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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA IVAN DE MELLO CIONEK PLANEJAMENTO DE UMA REDE DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO DE UMA PCH TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

IVAN DE MELLO CIONEK

PLANEJAMENTO DE UMA REDE DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO DE

UMA PCH

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2011

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IVAN DE MELLO CIONEK

PLANEJAMENTO DE UMA REDE DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO DE

UMA PCH

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado a disciplina TE105 – Projeto de Graduação, do Curso Superior de Engenharia Elétrica do Departamento Acadêmico de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná – UFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Prof. Dr. Odilon Luís Tortelli

CURITIBA

2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

IVAN DE MELLO CIONEK

PLANEJAMENTO DE UMA REDE DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO DE UMA PCH

Trabalho Final de Graduação aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista, Habilitação em Eletrotécnica, da Universidade Federal do

Paraná, pela seguinte banca examinadora:

___________________________________________ Prof Dr. Odilon Luís Tortelli

Professor Orientador e Presidente da Banca

___________________________________________ Prof. Dr. Clodomiro Unsihuay Vila

Professor Convidado

___________________________________________ Eng.º João Roberto Ricobom

Professor Convidado

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AGRADECIMENTOS

Coroando a longa e trabalhosa graduação, muitos merecem estar na lista de

agradecimentos.

Começo pela parte mais importante, a família. Agradeço aos meus pais,

Renato e Rosany, pela formação que puderam me dar e por todo o apoio ao longo

do curso. A minha irmã, que me incentivou a produzir um bom trabalho e esteve ao

meu lado quando foi preciso. Agradeço também minha avó paterna, Zyvia, que me

acolheu durante os estudos e sempre incentivou minha formação superior.

Não posso deixar de mencionar todos os colegas da universidade, que se

listados aqui, extrapolariam o limite de páginas, portanto, são saudados de forma

genérica, mas com igual importância. Sem o convívio com os amigos no curso, o

orgulho e sensação de trabalho concluído não seriam os mesmos.

Agradeço ao meu professor orientador, Odilon, pela ajuda na elaboração da

tese, pelas reuniões esclarecedoras e pelo apoio durante a formação no curso e

construção do trabalho final. Agradeço os membros da banca, Prof. Clodomiro, que

me ensinou boa parte dos conhecimentos que aplico na prática hoje e, também, o

Prof. Ricobom, que por cursar sua disciplina, obtive a maior parte do conhecimento

necessário para elaboração deste projeto.

Este trabalho não poderia ser realizado sem a ajuda das empresas Vetorlog,

HydroPartner e Mafrás Energia e Reflorestamento Ltda, que me deram as

ferramentas e acesso a todos os materiais e experiências necessárias para

construção da obra. Agradeço à Denise e Leocilea Vieira por toda ajuda e atenção

aos detalhes acadêmicos que tornaram esse trabalho mais organizado e

fundamentado.

Por fim, agradeço a Universidade Federal do Paraná com especial atenção ao

Departamento de Engenharia Elétrica pelos anos de estudo e convivência.

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RESUMO

CIONEK, Ivan. Planejamento de uma rede de monitoramento hidrológico de

uma PCH. 2011. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal do Paraná,

Curitiba, 2011.

O estudo, que ora se apresenta, intitulado Planejamento de uma rede de monitoramento hidrológico de uma PCH teve como objetivos apresentar a nova resolução conjunta n° 03, dos órgãos ANEEL e ANA, bem como as principais mudanças referentes à resolução revogada. Buscou também condensar todos os documentos de orientação publicados até a presente data, adicionando exemplos práticos para facilitar o entendimento dos detalhes. De modo a não se ater apenas aos aspectos teóricos, abordou também os detalhes técnicos referentes aos monitoramentos hidrológicos, como a fluviometria, pluviometria e sedimentometria. Por fim, com a finalidade de facilitar o entendimento das diretrizes da resolução, foi adicionado um projeto hidrológico real, que enriquece o estudo e aproxima a teoria da prática.

Palavras-chave: Hidrologia, Hidrometria, ANEEL, ANA, PCH, Fluviometria,

Pluviometria, Limnimetria

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ABSTRACT

CIONEK, Ivan. Planning of a hydrological Hydroelectrical plant. 2011. Trabalho

de Conclusão de Curso, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.

The study, presented here, entitled Planning of a hydrological Hydroelectrical plant aimed to present the new joint resolution No. 03, by ANA and ANEEL, as well as major changes regarding the previous resolution. Also sought to condense all the guidance documents published to date, and added examples to facilitate the understanding of the details. In order to not just stick to the theoretical aspects, also raised the technical details concerning the hydrological monitoring, as fluviometric, rainfall and sedimentometric. Finally, in order to facilitate understanding of the guidelines of the resolution, was added a real hydrological project that enriches the study itself, and brings theory and practice closer.

Keywords: Hydrology, ANEEL, ANA, PCH, Fluviometric, Pluviometric

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

2.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12

2.2 ÓRGÃOS PÚBLICOS ENVOLVIDOS ..................................................................... 13

2.2.1 Agência Nacional de Águas (ANA) .................................................................. 13

2.2.2 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ............................................... 13

2.3 AS RESOLUÇÕES .................................................................................................. 14

2.3.1 Resolução conjunta n° 3, de 10 de agosto de 2010 ......................................... 14

2.3.3 Mudanças advindas da Resolução nº 396 ....................................................... 15

2.4 DOCUMENTOS DE ORIENTAÇÃO ........................................................................ 17

2.4.1 Orientações para elaboração de projeto de instalação de estação

hidrométrica ........................................................................................................ 17

2.4.2 Qualidade e consistência dos dados................................................................ 19

2.4.3 Envio dos dados à ANA ..................................................................................... 22

2.4.4 Plataforma de coleta de dados ( PCDs) ............................................................ 29

3 ASPECTOS TÉCNICOS DO MONITORAMENTO HIDROLÓGICO .......................... 39

3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 39

3.2 A ESTAÇÃO ............................................................................................................ 39

3.3 PLUVIOMETRIA ...................................................................................................... 42

3.4 FLUVIOMETRIA ...................................................................................................... 44

3.5 SEDIMENTOMETRIA.............................................................................................. 48

4 EXEMPLO DE ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO ........................................................... 51

4.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 51

4.2 PCH MAFRÁS ......................................................................................................... 51

4.3 O PROJETO ............................................................................................................ 52

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 62

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REFERÊNCIAS..........................................................................................................64

ANEXOS....................................................................................................................66

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama esquemático geral da coleta e transmissão de dados para a

ANA.......................................................................................................... 24

Figura 2 – Fluxo do envio dos dados para o webservice da ANA............................. 26

Figura 3 – Esquema do fluxo para consulta do relatório de dados enviado a

ANA......................................................................................................... 29

Figura 4 – Estação Hidrométrica instalada em Campo. PCH Rio Tigre................... 39

Figura 5 – Caixa de acondicionamento da Estação Hidrométrica – PCH

Rio Tigre ................................................................................................ 40

Figura 6 – Interior de um pluviômetro estilo Tipping-Bucket ....................................44

Figura 7 – Molinete de hélice ...................................................................................45

Figura 8 – Perfil de velocidade como os respectivos pontos de medição

recomendado .........................................................................................46

Figura 9 – Seção transversal com indicação das verticais e representação da

velocidade da corrente medida............................................................. 47

Figura 10 – Coleta de hidrosedimentos.................................................................. 49

Figura 11 – Vista geral da PCH Mafrás, com canal de adução e de fuga e casa de

força.........................................................................................................53

Figura 12 - Mapa da bacia do rio Itajaí do Norte......................................................55

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1 INTRODUÇÃO

O presente estudo intitula-se “Planejamento de uma rede de monitoramento

hidrológico de uma PCH” e tem como principal objetivo discorrer sobre as estações

hidrométricas utilizadas em empreendimentos hidrológicos, bem como, analisar os

seus aspectos regulatórios e práticos. Cumpre destacar que os empreendimentos

hidrológicos supracitados, se referem às usinas hidrelétricas e pequenas centrais

hidrelétricas.

Desta forma, salienta-se que uma das principais motivações para o assunto

escolhido se deu em virtude da revogação da Resolução dos órgãos responsáveis

Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

n° 396, de 4 de dezembro de 1998, pela resolução conjunta n° 03, de 10 de agosto

de 2010.

Assim, como toda revogação deve acompanhar, necessariamente, mudanças

justificáveis para tal ato, este trabalho abordará os aspectos dessa transição, bem

como, levantará as principais mudanças e motivos para tal, ao passo que as

mesmas serão detalhadas, a fim de criar um panorama teórico completo. Pode-se,

todavia, adiantar que novidades como nível de sedimentação dos lagos, análise da

qualidade de água, envio remoto de informações à ANA, e melhoria na fiscalização

dos dados são algumas das principais novidades da resolução nº 03.

Desta maneira, por se tratar de uma resolução conjunta, os órgãos

reguladores assumem responsabilidades especificas, sendo que a ANA fica

responsável juntamente com a ANEEL pela fiscalização das estações e centraliza

em si o recebimento dos dados telemetrizados e a qualidade dos mesmos. Deste

modo, as orientações para a adaptação dos geradores são responsabilidades da

ANA, que na presente data, publicou a maior parte dos documentos de orientação

para instalação e adaptação das estações, documentos esses que serão abordados

aqui com o objetivo orientar o leitor sobre os detalhes e a forma de se adaptar à

nova resolução.

Assim, de modo a não se ater apenas o presente estudo aos aspectos

teóricos, o trabalho abordará o lado técnico dos estudos hidrológicos, os estudos

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fluviométricos, pluviométricos e sedimentométricos, bem como seus respectivos

hardwares serão mencionados.

Por fim, com a finalidade de enriquecer o estudo em questão, no capitulo 4

será exemplificado a implantação de uma Pequena Central Hidrelétrica Mafrás, de

propriedade da Mafrás Energia e Reflorestamento Ltda, localizada no Rio Itajaí do

Norte ou rio Hercílio, sub-bacia do rio Itajaí da bacia do Atlântico Sul, no município

de Ibirama, estado de Santa Catarina. Destaca-se, que a publicação do estudo

hidrológico desta usina foi autorizada pelo proprietário Daniel Faller e, é de suma

importância, pois esclarece como estão sendo enviados os projetos à ANA, e como

é a resposta do órgão regulatório.

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2 ASPECTOS REGULATÓRIOS

2.1 INTRODUÇÃO

Neste capitulo, os aspectos regulatórios que fundamentam tanto à revogada

396/1998 quanto a atual 03/2010 serão abordados. Para o estudo em questão, dois

órgãos públicos estão envolvidos diretamente. Um dos objetivos deste capítulo é

descrever brevemente as duas agências e suas principais atribuições. Temos a

Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL).

Ambos são caracterizados como Agentes Regulatórios. A função regulatória,

por sua vez, é descrita conforme a citação abaixo:

A função regulatória é compatível com cada uma das funções da Administração Pública (discricionária, de direção, normativa, sancionatória), variando conforme o tipo de atividade (polícia administrativa, gestão de serviços públicos, ordenamento econômico e ordenamento social); o motivo do destaque é que as demais funções são orientadas por critérios políticos, limitados pelo conceito de organização hierarquizada da Administração, ao passo que a função regulatória é técnica e seus critérios multidisciplinares devem ser orientados por uma política regulatória, estudada no Direito Administrativo. Os agentes reguladores editam normas, que passam a compor a moldura regulatória, desde que compatíveis com a Constituição e com a lei. A norma regulatória representa a maneira pela qual o agente regulador interpreta determinados comandos constitucionais e legais. A observância dessas normas regulatórias pela própria agência representa uma obrigatoriedade do ponto de vista do princípio da segurança jurídica porque ali é fixada uma interpretação acerca de como deve ser cumprido eficientemente um determinado comando constitucional ou legal (Marcos Souto, 2002) .

Além disso, os argumentos que suportam a mudança da resolução serão

mencionados, buscando dar entendimento claro dos motivos para a revogação.

A ANA, através de seu portal online, disponibiliza para os concessionários ou

agentes autorizados os documentos de orientação para adaptação à resolução.

Estas diretrizes, que estão sendo publicadas aos poucos, são a base para o

entendimento de como se portar com a nova resolução. O profissional responsável

pela elaboração dos projetos e instalação e operação das estações deve buscar

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nestes documentos o suporte inicial. A agência também divulga referencias

cientificas que venham a preencher prováveis duvidas dos responsáveis pelas

adequações. Neste capitulo serão condensados todos os documentos publicados

até a presente data, apresentados de uma maneira a facilitar o entendimento do

leitor.

2.2 ÓRGÃOS PÚBLICOS ENVOLVIDOS

2.2.1 Agência Nacional de Águas (ANA)

A ANA tem como missão implementar e coordenar a gestão compartilhada e

integrada dos recursos hídricos e regular o acesso à água, promovendo o seu uso

sustentável em benefício da atual e das futuras gerações. Além disso, a instituição

possui outras definições estratégicas centrais (ANA, 2011)

2.2.2 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

A ANEEL, autarquia em regime especial, vinculada ao Ministério de Minas e

Energia (MME), foi criada pela Lei 9.427 de 26 de Dezembro de 1996. Tem como

atribuições: regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a

comercialização da energia elétrica, atendendo reclamações de agentes e

consumidores com equilíbrio entre as partes e em beneficio da sociedade; mediar os

conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os

consumidores; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia;

garantir tarifas justas; zelar pela qualidade do serviço; exigir

investimentos; estimular a competição entre os operadores e assegurar a

universalização dos serviços (ANEEL, 2011).

A ANEEL tem como missão: “proporcionar condições favoráveis para que o

mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em

benefício da sociedade” (ANEEL, 2011).

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Dentre os dois órgãos estudados, a ANEEL é o mais familiar para os

Engenheiros Eletricistas em geral.

2.3 AS RESOLUÇÕES

2.3.1 Resolução conjunta n° 3, de 10 de agosto de 2010

A Resolução Conjunta ANEEL/ANA nº 03, de 10 de agosto de 2010,

publicada em 20 de outubro de 2010, estabelece as condições e os procedimentos a

serem observados pelos concessionários e autorizados de geração de energia

hidrelétrica para a instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas

visando ao monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico,

sedimentométrico e de qualidade da água associado a aproveitamentos

hidrelétricos.

Com tal Resolução, a ANA assume a função de orientar os agentes do setor

elétrico sobre os procedimentos de coleta, tratamento e armazenamento dos dados

hidrométricos objetos do normativo, bem como sobre a forma de envio dessas

informações em formato compatível com o Sistema Nacional de Informações sobre

Recursos Hídricos (SNIRH), o que permitirá a difusão dos dados oriundos do

monitoramento hidrológico realizado pelos agentes do setor elétrico (ANA, 2011)

No período de 17 de dezembro de 2009 a 1º de março de 2010, contribuições

de agentes e setores da sociedade trabalharam para construir as atribuições da

nova resolução (vide Anexo A).

Um dos principais fatores desta resolução é a tabela da área de drenagem

incremental dos empreendimentos, que mesmo já estando presente na antiga norma

tem papel decisivo no projeto das estações. Usinas com grandes áreas terão mais

estações ativas em monitoramento. Lembrando que a área de drenagem de um

empreendimento é igual à área de drenagem incremental, desde que não haja

empreendimentos à montante. Quando há aproveitamentos à montante, as áreas de

drenagem incrementais são subtraídas uma da outra.

Os prazos para inicio da operação devem receber a atenção dos

empreendedores. Em novos empreendimentos, os monitoramentos devem iniciar-se

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até 180 dias após o inicio das obras, com exceção da limnimetria, que deve ser

iniciada até 30 dias antes do inicio do enchimento. Para empreendimentos já

existentes e operando há 8 anos ou mais, a atualização deverá ser feita no prazo de

até 24 meses, contados a partir da publicação da resolução.

A fiscalização por parte da Agência Nacional de Águas é exercida em

conformidade com a resolução n° 662, de 29 de novembro de 2010, que dispõe

sobre os procedimentos e define as atividades de fiscalização, inclusive para

apuração de infrações e aplicações de penalidades. Inclusive, no documento oficial

da ANA, a antiga resolução n° 82 de 24 de abril de 2002 ainda consta como em

vigência, mas é de conhecimento de todos que a mesma já foi revogada.

Caso os agentes descumpram as obrigações contidas na resolução n°03, as

penalidades previstas na resolução normativa citada acima podem ser aplicadas.

A ANA utilizará como instrumentos de fiscalização os relatórios de vistoria,

protocolo de compromisso, auto de infração e termo de embargo. Os procedimentos

detalhados da forma como o órgão atua podem ser encontrados na resolução

normativa citada acima.

2.3.2 A resolução nº 396, de 04 de dezembro de 1998

A resolução nº 396, de 04 de dezembro de 1998, estabelece as condições para

implantação, manutenção e operação de estações fluviométricas e pluviométricas

associadas a empreendimentos hidrelétricos (ANEEL, 2011).

As contribuições de agentes e setores da sociedade na audiência pública nº

006, realizada no período de 20 a 27 de novembro de 1998, ajudaram a construir as

atribuições da resolução 396. Os artigos da referida resolução se encontram

discriminados no Anexo B.

2.3.3 Mudanças advindas da Resolução nº 396

Para que uma nova resolução revogue uma antiga, necessariamente, devem-

se ter motivos e subsídios que sustentem a mudança, já que novas resoluções

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sempre acarretam em adequações, que geram custos aos geradores e, também, ao

órgão fiscalizador. Este fato pode ser comprovado pela seguinte informação

divulgada pelo Boletim Energia (2010):

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Agência Nacional de

Águas (ANA) publicaram hoje (20/10), no Diário Oficial da União, a

Resolução Conjunta nº. 003, que ampliará o escopo de monitoramento dos

recursos hídricos do país. Essa foi a primeira norma conjunta entre

agências reguladoras.

O regulamento revoga a Resolução nº. 396/1998, que trata das condições e

dos procedimentos para instalação, operação e manutenção de estações

em usinas hidrelétricas. A partir da nova norma, passarão a ser verificados,

além dos parâmetros outrora aferidos pela antiga Resolução 396/1998, o

nível de sedimentação dos lagos e a qualidade de água utilizada nos

empreendimentos hidrelétricos.

Outras inovações incluídas na resolução permitirão o envio constante e

remoto de informações à ANA, responsável pelo gerenciamento dos dados.

Assim, a fiscalização das agências poderá atuar de forma mais eficiente. A

ANA e a ANEEL têm a responsabilidade pela fiscalização das estações que

trata a resolução conjunta, a partir de critérios já previstos nesse

regulamento. Enquanto isso, o recebimento das informações e a análise da

qualidade dos dados passarão a ser centralizada na ANA. As

concessionárias e agentes autorizados de geração abarcados pelo presente

normativo terão que enviar à Agência Nacional de Águas (ANA) o relatório

anual até 30 de abril do ano seguinte, de acordo com modelo definido por

essa Agência.

Verifica-se, assim, que a sedimentação dos lagos e a qualidade de água

utilizada nos empreendimentos são novidades da nova resolução. E o envio

constante e remoto de informações à ANA .

Analisando a resolução nº 396, não se encontra o nome da ANA, já que a

mesma, com criação no ano 2000, ainda não existia. Na nova resolução, uma

resolução conjunta, tem-se a participação da Agência Nacional de Águas, que fica

responsável juntamente com a ANEEL pela fiscalização das estações e centraliza

em si o recebimento dos dados telemetrizados e a qualidade dos mesmos.

Nem todos os proprietários de usinas hidrelétricas são pessoas com formação

especifica para tal fim. Na prática percebe-se que muitos empreendedores

aproveitam recursos hídricos em suas terras, o que significa dizer que a operação e

manutenção dos empreendimentos são, em boa parte, terceirizadas. Levando em

conta este fator, é natural concluir que qualquer adaptação, como por exemplo, às

novas resoluções acarreta um custo extra ao proprietário, que se vê obrigado a

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comprometer mais uma parte de seu faturamento em algo até então desconhecido.

A viabilidade financeira da adaptação estudada no projeto é comprovada, visto que

os empreendimentos em operação já possuem estações, que apenas necessitam de

ajustes em seu hardware para que possam ser telemetrizadas. E, no caso, dos

empreendimentos em outorga, este custo extra com as novas estações já deve ser

levado em conta ao decidir dar inicio ao processo de construção da usina.

2.4 DOCUMENTOS DE ORIENTAÇÃO

A nova resolução conjunta traz muitas novidades. Esses procedimentos,

ainda desconhecidos por boa parte dos geradores, não são triviais e geram dúvidas.

Antecipando isso, a ANA liberou no ano de 2011 uma série de documentos para dar

suporte àqueles que buscam se adequar à resolução.1

2.4.1 Orientações para elaboração de projeto de instalação de estação

hidrométrica

O primeiro passo para se adequar à resolução será tratado nesse subitem.

Para não se restringir apenas à teoria, no capitulo 4 é utilizado um relatório real

enviado pela PCH Mafrás para a ANA, para que fique claro como os relatórios estão

sendo elaborados na prática. Enquanto que esse subitem abordará o assunto de

forma mais genérica e teórica. Todos os agentes geradores, exceto CGHs, devem

apresentar à ANA um relatório hidrológico completo. Da resolução 03, Art. 3º tem-se:

Art. 3º O concessionário ou autorizado deverá enviar à ANA o projeto de instalação das estações, conforme modelo indicado pela ANA no seu endereço virtual, no prazo de até 6 meses contados da data da concessão ou autorização (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS,2011).

1 Neste item, são abordados os documentos liberados pela ANA até a presente data da elaboração

desse projeto. Espera-se que o leitor entenda os detalhes e consiga se guiar para se adequar à nova resolução.

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Vale lembrar que este prazo de seis meses citado no Art. 3º é para

empreendimentos que obtiveram a concessão após a publicação da resolução. Para

os que já se encontravam em operação ou fase de construção devem seguir os

prazos estipulados nos § 1º e 2º do Art. 5º.

Este modelo, o qual o artigo se refere, trata-se de um documento produzido

pela ANA, que contém as diretrizes para a elaboração de um relatório padrão.

As orientações são completas, vão desde a forma como a capa inicial deve

ser redigida, explicitando o título, contracapa e conteúdo.

A forma de envio preferencial é através de mídia eletrônica (Compact Disc),

para o endereço da ANA em Brasília.

Na introdução do relatório, o agente deve criar um resumo sobre os aspectos

gerais da resolução nº 03 de interesse ao projeto de instalação, bem como

características do empreendimento elétrico, que incluem nome, potencia instalada,

localização e dados do reservatório.

O concessionário ou autorizado deve inserir ilustrações da UHE ou PCH, a

fim de comprovar a fase de implantação, bem como mencionar o objetivo do

monitoramento proposto, de forma geral, cotejando a área de drenagem incremental

versus o número de estações a ser implantadas.

A bacia hidrográfica deve ser apresentada com informações básicas como

extensão, altura média, e informações gerais de clima, bem como usinas à montante

ou jusante. As informações de estações hidrológicas de outros empreendimentos

que estejam localizados na mesma bacia devem ser informadas, bem como os

respectivos responsáveis por cada uma delas.

A ANA encoraja os responsáveis pela elaboração para que utilizem gráficos,

tabelas e mapas, que facilitam a visualização e apresentação dos dados.

Finalizada as informações básicas do empreendimento, o concessionário

deve apresentar sua proposta da rede de monitoramento, levando em conta as

definições da resolução. A elaboração do Projeto poderá ser apoiada por gráficos e

imagens, conforme mencionado acima, além de estações em operação na bacia em

análise, contato com empresas operadoras e inspeções de campo para confirmação

dos pontos de monitoramento pré-definidos em escritório.

O projeto deve contemplar, obrigatoriamente, o mapa e diagrama unifilar da

Bacia Hidrográfica, informações das visitas de campo, com fotos e relatórios, uma

tabela consolidada com a proposta da rede de monitoramento e por fim, indicação

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dos locais no reservatório onde haverá monitoramento da qualidade de água. Em

situações específicas em que, inicialmente, há a impossibilidade de instalação do

quantitativo total de estações exigidas, a ANA fará a avaliação técnica do projeto e

decidirá a respeito. Nesse caso, a situação deverá ser justificada pelo

concessionário, onde apresentará todas as justificativas necessárias a avaliação da

ANA.

Um cronograma de atividades também deve ser apresentado no relatório,

buscando obedecer aos prazos estipulados pelo Art° 4 da resolução.

Os anexos ficam a critério do concessionário de geração, e devem ser

adicionados ao fim do documento.

2.4.2 Qualidade e consistência dos dados

Ao se mencionar a qualidade dos dados, ressalta-se que a ANA disponibiliza

aos geradores o documento intitulado: DIRETRIZES E ANÁLISES

RECOMENDADAS PARA A CONSISTÊNCIA DE DADOS FLUVIOMÉTRICOS,

publicado em maio de 2011.

Neste documento, a agência menciona que todos os dados coletados pelas

estações devem ser verificados. Todo ano, o gerador é obrigado a enviar um

relatório, referente ao ano anterior. No Artigo 6 da nova resolução tem-se:

Art. 6º Os concessionários ou autorizados deverão encaminhar à ANA, até o dia 30 de abril de cada ano, relatório de consistência dos dados gerados no ano anterior, no modelo indicado pela ANA no seu endereço virtual, incluindo os dados pluviométricos, limnimétricos, fluviométricos, sedimentométricos e de qualidade da água, bem como as curvas de descarga líquida e sólida atualizadas. Parágrafo único. Os relatórios de consistências serão analisados e disponibilizados pela ANA no seu endereço virtual (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Para que haja uma padronização na elaboração desse relatório, o

documento acima citado traz desde informações sobre a metodologia, o que constar

na capa, contracapa e conteúdo, como também o formato de envio (mídia digital).

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O conteúdo do relatório segue os itens abaixo descritos: 5.1 Descrição da metodologia para análise de cotas. 5.2 Descrição da metodologia para análise de medições de descarga líquida. 5.3 Descrição da metodologia para análise e traçado de curvas-chave. 5.4 Descrição da metodologia para análise e traçado das extrapolações de curvas-chave, tanto para o ramo inferior quanto para o ramo superior da curva-chave. 5.5 Descrição da metodologia para análise de vazões. 5.6 Descrição da metodologia para preenchimento de falhas de cotas e/ou vazões. 5.7 Informações que devem constar em anexo aos relatórios de consistência: 5.7.1 dos os materiais e arquivos em meio digital que tenham sido elaborados ou consultados para realizar a análise de consistência, incluindo: 5.7.1.1 Mapas da bacia ou sub-bacias. 5.7.1.2 Diagrama unifilar da bacia ou sub-bacias. 5.7.1.3 Fichas descritivas das estações analisadas. 5.7.1.4 Históricos das estações analisadas. 5.7.1.5 Fichas de campo digitalizadas que foram citadas no relatório. 5.7.1.6 Ferramentas e referências bibliográficas em meio digital que foram utilizadas para realizar a análise de consistência. 5.7.2 Gráficos e/ou tabelas que apresentem o resultado da análise global de cotas e vazões das estações em cada bacia hidrográfica, dentre eles: 5.7.2.1 Gráfico de Cotas Médias Diárias Brutas Versus Tempo. 5.7.2.2 Gráfico de Cotas Médias Diárias Consolidadas Versus Tempo. 5.7.2.3 Gráfico de Cotas Médias Diárias Consolidadas e Cotas Médias Diárias Brutas Versus Tempo. 5.7.2.4 Gráfico de Perfis Transversais. 5.7.2.5 Gráfico de Curvas-chave com Medições de Descarga. 5.7.2.6 Gráfico de Cotas/Chuva versus Tempo. 5.7.2.7 Gráfico de Vazões/Chuva versus Tempo. 5.7.2.8 Gráfico de Vazões Médias Diárias versus Tempo. 5.7.2.9 Gráfico de Vazões Médias Mensais versus Tempo. 5.7.2.10 Gráfico de Vazões Máximas Mensais versus Tempo. 5.7.2.11 Gráfico de Vazões Mínimas Mensais versus Tempo. 5.7.2.12 Gráfico de Vazões Máximas Anuais Versus Tempo. 5.7.2.13 Gráfico de Vazões Mínimas Anuais Versus Tempo. 5.7.2.14 Gráfico de Vazões Específicas Médias Diárias versus Tempo. 5.7.2.15 Gráfico de Vazões Específicas Médias Mensais versus Tempo. 5.7.2.16 Gráfico de Vazões Específicas Máximas Mensais versus Tempo. 5.7.2.17 Gráfico de Vazões Específicas Mínimas Mensais versus Tempo. 5.7.2.18 Gráfico de Vazões Específicas Máximas Anuais Versus Tempo. 5.7.2.19 Gráfico de Vazões Específicas Mínimas Anuais Versus Tempo. 5.7.2.20 Gráfico de Vazões Específicas Médias versus Área de Drenagem. 5.7.2.21 Gráfico de Vazões Específicas Diárias para Diversas Permanências versus Área de Drenagem. 5.7.2.22 Gráfico de Vazões Específicas Mensais para Diversas Permanências versus Área de Drenagem. 5.7.2.23 Gráfico de Vazões Específicas Mensais para Diversas Permanências versus Área de Drenagem. 5.7.2.24 Freqüência de Cotas Acima da Máxima e Abaixo da Mínima Descarga Medida por Ano. 5.7.2.25 Freqüência de Cotas Acima da Máxima e Abaixo da Mínima Descarga Medida por Período de Validade de Curva-chave. 5.7.2.26 Consistência de Vazões Médias Mensais (Incremental Negativo – Incrementais Mensais). 5.7.2.27 Teste de Continuidade de Vazões Médias Mensais.

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5.7.2.28 Curvas de Permanência de Vazões Médias Diárias. 5.7.2.29 Curvas de Permanência de Vazões Médias Mensais. 5.7.2.30 Curvas de Permanência de Vazões Específicas Médias Diárias. 5.7.2.31 Curvas de Permanência de Vazões Específicas Médias Mensais. 5.7.3 Outras Informações: 5.7.3.1 Descrição das obras hidráulicas localizadas na bacia hidrográfica analisada; 5.7.3.2 Descrição geral da bacia, relatando informações sobre tipo e uso do solo, vegetação, relevo, hidrografia, geologia, características das precipitações, etc. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

A ANA, no uso de suas atribuições, exige de todos os empreendimentos que

a consistência seja realizada. Para ajudar, informam que os softwares Hidro 1.2 e

SiADH 1.2.104 podem e devem ser utilizados para realizar os estudos acima

citados. Todas as análises são atendidas pelos aplicativos da Superintendência de

Gestão da Rede Hidrometereológica (SGH/ANA).

A agência, ainda, destaca que comentários e análises podem e devem ser

feitos sobre cada estação instalada, a fim de incrementar ainda mais os detalhes.

O documento oficial destaca-se que

a consistência de dados fluviométricos deve ser realizada a nível diário, com conseqüente reflexo nas séries mensais, anuais e históricas de cada estação. Sendo assim, os dados com freqüência superior à diária, ou seja, dados horários, a cada 15 minutos ou em qualquer outro intervalo de tempo devem ser convertidos para dados diários. Por exemplo, cotas horárias devem resultar em cotas diárias, as quais devem ser calculadas como sendo a média aritmética simples dos 24 valores correspondentes a um dia ou seja, dos 24 valores correspondentes ao período de 0h às 23h do mesmo dia (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

A consistência deve obedecer ao intervalo de tempo especificado. Cotas

horárias devem resultar em cotas diárias, entre outros detalhes, que são

responsabilidade exclusiva do concessionário ou autorizado de geração.

São disponibilizados, além dos softwares, boletins, fichas de medição de

descarga liquida e sólida, fichas de inspeção, laudos de análises e outros

documentos que ajudarão o responsável pela elaboração do relatório.

Para garantir a total compreensão, a ANA publicou relatórios de casos reais

para que sirvam de base aos novos relatórios que estão por vir.

A ANA finaliza seu documento, “Diretrizes e Análises recomendadas para a

consistência de Dados Fluviométricos”, com recomendações importantes, que são

citadas a seguir:

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As curvas-chave a serem traçadas devem ser equações do tipo potencial,

uma vez que tal forma apresenta significado físico, conforme está bem

explicado na publicação Rantz, S. E. et al. 1982. Measurement and

Computation of Streamflow - Volume 2. Computation and Discharge.

USGS Water Supply Paper 2175, dentre outras. Sendo assim, não devem

ser definidas tabelas cota-descarga, salvo em situações devidamente

justificadas. Se for necessário alterar alguma tabela cota-descarga

existente, seja por inconsistência, seja por necessidade de extrapolação da

curva-chave, deve-se traçar uma nova relação cota-descarga utilizando uma

ou mais equações do tipo potencial com um ou mais ramos (tramos).

• Nas extrapolações de curvas-chave devem ser utilizados, no mínimo, três

metodos distintos para determinar o ramo superior extrapolado.

• Os desvios das medições de vazão em relação à curva-chave válida para

o período da medição devem ser calculados. Valores de diferenças até 5%

são considerados bons e até 10% são considerados satisfatórios,

dependendo da precisão da medição de vazão. Desvios superiores a esses

limites devem ser investigados (DNAEE, 1983, página 67).

• Todos os dados fluviométricos coletados no âmbito da Resolução

Conjunta ANA-ANEEL no 3, devem sofrer análise de consistência. Porém,

toda a série histórica de dados das estações em questão deve ser

considerada, inclusive, verificada a compatibilidade das curvas-chave a

serem definidas para os diferentes períodos considerados.

• Caso a empresa do setor elétrico não seja a entidade responsável por todas as estações de monitoramento de uma determinada bacia hidrográfica onde a mesma possua estações de monitoramento, os dados fluviométricos de estações operadas por outras entidades que estejam mais próximas das estações operadas pela empresa devem ser considerados, a fim de se evitar inconsistências entre os dados dessas estações (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

É possível perceber que a padronização na metodologia utilizada para a

consistência é prioridade na agência, já que diferentes métodos, muitas vezes,

podem levar a resultados distintos e, no longo prazo, atrapalhar o planejamento e

tomadas de ações por parte do governo, ou órgão regulador.

A cooperação entre empresas que possuem empreendimentos em um

mesmo rio deve existir, visto que os relatórios devem considerar tais fatores.

2.4.3 Envio dos dados à ANA

O envio dos dados coletados para o servidor da Agência Nacional de Águas

deve seguir os procedimentos listados no documento: “Procedimentos para envio

dos dados Hidrológicos em tempo real das Estações Telemétricas”, com publicação

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em Junho de 2011, o documento é de responsabilidade da Superintendência de

Gestão da Rede Hidrometeorológica (SGH).

O documento menciona que:

Após envio dos dados em tempo real pelas operadoras, recepção, análise e aprovação automática pelos sistemas da ANA, os dados serão inseridos na base de dados hidrometeorológicos da ANA – Banco de Dados Hidrológicos de Referência - BDHR, sendo posteriormente disponibilizados na internet, por meio do sitio www.ana.gov.br/telemetria (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Por tratar-se de uma nova resolução, o cadastramento de cada agente

gerador deve seguir alguns passos, e o primeiro deles é o cadastramento no banco

de dados da ANA. Segundo o documento de referência:

O cadastramento das entidades será realizado internamente pela ANA com

base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ de cada empresa

detentora das Usinas Hidrelétricas.

Para realizar esse cadastramento a ANA solicita que cada empresa envie

para o correio eletrônico [email protected] as seguintes

informações: nome, CNPJ e telefone da Empresa detentora da(s) Usina(s)

até 31/07/2011.

Neste cadastro serão gerados, automaticamente, pelo SNIRH, uma senha para cada Empresa, com base no CNPJ fornecido. Tais senhas serão enviadas para o(s) e-mail(s) cadastrados anteriormente em resposta ao Oficio Circular nº 2/2011/SGH (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

O envio dos dados é responsabilidade dos próprios geradores, que muitas

vezes terceirizam esse serviço para empresas especializadas. O intervalo mínimo

para envio dos dados é horário. É necessário processar, qualificar e transmitir para a

ANA.

A Figura 1 apresenta o diagrama esquemático geral da coleta e transmissão

de dados para a ANA. O esquemático está disponível no documento oficial do

procedimento de envio dos dados.

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Figura 1 – Diagrama esquemático geral da coleta e transmissão de dados para a

ANA.

Analisando a Figura 1, percebe-se que o procedimento inicia-se logo nas

estações em campo. Cada estação contém um Datalogger que lê os dados de nível

e de acumulado de chuva de hora em hora e os salva em sua memória interna. No

modem, os dados provenientes do Datalogger são armazenados na memória e

transmitidos através de um link de comunicação. Antes de serem enviados pela

porta RS232, são codificados.

Os dados não passam de 6 bytes e contém o mês, a hora, o valor do nível e o

acumulado de chuva. São recepcionados por uma Central de Processamento de

Dados, de responsabilidade do gerador. Essa central identifica de qual estação está

recebendo os dados através do numero de série do modem, e são enviados a um

email especifico de cada usina. Esse email contém, em anexo, a mensagem

codificada de 6 bytes. No servidor de e-mails que é iniciado o processo de

decodificação, do formato hexadecimal para decimal. Nesse processo os valores

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são ajustados usando constantes de cada estação e utilizam dados de curvas chave

para calculo de vazão. Este processo se repete de hora em hora.

No processo de decodificação dos dados também são identificados dados

espúrios, que são eliminados. São considerados dados espúrios aqueles que são

impossíveis de serem medidos em condições normais, tais como datas negativas,

dias acima de 31, hora negativa ou acima de 24, bem como nível ou chuvas

negativas, além de um número de bytes maior do que o esperado.

O envio para o órgão regulador ocorre através do WebService, que ao

receber as informações realiza uma nova qualificação dos dados.

Do documento oficial da ANA tem-se que:

Os dados deverão ser enviados pela Internet, utilizando o serviço de

comunicação denominado Web Service, disponibilizado pelo Sistema de

Recepção de dados da ANA, hospedado no seguinte endereço eletrônico:

http://smh.ana.gov.br:8090/wstelemetria/services e o mesmo serviço

disponível via protocolo de envio criptografado em

https://smh.ana.gov.br:8443/ws-telemetria/services. O fluxo de comunicação

deverá ser iniciado pelo aplicativo do usuário através do envio de uma

mensagem ao Web Service com a solicitação do serviço desejado. O Web

Service devolverá uma mensagem de resposta confirmando o recebimento

da solicitação de serviço ao aplicativo do usuário na mesma conexão. A

solicitação de serviço poderá ser atendida na mesma conexão ou

armazenada em filas de processamento nos serviços mais críticos para um

melhor aproveitamento dos recursos de comunicação e de processamento

da Agência Nacional de Águas.

O processamento da solicitação de serviços será utilizado na forma síncrona, ou seja, a solicitação é concluída na mesma conexão, com a devolução de uma mensagem com o resultado do processamento do serviço solicitado. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

A Figura 2 permite visualizar o fluxo de envio dos dados para o WebService.

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Figura 2 – Fluxo do envio dos dados para o webservice da ANA.

O SNIRH, Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos, tem

como objetivos:

O SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos, é um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos instituída pela Lei Nº 9.433 de 8/01/1997. O sistema tem como objetivos: 1. reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil; 2. atualizar, permanentemente, as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos; 3. fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos. À ANA – Agência Nacional de Águas, obedecendo aos fundamentos, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre

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Recursos Hídricos (Art.4º, inciso XIV, da Lei Nº 9984/2000). (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Alguns parâmetros devem ser seguidos para a construção do arquivo enviado

ao webservice, conforme citação retirada do documento oficial: Procedimentos para

envio dos dados hidrológicos em tempo real das estações telemétricas.

a) Login e senha do usuário (CNPJ e senha) usado para autenticar o usuário no SNIRH e garantir a segurança e procedência das informações enviadas; b) Código pluviométrico de 08 dígitos da estação (Exemplo: 00212223); c) Código fluviométrico de 08 dígitos da estação (Exemplo: 10100000); d) O formato para a Data - Hora - Minuto da medição (hora de Brasília sem correção do horário de verão) é: dd/mm/yyyy hh:mm (Exemplo: 16/03/2011 05:00); e) Chuva acumulada no período de coleta na referida data/hora em milímetros com 01 casa decimal (Exemplo: 12.5); f) Nível do corpo d'água na referida data/hora em centímetros e sem casa decimal (Exemplo: 210); g) Vazão medida ou calculada a partir da curva de descarga para a referida data/hora em metros cúbicos por segundo com 02 casas decimais (Exemplo: 120.25) (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

O documento ainda entra na questão do layout do código a ser seguido, mas

o trabalho não abordará os detalhes de programação.

Após o envio dos dados, o WebService retorna uma mensagem confirmando

o sucesso do recebimento. Os detalhes dessa mensagem serão abordados em

seguida.

O envio deve seguir uma padronização dos dados hidrológicos a serem

enviados para o banco de dados da Agência Nacional de Águas. Seguem abaixo os

itens a serem seguidos:

a) Os dados deverão ser coletados nas estações em intervalos de 1 (uma) hora, 30 (trinta) minutos ou quarto de hora (a critério da entidade), tendo como referência a hora cheia (Exemplo: para coleta horária 1:00, 2:00, 3:00..., e etc, ou para quartos de hora 1:00, 1:15, 1:30, 1:45, 2:00, ...). A coleta em intervalos diferentes dos mencionados, desde que inferiores a 60 minutos, e/ou a coleta defasada da hora cheia (Exemplo: 1:50, 2:50, 3:50, 4:50 ...) deverá ser devidamente justificada à ANA para avaliação técnica; b) Os dados de chuva deverão ser acumulados no intervalo de transmissão. Por exemplo, para uma coleta com intervalo horário a chuva registrada às 14:00h deverá corresponder ao valor total da precipitação ocorrida entre as 13:00h e 14:00h; c) A medição do nível do corpo d’água deverá corresponder ao valor instantâneo medido no momento da coleta; d) Os dados de vazão deverão corresponder ao valor instantâneo medido de vazão ou obtidos a partir dos dados de cota aplicados às curvas-chave ajustada para cada seção de medição;

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e) Os dados de nível do rio deverão ser informados em centímetro (cm), vazão em metros cúbicos por segundo (m3/s) e a chuva em milímetros (mm); f) A hora referente a 24:00h deve ser preenchida como 00:00h; g) Os dados coletados nas estações deverão ser transmitidos para o WebService do SNIRH em intervalos máximos de 1 (uma) hora; h) Os dados enviados para a ANA deverão estar na hora de Brasília, sem o ajuste para o horário de verão; i) O separador decimal deverá ser o ponto (.) e não deve ser usado separador para o milhar; j) Caso a estação não tenha uma das informações (chuva, nível ou vazão), o campo correspondente deverá ser deixado em branco; e k) A identificação dos dados transmitidos de chuva será feita a partir do código de 08 (oito) dígitos fornecido pela ANA para estações pluviométricas e os dados de nível do corpo d’água e vazão serão feitas a partir do código de 08 dígitos fornecido pela ANA para estações fluviométricas. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Os requisitos gerais de envio dos dados também devem atender os itens

abaixo:

a) O tempo de atraso no envio dos dados de cada estação telemétrica não deverá ultrapassar o máximo de 3 (três) horas; b) O tempo de interrupção no envio dos dados de cada estação telemétrica não deverá ultrapassar o máximo de 96 (noventa e seis) horas; c) A taxa mensal de falhas no envio dos dados de cada estação telemétrica, tomando como referência um intervalo padrão de transmissão de 01 (uma) hora, não deverá exceder 15%; d) A não observância de qualquer um dos três requisitos mencionados anteriormente nas letras “a”, “b” e “c”, deverá ser devidamente justificada à ANA para avaliação técnica; e) Os dados transmitidos para a ANA receberão um status de qualificação (aprovado e reprovado) e status de atraso na transmissão (verdadeiro ou falso); f) Visando evitar o tráfego desnecessário de informações não se deve realizar a transmissão de dados repetidos (já transmitidos anteriormente) para o WebService do SNIRH; g) As informações armazenadas localmente nas estações telemetrizadas deverão ser mantidas pela entidade e disponibilizadas para a Agência caso seja solicitado; h) É de responsabilidade dos concessionários e autorizados manter atualizadas as curvas-chave utilizadas em cada estação para o cálculo dos dados de vazão a partir das cotas medidas, informando prontamente à ANA as alterações realizadas nos seu ajuste; e i) A qualidade dos dados gerados, bem como sua disponibilização horária, são de responsabilidade dos concessionários e autorizados do setor elétrico. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Pelos dados acima, percebe-se que a ANA se preocupa em padronizar e

administrar de forma eficiente o envio e layout dos dados. Como o número de

estações espalhadas pelo país é muito grande, seria inviável tentar administrar algo

anarquizado.

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Após o envio dos dados, o usuário terá um retorno sobre a quantidade de

dados transferidos com sucesso para o SNIRH, esta é a única forma de retorno do

sistema.

O relatório de acompanhamento pode ser acessado por

http://smh.ana.gov.br:8090/wstelemetria/services e o fluxo de acesso ao relatório é

exemplificado abaixo, pela figura 3 disponibilizada pela ANA.

Figura 3 – Esquema do fluxo para consulta do relatório de dados enviado a ANA.

Munidos do nome de usuário e senha, códigos pluviométricos e fluviométricos

e as datas iniciais e finais de consulta é possível acessar o WebService para

consultar os dados enviados.

O WebService foi disponibilizado em outubro de 2011.

2.4.4 Plataforma de coleta de dados ( PCDs)

Para atender o Art. 5º da resolução as estações devem possuir alguns

equipamentos específicos. Para ajudar as empresas, a ANA tomou a posição de

orientar os agentes, publicando um guia a ser seguido, onde a flexibilidade do

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mesmo existe, pois não é necessário seguir exatamente o modelo proposto, desde

que, com a topologia similar, o agente consiga atender o Art 5º.

Mesmo antes de a resolução entrar em vigência, a ANA já vinha

modernizando a rede de monitoramento de sua responsabilidade, através da

instalação de PCDs. Vários são os motivos para isso, dentre eles o monitoramento

em tempo real, o sistema de alerta de qualidade de água, volumes armazenados em

reservatórios e acompanhamento de eventos hídricos críticos, como enchentes.

Com todos esses benefícios detectados, a ANA passou a adotar essa esquemática

de estação hidrométrica como referência, e hoje temos acesso ao modelo.

Segundo o documento “Especificações técnicas. Plataformas de Coleta de

Dados (PCDs)”, de julho de 2011:

As Plataformas de Coleta de Dados - PCDs devem ser compostas por, no mínimo:

1 (um) sensor de chuva;

1 (um) sensor de nível da água;

1 (um) sensor de pressão barométrica (no caso de se optar por utilizar um transdutor de pressão absoluta como sensor de nível d’água);

1 (um) sistema de alimentação por captação de energia solar;

1(um) regulador de carga da bateria;

1 (um) sistema de transmissão de dados por satélite ou celular (GPRS); e

1(um) datalogger para processamento e armazenamento dos dados adquiridos.

Além disso, para suporte e proteção de tais equipamentos são necessários:

1 (uma) caixa de acondicionamento;

1 (um) suporte para instalação da caixa de acondicionamento, do painel solar e da antena de transmissão;

1 (um) suporte para instalação do sensor de chuva;

Solução de aterramento; e

Baterias, cabos e conectores para todos os componentes. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Com as informações acima, retiradas do documento oficial da ANA, o agente

tem instruções para adquirir todo o hardware necessário, no entanto, a topologia de

instalação ainda não fica clara. Para resolver esse problema, a ANA auxilia também

nessa parte.

Conforme mencionado acima, para suporte e proteção, deve existir uma caixa

de acondicionamento que consiste em um recipiente, que deve conter o datalogger,

o regulador de carga, a bateria e o modem. Como as usinas geralmente se situam

em locais remotos, com exposição máxima aos processos naturais de erosão, o

documento sugere que a caixa de acondicionamento seja robusta, selada

ambientalmente, com algum tipo de tranca, construída com metal inoxidável, à prova

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de chuva, umidade e protegida contra invasão de insetos. Na pratica vemos que em

alguns pontos, o uso de cercas delimitadoras também se faz necessário, uma vez

que animais como vacas e cavalos podem encostar-se à estação.

As conexões exteriores à caixa de acondicionamento devem ser instaladas

seguindo um padrão mais rígido, que segue abaixo:

As conexões a serem instaladas no exterior da caixa de acondicionamento para o acoplamento dos sensores de medição e a entrada extra, da antena de transmissão de dados, do painel solar, da porta de comunicação entre datalogger e computador devem ser instaladas obrigatoriamente na face inferior da caixa e implantadas por meio de conectores 7 ambientalmente selados, do tipo “militar” (exceto o da antena), feitos de material inoxidável, à prova d'água, à prova de alta umidade e à prova de poeira e invasão de insetos. O conector da antena deve ser do tipo N e homologado pela Anatel. Os conectores são específicos para cada tipo de conexão prevista e, ainda, devem estar identificados, de forma a evitar uma conexão equivocada dos componentes da PCD. A seguir apresenta-se a lista mínima de conexões: • 1 (um) conector para o sensor de chuva; • 1 (um) conector para o sensor de nível da água; • 1 (um) conector reserva (de 6 pinos) para ser usado por um eventual sensor extra; • 1 (um) conector para o painel solar; • 1 (um) conector tipo N para a antena de transmissão; e • 1 (um) conector para comunicação datalogger-computador; Todas as entradas e saídas disponíveis no painel de conectores, na face inferior da caixa, devem estar conectadas internamente e protegidas contra potenciais correntes induzidas por descargas elétricas. O conector extra deve estar conectado à interface padrão SDI-12 e para tal, deve-se considerar um sistema de aterramento capaz de fornecer a devida proteção à PCD. A solução de aterramento a ser fornecida deve ser constituída de, no mínimo: • Cordoalha de cobre de 5,0 metros de comprimento e área mínima de 25 mm2; • Hastes de aterramento de 2,0 metros (total de 3 unidades) e; • Dispositivos para conectar a cordoalha de cobre na caixa da PCD e nas hastes. O suporte da PCD deve permitir a instalação conjunta da caixa de acondicionamento, do painel solar e da antena de transmissão de dados. Um suporte independente e exclusivo para o sensor de chuva deve ser instalado, de modo que o plano de coleta do sensor esteja a uma altura de 1,5 m acima do solo e livre da interferência dos demais equipamentos da PCD. Tanto o suporte da PCD como o suporte do sensor de chuva devem ser confeccionados em material galvanizado e serem resistentes o bastante para garantir a segurança dos equipamentos em condições adversas de temperatura, umidade e vento. As condições ambientais previstas para a operação das PCDs necessitam satisfazer os seguintes requisitos: • Variação de – 10 ºC a + 55 ºC para a temperatura de operação, representada pela temperatura no interior da caixa de acondicionamento e; • Variação de 0 a 100% para umidade relativa do ar, representada pela umidade no interior da caixa de acondicionamento. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

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O Datalogger, o sistema de alimentação por captação de energia solar e os

sensores hidrometereológicos devem atender requisitos específicos, conforme

dados abaixo, retirados do documento oficial da ANA.

O Datalogger deve ser de baixo consumo de energia e ser composto, no mínimo, por: • Microprocessador; • Memória interna não volátil do tipo “flash”; • Canais de entrada necessários para conectar todos os sensores; • 1 (uma) entrada serial padrão SDI-12 capaz de conexão com pelo menos 16 sensores no mesmo cabo SDI-12; • 1 (uma) entrada serial padrão RS-485; • 1 (uma) saída para comunicação com transmissor de dados (via GPRS ou satélite) e; • Canal para alimentação. O datalogger também deve possuir porta de comunicação que permita, via computador portátil, a execução de comandos externos para: • atualização de firmware; • programação das rotinas de coleta, armazenamento e transmissão dos dados e informações de interesse (Exemplo: dados hidrometeorológicos, parâmetros de configuração da PCD e dos sensores em operação); • configuração e calibração dos sensores (Exemplo: offset e ganho); • download e upload dos parâmetros de configuração da PCD e dos sensores; • download dos dados e informações armazenados. A lista mínima de conexões é a seguinte: • 1 (uma) entrada para o sensor de chuva; • 1 (uma) entrada para o sensor de nível da água; • 1 (uma) entrada para o sensor de pressão barométrica (no caso de se optar por utilizar um transdutor de pressão absoluta como sensor de nível d’água); • 1 (uma) entrada para alimentação (interface com o regulador de carga da bateria); • 1 (uma) entrada para o transmissor de dados e; • 1 (uma) entrada para comunicação datalogger-computador. Independentemente da interface de comunicação utilizada pelos sensores fornecidos com a PCD, o datalogger deve possuir, pelo menos, 1 (uma) entrada para a interface padrão SDI-12 e 1 (uma) entrada para interface padrão RS-485. As entradas analógicas devem ser convertidas para digital com o mínimo de 12 bits de resolução, os sinais elétricos recebidos dos sensores convertidos automaticamente em suas correspondentes unidades de medição (unidades de engenharia). Cada entrada do Datalogger deve possuir proteção contra transientes induzidos, por meio de aristores, acopladores óticos ou outro tipo de proteção similar. O datalogger deve atender, obrigatoriamente, aos requisitos mínimos de taxa de aquisição, codificação digital e armazenamento de dados, considerando-se os sensores especificados neste documento. O programa de operação e os dados carregados no datalogger devem ser armazenados em memória interna não-volátil, tipo flash, possibilitando que os dados e o programa, bem como o horário e a data (atualizados instantaneamente pelo relógio da PCD), sejam mantidos inalterados no caso de eventual falta de energia. A memória deve ter capacidade suficiente para armazenar os dados coletados por todos os sensores, pelo período

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mínimo de 1 (um) ano, considerando uma frequência de aquisição de 15 minutos, além do registro dos eventos de chuva nesse período. O datalogger deve ser capaz de gerenciar a memória interna, de modo que, quando esta estiver cheia, os novos registros substituam os mais antigos, mantendo a integridade dos dados. No caso de falha de alimentação de energia ou durante a substituição da(s) bateria(s), o datalogger deve ter a capacidade de ser programado para reassumir todas as suas funções no momento em que a carga for restabelecida, sem a perda dos dados e da configuração anterior. O datalogger deve monitorar, armazenar e transmitir os dados relativos ao status da bateria (voltagem) e à temperatura interna. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Sistema de alimentação por captação de energia solar:

As PCDs devem ser alimentadas por sistema de captação de energia solar composto de: • Painel solar; • Regulador de carga com potência de, no mínimo, 20 Watts (mesmo que o painel solar seja de potência inferior) e; • Bateria do tipo selada, livre de manutenção e gelatinosa. O sistema de alimentação por energia solar deve ser capaz de recarregar a(s) bateria(s) e, simultaneamente, fornecer a energia necessária para o funcionamento contínuo da PCD,levando-se em conta o consumo do datalogger e do regulador de carga para a operação dos sensores, a medição de chuva e nível da água, e a transmissão remota dos dados em intervalos de 15 minutos. Toda bateria utilizada deve ser recarregável, do tipo selada, gelatinosa e livre de qualquer manutenção e deverá ter capacidade de fornecer energia à PCD durante pelo menos 3 (três) dias sem nenhuma recarga, de forma a garantir a operação sem interrupção das estações em locais ou períodos com baixa insolação. O regulador de carga, componente do sistema de alimentação, deve obedecer rigorosamente à máxima taxa de carga de segurança permitida para a(s) bateria(s) utilizada(s), considerando o nível máximo de tensão da bateria, a fim de evitar qualquer dano, risco de explosão de gás ou sobrecarga da mesma. O fornecedor contratado para fornecer o equipamento deve apresentar, em sua proposta técnica, todos os cálculos detalhados de consumo de energia da PCD (em pleno funcionamento), de forma a demonstrar claramente que o sistema de alimentação a ser fornecido atende aos requisitos e às condições indicadas nesta especificação. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Sensores hidrometereológicos:

Os sensores devem atender aos seguintes requisitos. 3.4.1 Sensor de chuva (pluviômetro digital) • Tipo: Tipping-Bucket; • Resolução de 0,20 mm ou 0,25 mm; • Faixa de medição: de 0 (zero) a pelo menos 200 mm/hora; • Exatidão: 0,1 mm ou menor para uma chuva de até 5 mm/hora; • Exatidão: melhor ou igual a 2% em uma chuva entre 05 e 50 mm/hora (inclusive); • Exatidão: melhor ou igual a 5% em uma chuva entre 50 e 200 mm/hora; • Área do orifício externo de captação de água do sensor de 300 a 480 cm2;

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• Cabo de poliuretano, com proteção de alta durabilidade contra raios ultravioleta, moldado ou similar, com os devidos conectores para ligação entre o sensor de chuva e a PCD, e comprimento mínimo de 05 (cinco) metros; • Fornecido com chave de palheta – reed-switch; • Construído inteiramente em materiais resistentes à corrosão; • O sensor deve conter uma tela fixa na área de captação, na forma de torre, com possibilidade de remoção para limpeza, apropriada para proteger o ponto de entrada da água da chuva contra a entrada de insetos e outros entulhos; • O sensor de chuva deve conter tela(s) no(s) orifício(s) de descarga da água coletada (ponto de saída da chuva coletada), apropriada para evitar a entrada de insetos; • Deve ser provido de funil adicional interno, obrigatoriamente com sifão, para proteção contra o efeito splash, construído em material inoxidável; • O sensor deve ser composto de mecanismo de “báscula” construído integralmente em material inoxidável e suportado sobre mancais/rolamentos em aço inoxidável; • O sensor deve contar com um mecanismo interno de nivelamento a bolha; • Deve suportar a programação de coleta de dados por evento e; • Condições Ambientais de Operação: - Variação de -5 ºC a +55 ºC (faixa de temperatura de operação) e; - Variação de 0% a 100% (faixa de umidade relativa). 3.4.2 Sensor de nível d’água O sensor de nível d’água pode ser tipo “transdutor de pressão”, “radar” ou “ultrassom”. Os requisitos mínimos para cada um deles são os seguintes: • Sensor tipo Transdutor de Pressão - Programável para frequência de leituras entre uma leitura por segundo e uma leitura por dia; - Grau de proteção IP68; - Faixa de medição: 0 a 20 metros; - Faixa de temperatura de operação: 0 °C a + 55 °C; - Exatidão: ±0,1% do limite total, combinando não-linearidade, histerese e repetibilidade; - Sinal de saída em corrente de 4 a 20 mA (2 fios) ou via padrão de comunicação de dados SDI-12 ou RS-485; - Compensação automática da influência de variações de temperatura; - Compensação da influência das variações da pressão atmosférica feita através de instalação de barômetro junto à caixa de proteção; - Conexão elétrica com cabo integral de poliuretano, com os devidos conectores para ligação entre o sensor de nível e a PCD, moldado ou similar, submergível, sem tubo ventilado, e com 100 metros de comprimento e; - Material do corpo do sensor em aço inox ou equivalente. • Sensor tipo Radar - Programável para frequência de leituras entre uma leitura a cada 30 segundos e uma leitura por dia; - Faixa de medição: 1 a 20m; - Exatidão: ± 5mm sobre todo o range de medida; - Resolução: 5mm; - Ângulo Total Máximo de Abertura: 12°; - Faixa de temperatura de operação: -10 °C a + 55 °C; - Faixa de umidade relativa de operação: 0 a 100%; - Sinal de saída em corrente de 4 a 20 mA (2 fios) ou via padrão de comunicação de dados SDI-12 ou RS-485; - Faixa de Alimentação: 9 a 16 Vcc ou amplitude superior; - Conexão elétrica: cabo integral de poliuretano com os devidos conectores para ligação entre o sensor de nível e a PCD, moldado ou similar, e com 100 metros de comprimento;

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- Material do invólucro inoxidável e resistente às intempéries; - Grau de proteção IP67 ou superior e; - Peso Máximo: 3 kg. 12 • Sensor tipo ultrassônico - Programável para freqüência de leituras entre uma leitura por segundo e uma leitura por dia; - Grau de proteção IP 67 ou superior; - Faixa de medição: 0,5 a 15m; - Faixa de temperatura de operação: 0 °C a + 55 °C; - Precisão: +/- 0,25% do Fundo de Escala; - Ângulo Total Máximo de Abertura: 10°; - Sinal de saída em corrente de 4 a 20 mA - 2 fios, ou via padrão de comunicação de dados SDI-12 ou RS-485; - Compensação automática da influência de variações de temperatura; - Alimentação: 12 a 36 Vcc; - Conexão Elétrica: Cabo integral de poliuretano, com os conectores devidos para ligação entre o sensor de nível e a PCD, moldado ou similar, e com 250 metros de comprimento; - Montagem: Flange ou cano roscado; - Material do invólucro: Material inoxidável resistente às intempéries e; - Todos os componentes (medidor, cabos, acessórios) totalmente protegidos contra umidade. Devem ser fornecidos os demais componentes e acessórios necessários para a correta instalação e funcionamento do equipamento em campo. 3.4.3 Sensor de pressão barométrica O barômetro utilizado para compensar a pressão atmosférica na determinação do nível d’água por meio de transdutor de pressão do tipo absoluto deve atender aos seguintes requisitos mínimos: • Faixa de medição: 600 a 1100 hPa; • Temperatura de operação: -10 °C a + 55 °C; • Resolução: ± 0,2 hPa; • Exatidão entre 0 ºC e + 40 ºC: ± 1 hPa; • Exatidão entre -10 ºC e + 50 ºC: ± 2 hPa; • Exatidão a +20 °C: ± 0,5 hPa. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Além de especificações de hardware, o software para configuração dos

sensores e transmissor de dados deve ser compatível com o Windows XP ou versão

mais recente do software da Microsoft. Alguns outros detalhes ainda são

especificados, como por exemplo, a atualização de firmware, requisito obrigatório.

As especificações do software usado para programar o Datalogger visam dar

controle para a ANA, que como órgão regulador, deve sempre conseguir acessar e

alterar dados e informações de qualquer estação. Para garantir que isso fique claro,

o capitulo 3.5 do documento de Plataforma de Coleta de Dados cita que:

Devem ser fornecidos todos os meios (softwares, programas, licenças, etc.) necessários para que o usuário possa realizar, por conta própria, o download dos dados e informações armazenadas na memória interna do datalogger, bem como a programação das rotinas de coleta, armazenamento e transmissão de dados. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

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Ou seja, o caminho deve estar aberto para o usuário. Considerando que a

informática, no quesito acessos e liberações, é bem complexa, deve-se dar atenção

aos detalhes, evitando assim multas por parte do órgão regulador.

O documento finaliza as especificações com a configuração geral da

Plataforma de Coleta de Dados, discorrendo os detalhes finais, dando exemplos e

tirando qualquer dúvida do fabricante da estação. Abaixo seguem as especificações:

A seguir são apresentados os requisitos: 3.5.1 Configuração Geral • Permitir a atualização de firmware; • Permitir a identificação da PCD (nome, código, etc.) e; • Habilidade de ajustar a data (dia, mês e ano) e o horário (hora, minuto e segundo). 3.5.2 Programação das rotinas de coleta e armazenamento de dados • Ajustar a frequência e a duração de coleta (amostragem) independentemente para cada sensor ou conjunto de sensores; • Permitir a definição de regras de coleta (por exemplo, registrar o instante de cada “basculada” do sensor de chuva; alterar o intervalo de coleta dos dados de nível d’água em função da variação observada nesses dados; registrar os dados lidos num sensor em função dos dados lidos por um segundo sensor etc); • Permitir o ajuste dos dados de nível d’água do sensor tipo transdutor de pressão a partir do nível de água lido na seção de réguas (estação convencional limnimétrica) e, ainda, fazer a compensação da influência da pressão atmosférica (sensor barométrico); • Permitir o ajuste dos dados de nível d’água do sensor tipo radar com o nível d’água lido na seção de réguas (estação convencional limnimétrica); • Ativar ou desativar sensores para realizar coletas; • Ativar ou desativar sensores para armazenamento dos dados coletados; • Programar a escala e a calibração (Exemplo: offset e ganho) dos sensores; • Permitir a definição do formato de armazenamento e transmissão dos dados e; • Permitir a configuração/programação da interface serial padrão SDI-12 e RS-485. 14 A programação da PCD deve ser realizada a partir do upload de um arquivo (programa de configuração) contendo os dados gerais (sensores, frequência de coleta e transmissão, formato dos dados, etc) pré-gravados. 3.5.3 Programação das rotinas de transmissão de dados • Permitir a configuração da transmissão dos dados por meio das seguintes funções: - Seleção dos dados a serem transmitidos (Exemplo: nível da água dos sensores tipo transdutor de pressão e radar, chuva acumulada, pressão barométrica, etc.); - Definição do formato da palavra de transmissão; - Definição dos parâmetros de status operacional da PCD a serem transmitidos (Exemplo: carga da bateria e temperatura interna); - Definição do intervalo de transmissão (Exemplo: 30 minutos, horário, diário, etc.) e; - Definição dos parâmetros e verificação do status da transmissão FTP (Exemplo: endereço IP, login, senha, status). - Permitir a transmissão de alarmes no caso da ocorrência de eventos pré-definidos. 3.5.4 Download dos dados e informações armazenadas na memória interna

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• Permitir o download dos dados e informações hidrometeorológicos, inclusive com a possibilidade de filtrar o conjunto de dados a ser baixado pela data de aquisição; • Permitir o download e upload dos parâmetros de configuração da PCD e dos sensores e; • Permitir limpar (apagar) os dados e informações armazenados na memória Interna. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

A comunicação do sistema deve receber também toda a atenção, tanto da

ANA quanto do gerador. Para isso, especificações detalhadas sobre o sistema de

comunicação também foram publicadas. Temos o modem e a antena como os dois

componentes da parte de comunicação. A ANA informa que existem duas opções

para comunicação, via GPRS e via Satélite.

Abaixo a citação da ANA:

Seguem os requisitos de ambas as opções de comunicação: 3.6.1 Celular (GPRS) • O sistema de comunicação GPRS deve operar nas faixas de transmissão de 850 MHz, 900 MHz, 1800 MHz e 1900 MHz, permitindo estar sempre conectado ("always on"), a uma velocidade de pelo menos 80 kbit/s, caracterizando conexão e transmissão de dados quase instantânea; • O modem deve ter baixo consumo de energia, operar em modo "stand by" e ser compatível com a estação remota, atender aos requisitos de faixa de temperatura de operação de -20 °C a + 55 °C e 0% a 100% de umidade relativa, e possuir dimensões adequadas para instalação na mesma caixa de acondicionamento do datalogger. • O modem deve possuir um buffer (memória interna) e ser capaz de armazenar mensagens de dados que não tenham sido transmitidas, por eventuais falhas de comunicação, e enviá-las assim que a comunicação seja restabelecida; • O modem deve ter também, como característica, a possibilidade de transmissão de dados via tecnologia GPRS classe 10 ou superior, nos modos FTP, HTTP, email e SMS (Short Message Service) em intervalos de tempo definidos pelo usuário, não sendo necessária modificação ou aquisição de mais equipamentos e; • O proponente deve fornecer todos os acessórios tais como antena, cabo e conectores, bem como manuais e software necessários para instalação, operação e manutenção do sistema de comunicação. 3.6.2 Satélite (GOES) • A comunicação via satélite deve ser totalmente compatível com os padrões de comunicação do sistema de transmissão de dados do satélite GOES (Geostationary Satellite Server), satisfazendo os níveis de potência e qualidade do sinal requeridos pelo referido sistema. O datalogger deve ser capaz de ser programado e operar em cada um dos bits que formam a palavra de transmissão; • O modem GOES deve permitir a escolha do canal de transmissão, suportar transmissão de dados a taxas de 100, 300 e 1200 bps, e operar nos modos “Self Timed” e “Random”; • O modem GOES deve possuir receptor GPS (incluso) para ajuste do clock; • O modem GOES deve ser certificado pela National Environmental Satellite, Data, and Information Service (NESDIS) e; • O sistema de transmissão deve ser completo, incluindo todos os equipamentos necessários para comunicação com o datalogger e saída de radiofrequência, antenas, cabos, conexões, manuais e softwares

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necessários para a instalação, manutenção, operação do sistema e integração com a estação. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Na prática, o satélite tem se mostrado mais eficaz. Isso fica mais claro quando

analisamos a qualidade da internet móvel no Brasil. O sistema 3G brasileiro está em

processo de evolução. Do site Mosaico Engenharia tem-se que:

Disponível no Brasil desde 2008, a tecnologia 3G, para acesso à internet por meio da rede celular, ainda enfrenta sérios problemas para conseguir entregar serviços de qualidade aos usuários. No site Reclame Aqui, serviço de defesa do consumidor na internet, as operadoras de telefonia celular ocupam as primeiras colocações no ranking de reclamações. A telefonia e a banda larga 3G hoje atingem mais de 20 milhões de usuários em todo o país. Mas somente a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registrou, em 2010, mais de 30 mil reclamações envolvendo essa tecnologia e seus serviços. Entre as reclamações recebidas pela Anatel e pelo Reclame Aqui, as principais referem-se às falhas na conexão e à redução da velocidade de navegação. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS, 2011).

Se considerarmos que as estações ficam em regiões remotas, os problemas

aumentam. O que vemos na prática, é que os donos de usinas geralmente fazem

testes com o sistema mais barato (GPRS), buscando a diminuição nos custos. Em

alguns casos o 3G não é estável, inviabilizando a escolha.

A conexão via satélite é mais cara, porém bem mais confiável.

Com as especificações contidas no documento: “Especificações Técnicas -

Plataformas de Coleta de Dados (PCDs)”, o usuário tem toda a base necessária

para informar seu fabricante dos requisitos básicos.

O documento é o mais extenso de todos já publicados para essa resolução,

pois o assunto engloba todos os detalhes técnicos que os aparelhos eletrônicos

devem seguir.

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3 ASPECTOS TÉCNICOS DO MONITORAMENTO HIDROLÓGICO

3.1 INTRODUÇÃO

Os capítulos anteriores deram ênfase para o ambiente regulatório. Este

capitulo tratar-se-á dos aspectos teóricos dos diferentes tipos de monitoramento

exigidos pela resolução, assim como seu papel na estação hidrométrica como um

todo.

3.2 A ESTAÇÃO

A estação hidrométrica é um conjunto de equipamentos, e deve ser instalada

em locais definidos no Projeto de Instalação da Estação Hidrométrica, conforme

mencionado no item 2.

Figura 4 – Estação Hidrométrica instalada em Campo. PCH Rio Tigre.

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A figura 4 possibilita visualizar uma estação completa e instalada na PCH Rio

Tigre, sua estrutura será detalhada ao longo deste subitem e consiste de uma

armação de ferro, para dar sustentação aos equipamentos da PDC, da caixa de

acondicionamento, que conforme mencionado no item 2.4.4, abriga os

equipamentos eletrônicos, de um painel solar para carregar a bateria interna, a

antena de satélite que é responsável pelo envio dos dados e um para-raios, para

proteção do sistema contra descargas atmosféricas.

Figura 5 – Caixa de acondicionamento da Estação Hidrométrica – PCH Rio

Tigre.

Pela figura 5 demonstra com maior nitidez a disposição dos equipamentos. É

importante salientar que a ANA não exige uma topologia única, mas, apenas, que os

parâmetros sejam cumpridos. As estações podem ser montadas com os mais

diversos modelos e fabricantes de cada item, desde que atendam os requisitos.

Abaixo serão detalhados os equipamentos da estação instalada na PCH Rio Tigre,

para fins de análise de um caso especifico.

Dentro da PCD ficam acondicionados/fixados os seguintes itens:

Datalogger

Regulador de tensão

Modem satelital

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Bateria estacionária

O Datalogger utilizado na foto acima é do modelo IP-7500 e foi desenvolvido

especificamente para atender aos padrões da ANA. É alimentado de 7,5Vdc até

15Vdc, tem um consumo médio de 12mA, capacidade de memória para 4000

registros (obedecendo o padrão ANEEL de leitura e transmissão dos dados de hora

em hora) e possui uma porta analógica com tensão de 04 a 20mA para o sensor de

pressão hidrostático. Além da analógica, conta com uma porta digital contato seco,

para contagem das básculas do pluviômetro. Tem uma resolução de 0,1% do fundo

de escala para o sinal analógico. As dimensões são 180mm x 150mm x 100mm,

com um peso de 500g, temperatura de operação de -25 a +75ºC e com

comunicação através de uma porta serial RS232.

O sensor pluviométrico possui um formato de funil, é construído com plástico

ABS, com grande resistência aos raios solares UV, com borda em ângulo de ataque

que direciona a agua da chuva ao fundo do referido funil, o mesmo possui um orifício

em seu centro e direciona o fluxo para o mecanismo interno (báscula), o qual mede

a precipitação em 0,2mm por cada acionamento da báscula.

O transmissor/Modem Satelital é programável, permitindo alteração via

comandos pela RS232, é alimentado de 12 a 24 Vdc, tem um consumo médio de

1,5mA ao transmitir dados e 55mA ao receber.

O Sensor de Nível é uma solução de alta tecnologia com seu sistema

eletrônico micro-processado. É utilizado em diversas situações como:

monitoramento de rios, lagos, barragens, sistemas de segurança contra enchentes,

etc. É mecanizado em aço inoxidável com grau de proteção IP68. Geralmente

suspenso por um cabo, que tem no seu interior um pequeno tubo de respiro

(compensação atmosférica ). Saída de 04 a 20 mA e alimentação de 9 a 30Vcc.

O painel Solar faz parte do conjunto de alimentação da Plataforma de Coleta

de Dados juntamente com o Regulador de Carga e a Bateria Estacionária. Células

de policristalino são utilizadas na construção do mesmo, tem a função de captar a

luz solar e transformar em energia elétrica Vcc. Tem uma potência de 20 Watts.

O regulador de Carga faz parte do conjunto de alimentação da Plataforma de

Coleta de Dados, juntamente com o Painel Solar e a bateria estacionária. Ligado

entre o painel solar e a bateria estacionária, funciona como um gerenciador de carga

e descarga, mantendo a bateria dentro de padrões ideais de funcionamento,

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assegurando ao conjunto de alimentação longa vida útil. Controla a carga/flutuação

e também desliga a saída automaticamente, quando a bateria esta com baixa carga,

evitando desta forma a inutilização da mesma. Controla saída desligando quando a

tensão cai para 11,3V a 11,5V e religando-a quando a bateria, ao recebe carga,

atinge 12,5V a 12,7V

A bateria estacionária faz parte integrante do conjunto de alimentação da

Plataforma de Coleta de Dados juntamente com o Painel Solar e o regulador de

tensão. Ligada ao regulador de tensão, que tem a função de proteger a mesma. Tem

a função de alimentar eletricamente o Datalogger e o modem de transmissão

satelital, quando a luz solar não se faz presente (noite ou dias muito nublados).

A antena satelital é a responsável por conectar o modem aos satélites de

baixa orbita por intermédio de um cabo coaxia, conectada ao modem por conector

BNC macho, fazendo parte do conjunto de comunicação para o tráfego dos dados

coletados pelo data logger e transmitidos ao modem pela porta serial RS232. Opera

na faixa de 130 a 174 MHz.

O para-raios utilizado é do tipo Franklin, de 4 pontas, e destina-se a recepção

de descargas elétricas atmosféricas.

3.3 PLUVIOMETRIA

Na atual resolução o pluviômetro é uma peça fundamental. O aparelho, que é

responsável pela coleta de dados de precipitação, tem registros de uma possível

primeira utilização em 1245, na China. No Ocidente, o primeiro registro veio a

ocorrer em 1639.

O papel desse aparelho é medir o nível da chuva, em milímetros. Quando

dizemos que determinada região recebeu uma chuva de 30 milímetros, significa

dizer que uma lâmina de 3 centimetros de água, que é equivalente a 30 litros de

liquido por metro quadrado na superfície.

Qual a real importância do pluviômetro? Do website pessoal de Fernando

Dannemann, temos que:

Apesar de esse aparelho medir a quantidade de chuva caída em determinado período de tempo, acompanhando sua dinâmica em cada região, ele não impede inundações nem deslizamentos. Mas por meio dele é possível orientar a realização dos trabalhos preventivos, como o da instalação de sistemas de captação e escoamento de águas pluviais,

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capazes de suportar a vazão da água da chuva em áreas impermeabilizadas por concreto e asfalto, ou então a indicação de áreas onde exista o risco de deslizamento em encostas, permitindo a adoção de medidas emergenciais que evitem a ocorrência de tragédias. Nesse caso, sensores de deslocamento de solo são instalados juntamente com os pluviômetros, para que os técnicos obtenham informações sobre como o terreno está se comportando. (DANNEMANN, 2011)

Da citação acima, fica claro que o trabalho que é realizado após a coleta e

analise dos dados é de grande importância. Politicas de segurança urbana se

baseiam nesses dados para tomar medidas necessárias contra enchentes e

alagamentos.

O site da prefeitura de São Paulo, notícia publicada em 12 de maio de 2011,

menciona que o município de Jabaquara se beneficia dos dados pluviométricos,

conforme citação abaixo:

Nove réguas de nível e sete pluviômetros foram instalados na subprefeitura do Jabaquara:Rocinha, Pinheirinho, Vila Clara, Mendes Gaia, Parque do Nabuco, Vietnã II e Muzambinho, Vietnã I e II, Pinheirinho, Vila Clara, Alba, Beira Rio, Ponte da Fonte, Atos Damasceno e Guian Corruíras.Os equipamentos servem como medidor de milímetros de chuvas por metro quadrado, em áreas sujeitas a deslizamentos e transbordamento de córregos, respectivamente. A medida é preventiva e permite que os Núcleos de Defesa Civil (NUDECs), voluntários capacitados pelo órgão, alertem a unidade local da Defesa Civil em situações de risco de deslizamento ou enchente. (JABAQUARA-SP, 2011)

Para o município supracitado, a política preventiva pode salvar vidas e

melhora muito a qualidade de vida dos cidadãos.

Conforme citado no item 2.4.4, o pluviômetro digital que atende à resolução

deve ser do tipo Tipping-Bucket. Esse modelo de pluviômetro consiste de um

recipiente no formato funil, que coleta e direciona a água da chuva até uma espécie

de gangorra, que ao receber uma quantidade especifica de água, pende para um

dos lados e registra uma medição. A quantidade de chuva é medida com base na

quantidade de vezes que a gangorra trocou sua posição (Figura 6).

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Figura 6 – Interior de um pluviômetro estilo Tipping-Bucket.

3.4 FLUVIOMETRIA

Entende-se por fluviometria as técnicas de medição de grandezas

características do escoamento, como níveis d´agua, velocidade e vazões.

As grandezas são observadas numa seção localizada no rio ou canal

chamada posto fluviométrico ou estação fluviométrica, ao qual está associada uma

bacia de contribuição. Além das grandezas já mencionadas (nível d’água, velocidade

e vazão) são também observadas nos postos fluviométricos grandezas relativas à

qualidade das águas. Em geral, no Brasil, são associadas as unidades de “cm” ou

“m” para cotas; para velocidades “m/s” e; “m3/s” ou “l/s” para as vazões.

A fluviometria tem aplicações não restritas a projetos hidráulicos. Também

tem importante papel em projetos de obras de pontes, planejamento e controle de

enchentes e gerenciamento dos recursos hídricos.

Conforme a variação da precipitação em uma região, tem-se uma grande

mudança na quantidade de sedimentos e na vazão dos rios. É de extrema

importância o calculo da descarga líquida e sólida.

Um método fluviométrico sempre se refere a uma seção do rio, portanto,

refere-se também a uma bacia hidrográfica que contribui com este rio. Nessa seção,

instala-se o posto ou estação fluviométrica. Existem ainda postos que medem

apenas o nível d´água, que recebem o nome de postos limnimétricos.

A escolha do local deve ser feita mediante diversos critérios, conforme citação

abaixo:

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A escolha da seção do posto fluviométrico, no caso de métodos de medição de vazão que se baseiam em áreas e velocidades de escoamento, é feita com base em critérios adequados. O estirão sobre o qual se situa a seção deve ser retilíneo, com filetes líquidos paralelos, seções transversais pouco variáveis, margens e fundos estáveis, e não devem ter em sua extensão ilhas ou bancos de sedimentos. A seção do posto deve ter forma regular, facilidade de acesso durante todo o ano, não se situar próximo a confluências de outros cursos d’água, ter leito definido, que concentre adequadamente as vazões de máxima estiagem e margens altas que contenham as enchentes, dando continuidade às observações nos períodos extremos do regime fluvial. (CARVALHO, 2010)

O posto fluviométrico pode ser telemetrizado ou não. No caso não

telemetrizado, um observador geralmente coleta os dados visualmente, anotando

em uma planilha de dados o nível d´água duas vezes ao dia, às 7 e 17 horas.

Quando se trata de limnimetria, ou estudos dos níveis d´agua, tem-se lances

de réguas instaladas em uma seção do rio, que dão ao observador a medida exata

do nível do rio.

Já a vazão de um rio, que é conceituada como sendo o volume de agua que

passa por uma determinada seção em um intervalo de tempo, é medida,

normalmente, de forma indireta a partir da medida de velocidade ou de nível.

Existem algumas metodologias para a medida da vazão, ou descarga liquida.

Conforme Iran Carlos Stalliviere Corrêa,

a medida de vazão em uma seção transversal de um canal fluvial é efetuada, normalmente, com o auxílio de “molinete”, com o qual se obtém a medida da velocidade da corrente fluvial em pontos pré-estabelecidos. O molinete é um equipamento destinado a medir a velocidade da água em qualquer profundidade do curso d’água (Fig.3). Este equipamento assemelha-se a um cata-vento, cujas hélices giram com maior ou menor velocidade, dependendo da velocidade do vento. O molinete hidráulico faz o mesmo e suas hélices giram mais rapidamente conforme a velocidade do fluxo de água que passa pelas mesmas. Existem molinetes que são utilizados para ambientes com baixa velocidade de fluxo de vazão e outros para ambientes de alto fluxo de vazão, os resultados obtidos podem ser digitais ou analógicos. Os molinetes podem ser montados em suportes ou serem suspensos por cabos. Para efetuar-se a tomada das medidas, coloca-se o molinete em uma determinada seção do curso d’água, variando as posições, não só ao longo da seção, mas também ao longo da profundidade. Antes da utilização do molinete, para a tomada de dados, o mesmo deve ser aferido em um laboratório de hidráulica, para que se tenha uma perfeita relação entre o número de voltas dadas pela hélice do molinete com a velocidade da água, em um intervalo de tempo considerado. Para isso o molinete deve ser aplicado em velocidades de correntes conhecidas, contando-se assim, o número de voltas que o mesmo dá em 60 segundos. (CORREA, 2010)

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A figura 7 demonstra o molinete de hélice, equipamento citado no artigo de

Corrêa.

Figura 7 – Molinete de hélice

Dos resultados obtidos por um molinete são criadas tabelas. A tabela 1

mostra a relação de velocidade com o numero de voltas no molinete.

TABELA 1 – TABELA DE CONVERSÃO

Essas tabelas ou gráficos serão aplicados nas medições efetuadas em

campo.

Ainda do artigo de Corrêa tem-se que:

a velocidade da corrente de um fluxo fluvial é, normalmente, maior na parte central de um rio do que em suas margens. Em função dessa variação da velocidade da corrente em diferentes pontos da seção transversal, devem-se obter medidas em diversos pontos tanto na superfície da seção transversal como em diversos níveis em cada seção vertical. (CORRÊA, 2010)

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As figuras 8 e 9, localizadas, demonstram o que foi citado.

Figura 8 – Perfil de velocidade como os respectivos pontos de medição

Recomendado.

Figura 9 – Seção transversal com indicação das verticais e representação da

velocidade da corrente medida.

Fica claro que uma simples medição em um ponto, até então desconhecido

do rio, pode levar o técnico a coletar dados errôneos, uma vez que diferentes pontos

da seção transversal podem apresentar diferentes medidas.

Uma formula muito utilizada para obter a relação entre a velocidade do fluxo e

a rotação da hélice com o molinete é: V= a * N + b. Onde V - velocidade de fluxo

(m/s); N - velocidade de rotação (m/s); a e b - são constantes (fornecidas pelo

fabricante do molinete). Com esse dado calcula-se a vazão liquida, seguindo a

equação: Ql = Vm * A, onde: Ql - descarga liquida; Vm - velocidade média na seção

de controle (m/s); A - área molha da seção de controle m².

Para melhorar os cálculos, o levantamento batimétrico é recomendado. Esse

levantamento permite aprimorar o conhecimento da morfologia de fundo para a

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determinação da localização do perfil vertical e de sua profundidade. A vazão do rio

é calculada, então, pelo processo do molinete. Segundo técnicos da área, essa

atividade tem se mostrada simples e eficaz, e sua precisão pode ser aumentada de

acordo com o interesse do técnico em realizar mais medições em uma quantidade

maior de pontos na seção transversal e vertical do rio.

3.5 SEDIMENTOMETRIA

A análise de sedimentos em um rio é extremamente importante. Para a

resolução 03, temos a análise de hidrosedimentos como uma das obrigações, ou

seja, a descarga sólida. O termo descarga sólida se refere à quantidade em

movimento.

A importância do conhecimento da quantidade de sedimentos sendo

transportados em um rio é muito bem exemplificada por Lima:

O conhecimento da quantidade de sedimentos transportados pelos rios é de suma importância para a conservação e aproveitamento dos recursos hídricos de uma região. Os danos causados pelos sedimentos dependem de sua quantidade e de sua natureza, que por sua vez, dependem dos processos de erosão, transporte e deposição. Os problemas começaram a surgir a partir do momento em que o homem acelerou tais processos naturais, ocupando, de forma desordenada e irresponsável as áreas próximas aos rios. Os sedimentos exercem uma relação com os parâmetros de qualidade da água, uma vez que este, ao ser transportado para o corpo hídrico pode carregar consigo outros elementos que podem ser benefícios ou malefícios para o meio ambiente e os usuários deste recurso (LIMA, 2004).

Como citado acima, o processo é natural, porém acelerado pela ação do

homem. Como estamos alterando a velocidade com que esses deslocamentos

ocorrem, é importante conhecermos bem as consequências e trabalhar nos métodos

que nos ajudam no monitoramento dos sedimentos.

Para empreendimentos hidrelétricos, como PCH´s e UHE´s, a análise dos

sedimentos, se não analisada criteriosamente, pode trazer grandes transtornos para

o gerador. Do Guia de Práticas Sedimentométricas, da ANEEL, com publicação no

ano 2000 menciona que:

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O conhecimento da descarga sólida é necessário para análises de degradação de uma bacia, verificação da qualidade d’água para abastecimento, estudos de assoreamento de rios e reservatórios, estudos de assoreamento na posição de obras fluviais, bem como para diversas outras pesquisas ambientais e de engenharia. É comum os serviços das entidades só darem importância às medições de descarga em suspensão pela facilidade e menor custo de obtenção, e também pela maior quantidade no curso d’água, ficando o conhecimento da descarga do leito por conta de um fator que nem sempre corresponde à aproximação desejável. Em pequenos reservatórios hidrelétricos, por exemplo, há velocidade de corrente suficiente para que o sedimento em suspensão seja escoado com facilidade, não se depositando. No entanto, o sedimento grosso, como areias e também pedregulhos, é transportado no leito, não sendo escoado pelos condutos e vertedouro, contribuindo diretamente para o depósito no lago. É, então, fundamental que seja também conhecida a descarga do leito e a granulometria do material. Na realidade, para se conhecer suficientemente o regime da carga sólida do rio é necessário medir a descarga em suspensão e a do leito (CARVALHO et al., 2000).

Fica claro, pela citação, que se trata de uma complexa análise, visto que para

determinados empreendimentos ou fins, como uma hidrelétrica, o estudo deve ser

mais criterioso.

No Brasil, os estudos têm sido realizados por redes de amostragem, coleta de

amostras de água e sedimento, análise em laboratório e cálculos para obtenção da

descarga sólida.

A figura 10 mostra um técnico realizando a coleta de sedimentos.

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Figura 10 – Coleta de hidrosedimentos

Após coletar os dados, o material é enviado a um hidrólogo, que realiza um

relatório com os resultados obtidos.

Diversos são os métodos utilizados para analise dos hidrosedimentos. A

Hydroparner, empresa que atua assessorando clientes com a resolução 03

ANEEL/ANA, utiliza os métodos apresentados por Eaton et al (1995), que consiste

em coletar duas amostras com aproximadamente 2000ml em cada ponto de

amostragem, e com a utilização de cones Imhoff, determinar a concentração em

(ml/L). Utilizando também um condutivímetro para a determinação de sólidos totais

dissolvidos, para obtenção dos valores em mg/L.

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4 EXEMPLO DE ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO

4.1 INTRODUÇÃO

Com o objetivo de enriquecer o trabalho, será apresentado neste capitulo o

estudo de caso da PCH Mafrás. Este documento representa o subitem 2.4.1

Orientações para elaboração de projeto de instalação de estação hidrométrica, que

é de extrema importância, já que se trata do primeiro passo para a adaptação à

resolução. A ANA ao receber o projeto, analisa os dados e decide se é possível dar

continuidade ou não. Como mencionado no item 2, não existe uma topologia

especifica para o projeto, desde que sejam respeitados todos os critérios. É por essa

razão que um exemplo prático já aprovado pela ANA contribui e, consequentemente,

ajuda muito aos que ainda não concluíram essa parte do processo.

4.2 PCH MAFRÁS

O projeto da PCH Mafrás apresenta o padrão normativo requisitado pela

ANA. Faz bom uso de imagens, tabelas e gráficos. Nos anexos não poupou dados

que enriquecem o projeto, e como é de conhecimento dos concessionários, a ANA

sugere, inclusive, que isso seja realizado.

O objetivo do projeto é atender a resolução, mas também estudar a maneira

mais viável para tal. O proposto pela Mafrás, conforme detalhado no Anexo C, foi a

utilização de 3 estações pluviométricas, 3 estações fluviométricas e 2 estações

sedimentométricas. Por se tratar de um projeto de larga escala, muitas variáveis

estão em jogo e isso quer dizer que nem sempre será possível fisicamente seguir a

teoria da resolução. Por determinação da ANA deveria existir uma estação

fluviométrica a jusante da PCH, porém como comprovado por fotos e relatos, na

PCH Mafrás isso não é viável. Dessa maneira, no projeto foi sugerido que a

instalação seja a montante, e não a jusante. Vale citar este detalhe, já que a ANA

aprovou o projeto da Mafrás, o que mostra jogo de cintura da agência, que faz um

bom trabalho com suas atribuições.

O projeto apresenta todos os requisitos necessários para a aprovação da

ANA, e faz isso de maneira breve e com vasta utilização de recursos visuais, o que

facilita o entendimento do mesmo, por completo.

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Temos o conhecimento através de informação oficial da Mafrás Energia e

Reflorestamento Ltda que o projeto fora aprovado. Em 4 de novembro de 2011 a

empresa recebeu a carta, assinada pelos especialistas em recursos hídricos da

ANA, onde o órgão informa que os requisitos apresentados atendem o respectivo

instrumento legal. O documento é finalizado com uma conclusão dos especialistas,

onde recomendam a implementação imediata do projeto, visando atender os prazos.

Ainda informam que as novas estações serão cadastradas no banco de dados da

ANA, recebendo a devida codificação.

4.3 O PROJETO

Apresenta-se a seguir o estudo hidrológico realizado para o planejamento dos

locais de implantação das estações hidrológicas na região hidrográfica da PCH

MAFRÁS, como requisito inicial para atendimento à referida resolução. As

informações abaixo são de propriedade e autoria da Mafrás Energia e

Reflorestamento Ltda.

A PCH MAFRÁS apresenta as seguintes características (mais detalhes são

apresentados no Anexo C):

Localização: Rio Itajaí do Norte ou rio Hercílio, sub-bacia do rio Itajaí (83) da bacia

do Atlântico Sul (8), no município de Ibirama, Estado de Santa Catarina, na latitude

27° 01' 41"S e longitude 49° 34' 31"W.

Barragem: a adução é realizada por canal de desvio sem presença de barragem de

nível.

Reservatório: Não é formato reservatório no rio Itajaí do Norte.

NA. Máximo (m): 239,5 m

NA. Operacional (m) = 237,8 m

NA. Mínimo (m) = 237,8 m

Potencia da usina: 4 MW

Energia firme: 3,03 MW médios

Queda bruta máxima: 14,50 m

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Figura 11 - Vista geral da PCH MAFRÁS, com canal de adução e de fuga e casas de

força.

A área da bacia do rio Itajaí do Norte é de 3355 km2 e a área de drenagem da

PCH MAFRÁS é de 3209 km2. A montante da PCH MAFRÁS não existe

aproveitamentos hidrelétricos implantados ou com outorga. A jusante está sendo

implantada a PCH Ibirama.

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Figura 12 - Diagrama topológico da bacia do rio Itajaí do Norte.

A PCH MAFRÁS está localizada no rio Itajaí do Norte, no município de

Ibirama, estado de Santa Catarina. O rio Itajaí do Norte, também denominado rio

Hercílio, é um dos principais afluentes do rio Itajaí-Açú, os quais pertencem a bacia

do rio Itajaí, cujo exutório encontra-se no Oceano Atlântico, entre os municípios de

Itajaí e Navegantes, com área de drenagem total de 15000 km2. Na bacia do rio

Itajaí foi implantado, na década de 1980, uma importante rede monitoramento

telemétrico da precipitação e vazão, visando à operação do sistema de previsão e

alerta de cheias na bacia, em especial, para as cidades de Blumenau e Rio do Sul.

Ambos os municípios tem histórico de enchentes, o que justifica a

implantação em meados de 1980.

Na figura 12, podemos ver um mapa da bacia do rio Itajaí do Norte:

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Figura 12- Mapa da bacia do rio Itajaí do Norte

A área incremental da PCH MAFRÁS é igual à área de drenagem da bacia

contribuinte. A tomada de água é realizada a fio d’água, sem a presença de

barragem de nível, fazendo com que não exista área de reservatório. Deste modo,

de acordo com o §3 do art. 2º, o monitoramento será compreendido por 3 estações

pluviométricas, 3 estações fluviométricas e 2 estações sedimentométricas.

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Além disso, de acordo com o §7 do art. 2º, as estações devem ser instaladas

a montante e a jusante do aproveitamento, visando o controle das vazões afluentes

e turbinadas na usina.

Para a instalação da estação fluviométrica de jusante duas dificuldades são

encontradas. Primeiro, o nível de água do reservatório da PCH Ibirama deverá

alcançar o canal de fuga da PCH MAFRÁS (ANEXO C, Figuras 3.1). A distância

entre o nível de água do reservatório e o canal de fuga deve ser inferior a 100 m, em

um trecho do rio Itajaí do Norte, onde a declividade é elevada, provocando um

escoamento rápido (ANEXO C Figura 3.1) e leito rochoso, dificultando a realização

de medição da vazão, sobretudo em período com escoamento superior a vazão

média de longo período. A segunda dificuldade está relacionada ao comprimento do

canal de fuga até o rio Itajaí do Norte. Ele é de cerca de 50 m, cujo escoamento é

influenciado, a montante pela vazão descarregada nas turbinas e, a jusante pelo rio

Itajaí do Norte (ANEXO C, Figuras 3.2 e 3.3). Nessas condições de controle, torna-

se difícil o estabelecimento de relação unívoca para a curva chave, de modo a

garantir a qualidade do monitormento fluviométrico e/ou sedimentométrico.

Além disso, a jusante do canal de fuga da PCH Ibirama foi implantada uma

estação fluviométrica (ANEXO C, Figura 3.4). A distância entre essa estação e a

estação fluviometrica de Ibirama (83440000) é da ordem 4600 m. O trecho é muito

curto para instalação de mais uma estação fluviométrica, de modo a obter

informações hidrológicas interessantes, a gestão de recursos hídricos e ao setor

energético.

Deste modo, verifica-se que a instalação de uma estação fluviométrica a

jusante da PCH MAFRÁS não apresenta condições operacionais adequadas,

ficando recomendável a sua instalação à montante da mesma.

Seguindo essa linha de ação, foi planejada a instalação das 3 estações

fluviométricas a montante da PCH MAFRÁS (Figura 13). A Tabela 4(Anexo C)

apresenta os dados das seções de implantação das estações fluviométricas,

pluviométricas e sedimentométricas. Essas estações serão instaladas com sistemas

de transmissão de dados. Elas serão compostas de sistemas de armazenamento de

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dados através de dataloggers, com aquisição de dados a intervalo de tempo horário

ou inferior.

PCH MAFRÁS

ESTAÇÃO PRESGETÚLIO

ESTAÇÃO

ESTAÇÃOJOSÉ BOITEUXLat 26°59'20"Lon 49°37'01"

Lat 27°01'56"Lon 49°35'13"

Lat 27°02'16"Lon 49°36'41"

ESCALA GRÁFICA

0 1,5km

EO

S

N

Figura 13 – Localização das estações a implantar.

Nas Tabelas 1 e 2 são apresentadas as estações pluviométricas e

fluviométricas existentes na bacia do rio Itajaí do Norte. Foi realizada a apresentação

de toda a bacia ao invés de considerar apenas a área incremental, visto que as

dimensões são similares. Estão instaladas 7 estações pluviométricas, do sistema

nacional da ANA, operadas pela EPAGRI e, 3 estações fluviométricas, sendo 2 da

ANA, operadas pela EPAGRI e 1 do Consórcio Empresarial Salto Pilão (CESAP),

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operadas pela Fundagro. As estações fluviométricas da ANA também realizam o

monitoramento sedimentométrico. A estação fluviométrica do CESAP faz parte da

rede de monitoramento da UHE Salto Pilão, instalada no rio Itajaí-Açú.

A jusante da PCH MAFRÁS está sendo implantada a PCH Ibirama, com formação

de reservatório. Imediatamente a jusante do canal de fuga da PCH Ibirama está

instalada uma estação fluviométrica, a qual não está cadastrada no Portal SNIRH.

A Tabela 3 apresenta as medições realizadas nas estações fluviométricas instaladas

na bacia do rio Itajaí do Norte.

Tabela 1: Rede pluviométrica ativas na bacia do rio Itajaí do Norte

Ordem Código Estação Município Resp. Latitude Longitude 1 2749001

(1) Ibirama Ibirama (SC) ANA -27º03'14.04 -

49º31'00.12

2 2749005 Nova Bremen

Ibirama (SC) ANA -27º02'03.12 -49º35'22.92

3 2649061 Barragem Norte

José Boiteux (SC)

ANA -26º53'42.00 -49º40'19.92

4 2649053 Witmarsum Witmarsum (SC)

ANA -26º55'33.96 -49º48'09.00

5 2649058 Barra do Prata

Vitor Meireles (SC)

ANA -26º41'51.000

-49º49'41.16

6 2650023 Nova Cultura

Papanduva (SC)

ANA -26º41'35.16 -50º08'52.08

7 2650022 Iracema Papanduva (SC)

ANA -26º27'30.96 -49º59'11.04

(1) Estação telemétrica do sistema de previsão e alerta da bacia do rio Itajaí

Tabela 2: Rede fluviométrica ativas na bacia do rio Itajaí do Norte

Ordem (1)

Código Estação Curso de água

SB

Est. Latitude Longitude Resp.

1 83440000 Ibirama Itajaí do Norte

83 SC -27º03'14.04

-49º31'00.12

ANA

2 83345000 Barra do Prata Itajaí do Norte

83 SC -26º41'53.88

-49º49'51.96

ANA

3 83349600 Barragem Boiteux

Itajaí do Norte

83 SC -26º53'55 -49º39'43 CESAP

(1) Estação fluviométrica a jusante do canal de fuga da PCH Ibirama não se encontra cadastrada.

Tabela 3: Medições realizadas nas estações fluviométrica da bacia do rio Itajaí do Norte Ordem

(1)

Código Estação Escala

Registrador de nível

Descarga

Líquida

Sedimentos

Qualidade de água

Telemétrica

1 83440000 Ibirama Sim Sim Sim Sim Sim Sim

2 83345000 Barra do Prata Sim Não Sim Sim Sim Não

3 83349600 Barragem Boiteux

Sim Sim Sim Sim Sim Sim

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(1) Estação fluviométrica a jusante do canal de fuga da PCH Ibirama não se encontra cadastrada.

Tabela 4: Estações hidrométricas da PCH MAFRÁS

Código Estação Curso de água

Município Latitude Longitude Área (km2)

Tipo

NC PCH MAFRÁS

Rio Itajaí do Norte

Ibirama -27° 01´56,5 -49° 35’13,05 3176 F/P/S

NC José Boiteux

Rio Itajaí do Norte

José Boiteux

-26° 57´18,00

-49° 38´00,80

2512 F/P/S

NC Presidente Getúlio

Rio Krauel Presidente Getúlio

-27º02'15,68 -49º36'40,87 591 F/P

NC – não cadastrada; F – fluviométrica; P – Pluviométrica; S – Sedimentométrica, todas

telemetrizadas.

- ESTAÇÃO PCH MAFRÁS

A estação fluviométrica PCH MAFRÁS localiza-se cerca de 250 m a montante do

canal de adução da Usina PCH MAFRÁS. A secção de réguas foi montada em maio

de 2009, como mostrada na Figura 5.1. As réguas foram instaladas na margem

direita (Figura 5.2). Leituras diárias do nível têm sido realizadas desde a sua

implantação, bem como foram realizadas 5 medições de vazão. A estação

pluviométrica foi instalada no pátio da PCH MAFRÁS. Para facilitar a aquisição e

transmissão dos dados, ela será transferida para a mesma área da estação

fluviométrica. O pluviográfo será instalado na margem direita, cerca de 100 metros

da seção de réguas. Nessa estação será realizado o monitoramento

sedimentométrico.

- ESTAÇÃO JOSÉ BOITEUX

A estação José Boiteux será instalada a 800 metros do centro urbano de José

Boiteux, distando cerca de 10 km a jusante da Barragem Norte. Ela será instalada a

margem esquerda do rio Itajaí do Norte, caminho para Reserva Indígena Duque de

Caxias. A Figura 5.3 (ANEXO V), composta de 4 fotos, apresenta detalhes da área

de implantação da estação José Boiteux.

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A seção de réguas ficará aproximadamente a 20 metros a jusante da ponte existente

no local, juntamente com o sensor de nível (Figura 5.4 ANEXO V). Nesta estação

será instalado um pluviógrafo, que juntamente com o sensor de nível, terão os dados

coletados a intervalo horário ou inferior, sendo feito transmissão dos dados por

telemetria.

- ESTAÇÃO PRESIDENTE GETÚLIO

A estação Presidente Getúlio situa-se no rio Krauel, afluente pela margem direita do

rio Itajaí do Norte. No município de Presidente Getulio possuía duas estações

hidrométricas, uma fluviométrica, operada no período de 1929 a 1963, com código

83401000. Havia medições de cota e uma estação pluviométrica (código 2749011),

operada no período de 1941 a 1963. Neste contexto, estas estações fluviométricas e

pluviométricas serão reativadas, através da instalação de estações telemetrizadas,

no município de Presidente Getulio, situadas a jusante do centro da cidade, portanto

a jusante do canal extravassor projetado para redução de cheias.

A escolha deste local se deve a elevada densificação de estação ao longo do rio

Itajaí do Norte e a significância que o rio Krauel apresenta para o município de

Presidente Getulio e para a vazão afluente a PCH MAFRÁS.

A estação Presidente Getulio será equipada com um sensor de nível e um

pluviográfo. A transmissão de dados será telemetrizada. A estação será instalada no

rio Krauel, a na margem esquerda, junto à ponte pensil Vendramini (ANEXO V,

Figura 5.5 e 5.6).

A PCH MAFRÁS encontra-se instalada no rio Itajaí do Norte, com área de

drenagem incremental de 3209 km2. Em atendimento a Resolução Conjunta ANEEL-

ANA n. 3 de 10 de agosto de 2010, tem o compromisso de implantar 3 estações

fluviométricas, e estações pluviométricas e 2 estações sedimentométricas. As

condições de escoamento fluvial e a existência de duas estações fluviométricas

localizadas a jusante, inviabilizam a instalação de mais uma estação. Assim, neste

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projeto é proposta a instalação das estações a montante do aproveitamento

hidrelétrico, mas seguintes condições:

- Estação PCH MAFRÁS, no rio Itajaí do Norte, com fluviometria, pluviometria e

sedimentometria, situada cerca de 250 m a montante do canal de adução;

- Estação José Boiteux, no rio Itajaí do Norte, com fluviometria, pluviometria e

sedimentometria, situada a 800 m do centro Urbano de José Boiteux;

- Estação Presidente Getulio, no rio Krauel, afluente do rio Itajaí do Norte, com

fluviometria e pluviometria, situada a jusante do centro da cidade de Presidente

Getúlio.

A localização das estações visa a melhorar a distribuição do monitoramento

hidrológico na bacia do rio Itajaí do Norte.

Os dados acima apresentados seguem o padrão requisitado pela ANA, e

todos os concessionários ou agentes autorizados devem seguir uma metodologia

que se aproxima do que foi apresentado acima, utilizando fotos, imagens e

levantando os mesmos tipos de dados que a Mafrás.

A publicação desse projeto como um capitulo deste trabalho espera

esclarecer, na prática, como é possível atender os padrões da ANA.

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5 CONCLUSÃO

Conclui-se pelo presente trabalho que novas resoluções necessariamente

acarretam em complexas adaptações, mas que os motivos para tal, se bem

fundamentados, justificam a dedicação e dificuldades encontradas por aqueles que

devem atender à norma.

A antiga resolução 396, de 1998, já apresentava um bom sistema de

monitoramento hidrológico, onde diversas estações espalhadas pelas bacias do país

já recebiam acompanhamentos e estudos. Mas foi com a mudança para a resolução

n° 03 que tivemos um verdadeiro avanço no monitoramento de estações.

Com o avanço nas tecnologias, a telemetrização de dados trouxe a

oportunidade de monitoramento em tempo real, aumentando drasticamente a

eficiência na analise dos números coletados.

A mudança foi muito significativa e podemos fazer uma analogia com nossa

adaptação ao uso de telefones celulares. Anos atrás estávamos disponíveis para

contato via telefone apenas na presença de um aparelho e linha fixa, hoje é possível

contatar qualquer individuo que possua um aparelho móvel e esteja dentro do vasto

alcance das antenas de telecomunicações. Transmitir uma informação em tempo

real, com uma disponibilidade integral tem grande valor, e no caso especifico das

estações hidrológicas, torna possível a tomada de decisões de grande porte,

referente à segurança publica e meio ambiente.

Podemos destacar o nível de sedimentação dos lagos e a analise de

qualidade da água, também como novidades muito significativas para a

administração de nossos recursos hídricos.

Com a criação da Agência Nacional de Águas, em 2000, o governo pôde

dispor de um órgão exclusivo para os recursos hídricos, que dentre muitas de suas

importâncias e características, impulsionam nosso país na geração de energia

elétrica.

Outro ponto muito positivo da mudança, é que com a tecnologia requisitada

para atender as novas normas, a fiscalização se tornou muito mais simples, uma vez

que o envio dos dados obedece a um cronograma horário continuo. Se o

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concessionário ou autorizado de geração não está enviando esses arquivos,

necessariamente está falhando com suas obrigações.

Os documentos de orientação se mostram claros e de fácil compreensão por

parte do leitor que busca se adaptar. É de conhecimento da ANA que os arquivos

não abordam amplamente as teorias sobre aspectos científicos dos monitoramentos,

portanto referencias bibliográficas são divulgadas pelo órgão e dão um importante

suporte aos responsáveis pela elaboração dos relatórios e instalações das estações.

Pela analise do estudo de caso apresentado no trabalho, referente à PCH

Mafrás, concluímos que seguindo o roteiro básico proposto dificilmente o

concessionário terá problemas com a nova resolução. Vale a pena salientar que

todos os esforços para relatórios mais completos, como a utilização demasiada de

fotos, mapas, tabelas e gráficos são validos e contribuem com todo o país, já que

todos dependemos dos recursos hídricos, e que por se tratar de uma das forças da

natureza, pode gerar catástrofes ambientais irreversíveis. Pelo perigo à segurança

publica, eficiência na geração de energia e bem estar do meio ambiente é vital que o

controle telemetrizado dos dados de recursos hídricos faça parte de nossa gestão.

A viabilidade econômica não foi tratada com dados substanciais e analisada

de forma criteriosa, já que estamos falando para os empreendimentos em operação,

de adaptações e instalações de pequenos equipamentos. Para os novos

empreendimentos, os custos já fazem parte da analise de viabilidade financeira, pré-

outorga, e certamente não representa um valor expressivo.

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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Disponível em: <http://www2.ana.gov.br>.

Acesso em: 27 out. 2011.

_______. Diretrizes e análises recomendadas para a consistência de dados fluviométricos. Brasília, 2011. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/infohidrologicas/cadastro/Diretrizes_Analises_Recomendadas_Consistencia_de_Dados_Fluviometricos.pdf>. Acesso em: 01 out. 2011. _______. Especificações técnicas: Plataformas de Coleta de Dados (PCDs). Brasília, 2011. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/infohidrologicas/cadastro/EspecificacoesTecnicas_PlataformasdeColetasdeDados.pdf>. Acesso em: 01 out. 2011. _______. Orientações para elaboração do Projeto de Instalação de Estações Hidrométricas. Brasília, 2011. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/info hidrologicas/cadastro/ManualparaElaboracaodeProjetodeInstalacaodeEstacoes.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2011.

_______. Procedimentos para envio dos dados hidrológicos em tempo real das Estações Telemétricas. Brasília, 2011. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/infohidrologicas/cadastro/ProcedimentosEnvioDadosHidrologicosEmTempoRealDasEstacoesTelemetricasRevisaoAgo2011.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2011. _______. Resolução nº 142 de 07/04/2008. Disponível em: <http://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-170-34-2008-04-07-142>. Acesso em: 29 nov. 2011. _______. Resolução n° 082, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre procedimentos e define as atividades de fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA, inclusive para apuração de infrações e aplicação de penalidades. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/cedoc/res2002082ana.pdf>. Acesso em: 29 out. 2011. ______. SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www.ana.gov.br/portalsnirh/Sobre/tabid/72/Default.aspx>. Acesso em: 27 out. 2011.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Disponível em:

<http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 27 out. 2011.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL); AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Resolução conjunta nº 003, de 10 de agosto de 2010. Boletim Energia, Brasília, v. 438, n. 8, out. 2010. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/cedoc/res2010003cj.pdf>. Acesso em: 02 nov. 2011.

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CARVALHO, N.O.; FILIZOLA JÚNIOR, N.P.; SANTOS, P.M.C.; LIMA, J.E.F.W. Guia de práticas sedimentométricas. Brasília: ANEEL, 2000. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/Guia_prat_port.pdf>. Acesso em: 28 out. 2011.

Direito Público. (s.d.). Direito Público. Acesso em 27 de Outubro de 2011, disponível

em DP: http://www.direitopublico.com.br/ Função regulatória. Marcos Juruena

Villela Souto.

GOMES, R.J.; SILVA JUNIOR, V.P.; MONTENEGRO, A.A.A; SILVA, T.T.N. Avaliação da descarga líquida e sólida em seção natural da Bacia do Alto Ipanema-PE. Disponível em: <http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/ resumos/R0501-2.pdf>. Acesso em: 28 out. 2011.

LIMA, J. E. F. W. ; LOPES, W. T. A.; SILVA, E. M.; VIEIRA, M. R. Diagnóstico hidrossedimentológico da bacia do rio Piquiri. Planaltina, DF: EMBRAPA Cerrados, 2004. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa)

SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Defesa Civil do Jabaquara instala

equipamentos para comunidade monitorar chuvas. Disponível em:

<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/seguranca_urbana/defesa_civil/n

oticias/?p=28089> . Acesso em: 29 nov. 2011.

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ANEXOS

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ANEXO A – RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº03, 10 de agosto de 2010.

Art. 1º Estabelecer as condições e os procedimentos a serem observados

pelos concessionários e autorizados de geração de energia hidrelétrica para a

instalação, peração e manutenção de estações hidrométricas visando ao

monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico, sedimentométrico e de

qualidade da água associado a aproveitamentos hidrelétricos, e dar outras

providências.

§ 1º O monitoramento pluviométrico é o conjunto de ações e equipamentos

destinados ao levantamento de dados de precipitação.

§ 2º O monitoramento limnimétrico, para os fins desta Resolução, é o

conjunto de ações e equipamentos destinados ao levantamento de dados do nível

d’água do reservatório do aproveitamento hidrelétrico.

§ 3º O monitoramento fluviométrico é o conjunto de ações e equipamentos

destinados ao levantamento de dados do nível d’água, bem como medições de

descarga líquida que permitam a definição e atualização da curva de descarga.

§ 4º O monitoramento sedimentométrico é o conjunto de ações e

equipamentos destinados ao levantamento de dados de sedimentos em suspensão

e de fundo, que permitam determinar a descarga sólida total.

§ 5º O monitoramento de qualidade da água é o conjunto de ações e

equipamentos destinados ao levantamento de parâmetros de qualidade da água.

Art. 2º Na definição do número de estações hidrométricas deverão ser

considerados:

I- a área de drenagem incremental de cada aproveitamento, para o

monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico e sedimentométrico;

II- a área inundada do reservatório para o monitoramento da qualidade da

água.

§1º Entende-se como área de drenagem incremental a diferença entre a área

de drenagem do aproveitamento e o somatório das áreas de drenagem de outros

aproveitamentos outorgados localizados imediatamente à montante.

§2º No caso de aproveitamentos localizados em bacias hidrográficas que

tenham áreas em outros países, a área incremental a ser considerada no caso do

aproveitamento mais a montante localizado dentro do território nacional, será a

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diferença entre a área de drenagem do aproveitamento em questão e a área fora do

país.

§3º As estações com monitoramento pluviométrico, limnimétrico, fluviométrico

e sedimentométrico deverão ser instaladas de acordo com as seguintes faixas e

quantidades:

§4º Os quantitativos de estações definidos para cada aproveitamento

hidrelétrico, com base nesta Resolução, serão mantidos ainda que haja alteração da

área de drenagem incremental em função da outorga de um novo aproveitamento

hidrelétrico a montante.

§5º O monitoramento limnimétrico deverá ser realizado no reservatório do

aproveitamento.

§6º Para aproveitamentos com área de drenagem incremental superior a 500

km² o monitoramento fluviométrico deverá ser realizado a montante, com vistas ao

controle das vazões afluentes, e a jusante do aproveitamento, em local que permita

a medição da vazão defluente, compreendendo as vazões vertidas e turbinadas da

usina.

§ 7º Caso o nível d’água de um reservatório localizado a jusante atinja o canal

de fuga da usina e não haja condições técnicas que viabilizem a instalação da

estação fluviométrica à jusante, deverá ser disponibilizada a defluência total obtida

no sistema de operação da usina.

§8º A impossibilidade de instalação de uma estação fluviométrica a jusante

do aproveitamento não desobriga o agente de respeitar o quantitativo de estações

estabelecido no §3º deste artigo.

§9º Caso as contribuições de vazões incrementais sejam significativas em

relação às vazões defluentes do aproveitamento, adicionalmente ao quantitativo

estabelecido no § 3º deste artigo, deverá ser instalada uma estação fluviométrica a

jusante do aproveitamento em local que possua restrição de vazão máxima

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declarada no Inventário das Restrições Operativas Hidráulicas, publicado pelo

Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.

§ 10. Para aproveitamentos com área de drenagem incremental superior a

500 km², o monitoramento sedimentométrico deverá ser realizado preferencialmente

a montante e a jusante do aproveitamento, com vistas à determinação das

descargas sólidas totais afluentes e defluentes do aproveitamento.

§ 11. No caso dos aproveitamentos com área de drenagem incremental de 0

a 500km², a ANA, mediante fundamentação, poderá determinar a instalação de mais

uma estação de monitoramento fluviométrico e sedimentométrico.

§ 12. Em aproveitamentos com área inundada superior a 3 km², o

monitoramento da qualidade da água deverá ser realizado em um local do

reservatório, considerando os parâmetros

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Fósforo Total, Nitrogênio Total,

Clorofila A, Transparência, pH e Temperatura.

§ 13. No caso a que se refere o § 12, a ANA, mediante fundamentação,

poderá determinar o monitoramento da qualidade da água em até três locais

distintos.

§ 14. Em aproveitamentos com área inundada menor ou igual a 3 km², a ANA,

mediante fundamentação, poderá determinar em um local do reservatório

monitoramento da qualidade da água, conforme os parâmetros estabelecidos no

§12.

§ 15. O monitoramento previsto nos § 12 a § 14 deverá preferencialmente ser

realizado em local já considerado para o atendimento de condicionante da licença

ambiental, quando for o caso. Art. 3º O concessionário ou autorizado deverá enviar à

ANA o projeto de instalação das estações, conforme modelo indicado pela ANA no

seu endereço virtual, no prazo de até 6 meses contados da data da concessão ou

autorização.

Art. 3º O concessionário ou autorizado deverá enviar à ANA o projeto de

instalação das estações, conforme modelo indicado pela ANA no seu endereço

virtual, no prazo de até 6 meses contados da data da concessão ou autorização.

§ 1º Na definição dos locais onde serão instaladas as estações hidrométricas

deve-se evitar sobreposições com estações existentes da Rede Hidrometeorológica

Nacional, sob operação da ANA ou de outras entidades, sendo preferíveis locais

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inéditos, ainda não monitorados na bacia hidrográfica em que se localiza o

empreendimento hidrelétrico.

§ 2º Os locais onde serão instaladas as estações hidrométricas serão

avaliados e aprovados pela ANA, a qual indicará os códigos dos respectivos pontos

de monitoramento, bem como o programa anual de operação das estações.

Art. 4º O concessionário ou autorizado deverá iniciar a operação dos pontos

de monitoramento, seguindo o programa anual de operação das estações e de

acordo com a seguinte tabela:

§ 1º Os concessionários ou autorizados deverão encaminhar para a ANA o

relatório de instalação de cada estação, de acordo com o modelo indicado pela ANA

no seu endereço virtual, em até 2 meses após o início da operação dos pontos de

monitoramento, conforme definido no caput deste artigo.

§ 2º Nos locais de monitoramento fluviométrico e sedimentométrico deverão

ser realizadas, no mínimo, 4 medições no decorrer do ano para fins de definição e

atualização das curvas de descarga líquida e sólida, respectivamente.

§ 3º Nos locais de monitoramento da qualidade da água deverão ser

realizadas, no mínimo, 4 medições no decorrer do ano.

§ 4º As medições de descarga líquida, descarga sólida e de qualidade da

água deverão ocorrer simultaneamente.

Art. 5º Todas as estações hidrométricas com monitoramento pluviométrico,

limnimétrico e fluviométrico deverão ser automatizadas e telemetrizadas, devendo as

informações coletadas serem registradas em intervalo horário, ou menor, com

disponibilização horária à ANA, por meio de serviços de transferência via internet no

formato e endereço indicado pela ANA.

§ 1º Os concessionários e autorizados com área de drenagem incremental

superior a 500km² deverão ajustar o quantitativo das estações de acordo com o art.

2º desta Resolução, bem como os sistemas de coleta e envio de dados das

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estações hidrométricas de forma a atender o caput deste artigo, no prazo de até 12

meses contados da data de publicação desta Resolução.

§ 2º Os concessionários e autorizados com área de drenagem incremental

menor ou igual a 500 km² deverão ajustar o quantitativo das estações de acordo

com o art. 2º desta Resolução, bem como os sistemas de coleta e envio de dados

das estações hidrométricas de forma a atender o caput deste artigo, no prazo de até

18 meses após a publicação desta Resolução.

§ 3º A ANA comunicará à ANEEL as irregularidades identificadas referentes à

operação inadequada das estações e do sistema de envio e coleta de dados, sem

prejuízo da adoção de outras providências de sua competência.

Art. 6º Os concessionários ou autorizados deverão encaminhar à ANA, até o

dia 30 de abril de cada ano, relatório de consistência dos dados gerados no ano

anterior, no modelo indicado pela ANA no seu endereço virtual, incluindo os dados

pluviométricos, limnimétricos, fluviométricos, sedimentométricos e de qualidade da

água, bem como as curvas de descarga líquida e sólida atualizadas.

Parágrafo único. Os relatórios de consistências serão analisados e

disponibilizados pela ANA no seu endereço virtual.

Art. 7º Os concessionários e autorizados deverão realizar análise de

consistência de todos os dados e informações hidrológicos gerados na vigência da

Resolução ANEEL nº 396, de 4 de dezembro de 1998, convertê-los para o formato

indicado pela ANA no seu endereço virtual e enviá-los para a ANA no prazo de até

12 meses contados da data de publicação desta Resolução.

Art. 8º Para as usinas despachadas centralizadamente pelo Operador

Nacional do Sistema Elétrico - ONS, o processo de assoreamento do reservatório

deverá ser avaliado com base na atualização das curvas cota-área-volume realizada

pelo concessionário ou autorizado, da seguinte forma:

I – para empreendimentos que, na data de publicação desta Resolução,

estiverem em operação há oito anos ou mais, a atualização deverá ser feita no prazo

de até 24 meses contados da data de publicação desta Resolução e, a partir da

referida atualização, a cada 10 anos;

II – para os demais empreendimentos não atingidos pelo inciso I, a

atualização deverá ser realizada a cada 10 anos, contados a partir do início de sua

operação comercial.

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§ 1º A proposta do método e dos procedimentos a serem utilizados na

atualização das curvas cota-área-volume deverá ser encaminhada previamente, pelo

concessionário ou autorizado à ANA para avaliação.

§ 2º O concessionário ou autorizado deverá encaminhar à ANA, para

avaliação, um relatório técnico detalhado contendo o método e os procedimentos

utilizados, bem como as tabelas cota x área e cota x volume, e os respectivos dados

eletrônicos e polinômios.

§ 3º Em casos excepcionais, a ANEEL, mediante fundamentação, poderá

determinar que a avaliação do processo de assoreamento do reservatório seja

realizada com periodicidade inferior a 10 anos.

Art. 9º Os dados e informações provenientes das estações hidrométricas e

referentes às curvas cota - área - volume, objetos desta Resolução, serão

disponibilizados pela ANA via Internet.

Art. 10. As declarações de reserva de disponibilidade hídrica e as outorgas de

direito de uso de recursos hídricos para aproveitamento de potenciais hidrelétricos

emitidas pela ANA incluirão condicionante específica de cumprimento das

obrigações referentes à instalação, operação e manutenção de estações

hidrométricas nos termos desta Resolução.

Art. 11 As estações de monitoramento de que trata esta Resolução serão

objeto de acompanhamento e fiscalização por parte da ANA e ANEEL.

Parágrafo único. A atividade de fiscalização da ANA será exercida em

conformidade com o disposto na Resolução ANA nº 82, de 24 de abril de 2002,

republicada em 24 de abril de 2003, e os anexos inseridos por meio da Resolução

ANA nº 142, de 07 de abril de 2008.

Art. 12. O descumprimento de quaisquer obrigações fixadas nesta Resolução

sujeitará os concessionários e autorizados de geração de energia hidrelétrica às

penalidades previstas na Resolução Normativa ANEEL nº 63, de 12 de maio de

2004, e nos arts. 15 e 50 da Lei nº 9.433, de 1997.

Art. 13. Fica revogada a Resolução ANEEL nº 396, de 04 de dezembro de

1998.

Art. 14. A revisão desta Resolução será realizada após dois anos, contados

de suapublicação, por ato conjunto da ANEEL e da ANA, sem prejuízo das

obrigações estabelecidas nesta Resolução.

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Parágrafo Único. O processo de identificação dos aperfeiçoamentos e

aprimoramentos necessários ao regulamento terá início após um ano da publicação

desta Resolução.

Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Assinam a resolução o diretor geral da ANEEL, Nelson José Hubner Moreira e o

diretor presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo.

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ANEXO B – RESOLUÇÃO N°396, 4 DE DEZEMBRO DE 1998.

Art. 1º Estabelecer que, em todos os aproveitamentos hidrelétricos, os

Concessionários e os Autorizados ficam obrigados a instalar, manter e operar

estações fluviométricas e pluviométricas na região do empreendimento, nas

condições previstas nesta Resolução.

§ 1º Entende-se por estação fluviométrica o monitoramento limnimétrico

contínuo em determinado local do curso d’água, apoiado por medições regulares de

vazão, que permitam a manutenção atualizada de curva de descarga para o local.

§ 2º Entende-se por estação pluviométrica o monitoramento contínuo da

precipitação num determinado local.

§ 3º O número de estações a serem instaladas será quantificado conforme a

área de drenagem incremental de cada aproveitamento, sendo esta entendida como

a diferença entre a área de drenagem do aproveitamento em questão e o somatório

das áreas de drenagem dos aproveitamentos imediatamente à montante.

I – Deverão ser instaladas estações fluviométricas e pluviométricas de acordo

com as seguintes faixas:

Área de Drenagem Incremental

De 0 a 500 km²

De 501 a 5.000

km²

De 5.001 a 50.000

km²

De 50.001 a 500.000

km²

Acima de 500.000 km²

Número de estações fluviométricas

1 3 4 6 7

Número de estações pluviométricas

- 3 4 6 7

a – as estações referentes a aproveitamentos com área de drenagem

incremental superior a 500 km² deverão ser telemetrizadas, com registro local de

hora em hora, ou em intervalo menor, e disponibilização das informações de, no

mínimo, 3 vezes ao dia.

b – uma das estações fluviométricas deste inciso deverá ser instalada a

jusante do aproveitamento, em local que permita a medição da vazão de jusante,

compreendendo as vazões vertidas e turbinadas.

II – Nos aproveitamentos com área inundada superior a 3,0 km², referida ao

nível d'água atingido pela cheia com tempo de recorrência de 100 anos, deverá,

também, ser instalada uma estação fluviométrica telemetrizada junto ao barramento,

com registro local, de hora em hora, e disponibilização das informações de, no

mínimo, 3 vezes ao dia .

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Art. 2º Os concessionários e autorizados de geração de energia hidrelétrica

deverão manter atualizadas as curvas de descarga das estações fluviométricas

associadas aos aproveitamentos hidrelétricos, informando à ANEEL essas

atualizações, bem como as curvas Cota-Volume dos reservatórios dos

aproveitamentos.

Art. 3º Fixar o prazo de 180 dias para que as concessionárias e autorizadas

de geração abrangidas nesta Resolução ajustem com a ANEEL o programa de

implantação ou adequação das estações mencionadas e respectivos procedimentos

operacionais.

Afonso Henriques Moreira Santos assina a resolução 396.

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ANEXO C – PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DE ESTAÇÕES HIDROLÓGICAS

EM ATENDIMENTO À RESOLUÇÃO CONJUNTA N° 3 DE 10 DE

AGOSTO DE 2010 - PCH MAFRAS

Aproveitamento Hidrelétrico PCH Mafrás

Agente de Geração de Energia

Hidrelétrica Mafrás Energia e Reflorestamento Ltda.

Ato de Autorização ou de

Concessão *

RESOLUÇÃO AUTORIZATIVA nº 69, de 2 de março de

2004

Potência Instalada (MW) 4

Rio / Sub-Bacia Hidrográfica [83] Rio Itajaí do Norte

Bacia Hidrográfica [8] Atlântico Sul

Barramento

Latitude / Longitude 27° 01' 41"S / 49° 34' 31"W

Município(s) e Unidade(s) da

Federação em que está localizado o

barramento Ibirama/SC

Área de drenagem total até o

barramento (km2) 3175

Área incremental do

aproveitamento** (km2) 3175

Reservatório

Área inundada no Nível Máx.

Maximorum (km2) 0

Nível d'água Máximo Maximorum

(m) 239,5

Nível d'água Máximo Operacional

(m) 237,8

Nível d'água Mínimo Operacional

(m) 237,8

Volume Máximo Operacional (km3)

Volume Mínimo Operacional (km3)

Número e tipo de estações hidrológicas a instalar de acordo com os critérios da Resolução

03/2010

Fluviométricas 3 a serem instaladas

Pluviométricas 3 a serem instaladas

Limnimétrica junto ao barramento 0

Sedimentométrica 2 a serem instaladas

Departamento e nome do técnico,

funcionário do Agente, responsável

pelas atividades da Resolução

03/2010

Ambitec Serviços Ambientais S/C LTDA

Formação profissional Multidisciplinar

Endereço para contato

Cristo Rei, S/N, Interior,

São João do Oeste - SC, 89897-000

e-mail [email protected]

Números de Telefone e de Fax 47 96415677

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*As obrigações estabelecidas pela Resolução 03/2010 vigoram a partir da data de publicação, no

Diário Oficial da União, do ato de autorização ou de concessão de geração de energia hidrelétrica

.

**Área incremental do aproveitamento, ou área de drenagem incremental, é a extensão da área

de drenagem que resulta de substrair da área de drenagem total, medida até o local de

barramento, as áreas de drenagem de aproveitamentos hidrelétricos autorizados ou

concessionados situados a montante (ver a ilustração). Não havendo aproveitamentos a

montante, a área incremental é a mesma área de drenagem total até o local de barramento.

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Fotos e Imagens de Satélite dos Trechos de Interesse:

Figura 3.1 Vista Geral do canal de fuga da PCH MAFRÁS

Figura 3.2 - Vista a partir do encontro entre o canal de fuga e o rio Itajaí do Norte

(aproximadamente 50 metros).

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Figura 3.3 - Vista a jusante da saída do canal de fuga no Rio Itajaí do Norte,

observando o canteiro de obras da usina de PCH Ibirama

Figura 3.4 – Estação fluviométrica a jusante do canal de fuga da PCH Ibirama

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ANEXO D – Mapas, Imagens e Fotos de Locais para Instalação de

Estações Hidrométricas – PCH Mafrás

Figura 5.1 – Ilustração do lance de réguas estação PCH – MAFRÁS

Figura 5.2 – Localização da estação PCH – MAFRÁS

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Figura 5.3 – A) superior direita – vista margem direita local para instalação

pluviógrafo e torre de transmissão; B) superior direita – vista margem esquerda; C)

inferior direita – detalhe margem esquerda; D) inferior esquerda – vista a montante

para medição de descarga

Figura 5.4 – Localização da estação José Boiteux

A

C

B

D

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Figura 5.5 – Ponte pênsil para instalação da estação de Presidente Getúlio

Figura 5.6– Localização da estação Presidente Getúlio.