de, pelo m enos , um a m ic ro e m p re s a ou em pre sa de pequeno porte nas l i c i tações rea lizadas na m o da l id ad e pregão, sob pena de nu l idade do p ro ce d im en to .

3. (Esaf - 2009 - ANA - Analista Administrativo) Acerca do tratam ento concedido às m icroem ­presas e em presas de pequeno porte nas contratações de bens, serviços e obras, no âmbito da adm inistração pública federal, é correto afirm ar:a] esse t r a ta m e n to favorec ido , d i fe re n c ia d o e s im p l i f ic a d o , não se ap lica às c o n t ra ta çõ e s

rea l izadas pe las agênc ias reg u la do ras .b] a c om provação de reg u la r id a d e f isca l das m ic ro e m p re s a s e e m p re sa s de pequeno porte

s o m e n te será ex ig ida para efeito de c on t ra tação , e não com o cond ição para pa r t ic ipação na l ic itação.

c] não será exig ido da m ic ro e m p re s a ou da e m pre sa de pequeno por te a ap resen tação de ba la nço p a t r im o n ia l do ú l t im o exerc íc io socia l , q u a lq u e r que seja o ob je to l ic itado.

d] em q u a lq u e r l ic itação, será assegu rado , com o c r i té r io de dese m p a te , p re ferênc ia de c o n ­t ra taç ão para as m ic ro e m p re s a s e e m p re sa s de pequeno porte .

e] nas l ic i tações para fo rn e c im e n to de bens, serv iços e obras , com o regra gera l, é vedada a s ubc on t ra ta çã o de m ic ro e m p re s a s e e m p re sa s de pequeno por te .

4. (Esaf - 2010 - CVM - Analista) Acerca do tratam ento diferenciado conferido às microempresas e empresas de pequeno porte, quando da participação em licitações públicas, é correto afirm ar que:a] sendo sua a m e lh o r o fer ta in ic ia l , não se s u je i ta m às reg ras de de se m p a te , ainda que ou tra

em presa congênere tenha apresen tado proposta dentro do l im i te es tabelec ido para o empate .b] a com p rovação de sua reg u la r id a d e f i s c a l s o m e n te será ex ig ida na fase de ju lg a m e n to das

p ropostas de preços.c] a e las se dest ina , o b r ig a to r ia m e n te , pa r t ic ipação exclus iva nas c on t ra ta çõe s cujo va lo r seja

de até R$ 80.000,00 (o itenta m i l reais).d] devem a p re s e n ta r toda a do cu m e n ta çã o ex ig ida para efei to de com provação de reg u la r id ade

f isca l apenas quando da ass ina tu ra do con t ra to .e] oco r re n d o o em pa te , podem a p re s e n ta r p roposta de preço ig ua l àque la cons ide rada v e n ­

cedora do c e r ta m e , s ituação em que será ad ju d ic ado em seu favo r o ob je to l ic itado.

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5. (FUNRIO - 2010 - SEBRAE-PA- Analista Técnico) O tratam ento diferenciado das microempresas e em presas de pequeno porte está previsto na Lei Com plem entar n£ 123/2006, objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional e o incentivo à inovação tecnológica. Marque a alternativa correta.a) Caso, em que seja ex ig ida dos l ic i tan tes a sub c o n t ra ta çã o de m ic ro e m p re s a ou de em pre sa

de pequeno porte , desde que o p e rce n tu a l m á x im o do obje to a s e r s u bc on t ra ta do não exceda a 50% (c inqüen ta po r cento] do to ta l l ic itado.

b) A c é d u la de c réd i to m ic ro e m p re s a r ia l é t í tu lo de c réd i to reg ido pela leg is la ção prevista para as cédu las de créd i to c omerc ia l, tendo c omo lastro o e m pe nh o do poder públ ico, assem e lhado a cheque a d m in is t ra t ivo , cabendo ao Poder Leg is la t ivo a sua re g u la m e n ta çã o no prazo de se is qua t ro meses.

c) Nas l ic itações públicas, a comprovação de regu la r id ade f isca l das m ic ro em pres as e em presas de pequeno porte s o m e n te será ex ig ida apenas na fase de hab i l i tação do processo l ic i ta tó r io e não para efeito de ass ina tu ra do c on t ra to . Havendo a lg u m a res t r ição na c om provação da reg u la r id a d e fisca l, será asse gu rado o prazo de 30 ( tr in ta ) d ias úteis.

d) A a d m in is t ra ç ã o públ ica poderá rea l iz a r processo l ic i ta tó r io , des t inado e x c lus iv am e n te à pa r t ic ipação de m ic ro e m p re s a s e e m p re sa s de pequeno porte nas c on t ra ta çõe s cujo v a lo r seja de até R$ 80.000,00 (o itenta m i l reais ].

e) Nas l ic i tações será assegu rada , com o c r i té r io de dese m p a te , p re fe rênc ia de con t ra ta ção para as m ic ro e m p re s a s e e m p re s a s de pequeno por te , no caso das propostas ap resen tad as se jam igua is ou até 5% (cinco po r cento] s u p e r io re s à proposta m a is bem c lass i f ic ada .

6. (FCC - 2010 - DNOCS - Adm inistrador) No que concerne ao acesso aos mercados para as microem presas e as em presas de pequeno porte, considere as seguintes assertivas:I. Havendo algum a restrição na comprovação da regularidade fiscal, será assegurado

o prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo term o inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o vencedor do certam e, prorrogáveis por igual período, a critério da Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou parcelamento do débito, e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa.

II. Nas licitações será assegurada, como critério de desem pate, preferência de contrata­ção, entendendo-se por em pate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas m icroem presas e em presas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada e, na modalidade de pregão, o intervalo percentual, será de até 5% (cinco por cento) superior ao m elhor preço.III. A m icroem presa e a empresa de pequeno porte titu la r de direitos creditórios de­correntes de empenhos liquidados por órgãos e entidades da União, Estados, Distrito Federal e Município, não pagos em até 50 (cinqüenta) dias contados da data de liquidação, poderão em itir cédula de crédito m icroem presarial.

IV. A cédula de crédito m icroem presarial é título de crédito regido, subsidiariam ente, pela legislação prevista para as cédulas de crédito comercial, tendo como lastro o empenho do poder público, cabendo ao Poder Executivo sua regulam entação no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da publicação da Lei Com plem entar n * 123/2006.

Está CORRETO o que consta APENAS em:a] l i e IV.b] I e III.c] l i e III.d] I e II.e] III e IV.

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7. (Cespe - 2007 - TCU - Analista de Controle Externo) A União, em suas contratações públicas, não pode conceder tratam ento diferenciado às m icroem presas e em presas de pequeno porte, pois tal com portamento violaria o princípio da isonomia entre os licitantes.( ) CERTO ( ) ERRADO

8. (EJEF - 2008 - TJ-MG - Juiz) Dentre as m odalidades de diferenciação em favor das m icro­em presas (ME) ou das em presas de pequeno porte (EPP), a lei estabeleceu que, participando elas de qualquer licitação pública:a] o em p a te fi c to só ex is te em favor de Coopera t ivas .b] a fase de hab i l i tação ju r íd ica da e m pre sa só será exig ida na ass ina tu ra do con t ra to .c] ocorre o em pa te entre os pa r t ic ip antes quando as propostas respectivas se jam r igo rosam en te

iguais.d] exis te, em seu favor, o em pa te fic to .

9. (FUNRIO - 2010 - SEBRAE-PA - Analista Técnico - adaptada) Segundo a Lei Com plem entar n* 123, de 14 de dezembro de 2006, uma m icroem presa é definida como:a] Pessoa ju r íd ica que e m p re g u e m a is de 100 fu n c ion á r io s .b] Pessoa ju r íd ica que e m p re g u e m e no s de 100 fu nc ion á r io s .c] Pessoa ju r íd ica que tenha au fe r ido , no an o -c a le n d á r io , recei ta b ru ta igua l ou in fe r io r a

R$ 120 m i l .d] Pessoa ju r íd ica que tenha au fe r ido , no an o -c a le n d á r io , recei ta b ru ta igua l ou in fe r io r a

R$ 360 m i l . R$ 360.000,00 ( t rezen tos e sessen ta m i l reais)e] Pessoa ju r íd ica que tenha au fe r ido , no an o -ca le n d á r io , recei ta bru ta s u p e r io r a R$ 360 m i l

e ig ua l ou in fe r io r a R$ 3,6 m i lh ões .

10. (Cespe - 2007 - DPU - Defensor Público) Determ inado estado deflagrou procedimento adm i­nistrativo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e em presas de pequeno porte, cujo objeto é estimado em R$ 60.000,00. Nessa situação, o referido estado agiu em DESACORDO com a lei e com princípios licitatórios, em especial contra o princípio da isonomia.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 2 2

Pregão'

O pregão é uma nova modalidade licitatória que veio se ju n tar no ordenam en­to jurídico pátrio às demais modalidades preexistentes (concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão), tendo como finalidade precípua increm entar a competitividade e a agilidade nas contratações públicas.

Inicialmente instituído por intermédio de medida provisória, possui como pedra angular a aquisição de bens comuns e a contratação de serviços comuns.2

Assim, pretensam ente atendendo a m andam ento constitucional (art. 37, XXI), foi inicialmente editada a Medida Provisória n- 2.026, em 4 /5 /2000 , com publicação no Diário Oficial da União no dia posterior, instituindo, no âmbito da União, a nova modalidade de licitação (denom inada pregão), visando exclusivamente a aquisição de bens e serviços comuns por parte da Administração Pública Federal.

Após constantes reedições, a MP alcançou o n- 2.182-18, em 23/8/2001, passando, então, a aguardar decisão do Congresso Nacional, em face do preconizado no art. 2- da Emenda Constitucional n- 32/2001, que estabeleceu que as medidas provisórias editadas em qualquer data anterior à de sua publicação deveriam ser mantidas em vigor até que outras as revogassem ou que ocorresse deliberação definitiva do Congresso.

Nesse passo, a MPfoi convertida na Lei n - 10.520, de 17/7/2002, que, conforme consta em sua ementa, instituiu, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, a modalidade de licitação denom inada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.

Im porta destacar a existência de duas formas de pregão: a presencial, cujo regu­lamento no âmbito federal foi aprovado pelo Decreto n- 3.555/2000,3 e a eletrônica, regulam entado na esfera federal pelo Decreto n- 5.450/2005.4

1 Para aprofundam ento no tema, vide o nosso Pregão Passo a Passo (4. ed. Fórum).2 A instituição através de M P ocorreu no âmbito da Administração Federal direta, um a vez que, na esfera da Administração Pública brasileira, sua instituição se deu em julho de 1997, com a Lei Geral de Telecomunicações (LGT — Lei n- 9.472), restrita, entretanto, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A inovação licitatória provocou inúmeros debates entre os doutrinadores sobre a constitucionalidade da lei, com argumentos de que a União não poderia criar um a m odalidade licitatória exclusiva a um único ente, baseada no art. 22, § 82 da Lei n2 8.666/1993, que inadmite outras modalidades além daquelas nela listadas.3 Para aprofundam ento no tema, video nosso Pregão Presencial (2. ed. Fórum).4 Para aprofundam ento no tema, video nosso Pregão Eletrônico (3. ed. Fórum).

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A forma presencial segue os rumos tradicionais, ou seja, os licitantes compa­recem a local predeterm inado pela Administração para a participação no certame.

A forma eletrônica é inovadora, pois a disputa realiza-se à distância, por meio de sistema que promova a comunicação pela internet.

Temos afirmado que o pregão eletrônico é uma evolução do pregão presencial, com acentuação de algumas características, como a transparência, a simplicidade, o âmbito de participantes (tendo como conseqüência maior competitividade) e a agilidade.

A Lei n- 10.520/2002 faz menção à forma eletrônica no § 1- do art. 1-:

§ V Poderá ser realizado o pregão por m eio da utilização de recursos de tecno­logia da informação, nos termos de regu lam entação específica.

O Decreto federal regulam entar n- 5.450/2005 lhe dá os contornos mais con­cretos:

Art. 2 g 0 pregão, na fo rm a eletrônica, com o m o d a l id a d e de licitação do tipo

m e n o r preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fo rn ec im en to de bens ou serviços comuns for feita à distância e m sessão pública, por m e io de s istema que prom ova a com unicação pela in ternet .

2 2 .1 . A aquisição de bens ou serviços comunsA modalidade de licitação pregão somente pode ser adotada nas contratações

voltadas para bens e serviços comuns, considerados como tais aqueles cujos padrões de desem penho e qualidade possam ser definidos com objetividade no edital através de especificações usuais no mercado.

Para aquisição de bens e serviços de qualquer espécie, deve o agente públi­co responsável adotar a modalidade que a lei o obriga. Gomo o pregão abrange bens e serviços comuns de qualquer valor (conforme se verifica no art. 2- da Lei n- 10.520/2002), a princípio estaria o adm inistrador público diante de um impasse: instaurar a m odalidade de licitação determ inada na Lei n- 8.666/1993 ou proceder ao pregão.

A resposta é encontrada na forma facultativa — “poderá” — e não a mandato ria— “deverá” — que inteligentem ente o legislador fez constar na redação do art. 1- da Lei n- 10.520/2002:

Art. 1e Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na m o d a l id a d e de pregão, que será regida por esta Lei.

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Em conseqüência, a adoção da modalidade pregão está claramente entrinchei­rada no rol das decisões discricionárias cabíveis ao administrador, devendo o agente público avaliar a situação, sopesar e decidir se deve ou não adotá-la.

Conclui-se, portanto, que, em princípio, duas condicionantes conduzem os passos do agente público: (a) o pregão só pode ser adotado para a aquisição de bens comuns ou a contratação de serviços comuns; e (b) sua utilização, em detrim ento do uso de outra modalidade disposta na Lei n- 8.666/1993, enquadra-se dentre os atos em que o agente decide em função da conveniência e interesse da Administração.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A regra legal dispõe no sentido de que cabe ao agente público responsável escolher entre o pregão ou outra modalidade licitária da Lei n5 8.666/1993. Nesse contexto, no âmbito fede­ral, o Decreto n5 5.450/2005, adotando uma técnica redacional bastante curiosa, determi­na que, nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns, a adoção obrigatória da modalidade pregão na forma eletrônica, devendo a decisão pela inviabilidade de utilização ser justificada pela autoridade competente, de forma motivada e circunstanciada:

Art. 45 Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obri­gatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica.§ l 9 0 pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.

Com relação ao conceito de bens ou serviços comuns, o parágrafo único do art. 1- da Lei n - 10.520/2002 informa que são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser definidos objetivamente no edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Vide texto legal:

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste art igo, aqueles cujos padrões de d e s e m p e n h o e qua l idad e possam ser o b je t iv a m e n te defin idos pelo edita l , por m e io de especif icações usuais no m ercado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:- Segundo o entendimento do TCU, os serviços de engenharia - que inicialmente eram en­

tendidos como serviços técnicos complexos (e, por conseguinte, não comuns) - poderão ser contratados por pregão “ quando considerados comuns", desde que haja justificati­va motivada no processo. Da mesma maneira, os serviços de Tecnologia da Informação- TI, quando, de forma idêntica, sejam considerados comuns:

Acórdão 2079/2007 - Plenário - A Lei w°- 10.520/2002 não exclui previa­mente o uso do pregão para contratação de serviços de engenharia, deter­

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minando, tão somente, que o objeto a ser licitado se caracterize como bem ou serviço comum; as normas regulamentares que proíbem a contratação de serviços de engenharia pelo pregão carecem de fundamento de valida­de, visto que não possuem embasamento no citado normativo legal.Acórdão 324/2009 - Plenário - De acordo com jurisprudência desta Corte de Contas, a licitação de bens e serviços de tecnologia da informação conside­rados comuns, ou seja, aqueles que possuam padrões de desempenho e de qualidade objetivamente definidos pelo edital, com base em especificações usuais no mercado, deve ser obrigatoriamente realizada pela modalidade pre­gão, preferencialmente na forma eletrônica. Quando, eventualmente, não for viável utilizar essa forma, deverá ser anexada a justificativa correspondente.

- Nas aquisições de bens e serviços comuns para entes públicos ou privados, realizadas com recursos públicos da União repassados por meio de celebração de convênios, termos parcerias, termos de repasse ou instrumentos congêneres,5 bem como de consórcios públi­cos, é obrigatório o emprego da modalidade pregão, preferencialmente na forma eletrôni­ca, conforme estabelece o art. I 5, § l 2, do Decreto federal n5 5.504/2005, devendo a invia­bilidade de o uso ser devidamente justificada pelo dirigente ou autoridade competente:

Art. l e Os instrumentos de formalização, renovação ou aditamento de convê­nios, instrumentos congêneres ou de consórcios públicos que envolvam re­passe voluntário de recursos públicos da União deverão conter cláusula que determine que as obras, compras, serviços e alienações a serem realizadas por entes públicos ou privados, com os recursos ou bens repassados volun­tariamente pela União, sejam contratadas mediante processo de licitação pública, de acordo com o estabelecido na legislação federal pertinente.§ PNas licitações realizadas com a utilização de recursos repassados nos termos do caput, para aquisição de bens e serviços comuns, será obrigató­rio o emprego da modalidade pregão, nos termos da Lei n5 10.520, de 17 de julho de 2002, e do regulamento previsto no Decreto n55.450, de 31 de maio de 2005, sendo preferencial a utilização de sua forma eletrônica, de acordo com cronograma a ser definido em instrução complementar.§ 2eA inviabilidade da utilização do pregão na forma eletrônica deverá ser devidamente justificada pelo dirigente ou autoridade competente.

2 2 .2 . Aplicação subsidiária da Lei na 8.666/1993A Lei n - 10.520/2002 é um diploma enxuto, com poucos artigos. Nesse contexto,

dispõe seu art. 9- que a Lei n- 8.666/1993 será aplicável ao pregão subsidiariamente, ou seja, as lacunas existentes serão preenchidas pelas soluções oferecidas pela Lei Geral de Licitações.

Art. 9 - A plicam -se subs id ia r iam ente , para a m o d a l id a d e de pregão, as norm as da Lei ng 8 .6 6 6 , de 21 de ju nho de 1 9 9 3 .

5 Para aprofundam ento da m atéria, vide o nosso Manual de Convênios Administrativos (2. ed. Fórum).

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Sobre a matéria, asseveramos no Livro Pregão Passo a Passo (4. ed. Fórum):N ão resta d ú v id a q u e , e m d iversas ocasiões, as soluções para as q u e s tõ e s e m a n a m d e re g ra m e n to s prescritos no Estatuto d e Licitações. I m p e n d e res­saltar, t a m b é m , q u e há a in d a a inc idência dos d i ta m e s precon izados na Lei C o m p le m e n t a r n2 1 2 3 / 2 0 0 6 , q u e e s ta b e le c e t r a t a m e n t o d i fe re n c ia d o para as m ic ro e m p re s a s e e m p r e s a s d e p e q u e n o p o r te nas l ic itações públicas.

2 2 .3 . Agentes Públicos Responsáveis pelo PregãoSão responsáveis pelo pregão os agentes públicos envolvidos diretam ente com

o certame:a) a autoridade competente, norm alm ente o ordenador de despesas da Adminis­

tração; eb) um agente nomeado para conduzi-lo, denom inado pregoeiro.

2 2 .3 .1 . Atribuições da Autoridade CompetenteO art. 7- do Regulamento aprovado pelo Decreto Federal n- 3.555/2000 elenca

as atribuições:- determ inar a abertura de licitação;- designar o pregoeiro e os componentes da equipe de apoio;- decidir os recursos contra atos do pregoeiro; e- homologar o resultado da licitação e promover a celebração do contrato.

2 2 .3 .2 . Atribuições do PregoeiroFazendo o papel da comissão de licitação, a condução do certame licitatório no

pregão é atribuída a um agente público denom inado pregoeiro, que possui como atribuições:

- o recebimento das propostas e lances;- a análise da aceitabilidade e classificação;- a habilitação; e- a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.6 7

b O regulamento federal do pregão presencial, aprovado pelo Decreto n2 3.555/2000, dispõe que as atribuições do pregoeiro incluem: o credenciam ento dos interessados; o recebimento dos envelopes das propostas de preços e da docum entação de habilitação; a abertura dos envelopes das propostas de preços, o seu exame e a classificação dos proponentes; a condução dos procedimentos relativos aos lances e à escolha da proposta ou do lance de menor preço; a adjudicação da proposta de m enor preço; a elaboração de ata; a condução dos trabalhos da equipe de apoio; o recebimento, o exame e a decisão sobre recursos; e o encam inham ento do processo devidamente instruído, após a adjudicação, à autoridade superior, visando a homologação e a contratação. Evidentemente, tais atribuições são idênticas no caso do pregão eletrônico, com as devidas adaptações em face do ambiente virtual (Decreto federal n2 5.450, de 31 /05 /2005).7 No âmbito do M inistério da Defesa, os decretos regulam entares dispõem que a função de pregoeiro poderá ser desem penhada por militares.

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei ne 10.520/2002, que instituiu o pregão, ao indicar que a autoridade competente de­signará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e os componentes da equipe de apoio, define as suas atribuições (inc. IV do art. 3e):

Art. 35 - IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

2 2 .3 .2 .1 . A capacitação do PregoeiroA Lei n- 10.520/2002 não faz qualquer menção ã capacitação do servidor que

será designado pela autoridade competente para exercer a função de pregoeiro, pois apenas informa que tal designação deverá ocorrer dentre os servidores do órgão ou entidade prom otora da licitação.

No entanto, o regulamento federal do pregão presencial (aprovado pelo Decre­to n- 3.555/2000) é determ inante nesse aspecto, ao dispor, no parágrafo único do art. 7- que “somente poderá atuar como pregoeiro o servidor que tenha realizado capacitação específica para exercer a atribuição”.

Entrementes, ao tratar da questão, o regulam ento federal do pregão eletrônico (Decreto n- 5.450/2005) suavizou a determinação, dispondo, no § 4- do art. 10 que “ somente poderá exercer a função de pregoeiro o servidor ou o militar que reúna qualificação profissional e perfil adequados, aferidos pela autoridade competente ”.

No que diz respeito aos concursos públicos, temos verificado que algumas bancas têm entendido que a capacitação do pregoeiro é obrigatória, conforme questões que reproduzimos na parte que as elenca abaixo.

O TCU, avaliando a m atéria, posicionou-se no sentido da necessidade da capacitação: “E necessária a capacitação específica do pregoeiro” (Acórdão 1968/2005 - TCU - Primeira Câmara).

Sobre a matéria, obtemperam os no livro Pregão Passo a Passo (4. ed. Fórum): D iv e r s a m e n te do q u e preconiza o re g u la m e n to do p reg ão presencia l (a p r o ­v a d o pelo D ecre to na 3 . 5 5 5 / 2 0 0 0 ) , q u e d e f in e a im p e r a t iv a capac itação espec íf ica do a g e n t e público para a tu a ç ã o c o m o p re g o e i ro (p a rá g ra fo único do art . 7a) o § 4 a do art . 10 do r e g u la m e n to fe d e ra l do p re g ã o e l e ­trônico (D e c re to na 5 . 4 5 0 / 2 0 0 5 ) , in u s i t a d a m e n te , c o m o se s im p l e s m e n t e inexistisse a regra anter ior , t ra ta a s ituação com m e n o s rigor, d e f in in d o a p e n a s q u e o a g e n t e público d e s ig n a d o d e v e reun ir qua l i f icação prof iss io­nal e te r perf il a d e q u a d o , cuja a fe r ição é de c o m p e tê n c ia da a u t o r id a d e d e s ig n a d o r a .1 2 9 C om o já e s p o s a m o s , é certo q u e u m a boa a tu a ç ã o do

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pregoeiro é fundam ental para o eficaz resultado do pregão, notadam ente

o eletrônico, principalm ente por ser, em tese, o único responsável pelo

processamento do certame, numa tarefa estressante e em perm anente

expectativa. 0 pregoeiro é, por conseguinte, peça chave para o sucesso

do em preendim ento.

2 2 .3 .3 . Equipe de Apoio ao PregoeiroGrupo de agentes designados para prestar assistência ao pregoeiro, o que

permite inferir que os integrantes desse grupo deverão, a princípio, ser escolhidos dentre os que possuam conhecim ento técnico específico sobre o objeto pretendido.

A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialm ente pertencentes ao quadro perm anente do órgão ou da entidade prom otora da licitação.8 9

2 2 .4 . Participação de bolsas de mercadorias no apoio técnicoApesar de o pregão eletrônico utilizar-se de meios de comunicação à distância, é

evidente que, para sua operacionalização, necessita o Poder Público de ferram entas seguras que o viabilizem.

Nesse contexto, a Lei n- 10.520/2002, nos termos a serem estabelecidos em regulam ento próprio, faculta a participação das Bolsas de Mercadorias no apoio técnico e operacional destinado à realização dos pregões eletrônicos pela Admi­nistração, im pondo que tais bolsas devam se constituir como sociedades civis, sem fins lucrativos, voltadas para a realização de competições com essas características.10

Art. 2^ - § 2^ Será facultado, nos te rm os de reg u lam en tos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Munic ípios, a partic ipação de bolsas de m ercadorias

8 Conforme anotamos no livro Pregão Passo a Passo (4. ed. Fórum), é importante ressaltar que a equipe de apoio não se eqüivale aos colegiados formadores das comissões de licitações, ao menos em termos de responsabilidade e decisão. Por outro lado, não se pode negar que, em sendo um grupo de pessoas voltado para analisar um determ inado as­sunto, buscando alcançar o melhor resultado, tem ares e jeito de tal comissão, pelo menos no que tange à tarefa de apreciar e oferecer possíveis soluções ao pregoeiro (como se assessores fossem), o qual, baseado nesse apoio, decidirá.9 No âmbito do Ministério da Defesa, a função de membro da equipe de apoio poderá ser desempenhada por militares.10 Bolsas de mercadorias são instituições destinadas a operar, à vista ou a term o, na com pra e venda de gêneros de larga produção e que se podem classificar em tipos uniformes, cujos preços alcançados formam a cotação oficial dos produtos. M aria H elena Diniz detalha que nelas se fazem, por interm édio de corretores, negociações para venda por atacado de produtos agrícolas e industriais, seguros e fretes marítimos, pela cotação oficial, cujas operações têm por finalidade a corretagem e a prom oção do comércio e do desenvolvimento dos gêneros produzidos no País, negociáveis em Bolsa, classificando-os em tipos oficiais; o desenvolvimento do intercâmbio comercial nacional e internacional no que atina a produtos; a verificação do estado geral do mercado e as cotações dos preços das mercadorias, registrando-os em livros próprios da Junta, sendo realizada, para tanto, um a verificação diária dos pregões de com pra e venda; a padronização dos gêneros de produção nacional e o conhecim ento do m ercado para prestar informações futuras.

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no apoio técnico e operacional aos órgãos e ent idad es prom otores da m o ­da l idade de pregão, ut i l izando-se de recursos de tecnologia da in form ação.§ As bolsas a que se re ferem o § deverão estar organizadas sob a form a de sociedades civis sem fins lucrativos e com a part icipação plural de corretoras que o p e re m sistemas eletrônicos unificados de pregões

Frise-se que há autorização tão somente para apoio técnico operacional, per­m anecendo os demais atos do pregão (designação do pregoeiro e da equipe de apoio, elaboração do edital, deliberações etc.) a cargo exclusivo da administração prom otora do certame.

2 2 .5 . A fase (ou etapa) interna (ou preparatória) do pregãoA fase inicial (interna), definida no art. 3- da Lei n- 10.520/2002 como prepa­

ratória do pregão, segue o mesmo roteiro traçado para as modalidades de licitação dispostas na Lei n- 8.666/1993.

Apesar de não constar no rol de procedim entos estabelecidos no citado art. 3-, a seqüência terá início, como em qualquer licitação, com a “requisição do interessado”.

Em decorrência, observada por certo setor da Administração a necessidade de aquisição de um “bem com um ” ou a contratação de um “serviço com um ”, deverá providenciar a devida solicitação à autoridade com petente.

A autoridade com petente avaliará o requerido e, concluindo pela necessidade do objeto pretendido, justificará a necessidade da contratação, definirá o objeto de forma precisa e clara, estabelecerá as exigências para a habilitação dos licitantes, os critérios de aceitação das propostas, as penalizações por inadimplência e as cláusulas contratuais.

Em tal fase, como se vê, são definidos o edital e o futuro contrato.Delineado o objeto, segue-se a “estimativa de valor” (orçam ento), que norteará

o certame.O R egulam ento federa l do pregão p resencial (aprovado pelo D ecreto

n- 3.555/2000) traz à baila a necessidade da elaboração de um “termo de referência”, docum ento que reunirá elementos que propiciarão a avaliação do custo pela Admi­nistração, diante de orçamento detalhado, considerando: os preços praticados no mercado, a definição dos métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução contratual (inciso I I do art. 8 - do Anexo I do Decreto n- 3.555/2000):

Art. A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:

II - o te rm o de referência é o d o cum ento que deverá conter e lem en to s capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, d iante de orçam ento deta lhado, considerando os preços praticados no m ercado, a defin ição dos m étodos, a estratégia de suprim en to e o prazo de execução do contrato;

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Em seguida, determina o diploma que deverá ser designado, dentre os servidores do órgão prom otor do pregão, o “pregoeiro”, que terá como atribuição conduzir a licitação, disciplinando os passos de sua conduta: receber propostas e lances; analisar a aceitabilidade de tais documentos, com base no que reza o instrum ento convocatório; e definir a classificação, a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor. Além do pregoeiro, o diploma também determ ina a designação da equipe de apoio ao pregoeiro.

Vide texto legal:

Art. 3 a A fase preparatória do pregão observará o seguinte:I - a autor id ade co m p e te n te justif icará a necessidade de contratação e definiráo objeto do ce r tam e , as exigências de habili tação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por in a d im p le m e n to e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornec im ento;II - a defin ição do ob jeto deverá ser precisa, sufic iente e clara, vedadas es­pecificações que, por excessivas, ir relevantes ou desnecessárias, l im ite m a com petição;III - dos autos do proced im ento constarão a justi ficativa das defin ições re fe ­ridas no inciso I deste art igo e os indispensáveis e le m e n to s técnicos sobre os quais es t iverem apoiados, b em com o o orçam ento , e laborado pelo órgão ou en t id a d e prom otora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; eIV - a autor id ade c o m p e te n te designará, den tre os servidores do órgão ou en t id a d e prom otora da licitação, o pregoeiro e respectiva equ ipe de apoio, cuja atribuição inclui, den tre outras, o receb im ento das propostas e lances, a análise de sua ace itab i l idade e sua classificação, b em com o a habili tação e a adjudicação do objeto do ce r ta m e ao licitante vencedor.

2 2 .6 . A fase (ou etapa) externa do pregãoO extenso art. 4- da Lei n- 10.520/2002 adentra nas regras procedimentais

do pregão, dando início ao que se costuma denom inar fase (ou etapa) externa da licitação, quando os licitantes participam ativamente.

A etapa externa do pregão (seja presencial ou eletrônico) segue, com inovações importantes, o tratam ento dispensado para essa fase na Lei n- 8.666/1993, ofere­cendo os matizes para a operacionalização da modalidade.

Inicialmente, publicar-se-á o aviso do edital no diário oficial do respectivo ente federativo. Gomo muitos pequenos municípios não possuem imprensa oficial, faculta- -se, nesses casos, a publicação em jornal de circulação local (não raro um jornal local é adotado como instrum ento divulgador dos municípios, com ares de diário oficial).

No aviso, determina o inc. II, constarão a definição do objeto da licitação, a indi­cação do local, dias e horários em que poderá ser lido ou obtida a íntegra do edital.

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Ainda no caminho trilhado pela Lei n- 8.666/1993, autoriza, providencial- mente, em caráter facultativo, a divulgação por meios eletrônicos (internet), o que possibilita uma ampla, eficiente e econômica divulgação, atendendo, ao extremo, ao princípio da competitividade.

Por fim, “dependendo do vulto da licitação”, sem ser definido como o agente público consideraria tal expressão — logicamente se infere que seriam os casos de contratação de valor expressivo —, determ ina a divulgação em jo rnal de grande circulação (evidentemente, nacional, ou ao menos, regional).

Vide texto legal:

Art. A fase ex terna do pregão será iniciada com a convocação dos in teres­sados e observará as seguintes regras:I - a convocação dos interessados será e fe tu ad a por m e io de publicação de aviso e m diário oficial do respectivo en te federado ou, não existindo, e m jornal de circulação local, e fa c u lta t ivam en te , por meios eletrônicos e conform e o vulto da licitação, e m jornal de grande circulação, nos te rm os do re g u la m e n to de que trata o art. 2Ü;II - do aviso constarão a defin ição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários e m que poderá ser lida ou obtida a ín tegra do edital;

A regulamentação federal referente ao pregão presencial (Regulamento apro­vado pelo Decreto federal n- 3.555/2000) determ inou a publicação na imprensa oficial e in ternet quando os bens e serviços comuns tenham valores estimados até R$160.000,00; nas hipóteses de valores estimados acima de R$160.000,00 até R$650.000,00, determ inou a divulgação na imprensa oficial e in ternet e jo rnal de grande circulação local; por fim, se os valores estimados superarem R$650.000,00, regrou a publicação na imprensa oficial e in ternet e jo rnal de grande circulação regional ou nacional.

Art. 11. A fase ex terna do pregão será iniciada com a convocação dos in teres­sados e observará as seguintes regras:I - a convocação dos interessados será e fe tu ad a por m e io de publicação de aviso e m função dos seguintes limites:a) para bens e serviços de valores est im ados e m até R$ 1 6 0 .0 0 0 ,0 0 (cento e sessenta mil reais): 1. Diário Oficial da União; e 2. m e io eletrônico, na In ternet;b) para bens e serviços de valores est im ados acim a de R$ 1 6 0 .0 0 0 ,0 0 (cento e sessenta mil reais) até R$ 6 5 0 .0 0 0 , 0 0 (seiscentos e c inqüenta mil reais):1. Diário Oficial da União; 2. m e io eletrônico, na In ternet; e 3. jornal de grande circulação local;

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c) para bens e serviços de valores est im ados superiores a R$ 6 5 0 .0 0 0 ,0 0 (seis­centos e c inqüenta mil reais): 1. Diário Oficial da União; 2. m e io eletrônico, na In ternet; e 3. jo rnal de grande circulação regional ou nacional;d) e m se tra tando de órgão ou en t id a d e in tegran te do Sistema de Serviços Gerais - SISG, a íntegra do edita l deverá estar disponível e m m e io eletrônico, na In ternet , no site w w w .co m p rasn e t .g o v .b r , in d e p e n d e n te m e n te do valor est im ado;

Diversam ente, a regulam entação federal do pregão eletrônico (Decreto n- 5.450/2005) maximizou os valores, sendo determinada a publicação na imprensa oficial e internet quando os bens e serviços comuns alcancem valores estimados até R$650.000,00; nos casos de valores estimados acima de R$650.000,00 até R$1.300.000,00, reza a publicação na imprensa oficial e internet e jornal de grande circulação local. Se os valores estimados superarem R$1.300.000,00, determina a divulgação na imprensa oficial e internet e jornal de grande circulação regional ou nacional.

Art. 17. A fase externa do pregão, na fo rm a eletrônica, será iniciada com a convocação dos interessados por m e io de publicação de aviso, observados os valores estimados para contratação e os meios de divulgação a seguir indicados:I - até R$ 6 5 0 .0 0 0 , 0 0 (seiscentos e c inqüenta mil reais): a) Diário Oficial da União; e b) m e io eletrônico, na internet;II - a c im a d e R$ 6 5 0 . 0 0 0 , 0 0 (s e is c e n to s e c in q ü e n t a m il re a is ) a té R$ 1 .3 0 0 .0 0 0 ,0 0 (u m m ilhão e trezentos mil reais): a) Diário Oficial da União;b) m e io eletrônico, na internet; e c) jornal de g rande circulação local;III - superiores a R$ 1 .3 0 0 .0 0 0 ,0 0 (u m m ilhão e trezentos mil reais): a) Diário Oficial da União; b) m e io eletrônico, na internet; e c) jornal de grande circu­lação regional ou nacional.§ 1a Os órgãos ou entidades integrantes do SISG e os que aderirem ao sistema do Governo Federal disponibilizarão a íntegra do edital, em m eio eletrônico, no Portal de Compras do Governo Federal - Comprasnet, sítio w w w .com prasnet.gov .br .

Gomo não poderia deixar de ser, o inciso III confirma a obrigatoriedade de a Administração fazer constar do edital convocatório do pregão os elementos descritos no inciso I do art. 3- inerentes ao instrum ento, quais sejam, o objeto devidamente definido, a exigência documental para a habilitação, os critérios de aceitação das pro­postas, as sanções para o caso de inadim plem ento e as cláusulas do futuro contrato.

O edital é considerado lei interna da licitação, motivo pelo qual nada poderá ser exigido do licitante além do que ele estabeleça, não podendo constar cláusulas, itens ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação ou, ainda, que estabeleçam preferências ou distinções desatreladas do objeto pretendido, sob pena de nulidade.

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É im portante ressaltar que todas as regras que tratem de edital convocatório de licitações dispostas na Lei n- 8.666/1993 são integralmente válidas para o pregão.

Atendendo plenam ente ao princípio da publicidade, determ ina o inc. IV a colocação do edital à disposição do público em geral.

III - do edita l constarão todos os e le m e n to s defin idos na fo rm a do inciso I do art. 35, as norm as que d iscip l inarem o p roced im ento e a m inu ta do contrato, quando for o caso;IV - cópias do edita l e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de q u a lquer pessoa para consulta e divulgadas na fo rm a da Lei ng 9 .7 5 5 , de 16 de d ezem b ro de 1 9 98 ;

O prazo mínimo de publicidade do pregão é de oito dias úteis, a contar da data de publicação do aviso.

Inc. V - o prazo f ixado para a apresentação das propostas, contado a part ir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (o ito) dias úteis.

O pregão efetivamente ocorre através de sessão pública, com a disputa transcor­rendo por intermédio da apresentação de propostas escritas e posteriores lances verbais (no pregão presencial) e lances eletrônicos - via internet (nos pregões eletrônicos).

Inicialmente, no dia, hora e local indicados no edital, será realizada a sessão pública para recebim ento das propostas.

Nos pregões presenciais, esse é o momento para a identificação dos representan­tes das licitantes, com a comprovação da detenção de poderes reais de representação, principalm ente quanto à apresentação de lances no mom ento adequado, conforme se verá posteriorm ente.

No pregão eletrônico, por motivos óbvios, o credenciam ento ocorre em data anterior, uma vez que é realizado jun to ao provedor do sistema eletrônico por onde correrá o certame. O §6- do art. 3- do ato regulam entar federal (Decreto n- 5.450/2005) preconiza que o credenciam ento jun to ao provedor do sistema im­plica na responsabilidade legal do licitante e a presunção de sua capacidade técnica para realização das transações inerentes ao pregão na forma eletrônica.

VI - no dia, hora e local des ignados , será rea lizada sessão pública para receb im ento das propostas, d even d o o interessado, ou seu representante , identi f icar-se e, se for o caso, com provar a existência dos necessários p o d e ­res para form ulação de propostas e para a prática de todos os dem a is atos inerentes ao certam e;

Aberta a sessão, estabelece o inc. VII que os interessados ou seus representantes apresentem uma declaração de ciência de que cumprem plenam ente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço

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oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrum ento convocatório.

Passará então o pregoeiro a verificar qual o m enor valor proposto e quantas pro­postas possuem preço até 10% superiores àquele, proclamando então os “classificados”.

Nesse m om ento, em relação às tradicionais modalidades de licitação, o pregão inova bastante, porquanto é nessa hora que o pregoeiro realiza o verdadeiro pregão, perm itindo aos “classificados” o oferecimento de lances sucessivos, dando início a um certame, como um leilão às avessas.

Tal como num leilão, o “preço” do objeto pretendido pela Administração é estabelecido pela interação entre os “vendedores” em potencial, proporcionando, sem dúvida, grande economia para o Poder Público.

Inexistindo pelo menos três ofertas nessas condições, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos.

Vide textos legais:VIII - no curso da sessão, o autor da o ferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 1 0 % (dez por cento) superiores àque la poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;IX - não havendo pelo m enos 3 (três) ofertas nas condições defin idas no inciso anterior, poderão os autores das m elhores propostas, até o m á x im o de3 (três), o ferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que se jam os preços oferecidos;

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Registre-se que, na regulamentação federal do pregão eletrônico (Decreto n5 5.450/2005), há discrepância entre o procedimento determinado no seu art. 23, que trata da matéria, e a conduta prescrita na Lei w°- 10.520/2002.Dita o citado dispositivo que o sistema ordenará, automaticamente, as propostas classifi­cadas pelo pregoeiro, sendo que somente estas participarão da fase de lance, desconside­rando, por conseguinte, a margem percentual de até 10%.Reputa-se que o redator do decreto buscou a adaptação necessária para o meio eletrônico, considerando a inexistência, no caso, das dificuldades operacionais ocasionadas pelo nú­mero elevado de participantes existente no pregão preferencial. Ainda assim, entendemos como irregular a regulamentação em face da obrigatória necessidade, nessa hipótese, de atendimento ao ditame legal.Frisamos, em obra específica, que ocorre nesse aspecto uma das maiores diferenças, no âmbito federal, entre o pregão eletrônico e o presencial: no eletrônico todos os concorren­tes cujas proposições foram aceitas pelo pregoeiro (consideradas regulares em função de estarem em conformidade com as condições previstas no instrumento convocatório) estão aptos a participar da etapa de lances; no presencial, como esposado, há a necessidade de atendimento à margem percentual dos 10%.

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O critério para o julgam ento no pregão resume-se ao m enor preço, não estando o pregoeiro autorizado a decidir que poderiam levá-lo a inferir que a oferta com preço inferior não é efetivamente a ideal, exatamente como hoje ocorre com as apreciações nas licitações do tipo m enor preço, consoante o preconizado no inci­so I, §12, art. 45 da Lei n- 8.666/1993 (que dispõe que deve ser sagrado vencedor do certame o propositor que apresentar preço de m enor valor referente a objeto que atenda plenam ente as especificações constantes do instrum ento convocatório).

Nada obsta, entretanto que nas especificações sejam estabelecidos parâm etros mínimos de desem penho e qualidade, desde que, no caso do pregão, estejam per­feitamente enquadráveis no conceito de bens ou serviços comuns, ou seja, nada que contenha peculiaridades complexas.

Vide texto legal:

X - para ju lg a m e n to e classificação das propostas, será adotado o critério de m e n o r preço, observados os prazos m áx im o s para fo rnec im ento , as especifi­cações técnicas e parâm etros m ín im o s de d e s e m p e n h o e qua l idad e defin idos no edital;

Em conseqüência da adoção do critério m enor preço, após a avaliação do valor proposto e do atendim ento ao especificado no edital, dar-se-á a classificação final dessa etapa, pelo que, havendo um natural primeiro colocado, caberá ao pregoeiro decidir, motivada e justificadamente, a respeito da sua aceitabilidade, isto é, infor­m ando que a proposta que alcançou o prim eiro lugar foi aceita.

E o que preconiza o inciso XI:

XI - exam inada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e v a ­lor, caberá ao pregoeiro decidir m o tiv a d a m e n te a respeito da sua aceitabilidade;

Com o fim da fase de ordenação de propostas (ou classificação preliminar, como conceituam alguns), deverá o pregoeiro abrir apenas o envelope com documentos de habilitação do licitante classificado em primeiro lugar, objetivando a avaliação documental, de modo a caracterizar, de fato e de direito, a qualificação do mesmo quanto à execução do objeto pretendido.

Aqui a continuidade da inovação do pregão: a inversão da fase de habilitação, que, diferentem ente das demais licitações, ocorre após a fase de classificação.

E outra fantástica inovação: inicialmente, somente serão apreciados os documen­tos do licitante que tenha tido a sua proposta classificada em prim eiro lugar, ou seja, do licitante que tenha apresentado a m elhor oferta (entenda-se, a de m enor preço, que satisfaça aos requisitos previstos no edital), de forma diferenciada, portanto, do regram ento prescrito na Lei n- 8.666/1993, aonde não se chega à abertura do “envelope-proposta” enquanto não se conclui a fase de habilitação.

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A inovação é de im portância capital, pois muito agiliza o procedim ento licita­tório, reduzindo a possibilidade de interposição de recursos administrativos.

XII - encerrada a e tapa com petit iva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro pro­cederá à abertura do invólucro contendo os docum entos de habil i tação do l icitante que apresentou a m e lh o r proposta, para verif icação do a te n d im e n to das condições fixadas no edital;

O inc. XIII elenca os docum entos a serem apresentados pelos licitantes que dem onstrem estarem em condições de serem contratados pela Administração. A demonstração de regularidade perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS (ou perante as Fazendas Estadu­ais e Municipais) configuram a documentação mínima exigida no diploma legal, sendo factível, dependendo do objeto, a solicitação no edital de outros docum entos concernentes à habilitação jurídica e qualificação técnica e econômico-financeira.

Em face do uso subsidiário da Lei n- 8.666/1993, será aplicável o constante nos seus arts. 27 a 31, naquilo que for cabível.

Se registrado no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores da União- SIGAF ou em sistemas semelhantes de cadastramentos existentes nos demais entes federativos, o licitante restará dispensado de apresentar os docum entos de habilita­ção já registrados no sistema, desde que demonstrados válidos na verificação on-line.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 regulamento federal do pregão presencial deu vezo ao tema no art. 13, e introduziu como exigência habilitatória o “ cumprimento do dispositivo no inciso XXXIII da Constituição e na Lei n5 9.854, de 27 de outubro de 1999.

Vide textos legais:

XIII - a habili tação far-se-á com a verif icação de que o licitante está e m situ­ação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tem po de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Munic ipais , quando for o caso, com a com provação de que a te n d e às exigências do edital quanto à habil i tação jurídica e qual if icações técnica e econôm ico-f inanceira;XIV - os licitantes poderão de ixar de apresentar os docum entos de habili tação que já constem do Sistema de Cadastram ento Unificado de Fornecedores - Sicaf e sistemas s e m e lh an tes m antidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos dem ais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

Dando prosseguimento ao certame, o pregoeiro, após a verificação amiúde do atendim ento das condições de habilitação, declarará, por interm édio de manifes-

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tação fundam entada, o vencedor do pregão. Se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

Vide textos legais:

XV - verif icado o a te n d im e n to das exigências f ixadas no edita l , o licitante será declarado vencedor;XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desa tender às exigências h a ­bilitatórias, o pregoeiro exam inará as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivam ente, até a apuração de um a que a tenda ao edita l , sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

Posteriormente, o inciso XVII prevê, nas situações previstas nos incisos XI e XVI, a possibilidade de o pregoeiro negociar diretam ente com o proponente para que seja obtido preço melhor.

2 2 .7 . Interposição de Recurso Administrativo no PregãoNo pregão, a interposição de recurso administrativo tem um trato diferencia­

do, só ocorrendo ao final da sessão (no pregão, via de regra, a fase externa ocorre através de uma única sessão).

No inc. XVIII do art. 4-, a Lei n- 10.520/2002 prescreve que, declarado o vencedor do pregão, qualquer licitante poderá m anifestar im ediata e motivada- m ente a in tenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intim ados para apresentar contra razões em igual núm ero de dias, que com e­çarão a correr do térm ino do prazo do recorrente , sendo-lhes assegurada vista im ediata dos autos.

O inc. XIX estabelece que o acolhimento de recurso im portará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.

A falta de manifestação imediata e motivada do licitante im portará a decadên­cia do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor; (inciso XX).

Decididos os recursos, a autoridade com petente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor (inciso XXI).

As regras sobre recursos da Lei n- 10.520/2002 foram regulam entadas no âmbito federal pelo Decreto n- 3.555/2000 (pregão presencial) e n- 5.450/2005 (pregão eletrônico).

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2 2 .7 .1 . Disposições sobre Recurso no Pregão Presencial (Regulamento aprovado pelo Decreto na 3 .5 5 5 /2 0 0 0 )

No pregão presencial, o licitante interessado é obrigado a manifestar a intenção de interposição de recurso, com registro em ata.

Manifestada essa intenção, a Administração concederá um prazo de três dias úteis para a sua efetiva apresentação (o decreto adota o termo processual “ju n tar memoriais”).

Vide texto do Regulamento aprovado pelo Decreto federal 3.555/2000:

Art. 11. A fase ex terna do pregão será iniciada com a convocação dos in teres­sados e observará as seguintes regras:(...)XVII - a m anifes tação da intenção de interpor recurso será fe ita no final da sessão, com registro e m ata da síntese das suas razões, poden do os interes­sados ju n ta r m em o ria is no prazo de três dias úteis.

Segundo o disposto no inciso XVIII do mesmo artigo, o recurso contra decisão do pregoeiro não terá efeito suspensivo.11

O acolhimento de recurso importará na invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento (inc. XIX).

Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos procedimentais, a autoridade com petente homologará a adjudicação para determ inar a contratação (inc. XX).

Segundo prescreve o inc. III do art. 7- do Regulamento aprovado pelo Decreto n- 3.555/2000, a decisão dos recursos contra atos do pregoeiro caberá à autoridade competente:

Art. 7a À autor id ade c o m p e te n te , des ignada de acordo com as atribuições previstas no re g im e n to ou estatuto do órgão ou da en t id ad e , cabe:(...)III - decidir os recursos contra atos do pregoeiro;

Ressalta-se, entrementes, que o recurso deverá ser interposto via pregoeiro, que o receberá, examinará e decidirá se mantém ou não a sua decisão, pois, só o encam inhará à autoridade com petente quando a mantiver (inciso VIII do art. 9-).11 A doutrina especializada tem rejeitado com veemência essa determ inação regulamentar, um a vez que, com a interposição do recurso, jam ais se consum aria o ato de homologação do resultado da licitação sem que antes ocorresse o seu efetivo julgamento. Jessé Torres Pereira Junior ressalta essa situação: Mesmo que o pregoeiro adjudiqueo objeto ao proponente que classificou em primeiro lugar, a Administração não podeiá contratá-lo enquanto não houver a homologação pela autoridade competente, e esta somente poderá homologar se julgar improcedente o recurso. Entre a adjudicação e a contratação, o procedimento estará paralisado à espera do julgamento do recurso e da homologação ” (Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública. 6. ed., p. 1019).

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VIII - o receb im ento , o e x a m e e a decisão sobre recursos;

2 2 .7 .2 . Disposições sobre Recurso no Pregão Eletrônico (Decreto nfi 5 .450 /2005)No pregão eletrônico, o licitante interessado é obrigado a manifestar, de forma

imediata e motivada, a intenção de interposição de recurso, com registro em ata.Manifestada essa intenção, a Administração concederá um prazo de três dias

úteis para a sua efetiva apresentação (o decreto regulam entar federal fala em “razões de recurso”).

A falta da manifestação quanto à intenção de recorrer im portará na perda desse direito (decadência), ficando o pregoeiro autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor.

Video texto regulam entar do Decreto federal n- 5.450/2005:

Art. 26 . Declarado o vencedor, qua lquer licitante poderá, durante a sessão pública, de fo rm a im ed ia ta e m otivada , e m cam po próprio do sistem a, m a n i ­festar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentar as razões de recurso, ficando os dem ais licitantes, desde logo, in t im ados para, querendo, a p resen ta rem contra razões e m igual prazo, que começará a contar do té rm in o do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista im ed ia ta dos e le m e n to s indispensáveis à defesa dos seus interesses.§ 1Q A falta de m anifestação im ed ia ta e m otivada do licitante quanto à intenção de recorrer, nos termos do caput, importará na decadência desse direito, ficandoo pregoeiro autorizado a adjudicar o ob jeto ao licitante declarado vencedor.§ 2 5 0 aco lh im ento de recurso im portará na invalidação apenas dos atos in­suscetíveis de a p ro ve i tam en to .

De forma idêntica ao procedim ento do pregão presencial, prescreve o inc. IV do art. 8- do Decreto federal n- 5.450/2005 que a decisão dos recursos contra atos do pregoeiro no pregão eletrônico caberá à autoridade com petente.

Também tal como no pregão presencial, o recurso deverá ser interposto via o pregoeiro, que o receberá, examinará e decidirá se mantém ou não a sua decisão, pois, só o encaminhará à autoridade competente quando a mantiver (inciso VII do art. 11).

Art. 8 - À au tor id ade c o m p e te n te , de acordo com as atribuições previstas no re g im e n to ou estatuto do órgão ou da en t id ad e , cabe:

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VII - receber, e x a m in a r e decidir os recursos, en c a m in h an d o à autor id ade c o m p e te n te quando m a n t iv e r sua decisão;

O acolhimento de recurso importará na invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento (§ 2- do art. 26).

Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos praticados, a auto­ridade com petente adjudicará o objeto e homologará o procedim ento licitatório

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:A Lei n510.520/2002 estabelece o prazo de três dias corridos para a interposição de recurso administrativo no pregão.Os decretos regulamentares federais preveem o mesmo prazo, mas em dias úteis.Sobre o assunto, escrevemos no livro Pregão Passo a Passo (4. ed. - Fórum): Inadvertidamente, o redator do regulamento federal do pregão determinou a contagem em dias úteis, talvez entendendo, erroneamente, que deveria (e poderia) regulamentar o assunto com fulcro no Estatuto (Lei nQ 8.666/1993) (...), numa preocupação desmedida e desnecessária. Mais uma vez, infelizmente, os atos regulamentares excederam na sua atri­buição — dessa vez atrapalhando a celeridade sempre perseguida na nova modalidade — dilatando sem autorização o prazo recursal. É claro, entretanto, que os editais deverão atenderá regra disposta na lei, desconsiderando o que ato regulamentar deliberou.

2 2 .8 . A Homologação e a Adjudicação no PregãoEm relação ao tradicional procedim ento preconizado pela Lei n- 8.666/1993,

o inciso XXII do art. 4- da Lei n- 10.520/2002 determ ina mais uma inversão.Pelo disposto, a autoridade com petente somente homologará o resultado da

licitação após a adjudicação.Por outro lado, no pregão, a natureza jurídica da homologação não diverge da

que lhe é estabelecida pela Lei n- 8.666/1993. Desse modo, a autoridade competente exercendo um ato de controle, exercitando o juízo de conveniência e legalidade, promove ou não a homologação.

Posteriormente, passar-se-á à fase de convocação do adjudicatário para celebra­ção do contrato no prazo que o edital estabeleceu para a validade das propostas.

Vide textos legais:

XXII - h om ologada a licitação pela autoridade c om peten te , o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo def in ido e m edital;XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de va l idade da sua proposta , não celebrar o contrato, apl icar-se-á o disposto no inciso XVI.

(art. 27).

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2 2 .9 . Vedações legais no âmbito do pregãoO art. 5- da Lei n- 10.520/2002 trata de vedações legais, buscando afastar pos­

síveis práticas que, não raro, atrapalham o bom andam ento das licitações. Proíbe, por conseguinte, que a Administração exija garantia de proposta; estabeleça como condição para participação na licitação que o instrum ento convocatório seja adqui­rido; e cobre taxas e emolumentos.

Art. 5a É vedada a exigência de:I - garantia de proposta;II - aquisição do edita l pelos licitantes, como condição para partic ipação no certam e; eIII - p a g a m e n to de taxas e e m o lu m e n to s , salvo os re ferentes a fo rnec im ento do edita l , que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de util ização de recursos de tecnologia da in formação, quando for o caso.

2 2 .1 0 . Prazo de validade das propostas no pregãoA regra sobre validade da proposta disposta no §3-, do art. 64 da Lein- 8.666/1993

é reeditada no art. 6- da Lei n- 10.520/2002, com a inserção da ressalva quanto à possível existência de outro prazo no edital.

Art. 6a 0 prazo de va l idade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver f ixado no edital .

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2 2 .1 1 . Da Penalização no âmbito do PregãoA Lei n- 10.520/2002 preconiza, no art. 7- - em texto confuso, que engloba vá­

rias situações passíveis de sanção - que a não manutenção da proposta por parte do adjudicatário, quando convocado dentro do prazo de validade da mesma, demandará:

- a sanção de impedimento de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios; e

- o descredenciado no SICAF ou em outros sistemas de cadastramento de fornecedores, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e das demais cominações legais.

Verifica-se, por conseguinte, que, de certa forma, a Lei n- 10.520/2002 esta­beleceu uma nova espécie de sanção administrativa, pois, no lugar de referir-se à declaração de inidoneidade e à suspensão temporária, preconizou que certas con­dutas determinarão o impedimento de licitar e contratar com os entes federativos.

Vide texto legal:

Art. 7 g Q u e m , convocado d e n tro do prazo de v a l id a d e da sua proposta, não ce lebrar o contrato, d e ixa r de e n t re g a r ou a p re s e n ta r d o c u m e n ta ç ã o falsa ex ig ida para o ce r ta m e , e n se ja r o re ta rd a m e n to da execução de seu objeto , não m a n t iv e r a proposta, fa lha r ou f raudar na execução do contrato, com porta r -se de m o d o in idôn eo ou c o m e te r f rau d e fiscal, ficará im p e d id o de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Munic íp ios e, será descredenc iado no Sicaf, ou nos s istem as de c a d a s tra m e n to de fo r n e ­cedores a que se re fere o inciso XIV do art . desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das m ultas previstas e m ed ita l e no contrato e das d e m a is com inações legais.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:Pelo que se expôs, ressalta-se que o pregão trouxe para o âmbito das licitações seis ino­vações significativas:a) a inversão da fase habilitatória, com verificação documental, em princípio, apenas do

primeiro colocado;b) o oferecimento de lances por parte de licitantes classificados;c) a condução dos trabalhos por apenas um servidor, designado como “ pregoeiro” ;d) o ato da adjudicação antecedendo o da homologação;e) havendo recurso, sem que seja acatado pelo pregoeiro, a adjudicação será feita pela

autoridade competente; ef) havendo recurso, com acatamento pelo pregoeiro, ou inexistindo recurso, a adjudicação

será feita pelo pregoeiro.

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E SQ U EM A RESUMO D0 PREGÃO (LEI N* 10.520/2002)

TIPO MENO R PREÇO

REGRAS PROCEDIMENTAIS

INVERSÃO DE FASES

CLASSIFICAÇÃO (COM ETAPA DE LANCES) - HABILITAÇÃO - A D J U D IC A Ç Ã O - H O M O L O G A Ç Ã O

SESSÃO PÚBLICA PROPOSTAS E S C R IT A S -L A N C E S

FASERECURSAL ÚNICA, REA LIZA D A APÓS A SESSÃO PÚBLICA

FORMAS

(0U ESPÉCIES)PRESENCIAL 0U ELETRÔNICA (INTERNET)

VEDAÇÕES

- G A R A N T I A DE PROPOSTA

- A Q U IS IÇ Ã O DE EDITAL

- P AG AM EN TO DE TAXAS 0U E M O LU M EN TO S

CONDUÇÃOU M SERVIDOR (PREGOEIRO), AUX IL IAD O POR U M A EQUIPE

DE APOIO.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2011 - TRT - 23* Reg. - Analista Judiciário) No que concerne ao pregão, é INCORRETO

afirm ar:a) Adm ite , com o um a de suas m oda l idades , o pregão e le trôn ic o , que se processa, em am b ien te

v i r tua l , po r m e io da In te rne t .b) D es t ina -se à aqu is ição de bens e serv iços c om u ns .c) Os lances o c o r re m em sessão públ ica no pregão de n o m in a d o presenc ia l .d) Poderá d a r -se no âm b i to da União, Es tados, D is t r i to Federa l e Munic íp ios .e) Existe, em regra, l im i taç ão de v a lo r para a con t ra tação .

2. (IBFC - 2008 - ABDI - Especialista) São tipos de licitação na modalidade Pregão:a) P resen c ia l e E le trôn ico.b) P resen c ia l e Mecânico.c) A u to m á t ic o e E le trôn ico.d) A u to m á t ic o e Mecânico.

3. (Esaf - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) A modalidade de licitação, apropriada para a aquisição de bens e serviços, cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser, objetivam ente, definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado, é:a) a car ta convite .b) a to m ad a de preços.c) a c oncorrê nc ia .d) o le ilão.e) o pregão.

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4. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) A modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais, denom ina-se:a] Convi te .b] Reg is t ro de Preço.c] Le ilão.d] Tomada de Preço.e] Pregão.

5. (Cespe - 2009 - ANTAQ - Técnico Administrativo) Somente poderá atuar como pregoeiro o servidor que tenha realizado capacitação específica para exercer a função, sendo uma de suas atribuições o credenciamento dos interessados em participar da licitação.( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (Esaf - 2010 - SUSEP - Analista Técnico) Utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns, o pregão caracteriza-se por:a] p e r m i t i r o t ipo técn ica e preço, quando os bens ou serv iços c o m u n s se reves t i rem de m a io r

com p lex idade .b] s e r um a m o d a l id ad e de l ic itação do tipo m e lh o r lance, que poderá s e r v e rb a l ou e le trôn ico ,

a d e p e n d e r da fo rm a adotada.c] po ss u i r reg ras própr ias , não lhe sendo ap licáveis as n o rm a s da Lei n^ 8.666/1993.d] s e r o b r iga tó r io , em sua fo rm a e le trôn ica , para a aqu is ição de bens e serv iços c om u ns .e] req ue re r , do p regoe iro , capaci tação específ ica para o exercíc io da a t r ibu ição .

7. (FCC - 2011 - INFRAERO - Analista de Sistemas) O pregão, previsto na Lei n2 10.520/2002:a] não poderá s e r adotado para a aqu is iç ão de bens e serv iços com u ns .b] c o r res po nde à m o d a l id ad e de l ic itação em que a d isputa não poderá s e r fe ita po r me io de

propostas e lances em sessão públ ica .c] poderá s e r rea lizado po r m e io da u t i l ização de recu rsos de tecno log ia de in fo rm aç ão , nos

te rm o s de re g u la m e n ta çã o específ ica.d] c o r res po nde à m o d a l id ad e de l ic itação dest inada apenas à União Federa l.e] tra ta de m o d a l id ad e l ic i ta tó r ia em que não são ap licáveis , s u b s id ia r ia m e n te , as n o rm a s da

Lei n^ 8 .666/1993, dada a espec i f ic idade da d isc ip l ina lega l que lhe é ap licável .

8. (CESGRANRIO - 2008 - CAPES - Analista de Sistemas) Nas licitações na modalidade pregão,o term o de referência é o documento que:a] indica o p ro c u ra d o r res iden te e do m ic i l ia d o no País, com poderes para rec eb e r c itação,

in t im aç ão e re s p o n d e r ad m in is t ra t iva e ju d ic ia lm e n te pe los atos de l ic i tan tes e s t ran ge iros .b] con tém re fe rênc ias de c o n t ra ta n te s a n te r io re s do l i c i tan te , com de ta lhes dos c on t ra to s

f i rm a d o s no passado e a aval iação do índice de sa t is fação na sua execução, que fo rn e ç a m p a râ m e t ro s à A d m in is t ra ç ã o quan to à idone idade do p roponen te .

c] deve c o n te r e le m e n to s capazes de p ro p ic ia r a aval iação do custo pela A d m in is t ra ç ã o , d ian te de o rç a m e n to de ta lhado , c ons id e ran do os preços p ra t icados no m ercado , a de f in iç ão dos m é todos , a es t ra tég ia de s u p r im e n to e o prazo de execução do con t ra to .

d] dec la ra en ce rrada a etapa c om pet i t iva e ordena as propostas, m o t iv a d a m e n te , de acordo com a ace i tab i l idade das propostas c lass i f icadas, quan to ao obje to e valor.

e] pode s e r subs t i tu íd o pela c e r t id ão de reg u la r id a d e f isca l com va lidade até a data prevista para o e n c e r ra m e n to do p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io .

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9. (Cespe - 2007 - TSE - Analista Judiciário) Na licitação realizada na modalidade pregão, é inviável a opção pelo tipo técnica e preço. Essa afirm ação é:a) co r re ta .b) e r rada , pois o pregão não é um a m o d a l id ad e de l ic itação e s im um a espécie de to m ad a de

preços.c) e r rada , pois o pregão não é um a m o d a l id ad e l ic i ta tó r ia e s im um a espécie de le ilão.d) e r rada , pois a opção pelo tipo técn ica e preço é v iáve l s e m p re que se t r a ta r de pregão para

a con t ra ta ção de serv iços de na tureza p re d o m in a n te m e n te in te lec tua l .

10. (Cespe - 2007 - TSE - Analista Judiciário) Na licitação realizada na modalidade pregão, é inviável a opção pelo tipo técnica e preço. Essa afirm ação é:a) Corre ta .b) E rrada, pois o pregão não é um a m o da l id ad e de l i c itação e s im um a espécie de to m ad a de

preços.c) E rrada, pois o pregão não é um a m o d a l id ad e l ic i ta tó r ia e s im um a espécie de le ilão.d) E rrada, pois a opção pelo tipo técn ica e preço é v iáve l s e m p re que se t r a ta r de pregão para

a con t ra ta ção de serv iços de na tureza p re d o m in a n te m e n te in te lec tua l .

11. (FCC - 2007 - TRF - 2* Reg. - Analista Judiciário) Tendo a Administração Pública escolhido a modalidade pregão com o fim de adquirir produtos, o prazo, contado a partir da publicação do aviso, a ser fixado para a apresentação das propostas:a) Será de qu inze dias c o r r id os .b) Será de c inco dias c o r r id os .c) Não será in fe r io r a doze dias úteis.d) Não será in fe r io r a dez dias úteis.e) Não será in fe r io r a oi to dias úteis.

12. (FCC - 2007 - TRF - 2* Reg. - Técnico Judiciário) Em relação à modalidade de licitação deno­minada pregão, é INCORRETO afirm ar:a) Se a ofer ta do l i c i tan te v en c e d o r não fo r ace i táve l , o pregoe iro e x am in a rá as o fe r tas s u b s e ­

quen tes e a qua l i f icação dos l i c i tan tes , na o rd em de c lass i f ic ação, e ass im s uce ss ivam ente , até a apuração de um a que atenda ao ed ita l.

b) Dec la rado o vencedor , q u a lq u e r l ic i tan te poderá, no prazo de t rês dias, in te rp o r recurso , podendo a p re s e n ta r os de m a is l i c i tan tes , cont ra razões, em igua l prazo, contado a p a r t i r da pub l icação da decisão que rec eb e r o recurso .

c) Aberta a sessão, os l i c itan tes ap resen tam dec laração de que c u m p re m todos os requ is itos de hab i l i tação e en t reg a rã o os enve lopes con tendo a ind icação do obje to e do preço oferec id os , p ro ce de ndo -se à sua im ed ia ta ab e r tu ra .

d) No c u rso da sessão, o a u to r da ofer ta de v a lo r m a is baixo e os das o fe r tas com preços até 10% (dez po r cento) su p e r io re s àque la poderão faze r novos lances ve rba is e sucess ivos , até a p ro c lam a çã o do vencedor.

e) Se, a lém da ofer ta de v a lo r m a is baixo, não houver pelo m e no s duas ou t ras com preço s u p e r io r , m as até o l im i te dos 10% da ofer ta com preço ma is baixo, poderão os l ic i tan tes das m e lh o re s propostas, até o m á x im o de t rês, o fe rec e r novos lances ve rba is e sucess ivos , qu a is q u e r que se jam os preços o ferec id os .

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13. (FCC - 2007 - TRT - 23* Reg. - Analista Judiciário) Em se tratando de licitação na m odalidade pregão, é INCORRETO que:a] Na fase p re pa ra tó r ia do pregão seja observada a de f in ição do ob je to com prec isão, de f o rm a

c la ra , vedadas espec i f icações que, po r excess ivas, i r re levan tes ou desnecessá r ias , l im i t e m a com p et içã o .

b] Q ua lqu e r l ic itan te poderá m a n i fe s ta r im ed ia ta e m o t iv a d a m e n te a in tenção de reco r re r , logo após te r s ido de c la rad o o vencedor , quando lhe será conced ido o prazo de c inco dias para ap resen tação das razões do recurso .

c] 0 prazo fi xado para a ap resen tação das propostas, contado a p a r t i r da pub l icação do aviso, não será in fe r io r a oi to d ias úteis.

d] No c u rso da sessão, o a u to r da ofer ta de va lo r m a is baixo e os das o fe r tas com preços até dez po r cento s u p e r io re s àque la poderão fa ze r novos lances ve rba is e sucess ivos , até a p ro c lam a çã o do vencedor.

e] Os l ic i tan tes poderão de ixa r de a p re s e n ta r os d o cu m e n to s de hab i l i tação que já cons tem do S is tem a de C a d a s t ra m e n to Un if icado de Fo rnecedores - SICAF.

14. (FCC - 2007 - TRT - 23* Reg. - Técnico Judiciário) Na modalidade de licitação denominada pregão, nos term os da Lei n* 10.520/2002, é:a] Vedada a ex igênc ia de ga ran t ia de proposta e o prazo de sua va lidade será de sessen ta dias,

se não houver d ispos ição em c o n t rá r io no ed ita l.b] Cabíve l a ex igência de aqu is iç ão de ed i ta l com o cond ição para pa r t ic ipação no c e r ta m e e o

prazo de va lidade da proposta será de sessen ta dias, se não houver d ispos ição em c o n t rá r io no ed ita l.

c] Vedada a ex igência de ga ran t ia de proposta e o prazo de sua va lidade será de t r in ta dias, se não houver d ispos ição em c o n t rá r io no ed ita l.

d] Cabíve l ex ig i r ga ran t ia da proposta e o prazo de sua va lidade será de t r in ta dias , se não houver d ispos ição em c o n t rá r io no ed ita l.

e] vedada a exigência de aquisição de e d i ta lc om o condição para partic ipação no ce r tam e e o prazo de sua validade da proposta será de tr in ta dias, se não houver dispos ição em cont rá r io no edital.

15. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Técnico) O fenômeno da globalização e as inovações tecnoló­gicas nas telecomunicações possibilitaram o desenvolvimento do pregão eletrônico que tem como características:I - utilização de recursos de criptografia e autenticações;II - necessidade de credenciamento prévio do fornecedor; eIII - confrontação direta entre fornecedores em sessão pública por meios eletrônicos, como

a Internet.Está (ão) CORRETA(S) APENAS a(s) característica(s):a)b] I e II.c] I e IIId] II.e) III.

16. (Cespe - 2003 - UNB - Analista) Pregão é a modalidade de licitação entre quaisquer in te­ressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou rem uneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência m ínima de 45 dias.( ) CERTO ( ) ERRADO

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17. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Nas licitações conduzidas sob a moda­lidade de pregão, depois de aberto os envelopes:a) De hab i l i tação, os conc o r re n te s hab i l i tados poderão fa ze r lances sucess ivos , até que se

ve r i f iqu e a m e lh o r o fe r ta ;b) C on tendo as p ropostas com e rc ia is , poderão fa ze r lances sucess ivos os l ic i tan tes que o fe ­

recere m preço não s u p e r io r a 10% da m e lh o r o fe r ta ;c) Con tendo as propostas c om e rc ia is , todos os l ic i tan tes hab i l i ta do s pode rão fa ze r lances

sucess ivos ;d) C on tendo as propostas com e rc ia is , poderão fa ze r lances sucess ivos os l ic i tan tes com as

t rês m e lh o re s o fer tas, em q u a lq u e r caso;e) De hab i l i tação, apenas poderão faze r lances sucess ivos os l ic i tan tes com as t rês m e lh o re s

ofer tas, em q u a lq u e r caso.

18. (Esaf - 2003 - TCE-PR - Auditor) No âmbito da modalidade de licitação pregão, conforme a legislação federal, assinale a afirm ativa verdadeira:a) A fa s e recu rsa l , no pregão, é ún ica e oco r re após a de c la ração do l ic i tan te vencedor , depo is

das fases do j u lg a m e n to e da hab i l i tação;b) No pregão, não se a d m i te a ex igênc ia de ga ran t ia de proposta e de execução c o n t ra tu a l ;c) 0 prazo o rd iná r io de va lidade das p ropostas será de t r in ta dias, se ou tro não fo r f i xado no

ed ita l;d) Uma vez dec id idos os even tua is recu rsos , o pregoe iro fa rá a ho m o log ação do p ro ce d im en to

e p o s te r io r ad jud icação do ob je to ao vencedor ;e) No pregão, o prazo m ín im o para ap resen tação das propostas, contados a pa r t i r da publ icação

do aviso do c e r ta m e será de c inco dias úteis.

19. (Esaf - 2001 - RF - Auditor) Em relação ao pregão, nova modalidade de licitação, não é correto afirm ar:a) Poderá haver lances ve rba is e sucess ivos no c u rso da sessão;b) A fase de hab i l i tação oco r re a posteriori, em re lação ao ju lg a m e n to da proposta ;c) É vedada a ex igência de ga ran t ia de proposta ;d) 0 prazo para a ap resen tação das p ropostas não será in fe r io r a oi to dias úteis, con tados da

pub l icação do aviso;e) Se o l i c i tan te v enc ed o r d e s a te n d e r às ex ig ênc ia s ha b i l i ta tó r ias , novo pregão deverá s e r

rea lizado.

20. (Cespe - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Mauro, chefe do setor de compras de um órgão do Instituto Nacional do Seguro Social, recebeu pedido de abertura de procedimento licitatório para a aquisição de grande quantidade dos seguintes itens: impressoras, cartuchos para impressoras, monitores LCD e licença para uso de sistema operacional a ser utilizado nos computadores da autarquia. A solicitação estava de acordo com todas as normas aplicá­veis, incluindo-se a justificativa do quantitativo e da necessidade dos referidos itens. Antes de promover a abertura de qualquer procedimento de compra, Mauro procedeu a análise técnico-econômica e concluiu que a compra dos cartuchos para impressoras, se realizada separadam ente da dos demais itens, im plicaria uma ampliação da concorrência, sem perda da economia de escala. Constatou, tam bém , que era a terceira vez no ano que a administração encaminhava pedido para a compra de cartuchos para im pressora. Por fim , verificou que a estimativa do valor total que seria gasto na contratação era de R$ 700.000,00.De acordo com os dados apresentados nessa situação hipotética, Mauro deve promover a abertura de:a] Conco rrênc ia , pois o va lo r a s e rg a s to é s ubs tanc ioso e os produ tos e serv iços de in fo rm á t ica

não podem s e r ca rac te r iza dos com o serv iços c om u ns .b) Pregão, sendo p re fe re n c ia l a sua u t i l ização na fo rm a presenc ia l .

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c] Convi te para a e laboração de ata de reg is t ro de preços para a aqu is iç ão de c a r tu c h o s de im p re s s o ra s e de conco rrê nc ia para a co m p ra dos de m a is itens so l ic i tados.

d] Dois p regões e le trôn ic os , um para a e laboração de ata de reg is t ro de preços para a aquis ição de c a r tu c h o s de im p re s s o ra s e ou tro para a c om p ra dos d e m a is itens so l ic i tados.

21. (FCC - 2010 - MPE-RS - Agente Administrativo) No pregão presencial, disciplinado pela Lei n2 10.520/2002, depois de declarado o vencedor, qualquer licitante poderá m anifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer. A falta dessa declaração:a] Im p l ica rá a p re sc r ição do d i re ito de recurso .b] Im p l ica rá a p re c lusão do d i re ito de recorre r .c] Não im pe d irá o l ic i tan te pe rd e d o r de a p re s e n ta r recu rso após a ad jud icação.d] Im p o r ta rá a decadência do d i re i to de recurso , mas não a ad ju d ic ação do ob je to da l ic itação

pelo p regoe iro ao vencedor.e] Im p o r ta rá a decadência do d i re i to de recu rso e a ad jud icação do ob je to da l ic itação pelo

pregoe iro ao vencedor.

22. (FCC - 2010 - MPE-RS - Agente Administrativo) O prazo de validade das propostas no pregão presencial, disciplinado pela Lei n2 10.520/2002, será de:a] Sessenta dias, vedado o e s ta b e le c im e n to de ou tro prazo no edita l.b] Noventa dias.c] Quarenta e c inco dias , p ro ib ida a p ro r rogação .d] Quarenta e c inco dias , p ro r roga do a u to m a t ic a m e n te pelo m e s m o prazo.e] Sessenta dias, se ou t ro não fo r f i xado no edita l.

23. (CESGRANRIO - 2010 - E P E - Analista de Gestão Corporativa) No pregão presencial, de acordo com a Lei n* 10.520/2002, exige-se:a] G arantia de proposta .b] Aqu is ição do ed i ta l pe los l i c i tan tes , com o cond iç ão para pa r t ic ipação no c e r tam e .c] Pagam en to de taxas e e m o lu m e n to s , a lém das re lac ionadas ao fo rn e c im e n to do ed i ta l e

aos cus tos de u t i l ização de rec u rs os de tecno log ia da in fo rm ação .d] Renúnc ia de to dos os l ic i tan tes ao d i re ito de r e c o r re r cont ra o ato que dec la ra o v enc ed o r

do ce r ta m e .e] A b e r tu ra dos do c u m e n to s de hab i l i tação do l i c i tan te que ap resen tou a m e lh o r p roposta ,

s o m e n te após en ce r rada a etapa c om pet i t iva .

24. (FCC - 2009 - TRT - 7* Reg. - Analista Judiciário) A fase externa do pregão presencial (Lei n* 10.520/2002) será iniciada com a convocação dos interessados e observará, dentre outras, à seguinte regra:a] 0 a c o lh im e n to de recu rso in te rp os to po r q u a lq u e r l ic i tan te im p o r ta rá a inva lidação de todo

o p rocesso l ic i ta tó r io .b] 0 prazo fi xado para a ap resen tação das propostas, contado a p a r t i r da pub l icação do aviso,

não será s u p e r io r a oi to dias úteis.c] Para ju lg a m e n to e c la ss i f icação das propostas , será adotado o c r i té r io de m e n o r preço,

in d e p e n d e n te m e n te dos prazos para fo rn e c im e n to , das espec i f icações técn icas e dos pa ­râ m e t ro s m ín im o s de d e se m p e n h o e qua l idade de f in idos no ed ita l.

d] Do aviso de convocação c ons ta rão a de f in iç ão do obje to da l ic itação, a ind icação do local, dia e h o rá r io da seção públ ica , e a ín tegra do ed ita l.

e] No c u rso da sessão, o a u to r da ofer ta de va lo r m a is baixo e os das o fe r tas com preços até dez po r cento s u p e r io re s àque la poderão fa ze r novos lances ve rba is e sucess ivos , até a p ro c lam a çã o do vencedor.

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25. (FCC - 2008 - MPE-RS - Agente Administrativo) É certo quep para participar de pregão pre­sencial o interessado:a) Deve es ta r in sc r i to no S is tem a de C a d a s t ra m e n to U n i f icado de Fo rn eced o res do órgão

l i c itan te .b) Não precisa es ta r insc r i to no Sis tem a de C ad as t ram en to Unif icado de Fornecedores do órgão

l i c i tan te nem em ou tro s is tem a s im i la r .c) Deve es ta r inscr ito no S is tema de C adas tram ento Unif icado de Fornecedores do órgão l ici tante

ou do órgão com p e te n te do respectivo Munic íp io, ou Estado a que per tence o órgão l ic itante .d) Deve es ta r in sc r i to no S is tem a de C a d a s t ra m e n to Un if icado de F o rnecedores do órgão l i c i ­

ta n te ou de q u a l - q u e r ou t ro órgão p e r ten ce n te às Un id ades da Federação (União, Es tados, D is t r i to Federa l ou Munic íp ios) .

e) Deve se c ada s t ra r no S is tema de C adas t ram ento Unif icado de Fornecedores do órgão l ic itan te até qu are n ta e oi to ho ras antes da a b e r tu ra do pregão.

26. (FCC - 2010 - DNOCS - Agente Administrativo) Com relação ao pregão eletrônico, é correto afirm ar que:a) 0 s is tem a d isp on ib i l iza rá cam p o p ró p r io para troca de m e ns a g e n s en tre o pregoe iro e os

l i c i tan tes .b) A a u to r ida de c o m p e te n te v e r i f ica rá as propostas ap resen tad as , desc la ss i f ican do aque las

que não es te jam em c o n fo rm id a d e com os requ is i tos es tabe lec idos na Lei C o m p le m e n ta r c om p e te n te .

c) A d e sc la s s i f i c a ç ã o de proposta será s e m p re fu n d a m e n ta d a e reg is t rada no l ivro de ata, com a c o m p a n h a m e n to p re se nc ia l de todos os pa r t ic ip an tes .

d) As p ropostas con tendo a desc r ição do obje to , v a lo r e even tua is anexos es ta rão d isponíve is na pasta de d o cu m e n to s a rm az en ada na s ec re ta r ia do ente con t ra ta n te .

e) Os l ic i tan tes poderão p a r t ic ip a r da sessão pr ivada na in te rn e t , devendo u t i l i za r sua chave de acesso e senha.

27. (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - Analista) Um órgão municipal instaurou procedimento de pre­gão presencial visando à aquisição de m ateria l de escritório. A licitante declarada vencedora, embora devidamente convocada, não celebrou o contrato. Nessa hipótese, pode o Município celebrar o contrato com a licitante que se classificou em segundo lugar?a) Sim , desde que a l ic itan te c lassi f icada em segundo lu g a rv e n h a a s e r dev idam en te habi l i tada.b) Sim , desde que a l ic itan te c lassi f icada em segundo lu g a r concorde em o fe rece r uma garantia

da proposta .c) S im , desde que o p ro ce d im e n to do pregão p re se nc ia l não te nha adotado o m e n o r preço

com o c r i té r io se le tivo das propostas.d) Não, pois essa poss ib i l idade depe nde r ia da adoção da m o da l id ad e to m ad a de preços no

p ro ce d im e n to l ic i ta tó r io .e) Não, pois essa poss ib i l idade depe nde r ia da adoção da m o d a l id ad e le ilão no p ro ce d im en to

l ic i ta tó r io .

28. (FCC - 2008 - TRT - 19* Reg. - Analista Judiciário) Órgão Público da Administração Direta da União abriu licitação na modalidade pregão presencial para compra de medicamentos. Na sessão de julgam ento, após os procedimentos de praxe, chega-se ao vencedor, cujo preço, entretanto, embora aceitável, está acima do estimado no procedimento. Nessa hipótese, o pregoeiro:a) Deve e n c e r ra r a sessão e, depo is de n e go c ia r e c o n s e g u i r preço ju s to e adequado, m e s m o

que não tenha havido recurso , e n c a m in h a r o processo para a a u to r ida de c o m p e te n te faze r a ad ju d icação .

b) Deve faze r a ad ju d icação m e s m o es tando o preço ac im a do es t im ado , po rque vedada a negociação.

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c] Deve d e c la ra r f r u s t ra d o o pregão e e n c e r ra r o le ilão sem ad ju d ic a r po rque o preço está ac im a do es t im ad o .

d] Pode ig n o ra r a proposta do p r im e i ro c lass i f ic ado , po rque s u p e r io r ao preço de referência , e n e go c ia r com o segu nd o c lass i f ic ado .

e] Pode ne go c ia r com o v enc ed o r para m e lh o r a r o preço.

29. (Cespe - 2009 - OAB - Exame de Ordem Unificado) Acerca de pregão, assinale a opção correta.a] A ap licação do pregão e le t rôn ico é res tr i ta ao â m b i to federa l .b] A l i c itação po r m e io do pregão é c ons ide rada dese r ta quando n e n h u m dos in te ressados é

s e lec ionado em d e co rrênc ia de in ab i l i tação ou desc lass i f icação .c] Caso o l ic i tan te v e n c e d o rs e ja inab il i tado, o p regoe iro deverá d e c la ra ra l i c itação f racassada

e rea l iz a r novo p ro ce d im en to .d] Exam inada a proposta c lass i f ic ada em p r im e i ro lu ga r , quan to ao ob je to e ao va lo r , caberá

ao pregoe iro de c id i r m o t iv a d a m e n te a respe i to da sua ace i tab i l idade .

30. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) Nas licitações conduzidas sob a moda­lidade de pregão, depois de abertos os envelopes:a] De hab i l i tação, os c o n c o r re n te s hab i l i tados poderão faze r lances sucess ivos , até que se

v e r i f ique a m e lh o r o fer ta .b] C on tendo as propostas com e rc ia is , poderão faze r lances sucess ivos os l ic i tan tes que o fe ­

rece re m preço não s u p e r io r a 10% da m e lh o r o fer ta .c] Con tendo as propostas c om e rc ia is , todos os l i c i tan tes ha b i l i tados poderão faze r lances

sucess ivos .d] C on tendo as propostas com e rc ia is , poderão fa ze r lances sucess ivos os l ic i tan tes com as

t rês m e lh o re s o fer tas , em q u a lq u e r caso.e] De hab i l i tação, apenas poderão fa ze r lances sucess ivos os l ic i tan tes com as t rês m e lh o re s

o fer tas , em q u a lq u e r caso.

31. (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) A modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecim ento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais, denom ina-se:a] Convi te .b] Reg is t ro de Preço.c] Le ilão.d] Tomada de Preço.e] Pregão.

32. (FUNIVERSA- 2 0 1 0 - M T u r-A g en te Administrativo) Com referência à modalidade de licitação denominada pregão, regida pela Lei n* 10.520/2002, assinale a alternativa correta.a] 0 pregão pode se r usado na aquis ição de q u a lque r bem, mas não para serviços especializados.b] Todo pregão necessita da ju s t i f ica t iva de aqu is ição do bem, de o rç a m e n to dele e de de f in ição

de seu ob je to de fo rm a precisa , su f ic ie n te e c la ra , não sendo adm iss íve is espec i f icações excess ivas, i r re levan tes ou desnecessá r ias .

c] 0 pregão precisa s e r rea lizado com a presença dos pa r t ic ip an tes , a f im de p o ss ib i l i ta r a fase de lances.

d] Pregoe iro é o se rv ido r do órgão ou en te p ro m o to r do pregão, enca rregado de cond uz ir o p roced im en to , no que é aux i l iado por uma equipe de apoio; esta equipe deve s e r composta , m a jo r i ta r iam en te , por serv idores ocupantes de cargos de di reção ou assessoram ento superior.

e] A convocação dos in te ressados para o pregão deve fa ze r -s e ex c lus iv am e n te po r m e io de pub l icação na im p re nsa of ic ia l .

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33. (FCC - 2011 - INFRAERO - Analista de Sistemas) O pregão, previsto na Lei n* 10.520/2002:a) Não poderá s e r adotado para a aqu is ição de bens e serv iços com u ns .b) C o rrespo nd e à m o d a l id ad e de l i c itação em que a d isputa não poderá s e r fe ita po r m e io de

propostas e lances em sessão públ ica .c) Poderá s e r rea lizado po r m e io da u t i l i zação de rec u rs os de tecno log ia de in fo rm ação , nos

te rm o s de re g u la m e n ta ç ã o específ ica.d) C o rrespo nd e à m o d a l id ad e de l ic itação dest inada apenas à União Federa l.e) Trata de m o d a l id ad e l i c i ta tó r ia em que não são ap licáveis, s u b s id ia r ia m e n te , as n o rm a s da

Lei n^ 8.666/1993, dada a espec i f ic idade da d isc ip l ina lega l que lhe é ap licável .

34. (FUNIVERSA - 2010 - MTur - Adm inistrador) Assinale a alternativa que NÃO encontra am paro na legislação de regência da modalidade pregão na forma eletrônica.a) No caso de pregão p rom ov ido po r ó rgão in teg ran te do S is tem a de Serv iços Gerais (SISG], o

c re de n c ia m e n to do l ic itan te , bem com o a sua m a nu tenção , depende rá de reg is t ro a tua l izado no S is tem a de C a d a s t ra m e n to Un if icado de Fo rnecedores (SICAF).

b) 0 uso da senha de acesso pelo l i c i tan te é de respo nsab i l id ad e exclus iva deste, in c lu in do q u a lq u e r t ra nsa çã o e fetuada d i re ta m e n te ou po r re p res en tan te do l ic itan te , não cabendo ao p rovedo r do s is tem a ou ao órgão p ro m o to r da l i c itação respo nsab i l id ad e po r even tua is danos d e co r ren tes de uso indevido da senha, a inda que po r te rce i ros .

c) Nas l i c itações para aqu is iç ão de bens e serv iços c om u ns , será o b r iga tó r ia a m o da l id ad e pregão na fo rm a e le trôn ica .

d) 0 s is tem a e le t rôn ico e n ca m in h a rá aviso de fe ch a m e n to im in e n te dos lances, após o que t r a n s c o r re rá per íodo de te m p o de até t r in ta m inu tos , a le a to r ia m e n te d e te rm in a d o , f indo o qu a l será a u to m a t ic a m e n te en ce rrada a recepção de lances.

e) Quando a desconexão do pregoe iro p e rs is t i r po r te m p o s u p e r io r a dez m inu tos , a sessão do pregão na fo rm a e le trôn ica será suspensa e re in ic ia da s o m e n te após c om u n icaç ão aos pa r t ic ip an tes , no endereço e le t rôn ico u t i l izado para d ivu lgação.

35. (FCC - 2011 - TJ-PE - Juiz) É regra estranha ao tratam ento legal da modalidade de licitação dita pregão, em term os de norm as gerais, a que determ ina que:a) No c u rso da sessão, o a u to r da ofer ta de v a lo r m a is baixo e os das o fe r tas com preços até

20% su p e r io re s àque la poderão fa ze r novos lances ve rba is e sucess ivos , até a p ro c lam a çã o do vencedor.

b) 0 prazo f ixado para a ap resen tação das propostas , contado a p a r t i r da pub l icação do aviso, não será in fe r io r a 8 dias úteis.

c) Para ju lg a m e n to e c la ss i f icação das propostas, será adotado o c r i té r io de m e n o r preço, observados os prazos m á x im o s para fo rn e c im e n to , as espec i f ic ações técn icas e p a râ m e t ro s m ín im o s de d e se m p e n h o e qua l idade de f in idos no edita l.

d) Examinada a proposta c lass i f ic ada em p r im e i ro lu ga r , quan to ao ob je to e va lo r , caberá ao pregoe iro d e c id i r m o t iv a d a m e n te a respe i to da sua ace i tab i l idade .

36. (FCC - 2010 - TRE-RS - Analista Judiciário) Para a aquisição de m ateriais de informação, as bibliotecas ligadas à adm inistração pública devem seguir a legislação pertinente. Nesse aspecto, destaca-se nos últimos anos o pregão eletrônico, que tem como característica:a) In fo rm a r os l i c i tan tes , im e d ia ta m e n te após o té rm in o da sessão públ ica , d o v a l o r d o m e n o r

lance oferec id o .b) P e rm i t i r aos l i c i tan tes , es tando aber ta a etapa com pet i t iva , e n c a m in h a r lances ta n to por

me io im p re ss o com o pelo s is tem a e le trôn ico .c) Ser rea lizado em sessão públ ica , u t i l izando tecno log ia da in fo rm a ç ã o que p rom ove a c o m u ­

nicação pela in te rn e t .

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d] Im p e d i ra disputa do segundo ou te rce i ro lugares, caso o fo rnec ed o r c lass i f icado em p r im e iro lu g a r não honre o preço o fer tado.

e) D ispen sa ra necessidade de c ada s t ra m e n to do fo rnec ed o r que pre tende c o n c o r re rá l ic itação.

37. (FCC - 2010 - DNOCS - Agente Administrativo) No que diz respeito ao Decreto n* 5.450/2005, é INCORRETO a firm ar que à autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas no regimento ou estatuto do órgão ou da entidade, cabe:a] A d ju d ic a r o ob je to da l ic itação, quando ho uve r re - curso .b] Ind ica r o p rovedo r do s is tem a .c] D e te rm in a r a a b e r tu ra do processo l ic i ta tó r io .d] D i r ig i r a etapa de lances.e] H o m o lo g a r o resu l tad o da l i c itação.

38. (FCC - 2008 - TRT - 2* Reg. - Analista Judiciário) Referente à fase externa do pregão, é IN ­CORRETO afirm ar:a] A be r ta a sessão, os in te ressados ou seus rep resen tan tes , ap re s e n ta rã o de c la ração dando

c iência de que c u m p re m p len a m e n te os requ is i tos de hab i l i tação e en t reg a rã o os enve lopes con tendo a ind icação do obje to e do preço o ferec id os .

b] Do aviso para convocação dos in te ressados c ons ta rã o a de f in ição do ob je to da l ic itação, a ind icação do loca l, dias e ho rá r io s em que poderá s e r l ida ou obtida a ín tegra do ed ita l.

c] 0 prazo fi xado para a ap resen tação das propostas, contado a p a r t i r da pub l icação do aviso, não será s u p e r io r a oi to dias úteis.

d] No c u rso da sessão, o a u to r da ofer ta de va lo r m a is baixo e os das o fe r tas com preços até dez po r cento s u p e r io re s àque la poderão fa ze r novos lances ve rba is e sucess ivos , até a p ro c lam a çã o do vencedor.

e] Exam inada a proposta c lass i f ic ada em p r im e i ro lu ga r, quan to ao ob je to e va lo r , caberá ao pregoe iro de c id i r m o t iv a d a m e n te a respe i to da sua ace i tab i l idade.

39. (Cespe - 2008 - MTE - Agente Administrativo) No pregão, os licitantes devem apresentar, prim eiram ente, as suas propostas e, somente depois de encerrada a fase competitiva, inclusive com possibilidade de lances verbais e sucessivos, com vistas à obtenção do m enor preço, é que se dará a análise dos documentos de habilitação do licitante vencedor.( ) CERTO ( ) ERRADO

40. (DENSM - Marinha do Brasil - Quadro de Oficiais) Em relação ao pregão, é correto a firm ar que:a] Não c o r res po nde a um a m o d a l id ad e de l ic itação publ ica .b] A p l ic a -se e x c lus iv am e n te no â m b i to da União.c] M o s t ra -se ap l icáve l à aqu is iç ão de q u a is q u e r bens e serv iços cons id e rad os c om u ns .d] Não poderá s e r rea lizado po r m e io da u t i l i zação de recu rsos de tecno log ia da in fo rm ação .e] É ap l icáve l s o m e n te para a aqu is ição de bens.

41. (FCC - 2007 - TRF- 2* Reg. - Técnico Judiciário) Em relação à modalidade de licitação deno­minada pregão, é INCORRETO afirm ar:a) Se a ofer ta do l i c i tan te v enc ed o r não fo r ace i táve l , o p regoe iro e x am in a rá as o fe r tas s u b s e ­

q uen tes e a qua l i f icação dos l ic itan tes , na o rd em de c lass i f ic ação, e ass im suce ss ivam en te , até a apuração de um a que a tenda ao ed ita l.

b] Dec la rado o vencedor , q u a lq u e r l ic i tan te poderá, no prazo de t rês dias, in te rp o r recurso, podendo a p re s e n ta r os d e m a is l i c i tan tes , con t ra razões, em igua l prazo, contado a p a r t i r da pub l icação da decisão que rec eb e r o recurso .

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c) Aberta a sessão, os l i c itan tes ap resen tam dec laração de que c u m p re m todos os requ is itos de hab i l i tação e en t reg a rã o os enve lopes con tendo a ind icação do obje to e do preço oferec id os , p ro ce de ndo -se à sua im ed ia ta ab e r tu ra .

d) No c u rso da sessão, o a u to r da ofer ta de v a lo r m a is baixo e os das o fe r tas com preços até 10% (dez po r cento) su p e r io re s àque la poderão faze r novos lances ve rba is e sucess ivos , até a p ro c lam a çã o do vencedor.

e) Se, a lém da ofer ta de v a lo r m a is baixo, não houver pelo m e no s duas ou t ras com preço s u p e r io r , m as até o l im i te dos 10% da ofer ta com preço ma is baixo, poderão os l ic i tan tes das m e lh o re s propostas, até o m á x im o de t rês, o fe rec e r novos lances ve rba is e sucess ivos , qu a is q u e r que se jam os preços o ferec id os .

42. (FCC - 2009 - TRT - 7* Reg. - Analista Judiciário)a) Pela sessão em que os in te ressados ou seus rep re s e n ta n te s ap re s e n ta m de c la ração dando

c iência de que c u m p re m p le n a m e n te os requ is i tos de hab i l i tação e e n t re g a m os enve lopes con tendo a ind icação do ob je to e do preço o ferec id os .

b) Pela a b e r tu ra dos enve lopes con tendo a ind icação do obje to e do preço o ferec idos e v e r i ­f icação da c o n fo rm id a d e das propostas com os requ is i tos es tabe lec idos no in s t ru m e n to convocató r io .

c) Com a convocação dos in te ressados po r m e io de pub l icação de aviso.d) pela sessão públ ica rea lizada para rece b im e n to das p ropostas ap resen tad as pelos in te re s ­

sados.e) Pela com provação , pe los in teressados, da ex is tênc ia dos poderes necessár ios para f o r m u ­

lação de p ropostas e para a prá tica de todos os de m a is atos ine ren tes ao ce r ta m e .

43. (DENSM - Marinha do Brasil - Quadro de Oficiais) Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade de licitação que em prega, preferencialm ente, a forma eletrônica. Assinale a opção que apresenta essa modalidade.a) Convi te .b) C onco rrênc ia e le trôn ica .c) C oncurso .d) Pregão.e) Reg is t ro de preços m é d ios via in te rn e t .

44. (FCC - 2009 - TRT - 16* Reg. - Analista Judiciário) Na esfera Federal, a fase externa do pregão presencial será iniciada com a convocação dos interessados e observará, dentre outras, às seguintes regras:a) Para ju lg a m e n to e c lass i f icação das propostas , será adotado o c r i té r io de m a io r preço, o b ­

se rvados os prazos m á x im o s para fo rn e c im e n to , as espec i f icações técn icas e p a râ m e t ro s m ín im o s de d e se m p e n h o e qua l idade de f in idos no edita l.

b) Cópias do ed i ta l e do respect ivo aviso se rão co lo cadas à d ispos ição de q u a lq u e r pessoa para c onsu l ta e d ivu lgadas na in te rn e t na hom e pa ge do T r ib u n a l de Contas da União.

c) Os l ic i tan tes deverão a p re s e n ta r os d o cu m e n to s de hab i l i tação m e s m o que já cons tem do S is tem a de C a d a s t ra m e n to Un if icado de Fo rnecedores - Sicaf.

d) 0 prazo f ixado para a ap resen tação das propostas , contado a p a r t i r da pub l icação do aviso, não será s u p e r io r a 08 dias úte is .

e) 0 re c e b im e n to das p ropostas será fe ita em sessão fechada, no dia, hora e loca l des ignados.

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45. (FCC - 2009 - TRT - 15* Reg. - Analista Judiciário) O prazo de validade das propostas no pregão presencial, se outro não for fixado no edital, é de:a] 03 (três ] meses.b] 06 (seis] meses.c] 30 ( tr in ta ) dias.d] 60 (sessenta) dias.e] 120 (cento e v in te ] dias.

46. (Cespe - 2009 - PGE-PE - Procurador de Estado) Com relação à modalidade de compra de­nominada pregão no âmbito da adm inistração pública estadual, assinale a opção correta.a] 0 s e rv id o r m i l i t a r não pode exercer as fu nções de p regoe iro .b] 0 pregão e le t rô n ico pode s e r ap licado às l i c itações para locações im o b i l iá r ia s e a l ienações

em gera l.c] A s ec re ta r ia de p la n e ja m e n to e gestão do Estado é o órgão ge s to r do s is tem a pregão na

fo rm a e le trôn ica .d] 0 prazo de va lidade das propostas deve ser, regra ge ra l , de cento e o i ten ta dias.e] S om en te são ex ig idos do cu m e n to s de hab i l i tação do l ic itan te c lass i f ic ado em p r im e i ro lugar,

sendo vedada a ap resen tação de q u a lq u e r d o c u m e n to que possa id e n t i f i ca r os in te ressados em p a r t ic ip a r do ce r ta m e .

47. (DENSM - Marinha do Brasil - Quadro de Oficiais) Em relação à modalidade de licitação pregão, a quem cabe hom ologar o resultado do certame?a] Ao p regoe iro .b] Ao p res iden te da com issão de l ic itação.c] A au to r ida de com p e te n te .d] A q u a l q u e r m e m b r o d a e q u ip e d e a p o io .e] Ao M in is t ro de Estado.

48. (FCC - 2010 - MPE-RS - Agente Administrativo) No pregão presencial, disciplinado pela Lei n2 10.520/2002, depois de declarado o vencedor, qualquer licitante poderá m anifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer. A falta dessa declaração:a] Im p l ica rá a p re sc r ição do d i re ito de recurso .b] Im p l ica rá a p re c lusão do d i re ito de r e c o r re rc] Não im pe d irá o l ic i tan te pe rd e d o r de a p re s e n ta r recu rso após a ad jud icação.d] Im p o r ta rá a decadência do d i re i to de recurso , mas não a ad ju d ic ação do ob je to da l ic itação

pelo p regoe iro ao vencedor.e] Im p o r ta rá a decadência do d i re i to de recu rso e a ad jud icação do ob je to da l ic itação pelo

pregoe iro ao vencedor.

49. (Cespe - 2011 - ECT - Analista de Correios) No pregão, os licitantes podem m anifestar intenção de recurso contra o resultado do certam e somente depois de adjudicado o objeto.( ) CERTO ( ) ERRADO

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C a p í t u l o 23

Parceria Público-Privada - PPP'

As Parcerias Público-Privadas - PPPs são modalidades específicas de contratos de concessão, instituídas e reguladas pela Lei n- 11.079, de 30/12/2004.

Frise-se, de plano, que, por se tratar de uma lei que estabelece norm as gerais, é aplicável a todos os entes federativos.2

2 3 .1 . A motivação e os objetivos das PPPsA escassez de recursos necessários para o desenvolvim ento eficiente dos

serviços a serem prestados à com unidade e o constante surgim ento de inovações p rocedim entais e tecnológicas im pulsionaram o Estado a desenvolver m eca­nismos que reduzissem a sua ação m onopolista, o que determ inou um a m aior aproxim ação com a iniciativa privada. Dessa form a, diante de um enorm e déficit fiscal, viu-se o País, na últim a década, envolvido num a transição im portante: do Estado-empresário para o Estado-regulador, acentuando-se as várias formas de parcerias com o setor privado.

Nesse contexto, veio à tona, em 1995, a Lei Geral de Concessões dos Serviços Públicos (Lei n- 8.985/1995), seguida das delimitações de marcos regulatórios, com o surgimento das Agências Regulatórias que se fizeram necessárias em virtude do processo de privatização desenvolvido em grande escala, de modo a dotar o Estado de um sistema eficaz de controle.

Sem dúvida, essa transformação de Estado provedor para Estado regulador determ inou uma forte modificação na cultura burocrática do País.

Não obstante, enorm es gargalos de infraestrutura persistiram: rodovias em péssimo estado; malha ferroviária extremam ente precária; portos deficientes; sane­amento público insuficiente etc.

Nesse contexto, na busca da alavancagem do desenvolvimento, grassou no País a ideia das Parcerias Público-Privadas (PPPs) que, já tendo sido utilizadas

1 Para aprofundam ento no tema, sugere-se a leitura de nosso Parceiia Público-Privada Passo a Passo (Comentários à Lei n- 11.079/2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de PPP na Administração Pública) (2. ed. Ed. Fórum).2 Em enta da n2 11.079/2004: Institui normas gerais para licitação e contratação de parceiia público-privada no âmbito da administração pública.

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até mesmo no Brasil no século XIX, tom ou nova força nos tem pos m odernos, inicialm ente na Inglaterra, nos idos de 90, espraiando-se, enfim, pelo m undo, caracterizando-se, como o próprio nom e indica, como uma parceria entre o Es­tado e a iniciativa privada objetivando a im plantação (ou gestão), no todo ou em parte, de serviços, em preendim entos e atividades de interesse público, na qual o financiam ento e a responsabilidade pelo investim ento e exploração seriam do parceiro privado, m ediante um a contraprestação da Adm inistração Pública garantidora do em preendim ento.

Portanto, o objetivo das PPPs, em rápida síntese, é atrair o setor privado para investimentos em projetos de infraestrutura de grande vulto, necessários ao desenvol­vimento do País, cujos recursos públicos envolvidos excedam a capacidade do Estado.

2 3 .1 .1 . Diretrizes para os contratos de PPPO art. 4- da Lei n - 11.079/2004 fixa os mecanismos para o alcance dos objetivos

das PPPs, prescrevendo diretrizes para os contratos.Segundo a ciência da Administração, um bom processo de planejam ento tem

início com a fixação de objetivos, a partir dos quais são estabelecidas políticas, di­retrizes e metas.

Consoante a dicção de Aurélio Buarque de Holanda, o termo “diretriz” deve ser entendido como um conjunto de instruções ou indicações para levar adiante um plano, uma ação etc.3

Diretrizes, como leciona Chiavenato, são princípios estabelecidos que possi­bilitam o alcance dos objetivos pretendidos, sendo instrum entos utilizáveis para a localização dos meios adequados para seu atingim ento.4

Em face ao exposto, vê-se que diretrizes são normas procedimentais básicas; obrigatórias, portanto, nas PPPs, sem as quais o contrato se desnaturaria.

São diretrizes para as Parcerias Público-Privadas:- eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos re­

cursos da sociedade;- respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes

privados incumbidos da sua execução;- indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do

poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;- responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;- transparência dos procedim entos e das decisões;- repartição objetiva de riscos entre as partes;- sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de

parceria.

3 Cf. FERREIRA. Novo dicionáno da língua portuguesa.4 CHIAVENATO, Idalberto. Teoiia geral da administração, p. 387.

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É o que informa o texto legal:

Art. ¥ Na contratação de parceria público-privada serão observadas as se ­guintes diretrizes:I - eficiência no cu m p r im e n to das missões de Estado e no e m p re g o dos re ­cursos da sociedade;II - respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da sua execução;III - in de legab il idade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras a t iv idades exclusivas do Estado;IV - responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;V - transparência dos procedim entos e das decisões;VI - repart ição ob jetiva de riscos entre as partes;VII - sustentabil idade f inanceira e van tagens socioeconômicas dos projetos de parceria.

As diretrizes que apontam para o compartilham ento de riscos e a sustentabi­lidade dos projetos de parceria (art. 4-, incisos VI e VII) demonstram a cristalina intenção do legislador no sentido de minimizar o risco do parceiro privado na implantação de um projeto de PPP, já que ainda há, em função das dificuldades encontradas e a falta de participação do Poder Público quando do surgimento de problemas que necessitam de apoio governamental para serem resolvidos, enorm e suspeita e grande receio por parte dos particulares nas possíveis celebrações de contratos com a Administração.

A inserção nas PPPs dos princípios de repartição objetiva de riscos e de sus­tentabilidade financeira é uma prova cabal de que o Poder Público brasileiro está buscando superar antigos maus costumes.

2 3 .2 . As espécies de contratos de concessão das PPPsA Lei n- 11.079/2004 estabelece duas espécies de contratos administrativos de

concessão nas PPPs: concessão patrocinada e concessão administrativa.Concessão patrocinada é o contrato de concessão de serviços públicos ou de

obras públicas descrita na Lei n- 8.987/1995,5 que envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, a contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Admi­nistração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecim ento e instalação de bens.5 Lei que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal

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Vide textos legais:Art. 2 e Parceria público-privada é o contrato adm in istrativo de concessão, na m o d a l id a d e patrocinada ou adm inistra tiva .§ 15 Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei ne 8 .9 8 7 , de 13 de fevere iro de 1 9 9 5 , quand o e n ­volver, ad ic iona lm en te à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.§ Concessão adm inistra tiva é o contrato de prestação de serviços de que a Adm inistração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fo rn ec im en to e instalação de bens.

E possível vislumbrar a aplicação prática de PPP na modalidade Concessão Admi­nistrativa nos sistemas prisionais e hospitalares, com a entidade privada assumindo a responsabilidade da gestão eficiente de prisões ou hospitais, auferindo, por tal serviço, uma contraprestação pecuniária atrativa paga pelo Estado (sendo factível, nos termos da Lei, a existência de cláusulas contratuais que determ inem certas obrigações de execuções de obras ou instalações de bens).6

0 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:o § 39do art. 2eda Lei n5 11.079/2004 registra taxativamente que não constitui PPP a con­cessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei ne 8.987/1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

2 3 .3 . Vedações à celebração de PPPsÉ vedada a celebração de PPPs (art. 2-, § 42 da Lei n- 11.079/2004):- cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de

reais);- cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos (o

período máximo é de 35 anos); ou- que tenha como objeto único o fornecimento de mão de obra, o forneci­

mento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

b No âmbito federal, a concessão administrativa foi adotada no cham ado Complexo Datacenter, firm ada a PPP com o Consórcio D atacenter (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), pelo prazo de 15 anos, no valor de R$1 bilhão (um bilhão de reais), tendo como objeto a prestação de serviços de gerenciamento, m anutenção e operação da infraestrutura predial do complexo, a ser edificado em terreno de propriedade do Banco do Brasil, em Brasília, com o intuito de abrigar infraestrutura de T I na m odalidade de “C O -L O C A T IO N ”. O utro exemplo foi a concessão administrativa celebrada no Estado da Bahia área de saneam ento básico, visando à construção, operação e manutenção de Sistema de Disposição Oceânica do Jaguaribe. A contratação foi realizada pela EMBASA — Empresa Baiana de Água e Saneamento, sendo o serviço prestado diretamente a esta, a qual será responsável por rem unerar 100% o parceiro privado.

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2 3 .4 . A Sociedade de Propósito Específico - SPEUma particularidade que chama a atenção nos acordos de PPPs, diferenciando-os

bastante das concessões tradicionais, é a necessidade de constituição pelo parceiro privado, antes da celebração do contrato, de uma pessoajurídica, denom inada pela lei de Sociedade de Propósito Específico - SPE, designadas para a assunção das ta­refas de implantação e gestão do objeto da parceria (art. 9- da Lei n- 11.079/2004).

Entender o que seria uma SPE não chega a ser difícil, uma vez que o próprio nome já indica o porquê de sua existência: o atingimento de um único objetivo.

Em face de suas semelhanças com a tradicional forma de associação denom ina­da consórcio, as SPEs têm sido muito confundidas com os Consórcios Societários. Confrontando-se, todavia, os instrumentos, ver-se-á que tais sociedades possuem características especiais que as tornam mais seguras e práticas nas relações entre as empresas. Dentre outras diferenças, avulta a questão da personalidade jurídica: embora seja o consórcio dela destituído, é obrigado o cadastramento no CNPJ, o que, entretanto, não o torna passível de obrigações tributárias (como, por exemplo, emitir uma nota fiscal para recolhim ento de ICMS).

Noutra banda, as SPEs são sociedades com personalidade jurídica, escrituração contábil e demais características comuns às empresas limitadas ou sociedades anôni­mas, sendo, também, uma sociedade patrim onial que, diversamente dos consórcios, pode adquirir bens móveis, imóveis e participações.

Dentre outras, uma justificativa plausível que já explicaria a exigência de cons­tituição de uma SPE nas PPPs seria a facilitação do controle exercido pela Adminis­tração sobre o cum prim ento do contrato.

Vide texto legal:

Art. 9g Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incum bida de im p lan ta r e gerir o ob jeto da parceria.§ 1 ̂ A transferência do controle da sociedade de propósito específico estará condicionada à autorização expressa da Adm inistração Pública, nos te rm os do edita l e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art . 2 7 da Lei n^ 8 .9 8 7 , de 13 de fevere iro de 1 9 9 5 .§ 2 - A sociedade de propósito específico poderá assumir a form a de com panhia aberta , com valores m obil iários adm it idos a negociação no m ercado.§ 3 2 A soc iedade de propósito específico d everá o b e d e c e r a padrões de governança corporativa e adotar contabil idade e dem onstrações financeiras padronizadas, conform e regu lam en to .§ 42 Fica v ed ad o à Adm inistração Pública ser titu lar da m aioria do capital vo tan te das sociedades de que trata este Capítulo.§ 5 - A vedação prevista no § deste artigo não se aplica à even tua l aquisição da m aioria do capital v o tan te da sociedade de propósito específico por insti­tuição f inanceira controlada pelo Poder Público e m caso de in a d im p le m e n to de contratos de f inanc iam en to .

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2 3 .5 . A Licitação nas PPPsConsoante o art. 10 da Lei n- 11.079/2004, a modalidade de licitação a ser

adotada para a contratação de parceria público-privada é a concorrência.Sobre a matéria, dispusemos no livro Parceria Público-Privada Passo a Passo (2. ed.

Fórum):A m o d a l i d a d e lic ita tória a ser a d o ta d a para a se leção do parceiro p r iv a ­do v is a n d o à c e leb ração do contra to d e PPP é a concorrênc ia . 0 art . 10 a p o n ta a m o d a l id a d e , m a s não a d e f in e , o q u e faz com q u e se infira q u e seu conceito é a q u e le prev is to na Lei Geral d e Licitações (a r t . 2 2 , § 1 fi, da Lei ng 8 . 6 6 6 / 1 9 9 3 ) . A concorrênc ia , c o n s o a n te p recon iza a Lei nfi 8 .6 6 6 , é a m o d a l i d a d e lic ita tória v o l ta d a para as co n tra taçõ es d e g ra n d e vulto , com l im i te m ín i m o prev is to . Tal m o d a l i d a d e possui m a io re s ex ig ên c ias , a lé m d e ser m a is d e ta lh is ta e m o ro s a , tu d o e m face dos e le v a d o s recursos f inance iros q u e e n v o l v e m a c o n tra tação q u e , por in te r m é d io d e la , se co n ­s ig nará . A lé m disso, está a A d m in is tra ç ã o o b r ig a d a a in s tau rá - la t a m b é m e m s ituações especia is , d e s co n s id eran d o , nesses casos, o valor: q u a n d o a in te n ç ã o é a de ad q u ir i r ou a l ie n a r b e m im ó v e l ou q u a n d o há a p re te n s ã o d e ce le b ra r u m contra to de concessão d e d ire ito real d e uso. Com a sanção da Lei ng 1 1 . 0 7 9 / 2 0 0 4 , m a is u m a s ituação espec ia l passou a ser prev is ta para u t i l ização da concorrência: os contratos d e PPP.

Vide texto legal:Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na m o d a l id a d e de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a: ( .. .)

Apesar de ter como alicerce as regras e os conceitos de Lei n- 8.666/1993, verifica-se que nas PPPs o certame não atenderá estritamente os procedim entos ditados na Lei geral. A concorrência para as PPPs tem contornos próprios, ino­vadores, extraídos da mais nova e evoluída modalidade licitatória, criada pela Lei n- 10.520/2002, que é o pregão.

Foi extremamente feliz o legislador nesse mister, considerando as inúmeras vantagens que a utilização do pregão tem demonstrado ao longo desses já alguns anos de aplicação, privilegiando a agilidade, a transparência, a economicidade e a comp etitividade.

2 3 .5 .1 . Condicionantes para a instauração da licitação de PPPA instauração do processo licitatório para os contratos de PPP está condicio­

nada à:- autorização da autoridade competente, fundam entada em estudo técnico;- elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos exercí­

cios em que deva vigorar o contrato de parceria público-privada;

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- declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas pela Administração Pública no decorrer do contrato são compatíveis com a lei de diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei orçamentária anual;

- estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes para o cumprimento, durante a vigência do contrato e por exercício financeiro, das obrigações contraídas pela Administração Pública;

- seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde o contrato será celebrado;

- submissão da m inuta de edital e de contrato à consulta pública, mediante publicação na imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por meio eletrônico, que deverá informar a justificativa para a contratação, a identificação do objeto, o prazo de duração do contrato, seu valor es­timado, fixando-se prazo mínimo de 30 (trinta) dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á pelo menos 7 (sete) dias antes da data prevista para a publicação do edital;

- licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental do em preendim ento, na forma do regulamento, sempre que o objeto do contrato exigir.

2 3 .5 .1 .1 . A Autorização da autoridade competenteAutorização da autoridade com petente, fundada em estudo técnico que de­

monstre:- a conveniência e a oportunidade da contratação, m ediante identificação

das razões que justifiquem a opção pela forma de parceria público-privada;- que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de resultados

fiscais previstas no Anexo referido no § 1- do art. 4- da Lei Complementar n- 101/2002, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aum ento perm anente de receita ou pela redução perm anente de despesa; e

- quando for o caso, conforme as normas editadas na forma do art. 25, a observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts. 29, 30 e 32 da Lei Complementar n- 101/2000, pelas obrigações contraídas pela Administração Pública relativas ao objeto do contrato.

23.5.1.1.1. A demonstração de conveniênciaA conveniência e a oportunidade (margem de discricionariedade quanto ao

mérito) são condições preliminares para a instauração da concorrência de PPP.A demonstração se faz necessária no processo, com total identificação das razões

justificadoras da opção pela parceria.

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23.5.1.1.2. A demonstração quanto às despesasA preocupação com os resultados fiscais, ante a Lei de Responsabilidade Fiscal

(LRF - Lei Com plem entar n- 101/2000), é fator im portante nas licitações de PPR Vide que o §1- do art. 4- da LRF prescreve que integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nom inal e primário e m ontante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

Vide texto legal:

Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na m o d a l id a d e de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a:I - autorização da autor idade c o m p e te n te , f u n d a m e n ta d a e m estudo técnico que dem onstre :a) a conveniência e a oportun idade da contratação, m e d ia n te identi ficação das razões que jus ti f iquem a opção pela fo rm a de parceria público-privada;b) que as despesas criadas ou au m e n ta d a s não a fe ta rão as m etas de resulta­dos fiscais previstas no A nexo referido no § 1g do art. 4^ da Lei C o m p le m e n ta r n5 101 , de 4 de m a io de 2 0 0 0 , deven d o seus efeitos f inanceiros, nos períodos seguintes, ser com pensados pelo a u m e n to p e rm a n e n te de receita ou pela redução p e rm a n e n te de despesa; ec) quando for o caso, conform e as norm as editadas na fo rm a do art . 25 desta Lei, a observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts. 29,3 0 e 32 da Lei C o m p le m e n ta r n5 101 , de 4 de m aio de 2 0 0 0 , pelas obrigações contraídas pela A dm inistração Pública relativas ao ob jeto do contrato;

2 3 .5 .1 .2 . A elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro e declaração de que as obrigações contraídas são compatíveis

As duas situações estão relacionadas às despesas públicas destinadas à expansão da atividade estatal, que sempre recebem tratamento mais severo no que diz respeito a sua geração.

O art. 16 da LRF determ ina que qualquer criação, expansão ou aperfeiçoa­mento de ação governamental, que acarrete aum ento da despesa pública, far-se-á acom panhado de: (a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; e (b) declaração dos ordenados das despesas de que o aum ento tem adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçam entária Anual, além de compatibilidade com o plano plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

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Vê-se, portanto, que o legislador da lei das PPPs apenas repetiu as recom enda­ções da LRF, adaptando-os ao contexto de parceria.

As despesas que venham a ocorrer sem o atendim ento dessas regras serão consideradas irregulares, lesivas, por conseguinte, ao patrim ônio público, com caracterização de crime de responsabilidade.

Vide texto legal:

Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação

na m o d a l id a d e de concorrência, estando a abertura do processo licitatório

condicionada a: ( .. .)

II - e laboração de estim ativa do im pacto orçam entário-f inanceiro nos exercícios

e m que deva vigorar o contrato de parceria público-privada;

III - declaração do ordenad or da despesa de que as obrigações contraídas pela

Adm inistração Pública no decorrer do contrato são com patíve is com a lei de

diretrizes orçam entár ias e estão previstas na lei o rçam entár ia anual;

2 3 .5 .1 .3 . Estimativa do fluxo de recursos suficientes para o cumprimento das obrigações

A regra é de fácil entendim ento, mas bastante dificultosa na prática. Estimar o fluxo de recursos com precisão em contratos de duração elevadíssima é, a nosso ver, tarefa para pitonisas.

Ivan Barbosa Rigolin tem a mesma opinião, asseverando que “(...) a possível trem enda dificuldade em se precisar de antemão o fluxo dos recursos públicos para atender um contrato imensamente vultoso e que pode durar até 35 anos, dificuldade essa que precisará ser arrostada, como for possível, por planejadores, economistas, orçamentistas e financistas públicos”.7

Vide texto legal:

Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação

na m o d a l id a d e de concorrência, estando a abertura do processo licitatório

condicionada a: ( .. .)

IV - es t im ativa do fluxo de recursos públicos suficientes para o c u m pr im ento , durante a vigência do contrato e por exercício financeiro, das obrigações con­traídas pela Administração Pública;

7 RIG O LIN . As PPP: parceiias público-privadas: breve análise jurídica. Fórum de C ontratação e Gestão Pública — FC G P p. 5319.

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2 3 .5 .1 .4 . Previsão do objeto no plano plurianual e submissão da minuta de edital e de contrato è consulta pública

A intenção é de total transparência, com novidades interessantes como a exigên­cia de submissão de minutas de editais e contratos à consulta pública. A regra legal vai fundo na ideia de que a ampla publicidade auxilia no controle da legalidade.

Vide textos legais:

Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na m o d a l id a d e de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a: ( .. .)V - seu objeto estar previsto no plano plurianual e m vigor no âm b ito onde o contrato será celebrado;VI - submissão da m inuta de edita l e de contrato à consulta pública, m e d ia n te publicação na im prensa oficial, e m jornais de grande circulação e por m e io eletrônico, que deverá in form ar a justificativa para a contratação, a identif icação do objeto, o prazo de duração do contrato, seu valor estim ado, f ixando-se prazo m ín im o de 30 ( tr in ta) dias para receb im ento de sugestões, cujo te rm o dar-se-á pelo m enos 7 (se te ) dias antes da data prevista para a publicação do edital;

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:0 prazo de 30 (trinta) dias para recebimento das sugestões constitui período mínimo, podendo a Administração estendê-lo, se julgar conveniente, considerando sempre a mag­nitude do objeto pretendido.

2 3 .5 .1 .5 . Licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental do empreendimento

Prescreve a Constituição Federal, em seu art. 225, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações.

Por conseguinte, o meio ambiente passou a constituir um direito fundam ental do ser hum ano, cabendo tanto ao governo quanto a cada indivíduo o dever de resguardá-lo.

A licença ambiental constitui-se num a autorização emitida pela autoridade com­petente a todos que queiram exercer seu direito à livre iniciativa, desde que atendam às necessárias precauções que resguardem o direito coletivo ao meio ambiente.

Conclui-se, consequentemente, que o sistema de licenciamento ambiental objeti­va o asseguramento de que não sejam praticados atentados contra o meio ambiente.

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Nas concessões tradicionais (regidas pela Lei n- 8.987/1995), a questão está re­gulada no art. 18, que determ ina que o Poder Público deverá observar nas licitações as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos.

Por sua vez, a Lei n- 8.666/1993 estabelece que os projetos básicos das licitações deverão considerar o adequado tratam ento do impacto ambiental dos em preendi­m entos (art. 6-, IX) e, nos projetos de obras e serviços (básicos ou executivos), deve­rão ser considerados, entre outros, os requisitos de impacto ambiental (art. 12, VII).

A Lei das PPPs, entretanto, vai além, exigindo, para a abertura do procedimento licitatório, a licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licencia­mento ambiental do em preendim ento, na forma do regulamento, sempre que o objeto do contrato exigir.

O objetivo, a princípio, como se vê, é já iniciar a licitação com a licença atesta- dora da viabilidade ambiental do procedim ento.

Estranham ente, entretanto, a lei autoriza a instauração da licitação até mesmo com a simples expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental do em pre­endimento.

Vide texto legal:

Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na m o d a l id a d e de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a: ( .. .)VII - licença a m b ie n ta l prévia ou expedição das diretrizes para o l icenc iam en­to am b ie n ta l do e m p re e n d im e n to , na fo rm a do regu lam en to , sem pre que o objeto do contrato exigir.

2 3 .6 . 0 instrumento convocatório da Licitação de PPPRegra já válida para as licitações oriundas das Leis n- 8.666/1993 (licitações

tradicionais) e n- 10.520/2002 (pregão), também para as licitações de PPP far-se-á obrigatória a anexação da m inuta do futuro contrato ao instrum ento convocatório da licitação (edital), medida essa de suma importância, porquanto permite que o interessado avalie o docum ento que celebrará e indique possíveis irregularidades (através de im pugnação), que poderão ser saneadas pela Administração, caso ju l­gadas pertinentes.

No tocante à submissão legislativa, além de sujeição lógica a ela, a Lei n- 11.079/2004 elenca dispositivos da Lei de Concessões (Lei n- 8.587/1995), m enciona o inciso III do art. 31 da Lei n- 8.666/1993, cita a garantia de proposta do licitante, e autoriza a adoção de mecanismos privados de resolução de conflitos, frisando a possibilidade do uso da arbitragem (a ser realizada em solo brasileiro e em língua portuguesa), nos termos da Lei de Arbitragem (Lei n- 9.307/1996).

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Vide texto legal:Art. 1 1 . 0 in s tru m en to convocatório conterá m in u ta do contrato, indicará exp ressam en te a submissão da licitação às norm as desta Lei e observará, no que couber, os §§ e do art . 15, os arts. 18, 19 e 21 da Lei n5 8 .9 8 7 , de 13 de fevere iro de 1 9 9 5 , poden do ainda prever:I - exigência de garant ia de proposta do licitante, observado o l im ite do incisoIII do art. 31 da Lei n^ 8 .6 6 6 , de 21 de ju nho de 1993 ;II - (VETADO)III - o e m p re g o dos m ecanism os privados de resolução de disputas, inclusive a arb i trag em , a ser realizada no Brasil e e m língua portuguesa, nos term os da Lei n5 9 .3 0 7 , de 23 de se tem b ro de 1 9 9 6 , para dir imir conflitos decorrentes ou relacionados ao contrato.Parágrafo único. 0 edita l deverá especificar, quando houver, as garantias da contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao parceiro privado.

2 3 .7 . 0 certame licitatório para a contratação de PPPsNas licitações para a contratação de PPPs, o certame licitatório, a princípio,

deverá obedecer aos procedim entos previstos na legislação vigente sobre licitações e contratos administrativos,ou seja, há de se ater as regras para a matéria constantes nas Leis n- 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações) e n- 8.987/1995 (Lei de Concessões).

O inciso I do art. 12 dá azo ã possibilidade de um uso de licitação que se po­deria intitular de m elhor técnica, com prévia verificação da qualificação técnica, inabilitando-se as proposições insuficientes, por não terem atingido a pontuação mínima prevista no instrum ento convocatório.

O inciso II do mesmo artigo admite como critérios de julgam ento, além do m enor valor da tarifa (art. 15, I, da Lei de Concessões) ou o referente à m elhor proposta em função da combinação da m enor tarifa com m elhor técnica (art. 15,II, da Lei de Concessões), os seguintes: menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração; ou a melhor proposta em função da combinação do critério de menor valor da contraprestação com o de melhor técnica.

Em resumo, compilando todos os possíveis procedim entos passíveis de adoção nas licitações de PPP, poderá a Administração optar dentre os a seguir elencados, com a ressalva da possibilidade da utilização de uma fase de qualificação técnica, com afastamento dos que não alcançarem a pontuação mínima determ inada no edital:a) menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado (inciso I do art. 15 da Lei

n- 8.987/1995) - critério objetivo, só utilizável para as concessões patrocinadas;b) melhor proposta em função da combinação do critério de menor tarifa ofertada

com o de melhor técnica (inciso II do art. 15 da Lei n- 8.987/1995) - critério subjetivo, porquanto, por mais que se procure estabelecer objetividade na ava­liação dos requisitos técnicos, a subjetividade sempre se fará presente;

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c) menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração Pública - critério objetivo e mais consentâneo com o princípio da licitação;

d) melhor proposta em função da combinação do critério de menor valor da con­traprestação a ser paga pela Administração com o de melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no instrumento convocatório - critério subjetivo, porquanto adota a avaliação técnica que é, como sabido, de uma subjetividade flagrante, conforme já comentado em “a”. Trata-se, efetivamente, da licitação do tipo técnica e preço, preconizada no § 1- do art. 46 da Lei n- 8.666/1993. Vide texto legal:

Art. 1 2 . 0 c e r tam e para a contratação de parcerias público-privadas obedecerá ao proced im ento previsto na legislação v ig en te sobre licitações e contratos adm inistrativos e ta m b é m ao seguinte:I - o ju lg a m e n to poderá ser precedido de e tapa de qualif icação de propostas técnicas, desclassificando-se os licitantes que não alcançarem a pontuação m ín im a , os quais não partic iparão das e tapas seguintes;II - o ju lg a m e n to poderá adotar com o critérios, a lé m dos previstos nos incisosI e V do art . 15 da Lei ng 8 .9 8 7 , de 13 de fevere iro de 1 9 9 5 , os seguintes:a) m e n o r valor da contraprestação a ser paga pela A dm inistração Pública;b) m e lh o r proposta e m razão da com binação do critério da alínea a com o de m e lh o r técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital;

Os incisos III e IV do art. 12 da Lei n - 11.079/2004 dão contornos ao instrumento convocatório da licitação de PPP.

O inciso III oferece opções de escolha à Administração ao elaborar o edital para a propositura dos preços pelos licitantes.

O instrum ento convocatório poderá prever a forma convencional: propostas escritas em envelopes lacrados; ou a m aneira inovadora - trazida ao ordenam ento jurídico pátrio pela m odalidade de licitação pregão - , que é a proposição escrita seguida de lances em viva voz.

O inciso IV traz novidade im portante para o mundo das licitações, porquanto permite que o edital admita o saneamento de falhas, complementação de insuficiên­cias e correções formais no curso do procedimento licitatório. E im portante ressaltar, todavia, que os saneamentos estão voltados para falhas formais, e nunca materiais, o que impossibilita, por exemplo, a inclusão de documentos faltantes.

O § 1- do artigo disciplina, no inciso I, a forma de atuar da comissão de licita­ção na hipótese de ocorrência de lances de viva voz (inciso III, “b”), inform ando, calcando-se mais uma vez nas regras do pregão, a obrigatoriedade de adoção de ordem inversa da classificação das proposições escritas.

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Assim, o licitante ofertante da proposta mais elevada será instado a apresentaro seu lance, procedendo-se do mesmo modo com os demais, com repetição do procedim ento até que mais nenhum tenha lance a oferecer.

Também fortem ente inspirado no pregão, o inciso II aventa a possibilidade de o edital restringir o oferecimento dos lances verbais aos licitantes que tenham apresentado propostas escritas até no máximo 20% (vinte por cento) superior ao valor da m elhor proposta.

Por fim, o § 2- deste art. 12, tentando minimizar a subjetividade intrínseca das avaliações técnicas, dispõe pela obrigatória necessidade da proclamação do resulta­do dessa verificação ser devidamente motivada, ou seja, que a comissão de licitação informe os parâm etros e os indicadores de resultados, alicerçada no que o edital detalhou referente às exigências, uma vez que a motivação dos atos consiste na ex­plicitação dos pressupostos a ele vinculados, caracterizando-se como uma garantia de moralidade administrativa.

Vide texto legal:

Art. 12. ( .. .)III - o edita l defin irá a fo rm a de apresentação das propostas econômicas, adm it in do-se:a) propostas escritas e m enve lopes lacrados; oub) propostas escritas, seguidas de lances e m viva voz;IV - o edita l poderá prever a possibil idade de s a n e a m e n to de falhas, de com - p lem en tação de insuficiências ou ainda de correções de caráter form al no curso do procedim ento , desde que o licitante possa satisfazer as exigências dentro do prazo f ixado no in s trum ento convocatório.§ 1* Na hipótese da alínea b do inciso III do coput deste art igo:I - os lances e m viva voz serão sem pre oferecidos na o rdem inversa da clas­sificação das propostas escritas, sendo v ed ad o ao edita l l im itar a quan t id ad e de lances;II - o edita l poderá restringir a apresentação de lances e m viva voz aos lici­tantes cuja proposta escrita for no m á x im o 2 0 % (v in te por cento) m a ior queo valor da m e lh o r proposta.§ 2 e 0 e x a m e de propostas técnicas, para fins de qualif icação ou ju lg a m e n to , será feito por ato m otivado, com base e m exigências, parâm etros e indicado­res de resultado pert inen tes ao objeto , defin idos com clareza e o b je t iv id ade no edita l .

Perseguindo os bons ventos do pregão, o art. 13 da lei das PPPs autoriza que a Administração preveja no edital licitatório a inversão de ordem das fases de habili­tação e julgam ento.

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O ptando pela inversão, a Administração obrigar-se-á a seguir um elenco deprocedimentos, a saber:a) com o encerram ento da etapa de classificação das propostas ou o oferecimento

de lances (dependendo da opção escolhida entre as indicadas nas alíneas “a” ou “b” do inciso III do art. 12), abrir-se-á o envelope de documentação do licitante m elhor classificado;

b) se este for habilitado, será declarado o vencedor da licitação;c) se inabilitado, examinar-se-á a documentação do licitante classificado em segun­

do lugar, e assim, sucessivamente, até que algum classificado seja considerado habilitado e, por conseguinte, declarado vencedor do certame;

d) com a obtenção de um vencedor, ao mesmo será adjudicado o objeto da licitação nas condições por ele propostas.Vide texto legal:

Art. 13. 0 edita l poderá prever a inversão da ordem das fases de habili tação e ju lg a m e n to , hipótese e m que:I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o o ferec im ento de lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do a te n d im e n to das condições fixadas no edital;II - verif icado o a te n d im e n to das exigências do edita l , o licitante será d ec la ­rado vencedor;III - inabil itado o lic itante m e lh o r classificado, serão analisados os docum entos habili ta tórios do licitante com a proposta classificada e m 2 2 (segundo) lugar, e assim, sucessivam ente, até que um licitante classificado a tenda às condições f ixadas no edital;IV - proc lam ado o resultado final do ce r tam e , o ob jeto será adjudicado ao v encedor nas condições técnicas e econôm icas por e le ofertadas.

QUESTÕES DE CONCURSOS1. (FCC - 2009 - DPE-SP - Defensor Público) Em relação aos Serviços Públicos, é INCORRETO

afirm ar:a) A concessão de serv iço púb l ico exige au to r ização Legislativa, l ic itação e x c lus ivam e n te pela

m o d a l id a d e c o n c o r rê n c ia , f o rm a l iz a ç ã o de c o n t ra to e prazo d e te rm in a d o , a b ra n g e n d o s o m e n te pessoas ju r íd ica s ou consórc io de em pre sa s .

b) 0 contra to de concessão pela chamada parceria públ ico-pr ivada deve se r precedido de l icitação, na m oda l idade concorrênc ia , sendo im presc ind íve l consu l ta pública e au tor ização legis la tiva quando se t ra ta r da hipótese de concessão patroc inada, por prazo s u p e r io r a 35 anos.

c) A conservação de praças, ja rd in s e can te i ros de avenidas, em troca de pub l ic idade loca l da pessoa ju r íd ica p res tado ra dos respect ivos serv iços, e n q u a d ra -se na cham ad a au to r ização de serv iços púb l icos , d ispensada l i c itação e au to r ização leg is la tiva.

d) A pe rm issão tem c a rá te r precár io , med ian te cont ra to de adesão tanto com p e ssoa s ju r íd ica s q uan to fís icas, a d m i t in d o q u a lq u e r m o da l id ad e de l ic itação.

e) A ins t i tu ição de um órgão ge s to r e a c r iação de um fu ndo G a ra n t id o r de Parcer ias P úb l ico - -P r ivadas são essenc ia is para as pa rce r ias pú b l ico -p r iv ad as em que a União f i g u ra r com o parce ira .

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2. (TJ-DFT - 2007 - TJ-DF - Juiz) Considerado o regim e da Lei n2 11.079/2004, assinale a a lte r ­nativa CORRETA:a) Não é a d m i t id a , na Licitação, a inversão da o rd em das fases de hab i l i tação e ju lg a m e n to .b) 0 c on t ra to de pa rce r ia p ú b l ico -p r iv ad a , desde que c e leb rado po r prazo s u p e r io r a c inco

anos, poderá te r com o ob je to ún ico a execução de obra públ ica .c) As cont ra tações de parcer ia púb l ico -pr iv ada poderão não envolver cont rapres tação pecuniá r ia

do parce iro púb l ico ao pa rce iro pr ivado.d) Nas concessões pa troc inadas poderá o c o r re r que m a is de 70% (se tenta po r cento) da re ­

m u n e ra ç ã o do parce iro pr ivado venha a s e r paga pela A d m in is t ra ç ã o Púb lica.

3. (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) 0 modelo das parcerias público-privadas estabelecido pela Lei Federal n2 11.079/2004 criou várias regras especiais para licitação e contratação das PPPs, criando situações inovadoras em comparação com as leis já existentes sobre licitações, contratos e concessões de serviço público. Porém, dentre as disposições dessa lei, NÃO pode ser considerada novidade a possibilidade de:a) Emissão de em p e n h o em nom e dos f inan c iado res do pro je to em re lação às ob r igações

pe cu n iá r ia s da A d m in is t ra ç ã o Púb lica.b) Inversão de fases no processo l ic i ta tó r io .c) Es t ipu lação de c láu su la a rb i t r a i para d i r im i r os con f l i tos c o n t ra tu a is .d) Ap l icação de pena l idade à A d m in is t ra ç ã o , pelo in a d im p le m e n to c on t ra tu a l .e) Ins t i tu ição de pessoa ju r íd ica de d i re ito pr ivado, cujo p a t r im ô n io serve com o ga ran t ia para

as ob r igações c o n t ra tu a is da A d m in is t ra ç ã o .

4. (FUMARC - 2011 - PREFEITURA DE NOVA LIMA - Procurador Municipal) Sobre parcerias público-privadas, regulada pela Lei n2 11.079, de 30 de dezembro de 2004, todas as opções são verdadeiras, EXCETO:a) Parcer ia p ú b l ico -p r ivad a é o c on t ra to a d m in is t ra t iv o de concessão, na m o da l id ad e p a t ro c i ­

nada ou ad m in is t ra t iva .b) Concessão pa troc inada é a concessão de serv iços púb l icos ou de obras púb l icas de que tra ta

a Lei n^ 8.987, de 13 de fevere iro de 1995, quando envolver, a d ic io n a lm e n te à ta r ifa cobrada dos usuá r ios , con t ra p re s ta çã o pecun iá r ia do parce iro púb l ico ao pa rce iro pr ivado.

c) É vedada a ce leb ração de c on t ra to de pa rce r ia pú b l ico -p r iv a d a : cujo va lo r do c on t ra to seja in fe r io r a R$ 20.000.000,00 (vinte m i lh õ e s de rea is); cujo per íodo de p res tação do serv iço seja in fe r io r a c inco anos; ou que tenha com o obje to o fo rn e c im e n to de mão de obra, o fo rn e c im e n to e ins ta la ção de e q u ip a m e n to s ou a execução de obra públ ica .

d) Não cons t i tu i pa rce r ia p ú b l ico -p r ivad a a concessão c o m u m , ass im en tend ida a concessão de serv iços púb l icos ou de obras púb l icas de que t ra ta a Lei nâ 8.987, de 13 de fevere iro de 1995, quando não envo lv er c on t ra p re s ta çã o pecun iá r ia do parce iro púb l ico ao pa rce iro pr ivado.

5. (Cespe - 2011 - TRF - 5* REG. - Juiz) Considere as situações hipotéticas I e II, a seguir.I - 0 Estado brasileiro deseja transferir para o setor privado o serviço de conservação e

manutenção de estradas com a instituição da cobrança de pedágio, cuja arrecadação será suficiente para a rem uneração de serviços e obras necessários ao atendim ento adequado dos usuários.

II - 0 Estado brasileiro deseja transferir para o setor privado a conservação e a manutençãode presídios, serviço que, por não ser autossustentável financeiram ente, dem andará o aporte de recursos públicos.

Com base nessas situações e na Lei n2 11.079/2004, que dispõe sobre PPPs, assinale a opção correta.

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a) É adm iss íve l a ce leb ração de c on t ra to de PPP na s i tuação I, de acordo com a d i s c r ic io n a ­r ie dade do a d m in is t rad o r .

b) É vedada a ce leb ração de c on t ra to de PPP em am ba s as s ituações .c) Cabe a ce leb ração de c on t ra to de PPP tan to na s i tuação I quan to na s ituação II, in d e p e n ­

d e n te m e n te de o e m p re e n d im e n to s e r a u to s su s te n tá v e l f in a n c e i ra m e n te ou não.d) P e rm i te -s e a ce leb ração de c on t ra to de PPP apenas na s ituação I, que t ra ta de e m p r e e n ­

d im e n to au to s su s te n tá v e l f i n a n c e i ra m e n te .e) Apenas na s ituação II, que t ra ta de e m p re e n d im e n to não a u tos su s ten táv e l f in a n ce i ra m e n te ,

a d m i te -s e a ce leb ração de c on t ra to de PPP.

6. (MPE-MS - 2011 - MPE-MS - Promotor de Justiça) Com relação às Parcerias Público-Privadasdisciplinadas pela Lei n2 11.079/2004, assinale a alternativa INCORRETA:a) É vedada a ce leb ração de c on t ra to de parce ira p ú b l ico -p r iv ad a cujo va lo r seja in fe r io r a

R$ 20.000.000,00 (vinte m i lh õ e s de reais).b) Deverá s e r const itu ída soc iedade de propós ito específ ico logo após a ce le bração do c ont ra to .c) 0 ed i ta l pa ra a c on t ra ta ção de pa rce r ias p ú b l ico -p r iv ad as de f in i rá a fo rm a de ap resen tação

das propostas econôm icas , a d m i t in d o -s e propostas escr i tas , segu idas de lance em viva voz.d) Na c on t ra ta ção de pa rce r ia p ú b l ico -p r iv ad a será observada a d i re t r i z de s u s ten tab i l id ad e

f inan ce ira e van tagens s oc ioe co nôm ic as dos pro je tos de pa rce ira .e) A pa rce r ia pú b l ico -p r iv a d a é c on t ra to a d m in is t ra t iv o de concessão que se en qu ad ra na

m o da l id ad e pa troc inada ou ad m in is t ra t iva .

7. (Cespe - 2007 - TJ-TO - Juiz) Acerca das parcerias na adm inistração pública, assinale a opçãocorreta.a) 0 c on t ra to de concessão se igua la ao de f ra nqu ia , dada pe la a d m in is t ra ç ã o , já que em

a m ba s se t ra n s fe re a execução do serv iço públ ico , c o ns e rv an do -s e a sua t i tu la r id a d e . Eles se d i fe re nc iam , po rém , na med ida em que s o m e n te no c on t ra to de concessão, e não no de f ra nqu ia , pode haver resc isão u n i la te ra l .

b) Por m e io da te rce i r ização d e m ã o d e o b r a , o Estado pode t r a n s f e r i r a a t iv id a d e - f im para que os p a r t ic u la re s a d e s e m p e n h e m em um reg im e de d i re ito pr ivado.

c) U m a das d i fe re nças en tre a pa rce r ia p ú b l ico -p r iv a d a e a concessão de se rv iço púb l ico re fe re -se à fo rm a de rem un eração , já que naquela haverá ne ce ssa r ia m e n te cont ra prestação pecun iá r ia do pa rce iro púb l ico ao parce iro pr ivado.

d) Os consórc ios são acordos f i rm ad os po ren t idades públ icas de qu a lque r espécie, ou entre estas e organizações particu lares, para a realização de objetivos de interesse com u m dos partíc ipes.

8. (Cespe - 2007 - TJ-TO - Juiz) Acerca das parcerias público-privadas, assinale a opção INCOR­RETA.a) A soc iedade de propós i to específ ico, que poderá a s s u m i r a fo rm a de c om p an h ia aberta ,

deverá o b ed ec e r a padrões de gove rnança c o rpo ra t iva e a d o ta r con tab i l id ad e e d e m o n s ­t ra çõe s f inan ce iras padron iz adas , c o n fo rm e re g u la m e n to , f icando vedado à a d m in is t ra ç ã o públ ica se r t i t u la r da m a io r ia do seu cap i ta l votante , salvo aquis ição po r ins t i tu ição f inance ira con t ro la da pelo p o de r púb l ico em caso de in a d im p le m e n to de c on t ra to s de f in a n c ia m e n to .

b) A c on t ra ta ção de pa rce r ia p ú b l ico -p r iv ad a será precedida de l ic itação na m o da l id ad e de conco rrê nc ia .

c) A con t ra pres tação da a d m in is t ra ç ã o públ ica , se previs ta em con t ra to , poderá p rever o pa ga ­m e n to de re m u n e ra ç ã o var iá ve l, v incu lada ao seu d e s e m p enh o , c o n fo rm e m e tas e padrões de qua l idade e d isp on ib i l id ade de f in idos no con t ra to .

d) C oncessão pa t roc in ada é o c o n t ra to de p res tação de se rv iços no qu a l a a d m in is t ra ç ã o públ ica é usuá r ia d i re ta ou ind ire ta , a inda que envolva execução de obra ou fo rn e c im e n to e in s ta lação de bens.

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9. (Esaf - 2010 - SMF-RJ - Fiscal) Sobre a Parceria Público-Privada (PPP), assinale a opção correta.a) São m o d a l id ad es de PPP a concessão pa troc inada e a concessão de uso.b) É possíve l que o ob je to do c on t ra to de PPP seja at iv idade re g u la tó r ia .c) A m o d a l id ad e de l ic itação para a PPP é a conco rrê nc ia , não se ad m i t in d o , po r tan to , a re a ­

lização de lances em viva voz no processo l ic i ta tó r io .d) 0 prazo de v igênc ia do c on t ra to de PPP pode s e r de até quaren ta anos.e) An tes da ce leb ração do c on t ra to de PPP, deverá s e r cons t i tu ída soc iedade de p ropós ito

específ ico, in cu m b ida de im p la n ta r e g e r i r o ob je to da parce r ia .

10. (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - Advogado) A respeito do regime jurídico aplicável às parcerias público-privadas, analise as afirm ações abaixo.I - Parceria público-privada é o contrato de concessão, na m odalidade patrocinada ou

adm inistrativa.II - Uma diretriz a ser observada na contratação de parceria público-privada é a repartição

objetiva de riscos entre as partes.III - A contratação de parceria público-privada deve ser precedida de licitação na modalidade

concorrência ou tomada de preços, invertendo-se a ordem das fases de habilitação e ju lgam ento.

Está correto APENAS o que se afirm a em:a] I. d] I e II.b] II. e] l e l l l .c] III.

11. (FCC - 2009 - DPE-MT - Defensor Público) Considere as seguintes assertivas, completando a frase inicial: “É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:I. cujo valor do contrato seja in ferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais)”.II. cujo período de prestação do serviço seja in ferior a 5 (cinco) anos”.III. que tenha como objeto único o fornecim ento de mão de obra, o fornecimento e instalação

de equipamentos ou a execução de obra pública.”Nos term os da Lei n2 11.079/2004, é correto o que se afirm a em:a) I, II e III. d] I e III, apenas.b) I, apenas. e) II e III, apenas.c) I e II, apenas.

12. (Cespe - 2009 - CEHAP-PB - Advogado) Considerando as Parcerias Público-Privadas e o tema da descentralização dos serviços públicos, assinale a opção CORRETA.a) Enquanto as concessões c om u ns , reg u la da s po r lei, são div id idas em concessões de serv iço

púb l ico s im p le s e concessões de serv iço púb l ico p reced id as de execução de obra públ ica , as PPPs se d iv idem em concessão pa troc inada e concessão a d m in is t ra t iva .

b) A ce leb ração de c on t ra to de PPP, q u a lq u e r que seja o va lo r envolv ido na con t ra tação , é au to r izada po r lei.

c) Com o os serv iços púb l icos ob je to de concessão e de p e rm iss ã o são pres tados po r pessoas ju r íd ica s de d i re i to pr ivado, os danos causados po r estas aos u suá r ios dos serv iços devem s e r reparados , desde que c om p rovado s o nexo de causa l idade e a cu lpa da c o n c e s s io n á r ia / p e rm is s io n á r ia na ocor rênc ia do evento danoso.

d) A do u t r ina b ras i le i ra é u n â n im e ao a f i r m a r que, caso a concess ioná r ia não tenha cond ições f inan ce iras de re p a ra r o dano po r ela causado ao usuá r io dos serv iços pres tados, o lesado som e n te poderá cob ra r da pessoa ju r íd ica de dire ito públ ico in terno que t ra ns fe r iu a execução dos serv iços se c o m p ro v a r que esse ente púb l ico c onco rre u para a oc or rê nc ia do evento danoso. Dessa fo rm a , a respo nsab i l id ad e s ubs id iá r ia do conceden te pressupõe a ex is tênc ia de cu lp a conco rre n te .

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13. (FGV - 2010 - SEFAZ-RJ - Fiscal) Com relação às parcerias público-privadas, disciplinadas pela Lei n£ 11.079/2004, analise as afirm ativas a seguir.I. Caso haja expressa previsão no edital de licitação de parceria público-privada, as pro­

postas econômicas podem ser apresentadas de forma escrita com lances posteriores em viva voz.

II. Não se adm ite a contratação de seguro-garantia de seguradoras não controladas pelo Poder Público como forma de garantia das obrigações contraídas pelo parceiro público.

III. É obrigatória a constituição de sociedade de propósito específico previamente à celebra­ção do contrato de parceria público-privada, na modalidade adm inistrativa ou patroci­nada, podendo esta assum ir forma de companhia aberta e negociar ações no mercado de valores mobiliários.

Assinale:a] Se s o m e n te a a f i rm a t iv a I es t ive r cor re ta .b] Se s o m e n te a a f i rm a t iv a II es t ive r co r re ta .c] Se s o m e n te a a f i rm a t iv a III es t ive r co r re ta .d] Se s o m e n te as a f i rm a t iv a s I e III es t ive rem cor re tas .e] Se s o m e n te as a f i rm a t iv a s II e III es t ive rem cor re tas .

14. (Cespe - 2010 - EMBASA - Analista de Saneamento) Concessão adm inistrativa é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei de Concessões, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.( ) CERTO ( ) ERRADO

15. (FUJB - 2011 - MPE-RJ - Analista) As Parcerias Público-Privadas disciplinadas na Lei n* 11.079/2004 são contratos administrativos:a] baseados na exp lo ração da at iv idade po r conta e r isco in te g ra l do parce iro pr ivado;b] que envo lvem um c o m p a r t i lh a m e n to de r is cos en tre a a d m in is t ra ç ã o e o parce iro pr ivado;c] não l im i ta d o s pelo v a lo r ou pela na tureza do seu ob je to ;d] que p re sc in d e m de prévia l ic itação;e] des t inados à in te rm e d ia ç ã o de mão de obra .

16. (FUNDEP - 2011 - MPE-MG - Promotor de Justiça) Nos term os da legislação específica (Lei n* 11.079/2004), na contratação de parceria público-privada (PPP) devem ser observadas algumas diretrizes. Assinale a opção INCORRETA, ou seja, aquela que não traduz uma dessas diretrizes legais.a] In de legab i l idade das funções de regu lação , j u r is d ic io n a l , do exercíc io do po de r de políc ia e

de ou t ras a t iv idades exc lus ivas do Estado.b] S us te n ta b i l ida de f inan ce ira e van tagens s oc ioe co nôm ic as dos pro je tos de parce r ia .c] Respe ito aos in te resses e d i re i tos dos de s t ina tá r ios dos serv iços e dos en tes p r ivados in ­

c u m b id o s da sua execução.d] E l im in aç ão de r is cos e secu r i t i za çã o de even tua is p re ju ízos em re lação ao c o n t ra ta n te

públ ico .

17. (Cespe - 2010 - IPAJM - Advogado - adaptada) O governo federal publicou, no Diário Oficial da União (DOU) de 22 /12 /2009, o edital de licitação da prim eira parceria público-privada (PPP) federal. Segundo informou o DOU, o objetivo é a contratação de em presa para concessão pa­trocinada do Serviço de Irrigação no Perím etro Pontal, em Petrolina - PE, precedido de obras de conclusão da in fraestrutura. A região conta com aproxim adam ente 33 m il hectares, dos

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quais 7,7 m il são irrigáveis. Podem participar pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras, entidades de previdência com plem entar, e fundos de investimento, isoladam ente ou em con­sórcio. 0 critério de ju lgam ento será o m enor valor da contraprestação (peso de 35%) combi­nado com m elhor técnica (peso de 65%), entendida como o m aior percentual de ocupação das áreas irrigáveis com pequenos agricultores integrados. 0 valor teto da contraprestação está fixado em R$ 202,3 m ilhões e o percentual m ínimo de ocupação com pequenos agricultores está fixado em 25%.A respeito do assunto abordado no texto acima, assinale a opção CORRETA.a) A lei que t ra ta de PPPs d e te rm in a que o p a r t i c u la r cons t i tua um a soc iedade de p ropós ito

específ ico para d e te r os ativos do pro je to e g e r i r o c on t ra to de PPP, inovando em re lação à Lei de Concessões, que não poss ib il i tava ao ed i ta l a previsão de ta l exigência .

b) 0 in s t ru m e n to convocató r io para a l i c itação poderá p rever o e m p re g o de m e c a n is m o s p r iva ­dos de reso lução de d isputas , com o a a rb i t ra g e m , para so lução de d ive rgênc ias de co r ren tes ou re lac ionadas ao c on t ra to , m e c a n is m o s estes cabíveis para d i r im i r q u a is q u e r espécies de conf l i tos .

c) Em sua moda l idade a dm in is t ra t iva , PPP é a concessão de serviços públ icos ou obras públ icas que envo lvam, a d ic io n a lm e n te á ta r ifa cobrada dos usuá r ios , c on t ra p re s ta çã o pecun iá r ia do po de r púb l ico ao pa rce iro pr ivado. C a ra c te r iza - se, ass im , pelo fa to de o concess ioná r io pe rce be r recu rsos de duas fo n tes, um a d e co r ren te do pa ga m e n to das respect ivas ta r ifas , e ou tra , de c a rá te r ad ic iona l , o r iund a de c o n t ra p re s ta çã o pecun iá r ia devida pe lo po de r c onceden te ao p a r t i c u la r con t ra ta do .

d) 0 le g is la d o r foi c la ro na concepção da PPP com o um a nova fo rm a de con t ra to , reg u la nd o seus aspectos proced im en ta is , d e te rm in a n d o que o seu reg im e afasta a ap licação do es ta tu to das l ic i tações e con t ra to s e da Lei de Concessões.

e) A lei das PPPs prevê a poss ib i l idade de se v in c u la r a re m u n e ra ç ã o do parce iro pr ivado ao c u m p r im e n to de ob r iga çõ es de resu l tad o p re v iam e n te es t ipu ladas . 0 p a r t ic u la r , a lém de a s s u m i r o c o m p ro m is s o de ob tenção do f in a n c ia m e n to da ativ idade, deve in c o rp o ra r a ob r igação do adequado d e s e m p enh o .

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G abarito

Capítulo 11 - ERRADO.2 - ERRADO.3 -E R R A D O . A - ERRADO.

Capítulo 21 - CERTO.2 - A .3 - C.

Capítulo 31 - CERTO.2 - A .3 -E R R A D O . A - D.

5 -C E R T O .

6 - B.7 -E R R A D O .

Capítulo 41 - B.2 - B.3 - A .A - D.

5 -C E R T O .6 -C E R T O .7 - a ] ERRADO b] ERRADO.

4 - E .5 -E R R A D O .

8 - D .9 -C E R T O .

10 - D.11 - CERTO.

12 - A.13 - C.

5 - D.6 - B. 7 - A .

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Capítulo 51 - c . 6 - D .

2 -C E R T O . 7 -C E R T O .

3 -E R R A D O . 8 -E R R A D O .

<i 9 -C E R T O .

5 - B . 10 - B.

Capítulo 61 - D. 7 - B.

2 - C. 8 - D.

3 - C . 9 - D.

U - B. 10 - A.

5 - E. 11 - B.

6 -E R R A D O . 1 2 - ERRADO

Capítulo 71 - A 16 - B

2 - D 1 7 -C E R T O

LU1CO 18 - E4 - C 19 - B

□iLO 2 0 - E

6 - D 21 - CERTO

7 - B 2 2 - D

8 - E 2 3 - A

9 - C 24 - A

1 0 - E 2 5 - E

11 - C 2 6 - D

1 2 - C 2 7 -E R R A D O

1 3 - D 2 8 - B

LU1 2 9 - B

1 5 -E R R A D O

Capítulo 81 - B 7 - E

2 - D 8 -E R R A D O

<iCO 9 - B

A - CERTO 10 - D5 -E R R A D O 11 - C

6 - B 12 - D

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Capítulo 91 - D2 -C E R T O3 -C E R T O

Capítulo 101 - D

2 - D

3 - E U - E

5 - E

Capítulo 111 - c2 - A3 -E R R A D O

4 - C5 - D

Capítulo 121 - c2 - A3 - BA - CERTO

Capítulo 131 - ERRADO

2 - B3 -E R R A D O A - B5 -E R R A D O6 - D

Capítulo 141 - D

2 - D

3 - C4 - C5 - A6 - A7 - C

6 - C 7 - A8 -C E R T O 9 - D

6 -C E R T O

7 -C E R T O8 - A9 - B

10 - C

7 -E R R A D O

8 -E R R A D O9 - E

10 - E11 - D

12 - B

8 - D

9 -E R R A D O

10 - E11 - B

12 - B13 - D U - C E R T O

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1 5 -C E R T O 2 3 - C1 6 -E R R A D O 24 - B1 7 -E R R A D O 2 5 -E R R A D O

1 8 -C E R T O 2 6 - B1 9 -E R R A D O 2 7 - D 20 - E 28 - E2 1 - E 2 9 -E R R A D O2 2 - A

Capítulo 151 - C 5 - D2 - A 6 - D3 - C 7 - E U - E

Capítulo 161 - ERRADO U- D2 - D 5 - A3 - A

Capítulo 171 - CERTO 7 -C E R T O2 -C E R T O 8 -C E R T O3 - A 9 -E R R A D O

4 - E 10 - D5 - C 11 - A

6 -E R R A D O 1 2 -E R R A D O

Capítulo 181 - B 5 - E

2 - E 6 - D3 - A 7 - B

4 - E 8 - E

Capítulo 191 - ERRADO 7 -C E R T O2 -C E R T A S 8 - E3 - C 9 - B

A - ERRADO 10 - A

5 -E R R A D O 1 1 -C E R T O6 - A

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Capítulo 201 - CERTO2 - B3 - B4 - ERRADO5 - A6 -C E R T O7 -C E R T O8 -E R R A D O9 -C E R T O

Capítulo 211 - A2 - C3 - B4 - A5 - D

Capítulo 221 - E 14 - A2 - A 15 - C3 - E 1 6 -E R R A D O4 - E 17 - B5 -E R R A D O 18 - A6 - E 19 - E7 - C 2 0 - D8 - C 21 - E9 - A 2 2 - E1 0 - A 2 3 - E11 - E 2 4 - E1 2 - B 2 5 - B1 3 - B

Capítulo 231 - B 7 - C2 - D 8 - D3 - B 9 - E4 - C 10 - D5 - E 11 - A6 - B 12 - A

1 0 -E R R A D O11 - D12 - D13 - A U - E

15 - E1 6 -C E R T O1 7 - E R R A D O 1

6 - D7 -E R R A D O8 - D9 - D1 0 -E R R A D O

2 6 - A 3 8 - C2 7 - A 3 9 -C E R T O 28 - E 40 - C2 9 - D 41 - B3 0 - B 42 - C3 1 - E 4 3 - D3 2 - B 4 4 - B3 3 - C 4 5 - D3 4 - C 4 6 - E3 5 - A 4 7 - C 36 - C 48 - E3 7 - D 4 9 -E R R A D O

13 - D1 4 - ERRADO1 5 - B

16 - D17 - E

1 Conforme já anotamos, na Lei n- 8 .666/1993 só são capitulados crimes dolosos. No caso, o texto da questão afirm a que o agente público responsável pensava estar agindo ao abrigo da lei, não tendo, por conseguinte, intenção.