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Instituto Bíblico El Shaddai Ministério das Trevas à Luz Módulo VIII - Língua Portuguesa (obs.: Esta apostila foi elaborada antes do atual acordo ortográfico da língua portuguesa. Colocamos no final um adendo com as principais alterações) A Origem da Língua Portuguesa Língua romântica falada principalmente em Portugal e no Brasil, e também em alguns pontos da África e da Ásia, para onde foi levada pela expansão marítima portuguesa, a partir do século XV. O português desenvolveu-se na faixa ocidental e na Península Ibérica. Atualmente é a língua oficial não só em Portugal e no Brasil, mas também dos territórios de São Tomé, Príncipe, Ilhas de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola (África). E também falando na Ásia (Goa, Damão, Diu, Ceilão, Java, Málaca e Macal) sob a forma de dialetos crioulos. O português é o desenvolvimento do latim vulgar lusitânico, variante do latim vulgar levado pelos romanos, que invadiram península ibérica em 218 a.C. Em 409, com a invasão dos germânicos (vândalos, suevos, e alanos), a unidade romana rompeu-se definitivamente: embora o latim escrito tenha resistido como língua de cultura, o latim falado diversificou-se rapidamente. Posteriormente (711), os Árabes invadiram a península e dominaram com relativa facilidade, pois lá encontraram um povo sucessivas invasões. A região entre o Douro e o Minho, campos de batalhas freqüentes entre cristãos e Árabes, era escassamente povoada. Para consolidar a posse desta região, D. Afonso IV de Castela instituiu em 1095 o Condado Portucalense (de onde deriva portucale, português) onde era falado o galego português. Esta língua foi levada pela reconquista para o sul até Algarve (séc. XIII). Por volta de 1350, época em que se extinguiu a escola literária galego-portuguesa, o português, já separando do galego por uma fronteira política, tornou-se a língua oficial de Portugal. Com a expansão ultramarina do séc. Direção: Pastor (Pedagogo) Pedro Brunizo Neto IBEL [email protected] 1

lingua Portuguesa - Módulo VIII

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Módulo VIII - Língua Portuguesa(obs.: Esta apostila foi elaborada antes do atual acordo ortográfico da língua portuguesa. Colocamos no final um adendo com as principais alterações)

A Origem da Língua Portuguesa

Língua romântica falada principalmente em Portugal e no Brasil, e também em alguns pontos da África e da Ásia, para onde foi levada pela expansão marítima portuguesa, a partir do século XV.

O português desenvolveu-se na faixa ocidental e na Península Ibérica. Atualmente é a língua oficial não só em Portugal e no Brasil, mas também dos territórios de São Tomé, Príncipe, Ilhas de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola (África). E também falando na Ásia (Goa, Damão, Diu, Ceilão, Java, Málaca e Macal) sob a forma de dialetos crioulos.

O português é o desenvolvimento do latim vulgar lusitânico, variante do latim vulgar levado pelos romanos, que invadiram península ibérica em 218 a.C. Em 409, com a invasão dos germânicos (vândalos, suevos, e alanos), a unidade romana rompeu-se definitivamente: embora o latim escrito tenha resistido como língua de cultura, o latim falado diversificou-se rapidamente. Posteriormente (711), os Árabes invadiram a península e dominaram com relativa facilidade, pois lá encontraram um povo sucessivas invasões. A região entre o Douro e o Minho, campos de batalhas freqüentes entre cristãos e Árabes, era escassamente povoada. Para consolidar a posse desta região, D. Afonso IV de Castela instituiu em 1095 o Condado Portucalense (de onde deriva portucale, português) onde era falado o galego português. Esta língua foi levada pela reconquista para o sul até Algarve (séc. XIII). Por volta de 1350, época em que se extinguiu a escola literária galego-portuguesa, o português, já separando do galego por uma fronteira política, tornou-se a língua oficial de Portugal. Com a expansão ultramarina do séc. XVI, o português foi levado aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, à África, Brasil e Ásia.

A colonização portuguesa no Brasil iniciou-se em 1532. Nesta época, o português era falado pelos colonos portugueses e pelos povos indígenas, africanos ou mestiços, e o utilizavam precariamente. Ao lado do português, coexistia a língua geral falada na costa brasileira pelos indígenas e jesuítas. Em 1758, o marquês de Pombal adotou uma série de medidas, entre as quais a proibição do uso da língua geral em favor do português, agora a língua oficial. A partir do séc. XVIII o português passou a diferenciar-se ainda mais do português europeu nos aspectos fonético, morfológico, sintático e vocabular. Registram-se os brasileirismos, fatos lingüísticos peculiares ao português do Brasil, e as contribuições de origem tupi e africana.

Origens do PortuguêsComo se originou a língua portuguesa?A língua portuguesa tem sua origem no latim vulgar, modalidade falada do latim que os romanos levaram para a Lusitânia, região situada a oeste da Península Ibérica (correspondente ao atual Portugal e à região espanhola da Galícia). A Península Ibérica, devido a sua posição geográfica, foi constantemente invadida e colonizada por diversos povos que falavam línguas diferentes: lígures, tartéssios, fenícios, gregos, bascos, iberos e celtas. Por volta do ano 218 a.C., chegaram os romanos, que, depois de conquistar esses povos, conseguiram a unificação lingüística. Pelo fato de o latim ser uma língua mais organizada e o meio de comunicação de uma cultura mais adiantada, ele foi aos poucos se impondo em toda a península, substituindo as demais línguas, com exceção do basco. De todas as línguas pré-românicas subsistem algumas palavras que passaram ao português, como barro, bezerro, cabana, cerveja, mapa.

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1. Latim clássico e latim vulgar

No latim distinguem-se duas variantes:Latim clássico ou culto: uniforme e regulamentado, era estudado nas escolas, falado

e escrito pela minoria culta.Latim vulgar: era a língua falada pelos comerciantes, colonos e soldados que

mantinham a ordem no Império. Essa variante não respeitava, pelo desconhecimento de seus usuários, as normas gramaticais, mantinham os vícios das línguas orais e incorporava palavras das outras línguas com as quais estava em contato.

2. A Península Ibérica antes da romanizaçãoPouco se sabe sobre a Península Ibérica antes da chegada dos romanos. Supõe-se que,

primitivamente, ela tenha sido habitada por dois povos: o cântabro-pirenaico e o mediterrâneo, dos quais teriam se originado o povo basco e o ibérico.

Ao sul da península estabeleceram-se os tartéssios, fundadores da cidade de Tarsis, aonde, segundo a Bíblia, Salomão ia buscar ouro, prata e marfim. Essas riquezas atraíram outros povos: os fenícios, que dominaram o sul fundando as cidades de Cádiz, Málaga e outras, e os gregos, que, derrotados pelos fenícios no sul, foram para o leste fundando, entre outras, a cidade de Alicante.

Os lígures provavelmente estiveram no norte. Mais onde, por volta do século V a.C., chegaram os celtas, que se fixaram na Galícia e no centro de Portugal.

No século III a.C., para defender seu poderio no Mediterrâneo ameaçado por Cartago, os romanos desembarcaram pela primeira vez na península. Em 25 a.C. toda a faixa ocidental da península já estava conquistada e os peninsulares, com exceção dos bascos, adotaram a língua e os costumes dos vencedores, ou seja, romanizaram-se.

O processo de. romanização na Península Ibérica não aconteceu da mesma maneira e ao mesmo tempo em toda as regiões.

Nas regiões do norte, onde o processo de romanização foi menor, o latim evoluiu de uma maneira mais livre e revolucionária.

Embora na península também tenham existido escolas em que estudaram imperadores, poetas e filósofos como Trajano Adriano, Sêneca, Marcial , o latim que se impôs foi o vulgar. O latim vulgar foi cada vez mais se diferenciando do clássico.

Portanto, as línguas românicas da península são fruto da evolução do latim vulgar em contato com elementos pré-românicos e outras influências de povos que chegaram mais tarde.

Os LusitanosAntigo povo ibérico que se fixou na região correspondente ao atual Portugal e foi

dominado pelos romanos no séc. II a.C. É muito controvertida a origem dos lusitanos, sustentando alguns historiadores serem eles descendentes de povos meridionais oriundos do norte da África; segundo outros, seriam provenientes de povos indo-europeus, não autóctones. Os lusitanos eram considerados por Estrabão a maior das tribos ibéricas, contra a qual lutaram os romanos muitos anos. A Lusitânia primitiva, anterior a ocupação romana, compreendida a zona do curso do Tagus (Tejo), tendo a ocidente o atlântico e ao norte o Durius (Douro). Os lusitanos aparecem em velhos textos históricos romanos, e a eles se referiu Tito Lívio como mercenários de Aníbal. Há uma polemica histórica sobre as relações étnicas de lusitanos e portugueses; Alexandre Herculano não admitia a existência de qualquer ligação entre os dois grupos, afirmando ser Portugal uma nação moderna que não descende da Lusitânia; Morais Sarmento sustenta que os portugueses descendem dos lusitanos. O espírito indômito dos lusitanos obrigou

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os romanos a uma luta prolongada para submete-los, desde 193 a.C. , logo após a Segunda guerra Púnica, a 19 a.C. , quando se deu a submissão total do noroeste hispânico. A sinonímia das palavras lusitano e português é dos humanistas do Renascimento. Além dos autores antigos, como Tito Lívio, Diodoro da Sicília, Estrabão, Plínio, Plutarco, etc. , e dos portugueses do Renascimento como André de Resende, a bibliografia moderna sobre os lusitanos inclui Martins Sarnento (os lusitanos e dispersos); Leite de Vasconcelos (Religiões da Lusitânia); Shulten (Viriato e Hispânia); Mendes Correia (os povos primitivos da Península Ibérica, Raízes de Portugal é Raças do império); Shulten, Bosh e Pericot (Fontes Hispaniae antiquae); Bosh (Formación de los pueblos de España), etc.

Para a informação, os lusitanos influenciaram muito na Língua Portuguesa, pois eles tinham o sotaque português mais puxado para o brasileiro de hoje. Muitos viajaram para o Brasil e as pessoas começaram a puxar o sotaque deles, e hoje os brasileiros têm o sotaque bem diferente do sotaque dos portugueses.

I- SUJEITO E PREDICADO

Sujeito – É o termo da oração que funciona como suporte de uma afirmação feita através do predicado.

Predicado – É o termo da oração que através de um verbo, projeta alguma afirmação sobre o sujeito.

Ex.: O homem velho] me contou isso com espanto e desprezo. Sujeito Predicado.

Há três critérios que, somados, podem ajudar a localizar o sujeito de uma oração: Critério de concordância: o verbo está sempre na mesma pessoa e número que o seu

sujeito; Critério de posição: usualmente, o sujeito precede o verbo e, mesmo que venha depois,

pode ser transposto naturalmente para antes; Critério da permutação: quando o núcleo do sujeito é um substantivo, pode ser

permutado pelos pronomes ele, ela, eles, elas.

TIPOS DE SUJEITO1 - Sujeito Determinado : ocorre quando a terminação do verbo e o contexto permitem:

— reconhecer que existe um elemento ao qual o predicado se refere;— identificar quem é esse elemento.

Ex: A Lua de Londres roubou minha noiva.

O sujeito determinado pode ainda ser subclassificado como:a) S.D Simples: – apenas um núcleo

Ex: A manhã levanta-se bonita.b) S.D Composto: mais de um núcleo

Ex: Moléstia e saúde eram dois caroços do mesmo fruto.Obs.: O sujeito determinado pode não ocorrer explícito na oração. Nesse caso, ainda que sem o apoio da nomenclatura oficial, há quem costume classifica-lo como:• sujeito determinado implícito na desinência verbal;• sujeito elíptico;• sujeito oculto.

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2 – Sujeito Indeterminado: ocorre quando a terminação do verbo e o contexto permitem reconhecer que:

- existe um elemento ao qual o predicado se refere, mas

- não é possível identificar quem é, nem quantos são esses elementos.Ex: Falava-se de tudo na reunião. Falavam de tudo na reunião.Como indeterminamos o sujeito em Português:1º Caso

Verbo na 3º pessoa do plural sem referência a nenhum antecedente.Ex: Dizem maravilhas sobre o Rio de Janeiro.2º Caso

Colocando o pronome “SE” ao verbo na 3º pessoa do singular.Ex: Precisa-se de profissionais autônomos. Verbo no Singular preposição

Observação 1:Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, fazendo referência a elementos

antecedentes, o sujeito classifica-se como determinado.

Ex.: Os turistas estrangeiros sempre voltam entusiasmados ao Brasil. Dizem maravilhas sobre o Rio de Janeiro.

Nesse caso, o sujeito de dizem é eles (os turistas), determinado implícito na desinência verbal.

Observação 2:É preciso não confundir a classificação do sujeito em frases aparentemente equivalentes

como as que seguem:Ex.: Discutiu-se o fato Sujeito Determinado = O fato

Discordou-se do fato. Sujeito indeterminadoPrep.

Para compreender a diferença entre um caso e outro, é preciso levar em conta que o pronome se pode funcionar como:

- partícula apassivadora: nesse caso, sempre há um sujeito determinado;

- índice de indeterminação do sujeito: nesse caso, o sujeito - obviamente - é indeterminado.

SE - partícula apassivadoraQuando o pronome se funciona como partícula apassivadora, ocorre a seguinte estrutura:

- verbo na terceira pessoa (singular ou plural);

- pronome se;

- um substantivo (ou palavra equivalente) não precedido de preposição;

- é possível a transformação na voz passiva com o verbo ser (voz passiva analítica).Ex.: Discutiu- │se │ o fato.

(verbo na 3ª pessoa) │pronome se│ substantivo sem preposição

Transformação:Foi discutido │ o fatoVoz passiva analítica │

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(com o verbo ser) │A análise da frase anterior será então a seguinte:

Discutiu- │ se │ o fato.verbo na voz passiva │ partícula │ sujeito determinado

sintética ou │apassivadora │ simples pronominal

SE - índice de indeterminação do sujeito

Quando o pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito, ocorre esta estrutura:

- verbo na terceira pessoa do singular;

- pronome se;

- não ocorre um substantivo sem preposição que possa ser colocado como sujeito do verbo na voz passiva analítica.

Ex.: Discordou- │ se │ do fato.verbo na 3ª pessoa │ pronome │ substantivo com

do singular │ se │ preposição

Transformação na voz passiva analítica - não é possível.A frase terá então a seguinte análise:

3 – Sujeito Inexistente: Ocorre quando não existe elemento ao qual o predicado se refere.

Ex: Nevou durante a madrugada.

Obs: O verbo que não tem sujeito chama-se impessoal.

1º CasoVerbo Haver - no sentido de existir, acontecer e na indicação de tempo passado

Certo ErradoHouve poucas desistências. X Houveram...Há alguns dias, ele passou por aqui.

2º CasoFazer – na indicação de tempo passado e fenômenos da natureza.Certo Errado

Faz dois meses que não te vejo. X Fazem...Fez noites frias naquele mês. X Fizeram...

3º CasoSer – na indicação de tempo e distância.

É noite.São três horas.

4º CasoVerbos que indicam fenômenos da natureza.

Trovejou durante o dia.Nevou no Rio Grande.Choveu em São Paulo.

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Exercícios:

I – Assinale em qual das alternativas o sujeito é Indeterminado.a) ( ) chegaram notícias de longe.b) ( ) chegaram a multar veículos inexistentes.

Preposição

II – Indique a alternativa que analisa corretamente o sujeito dos verbos destacados.“Era de noite; havia gente em casa”

a) ( ) Determinado / Inexistente.b) ( ) Indeterminado / Inexistente.c) ( ) Indeterminado / Indeterminado.d) ( ) Inexistente / Inexistente.e) ( ) Inexistente / Determinado.

III – A posição usual do sujeito é antes do verbo. Por isso se diz que, nessa posição a frase está em ordem direta. Diz-se, por outro lado, que a frase está em ordem inversa quando o sujeito vai posposto ao verbo. As frases que seguem estão em ordem inversa; - grife o sujeito; - reescreva a frase em ordem direta.

1. “Depois do assombro veio a desilusão.”2. “Bate outra vez de esperanças o meu coração.”3. “Soaram no silêncio, nítidos, os primeiros passos do burro.”4. “Muitos invernos rudes já viveu esta casa.”

IV – “Quando o ataque passou, fui para casa, tirei o calção e arriei na cama, esgotado, mas logo tocaram a campainha e, quando olhei pelo olho mágico, vi no corredor escuro uma figura toda encapuzada.” (Rubem Fonseca)Indique o sujeito dos seguintes verbos:

- passou: ___________________________________________________________ - tocaram: __________________________________________________________ - vi: _______________________________________________________________

V – Assinale em qual das alternativas há sujeito inexistente:a- ( ) O decreto faz hoje 10 anos. b- ( ) Faz 10 anos que o decreto saiu.

VI – Resolva estas questões, assinalando:a) se o pronome se é apassivador e o sujeito, determinado;b) se o pronome se é índice de indeterminação do sujeito e o sujeito, indeterminado.

1. “Precisa-se de um técnico em previsão do tempo (...)” (Leon Eliachar) ( )2. “Chamou-se o vigário da freguesia.” (Aluísio Azevedo) ( )

VII – Responda as questões que seguem, assinalando:a) se o sujeito é determinado; b) se o sujeito é determinado.

1. ( ) ”No silêncio comprido só se ouvia um rumor de asas.” (Graciliano Ramos)2. ( ) Falava-se de Jesus Cristo naquela pequena cidade, durante todo o tempo e nas ocasiões mais inesperadas.

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3. ( ) “Morre-se muito bem às seis ou sete horas da tarde.” (Machado de Assis)4. ( ) Coisas outras se apresentaram durante o processo.5. ( ) “Viam-se panelas ao fogo, sobre quatro pedras, ao ar livre (...)” (Aluísio Azevedo)

Gabarito:I- a II- dIII 1- A desilusão veio depois do assombro.

2- O meu coração bate outra vez de esperança.3- Os primeiros passos do burro soaram no silêncio, nítidos.4- Esta casa já viveu muitos invernos rudes.

IV- o ataque Suj. indeterminado Eu (oculto ou implícito)V- b VI- 1- b, 2- a VII- 1- a, 2- b, 3- b, 4- a, 5- a

II- TERMOS ASSOCIADOS AO VERBOConsidere a oração que segue: Acidentes / acontecem.

sujeito predicadoNessa oração, ocorre apenas núcleo do sujeito e núcleo do predicado e, separados os dois,

não há mais o que fazer no domínio da análise sintática.Ocorre, porém, que as frases são, em geral, mais complexas do que essa e, além do núcleo do sujeito e do núcleo do predicado, podem aparecer duas classes de termos:

- termos associados a nomes; - termos associados a verbos;A partir daqui, vamos dividir as palavras da frase genericamente em verbos e nomes.

Para distingui-los entre si, é útil lembrar que os verbos são palavras que admitem variação de tempo (passado, presente e futuro).

Os nomes não admitem essa mesma variação e fazem o plural em s:- correr, por exemplo, é verbo (corri, corro, correrei);- corrida é nome (não tem variação de tempo); plural = corridas.

O esquema que segue pode dar idéia de como se relacionam os termos dentro de uma frase:Sujeito predicado

Graves acidentes de trânsito/ acontecem freqüentemente em São Paulo. Nome verbo

Como se pode notar, além do sujeito e do predicado, qualquer palavra que ocorre na frase:- ou vem associada a um verbo;- ou vem associada a um nome.

A partir desse esquema básico, podemos dizer que:- se um termo vem associado a um verbo, pode desempenhar uma das quatro funções:

objeto direto; objeto indireto; agente da voz passiva; adjunto adverbial.

- se um termo vem associado a um nome, pode desempenhar uma das quatro funções: adjunto adnominal;

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predicativo; complemento nominal; aposto.

E aí estão todos os termos da oração, excetuado o vocativo, que é um termo isolado.

TERMOS ASSOCIADOS AO VERBO

As noções transitividade e intransitividade verbal são pré-requisitos importantes para conceituar os termos associados ao verbo.

Verbo transitivo: aquele cuja ação transita, passa de um agente para um paciente ou um destinatário.Exemplos:1. O terremoto │ abalou │ os prédios. 2. Os descontentes │ escreveram │ para o jornal.

agente │ ação │ paciente agente │ ação │ destinatário

│ transitiva │ │ transitiva │Em síntese, o verbo transitivo pressupõe dois pólos distintos:

agente de um lado paciente ou destinatário de outroVerbo intransitivo: aquele cuja ação não transita, não passa de um pólo para outro.

Com os verbos intransitivos, fica anulada a oposição entre agente e paciente.Exemplo:

Os prisioneiros │ fugiram │ Ø agente │ ação │ paciente ou destinatário

│ Intransitiva │ (não existe)

A partir dessas noções, ainda que elementares, podemos definir os termos associados ao verbo.Cada um dos termos que estudaremos a seguir será definido em função de três critérios:

Quanto à relação: isto é, a que termo da oração um elemento está associado. Quanto à forma: de que maneira um termo está associado a outro (com preposição, sem

preposição, etc.)/ Quanto ao valor: qual o papel que um determinado termo está desempenhando na frase

(caracterização, explicação, complementação, etc.)

OBJETO DIRETO

Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo. Quanto à forma: liga-se ao verbo sem preposição obrigatoriamente exigida por este. Quanto ao valor: indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual recai a ação

verbal.Exemplo:

Os políticos da oposição │ pressionaram │ o governo.sujeito │verbo transitivo │ objeto direto

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO

Excepcionalmente o objeto direto vem precedido de preposição (a, de, com, ...). Tal preposição, porém, ocorre por razões várias e não pela exigência obrigatória do verbo.Exemplo:

Os revoltosos │ tomaram │ das armas. sujeito │verbo transitivo │ objeto direto preposicionado (no caso a preposição

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│ de não é exigida pelo verbo - até poderia ser excluída.)

OBJETO INDIRETO

Quanto à relação: vem sempre associado a verbo transitivo. Quanto à forma: liga-se ao verbo de preposição obrigatoriamente exigida por este. Quanto ao valor: indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.

Exemplos:1- Os cientistas │ desconfiaram │ das informações. sujeito │ ação transitiva │objeto indireto (paciente da ação)

2- Os jornais │ responderam │ ao público. sujeito │ ação transitiva │ objeto direto (destinatário da ação)

AGENTE DA VOZ PASSIVA

Quanto à relação: vem sempre associado a um verbo transitivo na voz passiva. Quanto à forma: liga-se ao verbo sempre através de preposição (normalmente a

preposição por/per). Quanto ao valor: indica o elemento que executa a ação verbal.

Exemplo:Os reféns │ foram libertados │ pelos seqüestradores. sujeito │ verbo transitivo na voz passiva │agente da voz passiva (executor da ação verbal)

Observação: Com a voz passiva sintética, no plural, no português moderno, usualmente o agente da voz passiva fica indeterminado.Exemplo:

Vendem-se │ apartamentos │ ? Verbo transitivo na voz │ sujeito do verbo passivo │ agente da voz passiva (indeterminado)

passiva sintética │

Vendem-se = são vendidos.) │

ADJUNTO ADVERBIAL

Quanto à relação: vem associado a verbo, adjetivo ou advérbio e pode também referir-se a todo o conjunto da oração.

Quanto à forma: liga-se a esses elementos com ou sem preposição. Quanto ao valor: indica circunstância (de lugar, de tempo, de modo, de intensidade) aos

elementos a que se refere.Não é o agente nem o verbo do processo verbal.

Exemplos:1- A empreiteira │ entregou │ a obra │ com atraso.

sujeito │ verbo transitivo │ objeto direto │ adjunto adverbial (indicando circunstância

│de tempo em que ocorreu a ação verbal)

2- Os jogadores fizeram uma exibição │ muito │ boa. │ adjunto adverbial (intensificador da │ adjetivo

│ noção expressa pelo adjetivo) │

3- A notícia chegou │ muito │ cedo. │ adjunto adverbial (intensificador da │ advérbio

│ noção expressa pelo advérbio) │

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4- Felizmente, │ os reféns foram libertados prontamente. adjunto adverbial (modificando│

todo o conjunto da frase) │

Exercícios:

Nas questões de 1 a 6, marque:a) se o termo destacado vier associado a um nome;b) se o termo destacado vier associado a um verbo.

1- “Eu preparo uma canção em que minha mãe se reconheça...” (Carlos Drummond de Andrade) (____)2- “A couve mineira tem gosto de bife inglês.” (Oswald de Andrade) (____)3- “Remédio do céu é sempre mais barato.” (José Cândido de Carvalho). (____)4- “Nossos encontros eram cada vez mais decepcionantes.” (Clarice Lispector) (____)5- “As tribos rubras da tarde rapidamente fugiam...” (Mário de Andrade) (____)6- as tribos rubras rapidamente fugiam da tarde. (____)

Leia com atenção o texto que se segue, e responda do 7 ao 9.“Eu era muito pequeno e só de olhar para cima perdia o fôlego. Eu disse isso ao homem,

mas ele riu e respondeu que eu não estava com medo nenhum, eu estava era imitando os outros. E antes que eu falasse qualquer coisa ele pegou um balde cheio de pedrinhas e jogou para mim.” (José J. Veiga)

7- Observe a passagem que segue: “... e só de olhar para cima perdia o fôlego.”Em qual das alternativas o termo destacado tem a mesma função que a do termo acima?

a- ( ) Eu disse isso ao homem. b- ( ) ...eu estava era imitando os outros.c- ( ) ...e jogou para mim.

8- Entre os verbos que seguem, qual deles vem seguido explicitamete, no texto, de objeto direto e objeto indireto?a- ( ) perdia. c- ( ) imitando. e- ( ) jogou.b- ( ) disse. d- ( ) falasse.

9- “...ele pegou um balde cheio de pedrinhas e jogou para mim.”a) Qual o agente (ou sujeito) de pegou? ___________________b) Qual o paciente (ou objeto) de pegou? __________________c) Um dos objetos de jogou está oculto (ou elíptico). Qual é esse objeto? ______________d) Qual é o destinatário (ou objeto indireto) de jogou? ___________________

Analise os termos destacados das frases que seguem, de acordo com o código:a) Objeto direto; b) Objeto indireto.

10- “Marcela compreendeu a causa do meu silêncio (...)” (Machado de Assis) ( ____ )11- “Jorge e seu pai serviam bebida a todos.” (Deonísio da Silva) ( ____ )12- “O marido infiel levou a mulher para casa (...)” (Rachel de Queiroz) ( ____ )13- “As multinacionais acreditam no Brasil.” (Folha de S. Paulo) ( ____)

Gabarito:1- b; 2- a; 3- a; 4- a; 5- a; 6- b; 7- b; 8- b; 9- a) ele, b) balde, c) balde- objeto direto, d) para mim; 10- a; 11- b; 12- a; 13- b.

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III- CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS QUANTO À PREDICAÇÃO

Quanto à predicação, ou quanto aos complementos (objetos), o verbo costuma ser classificado em cinco tipos:

1- Transitivo direto: aquele que vem acompanhado de um objeto sem preposição obrigatória (objeto direto ou objeto direto preposicionado).Exemplos:

1- Os índios │ reconquistaram │ suas reservas. │ verbo transitivo direto │complemento sem preposição (objeto direto)

2- Os índios │ beberam │ de suas poções. │ verbo transitivo direto │ complemento com preposição não obrigatória

│ (objeto direto preposicionado)

Observação: O verbo transitivo direto, salvo raras exceções, admite transformação da voz ativa para a voz passiva.

Exemplo:Voz ativa: Os diplomatas não comentaram o episódio.Voz passiva: O episódio não foi comentado pelos diplomatas.

2- Transitivo indireto: aquele que vem acompanhado de um objeto com preposição obrigatória (objeto indireto).

Exemplo: O povo │ confiava │ em seu governo.

│Verbo transitivo indireto│ complemento precedido de preposição obrigatória (objeto indireto)

Observação: Esse tipo de verbo não admite voz passiva.

3- Transitivo direto e indireto: aquele que vem acompanhado de um objeto sem preposição (objeto direto) e de um objeto com preposição (objeto indireto).

Exemplo: O jornal │ dedicou │ uma página │ ao episódio. │ verbo transitivo direto e indireto │ objeto direto │ objeto indireto

4- Intransitivo: aquele que não vem acompanhado de objeto algum (nem direto, nem indireto).Exemplo:Os frutos despencaram das árvores.

Observação: A classificação dos verbos quanto à predicação deve ser feita no contexto em que eles ocorrem.

O verbo transitivo pode ser usado como intransitivo e isto acontece quando se quer concentrar a atenção sobre a ação verbal em si.Exemplos: Todo homem ama;

todo homem crê;todo homem espera.

Assim também o verbo intransitivo pode ser usado como transitivo, explicitando-se pelo objeto uma noção implícita no conceito do verbo.Exemplo:

“Todos morrem morte igual.” (João Cabral de Melo Neto)

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5- Verbo de ligação: aquele que, sempre com o significado de estado ou mudança de estado, serve para estabelecer certo tipo de relação entre um atributo do sujeito e o sujeito.

Exemplos:1- A cidade │ é │ calma. 3- A cidade │ ficou │ calma. sujeito │ verbo de ligação │ atributo do sujeito sujeito │ verbo de ligação │ atributo do sujeito

│ (estado permanente) │ │ (mudança de estado) │

2- A cidade │ esta │ calma. sujeito │ verbo de ligação │ atributo do sujeito

│ (estado transitório) │

EXECÍCIOS:Resolva as questões de 1 a 4 de acordo com o seguinte código:

a) se o verbo destacado for transitivo;b) se o verbo destacado for intransitivo.

1- A árvore caiu sobre o muro. (____)2- O lenhador derrubou a árvore sobre o muro. (____)3- O preço do imóvel subiu excessivamente. (____)4- O proprietário subiu o preço do aluguel. (____)

Classifique os verbos das frases que seguem de acordo com o seguinte código:A) transitivo direto; C) transitivo direto e indireto E) de ligação.0B) transitivo indireto; D) intransitivo

5- No asilo, todos gostavam dele. (____)6- “Ah! Meu filho, ferir a um mestre é como ferir ao próprio pai (...)” (Raul Pompéia) (____)7- “Asseguramos ao candidato sigilo absoluto.” (Classificados do Jornal do Brasil) (____)8- “O navio-fantasma passa em silêncio na rua cheia.” (Carlos Drummond de Andrade) (____)9- “Lá no bairro os cafés continuavam abertos.” (Mário de Andrade) (____)10- “Dr. Samuel perdia aos poucos o desembaraço dos primeiros instantes.” (Antônio Alcântara Machado) (_____)

Gabarito:1- b; 2- a; 3- b; 4- a; 5- b; 6- A; 7- C; 8- D; 9- E; 10- A.

IV - Acentuação

Acentuação: É o modo de proferir um som ou grupo de sons com mais relevo do que outros.

O acento é de intensidade (força, acento dinâmico, expiratório ou icto ). Quando o relevo consiste no maior esforço expiratório. Diz-se q o acento é musical.

O português e as demais línguas românticas, o inglês, alemão são línguas de acento de intensidade; o latim e o grego possuem acento musical.

Direção: Pastor (Pedagogo) Pedro Brunizo Neto IBEL [email protected]

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Em Português, geralmente a sílaba tônica coincide com a sílaba tônica da palavra latina de que se origina.

Acento de intensidade e sentido do vocábulo: Este acento desempenha importante papel lingüístico, para a significação do vocábulo.Acento principal e acento secundário: Geralmente ocorre o acento secundário na sílaba radical dos vocábulos polissilábicos derivados, cujos primitivos possuam acento principal: rápido - rapidamente.Acento de insistência e emocional. Entra em jogo a quantidade da vogal e da consoante, pois, quando se quer enfatizar uma palavra insiste-se mais demoradamente na sílaba tônica.

Ex.: "Os dois garotos, porém esperneiam com a mudança da mãe: - Mentira!!... Mentiiiiiiiiiira!! Mentiiiiiiiiiiiiira!! - berra cada um para seu lado" ( Humberto de Campos, Sombras que sofrem)

Acentuação gráfica.1. Vocábulos Oxítonos.Devem ser acentuados os vocábulos oxítonos e os monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou não de s.

Exs.:Em a (s): aliás, atrás, chá, dará, quiçá, satanás, etc.Em es (s): através, café, cortês, você, vê, pés, etc.Em o (s): após, avó, dominó, vovô, pôs, sós, etc.

Não devem ser acentuados os vocábulos oxítonos e os monossílabos tônicos terminados em i, u, seguidos ou não de s.Exs.:Em i (s): ali, aqui, cambuci, gibi, guarani, guri etc.Em u(s): bambu, chuchu, hindu, obus, perus, jus, etc.Obs.Devem ser acentuadas as formas verbais terminadas em a, e, o, tônicas, seguidas de pronomes complementos lo, la, los, las.Exs.:Em a: amá-lo, louva-lo, dá-los, acompanhá-las, ouvi-la-ás, etc.Em e: conhecê-lo, vê-la, movê-los, percebê-las, resolvê-la-íeis etc.Em o: compô-lo, dispô-lo, indispô-lo-emos, predispô-lo-ão etc.

2. Vocábulos oxítonosDevem ser acentuados os vocábulos oxítonos terminados por em ou ens, colocando-se sobre o e o acento agudo. Exs.:Além, alguém, desdém, ninguém, também, vintém, convéns, etc.Não devem ser acentuados os monossílabos nem os paroxítonos terminados por -em ou -ens.Exs.:Monossílabos: bem, cem, trem, tem, ( 3ª pess. Sing.), tens, vem (3ª pess. Sing.), vens, etc.Paroxítonos: jovem, item, nuvens, etc.Obs.:

a. Devemos colocar acento circunflexo na sílaba tônica das formas verbais de terceira pessoa do plural do presente do ind. dos verbos ter e vir, e de seus derivados

Exs.:TER: VIR DERIVADOS ele tem, ele vem, ele contém, ele intervémeles têm, eles vêm, eles contêm, eles intervêm

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ele retém, ele sobrevémeles retêm, eles sobrevêm

b. Devemos colocar acento circunflexo sobre o primeiro e da terminação -e em (3ª pess.Pl.) dos verbos crer, dar, ler e ver, bem como de seus derivados.Exs.: (alterado pelo nova acordo ortográfico)CRER: DAR: LER: VER:Crêem Dêem lêem vêemDERIVADOS:Descrêem, desdêem, relêem, revêemNota: As formas acima são paroxítonas.

3. Vocábulos Paroxítonos.Devem ser acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em r, x, n, i (palavra mnemônica: rouxinol).Exs.:Em r: aljôfar, açúcar, néctar, etc.Em x: bórax, códex, fênix, etc.Em n: abdômen, cânon, pólen, etc.Em i: afável, ágil, cônsul, etc.Devem ser acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em i(s), us, um, uns, ão(s), ã(s), ei(s), os.Exs.:Em i(s): beribéri, tênis, grátis, etc. Em uns: álbuns, médiuns, etc.Em us: bônus, vírus, múnus, etc. Em ão(s): órfão, sótãos, etc.Em um: álbum, médium, etc. Em ã(s): órfã, irmã, etc.Em ei(s): afáveis, louváveis, etc. Em ps: fórceps, bíceps, etc.

4. Vocábulos Paroxítonos:Devem ser acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em encontros vocálicos átonos seguidos ou ñ de s tais encontros vocálicos são ditongos crescentes: ea(s), eo(s), ia(s), ie(s), io(o), ao(s), ua(s), ue(s), uo(s).Exs.:Em ea(s): álea, côdeas, etc. Em ie(s): calvície, espécie, etc.Em io(s): colégio, pátios, etc. Em Em ua(s): água, espáduas, etc.Em eo(s): argênteo, terráqueos, etc. Em ue(s): tênue, bilíngüe, etc.Em ia(s): ânsia, vitórias, etc. Em uo(s): árduo, ingênuos, etc.Em oa(s): amêndoa, mágoas, etc.

5. Vocábulos proparoxítonos:Devem ser acentuados todos os vocábulos proparoxítonos.Exs.:Álcool, ângulo, aeróstato, ágape, bígamo, bárbaro, cálice, chácara, cândido, chávena, cônjuge, cúpula, diácono, déspota, lépido, ônibus, plêiade, trânsfuga, úbere vermífugo, zéfiro, etc.

6. Hiatos:Devem ser acentuados o i ou o u, tônicos, q formam silabas sozinhos ou com s, e se apresentam em hiato com uma vogal anterior.Exs.:Com i(s): ateísmo, baía, Avaí, faísca, Jacareí, Pirajuí, etc.Com u(s): ataúde, baú, balaústre, viúvo, etc.Obs.:

a. Se, no caso acima, ocorrer nh depois do i tônico, este ñ se acentua.

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Exs.: rainha ( ra-i-nha ) , tainha (ta-i-nha), etc.:Não se acentuam também o i ou o u tônicos da base dos ditongos iu ou ui, quando antes deles

vem uma vogal.Exs.: Atraiu (a-tra-iu), pauis (pa-uis), etc.

7. Hiatos:Recebe acento circunflexo o penúltimo o fechado do hiato oo(s), nas palavras paroxítonas.Exs.: Abençôo, atraiçôo, vôos, etc.

Não deve ser acentuado o penúltimo o fechado dos hiatos ao(s), nas palavras paroxítonas.Exs.: Boa, garoa, garoas, abençoe, voe, etc.

8. Ditongos:Devem ser acentuadas as vogais e ou o tônicas abertas, dos ditongos ei, eu, oi.Exs.: Éi: anéis, atéia, idéia, etc. Ói: alcalóide, apóio, jóia, etc.

Éu: céu, mausoléu, troféu, etc.

9. Trema:Deve ser colocado o trema sobre o u dos grupos gue, gui, que, qui, quando esse u é pronunciado e átono.Exs.: Gue: agüentar, ungüento, etc. Gui: lingüiça, lingüística, etc.

Que: freqüente, eloqüente, etc. Qui: tranqüilo, ubiqüidade, etc.Obs.:

a. O uso do trema é facultativo quando é facultativa a pronuncia do (u).Ex.: sangüíneo ou sangüíneo.b. Se o (u) dos grupos gue, gui, que, qui, ñ somente for pronunciado, mas tbm tônico, deve

receber o cento agudo.Ex.: argúi, argúis.

10. Acento diferencial:Recebem acento agudo diferencial os seguintes vocábulos tônicos que tem a mesma

escrita que outros átonosTônicos: Átonos:Ás (subst.masc.).....................................................às (contração)Pára (verbo)...........................................................para (preposição)Péla(s) (s.m.), péla(s) (verbo)................................pela (s)(per + la(s))Pélo (verbo)............................................................pelo (per + lo)Pólo(s) subst.)..........................................................polo(s) (por + (s))

Recebem acento circunflexo diferencial os seguintes vocábulos tônicos que têm a mesma escrita que outro átonosTônicos Átonos:Pêlo(s) (subst.)............................................................pelo(s) (contração)Pôr (verbo)..................................................................por (preposição)Porquê (subst.)............................................................porque (conjunção)

Recebem acento circunflexo a forma verbal "pôde, 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, para diferenciar de "pode", 3ª pessoa do singular do presente do indicativo.

11. Emprego do hífena- Ligar pronomes átonos enclíticos e mesocliticos às formas verbais, e unir os pronomes enclíticos lo, la, los, las, aos pronomes nos e vos e à palavra eis: Ama-la, vende-os.b- Separar os sufixos açu, guaçu, mirim, quando o primeiro elemento termina por vogal acentuada graficamente ou por tônica nasal: andá-açu, cajá-mirim.

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c- Separar, nas palavras compostas, elementos justapostos , e, nas derivadas por prefixação, o prefixo do radical.Hífen separando elementos compostos por justaposição.Regra geral:a) Substantivo + substantivo: banho-maria. e) verbo + subst.: arranha-céub) Substantivo + preposição + substantivo: copo-de-leite. f) adjt + adjt.: côncavo-convexoc) Subst. + adjt.: amor-perfeito g) verbo + verbo.: ganha-perde.d) adjt. + subst.: baixo-relevo h) Advérbio + adjt.: abaixo-assinado.

Obs.:Pode ocorrer, às vezes, que um dos elementos do nome composto perca seu acento

próprio. Em tal caso desaparece a consciência da composição, e não se usa o hífen.Exs.: aguarrás, alçapão, bancarrota, girassol, madrepérola, passatempo, rodapé, etc.

12. Hífen separando prefixos:1. Os prefixos que seguem devem ser separados por hífen, independentemente da letra com que se inicia o segundo elemento:

PREFIXOS: EXEMPLOS.:Além-, aquém-, recém-: Além-túmulo, além mar,Pós-, pré-, pró-: Pós-datar, pré-carnavalesco.Bem-. Sem-: Bem-aventurado, sem-vergonha.Sota-, soto-, vice-: Sota-vento, soto-mestre, vice-rei.Nuper-: Nuper-falecido, nuper-publicado.Ex-, (no sentido de "que já foi", estado anterior): ex-aluno, ex-presidente.Co-, (no sentido de "a par”, "juntamente"): co-produção, co-autor, co-seno.

(Ficam, excluídas as formas tradicionais: coabitar, coadjutor, coirmão, cologaritmo)

2. se o segundo elemento principiar por h, r, s ou qualquer vogal, os prefixos que seguem devem ser separados.PREFIXOS: EXEMPLOS (de acordo com a regra) EXEMPLOS (fora da regra)Auto-, neo- auto-hemoterapia, neo-realista autobiografiaPseudo-, proto-: proto-histórico, pseudo-herói Neoclássico.Intra-, extra- intra-regulamentar, extra-humano intramedular, extralegalSupra-, infra- infra-hepático, supra-renal infravermelhoContra-, Ultra- Ultra-som, contra-atacar, contraféSemi- Semi-reta. semivogal

3. Se o segundo elemento principiar por h, r ou s, devem ser separados.PREFIXOS: EXEMPLOS (com regra) EXEMPLOS (fora da regra)Ante-, anti- ante-histórico, anti-rábico antecâmara, anticristoSobre-, arqui- Arqui-rabino, sobre-saia arquiduque, sobrecapa.

4. Se o segundo elemento principiar por h, ou r devem ser separados.PREFIXOS: EXEMPLOS: ( com regra) EXEMPLOS: (fora da regra)Inter-, super- Inter-residente, super-homem Interação, superagudo.

5. Se o segundo elemento principiar por h, ou por vogal devem ser separados.

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PREFIXOS: EXEMPLOS: ( com regra) EXEMPLOS: (fora da regra)Circum-, com-, circum-hospitalar, com-aluno circumpolar, compasso Mal-, pan- mal-educado, pan-americano Malcriado, pandemônio

6. Se o segundo elemento principiar por r (múltiplo), devem ser separados.PREFIXOS: EXEMPLOS ( com regra) EXEMPLOS: (fora da regra)Ab-, ob-, - ab-rogar, ob-recepção abdução, oblongo, Sob- Sob-roda Sobpor.

CRASESIGNIFICADO NO DICIONÁRIO: crase. S.f. 1. Gram. Contração ou fusão de duas vogais em uma só: à (aa); ler (leer); dor (door). 2. Restr. A contração de dois aa. V. contração (4). 3. Designação vulgar do acento indicativo de certos casos de crase: Em vou à praia, o a deve ter crase. (...)SIGNIFICADO GENÉRICO: de forma genérica, podemos dizer que a crase se caracteriza pela junção da preposição (a) com o artigo (a) ou um pronome demonstrativo (a, aquele, aquela).

Simples, não? Talvez nem tanto...Esta aula se propõe a mostrar como as aulas no ginásio acabam sendo soterradas pelos

vícios que adquirimos no dia-a-dia. Uma delas é chamar o acento grave de crase, sendo que a crase é a contração e o acento grave é o sinal que evidencia a existência da crase.

Mas um erro que está se tornando epidemia é o uso de acento grave em situações que não o justificam. O uso da crase não é tão complicado como parece. Só use crase quando tiver a preposição A seguida do artigo feminino A ou AS (ou seguida de aquela, aquelas). Mais fácil é substituir a palavra feminina por outra masculina. Se com a palavra masculina tivermos AO ou AOS, haverá crase antecedendo a palavra feminina. Caso contrário, não ocorre crase.

Vamos aos exemplos, para fixar o conceito:De 5 a 20 ou de 5 à 20? No primeiro exemplo, “de 5 a 20” não contém nenhum artigo.

Escrever “à 20” seria o mesmo que escrever “da 5”: “da 5 à 20 de maio”, onde da = de+a e onde À = a+a. O primeiro elemento é uma preposição e o segundo o artigo definido A. Não faz sentido. Escreva “de 5 a 20”.

Só há crase quando há artigo definido A seguindo a preposição A. Ex: das 5 às 8 da noite. Aqui claramente temos essa condição. Se artigo não houvesse, diríamos: de 5 a 8 da noite ("de" em vez de "da" e "a" em vez de "à").

Uma dica, então, é: se tivermos DA(s), teremos À(s), se tivermos DE, teremos A.Vou à quinta Vara Cível. Este exemplo é mais fácil: quem vai, vai A algum lugar.

Temos portanto preposição A. “quinta vara cível” é uma determinação que exige um artigo: a quinta vara. Temos, então, artigo A. Por isso, preposição A + artigo A = À : vou À quinta vara. Uma forma fácil de perceber a presença de ambos preposição A e artigo é substituir o substantivo feminino (vara) por outro masculino. Ex: Vou AO escritório da quinta vara cível. Agora fica claro que temos AO = preposição A+artigo O. AO (A+O) no masculino equivale a À (A+A) no feminino.

É inacreditável a simplicidade da regra: Quando a preposição A se encontra com o artigo A ocorre crase, sinalizada pelo acento grave: “`” + a = à.

DEDUZ-SE QUE QUANDO NÃO HÁ ARTIGO NÃO HÁ CRASE.Alguns professores insistem em dizer que se o substantivo feminino é precedido de A,

esse A é craseado. Tal simplificação (?) não tem sentido. Para ilustrar melhor o uso da crase, transcrevo abaixo outros exemplos.

Vou a casa: Se eu digo: estou em casa: não há artigo, apenas preposição (em). Da mesma forma: vou a casa. Não há artigo, apenas preposição (a). Por isso não ocorre crase.

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Pagamento a vista: Tenho visto muitos professores ensinarem erradamente: pagamento à vista! Não há nenhuma determinação aqui. Não cabe o artigo A precedendo o substantivo feminino VISTA. Apenas a preposição A. Portanto, escreva sem medo de errar: pagamento a vista. Da mesma forma não se diz: pagamento ao prazo. O artigo não cabe porque não há determinação: pagamento a prazo. Grafa-se porém: O resultado está à vista de todos, porque se diz: O resultado está ao alcance de todos. A determinação nesse caso é clara: o artigo é necessário.

Títulos a venda: Agora tampouco há determinação: sem artigo, sem crase. Confronte-se com o espanhol (en venta), com o francês (en vente), também sem artigo.

À espera: Agora vamos a outro exemplo: À espera de notícias. HÁ PREPOSIÇÃO, HÁ ARTIGO. À espera de ... devemos grafar. Contudo, há quem não veja determinação nesse caso, preconizando a forma: a espera de ... (sem artigo). Mas compare com: no aguardo de notícias. Ninguém diz: em aguardo de notícias, porque a determinação é clara. O artigo se faz necessário. Confrontemos novamente com outras línguas: à l’attente de nouvelles (francês). Há artigo (l’), pois a espera é determinada. O grande problema é que uns procuram memorizar e não raciocinar. Nem sempre o substantivo espera requer determinação. Posso estar EM ESPERA (sem artigo): em estado de espera. Não determinamos a espera, não colocamos artigo. En attente dizem os franceses, sem necessidade de artigo. Conclusão: Escreva: à espera de..., sempre que estiver explícita a determinação.

Outro exemplo: sempre me dirigia àquele lugar, àquele lugar? Dirigir-se requer a preposição A: quem se dirige, dirige-se A qualquer lugar, certo? VocÊ não diz: eu me dirigi minha casa. Você deve dizer: eu me dirigi A minha casa. O uso da preposição A é obrigatório. Por esse motivo, na frase acima, você deve dizer: Sempre me dirigia A aquele lugar. Faltou o A na frase! Por isso está errada.

Calma que não acabou: Acontece que em português não se pode escrever A AQUELE. Os gramáticos, SÓ PARA INCOMODAR, inventaram a tal de CRASE, que obriga a juntar essas duas palavras em uma só, empregando o acento chamado GRAVE.

Então o correto fica sendo: Sempre me dirigia ÀQUELE lugar (COM ACENTO GRAVE).

Mais exemplos:1- Após AS compras, retornaremos à casa de tua avó. Substituindo as palavras

femininas por palavras masculinas, teremos: Após OS exames, retornaremos AO quarto de tua avó. No exemplo vê-se que não há preposição A antes de exames. O artigo masculino OS aparece sozinho. Portanto não ocorre crase em: Após AS compras. Ocorre, porém, preposição A antes de QUARTO. Portanto, teremos crase na versão feminina (AO vira À). Fica: retornaremos à casa de tua avó.

2- A medalha foi dada à aluna mais aplicada, mas não A qualquer aluna. Façamos a mesma coisa. Passemos para o masculino: A medalha foi dada AO aluno mais aplicado, mas não A qualquer ALUNO. A preposição A aparece no último trecho sozinha. Não há artigo antecedendo a palavra QUALQUER. Portanto não há crase na forma feminina: mas não A qualquer aluna. AO contrário, no primeiro trecho há preposição (a AO no masculino corresponde À no feminino): A medalha foi dada à aluna mais aplicada.

3- Eis a menina A quem dei um presente. Idem: no masculino teremos: Eis o menino A quem dei um presente. Aqui também a preposição A aparece sozinha. Não há artigo antecedendo a palavra QUEM. Portanto não há crase na forma feminina: Eis a menina A quem dei um presente.

4- Chegava A minha casa quase sempre à tardinha. Aplicando o mesmo truque, substituímos a palavra feminina casa por outra masculina (QUARTO por exemplo). Substituímos também tardinha por um termo masculino (Amanhecer). Teremos: à tardinha vira: AO amanhecer. Aqui não há dúvida (AO = À). Devemos escrever: À tardinha, com crase.

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Chegava A meu quarto quase sempre AO amanhecer. Chegava AO meu quarto quase sempre AO amanhecer. Ambos estão corretos! Isso porque é em português livre o emprego do artigo antecedendo um possessivo (meu, minha, nosso, etc). Observe: posso dizer: - a minha irmã não está. ou também: minha irmã não está. Por isso no exemplo quatro é possível (mas não obrigatório) o emprego da crase antes de “minha casa”: Chegava A minha casa quase sempre à tardinha. Chegava À minha casa quase sempre à tardinha. Ambos estão corretos.

“Resposta a minha pergunta” No masculino: resposta a meu questionamento OU resposta AO meu questionamento.

O emprego da crase nesse exemplo é facultativo. Isso porque em português é permitido, mas não obrigatório, o emprego do artigo antes do possessivo. Observe:

”A minha pergunta foi respondida” - “Minha pergunta foi respondida”. Ambas formas estão corretas. Veja o que diz Napoleão Mendes de Almeida: “Será livre o emprego da crase quando for livre o emprego do artigo feminino. Em – dei isto a minha irmã – fica à vontade do autor o emprego da crase, porque tanto, nesse caso, empregamos o artigo (a minha irmã não está), como o deixamos de fazer (minha irmã não está)”. Conclusão: resposta a minha pergunta (A aqui é preposição) ou “resposta à minha pergunta” (À aqui é contração da preposição A com o artigo A). Ambas estão corretas.

5- “Barco a vela” ou “Barco à vela”? Para tirar a dúvida, utilize um recurso que esclarece a dúvida: passe a expressão para o masculino:

Se substituirmos o substantivo feminino VELA por um substantivo masculino (ex: vapor, etc), a frase fica: Barco a vapor. Ora, se na forma masculina temos A, teremos também A na forma feminina: barco a vela. Se tivéssemos AO no masculino, teríamos À no feminino, pois o feminino de AO é À. Observe que a frase masculina tem significação diferente (vela não é o mesmo que vapor): não importa, trata-se apenas de um recurso para tirar a dúvida sobre o uso da crase. Não importa se vela é feminino.

Onde está o artigo na expressão “a vela”? Onde está a determinação que o artigo daria? Sugiro que você leia atentamente os exemplos acima. Quando os tiver assimilado, tenha certeza que o tema crase estará sob seu domínio.

Crase é a fusão entre a preposição "a" e o artigo "a" = à. É utilizada sempre antes de nomes femininos, posto que masculinos exigem artigo "o" = ao Deve ser usada, obrigatoriamente, antes da palavra "moda" mesmo que esta esteja subentendida e antes de masculino:

Ex: Fez um gol à Pelé. (à moda Pelé) Para saber se o a é ou não craseado é só mudar o substantivo para masculino se obtiver "ao" o "a" é craseado, ex: Fui à escola. Fui ao colégio. outra técnica é alterar o verbo, ex: Fui a Mauá. Voltei de Mauá. Note que a junção "de" indica apenas o uso de preposição. Fui à Itália. Voltei da Itália. Note que "da" preposição "de" mais artigo "a". Antes da indicação de horas também se usa a crase. Chegou às 14:00 horas. note que substituindo 14:00 horas por meio-dia, teremos: Chegou ao meio-dia. Antes de expressões femininas: às pressas, às avessas, à esquerda, à direita, etc. Quando o "a" singular preceder qualquer palavras no plural esse "a" não será craseado em hipótese nenhuma. ex: Espera a semanas. Espera a horas. Etc.

EXERCÍCIOS:1- Na frase que segue, acentue as palavras monossilábicas de acordo com as regras:

-- La pelo final do mes o tamanho da fila e tal que so acredita quem ve.

2- Em cada alternativa ocorrem vocábulos que terminam com a mesma letra, mas são diferentes quanto à posição da sílaba tônica.

Acentue esses vocábulos de acordo com as normas:OXÍTONAS PAROXÍTONAS PROPAROXÍTONAS

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a) sofá salada camerab) atras atlas excentricasc) nago almoço esplendidod) Queiros queijos pessegose) voce doce indicef) atraves moleques principes3- Na coluna A, todas as palavras estão corretamente acentuadas. Nas colunas B e C ocorrem erros. Grife a sílaba tônica dessas palavras e, à frente de cada uma, marque C (certo) ou E (errado) conforme o caso:A B Clambari alí (___) táxi (___)anis guaranis (___) tenis (___)tatus urubús (___) bônus (___)rebater combater (___) carater (___)anil fuzíl (___) portatil (___)algum nenhum (___) album (___)irmã anã (___) ímã (___)anistia caristía (___) molestia (___)

4- Nas questões que seguem ocorre uma série de palavras que se encaixam na mesma regra de acentuação.

Em cada série há um termo incorretamente acentuado. Grife-o e reescreva-o no espaço em branco:

a) ninguém, tambem, porém, amém: ____________________b) parabéns, armazéns, refens, vinténs: ___________________c) hífen, polen, sêmen, elétron: _________________d) hifens, ítens, semens, totens: _______________e) tórax, ônix, fenix, látex: _________________f) vôo, enjôo, vôos, perdoo: ________________g) biceps, fórceps, tríceps: _________________

5- As palavras que seguem contêm ditongo. Assinale a alternativa em que todas elas devem ser acentuadas:

a) (___) assembleia, ateia, chapeu, mosaico, ideia.b) (___) heroi, heroca, ceu, aneis, fieis.c) (___) joia, degrau, papeis, constroi, anzois.

6- Assinale a alternativa em que o i e o u em hiato devem ser acentuados em todas as palavras:a) (___) cairam, caires, caistes, sairam, sairdes.b) (___) faisca, juizes, juiz, jesuita, juizo.c) (___) bau, saude, balaustre, reuno, reunem.

Gabarito:1- lá, mês, é, só, vê; 2- sofá, atrás, nagô, Queirós, você, através, câmera, excêntricas, esplêndido, pêssegos, índice, príncipes. 3- B: E, C, E, C, E, C, C, E; C: C, E, C, C, E, E, E, C, E. 4- a) também , b) reféns, c) pólen, d) itens, e) fênix, f) perdôo, g) bíceps. 5- b; 6- c.

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CONJUNÇÕES

CONJUNÇÃO é a palavra invariável que liga duas orações entre si, ou que, dentro da mesma oração, liga dois termos entre si independentes.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:Conjunções coordenativas são as que ligam duas orações ou dois termos (dentro da mesma

oração), sendo que ambos os elementos ligados permanecem independentes entre si.Ex.: [Maria estuda] e [Pedro trabalha].

As conjunções coordenativas subdividem-se em:1. Aditivas que ligam pensamentos similares ou equivalentes: e, nem, (não só), mas também,

(não somente), senão ainda, etc.Ex.: “O médico não veio nem me telefonou.”

2. Adversativas que ligam pensamentos que contrastam entre si: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, não obstante, etc.

Ex.: “Serve aos opulentos com altivez, mas aos indigentes com carinho.”

3. Alternativas que ligam pensamentos que se excluem ou se alternam: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, etc.

Ex.: Já atravessa as florestas, já chega aos campos do Ipu.”

4. Conclusivas, que ligam duas orações, sendo que a Segunda encerra a conclusão ou dedução de um raciocínio: logo, portanto, por conseguinte, por conseqüência, pois (após o verbo da oração), etc.

Ex.: Pedro aprendeu as lições, portanto pode fazer os exames.

5. Explicativas, que ligam duas orações sendo que a segunda se apresenta justificando a anterior: pois, porque, que, porquanto, etc.

Ex.: Essa desculpa não serve, porque, afinal de contas, teus negócios vão bem.

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVASConjunções subordinativas são as que ligam duas orações, sendo que a segunda é sujeito,

complemento ou adjunto da primeira. A primeira é oração principal da Segunda, e esta é subordinada à primeira.

As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais.

A. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS INTEGRANTESSão as que ligam duas orações, sendo que a Segunda é sujeito ou complemento da primeira: que,

se. Ex.: “O Brasil espera que cada um cumpra com o seu dever.”

B. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS

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Instituto Bíblico El Shaddai Ministério das Trevas à Luz

São as que ligam duas orações, sendo que a segunda é adjunto adverbial da primeira, ou seja, a segunda expressa circunstância de finalidade, modo, comparação, proporção, tempo, condição, concessão, causa ou conseqüência.

As conjunções subordinativas adverbiais subdividem-se em:

1. Finais, que ligam duas orações, sendo que a segunda expressa circunstância de finalidade: para que, a fim de que, que, porque.

Ex.: É necessário que lutemos, a fim de que possamos triunfar.

2. Conformativas que ligam duas orações, sendo que a segunda expressa circunstância de conformidade ou modo: como, segundo, conforme, etc.

Ex.: Tudo se realizou, conforme havia previsto o astrólogo.

3. Comparativas, que ligam duas orações, sendo que a segunda contém o segundo termo de uma comparação: como, (tal)...tal, (menos)...do que, (mais)...do que, (tal)...qual, etc.

Ex.: “Os sonhos, um por um, céleres voam, como voam as pombas dos pombais.”

4. Proporcionais, que ligam duas orações, sendo que a segunda expressa fato que decorre ao mesmo tempo que outro: à medida que, à proporção que, (quanto mais)...tanto mais, (tanto menos)...quanto mais, etc. Ex.: À proporção que remávamos, eu lhe ia contando a história.

4. Temporais, que ligam duas orações, sendo que a segunda expressa circunstância de tempo: quando, enquanto, apenas, mal, logo que, depois que, antes que, até que, que, etc.

Ex.: Quando a vejo, bate-me o coração mais forte.

5. Condicionais, que ligam duas orações, sendo que a segunda expressa uma hipótese ou condição: se, caso, salvo se, desde que, a menos que, sem que, contanto que, etc.

Ex.: Se o pai consentisse , Manuel continuaria namorando a Isabel.

6. Concessivas, que ligam duas orações, sendo que a segunda contém um fato que não impede a realização da idéia expressa na oração principal, embora seja contrário àquela idéia: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se bem que, por mais que, por menos que, suposto que, etc.

Ex.: Não consigo ouvir a voz do astronauta, por mais que me esforce.

SINTAXE

CONCORDÂNCIA“Cabe dez”... “falta vinte”... “sobrou trinta”... “as mina”... “teus cabelo é da hora”... “eu quero vinte pão”... “isso custa cinco real”...

Não é novidade para ninguém que o brasileiro, quando fala, não dá muita importância à concordância. A nenhum tipo de concordância! Cometer erros de concordância na fala do cotidiano é muito comum, mas no texto formal é necessário que a concordância esteja absolutamente rigorosa.

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Vamos a um trecho da canção “Música Urbana”, do Capital Inicial:“Tudo errado, mas tudo bem.Tudo quase sempre como eu sempre quis.Sai da minha frente, que agora eu quero ver.Não me importam os seus atos,eu não sou mais um desesperado.Se eu ando por ruas quase escuras, as ruas passam”

Você notou como o letrista fez a concordância: “não me importam os seus atos”. Os atos não têm importância, portanto eles não importam. A concordância está correta, o que é exigível ao menos na língua formal. É desejável que a gente acerte a concordância no cotidiano também. Basta concordar verbo e sujeito. “Atos” está no plural, então é óbvio que o verbo também deve estar no plural: “importam”. Acerte a concordância você também.

CASOS DELICADOS DE CONCORDÂNCIA

Às vezes a concordância verbal nos prega uma peça.Ex.: “Pedro ou Paulo será ou serão o próximo presidente da República?” “Pedro ou Paulo será ...”.

Somente um dos dois será o próximo presidente da República - o ou que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de Paulo da cadeira de Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular. Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: Tom ou Caetano me agradam. O ou presente nesta oração não é excludente, logo o verbo assume o plural.

Outra pergunta:40% dos eleitores preferiram ou preferiu 40% dos eleitores preferiram. A expressão que

vem depois do percentual está no plural ( eleitores ) e aí não há outra opção:40% do eleitorado preferiu ou preferiram. O termo que vem depois do percentual é

singular, logo o verbo também fica no singular. A forma correta é: “40% do eleitorado preferiu”.“40% preferiu ou preferiram”. Nesta frase não há nada depois da expressão percentual. Então vale o número 40, que é plural. “40% preferiram, 1% preferiu”.

CONCORDÂNCIA COM PRONOME RELATIVO E EXPRESSÕES EXPLETIVAS

Você já deve ter ouvido muita gente falar “não foi eu”. Acham que o “foi” vale para qualquer caso. Não é bem assim.

Para ilustrar essa questão o professor Pasquale busca referência na música “Foi Deus que fez você”, de Luiz Ramalho.“... Foi Deus que fez o céu...Foi Deus que fez você...Foi Deus...”

“Foi Deus que fez”. Porque “foi”? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a “ele” e “ele foi”.

Agora, não é cabível dizer “Eu foi”. Logo, “não foi eu” está errado. O correto é “não fui eu”, “não fomos nós”.

O verbo que vem depois da palavra “que” também deve concordar com a palavra que vem antes. Portanto, “Fui eu que fiz” ( eu fui, eu fiz),”Fomos nós que fizemos”, “Foram eles que fizeram”.

Outra coisa que você não deve confundir é o caso da expressão expletiva “é que”, que é fixa. A canção “Só nós dois”, de Joaquim Pimentel, pode ilustrar muito bem:“ Só nós dois é que sabemos

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o quanto nos queremos bemSó nós dois é que sabemosSó nós dois e mais ninguém...”

A expressão “é que” é fixa. Nunca diga “São nessas horas que a gente percebe”. O correto é dizer “Nessas horas é que a gente percebe” ou “É nessas horas que a gente percebe”.

“É que” é uma expressão de realce, fixa é fácil de ser percebida. Pode, também, ser eliminada.Veja os exemplos:“Só nós dois é que sabemos” - “Só nós dois sabemos” “É nessas horas que a gente percebe” - Nessas horas a gente percebe”. A expressão “é que”, expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo da estrutura frasal.OBRIGADO (A) / EU MESMO (A)“Eu mesma fiz essa bolsa”, é assim que se fala?

É possível, mas é necessário fazer a concordância. Quando quem fala é homem deve dizer “eu mesmo”. Se for mulher, “eu mesma”. Você, referindo-se a uma mulher, deve dizer “você mesma”, “ela mesma”. No plural e havendo pelo menos um homem, “nós mesmos”. Havendo só mulheres “nós mesmas”.

A concordância deve ser feita quando é necessário agradecer. O homem diz “Obrigado”. A mulher, “obrigada”.É PROIBIDO / É PROIBIDA

Uma pessoa vai a um edifício comercial, a um ambiente mais formal, e vê ali uma tabuleta:“É proibido a entrada”. Pouco depois, ao entrar no prédio ao lado, a pessoa depara-se com outra tabuleta: “É proibida a entrada”. Uma confusão, não é? Quais as formas corretas?“Não é permitido a entrada” ou “Não é permitida a entrada”? “É proibido a entrada” ou “É proibida a entrada”?

Vamos a alguns exemplos para esclarecer essa questão:A sopa é boa / Sopa é bom A cerveja é boa / Cerveja é bom

Quando se generaliza, quando não se determina, não se faz a concordância, usa-se o masculino com valor genérico, com valor neutro. Portanto: Sopa é bom / É bom sopa Cerveja é bom / É bom cervejaEntrada é proibido / É proibido entrada Entrada não é permitido / Não é permitido entrada.

Se não existe um artigo ou uma preposição antes de “entrada”, se não há nenhum determinante, o particípio passado dos verbos “proibir” e “permitir” deve ficar no masculino. Mas, se houver algum determinante, o verbo deve, então, concordar com a palavra “entrada”. Veja as formas corretas:É proibido entrada. É proibida a entrada. Não é permitido entrada. Não é permitida a entrada

CONCORDÂNCIA VERBALA Concordância verbal é algo que na linguagem do cotidiano não se costuma fazer. Um

jornal escreveu “Chegou as tabelas do Mundial”, as pessoas dizem: “Acabou as ficha”, “Sobrou quinze”, “Falta dez”.

A Música Popular Brasileira está recheada de belíssimos exemplos de como fazer concordâncias verbais adequadas. Um exemplo está numa canção muito bonita de Paulinho da Viola, “Quando bate uma saudade”.“... Vibram acordesSurgem imagens

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Soam palavrasFormam-se frases...”

Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do sujeito, todas com a concordância muito bem feita. Os substantivos estão no plural, os verbos, também.

Isso no nosso dia-a-dia é raro, mas na linguagem oficial é fundamental estabelecer a concordância. Não se esqueça: “Acabaram as fichas” ou “Acabaram-se as fichas”, “Sobraram quinze” , “Faltam dez”.

Vamos falar sobre concordância verbal. Vamos tratar de um caso delicado que deixa muita gente atrapalhada. Qual a forma correta?“Vai fazer 5 semanas que ela foi embora.” Ou “Vão fazer 5 semanas que ela foi embora.”?

A forma correta é: “Vai fazer 5 semanas que ela foi embora.” O verbo “fazer” é um caso específico da nossa língua. Quando este verbo é usado para indicar tempo transcorrido, não deve ser flexionado.

Verbo “fazer” indicando tempo não é flexionado:“Faz dez anos...” “Faz vinte dias...” “Faz duas horas...” “Já fazia dois meses...”

Quando usamos o verbo fazer associado a outro verbo, e indicando tempo, este também fica no singular: “Vai fazer vinte anos...” “Deve fazer vinte anos...”

Vamos a outro exemplo de concordância, a partir da canção “O Poeta Está Vivo”, com o Barão Vermelho: “Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.

Quando o papa e seu rebanho chegar, não tenha pena: todo mundo é parecido quando sente dor”

Se no caso do verbo “fazer” muitas pessoas usam indevidamente o plural, neste exemplo ocorre o contrário: a letra usa indevidamente o verbo no singular. “Papa e rebanho” chegam, portanto “quando o papa e seu rebanho chegarem”. Houve, na letra da música, um escorregão na concordância. Como se trata de uma regra básica da língua, procure respeitá-la na fala e na escrita.

CONCORDÂNCIA DO VERBO FAZERO brasileiro é resistente ao plural. Esta é a conclusão do professor Pasquale. Ouve-se

muito dois real, dez real...Para ilustrar o professor propõe à rua a seguinte questão:“Faz vinte anos que estive aqui ou fazem vinte anos que eu estive aqui”.O correto é “ Faz vinte anos que estive aqui.”O verbo fazer indicando tempo não tem sujeito. Pode-se e deve-se dizer: “passaram dez

anos”.De fato, os anos passam. Mas, nunca falar “ fazem dez anos “. O mesmo acontece na locução verbal quando o verbo fazer é associado a outro na indicação de tempo: “ Já deve fazer vinte anos que ela foi embora”. Nunca dizer : “Já devem fazer vinte anos ...”. Nesses casos o verbo fazer vem sempre no singular.

Outro caso: “Quando conheci sua prima, eu morava lá há dez anos” ou “... morava lá havia dez anos”. A dica é muito simples. Usando o verbo fazer a forma correta de falar é “.... morava lá fazia dez anos”. Logo, “... eu morava lá havia dez anos”.

Neste caso, o verbo haver equivale a fazer, indica tempo. Os tempos verbais também devem se casar: se eu morava..., morava fazia ..., morava havia.... É assim que exige o padrão formal da língua.

CONCORDÂNCIA DO VERBO HAVER

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“Haja paciência!” Todos já ouvimos essa expressão. Esse “haja” é o verbo haver no presente do subjuntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.

“Estive aqui há dez anos”. O “há” presente na oração é o verbo haver e pode ser trocado por outro verbo: “Estive aqui faz dez anos”.

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo haver. Quando se diz “Há muitas pessoas na sala”, conjuga-se o verbo haver na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Note que não foi feita a concordância do verbo haver com a palavra pessoas. Não se poderia dizer “Hão pessoas”. O verbo haver, quando usado com o sentido de existir, fica no singular. Se fosse usado o verbo existir, este sim iria para o plural: “Existem muitas pessoas na sala”.

A confusão tende a aumentar quando o verbo haver é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto “Os incríveis” da canção “Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones”, diz: “... Não era belo mas, mesmo assim, havia mil garotas a fim....”

Nesta canção o verbo haver foi empregado com o sentido de existir. Logo, está correta a versão, o verbo no passado e no singular.

No Brasil, fala-se “cabe dez”, “sobrou 30”, “falta 30”. Geralmente não se faz concordância.

Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. “Houveram muitos acidentes naquela rodovia”. Errado. O correto é “Houve muitos acidentes naquela rodovia”. Haverá acidentes, houve acidentes, há pessoas, havia pessoas, houve pessoas.

Vale repetir: “O verbo haver quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal.”

CONCORDÂNCIA DO VERBO SER“Volta pra casa... me traz na bagagem: tua viagem sou eu.Novas paisagens, destino passagem: tua tatuagem sou eu.Casa vazia, luzes acesas (só pra dar impressão),cores e vozes, conversa animada (é só a televisão)...”“Simples de Coração” (Engenheiros do Hawaii)Na letra dessa música temos dois trechos interessantes: “tua viagem sou eu” e “tua

tatuagem sou eu”. São interessantes porque é relativamente pouco usual esse emprego do verbo ser.

Normalmente, quando vemos, por exemplo, “tua viagem”, esperamos um verbo na 3ª pessoa do singular, concordando com o sujeito: “tua viagem é;...” ou “tua viagem foi...”

Mas - por que o letrista utilizou “tua viagem sou eu”? Porque o verbo ser, nesse caso, está ligando o substantivo “viagem” ao pronome pessoal “eu”. O pronome pessoal prevalece, pelo simples motivo de que, em termos de concordância verbal, a pessoa prevalece sobre o que não é pessoa, sempre. Por isso, independentemente da ordem da frase, faz-se a concordância do verbo “ser” com a pessoa, como fez de forma corretíssima o pessoal dos Engenheiros do Hawaii nas duas passagens:

Eu sou tua viagem.Tua viagem sou eu.Eu sou tua tatuagem.Tua tatuagem sou eu.

ORAÇÃO REDUZIDAVocê já deve ter ouvido falar em oração reduzida. Com alguns exemplos muito simples

podemos identificá-la.

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“Quando você fizer tal coisa...”“Ao fazer tal coisa...”No primeiro caso o verbo fazer está no futuro do subjuntivo. Você percebeu. No

segundo, eliminamos a conjunção “quando” e não conjugamos o verbo fazer, deixando-o no infinitivo. Em suma, reduzimos a oração.

Outro exemplo.: “Precisando, telefone.”A primeira oração “precisamos” pode ser desdobrada. “Se precisar, telefone” ou

“Quando precisar, telefone”.Passamos a usar as conjunções “se” ou “quando”. Quando usamos verbos no gerúndio

(falando, bebendo, partindo), no infinitivo (falar, beber, partir ) ou no particípio (falado, bebido, partido ), não se usa o elemento (se , quando ) que introduz a oração, ou seja, a conjunção. A oração começa direto com o verbo. É reduzida.

Veja o fragmento de uma letra de Caetano Veloso e Gilberto Gil:“No dia em que eu vim m’embora... sentia apenas que a mala de couro que eu carregava embora estando forrada fedia,

cheirava mal...”“Estando” é gerúndio e o gerúndio estabelece a oração reduzida. Logo, nessa letra a

conjunção embora não poderia ter sido usada com o gerúndio.Ficaria assim

“... sentia apenas que a mala de couro que eu carregava,embora forrada, fedia, cheirava mal...”

No caso, houve uma distração. Não pode ser abonado pela norma culta.Outro caso:

Muita gente fala “Isso posto, vamos ao que interessa.” Errado. Em português a oração reduzida começa pelo verbo. O correto é “Posto isso, vamos ao que interessa.” Não se diz “A questão discutida, passamos ao item seguinte”. Diz-se “Discutida a questão, passamos ao item seguinte.” Oração reduzida sempre começa com o verbo no gerúndio, no particípio ou no infinitivo.

USO DA PALAVRA ONDEO professor Pasquale fala de um assunto que é muito comum em abordagens oficiais da

língua, o uso da palavra onde.É chamada a atenção para dois pontos:

1º- A palavra onde indica lugar, lugar físico e, portanto, não deve ser usada em situações em que a idéia de lugar não esteja presente.2º- Não se deve confundir onde com aonde. O a da palavra aonde é a preposição a que se acrescenta e que indica movimento, destino. O aonde só pode ser usado quando na expressão existir a idéia de destino.Ex: Ir a algum lugar. Chegar a algum lugar. Levar alguém a algum lugar. Dirigir-se a algum lugar.

Não se pode usar aonde com o verbo morar.Ex: Aonde você mora? Errado. O certo é “Onde você mora?” / “Em que lugar você mora?”

Não se pode usar a palavra onde para ligar idéias que não guardem entre si a relação de lugar.

Diga “A rua onde mora”, “A cidade onde vive”.

ONDE/AONDE“Onde” ou “aonde”? Muitas pessoas algum dia tiveram essa dúvida. E nem vale muito a

pena tentarmos esclarecê-la por meio dos textos literários, porque não é incomum que até mesmo

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os grandes escritores utilizem as expressões de modo diferente do que é pregado pela gramática normativa. Preste atenção no trecho desta canção, “Domingo”, gravada pelos Titãs:“... não é Sexta-Feira Santa,nem um outro feriado,e antes que eu esqueça aonde estou,antes que eu esqueça aonde estou,aonde estou com a cabeça?”

“Aonde eu estou” ou “onde estou”? Para esta pergunta, a resposta seria: “Estou em tal lugar”, sem a preposição “a”. E as gramáticas ensinam que, não havendo a preposição “a”, não há motivo para usar “aonde”. Assim, a forma correta na letra da canção seria:“... e antes que eu esqueça onde estou,antes que eu esqueça onde estou,onde estou com a cabeça?”

Vamos a outro exemplo, a canção “Onde você mora”, gravada pelo grupo Cidade Negra:“... Você vai chegar em casa,eu quero abrir a porta.Aonde você mora,aonde você foi morar,aonde foi?Não quero estar de fora...Aonde está você?”

Quem vai, vai a algum lugar. Portanto, a expressão correta nesse caso é “aonde”. Aonde você foi? Mas quem mora, mora em algum lugar. Quem está, está em algum lugar. Nesse caso, a expressão correta é “onde”: Onde você mora? Onde você foi morar? Onde está você?

Veja agora este trecho da canção “Bete Balanço”, gravada pelo Barão Vermelho:“Pode seguir a tua estrela,o teu brinquedo de star,fantasiando um segredo,o ponto aonde quer chegar...”

Ensinam as gramáticas que, na língua culta, o verbo “chegar” rege a preposição “a”. Quem chega, chega a algum lugar. A preposição é usada quando queremos indicar movimento, deslocamento. Portanto, a letra da música está correta:O ponto aonde você quer chegar.Eu chego ao cinema pontualmente.Eu chego a São Paulo à noite.Eu chego a Brasília amanhã.

Na linguagem coloquial, no entanto, é muito comum vermos construções como “eu cheguei em São Paulo”, “eu cheguei no cinema”. Não há grandes problemas em trocar “onde” por “aonde” na língua do dia-a-dia ou em versos de letras musicais populares, dos quais fazem parte o ritmo, a melodia e outros fatores. Mas, pela norma culta, num texto formal, use “aonde” sempre que houver a preposição “a” indicando movimento: ir a / dirigir-se a / levar a / chegar a

PONTUAÇÃO - VÍRGULAComo usar a vírgula? Seu uso está relacionado à respiração?Não.A vírgula depende da estrutura sintática da oração. Tente colocar vírgulas no seguinte

texto:“O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que não haverá demissões neste mês.”

Você acertou se não colocou vírgula.

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“O diretor de Recursos Humanos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos” é o sujeito do verbo declarar. Foi ele, o diretor, que declarou. Entre sujeito e verbo não há vírgula. Depois, “ ...que não haverá demissões neste mês.” Como a seqüência está na ordem direta, não há por que colocar vírgula. Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do texto.

O professor Pasquale fala da sua participação no Programa Jô Soares, quando pediu a ele que escrevesse um telegrama.Irás voltarás não morrerásDependendo do sentido que se quer dar, ocorre a pontuação.Irás. Voltarás. Não morrerás.Irás. Voltarás? Não. Morrerás.Resumo.

No primeiro caso não há por que usar a vírgula. O texto está na ordem direta e em seqüências diretas não se usa pontuação.

No caso do telegrama pontua-se de acordo com aquilo que se quer dizer. A pontuação decide o sentido.

PRONOME RELATIVO PRECEDIDO DE PREPOSIÇÃOEsse módulo trata do uso do pronome relativo QUE. Em certos casos ele deve ser

acompanhado da preposição EM , como no caso da letra da música “GOSTAVA TANTO DE VOCÊ” (Edson Trindade). Tim Maia canta:“...Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você ...”.Leila Pinheiro corrige e canta:“... lugar qualquer em que não exista o pensamento em você ...” Leila Pinheiro tem razão. Afinal, se esse pensamento existe em algum lugar, o correto seria dizer “lugar qualquer em que não exista o pensamento em você”. Trata-se do emprego da preposição com o pronome relativo “que”. Na linguagem do dia-a-dia essa preposição desaparece. É comum as pessoas dizerem “A empresa que eu trabalho”. Se eu trabalho em algum lugar, deverei dizer “A empresa em que trabalho”.

PRONOME RELATIVO E REGÊNCIAHá pouco tempo foi exibido na televisão um anúncio cujo texto dizia: “... a marca que o mundo confia.” Acontece que, “quem confia, confia em” logo, o correto seria dizer: “... a marca em que o mundo confia.”

As pessoas falam: “A rua que eu moro”, “Os países que eu fui”, “A comida que eu mais gosto”. O correto seria dizer: “A rua em que moro”, “Os países a que fui”, “A comida de que mais gosto”.

O problema também está presente em uma letra da dupla Roberto e Erasmo Carlos, “Emoções”.“... são tantas já vividas são momentos que eu não me esqueci...”

Se eu me esqueci, eu me esqueci de...Quem esquece, esquece algo. Quem se esquece, esquece-se de algo. Logo, o correto

seria “são momentos de que não me esqueci”.Pode-se, também, eliminar a preposição de e o pronome me. Ficaria “são momentos que

eu não esqueci”.Em um jornal de grande circulação o texto de uma campanha afirmava: “A gente nunca

esquece do aniversário de um amigo...”O correto seria: “A gente nunca esquece o aniversário de um amigo” ou “A gente nunca

se esquece do aniversário de um amigo.”Vale o mesmo esquema para o verbo lembrar.

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Quem lembra, lembra algo. Quem se lembra, lembra-se de algo. Ex: Eu não lembro o seu nome. Eu não me lembro do seu nome.

Como você pode notar, esses erros de regência são muito comuns. É necessário redobrar a atenção para não cometê-los mais.

REGÊNCIA VERBALRegência é a relação que se verifica entre as palavras. Por exemplo: quem gosta, gosta de

alguma coisa. Assim, o verbo “gostar” rege a preposição “de”. Existe, entre o verbo e a preposição, um mecanismo, uma relação.

A regência se ocupa de estudar essa relação entre as palavras. Na língua falada, no entanto, regência é algo que se aprende intuitivamente. Ninguém precisou ensinar para nós que quem gosta, gosta de alguém. Ou que quem concorda, concorda com alguma coisa. Ou que quem confia, confia em algo. E assim por diante.

A língua culta, por seu lado, tem suas regras de regência, que levam em conta o significado do verbo. Um verbo com mais de um sentido, por exemplo, pode ter duas regências diferentes. Vamos ver o que acontece na canção “O Nome Dela”, gravada pelo goleiro Ronaldo & Os Impedidos:“Eu não lembronem do lugarela me dizque eu paguei o jantarela me dizque eu prometi o mundoeu não me lembro de nenhum segundo...”

As gramáticas dizem que quem lembra, lembra alguma coisa. E que quem se lembra, lembra-se de alguma coisa. Quem lembra, lembra algo. Quem se lembra, lembra-se de algo.

Será que essa regra na língua efetiva vale sempre? Vamos ver o que acontece na canção “Lembra de Mim”, cantada por Ivan Lins. A letra é de Vítor Martins:“Lembra de mimdos beijos que escrevinos muros a gizOs mais bonitos continuam opor ládocumentando que alguém foi felizLembra de mimnós dois nas ruasprovocando os casais...”

De acordo com a gramática normativa, o título da canção e a letra estariam errados. Deveria ser “Lembra-se de mim...”

Acontece que no dia-a-dia as pessoas não falam assim, com todo esse rigor, com essa consciência do sistema de regência. Dessa forma, nós podemos dizer “lembra de mim”, sem problema. A língua falada permite essas licenças, e a poesia musical também, já que não deixa de ser um tipo de língua oral. Mas na hora de escrever, de adotar outro padrão, é conveniente obedecermos àquilo que está nos livros de regência. No texto formal, lembra-se de mim é o exigível, é o correto.

REGÊNCIA VERBAL IIRegência, em gramática, é o conjunto de relações que existem entre as palavras. Por

exemplo: quem gosta, gosta de alguém.

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O verbo “gostar” rege a preposição “de”. Nós aprendemos a regência naturalmente, no dia-a-dia. Só que a gramática, muitas vezes, estabelece formas diferentes das que utilizamos na linguagem cotidiana. Costumamos, por exemplo, dizer que chegamos em algum lugar, quando a norma culta indica que chegamos a algum lugar.INCORRETO: “A caravana chegou hoje em Brasília.”CORRETO: “A caravana chegou hoje a Brasília.”

Da mesma forma, o correto é dizer “chegou a Manaus”, “chegou ao Brasil”.Outro exemplo é o verbo “esquecer”. Vamos ver o trecho da canção “As Canções que

você Fez pra mim”, de Roberto e Erasmo Carlos:“... Esqueceu de tanta coisaque um dia me falou,tanta coisa que somenteentre nós dois ficou...”

É muito comum que se fale “esqueceu de tanta coisa”, mas quem esquece, esquece algo. Quem se esquece, esquece-se de algo. Portanto, as formas corretas são:“Esqueceu tanta coisa.”“Esqueceu-se de tanta coisa.”

A mesma coisa vale para o verbo “lembrar”. Vamos ver um trecho da canção “Tempo Perdido”, gravada por Paulo Ricardo:“...Temos todo o tempo do mundo.Todos os dias, antes de dormir,lembro e esqueço como foi o dia,sempre em frente, não temos tempo a perder...”

O uso está correto. Poderia ser também “Lembro-me e esqueço-me de como foi...”Quem lembra, lembra algo.Quem se lembra, lembra-se de algo.

COLOCAÇÃO PRONOMINALDiscute-se na letra da música - “ EU SEI QUE VOU TE AMAR “( Tom Jobim e Vinícius

de Moraes ) a melhor colocação do pronome TE no trecho:“Eu sei que vou te amarPor toda minha vida eu vou te amar ...”O correto seria que o pronome viesse após a conjunção integrante que, já que esta conjunção é palavra atrativa. Ficaria: Eu sei que te vou amar.

A outra forma é colocar o pronome TE após o verbo. Ficaria: Eu sei que vou amar-te. No entanto, o professor Pasquale acha que ficaria estranho Tom Jobim e Vinícius cantarem:“Eu sei que te vou amarPor toda a minha vidaEu sei que vou amar-te ...” ,

Na colocação do pronome muitas vezes vale a eufonia apesar de a eufonia apesar de a norma culta nem sempre abonar essas formas.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL 2Este assunto foi tratado mais de uma vez no programa: a colocação dos pronomes

oblíquos átonos em relação aos verbos.Pronomes oblíquos átonos:ME - TE - SE - LHE - LHES - O - A - OS - AS - NOS - VOS

Aqui no Brasil, muitas vezes o professor diz ao aluno: “Não é possível começar a frase com o pronome me”. E, se o aluno escreve na redação: “Me disseram que...”, leva uma bronca do professor, que não explica ao aluno de onde vem essa história.

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O que acontece é que a língua portuguesa “oficial”, isto é, o português de Portugal, não aceita o pronome no início da frase. Eles falam “Disseram-me...”. O problema é que essa colocação pronominal não tem nada a ver com a nossa maneira de falar, a nossa sonoridade. Nós temos a nossa maneira de usar o pronome, e não há por que lutar contra isso. É como na canção “Vento Ventania”, do grupo Biquíni Cavadão:“Vento, ventania, me leve para as bordas do céu, pois vou puxar as barbas de Deus.Vento, ventania,me leve pra onde nasce a chuva,pra lá de onde o vento faz a curva,me deixe cavalgar nos seus desatinos, nas revoadas, redemoinhos...”

O mesmo grupo tem outra canção que também é um bom exemplo da nossa maneira de colocar os pronomes na frase. A canção é “Timidez”.“Toda vez que te olho,crio um romance.Te persigo mudotodos os instantes.Falo pouco, pois nãosou de dar indiretas.Me arrependo do quedigo em frases incertas...”

Em português de Portugal isso não poderia ser assim. Precisaria ser “Leve-me”, “Deixe-me”, “Persigo-te”, “Arrependo-me” e assim por diante.

É importante lembrar que a nossa forma de usar os pronomes, no começo da frase, está oficialmente errada. No cotidiano, com os amigos, na vida diária, podemos falar à nossa maneira. Mas numa prova de português, num vestibular, num concurso, devemos escrever o pronome sempre depois do verbo. Console-se, são coisas da nossa língua portuguesa.

Causais, que ligam duas orações, sendo que a segunda contém a causa e a primeira, o efeito: porque, visto que, porquanto, já que, como, etc. Ex.: Como não estudou, foi reprovado.

Consecutivas, que ligam duas orações, sendo que a segunda diz a conseqüência de uma intensidade expressa na primeira: (tão)...que, (tal)...que, (tamanho)...que, (tanto)...que, etc. Ex.: “Tão temerosa vinha e carregada, que pôs nos corações um grande medo.”

VERBOSVerbo, palavra que, em uma oração, é o núcleo do predicado. Nas línguas românicas,

indica estado, ação ou processo e revela a expressão de tempo, pessoa, modo, número e voz.. Em outras línguas indo-européias, acrescenta a expressão de aspecto, ou seja o ponto de vista do qual o locutor considera a ação do verbo que pode ser narrada como concluída ou não concluída. Isto é, o locutor pode verbalizá-la na sua duração ou repetição.

No português, os verbos são classificados em três grupos, segundo suas terminações: ar, er, ir. O verbo pôr segue as regras daqueles terminados em er. De acordo com as terminações, usam-se desinências para expressar o tempo, modo,

número e pessoa. Os verbos possuem três pessoas: a que fala (eu, plural nós); a que escuta (tu, plural vós) e aquela de quem se fala (ele ou ela, plural eles ou elas).

Quando é usado você(s) ou as fórmulas de tratamento cerimonioso senhor(es), senhora(s), o verbo é conjugado na terceira pessoa.

A expressão mais matizada é a do tempo. Ao lado do passado, presente e futuro, há uma vasta combinação de formas simples e compostas que exprimem os tempos verbais.

Direção: Pastor (Pedagogo) Pedro Brunizo Neto IBEL [email protected]

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Em português há três modos na conjugação do verbo: indicativo, subjuntivo e imperativo. Existem, também, as formas nominais do verbo, que dispensam a pessoa gramatical: o infinitivo, o gerúndio e o particípio.

Advérbio, palavra que modifica a significação de um verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio. Em português, os advérbios se classificam em função de seu significado. Existem advérbios de afirmação (sim, certamente etc.); de negação (não, nunca, jamais etc.); de dúvida (talvez, possivelmente etc.); de lugar (aqui, dentro, longe etc.); de modo (bem, mal, melhor, depressa etc.); e de tempo (hoje, agora, antes, cedo, sempre etc.). Adjetivo, palavra que funciona como complemento ou determinante de um substantivo. Os adjetivos podem ser simples (gramática histórica) e compostos (literatura luso-brasileira). A significação de um adjetivo pode receber intensidade maior ou menor. Daí, a existência de dois graus: comparativos (terra tão boa quanto a nossa) e superlativos. Os adjetivos superlativos classificam-se como sintéticos (cidade antiqüíssima) e analíticos, quando acompanhado por um advérbio de intensidade (mulher extraordinariamente elegante). Epíteto, do grego epitheton, é uma palavra ou frase que qualifica pessoas ou coisas. Seu uso é muito comum na epopéia: "o peito ilustre lusitano" (Os Lusíadas, de Luís de Camões). Um adjetivo precedido pelo artigo neutro o se nominaliza e equivale a um substantivo abstrato: o irreal. Artigo, determinante que precede o substantivo, com o qual concorda em gênero e número. Existem duas classes de artigos: definidos e indefinidos. Os artigos definidos (o, os, a, as) antepõem-se a um substantivo, o elemento de referência para o destinatário da mensagem — seja porque já foi feita alguma menção anterior a ele, seja porque este conhecimento é produto da experiência. Os indefinidos (um, uns, uma, umas) servem para apresentar um substantivo ao qual não se fez qualquer menção anterior.

Os artigos também podem preceder um adjetivo, um advérbio, um verbo e uma oração. Preposição, parte invariável que complementa um nome, pronome, ou palavra. A preposição relaciona um verbo com seu objeto direto, seu objeto indireto ou complemento nominal. As mais empregadas em português são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem, sob, sobre. Pronome, palavra que, numa oração, substitui um nome ou faz referência a ele de forma anafórica. O nome ao qual se refere o pronome é seu antecedente e com ele o pronome concorda em gênero, número e pessoa.

Os pronomes pessoais, reflexivos e possessivos têm flexão pessoal. Em termos gerais, pode-se afirmar que os distintos tipos de pronomes são herdeiros de seus equivalentes latinos. Por exemplo, os pronomes pessoais de terceira pessoa "ele", "ela" procedem do demonstrativo latino illum, illam, illud ("aquele", "aquela", "aqueles").

Em geral, existem tantos tipos de pronomes como de adjetivos determinativos, além dos pronomes pessoais e dos relativos.

Verbo é a palavra que expressa processos, ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza, conveniência, desejo e existência. Desse modo, enquanto os nomes (substantivo, adjetivo) indicam propriedades estáticas dos seres, o verbo denota os seus movimentos, por isso sua característica de dinamicidade.Exemplos:

Um homem já escorregou neste chão molhado. ..[escorregar: verbo = ação que expressa a dinamicidade de "homem"]

Por enquanto as matas continuam indefesas. ...[continuar: verbo = estado que expressa a dinamicidade de "matas"]

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Anoitecia rapidamente!... [anoitecer: verbo = fenômeno dinâmico da natureza]Convém aguardar mais alguns minutos. ...[convir: verbo = conveniência que expressa a

dinamicidade de "aguardar..."]Nossos estudantes anseiam um bom emprego. ...[ansiar: verbo = desejo que expressa a

dinamicidade de "nossos estudantes"]Houve tumulto no momento da votação....[haver: verbo = existência que expressa a

dinamicidade de "tumulto..."]Em termos sintáticos, os verbos exercem uma função fundamental: núcleo da predicação

nos predicados verbais. Isto é, o verbo é o constituinte essencial do predicado verbal. Além disso, os verbos também são fundamentais para a constituição das orações. O contrário do sujeito, que pode estar ausente na oração, sem verbo não há oração. Aliás, classificam-se as orações conforme o número de núcleos verbais existentes.Exemplos:

É comum, no interior do país, surpreender crianças com doenças graves. ...[é: verbo = núcleo do predicado "é comum"]...[surpreender: verbo = núcleo do predicado "surpreender crianças..."]Se você me esperar(1), vou até lá(2), procuro pelo endereço(3) e trago-o aqui(4). ...[número de orações: 4]...[número de núcleos verbais: 4]Vou entrar por esta porta(1) e quero encontrar tudo(2) como eu havia deixado3(3). ...[número de orações: 3]...[número de núcleos verbais: 3]

A classe gramatical dos verbos é bastante rica em flexões. Trata-se de uma classe que varia em número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz. Essas variações se agrupam em conjuntos flexionais chamados de conjugação. É importante, portanto, conhecer as outras particularidades do verbo:

O subjuntivo e as orações subordinadas, o subjuntivo e os verbos modais, tempo verbal e o emprego de pronomes, verbos com pronome "se", os auxiliares e certos verbos abundantes, a crase e os verbos, as locuções verbais e o uso de preposições, o uso do Particípio. Os verbos também exigem formas especiais de combinação com os outros elementos da oração. Esse mecanismo de combinação é compreendido nas chamadas: concordância verbal e regência verbal.

VEJA MAIS SOBRE OS VERBOSUma classe tradicional que se pode considerar bem estabelecida é a dos verbos. Sabemos

que os verbos têm realmente um comportamento morfossintático muito homogêneo: flexionam-se da mesma maneira e desempenham a mesma função sintática. Por outro lado, a definição de "verbo" deixa muito a desejar; Cunha & Cintra, definem o verbo como [...] uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo. [1985, p. 367]

Essa definição já foi criticada em outro trabalho (Perini, 1985, p. 23-27). Aqui basta observar que seria bem difícil aplicá-la a casos concretos. Diante de uma palavra de classificação desconhecida, como decidir (com base na definição) se é um verbo? Que quer dizer "exprime o que se passa"? Que vem a ser ,um acontecimento representado no tempo"? Não se pode dizer que em (I) Estou impressionado com o sucesso de Pedrinho. O sucesso de Pedrinho exprime algo que se passa? Mas onde está o verbo em o sucesso de Pedrinho?

E que significa "representado no tempo"? Em uma frase como (2) A água se compõe de hidrogênio e oxigênio. Pode-se argumentar que o acontecimento não se representa no tempo, pois a afirmação vale para todos os tempos, e não para alguma ocasião especial. No entanto, há um verbo em (2). O que há de claro e característico nos verbos - e que nos permite identificar

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os verbos sem grande dificuldade - são seus traços morfossintáticos. Um verbo é um lexema que varia em número, pessoa e tempo. Ou, para nos expressarmos em termos mais técnicos:

Verbo é a palavra que pertence a um lexema cujos membros se opõem quanto a número, pessoa e tempo. (Chamamos lexema um conjunto de palavras que se distinguem através de flexão; assim, corro, correr, corríamos fazem parte de um lexema; casa, casas fazem parte de outro. Mas casa e casebre não fazem parte do mesmo lexema, porque se distinguem por derivação, e não por flexão.)

Em geral, as pessoas com algum treinamento gramatical não têm problemas em identificar os verbos. Ao considerarem uma palavra como respondessem, comparam-na com outros membros de seu lexema (seu paradigma) e verificam que estes se opõem quanto a pessoa: respondesse / respondessem / respondêssemos; quanto a tempo: respondessem / respondam/ respondem / responderão; e quanto a número: respondessem / respondesse. Nisso é que nos baseamos para reconhecer os verbos - não em suas propriedades de exprimir acontecimentos representados no tempo; nem, para citar outra definição comum, em suas propriedades de exprimir ações, estados ou fenômenos.

Em outras palavras, a noção corrente de "verbo" é formal, e não semântica. O conjunto das palavras que exprimem uma ação, por exemplo, não se chama em geral de "verbos": correr, corria, corrida, vingança, vingar, traiu, traição etc. Como se vê, todas essas palavras exprimem, de alguma forma, uma ação; mas nem todas são verbos.

A classe dos verbos é uma das poucas que se pode definir e estabelecer no momento com clareza. A definição dada acima baseia-se nos traços morfológicos da palavra (variação em pessoa, tempo e número). Podemos acrescentar que o verbo é a única palavra que pode desempenhar a - função sintática de núcleo do predicado.

Este último traço, ‘entretanto’ não pode ser incluído na definição de verbo, porque a noção de "núcleo do predicado" depende, ela própria, da identificação prévia dos verbos. Assim, vamos dar o primeiro passo na classificação das palavras do português da seguinte maneira:

(a) verbos são palavras que variam em pessoa, tempo e número; (b) (b) somente os verbos podem desempenhar a função de NdP. Em (a), temos a definição (informal) de verbo; em (b), uma informação extra sobre o

comportamento gramatical dos verbos (informação essa que não faz mais que repetir a postulação de NdP).

Como se vê, no caso do verbo, a definição é simples; e a descrição do comportamento gramatical da palavra é igualmente simples. A maior parte das classes, entretanto, apresenta complexidade muito maior de comportamento. Por isso mesmo, geralmente é muito mais difícil identificá-las; a maioria das pessoas acha mais difícil distinguir um adjetivo de um substantivo, ou um advérbio de uma conjunção, do que um verbo de qualquer dessas classes.

Em (b), acima, temos uma expressão do potencial funcional dos verbos: eles podem ser núcleos do predicado e nada mais. Essa deveria ser a definição de verbo; mas o verbo, justamente por ser o ponto de partida de nossa análise da oração, acaba sendo tratado diferentemente de todas as outras classes. PERINI, Mário A. Gramática descritiva do Português. São Paulo: Ática, 1995. P319-320.

O verbo é termo importante dentro do discurso. Pode-se mesmo dizer que existe oração sem sujeito ou complementos, mas oração sem predicado não existe.

Pela morfologia, verbo é a palavra cujo radical aceita o morfema 'NDO', formador de gerúndio. Pela sintaxe, verbo é o termo que funciona como núcleo no predicado verbal ou verbo nominal e como elemento de ligação no predicado nominal. Pela semântica, verbo pode exprimir ação, fenômeno, estado, mudança de estado e até qualidade numa perspectiva de tempo. A perspectiva temporal é importante, pois existem palavras como tiroteio, inundação, etc., que expressam ação, e não são verbos; outras como chuva, trovão, etc., que expressão fenômenos e

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não são verbos; outras ainda que expressam estado como sono, desmaio, etc., e não são verbos; outras que indicam mudança de estado como casamento, viuvez, etc., e não são verbos; e ainda as que exprimem qualidade como feliz, azul, etc., e também não são verbos.

Verbos, expressam uma dessas características - ação, fenômeno, estado, mudança de estado, qualidade - numa perspectiva temporal: presente, pretérito ou futuro.

O verbo é a única classe morfológica que, junto aos pronomes pessoais, consegue ser flexionada, formando um sintagma. Não podemos dizer: eu mesa, tu mesa; mas podemos dizer: eu canto, tu cantas. Conjugação verbal

Existem três conjugações verbais: A primeira tem como vogal temática o 'a' - cantar, pular, etc. A Segunda tem como vogal

temática o 'e' - vender, comer, etc. nesta conjugação, inclui-se o verbo pôr e seus derivados - repor, compor, etc., cuja vogal temática desapareceu na passagem do latim para o português, mas cujos resquícios ficaram em algumas formas e palavras derivadas. A terceira tem como vogal temática o 'i' - partir, dividir, etc. Conjugar um verbo é dizê-lo em todas as suas formas, isto é, nas diversas pessoas, tempos, modos, vozes, de acordo com o modelo de sua conjugação.

Pessoas:Há três pessoas abordadas em duas situações: singular e plural. Eu = primeira pessoa do singular.

Tu = segunda pessoa do singular Ele = terceira pessoa do singular Nós = primeira pessoa do singular Vós = segunda pessoa do singular Eles = terceira pessoa do singular

Tempos:Tempos são as variações que indicam o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo.

Há três tempos: a) Presente = fato ocorrido no momento que se fala b) Pretérito = fato ocorrido antes c) Futuro = fato que ocorrerá depois O pretérito subdivide-se em: perfeito, imperfeito, mais que perfeito a) Perfeito = ação acabada - eu li o livro. b) Imperfeito = ação inacabada no momento a que

se refere a narração - eu olhava o mar. c) Mais que perfeito = ação acabada, ocorrida antes de outro fato do passado - ela dividira a turma. O futuro subdivide-se em: futuro do presente e futuro do pretérito a) Futuro do presente = refere-se a um fato imediato e certo - comprarei ingressos. b) Futuro do pretérito = pode indicar condição, referindo-se a uma ação futura, vinculada a um momento já passado - eles gostariam de convidá-la para sair.

Modos Modos são as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitude do falante em relação

ao fato. Há três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. a) Indicativo: apresenta o fato de uma maneira real, certa, positiva - eu estudo agora. b) Subjuntivo: pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possível ou duvidoso - queria que me levasses ao teatro. c) Imperativo: exprime ordem, conselho ou súplica - limpa a cozinha, Maria. Além dos três modos citados, há as formas nominais ou verbóides, assim chamadas porque têm também a natureza de nomes. Não fazem parte de um modo em si e são três, a saber: 1. Infinitivo: lembra um substantivo ou verbo com sentido indefinido. Subdivide-se em impessoal e pessoal. a) Impessoal - não flexionado. Ex.: viver é bom. b) Pessoal - flexionado. Ex.: é útil pesquisarmos. 2. Gerúndio: funciona como um advérbio ou adjetivo. Ex.: água fervendo. 3. Particípio: funciona na formação de tempos compostos e como adjetivo. Ex.: tinham aplaudido o cantor.

Vozes

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Vozes são as formas em que se apresenta o verbo para indicar a relação que há entre ele e seu sujeito. Há três tipos de vozes: ativa, passiva e reflexiva. 1. Ativa: a voz é ativa quando o sujeito é agente, isto é, produz a ação - o lobo ataca. 2. Passiva: a voz é passiva quando o sujeito é paciente, isto é, recebe a ação. Ela se apresenta de duas formas: a) Com verbo auxiliar + particípio - a dívida foi paga por Paulo. b) Com o pronome apassivador 'se' - alugam-se apartamentos. 3. Reflexiva: a voz é reflexiva quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, produz e recebe a ação verbal. Exemplos: A criança já se lava sozinha. Os amigos abraçaram-se fraternalmente. A aluna machucou-se no recreio. 4- Aspecto é a maneira de ser da ação. Se dissermos, por exemplo, 'eu passeio' e 'eu estou passeando', há diferença entre ambas quanto à duração. a) O pretérito perfeito composto, embora indique um fato concluído, revela, de certa forma, a idéia de continuidade. Ex.: eu tenho estudado. b) Os verbos incoativos (terminados em 'ecer' ou 'escer', por exemplo), indicam uma continuidade gradual. Ex.: embranquecer é começar a ficar grisalho e envelhecer é ir ficando velho. c) O presente do indicativo pode: . Indicar a freqüência. Ex.: o sol nasce para todos. . Ser empregado no lugar do futuro. Ex.: amanhã vou ao teatro; se continuam as indiretas, perco a paciência. . Ser empregado no lugar do pretérito (presente histórico). Ex.: é 1939: alemães invadem território polonês. d) O pretérito imperfeito do indicativo pode: . Substituir o futuro do pretérito. Ex.: se eu soubesse, não dizia aquilo (diria). . Expressar cortesia ou timidez. Ex.: o senhor podia fazer o favor de me emprestar uma caneta? (pode). e) O futuro do presente pode: . Indicar uma probabilidade. Ex.: ele terá, no máximo, uns setenta quilos. . Substituir o imperativo. Ex.: não matarás (não mates).

Função Quanto a função, o verbo pode ser principal ou auxiliar. Principal é o verbo que, numa

frase, conserva sua significação plena. Exemplos: Estudei bastante. Haverá uma solução para caso. Comprei um terno azul. Auxiliar é aquele que, combinando com formas nominais de um verbo principal, forma com esse uma locução verbal. Dessa forma, o verbo auxiliar perde o ser significado próprio. O verbo principal aparece numa forma nominal (particípio, infinitivo impessoal ou gerúndio), e o auxiliar é flexionado de acordo com as características do verbo principal. Exemplos: Deve haver pessoas no recinto. Ia saindo quando ele chegou. Tenho escrito muitas cartas. Hão de surgir estímulos à sua obra. 5- Tempos simples e compostos: Os tempos são simples quando formados apenas pelo verbo principal. São os seguintes: No indicativo - presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais que perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito. No subjuntivo - presente, pretérito imperfeito, futuro. No imperativo - afirmativo, negativo. Nas formas nominais - infinitivo pessoal e impessoal, gerúndio, particípio. Os tempos são compostos quando formados pelos auxiliares TER ou HAVER mais os verbos principais. São os seguintes: No indicativo - pretérito perfeito composto, pretérito mais que perfeito composto, futuro do pretérito composto. No subjuntivo - pretérito perfeito composto, pretérito mais que perfeito composto, futuro composto. No infinitivo - pretérito impessoal composto, pretérito pessoal composto, gerúndio pretérito composto.6- Formação dos tempos: As formas primitivas são aquelas que dão origem a outras (formas derivadas), sendo as seguintes: a) 1ª pessoa do singular do presente do indicativo Daqui de origina o presente do subjuntivo e, deste último, a 3ª pessoa do singular, a 1ª pessoa do plural e a 3ª pessoa do plural do imperativo afirmativo e todo o imperativo. b) 2ª pessoa do singular e plural do presente do indicativo Daqui se origina a 2ª pessoa do singular e plural do imperativo afirmativo (tira-se o S do final). Ex.: tu trazes - traze tu. c) Infinitivo (menos R) Daí, colocando-se as desinências, temos: . Pretérito perfeito do indicativo - 1ª conj. + VA, 2ª conj. + IA, 3ª conj. + IA. . Futuro do presente do indicativo + RE ou RA . Futuro do pretérito do indicativo + RIA . Gerúndio + NDO . Infinitivo pessoal + R ou RE . Particípio regular + DO d) 3ª pessoa do plural

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do pretérito perfeito (menos RAM) . Pretérito mais que perfeito do indicativo + RA . Pretérito imperfeito do subjuntivo + SSE . Futuro do subjuntivo + R ou RE 7- Número: Quanto ao número de pessoas em que os verbos são empregados, eles classificam-se em: a) Unipessoais: Empregam-se só na terceira pessoa, e são: Os verbos que se regeram a vozes de animais. Exemplos: Os insetos zumbem à porta. O sapo coaxa na água parada. Os verbos que indicam necessidade, conveniência, sensação, costume. Exemplos: Urgem as providências prometidas. Pareceu-me que ele sofria. Convém que saias mais cedo. Isso sói acontecer sempre. Os verbos concernir, acontecer, grassar, assentar, constar, conforme os exemplos abaixo: Aconteceu o que eu esperava. O exemplo não concerne ao caso. O livro consta de duas partes. Os vestidos lhe assentavam bem. b) Impessoais: São os verbos que não possuem sujeito e, por isso, são conjugados só na terceira pessoa do singular. Os verbos impessoais são os seguintes: Exprimem fenômenos da natureza, como: alvorecer, amanhecer, anoitecer, chover, orvalhar, nevar, relampejar, trovejar, ventar, etc. Exemplos: Neva muito na Escandinávia. Trovejou de manhã. Haver quando significa existir. Exemplos: Faz cinco anos que não a vejo. Faz calor. Estar, quando indica situação de tempo. Ex.: Está frio. Ser, quando indica tempo. Ex.: São dez horas. Certos verbos que indicam necessidade, conveniência ou sensação, quando regidos de preposição, em frases do tipo: Basta de provocações! Dói-me do lado esquerdo. Chega de lamúrias. c) Pessoais: São aqueles verbos conjugados nas diversas pessoas. Exemplos: Eu me comunico. Tu danças. Ele viaja. 8- Formas rizotônicas e arrizotônicas: A forma é rizotônica quando a vogal da sílaba tônica recai no radical. Exemplos: Canto - dormes - comes. A forma é arrizotônica quando a vogal da sílaba tônica recai fora do radical. Exemplos: Cantamos - comeste - dormirão. 9-Flexão: Quanto a flexão, os verbos podem ser: regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes. a) Regulares: Regulares são os verbos que se conjugam de acordo com o paradigma de cada conjugação. Assim, se tomarmos, como exemplo, os verbos CANTAR, VENDER e PARTIR, todos os que se conjugarem de acordo com esses verbos serão regulares. b) Irregulares: Irregulares são os verbos que se afastam do modelo de sua conjugação, como: ansiar, dar, incendiar, valer, caber, trazer, pedir, vestir, ouvir, etc. c) Anômalos: São os verbos que, por apresentarem profundas irregularidades, foram assim classificados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira, sendo eles: estar, haver, ir, pôr, ser, ter e vir. A anomalia desses verbos é demonstrada inclusive pela total mudança da raiz, como nos casos dos verbos IR e SER. d)Defectivos: Alguns verbos não são conjugados em todas as pessoas, tempos ou modos e, por apresentarem tais deficiências, são denominados defectivos. e)Abundantes: Abundantes são os verbos que possuem dois particípios, um regular e outro irregular. Exemplos: aceitar, acender, completar, benzer, expulsar, exprimir, etc. Geralmente se usa, com o particípio regular, os verbos TER e HAVER e, com o particípio irregular, os verbos SER e ESTAR. Exemplos: Maria tinha enxugado a louça. A travessa de prata já está enxuta. O diretor havia expulsado o funcionário. O aluno foi expulso da aula. (fonte AGI- Associação Goiana de Imprensa) 

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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Interpretação de textos: eis aí uma habilidade que nos é exigida em toda nossa trajetória como estudantes e, posteriormente, como profissionais. Ela não é um mero conhecimento que se utiliza numa determinada ocasião (uma prova de vestibular, por exemplo) e depois se descarta como inútil. É algo duradouro, progressivo, solidifica-se com o uso, e é imprescindível para que se tenha um bom desempenho na universidade e no exercício da profissão.

É óbvio que toda universidade ou faculdade exige de seus candidatos uma boa leitura. No programa da UFMG, as “habilidades de leitura (compreensão e interpretação de textos)” aparecem com destaque. É exigida também uma capacidade a mais: “estabelecer relações entre cada texto e aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais da época em que ele foi produzido e da atualidade”. A PUC-Minas exige do candidato a habilidade de “refletir sobre diferentes fatos lingüísticos flagrados em textos orais e escritos; a reconhecer e analisar a variação lingüística em suas diferentes dimensões sócio-históricas como um fenômeno inerente ao uso da língua e determinado pelos fatores que definem as condições de produção de um texto, oral ou escrito; a identificar as relações entre as partes do texto, indicativas de sua organização global, e as estratégias lingüísticas que funcionam para a sua organização local”. A UNICAMP avaliará a capacidade do candidato de “reconhecer a natureza dominante de um texto (por exemplo: se trata-se de um texto dissertativo, narrativo, poético, técnico, político, religioso, jornalístico, regional, popular etc.)”. O candidato deverá ainda ser capaz de “identificar, nesses textos, as marcas lingüísticas de sua especificidade. Apenas para exemplificar: com relação a um texto dissertativo, você deverá ser capaz de identificar e entender a linha argumentativa do texto (a que conclusão chega, quais os argumentos utilizados, quais as objeções levadas em conta e como são tratadas)”.

Pelo que se percebe dos programas de três das maiores universidades do Brasil, a leitura não deve ser entendida como um mero ato de decifrar símbolos. O binômio emissão-recepção da linguagem impera em toda situação de comunicação, que pressupõe, além disso, um campo comum de experiências entre um autor e um leitor. A leitura não é, portanto, uma atividade de natureza puramente simbólica, porque os signos interagem com os componentes culturais envolvidos num determinado enunciado para que eles possam conduzir à apreensão e à compreensão por parte do leitor. Há, portanto, interação entre o leitor e o autor, através do enunciado, ou seja, o ato de ler não é apenas o de decodificar, mas o de interagir com o texto produzindo sentidos, o que torna o princípio da dialogia o fundamento da leitura.

Sempre que nos deparamos com um texto, estabelecemos com ele algum tipo de diálogo. Antes mesmo de saber seu conteúdo, nós já temos algumas pistas sobre o que encontraremos nele. Ao manusear um livro, por exemplo, adquirimos muitas informações sobre seu conteúdo antes de iniciar a leitura; ao recebermos uma correspondência, temos algo de seu conteúdo “pré-denunciado” ao manusear o envelope, por seu formato, pelo tipo de letra, pelo remetente, pelo local de onde vem... O tipo de texto com o qual nos defrontamos também é denunciado em nosso primeiro contato com ele: uma entrevista, uma reportagem jornalística, uma crônica de futebol, um romance, um poema, uma propaganda, um e-mail etc.

Esse diálogo continua durante todo o tempo em que temos contato com a escrita, ampliando nossa leitura, até o ponto em que o interpretar supera em muito o mero compreender e reproduzir as idéias do texto lido, levando-nos a assumir uma atitude de posicionamento diante da escrita.

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Considerada a complexidade da leitura, e o sem-número de elementos que interferem em sua realização, não se pode estabelecer uma lista fechada de itens que funcionem como um “programa” de leitura eficaz, mas é possível lembrar alguns procedimentos que podem ajudá-lo a se comportar criticamente diante da escrita: procure identificar que tipo de texto você está lendo; verifique a ocorrência de variação lingüística e analise-a; julgue a adequação do texto à situação em que ele foi empregado; identifique as relações entre as partes do texto, que denunciam sua estrutura; identifique as estratégias lingüísticas utilizadas pelo autor; relacione o texto à cultura da época em que ele foi produzido, comparando-a com a da

atualidade; identifique termos cujo aparecimento freqüente denuncia um determinado enfoque ao

assunto; identifique expressões que o remetem a outro texto; localize trechos que refletem a opinião do autor; identifique traços que permitem relacionar o autor a certos grupos sociais e profissionais ou a

correntes ideológicas conhecidas; procure evidências que permitem extrair conclusões não explicitadas no texto; relacione textos apresentados, confrontando suas características e propriedades. posicione-se diante do texto lido, dando sua própria opinião.

Várias de suas habilidades de leitura poderão ser testadas no texto seguinte, sobre o qual são formuladas as três questões que se seguem, reproduzidas da prova do ENEM-98. O texto apresenta uma situação inesperada em que se confrontam uma linguagem formal, que não se espera de um jogador de futebol, e uma linguagem bastante coloquial, que é o que se espera dele em uma entrevista.

O texto é o seguinte:

“Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.

Aí, Galera

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?

— Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.—Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no

recesso dos seus lares.— Como é?— Aí, galera.— Quais são as instruções do técnico?

— Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema

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objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.

— Ahn?— É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.— Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?— Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo

previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?

— Pode.— Uma saudação para a minha progenitora.— Como é?— Alô, mamãe!— Estou vendo que você é um, um...— Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o

atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?— Estereoquê?— Um chato?— Isso.”

Antes de responder às questões, vamos dialogar com o texto. Percebemos de imediato que se trata de uma entrevista que cria uma situação ideal que provoca o riso. O humor é aqui veiculado por meio do inesperado, em que cada expressão “erudita” do jogador soa como algo tão fora de contexto que, ao imaginarmos a situação, não deixamos de achar graça. A habilidade do autor consiste em explorar com inteligência uma situação hipotética de inadequação lingüística para provocar o humor. As duas primeiras questões propostas a seguir pretendem exatamente verificar a capacidade do aluno de julgar a inadequação lingüística e relacioná-la com o inesperado; a terceira exige que o candidato consiga “traduzir” a gíria futebolística para a linguagem formal. Vamos a elas:

Q1. (ENEM) O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à

sua mãe.b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que

fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por

parte do jogador.d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do

jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado

não corresponder ao estereótipo.

Q2. (ENEM) O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre que assistiu ao acidente

comenta com o outro que vai passando.b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um jovem que fala para um amigo.c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” - alguém comenta em uma

reunião de trabalho.

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d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.

e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso internacional.

Q3. (ENEM) A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:a) pegá-los na mentira.b) pegá-los desprevenidos.c) pegá-los em flagrante.d) pegá-los rapidamente.e) pegá-los momentaneamente

Sempre que você se vir numa situação de ter de interpretar um texto, procure dialogar com ele antes de passar à operação (seja numa questão de múltipla escolha ou numa questão aberta). Faça um reconhecimento inicial, leia as referências que ele contém, investigue sua natureza, seu contexto, o tipo de linguagem que utiliza, como se articulam suas partes; aja com rigor, voltando sempre ao texto e aperfeiçoando sua leitura.

Na questão número 1, são apresentadas dez situações retiradas do texto, portanto, comprovadas por ele. Cabe a você julgar, entre as dez, quais delas “fogem à expectativa do público”. Podemos identificar quatro delas como inesperadas para o público e duas delas formam o mesmo item, que é a resposta.

A segunda questão extrapola o texto para apresentar novas situações que você deverá relacionar com o discurso criado. O julgamento quanto ao item que apresenta uma inadequação é seu.

Na terceira, o processo mental é mais simples, e sua habilidade consiste em relacionar seu conhecimento da linguagem formal com a modalidade culta da língua, ou seja, entender a mesma expressão em dialetos diferentes.

Seguir uma metodologia de interpretação e compreensão de textos é importante, e somente a prática da leitura com método irá consolidar esse processo em sua mente, tornando-o um leitor cada vez melhor. Você sempre será hoje um leitor melhor do que o de ontem, e amanhã um leitor melhor do que o de hoje.

Respostas::Q1. b) Não se imagina um jogador de futebol utilizando um tipo de linguagem tão formal e com tanta desenvoltura.Q2. e) Um professor universitário, num congresso internacional, não usaria coloquialismos como “a gente”, termos imprecisos como “as coisas como têm que ser”, nem flexão inadequada de infinitivo em “termos” .

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ALTERAÇÕES NA LÍNGUA PORTUGUESA ENTRAM EM VIGOR EM 2008

A partir de 2008 entra em vigor o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que já vinha sendo discutido desde 1990 entre os sete países que têm o português como sua língua principal.

O Acordo é ortográfico. Abrange o emprego das letras e das notações léxicas (acentos, til, trema, apóstrofo, cedilha e hífen). Mas afinal, o que muda com as novas regras?

1- O alfabeto abre as portas para o “k”, o “w” e o “y”. De 23, passa a ter 26 letras.2- O trema morre. Assim, em lugar de lingüiça ou freqüente, escreveremos lingüiça ou

freqüente. Mas a pronúncia se conserva.3- As paroxítonas (só elas) perderam acentos:a) O hiato “ôo” vira “oo”. Vôo, enjôos e abençôo? Nem pensar. De agora em diante será

voo, enjoos, e abençoo.b) O agudo dos ditongos abertos “ei” e “oi” ganha a porta da rua. Assembléia e jóia

passam a grafar-se assembleia e joia.A despedida dos itens “a” e “b” é apenas um até logo. As oxítonas e os monossílabos tônicos não mereceram a atenção da reforma.

c) O “êem” vai pra terra do nunca. Ao invés de eles vêem, lêem, crêem, as formas vêem, leem e creem pedem passagem.

d) Caem fora os acentos diferenciais (das paroxítonas, lembre-se) que escaparam da reforma de 1971 por cochilo do legislador. É o caso de pára, pólo, pélo, péla, pêra. Não se enquadra, aí, a forma pôde, passado do verbo poder e nem o pôr (ele não é paroxítono).

e) Averigúe, apazigúe, argúem jogam o acento no lixo. Tornam-se averigue, apazigue,arguem.

4- O hífen conserva a fama. É castigo de Deus. Era, é e continuará sendo caótico. Nem o Todo-Poderoso domina a manha do tracinho. Com o troca-troca, a confusão (nossa e do Senhor) permanece.

Fonte: Dad Squarisi - Jornal do Comércio

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Trabalho Interpretativo

Aconselhamento Pastoral

I - Três pessoas envolvidas no aconselhamento:1ª - O Espírito Santo;2ª - O Conselheiro;3ª - O Aconselhado.

Submissão a Deus e a autoridade constituída por Deus.

II - Perdão – sem perdão não há cura nem relacionamento com Deus

III - Auto-estima – Se for baixa, a pessoa será uma “pobre coitada”, nunca andará na plenitude da vontade de Deus para sua vida. Terá pena de si mesma.

IV - Equilíbrio - Esse é o nosso objetivo : Unção e PalavraBusca e Poder

X

Vida pautada na Palavra.

V - Grupos Alvos: Saber dirigir os discursos para cada um desses grupos, sempre apontando Jesus Cristo, com solucionador dos problemas:

Varões; Varoas; Casais; Jovens; Crianças; Enfermos; Divorciados; Homossexuais.

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VI - Algumas questões emocionais:

1- MEDO Uma das reações psicológicas de maior incidência na vida contemporânea é o medo. Em

especial nas megalópoles, o cidadão comum se vê cada vez mais enredado pela paranóia de poder se deparar, em cada esquina, com um inimigo pronto a despoja-lo de tudo o que possui - inclusive a vida.

Sendo rico o suficiente, se internará nos luxuosos condomínios fechados, imaginando conseguir assim se manter imune aos efeitos da violência difusa. Contratará seguranças. Eventualmente só viajará em carra à prova de balas. Tentará a todo custo evitar o risco do assalto e do seqüestro. Dependendo de sua índole, poderá financiar grupos de extermínio, sem deixar de cobrar das autoridades mais rigor no combate à criminalidade.

Não dispondo de tantos recursos, a classe média e os pobres tentarão encontrar outras fórmulas de se defender das ameaças reais ou virtuais. No que se refere às favelas, o morador dos bairros próximos tentará fugir delas como o diabo foge da cruz. O problema são as balas perdidas, que poderão atingi-lo dentro de casa. Na rua, o perigo não é menor, a propósito. O favelado, por seu turno, vive entre dois medos de igual potencial de destruição: a polícia e os bandidos.

Outros tipos de medo - com destaque para as viroses fatais oriundas do continente africano - estão deixando em frangalhos a vida emocional de um grande número de pessoas. E há, para piorar tudo, aquelas que, baseadas num falso padrão de desempenho psíquico e social, têm medo de admitir que têm medo. O presente estudo, a partir da Bíblia e da psicologia, tenta fornecer algumas respostas à questão.

MEDO NORMAL

Em condições normais, o ser humano apresenta três tipos de reações emocionais básicas: o amor, ira e medo. As duas últimas suscitam, de acordo com o estímulo em causa, reações de luta ou de fuga, respectivamente. No caso específico do medo, sua função principal é levar a pessoa a se proteger contra ameaças ou perigos que ponham em risco sua integridade pessoal. Nesse sentido, o medo cumpre um papel necessário na preservação do indivíduo e da coletividade.

Tem-se medo de entrar na jaula do leão com este dentro dela, essa precaução evita que eu venha a fazer parte do cardápio do felídeo. Se me detenho diante do sinal vermelho por medo de ser atropelado, estou reagindo de maneira normal, a não ser que o normal para mim seja ir ao encontro da morte - ou eu seja daltônico. Se deixo de me envolver com pessoas cuja concepção de moral pode significar quebra ou inversão de valores contra a degradação pessoal e eventualmente contra a autodestruição.

Esse medo normal está associado a algum objeto real do meio ambiente. Contrapõe-se ao medo compulsivo, que prescinde desse objeto e está mais ligado ao conceito de ansiedade do que ao medo propriamente dito. Uma pessoa que afirma não ter medo de nada é um perigo - para si e para os demais. Quem é normal - por mais que a idéia de normalidade seja questionável - sente medo, caso o estímulo específico esteja presente.

MEDO DOENTIOJá se mencionou o medo compulsivo. No jargão psicológico, a compulsão pode ser

delineada nos termos em que o faz Campbell em seu Dicionário de Psiquiatria: “Ação motora

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repetitiva, estereotipada e freqüentemente trivial, cuja necessidade de execução se impõe com insistência à consciência, mesmo que a pessoa não deseje realizar o ato”. Medo compulsivo é aquele que se instala mesmo que o objeto que poderia justifica-lo não se encontre presente. O temor da morte, sem que nenhum dado imediato aponte na direção de um perigo real nesse sentido, é um bom exemplo de medo compulsivo.

O medo culpado se encaixa na mesma moldura obsessiva que cerca o medo compulsivo. O temor aqui se liga às conseqüências negativas que um ato condenável ou um impulso proibido possam trazer sobre a pessoa. Em casos normais, esse medo dos efeitos da culpa impede a pessoa de praticar o que possa causar essa culpa. Nos casos doentios, esta permanece como uma contínua fonte de medo, o qual impede que a pessoa exerça autonomia pessoal de maneira a livrar-se do objeto que provoca a sensação de culpabilidade.

No caso do medo doentio não se pode esquecer as fobias. Freud distinguia as fobias comuns das fobias específicas. As primeiras podem ser definidas como um medo exagerado daquilo que é temido ou detestado em maior ou menor grau por qualquer pessoa. As fobias específicas significam o medo absurdo ou bizarro, que não é encontrado na pessoa normal. No referido Dicionário de Campbell há uma lista de 198 tipos de medo fóbico, sendo certo que a relação pode ser ampliada em larga extensão, ao gosto do cliente.

Um exemplo de fobia comum é dado pela pessoa que por medo de cobras resiste de todos os modos a fazer uma caminhada por uma trilha na floresta - onde cobras podem existir, mas não como em um ofidário. A hipocondria, levando a pessoa a não fazer outra coisa senão consultar médico, submeter-se a exames e a ingerir toneladas de remédios, é outro exemplo.

Na fobia específica, o que conta é, por assim dizer, a originalidade do objeto do medo. Ter medo de dinheiro - crematofobia é muito menos comum do que ter medo da pobreza - peniafobia - principalmente, neste último caso, quando se é rico.

O MEDO NA BÍBLIA

Na mitologia grega, havia um lugar para Fobos, o deus do medo. Na cidade de Esparta havia um templo dedicado a ele. Os filósofos pré-socráticos e estóicos criticavam o temor prestado à divindade, para eles fruto da superstição e da irracionalidade. Pensadores de peso como Aristóteles e Platão, por outro lado, distinguiam entre o medo fóbico em relação aos deuses e o temor reverente que a eles era devido.

No Antigo Testamento, há inúmeros relatos em que se fala do receio normal que se pode ter diante de situações de perigo potencial ou real. Uma grande ênfase é dada ao temor a Deus, que pode ser tanto o pavor relativo às súbitas aparições do Todo-Poderoso, nas chamadas epifanias, quanto o referido temor de respeito e obediência diante da glória e do poder divinos. O sábio teme ao Senhor e procura conhecer em que consiste a natureza desse temor (Pv 1.7 e 2.5).

O Novo Testamento usa 158 vezes os termos para temor (phobós) e temer (plhobéomai), na proporção respectiva de 47 por 95. O medo fóbico, que bloqueia e imobiliza, é combatido, enquanto que o temor que leva a crer e confiar em Deus são exaltados e estimulados. A salvação cristã precisa ser operada - isto é, vivida - em temor e tremor (Fp 2.12), o que aponta para atitudes como submissão, obediência e confiança.

Exemplo categórico desse temor que conduz à nação transformadora é dado pela experiência pessoal do próprio Senhor Jesus Cristo. Em Marcos 14.33 é dito que no Getsêmane, enquanto orava, o Mestre “começou a ter pavor e a angustiar-se”. Jesus teve reações emocionais normais como qualquer outro ser humano. Ele sentiu amor, ira - medo.

Se não fosse capaz de ter esses tipos de emoções, não seria igualmente capaz de identificar-se com o ser humano na plena natureza e condição deste. O temor em Jesus Cristo não foi a na ansiedade mórbida de quem imagina ameaças e riscos. Foi, antes, o medo normal diante da

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morte (com tudo o que ela representou em seu caso) e, mais ainda, diante da possibilidade de recuar em face de uma missão literalmente pavorosa.

NÃO TEMAS

Esta expressão aparece várias vezes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento e tem por objetivo, quando dirigida por Deus ou por Jesus Cristo à pessoa humana, fazer com que esta se disponha a realizar uma tarefa difícil sem se deter diante dos perigos que a esperam. Também é utilizada quando Deus se dispõe a intervir para debelar uma situação de risco real, em favor de um indivíduo ou de um grupo. Nas epifanias, geralmente a figura divina ou angelical que aparece procura acalmar o receptor da revelação usando a fórmula.

“Não tema” não significa “torne-se incapaz de sentir medo”. Isso seria castrar o ser humano em sua capacidade emocional. A expressão é usada por Deus ou por seus agentes em relação a quem sente medo, não a quem julga não pode senti-lo ou, por uma deficiência emocional, a quem realmente não o sente. É próprio do homem ter medo, mas é próprio de Deus leva-lo a superar esse sentimento e a viver uma vida plena de coragem, confiança e força.

A cura bíblica para a doença do medo é a prática do amor (I Jô 4.18). Quem ama, não treme, no sentido mórbido. Foi por isso, por amor, que Jesus Cristo venceu no Getsêmane o temor momentâneo que tentava se apossar dele. Aceitando a cruz pelos pecadores, ele crucificou também o medo acarretado pela culpa, abrindo caminho para uma vida de plenitude por parte dos que nele crêem.

CONCLUSÃO

O medo está aí mesmo em todas as versões e embalagens possíveis: medo da violência, da doença de demônios, da solidão, do inferno - medo, enfim, da morte e da vida. No sentido concreto, ligado à realidade, ter medo é positivo. É pelo alarme detonado pelo medo que muitas pessoas evitam despencar no abismo. Temer a Deus como forma de respeita-lo e servi-lo faz parte do exercício9 da fé, embora o que o Senhor deseje mesmo de seus filhos é que se relacionem com ele com base na confiança propiciada pelo amor.

O amor cura o medo, no aspecto espiritual, em casos eventuais, pode se tornar necessário recorrer aos especialistas, mas sempre lembrando que a resposta está no coração, na mente e no corpo da pessoa que o enfrenta.

PARA REFLEXÃO

1- O medo tem levado você a isolar-se ou tem, ao contrário, despertado sua capacidade de amar?

2- Você sofre de algum tipo de fobia? Como tem lidado com o problema?3- Seu temor a Deus chega à morbidez ou é o temor de quem respeita, reverencia e

obedece?4- Você é daqueles que dizem não ter medo de nada? Em caso afirmativo, como

consegue se livrar dos perigos reais e virtuais?

2- MANIASUma antiga canção popular diz que mania todo mundo tem. Em tom romântico, o autor

declara à sua amada que “entre as manias que eu tenho, uma é gostar de você”. Poético, mas

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problemático, pois um amor maníaco, cedo ou tarde, de uma forma ou de outra, revelará seu caráter doentio, podendo, inclusive, acabar em tragédia.

Mania é doença e como tal dever considerada - e tratada. Um cantador apaixonado pode não querer saber disso, até porque, como disse um outro poeta da música, “há numa canção muito de ilusão”. Pessoas de carne e osso, que lidam com crises pessoais, distúrbios emocionais e relacionamentos truncados, não podem se dar a esse luxo.

A literatura psiquiátrica reserva um extenso espaço para o capítulo referente às manias, em especial no caso da chamada psicose maníaco-depressiva (TMD). Nosso objetivo no presente momento não é abordar o tema pelo ângulo estritamente clínico ou técnico. Mesmo porque a maioria das pessoas que sofrem de manias leva, até certo ponto, uma vida normal. O “até certo ponto” fica por conta dos prejuízos que o cultivo desse tipo de conduta psicológica pode acarretar à personalidade e à luta pela auto-realização. Quando não, à própria vida espiritual do cristão.

DEFINIÇÕES

Mania é um distúrbio mental que se manifesta através de um estado de excitação extrema do psiquismo, com exaltação do temperamento e liberação de impulsos instintivos e afetivos. No sentido comum, segundo o Dicionário Enciclopédico de Houaiss, há três tipos de definição para o termo: 1) Hábito estranho, ridículo. 2) Gosto elevado ao extremo. 3) Mau costume, esquisitice.

Nossa abordagem estará voltada para o âmbito genérico, popular do tema, mas sem esquecer que do genérico ao específico a distância é menor do que se pode pensar. E que, dependendo do caso, o que pode ser visto como um simples mau hábito, uma forma excêntrica de agir, pode ser o sintoma de alguma coisa mais grave que está a caminho.

Sempre que possível, nos diversos tipos de mania que serão focalizados, será tentada uma correlação com exemplos bíblicos.

MANIA DE GRANDEZA

Em linguagem técnica, a famosa megalomania. Nas clínicas psiquiátricas, é comum a existência de pacientes que dizer ser Napoleão, Jesus Cristo ou uma outra celebridade qualquer. O problema aqui é um ego inflado pela perda da noção de realidade. O desejo volta-se para um objeto interno, no caso o ego. A pessoa passa a se ver como o centro do universo. Um exemplo bíblico é o de Nabucodonosor (Dn 4.1-37). Um outro é o de Salomão: afinal, um harém com 700 mulheres e trezentas concubinas (I Rs 11.3) aponta, no mínimo, para a mania de don Juan - um tipo de mania de grandeza caracterizada pela quantidade de mulheres que um homem pode conquistar. Tiago e João querendo ser ministros do futuro rei Jesus (Mt 20.21), revelam traços de megalomania. Não é raro o caso de crentes que se julgam na responsabilidade (ou na honra) individual de “salvar o mundo”. Salvar o mundo significa, em outras palavras, salvar a própria reputação de crente perfeito - ou salvar o direito a um lugar de destaque no Reino eterno de Jesus Cristo.

Com o objetivo de advertir os cristãos acerca do perigo da mania de grandeza, Paulo escreve assim aos romanos (12.3): “Porque pela graça que me dói dada, digo a cada um dentre vós que não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém; mas que pense de si sobriamente, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Megalomania se combate com disciplina de consciência, humildade e fé.

MANIA DE PERFEIÇÃO

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Em certa medida, a busca pela perfeição no que se é ou no que se faz é um dado positivo na vida de uma pessoa. Várias passagens bíblicas enfatizam a necessidade dessa busca por parte dos fiéis. No Sermão do Monte (Mt 5.48), Jesus determina a seus discípulos: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial”.

Em Filipenses 3,12-15 Paulo discute o assunto, afirmando que está em busca da perfeição, mas que ainda não chegou a esta. Lógico: se está em busca é porque ainda não alcançou. No entanto, no versículo 15 ele declara que os cristãos fiéis já são perfeitos. Donde se conclui que ser perfeito, para o ser humano, é estar em busca da perfeição, segundo o modelo de Jesus Cristo.

Outra coisa bem diferente é a mania de perfeição. Pessoas perfeccionistas acabam imobilizando a si mesmas pelo fato de desejarem atingir um padrão de excelência pessoal ou profissional a que nenhum ser humano normal pode chegar. Esse esmero exagerado acaba até mesmo impedindo a tomada de certas iniciativas. O não-crente, argumentando que só se converterá se puder ser um crente perfeito, diferente “desses que aí estão”, é igual ao crente que não assume cargos na igreja (professor da escola bíblica, por exemplo) alegando não querer incidir nas mesmas falhas que os ocupantes atuais cometem. Trata-se, nos dois casos, do perfeccionismo teórico bloqueando a ação - e tentando justificar-se apelando para a crítica irresponsável, que não oferece alternativa, baseada num ideal de perfeição que não se pode exigir de ninguém.

No fundo, a questão liga-se ao medo de errar, ao temor da punição, à carência de afeto.

MANIA DE PERSEGUIÇÃO

Os adversários de Jesus o acusaram de estar com mania de perseguição (Jo 7.19-20). O Mestre disse que eles procuravam mata-lo e eles replicaram atribuindo a afirmação aos delírios persecutórios que julgavam ter tomado posse - como verdadeiros demônios - do profeta da Galiléia. Os fatos acabariam provando quem estava com a razão. Quando falava das perseguições que sofria da parte dos judeus, Jesus Cristo estava longe de manifestar uma conduta maníaca. Estava, ao contrário, dentro da mais concreta e cruel realidade.

Em geral, a mania de perseguição é mais freqüente em pessoas que carregam consigo traumas originados de agressões ou ameaças de atos violentos como assalto, seqüestro e estupro. Ela é comum também em ex-prisioneiros de campos de concentração. Quem sofre desse mal vê um inimigo em cada esquina e acaba por não confiar na própria sombra. No domínio espiritual, existem os casos daqueles que se acreditam perseguidos por demônios. E muitos crentes, pensando que são alvo de perseguição por parte de não crentes, assumem uma conduta agressiva, de ataque, supondo destruir o inimigo antes que este os destrua. É necessário senso crítico, percepção da realidade e discernimento espiritual para saber distinguir entre perseguição real e mania de perseguição. Em ambas as situações, a cautela e a oração devem ser acionadas, sendo que em casos doentios deve-se procurar o médico.

MANIA DE DÚVIDA

A primeira figura bíblica que vem à mente quando se pensa em mania de dúvida é o apóstolo Tomé. É pouco provável, no entanto, que se trate aqui de um exemplo típico de comportamento maníaco. A ressurreição, ainda que do Filho de Deus, não é um fato assim tão corriqueiro. Mais próximo da mania de dúvida estaria o tipo folclórico conhecido como “do contra”. Ser contra tudo e todos é uma forma mascarada de duvidar que as propostas apresentadas tenham chance de êxito. Quem tem esse tipo de mania recorre em geral a chavões para tentar justificar sua conduta negativista. “Nunca foi feito antes”, “não temos recursos”, não é de nossa tradição” e “é muito perigoso”, são algumas das frases-feitas usadas em ocasiões

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estratégicas. Não que não possam se referir a situações reais ou que sua utilização sempre envolva a dúvida doentia. O problema é quando a pessoa como que se vicia em duvidar e adota uma aparente firmeza de convicções para encobrir seu espírito de insegurança e hesitação. O que se espera do cristão é o equilíbrio que o proteja contra a crueldade ingênua, que se deixa arrastar ainda que pelas fantasias mais absurdas (em especial no campo religioso), e contra a incapacidade de crer na ação humana que não só compreende a realidade, mas é de igual modo apta a transformá-la.

MANIA RELIGIOSA

Infelizmente, os hospitais psiquiátricos estão repletos de pacientes com esse tipo de doença. Pessoas que acham que precisam passar o tempo todo pregando (“salvando o mundo”), orando ou cantando estão possuídas de um êxtase maníaco que as prejudica e ao reino de Deus. Dedicação completa e rendição incondicional formam o pano de fundo desse tipo de conduta doentia. O cristão é chamado exatamente a se dedicar ao reino de Deus e a se entregar a Jesus Cristo, mas isso não significa perder de vista os dados da realidade dentro da qual o serviço e o testemunho cristãos terão lugar.

Um subtipo da mania religiosa é a tentativa de aplicar a Bíblia a toda e qualquer situação, de maneira aleatória e desconsiderando o contexto das passagens em questão. A Bíblia é um livro religioso, não um tratado geral de ciências. Não se propões a ter resposta para tudo, de modo específico, categórico. Fala em como chegar à salvação e viver de acordo com essa graça. Tentar obriga-la a se pronunciar sobre todo e qualquer tema é sintoma de mania religiosa.

CONCLUSÃO

Há vários outros tipos de mania que poderiam igualmente ser aqui focalizadas. Mania de limpeza é uma tendência obsessiva muito freqüente em pessoas com uma consciência de pecado muito aguda e que acham que buscar a pureza espiritual é a solução. A chamada mania rabugenta também não é incomum. Não é difícil encontrar-se pessoas afetadas, exigentes, pretensiosas, que estão sempre insatisfeitas e gostam de reclamar de tudo. Cleptomania (mania de furtar)< homicídio-mania (mania de matar), mania de colecionar (comum em mendigos, com toda a sua carga de tralhas imprestáveis) são problemas graves, que exigem tratamento específico.

Passamos em revista as manias com maior probabilidade de incidência no cotidiano da pessoa “normal”. Mania todo mundo tem, volta ao refrão da canção popular. Ou, ao menos, tendências maníacas. Tem, mas não deveria. Do ponto de vista espiritual, a oração, o estudo bíblico e os exercícios de cura profunda podem ajudar em muito no controle dessas tendências. Caso não exista a mania de negação, que impede de pensar nos recursos da mente humana como ferramentas que Deus usa para abençoar seus filhos, o médico é sempre uma opção válida.

3- CULPA

Segundo a Bíblia, o primeiro ato voluntário de um ser humano na terra trouxe com ele a culpa. O exercício do desejo e da liberdade individuais acabou em frustração, dor e tristeza. É provável que o primeiro casal tenha pagado por sua iniciativa libertária um preço excessivo. As penas, que lhes foram infligidas, parecem desproporcionais ao grau de culpabilidade inerente ao simples ato de comer certa fruta.

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Tão grave, no entanto, quanto superestimar o lugar e a importância da culpa, é subestimá-los. Como se viria a saber mais tarde, existem meios alternativos para tratar da questão da culpa - meios que Adão e Eva desconheciam. De uma coisa, porém, não se pode condena-los: de tentar fazer de conta que a culpa não existe. Nesse caso, os resultados costumam ser muito piores do que pensar que só ela existe. Ou, como no caso da projeção psicótica da culpa, de pensar que ela só existe nos outros.

DEFINIÇÕES

Em psicologia, a noção de culpa refere-se ao sentimento que a pessoa experimenta de ter violado algum princípio ético, moral ou religioso. Em geral, essa consciência vincula-se a um grau muito baixo de auto-estima, bem como à idéia de que o erro em questão deve ser expiado ou compensado. O culpado sente que precisa resolver de alguma forma o problema da culpa, até porque, como afirma o poeta latino Juvenal, “Esta é a primeira punição que um homem sofre: no veredicto de seu próprio coração ele nunca é absolvido”.

Na Bíblia, o conceito de culpa liga-se de maneira direta e indissociável ao de pecado. Aquele que comete pecado incorre automaticamente na culpa dele decorrente. No caso, o pecado é cometido contra Deus ou contra a lei divina. O que faz com que o simples erro se torne pecado é o fato de a pessoa que erra estar perante Deus. O filho pródigo reconhece que pecou não só diante de um ser humano, seu pai, mas também “contra o céu”, isto é, contra Deus (Lc 15.21).

CULPA REAL E CULPA NEURÓTICA

Esta distinção é a mesma que se faz entre medo norma e medo doentio. A culpa real vincula-se de modo objetivo à quebra de uma determinada lei ou regra. Quer o infrator reconheça ou não a validade da lei, o fato é que os termos da norma legal definem o conteúdo e os limites da culpa individual ou coletiva. A alegação do desconhecimento da lei não é uma defesa aceitável em qualquer caso, uma vez que sofre do vício de origem presente na intenção de desconhecer para descumprir.

É por isso que, do ponto de vista bíblico, a pregação do evangelho torna culpados em potencial todos os que ouvem. Os que não ouvem permanecem igualmente passíveis de culpabilidade, embora em um grau diferente. Desconhecer a lei de Deus não isenta ninguém de quebrá-la, mas o fato é que, a rigor, ninguém em sã consciência a desconhece. Ela está escrita na estrutura do universo natural (Rm 1.18-20), bem como na consciência individual (Rm 2.14-16). Está, de igual forma, implícita nos mecanismos da organização social, da cultura e do processo histórico.

A culpa neurótica carece de uma ligação clara entre o sentimento de culpabilidade e as razões objetivas que poderiam justificá-la. Nasce de um conflito entre o ego (a parte consciente da psique) e o superego (a instância psíquica basicamente inconsciente onde ocorrem as representações da moralidade social). O problema da culpa neurótica pode ser definido nos termos de uma cobrança compulsória que o superego faz das ações do ego.

Um exemplo disso pode ser dado pelo sentimento de culpa que acompanha a pessoa pela vida afora e cuja origem remonta a um ato qualquer da infância. Uma criança que foi castigada por estar manipulando seus genitais pode na idade adulta “sentir”(de forma inconsciente) que qualquer toque que faça na área genital seja motivo de culpa. Ou, mais grave ainda, que tudo que se refira à sexualidade seja pecado. Esse tipo de culpa doentia, que se aplica a uma infinidade de outras situações, termina por acarretar a perda do amor-próprio e poode até mesmo levar ao completo aniquilamento, como na depressão.

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CULPA E INICIATIVA

Um dos efeitos perversos da culpa, talvez o pior deles, é provocar, a paralisia no espírito de iniciativa da pessoa. A consciência ou o sentimento de culpa bloqueia, imobilizam e congelam a autonomia pessoal do indivíduo, dando lugar à desconfiança, ao medo e ao isolamento. O psicanalista Erik Erikson estava certo ao contrapor iniciativa e culpa em um dos estágios do desenvolvimento psíquico. Aí pelo quarto e quinto anos de vida, a criança já está pronta para iniciar jogos em que a parte motora seja mais acionada e a fantasia e o questionamento intelectual a impeça de continuar apenas imitando os outros.

Ocorre, no entanto, que a tendência dos adultos em redor é tentar inibir e desvalorizar a disposição infantil para o jogo criativo e para a atitude inquisitiva. Com isso, a criança irá desenvolver um sentimento de culpa com relação às suas atividades de iniciativa própria. Acabará aprendendo aos poucos, a ser “adulto” a ser “como todo mundo” ─ conformada, sem energia, criatividade e originalidade.

No Salmo 32 há uma descrição realista da situação daquele que carrega consigo a culpa não resolvida: “Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos” (v. 3). Uma pessoa com ossos fracos tem medo de andar. Aplicada à existência como um todo, andar é ser dinâmico, se movimentar, tomar iniciativa e auto realizar-se. É ser livre, alegre e confiante. O contrário exato de quem é “quebradiço” ─ de quem receia que sua estrutura esquelética se estilhace ao impacto da culpa causada pelo mero ato de ser uma pessoa autônoma.

PROJEÇÃO DA CULPA

Falou-se acima da projeção psicótica da culpa. Nesse sentido, o psicopata é aquele indivíduo capaz de cometer o pior dos crimes e de não sentir qualquer culpa. Pode, isso sim, sentir-se como a vítima de fatores que o levaram a fazer o que fez ─ a sociedade, o destino, os pais. Embora Adão e Eva não fossem psicopatas, apresentam, no episódio da queda, traços de projeção psicótica da culpa. Adão projeta sobre Eva, que projeta sobre a serpente (Gn 3.12-13). No fundo, a projeção da culpa é um reconhecimento implícito do erro, mas com a argumentação também implícita de que o culpado não é quem o cometeu.

Um estuprador, no caso, dirá que o que o levou ao crime hediondo foi o modo provocante de trajar da mulher. A culpa, portanto, é dela ─ e ela só teve, afinal, o que merecia.

Uma forma muito freqüente de projeção da culpa é a utilização de bodes expiatórios. As finalidades são em geral de ordem coletiva. A culpa da crise na Alemanha antes da II Guerra foi atribuída pelos nazistas pelos judeus. Se for judeu, é culpado e precisa morrer. As situações envolvendo violação de direitos de qualquer natureza estão, em muitos casos, relacionados com o recurso ao simbolismo do bode expiatório.

REMOÇÃO DA CULPA

O referido bode expiatório servia para purgar a culpa coletiva dos israelitas (Lv 16.8, 10, 26), no Dia da Expiação. Se realmente conseguia isso, é um dado ainda a constatar. Os judeus antigos levavam a culpa a sério o suficiente para pensar em medidas rituais que a eliminassem. Havia no culto mosaico uma série de prescrições à base de sacrifícios e holocaustos, cujo objetivo era sanar a culpa individual ou grupal. As religiões em geral reservavam um capítulo muito especial para a questão da remoção da culpa, seja o que for que entendam por isso em termos espirituais. No Antigo Testamento, além dos sacrifícios expiatórios, os culpados tinham que confessar seus pecados e promover a devida restituição, se fosse o caso, daquilo que havia sido tomado de terceiros (Nm 5.6-10). Como já foi visto no Salmo 32, a confissão é uma das formas específicas para a remoção da culpa, inclusive por seus efeitos psicológicos. A confissão é uma admissão de culpa, mas é também um grito de libertação. Quem confessa está dando a si

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próprio o direito de ser julgado. Sem julgamento, a culpa permanece estacionária ─ não desaparece nem pela inocência comprovada, nem pelos atos (prisão, por exemplo) que representam sua superação objetiva em face das demandas da lei.

Por vezes, a tentativa de remover a culpa, ocorre às expensas do próprio culpado. O exemplo clássico é o de Judas Iscariotes. Sentindo-se culpado, ele se mata. Alguns condenados à morte, em países onde a pena capital existe, recusam-se a tomar as iniciativas que poderiam resultar em clemência. Para muitos, a morte é menos cruel do que a condenação a que são submetido, pelo citado “veredicto do coração”, de Juvenil.

A partir do texto de Isaías 53, a Bíblia irá focalizar a questão da remoção da culpa pelo ponto de vista da outorga que Deus faz dos elementos que levarão a esse fim. A noção de sacrifício está presente, mas a idéia é que somente uma dada pessoa, devidamente qualificada e aprovada por Deus, poderá levar o pecado dos demais. Dado importante: essa pessoa terá que dispor-se livremente à missão redentora. Segundo a interpretação que o Novo Testamento faz das profecias messiânicas, o Redentor da culpa universal é Jesus de Nazaré. A promessa bíblica é a de que quem recorrer a essa modalidade de remoção de culpa, será, de maneira categórica e terminante, livrado não só do sentimento de culpa, mas do fato mesmo que levou ao ato pecaminoso. Será, em outras palavras, justificado.

CONCLUSÃO

A melhor maneira para se lidar com o problema da culpa é reconhecer sua existência (inclusive por suas finalidades corretivas) e procurar o meio apropriado para removê-la. A confissão é o começo do processo. A aceitação do sacrifício provisionado por Deus ─ Jesus Cristo ─ é o passo seguinte. Isso não significa projetar a culpa, no sentido patológico, até porque aceitar o sacrifício de Jesus significa aceitar sua proposta ética, moral e espiritual de uma vida sem pecado ─ e, por conseguinte, sem culpa.

PERGUNTAS

1- Você tem alguma tendência a projetar culpa sobre pessoas ou circunstâncias?2- O ato de confissão, perante Deus, é para você uma tarefa demasiado difícil? Ou você

confia em que, pelo poder de Jesus Cristo, o Todo-Poderoso o libertará de sua culpa?3- Você tem a impressão de ser culpado de algo que desconhece? Esse sentimento de culpa

carece de objetividade?4- Você acredita ser possível viver sem culpa d o pecado? De que maneira se consegue

isso?

4- DEPRESSÃO

Depressão é uma palavra de múltiplas acepções. É em psicologia e psiquiatria, no entanto, que o termo encontra sua maior diversidade de aplicações. Os compêndios dessas disciplinas reservam um amplo espaço para o tema. Embora a palavra não esteja na Bíblia, os vários tipos de estados mentais e emocionais por ela caracterizados estão. Quando o salmista fala em “vale da sombra da morte” (Sl 23.4) a idéia de depressão fica clara. Muitas personalidades bíblicas transitaram por esse vale.

Algumas, infelizmente, não conseguiram voltar ao topo da montanha. Com toda a certeza, porque não podiam dizer, como o referido salmista, “não temerei mal algum, porque tu está comigo”. Sem Deus, o abismo da depressão nunca chega ao fundo.

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DEFINIÇÕES

Em linguagem popular, estar em depressão é estar “de baixo astral”, para ficar com apenas uma das várias formas de falar a respeito nesse nível. A concepção subjacente é a de um humor melancólico ou triste ou, de maneira mais precisa, de um forte abatimento de espírito. No jardim do Getsêmane, Jesus diz que sua alma “está triste até a morte”. O Redentor estava dando os primeiros passos no citado vale da sombra da morte. Caso não ficasse deprimido, não poderia saber o que é carregar nos ombros o pecado da humanidade.

Em psiquiatria, segundo o Dicionário de Campbell, a depressão refere-se a uma síndrome clínica (conjunto de sintomas) que consiste no rebaixamento do estado de ânimo (sentimentos de desanimo doloroso), dificuldade para pensar e retardamento psicomotor. O sentimento de auto-estima sofre uma drástica redução. Em graus avançados, a depressão pode levar ao suicídio. Em geral, nesse caso, estamos na área da PMD ─ psicose maníaco-depressiva.

Antes que alguém com tendência à depressão entre nela em razão do que foi dito sobre a possibilidade do suicídio, é necessário frisar que somente em situações extremas, nas quais a personalidade acha-se desestruturada, o gesto fatal ocorre. Nos casos mais brandos ─ como por exemplo, na chamada depressão neurótica ─ o mais freqüente é a pessoa superar o problema e retornar ao estado de ânimo adequado. No aspecto técnico, os diversos tipos de depressão mostram-se numerosos o bastante para obrigar a uma redução aos exemplos mais comuns.

DEPRESSÃO NEURÓTICA

Apesar do nome até certo ponto assustador (há um sinônimo que suaviza um pouco a nomenclatura ─ depressão reativa), a depressão neurótica, quanto às suas causas, pode ser entendida como depressão normal. O nome neurótico vem, inclusive, para fazer a devida diferença em relação a psicótico. No primeiro caso, estão ausentes sintomas malignos típicos da psicose: hipocondria, agitação, delírios, alucinações, remorso, insônia persistente, idéias suicidas, retardamento psicomotor e intelectual, mutismo e inconsciência.

O termo “normal”, cuja utilização é sempre muito discutível, justifica-se no caso pelo fato de que na depressão neurótica ou reativa existe uma situação externa que desencadeia o processo. A morte de um ente querido, um fracasso afetivo ou profissional, uma perda financeira e experiências negativas em geral, podem levar ─ e é natural que levem ─ a pessoa a ficar deprimida.

Quando essa causa externa desaparece, ou vai sendo esquecida, a depressão tende de igual modo a desaparecer.

Quanto à fé cristã, seria de se esperar que nenhuma causa externa pudesse levar o crente à depressão. Felizmente, os cristãos não deixam de ser pessoas humanas, razão pela qual é possível falar em episódios depressivos em sua vida, sem que com isso se esteja entrando no deprimente terreno do pecado ou da falta de fé.

MELANCOLIA

Na linguagem comum, melancolia é sinônimo de tristeza vaga, indefinida. Na concepção clássica, o grupo melancólico é um dos temperamentos básicos, nada havendo de necessariamente doentio no fato de se pertencer a ele.

No aspecto doentio, a melancolia é um estado mental mórbido caracterizado pela depressão. As características do quadro psíquico incluem um estado de ânimo doloroso, desinteresse pelo mundo exterior, incapacidade de amar, inibição funcional e redução do amor próprio. Autocensuras e auto-acusações, com expectativa delirante de castigo, também estão presentes. É como se a pessoa permanecesse em luto contínuo, embora no caso do luto norma a auto-estima se mantenha em nível satisfatório.

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Existem inúmeros tipos de melancolia, não sendo aqui o caso de uma descrição exaustiva. Mais producente é dizer que alguns estágios da vida envolvem a possibilidade de uma incidência maior de sintomas melancólicos. A fase pré-senil é uma delas. A do climatério é outra. Bebês separados das mães apresentam a chamada Síndrome de Hospitalismo, no qual traços de melancolia podem ser identificados.

DISPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL DEPRESSIVA

A tradução da pomposa expressão acima leva a pensar na pessoa que está sempre deprimida. É como se houvesse uma disposição natural, orgânica, no sentido da conduta depressiva. O que caracteriza esse tipo de pessoa é a lentidão no pensamento e na ação, num permanente estado de prostração.

O pessimismo é outra característica do depressivo constitucional. Para ele, a lei de Murphy funciona para toda e qualquer experiência da vida: se alguma coisa tem alguma probabilidade (ainda que mínima) de dar errado, ele vai dar errado. A tomada de decisões é uma dificuldade extrema, lançando a pessoa naquilo que é o pior tipo de miséria ─ a de quem nunca se decide. A autoconfiança é mínima.

Fatores internos, provavelmente de natureza bioquímica, podem estar na raiz da disposição depressiva.

DEPRESSÃO NA BÍBLIA

Quando o profeta Jonas ora a Deus pedindo a morte para si ─ já que a morte para os habitantes de Nínive havia sido sustada pelo Senhor ─ está manifestando um tipo de depressão muito comum na experiência até mesmo de grandes vultos bíblicos. Trata-se do que pode ser definida em termos leigos de depressão pós-vitória. Jonas havia pregado. Todas as forças físicas, psíquicas e espirituais do profeta haviam sido mobilizadas na execução da tarefa.

Cumprido o compromisso Jonas se abate. Não é improvável que tenha pensado ou sentido que sua vida perdera a razão de ser. Seu problema era encontrar novos desafios, se possível mais arrojados do que pregar em Nínive. Pessoas que se aposentam, após uma vida de lutas das quais saíram vitoriosas, tornam-se por vezes melancólicas, julgando que já não têm por quê ou para quê existir.

Palavra do diretor,

Neste módulo específico, gostaria de abordar dois aspectos importantíssimos contigo amado (a) aluno (a):

1o - Um aluno certa vez perguntou-me : Professor nós não iremos apreender Grego e Hebraico, pois, são muito importantes para compreensão da Bíblia?

A pergunta realmente era pertinente, pois, realmente as citadas disciplinas são muito importantes. Porém, a Bíblia diz que há tempo para tudo.

Brincando com o aluno lhe perguntei: “Você sabe a diferença entre Objeto Direto e Indireto? Você sabe a diferença entre Complemento nominal e Adjunto Adnominal? Você sabe o que são vícios de linguagem? Para todas as perguntas a resposta foi: NÃO! Então

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continuando a brincar respondi: “Vamos tentar mesmo é aprender um pouquinho mais da Língua Portuguesa.

Meu amado(a) durante a digitação das apostilas, apesar de todos os recursos deste editor de textos, alguns erros de gramática ocorreram, ou por problema de digitação ou por incompetência mesmo. Pedimos desculpas. Imploramos que qualquer erro detectado seja de imediato comunicado a secretaria do Seminário para que possamos fazer as devidas correções. Inclusive erros que possam surgir sobre referencias bíblicas.

2o - Em relação ao texto Interpretativo, muito cuidado. No dia a dia de um líder você vai se deparar com todo tipo de pessoa. É muito comum, o pastor ou outro líder espiritual tentar espiritualizar tudo. Quando você se deparar com pessoas com problemas de Medo, Manias, Culpas, Depressão, Esquizofrenia, etc, você vai orar por elas, e também encaminhá-las para seus referidos especialistas, como médicos, psicólogos, psiquiatras, etc. Isto não é falta de fé, e sim, prudência. Meu querido, siga a sugestão de quem já está a quase 20 anos no ministério de libertação. Já vi pessoas morrerem aos 26 anos de idade por não se tratarem corretamente, e não foi um caso isolado. Já vi outras que depois de um bom tratamento estão assiduamente servindo o Senhor em nossas Igrejas. É obvio, que estou me referindo a problemas psicossomáticos. Pois, já vi muitíssimas pessoas oprimidas pelo diabo, quando submetidas o poder de Jesus, serem totalmente libertas e curadas. A regra é simples: “Orou não resolveu, leve ao médico”

3o - Neste final de curso não poderia deixar ainda de enriquecê-los. Como infelizmente a maioria dos líderes, por falta de tempo e vergonha na cara, não tem o hábito de buscar a Deus em oração e negligenciam quanto a santidade, e também desconhecem a forma de agir de seu adversário, estou apresentando como leitura obrigatória três livros, que vão somar com seu ministério e servirão também como trabalho final do seminário, pontuando caso você precise. Eles custam pouco e são de fácil leitura, porém, muito profundos (podem se adquiridos na secretaria do seminário):

a) Como desenvolver uma vida poderosa de ORAÇÃO – Dr Gregory Frizzelb) Retorno à Santidade - Dr Gregory Frizzelc) Das trevas à Luz - Pr Pedro Brunizo Neto

4o - Pastor, nós chegamos ao final do curso, e agora?Nós do IBEL, já estamos providenciando cursos de pós-graduação para os nossos

seminaristas, onde pretendemos nos aprofundar em outros temas, fiquem tranqüilos.

5o- Pastor eu devo fazer um curso de Bacharel em teologia ?Creio que sim, principalmente se o seu chamado for para dirigir uma congregação. E não

ficar somente no Bacharelado, mas também o Mestrado e Doutorado.Porém, o cuidado que o aluno deve ter é saber se o curso é reconhecido pelo MEC, pois,

muitos garantem que são e não são. Com saber? Consulte o site do próprio Mec e lá você verá os cursos e as faculdades credenciadas.

6o – Pastor o senhor faria um curso superior Secular ou um Bacharelado em Teologia?Se a minha pretensão não é ser sustentado pela Igreja, (nada contra, pelo contrário eu sou

convicto de que todo pastor deveria ser) pelos poucos recursos da mesma, então eu faria um curso secular como licenciatura em história, matemática, geografia, etc. Isso para garantir um salário (construção de tenda, como Paulo) e depois faria um mestrado em teologia.

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7o – Este é o momento mais difícil para mim: A despedida. Vejo-te como um dos 318 de Abraão, como um dos 300 de Gideão e como os valentes de Davi. Você apesar de todas as dificuldades conseguiu alcançar a coroa da vitória. Conseguiu terminar uma jornada, onde muitos ficaram para trás.

Lembre-se, se você conseguiu vencer este obstáculo, que eu sei que não foi fácil, você será capaz de vencer todos os outros que surgirem em teus caminhos. Você não esteve só nesta jornada, e nunca está. O Espírito Santo, o Consolador, estará sempre contigo.

O Instituto Bíblico El Shaddai, a Vera e Eu, Pr Pedro, amamos você !!!!!

Parabéns! Parabéns! Parabéns! Parabéns! Parabéns!

Vá em frente Pastor(a), Missionário(a), Levita, Profeta(Isa), nesta tua força,pois, Eu O Senhor Sou Contigo !!!

Com muito carinho Pastor Pedro Brunizo Neto, seu Colega de Ministério!

Ministério das Trevas à LuzAC/ Dirigente local

Graça e Paz

Através desta, venho saudá-lo em Cristo Jesus.

Como ministro de Deus e de Seu reino, estamos deixando a sua disposição os nossos humildes serviços, pelos quais fomos vocacionados por Deus. Somos zelosos, pois, compreendemos claramente que “juntar é difícil, porém, espalhar é rápido”.

Entendemos também que muitos, pregadores e cantores, estão se aproveitando em demasia ao cobrarem aquilo que lhe fora dado gratuitamente por Deus.

Há 19 anos, Deus nos tem chamado para o Ministério de Libertação, Avivamento, Ensino e também para Aconselhamento com Casais.

Sendo esses os serviços que colocamos a disposição de vossa igreja.A única coisa que solicitamos para ajuda de nosso ministério, é que

possamos disponibilizar nosso material (livros, CD’s e outros) ao término do culto. Assim como também divulgar o nosso Instituto Bíblico (Informações em Anexo).

Informações :Pastor Pedro Brunizo Neto

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Instituto Bíblico El Shaddai Ministério das Trevas à Luz

Diretor e professor do Instituto Bíblico El Shaddai Pastor Presidente da Comunidade Evangélica Metodista em C. Grande/RJ Formação Secular : Pedagogo

Casado há 24 anos com a Diaconisa Vera Lúcia com tenho dois filhos: Lívia (já casada) e Raphael (05 anos)

Apoio espiritual : Comunidade Evangélica Metodista em Campo Grande Estr. do Moinho 453 – Campo Grande –RJ –Cep 23040-550 CNPJ 07.993.101./0001-50

Pedro Brunizo Neto Pastor e Servo

Direção: Pastor (Pedagogo) Pedro Brunizo Neto IBEL [email protected]