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Ação e Redação SUSTENTABILIDADE - Alimente esta ideia.

Livro Ação e Redação 2011

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Livro com as redações do Concurso Ação e Redação - Lourenço Castanho

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Ação e RedaçãoSUSTENTABILIDADE - Alimente esta ideia.

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“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.”Victor Hugo

Apresentação

Há algum tempo temos acompanhado no dia a dia, e também pelo noticiário, como a ação do homem tem promovido um acelerado processo de degradação do meio ambiente.

Entretanto, um número cada vez maior de pessoas tem mobilizado esforços para encontrar soluções que possam minimizar ou acabar com graves problemas do mundo contemporâneo – lixo tecnológico não reciclável; emissão de gases efeito estufa; desmatamento de florestas e redução da biodiversidade; utilização de energia suja com origem poluente, entre muitos outros, são, hoje, foco de atenção dos cidadãos, das ONGs e também de algumas instituições e empresas.

Entendemos que despertar os jovens para essas questões significa contribuir para a solução desses problemas. Pensando nisso, a Escola Lourenço Castanho e o Le Manjue Bistrô, primeiro restaurante orgânico certificado do Brasil, promoveram o Primeiro Concurso Ação e Redação Lourenço Castanho, cujo tema SUSTENTABILIDADE foi abordado sob os enfoques ecologia, alimentação e tecnologia.

Alunos a partir do 6º ano do Ensino Fundamental até a 3ª série do Ensino Médio participaram com textos elaborados nos mais variados gêneros textuais.

Este livro é o resultado do esforço dos alunos, do empenho da equipe de professores e da parceria de empresas que acreditam na capacidade dos jovens para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

Boa leitura.

Alexandre AbbatepauloDiretor Geral

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Prefácio

ISTO – FERNANDO PESSOA

Dizem que finjo ou mintoTudo que escrevo. Não.Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,O que me falha ou finda,

É como que um terraçoSobre outra coisa ainda.Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meioDo que não está ao pé,

Livre do meu enleio,Sério do que não é.

Sentir? Sinta quem lê!

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1992, p. 165)

Numa perspectiva sócio interacionista, todo texto produzido possui marcas específicas que permitem localizá-lo num determinado gênero. Para que um texto faça sentido, portanto, essas marcas devem ser de domínio tanto de quem produz o texto quanto daquele que o lê.

Dizendo de outro modo, há uma situação de produção que determina as necessidades, as motivações e os conhecimentos prévios que um escritor mobiliza quando escreve um texto. Mas o texto não possui sentido somente pela veiculação dos pensamentos de um escritor. O leitor também tem papel ativo na produção dos diversos sentidos que cada texto traz em si. O caminho que vai da situação de produção do texto até o entendimento do leitor compõe o que chamamos de espaço de circulação do texto.

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Portanto, todo texto cria uma expectativa para aquele que o lê. Qual seria então a expectativa que uma antologia como esta pode despertar em seus leitores?

É importante, em primeiro lugar, lembrar que os textos que compõem esta antologia foram motivados pelo tema sustentabilidade. Seu contexto de produção foi escolar. Assim sendo, uma primeira possível leitura é aquela que vai explorar o aprendizado dos gêneros – poema, reportagem, crônica e dissertação – por parte dos alunos, somada aos conteúdos que são afins ao tema da sustentabilidade – sustentabilidade e alimentação; sustentabilidade e ecologia; sustentabilidade e tecnologia.

O leitor, entretanto, irá se surpreender com as possibilidades de extrapolação do universo escolar que os textos aqui presentes propiciam, tanto do ponto de vista formal – vocabulário, imagens, domínio da construção sintática – quanto do ponto de vista temático – abordagens criativas do tema chave,

É importante não esquecer que a escola, nas múltiplas experiências que oferece aos seus alunos, é mais do que um mero pano de fundo. É no cotidiano escolar, especialmente nas aulas de produção textual, que os alunos podem exercitar os vários caminhos de escrita que cada gênero permite. Tornar o leitor competente para participar de vários contextos de produção e de recepção de textos que apresentem valor social é uma das diretrizes básicas do trabalho com a língua portuguesa na Lourenço Castanho.

Nesse sentido, iniciativas como a do Concurso Ação e Redação são muito bem vindas, pois se constituem em estratégias complementares para tornar nossos alunos escritores e leitores competentes. A publicação de textos produzidos no contexto escolar, mas que o extrapolam, na medida em que agregam outros leitores, dá a dimensão do quanto um trabalho escolar pode preparar o aluno para vivenciar autonomamente as situações discursivas que ele encontra e encontrará na sociedade em que vive.

Leitor, fazemos aqui o nosso convite para que leia, pense e sinta esta antologia.

Roberta Hernandes AlvesCoordenadora de Língua Portuguesa

Escola Lourenço Castanho

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Agradecimentos

Nosso especial agradecimento às professoras Amanda Lacerda de Lacerda,

Ariadne Mattos Olímpio, Camila Flessati, Daniela de Arruda Garcia, Débie dos

Santos Bastos, Gabriele de Souza e Castro Schumm, Jucimara Tarricone, Larissa

Teodoro Andrade, Maria Elisa Curti Salomé, Roberta Hernandes Alves, ao

empresário Bruno Fattori e à direção das empresas Le Manjue Bistrô, Fast Shop,

Mundo Verde e Fitness Together.

http://www.lemanjuebistro.com.br

http://www.fastshop.com.br

Mundo VerdeSua loja do bem-estar

®

Vila Nova Conceição

http://www.mundoverdevilanova.com.br

UNIDADE VILA NOVA CONCEIÇÃO

http://www.fitnesstogether.com.br

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Sumário

CrônicasAntropoengenhariaÉ possível salvar o mundo?Futebol verdeInsustentávelInterpretando erradoJogo de WarLindos morangosMais saudável é sempre a mais desejada?O futuro das próximas gerações está em nossas mãos O mundo por trás da cortinaPior do que tá não fica!Um novo mundo em Marte

DissertaçõesNão basta consciênciaO novo código florestal: a lei do agronegócioÓdio sustentável

PoemasA passagem do TietêÁguas verdadeirasO mito do TietêO rio da vidaUm novo rio para uma nova geração

ReportagensO mundo e sua sustentabilidadeO mundo ecológicoPráticas sustentáveis são inseridas nas grandes empresasUm mundo sustentável pode se tornar realidadeUma ecoexplicação para uma conscientização

EQUIPE

11121415161820212324262829

31323436

394042454850

535456586062

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Crônicas

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ANTROPOENGENHARIA

Semana passada eu estava passando lentamente os canais na televisão, procurando algo legal para assistir no domingo à noite, quando o nome de um programa me chamou a atenção. “Geoengenharia. Ideias para mudar o mundo”, no Discovery Channel. Eu nunca tinha escutado o termo geoengenharia antes. Você, leitor, conhece a palavra?

Eu resolvi parar para assistir. O documentário falava sobre algumas ideias desenvolvidas por cientistas do mundo todo que serão colocadas em prática, caso todas as nossas tentativas a longo prazo para acabar com o aquecimento global, falharem. Todas elas eram muito radicais e se baseavam na elaboração e construção de máquinas que colocarão as ideias dos cientistas malucos em ação. É bem ficção científica. Os planos eram muitos: cobrir a Groenlândia com uma capa refletora de luz e calor do sol para evitar o derretimento das geleiras; colocar um guarda-sol no espaço para “tapar” parte da luz do sol e impedir o aquecimento global; criar um mecanismo para que as nuvens passem a refletir mais calor vindo do sol; construir uma espécie de papel que capture o CO

2 do ar

como um papel pega-moscas; incentivar a reprodução do plâncton para que este capture o CO

2 durante a fotossíntese; etc.

Todos os planos tinham seu pequeno ou grande impacto sobre o meio ambiente, mas, apesar de muita controvérsia, todos os cientistas já começaram a pensar que a geoengenharia é inevitável. Afinal, não há mais como somente a reciclagem, a reutilização de materiais, a redução do consumo de água, e outros poderem evitar algo tão grande quanto o aquecimento global. Não tem mais jeito.

Eu desliguei a TV e fui dormir, mas fiquei com aquelas ideias na cabeça. Tinha achado o documentário muito legal e interessante. Era bom saber que havia um grupo de cientistas trabalhando em um plano B já que o A não poderia funcionar. Não tem mais jeito, não é? Me deu essa sensação de segurança; mas logo algo começou a me incomodar. Será que não tem mais jeito, mesmo? A geoengenharia é mesmo necessária? Por que ela se tornou necessária?

Enquanto continuava pensando sobre isso comendo o cereal de sempre na mesa do café da manhã, meu olhar se voltou para o corredor e eu percebi que a luz do banheiro de meu quarto estava acesa. Não era novidade: sempre esqueço a luz do banheiro acesa quando acabo de sair de lá. Voltei-me para o cereal.

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Estava 10 minutos atrasada. Até que parei. Lá estava eu, comendo o meu cereal matinal, ignorando a luz acesa do banheiro, enquanto um grupo de cientistas quebrava a cabeça para desenvolver um mecanismo para que as nuvens passem a refletir mais calor do sol para impedir o fim do mundo, já que as pessoas não colaboravam com sua causa. Não viu o problema? As pessoas não colaboravam. Aposto que meu caro leitor já esqueceu a luz do banheiro acesa algumas vezes não? Corri para apagá-la.

Ainda se perguntando sobre a geoengenharia? Mais uma dica: aposto que você, como eu, já pegou o carro para ir até a padaria na esquina, porque não queria pegar o frio da rua. Nós, com medo de pegar o frio da rua, enquanto eles desenvolvem um projeto para criar um papel pega-gás carbônico, já que outros como nós temos medo do frio... Viu o problema?

As soluções da geoengenharia são, de fato, geniais. Mas não deveriam ter sido necessárias. O que nós, realmente, deveríamos fazer é uma antropoengenharia. Mudando o nosso jeito de ser é que vamos conseguir resultados maiores e mais rápidos. Mudando nós mesmos, nos sensibilizando com a causa. Mudando o homem, ele mesmo. Vamos antropoengenhar?

Maria Lúcia Hiegata - 9º ano

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É possível salvar o mundo?

Hoje em dia, um dos assuntos mais importantes que circulam pelo mundo é a tal sustentabilidade. Mas a questão é: o que é sustentabilidade?

Ao fazer uma pequena pesquisa, descobri que um dos significados de ser sustentável é poder suprir as necessidades do presente, sem afetar as gerações futuras, e um meio de ser sustentável é praticar a agricultura sustentável. Descobri também que a agricultura não pode ser sustentável se existe má distribuição de poder, bens, terras e saúde entre as pessoas.

E então comecei a pensar que o que mais existe hoje no mundo é a má distribuição e a injustiça entre as pessoas, pois o ser humano fica cada vez mais ambicioso, presunçoso e não consegue pensar nas gerações futuras.

Como, por exemplo, nas escolas. Os professores sempre nos ensinaram a ser sustentáveis, não gastar papel, sempre apagar a luz. Tivemos a ideia de apagar as luzes nas aulas e usar apenas a luz natural que vinha das janelas. Mas, na prática, nada disso funciona. Os próprios professores reclamam que fica muito escuro e que eles não enxergam. Mas não é isso que é ser sustentável? Fazer alguns sacrifícios, nem que sejam pequenos, por um mundo melhor? Pelas gerações futuras?

E se você realmente pensar sobre o assunto, nada realmente funciona na prática. Os homens só conseguem pensar em si mesmos e nas melhores maneiras de sair ganhando em qualquer que seja a situação. Todos protestam por um mundo melhor, mas ninguém quer mudar seus hábitos.Todos falam, mas ninguém faz um movimento sequer para salvar nosso mundo. Enquanto homens ricos deixam suas torneiras abertas o dia todo, outros estão morrendo pela falta de água. E é por isso que não conseguimos ser sustentáveis. O homem não consegue pensar em situações que não fazem parte de sua realidade.

Não existe salvação. Pois, mesmo com a boa vontade de algumas pessoas, a maioria não liga para essa tal de sustentabilidade, já que vão estar mortas quando a situação ficar realmente complicada. Talvez até consigam inventar alguma coisa para ajudar, nem que seja um pouco. Mas como saber se será suficiente? E como saber se haverá tempo suficiente?

Fernanda Marchi Freitas - 8º ano

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FUTEBOL VERDE

Sustentabilidade é um dos temas de maior debate hoje em dia, sendo muito discutido por estudiosos, ambientalistas e toda a comunidade que tenta preservar o que nos resta do planeta.

Ao contrário da prática, sua ideia é simples: se resume a uma ação economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta. Simples? Nem tanto.

Todos os dias, vemos tentativas de implantar o triângulo verde em coisas do dia a dia, mas, na maioria das vezes, o resultado final acaba desiquilibrado.

Há alguns dias, me deparei com uma notícia falando sobre a obra no estádio do Mineirão para a Copa de 2014.

O projeto incorpora uma função multiuso: comercial, turística e cultural, para tentar tirar o estádio apenas da função “futebol”, e adota medidas sustentáveis, como o reaproveitamento da água da chuva para a limpeza e irrigação, ventilação e iluminação naturais, diminuição do consumo de energia, uso do bioetanol, proteção e recuperação das espécies locais (o estádio conta com uma área de 200 hectares de mata nativa em seu entorno), geração de energia solar, reaproveitamento do antigo gramado para projetos sociais do governo e reutilização dos resíduos da demolição do estádio em outras obras públicas.

O grande objetivo do governo de Minas Gerais é obter o certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedido para edifícios verdes pela GBC-Brasil, e assim tornar o Mineirão um estádio avalizado pela FIFA.

A ideia do projeto é boa, resta saber se a sua execução também será. Levar o Brasil mais perto de ser um país sustentável é um grande desafio, que felizmente está sendo abraçado por várias empresas e adaptado a ações cotidianas.

O grande desafio será manter o equilíbrio sustentável, não deixando a desejar em nenhuma das três bases, e, quem sabe então, não ter o verde do futebol apenas do campo.

Carolina Pereira Lima Nahas - 9º ano

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Insustentável

Indo para casa em seu carro, Carlos está divagando para ter ideia sobre

como escrever uma crônica sobre o tema sustentabilidade. Para ele, um tema

tão abrangente que se torna um desafio até mesmo para um cronista experiente.

Para começar, ele tinha que pensar a respeito de três questões: o que é essa tal

sustentabilidade? Como se garante que ela possa existir? E o que isso significa na

vida do ser humano?

O semáforo fecha. Ele começa a pensar em como comprou aquele carro preto,

parado no trânsito. Lembra que juntou muito dinheiro para poder comprá-lo.

Aliás, o carro veio com um selo verde, dizendo que é um “carro sustentável”. O

que esse selo significa? Duas coisas. Primeira: que a matéria-prima para fabricar

o carro é reciclada e menos danosa ao meio ambiente. Segunda: custa uns quatro

ou cinco mil a mais para comprá-lo.

Após isso, ele entende o que é sustentabilidade. Apesar de ser uma palavra

da moda, que traz status para muita gente, sustentabilidade não é apenas a

preservação do meio ambiente e o seu uso consciente. Envolve também um

equilíbrio de relações, para que elas possam perdurar. O processo de fabricação

é um exemplo. O selo que deixa o carro mais caro é outro.

Abre o semáforo. O carro não anda. Trânsito. Carlos começa a se irritar.

E, como todo mundo, ele começa a olhar para todas as direções, para ver se

encontra uma saída. Nada, exceto uma placa. Placa pequena, já que o prefeito

“sustentável” proibiu os out-doors. Nela, estava um anúncio sobre os “selos

verdes”. Devemos comprar madeira sustentável. Mesmo que ela custe quase o

dobro da “tradicional”.

Liga o rádio. Uma propaganda. Agora estão vendendo cadernos ecologicamente

corretos e “ecolápis”-de-cor. Custam os olhos da cara, mas devemos comprar para

“salvar o planeta”. O slogan era: “Para um mundo melhor, seja sustentável.”

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Um barulho vem da janela. Apesar do susto, Carlos olha e se impressiona: era

um menino de rua. Quer esmola. Está com fome. O cronista olha para o banco

do seu carro e vê um lanche, embalado em uma “ecobag” que custou quase cinco

reais. Entrega tudo ao garoto, que agradece, senta-se ali mesmo, na calçada, e

devora o lanche.

Um turbilhão de pensamentos invade a cabeça de Carlos. Mesmo que ele seja

sustentável, comprando carros ecológicos, madeira de reflorestamento, ecobags

e materiais ecologicamente corretos, nada muda para aquele garoto. O mundo

se salva, ele morre de fome. A definição de sustentabilidade ecoa na sua cabeça.

“Equilíbrio de relações”. Ele olha para o garoto, cujos olhos brilham ao ver o

lanche, qual um homem que encontra água no deserto. Certamente isso não está

certo. É um desequilíbrio, e dentro da própria sociedade que prega o equilíbrio.

O trânsito desafoga um pouco. Carlos chega em casa. Mas, e aquele garoto?

Nunca mais o verá. Ele continuará lá, esquecido, enquanto manifestações pela

natureza vão continuar querendo salvar uma árvore. Não se lembram de que o

ser humano, antes de tudo, faz parte da natureza. Inclusive aquele garoto. Carlos

então conclui: sustentabilidade não servirá para nada caso pessoas morram de

fome, de sede, de frio enquanto outras têm cobertas, comida na mesa e água aos

montes. Sustentabilidade é equilíbrio, seja ele natural ou social. Carlos se senta

à sua escrivaninha. Começa a escrever. Título: “Insustentável”.

Luiz Carlos Costa de Almeida Filho - 3ª série

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INTERPRETANDO ERRADO

Rogério era um cidadão carioca que se preocupava com a sustentabilidade. Trabalhava em uma empresa de agricultura e há tempos tentava convencer funcionários a adotar uma cultura sustentável.

Um belo dia, Rogério resolveu tratar sobre esse assunto com seu chefe, Arnaldo:

- Bom dia, senhor Arnaldo.- Bom dia, Rogério.E os dois se cumprimentaram.- Eu vim tratar sobre um assunto delicado.- Me diga, Rogério, o que foi dessa vez?- Nossa empresa não está se preocupando com o futuro do meio ambiente,

podíamos tentar nos tornar uma empresa sustentável.- Está questionando minha autoridade enquanto presidente da empresa! Você

acha que eu não sei administrá-la?!- Não, seu Arnaldo, você entendeu tudo errado.- Além disso, me chama de burro, que entendo tudo errado!- Que é isso, seu Arnaldo, não quis ofendê-lo.- Essa eu deixo passar. Diga-me o que eu tenho de fazer pra essa tal de

“sustrentabilidade”. - Não, seu Arnaldo, é sustentabilidade e não “sustrentabilidade”.- Realmente, eu já ouvi falar na TV sobre esse termo, mas mudei de canal

porque estava muito chato!- A sustentabilidade não precisa ser um projeto muito grande, pode ser na

sua própria casa.- O que eu posso fazer em casa, para ajudar essa tal de sustentabilidade?- Pode demorar menos tempo se limpando no banho...- Agora me chama de sujo! Por essa eu não esperava, Rogério!- Que é isso, seu Arnaldo, isso vale para todos. Por exemplo, na França, as

pessoas tomam banham poucas vezes comparadas a nós, e olha que Paris é uma das cidades da moda.

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- Realmente, eu já fui casado com uma francesa, mas o cheiro era insuportável, tinha que gastar muito dinheiro com os perfumes dela, muito mesmo! Mais do que seu salário!

- Falando em salário...- Agora você quer um aumento! Se contenha, Rogério, se contenha!- Voltando à sustentabilidade, você pode agir em sua própria casa, aproveitando

água da privada...- Agora você quer que eu morra bebendo água da privada, contaminada!- Que é isso, seu Arnaldo, eu não quis...- Agora eu entendi o que você quer! Fica me bajulando, para quando eu

morrer você assumir meu lugar! Está demitido!- A sustentabilidade é muito importante, pense em seus netos, bis...- Agora está me chamando de velho! Agora você está mais do que demitido,

irei te processar por danos morais!Arnaldo se levantou para fechar a porta, mas Rogério conseguiu colocar o pé

na porta para ela não fechar, e disse:- Pense no sucesso internacional!Nesse mesmo instante, Arnaldo abriu a porta e perguntou:- Como assim?- Se nos tornarmos uma empresa sustentável, ganharemos o selo verde, e

como esse termo vem sendo muito importante internacionalmente, ganharemos prestígio internacional e ganharemos mais clientes.

- Realmente, Rogério. Você está recontratado.- Eu proponho até a mudança do nome da empresa, de AGRICULJÁ para

uma mistura de empresa com sustentável: EMPRESTÁVEL: A EMPRESA SUSTENTÁVEL.

- Agora está me chamando de imprestável! Está demitido!

João Victor Lazzari - 8º Ano

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Jogo de War

Caminhando esses dias, eu comecei a reparar no quanto as pessoas mudaram seu jeito de consumir. Antigamente uma criança se contentava com uma bola de futebol, por mais simples que fosse. Hoje, ao ganhar a bola com o emblema da Alemanha, a criança já quer começar uma coleção, e não vai parar até conquistar pelo menos a Europa e a América.

Se, antes, duas latas de ferro com um fio eram consideradas um telefone e uma preciosidade, daquelas que você guarda a vida inteira, hoje, os celulares e i’s-alguma coisa se ultrapassam todo o ano, incentivando o consumo e a geração de lixo desnecessário.

Na década de 70, um planeta Terra era suficiente para todas essas despesas, sendo assim o próprio planeta era capaz de repor tudo o que era retirado dele, já neste século XXI, por volta de 2007, foi constatado que estava sendo necessária uma Terra e meia, ou seja, 50% acima da capacidade de reposição, já que, pateticamente, o ser humano anda tão egoísta que não liga para gerações futuras, dizendo: “quando isso começar a afetar muito o planeta... Eu já vou ser petróleo!”.

Mas essas consequências não estão tão longe, pois estatísticas apontam que, por volta de 2030, teremos o consumo equivalente a duas Terras, isso mesmo, duas Terras! Só para manter o padrão de vida. Acho que as crianças nessa época vão querer conquistar os emblemas da Ásia e da África também!

Mas sejamos otimistas, ainda temos chance de voltar a consumir uma só Terra em 2030, teríamos que reduzir o consumo em 33% nos próximos vinte anos, e é aí que entram essas tais de medidas sustentáveis que vêm deixando a todos confusos.

Vamos definir medida sustentável: um investimento que é ecológica, social e economicamente satisfatório. Como, por exemplo, um parque. É ecologicamente correto, pois contém árvores, animais e incentiva a preservação do meio ambiente, socialmente justo, pois é um ótimo lugar para se encontrar com a família, amigos e colegas e é economicamente viável, pois gera muitos empregos, direta e indiretamente.

E é com esse tipo de medidas que poderemos caminhar para um mundo mais equilibrado e mais conscientizado, pois do jeito que está não pode continuar, senão lá para 2050 as crianças já vão querer dominar os emblemas da Oceania também...

Pedro Castrucci Caviglia - 9º ano

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Lindos Morangos

É mais um dia de sol no interior do Paraná. Além da fome, o sol, que está bem no meio do céu limpo, indica que é a hora do almoço. Dona Ana termina o preparo da refeição humilde, com ovos do galinheiro no quintal e o repolho da horta às portas dos fundos. A varanda de madeira, coberta de telhas, é onde as crianças, que acabaram de chegar da escola, avistaram a silhueta de um homem magro e cansado. Os gritos se misturam. Só se pode entender que quem chega “é o papai!”. Eles correm ao seu abraço.

Como todos os dias, o almoço é muito silencioso. A sobremesa é simples, mas invejável: os morangos que o papai traz da plantação em que trabalha. Cada vez maiores e mais vermelhos. Os pequenos acham tanta graça que querem fazer dos morangos brinquedos. Mas, como boa mãe, que reconhece o valor do pouco que tem, dona Ana ensina que com comida não se brinca. E, muito terna, admira os filhos comerem as poucas frutas que papai traz sem compartilhá-las, pois não lhe agradam muito.

Tarde quieta, tudo igual. Os pratos a lavar são os mesmos, o silêncio é igual ao de todos os dias. A água da torneira cai monótona. Os pássaros cantam no mesmo compasso. O sono das crianças esvazia a casa. Mas um alerta surge no coração materno, que repentinamente dispara enquanto corre da cozinha às redes da varanda onde as crianças costumam cochilar à tarde. A cena é desesperadora. O medo se reflete no olhar raso de dona Ana. Suas faces empalidecem, iguais às das duas crianças repousadas no chão.

Quando o pânico já lhe tirava a razão, dona Ana ouve papai chamar, dizendo que esqueceu o chapéu e sem ele não pode trabalhar. Sem respostas, vendo dona Ana estática, acelera o passo e se depara com a mesma cena. Dá-se início a uma corrida contra o tempo.

Quilômetros percorridos aos solavancos das estradas de terra, a caminhonete da fazenda, ainda carregada com as caixas de morango, chega ao hospital mais próximo, com os dois meninos desacordados. Os médicos, acostumados, já sabem o que fazer. A ação é rápida e precisa e as crianças são reanimadas. Respondendo aos médicos perguntas sobre os filhos, ainda em choque, Ana fala sobre o que comeram e sobre os morangos. Uma amostra, que por sorte havia na caminhonete,

é recolhida e analisada.

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De certo, resultados confirmados. Dentre 1 bilhão de litros e mais de 1500

tipos de agrotóxicos usados no Brasil, um deles estava ali, fazendo brilhar os

morangos. Era o metamidofós, o grande assassino das lavouras. Papai conta que

usavam alguns pesticidas e fertilizantes e pena por ser este o motivo que quase

o levou a perder os filhos, dos quais um perdeu os movimentos como sequela.

Nessa noite, em casa, o casal come somente o que planta em casa, pensando

nos filhos que estão no hospital. Os chamados alimentos orgânicos são estipulados

como hábito. E o enriquecedor veneno das lavouras continua fazendo brilhar os

alimentos. Uma vez aprovado pelos três Ministérios (Agricultura, Meio Ambiente

e Saúde), não há prazo para a revisão em sua formulação e em seu desempenho.

Enquanto não há milhares de casos extremos, o metamidofós segue inseparável

do homem, tanto para o prazer de grandes agricultores quanto para o mal de

consumidores.

Itamize Oliveira Nascimento - 2ª série

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MAIS SAUDÁVEL É SEMPRE A MAIS DESEJADA?

Mãe e filha estavam na mesa, almoçando:— Filha, esse ovo que você está comendo, a galinha que o botou foi criada nos

princípios orgânicos, é sem hormônios e ela foi alimentada com ração natural.— Nossa, mamãe, que interessante...— E esse morango de seu suco não tem nenhum agrotóxico, e seu açúcar é

orgânico, não tem corante, nem passou por processos de industrialização, é muito puro.

— Hum...- dizia ela para agradar a mãe, mas ela não parava de pensar naquele bolo de chocolate delicioso e supergorduroso.

— Esse arroz integral não foi industrializado, portanto, mantém essa casquinha que contém muitas fibras.

— Jura? Que legal saber disso!—Este brócolis foi adubado com esterco orgânico.— Que saudável, mamãe... — continuava dizendo, mas aquela vontade do

bolo só aumentava.— E sabe esse palmito que você está comendo? Foi retirado de uma forma

legal e sustentável da mata.— Que bacana, mãe! — aquela vontade do bolo estava começando a virar

desespero, ela estava prestes a ir até a cozinha e devorá-lo de uma vez só.— É sim, essa comida é muito saudável e natural, livre do veneno, dos

adubos, dos hormônios e de tudo que não é saudável. E ainda mais, os alimentos tê m seu sabor natural e foram feitos de forma sustentável.

— Que bom! Agora, mamãe, eu posso comer meu bolo de chocolate para a sobremesa?

— Pode, mas se você acha que vai se livrar dos alimentos saudáveis, você está enganada, a farinha é integral!!!

Marcela Haddad - 8º ano

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O futuro das próximas gerações está em nossas mãos

Sustentabilidade é um tema um tanto quanto polêmico, porque existem várias

maneiras de contribuirmos para que possamos ter um mundo sustentável. Muitas

pessoas pensam que sustentabilidade é uma forma diferenciada de viver em

relação a economia, política e sociedade, mas não é. É uma forma de manter esses

sistemas funcionando, fazendo com que eles se tornem “agradáveis” para o meio

ambiente. É algo que funciona mais ou menos da seguinte forma: os proprietários

dos bens de produção (independente do setor em que se encontram) tornam

seus negócios “agradáveis” para o meio ambiente, mantendo, é claro seu lucro

contínuo em vista.

Eu acredito, realmente, em um futuro sustentável. Afinal, se a nossa geração

não pensar, quem o fará? Eu vejo por pequenas ações de pessoas da mesma

geração que eu, que, hoje em dia, muitas coisas buscam ser sustentáveis. Um

exemplo claro é a reciclagem. Atualmente, quase todos os restaurantes de “fast

food” (comidas rápidas) trazem para o cliente lanches, pizzas (entre outros

alimentos) em embalagens feitas de papelão, trazem nelas algum selo ou logotipo

de certificação de reciclagem. Com isso, além de buscar um mundo melhor

para as próximas gerações, as empresas visam suas prioridades, o que acaba se

tornando muito vantajoso para elas.

Hoje em dia, ser uma empresa que trabalha para um mundo sustentável é algo

de grande peso para o mercado. Uma coisa que vem me impressionando bastante

nos últimos tempos é o fato dos pais das crianças dessa geração as ensinarem

desde cedo a “respeitar as leis do meio ambiente”, com pequenos atos ele fazem

com que as crianças parem mais para pensar sobre isso. E, sinceramente, eu

acho isso maravilhoso, porque são as crianças que levarão adiante os nossos

ensinamentos e princípios de hoje em dia.

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Tratando desse mesmo assunto, outro dia, eu estava andando na rua e vi uma

menininha bem pequena, no colo de sua mãe, e as duas estavam paradas diante

de uma dessas lixeiras de reciclagem (papel, vidro, alumínio e plástico) e a menina

tinha em suas mãos um papel de salgadinho e uma lata de refrigerante, sua mãe a

estava ensinando onde jogar cada um. Foi uma cena que me surpreendeu demais,

primeiro pelo fato de que a menina não devia ter mais do que uns quatro ou

cinco anos, e depois porque é muito difícil ver uma pessoa tão preocupada com

o meio ambiente assim, a ponto de ensinar sua filha (tão pequena) a reciclar.

Mas se pararmos para pensar, essa é a esperança do nosso mundo. Porque se não

forem as crianças, quem serão? Quem levará a esperança e os princípios de um

mundo sustentável adiante? Eu nem imagino.

Outra coisa que vem me deixando bastante impressionada, porém feliz, é

o fato das empresas que trabalham com madeira, ou seja, com a extração de

madeira, que gera desmatamento, estarem tendo o cuidado de preservar o meio

ambiente, que não deixa de ser a fonte de renda deles. Existe inclusive o trabalho

de uma empresa suíça, que trabalha dessa maneira, com o manejo sustentável

da Amazônia: eles dividem sua área em vinte e cinco lotes e usam cada um

deles durante um ano. Isso faz com que a área utilizada possa ter tempo para se

recuperar e crescer muito mais forte.

Eu, particularmente, acredito que daqui pra frente as pessoas farão muito mais

sua parte, para que com isso o mundo se torne mais sustentável e melhor para a

geração atual e para as próximas também.

Giovanna F. Cascarani - 9° ano

Page 24: Livro Ação e Redação 2011

24

O mundo por trás da cortina

Outro dia precisávamos de frutas e verduras em casa e pensei em dar um

pulo no novo mercado de produtos orgânicos da minha rua. Esse negócio de

alimentação equilibrada era o assunto do momento e eu queria estar por dentro

porque sabia que esse seria o próximo tema de conversa entre minhas amigas.

O lugar parecia o paraíso saudável. Tudo era, ou parecia ser, perfeito. Muito

limpo, organizado e bem frequentado, com uma música ambiente que me levava

à meditação. Preciso mudar de hábitos pra ter uma aparência boa como a dessas

pessoas? Será que eu vou ter câncer por comer tanta tranqueira industrializada?

Terei que pagar por meus pecados, ou melhor, por minha gula, no inferno?

— Marleneeeeeeeee! Você por aqui?! Que bom te ver, amiga! Estou morrendo

de saudades!

Meus pensamentos foram a milhão. Por que ela se surpreendeu em me

encontrar aqui? Será que eu pareço o que eu como, devo acreditar nas revistas de

moda? Um nugget pálido e gorduroso, entupido de hormônios letais e indesejado

pela sociedade saudável? — engoli todas as minhas dúvidas a seco:

— Thainá, querida, quanto tempo! Você está ótima! Qual o seu segredo?

— Segredo mesmo não tenho nenhum, mas virei vegetariana faz um ano e

isso mudou a minha vida. Me sinto mais disposta, mais alegre e, até, mais nova.

— Nossa, vegetariana?! Nunca imaginei que você, filha de fazendeiro gaúcho,

fosse fazer essa opção.

— Pois é, depois que soube de todo o processo por que a carne passa até

chegar ao nosso prato, ah, menina, minha consciência pesou como criança gorda

andando em burrinho no parque de diversão. Além dos maus tratos aos animais,

é desperdiçada muita água. Imagina o caos que seria não termos água potável no

mundo! Seria o fim, a Terceira Guerra Mundial.

— É, já pensei nisso, mas vai me dizer que você não toma banhos demorados

pra lavar essa cabeleira toda, heim menina?

Page 25: Livro Ação e Redação 2011

25

— Imagina! — e prende o cabelo com uma mão, tentando disfarçar o seu

capacete, enquanto com a outra pega ovos caipiras.

— Ah, Thainá, isso é um processo natural. Faz parte da vida, da cadeia

alimentar. Nós estamos no topo, reinando nessa selva que é a vida. — pensei na

floresta que era seu cabelo, mas segurei a risada, ficando vermelha — Peguei uma

dúzia de tomates orgânicos argentinos.

— Que a vida é uma selva eu tô cansada de saber, mas o negócio mesmo é

que nós não podemos fazer mais coisas como desmatar para criar os pastos. É

daí que vêm esses bois e vacas que vocês, carnívoros, devoram — falou com uma

voz indecisa, ao pegar algumas abobrinhas.

— Agora me diz se todos os seus móveis são de madeira de reflorestamento!

A gente não pode controlar isso, amiga, ainda há muita madeira no planeta para

ser desmatada e virar mesas de sala de estar. — afirmei com o sangue fervendo

e apunhalei três batatas-do-inferno.

— Marlene, foi um prazer encontrar você. Vamos marcar um almocinho para

colocar o papo em dia. — deu o primeiro passo e quase escorregou.

— Com certeza, Thainá. Um beijo. — demos dois beijinhos para acabar com

aquela baboseira toda.

Sair de perto dela foi um alívio naquele momento. Não sei como aguentei

aquela lengalenga, conversa do estilo elevador. Olhei para o caixa, fiquei de queixo

caído! Que palhaçada, ela devia estar brincando comigo! E não é que aquilo

tudo era conversa mole?! Lá estava ela segurando uma Coca-Cola e levando um

carrinho com as compras, todas separadas em vários saquinhos plásticos e caixas

de papelão. Postura bastante anti-sustentável.

Antônio Caio Ramos - 9° ano

Page 26: Livro Ação e Redação 2011

26

Pior do que tá não fi ca!

Quando penso na palavra sustentabilidade, me vem à cabeça o verbo sustentar.

Sustentar o quê, o planeta, o mundo? Um mundo sustentável - Hércules

carregando o mundo nas costas, lembro-me dessa figura, que foi mostrada para

mim em Nova Iorque, pela minha mãe.

Como fazer para sustentar um mundo? Nas costas a gente não consegue

segurar, mas podemos pensar em um mundo que não despenque, que não acabe,

um mundo que seja sustentado pela gente.

Só escuto falar em medidas para criar um mundo sustentável e penso no que

a minha geração pode fazer para isso. Não gostaria que o mundo acabasse. Penso

em ter filhos, netos, que possam aproveitar tudo de bom que o mundo oferece.

Medidas sustentáveis – não usar carros, porque poluem o mundo. Usar o que

pra se locomover? Bicicleta? Neste trânsito, com esta violência?

Medidas sustentáveis – não usar agrotóxicos. Aí escuto meus pais falarem:

Como são caros os produtos sem agrotóxico!

Medidas sustentáveis – evitar o gasto excessivo de água. Tomo banho rápido

e vejo na rua pessoas lavando calçadas e carros com grande desperdício de água.

Medidas sustentáveis – reciclar o lixo. Na minha casa, separamos todo o

lixo em diversos sacos diferentes, plásticos, papel, restos de comida. Aí vem o

caminhão de lixo e mistura tudo.

Por fim, sustentabilidade significa um trabalho e um empenho grande de toda

a população, para que possamos desfrutar de um mundo melhor. Um mundo

que, no futuro, sustente a gente!

Carlos Eduardo Wasserstein de Souza Ferreira - 8°ano

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Um novo mundo em Marte

Dizem que a nossa geração já nasceu com o celular, Iphone, Ipad, computador

nas mãos. Pode até ser verdade, mas ninguém fala que crescemos com a palavra

sustentabilidade na cabeça:

— Cuidado, a água do planeta vai acabar, cidades inteiras irão desaparecer

por causa do aquecimento global, espécies de animais e plantas estão ameaçadas

de extinção, não vai ter lugar para tanto lixo que produzimos.

Nossa! Que medo! Vivo apavorada, o que será de nós? Aí entram nossos

computadores de novo, cada ano sai um novo modelo e o velho vai para onde?

Para o lixo.

Tanta tecnologia para criar coisas novas, mas parece não haver tantas que

solucionem problemas tão graves. Parece que a ciência e a tecnologia, antes

de ser solução, são parte do problema. Quem destrói a natureza é a sociedade

tecnológica industrializada e consumista, será que o homem só vai parar quando

olhar em volta e não tiver mais o que destruir? Enquanto não mudarmos nossa

maneira de pensar e viver, pouco adiantará falar tanto em sustentabilidade nas

escolas, TVs e rádios. De discursos bonitos e frases de efeito o mundo está cheio,

o que realmente está faltando é menos fala e mais ação!

Todo mundo já sabe que temos que usar fontes de energia que sejam renováveis

no lugar das não renováveis e poluentes. Sabemos, mas não usamos, não paramos

de andar de carro.

E ainda por cima inventaram essa tal de venda de carbono. Pelo que entendi,

as empresas podem pagar pelo direito de continuar poluindo.

A ciência já estuda a possibilidade de vivermos em Marte. É, do jeito que

as coisas estão indo, teremos realmente que procurar um novo mundo para

construir um mundo novo!

Rafaela Buazar - 8º ano

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Dissertações

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Não basta consciência

Foi só na segunda metade do século passado que se começou a defender

mais energicamente a preservação ambiental. Embora tardiamente, ambientalistas

ativistas conquistaram o poder do discurso, passaram a ser ouvidos por muitos

e, desde então, o lixo, a reciclagem, o desperdício, a extinção de espécies e o

aquecimento global tornaram-se assuntos recorrentes na mídia. Entretanto, por

vezes, tais tópicos aparentam proteger a natureza pela simples defesa da vida das

árvores e dos animais. Muito se noticia sobre os ecossistemas isolados e pouco se

discute sobre a importância desse assunto para a sociedade. Esquece-se de que,

essencialmente, a sustentabilidade é uma questão social.

O conceito de sustentabilidade abrange a relação entre ambiente, economia e

sociedade. É preciso que se preserve a natureza não por ela em si, mas pelo próprio

benefício – e sobrevivência – do ser humano. Dependemos dos recursos naturais

e por isso precisamos fazer com que eles durem mais. E é exatamente em torno

dessa questão que gira a economia: a terra é a riqueza da sociedade. Dela retiram-

se os frutos e dos frutos se evolui e desenvolve. Além disso, a sustentabilidade

envolve a igualdade, o pensamento nas futuras gerações e, consequentemente, o

comportamento humano.

Por isso, para atingir a sustentabilidade, é necessário que seja feita a

reestruturação de pensamento econômico e cultural – o que não significa somente

a conscientização. Por mais que haja consciência, nessa sociedade do prazer

imediato, o “ser consciente” não basta. Afinal, a sociedade já está estruturada

de uma forma – insustentável – e a mudança de hábitos e pensamentos é

desconfortável e cara. O impulso para a mudança deve ser feito, portanto, pela

necessidade, tornando o sustentável mais confortável, atrativo e, principalmente,

viável. Para tanto, uma inversão de preços talvez não fosse suficiente, mas com

certeza seria um grande passo.

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Na sociedade contemporânea capitalista, produtos não ecologicamente

corretos são mais baratos. Isso se deve à exploração, à sonegação de impostos e

ao próprio processo que não segue leis ambientais. Por isso, a concorrência dos

produtos sustentáveis é praticamente impossível, embora venha ganhando mais

espaço. Frente a um produto mais barato, é óbvio que o cliente não pensará nas

consequências ambientais e não comprará o produto ecologicamente correto e

mais caro.

É por esse motivo que as ações individuais e institucionais são importantes,

mas a ação governamental é essencial. Somente o governo pode inverter os preços

do sustentável e do insustentável a partir da cobrança de impostos, criação de leis,

reforço das fiscalizações e incentivos fiscais às pesquisas e projetos sustentáveis.

Já é tempo de mudança. A sustentabilidade demanda esforço, mas atingi-la

será um avanço, estimulante a longo prazo. Somente assim a humanidade poderá

se sustentar, mas somente com a reestruturação da lógica do sistema e com o

apoio do governo é que poderemos efetivá-la. A sustentabilidade é o equilíbrio.

Para atingi-lo, não basta consciência.

Laura Albuquerque Azevedo - 3ª série

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O novo código fl orestal: a lei do agronegócio

Com o desenvolvimento mundial e o combate à pobreza, a demanda pela agricultura é crescente. Com sua balança comercial atrelada desde os primórdios ao setor agrário, o Brasil desponta como grande potência na área.

Observando esse aumento no mercado internacional, setores da sociedade buscaram adaptar-se e colocar a nação em posição favorável. Desse movimento concebeu-se o novo código florestal, que pretende estabelecer um novo marco para a proteção de nosso ecossistema.

No entanto, a impressão deixada foi de ter se tornado legal o desmatamento. Calorosamente defendido pela chamada bancada ruralista, propõe-se a anistia a antigos desmatadores e flexibiliza-se a exploração em área protegidas, mas pouco é abordado sobre a necessidade de práticas sustentáveis no setor.

Apoiados nas altas dos preços das commodities, recordes de superávit são quebrados anualmente pelo setor agrícola. Com as mudanças previstas, incentiva-se o crescimento do setor e problemas relacionados ao campo seriam diminuídos com a geração de empregos e a proteção ao pequeno proprietário, prevista pelo código. Mas há outras questões.

O arco do desmatamento no Brasil cresce junto com o agronegócio. Não se utilizam propriamente as terras e avança-se floresta adentro, deixando grandes espaços inférteis. Ao aprovar a lei, institucionalizou-se essa prática.

A discussão deve girar em torno de se aliar ganhos econômicos e preservação ambiental. Com o investimento em tecnologia e a adoção do manejo sustentável, possibilita-se o aumento na produtividade, gerando mais recursos em menos espaço. Não há necessidade para novas derrubadas.

O Brasil tem a oportunidade de se tornar líder na produção agrícola. Explorando essa oportunidade, pode-se ter uma renda contínua, que, se bem utilizada, contribuirá para o desenvolvimento pleno. Só não é concebível que a nação estruture seu crescimento incentivando a destruição dos ecossistemas nacionais e concentrando a renda, como acontece atualmente nos latifúndios.

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Mais do que a consequência climática, esgotamos nosso solo, minando fontes

de recursos futuros. Falta planejamento e pensamento a longo prazo.

Deste modo, urge que a nação consiga aproveitar a conjuntura econômica

para se tornar um líder sustentável na produção agrícola. Normatizando práticas,

estabelecendo leis e cumprindo-as desde que desenvolvida a partir de um debate

racional e que leve em conta todas as variáveis – o Brasil pode aproveitar

essa demanda crescente e finalmente tornar-se o país do futuro. Basta que não

sejamos guiados pelo lucro fácil.

Michael Cerqueira de Oliveira - 3ª série

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Ódio sustentável

Há um único sentimento que se estabeleceu na relação do homem com a natureza: o ódio. Ao longo de todo o período (pré) histórico da humanidade – desde as tribos indígenas pré-colombinas às civilizações europeias antigas e, muito antes, os grupos paleolíticos – o homem, assim como qualquer outro ser vivo, vem se relacionando de forma predatória com a natureza, a fim de sobreviver – obtendo comida por meio da caça, por exemplo e, depois, de sobreviver da maneira mais confortável (mesmo que isso cause um desconforto a terceiros) – adquirindo celulares, TVs e casas, por exemplo –, afinal, como já havia bem dito Douglas Adams no livro O Guia das mochileiro das galáxias, “toda a história dos seres vivos passa por três fases: a da sobrevivência (como vamos comer?), do aperfeiçoamento (quando vamos comer?) e a do conforto (onde vamos jantar?)”. Além disso, sem essa relação predatória, o ser humano seria sucumbido pela natureza. Portanto, foi preciso dominá-la para não ser dominado. E esse domínio foi impulsionado pelo ódio.

Primeiramente, esse falso conceito de que é possível estabelecer uma relação de harmonia e amor pela natureza é proveniente da percepção de que o homem é um ser exterior a ela, um indivíduo “não natural”, como se fosse superior à ordem natural de todas as ações na Terra, sendo que, na realidade, assim como qualquer ser vivo, o homem está à mercê do “resto” da natureza, seja ela biótica (onças, tubarões ou plantas venenosas) ou abiótica (luz solar ou chuvas) e, para combatê-la e sobreviver, é preciso odiá-la. Logo, é preciso parar de pensar que a sustentabilidade depende de uma relação de amor com a natureza, uma vez que, caso a verdade fosse essa, o homem, frágil, não estaria vivo hoje.

Entretanto, o cenário no qual esse ódio vem sendo exercido se alterou profundamente ao longo dos últimos séculos. Deixou de ser a área “rural” – indígena ou feudal, por exemplo, onde se estabelecia um “ódio de subsistência” – e se tornou urbano. Com o advento da indústria na Inglaterra, houve uma alteração relevante na percepção do tempo pelo homem, descrita na máxima

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“Tempo é dinheiro”, que melhor descreve o indivíduo moderno, atribuindo-lhe o caráter individualista que lhe convém, uma vez que é capaz de qualquer coisa para gerar mais dinheiro em menos tempo. O americano Michael Moore demonstrou isso brilhantemente em seus documentários, seja em “Sicko” (no qual é apresentado como o sistema de saúde americano foca mais o lucro do que um melhor atendimento) ou em “Capitalismo: uma estória de Amor” (que demonstra o proveito de investidores na crise de 2008, levando inúmeras pessoas à falência).

Esse excessivo individualismo humano teve sua “coroação” no surgimento do capitalismo industrial na Revolução Francesa, e “segue reinando” desde então. Nascia a “tríplice” necessidade do homem moderno: produzir mais; vender mais; consumir mais; responsável pela substituição do “ódio de subsistência pela natureza” por um “ódio excessivo e autodestrutivo humano”, isto é, a exploração do próprio meio de forma tão intensa e veloz que ele não é capaz de se recompor, e como o homem é dependente dele para sua sobrevivência, há um processo de suicídio nessa extrema exploração. É preciso, então, um meio de não destruir (toda) a natureza e a melhor solução está na produção de energia sustentável e renovável.

“Estamos a esgotar as reservas de gás natural e petróleo. Temos de preparar o mundo para uma grande mudança usando fontes de energia permanentes”, citou Jimmy Carter, ex-presidente norte-americano (uma contradição, sendo que os EUA são o país que mais se utiliza de fontes não-renováveis). Hoje se vive em um mundo de plástico, desde canetas até roupas são derivadas desse material, proveniente do petróleo, um recurso natural que é extremamente explorado e não-renovável. Portanto, se o homem deseja continuar vivendo de forma confortável, é necessário o investimento em tecnologias como a energia solar e a eólica, que nunca se esgotam. Caso contrário, como foi citado no documentário “The Corporation”: “na busca pela riqueza [energias não-renováveis são mais baratas], criamos algo que vai nos destruir”.

Caio Pantarotto - 2ª série

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Poemas

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A passagem do Tietê

Se este rio fosse meu,

não deixaria poluir,

quando ele passasse imponente,

veria ele ir.

Com suas águas caudalosas,

no seu leito a seguir.

Se este rio fosse meu,

ninguém mais diria que morreu,

pois estaria cheio de peixes,

mas nenhum piche;

apenas um canto de alegria,

e muita harmonia.

Se este rio fosse meu,

deixaria oxigenar,

por ali nunca mais se veria,

nenhum lixo hospitalar.

Em suas margens teria mata ciliar,

para em um piquenique dominical,

a tarde passar.

Se este rio fosse meu,

limparia seus afluentes,

e sei que todos estariam cientes

de toda a poluição e degradação

e sem complicação e espírito de união.

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Faria um grande mutirão,

de respeito à natureza

e à sua beleza

para que o rio nunca mais

seja visto com tristeza

porque o Tietê é especial,

e não está nada ideal

para algo ambiental.

Se este rio fosse meu,

deixaria tudo perfeito,

com todas as minhas forças,

e com tudo que há de direito.

Crianças pulando e brincando,

idosos relembrando e relaxando,

adultos descansando e conversando...

e o Tietê apenas passando.

Bianca Valéria Martingo Vizzotto - 6º ano

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Águas Verdadeiras

Rio Tietê,para alguns um dossiêde inacreditáveis lembranças!Nasce na Serra do Marsempre a propagara beleza do lugar.De tão inesperadojá foi chamado de “rio contrário”,pois ao invés de ir ao marquer sempre explorar!

Salesópolis,não é uma das grandes metrópolesmas guarda uma grande sinopsede uma linda história!Limpo e cristalinomas pequeninoque mostra a todos um grande destino!Habitantes conscientessempre a ajudare conscientizarpara o rio melhorar!

Seu curso muito longodificuldades a encontrarmas nada a comparar com aquele lugar!Aquela linda imagemPerdeu-se nos arese deu passagema uma horrível vertigem!Lixos perdidos

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entre os grandes detritossem contaros carros a buzinar!Aquela transparência desapareceuatualmente um grande breu!De São Paulo é chamadosempre renovadoe admiradosem grandes atentados.Será que é possívelreverter o horrívelque fora criado pelo homem insensível?

Mas ao caminharcomeça a melhorardevido àquelasviolentas águas!Pequenos peixes começam a voltarreconhecendo aquele lugar,que hoje já tem um pouco de ar!Porém aquelas águasainda são contaminadaspor produto químicojogado de modo atípico!As águas rápidas do rio rolando espuma!

Barra Bonitauma paradisíaca visitapara um senhor ou uma bela senhorita.Lá o rio Tietêé inacreditável de se ver,

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Águas cristalinas nada pequeninas!É muito profundonão muito imundo,Mas ainda háno que melhorar.Grande eclusauma grande musaDe grandes descobertas,nos ajuda a atravessaras controversas do mar!

No futuroespero que esse rioseja muito sadio!Relembrando do passadosem nada de errado!Que todos possam nadar e pescare só mudaro que precisar!Sem retificar ou retirarsua qu erida mata ciliar!Pois já fora provadoque com a força de vontadedo povoadotudo é conquistado!Lixo na ruanem pensar,de qualquer tipoou em qualquer lugar!

Maria Luiza de Oliveira Jorge - 6º ano

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O mito do Tietê

A água acha uma rocha porosa

e começa a sair.

O Tietê nasceu bem ali.

Que lindinho,

bonitinho,

olha o carinho!

Água limpa

da nascente,

me dá tua fonte

pra matar minha sede.

Vou-me embora, vou-me embora.

não gosto daqui,

nasci em Salesópolis,

e gosto dali.

Em Mogi

vai ficando sujo,

bem ali.

Produto químico

E, para valer,

Vou até São Paulo a correr.

Agora sim

Água suja

Agora sim

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Água sujaVai, esgotoCorre sujoTão retinhoQue precisoDe esforçoDe esforçoDe esforço.

Foge bichoFoge plantaPassa postePassa pontePassa carroPassa motoPassa lixoQue sujinho.E receioDe onde vemEsse medo,Por quê?O homem meteu o dedo.

Que vontade de vomitar,com esse odoreu não vou aguentar!

Vou devagar,vou correndo a chorarpois só levo esgoto

de lá para cá.

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Meu troco eu vou dar

todos vão trabalhar.

Porque a minha mata ciliar

já se foi,

a marginal foi construída

e fiquei sem vida.

O homem joga lixo.

Lá vem a chuva,

fazendo enchente

trazida pela gente,

por favor, só não polui minha nascente.

O rio paulista vão ter que ajudar

e com vida ele vai ficar.

Tirar lixo na velocidade de um piloto

E lá se vai o esgoto.

No passado era bonito,

mas no presente

parece um mito.

Vamos fazer o que for preciso

para melhorar isso.

Jade Saad - 6º ano

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O rio da vida

Ó, Tietê,o que houve contigo?Lá em Salesópolis,em tua nascente,sempre crescente,tu és limpo e preservado.Corre, corre,mudas de cidadee lá se foi tua liberdade.

Em São Paulo,te poluem e prejudicamenquanto tuas margens retificam.Hoje teu esgoto é tratado,mas no passado isso ainda não era pensado.Tuas águas eram usadas para canoagem,competições e lazer.Mas hoje,tu tens pouco a oferecer.Poucas pessoas pensam em ti,a maioria, pouco lembra que tu estás aí.Não pensam nas próximas gerações,que não querem que tuas águas virem lixões.Poderiam te despoluir,mas preferem simplesmente olhar e ignorar.Poderiam tua mata ciliar recolocar,mas nesse assunto não pretendem tocar.Haja egoísmo neste mundopara deixar um rio como vocêpoluído, contaminado e imundo.

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Tuas águas ácidas

se tornam alcalinas em Salto.

Lá, há espuma por todo lado,

de tanto sabão, detergente

e produto de limpeza jogado.

Naquele ponto começam a pensar em ti,

construindo barragens para mais oxigênio existir.

Ácida ou alcalina,

tua água contínua, contamina.

Onde será que essa confusão será terminada?

Isso acontece em Barra Bonita,

onde tu voltas a ser limpo.

pH neutro e água límpida,

parece até que passou por um filtro.

Azul, cristalina ou até incolor,

nos arredores da eclusa, tua água nem tem odor.

Na fazenda Água Sumida,

tua água é muito bem cuidada.

Mas em volta de tua mata ciliar,

às vezes veem uma queimada começar.

Mas isso não afeta a ti, Tietê,

bem precioso das cidades.

Tomara que contigo

parem de fazer maldades.

Amanda Casseb - 6º ano

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Um novo rio para uma nova geração

Vou falar do rio Tietê,

aquele que em São Paulo,

dá nojo de ver, por quê?

Nele não podemos mais pescar,

também não podemos mais nadar.

Hoje estão tentando tratar,

as águas que perdemos,

ao invés de aproveitar.

No passado tinha até um clube de regata,

mas não deixavam de ter a sua mata.

Quero um rio sem poluição,

só com limpeza e natureza,

para a próxima geração.

Quando fui para Salesópolis

não tinha detergente,

porque lá tem gente

que preserva o meio ambiente.

Lá é onde nasce o rio.

Se ficar em silêncio você não ouve um pio.

Só o dos animais,

que, aliás, são belos demais.

A nascente não tem cor nem cheiro,

mas ao redor da cidade,

há o horti-fruti-fungi-flori-granjeiro.

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Em Salto, o rio ainda é sujo,

com a espuma que enche a cidade.

Ah, meu Deus, que maldade!!!

Fomos até a Praça do Amor,

com o verde das plantas,

cinza das pedras,

e marrom dos troncos,

tinha muita cor!

Em Barra Bonita, a água já era limpa!

Na Fazenda Água Sumida,

havia muita comida!

Na eclusa, pessoas morriam de medo,

pois era tudo fechado,

e tinha que ser bem analisado.

Meu cabelo voava,

enquanto o vento soprava.

Quero o rio Tietê, lindo igual a você!

Quero o lazer com muito prazer,

Precisamos nos preocupar,

se continuarmos assim...

xiii, nem eu sei o que irá acontecer!!!

Fabiana Laloni Gentil - 6º ano

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Reportagens

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O mundo e sua sustentabilidadeRecursos para um mundo sustentável crescem a cada dia.

Nos dias de hoje, sustentabilidade é um tipo de interação humana com o

“mundo” que preserva o meio ambiente, para não comprometer os recursos

naturais das gerações futuras. É isso que vai fazer com que a geração atual

satisfaça suas necessidades sem comprometer as gerações futuras. Para que isso

aconteça, é necessário um caminho que para muitos é denominado: educação

ambiental.

Educação ambiental é do que precisamos para nos fazer refletir sobre nossos

exagerados consumos. Ela tenta nos fazer enxergar muitas vezes nosso egoísmo

sobre o meio ambiente e nosso consumo desenfreado. Ultimamente é uma das

coisas que mais nos preocupa.

Num país mundialmente considerado rico em recursos naturais, como o Brasil,

existem muitas empresas que usufruem abundantemente das preciosas árvores de

nossas exuberantes florestas. Um grande exemplo disso é a Amazônia. A floresta

Amazônica abrange uma área de 6,4 milhões de quilômetros quadrados. Por isso

não é difícil encontrarmos fábricas de madeiramento ilegal, que se instalam na

floresta em áreas de difícil acesso. Pensando em problemas como este, o governo

criou, na floresta, várias unidades de preservação, porém, nem todas têm sua

fiscalização adequada e, com isso, mesmo áreas preservadas sofrem desmatamento.

Mas como podemos nos desenvolver sem prejudicar o meio ambiente? É essa

a pergunta que tem perturbado a cabeça de ambientalistas nas últimas décadas.

Hoje temos respostas e um caminho a seguir, um caminho que é único, se chama

“desenvolvimento sustentável”. Na opinião de Oded Gragew (presidente do

Ethos), “Nós sabemos os problemas e como resolvê-los, mas precisamos também

de iniciativa do governo”. O complicado nessa questão de desmatamento é que

nem todas as empresas querem ter gastos elevados e por isso não concordam com

essa iniciativa. Na Amazônia, conhecemos somente uma empresa que conseguiu

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encontrar sustentabilidade entre esses dois fatores: “necessidade” e preservação

do meio ambiente, como muitos dizem, unir o útil ao agradável, essa empresa

só importa madeira retirada legalmente. Nela é encontrado um selo que é a

prova do grande passo da empresa. Porém, como uma empresa conseguiu isto?

Conversamos com o presidente dessa empresa, que nos explicou passo a passo.

Primeiramente, eles separam sua área em 25 lotes, a cada ano um lote é

explorado, então, quando voltarem ao primeiro lote novamente, a floresta já se

reconstituiu. Essa é uma de várias formas que podemos fazer para alcançar um

desenvolvimento sustentável. Essa empresa nos afirma que, no final, isto lhes dá

muito mais lucro do que retirar madeira desenfreadamente de toda á área da

floresta.

Existem várias formas de preservar o meio ambiente, como, por exemplo,

reduzir o uso de sacolas plásticas nos mercados, etc. Cada vez mais, cresce o

modo sustentável no mundo, uma pesquisa realizada pela ONG IPÊ nos mostrou

que, hoje, 55% das pessoas usufruem do desenvolvimento sustentável e muitas

afirmam ter mais lucro. Precisamos aumentar esse número e fazer com que

90% usem o desenvolvimento sustentável para que, no futuro próximo, haja um

mundo com mais recursos.

Marina Bechara - 7° ano

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O mundo ecológicoPodemos dizer que o mundo está bem ecologicamente?

O mundo corre sérios riscos de ter um futuro igual aos que vemos em filmes

do futuro, um mundo feio, ruim, cheio de poluição e sem florestas, pelo fato de

o homem não estar tratando o ambiente de forma adequada. Por exemplo: os

sacos plásticos que são jogados na rua, os desmatamentos que ocorrem nas nossas

florestas e muitas outras ações.

O governo está tentando melhorar isso, fazendo esses “últimos restos”

de florestas virarem parque, uma área de preservação. Preservar quer dizer,

basicamente, proteger, ou seja, não podemos fazer alterações nessa área. Um

exemplo disso é o que fizeram com a Ilha do Cardoso, no sul do estado de São

Paulo, fizeram dela um parque, para preservá-la.

Todos nós devemos mudar as nossas atitudes para melhorar o planeta,

devemos parar de jogar sacos plásticos nas ruas, parar de descartar celulares e

pilhas em lixos comuns. Precisamos repensar o consumismo, para que comprar

tantas coisas que nem são necessárias?

Segundo André Trigueiro, jornalista pós-graduado em meio ambiente: “O Brasil

é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias

e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo que passa pela caixa

registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha na mão, aguarde

sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi

incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto

fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha que, quando ele não

está disponível, costumados reagir com reclamações indignadas”. E você sabe onde

a maioria desses saquinhos plásticos vai parar? Na rua.

Os saquinhos jogados nas ruas podem acabar entupindo os bueiros e, quando

chove, acabam alagando algumas áreas da cidade, tudo por causa de um saco

plástico, que pode ter sido o seu.

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O desmatamento também causa muito impacto no nosso ambiente, porque

estamos desmatando muito, com vistas ao lucro, e estamos acabando com nossas

florestas. Hoje em dia, temos apenas 7% da nossa Floresta Amazônica, por causa

do desmatamento.

A poluição também está evidentemente alta no mundo, porém, podemos

fazer o mundo melhorar nesse aspecto, diminuindo o número de automóveis

poluentes, usando carros que não poluem, gerando formas de energia diferentes,

como a eólica e a solar.

Todos precisamos nos conscientizar de que, se nossa atitude não mudar, nosso

mundo no futuro s erá uma grande bola redonda poluída.

Lorenzo Fasano - 7°ano

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Práticas sustentáveis são inseridas nas grandes empresasEmpresas se conscientizam sobre a preservação do meio ambiente e adotam

novas práticas sustentáveis.

Atualmente, a sustentabilidade é um assunto que tem tido muita repercussão

na mídia. Cada vez mais a sociedade está tendo que se conscientizar da enorme

importância de preservar o meio ambiente e mais práticas sustentáveis estão

sendo criadas nas grandes empresas.

Não é novidade para ninguém que o homem depende da natureza para sua

subsistência. Os recursos naturais, que são absurdamente extraídos das florestas,

são necessários para nós, como, por exemplo, a água, sem a qual é impossível viver.

Mas então, do que trata a sustentabilidade?

A sustentabilidade é o equilíbrio entre o homem e a natureza, que favorece a

preservação dos recursos naturais para permitir que as gerações futuras também

desfrutem dos mesmos, já que são finitos. O problema é que, em busca do

desenvolvimento, está acontecendo a exploração sem limites do meio ambiente, e

o perigo, agora, é que os bens que são tão preciosos para nós, se esgotem.

Com essa situação alarmante, novas práticas sustentáveis estão sendo criadas

em algumas grandes empresas, como, por exemplo, o banco Santander, que

trabalha apenas com madeira certificada.

Outro exemplo é o Banco Real, criador do projeto “Papa-pilhas”, que recolhe

materiais poluentes como pilhas e baterias, e os recicla, impedindo que os mesmos

poluam os lençóis freáticos.

“É de suma importância, e já uma tendência mundial, que o executivo desse

novo cenário empresarial incorpore conhecimento, visão e práticas sustentáveis, e

se alinhe às exigências mercadológicas de governança corporativa e sustentável”,

afirma a diretora executiva da FBDS (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento

Sustentável).

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A Amazônia tem sido alvo de desmatamentos gigantescos para o agronegócio e

a pecuária. Pesquisas mostram que apenas 5% da madeira amazônica é aprovada

pela legislação, enquanto 95% é ilegal.

A consciência da importância da preservação da natureza é uma noção

importantíssima, que todas as pessoas e empresas deveriam possuir. Infelizmente,

como prova de que muitas pessoas ainda não a possuem, temos o Rio Tietê,

“sinônimo” de poluição.

Existem alguns poucos projetos atuais nos quais o terreno que será explorado é

dividido em lotes e explora-se cada lote durante um tempo. Quando a exploração

estiver sendo feita no último lote de terra, o primeiro já terá se reconstituído.

Infelizmente, esse tipo de consciência inexiste para muitos empresários, que estão

apenas preocupados com o lucro rápido.

Para o professor de geografia Sérgio Pfleger, é impossível usufruir dos bens

naturais sem poluir: “Poluição é o preço que se paga pelo progresso. O desafio é

equilibrar o desenvolvimento com a preservação da natureza”. Essa é a ideia de

desenvolvimento sustentável. É muito importante para o Brasil se desenvolver,

porém, fazer isso com responsabilidade. Os negócios precisam ser rentáveis e

responsáveis.

O fato é que sociedade atual é muito consumista. Cada vez mais produtos

são criados, a tecnologia é aprimorada, novidades são lançadas e vendem mais,

enquanto mais lixo é produzido. É um ciclo sem fim e está na hora de mudar.

As ações possuem reações, e com tamanha inconsequência humana, o futuro não

tende a ser bom.

Marcelo Bechara Tebexreni - 7º ano

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Um mundo sustentável pode se tornar realidadeÉ possível desenvolver o mundo sem prejudicar a natureza

É possível desenvolver um mundo sustentável com os recursos que utilizamos

no dia a dia, preservando a natureza, basta ter consciência, e para aqueles que não

têm essa consciência é preciso começar a pensar sobre o assunto: sustentabilidade.

Poluir o meio ambiente começa com um ato que você pode até pensar que

é inofensivo para a natureza, mas não é. Esse é o exemplo do saco plástico, tão

utilizado no Brasil e no mundo, que é encontrado por todo lado: supermercados,

farmácias, lojinhas e boa parte do comércio varejista.

Os sacos plásticos não são biodegradáveis, pois são feitos de resina sintética e

petróleo e, por isso, levam séculos para se decompor. Uma das formas de ajudar

a combater esse problema é levando uma sacola de pano em todos os lugares e

recusar os sacos plásticos (muitos lugares já estão vendendo sacolas de pano).

O desmatamento da natureza é um dos maiores problemas enfrentados nos

dias de hoje, porém muitos estão tentando mudar isso. A natureza oferece a

maioria dos recursos obrigatórios para viver como a água e o ar limpo.

Para preservar a natureza de um modo sustentável, é preciso reflorestar, isso

quer dizer: replantar o que foi desmatado.

Mapa mostrando (na cor verde)

o que resta da Mata Atlântica

http://almabranca.com.br

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Uma das maiores riquezas do mundo, que está sendo cada vez mais destruída,

é a mata atlântica, da qual atualmente só restam 7%. Devemos preservá-la o

máximo possível.

Devemos pensar também na Floresta Amazônica, em que muitos pecuaristas

querem devastar áreas enormes para criar pastos para gados.

A água também é um assunto que precisa ser pensado, o Brasil é um país com

muita abundância de água. Antônio Ermírio de Mores é um dos que se preocupa

com a questão ambiental e confirma essa abundância de água: “o Brasil é um

país abençoado por possuir cerca de 20% da água do mundo, isso é um privilégio

quando se considera que só 3% da água do planeta é aproveitável”. Porém, se

continuarmos a usar com tanto exagero, pode acabar no futuro, o que está sendo

previsto. Para mudar isso, basta praticar atos simples, como: nunca deixar a

torneira aberta enquanto escovamos os dentes, tomar banhos mais curtos, utilizar

menos água para lavar as calçadas.

Para mudarmos essa série de atos para um mundo mais sustentável, precisamos

preservar o que nos resta e ao mesmo tempo construir e evoluir, para isso, é

muito importante conscientizar as pessoas desses pequenos atos que podem ser

praticados para um mundo melhor, e também praticá-los.

Gabriela Salem Hawat - 7° ano

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Uma ecoexplicação para uma conscientizaçãoA população, ou pelo menos parte da população, está pensando em ter um

mundo sustentável.

Hoje em dia, ocorre uma sucessão de catástrofes naturais inusitadas como nunca foram vistas no planeta. Essas são causadas pelo ser humano que não respeita o meio ambiente e o prejudica para ter mais lucro e consumo em sua vida. Para melhorar essa situação no planeta, são criadas campanhas para conscientizar a população. Precisamos ter um mundo sustentável para que ele não acabe e para que as gerações seguintes tenham um mundo bom.

Algumas pessoas já estão “fazendo o seu papel” em relação a isso e criando materiais ecológicos que não são poluentes para o meio ambiente. Uma pesquisa realizada pelo IPE (Instituto de Pesquisas Ecológicas) revela que apenas 10% da população é ecológica. Uma dessas pessoas é Paulo Castro de Almeida, que mudou sua vida quando percebeu que o problema está se agravando e montou sua casa com materiais ecológicos: “minha casa é ecologicamente correta, ou seja, não causa nenhum dano ao planeta” – diz, orgulhosamente, Paulo. Os outros 90% da população não se preocupam com esse problema e não são ecológicos.

Uma ONG que tem o objetivo de ajudar a população a pensar na preservação e na ecologia chamada Dona Flora (criada na cidade de Alcobaca) tem projetos para uma melhor qualidade de vida – “como a gente mora em uma região litorânea e a praia tem muito lixo, coletamos e criamos novos projetos para reciclar esse lixo” – explica Katia José, uma integrante da ONG.

Um assunto muito comentado hoje é o desmatamento das florestas (só temos 7% das florestas que existiam antigamente). Há um projeto na Floresta Amazônica que recebeu um certificado ecológico, sobre o manejo sustentável da madeira, que combina a preservação com a exploração. Extraem a madeira de um local estudado e delimitado por áreas e só voltam a ele depois de muito tempo, extraindo madeiras de lugares diferentes, dando tempo para as áreas que

extraíram se desenvolverem novamente.

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Devemos pensar em uma maneira de preservar o meio ambiente, ou seja,

ser ecológicos e não soltar gases poluentes na atmosfera, desmatar as florestas,

produzir materiais poluentes, etc. Se cada pessoa se conscientizar e preservar um

pouquinho, nós vamos ter um mundo melhor no presente e no futuro.

Você pensa: mas eu não poluo o meio ambiente! Qualquer pessoa, apesar de

não saber, usa alguns materiais que são prejudiciais, como sacolas plásticas, que

são comuns em nosso dia a dia, em qualquer supermercado ou loja, então temos

que nos conscientizar, parar de consumir excessivamente produtos e sermos

ecológicos para que ganhemos em qualidade de vida e saúde.

Stéfani Augustoli Morcillo - 7º ano

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Equipe

Alexandre AbbatepauloDiretor Geral

Antonio Sérgio Pfleger de Almeida Diretor de Unidade - Ensino Fundamental II

Wagner Cafagni BorjaDiretor de Unidade - Ensino Médio

Roberta Hernandes AlvesCoordenadora de Língua Portuguesa

Professoras do Ensino Fundamental Ariadne Mattos Olímpio - 6º anoDébie dos Santos Bastos - 7º ano Maria Elisa Curti Salomé - 8º ano Daniela de Arruda Garcia - 9º ano Larissa Teodoro Andrade - Corretora

Professoras do Ensino MédioJucimara Tarricone - 1ª série Camila Flessati - 2ª série Gabriele de Souza e Castro Schumm - 3ª série Amanda Lacerda de Lacerda - Corretora

Mundo VerdeSua loja do bem-estar

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