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16/11/13 Lima Barreto – Wikipédia, a enciclopédia livre pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Barreto 1/4 Lima Barreto Nascimento 13 de maio de 1881 Rio de Janeiro, Brasil Morte 1 de novembro de 1922 (41 anos) Rio de Janeiro Nacionalidade Brasileiro Ocupação Romancista, contista, cronista Magnum opus Triste Fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 — Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922), melhor conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e um dos mais importantes escritores libertários brasileiros. Era filho de João Henriques de Lima Barreto (negro nascido escravo) e de Amália Augusta (filha de escrava agregada da família Pereira Carvalho). O seu pai foi tipógrafo. Aprendeu a profissão no Imperial Instituto Artístico, que imprimia o periódico "A Semana Ilustrada". A sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da 1ª à 4ª séries. Ela faleceu quando ele tinha apenas 6 anos e João Henriques trabalhou muito para sustentar os quatro filhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado ao visconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor. Talvez as lembranças saudosistas do fim do período imperial no Brasil, bem como as remotas lembranças da Abolição da Escravatura na infância tenham vindo a exercer influência sobre a visão crítica de Lima Barreto sobre o regime republicano. Índice 1 Biografia 2 Características 3 Obras 4 Homenagens 5 Notas 6 Bibliografia Biografia Lima Barreto, mulato num Brasil que mal acabara de abolir oficialmente a escravatura, teve oportunidade de boa instrução escolar. Após a morte da mãe, passou a frequentar a escola pública de D. Teresa Pimentel do Amaral. Em seguida, passou a cursar o Liceu Popular Niteroiense, após o seu padrinho, o visconde de Ouro Preto, concordar em custear sua educação. Lá ficou até 1894, completando o curso secundário e parte do supletivo. Em 1895, transferiu-se para a única instituição pública de ensino secundário da época, o conceituado Colégio Pedro II, cujos estudantes eram oriundos basicamente da elite econômica. No ano de 1895 foi admitido no curso da Escola Politécnica, no Rio de Janeiro. Porém, foi obrigado a abandoná-lo em 1904 para assumir o sustento dos irmãos, devido à loucura que afligiu o seu pai. Tendo sido repetidamente reprovado por 1

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Lima Barreto

Nascimento 13 de maio de 1881Rio de Janeiro, Brasil

Morte 1 de novembro de 1922 (41 anos)Rio de Janeiro

Nacionalidade Brasileiro

Ocupação Romancista, contista, cronista

Magnumopus

Triste Fim de PolicarpoQuaresma

Lima Barreto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13de maio de 1881 — Rio de Janeiro, 1 de novembro de1922), melhor conhecido como Lima Barreto, foi umjornalista e um dos mais importantes escritores libertáriosbrasileiros.

Era filho de João Henriques de Lima Barreto (negronascido escravo) e de Amália Augusta (filha de escravaagregada da família Pereira Carvalho). O seu pai foitipógrafo. Aprendeu a profissão no Imperial InstitutoArtístico, que imprimia o periódico "A Semana Ilustrada".A sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da1ª à 4ª séries. Ela faleceu quando ele tinha apenas 6 anos eJoão Henriques trabalhou muito para sustentar os quatrofilhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado aovisconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor.Talvez as lembranças saudosistas do fim do períodoimperial no Brasil, bem como as remotas lembranças daAbolição da Escravatura na infância tenham vindo aexercer influência sobre a visão crítica de Lima Barretosobre o regime republicano.

Índice

1 Biografia

2 Características

3 Obras

4 Homenagens

5 Notas

6 Bibliografia

Biografia

Lima Barreto, mulato num Brasil que mal acabara de abolir oficialmente a escravatura, teve oportunidade deboa instrução escolar. Após a morte da mãe, passou a frequentar a escola pública de D. Teresa Pimentel doAmaral. Em seguida, passou a cursar o Liceu Popular Niteroiense, após o seu padrinho, o visconde de OuroPreto, concordar em custear sua educação. Lá ficou até 1894, completando o curso secundário e parte dosupletivo. Em 1895, transferiu-se para a única instituição pública de ensino secundário da época, o conceituadoColégio Pedro II, cujos estudantes eram oriundos basicamente da elite econômica. No ano de 1895 foiadmitido no curso da Escola Politécnica, no Rio de Janeiro. Porém, foi obrigado a abandoná-lo em 1904 paraassumir o sustento dos irmãos, devido à loucura que afligiu o seu pai. Tendo sido repetidamente reprovado por

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não se interessar muito pelas matérias - passava as tardes na Biblioteca Nacional -, deixou de graduar-se emMecânica. Data dessa época a sua entrada no Ministério da Guerra como amanuense, por concurso. O cargo,somado às muitas colaborações em diversos órgãos da imprensa escrita, garantia-lhe algum sustento financeiro.Não obstante, o escritor, que só veio a ser reconhecido fundamental para a literatura brasileira após seuprecoce falecimento, cada vez mais deixava-se consumir pelo alcoolismo e por estados emocionaiscaracterizados por crises de profunda depressão e morbidez.

Lima Barreto começou a sua colaboração na imprensa desde estudante, em 1902, no A Quinzena Alegre,depois no Tagarela, O Diabo, e na Revista da Época. Em jornais de maior circulação, começou em 1905,escrevendo no Correio da Manhã uma série de reportagens sobre a demolição do Morro do Castelo. Daí emdiante, colaborou em vários jornais e revistas, Fon-Fon, Floreal, Gazeta da Tarde, Jornal do Commercio,Correio da Noite, A Noite (onde publicou, em folhetim, Numa e a Ninfa), Careta, ABC, um novo A Lanterna(vespertino), Brás Cubas (semanário), Hoje, Revista Souza Cruz e O Mundo Literário.

Em 1911 editou com amigos a revista Floreal, que conseguiu sobreviver apenas até à segunda edição, masdespertou a atenção de alguns poucos críticos. 1909 foi o ano de sua estreia como escritor de ficção,publicando, em Portugal, o romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. A narrativa de Lima Barretonesse primeiro livro, pincelada com indisfarçáveis traços autobiográficos, mostra uma contundente crítica àsociedade brasileira, por ele considerada preconceituosa e profundamente hipócrita, até mesmo os bastidoresda imprensa opinativa são alvo de sua narrativa mordaz, inspirados na redação do Cartas da Tarde. Em 1911começou a publicação, em formato de folhetins no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, de sua maisimportante obra, Triste Fim de Policarpo Quaresma, que anos mais tarde (1915) foi editado em brochura econsiderado pela crítica especializada como basilar no período do Pré-Modernismo.

Entre os leitores, as duas obras anteriormente citadas alcançaram algum êxito, o que não impediu que o autorsofresse severas críticas de outros escritores da época. Baseavam-se elas no fato de Lima fugir,conscientemente, do padrão empolado de escrever que à época vigorava. Chamavam-no "relaxado" por nãousar o português castiço e utilizar uma linguagem mais coloquial, muito própria de quem militava na imprensa.Incomodava também o fato de seus personagens não seguirem o "molde" vigente, que impunha limites à criaçãoe exaltava determinadas características psicológicas. Não à toa viu frustradas suas tentativas de ingressar naAcademia Brasileira de Letras. A respeito de seus impiedosos críticos e inimigos, Lima acusava-os de fazeremda literatura não uma arte e sim algo mecânico, uma espécie de "continuação do exame de português jurídico".

Simpático ao anarquismo, passou a militar na imprensa socialista.

Sua vida foi atribulada pelo alcoolismo e por internações psiquiátricas, ocorridas durante suas crises severas dedepressão - à época era um dos sintomas pertencentes ao diagnóstico de "neurastenia", constante de sua fichamédica - vindo a falecer aos 41 anos de idade.

Em 1993, retomando as pesquisas realizadas por Francisco de Assis Barbosa, biógrafo do autor e principalgestor da publicação póstuma de sua obra, Bernardo de Mendonça reuniu no livro Um Longo Sonho doFuturo os seus principais textos confessionais, o Diário Íntimo e o Diário do Hospício, a artigos de jornal e acorrespondência ativa, para compor um grande painel autobiográfico deste escritor que, na interpretação demuitos de seus leitores, encarna um dos maiores e inquietantes exemplos, não só do desencontro entre arte emercado, mas das iniquidades sociais na história brasileira.

Características

Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismoufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dosmilitares.

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Busto de Lima Barreto no Rio de Janeiro.

Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticadopelos seus contemporâneos parnasianos por seu estilo despojado, fluente e coloquial, que acabou influenciandoos escritores modernistas. É um escritor de transição: fiel ao modelo do romance realista e naturalista do finaldo século XIX, procurou entretanto desenvolvê-lo, resgatandoas tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da culturapopular, ao mesmo tempo em que manteve "uma visão neo-romântica e elegíaca da natureza, da cidade e do serhumano" .

Também queria que a sua literatura fosse militante. Escrevertinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertaralternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, nasociedade, privilegiavam pessoas e grupos. Para ele, o escritortinha uma função social.

Obras

1905 - O Subterrâneo do Morro do Castelo1909 - Recordações do Escrivão Isaías Caminha

1911 - O homem que sabia javanês1912 - As Aventuras do Doutor Bogóloff

1915 - Triste Fim de Policarpo Quaresma1915 - Numa e a ninfa

1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá1920 - Histórias e Sonhos

1922 - Os Bruzundangas1923 - Bagatelas

1948 - Clara dos Anjos (póstumo)1953 - Diário Íntimo1953 - Feiras e Mafuás1953 - Marginália

1956 - Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado)

1956 - Coisas do Reino de Jambom

1956 - Impressões de Leitura1956 - Vida Urbana

1956 - Correspondência, Ativa e passiva 2 tomos

Homenagens

O escritor foi homenageado, no Carnaval carioca de 1982, pela Escola de Samba GRES Unidos da Tijuca,com o samba-enredo "Lima Barreto, mulato pobre mas livre".

Notas

1. ↑ Dados biográficos de Lima Barreto (http://anarcoefemerides.balearweb.net/post/86599) (em catalão)2. ↑ Lima Barreto e a cultura nacional (http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=482) por Berthold

Zilly. Tradução: Simone de Mello. Abril, 2006.

Bibliografia

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BARRETO, Lima, Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001.

BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2002.

DIAS, André. Lima Barreto e Dostoiévski: Vozes Dissonantes". Niterói: EDUFF, 2012. 230 p.MENDONÇA, Bernardo. Lima Barreto por Lima Barreto: um roteiro. In: BARRETO, Lima. Um longo

sonho do futuro. Rio de Janeiro: Graphia, 1993.

PRADO, Antonio Arnoni. Lima Barreto: o crítico e a crise. Rio de Janeiro: Cátedra, 1976.HIDALGO, Luciana. Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura. São Paulo:

Annablume, 2008.

CAMPATO JR, João Adalberto. Lima Barreto: Retórica e Literatura Militante nas Recordações do

Escrivão Isaías Caminha. Curitiba: CRV, 2013.

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