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Programa
Segunda 23/09 Terça 24/09 Quarta 25/09 Quinta 26/09 Sexta 27/09
9:00 – 10:00
Abertura
Marcelo França
Santos
Informação
clássica e quântica
Edmar Soares
Física de
superfícies
Maria Carolina
Nemes
Aspectos da teoria
quântica de
campos: o bóson de
Higgs
Simone Alexandre
Teoria do funcional
da densidade
(DFT) aplicado a
sistemas
nanoestruturados
10:00 – 11:00 Bernardo Neves
Nanoscopia: a
microscopia do
mundo nano
Bernardo Neves
Nanoscopia: a
microscopia do
mundo nano
Leonardo Neves
Discriminação de
estados quânticos e
suas aplicações
Bismarck Vaz da
Costa
Simulação
computacional em
matéria condensada
Bismarck Vaz da
Costa
Simulação
computacional em
matéria condensada
11:00 – 11:20 Coffe break Coffe break Coffe break Coffe break Coffe break
11:20 – 12:20 Carlos Monken
Estados de fótons
gêmeos como
ferramentas em
informação
quântica e óptica
quântica
Carlos Monken
Estados de fótons
gêmeos como
ferramentas em
informação
quântica e óptica
quântica
Rodrigo Gribel
Crescimento de
Nanomateriais e
suas Aplicações
Rodrigo Gribel
Crescimento de
Nanomateriais e
suas Aplicações
Karla Balzuweit
O Estado da arte
em microscopia
eletrônica
12:20 – 14:00 Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço
14:00 – 15:00 Ubirajara Agero
Física de sistemas
biológicos
Ronald Dickman
Mecânica
estatística fora de
equilíbrio
Ronald Dickman
Mecânica
estatística fora de
equilíbrio
Karla Balzuweit
O Estado da arte
em microscopia
eletrônica
André Ferlauto
Células solares
15:00 – 16:00 Maria Cristina
Soares
Helio e
asterossismologia:
o estudo do interior
do Sol e das
estrelas através dos
modos acústicos de
oscilação
Maria Cristina
Soares
Helio e
asterossismologia:
o estudo do interior
do Sol e das
estrelas através dos
modos acústicos de
oscilação
Visitas a
laboratórios
Saída para
visita ao
Observatório
Astronômico
Gilberto Medeiros
Ribeiro
Nanoeletrônica de
óxidos
16:00 – 16:20 Coffe break Coffe break Visitas a
laboratórios
Encerramento
16:20 – 17:20 Luiz Orlando
Ladeira
Nanotubos de
carbono e
nanobastões de
ouro
Luiz Gustavo
Cançado
Espectroscopia e
nanomanipulação
de materiais de
carbono
Visitas a
laboratórios
Renato Las Casas
Os primeiros
telescópios
(ministrada no
observatório)
André Ferlauto
Células solares [email protected]
A produção de energia de forma renovável, não poluente e com baixo impacto ambiental é
um dos maiores desafios tecnológicos atuais. Recentes avanços como por exemplo, a crescente
utilização de gás natural proveniente do gás de xisto e a descoberta da camada do pré-sal de
pétróleo na costa brasileira, sugerem que, nas próximas décadas, a queima de combustíveis fósseis
ainda será a forma predominante de produção da energia necessária para suprir sociedades cada vez
mais vorazes por energia. Porém, é consenso entre cientistas que a emissão de CO2 deve ser
reduzida drasticamente para mitigar os efeitos deletérios das mudanças climáticas, que já são
considerados inevitáveis. Neste cenário, as diversas alternativas de geração de energia renováveis
devem ser consideradas e fomentadas por países e governantes preocupados com um futuro
sustentável.
A conversão fotovoltaica (PV) da energia solar é uma das mais importantes fontes alternativas
de energia renovável e também uma das menos poluentes. Na 1a década deste século, a produção
total de energia via PV passou de cerca de 0.3 GW para 16 GW, com um crescimento anual de cerca
de 40%. Porém, apesar dos significativos avanços, a contribuição de PV para produção de energia
no mundo e em particular no Brasil ainda é bastante pequena. Portanto, para uma maior
competitividade, ainda são necessários maiores reduções de preço e aumentos da eficiência dos
painéis solares
Nesta palestra irei fazer uma introdução aos dispositivos fotovoltaicos, também chamados
de células solares. Inicialmente serão apresentados os princípios básicos de funcionamento destes
dispositivos que convertem energia solar diretamente em energia elétrica. Em seguida uma
descrição das tecnologias atuais será feita, incluindo silício cristalino, filmes finos (como silício
amorfo, CdTe e CIGS), células de corante e células baseadas em materiais orgânicos. Por fim, os
desafios atuais na pesquisa e desenvolvimento de células solares nas áreas de física, química e
engenharia de materiais serão discutidos. Destaque será dado às pesquisas que utilizam novos
conceitos e estratégias, abrangendo o uso da nanotecnologia e de materiais abundantes na crosta
terrestre.
Bernardo Neves
Nanoscopia: a microscopia do mundo nano [email protected]
No início dos anos 80, a Nanoscopia encantou o mundo com as primeiras imagens da
superfície de um monocristal de silício com resolução atômica. Desde então, as diversas técnicas
que compõem a família Nanoscopia vêm sendo utilizadas numa ampla variedade de disciplinas. Na
verdade, o nome técnico mais usado para Nanoscopia é Microscopia de Varredura por Sonda, ou
SPM, do inglês Scanning Probe Microscopy. Praticamente todas as áreas de Ciência dos Materiais e
de Superfícies têm sido beneficiadas com o acesso a informações importantes do mundo nano – da
visualização de átomos e moléculas à caracterização elétrica e magnética com altíssima resolução.
Este curso pretende fazer uma introdução às principais técnicas que compõem a família
SPM. Assim, na primeira aula, será descrito o princípio básico da Microscopia de Varredura por
Sonda e diversas técnicas componentes da família SPM serão apresentadas, explicando-se o seu
funcionamento e indicando-se suas possíveis aplicações.
Na segunda parte deste curso, será dada uma atenção maior às aplicações em Nanociências e
Nanotecnologia desenvolvidas no Laboratório de Nanoscopia da UFMG utilizando, principalmente,
as técnicas de SPM. Nesta aula, serão apresentados alguns projetos realizados, e em andamento, nas
áreas de Caracterização e Nanomanipulação de Nanoestruturas de Carbono, Self-Assembly (Auto-
Montagem) de sistemas orgânicos e Nanolitografia e Nanomanipulação de materiais visando o
desenvolvimento de dispositivos. Especificamente, serão ilustradas algumas pesquisas
experimentais envolvendo manipulação eletro-mecânica de nanotubos de carbono e grafenos e a
funcionalização de grafenos por monocamadas auto-montadas. Serão apresentados também alguns
processos de modificação eletroquímica de materiais, que permitiram o desenvolvimento de
nanosensores de gases e produção controlada de nanopartículas metálicas.
Bismarck Vaz da Costa
Simulação computacional em matéria condensada [email protected]
Este é um curso introdutório em simulação que deverá abranger os dois tópicos principais:
1. Monte Carlo
a. Algoritmo de Metropolis
i. Método de Histogramas
b. Algoritmo Wang-Landau
c. Aplicações
2. Dinâmica Molecular
a. Equações de Movimento
b. Métodos de Integração das Equações de Movimento
c. Reservatório de Calor
d. Aplicações
Os dois métodos são básicos em simulação e serão exploradas as aplicações mais simples e mais
pedagógicas. Ao final, sendo possível, alguns elementos de visualização dos resultados serão
discutidos.
Carlos Monken
Estados de fótons gêmeos como ferramentas em informação quântica
e óptica quântica [email protected]
Serão apresentadas as principais características e a teoria básica da geração de estados
emaranhados de dois fótons a partir da conversão paramétrica descendente espontânea. Serão
apresentadas e discutidas algumas aplicações desses estados em experimentos de fundamentos de
mecânica quântica e de informação quântica, tais como violação de desigualdades de Bell, apagador
quântico, discriminação de estados de Bell, quantificação de emaranhamento e transmissão de
emaranhamento em meios turbulentos.
Edmar Soares
Física de superfícies [email protected]
A importância de se estudar as propriedades das superfícies de cristais se deve ao fato de que
a interaçãoo dos sólidos com suas vizinhanças se dá através de suas superfícies. Muitos processos
físicos e químicos importantes nos sólidos tais como emissão de elétrons, adsorção, corrosão e
oxidação, fricção, catálise heterogênea e crescimento epitaxial, dependem fortemente da natureza e
das condições da superfície que participa do processo. Os processos citados acima são de grande
importância tecnológica e só podem ser entendidos de uma maneira satisfatória se considerarmos,
em detalhe, a estrutura atômica e eletrônica na região da superfície. Do ponto de vista acadêmico o
estudo de superfícies é importante porque a existência da superfície jé é, por si só, um tipo especial
de defeito dos sólidos. A introdução de uma superfície quebra a periodicidade em uma das direções
e pode levar a um rearranjo dos átomos da superfície criada. Este rearranjo atômico pode gerar
estados eletrônicos e vibracionais localizados fazendo com que as propriedades das superfícies se
diferenciem bastante das de volume.
A descrição completa de uma superfície sólida envolve o conhecimento de quais espécies
atômicas estão presentes na superfície, como elas estão arranjadas, quais são seus movimentos e
como seus elétrons de valência estão distribuídos. É claro que a resposta a estas questões depende
de resultados de muitos experimentos provenientes de diferentes técnicas.
Neste mini-curso revisaremos as fenômenos de superfícies mais fundamentais (reconstrução,
relaxação, estados de superfícies) e discutiremos os princípios básicos das técnicas mais utilizadas
no estudo das propriedades estruturais e eletrônicas de superfícies tais como Difração de Elétrons de
Baixa Energia (LEED), e Espectroscopia de Elétrons Excitados por Ultravioleta Resolvida em
Ângulo (ARPES).
Gilberto Medeiros Ribeiro
Nanoeletrônica de óxidos [email protected]
A demanda por armazenamento de dados cresce mais rápido do que a taxa de diminuição de
dispositivos de memória. O que causa este fenômeno e' um incessante aumento e circulação de
informações, por meio de dispositivos móveis e a chamada “nuvem”. Esta demanda abre uma
interessante oportunidade para novos dispositivos, circuitos, arquiteturas e conceitos em ciência de
computação. No limite nano, as disciplinas de Física, Engenharias, Ciência de Materiais, Ciência de
Computação e teoria de informação se misturam, pois fica cada vez mais difícil construir
dispositivos que tenham um comportamento determinístico; no entanto, nesta interseção residem
oportunidades únicas tanto de ciência básica quanto de negócios. Nesta apresentação irei introduzir
uma classe de dispositivos básicos chamados de memristores, postulados nos anos 70 e hoje em
voga para aplicações em memórias não-voláteis. Discutirei alguns materiais, onde exploramos suas
propriedades básicas na concepção e implementação de novas funcionalidades. Por fim, será
apresentado um panorama indicando possíveis aplicações e exemplos de sucesso nesta área.
Karla Balzuweit
O estado da arte em microscopia eletrônica [email protected]
A observação de objetos e materiais utilizando instrumentos mais poderosos que nosso olhos
remonta à própria invenção das lentes e lupas. Ao longo de vários séculos, diversos instrumentos de
medida foram sendo desenvolvidos e durante muito tempo, instrumentos como o telescópio e o
microscópio foram fundamentais na pesquisa de corpos celestes (Astronomia) e pequenos corpos
(Biologia) respectivamente. No final do século XIX e início do século XX, as descobertas que
levaram à Física Moderna foram essenciais no desenvolvimento de inúmeros novos instrumentos e
técnicas. Tornou-se possível a caracterização dos mais diversos materiais em relação a sua estrutura
cristalina e suas propriedades físico-químicas propiciando o grande desenvolvimento tecnológico
que desfrutamos hoje em dia e aqueles que ainda estão por vir.
Os microscópios eletrônicos também se encontram nessa classe de instrumentos que foi
desenvolvida a partir da Física Moderna. Podemos dizer que a microscopia eletrônica nasceu
quando De Broglie postulou a dualidade onda-partícula. Em 1925 ele supôs que o elétron poderia
apresentar uma natureza ondulatória com um comprimento de onda muito menor que o da luz. Em
1927, Davisson e Germer, e Thompson e Reid realizaram experimentos de forma independente
comprovando a natureza ondulatória do elétron. Pouco tempo depois, em 1932, Knoll e Ruska
lançaram a idéia do microscópio eletrônico de transmissão mostrando as imagens obtidas utilizando
o equipamento construído por eles. Ruska foi premiado em 1986 com o prêmio Nobel pela invenção
do microscópio eletrônico.
A produção de microscópios eletrônicos de transmissão iniciou-se somente 4 anos após a
publicação de Knoll e Ruska, com empresas como Siemens e Halske, Hitachi, Philips, Jeol e RCA,
principalmente após o término da 2a. Guerra Mundial. Paralelamente ao desenvolvimento do
microscópio eletrônico de transmissão (MET ou TEM), o conceito do microscópio eletrônico de
varredura (MEV ou SEM) foi também apresentado por Knoll em 1935. Von Ardenne em 1938,
construiu um microscópio eletrônico de varredura de transmissão, adicionando eletroímas para fazer
a varredura do feixe de elétrons. O primeiro MEV a funcionar com espécimes de espessura
considerável, assim como ocorre hoje em dia, foi descrito por Zworykin em 1942 na RCA.
Inúmeros cientistas contribuíram para o desenvolvimento das técnicas e equipamentos que
surgiram a partir de então e que se encontram disponíveis no mercado e que continuam a sofrer
melhorias. Hoje em dia com o grande desenvolvimento de estruturas e dispositivos nanométricos, a
microscopia eletrônica em conjunto com outras técnicas de caracterização como fluorescência e
difração de raio-X, microscopia por sonda, espectroscopias Raman e infra-vermelho, se tornou
absolutamente imprescindível em qualquer laboratório de pesquisa, dentro da academia ou em
empresas.
O estado da arte em microscopia eletrônica de varredura são os MEV’s que trabalham em
baixíssima tensão, em torno de 1 kV com resolução compatível com um microscópio eletrônico de
transmissão, da ordem de angstrons. Enquanto isto, os microscópios eletrônicos de transmissão
atingem aumentos de mais de 16 milhões de vezes com resolução melhor que 0,5 Å, levando à
discussão sobre o que se está “enxergando” com este tipo de resolução. E em 1999 Ahmed Zeweil
ganhou o prêmio Nobel pelo microscópio eletrônico de transmissão 4D, onde ele conseguiu obter
simultaneamente informações morfológicas, químicas e estruturais, possibilitando estudos
temporais dentro do microscópio eletrônico na faixa de femtosegundos (10-15s).
Leonardo Neves
Discriminação de estados quânticos e suas aplicações [email protected]
O passo final de uma tarefa de processamento de informação é a leitura desta. Em
Informação e Computação Quântica, esta leitura corresponde à determinação do estado final do
sistema quântico – o portador da informação – através de uma única medida. Quando os possíveis
estados finais do sistema são não-ortogonais, esta medida única não é suficiente para determiná-los
de forma perfeita. Este problema pertence à área de discriminação de estados quânticos, onde a
tarefa é encontrar uma estratégia de medida que discrimine de forma ótima – de acordo com uma
figura de mérito previamente estabelecida – entre estados não-ortogonais. Em geral, ao invés de
medidas projetivas, cuja teoria é apresentada em cursos básicos de Mecânica Quântica, as
estratégias ótimas são realizadas por meio de medidas generalizadas. Neste seminário, vamos
introduzir brevemente o conceito de medidas generalizadas, discutir as principais estratégias de
discriminação de estados e, finalmente, algumas de suas aplicações em criptografia quântica e
teleportação quântica.
Luiz Gustavo Cançado
Espectroscopia e nanomanipulação de materiais de carbono [email protected]
Neste mini-curso, apresentaremos alguns potenciais da espectroscopia Raman convencional,
e também da espectroscopia Raman de campo-próximo para a caracterização e estudo de
nanomateriais de carbono. O Laboratório de Nano-espectroscopia do DF UFMG conta hoje com
dois instrumentos que permitem realizar, simultaneamente, imageamento espectral (Raman e
luminescência) e imageamento por microscopia de força atômica (AFM). Será discutido como esta
técnica pode ajudar a explorar propriedades fundamentais de nano-materiais de carbono,
especialmente nanotubos e grafenos. Dentre os temas abordados, teremos:
· Nano-manipulação de nanotubos com aquisição simultânea de espectros Raman. Análise
das mudanças estruturais causadas pela ponta de AFM através de dados espectroscópicos
obtidos in situ.
· Apresentação dos aspectos teóricos e resultados experimentais da espectroscopia Raman
de campo-próximo em nanotubos e grafenos.
· Análise de solos férteis provenientes da Floresta Amazônica.
· Aspectos fundamentais e práticos da espectroscopia Raman de defeitos em nanografites e
grafeno.
Luiz Orlando Ladeira
Nanotubos de carbono e nanobastões de ouro [email protected]
Marcelo França Santos
Informação clássica e quântica [email protected]
Nessa palestra discutiremos aspectos interessantes de teoria de informação quântica e
traremos informações básicas do grupo de emaranhamento e propriedades quânticas da luz,
EnLight.
Maria Carolina Nemes
Aspectos da teoria quântica de campos: o bóson de Higgs [email protected]
A palestra pretende mostrar o caminho que conduziu a necessidade de ir além da Mecânica
Quântica. Mostraremos os fenômenos que, graças ao desenvolvimento tecnológico cada vez maior,
nos levaram à construção unificada das forças eletromagnética, forte e fraca. A ideia fundamental
para compreender o mecanismo teórico por detrás dessa construção elegante e poderosa será
ilustrada na teoria do eletromagnetismo clássico. Isso vai nos permitir compreender o que é a
invariância de calibre. Discutiremos as limitações de hoje do Modelo Padrão, ligadas tanto a altas
energias, o bóson de Higgs e a física de neutrinos, que depende da precisão dos experimentos e são
os precursores imediatos de uma física nova, além da nossa melhor descrição do que vemos, o
Modelo Padrão.
Maria Cristina Soares
Helio e asterossismologia: o estudo do interior do Sol e das estrelas
através dos modos acústicos de oscilação [email protected]
Compreender as estrelas é fundamental para grande parte da astrofísica moderna. As estrelas
fornecem luz e energia no universo e têm produzido a maioria dos elementos (exceto hidrogênio e
hélio) a partir do qual a Terra é feita. O Sol é a estrela mais próxima da Terra e é a fonte de luz e de
vida na Terra. Entretanto, ainda estamos muito longe de uma compreensão física detalhada das
estrelas e do sol, em particular. A asterossismologia utiliza ondas que se propagam no interior da
estrela para medir sua estrutura interna, de outro modo invisível a observação; da mesma forma que
os sismólogos aprendem sobre o interior da Terra monitorando ondas causadas por terremotos.
Utilizamos o termo heliossismologia quando nos referimos ao estudo destas ondas no sol. Há
milhões de ondas sonoras distintas, ressonantes, que são observadas através de efeito Doppler da luz
emitida na superfície do sol. Os períodos dessas ondas dependem de suas velocidades de
propagação e da profundidade de suas cavidades de ressonância, o que nos permite estimar a
temperatura, composição química e a dinâmica desde a superfície até o núcleo do sol. Sem essa
capacidade de medir as propriedades estruturais e movimentos dentro do interior solar, a nossa
compreensão de alguns dos processos mais importantes em astrofísica seria apenas inferências de
um modelo. Neste mini-curso descreveremos como este método funciona, os resultados mais
importantes obtidos até o momento e os desafios que tornam esta uma área muito interessante de
pesquisa.
Renato Las Casas
Os primeiros telescópios [email protected]
Procurando responder à pergunta: Quando, onde e por quem foi inventado o telescópio,
apresentaremos documentos que apontam Sacharias Janssen, óptico do norte da Holanda, como o
verdadeiro inventor do telescópio. Apresentaremos também trechos de obras dos séculos XIII e XVI
que nos levam a questionar essa afirmativa. Serão apresentadas especificações e imagens dos
primeiros telescópios construídos por Galileo Galilei assim como reproduções do Sidereus Nuncius
e de documentos escritos de próprio punho por Galileo, narrando algumas de suas principais
descobertas astronômicas.
Rodrigo Gribel
Crescimento de Nanomateriais e suas Aplicações [email protected]
Grafenos e nanotubos de carbono são formas de carbono bi- e uni-dimensionais,
respectivamente. Desde que foram identificados (~1991 para o nanotubo de carbono e 2004 para o
grafeno), estes dois materiais se tornaram fontes ideais para o estudo do comportamento de elétrons
em sistemas de baixas dimensões, como também vêm demonstrando serem bastante promissores
como futuros dispositivos eletrônicos. A observação experimental das propriedades bi-dimensionais
do grafeno em 2004 tem sido considerada como um dos descobrimentos mais importantes da última
década. Sua estabilidade em condições atmosféricas representa a existência de um material 2D, cujo
tipo de portador elétrico (elétron ou buraco) pode ser escolhido via aplicação de um campo elétrico
externo (efeito de campo). Além disso, o grafeno possui uma dispersão eletrônica linear e possui
mobilidade elétrica para ambos os portadores que podem chegar a ordens de µ~100.000cm2/V.s.
Essa última característica tornou o grafeno um forte candidato para a substituição do silício na
microeletrônica e causar um grande impacto na área de sensores e dispositivos como telas sensíveis
ao toque.
Recentemente, a produção do material grafeno em grandes áreas possibilitou o surgimento
de novas configurações de dispositivos capazes de explorar de maneira ainda mais interessante as
interações entre grafeno e o ambiente que o cerca. Propriedades mecânicas do grafeno puderam ser
mais facilmente investigadas utilizando-o em uma configuração de membrana ressonante,
propriedades de permeabilidade vêm sendo estudadas a partir da interação da membrana atômica
com diferentes atmosferas gasosas e novas possibilidades surgem com o melhor entendimento das
propriedades elétricas e mecânicas do grafeno sobre/sob diferentes líquidos.
Neste seminário irei abordar aspectos gerais relacionados ao crescimento de nanotubos de
carbono e grafeno e de suas aplicações nas mais diversas áreas. Além disso, também serão
apresentados os projetos atuais do Laboratório de Nanomateriais, e sua parceria com empresas, na
busca de novas aplicações envolvendo nanotubos de carbono e dispositivos de grafeno na área de
sensores de gases e biosensores.
Ronald Dickman
Mecânica estatística fora de equilíbrio [email protected]
.
Transições de fase e fenômenos críticos têm atraído grande interesse por mais de um século.
Nas últimas décadas a extensão desses estudos para sistemas fora de equilíbrio motivou muitos
trabalhos teóricos, computacionais e experimentais. Vou discutir três classes de sistemas nesse
contexto: sistemas dirigidos, modelos populacionais, e pilhas de areia, associadas à criticalidade
auto-organizada. Esses exemplos apresentam um alto grau de universalidade. Por outro lado,
encontrar princípios gerais, análogos à termodinâmica de equilíbrio, parece ser uma tarefa bastante
desafiadora.
Simone Alexandre
Teoria do funcional da densidade (DFT) aplicado a sistemas
nanoestruturados [email protected]
A manipulação direta de átomos produzindo materiais com propriedades físicas e químicas
previamente determinadas já é uma realidade na ciência atual. O desenvolvimento e a concretização
da tecnologia do futuro serão baseados na criação, manipulação, determinação de propriedades
físicas e químicas e produção em escala industrial de materiais em escala nanométrica com as
propriedades desejáveis para os diferentes tipos de componentes.
Do ponto de vista teórico, simulações baseadas na Teoria do Funcional da Densidade
(Density Functional Theory, DFT) têm sido cada vez mais utilizadas na previsão de estruturas,
propriedades mecânicas, eletrônicas, magnéticas e óticas de materiais nanométricos. Nesta palestra
apresentarei a aplicação da teoria DFT ao estudo de diferentes propriedades em sistemas
nanométricos de uma, duas e três dimensões. A maior parte destes trabalhos são intimamente
ligados a trabalhos experimentais: prevendo estruturas e propriedades eletrônicas que foram
produzidas e verificadas experimentalmente à posteriori ou através do estudo de propriedades de
materiais que apresentam fenomenologia experimental total ou parcialmente não compreendidas.
Ubirajara Agero
Física de sistemas biológicos [email protected]
O Laboratório de Física de Sistemas Biológicos do Departamento de Física da UFMG
trabalha com temas interdisciplinares estudando amostras biológicas com técnicas físicas. Assim,
desenvolvemos técnicas e resolvemos problemas que integram esses campos de pesquisa. Nessa
apresentação discutirei resultados sobre novas técnicas utilizadas para o estudo de amostras
biológicas. Iremos caracterizar macrófagos, células do sistema imune responsáveis pela defesa do
nosso corpo; e hemácias, principais células do sangue, utilizando a Microscopia de Desfocalização
desenvolvida no nosso Laboratório. Discutirei medidas de interação entre proteínas e uma molécula
de DNA usando pinças ópticas. Mostrarei resultados de propriedades elásticas de embriões de
galinha em desenvolvimento utilizando manipulações mecânicas e modelos de elementos finitos.
Em suma resumiremos os principais trabalhos desenvolvidos em nosso laboratório.