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Literatura no Período Colonial “E ao imenso possível oceano Ensinam estas quimas, que aqui vês Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é “português” (Fernando Pessoa) A literatura de Informação Os primeiros escritos sobre o Brasil foram documentos de caráter informativo, referentes á terra rica e fecunda, aos nativos estranhos, ao clima tropical, ás condições gerais de vida e ás atividades colonizadoras. Elas marcam o início da colonização e da história do Brasil, além de trazer importantes relatos sobre a nação brasileira em seus primórdios. A literatura informativa compreende um período entre os anos de 1500 e 1601, nos quais foram feitos os primeiros relatos sobre as novas terras brasileiras. Uma das principais obras da literatura informativa é a “Carta de Pero Vaz de Caminha a El-rei D. Manuel”, referindo o descobrimento de uma nova terra e as primeiras impressões da natureza e do aborígine. Ela informa

Literatura

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Literatura no Período Colonial“E ao imenso possível oceano

Ensinam estas quimas, que aqui vês

Que o mar com fim será grego ou romano:

O mar sem fim é “português”

(Fernando Pessoa)

A literatura de Informação Os primeiros escritos sobre o Brasil foram documentos de

caráter informativo, referentes á terra rica e fecunda, aos nativos estranhos, ao clima tropical, ás condições gerais de vida e ás atividades colonizadoras. Elas marcam o início da colonização e da história do Brasil, além de trazer importantes relatos sobre a nação brasileira em seus primórdios.

A literatura informativa compreende um período entre os anos de 1500 e 1601, nos quais foram feitos os primeiros relatos sobre as novas terras brasileiras.

Uma das principais obras da literatura informativa é a “Carta de Pero Vaz de Caminha a El-rei D. Manuel”, referindo o descobrimento de uma nova terra e as primeiras impressões da natureza e do aborígine. Ela informa detalhadamente o rei D. Manuel sobre o descobrimento do Brasil e os primeiros contatos com os índios.

Carta do achamento do Brasil

“Senhor:

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Posto eu o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escreva a Vossa alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que nesta navegação agora se achou, não deixarei também de dar minha conta a Vossa Alteza, o melhor que eu puder, ainda que – para o bem contar e o falar -, o saiba fazer pior que todos.

Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para alindar e nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu...”

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[...] Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar. Como que dizia que havia em terra ouro. E também viu um castiçal de prata, e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata.

Literatura JesuíticaOs jesuítas vindos ao Brasil com a missão de catequizar os índios

deixaram inúmeras cartas, tratados descritivos, crônicas históricas e poemas. Naturalmente, toda essa produção está diretamente relacionada á intenção catequéticas de seus autores, entre o qual mais se destacou foi José de Anchieta.

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José de Anchieta

José de Anchieta nasceu nas ilhas Canárias, em 1534 e morreu no Espírito Santo, Brasil em 1597. Desbravador, apóstolo, Anchieta amou os índios e a pátria brasileira. Os nativos o chamavam de supremo pajé branco. Para ensinar os índios, criou a primeira gramática tupi-guarani, a Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil.

Anchieta foi o criador e iniciador de nosso teatro. Dentre suas obras se destaca O auto de São Lourenço, que é predominantemente em tupi. Escreveu também poesias que fizeram dele o nosso primeiro poeta. Escrito em latim, espanhol e português apresentavam grandes qualidades estilísticas.

A santa Inês

Cordeirinha linda

Como folga o povo

Porque vossa vinda

Dá-lhe lume novo

Cordeirinha santa

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Que lesu querida,

Vossa santa vida

O diabo espanta

Por isso vos canta

Com prazer, o povo

Porque vossa vinda

Dá-lhe lume novo.

Fragmento de A Santa Inês de José de Anchieta

ArcadismoDeriva do espírito iluminista, cujo objetivo é a recuperação dos

gêneros, formas e técnicas clássicas. Associada com a decadência do pensamento barroco e o surgimento dos valores burgueses, esse movimento literário prima por uma poesia sem os excessos e contradições do barroco.

A literatura arcadista no Brasil iniciou no ano de 1768, com a publicação do livro “Obras Poéticas” de Cláudio Manuel da Costa.

Basílio da Gama

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Basílio da Gama nasceu em Minas Gerais em 1740 e morreu em Lisboa, em 1795.

Entre as obras épica do Arcadismo, pela sua importância histórica e autonomia temática, destaca-se o Uruguai. A visão que Basílio da Gama tem do índio já reflete o sentimento nativista prenúncio do Romantismo.

O assunto do Uruguai é a luta das tropas espanholas e portuguesas contra os índios aldeados nas missões jesuíticas do Rio Grande do Sul, que recusavam acatar as decisões do Tratado de Madri. A obra é composta por cinco cantos.

A morte de Lindóia - Canto IV

Leva nos braços a infeliz Lindóia

O desgraçado irmão, que ao despertá-la

Conhece, com que dor! No frio rosto

Os sinais do veneno, e vê ferido

Pelo dente sutil o brando peito.

Os olhos, em que Amor reinava, um dia,

Cheios de morte, e muda aquela língua [...]

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BarrocoO Barroco é um movimento que espelha a contradição

reinante. Assim, amor e sofrimento, vida e morte, corpo e alma, religiosidade e erotismo convivem em constante conflito nos textos dos escritores barroco.

O marco inicial do Barroco brasileiro é o poema épico, Prosopopeia de Bento Teixeira.

O mais importante escritor barroco foi Gregório de Matos, mas o Padre Antônio Vieira também se destacou, escreveu quase duzentos sermões. O mais importante e polêmico foi Sermão da Sexagésima que critica o estilo de outros pregadores que ao invés de pregarem servindo a Deus, pregam para agradar os homens.

Gregório de Matos

Gregório de Matos foi um poeta lírico e religioso, bem como satírico e mordaz, o que eu lhe valeu o epíteto de Boca do Inferno. Sabia como poucos derramar o fel da crítica ferina da ironia contundente. Foi a primeira grande voz tipicamente brasileira. Em vida nada publicou.

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