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Aula 01, “Passei direito” – para localizar livros. Fundamento Legal: Constituição Federal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui %C3%A7ao.htm ) Art. 37, XXI Art. 173, §1º, III Art. 22, XXVII Lei 8.666/93 Estatuto Licitatório (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm ) As Licitações são obrigatórias. Há casos em que a Constituição prevê exceções a obrigatoriedade. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Traz problema este artigo, pois remete que à União compete apenas as regras gerais, e os Estados membros legislariam regionalmente na matéria não regulamentada Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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Licitações

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Aula 01,

“Passei direito” – para localizar livros.Fundamento Legal: Constituição Federal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm)Art. 37, XXIArt. 173, §1º, IIIArt. 22, XXVIILei 8.666/93 – Estatuto Licitatório (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm)

As Licitações são obrigatórias. Há casos em que a Constituição prevê exceções a obrigatoriedade.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Traz problema este artigo, pois remete que à União compete apenas as regras gerais, e os Estados membros legislariam regionalmente na matéria não regulamentada

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem

atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

O Estado pode cumprir sua função diretamente ou indiretamente.

Lei 8.666/93

Aula 02

QUESTÃO OAB

O contrato administrativo é aquele celebrado entre a Administração e terceiros no qual a permanência do vínculo e das condições está sujeita às imposições do interesse público. Pode-se afirmar em relação ao contrato administrativo que:

A) Como corolário do princípio "pacta sunt servanda", a Administração não poderá alterar ou rescindir unilateralmente o contrato celebrado com o particular, já que este, ao pactuar, adquire direito à imutabilidade do contrato e à sua execução integral;

B) Diante da supremacia do interesse público, havendo inexecução ou inadimplência sem culpa, surgirá mesmo assim a responsabilidade para os contratantes particulares;

C) Não cabe ação popular para invalidar-se contrato firmado com a Administração, autarquia e entidade paraestatal, mas sim, mandado de segurança, que sem dúvida, poderá cessar os efeitos do contrato, o que equivale à sua rescisão;

D) O equilíbrio econômico-financeiro, a revisão de preços e tarifas, a aplicação de penalidades contratuais, dentre outras, são cláusulas exorbitantes, que apesar de não serem lícitas nos contratos privados, são admitidas nos contratos administrativos, na medida em que o Poder Público usufrui de todos os poderes indispensáveis à proteção do interesse público consubstanciado nestes contratos.

A Finalidade da Licitação é abrir oportunidade para que qualquer um possa contratar com o Estado, e a Administração contratará o menor preço, e a possibilidade de uma contratação mais vantajosa.

1. Licitação Deserta: não há nenhum interessado em concorrer a Licitação;

2. Licitação Fracassada: Quando ocorre fraude, ou quando a finalidade não é alcançada, por exemplo, quando a proposta vencedora é maior do que a praticada em mercado.

PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A LICITAÇÃO PÚBLICA

CF. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Lei 8.666/93. Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

1. Legalidade restrita, e não ampla. Autorização de lei especifica.2. Impessoalidade a figura do administrador é impessoal. Tem relação também ao

tratamento oferecido pelo gestor público, que deve ser igualitário.3. Moralidade relaciona-se com a probidade administrativa. Probus – honesto. Espera-

se a honestidade, integridade, ética.4. Igualdade5. Publicidade6. Probidade administrativa espera-se a honestidade.7. Vinculação ao instrumento convocatório vincular, prender os representantes ao

edital, que se torna lei aos contratantes.8. Julgamento objetivo na escolha da melhor proposta, os critérios devem ser

objetivos, e não devem caber entendimentos diferentes. Devem ser extremamente precisos.

9. Fiscalização pelo interessado ou qualquer cidadão participante através do mandado de segurança, e cidadão através de ação popular.

Aula 03,

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

Dispensa – é facultativo ser feita a licitaçãoProdutos perecíveis, urgência, perturbação ou guerra, quando há empresas de pessoas especiais que realizam aquela atividade.

O art. 37, XXI, ressalva “os casos especificados na legislação” (portanto por lei ordinária), hipóteses em que a licitação deixa de ser obrigatória.

Com base no art. 175, serviço por concessão ou permissão, exige a licitação obrigatória.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; DESERTA VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou

forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento) X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; compra de imóvel especifico. XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; ex. CNPQXIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do

autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

DISTINÇÃO ENTRE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE:

Na Dispensa, há possibilidade de competição e a lei faculta a dispensa. (discricionariedade)Na inexigibilidade, a licitação é inviável, não há possibilidade de competição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração.Há casos de dispensa previstos no art. 17. Nestes casos, a doação de bens imóveis, com base no art. 17, paragr. 1. , cessadas as razões, reverterão ao patrimônio da pessoa jur. doadora. Exige-se a demonstração de interesse público e a obrigação do donatário utilize o imóvel para fins de interesse público.

A inexigibilidade é decorrência da inviabilidade de competição. Se a competição inexiste, não há que se falar em licitação (inviabilidade demonstrada). As hipóteses de dispensa dividem-se em quatro categorias:

Em razão do pequeno valor Ex. Inciso I e II (até 10%) ou paragr. Único – 20%Requisitos: mesma obra – mesma natureza – mesmo local (conjunta e concomitantemente).

De situações excepcionaisFundamento: ao invés de favorecer, vir a contrariar o interesse público – comprovado desinteresse por particulares.Ex. III – guerra ou grave perturbação da ordem – emergência ou calamidade – IVLimite: o contrato não pode ultrapassar de 180 dias.

Em razão do objetoPara compra ou locação de imóvelHortifrutigranjeiros etc.

Em razão da pessoaEntidades que integrem a Adm. Pública – instituição brasileira de pesquisa - portadores de deficiência física.

Quanto à inexigibilidade, o art. 25 indica três hipóteses de inviabilidade de competição:

Aquisição de materiais por pessoas exclusivas, devendo ser provada a exclusividade através de atestadoContratação de serviços técnicos de notória especializaçãoContratação de profissional de qualquer setor artístico

Inexigibilidade – não é possível fazer a licitação

Aula 04,

QUESTÃO DA OAB

Em um procedimento de licitação, licitante habilitada apresenta sua proposta comercial com o seguinte preço: "50% a menos do que o de menor preço apresentado por qualquer licitante". A Comissão de Licitação deve:

A) Classificar a proposta, desde que o edital permita preço baseado nas ofertas das demais licitantes;

B) Classificar a proposta, visto que se trata da proposta mais vantajosa para a Administração Pública;

C) Inabilitar a licitante, por ter apresentado preço inexequívelD) Desclassificar a proposta, por ferir os princípios da legalidade e da vinculação ao

instrumento convocatório;

OBJETO DA LICITAÇÃO

A finalidade da licitação será sempre a obtenção de seu objeto nas melhores condições para a Administração e, para tanto, esse objeto deverá ser convenientemente definido no edital ou no convite. Licitação sem caracterização de seu objeto é nula porque dificulta a apresentação das propostas e compromete a lisura do julgamento. O objeto da licitação se confunde sempre com o objeto do contrato, que pode ser uma obra, um serviço, uma compra ou uma concessão, como também uma alienação ou uma locação. (art. 40, I).

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

O art. 22, XXVII, CF, informa que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A lei 8666 tem natureza jurídica de lei nacional, estabelecendo normas gerais obrigatórias para todas as entidades federativas. É o que se depreende do seu art. 1º.: “Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” (ver Lei 9478/97 – art. 67, regulada por Decr. 2745 para a Petrobrás)

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

MODALIDADES DA LICITAÇÃO

Modalidades licitatórias são os diferentes ritos previstos na legislação para o processamento da licitação. O art. 22 da Lei menciona cinco modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. A Lei 9472/97 prevê a utilização da consulta exclusivamente para o âmbito da Anatel (art. 55 – Ag. Nac. de Telec.). E a lei n. 10.520/2002 disciplina outra modalidade licitatória que é o pregão.

1. CONCORRÊNCIA: Prevista no art. 22, primeiro, I, é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução de seu objeto.

Características: A) Destina-se a contrato de grande vulto, a licitações internacionais, a alienações

imobiliárias e a concessões de uso, serviço e obra pública. B) Exige-se publicidade ampla. C) Permite-se a participação de qualquer interessado. D) Habilita o interessado no início do procedimento.

Exige-se publicidade ampla.

Art. 22. São modalidades de licitação:I - concorrência;§1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:I - para obras e serviços de engenharia:c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

2. TOMADA DE PREÇOS: Prevista no art. 22, 2º. II, é a modalidade de licitação entre interessados previamente cadastrados, observada a necessária qualificação. É usada para contratos de valor médio.

Características:

A) Destina-se a contrato de vulto médio; B) Permite-se a participação unicamente de interessados previamente cadastrados ou

que atendam a todas as condições para cadastramento até três dias antes da licitação; C) Exige-se publicidade; D) Requer prévia qualificação dos interessados.

Registros cadastrais: São assentamentos que se fazem nos órgãos públicos, para fins de qualificação dos interessados em contratar com a Adm.

Aula 05,

3. CONVITE: Prevista no art. 22, 3º. III, é a modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos pela unidade administrativa.

Características:A. Destina-se a contratos de pequeno valor; exige no mínimo 3 interessados escolhidos

pela Adm. Licitante e faculta a participação de interessados cadastrados que manifestem interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas;

B. Presume a habilitação dos interessados escolhidos; C. Não exige publicidade; D. Não existe edital. O instrumento é denominado carta-convite; E. O intervalo mínimo entre a expedição da carta-convite e a entrega de envelopes é de

cinco dias úteis.

4. CONCURSO: É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico ou artístico, mediante a instituição de prêmios aos vencedores (previsto no art. 22, Inciso IV, par. 4º), devendo ser a modalidade escolhida preferencialmente para os contratos de prestação de serviços técnicos profissionais especializados, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração (art. 13, par. 1º).

Características: A) exige regulamento próprio: B) destina-se à escolha de trabalho técnico; C) permite a participação de qualquer interessado; D) outorga prêmio ou remuneração ao vencedor; E) exige publicidade; F) direção e julgamento por comissão especial.

5. LEILÃO: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis e semoventes inservíveis para a Adm., ou de produtos legalmente apreendidos, ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Pelo art. 17, par. 6º. O leilão é cabível desde que o valor dos bens não supere o limite estabelecido no art. 23, II, b. (art. 22, V, par. 5º). A lei 9491/97 passou a admitir o leilão como forma de licitação em várias modalidades de privatização, entre elas a alienação de ações (inclusive de controle acionário); a alienação, arrendamento, locação, comodato ou cessão de bens e instalações; e a concessão, permissão ou autorização de serviços públicos. Todavia, é imprescindível que essa transferência de bens, ativos ou encargos para o setor privado seja aprovada pelo Conselho Nacional de Desestatização.

Características:

A) destina-se precipuamente à venda de bens móveis e inservíveis ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados;

B) permite-se a participação de qualquer interessado; C) exige ampla publicidade; D) dispensa, em regra, a habilitação.

6. PREGÃO: é cabível para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. As fases licitatórias são invertidas. A primeira fase é o de abertura das propostas comerciais, proclamando-se as ofertas de preços dos licitantes, admitindo-se, a partir daí, lances verbais sucessivos. O licitante que ofertar o menor preço, após os lances verbais, terá o seu envelope documentação aberto, sendo declarado vencedor na hipótese da documentação encontrar-se formalmente em ordem. A aquisição de bens e serviços comuns, são considerados no art. 1º, par. Único, da Lei n. 10.520, de 17.7.2002, e pelo art. 3º, par. 2º do Decreto 3555, de 8.8.2000, “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos por edital, por meio de especificações usuais no mercado.” Está disciplinado pela referida Lei, regulamentada pelo Decreto n. 3555, de 8.8.2000, alterado pelos Decretos n. 3693, de 20.12.2000, e 7174, de 12.5.2010. Também é possível o pregão quando as compras e serviços comuns forem efetuados pelo sistema de registro de preços (art. 11 da Lei 10520/2002). Ainda, conforme art. 12, foi inserido um artigo 2º-A, na Lei 10191, de 14.2.2001, para disciplinar o registro de preços mediante pregão, na área da saúde. O Decreto 5450/2005 determina que as licitações na União deverão ser feitas preferencialmente por pregão eletrônico. (comprasnet.gov.br- cod. 170136)

Aula 06,

6. PREGÃO: (CONTINUAÇÃO)

PECULIARIDADES:

Desenvolve-se em duas fases:

A) INTERNA (ou preparatória), reservada para a justificação da necessidade da contratação (inclusive com o orçamento dos bens a serem licitados), definição do objeto (clara, precisa, vedadas especificações irrelevantes e excessivas), das exigências de habilitação, critérios de aceitação das propostas, indicação das sanções aplicáveis por inadimplemento e as cláusulas do contrato. O procedimento contará com a designação do leiloeiro e da “equipe de apoio” (que receberão as propostas, farão a classificação, a habilitação e a adjudicação ao vencedor). A equipe deve ser integrada em sua maioria por servidores ou empregados públicos (de preferência do quadro permanente – art. 3º, par. 1º);

B) EXTERNA, que tem início com a convocação dos interessados (aviso na imprensa oficial ou jornal de circulação local) e conduz à sessão pública de julgamento. O prazo para

apresentação das propostas não poderá ser inferior a 8 dias. Os licitantes apresentarão propostas (cuja validade será de, no mínimo, 60 dias) contendo a indicação do objeto e do preço. Conhecidas as ofertas, a de menor valor e as que a excederem em até 10% poderão apresentar lances verbais e sucessivos, até que seja proclamado o vencedor (o critério sempre será o de menor preço). Depois de proclamada a melhor proposta (e classificadas todas as propostas), o leiloeiro examinará os documentos (reunidos em um invólucro) de habilitação do licitante. A habilitação compreende a verificação de regularidade com a Fazenda (Nacional, Estadual, Municipal), Seguridade Social e FGTS, além do atendimento de exigências técnicas e econômico-financeiras. Habilitado, o autor da menor proposta será declarado vencedor; caso contrário, serão examinadas as ofertas subsequentes e que atendam às exigências do edital.

Em síntese:Trata-se de modalidade própria para a aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor;Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital (especificações do mercado). Por exemplo:Bens de consumo: água mineral; combustível; gás; material de expediente; medicamentos; material de limpeza; oxigênio, uniformes (v. Decreto n. 3555/2000, aplicável para a União). Bens permanentes: mobiliário, equipamentos em geral; utensílios; veículos etc.Serviços comuns: podem ser, por exemplo, de apoio administrativo; de atividades auxiliares (copeiro, garçom, ascensorista, motorista); serviços de assinaturas (de jornais, revistas), dentre tantos.

Não admitem contratação a partir do pregão: Obras e serviços de engenharia.Locações imobiliárias.Alienações.

O pregão é presidido por servidor ou pregoeiro; servidor com capacitação técnica específica e que deve ser auxiliado por uma equipe de apoio. A fase preparatória (interna) do pregão envolve: Abertura do procedimento:

Abertura do procedimento;Definição do objeto.Justificativa para a contratação.Orçamento, pesquisa de preços. Planilha de custos.Disponibilidade orçamentária.Cronograma físico-financeiro de desembolso. Definição dos critérios de admissão. Minuta do edital.Parecer jurídico.Aprovação do edital.

A fase externa do pregão compreende:Publicação do aviso/convocação;Publicação pode ser por meio eletrônico, no Diário Oficial ou em jornais de grande circulação. Tem início o prazo para as propostas (nunca inferior a 8 dias úteis);

Fase competitiva (sessão pública):Licitantes apresentarão suas propostas no dia, hora e local designados no edital.Abertura das propostas. Aceitação ou recusa.Classificação das propostas (segundo o valor).Disputa – lances verbais.Segundo a classificação, tem início a disputa, observando a ordem (classificação) decrescente – do maior valor para a proposta de menor valor. A ausência de lances verbais não impede o julgamento. Os licitantes podem realizar consultas (por telefone, por meio eletrônico) para oferecer seus lances.O pregoeiro deve negociar a redução dos preços e analisar os prazos, as especificações técnicas etc. Julgamento: definição da melhor proposta. Habilitação.

Definida melhor proposta (menor preço), passa-se ao exame da documentação (envelope distinto):

Habilitação jurídica.Habilitação econômico-financeira. Regularidade fiscal.Qualificação técnica.Regularidade na admissão de menores.Definição do vencedor.Adjudicação (realizada ao final da sessão pública). Homologação (pela autoridade competente e após o julgamento de eventuais recursos).

RECURSOS:

Devem ser interpostos na sessão pública. As razões podem ser apresentadas no prazo de 3 dias. Os demais licitantes poderão apresentar as suas razões.O pregoeiro apresentará sua decisão (parecer). A autoridade competente deverá decidir acerca da procedência ou improcedência do recurso.

Convocação – será convocado o licitante vencedor para a formalização do contrato. Se não comparecer, convoca-se o segundo classificado. A assinatura do contrato encerra o pregão.

AS FASES DOS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS SOBRE O PREGÃO

FASE INTERNAA) Abertura do procedimento

Requisição do objeto (descrição da obra, do serviço ou do bem necessários à Administração).Orçamento detalhado (estimativa do valor, consulta ao registro de preços). Aprovação de despesa.Elaboração da minuta do edital ou convite.Análise do órgão jurídico.

B) Audiência pública (sempre que conveniente ou obrigatória – contratações de grande valor, por exemplo).

C) Publicação do edital (início da fase externa).

FASE EXTERNAA) Publicação do edital ou convite

O edital deve conter, no mínimo e dentre outras exigências:PreâmbuloIdentificação do contratante.Número do edital.Finalidade da licitação.Legislação aplicável.Prazos.Local de recebimento das propostas.Condições para a participação. Definição do objeto.Critérios (tipos) de julgamento.Recursos admissíveis.Garantias etc.

B) HabilitaçãoA habilitação abrangerá:

Capacidade jurídica.Capacidade técnica.Regularidade fiscal.Idoneidade financeira.Regularidade na admissão de menores.(Licitante poderá ser inabilitado)Da habilitação ou inabilitação, admite-se recurso com efeito suspensivo.

C) Classificação das propostas(concorrem apenas os que tiverem sido habilitados)Classificação segundo o tipo de licitação (menor preço, técnica e preço etc).

D) Julgamento

Proclamação do licitante vencedor.

E) HomologaçãoDeclaração da regularidade do procedimento e do resultado alcançado.

F) AdjudicaçãoDeclaração do direito do vencedor de vir a ser contratado.

TIPOS DE LICITAÇÃO (DE FORMA GERAL)

Estão ligados aos critérios de julgamento adotado em cada modalidade de licitação:A) De menor preçoB) De melhor técnicaC) De técnica e preçoD) De melhor oferta

PROCEDIMENTO LICITATÓRIO (VÁLIDO PARA TODOS OS PROCEDIMENTOS)

A licitação compõe-se de duas fases:

1. Interna – Inicia-se com a abertura do procedimento, caracterização e necessidade de contratar, definição clara e detalhada do objeto a ser contratado e reserva de recursos orçamentários.

2. Externa – Compreende o edital ou o convite, conforme o caso, que pode ser antecedido por audiência pública, habilitação, classificação ou julgamento das propostas, homologação e adjudicação.

A) Audiência pública – Deverá ser divulgada pelos meios previstos para a publicidade do edital e realizada com antecedência mínima de 15 dias antes da publicação do edital (art. 39).

B) Edital – É o instrumento pelo qual a Administração leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixando as condições de sua realização e convocando os interessados para apresentação de suas propostas.

C) Habilitação dos licitantes – Abriga o recebimento da documentação e a proposta. A habilitação deverá contemplar a capacidade jurídica, a capacidade técnica, a idoneidade financeira e a regularidade fiscal do licitante, conforme art. 27 e seguintes da Lei de Licitações. A habilitação é de cunho vinculado (deve ser respeitado, não é discricionário).

D) Classificação ou julgamento das propostas – O julgamento deverá atender aos critérios de avaliação descritos no edital.

E) Homologação e adjudicação – O ato de homologação implica a aprovação da licitação e de seu resultado; a adjudicação é o ato pelo qual a autoridade superior declara, perante a lei, que o objeto licitado é do licitante vencedor.

CONSEQUENCIAS DA HOMOLOGAÇÃO

A doutrina aponta as seguintes consequências decorrentes da homologação: 1. Fluência do prazo em que o adjudicatário é obrigado a manter sua proposta.2. Fluência do prazo para impetrar M.S. contra o julgamento3. Liberação dos proponentes dos encargos da licitação

Anulação e revogação da licitação:Toda licitação é possível de anulação, a qualquer tempo (art. 49). Revogação é a invalidação da licitação por motivo de interesse público. Poderá ocorrer de ofício ou mediante pedido de terceiros. Se a revogação se der após a homologação e adjudicação, será cabível indenização. No caso de anulação não há indenização uma vez que atos nulos não geram direitos.

Sanções penais:Os arts. 89 a 98 da Lei, tipificam as condutas criminosas e respectivas penas. Referidos crimes sujeitam seus autores à perda do cargo, emprego ou mandato eletivo.

Aula

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito:Contrato é todo acordo de vontades, firmado livremente pelas partes, para criar obrigações e direitos recíprocos. A validade do contrato requer: agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei.

O contrato administrativo caracteriza-se pela participação do poder público, como parte predominante e pela finalidade de atender a interesses públicos.

Princípios (em partes, é aplicado):1. Lex inter partes2. Pacta sunt servanda (poderá ser modificado pelo Estado)

CaracterísticasO contrato celebrado com a administração apresenta certas particularidades que os distinguem dos contratos comuns. As peculiaridades se consubstanciam na participação da

administração com supremacia de poder, donde resultam as cláusulas exorbitantes1 do direito comum, impostas pela administração.

Clausulas exorbitantes são as que excedem do direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à administração:

1. Licitação prévia: art. 37, XXI e 173, par. 1º. III Cf. – O contrato adm. É obrigatoriamente precedido de licitação, sob pena de nulidade.

2. Publicidade: o contrato adm. Exige publicidade, salvo determinação legal.

3. Prazo determinado: é vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado (LL. 57, par. 3º.).

4. Prorrogabilidade: findo o prazo determinado, pode a Adm. Prorrogar o contrato, independente de nova licitação, mediante termo aditivo, desde que tenha previsão no ato convocatório e no plano plurianual (art. 57, par. 2º. E 4º.), artigo 165, e incisos CF.

5. Modificação e rescisão unilateral do contrato – 58, I e II e 65 em diante.

6. Fiscalização – III7. Aplicação de sanções – IV8. Ocupação provisória de móveis e imóveis (art. 58 – V).9. Inaplicabilidade da exceção do contrato não cumprido – exceptio

non adimpleti contractus - (pode ele contudo suspender o cumprimento de suas obrigações se os pagamentos da Adm. Atrasarem por mais de 90 dias (78, XV).

Aula 09

INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

Na interpretação é preciso ter sempre em vista que as normas que o regem são as do direito público, suplementadas pelas do direito privado. Os contratos administrativos regularmente publicados dispensam testemunhas e registro, pois como todo ato adm. Traz em si presunção de legitimidade.

Instrumento e Conteúdo Do ContratoÉ em regra, termo, em livro próprio da repartição, ou escritura pública nos casos exigidos em lei.

Publicação do contrato

1 Exorbitantes: aquelas que extrapolam. No contrato administração, além das clausulas expressas, temos clausulas implícitas. Insto ocorre porque tais cláusulas superam a vontade, pois são expressas na lei (Lei de Licitações).

É formalidade geralmente exigida pelas normas adm. Face à natureza pública dos atos da Adm. Não é necessário seja integral, bastando a notícia resumida na imprensa oficial.

Garantias para execução do ContratoAs leis adm. Facultam à Adm. A exigência de garantia, a fim de assegurar a execução do contrato. Por isso mesmo, só deve ser pedida ao licitante vencedor. Art. 56, par. 1º. I, II, III.

EXECUÇÃO PESSOAL

Todo contrato adm. É firmado intuitu personae. Todavia, se a execução é pessoal, nem sempre é personalíssima, podendo exigir a participação de diferentes técnicos. Em se tratando de objeto complexo, cuja realização é considerada indivisível pela Adm., o correto é atribuí-lo a um consórcio de empresas, em que cada consorciado executa a parte que lhe competir.

EXTINÇÃO, PRORROGAÇÃO E RENOVAÇÃO DO CONTRATO

Extinção do contrato: é a cessação do vínculo obrigacional entre as partes, pelo integral cumprimento de suas cláusulas ou pelo seu rompimento. Rescisão: é forma excepcional por importar na prematura cessação do ajuste, em meio à sua execução.

Prorrogação: é o prolongamento de sua vigência além do prazo inicial, com o mesmo contratado e nas mesmas condições anteriores. Feita mediante termo aditivo, independe de nova licitação.

Renovação do contrato: é a inovação no todo ou em parte do ajuste, mantido, porém, o seu objeto inicial. A sua finalidade é a manutenção da continuidade do serviço público (desde que as circunstâncias a justifiquem.

INEXECUÇÃO, REVISÃO E RESCISÃO DO CONTRATO

Inexecução do contrato: ou inadimplência do contrato é o descumprimento de suas cláusulas, no todo ou em parte. Pode ocorrer por ação ou omissão, culposa ou sem culpa de qualquer das partes.

INEXECUÇÃO CULPOSAConsiste na violação de um dever preexistente de diligência para o cumprimento de prestação. Caberá indenização ou multa.

INEXECUÇÃO SEM CULPAÉ a que decorre de atos ou fatos estranhos à conduta da parte, retardando ou impedindo totalmente a execução do contrato.

CAUSAS JUSTIFICADORAS DA INEXECUÇÃO

Quando sobrevêm eventos extraordinários, imprevistos e imprevisíveis, ou impeditivos da execução do contrato, a parte atingida fica liberada dos encargos originários e o ajuste há que ser revisto (ou rescindido, se não tiver acordo) pela aplicação da teoria da imprevisão, provinda da cláusula rebus sic stantibus.

Atenção aos efeitos:1. Será revisto; ou2. Rescindido

São seus desdobramentos: Força maiorCaso fortuito

No direito brasileiro, a distinção entre caso fortuito e força maior e, via de consequência, sua incidência como causas de rompimento do nexo causal e exclusão da responsabilidade civil do Estado tem dividido a doutrina brasileira.

Na realidade, a divergência entre os autores é essencialmente conceitual, situando-se em torno da fixação de critérios para a distinção entre caso fortuito e força maior.

Maria Sylvia Di Pietro, ao analisar as causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado, aponta que “a força maior é o acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das partes, como uma tempestade, um terremoto, um raio.” Não sendo imputável à Administração e atuando como causa exclusiva do dano, não enseja responsabilidade do Estado. (91) Complementa que, “na hipótese de caso fortuito, em que o dano seja decorrente de ato humano, de falha da Administração, não ocorre a mesma exclusão.”(92)

Na mesma linha, Celso Antônio Bandeira de Mello observa que “a eventual invocação da força maior – força da natureza irresistível – é relevante apenas na medida em que pode comprovar ausência de nexo causal entre a atuação do Estado e o dano ocorrido. Diversa é a situação do caso fortuito, que “não é utilmente invocável, pois, sendo um acidente cuja raiz é tecnicamente desconhecida, não elide o nexo entre o comportamento defeituoso do Estado e o dano assim produzido.”(93)

Almiro do Couto e Silva, após observar que causas externas como a culpa da vítima, o fato de terceiro e a força maior, quando atuaram com exclusividade, afastam a responsabilidade do Poder Público, anota que “não constitui causa externa, entretanto, o caso fortuito”, não constituindo, assim, “fato relevante para excluir ou atenuar a responsabilidade do Estado, nem mesmo quando esta é de caráter subjetivo.”(94)

Portanto, no direito público, adotado como critério distintivo a externidade do fato, apenas a força maior, quando atua como causa exclusiva do evento danoso, tem o condão de romper o nexo causal e afastar a responsabilidade civil. Cahali sintetiza com

maestria a questão: “Com efeito, se, no plano do direito privado, o caso fortuito e a força maior se confundem nas suas consequências, para excluir igualmente a responsabilidade, diverso é o tratamento dos dois institutos no âmbito da responsabilidade civil do Estado”. E complementa: “Admite-se, por conseguinte, a exclusão da responsabilidade no caso de força maior, subsistindo, entretanto, no caso fortuito, por estar incluído este último no risco do serviço; na força maior, nenhuma interferência tem a vontade humana, nem próxima nem remotamente, enquanto que, no caso fortuito, a vontade apareceria na organização e no funcionamento do serviço.” (95)

Enfim, o grande cuidado reside na fixação clara do critério de distinção entre caso fortuito e força maior. Fixada a externidade como esse critério, como faz a maioria dos publicistas brasileiros, na esteira do direito francês, apenas a força maior aparece como fator de rompimento do nexo causal, desde que atue como causa exclusiva do evento. O caso fortuito estaria dentro do risco da atividade do Estado.

Na jurisprudência, vislumbra-se a mesma confusão, especialmente quando são analisados os eventos da natureza, que, no catálogo de Pontes de Miranda, seriam modalidade de caso fortuito, enquanto, para a maioria, seria de força maior.

O importante é que a situação de força maior apresente-se como causa exclusiva do evento danoso. Se houver também qualquer ato imputável à administração pública, não há exclusão da responsabilidade civil do Estado.

Na jurisprudência, serve de exemplo de situação de força maior corretamente afastada por decisão do Superior Tribunal de Justiça por não ter sido causa exclusiva do evento. Foi o caso de um furto praticado contra um automóvel apreendido em depósito do Detran. (96)

FATO DO PRÍNCIPE ocorre quando determinação estatal, sem relação direta com o contrato administrativo, o atinge de forma indireta, tornando sua execução demasiadamente onerosa ou impossível. Como exemplo, podemos imaginar a seguinte situação: a empresa X é contratada por uma Prefeitura para fornecer merenda escolar a um preço Y. Um novo tributo é criado e aplicado sobre o arroz, aumentando consideravelmente seu preço e causando desequilíbrio no contrato.

FATO DA ADMINISTRAÇÃO é a ação ou omissão do Poder Publico contratante que atinge diretamente o contrato, inviabilizando ou retardando seu cumprimento ou tornando-o exageradamente oneroso.

INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS são situações já existentes à época da celebração do contrato, mas passíveis de serem descobertas apenas durante sua execução, causando desequilíbrio ao contrato. Como exemplo temos o caso em que, após contratada

empresa, pelo Poder Público, para determinada construção, descobre-se que há problemas com o subsolo que podem comprometer a segurança da obra.

Aula 13,

CONSEQUÊNCIAS DA INEXECUÇÃO:

A inexecução do contrato propicia a sua rescisão e pode acarretar para o inadimplente, consequências de ordem civil e adm.Responsabilidade civil é a que impõe a obrigação de reparar o dano patrimonial. Pode provir da Lei (responsabilidade legal), do ato ilícito ou da inexecução do contrato. Fundamento normal da responsabilidade Civil é a culpa, em sentido amplo.Responsabilidade administrativa é a que resulta da infringência de norma Adm., estabelecida em lei ou no próprio contrato, impondo um ônus ao contratado para com qualquer órgão público. (186, 927 e 478 do CC.)

Aula 14,

SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

São aplicáveis diretamente pela Adm., mediante procedimento interno em que se faculta o contraditório. São elas: a multa, interdição de atividade, suspensão provisória e declaração de inidoneidade. Se a responsabilidade for ilegal, abusiva ou arbitrária, o interessado poderá opor-se a ela pelo recurso hierárquico ou pela via judicial adequada.

Suspensão provisória: do direito de participar de licitação e de contratar com a Adm. É sanção adm. com que se punem os contratados que culposamente prejudicarem a licitação ou a execução do contrato, embora por fatos ou atos de menor gravidade. Pode restringir-se ao órgão que a decretou ou até mesmo a uma determinada licitação.

Declaração de Inidoneidade: É penalidade aplicável por faltas graves do contratado inadimplente, para impedir que continue contratando com a Adm. O que caracteriza a inidoneidade é o dolo ou a reiteração de falhas do profissional ou da empresa. Só opera efeitos relativamente à Administração que a impõe.

Ocupação provisória: consiste na assunção imediata da obra ou do serviço pela administração, com posse e utilização do local, em instalações, equipamentos, material e pessoal empregados nos trabalhos e necessários à sua continuidade, os quais serão devolvidos posteriormente.

MODALIDADES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

CONTRATO DE ATRIBUIÇÃO Cuida-se de expressão utilizada para designar o ajuste no qual é deferida ao particular determinada vantagem pessoal, haja vista que é dele o interesse

que prevalece. No contrato de atribuição, a Administração confere ao particular determinadas vantagens ou direitos, como, por exemplo, o uso especial de bem público.

CONTRATO DE OBRA PÚBLICA: Refere-se ao ajuste levado a efeito pela Administração Pública com um particular, tendo por objeto a construção, a reforma ou ampliação de certa obra pública. Esta espécie não necessita de autorização legislativa e requer prévio procedimento licitatório. Podem estes ser de tarefa ou empreitada. O regime de execução da tarefa, é aquele em que a remuneração pela execução do ajustado é devida na medida em que a obra é realizada, após a medição pelo Poder Público.

CONTRATO DE SERVIÇO: Trata-se de acordo celebrado pela Administração Pública com particular para consecução de certa atividade. Geralmente são serviços de demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, manutenção, transporte, etc.

CONTRATO DE COMPRA OU FORNECIMENTO: Trata-se do contrato em que a Administração Pública adquire, por compra, coisas móveis de certo particular, com quem celebra o ajuste. Tais bens destinam-se à realização de obras e manutenção de serviços públicos. Ex. materiais de consumo, produtos industrializados, gêneros alimentícios, etc.

CONTRATO DE GESTÃO: É o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgão ou entidade da Administração Direta, Indireta e entidades privadas qualificadas como ONG’s, por exemplo.

CONTRATO DE CONCESSÃO: Trata-se de ajuste, oneroso ou gratuito, efetivado sob condição pela Administração Pública, chamada concedente, com certo particular, o concessionário, visando transferir a prestação de serviço público, o uso de determinado bem público. É contrato precedido de autorização legislativa.

CONCESSÃO DE GERENCIAMENTO: Neste espécie de contrato, o governo confere ao gerenciador a condução de um empreendimento pelos encargos financeiros da execução das obras e serviços projetados, com os respectivos equipamentos para sua implementação e operação. Trata-se de atividade técnica de mediação entre o patrocinador da obra e seus executores.

FONTE DE CONSULTA

ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Administrativo. 12ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2006.

AGUIAR, Afonso Gomes. Lei de responsabilidade fiscal: questões práticas. Belo Horizonte: Fórum, 2004.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo, 14ª ed. São Paulo: Malheiros, 2001,

CASTRO, José Nilo de. Direito Municipal Positivo. 6ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2006

CONTRATO DE OBRA PÚBLICA

CONCEITO:Contrato de obra pública é todo ajuste adm. Que tem por objeto uma construção, uma reforma ou uma ampliação de imóvel destinado ao público ou ao serviço público.

A Obra pública pode ser classificada em quatro modalidades de empreendimento:1. Equipamento urbano: ruas, praças, estádios, monumentos, calçamentos e canalizações,

redes de energia elétrica, viadutos, túneis, metrô etc.2. Equipamento administrativo: instalações e aparelhamentos para o serviço adm. em

geral.3. Empreendimentos de utilidade pública: ferrovias, rodovias, pontes, portos, aeroportos,

canais, obras de saneamento, usinas hidroelétricas etc.4. Edifícios públicos: sedes de governo, repartições públicas, escolas, hospitais etc.

EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO:

1. Contrato de empreitada: o particular executa a obra por sua conta e risco. A remuneração é previamente ajustada e pode ser por preço global ou por preço unitário.

1.1.Por preço global: o preço é previamente ajustado para a totalidade da obra. O pagamento pode ser parcelado.

1.2.Por preço unitário: é contratado a preço certo de unidades determinadas.

2. Contrato de Fornecimento: é o ajuste administrativo pelo qual, mediante preço ajustado, a adm. adquire do particular gêneros alimentícios, mercadorias, ou objetos móveis de qualquer espécie. Ex. papel, borracha, fios, postes etc. Pode ser realizado sob três modalidades: fornecimento integral, fornecimento contínuo e fornecimento parcelado.

2.1.Fornecimento integral: se aproxima do contrato de compra e venda do direito civil. A entrega da coisa é feita de uma só vez, na sua totalidade.

2.2.Fornecimento contínuo: a entrega da mercadoria é feita de maneira sucessiva, devendo ser realizada nas datas combinadas e enquanto vigorar o contrato.

2.3.Fornecimento parcelado: a prestação se perfaz com a entrega final da quantidade contratada.

3. Contrato de concessão: é o acordo pelo qual a adm. delega ao particular a execução de serviço ou obra pública ou lhe cede o uso de um bem público.

3.1.Contrato de concessão de serviço público: é o ajuste pelo qual o poder público transfere a execução de um serviço público ao particular, que se remunera através de uma tarifa cobrada dos usuários. Há necessidade de concorrência e de autorização prévia.

3.2.Contrato de Concessão de obra pública: é o acordo pelo qual o poder público delega a um particular a execução e exploração de obra pública para o uso da coletividade mediante remuneração ao concessionário. Ex. construção de pontes e viadutos.

3.3.Contrato de Concessão de uso de bem público: é o ajuste pelo qual o Poder Público outorga ao particular a faculdade de utilizar um bem da adm, segundo a sua destinação específica. Ex. logradouro turístico, restaurante, hotel etc.

Aula 15