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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa “O Soldado Sabino” foi traduzido por Dominique Stoenesco Edition nº 338 | Série II, du 20 juin 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais 10 Alunos da ACEP prestaram homenagem a Teresa Salgado Presidente e Diretora pedagógica da ACEP morreu em fevereiro 07 Livro de Nuno Gomes Garcia traduzido para francês DR A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, veio passar o Dia de Portugal com a Comunidade portuguesa de França 03 Assunção Cristas Geminação. O Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez veio a Decines, arredores de Lyon, assinar um Protocolo de Geminação 05 Negócios. O Novo Banco vendeu na semana passada o Banco Espírito Santo et de la Vénétie (BESV), em Paris, à empresa francesa Promontoria 06 Poesia. A Portugal Mag Edições apresentou em Paris a 2ª edi- ção da Coletânea de poesia lusófona e convidou António Manuel Ribeiro dos UHF 11 15 Futebol. Bernard Bouger é o novo treinador da equipa principal de futebol dos Lusitanos de Saint Maur e assinou por dois anos PUB PUB

Livro de Nuno Gomes Garcia traduzido para francês R · O Novo Banco vendeu na semana passada o Banco Espírito Santo et de la Vénétie (BESV), em Paris, à empresa francesa Promontoria

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Page 1: Livro de Nuno Gomes Garcia traduzido para francês R · O Novo Banco vendeu na semana passada o Banco Espírito Santo et de la Vénétie (BESV), em Paris, à empresa francesa Promontoria

GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

“O Soldado Sabino” foi traduzido por Dominique Stoenesco

Edition nº 338 | Série II, du 20 juin 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

10

Alunos da ACEP prestaramhomenagem a Teresa SalgadoPresidente e Diretora pedagógica da ACEP morreu em fevereiro 07

Livro de Nuno Gomes Garcia traduzido para francêsD

R

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas,veio passar o Dia de Portugal com a Comunidade portuguesa de França

03

Assunção Cristas

Geminação. O Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevezveio a Decines, arredores deLyon, assinar um Protocolo deGeminação

05

Negócios. O Novo Banco vendeu na semana passada o BancoEspírito Santo et de la Vénétie(BESV), em Paris, à empresafrancesa Promontoria

06

Poesia. A Portugal Mag Ediçõesapresentou em Paris a 2ª edi-ção da Coletânea de poesialusófona e convidou AntónioManuel Ribeiro dos UHF

11

15 Futebol. Bernard Bouger é o novo treinador da equipa principalde futebol dos Lusitanos deSaint Maur e assinou por doisanos

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02 OPINIÃO

Caros concidadãos,No dia 10 de junho comemora-seuma das datas mais emblemáticasda nossa identidade, com a celebra-ção do Dia de Portugal, de Camõese das Comunidades Portuguesas.Tal como vem sucedendo, as cerimó-nias oficiais, com a presença dos se-nhores Presidente da República ePrimeiro-Ministro, vão ter epicentroem Portugal e no estrangeiro, repar-tindo-se pelos Açores e pelos EstadosUnidos da América.Adicionalmente, o Dia de Portugalserá assinalado um pouco por todo oMundo, nos diversos continentes,graças ao trabalho conjunto da nossarede diplomática e consular, do mo-vimento associativo português nadiáspora e de muitos cidadãos por-tugueses e lusodescendentes que, atítulo individual, dão o seu contri-buto para que a história, a cultura eas tradições de Portugal sejam enal-tecidas com particular entusiasmo esignificado.Esse é um sinal inequívoco de queapesar de estarem fisicamente longe,os Portugueses no Mundo têm o seucoração em Portugal.Outro exemplo dessa ligação inabalá-vel foi bem visível no esforço solidário,protagonizado pelas Comunidadesportuguesas, no apoio aos territóriosafetados pelos trágicos incêndios de

2017. Recentemente tive a oportuni-dade de visitar o concelho de Pedró-gão Grande e pude testemunhar aaplicação concreta desses donativos -vindos de Comunidades portuguesasresidentes em diferentes continentes- e o modo como contribuíram paraatenuar as dificuldades materiais doscidadãos afetados e para reforçar osequipamentos ao dispor dos Bombei-ros voluntários locais. Este importantecontributo chegou não apenas a Pe-drógão, mas beneficiou, também,muitos outros municípios sobre osquais recaiu o infortúnio dos devasta-dores incêndios do passado verão.Gostaria de terminar com duas notasfinais de grande importância.Aproxima-se a data da votação final,

na Assembleia da República, do «re-censeamento automático» dos Portu-gueses no estrangeiro. O Governo fezo seu trabalho e provou que é possívelconcretizar esta importante medidapolítica. Caso ela venha a ser apro-vada, pelos senhores Deputados, osPortugueses no estrangeiro vão rece-ber uma carta a perguntar se que-rem ser inscritos nos cadernos derecenseamento eleitoral para pode-rem votar. Deixam de ter que deslo-car-se aos Consulados, muitas vezescentenas de quilómetros, para se re-censearem.Iremos pôr um fim a uma desigual-dade incompreensível entre os Por-tugueses que vivem em Portugal eos Portugueses que vivem no estran-

geiro. Será importante, então, parti-cipar nos futuros atos eleitorais, sejaqual for o sentido de voto, para mos-trarmos que valeu a pena promoveresta importante mudança nas con-dições de participação cívica e polí-tica das Comunidades portuguesas.Gostaria de reafirmar o empenho doGoverno no reforço humano e mate-rial dos serviços consulares. Apósvários anos marcados por constran-gimentos, é agora tempo de repor,gradualmente, a capacidade de res-posta dos serviços consulares. Trata-se de uma questão de justiça paraos trabalhadores consulares, quetodos os dias dão o seu melhor, mastambém para os Portugueses quepor esta via reforçam a sua vincula-ção a Portugal.Termino, valorizando e reconhecendo,uma vez mais, o papel protagonizadopor todos os Portugueses residentesno estrangeiro, que, nas suas dimen-sões sociais, culturais, económicas epolíticas, são uma das mais importan-tes forças de Portugal e constituem aexpressão criadora do nosso huma-nismo e um exemplo da boa integra-ção de Portugal na vida internacional.A todos, desejo uma celebração doDia de Portugal, de Camões e das Co-munidades Portuguesas com a ale-gria, o orgulho e o significado desempre.

Mensagem do Secretário de Estado das Comunidadespor ocasião do 10 de Junho

Por José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Considerar uma das principais priori-dades do próximo Orçamento de Es-tado o regresso dos Portuguesesresidentes no estrangeiro, indepen-dentemente da sua idade, nível de en-sino ou especialização profissional,além de ser uma medida justa e hu-mana, é também um contributo rele-vante para o desenvolvimento do paíse para a recuperação demográfica,particularmente de muitas regiões dointerior que sofrem perdas acentuadasde população.Apesar destas orientações estarem jáno programa de Governo, ganharamuma nova amplitude ao constarem daMoção que António Costa apresentouao Congresso do PS e ao serem anun-ciadas no discurso de encerramento.O bom momento económico e a esta-bilidade política são também agoramais atraentes aos olhos dos quevivem no estrangeiro. Na realidade, oGoverno, através da Secretaria de Es-tado das Comunidades, tem já emcurso algumas medidas para atrair osnossos compatriotas, de que se des-taca o programa em parceria com aFundação AEP «Empreender 2020 -Regresso de uma Geração Preparada»e a identificação de empresas de Por-tugueses da diáspora para potenciar oinvestimento em Portugal.

Com efeito, existe já um acervo de in-formação muito relevante para apoiaro regresso voluntário, embora seja pre-ciso ir mais longe, definindo uma es-tratégia global de captação dosresidentes no estrangeiro e dos seusdescendentes. Para incentivar o re-gresso e facilitar o acesso aos serviçospúblicos, é da maior importância reu-nir num só documento (um Guia doRegresso) toda a informação relevantesobre aquilo que os Portugueses ouseus descendentes têm de fazer semperderem tempo, dinheiro e a paciên-cia em matérias como impostos,saúde, segurança social, educação,emprego, habitação, documentos pes-soais, investimentos, bem como osapoios existentes e outros que even-tualmente sejam criados, tal como sedefende na moção setorial apresen-tada no Congresso do PS «Apoiar oRegresso dos Residentes no Estran-geiro», de que sou o primeiro subscri-tor.As medidas de apoio ao regressodevem dirigir-se aos residentes no es-trangeiro de uma maneira geral, mascom medidas específicas para deter-minados grupos profissionais, jovens,lusodescendentes, diplomados, em-presários, reformados ou os que sãoatingidos por crises económicas ou

políticas, como agora acontece na Ve-nezuela, onde vivem várias centenasde milhar de Portugueses e lusodes-cendentes.Daí que seja da maior importância co-laborar com as ordens profissionais eos parceiros sociais, para garantir umaligação às empresas e fazer o reconhe-cimento das equivalências académi-cas, domínios cruciais onde ainda hámuito a fazer. Fundamental é tambémdialogar com o movimento associativono estrangeiro, particularmente comas associações de jovens e diploma-dos.A importância das Comunidades por-tuguesas ganhou uma nova relevânciaquando a crise económica e finan-ceira e as medidas de austeridadeprovocaram um aumento dos fluxosmigratórios só comparáveis com osdos anos 60 e 70. E, como se nãobastasse a debandada daquela que énaturalmente a geração melhor prepa-rada que alguma vez teve, possuidorade uma formação de reconhecidaqualidade, o país ainda assistiu incré-dulo aos apelos à emigração feitos porvários membros do Governo do PSD,que despudoradamente pediam aosjovens para saírem da sua zona deconforto, quando na realidade esta-vam mergulhados no desconforto do

desemprego, da falta de oportunida-des e da perda de rendimentos.Em jeito de redenção, o Governo dePassos Coelho criou uma ilusão paratentar ocultar o desastre da emigraçãoque provocou, enxertando no final doPlano Estratégico das Migrações, por-tanto, dirigido aos estrangeiros emPortugal e não aos Portugueses no es-trangeiro, um conjunto de 11 medi-das inócuas, onde se incluía o reforçoda rede consular (de onde foram su-primidos cerca de 500 funcionários),o incentivo à participação cívica ouapoios ao movimento associativo nasComunidades.Do conjunto de medidas, sobressaía oprograma de empreendedorismo paraemigrantes, batizado com o nomeVEM, mas cujo alcance era tão limi-tado que se tornava ridículo que de-pois de um período em que osPortugueses deixaram o país a umamédia superior a 100 mil por ano, oGoverno viesse propor o apoio ao re-gresso a pouco mais de 20 beneficiá-rios que apresentassem projetosempresariais.Seja como for, Portugal precisa deuma estratégia ambiciosa, generosa eduradoura para atrair e facilitar areinstalação dos que emigraram.Este é um momento certo para o fazer.

Prioridade ao regresso dos que emigraram

Le 20 juin 2018

Opinião de Paulo Pisco, Deputado (PS) pelo círculo eleitoral da Europa

Pergunta do leitor

Pergunta:

Caro Diretor,[...] Não compreendo porque razão oPresidente da República portuguesa,quando veio a França para inauguraruma placa comemorativa do Cente-nário da I Guerra Mundial, na avenuedes Portugais, utilizou uma bandeiraque não é a bandeira portuguesa. [...]Isto choca-me porque a minha ban-deira não era aquela. E não me sentiidentificado com a aquela bandeira[...]

Manuel Pereira(Paris)

Resposta:

Caro leitor,Tem razão. Quando o Presidente daRepública inaugurou a placa evoca-tiva do Centenário da Batalha de LaLys, na avenue des Portugais, emParis, utilizou a bandeira da Presidên-cia da República, uma bandeira todaverde, e não a bandeira de Portugal.Na altura, vários leitores interrogaram,efetivamente, o LusoJornal sobre osignificado desta bandeira.Em Portugal, a Presidência da Repú-blica e a Assembleia da República,têm bandeiras próprias. Estas institui-ções utilizam essas bandeiras nosseus eventos respetivos.Mas considero que tem toda a razão.Num evento no estrangeiro, nestecaso em Paris, impunha-se a utiliza-ção da Bandeira da República Portu-gal, único símbolo da unidadenacional, e não a bandeira de umaqualquer instituição, mesmo a da Pre-sidência da República.Provavelmente o Presidente nãomediu a importância da utilizaçãodesta bandeira, ou não reparou neste“erro” da sua equipa.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

Envie as suas perguntas para: [email protected]

LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014| Représentée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg),Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon),José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa| Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: juin 2018 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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POLÍTICA 03

Strasbourg:Associação Cívica participou nas Jornadas Portas Abertasdo ParlamentoEuropeuA Cívica, associação dos autarcas deorigem portuguesa em França, estevepresente no dia 10 de junho na Jor-nada Portas Abertas do ParlamentoEuropeu, em Strasbourg, com o seuForum Cívica num espaço reservadona «Agora» e deslocou uma dezena emeia de autarcas eleitos na região pa-risiense, a uma delegação da AlsaceLorraine.Na primeira edição deste evento, em14 de maio de 2017, a Cívica já mar-cou presença na iniciativa conjunta doParlamento Europeu e do Conselho daEuropa. Mais de 10 mil pessoas cos-tumam participar nesta Jornada PortasAbertas que junta regularmente maisde 50 organizações europeias, entre asquais a Cívica. São organizações de ci-dadãos ou institucionais, que aprovei-tam para apresentar as suas atividadesde forma pedagógica e ludica.O evento começou às 9h30 da manhãcom o hastear da bandeira da Europa,na presença de representantes do Par-lamento europeu, das instituições lo-cais e muitas personalidades. Umaorquestra tocou o hino europeu e ani-mou praticamente toda a manhã.O Presidente do Parlamento Europeu,Rainer Wieland, fez a inauguração ofi-cial da Jornada Portas Abertas emfrente do edifício LOW.Entre 11h00 e 14h00, alguns Deputa-dos Europeus debateram com o pú-blico no hemicíclo, com transmissãono exterior, e um representante de«Reporters sans Frontier̀es», instituiçãolaureada do Prémio Sakharov 2005,proferiu uma conferência.Durante todo o dia, os membros daassociação Cívica explicaram os obje-tivos da associação, conversaram como público e distribuiram «Cartões deeleitor», a banda desenhada sobreparticipação cívica e exemplares doMagazine Cívica.No dia 3 de junho a associação já tinhaparticipado na Festa da Europa, na ci-dade algarvia de Albufeira.

Funeral deMaëlys deAraújoO Cônsul Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara, esteve presente,em representação de Portugal, no fu-neral da lusodescendente Maëlys deAraújo, a criança de 9 anos que desa-pareceu durante uma festa de casa-mento e que foi morta por umex-militar que já confessou o crime.A cerimónia fúnebre teve lugar no sá-bado, dia 2 de junho, na Igreja de LaTour-du-Pin (38). Luís Brito Câmaraapresentou aos pais, nomeadamentea Joaquim de Araújo, que é cidadãoportuguês, as condolências pessoais,mas também em nome das autorida-des portuguesas.

Assunção Cristas passou o Dia de Portugalem Paris e quer desenvolver o CDS-PP nasComunidades

Assunção Cristas, a Presidente doCDS-PP veio passar o Dia de Portugala Paris e disse ao LusoJornal que oPartido quer crescer junto das Comu-nidades. «Há muita coisa ainda parafazer. O CDS não tem ainda a dimen-são de outros Partidos. Temos algumapresença e temos inclusivamenteaqui connosco o nosso candidato re-corrente para este círculo da Europa»disse a Presidente do Partido emParis referindo-se a Isaías Afonso.«Mas precisamos concerteza de tra-balhar muito mais. Eu creio que es-tamos numa boa fase de crescimentointerno, dentro do país, e penso quetambém pode ser um crescimentosustentado junto das Comunidadesportuguesas um pouco em todo omundo».Nuno Melo acrescentou ao LusoJor-nal que o Partido tem uma delegaçãoem Bruxelas.Nestas comemorações do Dia de Por-tugal, a Presidente do CDS-PP deci-diu juntar-se à Comunidadeportuguesa residente na capital fran-cesa, na impossibilidade de chegaraos Açores, depois de regressar deTimor-Leste, onde participou numaconferência sobre igualdade de gé-nero. «Aqui na região de Paris temosa segunda maior concentração dePortugueses depois de Lisboa, por-tanto, para mim foi uma escolhamuito natural, regressada de Dili, enão tendo possibilidade de chegar àsnossas comemorações nos Açores,poder estar aqui algum tempo com aComunidade portuguesa, que meacolheu de braços abertos, comquem tive umas boas conversas ecomi umas boas sardinhas», descre-veu.Assunção Cristas participou neste do-mingo, de manhã, na missa do San-tuário de Nossa Senhora de Fátima

de Paris, onde também esteve, aliás,o Deputado socialista Paulo Pisco.«Encontrei pessoas que estão aqui hátempos muito variados, desde genteque está há 50 anos, há 40 anos, atéquem chegou no ano passado e só háuns meses, todos com uma nota emcomum, uma grande saudade de Por-tugal, sempre a falar do nosso país,com muita vontade de regressar. Viuma Comunidade certamente bemintegrada, mas a sentir-se muito por-tuguesa, o que é bom», acrescentou.«Ao contrário do que eu muitas vezesouço em Portugal, ontem mesmo,aqui em contacto com emigrantes,ouvi vários exemplos de pessoas quetinham chegado há um ano, ou há 6meses, portanto num período em quea austeridade devia ter acabado. Euacho que agora se começa a saber averdade sobre essa matéria e sobreesse discurso do Governo e na práticao que nós sentimos é que ainda nãohá condições para muitos dos nossosficarem e desenvolverem a sua vidaem Portugal. Ainda há muitos emi-grantes portugueses a chegarem a vá-rias paragens nomeadamente aqui aFrança e a Paris» disse ao LusoJor-nal.Interrogada sobre a possibilidade devoto eletrónico para os Portuguesesque residem no estrangeiro, Assun-ção Cristas lembrou que «neste mo-mento está a ser trabalhado noParlamento, na Comissão respetiva,um programa piloto precisamentepara termos voto eletrónico. A ver-dade é que as questões da fiabili-dade colocam-se sempre e sobretudoquando olhamos para o mundo,vemos países que já foram pelo votoeletrónico e já recuaram e vemos porexemplo o Brasil que tem voto eletró-nico mas ao mesmo tempo tem deser presencial e tem de se pôr umvoto também em papel na urna» diza Presidente do CDS-PP que estava

acompanhada pelo EurodeputadoNuno Melo e vários elementos damáquina do Partido. «A grande preo-cupação da Comunidade portuguesaé a de haver uma proximidade, umamaior facilidade para o exercício di-reto de voto e isso faz-se com maismesas de voto, onde as pessoas pos-sam de facto depositar o seu voto,seja de forma eletrónica, seja deoutra forma. É uma matéria muitoimportante. Nós não podemos ficarsem a opinião de tantos Portuguesesque estão fora do nosso território».Assunção Cristas lembrou que «aabstenção em Portugal também émuito elevada, mesmo entre os quevivem no território nacional, mas foraé ainda mais e eu penso que numcaso e no outro, e evidentemente comas especificidades próprias de quemvive fora do nosso território, nóstemos que encontrar soluções que ga-rantam essa proximidade maior».A Presidente do Partido diz que o votoeletrónico só por si «acho que é curto,precisamos de garantir que para alémdo voto eletrónico - fazendo a expe-riência piloto e admitindo que corrabem, esperemos que sim - podermostambém encontrar maneiras de mul-tiplicar as formas do exercício devoto» e explicou que se referia ao votopor procuração, numa modalidadeque existe em França, mas que nãoexiste em Portugal. «É uma questãoque eu levo para estudar e para ex-plorar».A Presidente do CDS-PP foi este do-mingo a Champigny-sur-Marne, juntoao monumento ao antigo Maire Louis-Talamoni, para a Festa da Sardinha eda Criança. Também aqui se cruzoucom o Deputado socialista PauloPisco.Esta manhã, almoçou com empresá-rios portugueses no restaurante Sau-dade, em Paris. «Portugal é um bompaís para investir. Mas há uma

grande interrogação sobre o queacontece passados 10 anos desteperíodo de fiscalidade mais favorá-vel» interroga Assunção Cristas. «Écondição importantissima para queas pessoas sintam que faz todo osentido investir em Portugal, havercontinuidade de políticas e sobre-tudo haver previsibilidade. Do ladodo CDS, como sabem nós somosuma oposição sempre firme e sem-pre construtiva e procuraremos tam-bém neste domínio, colocar aquestão de maneira a que as pes-soas saibam o que é que acontecepassados estes primeiros 10 anos,de maneira a poderem programar asua vida e terem garantias de previ-sibilidade e de alguma estabilidade.Sem essa estabilidade e sem con-fiança, pois os investimentos podemchegar numa primeira fase, mas de-pois, como diziam ali na mesa,podem as pessoas dececionar-se eacabarem por desinvestir numa se-gunda ou numa terceira fase. Não éisso que se pretende, o país precisamuito de gente que queira investir,investir numa economia que tem deser diversificada, numa perspetivade sustentabilidade, não é só noimobiliário, também noutras áreas».Assunção Cristas ouvia e tomavanotas. «Estou aberta a discutir estesassuntos. Muitas vezes as pessoassentem distância - e lá também, nãohavendo esta distância, há muitasvezes falta de conhecimento e de in-teresse - e essa motivação adicional,eu creio que só se consegue com apresença. E por isso eu estou aquineste 10 de Junho, nesta conversamuito interessante com os nossosempresários, mas espero voltar maisvezes, para mantermos esta proximi-dade para que as pessoas tambémsintam que há quem esteja atento eque vale a pena olharem para asnossas propostas políticas».

Líder do CDS veio a Paris com Nuno Mello

Por Carlos Pereira

Le 20 juin 2018

CDS / Isabel Santiago

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Dia de Portugalfoi comemoradona Embaixadade Portugal

O Dia de Portugal foi comemorado nasexta-feira, 8 de junho, na Embaixadade Portugal em Paris, na presença decentenas de pessoas, Portugueses,mas também Franceses e diplomatasde outros países.O Embaixador de Portugal Jorge Tor-res Pereira deu as boas-vindas aospresentes e foram entoados os hinosde Portugal (acompanhado ao pianopelo pianista japonês Tomohiro Hatta)e de França (tocado a quatro mãos,por Tomohiro Hatta e pelo pianistaportuguês Ricardo Vieira).Numa curta intervenção, Jorge TorresPereira destacou sobretudo as «exce-lentes relações» entre Portugal e aFrança.Na rua, os trabalhadores em greve daSucursal de França da Caixa Geral deDepósitos manifestaram-se ruidosa-mente durante a cerimónia quedurou cerca de duas horas.

Rádio Alfapassa a emitirem Lille no sistema DAB+Desde esta terça-feira, 19 de junho,a Rádio Alfa pode ser ouvida em Lilleatravés do sistema DAB+ - rede digi-tal terrestre que, em rádio, é seme-lhante ao já existente na difusão detelevisão.Esta possibilidade de ouvir a RádioAlfa coincide com o lançamento ofi-cial do sistema DAB+ na capital doNorte da França.Para receberem as emissões daRádio Alfa em DAB+, os ouvintes ne-cessitam de adquirir um aparelho re-cetor de rádio - já disponível nomercado, mesmo para os automóveis- que possua este sistema de difusão,que tem qualidade de som e de con-forto de escuta, muito superior aoatual, em FM.«O Sistema DAB é o futuro da rádio»diz uma nota da Rádio Alfa. «A Alfa éuma das dezenas de empresas radio-fónicas que está desde o início pre-sente no novo modo de difusão emFrança e pode ser escutada dessamaneira, desde há algum tempo, naregião de Paris».Aliás, na região de Paris, a estaçãoportuguesa pode continuar a ser sin-tonizada também em FM 98.6.Além de Lille e de Paris, a Rádio Alfapoderá ser ouvida, brevemente, tam-bém em Lyon e Strasbourg através domesmo sistema DAB+.

04 COMUNIDADE

Dia de Portugal foi comemorado no Consulado de Portugal em Lyon

O Cônsul Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara, acolheu no salãonobre do Consulado de Portugal, osseus convidados para celebrar o Diade Portugal, de Camões e das Comu-nidades portuguesas. A cerimóniateve lugar no dia 7.«Somos cerca de quarenta mil Portu-gueses na região de Lyon, e duzentose cinquenta mil na região Auvergne-Rhône-Alpes. Nesta área consularexistem cerca de cento e cinquentaassociações, que reúnem no decorrerdos anos a Comunidade em festejosculturais ou outros» disse o CônsulGeral Luís Brito Câmara no seu dis-curso de boas vindas.Recordando que existem 10 milhõesde Portugueses em Portugal conti-nental e ilhas (Açores e Madeira) equase 6 milhões no estrangeiro (1,5milhões em França), indicou que ascomemorações oficiais do 10 deJunho este ano teriam início nos Aço-res e depois nos EUA, onde existemimportantes Comunidades portugue-sas «que honram Portugal».Também fez leitura de parte da men-sagem do Secretário de Estado JoséLuís Carneiro, dirigido à Comunidadeportuguesa espalhada pelo mundo.«A todos, desejo uma celebração doDia de Portugal, de Camões e das Co-munidades portuguesas com alegria,o orgulho e o significado de sempre».José da Costa fez cerca de de 300quilómetro para estar no Consuladode Portugal. É o Presidente da ULFE(União luso francesa europeia) deDijon. «Penso que somos um bomexemplo para toda a Comunidade

portuguesa, não só em França mas nomundo» disse ao LusoJornal, refe-rindo-se ao edifício que a associaçãoconstruiu.O Cônsul Geral agradeceu o apoiodado por todas as associações, em-presários e cidadãos portuguesesresidentes na região de AuvergneRhône-Alpes e Bourgogne FrancheComté «que desempenham umpapel crucial em manterem Portu-gal sempre presente ao nível social,cultural, económica e política e queconstituem uma das mais importan-tes mais-valias de Portugal nomundo», reforçando «o humanismoe a integração com sucesso de Por-tugal na vida internacional, exemplar

a todos os níveis».No salão do Consulado estavam pre-sentes numerosos Presidentes das as-sociações portuguesas da região deAuvergne-Rhône-Alpes e BourgogneFranche Comté, empresários e repre-sentantes de empresas, comerciantese banqueiros, assim como agentes dacultura e da língua portuguesa. Con-viveram à volta de um cocktail ofere-cido pelo Cônsul Geral, que estavaacompanhado pelo Vice Cônsul Sa-bino Pereira e de alguns dos funcio-nários do posto.Aliás Luís Brito Câmara agradeceu o«empenho» dos funcionários do Con-sulado-Geral «e em especial o SenhorVice-Cônsul Sabino Pereira pelo seu

trabalho, esforços e dedicação».Estava também presente a leitora doInstituto Camões em Lyon, LuísaDutra que se despedia da Comuni-dade, pois está em fim de missão eregressa a Portugal, a Torres Vedras,sua terra natal, para encontrar denovo os alunos que tinha deixado hádois anos.«Vamos participar, nas Festas Con-sulares da cidade de Lyon, nos dias22, 23 e 24 de junho, na praça deBellecour. Estão todos convidadosa visitarem o nosso stand, para darvisibilidade e fazer a promoção danossa cultura e de Portugal» con-cluiu ao LusoJornal Luís Brito daCâmara.

Cerimónia teve lugar no dia 7 de junho

Por Jorge Campos

Tribunal condenou Portugueses que causarammorte de 12 pessoas em Montbeugny

Teve lugar na quarta-feira da semanapassada o julgamento dos dois Portu-gueses considerados responsáveispelo acidente que vitimou, em marçode 2016, 12 Portugueses emigradosna Suíça, num acidente que tevelugar na «estrada da morte», a EN79,perto de Montbeugny, Moulins,quando atravessavam a França.O Tribunal de Grande Instance deMoulins, condenou o dono da carri-nha, Arménio Pinto Martins, a quatroanos de prisão, e condenou o jovemcondutor da carrinha, Ricardo MartinsPinheiro, sobrinho de Arménio Mar-tins, a três anos de prisão.Ricardo Pinheiro fica sem carta decondução durante 5 anos e fica proi-bido definitivamente de praticar umaatividade profissional relacionada como transporte de passageiros. Foi con-denado ainda a uma multa de 3.500euros e o tio a uma multa de 4.400euros.No dia 24 de março de 2016, RicardoMartins Pinheiro, com apenas 19anos, transportava 12 Portuguesesnuma carrinha Mercedes, «adaptadaartesanalmente» para aumentar a ca-pacidade de passageiros, e com um

reboque muito carregado. Sairam deRomont, no cantão de Fribourg, naSuíça, onde trabalhavam os 12 clien-tes que decidiram ir passar a Páscoaa Portugal, essencialmente à região daGuarda, de onde eram originários.Por volta das 23h30, na Nacional 79,que é considerada para muitos como«a estrada da morte», num troço daRCEA (Route Centre-Europe Atlanti-que), que atravessa a França de lestea oeste, decide ultrapassar um veículoperto da localidade de Montbeugny, efoi embater frontalmente contra umcamião italiano que circulava em sen-tido contrário.Todos os 12 passageiros, com idadescompreendidas entre os 7 e os 62anos, morreram imediatamente. Ape-nas se salvou o condutor do veículo.Ricardo Martins Pinheiro não tinhaidade suficiente para poder conduzireste tipo de veículo de transporte depassageiros. Foi acusado de «condu-ção imprudente», «manobra irregularde ultrapassagem» e «velocidade ex-cessiva».Arménio Martins, o dono da empresaque empregava Ricardo Pinheiro, e tiodeste, foi acusado de ter adaptado«de forma artesanal» a carrinha,acrescentando bancos para transpor-

tar mais passageiros, sem qualquer fi-xação, sem cintos de segurança, esem respeitar qualquer norma de ins-talação.O advogado de Arménio Martins, An-toine Portal, sabia que a defesa do seucliente, com 44 anos, ía ser difícil.Mesmo assim, pediu a absolvição dodono da carrinha. Mas tribunal consi-derou que há relação direta entre aadaptação da carrinha e as mortes.Argumentou mesmo que podiam tersido salvas 9 a 10 pessoas se a carri-nha respeitasse as normas. Por issocondenou o arguido a quatro anos deprisão.Foi exatamente o que pediu o Minis-tério Público, que também pediu qua-tro anos de prisão para o jovemcondutor. O advogado de Ricardo Pi-nheiro, agora com 21 anos, pediuuma pena de dois anos, mas o tribu-nal condenou-o com 3 anos de prisãopor «homicídio involuntário». O advo-gado ainda tentou argumentar quehavia uma relação de subordinação eque o sobrinho fazia o que o tio man-dava, mas o tribunal não teve emconta este argumento.O relatório do Bureau d’enquête surles accidents (BEA), de março desteano, foi uma peça fundamental do jul-

gamento. O documento acusa o con-dutor de decidir uma ultrapassagemsem visibilidade suficiente, com velo-cidade excessiva, num veículo «numestado lastimável», com travões emmau estado e pneus gastos, com ex-cessiva carga no atrelado que tambémse apresentava num «estado técnicodeficiente».Os Conselheiros das ComunidadesPortuguesas Manuel Cardia Lima(Lyon) e João Veloso (Clermont-Fer-rand) alertaram de imediato para aexistência de carrinhas de transportede passageiros entre Portugal, Françae Suíça, por vezes na ilegalidade e nãorespeitando as elementares regras desegurança.Este é um meio de transporte maisbarato, deixa as pessoas em casa enão limita o transporte de bagagem,por isso é também um meio de trans-porte bastante utilizado sobretudo poremigrantes do interior do país.O advogado do condutor da carrinha,Antoine Jauvat, ainda argumentou omau estado da estrada, alegando queentre 2010 e 2017 morreram ali 57pessoas. Depois do acidente, é proi-bido ultrapassar naquele local. Mas otribunal considerou mesmo que ocondutor errou e condenou-o.

Por Carlos Pereira

Le 20 juin 2018

Cônsul Luís Brito Câmara com Vice-Cônsul Sabino PereiraLusoJornal / Jorge Campos

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José AlexandreCardoso Marquesrecebeu o PrémioAnim’Arte2017

O cineasta José Alexandre CardosoMarques recebeu o Prémio Prestígio-Carreira Anim’Arte 2017 na categoriaCinema. Os Prémios foram entreguesna Aula Magna do Instituto Politéc-nico de Viseu, durante a GalaAnim’Arte, um espetáculo anual deatribuição destes prémios.Organizados pela Revista Anim’Arte,estes prémios pretendem dignificarpersonalidades, artistas, dirigentesassociativos e instituições como agen-tes de desenvolvimento local e regio-nal. São pois um reconhecimentopúblico do trabalho realizado por todoo tipo de agentes culturais e sociais.Nascido em Vouzela, no distrito deViseu, em 1960, José Alexandre Car-doso Marques veio cedo para Françapara completar estudos. No Cine-clube Universitário de Poitiers desen-volveu a paixão pelo cinemadocumental. Voltaria a Portugal parafrequentar o curso de Direito, mas oapelo do cinema trouxe-o para Parisonde viria a frequentar a Escola de Ci-nema a partir de 1983, tornando-sefrequentador assíduo da Cinematecafrancesa.Entre 1985 e 1990 José AexandreCardoso Marques rodou diversos fil-mes sobre a Comunidade portuguesaem França. Em 1997 recebeu o Pri-meiro Prémio de Jornalismo «Comu-nidades Portuguesas», atribuído peloSindicato dos jornalistas de Lisboapelo filme documental «Maison duPortugal».Em 1998, alcança o Doutoramentoem Estudos Cinematográficos e Au-diovisuais na Universidade da Sor-bonne Nouvelle, em Paris.Leccionou cinema em diversas uni-versidades europeias. Participou emdiversos estudos e obras científicasrelacionadas com o cinema docu-mental (História do Cinema; Patrimó-nio Cultural e Cinema; História dosPortugueses no Mundo; Arqueologiado Cinema; entre outros).A Revista Anim’Arte é um projeto edi-torial do Grupo de Intervenção e Cria-tividade Artística de Viseu - GICAVque, ao longo dos últimos 26 anos,tem prosseguido um dos seus objeti-vos prioritários através da divulgaçãode projetos culturais e artísticos, quercoletivos, quer individuais, que as as-sociações e artistas do distrito deViseu (e não só) realizam e por direitopróprio, merecem ser publicitadosjunto de um público mais vasto.

COMUNIDADE 05

lusojornal.com

Arcos de Valdevez assinou Protocolo deGeminação com Decines

No sábado passado, dia 9 de junho,os municípios de Decines-Charpieu(69), nos arredores de Lyon, e Arcosde Valdevez, assinaram um Protocolode Geminação que passa a uni-los emfuturas ações culturais e intercâmbiossociais e económicos.O Salão de Honra da Mairie de Deci-nes acolheu a delegação vinda de Por-tugal, liderada pelo Presidente daCâmara Municipal de Arcos de Valde-vez, João Manuel Esteves, e pela Ve-readora Belmira Reis. A Maire deDecines, Fautra Laurence, acolheu osconvidados, com os demais autarcasda cidade, nomeadamente António daSilva que tem o pelouro da Cultura,Thibaud Darbon e Denis Djorkaeff.Neste espaço teve lugar a cerimóniamais protocolar da assinatura do Pro-tocolo de Geminação.

Mais tarde, já no Parque da Mairie,foi assinado o documento final quepassa a unir as duas localidades, napresença de outros representantesmunicipais. Decines já esta gemi-nada com Montsummano Terme, naToscana italiana e com uma locali-dade da Arménia, que justificoualiás a presença do Cônsul da Armé-nia em Lyon.Neste evento estiveram tambémpresentes o Cônsul Geral de Portu-gal em Lyon, Luís Brito Câmara, oantigo Maire de Decines, Pierre Cre-doz, o Deputado Carlos Gonçalves, oConselheiro das Comunidades Ma-nuel Cardia Lima e vários dirigentesassociativos portugueses da regiãode Lyon.«Tive muita honra em participarneste acontecimento. Tenho muitoorgulho no que aqui se passou,tenho a felicitar os Presidentes da

Câmara destes países pois tudo istoé a Europa, tudo isto representaamizade e intercâmbios sociais eeconómicos para o futuro» disse aoLusoJornal o Cônsul Geral Luís Ca-mara.«Estou muito feliz, e os ‘decinois’estão felizes comigo, pois o que aquiacontece hoje é o culminar de umtrabalho de preparação de há doisanos. Em setembro passado, apósuma visita a Arcos de Valdevez, foitomada esta decisão que hoje seconcretiza. O Presidente João Ma-nuel Esteves e toda a sua equipasouberam-nos convencer, com o seuamor à terra, de todas as possibili-dades de intercâmbios futuros»disse a Maire Fautra Laurence.«Agradeço também todo o trabalhode toda a equipa municipal, em es-pecial António da Silva, pois foi gra-ças a ele que conhecemos esta linda

terra, e os seus simpáticos habitan-tes e autarcas».No decorrer deste dia houve váriosfestejos, animações, almoço e jantare a presença do grupo de folclore por-tuguês «Os Amigos de Decines» queanimou parte do dia.As crianças francesas e portuguesasdas escolas de Decines prepararam eapresentaram cantigas tradicionaisem português, como por exemplo a«Tia Anica de Loulé», ou o «PapagaioVerde», entre outras. Foram muitoaplaudidos pelo público presente.A Filarmónica de Decines acompa-nhou as canções das crianças, etocou também os hinos nacionais dePortugal, França, Itália e Arménia.Decines situa-se a este do «GrandeLyon» onde a Comunidade portu-guesa reside e trabalha participandoativamente na atividade social e eco-nómica da cidade.

Por Jorge Campos

Ovar e Pithiviers celebraram 25 anos dageminaçãoUma comitiva portuguesa de Ovar es-teve este fim de semana em Pithi-viers, no quadro da geminação entreas duas localidades, e regressou estamanhã a Portugal.No âmbito da celebração da gemina-ção, os representantes nacionais daMunicipalidade de Ovar foram rece-bidos e honrados oficialmente numareceção de boas-vindas que teve lugarnos jardins da Mairie de Pithiviers, nodia 9 de junho proporcionada peloMaire, Philippe Noland, à qual assis-tiu o Cônsul Honorário de Portugalem Orléans, José de Paiva, e em queestiveram igualmente presentes oPresidente do Conseil Départemen-tal do Loiret, Marc Gaudet, o Presi-dente da Communauté de Comunes,Jean-Claude Bouvarel, a primeiraMaire-Adjointe, Monique Bevière, aPresidente da Associação Os Azule-jos, Ana Lúcia Thierry, coordenadoralocal das festividades entre Ovar ePithiviers e vários membros associa-tivos e do Conselho municipal.Em representação do Município deOvar, encontravam-se Ruben Ferreira,Secretário do Gabinete de Apoio àPresidência e Tânia Guimarães, doServiço de Turismo, e também o coor-

denador da geminação Filipe Faria.Durante a sua alocução, o Maire Phi-lippe Noland manifestou a sua sim-patia por Portugal, que já visitouvárias vezes, e fez muitas referênciashistóricas à amizade entre Portugale a França, excelente pretexto paraum diálogo profícuo aproveitado porJosé de Paiva para igualmente sa-lientar os laços históricos que unem

os dois países nos domínios dasartes, da história, da cultura e dasrelações económicas ao longo de vá-rios séculos.Igualmente Ruben Ferreira, da Câ-mara Municipal de Ovar, discursousobre a «formidável relação de ami-zade» entre os dois municípios e asduas localidades que, em anos alter-nados, sempre têm encontrado o ca-

minho para perenizar de forma notá-vel esse entendimento.As atletas do Clube de Natação Ovar-Sincro, Campeãs nacionais de nata-ção sincronizada, conduzidas pelasua treinadora, Sandra Montes, apre-sentaram um espetáculo aquático naPiscina Municipal de Pithiviers, nosábado à noite, que teve a presençade muitos espetadores.

Nos arredores de Lyon

Le 20 juin 2018

LusoJornal / Jorge Campos LusoJornal / Jorge Campos

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Carla Lobãoda CL Servicesfoi premiadaem Venissieux

Carla Lobão, da empresa CL Services,recebeu, em Vénissieux, o PrémioCoups de Coeur de l’Economie 2018.O prémio foi entregue por FlorentDessus, criador de Coups de Coeurde l’Economie, editor de Vox Au-vergne Rhône Alpes, em Venissieux(69), nos arredores de Lyon, na pre-sença precisamente de Jean-CharlesOsmandjian, Diretor de Nissan LyonSud Groupe Bernard.A empresa CL Services foi criada hádois anos por Carla Lobão, e tem porvocação prestar apoio e assistência àComunidade portuguesa, entre ou-tros, em França e na Europa emgeral.

Guimarães invitée du Festival ducouteau deThiersThiers - à une quarantaine de ki-lomètres de Clermont-Ferrand - futla capitale mondiale de la Coutel-lerie les 19 et 20 mai dernier etc’est la capitale historique et éco-nomique de la coutellerie françaisedepuis près de 800 ans.Cette ville a pris un virage positifface à la crise, 95% des couteliersont une activité sur le plan interna-tional. Les artisans se sont relan-cés grâce à l’innovation et le hautde gamme. Et ils ont su se posi-tionner face à la concurrence asia-tique.Lors de cette 28ème édition dusalon «Coutellia», nous avons pudécouvrir la première CollectionMondiale de Coutellerie.Dans le salon d’exposition, diffé-rents pays mettent en valeur leurssavoir-faire, dont le Portugal, avecGuimarães.Dans les différents stands des coute-liers d’art, nous avons pu découvrir letravail d’Estevão Lourenço, un coute-lier artisan portugais de Caldas daRainha, qui fabrique depuis 2006 descouteaux avec des lames de carboneforgées en inox.

06 EMPRESAS

Portugal Business Club de Lyon debateunovas leis laborais do Governo Macron

Na sexta-feira dia 8 de junho, oPortugal Business Club de Lyon or-ganizou mais um almoço mensalno bar-restaurante DZ, em Villeur-banne (69). A convite do Presi-dente Gil Martins, a advogadaSandra Freire, fez uma intervençãopara informar os empresários pre-sentes das novas leis sobre o planolaboral do Governo Macron.No dia 4 de julho o PBC vai orga-nizar uma conferência sobre a si-tuação económica atual emPortugal, que será proferida peloDiretor-geral da Câmara de comér-cio e indústria luso-francesa(CCILF), Laurent Marionnet, que sedesloca propositadamente de Lis-boa para este evento.Este não será o último evento doPortugal Business Club de Lyonantes das férias de verão, já que nodia 15 de julho, este clube de em-presários vai organizar um serão deconfraternização por ocasião do

primeiro jogo de futebol da Seleçãoportuguesa, contra a Espanha, noMundial da Rússia. «Estão convi-dados também membros do EBCespanhol. Será um bom momento

de amizade ibérica» explicou oPresidente Gil Martins ao LusoJor-nal.O PBC estará também presente du-rante as Festas Consulares da ci-

dade de Lyon, nos três dias doevento 21, 22 e 23 de junho, nostand de Portugal, a convite doCônsul Geral de Portugal em Lyon,Luís Brito Câmara.

Em Lyon

Por Jorge Campos

Novo Banco vendeu o BESV em Paris àPromontoriaO Novo Banco já vendeu o BanqueEspírito Santo et de la Vénétie emParis, à francesa Promontoria, anun-ciou na semana passada a institui-ção liderada por António Ramalho,sem revelar o valor do negócio.A sociedade francesa compradora,Promontoria, pertencente ao fundode investimento norte-americanoCerberus Capital Management,tendo o Novo Banco acordado avenda da «participação de 87,5%que detém no capital social do Ban-que Espírito Santo et de la Vénétie eativos diretamente relacionados», lê-se na informação divulgada atravésda Comissão do Mercado de ValoresMobiliários (CMVM).A concretização da venda está agoradependente autorizações das entida-

des que têm de aprovar a operação.O Novo Banco não indica o valor donegócio, mas diz que a conclusão da

transação terá um impacto positivono seu rácio de solvabilidade CET1,mas sem quantificar.

«Esta transação representa mais umimportante passo no processo de de-sinvestimento de ativos não estraté-gicos do Novo Banco, prosseguindoeste a sua estratégia de foco no ne-gócio bancário doméstico», terminao Novo Banco o comunicado ao mer-cado.O Novo Banco teve lucros de 60,9milhões de euros no primeiro trimes-tre, o que compara com o prejuízo de130,9 milhões de euros dos primei-ros três meses de 2017.O BESV em Paris já era uma fusãoentre o então BES e o Banque de laVénétie e tinha sede no 46 avenueGeorges Mandes, em Paris 16, juntodo Trocadero, onde aliás os emigran-tes lesados do BES se concentravampara manifestar.

Le 20 juin 2018

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ENSINO 07

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20ème Anniversaire de la Section Portugaise du CollègePierre et Marie Curie du Pecq

La Section Portugaise du CollègePierre et Marie Curie (Le Pecq, régionparisienne), ainsi que la Section An-glaise, sont les deux Sections interna-tionales de cet établissement. En1998, année de sa création, la Sec-tion Portugaise comptait 16 élèves,20 ans après son effectif est de 82élèves, de la classe de 6ème à la3ème.Le 25 mai dernier, à l’invitation duPrincipal du Collège, Jean-ConstantPellé, du Directeur de la Section Por-tugaise du Lycée International deSaint Germain-en-Laye, José CarlosJanela et de l’Association des Parentsd’Élèves de la Section Portugaise, detrès nombreux parents, professeurs etélèves, ainsi que plusieurs personna-lités et anciens Directeurs, étaientvenus fêter le 20ème anniversaire dela Section Portugaise du CollègePierre et Marie Curie.Dans son allocution d’accueil, le Prin-cipal, Jean-Constant Pellé, a rappeléquelques éléments spécifiques del’établissement qu’il dirige: uneClasse d’adaptation, une Section deprimo-arrivants et deux Sections inter-nationales (portugais et anglais), pourun effectif total de presque 600élèves. Il a précisé également que laplupart des élèves du Collège Pierre etMarie Curie sont orientés vers le LycéeInternational de Saint Germain-en-Laye.José Carlos Janela a tenu, pour sapart, «à remercier tous ceux qui ont

contribué à mener à bien les nom-breux projets pédagogiques et éduca-tifs de la Section Portugaise» et il acité quelques exemples, comme lePrix Cap Magellan du Meilleur lycéenet le Concours général, remportés pardes anciens élèves du Collège Pierreet Marie Curie.Prenant la parole à leur tour, LaurenceBernard, Maire de Le Pecq, a soulignéle dynamisme de la Section Portu-gaise, ainsi que son esprit d’ouverturevers d’autres pays européens et versd’autres cultures.Magda Borges, Adjointe au Service deCoordination de l’Enseignement Por-tugais en France, a mis en exergue,elle aussi, les projets éducatifs et lesuccès remporté par ce collège à de

nombreux concours.Mathilde Teixeira, ancienne Directricede la Section Portugaise du Lycée In-ternational de Saint Germain-en-Laye,a manifesté sa joie et son émotionface «au brillant parcours accomplipar cette Section en vingt ans» et atenu également à «exprimer sa grati-tude notamment à l’égard de SolangeParvaux, ancienne Inspectrice Géné-rale de Portugais et de Paulouro dasNeves, ancien Ambassadeur du Por-tugal». Par ailleurs, elle a félicité sescollègues français pour leur soutien,ainsi que les parents et les élèves dela Section Portugaise car, a-t-elle sou-ligné, «étudier dans cette Sectionexige une grande abnégation de lapart des parents et beaucoup de tra-

vail de la part des élèves».Un interlude poétique a eu lieu, pré-senté par trois élèves du Lycée Inter-national de Saint Germain-en-Layequi ont déclamé des poèmes de Flor-bela Espanca et de Paul Éluard. Puis,deux ex-élèves de «PMC» - comme ilsaiment appeler leur collège -, l’un ac-tuellement étudiant en Sciences Po-litiques à Bordeaux et l’autre en Droità la Faculté de Nanterre, ont témoignéde leur «aventure unique au sein dela Section Portugaise, où ils ont tou-jours été encouragés par leurs profes-seurs à aller vers le haut».Pour M. Carvalho, Président de l’As-sociation des Parents d’Élèves de laSection Portugaise, ce 20ème anni-versaire contribue «à renforcer les

liens d’amitié entre la France et lePortugal». Il a également insisté surl’aspect multiculturel et les filièresd’excellence que la Section Portu-gaise offre aux élèves.Premier Directeur de la Section Por-tugaise du Lycée International deSaint Germain-en-Laye, créée en1973, António Leal est venu desAçores spécialement pour participeraux festivités. Visiblement ému, fai-sant l’historique de la Section Portu-gaise, il a notamment évoqué les«difficultés, durant les premières an-nées, à donner une réelle visibilité àl’enseignement du portugais enFrance» et il a à son tour voulu rappe-ler le rôle important joué par SolangeParvaux en faveur de cet enseigne-ment. Il a conclu son intervention encitant quelques vers d’Eugénio de An-drade, «l’un des poètes majeurs de lalangue portugaise, imprégné d’huma-nisme et d’esprit multiculturel».João de Melo Alvim, Consul-Général-Adjoint du Portugal à Paris, a tenu àmettre en évidence l’importance de laSection Internationale Portugaise pourle développement de l’enseignementdu portugais en France et aussi pourla dimension internationale qu’ildonne à la langue portugaise.En dernière partie de cette soirée an-niversaire, le public a pu assister àune pièce de théâtre sur la vie et l’œu-vre de Marie Sklodowska-Curie, miseen scène par Helena Alves Cortinhas,professeure, magistralement interpré-tée par les élèves de la Section Portu-gaise du Collège Pierre et Marie Curie.

Par Dominique Stoenesco

Section internationale

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Homenagem a Maria Teresa Salgado na festa de fimde ano da ACEP

A Association Culturelle pour les Étu-des Portugaises (ACEP) prestou home-nagem à sua fundadora, presidente ediretora pedagógica, Maria Teresa Sal-gado, falecida dia 22 de fevereiro desteano, aos 73 anos de idade.A homenagem teve lugar em Paris, noanfiteatro do Colégio Fénelon SainteMarie, durante a festa de fim de anoda associação.Foram proferidos vários textos de ho-menagem pela fundadora e diretoraadministrativa Zita Salgado, pelos pro-fessores Carlos Abreu, Fernando deSousa Santos e pela aluna Ana Guerraem nome dos alunos da primária eainda pela aluna de liceu MarinaMunchenbach.Foram declamados, pela professoraPaula Vidaline, os poemas «E porvezes» e «Estrada sem corrimão» deDavid Mourão-Ferreira, poeta de pre-dileção de Maria Teresa Salgado, eainda o poema «Histórias da História»do poeta exilado em França, AntónioTopa, declamado pela Professora IldaNunes, amigo de ambas. Foi aindaprojetado um filme de tributo à suamemória realizado pelo Professor LuísFilipe Pedrosa.A fotografia de Maria Teresa Salgadoesteve exposta no palco durante todaa manhã do evento e todas as vozes

sublinharam com emoção uma mu-lher que fez muito pela língua portu-guesa, nomeadamente na sua ação,não somente na ACEP, mas tambémcomo responsável pela Biblioteca daFundação Calouste Gulbenkian - De-legação em França.Foram relembradas as suas qualida-des humanas, de pessoa com o cora-ção nas mãos, de grande integridadee honestidade intelectual, preocupadacom questões que tocam a justiça so-cial. Preocupações espelhadas numdiscurso proferido por Maria TeresaSalgado pela ocasião dos 30 anos daACEP, em 2012: «Devemos continuar

a abrir o caminho do conhecimento,do amor da ciência e do rigor e prepa-rar assim a juventude de maneira aque esta possa criar uma Europa forte,solidária e unida em que a palavra fra-ternidade não seja uma palavra vã».Natural de Duas Igrejas, em Mirandado Douro, licenciada em História pelaUniversidade de Lisboa, Maria TeresaSalgado foi funcionária do Centro Ca-louste Gulbenkian entre 1967 e 2007e responsável pela biblioteca a partirde 1993 até à sua reforma. Em2007, o Conselho de Administraçãoda Fundação Calouste Gulbenkian no-meou-a diretora honorífica da biblio-

teca.Maria Teresa Salgado colaborou, igual-mente, com a Embaixada de Portugalno que diz respeito aos exames de His-tória dos 9º e 11º anos, de 1975 a1982. Em binómio com Zita Salgado,assumiu em 1983 a direção da ACEPenquanto Presidente e diretora peda-gógica, cargos que assegurará até2018, ano do seu falecimento.Após a homenagem, seguiram-se osespetáculos de fim de ano dos alunosdos professores Fátima Rodrigues, Eli-sabete Faria, Maria João Oliveira eBenvinda Heresbach com várias can-ções cantadas em palco assim como

algumas representações teatrais, no-meadamente a peça «Gota de Mel»de Léon Chancerel dirigida pelo pro-fessor Ricardo Poças.O evento encerrou com a atribuiçãode prémios aos melhores alunos pa-trocinado pelo banco BCP.A ACEP nasceu em 1982, apesar dejá em 1976, os seus dirigentes teremestado associados num grupo de en-sino de Português e História que fun-cionou, num primeiro tempo, naParóquia de Saint Honoré d’Eylau e,depois, na escola Saint Louis de Gon-zague.Atualmente, a ACEP funciona no Co-légio Fénelon Sainte Marie na rue deNaples no 8° bairro de Paris. O pri-meiro Presidente foi o professor de Fi-losofia de Paris IV-Sorbonne, RobertMisrahi e, o vice-Presidente, foi até1997, Jean Pierreuse, funcionário daUNAPEC. Em 1983, foi então, eleitaPresidente, Maria Teresa Salgado.A direção administrativa está, desde aorigem da associação, a cargo ZitaSalgado que em declarações ao Luso-Jornal se mostrou satisfeita com a vi-talidade da escola, forte dos seusatuais 650 alunos e 14 professores,dois dos quais de História. A substi-tuição da diretora pedagógica aindanão está assegurada, mas, segundoZita Salgado, será dentro dos próxi-mos meses efetivada.

Por Luísa Semedo

LusoJornal / Dominique Stoenesco

LusoJornal / Luísa Semedo

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Três quadrosde Vieira daSilva foram leiloados emParis por maisde meio milhãode euros

Três quadros da pintora portuguesaMaria Helena Vieira da Silva foram lei-loados em Paris pela Sotheby’s porum valor total de 512.500 euros. Oquadro «Fête» foi leiloado por175.000 euros, «Intrusion» partiu por162.500 euros e «Red Houses» por175 mil euros.«Fête» era o lote 121 do Leilão deArte Contemporânea que a Sotheby’srealizou esta semana em Paris, e foivendido abaixo da estimativa incial,de 200 mil a 300 mil euros, deacordo com as informações da lei-loeira. Já «Intrusion», o lote 146 domesmo leilão, tinha uma estimativade 70 mil a 100 mil euros, mas foivendido por 162.500 euros. E «RedHouses», avaliado em 150.000 eurostambém voi vendido acima do valorestimado, e atingiu 175 mil euros.«Fête» é um óleo sobre tela datadode 1965, foi apresentado a leilão porum colecionador particular que o ad-quiriu à galeria Daniel Varenne, deParis, por volta de 1974, segundo aleiloeira. O quadro, com uma dimen-são de 65 centímetros por 81 centí-metros, foi originalmente colocadopela pintora na galeria Knoedler, deNova Iorque, em 1966.«Intrusion», uma pintura de têmperaem papel de 1971, também perten-cia a um colecionador privado, que oadquiriu à galeria da artista, em Paris,a Jeanne Bucher, com uma dimen-são de 92 centímetros por 63,5 cen-tímetros.«Red Houses» é uma das têmperassobre tela apresentadas por Vieirada Silva em 1963, nas galeriasJeanne-Bucher, em Paris, Knoedler,em Nova Iorque, e na Phillips Col-lection, em Washington. Com 37centímetros de largura por 54 cen-tímetros de comprimento, este qua-dro foi originalmente vendido pelagaleria nova-iorquina, e seguiu paraa Galeria Albert Loeb, também re-presentada na capital francesa,onde um colecionador de Milão oadquiriu, de acordo com a genealogiaagora apresentada pela leiloeira, quenão indica alguma exposição públicada obra nem a passagem por Portu-gal.Nascida em Lisboa, em 1908, Vieirada Silva mudou-se para a capital fran-cesa quando tinha dezanove anos,para poder estudar durante umaépoca de grande atividade artística,tendo acabado por se instalar na ci-dade, onde morreu em 1992.

08 CULTURA

La première édition des Lusofolies en Charente

La première édition des Lusofolies (1)s’est déroulée à Fontafie-Genouillac(16), dans le département de la Cha-rente. Le programme de cet évène-ment, très riche, s’est déroulé sur 4jours, débutant le jeudi 7 juin et seterminant le dimanche 10 juin, Jourdu Portugal.Les nombreux visiteurs ont pu décou-vrir les traditions et la culture portu-gaise, au travers de multiples thèmeset festivités organisés par le Comitéd’animation et par la municipalité.Une exposition permanente affichaitdes documents officiels et des photosretraçant l’immigration portugaisedans la région. Les visiteurs pouvaientacquérir des produits de la gastrono-mie portugaise.Le sport était animé par des matchsde football.La littérature portugaise était repré-sentée par trois écrivains d’origineportugaise, António de Sousa, auteurde romans et de poésie, dont leroman le plus connu est «L’immigréportugais», Manuel do Nascimento

auteur de nombreux ouvrages histo-riques liés au Portugal qui présentaitson roman historique «Nem tudoacontece por acaso» et Otília Ferreira,l’auteur de «Enfant volé».La projection du documentaire «Entredeux rêves» de Jean-Philippe Neiva asuscité beaucoup de passion dans ledébat qui s’en suivit avec les habi-tants de la commune descendantsdes immigrés portugais.Le concert de Fado, le samedi soir,avec la fadiste Conceição Guadaloupeaccompagnée de Philippe de Sousaet Nuno Estevens a été un grand suc-cès.Au delà de la présence du Maire deGenouillac, Jacques Marsac, l’impor-tance de cet évènement pour la ré-gion a été marquée par la présencede Sandrine Precigout, ConseillèreDépartementale et par la présence deJérôme Lambert, Député et petitneveu de François Mitterrand.Le Maire Jacques Marsac, Maire deGenouillac, a répond aux questionsde LusoJornal:

Quelle est l’importance de la Commu-

nauté portugaise dans la région?Elle est extrêmement importante. Atitre d’exemple, nous avons environun tiers de la population de Fontafiequi est de nationalité portugaise oud’origine portugaise. C’est une popu-lation qui est arrivée significativemententre les années 1945 et 1970, pro-venant surtout du Nord du Portugal,pour travailler principalement dansles tuileries. Les générations sui-vantes sont restées dans la région,s’intégrant très bien à la vie écono-mique et sociale. Il faut noter qu’il n’ya pas eu de retour au pays pour la trèsgrande majorité. Nous notons justeavec humour que Fontafie se vide demi juillet à fin août, car tout le mondepart au Portugal. Les immigrés Portu-gais ont communiqué le goût du Por-tugal, puisque nous-mêmes partonsau Portugal, une fois par an, souventdans la région de Chaves.

Comment est née l’idée d’organiserces journées Lusofolies?L’idée vient de Manuel da Silva [ndlr:écrivain, éditeur d’origine portugaise].Manuel est l’animateur local. Il s’est

beaucoup investi, entre autres, dansles activités de rugby et de littérature.Il est déjà à l’origine de la manifesta-tion annuelle «Délivre tes livres» quenous avons lancés ensemble. Les Lu-sofolies lui tenaient particulièrementà cœur et nous avons mis en œuvreson idée avec beaucoup d’lusofoli’en-thousiasme.

Quel est l’objectif des Lusofolies?Nous souhaitons organiser cet évène-ment tous les deux ans. L’objectif estdouble. D’abord amener la populationqui n’est pas d’origine portugaise àmieux connaître le Portugal. Ensuite,faire découvrir ou redécouvrir desgenres de la culture portugaise. Cetteannée nous avons programmé duFado, qui n’est pas encore bienconnu dans la région. Pour la suite,nous souhaitons aussi élargir cet évè-nement aux différents pays luso-phones.

(1) Lusofolies est une «marque dépo-sée» par João Heitor qui a aimable-ment accepté qu’elle soit utilisée àFontafie-Genouillac.

Fontafie-Genouillac

Par Manuel do Nascimento

Street-Art portuguesa exposta em Paris

De 9 de junho ao dia 14 de julho, temlugar na GCA Gallery Paris, uma ex-posição de street-art portuguesa inti-tulada «Made in Portugal».Trata-se de uma exposição coletivacom alguns dos maiores artistas por-tugueses de arte urbana oriundos devárias regiões de Portugal. Os sete ar-tistas são reconhecidos não somentea nível nacional, mas também inter-nacional e são representativos de vá-rios estilos e técnicas.Segundo a organização «vemos atra-vés destas obras a grande abertura ar-tística e modernidade das quaisPortugal é capaz. Conciliando por umlado uma identidade artística própriae outras inspirações vindas do mundo,Portugal apresenta-se a nós como umpoço de imaginação infinita».A arte urbana iniciou-se sobretudo nosEstados Unidos e em França na dé-cada de 60, mas foram rapidamentealcançados por Portugal que é, hoje,mundialmente reconhecido como umdos países mais proeminentes na arteurbana.Os artistas presentes são: Akacor-leone, nascido em Lisboa em 1985,um artista que joga com as cores e as

perspetivas; Mário Belém, nascido em1977, seguiu estudos de arquitetura,grafismo e ilustração, e o seu talentoé muitas vezes solicitado pelas agên-cias de publicidade; Gonçalo Mar,nascido em 1974, descobriu o dese-nho aos 12 anos de idade, e para estaexposição inspira-se da arte tradicio-nal portuguesa, nomeadamente doscarnavais de Bragança e de Lazarim;Mr. Dheo, autodidata, nascido emGaia em 1985, é um artista poliva-lente, que utiliza não somente a foto

mas também o grafismo nas suasobras; Nuno Viegas, nascido em Faro,em 1985, mora na Quarteira, é espe-cialista do graffiti, e assume umaperspetiva ativista através de mensa-gens humanitárias universais; Panto-nio, nascido em 1975 nos Açores, naIlha Terceira, inspira-se para as suasobras sobretudo da temática marí-tima; João Samina, nascido em1989, é um artista plástico mas,igualmente, arquiteto, e já colaboroucom vários artistas, tendo viajado por

vários continentes de onde tira a ins-piração para obras que representamas várias cores e o exotismo domundo.A GCA Gallery é uma galeria de arteurbana contemporânea, criada emjunho de 2014 em Nice. Neste es-paço, de 80 metros quadrados, estãoexpostas as obras de artistas francesese internacionais como Alias, Ardpg,C215, Eddie Colla, Ender, Etnik, Gil-bert1 Katre, Kurar, Macs, Momies,Mosko, Nevercrew Orticanoodles,Retro, Shoe, Smile, Stew. Represen-tantes de vários estilos que vão doGraffiti ao Low Brow passando pelaStreet-Art.Entretanto, em abril de 2017, a GCAGallery abriu um novo local em Parisnum espaço de 100 metros quadra-dos, no bairro da Biblioteca FrançoisMiterrand (Paris 13). Desde 2014 aGCA Gallery já editou 13 catálogos erealizou várias exposições coletivas edezanove exposições a solo.A vernissage da exposição terá lugardia 8 de junho entre as 18h30 e as21h30.

GCA Gallery Paris2 place Farhat Hached75013 Paris

Por Luísa Semedo

Le 20 juin 2018

Obra do artista português Pantónio

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CULTURA 09

lusojornal.com

Lusodescendente Philippe Mendes restaura quadrodesconhecido de Jean-Joseph Ansiaux

O quadro «L’Annonciation» pintado em1823 por Jean-Joseph Ansiaux, pro-priedade da Diocese de Paris, e con-servado na Capela da MaisonMarie-Thérèse, da Résidence Chateau-briand, em Paris 14, foi restauradopela Galeria Mendes, onde está exce-cionalmente exposto durante este mêsde junho.Há 5 anos que Philippe Esteves Men-des, o proprietário da Galeria Mendes,tem utilizado a lei francesa do mece-nato, para restaurar quadros de mu-seus franceses.«Há quase dois anos, um amigo levou-me para visitar uma capela privada deParis e queria mostrar-me este quadroque necessitava de restauro. Ele sabiaque eu já tinha uma política de mece-nato dirigida para os museus e institui-ções culturais francesas e pensou queeste poderia ser um quadro eleito paraisso» explicou Philippe Mendes ao Lu-soJornal.Mas o especialista de arte descobriu,na mesma capela, um outro tesouro,um quadro de Domenico Piola, um ge-novês do século 17, o melhor pintordaquele período. «O quadro estavamuito escuro, muito sujo e eu fiqueilouco por aquele quadro completa-mente desconhecido, inédito, e decidirestaurá-lo». Restaurou com a contra-partida de poder expor a obra na Gale-ria e de publicar o famoso quadro.«Teve um sucesso imenso. Os historia-dores de arte italianos vieram todos vero quadro, porque era mesmo muito im-portante».Mas Philippe Mendes não se esqueceude «L’Annonciation» de Jean-JosephAnsiaux, um dos mais importantes re-presentantes dos finais do neoclassis-sismo francês. «É um quadro com umagrande beleza, já com alguns toquesde romantismo e também acaba porser uma descoberta importante para ahistória da arte francesa do século 19»

explica o galerista.Quando o quadro começou a ser res-taurado, acabou por ser imediatamenteclassificado Monumento histórico.«Esta decisão fazia com que não podiaexpor aqui na Galeria, tratando-se deum quadro inscrito na lista do patrimó-nio histórico, mas apesar de difícil,conseguimos excecionalmente, porqueperceberam que era a contrapartida domecenato».O quadro pode ser visto na GaleriaMendes até fim de junho e depois vairegressar à capela de origem, onde foicolocado em 1823 e de onde nuncatinha saído.A capela está anexa à Résidence Cha-teaubriand, uma casa do casal Cha-teaubriand, o grande escritor doromancismo francês. Quando a se-nhora Chateaubriand morreu, ela tinhalegado a casa e tudo o que nela estava,a capela e o jardim, à Diocese de Parispara acolher padres reformados, eainda hoje tem essa função. Dentro dacapela estão vários quadros que foramencomendados por Madame de Cha-

teaubriand aos melhores pintores da-quele período.A capela sempre esteve fechada ao pú-blico e contém obras de valor incalcu-lável. A Diocese de Paris estuda agoraa possibilidade de abrir aquele espaçoao público.

Lei francesa do mecenatoO restauro desta obra só foi possívelgraças a um dispositivo fiscal francêsque permite à sociedade civil, empre-sas ou particulares, ter uma ação di-reta sobre o património nacional.«Há 5 anos que temos uma políticade mecenato na Galeria. Já restaurá-mos vários quadros em vários museusem França. Pela primeira vez, no anopassado e agora este ano, restaurámosobras de uma entidade religiosa»afirma Philippe Mendes numa entre-vista ao LusoJornal.Foi também no quadro da Lei do me-cenato que Philippe Mendes comprou

um quadro da pintora portuguesa Jo-sepha d’Óbidos, que está agora ex-posto no Museu do Louvre, em Paris.«Consegui isso porque a Lei de mece-nato francesa permitiu de o fazer, teruma desfiscalização bastante impor-tante para que o custo não seja tãopesado».«Já ajudei a restaurar obras em mu-seus portugueses e doei aliás duasobras para museus em Portugal, por-que a Lei de mecenato francesa per-mite-me doar a entidades europeias edesfiscalizar aqui».Philippe Mendes acha que Portugaldevia dotar-se de dispositivos idênti-cos. «Na última viagem que fiz a Por-tugal, parei no Mosteiro de São Joãode Tarouca e vi aquilo num estado as-sustador. Está cheio de humidade, ochão está verde, a humidade começaa subir pelos muros para os altares, aatingir os quadros primitivos portu-gueses, renascentistas, e está mesmonum estado assustador. É longe dopercurso turístico, mas também pareina Igreja de Santa Catarina, em Lis-

boa, e vi que vários quadros estãomuito sujos, algumas vezes estraga-dos e também necessitavam de serrestaurados, para que turisticamentesejam mais agradáveis ao público,mas porque também é necessário res-taurar o património português para odeixar nas melhores condições às fu-turas gerações» diz o galerista. «EstaLei de mecenato francês, se tivésse-mos a mesma em Portugal, permitiriaa privados de ter esta mesma ação di-reta, de escolher um quadro e proporo restauro do quadro. Tenho a certezaabsoluta que várias entidades o fariamcom grande gosto, e esta lei agora émesmo necessário estudá-la para sero mais eficiente possível para a valo-rização e a proteção do patrimónioportuguês».Para Philippe Mendes, o Estado, «emvez de desempenhar aquele papel daavestruz que esconde a cabeça naareia quando está a passar o comboiopor cima, ou de tirar aqui para pôr ali,nas caixas das finanças, para sarar asferidas mais urgentes, era necessárioque Portugal tivesse outro sistema,outras alternativas fiscais que permi-tissem aos privados ter uma ação, queajude onde o Estado não consegue.Isto acaba por ser um caso de vontadepolítica».A Galeria Mendes vai festejar no pró-ximo ano uma década de existênciase é especializada em pintura do sé-culo 16 até ao século 19, francesa,italiana, espanhola e portuguesa,«quando é possível».Os próximos desafios de PhilippeMendes são pois o de melhorar a Leide mecenato em Portugal e abrir fi-nalmente uma sala de pintura portu-guesa no Museu do Louvre.

Galerie Mendes45 rue de Penthièvre75008 ParisInfos: 01.42.89.16.71www.galeriemendes.com

Por Carlos Pereira

“L’Annonciation” foi pintado em 1823

Le 20 juin 2018

Adriana Molder inaugurou a exposição «Noir» na galeria portuguesa AR-PAB em ParisFoi inaugurada na galeria AR-PAB, emParis, a exposição «Noir» da artistaportuguesa Adriana Molder, com re-tratos de mulheres «fora do tempo»,num espaço preenchido com objetosdos séculos XVI e XVII.A mostra, que vai estar patente até 20de julho, apresenta seis desenhos apreto e branco, inspirados no cinemae no filme ‘noir’, e as peças foramcriadas a pensar na galeria de antigui-dades onde iam ser expostas, «um es-paço também fora do tempo», disse àLusa a artista.«Estes desenhos são um bocadinhofora do tempo. Não é que não perten-çam a este tempo, porque eu estouviva neste tempo, mas tambémpodem pertencer a outro tempo qual-quer. Eu acho que é interessante a re-lação com os objetos, a maior partedeles objetos que nós já nem sabemospara que é que servem, como se estesrostos pertencessem a estes objetos eestes objetos pertencessem às pes-

soas que habitam estes retratos», des-creveu Adriana Molder.A artista, que vive entre Berlim e Lis-boa, apontou o cinema como «muitoimportante» para si, «desde pe-quena», e neste trabalho escolheu«seis personagens femininas» quedisse ter «roubado» aos filmes e «tra-duzido na água, na tinta-da-china e nopapel esquisso».«Noir» é a primeira exposição indivi-dual de Adriana Molder em Paris, umano depois de ter exposto na mostracoletiva «Figuras de Convite: quatroartistas portugueses», ao lado de AnaLéon, Maria Beatriz e Maria Loura Es-têvão, também na galeria de arte deexpansão portuguesa Álvaro Roquette& Pedro Aguiar Branco (AR-PAB).Álvaro Roquette, codiretor da galeriaAR-PAB, contou à Lusa ser «um apai-xonado pelo trabalho de Adriana Mol-der» e que «esta história de misturararte contemporânea com antiguida-des» é algo que já faz «há muito

tempo», ainda que tenha algum«medo» por uma eventual «falta derespeito» pelo artista quando lhe

«impõe» os objetos dos séculos XVI eXVII da galeria.A mostra integra o programa da se-

gunda edição da «Lusoscopie», umainiciativa do Centro Cultural Camõesem Paris, que promove cerca de 20artistas portugueses na capital fran-cesa.«Acho que é muito importante esteprojeto por várias coisas. Por trazer àluz dos olhos de Paris a cultura portu-guesa em forma de arte contemporâ-nea e mostrar que nós também somosmuito bons. Nós não somos só bons,nós somos muito bons», afirmou Ál-varo Roquette, sublinhando queaprendeu em França que «a modéstiaportuguesa não pode existir».O galerista acrescentou que uma «lu-soscopia» cultural «faz todo o sentidonuma terra onde vivem tantos portu-gueses» que «fazem um esforçoenorme por se impor socialmente,culturalmente, tecnicamente», e quese trata de mais uma «tentativa de pôrum fim ao estigma de que os portu-gueses só sabem arrumar casas efazer casas bonitas e bem feitas».

Philippe Mendes em frente do quadro de Jean-Joseph AnsiauxLusoJornal / Carlos Pereira

Lusa / Carina Branco

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lusojornal.com

10 CULTURA

«Le Soldat Sabino» de Nuno Gomes Garciapublié en français

La version française du premier romande Nuno Gomes Garcia, «O SoldadoSabino», vient de paraître aux Édi-tions Petra, avec la traduction de Do-minique Stoenesco.L’œuvre raconte les aventures d’unsoldat républicain portugais dans laGrande Guerre en territoire français,mais aussi des épisodes de l’histoiredu Portugal, tels que le régicide, l’ins-tauration de la République ou laguerre qui a opposé les Allemands etles Portugais dans le nord du Mozam-bique.LusoJornal a voulu en savoir un peuplus sur le livre «Sabino, ou les tribu-lations d’un soldat portugais dans laGrande Guerre» auprès de son auteur.

Qu'est-ce qui t’a motivé à écrire cettehistoire? Les évènements historiquesqui se sont déroulés pendant la pé-riode du Régicide jusqu’à la fin de laGrande Guerre ou la création d’un per-sonnage principal si sui generis telque le Soldat Sabino?Mon but était de créer un personnagequi puisse être une allégorie del’époque qu’on a vécu au début duXXe siècle. Sabino est le symbole dece qui, à l’intérieur de la subjectivitéqui est ma pensée, représente cettepériode de l’histoire portugaise et eu-ropéenne. En effet, le début du XXesiècle, l’âge d’or du Positivisme, est lerésultat d’une progression incroyablede la science, de la technologie et del’antimétaphysique, et tout cela co-existait avec une morale et une struc-ture politique encore prémodernes.Des structures telles que l’Empirerusse, encore féodal, l’Empire alle-mand ou austro-hongrois, l’autorita-risme aristocratique, l’exploitationcoloniale, l’oppression des femmes etdes minorités, toutes ces construc-tions archaïques, comparées auxavancées scientifiques, à la modernitédes élites intellectuelles, sentaient lamoisissure, étaient de purs anachro-nismes. Par conséquent, j’ai eu l’idéede construire un personnage commeSabino, un cynique qui utilise lascience pour son propre bénéfice,comme un instrument pour exploiter

la décomposition civilisationnelle eu-ropéenne et pour déployer ses démonsles plus mortels.

C’est pour cela que ce roman peutêtre considéré non seulement commeun roman historique mais aussi unthriller, avec un personnage dotéd’une personnalité extrême et vio-lente, qui a, par exemple, recours aucannibalisme. Tu as une formation su-périeure en Histoire, ce que, j’ima-gine, a facilité d’une certaine manièrel’écriture du contexte de l’époque,mais comment as-tu travaillé la partiela plus psychologique de ce person-nage borderline, la recréation de sonunivers intérieur?Sincèrement, je ne sais pas dans quelgenre littéraire ce roman peut s’insé-rer. Ce que je peux te dire, c’est quela psychologie interne de Sabino estle reflet de deux choses: de son intel-ligence et de la manière critique aveclaquelle il analyse la société où il vit.Quand un personnage se déplacedans un monde en décompositionaussi violent, ce qui est une constantedans tous les livres que j’ai écrits,donner une plus grande capacité etune plus grande densité psycholo-gique aux personnages est, en prin-cipe, un objectif plus facile àatteindre. Pour moi, l’essentiel est defaire en sorte que le contexte mène àla transformation des personnages.Même si cette transformation finit paraboutir au point de départ, commec’est le cas de l’un des personnagesde mon dernier livre publié, «OHomem Domesticado» (L’Homme Do-mestiqué). En ce qui concerne Sa-bino, sa transformation se produit àpartir de sa naïveté initiale, ancréedans la lumière de Lisboa, puis ellepasse par un crescendo de brutalité,les tranchées, et culmine par un acteatroce commis dans la forêt russe.C’est encore une chose que j’aimefaire quand j’écris: relier l’état psycho-logique des personnages à l’espacephysique où l’action se déploie.

Et comment as-tu pu concilier véritéhistorique et fantaisie? Est-ce que tut’es fixé des limites? N’as-tu pas eupeur d'être critiqué d’avoir osé cette

fusion, apparemment antagonique, degenres?Un écrivain de notre temps ne peutpas se limiter. Nous vivons dans uneépoque d’absolue liberté artistique. Etj’ai appris que ces moments histo-riques tendent à être éphémères, nousdevons donc tirer le meilleur parti decette liberté tant qu’elle existe. Je nesuis pas sûr de pouvoir le faire à l’ave-nir. D’un autre côté, je ne pense pasqu’il y ait des genres antagonistes.

Oui, mais tu es conscient du fait quequand on touches à l’Histoire, impli-quant des descendants qui portentencore cette Mémoire de manière trèsvive et émotionnelle, ils peuvent,d’une certaine façon, se sentir mal àl’aise avec cette intrusion de la fantai-sie, du divertissement, dans une his-toire qui est tragique…Si cela dérange, tant mieux. J’appar-tiens à cette minorité d’écrivainscontemporains qui pensent que la lit-térature n’est pas seulement un diver-tissement. Elle doit déranger, mettrele doigt sur la plaie, provoquer, suggé-rer plusieurs lectures, même si ellessont antagoniques. Je te garantis, ce-pendant, qu’un auteur qui traite de laGrande Guerre comme si elle avait étéle temps des héros vaillants, tous d’uncôté, luttant pour la liberté patriotiquecontre un ennemi monstrueux - et ilssont nombreux ces romans mono-chromes et factieux - ne respectentpas, contrairement à ce qu’il paraît,ces soldats si cruellement traités parles élites de leur temps, plus que moi.

Nous vivons à présent le Centenairede la fin de la Première Guerre mon-diale, et nous avons célébré il y aquelques mois la participation dessoldats portugais à la Bataille de LaLys. Ton roman contribue égalementà la préservation de cette mémoire...Cette préservation de la mémoire estun bâton à de deux bouts, pour utiliserune expression portugaise. Dans monroman, je veux juste montrer que,contrairement à la ligne officielle desGouvernants, exprimée à travers undiscours rassis et mensonger dans denombreux points, les millions de sol-dats morts sur les champs de bataille

ont été traités comme de la chair àcanon, et ils n’ont pas du tout com-battu pour une quelconque liberté.Ces soldats ont tout simplement étéécrasés par un mécanisme impéria-liste qui, bien que les empires se fai-saient face, avaient exactement lemême objectif: préserver le statu quoet le pouvoir des élites. J’attire ton at-tention sur le fait que les soldats quin’ont pas péri pendant la guerre, sontrentrés chez eux physiquement et psy-chologiquement mutilés. Ils sont re-tournés à la même pauvreté et à lamême misère d’avant-guerre. Et, ditle discours officiel, ils sont les «sol-dats qui se sont battus pour la li-berté», qui ont gagné. Mais quelleliberté? La liberté de rester pauvre,ignorant et de mourir tôt après une vied’exploitation? La meilleure façon depréserver la mémoire de tous ces sol-dats assassinés est de se battre pourla paix et de dire la vérité sur la guerre.

«Sabino, ou les tribulations d’un sol-dat portugais dans la Grande Guerre»vient d’être publié. Comment s’est dé-roulé le processus de traduction parDominique Stoenesco? As-tu suivi cetravail de près?Dominique est un traducteur très ex-périmenté, qui maîtrise parfaitementles deux langues et qui possède ungrand bagage culturel. Il a déjà traduitde grands écrivains. «Mon cher can-nibale» d’Antônio Torres, par exemple,est un cas récent. J’ai suivi le proces-sus de traduction, oui, mais plutôt entant que soutien moral, bien que nousayons eu plusieurs réunions de travailpour résoudre certains doutes que Do-minique a pu avoir tout au long duprocessus.

Et quel est ton sentiment sur cette tra-duction? Es-tu satisfait ou éprouves-tu de la frustration parce que, in fine,la traduction parfaite est impossible?Bien sûr, une traduction n’est jamaisla copie de l’original. Chaque languea son propre rythme, sa musicalité,ses expressions idiomatiques. Mais, jepense que la traduction est vraimenttrès proche de l’original. Et je remer-cie le travail exceptionnel de mon amiDominique.

Livres

Par Luísa Semedo

Le 20 juin 2018

«Les léopardsde Kafka», deMoacyr Scliar

«Les léo-pards deKa f ka»(traduc-tion dePhilippePoncet,éd. Fo-lies d’En-c r e ,2 0 1 7 )est unehistoire à

rebondissements qui tient le lecteuren haleine jusqu’au bout.Dans une sorte de préambule, l’au-teur évoque l’origine de son roman:«Au Brésil, une fois ouvertes les ar-chives des services de sécurité re-latives au coup d’État militaire de1964, de nombreux documentsapparurent au grand jour, dont unrapport confidentiel qui renvoie àun épisode surprenant dont notregrand-oncle, Benjamin Kantaro-vitch, ainsi que Franz Kafka en per-sonne furent les protagonistes».Né en 1937 à Porto Alegre, issud’une famille d’immigrants juifs deRussie, Moacyr Scliar est décédédans cette même ville en 2011.Considéré comme l’un des plusgrands romanciers brésiliens, il estl’auteur d’une œuvre foisonnante,traduite en 12 langues.C’est un petit texte énigmatique deFranz Kafka, en épigraphe, quidonne le ton de ce roman-fable hu-moristique: «Des léopards s’intro-duisent dans le temple ets’abreuvent aux jarres d’offrandequ’ils vident; le phénomène necesse de se répéter; il finit par de-venir prévisible et on l’intègre à lacérémonie».Ainsi, dans une bourgade juive per-due de l’Est de l’Europe, Benjamin(dont le père, tailleur, espère queson fils deviendra rabbin) décou-vre, grâce à son ami lossi, les œu-vres de Marx, d’Engels et deTrotsky. Ils fondent une cellule ré-volutionnaire. Mais un jour, lossidisparait. Lorsqu’il revient, il avoueà Benjamin avoir rencontré Trotsky,qui lui a confié une mission. lossimalade, c’est Benjamin qui part«en mission», avec un peu d’ar-gent, un billet de train, quelquesconsignes, des documents d’iden-tité et une enveloppe, dans laquelleest mentionné le nom de l’hommequ’il faut rencontrer, un écrivain.Celui-ci doit lui donner un textecodé. Benjamin, qui n’a jamaisquitté son village, entame cevoyage aux nombreuses péripéties.Arrivé à Prague, il s’aperçoit, dés-espéré, qu’il a perdu l’enveloppe. Ilpart alors à la recherche d’un écri-vain dont il ne connait même pas lenom...

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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CULTURA 11

lusojornal.com

II Coletânea de Poesia Lusófona apresentada em Paris

Os salões Eça de Queirós do Consu-lado Geral de Portugal em Paris, en-cheram para a apresentação da «IIColetânea de Poesia Lusófona», umaobra editada pela Portugal Mag Edi-tora, coordenada pelo escritor e histo-riador Adélio Amaro, e que reúne 107poetas de 12 países de língua portu-guesa. Na sessão de apresentação es-teve o vocalista dos UHF, AntónioManuel Ribeiro, autor do prefácio dolivro, Adélio Amaro e o editor Franke-lim Amaral, a escritora Alice Ma-chado, que escreveu o prefácio daprimeira edição, e Cristina Branco, emrepresentação dos 107 participantes.«Em Portugal não se leva muito asério os Portugueses que residem noestrangeiro. Não sabem que se jun-tam para falar de poesia, para decla-mar e para comprar livros de poesia.É fantástico» disse ao LusoJornal An-tónio Manuel Ribeiro. «Um livro depoesia que vende bem em Portugal,vende 400 ou 500 exemplares e hojeaqui vendemos metade disso. Isto éuma coisa fantástica. Porque é quaseimpensável em Portugal nos temposque correm».Na ausência do Cônsul Geral, as hon-ras da casa foram feitas pelo AdidoSocial Joaquim do Rosário, visivel-mente contente com a sala cheia.«Esta é uma orientação do CônsulGeral António Moniz, a de manter estacasa de portas abertas para a culturae não só».A coletânea resulta da inscrição depoetas dos diferentes países de línguaportuguesa, junto da Portugal MagEditora, de Frankelim Amaral e PedroAntónio, e sucede à «I Coletânea dePoesia Lusófona», editada no anopassado, igualmente com poemasinéditos, na maioria, de autoresmenos conhecidos.

«Na primeira edição houve um traba-lho de divulgação, fomos ao encontrodos poetas, era algo de novo, masconseguimos 80 participantes. Nestasegunda coletânea já foi mais fácil eultrapassámos a centena» disse Fran-kelim Amaral ao LusoJornal. «A cole-tânea tem um regulamento com ascondições, se eles respeitarem, eaceitarem, podem participar».Frankelim Amaral pediu a colabora-ção de Adélio Amaro para este projeto.«Ele deu-me todo o apoio, mas tam-bém a experiência. Estar a lidar comas nossas letras e com a nossa cul-tura, requer exigências e eu achei quenão estava à altura e pedi a colabora-ção do Adélio».Na sua intervenção, António ManuelRibeiro começou por se declarar con-tra o novo acordo ortográfico. «A lín-gua portuguesa não necessita doserros do novo acordo ortográfico»disse antes de ser aplaudido. E depois

contou que quando começou a publi-car poesia, começou a frequentar es-paços como este «não tão bonitoscomo este, mas onde há pessoas quese juntam para declamar poesia. Porisso sinto-me em casa».«Isto é a preservação da identidadenacional que é feita pela língua, pelanossa lingua mãe, pelo português» ex-plicou ao LusoJornal. «Quando estounas Comunidades, já apanho, há mui-tos anos, os descendentes dos Portu-gueses que vão perdendo a ligaçãocom o país e sobretudo com a língua.Isto aqui é uma forma de nós manter-mos a nossa língua viva».Frankelim Amaral explica esta se-gunda coletânea como uma «necessi-dade de podermos dar uma voz àscentenas de poetas, que são muitasvezes pessoas simples, que exprimemno papel os seus sentimentos, as suasloucuras, as suas vivências». Por isso,considera haver «uma necessidade de

olhar mais para as pessoas que vivemfora de Portugal».Pouco a pouco, muitos dos poetasforam lendo poemas, elogiando estacoletânea. «Parece útil para apurar ta-lentos muitas vezes encobertos. Nosdias de hoje, no mundo da edição, édifícil transparecer visto que tantagente escreve e quer ser publicada,estas iniciativas favorecem pois os ta-lentos mais escondidos» diz ao Luso-Jornal Horácio Ernesto que publicou5 poemas na primeira edição e doispoemas nesta obra.«Vamos dar um pouco de luz aquem escreveu e que por vezes tematé receio de mostrar aquilo que es-creveu, pensando que não interessaa ninguém, mas há poesias muitoprofundas» diz Carlos Manuel Va-randas, antigo animador de progra-mas na rádio Alfa, atualmenteaposentado, mas que levou precisa-mente muitos ouvintes a dizer poe-

sia nas ondas da rádio.Helena Esteves é uma das poetisasque publica pela primeira vez. É aVice-Presidente da associação dosemigrantes lesados do BES. «Um diavinha no avião, de Lisboa, de umareunião que não se tinha passado lámuito bem, para falar de pessoas queperderam fortunas com a falência doBES e pensei no meu pai. Foi nos aresque escrevi este poema que agora pu-blico» explica ao LusoJornal.«O ponto comum nestes poemas é aemoção» diz António Manuel Ribeiro.«As pessoas querem transmitir al-guma coisa que no dia a dia não reve-lam e a poesia permite isso. A poesia,a escrita em geral, é um ato solitário,de solidão, e isso pode revelar muitasvezes aquilo que é a pessoa fora doseu contexto social e fora do seu con-texto laboral, na cidade onde vive,guarda para si e depois transmite»conta ao LusoJornal.Para Cristina Branco, «a importânciadesta coletânea é essencialmente dara voz à lusofonia. Porque não bastasaber falar, queremos também que sefale bem, que se fale bonito. Numtempo em que se perdeu o hábito dese escrever e de ler, uma coletânea éum bom incentivo para fazer renascera vontade e o hábito de escrever» dizao LusoJornal.Alice Machado concorda. No ano pas-sado escreveu o prefácio a pedido deFrankelim Amaral e este ano partici-pou com um poema. «Se não consi-derasse que é interessante, não teriaparticipado» confessa.Frankelim Amaral já fala numa ter-ceira edição da coletânea, mas AdélioAmaro destaca sobretudo o facto daUniversidade de Cracóvia, na Polónia,se ter mostrado disponível para tradu-zir os poemas. «Por isso vamos teruma versão em polaco desta obra» ga-rante.

Por Carlos Pereira

No Consulado Geral de Portugal

Le 20 juin 2018

Vanessa Ferreira, une nouvelle voix pour le Fado en France

Un soir, cet hiver, il y avait fado auPortologia, la boutique que tient Ju-lien dos Santos, spécialisée, commeson nom l’indique, dans les vins dePorto (mais pas seulement), mais oùl’on peut aussi déguster des petiscoset écouter du fado deux mercredis parmois.Les soirées fado de Portologia com-portent une partie de fado vadio, oùamateurs et professionnels de pas-sage régalent le public d’un ou deuxfados.Ce soir là, une petite jeune femme, vi-sage de gamine mais déterminée, in-connue de tous, interpréta deux fadosqui enchantèrent le public. Les mu-siciens du lieu, Filipe de Sousa etNuno Estevens, toujours curieux denouveautés musicales, gardèrent lecontact avec cette jeune fadiste, quihabite et travaille en Savoie et pas-sait ce soir là à Paris: Vanessa Fer-reira. Ils se promirent de la fairerevenir.Promesse tenue puisque Vanessas’est produite, en ce milieu du moisde juin, pour deux concerts, le pre-mier au Portologia, le second à la

Chapelle des Lombards.Toute récente trentenaire, VanessaFerreira est née à Lisboa, mais a

passé son enfance et une partie deson adolescence dans le sud du Por-tugal. Passionnée de chanson, elle

élit le fado «parce que c’est le moded’expression qui traduit le mieux lessentiments», ce qui ne l’empêchepas de chanter à l’occasion du jazz,qu’elle aime aussi beaucoup, et d’au-tres musiques.Elle entre dans le circuit fadiste ama-teur vers 16 ans en participant à unconcours de fado à Portimão, où elleobtient le troisième prix - «je suisvenue en jeans et baskets, les autresfilles étaient en robe noire, le xaile ettout ça» - puis d’autres concours oùelle se distingue, puis des engage-ments dans des restaurants, desbars, des hôtels de l’Algarve.Venue à Lisboa, elle est remarquéedans les lieux à la mode du fadovadio - Tasca do Chico, Tasca da Bela- et enregistre un cd.Voilà six ans, elle suit sa mère quivient s’installer à Lyon. «A Lyon, il ybien des chanteuses portugaises -Carine Salvado, qui travailla untemps avec Filipe de Sousa, Nazaré- mais nous n’avons pas de musi-ciens de fado. Alors, les restaurantsportugais ou les associations propo-sent des soirées où la musique defado est en play-back et je n’aimepas ça, ou encore de la musique

pimba. C’est un peu mieux enSuisse, où j’ai pu aller quelques foisdepuis que je suis en Savoie, touteproche, mais bien sur c’est loin d’êtreune vie fadiste comme à Paris, et évi-demment comme au Portugal».Vanessa Ferreira, l’air avenant, a uneréelle présence en scène et surtoutbeaucoup d’implication, de sensibi-lité et de sincérité dans ses interpré-tations. Ce qui emporta l’adhésion dupublic du Portologia, ravi, dans unesoirée où l’on pu entendre notam-ment, dans la séquence fado vadio,ses collègues Conceição Guadalupeet Tânia Caetano.Si le répertoire de Vanessa fait unelarge part à des fados classiques(«mes références sont plutôt des ‘an-ciennes’ du fado, Amália évidem-ment, Maria Armanda, Maria deNazaré, et chez les nouvelles Car-minho»), elle les interprète avecbeaucoup de personnalité.Espérons donc que Vanessa aurad’autres occasions de quitter l’air purdes cimes savoyardes pour nous ap-porter partout en France les airs pursde ses fados.A bientôt à Paris? Elle y sera bienve-nue.

Par Jean-Luc Gonneau

LusoJornal / Mário Cantarinha

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lusojornal.com

Rallye PaperCap Magellanfaz descobriro «Paris Lusófono»

A associação Cap Magellan orga-nizou, no passado dia 9 de junho,a 10a edição do Rallye Paper dedescoberta da cultura lusófona deParis.A equipa n°17, «As Madrinhas» -Helena e Sandra - foi a mais rá-pida ao terminar o percurso em4h50, tendo respondido sem qual-quer erro às 12 perguntas. Ganha-ram um bilhete de ida e volta paraPortugal oferecido pela TAP Portu-gal. A equipa que ficou em se-gundo lugar foi a n°14, «OsGuerreiros intrépidos» - Cédric eCéline - que ganharam vales decompras no valor de 50 euros naloja eNeNe.O prémio especial «Melhor álbumfotográfico» foi para a equipan°16, «As Maluma Babes» - Astride Patricia - e ganharam um cabazde compras na loja Antepasto.Na prova participaram 36 equipas(das 46 inscritas inicialmente) e aideia era descobrir «a lusofonia emParis». Os concorrentes partiramàs 9h30 da estátua de Luís de Ca-mões, em Paris e os últimos con-correntes só chegaram por voltadas 19h30 ao concept store deluxo eNeNe, no Marais. Pelo meiotinham 12 etapas com perguntasem cada etapa cujas respostas oslevava à etapa seguinte: AvenidaCamões, Placa comemorativa docentenário da participação de Por-tugal na I Guerra mundial, loja Do-nAntonia, Festival Parfumes deLisboa no cinéma MK2 Beau-bourg, Showroom Guayapi, Casade Portugal da Cidade Universitá-ria de Paris, GCA Gallery onde estáatualmente uma exposição destreet-art português, EpicerieParis-Porto na encosta de Mont-martre, Instituto Alter’Brasilis, lojaAntepasto, Editions L’Harmatthan,e loja eNeNe.

12 ASSOCIAÇÕES

Dia de Portugal comemorado em Groslaycom porco no espeto, música e procissão

Durante dois dias, o Parque RosyVarte da localidade de Groslay (95), anorte de Paris, encheu para comemo-rar o Dia de Portugal, numa festa quejá se tornou habitual naquela cidade.O evento foi organizado pela associa-ção «Mogadouro no Coração» e estevepresente uma forte delegação de Mo-gadouro, com o Presidente da Câ-mara, vários Vereadores e a Bandafilarmónica dos Bombeiros Voluntá-rios de Mogadouro.A «Fête de la Grillade», como é co-nhecida em Groslay, dirigida por Olím-pia Garnacho, a Presidente daassociação portuguesa, junta anual-mente muitos dos habitantes de Gros-lay - e das localidades limítrofes -assim como praticamente todos osautarcas da cidade.A geminação entre Mogadouro e Gros-

lay deve ser assinada no próximo ano,segundo disse ao LusoJornal o Mairede Groslay, Joël Bouthier, e uma dele-

gação de Groslay deve ir a Mogadouro,ainda antes do fim de 2018.Durante dois dias subiram ao palco

vários artistas e grupos musicais e nodomingo de manhã, uma procissãosaiu da Igreja Matriz de Saint Martincom a imagem de Nossa Senhora doCaminho - oferecida pelo municípiode Mogadouro - até ao parque dafesta, onde teve lugar uma missa aoar livre celebrada por dois padres por-tugueses que se deslocaram de Mo-gadouro para este evento, aos quais sejuntou um padre de Montmorency.A Banda Filarmónica dos BombeirosVoluntários de Mogadouro tocou porvários momentos na festa, e algunsdos membros da Banda animatam atarde de domingo com música tradi-cional da região, que impressionou ospresentes pelas origens célticas,acompanhados com uma gaita defoles e bombos.Apesar das ameaças, a chuva não es-tragou a festa, que juntou, mais umavez, milhares de pessoas.

Organizado pela associação Mogadouro no Coração

Por Carlos Pereira

Dimanche 10 juin: trois manifestations àOloron Ste Marie

Trois manifestations d’égale impor-tance organisées par l’AssociationFrance-Portugal à Oloron Ste Marie(64) ont marqué la journée du di-manche 10 juin. Compte tenu desintempéries persistantes, l’EspaceLaulhère, mis à disposition par laMairie, a permis de les abriter.A savoir: son Vide-Grenier annuel,l’exposition des 38 panneaux sur lavie et l’œuvre de Luís de Camões, etla célébration de la Fête nationale.Plus d’une cinquantaine (58) d’ex-posants contents de l’organisationparfaitement rodée et gérée parl’équipe de fidèles bénévoles del’association sont venus ou mêmerevenus comme les années passées.Une buvette sympathique et bienfournie fut proposée avec possibilitéde plat chaud.L’exposition sur Camões, dressée

dans le hall d’entrée mais aussi ensalle, déjà présentée il y a quelquesannées à la Mairie d’Oloron SteMarie, a permis soit de la relire, soitde la découvrir pour la plupart desvisiteurs.Un apéritif fut offert autour d’unetablée conviviale avec vin blanc secpétillant tiré dans les environs deBatalha avec acras de morue. LeMaire Hervé Lucbéreilh, Daniel La-crampe, Président de l’intercommu-nalité du Haut-Béarn étaient invités.L’occasion de rappeler à tous que le10 juin représente une date impor-tante au Portugal, puisqu’elle cor-respond à sa Fête nationale.Journée riche en activités donc,mais aussi une opportunité pourles adhérents de se revoir en di-verses circonstances et d’échangeradresses, informations, nouveau-tés, découvertes au retour du Por-tugal vers le Béarn.

Par Gracianne Bancon

Johnny e Leonardo cantaram no Palais desCongrès de Montreuil

O Palais des Congrès de Montreuilencheu para um concerto único deLeonardo, organizado pela PicadeiroEvents de Najara Costa e pela ZéEduardo Duarte Produções e Eventos.E a primeira parte foi assegurada porJohnny.Johnny esteve dois dias antes, no dia31 de maio, no Coliseu dos Recreiosde Lisboa, no concerto de Leonardo etambém subiu ao palco para cantarem duo com o artista. «Foram doissonhos que realizei: cantar na salamítica do Coliseu dos Recreios e can-tar com Leonardo» confessou Johnnyao LusoJornal visivelmente feliz. «Eusou uma pessoa simples, não neces-sito de muita coisa para ficar feliz»

confessa.«Estava previsto cantar apenas umtema, mas o Leonardo gostou tantoque acabei por cantar dois temas»disse Johnny, o cantor da Serra da Es-trela, radicado em França.«Lembro-me de quando tinha uns 14ou 15 anos, e a primeira canção quecantei de Leandro e Leonardo foi‘Pensa em mim’. Pois foi precisa-mente a segunda canção que canteicom o Leonardo no Coliseu dos Re-creios» explicou ao LusoJornal. «Nãoestava a cantar as minhas canções,mas foi como se estivesse».Em Montreuil, com mais de 3.000pessoas na sala, Johnny, que já temum público fiel em França, fez a pri-meira parte do espetáculo, antes dedeixar o palco a Leonardo.

Par Lia Gomes

Le 20 juin 2018

LusoJornal / Carlos Pereira

LusoJornal / Gracianne Bancon

LusoJornal / Lia Gomes

LusoJornal Mário Cantarinha

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«Graines deLuso»: troisans d’initiationà la langueportugaise età la culture lusophone

Samedi dernier, le 9 juin, l’association«Graines de Luso» a clôturé sa 3èmeannée d’activités, consacrées à l’ini-tiation à la langue portugaise et à laculture lusophone, notamment par lebiais d’ateliers ludiques hebdomadai-res à Taverny (95) pour enfants.Cette journée de festivités a débutépar une séance de contes avec l’in-tervention de «Conto-Contigo».Les enfants ont eu le plaisir de décou-vrir un conte portugais, «Todos nosofá» de Luísa Ducles Soares, et l’oc-casion de mettre en pratique leur vo-cabulaire portugais sur le thème desanimaux. Puis, Graines de Luso aproposé un atelier créatif où chacuna pu fabriquer un animal en origamiet en faire un pendentif.Les familles adhérentes à l’associationont ensuite partagé un repas convivialavec ce que chacune avait apporté.Par cette journée bien animée, entrelusophones et lusophiles, l’association«Graines de Luso» a rendu hommageà la journée du Portugal, de Camõeset des Communautés portugaises,qui se célébrait le lendemain, le 10juin.

3° FestivalFranco-Portugaisde Rieumes le 30 juinL’Association franco-portugaise deRieumes organise le troisième FestivalFranco-Portugais le 30 juin prochain,à partir de 9h00 du matin et jusqu’au1er juillet, 18h00.Sont programmées des expositionsdu plasticien José Vaz, de l’artistepeintre Catherine Beltran et de laphotographe Lili Perline, et est annon-cée également la présence de l’écri-vaine Virginia Vieira Silva.La soirée du 30 juin aura lieu autourd’un repas-spectacle, animé par InêsVeigas qui nous entrainera dans l’uni-vers du Fado, Luís Alves Fonsecanous fera revivre des standards popu-laires de la musique portugaise etpour terminer la soirée un concert deDavid Dany avec ses chansons fran-çaises et portugaises, comme il sait sibien le faire.

ASSOCIAÇÕES 13

lusojornal.com

Pose de la première pierre de la Maison duPortugal à Champigny

Le samedi 9 juin dernier a eu lieu, enprésence de Christian Fautré, Maire deChampigny-sur-Marne, d’AntónioLopes, Président de l’Association Por-tugaise Socio-Culturelle et Récréative,de Christian Favier, Président duConseil départemental du Val-de-Marne et d’António AlbuquerqueMoniz, Consul Général du Portugal enFrance, la pose de la première pierrede la Maison du Portugal, à Champi-gny-sur-Marne (94).Étant donné ce qu’a représenté Cham-pigny-sur-Marne dans l’histoire del’immigration portugaise en France,durant les années 1960, - «le tempsdes baraques», selon l’expression del’historienne Marie-Christine Volovitch-Tavares -, la pose de cette premièrepierre de la Maison du Portugal devantl’ancien pavillon de la Maison des As-sociations (19 rue du Monument),cédé par la ville à l’Association Portu-gaise Socio-Culturelle et Récréative,revêt un symbole tout particulier.La future Maison du Portugal deChampigny-sur-Marne sera gérée par

l’APSCR et destinée essentiellement àdes activités culturelles, récréatives etéducatives, notamment des cours deportugais et des danses folkloriques.Les travaux de restauration de ce lieu,confié à l’APSCR grâce à un bail de40 ans, bénéficieront d’une subven-tion de 60.000 euros de la ville etd’une aide du Conseil départemen-tal.Dans son discours d’accueil, Antó-nio Lopes, Président de l’APSCR, acommencé par rendre hommage à Do-minique Adenot, Maire de Champigny-sur-Marne de 2004 à 2018, décédéen avril dernier, qui a joué un rôle dé-cisif pour que cette Maison du Por-tugal puisse voir le jour. Il a aussirappelé les principales activités del’APSCR, créée il y a 44 ans, etdont un des principaux objectifsest de consolider les liens franco-portugais.Prenant la parole à son tour, ChristianFautré, Maire de Champigny-sur-Marne, a également évoqué l’action del’APSCR et l’aide constante de la mu-nicipalité, depuis le temps où les acti-vités de cette association avaient lieu

dans les anciens locaux de la Mairie,jusqu’à la pose de cette premièrepierre de la Maison du Portugal.Puis, il a rappelé dans quelles condi-tions, «fuyant la dictature, la misère etla guerre coloniale, les premiers immi-grés portugais s’étaient installés dansles terrains en friche du Plateau deChampigny, dès les années 1956-57». Par ailleurs, il a souligné le rôlejoué notamment par Louis Talamoni,Maire de Champigny durant le «tempsdes baraques», pour en finir avec le bi-donville et reloger dignement «ces tra-vailleurs venus reconstruire la France».Christian Fautré a conclu son interven-tion en rappelant que «cette Maisondu Portugal traduit la lutte de milliersde Portugais pour une vie plus digne»et que «l’engagement de la municipa-lité à leurs côtés est un juste combatde solidarité».Le Consul Général du Portugal, Antó-nio Albuquerque Moniz, après avoirsalué la présence du Député PauloPisco, élu des communautés portu-gaises dans la circonscription de l’Eu-rope, ainsi que la présence dereprésentants de la Coordination des

Collectivités Portugaises de France, del’Association Cap Magellan et del’Academia do Bacalhau, a tenu enpremier lieu à souligner que la nais-sance de cette Maison du Portugal«est un moment symbolique fort pourle Portugal, pour la communauté por-tugaise et pour les liens franco-portu-gais». Puis, il a aussi évoqué l’arrivéemassive des Portugais à Champigny-sur-Marne, constituant ainsi le plusgrand bidonville de la région pari-sienne, démantelé en 1972. Il arendu également un hommage ap-puyé aux anciens Maires Louis Tala-moni et Dominique Adenot pour«l’effort qu’ils ont accompli en faveurde la Communauté portugaise».Enfin, s’adressant aux entrepreneurs,il leur a lancé un appel afin que lestravaux à réaliser dans cette Maisondu Portugal, dont l’ouverture est pré-vue pour avril 2019, puissent êtremenés à bien.L’après-midi festive et symboliques’est achevée par des danses folklo-riques présentées par la section juvé-nile du groupe Saudades de Portugalet par un buffet convivial.

Par Dominique Stoenesco

Dia de Portugal celebrado na AssociaçãoPortuguesa de Meung-sur-LoireCom a presença de muitos visitantes,a Associação Portuguesa Soleil duPortugal de Meung-sur-Loire, perto deOrléans, organizou a sua tradicionalfesta de verão no dia 10 de Junho,Dia de Portugal, com a participaçãode vários grupos de música e folclorenacionais.Atuaram o grupo de Bombos de Sal-bris e o rancho folclórico de Salbris,o rancho folclórico La Maison du Por-tugal da Associação franco-portu-guesa de Romoranton, os Bombos eo rancho folclórico Soleil du Portugalda Associação portuguesa de Meung-sur-Loire, organizadora do evento, eainda o conjunto Ventania Musicalque animou o final da tarde.Antes, um grande barbecue à portu-guesa fez a delícia de todos os pre-sentes.O Presidente da Associação portu-guesa de Meung-sur-Loire, SilvinoFresco, foi o animador e apresentadordo espetáculo, e tudo correu pelo me-lhor. É assistido na Direção da Asso-ciação, que existe desde há 36 anos,

por Fernando Torres que ocupa oposto de Vice-Presidente, Louis Car-valho, o Tesoureiro, Jean Bernard, oSecretário e Carla Fresco que ocupao lugar de Presidente do Comité defestas.O Cônsul Honorário de Portugal emOrléans, José de Paiva, esteve pre-sente no acontecimento, que igual-

mente registou a presença da Mairede Meung-sur-Loire, Pauline Martin,acompanhada pelo primeiro Maire-Adjoint, Mathieu Migeon, Conselheiromunicipal na área do turismo e AlainLe Gallo, nos pelouros da Finanças ecultura.Chamados ao palco para proceder àentrega de taças e galhardetes aos

participantes, a Maire Pauline Martinfelicitou os membros da Associaçãopela organização e salientou o valortão simbólico deste convívio anual,uma festa para todos, com boa dispo-sição e harmonia.O Cônsul Honorário José de Paiva fezreferências ao Dia de Portugal e apro-veitou para pedir uma atenção refor-çada àqueles que brevemente iriampartir de férias.E, prova da boa harmonia existenteentre os autarcas presentes e a Asso-ciação, Silvino Fresco «prometeu» deforma jocosa à Maire Pauline Martinque se Portugal ganhasse o Campeo-nato do mundo de futebol, os Bom-bos Soleil du Portugal iriam fazerbom barulho na localidade e acordartoda a gente. Uma declaração quefoi, todavia, edulcurada pois que, sepor acaso fosse a França a ganhar, osBombos atuariam da mesma ma-neira, acrescentou o Presidente daAssociação.Na foto está Silvino Fresco, José dePaiva e Pauline Martin.

«Un moment symbolique fort»

Le 20 juin 2018

LusoJornal / Dominique Stoenesco LusoJornal / Dominique Stoenesco

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Festival de folclore animou Vaulx-en-Velin

A associação portuguesa Estrelas doMinho de Vaulx-en-Velin (69), nosarredores de Lyon, organizou o seu36° Festival de folclore no sábado 9de junho, no parque de estaciona-mento em frente da sede da coletivi-dade, na avenida Franklin Roosevelt.Participaram no festival cinco gruposfolclóricos vindos de outras cidades:Flores de Portugal de Bron, Rio LimaAlto Minho de Caluire, Mocidade doMinho de St. Maurice l’Exil, Juven-tude do Alto Minho de St Priest eMocidade do Verde Minho de St.Martin d’Hères. A estes juntaram-seos dois grupos da casa: a fanfarra eo grupo de folclore Estrelas doMinho.No final do dia, o grupo musical LMShow, vindo de Viana do Castelo pro-positadamente para este evento, ani-mou o baile até altas horas da noite.O muito público presente transfor-mou o recinto num verdadeiro arraial

minhoto. Houve a possibilidade decomer no espaço da festa, com ba-calhau assado, febras, churrasco du-rante todo o dia.O folclore é a principal atividade daassociação Estrelas do Minho. «Con-tamos com perto de setenta pessoasque participam não só no folclore,mas também na fanfarra como mú-sicos. Durante a semana e tambémaos sábados e domingos, temos osensaios onde preparamos os nossoscantares e as danças da região doMinho, de onde é oriunda a maiorparte dos nossos elementos» explicaCarol, membro da Direção da asso-ciação. «Para este ano temos aindaagendadas saídas até outubro, ondeestamos convidados a participar emfestivais de folclore e outras manifes-tações populares».A apresentação do Festival esteve aencargo da equipa da rádio Plurielle,do programa em português «Raízes»,que acompanha a Comunidade por-tuguesa da região.

Estrelas do Minho

Por Jorge Campos

44º Festival de folclore português emSaint Etienne

No passado sábado, dia 02 de junho,a Associação dos Portugueses de LaLoire, organizou o 44º Festival folcló-rico do Grupo folclórique portuguêsde Saint Etienne (42).Esta antiga associação, fundada em1961, mantém viva a tradição e oscostumes de Portugal ao continuarcom a atividade do seu rancho folcló-rico desde 1974.Este ano, para além da atuação dorancho da casa, o Festival contoucom a participação de grupos oriun-dos de diferentes regiões, comoVerde Minho de Ternay, Flores dePortugal de Bron, Saudades de Por-tugal de Voreppe, Juventude AltoMinho de Saint Priest, Estrelas Dou-radas de Lyon 6, Os Bem Unidos deClermond Ferrand, Os Alegres da

Concertina de Savigneux e a Casa doBenfica de Genebra, Suíça, que deuo “toque” internacional a este

evento.Centenas de espetadores encheram oespaço da associação na rue Béne-

vent, em Saint Etienne, em grandemanifestação da cultura popular por-tuguesa, numa festa que começoupelas 14h00 e onde não faltaram ostradicionais petiscos portugueses quetodos os presentes puderam apreciar,sendo de destacar que imperou sem-pre a alegria e boa disposição.Ao final do dia e já depois do jantarservido, o Presidente da Direção mos-trava a sua grande satisfação peloforma ordenada como tinham decor-rido as atividades, salientando agrande entrega de toda a equipa devoluntários que permitiram propor-cionar este dia à Comunidade portu-guesa. Evidenciou igualmente apresença de ilustres convidados queao longo do dia abrilhantaram a festa,como António Rabeca do Banco San-tander Totta em Lyon que se deslocoupara estar presente neste dia.

Por Manuel Lopes

Festival de folclore português animou Neuville

No domingo dia 3 de junho, a Asso-ciação Familiar dos Portugueses deNeuville organizou o seu Festivalanual de folclore. A sala Jean Vilar eo seu parque adjacente foram o palcodesta manifestação popular portu-guesa.«Estamos muito contentes com o de-senrolar deste dia e da participaçãode todos os grupos que aqui respon-deram presentes» resumiu AnaMaria, membro da Direção.Os seis grupos participantes no Fes-tival vieram de toda a região de Lyon- Rosas do Minho da Chapelle-de-Guinchay, Rosas da Primavera deRives, Províncias de Portugal de Brig-nais, Os Amigos de Decines, Floresde Portugal de Bron e o Grupo Etno-gráfico de Neuville, o grupo da casa- e também participou um grupo dedanças orientais, «Muses Orient».

A animação sonora esteve ao encargode Sono ritmo de Mário Ribeiro.«Ficámos contentes com este conviteque nos foi feito pelo Presidente Au-gusto, e como é habitual, nós certa-mente vamos receber o Grupo

Etnográfico de Neuville em Brignais,lá para o fim do mês de setembro,quando decorrer o nosso festival»confessou ao LusoJornal José Sousa,Presidente da Associação Portuguesade Brignais.

O Festival teve lugar ao ar livre por-que o tempo foi favorável, o sol es-teve presente todo o dia, o públicomuito numeroso, francês e portu-guês, que pelo almoço puderamapreciar as especialidades que lheseram propostas, entre o frango as-sado, febras e sardinhas, tudo istoacompanhado pelo com vinho portu-guês da região do Minho.«Este evento da associação e umpasseio de dois dias até a praia naGrande Motte, vão fechar as nossasatividades antes do verão, masvamos estar presentes em outros fes-tivais, onde estamos convidadoscomo em Decines e em Auxerre»disse Carine, a Vice-Presidente daAssociação Familiar Portuguesa deNeuville.Esta associação existe desde 1995,e Neuville é uma cidade que acolheuma forte Comunidade portuguesadesde os anos sessenta.

Por Jorge Campos

lusojornal.com

14 ASSOCIAÇÕES Le 20 juin 2018

LusoJornal / Jorge Campos

LusoJornal / Jorge Campos

Boa notícia

Viva São João!No próximo domingo, dia 24 deJunho, celebramos uma festa católicabem popular: a Festa de S. João! Éuma solenidade que transborda da li-turgia das igrejas à animação dasruas (principalmente na cidade doPorto) mas cuja alegria não pode re-duzir-se apenas aos “martelinhos”,arraiais e fogos-de-artifício, pois issoseria diminuí-la a um bem simplório«estou feliz porque estou contente»...Mas afinal, o que festejamos na Festade S. João?Seis meses antes do Natal de Jesus,a liturgia católica convida-nos a cele-brar o nascimento de S. João Bap-tista. A alegria extraordinária dessagravidez e desse parto pode facil-mente ser compreendida pelos ca-sais que viveram (e vivem) osofrimento da esterilidade. O nasci-mento de um filho é sempre motivode festa, mas imaginem o júbilo deum casal que durante anos não con-seguiu engravidar e que subitamenteredescobre, no outono da própriaidade, a esperança de poder geraruma vida nova!Isabel e Zacarias viviam há váriosanos a resignação serena de quemsabe que o tempo da fecundidadepassou. O nascimento deste filho éuma alegria tão inesperada que, talcomo escutaremos no Evangelho dopróximo domingo, determina o nomeque os pais escolhem para a criança:«O seu nome é João», que em he-braico significa literalmente «o Senhorconcede graça».Isabel e Zacarias não têm dúvidas: omenino é um dom de Deus. Mas nãosó. Este nome é uma profecia, pois acriança que nasceu é um dom, nãoapenas para os seus pais, mas paratodos nós: ele é o profeta que preparae anuncia a chegada do Senhor! Boafesta a todos e viva S. João!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Sanctuaire de Notre-Dame de Fátima-Marie-Médiatrice48 bis boulevard Sérurier75019 Paris

Sábado às 19h00 e Domingo às 11h00

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DESPORTO 15

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Le 20 juin 2018

Bernard Bouger est le nouvel entraîneur des Lusitanos de Saint Maur

National 2FC Porto venceu 4° Torneio daAC Ajaccio

A equipa do FC Porto venceu o 4°Torneio de Futebol da AC Ajaccio, nailha da Córsega, na categoria infantis.O Torneio teve lugar nos dias 9 e 10de junho, em Ajaccio e a equipa por-tuguesa venceu na final o Barcelona.Empatados no fim do tempo regula-mentar, o FC Porto venceu o jogo porpénaltis.Para chegar à final do Torneio, os jo-gadores do FC Porto tiveram de ga-nhar 10 jogos. Alguns deles foramcontra equipas da ilha, e outros foramcontra equipas conhecidas como aAC Ajaccio, o Olympique de Mar-seille, o West Ham, ou o Olympiquede Lyon.De salientar também que durante oTorneio, a equipa do FC Porto apenassofreu um golo! Aliás Samuel Proençafoi eleito o melhor guarda redes doTorneio.Estão de parabéns os jogadores (Sa-muel Proença, Rodrigo Pinto, DiogoSilva, Gonçalo Pinto, Jorge Santos,Tiago Silva, Rodrigo Silva, Tomás Pei-xoto, Vasco Sousa, Rodrigo Mora, RuiSoares e Tiago Costa) mas também aequipa técnica que os acompanhou,nomeadamente o Treinador José Mi-randa, o Coordenador FrédérickMello e o fisioterapeuta Joca Pereira.Depois do Torneio, os jogadores e aequipa técnica, foram recebidos naassociação Convívio Português deAjaccio, em Baleone, pelo PresidenteJoaquim José Dias e por muitosadeptos do clube portuense queapoiaram a equipa durante todo o fimde semana.

Ligue 1: MiguelCardoso auFC NantesL’entraîneur portugais, Miguel Car-doso, a signé le mercredi 13 juinpour deux ans avec le FC Nantes.Miguel Cardoso de 46 ans a décidéde quitter Rio Ave, club avec lequelil a terminé à la cinquième place duChampionnat portugais.L’entraîneur portugais remplaceClaudio Ranieri, l’entraîneur italienqui a emmené le club français à laneuvième place de la Ligue 1.Miguel Cardoso était heureux de re-joindre le club français: «Fier de re-joindre le FC Nantes. Un club avecun riche palmarès, une énormeidentité, et des supporters, commemoi, passionnés par le foot. Hâtede commencer le travail commeCanari!».

Devenu le nouvel entraîneur des Lusi-tanos de Saint Maur pour la saison àvenir, Bernard Bouger arrive avecl’ambition de refaire revivre ses meil-leures années au Stade Chéron.

Comment accueillez-vous votre arrivéecomme entraîneur de l’équipe pre-mière des Lusitanos?Je suis très heureux de m’investir plei-nement dans cette nouvelle aventureavec toutes les personnes déjà pré-sentes au club. J’ai eu l’occasion deles rencontrer et de les découvrir aufur et à mesure des négociations. J’aivu des personnes extraordinaires oùtout est réuni pour mener à bien unprojet ambitieux sur les années àvenir.

Peut-on parler de coup de cœur?Même si je les connais depuis denombreuses années, notamment en2006, quand on les jouait en DH, jepeux dire que c’est un coup de cœur.J’ai toujours eu en tête une ferveur,une ambiance, une odeur (sourire),notamment à Chéron, quand je pen-sais aux Lusitanos. Comme on ditdans le jargon, ça pue le football aux

Lusitanos. J’ai eu l’occasion de voir denombreux matchs de Saint Maur. No-tamment au Stade Chéron qui a étéréouvert. Pour cela, on peut féliciter lamunicipalité pour le courage et toutce qui a été mis en œuvre pour pro-gresser. C’est un magnifique outil detravail pour mener à bien le projet etavoir des ambitions dans le footballfrancilien.

Etait-ce important d’avoir ce soutienpour espérer continuer à faire progres-ser le club?Par expérience, les infrastructuressont indispensables à la réussite d’unprojet. Aujourd’hui, je me suis aperçuque sans un stade et des infrastruc-tures solides, ainsi que des liens fortsavec la municipalité, on arrive vitedans la difficulté comme cela a étéle cas dans un club différent. Je sa-vais que cet élément important allaitcompter dans mon choix. Après,c’est le choix d’hommes et defemmes que composent le club deSaint Maur. J’ai rencontré des per-sonnes magnifiques avec des com-pétences diverses qui permettent deréunir tous les outils nécessairesdans la réussite d’un projet. On n’estqu’au début d’une belle aventure. Je

remercie tous les membres du Bu-reau, notamment Arthur Machado,de m’avoir permis d’intégrer ce pro-jet. J’ai envie maintenant de fairevivre des émotions aux supporters etaux amoureux des Lusitanos. J’es-père que les gens seront avec nouscontre vents et marées.

Allez-vous considérer l’aspect spéci-fique du club et le côté Lusitanos?(Sourire) Chaque club a son identitébien particulière. Tous les clubs ontdes avantages dans leurs organisa-tions, dans leurs fonctionnements etleurs coutumes. Lorsqu’un Managerarrive, il doit s’imprégner de toutcela. Il est souhaitable dans cet étatd’esprit pour le pérenniser justementet même le développer. J’ai eu l’oc-casion de venir sur des matchs, jetrouvais que le club avait perdu unpeu de cette ambiance que j’avais suapprécier par le passé. J’espère vrai-ment, tous ensemble, avec les sup-porters, reviendront à Chéron. On vamettre en place toutes les conditionspour permettre ce retour et redonnercette envie à nos supporters de venir.C’est important. Je vais même toutfaire pour pouvoir communiquer enportugais s’il le faut avec mes joueurs

quand il faudra le faire.

Pour les gens qui vont vous décou-vrir, quel genre d’entraîneur êtes-vous?J’ai eu quelques expériences decoach dans ma carrière de joueur.J’ai fait en sorte de prendre le meil-leur de chacun. J’ai aussi ma per-sonnalité. Je suis, à la base, formé àLorient qui est connu pour le beaujeu, celui à la Nantaise des années90, à la Suaudeau et Denoueix. Sur-tout basé sur le jeu de passe. Ce quisera en corrélation avec les condi-tions de jeu. Aujourd’hui, on a unsynthétique nouvelle génération àChéron. On va pouvoir accentuercela. Puis l’esprit de groupe et la co-hésion restent tout aussi importants.J’ai envie de réunir tout le mondederrière le projet. Notamment à do-micile. Le football est un jeu et unefête. Si les supporters sont satisfaits,ils viendront au stade comme je l’aivu dans le passé. Je souhaite vrai-ment qu’ils viennent supporter lesjoueurs. Pour l’avoir été pendant desannées, quand on est soutenu, ongagne peut-être 10% de perfor-mance en plus. C’est peut-être ceux-là qui feront la différence à la fin.

Par Eric Mendes

Lusitanos de Saint Maur / EM

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