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Lin has de Instabili dade na costa N- NE da América do Sul. Uma Linha de Instabilidade (LI) é definida como um sistema meteorológico de mesoescala, onde uma série de tempestades esta disposta de forma alinhada (tempestade multicelular); consiste basicamente de cumulonimbus.  As LIs se desenvolv em com grande frequênc ia na costa norte-nordeste da América do Sul, propagando-se para o interior do continente, gerando uma quantidade substancial de precipitação. Esses sistemas possuem uma escala temporal associada à variabilidade diurna, portanto, a máxima atividade convectiva pode ser observada nas imagens de satélite no final da tarde (21:00 UTC). Essa convecção acentuada nos trópicos representa um papel fundamental na circulação energética e geral da atmosfera tropical , pois redistribui na alta troposfera o calor extraído da camada limite planetária. Isso faz com que as LIs constituam um dos sistemas atmosféricos de maior importância no transporte de calor para a alta troposfera. De acordo com Cohen, Silva Dias e Nobre (1989), as LIs que se formam ao longo da costa norte-nordeste da América do Sul (da Guiana até o Maranhão) podem ser classificadas em função do seu deslocamento horizontal para o interior da Amazônia:  Linhas de instabilidade Costeira (LICs)   propagação horizontal alcança até 170km, e não avança continente adentro;  Linhas de instabilidade com propagação tipo 1(LIP1)   deslocamento horizontal entre 170 e 400km;  Linhas de instabilidade com propagação tipo 2 (LIP2)   com deslocamento horizontal superior a 400km. Cohen (1989) estudou detalhadamente as características médias das LIs na Amazônia para um período de 8 anos (1979-1986); enquanto Santos Neto (2004) estudou, as mesmas características por um per íodo de 23 anos (1979- 2002)   ambos os estudos foram utilizados para caracterizar as LIs. LIs são observadas o ano todo, porém as de maior intensidade ocorrem no começo do ano até meados de março. Ocorrem com mais frequência entre abril   agosto, apresentando uma intensidade média e, depois de setembro sua intensidade cai consideravelmente. Isso se deve ao deslocamento latitudinal da ZCIT, que possui um papel fundamental na formação das LIs. Simultaneamente, verificou-se que as mesmas tendem a ficar mais extensas entre fevereiro e junho, atingindo o maior valor no mês de abril (1.572,7 km) e, menos extensas a partir de julho até janeiro, com o mínimo de extensão no mês de outubro (1.110 km). O número de casos de LIs junto à costa tende a diminuir nos anos de El Niño e seu local de formação é alterado um pouco em direção ao norte (entre o litoral da Venezuela e do Amapá), enquanto que, em anos de La Niña o número de casos tende a aumentar e seu local de formação de desloca em direção ao sul (litoral norte e nordeste do Brasil).

Linhas de Instabilidade na costa N-NE da América do Sul

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8/16/2019 Linhas de Instabilidade na costa N-NE da América do Sul.

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Lin has de Instabili dade na costa N-NE da América do Sul.

Uma Linha de Instabilidade (LI) é definida como um sistemameteorológico de mesoescala, onde uma série de tempestades esta dispostade forma alinhada (tempestade multicelular); consiste basicamente de

cumulonimbus. As LIs se desenvolvem com grande frequência na costa norte-nordeste

da América do Sul, propagando-se para o interior do continente, gerando umaquantidade substancial de precipitação. Esses sistemas possuem uma escalatemporal associada à variabilidade diurna, portanto, a máxima atividadeconvectiva pode ser observada nas imagens de satélite no final da tarde (21:00UTC). Essa convecção acentuada nos trópicos representa um papelfundamental na circulação energética e geral da atmosfera tropical, poisredistribui na alta troposfera o calor extraído da camada limite planetária. Issofaz com que as LIs constituam um dos sistemas atmosféricos de maiorimportância no transporte de calor para a alta troposfera.

De acordo com Cohen, Silva Dias e Nobre (1989), as LIs que se formamao longo da costa norte-nordeste da América do Sul (da Guiana até oMaranhão) podem ser classificadas em função do seu deslocamento horizontalpara o interior da Amazônia:

Linhas de instabilidade Costeira (LICs) – propagação horizontalalcança até 170km, e não avança continente adentro;

Linhas de instabilidade com propagação tipo 1(LIP1) –

deslocamento horizontal entre 170 e 400km; Linhas de instabilidade com propagação tipo 2 (LIP2) – comdeslocamento horizontal superior a 400km.

Cohen (1989) estudou detalhadamente as características médias das LIsna Amazônia para um período de 8 anos (1979-1986); enquanto Santos Neto(2004) estudou, as mesmas características por um período de 23 anos (1979-2002) – ambos os estudos foram utilizados para caracterizar as LIs.

LIs são observadas o ano todo, porém as de maior intensidade ocorremno começo do ano até meados de março. Ocorrem com mais frequência entre

abril –

agosto, apresentando uma intensidade média e, depois de setembro suaintensidade cai consideravelmente. Isso se deve ao deslocamento latitudinal daZCIT, que possui um papel fundamental na formação das LIs.Simultaneamente, verificou-se que as mesmas tendem a ficar mais extensasentre fevereiro e junho, atingindo o maior valor no mês de abril (1.572,7 km) e,menos extensas a partir de julho até janeiro, com o mínimo de extensão nomês de outubro (1.110 km).

O número de casos de LIs junto à costa tende a diminuir nos anos de ElNiño e seu local de formação é alterado um pouco em direção ao norte (entre olitoral da Venezuela e do Amapá), enquanto que, em anos de La Niña onúmero de casos tende a aumentar e seu local de formação de desloca emdireção ao sul (litoral norte e nordeste do Brasil).

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8/16/2019 Linhas de Instabilidade na costa N-NE da América do Sul.

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