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Estudo de Impacte Ambiental – Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansores Resumo Não Técnico 1/7 LIGAÇÃO FEIRA (NÓ DA A1)/IC2/MANSORES ESTUDO PRÉVIO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL RESUMO NÃO TÉCNICO (Peças Escritas - Tomo 1) SETEMBRO DE 2004 INTRODUÇÃO O projecto em análise constitui o troço inicial da nova infra-estrutura rodoviária que estabelecerá a articulação entre o Nó da A1, em Santa Maria da Feira, o futuro traçado do IC2, a norte de São João da Madeira, e a vila de Arouca. A Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansores, em conjunto com o troço subsequente (Mansores/Arouca), representará assim uma alternativa de qualidade para as deslocações entre o Litoral e o Interior, permitindo o descongestionamento dos acessos a Santa Maria da Feira e São João da Madeira. Esta estrada integra-se na categoria de “Estrada Nacional da Rede Complementar”, visando a substituição do actual percurso composto pela EN223 até Arrifana, pequeno troço do IC2 até São João da Madeira, EN327 até Mansores, EN326 até Rossas, EN224 até Burgo (nas proximidades de Arouca) e, novamente, a EN326 até Arouca. O Instituto das Estradas de Portugal (IEP) adjudicou a elaboração do Estudo Prévio da Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansores à empresa DENAP, Lda. Dando cumprimento à legislação sobre Avaliação do Impacte Ambiental, o IEP promoveu a elaboração de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), de acordo com as normas técnicas estabelecidas pela Portaria nº 330/2001 e de que este documento constitui o Resumo Não Técnico. O EIA foi elaborado por uma empresa de consultoria especializada (ECOSSISTEMA), subcontratada pela empresa projectista (DENAP). Para além do Resumo Não Técnico, o EIA é constituído por um Relatório, por dois volumes de Anexos e por um volume de Peças Desenhadas. A consulta do Resumo Não Técnico não dispensa a consulta dos restantes elementos do EIA que estão disponíveis, durante o

LIGAÇÃO FEIRA (NÓ DA A1)/IC2/MANSORES ESTUDO PRÉVIO · 2013-04-23 · troço do IC2 até São João da Madeira, EN327 até Mansores, EN326 até Rossas, EN224 até Burgo (nas proximidades

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Estudo de Impacte Ambiental – Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansores

Resumo Não Técnico1/7

LIGAÇÃO FEIRA (NÓ DA A1)/IC2/MANSORES

ESTUDO PRÉVIO

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

RESUMO NÃO TÉCNICO

(Peças Escritas - Tomo 1)

SETEMBRO DE 2004

INTRODUÇÃO

O projecto em análise constitui o troço inicialda nova infra-estrutura rodoviária queestabelecerá a articulação entre o Nó da A1,em Santa Maria da Feira, o futuro traçado do IC2, a norte de São João da Madeira, e a vila de Arouca.

A Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansores,em conjunto com o troço subsequente(Mansores/Arouca), representará assim umaalternativa de qualidade para as deslocações entre o Litoral e o Interior, permitindo odescongestionamento dos acessos a SantaMaria da Feira e São João da Madeira.

Esta estrada integra-se na categoria de“Estrada Nacional da Rede Complementar”,visando a substituição do actual percursocomposto pela EN223 até Arrifana, pequenotroço do IC2 até São João da Madeira,EN327 até Mansores, EN326 até Rossas,EN224 até Burgo (nas proximidades deArouca) e, novamente, a EN326 até Arouca.

O Instituto das Estradas de Portugal (IEP)adjudicou a elaboração do Estudo Prévio da Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansores àempresa DENAP, Lda.

Dando cumprimento à legislação sobreAvaliação do Impacte Ambiental, o IEPpromoveu a elaboração de um Estudo deImpacte Ambiental (EIA), de acordo com as normas técnicas estabelecidas pela Portarianº 330/2001 e de que este documentoconstitui o Resumo Não Técnico.

O EIA foi elaborado por uma empresa deconsultoria especializada (ECOSSISTEMA),subcontratada pela empresa projectista(DENAP). Para além do Resumo NãoTécnico, o EIA é constituído por umRelatório, por dois volumes de Anexos e porum volume de Peças Desenhadas.

A consulta do Resumo Não Técnico nãodispensa a consulta dos restantes elementos do EIA que estão disponíveis, durante o

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período de consulta pública, no Instituto doAmbiente (Lisboa), na Comissão deCoordenação e Desenvolvimento Regionaldo Norte (Porto) e nas Câmaras Municipaisde Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e Arouca.

DESCRIÇÃO DO PROJECTO

A Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansoresinicia-se em Santa Maria da Feira, no Nócom a A1 e termina pouco depois deMansores, fazendo a ligação ao troçoseguinte, Mansores/Arouca, que se encontraactualmente em serviço.

Foram estudados dois grandes corredores,Norte e Sul, nos quais se desenvolveram ostraçados. Foram desenvolvidas trêsSoluções de traçado completas eautónomas, duas a norte, Soluções 1 e 3,constituindo esta última uma variante daprimeira, e uma solução a sul, Solução 2.Estes traçados apresentam um corredorcomum inicial, com cerca de 3 km, entre oNó de Feira e Sanfins.

Nos cerca de 4,5 km finais foram estudadas2 soluções de traçado alternativas, comdesenvolvimento no mesmo corredor, devidoàs condições orográficas e ambientaisexistentes; uma das soluções refere-se àbeneficiação da actual EN 326 e a segundaconstitui um traçado integralmente novo.

Para além das três Soluções mencionadas,foram ainda estudadas duas alternativas detraçado, em troços específicos das Soluções1 e 3, as Alternativas 1 e 2, respectivamente. Foi também estudado um traçado, Ligação 1, que permite articular a Solução 1, cerca doseu km 9+500, com a Solução 3.

No Desenho 1 apresenta-se a localizaçãoadministrativa dos traçados em análise e, noDesenho 2, o Esboço Corográfico.

A Ligação Feira/IC2/Mansores será vedada,não sendo possíveis acessos marginais masapenas nos nós de ligação. As váriassoluções de traçado contemplam seis nósde ligação.

O perfil transversal desta rodovia será de2x2 vias com separador central até ao Nó 4de qualquer uma das soluções: cerca do km8+500 para as Soluções 1 e 3 e cerca do km 11+000, para a Solução 2. A partir daí operfil transversal será de 2x1 via.

Está previsto o restabelecimento, atravésde passagens inferiores ou superiores, dediversas vias atravessadas (estradasnacionais e municipais, caminhos municipaise rurais).

As principais linhas de água atravessadassão restabelecidas através de viadutos; asrestantes, através de aquedutos (designados como passagens hidráulicas).

CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE AFECTADO

A Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansoresatravessa os concelhos de Feira, Oliveira deAzeméis e Arouca, sendo a ocupação doterritório predominantemente urbana na parte ocidental, ganhando um cunhocrescentemente rural à medida que nosdeslocamos para leste.

Do ponto de vista climático, a áreaapresenta características atlânticas. Naregião abrangida pelo empreendimento oaspecto microclimático mais relevanterelaciona-se com a existência de locaisfrancamente favoráveis à ocorrência defenómenos de acumulação de ar frio, comrisco acrescido de ocorrência de geada nasáreas mais deprimidas.

A parte inicial da Ligação e as Soluções quese desenvolvem mais a norte atravessam,fundamentalmente, três unidades litológicas:xistos e grauvaques, granitos hercínicos equartzitos e xistos argilosos. O traçado daSolução 2, além de atravessar as mesmasformações geológicas, destaca-se dosanteriores por interferir com três manchas de formações aluvionares recentes com algumaexpressão.

Os traçados em estudo não interferem comconcessões mineiras, áreas de prospecção e pesquisa de depósitos minerais ou áreas de

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reserva e cativas para massas minerais. Naenvolvente existem 16 pedreiras de granitoindustrial. Existe ainda uma pedreira degnaisses, correspondente a um pontolocalizado a cerca de 1600 m do traçadomais próximo.

Os traçados desenvolvem-se nas baciashidrográficas dos rios Douro e Vouga. Dasformações geológicas que afloram ao longodos traçados, nenhuma reúne características de permeabilidade e de armazenamentopara constituírem sistemas aquíferos de boaa elevada produtividade.

De acordo com os dados analisados, quer as águas superficiais quer as subterrâneasapresentam uma fraca qualidade. Na área de implantação dos traçados a vulnerabilidadedas águas subterrâneas à poluição não é,em geral, elevada, excepto nos valesassociados às seguintes linhas de água:ribeira de Caster, rio Ulma, rio Antuã, rioPintor e rio Ínsua.

Apesar do considerável grau deindustrialização do troço inicial da LigaçãoFeira (Nó da A1)/IC2/Mansores, as indústrias existentes não se caracterizam por emissões atmosféricas significativas, passíveis deafectar a qualidade do ar. O tráfegorodoviário constitui a principal fonte depoluição atmosférica.

No que se refere à caracterização doambiente sonoro actual, a zona em análiseé, actualmente, medianamente perturbada,devido à existência de algumas indústrias evias rodoviárias de alguma expressão.

Nos concelhos de São João da Madeira,Oliveira de Azeméis e Arouca a gestão deresíduos sólidos urbanos (RSU) é daresponsabilidade do Sistema Multimunicipaldo Litoral Centro. No concelho de SantaMaria da Feira a gestão de RSU éassegurada pelo Sistema Multimunicipal deVila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira.

A generalidade do coberto vegetal na áreade implantação do projecto rodoviárioencontra-se bastante alterado, quer emtermos de composição florística, quer emtermos estruturais. A eliminação da florestaoriginal terá eventualmente transformado amaior parte da zona em estudo em áreas de

matos e matagais onde as estruturasflorestais originais apenas constituempequenas manchas, em especial junto àslinhas de água ou em encostas de declivesmuito acentuados.

São frequentes as manchas de pinheiro-bravo e de eucalipto, bem como elementosarbóreos exóticos, como as acácias, decaracterísticas invasoras.

A fauna ocorrente é relativamente pobre,dadas as características urbanas de umaparte significativa da área de implantaçãodos traçados e a existência de frequentesmanchas de pinheiro-bravo ou eucalipto, não se identificando na área habitatsparticularmente relevantes ou sensíveis doponto de vista faunístico. Entre os habitatsidentificados na área em apreço, os que seencontram associados às orlas dos cursosde água apresentam normalmente um valorsuperior.

A Ligação Feira (Nó da A1)/IC2/Mansoresinsere-se num território de forte dinamismodemográfico e socioeconómico, sobretudona sua primeira parte. Pelo contrário, naparte final dos traçados verificam-semenores densidades demográficas, comuma malha urbana mais esparsa e maiorextensão de áreas agrícolas e, sobretudo,florestais.

Numa perspectiva de Ordenamento doTerritório e conformidade com osinstrumentos de gestão territorial, a Ligaçãoencontra-se prevista desde há muito,fazendo parte da rede complementar deestradas nacionais do Plano RodoviárioNacional. Como se referiu, a via em estudo é parte da ligação entre Feira e Arouca, tendocomo objectivo uma melhor articulação entre a faixa litoral e o interior do território Centro-Norte, permitindo, simultaneamente, unir aA1, o IC2 e o futuro IC35.

Apenas o Plano Director Municipal de SantaMaria da Feira estabeleceu um corredor dereserva para esta Ligação, ainda que estenão coincida integralmente com qualquer dos corredores em estudo.

No que se refere ao Património, foramidentificados 69 elementos patrimoniais,

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integráveis nas categorias de PatrimónioArquitectónico, Etnográfico e Arqueológico,ainda que apenas um, Mamoa da Aliviada I,se encontre classificado como MonumentoNacional.

Quanto à Paisagem, verifica-se que amesma se encontra simplificada na área deincidência do projecto, sendo dominada poráreas urbanas relativamente densas na parte poente e por uma paisagem de carizessencialmente florestal, monoculturas depinheiro-bravo ou eucalipto, na zonanascente, tendo-se definido três grandesunidades de paisagem: Urbana, Agrícola eUrbana Dispersa e, por último, Florestal.

IMPACTES DO PROJECTO

O principal objectivo de um Estudo deImpacte Ambiental é o de, a partir da análisedos previsíveis efeitos (impactes) noambiente natural e social, causados pelaconcretização do empreendimento emestudo, fornecer informação pertinente aosdecisores e às entidades, públicas eprivadas, e cidadãos interessados oupotencialmente afectados.

Apresenta-se, seguidamente, um resumodos principais impactes identificados, tantopara a fase de construção da via como paraa fase da sua plena exploração. Foramigualmente estudados no EIA os possíveisriscos e impactes cumulativos do projecto.

Na fase de obra, os impactes mais imediatos relacionam-se com os inevitáveis trabalhosde desmatação e movimentação de terras.Estes trabalhos provocarão a destruição dacobertura vegetal, o que terá impactesnegativos sobre a flora, aumentará apossibilidade de erosão do solo e dearrastamento de sedimentos para as linhasde água e originarão poeiras e lamas.

As actividades de construção implicarão umconsiderável movimento de veículos emáquinas pesadas, com potenciaisconsequências negativas para a segurançarodoviária e em termos de aumento deemissões poluentes e do ruído ambientenas proximidades da obra.

A qualidade do ar será afectada,igualmente, pela operação de centrais debetão, de asfalto e de britagem, ainda queseja a um nível local.

Os impactes microclimáticos verificam-sesobretudo em atravessamentos em aterrosobre vales agrícolas, situação em que o arfrio tende a acumular-se nas zonas baixasdesprovidas de vegetação densa.

Os principais impactes na geologia,geomorfologia e solos verificam-se durante a fase de construção. Os aterros eescavações com altura superior a 15 m quese verificam no presente projecto induzirãoimpactes geomorfológicos importantes. Noque toca aos solos, verifica-se, em diversostrechos dos traçados em estudo, umaafectação relevante de solos da RAN.

A afectação de áreas de infiltração máximaé, na maior parte dos casos, bastanteminimizada pelo facto do atravessamento seefectuar total ou parcialmente em viaduto.

Não se prevêem impactes significativos, quer ao nível da qualidade das águassuperficiais, quer subterrâneas, durante afase de exploração do empreendimento, nãose prevendo a afectação significativa do usoda água para a maioria das hipóteses detraçado analisadas.

Na fase de exploração, os impactesnegativos esperados sobre a qualidade doar serão igualmente pouco importantes.

Os impactes em termos de ruído serão,previsivelmente, importantes nas zonaspróximas do traçado que apresentam níveissonoros reduzidos e pouco relevantes naszonas próximas do traçado em que os níveis sonoros são já elevados, situação que severifica em grande parte da zona em estudo, que se apresenta como medianamenteperturbada. Os impactes serão, por seu lado, positivos junto às actuais vias, que virão asofrer transferências de tráfego para o novotraçado.

Durante a construção da via serãoproduzidas grandes quantidades deresíduos, sobretudo de terras sobrantes.Também serão produzidos, como emqualquer obra similar, resíduos derivados da

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manutenção dos equipamentos deconstrução e óleos usados, classificadoscomo perigosos.

Em termos ecológicos, não se prevê aocorrência de impactes negativos muitoimportantes uma vez que os traçados emavaliação não afectam áreas de particularinteresse conservacionista. Foram, contudo,identificadas algumas áreas directamenteafectadas pelo projecto que, porapresentarem um interesse acrescidorelativamente à envolvente, foramconvenientemente assinaladas.

Do ponto de vista socioeconómico aimplantação desta rodovia poderá induzirincómodos e perturbações importantes,sobretudo na fase de construção da via.Durante a exploração do empreendimento,os impactes serão essencialmente positivos,relacionando-se directamente com amelhoria das acessibilidades,nomeadamente por permitir uma melhorarticulação entre a faixa litoral e o interior doterritório Centro-Norte.

O projecto em análise induzirá impactesimportantes ao nível do ordenamento daárea em que será implantado. Embora sepossa verificar uma significativadesorganização e perturbação do espaçodurante a fase de construção, espera-se umaimportante função estruturadora do territórioao longo da sua fase de exploração.

No que se refere ao património cultural, osprincipais impactes negativos poderãoocorrer durante os trabalhos de construçãoda via. Contudo, dos 37 elementospatrimoniais considerados de valor elevado,quatro sofrerão impactes directos, sendo aafectação das necrópoles de Gozendas eAlagoas as situações mais críticas.

Os impactes na paisagem durante a fase de construção são sempre de importânciaelevada. Já no que se refere à fase deexploração, os impactes tendem aapresentar uma importância variável,consoante a dimensão das alterações visuais que se verificam.

ANÁLISE DE HIPÓTESES ALTERNATIVASDE TRAÇADO

Além da identificação dos potenciaisimpactes decorrentes da construção e daexploração da via, o EIA teve também comoobjectivo a análise das diferentes hipótesesde traçado, por forma a identificar qual ouquais dessas hipóteses podem serconsideradas como preferenciais paraposterior desenvolvimento, em fase deProjecto de Execução.

Foram analisadas, no Estudo de ImpacteAmbiental, as diferentes combinações entreos traçados das soluções e alternativasmencionadas. Estabeleceram-se, assim, 10hipóteses de traçado, que foram comparadas entre si. No quadro seguinte apresentam-seas combinações de traçados analisadas.

Hipóteses de Traçado analisadas.

Até cerca do km 18+000 da Sol.1

Hip 1 Sol 1

Hip 2 Sol 2

Hip 3 Sol 3

Hip 4 Sol 1 - Alt 1 - Sol 1

Hip 5 Sol 1 - Alt 1 - Sol 1 - Sol 3

Hip 6 Sol 1 - Sol 3

Hip 7 Sol 3 - Alt 2 - Sol 1

Hip 8 Sol 3 - Alt 2 - Sol 1 - Sol 3

A partir do km 18+000 da Sol.1

Hip 9 Sol 1/3

Hip 10 Sol 2

A análise comparativa das diferenteshipóteses de traçado permitiu concluir que as hipóteses 3 e 5 se apresentam comopreferíveis. Contudo, em termos de geologia, geomorfologia e solos a primeira é maisdesfavorável. Pelo contrário, no que serefere à componente ecológica a hipótese 5apresenta-se como mais prejudicial do que a hipótese 3.

No troço inicial da Ligação foi analisada apossibilidade de construção de um túnel, nazona de Cruz, tendo-se considerado estaopção como preferível por forma a garantir acontiguidade espacial entre o lado norte e olado sul da Feira.

A opção por uma das localizaçõesalternativas do Nó 3.4 da Solução 3 foiigualmente ponderada. Os resultados da

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análise comparativa efectuada não sãoconclusivos, uma vez que em termosgeomorfológicos e ao nível dos recursoshídricos o Nó 3.4 Alternativo (a sul) aparentaser mais prejudicial mas, no caso dosimpactes sobre a componente social, estalocalização é preferível.

No que se refere ao troço final da LigaçãoFeira (Nó da A1)/IC2/Mansores, é apontada,no cômputo geral, a hipótese de traçado 10como preferível ou, pelo menos, equivalentepara a generalidade dos descritores, comexcepção da Paisagem.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DOS IMPACTES NEGATIVOS E DE VALORIZAÇÃO DOS IMPACTES POSITIVOS

Grande parte dos potenciais impactesnegativos identificados, ou pelo menos dassuas dimensões mais gravosas, pode serminimizada, através da adopção deadequadas medidas de mitigação deimpactes.

No EIA são propostas essas medidas, umasde carácter geral para a obra e a exploraçãoda via, outras específicas dos impactes emdeterminadas componentes ambientais;entre as medidas propostas destacam-se asseguintes:

A instalação de estaleiros, oficinas,depósitos ou quaisquer outras estruturasde apoio à obra não poderá efectuar-se emsolos afectos à Reserva Agrícola Nacional ou Reserva Ecológica Nacional, em leitos decheia, devendo ser salvaguardada umadistância mínima de 10 m das linhas de água e preservados os locais de permeabilidadeelevada.

A utilização de explosivos, para além docorrecto cumprimento das normas desegurança, deve ser feita apenas em período diurno, devendo ser antecedida deinformação à população sobre horários elocais de explosão.

Deverão ser tomadas medidas contra aemissão de poeiras, por humedecimento do solo seco, durante a fase de construção. O

transporte de materiais particulados oususceptíveis de serem projectados para asvias de circulação deverá ser realizado comcobertura da carga com lona.

Deverá ser efectuado o revestimentovegetal dos taludes, com espécies vegetaisadequadas; esse revestimento destina-se areforçar a estabilidade dos taludes, evitar asua erosão e promover um adequadoenquadramento da via.

Quanto ao ruído, propõe-se a inclusão deadequadas estruturas de protecçãosonora em diversos locais.

Como medida geral de mitigação dosimpactes sobre o património é proposta aprospecção sistemática do traçado que vier a ser seleccionado.

PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO E DE ACOMPANHAMENTO AMBIENTAL

Conforme se declara no regime de Avaliação de Impacte Ambiental (Decreto–Lein.º 69/2000), a monitorização ambiental éuma das actividades fundamentais para após-avaliação dos impactes de umempreendimento. Esse diploma contém aseguinte definição de monitorização:

”… processo de observação e recolhasistemática de dados sobre o estado doambiente ou sobre os efeitos ambientais de determinado projecto e descrição periódicadesses efeitos por meio de relatórios daresponsabilidade do proponente, com oobjectivo de permitir a avaliação da eficácia das medidas previstas no procedimento deAIA, para evitar, minimizar ou compensaros impactes ambientais significativosdecorrentes da execução do respectivoprojecto” (alínea l) do Art.º 2º).”

O EIA propõe, para as componentes degeologia e geomorfologia, recursoshídricos (aspectos quantitativos equalitativos), qualidade do ar, ruído,resíduos e paisagem, programas demonitorização e,ou de acompanhamentoambiental.

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Estes programas destinam-se, sobretudo, acontrolar as condições de estabilidade dostaludes, a garantir a continuidade doescoamento das linhas de águaatravessadas e a correcta manutenção doselementos de drenagem da via, aferir doefectivo aumento do tráfego, detectandopossíveis desvios significativos face àsprevisões existentes (o que pode terconsequências para a qualidade do ar e oambiente sonoro), o cumprimento dasmedidas preconizadas para os resíduos e aassegurar a recuperação e integraçãopaisagísticas do projecto.

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