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LISBOA DE 29 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO SISAB PORTUGAL | A grande feira mundial de exportação de produtos portugueses VINIVERDE JOSÉ ANTAS OLIVEIRA “Objetivo é faturar 50 por cento no mercado nacional e 50 por cento na exportação ” MANUEL SERRA FERNANDO DIAS FERREIRA “Na minha família já represento a terceira geração nesta empresa e neste negócio” HERDADE DA COMPORTA MANUEL PALMA A estratégia de mercado passa pela exportação dos vinhos da Herdade da Comporta PARRA VINHOS LUIS VIEIRA Tentamos manter o perfil a que o nosso consumidor está habituado Visitámos a holding, sediada em Pon- te da Barca cujos acionistas são várias em- presas da Região dos Vinhos Verdes, entre as quais se destaca a Adega Cooperativa de Ponte da Barca pela sua dimensão, pelo seu já longo historial de quase 50 anos e notorie- dade, local onde se situa não só a sede admi- nistrativa da Viniverde como a de produção. Desde 1928 se escreve a história desta empresa e da sua marca mais antiga, o azeite Serrata. Este percurso alcança o presente, in- cluindo nele um importante nome para o seu universo, o reconhecido e prestigiado azeite VilaFlor. Dois nomes que atravessaram o sé- culo com o maior número de avanços cientí- ficos e tecnológicos, – o século XX e afirma- -se no século XXI percorrendo o caminho da inovação e persistência nos elevados padrões de qualidade e genuinidade. Os vinhos Herdade da Comporta são o fruto do empenho num projeto vitivinícola moderno e ousado, onde as tecnologias de ponta projetam o tradicionalismo do proces- so de vinificação em lagares mecanizados. De reconhecida qualidade, têm sido premia- dos em vários certames internacionais. A Parras Vinhos é especializada na pro- dução e seleção de vinhos de qualidade em diversas regiões de Portugal. A seleção dos melhores lotes de vinhos nas regiões e o ex- celente trabalho de uma vasta equipa de eno- logia permite à Parras a produção de vinhos de qualidade superior. A empresa apoia ain- da os seus clientes na criação de marcas próprias nomeadamente para mercados de exportação em que requer algumas normas mais específicas.

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LISBOA DE 29 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO

SISAB PORTUGAL | A grande feira mundial de exportação de produtos portuguesesVINIVERDEJOSÉ ANTAS OLIVEIRA

“Objetivo é faturar 50 por cento no mercado nacional e 50 por cento na exportação ”

MANUEL SERRAFERNANDO DIAS FERREIRA

“Na minha família já represento a terceira geração nesta empresa e neste negócio”

HERDADE DA COMPORTAMANUEL PALMA

A estratégia de mercado passa pela exportação dos vinhos da Herdade da Comporta

PARRA VINHOSLUIS VIEIRA

Tentamos manter o perfil a que o nosso consumidor está habituado

Visitámos a holding, sediada em Pon-te da Barca cujos acionistas são várias em-presas da Região dos Vinhos Verdes, entre as quais se destaca a Adega Cooperativa de Ponte da Barca pela sua dimensão, pelo seu já longo historial de quase 50 anos e notorie-dade, local onde se situa não só a sede admi-nistrativa da Viniverde como a de produção.

Desde 1928 se escreve a história desta empresa e da sua marca mais antiga, o azeite Serrata. Este percurso alcança o presente, in-cluindo nele um importante nome para o seu universo, o reconhecido e prestigiado azeite VilaFlor. Dois nomes que atravessaram o sé-culo com o maior número de avanços cientí-ficos e tecnológicos, – o século XX e afirma--se no século XXI percorrendo o caminho da inovação e persistência nos elevados padrões de qualidade e genuinidade.

Os vinhos Herdade da Comporta são o fruto do empenho num projeto vitivinícola moderno e ousado, onde as tecnologias de ponta projetam o tradicionalismo do proces-so de vinificação em lagares mecanizados. De reconhecida qualidade, têm sido premia-dos em vários certames internacionais.

A Parras Vinhos é especializada na pro-dução e seleção de vinhos de qualidade em diversas regiões de Portugal. A seleção dos melhores lotes de vinhos nas regiões e o ex-celente trabalho de uma vasta equipa de eno-logia permite à Parras a produção de vinhos de qualidade superior. A empresa apoia ain-da os seus clientes na criação de marcas próprias nomeadamente para mercados de exportação em que requer algumas normas mais específicas.

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8 DE JANEIRO DE 2016p.16 EMPRESAS & MERCADOS

JOSÉ ANTAS OLIVEIRA |VINIVERDE

“No prazo de um ou dois anos, pensamos estar nos 50% nas vendas no mercado nacional e 50% na exportação”

Visitámos a holding, sediada em Ponte da Barca cujos acionistas são várias empresas da Região dos Vinhos Verdes, entre as quais se destaca a Adega Cooperativa de Ponte da Barca pela sua dimensão, pelo seu já longo historial de quase 50 anos e notoriedade, local onde se situa não só a sede administrativa da Viniverde como a de produção.

(...) A exportação representa entre 30% a 40% e está a crescer. No mercado nacional as vendas estão estáveis, estando o grande crescimento da Viniverde S.A. directamente ligado às vendas no mercado externo. No prazo de um ou dois anos, acreditamos ter um equilíbrio entre as vendas para o mercado interno e externo, 50% nas vendas no mercado nacional e 50% na exportação.(...)

A Viniverde foi constituída com o objetivo de produzir, promover e comercializar os vi-nhos e seus derivados mais conhecidos das suas acionistas e também os das suas pró-prias marcas.

Tendo em consideração as característi-cas e dimensão das empresas do universo Viniverde, foi-nos dito pelo seu director ge-ral, e enólogo, que entrevistámos, JOSE AN-TAS OLIVEIRA, que a Viniverde está esta em posição de fornecer uma gama alargada de produtos, todos eles de acordo com as novas tendências de mercado, assegurando simul-taneamente quantidades, com uma excelen-te relação qualidade / preço.

MP- A VINIVERDE foi um projecto em-presarial de juntar várias adegas da região. Que Adegas fazem parte da VINIVERDE?

José Antas Oliveira – Na altura que a Vi-niverde foi criada, foi criada por um grupo de sete adegas – Adega Cooperativa de Pon-ta da Barca, Adega Cooperativa de Barce-los, Adega Cooperativa de Lousada, Adega Cooperativa de Penafiel, Adega Cooperativa de Vila Nova de Famalicão, Cooperbasto e Adega Cooperativa de Castelo de Paiva, ou seja sete adegas, todas cooperativas que se juntaram para ganhar maior dimensão. Esta união entre adegas resultou de um projecto apoiado pelo União Europeia e pelo gover-no português para ultrapassar os problemas que as adegas cooperativas da região dos Vi-nhos Verdes se vinham deparando. O objec-

tivo foi criar uma empresa com uma estrutu-ra profissional que fosse independentemente da gestão das adegas cooperativas, criou--se uma estrutura profissional, diminuíram--se custos de estrutura por economia de es-cala e aumentou-se a capacidade produtiva, controle da matéria- prima mais abrangente e apostou-se na internacionalização, haven-do maiores quantidades e condições de estar e apostar nos mercados internacionais. A Vi-niverde S.A. potenciou a promoção e comer-cialização dos vinhos das adegas que tinham notoriedade no mercado, como é o caso da marca Adega Ponte da Barca, e fomos crian-do marcas próprias.

MP- E que marcas agora se apresentam ao consumidor?

JAO- As marcas com maior expressão no mercado interno são Adega Ponte da Barca, Estreia e Terras da Nóbrega. Para além des-tas marcas tivemos necessidade de criar mar-cas para o mercado internacional. Umas com visão global, outras direccionadas a determi-nados mercados.

MP- No global vinificam quanto milhões de litros? É tudo vinificado aqui em Ponte da Barca?

JAO- Cada adega cooperativa é um polo de recepção e recebe as uvas dos seus as-sociados e a relação que existia entre a ade-ga e os seus associados mantem-se. As ade-gas são polos de recepção das uvas e depois

Director geral, e enólogo, JOSE ANTAS OLIVEIRA, da VINIVERDE

aqui fazem-se os lotes e engarrafamentos. Aqui é o centro de produção/engarrafamen-to e sede social. No global, em anos de boa produção, vinificamos 5 milhões de litros. A última campanha foi de excelente produção.

MP- No mercado nacional os vossos vi-nhos estão à disposição em qualquer ponto de venda e no internacional?

JAO- A exportação representa entre 30% a 40% e está a crescer. No mercado nacional as vendas estão estáveis, estando o grande crescimento da Viniverde S.A. directamente ligado às vendas no mercado externo. No pra-zo de um ou dois anos, acreditamos ter um equilíbrio entre as vendas para o mercado in-terno e externo, 50% nas vendas no mercado nacional e 50% na exportação.

MP- E já abrangem um leque vasto de países?

JAO- Mesmo antes do surgimento da Vini-verde S.A., as adegas cooperativas integran-tes já exportavam as suas marcas, sobretudo para países onde o mercado da saudade/tra-dicional tem grande expressividade. Com a Viniverde S.A. mantivemos esses países e co-meçamos a trabalhar com importadores cujo foco de mercado não era o das comunidades portuguesa, mas também apostamos em no-vos mercados, como é o caso dos EUA, Ja-pão, Colômbia, Suécia, Noruega, Alemanha, entre outros. As vendas não param de cres-cer e o Vinho Verde a seguir ao vinho do Por-

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8 DE JANEIRO DE 2016 p.17

“No prazo de um ou dois anos, pensamos estar nos 50% nas vendas no mercado nacional e 50% na exportação”

EMPRESAS & MERCADOS

PU

B

(...) A exportação representa entre 30% a 40% e está a crescer. No mercado nacional as vendas estão estáveis, estando o grande crescimento da Viniverde S.A. directamente ligado às vendas no mercado externo. No prazo de um ou dois anos, acreditamos ter um equilíbrio entre as vendas para o mercado interno e externo, 50% nas vendas no mercado nacional e 50% na exportação.(...)

Director geral, e enólogo, JOSE ANTAS OLIVEIRA, da VINIVERDE

mercial, produção e enologia. Antes de ser criada a VINIVERDE já estava na Adega Pon-te da Barca desde 1996. Formei-me em en-genharia biológica na Universidade do Mi-nho e a paixão pelo vinho veio a seguir. Vim para a Adega Cooperativa de Ponte da Bar-ca estagiar e fiquei, tenho 45 anos de idade e 20 da empresa.

to é o vinho que mais se exporta, tendo um grande potencial de crescimento.

MP- A terminar além de ser o enólogo administra a empresa?

JAO- Para além de enólogo, sou um dos membros do Conselho de administração exe-cutivo da Viniverde S.A.. Tenho o pelouro co-

VINIVERDE COM CRESCIMENTO DE 36% NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015

No primeiro semestre de 2015, não tendo o mesmo terminado, nos valo-res de exportação até à data, a Viniverde apresenta um crescimento de 36%, su-perando os valores globais de exportação do ano 2014. Assente numa estratégia de divulgação dos vinhos verdes no mer-cado externo, a Viniverde tem beneficiado do crescente consumo de Vinhos Verdes em mercados com Polónia, Alemanha, Estados Unidos da América e Brasil.

Aproveitando a mudança de imagem de uma das suas principais marcas – Es-treia – e as inúmeras distinções dos seus Vinhos Verdes, a Viniverde garantiu uma maior aceitação e consequente dinâmica nas vendas tanto a nível do mercado in-terno como externo.

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8 DE JANEIRO DE 2015p.18 EMPRESAS & MERCADOS

FERNANDO DIAS FERREIRA| ADMINISTRADOR E SÓCIO DA «MANUEL SERRA»

“Na minha família já represento a terceira geração neste negócio”

Sempre esteve ligado à área dos azeites?

Na minha família represento a terceira geração no negócio, hoje os meus três filhos estão integra-dos na gestão das empresas do grupo, muito em particular nas da industria do azeite. Posso portan-to afirmar que nasci com o azeite, cresci com esta industria e é nela que melhor realizo a minha voca-ção empresarial. Os meus avos, pa-ternos e maternos, estavam neste negócio, uns instalados a sul outros mais a norte do país. De modo que é desta “raça” que eu venho. Re-cordo ainda o tempo em que ven-dia o azeite, de porta em porta, transportando-o numa carroça pu-xada por uma burra. Em 1966, o regime da altura, decretou o fim da venda a granel, para o consumidor final, e a obrigatoriedade de ven-der o azeite embalado, garantindo dessa forma mais qualidade no pro-duto final. Essa foi uma das gran-des transformações. Nesse período algumas firmas mais débeis fo-ram ficando pelo caminho. Porque apostamos na inovação, connos-co sucedeu exatamente o contrá-rio e o nosso negócio ganhou outra dinâmica. É nessa altura também que as mercearias, que até então compravam o azeite aos lagares e vendiam aos seus clientes, passam a comprar aos embaladores.

Eu nasci com o azeite e conti-nuo com o azeite. O meu pai já es-tava dentro desta área assim como os meus avós. Uns em Lisboa ou-tros no Porto. De modo que é desta “raça” que eu venho. Saí da escola com nove anos e fui trabalhar com o meu pai neste sector de atividade, na altura com meios bastante dife-rentes dos de hoje em dia. Cheguei a vender azeite com burra e carroça de porta em porta em 1966. Isso acabou por terminar devido ao re-gime da altura obrigou que o azei-te tivesse que ser engarrafada para

haver um melhor controlo de qua-lidade. Essa foi uma das grandes transformações de tratar o azeite: foi o de mudar de granel para tudo embalado. Foi durante este período de transformação que algumas fir-mas mais débeis foram ficando pelo caminho. Até porque permitiram que os armazéns de mercearias na altura se metessem no negócio por-que até esta altura não queriam. O azeite em granel, era um produto sujo e a partir do momento em que avançamos para o azeite obrigato-riamente embalado, as mercearias começaram também a ser clientes dos embaladores.

Esta firma nasce, creio em 1928…

Sim, nasceu em 1928. Quan-do adquiri a empresa, em 1990, a empresa tinha instalações em Rio Tinto por uma razão: a família Ser-ra era oriunda de Macedo de cava-leiros, quatro irmãos, uns que esta-vam em Macedo compravam azeite e enviavam por comboio, em cas-cos de madeira, para a região do Porto e daí a localização da empre-sa. Vantagem logística

Sim, nasce em 1928. E instala--se na altura frente à estação de Rio Tinto por uma razão: a família era oriunda de Macedo de Cavaleiros e então os quatro irmãos que uns estavam em Macedo e compravam azeite de Trás-os-Montes e naque-le tempo o transporte era feito ain-da em cascos de azeite por cami-nho de ferro.

Disse que tiveram de ir para a exportação porque o mercado na-cional está a comprar menos?

Quando, em 1995, decidi avançar para a exportação não o fiz pelo facto de sentir que o mer-cado nacional era pequeno, a nossa presença nacional foi sempre mui-to forte, mas sim por querer con-quistar novos mercados, e assim

dinamizar a empresa. Que passou de uma dimensão nacional para se tornar num dos mais respeitados membros desta industria, reconhe-cida internacionalmente.

Pela mesma razão que os nos-sos descobridores foram á procura de novas terras, e nós fizemos a mesma coisa.

O mercado Português tem re-gistado um aumento do consumo per capita, no entanto a dimen-são da população faz com que seja sempre um mercado “pequeno”, mas conhecedor do produto.

Não é bem assim, houve um aumento do consumo per capita, a questão é que somos poucos e é sempre um mercado pequeno. Pela mesma razão que os nossos des-cobridores foram á procura de no-vas terras, e nós fizemos a mesma coisa. Em 1995 decidimos avan-çar para a exportação, e não de-vido ao facto de sentirmos que o mercado nacional era pequeno, até porque o consumo interno do azei-te tem aumentado por via de estu-dos médicos, pelo reconhecimento da qualidade do nosso azeite, por-que é a melhor gordura alimentar e também porque os países que não têm grande cultura do azeite, co-meçam a consumir o nosso produ-to porque sabem que pode ajudar a prevenir certas doenças.

E essa é uma questão interes-

sante que se coloca nos dias de hoje, porque faz a própria expan-são do produto. Até porque aqui á uns anos, não havia muito merca-do para o nosso azeite, que hoje já há, podia então dar alguns exem-plos de países onde se consome o nosso azeite?

Atualmente estamos presentes em 30 países. Nos PALOP, estamos em Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. O Brasil é o nosso principal, também pela tradição e pelos hábitos seme-

lhantes aos nossos. Os brasileiros consomem bastante azeite e só não consomem mais devido ao seu ain-da fraco poder de compra. Na Euro-pa, temos países como França, Es-panha, Luxemburgo, e Suíça. Fora da Europa, estamos nos Estados Unidos, Canadá e México. Não nos podemos esquecer também da nos-sa presença muito forte nos países do golfo pérsico, na Ásia estamos no Japão, China e India.

E já estiveram no SISAB POR-TUGAL? E qual é a impressão que tiveram?

Penso que é uma feira onde realmente vale a pena estar pre-sente. O SISAB PORTUGAL conse-gue ser diferente, das outras feiras, porque só está presente a industria Portuguesa, logo quem se desloca a este evento vai à procura dos nossos produtos. Os grupos de comprado-res de todo o mundo que a organiza-ção do SISAB consegue mobilizar é de facto muito relevante e constitui um dos atrativos de participação.

Penso que é uma feira onde realmente vale a pena estar pre-sente. O SISAB PORTUGAL con-segue ser diferente das outras fei-ras porque é uma feira onde se faz negócio. Nas outras feiras estamos num stand à espera que o cliente venha falar connosco, já no SISAB

PORTUGAL aparece gente de todo o mundo e se desloca à feira para comprar produtos portugueses.

Onde é que a SERRATA vai bus-car a azeitona com que faz o azei-te que produz nas suas garrafas?

A SERRATA compra, há muitas décadas aos mesmos parceiros, o azeite que necessita uma vez que ainda não produzimos o nosso pró-prio azeite. Vamos buscar a Trás--os-Montes, Beira Alta e Beira Bai-xa e naturalmente que a Espanha também, como todos os nossos co-legas com dimensão, uma vez que Portugal não é auto suficiente para produzir a quantidade que consome internamente mais a que exporta.

A SERRATA vai buscar o azei-te, uma vez que ainda não produzi-mos o nosso próprio azeite a partir de azeiton. Vamos buscar a Trás-os--Montes, Beira Alta e Beira Baixa e naturalmente que a Espanha tam-bém, como muitos nossos colegas na mesma área, uma vez que Por-tugal não é auto-suficiente para pro-duzir em grandes quantidades.

E como conseguem ter um gos-to, um paladar constante que o pu-blico tão bem reconhece?

Esse é um dos grandes segre-dos deste negócio. Por exemplo, um azeite de Trás-os-Montes por si

Desde 1928 se escreve a história desta empresa e da sua marca mais antiga, o azeite Serrata. Este percurso alcança o presente, incluindo nele um importante nome para o seu universo, o reconhecido e prestigiado azeite VilaFlor. Dois nomes que atravessaram o século com o maior número de avanços científicos e tecnológi-cos, – o século XX e afirma-se no século XXI percorrendo o caminho da inovação e persistência nos elevados padrões de qualidade e genuinidade, que lhes são natu-ralmente reconhecidos.

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só é considerado pelo consumidor geral como muito “forte”, adstrin-gente, mas se houver uma mistu-ra com o azeite da Beira Alta ou da Beira Baixa, já resulta num azeite magnífico. Eu acho que melhoram os dois, juntos originam um sabor muito bom que o publico, em geral, muito aprecia.

Esse é um dos grandes segre-dos deste negócio. Por exemplo, um azeite de Trás-os-Montes por si só é demasiado gordo mas se houver uma mistura com o azeite da Bei-ra Alta ou da Beira Baixa, já resulta num azeite magnífico. Eu acho que melhoram os dois, um é menos áci-do e mais insipido e os dois juntos originam um sabor muito bom.

Portanto, podemos dizer que é quase como funcionar ao gosto do cliente? Ou seja, não impor um pro-duto que é aquilo mas que funciona de acordo com os mercados.

Sim, por exemplo no Brasil é di-ferente porque têm um gosto dife-rente do nosso. Os brasileiros prefe-rem azeites mais encorpados, com uma cor e um gosto mais intenso. Sempre focados no que o mercado procura, não perdendo a identida-de nacional do produto, claro está.

Qual é a faturação da empre-sa e quantos empregados têm nes-

te momento?No conjunto as duas empresas

têm entre 60 a 70 funcionários. E pensamos este ano, que está a aca-bar, fazer uma faturação entre os 65 e os 70 milhões de euros.

E quem é que compra o azeite da SERRATA em Portugal?

Estamos presentes em todas, na grande distribuição, operadores re-gionais muitos dos quais com quem mantenho uma relação de grande proximidade, mesmo de amizade, e também no setor da restauração.

E não tem razão de queixa da grande distribuição?

Naturalmente o negócio com as grandes superfícies vai ter sem-pre as suas dificuldades. É quase como se fosse a história do David e de Golias – a grande distribuição tem de facto um grande poder nego-cial. Onde a maior parte dos forne-cedores, exceto as multinacionais, tem muita dificuldade em conseguir equilibrar a negociação. As grandes superfícies podem ser de facto pe-rigosas, na medida em que sobre-carregam demasiado os fornecedo-res de dimensão mais pequena, nós estamos sempre muito atentos para que o equilíbrio das nossas vendas possam compensar esta vertente necessária do negócio.

Naturalmente o negócio com as grandes superfícies vai ter sem-pre as suas dificuldades. É quase como se fosse a história do David e de Golias – a grande distribuição tem de facto uma grande potencia-lidade económica onde a maior par-te dos fornecedores que as multina-cionais não têm, portanto logo ai a regra é desigual. As grandes super-fícies podem ser de facto perigosas na medida em que sobrecarregam demasiado os médios e pequenos fornecedores.

E no estrangeiro têm represen-tantes próprios ou vendem apenas aos pontos de venda? Como funcio-na a logística no estrangeiro?

Depende de mercado para mer-cado, no Brasil contamos com a colaboração direta de dois profis-sionais, um sediado no estado de São Paulo e o segundo no nordeste. Neste momento acabámos de fina-

lizar um acordo, para um mercado de grandes dimensões, onde a par-tir de Janeiro vamos ter dois cola-boradores dedicados à promoção e vendas dos nossos produtos. Em ou-tro mercados vendemos diretamente a cadeias de supermercados e cen-trais de compras, em outros mer-cados trabalhamos com os impor-tadores / distribuidores no modelo clássico. No estrangeiro a empresa faz a distribuição através do grupo Cafés Delta.

E hoje em dia, acha que seria fácil voltar a atrás no percurso tão grande que a empresa já percorreu acha que nos tempos que correm isso seria possível?

Não, não era possível. Existe a dificuldade de fazer marca e era pre-ciso muito dinheiro para tentar, sem saber se ia resultar ou não ou duran-te quanto tempo é que iria resultar. Conseguir lançar uma marca nova

numa grande superfície … seria um verdadeiro drama. Portanto voltar atrás era muito complicado.

Não, não era possível. Existe a dificuldade de fazer marca e era pre-ciso muito dinheiro para saber se ia resultar ou não ou quanto tempo é que iria precisar para resultar. Pode haver, digamos, uns palpites aproxi-mados. Depois conseguir colocar a marca numa grande superfície que seria um verdadeiro drama. Portan-to voltar atrás era muito complicado.

E que outros mercados gosta-

riam de chegar ao estrangeiro?Gostaríamos de chegar a todos

os mercados, mas também temos noção que não temos capacidades de produção ou de estruturas para chegar a todos mas como de “grão a grão enche a galinha o papo”. Por-tanto, um a um com um parceiro mais iremos sempre tentar a nos-sa sorte.

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8 DE JANEIRO DE 2016p.20 EMPRESAS & MERCADOS

MIGUEL PALMA |HERDADE DA COMPORTA-COMPORTA WINES

“Parte da nossa estratégia de mercado passa pela exportação dos vinhos Herdade da Comporta”Os vinhos Herdade da Comporta são o fruto do empenho num projeto vitivinícola moder-no e ousado, onde as tecnologias de ponta projetam o tradicionalismo do processo de vi-nificação em lagares mecanizados. De reconhecida qualidade, têm sido premiados em vá-rios certames internacionais.

(...) A exportação é uma área que se encontra em expansão. Já estamos integrados nos mercados de Alemanha, Angola, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Suécia e Suíça. Todos os mercados internacionais merecem a nossa melhor atenção e avaliação para neles se conseguirmos integrar. (...)

A escassas horas dos países da Europa Central e na margem da costa ocidental eu-ropeia, está Portugal, uma das nações mais globalizadas e pacíficas do mundo. É neste país, tradicionalmente encantador e repleto de paisagens idílicas, que se situa a Herda-de da Comporta.

Entre os concelhos de Alcácer do Sal e Grândola, a 1 hora da capital – Lisboa – o esplendor da natureza toma formas e desven-da uma paisagem arrebatadora. São 12km de praias de areia branca e águas cristalinas, inseridos numa costa de 60km rodeados por dunas e pinhal, e regados pelos imensos ar-rozais, que pintam a paisagem de verde.

É nesta terra de uma beleza selvagem e calma, onde a natureza e a tranquilidade se fundem, que se produzem os vinhos Herdade da Comporta. O solo arenoso e o clima úni-co da região, temperado pela proximidade do oceano, são condições inigualáveis para o cultivo desta uva vinícola. Bons vinhos, pro-teção da paisagem e respeito pelo ambiente, são apenas algumas das dimensões de uma atividade que é, cada vez mais, um fator de atração turística e uma prática cultural.

TRANQUILIDADE NA PAISAGEM PROTEGIDA

Do mesmo solo de onde nasce o arroz, cresce mais adiante a vinha, de ramos ver-des perentoriamente alinhados que sugerem uma espécie de labirinto. A terra arenosa e o clima especial, salgados por uns salpicos de mar, são a receita ideal para uma plantação de cerca de 35 hectares (30 ha - Tinto e 5 ha - Branco). Num declive basicamente horizon-tal, a vinha encontra-se ligeiramente acima do nível do mar em plena reserva ecológica, e influenciada por um micro clima particular. As temperaturas, moderadas pela proximida-de ao Oceano, permitem obter ótimas condi-ções de maturação, resultando em uvas com excelente concentração e equilíbrio.

Os trabalhos cuidados ao longo do ano, e os tratamentos efetuados em regime de pro-teção integrada, garantem uvas totalmente sãs. Por outro lado, as baixas produções con-troladas através de podas e mondas de ca-chos, efetuadas com grande rigor, garantem uma matéria-prima com maior qualidade.

A vinha foi plantada em “Bacelo bravo” em 2001 e enxertada no ano seguinte, sen-do 2003 o seu primeiro ano de produção.

Destacam-se as castas tintas Arago-nez, Trincadeira, Alicante Bouschet e Touri-ga Franca, e as castas brancas Arinto e An-tão Vaz.

MODERNIDADE AO SERVIÇO DA TRADIÇÃO

Tecnologias de ponta e vindimas manu-ais trabalham em conjunto para um equilíbrio perfeito de sabores e experiências vinícolas.

Depois de vindimada manualmente, a uva chega à adega em caixas de 20 kg, onde é cuidadosamente escolhida, esmaga-da e desengaçada. Fermenta em lagares de inox com capacidade para 8 toneladas, equi-pados com sistema de refrigeração para fer-mentações a temperaturas controladas.

A fermentação decorre aproximadamente durante 8 dias, com o auxílio de um moder-no “robot” de pisa mecânica. Depois de ter-minada esta fase, o vinho desce para a sala de depósitos, por gravidade e sem recurso a qualquer bombagem. Esta sala está equipa-da com cubas em inox, com capacidade para 15.000 litros cada.

Do vinho obtido, são selecionados os me-lhores lotes, que estagiam por 12 meses, em pipas (500 litros) de carvalho Francês (Allier) e Americano. A sala de estágio, onde o vinho descansa calmamente, está equipada com um moderno sistema de refrigeração/humidi-ficação, garantindo as condições ideais para a melhor evolução dos vinhos. Miguel Pal-ma responsável pelos vinhos da Herdade da

Comporta responde às nossas questões!

MP- A Herdade da Comporta é sobejamente conhecida pela qualidade dos seus vinhos. O que distingue os vinhos por vós produzidos?Miguel Palma - A curta distância do Ocea-no Atlântico, a nossa vinha, de 35 hecta-res é beneficiada pela amenidade do clima litoral, permitindo maturações equilibradas. Está inserida num vale, orientado nascente--poente, com boa exposição solar e ladeada de pinheiros mansos que a protegem dos ven-tos fortes do verão. As condições do solo e clima são excelentes no que respeita à fitos-sanidade da vinha, permitindo a colheita de uvas sãs e de grande qualidade produzidas em modo de produção integrada..Os nossos vinhos são naturalmente equilibrados em ter-mos de grau e de acidez. Os vinhos brancos resultam aromáticos, com uma acidez equi-librada e um frescura natural. Os vinhos tin-tos resultam muito frutados, suaves com uma grande longevidade. MP- Estão implementados numa região úni-ca no país em que o Atlântico praticamente banha as vossas vinhas e em que o enoturis-mo e as visitas são uma mais valia para se vi-sitar a zona da península de Tróia e zona da Comporta. Pode-nos focar essa mais valia?Miguel Palma - Com o desenvolvimento de várias infra estruturas, nomeadamente urba-nas, Tróia e Comporta passaram a ter uma maior capacidade para albergar os visitantes vindos de todo o país e mundo.

A diversidade da fauna e flora, bem como as belas paisagens que se podem observar le-vam as pessoas a conhecer melhor a região e o que nela se faz. Durante todo o ano as visitas à Adega da Comporta são uma cons-tante. A evolução que os vinhos da Herdade têm tido ao longo dos anos, são um chama-riz à curiosidade de leigos e entendidos na matéria vitivinícola,

contribuindo assim, para uma maior visibili-dade da marca Herdade da Comporta. Isto é uma questão comercial! MP- Os vinhos por vós produzidos além dos mercados nacionais também são exportados. Para que países exportam e que mercados gostariam de exportar?Miguel Palma - A exportação é uma área que se encontra em expansão. Já estamos inte-grados nos mercados de Alemanha, Ango-la, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Espanha, França, Ho-

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8 DE JANEIRO DE 2016 p.21

“Parte da nossa estratégia de mercado passa pela exportação dos vinhos Herdade da Comporta”

EMPRESAS & MERCADOS

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(...) A exportação é uma área que se encontra em expansão. Já estamos integrados nos mercados de Alemanha, Angola, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Espanha, França, Holanda, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Suécia e Suíça. Todos os mercados internacionais merecem a nossa melhor atenção e avaliação para neles se conseguirmos integrar. (...)

A HERDADE DA COMPORTA

1836- Surge a cultura do arroz e a Herdade da Comporta é incorporada na nova Com-panhia das Lezírias do Tejo e do Sado, pro-priedade pertencente à Coroa Portuguesa.1925 - A Companhia das Lezírias vende a Herdade da Comporta à empresa britâni-ca The Atlantic Company, Ltd.1955- Dá-se o incremento das terras pro-dutivas e aumenta-se a área de pinhal. Ini-cia-se a requalificação das aldeias com a construção de redes de infraestruturas, bairros sociais e escolas.1975- A Herdade é nacionalizada, sendo devolvida à The Atlantic Company, Ltd. en-tre 1989 e 1991.1991 - Dá-se início à implementação do Projeto Global de Desenvolvimento integra-do da Herdade da Comporta, que contem-pla a valorização e requalificação do pa-trimónio natural, urbanístico e agrícola da propriedade.2004 até Hoje - A designação social pas-sa a Herdade da Comporta - Actividades Agro Silvícolas e Turísticas, S.A., tendo por missão promover o desenvolvimento de um destino turístico de alta qualidade, susten-tável, integrado numa propriedade agrícola que preserva o património ambiental e cul-tural, constituindo-se um modelo de refe-rência na Europa.

landa, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Suécia e Suíça. Todos os mercados interna-cionais merecem a nossa melhor atenção e avaliação para neles se conseguirmos inte-grar. O trabalho ao nível da exportação leva o seu tempo e tem a sua própria complexidade. MP- A aposta da expansão da venda dos vossos vinhos passa pela exportação? Es-tão abertos a parcerias de clientes interna-cionais que queiram ter o portfólio dos vi-nhos nas suas garrafeiras?Miguel Palma - Parte da nossa estratégia de mercado passa pela exportação dos vinhos Herdade da Comporta. As parcerias com clientes internacionais são sempre tidas em conta e avaliadas de uma forma multifacto-rial, com o objectivo de conseguir dar a me-lhor resposta possível ao mercado internacio-nal em questão e de modo a que as parcerias se mantenham a longo prazo. MP- Através da CVR da Península de Setúbal tem estado no SISAB PORTUGAL. O even-to tem trazido mais valia para a divulgação

e promoção dos vossos vinhos?Miguel Palma - Sem dúvida! A presença no SISAB PORTUGAL traz-nos a oportunidade para novos contactos através da divulgação e promoção dos vinhos Herdade da Compor-ta. É uma presença que pretendemos conti-nuar a ter.

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8 DE JANEIRO DE 2016p.22 ALQUEVA - O GRANDE LAGO

O GRANDE PROJETO

Para passar uns dias descontraídos e em boa companhia a Albufeira do Alqueva com 250 km2 é uma das melhores suges-tões que lhe podemos dar pelos imensos pontos de interesse que por ali pode encontrar. Na margem direita, recebem-nos os caste-los de Juromenha, Alandroal, Terena, Monsaraz e Portel e, na mar-gem esquerda,Mourão e Moura são miradouros privilegiados sobre este espelho de água, que é hoje um dos maiores da Europa

A barragem que transfigurou o Alentejo

1968 | Celebração do Convénio Luso Espanhol 1975 | Aprovação pelo Conselho de Ministros da realização do Projecto 1976 | Início das obras preliminares 1978 | Interrupção das obras 1980 | Conselho de Ministros determina a retoma dos trabalhos 1993 | Decisão do Conselho de Ministros para retoma do Empreendimento 1993 | Criação da Comissão Instaladora da Empresa do Alqueva (CIEA) 1995 | Reinicio dos trabalhos em Alqueva 1996 | Governo assume “avançar inequivocamente com o projecto do Alqueva” 1996 | Adjudicação da empreitada principal de construção civil da barragem 1998 | Inicio das betonagens na Barragem de Alqueva. 2000 | Adjudicação da empreitada para a execução do primeiro bloco de rega 2002 | Ínício do enchimento da Albufeira 2002 | Abertura ao trânsito da estrada Portel/Moura sobre a Barragem do Alqueva 2004 | Inauguração da Central hidroeléctrica . 2010 | Albufeira do Alqueva atingiu cota máxima

UMA HISTÓRIA COM MAIS DE 40 ANOSA construção da barragem foi uma história com muitos avanços e recuos ao longo de

mais de 40 anos. O projeto em si nasceu em 1960 com o convénio assinado entre portu-gueses e espanhóis para utilização da água do Rio Guadiana. Depois foram muitos anos de avanços e recuos até 2010, ano em que a barragem encheu por completo.

O lago veio dar uma atmosfera surpreen-dente a esta região. Onde antes havia cam-po, com oliveiras, sobreiros e azinheiras, e tu-dio debaixo de um sol abrasador hoje vemos água e todo um ecosistema renovado, com ótimas condições para atividades ao ar livre e para a prática de desportos náuticos como a vela, o ski e wakeboard ou para passeios em canoa e kayak.

Para os amantes das caminhadas e da bi-cicleta, há percursos cursos sinalizados que se podem fazer. São uma boa forma de des-cobrir costumes e tradições e nos integrar-mos com as populações locais.

É um bom sítio para fazer uma surpre-sa à família, para a levar num passeio pelas estradas panorâmicas em redor do Alqueva ou, melhor ainda, alugar um barco-casa e dormir debaixo de estrelas mesmo dentro do grande lago. Não podemos esquecer que es-tamos numa região onde o céu foi conside-rado pela UNESCO uma reserva para obser-vação de estrelas. À noite, as luzes públicas

são reduzidas ao mínimo, para possibilitar as condições perfeitas para ver o céu, mesmo para os mais astrónomos mais principiantes.

MUITOS LOCAIS A VISITARNão se pense que ir ao Alqueva é apeas

para ir ver uma barragem. Há imensos luga-res para visitar e coisas para ver. Não pode-mos deixar de ir à nova Aldeia da Luz, a única povoação submersa pelas águas da barra-gem que teve de ser literalmente mudada de sítio. A propósito, foi criado um Museu, em que grande parte do espólio é constituída por objetos dos habitantes e onde todas as me-mórias da antiga aldeia ficaram registadas.

Também a localidade de Monsaraz (na foto principal) é incontornável. Uma vila--museu medieval preservada, com muralhas e ruas de xisto que encanta e surpreende. Muito próximo, na área do Convento da Ora-da, o Cromeleque do Xerez, é também uma visita obrigatória.

Naturalmente, no Alqueva, a rica gastro-nomia alentejana está sempre presente, não é possível resistirmos aos sabores da comida regional. Neste caso, destacam-se as açor-das, as migas, os pratos de carne de por-co, os enchidos e os extraordinários vinhos da região.

REGIÃO DAS MIL ALDEIASAs terras do Grande Lago oferecem ao

visitante sensações únicas. Na calma serena de uma nova paisagem alagada de vida, as memórias fundem-se em novos caminhos..

Encontrar o elixir da tranquilidade é de-

Naturalmente, no Alqueva, a rica gastronomia alentejana está sempre presente, não é possível resistirmos aos sabores da comida regional. Neste caso, destacam-se as açordas, as migas, os pratos de carne de porco, os enchidos e os extraordinários vinhos da região

morar-se nas aldeias brancas ribeirinhas como Alqueva, Amieira e Estrela, de solei-ras lavadas e ruas varridas. Deixar seduzir-se pela prática de actividades náuticas várias e pelo deslumbramento de uma viagem plana-da em amplos horizontes é “mergulhar” nas águas mansas da Barragem de Alqueva, ren-dilhadas por inúmeras ilhas e longos braços. Usifruir do património arqueológico e arqui-tectónico é visitar Alandroal, Portel, Monsa-raz, Juromenha e Terena.

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8 DE JANEIRO DE 2016 p.23PATRIMÓNIO

O farol que o Marquês de Pombal mandou construir

Douro Lisbon Lisbon Alentejo

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CABO CARVOEIRO

O Farol do Cabo Carvoeiro faz parte do grupo de seis faróis man-dados edificar pelo alvará pomba-lino de 1 de Fevereiro de 1758 que criou o Serviço de Faróis em Portugal, tendo entrado em fun-cionamento em 1790, ficando a ser um dos mais antigos da costa portuguesa.

No seu topo estava instala-da um lanterna de oito faces com 8,2 metros de altura. Junto da tor-re existiam alguns edifícios e uma igreja que em 1865 se encontrava em ruínas e era identificada como sendo a Ermida de N. Sª. da Vitó-ria, sobre a qual consta ter existido uma luz para guiar os navegantes muitos anos antes.

Pouco se sabe do seu equipa-mento inicial embora se imagine que devia consistir de um conjunto de candeeiros de Argand com re-flectores parabólicos, semelhante aos utilizados noutros faróis seus contemporâneos. A “Comissão de Pharois e Balisas” incumbida em 1881 de elaborar um “Plano de Alumiamento das Costas, Portos e Barras do Continente e Ilhas Adja-centes”, considerou o farol em mui-to mau estado e determina a sua reedificação.

Situado no extremo da Península de Peniche, o Cabo Carvoeiro é um local de grande valor patrimonial, quer a nível geológico, quer paisagístico, com grande variedade de falésias calcárias. Neste local foi erguido o Farol do Cabo Carvoeiro, com 25 metros de altura, devido aos inúmeros naufrágios ocorridos nesse trecho do litoral. A pequena Capela de Nossa Senhora dos Remédios, perto do cabo, é o destino de uma colorida romaria. Tem o interior revestido por valiosos azulejos do século XVIII, da oficina do mestre António de Oliveira Bernardes.

UM NOVO FAROLUm aviso aos navegantes de

1 de Fevereiro de 1886 indicava que o novo farol estava pronto, com uma torre de 20,6 metros encima-da por uma lanterna de 5 metros de altura por 2,5 de diâmetro, estava equipado com um aparelho óptico de 3ª Ordem, provido de um can-

deeiro a petróleo de três torcidas, apresentando uma luz fixa verme-lha com cerca de 17 milhas de al-cance, o que, não sendo elevado, era suficiente pois este apenas ser-ve quem navega nas proximidades do canal entre as Berlengas e Pe-niche, residindo a necessidade de maior alcance na Berlenga, situada 5,5 milhas a oeste deste.

Em 1886 foi dotado de um si-nal sonoro constituído por uma trombeta de palhetas, activado por ar comprimido armazenado em grandes reservatórios para onde era carregado através de um compres-sor a vapor de 4 cavalos. Este si-nal era estabelecido pelos faroleiros em condições de visibilidade redu-zida, sendo actualmente um siste-ma electroacústico activado por um detector automático de nevoeiro.

O aparelho lenticular de 3º Or-dem foi substituído em 1923 por

um girante de 4ª Ordem, passan-do a apresentar quatro relâmpagos em substituição da luz fixa, mas mantendo a cor vermelha. A fonte de energia do aparelho iluminan-te passou a ser o gás em 1947 e em 1952 foi instalada a lâmpada eléctrica.

AUTOMATIZAÇÃO DE PROCESSOS

O farol foi automatizado, em 1988 com a instalação de um novo aparelho óptico/iluminante com-posto de um tambor com ópticas seladas. Este sistema consiste de um conjunto de ópticas seladas do tipo das utilizadas nos automóveis, fixas nas faces de um prisma hexa-gonal, apresentando uma baixa re-lação alcance/consumo.

O farol é guarnecido por oito fa-roleiros que, além de manterem o assinalamento marítimo da região,

guarnecem desde 1975 o Farol da Berlenga, em grupos de dois e por períodos de uma semana.

Mais recentemente, em Dezem-bro de 2002, foi instalada no fa-rol, uma estação de GPS Diferencial que, juntamente com uma outra instalada em Sagres, asseguram a

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transmissão de correcções ao GPS cobrindo todo o território do conti-nente. Fica assim um dos primeiros faróis da nossa costa intimamente ligado ao sistema de posicionamen-to mais actual, que permite a deter-minação da posição, de forma au-tomática e com um rigor da ordem dos cinco metros.

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8 DE JANEIRO DE 2016p.24 EMPRESAS & MERCADOS

ENTREVISTA COM LUIS VIEIRA, ADMINISTRADOR DA PARRAS VINHOS, LDA

“Sabemos exatamente o que procuramos e, com o que temos à disposição, tentamos manter o perfil ao qual o nosso consumidor está habituado...”

Luís Vieira, Administrador da Parras Vinhos

Como surge a Parras Vinhos?A Parras Vinhos surgiu há alguns anos com o objetivo de agregar sob um só projeto os vinhos que tínha-mos de várias regiões portuguesas. Temos uma equipa de enologia que trabalha há muitos anos em conjun-to e temos feito uma série de proje-tos em cada uma das regiões viti-vinícolas portuguesas, Dão, Douro, Minho, Alentejo e também aqui na

A Parras Vinhos é especializada na produção e seleção de vinhos de qualidade em diversas regiões de Portugal. A sele-ção dos melhores lotes de vinhos nas regiões e o excelente trabalho de uma vasta equipa de enologia permite à Parras a produção de vinhos de qualidade superior. A empresa apoia ainda os seus clientes na criação de marcas próprias nome-adamente para mercados de exportação em que requer algumas normas mais específicas.

região de Lisboa e Tejo. A Parras era a empresa, ou o local onde estes enólogos se juntavam e seleciona-vam os vinhos de cada uma das re-giões com o objectivo de criar mar-cas de cada uma dessas regiões e fazíamos a sua distribuição.Há regiões em que temos produ-ção própria, como aqui na região de Lisboa, na Quinta do Gradil, ou no Alentejo, na Herdade da Candeeira.

(...) A Parras Vinhos surgiu há alguns anos com o objetivo de agregar sob um só projeto os vi-nhos que tínhamos de várias re-giões portuguesas. Temos uma equipa de enologia que trabalha há muitos anos em conjunto e te-mos feito uma série de projetos em cada uma das regiões vitiviní-colas portuguesas (...)

Qual é o público-alvo destes vinhos?A equipa da Parras Vinhos está muito vocacionada na produção de vinhos para o consumidor não especialista. A nossa gama são vi-nhos best value, vinhos de gran-de valor acrescentado a um preço mais económico possível de ma-neira a que as pessoas se surpre-endam com os vinhos que bebem.

Conseguimos ter grandes vinhos, não demasiadamente complexos nem difíceis, a um preço bastante acessível. Este é o nosso público--alvo e temos tido um retorno bas-tante interessante das pessoas. Há marcas que temos hoje com gran-de visibilidade no mercado e que as pessoas reconhecem.

Como é que é feita a seleção de vi-nhos de cada região?A nossa equipa de enologia e de viticultura faz o acompanhamento com os produtores desde o início da campanha trabalhando na se-leção das vinhas, ou parte delas, com o objetivo de produzir vinhos de topo e de excelência. Depois, na altura da vinificação, acompanha-mos as fermentações e o processo evolutivo controlando a maturação. Fazemos todo o trabalho de enolo-gia e de acompanhamento ao pro-dutor. No final, fazemos também o acompanhamento do produto final e dos respetivos blends. Trata-se de um trabalho de enologia muito exigente e completo em que sabe-mos exatamente o que procuramos e, com o que temos à disposição, tentamos manter o perfil ao qual o nosso consumidor está habituado e fidelizado.

Qual o volume de exportação da empresa?O mercado nacional representa 40% daquilo que fazemos, tradi-cionalmente sempre foi assim, ape-sar de nos últimos anos termos tido um crescimento grande no merca-

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8 DE JANEIRO DE 2016 p.25EMPRESAS & MERCADOS

do nacional. No fundo, o país que mais consome produtos portugue-ses é o nosso próprio país e acha-mos que Portugal é uma porta de entrada para o mundo, é uma mon-tra na qual temos que ter os nossos vinhos muito conhecidos. Dado o investimento que temos feito na co-municação temos aumentado mui-to as nossas vendas em Portugal. O resto do mundo tem acompanhado esta tendência, com alguns reajus-tes no mercado externo, Angola e Brasil já não estão com o nível de outros tempos, mas temos outros países que estão a compensar estas descidas como os EUA, a Inglaterra ou a França, onde temos reforçado as nossas parcerias e as coisas têm corrido muito bem.

(...) A equipa da Parras Vinhos está muito vocacionada na produ-ção de vinhos para o consumidor não especialista. A nossa gama são vinhos best value, vinhos de grande valor acrescentado a um preço mais económico possível de maneira a que as pessoas se surpreendam com os vinhos que bebem (...)

Uma amplitude geográfica tão grande gera muitas referências…As nossas referências mais conhe-cidas são, para além do Quinta do Gradil, uma marca conotada com muito prestígio, o Castelo do Sul-co, que é uma marca mais dedica-da ao on-trade. Temos o Mula Ve-lha que apareceu há cerca de dois anos, uma marca de elevada qua-lidade, criada a partir de vinhas selecionadas e que resultaram em vinhos com muita robustez e quali-dade mas com uma relação quali-dade/preço imbatível. Tem tido um sucesso enorme. Produzimos também outras marcas no Alentejo, como o Pêra Doce e o Montaria que são duas marcas com muita visibilidade internacio-nalmente. O Montaria nos EUA, em Inglaterra e em França é um case study, temos registado aumentos nas vendas incríveis. As pessoas reconhecem a marca como sendo um vinho com muita qualidade e com um preço muito interessante.

(...) Já há vários anos que va-mos ao SISAB PORTUGAL. É, de facto, uma feira com característi-cas únicas. Um ponto de encon-tro interessante onde podemos estar com todos os nossos par-ceiros mundiais e onde podemos mostrar os nossos produtos (...)

Qual a sua opinião acerca do SISAB PORTUGAL?Já há vários anos que vamos ao SISAB PORTUGAL. É, de facto,

uma feira com características úni-cas. Um ponto de encontro interes-sante onde podemos estar com to-dos os nossos parceiros mundiais e onde podemos mostrar os nos-sos produtos. A partir de contatos feitos no SISAB PORTUGAL conseguimos novos clientes com quem já fizemos ne-gócios. É uma feira incontornável e que, de facto, prestigia o nosso país com uma organização muito inte-ressante e que está de parabéns.

Para além do vinho a empresa de-senvolve também um projeto de enoturismo na Quinta do Gradil. Que atividades oferece uma visi-ta à quinta?A Quinta do Gradil desde há alguns anos tem desenvolvido um amplo projeto de enoturismo. Temos uma loja e um restaurante onde fazemos jantares vínicos, degustações que vão variando de acordo com as épo-cas. Vamos de alguma forma orien-tando os nossos pratos às épocas festivas e fazendo-os “casar” com os melhores vinhos que temos. A Quinta do Gradil fica a meia hora de Lisboa e é uma quinta muito ver-sátil, com muita história, uma vez que pertenceu à família dos Mar-queses de Pombal até meados do século passado. Tem aqui toda uma riqueza que convida a ser desco-berta. As pessoas podem combinar as três vertentes: comida, vinho e relax. Organizamos também visi-tas acompanhadas à adega e às vi-nhas, passeios e caminhadas pela serra, passeios de jipe, bicicleta e corridas.

(...) A Quinta do Gradil fica a meia hora de Lisboa e é uma quinta muito versátil, com muita história (...)

A Quinta do Gradil na região oeste de Portugal, em Vilar, Cadaval

VILA POUCA DE AGUIAR

Bombos de ouro e mel divulgam minas romanas e concelho transmontano

O Complexo Mineiro Romano de Tresminas tem um “novo acha-do” que quer transformar em atra-ção turística, um bombom de cho-colate negro com ouro e mel de urze que junta “o melhor” do concelho de Vila Pouca de Aguiar.

“Este produto é um postal de boas vindas a Tresminas porque aquilo que as pessoas consomem no bombom podem ver no Com-plexo Mineiro Romano”, afirmou a coordenadora do projeto de va-lorização deste espaço, Patrícia Machado.

Estas minas foram exploradas pelos romanos há cerca de 2.000 anos e foram geridas diretamente pela guarda do imperador.

Os bombons são de chocolate negro e possuem ouro em pó ou fo-lhas de ouro comestíveis e são re-cheados com mel de urze produzi-do no concelho de Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real.

“O objetivo é divulgar Tresmi-nas através das duas principais componentes deste território: o pa-trimónio cultural, através do ouro que lembra a exploração romana, e o património natural, sobretudo através do mel de urze”, acrescen-tou a arqueóloga.

O produto foi desenvolvido em

(...) Aqui, a exploração de ouro decorreu ao longo de 450 anos e depois não teve mais intervenções, sendo, por isso, considerado um “património arqueológico único” que a Câmara de Vila Pouca de Aguiar quer candidatar a Património

Mundial da Humanidade (...)

exclusivo por uma empresa do Por-to para Tresminas e resulta do pro-jeto de valorização do complexo mineiro e da abertura do centro in-terpretativo em junho, após um in-vestimento de um milhão de euros.

Patrícia Machado considerou que os bombons funcionam como elemento de divulgação e de pro-

moção de Vila Pouca de Aguiar e defendeu que “resultam melhor do que um panfleto informativo”.

“Porque as pessoas conse-guem associar os dois elementos do bombom ao território, enquan-to um panfleto acaba por ser algo mais descartável e que não é tão fiel àquilo que as pessoas podem co-nhecer no território como é o bom-bom”, sustentou.

O recheio dentro do chocola-te é de mel líquido de urze. “Essa

foi uma das condições para a rea-lização destes bombons, é mel que sai do concelho de Vila Pouca de Aguiar para o fornecedor com o in-tuito de manter esta ligação ao ter-ritório”, salientou.

A responsável frisou ainda que a aceitação ao produto está a ser “boa” e que este pode ser adquiri-do no centro interpretativo, na loja interativa de turismo de Pedras Sal-gadas e numa livraria de Vila Real.

Patrícia Machado fez ainda um balanço “muito positivo” dos seis meses de funcionamento do cen-tro interpretativo e referiu que neste período já passaram por este espa-ço cerca de 3.000 visitantes.

A maior parte foram famílias com filhos em idade escolar e que estão a estudar este período históri-co. Também muitos arqueólogos ou geólogos procuram este complexo mineiro para investigação.

Os visitantes podem ver uma exposição no centro interpretati-vo, instalado na aldeia de Tresmi-nas, que explica como este territó-rio foi transformado há 2.000 anos. O foco são as minas romanas e a forma como foi feita a exploração do ouro mas há ainda espaço para dar a conhecer a biodiversidade do território.