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Recolha de textos 7.º C

Literatura Oral Tradicional

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Recolha de textos pelo 7.º C

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Page 1: Literatura Oral Tradicional

Recolha de textos

7.º C

Page 2: Literatura Oral Tradicional

Índice

Adivinhas

Anedotas

Contos do maravilhoso

Contos populares/tradicionais

Fábulas

Lendas

Lengalengas

Provérbios

Quadras populares e cantigas

Romance tradicional

Trava-línguas

Page 3: Literatura Oral Tradicional

Qual é coisa, qual é ela,

que é redonda como o Sol,

tem mais raios do que uma trovoada

e anda sempre aos pares?

Qual é coisa, qual é ela,

que atravessa todas as portas

sem nunca entrar

nem por elas sair?

Qual é coisa, qual é ela,

que tem uma perna mais comprida que a outra

e noite e dia anda sem parar?

O que será, que será,

que sendo preto ou branco,

de noite é sempre pardo,

escaldado, tem medo de água fria

e dizem ter mais de oito vidas?

Page 4: Literatura Oral Tradicional

Qual é coisa, qual é ela,

que respira sem pulmões

e tem pés mas não anda?

Qual é a coisa qual é ela

Que põe o mundo a dançar,

Tem notas e não é dinheiro

O que será, que será,

que é feito de vidro

e mostra tudo o que vê?

O que será, que será,

verde, branco ou amarelo,

pode ser frade sem convento,

Quando não carrapato?

Quanto mais quente,

mais fresco.

O que é?

Bibliografia:

Http://www.google.pt/#hl=pt-

PT&&sa=X&ei=mX73TLjrJcy08QPurfX4Cg&ved=0CB8QBSgA&q=adivinhas&

spell=1&fp=763efdb04d918726

Trabalho realizado por: Carla Novo nº2 7ºC

Page 5: Literatura Oral Tradicional

Anedotas

Um alentejano vai de visita à União Soviética, e resolve ir caçar pombos

para a zona de Chernobyl. Um russo que o vê alerta-o.

- Você não pode comer essas pombos. Têm radioactividade.

- Não têm não. - dito isto pega num pombo e aproxima-o do ouvido.

- Rádio não tem. - depois atira-o ao chão.

- Não se mexe, de modo que actividade também não.

Apagaram-se as luzes e quando se acenderam o queijo tinha

desaparecido.

- Quem foi que o comeu ?...

- O alentejano burro !

-Mas porquê ?

-O resto são tudo personagens fictícias !!!!!!!!!

Dois compadres conversavam acerca do que gostavam de ter e um deles

diz: - Eu gostava de ter um burro, uma grua e um sapo.

- Mas para quê isso? –

- O burro para não andar a pé, a grua para me por em cima do burro e o

sapo para por ao pé das orelhas do burro a fazer crhs, chrs, chrs.

Um alentejano tinha os pais nas Américas, e constantemente pediam ao

seu filho para os ir visitar.

Um dia lá resolveu ir, comprou a passagem, fez as suas malas e despediu-

se da mulher.

Chega ao aeroporto, era um voo da PANAIR, olhou para o avião, deu meia

volta e foi embora para casa.

A mulher muito admirado ao vê-lo de volta:

- Então homem, o que é que te esqueceu!!??

- Não me esqueceu nada. Estava lá escrito no avião em letras bem grandes

que era "pa na ir" eu "na" fui

Osne Lopes

Page 6: Literatura Oral Tradicional

Conheci um gajo que era tão racista, mas tão racista que bebia whisky

"Black & White" em copos separados!

Havia uma mulher que era tão magra, tão magra que comeu uma

ervilha e julgou que andava grávida.

O Joãozinho entra em casa a correr e mostra ao pai um canivete novo que

achou na rua.

- Mas tens a certeza que foi perdido? - Pergunta o pai.

- Foi perdido foi, que eu bem vi o homem à procura dele.

Um miúdo entra num talho e pergunta:

- O senhor tem pés de porco?

- Tenho, sim senhor!

- Coitado! Então deve custar-lhe muito andar!

Bibliografia

http://www.anedotas.cc/new_index.php?jtype=novas

Trabalho: realizado por Fátima

Page 7: Literatura Oral Tradicional

Contos do

MarAVILHOSO

Era uma vez um comerciante que morava com a sua filha, uma moça tão bonita cujo

nome era Bela.

Voltando de uma viagem, o mercador viu um castelo com um lindo jardim cheio de

flores. Resolveu levar uma rosa para Bela. Quando ele colheu a rosa daquele jardim,

uma fera apareceu e disse:

-Você não devia mexer no meu jardim, por isso vai ser meu prisioneiro!

O comerciante respondeu:

-Perdão senhor, era um presente para minha filha!

Mas a fera não queria saber estava furiosa. O mercador, então, pediu para a fera o

deixar despedir-se da sua filha.

Chegando a casa chorou, porque a sua filha ficaria sozinha no mundo.

Bela então disse:

-Papá, deixe ir-me com você, quero falar com a fera.

-Não adianta, minha filha! - Disse o comerciante. Mas Bela tanto insistiu que o pai a

levou com ele.

Chegando ao castelo, bela disse para a fera:

-Deixe o meu pai ir-se embora, ele está velho e doente, eu fico no lugar dele.

A fera concordou e o pai de Bela muito triste foi-se embora. Os dias passavam no

castelo. A fera, mesmo sendo muito feia, era boa e gentil com Bela. Liam livros juntos,

conversavam e brincavam no jardim. De tão amigos, a fera deixou Bela ir visitar o seu

pai.

Quando Bela voltou, encontrou a Fera muito doente. Bela assustada disse:

-Fera, não morra, estou aqui! Eu amo-te! - E beijou o rosto da Fera.

No mesmo instante, operou-se na fera uma transformação. A fera deixou de existir e

em seu lugar surgiu um lindo príncipe que contou a Bela que uma bruxa o enfeitiçara e

ele só voltaria ao normal com um beijo de amor.

Page 8: Literatura Oral Tradicional

Quebrado o encanto, o príncipe e a Bela casaram-se e foram felizes para sempre.

Vinilson

A vendedora de fósforos

Na véspera de Ano Novo, na última noite do ano, fazia muito frio e as ruas

da pequena cidade estavam completamente às escuras.

As pessoas abrigavavam-se nas suas casas aquecidas e através das janelas

viam-se as luzes das árvores de Natal acesas. O aroma a ganso recheado escapava

para a rua. A neve caía.

Apenas uma jovem menina vagueava pelas ruas desertas. Os flocos de neve

pousavam nos seus caracóis louros, os pés descalços estavam roxos por causa do

frio. Quando saíra de casa tinha calçado um par de sapatos mas, ao desviar-se de

uma carruagem que passava apressada, perdera-os, pois estavam-lhe demasiado

grandes. Um dos sapatos desapareceu e o outro foi apanhado por um pobre

rapazinho que rapidamente se pôs em fuga, sem olhar para trás.

A menina trazia nas mãos um molho de fósforos e no bosso do avental

tinha mais. Mas ninguém lhe tinha comprado nada nesse dia. Não tinha recebio

uma moeda que fosse.

Mas ela não se atrevia a voltar para casa. Não tinha vendido nenhum

fósforo, por isso não tinha dinheiro nenhum. De certeza que o pai ia ficar furioso e,

além disso, em casa também estava frio, uma vez que o vento assobiava pelas

fendas do telhado.

Num canto entre duas casas, uma mais saliente que a outra, a menina

sentou-se e aninhou-se, encolhendo os pés contra o corpo. Estava gelada e tinha as

mãos dormentes, devido ao frio. Não parava de nevar e as ruas começavam a ficar

desertas. O frio aumentava cada vez mais.

“Vou acender um fósforo na parede, só para aquecer as mãos na chama.”

Raspou um dos fósforos. Como cintilava! E como ardia! Produzia uma chama

Page 9: Literatura Oral Tradicional

quente e clara, como uma luzinha mágica. Colocou a mão por cima da chama.

Sentiu-se como se estivesse sentada frente a um grande fogão da sala com uma

fumegante chaleira de cobre em cima.

Como crepitava o lume lá dentro, e como era reconfortante o calor! Esticou

os pés, para os aquecer e, nesse momento, a chama apagou-se e a visão

desapareceu. Na mão restava-lhe apenas o fósforo ardido.

“Vou acender outro fósforo só para aquecer os pés”. No sítio onde a

luzinha incidia na parede, esta ficava transparente, como um véu. A rapariga

conseguia ver para dentro da casa. A mesa estava coberta com uma toalha branca e

sobre esta havia talheres reluzentes.

O ganso assado fumegava e cheirava muito bem, recheado com maçãs e

ameixas secas. Oh! De repente, o ganso saltou da travessa e aterrou no chão,

caminhando na direcção da menina, com o garfo e a faca espetados no peito.

Então o fósforo apagou-se e ela voltou a ver a pardede opaca, húmida e

fria. Resolveu acender outro fósforo. E agora estava sentada debaixo de uma

magnífica árvore de Natal, um enorme pinheiro de um verde lindíssimo.

Era ainda maior e estava melhor enfeitada que a do comerciante rico, que

ela tinha visto atrvés das portas de vidro. Milhares de velhinas ardiam nos ramos

verdes.

A pequena estendeu as mãos na direcção da árvore mas, então, o fósforo

apagpu-se. As luzinhas de Natal elevaram-se nas alturas e a rapariga via-as como

estrelas no céu. No entanto, uma delas caiu, deixando um longo rasto de fogo.

“Alguém morreu”, pensou a pequena. Fora a sua avó, que morrera há pouco, quem

lhe ensinara isso. A avó, a única pessoa que a estimava tinha-lhe dito: “Quando uma

estrela cai do céu, há uma alma que sobe até Deus.”

A menina riscou outro fósforo na parede. Fez-se claridade e, no caminho,

surgiu a avó, luminosa e cintilante, doce e carinhosa.

Page 10: Literatura Oral Tradicional

“Oh, avó, leve-me consigo!” pediu a menina. “Sei que quando o fósforo se

apagar vai desaparecer, como o fogão quente, o belo ganso assado e a magnífica

árvore de Natal. Não me deixes sozinha!”

E, rapidamente, a menina acendeu todos os fósforos que tinha, pois não

queria que a avó desaparecesse. E os fósforos arderam numa chama tão forte e

com tal intensidade que iluminava mais do que o sol. Parecia de dia!

A avó nunca se sentira tão radiante.

A pequena estendeu as mãos e sentiu-se muito leve. A acó tomou-a nos

braços e subiu, levando-a consigo nas alturas. Lá em cima não havia frio nem fome.

E continuaram a subir, cada vez mais alto, na direcção da luz e do calor, até ao céu.

Na manhã seguinte, quando as pessoas começaram a sair das suas casas,

encontraram numa ruela o pequeno corpo sem vida, com as faces rosadas e um

sorriso nos lábios.

A pequenina mão rígida segurava os fósforos ardidos. “Procurava um

pouco de calor” disse alguém, “e acabou por morrer de frio.”

Ninguém suspeitava que ela tinha visto coisas muito belas e tinha entrado

de forma esplendorosa no Ano Novo, pela mão da avó.

Page 11: Literatura Oral Tradicional

A princesa e a ervilha

Era uma vez um príncipe que desejava casar com uma princesa, mas tinha

de ser uma princesa de verdade. Viajou por todo o mundo disposto a encontrá-la,

mas deparava sempre com algum obstáculo. Princesas havia muitas, mas não

conseguia distinguir se se tratavam de autênticas princesas. E o príncipe regressava

a casa das suas viagens desanimado, pois desejava muito encontrar uma princesa

verdadeira.

Certa noite, houve um grande temporal. Havia trovões e relâmpagos e

chovia a cântaros. Metia medo! Foi então que bateram às portas do palácio e o velho

Rei em pessoa foi abrir.

À sua frente estava uma princesa. Mas, Santo Deus!, que aspecto tinha por

causa da chuva e do vento. A água escorria-lhe pelo cabelo e pelas vestes. As gotas

entravam-lhe pelas biqueiras dos saparos e saíam pelos calcanhares. Mas não

parava de afirmar que era uma autêntica princesa. “Isso é o que vamos ver!”, pensou

a velha rainha, mas não disse uma só palavra. Foi a um dos aposentos, pediu para

tirar as camas e colocou uma ervilha no chão. Depois ordenou que lhe trouxessem

vinte colchões e mandou colocá-los uns sobre os outros, por cima da ervilha e,

finalmente, por cima dos colchões, vinte edredões de penas.

Na manhã seguinte, foi-lhe perguntado se tinha dormido comodamente.

- Oh, muitíssimo mal! - respondeu a princesa – Quase não preguei olho toda

a noite! Sabe Deus o que haveria naquela cama! Só sei que era coisa dura, que me

deixou o corpo cheio de nódoas negras! Foi horrível!

Assim puderam comprovar que se tratava de uma autêntica princesa, pois

sentira a ervilha através dos vinte colchões e dos vinte edredõs de penas. Só uma

verdadeira princesa poderia ser assim tão sensível e delicada!

Então o príncipe casou com ela, pois estava certo de ter encontrado uma

verdadeira princesa. E a ervilha passou a figurar na galeria de arte do palácio, onde

ainda hoje se deve encontrar e pode ser contemplada se ninguém a tiver tirado.

E esta é uma história absolutamente certa!

Bibliografia: Os melhores contos de Anderson(livro)

João Gomes n.º23 7.ºC

Page 12: Literatura Oral Tradicional

Contos populares

O CEGO E O MOÇO

Um cego andava pedindo esmola pela mão de um moço; a uma porta

deram-lhe um naco de pão e um bocado de linguiça. O moço pegou no pão e

deu-o ao cego para metê-lo na sacola, e ia comendo a linguiça muito à

sorrelfa. O cego, desconfiado, pelo caminho começa a bradar com o moço:

– Ó grande tratante, cheira-me a linguiça! Acolá deram-me linguiça e tu

só me entregaste o pão.

– Pela minha salvação, que não deram senão pão.

– Mas cheira-me a linguiça, refinado larápio!

E começou a bater com o bordão no moço pancadas de criar bicho. O

moço era ladino e disse lá para si que o cego lhas havia de pagar. Quando iam

por uns campos onde estavam uns sobreiros, o moço embicou o cego para um

tronco, e grita-lhe:

– Salta, que é rego. O cego vai para saltar e bate com os focinhos no

sobreiro. Grita ele:

– Ó rapaz do diabo! Que te racho.

Diz-lhe ele:

Pois cheira-lhe o pão a linguiça,

E não lhe cheira o sobreiro à cortiça?

Page 13: Literatura Oral Tradicional

O sal e a água Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual

era a mais sua amiga. A mais velha respondeu:

– Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.

Respondeu a do meio:

– Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.

A mais moça respondeu:

– Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.

O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como

as outras, e pô-la fora do palácio.

Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um rei, e aí

se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito,

e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço.

Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas

quiseram ver se o anel lhes servia: foi passando, até que foi chamada a

cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo

apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.

Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e

viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o

caso. O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por

condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda.

Para as festas de noivado convidou-se o rei que tinha três filhas, e que

pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos

manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito.

Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que não comia.

Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia?

Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:

– É porque a comida não tem sal.

O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali

dizer porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina

vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou

ali a sua filha que lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de

sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai.

Heldemira, 7.º C

Page 14: Literatura Oral Tradicional

Fábulas

A Lebre e a Tartaruga

Um dia a Lebre encontrou a Tartaruga e ridicularizou o seu passo lento e miudinho.

- Muito bem - respondeu a Tartaruga

sorrindo. – Apesar de seres tão veloz

como o vento, vou ganhar-te numa

corrida.

A Lebre, pensando que tal era impossível,

aceitou o desafio. Resolveram entre elas

que a raposa escolheria o percurso e seria

o árbitro da corrida. No dia combinado,

encontraram-se e partiram juntas.

A Tartaruga começou a andar no seu

passo lento e miudinho, nunca parando pelo caminho, direita até à meta.

A Lebre largou veloz, mas algum

tempo depois deitou-se à beira do

caminho e adormeceu. Quando

acordou, recomeçou a correr o mais

rapidamente que pode. Mas já era

tarde... Quando chegou à meta,

verificou que a Tartaruga tinha ganho

a aposta e que já estava a descansar

confortavelmente.

Esopo

Moral da história:

Devagar mas com persistência completas todas as tarefas.

Page 15: Literatura Oral Tradicional

O Lobo e o Cão

Certo dia, um Lobo só pele e osso

encontrou um cão gordo, forte e com o

pêlo muito lustroso. Via-se bem que não

passava fome. O Lobo, admirado, quis

saber onde é que ele conseguia obter tanta

comida.

- Se me seguires, ficarás tão forte como eu

- respondeu o cão. - O homem dar-te-á

restos saborosos.

- Mas o que preciso de fazer em troca? -

Quis saber o Lobo.

- Muito pouco, na verdade - respondeu o Cão. - Uivar aos intrusos, agradar ao dono e adular os

seus amigos. Só por isto receberás carne e outras iguarias muito bem cozinhadas. De vez em

quando, receberás também festas no dorso.

O Lobo ficou encantado com a ideia e meteram-se ambos ao caminho. A dada altura, o Lobo

reparou que o cão tinha o pescoço esfolado.

- O que tens no pescoço? - Perguntou.

- Nada de grave. É da argola com que me prendem - explicou o Cão.

- Preso? Então não podes correr quando queres? - Exclamou o Lobo. - Esse é um preço

demasiado elevado: não troco a minha liberdade por toda a comida do mundo.

Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode para bem longe dali.

Jean de La Fontaine

Moral da história:

A tua liberdade não tem preço.

Pedro Basso, 7.º C

Page 16: Literatura Oral Tradicional

AA CCiiggaarrrraa ee aa FFoorrmmiiggaa

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se

preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma

folha pesada, perguntou:

- Ei, formiguinha, para quê todo esse trabalho? O verão é para gente

aproveitar! O verão é para gente se divertir!

- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso

trabalhar agora para guardar comida para o inverno.

Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o

bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.

Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada

folha.

A cigarra então aconselhou:

- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha,

vamos cantar! Vamos dançar!

A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava

e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.

Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se

divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha

terminado a vidinha boa.

A rainha das formigas falou então para a cigarra:

- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai

passar fome e frio.

A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:

- Hum! O inverno ainda está longe, querido!

Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem

pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar

alimento? Pura perda de tempo.

Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu

corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da

formiga.

Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.

Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.

Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo

das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar connosco, cumpra o seu

dever: toque e cante para nós.

Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.

Moral: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.

Page 17: Literatura Oral Tradicional

AA AAsssseemmbblleeiiaa ddooss RRaattooss

Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma

casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a

ponto de morrer de fome.

Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia

para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino

andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.

– Acho – disse um deles – que o meio de nos defendermos de Faro-Fino

é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o

denuncia e pomo-nos ao fresco do tempo.

Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projecto foi aprovado

com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:

– Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de

Faro-Fino?

Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque

não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia

dissolveu-se no meio de geral consternação.

Moral: Dizer é fácil, fazer é que é difícil.

AA RRaappoossaa ee aa CCeeggoonnhhaa

Um dia a raposa foi visitar a cegonha e convidou-a para jantar.

Na noite seguinte, a cegonha chegou a casa da raposa.

- Que bem que cheira! – disse a cegonha ao ver a raposa a fazer o jantar.

- Vem, anda comer. – disse a raposa, olhando o comprido bico da cegonha e

rindo-se para si mesma.

Page 18: Literatura Oral Tradicional

A raposa, que tinha feito uma saborosa sopa, serviu-a em dois pratos rasos e

começou a lamber a sua. Mas a cegonha não conseguiu comer: o bico era

demasiado comprido e estreito e o prato demasiado plano. Era, porém,

demasiado educada para se queixar e voltou para casa cheiinha de fome.

Claro que a raposa achou montes de piada à situação!

A cegonha pensou, voltou a pensar e achou que a raposa merecia uma lição. E

convidou-a também para jantar. Fez uma apetitosa e bem cheirosa sopa, tal

como a raposa tinha feito. Porém, desta vez serviu-a em jarros muito altos e

estreitos, totalmente apropriados para enfiar o seu bico.

- Anda, vem comer amiga Raposa, a sopa está simplesmente deliciosa. -

espicaçou a cegonha, fazendo o ar mais cândido deste mundo.

E foi a vez de a raposa não conseguir comer nada: os jarros eram demasiado

altos e muito estreitos.

- Muito obrigado, amiga Cegonha, mas não tenho fome nenhuma. - respondeu

a raposa com um ar muito pesaroso. E voltou para casa de mau humor, porque

a cegonha lhe tinha retribuído a partida.

Moral: Nunca faças aos outros o que não gostas que te façam a ti.

BBiibblliiooggrraaffiiaa

http://portugues-na-sala-de-aula.blogspot.com/2008/06/assembleia-dos-ratos.html

http://profcristianetoledo.blogspot.com/2010/03/lebre-e-tartaruga-esopo-lebre-vivia-se.html

http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=9

http://sotaodaines.chrome.pt/sotao/fabulas/histor95.html

Sara, 7.º C

Page 19: Literatura Oral Tradicional

Lenda do São Martinho

Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso

soldado, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo

quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão

suplicante e gelada.

S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a

sua mão carinhosamente na do pobre e, em seguida, com

a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando

metade ao mendigo.

E, apesar de mal agasalhado e de chover

torrencialmente, preparava-se para continuar o seu

caminho, cheio de felicidade

Mas, subitamente, a tempestade desfez-se, o céu

ficou límpido e um sol de Estio inundou a terra de luz e

calor.

Diz-se que Deus, para que não se apagasse da

memória dos homens o acto de bondade praticado pelo

Santo, todos os anos, nessa mesma época, cessa por

alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a

benção dum sol quente e miraculoso.

Bibliografia: http://www.eb1-cruzeiro-n1-

nespereira.rcts.pt/saomartinho.htm

Page 20: Literatura Oral Tradicional

Lenda do Galo de Barcelos

Ao cruzeiro seiscentista que faz parte do espólio do Museu

Arqueológico da cidade, anda associada a curiosa lenda do galo. Segundo ela,

os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por

não se ter descoberto o criminoso que o cometera.

Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades

resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o

acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse a S. Tiago de

Compostela em cumprimento duma promessa; que fosse fervoroso devoto do

santo que em Compostela se venerava, assim como de São Paulo e de Nossa

Senhora. Por isso, foi condenado à forca.

Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que

o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do

magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego

voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes,

apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:

- É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me

enforcarem.

Risos e comentários não se fizeram esperar, mas pelo sim e pelo não,

ninguém tocou no galo. O que parecia impossível, tornou-se, porém,

realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado

ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de

inocência do condenado. O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre

homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento.

Imediatamente solto, foi mandado em paz.

Passados anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor

à Virgem e a São Tiago.

Bibliografia: http://sotaodaines.chrome.pt/Sotao/lenda_do_galo_de_barcelos.html

Trabalho realizado por:

Vitiza Pedite nº20

7ºC

Page 21: Literatura Oral Tradicional

Lengalengas

O boi

Um dia o boi, o burro, o besouro,

O borrego, o búfalo e a borboleta

Repararam que os seus nomes Começavam todos por b.

Disseram ao mesmo tempo:

Que bonito!

O bacalhau, o berbigão, o besugo

E o búzio, lá no mar,

Repararam que os seus nomes Também começavam por b

E disseram todos assim:

Que bonito!

Veio logo uma baleia de longe,

A gritar: esperem,

Esperem ai por mim!

Sola sapato

Sola sapato

Rei rainha

Foi ao mar

Pescar sardinha

Para o filho

Do juiz

Que está preso

Pelo nariz

Salta a pulga

Na balança

Dá um pulo

Vai para França

Os cavalos a correr

As meninas a aprender

A mais bonita de todas

Comigo se há-de esconder

Page 22: Literatura Oral Tradicional

A bola

A bola

Rolou

Saltou.

No vidro

Caiu

Partiu.

O rapazito

Chorou

Gritou.

A educadora

Viu e Ouviu

Depois falou:

- Não faz mal,

aconteceu.

O vidro quebrado

Será arranjado.

E assim ficou

Tudo concertado.

Arre o burro

Arre burro para Azeitão

Carregado de feijão

Para o senhor capitão.

O senhor capitão não está,

Está a bordo de um navio

Dá-lhe o vento dá-lhe o frio,

Corrupio pio pio

Corrupio pio pio!

Bibliografia: http://www.eb1-sines-n2.rcts.pt/traquinas/lengalengas.htm

Feito por: Tiago Costa Nº18 7ºC

Page 23: Literatura Oral Tradicional

A criada lá de cima

A criada lá de cima

É feita de papelão,

Quando vai fazer a cama

Diz assim ao patrão:

Sete e sete são catorze,

Com mais sete vinte e um,

Tenho sete namorados

E não gosto de nenhum.

Page 25: Literatura Oral Tradicional

Romance

tradicional

Abrigo da pastora

Lá se vai o conde Ninho, - seu cavalo vai banhar;

Enquanto o cavalo bebe, - formou-se um lindo cantar:

- Bebe, bebe, ó meu cavalo, - Deus te defenda do mal,

- Ou dos perigos do mundo - e das areias do mar.

- Acorda, bela infanta, - se queres ouvir cantar;

- Ou são os anjos no céu, - ou a sereia no mar.

- Não são os anjos no céu, - ou a sereia no mar,

É ele, o conde Ninho, - que comigo quer casar.

- Se queres casar c'o conde, - eu vo-lo mando matar.

- Se mandais matar o conde, - mandai-me a mim degolar.

Um morre e outro morre, - ambos vão a enterrar.

Um enterram-no à porta, - o outro, ao pé do altar.

Dum nasceu um acipreste, - do outro, um verde laranjal.

Um cresce e outro cresce, - à porta se vêm juntar;

Quando o rei ia prà missa, - 'storvavam-lhe de passar.

Chamou pelos seus criados, - mandou-os arredondar:

Dum saiu uma pombinha, - do outro um pombo trocal.

Um voa e outro voa, - passaram pra além do mar.

Foram-se pousar à mesa, - onde el-rei 'stava a jantar.

Um pica, o outro pica, - ambos no melhor manjar.

Malo haja a rainha - que tal par mandou matar!

Nem na vida, nem na morte, - se puderam apartar.

http://abrigodepastora.blogspot.com/2006/01/romance-tradicional.html

Page 26: Literatura Oral Tradicional

CID E O MOURO BÚCAR

Bem se passeia Mourilho — de calçada em calçada,

Olhando para Valência, — como estava amuralhada:

O Valência, ó Valência, — Valência, não vales nada!

Quando tu eras dos Mouros, — d’ouro eras mociçada;

Agora, que és dos Cristãos, — nem de pedra mal picada.

Ouvira-o el-rei D. Cidro, — d’altas torres d’onde ‘stava;

Chamou pela sua filha: — Pega lá nessa almofada,

Dilata-m’ aquel’ Mourilho — de palavra em palavra.

– Como farei isso, meu pai, — seu d’amores não sei nada?

Bem-vindo sejas, Mourilho, — boa é a tua chegada!

Sete anos hai, ó Mourilho, — qu’eu não visto faldra lavada.

Outros tantos hai, senhora, — qu’eu não faço a minha barba.

Meteu a mão el bolsilho. — maçãs d’ouro lh’atirava.

Dessas, dessas, ó Mourilho, — tamém meu pai me las dava.

Vai-te daí, ó Mourilho, — não digas que te sou falsa:

Meu pai deu fio à lança, — não foi para ir à caça...

– Não há cavalo que alcance — a minha eguinha vaia,

Senão o cavalo qu’eu tenho, — qu’ela dele anda prenhada.

Oh qu’aradas tão cumpridas! — Oh que cumpridas aradas!

Quando os touros andam gordos, — os mancebos adelgadam.

Ao passar do Guadiana, — atirou-le ?a lançada:

A lança ficou no corpo, — e o pau caiu à água.

– Espera aí, ó Mourilho, — que te quero dá-la paga!

– Come esperarei eu, meu senhor, — se meu sangue vai pela água?

http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2007/04/01/romanceiro.aspx

trabalho realizado por: João Miranda

Page 27: Literatura Oral Tradicional

Trava-línguas

- Pardal pardo, porque palras?

- Eu palro e palrarei,

Porque sou o pardal pardo,

Palrador de el-rei.

Era uma vez um caçador,

furunfunfor, triunfunfor,

misericuntor;

E foi à caça,

furunfunfaça, triunfunfaça,

misericuntaça;

E caçou um coelho,

furunfunfelho, triunfunfelho,

misericuntelho;

E levou-o a uma velha,

furunfunfelha, triunfunfelha,

misericuntelha.

O tempo perguntou ao Tempo

quanto tempo o Tempo tem.

O Tempo respondeu ao tempo

que o tempo tem tanto tempo

quanto tempo o Tempo tem.