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2013/2014 A Química e o Desporto 23 LIGAS METÁLICAS METAIS A palavra “metal” (na Grécia antiga, métalon que significa mina) assume, no nosso quotidiano, vários significados conforme o contexto em que é utilizada. Quimicamente, um metalé um elemento, substância ou liga, caracterizado pela boa condutividade elétrica e térmica, pela cor vulgarmente prateada ou amarelada, por um alto ponto de fusão e de ebulição,e uma elevada dureza. Os metais são extraídos de minérios que se encontram na natureza, em minas no interior da terra ou a céu aberto. ELEMENTOSMETÁLICOS NA TABELA PERIÓDICA A maioria dos metais é quimicamente estável, com a exceção notável dos metais alcalinos e alcalino-terrosos, encontrados nos dois primeiros grupos da Tabela Periódica. Os elementos semimetálicos são aqueles que apresentam, simultaneamente, propriedadescaracterísticas dos elementos metálicos e dos elementos não metálicos. GRUPO PERÍODO 1 2 3 4 5 6 7 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 1 13 14 15 16 METAIS SEMIMETAIS NÃO METAIS

LIGAS METÁLICAS - · PDF file2013/2014 A Química e o Desporto 25 AFINIDADE ELETRÓNICA Quanto mais elevada for a energia libertada quando um átomo capta um electrão, mais estável

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2013/2014

A Química e o Desporto

23

LIGAS METÁLICAS

METAIS

A palavra “metal” (na Grécia antiga, métalon que significa mina) assume,

no nosso quotidiano, vários significados conforme o contexto em que é utilizada.

Quimicamente, um metalé um elemento, substância ou liga, caracterizado pela

boa condutividade elétrica e térmica, pela cor vulgarmente prateada ou

amarelada, por um alto ponto de fusão e de ebulição,e uma elevada dureza.

Os metais são extraídos de minérios que se encontram na natureza, em

minas no interior da terra ou a céu aberto.

ELEMENTOSMETÁLICOS NA TABELA PERIÓDICA

A maioria dos metais é quimicamente estável, com a exceção notável dos

metais alcalinos e alcalino-terrosos, encontrados nos dois primeiros grupos da

Tabela Periódica.

Os elementos semimetálicos são aqueles que apresentam,

simultaneamente, propriedadescaracterísticas dos elementos metálicos e dos

elementos não metálicos.

GRUPO

PER

ÍOD

O

1 2 3 4 5 6 7

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1

2

1

8

13 14 15 16

17

METAIS

SEMIMETAIS

NÃO METAIS

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Na classe dos metais

encontram-se alguns

que são particularmente

semelhantes,

agrupando-se, por isso,

em famílias:

ENERGIA DE IONIZAÇÃO

Ao longo de um período da Tabela Periódica, a energia

de ionização aumenta dos metais para os não metais

Os metais apresentam valores baixos de energia de

ionização e os não metaisapresentam valores mais elevados

Assim, os elementos metálicos formam, predominantemente,

iões positivos e os elementos não metálicos, iões negativos.

Energia mínima necessária para ejetar uma mole de eletrões de uma mole de

átomos neutros, no estado gasoso e fundamental, de forma a originar “iões positivos”.

Li

Na

Rb

K

Cs

M

g Ca

Sr

Ba

C

r

1

2

18

F

Cl

I

Br

O

S

N

P Al

Sn

Pb

Mn Fe Co Ni Cu Zn

Ag

ENERGIA DE IONIZAÇÃO AUMENTA

EN

ER

GIA

DE I

ON

IZA

ÇÃ

O A

UM

EN

TA

Metais de transição

Metais alcalinos

Metais alcalino-terrosos

Halogéneos

Gases nobres

1

2

17

18

1

2 17

18

88

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17

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AFINIDADE ELETRÓNICA

Quanto mais elevada for a energia libertada quando um átomo capta um

electrão, mais estável é o anião em relação ao átomo e maior é a sua afinidade

electrónica.

Energia necessária para retirar um eletrão de um ião mononegativo.

H +73

3 4 5 6 7 8 9 10

11 12

1

2

1

8

13 14 15 16

17

AFINIDADE ELETRÓNICA AUMENTA

Tende a ser maior para os elementos do

lado direito da Tabela Periódica

ELEMENTOS METÁLICOS ELEMENTOS NÃO METÁLICOS

Apresentam baixas afinidades

eletrónicas, pelo que não têm

tendência a captar eletrões.

Apresentam elevados valores

para a afinidade eletrónica,

pelo que são mais estáveis

sob a forma de aniões.

AFIN

IDA

DE E

LETR

ÓN

ICA

AU

MEN

TA

Li +60

Na +53

K +48

Rb +47

Cs +45

Fr +44

Be 0

Ca +2

Sr +5

Ba +14

Ra

Mg 0

Sc +18

Y +30

Lu

Lr

Ti +8

Zr +41

Hf

Rf

V +51

Nb +86

Ta +31

Db

Cr +64

Mo +72

W +79

Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Uut Uuq Uup Uuh Uus Uuo

Mn

Tc +53

Fe +16

Ru +101

Co +64

Rh +110

Ni +112

Pd +54

Cu +118

Ag +126

Re +14

Os +106

Ir +151

Pt +205

Zn -47

Au +223

Cd -32

Hg -61

B +27

Al +43

Ga +29

In +29

Tl +20

He -21

Ne -29

Ar -35

Kr -39

Xe -41

Rn -41

F +328

Cl +349

Br +325

I +295

At +270

O +141

S +200

Se +195

Te +190

Po +183

N -7

P +72

As +78

Sb +103

Bi +91

C +122

Si +124

Ge +116

Sn +116

Pb +35

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ESTRUTURA DOS METAIS

LIGAÇÃOMETÁLICA

MODELO DE LIGAÇÃO METÁLICA

Qualquer superfície não polida e não oxidado de um metal, por exemplo a

que fica exposta ao partir-se um fio metálico, mostra pequenos cristais.

As formas geométricas regulares destes cristais constituem uma indicação

do arranjo regular dos respetivos átomos. Alguns métodos físicos, tais como a

difração de raiosX, revelam a forma de empacotamento regular dos átomos.

A forma compacta como os átomos dos metais se associam significa que os

respetivoseletrões de valência se encontram partilhados entre cada átomo e os

vizinhos, e entre estes e os seguintes e, assim, sucessivamente.

Os eletrões de valência constituem, assim, uma

nuvem ou “mar” de carga elétrica negativa que abrange

todo o cristal e onde se inserem, segundo o tipo de

empacotamento, os cernes atómicos, de carga positiva,

formados pelos núcleos e pelos eletrões mais interiores. A

estabilidade de cada cristal metálico resulta, sobretudo,

de um balanço entre as atrações “mar de eletrões” – “cernes atómicos” e as

repulsões entre estes cernes de carga positiva (e entre os eletrões de valência

partilhados), com vantagem para as atrações. É nisto que consiste a chamada

ligação metálica.

A eficácia da ligação metálica depende de vários fatores, em que se inclui

o número de eletrões de valência partilhados e, consequentemente, a carga dos

cernes.

Estrutura cúbica

simples

Estrutura cúbica de

corpo centrado

Estrutura hexagonal de

empacotamento

perfeito

Estrutura cúbica de

corpo centrado

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PROPRIEDADES CARACTERÍSTICAS DOS METAIS COMO

SUBSTÂNCIAS OU MATERIAIS

COR E BRILHO

Quando polidos, os metais apresentam-se brilhantes e de cores diferentes

em função de refletirem ou não todas as radiações que sobre eles

incidem.

RESISTÊNCIA ELÉTRICA E TÉRMICA

Um metal, geralmente, apresenta valores elevados para a condutividade

elétrica e térmica, o que significa que são bons condutores de corrente

elétrica e de calor.

PONTO DE FUSÃO E DE EBULIÇÃO

Os metais apresentam pontos de fusão variados.

Os metais apresentam algumas

propriedades que fazem com que eles

sejam únicos para algumas aplicações.

A reflexão da luz é explicadapela presença de eletrões livres nos metais, que

podemser excitados por absorção de fotões e voltar ao estado inicial emitindo fotões.

Os eletrões deslocalizados têm grande

mobilidade dentro da rede, comunicando

o impulso elétrico com rapidez.

Os eletrões deslocalizados

transmitem a energia de vibração de

um ião positivo aos iões vizinhos.

Os elevados pontos de fusão e ebulição

nos metais devem-se às intensas forças de

atração entre partículas, que levam à

necessidade de um valor elevado de

energia térmica para superar as forças de

atração entre os iões positivos e os eletrões

deslocalizados.

2013/2014

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DUREZA

Esta propriedade confere aos metais a capacidade de resistir, de forma

permanente, à deformação, quando sujeito a uma carga. Assim, quanto

maior dor a dureza, maior será a sua resistência à deformação.

DENSIDADE

A densidade dos metais não é toda da mesma ordem de grandeza, razão

pela qual alguns metais são classificados como metais densos e outros

considerados como metais pouco densos.

DUCTILIDADE

A ductilidade de um metal é a propriedade

que lhe permite ser sujeito a estiramento

para se obter fios finíssimos.

MALEABILIDADE

Propriedade que permite moldar e

deformar os metais.

Devido à elevada intensidade de ligação metálica e ao facto das partículas

presentes nos metais estarem fortemente “empacotadas” na rede cristalina, os

metais são geralmente duros.

Estiramento

Fios de cobre

À medida que o número atómico aumenta nos metais de transição, a massa do

átomo aumenta sem que o raio varie significativamente, o que implica um

aumento da densidade.

A distorção não rompe a ligação metálica entre partículas, isto porque dada a

sua natureza não direcional, o deslocamento de átomos não altera

significativamente as forças de ligação.

2013/2014

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Uma consequência direta da estrutura dos metais é a possibilidade de se

formarem ligas metálicas.

Um “metal puro” é constituído por átomos de uma única espécie, que se

encontram regularmente distribuídos num determinado reticulado cristalino. A

introdução de átomos de elementos estranhos nesse sistema altera a rede

cristalina inicial, dando origem ao aparecimento de uma nova fase, diferente

daquela que existia quando o metal era puro. Uma ligametálica éassim, uma

mistura sólida, frequentemente homogénea, que se obtém por arrefecimento de

um metal fundido com um ou mais elementos, metálicos ou não metálicos, que

não podem ser separados por processos físicos.

Com efeito, é fácil imaginar a substituição de alguns cernes na estrutura do

metal principal, normalmente um metal de transição, por átomos de outros

elementos, mantendo-se, na essência, o «mar» de electrões. Alternativamente,

quando os raios atómicos são muito diferentes, os átomos mais pequenos ocupam

os intervalos entre os maiores (ligas metálicas intersticiais).

Apesar da grande variedade de metais existentes, a maioria não é

empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em

relação ao material inicial, o que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de

produção.

Ligas metálicas são materiais de propriedades semelhantesàs dos metais,

porém melhores do ponto de vista tecnológico, e que contêm pelo menos um

metal na sua composição. Distinguem-se de compostos químicos, pelo facto dos

elementos ocorrem em proporções bem definidas.

Há ligas formadas somente de metais e outras formadas de metais e

semimetais (como por exemplo o boro e o silício), de metais e não-metais (como o

carbono e o fósforo).

METAIS (COBRE E ESTANHO) LIGA METÁLICA (BRONZE)

LIGAS METÁLICAS METAIS =

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Alpaca (prata alemã)

FERROSAS NÃO FERROSAS

Apresentam o elemento

ferrocomo

constituinteprincipal.

Não apresentam o

elemento

ferrocomo

constituinte.

Classificações das LIGAS METÁLICAS

Liga na qual os átomos de um

metal são substituídos por

átomos de outro metal (o que só

é possível quando os raios

atómicos não diferirem em mais

de 15%).

Liga na qual os átomos de

soluto são tão pequenos que se

podem ajustar nos interstícios

do retículo. O raio atómico do

soluto deve ser inferior a 60% do

raio atómico do elemento

principal.

SUBSTITUCIONAIS INTERSTICIAIS

Barras de Aço

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DIFERENTES PROPRIEDADES NAS LIGAS METÁLICAS

As propriedades resultantes do processamento das ligas metálicas são

determinadas pelos metais fundidos nesse processamento, as composições de

cada metal na liga formada, pela estrutura do arranjo cristalino das ligas, pelo

tamanho dos cristais e pelos tratamentos adicionais que se podem realizar. A

variação destes fatores leva à formação de diversas composições de ligas

metálicas. Deste modo, as propriedades adquiridas tornam as ligas formadas, úteis

para cada aplicação específica.

A utilização, por exemplo, do elemento Ouro (Au) na

forma como é encontrado na natureza não é viável para

fabricar objetos consistentes, pois este elemento é mais

maleável que a grande maioria dos metais. Mas a adição do

elemento prata (Ag) e do elemento cobre (Cu) permite a

formação de uma ligação metálica, aumentando a dureza, e

possibilitando a utilização da liga Au+Ag+Cu para o fabrico de

jóias, anéis, pulseiras, relógios, etc. Esta liga metálica

formada é também conhecida por Ouro 18 quilates,

apresentando 75% de massa de ouro e 25% correspondentes

à prata e ao cobre.

Para fabricar materiais com maior resistência à deformação mecânica, é

necessário recorrer à ligação metálica entre metais.

O aço, por exemplo, é formado pelos elementos ferro (Fe) e carbono (C).

Esta liga tem uma elevada resistência mecânica, e por essa razão é

frequentemente utilizada na confecção de peças metálicas que sofrem tração

também elevada.

Uma utilização muito comum do aço inox é em

materiais cirúrgicos, por esta liga apresentar alta

resistência à oxidação (perda de eletrões por um dos

reagentes de uma reação oxidação-redução).

AUMENTO DA DUREZA

AUMENTO DA RESISTÊNCIA À DEFORMAÇÃO MECÂNICA

Jóia de Ouro

18 quilates

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APLICAÇÕES DAS LIGAS METÁLICAS

As alterações estruturais pela formação de ligas conduzem a importantes

modificações das propriedades originais do material, que encontram uma gama

variada de aplicações.

Tipo de liga Composição Aplicações

AÇOS Fe + C (0,2% - 2%) Construção civil, ferramentas

AÇO INOX Fe + Cr (+ Ni) Tubagem, utensílios, ferramentas

BRONZE Cu + Sn Peças para navios, escultura

CONSTANTAN Cu + Ni Resistências eléctricas

CUPRONÍQUEL Cu + Ni Tubagens, moedas

DURALUMÍNIO Al + Cu Indústria aeronáutica e automobilística

LATÃO Cu + Zn Construções metálicas, utensílios

NITINOL Ni + Ti Medicina, armação de óculos

OURO AMARELO Au + Ag + Cu Joalharia, cunhagem de moeda

SOLDA Pb + Sn Soldadura

NO DESPORTO…

ALUMÍNIO

AÇO

BRONZE

FERRO FUNDIDO

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A redução ocorre quando o estado de oxidação de um átomo ou ião diminui

A oxidação ocorre quando o estado de oxidação de um átomo ou ião aumenta

Cu2+ (aq) + 2e- Cu (s)

Cu Cu2+ OXIDANTE REDUTOR

Zn (s) Zn2+ (aq) + 2e- Zn Zn2+ REDUTOR OXIDANTE

DEGRADAÇÃO DOS METAIS

O ferro e suas ligas são dos materiais mais importantes usados na atualidade.

Contudo, são materiais muito propensos à corrosão (degradação), porque a

ferrugem (óxidos de ferro) é porosa, deixando a superfície facilmente exposta à

continuada ação do ar e da água.

A oxidação e redução são processos químicos complementares, que

envolvem a perde de electrões por um dos reagentes (oxidação) e o

correspondente ganho de electrões por outro reagente (redução), decorrendo

em simultâneo e de tal forma, que o número de electrões libertados na oxidação

é igual ao número de electrões necessários na redução. Exemplo de uma reação

redox:

OXIDAÇÃO - REDUÇÃO

Reação em que ocorre transferência de electrões

REAÇÃO REDOX

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Na natureza, a maioria dos metais são sempre encontrados na forma de

óxidos, sulfuretos e hidróxidos.

A maioria dos metais tende a combinar-se com o oxigénio do ar, produzindo

os respectivos óxidos.

Este fenómeno de corrosão para alguns desses metais dá-se de forma lenta,

à temperatura ambiente. No entanto, existem outros metais, como o alumínio, por

exemplo, onde a corrosão é rápida, consequente da formação de uma camada

de óxido na superfície do alumínio que protege o metal do oxigénio e impede,

assim, a continuação do processo de corrosão.

A corrosão dá-se sobretudo pelo contacto dos metais com o ar húmido,

com ácidos, bases, sais, iões cloreto e outras substâncias sólidas e líquidas. Os

metais podem ainda sofrer corrosão quando expostos a materiais gasosos como

vapores ácidos, formaldeído gasoso, gás amoníaco e gases sulfurosos.

CORROSÃO DE COMPONENTES METÁLICOS

Processos químicos ou eletroquímicos que envolvem a deterioração e

degradação dos componentes metálicos

Sulfureto de sódio Óxido de Cobre Hidróxido de Ferro(II)

OXIDAÇÃO INDESEJÁVEL

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Representação da célula voltaica designada por PILHA DE DANIELL

Os únicos elementos necessários para originar o “fluido elétrico”, atualmente

designado por corrente elétrica, e que são os mesmos elementos que constituem

uma célula (pilha) galvânica ou célula (pilha) voltaica, são:

OXIDAÇÃO ÚTIL

PILHAS E BATERIAS

Dispositivos que convertem energia química em energia elétrica

Eletrólito

Dois metais diferentes

A representação atual da célula voltaica é constituída por dois

compartimentos separados, as semi - células, contendo, cada uma, um elétrodo e

uma solução de eletrólito.

Substância que, dissociada ou ionizada, origina

iões positivos e iões negativos, pela adição de

um solvente ou aquecimento.

Elétrodo de zinco

mergulhado numa

solução de sulfato de

zinco, com iões Zn2+

Elétrodo de cobre

mergulhado numa

solução de sulfato de

cobre (II), com iões

Cu2+

Os dois elétrodos

ligam-se através de um

fio condutor, onde se

pode intercalar o

voltímetro

PILHAS

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Quando se fecha o circuito, os eletrões deslocam-se, através do fio

condutor, do ânodo para o cátodo, e ocorrem as duas semirreações, uma em

cada um dos elétrodos:

Para que uma célula voltaica funcione, a solução, nas duas semicélulas,

deve manter-se eletricamente neutra.

ÂNODO

(polo -)

CÁTODO

(polo +)

Elétrodo (de Zn) onde se

realiza sempre a oxidação

Elétrodo (de Cu) onde se

realiza sempre a redução

A eletroneutralidade dos eletrólitos é assegurada pela

PONTE SALINA

Semiequação de oxidação

Equação global da reação

Semiequação de redução

Existem outros tipos de células

construídas sem ponte salina mas

com uma MEMBRANA POROSA,

que permite a passagem de iões.

Tubo fino que contém um gel de

ágar-ágar saturado com um sal,

vulgarmente KNO3,NaCl ou KCl.

Os iões negativos do sal migram

para a semicélula de zinco

Os iões positivos do sal migram

para a semicélula de cobre

A associação em série de duas ou mais

células é designada por bateria.

BATERIAS

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PILHAS NO QUOTIDIANO

PROTEÇÃO DE METAIS

As ligas resistentes à corrosão são usadas quando as condições

potencialmente corrosivas proíbem o uso de ligas de aço e a utilização de

revestimentos protetores é insuficiente ou economicamente inviável.

Quando o ambiente se torna potencialmente agressivo, usam-se as ligas à

base de níquel, titânio e de molibdénio que utilizam de uma forma mais genérica

nas refinarias, nos processos industriais, na indústria aeroespacial e militar.

PRIMÁRIAS

CONCENTRAÇÃO

COMBUSTÍVEL

SECUNDÁRIAS Pilhas que podem ser recarregadas se forem ligadas a

uma corrente elétrica

Células que necessitam de um electrólito que

transporte as partículas carregadas eletricamente de

um elétrodo para o outro, e um catalisador, que

aumente a velocidade das reações nos elétrodos. PILHAS DO FUTURO

Um dos processos de proteção dos metais contra a corrosão é a introdução na

liga de um elemento capaz de aumentar essa resistência.

PROTEÇÃO CATÓDICA PROTEÇÃO DE SUPERFÍCIE

Para que haja uma

proteção catódica, o

metal terá de estar

protegido por um

excesso de eletrões de

forma a ficar reduzido,

evitando assim a

oxidação na sua

superfície.

Células que uma vez descarregadas não podem ser

recarregadas

GALVANOPLASTIA ANODIZAÇÃO

Técnica que tem

como finalidade

o revestimento de

peças metálicas

ou não metálicas.

Baseia-se na realização

de uma eletrólise em

meio sulfúrico, onde

ocorre a conversão

superficial do alumínio

num filme anódico de

óxido de alumínio,

protetor do metal.

2013/2014

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A proteção catódica por ânodos de

sacrifício é uma técnica utilizada para proteger

uma substância de um ataque químico (corrosão).

Esta proteção baseia-se no facto de existir um

metal que possui potencial de corrosão mais baixo

e, como tal, ser corroído durante a reação.

Este tipo de proteção externa usa-se muito

quando o meio é a água do mar e os materiais

preferenciais para o ânodo são o zinco e o

magnésio.

Materiais mais vulgares para o ânodo deste tipo de proteção interna:

óxidos metálicos,

metais preciosos

aço inoxidável com elevado teor em silício

Tanto o ânodo da proteção catódica (fonte da corrente) como a estrutura

a proteger devem estar soterrados ou imersos num eletrólito eletricamente

homogéneo, de forma a completar o circuito: do ânodo através do eletrólito até

ao cátodo (estrutura) e voltando, através da estrutura, até ao ânodo.

Ânodo de sacrifício

Por corrente protetora

Obtenção de uma proteção catódica por ligação de um

metal a outro mais oxidável.

Aplicação de uma corrente elétrica no ânodo, de forma a

conduzir a superfície da estrutura a um estado elétrico tal

que se torna catódico em relação aos outros materiais.

Proteção catódica por corrente protetora numa tubagem subterrânea

2013/2014

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ELETRÓLISE

UMA REAÇÃO QUÍMICA FORÇADA

ELETRÓLISE DA ÁGUA

Célula eletrolítica

Fonte de energia

Elétrodos

Eletrólito

do grego… electro lýsis decomposição pela eletricidade

Reação química mediante a qual

há decomposição de um

composto diluído ou fundido por

meio de um campo elétrico

(corrente contínua).

ENERGIA ELÉTRICA

ENERGIA QUÍMICA pilha

eletrólise

Um dos exemplos mais correntes de eletrólise

é a reação de decomposição da água. A água

pura não conduz corrente elétrica uma vez que as

concentrações de iões H+ (aq) e HO- (aq) são

muito baixas (1,0 x10-7 mol/dm3, a 25ºC). No

entanto, na presença de um electrólito, por

exemplo, um ácido, a água pode ser

decomposta.

Qualquer que seja o eletrótilo, há várias

hipóteses de oxidação anódica e de redução

catódica. Em qualquer das situações prevalecerá:

a redução do oxidante mais forte

a oxidação do redutor mais forte

Ânodo - oxidação

Cátodo - redução

Equação global

2 H2O (l) 4 H+ (aq) + 4 e- + O2 (g)

2 H+ (aq) + 2 e- H2 (g)

2 H2O (l) 2 H2 (g) + O2 (g)

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APLICAÇÕES INDUSTRIAIS DA ELETRÓLISE

Processos industriais de revestimentos de uma

peça passível de corrosão que dão uma boa

resistência aos ataques químicos.

= CÉLULA VOLTAICA CÉLULA ELETRÓLITICA

NIQUELAGEM E ZINCAGEM

ANODIZAÇÃO DO ALUMÍNIO Processo eletroquímico que transforma a

superfície do alumínio em óxido de alumínio.

A camada aplicada (revestimento) não

apresenta porosidades, o que favorece a

ausência de corrosão.

A camada anódica não resulta de uma

deposição dos produtos que constituem o

revestimento mas sim da transformação do

próprio metal no seu óxido.