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Livramento Condicional Ana Rosa de Brito Medeiros [email protected]

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Livramento Condicional

Ana Rosa de Brito [email protected]

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• • Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena

privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: • I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente

em crime doloso e tiver bons antecedentes;• II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime

doloso; (reincidente em sentença penal condenatória)• III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena,

bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;

• IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

• V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

• Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

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• Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

• Revogação do livramento• Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena

privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: • I - por crime cometido durante a vigência do benefício;• II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

• Revogação facultativa• Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de

cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

• Efeitos da revogação• Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e,

salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.

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Origem

• Não se sabe as origens. • Direito canônico• Estados Unidos• França

• Maioria: Australia- colônia Inglesa. Conhecida como ticket of leave system.

• Promover a recuperação moral e social do criminoso. E a sua liberação antecipada sob vigilância.

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Conceito

• Bitencourt: O livramento condicional, a última etapa do cumprimento de pena no sistema progressivo, abraçado em geral por todas as legislações penais modernas, é mais umas das tentativas para diminuir os efeitos negativos da prisão .

• Não substitui a prisão nem põe termo a pena, muda apenas a maneira de executá-la.

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• Cuello Calón: é um período de transição entre a prisão e a vida livre, período intermediário absolutamente necessário para que o condenado se habitue às condições da vida exterior, vigorize sua capacidade de resistência aos atrativos e sugestões perigosas e fique reincorporado de modo estável e definitivo à comunidade.

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Natureza Jurídica

• Divergências doutrinárias.

• A liberdade condicional é um direito público subjetivo do apenado, desde que satisfizesse os requisitos legais. (Brasil)

• Uma fase da execução da pena.

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No Brasil

• Reforma de 1984 reduz consideravelmente o período de pena cumprida, como exigência mínima para a obtenção do benefício. (art. 60, II, do CP)

• Antes admitia para pena de reclusão e detenção superiores a 3 anos.

• Pena inferior a 2 anos beneficia-se com a suspensão condicional e as de dois anos pode beneficiar-se do livramento condicional.

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Os Requisitos e pressupostos necessários

• Para que o sentenciado possa desfrutar do convívio social novamente, mesmo sob determinadas condições, necessita preencher alguns requisitos de natureza objetiva e subjetiva.

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Pressupostos objetivos

• A) Natureza e quantidade da pena: • Pena privativa de liberdade igual ou superior a

dois anos.

• A soma das penas é permitida para atingir esse limite mínimo, mesmo que tenham sido aplicadas em processos distintos.

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Pressupostos objetivos

• B) cumprimento de parte da pena

• O apenado deve cumprir uma parcela da pena aplicada.

• Os não reincidentes em crimes doloso e com bons antecedentes deverão cumprir 1/3 da pena imposta. E o reincidente mais da metade.

• Crimes hediondos

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Pressupostos objetivos

• C) Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade.• Um dos efeitos da condenação é a obrigação de

reparar o dano causado pela infração penal. Art.91, I, do CP.

• Há hoje uma grande preocupação com a reparação do dano produzido pelo infrator. Não deixa de ser uma tentativa de minimizar o esquecimento da vítima.

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Requisitos ou pressupostos subjetivos

• Referem-se à pessoa do condenado, pois é pressuposto básico do livramento condicional que o liberado reingresse na sociedade livre em condições de tornar-se membro útil.

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Requisitos ou pressupostos subjetivos

• A) Bons antecedentes• Não reincidentes.

• B) Comportamento satisfatório durante a execução• A previsão anterior exigia que o recluso tivesse “ boa conduta

carcerária”, como se isso fosse uma tarefa fácil no ambiente deletério da prisão. O bom comportamento, com efeito, parecia exigir conduta irrepreensível, a inadimitir qualquer erro ou falta disciplinar. A conduta satisfatória reduz tal exigência, mas abrange todo o tempo da execução penal, e não somente o período e não somente o período de encarceramento.

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Requisitos ou pressupostos subjetivos

• C) Bom desempenho no trabalho

• Preocupa-se com o desenvolvimento da capacidade do indivíduo de autogerir-se, aptidão que lhe será indispensável na vida livre. Ao referir-se a “ trabalho que lhe foi atribuído” fica claro que não se trata apenas das atividades laborais desenvolvidas no interior do cárcere, mas também se refere ao trabalho efetuado fora a prisão, como por exemplo, o serviço externo, tanto na iniciativa privada como na pública.

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Requisitos ou pressupostos subjetivos

• D) Aptidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto

• Consequência natural e direta do anterior. Pode-se chegar a conclusões sobre as reais condições do sentenciado para prover sua subsistência e de sua família, mediante atividade lícita.

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Condições do livramento condicional

• Conquista liberdade antecipada, mas com caráter provisório e sob condições.

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• LEP - Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.

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• LEP - Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

• § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:• a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o

trabalho;• b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;• c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia

autorização deste.

• § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:

• a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;

• b) recolher-se à habitação em hora fixada;• c) não freqüentar determinados lugares.• d) (VETADO)

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• LEP - Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.

• LEP - Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior.

• LEP - Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.

• LEP - Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário

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REVOGAÇÃO• LEP - Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses

previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.• Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da

revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

• LEP - Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.

• LEP - Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.

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REVOGAÇÃO• LEP - Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério

Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.

• LEP - Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo.

• LEP - Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).

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Suspensão do livramento condicional

• LEP- Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.

• Suspensão (provisória) X revogação (definitiva)

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Suspensão do livramento condicional