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III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG Realização IFNMG Campus Januária Mar. 2014 LIVRO DE RESUMOS III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 12 a 14 de Março de 2014 IFNMG CAMPUS JANUÁRIA

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III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Mar. – 2014

LIVRO DE RESUMOS III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

12 a 14 de Março de 2014

IFNMG – CAMPUS JANUÁRIA

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III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Mar. – 2014

Organizadores: Renildo Ismael Félix da Costa

Sergio Ferreira Alcântara

Ivan Carlos Carreiro Almeida

Petrônio Cândido de Lima e Silva

Laís Monteiro Sales

Carlos Henrique Batista

Hayane Kelly Machado Viana

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III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

Realização IFNMG – Campus Januária – Mar. – 2014

Ficha catalográfica elaborada pela

Biblioteca Saul Martins do IFNMG, Campus Januária

Seminário de Iniciação Científica do IFNMG (3.: 2014: Januária, MG).

S471a Anais... Seminário de Iniciação Científica do IFNMG (12 de março a 14 de

março 2014) / Coordenação de Renildo Ismael Félix da Costa; Colaboração de

Sergio Ferreira Alcântara, et al. – Januária, MG:IFNMG, 2014.

CD-ROM

Evento realizado pelo: Instituto Federal do Norte de Minas

Gerais – Campus Januária

ISSN: 2238-085X

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SUMÁRIO

Área Temática: Ciências Agrárias

ACÚMULO DE FÓSFORO E POTÁSSIO EM SOLO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL CULTIVADO COM Brachiaria

humidicula

Rodrigo Nobre Santana, Marcus Vinícius Araújo Marques, Cláudio Gomes Silva, Danilo Pereira Ribeiro..........................................................................................................................................................25

AJUSTE DE MODELOS HIPSOMÉTRICOS PARA DOIS CLONES DE Eucalyptus urograndis

Rafael Cristian Gomes da Costa, Jéssica Costa de Oliveira, Priscila Silva Matos, Alice Soares Brito, Wagner Patrício de Sousa Júnior, Vinícius Orlandi Barbosa Lima.............................................................28

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE PARCELAS DE ÁREA FIXA E ÁREA VARIÁVEL EM POVOAMENTO DE Eucalyptus urophylla S. T. BLAKE

Janny Kelly Ramires Souza, Romulo Ewerton Gomes Sousa, Renan Alves Santos, Érika Susan Matos Ribeiro, Izabella Luzia Silva Chaves, Helker Menezes dos Santos, Vinícius Orlandi Barbosa Lima.............................................................................................................................................................31

ANÁLISE DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DOS PAINÉIS DE MADEIRA RECONSTITUÍDA UTILIZADOS NAS MARCENARIAS DA CIDADE DE SALINAS - MG

Jéssica Martins Bitencort, Artur Oliveira Cavalcanti, Rian Guilherme Corrêa Montalvão, Wagner Patrício de Sousa Júnior............................................................................................................................................34

ANÁLISE DO ESTUDO DO CRESCIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM PLANTIO DE ENRIQUECIMENTO COM ESPÉCIES FRUTÍFERAS DO CERRADO USANDO POLÍMERO HIDRORRETENTOR

Franciele Cezar Silva Moura, Gabriel Müller Valadão, Rafael Rodrigues de Faria, Tiago dos Santos Cassimiro, Maria Isabel Dantas Rodrigues Valadão, Reginaldo Proque.....................................................37

ANÁLISE MULTI-TEMPORAL DA PERDA DE SOLO POR EROSÃO DEVIDO A MUDANÇAS NO USO/COBERTURA DA TERRA NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DA REPRESA DO RIO SALINAS – MINAS GERAIS

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Bárbara Mendes Oliveira, Ronaldo Medeiros dos Santos, Talita Moreira Câmara, Rhagnya Sharon Ferreira Martins, Marcelo Rossi Vicente, Vinícius Orlandi Barbosa Lima......................................................40

ANÁLISE SENSORIAL DA CERVEJA ARTESANAL COM ADIÇÃO DE POLPA DO FRUTO PEQUI (Caryocar brasiliense CAMB.).

Erinaldo Barbosa da Silva, Samara Almeida .............................................................................................43

AVALIAÇÃO DA AÇÃO INSETICIDA DE EXTRATOS DE FOLHAS DE NIM (Azadirachta

indica) CONTRA AFÍDEOS PREJUDICIAIS A OLERICULTURA

Thamiris Fernandes de Oliveira, Cíntia Sorandra Oliveira Mendes, Renildo Ismael Félix da Costa, Valdeir Celestino dos Santos Junior ...............................................................................................................47

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO BAIXO JEQUITINHONHA

Anna Caroline Lopes Costa, Falyne Pinheiro de Oliveira, Gleidison Chaves Silva, Mairon Neves de Figueiredo, Melissa Silva Freitas, Vico Mendes Pereira Lima ..................................................................50

AVALIAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM TOPO DE MORRO UTILIZANDO O NOVO CÓDIGO FLORESTAL

César Vinícius Mendes Nery, Adriana Aparecida Moreira, Fernanda Ribeiro Lima.................................54

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NO BAIXO JEQUITINHONHA

Romulo Santos Damascena, Ricardo de Matos Silva, Felipe Alves de Oliveira, Fredson Ferreira Chaves, Vico Mendes Pereira Lima .........................................................................................................................57

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA NA GERMINAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DA FAMÍLIA Fabaceae

Alisson Alves Ribeiro, Artur Oliveira Cavalcanti,Rian Guilherme Correa Montalvão, Alvaro Diego Soares Mota, Wagner Patrício de Sousa Júnior..............................................................................................60

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE ÁREA DESMATADA EM RIO PARDO DE MINAS/MG

Adriana Aparecida Moreira, César Vinícius Mendes Nery, Jhonatas Moreira Neri...................................63

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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DA COUVE CULTIVADA SOBRE DIFERENTES COBERTURAS DO SOLO

Carolina P. de C. Ferraz, Regina L. da Rocha, Victor R. Gonçalves, Dalton J. D. Medeiros Junior, Gleidison C. Silva, Emille X. Cordeiro, Stefany F. Silva, Douglas M. Silva, Gabriel A. Afonso, Hektor S. Sobral, Antonio C. S. Tavares....................................................................................................................66

AVALIAÇÃO DO PERFIL HIGIÊNICO-SANITÁRIO DOS FABRICANTES E/OU COMERCIANTES DO QUEIJO MINAS PADRÃO NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS –MG

Wêudson Alves Mendes, Karine Amaral dos Santos, Clara Mariana Gonçalves Lima, Rogério de Oliveira, Roberta Magalhães Dias Cardozo, Cristiane da Silva Melo...............................................................69

AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMA ALTERNATIVO DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA NA PRODUÇÃO DE COUVE CULTIVADA SOBRE MULCHING PRETO

Regina Lima da Rocha, Carolina P. de C. Ferraz, Victor R. Gonçalves, Dalton J. D. Medeiros Junior, Gleidison C. Silva, Douglas M. Silva, Gabriel A. Afonso, Hektor Siqueira Sobral, Antonio Clarette Santiago Tavares .........................................................................................................................................72

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE USO DA TERRA NA BACIA DO RIO PARDO: ESTUDO DE CASO PARA UMA SUB-BACIA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO PARAÍSO - MG

Hugo Henrique C. de Salis, Ronaldo Medeiros dos Santos, Mariana Caroline Moreira Moreli, Rafaela Letícia Ramires Cardoso, Fellipe Matheus Ferreira Chagas, Victória Janaína Pereira Mendes , Marcelo Rossi Vicente, Filipe Vieira Santos de Abreu, Vinícius Orlandi Barbosa Lima.............................................................................................................................................................75

AVALIAÇÃO INICIAL DE VARIEDADES DE MANDIOCA PARA INDÚSTRIA EM JANUÁRIA/MG

Igor Costa de Freitas, Fábio Martins de Carvalho, Fredson Ferreira Chaves, Wendel Marlon Costa............................................................................................................................................................78

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CARNES COZIDAS PREPARADAS NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS-MG

Josianny de Jesus Santos, Joyce Nogueira de Almeida, Nathany Christine Rodrigues Dutra, Nayara Karine Alves Oliveira, Roberta Magalhães Dias Cardozo .............................................................................81

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AVALIAÇÃO SENSORIAL DE QUEIJO ARTESANAL DE MASSA FILADA COM FERMENTAÇÃO ESPONTÂNEA – QUEIJO COZIDO - PRODUZIDOS NA REGIÃO DE SALINAS-MG

Débora Letícia Rodrigues Santos, Werik Pereira Dias, Lilianne Mendes Guimarães, Fábio Pereira de Souza, José Aparecido de Oliveira, Josefa Noelba de Oliveira, Edilene Alves Barbosa, Daniela Caetano Cardoso .......................................................................................................................................................84

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE ALFACE NO MUNICIPÍO DE ARINOS-MG

Frederico de Pádua Sena, Murilo Pereira da Silva, Jean Aparecido Pinto Brandão Pereira, Lucas de Pereira da Silva, DjhanathaLorranyRippel, Cecírio Alves da Silva Junior, Rildo Araújo Leite, Francisco Valdevino Bezerra Neto...............................................................................................................................87

ACÚMULO E DISTRIBUIÇÃO DE NITROGÊNIO EM BANANEIRA PRATA-ANÃ IRRIGADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Valéria de Oliveira Pinto, Kivison Raysllan Ferreira Sobral, José Diego da Silva Mendes, Mauro Franco Castro Mota, Dilermando Dourado Pacheco ..............................................................................................90

BIOMASSA DA FOLHA “D” DE CULTIVARES DE ABACAXIZEIRO EM FUNÇÃO DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Eduardo de Sousa Mathias, Vinícios Lopes de Melo, João Víctor Santos Guerra, Dilermando Dourado Pacheco, Heider Rodrigo Ferreira Silva, Gabriel Oliveira Neves ..............................................................93

BIOMASSA DE CULTIVARES DE ABACAXI SUBMETIDO À IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO NO MUNICÍPIO DE JANUÁRIA-MG

Vinícius Lopes de Melo, João Victor Santos Guerra, Eduardo de Sousa Mathias, Felipe Daniel Sales, Rafael Fernandes silva, Dilermando Dourado Pacheco ..............................................................................96

CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna

unguiculata (L.) WALP.) NO NORTE DE MINAS GERAIS

Frederico Dellano Souza Silva, Wendel Marlon Nascimento Costa, Igor Costa de Freitas, Fábio Martins de Carvalho, Kaesel Jackson Damasceno e Silva........................................................................................99

CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR TRATADO COM ADITIVOS QUÍMICOS E VINHOTO

Lara Franca Colares, Viviane Borges Soares, Lidiane Rodrigues da Silva, Karine Alves Santos, Emerson Delano Lopes.............................................................................................................................................102

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CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DA REPRESA DO RIO SALINAS, MG

Rhagnya Sharon Ferreira Martins, Ronaldo Medeiros dos Santos, Bárbara Mendes Oliveira, Liliane Pereira Cruz, Jade Adrinely Martins Corsino, Marcelo Rossi Vicente, Vinícius Orlandi Barbosa Lima.............................................................................................................................................................105

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE VARIEDADES DE MANDIOCA (Manihot esculenta

subsp esculenta) DA COLEÇÃO DE TRABALHO DO IFNMG - CAMPUS JANUÁRIA

Igor Costa de Freitas, Fábio Martins de Carvalho, Fredson Ferreira Chaves, Frederico Dellano Souza Silva.............................................................................................................................................................108

CARNEIRO HIDRÁULICO ALTERNATIVO EM COMUNIDADES GERAIZEIRAS

Felipe Teixeira Braga Capuchinho, Fabiano Rosa de Magalhães, Rogério Alves de Amorim, Marcelo Rossi Vicente..............................................................................................................................................111

CONSERVAÇÃO DE SÊMEN CANINO RESFRIADO COM MEIO DILUIDOR À BASE DE ÁGUA-DE-COCO E GEMA DE OVO

Letícia Caroline Gomes Silva, Elber Gomes Sousa, Thales Felipe Lucas Sena, Victória Janaína Pereira Mendes, Leonardo Lara e Lanna ...............................................................................................................114

CONTROLE DA MANCHA BACTERIANA E PRODUTIVIDADE DE TOMATEIRO INDUSTRIAL COM O USO DE ACIBENZOLAR-S-METIL E ADUBAÇÃO COM FERTILIZANTE ORGÂNICO COMPOSTO

Marileide Moreira Costa, Flavia Caroline Torres Rodrigues, Pedro Guilherme Martins Rodrigues, Maricelia Costa Pacheco, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues, Rayane Castilho Fernandes....................................................................................................................................................117

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA FONTE DE FÓSFORO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE CALAGEM

Carlos Henrique Batista, Ivan Carlos Carreiro Almeida, César Gabriel Borges Balieiro, Cássia Pereira Quaresma, Nívio Poubel Gonçalves............................................................................................................120

CRESCIMENTO INICIAL DE MILHO CULTIVADO COM BIOFERTILIZANTE AVÍCOLA

Viktor Kayro Souza Santos, Rodrigo Nogueira Martins, Willyan Caldeira Corte, Claudio Gomes da Silva, Fabricio Guedes Mendonça, Danilo Pereira Ribeiro.................................................................................123

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CULTIVO DE HORTALIÇAS NA ESCOLA COMO ESTÍMULO PARA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DE CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Marco Aurélio Rodrigues de Souza, Ana Paula Ferreira Colares, Felipe Silva Cesar, Ubirajara Guanais Castelo Branco Neto Danilo Pereira Ribeiro ...........................................................................................126

DESEMPENHO AGRONÔMICO DO MILHO CATINGUEIRO E FEIJÃO-CAUPI EM MONOCULTIVO E CONSÓRCIO COM OU SEM INOCULAÇÃO

Jarbas Mendes Andrade, Sebastião Lourenço Henrique, Ivan Carlos Carreiro Almeida, Gênesis Pires Meireles, Lucas Menezes Gomes .............................................................................................................129

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE BATATA NA SAFRA DE INVERNO SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Alisson Araújo Vieira, Renildo Ismael Felix da Costa, Marileide Moreira Costa, Valdeir Celestino dos Santos Junior..............................................................................................................................................132

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE ALFACE SOB CULTIVO CONVENCIONAL NO BAIXO JEQUITINHONHA, MG

Túlio Botelho Castro, Luana da Silva Santos, Caetano Alves Costa, Irã Pinheiro Neiva, Jeferson Mateus Dariva.........................................................................................................................................................135

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO FERTIRRIGADO COM DIFERENTES DOSES DE BIOFERTILIZANTE DE ESTERCO BOVINO

Gabriel dos Santos Cardos, Lauane Oliveira Freire, Victor Aguiar Freitas, Natalino Martins Gomes, Adriene Matos dos Santos ........................................................................................................................138

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO PÓS-TRANSPLANTIO DE HÍBRIDOS DE ATEMOIA GEFNER E THOMPSON

Hebert Camilo Nunes Silva, Larissa Cristine Carneiro Araujo, Ivan Carlos Carreiro Almeida, Dilermando Dourado Pacheco, José Eduardo Almeida Teixeira ..................................................................................141

DESIDRATANDO PARA CONSERVAR: UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO PARA FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA E SUSTENTABILIDADE DE GRUPOS COMUNITÁRIOS

Gleison Mariano Silva Costa, Luana Lara de Aparecida Carneiro Araújo, Everton Lopes Guimarães..................................................................................................................................................144

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III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

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DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA A PARTIR DE DADOS DE TEMPERATURA MÁXIMA E MÍNIMA

Juscelina Arcanjo dos Santos, Alice Soares Brito, Marcelo Rossi Vicente, Ronaldo Medeiro dos Santos.........................................................................................................................................................146

DIFERENTES DOSAGENS E FORMULAÇÕES DE OSMOCOTE® PARA O CRESCIMENTO INICIAL EM VIVEIRO DE Peltophorum dubium (SPRENG) TAUB

Mateus Felipe Quintino Sarmento, Tiago Reis Dutra, Marília Dutra Massad, Jessica Costa de Oliveira, Priscila Matos Silva, Janny Kelly Ramires Souza, Romulo Ewerton Gomes Sousa, Rosineide Alves dos Reis ...........................................................................................................................................................149

DIVERSIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE MATA CILIAR DA BARRAGEM DE SALINAS/MG

Izabella Luzia Silva Chaves, Romulo Ewerton Gomes Sousa, Renan Alves Santos, Janny Kelly Ramires Souza, Érika Susan Matos Ribeiro, Brender Antônio de Souza Otoni, Kyara Lauanna Rodrigues, Santina Aparecida Ferreira Mendes, Vinícius Orlandi Barbosa Lima...................................................................152

EFEITO DA QUALIDADE SANITÁRIA NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE GIRASSOL

Natan Mendes Fonseca, Maria Ranielle Viera da Silva, Luana da Silva Botelho, Francisco Bezerra, Rildo Araújo Leite...............................................................................................................................................155

EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE CAMA SOBREPOSTA NO DESEMPENHO DE SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO E O IMPACTO SOBRE A CARGA PARASITÁRIA

Larissa Alves Matos, Leonarda Rocha Magalhaes, Arthur Almeida Tupy, Vanessa Paulino da Cruz Vieira, Antônio Roque Sarmento de Oliveira ........................................................................................................158

EFEITO DE DIFERENTES PROPORÇÕES DE SUBSTRATO ORGÂNICO NO ESTABELECIMENTO DE MUDAS DE Dipterix alata vog (BARU)

Lilian Aparecida Pereira de Almeida, Franciele Cezar Silva Moura, Gabriel Müller Valadão, Francisco Valdevino Bezerra Neto, Chirles Rosa Ramos, Thays Morato Lino........................................................161

ENSAIO DE APODRECIMENTO CONTROLADO DE E. cloeziana E E. urophyllax E. Grandis DE PLANTIOS DA REGIÃO NORTE DE MINAS GERAIS

Rian Guilherme Correa Montalvão, Artur Oliveira Cavalcanti, Jéssica Martins Bitencourt, Alisson Alves Ribeiro, Wagner Patrício de Sousa Júnior ................................................................................................164

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ENTOMOLOGIA DIDÁTICA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA EM ESCOLAS ESTADUAIS NO MUNICÍPIO DE JANUÁRIA, NORTE DE MINAS GERAIS

Laís Gonçalves Martins, Naiara Ferreira da Silva, Valdeir Celestino dos Santos Júnior, José Wilson Ferreira Bispo, Renildo Ismael Félix da Costa .........................................................................................167

ESTUDO DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA EM UM TRECHO URBANO DA VEGETAÇÃO CILIAR DO RIO SALINAS

Renan Alves Santos, Érika Susan Matos Ribeiro, Romulo Ewerton Gomes Sousa, Izabella Luzia Silva Chaves, Janny Kelly Ramires Souza, Santina Aparecida Ferreira Mendes, Vinicius Orlandi Barbosa Lima...........................................................................................................................................................170

ESTUDO DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DO CERRADO NO PARQUE ESTADUAL LAPA GRANDE EM MONTES CLAROS/MG

Adriana Aparecida Moreira, César Vinícius Mendes Nery, Jhonatas Moreira Neri.................................173

ESTUDO MULTITEMPORAL DO DESMATAMENTO DO CERRADO NA MICRORREGIÃO DE MONTES CLAROS-MG POR MEIO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO

Willyan Caldeira Corte, César Vinícius Mendes Nery, Fernanda Ribeiro Lima.......................................176

FLORESCIMENTO NATURAL DE ABACAXIZEIRO EM FUNÇÃO DE VARIEDADES E DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Eduardo De Sousa Mathias, João Víctor Santos Guerra, Vinícius Lopes De Melo, Dilermando Dourado Pacheco......................................................................................................................................................179

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DO GÊNERO Chrysoperla EM POMAR DE GOIABA (Psidium

guajava L.) NO NORTE DE MINAS GERAIS

Valdeir Celestino dos Santos Junior, Renildo Ismael Felix Costa, Lais Gonçalves Martins, José Wilson Ferreira Bispo, Lucas Haislan Santos Azevedo.........................................................................................182

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ATEMÓIA (Annona acherimola MILL. X A. squamosa L.) SUBMETIDAS A TRATAMENTOS COM ÁCIDO GIBERÉLICO (GA3) E ETHEPHON

Hebert Camilo Nunes Silva, Larissa Cristine Carneiro Araujo, Ivan Carlos Carreiro Almeida, Dilermando Dourado Pacheco, José Eduardo Almeida Teixeira, Helena Aparecida Viana De Souza.......................185

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IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA DO RIO BANANAL, SALINAS - MG

Jade Adrinely Martins Corsino, Maria Clara Oliveira Durães, Ronaldo Medeiros dos Santos..................188

ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES FRUTÍFERAS DO CERRADOPLANTADAS UTILIZANDO POLÍMERO HIDROABSORVENTE

Franciele Cezar Silva Moura, Gabriel Müller Valadão, Rafael Rodrigues de Faria, Tiago dos Santos Cassimiro, Maria Isabel Dantas Rodrigues Valadão, Reginaldo Proque..................................................191

INFLUÊNCIA DE SUBSTRATOS NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE Myracroduon urundeuva

fr.ALL.

Rafaela Letícia Ramires Cardoso, Vinicius Orlandi Barbosa Lima, Juscelina Arcanjo dos Santos, Hugo Henrique Cardoso Salis..............................................................................................................................194

INFLUÊNCIA DO EXTRATO PIROLENHOSO NO DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO DE PLANTAS DE MILHO EM ARINOS/MG

Renato Rodrigues Nunes, Bruno Gonçalves de Oliveira, Yuri Vinicius Batista, Jose Francisco Teixeira Pitangui, Rildo Araújo Leite, Francisco Valdevino Bezerra Neto, Luana da Silva Botelho, Hilton Galvão, Juliana Maria Nogueira Pereira, Inácio Barbosa Borges, Roberto Lúcio Corrêia de Freitas, Aelejancer Barbosa Macedo, Diorny da Silva Reis ....................................................................................................197

INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE CULTIVO EM ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM LATOSSOLO

Vinícius Rezende da Silva, André Luiz Pereira da Silva, Alisson Macendo Amaral, Francisco Valdevino Bezerra Neto..............................................................................................................................................200

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO ESTRATO ARBÓREO DE DOIS REMANESCENTES DE FLORESTA CILIAR DO RIO BANANAL, SALINAS - MG

Mariana Caroline Moreira Morelli, Maria Clara Oliveira Durães , Hugo Henrique Cardoso de Salis, Juscelina Arcanjo dos Santos ....................................................................................................................203

MAPEAMENTO DE USO E COBERTURA DO SOLO DE UMA SUB-BACIA DO RIO PARDO, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO PARAÍSO –MG

Felipe Matheus Ferreira Chagas, Ronaldo Medeiros dos Santos, Hugo Henrique Cardoso de Salis, Mariana Caroline Moreira Moreli, Rafaela Letícia Ramires Cardoso, Marcelo Rossi Vicente, Vinícius Orlandi Barbosa Lima..............................................................................................................................................206

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MAPEAMENTO DETALHADO DO USO/COBERTURA DA TERRA PARA A BACIA DO RIO PARDO, MINAS GERAIS

Isaac Alves Oliveira, Marcelo Rossi Vicente, Ronaldo Medeiro dos Santos, Romulo Ewerton Gomes Sousa, Izabella Luzia Silva Chaves, Leiliane Pereira Cruz, Vinícius Orlandi Barbosa Lima, Wagner Patrício de Sousa Júnior.............................................................................................................................209

MERCADO DE OLERÍCOLAS FRESCAS NO MUNICÍPIO DE ARINOS - MG

Gabriela Cássia da Silva Lopes, Vitória Teixeira Rodrigues, Adriane Fernandes Rocha, Mariana Ruela Armond, Juliana Maria Nogueira Pereira, Hilton Lopes Galvão...............................................................212

NUTRIÇÃO POTÁSSICA E MAGNESIANA EM BANANEIRA, CULTIVAR NANICA, IRRIGADA COM ÁGUA SUBTERRÂNEA NO NORTE DE MINAS GERAIS

Kivison Raysllan Ferreira Sobral, Valéria de Oliveira Pinto, Dilermando Dourado Pacheco, Sérgio Ferreira Alcântara, Cleber Gonçalves Brito..............................................................................................................215

OCORRÊNCIA DE CISTICERCOSE BOVINA E SUÍNA EM MATADOURO SOB INSPEÇÃO MUNICIPAL EM SALINAS, MINAS GERAIS

Leonarda Rocha Magalhaes, Flaviana Antunes Sousa, Antônio Roque Sarmento de Oliveira, Vanessa Paulino da Cruz Vieira...............................................................................................................................218

PERFIL HEMATOLÓGICO DE CAVALOS DA RAÇA QUARTO DE MILHA SUBMETIDOS À COMPETIÇÃO DE TEAM PENNING

Maria Vitória Gonçalves Pereira Jatobá, Kayo Elisiário Pereira Mato, Cirilo Henrique de Oliveira, Leonardo Lara e Lanna..............................................................................................................................221

PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS FEIRANTES AGRICULTORES FAMILIARES DA FEIRA LIVRE DE ARAÇUAÍ/MG.

Heloisa Laura das Chagas Ribeiro, Luane Stefane Miranda Santos, Andressa Silva Santos, Adriene Matos dos Santos, Natalino Martins Gomes ........................................................................................................224

PERFILHAMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM JANUÁRIA/MG

Hadson Jose Neves Porto Viana, Eduardo de Sousa Mathias, Denilson Cleverson Macedo, Fabio Martins de Carvalho, Aroldo Gomes Filho.............................................................................................................227

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Realização IFNMG – Campus Januária – Mar. – 2014

PRODUÇÃO DE BIOFERTILIZANTE OBTIDO POR DIGESTÃO ANAERÓBIA DE ESTERCO

Rodrigo Nogueira Martins, Viktor Kayro Souza Santos, Willyan Caldeira Corte,Claudio Gomes da Silva, Fabricio Guedes Mendonça, Danilo Pereira Ribeiro.................................................................................230

PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA EM ESTRUTURAS REPRODUTIVAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO IRRIGADO E CULTIVADO SOB DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS NO NORTE DE MINAS GERAIS

João Víctor Santos Guerra, Orlando Gonçalves Brito, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues, Ygho Jacson Muniz de Assis, Leonardo Angelo Aquino, Valdeir Celestino dos Santos Junior, Maurício Ferreira Lopes......................................................................................................................................................... 233

PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA EM ESTRUTURAS VEGETATIVAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO IRRIGADO E CULTIVADO SOB DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS NO NORTE DE MINAS GERAIS

João Víctor Santos Guerra, Orlando Gonçalves Brito, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues, Ygho Jackson Muniz, Leonardo Angelo Aquino, Dilermando Dourado Pacheco, Luiz Antônio Gonçalves Silva,

Breno Thiago Teixeira Mendes.................................................................................................................236

PRODUÇÃO DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE REDUÇÃO FOLIAR

Jéssica Costa de Oliveira, Tiago Reis Dutra, Marília Dutra Massad, Priscila Silva Matos, Mateus Felipe Quintino Sarmento.....................................................................................................................................239

PRODUTIVIDADE DE MATÉRIA FRESCA E MATÉRIA SECA DE GRAMÍNEAS CULTIVADAS EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Cláudio Gomes Silva, Rodrigo Nobre Santana, Marcus Vinícius Araújo Marques, Danilo Pereira Ribeiro........................................................................................................................................................242

PRODUTIVIDADE DE SILAGEM DE MILHO VARIEDADE DE PORTE BAIXO NO MUNICÍPIO DE ARINOS-MG EM SISTEMA SAT

Sidney Junior Gomes Dos Santos, Fabiana Figueiredo Vargas , Daniel Durães Diniz , Caio Augusto Rodrigues Barbosa , Renato Rodrigues Nunes, Bruno Gonçalves de Oliveira, Yuri Vinicius Batista³ Rildo Araújo Leite, Marlene Rodrigues Mendes, Francisco Valdevino Bezerra Neto, Hilton Lopes Galvão, Reginaldo Proque, Gabriel Muller Valadão, Luana da Silva Botelho.......................................................246

“PROJETO FARMÁCIA VIVA”- IMPLANTAÇÃO DE UM HORTO DE PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE ARINOS-MG

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Realização IFNMG – Campus Januária – Mar. – 2014

Fabiana Figueiredo Vargas, Sidney Junior Gomes Dos Santos, Caio Augusto Rodrigues Barbosa, Daniel Durães Diniz, Rildo Araújo Leite, Marlene Rodrigues Mendes, Francisco Valdevino Bezerra Neto, Hilton Lopes Galvão, Reginaldo Proque, Gabriel Muller Valadão, Luana da Silva Botelho, Josedir Lopes de Araújo........................................................................................................................................................248

QUALIDADE ESPERMÁTICA DO SÊMEN SUÍNO DILUÍDO EM ÁGUA DE COCO IN

NATURA E TAXA DE NATALIDADE

Benedito Teixeira dos Santo, Jessica Nascimento Mendes, Wellington Ferreira Oliveira, Antônio Roque Sarmento de Oliveira ................................................................................................................................251

REMOÇÃO DE NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO EM Brachiaria humidícula EM UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO POR RAMPA DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Marcus Vinícius Araújo Marques, Rodrigo Nobre Santana, Cláudio Gomes Silva, Idemar Magalhães dos Passos, Danilo Pereira Ribeiro ..................................................................................................................254

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE REDUÇÃO FOLIAR

Priscila Silva Matos, Tiago Reis Dutra, Marília Dutra Massad, Jéssica Costa de Oliveira, Mateus Felipe Quintino Sarmento.....................................................................................................................................258

SANIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE PEQUI (Caryocar brasiliense

CAMB) E BARU OU CUMARU (Dipteryx alata): ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO CERRADO BRASILEIRO

Ivo dos Reis Quintal de Brito, Caique da Conceição Santos, Luana da Silva Botelho, Gabriel Müller Valadão .....................................................................................................................................................261

SELEÇÃO DE CULTIVARES DE ALFACE ÀS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE ALMENARA-MG

Luana da Silva Santos, Túlio Botelho Kastro, Caetano Alves Costa, Irã Pinheiro Neiva, Jeferson Mateus Dariva.........................................................................................................................................................264

SEVERIDADE DA MANCHA BACTERIANA DE TOMATEIRO INDUSTRIAL SUBMETIDO À ACIBENZOLAR-S-METIL EM DIFERENTES INTERVALOS DE APLICAÇÃO

Maricélia Costa Pacheco, Flavia Caroline Torres Rodrigues, Marileide Moreira Costa, Luana Ferreira de Almeida, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues ...................................................................................267

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SEVERIDADE DA MANCHA BACTERIANA E PRODUTIVIDADE DE TOMATEIRO INDUSTRIAL COM O USO DE ACIBENZOLAR-S-METIL EM DIFERENTES INTERVALOS DE APLICAÇÃO

Flávia Caroline Torres Rodrigues, Marileide Moreira Costa, Pedro Guilherme Martins Rodrigues, Maricelia Costa Pacheco, Rayane Castilho Fernandes, TatianaTozzi Martins Souza Rodrigues...................................................................................................................................................270

SUBSTRATOS E DOSES DE NITROGÊNIO NO CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE Triplaris gardneriana WEDD.

Leandro Dias de Oliveira, Renan Alves Santos, Janny Kelly Ramires Souza , Romulo Ewerton Gomes Sousa, Érika Susan Matos Ribeiro, Izabella Luzia Silva Chaves, Vinícius Orlandi Barbosa Lima...........................................................................................................................................................273

TÉCNICAS ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO PARA QUEBRA DE DORMÊNCIA DO PEQUI (Caryocar brasiliense CAMBESS)

Lídicy Macedo Tavares, Heron Walmor Santos Cruz, Alexandre Petusk Filipe......................................276

TRANSFERÊNCIA E ADAPTAÇÃO DA TECNOLOGIA DO CARNEIRO HIDRÁULICO DE GARRAFA PET NO BAIXO JEQUITINHONHA-MG

Iraiane Oliveira Rodrigues, Felipe Alves de Oliveira, Ricardo de Matos Silva, Vico Mendes Pereira Lima...........................................................................................................................................................278

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS SIMPLIFICADOS PARA A ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA TAIOBEIRAS –MG

Glauson Wesley Lacerda Dutra, Pedro Henrique de Melo Rocha, Alice Soares Brito, Juscelina Arcanjo dos Santos, Alessandro Almeida Mendes, Marcelo Rossi Vicente ...........................................................281

UTILIZAÇÃO DE SILAGEM DE CAPIM-MOMBAÇA (Panicum maximum JACQ.) PARA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS NO VALE DO JEQUITINHONHA

Matheus Gobira Lacerda, Leandro Mendes Brito, Emille Xavier Cordeiro, Danrlei Lopes de Oliveira, Joan Brálio Mendes Pereira Lima ......................................................................................................................284

UTILIZAÇÃO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL EM MONTES CLAROS/MG

César Vinícius Mendes Nery, Adriana Aparecida Moreira, Willyan Caldeira Corte, Fernanda Ribeiro Lima...........................................................................................................................................................287

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VALOR NUTRITIVO DO BAGAÇO DE CANA AMONIZADO COM DIFERENTES DOSES DE UREIA

Dermeval Magalhães Guedes Júnior, Bianca Matos Pereira , Charles Bernardo Buteri, Rogério Mendes Murta, Fabiano Matos Pereira ...................................................................................................................290

WEB SITE PARA DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA ATRAVÉS DE DADOS DE TEMPERATURA PARA O ALTO RIO PARDO E VALE DO JEQUITINHONHA

Alice Soares Brito, Juscelina Arcanjo dos Santos, Marcelo Rossi Vicente , Eduardo Romam Albuquerque, Ronaldo Medeiros dos Santos ...................................................................................................................293

Área Temática: Ciências Biológicas

AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE MICRONÚCLEOS EM ALGUMAS ESPÉCIES DE PEIXES DO RIO SÃO FRANCISCO EM JANUÁRIA/MG

Lucélia Sandra S. Barbosa Braga, Maria Rosilene A. Damasceno, Vitor Hugo Henrique de Almeida, José Ermelindo A. Damasceno.........................................................................................................................297

CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTORES ARTESANAIS DE QUEIJO COZIDO NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS/MG E DA MICROBIOTA LÁCTICA COM POTENCIAL DE APLICAÇÃO TECNOLÓGICA

Rafael Santana Mendes, Gabriela Silveira da Silva, Derek Ferreira Freitas, Thiago Moreira dos Santos........................................................................................................................................................300

ECOLOGIA DO RIO SALINAS: SEU USO, DESUSO E MAPEAMENTO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

Aline Tátila Ferreira, Filipe Vieira Santos de Abreu, Ronaldo Medeiros dos Santos..............................303

ECOMORFOLOGIA ALIMENTAR DE DUAS ESPÉCIES DE LAMBARI Astyanax Bimaculatus E Astyanax Scabripinnis DO RIO ARAÇUAÍ, BACIA DO RIO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS

Camila Souza de Matos, Laura Oliveira Freire, Larissa Fernandes Reis, Joaquim Neto de Sousa Santos........................................................................................................................................................306

IMPACTO AMBIENTAL DA RODOVIA BR-367 SOBRE OS VERTEBRADOS SILVESTRES NA REGIÃO ENTRE ITINGA E ARAÇUAÍ, MÉDIO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS, BRASIL

Ana Maisa Viana, Gleiciene Oliveira Santos, Joaquim Neto de Sousa Santos........................................309

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ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E BIOQUÍMICA DAS BACTÉRIAS ÁCIDO-LÁCTICAS DE QUEIJOS COZIDOS COMERCIALIZADOS NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS, MINAS GERAIS

Gabriela Silveira da Silva, Derek Freitas Ferreira, Rafael Santana Mendes, Leonarda Rocha Magalhães, Thiago Moreira dos Santos.......................................................................................................................312

USO OTÓLITOS SAGITTAE PARA DISCRIMINAÇÃO DOS LAMBARIS Astyanax Bimaculatus

E A. Scabripinnis (Characidae) DO RIO ARAÇUAÍ, BACIA DO RIO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS

Larissa Fernandes Reis, Laura Oliveira Freire, Camila Souza de Matos, Joaquim Neto de Sousa Santos........................................................................................................................................................315

Área Temática: Ciências da Saúde

A CONSTRUÇÃO DE UM BLOG COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E DE COMBATE AO MOSQUITO DA DENGUE (Aedes Aegypti) EM SALINAS –MG

Ygor Jardell Pereira Cangussú, Washington Matheus Lacerda, Ronaldo Medeiros dos Santos, Filipe Vieira Santos de Abreu.............................................................................................................................319

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO DE MULHERES INTERNADAS NO HOSPITAL MUNICIPAL DE JANUÁRIA

Adriele Gomes Lima Oliveira, Patrícia de Sousa Fernandes, Thatiane Lopes Oliveira..........................322

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO DO MOSQUITO Aedes Aegypti EM DOIS BAIRROS DE SALINAS – MG, E SUA IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NAS AÇÕES DE COMBATE À DENGUE – 2013/2014

Jéssica Coutinho Silva, Ana Luísa Santana Ferreira, Gesline Ferreira Guimarães, João Paulo Brito Siqueira, Rejane Teixeira da Silva, Valdinara dos Santos, Filipe Vieira Santos de Abreu......................325

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ENTEROPARASITOS EM QUATRO BAIRROS DO MUNICÍPIO DE SALINAS –MG

Felipe Augusto Soares, Andressa Souza Xavier, Fabíola Mendes dos Santos, Cirilo Henrique de Oliveira, Filipe Vieira Santos de Abreu...................................................................................................................328

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O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS MENINGITES DE CAUSA INFECCIOSA

Karla Jaciara Vieira Damaceno, Haline Falcão de Ornelas, Patrícia de Sousa Fernandes, Vanessa Rodrigues Buglio Magalhães, José Orlando Mendes de Almeida ............................................................331

OCORRÊNCIA DE CISTICERCOSE BOVINA E SUÍNA EM MATADOURO, SOB INSPEÇÃO MUNICIPAL EM SALINAS, MINAS GERAIS

Luana Brenda Dias de Oliveira,Leonarda Rocha Magalhaes, Ellen Cristinne Ferreira Costa, Flaviana Antunes Sousa, Vanessa Paulino Vieira Rodrigues ................................................................................334

OCORRÊNCIA DE CISTICERCOSE BOVINA E SUÍNA EM MATADOURO, SOB INSPEÇÃO MUNICIPAL EM SALINAS, MINAS GERAIS

Ellen Cristinne Ferreira Costa, Luana Brenda Dias De Oliveira, Leonarda Rocha Magalhaes, Flaviana Antunes Sousa, Antônio Roque Sarmento de Oliveira, Vanessa Paulino Vieira Rodrigues....................336

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM TUBERCULOSE PULMONAR EM UMA CIDADE DO NORTE DE MINAS GERAIS

Haline Falcão de Ornelas, Karla Jaciara Vieira Damaceno, Camila de Abreu Bomfim..........................338

SITUAÇÃO VACINAL CONTRA HEPATITE B EM ADOLESCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO

Thais Diamantino Pereira de Sena, Thatiane Lopes Oliveira, Patrícia de Sousa Fernandes....................341

UTILIZAÇÃO DE GEORREFERENCIAMENTO COMO FERRAMENTA DE CONTROLE DO MOSQUITO DA DENGUE (Aedes Aegypti) EM SALINAS –MG

Washington Matheus Lacerda, Ygor Jardell Pereira Cangussú, Ronaldo Medeiros dos Santos, Filipe Vieira Santos de Abreu .......................................................................................................................................343

Área Temática: Ciências Exatas

ANÁLISE DE DESEMPENHO E CALIBRAÇÃO DA ROSCA ALIMENTADORA E DO SOPRADOR DE UMA PLANTA PNEUMÁTICA PARA ENSAIOS COM CICLONE FILTRANTE

Gustavo Martins Oliveira, Raissa Costa de Oliveira, João Carlos Gonçalves...........................................347

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE FLUIDODINÂMICA COMPUTACIONAL NO ESTUDO DE

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CICLONES FILTRANTES

Raissa Costa de Oliveira, Gustavo Martins Oliveira, João Carlos Gonçalves.........................................350

COLETA E TRATAMENTOS PRELIMINARES DE AMOSTRAS DE SOLOS PARADETERMINAÇÃO DE SELÊNIO

Catarina Mares Pinheiro Mayra Marques de Sousa, Roberta Pereira Matos, Vico Mendes Pereira Lima..........................................................................................................................................................353

INTEGRAÇÃO NUMÉRICA UTILIZANDO O SCILAB

Alan Oliveira da Silva, Tatiane Reis Amaral, Neila M. Gualberto Leite.................................................356

PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS PARA O GERENCIAMENTO DE DADOS CADASTRAIS DE IMÓVEIS URBANOS E CÁLCULO AUTOMÁTICO DO IPTU PARA A CIDADE DE SALINAS –MG

Karoline Rodrigues Costa, Ronaldo Medeiros dos Santos, Hugo Henrique C. de Salis, Rafaela Letícia Ramires Cardoso, Felipe Matheus F. Chagas, Victória Janaína P. Mendes, Karen Bethania R. Messias, Talita Moreira Câmara, Leiliane Pereira Cruz, Liliane Pereira Cruz3, Danyélly Távellyn Oliveira Galvão.......................................................................................................................................................358

Área Temática: Ciências Sociais e Humanas

A CONCORDÂNCIA VERBAL NO PORTUGUÊS FALADO DO NORTE DE MINAS GERAIS Camila Oliveira Reis, João Pedro Silva Gomes, Patrícia Stefanelli Conceição, Joaquina Aparecida Nobre da Silva ....................................................................................................................................................362

A EVASÃO NOS CURSOS DE LICENCIATURA DO INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS SALINAS

Bruna Mendes Oliveira, Elias J Carvalho Neto, Fernando Barreto Rodrigues, Hellen Vivian Moreira dos Anjos.........................................................................................................................................................365

A EVASÃO NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA E LICENCIATURA EM FÍSICA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE MINAS GERAIS, IFNMG-CAMPUS JANUÁRIA

Ellen Martins Silva, Neila M. Gualberto Leite, Tatiane Reis do Amaral, Maria Eva Freire de Alkimim....................................................................................................................................................368

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A INTERSUBJETIVIDADE DO PROTAGONISTA DA OBRA O MÉDICO E O MONSTRO, DE ROBERT LOUIS STEVENSON

Victor Felipe da Silva Ferreira, Málter Dias Ramos................................................................................372

A LUTA GERAIZEIRA: TERRITORIALIDADE E MEIO AMBIENTE

Luiz Antônio Teixeira Neto, Hélio Fernandes Ferreira Filho, Rogério Alves de Amorim, Fabiano Rosa de Magalhães.................................................................................................................................................374

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PERCEPÇÃO AMBIENTAL ENTRE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE ITAOBIM-MG

Carlos Alberto Pinheiro Carmona, Carla Pereira Silva ...........................................................................377

GUARDIÕES DO CERRADO: QUESTÃO TERRITORIAL E IDENTIDADE DOS GERAIZEIROS DO ALTO RIO PARDO – NORTE DE MINAS GERAIS

Hélio Fernandes Ferreira Filho, Luiz Antônio Teixeira Neto, Fabiano Rosa de Magalhães, Rogério Alves de Amorim................................................................................................................................................380

INCLUSÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL: ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DAS GESTORAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SALINAS-MG

Danielly Pinheiro Gusmão Souza, Ricardo Magalhães Dias Cardozo.....................................................383

MAPEAMENTO E DIAGNÓSTICO DOS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS DO MUNICÍPIO DE JANUÁRIA ACOMPANHADOS PELA CÁRITAS E ANÁLISE DOS SEUS PROCESSOS DECISÓRIOS NA PERSPECTIVA DA GESTÃO SOCIAL Daniele Magalhães Neres, André Aristóteles da Rocha Muniz................................................................386

O ANTI-RACISMO NA EDUCAÇÃO E OS DEZ ANOS DA LEI 10.639/2003: ORALIDADE, IDENTIDADES, MEMÓRIA E OS DESAFIOS DA ERRADICAÇÃO DO RACISMO EM PIRAPORA-MG

Ricardo Tadeu Barbosa., Ana Luiza Daruich Almeida, Gilbert Uriel Braga Fernandes, Talila Swelen Prudêncio Santos.......................................................................................................................................389

OPINIÃO DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SALINAS-MG SOBRE O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO ENSINO Danielly Pinheiro Gusmão Souza, Fredy Coelho Rodrigues....................................................................391

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O PORTUGUÊS FALADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Joaquina Aparecida Nobre da Silva, Camila Oliveira Reis, Flávya Muniz Souza, Ítalo Duque Chamone Farago, Jéssyka Cardoso dos Passos, João Pedro Silva Gomes, Patrícia Stefanelli Conceição...............394

PREENCHIMENTO DO SUJEITO NO PORTUGUÊS FALADO EM PIRAPORA E MICRORREGIÃO

Jéssyka Cardoso dos Passos, Flávya Muniz Souza, Ítalo Duque Chamone Farago, Joaquina Aparecida Nobre da Silva..........................................................................................................................................397

Área Temática: Informática

AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE RENOVAÇÃO DE MATRÍCULAS NO IFNMG CAMPUS JANUÁRIA

André Fellype Matos Mota, Hélder Seixas Lima.....................................................................................401

COMPARATIVO TÉCNICO ENTRE TECNOLOGIAS DE BANCO DE DADOS: RELACIONAL, NOSQL E NEWSQL

Aricélio de Souza Fernandes, Petrônio Cândido Lima e Silva.................................................................404

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE METODOLOGIAS DE MODELAGEM DE DADOS PARA DATA WAREHOUSE: MER, MODELAGEM DIMENSIONAL E DATA VAULT

Aline Ferreira da Conceição, Petrônio Cândido de Lima e Silva.............................................................407

IMPLANTAÇÃO DE UMA INFRAESTRUTURA DE BUSINESS INTELLIGENCE NO IFNMG BASEADO EM COMPONENTES DE CÓDIGO ABERTO

Rodrigo Azevedo Martins, Maike Jordan Rodrigues da Silva, Petrônio Cândido de Lima e Silva.........410

NÚMEROS INTEIROS APLICADOS À CRIPTOGRAFIA DE DADOS

Jhony Rodrigues Aguilar, Jamille Lisboa Silva, João Victor Quaresma, Sarah Botelho Moreira, Samuel Chaves Dias..............................................................................................................................................413

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OTIMIZAÇÃO DO PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS COMPACTAS Matheus Henrique de Oliveira Aguiar, Thais Sales Gonçalves, Douglas Ângelo Teixeira, Luís Antônio Guisso.......................................................................................................................................................415

PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE TORRES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO Endi Daniel Coelho Silva, Douglas Angelo Teixeira, Luis Antônio Guisso Lopes.................................417

REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS: UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO PARA A INCLUSÃO DIGITAL E CORRETA DESTINAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA DO INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS, CAMPUS JANUÁRIA

Caroline Batista Gonçalves Dias, Ailton Rodrigues Oliveira, Thiago Silva Miranda.............................409

USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO EM ATIVIDADES EDUCACIONAIS EXTRACLASSE DO IFNMG – CAMPUS ARAÇUAÍ

Pedro Silva Marques, Breno Chaves Santos, Jeancarlo Campos Leão....................................................422

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Ciências Agrárias

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ACÚMULO DE FÓSFORO E POTÁSSIO EM SOLO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL CULTIVADO COM Brachiaria

humidicula

Rodrigo Nobre Santana1, Marcus Vinícius Araújo Marques1, Cláudio Gomes Silva2, Danilo Pereira Ribeiro3

1Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG - Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected], [email protected] 2Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG – Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica do PROBIC/IFNMG. E-mail: [email protected] 3Agrônomo, Prof. M.Sc. do IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected] Resumo: O sistema de tratamento em rampas de escoamento superficial além de apresentar baixo custo de operação e manutenção pode apresentar eficiência de tratamento satisfatória, desde que seja manejado adequadamente. Para avaliar o acumulo de P e K, num solo de rampas de escoamento superficial para tratamento de esgoto doméstico, cultivado com Brachiaria humidicula, foram coletadas 24 amostras de solo na profundidade de 0-20 cm ao longo da rampa. Após as análises laboratoriais constatou-se que as concentrações de P e K nas rampas são consideravelmente altas, sendo maiores para o P o que pode estar relacionado à sua menor mobilidade. As concentrações dos dois nutrientes foram maiores no final da rampa. Palavras–chave: água residuária, rampa de escoamento, tratamento de efluente.

Introdução O tratamento dos esgotos é realizado com o objetivo de evitar a degradação e o desperdício dos recursos hídricos, tornando-se nos últimos tempos uma questão prioritária no Brasil. Assim, a busca por tecnologias mais eficientes nos aspectos econômicos e ambientais e aplicáveis às comunidades urbanas e rurais é necessária para que a sociedade alcance o equilíbrio no uso da água, garantindo condições saudáveis de utilização deste recurso tão importante (Tonetti et al., 2005). De acordo com Matos (2006) o método de tratamento de águas residuárias (AR) por escoamento superficial pode satisfazer essa necessidade, pois apresenta baixo custo de implantação, operação e manutenção e também, boa eficiência de remoção da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), sólidos suspensos (SS), nitrogênio (N) e fósforo (P). Devido a sua elevada eficiência de tratamento pode ser utilizado também para o tratamento de AR agroindustriais (Matos, 2006). No sistema de tratamento por escoamento superficial a AR é lançada a montante de uma rampa vegetada, com inclinação comumente variando de 2 a 8%. À medida que o efluente percola no solo, uma grande parte evapora, parte infiltra e o restante é coletado por canaletas localizadas no final da rampa. A vegetação presente na área, além de ser responsável pela maximização da infiltração e redução da evaporação e erosão, fornecerá aos microrganismos um meio de suporte aonde esses irão se estabelecer e contribuir para o tratamento. Devido à grande quantidade de água e nutrientes, a vegetação terá alto crescimento, necessitando de poda frequente (Matos, 2006). A remoção de fósforo envolve diversos mecanismos como adsorção, precipitação química, imobilização na forma de compostos orgânicos na camada de lodo biológico e absorção pelas plantas. A remoção deste nutriente do sistema de tratamento é favorecida pela corte e remoção da vegetação. Com isso, a maior freqüência de corte contribui para reduzir a salinidade do solo, pois aumenta a remoção de P e outros nutrientes e elementos químicos que também podem ser absorvidos pela planta (Payer, F. S.; Weil, R. R. apud Tonetti, 2009).

Material e MétodosO trabalho foi desenvolvido na ETE da Copasa em Januária, constituída por um sistema com Reator

Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) seguido de disposição em rampas de escoamento superficial vegetada com Brachiaria (Figura 1).

Foram coletadas 24 amostras de solo a profundidade de 0-20 cm em pontos distribuídos de forma a uniformizar o espaço amostral na rampa (Figura 2). Após a coleta, as amostras foram levadas para o laboratório de análise de solos do IFNMG, Campus Januária, onde foram secas ao ar e submetidas às análises de colorimetria para determinação do teor de fósforo e fotometria de chama para determinação do teor de potássio no solo. Para a análise dos dados e projeção dos perfis de distribuição dos teores nutricionais ao longo da área experimental foi utilizado o software Surfer versão 11.0.642.

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Figura 1Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (à esquerda), rampa vegetada com Brachiaria (à direita). Fonte:

Danilo Ribeiro, 2013.

Figura 2 Distribuição dos pontos amostrados na área de coleta.

Resultados e Discussão

Na Tabela 1 é possível observar a distribuição dos teores médios de P e K obtidos em cada comprimento de rampa amostrado. De modo geral percebe-se a menor concentração do elemento P e K no inicio da rampa. As concentrações de P no solo foram em média maiores que as de K. Esse resultado pode estar relacionado à menor mobilidade do P no solo o que pode estar contribuindo para o seu maior acúmulo. A remoção de fósforo envolve diversos mecanismos como adsorção, precipitação química, imobilização na forma de compostos orgânicos na camada de lodo biológico e remoção pela vegetação em seu metabolismo. De acordo com Payer e Weil (1987) citados por Tonetti et al. (2009), uma maior freqüência de corte na vegetação aumentava a remoção deste composto. Neste caso, tem-se que o fósforo passa a ser utilizado no metabolismo da planta durante seu crescimento, indicando que a remoção deste nutriente está ligada diretamente com a remoção da massa vegetal do sistema de tratamento. Os sistemas de tratamento por escoamento superficial não apresentam alta eficiência na remoção de fósforo. Wightman et al. (1983) citado por Fonseca (2007) observaram eficiência média de 23% e Loures (2002) observaram remoção de apenas 10%, o que contribui para o acúmulo desse elemento no sistema. Tabela 1 Valores médios de P e K no solo coletado ao longo do comprimento de rampas de escoamento

superficial cultivadas com Brachiaria. Comprimento (m) P (mg dm-3) K (mg dm-3)

5,25 1320,91 104,83 15,75 1584,70 92,17 26,25 2125,00 163,00 36,75 2324,85 221,33 Média 1838,86 145,33

CV (%) 140,5 63,4

Na Figura 3 é possível observar claramente a desuniformidade dos teores pontuais encontrados para o elemento P ao longo da rampa (Figura 3). Esse resultado pode estar relacionado a vários fatores como a formação de caminhos preferenciais, maior densidade do solo no início da rampa o que pode ser causado pelos sólidos suspensos que se depositam no início da rampa e contribuem para diminuir a infiltração nesse trecho.

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Figura 3 Perfil tridimensional (à esquerda) e vista superior (à direita) dos teores de P na área amostrada.

Assim como foi observado para o P, os valores obtidos para o elemento K também não apresentaram boa uniformidade ao longo da área experimental (Figura 4). As concentrações de K, com exceção do final da rampa, apresentarão pontos de maior concentração contrários aos observadas para o P. Esse resultado pode estar relacionado à diferença de carga dos íons, estando o P geralmente na forma de ânion e o K na forma de cátion. Assim as faixas com diferenças nas concentrações dos dois íons pode apresentar pH diferente, sendo mais básico onde ocorrem as maiores concentrações de K.

Figura 4 Perfil tridimensional (à esquerda) e vista superior (à direita) dos teores de K na área amostrada.

ConclusõesAs concentrações de P e K nas rampas são consideravelmente altas, sendo maiores para o P o que pode

estar relacionado à sua menor mobilidade. As concentrações dos dois nutrientes foram maiores no final da rampa.

AgradecimentosOs autores agradecem a FAPEMIG e ao IFNMG –CampusJanuária pela concessão das bolsas de iniciação

científica cedidas ao projeto, a Leonardo e Felipe pela colaboração e auxílio durante as análises laboratoriais e a COPASA de Januária pela cooperação com a pesquisa.

Literatura citada

FONSECA S. P. P. Avaliação de uma estação de tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial. Viçosa, MG: UFV, 2007. 143 p.Universidade Federal de Viçosa – MG, 2007. (Tese de Doutorado) LOURES, A. P. S. Modelos de remoção de parâmetros qualitativos em sistema para tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial utilizando o capim-coastcross (Cynodon dactylon (L.) Pers.). Viçosa – MG. 2002. (Tese de Mestrado)MATOS, A. T. de. Disposição de águas residuárias no solo. Engenharia na agricultura: Caderno Didático 38. Associação dos Engenheiros Agrícolas de Minas Gerais. Departamento de Engenharia Agrícola – UFV, Viçosa – MG. 2006. 138p. TONETTI, A. L. Tratamento de esgotos de pequenas comunidades pelo método do escoamento superficial no solo. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.13, p.69-79, Maio, 2009. TONETTI, A. L.; CORAUCCI FILHO, B.; STEFANUTTI, R.; FIGUEIREDO, R. F.; SÃO PEDRO, C. C. O. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, v.10, nº 3, 2005, p. 209-218.

500

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AJUSTE DE MODELOS HIPSOMÉTRICOS PARA DOIS CLONES DE Eucalyptus urograndis

Rafael Cristian Gomes da Costa1, Jéssica Costa de Oliveira2, Priscila Silva Matos2, Alice Soares Brito2,

Wagner Patrício de Sousa Júnior3, Vinícius Orlandi Barbosa Lima3

1Estudante do curso Técnico em Agropecuária– IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Jr. Email:[email protected] 2Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas.Email: [email protected];[email protected]; [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, Depto. Engenharia Florestal. Email:[email protected]; [email protected] Resumo:O objetivo deste trabalho foi ajustar diferentes equações hipsométricas para dois clones de Eucalyptus urograndis. Os clones avaliados são denominados de IC 144 (clone 1) e GG 100 (clone 2), cultivados para a produção de carvão vegetal. Foi utilizada a amostragem casual estratificada, com o lançamento de cinco parcelas quadradas de 400m² para cada povoamento. A partir dos dados de diâmetro à altura de 1,30m (DAP) de todas as árvores da parcela, medidas com fita métrica e, dos dados de altura medidos com hipsômetro, foram ajustadas as equações.O ajuste dos modelos foi altamente significativo (P<1%) pela análise de variância da regressão, sendo o maior valor de F calculado para o modelo de Curtis. Os valores de R², CV e a análise gráfica dos resíduos demonstraram a qualidade do ajuste realizado, indicando os modelos Curtis e Parabólico para os clones avaliados nas condições da amostragem. Palavras–chave: altura, equações, eucalipto

IntroduçãoO conhecimento e estudo sobre volume de árvores em povoamentos florestais é considerado um dos

fatores mais importantes quando se trata da estimativa do estoque de madeira para consumo dos vários setores industriais, assim como é requisito nos trabalhos de inventário e manejo florestal (FERREIRA et al., 2011).A determinação da altura das árvores em pé através de instrumentos é uma operação onerosa e sujeita a erros. Visando o aumento do rendimento dos inventários, procura-se medir a altura de algumas árvores nas parcelas e, através de relações hipsométricas, estimar as demais.

Apesar da eficiência de alguns modelos, eles nem sempre se ajustam a todas as espécies e condições, sendo recomendável testá-los por meio de estatísticas adequadas identificando o melhor para cada caso (THOMAS et al., 2006 citado por AZEVEDO et al., 2011). A escolha de equações é uma fase importante no trabalho do inventário florestal, já que qualquer erro de tendência na estimativa da altura e consequentemente do volume por árvore terá reflexos na estimativa da população, causando uma sub ou superavaliação da produção (CAMPOS et al., 1985 citado por AZEVEDO et al., 2011).

Com isto torna-se imprescindível o ajuste de equações hipsométricas para cada espécie e clone em cada localidade, considerando diferentes idades, espaçamentos e condições edafoclimáticas, visando principalmente a determinação dos modelos mais adequados para estimação de altura e volume em florestas plantadas. O objetivo deste trabalho foi ajustar diferentes equações hipsométricas para dois clones de Eucalyptus urograndis.

Material e Métodos Este estudo foi realizado a partir de dados de inventário florestal pré-corte de dois povoamentos de Eucalyptus urograndis localizados no município de Águas Vermelhas/MG. Os solos da região tem predominância do latossolo vermelho-amarelo distrófico e a declividade do terreno varia de plano a suave ondulado. O espaçamento entre árvores é de 2,8 por 3,5 metros e a adubação de base foi a mesma para os dois clones. Os clones avaliados possuem denominação de IC 144 (clone 1) e GG 100 (clone 2), plantados para a produção de carvão vegetal e ambos com idade de cinco anos. O método de inventário foi a amostragem casual estratificada, com o lançamento de cinco parcelas quadradas de 400m² para cada povoamento, com uma intensidade amostral de 1,2%para o clone 1 e 1,4% para o clone 2. A partir dos dados de diâmetro à altura de 1,30m (DAP) de todas as árvores da parcela, medidas com fita métrica e, dos dados de altura medidos com hipsômetro, foram ajustadas as equações. Os modelos hipsométricos foram escolhidos com base na recomendação das equações (CAMPOS & LEITE, 2006) para as estimativas de altura (Tabela 1).

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Tabela 1 Relação de equações utilizadas para estimativa das alturas. Equações hipsométricas

110ln −⋅+= DAPH ββ (Curtis)

DAPH lnln 10 ⋅+= ββ (Stofel)

DAPH ⋅+= 10 ββ (linha reta)

2210ln DAPDAPH ⋅+⋅+= βββ (parabólico)

Resultados e Discussão O ajuste dos modelos foi altamente significativo (P<1%) pela análise de variância da regressão, sendo o maior valor de F calculado para o modelo de Curtis em ambos os clones. De acordo com os valores de significância e do coeficiente de determinação (R²) foi possível notar um melhor ajuste para o Clone 1, ou seja, a variação na altura das árvores explicada pela variação diamétrica também pode ser influenciada pelo material genético. Os coeficientes de variação (CV) mostram a qualidade do ajuste com menor tendência que o erro padrão, pois ponderam os valores médios da variável dependente em seu cálculo. Neste sentido, o modelo de Curtis foi melhor ajustado para os dois clones (Tabela 2), onde obteve menor variação do erro em torno da média. Os modelos de Curtis e o Parabólico tiveram melhor ajuste para os dois clones, obtendo os maiores valores de R² e, CV muito próximos, podendo ser utilizados com maior precisão na obtenção indireta da altura para estes clones. Tabela 2 Valores dos coeficientes de determinação para o ajuste dos modelos hipsométricos e respectivos

coeficientes de variação.

ModeloClone 1 Clone 2

R² CV (%) R² CV (%)Curtis 0,6420 2,26 0,5402 2,27 Stofel 0,5930 2,41 0,5252 2,31 Linha reta 0,6002 5,67 0,4626 6,54

Parabólico 0,6219 2,33 0,5453 2,27 Os valores dos coeficientes de regressão ajustados (Tabela 3) obtiveram os mesmos sinais para os dois clones avaliados, mostrando para estes clones uma tendência de variação diretamente proporcional da altura em relação ao diâmetro das árvores, principalmente explicados pelos modelos Linha reta e Curtis. Tabela 3 Valores dos coeficientes de regressão do ajuste modelos hipsométricos para dois clones de

Eucalyptus urograndis.

Modelo Clone 1 Clone 2

0β 1β 2β 0β

1β 2β

Curtis 3,487330 -7,782051 - 3,286482 -5,745155 -

Stofel 1,224680 0,645640 - 1,476437 0,532592 - Linha reta 7,533349 0,796119 - 7,938681 0,709635 - Parabólico 1,162485 0,220115 -0,006668 1,510037 0,174087 -0,005474

A análise gráfica dos resíduos do modelo com maior valor de R² e menor CV para cada clone

(Figura 1) mostra uma homogeneidade na distribuição das variâncias em função do diâmetro (DAP). A análise dos resíduos mostra também uma independência dos resíduos e que estão distribuídos aleatoriamente em torno de zero, sem tendências, demonstrando a qualidade do ajuste destes modelos a partir dos dados dos clones analisados.

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Figura 1 Gráfico dos resíduos em função do DAP para os modelos com maior valor de R² para dois clones

de Eucalyptus urograndis.

Conclusões- Os modelos hipsométricos ajustados podem ser utilizados para encontrar a altura em função do diâmetro para os clones avaliados. - Os modelos de Curtis e Parabólico foram os mais indicados para os clones nas condições locais, com maior precisão e qualidade dos ajustes.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG campus Salinas e a FAPEMIG pelo apoio e concessão de bolsa de iniciação

científica.

Literatura citadaAZEVEDO, T.L., MELLO, A.A., FERREIRA, R.A., SANQUETTA, C.R., NAKAJIMA, N.Y. Equações hipsométricas e volumétricas para um povoamento de Eucalyptus sp. localizado na FLONA do Ibura, Sergipe. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. v.6, n.1, p.105-112, 2011. CAMPOS, J.C.C., LEITE, H.G. Mensuração Florestal: perguntas e respostas. 3ª ed., Viçosa: Editora UFV, 470 p. 2006. FERREIRA, J.C.S., SILVA, J.A.A., MIGUEL, E.P., ENCINAS, J.I., TAVARES, J.A. Eficiência relativa de modelos volumétricos com e sem a variável altura da árvore. Revista Acta Tecnológica. v.6, n.1, p.90-102, 2011. THOMAS, C.; ANDRADE, C.M.; SCHNEIDER, P.R.; FINGER, C.A.J. Comparação de equações volumétricas ajustadas com dados de cubagem e análise de tronco. Ciência Florestal, v.16, n.3, p.319-327, 2006.

Res

ídu

os (

%)

DAP (cm)

Clone 1 - Modelo Curtis

Res

ídu

os (

%)

DAP (cm)

Clone 2 - Modelo parabólico

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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE PARCELAS DE ÁREA FIXA E ÁREA VARIÁVEL EM POVOAMENTO DE Eucalyptus urophylla s. t. Blake

Janny Kelly Ramires Souza 1, Romulo Ewerton Gomes Sousa2, Renan Alves Santos2, Érika Susan Matos

Ribeiro2, Izabella Luzia Silva Chaves2, Helker Menezes dos Santos2, Vinícius Orlandi Barbosa Lima3

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG. Email: [email protected] 2Acadêmico(a) de Engenharia Florestal – IFNMG/ Salinas. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, Depto. Engenharia Florestal. Email: [email protected] Resumo:O objetivo deste estudo foi realizar uma análise comparativa entre métodos de amostragem, parcela de área fixa e parcela de área variável, em um povoamento de Eucalyptus urophylla. A amostragem foi casual simples, onde foram lançadas parcelas de 20 por 20 metros em 1% da área do povoamento. As parcelas de área variável foram locadas no centro das parcelas de área fixa, sendo utilizada a régua de Bitterlich para estimativa. Os resultados demonstraram igualdade estatística (P<5%) entre os métodos avaliados, com uma tendência superestimativa para o método de área variável. A curva da distribuição diamétrica foi semelhante para os dois métodos, com menor número de árvores amostradas nas parcelas de área variável. Concluiu-se que o método de Bitterlich pode ser utilizado em povoamentos nestas condições, em inventários florestais e levantamentos rápidos, mas com menor precisão requerida. Palavras–chave: amostragem, Bitterlich, eucalipto

IntroduçãoAs informações referentes às áreas das florestas plantadas de Eucalyptus sp., nos sentidos qualitativo e

quantitativo, são necessárias para o planejamento da cultura e são obtidas por meio do inventário florestal.De maneira geral essas informações referem-se ao volume, densidade, número de espécies, entre outras variáveis dendrométricas da floresta e são realizados por meio de amostragem ou pela enumeração total das árvores (MELLO et al., 2009). Nesse contexto, o emprego de métodos de amostragem faz-se necessário, pois permitem estimativas precisas e eficientes dentro dos diferentes parâmetros de interesse nas populações de Eucalyptus sp. (FARIAS et al, 2002).

O método de amostragem comumente utilizado nos inventários florestais é o de alocação de parcelas de área fixa (FARIAS et al, 2002,MAURICIO et al,2005), porém possui um custo monetário elevado e demanda um tempo relativamente maior para sua realização, devido ao aumento na marcação e medição de árvores. Com isto é necessário que haja a realização de estudos para analisar diferentes métodos de amostragem, no intuito de reduzir o tempo e o custo de execução do inventário florestal, com maior nível de precisão. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi comparar os métodos de amostragem de parcela de área fixa e parcela de área variável em um povoamento de Eucalyptus urophylla.

Material e Métodos Para quantificação da área basal das árvores foram utilizados os métodos de parcela de área fixa e parcela de área variável. A amostragem consistiu na casualização de parcelas amostrais dentro da população a ser quantificada. Os pontos de amostragem das parcelas de área variável foram locados no centro das parcelas de área fixapara possibilitar a comparação entre as unidades de amostra. A intensidade amostral foi de 1% da área ocupada pela população. O povoamento mensurado está localizado no município de Salinas/MG, nas coordenadas geográficas de referência 811.500 E, 8.222.000 N. A espécie amostrada foi o Eucalyptus urophyllaS. T. Blake de origem seminal com idade de 7 anos e espaçamento médio de 3,4 x 2,2m entre plantas. As parcelas de área fixa possuíam dimensões de 20 por 20 metros, onde a área basal das árvores (m² por hectare) foi obtida pela medição do diâmetro à altura de 1,30m do solo (DAP) de todas árvores dentro da parcela com auxílio de uma fita métrica. As parcelas de área variável foram constituídas por pontos de amostragem utilizando o princípio de Bitterlich, onde a área basal por hectare foi obtida pelo número de árvores qualificadas com diâmetro maior ou igual ao ângulo de visada multiplicado pela constante K. A qualificação das árvores nas parcelas de área variável foi feita com o uso da barra de Bitterlich, que consiste em um instrumento com comprimento de 1 metro (L), com um visor em uma das extremidades e uma abertura de 2 centímetros (d) na outra. O tamanho da parcela será definido de acordo com a distância máxima (R) do observador até o centro da árvore com diâmetro (D) qualificada, formando uma parcela circular de área imaginária. As árvores com diâmetro maior ou igual a D foram contempladas para efeito de cálculo de área basal.

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A partir dos dados obtidos nas parcelas foram calculados: a área basal média, variância, desvio padrão; coeficiente de variação, erro padrão da média, erro de amostragem absoluto e percentual, intervalos de confiançae área basal total estimada para a população (m²/ha). Os valores foram submetidos a análise de variância a 5% de probabilidade para verificar a influência dos métodos sobre as estimativas calculadas.

Resultados e DiscussãoOs valores de área basal por hectare (Tabela 1) tiveram diferença menor que 1m²/ha entre os

métodos avaliados, onde os resultados da análise de variância apontaram igualdade estatística (P<5%). Neste caso, qualquer destas técnicas de amostragem pode ser utilizada para o inventário de florestas de eucalipto nestas condições, considerando que o erro de amostragem percentual foi superior no método de área variável.

Tabela 1 Estimativas dos parâmetros de área basal nos métodos de parcela de área fixa e de área variável.

Parâmetro Área Fixa Área Variável

Média estimada (m²/parcela) 0,62157 16,43750

Variância(m²/parcela)² 0,00601 7,60268

Desvio Padrão (m²/parcela) 0,07752 2,75730

Coeficiente de Variação (%) 12,47% 16,77%

Erro padrão da média 0,02728 0,97485

Erro de amostragem (m²/parcela) 0,06450 2,30516

Erro de amostragem percentual (%) 10,37% 14,02%

Intervalo de confiança (m²/parcela) 0,62157 ± 06450 16,4375 ± 2,30517

Intervalo de confiança (m²/hectare) 15,53916 ± 1,61243 16,4375 ± 2,30517

Intervalo de confiança (m²/ total) 511,26180 ± 53,05166 540,8184 ± 75,84311

Figura 1 Distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro nos métodos de amostragem de

parcela de área fixa e parcela área variável. A distribuição de árvores por classe de diâmetro (Figura 1) mostrou a mesma tendência para os métodos avaliados, com a curva assimétrica a direita. Esse resultado pode estar relacionado com a quantidade maior de classes de indivíduos com menor diâmetro, fato que pode ser explicado pela ocorrência severa do déficit hídrico nos anos que antecederam o inventário, ocasionando a morte e interrupção do crescimento em parte do povoamento. O raio médio das parcelas de área variável foi 9,045m, ocupando uma área de 257,02m², obtendo um número médio de árvores de 21,63.O número médio de árvores nas parcelas de área fixa foi 54,25 para um espaçamento de 3,4 x 2,2m entre plantas, ou seja, houve variação no dimensionamento do espaçamento de plantas no campo. Nas parcelas de área variável foram mensuradas aproximadamente 1/3 da quantidade de árvores por unidade de área se comparado ao método de área fixa, reduzindo o tempo de realização e consequentemente o custo do inventário florestal.

0

50

100

150

200

250

300

350

3 5 7 9 11 13 15 17 19

centro da classe de diâmetro (cm)parcela de área fixa

nº in

diví

duos

/ ha

0

50

100

150

200

250

300

350

5 7 9 11 13 15 17 19

centro da classe de diâmetro (cm)parcela de área variável

nª in

diví

duos

/ ha

''

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Considerando o método da parcela de área fixa como referência de precisão, os valores obtidos pelo método de Bitterlich oscilaram pouco em torno da média, o que pode estar relacionado com o erro proporcionado pela medida indireta do instrumento.

Conclusão O método de parcelas de área variável pode ser utilizado na amostragem de povoamentos de Eucalyptus urophylla no inventário pré-corte, mas tende a causar um erro maior que o método de parcelas de área fixa, sendo indicado para levantamentos de menor precisão requerida.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG campus Salinas pelo apoio e concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citada

FARIAS, C. A.; SOARES, C. P. B.; SOUZA, A. L. DE.;LEITE, H. C. Comparação de métodos de amostragem para analise estrutural de florestas inequineas. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 26, n. 5, p. 541-548, 2002. MAURICIO, J.; VINCENT, L.; MORET, A. Y.; QUEVEDO, A. Comparación entre modalidades de muestreo en plantaciones de Pino Caribe en el oriente de Venezuela. Revista Forestal Venezolana, Mérida, v. 49, n. 1, p. 17-25, 2005. MELLO, J. M.; DINIZ, F. S.; OLIVEIRA, A. D.; SCOLFORO, J. R. S.; ACERBI JÚNIOR, F. W.; THIERSCH, C. R. Métodos de amostragem geoestatística para estimativa do número de fustes e volume em plantios de Eucalyptus grandis.Floresta, Curitiba-PR, v. 39, n. 1, p. 157-166, 2009.

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ANÁLISE DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DOS PAINÉIS DE MADEIRA RECONSTITUÍDA UTILIZADOS NAS MARCENARIAS DA CIDADE DE SALINAS - MG

Jéssica Martins Bitencort1, Artur Oliveira Cavalcanti1, Rian Guilherme Corrêa Montalvão1, Wagner Patrício

de Sousa Júnior2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do PIBIC/IFNMG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Professor do IFNMG/Salinas, MSc. Ciência Florestal. Email: [email protected]

Resumo: A escassez de madeiras de boa qualidade no mercado nacional tem promovido o crescimento acentuado do segmento de painéis de madeira reconstituída. Atualmente existem implantadas no Brasil, diversas fábricas de madeira reconstituída. As madeiras reconstituídas são subdivididas pelo nível de degradação, sendo em nível de lâmina, partícula e fibra.Existem diversos processos de beneficiamento de painéis, sendo o MDF e o MDP os painéis mais utilizados no mercado em geral. No qual esses painéis contêm uma grande flexibilidade podendo ser usados em diversos produtos de acordo com suas propriedades e limitações. Para realização do trabalho foi aplicado um questionário com questões de múltipla escolha e foram feitos testes como resistência à absorção de umidade, umidade, densidade aparente, inchamento e contraçãocom amostras obtidas nas marcenarias avaliadas. Os resultados parciais deste trabalho em relação ao questionário evidenciam a empresa Duratex como sendo a marca mais utilizada dentre as marcenarias de Salinas - MG. As informações referentes às propriedades físicas serão obtidas após os testes com os corpos de prova.

Palavras–chave: Madeira, MDF, MDP, painéis de madeira reconstituída.

IntroduçãoA madeira está entre os recursos naturais mais importantes da Terra. Suas propriedades fizeram-na,

desde os primórdios da humanidade até os dias de hoje, ocupar um lugar de destaque no desenvolvimento da civilização. Disponível em uma ampla variedade de padrões de texturas, cores e densidades, pode ser facilmente trabalhada com máquinas e ferramentas. O Brasil vem desenvolvendo tecnologias de melhoramento genético de árvores e clonagem, além de práticas de silvicultura e manejo florestal, que conservam e maximizam a fertilidade do solo e o colocam entre os produtos de menor custo e maior produtividade.A escassez de madeiras de boa qualidade no mercado nacional tem promovido o crescimento acentuado do segmento de painéis de madeira reconstituída. Atualmente, temos várias fábricas desse produto distribuídas em várias regiões brasileiras, com plantações florestais específicas para esse fim, principalmente as do gênero Eucalyptus e Pinus. Os painéis de madeira são estruturas fabricadas com madeiras em lâminas ou em diferentes estágios de desagregação que, aglutinadas pela ação de pressão, de temperatura e da utilização de resinas, são novamente agregadas visando à manufatura (Biazus, et al).

As madeiras reconstituídas são subdivididas pelo nível de degradação sendo em nível de lâmina, partícula e fibra. O MediumDensity Fiberboard (MDF), que significa placa de fibra de média densidade é o principal painel dentre os Fiber-Board.É um painel fabricado a seco, feito com fibras lignocelulósicas (normalmente de pinus). Em nível laminar o compensado domina o mercado. O MediumDensityParticleBoard (MDP), que significa partícula de média densidade e corresponde a pequenas partículas do cavaco da madeira aglutinadas com resina (uréia formaldeído) sobre determinada pressão e temperatura. O MDF permite mais criatividade no design do móvel, que pode receber formas arredondadas e com riqueza de contornos. Isso pode conferir ao móvel maior valor comercial.

O MDP é mundialmente mais utilizado na fabricação de móveis residenciais, comerciais de linhas retas e formas orgânicas, como portas, laterais, prateleiras, divisórias, tampos retos ou pós-formados, laterais e frentes de gavetas retas, enfim, em partes verticais e horizontais do móvel, sem restrições de uso. (ABIPA, 2007)

Trad (2007) ressalta que a principal diferença é que no painel de MDP são utilizadas partículas de madeira em camadas, ficando as mais finas na superfície e as mais delgadas no miolo. Já no MDF, aglutinam-se fibras de madeira. Porém, ambos são classificados como Painéis de Madeira de Média Densidade. Existem diversos processos de beneficiamento de painéis, sendo o MDF e o MDP os painéis mais utilizados no mercado em geral. O mercado oferece uma grande flexibilidade aos painéis podendo ser usados em diversos produtos de acordo com suas propriedades e limitações.

A partir disso, esse trabalho teve por principal objetivo realizar uma análise de parâmetros da qualidade dos painéis de madeira reconstituída utilizados nas marcenarias da cidade de Salinas – MG.

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Material e MétodosPara a realização do trabalho foram identificadas as maiores marcenarias localizadas na cidade de

Salinas – MG, onde foram aplicados questionários de múltipla escolha com o objetivo de saber qual tipo de painel e qual empresa é mais utilizada. Sendo também coletadas amostras dos painéis utilizados na fabricação de móveis planejados. Estas amostras foram embaladas em saco plástico resistente no momento da coleta, evitando exposição aos agentes que podem alterar as características do material.

Os questionários permitiram identificar em que parte dos móveis os materiais são mais empregados, o porquê da preferência por determinado tipo de painel, os principais fornecedores e dimensões adquiridas.

As amostras coletadas foram transformadas em corpos de prova devidamente identificados na carpintaria do IFNMG – câmpus Salinas onde os testes resistência à absorção de umidade, umidade, densidade aparente, inchamento e contração serão realizados.

Foram utilizados para a realização dos testes estufa convencional sem circulação forçada, balança de precisão 0,001g e um micrômetro digital (precisão). Umidade: para o ensaio de umidade será utilizada uma estufa convencional sem circulação forçada e uma balança de precisão 0,001g. Será determinado a massa inicial (Mu) e a massa absolutamente seca (Ms) em estufa após 24 horas a 103± 2°C. O teor de umidade será determinado pela equação: TU(%) = (Mu – Ms)/Ms x 100. Resistência à absorção de umidade: Os corpos de prova serão submetidos à exposição a diferentes condições de umidade relativa, onde será avaliada a resistência de cada material à absorção de água.Onde será utilizada uma câmara climática com 25º de temperatura e 65% de umidade relativa. Contração em espessura: Os corpos de prova serão submetidos a ensaios de umedecimento e secagem, onde será medido o percentual de contração fazendo-se uso de um micrometro digital. A contração em espessura será determinada pela seguinte equação: Contração (%) = (Dimensão inicial – Dimensão final)/Dimensão inicial x 100

Figura 1 Contração.

Inchamento em espessura: Os corpos de prova serão submetidos a ensaios de umedecimento e secagem, onde será medido o percentual de inchamento em espessura fazendo-se uso de um micrometro digital. O inchamento em espessura será determinado pela seguinte equação: Inchamento (%) = (Dimensão inicial – Dimensão final)/Dimensão inicial x 100 Densidade: Será obtido o peso dos corpos de prova em balança digital, com precisão de 0,001g. A determinação do volume das amostras será por meio do método da balança hidrostática. A determinação da densidade será feita fazendo-se uso da seguinte equação: Densidade seca ao ar (g/cm3) = Massa (gramas)/Volume (cm3).

Resultados e DiscussãoSegundo o questionário aplicado em sete marcenarias na cidade de Salinas - MG, o MDF é o painel

mais utilizado, sendo a marca Duratex unanimidade entre os entrevistados. A principal razão dessa preferência segundo os marceneiros seria a qualidade do material. Dentre todas as marcenarias em que foi aplicado o questionário apenas uma havia trabalhado com painel de outra marca (Fibraplac). A quantidade de opções, preço e rapidez no fornecimento não foi avaliada como característica principal dos fornecedores segundo os entrevistados. Foi constatada tendência por cores mais claras. Entre as vantagens de se utilizar os painéis de madeira em comparação com a madeira solida, as mais citadas foram praticidade e manejo. Com relação à garantia do tempo de acordo com os entrevistados é indeterminado, sendo necessários cuidados e não ter contato com água. As amostras conseguidas junto às marcenarias estão em fase de confecção. Os testes servirão de parâmetro para confirmação das informações obtidas com os questionários.

Conclusões

Dimensãoinicial Dimensão final

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Diante dos resultados parciais a empresa Duratex se encontra superior às demais marcas no mercado de painéis em Salinas na preferência dos entrevistados, já o painel mais utilizado pelas marcenarias é o MDF pelo motivo da qualidade do material. Os motivos dessa superioridade só poderão ser confirmados após os ensaios com as amostras. É notório o crescimento do mercado de painéis, apresentando uma grande preferência no mercado atual de Salinas, diferentemente da madeira sólida que vem reduzindo sua utilização em móveis residenciais.

AgradecimentosA todas as pessoas que contribuíram para a realização deste trabalho e principalmente ao IFNMG –

campus Salinas onde foi disponibilizado todo o material para a realização deste projeto e também a todas as marcenarias que se dispuseram a fornecer as amostras de painéis que foram utilizadas no presente trabalho.

Literatura citadaABIPA. Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira. 2007. Disponível em: <http://www.abipa.org.br/MdpOuMdf.htm>. Acesso em: Julho de 2013. BIAZUS, A.; HORA, A.B.; LEITE, B. G. Panorama de mercado: painéis de madeira. BNDES Setorial 32, p. 49-90, ano: 2010. TRAD, J. M. Revista Sindimov. MDP ou MDF... o que usar? – Ed. nº 32 - Janeiro/2007. Disponível em: <http://www.abipa.org.br/MdpOuMdf.htm>. Acesso em: Julho de 2013.

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ANÁLISE DO ESTUDO DO CRESCIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM PLANTIO DE ENRIQUECIMENTO COM ESPÉCIES FRUTÍFERAS DO CERRADO USANDO POLÍMERO

HIDRORRETENTOR

Franciele Cezar Silva Moura¹, Gabriel Müller Valadão²Rafael Rodrigues de Faria3, Tiago dos Santos Cassimiro4, Maria Isabel Dantas Rodrigues Valadão5, Reginaldo Proque6

1Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Arinos, Especialista em Gestão Ambiental.Email: [email protected] 3Acadêmico do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos. Email: [email protected] 4 Estudante do curso Técnico em Meio Ambiente.Email: [email protected]

5Analista Ambiental do Instituto Estadual de Florestas, [email protected] 6Professor do IFNMG/Arinos, Mestre em Agroecologia. Email: [email protected]

Resumo:O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência do polímero hidrorretentorno crescimento do plantio de enriquecimento de mudas nativas frutíferas do cerrado plantadas no período de estiagem, favorecendo o uso da técnica pela agricultura familiar, no trabalho em questão, foram levantadas informações sobre o incremento florestal avaliando os parâmetros de diâmetro a altura do coleto e altura no período de 14 meses.As espécies demonstraram baixo crescimento e precisam ser monitoradas em médio prazo para melhor compreensão do crescimento, mas ficou constatado que a espécie D. alata demonstrou potencial de enriquecimento pelo alto índice de sobrevivência e crescimento positivo mesmo em condições adversas de plantio e estabelecimento.

Palavras–chave: áreas degradadas, enriquecimento, frutos do cerrado, incremento

IntroduçãoO Bioma Cerrado apresenta um intricado mosaico de diferentes paisagens naturais determinados por

características do solo, do regime hídrico e mesmo das perturbações frequentes, como fogo e geada, e que coexistem adjacentes umas às outras (RIBEIRO e WALTER, 2008). Com a intensificação das atividades humanas acelerando o uso e a exploração desenfreada dos recursos naturais, tem ocorrido o desaparecimento e a fragmentação dos ecossistemas, em especial no Bioma Cerrado levando, consequentemente, a perda da biodiversidade. Ao propor a utilização racional dos recursos naturais, é importante o desenvolvimento de pesquisas que visem propostas de intervenção na vegetação nativa proporcionando melhorias ecológicas e econômicas, valorizando atividades que praticam a sustentabilidade, dentre essas atividades, pode-se citar os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM), em especial o agroextrativismo de espécies frutíferas do cerrado. Diversos autores analisaram essa produção e consideram que esta vem trazendo valores significativos ao país, bem como, essa atividade representa uma importante estratégia de desenvolvimento econômico para as comunidades extrativistas (AFONSO, 2012).

Como um instrumento de minimizar os impactos causados pela atividade de extrativismo vegetal na biodiversidade é importante desenvolver técnicas de uso sustentável do Cerrado. Os plantios de enriquecimentos podem contribuir com a atividade, pois melhoraram a qualidade da regeneração, pela introdução de espécies interessante ecológica e, ou, economicamente na região, sendo que as espécies apropriadas ao plantio devem ser escolhidas com base no conhecimento sobre seus desempenhos e de seus benefícios ambientais e econômicos (HOSOKAWA et al., 1998).

O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência do polímero hidroabsorvente no crescimento do plantio de enriquecimento de mudas nativas frutíferas do cerrado plantadas no período de estiagem, favorecendo o uso da técnica pela agricultura familiar, respeitando a característica de pluriatividade e o manejo da sociobiodiversidade, peculiar desse seguimento da população rural, onde durante o período chuvoso se ocuparia da agricultura e no período de estiagem do manejo do Cerrado, visando incremento de renda através do agroextrativismo.

Material e Métodos A implantação florestal ocorreu em Junho de 2012, numa área de cerrado sentido restrito, área

degradada em regeneração localizada na Reserva Legal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Arinos. No local foram plantadas sessenta e sete mudas de espécies frutíferas nativas do cerrado, sendo elas: Quinze (15) mudas de Hymenea courbaril L. (Jatobá), Vinte e três (23) mudas de Dypteryx alata Vog (Baru), Cinco (5) mudas de Eugenia dysenterica DC (Cagaita), oito (8) mudas de Hancornia speciosa Gomes (Mangaba) e dezesseis (16) mudas de Caryocar brasiliense Camb (Pequi). O incremento das espécies foi obtido em junho de 2012, como uma diferença em porcentagem em relação ao porte inicial, medido em

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agosto de 2013, foram mensurados os diâmetros das plantas à altura do coleto (DAC), com o auxílio de um paquímetro e as alturas totais das mudas plantadas, com réguas graduadas.

Na área da Reserva legal, dois meses antes do plantio foi realizado os manejos iniciais, o controle de formigas cortadeiras foi realizado durante todo o período do projeto, o perímetro foi cercado para evitar a entrada de animais e retirado espécies invasoras como o Capim Andropogon (Andropogon gayanus), sendo o material reutilizado para cobrir o solo exposto. As covas de plantio foram abertas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, espaçamento entre plantas respeitou a lógica de abertura do dossel, o plantio das mudas foi realizado em clareiras na vegetação nativa, comespaçamento médio de 5 metros. A adubação de base segue a metodologia proposta por Silva et al. (2001), onde cada cova recebeu 32g de P2O5, 6g de K2O, 64g de calcário dolomítico (100% PRNT) e 04 litros de esterco bovino, adicionado 750 ml de polímero hidroabsorvente e irrigando com 5 litros de água por muda uma vez por semana.A hipótese testada foi a influência do polímero hidroabsorvente no crescimento florestal, o desenvolvimento das mudas serão favorecidos com a utilização do gel hidrorretentor?

Resultados e Discussão

No trabalho em questão, foram levantadas informações sobre o incremento florestal avaliando os parâmetros de diâmetro a altura do coleto e altura no período de 14 meses, Tabela 1, ocorreu uma variação muito grande dentro das espécies e entre as espécies ao comparar os parâmetros, o incremento periódico em 14 meses de monitoramento do D. alata Vog foi de 2,05mm/DAC e 5,69cm/altura, E. dysenterica DC.foi de -0,30mm/DAC e - 5,20cm/altura,H. speciosa Gomes 0,40mm/DAC e –1,1cm/altura,C. brasiliense -0 mm/DAC e 0 cm/altura Camb, H. courbaril L. 3,58 mm/DAC e – 2,307 cm/altura, em algumas espécies não ocorreram crescimento positivo demonstrando uma diminuição dos parâmetros estudados. Destaca-se a espécies Pequizeiro (C. brasiliense,) onde todas as mudas implantadas não sobreviveram, esse motivo provavelmente foi a baixa disponibilidade hídrica no solo durante nas covas de plantio, mesmo com a irrigação semanal e a presença do gel hidrotetentor não foram suficientes para proporcionar o desenvolvimento das mudas, onde foi constatado uma murcha fisiológica durante o estudo, gerando alguns índices negativos de crescimento, onde as mudas estão recuperando o ritmo de crescimento nos períodos chuvosos posteriores. Durante o estudo foi constatado 40,3% de mortalidade e 59,7 % de sobrevivência, Souza (2002) citado por Cortes (2012), considera a sobrevivência entre 40% a 60% como regular.

A alta sobrevivência não é a garantia de alto crescimento das espécies, pois após a sobrevivência, as espécies necessitam da disponibilidade de diferentes recursos, como principalmente água e luz para garantir o seu crescimento. Além da disponibilidade de luz e água, o regime de temperatura e condições edáficas, também são elementos importantes que influenciam no desenvolvimento da vegetação Felfili et. al. (2001) citado por Figueiredo (2008). Tabela 1 Incremento florestal, altura e diâmetro a altura do coleto médio e sobrevivência do plantio.

Parâmetros D. alata E. dysenterica H. speciosa C. brasiliense H. courbaril

DAC 1 (mm) 10,28 4,27 3,25 0 7,70

Altura 1 (cm) 44,25 25,20 14,50 0 28,39 Incremento diâmetro (mm) 2,05 -0,30 0,40 0 3,58 Incremento altura (cm) 5,69 -5,20 -1,10 0 -2,307

Sobrevivência (%) 95,65 60,00 25,00 0 66,66

Foi aferido por Antezana (2008) o crescimento inicial em 12 meses de 2,56 cm em diâmetro e 7,50 cm em altura de H. courbaril e não foi possível apurar o crescimento de E. dysenterica devido a mortalidade de 100%, já Venturoli (2011) constatou o crescimento de 0,52mm/ano em diâmetro e 4 cm/ano em altura para a espécie D. alata em plantio de enriquecimento em uma florestal estadual semidecidual, comparando isoladamente as espécies o desempenho da espécie D. alata foi superior ao estudo citado, mas o autor também concorda com o baixo crescimento. Esse crescimento pode ser influenciado pelo sombreamento das espécies presentes na área enriquecida, necessitando estudos sobre o efeito do sombreamento nas espécies comparando o efeito de podas na vegetação remanescente no crescimento das espécies enriquecidas.Este estudo demonstrou o potencial dessas espécies nativas do cerrado para compor sistemas de plantio de enriquecimento do bioma cerrado, em especial a espécie D. alataque demonstrou alto índice de sobrevivência e crescimento mesmo em condições adversas de plantio e estabelecimento.

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ConclusãoO polímero hidrorretentor não influenciou positivamente o crescimento das espécies estudadas, a

espécie D. alata indica potencial alto para ser utilizada em plantios de enriquecimento.

AgradecimentosAgradeço ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Norte de Minas Gerais pela Bolsa

de Iniciação Científica concedida através do programa Institucional de Fomento à Pesquisa.

Literatura citadaAFONSO, S. R. A política pública de incentivo à estruturação da cadeia produtiva do pequi (Caryocar brasiliense). Tese de Doutorado em Ciências Florestais, Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, Brasília, DF. 162 p. 2012. ANTEZANA, F. L. Crescimento inicial de 15 espécies nativas do Bioma Cerrado sobre diferentes condições de adubação e roçagem em Planaltina-DF. Dissertação (mestrado). Universidade de Brasília, Brasília-DF. 2008, 84 p. CORTES, J. M. Desenvolvimento de espécies nativas do Cerrado a partir do plantio de mudas e da regeneração natural em uma área em processo de recuperação, Planaltina-DF. Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais, Universidade de Brasília, DF. 2012, 89p. ENCINAS, J. I.; SILVA, G. F.; PINTO, J. R. Idade e crescimento das árvores. Comunicações Técnicas Florestais v.7, n.1, Brasília-DF. 2005, 40p. HOSOKAWA, R. T.; MOURA, J. B.; CUNHA, U. S. Introdução ao manejo e economia de florestas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1998. 162 p. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. As principais fitofisionomias do bioma cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (Ed.). Cerrado: ecologia e flora, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. p. 151-212.

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ANÁLISE MULTI-TEMPORAL DA PERDA DE SOLO POR EROSÃO DEVIDO A MUDANÇASNO USO/COBERTURA DA TERRA NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DA REPRESA DO RIO

SALINAS – MINAS GERAIS

Bárbara Mendes Oliveira1, Ronaldo Medeiros dos Santos2, Talita Moreira Câmara3, Rhagnya Sharon Ferreira Martins3, Marcelo Rossi Vicente2, Vinícius Orlandi Barbosa Lima2

1Acadêmica de Engenharia Florestal– IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email:[email protected]. 2 Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] ,[email protected], [email protected]. 3Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas..Email: [email protected];rhagnya-sharon@hotmail,com.

Resumo: este trabalho teve por objetivoanalisar o impacto das mudanças no uso/cobertura da terra na bacia hidrográfica da represa do Rio Salinas, Minas Gerais, aos processos de erosão na referida área.A metodologia compreendeu o mapeamento do uso/cobertura da terra para diferentes épocas e o mapeamento da distribuição espacial da perda de solo devido à erosão. As maiores mudanças observadas quanto ao uso/cobertura da terra estão relacionadas à conversão de áreas naturais em pastagens e, de um modo geral, a perda de solo por erosão laminar na área de estudo foi considerada baixa. Palavras–chave: erosão,EUPS, sensoriamento remoto

IntroduçãoO processo de erosão é um fenômeno natural, porém intensificado pela ação do homem, sobretudo

quando ocasiona mudanças rápidas e/ou desordenadas nos padrões naturais de cobertura da terra. Tais mudanças alteram os padrões de infiltração e escoamento superficial, resultando, dentre outros impactos, no aumento do aporte de sedimentos (FROTA E NAPPO, 2012).Em lagos, esse processo pode ocasionar graves conseqüências, como perda da capacidade de armazenamento, do potencial de geração de energia elétrica e da qualidade da água para diferentes usos.

O lago da represa de Salinas bem ilustra o cenário ora apresentado.Formado no início da década de 90, após a conclusão da represa, a sua bacia de contribuição tem sofrido um processo constante de mudanças no uso/cobertura da terra. São notórias as alterações, advindas, sobretudo, da ocupação das margens por pequenas propriedades de lazer, como chácaras e sítios, e de atividades agropecuárias, impulsionadas com a disponibilidade de água gerada pelo lago. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar o impacto das mudanças no uso/cobertura da terra na bacia hidrográfica da represa do Rio Salinas, afluente do rio Jequitinhonha, em Minas Gerais, aos processos de erosão na referida área.

Material e MétodosO material utilizado consistiu emimagens orbitais CBERS e LANDSAT 5; séries históricas de

precipitação pluviométrica na região; mapa de solos em formato digital; modelo digital de elevação; e softwares em sistemas de informações geográficas (Spring e ArcView), onde todas as análises espaciais foram executadas. A metodologia compreendeu as etapas: de mapeamento do uso/cobertura da terra para diferentes épocas à partir da formação do lago (anos de 1992, 1999, 2005 e 2008), por meio de classificação automática supervisionada das imagens orbitais, e de mapeamento multitemporal da distribuição espacial da perda de solo devido à erosão, aplicando-se a Equação Universal de Perda de Solo – EUPS, na forma estabelecida por Wischmeier e Smith (1978).

Resultados e Discussão

A partir da metodologia descrita na seção anterior, foram gerados os mapas de uso/cobertura da terra para os anos selecionados, apresentados na Figura 1. Foram mapeadas sete classes dentre os usos de maior significância na bacia, sendo elas: Corpo d´Água; Pastagem; Eucalipto; Cerrado; Mata Seca; e Solo Exposto. Na Tabela 1 encontra-se apresentadas as áreas (hectares e porcentagem) abrangidas pelas classes mapeadas, bem como as mudanças percentuais sofridas pelas mesmas ao longo do tempo.

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Figura 1 Mapeamento multi-temporal do uso/cobertura da terra para a bacia de contribuição da represa do

Rio Salinas, Minas Gerais.

Tabela 1 Classes de uso/cobertura da terra – áreas ocupadas e análise multitemporal das alterações.

Uso/cobertura da terra

Área (ha) Mudanças (%)

1992 1999 2005 2008 1992/1999 1999/2005 2005/2008 1992/2008

Corpo d’água 1063.20 735.12 645.08 909.62 -30.86 -12.25 41.01 -14.45 Pastagem 13790.09 46094.33 16119.74 43906.73 234.26 -65.03 172.38 218.39 Eucalipto 4407.43 8407.92 23890.42 7705.02 90.77 184.14 -67.75 74.82 Cerrado 54367.28 38803.88 35171.55 35604.91 -28.63 -9.36 1.23 -34.51 Mata Seca 32360.13 24157.03 19924.96 33369.89 -25.35 -17.52 67.48 3.12 Solo Exposto 15460.13 6178.37 28624.91 2880.49 -60.04 363.31 -89.94 -81.37

Em todas as classes foram observadas mudanças, com destaque para “Pastagem”, que apresentou os maiores percentuais em redução ou aumento de área. As áreas ocupadas por “Eucalipto” apresentaram aumento gradual ao longo do tempo, devido a implantação de maciços florestais na região. Quanto à classe “Solo Exposto”, observou-se flutuações drásticas ao longo do tempo, cuja causa mais provável pode estar associada ao fato de que, além do caráter dinâmico da atividade silvicultural, observa-se na área estudada uma forte alternância entre regenerações naturais de pastagens degradadas (redução dos solos expostos) e reinicialização da atividade pastoril (aumento dos solos expostos). É importante, no entanto, ressaltar que essas análises não são conclusivas, uma vez que ainda não se tem um completo conhecimento das classes presentes na área de estudo, bem como das suas variações, o que dificulta o processo de definição das amostras de treinamento e, consequentemente, a classificação automática.

Em termos de perda de solo foi gerado um mapa para a bacia, apresentado na Figura 2. Observou-se que, entre os anos estudados, houve uma mudança perceptível nos níveis de perda de solo, quantificados conforme mostrado na Tabela 2.

Em termos percentuais a maior parte da área encontra-se dentro das menores classes, indicando que a bacia apresenta níveis baixos de perda de solo por erosão laminar. Ainda é possível notar que nos anos de 1992 e 2005 houve maior quantidade de perda de solo, que foi atribuída à maior presença de solos expostos nos referidos anos (foi adotado um valor médio do fator “R”, relacionado à chuva, da EUPS, para estudar a influência apenas dos fatores relacionados ao uso/cobertura do solo).

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Figura 2 Mapa de perda de solo para bacia de contribuição da represa do Rio Salinas, Minas Gerais

Tabela 2 Classes de perda de solo e áreas ocupadas pelas mesmas Classes

(t.ha-1.ano-1)Área (ha)

1992Área (%)

1992Área (ha)

1999Área (%)

1999Área (ha)

2005Área (%)

2005Área (ha)

2008Área (%)

20080-5 110125.00 89.63 112529.80 91.59 103285.01 84.06 114710.12 93.36

5-10 1609.88 1.31 4489.70 3.65 1322.67 1.08 4195.88 3.41 10-20 876.93 0.71 1743.28 1.42 899.70 0.73 1681.30 1.37 20-50 816.09 0.66 689.68 0.56 1274.49 1.04 634.03 0.52 50-100 1348.37 1.10 573.38 0.47 2228.60 1.81 221.36 0.18

100-200 2433.99 1.98 948.35 0.77 4144.39 3.37 362.32 0.29 200-400 2404.99 1.96 951.47 0.77 4415.45 3.59 432.04 0.35

>400 3523.20 2.65 942.78 0.77 5298.14 4.31 631.39 0.51

ConclusõesLevando-se em consideração a metodologia aplicada e as discussões efetuadas sobre os resultados

alcançados, chegou-se às seguintes conclusões: • Os níveis de mudança de uso/cobertura do solo variaram entre os anos e ao longo do período

considerado, sendo que as classes que mais apresentaram alterações foram “Pastagem”, “Eucalipto” e “Solo Exposto”;

• Como um todo, a bacia apresenta um baixo nível de perda de solo, por erosão laminar, devendo-se atentar para o fato de que variações na área de solos expostos foram responsáveis pelas variações temporais da taxa de erosão.

Agradecimentos

À FAPEMIG e ao IFNMG – Campus Salinas, pela concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citadaFROTA, P.V; NAPPO, M.E. Processo erosivo e a retirada da vegetação na bacia hidrográfica do açude Orós-CE. Revista Geonorte, edição especial, v.4, n.4, p.1472-1481. 2012. WISCHMEIER, W.H.E.; SMITH, D.D. Predicting rainfall erosion losses: a guide to conservation planning. Washington: USDA, 1978. 58 p.

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ANÁLISE SENSORIAL DA CERVEJA ARTESANAL COM ADIÇÃO DE POLPA DO FRUTO PEQUI (Caryocar brasiliense camb.)

Paulo Henrique Corgozinho Ribeiro Araújo1, Samara Almeida2, Erinaldo Barbosa da Silva3

1Acadêmico de Administração – IFNMG/Pirapora. Voluntário do Projeto de Pesquisa. Email: [email protected] 2Acadêmica do Curso de Humanidades da Universidade Federal dos Vale do Mucuri e Jequitinhonha/Diamantina.Email: [email protected] 3Professor da Universidade Federal dos Vale do Mucuri e Jequitinhonha/Diamantina. Email: [email protected]

Resumo: Este trabalho refere-se a parte do projeto de pesquisa sobre a cadeia produtiva do pequi no norte de Minas Gerais. O pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) é uma planta arbórea da família Caryocaraceae, gênero Caryocar L. cujo consumo e venda do fruto "in natura" e de seus derivados têm grande importância socioeconômica para os “povos do cerrado”, pois as atividades de coleta, beneficiamento e comercialização geram renda para os agroextrativistas nas localidades de sua ocorrência. Trata-se de uma espécie típica do Cerrado cuja ocorrência é registrada na maior parte do território mineiro, especialmente na mesorregião do norte do Estado. Palavras-chaves: biotecnologia, processos, produtos, sociobiodiversidade, sustentabilidade.

Introdução O pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) é uma planta arbórea da família Caryocaraceae, gênero Caryocar L. cujo consumo e venda do fruto "in natura" e de seus derivados têm grande importância socioeconômica para os “povos do cerrado”, pois as atividades de coleta, beneficiamento e comercialização geram renda para os agroextrativistas nas localidades de sua ocorrência. Trata-se de uma espécie típica do Cerrado cuja ocorrência é registrada na maior parte do território mineiro, especialmente na mesorregião do norte do Estado.

Consoante com Carvalho de Homem (2011), a mesorregião Norte de Minas abriga quase 1,5 milhão de habitantes, espalhados por cerca de 128 mil km². Montes Claros é a maior cidade da região, com cerca de 340 mil habitantes. A maior parte da população dos outros municípios é rural, e os próprios aglomerados urbanos são compostos por pessoas oriundas das áreas rurais. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Norte de Minas é de 0,691, abaixo da média brasileira, que é de 0,792.

Nessa mesorregião há populações tradicionais que convivem com os ecossistemas do Cerrado e da Caatinga por mais de três séculos, dependendo quase que integralmente dos recursos naturais disponíveis. O aproveitamento dos frutos nativos se inseriu de maneira significativa em suas estratégias de sobrevivência, sendo o pequi considerado um dos mais importantes para alimentação e aumento da renda destas populações.

Para se ter uma clara ideia da importância da espécie para o estado, no ano de 2001, em concurso realizado pelo Instituto Estadual de Floresta (IEF), o pequizeiro foi eleito “Árvore Símbolo do Estado de Minas Gerais”.

Tradicionalmente, segundoAlmeida et al (1998),a parte mais utilizada do pequizeiro pelas comunidades é o fruto, identificado como sendo uma drupa com cerca de 10 cm de diâmetro, constituído de uma fina casca externa de cor verde acinzentado que constitui o exocarpo. O mesocarpo que é amarelo claro, oleaginoso, carnoso, aromático é rico em taninos. Na região norte-mineira os seus frutos são utilizados na alimentação humana e no beneficiamento caseiro para extração de óleos para a indústria cosmética e na produção de licores. A castanha interna é comestível e rica em um fino óleo, já o pericarpo pode ser utilizado em curtume e há estudos que testam seu aproveitamento na composição de farinhas para alimentação humana e animal (peixes e caprinos).

Mesmo assim, não há muitos estudos científicos e produtos biotecnológicos que utilizem todas as partes do fruto pequi, o que se torna um problema ambiental já que os resíduos não têm destinação final, não são tratados nem tampouco considerados como de valor econômico dentro da cadeia produtiva do pequi. Também se registra a não existência, até o presente momento, de um fluxograma completo e detalhado sobre a cadeia produtiva do pequi no norte de Minas Gerais. O objetivo geral do projeto é contribuir para agregação de valor à cadeia produtiva da indústria extrativa do pequi no norte de Minas Gerais. Já o objetivo específico, fundamento deste artigo, é prospectar possíveis bioprodutos à base do C. brasiliense, especificamente com a Análise Sensorial da Fermentação Alcoólica do fruto Pequi (Caryocar brasiliense camb.) em duas Combinações de Fatias de Pequi na Produção de Cerveja Artesanal.

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Material e MétodosO ensaio de produção de cerveja artesanal foi feito em combinação com duas concentrações de

polpa de pequi fatiada (50 ml e 100 ml) - na formulação do mosto.pequi foi desidrato em forno a gás a temperatura de 280 C por 15 minutos e depois foi retirada fatia da polpa Uma terceira combinação também foi realizada, sendo que nesta não houve a adição de nenhuma quantidade de polpa de pequi fatiada.

Procedimentos metodológicos para os dois ensaios com adição de fatias de polpa do fruto do pequi (50 ml e 100 ml): 1) Moagem de 62,5 gramas de malte. 2) Adição de 2,5 litros de água mineral no recipiente de alumínio. 3) Aquecimento da água mineral do recepiente até a temperatura de 65°C. 4) Adição de 62,5 gramas de malte moído no recipiente. 5) Controle de temperatura (65°C) durante 1 hora e meia (90 minutos). 6) Durante todo este tempo o produto foi mantido sob agitação. 7) Após os 90 minutos o malte foi retirado através de uma peneira e depois filtrado. 8) Foi adicionado o restante da água mineral nos grãos e feita a clarificação. 9) Depois foi iniciada a fervura e adicionado 1,25 gramas de lúpulo de amargor. 10) A mistura foi fervida durante 60 minutos. 11) Após 45 minutos minutos para findar os 60 minutos foi adicionou os demais lúpulos na quantidade de 1.25 gramas para cada um deles e as fatia da polpa do pequi. 13) O fogo foi desligado quando se passou os 60 minutos e a temperatura do material reduzida próxima aos 20°C. 15) A mistura foi transferida para o fermentador nesta operação foi tomado cuidado de não transferir também o lúpulo que estava no fundo do caldeirão. Foi feita a oxigenação deste “mosto” transferindo - o líquido de um balde a outro até formar bastante espuma. 16) Em outro recipiente ao mosto foi adicionado 1,375 gramas de fermento cervejeiro para hidratá-lo 17) Após formada uma espuma no recipiente o conteúdo foi colocado no fermentador. 18) O fermentador foi colocado em uma geladeira a 12°C e deixado fermentando por sete dias. 19) Após estes sete dias o fermentador foi mudado tomando cuidado para não transferir também o fermento que estava no fundo do fermentador e transfirando para outro balde que serviu como maturador. 20) A maturação ocorreu por 10 dias a 1°C. 21) Foi misturado 25 gramas de priming. 22) A cerveja foi engarrafada e fechada e mantida mais de 10 dias a temperatura 20°C de 23) Depois deste período foi realizado o teste sensorial da cerveja artesanal. Tabela 1 Matérias-primas para produção da cerveja artesanal

ESPECIFICAÇÃO UND QTDE

Clarificante para cerveja Biofine Kerry ou equivalente grama 62,5

Malte Wayermann Carared grama 62,5

Álcool 70 (sanitizante) litro 1

Malte Pilsen Agromalte ou equivalente. kilograma 62,5

Lúpulo Amargor Hallertauer Magnum HVG grama 1,25

Lúpulo Aromático Hallertauer Tradition HVG ou equivalente grama 1,25

Lúpulo Amargor/Aroma Hallertauer Perrlle HVG ou equivalente. grama 1,25

Fermento cervejeiro Notinghan ou equivalente grama 1,375

Primming gramas 25

Álcool de cereais litro 1

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Resultados e DiscussãoTrês diferentes formulações de cervejas foram produzidas (0 ml de pequi, 50 ml de pequi e 100 ml

para cada litro de cerveja artesanal e colocadas a prova para 40 provadores não selecionados e não treinados de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 50 anos. Para cada provador, serviu 50mL de cerveja natemperatura aproximada de 5°C, em copos de vidro transparentes; água mineral e biscoito de água e sal. As respostas das ordenações foram registradas em fichas apropriadas conforme proposta de CHAVES e SPROESSER (1996).

Dos 40 provadores convidados, 8 (oito) respostas ao teste de preferência sensorial fora descartados por apresentarem inconsistências. Com base nos resultados do teste foi possível identificar que não houve diferenças significativas entre a aceitação do sabor das diferentes formulações.

Em relação a amostra provada escolhida como a de menor preferência pelos provadores, o teste apontou que as três formulações não apresentaram, também, diferenças significativas quanto a esse quesito, pois as amostras menos preferidas atingiram percentuais parecidos, em torno de 30%. Por outro lado, quando indagados sobre a amostra preferida da cerveja artesanal, os provadores escolheram em sua maioria a amostra A. Ressalta-se que não havia identificação da quantidade de pequi nas formulações que fosse possível ser detectada pelo consumidor. A amostra C é aquela que não contém nenhuma quantidade de polpa de pequi, a amostra B foi adicionada 50 ml de polpa de pequi por litro e a amostra A continha 100 ml de polpa de pequi por litro. Em síntese, os degustadores foram favoráveis a formulação com a maior quantidade de polpa de pequi.

Figura1 Amostra de Cerveja Artesanal com Maior Preferência pelos Degustadores

A principal razão apontada pelos degustadores foi à menção ao sabor adocicado e agradável da amostra A (aquela com maior quantidade de polpa do fruto do pequi). Sendo que 70% dos provadores que escolheram a amostra A eram do sexo feminino.

Conclusões Na microrregião de Pirapora, embora não existam cooperativas de beneficiamento envolvidas na cadeia produtiva do pequi é possível contribuir para agregação de valor à cadeia produtiva da indústria extrativa do pequi no norte de Minas Gerais com o aprofundamento de estudos direcionados para o aproveitamento do pequizeiro.

Em relação ao teste sensorial conclui-se que a adição de polpa de pequi em cerveja, produzidas em escala artesanal não se traduziu numa aversão a mesma, pelo contrário, a formulação da cerveja artesanal com maior índice de preferência foi aquela que continha maior concentração de pequi. No entanto, é preciso realizar novos testes com formulações diferentes para se obter a melhor opção produtiva a fim de desenvolver um produto aceitável pelo mercado e que redunde em aumento do consumo do fruto e maiores rendimentos financeiros para os produtores e extrativistas, a fim de garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Agradecimentos Ao professor Antônio Neves Sobrinho pela colaboração voluntariosa, aos alunos Fernando Leite,

Tauane Menão e o técnico em química Nevyson Santos pelo apoio na execução dos testes.

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Literatura citadaALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA/CPAC, 1998. 464 p. ALMEIDA, S. P.; SILVA, J. A. Piqui e buriti: Importância alimentar para a população dos Cerrados. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1994. 38 p. CHAVES,J. B.P.; SPROESSER, R.L. Práticas de laboratório de análise sensorial de alimentos e bebidas, Universidade Federal de Viçosa, 81 p., 1996. CARVALHO, P. E. R. Pequizeiro Caryocar Brasiliense. Comunicado Técnico 230: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2009. p. 10 Disponível em: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPF-2010/46379/1/CT230.pdf Acesso em 20/06/2011. LEVINE, D. M.; BERENSON, M. L.; STEPHAN, D. Estatística: Teoria e Aplicações usando Microsoft Excel em Português. Rio de Janeiro: LTC, 2000. OLIVEIRA, M. E. B. et al. Aspectos agronômicos e de qualidade do pequi – Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2008. 32 p. Embrapa Agroindústria Tropical. (Documentos, 113). POZO, O. V. C. O pequi (Caryocar brasiliense): uma alternativa para o desenvolvimento sustentável do cerrado no norte de Minas Gerais. 1997. 100 f. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Paraná, Lavras, 2004.

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Avaliação da ação inseticida de extratos de folhas de nim (Azadirachta indica) contra afídeos prejudiciais a olericultura

Thamiris Fernandes de Oliveira1, Cíntia Sorandra Oliveira Mendes2, Renildo Ismael Félix da Costa3, Valdeir Celestino dos Santos Junior4

1Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 2.Técnica de Laboratório do IFNMG/Januária, Ms. Ciências Agrárias. E-mail: [email protected] 3Professor Orientador do IFNMG/Januária, D. Sc. Entomologia. Email: [email protected] 4Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária.

Resumo: A espécie Azadirachta indica é atualmente uma planta muito estudada em todo o mundo devido à presença de substâncias inseticidas presentes nas folhas e frutos. Diante da elevada capacidade reprodutiva, alto potencial de dano econômico e atuação na transmissão de viroses, os afídeos tem se destacado como pragas agrícolas importantes em diferentes regiões brasileiras. Uma alternativa para controle desses insetos-pragas é o uso de inseticidas naturais. O objetivo desse trabalho foi avaliar a ação inseticida do extrato de folhas de nim diluídos em diferentes concentrações e avaliados em diferentes tempos de ação no controle do pulgão da cultura da couve. O experimento foi conduzido em laboratório de Entomologia e Fitopatologia do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG/Campus Januária. Os tratamentos constituíram- se da aplicação de extrato aquoso de folha de nim nas concentrações de 0,5; 0,75; 1,0 e 2%. Foi utilizado inseticida químico (Deltamethrina 25CE) como testemunha positiva e água destilada como testemunha negativa. A avaliação da mortalidade dos pulgões foi realizada com 6, 12, 24 e 48h após a pulverização, ocasião em que foi anotado o número de insetos tratados sobreviventes. Conclui-se que o extrato de folhas de nim aplicado na concentração de 2% mostrou-se mais eficientes no controle do pulgão para o intervalo de 48 horas quando comparado aos outros tratamentos. Palavras–chave: bioinseticida, controle biológico, extrato vegetal

IntroduçãoA espécie Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae) é originária do sul e sudeste da Ásia e atualmente é

uma das plantas mais estudadas em todo o mundo, devido a presença de substâncias inseticidas presentes na folhas e frutos. A classe química dos terpenos é frequentemente descrita na composição química de extratos de frutos de A. indica sendo que foram identificadas mais de 40 tipos diferentes de terpenos onde a azadiractina é apontada como o composto mais abundante e eficiente para ação inseticida (Mordue&Nisbet, 2000; Schmutterer, 1995).

No Norte de Minas Gerais, em especial no município de Januária, os pequenos agricultores comercializam hortaliças obtidas em sistemas de produção de base familiar, no entanto, os problemas relacionados às pragas representam fatores limitantes para a produção. Com intuito de preservar o cultivo frente à ação dos insetos-praga, são empregados grandes quantidade de produtos fitossanitários, medida esta que traz sérios impactos ambientais e de saúde. Dentre as pragas que ocorrem nas espécies olerícolas, os afídeos têm se destacado devido a sua alta capacidade reprodutiva (Cividanes, 2002) e possibilidade de adquirir resistência a inseticidas em um curto período de tempo (Cassaneliet al., 2005).

Uma alternativa ao uso de agrotóxicos para o controle dessas pragas é a utilização de extratos vegetais. Os metabólitos presentes nesses extratos podem ser empregados como fonte alternativa de controle, uma vez que o impacto gerado sobre o ambiente e na qualidade da cultura é bastante reduzido quando comparado ao uso de inseticidas químicos, considerando que são biodegradáveis, não deixam resíduos nos alimentos e são de fácil utilização. Todas estas características favorecem o pequeno agricultor, que, de modo geral, possuem carência de assistência técnica e operam com baixo nível tecnológico.

Diante do exposto o presente trabalho tem por objetivo avaliar a ação inseticida do extrato de folhas de nim (Azadirachta indica) diluídos em diferentes concentrações e avaliados em diferentes tempos de ação no controle do pulgão da couve Brevicoryne brassicae (L.) (Hemiptera: Aphididae).

Material e Métodos

Os bioensaios foram conduzidos no Laboratório de Entomologia e Fitopatologia do Instituto Federal de Educação do Norte de Minas Gerais – campus Januária. O material vegetal foi composto por folhas de A. indica, coletadas no mês de setembro de 2013. As amostras foram lavadas em água corrente, secas em temperatura ambiente por cinco dias e pulverizadas para aproximadamente 60 mesh utilizando moinho de facas para obtenção de pó fino, a qual foram acondicionadas em sacos plásticos e conservadas em geladeira. O material vegetal foi submetido a extração da mistura etanol:água 70:30, por 7 dias. O extrato bruto foi

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filtrado pelo método de filtração por gravidade e conduzido à estufa de circulação a 45°C, para eliminar o etanol.

Os testes foram realizados em pulgões da couve B. brassicae, coletados em infestações naturais em cultivos de couve (Brassica oleraceae cv. Acephala) situados em propriedades de agricultores familiares do município de Januária, MG. Discos de folhas das hortaliças, com cerca de 5cm de diâmetro foram colocados sobre camada de ágar-água (7g de ágar/L de água destilada) vertida em placas de Petri, afim de garantir a turgidez das folhas e evitar contaminação durante o período de avaliação. Com ajuda de um pincel de ponta fina, foram colocados dez insetos adultos por placa, e após 12 horas, os tratamentos compostos pelos extratos de folhas de nim foram aplicados nas concentrações de 0,5; 0,75; 1,0 e 2%, com auxilio de pulverizador manual. Foi utilizado inseticida convencional (Deltamethrina 25CE) como testemunha positiva e água destilada como testemunha negativa. Após a pulverização, as placas de Petri contendo os insetos foram fechadas, e mantidas em câmara climatizada á temperatura de 25 ± 2º C, umidade relativa de 70 ± 10% e fotofase de 12 horas.

A avaliação da mortalidade dos pulgões foi realizada com 6, 12, 24 e 48h após a pulverização, ocasião em que foi anotado o número de insetos tratados sobreviventes. Foram considerados mortos os insetos que não tiveram atividade motora própria, seja de forma espontânea ou quando estimulados por um pincel de ponta fina. Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste ScottKnott, a nível e 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

O extrato aquoso de folhas de nim testados sobre pulgão da couve B. brassicae apresentaram diferentes porcentagens de mortalidade ao longo do tempo (Tabela 1). Nas primeiras 6 horas após a pulverização, os tratamentos não apresentaram diferenças estatísticas quando comparados a testemunha negativa (água destilada), observou-se apenas uma baixa mortalidade dos pulgões independente da concentração empregada, comparado com a testemunha positiva que promoveu o controle de 96,67%. De acordo com (Bernardi et. al, 2012), a baixa mortalidade nos tratamentos após a primeira pulverização indica que o produto não apresenta um efeito de choque quando comparado a inseticida (Deltamethrina 25CE), o qual proporcionou um elevado controle do pulgão em uma única pulverização. Como pode ser observado na Tabela 1, após 12 horas da pulverização com o extrato de nim somente nas concentrações de 1% e 2% houve diferença estatística quando comparado a testemunha negativa. Considerando o número final de adultos de B. brassicae sobreviventes após 24 horas da aplicação, verifica-se que folhas tratadas com nim a 2%, não diferiu estatisticamente da testemunha positiva, proporcionando controle de 76,67%.O fato de o extrato ter sido pulverizado diretamente sobre os insetos adultos na placa de petri infestada com pulgões indica que além da ingestão, o contato com o extrato aquoso potencializou o efeito da azadiractina, assim como foi demonstrado (Bernardi et, al 2012) em Haetosiphon fragaefolli na cultura do morangueiro. Observou-se também que a azadiractina afetou a coloração e a mobilidade dos pulgões, quando comparados a testemunha negativa. Com relação à eficiência, a concentração de 2% apresentou os melhores resultados, proporcionando controle superior a 90%ao fim das 48 horas de avaliação, dessa maneira a moralidade dos pulgões foi diretamente proporcional ao tempo de aplicação do extrato(tabela 1). Tabela 1 Mortalidade média (%) de B. brassicae submetidas aos tratamentos à base de extratos aquosos de

Nim e Decis as 6, 12, 24 e 48 horas após a aplicação.

6 horas 12 horas 24 horas 48 horas

Testemunha negativa (água destilada) 6,67Aa 10,00Aa 10,00 Aa 23,33Ba

Extrato de nim 0,50% 16,67Aa 16,67 Aa 40,00 Bb 70,00 Cb

Extrato de nim 0,75% 13,33Aa 23,33 Aa 50,00 Bb 80,00 Cb

Extrato de nim 1% 23,33Aa 33,33 Ab 56,67 Bb 83,33 Cb

Extrato de nim 2% 26,67Aa 50,00 Bb 76,67 Cc 93,33 Cb

Testemunha positiva (Deltamethrina 25CE)

96, 67Ab 100,00 Ac - -

CV (%) 27,81 27,54 34,10 14,61 Médias seguidas por letra minúscula na coluna e maiúscula nas linhas não diferem entre si pelo teste de Scott Knott, a nível e 5% de probabilidade.

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ConclusõesA utilização de extratos de folhas de nim foi eficiente no controle do pulgão B. brassicae na cultura

da couve, ocasionando até 93% de mortalidade dos afídeos após 48 horas da aplicação. O uso do extrato de nim pode permitir que pequenos produtores obtenham hortaliças mais saudáveis, com maior qualidade e menor custo, evitando o uso de agrotóxicos.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG/Campus Januária

LiteraturacitadaBERNARDI, D.; GARCIA, M. S.; BOTTON, M.; CUNHA, U. S. Efeito da azadiractina sobre Chaetosiphonfragaefolli(Cockerell, 1901) (Hemiptera: Aphididae) na cultura do morangueiro. Rev. Bras. Frutic.,Jaboticabal - SP, v. 34, n. 1, p. 093-101, Março 2012.

CASSANELLI, S.; CERCHIARI, B.; GIANNINI, S.; BIZZARO, D.; MAZZONI, E.; MANICARDI, G.C. Use of the RFLP-PCR diagnostic test for characterizing MACE and kdr insecticide resistance in the peach potato aphid Myzuspersicae. Pest Management Science, v.61, n.1, p.91-96, 2005.

CIVIDANES, F. Tabelas de Vida de Fertilidade de Brevicorynebrassicae(L.) (Hemiptera: Aphididae) em Condições de Campo. Neotropical Entomology, v.31, n.3, p.419-427, 2002.

MORDUE (LUNTZ), A. J.; NISBET, A. J. Azadirachtin from the Neem Tree Azadirachtaindica: its Action Against Insects. Anais da Sociedade de Entomologia do Brasil, v. 29, n. 4, p. 615 – 632, 2000.

SCHMUTTERER, H. 1995. The neem tree AzadirachtiaindicaA. Juss and other meliaceous plants: Sources of unique natural products for integrated pest management, medicine, industry and other purposes. VCH, Weinheim, Germany, 696p.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO BAIXO JEQUITINHONHA

Anna Caroline Lopes Costa1, Falyne Pinheiro de Oliveira1, Gleidison Chaves Silva2, Mairon Neves de

Figueiredo2, Melissa Silva Freitas1, Vico Mendes Pereira Lima3

1Estudante do curso Técnico em Zootecnia – IFNMG/Almenara. Bolsista de Iniciação Científica Júnior do IFNMG. Email: [email protected], [email protected], [email protected]. 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária. Bolsista de Iniciação Científica Júnior do CNPq.Email: [email protected], [email protected]

3Professor do IFNMG/Almenara, D.Sc. Ciência do Solos. Email: [email protected]

Resumo: Apesar da importância das pastagens para atividade pecuária, tem-se observado uma elevada degradação física, provocada principalmente pela compactação dos solos, devido ao pastejo incorreto, em condições inadequadas de umidade e uma degradação química provocada pela deficiente manutenção da adubação. Assim, este trabalho tem por objetivo avaliar as alterações físico-químicas em três tipos de solos (Argissolo, Latossolo e Cambissolo), sob forrageiras irrigadas (Panicummaximum) e pastejo rotacionado visando à produção de leite no Baixo Jequitinhonha. Foram realizadas a descrição morfológica, classificação dos solos, e as avaliações: desenvolvimento radicular da forrageira, produtividade da cultura e as determinações físicas de retenção de água e densidade do solo. As amostragens dos solos foram realizadas durante a estação seca do ano de 2012, momento que há maior necessidade de irrigação, o que acarreta grande impacto sobre a produção se comparada a criações normais a pasto. Foram coletadas, nas profundidades de 0-10, e 20-30 cm, três amostras indeformadas em anéis volumétricos de 100mm de diâmetro por 100mm de altura e 3 amostras deformadas, em 3 repetições para cada profundidade, totalizando 18 amostras de solo. A hipótese principal é que o uso intensivo do solo em sistemas de produção com forrageiras irrigadas e pastejo rotacionado provoca degradação dos atributos analisados reduzindo a capacidade produtiva e as funções ambientais do solo. Palavras–chave: avaliações físico-químicas, manejo e conservação do solo e água, pastejo- rotacionado, qualidade estrutural do solo

IntroduçãoAs pastagens de gramíneas, quando bem formadas e conduzidas, representam um componente

ambiental importante pelo papel que exercem na cobertura dos solos, pela ação de suas raízes na formação e estabilização dos agregados e quebra de estruturas compactadas. Deste modo é possível associar o desenvolvimento radicular ao crescimento aéreo e por fim, maior produção vegetal, de suma importância na agropecuária. Este trabalho tem por objetivo avaliar as alterações físico-químicas do solo, em três solos (Argissolo, Latossolo e Cambissolo), sob forrageiras irrigadas (Panicum maximum) e pastejo rotacionado visando a produção de leite na região do Baixo Jequitinhonha.

Material e MétodosO experimento está localizado em áreas no Baixo Jequitinhonha que adotam o programa de produção

leiteira “Balde Cheio”. Após localizar as propriedades que utilizam do programa em questão (Balde Cheio), o grupo buscou reproduzir em uma área do instituto as mesmas condições químicas e físicas de solos que são submetidos à esse projeto. Nos locais escolhidos foram coletadas, no final da estação seca de 2012, por meio dos anéis, três amostras indeformadas de solo a 0-10 cm, três amostras de solo a 20-30 cm, utilizados para a construção das curvas de retenção de água (CRA) e análise da densidade do solo (Ds). Estas amostras foram coletadas em piquetes que apresentavam em repouso de 28 dias, onde haviam sidos aplicados as devidas quantidades de adubos e água. Para avaliação da produtividade foram cortados cinco touceiras escolhidas ao acaso que possam representar o experimento testado. Considerando como parte aérea toda a área da forrageira acima de 10 cm. Através das amostras obtidas foi avaliado o crescimento da forrageira Panicummaximumcv. Mombaça, avaliando seu crescimento radicular e relacionando com seu crescimento aéreo.

Os solos foram classificados, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 2006), utilizando o Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo (Santos et al., 2005) para a descrição morfológica de três perfis completos (classificados até o quarto nível categórico) e três perfis complementares. Análises químicas e físicas de laboratório também foram utilizadas na classificação dos solos (Tabela 1).

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Tabela 1 pH em água, matéria orgânica do solo (MOS) e componentes do complexo sortivo do Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico típico (PVA), Latossolo Amarelo Distrófico coeso e CambissoloHáplico Distrófico típico (CXbd) cultivados com Panicum maximum.

Solo pH K P Ca Mg Al H+Al SB T T V m MO P-Rem

-- mg/dm3 -- --------------------------cmol/dm3-------------------------- ----- % ----- dag/kg mg/L

Argissolo 5.6 26 54.1 2.9 0.6 0.1 2.1 3.6 3.7 5.7 63.1 2.7 2.0 41.7

Latossolo 5.2 36 9.1 4.4 1 0.1 5.1 5.5 5.6 10.5 52.1 1.8 3.4 22.9

Cambissolo 5.3 22 3.5 2.3 1.1 0.1 3.2 3.5 3.6 6.7 51.6 2.8 3.1 33.1

Os resultados das análises foram submetidos à análise exploratória dos dados, para a obtenção da

distribuição e medidas de dispersão. Simultaneamente, foi realizada análise da normalidade dos erros, aplicando-se o teste de Shapiro-Wilk. Nos tratamentos em que foi verificada a normalidade dos erros, os dados foram submetidos à análise de variância e a comparação das médias feita pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando-se do programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2005).

Resultados e Discussão

A análise das curvas de retenção de água mostrou uma melhor qualidade estrutural do Argissolo para as duas profundidades avaliadas em comparação ao Latossolo e Cambissolo (Figura 1). A melhor sustentabilidade do solo para cultivo está ligada a características intrínsecas do solo e ao manejo adotado pelo agricultor que resulta para a cultura maior disponibilidade hídrica. Os resultados de densidade do solo e produtividade confirmam a superior qualidade física deste solo, quando comparados aos demais. Para o Latossolo verificou-se uma adequada qualidade da estrutura na camada superficial e a confirmação de um atributo pedogenético deste solo, que apresenta um horizonte coeso na subsuperfície. Mesmo com essa limitação não foi verificada para o cultivo do Panicum maximum uma restrição na produtividade, quando comparado ao Argissolo. Acredita-se que este fato demonstra a superficialidade da maioria do sistema radicular da cultura. O Cambissolo apresenta uma baixa qualidade estrutural nas duas camadas. A CRA (Figura 1) mostra que este solo deve ser irrigado em turnos de rega mais frequentes devido a sua baixa capacidade de armazenamento estas características são confirmadas pela alta densidade do solo e pela baixa produtividade (Tabela 2).

0

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Argissolo: 0-10cm

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Um

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e, g

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Tensão, kPa

Argissolo: 20-30cm

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Figura 1 Curva de retenção de água no solo da camadas de 0-10cm e 20-30cm para oArgissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico típico (PVA), Latossolo Amarelo Distrófico coeso e CambissoloHáplico Distrófico típico (CXbd) cultivados com PanicumMaximum.

Tabela 2 Densidade do solo para a camada de 0-10 cm e produtividade do Panicum maximumpara o Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico típico (PVAe), Latossolo Amarelo Distrófico coeso (LAd) e CambissoloHáplicoDistrófico típico (CXbd).

Solos Densidade do solo (g/cm3) Produtividade (t/ha)

Argissolo 1.33 a 26 a

Latossolo 1.45 b 25 a

Cambissolo 1.54 c 11.5 b

O principal resultado otimizado pelo grupo é propor sistemas sustentáveis de produção agrícola em condição harmônica, estando o solo fisicamente e quimicamente em bom estado. Proporcionando produtividades além das expectativas dos produtores do Baixo Jequitinhonha, que possuem solos de ótima qualidade, executam os investimentos em adubação e correção, mas estão sob sistemas e técnicas que não preservam a qualidade estrutural do solo. O uso abusivo destes solos exigem cada vez mais adubações ao ponto de tornarem o ciclo de produção da forrageira cada vez mais caro (corte e restauração da cultura). Assim o projeto por mais que se mostre altamente produtivo, pode com o tempo provocar maiores gastos e perdas, devido ao uso continuo e desenfreado de adubos sintéticos e de pastejo superconcentrado em um pequeno local sem o controle da umidade e capacidade de suporte de carga, que aumentam cada vez mais a compactação do solo. É possível observar que o sistema “Balde Cheio” apresenta enormes vantagens se comparados a sistemas a pasto de produção de leite, porém o uso inadequado e uma falta de controle na condução da forrageira, adubação e irrigação, causam enormes desperdícios ou perdas produtivas.

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Latossolo: 0-10cm

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Latossolo: 20-30cm

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Um

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Cambissolo: 0-10 cm

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Cambissolo: 20-30cm

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ConclusõesAs pesquisas apontam que o pastejo rotacionado proposto pelo projeto “Balde Cheio” apresenta-se

como alternativa prospera à região, apesar de necessitar de mais pesquisas para o adequado manejo da estrutura dos solos.

O manejo adotado está ocasionando prejuízos no estado físico dos tipos de solos utilizados como amostra para a implantação do sistema.

Argissolo, Latossolo e Cambissolo apresentaram qualidade estrutural comprometidas na camada de 20-30cm em comparação a camada 0-10 cm com reflexos na produção e no aumento do ciclo de corte da forrageira.

AgradecimentosEsse projeto ajudou todos os bolsistas a ter um maior conhecimento do curso técnico e mais

argumentos para discussão. Agradecemos também as instituições colaboradoras IFNMG, FAPEMIG eCNPq pelo suporte oferecido.

Literatura citada

CAMARGO, O.A.; ALLEONI, L.R.F. Compactação do solo e o desenvolvimento de plantas. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1997. 132p. OLIVEIRA, G.C.; DIAS JÚNIOR, M.S.; RESCK, D.V.S.; CURI, N. Caracterização química e físico-hídrica de um Latossolo Vermelho após vinte anos de manejo e cultivo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28,p.327-336, 2004.

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AVALIAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM TOPO DE MORRO UTILIZANDO O NOVO CÓDIGO FLORESTAL

César Vinícius Mendes Nery1,Adriana Aparecida Moreira2, Fernanda Ribeiro Lima3

1Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Produção Vegetal. Email: [email protected] 2Engenheira Ambiental– Faculdades Santo Agostinho/Mestranda em Sensoriamento Remoto UFGRS. Email: [email protected] 3Acadêmica de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Email: [email protected] Resumo: Devido a grande extensão territorial do Brasil, a fiscalização da fragmentação das áreas de preservação em topos de morro se torna dificultada, assim é indispensável a utilização de novas metodologias que possibilitem o mapeamento dessas áreas.O presente trabalho tem como objetivo a comparação das áreas de preservação permanente em topos de morro na Sub-Bacia do Rio Canoas no município de Montes Claros/MG embasado pelas Leis Federais de nº 4.771/65 e 12.651/12 utilizando-se das técnicas do geoprocessamento. A metodologia utilizada para realização deste trabalho baseou-se no estudo desenvolvido por Lima et al., (2012), identificando a cota de maior depressão, caracterizada pela localização da base do morro ou montanha empregando o novo código florestal brasileiro de 2012. Após o processamento da metodologia utilizada pode-se verificar uma redução de um percentual de 13,05% das áreas de preservação permanente em (APP) em topos de morro em comparação ao código florestal brasileiro de 1965. Palavras–chave: geoprocessamento,legislação ambiental,topodata

IntroduçãoO Código Florestal Brasileiro (1965), nos termos da Lei Federal nº 4.771 de 15 de setembro de 1965

(BRASIL, 1965), revogado recentemente pela Lei Federal nº 12.651 de maio de 2012 (BRASIL, 2012), foiinstituído para dinamizar a atividade florestal e preservar a diversidade biológica e a variabilidade dos organismos vivos.

As áreas de preservação permanente (APP) são responsáveis pela manutenção da vida, no entanto, vêm sofrendo diversos impactos principalmente no cenário atual, ocasionados por pressões antrópicas. No Brasil, esses agravantes, na concepção da necessidade de novas áreas e cada vez mais extensas, são decorrentes da pecuária e vêm promovendo a desestruturação das áreas de preservação em topos de morro, ocasionando efeitos negativos sobre a biodiversidade (FAHRIG, 2003).

Para o Brasil, país de grande extensão, é indispensável a utilização de novas metodologias que possibilitem o mapeamento e a caracterização das APP possibilitando uma melhor fiscalização e localização dessas áreas no campo. O geoprocessamento vem auxiliando no processo de tomada de decisão, pois, além de ser uma ferramenta de baixo custo apresenta resultados satisfatórios em um curto espaço de tempo. Nesse sentindo, este trabalho utiliza ferramentas de geoprocessamento objetivando a comparação das áreas de preservação permanente em topo de morro na Sub-Bacia do Rio Canoas no município de Montes Claros/MG embasado pela Lei Federal de nº 12.651/2012 (BRASIL, 2012) com o estudo realizado por Lima et al.,(2012), o qual aplicou o antigo código florestal em mesma Sub-Bacia.

Material e Métodos

A metodologia utilizada na delimitação das áreas de preservação permanente em topo de morro se baseia no 4º artigo do Novo Código Florestal (BRASIL, 2012), que dispõem dos seguintes critérios para APP em topo de morro:Altura mínima dos morros, montanhas e serras superior a cem metros; Inclinação média maior de 25º e áreas delimitadas por curvas de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima.

Quanto ao processamento dos dados, utilizou-se o SPRING 5.2.3 (CÂMARA et al., 1996), e de posse dos dados altimétricos da folha 16S45_ZN e de declividade 16S45_SN, disponíveis pelo projeto SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission), realizou-se o processamento dos dados pertinentes ao estudo.

O presente trabalho considerou três possibilidades de se extrair áreas equivalentes a topo de morro: Forma de relevo isolada; Forma de relevo que faz parte de um divisor d’águas ou linha de cumeada e forma de relevo que faz parte de um conjunto de morros e montanhas, cujos cumes estão separados entre si por distâncias inferiores a 500 m. A cota de maior depressão, caracterizada pela localização da base do morro ou montanha é identificada como ponto de sela, sendo este parâmetro para definição do topo.

A delimitação de áreas com declividade maior que 25° foi realizada por meio do fatiamento de classes criando uma categoria temática contendo as declividades relacionadas (0-25°, 25-100°). A partir dos dados de altimetria, foi possível a extração das curvas de nível com equidistância de 10 metros.

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Com as informações adquiridas realizou-se a análise em relação à fundamentação legal seguindo da delimitação de topo de morros, utilizando a ferramenta extração de topo de morros do SPRING.

Resultados e Discussão

Após o processamento da metodologia verificou-se que a área de preservação permanente em topo de morro corresponde a 3,13 % (3 km²) do total da área da Sub-Bacia do Rio Canoas, que é de 95,67 km² de acordo com os parâmetros estabelecidas pelo Novo Código Florestal, sendo possível a identificação de 6 (seis) áreas classificadas como APP em topo de morro (Figura 1).

Figura 1 APP em topo de morro na Sub-Bacia do Rio Canoas de acordo com o Novo Código Florestal.

Utilizando-se da metodologia sob efeito do antigo Código, Florestal Lima et al., (2012) encontraram

em seu estudo um total de 12 áreas de preservação permanente em topo de morro na Sub-Bacia do Rio Canoas, totalizando cerca de 3,45 km² de APP (Figura 2).

Figura 2 APP em topos de morros situadas na sub-bacia do Rio Canoas sob efeito do antigo Código

Florestal. Fonte: Lima et al.,2012. Como pode ser observado, houve uma redução das áreas de preservação permanente em topo de

morro de 13,05%, justificada pelas mudanças que foram atribuídas na Lei Federal de Nº 12.651/12 (BRASIL, 2012).

Um aspecto que pode ser verificado é que as APP em topo de morro suprimidas pelo atual Código Florestal Brasileiro da Sub-Bacia do Rio Canoas encontravam-se distribuídas em sua maior parte sobre a sua linha de cumeada (Figura 2) podendo ocasionar impactos negativos sobre a biodiversidade presente na Sub-Bacia do rio Canoas e de bacias hidrográficas adjacentes, caso a vegetação presente nessas áreas sejam suprimidas por meio da autorização de órgãos competentes, uma vez que os divisores de água se caracterizam como áreas ambientalmente frágeis e vulneráveis devido às cotas de maiores altitudes que se

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prevalecem nessas áreas. Em estudos realizados por Hott et al., (2013), analisando as áreas de preservação permanente na mesorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais de acordo com a Lei Federal de Nº 4.771/69 (BRASIL, 1965) regulamentada pela Resolução CONAMA de nº 303/02 a respeito das áreas de preservação permanente e o Novo Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 2012), verificou-se que os resultados encontrados a respeito da comparação entre ambas as legislações corroboram com os mesmos verificados neste estudo a respeito das áreas de preservação permanente em topo de morro.

Conclusões

Os resultados encontrados apresentaram um total de 3 Km2 de áreas de preservação permanente em topo de morro na Sub-Bacia hidrográfica do Rio Canoas de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Lei Federal de Nº 12.651/12 (BRASIL, 2012). Desta forma, pode-se verificar uma redução de 45 ha de áreas de APP em topo de morro na sub-bacia estabelecidas pelo Antigo Código Florestal.

Verificou-se que a metodologia proposta foi satisfatória na identificação de APP em topo de morro e que a atualização do Código Florestal desfavoreceu a preservação de mais áreas importantes para a manutenção da biodiversidade e o bem estar das populações.

AgradecimentosOs autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao

Instituto Federal Norte de Minas Gerais (IFNMG) pelo apoio cedido.

Literatura citadaBRASIL. Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4771.htm>. Acesso em 22 de Junho de 2013. BRASIL. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>. Acesso em 09 de Julho de 2013. CÂMARA, G.; SOUZA, R.C.M.; FREITAS, U. M.; GARRIDO, J. C. P.(1996). SPRING: integrating remote sensing and GIS withobject-oriented data modelling. Computers and Graphics, v. 15, n. 6, p. 13-22. FAHRIG, L. (2003). Effects of habitat fragmentation on biodiversity. Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, v. 34, p. 487-515. HOTT, M. C.; FONSECA, L. D. M.; PIMENTEL, F. O. RABELO, M. C.; RESENDE, J. C. (2013). Análise do novo código florestal em relação a áreas de preservação permanentes para a mesorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 16, 2013, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: SBSR. p. 4792-4798. LIMA, F. A.; OLIVEIRA, D. B.; ALMEIDA, R. P.; NERY, C. V. M. (2012). Delimitação das áreas de preservação permanente em topo de morro. Estudo de caso: sub-bacia do Rio Canoas, Montes Claros – MG. In: GEONORDESTE -Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto, 6, 2012, Aracaju. Anais ... Aracaju: GEONORDESTE.

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AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NO BAIXO JEQUITINHONHA Romulo Santos Damascena1, Ricardo de Matos Silva2, Felipe Alves de Oliveira2, Fredson Ferreira Chaves3,

Vico Mendes Pereira Lima4

1Estudante do curso Técnico em Zootecnia – IFNMG/Almenara. Bolsista de Iniciação Tecnológica e Industrial (ITI), CNPq. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária.Bolsista de Iniciação Tecnológica e Industrial (ITI), CNPq.Email: [email protected] 3Pesquisadorda Embrapa Milho e Sorgo. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Almenara, D.Sc. Ciência do Solos. Email: [email protected]

Resumo: A mandioca é uma das tuberosas mais produzidas no Brasil, tendo grande variedade quanto às formas de uso como alimento, tanto animal quanto humano. Alimentos energéticos usados na dieta animal, ganharam altos valores no mercado, e diversos estudos são feitos pra se encontrar um substituto com características parecidas. (Citar objetivo) A mandioca é uma das culturas mais estudadas para esse fim, para isso a cultivar deve apresentar boa produtividade radicular e aérea. As cultivares Dourada, Gema de ovo, Aipim Brasil, Jari, Formosa, Mani Branca, Cidade e kiririsforam plantadas em novembro de 2013 em Almenara-MG, em parcelas de quarenta plantas, num total de oito parcelas experimentais, cada parcela continha uma cultivar diferente, alternando entre plantas de mesa e industriais. Treze semanas após o plantio realizou-se a mensuração das características estruturais das plantas, analisando a altura da planta e o diâmetro da maniva. Observou-se que houve diferenças no diâmetro e na altura das cultivares, e espera-se que a cultivar com maior diâmetro e maior altura tenha um melhor rendimento de parte aérea e radicular, essencial para cultivares usadas na alimentação animal e humana.

Palavras–chave: agricultura familiar, agroecologia,Vale do Jequitinhonha

IntroduçãoA mandioca (Manihotesculenta) é uma das principais fontes de renda e alimento para os pequenos

produtores do Baixo Jequitinhonha.Além da importância como fonte barata de carboidratos, é reconhecida por seus aspectos nutricionais para a alimentação animal.

A mandioca é uma cultura perene, possui ampla resistência a períodos de carência hídrica, e é amplamente adaptada a uma diversidade de climas e solos. O Brasil é o segundo maior produtor de mandioca do mundo, estima-se que ele detenha 12% da produção mundial, e entre seus estados o maior produtor é o Pará, seguido por Paraná, Bahia e Maranhão (IBGE, 2012). O Baixo Jequitinhonha tem como principal alimento e fonte de renda da agriculturafamiliar a mandioca, e é essencial saber qual variedade seria a mais adaptada e produtiva, aumentando assim a renda e a fonte de alimento dos moradores da região, além disso disso hoje no Brasil, as rações são formuladas basicamente sob regime de milho e soja, alimentos esses de alto custo, isso ocasionou um aumento no custo de produção da carne, encarecendo o produto final que chega ao consumidor, a macaxeira seria de grande aproveitamento dessa área industrial, já que sua parte aérea apresenta bons valores protéicos e sua parte radicular bons valores energéticos.

Otsuboet al. (2007) ao trabalhar com sete cultivares de mandioca no município de Dourados em 2003 observou que os materiais que apresentaram as maiores alturas se destacaram na produção da parte aérea, essa observação demonstra correlação positiva entre esses fatores.

Material e MétodosO experimento a campo foi conduzido nas dependências do Instituto Federal do Norte de Minas

Gerais (IFNMG) Campus-Almenara, localizado no km 07 da BR 367, no setor doPAIS (ProduçãoAgroecológica Integrada e Sustentável).

O solo foi classificado segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 2006), utilizando o Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo (Santos et al., 2005) para a descrição morfológica do perfil completo (classificados até o quarto nível categórico) e três perfis complementares. Análises químicas e físicas de laboratório também foram utilizadas na classificação dos solos (Tabela 1).

Tabela 1 pH em água, matéria orgânica do solo (MOS) e componentes do complexo sortivo do

Latossolo Amarelo Distrófico coeso.

Solo pH K P Ca Mg Al H+Al SB t T V m MO P-Rem

Latossolo 5.2 36 9.1 4.4 1 0.1 5.1 5.5 5.6 10.5 52.1 1.8 3.4 22.9

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O preparo de solo seguiu o processo de aração, seguida de calagem e posterior gradagem e para o plantio das manivas, realizou-secovas individuais, com profundidade de aproximadamente 10 cm. As covas foram adubadas com fosfato natural a dose de 250g/6m de sulco, e Cloreto de potássio a dose de 60g/ 6m de sulco, após a adubação se colocou uma pequena camada de solo seguida damaniva terminando a cobertura com outra camada de solo sem torrão. O plantio foi realizado no dia 07 de novembro. Durante a condução do experimento todos os tratamentos receberam água da chuva acrescidos de irrigação devido ao veranico que houve na região. As manivas das cultivares BRS Dourada, BRS Gema de ovo, BRS Aipim Brasil, BRS Jari, BRS Formosa, BRS Mani Branca, BRS Kiriris e Cidade foram plantadas em quatro fileiras de seis metros usando o espaçamento de 1,0 m (um metro) entre fileiras e 60 cm entre covas, sendo 40 plantas por unidade experimental.As manivas para o plantio foram provenientes na EMBRAPA Milho e Sorgo, que forneceu as cultivares e nos apóia na condução do experimento,além disso estas foram selecionadas procurando uniformizar ao máximo todo o material utilizado. Às treze semanas após o plantio realizou-se a mensuração da altura das plantas e diâmetro do caule. A altura foi obtida com auxilio de uma régua, medindo da base ao ápice da planta e o diâmetrodo caule foi mensurada com auxílio de um parquímetro, em média a 5 cm do solo, sendo 5 mensurações por parcela experimental, totalizando 80 medições.

Os resultados das medições foram submetidos a análise exploratória dos dados, para a obtenção da distribuição e medidas de dispersão. Simultaneamente, foi realizada análise da normalidade dos erros, aplicando-se o teste de Shapiro-Wilk. Nos tratamentos em que foi verificada a normalidade dos erros, os dados foram submetidos à análise de variância e a comparação das médias feita pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando-se do programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2005).

Resultados e Discussão

Verificou-se que as cultivares Dourada, Aipim brasil, Gema de ovo, Jari e Formosa tiveram um melhor desempenho no quesito diâmetro da maniva em comparação com as cultivares Kiriris, Mani Branca e Cidade. Em relação a altura a cultivar Dourada foi a que se sobressaiu, sendo que esta apresentou desempenho de diâmetro similar as cultivares Gema de Ovo, Aipim Brasil, Jari e Formosa. Essa cultivar se destacou no decorrer do experimento apresentando as melhores características de crescimento, sendo dentre todas as cultivares avaliadas (mesa e indústria) a que apresentou melhor características da parte aérea, esperamos que essas características positivas sejam confirmadas para o desenvolvimento da raiz e quantidade de amido.

Pode-se observar que as cultivares Gema de ovo, Aipim brasil, Jari e Cidade tiveram um baixo desempenho na altura, porém tiveram classificação “a” no diâmetro, com base nisso vemos que provavelmente estas são cultivares de baixo porte.

Dentre as cultivares de indústria a que apresenta os melhores índices de desenvolvimento foi a BRS Formosa. Essa cultivar adaptou-se as condições climáticas da região e as características do solo.

Tabela 2 Média estatísticas de altura da planta e diâmetro do caule avaliadas em oito cultivares de mandioca às treze semanas após plantio, plantadas no Baixo Jequitinhonha-MG.

Cultivares Características Altura das plantas (m) Diâmetro (cm)

BRS Dourada Mesa 1.49 a 2.10 a

BRS Gema de Ovo Mesa 1.09 c 2.18 a

BRS Aipim Brasil Mesa 0.77 d 2.22 a

BRS Jari Mesa 1.14 c 2.12 a

BRS Kiriris Indústria 1.36 b 1.78 b

BRS Mani Branca Indústria 1.17 c 1.94 b

BRS Formosa Indústria 1.29 b 2.30 a

Cidade Indústria 1.12 c 2.00 b

Conclusões Concluiu-se que as cultivares que apresentaram os melhores desenvolvimentos adaptando as condições climáticas e as características do solo no solo no Baixo Jequitinhonha foram a BRS Dourada e BRS Formosa, cultivares indicadas para mesa e indústria, respectivamente.

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AgradecimentosAgradecemos as instituições colaboradoras IFNMG, FAPEMIG,CNPq e EMBRAPA pelo suporte

oferecido.

Literatura citadaALMEIDA, J.; FERREIRA FILHO J. R. Mandioca: Uma boa alternativa para alimentação animal. Bahia Agric. v. 7, n. 1, p. 50-56, 2005. OLIVEIRA, L.S.; COELHO F.E.; NOGUEIRA P.C.C. Aspectos Socioeconômicos e Agronômicos da Mandioca.Cruz das Almas.BA: EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA, 2006.817p. OTSUBO, A.A; SAGRILO, E; LORENZI, J.O; GALHARINI, L.G; OTSUBO, I.M.N; MATOS, J.S;UTIDA,D; FUJINAKA, J. Avaliação de clones de mandioca visando o processamento industrial em dourados, ms. Dourados, Mato Grosso do Sul, 2007. FERREIRA, M; MACHADO, L.C; SILVA M.D.B; DUTRA R.M; ADRINO, M.A; SILVA, L.M; MELO R.S; SANTOS T.A; SILVA, J. Avaliação de cultivares de mandioca em Bambuí-MG: circunferência da maniva e altura da parte aérea, MS. Bambuí, Minas Gerais, 2009.

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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA NA GERMINAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES DA FAMÍLIA Fabaceae

Alisson Alves Ribeiro1, Artur Oliveira Cavalcanti1, Rian Guilherme Correa Montalvão1, Alvaro Diego

Soares Mota2, Wagner Patrício de Sousa Júnior2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da, PIBIC/IFNMG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Professor do IFNMG/Salinas,M.Sc Produção Vegetal do Semi-Árido. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Salinas, M.Sc Ciência Florestal . Email: [email protected] Resumo:O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes tratamentos de quebra de dormência de três espécies da família Fabaceae: sucupira-branca (Pterodonemarginatus. Benth), olho de cabra (Ormosia arbórea. (Vell.) Harms) e sucupira-preta (Bowdichia virgilioides. Kunth). A dormência da semente é um período em que a semente não germina por estratégia adaptativa as condições ambientais. Portanto foram utilizados os tratamentos de quebra de dormência para possível germinação de cada espécie. Os tratamentos utilizados foram: imersão em ácido sulfúrico 98%; por: 5; 10; 15; 30 minutos, seguida de lavagem em água destilada por 5 minutos; imersão em água quente na temperatura de 100°C; por: 1; 5; 10; 15 minutos, foram retiradas as sementes duas horas após seu resfriamento até temperatura ambiente;escarificação mecânica na região do hilo; em região oposta ao hilo; e escarificação na região lateral, foi utilizado lixa d’agua 80.Considerando que algumas sementes mesmo em condições favoráveis necessitam de técnicas de quebra de dormência. As sementes em que foram realizados os tratamentos foram encontradas na região de Salinas, que apresenta transição entre o cerrado, caatinga e mata atlântica. Palavras–chave: olho de cabra, quebra de dormência, sucupira branca, sucupira preta

Introdução A quebra de dormência de semente é extremamente importante no que diz respeito à aceleração do processo germinativo, embora a dormência seja uma estratégia adaptativa das espécies, esse mecanismo garante a perpetuação de algumas espécies além de apresentar ao homem a necessidade de utilizá-las agronomicamente. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes tratamentos de quebra de dormência de três espécies da família Fabaceae: sucupira-branca (Pterodonemarginatus.Benth), olho-de-cabra (Ormosia arbórea. (Vell.) Harms) e sucupira-preta (Bowdichiavirgilioides. Kunth). A sucupira-branca também conhecida como faveiro, fava-de-sucupira e sucupira-lisa tem ocorrência em Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, principalmente no cerrado de transição para a floresta semidescídua. Olho-de-cabra também conhecida como olho-de-boi, pau-ripa, pau-de-santo-inácio, angelim-ripa e coronha tem ocorrência na Bahia, Minas Gerais, e do Mato Grosso do Sul até Santa Catarina, principalmente na floresta pluvial Atlântica e latifoliada semidescídua. A sucupira-preta também conhecida como sucupira-do-cerrado, sucupira-açu, cutiúba, cutiubeira, sapupira-do-campo tem ocorrência na vegetação do cerrado no Pará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Levando em conta as características aparentes das sementes destas espécies no que diz respeito à espessura do tegumento e sua dureza, foi necessário o estudo de tratamentos pré-germinativos, que permitamabreviar, aumentar e uniformizar a germinação. Considerando que algumas sementes mesmo em condições favoráveis necessitaram de técnicas de quebra de dormência. A variação nas formas de dormência deixa claro que esse fenômeno tem caráter adaptativo. A impermeabilidade do tegumento caracteriza um tipo de dormência física comum em diversas sementes, principalmente em plantas das famílias Fabaceae. Segundo (COSTA & LEAL, 2010) e (BARBOSA et al., 2011) a sucupira-branca (Pterodonemarginatus.Benth), olho-de-cabra (Ormosia arbórea. (Vell.) Harms) e a sucupira-preta (Bowdichiavirgilioides. Kunth) estão presentes neste contexto e são encontradas na região de Salinas, que apresenta transição entre o cerrado, caatinga e mata atlântica.

Material e Métodos

Para realização do trabalho foram identificadas na região de Salinas as árvores das respectivas espécies; Pterodon emarginatusBenth, Ormosia arbóre(Vell.) Harms e Bowdichia virgilioidesKunth.

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O substrato utilizado foi areia esterilizada em autoclave, acondicionadas em caixas, umedecidos com água destilada para obtenção de 60 % da capacidade de retenção do substrato, segundo a recomendação da RAS (Regras de Análise de Sementes) (BRASIL,2009).

Para avaliação experimental foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com quatro blocos de 25 sementes cada. Para superar a dormência as sementes foram submetidas aos seguintes tratamentos: - imersão em ácido sulfúrico 98%; por: 5; 10; 15; 30 minutos, seguida de lavagem em água destilada por 5 minutos; - imersão em água quente na temperatura de 100°C; por: 1; 5; 10; 15 minutos, foram retiradas as sementes duas horas após seu resfriamento até temperatura ambiente; - escarificação mecânica na região do hilo; em região oposta ao hilo; e escarificação na região lateral, foi utilizado lixa d’agua 80. - controle

A avaliação foi determinada do número de sementes germinadas. Os dados de germinação serão transformados em arcsen x/100 e o índice de velocidade de germinação em X+0,5 e submetidos à análise de variância pelo Teste F. A comparação das médias será realizada pelo teste de Tukey.

Resultados e DiscussãoVerificou-se que não houve quebra de dormência nas sementes de sucupira branca quando

submetidas ao tratamento de escarificação mecânica (lixa d’agua 80), já 28% do total das sementes de olho de cabra ocorreu quebra de dormência 29 dias após implantação do experimento.

Não houve quebra de dormência nas sementes de sucupira branca e olho de cabra quando submetidas ao tratamento de imersão em água quente na temperatura de 100°C por 1, 5, 10 e 15 minutos. No tratamento de imersão em ácido sulfúrico por 5 minutos, 56% das sementes de sucupira branca ocorreu quebra de dormência 20 dias após implantação do experimento, já neste mesmo tratamento com as sementes imersas em ácido sulfúrico por 10, 15 e 30 minutos não houve quebra de dormência. Isso pode ter acontecido pelo alto tempo de exposição ao ácido, o que pode ter acarretado na degradação do material genético.

Foi constatado que no tratamento de imersão em ácido sulfúrico por 30 minutos, 44% das sementes de olho de cabra ocorreu a quebra de dormência 16 dias após implantação do experimento, já neste mesmo tratamento com as sementes imersas em ácido sulfúrico por 5, 10 e 15 minutos não houve quebra de dormência. Ao contrário da sucupira branca, o tempo de exposição prolongada ao ácido sulfúrico pode ter acelerado a germinação do olho de cabra, sendo esta semente mais dura que a sucupira branca. Os resultados parciais só se mostraram significativos após analise estatístico, a sucupira preta não foi avaliada até o presente momento, devido à extensão do período de seca, atrasando a produção das matrizes.

ConclusõesOs resultados parciais apresentados mostraram que o melhor tratamento para quebra de dormência da

sucupira branca é imersão em ácido sulfúrico por 5 minutos e para olho de cabra é escarificação mecânica e imersão em ácido sulfúrico por 30 minutos. O Delineamento inteiramente casualizado (DIC) e a comparação das médias pelo teste de Tukey serão realizados quando apurar os resultados de quebra de dormência da sucupira preta, não foi possível analisar os resultados de quebra de dormência dessa semente pelos poucos dias em que foi feito a implantação do experimento. Os resultados condizem com a literatura pesquisada. A semente de sucupira teve maior taxa de quebra de dormência e concentração mais baixa do ácido sulfúrico devido a espessura do pericarpo quando comparada com olho de cabra.

AgradecimentosAo IFNMG campus Salinas pela concessão da bolsa e pela disponibilização de laboratórios e todo o

material que foi necessário para a realização deste projeto.

Literatura citada BARBOSA, K. A.; CANEDO, S. C.; CASAROLI, D.; FAGAN, E. B.; TEIXEIRA, W. F. Avaliação de métodos para superação de dormência na germinação de Ormosiaarborea (Vell.) Harms. Núcleo de Pesquisa em Fisiologia Vegetal, Agroclimatologia, Modelagem na Agricultura e Irrigação, Faculdade de Engenharia e Ciências Agrárias, Centro Universitário de Patos de Minas. Patos de Minas, 2011.Para Tese ou Dissertação BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA. Regras para análise de sementes. Brasília: SNAD/ DNDV/CLAV, 2009. 365 p.

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COSTA, B. S. S.; LEAL, R. M. Germinação e quebra de dormência das espécies sucupira branca (Pterodonpubescens. Benth) olho de boi (Ormosiaarboreal (vell) harms), e jatobá do cerrado (Hymenaeastigonocarpamart.). Palmas-TO, 2010.

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AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE ÁREA DESMATADA EM RIO PARDO DE MINAS/MG

Adriana Aparecida Moreira1, César Vinícius Mendes Nery2, Jhonatas Moreira Neri3

1Engenheira Ambiental– Faculdades Santo Agostinho/Mestranda em Sensoriamento Remoto UFGRS. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Produção Vegetal. Email: [email protected] 3Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Email: [email protected] Resumo:O objetivo deste trabalho consiste no monitoramento do comportamento espectral de uma área desmatada no município de Rio Pardo de Minas ao longo de 15 meses, utilizando dados do sensor MODIS por meio da aplicação do Modelo Linear de Mistura Espectral comparado ao índice de vegetação (NDVI).A metodologia baseou-se na leitura de valores de pixelsdas imagens-fração do MLME e NDVIdurante um intervalo de 15 meses. Na análise dos resultados, pode-se observar que os valores médios de NDVI apresentaram oscilações durante o período analisado em virtude das variações pluviométricas ocorridas e de as características do solo, por possuírem uma considerável influência no espectro de radiação proveniente de dosséis da vegetação esparsa, influenciando no cálculo dos índices de vegetação. Os níveis digitais das imagens-fração; vegetação, solo e sombra apresentaram menores interferências. Palavras–chave: desmatamento, modelo linear de mistura espectral, NDVI

IntroduçãoAs imagens orbitais proporcionam uma visão sinóptica de extensas áreas e maior frequência de

imageamento, capazes de detectar as mudanças ocorridas na Terra, principalmente para alvos mais dinâmicos, como o estudo fenológico da vegetação, utilizando-se técnicas de processamento digital de imagens.As respostas espectrais da reflectância da vegetação nas bandas do infravermelho próximo e vermelho possibilitam para que índices de vegetação sejam utilizados em inúmeros estudos, permitindo uma melhor dinâmica da mesma.

O índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) é comumente empregado pela comunidade científica em estudos para caracterização e análise da vegetação (Rego et al., 2012). O Modelo Linear de Mistura Espectral (MLME) ao mesmo modo do (NDVI) pode ser utilizado para o estudo da vegetação e suas alterações na cobertura vegetal. Teoricamente, as imagens fração quando comparadas ao índice de vegetação são menos sujeitas às variações de fatores, como condições de iluminação da cena e de variações atmosféricas (SHIMABUKURO et al.,, 1998).Nesse contexto, este trabalho buscou analisar o comportamento espectral de uma área desmatada de 119 ha no município de Rio Pardo de Minas, em um intervalo de tempo de 15 meses, por meio da utilização do índice de vegetação (NDVI) e imagens fração, através da aplicação do Modelo Linear de Mistura Espectral derivados de dados do sensor MODIS.

Material e Métodos

Foram adquiridas oito cenas do sensor MODIS, que abrangeram o período de estudo. As imagens adquiridas foram processadas com intuito de geração das três imagens-fração, vegetação, sombra e solo, utilizando os dados de entradas do Modelo Linear de Mistura Espectral as bandas RED, NIR e MIR respectivamente na composição RGB, devido ao comportamento espectral diferencial dos alvos analisados, nessas regiões do espectro.Após o processamento, foi realizada a leitura de pixels de numa máscara de 3x3 pixels dentro da área de estudo para comparação entre NDVI e imagens durante o período em estudo e foi realizada a análise de variância e a comparação de médias por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e DiscussãoO comportamento espectral da área durante o período de estudo está representado pela Figura 1 e pela

Tabela 1, queapresentam os valores e as curvas de reflectância para os valores médios de NDVI e ND das frações vegetação, solo e sombra. Pode-se observar observada uma correlação forte entre o NDVI e a imagem fração vegetação de valor 0,77 e uma correlação inversa moderada entre o NDVI e a imagem fração solo de valor - 0,65 e a imagem fração sombra de valor - 0,47.

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Figura 1 Comportamento espectral das imagens fração e NDVI ao longo do período de estudo. Tabela 1 Média dos valores de NDVI e ND das imagens fração vegetação, solo e sombra.

Datas das Imagens NDVI Imagens FraçãoVegetação Solo Sombra

03/12/2011 0,893 a 0,892 a 0,355 h 0,316 g 05/03/2012 0,429 b 0,663 b 0,446 g 0,452 f 08/05/2012 0,206 g 0,451 g 0,531 a 0,573 d 11/07/2012 0,242 f 0,482 e 0,499 c 0,571 d 15/10/2012 0,226 h 0,483 e 0,469 e 0,611 a 16/11/2012 0,368 c 0,518 d 0,458 f 0,588 b 17/01/2013 0,332 d 0,595 c 0,486 d 0,482 e 06/03/2013 0,307 e 0,463 f 0,507 b 0,581 c

Média 0,375 0,568 0,469 0,522Desvio Padrão 0,222 0,150 0,054 0,100

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade Os valores médios de NDVI e ND da fração vegetação foram 0,893 e 0,892 respectivamente, para a

imagem de 03/12/2011(Figura 1), tais valores correspondem a uma vegetação densa (PONZONI e SHIMABUKURO, 2007). Nota-se também, que os valores médios de ND da imagem fração solo foram baixos, demonstrando menor quantidade de solo exposto na área.

Houve um declínio na curva da imagem fração vegetação e do NDVI apresentados na imagem entre os dias 03/12/2011e 05/03/2012 (Figura 1), demonstrando que a vegetação da área analisada sofreu uma diminuição acentuada. Nesse mesmo intervalo de tempo a curva referente à imagem fração solo apresentou-se ascendente, indicando a conversão vegetação/solo exposto, característica de áreas desmatadas.

Observou-se também uma diminuição dos valores de NDVI na imagem de 15/10/2012 (0,180), menor valor durante todo o período em estudo. Valor encontrado dado o baixo índice pluviométrico característico dessa região para o mês de outubro (Figura 2).

Os valores médios da imagem fração vegetação se mantiveram constantes entre os meses de julho e outubro, valores que podem ser explicados separação dos componentes da imagem pelo MLME, minimizando a interferência do solo e da sombra no componente vegetação. O valor médio da imagem fração sombra teve um aumento, devido incidência de nuvens no mesmo período.

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Figura 2 Precipitação mensal (mm) total da área de estudo. Fonte: INMET (2013).

A partir de 16/11/2012 houve um aumento dos valores médios de NDVI e ND da imagem fração

vegetação devido ao início do período chuvoso e emissão de novas folhas da vegetação e consequentemente uma maior atividade fotossintética. A curva do índice NDVI apresentou uma resposta mais intensa, com uma curva mais acentuada, que a fração vegetação para o início do período chuvoso. A sensibilidade ao baixo índice pluviométrico do mês de dezembro de 2012 também foi melhor percebido no índice de vegetação que na imagem fração vegetação, o que indica uma maior sensibilidade do primeiro em relação ao segundo.

Na imagem de data 06/03/2013 houve uma redução nos valores médios de NDVI e ND da fração vegetação, que pode ser atribuída ao início do período seco na região de acordo com os dados de precitação da figura 2.

O NDVI apresentou a maior variabilidade (Desvio padrão 0,222) dos índices estudados e a imagem fração solo a menor variabilidade (Desvio padrão 0,054), as imagens fração vegetação e sombra apresentaram valores de desvio padrão intermediários, 0,150 e 0,100, respectivamente. Os valores de variabilidade dos dados justificam assim a maior sensibilidade do NDVI para o monitoramento de áreas que sofreram supressão da vegetação.

ConclusõesAs imagens fração e índice de vegetação permitiram a análise do comportamento espectral da área de

estudo com a caracterização da resposta espectral antes e depois da supressão da vegetação. Os valores médios de NDVI apresentaram maior variabilidade durante o período do estudo e os

valores de ND da fração solo a menor variabilidade. O NDVI se mostrou mais sensível às variações de precipitação em relação à imagem fração

vegetação.

Agradecimentos Agradecemos ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais.

Literatura citadaINMET, Instituto Nacional de Meteorologia. BDMEP - Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep. Acesso em 17 de Janeiro de 2014. PONZONI, Flávio Jorge; SHIMABUKURO, Yosio, Edemir. Sensoriamento remoto no estudo da vegetação. São José dos Campos, SP: Parêntese Editora, 2007, 135 p. RÊGO, S. C. A.; LIMA, P. P. S. de.; LIMA, M. N. S.; MONTEIRO, T. R. R. Análise comparativa dos índices de vegetação ndvi e savi no município de São Domingos do Cariri-PB. Revista Geonorte, v.2, n.4, p.1217-1229, 2012. SHIMABUKURO, Y. E.; NOVO, E. M.; PONZONI, F. J. Índice de vegetação e modelo linear de mistura espectral no monitoramento da região do pantanal. Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.33, p.1729-1737, 1998.

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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DA COUVE CULTIVADA SOBRE DIFERENTES COBERTURAS DO SOLO

Carolina P. de C. Ferraz1, Regina L. da Rocha1, Victor R. Gonçalves2, Dalton J. D. Medeiros Junior3, Gleidison C. Silva3, Emille X. Cordeiro3, Stefany F. Silva3, Douglas M. Silva3, Gabriel A. Afonso3, Hektor S.

Sobral3, Antonio C. S. Tavares4

1 Estudante do IFNMG do Curso Técnico em Agropecuária bolsista, BIC – JUNIOR CNPq. Email: [email protected]; [email protected] 2 Estudante do IFNMG do Curso Técnico em Agropecuária bolsista, BIC – JUNIOR IFNMG. Email:[email protected] 3 Estudantes do IFNMG do Curso Técnico em Agropecuária, voluntários; 4Profº. Dr. IFNMG, Campus Almenara; Rodovia 367, km 07 - Caixa Postal 50, 39900 000 - ALMENARA - MG, E-mail: [email protected] Resumo: A cobertura do solo é uma técnica utilizada há muitos anos pelos agricultores com o intuito principal de evitar a lixiviação de nutrientes, ressecamento do solo, o aumento ou redução extrema de temperatura e o controle de plantas invasoras. O uso da cobertura do solo se consolida como uma alternativa para regiões com escassez de água e mão-de-obra.A couve-folha (Brassica oleracea var.acephala) é uma das hortaliças mais populares no centro-sul do Brasil. As parcelas foram inteiramente aleatorizadas, tendo cada tratamento quatro repetições. O fator em estudo foi a cobertura do solo em relação à testemunha (solo sem cobertura). Os tratamentos consistiram em diferentes coberturas: mulch preto (MP), palha (P) e solo descoberto (testemunha).Os objetivos desse trabalho foram: avaliar a influência das diferentes coberturasdo solo no estabelecimento das mudas e crescimento inicial da couve (Brassica oleraceavar.acephala); e relacionar o efeito das diferentes coberturas do solo na frequência das irrigações, necessária ao estabelecimento e desenvolvimento da cultura da couve, no município de Almenara - MG.As observações mostraram que os solos com cobertura promoveu o maior desenvolvimento das culturas. A cobertura plástica do solo e a palhada promoveu um aumento na retenção da umidade, menor frequência de irrigação, e dispensou a capina.No entanto foi observado que o tratamento com cobertura morta, palha, promoveu um melhor estande, em relação aos demais tratamentos, e um maior desenvolvimento da cultura. Palavras-chave: economia de água, fertirrigação, manejo da água, olerícolas

IntroduçãoA cobertura do solo é uma técnica utilizada há muitos anos pelos agricultores com o intuito principal

de evitar o aumento ou redução extrema de temperatura e o controle de plantas invasoras. A cobertura plástica e a cobertura com palhada promove um aumento na retenção da umidade, mantém a temperatura do solo mais constante, conservava a estrutura do solo, reduz a lixiviação de adubos e corretivos, dispensa as capina ou a aplicação de herbicidas, protege a parte comercial do contato direto com solo e aumenta a precocidade das colheitas. O uso da cobertura do solo se consolida como uma alternativa para regiões com escassez de água e mão-de-obra, tornando interessante nas propriedades que desenvolvem uma agricultura familiar, onde qualquer economia de recurso é determinante no sucesso da atividade. Cermeño (1990) destaca os benefícios que se podem obter quando o solo de uma estufa é coberto com filmes plástico e, entre eles, destaca a economia, uma vez que se evitam capinas e diminuem-se as regas; o aumento da produção, já que se consegue um regime uniforme de umidade no solo, manutenção de boa estruturação do solo, maior aproveitamento de fertilizantes, inexistência de plantas competidoras e menor número de plantas apodrecidas ou danificadas.A couve-folha (Brassica oleracea var.acephala) é uma das hortaliças mais populares no centro-sul do Brasil, sendo produzida em pequenas áreas do cinturão verde e em hortas domésticas enriquecendo a alimentação diária da população (FILGUEIRA, 1982).Os objetivos desse trabalho foram: avaliar a influência das diferentes coberturas do solo no estabelecimento das mudas e crescimento inicial da couve (Brassica oleracea var.acephala); e relacionar o efeito das diferentes coberturas do solo na frequência das irrigações, necessária ao estabelecimento e desenvolvimento da cultura da couve, no município de Almenara - MG.

Material e MétodosO experimento está sendo conduzido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). O

IFNMG situa – se no município de Almenara, nordeste de Minas Gerais a uma altitude média de 260m, a latitude 16º 11’ 01’’ Sul e longitude de 40º 41’ 40’’ Oeste. O fator estudo refere-se a diferentes coberturas das parcelas: mulching preto (MP), palha (P) e solo descoberto (Testemunha); a lâmina aplicada as parcelas foram iguais, 5 L m-2, inicialmente em uma frequência diária de irrigação. As parcelas foram inteiramente aleatorizadas, tendo cada tratamento quatro repetições. Essas parcelas foram distribuídas em canteiros

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preparados e previamente corrigidos, adubados com a fonte de fósforo e nitrogênio, como recomenda Ribeiro et al.(1999). As mudas de couve foram produzidas em bandejas com 200 células, utilizado um substrato comercial, transplantas 30 dias após o plantio. A irrigação foi feita com regadores nas parcelassem cobertura e nas que tinham como cobertura a palha; usou-se inicialmente uma armação tubular e posteriormente galões de água de 20 L, perfurados e acoplados equipos hospitalar, nas parcelas com mulching. No entanto teve dificuldade em aplicar laminas de irrigação nessas parcelas, onde o sistema de irrigação idealizado mostrou-se inadequado, sistema tubular apresentado na Figura 2, onde a energia da água escavava os canteiros. Fez-se necessário usar um sistema de irrigação por gotejamento“alternativo”, apresentado na Figura 1.

Figura 1 Área experimental com sistema de

irrigação localizado nas parcelas cobertas com mulching

Figura 2 Área experimental com sistema de irrigação tubularnas parcelas cobertas com mulching

A fertilização nitrogenada foi aplicada em cobertura via água de irrigação compondo uma solução

estoque, sendo aplicado o nitrato de cálcio na dosagem de 70 ml, por planta. Para a cobertura do solo, utilizou palhada e filme de polietileno (mulching), com espessura de 0,52 mm e gramatura de 480 g m-2, o qual foi colocado diretamente sobre o solo e, posteriormente, perfurado no espaçamento de 0,50 m x 1,0 m. O canteiro possuía 1,0 m de largura, sendo assim, cada parcela tinha as dimensões de 1,0 m x 2,0 m, sendo compostas por quatro plantas. O filme de polietileno tinha 1,20 m de largura, sobrando uma borda de 0,10 m de cada lado, sobre a qual se colocou solo para sua fixação.

Resultados e DiscussõesO mulching preto é uma solução para o Nordeste de Minas Gerais, pois evita uma maior evaporação

da água do solo, pois segundo Tsekleev et al. (1993) a cobertura de plástico protege a planta contra pragas do solo, controla a incidência de plantas daninhas, conserva a umidade próxima à superfície do solo, aumenta a concentração de raízes na parte mais aquecida e mais fértil do perfil do solo,aumenta a atividade microbiana e a taxa de mineralização do N orgânico e, principalmente, evita a lixiviação de nitrato e potássio. Nas parcelas que receberam o tratamento, como a cobertura palha, sobressaiu aos demais, com maior absorção da água aplicada, maior desenvolvimento das plantas e pegamento das mudas, com apresentado na Figura 3. Nas parcelas onde o solo ficou descoberto (Figura 4), a pouca infiltração favoreceu o escoamento e a maior evaporação da água, com irrigações diárias. As plantas tiveram um desenvolvimento inicial retardado e fizera-se necessário o replantio, em algumas das parcelas.

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Figura 3 Parcela com palha Figura 4 Parcela sem cobertura (testemunha)

ConclusãoAs observações mostraram que os solos com cobertura promoveu o maior desenvolvimento das

plantas. A cobertura plástica do solo e a palhada proporcionou um aumento na retenção da umidade, com menor frequência de irrigação.

No entanto foi observado que o tratamento com cobertura morta, palha, promoveu um melhor estande, em relação aos demais tratamentos, e um maior desenvolvimento das plantas.

As observações constata que a palha favorece o plantio da couve folha no Nordeste de Minas Gerais, pois a região se caracteriza pelo clima quente, com precipitações irregulares. Assim a cobertura do solo, seja por palha ou mulching, possibilita o maior aproveitamento da água e menor uso de mão de obra, de forma que, os pequenos produtores diminua o custo de produção e aumente a rentabilidade.

Agradecimentos

À FAPEMIG, CNPq, IFNMG- Campus Almenara por conceder as bolsas de iniciação cientifica aos alunos e recursos para o desenvolvimento do projeto.

Literatura citada

CERMEÑO, Z.S, Invernadores: instalación y manejo. Espanha: Lixeira Editora, 1990. 353p. FILGUEIRA, F.A.R, Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia Moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2ª edição, revista e ampliada. Viçosa: UFV, 2003. RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V.V.H. (Ed.). Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais:5. Aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359p. TSEKLEEV, G.; BOYADJIEVA, N.; SOLAKOV, Y.Influence of photo-selective mulch films on tomatoesin greenhouses.Plasticulture, Paris, v.95, p.45-49,1993.

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AVALIAÇÃO DO PERFIL HIGIÊNICO-SANITÁRIO DOS FABRICANTES E/OU COMERCIANTES DO QUEIJO MINAS PADRÃO NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS –

MG

Wêudson Alves Mendes1, Karine Amaral dos Santos2, Clara Mariana Gonçalves Lima3, Rogério de Oliveira4, Roberta Magalhães Dias Cardozo5, Cristiane da Silva Melo5

1Estudante do curso Técnico em Agroindústria-IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Acadêmica de Engenharia de Alimentos- IFNMG/Salinas. Bolsista de Extensão do IFNMG. Email: [email protected] 3Acadêmica de Engenharia de Alimentos- IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 4Estudante do curso Técnico em Agroindústria-IFNMG/Salinas. Bolsista de Extensão do IFNMG. Email: [email protected] 5Professora do IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected] Resumo: O queijo Minas Padrão é oriundo de Minas Gerais e a sua fabricação ocorria através do leite cru e prensado à mão. Esse queijo também é conhecido como Minas Curado e Minas Padronizado. Os queijos devem ser protegidos da contaminação microbiana, uma vez que são bons substratos para muitos micro-organismos. A presente pesquisa de Iniciação Cientifica, avaliou os focos de contaminação através de diferentes manipuladores e/ou vendedores de queijo Minas Padrão, comercializados no Mercado Municipal de Salinas-MG. Realizou-se entrevistas por meio de questionário com o objetivo de conhecer o perfil do processo de fabricação de cada um deles. Os resultados obtidos revelaram que a vistoria por órgão legal não ocorre com frequência ao ponto que, os que a tiveram, não recordam de qualquer informação. Os vendedores, em maioria, detém o conhecimento de que os micro-organismos são transmitidos devido às inadequadas práticas de fabricação e manipulação. Poucos produtores do queijo Minas Padrão tiveram oportunidade de expandir seus conhecimentos acerca do ofício, devido às dificuldades de deslocamento, já que todos moram em propriedades rurais e possuem restrições financeiras. Pôde-se perceber que os hábitos e a saúde dos manipuladores interferem diretamente na qualidade de seus produtos, assim como a precipitação pluviométrica é responsável pela variação do valor comercial do queijo Minas Padrão. Palavras–chave: comerciantes, mercado, micro-organismo, queijo,

IntroduçãoO queijo Minas Padrão é originário de Minas Gerais, historicamente, a fabricação ocorria nas fazendas

e sítios com leite cru e prensado à mão, esse queijo recebe ainda as denominações de Minas Curado e Minas Padronizado (ALBUQUERQUE, 2002). Tem-se registrado nos últimos anos um interesse crescente por produtos alimentares tradicionais manufaturados artesanalmente (REIS et al., 2010). Os queijos comercializados, em feiras livres, constituem bons substratos para muitos micro-organismos e, dessa forma, devem ser protegidos da contaminação microbiana (ALVES et al., 1994). O queijo caracteriza-se como sendo um concentrado lácteo constituído de proteínas, lipídios, carboidratos, sais minerais, cálcio, fósforo e vitaminas, entre elas A e B. Logo, sabe-se que por ser fonte de carbono e nitrogênio, o produto em questão é excelente meio de cultura para a proliferação de micro-organismo (PERRY, 2004). Visto a importância sócio-economica do queijo Minas Padrão, o presente trabalho objetivou analisar os possíveis focos de contaminação da cadeia produtiva do produto em questão. Aplicou-se um questionário para avaliar o perfil higiênico-sanitário de cada um dos 21 fabricantes e/ou comerciantes.

Material e Métodos

Realizou-se entrevistas aos 21 manipuladores e/ou vendedores do queijo Minas Padrão no Mercado Municipal de Salinas com o objetivo de conhecer o perfil higiênico-sanitário de cada um deles além das práticas utilizadas no processo de fabricação. Utilizou-se questionário tipo lista de verificação para obtenção do maior número de informações possíveis acerca do processo produtivo do referido queijo (SENAI/SEBRAE, 2000).

Resultados e DiscussãoPode-se perceber conforme a Figura 1 que aproximadamente 95% dos manipuladores não possuem o

hábito de fumar. Cerca de 95% das pessoas possuem sua própria produção, ou seja, elas mesmas produzem e comercializam, sem que ocorra a terceirização. Também pode-se verificar que 95% são conhecedora das ações dos micro-organismos, onde os entrevistados se referem aos micro-organismos como “micróbios”. Através da Figura 1, percebe-se que em torno de 90% dos manipuladores não recebem vistoria da vigilância

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sanitária. Observa-se que 73% dos entrevistados disseram não possuir acesso a instalações sanitárias com água potável, papel higiênico, lixeira, sabonete, lavatório e toalha. Por volta de 52% não possuem carteira de saúde, 85% não possui curso voltado na sua área de atuação profissional, nem mesmo uma orientação sobre as Boas Práticas de Fabricação (BPF’s) e higiene no ambiente de comercialização. Porém, nota-se, que 71% dos manipuladores possuem interesse em expandir seus conhecimentos sobre o assunto. Em relação à Figura 2, pode-se observar que de forma unânime, os produtores comercializam uma quantidade potencial de queijos Minas Padrão no período das monções.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as pessoas envolvidas em atividades de manipulação de alimentos devem evitar comportamentos que comprometam a qualidade sanitária dos mesmos, como fumar, cuspir, mascar ou comer, espirrar ou tossir sobre alimentos não protegidos (BRASIL, 2013). Por isso, se faz necessário conhecer a realidade da produção para, futuramente, auxiliar na melhoria do processo produtivo. Em relação à vistoria, os que a tiveram, não recordam das informações tais como: ano, nome do órgão e resultados. Os vendedores, em maioria, detêm o conhecimento de que os micro-organismos são transmitidos devido às inadequadas práticas de fabricação e manipulação, podendo causar danos à saúde do consumidor, porém, observou-se que estes não conseguem relacionar a existência desta carga microbiana com as etapas da produção. Outro fator relevante é o entendimento que a higiene e saúde pessoal são fatores intimamente relacionados com a produção alimentícia, fato que deve ser utilizado no incentivo à manutenção ou criação da carteria de saúde, bem como através da elucidação das boas práticas de manipulação através de ferramentas educacionais. Poucos produtores do queijo Minas Padrão tiveram oportunidade de expandir seus conhecimentos acerca do ofício, devido às dificuldades de deslocamento, já que todos moram em propriedades rurais e possuem restrições financeiras. Em termos de instalações sanitárias, inferiu-se, a precarização do processo de produção uma vez que as mesmas não são verificadas no local de obtenção dos queijos, devido ao depoimento de cada um dos 21 fabricantes e/ou comerciantes ao dissertarem sobre suas produções via questionário (SENAI/SEBRAE, 2000).

Figura 1 Dados gerais dos produtores e/ou vendedores do queijo Minas Padrão.

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Núm

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Questões avaliadas

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Gráfico 2 Queijos Comercializados no Mercado Municipal de Salinas-MG

Conclusão Sabe-se que os hábitos e a saúde dos manipuladores interferem diretamente na qualidade de seus

produtos, observou-se, analisando o relato dos entrevistados, o não cumprimento das BPF’s e a negligência dos envolvidos na cadeia produtiva em relação às condições higiênico-sanitárias . Logo, acredita-se que esses fatores possam vir a interferir na qualidade do produto final, fato que será averiguado em trabalhos posteriores. Além disso, a precipitação pluviométrica que determina a variação do valor comercial do queijo Minas Padrão também pode influenciar na qualidade do queijo.

Agradecimentos

Agradecemos à FAPEMIG e ao IFNMG pela concessão das bolsas.

Literatura citadaALBUQUERQUE, L. C. Os queijos no mundo. Vol. 1.p. 5 / 86-87. Juiz de Fora, 20 de julho de 2002. ALVES, R. M. V.; GARCIA, E. C.; DANTAS, S.T.; PADULA, M. Embalagens para produtos de laticínios. Campinas: ITAL/CETEA, p. 22. 1994. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higiene dos Alimentos - Texto Básico. Disponível em:< http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/codex_alimentarius.pdf>. Acesso em 02 de ago. de 2013. P.M.S. Projeto Básico de Revitalização e Reforma do Mercado Municipal de Salinas. Gestão do prefeito Antônio José Prates, 2006. REIS, P. M.; DOMINGOS, T. D.; FREITAS, A. C.; MACEDO, Â. C.; TRIGUEIROS, J. J. B. L.; MALCATA, X. F. Produção, Por Tecnologias Optimizadas, De Lacticínios Tradicionais Certificados- PROTOLACTIS. Universidade Católica Portuguesa - Escola Superior de Biotecnologia, 2010. Disponível em: <http://www.terraprima.pt/brochura_Protolactis.pdf>. Acesso em 13 de jun. de 2013. SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)/ SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Guia para verificação do sistema APPCC. Série qualidade e segurança alimentar. Projeto APPCC indústria. Convênio CNI/SENAI/SEBRAE. 2000c. 2. ed. Brasília: SENAI/DN. 61 p.

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AVALIAÇÃO DO USO DE SISTEMA ALTERNATIVO DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADANAPRODUÇÃO DE COUVE CULTIVADA SOBRE MULCHING PRETO

Regina Lima da Rocha1, Carolina P. de C. Ferraz1, Victor R. Gonçalves1, Dalton J. D. Medeiros Junior2,Gleidison C. Silva2, Douglas M. Silva2, Gabriel A. Afonso2, Hektor Siqueira Sobral3, Antonio

Clarette Santiago Tavares4.

1Estudante do curso Técnico em Agropecuária bolsista BIC JUNIOR..Email: [email protected],[email protected], [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária, voluntários. 3Estudante do curso Técnico em Agropecuária, estagiário no projeto 4Professor do IFNMG/Almenara, D.Sc. Irrigação e Drenagem. Email: [email protected] Resumo:A cobertura do solo é uma técnica utilizada há muitos anos pelos agricultores com o intuito principal de diminuir o risco de erosão ou conservar a estrutura do solo do solo, o aumento ou redução extrema de temperatura e o controle de plantas invasoras. O uso da cobertura do solo se consolida como uma alternativa para regiões com escassez de água e mão-de-obra. Existem diversos métodos de irrigação consolidados e empregados na agricultura irrigada, que tem um custo de implantação ainda oneroso, a condição de se utilizar sistemas alternativos de forma a reduzir esse custo é visto com bons olhos. O primeiro fator refere-se a coberturas com mulching preto (MP); e o segundo fator foi o uso de um sistema alternativo irrigação por gotejo, para atender a condição de cobertura do solo que o caracteriza impermeável a aplicação da água de forma convencional.Os objetivos desse trabalho foram o de avaliar a aplicabilidade da técnica de coberturana produção deolerícolas no município de Almenara-MG; Avaliar produção da couve em solo coberto com mulch preto e o uso de sistema alternativo de irrigação localizada para atender essa condição de cobertura do solo.O cultivo de olerícolas utilizando mulching mostrou-se promissor na economia de água, proporcionando maiores intervalos entre irrigações.O estabelecimento da mudas após o transplante foi insatisfatório.O sistema de irrigação localizada alternativo mostrou-se limitante na manutenção da uniformidade de distribuição. Palavras–chave:economia de água, fertirrigação, manejo da água,olerícolas

IntroduçãoO manejo da irrigação na atividade olerícola é necessário, assim como em qualquer outro tipo de

cultura irrigada. No entantoos responsáveis por essa produção, na sua grande maioria, são agricultores familiares, que tem como propósito nessa atividade melhorar sua renda familiar. A produção em hortas caseiras ou familiares é quase sempre resultante de uma molhação, pois a técnica da irrigação torna-se inviável, uma vez que são ignorados alguns questionamentos básicos propostos por Bernardo (1995) que são determinantes na execução dessa técnica, que são: como? Quando? E quanto?

Existem diversos métodos de irrigação consolidados e empregados na agricultura irrigada, que tem um custo de implantação ainda oneroso, no entanto o que ainda limita o domínio da técnica é o conhecimento para se consiga responder os questionamentos feitos acima. A cobertura do solo é uma técnica utilizada há muitos anos pelos agricultores com o intuito principal de evitar o aumento ou redução extrema de temperatura e o controle de plantas invasoras. A cobertura plástica do solo promove oaumento na retenção da umidade, mantém a temperatura do solo mais constante, conserva a estrutura do solo, reduz a lixiviação de adubos e corretivos, dispensa as capinas ou a aplicação de herbicidas, protege a parte comercial do contato direto com solo e aumenta a precocidade das colheitas (SALVETTI, 1985). O uso da cobertura do solo se consolida como uma alternativa para regiões com escassez de água e mão-de-obra, tornando interessante nas propriedades que desenvolvem uma agricultura familiar, onde qualquer economia de recurso é determinante no sucesso da atividade.Os objetivos desse trabalho foram o de avaliar a aplicabilidade da técnica de cobertura na produção de olerícolas no município de Almenara; avaliar a produção da couve em solo coberto com mulch preto e o uso de sistema alternativo de irrigação localizada para atender essa condição de cobertura do solo.

Material e MétodosO experimento foi conduzido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). O

IFNMG está sediado no município de Almenara, Nordeste de Minas Gerais, a uma altitude média de 260 m, a latitude 16º 11’ 01’’ Sul e longitude de 40º 41’ 40’’ Oeste. O primeiro fator refere-se a coberturas com mulching preto (MP); e o segundo fator foi o uso de um sistema alternativo de irrigação por gotejo para atender a condição de cobertura do solo que o caracteriza impermeável a aplicação da

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água de forma convencional (Figura 1).Essas parcelas foram distribuídas em canteiros preparados e previamente corrigidos, adubados com a fonte de fósforo e nitrogênio, como recomenda Ribeiro; Guimarães; Alvares (1999).Como fonte de fósforo foi utilizada osuperfosfato simples no plantio. As mudas de couve foram produzidas em bandejas com 200 células, utilizando-se substrato. O transplante ocorreu aos 30 dias após o plantio. A fertilização nitrogenada, em cobertura, foi feita via água de irrigação, compondo uma solução estoque, sendo aplicado o nitrato de cálcio na dose 70 ml, por planta, Figura 2. Para a cobertura do solo, utilizou-se lona preta, com espessura de 0,525 mm e gramatura de 480 g m-2. Esse material, com largura de 1,20 m, foi colocado sobre canteiros de 1 m de largura e as suas extremidades foram cobertas com solo e, posteriormente, perfurado no espaçamento de 0,50 m.

Figura 1 Área experimental Figura 2 Adubação nitrogenada

Inicialmente osistema de irrigação nas parcelas cobertas com o mulching eram sistemas tubulares montados com o intuito de distribuir a água sob o plástico de forma a direcionar a água à zona de absorção radicular da cultura, Figura 3. Posteriormente, foisubstituído pelo sistema alternativo de gotejamento constante e lento, composto porgalões de 20 L e equipos, emcada parcela havia um galão e 4 equipos, um em cada planta, Figura 4.Com o auxílio de uma mangueira ou regadores, os galões de 20 L eram abastecidos com água, oriunda da rede de abastecimento do IFNMG – Campus Almenara, com frequência pré estabelecida a cada três dias.

Figura 3 Implantação das parcelas Figura 4 Sistema alternativo de irrigação por gotejo

Resultados e DiscussãoAs dificuldades na implantação das parcelas como proposto, cobertura com mulching, ocorreu

inicialmente no momento da concessão das parcelas, uma vez que a região não tem a cultura de se produzir hortaliças com esse tipo de recurso tecnológico, sendo assim as poucas lojas especializadas voltadas ao setor agrícola não disponibilizam tais materiais, com uma espessura e gramatura adequada, fez-se necessário o improviso, usando lona preta, facilmente encontrada no mercado. O sistema inicial utilizado para aplicação de água não apresentou bons resultados, pois, a energia da água escavava os canteiros, mas no momento em que se mudou o sistema de irrigação para o gotejamento, contornou-se essa limitação. O estabelecimento das plantas nas parcelas com mulching foi um dificultador na obtenção doestande com uma viabilidade produtiva como apresentada na Figura 5. As parcelas foram replantadas varias vezes, as plantas não se estabeleceram e muitas vezes foramsusceptíveis ao ataque de formigas.

Figura 5 Parcela com mulching e sistema de

irrigação alternativo de gotejo Figura 6 Sistema de irrigação alternativo

comequipos hospitalar

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O sistema de irrigação alternativo idealizado (Figuras 6) mostrou-se inviável, pois,não consegui manter uma uniformidade de distribuição, com oscilação de vazão, uma vez que utilizou materiais adaptados. Essa variação de vazão aconteceu devido a dilatação do tubo no ponto onde é inserido o dosador. A aplicabilidade do sistema pode cumprir o proposito, desde que sofra ajuste, em relação à forma como foi manejado nesse trabalho. Assim como qualquer sistema de irrigação localizada há a necessidade de um sistema de filtragem, mesmo que mais simples, para que as impurezas não obstruam os emissores. A regularização do abastecimento aos reservatórios, através de chaves bóias possibilitaria um maior controle na quantidade da água distribuída. A transparência do material dosador e dos tubos de distribuição dos equipos favorece o crescimento de algas no seu interior comprometendo o funcionamento, faz-se necessário um material fosco de forma que não deixe passar a radiação.

Conclusões

O cultivo de olerícolas utilizando mulching, na Região Norte de Minas Gerais, mostrou-se promissora na economia de água, proporcionando maiores intervalos entre irrigações, no entanto sãonecessários mais estudos, de forma a gerar informações para que os produtores possam obter resultados satisfatórios nas suas culturas. O estabelecimento da mudas após o transplante foi insatisfatório.

O sistema de irrigação localizada alternativo idealizado mostrou-se limitante na manutenção da uniformidade de distribuição, o que pode inviabilizar o seu uso.

AgradecimentosAo CNPq, a FAPEMIG e ao IFNMG pela oferta das Bolsas de Iniciação Cientifica Júnior aos alunos

autores desse trabalho.

Literatura citadaBERNADO, S. Manual de Irrigação. 6ª ed. Viçosa-MG: UFV, 1995. 656 p. RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V.V.H. (Ed.). Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5. Aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359p. SALVETTI, M.G. O polietileno na agropecuária brasileira. São Paulo: Poliolefinas, 1985. 154p.

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AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE USO DA TERRA NA BACIA DO RIO PARDO: ESTUDO DECASO PARA UMA SUB-BACIA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO PARAÍSO -MG Hugo Henrique C. de Salis1, Ronaldo Medeiros dos Santos2, Mariana Caroline Moreira Moreli1, Rafaela Letícia Ramires Cardoso1, Fellipe Matheus Ferreira Chagas3, Victória Janaína Pereira Mendes 3, Marcelo Rossi Vicente2, Filipe Vieira Santos de Abreu2, Vinícius Orlandi Barbosa Lima2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected] ;[email protected] 2 Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 3 Estudante do curso Técnico em Agropecuária..Email: [email protected]

Resumo: O objetivo desse trabalho foi avaliar economicamente os conflitos de uso da terra na bacia do Rio Pardo, através de estudo de caso para uma sub-bacia localizada no Município de São João do Paraíso – MG. A metodologia teve como base a quantificação das áreas de conflito entre APPs e diferentes usos da terra; a avaliação econômica dos conflitos; e a estimação de custos associados a medidas de readequação e/ou restabelecimento das APPs. A Silvicultura apresentou valor bruto de renda referente à sua ocupação na APP de, aproximadamente 900 mil reais. A bovinocultura de corte, 243 mil reais. A readequação das situações de conflito poderá custar aproximadamente 1 milhão de reais. Palavras–chave: bacia do rio pardo, sensoriamento remoto, uso/ocupação do solo.

IntroduçãoAs áreas de preservação permanente (APPs) são áreas naturais com grande papel ecológico para

assegurar a proteção dos recursos naturais, a biodiversidade, a qualidade de vida do ser humano e garantir a sobrevivência das populações futuras. Como exemplo, as APPs podem ser nascentes, margens de cursos d’água, topos de morros, linhas de cumeadas e outros (PASA et al., 2013). No entanto, o ser humano, com sua crescente evolução espacial/geográfica, necessita cada vez mais de lugares para se estabelecer, explorar, se sustentar e gerar renda. Com isso, áreas especiais como as APPs estão sendo ocupadas irregularmente, comprometendo todo o serviço ecológico que elas prestam (OLIVEIRA et al., 2013). Considerando a ocupação irregular, é importante ressaltar que as atividades presentes nesses locais são as mais variadas possíveis, como por exemplo: Silvicultura, pastagens para a criação de gado, agricultura de subsistência, agricultura de produção, entre outros. No entanto, a desocupação dessas áreas, protegidas por lei, muitas vezes pode acarretar em prejuízos sociais e econômicos para uma determinada região, o que caracteriza o impasse principal da questão (PASA et al., 2013). Sendo assim, estudos que fazem diagnósticos econômicos em áreas de conflito com APPs não foram feitos para a bacia do Alto Rio Pardo, principalmente no que se refere à sub-bacia, o que revela a fragilidade de órgãos públicos competentes para o reconhecimento da situação, monitoramento, preservação e adoção de medidas que regularizam não apenas o fator humano, mas também o fator ecológico nesse local. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho é realizar uma avaliação econômica de conflitos de usos da terra na bacia do Rio Pardo, através de estudo de caso para uma sub-bacia localizada no Município de São João do Paraíso – MG.

Material e MétodosA área de estudos localiza-se no Município de São João do Paraíso (SJP), região norte do Estado de

Minas Gerais (MG), compreendendo uma superfície de aproximadamente 47 km², situando-se entre as coordenadas de 15º18’43’’ e 15º17’34’’ de latitude sul e 41°53’13’’ e 41°55’46’’ de longitude oeste. O material utilizado na execução do trabalho compreendeu os seguintes itens: a) Mapa de APPs para a porção mineira da bacia do Rio Pardo (Fonte: OLIVEIRA et al., 2013); b) imagens orbitais digitais do Satélite CBERS, sensor HRC, e do Satélite LANDSAT 5 TM (Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE); c) receptor GPS do tipo “navegação”; d) software SPRING, versão 5.1 (Fonte: INPE). A metodologia consistiu em três etapas principais: i) Quantificação das áreas de conflito entre APPs e diferentes usos da terra, através do mapeamento de uso/cobertura do solo, gerado com suporte de pontos de controle obtidos em campo e através de fusão entre cenas dos satélites LANDSAT e CBERS; ii) Avaliação econômica dos conflitos entre APPs e diferentes usos da terra; e iii) Estimação de custos associados a medidas de readequação e/ou restabelecimento dos limites das APPs em conflito com usos da terra.

Resultados e Discussão

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A partir dos resultados metodológicos, obteve-se o mapa de Uso/Cobertura do solo para verificar a distribuição espacial de cada classe e realizar o cruzamento com os locais reservados para APPs, conforme ilustra a Figura 2.

Figura 2 Mapa de Uso/Cobertura do Solo na Sub-bacia do Rio Pardo em SJP-MG.

A Silvicultura foi responsável por uma área de ocupação de aproximadamente 1.976 ha, correspondendo a 41, 39% da área total. A formação vegetal natural típica correspondeu a aproximadamente 2.082 há (43,60%). Já as pastagens ocupam cerca de 716,59 ha (15,01%). Na Tabela 1 são apresentadas as área de cada cobertura do solo presente na sub-bacia do Rio Pardo em SJP-MG. Tabela 1 Áreas de ocupação das coberturas do solo na sub-bacia do Rio Pardo em SJP-MG.

Uso do solo Área (ha) %Corpo hídrico 0,177 0,004 Silvicultura 1976,65 41,39 Vegetação natural 2081,78 43,60 Pastagens 716,59 15,01 Total Geral 4775,2 100 A área de Preservação Permanente é ocupada pela silvicultura em 724,30 ha, equivalendo 43% da sua área. A vegetação natural típica na APP é de apenas 45%, correspondendo 726,67 ha. Já as pastagens ocupam 198,99 ha, com 12% de participação na composição dessa área. A Tabela 2 apresenta a ocupação realizada por cada classe de cobertura nas APPs da sub-bacia do Rio pardo em SJP-MG. Tabela 2 Ocupação das classe de cobertura nas APPs da sub-bacia do Rio Pardo em SJP-MG.

Cobertura Área (ha) %Silvicultura 724,30 43 Vegetação natural 762,67 45 Pastagens 198,99 12

Total Geral 1685,95 100

A partir dos resultados obtidos das análises de campo e de escritório, calculou-se o rendimento do eucalipto (após o 6° ano), com destinação para lenha ou carvão e com produção média de 30 m³.ha-1. ano-1, cotado a 42 reais o metro cúbico. Considerou que as pastagens sustentam a bovinocultura de corte com produção média anual de 12@. ha-1.ano-1 (MARTHA JÚNIOR et al., 2006). A cotação atualizada em 06/02/14 foi de 92 reais a arroba. A Tabela 3 resume a estimativa gerada e o valor bruto correspondente ao reestabelecimento das APPs na sub-bacia do Rio Pardo em SJP-MG. Tabela 3 Estimativa e valor bruto correspondente ao reestabelecimento das APPs na sub-bacia do Rio Pardo

em SJP-MG.

Atividade antrópica Estimativa (R$ ha-1 ano-1) Valor bruto correspondente (R$)Silvicultura 1.260 912.616,74

Bovinocultura de corte 1.176 234.008,71

Total Geral 2.436 1.146.625,45

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Analisando a tabela 3, observa-se que a Silvicultura apresenta a maior estimativa de geração de renda bruta (1.260 R$ ha-1ano-1) e o maior valor bruto de renda referente à sua ocupação na APP, aproximadamente, 900 mil reais. A bovinocultura de corte ocupa a segunda posição nas estimativas e no valor bruto de readequação dos limites da APP, assumindo valores de produção de 1.176 R$ ha-1 ano-1, correspondendo a 243 mil reais.

Conclusões A partir dos procedimentos metodológicos realizados e das discussões sobre os resultados obtidos, chegou-se às seguintes conclusões:

• As classes de uso/ocupação do solo que estão em conflitos com as APPs da sub-bacia do Rio Pardo em SJP-MG são a Silvicultura e as Pastagens, ocupando irregularmente cerca de 65% dessas áreas protegidas por lei;

• Estima-se que o reestabelecimento e a readequação do uso/ocupação do solo na sub-bacia estudada assume valores de, aproximadamente, 1 milhão de reais, referente ao valor bruto da renda gerada pela Silvicultura e pela Bovinocultura de corte;

• Estudos que avaliem a situação de outras sub-bacias representativas da bacia do Alto Rio Pardo estão sendo realizados com o objetivo de extrapolar as informações obtidas em relação àbacia, permitindo reconhecer as dimensões ecológicas, sociais e econômicas que os conflitos com APPs geram e, assim, realizar planejamentos, propor medidas e elaborar projetos que minimizem os grandes impactos negativos resultantes dessa situação.

Agradecimentos Ao IFNMG pela concessão da Bolsa no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Ciêntífica.

Literatura citadaMARTHA JÚNIOR, G.B.; VILELA, L.; BARCELLOS, A. O. A produção animal em pastagens no Brasil: uso do conhecimento técnico e resultados. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 23., 2006, Piracicaba. Anais… Piracicaba: FEALQ, 2006, p.87-137. OLIVEIRA, B. M.; MARTINS, R. S. F.; SANTOS, R. M. Mapeamento preliminar de conflitos de uso da terra na bacia do Rio Pardo. In: XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 2013, Foz do Iguaçu. XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Anais, 2013, 6p PASA, D.; L.; et al. Mapeamento automático de áreas de preservação permanente em topos de morros no município de Santa Maria – RS. Anais XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE.

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AVALIAÇÃO INICIAL DE VARIEDADES DE MANDIOCA PARA INDÚSTRIA EM JANUÁRIA/MG

Igor Costa de Freitas1, Fábio Martins de Carvalho2, Fredson Ferreira Chaves3, Wendel Marlon Costa4

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Agronomia/Fitotecnia. E-mail: [email protected] 3Pesquisador Embrapa Milho e Sorgo, M.Sc. Agronomia/Entomologia. E-mail: [email protected] 4Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. E-mail: [email protected]

Resumo: Apesar de se adaptar às mais diferentes condições edafoclimáticas, a mandioca apresenta alta interação genótipo ambiente, ou seja, uma mesma variedade dificilmente se comporta de forma semelhante em todos os locais. Por meio da seleção de genótipos adaptados a determinado ambiente, é possível elevar a produtividade sem aumentar o custo de produção. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), com 06 tratamentos e 04 repetições. Portanto, o objetivo desse trabalho é caracterizar agronomicamente seis variedades de indústria oriundas do Centro Nacional de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura – CNPMF da Embrapa, de Cruz das Almas, Bahia. A variedade Mulatinha apresentou tendência de maior média para o estande aos 40 dias, embora não diferiu estatisticamente das variedades Palmeira Preta, Cidade e Vassoura Preta. Palavras–chave: brotação de manivas, caracterização agronômica, interação genótipo ambiente

IntroduçãoA mandioca pertence à família Euphorbiaceae e à espécie Manihot esculenta subsp esculenta, tendo

como provável centro de origem o sudoeste da Amazônia. A planta é um arbusto perene cultivado principalmente em países em desenvolvimento, e importante na segurança alimentar dessas populações, especialmente devido sua rusticidade, que reflete na capacidade de produzir grandes quantidades de amido em condições em que outras espécies dificilmente sobreviveriam; da versatilidade de usos e da flexibilidade de plantio e de colheita. Quando a concentração de HCN nas raízes excede 100 ppm, o acesso é denominado bravo ou de indústria. Os que possuem menos de 100 ppm de HCN nas raízes frescas são conhecidos como mandiocas mansa ou de mesa, que podem ser processados ou consumidos in natura (FIALHO E SOARES, 2011).

Segundo Silva (2010), o conhecimento das características agronômicas de uma coleção de germoplasma de mandioca é extremamente relevante para a cultura como: seleção de cultivares superiores para uso imediato e escolha de pais para uso em cruzamentos futuros. Além disso, como relata Fialho e Soares (2011), o melhoramento genético é tido como a forma mais eficiente, do ponto de vista econômico ambiental, de elevar a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas de determinada espécie, por não requerer aumento na área plantada e na utilização de insumos agrícolas. Logo, no método de introdução e seleção de acessos, tem-se como vantagens a rapidez e o baixo custo de execução.

O presente trabalho faz parte de parceria entre o IFNMG e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa intitulado “Redes Institucionais, com Transferência de Tecnologias e Processos para o Desenvolvimento e Convivência com o Semi-Árido Mineiro”.

O objetivo desse trabalho é caracterizar agronomicamente seis variedades de mandioca oriundas do Centro Nacional de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura – CNPMF da Embrapa, de Cruz das Almas, Bahia.

Material e MétodosO projeto foi implantado em área experimental do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais –

Campus Januária/MG. O município abrange 6.662 km2 e está localizado a 15°29’ de latitude sul, 44°21’ de longitude oeste e altitude de 434 m e, de acordo com a classificação de Köppen, apresenta precipitação média anual de 850 mm, umidade relativa média 60% com temperatura média anual de 27ºC.

O experimento é composto por seis variedades de mandioca de indústria (Caipira, Cidade, Mulatinha, Palmeira Preta, Vassoura Preta e Gravetinho), todas oriundas do Centro Nacional de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura – CNPMF da Embrapa, de Cruz das Almas, Bahia. O preparo do solo foi feito convencionalmente, com aração e gradagem, e o plantio manual, em sulcos abertos mecanicamente utilizando manivas de 15 cm de comprimento. Não foi utilizada adubação em função do solo já conter os teores de nutrientes recomendados para a cultura. Os tratos culturais estão sendo realizados de acordo com a necessidade da cultura e a colheita será manual aos 18 meses após o plantio. A implantação do experimento ocorreu em dezembro de 2013. Adotou-se o espaçamento de 1,0 m x 1,0 m, sendo cada parcela composta por quatro linhas de 10 m. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), com 06

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tratamentos (variedades) e 04 repetições, totalizando 24 parcelas experimentais com área útil de 16 m2, composta de duas linhas centrais, excluindo-se as plantas de bordadura.

Para realização da caracterização agronômica foi avaliado o estande inicial pela verificação do número de plantas emergidas aos 40 dias e serão avaliados estande final, altura média de planta, diâmetro do caule, produtividade de raízes tuberosas, produtividade de parte aérea de cultivares de mandioca, índice de colheita, número de raízes tuberosas por planta, porcentagem de amido em raízes tuberosas e incidência e danos provocados por pragas e doenças.

A análise estatística foi realizada utilizando o programa ASSISTAT, versão 7.7 beta, procedendo-se Análise de Variância e, posteriormente, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Constatou-se diferenças estatísticas significativas para o estande inicial (Tabela 1). Na avaliação observou-se que a Mulatinha obteve tendência a maior média, embora não diferiu estatisticamente das variedades Palmeira Preta, Cidade e Vassoura Preta. Dentre as seis variedades analisadas as que obtiveram menor média foram a Caipira e a Gravetinho, não diferindo entre si. Já as variedades Palmeira Preta, Cidade e Vassoura Preta, apresentaram valores intermediários. Em trabalho realizado por Kivittschal (2003), no qual se avaliou 07 clones de mandioca, concluiu-se que diferentes genótipos podem apresentar redução quanto ao estande, o que pode vir a ser um fator de perda de produtividade. Tabela 1 Número de plantas emergidas em área útil aos 40 dias após o plantio. Variedades Bloco 01 Bloco 02 Bloco 03 Bloco 04 Médias Caipira 10 02 05 06 5,75 b Palmeira Preta 09 10 12 04 8,75 ab Cidade 10 09 07 08 8,50 ab Vassoura Preta 12 12 04 07 8,75 ab Mulatinha 15 10 16 15 14,00 a Gravetinho 07 04 05 02 4,50 b CV (%) 32,89 F (tratamentos) 5,6781* *Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

A característica agronômica estande incial apresentou coeficiente de variação elevado. Tal fato pode

ser explicado pelas altas precipitações pluviométricas no período imediatamente após o plantio, ocasionando alagamento de alguns sulcos, seguido de posterior inexistência de chuvas. Sabe-se que o alagamento do solo resulta em condições de baixa oxigenação, que Fialho et al. (2011) relata ser prejudicial ao desenvolvimento da mandioca. Alves et al. (2012), verificaram que o déficit hídrico causou redução significativa em vários parâmetros avaliados entre variedades de mandioca, a partir do sexto dia de deficiência hídrica. Oliveira et al. (1992) relatam que o período de maior suscetibilidade da cultura ao estresse hídrico encontra-se entre 30 a 150 dias após o plantio, nas fases de enraizamento a tuberização. Sendo assim, as variedades que se mostraram mais sensíveis ao estresse hídrico (falta e/ou excesso) foram a Caipira e a Gravetinho, contribuindo fortemente com a elevação do coeficiente de variação.

ConclusõesA variedade Mulatinha apresentou tendência de maior média para o estande aos 40 dias, embora não

diferiu estatisticamente das variedades Palmeira Preta, Cidade e Vassoura Preta.

AgradecimentosÀ Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), ao Instituto Federal do

Norte de Minas Gerais (IFNMG) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Literatura citadaALVES, J. da S.; LEDO, C.A. da S.; FILHO, M.C.; DUARTE, S. de J. Desempenho fisiológico de genótipos de mandioca submetidos a estresse hídrico. XIV Congresso Brasileiro de Mandioca. Maceió-Alagoas, 2011. FIALHO, J. de F. & VIEIRA, E.A. Mandioca no Cerrado. Planaltina, DF : Embrapa Cerrados, 2011.

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KIVITSCHAL, M.V; FILHO, P.S.V.; PEQUENO, M.G.; SAGRILO, E.; BRUMATI, C.C.; MANZOTI, M.; BEVILAQUA, G. Avaliação de clones de mandioca (Manihot esculenta Crantz) para indústria na região Noroeste do Estado do Paraná. R. Acta Scientiarum Agronomy. 25 : 299-304, 2003. OLIVEIRA, S.L. de, MACEDO, M.M.C. e PORTO, M.C.M. Efeito do déficit de água na produção de raízes de mandioca. R. Pesquisa Agropecuária Brasileira. 17 : 121-124, 1992. SILVA, B.S. da. Caracterização Botânica e Agronômica da Coleção de Trabalho de Mandioca da Embrapa Acre. Rio Branco, Universidade Federal do Acre, 2010.75p. (Dissertação de Mestrado)

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CARNES COZIDAS PREPARADAS NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS-MG

Josianny de Jesus Santos1; Joyce Nogueira de Almeida1; Nathany Christine Rodrigues Dutra2;Nayara Karine

AlvesOliveira2; Roberta Magalhães Dias Cardozo3;

¹Acadêmica de Engenharia de Alimentos – IFNMG/Salinas.Email: [email protected]; [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agroindústria..Email:[email protected]; [email protected]. 3Professora do IFNMG/SALINAS.Email: [email protected] Resumo: O preparo, as práticas de manipulação e as condições higiênico-sanitárias dos alimentos vêm sendo foco de inúmeros estudos, em virtude da incorporação de planos governamentais estratégicos para a promoção e garantia da segurança alimentar. Poucos conhecem os procedimentos de higiene necessários para que os alimentos vendidos nas ruas sejam seguros, sem risco de contaminação provocado por perigos biológicos, químicos e físicos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade higiênico-sanitária da carne cozida comercializada no Mercado Municipal de Salinas, bem como verificar se o produto final está em condições apropriadas para o consumo humano. As amostras foram analisadas no laboratório de microbiologia do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas, através da técnica de contagem total de micro-organismos em placas e através do método do Número Mais Provável (NMP) para coliformes. Como não há uma legislação vigente em relação ao produto analisado, e com base nos padrões microbiológicos de produtos correlatos, tem-se que os resultados foram insatisfatórios, o que aponta condições higiênico-sanitárias inadequadas dos locais de produção, sendo, portanto um alimento comercializado com alto índice de crescimento microbiano podendo representar risco à saúde pública.

Palavras-chave: carne; feiras;qualidade

IntroduçãoO Mercado Municipal de Salinas é destaque na cidade devido à diversidade de produtos oferecidos

pelos agricultores advindos das comunidades rurais do município, como: artesanatos, requeijão, queijo, verduras e frutas variadas, biscoitos e doces, pastéis e comidas caseiras feitas na hora.

Há uma preferência do consumidor por feiras livres, devido à crença de que os alimentos ali comercializados são sempre frescos e de qualidade superior. Na feira, dificilmente vemos filas, o que presenciamos é a parte da frente das bancas sempre lotada de pessoas que se acotovelam para escolher o que vão comprar e, do outro lado, o grito incessante dos feirantes para atrair sua freguesia. O espaço é aberto e público, os fregueses trocam receitas e apalpam os alimentos que estão soltos em cima das bancas (VEDANA, 2004).

O grito incessante dos feirantes e o contato do público com o alimento é uma das vias transmissíveis que acarreta na possibilidade da contaminação causada por essa interação entre o ambiente, o homem e o alimento. Vários estudos demonstram que, em função da falta de infraestrutura adequada, de deficiente conhecimento sobre inocuidade alimentar e principalmente da não conscientização dos proprietários e manipuladores, o comércio ambulante de alimentos expõe a população a sérios riscos e caracteriza-se como um problema de saúde pública (EKANEM, 1998).

O conceito de segurança do alimento diz respeito à garantia em se consumir um alimento isento de resíduos que prejudiquem ou causem danos à saúde (SPERS, 2000). Para assegurar a qualidade dos alimentos comercializados, há a necessidade de se estabelecer normas, limites e padrões, exercendo atividades de inspeção, controle, fiscalização e vigilância (VALEJO et al., 2003).

A presença de micro-organismos nos alimentos não significa necessariamente um perigo para a saúde do consumidor. No entanto, os alimentos se convertem em perigo potencial ao serem violados os princípios de higiene, limpeza e sanitização. A fim de detectar estes riscos são realizadas análises em amostras de alimentos para identificar os agentes causadores de doenças ou indicadores de uma contaminação não admissível (ICMSF, 1996).

Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade higiênico-sanitária da carne cozida que acompanha as refeições prontas comercializada no Mercado Municipal de Salinas, a fim de verificar se o produto final está em condições apropriadas para o consumo humano.

Material e MétodosEm cada barraca produtora de alimentos foi coletada uma amostra de carne comercializada. As

amostras foram acondicionadas em sacos plásticos com fecho, estéreis, identificadas e colocadas em

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recipientes lacrados, transportadas imediatamente para o laboratório de microbiologia do Instituto. As amostras foram mantidas sob refrigeração até a realização da análise microbiológica.

A análise microbiológica de contagem total de micro-organismos seguiu os padrões na Instrução Normativa Nº 62 de 26 de agosto de 2003.

Para a contagem total de micro-organismos foi utilizado o meio Ágar padrão para contagem (PCA) para amostras nas diluições de 10-1 a 10-3. Após a colocação do inóculo nas placas, foi adicionado o meio, Ágar PCA fundido e resfriado. Assim através de movimentos circulares em forma de oito, realizou-se a mistura do inóculo ao meio de cultura. Após completa solidificação do meio, as placas foram incubadas invertidas em estufas a 37ºC, por 48 horas devidamente identificadas.

Para as análises microbiológicas de coliformes foi utilizado o método do Número Mais Provável (NMP), com a técnica de três séries de três tubos múltiplos contendo 1 mL da diluição decimal, segundo a International Commission on Microbiological Specifications for Foods (1996). Para o Teste Presuntivo, os tubos contendo caldo lactosado foram incubados por até 48 h a 37ºC. Onde houve produção de gás, foi feita a prova confirmatória em tubos contendo Caldo EC, incubados à temperatura de 45°C em banho-maria por 24 horas e Caldo Verde Brilhante incubados a temperatura de 35°C em estufa por 24-48 horas. Empregada a Tabela de Número Mais Provável, foi determinada a população de coliformes a 45ºC e a 35°C. Na sequência todas as culturas positivas no caldo EC foram repicadas para Ágar EMB em forma de estrias para identificação de colônias típicas de Escherichiacoli.

Resultados e DiscussãoA Tabela 1, a seguir, expõe o resultado da análise de contagem de micro-organismos aeróbios

mesófilos expressos em UFC/g e contagem de coliformes expressos em NMP/g das amostras de carne cozida comercializadas em 7 barracas do mercado municipal de Salinas.

Tabela 1 Resultados das análises microbiológicas realizadasem carnes cozidas

Amostras UFC/ga NMP/gb

1 1,0x10² 17 2 <1,0x10¹ 17 3 <1,0x10¹ >24 4 >3,0x105 17 5 >3,0x105 7,8 6 <1,0x10 >24 7 2,8x10¹ 17

a – Unidade Formadora de Colônias por grama de amostra b – Número mais Provável por grama de amostra Observou-se que a contagem de micro-organismos aeróbios mesófilos variou de populações menores

que 1,0x10 a 3,0x105 unidades formadoras de colônias. Essas bactérias não são citadas pela legislação vigente, mas de acordo Centro Nacional de Alimentación y Nutrición de Majadahonda, o valor máximo permitido é de 105 UFC/g para produtos cárneos prontos para consumo (GARRIDO et al., 1996). Das amostras descritas na Tabela 1, as amostras 4 e 5 apresentaram contagem superior a 105 UFC/g, estando em condições microbiológicas insatisfatórias.

Todo alimento é considerado impróprio para o consumo quando apresenta uma contagem alta de micro-organismos mesófilos, levando em consideração que esta contagem é utilizada para indicar a qualidade sanitária do produto, contudo não se torna um risco a saúde do consumidor. Erros durante a manipulação, armazenamento impróprio, bem como condições inadequadas de tempo/temperatura durante a manipulação ou conservação dos alimentos podem ser consideradas indicadores da elevada presença desses micro-organismos no produto.

O resultado obtido na pesquisa de coliformes termotolerantes variou de 7,8 a >24 NMP/g. A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC n° 12, de 2 de janeiro de 2001) não estabelece padrões microbiológicos para coliformes totais e termotolerantes para carnes cozidas de bovinos, suínos e outros mamíferos. Para a interpretação dos resultados obtidos neste estudo, basearam-se nos padrões microbiológicos estabelecidos para produtos cárneos cozidos ou não, embutidos ou não, e o resultado da amostra apresentou-se insatisfatório (BRASIL, 2001).

A falta de conhecimento dos comerciantes sobre boas práticas bem como o ambiente propício a proliferação de micro-organismos é preocupante, ocasionando no alimento contaminações por agentes biológicos, físicos e químicos. Uma das formas para se obter um produto com qualidade sanitária satisfatória seria necessária uma melhoria na infra-estrutura e implantação de boas práticas de higiene aos manipuladoras

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proporcionando melhoria na qualidade microbiológica do produto, evitando assim algum tipo de risco á saúde do consumidor como surtos e intoxicações.

ConclusõesConclui-se, portanto, que o produto analisado apresenta um crescimento microbiano elevado,

apontando a necessidade de implantação imediata de programas de autocontrole, como o manual de Boas Práticas de Fabricação e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle para melhoria da qualidade e diminuição dos riscos.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG por ter nos concedido às bolsas.

Literatura citada

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de VigilânciaSanitária. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos. RDC No 12, de 2 de janeiro de 2001. EKANEM, E O. The street food trade in Africa: safety and socio environmental Issues. Food Control, v. 9, n. 4, p. 211-215, 1998. GARRIDO M.A., Cánovas M.A., Gutiérrez M.J.L., Segovia J.M. Control microbiologico de productos carnicos tratados pelo calor. Alimentaria 96: 47-49, 1996 ICMSF - INTERNATIONAL COMMISSION ON MICROBIOLOGICAL SPECIFICATIONS FOR FOODS. Microrganisms in foods: characteristics of microbial pathogens. London, Black Academic & Professional, 1996. SPERS, E.E. Qualidade e segurança de alimentos. In: ZYLBERZTAJN, D. e NEVES, M.F. Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares. São Paulo: Thomson Pioneira, 2000. VALEJO, F.A.M. Vigilância Sanitária: Avaliação e Controle da Qualidade dos Alimentos. Higiene Alimentar, v. 17, n. 106, p. 16-21, mar., 2003. VEDANA, V. Fazer a feira - estudo etnográfico das artes de fazer de feirantes e fregueses da Feira livre da Epatur no contexto de paisagem urbana de Porto Alegre. 2004. 251f. Dissertação ao Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2004

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AVALIAÇÃO SENSORIAL DE QUEIJO ARTESANAL DE MASSA FILADA COM FERMENTAÇÃO ESPONTÂNEA – QUEIJO COZIDO - PRODUZIDOS NA REGIÃO DE SALINAS-MG

Débora Letícia Rodrigues Santos1, Werik Pereira Dias1,Lilianne Mendes Guimarães2, Fábio Pereira de

Souza3, José Aparecido de Oliveira3,Josefa Noelba de Oliveira3, Edilene Alves Barbosa4, Daniela Caetano Cardoso4.

1Estudante do curso Técnico Agroindustrial– IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da IFNMG - CNPq. Email: [email protected]; [email protected] 2Estudante do curso Técnico Agroindustrial– IFNMG/Salinas.Email: [email protected]

3 Técnicos do IFNMG/Salinas – Email:[email protected], [email protected],

4 Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. Ciências Biológicas I. Email: [email protected], [email protected] Resumo:O queijo de massa filada de fermentação espontânea- queijo cozido- é comum nas fabricações caseiras da cidade de Salinas, localizada no Estado de Minas Gerais, e é atualmente um dos queijos mais produzidos comercialmente, entretanto variam em suas características sensoriais e físico-químicas. O objetivo desse trabalho foi avaliar sensorialmente a aceitação e verificar a intenção de compra de diferentes tecnologias de produção de queijo cozido. Três queijos foram selecionados a partir do levantamento de tecnologias utilizadas por produtores rurais, replicadas na Unidade Educativa de Produção (UEP) de laticínios do IFNMG – Campus Salinasea seguir analisadas sensorialmente.O teste de aceitação foi realizado por um grupo de 120 julgadores não treinados que avaliaram a cor, aroma, textura, sabor, aspecto global e intenção de compra das diversas tecnologias. Os dados obtidos revelaram que os queijos cozidos apresentaram maior percentual de aceitação das notas entre "gostei muito a gostei ligeiramente, sendo que de forma geral a amostra sem adição de água obteve maior aceitabilidade e intenção de compra pelos julgadores. Palavras–chave: análise sensorial, aceitação, pingo, queijo cozido

IntroduçãoA produção de queijos, no estado de Minas Gerais, destaca-se nacionalmente, ancorado em sua

tradição, importância econômica e social, e necessita ser estimulada e protegida, sendo fundamental para sua permanência que os insumos disponíveis para sua fabricação sejam de boa qualidade, e ainda que possuam parâmetros sensoriais que o qualifiquem.

O queijo cozido é um produto de massa filada artesanal produzido na região de Salinas – MG que não possui legislação específica no nível federal ou estadual. Entende-se por um produto artesanal, o que possui algum grau de processamento realizado nas propriedades rurais, geralmente de produção familiar, através de um processo artesanal de produção (SILVA et al., 2007). O produto é oriundo da coagulação do leite e o fermento empregado é originado do “pingo” (soro fermentado originado da batelada anterior) como fermento produzido por cada produtor em sua propriedade rural. Machado (2004) relata que queijos artesanais por serem produzidospor meio do “pingo”, variam de acordo com a característica da região, e ainda variam em suas características, inclusive sensoriais.

A análise sensorial é uma potente ferramenta usada para medir a qualidade de um alimento em programas de controle de qualidade e desenvolvimento de novos produtos (JELLINEK,1985). Assim, esse trabalho objetivou avaliar sensorialmente a aceitação e verificar a intenção de compra de diversas tecnologias de produção de queijo artesanal de massa filada com fermentação espontânea – queijo cozido- produzidos na região de Salinas-MG.

Material e Métodos

Produtores rurais foram entrevistados e foram selecionadas três tecnologias de processamento a serem replicadas na UEP de laticínios do IFNMG – Campus Salinas a partir do levantamento realizado com pequenos produtores, ou seja, aqueles que produzem semanalmente até 150 kg de produto. No primeiro tratamento (T1) de queijo cozido não houve adição de água, no segundo tratamento (T2) foi adicionado 46% de água a temperatura de 70 °C e por fim, no terceiro tratamento (T3) adicionou-se 16% de água a temperatura ambiente. As amostras produzidas foram analisadas sensorialmente.

A avaliação da aceitabilidade dos queijos foi realizada no Laboratório de Análise Sensorial da UEP de Agroindústria do IFNMG – Campus Salinas,sendo avaliados os seguintes parâmetros:cor, aroma, textura, sabor e aspecto global. O teste sensorial foi realizado em cabines individualizadas, sendo que participaram 120 consumidores de queijo (julgadores não treinados). Para a avaliação da aceitação, utilizou-se escala hedônica estruturada mista de nove pontos, que variava gradativamente de 1 (desgostei muitíssimo) a 9

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(gostei muitíssimo). Avaliou-se também a intenção de compra por parte dos julgadores em relação aos diferentes tratamentos, utilizando-se uma escala estruturada mista de cinco pontos, variando de 1 (certamente não compraria) a 5 (certamente compraria) (MEILGAARD et al., 2007; STONEe SIDEL, 2004).Visando detectar possível diferença sensorial entre as amostras produzidas empregou-se análise de variância (ANOVA) foi realizada seguida de teste de Tukey ao nível de significância de 5%.

Resultados e Discussão

Os julgadores que participaram da análise sensorial apresentaram o seguinte perfil: 66% do gênero feminino e 54% do gênero masculino com idade entre 14 a acima de 40 anos, com frequência de consumo de queijo cozido de uma a três vezes ao mês. Quando questionados sobre a razão de consumo de queijo cozido 71% declaram ser um motivo“porque acha gostoso”.

Pelos histogramas de distribuição de frequência denotas de aceitação, atribuídas pelos consumidores paraas distintastecnologias de queijo cozido, observou-se uma maior distribuição de notas entre "gostei ligeiramente a gostei muito", como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 Histogramade distribuição de frequência denotas de aceitação, atribuídas pelos consumidores

paraas distintastecnologias de queijo cozido. Ao avaliar a textura, observou-se que a amostra onde foi adicionado água a temperatura de 70 ºC (T2)

obteve menor média, que pode ser explicada devido ao menor teor de umidade dessa amostra. De acordo com Cavalcanti (2004) a temperatura de aquecimento interfere na dessoragem, sendo que quanto maior a temperatura, menor será o teor de água no queijo.

Os dados referentes à aceitabilidade dos queijos cozidos encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1 Média dos atributos de aceitabilidade dos queijos cozidos produzidos com diferentes tecnologias. Tratamentos Cor Aroma Textura Sabor Aspecto Global

T1 7,46ª 6,94ª 7,38ª 6,93ª 7,04ª T2 7,44ª 6,70ª 6,79b 6,43ª 6,44b,c T3 7,43ª 6,81ª 7,09ª,c 6,70ª 6,86ª,c

MDS (*) 0,37 0,44 0,45 0,63 0,59Médias com letras em comum na mesma coluna não diferem entre si (p ≥ 0,05) pelo teste de Tukey. MDS (*) Mínima diferença Significativa

Em relação ao aspecto global, o queijo cozido obteve como média geral, uma pontuação definida na

escala hedônica de 6 a 7, o que atribui uma classificação de "gostei ligeiramente a gostei regularmente". Esse valor foiconsiderado baixo, uma vez que o queijo cozido é conhecido pela sua boa aceitação pelo mercadoconsumidor. Machado et al., (2004) trabalhando com o queijo Minas artesanal doSerro, constatou uma média geral, na pontuação de 6, ou seja, “gostei ligeiramente”. Na Figura 2 são apresentados os resultados da intenção de compra de queijos cozidos produzidos com diferentes tecnologias.

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Figura 2 Histograma de intenção de compra dos queijos cozidos produzidos com diferentes tecnologias.

A Figura 2 revela a intenção dos julgadores em relação às amostras de queijo cozido demonstrando

uma maior frequência de respostas entre os conceitos “provavelmente compraria” e “certamente compraria”. Os resultados indicam que a atitude de compra foi positiva para os queijos sem ou com adição de água à temperatura ambiente, o que coincide com os produtos com textura melhor aceita. Por outro lado, a amostra onde foi adicionada água à temperatura de 70 °C obteve 47% da frequência de respostas entre os conceitos “tenho dúvida se compraria” a “certamente não compraria”, indicando uma intenção de compra negativa.

Conclusões

Caracterizou-se sensorialmente (teste de aceitação) o queijo artesanal de massa filada com fermentação espontânea - queijo cozido - produzidos na região de Salinas-MG. A média do teste de aceitação empregando-se a escala hedônica de nove pontos para o queijo melhor aceito foi 7,04, indicando que os provadores "gostaram regularmente" do produto. Dentre os parâmetros sensoriais analisados, observou-se que a tecnologia empregada para processamento de queijo cozido diferencia os produtos significativamente (p≥0,05) para as características aspecto global e textura. Estudos adicionais são necessários para que se avalie a qualidade microbiológica e físico-química do queijo cozido.

Agradecimentos

Ao CNPq e à FAPEMIG pelo apoio financeiro. Ao IFNMG - Campus Salinas pela disponibilização das matérias-primas e aos funcionários da UEP de

Laticínios e Lab. de Análise Sensorial do IFNMG - Campus Salinas.

Literatura citada MACHADO, C. E.; FERREIRA, F. L. L. C.; FONSECA, M. L.; SOARES, M. F.; JÚNIOR, P. N. F. Características Físico-Químicas e Sensoriais do Queijo Minas Artesanal Produzido na Região do Serro, Minas Gerais. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 24(4): 516-521, out.-dez. 2004 SILVA, A.; ARBAGE A.P.; BAUMHARDT E.; CORAZZA C.; LISBOA R. S. & SOUZA R.S. Comportamento de compra dos consumidores de produtos coloniais na Região Central do Rio Grande do Sul. In: 65° Congresso da SOBER. 2007. Disponível em: <http://www.sober.org.br/>. STONE, H.; SIDEL, J. L. Sensory Evaluation Practices. 3. ed. London: Elsevier Academic Press, 2004. 377p.

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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE ALFACE NO MUNICIPÍO DE ARINOS-MG

Frederico de Pádua Sena1, Murilo Pereira da Silva1, Jean Aparecido Pinto Brandão Pereira², Lucas de Pereira da Silva², DjhanathaLorranyRippel², Cecírio Alves da Silva Junior3,Rildo Araújo Leite4,Francisco Valdevino

Bezerra Neto5.

1Estudante do curso Técnico em Agropecuária– IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação CientíficaJúniorda FAPEMIG. Email: [email protected];. 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária- IFNMG/Arinos.Iniciação Científica Voluntária.Email:[email protected],[email protected] 3Estudante do curso Técnico em informática - IFNMG/Arinos.Iniciação Científica Voluntária.Email:[email protected] 4Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Agronomia e Energia na Agricultura. Email:[email protected] 5Professor do IFNMG/Arinos,D.Sc. Genética e Melhoramento de Plantas. Email:[email protected] Resumo: O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento produtivo de cinco cultivares de alface tipo manteiga nas condições edafoclimáticas no município de Arinos, MG. As cultivares foram conduzidas sob cultivo orgânico. O trabalho foi realizado entre abril e setembro de 2013, no IFNMG Campus Arinos, MG. As mudas foram produzidas em bandejas de isopor com 200 células e transplantadas para a área experimental quando as plantas atingiram quatro folhas definitivas. Foi adotado o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições. As avaliações foram feitas aos 60 dias após semeadura. Observou-se que as cultivares Regina de Verão e Luísa apresentaram os melhores resultados sob cultivo orgânico em Arinos, MG. Palavras–chave: cultivo orgânico, Lactuca sativa L., melhoramento,

Introdução As mudanças na demanda do consumo de alimentos que vem ocorrendo nos últimos anos tem mostrado que os alimentos de alto valor energético estão sendo cada vez menos consumidos e substituídos por frutas e hortaliças.Dentre as hortaliças folhosas, a alface (Lactuca sativa L.) é uma das mais consumidas e cultivadas no país. Devido à alta perecibilidade e pouca resistência ao transporte, geralmente é cultivada próximo dos centros urbanos. Além das doenças, uma das limitações ao cultivo dessa hortaliça em regiões tropicais são as elevadas temperaturas (SOUZAet al., 2008). Esta cultura é considerada a hortaliça folhosa mais importante do mundo, sendoconsumida nas mais diversas nações, culturas e classes sociais. Com a especializaçãocrescente do cultivo da alface e o aumento em seu consumo, têm sido exigidos doprodutor, qualidade, quantidade e variedade de cultivares. Assim, essa cultura vemapresentando um crescimento na escala de produção (SEDIYAMA et al., 2007). Na Cidade de Arinos-MG, o cultivo da alface caracteriza-se por baixos rendimentos, falta de assistência técnica e plantio de cultivares pouco adaptadas às condições edafloclimáticas da região. O objetivo do presente trabalho foi avaliar diferentes cultivares de alface tipo manteiga considerando o potencial para cultivo nas condições de Arinos, Norte de Minas Gerais.

Material e MétodosO experimento foi instalado no setor de Agroecologia do IFNMG-Campus Arinos, no município de

Arinos - MG, no período de Abril a Setembro de 2013. Foram avaliadas cinco (05) cultivares de alface tipo manteiga ((Maravilha de Inverno, Maravilha 4

Estações, Regina de Verão, Boston Branca e Luísa), em cultivo orgânico. O delineamento adotado foi o de blocos casualizados, com 4 repetições. Cada unidade experimental foi constituída de quatro linhas de 1,8 m, espaçadas de 0,3 m x 0,3m, com um total de 20 plantas. Para as avaliações foi considerada como parcela útil as 8 plantas centrais.

A semeadura foi realizada em bandejas de isopor contendo 200 células, em substrato comercial, realizando-se irrigações diárias. O transplante das mudas para a área experimental foi realizado quando as mudas atingiram quatro folhas definitivas. A colheita e avaliação das características (peso total, número defolhas, altura da planta, circunferência da planta, e comprimento do caule) ocorreram 60 dias após o plantio.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de SCOTT-KNOTT a 5% de probabilidade. Utilizaram-se os recursos computacionais do programa GENES (Cruz, 2001).

Resultados e Discussão Foram observadas diferenças significativas pelo teste F para todas as característicasavaliadas. O peso da parte aérea variou de 146,28 a 249,68g com média de 210,43g (Tabela 1). Estes valores estão

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próximos aos encontrados por Barboza et al. (2007),ao avaliarem o desempenho de cultivares alface lisa em sistema orgânico no cerrado em Brasília, DF, onde obtiveram médias variando de 176,00 a 303,6g planta. Tabela 1 Médiasdo peso da parte aérea, número defolhas, altura da planta, largura, e comprimento do caule

de cinco cultivares de alface, Arinos 2013.

Genótipos Peso da

parte aérea(g)

Folha

Altura da Planta (cm)

Largura da

planta (cm)

Comprimento

do Caule (cm)

1 Maravilha de Inverno 146,28 b

24,27 b 18,01 c 26,52 b 3,70 b

2 Maravilha 4 Estações 249,68 a 30,98 a 28,08 a 31,80 a 11,10 a

3 Regina Verão 243,40 a 33,83 a 22,81 b 28,14 b 4,62 b

4 Boston Branca 174,95 b 25,87 b 18,40 c 25,30 b 4,39 b

5 Luísa 237,55 a 30,50 a 23,79 b 29,71 a 4,10 b Médias seguidas de mesma letra, em cada coluna, pertencem a um mesmo grupo, de acordo com o teste de Scott-Knott. Para largura da planta observou-se que “Maravilha 4 estações” apresentou o maior valor (31,80 cm), não diferindo estatisticamente da cultivar “Luísa”. A maior média para comprimento do caule (11,10 cm) também foi apresentado pela cultivar “Maravilha 4 estações”, diferindo das demais cultivares que foram agrupados com uma média aproximada de 4,20 cm, tal fato se deve ao aparecimento precoce do pendão, indicativo de que esta cultivar estava passando da fase vegetativa para a reprodutiva, tornando-se assim inviável para o consumo. Santos et al. (2009) ao considerar o comprimento do caule como parâmetro da resistência ao pendoamento verificou que a cultivar Isabela apresentou menor alongamento, com prolongamento da fase vegetativa podendo ser mantida por um período maior no campo o que também foi observado no presente estudo onde com exceção da cultivar “Maravilha 4 estações”, que perdeu as suas características comerciáveis, ainda se mantiveram com características próprias para consumo pelo menos até os 73 dias após a semeadura, ou seja, uma semana após a colheita. Entre as características avaliadas, segundo Oliveira et al. (2004), o número de folhas é uma das mais importantes e está intimamente associado à temperatura do ambiente de cultivo e ao fotoperíodo. Para esta característica houve uma variação de 24,27 a 33,83 folhas, com destaque para a cultivar Regina de Verão que apresentou 33,83 folhas, não diferindo estatisticamente das cultivares Maravilha 4 estações e Luísa. De acordo com os caracteres avaliados observou-se que as cultivares Regina de Verão e Luísa apresentaram os melhores resultados sob cultivo orgânico em Arinos, MG.

Conclusões Considerando a interação entre os aspectos fitotécnicos e comerciais,as cultivares Regina de Verão e Luísa apresentaram os melhores resultados para produção sob cultivo orgânico em Arinos, MG. É necessário que o ensaio seja repetido em outras épocas do ano para estimar o efeito da interação genótipo por ambiente.

AgradecimentosÁ Fapemig pela concessão da bolsa de Iniciação Científica Junior.

Literatura citada

CRUZ, C. D. Programa GENES: versão Windows: aplicativo computacional em Genéticae Estatística. Viçosa: UFV, 2001. 648 p. SOUZA MCM; RESENDE LV; MENEZES D; LOGES V; SOUTE TA; SANTOS VF. 2008. Variabilidade genética para características agronômicas em progênies de alface tolerantes ao calor. Horticultura Brasileira26: 354-358.

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BARBOZA, F. D. R.et al. Desempenho de cultivares de alface lisa sob sistema orgânico nas condições de cerrado. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA, 2., 2007, Porto Alegre. Resumos... Porto Alegre: ABA, 2007. p. 922- 925. SANTOS, C.L.; SEABRA Jr., S. ; LALLA, J.G. de ; THEODORO, V. C. A. de ; NESPOLI, A. Desempenho de cultivares de alface tipo crespa sob altas temperaturas em Cáceres-MT. Revista Agrarian, v.2, n.3, p. 87-98, jan./mar. 2009. OLIVEIRA, A.C.B.; SEDIYAMA, M.A.N.; PEDROSA, M.W.; GARCIA, N.C.P.;GARCIA, S.L.R. 2004. Divergência genética e descarte de variáveis em alfacecultivada sob sistema hidropônico. Acta Scientiarum: agronomy, Maringá, v.26, n.2,p.211-217. SEDIYAMA, M.A.N.; RIBEIRO, J.M.O.; PEDROSA, M.W. Alface. In: PAULAJÚNIOR, T.J. de; VENZON, M.2007. 101 Culturas: manual de tecnologias agrícolas.p.53-62.Belo Horizonte: EPAMIG, 2007.

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ACÚMULO E DISTRIBUIÇÃO DE NITROGÊNIO EM BANANEIRA PRATA-ANÃ IRRIGADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Valéria de Oliveira Pinto1, Kivison Raysllan Ferreira Sobral1, José Diego da Silva Mendes1, Mauro Franco

Castro Mota1, Dilermando Dourado Pacheco2.

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária.. Email: [email protected]; 3Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Nutrição de Plantas. Email: [email protected]

Resumo: Objetivou – se com o presente trabalho designar quantitativamente o acúmulo e distribuição percentual de N em partes vegetativas e reprodutivas de bananeira ‘Prata Anã’ cultivada no norte de Minas Gerais., a partir da análise dos vários órgãos de plantas mãe, filha e neta que integram a “família”. O experimento foi realizado na Fazenda Triunfo, município de Pedras de Maria da Cruz, região semiárida do Norte de Minas Gerais, em bananal comercial da cultivar‘Prata Anã’com cinco anos de idade,. Todas as plantas mãe, filha e neta foram arrancadas, desprezando-se apenas as raízes destas. Posteriormente as plantas foram dissecadas, separando-as em suas estruturas: rizoma, bainhas foliares, limbos foliares, engaços e pencas, as quais foram avaliadas quanto aos conteúdos de nitrogênio. Do total de N acumulado, 201 g/família, a planta mãe alocou a maior parte, 77 %; seguido da planta filha, com 22,62 %; e a planta neta com a menor parte, 0,34%. Foram exportados 16 % do N pelos frutos; uma fração de 46 % foi restituído ao solo através das bainhas e limbos foliares mais engaço da planta mãe no momento da colheita; e o restante permaneceu nas estruturas vegetativas preservadas na família. As bainhas foliares foi quem mais acumulou N na planta mãe; e o rizoma, nas plantas filha e neta. Palavras–chave: adubação de plantas, nitrogênio, partição de plantas

IntroduçãoA bananeira (Musa spp.), originária do Sudeste Asiático, é uma planta de regiões tropicais e

subtropicais, tendo grande importância econômica mundial. Quase todo o Brasil produz banana, desde a faixa litorânea até os planaltos do interior, destacando-se o norte de Minas Gerais, que abrange próximo de 20% da área produtora de banana do estado, mesmo com as restrições em função de fatores climáticos, como temperatura elevada e precipitação pluvial insuficiente.

Verifica-se que a bananeira, é uma planta exigente em nutrientes, não só porque produz grande massa vegetativa, mas também por apresentar quantidades elevadas de nutrientes absorvidos pela planta e exportados pelos frutos (Silva et al., 1999). Os nutrientes podem ser fornecidos com adubação via solo e foliar e, posteriormente, são reintroduzidos ao sistema pela reciclagem dos restos vegetais (engaço, frutos sem classificação, folhas, restos foliares e pseudocaule) produzidos durante o cultivo (Moreira e Fageria, 2009). A bananeira tem alta demanda por nitrogênio, sendo que o mesmo participa de maneira afetiva do crescimento vegetativo da planta que é responsável pelo aumento de número de pencas e pela emissão e crescimento dos rebentos, aumentando consideravelmente a quantidade total de matéria seca (Borges et al., 1999). Diante dessas considerações, o presente trabalho foi conduzido com intuito de quantificar o N, acumulado em família de bananeira “Prata Anã” cultivada no norte de Minas Gerais.

Material e MétodosA área experimental constitui de bananal com cinco anos de idade, cultivar ‘Prata Anã’ explorado

comercialmente no município de Pedras de Maria da Cruz, região semiárida do Norte de Minas Gerais, latitude 15º 28’ 55’’ S, longitude 44º 22’ 41’’ W e altitude 474 m. O clima da região é do tipo Aw (tropical úmido com inverno seco e verão chuvoso) de acordo com a classificação de Köppen. A precipitação média anual é de 850 mm, umidade relativa média 60% e temperatura média anual de 27ºC, apresenta um solo de textura arenosa, classificado como Latossolo Vermelho amarelo (Jacomineet al., 1979). A condução do bananal foi do tipo mãe-filha-neta, adotando sistema de irrigação localizada por microaspersão. Foram amostradas quatro famílias de plantas, tendo-se o cuidado de selecionar famílias cujas plantas mãe estavam em estádio de maturação fisiológica. Todas as plantas (mãe, filha e neta) das famílias foram extraídas do solo, tendo-se atenção ao arranquio completo das mesmas, desprezando-se apenas as raízes. Foi feita dissecação e separação entre os órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas na casa de embalagem. Para isto, as plantas mãe foram divididas em cinco partes: rizoma; bainhas foliares; engaço, do rizoma até a extremidade da última penca; limbo foliar; e pencas. As filhas, em rizoma; bainhas; e limbos foliares. As netas, em rizoma e bainhas foliares. Cada uma das partes indicadas foi mensurada quanto à massa fresca, com auxílio de balança comercial. Posteriormente, as subamostras foram fatiadas e submetidas a uma pré-secagem à sombra, seguida de secagem em estufa de ventilação forçada de ar a 65º C por três dias, até massa

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constante e com auxílio de balança analítica foram determinadas as massas secas das subamostras. Após determinar os valores de massas secas, as subamostras foram trituradas em moinho tipo Wiley e submetidas ao procedimento de análise química quanto aos teores de N. Os dados foram analisados por meio de análise descritiva, aplicando-se o teste de médias para análise dos dados.

Resultados e DiscussãoO total de N acumulado na família da bananeira prata anã foi de 201 g/família (Tabela 1). Do total de

N acumulado na família, a planta mãe alocou a maior parte, 77 %; seguido da planta filha, com 22,62 %; e a planta neta com a menor parte, 0,34 % (Tabela 1). Dentre os órgãos amostrados na planta mãe, destacaram-se as bainhas foliares (21,53 %) com maior acumulo de N; e na planta neta tal órgão concentrou a menor quantidade observada de N (0,14 %). Na planta filha e neta, o rizoma foi o principal órgão de acúmulo com 19.746 e 394 mg de N, respectivamente.

Tabela 1 Acúmulo e distribuição percentual de N em partes vegetativas e reprodutivas de bananeira ‘Prata Anã’ cultivada no norte de Minas Gerais. IFNMG, campus Januária, 2014.

Órgão

N

……………Mãe…….……… …………….Filha…………… …………..Neta…………….

mg.órgão-1 % mg.órgão-1 % mg.órgão-1 %

Bainha 43.259 21,53 15.934 7,93 275 0,14

Penca 32.147 16,00 - -

Rizoma 30.575 15,22 19.746 9,83 394 0,20

Limbo 37.100 18,46 9.761 4,86 -

Engaço 11.738 5,84 - -

Total 154.819 77,05 45.441 22,62 669 0,34

A sequência de acúmulo de N na planta mãe foi bainhas foliares > limbos foliares > pencas > rizoma > engaço (Tabela 1). Na planta filha: rizoma > bainhas foliares > limbos foliares e na neta, rizoma > bainhas foliares (Tabela 1). Moreira e Fageria (2009) ao trabalharem com bananeira, cultivar ThapMaeo, obteve a sequência de teores de N na planta: folhas > engaço+brácteas > restos florais > frutos = pseudocaule, resultado divergente do atual trabalho. Hofman (2008), avaliando o acúmulo de matéria seca e de nutrientes em bananeira Prata anã, obteve o pseudocaule e folhas como órgãos de máximo acúmulo de N.

Soares et al., (2008), avaliando acúmulo, exportação e restituição de nutrientes pelas bananeiras “Prata Anã” e “Grand Naine”, obtiveram na planta mãe 86% do total de N da “família”, resultado distinto ao do presente trabalho onde estimou-se 77 % (Tabela 1). Isto pode ser explicado devido local de cultivo, os fatores abióticos, tratos culturais entres outros fatores diferentes no dos praticados no bananal amostrado neste trabalho. Soares et al., (2008) encontraram restituição ao solo de 63,2 % na planta mãe, havendo no presente trabalho uma taxa de 59%.

. Conclusões

O total de N acumulado na família foi de 201 g/família. Foram exportados 16 % do N pelos frutos; uma fração de 46 % foi restituído ao solo através das bainhas e limbos foliares mais engaço da planta mãe no momento da colheita; e o restante permaneceu nas estruturas vegetativas preservadas na família. As bainhas foliares foi quem mais acumulou N na planta mãe; e o rizoma, nas plantas filha e neta.

Agradecimentos

Ao Profº DSc. Dilermando Dourado Pacheco, muito obrigado pelo incentivo, dedicação, confiança e ajuda para execução deste trabalho. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária, pela oportunidade de realização do trabalho.

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Literatura citadaBORGES, A.L.; OLIVEIRA, A.M.G.; SOUZA, L.S. da. Solos, nutrição e adubação da bananeira. In: ALVES, E.J., Cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. 2.ed. rev. Brasília: Embrapa-SPI/ Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1999, p.197-254. HOFFMANN, R. B. Acúmulo de matéria seca e de nutrientes em cultivares de bananeira irrigada. Universidade federal da paraíba centro de ciências agrárias programa de pós-graduação em agronomia área de concentração: solos e nutrição de plantas. Areia – pb .fevereiro – 2008. JACOMINE, P. K. T. A nova classificação brasileira de solos. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco.Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Recife, vols. 5 e 6, p.161-179, 1979. MOREIRA, A.;FAGERIA, N. K.; Repartição E Remobilização De Nutrientes Na Bananeira Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 31, n. 2, p. 000-000, Junho 2009. SILVA, J.T.A.; BORGES, A.L.; MALBURG. J.L. Solos, adubação e nutrição da bananeira. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 20, n. 196, p. 21-36, 1999. SOARES, F.A.L.; GHEYI, H.R.; OLIVEIRA, F.H.T.; FERNANDES, P.D.; ALVES, A.N.; SILVA, F.V.; Acúmulo, exportação e restituição de nutrientes pelas bananeiras “Prata Anã” e “Grand Naine”. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.7, p.2054-2058, out, 2008.

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BIOMASSA DA FOLHA “D” DE CULTIVARES DE ABACAXIZEIRO EM FUNÇÃO DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Eduardo de Sousa Mathias ¹, Vinícios Lopes de Melo ², João Víctor Santos Guerra ³, Dilermando Dourado Pacheco 4, Heider Rodrigo Ferreira Silva5, Gabriel Oliveira Neves6

1Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, [email protected] 2Acadêmico de Agronomia IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, Bolsista da FAPEMIG, [email protected]; 3Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, Bolsista da CNPq, [email protected]; 4Professor IFNMG, Campus Januária. DSc. em Fitotecnia, [email protected]; 5Mestrando em Fitotecnia - Universidade Federal de Viçosa (UFV), [email protected] 6 Estudante Técnico agropecuária, IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, [email protected] Resumo: O trabalho foi conduzido no setor de fruticultura do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, campus Januária e teve como objetivo determinar o desenvolvimento vegetativo (matéria seca e comprimento) da folha “D” de abacaxizeiros: cultivares BRS Vitória, Smooth Cayenne, Golden e Queen, cultivadas com lâminas de irrigação 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-1, veiculadas através de gotejamento. As avaliações ocorreram 10 meses após o transplantio. As cultivares Gold (MD2), BRS Vitória e Queen foram as mais indicadas para cultivo irrigado. As cultivares submetidas a lâmina de 2,7 mm.dia-1 (Kc= 0,59) apresentaram crescimento compatível ou mesmo superior àquelas submetidas à 5,4 mm.dia-1 (Kc= 1,19), sendo a primeira a melhor recomendada para locais onde a oferta hídrica é escassa. Palavras–chave: Ananas comosus, folha D, irrigação

IntroduçãoO abacaxizeiro apresenta mecanismos morfológicos, anatômicos e fisiológicos propícios ao

desenvolvimento em ambientes com pouca oferta de água, mas para atingir produtividade econômica de frutos é necessária uma oferta permanente por água, variável ao longo dos estádios de desenvolvimento, admitindo-se precipitação pluviométrica de 600 a 4.000 mm anuais, idealmente entre 1.000 a 1.500 mm, como favorável ao cultivo (ALMEIDA et al., 2002). O crescimento do abacaxizeiro éavaliado principalmente por aumento em tamanho ou em matéria seca da planta. A folha D é a mais importante do ponto de vista do manejo cultural do abacaxizeiro, sendo a mais jovem dentre as folhas adultas e, metabolicamente, é a mais ativa de todas, sendo útil na análise do crescimento e do estado nutricional da planta (REINHARDT et al., 2000).

Dos sistemas de irrigação localizada, o gotejamento é o mais utilizado na cultura do abacaxi, principalmente onde a disponibilidade de água é limitada (ALMEIDA e SOUZA, 2011). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi determinar o desenvolvimento vegetativo da folha D de cultivares de abacaxi BRS Vitória, Smooth Cayenne, Golden e Queen com variação na lâmina de irrigação veiculada através de gotejamento.

Material e MétodosO experimento, testando o efeito de cultivares e de lâminas de irrigação, foi conduzido no setor de

fruticultura do campus Januária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa média de 60%, precipitação média anual de 850 mm (RODRIGUES et al. 2013) e clima Aw, tropical quente segundo a classificação de Köpen, apresentando inverno frio e seco.

O preparo do solo da área experimental consistiu em subsolagem-aração-gradagem.A adubação de plantio, de acordo com a interpretação da análise de solo, seguiu a recomendação proposta por Reinhard et al. (2001). Testaram-se as cultivares BRS Vitória, Smooth Cayenne, Gold (MD2) e Queen cedidas pela empresa Pomar Brasil (Projeto Jaíba). As mudas utilizadas foram do tipo filhote rebentão. Elas foram plantadas em fileira dupla, 1,5 m entre fileiras duplas, 0,4 m entre ruas na fileira dupla e 0,3 m entre plantas na linha de plantio, na primeira semana de novembro de 2012.

Foi utilizado método de irrigação localizada, com sistema de gotejadores de vazão real e pressão de serviço iguais a 1,5 L.h-1 e 147 Kpa, respectivamente, inseridos a cada 0,3 m em mangueira de polietileno de baixa densidade. A partir de março, testaram-se os efeitos de lâminas de água iguais a 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-1.

Assim, o experimento foi em fatorial 4 x 3, sendo quatro cultivares e três lâminas diárias de irrigação, distribuindo-o em blocos casualizados com três repetições. Cada parcela experimental consistiu de três fileiras duplas, com 5 m de comprimento, totalizando 100 plantas, todas úteis.

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Aos 300 dias após o transplante (DAT) das mudas procedeu-se a seleção de uma planta por parcela, nas quais foram coletadas a folha “D”. As características mensuradas foram matéria seca e comprimento da folha “D”. A análise estatística dos dados foi realizada com auxílio do software SAEG 9.1 e consistiu de análise de variância e teste Tukey a fim de comparar as médias dos tratamentos.

Resultados e Discussão

A matéria seca da folha “D” não diferiu significativamente entre as cultivares Vitória, Queen e Gold (MD2) na ausência de irrigação (Figura 1), nessa condição, essas variedades apresentaram valor de massa seca inferior à da variedade Smooth Cayenne. Na lâmina 2,7 mm.dia-1 de água, a cultivar SmothCayenne apresentou maior valor de matéria seca; enquanto com a aplicação de 5,4 mm.dia-1 a cultivaresGold MD-2 e Smooth Cayenne foram as mais produtivas.

Figura 1 Matéria seca da folha “D” de cultivares de abacaxizeiro, aos 300 dias pós-transplante, cultivadas com 0; 2,7 e 5,4 mm.dia-1 de água.Mesma letra, maiúscula (efeito de cultivar) e minúscula (efeito de irrigação) não difere significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 10% de probabilidade (P≤0,1). Fonte: IFNMG, Januária, 2013.

O comprimento da folha D em todas as situações, exceto na cultivar Vitória, foi significativamente

maior nas plantas cultivadas na presença e ausência de irrigação (Figura 2). Considerando as lâminas de 2,7 e 5,4 mmdia-1, o comprimento da folha “D” apresentou valores mais homogêneos. Na presença de irrigação, a folha “D” foi maior nas cultivares Smoth Cayenne, Quenn, Gold (MD2). Ao contrário, na ausência de irrigação, a cultivar Vitória pouco se destacou quanto ao comprimento de folha “D”, se comparada às Queen, Smoth Cayenne e Gold (MD2). Para a cultivar Smoth Cayenne os valores encontrados no presente trabalho, superaram aos obtidos por Reinhardt e Medina (1992) em plantas com 300 dias de idade.

0

2

4

6

8

10

12

14

Ba

Ba

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Ba

Aa

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Aa

Irrigação 0 mm Irrigação 2,7 mm Irrigação 5,4 mm

Mas

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)

Variedade

Vitória Smoth Qeen MD-2

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Figura 2 Comprimento da folha “D” de cultivares de abacaxizeiro aos 300 dias pós transplante, cultivadas com 0; 2,7 e 5,4 mm.dia-1 de água.Mesma letra, maiúscula (efeito de cultivar) e minúscula (efeito de irrigação) não difere significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 10% de probabilidade (P≤0,1). Fonte: IFNMG, Januária, 2013.

Conclusões

As cultivares Gold (MD2) e Smooth Cayenne, considerando a biomassa acumulada na folha D, foram as mais indicadas para cultivo irrigado. As cultivares submetidas a lâmina de 2,7 mm.dia-1 apresentaram crescimento compatível ou mesmo superior àquelas submetidas à 5,4 mm.dia-1, sendo a primeira a melhor recomendada para locais onde a oferta hídrica é escassa.

Agradecimentos

A FAPEMIG pelo financiamento do projeto e concessão de bolsa de iniciação científica e a empresa Pomar Brasil por ceder as mudas de abacaxi,

Literatura citadaALMEIDA, O.A.; SOUZA, L.F. da S.; REINHARDT, D.H.; CALDAS, R.C. Influência da irrigação no ciclo do abacaxizeiro cv. Pérola em área do tabuleiro costeiro da Bahia. Revista Brasileira de Fruticultura, v.24, p.431-435, 2002. ALMEIDA, O.A.; SOUZA L.F. da S. Irrigação e fertirrigação na cultura do abacaxi. p.352, 2011. Disponível em: <http://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/915745>Acesso em: 13 jun. 2013 CUNHA, G.A.P. da; MATOS, A.P. de; CABRAL, J.R.S.; SOUZA, L.F. da S.; SANCHES, N.F.; REINHARDT, D.H. Abacaxi para exportação: Aspectos técnicos da produção. Brasília: EMBRAPA/SPI, 1994. 41 p. (Série Publicações Técnicas FRUPEX, 11). PY, C. LACOUEUILE, J.J; TEISSON, C. L’ananas, saculture, sesproduit. Paris: MaisonneuveetLarose et ACCT, 1984. 562p. REINHARDT, D.H.; SOUZA, L.F.S.; CABRAL, R.S. Abacaxi Produção: Aspectos técnicos. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2000. SILVA, C.A.; SILVA, C.J. Irrigação na cultura do abacaxizeiro. Revista Brasileira Científica de Agronomia, nº09, 2006.

0

18

36

54

72

90

Bb

AaAaAa

AaAaAa

Aa

Aa

Aa

AaAa

Variedades

MD-2QeenSmoth

Com

prim

ento

fol

ha D

(cm

)

Vitória

Irrigação 0 mm Irrigação 2,7 mm Irrigação 5,4 mm

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BIOMASSA DE CULTIVARES DE ABACAXI SUBMETIDO À IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO NO MUNICÍPIO DE JANUÁRIA-MG

Vinícius Lopes de Melo1, João Victor Santos Guerra4, Eduardo de Sousa Mathias4, Felipe Daniel Sales2, Rafael Fernandes silva2, Dilermando Dourado Pacheco3

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email:[email protected]; 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária..

3Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Fitotecnia, Nutrição Mineral de Plantas. Email: [email protected] 4Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, [email protected]; [email protected] Resumo:O objetivo do presente trabalho foi determinar o crescimento vegetativo de cultivares de abacaxi BRS Vitória, Smooth Cayenne, Golden e Queen cultivadas com lâminas de irrigação 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-1, submetida a irrigação por gotejamento. Foram mensuradas as produções de massa fresca e seca aos 300 dias após o transplante das mudas. A massa fresca total de abacaxizeiro, na ausência de irrigação, foi menor na cultivar Vitória. Na presença de irrigação, a cultivar Golden MD2 foi a menos responsiva. Na maioria das situações, a cultivar Queen foi a mais produtiva em resposta à irrigação. A massa seca total foi menor no abacaxizeiro Queen, enquanto Vitória teve o melhor desempenho na maioria das situações. A cultivar Golden MD2, dentre as testadas, apresentou a maior homogeneidade de produção de massa seca nas diferentes lâminas de irrigação.Na média das cultivares, o cultivo com lâmina de 2,7 mm.dia-1 permitiu maior produção de massa fresca e seca das plantas. Palavras–chave: Ananas comosus, irrigação localizada.

IntroduçãoO Norte de Minas Gerais, em sua maior parte, é semi-árido, e não possui regime hídrico que atenda

às exigências para cultivos de abacaxizeiros de alta produtividade. As principais variedades comerciais de abacaxizeiro são a Pérola e o Smooth cayenne (Bartholomew et al, 1977; Souza et al, 2009). Algumas introduções recentes, como as cultivares Goldem, MD2, Queen e Vitória, ainda não foram suficientemente estudadas no Norte de Minas Gerais, principalmente a resposta destas à irrigação. O objetivo do presente trabalho foi determinar o crescimento vegetativo de cultivares de abacaxi Vitória, Smooth Cayenne, Golden MD2 e Queen cultivadas com lâminas de irrigação 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-1por gotejamento.

Material e MétodosO experimento foi conduzido no setor de fruticultura no IFNMG, campus Januária, Fazenda São

Geraldo, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa média de 60% e precipitação média anual de 850 mm.

O preparo do solo da área experimental consistiu de subsolagem-aração-gradagem para remover camadas compactadas.A adubação seguiu a recomendação proposta por Reinhardt et al. (2001). Foram utilizadas mudas do tipo filhote rebentão das cultivares Vitória, Smooth Cayenne, Gold MD2 e Queen em função das lâminas de irrigação. Elas foram plantadas em fileira dupla, no espaçamento de1,5 m entre fileiras duplas, 0,4 m entre ruas na fileira dupla e 0,3 m entre plantas na linha de plantio.

Trabalhou-se com irrigação localizada com gotejadores de vazão real e pressão de serviço iguais a 1,5 L.h-1 e 147 Kpa, respectivamente, inseridos a cada 0,3 m em mangueira de polietileno de baixa densidade. Testaram-se os efeitos de lâminas líquidasde água iguais a 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-1. Foi determinado o coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD), o qual atingiu 96 e 97% para as lâminas de 2,7 e 5,4 mm.dia-1, respectivamente, classificadas como excelente por Merrian e Keller (1978).

O experimento consistiu de fatorial 4 x 3, sendo quatro cultivares e três lâminas diárias de irrigação, distribuindo-o em três blocos. Cada parcela experimental apresentou três fileiras duplas cada qual com 10 m de comprimento. Toda a parcela experimental foi útil para fins de coleta e análise.

Aos 300 dias após o transplante (DAT) das mudas procedeu-se a coleta de duas plantascompetitivas e representativas do vigor médio em cada parcela. As características mensuradas foram as massas fresca e seca da planta,desprezando-se as raízes. A análise estatística dos dados foi realizada por meio de análise de variância e de teste Tukey, a fim de comparar as médias dos tratamentos.

Resultados e Discussão

Na ausência de irrigação, 0 mm.dia-1, a cultivar Vitória foi significativamente a menos produtiva quanto à massa fresca de plantas (Figura 1). Nesta condição, a cultivar Smooth Cayenne foi mais produtiva,

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mas não divergiu significativamente de Golden MD2 e Queen. Para mesma variável, na lâmina de 2,7 mm.dia-1, a cultivar Queen foi superior, seguida de Smoth Cayenne e Vitória; enquanto Golden MD2 foi a que menos produziu. Todos valores encontrados para a cultivar Smoth, foram semelhantes aos observados por Reinhardt e Medina (1992), em estudo com avaliação do crescimento de abacaxizeiro cultivado sem irrigação.

0

510

1020

1530

2040

Aa

Aa

AaAa

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Ba

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AbAa

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Bb

2,72,7 5,4

Lâmina de irrigação (mm dia-1)

Mat

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tota

l (g)

0

Vitória Smooth Cayenne Goldem MD2 Queen

Figura 1 Massa fresca de cultivares de abacaxizeiro irrigadas com 0; 2,7 e 5,4 mm.dia-1. Letras maiúsculas

representam a comparação entre as médias das variedades dentro a irrigação, e letras minúsculas indicam a comparação entre uma variedade nas diferentes laminas de irrigação pelo teste de Tukey (P≤0,05).

Na lâmina de 5,4 mm.dia-1, Queen e Smooth Cayenne apresentaram maiores massa fresca - mas sem

divergir significativamente das demais. De maneira geral, a cultivar Golden MD2 foi a menos responsiva à irrigação e teve também maior homogeneidade de massa fresca nas três lâminas testadas se comparado às demais cultivares (Figura 1).

Em todas as lâminas de irrigação, a cultivar Queen apresentou menor massa seca (Figura 2). De maneira geral, exceto na lâmina de 5,4 mm.dia-1, a cultivar Vitória apresentou maior destaque para tal característica. Os valores mais homogêneos de massa seca, em função das lâminas de irrigação testadas, ocorrem na cultivar Golden MD2, porém, esses foram inferiores aos encontrados por Neto (2009) aos 300 DAT, ao avaliar a influência da fertirrigação com diferentes fontes de nitrogênio no acúmulo de matéria seca em plantas de abacaxizeiro dessa cultivar.

0

32

64

96

128

160

Ba

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AaAb

Ba

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Aa

00 2,7 5,4

Vitória Smooth Cayenne Goldem MD2 Queen

Mat

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g)

Lâmina de irrigação (mm dia-1)

Figura 2 Massaseca da planta de cultivares de abacaxizeiro, cultivadas com 0; 2,7 e 5,4 mm.dia-1 de água.

Letras maiúsculas representam a comparação entre as médias das variedades dentro a irrigação, e letras minúsculas indicam a comparação entre uma variedade nas diferentes laminas de irrigação pelo teste de Tukey (P≤0,05).

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ConclusõesNa ausência de irrigação, a cultivar Smooth cayenne produziu mais massa fresca, mas sem divergir

significativamente das cultivares Golden MD2 e Queen, sendo portanto a mais adequada para cultivo em condições de sequeiro.

Na presença da irrigação, a cultivar Queen melhor produziu massa fresca, mas não divergiu significativamente das cultivares Smooth cayenne e Vitória.

A massa seca total de plantas, na ausência da irrigação, foi maior na cultivar Vitória, seguido das cultivares Golden MD2 e Smooth cayenne. Na presença de irrigação, a cultivar Vitória apresentou maior média de massa seca, sem divergir significativamente das cultivares Smooth e Golden MD2. Considerando apenas a referida característica, a cultivar Vitória demonstrou dupla aptidão, melhor adaptando ao cultivo tanto em sequeiro quanto em condições irrigadas. As plantas cultivadas em lâmina de 2,7 mm.dia-1, apresentaram produção de massa fresca e seca compatível ou até mesmo superior àquelas com 5,4 mm.dia-1, sendo a primeira a mais recomenda para regiões semi-áridas. A recomendação definitiva da menor lâmina de irrigação exige confirmação por meio de novos ensaios regionais.

AgradecimentosÀ FAPEMIG, pelo financiamento da pesquisa e pela concessão de bolsa de Iniciação Científica.

Literatura citada

BARTHOLOMEW, D.P.; KADZIMIN, S.B. Pineapple. In: Alvim, P.T. and Kozlowski, T.T. (eds) Ecophysiology of Tropical Crops. Academic Press, New York, pp. 113–156, 1977.NETO, L.G.P. Crescimento, produção e qualidade do abacaxizeiro fertirrigado com diferentes fontes e doses de nitrogênio e potássio. Mossoró, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, 2009. 132p. (Tese de Doutorado) REINHARDT, D.H.; MEDINA, V.M. Crescimento e qualidade do fruto do abacaxi cvs. Pérola e Smooth cayenne. Brasília: pesquisa agropecuária brasileira v.27, n.3, p.435-447, 1992. REINHARDT, D.H.; SOUZA, L.F.S.; CABRAL, R.S. Abacaxi irrigado em condições semi-áridas. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2001. 108p. SOUZA, O.P.; TEODORO, R.E.F.; MELO, B.; TORRES, J.L.R. Qualidade do fruto e produtividade do abacaxizeiro em diferentes densidades de plantio e lâminas de irrigação. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.44, n.5, p.471-477, maio 2009.

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CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna

unguiculata (L.) WALP.) NO NORTE DE MINAS GERAIS Frederico Dellano Souza Silva1, Wendel Marlon Nascimento Costa², Igor Costa de Freitas², Fábio Martins de

Carvalho³, Kaesel Jackson Damasceno e Silva4

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da do IFNMG/Januária. Email:[email protected] 2Acadêmicos de Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected]; [email protected]. 3Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Agronomia/Fitotecnia. Email: [email protected] 4Pesquisador Embrapa Meio-Norte, D.Sc. Agronomia/Genética e Melhoramento de Plantas.E-mail: [email protected] Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar cultivares de feijão-caupi no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária. Foi conduzido experimento plantado no mês de setembro de 2013 com seis cultivares de porte semi-prostrado (Local 1, BR 17 – Gurguéia, Local 2, BRS Juruá, BRS Aracê e BRS Pajeú). O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes características: Comprimento de vagem (COMPV), peso de cinco vagens (P5V), peso do grãos de cinco vagens (PG5V), número de grãos de cinco vagens (NG5V), peso de 100 grãos (P100G), índice de grãos (IDG) e produtividade. Não houve diferença significativa no desempenho geral das cultivares avaliadas. Palavras–chave: adaptabilidade, feijão-de-corda, produtividade

IntroduçãoO feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é componente básico da alimentação dos brasileiros.

Nas regiões Norte e Nordeste o feijão-caupi tem grande expressão econômica, especialmente na agricultura familiar. Pelo fato de possuir uma grande plasticidade, adapta-se bem a uma ampla faixa de condições ambientais. Além de todas essas atribuições, ainda contém os dez aminoácidos essenciais ao ser humano e possui um excelente valor calórico. Em virtude dessas características, a cultura é de grande valor atual e estratégico (FREIRE FILHO et al., 2005). A produtividade média da região Nordeste é de 480 Kg.ha-1 (IBGE, 2009). Sendo considerada a região de maior produção, sua produtividade é muito baixa. No norte de Minas Gerais o cultivo do feijão-de-corda, como é comumente conhecido o feijão-caupi entre os agricultores, é bastante difundido, geralmente consorciado com milho, mandioca ou cultivo solteiro. Sua rusticidade justifica o fato da cultura ser bem explorada nesta região, que apresenta clima semi-árido, típico da região Nordeste do Brasil. Assim como no Nordeste, a produtividade média no norte de minas é muito baixa. Levando em consideração a importância do cultivo do feijão-caupi para o norte de Minas Gerais, vê-se a necessidade do estudo para avaliar cultivares mais adaptadas à região.

Material e Métodos

O projeto foi realizado em área experimental do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária/MG. O experimento foi implantado no mês de setembro de 2013 com seis cultivares de porte semi-prostrado (Local 1, BR 17 – Gurguéia, Local 2, BRS Juruá, BRS Aracê e BRS Pajeú), sendo as denominadas locais, coletada junto a agricultores da região, e as demais oriundas da Embrapa Meio Norte. O preparo do solo foi feito convencionalmente, com aração e duas gradagens, e o plantio foi manual em sulcos abertos mecanicamente. O solo da área experimental possui textura fraco-arenosa. Foi realizada irrigação suplementar por aspersão, totalizando, juntamente com as chuvas ocorridas, 428 mm no ciclo da cultura.Os tratos culturais foram realizados de acordo com a necessidade da cultura e a colheita foi manual. Cada parcela teve as dimensões de 3,20mx5,0m e constou de quatro fileiras de 5,0m de comprimento, tendo como área útil, 6,4 m2, correspondendoàs duas fileiras centrais, exceto 0,5 m em cada borda. O espaçamento entre fileiras foi de 0,80m. O desbaste foi feito aos 15 dias após plantio com compensação das falhas visando uma população de 100.000 plantas por hectare.O delineamento experimental no experimento foi em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições. Foram avaliadas as seguintes características: Comprimento de vagem (COMPV), peso de cinco vagens (P5V), peso dos grãos de cinco vagens (PG5V), número de grãos de cinco vagens (NG5V), peso de 100 grãos (P100G)=(PG5V/5:NG5/5)x100, índice de grãos (IDG)=(PG5V/5:P5V/5)x100, e produtividade. A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa Sisvar, procedendo-se Análise de Variância e, posteriormente, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

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Resultados e DiscussãoO peso de grãos de cinco vagens e o índice de grãos diferiram significativamente entre as cultivares

testadas. Quanto o comprimento de vagem, o peso de cinco vagens, o número dos grãos em cinco vagens, o peso de 100 grãos e produtividade total, não houve diferença significativa (Tabela 1).

Tabela 1 Médias das características Comprimento de vagem em cm (COMPV), peso de 5 vagens em g

(P5V), peso dos grãos de 5 vagens em g (PG5V), número de grãos de 5 vagens (NG5V),peso de 100 grãos em g (P100G), índice de grãos (IDG), peso da colheita em g (PC), produtividade total em kg.ha-1(PRODT) das cultivares de feijão-caupi de porte semi-prostrado testadas no IFNMG - Campus Januária.

(a) Genótipos com médias não seguidas pela mesma letra diferem pelo teste Tukey a 5%.

Apenas a cultivar Pajeú apresentou padrão comercial para a característica comprimento de vagem, que de acordo com SILVA & NEVES (2011) é acima de 20 cm, porém não houve diferença significativa das demais cultivares. A média dessa cultivar para essa característica foi de 20,17 cm.

Para a característica peso de cinco vagens, a cultivar BRS Juruá com 17,69g, apresentou a maior média, mas não diferiu estatisticamente das demais cultivares. Quanto ao número de grãos de cinco vagens, a cultivar Local 1 se destaca com a maior média de 70,5, seguida da cultivar Juruá com média de 62,75, porém não sendo diferentes em termos estatísticos das outras. Estas duas cultivares apresentaram médias de 20 cm e 19,92 cm respectivamente no comprimento de vagem, ficando elas atrás apenas da Pajeú. Essa característica está correlacionada com o número de grãos por vagem, quanto mais comprida mais grãos (SILVA & NEVES, 2011).

Para a característica peso de 100 grãos nenhuma das cultivares apresentou diferenças estatísticas das demais, mas as que se destacaram foram a Local 1 e Pajeú, com 21,64 g e 21,21 g respectivamente. Na característica índice de grãos, observou-se uma média alta de 90 para a cultivar Local 1, sendo essa estatisticamente diferente das demais cultivares. Essa característica é importante pois mede a eficiência da cultivar na alocação de fotossintatos para os grãos (FREIRE FILHO et al., 2005).

As médias de produtividadedas cultivares testadas não apresentaram diferenças significativas. A cultivar com maior média foi a Local 2 e Local 1, com 868,09 kg.ha-1 e 693,45kg.ha-1, respectivamente. A cultivar com menor média de produtividade foi a BRS Juruá, sendo 249,20 kg.ha-1. As médias de produtividade das cultivares BR 17 Gurguéia, BRS Aracê e BRS Juruá ficaram aquém dos resultados de SOUZA et al. (2012) em Janaúba, Norte de Minas Gerais, os quais constataram valores de 1683, 1531 e 1773.09 kg.ha-1, respectivamente. Para a cultivar BRS Pajeú, a produtividade também ficou abaixo de ensaios feito na Embrapa meio-norte, Teresina-PI, com 997 kg.ha-1 (FREIRE FILHO, 2011). Apesar da não identificação de cultivar(es) de feijão-caupi com maior potencial produtivo para a região, o trabalho nos mostra que as cultivares locais possuem bom potencial produtivo.

A ausência de diferenças significativas se deu em função dos elevados valores de coeficientes de variação encontrados. Levando em consideração que no presente trabalho não foram feitas adubações e controles de pragas e doenças a produtividade se encontra próxima da produtividade média nacional que é em torno de 520 kg.ha-1(IBGE, 2009).

ConclusõesNão houve diferença significativa no desempenho geral da cultivares de feijão-caupi de porte semi-

prostrado avaliadas em experimento.

AgradecimentosÀ Embrapa Meio-Norte, pela cessão das sementes e apoio tecnológico, e ao Instituto Federal do Norte

de Minas Gerais – Campus Januária pela realização e apoio financeiro ao projeto de pesquisa.

CULTIVAR (a) COMPV P5V PG5V NG5V P100G IDG PC PRODTLocal 1 20.00 a1 17.50a1 15.23a2 70.50a1 21.64a1 90.00a2 443.81a1 693.45a1 BR 17 Gurgueia 18.45a1 14.80a1 11.08a1 62.00a1 18.09a1 74.80a1 a2 336.75a1 526.17a1 Local 2 18.67a1 16.08a1 12.20a1 59.75a1 20.68a1 75.88a1 a2 555.57a1 868.09a1 BRS Juruá 19.92a1 17.69a1 12.67a1 a2 62.75a1 20.19a1 71.37a1 159.49a1 249.20a1 BRS Aracê 19.40a1 16.97a1 12.43a1 a2 60.50a1 20.59a1 73.26a1 a2 201.43a1 314.73a1 BRS Pajeú 20.17a1 17.41a1 12.87a1 a2 61.00a1 21.21a1 73.77a1 a2 259.02a1 404.72a1 CV (%) 4.23 13.11 10.17 9.43 8.73 10.50 54.66 54.66

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Literatura citada

FREIRE FILHO, F. R. Feijão-caupi no Brasil: produção, melhoramento genético, avanços e desafios -Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2011. 84 p. FREIRE FILHO, F. R. Melhoramento genético. In: FREIRE FILHO. F. R. et al. (ed.) Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasília-DF, 2005. Ed. Embrapa Informação Tecnológica, p. 25-104. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo agropecuário 2006 (Reelaborado). Rio de Janeiro: IBGE, 2009. 777p. SILVA, J. A. L. da; NEVES, J. A. Produção de feijão-caupi semi-prostrado em cultivos de sequeiro e irrigado. Rev. Bras. Ciênc. Agrár. Recife, v.6, n.1, p.29-36, 2011. SOUZA, A. A.; CARVALHO, A. J.; OLIVEIRA, M. B.; ANTUNES JÚNIOR, A. B.; HENRIQUES, P.; MARTINS, M. J.; SANTOS, Z. C. Produtividade de Grãos de Variedades Selecionadas de Feijão-Caupi de Porte Prostrado e Semi-Prostrado no Norte de Minas Gerais. In VI FEPEG, Fórum. Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão, 2012. Janaúba – MG.

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CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR TRATADO COM ADITIVOS

QUÍMICOS E VINHOTO Lara Franca Colares1, Viviane Borges Soares1, Lidiane Rodrigues da Silva2, Karine Alves Santos2, Emerson

Delano Lopes3

1Acadêmico de Tecnólogo em Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. email: [email protected];[email protected] 2Estudante do curso Técnico Integrado em Agroecologia. email: [email protected];[email protected] 3Professor do IFNMG/Araçuaí, Ms. em Fitotecnia. email: [email protected] Resumo: Associada ao crescimento da população mundial, a geração de resíduos elevou-se, sendo que, na maioria das vezes não possuem destinação final adequada. Diante disso, a preocupação de desenvolver sistemas de produção sustentáveis tornou uma imposição social, ambiental e política e vem ganhando a cada dia, importância econômica. Isso envolve a utilização eficiente de insumos e a redução dos resíduos e efluentes gerados pelas diversas atividades humanas. O bagaço de cana-de-açúcar e o vinhoto apresentam potencial poluidor considerável e, na maioria dos casos, não são descartados corretamente. O presente estudo objetivou avaliar as características do bagaço de cana utilizando diferentes aditivos químicose vinhoto. Utilizaram-se no experimento sacos plásticos como câmaras de decomposição, onde foi colocado o bagaço, os aditivos químicos e o vinhoto. O experimento constou de cinco tratamentos onde foram avaliados os seguintes parâmetros: temperatura, pH, capacidade de retenção de água, densidade aparente, densidade de partículas, porosidade e teores de macro nutrientes após o processo de decomposição. Por meio dos resultados alcançados pode-se considerar que os aditivos e o vinhoto permitem acelerar a decomposição do bagaço de cana em relação ao tratamento sem nenhuma adição.A utilização devinhoto dispensa o tratamento químico para decomposição do bagaço de cana, além de ser uma alternativa simples que possibilitará à perda do potencial poluidor desse efluente. Palavras–chave: compostagem, resíduos agroindustriais

IntroduçãoO crescimento acelerado da população mundial vem acarretando fortes pressões nos setores da

indústria e da agropecuária, forçando-os a produzir cada vez mais para atender a grande demanda no consumo. Associado a esse crescimento elevou-se a geração de resíduos, sendo que os mesmos na maioria das vezes não possuem uma destinação final adequada (OLIVEIRA, 2010).

Um dos principais impactos ambientais da indústria sucroalcooleira e dos alambiques de produção de cachaça está associado ao descarte inadequado dos rejeitos gerados, principalmente o bagaço e o vinhoto. O vinhoto é um efluente com potencial de causar danos ambientais quando lançado, de forma inadequada, em rios ou mesmo sobre os solos. Dentro de uma perspectiva ambiental, o seu aproveitamento pode resultar em saldo favorável, na medida em que se reduz o descarte sobre o meio ambiente, evitando os custos externos com a importação de insumos agrícolas, como fertilizantes e substratos, por exemplo.

Diante do descarte inadequado dos resíduos agroindustriais faz-se necessário o desenvolvimento de tecnologias que contribuam para reduzir o impacto sobre o meio ambiente.A compostagem se revela como uma técnica alternativa para a destinação desses resíduos, pois é capaz de reciclar a matéria orgânica e retorná-la para ser utilizada como insumo em cultivos agrícolas (FEBRER et al., 2002).

O presente estudo objetivou caracterizar o bagaço de cana-de-açúcar tratado com diferentes aditivos químicos e com vinhoto.

Material e MétodosO experimento foi conduzido em casa de sombra do viveiro de produção de mudas do Instituto

Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Araçuaí no ano de 2013. O experimento foi constituído de cinco tratamentos: Bagaço de cana-de-açúcar sem aditivo

(T1);Bagaço de cana-de-açúcar + vinhoto (T2); Bagaço de cana-de-açúcar + uréia (T3); Bagaço de cana-de-açúcar + sulfato de amônia (T4); Bagaço de cana-de-açúcar + fosfato monoamônico (T5).

O bagaço de cana foi acondicionado em sacos plásticos de 100L preenchidos com 50% de sua capacidade, os quais serviram de câmaras de decomposição.No tratamento 1 foi acrescido apenas água para se manter o teor de umidade entre 50 e 60%. No tratamento 2 o vinhoto foi adicionado ao bagaço da cana para se manter a umidade em torno de 50 e 60%. Nos demais tratamentos foram adicionados a uréia, o sulfato de amônia e ofosfato monoamônico, diluídos em água, ao nível de 5% da matéria seca. O bagaço e o

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vinhoto utilizados no estudo foram oriundos de uma destilaria de cachaça artesanal no município de Araçuaí - MG.

A temperatura nas câmaras de decomposição foi monitorada,diariamente, durante o período de 35 diasutilizando termômetro de mercúrio (-10 a +110°C). Para se manter a aeração foi realizado, uma vez por semana, o revolvimento manual de cada câmara de decomposição.

Aos sessenta dias após a instalação do experimento, amostras dos tratamentos foram retiradas das repetições para avaliação dos seguintes parâmetros: capacidade de retenção de água (CRA), densidade aparente (Da), densidade de partículas (Dp) e porosidade. Para avaliação das características químicas dos tratamentos foram retiradas amostras compostas, de cada tratamento, para avaliação do pH, carbono orgânico (CO) e dos teores de macro nutrientes.

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), empregando-se o teste F, a 5% de probabilidade. As médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Os tratamentos de bagaço de cana dispostos nas câmaras de compostagem não apresentaram elevação significativa da temperatura, sendo que as mesmas não saíram da fase criófila (até 25°C) com exceção do tratamento 4 que chegou a atingir a fase mesofílica (25 a 43ºC).A não elevação da temperatura pode estar relacionada com o grande tamanho das partículasdo bagaço de cana ecom a sua alta relação C/N inicial. Os microrganismos decompositores, responsáveis pela elevação inicial da temperatura no processo da compostagem, necessitam de carbono como fonte de energia e de nitrogênio para síntese de proteínas, sendo que, os materiais orgânicos com relação C/N menor decompõem-se mais rapidamente do que aqueles onde a relação é maior (OLIVEIRA, 2010).

Na Tabela 1são apresentados os resultados da análise química do bagaço de cana nos diferentes tratamentos. Pode-se constatar que a variação de pH foi pequena entre os tratamentos, encontrando-se entre pouco ácido (6,55) a neutro (7,87).A maior concentração do carbono orgânico (CO) foi observada no tratamento 1 (29,10%), devido ao mesmo não ter recebido nenhum aditivo para acelerar a decomposição do bagaço. Nos tratamentos com o vinhoto, sulfato de amônia e MAP ficaram constatados os menores níveis de CO, evidenciando assim, um melhor desempenho na degradação do bagaço em relação aos demais tratamentos. Não foram observadas diferenças marcantes entre os tratamentos quanto aos níveis de macro nutrientes (N, P, K, Ca e Mg). Assim, a adição dos aditivos químicos e do vinhoto, no inicio do processo de compostagem, não resultou em melhoria das características químicas dos tratamentos.

Tabela 1 Resultados da análise química dos tratamentos. Tratamentos pH

CO% Teores de macro nutrientes (dag/kg)

N P K Ca Mg T1 7,27 29,10 1,95 0,97 3,86 1,78 0,38 T2 7,45 20,04 1,68 0,52 1,51 1,87 0,27 T3 6,55 26,16 2,36 0,83 1,44 1,56 0,18 T4 7,87 19,43 1,20 0,25 0,25 2,09 0,25 T5 7,20 19,04 2,64 0,49 0,36 2,10 0,22

CO - Carbono Orgânico Total

Na Tabela 2são apresentados os resultados de características físicas do bagaço de cana nos diferentes tratamentos. Não foram observadas diferenças significativas para a capacidade de retenção de água (CRA%) e para a quantidade de poros nos tratamentos. Observaram-se os menores valores de densidade de partículas e densidade aparente no tratamento 1, evidenciando que a utilização de aditivos e de vinhoto permitiu uma melhor degradação do bagaço de cana. Segundo Kiehl (1985) citado por Argôlo (2002), a faixa ótima da densidade aparente eda densidade de partículas (real), para compostos orgânicos,devem situar-se entre 0,6 - 0,8 g cm-3 e 1,45 - 2,65 g cm-3, respectivamente. O mesmo autor sugere valores ótimos acima de 85% para poros e entre 55 - 70 %para capacidade de retenção de água. Pode-se constatar que nenhum dos parâmetros físicos avaliados nos tratamentos(Tabela 2) situou-se dentrodas faixasconsideradas ótimas. Provavelmente,não ocorreu a completa decomposição do bagaço de cana nos tratamentosem razão do curto período de tempo do estudo.

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Tabela 2 Resultadosanalíticos das características físicas dos tratamentos.

Tratamentos CRA (%) Poros (%) Da (g cm-3) Dp (g cm-3)

T1 835,28670 a 80,83960 a 0,07597 b 0,63075 b T2 781,34690 a 78,74559 a 0,11170 ab 0,73688 ab T3 829,05930 a 73,68421 a 0,11407 ab 0,65897 ab T4 790,69950 a 76,29641 a 0,14800 a 0,79600 ab T5 654,91200 a 77,83347 a 0,14470 a 0,80586 a

Capacidade de Retenção de Água (CRA), Densidade Aparente (Da), Densidade de Partículas Real (Dp). As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

ConclusõesOs aditivos químicos e o vinhoto utilizados no estudo permitem acelerar a decomposição do bagaço

de cana em relação ao tratamento sem nenhuma adição, mas não resultam na melhoria das características químicas do bagaço.

A utilização do vinhoto pode dispensaro tratamento com aditivos químicos para decomposição do bagaço de cana e, além disso, pode representar aredução do potencial poluidor desse efluente.

Agradecimentos

Ao IFNMG - Campus Araçuaí pela concessão das Bolsas de Iniciação Científica.

Literatura citadaARGÔLO, R.C. Avaliação de composto e vermicomposto da casca do cacau e do tegumento de amêndoa do cacau e do esterco de suíno, como mitigadores de impacto ambiental. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e meio Ambiente. Ilhéus, Ba. 2002. FEBRER, M.C.A.; MATOS, A.T. de; SEDIYAMA, M.A.N; COSTA, L.M. da. Dinâmica da decomposição mesofílica de resíduos orgânicos misturados com águas residuárias da suinocultura. R. Engenharia na Agricultura, Viçosa-MG, 18 v.10, p.1-4, Jan./Dez., 2002. KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica Ceres, 1985. OLIVEIRA, J.N. Compostagem e vermicompostagem de bagaço de cana-de-açúcar da produção de cachaça de alambique, Salinas-MG. Ilhéus-BA, Universidade Estadual de Santa Cruz, 2010. 58f. (Dissertação de Mestrado).

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CARACTERIZAÇÃO DO NÍVEL DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DA REPRESA DO RIO SALINAS, MG

Rhagnya Sharon Ferreira Martins 1, Ronaldo Medeiros dos Santos2, Bárbara Mendes Oliveira3,Liliane Pereira

Cruz,3 Jade Adrinely Martins Corsino3, Marcelo Rossi Vicente2, Vinícius Orlandi Barbosa Lima2

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBEX do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Salinas. E-mail: [email protected] 3Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas.E-mail: [email protected] Resumo:O presente estudo teve como objetivo caracterizar, qualitativa e quantitativamente, o tipo de práticas agrícolas, osmétodos de manejo do solo, as fontes geradoras de sedimentos/poluentes e o nível dedegradação ambiental na bacia hidrográfica da represa do Rio Salinas. A metodologia consistiu em campanhas de campo, para o levantamento de dados referentes à culturas, práticas agrícolas e fontes de poluição e sedimentos, e no mapeamento do nível de degradação ambiental, por meio de geoprocessamento.Pode-se conluir que o nível geral de degradação ambiental na bacia situa-se entre baixo e médio, com exceção de algumas áreas às margens do lago, com nível de degradação situado entre médio e alto. Palavras–chave: bacia hidrográfica, geoprocessamento,nível de degradação ambiental

IntroduçãoPara que a qualidade e a quantidade das águas de um lago sejam adequadas aos usos previstos para o

mesmo (abastecimento, agricultura e lazer, dentre outros), é necessário que a sua bacia hidrográfica seja predominantemente coberta por vegetação e o mais isenta possível de ações antrópicas. No entanto o que se observa são alterações nos padrões naturais de cobertura do solo. Os lagos possuem uma baixa resiliência quando comparados aos rios, uma vez que apresentam baixa velocidade de escoamento ou inexistência de fluxos de saída ou descarga; fatores que podem ocasionar perda da capacidade de armazenamento do potencial de geração de energia elétrica e da qualidade da água. (Guimarães e Santos 2007).

O lago da represa do rio Salinas, formado na década de 90, bem ilustra o cenário apresentado. Sua bacia de contribuição tem sofrido um processo constante de mudanças nos padrões de cobertura/uso da terra advindas, sobretudo da ocupação das margens por pequenas propriedades de lazer e de atividades agropecuárias. Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo caracterizar, qualitativa e quantitativamente, o tipo de práticas agrícolas, osmétodos de manejo do solo, as fontes geradoras de sedimentos/poluentes e o nível de degradação ambiental na bacia hidrográfica da represa do Rio Salinas.

Material e Métodos

A área de estudos abrangeu a bacia de contribuição da represa do Rio Salinas, localizada no município Salinas, região norte do estado de Minas Gerais. Encontra-se inserida na bacia do Rio Jequitinhonha, compreendendo uma superfície de aproximadamente 1.200 Km2, situada entre os paralelos 15º e 16º de latitude sul e entre os meridianos 41º e 42º a oeste de Greenwich. Os materiais utilizados neste trabalho consistiram basicamente em um receptor GPS do tipo navegação, softwares em Sistemas de Informações Geográficas e processamento de imagens digitais (Arcview GIS, Spring, Idrisi,), uma câmera fotográfica e planos digitais de informações geográficas obtidos de fontes diversas (mapas de solos, hidrografia e relevo: EMBRAPA); mapa de uso/cobertura da terra: Oliveira et al, 2014).

A metodologia compreendeu duas etapas distintas: a) campanhas de campo, para a identificação das principais culturas, práticas agrícolas e de manejo de água e solo adotadasna área de estudos, bem como identificação/levantamentode eventuais fontes geradoras de sedimentos e poluentes; b) caracterizaçãoe mapeamento do estado de degradação ambiental da bacia hidrográfica estudada.

Os trabalhos de campo da primeira etapa se basearam em observações in situ, guiadas e sistematizadas por um questionário previamente elaborado, e por entrevistas junto às associações de produtores rurais. Também foram observados aspectos qualitativos indicadores do nível de degradação ambiental, como nível de exposição dos solos, estado de conservação de pastagens, presença de sulcos, ravinas ou voçorocas, e o estado de conservação das estradas vicinais (consideradas como sendo fontes pontuais de sedimentos). Ainda nessa etapa, a partir das observações de campo, inferiu-se qualitativamente os níveis de degradação ambiental presentes na bacia. Na segunda etapa, de posse das informações de campo e dos dados geográficos digitais (mapas de solo, relevo e uso/cobertura da terra), mapeou-se a distribuição espacial do nível de degradação ambiental na área de estudos, adotando-se uma simplificação da abordagem desenvolvida por Cândido et al. (2010). No

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método simplificado ora adotado, considerou-se como fatores de influência ao estado/nível de degradação ambiental (1) o tipo de uso/cobertura da terra, (2) a declividade do terreno eo (3) tipo de solo. Os mapas originais referentes a cada fator foram convertidos em escalas fuzzy (escala que varia entre 0 e 1), tendo-se por base a influência que o mesmo exerce sobre o estado de degradação. Como exemplo, pode ser citado o caso da declividade, cuja escala natural de valores possui influência diretamente proporcional à fragilidade ambiental de uma área (desse modo, valores fuzzy desse fator, entre 0 e 1, indicam situações favoráveis e desfavoráveis, em termos de propensão à degradação ambiental, respectivamente). Foram estabelecidos pesos referentes a cada fator, adotando-se o método AHP (maior detalhamento em Santos, 2012) e o nível final de degradação ambiental foi calculado pela soma ponderada dos escoresfuzzy dos fatores, conforme representado na Equação 1. Todos os procedimentos dessa etapa foram executados com o auxílio do software Idrisi, Versão Andes.

∑++++

=Pi

NDAPn)*Fn ... P3*F3 P2*F2 P1*(F1 (Eq. 1)

em que: NDA = Nível de Degradação Ambietal; Fi = score fuzzy do fator “i” considerado; Pi = Peso atribuído ao fator “i” considerado.

O nível de degradação ambiental foi mapeado em escala contínua variando entre 0 e 1.Valores entre 0,1 e 0,3 foram classificados como sendo áreas sob baixo nível de degradação, valores entre 0,3 e 0,7, áreas sob nível de degradação ambiental médio e, por último valores entre 0,7 e 1,0 foram considerados como áreas sob alto nível de degradação ambiental.

Resultados e Discussão

Observou-se que na bacia predominam as pequenas propriedades com área média entre 1 e 3 ha voltadas para agricultura de subsistência (milho, feijão e hortaliças). No entanto o distrito de Matrona apresenta propriedades com cerca de 10 ha e agricultura voltada para o comércio. A prática agrícola é semi-mecanizada, uma vez que a região possui relevo que não favorece o uso de grandes maquinários. A forma de preparo do solo consiste basicamente em aração e gradagem. Observou-se também a forte presença de áreas de pastagem, destinadas à criação de gado. Quanto à água, as fontes principais consistem em barraginhas, poços artesianos e represas, sendo utilizadas para consumo e dessedentação de animais. Em grande parte, não se pratica irrigação. Os defensivos agrícolas (herbicidas e inseticidas) e fertilizantes, por sua vez, são empregados em pequena escala.

No que diz respeito à fontes de poluição e sedimentos, observou-se a presença de algumas fontes pontuais: pedreira de extração de brita, pó de brita e pedra para construção, localizadas no distrito de Nova Matrona e no entorno do lago; solos expostos (possível área para plantação de eucalipto); agroindústria de polpa de frutas, localizada no distrito de Jucurutu; e áreas de extração de argila. As fontes difusas observadas compreenderam as áreas de pastagem e as estradas vicinais, que no entorno do lago, em grande parte, se encontram em estado precário de conservação. O nível geral inferido do estado de degradação ambiental foi considerado baixo/médio.

A partir do método detalhado na seção anterior, gerou-se o mapa do estado de degradação ambiental em que se encontra a bacia de contribuição da represa do rio Salinas, apresentado na Figura 1. Assim como se inferiu previamente em campo, observa-se no mapa que o nível geral de degradação ambiental da bacia situa-se majoritariamente, entre o baixo e o médio, em decorrência da topografia (acidentada) e do tipo de solo (freqüente presença de afloramentos rochosos), que atuam dificultando a ocupação da área. No entanto no entorno do lago foi observado um cenário diferente: o nível de degradação é médio a alto. Isso se deve, sobretudo, à intensa fragmentação do uso/cobertura da terra na área, à frequente ocorrência de estradas vicinais mal conservadas, e à ocupação das margens por pequenas propriedades de lazer e de atividades agropecuárias.

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Figura 1 Caracterização do nível de degradação ambiental da bacia de contribuição da represa do Rio

Salinas.

Conclusões- A área de estudos é caracterizada por pequenas propriedades destinas a agricultura de subsistência

semi-mecanizada, com pouco uso de defensivos, e pela presença de grandes áreas destinadas a pecuária extensiva;

- As principais fontes de poluição e de sedimentos observadas compreendem estradas vicinais mal conservadas, pedreiras, agroindústria, extração de argila e pecuária;

- O nível geral de degradação ambiental, inferido e mapeado, para a bacia variou entre baixo e médio; - As margens do lago apresentaram áreas com alto nível de degradação ambiental.

Agradecimentos Ao IFNMG – Campus Salinas, à Embrapa, à Prefeitura de Salinas e aos presidentes das associações

de produtores rurais das comunidades relacionadas no texto.

Literatura citadaCÂNDIDO, H. G.; Galbiatti, J. A.; Pissarra, T. C. T.; Filho, M. V. M. Degradação ambiental da bacia hidrográfica do Rio Uberada: uma abordagem metodológica. Engenharia Agrícola e Ambiental, Jaboticabal, v.30, n.1, p. 179-192, 2010.

GUIMARÃES, L.J.R; Santos, L.J.C. Levantamento das áreas potencias à erosão laminar como suporte à detecção das áreas fonte ao assoreamento na barragem Piraquara. Revista Eletrônica Geografar, v.2, n.2, p.172-188, jul./dez. 2007.

Santos, R. M. Recarga de águas subterrâneas em ambiente de cerrado: estudo com base em modelagem numérica e simulação hidrológica em uma bacia experimental. 2012, 195p. Tese de doutorado (Doutorado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos) – Universidade de Brasília, Brasília, 2012;

OLIVEIRA, B. M. ; SANTOS, R. M. ; CAMARA, T. ; MARTINS, R. S. F. ; VICENTE, M. R. ; LIMA, V. O. B. Análise multi-temporal da perda de solo por erosão devido a mudanças no uso/cobertura da terra na bacia de contribuição da represa do Rio Salinas Minas Gerais. In: III Seminário de Iniciação Científica e III Mostra de Trabalhos Científicos do IFNMG, 2014, Januária. Anais, 2014.

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CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE VARIEDADES DE MANDIOCA (Manihot esculenta

subsp esculenta) DA COLEÇÃO DE TRABALHO DO IFNMG - CAMPUS JANUÁRIA

Igor Costa de Freitas1, Fábio Martins de Carvalho2, Fredson Ferreira Chaves3, Frederico Dellano Souza Silva4

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Agronomia/Fitotecnia. E-mail: [email protected] 3Pesquisador Embrapa Milho e Sorgo, M.Sc. Agronomia/Entomologia. E-mail: [email protected] 4Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. E-mail: [email protected] Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar morfologicamente raízes tuberosas de diferentes variedades de mandioca de indústria contidas em área de multiplicação de maniva-semente do IFNMG – Campus Januária. O plantio das variedades foi realizado em outubro de 2012, sendo a coleta dos dados para a realização da pesquisa feita em agosto de 2013. Adotou-se o plantio convencional, com aração e gradagem. Os sulcos foram abertos mecanicamente. O espaçamento utilizado foi de 1 m x 0,6 m. Calculou-se a frequência de cada fenótipo, sendo constatada a presença de variabilidade morfológica nas plantas avaliadas. Palavras–chave: descritores, indústria, raízes tuberosas

IntroduçãoA mandioca constitui uma das fontes mais econômicas de carboidratos nos trópicos, exercendo função

importante na alimentação humana e animal e na indústria de processamento de farinha e fécula. A grande contribuição da mandioca está, especialmente, na alimentação das populações carentes, na qual mais de 700 milhões de pessoas consomem de 200 a 1.000 calorias diárias ao se alimentar do vegetal. A falta de dados botânicos sobre as diversas “variedades” brasileiras de mandioca eleva a necessidade de reunir todo este material para ser avaliado em ensaios comparativos objetivando a aquisição de dados morfológicos, capazes de promover melhores condições de manejo da cultura (ALBUQUERQUE et al. 2009).

Sendo assim, este trabalho teve como objetivo caracterizar morfologicamente raízes tuberosas de 07 variedades de mandioca de indústria da coleção de trabalho do IFNMG – Campus Januária.

Material e MétodosO trabalho foi desenvolvido em campo de multiplicação de maniva-semente do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – IFNMG/Campus Januária. O material propagativo foi plantado em outubro de 2012, sendo oriundo do Centro Nacional de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura da Embrapa. O preparo do solo consistiu em aração e gradagem. Os sulcos foram abertos mecanicamente com espaçamento de 01 m e profundidade aproximada de 0,1 m. Adotou-se o espaçamento de plantio de 1 m x 0,6 m. A avaliação dos acessos de mandioca foi realizada em agosto de 2013.

Utilizaram-se para fins de caracterização 07 variedades de indústria, sendo elas Mucuri, Caipira, Cidade, Guaíra, Mulatinha, Palmeira Preta e Vassoura Preta. Empregou-se na caracterização 07 descritores morfológicos para raízes, os quais foram aplicados aos 10 meses de idade das plantas, conforme metodologia proposta por Fukuda & Guevara (1998). A partir dos dados aferidos foram calculadas as frequências de cada fenótipo entre os acessos estudados, segundo metodologia apresentada por Chaib et al. (2008).

Resultados e DiscussãoObservou-se, pelos resultados das avaliações efetuadas aos 10 meses de idade, que os genótipos se

diferem morfologicamente nos caracteres abordados, com destaque a cor do córtex, a forma da raiz e a presença de pedúnculo (Tabela 1). Apesar da variabilidade fenotípica detectada para os caracteres aferidos, alguns fenótipos foram constatados em frequência muito baixa na coleção de trabalho avaliada, como a cor externa marrom escura e a textura da epiderme lisa nas raízes tuberosas (Tabela 02). Fernandes (2009) relata que a coloração clara tanto da parte externa da raiz como do córtex é a preferida. Quanto à textura, Vieira et al. (2008) descrevem que a preferência dos povos que domesticaram a cultura por alguns caracteres que, em dado momento foram importantes, culminou na seleção de determinadas características, dentre as quais a textura rugosa, dando a tal caractere maior frequência nos acessos da cultura. Os resultados obtidos corroboraram os observados por Castricini et al. (2012), no estudo de caracterização de 23 genótipos de mandioca produzidos no Norte de Minas Gerais, no qual a maioria dos clones avaliados apresentou textura da epiderme rugosa e forma da raiz cônico-cilíndrica. Segundo Vieira et

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al. (2008), raízes de forma cônico-cilíndrica, cilíndrica ou irregular apresentam maior interesse agronômico quando comparadas as de forma cônica. Tabela 1 Características morfológicas de raízes tuberosas de variedades industriais de mandioca do campo

de multiplicação maniva-semente do IFNMG/Campus Januária.

Variedade Descritores morfógicos

Cor Textura da epiderme

Constrições Forma Presença de pedúnculo Externa Córtex Polpa

Mucuri MC Br/Cr Cr Ru Me C/C Se Caipira MC Am Cr Ru Me C/C Se Cidade MC Br/Cr Cr Li Mu Ir Mi Guaíra MC Am Cr Ru Mu Ir Pe Mulatinha MC Am Cr Ru Me C/C Se Palmeira Preta MC Br/Cr Br Ru Mu Ir Mi Vassoura Preta ME Br/Cr Br Ru Mu C/C Mi MC = Marrom Claro; ME = Marrom Escuro; Br/Cr = Branco ou creme; Am = Amarelo; Cr = Creme; Br = Branca; Ru = Rugosa; Li = Lisa; Me = Médias; Mu = Muitas; C/C = Cônica-Cilíndrica; Ir = Irregular; Se = Séssil; Pe = Pedunculada; Mi = Mixto.

Conforme Albuquerque et al. (2009), a ausência de pedúnculo nas raízes está relacionada com a

facilidade de colheita, o que se verificou em 42,85% das variedades analisadas. A cor de polpa branca, de acordo com Chaib (2008), é interessante para variedades de indústria, característica presente em 28,57% das variedades testadas. Ainda segundo Chaib (2008), os programas de melhoramento buscam variedades que não possuam muitas constrições, fator constatado em 42,85% dos acessos avaliados. Tabela 2 Caracteres avaliados, classes fenotípicas e porcentagem de acessos em cada uma das classes. Caráter Classe fenotípica Total (%)

Cor externa da raiz marrom claro 85,71 marrom escuro 14,28

Cor do córtex da raiz branco ou creme 57,14 amarelo 42,85

Cor da polpa da raiz branca 28,57 creme 71,42

Textura da epiderme da raiz lisa 14,28 rugosa 85,71

Constrições da raiz médias 42,85 muitas 57,14

Forma da raiz cônica-cilíndrica 57,14 irregular 42,85

Presença de pedúnculo na raiz séssil 42,85 pedunculada 14,28 mixta 42,85

Tais resultados indicam que as variedades da coleção de trabalho estudadas possam ser úteis como

genitores em programas de melhoramento, uma vez que possuem caracteres desejáveis do ponto de vista agronômico e, além disso, existe a presença de variabilidade genética, constatada a partir da caracterização morfológica abordada. Podem ainda ser selecionadas para constituírem outras pesquisas para complementação do presente trabalho, como por exemplo, os testes de cultivares. Pode-se optar também pelo uso imediato para produção de matéria-prima para a indústria.

ConclusõesOs materiais descritos apresentaram divergência genética para os caracteres utilizados, constituindo,

portanto, genótipos distintos. Agradecimentos

À Fundação de Aparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

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Literatura citadaALBUQUERQUE, J.A.A.; SEDIYAMA, T.; SIVA, A.A. da; SEDIYAMA, C.S.; ALVES, J.M.A.; NETO, F. de A. Caracterização morfológica e agronômica de clones de mandioca cultivados no Estado de Roraima. R. Brasileira de Ciências Agrárias. 4 : 388-394, 2009. CASTRICINI, A.; RODRIGUES, M.G.V.; JESUS, A.M.S.; SERPA, M.F.P. Caracterização morfológica e agronômica de 23 genótipos de mandioca produzidos no Norte de Minas Gerais. EPAMIG. Circular Técnica, n. 150, 2012. CHAIB, A.M.M. de C.; VIEIRA, E. A.; FIALHO, J. de F.; SILVA, M.S.; MORAES, S.V. de P.; MALOVANY, J.B. PAULA, G.F. de; SOUZA, F.R.O. de; FILHO, M.O.S. dos S. Descritores morfológicos na caracterização do banco regional de germoplasma de mandioca (manihot esculenta Crantz). IX Simpósio Nacional Cerrado. Brasília-DF, 2008. FERNANDES, E.T.; VIANA, A.E.S.; CARDOSO, A.D.; CARDOSO JÚNIOR, N. dos S.; LOPES, S.C.; GUIMARÃES, D.G.; ANJOS, D.N. dos; MAGALHÃES, G.C.; FOGAÇA, J.J.N.L. Caracterização morfológica e produtiva de mandioca variedade periquita cultivada em Vitória da Conquista - BA. XIII Congresso Brasileiro de Mandioca. Botucatu-SP, 2009. FUKUDA, W.M.G.; GUEVARA, C.L. Descritores morfológicos e agronômicos para caracterização de mandioca (Manihot esculenta Crantz). Cruz das Almas, BA : Embrapa Mandioca e Fruticultura, 1998. VIEIRA, E.A.; FIALHO, J. de F.; SILVA, M.S.; FUKUDA, W.M.G.; FALEIRO, F.G. Variabilidade genética do banco de germoplasma de mandioca da Embrapa Cerrados acessada por meio de descritores morfológicos. R. Científica. 36 : 56-67, 2008.

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CARNEIRO HIDRÁULICO ALTERNATIVO EM COMUNIDADES GERAIZEIRAS

Felipe Teixeira Braga Capuchinho1, Fabiano Rosa de Magalhães2, Rogério Alves de Amorim3, Marcelo RossiVicente4

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Extensão e voluntario em Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Professordo IFNMG/Salinas. MSc Ciências Sociais. Email: [email protected] 3 Mestre de Edif. e Infraestrutura do IFNMG/Salinas.MSc Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Salinas D. Sc Engenharia Agrícola E-mail: [email protected]

Resumo: O modo como se instalou no país a ocupação de terras, geraram inúmeros problemas sociais envolvendo, principalmente, os interesses de empresas que investiram em grandes negócios agrários na região, e de comunidades tradicionais, que viviam ali. Nos gerais o movimento geraizeiro surgiu para lutar pelos interesses das pessoas que viviam nos gerais. Os geraizeiros apresentam uma demanda elevada com relação à utilização da água, um recurso importante que garante a sobrevivência das comunidades tradicionais. Em função desta alta demanda, desenvolveu-se um carneiro hidráulico de PVC objetivando-se minimizar o custo de bombeamento de água para a utilização na lavoura, pecuária ou para consumo humano. O carneiro hidráulico barateia o sistema de produção agrícola já que para funcionar não utiliza de energia elétrica e sim energia da própria queda de água. Assim ele diminui consideravelmente os custos com relação à energia para bombeamento hidráulico. Portanto, a praticidade e o baixo custo do equipamento tornam viável a sua utilização pelos pequenos produtores. Palavras–chave: bombeamento, carneiro hidráulico, geraizeiros

Introdução O sistema fundiário que se instalou no Brasil para ocupar terras, conhecido como ‘vazios econômicos’, reflete na situação atual de inúmeras comunidades tradicionais espalhadas por todo o território nacional. Na década de 1970 inúmeras ações para a ocupação desses territórios incentivaram grandes empresas a fazerem investimentos agrícolas em todo o país. Na região Norte de Minas Gerais,com o início desse modelo de ocupação territorial, surgiram alguns problemas fundiários envolvendo os interesses das empresas reflorestadoras da monocultura de eucalipto e de comunidades tradicionais. A grilagem de terras tornou-se muito comum no território dos gerais, sufocando e obrigando as comunidades a abandonarem suas terras. Outro fato importante diz respeito aos impactos ambientais associados à monocultura. Tais impactos foram observados a partir da década de 80, quando as comunidades perceberam que a utilização do eucalipto proporcionava problemas ambientais que afetavam as suas vidas. Como exemplo, cita-se a escassez de água, denunciado diversas vezes pelos geraizeiros.

A forma de ocupação de terras nos gerais fez com que as comunidades tradicionais se organizassem em um movimento social denominado ‘movimento dos geraizeiros’. Esse movimento luta para manter suas tradições e melhorar a região onde ocupam, mesmo recebendo pressão externa para cederem às pressões do discurso associado à monocultura, no sentido de que esta representaria, na linguagem do discurso oficial, a chegada da modernidade nos pobres rincões do cerrado brasileiro.

Por definição, as comunidades geraizeiras são aquelas que estão fortemente ligadas ao cerrado, tanto do ponto de vista produtivo como do cultural, já que a vivencia, cultos e formas de interação social, passam a ter o cerrado como ponto de encontro entre aqueles que se denominam geraizeiros. Nogueira (2009), oferece uma boa definição acerca dos geraizeiros e sua interação com as áreas de cerrado. Este percebe o cerrado na sua totalidade, compreendendo os gerais, os tabuleiros e as veredas. Ali é que estão as jazidas de água, recurso elementar para ele. Para a autora,

‘‘... os resultados são apropriados de forma privada pela família, como a posse da terra legitima-se pelo trabalho. “Mas, mesmo ai, para se alcançar êxito é preciso conhecer a natureza, de modo a manejá-la de forma orquestrada e engenhosa, para dela tirar o melhor proveito...” (NOGUEIRA, 2009, p.87).

Pelo fato da sua residência e roça encontrarem-se na parte intermediária, o tabuleiro, precisa de mecanismos para trazer a água até esse patamar. A dificuldade de manejar a água de maneira limpa e barata fez com que surgisse, no seio das comunidades tradicionais geraizeiras, a necessidade de bombas de aríete ou o carneiro hidráulico, como é comumente conhecido.

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O trabalho tem como objetivo viabilizar o bombeamento de agua, dando aos geraizeiros uma alternativa limpa e barata para manejar esse recurso. Outro objetivo importante é a introdução de tecnologias alternativas para facilitar a produção em comunidades.

O carneiro hidráulico é uma máquina relativamente simples e não necessita de energia elétrica para funcionar. A fonte de energia utilizada é aquela em detrimento da altura da queda d’água.

Muitas comunidades tradicionais estão situadas em áreas com acentuado declive, facilitando a introdução do carneiro hidráulico. Recomenda-se o uso desse equipamento em propriedades rurais em que a energia elétrica seja de difícil acesso ou inexistente e para os produtores que visam o corte de custos com energia. O carneiro hidráulico de PVC é de fácil construção e também muito barato, ideal para os pequenos produtores.

Material e Métodos

O equipamento foi construído no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais-Campus Salinas (IFNMG), através do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX) cujo nome do projeto se intitula: Núcleo de estudos rurais. As peças utilizadas para montagem do carneiro hidráulico foram: Cola de cano, Fita veda rosca, Lixa, 2 conexões tipo “T” de rosca ¾ de polegada, 2 conexões tipo “nipple” de 3/4, 1 adaptador de mangueira de ¾, 1 adaptador de mangueira entrada 3/4 com saída de ½ e 1 adaptador de 1/2 para ¾, 1 pedaço de cano 3/4 de 1 metro, um tampão de 3/4, uma válvula de rosca de ¾, uma válvula de poço e um adaptador de rosca de ¾, Válvula de retenção; 1 parafuso, 2 porcas e uma mola. Construção: primeiramente colocou-se fita veda rosca em todas as peças que contem rosca; Usou-se a lixa para lixar as extremidades do pedaço de cano de 1 metro; Utilizou-se a cola de cano para unir o adaptador de rosca e o tampão no cano; Uma furadeira foi utilizada para furar a válvula de poço. Em seguida foram colocados o parafuso, as porcas e a mola. Essa parte do carneiro deve ser feita com extremo cuidado, pois é a parte mais importante do carneiro. O parafuso serviu para fixar a mola na válvula e as porcas para regularem o equipamento. As peças foram unidas conforme demonstrado na Figura1.

Figura 1 Montagem do carneiro hidráulico

Para a determinação do rendimento mecânico do carneiro hidráulico alternativo (Equação 1), foi utilizado uma relação de altura de queda (h)/elevação (H) de 1/3. e determinaremos as vazões de alimentação (Q) e de recalque (Eq. 1).

(Eq. 1)Em que: H = Altura elevada, m; h = Altura de queda, m; Q = Vazão de alimentação, L/h q = Vazão de recalque, L/h Resumo dos procedimentos: Vamos testar com 1 m de altura de queda e 3 m de altura de recalque (temos a limitação de altura de recalque pelos equipamentos disponíveis). Assim mediremos as vazões de entrada e de recalque (3 repetições). Utilizaremos balde, proveta e cronômetro.

Qh

qHRm

×

×=

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Resultados e Discussão

Os resultados observados na tabela 01 demonstra a diferença de rendimento e vazão do carneiro hidráulico alternativo e de um convencional. Esses resultados mostram que o carneiro hidráulico convencional é mais eficiente do que o alternativo, entretanto, o alto custo para a obtenção do carneiro hidráulico convencional inviabiliza a obtenção desse equipamento em comunidades tradicionais, o que deixa o carneiro hidráulico alternativo viável, mesmo que sua eficiência seja menor.

Apesar da diferença de eficiência, o carneiro hidráulico alternativo se mostra uma opção acessível para o bombeamento de agua uma vez que os dois efetuam o mesmo trabalho.

Tabela 1 Comparação entre o carneiro hidráulico alternativo e o convencional discutir o resultado

Parâmetros Carneiro Hidráulico Alternativo (PVC)

Carneiro Hidráulico Convencional

Rendimento 53,5% 75%

Vazão 307,31L/h 420 L/h

Conclusões

O movimento dos geraizeiros tem a demanda de meios de manejar melhor a água e foi construído um carneiro hidráulico de PVC para facilitar e baratear o bombeamento de água para a utilização na lavoura, pecuária ou para consumo humano.

O carneiro hidráulico barateia o sistema de produção agrícola já que para funcionar não utiliza de energia elétrica e sim energia da própria queda de água. Assim, minimiza-se os gastos com energia para bombeamento de água. Por tanto a praticidade e custo do equipamento o torna um meio viável para facilitar a utilização da água e baratear o custo de produção para os pequenos produtores.

AgradecimentosAgradeço ao IFNMG campus Salinas pela oportunidade de realizar esse projeto. A Fabiano

Magalhães, Marcelo Rossi, Rogério Amorim e toda a equipe que me orientou e me ajudou a concluir o projeto.

Literatura citadaAMORIM, R. A.; MAGALHÃES, F. R.; LIMA, C. M. G.; FERREIRA FILHO, H. F.; TEIXEIRA NETO, L. A.. A Questão Agrária no Norte de Minas Gerais: o Movimento dos Geraizeiros e a luta pela terra no Alto Rio Pardo. 2013. Trabalho apresentado ao XVI Congresso Brasileiro de Sociologia. Salvador-BA. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Sociologia, 2013. GIRARDI, L; GIORDANI, R. J. Implantação do carneiro hidráulico nas propriedades dos alunos da escola estadual técnica agrícola Guaporé, 2006. Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/blog/pdf/10745_original.pdf.Acesso em: 10fev. 2014. NOGUEIRA, M. C. R.. Gerais a dentro e a fora: identidade e territorialidade entre os Geraizeiros do Norte de Minas Gerais. 2009. Tese de doutorado. Universidade de Brasília.

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CONSERVAÇÃO DE SÊMEN CANINO RESFRIADO COM MEIO DILUIDOR À BASE DE ÁGUA-DE-COCO E GEMA DE OVO

Letícia Caroline Gomes Silva1, Elber Gomes Sousa1, Thales Felipe Lucas Sena2, Victória Janaína Pereira Mendes2 e Leonardo Lara e Lanna3

1Acadêmica de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Ensino Médio doCNPq. Email: [email protected] 3Estudante do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Júnior daFAPEMIG. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. Ciência Animal.Email: [email protected] Resumo:Pesquisas têm sido desenvolvidas com o objetivo de padronizar e aperfeiçoar os protocolos de criopreservação de sêmen canino para uso em inseminação artificial. Dessa forma, o presente trabalho foi desenvolvido para avaliar o efeito de diluidores à base de água-de-coco industrializada e água-de-coco adicionada de gema de ovo sobre a longevidade do sêmen canino resfriado.Após colheita, as amostras de sêmen foram diluídas, resfriadas em geladeira a 4ºC e mantidas por um período de 96 horas, sendo avaliadas diariamente quanto ao vigor e à motilidade espermáticos. Os parâmetros foram comparados entre os meios diluidores testados. Observou-se diminuição nos valores médios de motilidade e vigor a partir do primeiro dia de resfriamento em todos os meios testados. Entretanto, verificou-se que o meio à base de água-de-coco associada à gema de ovo indicou melhores resultados de motilidade e vigor quando comparado ao diluidor apenas à base de água de coco. O diluente com gema de ovo manteve as amostras com valores aceitáveis de qualidade espermática para inseminação artificial por até 72 horas, em contraste das 48 horas da água de coco. Conclui-se que o meio diluidor de água-de-coco mais gema de ovo é superior ao que contém somente água-de-coco para conservação do sêmen canino resfriado a 4ºC. Palavras-chave: água-de-coco, cão, gema de ovo, resfriamento de sêmen

IntroduçãoNo Brasil e no mundo há um constante crescimento do interesse de pesquisadores sobre os animais de

companhia, em especial os cães, que são cada vez mais valorizados afetiva e comercialmente, principalmente em grandes metrópoles, onde há um crescimento do número de pessoas que optam em viverem sós e adotam animais de estimação, o que aumenta a demanda por atendimentos na área de reprodução canina. Além disso, o cão é um importante modelo experimental para a reprodução de canídeos selvagens, particularmente aqueles ameaçados de extinção (Gobello e Corrada, 2003).

A técnica de resfriamento do sêmen canino com adição de meios diluidores é simples e oferece excelentes resultados de fertilidade a um baixo custo, sendo indicada como ferramenta facilitadora para a troca de material genético, sem a necessidade de transporte de reprodutores. Os espermatozoides caninos podem sobreviver resfriados em plasma seminal por até dois dias. Entretanto, a adição de meios diluidores para o resfriamento de sêmen aumenta a longevidade e melhora a fertilidade das células espermáticas (Rota et al., 1995). O meio diluidor favorece a conservação do sêmen por pelo menos quatro mecanismos: proteção contra o choque frio; suporte metabólico-energético; manutenção do pH e controle microbiológico.Atualmente, predomina a utilização do meio à base de tampão Tris, ácido cítrico e gema de ovo, inicialmente descrito para conservação do sêmen bovino (Vishwanath e Shannon, 2000).

A água de coco, tradicionalmente utilizada para hidratação oral de humanos, apresenta características que a classificam como um bom diluente de sêmen, já tendo sido utilizada com sucesso em diversas espécies, inclusive em cães (Cardoso et al., 2010). A água-de-coco é uma solução estéril, ligeiramente ácida, contendo proteínas, sais, açúcares, vitaminas, fatores de crescimento e pequena quantidade de fosfolipídeos (Laguna, 1996). A adição de gema de ovo pode aumentar a quantidade de lipídeos, que exercem efeito protetor nas membranas espermáticas.

Objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito de meio diluidor à base de água-de-coco industrializada e gema de ovo sobre a longevidade do sêmen canino resfriado a 4ºC, visando à obtenção de um método simples e acessível de preservação da fertilidade espermática para envio de sêmen e inseminação artificial.

Material e MétodosFoi coletado sêmen de quatro cães adultos jovens, de diferentes raças, sendo duas coletas por cão, com

intervalo de quinze dias, totalizando oito ejaculados. A coleta foi realizada em funil plástico e tubo de

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centrífuga graduado, utilizando o método de manipulação digital. Em seguida, o sêmen foi mantido em banho-maria a 37ºC para avaliação a fresco. Mensurado o volume do ejaculado, uma alíquota foi observada em microscopia óptica para avaliação subjetiva do vigor e motilidade espermáticas. A concentração espermática foi determinada pelo método de contagem em câmara de Neubauer, após diluição de 20µL de sêmen em 4,0mL de formol 1%. Utilizaram-se apenas ejaculados que apresentaram vigor > 3,0, motilidade espermática > 70% e anomalias espermáticas < 30%.

Após avaliação inicial, o ejaculado foi dividido, utilizando-se tubos de centrífuga, em duas amostras de igual volume para diluição na proporção de duas partes de diluidor para uma de sêmen. A primeira amostra foi diluída em água-de-coco industrializada e pasteurizada. Já a segunda amostra foi diluída em água-de-coco industrial com 20% de gema de ovo. Uma terceira amostra diluída em água-de-coco industrializada, gema de ovo e ácido cítrico comercial causou a morte dos espermatozoides, em decorrência do uso deste no preparo do meio, sendo descartado do presente estudo. Em seguida, o sêmen diluído,a 37ºC, foi avaliado conforme descrito anteriormente para o sêmen fresco. O tubo de centrífuga foi alocado no interior de uma garrafa plástica preenchida por ar e resfriado em geladeira convencional mantida à temperatura de 4ºC. A cada 24 horas após o resfriamento procedeu-se avaliação do vigor e da motilidade espermáticas durante quatro dias, utilizando uma alíquota de cada amostra de sêmen diluído, aquecida a 37ºC em banho-maria.

Os dados foram tabulados na forma de média e desvio padrão. A análise estatística dos parâmetros espermáticos entre os dias consecutivos de análise em um mesmo diluidor foi realizada pelo teste t pareado, enquanto a comparação entre diluidores para um mesmo tempo de resfriamento foi realizada pelo teste t de Student, presumindo variâncias desiguais das duas amostras.

Resultados e Discussões

Todos os ejaculados apresentaram as características dentro dos padrões estabelecidos para utilização. O volume médio de ejaculado foi de 4,0 +0,6 mL de sêmen. A concentração média foi de 453 +25 x 106espermatozóides/mL. A motilidade e o vigor espermáticos foram de 86,7+6,8% e 4,5+0,5, respectivamente. Tendo em vista que foram utilizadas cães de diferentes raças e peso corporal, a variação observada por meio do desvio padrão foi considerada pequena.

A morte dos espermatozoides na terceira amostra ocorreu, provavelmente, em razão da adição de ácido cítrico, embora este seja comumente utilizado nos meios diluidores seminais. Por possuir efeitos tamponantes, esperava-se prolongar a longevidade do sêmen com o uso da substância, o que não foi observado no presente trabalho.

Os valores médios de motilidade e vigor espermáticos diminuíram progressivamente a partir do primeiro dia de resfriamento, para ambos os diluidores (Tabela 1). Essa redução também foi relatada por Cardoso et al. (2010), utilizando diluidores à base de água-de-coco e diferentes porcentagens de gema de ovo. Provavelmente, o resultado foi causado pelo consumo de oxigênio e pela acidificação do meio associado ao metabolismo geral, que causam mudanças na organização e permeabilidade da membrana espermática (Cardoso et al., 2010).

O uso da garrafa plástica preenchida por ar como recipiente para a refrigeração em geladeira foi considerado adequado, possibilitando uma curva de resfriamento satisfatória para o sêmen canino e evitando alterações mais drásticas nas propriedades físicas da membrana espermática, provocadas pelo choque térmico, que resultariam em morte espermática em poucas horas. Segundo Hammerstedt et al. (1990), a mudança rápida de temperatura durante o resfriamento resulta em perda da função e integridade espermáticas. Tabela 1 Motilidade e vigor espermáticos em amostras de sêmen canino diluído com água-de-coco e água-

de-coco mais gema de ovo, resfriado a 4ºC, por96 horas. Tempo (h) 0 24 48 72 96

Motilidade D1 86,7 +6,8 Aa 74,2 +8,6 Ba 67,5 +6,9 Ca 50,5 +8,6 Da 20,0 +17,0 Ea D2 86,7 +6,8 Aa 65,0 +8,9 Ba 42,5 +12,5 Cb 20,8 +11,1 Db 1,7 +4,1 Eb

Vigor D1 D2

4,5 +0,5 Aa 4,5 +0,5 Aa

3,7 +0,5 Ba 3,0 +0,6 Ba

3,2 +0,4 Ca 2,0 +0,6 Cb

2,3 +0,8 Da 0,8 +0,4 Db

0,8 +0,8 Ea 0,2 +0,4 Ea

D1: Meio diluidor à base de água-de-coco e gema de ovo; D2: Meio diluidor à base de água-de-coco; Média + desvio padrão. Letras maiúsculas distintas em uma mesma linha indicam diferença estatística (P<0,05). Letras minúsculas distintas em uma mesma coluna indicam diferença estatística (P<0,05).

A partir do segundo dia de análises, as amostras diluídas com meio à base de água-de-coco e gema de ovo se mostraram superiores quando comparadas com o sêmen diluído apenas em água de coco, o que pode ser evidenciado pela maior porcentagem de espermatozoides móveis e pelo maior vigor espermático (Tabela

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1). A superioridade dos resultados com o uso da gema de ovo justifica-se pela rica presença de lipoproteínas em sua composição, as quais interagem com os lipídeos da membrana plasmática dos espermatozoides, conferindo maior resistência ao choque térmico, compensando a pequena quantidade de fosfolipídios na água-de-coco (Laguna, 1996). O sêmen diluído com água-de-coco e gema de ovo se manteve com parâmetros espermáticos aceitáveis para utilização em inseminação artificial até o terceiro dia, em contraste da água de coco, que apenas conservou a qualidade espermática até o segundo dia de resfriamento.

Conclusões Conclui-se que o meio diluidor à base de água-de-coco e gema de ovo proporcionou maior

longevidade do sêmen canino resfriado a 4ºC quando comparado ao meio apenas à base de água de coco, apresentando melhores características de preservação da fertilidade espermática por períodos de até 72 horas.

Agradecimentos

À FAPEMIG e ao CNPq, pela concessão de bolsas de Iniciação Científica.

Literatura citadaCARDOSO, J.F.S.; PAULA, N.R.O.; UCHOA, D.C. & SILVA, L.D.M. Diferentes concentrações de gema de ovo na qualidade do sêmen canino diluído em ACP®-106 e resfriado a 4ºC. Comun. Sci. 1 : 146-152 : 2010. GOBELLO, C. & CORRADA, Y. Biotechnology in canine reproduction: an update. Analecta Vet.23:30-37 : 2003. HAMMERSTEDT, R.H.; GRAHAM, J.K.& NOLAN, J.P. Cryopreservation of mammalian sperm: what we ask them to survive. J. Androl. 11 : 73-88 : 1990. LAGUNA, L.E. Determinações físico-químicas da água-de-coco verde em duas variedades (Cocus nucifera) coco da praia e anão. Fortaleza, Universidade Estadual do Ceará, 1996. 112p. (Monografia de Especialização)ROTA, A.; STRÖM, B, % LINDE-FORSBERG, C. Effects of seminal plasma and three extenders on canine semen stored at 4°C. Theriogenology. 44 :885-900 : 1995. VISHWANATH, R. & SHANNON, P. Storage of bovine semen in liquid and frozen state. Anim. Reprod. Sci. 62 :23-53 : 2000.

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CONTROLE DA MANCHA BACTERIANA E PRODUTIVIDADE DE TOMATEIRO INDUSTRIAL COM O USO DE ACIBENZOLAR-S-METIL E ADUBAÇÃO COM FERTILIZANTE ORGÂNICO

COMPOSTO

Marileide Moreira Costa1, Flavia Caroline Torres Rodrigues1, Pedro Guilherme Martins Rodrigues2, Maricelia Costa Pacheco3, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues4, Rayane Castilho Fernandes5

1Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected], [email protected] 2 Estudante do curso Técnico em Agropecuária-Bolsista de Iniciação Cientifica jr da FAPEMIG. 3Academica de Agronomia– IFNMG/Januária. Email: [email protected] 4Professora do IFNMG/Januária, D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected]: 5Bolsista ensino médio cnpq

Resumo: Para o manejo da mancha bacteriana, o controle químico não é a primeira opção, pois demonstra-se ineficiente. Uma alternativa viável ao uso do controle químico no combate a mancha bacteriana é a utilização de indutores de resistência em plantas, como o acibenzolar-S-metil (ASM). Adicionalmente, na integração de manejo, oferecer uma adubação balanceada para a planta pode diminur a incidência da doença no campo, a utilização de fertlizantes a base de silício auxiliam a planta na defesa contra patógenos. Dessa forma, objetivouavaliar a ação do ASM e de um fertilizante orgânico composto (FOC) a base de pó de rocha, vinhoto e esterco na severidade da mancha bacteriana no híbrido HEINZ 9553 de tomateiro industrial. As plantas foram inoculadas em campo com suspensão de X. perforans e depois tiveram a severidade de doença avaliada. Os tratamentos que constituíam da utilização de ASM, FOC, hidróxido de cobre e agrosilício conseguiram reduzir significamente a severidade da doença e alcançar maior produtividade do tomate em comparado ao sistema com uso de adubo químico apenas. Palavras–chave: bion, resistência, Xanthomonas perforans

IntroduçãoO tomateiro é uma das principais hortaliças cultivadas no país, sendo as doenças bacterianas um

grande problema fitossanitário devido à expansão das áreas de cultivo em regiões onde as epidemias são frequentes e à dificuldade de manejo da população desses patógenos. O controle químico, amplamente utilizado no manejo de patógenos fúngicos, não é a primeira opção quando se trata de doenças de origem bacteriana, pois o uso de antibióticos na agricultura é desaconselhado e existem poucos produtos eficientes com efeito bactericida. Uma alternativa viável é o uso de indutores de resistência em plantas como o acibenzolar-S-metil (ASM), que induz a produção de barreiras fisicas e/ou bioquímicas na planta contra o patógeno (Itako et al. 2012). Fontes de adubos silicatados como o pó de rocha, na forma de fertilizante orgânico composto, também podem proporcionar uma barreira física ao ataque de patógenos, devido à presença do silício em sua composição, além de promovem o enriquecimento mineral do solo, possibilitando um aumento de produtividade (Assad, et al, 2006).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a severidade da mancha bacteriana em tomateiro e sua produtividade, quando submetido a aplicação de ASM e hidróxido de cobre (HDC) e adubado com fontes de silicato como o agrosilício e um fertilizante orgânico composto (FOC) a base de pós de rocha, vinhoto e esterco bovino.

Material e MétodosOs trabalhos foram conduzidos em área experimental e no laboratório de Fitopatologia do IFNMG –

Campus Januária. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados com 7 tratamentos e 3 repetições. O espaçamento da cultura foi de 1,20 x 0,25 m com 2 fileiras simples de plantas por parcela, tendo 20 plantas cada parcela. Para o direcionamento dos tratamentos foram aplicados os seguintes produtos comerciais: Bion® (Syngenta Proteção de Cultivos Ltda.,50% de ASM), Kocide WDG® (DuPont do Brasil S.A., 53,8% de HDC) e o FOC (pó de rocha, vinhoto, esterco após processo de compostagem).

Os tratamentos se constituíram de T1-FOC + ASM + HDC, T2- FOC, T3- Adubo químico + ASM + HDC, T4- Adubo químico, T5-Agrosilício, T6-Agrosilício + ASM + cobre, T7- sem adubação e sem ASM + HDC. As aplicações de Bion ocorreram em intervalos de 9 dias, completando 8 aplicações. As doses aplicadas de cada produto foram as recomendadas pelos fabricantes para a cultura em questão e para o fertilizante orgânico composto, utilizou-se a dose de 3 ton/ha.

A infecção das plantas de tomateiro por Xanthomonas sp foi propiciada por meio da inoculação de suspensão da bactéria X. perforans. Para preparo do inóculo, o isolado foi repicado em placas de Petri

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contendo meio Nutriente Agar (NA) e mantido em câmaras de temperatura controlada a 28°C por dois dias, em seguida foram lavadas com solução salina e a suspenção obtida calibrada para 5x107 UFC/ml (Pontes, 2012). A inoculação foi realizada após a primeira aplicação de ASM e HDC, pulverizando toda a planta com o pulverizador tipo costal.

A severidade da mancha bacteriana foi quantificada semanalmente em cada tratamento através de notas de severidade. Ao final do ciclo da cultura do tomate, foi estimada a produtividade em (t ha-1) e o teor de sólidos solúveis nos frutos maduros (˚Brix) com auxílio de refratômetro. Os valores de produtividade em cada tratamento foram submetidos à análise de variância com emprego do teste F. Detectada significância estatística foi empregado o teste Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Os resultados demonstraram diferença estatística para as medias de severidade e produtividade observadas nos tratamentos.Para a severidade, os tratamentos T1- FOC + ASM + HDC, T2-FOC, T3-Adubo químico + ASM + HDC, T5- Agrosilício eT6-Agrosilício + ASM + cobre, não diferiram estatisticamente entre si, porém diferiram das testemunhas com apenas adubo químico e sem adubação (Figura1).

Figura 1 Severidade final de mancha bacteriana em tomateiro industrial Heinz, submetido aos diferentes

tratamentos, médias seguidas das mesmas letras não difereentre si pelo teste de teste Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Observou-se que independente da aplicação do ASM e HDC os tratamentos com a presença apenas do FOC ou Agrosilício foram suficientes para a redução da severidade da doença.

O uso do ASM vem se mostrando de maneira muito promissora no controle de doenças. Pontes (2012) verificou uma redução significativa na severidade da mancha bacteriana do tomateiro em condições de campo quando tratada com ASM, resultados que corroboram com o encontrado no presente trabalho.

Somando a isso, o FOC, bem como o agrosilíco são boas fontes de silício. Estequando acumulado abaixo a das cutículas das folhas, oferecemresistência mecânica contra agentes causais de doenças, (MITANI, 2005). Para a produtividade do tomateiro, os tratamentos T1-FOC + ASM + HDC, T2-FOC, T6-Agrosilício + ASM + cobre, promoveram produção superior aos demais tratamentos (Figura 2).

Pode-se observar que a presença do FOC contribuiu significamente para o aumento da produtividade do tomateiro, obtendo resultados superiores mesmo isoladamente. O FOC deve apresentar uma constituição rica em nutrientes devido à presença do pó de rocha, vinhoto e esterco. Dentre esses, destacam-se o potássio, fósforo, magnésio e o silício, os quais promovem o enriquecimento mineral do solo, podendo proporcionar um aumento de produtividade as plantas (Assad, et al, 2006).

0,00,51,01,52,02,53,03,5

1 2 3 4 5 6 7

Méd

ia d

e S

ever

idad

e

Médias de Severidade da Mancha Bacteriana

Tratamentos

a

b b

b

bb

a

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Figura 2 Produtividade em ton/ha, de tomateiro industrial Heinz submetido aos diferentes tratamentos,

medias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Em relação ao agrosilício, o mesmo proporcionou um aumento de produtividade quando usado em conjunto com o ASM e o HDC, mas não isoladamente. O ASM age no tomate ativando respostas de defesa à infecção de microrganismos, com isso reduzindo a severidade de doenças, quando usado em conjunto com o agrosilício, que se constitui de importante fonte de silício e outros nutrientes, a produtividade tende a aumentar.

O teor de solúveis nos frutos maduros (˚Brix), também foi mensurado, os teores variaram de 23 a 31 %, pode se observar que as menores porcentagens do °Brix ocorreram para os tratamentos que obtiveram as maiores produtividades, resultado também encontrado por Stevens (1994), onde afirma que cultivares com ºBrix mais alto apresentaram menores produtividades.

O uso do pó de rocha na agricultura é recente. Os estudos têm objetivado determinar sua ação enquanto condicionador de solo e fornecedor de nutrientes para as plantas. São escassos os relatos sobre seu efeito no manejo de doenças, sendo este trabalho um importante referencial para o manejo da mancha bacteriana em tomateiro com a alternativa do uso de um FOC e indutor de resistência.

ConclusõesO manejo da mancha bacteriana com o uso do ASM e do FOC se apresentou promissor, sendo

necessários novos experimentos, que procurem determinar as quantidades e métodos de aplicações mais adequados.

Agradecimentos

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pelo apoio financeiro na realização do trabalho e concessão de bolsas, ao Instituto Federal do Norte de Minas – Campus Januária, pela disponibilização das instalações, a Embrapa hortaliças por ceder sementes e o isolado de X. perforans.

Literatura citadaASSAD, M.L.L.; ROSA, M.M.; ERLER, G.; ANTONINI, S.R.C. Solubilização de pó-de-rocha por Aspergillus Níger. Espaço & Geografia. 9, N°1:.1:17, 2006. ITAKO, A.T.; TOLENTINO JÚNIOR, J.B.; SILVA JÚNIOR T.A.F.D.; SOMAN J.M.; MARINGONI A.C. Efeito de produtosquímicossobre a manchabacteriana (Xanthomonasperforans) e naativação de proteínasrelacionadas à patogêneseemtomateiro,IDESIA,v. 30, p. 85-92, 2012. MITANI, N.; MA, J. F. Uptake system of silicon in different plant species. Journalof Experimental Botany, London. 56: 1255-1261, 2005. PONTES N. Otimização do controle químico da mancha bacteriana em tomate para 4 processamento industrial com ênfase na utilização do acibenzolar-S-metil. Viçosa, Brasil: Universidade Federal de Viçosa. 2006. 729p, 2012. STEVENS, M.A. Processing tomato breeding in the 90’s: a union of tradicional and moleculartechniques. ActaHorticulturae, n. 376, p. 23-34, 1994.

aa

b b

b

a

b

0,00

10,00

20,00

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1 2 3 4 5 6 7P

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Produtividade de Tomate Industrial emTon/ha

Tratamento

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CRESCIMENTO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA FONTE DE FÓSFORO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE CALAGEM

Carlos Henrique Batista1, Ivan Carlos Carreiro Almeida2, César Gabriel Borges Balieiro3, Cássia Pereira Quaresma4, Nívio Poubel Gonçalves5

1 Engenheiro Agrônomo - Instituto Federal do Norte do Minas Gerais (IFNMG), campus Januária. e-mail: [email protected]; 2Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Solos e Nutrição de Plantas. E-mail: [email protected]. 3 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Januária. E-mail:[email protected]. 4Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – IFNMG/Januária. E-mail: [email protected];

5 Pesquisador da EPAMIG – CTNM. Caixa Postal 12, CEP 39525-000, Nova Porteirinha, MG. E-mail: [email protected].

Resumo: Objetivou-se com este trabalho, avaliar o efeito de fontes de fósforo na presença e ausência de calagem no crescimento da mamoneira. Os tratamentos consistiram de um fatorial 3 x 2, sendo: três fontes de fósforo (fosfato natural reativo (FNR), superfosfato simples (SS) e fosfato monoamônico (MAP)),na presença e ausência de calagem. Os tratamentos foram distribuídos em delineamento de blocos casualizados, com três repetições, constituindo 18 unidades experimentais. Aos 65 DAE foram mensuradas as seguintes características: altura de planta, número de folhas, diâmetro de caule e área foliar. Em seguida foi feito o corte das plantas.Na ausência de calagem o fosfato natural reativo promoveu maior altura de planta e área foliar, enquanto quena presença de calagem o MAP proporcionou maiores valores para as características supracitadas. Foi verificado que a ausência de calagem favoreceu o aparecimento de plantas mais altas, porém com menor área foliar. As plantas cultivadas no solo adubado com fosfato natural apresentaram maior diâmetro de caule e número de folhas.

Palavras chave: corretivo, fertilidade, nutrição, Ricinus communis

IntroduçãoNaturalmente os solos do cerrado apresentam pobreza química, especialmente a de fósforo,

podecomprometer o sucesso de cultivos, se medidas adequadas de correção da carência do elemento não forem tomadas. Em condições ácidas, o P no solo torna-se indisponível às plantas, pela rápida formação de complexos insolúveis com cátions, especialmente Al e Fe (VANCE et al., 2003).

As fontes de fosfatos reativos são muito utilizadas em cultivos comerciais de plantas anuais, no entanto, para cultivos perenes, como é o caso da mamoneira, a utilização de fontes de média ou baixa reatividade pode prolongar o fornecimento de fósforo durante o ciclo de cultivo, possibilitando a obtenção de ganhos em produtividade (SILVEIRA et al., 2013). A não correção da acidez do solo favorece a solubilização do fosfato natural reativo, adequando melhor o tempode disponibilização de P à sua absorção pela planta, permitindo menor retenção do nutriente ao solo, quando comparado a fontes mais solúveis (ALMEIDA et al., 2012).

A aplicação de calcário, além de atuar como corretivo da acidez do solo e fornecer Ca e Mg às plantas, pode também influenciar o aproveitamento de P dos fertilizantes fosfatados, principalmente os mais solúveis.

Objetivou-se com este trabalho, avaliar o efeito de fontes de fósforo na presença e ausência de calagem no crescimento da mamoneira.

Material e MétodosO trabalho foi desenvolvido em casa de vegetação no Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Norte de Minas Gerais, localizado no município de Januária – MG, no período de maio a julho de 2013. Os tratamentos consistiram de um fatorial 3 x 2, sendo: três fontes de fósforo (fosfato natural reativo (FNR), superfosfato simples (SS) e fosfato monoamônico (MAP)), estas na presença e ausência de calagem. Os tratamentos foram distribuídos em delineamento de blocos casualizados, com três repetições, constituindo 18 unidades experimentais.

O solo utilizado no trabalho foi coletado na área de produção do IFNMG e trata-se de um Neossolo Quartzarênico (Tabela1). Este se constituiu de uma mistura dos horizontes A e B. O solo foi seco ao ar e tamisado em peneira de malha 4 mm e foi colocado em vasos plásticos de 5 dm3, com fundo fechado, onde foi adicionado 4 dm3 de solo.

Em seguida, os tratamentos referentes à calagem foram aplicados. A necessidade de calagem foi calculada pelo método da neutralização da acidez trocável e elevação dos teores de cálcio e magnésio trocáveis para aquele solo (CFSEMG, 1999).

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Os sais foram aplicados ao solo e homogeneizados, utilizando o critério dos quadrantes, onde se colocou todo o conteúdo de sal, por vaso, em cerca de ¼ do solo e procedeu-se a homogeneização neste volume. Em seguida, esta parte do solo foi distribuída de forma igual entre os demais quadrantes e homogeneizado todo volume de solo.

Tabela 1 Características químicas e físicas do solo em estudo.

pH P K Ca Mg Al H+Al H2O KCl ..... mg dm-3..... ........................... cmolc dm-3..................................... 4,92 4,06 3,7 20 0,28 0,05 0,39 2,1

S B Zn Mn Cu Fe MO ....................................................... mg dm-3................................................................ dag Kg-1

- - 2,42 39,5 2,47 128,3 0,40 Areia Silte Argila t SB M V

................................ dag Kg-1................................. ....... cmolc dm-3....... ....................%................

.. 84 5 11 0,77 0,38 50,6 15,3

P- rem T Equivalente de Umidade Capacidade de campo mg L-1 Kg Kg-1 dag Kg-1 54,5 2,48 0,079 15,04

Colocou-se o solo para incubação, por 21 dias, os vasos foram fechados com plástico. Para isso,

elevou-se a umidade do solo a 80 % da capacidade de campo. Durante esse tempo de incubação, o solo foi manuseado, alternando situações de saco fechado com saco aberto, e, movimentação do solo no interior do vaso, visando uma solubilização por igual de todo o sal no solo.

Após os 21 dias de incubação, foram aplicados os tratamentos referentes às fontes de P. As quantidade das fontes de P adicionadas foi de 300 mg/dm³ de P. Sendo que o FNR, SS e MAP apresentavam 15, 15 e 61% de P2O5 total, respectivamente. Os sais de fósforo foram adicionados ao solo utilizando o critério dos quadrantes, o mesmo utilizado para a mistura do calcário, conforme já detalhado. Juntamente com a adição dos tratamentos com (P), na fertilização inicial, foram adicionados N (50 mg/dm3), K (150 mg/dm3) via solução nutritiva, tomando uma alíquota de 100 mL da solução por vaso.

No decorrer do tempo de cultivo, realizaram-se cinco adubações de cobertura em intervalos de treze dias visando fornecer um total de: 250 mg/dm3 de N.

A cultivar de mamona Guarani foi utilizada, três sementes foram plantadas por vaso. Uma semana após a emergência foi feito o desbaste deixando apenas a planta mais representativa por vaso.

Aos 65 DAE foram mensuradas as seguintes características: altura de planta, número de folhas, diâmetro de caule e área foliar. Em seguida foi efetuado o corte das plantas. O número de folhas foi corrigido por raiz de x + 1, para atender critérios da análise estatística.

Os dados foram submetidos à análise de variância, através do software estatístico SAEG versão 9.1 Realizou-se o desdobramento dos graus de liberdade dos fatores estudados pelo teste Scott Knott a nível de 5% de probabilidade. Quando não significativa a diferença entre as médias das fontes de P dentro da calagem (presença ou ausência), compararam-se as fontes e a calagem, de forma independente.

Resultados e Discussão

Houve interação entre as fontes de fósforo e a calagem para as características altura de plantas e área foliar (Tabela 2).

O fosfato natural reativo e o superfosfato simples proporcionaram maior altura de plantaque o fosfato monoamônico na ausência da calagem. No entanto, quando foi aplicado o corretivo, verificou-se o comportamento inverso, onde o fosfato monoamônico favoreceu o maior crescimento em altura das plantas. Verificou-se que a ausência de calagem favoreceu o aparecimento de plantas de maior estatura em todas as fontes de P estudadas.

Quanto à área foliar,na ausência de calagem, nota-se que o fosfato natural reativo proporcionou melhores condições para o crescimento da área foliar. Ao passo que napresença de calagem o fosfato monoamônico é que promoveu maiores valorespara mesma característica. De maneira geral a correção do solo favoreceu aumento da área foliar, resultado mais evidente foi observado no fosfato monoamônico em que a calagem promoveu um incremento de 32% na área foliar aos 65 DAE.

Quanto ao diâmetro de caule e número de folhas, não houve interação significativa entre os fatores fontes de P e calagem, havendo apenas efeitos isolados dos mesmos (Tabela 3). O fosfato natural reativo contribuiu para que as plantas alcançassem maior diâmetro de caule e número de folhas. Verificou-se

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incremento de 23% no diâmetro de caule, das plantas adubadas com fosfato natural reativo em comparação com aquelas adubadas com o fosfato monoamônico. Tabela 2 Altura de planta e Área foliar de mamoneira em função de fontes e doses de fósforo, aos 65 dias

após a emergência, Januária. IFNMG, Campus Januária, 2014.

Fontes de fósforoCalagem

Presença Ausência

Altura de planta – 65 DAE (cm) – CV = 13,26%

Fosfato natural reativo 6,05 bC 8,90 aA

Superfosfato simples 6,35 bB 8,85 aA

Fosfato monoamônico 7,50 bA 8,15 aB

Área foliar – 65 DAE (cm2) – CV = 12,71%

Fosfato natural reativo 162,89 aB 138,08 bA

Superfosfato simples 134,48 aC 124,51 bB

Fosfato monoamônico 167,54 aA 112,96 bC

Médias seguidas por mesma letra minúscula na linha ou maiúscula na coluna, para cada variável, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Skott Knott a 5% de probabilidade.

Tabela 3 Diâmetro de caule e número de folhas de mamoneira em função de fontes de P, aos 65 dias após a

emergência, Januária. IFNMG, campus Januária, 2014. Fonte de P Diâmetro de caule (cm) Número de folhas

Fosfato natural reativo 9,07 a 2,65 a Superfosfato simples 7,74 b 2,48 b Fosfato monoamônico 6,92 c 2,55 b CV (%) 7,02 3,89

Médias seguidas por uma mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Skott Knott a 5% de probabilidade.

ConclusõesA acidez do solo sem aplicação do corretivo favoreceu a solubilização do fosfato natural reativo,

resultando em maior crescimento da mamoneira. Já a aplicação de calcário no solo proporcionou melhor solubilização do fosfato monoamônico, fazendo com que as plantas cultivadas neste solo auferissem maior altura e área foliar.

O diâmetro de caule e número de folhas foram maiores nas plantas cultivadas no solo adubado com fosfato natural reativo.

AgradecimentosA FAPEMIG pela concessão da bolsa de Iniciação Científica ao primeiro autor.

Literatura citadaALMEIDA, I. C. C.; FERNANDES, L. V.; JESUS, G. L. de; NEVES, J. C. L.; ALVAREZ, V. H.; NOVAIS, R. F. de. Solubilização de Fosfato Natural Reativo e Não Reativo em Função do pH, Dreno Cálcio e Dreno Fósforo. FERTBIO, Maceió - AL, 17 a 21 de setembro, 2012. CFSEMG. Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª Aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. p. 25-32. SILVEIRA, T. C.; PEGORARO, R. F.; PORTUGAL, A. F.; KONDO, M. K.; RESENDE, A. V. de; SILVA, D. F.; MENDES, F. T. Indicadores de produção da mamoneira submetidos a combinações de fontes e doses de fósforo na ausência e presença de calagem. ANAIS: XIV - Seminário de pesquisa e Pós-Graduação, XII - Seminário de iniciação científica e IV - Seminário PIBID. Montes Claros – MG. 2013. VANCE, C. P.; STONE, C. U.; ALLAN, D. L. Phosphorus acquisition and use: critical adaptations by plants for securing a nonrenewable resource. New Phytologist, v. 157, p. 423-447, 2003.

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CRESCIMENTO INICIAL DE MILHO CULTIVADO COM BIOFERTILIZANTE AVÍCOLA

Viktor Kayro Souza Santos1, Rodrigo Nogueira Martins1, Willyan Caldeira Corte1, Claudio Gomes da Silva¹, Fabricio Guedes Mendonça¹,Danilo Pereira Ribeiro2.

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC - IFNMG. E-mail: [email protected];[email protected];[email protected];[email protected]; [email protected]. 2Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Recursos Hídricos e Ambientais. E-mail: [email protected]

Resumo:Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a influência de biofertilizantes produzidos por digestão anaeróbia de esterco de galinhas poedeiras diluído em água, como fonte de adubação orgânica. Para isso, avaliou-se o crescimento de plantas de milho híbrido, cultivar PRE 32D10. As plantas foram cultivadas em vaso, em delineamento experimental inteiramente casualizado com cinco tratamentos e quatro repetições. Foram usados biofertilizantesprovenientes das diluições colocadas no digestoranaeróbiode 1/1; 2/1 e 3/1 (água/dejeto avícola) e um composto orgânico obtido por digestão aeróbia formado por (70% de dejetos avícolas + 30% de palha), todos aplicados com base na recomendação de 5 t/ha de esterco avícola.O quinto tratamento, serviu como testemunha e não recebeu nenhum tipo de adubação. Foram realizadas avaliações semanais de crescimento e aos 27 dias após o plantio foi efetuado o corte das plantas, avaliando-se o diâmetro e altura do colmo, matéria fresca e seca, número de folhas e comprimento da maior folha. As diluições do composto avícola para a produção de biofertilizante não influenciaram o desenvolvimento do milho cultivado até os 27 dias após o plantio e não houve diferença significativa entre o biofertilizante e o composto orgânico.

Palavras–chave: adubação orgânica, avicultura, resíduos sólidos

IntroduçãoA utilização de resíduos de origem animal ou vegetal na agriculturaatende a preocupação com a

qualidade de vida no planeta ao dar um fim nobre ao resíduo (BEZERRA et al., 2008).Os biofertilizantessãofontes de nutriente e matéria orgânica utilizados em maior proporção por pequenos produtores rurais, pois além das grandes vantagens para o sistema solo-planta, apresentam menor custo. Mas são necessários cuidados para que o uso dos biofertilizantesnão cause danos ambientais, devendo ser utilizado de forma controlada respeitando-se as doses de aplicação definidas em função da demanda da cultura a ser ‘adubada’.

A cultura do milho responde bem à adubação orgânica, com aumento da produtividade quando o solo é adubado com estercos de animais, compostos orgânicos, húmus de minhoca e biofertilizantes, podendo ser produzido e atingir, a médio-longo prazo, tanto o mercado nacional quanto o internacional de produtos orgânicos certificados (SOUZA 1998).

Neste contexto, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a influência de biofertilizantes produzidos por digestão anaeróbia de esterco de galinhas poedeiras diluído em água, como fonte de adubação orgânica.

Material e MétodosO experimento foi realizado nas dependências do Campus Januária (IFNMG) onde cultivou-seo milho

híbrido, cultivar PRE 32D10, em vasos com cinco litros de solo franco arenoso. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos e quatro repetições, totalizando 20 vasos. Os tratamentos foram definidos como, Testemunha: solo sem composto orgânico ou biofertilizante; Diluição 1:1: solo + biofertilizante na concentração (1/1) – (água/dejeto); Diluição 2:1: Solo + biofertilizante na concentração (2/1) – (água/dejeto); Diluição 3:1: Solo + biofertilizante na concentração (3/1) – (água/dejeto);Composto orgânico: Solo + composto orgânico (70% de dejetos avícolas + 30% de palha).

A adubação orgânica foi determinada de acordo com a recomendação para aplicação de composto orgânico avícola para Minas Gerais (CFSEMG, 1999), definida como 5,0 t/ha de esterco avícola, com base na matéria seca.

No dia 20/12/2014, o adubo foi misturado com o solo e colocado nos vasos, para que ambos pudessem reagir antes do plantio. No dia 31/12/2014, foram plantadas três sementes por vaso com o intuito de conseguir ao menos uma germinação por vaso. No dia 09/01/2014, foi feito o desbaste, selecionando a melhor planta por vaso e iniciando assim as análises. A cada semana foram coletadas informações como quantidade de folhas, comprimento da nervura principal, diâmetro e altura do colmo. No dia 27/01/2014, as plantas foram cortadas rente ao solo e pesadas obtendo assim a matéria fresca. A matéria seca da parte aérea

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foi obtida após secagem em estufa por 72 horas, quantificada por gravimetria.Durante o ensaio, os vasos foram mantidos com 80% da capacidade de campo, mediante pesagem e irrigação diárias para complementação da água perdida por evapotranspiração. As médias foram submetidas ao teste de Tukey a 5%; o programa estatístico utilizado foi oAssistat7,7 Beta.

Resultados e Discussão

O experimento foi conduzido por um período de27 dias coletando semanalmente informações como quantidade de folhas, comprimento da nervura principal, diâmetro e altura do colmo.

Naanálisedo diâmetro do colmo 9 dias após a semeadura foi observado que o tratamento que recebeu a diluição 2:1 apresentou, em media, diâmetro menor que os outros tratamentos. Com 15 dias após a semeadura, os tratamentos que receberam o composto orgânico se sobressaíram e com 27 dias após a semeadura o tratamento com a diluição 2:1 teve a maior média do diâmetro do colmo, mas estatisticamente os valores foram iguais.SILVAet al., 2005; e BALDOTTOetal., 2012; obtiveram em seus trabalhos valores maiores. Tabela 1: Número de folhas, diâmetro do colmo, comprimento da maior folha, altura de colmo, matéria

fresca e matéria seca obtidos aos 27 dias após o plantio de milho híbrido, cultivar PPE 32D10, cultivado sem (testemunha) e com adubação orgânica proveniente de esterco de galinha obtido por processo de compostagem e biodigestão.

Tratamento Nº de folhas

Diâmetro do colmo (cm)

Comp. da maior folha (cm)

Altura do colmo (cm)

Matéria Fresca (g)

Matéria Seca (g)

Testemunha 8,75a 1,38a 64,72a 26,75a 47,0a 6,6a

Diluição 1:1 8,25a 1,32a 63,10a 24,87a 43,3a 5,6a

Diluição 2:1 10,0a 1,54a 69,53a 27,42a 55,3a 6,1a

Diluição 3:1 9,33a 1,46a 66,5a 25,87a 54,5a 6,0a

Composto org 9,0a 1,46a 63,77a 27,4a 48,7a 5,7a Média 9,05 1,43 65,47 26,5 49,5 6

CV(%) 11,87 19,40 10,11 13,18 37,52 39,74

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Apesar de não haver resultados significativos, a diluição 2:1 e 3:1 apresentaram as maiores produções

de matéria fresca. BALDOTTOet al., 2012, encontraram emexperimento utilizando adubação química convencional NPK no mesmo período,valoresmenoresvariando de 7,83 a 15,73g.

O tratamento testemunha que não recebeu adubação orgânica obteve valores pouco maiores de massa seca em relação aos outros tratamentos. Como o solo utilizado apresenta concentração de P considerado médio (em relação ao fósforo remanescente) a bom (em relação à porcentagem de argila) e K muito bom para a fertilidade e ainda pH próximo a neutralidade e baixo alumínio, essas características podem ter favorecido o bom desenvolvimento inicial do milho em todos os tratamentos, principalmente na testemunha.

Os resultados encontrados na avaliação de número de folhas mostraram que esta característica variou de 8 a 10 folhas, com os maiores resultados para os tratamentos que receberam o biofertilizante na diluição 2:1, 3:1 e o tratamento que recebeu o composto orgânico, dando destaque para a diluição 2:1 com uma média de dez folhas com 27 dias após a semeadura. SILVA et al. (2005) comparando vários compostos orgânicos na cultura do milho durante o mesmo período de cultivo deste trabalho, observaram que todos os tratamentos apresentaram número de folhas entre 6 e 8, o que foi maior que a testemunha que apresentou 4 folhas.

Na avaliação de comprimento da maior folha foi observado que aos nove dias após a semeadura os tratamentos com os biofertilizantes na diluição 2:1 e 3:1 tiveram a menor média em comparação com os outros tratamentos e que com 27 dias após a semeadura, os mesmo se sobressaíram, com uma média de 69,5 cm e 66,5 cm, respectivamente, mas estatisticamente não houve diferença. Com o mesmo período de cultivo, BALDOTTOet al., 2012, relataram valores inferiores, variando de 42,1 a 53,6 cm utilizando a adubação química convencional NPK.

ConclusõesOs tratamentos avaliados não influenciaram o desenvolvimento da cultura do milho durante os 27 dias

de cultivo.

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AgradecimentosOs autores agradecem ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Januária,

pelo financiamento e apoio ao projeto.

LiteraturacitadaBALDOTTO M. A.; BALDOTTO L. E. B.; SANTANA R. B.; MARCIANO C. R.; Initial performance of maize in response to NPK fertilization combined with Herbaspirillumseropedicae. Revista Ceres, Viçosa, v.59, n.6, p.841-849, nov/dez, 2012; BEZERRA, L. L.; FILHO, J. H. S.; FERNANDES, D.; ANDRADE, R. Avaliação da aplicação de biofertilizante na cultura do milho: crescimento e produção. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.3, n.3, p. 131-139 julho/setembro 2008; COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (CFSEMG) – Recomendações para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais. 5ª Aproximação. Viçosa, 1999. 359 p. SILVA, A. F. ; FRANÇA, C. R. R. S.; SANTANA, L. M. de ; FERNANDES, S. C.; Crescimento Inicial de milho em solo adubado com diferentes compostos orgânicos. In: III Congresso Brasileiro de Agroecologia, 2005, Florianópolis. Anais do III Congresso Brasileiro de Agroecologia, 2005. SOUZA, J. L. de. Agricultura Orgânica – tecnologias para a produção de alimentos saudáveis. V.1, Domingos Martins: EMCAPA, 179 p., 1998.

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CULTIVO DE HORTALIÇAS NA ESCOLA COMO ESTÍMULO PARA CONSCIENTIZAÇÃOAMBIENTAL E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DE CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Marco Aurélio Rodrigues de Souza1, Ana Paula Ferreira Colares1, Felipe Silva Cesar2, Ubirajara Guanais

Castelo Branco Neto2; Danilo Pereira Ribeiro3

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Bolsista do Programa Institucional de Extensão PIBEX. Email: [email protected]; [email protected] 2Acadêmicos do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. 3Professor do IFNMG/Januária, Email: [email protected] Resumo:O estimulo feito em nível escolar para o cultivo de hortaliças pode ser uma excelente maneira de incentivar o consumo de alimentos saudáveis e melhorar a qualidade alimentar da população. E inda, o contato com as plantas e com a terra são atividades terapêuticas que favorecem o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de virtudes como a solidariedade e a paciência, o que trás grandes benefícios para a convivência dos alunos e professores em sala de aula. Nesse sentido, o projeto foi desenvolvido com a finalidade de sensibilizar os alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamentalda Escola Estadual Bias Fortes, no Município de Januária, quanto a importância da preservação ambiental, reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos e consumo de alimentos saudáveis.No período de desenvolvimento do projeto, as crianças ajudaram no plantio e cultivo de hortaliças na escola e participaram da confecção de muros verdes para o cultivo de hortaliças e reutilização de embalagens que iriam para o lixo. No final do projeto, a diretora da escola declarou formalmente a satisfação da E. E. Bias Fortes com a execução do projeto. As crianças demonstraram satisfação desde a participação na palestra de conscientização ambiental até as práticas realizadas durante o projeto. As experiências vividas nesse projeto contribuíram para a formação pessoal e profissional de todos os membros da equipe envolvida e contribuirão para o desenvolvimento de outros projetos desse tipo, de forma mais eficiente. Palavras–chave: conscientização ambiental, embalagens reutilizáveis, práticas pedagógicas.

IntroduçãoA Educação ambiental, um dos princípios da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981),

deve ser trabalhada pedagogicamente nas escolas, de maneira que proporcione aos estudantes diversas formas de conhecimentos, formando assim cidadãos conscientes e aptos a apropriar-se de sua realidade e transformá-la construtivamente.

A reutilização e reciclagem do lixo pode ser um tema motivador para a abordagem dos conteúdos químicos, biológicos, de artes e desenvolvimento da conscientização ambiental, de forma dinâmica e aplicável, pois esse problema atinge toda a população, e os impactos vem se agravando com o passar dos anos. Assim o aprendizado fornece aos alunos conhecimentos relevantes sobre o assunto, sempre fazendo relação com o cotidiano, permitindo aos mesmos criarem uma idéia crítica com embasamento cientifico sobre esse grave problema social. A escola possui um papel preponderante, pois a conscientização precisa ser efetiva com vários trabalhos contínuos, para que essa seja um instrumento presente na atitude da comunidade escolar e local, devido à problemática do lixo não se resolver de maneira imediata (SANTOS et al. 2011).

O incentivo à participação das crianças e jovens no sistema de produção de alimentos favorece a aceitação dos vegetais na dieta alimentar desses grupos. Nesse sentido, o estimulo feito em nível escolar para o cultivo de hortaliças pode ser uma excelente maneira de incentivaro consumo de alimentos saudáveis e melhorar a qualidade alimentar da população. E inda, o contato com as plantas e com a terra são atividades terapêuticas que favorecem o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de virtudes como a solidariedade e a paciência, o que trará grandes benefícios para a convivência dos alunos e professores em sala de aula.

Nesse sentido, o projeto foi desenvolvido com a finalidade de sensibilizar os alunos de Escola Pública de ensino fundamental, quanto a importância da preservação ambiental, reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos e consumo de alimentos saudáveis.

Material e MétodosO projeto foi desenvolvido na Escola Estadual Bias Fortes no Município de Januária MG, tendo como

público alvo os alunos do 4ª a 5ª ano do ensino fundamental, de modo a melhorar a merenda escolar com o cultivo de hortaliças e proporcionar aos alunos conscientização ambiental. A proposta do trabalho foi apresentada e discutida com a diretoria da escola. O projeto foi apresentado aos alunos por meio de uma palestra que enfatizava a importância da preservação ambiental, e das práticas de reutilização e reciclagem de resíduos sólidos gerados tanto em casa quanto na escola.

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Os bolsistas e estagiários envolvidos no projeto levantaram os canteiros, incorporaram esterco bovino e fizeram a adubação mineral com NPK. O plantio das hortaliças foi realizado com o auxílio dos alunos da escola Bias Fortes. Os canteiros eram regados diariamente pelos bolsistas.

Para estimular o aproveitamento de resíduos, solicitou-se às crianças que trouxessem de casa garrafas PETs que foram utilizadas para cultivar alface num sistema de horta vertical.

Até o final do ano letivo foi feito o acompanhamento, manejo e colheita das hortaliças, nos períodos matutinos e vespertinos, com a participação voluntária dos alunos da escola, escalonados por turnos e determinado período de tempo, para propiciar satisfatória participação de todos.

Resultados e Discussão

A proposta do projeto foi apresentada e aceita pelos coordenadores da Escola Estadual Bias Fortes, que se colocaram a disposição para a realização das atividades.

No decorrer do projeto as atividades desenvolvidas foram de grande importância para os alunos que mostraram bastante entusiasmo, desde a palestra ministrada pelos bolsistas (Figura 1), onde houve grande interação dos mesmos, até a colheita das hortaliças advindas da horta, na qual os próprios alunos realizaram o plantio (Figura 2). Os mesmos mostraram grande interesse em aprender as técnicas de plantio de hortaliças, e realizaram com êxito o plantio da semente nas bandejas e o transplantio das mudas.

Figura 1 Palestra proferida aos alunos do 4º e 5º ano da Escola Estadual Bias Fortes sobre Conscientização

Ambiental. A construção de um muro verde proporcionou o reaproveitamento de embalagens descartáveis, os

alunos aprenderam o passo a passo de sua confecção e instalação (Figura 3). As hortaliças serviram de complemento na merenda da escolae os alunos ficaram muito contentes em saber que eles produziram a própria merenda. Assim, foi possível estimulá-los a terem consciência ambiental e hábitos de preservação e alimentação saudável.

Figura 2 Canteiros levantados para o cultivo de hortaliças na E. E. Bias Fortes e alunos da escola auxiliando

nas atividades desenvolvidas no projeto.

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Figura 3 Muro verde construído na E. E. Bias Fortes com o uso de garrafas PTEs e vegetais produzidos na horta.

ConclusõesNo final do projeto a diretora da escola declarou formalmente a satisfação da E. E. Bias Fortes com a

execução do projeto. As crianças demonstraram satisfação desde a participação na palestra até as práticas realizadas durante o projeto. As experiências vividas nesse projeto contribuíram para a formação pessoal e profissional de todos os membros da equipe envolvida e contribuirão para o desenvolvimento de outros projetos desse tipo, de forma mais eficiente.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG campus Januária, por todo apoio, e pela oportunidade de executar esse

trabalho. A todos da Escola Estadual Bias Fortes pelo empenho e ajuda na execução do projeto.

Literatura citadaBRASIL. Lei Federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em 04/02/2013. SANTOS, P. T. A.; et al.Lixo e reciclagem como tema motivador no ensino de química. Eclet. Quím. vol.36 no.1 São Paulo 2011.

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DESEMPENHO AGRONÔMICO DO MILHO CATINGUEIRO E FEIJÃO-CAUPI EM MONOCULTIVO E CONSÓRCIO COM OU SEM INOCULAÇÃO

Jarbas Mendes Andrade1, Sebastião Lourenço Henrique2, Ivan Carlos Carreiro Almeida2, Gênesis Pires Meireles3, Lucas Menezes Gomes1

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental– IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica PROBIC-IFNMG. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG 3Acadêmicos de Agronomia – IFNMG/Januária.

Resumo:O emprego da agricultura orgânica apresenta-se como uma retomada do uso de antigas práticas agrícolas, e com esse novo paradigma incorpora a preocupação com a “saúde” das interações solo-água-planta e busca maximizar as contribuições biológicas, minimizando entradas energéticas no sistema, principalmente de pesticidas e adubos minerais solúveis (COUTINHO et al., 2003). O experimento foi conduzido no campo experimental do IFNMG, Campus Januária. Foram estudadas as culturasfeijão-caupi e milho caatingueirototalmente adaptado às condições do semiárido e com um ciclo superprecoce. Neste estudo notamos que alguns fatores podem afetar a fixação biológica de nitrogênio (FBN), e que o feijão-caupi apresenta um menor rendimento no consocio do que o milho.

Palavras–chave: agricultura orgânica, consórcio, saúde

Introdução Grande parte da produção de alimentos básicos é oriunda de pequenas propriedades e, por isso, é

importante a introdução de técnicas de baixo custo, objetivando o aumento do rendimento. Neste contexto, o consórcio de culturas pode transformar-se em uma prática de grande expressão para a agricultura de subsistência (RAPOSO, 1995). O consórcio de milho e feijão-caupi constitui uma prática tradicional no Nordeste Brasileiro, sendo utilizada principalmente pelos pequenos e médios agricultores, que visam minimizar os riscos, maximizar a produção e o melhor aproveitamento dos fatores de produção (RESENDE et al., 1992).Foram estudadas as culturas de feijão-caupi e milho caatingueiro sob cultivos solteiros e consorciados no sistema orgânico de produção, dando a oportunidade aos agricultores familiares da região do Vale do São Francisco de conhecer e se apoderar das melhores tecnologias e práticas culturais de manejo que adaptará às suas condições ambientais de forma sustentável.

Material e Métodos O experimento foi implantado em sistema de cultivo orgânico no setor de Agroecologia do Instituto

Federal do Norte de Minas Gerias (IFNMG) - Campus Januária, cujas coordenadas geográficas são: 44° 22’ 41” de longitude W e 15° 28’ 55”de latitude S e altitude de 474 m. Vegetação natural predominante é do tipo zona de transição cerrado-caatinga. O solo predominante é o Neossolo Quartzarênico com relevo caracterizado como plano. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições. Para avaliarmos a produtividade foram aplicados cinco tratamentos. Os tratamentos foram: Tratamento A - milho consorciado com feijão-caupi; Tratamento B - milho consorciado com feijão-caupi inoculado; Tratamento C – feijão-caupi solteiro; Tratamento D – feijão-caupi solteiro inoculado e Tratamento E - milho solteiro. Os plantios de todos os tratamentos foram realizados no dia 10 de setembro de 2013. Para a avaliação de matéria seca da parte aérea foi avaliado um metro linear por parcela de cada tratamento para cada cultura (milho e feijão) e para avaliação de produção de grãos foram avaliados três metros lineares de plantas. Os dados foram interpretados por meio de análise de variância e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Scott Knott, adotando o nível de significância de 5%. Cada parcela teve área experimental de 25 m2 (5 m x 5 m). Realizou-se adubação de plantio para cada parcela, sendo aplicados 372 kg/ha de P natural (14 % de P2O5)e 132 kg/ha de sulfato de potássio (48% de K2O). Realizaram-se duas aplicações de adubação de cobertura para cada parcela, sendo 2,32 t.ha-1 de torta de algodão (4,5% N). As ervas espontâneas foram removidas a enxada e para o manejo de pragas e doenças foram utilizados três aplicações de Extrato de Nim (600 g de folha/10 L água). Inoculou-se o feijão-caupi com bactérias do gênero Bradyrhizobium como propósito de fixar o N atmosférico, sendo o processo de inoculação realizado no dia de plantio. Para avaliação da parte aérea das plantas foi coletado um metro linear de cada parcela. E para avaliar a produção de grãos, os mesmos foram coletados de três metros lineares de cada parcela. Depois de obtidos todos os dados, de cada tratamento, procederam-se aos cálculos dos seguintes parâmetros, segundo

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Souza et al(2006): Índice de Equivalência de Área (IEA) e Contribuição Relativa das Culturas ao IEA (CRC): (Tabela 3).

A) O Índice de Equivalência de Área (IEA) foi calculado pela seguinte fórmula:

IEA = Yab

+ Yba

= IA + IB Yaa Ybb

Onde Yab e Yba são os rendimentos das culturas de milho e feijão no consórcio, Yaa e Ybb seus

rendimentos, em monocultivo, respectivamente, e IA e IB as produtividades Relativas Individuais dessas culturas.

B) A Contribuição Relativa das Culturas ao IEA (CRC), deriva da razão entre a Produtividade Relativa Individual e o IEA total do sistema, indicando o percentual de participação de cada cultura na obtenção do índice total. CRC = (IA x 100)/IEA e CRC = (IB x 100)/IEA, onde CRCA é a Contribuição Relativa do Milho e CRCB é a Contribuição Relativa do feijão-caupi.

Além desses indicadores agronômicos, também foi realizada a análise econômica dos sistemas estudados. Foram calculados, para o monocultivo e para cada sistema de consórcio, o indicadore econômico: Renda Bruta (RB = Quantidade produzida x Preço de Venda).

Resultados e Discussão Nas Tabelas 1 e 2 encontram-se, respectivamente, os valores médios obtidos para as variáveis de

feijão-caupi e milho em função dos sistemas de plantio consorciado. O rendimento de massa seca de grãos e parte aérea do feijão-caupi (Tabela1), foram afetados negativamente pelo sistema de cultivo consorciado. Foi esperado com o inoculante diretamente ligado com a FBN, um rendimento no tratamento de feijão inoculado superior ao feijão sem inoculante, pois a fixação biológica do nitrogênio na cultura de feijão-caupi permite que esta cultura seja auto-suficiente em relação a este elemento, contudo os resultados obtidos foram contraditórios ao esperado. De acordo com Bizarro (2008), o insucesso do resultado esperado pode estar relacionado ao fato do cultivo de feijão-caupi estar sujeito a diversos sistemas de manejo, o que predispõe a uma diversidade de fatores que interferem no processo de fixação biológica de nitrogênio, tais como preparo do solo e adubação orgânica ou mineral. Outro importante fator de interferência neste sistema é o nitrogênio mineral do solo, sendo conhecido o efeito inibitório do nitrogênio mineral sobre a fixação biológica. Enquanto o rendimento de massa seca de grãos e parte aérea do milho (Tabela 2), não sofreu interferência relação ao consórcio ou monocultivo. A prática da inoculação promoveu uma interação negativa reduzindo a produtividade do feijão em monocultivo.

O IEA nos permite quantificar o número de hectares necessário para que a produção, em monocultivo, seja equivalente à obtida em 1ha, em consórcio, como os resultados de IEA foram maiores que 1,00 tanto para o consórcio sem inoculação quanto para o inoculado, o que mostra que a produção no consórcio foi maior do que qualquer uma as das culturas em monocultivo (Tabela 3). Os resultados de CRC mostram que a contribuição da produtividade do milho em consórcio sem inoculação é maior que quando inoculado (Tabela 3).

Tabela 1 Massa seca de grãos e massa seca da parte aérea de feijão-caupi em função do sistema de cultivo.

Massa seca de grãos (t .ha-1) Massa seca da parte aérea (t .ha-1)

Feijão 1.87 a 2,83 a

Feijão inoculado 1.24 b 3,93 a

Feijão consorciado 0.34 c 0,62 b

Feijão consorciado inoculado 0.43 c 0,57 b

CV (%) 12,10 30,81 Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott Knott, a nível de 5% de probabilidade.

Tabela 2 Massa seca de grãos e massa seca da parte aérea do milho em função do sistema de cultivo

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Massa seca de grãos (t .ha-1) Massa seca da parte aérea (t .ha-1)

Milho 4.25 a 4.37 a Milho consorciado 4.55 a 4.03 a

Milho consorciado inoculado 2.94 a 3.37 a CV (%) 23,26 19,46

Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott Knott, a nível de 5% de probabilidade.

Tabela 3 Índice de Equivalência de Área (IEA)e Contribuição Relativa das Culturas (CRC). I Milho I Feijão IEA CRC Milho (%) CRC Feijão (%)

Não inoculado 1,07 0,18 1,26 85,30 14,70Inoculado 0,69 0,34 1,04 66,80 33,20

Em relação a rentabilidade bruta da produção, o consórcio de milho e feijão sem inoculação foi o mais rentável, seguido da produção de feijão em monocultivo sem inoculação (Tabela 4), como a diferença entre essas duas formas de produção foi muito pequena, o lucro liquido irá depender dos custos de produção e do preço do produto na época de comercialização.

Tabela 4 Produtividade em saca/ha e Renda Bruta

Milho Feijão Feijão InoculadoConsórcio Consórcio Inoculado

Milho Feijão Milho Feijãosc/ha 70,83 31,17 20,67 75,83 5,67 49,00 7,17Renda Bruta (R$) 1700,0 2181,7 1446,7 2216,7 1677,7

(RB = Quantidade produzida x Preço de Venda). Os valores adotados para a saca de 60 kg foi o preço médio praticado no ano de 2013 (R$ 24 reais para a saca do milho e R$ 70,00 para a saca de feijão).

Conclusões Com os dados obtidos e discutidos no presente estudo notamos que o milho não sofreu alterações

relacionadas com o consocio, no entanto resultados do feijão-caupi houve um decréscimo no tratamento consorciado. Baseado nesta observação concluiu-se que o feijão-caupi não interfere na produção do milho, porém o milho interfere na produção do feijao-caupi.

Agradecimentos Aos técnicos de laboratórios Sérgio, Leonardo, Carlos Batista, aos funcionários Márcio, Jonas e

Jailson pela colaboração. A diretoria de pesquisa e inovação do IFNMG pela oportunidade e pela bolsa de pesquisa concedida.

Literatura citada COUTINHO, H. L. C.; UZÊDA, M.C.; ANDRADE, A. G.; TAVARES, S. R. L. Ecologia e biodiversidade do solo no contexto da agroecologia. Informe Agropecuário. EPAMIG. V. 24, p. 45-54, 2003. RAPOSO, J.A.A. et al. Consórcio de milho e feijão em Pelotas, RS. Pesq. Agropecu. Bras., Brasília, v.30, n.5, p.639-647, 1995. RESENDE, P. M.; ANDRADE, M.J.B. de.; ANDRADE, L.A. de B. Consórcio soja-milho. II. Seleção de materiais genéticos de soja para consórcio com milho. Ciência e Prática, Lavras, v. 16, n. 3, p. 333-341, 1992.SOUZA, J. P. et al. Desempenho agroeconômico do consórcio alface-beterraba sob sistema orgânico. UFRURALRJ, p. 5-7, Fortaleza, 2006.BIZARRO, M. J. Simbiose e variabilidade de estirpes de Bradyrhizobium associadas à cultura da soja em diferentes manejos do solo. UFRGS, p. 1-2, Porto Alegre, 2008.

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DESEMPENHO DE CULTIVARES DE BATATA NA SAFRA DE INVERNO SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Alisson Araújo Vieira1, Renildo Ismael Felix da Costa3, Marileide Moreira Costa2, Valdeir Celestino dos

Santos Junior2

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected]; 2Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected]; 3Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Entomologia. Email: [email protected]. Resumo: Dentre as culturas existentes a batata é uma das mais exigentes quanto à disponibilidade de água e temperaturas amenas, tais fatores dificultam seu desempenho em regiões tropicais. A região do Norte de Minas é conhecida pelo clima quente e baixo índice pluviométrico durante o ano, o que exige o cultivo da batata sob irrigação e em plantio de inverno. O objetivo do presente trabalho foi verificar o desempenho das cultivares de batata sob condições climáticas de inverno, em relação ao rendimento de tubérculos, incidência e severidade de doenças e adaptação ao clima norte mineiro. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados com 4 repetições e 5 cultivares de batata, sendo a BRS Ana, BRS Clara, BRS eliza, Markies e Mustang. O espaçamento da cultura foi de 0,30 x 0,80 m com 2 fileiras de plantas por parcela, totalizando 20 parcelas com 200 plantas. A cultivar BRS-ANA foi entre as cultivares que apresentou maior média, diferenciando significativamente das demais, com produção de tubérculos comerciais acima de 38 t.ha-1, seguido por BRS-CLARA, BRS-ELISA, MUSTANG e MARKIENS, com produtividades de 27,7 t.ha-1, 27,34 t.ha-1, 22,05 t.ha-1, 18,4 t.ha-1 respectivamente. Foi diagnosticada a presença de Pinta Preta (Alternaria solani) e Nematoide-de-galha (Meloidogyne spp) na área, sendo a cultivar BRS-ANA, apresentou menores níveis de doenças, possuindo boa resistência a pinta preta e se mostrou mais tolerante em outras condições edafoclimaticas. Palavras–chave: adaptação, batata, solanum tuberosum

IntroduçãoA cultura da batata (Solanum tuberosum spp tuberosum) é uma das mais cultivadas em todo o mundo,

sendo Minas Gerais o maior produtor no Brasil, com 38 mil hectares plantados em 2012, representando 38,3% da área plantada e produção de 1182 mil tonelada, dando destaque para o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Sul de Minas (CONAB, 2013).

Dentre as culturas existentes, a batata é uma das mais sensíveis à falta de água, e seus efeitos negativos podem ocorrer no período de lançamento de estolões e formação de tubérculos (SILVA et al., 2012).

Outro grande problema que acomete a cultura são as altas temperaturas, sendo o principal obstáculo para a produção de batata em regiões tropicais (PINTO et al., 2010).

A região do Norte de Minas é conhecida pelo clima quente e baixo índice pluviométrico durante o ano, o que exige o cultivo da batata sob irrigação e em plantio de inverno, porém poucos trabalhos foram desenvolvidos nessas condições, sendo necessário novas pesquisas que busquem cultivares adaptadas ao clima do Norte de Minas. O objetivo do presente trabalho foi verificar o desempenho das cultivares de batata BRS Ana, BRS Clara, BRS Eliza, Markiens e Mustang, cultivadas sob condições climáticas de inverno, em relação ao rendimento de tubérculos, incidência e severidade de doenças e adaptação as condições de clima norte mineira.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido no período de maio a agosto de 2013, representando a safra de inverno, no setor de olericultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais- Campus Januária. O clima predominante na região é Aw (tropical úmido com inverno seco e verão chuvoso) de acordo com a classificação de Köppen.

O delineamento utilizado foi em blocos casualizados com 4 repetições e 5 cultivares de batata, sendo a BRS Ana, BRS Clara, BRS Eliza, Markies e Mustang. O espaçamento da cultura foi de 0,30 x 0,80 m com 2 fileiras de plantas por parcela. Cada parcela possuía 1,20 x 1,50 m, totalizando 20 parcelas com 200 plantas, em uma área de 36 m².

O plantio ocorreu manualmente, sob sistema de irrigação por aspersão, a adubação foi feita nos sulcos de plantio de acordo analise de solo e indicado em literatura para a cultura. Os tratos culturais, como a amontoa, foram realizados de acordo as exigências e recomendações para a mesma.

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Para o levantamento de incidência e severidade de doenças, as plantas foram monitoradas semanalmente. Sendo observado sintomas e/ou sinais de patógenos, o material lesionado foi recolhido, levado para o laboratório de Fitopatologia do IFNMG - Campus Januária e prosseguido com os procedimentos para observação do possível agente causal.

Os procedimentos se constituíam em isolamento direto para materiais que apresentava sinais do patógeno (esporulação) e isolamento indireto para materiais que apresentavam apenas sintomas. Descritos por ALFENAS et al. 2007.

Aos 100 dias após o plantio, realizou- se a colheita manual e os tubérculos foram lavados e pesados sendo em seguida feito avaliações para os seguintes caracteres: produtividade total de cada cultivar na área e presença de doenças.

Os valores de produção foram submetidos à análise de variância com emprego do teste F. Detectada significância estatística foi empregado o teste Scott Knott ao nível de 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

De acordo com o teste Scott-Knott a 5% de probabilidade, houve diferença estatística para as médias de produtividade observada, onde a cultivar BRS-ANA foi a que apresentou maior média, diferenciando significativamente das demais cultivares.

Os resultados obtidos e demonstrados na figura 1 mostram a superioridade da cultivar BRS-ANA, com produção de tubérculos comerciais acima de 38 t.ha-1, seguido pelas cultivares, BRS-CLARA, BRS-ELISA, MUSTANG e MARKIENS, com produtividades de 27,7 t.ha-1, 27,34 t.ha-1, 22,05 t.ha-1, 18,4 t.ha-1 respectivamente.Resultados semelhantes foram obtidos por CARMO et al., 2009,onde estudava o desempenho de cultivares nacionais e estrangeiras de batata em duas condições ambientais do sul de minas gerais, verificou que a cultivar BRS-ANA destacou das demais, obtendo uma produtividade acima de 26 t.ha-

1, essa ainda mostrou ser adaptada à condições edafoclimáticas diferenciadas, além de apresentar boas características agronômicas tais como, elevado vigor e potencial produtivo, tubérculos de película vermelha, levemente áspera e poupa branca.Segundo EMBRAPA (2007), a mesma apresenta menor exigência em fertilizantes que as principais cultivares de batata, mostrando moderada resistência a seca e podendo ser produzida no inverno sem perda significativa de produtividade.

Figura 1 Comparação de produtividades de cultivares de batata, plantadas na região do Norte de Minas

Gerais. As demais cultivares, BRS-ELISA, BRS-CLARA, MARKIENS e MUSTANG, mesmo mostrando

desempenho inferior a BRS-ANA, apresentaram produtividade dentro da esperada para condições favoráveis no cenário nacional.

Em relação à incidência e severidade de doenças, foi diagnosticada a presença de Pinta Preta, causada por Alternaria solani e Nematoide-das-galhas, causado por Meloidogyne spp.

As doenças foram observadas durante todo ciclo da cultura, apresentando incidência em todas as cultivares. A cultivar BRS-ANA, além de apresentar maior produtividade foi a que demonstrou menores sintomas da doença, apresentando boa resistência a pinta preta e se mostrou mais tolerante em outras condições edafoclimaticas, concordando com EMBRAPA (2007).

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

30000,0

35000,0

40000,0

45000,0

BRS ELISA BRS CLARA BRS ANA MARKIES MUSTANG

Pro

duti

vida

de/h

a

Cultivares

Produtividade de Batata Cultivadas no Norte de Minas Gerais

b

bb

b

a

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ConclusõesOs resultados obtidos no presente trabalho, demonstra mesmo que parcialmente, a possibilidade de se

cultivar batata no norte de Minas Gerais. As cultivares avaliadas apresentaram produtividades semelhantes as encontradas em regiões

tradicionalmente produtoras. Outros trabalhos devem ser realizados, procurando avaliar mais cultivares e outros parâmetros

produtivos.

Agradecimentos Ao professor Renildo Ismael Felix da Costapela oportunidade de realização desse projeto.

Literatura citadaALFENAS, A. C.; MAFIA, R. G. Métodos em Fitopatologia. Viçosa. Ed. UFV. 382p. 2007.CARMO EL; PADUA JG; DIAS JPT; DUARTE HSS; DUARTE FILHO J; LEONEL M. Desempenho de cultivares nacionais e estrangeiras de batata em duas condições ambientais do Sul de Minas Gerais. Horticultura Brasileira. v. 27, n. 2, agosto 2009. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento, 2007. Disponível em <http://www.conab.gov.br/conteudos/conabweb/download/nupin/uploads/img/conteudos.php?a=1253&> Acesso 15 Jan 2014. EMBRAPA. Eliza, Clara, Ana e Cristal: cultivares de batata da Embrapa mostram seu potencial. Disponível em <http://snt.sede.embrapa.br/noticias/noticia_completa/141/> Acesso 05 Fev 2014. PINTO C. A. B. P.; TEIXEIRA A. L.; NEDER D. G.; ARAÚJO R. R.; SOARES A. R. O.; RIBEIRO G. H. M. R.; LEPRE A.L. Potencial de clones elite de batata como novas cultivares para Minas Gerais. Horticultura Brasileira. v. 28: 399-405 2010. SILVA, G.O.; BORTOLETTO, A.C.; STOKER, G.; PONIJALEKI, R.; PEREIRA, A.S.; SUINAGA, F.A.Desempenho de cultivares de batata sob condições ambientais de estiagem. XXV congresso das Nações Latinoamericana de Batata. Uberlândia, 2012.

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DESEMPENHO DE CULTIVARES DE ALFACE SOB CULTIVO CONVENCIONAL NO BAIXO JEQUITINHONHA, MG.

Túlio Botelho Castro1, Luana da Silva Santos1; Caetano Alves Costa1; Irã Pinheiro Neiva2;Jeferson Mateus Dariva2

1Acadêmico do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Almenara. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Professor do IFNMG/Almenara. Ms. Produção Vegetal. E-mail: [email protected]; [email protected]

Resumo: Objetivou-se avaliar o comportamento de cultivares de alface disponíveis no mercado, sob cultivo convencional, nas condições edafoclimáticas de Almenara-MG. Experimento conduzido no Núcleo de Produção Vegetal, localizado no Instituto Federal Norte de Minas Gerais – Câmpus Almenara, no período de 02/07 à 10/09/13. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, de 05 tratamentos e 04 repetições, com 16 plantas por parcela. A colheita foi realizada quando as plantas apresentaram o máximo desenvolvimento vegetativo, sendo antes pendoarem. Avaliou-se a massa fresca e seca comercial (parte aérea) e massa fresca e seca da raiz sobre o teste F, e observou diferença de 5% apresentando existência de variabilidade e condições favoráveis para seleção. As cultivares ‘Quatro Estações’, ‘Mimosa Salad Bowl’ e ‘Baba de Verão’, destacaram-se, sendo que a ‘Quatro Estações’ a que apresentou maior destaque de massa fresca comercial e também de maior peso (214,12 g), se mostrando mais adaptada às condições ambientais verificadas. A cultivar ‘Quatro Estações’ sobressaiu, mas observa-se uma influência dos fatores ambientais no desenvolvimento, sendo necessário realizar outros ensaios e propor alguns sistemas de cultivos alternativos para o horticultor. Palavras–chave: desempenho, Lactuca sativa, sistema de cultivo

IntroduçãoA alface (Lactuca sativa L.) é uma das principais hortaliças folhosas consumidas no Brasil (Filgueira,

2008). Cultivada em sua maioria por agricultores familiares, sendo uma alternativa de fixar o homem no campo.

O potencial produtivo da alface depende da interação genótipo x ambiente, sendo assim a escolha da cultivar se torna decisiva para o sucesso do sistema de cultivo adotado. Com os avanços do melhoramento genético das culturas olerícolas, como a alface, colocou-se à disposição dos produtores novas cultivares, porém faltam ensaios agronômicos em diferentes regiões do país para subsidiar melhor os horticultores (Lima et al., 2004).

A cultura da alface não conta com uma rede de ensaios de competições de cultivares que envolva locais, épocas e anos de plantio diversificados. Tal deficiência leva o produtor a utilizar cultivares recomendadas pelas empresas produtoras de sementes, que podem não se adaptarem a uma ampla faixa de ambientes.

Objetivou-se avaliar o comportamento de cultivares de alface, sob cultivo convencional, nas condições edafoclimaticas de Almenara-MG.

Material e MétodosO experimento foi conduzido no Núcleo de Produção Vegetal, localizado no Instituto Federal Norte

de Minas Gerais – Câmpus Almenara. O semeio das cultivares de alface foi realizada no dia 02/07/2013 em bandejas de isopor de 128

células, em substrato comercial Plantmax®, acondicionadas adequadamente, sob sombrite com 50% de insolação, realizando irrigações diárias. Após 12 dias, realizou-se o desbaste, deixando a mais vigorosa.

Quando as plântulas apresentaram de 6 a 8 folhas definitivas (08/08/2013), foram transplantadas para os canteiros com largura aproximada de 1,20 m e 0,30 m de altura, sob sombrite com 50% de insolação, utilizando-se espaçamento de 0,30 x 0,30 m. A área foi preparada 15 dias antes do transplantiopor uma aração e uma gradagem, formando-se os canteiros mecanicamente. As adubações e demais tratos culturais foram realizados de acordo com análise química do solo, seguindo as recomendações para a cultura (Filgueira, 2008). A irrigação foi feita manualmente, seguindo o turno de rega conforme recomendado.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 05 tratamentos (Mimosa Salad Bowl, Baba de Verão, Lollo Rossa, Romana Balão e Quatro Estações) e 04 repetições, com 16 plantas por parcela, avaliando-se 04 plantas por parcela.

Realizou-se a colheitaaos 68 dias da semeadura, quando as plantas apresentaram o máximo desenvolvimento vegetativo, antes de pendoarem. Foram avaliadas a massa fresca e seca comercial (parte

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aérea) e massa fresca e seca da raiz. Para avaliação da massa seca, utilizou sacos de papel e acondicionados em estufa com circulação de ar forçada a 65ºC por 72 horas.

No período de condução do experimento, a umidade relativa do ar foi de 61% e a temperatura média foi de 23,9ºC, com média mínima e máxima de 15,7 e 32,2°C, respectivamente. A altitude no local de avaliação é de 205,0 m. Os dados submetidos à análise de variância (teste F), sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5%, com o auxílio do programa SISVAR.

Resultados e Discussão Foram observadas diferenças significativas em nível de 5% pelo teste F para todas as características avaliadas, conforme (Tabela 1). O valor elevado do coeficiente de variação (CV) para a massa seca comercial (MSC), possivelmente seja uma consequência natural à maior suscetibilidade aos efeitos do ambiente. Azevedo et al. (2013), em seleção de genótipos de alface para cultivo protegido, encontrou resultado semelhante para massa seca da raiz. Tabela 1 Valores médios para massa fresca comercial (MFC), massa fresca da raiz (MFR), massa seca

comercial (MSC) e massa seca da raiz (MSR).

GENÓTIPOS MFC (g/planta) MFR (g/planta) MSC (g/planta) MSR (g/planta)

Romana Balão 72,69 d 5,56 c 6,00 b 2,81 b

Mimosa Salad Bowl 131,81 b 9,56 b 10,31 ab 5,00 a

Baba de Verão 129,69 b 9,00 b 10,25 ab 4,94 a

Lollo Rossa 108,56 c 8,94 b 8,06 b 4,87 a

Quatro Estações 214,12 a 13,87 a 14,56 a 5,19 a

DMS (5%) 4,39 2,169 4,87 1,25

TESTE F 21,97* 29,26* 6,70* 9,69*

CV (%) 33,78 23,35 50,06 27,75 Quanto as cultivares avaliadas, destacaram-se, ‘Quatro Estações’ (tipo lisa), ‘Mimosa Salad Bowl’ (tipo mimosa) e ‘Baba de Verão’ (tipo manteiga/repolhuda), com os melhores valores para massa fresca comercial e de raiz, assim como, massa seca comercial e de raiz. Verificou-se grande variação para a massa fresca comercial entre os genótipos avaliados. A cultivar ‘Quatro Estações’ foi a que apresentou maior peso (214,12 g), mostrando-se mais adaptada às condições ambientais verificadas. Porém, a cultivar ‘Romana Balão’ (tipo romana) apresentou pouca adaptação, com peso (72,69g). Lédo et al. (2000), avaliando desempenho de cultivares de alface no Estado do Acre, observou forte influência dos fatores ambientais no desenvolvimento das cultivares, tanto do tipo lisa como tipo crespa. A cultivar ‘Quatro Estações’ com peso (13,87 g), se destacou dentre as avaliadas, sendo amplamente superiores a cultivar ‘Romana Balão’, com peso de apenas (5,56 g). A variedade ‘Romana Balão’ foi a que apresentou menor peso de massa fresca raiz (2,81g), já os demais genótipos apresentaram pesos semelhantes entre si. Mesmo com destaque da ‘Quatro Estações’ sobre as demais, observa-se uma influência dos fatores ambientais no desenvolvimento desses genótipos, sendo necessário realizar outros ensaios e se possível, incluir outras cultivares, e propor alguns sistemas de cultivos alternativos, que possam contribuir para o melhor desempenho das mesmas, proporcionando maior rentabilidade ao horticultor do Baixo Jequitinhonha.

Conclusões Dentre as cultivares avaliadas ‘Quatro Estações’ se mostrou mais promissora ao cultivo nas condições climáticas de Almenara, sob cultivo convencional, com possibilidade de aumento de ganho, assim como a ‘Mimosa Salad Bowl’ e ‘Baba de Verão’. Observa-se à necessidade de realizar mais ensaios de competição com cultivares de alface nessas condições de cultivo, para que os horticultores tenham mais condições de atender ao mercado consumidor com produtos de melhor qualidade. Tais resultados são importantes, e servirão de parâmetros para futuros trabalhos com a cultura da alface na região, haja visto que, é amplamente cultivada por agricultores familiares visando a comercialização local, mas sem o uso adequado de tecnologias, o que gera prejuízos ao mesmo.

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AgradecimentosÀ FAPEMIG, CNPq e IFNMG – Campus Almenara pela concessão de bolsas de estudos e recursos

para o desenvolvimento do projeto.

Literatura CitadaAZEVEDO, A.M.; ANDRADE JÚNIOR, V.C.; OLIVEIRA, C.M.; FERNANDES, J.S.C.; PEDROSA, C.E.; DORNAS, M.F.S. & CASTRO, B.M.C. Seleção de genótipos de alface para cultivo protegido: divergência genética e importância de caracteres. Horticultura Brasileira31: 260-265, 2013. FILGUEIRA FAR. 2008. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2006. 421p. LÉDO, F.J.S.; SOUSA, J.A.; SILVA, M.R. Desempenho de cultivares de alface no Estado do Acre. Horticultura Brasileira 18: 225-228, Nov/2000. LIMA, A.A.; MIRANDA, E.G.; CAMPOS, L.Z.O.; JUNIOR, W.H.C.; MELLO, S.C.; CAMARGO, M.S. Competição das cultivares de alface Vera e Verônica em dois espaçamentos. Horticultura Brasileira 22: Abr-Jun/2004.

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DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO FERTIRRIGADO COM DIFERENTES DOSES DE BIOFERTILIZANTE DE ESTERCO BOVINO

Gabriel dos Santos Cardoso1, Lauane Oliveira Freire2, Victor Aguiar Freitas2, Natalino Martins Gomes3,

Adriene Matos dos Santos4

1Estudante do 3° ano do curso Técnico em Agroecologia – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica CNPq. Email: [email protected] 2Estudantes do curso Técnico em Agroecologia.Bolsista Iniciação Científica Jr IFNMG/Araçuaí.Email: [email protected] e [email protected] 3Professor do IFNMG/Araçuaí, D.Sc. Engenharia de Água e Solo. Email: [email protected] 4Engenheira Agrônoma do IFNMG/Araçuaí. Email: [email protected] Resumo:A agricultura alcançou elevados níveis de produtividade nos últimos anos, o que lhe potencializa não só como demandante de recursos naturais (solo, água e adubos), mas também comoprodutora de resíduos, principalmente quando se trata de atividades intensivas (criação confinada de animais, agroindústrias e abatedouros). Neste contexto, surge a necessidade de tecnologias para auxiliar na mitigação dos impactos causados, bem como adequação às diferentes legislações ambientais. Entre as tecnologias adotadas, a biodigestão anaeróbica tem sido empregada por um grande número de propriedades agrícolas. Como vantagens atribuídas a esta tecnologia citam-se a facilidade de construção e operação, a produção de biogás que ultimamente tem sido convertido em energia elétrica que supri a própria demanda das propriedades e a produção de biofertilizantes. Porém, ainda são poucos os estudos que comprovam cientificamente a eficiência do biofertilizante como fonte única de nutrientes para culturas diversas. Assim, objetivou-se com este experimento, avaliar a eficiência do biofertilizante, produzido a partir do esterco bovino, em meio anaeróbico, como base nutricional para a cultura do Feijão Carioca (Phaseolus vulgaris). Os resultados apontaram uma ligeira superioridade do tratamento que recebeu dose de 0,2% de biofertilizante fornecido via fertirrigação. Palavras–chave: adubação mineral de plantas, reciclagem, resíduos sólidos

IntroduçãoA busca pelo aumento de produtividade na agropecuária levou à análise dos diversos elementos da

cadeia produtiva para identificar pontos com potencial de melhoria. Tradicionalmente, o esterco animal tem dado pouco ou nenhum retorno para o produtor, sendo simplesmente considerado como resíduo/rejeito. Nos casos de criação intensiva, esse resíduo é um problema grave, pois potencializa a poluição do solo e da água além de ser um vetor transmissor de varias doenças. Entretanto, com o tratamento adequado, o esterco animal deixa de ser um poluente em potencial podendo inclusive, trazer benefícios ambientais e econômicos para o produtor.

Como alternativa para reduzir os impactos ambientais causados pelos dejetos oriundos da atividade agrícola (suínos, bovinos, aves entre outros), surgem propostas de tratamentos de fermentação anaeróbias, que acontece nos biodigestores. Este tratamento transforma os dejetos em biogás (metano) fonte de energia renovável e biofertilizante. O biofertilizante pode ser utilizado para suprir demandas nutricionais das plantas (LOPES et. al.; 2005).

O biodigestor é um equipamento de fabricação relativamente simples sendo uma câmara totalmente vedada criando um ambiente anaeróbio, isso é, sem a presença de oxigênio. Neste ambiente ocorre a ação das bactérias anaeróbicas, que possibilitam o reaproveitamento dos resíduos agrícolas. O biodigestor é uma fonte de energia renovável que não causa impactos ambientais e transforma o seu resíduo (biofertilizante) em um subproduto, que por sua vez, reduz os gastos do agricultor com fertilizantes industrializados. Este processo, não só viabiliza o tratamento de resíduos sólidos no meio rural, mas também diminui os custos de produção do produtor e melhora as características físicas e químicas do solo. Neste contexto, objetivou-se com este trabalho identificar qual a melhor concentração de biofertilizante, fornecido via fertirrigação, como base nutricional para a cultura do feijão Carioca (Phaseolus vulgaris).

Material e MétodosO experimento foi implantado na Fazenda Agroecológica do IFNMG – Campus Araçuaí, em Latitude

de -16° 50’ 59”, Longitude de -42° 04’ 13” e altitude 307 metros, à margem direita da BR 367, no km 278, sentido Araçuaí - Itaobim.

O ambiente anaeróbico para a produção do biofertilizante foi construído com os seguintes materiais; 01 Tonel de 200 litros de polietileno, 70 cm de cano PVC de 100 mm, 30 cm de cano PVC 50 mm, 50 cm de cano PVC 20 mm, 01 Registro de 20 mm de PVC, 01 Registro de 50 mm,01 Joelho de PVC 20 mm,01 CAP

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de PVC 100 mm,01flange de vedação 50 mm, 01 Bico de passagem de Gás,01 Braçadeira de ferro ¼, ,01 Mangueira de gás,05 Caixas de massa epóxi,01Tubo de cola de cano PVC,02 tubo de silicone,04 rolos de veda rosca,01 cano de redução de 20 mm,01 Flange de 20 mm.

O biofertilizante foi produzido a partir de uma calda com esterco bovino e água tratada pela COPASA. A diluição obedeceu a proporção de 1:3 em volume segundo Afonso et. al.; (2002). Dos 200 L disponíveis no biodigestor apenas 180 L foram utilizados efetivamente, o que correspondeu a uma calda composta por 45 litros de esterco e 135 litros de água. Os outros 20 litrosforam destinados à contenção do biogás produzido e reserva de espaço para expansão do material orgânico em função da decomposição e fermentação anaeróbica. O tempo de produção do biofertilizante foi observado pela ausência de produção de biogás. Após essa etapa o biofertilizante foi armazenado em galões plásticos, protegidos da luz solar em temperatura ambiente para ser diluído e aplicado aos diferentes tratamentos nas parcelas experimentais.

A cultivar escolhida para o experimento foi o Feijão Carioca (Phaseolus vulgaris). As sementes foram adquiridas em casa agropecuária local. Foram plantadas em canteiros com 5,10 m e comprimento por 1,50 m de largura.Os canteiros foram feitos na Unidade Demonstrativa de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), localizado na Fazenda Agroecológica do IFNMG – Araçuaí – MG. As sementes de feijão foram semeadas em espaçamento de 10cm (entre plantas) x 30cm (entre linhas), utilizando quatro linhas centrais como parcelas experimentais e linhas bordaduras nas extremidades laterais dos canteiros. O delineamento experimental foi de blocos casualizados com três repetições

O biofertilizante foi aplicado nas doses de (20%; 40%; 60%; 80% e 100%),usando as seguintes proporções: T1= 0% (0 ml de biofertilizante e 20 litros de água); T2= 0,2% (400 ml de biofertilizante em 19,6 litros de água); T3= 0,4% (800 ml de biofertilizante em 19,2 litros de água); T4= 0,6% (1200 ml de biofertilizante em 18,8 litros de água); T5= 0,8% (1600 ml de biofertilizante em 18,4 litros de água) e T6= 10% (2000 mL de biofertilizante em 18 litros de água). As parcelas experimentais foram irrigadas nas segundas, quartas e sextas feiras. Somente nas sextas feiras foram aplicadas, manualmente, as doses de biofertilizantes nas concentrações supra especificadas.

As variáveis vegetativas avaliadas foram: número de vagens por plantas, número de grãos por vagem; comprimento da vagem em cm durante o ciclo vegetativo e o peso médio de cem grãos após a colheita das parcelas experimentais aos 92 dias após o plantio.

Resultados e Discussões

Os resultados da estatística descritiva para as variáveis analisadas no experimento são apresentados nas Tabelas 1 e 2. Observa-se, na Tabela 1, que entre as variáveis analisadas, o número de vagens por planta foi a que apresentou o maior CV, superior a 140% para todos os tratamentos, com o tratamento T5 (0,8% do volume de irrigação) apresentando CV de 458,5. Esta variação pode estar relacionada com o potencial genético de cada planta, uma vez que foram utilizadas sementes para implantação do experimento. No que se refere à variável número de grãos por vagem destacaram-se os tratamentos T2 e T4, com 4,5 e 4,4 grãos por vagem, respectivamente. Quanto maior o número de grãos por vagem e um maior número de vagens por plantas, maior a expectativa de produção. Associando as informações das Tabelas 1 e 2 (peso médio de cem grãos), os tratamentos com melhores rendimentos foram T6 e T2, com 30,44 g e 30,18 g, respectivamente. Tabela 1 Estatística Descritiva das variáveis (vegetativas e de produção) analisadas para o feijoeiro

fertirrigado com diferentes concentrações de biofertilizantes de esterco bovino. Estatística Descritiva das variáveis vegetativas e de produção analisadas

Variáveis Tratamento Media Total

Desvio Padrão

Variância Coeficiente de Variação

Nº de vagens por planta

T1 8,3 4,1 16,5 198,3

T2 7,6 4,5 20,1 264,8

T3 9,0 6,3 39,5 438,4

T4 9,5 307 13,8 145,6

T5 7,7 5,9 35,2 458,5

T6 7,8 5,0 25,0 318,3

Nº de grão por vargem.

T1 4,4 1,5 2,4 54,2

T2 4,5 1,6 2,5 56,7

T3 3,8 1,4 2,0 52,5

T4 4,4 1,4 2,0 45,0

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T5 4,2 1,3 1,8 41,8

T6 3,0 1,4 2,0 65,7

Comprimento das vagens em cm.

T1 9,4 1,3 1,7 18,2

T2 7,6 2,3 5,3 70,1

T3 6,6 2,2 5,0 74,9

T4 8,0 2,4 5,5 69,6

T5 9,2 1,4 2,1 22,4

T6 8,9 1,5 2,3 25,7

Tabela 2 Peso Médio de 100 grãos em gramas, para os diferentes tratamentos experimentais

T1 31,04

T2 30,18

T3 28,82

T4 29,05

T5 27,94

T6 30,44

Conclusões

Os resultados apresentados não permitiram indicar qual dose de biofertilizante promoveu maior produtividade na cultura do feijoeiro, carecendo de mais estudos.

Literatura citada

ALFONSO, E. T.; LEYVA, M.A. P. Biofertilizantes: Alternativa Sostenible para La Producción de Tomate en Cuba. Instituto Nacional de Ciencias Agricolas (INCA), La Habana. Cuba. 8 p. 2002. LOPES, J.C.; RIBEIRO, L.G.; ARAUJO, M.G.; BERALDO, M.R.B.S. Produção de alface com doses de lodo de esgoto. Horticultura Brasileira, Brasilia, v.23, n.1, p.143-147, jan/mar.2005.

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DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO PÓS-TRANSPLANTIO DE HÍBRIDOS DE ATEMOIA GEFNER E THOMPSON

Hebert Camilo Nunes Silva1, Larissa Cristine Carneiro Araujo2, Ivan Carlos Carreiro Almeida3Dilermando

Dourado Pacheco3 José Eduardo Almeida Teixeira2

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária- IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. 3Professor do IFNMG/Januária.

Resumo: O híbrido Atemoia (A.cherimola x A. squamosa), é a mais nova espécie das anonáceas.Na região do Norte de MG tem-se explorado principalmente as cultivares Gefner e Thompson. Considerando a necessidade de conhecer mais da espécie e das suas variedades objetivou-se com este projeto avaliar o desenvolvimento das duas cultivares após transplantenocampo.O delineamento experimental foi em blocos inteiramente casualizados, sendo que cada hibrido representou um tratamento, avaliando-se 60 mudas de cada híbrido divido em 3repetições (blocos).Foi analisado estatisticamente os dados coletados por meio de analise de variância e teste de media Tukey, no SAEG, que demostraram que não ouve efeito significativo nos tratamentos aplicados. As duas variedades hibridas de atemoia apresenta para metodologia descrita umdesenvolvimento semelhante

Palavras–chave: anonáceas, cherimola, pinheira, squamosa

Introdução Dentre as anonáceas, a pinheira (Annonasquamosa L.) e a gravioleira (Annonamaricata L.) têm como centro de origem as terras baixas da América Central e as Antilhas. A atemoieira é considerada a caçula das anonáceas, originadas em 1850, na Austrália, a partir de uma hibridação natural e interespecífica entre duas espécies (A.cherimola x A. squamosa), e, em 1907, por meio de hibridações artificiais realizadas por J.P Webster no estado da Flórida, EUA (FERREIRA; CLEMENT, 1988, citado por LEDO, 1991). A atemoia agrega características de ambos parentais, mas apresenta o vigor característico dos híbridos, suas flores e frutos são maiores que dos respectivos genitores e com grande vigor vegetativo e produtivo. Os híbridos de atemoia mais plantadas no Brasil são as cultivares Gefner e Thompson. A primeira mais adaptada ás condições de Semiárido, enquanto que a segunda tem sido indicada para os climas subtropicais, encontrados no sudoeste do estado de São Paulo e na Região Sul do Brasil. Além destas, estudos têm sido conduzidos para avaliar o potencial de outras variedades, como a AfricanPride, Pink’sMammoth e QAS. Os principais países produtores de anonáceas no mundo são México, Espanha, Brasil, Austrália, Venezuela, Chile, Peru e Filipinas. Estima-se que dos 10 mil hectares cultivados com anonáceas no Brasil, cerca de mil hectares sejam de atemoia, distribuídos principalmente em pomares localizados entre Regiões Nordeste e Sudeste, abrangendo Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro norte do Paraná e São Paulo (LORENZI, 1998). O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento vegetativo das variedades hibridas de atemoiaGefner e Thompson, após transplantio em campo nas condições edafoclimáticas na microrregião de Januária no Norte de Minas Gerais.

Material e MétodosO estudo foi conduzido no ano de 2013, no município de Januária, na Fazenda São Geraldo, km 6, s/n,

pertencente ao IFNMG- Campus Januária (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Januária). A fazenda localiza-se próximo às coordenadas 15° 29’ 44’’ S e 44° 21° 45 W, em área de altitude de 448 m. A região, de acordo com a classificação de Köppen, apresenta clima tropical com estação seca (Aw). O solo da região da área do experimento é o NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órticolatossólico.

O delineamento experimental usado foi o bloco inteiramente casualizado, onde se estudou o desenvolvimento das mudas dos híbridos de atemoiaGefner e Thompson, sendo que cada híbrido representou um tratamento, avaliando-se 60 mudas de cada híbrido em três blocos.

A enxertia da mudas de pinha com cavalos dos híbridos aconteceu dia 28 de fevereiro de 2013, as mudas ficaram em viveiro com controle de luz, irrigação e adubação igual para todas as mudas. As mudas foram levadas ao campo dia 26 de agosto de 2013, realizando se o plantio manual em covas com dimensão de 50x40x40 cm, sendo a adubação usada no plantio composta por 20 kg de esterco bovino curtido, 800 g do formulado NPK 04-30-10, 120 g de Sulfato de Magnésio, 50 g de TFT e realizando as adubações de

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cobertura mensais. A irrigação foi por microaspersão com vazão 105 L.h-1. Controlou se as plantas daninhas com capina manual próximo a planta e roçagem mecanizada nas entre linhas, o controle de pragas e doenças foi realizado com fitossanitários de acordo as necessidades.

Os dados coletados foram:número de brotos, diâmetro do maior broto (medido na base do broto), número de folhas, diâmetro do caule do cavalo (medido próximo a enxertia acima do tumor do enxerto), diâmetro do caule do porta enxerto (medido próximo a enxertia abaixo do tumor do enxerto). Os dados foram coletados após o transplantio das mudas em campo, nos meses de Agosto de 2013 a Janeiro de 2014, avaliados mensalmente. Os dados foram analisados por meio de análise descritiva, com base na média das repetições.

Resultados e DiscussãoNão houve efeito significativo entre os tratamentos avaliados, as variedades híbridas de atemoia teve

nos 6 meses posteriores ao transplantio em campo um desenvolvimentos vegetativo estaticamente igual pelo Teste de Tukey a 10 % de significância.

Nas figuras1,2,3,4 e 5, que demonstra os itens avaliados do desenvolvimento vegetativo, em função dos meses, agosto de 2013 a janeiro de 2014, com comparativo entre as duas variedades. Observa-se pouca discrepância dos dados coletados, mostrando um crescimento próximo das características avaliadas.

Figura 1 Diâmetro do caule (A), número de folhas (B), número de brotos (C) e diâmetro (D) do portaenxertodas variedades hibridas de atemoia, Gefner e Thompson, em função dos meses, agosto de 2013 a janeiro de 2014, período de pós transplantio em campos.

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Figura 2 Diâmetro do maior broto das variedades hibridas de atemoia, Gefner e Thompson, em função dos

meses, agosto de 2013 a janeiro de 2014, período de pós transplantio em campos.

Apesar de não haver diferença significativa estatisticamente para todas as variáveis avaliadas, observa-se um melhor desempenho do híbrido Thompson.

Conclusões

O desenvolvimento inicial pós-plantio dos híbridos Gefner e Thompson são semelhantes para as condições edafoclimáticas do Município de Januária.

Avaliações futuras serão necessárias até avaliar o aspecto produtivo de cada híbrido.

AgradecimentosÀ FAPEMIG pela concessão da bolsa de Iniciação Cientifica, Instituto Federal do Norte de Minas

Gerais- Campus Januária pela oportunidade da execução da pesquisa, ao orientador e aos colaboradores.

Literatura citadaPINTO, A .C. de Q. Agronomy. Chapter 10. In: PINTO, A.C. de Q.; CORDEIRO, M.C. R.; ANDRADE, S. R. M. de; FERREIRA, F. R.; FILGUEIRAS, H. A. de C.;ALVES, R. E.; KINPARA, D. I. (Ed.). Annonaspecies. Southampton: InternacionalCentreofUnderUtilisedCrops, Universityof Southampton, 2005. p. 71-126. LEDO, A. Resposta de três gravioleiras (Annonamuricata L.) a dois métodos deenxertia. 1991. 52 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal deViçosa, Viçosa, 1991. TOKUNAGA, T. A cultura da atemóia. Campinas: CATI, 2000. 80p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreasdo Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 1998. v.2. SANTOS, C. R. et al. Produção de Atemóia no Submédio São Francisco. Embrapa Semi-Árido. Petrolina, 103 (Comunicado técnico). Dez. 2001.

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DESIDRATANDO PARA CONSERVAR: UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO PARA FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA E SUSTENTABILIDADE DE GRUPOS

COMUNITÁRIOS

Gleison Mariano Silva Costa1, Luana Lara de Aparecida Carneiro Araújo1, Everton Lopes Guimarães2. 1Acadêmicos do curso de Agronomia – IFNMG – Campus Januária. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Extensão – PIBEX. Email: [email protected], [email protected] 2Professor do IFNMG – Campus Januária. Mestre em Ciências. Email: [email protected]. Resumo: O projeto Desidratando para Conservar se trata de uma prática intencionista desenvolvida por acadêmicos do curso de Agronomia, tendo como objetivo introduzir e validar, na comunidade local, a desidratação e agregação de verduras e hortaliças desidratadas, de forma a contribuir para a geração de renda e melhorar a qualidade alimentar. Os desidratadores foram construídos utilizando caixas de isopor tendo todo o processo à utilização de energia solar. Após a desidratação dos produtos os mesmos foram agregados a farinha de mandioca conferindo a mesma uma melhor palatabilidade bem como um aumento no seu valor nutricional. Palavras-chave: desidratação, extensão, geração de renda, qualidade alimentar

Introdução Nos municípios do norte mineiro, inclusive Januária, caracterizados pela situação de miséria, pobreza e elevado índice de desnutrição infantil na qual se encontra a maior parte de sua população, vive-se uma realidade agrária na qual a agricultura familiar, juntamente com benefícios do governo e aposentadoria, são as únicas fontes de renda. As culturas agrícolas de maior importância para a comunidade são o feijão, a cana, o milho e a mandioca. A farinha de mandioca produzida na própria comunidade é a principal fonte de alimentação dos agricultores e suas famílias. Esse quadro indicou a possibilidade e, mais ainda, a necessidade da implantação de projetos alternativos que estimulassem a organização e produção na comunidade, visando geração de renda e qualidade alimentar. Diante desse cenário, alunos do Curso de Agronomia do IFNMG/Campus Januária definiram pelo desenvolvimento do projeto DESIDRATANDO PARA CONSERVAR: UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO PARA FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA E SUSTENTABILIDADE DE GRUPOS COMUNITÁRIOS com o objetivo de difundir verduras e hortaliças desidratadas, tornando-o como fonte de renda e agregando os mesmos a farinha de mandioca, aumentando assim o valor nutricional da mesma. Neste sentido, este projeto buscou difundir o consumo de verduras e hortaliças desidratadas agregadas ou não a farinha de mandioca. Este projeto buscou, ainda, o fortalecimento e capacitação em diferentes aspectos do grupo. A ação foi efetivada através da construção e manejo de desidratadores solares e assessoria técnica que viabilizou o desenvolvimento do mesmo, como uma estratégia de fortalecimento de grupos comunitários que buscaram a autonomia e a sustentabilidade econômica. Nosso objetivo foi capacitar e fortalecer a Associação dos bairros Jussara, Eldorado e adjacências, através da extensão, com fins de fomentar a geração de emprego, renda e melhorar a qualidade alimentar, sob bases sustentáveis de auto-gestão e fazer deste um multiplicador na região. O presente projeto é mais uma iniciativa coletiva, que envolve instituição e sociedade, voltada para a solidariedade, melhoria de qualidade de vida, trabalho em equipe, desenvolvimento sustentável, com a preservação ambiental, sem perder de vista a capacitação para que os associados sejam geradores da sua renda e administradores do seu próprio negócio.

Material e MétodosA ação foi efetivada através da construção e manejo dos desidratadores solares, utilizando caixa de isopor, cola de isopor, tela, papel alumínio e vidro, bem como assistência técnica, como uma estratégia de fortalecimento para a comunidade buscando a autonomia, sustentabilidade econômica e qualidade alimentar. A assessoria técnica foi prestada pelos alunos do curso de Agronomia. Os vegetais, após a sanitização, foram brranqueados, cortados em fatias e colocados nos desidratadores. Depois de desidratados os mesmos foram agregados a farinha de mandioca proporcionando uma melhora na palatabilidadee no seu valor nutricional.

Resultados e Discussão

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A desidratação é um processo que consiste na redução de água de um produto por evaporação. Essa desidratação foi realizada através da radiação solar, umidade e corrente de ar. Este processo teve como objetivo assegurar a conservação dos alimentos por meio de redução do seu teor de água que foram alcançados com êxitos. Percebemos que os alimentos, beterraba, cenoura e alho, apresentaram tempos variáveis de desidratação. Pressupomos que este fato se deve as diferenças em suas constituições anatômicas, porém verificamos que os produtos desidratados apresentavam bons aspectos visuais.

ConclusõesO produto final, farinha de mandioca agregada aos alimentos desidratados, foram disponibilizados para degustação durante a feira no CEASA – Januária/MG o qual teve boa aceitação, tanto para os consumidores, bem como para a associação, pois possibilitou, além do aumento do valor nutricional ao produto inicial, promoveu geração de renda, sustentabilidade econômica e ambiental. Diante dos fatos verificamos ao final do projeto que os objetivos foram alcançados de forma satisfatória.

Agradecimentos Cabe colocar que o projeto contou com o apoio do IFNMG- Campus Januária, através do Programa de Bolsas de Extensão coordenado pelo Departamento de Extensão e Integração Instituto-Empresa o qual agradecemos imensamente.

Literatura citadaLIMA, A.C.B. et al. Manual de desidratação de frutas, ervas e hortaliças.Piracicaba: ESALQ - Divisão de Biblioteca e Documentação.2006.48 p. : iI. (Série Produtor Rural, nº 33) http://www.blogsudesign.com.br/2012/01/desidratador-solar-de-frutas.html (acessado em 10/04/2012).

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DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA A PARTIR DE DADOS DE TEMPERATURA MÁXIMA E MÍNIMA

Juscelina Arcanjo dos Santos1, Alice Soares Brito2, Marcelo Rossi Vicente3, Ronaldo Medeiro dos

Santos3

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG/FAPEMIG. Email: [email protected]

2Acadêmica de Engenharia Florestal– IFNMG/Salinas. Bolsista PIBEX/IFNMG.Email: [email protected] 3Professores, D.Sc, IFNMG/Salinas. Email: [email protected]

Resumo:Determinar a evapotranspiração de referência é importante para conhecer as necessidades hídricas das culturas. Existem diversas metodologias para estimativa da evapotranspiração, entretanto requerem quantidade expressiva de elementos climáticos, como o modelo de Penman-Monteith. Éde grande importância o conhecimento dos métodos mais simples de estimativa da evapotranspiração que demandam dados de fácil obtenção e de baixo custo. O presente trabalho objetivou estimar aevapotranspiração de referência a partir de dados de temperatura máxima e mínima para Salinas e região.O método utilizado para estimativa dos valores da ETo foi o de Penman-Monteith-FAO comparado com método Penman-Monteith-FAO apenas com dados das temperaturas máxima e mínima. O método de Penman-Monteith-FAO com dados faltantes gerou bons resultados, sendo que para as regiões em estudo, as estimativas de ETo com dados faltantes com as velocidades de vento de 1 e 2 m s-1, foram as que apresentaram melhores resultado

Palavras–chave: Penman-Monteith, Salinas,temperatura

IntroduçãoDeterminar a evapotranspiração de referência é importante para conhecer as necessidades hídricas das

culturas. Existem diversos equipamentos, metodologias e modelos agrometeorológicos utilizados para estimativa da evapotranspiração, mas alguns modelos requerem quantidade expressiva de elementos climáticos, como o modelo de Penman-Monteith (ORTEGA-FARIAS et al. 2009).

O uso de estações simplificadas que medem temperatura (máxima e mínima) e precipitação tornou-se uma das opções viáveis quando não é possível a utilização de estações meteorológica automática em razão do seu elevado custo inicial e da sua infra-estrutura.

Sendo assim, é de grande importância o conhecimento dos métodos mais simples de estimativa da evapotranspiração que demandam dados de fácil obtenção e de baixo custo. Os métodos baseados na temperatura do ar têm sido frequentemente usados e recomendados (JAHANBANI e EL-SHAFIE, 2010; TRAJKOCIC e KOLAKOVIC, 2009) devido à simplicidade dos cálculos e por exigirem poucos dados de entrada e de fácil obtenção, visto que utilizam apenas um termômetro de temperaturas máxima e mínima do ar.

Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo estimar aevapotranspiração de referência a partir de dados de temperatura máxima e mínima para Salinas e região.

Material e Métodos

As localidades de interesse do trabalho estão apresentadas na Tabela 1, bem com as coordenadas geográficas, altitude e número de anos de dados climáticos.

Tabela 1 Localização, latitude, longitude, altitude e número de anos de dados disponíveis

Local Latitude

(sul) Longitude (oeste)

Altitude (m)

N° de anos de Dados

Araçuaí 16°50’59” 42°17’25” 307 17

Itamarandiba 17°51’26” 42°51’32” 910 17

Diamantina 18°14’58” 43°36’01” 1113 9

Pedra Azul 16°00’19’ 41°17’50” 617 7

Salinas 16°10’13” 42°17’25” 471 6

Os dados climáticos disponíveis foram: temperaturas máxima, mínima e média do ar, radiação ou

horas de brilho solar, umidade relativa e velocidade média do vento, além de precipitação. O método utilizado para estimativa dos valores da ETo foi o de Penman-Monteith-FAO (ALLEN et

al., 1998). Utilizou os procedimentos estabelecidos no boletim da FAO Nº 56 para a utilização do método

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Penman-Monteith-FAO apenas com dados das temperaturas máxima e mínima. Assim, determinou-se a radiação solar e umidade relativa utilizando dados de temperatura e testou-se quatro velocidades de vento: PM-1; PM-2, PM-3 e PM-4, para as velocidades de vento correspondentes à 1, 2, 3 e 4 m s-1 , respectivamente, para cada localidade em estudo.

A comparação foi feita entre o método padrão Penman-Monteith-FAO e o próprio método de Penman-Monteith-FAO utilizando apenas os dados de temperatura e velocidades de vento estimadas. Para comparação e análise dos resultados, foi utilizado os critérios propostos por JENSEN et al. (1990), seguindo-se procedimentos empregados por Bonomo (1999) e França Neto et al. (2011).

Resultados e Discussão

Observa-se na Tabela 2 os valores estimados de ETo pelo método Padrão e os valores estimados com dados faltantes em diferentes velocidades. Foi realizada uma comparação entre os dados e foi possível perceber que as velocidades 1 e 2 foram as que mais se aproximaram do método Padrão. Nas cidades de Araçuaí, Itamarandiba e Salinas os valores de PM-1 e PM-2 superestimaram a ETo em relação ao método de PM, já nas cidades de Diamantina e Pedra azul os valores subestimaram os valores comparado ao método Padrão.

As cidades Araçuaí Itamarandiba e Salinas apresentaram os melhores resultados de ETo com a velocidade 1.Araçuaí e Itamarandibaforam as que apresentaram maiores coeficientes de determinação (r²) e maiores valores do erro Padrão (SEE).

As cidades de Diamantina e Pedra Azul foram as que apresentaram os menores erro padrão (SEE), para essas cidades os valores de velocidade 2 apresentam melhores resultados.

Tabela 2 Evapotranspiração média diária (ETo), mm d-1; percentagem (%) em relação ao método-padrão

(PM); erro-padrão de estimativa (SEE) em relação ao método padrão, mm d-1; erro-padrão de estimativa ajustado (SEEa) pela regressão, mm d-1; coeficiente de determinação para a regressão ajustadae, parâmetros de ajuste da equação de regressão ajustada (a e B), para as cidades em estudo

Método ETo

(mm d-1) %

SEE (mm d-1)

SEEa (mm d-1)

r² a B

AraçuaíPM 4,00 100 - - - - -

PM-1 4,44 111 0,528 0,248 0,93 1,4383 0,7500 PM-2 4,88 122 0,952 0,289 0,91 2,1436 0,6851 PM-3 5,27 131,8 1,338 0,374 0,86 2,7433 0,6319 PM-4 5,61 140,3 1,681 0,482 0,78 3,2605 0,5874

DiamantinaPM 3,54 100 - - - - -

PM-1 3,28 92,7 0,400 0,328 0,8316 0,1906 0,8717 PM-2 3,50 98,9 0,275 0,292 0,8618 0,5214 0,8399 PM-3 3,68 104 0,293 0,269 0,8799 0,7971 0,8144 PM-4 3,84 108,5 0,393 0,259 0,8876 1,0254 0,7947

ItamarandibaPM 3,43 100 - - - - -

PM-1 3,82 111,4 0,464 0,263 0,9036 0,7627 0,8912 PM-2 4,15 121 0,762 0,265 0,9023 1,2732 0,8374 PM-3 4,42 128,9 1,036 0,288 0,8865 1,6999 0,7942 PM-4 4,66 135,9 1,276 0,325 0,8602 2,0603 0,7591

Pedra AzulPM 4,06 100 - - - - -

PM-1 3,74 92,1 0,445 0,314 0,8932 0,4855 0,8016 PM-2 4,03 99,3 0,306 0,303 0,8997 0,8004 0,7956 PM-3 4,28 105,4 0,382 0,311 0,8951 1,0646 0,7923 PM-4 4,50 110,8 0,547 0,329 0,8837 1,2881 0,7909

SalinasPM 4,34 100 - - - - -

PM-1 4,38 100,9 0,477 0,507 0,816 1,3091 0,7072 PM-2 4,80 110,6 0,664 0,501 0,8195 1,7594 0,7013 PM-3 5,17 119,1 0,967 0,528 0,8032 0,699 2,1377

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PM-4 5,49 126,5 1,265 0,573 0,7762 0,6992 2,4581

ConclusõesA partir das análises dos resultados, pode se concluir que o método de Penman-Monteith-FAO apenas

com dados das temperaturas máxima e mínima apresentou bons resultados podendo ser facilmente usado para as regiões em estudo. O uso dessa metodologia é uma alternativa viável quando não é possível a utilização do método padrão PM – FAO devido à ausência de dados. Dentre as velocidades testadas as que apresentaram melhores resultados foram a velocidades 1 e 2.

AgradecimentosÀ FAPEMIG, pelo apoio financeiro, ao IFNMG pelo suporte e a todos que colaboraram direta e

indiretamente neste trabalho.

Literatura citadaALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Guidelines for computing crop water requeriments. Rome: FAO, (FAO Irrigation and Drainage, 56), 1998. 308 p BONOMO, R. Análise da irrigação na cafeicultura em áreas de cerrado de Minas Gerais. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa 1999. 224p.Tese (Doutorado) JENSEN, M.E.; BURMAN, R.D.; ALLEN, R.G. Evapotranspiration and irrigation water requeriments. New York: ASCE, 1990. 332 p. ORTEGA-FARIAS, S.; IRMAK, S.; CUENCA, R. H. Special issue on evapotranspiration measurement and modeling. Irrigation Science, New York 28: 1-3, 2009. TRAJKOVIC, S.; KOLAKOVIC, S. Evaluation of reference evapotranspiration equations under humid conditions. Water Resource Management, Amsterdam, 23: 3057-3067, 2009.

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DIFERENTES DOSAGENS E FORMULAÇÕES DE OSMOCOTE® PARA O CRESCIMENTO INICIAL EM VIVEIRO DE Peltophorum dubium (SPRENG.) Taub.

Mateus Felipe Quintino Sarmento1, Tiago Reis Dutra3, Marília Dutra Massad3, Jessica Costa de Oliveira2, Priscila Matos Silva2, Janny Kelly Ramires Souza2, Romulo Ewerton Gomes Sousa2, Rosineide Alves dos

Reis2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected]. 2Acadêmico de Engenharia Florestal. Email:[email protected] ; [email protected] ; [email protected] ; [email protected]; [email protected] 3Professor (a) do IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected] Resumo: O trabalho teve como objetivo avaliar a influência das formulações e dosagens de Osmocote® na otimização de crescimento de Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. na fase de viveiro. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos casualizados no esquema fatorial 2x5, sendo duas formulações Osmocote® (Osmocote® MiniPrill Realise 19-06-10 com liberação total de 3 à 4 meses; Osmocote® Plus com Micro-Nutriente 15-09-12 com liberação total de 5 à 6 meses) e cinco dosagens (0; 2,5; 5,0; 7,5; e 10,0 g dm-3). Avaliaram-se a altura (H), diâmetro do colo (DC) e a relação entre as duas variáveis. O tipo de formulação e a relação H/DC não foram significativos, sendo as doses estimadas de 3,57 g dm-3 e 3,88 g dm-

3as indicadas para altura e diâmetro respectivamente. Palavras–chave: adubo de liberação lenta, canafístula, mudas nativas

Introdução Pertencente à família das Fabaceae, subfamília das Caesalpinioideae, a canafístula (Peltophorum

dubium (Spreng.) Taub.), é uma planta decídua, heliófita, pioneira encontrada nos estados da Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná, principalmente na floresta latifoliada semidecídua. Sua madeira é moderadamente pesada (densidade de 0,69 g/cm³) sendo utilizada na construção civil, marcenaria, tanoaria, carrocerias, dormente, serviço de torno. Essa espécie também é empregada em ornamentação de praças e rodovias devido seu belo florescimento, porém o maior potencial está relacionado as características de rusticidade e rápido crescimento, sendo utilizada para composição de reflorestamentos mistos e recomposição de áreas degradadas (Lorenzi, 2008).

A demanda por espécies arbóreas nativas para fins conservacionistas vem aumentando nos últimos anos devido à efetividade do novo Código Florestal, que propõe a recomposição de vegetação, principalmente em Áreas de Preservação Permanente (APP’s), e as Áreas de Reserva Legal. Essa adequação requer a produção de diversas mudas nativas com alto padrão de qualidade.Sendo assim são necessários estudos que visem à produção mudas de alta qualidade morfológica com um menor custo agregado (Dutra et al., 2013), viabilizando assim a produção em larga escala para suprir o setor.

Dentre os aspectos técnicos a serem observados durante a fase de viveiro visando à obtenção de mudas de qualidade superior para o plantio destaca-se a utilização de uma adubação eficiente, que otimize o crescimento das mudas, buscando a obtenção de parâmetros de qualidade elevados no período de viveiro. Contudo o tipo de adubo e aplicação utilizada pode afetar o desenvolvimento e o custo da muda.

Uma das formas de aplicação dos adubos no período de viveiro seria o parcelamento, principalmente de nitrogênio, evitando assim a perda do mesmo por lixiviação, porém esse método requer adubações constantes, resultando em um custo operacional elevado. Um meio de se contornar esse fator seria a adoção de adubos de liberação lenta, que disponibilizam os nutrientes de forma gradativa quando ocorrem alterações de umidade e temperatura do substrato (Neto & Botrel, 2009), sendo atuante no momento mais ativo das plantas, diminuindo assim o risco de salinizar o solo, por restos de fertilizantes não absorvidos promovendo uma distribuição homogênea dos nutrientes.

Esse material é adquirido no mercado com diversas formulações e tempos de liberação total dos nutrientes, sendo o Osmocote® uma das marcas disponíveis no mercado, que vêm sendo testada em viveiros e no plantio definitivo para diminuir as perdas de nutrientes por lixiviação e reduzir a mortalidade por choque do pós plantio (Lang et al., 2011).

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar formulações de Osmocote® com diferentes tempos de liberação de nutrientes em diferentes dosagens, no crescimento inicial de mudas de canafístula.

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Material e MétodosAs sementes foram coletadas de 10 matrizes localizadas no Município de Salinas - Minas Gerais, em

março de 2013. O trabalho foi conduzido sob condições de viveiro telado, localizado no setor de Agricultura I do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG - CâmpusSalinas).

Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com três repetições, no esquema fatorial 2 x 5, sendo estudado o efeito de duas formulações de Osmocote® (O1: Osmocote® MiniPrill Realise 19-06-10 com liberação total de 3 à 4 meses; O2: Osmocote® Plus com Micro-Nutriente 15-09-12 com liberação total de 5 à 6 meses) e cinco dosagens dos mesmo (0; 2,5; 5,0; 7,5; e 10,0 g dm-3). Cada unidade experimental foi constituída de 12 mudas.

Antes do substrato utilizado (Bioplant®) ser acondicionado em tubetes cônicos com capacidade volumétrica de 55 cm³, o mesmo foi homogeneizado com as dosagens de Osmocote® avaliadas.

Foi realizado a quebra de dormência das sementes de canafístula por meio do método de escarificação com o uso de lixa nº60 e posteriormente imersas em água quente à 95ºC deixadas de repouso fora do aquecimento por 24 horas, à temperatura ambiente.

Após a realização do procedimento de quebra de dormência, as sementes foram desinfetadas em solução de hipoclorito de sódio (2%) por 3 minutos. As mesmas foram semeadas em um número de três sementes por tubete.

Aos 30 dias após a semeadura (DAS) foi feito um raleio deixando apenas uma plântula por tubete, sendo realizada a primeira fertirrigação de cobertura quinzenal com 6mL planta-1 de solução aquosa composta por 4g L-1 de sulfato de amônio, 10g L-1 de superfosfato simples, 4g L-1 de cloreto de potássio e 1g L-1 FTE BR12 (9%Zn, 3% Fe, 2% Mn, 0,1% Mo, 1,8% B, 0,8 Cu).

Aos 60 DAS foram avaliados a altura da parte aérea (H; cm) com o auxílio de uma régua milimetrada, o diâmetro do colo (DC; mm) por meio de um paquímetro digital, além da relação entre as duas variáveis (H/DC).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, quando o efeito do tipo de formulação do adubo de liberação lenta foi significativo, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Os efeitos das dosagens foram analisados por meio de regressões, e o valor de F foi corrigido; sendo apresentadas somente as equações cujos coeficientes de maior grau foram significativos (p < 0,05).

Resultados e DiscussãoNão ouve efeito significativo da interação entre os principais fatores avaliados nesse trabalho para

nenhuma das características avaliadas, ocorrendo apenas o efeito isolado das doses de Osmocote® avaliadas para as variáveis, altura da parte aérea e diâmetro do coleto.

Notou-se uma resposta quadrática da altura e diâmetro das mudas de canafístula às doses avaliadas (Figura 1). A dosagem estimada para o máximo crescimento em altura e diâmetro foi respectivamente de 3,57 g dm-3 e 3,88 g dm-3.

A proximidade das doses de máxima eficiência para o crescimento em altura e diâmetro abre a possibilidade de adoção de uma dose padrão de Osmocote® para a produção de mudas de canafístula. Esse resultado torna-se de grande importância uma vez que o uso de uma adubação padrão além da maior facilidade de manejo também é capaz de proporcionar um crescimento equilibrado de H e DC, assegurando uma maior qualidade das mudas produzidas.

Resultado semelhante foi encontrado por Brachtvogel & Malavasi (2010), na produção de mudas de Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. na qual foram estudados o efeito de NPK (15-70-10 + fritas) e fertilizantes de liberação lenta (FLL) em adubação padrão (3,5 gdm-3) e dosagem metade da padrão (1,75gdm-3) de Basacote® Plus 3M 16-8-12(+2+5) + micronutrientes em diferentes recipientes, sendo que a utilização dos FLL em proporção padrão, proporcionaram valores superiores aos da adubação convencional por NPK e de metade de FLL, tanto para altura quanto diâmetro, sendo esses valores afetados apenas pelo uso de diferentes recipientes.

Esses resultados demonstram a importância de se utilizar os FLL na produção de mudas de canafístula, uma vez que otimiza o crescimento de variáveis importantes para o período de viveiro, proporcionando mudas de qualidade superior.

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Dose (g dm-3)

0,0 2,5 5,0 7,5 10,0

Alt

ura

(cm

)

0

2

4

6

8

10

12

14

y = 6,037 + 3,773** x - 0,529** x²R² = 0,976

Dose (g dm-3)

0,0 2,5 5,0 7,5 10,0

Diâ

met

ro d

o co

leto

(m

m)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

y = 1,576 + 0,659* x - 0,085** x²R² = 0,955

Figura 1 Alturada parte aérea e diâmetro do coleto de muda de canafístulaaos 60 dias após semeadura submetidas a diferentes doses de Osmocote®

Conclusões

Nas condições avaliadas as doses estimadas de Osmocote® que proporcionaram o maior desenvolvimento em altura e diâmetro do colo das mudas de Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. foram as de 3,57 g dm-3 e 3,88 g dm-3, respectivamente.

AgradecimentosAo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – CâmpusSalinas pela concessão de bolsas de

Iniciação Científica.

Literatura citadaDUTRA, T.R.; MASSAD, M.D.; SARMENTO, M.F.Q.; OLIVEIRA, J.C. Substratos e métodos de quebra de dormência para produção de mudas de canafístula. Revista Ceres, v. 60, n 1, p.001-007, jan/fev, 2013. LORENZI, H., Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 5. ed. V. 1. Nova Odessa: Plantarum, 2008. 384p. LANG, A.; MALAVASI, U.C.; DECKER, V.; PÉREZ, P.V.; ALEIXO, M.A.; MALAVASI, M.M. Aplicação de Fertilizantes de Liberação Lenta no Estabelecimento de Mudas de Ipê-Roxo e Angico-Branco em Área de Domínio Ciliar, Floresta, Curitiba, Paraná, v.41, n.2, p.271-276, abr./jun., 2011. NETO, A.W. & BOTREL, M.C.G. Doses de Fertilizantes de Liberação Lenta na Produção de Mudas de Pinus, Agrarian, v.2, n.3, p.65-72, jan./mar., 2009. BRACHTVOGEL, E.L. & MALAVASI, U.C. Volume de recipiente e sua forma de mistura ao substrato no crescimento inicial de Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert em viveiro, Revista Árvore, Viçosa, v. 34, n. 2, p. 223-232, 2010.

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DIVERSIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE MATA CILIAR DA BARRAGEM DE SALINAS/MG

Izabella Luzia Silva Chaves1, Romulo Ewerton Gomes Sousa2, Renan Alves Santos2, Janny Kelly Ramires Souza2, Érika Susan Matos Ribeiro2, Brender Antônio de Souza Otoni, Kyara Lauanna Rodrigues², Santina

Aparecida Ferreira Mendes3, Vinícius Orlandi Barbosa Lima4

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG. Email: [email protected]; 2Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected];

3Professora do IFNMG/Salinas M.s. em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Salinas, Depto. Engenharia Florestal. Email: [email protected] Resumo: O objetivo do trabalho foi realizar uma descrição qualitativa das espécies arbóreas encontradas em um trecho de mata ciliar na barragem de Salinas/MG. Para isto, efetuou-se uma amostragem com 10 parcelas de área fixa de 400m², onde catalogou-se as espécies com diâmetro a altura do peito igual ou maior que cinco centímetros. Foram encontradas 32 espécies pertencentes à 6 famílias identificadas, sendo a Fabaceae com maior número de espécies e a Anacardiaceae com maior número de indivíduos. Esses resultados confirmam que em trechos de mata ciliar na região Norte de Minas Gerais, são constituídas homogeneamente por Myracrodruon urundeuva (136). Concluiu-se que o número de espécies estavam em conformidade com a curva característica de levantamento florístico. As ações antrópicas no local podem ter influenciado na diversidade de espécies na floresta ciliar estudada.

Palavras–chave: barragem, floresta, levantamento florístico

IntroduçãoAs matas ciliares são florestas situadas ao longo de cursos d’água, essa cobertura vegetal é importante

para manutenção do ciclo hidrológico, diminuindo o processo de erosão e assoreamento de rios, barragens e demais cursos d’água (PRIMO & VAZ, 2006). Apesar de sua importância, as formações florestais presentes nestas áreas estão sendo degradadas. Nessas regiões, a fitofisionomia é constituída de fragmentos em menor proporção ou inexistente (MARCHI & JARENKOW, 2008).

O fluxo gênico e a diversidade genética das populações vegetais dessas áreas são enormes, contudo a expansão agrícola e outras ações antrópicas vêm reduzindo a faixa de mata ciliar, como pôde ser observado em trechos da barragem de Salinas, no município de Salinas/MG. As evidências apontadas com relação à importância da conservação das florestas ciliares e às proteções legais a que elas estão sujeitas, não são suficientes para a sua preservação. O que torna mais crítico esse fato é a escassez de estudos sobre esse ecossistema (MEYER, 2004). Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivos realizar um levantamento florístico do componente arbóreo de mata ciliar e estimar a suficiência amostral em um trecho da mata ciliar da barragem de Salinas.

Material e Métodos

A área estudada compreendeu um trecho de 1600 metros às margens da barragem de Salinas, município de Salinas/MG, situada entre os pontos de coordenadas geográficas UTM 789040 E, 8217901 S e 788674 E 8218110 S. O levantamento foi realizado por uma amostragem sistemática, onde foram distribuídas 10 parcelas de 20 por 20 metros, instaladas equidistantes a cada 120 metros, localizadas a uma distância longitudinal de 10 metros a partir do nível máximo da barragem (495 metros de altitude), contemplando 1% da área amostral. O estudo foi realizado entre os meses de outubro de 2013 e janeiro de 2014. O critério de inclusão foi apenas espécies com DAP (diâmetro a altura do peito a 1,3 m da base da árvore) maior ou igual a cinco centímetros. As espécies foram agrupadas em famílias botânicas seguindo o sistema APGII. A partir dos dados coletados gerou-se a curva espécie x área para verificar a suficiência amostral.

Resultados e Discussão

As espécies identificadas foram agrupadas em seis famílias botânicas (Figura 1): Fabaceae (14), Anarcadiaceae (3), Bignoneaceae (2), Myrtaceae (2), Moraceae (1) e Solanaceae (1). Foi observado um total de 32 espécies no trecho estudado, sendo 9 não identificadas. As espécies mais frequentes no levantamento foram Myracrodruon urundeuva e Anadenanthera peregrina, aparecendo respectivamente em 90 e 60% das unidades amostrais. Estas também apresentaram maior densidade de indivíduos, sendo Myracrodruon urundeuva com 136 indivíduos e Anadenanthera peregrina com 12 indivíduos. A curva característica de espécies presentes por parcela foi descrita na Figura 2.

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Figura 1 Número de espécies registradas por família botânica.

Figura 2 Curva de acumulação de espécies utilizando a ordem de observação dos dados (linha irregular) e

curva característica (linha contínua) para um trecho de mata ciliar.

Diante destes resultados, percebe-se, em conformidade com Santos (2007), uma predominância de Myracrodruon urundeuva e Anadenanthera peregrina, sendo que a primeira representou 3,92% de indivíduos da amostra total. Registrou-se que a família Fabaceae foi a que apresentou a maior riqueza de espécies, representando 60,86% do total das espécies amostradas. Para Carvalho et al. (2005) esta família possui valor de importância considerável em altitudes inferiores a 1.500 metros.

A curva do número de espécies demonstrou ser uma curva característica do levantamento florístico, onde a quantidade de espécies tende a estabilizar conforme se aumenta a área amostral. Contudo, percebe-se ainda uma inclinação considerável da curva no sentido ascendente, indicando que uma maior quantidade de parcelas ou parcelas com maiores áreas deverão proporcionar o registro de um maior número de espécies. No trecho de floresta avaliado a diversidade de espécies também pode ter sofrido influência da sua posição no perfil topográfico, visto que as parcelas foram locadas praticamente na mesma altitude média e distância em relação à barragem. No levantamento é importante ressaltar que foi registrada a presença de uma espécie exótica, Syzygium jambolanum (jambolão), onde sua ocorrência pode estar atribuída às ações antrópicas, com vestígios de supressão da regeneração natural e trilhas utilizadas por pescadores.

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ConclusãoA família Fabaceae foi a mais representativa quanto a diversidade de espécies e Myracrodruon

urundeuva (Anarcadiaceae) foi a espécie com maior densidade de indivíduos na amostra. Este levantamento florístico ainda é incipiente diante da área total de influência da barragem de

Salinas, podendo subsidiar projetos que tem por intuito a recuperação da sua mata ciliar.

AgradecimentosAo IFNMG/Campus Salinas pela concessão de bolsa institucional.

Literatura citadaCARVALHO, D.A.; OLIVEIRA FILHO, A.T.; BERG, E.V.; FONTES, M.L.; VILELA, E.A.; MARQUES, J.J.G.M.; CARVALHO, W.A.C. Variações florísticas e estruturais do componente arbóreo de uma floresta ombrófila alto-montanha às margens do Rio Grande, Bocaina de Minas, MG, Brasil. Acta Botânica 19:91-109, 2005. MARCHI, T.C. & JARENKOW, J.A. Estrutura do componente arbóreo de mata ribeirinha no rio Camaquã, município de Cristal, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Série Botânica 63: 241-248, 2008. MEYER, S. T. Composição florística da vegetação arbórea de um trecho de floresta de galeria do Parque Estadual do Rola-Moça na região metropolitana de Belo Horizonte, MG, Brasil. Acta Amazônia 4:701-709, 2004. PRIMO, D.C. & VAZ, L.M.S. Degradação e perturbação ambiental em matas ciliares: estudo de caso do rio Itapicuruaçu em Ponto Novo e Filadélfia Bahia. Diálogos & Ciência 7:1-11, 2006. SANTOS, R.M.; VIEIRA, F.A.; GUSMÃO, E.; NUNES, Y.R.F. Lorística e estrutura de uma floresta estacional decidual, no Parque Municipal da Sapucaia, Montes Claros (MG). Cerne 13: 3-12, 2007.249p.

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EFEITO DA QUALIDADE SANITÁRIA NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE GIRASSOL

Natan Mendes Fonseca,1 Maria Ranielle Viera da Silva1, Luana da Silva Botelho2, Francisco Bezerra3, Rildo

Araújo Leite4 1Acadêmico de Produção de Grãos – IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da CNPq. Email: [email protected]; [email protected] 2Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Genética e Melhoramento de Plantas. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Engenharia Agrícola. Email: [email protected] Resumo: O girassol (Helianthus annuus L.) é uma planta cultivada nos cinco continentes, com grande importância na economia mundial e figura, juntamente com a soja e a canola, como uma das três mais importantes culturas anuais produtoras de óleo do mundo. Vários fatores podem interferir na manutenção da qualidade dessas sementes durante sua produção, armazenamento e comercialização. Assim este trabalho tem como objetivo detectar e identificar os fungos presentes em sementes de girassol submetidas ao tratamento químico de sementes e verificar o efeito desses fungos sobre a germinação dessas sementes. De uma maneira geral, o tratamento químico proporcionou uma redução drástica, para todos os fungos identificados. Não houve diferença significativa na porcentagem de plântulas normais, independente do lote, exceto para o tratamento 4 (lote de sementes tratadas, Paraíso 68 CL, onde valores de germinação foram de 69%, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. As espécies de fungos mais frequentemente observadas foram Alternaria sp., Aspergillus spp., Penicillium sp. e Cladosporium sp. Foram obtidos resultados satisfatórios com o tratamento das sementes com fungicida, contudo verificou-se o efeito fitotóxico na germinação das sementes para aquelas tratadas com fungicidas. Torna-se necessário testar diferentes dosagens e produtos para controlar fungos associados às sementes e evitar efeitos fitotóxicos, garantindo a produção de plantas sadias visando à produtividade. Palavras-chave: fungicidas, germinação, Helianthus annuus, sanidade

IntroduçãoA cultura do girassol no Brasil tem grande importância na alimentação humana, animal, produção de

biodiesel e dentre outras. Dentre os fatores que podem afetar a produção a presença de patógenos associados às sementes vem sendo relatada como uma das principais causas de baixa germinação, estabilização do estande e garantia de melhores produções (Machado, 2000). A ocorrência de doenças na cultura vem sendo um fator limitante à cultura. Estima-se que as doenças causem anualmente perda de 12% da produção mundial Mediante a isso trabalhos que evidenciam a qualidade das sementes tornam-se importantes para o aumento da produtividade e qualidade do produto final. Diante das dificuldades de estudos na região do Norte de Minas Gerias sobre informações de lotes de sementes com a qualidade sanitária conhecida e seus efeitos na qualidade fisiológica das sementes, propôs neste trabalho como objetivo central avaliar a qualidade fisiológica de lotes com germinação semelhante, complementando as informações fornecidas pelo teste de sanidade verificando assim o efeito de fungos na qualidade fisiológica de sementes de girassol.

Metodologia O experimento foi conduzido no laboratório de Microbiologia no Instituto Federal do Norte de Minas

Gerias – Campus Arinos/MG. Foram avaliados lotes de sementes tratadas com fungicidas e não tratadas , sendo que o tratamento 1 (T1), lote 63; tratamento 2 (T2), lote 637; tratamento 3 (T3) lote Paraíso 33; tratamento 4 (T4), lote Paraíso 6CL onde os lotes T1 e T2 são do ano de 2013 e lotes T3 e T4 referentes ao ano de 2012. Os testes realizados nas amostras de sementes de girassol foram: teste de germinação, sendo que foi conduzido com quatro repetições de 50 sementes por tratamento, em substrato de papel germitest, umedecido com água destilada 2,5 vezes o peso do papel no sistema de rolos. Após a montagem dos rolos, estes foram levados à bancada do laboratório de microbiologia, à temperatura ambiente 25ºC, onde permaneceram por sete dias. Na avaliação, foram computadas porcentagens de plântulas normais, anormais e sementes mortas, segundo Brasil, 2009. Realizou-se o teste de emergência em solo onde sementes foram semeadas em copos plásticos de 200ml contendo areia. Foram utilizadas quatro repetições de 20 sementes por tratamento, semeadas na profundidade de 1,5 cm. Após a semeadura, os copos foram distribuídos ao acaso em na bancada do laboratório de microbiologia, com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de 12 horas. A irrigação dos copos foi realizada a cada dois dias, com volumes iguais de água para cada copo plástico. As avaliações foram realizadas, aos sete e vinte e um dias após a semeadura, computando-se o número de

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plântulas normais. Já o teste de sanidade, realizado pelo método de incubação em substrato de papel, testandosementes tratadas e não tratadas, em número de 200 (8 repetições de 25 sementes por placa de 15 cm de diâmetro). As placas foram mantidas em temperatura ambiente à 22ºC em regime alternado de 12 horas de luz e 12 horas de escuro. Aos sete dias após a semeadura realizou–se a avaliação do teste por meio de observação da presença de cada fungo nas sementes com auxílio de um microscópio. Todos os testes foram de acordo com as regras de analise de sementes para o girassol (Brasil, 2009). A análise estatística foi realizada com utilizando o programa Sisvar. O delineamento experimental utilizado nos ensaios foi inteiramente casualisado.

Resultados e discussão

Observou-se que os lotes de sementes apresentavam-se com germinação acima de 80 %. Com exceção do tratamento 4 onde pode-se constar valores médios de 69%, diferindo-se estatisticamente dos demais tratamentos, cujo os valores de germinação foram 90%, 88% e 87%, respectivamente (Figura 1A).O tratamento 4 refere-se ao lote de sementes tratadas com fungicida (produto não divulgado pela empresa) e a baixa germinação pode ser explicada pelo fato do lote ter sido armazenado por um longo período de tempo após o tratamento (em torno de oito meses). Outro motivo pode estar relacionado com a dosagem do produto utilizada não ser adequada podendo a vir interferir na qualidade fisiológica das sementes. Pode-se inferir que o produto utilizado no tratamento do lote 3 (lote tratado com fungicida) foi melhor em relação ao tratamento 4, uma vez que ambos lotes ficaram no mesmo tempo de armazenamento. Vale ressaltar que a diferença entre o T3 para o T4 foi à dosagem do produto sendo utilizada uma dosagem maior no T4. A eficácia do tratamento químico pode ser influenciada por vários fatores dentre eles os métodos de aplicação de fungicidas, dosagens, condições de preservação das sementes após o tratamento, e o intervalo entre o tratamento e a semeadura dentre outros fatores. Em relação ao teste de sanidade realizado pode-se verificar que o tratamento de sementes reduziu de forma significativa à incidência da maioria dos fungos detectados. Na figura 1B encontram-se os fungos mais freqüentes detectados nas diferentes amostras de sementes de girassol. Os fungos detectados podem ser divididos em fungos de campo e de armazenamento. Os fungos do campo estabelecem-se na semente antes da colheita, ou seja, no período do seu crescimento e maturação. Após as sementes serem colhidas e armazenadas, estão sujeitas a invasão por um grupo de fungos designados como de armazenamento e os principais gêneros são Aspergillus e Penicillium (SOAVE;WETZEL, 1987).As espécies de fungos Cladosporium sp. e Alternaria alternata, também foram detectadas nas sementes de girassol. Em relação aos fungos de armazenamentos detectados encontram-se Aspergillus sp. e Penicillium sp., estes são relatados por diversos autores como os principais gêneros de fungos associados às sementes durante o armazenamento em condições inadequadas (NEERGAARD, 1977; DHINGRA, 1985). Aspergillus spp. foi detectado em maior incidência no T2 em relação os demais tratamento e já nas sementes tratadas a incidência foi baixa ou nula. Várias implicações decorrentes da associação de microrganismos com sementes podem ser citadas, como deteriorações de sementes durante armazenamento, decréscimos na germinação, transformações bioquímicas, produção de toxinas, modificações celulares, entre outras (MACHADO, 2000). Essas alterações podem causar anormalidades em plântulas, porém não ficou evidenciada essa relação em todos os tratamentos. Sendo assim, a incidência do fungo Aspergillus foi de 32 % para - (T1) e 45% para (T2). A presença deste parasita, comum em sementes, está ligado ao fato de não ter sido realizado o pré-tratamento das sementes. Fungos como Aspergillus e Penicillum , quando sua incidência é maior que 30 % interferem significativamente na qualidade fisiológica. Já para Penicillium sp. a incidência para os lotes T1 e T2 foram de 10% e 12%, respectivamente. A presença significativa deste parasita, tão comum em sementes, está fortemente associada ao fato de não se ter realizado o pré-tratamento das sementes. Estes fungos apesar de não serem os principais fitopatógenos causadores de doenças no girassol, são importantes fungos de armazenamento (SOAVE; WETZEL, 1987). Foi evidenciada, também no ensaio, a presença também do fungo Alternaria sp. A mancha de alternaria, causada pelo fungo Alternaria helianthi, é o principal problema fitossanitário do girassol (Moraes et al., 1983), causando crestamento em todos os estágios de crescimento. Lesões causadas por esse fungo desenvolvem-se mais rapidamente em folhas e plantas no estádio de enchimento de grãos e em folhas velhas. A sua presença como contaminante nas sementes é capaz de causar alto índice de doença, redução do estande, massa verde e altura de plantas. (Salustiano. M.E, 2005). Porém neste trabalho foi identificado apenas em nível de gênero e não de espécie, mas especula-se que pode ser Alternaria helianthi. Mediante a alguns resultados já analisados houve uma redução do estande inicial para o estande final. Observou-se que ocorreu presença de patógeno nas plântulas causando morte. Pode-se inferir que houve transmissão dos patógenos da semente para a plântula causando doença, porém ainda não identificadas.

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Figura 1 (A) Resultado de germinação de semente de girassol nos diferentes tratamentos; (B)- resultado

da qualidade sanitária de sementes de girassol nos diferentes tratamentos.

Conclusão A presença de patógenos como contaminante de sementes de girassol é capaz de causar doença e

redução do estande de plantas. A presença de fungos interfere na qualidade fisiológica e sanitária de sementes de girassol

AgradecimentosAgradecimento aos Programas Institucionais (FAPEMIG, CNPq e IFNMG) e COPABASE parceira

na obtenção de lotes de sementes.

Literatura citadaBRASIL.Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes.Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 336p. DHINGRA, O. D. MUCHOVEJ, J. J.; CRUZ FILHO, J. Tratamento de sementes (Controle de patógenos). Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 1980. 121p. MACHADO, J. da C. Tratamento de sementes no controle de doenças. Lavras: LAPS/UFLA/FAEPE, 2000, 138 p. NEERGAARD, P. Seed pathology. London : Macmillan, 1977. 2v. POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIPLAN, 1985. 289p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Regras para análise de sementes. Brasília. SNDA/DNPV/CLAV,1992. 365p. SOAVE, J.; WETZEL, M.V.S. Patologia de sementes, Campinas: Fundação Cargill, 1987, p.340-40

A B

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EFEITO DA UTILIZAÇÃO DE CAMA SOBREPOSTA NO DESEMPENHO DE SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO E O IMPACTO SOBRE A CARGA PARASITÁRIA

Larissa Alves Matos1, Leonarda Rocha Magalhaes2, Arthur Almeida Tupy3, Vanessa Paulino da Cruz Vieira4, Antônio Roque Sarmento de Oliveira5

1Estudante do curso Técnico em Agropecuária– IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected], [email protected] 2Acadêmica de Medicina Veterinária– IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 3Acadêmico de Medicina Veterinária– IFNMG/Salinas.Email: [email protected] 4Professora do IFNMG/Salinas, D.Sc. Ciências Veterinárias, Área de concentração: Parasitologia Veterinária. Email: [email protected] 5Professor do IFNMG/Salinas, M.Sc. Educação Agrícola. Email: [email protected] Resumo: O uso cama sobreposta (deepbedding) para criação de suínos nas fases de crescimento e terminação é uma tecnologia recente no Brasil. O objetivo do presente projeto foi avaliar o efeito da utilização de cama sobreposta na produção de suínos do IFNMG – Salinas, e avaliar sua influência sobre a carga parasitária. O experimento foi conduzido no Setor de Zootecnia II do referido Instituto, no período de março a dezembro de 2013. Foram avaliados tratamentos (2 baias), constituídos de cama de maravalha e um sistema controle com piso compacto de concreto. Cada baia continha dez suínos F1 (Landrace x Large White). Os animais foram pesados semanalmente e a temperatura máxima e mínima aferida diariamente. Para a avaliação da carga parasitária, foram realizadas, semanalmente, coleta de amostras fecais. A contagem dos ovos de helmintos foi realizada através da técnica de Gordon e Whitlock. As médias das temperaturas mínima e máxima foram 20,1 e 30,5°C e 20,3 e 29°C, nas baias maravalha e controle, respectivamente (Tabela 1). Não foram observados ovos de helmintos nos exames coproparasitológicos em nenhum dos grupos. Os pesos médios dos suínos ao final do experimento foram de 583 e 558 quilogramas nas baias do grupo controle e maravalha, respectivamente. Diante desses resultados, conclui-se que o uso da maravalha não apresentou influência sobre o peso, temperatura e carga parasitária dos animais, porém pôde-se observar a redução dos efluentes poluentes que seriam despejados no ambiente.

Palavras–chave: deepbedding, helmintos, produção, suínos

IntroduçãoA suinocultura é reconhecida como sendo uma das atividades agropecuárias de maior potencial

poluente devido à geração de grande volume de efluentes com elevada carga de matéria orgânica e nutrientes. Como consequência, nas últimas décadas, as questões ambientais têm sido recorrentes nos fóruns de discussões referentes à atividade, tanto no Brasil como nos demais países produtores (TIQUIA, 2005).

A estrutura da produção de suínos no Brasil mudou drasticamente nas últimas décadas, atualmente, no entanto, as matérias-primas utilizadas na alimentação dos animais são produzidas em regiões diferentes daquelas onde os suínos são criados deste modo, nas áreas de grande concentração de suínos se produzem dejetos em quantidade superior à capacidade de absorção do solo, extrapolando a recomendação técnica de sua utilização como adubo, provocando a degradação ambiental (BARTELS, 2001).

O uso cama sobreposta (“deepbedding”) para criação de suínos nas fases de crescimento e terminação, é uma tecnologia recente no Brasil, sendo que apenas nos últimos cinco anos é que alguns produtores começaram fazer uso dela. A Embrapa Suínos e Aves iniciou as pesquisas com esse sistema em 1993, quando estudou diferentes tipos de substratos usados como leito (maravalha, serragem, sabugo de milho, palha e casca de arroz), com acompanhamento sanitário dos animais. O sistema de produção em cama sobreposta apresenta algumas vantagens e desvantagens em relação ao sistema convencional. As vantagens estão relacionadas, principalmente, ao menor custo de investimento em edificações e manejo de dejetos, melhor conforto e bem estar animal e melhor aproveitamento da cama como fertilizante agrícola, devido a concentração de nutrientes e redução quase total da água contida nos dejetos (JONGBLOED; LENIS, 1998).

A presença de parasitos intestinais não deve ser ignorada. Mudanças nos sistemas de criação diminuem as taxas de infecção, mas os agentes podem persistir mesmo em propriedades com boas práticas de manejo. Apesar deste grande desenvolvimento da suinocultura intensiva, pouco se sabe acerca da ocorrência de parasitos internos nesta população animal, bem como a influência exercida pelo manejo empregado na sua criação (ROEPSTORFF; NANSEN, 1994).

Diante dos fatos expostos, no caso de não se dispor de áreas para a aplicação integral dos resíduos produzidos pela criação de suínos, deve-se considerar a produção de fertilizante sólido (compostagem, cama sobreposta), como uma alternativa promissora para a exportação dos nutrientes para regiões menos saturadas.

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Sendo assim, o objetivo do presente projeto é avaliar o efeito da utilização de cama sobreposta na produção de suínos do IFNMG – Campus Salinas, e avaliar sua influência sobre a carga parasitária.

Material e MétodosO experimento foi conduzido no Setor de Zootecnia II do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do

Norte de Minas Gerais, localizado no município de Salinas, MG, Brasil (Latitude -16° 10’ 13’’ S e Longitude -42° 17’ 25’’ W), no período de março a dezembro de 2013. Foram avaliados tratamentos (2 baias), constituídos de cama de maravalha, 0,50 m (T1) e um sistema controle com piso compacto de concreto (T2).

As baias utilizadas foram dispostas lado a lado, com 7,0 m2 cada uma (2,0 x 3,5 m), e área de 1,4 m2 por suíno. A cama foi disponibilizada no volume de 0,35 m3 no T1 por animal. A edificação apresentava cobertura de telha branca de barro, com 5,2 m de pé direito e divisórias internas e externas de alvenaria de 0,80m de altura; outrossim, cada baia possuía um comedouro convencional tipo cocho e um bebedouro tipo nipple.

Foram avaliados 20 animais F1 (Landrace x Large White), sendo 10 em cada baia (5 machos castrados e 5 fêmeas). A avaliação ocorreu dos 103 aos 145 dias (42 dias de terminação).

Ao final do experimento, os suínos foram pesados em balança eletrônica e o peso médio foi calculado. Durante o período experimental foram anotadas às 13:00 horas, a temperatura máxima e mínima do ambiente com o uso de termômetro instalado a uma altura correspondente à dos animais.

Para a avaliação da influência da utilização da cama sobre a intensidade parasitária dos suínos, foram realizadas, semanalmente, coleta de amostras fecais nas baias dos dois tratamentos, diretamente da ampola retal, obtendo-se um pool de amostras. As mesmas foram acondicionadas em sacos plásticos limpos devidamente identificados, para encaminhamento ao laboratório, onde as análises coproparasitológicas foram realizadas. A contagem dos ovos de helmintos foi realizada através da técnica de Gordon e Whitlock, verificando-se a ausência ou presença de ovos nas amostras coletadas, bem como a carga parasitária.

Resultados e Discussão

As médias das temperaturas mínima e máxima foram 20,1 e 30,5°C e 20,3 e 29°C, nas baias maravalha e controle, respectivamente (Tabela 1). Não foram observados ovos de helmintos nos exames coproparasitológicos em nenhum dos grupos. Os pesos médios dos suínos ao final do experimento foram de 583 e 558 quilogramas nas baias do grupo controle e maravalha, respectivamente. Tabela 1 Média da temperatura máxima e mínima aferida durante todo o período experimental.

SemanaBaia com maravalha T1 Baia controle T2

T°C T°CMínima Máxima Mínima Máxima

1 19,5 25,5 18,5 28 2 16,5 35,5 18 32,5 3 22,5 32,5 22,5 32 4 23 33 24,5 28 5 23,5 30,5 22,5 30 6 16 26 16 23,5 Média 20,1 30,5 20,3 29T1= tratamento 1maravalha; T2= tratamento 2 controle; T°C= temperatura

De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations - FAO, o setor

agropecuário é responsável atualmente por aproximadamente 69% do consumo mundial de água (FAO, 2002), além de contribuir significativamente na contaminação dispersa dos ativos ambientais (água, solo e ar), pelo manejo inadequado dos resíduos da produção e o uso indiscriminado de pesticidas.

O consumo de água neste sistema é reduzido uma vez que não é preciso lavar a pocilga, o que contribui, também, para a economia de mão-de-obra. A instalação do bebedouro do tipo "canudinho", que economiza 50% de água, previne as perdas e evita o aumento da umidade da cama. Este sistema, além de barato quando comparado com o sistema sobre piso tem recebido avaliações positivas por parte daqueles que, além de produzir, se preocupam com a proteção da natureza. Além disso, a criação de suínos sobre cama apresenta uma redução significativa do cheiro desagradável dos dejetos. Outro aspecto muito importante desta forma de produção é que ela serve tanto para a criação de subsistência quanto para a produção comercial de suínos (BARTELS, 2001).

As argumentações apresentadas acima sustentam a relevância da busca por alternativas de manejo dentro da criação de suínos, a fim de se reduzir os problemas causados por ela.

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Conclusão

Diante desses resultados, conclui-se que o uso da maravalha não apresentou influência sobre o peso, temperatura e carga parasitária dos animais, porém pôde-se observar a redução dos efluentes poluentes que seriam despejados no ambiente.

Mais trabalhos sobre esse assunto são necessários, pois a criação de suínos em cama sobreposta constitui-se em uma tecnologia que não deve de forma alguma ser descartada, pois está em consonância com as novas tendências mundiais que contemplam, além dos aspectos produtivos, a preservação dos recursos naturais, o bem-estar animal e a melhoria na qualidade de vida e da saúde dos produtores e população em geral.

AgradecimentosAo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Câmpus Salinas, pela oportunidade. Ao Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, por fomentar essa pesquisa. Ao orientador, Antônio Roque Sarmento de Oliveira, pela colaboração na realização do trabalho.

Literatura citada

BARTELS, H. Criação de suíno sobre cama. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, 2, 2, 16-21, 2001. FAO. Crops and drops – making the best use of water for agriculture. Roma: FAO, 2002. 22p. JONGBLOED A. W; LENIS N. P. Environmental concerns about animal manure. Journal of Animal Science, 76, 3, 2641–2648, 1998. ROEPSTORFF, A.; NANSEN, P. Epidemiology and control of helminth infections in pigs under intensive and nonintensive production systems. Veterinary Parasitology, 54, 69-85, 1994. TIQUIA, S. M. Microbiological parameters as indicators of compost maturity. JournalofAppliedMicrobiology, 99, 4, 816–828, 2005.

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EFEITO DE DIFERENTES PROPORÇÕES DE SUBSTRATO ORGÂNICO NO ESTABELECIMENTO DE MUDAS DE Dipterix alata Vog (Baru)

Lilian Aparecida Pereira de Almeida1, Franciele Cezar Silva Moura2, Gabriel Müller Valadão3, Francisco

Valdevino Bezerra Neto 4; Chirles Rosa Ramos5, Thays Morato Lino5

1Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - IFNMG/Arinos. Email:[email protected] 2Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Arinos-Especialista em Gestão Ambiental. Email:[email protected]

4 Professor do IFNMG/Arinos-dsc. Genética e Melhoramento vegetal. Email:[email protected]

5 Acadêmicas do Curso Superior em Tecnologia em Produção de grãos. Email: [email protected], [email protected] Resumo: O experimento foi desenvolvido visando avaliar o efeito de diferentes proporções de substratos no desenvolvimento de Dipteryx alata Vog (Baru). Foi utilizado terra de subsolo acrescido de composto orgânico produzido pela compostagem de semente de brachiaria (Brachiaria sp) em diferentes proporções. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro tratamentos e três repetições. Os dados após coletados foram submetidos à análise de variância e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, as variáveis analisadas foram o índice de velocidade de germinação e porcentagem de germinação, como resultado do experimento chegou-se à conclusão que não houve influência do substrato nos tratamentos, mas como resultado positivo foi a germinação de 93,06% das mudas semeadas. Palavras–chave: Baru, compostagem, mudas florestais, substratos

IntroduçãoO baru (Dipteryx alata Vog.), também chamado de cumbaru, cumaru, feijão coco ou emburena-brava,

é uma espécie arbórea pertencente à família Leguminosae-Papilionoideae, de até 25 metros de altura, com tronco podendo atingir 70 cm de diâmetro apresentando copa densa e arredondada. Suas folhas são compostas por 6 a 12 folíolos, glabras, de coloração verde intensa, e as flores pequenas, de coloração esverdeada florescendo de outubro a janeiro. O fruto possui uma polpa aromática e amadurece de setembro a outubro, com uma única semente. O método de propagação, normalmente é sexuado, com baixa taxa de germinação, levando de 40 a 60 dias para a emergência das plântulas (LORENZI, 2002).

Um dos aspectos mais importantes para o estabelecimento de bons povoamentos florestais é a utilização de mudas de qualidade, para atender essa qualidade a composição do substrato das mudas é um fator que exerce grande influência e por isso deve ser constituído de materiais que fornecem propriedades capazes de suprir as necessidades das mudas (ARAÚJO et al, 2011). Na produção de mudas florestais é preciso produzir mudas com qualidade e capazes de sobreviver em condições adversas. o uso de um substrato inadequado pode ocasionar irregularidade ou até mesmo nulidade na germinação, logo, o substrato se constitui num dos fatores mais importantes na produção de mudas (ARAÚJO et al, 2011). Com base no exposto, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes substratos sobre a germinação (viabilidade e vigor) de mudas de baru (Dipteryx alata Vog.).

Para que ocorra uma boa germinação é importante um substrato que lhe ofereça condições adequadas de água disponível, luminosidade e oxigênio. Fatores como estrutura, aeração, capacidade de retenção de água e grau de infestação de patógenos podem variar de um substrato para outro, interferindo no processo de germinação das sementes (BARBOSA; BARBOSA, 1985). Existem vários tipos de substratos que podem ser utilizados para produção de mudas, mas o custo de produção torna-se um fator de seleção de qual composto orgânico utilizar.

No processo de produção de mudas é comum o uso de matéria orgânica misturada ao solo devido sua ação favorável sobre as propriedades físico-químicas do mesmo. A matéria orgânica é responsável pelo fornecimento de parte dos nutrientes às mudas e pela retenção de umidade, também influencia na densidade do substrato e no espaço poroso do solo, fornecendo assim boas condições das mudas se desenvolverem satisfatoriamente. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de diferentes substratos sobre a germinação (viabilidade e vigor) e verificar a influência do substrato na germinação de mudas de Dipteryx alata Vog.

Material e Métodos

O experimento foi realizado no viveiro florestal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Arinos, o viveiro é do estilo arcos, cobertura plástica com filme de polietileno transparente com 150 micra de espessura, tratados contra raios ultravioletas, as sementes foram coletadas de uma única matriz localizada no Campus Arinos e não foram submetidas a nenhum tratamento pré-germinativo. Para composição do substrato, foram utilizados terra de subsolo e composto orgânico, os tratamentos utilizados no

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estudo foram: Tratamento 0: 100% terra de subsolo; Tratamento1: 75% terra de subsolo+ 25%composto orgânico; Tratamento 2: 50% terra de subsolo+ 50% composto orgânico; Tratamento 3: 25% terra de subsolo+ 75% composto orgânico.

O composto orgânico é proveniente de propriedades rurais produtoras de sementes de brachiaria (Brachiaria sp), um resíduo da agricultura que geralmente são queimados no campo para a próxima produção, gerando impactos ambientais significativos como incêndios florestais, portanto a compostagem desse material torna-se uma forma de utilização racional desse recurso natural. As sementes do Baru foram colhidas de uma única árvore evitando as variações fenotípicas, não ocorreu nenhum tratamento pré-germinativo, os frutos foram beneficiados utilizando uma guilhotina artesanal própria para os frutos do baru, os substratos foram peneirados e depois de preparados foram colocados nos respectivos recipientes (sacos de polietileno de cor preta). Após a aleatorização foram devidamente encanteirados e irrigados duas vezes ao dia.

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro tratamentos e três repetições, onde cada parcela foi composta por dezoito recipientes. Os dados após coletados foram submetidos à análise de variância e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, As análises estatísticas foram realizadas noprograma computacional em genética e estatística GENES. A semeadura foi feita utilizando duas sementes por saco plástico a uma profundidade de 2 cm, com irrigação duas vezes ao dia, 30 dias após a semeadura foi realizado o desbaste, deixando a muda mais vigorosa no recipiente. Os parâmetros utilizados para análise foram Porcentagem de Emergência e o Índice de velocidade de emergência (IVE), foram realizadas a coleta de dados do 8º até o 30º dia após a semeadura, cujo índice foi calculado conforme equação proposta por Maguire (1962).

Resultados e DiscussãoDe acordo com os resultados da análise estatística, conforme Figura 1, em relação ao parâmetro de

porcentagem de germinação não houve diferença significativa entre os tratamentos utilizados com diferentes composições de substrato orgânico proveniente de compostagem de semente de Braquiária, Figura 1. Esse resultado também se expressou no parâmetro de índice de velocidade de germinação (IVG) Figura 2, demonstrando a não influência da proporção de composto em ambos os parâmetros utilizados.

Como resultado foi obtido o valor médio de 93,06% de germinação, comparando com os resultados

obtidos por Corrêa (2012), podem ser considerados altos. O mesmo autor cita Melhem (1972) que obteve 96% de germinação, Oliveira (1998) com germinação da ordem de 50 a 90%, Filgueiras & Silva (1975) germinação da ordem de 28% a 76% e Fonseca et al. (1994) com níveis de emergência de 52,5o e 72,8% (CORRÊA, 2012).

Segundo Nogueira e Vaz (1993), a emergência das plântulas de baru ocorre de 13 a 21 dias, quando as sementes são enterradas a pleno sol a 2 ou 3 cm de profundidade, neste trabalho, as sementes iniciaram a germinação aos 8 dias após a semeadura. Analisando a germinação média de 93,06% indica a inexistência de problemas quanto à germinação da espécie nas condições estudadas e com valores superiores aos estudos referenciados. Apesar dos tratamentos não apresentarem diferenças significativas entre si a influência da composição do substrato pode se expressar em diferentes parâmetros que serão estudados posteriormente, como diâmetro de colo, altura da parte aérea, massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca radicular (MSR) e índice de qualidade de Dickson (IQD).

ConclusõesA porcentagem de germinação em sementes de baru foi alta (93,06%), mas o tratamento com

diferentes níveis de compostos orgânicos não influenciou essa taxa elevada de germinação assim como não interferiu no Índice de Velocidade de Germinação.

4,50a 4,46a4,01a

3,69a94,44a

98,15a

87,04a

92,59a

Figura 1 Porcentagem de Germinação (%) Figura 2 Índice de Velocidade de Germinação (IVG)

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AgradecimentosAgradeço ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Norte de Minas Gerais pela Bolsa

de Iniciação Científica concedida através do programa Institucional de Fomento à Pesquisa.

Literatura citadaARAÚJO, A.P.; SOBRINHO, S.P. Germinação e produção de mudas de tamboril (enterolobium contortisiliquum (vell.) morong) em diferentes substratos. Revista Árvore, v.35, n.3, Edição Especial, p.581-588, 2011. BARBOSA, J. M.; BARBOSA, L. M. Avaliação dos substratos, temperaturas de germinação e potencial de armazenamento de sementes de três frutíferas silvestres. Ecossistema, v. 10, p. 152-160, 1985. CORRÊA, G.C.; ROCHA, M.R.; NAVES, R.V. Germinação de sementes e emergência de plântulas de baru (Dipteryx alata vog.) nos cerrados do Estado de Goiás. Tecnologia & Ciência Agropecuária, João Pessoa, v.6, n.1, p.19-22, mar. 2012. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4.ed.Instituto Plantarum, Nova Odessa. 2002. v.1., 368 p. NOGUEIRA, A.C.; VAZ, E.T. Influência da profundidade de semeadura na germinação e desenvolvimento inicial de Dipteryx alata Vog.. In: Congresso Florestal Panamericano, I e Congresso Florestal Brasileiro,7., 1993, Curitiba, PR. Anais... Curitiba, PR:1993. v. 2., p. 429-431. MAGUIRE, J. D. Speed of germination-and in selection and evaluation for seeding emergence and vigor. Crop Science, v.2, n.2, p.176-177, 1962.

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ENSAIO DE APODRECIMENTO CONTROLADO DE E. cloeziana e E. urophylla x E. grandis DE PLANTIOS DA REGIÃO NORTE DE MINAS GERAIS

Rian Guilherme Correa Montalvão1, Artur Oliveira Cavalcanti1, Jéssica Martins Bitencourt1, Alisson Alves

Ribeiro1,Wagner Patrício de Sousa Júnior2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected];[email protected]. 2Professor do IFNMG/Salinas, M.Sc. Ciência Florestal. Email: [email protected]

Resumo: A resistência natural ao apodrecimento é uma importante propriedade da madeira e o uso de preservantes nestas é muito comum, sendo usado principalmente em madeira destinada a construção rural e civil. A eficiência dos produtos preservativos pode ser avaliada por ensaios de laboratório e de campo, onde a madeira é submetida ao contato direto com o solo, umidade, às intempéries do ambiente e aos organismos xilófagos. Foram ensaiadas madeiras de E. cloeziana e E. urophylla x E. grandis com 5 anos de idadeda empresa Agroflorestal União de Salinas Ltda, localizada na cidade de Salinas - MG. Foram realizadas coleta afim de obter a perda de massa. Os resultados parciais obtidos evidenciam a tendência da diferença entre as espécies, sendo que E. cloeziana apresentou menor perda de massa que E. urophylla x E. grandis, inclusive quando comparamos com amostras que foram preservadas artificialmente. Os resultados definitivos serão obtidos após o quinto período de coleta. Palavras–chave: apodrecimento, E. cloeziana, Eucalyptus urophylla x grandis, madeira,preservação

IntroduçãoA resistência natural ao apodrecimento é uma importante propriedade da madeira, que tem como

maior ameaça ataque de organismos xilófagos, principalmente cupins. A resistência à degradação pode ser atribuída à presença substâncias presente no cerne, como taninos e outras substâncias fenólicas e polifenólicas, que se acumulam nos lumens e paredes das células, que são tóxicas a xilófagos. Oliveira et al. (2005).

Segundo Oliveira et al. (1986), a madeira é degradada biologicamente, porque alguns organismos que utilizam os polímeros naturais da sua parede celular como fonte de alimento e possuem sistemas enzimáticos específicos, capazes de metabolizá-los em unidades digeríveis. O alburno é a parte da madeira que apresenta material nutritivo armazenado, o que o torna mais suscetível ao ataque de agentes biológicos. O cerne normalmente apresenta maior durabilidade natural, devido à ausência de material nutritivo e, principalmente à presença de extrativos. Assim, o conhecimento da resistência natural da madeira é de suma importância para que se possa recomendar um emprego mais adequado, evitar gastos desnecessários com a reposição de peças deterioradas e reduzir os impactos sobre as florestas remanescentes. Informações sobre as melhores formas de tratamento com preservativo da madeira de Eucalyptus é necessário, principalmente devido à pressão pela proteção das especies nativas. Existem duas formas de tratamento, o tratamento caseiro, que é pouco usado e o industrial, que apresenta maior eficiência. O OSMOSE K33 C 60 (preservação de ação fungicida e inseticida classificado quimicamente como Arseniato de Cobre Cromatado CCA tipo C- óxido, nas concentrações de 60%), é o produto mais utilizado no tratamento da madeira.

Segundo Barillari (2002), a eficiência dos produtos preservativos aplicados à madeira pode ser avaliada por ensaios de campo em locais conhecidos como campo de apodrecimento, onde a madeira tem contato direto com solo, intempéries e organismos xilófagos.

Material e MétodosAs árvores utilizadas para realização do trabalho foram coletadas na Agroflorestal União de Salinas Ltda, situada em Salinas foram selecionados duas espécies, E. Urophylla clone 224 e E. Cloeziana com 5 anos. Os mourões dos respectivos clones foram desdobrados em tabuas de 2,0 x 8,0 x 30,0 cm. Metade das tabuas passou por um processo de tratamento em uma autoclave com produto preservativo Arseniato de Cobre Cromatado tipo C (CCA-C), que é um preservativo hidrossolúvel, fungicida e inseticida com boa mobilidade na madeira. Todos os procedimentos e operações para execução do tratamento das tábuas seguiram a rotina utilizada pela empresa nos tratamentos industriais de madeira serrada.

Após tratamento todas as tabuas, incluindo as que não passaram por tratamento, foram novamente desdobradas em tabiques com medidas iguais de 2,0x2,0x30,0 cm. Essas amostras foram acondicionadas em uma câmara de climatização que estabilizou a umidade destes de acordo as normas da ABNT. Todas as amostras receberam identificação relativa ao clone, tratamento e repetição sendo 25 repetições por clone e

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por tratamento. Após a identificação obteve-se a massa e as amostras foram levadas para o campo de apodrecimento pré-determinado. A disposição das amostras ocorreu de forma aleatória sendo misturados todos os corpos de prova e testemunhas entre si. A distancia entre linhas e colunas foi de 30,0x30,0 cm.

Após a implantação, mensalmente foram realizadas coletas das amostras para oobtenção da perda de massa. O experimento está em andamento, os dados preliminares constam de 3 avaliações. Ao todo o experimento terá duração de 12 meses.

Resultados e DiscussãoA Figura 1, a seguir, apresenta os valores da massa de todas as amostras utilizadas até o terceiro

período de coleta. Como se vê, apesar de tratarmos de dados parciais, algumas amostras já apresentam perda de massa perceptível, o que será comprovado se essa perda é significativa ou não após o quinto período de coleta, onde obteremos os resultados conclusivos do ponto de vista estatístico.

Figura 1 Perda de massa de todas as amostras. Houve grande redução na massa do clone E. urophylla x E. grandis, quando se compara material

sem tratamento e com tratamento preservativo. Em relação à espécie E. cloeziana percebe-se que em comparação com o Clone, as perdas de massa tanto no material sem tratamento quanto no material com tratamento preservativo foram sensivelmente menores, o que se espera ser comprovado estatisticamente após o quinto período de coleta. Essa maior resistência do E. cloeziana esta em consonância com o que é verificado na literatura, onde essa espécie é apresenta maior resistência natural quando comparada com varias outras espécies do gênero Eucalyptus.

A Figura 2 evidencia a perda de massa media das amostras após o terceiro período de coleta, onde se verifica que a espécie 2 (E. cloeziana) apresentou valores de perda de massa muito inferior a espécie 1 (E. urophylla x E. grandis). Os dados definitivos serão obtidos após o quinto período de coleta.

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Ma

ss

a (

gra

ma

s)

Amostra

Perda de massa de todas as amostras

Massa inicial

Massa da coleta 3

1-5: Hibrido sem

tratamento.

6-10: Hibrido com

tratamento

11-15: E. cloeziana

sem tratamento

16-20:E.cloeziana

com tratamento

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Figura 2 Valor médio da perda de massa por clone.

ConclusõesOs resultados parciais apresentados evidenciam uma maiorresistência natural doE. cloeziana.Com relação à madeira tratada a diferença se minimiza devido à fácil penetração do produto no clone Hibrido E. urophylla x E. grandis. Estudos devem ser realizados envolvendo maior numero de espécies e levando em consideração diferentes idades, fatores edafoclimáticos e uma análise da composição química da madeira.

AgradecimentosA todas as entidades que contribuíram para a realização deste trabalho, em especial a Fapemig pela

concessão da bolsa, ao IFNMG campus Salinas e a Agroflorestal União de Salinas Ltda.

Literatura citadaBARILLARI, T. C. Durabilidade da madeira do gênero Pinus tratada compreservantes: avaliação em campo de apodrecimento. 2002 68 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,Piracicaba, 2002. OLIVEIRA, A. M.F. et al. Agentes destruidores da madeira. In: Manual de preservação de madeiras. São Paulo: 1986. p. 99-275. OLIVEIRA, J. T. S.; SOUZA, L. C.; DELLA LUCIA, R. M.; SOUZA JÚNIOR, W. P.Influência dos extrativos na resistência ao apodrecimento de seis espécies de madeira. Revista Árvore, v.29, n.5, p.819-826, 2005.

Valor medio da perda de massa por Clone

6,036

1,598

1,0450,675

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2

Clone

Pe

rda

de

ma

ss

a (

gra

ma

s)

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ENTOMOLOGIA DIDÁTICA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA EM ESCOLAS ESTADUAIS NO MUNICÍPIO DE JANUÁRIA, NORTE DE MINAS

GERAIS

Laís Gonçalves Martins1, Naiara Ferreira da Silva1, Valdeir Celestino dos Santos Júnior2, José Wilson Ferreira Bispo2, Renildo Ismael Félix da Costa3

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista Voluntária de Iniciação Científica do IFNMG – Campus Januária e Bolsista Programa Institucional de Bolsas de Extensão – PIBEX/IFNMG-Campus Januária. Email: [email protected]. ¹Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista Programa Institucional de Bolsas de Extensão – PIBEX/IFNMG-Campus Januária. Email: [email protected]. 2Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected]; [email protected].

3Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Entomologia. Email: [email protected].

Resumo:Atividades práticas são apontadas como importante recurso para o ensino em diversas disciplinas. Porém, fatores limitantes como estrutura e equipamentos adequados impedem essa prática a muitos professores, principalmente do ensino fundamental e médio. E, muitas vezes a eficiência de tais práticas não é avaliada, dificultando aos educadores reconhecer a aplicabilidade de tal ferramenta no processo de aprendizagem do aluno. O presente trabalho teve como objetivo aprimorar o conhecimento de estudantes e professores da rede pública do ensino fundamental e médio sobre o papel dos insetos no funcionamento dos ecossistemas e a importância da sua conservação. A metodologia aplicada constou de visitas, palestras e ensaios de laboratório. A eficiência das atividades desenvolvidas foi testada pela aplicação de questionário antes e após os encontros ministrados e os resultados obtidos foram comparados. A metodologia aplicada mostrou-se um recurso eficiente para o estudo dos insetos, auxiliou no aprendizado dos alunos permitindo que se esclarecessem mitos e fosse construída uma abordagem crítica sobre o assunto. A realização de atividades onde se utilizam metodologias alternativas ao ensino deve ser estimulada nas instituições por possibilitar a participação do aluno no processo de ensino aprendizagem, melhorando a compreensão do conteúdo a ser abordado. Palavras–chave: aulas práticas, entomologia didática, insetos

IntroduçãoO estudo dos insetos constitui parte do conteúdo abordado em diversas disciplinas presentes na matriz

curricular de cursos de ensino fundamental, médio e superior em diversos países (MATOS et al, 2009; SANTOS & SOUTO, 2011). Devido a sua abundância e diversidade, esses organismos geralmente são o grupo de animais que melhor permitem ao professor, no ensino de Ciências e Biologia, oferecer aos alunos oportunidades para a construção de conceitos concretos (BRAGA & ARAÚJO, 2012) sendo utilizados como modelo para atender a um espectro de disciplinas da biologia, incluindo evolução, ecologia, comportamento, anatomia, fisiologia, bioquímica e genética (GULLAN & CRANSTON, 2012).

Entretanto, a maioria das escolas apresenta falta de estrutura laboratorial e materiais para que o conteúdo possa ser trabalhado em prática (MATOS et al, 2009; BRAGA & ARAÚJO, 2012).

Apesar de sua importância ecológica, social, econômica, os insetos são conhecidos pelos danos e prejuízos ou benefícios causados ao homem. A interação com esses organismos contribui para diminuir características repulsivas, além de desenvolver melhor compreensão a respeito desses animais (LOPES et al, 2013, SANTOS &SOUTO, 2011).

O presente trabalho buscou aprimorar o conhecimento de estudantes e professores da rede pública do ensino fundamental e médio sobre o papel dos insetos no ecossistema e a importância da sua conservação e avaliar a eficiência didática na construção do conhecimento dos envolvidos.

Material e Métodos O período de realização das atividades compreendeu os meses de Junho a Dezembro de 2013. As atividades foram desenvolvidas no Laboratório de Entomologia do IFNMG – campus Januária. Participaram, duas turmas do oitavo ano da Escola Estadual Professora Zina Porto e uma turma do primeiro ano do ensino Médio da Escola Estadual Pio XII, ambas localizadas no município de Januária/MG. Os alunos envolvidos correspondiam à faixa etária de 13 a 16 anos (Escola Estadual Zina Porto) e 16 a 18 anos (Escola Estadual Pio XII). Estiveram envolvidos ainda cinco professores. As atividades corresponderam a cinco encontros de duração de duas horas, cada, sendo a turma dividida em duas e alternadas entre aulas teóricas e práticas, em cada encontro.

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Os Encontros realizados correspondiam aos seguintes temas: conhecendo o mundo dos insetos; aprendendo com os insetos sociais; insetos úteis; relação inseto planta econtrole biológico de pragas, respectivamente.

Foram aplicados questionários, inicial e final, e utilizados como parâmetros de referência na avaliação da eficácia nos resultados obtidos a partir da realização das atividades propostas. O questionário final diferiu-se em conteúdo entre os alunos do ensino fundamental e médio. Para as turmas de oitavo ano foi aplicado questionário idêntico ao questionário de avaliação inicial, para os alunos do primeiro ano do ensino médio foi aplicado questionário diferente do questionário inicial, sendo as perguntas direcionadas aos encontros realizados.

Resultados e Discussão

Foram analisados 86 questionários, sendo 43 pré-teste e 43 pós-testes.Os encontros foram realizados no laboratório de Entomologia do IFNMG/Januária e constaram de diálogo introdutório seguido de atividades práticas, que ocorreram não somente no laboratório de Entomologia, mas também, por meio de visita aos campos de produção de hortaliças no setor de olericultura, campos experimentais e meliponário, no IFNMG/Januária. No primeiro questionário onde se pedia a identificação dos insetos por meio de imagens houve diferença significativa de acertos antes e depois dos Encontros para os alunos de cada Escola envolvida. A porcentagem de acertos dos alunos da Escola Estadual Pio XII foi de 90%, enquanto que para os alunos da Escola Estadual Professora Zina Porto, os valores saltaram de 68% para 100%. Isso indica que, de maneira geral, os alunos sabem diferenciar bem os insetos de outros animais, mas, muitas vezes, acabam por incluir outros artrópodes, como por exemplo, os aracnídeos. O contato com os insetos conservados no museu do Laboratório de Entomologia e a sua manipulação permitiu que os alunos aumentassem a percepção de detalhes antes pouco percebidos, ou despercebidos, melhorando a capacidade de reconhecimento de um inseto quando em comparação com outros invertebrados.

Quando questionados sobre a importância dos insetos, houve diferença significativa de acertos antes e após os encontros ministrados. A porcentagem de acertos saltou de 64% para 93,10%, para os alunos da Escola Estadual Zina Porto e de 40% para 91,43% para os alunos da Escola Estadual Pio XII. Esses resultados corroboram os estudos de BRAGA & ARAÚJO(2012) e MATOS et al(2009), onde observou-se que a realização de aulas práticas melhorou o aproveitamento de estudantes,permitindo distinção dos principais grupos de insetos bem como a importância dos mesmos, desfazendo mitos e preconceitos antes relacionados a esse grupo de artrópodes. De modo geral, os alunos avaliados obtiveram progresso significativo em relação ao número de acertos entre os dois questionários sendo que, para os alunos da Escola Estadual Professora Zina Porto esses valores melhoraram de 66% para 96,55% (Figura 1) e, para os alunos da Escola Estadual Pio XII, os resultados aprimoraram de 60% para 91,43% (Figura 2) após realização dos Encontros. Saber diferenciar os insetos de outros grupos de artrópodes através de sua morfologia externa, como se relacionam com plantas, animais e seres humanos, reconhecer os insetos pragas (fitófagos), os inimigos naturais (entomófagos), os vetores de doenças em animais e humanos (hematófagos) e as utilidades dos insetos, geralmente trazendo benefícios ao homem quer seja controlando alguma praga, produzindo algum produto (como a seda e o mel) ou até mesmo servindo de alimento torna os insetos um grupo único entre os artrópodes.

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Questionários

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Acertos Erros

Figura 1 Relação dos questionários aplicados aos alunos da Escola Estadual Professora Zina Porto antes (1) e após (2) o desenvolvimento das atividades do Projeto Microcosmus.

Figura 2 Relação dos questionários aplicados aos alunos da Escola Estadual Pio XII antes (1) e após (2) o desenvolvimento das atividades do Projeto Microcosmus.

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ConclusõesAs práticas constituíram um recurso eficiente para o estudo dos insetos no ensino fundamental e

médio, onde o aproveitamento dos alunos envolvidos foi maior que 90% nas avaliações ao fim das atividades.Além de permitirem aos alunos visualizarem o que veem nos livros permitem que estes questionem e construam visão crítica ao assunto abordado, apresentando bons resultados no que diz respeito ao ensino-aprendizagem.

AgradecimentosAo Departamento de Extensão do IFNMG/Januária pela concessão de bolsas, às Escolas Estaduais

Professora Zina Porto e Pio XII por aceitarem a realização dos trabalhos, ao IFNMG – Campus Januária, pela disponibilização do transporte, aos bolsistas Voluntários, ao Diretor de Produção do IFNMG, Fernando Mendes Barbosa e ao Laboratorista de Entomologia Carlos Henrique Batista pelo apoio e contribuição prestados.

Literatura citadaBRAGA, P.E.T. & ARAÚJO, A.C.M. de. A Concepção Docente Sobre o Estudo dos Insetos no Ensino Médio na Região Noroeste do Ceará, Brasil. Revista Homem, Espaço e Tempo. 2012. GULLAN, P.J.; CRANSTON, P.S. Os insetos: um resumo de entomologia. 4.ed. São Paulo: Rocca, 2012. 480p. Il. LOPES, P.P.; FRANCO, I.L.; OLIVEIRA, L.R.de M.; SANTANA-REIS, V.G. Insetos na Escola: Desvendando o Mundo dos Insetos para as Crianças. Revista Ciência em Extensão, v.9, n.3, 125-134, 2013. MATOS, C.H.C.; OLIVEIRA, C.R.F.de.; SANTOS, M.P.deF.; FERRAZ, C.S. Utilização de Modelos Didáticos no Ensino de Entomologia. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v.9, n.1, 19-23, 2009. SANTOS, D.C.de J. & SOUTO, L.de S. Coleção entomológica como ferramenta facilitadora para a aprendizagem de Ciências no ensino fundamental. Revista Scientia Plena, v.7, n.5, 990502, 2011.

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ESTUDO DA COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA EM UM TRECHO URBANO DA VEGETAÇÃO CILIAR DO RIO SALINAS

Renan Alves Santos1, Érika Susan Matos Ribeiro1, Romulo Ewerton Gomes Sousa2, Izabella Luzia Silva

Chaves2, Janny Kelly Ramires Souza2, Santina Aparecida Ferreira Mendes3,Vinicius Orlandi Barbosa Lima4

1Acadêmico (a) deEngenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de extensão doIFNMG. Email: [email protected]; [email protected]. 2Acadêmico (a) deEngenharia Florestal..Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]

3Professora do IFNMG/SalinasM.Sc.Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Email: [email protected] 4Professordo IFNMG/Salinas. Depto. Engenharia Florestal. Email: [email protected] Resumo: O presente trabalho teve como objetivo catalogar as espécies arbóreas existentes no rio Salinas visando o conhecimento da atual diversidade, bem como subsidiar ações de conservação e preservação do local. Para isso, efetuou-se uma amostragem em um trecho de 5730 metros da mata ciliar no perímetro urbano do rio. A área amostral constituída de 10 parcelas de 20x17 metros contemplou 1% do trecho total. Foram amostradas todas as espécies com diâmetro á altura do peito (DAP a 1,30m de altura) igual ou maior que 5 centímetros de diâmetro. Foram identificadas 26 espécies distribuídas em 24 gêneros e 11 famílias botânicas. A família com o maior número de espécies foi a Fabaceae (15). As cinco espécies mais presentes no levantamento foram: Leucaena leucocephala(18), Lonchocarpus sp. (13), Croton urucurana(8), Triplaris gardneriana (7) e Machaerium hirtum (6). A densidade foi de 273 árvores por hectare. Foram identificadas 03 espécies exóticas: Leucaena leucocephala, Melia azedarach e Sizygyum cumini. Dentre essas, a espécie Leucaena leucocephalafoi a mais frequente em toda a área de estudo. A grande ocorrência da mesma acarreta em significante perda da diversidade local uma vez que essa espécie tende a formar florestas monodominantes que impedem que outras espécies apareçam. Comparando-se os resultados aqui expostos com outros trabalhos com mata ciliar em perímetros urbanos verificou-se grande semelhança, principalmente na baixa diversidade de espécies encontradas.

Palavras–chave: levantamento florístico, mata ciliar, rio Salinas

IntroduçãoA falta de planejamento e consequente destruição dos meios naturais são algumas das principais

características do processo de urbanização da maioria das cidades brasileiras. Esse processo é desordenado e está intimamente ligado ás condições atuais de nossas florestas nativas e principalmente a florestas associadas á cursos d’água. Segundo Primo & Vaz (2006), com a destruição das matas ciliares instauram-se uma série de problemas, como decapeamento de solos, propensão à erosão, assoreamento do leito do rio, risco de secar as nascentes, aumento da possibilidade de inundações e poluição das águas pela presença de resíduos adversos.

A cidade de Salinas MG, devido o seu baixo índice pluviométrico anual, encontra no rio que corta a cidade uma fonte indispensável na sobrevivência e manutenção dos moradores do local. Apesar disso, a forte ligação dos moradores locais com o rio não é totalmente harmoniosa, podendo isso ser constatado quando analisamos os recursos: água, solo e mata ciliar. Esta última teve sua destruição iniciada desde a década de 70 quando começaram a surgir as primeiras casas na região o que indica que a maior parte da remoção da vegetação ripária do curso d’água se deu e/ou se dá pelo processo de urbanização em suas margens sem qualquer tipo de regulamentação. Água e solo por sua vez têm suas condições estreitamente dependentes das condições da vegetação ribeirinha. Devido à grande importância desse tipo de vegetação principalmente na manutenção da quantidade e qualidade da água que emana do rio, torna-se necessário a realização de estudos que subsidiem ações em prol desses ambientes. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo a realização de um levantamento florístico da mata ciliar em um trecho urbano do rio Salinas para a obtenção de informações que possam servir de subsidio para políticas públicas em benefício do mesmo.

Material e MétodosO presente estudo foi realizado em um trecho urbano de mata ciliar do rio Salinas no município de

Salinas MG, entre os meses de Julho/2013 e Janeiro/2014. Realizou-se uma amostragem em um trecho de 5730 metros da mata ciliar, entre faixas de 30 metros adjacentes às margens do rio, onde foram lançadas casualmente 10 parcelas de 20x17 metros contemplando 1% de área amostral. Foram amostrados todas as espécies arbóreas com DAP (diâmetro a 1,30m) maior que 5cm. Efetuou-se também, cálculos de densidade para se determinar a quantidade de espécies a serem plantadas no trecho em estudo.

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Resultados e DiscussãoNo levantamento florístico realizado, foram amostrados 93 indivíduos distribuídos em 25 espécies, 23

gêneros e 11 famílias botânicas diferentes. Dentre as espécies identificadas, 03 foram classificadas como exóticas: Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit., Melia azedarach L. e Sizygyum cumini (L.) Skeels. A família Fabaceae, representada por 15 espécies foi a de maior riqueza com 62,4% do total de indivíduos amostrados. O restante das famílias amostradas foi: Anacardiaceae, Cannabaceae, Poligonaceae, Malvaceae, Moraceae, Euphorbiaceae, Rubiaceae, Meliaceae, Salicaceae e Myrtaceae representadas por 01 espécie cada. As espécies mais frequentes em todo o trecho foram: Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit(17), Lonchocarpus sp. (13), Croton urucurana Baill.(8), Triplaris gardneriana Weed. (7) e Machaerium hirtum (Vell.) Stell. (6) conforme figura 1. As cinco espécies de maior relevância no levantamento contribuíram com 54,8% dos indivíduos amostrados. A densidade total calculada foi de 274 indivíduos por hectare sendo que cada árvore ocupa em média 36m² de área. Levando em consideração o espaçamento ideal de 3x2 metros se faz necessário o plantio de 1393 árvores nativas por hectare no trecho estudado.

Figura 1 Espécies de maior ocorrência ao longo do trecho estudado na mata ciliar do rio Salinas.

Pode-se observar durante o levantamento florístico que as matasciliares ao longo do trecho urbano do

rio Salinasse encontram suprimidas e, com isso, a qualidade da água do curso d’água é comprometida pela erosão dos solos e pelo assoreamento, hajavista que o solo exposto favorece o carreamento de materiais orgânicos einorgânicos para o leito do rio.

A composição florística da vegetação em torno do rio Salinas difere de outras registradas em estudos em matas ciliares que não recebem influência de pressões antrópicas na região do Norte de Minas (VELOSO, 2011). Dentre os dados levantados, a predominância da família botânica Fabaceae foi a única semelhança com estes estudos. Em concordância, Meyer et al, (2004) afirmam ainda que essa família é uma das mais frequentes em estudos de matas de galeria no estado de Minas Gerais.

De acordo Silva (2010) a presença maciça de espécies exóticas como Leucaena leucocephala(Lam.) de Wit, resulta em perda significativa na diversidade localuma vez que a mesma é considerada agressiva, e com potencial a formar florestas monodominantes. Esta dominância que a mesma pode exercer sobre outros indivíduos arbóreos resulta no intenso sombreamento do sub-bosque inibindo a germinação de sementes de árvores nativas. Soma-se a isso, um possível efeito alelopático que a espécie pode exercer sob outras plantas.

Por outro lado, compartilhando de relatos feitos por Souza (2011), a grande presença de espécies nativas de Fabaceas evidencia que a área pode estar em processo de regeneração.

ConclusõesConclui-se que os fragmentos remanescentes de mata ciliar ao longo do trecho estudado encontram-se

em estágio de regeneração devido ao elevado número de indivíduos de espécies pioneiras. Verificou-se uma baixa diversidade de espécies, bem como uma baixa densidade de indivíduos por

área, evidenciando a influência do efeito antrópico sobre o trecho estudado. A predominância de espécies exóticas como a Leucaena leucocephala pode estar diretamente relacionada com a baixa diversidade uma vez que a mesma possui hábitos dominantes.

Por fim, para a recuperação do trecho em estudo faz-se necessário o plantio de 1393 árvores por hectare além da substituição de espécies exóticas por espécies nativas da região.

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AgradecimentosÀ professora de Sistemática Vegetal Michéllia Pereira Soares e ao servidor do setor de Agricultura do

IFNMG Aurélio Marques de Oliveira pelo auxílio na identificação das plantas. Ao IFNMG pela concessão da bolsa.

Literatura citadaMEYER, T. S.; SILVA, A. F.; JÚNIOR, P. M.; NETO, J. A. A. M. Composição florística da vegetação arbórea de um trecho de galeria do Parque estadual do Rola-Moça na região Metropolitana de Belo- Horizonte, MG, Brasil. R. Acta bot. bras. 18(4): 701-709, 2004. OLIVEIRA, M. E.A. de; SAMPAIO, E. V. S. B.; CASTRO, A. A. J. F.;&RODAI, M. J. N. Flora e fitossociologia de uma área de transição carrasco-caatinga de areia em Padre Marcos, Piauí. R. Naturalia. 22: 131-150, 1997. PRIMO, D. C.; VAZ, L. M. S. Degradação e perturbação ambiental em matas ciliares: Estudo de caso no rio Itapiruçu-açu em Ponto Novo e Filadélfia, Bahia. R. Eletrônica da Faculdade de Tecnologia e Ciências. 4(7), 2006. SILVA, A. C. A. Avaliação de técnicas de restauração florestal de área dominada por Leucaena leucocephala (Lam) de Wit. Em Ipatinga, MG.Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 2010. (Dissertação de Mestrado) SOUZA, A. de; ARAÚJO, R. R.; JUNIOR, P. P. A.; LEAL, A. C. Situação da mata ciliar de um trecho do rio Santo Anastácio, SP. R. Tópos. 5(2): 182-197, 2011.

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DO CERRADO NO PARQUE ESTADUAL LAPA GRANDE EM MONTES CLAROS/MG

Adriana Aparecida Moreira1, César Vinícius Mendes Nery2, Jhonatas Moreira Neri3

1Engenheira Ambiental– Faculdades Santo Agostinho/Mestranda em Sensoriamento Remoto UFGRS. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Produção Vegetal. Email: [email protected] 3Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária.Email: [email protected] Resumo:A visão sinótica proporcionada pelas imagens de satélite, aliada às diversas resoluções espaciais, temporais e radiométricas dos sensores disponíveis, são capazes de subsidiar informações sobre a cobertura terrestre. Nesse contexto, muitas pesquisas estão voltadas à compreensão da dinâmica de formações vegetais, devido ao fato de que através da observação do comportamento de cada ecossistema é possível inferir a elaboração de estratégias que preservam os recursos florestais. Este trabalho propôs utilizar dados NDVI e EVI do sensor MODIS na observação da dinâmica do Cerrado presente no Parque Estadual Lapa Grande em Montes Claros. Os dois índices analisados se mostraram coerentes com o padrão normalmente apresentado por essa formação vegetacional em outros estudos realizados. O EVI exibiu valores inferiores aos de NDVI, devido a este ser menos sensível às contaminações do substrato e da atmosfera. Os valores de reflectância dos índices acompanharam as demarcações das estações chuvosas e secas, da área de estudo. De forma geral, os índices de vegetação, NDVI e EVI do produto MOD13Q1, foram eficientes na observação da variação sazonal do Cerrado, muito devido à alta qualidade dos produtos MODIS e sua alta periodicidade, tornando a metodologia eficiente para um acompanhamento da dinâmica dessa fitofisionomia. Palavras–chave: EVI, NDVI, Sensoriamento Remoto

IntroduçãoO sensorMODIS, acoplado as plataformas AQUA e TERRA, possui o produtoMOD13Q1, dedicado

ao estudo dos ecossistemas terrestres, bem como o comportamento da vegetação, sendo possível por meio deste, a obtenção de dados de índices de vegetação (IV), como o Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) e o Índice de Vegetação Melhorado (EVI), que estão relacionados aos parâmetros biofísicos da vegetação (PONZONI e SHIMABUKURO, 2007). De acordo com Huete et al. (1997), estes índices podem ser empregados no monitoramento dos recursos florestais a fim da elaboração de padrões que permitem o entendimento da dinâmica da vegetação e possuem grande potencial para monitorar a atividade fotossintética e a detecção de mudanças nos parâmetros fenológicos.

O NDVI é obtido através da combinação de reflectância da vegetação em dois comprimentos de onda, o vermelho e o infravermelho próximo. Este possui variação de -1 a +1, sendo que água e sombra estão normalmente associadas a valores baixos ou negativos, rochas e solos possuem valores de NDVI próximos de zero e a vegetação responde com valores de reflectância positivos e maiores que 0,1 (ALMEIDA e REISEN, 2007).O EVI proposto por Huete et al. (1997), comparativamente ao NDVI, é menos sensível às contaminações do substrato e da atmosfera e possui melhor resposta às variações fisionômicas e estruturais no dossel da vegetação. O EVI foi desenvolvido para aperfeiçoar a resposta da biomassa terrestre melhorando a sensibilidade em regiões com maiores densidades de biomassa, e o monitoramento dos recursos florestais com reduções das influências atmosféricas e influências do solo no fundo do dossel.

Nesse contexto, o objetivo desse trabalho é analisar o comportamento espectral da formação Cerrado presente no Parque Estadual Lapa Grande em Montes Claros/MG por meio dos índices de vegetação NDVI e EVI entre os anos de 2007 a 2012.

Material e MétodosA área de estudo deste trabalho se baseia no Parque Estadual da Lapa Grande, localizado no

município de Montes Claros a oeste da zona urbana da cidade, o parque se encontrada compreendido entre as coordenadas 16º 43’ 00’ de latitude e 43º 57’ 00’’ de longitude, a cerca de 8 quilômetros do centro urbano de Montes Claros, possui uma área de aproximadamente de 9.600 hectares, destinada à Unidade de Conservação de Proteção integral.

Para a realização deste trabalho, foram selecionadas e adquiridas 12 cenas anuais referentes aos anos de 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 do produto MOD13Q1.Os dados adquiridos incluem os índices de vegetação NDVI e EVI, com 250 metros de resolução espacial. As cenas foram convertidas do formato HDF para o formato imagens GeoTiff utilizando-se o software Modis Reprojection Tool (MRT). Posteriormente foi criado um banco de dados no software SPRING 5.2.3 (CÂMERA et al., 1996) com sistema de referência,

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latitude e longitude e modelo de terra, SIRGAS 2000, onde as cenas NDVI e EVI forma importadas e convertidas para o modelo numérico de terreno (MNT), utilizando a Linguagem Espacial Geoprocessamento Algébrico (LEGAL) no sistema SPRING. Prosseguiu-se com a leitura de valores reflectância dos índices de vegetação para as áreas de Cerrado, selecionadas com auxílio de dados do Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais.

Para melhor análise do comportamento espectral das formações florestais, foram adquiridos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) dados pluviométricos mensais durante o período de 2007 a 2012 referentes a estação meteorológica da cidade de Montes Claros-MG.

Resultados e Discussão

A Figura 1 apresenta os dados de precipitação total mensal do município de Montes Claros/MG, onde se encontra o Parque Estadual Lapa Grande para o período de 2007 a 2012.

Figura 1 Dados Pluviométricos para a cidade de Montes Claros ao longo do período de 2007 a 2012.Fonte: INMET, 2013.

Na Figura 1 observa-se um comportamento da precipitação na região de estudo, durante o período analisado, ficando evidenciado, uma estação de seca prolongada entre os meses de março a outubro e as maiores intensidades de precipitação nos meses de janeiro e fevereiro. Este indicador pluviométrico é de fundamental importância, já que o vigor vegetativo está amplamente associado à variação hídrica. Observa-se ainda um decaimento da precipitação total mensal nesse município durante os anos de 2011 e 2012. De acordo com o exposto (Figura2), é possível verificar a dinâmica sazonal, apresentada pelo Cerrado no período de 2007 a 2012, por meio valores médios de EVI e NDVI, sendo que as curvas apresentadas, representam os valores médios de reflectância desses índices de vegetação durante o período de estudo.

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Figura 2 Dinâmica sazonal do NDVI e EVI do Cerrado obtidos a partir do sensor MODIS.

A formação vegetal, Cerrado, apresenta características diferenciadas, com presença de formações florestais, savânicas e campestres, este se caracteriza pela presença de invernos secos e verões chuvosos. Neste trabalho essa formação apresentou no período de 2007 a 2009 um comportamento sazonal distinto daquele observado entre 2009 a 2012, sendo que o período de seca em 2007 se apresentou como o mais longo dentro todos os anos analisados. Pode-se observar também uma maior amplitude dos dados NDVI e EVI entre 2007 e 2008, além de um decaimento abrupto durante o período de chuva do final do ano de 2008 a início de 2009 e em 2011, este fato se justifica pela alta irregularidade pluviométrica na região de estudo.

O comportamento espectral de 2009 a 2012 se mostrou altamente bem demarcado, com estações chuvosas e secas melhores definidas, por meio da análise dos índices de vegetação, verifica-se que ao longo dos anos (2007-2012), os períodos chuvosos alcançam valores decrescentes, justificado pelas alturas menores da curva deste período em observado em cada ano, este fato, embora não comprovado, pode indicar que ao longo do tempo, esta formação pode estar apresentando menor vigor vegetativo.

Conclusões

As cenas NDVI e EVI do produto MOD13Q1, MODIS/TERRA, foram eficientes na observação da variação sazonal da formação Cerrado. A alta periodicidade aliada à qualidade dos produtos torna aplicável tal metodologia para um acompanhamento ecológico dessa fitofisionomia, sendo observado que os produtos MODIS podem ser ferramentas potenciais para caracterização da sazonalidade do Cerrado, sendo as resoluções espaciais e espectrais desse sensor, adequadas para a realização da análise proposta nesse trabalho.

Agradecimentos Agradecemos ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais.

Literatura citadaALMEIDA, A. Q.; REISEN, V. A. Uso do normalized difference vegetation indexna análise fenológica da vegetação da reservabiológica de Sooretama. Revista Capixaba de Ciência e Tecnologia, Vitória, v.1, n. 2, 2007, p. 60-66. CÂMARA, G.; SOUZA, R.C.M.; FREITAS, U. M.; GARRIDO, J. C. P. SPRING: Integrating Remote Sensing and GIS with Object-Oriented Data Modelling. Computers and Graphics, v.15, n.6, 1996, p.13-22. HUETE, A.R.; LIU, H. Q.; BATCHILY, K.; VANLEEUWEN, W. A comparison of vegetation indices over a global set of TM images for EOS-MODIS. Remote Sensing ofEnvironment., New York, v. 59, n. 3, 1997, p. 440-451.

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ESTUDO MULTITEMPORAL DO DESMATAMENTO DO CERRADO NA MICRORREGIÃO DE MONTES CLAROS-MG POR MEIO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO

Willyan Caldeira Corte1,2, César Vinícius Mendes Nery³, Fernanda Ribeiro Lima¹

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária ²Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected] ³Prof. Mestre, Depto. de Ciências Agrárias, IFNMG/Januária, E-mail: [email protected]

Resumo: O sensoriamento remoto vem dando suporte a vários estudos sobre a superfície da Terra, sendo muito utilizado devido à possibilidade de caracterização no espaço e no tempo do uso e ocupação da terra. O bioma cerrado se destaca comoo de maior extensão no Estado de Minas Gerais ocupando cerca de 57% da área do estado.Esse bioma teve grande alteração ambiental, onde aproximadamente 42% das áreas vegetadas foram transformadas em áreas antrópicas (pastagens, áreas agrícolas, mineração e áreas urbanas). Dentro deste contexto, este trabalho buscou avaliar e quantificar o desmatamento ocorrido na área correspondente à microrregião de Montes Claros no norte do estado de Minas Gerais, para os anos de 2003, 2008 e 2013. Para execução desse trabalho foi utilizado o software Spring em conjunto com outros softwares (Google Earth e MRT). O resultados mostraram um declínio de vegetação natural no período de 2003-2013 de 213.438 ha (9,14%) e uma aumento de áreas antropizadas em cerca de 196.388 ha (8,3%), mostrando assim que o bioma Cerrado na microrregião de Montes Claros vem sendo constantemente degradado pela pressão exercida pela pecuária, agricultura e siderurgia, na maioria das vezes de forma ilegal. Palavras–chave: desmatamento, montes claros, sensor modis, sensoriamento remoto

IntroduçãoO sensoriamento remoto vem dando suporte a vários estudos sobre a superfície da Terra, sendo muito

utilizado devido à possibilidade de caracterização no espaço e no tempo do uso e ocupação da terra (Santos et al., 2012). Dentre as várias aplicações possíveis para os dados de sensores remotos, é possível destacar sua aplicação para o mapeamento da cobertura vegetal de forma multitemporal, possibilitando dessa forma um estudo preciso, com a comparação de uma mesma área em diversas épocas (Barbosa, 2010).

O sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) a bordo dos satélites Aqua e Terra se configura como uma importante fonte de informações históricas, pois este possui uma frequência de revisita de 1 a 2 dias.

O bioma cerrado se destaca comoo de maior extensão no Estado de Minas Gerais ocupando cerca de 57 % da área do estado (Pêssoa, 2012). Esse tem sofrido pressão pela ocupação de suas áreas principalmente para a agricultura e pecuária extensiva, além de ser fonte de carvão vegetal, insumo para a produção de ferro e aço na indústria siderúrgica. Segundo Sano et al., (2001), a alteração ambiental no bioma cerrado, encontra-se em aproximadamente 42% das áreas vegetadas transformadas em áreas antrópicas (pastagens, áreas agrícolas, mineração e áreas urbanas).

Dentro deste contexto, este trabalho buscou avaliar e quantificar o desmatamento ocorrido na área correspondente à microrregião de Montes Claros no Norte do Estado de Minas Gerais para os anos de 2003, 2008 e 2013.

Material e Métodos

A área de estudo está delimitada entre as coordenadas de latitude de -15º01’ e -17º26’ e as longitudes -45º29’ e -43º10’, inserida no tile MODIS h13v10, onde está inserida a microrregião de Montes Claros no norte do Estado de Minas Gerais. Foram utilizados no trabalho somente dados do produto MOD13Q1, composições multitemporais de 16 dias e resolução espacial de 250 metros, obtidos pelo sensor MODIS no Satélite Terra, processados pela NASA (National Aeronautics and Space Administration) e disponibilizados gratuitamente em: <https://earthdata.nasa.gov/>.

Após a obtenção dos dados das imagens no formato HDF, elas foram processadas no software Modis Reprojection Tool (MRT) com o objetivo de realizar a conversão dos dados MODIS originalmente na projeção Sinusoidalpara coordenadas geográficas, no formato GEOTIFF, possibilitando dessa forma, o trabalho na plataforma SPRING (Câmara et al., 1996). No software foram trabalhadas as bandas Red, NIR e Blue resultando em uma composição colorida, como pode ser observado na Figura 1. A imagem resultante foi recortada no mesmo software com base o arquivo no formato shape do limite da Microrregião de Montes Claros, disponibilizado gratuitamente no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Figura 1 Composição RGB (Red, NIR e Blue) da microrregião de Montes Claros-MG

Em um segundo momento a imagem passou por um processo de classificação no software SPRING,

onde foi utilizado o classificador Maxver, com limiar de aceitação de 100%, foram definidas quatro classes de ocupação sendo elas Vegetação Natural, Ação Antrópica, Silvicultura e Água e Nuvens. A classificação das amostras de classe foi auxiliada com o auxílio do software Google Earth.

Resultados e Discussão

O processo de classificação resultou no mapeamento das classes, Vegetação Natural, Ação Antrópica, Silvicultura e Água e Nuvens conforme exposto na Figura 2.

Figura 2 Mapa de Uso e Ocupação da microrregião de Montes Claros-MG

A área de estudo tem uma extensão de total de 2.336.381 ha, a vegetação característica dessa região é

o cerrado e a caatinga, tendo representado no ano de 2003, 62,6% da área total. A região apresentou as seguintes características para o ano de 2003: (i) a cobertura vegetal, abrangia

uma área de 1.463.594 ha (62,6%), (ii) áreas antropizadas, com 816.719 ha (35%), (iii) áreas cobertas com silvicultura, com 38.538 ha (1,6%) e (iv) interferência com nuvens e regiões alagadas, uma área de 17.531 ha (0,8%). Para o ano de 2013 as seguintes características foram extraídas (i) cobertura vegetal abrangia uma área de 1.250.156 ha (53,5%), (ii) áreas antropizadas, com 1.013.106ha (43,3%), (iii) áreas cobertas com

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silvicultura, com 41.281 ha (1,8%), (iv) interferência com nuvens e regiões alagadas, a área de 31.838 ha (1,4%).

Observa-se que as áreas antropizadas cresceram em cerca de 196.388 ha (8,3%), representando o desmatamento ocorrido pela pressão exercida pela pecuária, agricultura e siderurgia, ocorrido nesse período de 10 anos.No mesmo período foi observado que houve um declínio de vegetação natural de 213.438 ha (9,14%). Essa discrepância entre crescimento de áreas antrópicas e declínio de áreas vegetadas se deve ao fato de que parte dessas se transformaram em silvicultura. As áreas de silvicultura tiveram um pequeno incremento de 2.744 ha (0,12%), cabe ressaltar ainda que áreas silvícolas passam por uma grande rotatividade, sendo plantadas e extraídas em curtos períodos de tempo.

ConclusãoO bioma Cerrado na microrregião de Montes Claros vem sendo constantemente degradado pela

pressão exercida pela pecuária, agricultura e siderurgia, na maioria das vezes de forma ilegal. As imagens MODIS/Terra se mostraram eficientes na execução dessa pesquisa, principalmente devido

a sua alta resolução temporal.

AgradecimentosAgradecemos o apoio da FAPEMIG pela bolsa concedida.

Literatura Citada

CÂMARA G; SOUZA R. C. M.; FREITAS U. M.; GARRIDO J. SPRING: Integrating remote sensing and GIS by object-oriented data modelling. Computers & Graphics, 20: (3) 395-403, May-Jun 1996. PÊSSOA, C. S. Ruellia L. (acanthaceae) no estado de Minas Gerais, Brasil. 2012. 77 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, MG. BARBOSA, J. S. J.; ALMEIDA, A. S. Analise multitemporal com a utilização da técnica de sensoriamento remoto e geoprocessamento no município de Bonito – Pará. Anais III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, Recife, PE, 27-30 de Julho de 2010, p. 1-7. SANO, E. E.; BARCELLOS, A. O.; BEZERRA, H. S. Assessing the spatial distribuition of cultivated pastures in the Brazilian savanna. Pasturas Tropicales, 22 (3), 2-15. 2001. SANTOS, A. R.; PELUZIO, J. B. E.;PELUZIO T. M. O.; SANTOS, G. M. A. D. A. Geotecnologias aplicadas aos recursos florestais. Alegre, ES: Ed. CAUFES, 2012, v.1. p.250 Disponível em: http://www.mundogeomatica .com.br/Livros/ geotecnologias%20aplicadas%20aos%20 recursos%20florestais.pdf acesso em: 03 de fevereiro de 2014.

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FLORESCIMENTO NATURAL DE ABACAXIZEIRO EM FUNÇÃO DE VARIEDADES E DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Eduardo De Sousa Mathias1,João Víctor Santos Guerra2, Vinícius Lopes De Melo3, Dilermando Dourado Pacheco4.

1Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, [email protected]; 2Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, Bolsista da CNPq, [email protected]; 3Acadêmico de Agronomia IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, Bolsista da FAPEMIG, [email protected]; 4Professor IFNMG, Campus Januária. DSc. em Fitotecnia, [email protected];

Resumo:O presente trabalho foi conduzido no setor de fruticultura do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, CampusJanuária com o objetivo de determinar a taxa de florescimento natural de abacaxizeiros BRS Vitória, Smooth Cayenne, Golden e Queen cultivados com lâminas de irrigação iguais a 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-

1, veiculadas através de gotejamento. As avaliações ocorreram aos 321 e 336 dias após o transplantio (DAT). As cultivares conduzidas com 2,7 mm.dia-1 apresentaram percentual de inflorescência compatível ou mesmo superior àquelas submetidas à 5,4 mm.dia-1, sendo a primeira a lâmina recomendada para locais em que a oferta hídrica é escassa. Palavras–chave: Ananas comosus. Diferenciação floral. Gotejamento.

IntroduçãoO cultivo do abacaxizeiro {Ananas comosus (L.) Merril var. comosus (Coppens& Leal)} apresenta

importante papel social, pela geração de emprego e renda nas regiões produtoras (Ponciano, et al., 2006). A planta tem mecanismos morfológicos, anatômicos e fisiológicos propícios ao desenvolvimento em ambientes com pouca oferta de água, porém, mesmo com necessidades hídricas relativamente baixas, quando comparada a outras espécies cultivadas, ela apresenta uma demanda permanente por água, variável ao longo dos seus estádios de desenvolvimento (Almeida et al.,2002).

O ciclo do abacaxizeiro depende do material propagativo, das condições ambientais e do manejo da cultura, onde se inclui a irrigação (Reinhardt, et al.,1986). Neste estudo, objetivou-se determinar os efeitos de variedades BRS Vitória, Smooth Cayenne, Golden e Queen e de lâminas de irrigação, localizadas por gotejo, sobre o intervalo, em dias, do transplantio ao florescimento do abacaxizeiro, nas condições edafoclimáticas dosemiárido norte-mineiro.

Material e Métodos

O experimento, testando o efeito de cultivares e de lâminas de irrigação, foi conduzido no setor de fruticultura do campus Januária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude de 474 m. A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa média de 60%, precipitação média anual de 850 mm (RODRIGUES et al. 2013) e clima Aw, tropical quente segundo a classificação de Köpen, apresentando inverno frio e seco.

O preparo do solo da área experimental consistiu em subsolagem, aração e gradagem. A adubação de plantio, de acordo com a interpretação da análise de solo, seguiu a recomendação proposta por Reinhardtet al. (2001). Testaram-se mudas do tipo filhote rebentão das cultivares BRS Vitória, Smooth Cayenne, Gold (MD2) e Queen cedidas pela empresa Pomar Brasil (Projeto Jaíba). Elas foram plantadas em fileira dupla, 1,5 m entre fileiras duplas, 0,4 m entre ruas na fileira dupla e 0,3 m entre plantas na linha de plantio, na primeira semana de dezembro de 2012.

Utilizou-se irrigação localizada, com sistema de gotejadores de vazão real e pressão de serviço, respectivamente, iguais a 1,5 L.h-1 e 147 Kpa, inseridos a cada 0,3 m em mangueira de polietileno de baixa densidade. No intervalo do plantio ao mês de março de 2013, todas as plantas foram irrigadas com mesma lâmina de água. A partir de março, testaram-se os efeitos de lâminas líquidasde água iguais a 0; 2,7; e 5,4 mm.dia-1, respectivamente, pela ausência e pela presença de uma e duas mangueiras de irrigação no interior de cada fileira dupla dos abacaxizeiros.

Assim, o delineamento experimental foi em blocos casualizados com três repetições, em arranjo fatorial 4 x 3, sendo quatro cultivares e três lâminas diárias de irrigação. Cada parcela experimental consistiu de três fileiras duplas, com 5 m de comprimento, totalizando 100 plantas, todas úteis.

Aos 321 e 336 dias após o transplante (DAT) das mudas procedeu-se a avaliação do número de plantas com inflorescência evidente em toda parcela útil. A análise estatística dos dados foi realizada com

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auxílio do software SAEG o qual possibilitou efetuar a análise de variância e teste Tukey ao nível de 10 % de probabilidade, a fim de comparar as médias dos tratamentos.

Resultados e DiscussãoTodas as quatro cultivares testadas sem irrigação não produziram inflorescência aos 321 DAT (Figura

1). Nessa época, as maiores taxas de florescimento ocorreram na variedade Queen, atingindo médias de 27,5e 26,5 % em plantas irrigadas, respectivamente, com 5,4 e 2,7 mm.dia-1, as quais não divergiram estatisticamente. No mesmo período, a cultivar Smoth cayenne não revelou florescimento em todas as lâminas testadas. A cultivar Gold MD-2, seguiu a mesma tendência da Queen, não constatando diferença significativa de florescimento ao se comparar o efeito das lâminas de 2,7 e 5,4 mm.dia-1.

Figura 1 Percentual de plantas de abacaxizeiro com inflorescência emergida, aos 321 DAT, cultivadas com

0; 2,7 e 5,4 mm.dia-1 de água. Mesma letra, maiúscula (efeito de irrigação) e minúscula (efeito de cultivar) não difere significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 10% de probabilidade (P≤0,1). Fonte: Os autores. IFNMG, Januária, 2013.

Também aos 336 DAT as cultivares testadas sem irrigação não floriram (Figura 2). Nessa época, a

variedade Queen foi quem apresentou maior percentual de plantas floridas, mas não foi constatada variação significativa da característica em função das lâminas de 2,7 e 5,4 mm.dia-1. Para a variedade Gold MD-2, o maior percentual de florescimento ocorreu nas plantas irrigadas com lâmina de 2,7 mm.dia-1. Na variedade Vitória, apenas na irrigação com 5,4 mm.dia-1, ocorreu emergência de inflorescência.

Figura 1 Percentual de plantas de abacaxizeiro com inflorescência emergida, aos 336 dias pós-transplante,

cultivadas com 0; 2,7 e 5,4 mm.dia-1 de água. Mesma letra, maiúscula (efeito de irrigação) e minúscula (efeito de cultivar) não difere significativamente pelo teste Tukey ao nível de 10% de probabilidade (P≤0,1). Fonte: Os autores. IFNMG, Januária, 2013.

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Variedades

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ConclusõesDentre as cultivares avaliadas, a que demonstrou maior precocidade, ou seja, menor período do

transplante até o florescimento foi a variedade Queen. O regime pluviométrico durante o experimento não foi suficiente para que as plantas submetidas à

ausência de irrigação atingissem o florescimento natural. As cultivares Queen e Gold MD-2 irrigadas com 2,7 mm.dia-1 apresentaram florescimento compatível

ou mesmo superior àquelas submetidas à 5,4 mm.dia-1, sendo a primeira a lâmina melhor recomendada para locais onde a oferta hídrica é escassa.

Agradecimentos

À FAPEMIG, pelo financiamento do projeto e concessão de bolsa de iniciação científica. À Pomar Brasil, pela concessão de mudas de abacaxizeiro.

Literatura citada

ALMEIDA, O.A.; SOUZA, L.F.S.; REINHARDT, D.H.; CALDAS, R.C. Influência da irrigação no ciclo do abacaxizeiro cv. Pérola em área de tabuleiro costeiro da Bahia. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 24, n. 2, p. 431-435, agosto 2002 PONCIANO, N. J.; SOUZA, P. M.; GOLYNSKI, A. Avaliação econômica da produção de abacaxi (AnanascosmosusL.) cultivar perola na região Norte Fluminense. Caatinga, Mossoró, v. 19, n. 1, p. 82-91, 2006. REINHARDT, D.H.R.C.; COSTA, J.T.A.; CUNHA, G..P. da. Influência da época de plantio, tamanho de muda e idade da planta para a indução floral do abacaxi “Smooth Cayenne” no Recôncavo Baiano. I. Crescimento vegetativo, produção de mudas e florescimento natural. Fruits, Paris, v.41,n.1, p.31-41, 1986 REINHARDT, D.H.; SOUZA, L.F.S.; CABRAL, R.S. Abacaxi irrigado em condições semi-áridas. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2001. 108p. RODRIGUES, F.C.T; MENDES, J.D.S.; ASSIS, Y.J.M.; MELO, V.L.; PACHECO, D.D. Crescimento e acúmulo de fósforo em abacaxizeiros Pérola no semiárido mineiro: resposta à irrigação por gotejo e microaspersão. In: 2º Seminário de iniciação científica do IFNMG, 2013, Januária. Anais... IFNMG, 2013. p.28-30.

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FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DO GÊNERO Chrysoperla EM POMAR DE GOIABA (Psidium

guajava L.) NO NORTE DE MINAS GERAIS

Valdeir Celestino dos Santos Junior1, Renildo Ismael Felix Costa2, Lais Gonçalves Martins3, José Wilson Ferreira Bispo3, Lucas Haislan Santos Azevedo4

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 2Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. Entomologia. Email: [email protected], 3Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Email: [email protected] , [email protected] 4Estudante do Ensino Médio. Bolsista do PIBIC-EM .Email: [email protected]

Resumo: O uso de inimigos naturais na agricultura já é realidade em todo o mundo. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a flutuação populacional do gênero chrysoperla em pomar de goiaba no Norte de Minas Gerais. O inventario do gênero se deu durante todo o ano de 2013, com uma coleta de insetos semanal, com 2 horas de duração. As coletas foram realizadas com auxílio de rede entomológica e identificado quanto ao gênero no laboratório de entomologia do IFNMG – Campus Januária. Dados meteorológicos foram adquiridos junto ao INMET para avaliar efeitos sobre o inseto. A flutuação populacional apresentou picos no número de insetos entre os meses de maio a agosto, época que se apresenta as médias de temperatura mais amenas de todo o ano (entre 21,7ºC e 24,6ºC), o gênero chrysoperla abriga uma das espécies mais adaptadas aos ambientes antropisados, sendo encontrado, quase que exclusivamente em agroecossistemas. O manejo da vegetação espontânea é muito importante na manutenção deste inseto, já que muitos dos indivíduos avaliados foram encontrados sobre plantas floridas da família poacea, que estavam presentes nas entrelinhas de cultivo. Assim conclui-se que a temperatura média influencia diretamente a flutuação populacional do gênero chrysoperla, sendo favorecido nas estações de outono e inverno. Palavras–chave: controle biológico, dinâmica populacional, manejo integrado de pragas

Introdução A utilização de inimigos naturais como forma alternativa para controle de insetos pragas é hoje uma realidade, seus usos vem crescendo a cada ano em todo o mundo e novas empresas vem surgindo seguindo esta necessidade de mercado. A região do Norte de Minas apresenta firme vocação para o cultivo de frutíferas a partir dos distritos de irrigação instalados na região. Com a vasta exploração, surgem também as pragas e doenças que podem proporcionar perdas em produtividade. Dentre estes cultivos se encontra o citros, a manga, a banana e a goiaba. A goiaba é uma frutífera que apresenta complexo de pragas como pulgões e psilídeos, que influencia diretamente na densidade populacional de predadores como o crisopídeo (FREITAS, 2002). Estratégia de manejo tais como manutenção da vegetação espontânea nas entrelinhasde cultivo podem favorecer a manutenção deste inimigo natural, proprocionando-lhes entre outras vantagens, alimentação e abrigo.

Estudos bioecológicos sobre crisopídeos têm sido desenvolvidos em diversas partes do mundo, com avanços significativos nas últimas décadas,mas no Brasil, ainda há diversas lacunas sobre os aspectos mencionados que limitam a utilização mais ampla destes predadores na agricultura (RIBEIRO et all, 2013). De acordo com Duarte et all. (2013), o crisopídeo, se encontra entre as populações de inimigos naturais predadores mais abundantes em pomares de goiaba cultivada em sistema orgânico.

Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a flutuação de indivíduos do gênero chrysoperla, associado a cultivo de goiaba no Norte de Minas Gerais, a fim de se conhecer a sazonalidade natural do gênero em agroecossistemas e sua relação com parâmetros agroclimáticos.

Material e Métodos

O trabalho foi realizado em condições de campo nas dependências do IFNMG – Campus Januária, no pomar de goiaba, no período de 03 de janeiro a 27 de dezembro de 2013. O campus Januária está localizado na região de clima AW (tropical úmido com inverno seco e verão chuvoso) de acordo com a classificação de Köppen e o manejo do pomar seguiu o realizado convencionalmente pelo setor.

O levantamento dos insetos foi realizado uma vez por semana, totalizando o período avaliado 104 horas de avaliação, seguindo metodologia sugerida por Costa et all. (2010), procedendo se a coleta de insetos em voo ou em repouso sobre a folhagem, troncos ou demais superfícies que veio a servir de local de repouso. As coletas se deram em toda a área de cultivo, sobre as goiabeiras e vegetação espontânea. Apenas foram coletados insetos adultos manualmente ou com auxílio de rede entomológica. Após coletados os insetos foram acondicionados em tubos de acrílico, devidamente identificados.

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A identificação e triagem do material inventariado foram realizadas no laboratório de entomologia do IFNMG – Campus Januária com auxílio de estereoscópio. Dados meteorológicos foram solicitados ao INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) para avaliação da influência do clima na flutuação populacional.

Resultados e DiscussãoO gênero chrysoperla foi representado por 236 insetos, coletados em 52 avaliações durante todo o ano

de 2013. Quando avaliada sua sazonalidade, observa-se picos na flutuação populacional (Figura 1), entres os meses de maio e agosto. Dados semelhantes foram encontrados por Duarte et all (2013), onde ele afirma que as épocas de maior abundância deste inseto ocorre nas estações de outono e inverno.

O manejo da cultura pode afetar diretamente a dinâmica populacional do inseto onde Ribeiro et all (2013) diz que em suas amostragens em cultivo de urucum, o número de insetos reduziam em épocas de manejo das plantas espontâneas. Este mesmo autor defende a complexidade estrutural dos habitats como um fator importante que favorece a presença, abundância e dinâmica populacional de inimigos naturais, por serem locais de refúgio e recursos alternativos. Quando os picos nos números de indivíduos coletados é percebido na Figura 1, ocorre um grande aumento de captura de insetos nas entrelinhas de cultivo, sobre plantas da família poacea que apresentam floração.

Como observado na Figura 1, a temperatura média teve influência sobre a dinâmica populacional do gênero chrysoperla, onde nos meses mais amenos, com temperaturas oscilantes entre 21,7ºC e 24,6ºC ocorreram o inventário do maior número de insetos. Silva (2012), conclui em seu trabalho que períodos mais secos e mais frios favorecem a abundância desses insetos em ambientes antropisados e com menor diversidade vegetal, corroborando com os dados aqui levantados. Este mesmo autor ressalta que o Chrysoperla externa, principal representante do gênero em regiões tropicais, em ambientes com condições de baixa diversidade vegetal, onde este ambiente fornece condições e recursos suficientes para seu aumento. Ribeiro et all (2011), em seu inventário sobre a biodiversidade em cultivos de café a pleno sol e arborizado, observou que a única espécie encontrada do gênero foi a Chrysoperla externa, que apresentou dominância nas duas condições de cultivo do café e potencial para utilização no uso de controle biológico.

Figura 1 Flutuação Populacional de insetos do gênero Chrysoperla (Neuroptera:Chrysopidae) correlacionado com temperatura média durante o ano de 2013, em pomar de goiaba no Norte de Minas gerais, IFNMG - Campus Januária.

Estes resultados evidenciam a necessidade de mais pesquisa quanto a diversidade vegetal na região

Norte de Minas Gerais e sua influência sobre inimigos naturais que usufruem destes recursos, a fim de avaliar melhores métodos de manejo nas culturas aqui exploradas.

ConclusõesO maior número de indivíduos do gênero chrysoperla ocorreu entre os meses de maio e agosto, em

temperaturas mais amenas. As temperaturas onde foi encontrado maior número de indivíduos foram entre 21,7ºC e 24,6ºC.

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Período de avaliação

Flutuação populacional do gênero Chrysoperla

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AgradecimentosÀ FAPEMIG, pela concessão da bolsa ao primeiro autor e financiamento do projeto e ao CNPq, por

concessão de bolsa ao ultimo autor.

Literatura citadaCOSTA, R.I.F.; CARVALHO, C.F.; SOUZA, B.; LORETI, J. Influência da densidade de indivíduos na criação de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera Chrysopidae). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, p. 1539-1545, 2003. Edição especial. DUARTE, R.T.; GALLI, J C.; PAZINI, W.C.; Levantamento populacional de predadores (Arthropoda) em cultivo orgânico de goiaba (Psidium guajava L.), Revista Agro@mbiente On-line, v. 7, n. 3, p. 352-358, setembro-dezembro, 2013 < www.agroambiente.ufrr.br> Acessada em 11 de fevereiro de 2014, as 22:10 horas. FREITAS, S. O uso de crisopídeos no controle biológico de pragas. In: PARRA, J.R.P.; BOTELHO, P.S.M.; CORRÊA FERREIRA, B.S.; BENTO, J.M.S. Controle biológico no Brasil: parasitoides e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p.209-224. RIBEIRO, A.E.L.; CASTELLANI, M.A.; FREITAS, S.; NOVAES, Q.S.; PÉREZ-MALUF, R.; MOREIRA, A.A.; AMARAL, T.S.; LEITE, S.A., Análise faunística de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae), em cafeeiro arborizado e a pleno sol, no município de Barra do Choça, Bahia, Brasil, in: VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, 2011. RIBEIRO A.E.L.; CASTELLANI M.A.; MOREIRA A.A.; MALUF R.P.; SILVA C.G.V.; SANTOS A.S., Diversidade e sazonalidade de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) em plantas de urucum. Horticultura Brasileira 31: 636-641, 2013. SILVA M., Diversidade de Neuroptera (Insecta) na mata do Baú, Barroso, MG, Dissertação de Mestrado, Lavras, 2012.

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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ATEMÓIA (Annonacherimola mill. xA. squamosa L.) SUBMETIDAS A TRATAMENTOS COM ÁCIDO GIBERÉLICO (GA3) E ETHEPHON

Hebert Camilo Nunes Silva1, Larissa Cristine Carneiro Araujo2, Ivan Carlos Carreiro Almeida3 Dilermando Dourado Pacheco3 José Eduardo Almeida Teixeira2Helena Aparecida Viana De Souza4

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária- IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. 3Professor do IFNMG/Januária. 4Estudante do Ensino Médio- Olegário Maciel. Bolsista CNPq. Resumo: Objetivou-se com este trabalho estudar os efeitos do ácido giberélico (GA3), do Ethephon e dainteração de ambos os reguladores vegetais no processo germinativo de sementes de atemóia (Annonacherimola Mill. x A. squamosa L.). Empregou-se delineamento experimental bloco inteiramente casualizado, em esquema fatorial fracionado, com cinco concentrações de cada substancia, totalizando 13 tratamentos definidos pela matriz experimental do quadrado duplo, com 3 repetições e 20 sementes por parcela. As concentrações de GA3 empregadas foram: 0; 250; 500; 750 e 1.000 mg L-1 e de Ethephon: 0; 25; 50; 75 e 100 mg L-1. Os reguladores vegetais foram aplicados por meio da imersão das sementes nas soluções de GA3 e Ethephon por período de 36 horas.Em seguida, as sementes foram semeadas em canteiros a campo, protegido com sombrite 75%, adicionando a estes 10 kg de esterco bovino curtido por m2, incorporado a 20 cm de profundidade. As avaliações foram realizadas diariamente desde a germinação da primeira semente até o fim do período das germinações. A melhor concentração foi a combinação de GA3 e Ethephon de 250 e 75 mg L-1, respectivamente. Palavras–chave: anonáceas, cherimola, quebra de dormência, reguladoresvegetais

IntroduçãoA atemóia (Annonacherimola Mill. X Annonasquamosa L) é um híbrido interespecífico entre a

cherimoia (Annonacherimola Mill.) e a pinha ou fruta-do-conde (Annonasquamosa L.), cultivado comercialmente no Paraná desde 1985 (STENZEL, 1997). Entretanto, segundo o mesmo autor, os frutos passaram a despertar interesse maior por parte dos agricultores a partir de 1993 devido aos bons preços oferecidos pelo mercado.

A atemoeira produz frutos com polpa branca, doce, ligeiramente ácida e sucosa. A propagação é realizada vegetativamente por estaquia (CEREDA; FERREIRA, 1997) ou por enxertia, utilizando-se da borbulhia ou garfagem. Os portaenxertos são propagados por via sexuada, utilizando-se das sementes da própria atemoia. Quando são utilizados portaenxertos de outras espécies, normalmente ocorrem problemas de incompatibilidade (KAVATI, 1992).

O primeiro aspecto que causa interesse na produção comercial de mudas refere-se à uniformidade e à percentagem de sementes germinadas. A produção de mudas de atemoeira via sexuada esbarra na dormência de sementes, cujo tegumento é resistente e de baixa permeabilidade, e que, por razão ainda desconhecida, após a secagem das sementes, ocorre inibição da germinação (KAVATI, 1992). TAIZ E ZEIGER (2009) e CARVALHO E NAKAGAWA (2000) afirmam que as sementes que não germinam sob condições normais (água, oxigênio e temperatura adequada para germinação) são chamadas de dormentes. Segundo os mesmos autores, a dormência pode ser superada e iniciada a germinação em algumas espécies com a utilização de reguladores vegetais. Os hormônios exercem papel fundamental no processo germinativo de sementes e, dentre eles, citam-se principalmente as giberelinas, as citocininas e o etileno, na promoção da germinação de sementes e o ácido abscísico como indutor de dormência (TAIZ e ZEIGER, 2009).

Deste modo, objetivou-se estudar os efeitos do ácido giberélico (GA3), do Ethephon e da interação de ambos os reguladores vegetais no processo germinativo de sementes de atemoia (Annonacherimola Mill. X Annonasquamosa L.), cultivar ‘Gefner’.

Material e MétodosO estudo foi conduzido no ano de 2013, no município de Januária, na Fazenda São Geraldo, km 6, s/n,

pertencente ao IFNMG- Campus Januária (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Januária). A fazenda localiza-se próximo às coordenadas 15° 29’ 44’’ S e 44° 21° 45 W, em área de altitude de 448 m. A região, de acordo com a classificação de Köppen, apresenta clima tropical com estação seca (Aw). O solo da região da área do experimento é o NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órticolatossólico. As sementes foram extraídas, secadas á sombra e armazenadas em câmara fria (4 – 5ºC) até a realização dos tratamentos.

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O experimento foi instalado em delineamento experimental bloco inteiramente casualizado, em esquema fatorial fracionado pela combinação de cinco concentrações de GA3 (ácido giberélico) e de Ethephon, totalizando 13 tratamentos pela matriz experimental do quadrado duplo (Alvarez et al., 1991). Testaram-se 3 repetições e as parcelas foram constituídas de 20 sementes. As concentrações de GA3 empregadas foram: 0, 250, 500, 750, 1000 mg L-1 e de ethephon: 0, 25, 50, 75 e 100 mg L-1.

As sementes foram tratadas com os reguladores vegetais pela imersão nas soluções com diferentes concentrações de GA3 e Ethephon, sob oxigenação constante, durante período de 36 horas. Os produtos comerciais utilizados foram: Ácido giberélico (GA3) – Nome comercial: Pro-Gibb, composto por 10% de ácido giberélico, na forma de pó solúvel, fabricado por Abbott Laboratórios do Brasil Ltda – e Ácido 2-cloroetil-fosfônico (ETHEPHON) – Nome comercial: Ethrel. Composto por 240 g L-1 de ácido 2 clorenil-fosfônico.

Após os tratamentos procedeu-se desinfecção das sementes com hipoclorito de sódio a 2% por 3 minutos e lavagem em água corrente para evitar o desenvolvimento de patógenos. Em seguida, semeadas em canteiros a campo, protegido com sombrite 75%, onde adicionou-se 10 kg de esterco bovino curtido por m2, incorporado a 20 cm de profundidade. A irrigação foi por microaspersão com vazão 105 L.h-1, duas vezes ao dia. Ocontrole de ervas daninhas foi realizado manualmente.

As avaliações ocorreram diariamente desde a germinação da primeira semente até o fim do período das germinações. Avaliou-se o índice de germinação a campo das sementes de atemóia. Os dados coletados foram submetidos a analise de variância (Tabela 2) e teste de média Tukey, no SAEG (FUNARBE, 2007), para determinação da significância, coeficiente de variação e o tratamento estatisticamente superior.

Tabela1 Tratamentos definidos pela combinação de doses de ácido giberélico e ethephon segundo a matriz experimental do Quadrado Duplo.

TratamentosÁcido

Giberélico(mg L-1)Ethephon (mg L-1)

1 1000 0 2 1000 50 3 1000 100 4 750 25 5 750 75 6 500 0 7 500 50 8 500 100 9 250 25

10 0 50 11 250 75 12 0 0 13 0 100

Resultados e Discussão

O resultado de análise de variância mostrou efeito significativo para as combinações das doses de GA3 e Ethephon (Tabela 2). Observa-se que o tratamento que não recebeu os hormônios GA3 e Ethephon foi o que obteve menor número de germinação (Tabela 3), mostrando a importância do uso dos mesmos para incrementar a germinação das sementes de Atemóia. Através dos resultados apresentados, a maior dose de GA3 mostrou-se com baixa eficiência, em todas combinações com Ethephon, na germinação das sementes, o que deve provavelmente causar um desequilíbrio hormonal na semente.

O tratamento que apresentou melhor índice de germinação foi a combinação de GA3 e Ethephon nas concentrações de 250 e 75 mg L-1, respectivamente.

Tabela2 Resumo das análises de variância da característica índice de germinação de sementes de atemóia em função da imersãonassoluções com diferentesconcentrações de GA3 e Ethephon. Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária, Januária, MG, 2013.

Fontes de

variação

Grau de liberdade

Quadrado Médio

Índice de germinação

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Trat 12 49,414553** Bloc 2 3,794872ns

Resíduo 24 1,350427 CV (%) 10,540 Média 11,02564

ns,**não significativo e significativo a 1% de probabilidade, pela analise de variância, respectivamente.

Tabela3 Número de sementes germinadas do total de 20 sementes e a percentagem de germinação de sementes de atemóia em função da imersão nas soluções com diferentes concentrações de GA3 e Ethephone submetidas ao teste de média Tukey a 1% de probabilidade. Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária, Januária, MG, 2013.

Tratamentos Médias % de Germinação Comparações

11 17,6667 88,33 A 6 16,0000 80,00 A B

8 14,3333 71,66 A B C 5 13,6667 68,33 A B C 9 13,0000 65,00 B C D 4 12,3333 61,67 B C D 7 12,0000 60,00 B C D 13 10,3333 51,67 C D E 1 9,0000 45,00 D E F 2 7,6667 38,33 E F G 10 7,6667 38,33 E F G 3 5,3333 26,67 F G 12 4,3333 21,67 G

Conclusões

• O ácido giberélico (GA3) e o Ethephon aumentaram a percentagem, a velocidade e a uniformidade da geminação de sementes de atemóia.

• Existiu interação da ação dos regulamentos vegetais estudados no processo germinativo de sementes de atemóia, sendo as concentrações 250 g.L-1 de GA3 e 75 mg.L-1 de ethephon a melhor combinação de doses.

Agradecimentos

À FAPEMIG e ao CNPqpelo fomento das bolsas de Iniciação Cientifica, ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-Campus Januária pela oportunidade da execução da pesquisa, ao orientador e aos colaboradores.

Literatura citadaSTENZEL, N. M.C. A Cultura da Atemoia no Estado do Paraná In: SÃO JOSÉ, R.; SOUZA, I.V.B.;MORAIS, O.M.; REBOLÇAS, T.N.H. Anonáceas, produção e mercado: pinha, graviola, atemoia e cherimoia. Vitória da Conquista: DFZ/ UESB, 1997. p. 307-8. ALVAREZ V., V.H. Avaliação da fertilidade do solo: superfícies de resposta – modelos aproximativos para expressar a relação fator resposta. UFV, Viçosa, MG. Imprensa Universitária. Boletim Técnico no 228, 75p. 1991. KAVATI, R. O Cultivo da Atemoia In: DONADIO, L.C. ; MARTINS, ANTÔNIO, B.G.; VALENTE, J.P. Fruticultura Tropical In: CURSO DE FRUTICULTURA TROPICAL,1992, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: FCAV – UNESP – FUNEP, 1992. p. 39-70. CEREDA, E.; FERREIRA, G. Propagação vegetativa de anonáceas por estaquia. In: SÃO JOSÉ, A.R.; SOUZA, I.N.B.; MAGALHÃES, O.; REBOUÇAS, T.N.H. Anonáceas, produção e mercado: Pinha, Atemoia e Cherimoia. Vitória da Conquista: DFZ/UESB, 1997. p. 68-74. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 819p. CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4.ed. Jaboticabal: Funep, 2000. 588p. FUNARBE -SAEG - Sistema para Análises Estatísticas, Versão 9.1: Fundação Arthur Bernardes. Viçosa: UFV, 2007. p. 301.

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IMPACTOS AMBIENTAIS NA BACIA DO RIO BANANAL, SALINAS - MG

Jade Adrinely Martins Corsino¹; Maria Clara Oliveira Durães²; Ronaldo Medeiros dos Santos³

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista PIBEX. Email: [email protected] 2Professora do IFNMG / Salinas. M.Sc. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. Email: [email protected]

Resumo:Atividades humanas quando desenvolvidas de forma desordenada causam danos ao meio ambiente. As consequências dos impactos degradam os ecossistemas naturais, acarretando danos à fauna e flora e à comunidades locais. Neste sentido, os objetivos deste estudo são levantar impactos ambientais presentes na Bacia do Rio Bananal e propor medidas mitigadoras destes impactos. Foi realizada a coleta de informações através da população local, seguida de visitas inloco e georreferenciamento das áreas onde existe a ocorrência de fatores de degradação. Foram identificados os seguintes impactos potenciais na bacia do Rio Bananal: supressão de floresta ciliar e assoreamento, deposição inadequada de lixo urbano, dragagem e deposição de areia em área de floresta ciliar e desmatamento em área de floresta ciliar para abertura agrícola e pastagem. Apesar da grande importância ambiental e econômicaa Bacia do Rio Bananal encontra-se em elevado grau de degradação, apresentando uma situação de conflito em relação aos usos da água e do solo, havendo a necessidade de um trabalho de educação ambiental junto à comunidade local e órgãos responsáveis pela gestão ambiental do município. Palavras–chave: atividades antrópicas, degradação ambiental, educação ambiental

IntroduçãoOs principais componentes das bacias hidrográficas - solo, água, vegetação e fauna - coexistem em

permanente e dinâmica interação respondendo às interferências naturais e ao uso e ocupação da paisagem, afetado os ecossistemas como um todo. Atualmente observa-se o crescente uso dos recursos naturais, sem o conhecimento e observância de suas interações, o que vem potencializando impactos ambientais nos ambientes rurais e urbanos (SOUZA, FERNANDES, 2000).Desta forma, o impacto pode se dar em diferentes níveis, dependendo da atividade envolvida. A degradação dos recursos naturais é algo preocupante, o que implica no comprometimento da qualidade de vida das populações que dependem destas fontes para sua subsistência (ARAÚJO, 2000).

Nas últimas décadas a Bacia do rio Bananal tem sido ocupada sem levar em consideração a preservação dos recursos naturais. Dentre as atividades impactantes, estão a remoção de floresta ciliar para abertura de áreas agrícolas e pastagens, construção de barramentos e vias de acesso e ainda a disposição inadequada de resíduos urbanos. Como resultado destas ações, extensas áreas encontram-se descaracterizadas e impactadas, comprometendo a fauna e flora local e a qualidade de vida das comunidades locais (SOARES, 2010).

Material e Métodos

Este estudo foi realizado na Bacia Hidrográfica do rio Bananal, localizado no município de Salinas, Norte de Minas Gerais (Figura 1).

Figura 1 Detalhe mostrando a localização da Bacia Hidrográfica do Rio Bananal, pertencente a grande

Bacia Hidrográfica do Rio Salinas-MG. Fonte: Atlas Ambiental de Salinas-MG, 2010.

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A bacia hidrográfica do rio Bananal se encontra em altitude média de 478 me possui área total de

411,03 km². Fisionomicamente,a região está inserida em uma área de transição entre os domínios do Cerrado e da Caatinga com forte interferência daFloresta Estacional Decidual (mata seca) na área de estudo. Os solos da região caracterizam com predomínio de Argissolos e Planossolos. O clima da região de acordo com a classificação de Koppené do tipo semiárido, com temperatura máxima registrada em dia mais quente de 41º e a precipitação máxima atingida de 120,9 mm (MAGALHÃES et al., 2010)

Foram visitadostrechos da Bacia do Rio Bananal, incluindo áreas agrícolas e de pastagens, trechos onde existem barramentos, áreas de dragagem de areia e de disposição de resíduos. Nestes locaisfoi observada,in loco,a existência de fatores degradantes. Foi realizado o levantamento de informações de áreas onde existe a ocorrência de degradação ambiental, através da população local. Para a realização do levantamento dos impactos foram utilizados os seguintes equipamentos: GPS, Câmera fotográfica e Trena.

Resultados e DiscussãoNa Bacia Hidrográfica do rio Bananal, as principais atividades antrópicas ocorrentes são as plantações

de eucalipto e de canaviais, pastagens irrigadas e grandes áreas com agricultura, podendo ainda ser observado áreas com solo exposto ou parcamente coberto, ficando estas áreas sujeitas aos processos erosivos. As atividades impactantes ocorrem devido aos diferentes tipos de uso e ocupação do solo, mostrados no mapa de uso e cobertura do solo da bacia do Rio Bananal (figura 2).

Figura 2 Mapa de uso e cobertura do solo da Bacia Hidrográfica do Rio Bananal. Fonte: Ronaldo Medeiros

Foram identificados os seguintes impactos potenciais na bacia do Rio Bananal: supressão de floresta ciliar e assoreamento, deposição inadequada de lixo urbano, dragagem e deposição de areia em área de floresta ciliar e desmatamento em área de floresta ciliar para abertura agrícola e pastagem.

Em vários locais ao longo da bacia do rio Bananal, a vegetação ciliar foi suprimida e gradativamente vem sendo substituída por áreas de pastagens e agricultura, causando em alguns pontos processos de assoreamento do rio Bananal. Observou-se nestes locais o descumprindo do Código Florestale falta de conhecimento pela comunidade, acerca da importância do ecossistema ciliar para a preservação da flora e fauna local. Ao longo da Bacia, junto ao leito do rio Bananal, foram observadoslocais onde ocorre a dragagem de areia. A atividade é realizada sem critérios, de forma desordenada, com deposição de areia em área de APP, causando o comprometimento do banco de regenerantes e diminuição da infiltração de água no solo, devido à compactação ocasionada pelo uso de maquinas pesadas, ocorrendo a liberação de poluentes pela combustão do motor da draga e derramamento de óleo causando turbidez da água. Além destes impactos, foi observado nestes locais, que os recipientes de combustível para o funcionamento da draga, são descartados dentro do rio e na área de APP, causando a contaminação das águas e danos para a flora e fauna presente neste ecossistema. A disposição inadequada de lixo urbano (lixão) é talvez o principal impacto presente na bacia do rio Bananal. Diariamente, esses resíduos são despejados em local exposto a céu aberto, causando a contaminação da água, do solo e do ar, principalmente em ambientes próximos a esses depósitos. O descarte contínuo é um risco, pois o chorume (material orgânico que possui alto grau de contaminação) poderáatingir o lençol freático causando sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, comprometendo a qualidade de vida da população local.

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ConclusõesDiante dos problemas ambientais encontrados ao longo da bacia do Rio Bananal, faz-se necessário a

gestão integrada e participativa dos órgãos responsáveis e a comunidade local. Programas de educação ambiental contribuem de forma ressaltante e devem envolver todos os indivíduos que fazem uso dos recursos naturais. Em sua maioria, tais problemas são decorrentes de práticas e políticas inadequadas de mau uso e ocupação do solo, sem nenhum critério e preocupação com meio ambiente. Nesse contexto, o presente estudo busca contribuir para a conscientização ambiental e melhoria da qualidade de vida da comunidade da bacia do Rio Bananal.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG – Campus Salinas pela concessão de bolsa de Extensão.

Literatura citadaARAÚJO, M.A.R. Conservação da Biodiversidade em Minas Gerais em busca de uma estratégia para o século XXI. Belo Horizonte, Unicentro Newton Paiva, 2000. 35 p. MAGALHÃES, et al. Recursos Hídricos. Atlas Ambiental de Salinas-MG, 2010.158,165,166p. SOARES, H.A. Recomposição das Matas Ciliares do Ribeirão Bananal Município de Salinas-MG. Monografia (Curso de Gestão Ambiental), Universidade Norte do Paraná, Salinas, 2010. 14p. SOUZA, Enio Rezende; FERNANDES, Mauricio Roberto. Sub-Bacias Hidrográficas-Unidades Básicas Para O Planejamento E Gestão Sustentáveis Das Atividades Rurais. 2000. 16p. Belo Horizonte, 2000.

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ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA DE ESPÉCIES FRUTÍFERAS DO CERRADO PLANTADAS UTILIZANDO POLÍMERO HIDROABSORVENTE

Franciele Cezar Silva Moura¹, Gabriel Müller Valadão²Rafael Rodrigues de Faria3, Tiago dos Santos Cassimiro4, Maria Isabel Dantas Rodrigues Valadão5,Reginaldo Proque6

1Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Arinos, Especialista em Gestão Ambiental.Email: [email protected] 3Acadêmico do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental – IFNMG/Arinos. Email: [email protected] 4 Estudante do curso Técnico em Meio Ambiente.Email: [email protected]

5Analista Ambiental do Instituto Estadual de Florestas, [email protected] 6Professor do IFNMG/Arinos, Mestre em Agroecologia. Email: [email protected]

Resumo:Este projeto foi desenvolvido com o objetivo de estudar o efeito do polímero hidroabsorvente no estabelecimento de espécies frutíferas do cerrado. O estudo foi instalado em uma área degradada de cerrado sentido restrito, localizada na Reserva Legal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Arinos. Foram plantadas sessenta e sete mudas de cinco espécies do cerrado, o plantio e a irrigação foram realizados durante o período de seca avaliando assim a eficiência do produto. Foram feitas avaliação da sobrevivência das mudas de Junho de 2012 a Junho de 2013. Como resultado verificou-se uma alta variação na sobrevivência entre as espécies plantadas variando entre 0% no caso das mudas de C. brasiliense Camb (pequi) e 100% no caso do D. alataVog (Baru). Considerando a metodologia do uso do polímero hidroabsorvente como condicionador do solo, comparado ao índice de mortalidade das literaturas estudas em período similar, não influenciou na sobrevivência das mudas durante o período de estiagem. Palavras–chave: frutos do cerrado, manejo e enriquecimento, polímeros hidroabsorvente, recuperação de áreas degradadas

IntroduçãoO bioma cerrado é considerado um dos maiores e mais ricos do mundo em biodiversidade. Com

tudo,as atividades humanas estão acelerando sua degradação, com alterações significativas em sua vegetação. O cerrado trata-se de um bioma profundamente ameaçado pelos avanços econômicos alcançados pela humanidade. Neste caso, é preciso a intervenção antrópica para tentar recuperar estas áreas, quando ainda mantêm a capacidade de regeneração ou resiliência o ambiente está perturbado, sendo a intervenção humana importante para acelerar este processo. (CORRÊIA, 2004), ao tentar conciliar o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade, é necessário desenvolver novas tecnologias de manejo sustentável para a utilização dos recursos naturais. O conhecimento sobre recuperação de ecossistemas florestais não se aplica à vegetação do cerrado, sendo necessárias várias pesquisas para esclarecer desde mecanismos reprodutivos e de regeneração, ciclo de vida, processos de sucessão secundária, (DURIGAN, 2003).

Pesquisas que envolvem plantios com enriquecimento são escassos, causando problemas na proposta metodológicas de implantação florestal, a presença de espécies florestais estabelecidas podem favorecer a sobrevivência das espécies de cerrado sentido restrito que foram introduzidas. Uma das tecnologias existentes que contribuem com o estabelecimento, refere-se ao uso de polímeros hidroabsorventes, que são adicionados as covas de plantio das mudas na forma hidratado. Esses polímeros hidroabsorventes melhoram a capacidade do solo em reter água e nutrientes para as plantas, atuando como condicionadores de solo. (OLIVEIRA et al., 2004).

O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência do polímero hidroabsorvente na taxa de sobrevivência do plantio de enriquecimento de mudas nativas frutíferas do cerrado plantadas no período de estiagem,favorecendo o uso da técnica pela agricultura familiar, respeitando a característica de pluriatividade e o manejo da sociobiodiversidade, peculiar desse seguimento da população rural, onde durante o período chuvoso se ocuparia da agricultura e no período de estiagem do manejo do Cerrado, visando incremento de renda através do agroextrativismo.

Material e Métodos

A implantação florestal ocorreu em Junho de 2012, numa área de cerrado sentido restrito, área degradada em regeneração localizada na Reserva Legal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Arinos. No local foram plantadas sessenta e sete mudas de espécies frutíferas nativas do cerrado, sendo elas: Quinze (15) mudas de Hymenaea courbaril L.(Jatobá), Vinte e três (23) mudas de Dypteryx alata Vog. (Baru), Cinco (5) mudas de Eugenia dysenterica DC (Cagaita), oito (8) mudas de Hancornia speciosa Gomes (Mangaba) e dezesseis (16) mudas de Caryocar brasiliense Camb (Pequi).

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Na área da Reserva legal, dois meses antes do plantio foi realizado os manejos iniciais na área enriquecida, o controle de formigas cortadeiras foi realizado durante todo o período do projeto, o perímetro foi cercado para evitar a entrada de animais e retirado espécies invasoras como o capim Andropogon (Andropogon gayanus), sendo o material reutilizado para cobrir o solo exposto, a fim de diminuir a condições favoráveis aos processos erosivos.As covas de plantio foram abertas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm, espaçamento entre plantas respeitou a lógica de abertura do dossel, o plantio das mudas foi realizado em clareiras na vegetação nativa, comespaçamento médio de 5 metros. A adubação de base segue a metodologia proposta por Silva et al. (2001), onde cada cova recebeu 32g de P2O5, 6g de K2O, 64g de calcário dolomítico (100% PRNT) e 04 litros de esterco bovino, adicionado 750 ml de polímero hidroabsorvente e apresentado cerca de 5 litros de água por muda através da irrigação uma vez por semana.

O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência do polímero hidroabsorvente na taxa de sobrevivência do plantio de enriquecimento de mudas nativas frutíferas do cerrado plantadas no período de estiagem.Neste contexto, é testada a seguinte hipótese, o uso do polímero tem influência na sobrevivência das mudas frutíferas do cerrado durante o restante do período de estiagem. Após o plantio realizou-se o levantamento de dados, para avaliar a sobrevivência das mudas. O processo foi repetido quatro vezes, avaliação inicial em junho de 2012, setembro/2012, novembro/2012 e junho/2013.

Resultados e DiscussãoNo trabalho em questão, estão sendo evidenciadas as taxas de sobrevivência das mudas frutíferas do

cerrado durante 12 meses, como mostra a figura abaixo. As mudas ao serem avaliadas pela segunda vez, três meses após o plantio, foram verificadas a mortalidade de 14,92% das mudas, referentes a 86,1% de sobrevivência geral das mudas plantadas, sendo considerada aceitável dentro dos parâmetros para plantios comerciais, onde são aceitos mortalidade de até 20% (MALINOVSKI et al., 2006 citado por Venturoli, 2011).

Na terceira avaliação, cinco meses após o inicio de experimento, verificou-se a mortandade já crescente de 28,36 % das mudas e 71,64% de sobrevivência das mudas. Corrêa (2004) apresentou uma compilação de dados sobre a taxa de mortalidade de várias espécies plantadas em áreas mineradas no cerrado, dentro do presente estudo, o valor de 40% é considerado uma taxa normal de mortalidade nessas condições. Na ultima avaliação, doze meses após o plantio das mudas, foi constatado 40,3% de mortalidade e 59,7 % de sobrevivência.Souza (2002) citado por Cortes (2012) considera a sobrevivência entre 40% a 60% como regular e menor que 40% como baixa. Na pesquisa realizada por Cortes (2012) encontrou-se um resultado parecido ao presente estudo, tendo mortalidade de 100% das espécies de E. dysenterica (Cagaita) e C. brasiliense (Pequi) aos 38 meses. Figura 1 Taxa de sobrevivência de mudas frutíferas do Cerrado em doze meses.

Corrêa (2004) apresenta em seu estudo a taxa de mortalidade das espécies Dypteryx alata( Baru) 10-38%, Eugenia Dysenterica ( Mangaba) 2-22% e Hymenaea courbaril L.(Jatobá) 2% em 15 meses, sendo um plantio convencional, sem o uso de condicionadores de solo. Se comparado ao presente estudo, pode-se observar que a espécies D. alata (Baru) não apresentou mortalidade dentro da estatística de CORRÊA, tendo 100% de sobrevivência, as espécies E. Dysenterica (Mangaba) e H. courbaril L.(Jatobá) aconteceu o inverso, apresentou amplitude maior, sendo de 62,5 e 33,33 % de mortalidade.

Conclusões Com base nos estudos em questão, verificou-se a sobrevivência variável entre as espécies, sendo de 0% no caso das mudas de C. brasiliense Camb (Pequi) e 100% no caso do D. alata Vog (Baru), as demais

0

5

10

15

20

25

mer

o d

e m

ud

as

Taxa de sobrevivência

H. courbaril L.(Jatobá)

D. alata Vog (Baru)

E. dysenterica DC (Cagaita)

H. speciosa Gomes (Mangaba)

C. brasiliense Camb (Pequi)

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ficaram em média de 54,79 % de sobrevivência em 12 meses de monitoramento, sendo um resultado aceitável dentro das literaturas já citadas. Considerando a metodologia de irrigação adotada no período de um mês, e o uso do polímero hidroabsorvente como condicionar do solo, comparado ao índice de mortalidade do estudo de CORRÊA (2004) em período similar, não influenciou na sobrevivência das mudas durante o período de estiagem. É recomendado em condição similar o plantio da espécie D. alata Vog (Baru), que mostrou maior índice de sobrevivência, ou seja, resistência a condições adversas como a temperatura, insolação e estresse hídrico. O fato de o condicionador de solo não ter influenciado neste estudo, não se rejeita a hipótese que ele seja eficiente, testados em outras espécies e condições ambientes diferentes. Este estudo pode contribuir, para pesquisas voltadas a recuperação de áreas degradadas e produtores rurais que queiram investir no plantio de frutíferas do bioma cerrado.

AgradecimentosAgradeço ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Norte de Minas Gerais pela Bolsa

de Iniciação Científica concedida através do programa Institucional de Fomento à Pesquisa.

Literatura citadaCORRÊA, R.S. Recuperação de áreas degradadas no Cerrado: técnicas de revegetação – curso. Brasília: CREA-DF, 31 de maio a 05 de junho de 2004. 163p. CORTES, J.M. Desenvolvimento de espécies nativas do Cerrado a partir do plantio de mudas e daregeneração natural em uma área em processo de recuperação, Planaltina-DF. 2012, xiv, 89p., 2010X297 mm (EFL/FT/UnB, Mestre, Dissertação de Mestrado–Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Florestal) DURIGAN, G. Bases e diretrizes para a restauração da vegetação de cerrado. In:KAGEYAMA, P. Y., OLIVEIRA, R. E., MORAES, L. D., ENGEL, V. L., GANDARRA, F. B.Restauração ecológica de ecossistemas naturais. Botucatu: FEPAF. 2003. p.187-201. OLIVEIRA, R. A.; REZENDE, L. S.; MARTINEZ, M. A.; MIRANDA, G. V. Influência de um polímero hidroabsorvente sobre a retenção de água no solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 160-163, 2004. SILVA, D. B.; SILVA, J. A.; JUNQUEIRA, N. T. V.; ANDRADE, L. R. M. de. Frutas do Cerrado. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. 178 p. VENTUROLI, F.; VENTUROLI, S. Recuperação florestal em uma área degradada pela exploração de areia no distrito federal. Ateliê Geográfico. Goiânia, v. 5, n. 13, p.183-195 2011.

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INFLUÊNCIA DE SUBSTRATOS NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE Myracrodruon urundeuva

Fr.All.

Rafaela Letícia Ramires Cardoso1, Vinicius Orlandi Barbosa Lima3, Juscelina Arcanjo dos Santos2, Hugo Henrique Cardoso Salis2.

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Email: [email protected] . 2Acadêmico(a) de Engenharia Florestal – IFNMG/ Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG/FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, Depto. Engenharia Florestal. Email: [email protected]

Resumo: O objetivo deste trabalho foiverificar o efeito de diferentes substratos no crescimento de mudas de aroeira. Foram testadas combinações de diferentes proporções de vermiculita, areia, substrato orgânico e terra de subsolo. As mudas foram plantadas em recipientes de polietileno de 1 litro e conduzidas em viveiro telado com 50% de sombreamento em delineamento inteiramente casualizado. O diâmetro do coleto das mudas não foi influenciado pelos substratos avaliados (P<5%), já para altura da parte aérea houve diferença significativa entre os tratamentos. O diâmetro do coleto correlacionou-se negativamente com o teor de vermiculita e positivamente com os demais substratos. O substrato composto por 25% substrato orgânico, 50% terra de subsolo e 25% areia proporcionou os melhores resultados gerais em relação às variáveis de crescimento. Palavras–chave: aroeira, propagação sexuada, vermiculita

IntroduçãoA aroeira (Myracroudruon urundeuvaFr. All.), pertencente à família Anacardiaceae, apresenta larga

distribuição geográfica, podendo ser encontrada desde o México até o Paraguai. No Brasil ocorre principalmente na região Nordeste. Esta espécie apresenta grande importância ecológica e econômica, pois sua madeira possui grande resistência mecânica e é praticamente imputrescível sendo utilizada também como planta medicinal(LORENZI, 2002). Devido a esses potenciais de uso a espécie vem sendo explorada de forma predatória e por isso encontra-se na lista oficial das espécies brasileiras ameaçadas de extinção(IBAMA, 2008).

A demanda de produção de mudas com boas características morfológicas e menores custos tem aumentado devido ao crescente interesse por espécies nativas para formação de reflorestamentos comerciais ou com fins conservacionistas. Os substratos utilizados nos viveiros devem reunir características químicas e físicas que promovam respectivamente a retenção de umidade e disponibilidade de nutrientes, atendendo as necessidades da planta.

Entre os diversos materiais utilizados como substratos, é muito comum a recomendação de misturas a partir da utilização de terra, areia, serragem, vermiculita e adubos químicos, podendo-se alterar a proporção desses materiais até certo limite(CUNHA et al., 2006). Diante do exposto objetivou-se com o presente trabalho avaliar o efeito de diferentes substratos no crescimento de mudas de Myracrodruon urundeuva Fr.All.

Material e MétodosO experimento foi conduzido em viveiro telado com 50% de sombreamento por 140 dias e as mudas

originadas de sementes plantadas diretamente em recipientes de polietileno contendo 1 litro de substrato. Os tratamentos foram compostos pelos substratos: S1 (30% vermiculita, 30% substrato orgânico e 40% terra de subsolo), S2 (25% vermiculita, 25% substrato orgânico e 50% terra de subsolo), S3 (25% substrato orgânico, 50% terra de subsolo e 25% areia), S4 (25% vermiculita, 50% terra de subsolo e 25% areia) e S5 (25% substrato orgânico, 25%vermiculita, 25% terra de subsolo e 25% de areia), onde o substrato orgânico utilizado foi o Bioplant®. O delineamento foi inteiramente casualizado com 4 repetições e cada unidade experimental com 4 plantas. Foi utilizado o fertilizante de disponibilização lenta de 3 a 4 meses Osmocote® 19-06-10. Foram realizados a análise de variância e o teste de Tukey a 5% de probabilidade para verificar a influência dos substratos sobre os parâmetros diâmetro do coleto(D), altura da parte aérea(H) e relação altura/diâmetro do coleto (H/DC), com respectivas análise de significância das médias e correlações do teor de cada composto do substrato com os parâmetros analisados.

Resultados e DiscussãoO diâmetro do coleto das mudas não foi influenciado pelos substratos avaliados (P<5%), sendo S3

(4,42mm) o que proporcionou a maior média, seguido de S5(3,91mm) e S1(3,83mm). Para altura da parte aérea houve diferença significativa entre os tratamentos, com o substrato S2(43,25cm) favorecendo a maior

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média e S4(26,13cm) a menor (Figura 1). A relação H/DC teve valores oscilando acima do intervalo recomendado por Carneiro (1995), que varia entre 5,4 e 8,1, onde S2 (12,03) foi superior aos demais. Somente S4(7,15) e S3(8,03) enquadraram na faixa recomendada, supondo que maior será a capacidade das mudas desenvolvidas nestes substratos sobreviverem no campo.

Figura 1 Valores de diâmetro do coleto (DC), altura da parte aérea (H) e relação altura/diâmetro do coleto

(H/DC) das mudas de aroeira em função dos substratos com respectiva classificação pelo teste de Tukey.

O diâmetro do coleto correlacionou-se negativamente com o teor de vermiculita e positivamente

com os demais (Tabela 1), ou seja, quanto menor o teor de vermiculita na composição, maior foi o diâmetro das mudas e consequentemente menores valores de H/DC. A altura da parte aérea das mudas se correlacionou positivamente com o teor de substrato orgânico e foi inversamente proporcional ao teor de areia. Os resultados evidenciam que os substratos com maior potencial de retenção de água e nutrientes, com menores teores de areia, favoreceram o crescimento em altura das plântulas. A relação altura/diâmetro teve maior correlação negativa com o teor de areia e positiva com o substrato orgânico, repetindo o comportamento da altura. Para todas as variáveis de crescimento, o substrato terra de subsolo foi o que menos se correlacionou e de maneira menos significativa, se comportando como neutro nestas avaliações. Tabela 1 Estimativas de correlações entre as variáveis de crescimento das mudas de aroeira e teores dos

componentes dos substratos.

s.orgânico vermiculita areia terra

DC 0,3173 -0,8881 0,4932 0,0054

H 0,8595 0,0749 -0,7779 -0,0459

H/DC 0,6402 0,4013 -0,8932 -0,0185

p(t)0,3972 0,1520 0,3358 0,4983

0,1708 0,4761 0,2163 0,4854

0,2788 0,3685 0,1484 0,4941 DC = diâmetro do coleto; H = altura da parte aérea; H/DC = relação altura/diâmetro; s.orgânico = substrato orgânico p(t) = probabilidade teste “t”.

Os efeitos dos componentes dos substratos que mais contribuíram para explicar o crescimento das mudas foram estimados através da análise de regressão (Tabela 2). As equações ajustadas e os coeficientes de determinação mostraram que grande parte do crescimento pode ser explicado pela relação entre os componentes utilizados nas misturas dos substratos, principalmente para diâmetro e altura (P<15%). Apesar dos coeficientes associados às variáveis independentes não serem significativos a 15% de probabilidade, o sinal dos mesmos concordou com as correlações estimadas na tabela 1, com exceção da vermiculita para variável altura. Tabela 2 Equações de regressão múltipla relacionando diâmetro do coleto, altura da plântula e relação

diâmetro/altura das mudas de aroeira com os teores dos componentes dos substratos.

Equação R² p

DC = 3,861879 + 0,012141(s.org) - 0,01743 (verm) + 0,00927(areia) 0,9137 0,1332

H = 35,5469 + 0,29626(s.org) - 0,08604(verm) - 0,27126(areia) 0,9175 0,1302

H/DC = 9,52566 + 0,048(s.org) + 0,01273(verm) - 0,09976(areia) 0,8527 0,1750

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DC = diâmetro do coleto; H = altura da parte aérea; H/DC = relação altura/diâmetro; s.org = substrato orgânico; verm = vermiculita; p(t) = probabilidade teste “t”.

Conclusões

O substrato S3 proporcionou os melhores resultados combinados, com médias elevadas de diâmetro, de altura e relação adequada de H/C, sendo o mais indicado para produção de mudas de aroeira.

O substrato orgânico favoreceu o crescimento em altura e a areia contribuiu para equilibrar a relação altura da plântula/diâmetro do coleto.

Os componentes utilizados como substrato devem ser testados em outras composições, a fim de se chegar a uma composição ideal que alie o crescimento com a qualidade das mudas.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG campus Salinas e a CEMIG Distribuição pelo apoio e financiamento.

Literatura citada

CARNEIRO, J.G.A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF: Campos: UENF, 1995. 451p. CUNHA, A. M.; CUNHA, M.; SARMENTO, R.A. & MELLO, G.: Efeito de diferentes substratos sobre o desenvolvimento de mudas de Acacia sp.Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 3, n. 2, p. 207-214,2006. IBAMA. Lista oficial das espécies da floraameaçadas de extinção. Instrução normativa de setembro de 2008. LORENZI, H. Árvores brasileiras. Nova Odessa:Instituto Plantarum, 2002. v. 1, 368 p.

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INFLUÊNCIA DO EXTRATO PIROLENHOSO NO DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO DE PLANTAS DE MILHO EM ARINOS/MG

Renato Rodrigues Nunes1, Bruno Gonçalves de Oliveira1, Yuri Vinicius Batista1, Jose Francisco Teixeira

Pitangui2, Rildo Araújo Leite3, Francisco Valdevino Bezerra Neto3, Luana da Silva Botelho3, Hilton Galvão3, Juliana Maria Nogueira Pereira3, Inácio Barbosa Borges3, Roberto Lúcio Corrêia de Freitas3, Aelejancer

Barbosa Macedo3, Diorny da Silva Reis3

1Acadêmico do curso de Tecnologia em Produção de Grãos – IFNMG/ Campus Arinos. Email: [email protected] ; [email protected] ; [email protected] 2Acadêmico do Curso de Tecnologia em Gestão – IFNMG/Arinos. Email: [email protected].

3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em Agronomia Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em Genética e Melhoramento Vegetal Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em FitopatologiaEmail: [email protected]

3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em Fitotecnia Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, M.Sc em Solos e Nutrição de Plantas Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, M.Sc em Agronomia Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, M.Sc Bacharel em Ciências Econômicas Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, Bacharel em Direito Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, Bacharel em Gestão Ambiental Email: [email protected]

Resumo: Vários autoresestudaram a influência do Extrato Pirolenhoso (EP)no crescimento e desenvolvimento das plantas. Porém, na região noroeste do Estado de Minas Gerais não existem trabalhos científicos nesta área. Diante disto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a influência do extrato pirolenhoso no desenvolvimento e crescimento de plantas de milho, variedade BRS 4103. A pesquisa foi conduzidano Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Arinos/MG, durante o período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014. Para isso, foram realizados quatro tratamentos experimentais, com sementes de milho variedade 4103, utilizando concentrações diferentes de extrato pirolenhoso (Biopirol®) em aplicações nas sementes e foliares em diferentes estádios de desenvolvimento do milho.De acordo com a Biocarbo, empresa fabricante do Biopirol®, a dose comercial do produto é de 1 a 2L de (EP)extrato pirolenhoso (Biopirol®)por hectare.Posteriormente, cada tratamento foi avaliado em função da produção de biomassa para silagem. O delineamento adotado foi de blocos casualizados, com 4 repetições.Para interpretação dos resultados utilizou-se a análise da variância, usando-se o teste “F” para interpretação do nível de significância ao nível de 5 % de probabilidade.De acordo com os resultados apresentados não houve diferenção estatística. Desta forma, verificou-se que não houve influência do Biopirol®, na produtividade de silagem do milho variedade BRS 4103 entre os tratamentos testados. Palavras–chave: biopirol®,doses,milho,variedade

Introdução Osprodutos oriundos de fontes renováveis têm sido de grande importância para o desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações na agricultura, sem causarem danos ao meio ambiente e tendo proporcionado um acréscimo significativo nos índices de produtividade em várias culturas. Um exemplo desses produtos é o Extrato Pirolenhoso (EP), um subproduto obtido a partir da carbonização da madeira e que, vários autores, estudaram sua influência no crescimento e desenvolvimento das plantas. Na cultura do milho, tem sido avaliado sua influência na emergência das plântulas. Tendo em vista o pequeno numero de trabalhos científicos nesta área, desenvolvidos na região Noroeste de Minas, o presente trabalho de pesquisa teve por objetivo avaliar a influência do extrato pirolenhoso no desenvolvimento e crescimento de plantas de milho, variedade BRS 4103, no IFNMG- campus Arinos.

Material e Métodos O presente trabalho de pesquisa foi conduzido no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Arinos/MG, durante o período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014. Para isso, foram realizados quatro tratamentos experimentais, sendo o tratamento T1 a testemunha, com sementes de milho variedade 4103, produzidas pela EMBRAPA Milho e Sorgo, com recomendação para o cultivo na região do noroeste do estado de Minas Gerais, utilizando concentrações diferentes do extrato pirolenhoso (EP) em aplicações nas sementes e foliares em diferentes estádios de desenvolvimento do milho. O produto utilizado (EP) foi adquirido através de doação efetuada pela empresa Biocarbo, localizada no município de Itabirito – MG. O EP utilizado foi derivado do processo de carbonização da madeira de eucalipto (Eucalyptus sp.), com idade em torno de 10 anos, para produção de carvão vegetal. O produto apresentou forma física líquida, com sua obtenção em temperaturas na saída dos fornos em torno de 90 a 1600C.

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O experimento foi realizado em quatro etapas:1ª Etapa: Aplicação de Biopirol® nas sementes de milho;2ª Etapa: Aplicação de Biopirol® 10 dias após a emergência das plântulas;3ª Etapa: Aplicação de Biopirol® 20 dias após a emergência das plântulas;4ª Etapa: Aplicação de Biopirol® 40 dias após a emergência das plântulas;Foram utilizadas em cada etapa, cinco concentrações (tratamentos) diferentes de EP, assim representadas:# C1 => 0% - Sem aplicação de EP ;# C2 => 25% - Aplicação de 7,5 mL de EP + 2L de água;# C3 => 50% - Aplicação de 15,0 mL de EP + 2L de água;# C4 => 100% - 30 mL de EP + 2 L de água.De acordo com a Biocarbo, empresa fabricante do Biopirol®, a dose comercial do produto é de 1 a 2 L de EP por hectare.Posteriormente, cada tratamento foi avaliado em função da produção de biomassa para silagem. O delineamento adotado foi de blocos casualizados, com 4 repetições. Cada unidade experimental foi constituída de quatro linhas de 6,0 m, espaçadas de 0,7 m, com 4 plantas por metro linear. Para avaliara Produtividade de silagem da variedade de milho testada, foi efetuado peso da biomassa quando as espigas de milho apresentavam o aspecto leitoso. Para as avaliações foram desconsideradas, as espigas das plantas da primeira linha lateral de cada lado das parcelas. Para interpretação dos resultados utilizou-se a análise da variância, usando-se o teste “F” para interpretação do nível de significância ao nível de 5 % de probabilidade.

Resultados e Discussão De acordo com os resultados apresentados, conforme Tabela 1, não houve diferenção estatística pela analise da variância ao nível de 5% de probabilidade. Desta forma, verificou-se que não houve influência do Biopirol®, na produtividade do milho para silagem, variedade BRS 4103, entre a testemunha e os tratamentos testados. Demonstrando desta forma, não haver influência do Biopirol®, nas doses que foram testadas neste experimento. Diante disto, sugere-se para futuras pesquisas, avaliar a influência da aplicação de doses superiores do produto Biopirol®, na produtividade de milho 4103 e também, em outras variedades e culturas. Estes resultados, concordam com as pesquisas de Silveira (2010) que, relatou em seus estudos que nas safras 20007/08 e 2008/09 os tratamentos com EP (extrato pirolenhoso) não afetaram a produtividade de grãos (kg ha- 1) de milho, em condições de campo.

Tabela 1Resultados da avaliação estatística dos tratamentos, efetuados através da análise de variância ao nível de 5% de probabilidade. Tratamento *Média - Peso (Kg)

T1 – Testemunha – C1 - 0% de Biopirol

31.56 a

T2 – C2 - 25% de Biopirol 28.3067 a

T3 –C3 - 50% de Biopirol 29.8267 a

T4- C4 - 100% de Biopirol 30.6133 a

*Letras iguais não se diferem entre si pelo teste de analise da variância ao nível de 5% de probabilidade.

Conclusões Pode-se concluir que, não houve influência do Biopirol®, na produtividade de milho para silagem variedade BRS 4103 entre os tratamentos testados. Porém, para futuras pesquisas, sugere-se testar sua aplicação em doses maiores que as testadas neste experimento e, testar a aplicação do produto em outras variedades e cultivares de plantas da mesma espécie e em outras culturas.

Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado à oportunidade de ter participando deste trabalho,

aos meus colegas de trabalho que não mediram esforços para me ajuda. Aos professores do IFNMG/ Campus Arinos que sempre me ajudaram e apoiaram o meu trabalho. Ao meu orientador Professor Rildo Araújo, que me ajudou desde o início deste projeto. Agradeço também a Embrapa Milho e Sorgo por ter doado material genético para realização deste trabalho. Enfim a todos que possibilitaram a realização deste trabalho.

Literatura citadaBRITO, J. O. Pró-carvão: relatório sobre a cadeia produtiva de carvão vegetal e lenha do Estado de São Paulo. SINCAL/FCESP/SEBRAE, 2000. EMBRAPA - Embrapa Clima Temperado. Circular Técnica 65, Pelotas, Dez. 2007, 8p. EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. SANTOS, H. G. et al. (Coord.) 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306p.

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MAEKAWA, K. Curso sobre produção de carvão, extrato pirolenhoso e seu uso na agricultura. São Paulo: APAN (Associação dos Produtores de Agricultura Natural), 2002. Apostila. SILVEIRA, C. M. Influência do extrato pirolenhoso no crescimento e desenvolvimento de plantas de milho. Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista – campus Jaboticabal. 2010. 75p.

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INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE CULTIVO EM ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM LATOSSOLO

Vinícius Rezende da Silva1, André Luiz Pereira da Silva2, Alisson Macendo Amaral3, Francisco Valdevino Bezerra Neto3.

1Estudante do curso Técnico em Agropecuária.Bolsista de Iniciação Científica Júnior. PIICT/IFNMG. Email: [email protected]

2Estudante do curso Técnico em Agropecuária. Iniciação Científica Júnior Voluntária. [email protected] 3 Professor do IFNMG/Arinos, Mestrando em Ciências Agrárias - Agronomia. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Arinos, Doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas. Email: [email protected]

Resumo: A densidade e a porosidade do solo são atributos que dependem do sistema de cultivo empregado em uma área e refletem na quantidade de água disponível e estabelecimento das culturas. Sendo assim, comparou-se esses atributos, bem como a densidade de partículas em um latossolo vermelho distrófico sob cultivo orgânico, plantio direto, plantio convencional em comparação com área de mata virgem na camada de 0-40 cm em intervalos de 10 cm em um delineamento inteiramente casualizado analisado em esquema fatorial com 4 repetições. Determinou-se a densidade do solo através de amostras indeformadas e a relação da massa seca de solo com o volume do anel/amostra. Para a densidade de partículas foi usado o método do balão volumétrico onde determinou-se, o volume de uma amostra de 20 g por diferença entre o volume total e a quantidade de álcool necessária para completá-lo, após retirada de todo o ar da amostra. A porosidade total foi determinada pela relação entre as duas densidades. Após os dados serem submetidos a teste estatístico verificou-se que a densidade de partículas não variou em função dos sistemas de cultivo empregados, no entanto, os solos de mata virgem e cultivo orgânico apresentaram maiores valores de densidade e menores d e porosidade por serem áreas de cerrado degradado. A densidade do solo não variou em profundidade para a o plantio direto e mata virgem. Maiores densidades do solo para o plantio direto na camada arável (0-20 cm) foram quantificados devido ao maior tráfego de máquinas e implementos nesse sistema.

Palavras–chave: densidade, manejo, porosidade

IntroduçãoA densidade do solo (Ds) é um atributo variável e seu valor depende das condições estruturais e do

estado de compactação do solo, bem como os sistemas de uso e manejo. Logo, pode-se ter em solos de mesma textura e material de origem diferentes valores de densidade no perfil (Jorge et al., 2012). Para Klein (2006) as práticas culturais afetam a densidade do solo, alterando a porosidade, a distribuição do diâmetro dos poros e a resistência mecânica do solo à penetração das raízes. Dessa forma objetivou-se, com o presente estudo, quantificar e comparar os atributos físicos, densidade do solo, densidade de partículas e porosidade total em diferentes sistemas de cultivo e profundidades do perfil do solo.

Material e Métodos

O estudo foi conduzido em área experimental do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Arinos em um Latossolo Vermelho Distrófico com textura argilosa. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado analisado em esquema fatorial 4x4 com 3 repetições, sendo 4 sistemas de cultivo caracterizados como: plantio convencional (PC), plantio direto (PD), cultivo orgânico (CO) e mata virgem (MV), bem como 4 profundidades correspondente às camadas de 0-10; 10-20; 20-30 e 30-40 cm. Os atributos analisados foram as densidades do solo e de partículas, ambas em (g.cm-3) e a porosidade total (%) determinadas a partir da metodologia proposta pela (Embrapa, 1997). Para determinar a densidade do solo (Ds) foram coletadas amostras indeformadas em anéis volumétricos de 100 cm³ por tradagem, posteriormente ocorreu a pesagem do conjunto anel+solo+água e a secagem das amostras em estufa a 105-110 °C por um período de 24 hs. A densidade foi calculada pela razão da massa seca da amostra pelo volume (cm³) do anel. No calculo da densidade de partículas (Dp), amostras de 20 g de solo foram destorroadas e tamisadas em peneira 2 mm, cujo volume foi transferido para balão volumétrico com capacidade de 100 ml e posterior agitação manual para que houvesse a retirada de ar das amostras. O balão foi completado e, determinou-se assim, por diferença entre o volume do balão e a quantidade de álcool para compor sua capacidade, o volume da amostra. A porosidade total (PT) calculada a partir da relação entre a densidade do solo e densidade de partículas pela equação PT = (1-(Ds/Dp))*100. Ao final, procedeu-se a análise estatística aplicando teste de Tukey (5%) para comparação de médias e desdobramento, quando houve, usando o software Sisvar v. 5.3 (Ferreira, 2010).

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Resultados e DiscussãoA tabela 1 mostra o resumo da análise de variância para os atributos Ds, Dp e PT quando variados os

sistemas de cultivo e as profundidades e, percebe-se que, não houve variação significativa para a Dp. Tabela 1 Resumo da análise de variância.

Fontes de Variação GlQuadrados médios

Ds Dp P. Totalg. cm-³ %

Sistema de cultivo (SC) 3 0.8559 ** 0.2713 ns 1692.7937 ** Profundidade (P) 3 0.0311 ns 0.5229 ns 70.1386 ns Interação SC x P 9 0.2127 ** 0.3664 ns 399.0087 ns

Resíduo (erro) 32 0.2400 5.4274 1414.8744 CV (%) 6.07 15.2 13.98

Obs : ** - significativo ao nível de 1 e 5%, respectivamente e ns - não significativo.

A densidade de partículas é invariável para um mesmo tipo de solo, independente do sistema de manejo, uma vez que o material poroso do solo é descontado de sua determinação. O desdobramento da interação entre o SC e a P é disposto na Tabela 2.

Tabela 2 Desdobramento do teste de média para os tipos de sistema de cultivo e as profundidades.

Desdobramento do sistema de cultivo dentro de cada nível de profundidade

Sistema de Cultivo0-10 10-20 20-30 30-40

cmDensidade do solo (g. cm³)

P. Direto 1.296 b 1.170 c 1.200 b 1.260 b P. Convencional 1.486 ab 1.450 b 1.276 b 1.316 b Cultivo Orgânico 1.440 ab 1.643 a 1.656 a 1.576 a Mata Virgem 1.550 a 1.580 ab 1.493 a 1.443 ab Desdobramento da profundidade dentro de cada nível de sistema de

cultivo

ProfundidadePlantio Plantio Cultivo MataDireto Convencional Orgânico Virgem

10 1.296 a 1.486 a 1.440 b 1.550 a 20 1.170 a 1.450 ab 1.643 a 1.580 a 30 1.200 a 1.276 b 1.656 a 1.493 a 40 1.260 a 1.316 ab 1.576 ab 1.443 a

Obs: Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem entre si.

Na desdobramento do SC dentro de cada nível de P, percebe-se que, a Ds da MV diferiu expressivamente do PD, sendo a primeira com maiores médias em relação a última na ordem de 1,55 e 1,29, g.cm-3 (camada de 0-10 cm). A Figura 1 complementa a análise do desdobramento, visto maiores Ds para MV em relação ao PD e consequente redução na porosidade (Figura 2) para os mesmos sistemas. Observa-se maior PT(%) no PD em relação aos demais sistemas. Normalmente a MV possui menores Ds e maiores PT em relação aos outros sistemas, diferindo desse estudo, possivelmente por se tratar de cerrado degradado. Na profundidade de 10-20 o CO e a MV não diferiu entre si, uma vez que, a primeira é área de primeira exploração. O PD melhorou a Ds e PT em relação a PC na camada de 0-10 cm. Nas camadas de 20-30 e 30-40 os sistemas MV e CO tiveram maiores Ds e conseqüente menores PT em relação aos sistemas PD e PC.

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Figura 1 Distribuição da densidade do solo em profundidade.

Figura 2 Distribuição da porosidade total em profundidade e teste de média para o fator sistema de cultivo

No desdobramento de P dentro de cada nível de SC tem-se que, não houve diferença significativa nas profundidades consideradas (perfil de 0-40) para a mata virgem e o sistema de plantio direto, uma vez que, a atividade antrópica nessas áreas é reduzida (no caso da MV) e benéfica ao sistema solo (área de PD). No PC a camada arável (0-20 cm) diferiu da camada de 20-30 cm com maiores Ds devido ao tráfego de máquinas e implementos agrícolas.

Conclusões

- A densidade de partículas não variou com os diversos sistemas de cultivo por se tratar de um mesmo tipo de solo no estudo.

- Em relação aos sistemas de cultivo o cultivo orgânico e mata virgem apresentaram maiores densidades do solo por serem áreas de primeira exploração e cerrado degradado, respectivamente.

- A densidade do solo não variou em profundidade para os sistemas de plantio direto e mata virgem, em contrapartida o sistema de plantio convencional apresentou maiores médias devido ao tráfego de máquinas e implementos.

Literatura citada

FERREIRA, D. F. SISVAR. Sistema de análises estatísticas para dados balanceados. Versão 5.3. Lavras: UFLA/DEX, 2010. JORGE, R. F.; ALMEIDA, C. X.; BORGES, E. N.; PASSOS, R. R. Distribuição de poros e densidade de latossolos submetidos a diferentes sistemas de uso e manejo. Biosci. J., Uberlândia, v. 28, Supplement 1, p. 159-169, Mar. 2012. KLEIN, V. A.Densidade relativa: um indicador da qualidade física de um latossolo vermelho. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.5, n.1, p. 26-32, 2006.

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO ESTRATO ARBÓREO DE DOIS REMANESCENTES DE FLORESTA CILIAR DO RIO BANANAL, SALINAS - MG

Mariana Caroline Moreira Morelli1, Maria Clara Oliveira Durães 2, Hugo Henrique Cardoso de Salis 3,

Juscelina Arcanjo dos Santos4

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/FAPEMIG. e-mail: [email protected]. 2 Professora do IFNMG/Salinas, M.Sc. Ciências Agrárias/UFMG.e-mail:[email protected] ; 3 Acadêmico de Engenharia Florestal–IFNMG/Salinas. e-mail: [email protected] 4Academica de Engenharia Florestal-IFNMG/Salinas. e-mail: [email protected] Resumo: Descrever a comunidade vegetal é de fundamental importância para pesquisas ecológicas, pois contribui para o avanço científico, produzindo suporte às decisões ou ações relacionadas a estudos de conservação e restauração de ecossistemas, avaliação de impacto ambiental e exploração florestal sustentável. O conhecimento sobre florestas ciliares é muito restrito quando comparado aos rápidos avanços de sua degradação. Os objetivos deste trabalho foram: i) identificar as espécies que ocorrem em dois fragmentos de floresta ciliar do rio Bananal; ii) Analisar qualitativamente o estado de conservação dos fragmentos. Em cada fragmento realizou-se o levantamento florístico, utilizando o método do Caminhamento. Foram anotadas e identificadas todas as espécies, pertencentes a indivíduos arbóreos com DAP ≥10cm ocorrentes nos fragmentos. As espécies identificadas foram organizadas em grupos ecofisiológicos. Os fragmentos apresentam características da floresta estacional decidual, encontram-se perturbados e constata-se a necessidade de conservação e estudos posteriores da dinâmica e comportamento da floresta visando o manejo e restauração destes ecossistemas.

Palavras–chave: ecossistema ciliar, composição florística, conservação.

IntroduçãoEstudos ecológicos em florestas ciliares são fundamentais para orientar medidas de preservação e

conservação dos poucos remanescentes florestais ainda existentes (LIMA e ZAKIA, 2004). Entretanto, ao lado das evidências de sua importância e mesmo protegidas por legislação ambiental específica, a cobertura vegetal presente nas áreas ciliares vem sendo alteradas, principalmente por atividades agropecuárias associadas ao uso de queimadas e extrativismo florestal causando a fragmentação e a degradação destes ecossistemas (LIMA E ZAKIA, 2004).

Nas últimas décadas a cobertura vegetal do rio Bananal tem sido ocupada sem levar em consideração a preservação da vegetação, sendo grande parte da floresta ciliar removida para as atividades agrícolas bem como para a formação de pastagens. Como resultado destas ações, extensas áreas encontram-se descaracterizadas, principalmente nos trechos no qual a vegetação foi completamente suprimida para a construção de barragens e vias de acesso (SOARES, 2010).

Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo determinar a composição florística de dois fragmentos, importante como subsídio à seleção de espécies para serem utilizadas na recomposição da floresta ciliar do Rio Bananal em Salinas – MG.

Material e Métodos

Este estudo foi realizado em dois fragmentos de Floresta Ciliar do rio Bananal, localizado no município de Salinas, Norte de Minas Gerais (Figura 1). O rio Bananal é tributário do rio Salinas, este por sua vez, afluente do rio Jequitinhonha pela margem esquerda. A bacia hidrográfica do rio Bananal se encontra em altitude média de 478 m e possui área total de 411,03 km²(MAGALHÃES et al, 2010). Fisionomicamente a região está inserida em uma área de transição entre os domínios do Cerrado e da Caatinga com forte interferência da Floresta Estacional Decidual (mata seca) na área de estudo. Os solos da região caracterizam com predomínio de Argissolos e Planossolos. O clima da região de acordo com a classificação de Koppen, é do tipo semi-árido. Atemperatura máxima registrada é da ordem de 34º e a precipitação máxima atingida é 421,3 mm entre os anos 1983-2013 (INMET, 2014).

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Figura 1 Mapa de localização das duas áreas de estudo na bacia hidrográfica do rio Bananal: fragmento

1(verde) e fragmento 2 (amarelo). Fonte: Google Earth.

Para o estudo do perfil florístico do rio Bananal, foram selecionados dois fragmentos de coordenadas 16° 8'22.49"S 42°17'9.97"W (fragmento 1) e 16° 8'9.58"S 42°13'47.99"W (fragmento 2), com melhor estado de conservação. O levantamento das espécies foi realizado em 12 de dezembro de 2012 (fragmento 1) e 5 de julho de 2013 (fragmento 2), utilizando o método do Caminhamento; método expedito para levantamentos florísticos qualitativos (FILGUEIRAS et al., 1994), que consiste basicamente na descrição sumária da vegetação da área a ser amostrada, listando-se as espécies. A identificação da vegetação arbórea processou-se por caminhadas aleatórias na margem esquerda do fragmento, com duração de 2 horas realizando registros fotográficos e descrições morfológicas da vegetação arbustivo-arbórea identificada. Foram anotadas todas as espécies, pertencentes a indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro à altura do peito igual ou superior a 10cm). A identificação das espécies, em campo, se processou através de consultas a especialistas e bibliografia especializada. A seqüência das famílias segue o Sistema de Classificação do APG, Angiosperm Phylogeny Group II.

Resultados e DiscussãoForam amostrados um total de 83 indivíduos no fragmento 1, distribuídos em 24 espécies e 14

famílias botânicas,sendo este o que apresentou uma maior abundância de indivíduos. Neste fragmento as famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Fabaceae (35) e Anacardiaceae (21). No fragmento 2, foram amostrados um total de 55 indivíduos, 21 espécies e 14 famílias, sendo que as famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Meliaceae (11), Combretaceae eFabaceae (10).

Fabaceae foi a família que mais se destacou, com representatividade florística nos dois fragmentos estudados. Esses mesmos resultados têm sido apontados em diversos estudos florísticos em áreas de floresta ciliar (DURÃES et al., no prelo; LIMA E ZAKIA, 2004) demonstrando a grande distribuição e poder adaptativo desta família a diversos tipos de solo e clima.A abundância expressiva e a ampla distribuição da família Fabaceae, pela sua capacidade de fixação do nitrogênio atmosférico, favorecem o processo de sucessão e o surgimento de espécies mais exigentes, atuando como facilitadora e, portanto tem importante papel na recomposição da vegetação do rio Bananal.

As espécies mais abundantes no fragmento 1 foram aMyracrodruon urundeuva Allemão (17) e Ingasessilis (Vell.) Mart. (18), no fragmento 2 foram mais abundantes Combretum leprosum Mart. (10) e Cedrela fissilis Vell. (6). A floresta ciliar do rio Bananal é enriquecida por espécies de Floresta Estacional Decidual, com ocorrência das espécies típicas: Myracrodruon urundeuva Allemão, Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan., Amburana cearensesFreire Allemão, Schinopsis brasiliensis Engl, o que demonstra a influência desta fitofisionomia na formação e heterogeneidade destes ecossistemas. Além de espécies típicas da Floresta Estacional Decidual, ocorreram também no fragmento, espécies características de floresta ciliar: Anadenanthera spp., Aspidosperma spp., Inga sessilis (Vell.) Mart., Celtis iguanea(Jacq.) Sarge Croton

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urucurana Baill, citadas na literatura com ocorrência relacionada a cursos d’água ou em áreas de elevado teor de umidade.

A floresta ciliar do rio Bananal é relativamente estreita, ocorre em terrenos acidentados e apresenta deciduidade em diferentes graus na estação seca. Nos dois fragmentos foram encontrados vestígios de interferência antrópica, demonstrando que vegetação ciliar do rio Bananal, sofre com a derrubada de árvores para atividades de plantio e para a formação de pastagens, e com o pisoteio de animais comprometendo o banco de regenerantes no solo, como conseqüência estas áreas estão sendo cada vez mais reduzidas e sujeitas à perda da biodiversidade.

Conclusões

Os fragmentos de floresta ciliar do rio Bananal são enriquecidos por espécies da Floresta Estacional Decídua, demonstrado a grande influência desta formação vegetal adjacente na composição do rio Bananal, contribuindo para sua diversidade florística.

Os fragmentos estudados encontram-se perturbados por atividades antrópicas, dessa forma, tornam-se de extrema importância, estudos posteriores sobre a dinâmica e comportamento da floresta em resposta à antropização, bem como pesquisas sobre a interface das florestas ciliares com formações vegetais adjacentes, podendo-se obter dados consistentes sobre a conservação dos remanescentes de florestas ciliares em encraves de Floresta Estacional Decídua.

AgradecimentosAgradecemos à FAPEMIG pela concessão de Bolsa de Iniciação Científica e ao Servidor/IFNMG

Aurélio pelo auxílio nas atividades de pesquisa.

Literatura citadaDURÃES, M. C. O. SALES, N. L.P.; DANGELO NETO, S. Levantamento Florístico de Fragmentos de Mata Ciliar como Subsídio para a recuperação do Rio Cedro, Montes claros, MG. Ciência Florestal (no prelo). FILGUEIRAS, T.S.; NOGUEIRA, P.E.; BROCHADO, A.L.; Guala II, G.F. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12, 1994. 39-43p. INMET, Instituto Nacional de Meteorologia, 2014. Normais climatológicas. Brasília, Distrito Federal. LIMA, W.P.; ZAKIA, M.J.B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES, R.R.; LEITÃO-FILHO, H.F. (Ed.). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Edusp, Fapesp, 2ª ed,2004. 320p. MAGALHÃES, et al. Recursos Hídricos. Atlas Ambiental de Salinas-MG, 2010. 166p.

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MAPEAMENTO DE USO E COBERTURA DO SOLO DE UMA SUB-BACIA DO RIO PARDO, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO PARAÍSO –MG

Felipe Matheus Ferreira Chagas1, Ronaldo Medeiros dos Santos2, Hugo Henrique Cardoso de Salis3, Mariana Caroline Moreira Moreli3, Rafaela Letícia Ramires Cardoso3, Marcelo Rossi Vicente2, Vinícius Orlandi

Barbosa Lima2

1Estudante do Curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 2Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 2Acadêmico do Curso de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Cientifica da FAPEMIG. Email: [email protected]

Resumo:O objetivo principal desse trabalho foi realizar um mapeamento de uso/cobertura da terra para uma sub-bacia do Rio Pardo, localizada no município de São João do Paraíso – MG. A metodologia consistiu em: i) identificação e seleção de pontos representativos; ii) mapeamento do uso/cobertura do solo na sub-bacia, e iii) quantificação das áreas ocupadas por cada classe de uso na sub-bacia. Os resultados revelaram que a área da sub-bacia é composta predominantemente por Silvicultura (41,39%), Vegetação nativa (43,60%) e Pastagens (15,01%).Concluiu-se que o melhor resultado para o mapeamento do uso/cobertura do solo da sub-bacia do Rio Pardo em São João do Paraíso/MG foi obtido através do método de Máxima Verossimilhança, o qual obteve valor de Índice Kappa igual a 0,9458. Palavras-Chave: mapeamento, uso/cobertura do solo

IntroduçãoA bacia hidrográfica consiste em uma unidade de planejamento e compreende uma área geográfica

que drena as águas para um determinado curso d’água principal, sendo a qualidade e a quantidade de água deste manancial depende dos diversos usos e atividades nelas desenvolvidas. As sub-bacias, por sua vez, transformam-se em meios de obtenção de informações pontuais para criação de planos de preservação ou identificação de possíveis impactos e conflitos nessas áreas (VANZELA, et al.,2010).

Por ser o homem a espécie que mais se utiliza desse meio e das outras formas de vida como recurso, assume o papel de agente regulador, administrando demandas atuais e racionalizando o processo de ocupação do espaço nas sub-bacias, de modo que sejam garantidas as condições para a manutenção da vida atual e futura, não só para si, mas também para todas as outras espécies (SAUER E FRANCA, 2012).

Considerando a ocupação do solo, é importante ressaltar que bacias naturais de drenagem inteiras, que antes reagiam aos imponentes ciclos sazonais das estações chuvosas e das secas do verão, estão sendo muitas vezes submetidas irracionalmente às explorações antrópicas desordenadas (BARROSO & SILVA, 1992). Nem sempre a ocupação ocorre de forma harmônica com a biodiversidade, como é o caso de municípios localizados no Norte de Minas.

OLIVEIRA et al. (2013) estimaram que cerca de 59% das áreas mapeadas como sendo de preservação permanente, na porção mineira da bacia do Rio Pardo, podem estar irregularmente ocupadas por algum tipo de atividade antrópica.Estudos que mapeiam o uso do solo, em escala de sub-bacias, não foram feitos para a bacia do Alto Rio Pardo e isso ilustra a incapacidade dos órgãos públicos e agentes responsáveis pelo monitoramento, regularização e administração da paisagem.

Nesse sentido o objetivo principal do presente trabalho foi realizar um mapeamento de uso/cobertura do solo de uma sub-bacia do Rio Pardo, localizada no município de São João do Paraíso – MG.

Material e MétodosA área de estudo consiste em uma sub-bacia da bacia do Rio Pardo, localizada na região norte do

estado de Minas Gerais (MG) na cidade de São João do Paraíso (SJP),situando-se entre as coordenadas de 15º18’43’’ e 15º17’34’’ de latitude sul e 41°53’13’’ e 41°55’46’’ de longitude oeste. Compreende uma superfície de aproximadamente 4775,2 hectares.

Os materiais utilizados na execução do trabalho foram: a)Imagens orbitais do satélite CBERS, sensor HRC - Pancromático - com resolução de 2,5 metros e imagens orbitais do satélite LANDSAT, com resolução de 30 metros (fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE - sem custos); b) receptor GNSS (GPS) do tipo de “navegação” (fonte: Laboratório de Desenho e Topografia do IFNMG – Campus Salinas) e um software SPRING, versão 5.1 (CAMARA et al, 1996).

Foram realizados três procedimentos metodológicos básicos, quais sejam: i) identificação e seleção de pontos representativos que permitiram o reconhecimento preliminar in locu; ii) mapeamento do uso/cobertura

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do solo na sub-bacia, confeccionados a partir de técnicas de fotointerpretação e de classificação automática de imagens orbitais, adotando pontos de controle qualitativos. Para garantir o melhor resultado da classificação, foi realizada a técnica de fusão entre as cenas CBERS e LANDSAT. O resultado do mapeamento foi submetido ao teste do Índice Kappa para avaliar a confiabilidade do produto final; e iii) realizou-se a quantificação das áreas ocupadas por cada classe de uso na sub-bacia.

Resultados e DiscussãoA partir da metodologia adotada, obteve-se o mapa final de uso/ocupação do solo da sub-bacia do Rio

Pardo localizada no município de SJP-MG. Observou-se a presença significativa de quatro classes de coberturas: Corpo Hídrico; Silvicultura; Vegetação nativa; Pastagens. A Figura 2 ilustra as classes de uso do solo mapeadas.

Figura 2 Sub-bacia do Rio Pardo – Uso/Cobertura do solo.

O melhor desempenho no mapeamento foi obtido através do método de Máxima verossimilhança. O valor calculado do Índice Kappa para o mapeamento do uso/cobertura do solo utilizando a fusão entre as imagens CBERS/LANDSAT foi de 0,9458, tal valor sugere que o processamento da imagem foi realizado com um excelente nível de acurácia.

Em termos de ocupação física, o corpo hídrico apresenta 0,177 ha, correspondendo a 0,004% da área. O que revela a carência local desse recurso e a característica do baixo regime pluviométrico na região. A silvicultura assumiu valores de 1.976, 65 ha, ou seja, 41,39% da área tendo a presença de diferentes fases do mesmo em formação, brota, rebrota e eucalipto já formado em produção. A Tabela 1 ilustra os resultados obtidos da quantificação das classes de uso/ocupação do solo na sub-bacia do município de SJP-MG.

Tabela 1 Quantificação do uso/cobertura do solo na sub-bacia do Rio Pardo em São João do Paraíso - MG

USO DO SOLOÁREA (ha)%Corpo Hídrico0,1770,004 Silvicultura1976,6541,39

Vegetação Natural2081,7843,60 Pastagens716,5915,01

Total Geral4775,2100 A vegetação nativa típica corresponde a 2081,78 ha, representando 43,60% da área total da sub-bacia.

A formação vegetal observada é predominada por formações características de zonas de transição cerrado/caatinga e por formações vegetais em estado inicial de regeneração. As pastagens abrangem cerca de

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716,59 ha, equivalendo a 15,01% da sub-bacia. Essa ocupação revela a presença de exploração da pecuária como forma de obtenção de renda pela comunidade local ali presente.

Conclusões

A partir dos procedimentos metodológicos realizados e da discussão efetuada sobre os resultados obtidos, chegou-se às seguintes conclusões.

O melhor resultado para o mapeamento do uso/cobertura do solo da sub-bacia do Rio Pardo em São João do Paraíso - MG foi obtido através do método de Máxima Verossimilhança, o qual obteve valor de Índice Kappa igual a 0,9458 nos dando então que nosso mapeamento foi preciso e correto.

A ocupação da sub-bacia é dominada pelas classes “Silvicultura” e “Vegetação nativa transição cerrado/caatinga”, respondendo, em termos percentuais, por 41% e 43%, respectivamente, em relação à área total da sub-bacia que e de cerca de 4775,2 há.

O mapeamento realizado permite que sejam quantificadas as dimensões físicas do uso/cobertura do solo para micro e pequenas bacias, devido à resolução espacial resultante da metodologia aplicada. Nesse sentido, os produtos gerados podem ser utilizados para estudos ambientais e regularização do espaço físico desses ambientes, além de permitir cruzamentos com mapas de APPs para identificar eventuais ocupações conflituosas.

Agradecimentos

À FAPEMIG e ao IFNMG- Campus Salinas pela concessão de Bolsa de Iniciação Cientifica.

Literatura citadaBARROSO, D.G & SILVA, M.L.N. Poluição e conservação dos recursos naturais: solo e água. Informe agropecuário, v.176, n.16, p.17-24, 1992 CAMARA, G. SOUZA, R. C. M. FREITAS, U. M. GARRIDO, J. SPRING: Integrating remote sensingand GIS by object-oriented data modelling. Computers & Graphics, 20: (3) 395-403, May-Jun, 1996. OLIVEIRA, B. M.; MARTINS, R. S. F.; SANTOS, R. M. Mapeamento preliminar de conflitos de uso da terra na bacia do Rio Pardo. In: XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 2013, Foz do Iguaçu. XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Anais, 2013, 6p SAUER, S. e FRANCA F. C. de. Código Florestal, função socioambiental da terra e soberania alimentar.Cad. CRH [online]. 2012, vol.25, n.65, pp. 285-307. ISSN 0103-4979 VANZELA, L. S., HERNANDEZ, F. B. T., FRANCO, R. M. Influência do uso e ocupação do solo nos recursos hídricos do Córrego Três Barras, Marinópolis, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.14, n.1, p.55–64, 2010

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MAPEAMENTO DETALHADO DO USO/COBERTURA DA TERRA PARA A BACIA DO RIO PARDO, MINAS GERAIS

Isaac Alves Oliveira1, Marcelo Rossi Vicente2, Ronaldo Medeiro dos Santos2, Romulo Ewerton Gomes Sousa3, Izabella Luzia Silva Chaves3, Leiliane Pereira Cruz3, Vinícius Orlandi Barbosa Lima2, Wagner

Patrício de Sousa Júnior2

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do PROAPE. Email: [email protected] 2 Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] ,[email protected], [email protected], [email protected] Acadêmico do curso de Engenharia Florestal –IFNMG/Salinas.Email:[email protected] , [email protected] ,[email protected]

Resumo: O objetivo do presente trabalho foi gerar um mapa detalhado de uso/cobertura da terra para a bacia do Rio Pardo. A metodologia consistiu em campanhas de campo para a identificação de fitofisionomias naturais e usos/coberturas antrópicas da terra na área estudada e em trabalhos de escritório, de processamento de imagens orbitais, para o mapeamento da distribuição espacial das classes identificadas em campo. A maior parte da área (~ 70%) se encontra sob coberturas naturais (cerrado, floresta e mata seca) e a classe Pastagem responde pela maior parte das coberturas antrópicas. No entanto, os resultados não foram considerados conclusivos e deverão ser melhorados a partir da adoção de outras estratégias de classificação e da utilização de imagens orbitais com maior resolução espacial e espectral. Palavras–chave: classificação automática de imagens orbitais, uso/cobertura do solo

IntroduçãoO mapa de uso/cobertura da terra é um dos mais importantes dados à execução de estudos ambientais

e gestão do espaço geográfico. A sua aplicação se inicia na caracterização espacial da paisagem, com a identificação de classes, estabelecimento de localizações geográficas, quantificação de áreas e identificação de padrões. Quando associado a outros dados espaciais, como tipo de solo, relevo, manchas urbanas e/ou redes hidrográficas, se torna em um poderoso instrumento de diagnóstico, planejamento e tomada de decisões. O cruzamento espacial entre um mapa de uso/cobertura da terra, tipo de solo e relevo, por exemplo, pode resultar em uma grande variedade de informações espaciais, como mapas de destinação preferencial de usos do solo no meio urbano, mapas de áreas preferenciais à preservação ambiental integral, mapas de áreas preferenciais à adoção de medidas ou intervenções com vistas à conservação dos recursos hídricos, dentre outros (Silva et al., 2013); Devido às necessidades da bacia do Rio Pardo neste sentido, o objetivo do presente trabalho consistiu na geração de uma mapa detalhado de uso/cobertura da terra para a bacia do Rio Pardo, em Minas Gerais.

Material e Métodos

O material utilizado na execução desse trabalho compreendeu os seguintes itens: imagens orbitais do satélite LANDSAT, com resolução espacial de 30 metros; receptor GNSS do tipo “navegação”; software IDRISI, versão “Andes” (licença do tipo “Demo”, gratuita); e câmera fotográfica digital. Foram efetuadas incursões a campo, durante as quais observou-se os usos/coberturas antrópicas da terra e as fitofisionomias presentes na área de estudos. No caso das fitofisionomias, a identificação se deu a partir de amostragens para a identificação de espécies e da utilização de uma chave de classificação fitofisionômica proposta por Ribeiro & Walter (1998).

Identificadas as fitofisionomias e os usos/coberturas antrópicas da terra, foram estabelecidos pontos de controle terrestre em locais representativos dos referidos elementos, utilizando-se receptores GPS. Esses pontos foram utilizados tanto para o georreferenciamento das imagens orbitais, quanto para a definição das amostras de treinamento, para a geração do mapa final de uso/cobertura da terra via classificação automática. Foram testados diversos algoritmos classificadores.

Resultados e Discussão

Como resultado dos trabalhos de campo, foram identificadas na área de estudos as seguintes fitofisionomias e usos/coberturas antrópicas da terra: (a) Floresta Estacional Semi-Decidual, pertencente ao bioma Mata Atlântica; (b) Cerrado Sentido Restrito; (c) Cerrado “Ralo” em regeneração secundária; (d) Mata Seca; (e) Formações Campestres (Campo Limpo, Campo Rupestre e Campo Sujo) associadas ao bioma cerrado; (f) Silvicultura (Eucalipto); (g) Pastagens, (h) Corpos d’água; (i) Agricultura Irrigada; e (j) áreas de

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solos expostos. No cerrado sentido restrito, notou-se estratos arbóreos bem definidos com árvores baixas tortuosas e

ramificações inclinadas, onde foram identificadas espécies como o Jatobá do Cerrado e o Jacarandá do Cerrado. No cerrado ralo, observou-se uma vegetação com estrutura mais baixa e menos densa, em que foram identificadas espécies como Barba-timão e Muricy. A floresta estacional semi-decidual identificada possui uma altura média entre 8 e 10 m, com presença de Marmica de Porca e Cipó de São-João, dentre outras espécies. Na Mata Seca, fitofisionomia que possui perda parcial ou total das folhas durante o período de estiagem, foi identificada a presença de espécies como Barriguda, Angico e Imburana. Na classe “Campo Sujo”, observou-se a presença marcante de arbustos entremeados no estrato herbáceo, diferenciando-se do Campo Rupestre, onde é visível o afloramento de rochas, e no Campo Limpo, onde foi rara a presença de arbustos maiores e observada uma grande quantidade de Alecrim do Campo.

Os plantios de Eucalipto observados se encontram em estágios variados de crescimento e sob diferentes características estruturais e fitofisiológicas. A agricultura irrigada é escassa e se concentra em locais planos próximos à fontes superficiais de água. No caso das pastagens, observou-se que a sua ocorrência se predomina nas encostas intermediárias, entre os fundos de vales e os topos de morros, estando também associadas, quando degradadas, às áreas de solos expostos. Como resultado dos trabalhos em escritório, dentre os classificadores testados, os que apresentaram melhor resultado foram o da Mínima Distância e o de Fisher. o final, optou-se pelo segundo, por apresentar melhor desempenho na distinção da classe Cerrado. O mapa gerado a partir da aplicação do referido método encontra-se apresentado na Figura 1.

Figura 1 Mapa de uso/cobertura da terra para a bacia do Rio Pardo – Minas Gerais.

Nem todas as classes e/ou fitofisionomias identificadas em campo foram distinguidas no mapa final. Isto se deveu pelo fato de que observou-se um grande nível de mistura ou confusão espectral entre classes distintas, como, por exemplo, algumas formações campestres e plantios recentes, dentre outros. Outras estratégias de classificação estão sendo desenvolvidas no sentido de solucionar esse problema, motivo pelo qual o resultado apresentado ainda não pode ser considerado conclusivo.

Comparando-se o mapa gerado por classificação automática com o Mapa de Vegetação do Brasil (Brasil, 2004), foi possível observar que áreas registradas pelo referido mapa como sendo Floresta Estacional Decidual, consistem, na verdade, em fitofisionomias de cerrado. Devido à maior escala de mapeamento, o resultado advindo da classificação apresentou um maior nível de detalhes, em comparação ao mapa base do IBGE. Este fato reforça a utilidade do resultado alcançado no presente trabalho.

Por último, na Tabela 1, encontram-se apresentadas as áreas (em hectares e em percentual em relação à área total da bacia) ocupadas por cada classe mapeada de uso/cobertura da terra

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Tabela 1 Distribuição superficial das classes de uso/cobertura da terra mapeadas na bacia do Rio Pardo.

Classe de uso/cobertura da terra Área (ha) Área (%)

Floresta estacional semi-decidual 345804,86 25,20 Eucalipto 1 38375,34 2,80 Eucalipto 2 58088,86 4,23 Cerrado 517221,08 37,69 Pastagem 230451,92 16,79 Mata seca 146787,10 10,70 Solo exposto 2099,26 0,15 Corpos d’água 6871,36 0,50 Agricultura irrigada 318,67 0,02 Plantios recentes 26287,09 1,92

Observa-se que a maior parte da área (~ 70%) se encontra sob coberturas naturais (cerrado, floresta e mata seca) e a classe Pastagem responde pela maior parte das coberturas antrópicas. Acredita-se, no entanto, que a área ocupada por coberturas naturais foi superestimada, uma vez que as classes “Floresta” e Cerrado apresentaram considerável nível de confusão espectral com alguns estágios e padrões de silvicultura. Consequentemente, a obtenção de resultados precisos ainda é um desafio enfrentado, uma vez que tanto as características dos sensores, responsáveis pela captura das imagens, quanto as diferentes formulações dos classificadores, ainda não são ideais à complexidade natural da paisagem imageada.

Conclusões• O trabalho de campo permitiu a identificação das principais fitofisionomias usos antrópicos da terra

presentes na bacia do Rio Pardo; • O classificador de “Fisher” foi o que apresentou o melhor resultado para o mapeamento do

uso/cobertura da terra na área estudada;

• Os resultados não foram considerados conclusivos e deverão ser melhorados a partir da adoção de outras estratégias de classificação e da utilização de imagens orbitais com maior resolução espectral e espacial.

AgradecimentosAgradecimento a Instituto Federal de Ciências e tecnologias do Norte de Minas, Campus Salinas, pela

concessão da bolsa.

Literatura citadaBRASIL. Mapa de Vegetação do Brasil. 3ª Ed. IBGE. 2004. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do Bioma Cerrado. In. SANO, S.M. & ALMEIDA, S.P. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, DF: EMBRAPA-CPAC. xii + 556p. 1998. SILVA, P. B.A.; VALÉRIO, L. P.; SANTOS, T. B.; ALCÂNTARA, E. H.; STECH, J. L. Análise de classificadores para mapeamento de uso e cobertura do solo. In: XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto – SBSR, 2013. Foz do Iguaçu. Anais... INPE p.2424 – 2430. Disponível em <http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p0115.pdf> Acesso em: 26 de jul. 2013.

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MERCADO DE OLERÍCOLAS FRESCAS NO MUNICÍPIO DE ARINOS - MG

Gabriela Cássia da Silva Lopes1; Vitória Teixeira Rodrigues1, Adriane Fernandes Rocha2, Mariana Ruela Armond2, Juliana Maria Nogueira Pereira3; Hilton Lopes Galvão4

1Estudante do curso técnico em Agropecuária– IFNMG/Arinos. Bolsista PIBIC Jr - CNPq. Email: [email protected]; 2Estudantes do curso Técnico em Agropecuária. IFNMG/Arinos. Bolsistas PIBICJr – Institucional. Email:[email protected]; [email protected]; [email protected]; 3Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Solos e Nutrição de Plantas. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Arinos, D.Sc. Fitotecnia. Email: [email protected]

Resumo: O cultivo de olerícolas, em geral, é considerado uma alternativa produtiva aos agricultores familiares nas mais diversas regiões do Brasil. Entretanto, o conhecimento dos canais de comercialização e a articulação cooperada entre os elos da cadeia servem de suporte à elaboração de estratégias e execuções de ações para melhorias em todo contexto mercadológico. Assim, o presente trabalho teve como foco de estudo a cadeia produtiva de olerícolas in natura no município de Arinos-MG. Os dados foram coletados por meio de questionários estruturados e aplicados a produtores, da feira do município, e em estabelecimentos varejistas entre julho e setembro de 2013. Como resultado pode-se observar um reduzido número de produtores de hortaliças, os quais relatam como principais dificuldades a concorrência com produtos de outras localidades, problemas climáticos, dificuldade com transporte e encontro de insumos. Todos os produtores têm o casal como principal fonte de mão de obra. A horticultura ocupa área menor que 1 ha em suas propriedades. Os resultados demonstraram que as quitandas são os principais responsáveis pelo comércio de hortícolas em Arinos. A deficiência na produção local de hortícolas em Arinos pôde ser evidenciada, pois 89% dos produtos comercializados por estes estabelecimentos são oriundos de fornecedores distantes, exceção apenas para a cultura da melancia. Os cultivos de olerícolas em Arinos são insuficientespara atender as demandas do município. Palavras–chave: cadeia produtiva; consumidores, mercado; olerícolas.

Introdução Arinos está localizado na região do Vale do Rio Urucuia, noroeste do estado de Minas Gerais (Brasil),

no bioma Cerrado, com população de aproximadamente 17.600 habitantes (IBGE, 2010). É um município tipicamente rural, no qual a geração de renda é oriunda da agropecuária baseada na exploração de soja, feijão e milho e da pecuária de corte e leite. Nos últimos anos a cidade tem apresentado uma grande expansão do agronegócio de grãos, mas no âmbito das hortaliças, verifica-se, que a produção é incipiente e não atende a demanda interna, gerando uma dependência externa. A atividade da agricultura familiar que em alguns tempos era denominada trabalho de subsistência, é considerada atualmente como classe abastecedora tanto mercado interno quanto mercado externo, com números relevantes quanto à porcentagem que essa produção representa em âmbito nacional (GRECZYSZN & FAVARÃO, 2013).Os estabelecimentos responsáveis pela comercialização de produtos hortifrutícolas em Arinos são supermercados, quitanda/sacolões e feira-livre. Esta última representa um importante canal de comercialização interna dos produtos da agricultura familiar. Segundo Costa et al. (2008), a feira se torna um canal de comercialização mais atrativo em relação aos supermercados e frutarias em função da maior diversidade, do produto ser mais fresco, da dinâmica peculiar de negociação do preço e o atendimento personalizado, possibilitando manter-se uma relação bastante próxima com o produtor feirante. Para Camargo Filho et al. (2001), o conhecimento do contexto mercadológico das hortícolas é tão importante que deve ser considerado até no planejamento de cultivo. Todavia, não há relatos sobre o mercado local de olerícolas para o município de Arinos, nem os varejistas e olericultores locais têm conhecimento do que é consumido de hortícolasno município. Este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento de informações de mercado de olerícolas comercializadas in natura em Arinos-MG para fornecer suporte às ações e estratégias futuras de estruturação do setor.

Material e Métodos A pesquisa foi realizada no município de Arinos localizado no noroeste de Minas Gerais às margens

da rodovia BR-020 (Latitude: -15.9054, Longitude: -46.1088 15° 54′). O presente estudo foi compreendido em duas partes: a comercialização dos produtos hortícolas e o perfil do produtor feirante do munícipio. Foram pesquisados os principais estabelecimentos varejistas do município, sendo um supermercado e quatro quitandas (conhecidas localmente como "frutarias"). A metodologia utilizada foi mediante visitação in loco para aplicação de questionário nos estabelecimentos varejistas no período compreendido entre julho e dezembro de 2013. Foram realizadas entrevistas com os encarregados do setor de hortifruti (no caso do

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supermercado), comos proprietários das quitandas/sacolões e diretamente com os feirantes nas bancas de venda da feira-livre. O questionário foi elaborado de modo que os entrevistados respondessem aos objetivos da pesquisa, e aplicado pela equipe de estudantes bolsistas do IFNMG - Campus Arinos. Após a coleta, os dados foram tabulados e analisados utilizando o software Microsoft Excel.

Resultados e Discussão

As principais hortícolascomercializadas em Arinos, observadas nos estabelecimentos varejistas pesquisados, são batata, tomate, melancia e cebola, seguidos pela cenoura e pelo chuchu (Tabela 1). Isto demonstra que o município segue a tendência nacional onde as quatro primeiras olerícolas citadas são as comercializadas e produzidas em maior volume (BONONI, 2005).

Tabela 1 Volume semanal de olerícolas frescas comercializadas em estabelecimentos varejistas no

município de Arinos-MG. IFNMG, Arinos, 2013. Hortaliça Volumea %b Variação de preço c Origem do abastecimento

Batata 540 26,7 - 17% Brasília – DF Melancia 360 17,8 10% Arinos – MG Tomate 310 15,3 - 15% Brasília - DF Cebola 205 10,1 - 40% Brasília - DF

Cenoura 155 7,6 15% Brasília - DF Chuchu 155 7,6 - 8% Brasília - DF Repolho 105 5,2 1 % Brasília - DF

Beterraba 100 4,9 1 % Brasília - DF Pepino 95 4,7 3 % Brasília - DF Total 2025 100

% 74,8 (a) Volume (Kg) comercializado pelos estabelecimentos pesquisados; (b) Porcentagem relativa de participação no volume comercializado; (c) Variação média de preço acumulado no período entre julho e dezembro de 2013.

É relevante considerar a importância das quitandas, pois estas são grandes canais de distribuição de

hortícolas in natura no município. Para Silva et al., (2003), as quitandas são estabelecimentos comerciais especializados em hortifrutigranjeiros e os consumidores muitas vezes preferem buscar os seus produtos nestes locais à procura de qualidade e diversidade. A comprovação de que Arinos e regiões próximas são incapazes de abastecer o mercado interno de olerícolas ficou evidenciada quando se obteve quase em sua totalidade, exceção para melância, de centro atacadistas distantes no fornecimento das hortícolas ao município (Tabela 1). A frequência de abastecimento relatada pelos entrevistados é, em média, duas vezes semanais. A distância entre mercados fornecedores e compradores tem influência diretamente proporcional nos preços ofertados ao consumidor final. A pequena participação dos produtores locais no fornecimento de hortaliças, aliada a pouca expressão do volume de vendas na feira livre podem servir como indicador para comprovar a incipiente importância do agronegócio olericultura para Arinos e proximidades. A variação média de preços apresentada justifica-se em muito devido a sazonalidade dos produtos, lei da oferta e procura, destacando-se as grandes variações negativas de preço para 3 das principais olerícolas, batata (-17 %) , tomate (-10 %) e cebola (-40 %) ao final do período avaliado.

Na feira livre de Arinos, importante canal de comercialização interna de produtos da agricultura familiar, considerando sua dinâmica ocupacional, foram identificados um total de nove feirantes que produzem e comercializam hortaliças, sendo que essa atividade está vinculada a pequenas áreas, utilizando basicamente mão-de-obra familiar. A média de tempo de atuação dos produtores de hortícolas é de 12 anos, o que demonstra o baixo ingresso de novos produtores na atividade, evidenciado pelo fato de apenas 33,33% dos que estão hoje no ramo terem ingressado a menos de 5 anos. A análise dos questionários demonstrou que o maior número de integrantes por família ficou na faixa de 3 a 5 pessoas, assim a população rural envolvida na atividade na feira em Arinos atinge cerca de 32 pessoas. Quando analisado a idade das pessoas que integram as famílias envolvidas na atividade, pode-se observar que a média de idade dessa população está em torno de 30 anos. A população se divide em 12 homens e 15 mulheres. Essa população se caracteriza pela presença de aproximadamente 50,44% de pessoas com idade superior a 50 anos, todas as famílias têm o casal como principal fonte de mão de obra. Quando se analisa a sucessão das propriedades na atividade, verifica-se que quatro casais não possuem filhos que trabalham na propriedade. Analisando-se o grau de escolaridade, observa-se que 48,28% dos integrantes masculinos e 42,86% dos integrantes femininos não chegaram a concluir o Ensino Fundamental, mostrando assim um baixo nível de escolaridade entre essa população. Observa-se que a maioria das propriedades utiliza uma área de < 0,5 hectare, sendo a média 1,00 hectare.

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Com relação à área total das propriedades que trabalham na atividade, observa-se que, de modo geral, são inferiores a 10 hectares, sendo que 66,6% delas destinam menos de 10% da área total para a produção de hortaliças. Quando questionados sobre a possibilidade de ampliação da área utilizada para produção de hortaliças, 33,33% dos produtores responderam ter interesse em aumentar a área, e 45,33% responderam não ter interesse em aumentá-la. Os que pretendem aumentar a área de produção visualizam o surgimento de novos consumidores no município e quem não pretende ampliar a sua área de produção é devido a pouca disponibilidade de mão de obra e pela idade avançada. Aqui verifica-se congruência com a média de idade dos casais, principais responsáveis pela mão de obra na atividade.

Conclusões

Mediante estes fatos, fica caracterizada a necessidade de se desenvolver e organizar o setor produtivo de olerícolas em Arinos e região a fim de atender o mercado interno e, ao mesmo tempo, realizar um trabalho de valorização da feira livre e dos produtos lá comercializados. A fraca participação da feira livre no mercado de hortícolas em Arinos pode ser reflexo da pequena presença da atividade olerícola no município e proximidades, pelo incipiente hábito dos arinenses em adquirir os produtos olerícolas neste local e pelo fato da feira livre ser realizada em apenas uma oportunidade, aos domingos no período matutino.

Agradecimentos Os autores agradecem ao CNPq e ao IFNMG pelo apoio e pelas bolsas concedidas.

Literatura citada BONONI G. Ceagesp: gigante dos hortifrutigranjeiros e palco dos pequenos.A Granja. p. 50-55. 2005. 684p. CAMARGO FILHO, W. P.; MAZZER, A. R.; ALVES, H. S. Mercado de raízes e tubérculos: análise de preços. Informações Econômicas. v. 31., p. 36-44. 2001. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=213>. Acesso em: 05 fev. 2014. COSTA, T.R. et al. 1ª Reunião de Dinamização da Feira do Produtor e da Agricultura Familiar do Município de Paiçandu - REDIFEIRA. Universidade Estadual de Maringá, 2008. 18 p. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/9/562.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2014. GRECZYSZN, F. R. & FAVARÃO, S.C.M. Perfil socioeconômico de agricultores feirantes da microrregião de Campo Mourão-PR. Campo Digital: Revista Ciências Exatas e da Terra e Ciências Agrárias. v.8, n.1, p. 10-17, ago, 2013. Disponível em: <http://revista.grupointegrado.br/revista/index.php/ campodigital/article/view/1299/523>. Acesso em: 06 fev. 2014. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE/2010. Sidra: Sistema IBGE de recuperação automática. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 13 set. 2013. SILVA CS; PEROSA JMY; RUA PS; ABREU CLM; PÂNTANO SC; VIEIRA CRYI; BRIZOLA RMO. Avaliação econômica das perdas de banana no mercado varejista: um estudo de caso. Revista Brasileira de Fruticultura. 25: 229-234, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbf/v25n2/a12v25n2.pdf>. Acesso em 08 fev. 2014.

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NUTRIÇÃO POTÁSSICA E MAGNESIANA EM BANANEIRA, CULTIVAR NANICA, IRRIGADACOM ÁGUA SUBTERRÂNEA NO NORTE DE MINAS GERAIS

KivisonRaysllan Ferreira Sobral1, Valéria de Oliveira Pinto2, Dilermando Dourado Pacheco3, Sérgio Ferreira Alcântara4, Cleber Gonçalves Brito 5

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email:[email protected] ,2Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária.Email: [email protected]. 3Professor do IFNMG/Januária, D.Sc. fitotecnia..Email:[email protected]. 4Agrônomo, técnico de laboratório de anatomia e morfologia vegetal – IFNMG/Januária. Email: [email protected] 5Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Email:[email protected];

Resumo: As águas subterrâneas têm em sua composição elevada concentração de carbonato de cálcio, e devido a essa característica influenciam nasações químicas do solo. De modo que elevam o pH e os teores de cálcio e sódio, o que vem a acarretar desbalanço nutricionais nos bananais, em caso de se utilizar estas para irrigação.Este trabalho tem a finalidade de determinar a produção e os aspectosde nutrição mineral de magnésio e potássio em bananeiraNanica, irrigada com água subterrânea no norte de Minas Gerais.Os tratamentos foram definidos pela combinação de doses de Mg e K, testando-se as doses de 0; 60,0; 120,0 180,0 e 3000,0 g/família/trimestre de Mg e de 0, 40,0; 80,0; 120,0 e 160,0 g/família/mês de K2O, utilizando as fontes sulfato de magnésio e cloreto de potássio. Como critérios de análise estão sendo coletadas amostras de folhas no momento em que a planta entra no estádio de florescimento e também, mensura as relações alométricas de folha e pseudocaule. A amostragem de folha é feita coletando a porção mediana da terceira folha, que serão secas, ensacadas, moídas e analisadas, determinando-se a composição química. A produtividade da bananeira será determinada quando da colheita dos cachos. Devido ao projeto ainda estar em período de coleta de amostras, não se pode tirar conclusões. Palavras–chave: água calcária, Musa sp, relação Mg:K

IntroduçãoA banana tem um papel de suma importância nas regiões tropicais e subtropicais, sendo a fruta mais

produzida e consumida no mundo. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de bananas, estando atrás apenas da Índia, China, Filipinas e Equador, respectivamente.

No Brasil os estados da Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Minas Gerais e Ceará são responsáveis porcerca de 67% da produção nacional de bananas (IBGE, 2010). O estado de Minas Geraisé o quinto maior produtor de frutos do Brasil, e constata-se que a região Norte do estado apresenta a maior área frutícola cultivada, com aproximadamente de 10.307 ha (IBGE, 2010).

Segundo SANTOS (2009), apesar das condições favoráveis à produção da fruta, a produtividade tem sido baixa, em função de problemas de suprimento nutricional e hídrico.

O cultivo de banana irrigada com água subterrânea de natureza calcária vem aumentando na região semiárida do norte de Minas Gerais nos últimos anos, devido, principalmente, ao clima favorável e a expansão de fronteiras agrícolas de frutíferas. Em Minas Gerais, mais especificadamente na região norte, tem ocorrido uma expansão produtiva de bananeira. Bons representantes dessa região são os Projetos Jaíba e Gorutuba e Jequitaí, que produzem banana de alta qualidade com substancial investimento tecnológico e relevante potencial para abastecer o mercado nacional e internacional. Nas regiões semiáridas, como o norte de Minas Gerais as águas superficiais não são suficientes para a irrigação em grandes áreas de cultivo. A saída é utilizar água subterrânea, mas esta apresentafatores que agravam o desenvolvimento satisfatório da cultura. O principal destes fatores são os altos teores de carbonato de cálcio presente nessas águas. Em geral bananeiras exigem uma adequada relação de Ca (cálcio): Mg (magnésio):K (potássio), normalmente 3:1:0,5.

As elevadas quantidades de Ca provenientes da água subterrânea influenciamna recomendação de fertilizantes contendo Mg e K, tornando-as elevadas, o que é quase sempreinviável economicamente. Para amenizar essa situação os fertilizantes devem ser fornecidos da maneira mais parcelada possível, pois a saturação por base do solo, normalmente acima de 90%, dificulta a retenção de nutrientes no complexo de troca e facilita a perda dos mesmos por lixiviação.

Objetiva-se com este trabalho determinar a produção e os aspectos da nutrição mineral de magnésio e potássio em bananeira Nanica irrigada com água subterrânea no norte de Minas Gerais.

Material e Métodos

O experimento está sendo conduzido no setor de fruticultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte Minas Gerais - Campus Januária, Fazenda São Geraldo, município de Januária, MG, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude: 15°27`S, longitude: 44°22`W, e altitude

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de 474 m.O clima da região é do tipo Aw (tropical úmido com inverno seco e verão chuvoso) de acordo com a classificação de Köppen,,temperatura média anual de 27°C, umidade relativa media de 60% e precipitação média anual de 850 mm.

Neste experimentoestá sendo utilizadaa bananeira (Musa sp) cultivarNanica (quarto ciclo), espaçadas em 3,0 x 2,5 m, irrigada com água subterrânea de natureza calcária. Os tratamentos foram definidos pela combinação de doses de Mg e K, testando-se as doses de 0; 60,0; 120,0; 180,0 e; 300,0 g/família/trimestre de Mg e de 0,0; 40,0; 80,0; 120,0 e; 160,0 g/família/mês de K2O, utilizando as fontes sulfato de magnésio e cloreto de potássio, respectivamente, combinadas de acordo com a matriz experimental do Quadrado Duplo, totalizando 13 tratamentos, dispostos no delineamento de blocos casualizados, com três repetições. As combinações das doses de Mg e K2O, em g/família, pela referida matriz serão respectivamente as seguintes: (0, 0); (120, 0); (300, 0); (60, 40); (180, 40); (0, 80); (120, 80); (300, 80); (60, 120); (180, 120); (0, 160); (120, 160) e (300, 160). Cada parcela corresponde um total de 4 plantas. As doses dos demais nutrientes, incluindo N, P e micronutrientes, foram determinadas de acordo com as exigências nutricionais da bananeira, seguindo as recomendações sugeridas por Silva et al., 1999 a partir das análises regulares de amostras de solo e de folha.

Estão sendo coletadas amostras de folhas no momento em que a planta entra no estádio de florescimento. As amostras de folhassão coletadasna porção mediana da terceira folha. As amostras foliares serão secas em estufa de circulação forçada de ar a 65 ºC por 72 horas e posteriormente ensacadas, moídas e analisadas, determinando-se a composição química. Os teores de N-total (nitrogênio total) serão determinados pelo método Kjeldahl (TEDESCO, 1985), de P pelo método da vitamina C (BRAGA e DEFELIPO, 1974), de S por turbidimetria de sulfato, de Ca, Mg, Cu, Zn, Fe e Mn por espectrofotometria de absorção atômica e de B por digestão via seca (MALAVOLTA et al., 1989).

No momento da coleta das folhasmensura-se a altura de emissão da inflorescência, comprimento e largura da terceira folha, circunferência do pseudocaule a 0,30 e 1,30 metros de altura e contagem do número de folhas na planta

A produtividade da bananeira será determina pela colheita dos cachos, onde se mensura a massa total destes, bem como, a contagem de frutos por cacho, número de pencas, massa do engaço, massa e número de frutos só da segunda penca e coleta de três frutos na região central da segunda penca e suas respectivas massas para efetuar análises da composição química destes.

Os dados de produção, características das plantas e de composição mineral das folhas indicadoras e frutos serão submetidos à análise de variância. Em seguida, havendo significância entre os tratamentos, será aplicada análise de regressão, selecionando o modelo com maior significância dos coeficientes dos parâmetros e de melhor explicação biológica.

Resultados e Discussão

O presente experimento encontra-se em fase de coleta de dados e nesse momento os dados não são suficientes para se admitir resultados concretos e satisfatórios.

Conclusões

Devido a inexistência de resultados, ocasionado pelo trabalho ainda estar em fase de coleta de dados, não é plausível nesse momento indagar alguma conclusão.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq pela concessão de bolsa, ao Instituto Federal do Norte de Minas – campus Januária, pela disponibilização das instalações e equipamentos.

Literatura citada

BRAGA, J. M.; DEFELIPO, B. Determinação espectrofotométrica de fósforo em extrato de solos e plantas. R. Ceres, v. 21, p. 73-85, 1974. SANTOS, V.P. et al. Fertirrigação da bananeira cv. prata-anã com N e K em um argissolo vermelho-amarelo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.31, n.2, p.567- 573, 2009. SILVA, J.T.A. da; BORGES, A.L.; MALBURG, J.L. Solos, adubação e nutrição da bananeira. Informe Agropecuário, v.20, p.21 36, 1999. TEDESCO, H.J.; VOLKWEISS, S.J. & BOHNEN, H. Análises de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Rio Grande do Sul, 1985. 50p. (Boletim Técnico, 5) MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: POTAFOS, 1989. 201p.

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IBGE- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção agrícola mundial. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acessado em: janeiro 2014.

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OCORRÊNCIA DE CISTICERCOSE BOVINA E SUÍNA EM MATADOURO SOB INSPEÇÃO MUNICIPAL EM SALINAS, MINAS GERAIS

Leonarda Rocha Magalhaes1, Flaviana Antunes Sousa2, Antônio Roque Sarmento de Oliveira3, Vanessa Paulino da Cruz Vieira4

1Acadêmica de Medicina Veterinária - IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Acadêmica de Medicina Veterinária– IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, M.Sc. Educação Agrícola. Email: [email protected] 4Professora do IFNMG/Salinas, D.Sc. Ciências Veterinárias, Área de concentração: Parasitologia Veterinária. Email: [email protected]

Resumo: A etiologia da cisticercose bovina é representada pela presença do estágio larval da Taenia saginata, o Cysticercus bovis. Já a cisticercose suína é representada pela Taenia solium e sua forma larvar é o Cysticercus cellulosae. A detecção da infecção nos animais é feita por uma inspeção minuciosa da carne dos animais quando são abatidos. Este exame post mortem é feito em abatedouros e exclusivamente por um médico veterinário especializado, que pode condenar a carcaça quando é encontrado o cisticerco. Diante disso, o presente trabalho objetivou avaliar a ocorrência de cisticercos em bovinos e suínos em abatedouro sob inspeção municipal em Salinas, Minas Gerais. O trabalho foi realizado no período de maio a dezembro de 2013, período no qual foram feitas análises minuciosas das carcaças de bovinos e suínos, nos locais de referência para a procura da forma larvar da tênia, a saber: masseteres, coração, língua, músculos esqueléticos e diafragma. Foram abatidos 1.997 suínos e 5.141 bovinos, totalizando 7.138 animais, nos quais não foi observada a presença de cisticercos. Com base nos resultados obtidos pode-se supor que as questões sanitárias e higiênicas vêm sendo discutidas com a população, pelos órgãos públicos do município, bem como, as criações desses bovinos e suínos podem estar se tornando cada vez mais tecnificadas, reduzindo, assim, a contaminação dos animais com o parasito em questão. Palavras–chave: cisticercos, neurocisticercose, profilaxia

IntroduçãoO complexo teníase-cisticercose é uma zoonose importante do ponto de vista médico-veterinário e de

saúde pública, que se expressa de duas formas distintas, a saber: a teníase, acarretada pela Taenia saginata e T. solium, que ocorre no intestino do homem (hospedeiro definitivo), e a cisticercose, causada pela forma larvar desta tênia, o que compromete os tecidos de bovinos e suínos (hospedeiros intermediários) com o Cysticercus bovis e Cysticercus cellulosae, respectivamente. O homem se infecta ingerindo carne crua ou insuficientemente cozida, parasitada com a forma larvar. Os bovinos e suínos adquirem a cisticercose através da ingestão de água e alimentos contaminados com os ovos da tênia, provenientes da matéria fecal humana (SANTOS, 1993).

No Brasil, a cisticercose é cosmopolita e um problema de certa gravidade por ser a entidade de maior ocorrência no exame post mortem de bovinos. A despeito dos vultosos gastos no campo da saúde com a teníase, o impacto da ocorrência da cisticercose está relacionado, também, com as perdas econômicas associadas à produção de alimentos cárneos, imensas baixas nos montantes das operações comerciais de carnes provocadas por condenações e tratamento dos tecidos infectados com o cisticerco, conforme previsto na legislação brasileira (FUKUDA, 2003).

Nesse contexto, a Inspeção Sanitária Veterinária, através da busca dos cistos parasitários, torna-se um meio prático e adequado para a interrupção do ciclo do cestóide. Tendo em vista a alta frequência de cisticercose em nosso meio e os prejuízos relacionados com a saúde pública e o comércio de carnes, objetivou-se verificar a ocorrência de cisticercos em bovinos e suínos abatidos em matadouro sob inspeção municipal, situado no município de Salinas, Minas Gerais, com o intuito de contribuir com os informes nosográficos, para que medidas efetivas de controle e erradicação desta enfermidade possam ser adotadas.

Material e MétodosVisando avaliar a ocorrência de cisticercos em bovinos e suínos em matadouro sob inspeção

municipal em Salinas-MG, foram feitas análises minuciosas das carcaças de bovinos e suínos, nos locais de referência para a procura da forma larvar da tênia, a saber: masseteres, coração, língua, músculos esqueléticos e diafragma.

Os métodos utilizados na linha de inspeção nos matadouros frigoríficos para a pesquisa da cisticercose constituem-se no que estão preconizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através

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do RIISPOA, assim como, os critérios adotados para o critério de julgamento e o destino das carcaças, órgãos e vísceras.

Os dados coletados para a presente pesquisa foram registrados, durante a inspeção na sala de matança, no período de maio a dezembro de 2013.

Mensalmente, exames post mortem de rotina nas linhas de inspeção de bovinos foram realizados conforme determina o RIISPOA (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) no Artigo 176, Parágrafo 5°, identificando-se a lesão parasitária de cisticercos. Na rotina de inspeção, foram obedecidas as seguintes normas:

1 - cabeça - observam-se e incisam-se os masseteres e pterigoideos internos e externos; 2 - língua - o órgão deve ser observado externamente, palpado e praticados cortes quando surgir

suspeita quanto à existência de cistos ou quando encontrados cistos nos músculos da cabeça; 3 - coração - examina-se a superfície externa do coração e faz-se uma incisão longitudinal, da base à

ponta, através da parede do ventrículo esquerdo e do septo interventricular, examinando-se as superfícies de cortes, bem como as superfícies mais internas dos ventrículos. A seguir praticam-se largas incisões em toda a musculatura do órgão, tão numerosa quanto possível, desde que já tenha sido verificada a presença de cisticercos na cabeça ou na língua.

4 - Inspeção final - na inspeção final identifica-se a lesão parasitária inicialmente observada e examinam-se sistematicamente os músculos mastigadores, coração, porção muscular do diafragma, inclusive seus pilares, bem como os músculos do pescoço, estendendo-se o exame aos intercostais e a outros músculos, sempre que necessário, devendo-se evitar tanto quanto possíveis cortes desnecessários que possam acarretar maior depreciação à carcaça.”

Resultados e Discussão

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013), Salinas é uma cidade com aproximadamente 39.178 habitantes e possui uma extensão territorial de 1.887,646 km2, o que poderia contribuir para a existência da doença devido à intensa criação de animais como bovino e suínos na região. Com o surgimento da cisticercose ocorreria uma limitação na cadeia produtiva desse setor, causando sérios prejuízos econômicos com outros reflexos negativos. Como pode ser observado na Tabela 1, foram abatidos 1997 suínos e 5.141 bovinos, totalizando 7.138 animais, nos quais não foi observada a presença de cisticercos. Com base nos resultados obtidos pode-se supor que as questões sanitárias e higiênicas vêm sendo discutidas com a população, pelos órgãos públicos do município, bem como, as criações desses bovinos e suínos poderiam estar se tornando cada vez mais tecnificadas, reduzindo assim, a contaminação dos animais com o parasito em questão. Tabela 1 Número total de animais abatidos por mês no abatedouro da cidade de Salinas-MG

Suínos Bovinos

Total de animais N° de animais

rejeitados Prevalência de

casos (%)

Maio 227 597

824

0

0

Junho 249 613 862 0 0 Julho 245 591 836 0 0 Agosto 238 660 898 0 0 Setembro 263 626 889 0 0 Outubro 265 629 894 0 0 Novembro 260 675 935 0 0 Dezembro 250 750 1000 0 0 Total 1997 5141 7138 0 0

De acordo com Silva (2008), em virtude das dificuldades de se diagnosticar a cisticercose antes do abate e da inspeção dos animais, é necessário a criação de programas de controle, já que a erradicação é praticamente impossível se considerar um país como o Brasil, onde existem diversos tipos de classes sociais divididas em uma imensa extensão territorial. Porém, essa realidade pode sofre mudanças se houverem medidas persistentes de controle e profilaxia em todas as classes da sociedade; basta, para isso, o empenho dos órgãos de saúde e epidemiológicos.

Apesar de este trabalho ter apresentado resultados negativos quanto à presença de cisticercos em carcaças de bovinos e suínos da região, não significa que todo o território está livre dessa enfermidade, sendo que outras regiões podem apresentar a doença, mesmo em menor grau de positividade. Por saber o grande risco que a população está exposta quando ingere carnes contaminadas, que são veículos de contaminação

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parasitológica e os prejuízos econômicos causados pela cisticercose nos animais, é imprescindível a disponibilização de informações para uma reeducação de higienização por parte dos produtores e dos consumidores e o fornecimento de ações educativas aos manipuladores de alimentos, sendo crucial ressaltar a necessidade de recursos de medidas profiláticas. Dada à relevância da parasitose, tanto em humanos quanto em animais, a inspeção de carnes é de suma importância, pois interrompe a cadeia epidemiológica do complexo teníase-cisticercose (MEDEIROS et al., 2008). Sendo assim, o matadouro com serviço de inspeção desempenha importante papel na profilaxia da doença, pois auxilia na prevenção da teníase humana, com a correta destinação de carcaças e órgão parasitados.

ConclusãoNão foi verificada a ocorrência de cisticercos em bovinos e suínos abatidos em matadouro sob

inspeção municipal, situado no município de Salinas, Minas Gerais. Mais trabalhos sobre esse assunto são necessários, principalmente no que diz respeito a abates

considerados clandestinos, sem inspeção, que fornecem alimentos cárneos para uma grande parcela da população, em destaque, da região rural deste município.

AgradecimentosAo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Câmpus Salinas, pela oportunidade. À direção do

matadouro municipal de Salinas-MG, pela cooperação. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, FAPEMIG, por fomentar essa pesquisa. À orientadora, Vanessa Paulino da Cruz Vieira, pela colaboração na realização do trabalho.

Literatura citada

FUKUDA, R.T. Contribuição ao estudo da epidemiologia da cisticercose bovina na região administrativa de Barretos. Aspectos ambientais e econômicos. Jaboticabal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, 2003. 127 f. (Tese de Doutorado) IBGE, 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em:<http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=315700> Acesso em: 20 de Janeiro de 2014. MEDEIROS, F.; TOZZETTI, D.; GIMENES, R.; NEVES, M.F. Complexo teníase/cisticercose. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Garça, 6, 4, 675-684, 2008. SILVA, R. C. Prevalência da cisticercose bovina em diferentes regiões brasileiras. Curso de Especialização Lato Sensu em Vigilância em Saúde e Defesa Sanitária Animal. Campo Grande, 2008. SANTOS, I.F. Um modelo de inspeção para a detecção da cisticercose muscular bovina em matadouros. Niterói, Universidade Federal Fluminense, 1993. 73 f. (Tese de Doutorado)

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PERFIL HEMATOLÓGICO DE CAVALOS DA RAÇA QUARTO DE MILHA SUBMETIDOS À COMPETIÇÃO DE TEAM PENNING

Maria Vitória Gonçalves Pereira Jatobá1,Kayo Elisiário Pereira Mato2, Cirilo Henrique de Oliveira3, Leonardo Lara e Lanna4

¹Acadêmica de Medicina Veterinária - IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected] ²Acadêmico de Medicina Veterinária - IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 3Acadêmico de Licenciatura em Ciências Biológicas - IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Salinas, D.Sc. Ciência Animal. Email: [email protected] Resumo: O Team Penning, modalidade esportiva equestre, vem crescendo e agregando cada vez mais investimentos e competidores por todo o país. Durante as provas, os cavalos são submetidos a esforço físico e altas temperaturas. Visando avaliar o impacto do Team Penning sobre a homeostasia dos animais, avaliou-se o perfil hematológico de cavalos da raça Quarto de Milha submetidos à competição. Foram realizadas colheitas sanguíneas em dez animais (n=10), nos momentos MI, antes da competição, e MII, imediatamente após a última participação. Os exames mostraram aumento significativo de hematócrito, contagem de hemácias e hemoglobina no MII (P<0,05), relacionado à maior da demanda de oxigênio nos músculos e aceleração do metabolismo aeróbico pelas fibras musculares. Houve aumento na contagem de leucócitos no MII (P<0,05), provavelmente devido ao aumento da secreção endógena de cortisol, resultando em leucograma de estresse. Conclui-se que o Team Penning ocasiona alterações hematológicas em cavalos Quarto de Milha.

Palavras-chave: eqüino, esforço físico, perfil hematológico

Introdução O complexo do Agronegócio equino (Equus caballus) no Brasilgera mais de três milhões de

empregos, movimenta mais de R$7,5 milhões de reais e possui uma tropa com mais de cinco milhões de cavalos. A raça Quarto de Milha é bastante valorizadano Norte de Minas Gerais por sua docilidade, velocidade e robustez, sendo utilizada em diversas modalidades de esporte equestre. Dentre elas, se destaca o Team Penning ou prova de apartação, modalidade esportiva onde um trio de cavaleiros deve apartar bois no menor tempo possível, que vem conquistando adeptos e recebendo vários incentivos para sua prática na região.

O esforço físico realizado durante as provas de Team Penning, associado às altas temperaturas do Norte de Minas, resulta em alterações metabólicas e fisiológicas que muitas vezes afetam a homeostasia dos animais. Além da ocorrência frequente de fadiga e ruptura de fibras musculares, os efeitos da atividade física intensa sobre o corpo dos animais podem resultar em desequilíbrio hídrico e eletrolítico. Essas alterações podem ser detectadas pela mensuração das concentrações de constituintes do sangue.

Apesar de recentes avanços no entendimento da fisiologia do exercício em equinos submetidos a atividades físicas, são escassos os trabalhos envolvendo animais submetidos à competição de Team Penning. Visando contribuir para a determinação do impacto desse tipo de prova sobre a fisiologia animal, propôs-se analisar o perfil hematológico de cavalos atletas da raça Quarto de Milha antes e após a participação na competição.

Material e Métodos

As colheitas de sangue foram realizadas no Haras Dispparo, em Montes Claros-MG, em dias de competição de Team Penning, cujas provas foram iniciadas à tarde e concluídas no período noturno. Foram utilizados dez equinos (n=10) adultos da raça Quarto de Milha, sendo sete machos e três fêmeas, com idade variando de cinco a doze anos, de proprietários particulares, que tiveram no mínimo sete e no máximo dez participações em provas durante a competição. As amostras foram obtidas em dois momentos: MI com os animais em repouso, antes do início das provas, e MII com a colheita realizada após o término da participação do animal na competição.

Foram colhidos 5,0mL de sangue, por meio de venopunção jugular externa com seringa e agulha, em tubo à vácuo com anticoagulante EDTA. As amostras foram identificadas e mantidas em isopor com gelo biológico até o envio e processamento no laboratório TECSA em Belo Horizonte-MG. Com auxílio de analisador hematológico calibrado para a espécie equina foram realizados os seguintes exames: hematócrito, contagem de hemácias e plaquetas, contagem total e diferencial de leucócitos, concentração de hemoglobina,

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volume corpuscular médio (V.C.M.), hemoglobina corpuscular média (H.C.M.) e concentração de hemoglobina corpuscular média (C.H.C.M.).

Os dados foram tabulados em forma de média e desvio padrão e a analise estatística foi realizada pelo teste t pareado, com auxílio do programa Excel® (Microsoft® Office® 2010).

Resultados e Discussão

Houve aumento significativo (P<0,05) dos valores de hematócrito, hemácias e hemoglobina em MII, após a participação nas provas (Tabela 1), semelhante ao descrito por Miranda et al. (2011), que observaram aumento desses parâmetros em equinos que participaram de no mínimo seis provas de Team Penning em um mesmo dia de competição. Achados semelhantes foram encontrados em outros esportes equestres, Lopes et al. (2009)relataram aumento no hematócrito e contagem de hemácias de cavalos após competição de vaquejada.Santos et al. (2006) também mostraram aumento na contagem de hemácias em cavalos de salto submetidos a diferentes protocolos de exercício em esteira. Tabela 1 Parâmetros hematológicos de equinos da raça Quarto de Milha (n=10) submetidos à competição de

Team Penning, nos momentos MI, em repouso, e MII, após participação na competição. Parâmetro MI MII Valor de PHemácias (x 106/µL) 6,96 +0,94 a 8,68+1,04 b 0,00207 Hemoglobina (g/dL) 12,29 +1,80 a 15,45+ 1,68 b 0,00166 Hematócrito (%) 34,15 +4,78 a 42,72 + 4,61 b 0,00142 V.C.M. (µm3) 49,29 +1,73 a 49,33 +1,77 a 0,64190 H.C.M. (pg) 17,63 +0,59 a 17,84 +0,73 a 0,35097 C.H.C.M. (g/dL) 36,00 +0,54 a 36,15 +0,50 a 0,55876 Leucócitos (/µL) 9.860 +1.669 a 12.200+ 2.176 b 0,01863 Plaquetas (x 103/µL) 294,4 +130,2 a 258,5 +134,5 a 0,55998

Média + desvio padrão. Letras distintas em uma mesma linha indicam diferença estatística no teste t pareado (P<0,05).

O aumento da contagem total de hemácias e hemoglobina sugere aumento da demanda de oxigênio

pela musculatura esquelética, resultante da atividade física realizada. O metabolismo aeróbico, principal fonte de produção de energia muscular, depende do fornecimento de oxigênio, sendo este transportado pelo sangue ligado à hemoglobina presente nas hemácias. A contração esplênica é responsável por essa mobilização de hemácias para a circulação sistêmica (Miranda et al., 2011).A ausência de diferença estatística nos valores de V.C.M., H.C.M. e C.H.C.M. reforçam essa teoria, indicando que não houve lançamento de células precursoras dos eritrócitos, provenientes da medula óssea, na corrente sanguínea.

Miranda et al. (2011) ressalta, ainda, a redução do volume plasmático como fator contribuinte para o aumento do hematócrito, uma vez que os cavalos apresentam sudorese intensa durante esforço físico. As altas temperaturas registradas no Norte de Minas Gerais podem contribuir para essa perda de fluidos e redução da quantidade de líquido intravascular.

A contagem total de leucócitos aumentou significativamente (P<0,05) em MII. Na contagem diferencial, houve aumento de aproximadamente 38% do número de neutrófilos (P<0,05).Essa neutrofilia provavelmente se deve ao aumento da secreção endógena de cortisol, resultando na situação conhecida como leucograma de estresse.O cortisol, liberado em situações de estresse, promove a demarginação de neutrófilos do endotélio vascular, aumentando o número de polimorfonucleares circulantes (Silva et al., 2008). Destaca-se que durante as competições os cavalos são submetidos a diversas formas de estresse, de intensidade variável, incluindo físico, térmico e até emocional.

Alterações sugestivas de leucograma de estresse em cavalos mestiços de Quarto de Milha após participações no TeamPenning foram observadas também por Miranda et al. (2011), que encontraram neutrofilia, eosinopenia, linfopenia e monocitose. Lopes et al. (2009), avaliando equinos de vaquejada, relacionaram as alterações leucocitárias ao estresse físico, decorrente da falta de condicionamento e treinamento específico para as provas, bem como às condições estressantes do ambiente de competição.

ConclusõesConclui-se que o esforço físico realizado durante as competições de TeamPenning resulta em

alterações hematológicas adaptativas nos equinos da raça Quarto de Milha. Investigações futuras devem ser incentivadas e conduzidas para se conhecer as alterações bioquímicas sanguíneas e as concentrações de cortisol em cavalos atletas, de forma a subsidiar propostas para melhoria no condicionamento físico e bem estar desses animais.

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AgradecimentosAo IFNMG - Campus Salinas, pela concessão da bolsa de Iniciação Científica - PIBIC/IFNMG, ao

Laboratório TECSA, pelo convênio estabelecido para a realização das análises laboratoriais, e ao Haras Dispparo.

Literatura CitadaLOPES, K.R.F.; BATISTA, J.S.; DIAS, R.V.C. & SOTO-BLANCO, B. Influência das competições de vaquejada sobre os parâmetros indicadores de estresse em equinos. Ciênc. Anim. Bras. 10 : 538-543 : 2009. MIRANDA, R.L.; MUNDIM, A.V.; SAQUY, A.C.S.; COSTA, A.S.; GUIMARÃES, E.C.; GONÇALVES, F.C. & SILVA, F.O.C. Perfil hematológico de equinos submetidos à prova de Team Penning. Pesq. Vet. Bras. 31 : 81-86 : 2011. SANTOS, V.P. Variações hemato-bioquímicas em equinos de salto submetidos a diferentes protocolos de exercício físico. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006, 94p. (Dissertação de Mestrado) SILVA, R.; ALMEIDA JÚNIOR, G.S.; CURY, J.R.M.; AMARAL, J.B.; PERENHA, R.A.; LOCATELLI, L.; MATIAS, V. & SACCO, S.R.Leucograma de estresse. Rev. Cient. Elet. Med. Vet. 11 : 2008.

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PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS FEIRANTES AGRICULTORES FAMILIARES DA FEIRA LIVRE DE ARAÇUAÍ/MG.

Heloisa Laura das Chagas Ribeiro1, Luane Stefane Miranda Santos2, Andressa Silva Santos2, Adriene Matos dos Santos3, Natalino Martins Gomes4

1Acadêmica de Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí Bolsista de Extensão IFNMG. E-mail: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agroecologia – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Extensão IFNMG. E-mail: [email protected]; [email protected] 3Engª Agrônoma do IFNMG/Araçuaí. E-mail: [email protected] 4Professor IFNMG/Araçuaí, D.Sc. Engenharia de Água e Solo. Email: [email protected]

Resumo:Araçuaí possui uma população estimada 37.169 habitantes, sendo que aproximadamente 35% dela encontra-se na zona rural em 67 comunidades, as quais, ao longo do ano, ofertam na feira livre, aos sábados, uma diversidade de hortaliças, frutas, cereais, animais vivos, artesanato, plantas medicinais e produtos do extrativismo, além de produtos da agroindústria familiar. Embora a feira seja importante para agricultores e para a economia local, não possui a visibilidade que merece sendo colocada a margem das políticas públicas locais, necessitando da articulação entre os atores nela inseridos para construção e acesso a programas governamentais de apoio. O objetivo desse trabalho foi traçar o perfil socioeconômico dos agricultores feirantes do município de Araçuaí/MG e fornecer subsídios para o planejamento de ações que promovam o desenvolvimento socioeconômico dos produtores feirantes. Os dados foram obtidos com a aplicação de questionários semi-estruturados. Verificou-se que a faixa etária dos feirantes encontra-se entre 32 a 71 anos, sendo que 40% deles têm idade entre 41 a 50 anos. Frutas e hortaliças são comercializados pela maioria, cerca de 65% dos feirantes. 60% das famílias são compostas por 4 ou mais membros. A renda familiar de 83% das famílias é menor que três salários mínimos. Palavras–chave: agricultura familiar, Araçuaí, feira livre

IntroduçãoO vale do Jequitinhonha, situado no nordeste de Minas Gerais, é marcado por pequenas unidades

familiares, presentes em toda a sua extensão. Estes estabelecimentos fazem parte de um grande contingente de agricultores que utilizam diferentes meios para obtenção de renda, destacando-se as feiras livres.

As feiras livres surgiram no início do século XVIII, quando os produtores rurais começaram a expandir seus produtos, comercializandotambém, no comércio urbano, tornando-se uma tradição mineira, reconhecida por suas culturas e diversidade de produtos. (Ribeiro et al, 2011).

Dentre as feiras livres que ocorrem nas cidades do médio Jequitinhonha, destaca-se a de Araçuaí. Este destaque se deve pelo fato de Araçuaí, ser, historicamente um entreposto comercial, desde os tempos em que os canoeiros subiam o rio Jequitinhonha e adentravam pelo rio Araçuaí distribuindo seus produtos.

O município de Araçuaí situa-se no nordeste de Minas Gerais, com população estimada 37.169 habitantes (IBGE, 2013), sendo que em torno de 35% da população encontra-se na zona rural em 67 comunidades as quais, ao longo do ano, ofertam na feira uma diversidade.

As rendas geradas pelas famílias durante as vendas na feira livre circulam no comércio local. Neste contexto, as feiras livres fazem parte do cotidiano dos moradores da região, e agregam valor na economia e na cultura regional, abastecem as cidades pequenas(Assis, 2005).

Embora a feira seja importante para agricultores e para a economia local, não possui a visibilidade que merece sendo colocada a margem das políticas públicas locais, necessitando da articulação entre os atores nela inseridos para construção e acesso a programas governamentais de apoio.

Neste sentido, este trabalho teve como objetivo traçar o perfil socioeconômico dos agricultores feirantes do município de Araçuaí/MGe fornecer subsídios para o planejamento de ações que promovam o desenvolvimento socioeconômico dos produtores feirantes.

Material e Métodos

Os dados foram coletados na Feira Livre de Araçuaí/MG, que ocorre regularmente aos sábados no Mercado Municipal de Araçuaí, e em 13 comunidades rurais do Município: Baixa Quente, Banco Setubal, Barra do Córrego Narcísio, Barra do Coruto, Barriguda do Meio, Coruto, Gravatá de Cima, Nossa Senhora Aparecida, Olinto Ramalho, Ponte do Gravatá, Setubal, São João de Setubal e Vagem de João Alves.

O trabalho foi realizado deagosto a novembro de 2013. Os dados foram coletados por meio de dois questionários, ambos aplicados aos feirantes. O primeiro questionário foi aplicado na feira para levantar as comunidades das quais pertenciam os feirantes e classificá-los de acordo com os produtos ofertados

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(Industria Doméstica Rural – queijos, requeijões, farinha; frutas e verduras; diversificados e carnes – frango abatido, linguiças, peixes), para posterior delimitação dos entrevistados. O segundo questionário foi aplicado na propriedade rural dos produtores feirantes, e abrangeu questões referentes aos aspectos socioeconômicos dos entrevistados. A escolaridade registrada teve como base os níveis e graus do sistema educacional brasileiro (IBGE, 2008). As faixas de renda estabelecidas foram as seguintes:(R$) 0,00 a 678,00; 678,01 a 1.017,00; 1.017,01 a 1.356,00; 1.356,01 a 2.034,00; acima de 2.034,00. Deve-se ressaltar que na época da coleta de dados o salário mínimo era de R$ 678,00.

O estudoabrangeu a caracterizaçãode alguns aspectos socioeconômicos dos agricultores familiares feirantes do Município de Araçuaí, como renda familiar, idade, tamanho dafamília e grau de escolaridade.

Resultados e Discussão

O total de feirantes na feira Livre de Araçuaí-MG em agosto de 2013, foi de 422 feirantes, sendo que desses, 261 eram agricultores familiares de 32 comunidades rurais de Araçuaí e 161 eram vendedores da cidade, que compram para revender e 99 desses têm pontos fixos, vendem de segunda a sábado no mercado municipal.

Dentre os agricultores familiares feirantes, 54% comercializam frutas e verduras, 18%produtos diversificados, tanto frutas e hortaliças, quanto queijos, ovos, por exemplo. Implicando em um quantitativo superior a 65% dos agricultores feirantes, produzindo e vendendo os mesmos produtos.Cerca de 23% dos agricultores feirantes comercializam exclusivamente produtos da indústria doméstica rural (queijos, requeijões, farinhas, biscoitos, etc.), 3% carnes como frango abatido e linguiças e os demais comercializam artesanato, animais vivos e plantas medicinais.

A composição familiar dos agricultores feirantes apresenta as seguintes características, 60% dos agricultores tem afamíliacomposta por quatro ou mais pessoas, no entanto, em 70% delas, residem na propriedade ruralquatro pessoas ou menos, sendo que parte da família, quase sempre os filhos homens, mudam-se para a cidade a procura de emprego, ou vão trabalhar no corte de cana-de-açúcar, o mais comum

nesta região. Tabela 1 Distribuição percentual da composição familiar e dos residentes na propriedade em relação ao

número de pessoas, dos agricultores feirantes de Araçuaí/MG, no ano de 2013. Número de pessoas Composição familiar

(%)Residentes atuais na

propriedade (%)

2 5 20 3 35 40 4 15 10 5 20 15 6 20 10 7 5 5

Fonte: Elaboração própria, 2013.

Diante desse quadro, percebe-seuma baixa disponibilidade de mão-de-obra para as atividades de produção na propriedade,principalmente para a produção de hortaliças e frutas que demandam maior força de trabalho, sendo estesos principais produtos vendidos na feira por mais da metade dos feirantes. Esta baixa disponibilidade de mão-de-obra é um fator que pode limitar o aumento da produção, com consequente estagnação da renda familiar, um contrassenso diante da exportação da mão-de-obra para fins semelhantes. Vale ressaltar que 70% dos agricultores feirantes são mulheres e que mais da metade delas, além de venderem na feira, tocam a roça e cuidam da casa, inviabilizando a ampliação da área cultivada ou aumento na produção de produtos como farinha, doces, queijos, requeijões, dentre outros. A idade dos agricultores feirantes entrevistados varia de 32 a 71 anos, sendo que 40% delesencontram-se entre 41 e 50 anos de idade. Foi levantado ainda a quanto tempo que estes feirantes comercializam na feira, sendo que, 15% dos agricultores feirantes já estão a mais de 30 anos e 25% a mais de 40 anos vendendo seus produtosna feira livre de Araçuaí. No que tange a escolaridade dos agricultores feirantes, 55% dos entrevistados concluíram a 4ª série, hoje 5º ano, sendo que somente 5% concluíram o ensino médio, os demais fizeram até no máximo a 3ª série. Contudo, 95% dos agricultores disseram que sabem ler e escrever. A renda mensal familiar de mais de 22% dos agricultores feirantes é de até R$678,00, 61% com renda familiar entre R$678,01 e R$1.658,00. Quanto às fontes de renda, 50% dos entrevistados responderam

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que a maior parte na composição da renda familiar é proveniente da comercialização dos produtos na feira, 45% da aposentadoria e 5% da entrega de produtos para a merenda escolar.

ConclusõesA feira livre de Araçuaí é ponto de comercialização de mais de 260 famílias de agricultores de 32

comunidades rurais desse município. Dentre esses feirantes, 54% comercializam frutas e verduras, 18% produtos diversificados, aproximadamente 23% comercializam produtos da indústria doméstica rural, 3% carnes como frango abatido e linguiças, e os demais comercializam artesanato, plantas medicinais e animais vivos. Concluindo, os dados revelaram ainda que:

• Os agricultores feirantes têm idade entre 32 e 71 anos, sendo 40% deles com idade entre 41 e 50 anos.

• Quanto ao nível de escolaridade dos agricultores feirantes, 90% não concluíram o ensino fundamental.

• A renda familiar de 61% dos agricultores está entre um e três salários mínimos. • A intervenção do poder público no que tange às questões relacionadas à produção como o

planejamento dos cultivos, pode ajudar os produtores, que na maioria comercializam frutas e hortaliças, a produzirem produtos diferenciados e em época de baixa oferta, potencializando a melhoria da renda e da qualidade de vida desses produtores.

Agradecimentos Ao IFNMG-Campus Araçuaí, pela concessão das bolsas e pelos recursos disponibilizados para a realização deste trabalho, por meio do Projeto “A Feira Livre e suas Contribuições para a Agricultura Familiar de Araçuaí-MG”.

Literatura citadaASSIS, T. R. et al. Impactos das feiras de produtores rurais no comércio urbano em municípios do vale Jequitinhonha. In: XLIV CONGRESSO DA SOBER, 2006. Fortaleza – CE. Anais... Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/5/910.pdf> Acesso em: 08 de fevereiro de 2014. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica- IBGE 2010, Disponivel em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=31&dados=8>. Acesso em 12 de fevereiro de 2014. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica- IBGE 2013, Disponivel em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=310340&search=minas-gerais|aracuai>. Acesso em 12 de fevereiro de 2014. RIBEIRO, E. M., AYRES, E. B., GALIZONI, F. M., ALMEIDA, A. F., ASSIS, T. P., MOREIRA, T. B., FONSECA, V., CARVALHO, A.A. O engenho na mesa: Industria domestica e soberania alimentar no Jequitinhonha. Rev. Agriculturas.Vol. 8, n. 3, p. 12-16, set/2011.

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PERFILHAMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM JANUÁRIA/MG

Hadson Jose Neves Porto Viana¹, Eduardo de Sousa Mathias², Denilson Cleverson Macedo³, Fabio Martins de Carvalho4, Aroldo Gomes Filho5

1Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, Bolsista institucional, [email protected] 2Acadêmico de Agronomia IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais,[email protected] 3Acadêmico de Agronomia, IFNMG, Campus Januária, Minas Gerais, [email protected] 4Professor IFNMG, Campus Januária. DSc. em Agronomia/Fitotecnia, [email protected] 5Professor IFNMG, Campus Januária. DSc. em Agronomia/Genética e Melhoramento de plantas, [email protected] Resumo: A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é a cultura que se destaca entre as mais importantes cultivadas em Januária, sendo utilizada na alimentação animal e como matéria prima para a produção de cachaça e rapadura. Diante disso, objetivo-se avaliar 16 variedades melhoradas de cana-de-açúcar, juntamente com duas variedades regionais cultivadas por agricultores locais, quanto ao seu perfilhamento. Foram utilizados 18 tratamentos (variedades) com três repetições. A parcela experimental foi composta de quatro linhas espaçadas de 1,30m sendo as duas centrais consideradas úteis, onde foram avaliadas a variável número de perfilho por metro linear, sendo que na avaliação foram contados todos os perfihos das duas linhas centrais de cada parcela.A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa SAEG versão 8.0 procedendo-se análise de variância e, posteriormente, comparou-se as médias dos tratamentos com teste de Scott Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Observou-se que não houve diferença significativa no número de perfilhos por metro linear entre as variedades de cana-de-açúcar dentro dos períodos de avaliações.

Palavras–chave: agricultura familiar, caracterização agronômica, melhoramento vegetal.

IntroduçãoA cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é um dos principais produtos agrícolas, sendo a terceira cultura em

área plantada no Brasil (IBGE, 2013). Do seu processo de industrialização obtêm-se como produtos o açúcar nas suas mais variadas formas e tipos, o álcool (anidro e hidratado), a cachaça e a rapadura, principalmente em agroindústrias artesanais e pode ser utilizada também como forrageira no período de seca.

A cana-de-açúcar é uma das principais culturas agrícolas do município de Januária, situado no Norte de Minas Gerais. Segundo Gama et al. (2010), a produção de cachaça no município varia entre 5 mil e 60 mil litros de cachaça anual por produtor, sendo na região de Brejo do Amparo onde se concentra tradicionalmente a produção da cachaça de alambique, com aproximadamente 60 produtores. Com temperatura média anual de 26ºC e o solo com sua umidade natural e grande quantidade de fertilizantes carregados das formações rochosas que circundam o baixo povoado, permitem que a cana-de-açúcar se desenvolva com vigor e confere um sabor característico à cachaça de Januária.

A cana-de-açúcar é uma planta perene, que perfilha de maneira abundante na fase inicial de seu desenvolvimento, e quando se estabelece como cultura, o auto-sombreamento induz a inibição de perfilhamento e a aceleração do colmo principal (RODRIGUES, 1995).

Uma vez em contato com o solo, em condições favoráveis de umidade e temperatura, brota por intermédio da gema, a qual irá formar os novos colmos. A fase de perfilhamento intenso da touceira se dá quando é atingido o máximo da produção de perfilhos, chegando algumas variedades a produzir 25 ou mais colmos por touceira. A partir do ponto de máximo perfilhamento, a competição entre os perfilhos pelos fatores de crescimento (luz, espaço, água e nutrientes) acentua-se, de maneira que se constata a diminuição e paralisação deste processo, além da morte dos perfilhos mais novos (SEGATO et al., 2006).

Na produção de sacarose da cana-de-açúcar, provavelmente, o fator mais importante relacionado com o processo é o número de colmos por unidade de área na colheita. Logo, um maior perfilhamento irá promover maior quantidade de colmos por hectare e maior rendimento de açúcar (PINTO et al.,2011).

O objetivo desse trabalho foi avaliar 16 variedades melhoradas de cana-de-açúcar, juntamente com duas variedades regionais cultivadas por agricultores locais, quanto ao seu perfilhamento.

Material e Métodos O trabalho foi conduzido no distrito de Brejo do Amparo, município de Januária/MG. O município está localizado a 15°29’ de latitude sul, 44°21’ de longitude oeste e altitude de 434 m. O experimento foi implantado em junho de 2013. O sistema de produção utilizado foi o mesmo dos produtores. Foi feito o preparo do solo de maneira convencional e uma adubação orgânica nos sulcos com cinza. O plantio foi feito manualmente nos sulcos espaçados de 1,30 m, sendo colocado de forma continua duas canas na posição pé com ponta e cortadas posteriormente no sulco em toletes com mais ou menos 4 gemas. Foi feita irrigação

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quinzenal suplementar por sulcos até o início do período chuvoso. Os tratamentos foram compostos por 18 variedades de cana-de-açúcar, sendo 16 variedades melhoradas disponibilizadas pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA) e duas variedades cultivadas na região.O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 18 tratamentos (variedades) e três repetições. Cada parcelafoi constituída de quatro linhas com 8 m de comprimento perfazendo assim uma área total de 41,6 m2, sendo as duas linhas centrais consideradas úteis, perfazendo uma área útil de 20,8 m2.Avaliou-se o número de perfilhos por metro linear da área útil aos 30, 60, 90 e 120 dias após plantio (DAP).

Resultados e DiscussãoObservou-se que não houve diferença significativa no número de perfilhos por metro linear entre as

variedades de cana-de-açúcar dentro dos períodos de avaliações, (Tabela 1).

Tabela 1 Resumo da análise de variância do perfilhamento das variedades de cana-de-açúcar, em função das diferentes períodos de avaliações após o plantio (DAP). Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária, Januária, MG, 2013.

GL Quadrado médio

Perfilhamento por metro linear 30 DAP 60 DAP 90 DAP 120 DAP

Variedades 17 1,13877 7,637085 30,52 35,72 Blocos 2 3,385706 9,573857 117,57 312,785 Resíduo 34 0,585231 4,436679 19,65 23,21 CV (%) 95,63 35,11 35,84 35,55 Média 0,8 6,0 12,37 13,55

Não significativo pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade

Observou-se que o número de perfilhos teve um acréscimo acentuado entre 30 e 90 dias após o plantio, continuando apenas com um leve acréscimo dos 90 aos 120 dias. Tais resultados já eram esperados, pois a cana-de-açúcar tem em seu perfilhamento inicial uma evolução bastante singular, e somente a partir do momento que começa a competição entre os perfilhos pelos fatores de crescimento (luz, água, nutrientes, espaço), que se constata a paralisação deste processo.

Resultados semelhantes foram obtidos por Suguitani (2006), que observaram crescimento acentuado até os 90 DAP com posterior estabilização durante o restante do ciclo e por Pinto et al. (2011), que relatou crescimento contínuo do seis meses inicias com acréscimo acentuado entre 90 e 120. No entanto, aos 30 dias DAP, o perfilhamento foi inferior aos valores descritos pelos autores, que foi de 4,0a 5,42 perfilhos / metro linear. Isso pode ser atribuído à época de plantio tardia, dificultando o perfilhamento inicial da cultura em função da pouca umidade do solo e das baixas temperaturas.

Mesmo não havendo diferença significativa entre as variedades, notou-se que a partir dos 60 DAP a variedade RB92 579 apresentou as maiores médias (Figura 1).

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Figura 1 Médias de perfilhos por metro linear de variedades de cana - de - açúcar em diferentes épocas de avaliações após o plantio. Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária, Januária, MG, 2013.

Conclusões

Não houve diferença significativa entre as variedades testadas, embora a variedade RB92 579 tendeu a apresentar as melhores médias.

Agradecimentos

A empresa RIDESA por ceder às mudas de cana-de-açúcar, ao senhor Manoel pela concessão da área para a implantação do experimento e ao IFNMG – Campos Januária pela concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citadaGAMA ET AL.Sustentabilidade da cadeia produtiva da cachaça de alambiquina região de Brejo do Amparo distrito de Januária-MG. Enciclopedia biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.6, N.11; 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sistema IBGE de recuperação automática - SIDRA. Disponível em: <http///:www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/>. Acesso em: 18 mar. 2013. PINTO ET AL. Perfilhamento da cana-de-açúcar plantada em diferentes horas após o corte das mudas, Presidente Prudente: UNOESTE, 2011. RODRIGUES, J. D. Fisiologia da Cana-de-açúcar.Botucatu: UNESP, 1995. 65p. SEGATO, S. V.; MATTIUZ, C. F. M.; MOZAMBANI, A. E. Aspectos fenológicos da cana-de-açúcar. In: SEGATO, S. V.; Pinto, A. S.; Jendiroba, E. Nóbrega, J. C. M. (org.) Atualização em produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: CP 2, 2006. p. 19-36. SUGUITAI, C. Entendendo o crescimento e produção da cana de açúcar: avaliação do modelo mosicas/ Carlos Suguitai – Piracicaba, 2006. 60p.

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PRODUÇÃO DE BIOFERTILIZANTE OBTIDO POR DIGESTÃO ANAERÓBIA DE ESTERCO

Rodrigo Nogueira Martins1, Viktor Kayro Souza Santos1, Willyan Caldeira Corte1,Claudio Gomes da Silva¹, Fabricio Guedes Mendonça¹,Danilo Pereira Ribeiro2.

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC - IFNMG. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Recursos Hídricos e Ambientais. E-mail: [email protected] Resumo: As granjas avícolas de produção de ovos geram também um grande volume de resíduos na forma de esterco o que pode tornar-se um problema ambiental se não tiver um destino final adequado. Sendo assim, neste trabalho foi abordado o manejo de resíduos sólidos de poedeiras, em particular com o uso do biodigestor como alternativa para tratamento destes dejetos visando diminuir os impactos ambientais negativos causados pela atividade avícola. Foi construída uma série de seis biodigestores removíveis para tratamento dos resíduos da avicultura diluídos em água (BDARA).Em laboratório determinou-se a quantidade de sólidos totais, fixos e voláteis para determinação do tempo de detenção hidráulico (TDH) da água residuária da avicultura, considerando que o efluente teve três diluições distintas 1/1, 2/1, 3/1 (água/efluente). Assim a diluição 1/1 teve uma remoção máxima de 64,57% de sólidos totais, a diluição 2/1 teve uma remoção máxima de 68,16% e a diluição 3/1 uma remoção máxima de 67,42%.

Palavras–chave: água residuária, avicultura, biodigestor.

IntroduçãoO aumento da demanda por alimentos e a baixa margem de lucro das atividades agropecuárias

impõem às unidades produtoras de ovos a busca constante pelo aumento da produtividade. Um indício dessa necessidade está no aumento da densidade de criação das aves de forma a otimizar as instalações e reduzir os custos da atividade.Esse aumento na densidade também leva ao acréscimo da produção de dejetos, que, quando não tratados de maneira correta, podem acarretar graves problemas ambientais.

Uma das tecnologias de tratamento que tem se destacado para tratamento de resíduos de animais é a utilização debiodigestores, em que ocorre a remoção de material orgânico por decomposição anaeróbia produzindo considerável quantidade de gás metano que pode ser aproveitado para geração de energia tanto direta como indiretamente e o subproduto da decomposição dos resíduos que pode ser aproveitado como biofertilizante (JONES JR e OGDEN, 1984; STEIL et al., 2002).

A biodigestão anaeróbia pode ser uma alternativa viável para o tratamento de resíduos avícolas. Através desse processo, o produtor ganha energia elétrica a baixo custo, recicla o material residual da sua granja, utiliza o biofertilizante como adubo e contribui para a diminuição dos impactos ambientais gerados no processo de produção. Diante do exposto foram construídos biodigestores em galões removíveis para o pré-tratamento de dejetos avícolas da granja de poedeiras do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, campus Januária, com a finalidade de obter dados pertinentes à região do Norte de Minas Gerais. Os dados obtidos deste trabalho podem servir para subsidiar projetos de tratamento de efluentes e aproveitamento do biofertilizante na agricultura.

Material e MétodosA área experimental de tratamento e aproveitamento alternativo da água residuária da avicultura

(ARA) foi montada nas dependências do Campus Januária (IFNMG). O resíduo foi coletado periodicamente nas dependências da Aviculturae em sequência diluído em água como descrito a seguir.

O experimento foi constituído por 6 galões cilíndricos, de 250 L cada, com dimensões aproximadas de 0,60 m de diâmetro e 0,90 m de altura total. Os efluentes foram aplicados nos galões por batelada, ou seja, foram colocados de uma só vez e retirados após o TDH (Tempo de Detenção Hidráulico) estimado, de maneira a não ocorrer mistura do líquido no galão.

Os galões foram dispostos em fila, interligando todas as saídas de gás para um destino final, cada biodigestor foi montado com três saídas distintas e em diferentes alturas 35, 50 e 65 cm, onde foram coletadas amostras para analisar o comportamento do tratamento ao longo do tempo. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 3 tratamentos, sendo três diluições do dejeto com água 1/1, 2/1 ou 3/1 (água/dejeto) e 2 repetições para avaliar qual a diluição do resíduo sólido com água proporciona um tratamento mais eficiente.

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Para determinação da concentração de sólidos totais, fixos e voláteis da ARA, semanalmente, eram coletadas amostra de 100 ml, em cada altura de cada galão. No laboratório do Campus Januária, as amostras foram analisadas pelos métodos apresentados por APHA (2000), seguindo os seguintes procedimentos: a) Uma cápsula de porcelana foi aferida deixando-a em mufla a (550 ± 50) °C por uma hora, seguido por esfriamento em dessecador e pesagem com precisão de 0,1 mg; b) Foi transferido para cápsula 50 ml da amostra, medidos em proveta e em seguida foi levada a estufa a 65ºC para secar a amostra; c) Deixou-se esfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesou-se em seguida. 2) Determinação de sólidos fixos – SF a) Submeteram-se os sólidos totais obtidos conforme o (procedimento 1), a calcinação em mufla a (550 ± 50) °C por 1 hora; 3) Determinação de sólidos voláteis – SV a) Efetuou-se a diferença de valores obtidos dos sólidos totais (procedimento 1) e dos sólidos fixos (procedimento 2) o valor encontrado implica no teor de sólidos voláteis.

Resultados e DiscussãoUma vez por semana durante 50 dias foram analisados a quantidade de sólidos totais, fixos, voláteis e

a variação do pH e da temperatura no processo de biodigestão.As eficiências encontradas no final da avaliação estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 Eficiência de remoção de sólidos totais (ST), fixos (SF) e voláteis (SV), para as diferentes diluições

dos resíduos de galinhas poedeiras (água/dejeto) em diferentes alturas de coletas no biodigestor. Diluições Eficiência média de remoção %

Altura (cm) ST SF SV

1/1 35 64,57 64,40 64,78 50 63,54 61,99 65,21 65 61,45 60,94 62,08

2/1

35 68,16 66,64 69,77 50 66,95 66,66 67,32 65 64,61 65,59 63,04

3/1

35 67,42 65,79 69,36 50 66,06 66,17 65,90 65 63,77 64,93 61,60

As avaliações semanais dos sólidos permitiram identificar o tempo de detenção ideal (início da

concentração de sólidos estabilizada) que foram de 45 dias para os biodigestores com diluição 1/1, de 40 dias com diluição de 2/1 e de 35 dias para diluição de 3/1. Esperava-se maior tempo de detenção para os tratamentos mais concentrados devido ao teor de matéria orgânica nos biodigestores ser maior.

Dessa forma, após o tempo de detenção a média de sólidos totais foram de 1530,00 mg/L, 922,00 mg/L e 637 mg/L, para as diluições 1/1, 2/1 e 3/1 (água/dejeto), respectivamente. Estes valores são relativamente altos, mais por se tratar de água residuária da avicultura houve uma considerável redução nas concentrações iniciais, com eficiência média de remoção de sólidos totais, fixos e voláteis de aproximadamente 65%, 63,5% e 68%, respectivamente. Esses resultados podem ser considerados elevados se comparados com os resultados obtidos por SANTOS et al (1999) que verificaram redução de ST média de 47,83% e redução de SV média de 46,91%, quando trabalharam com biodigestão anaeróbia de dejetos de galinhas poedeiras criadas sob diferentes temperaturas. STEIL (2002) obteve reduções de SV de 61,40% na biodigestão anaeróbia de dejetos de aves poedeiras, sendo esses valores também inferiores aos encontrados no presente trabalho. VON ZUBEN et al (2011) que trabalharam com biodigestores em batelada operados com dejetos de galinhas poedeiras criadas em sistema automatizado e convencional comprovaram a redução de 82,00% para SV.

Vale ressaltar que mesmo o tratamento dos dejetos da avicultura em biodigestores a água residuária ainda não pode ser descartada em cursos d’água devido à elevada concentração, pois o limite de sólidos totais aceito pela Resolução CONAMA nº 357/2005 é de 500 mg/L.

Conclusões

A utilização de dejetos da avicultura em biodigestores por digestão anaeróbia foi eficiente para a remoção de sólidos totais, fixos e voláteis, sendo indicativo de uma alta degradação de matéria orgânica e possibilidade de utilização em granjas avícolas.

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Agradecimentos

Os autores agradecem ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Januária, pelo financiamento e apoio ao projeto.

Literatura citadaAPHA.AWWA.WPCF. Standart methods for the examination of water and wastewater.20th ed. Washington: American Public Health Association, 2000. CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução N° 357, 17 março, 2005. JONES JUNIOR, H. B., OGDEN, E. A. Biomass energy potential from livestock and poultry wastes in the southern United States.Biomass, v. 6, p. 25 -35, 1984; SANTOS, T. M. B.; BASAGLIA, R.; SAKOMURA, N.; FURLAN, R. L.; LUCAS JR., J. Manure and biogas production from laying hens submitted to different ambient temperatures. In: AGENERGY’99 CONFERENCE, 1999, Athens. Proceeding Athens: Agricultural University of Athens, 1999. v.1, p. 275-281. STEIL, L.; LUCAS JUNIOR, J.; OLIVEIRA, R. A. Avaliação do uso de inoculo na digestão anaeróbia de resíduos de aves de postura, frangos de corte e suínos. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 22, n. 2, p. 146-159, maio, 2002 VON ZUBEN, K. A,; PEREIRA, A. M,; LUCAS, J. J. Caorredução de sólidos totais e voláteis durante a biodigestão anaeróbia de dejetos de galinhas poedeiras. Anais do II Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais. Foz do Iguaçu – PR, 2011

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PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA EM ESTRUTURAS REPRODUTIVAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO IRRIGADO E CULTIVADO SOB DIFERENTES DENSIDADES

POPULACIONAIS NO NORTE DE MINAS GERAIS

João Víctor Santos Guerra1, Orlando Gonçalves Brito2, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues3, Ygho Jacson Muniz de Assis4, Leonardo Angelo Aquino5, Valdeir Celestino dos Santos Junior4, Maurício Ferreira

Lopes6

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected]; 2Mestrando em Produção Vegetal – UNIMONTES, Campus Janaúba. Email: [email protected]; 3Professora do IFNMG/Januária, D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected]; 4Acadêmico de Agronomia – IFNMG/ Campus - Januária. 5Professor da UFV/ Campus – Rio Paranaíba, D. Sc. Fitotecnia.6Mestrando em Fitotecnia - UFLA Resumo: A produtividade do algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) é influenciada por vários fatores entre os quais estão: variedade, condições climáticas, e a população de plantas. A redução do espaçamento entre plantas de algodoeiro e o aumento da densidade de cultivo, se bem manejados, podem trazer benefícios como o aumento de produtividade e redução do custo de produção. O objetivo do presente trabalho foi determinar o acúmulo de matéria seca (MS) nas estruturas reprodutivas (maçãs e capulhos) e nos ramos reprodutivos, das cultivares de algodão NuOpal Bollgard® RR e FMX 993, irrigadas, e cultivadas nas densidades de 50, 100, 200, 300, e 400 mil plantas.ha-1, no Norte de Minas Gerais. A determinação da MS foi realizada com plantas coletadas aos 85 dias após a emergência. Para as duas cultivares avaliadas o aumento da população de plantas contribui para a diminuição na produção de MS das estruturas reprodutivas e ramos reprodutivos. Palavras–chave: capulho, Gossypium hirsutum, maçã, matéria seca

Introdução O algodoeiro é uma das plantas mais cultivadas pelo homem, tendo em vista a exploração da fibra, seu

principal produto de consumo, o óleo bruto e sub produto como a torta (ARAÚJO, 2006). Devido aos novos sistemas de produção adotados pela cotonicultura brasileira, cada dia mais mecanizada, pesquisadores vêm adequando as cultivares mais produtivas a diferentes espaçamentos, densidades populacionais, condições de fertilidade do solo e clima (CARVALHO et al.,2005).

Diversos fatores como a cultivar, clima e a população de plantas influenciam na produtividade do algodoeiro herbáceo. A redução do espaçamento entre plantas e o aumento da densidade de cultivo, se bem manejados, podem trazer benefícios como o aumento de produtividade, redução do custo de produção, redução do ciclo e menor interferência de plantas daninhas. Porém, o uso de uma população inadequada de plantas pode ocasionar sérios problemas, como a maturação desuniforme (LACERDA, 2006). Dessa forma, objetivou-se com o presente trabalho, estudar a interferência de diferentes configurações de semeadura, sobre a produção de matéria seca nas estruturas e ramos reprodutivos das cultivares de algodão NuOpal Bollgard® RR e FMX 993.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido na unidade de produção do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária, município de Januária - MG (15°27`S, 44°22`W e 474 m). A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa média de 60%, precipitação média anual de 850 mm (RODRIGUES et al., 2013) e clima Aw, tropical quente segundo a classificação de Köpen, apresentando inverno frio e seco.

O experimento foi composto por 10 tratamentos (5 populações de plantas x 2 cultivares) com quatro repetições, no delineamento em blocos inteiramente casualizados (DBC) no esquema de parcelas subdivididas. As populações de plantas foram atribuídas às parcelas e as cultivares às subparcelas. Foram testadas a cultivares NuOpal Bollgard® RR e FMX 993 e adotadas as seguintes populações de plantas: 50, 100, 200, 300 e 400 mil plantas ha-1.

O preparo do solo foi constituído de uma aração e duas gradagens. Com relação ao arranjo das plantas na área, foram utilizadas quatro plantas por metro linear para a densidade populacional de 50 mil plantas ha-1

e oito plantas por metro linear para a densidade de 100 mil plantas há-1. O espaçamento entre fileiras para a densidade de 50 e 100 mil plantas ha-1 foi de 0,8 metros. Para as populações de 200, 300 e 400 mil plantas ha-

1, a semeadura foi realizada com 8, 12 e 16 plantas por metro linear, respectivamente. Para as densidades de 200, 300 e 400 mil plantas ha-1 foi utilizado o espaçamento de 0,4 metros entre fileiras.

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Para a determinação da matéria seca (MS) maçãs, flores, botões florais e todos ramos reprodutivos foram coletados aos 85 dias após emergência (DAE) e depois levados à estufa de ventilação forçada de ar, a 65°C por um período de 72 h, até que se atingisse massa constante. Os dados obtidos das características avaliadas foram submetidos à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e quando significativos, o efeito de populações de plantas, foram ajustadas equações de regressão. Quando significativos os efeitos de cultivares, estas foram comparadas pelo teste Tukey (p<0,05).

Resultados e Discussão

Observa-se na Figura 1 que o acúmulo de matéria seca nos ramos reprodutivos, foi maior nas menores densidades de semeadura, ou seja, os aumentos de populações correlacionam-se negativamente de forma quadrática com o acúmulo de matéria seca. Foram verificadas diferenças significativas entre as cultivares, sendo também significativa (p<0.01) a interação entre as populações e cultivares. Nas condições avaliadas a cultivar FMX 993 foi a que obteve maior acúmulo de matéria seca nos ramos reprodutivos, chegando a acumular mais de83 % de MS,em relação a cultivar NuOpal Bollgard® RR, na população de 50 mil plantas ha-1.

Figura 1 Matéria seca de ramos reprodutivos de cultivares de algodoeiro aos 85 dias após emergência,

irrigado e submetido a diferentes populações de plantas no município de Januária-MG, 2012.

Em relação a produção de matéria seca pelas estruturas reprodutivas (Figura 2) não houve efeito significativo das cultivares, ou seja, o acúmulo de MS nessas estruturas, foi unicamente influenciado pelas diferentes densidades populacionais.

A média de produção de matéria seca de estruturas reprodutivas (maçãs, flores e botões florais) das duas cultivares foi reduzida de forma quadrática ao aumento da população de plantas.

Figura 2 Matéria seca de estruturas reprodutivas (maçãs e botões florais) de cultivares de algodoeiro aos 85

dias após emergência, irrigado e submetido a diferentes populações de plantas no município de Januária-MG, 2012.

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A menor produção de matéria seca das estruturas reprodutivas nas maiores populações, constatada

nesse trabalho, pode ser justificada pelo menor número de estruturas reprodutivas produzidas nessas populações. Silva (2002), ao estudar a interferência das populações sobre aspectos produtivos do algodoeiro, observou, dentre outras características, que o número de ramos reprodutivos produzidos por planta, foi menor em populações mais adensadas.

Conclusão

O acúmulo de matéria seca nas estruturas reprodutivas (maçãs, botões florais e ramos reprodutivos), reduziu conforme o aumento da população de plantas, independentemente da cultivar avaliada.

Agradecimentos

Ao IFNMG pelos equipamentos e estruturas cedidas, ao CNPq pela concessão de bolsa de iniciação científica ao primeiro autor e a instituição AMIPA por ceder as sementes de algodão.

Literatura citada ARAÚJO, L.R. Resposta do algodoeiro herbáceo cultivar BRS Rubi a adubação nitrogenada e alteração do regime hídrico no solo. Areia, Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, 2006. 87p. (Tese de Doutorado). CARVALHO, L.H; CHIAVEGATO, E.J.; SILVA, N. M.; KONDO, J. I.; CIA, E. Comportamento da linhagem 96/319 de algodoeiro em diferentes espaçamentos e densidades de plantas. In: V Congresso Brasileiro de Algodão, 2005, Salvador. Anais... cnpa, 2005. 4p. LACERDA, A.L.S. Efeito de população de plantas nas características agronômicas na cultura do algodão. 2006. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/algodao/index.htm>. Acesso em: 5/2/2014 RODRIGUES, F.C.T; MENDES, J.D.S.; ASSIS, Y.J.M.; MELO, V.L.; PACHECO, D.D. Crescimento e acúmulo de fósforo em abacaxizeiros Pérola no semiárido mineiro: resposta à irrigação por gotejo e microaspersão. In: 2º Seminário de iniciação científica do IFNMG, 2013, Januária. Anais... IFNMG, 2013. p.28-30. SILVA, A. V. Espaçamentos ultra-adensado, adensado, convencional com densidade populacional variável em algodoeiro. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2002. 97p. (Dissertação de mestrado).

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PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA EM ESTRUTURAS VEGETATIVAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO IRRIGADO E CULTIVADO SOB DIFERENTES DENSIDADES

POPULACIONAIS NO NORTE DE MINAS GERAIS

João Víctor Santos Guerra1, Orlando Gonçalves Brito2, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues3, Ygho Jackson Muniz4, Leonardo Angelo Aquino5, Dilermando Dourado Pacheco6, Luiz Antônio Gonçalves Silva4,

Breno Thiago Teixeira Mendes4

1Acadêmico de Agronomia – IFNMG/ Campus - Januária. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected]; 2Mestrando em Produção Vegetal – UNIMONTES, Campus Janaúba.Email: [email protected]; 3Professora do IFNMG/ Campus - Januária, D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected]; 4Acadêmico de Agronomia – IFNMG/ Campus - Januária. 5Professor da UFV/ Campus – Rio Paranaíba, D. Sc. Fitotecnia.6Professor do IFNMG/ Campus – Januária, D.Sc em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas

Resumo: O adensamento de plantas no cultivo do algodoeiro é uma forma de se aumentar a rentabilidade da cultura, bem como, de aumentar a produtividade. O objetivo do presente trabalho foi determinar a produção de matéria seca (MS) nas folhas e caules de cultivares de algodão NuOpal Bollgard® RR e FMX 993, irrigadas e cultivadas nas densidades de 50, 100, 200, 300 e 400 mil plantas ha-1, no Norte de Minas Gerais. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC) em esquema de parcelas subdivididas. A determinação da MS foi realizada com plantas coletadas aos 85 dias após a emergência. Para as duas cultivares avaliadas, o aumento da população de plantas contribui para a redução na produção de MS das folhas e caule. Palavras–chave: adensamento, Gossypium hirsutum, matéria seca

Introdução A produção de algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) no Norte de Minas Gerais foi

expressiva até a década de 80 quando a área cultivada ultrapassou 130.000 ha. Entretanto, a partir dessa década a produção caiu drasticamente (Gonçalves et al., 2010), tanto pela falta de modernização das lavouras quanto pelo ataque severo do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis).

Uma forma de se aumentar a rentabilidade da cultura do algodoeiro é introduzindopráticas de manejo mais eficientes que propiciem a redução dos custos de produção, bem como, o aumento da produtividade. Dentre essas práticas, está a escolha adequada da densidade populacional. Segundo Souza (1996), as propostas de espaçamento e densidade de plantio para as culturas em geral, e para o algodão em particular, têm procurado atender às necessidades específicas dos tratos culturais e a melhoria da produtividade. Porém, alterações em configuraçõesde semeadurainduzem uma série de modificações no crescimento e no desenvolvimento das plantas que precisam ser mais bem conhecidas (Lacerda, 2006).

Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi determinar a produção de massa seca de folhas e caules das cultivares de algodoeiro NuOpal Bollgard® RR e FMX 993, cultivadas em diferentes populações de plantas.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido na unidade de produção do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais,Campus Januária, município de Januária – MG (15°27`S, 44°22`W e 474 m de altitude). A região apresenta temperatura média anual de 27°C, umidade relativa média de 60%, precipitação média anual de 850 mm (Rodrigues et al., 2013), e clima Aw, tropical quente segundo a classificação de Köppen, apresentando inverno frio e seco.

O experimento foi composto por 10 tratamentos (5 populações de plantas x 2 cultivares) com quatro repetições, DBC com esquema de parcelas subdivididas. As populações de plantas foram atribuídas às parcelas e as cultivares às subparcelas. Foram testadas as cultivares NuOpal Bollgard® RR e FMX 993 e adotadas as seguintes populações de plantas: 50, 100, 200, 300 e 400 mil plantas ha-1.

O preparo do solo foi constituído de uma aração e duas gradagens. Com relação ao arranjo das plantas na área, foram utilizadas quatro plantas por metro para a densidade populacional de 50 mil plantas ha-1 e oito plantas por metro linear para a densidade de 100 mil plantas ha-1. O espaçamento entre fileiras para a densidade de 50 e 100 mil plantas ha-1 foi de 0,8 metros. Para as populações de 200, 300 e 400 mil plantas ha-

1, a semeadura foi realizada com 8, 12 e 16 plantas por metro, respectivamente. Para as densidades de 200, 300 e 400 mil plantas ha-1 foi utilizado o espaçamento de 0,4 metros entre fileiras.

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Para a determinação da matéria seca, o material vegetal foi coletado aos 85 dias após emergência (DAE), quando mais de 50% das plantas atingiram o florescimento, e depois levado à estufa de ventilação forçada de ar, a 65°C por um período de 72 h, até que se atingisse massa constante. Os dados obtidos das características avaliadas foram submetidos à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e quando significativos o efeito de populações de plantas, foram ajustadas equações de regressão. Quando significativos os efeitos de cultivares, estas foram comparadas pelo teste Tukey (p<0,05).

Resultados e Discussão

O acúmulo de matéria seca pelas folhas de algodoeiro reduziu de forma quadrática ao aumento da população de plantas (Figura 1) o que implica em uma influência negativa do aumento das densidades populacionais, independentemente da cultivar.

Figura 1 Matéria seca de folhas de cultivares de algodoeiro aos 80 dias após emergência, irrigado e submetido a diferentes populações de plantas no município de Januária-MG, 2012

A produção de matéria seca do caule do algodoeiro foi maior nas plantas produzidas em menores

populações (Figura 2) sendo que a cultivar FMX 993 reduziu a produção de MS de forma linear, enquanto a NuOpal Bolgard RR apresentou decréscimo quadrático.

Figura 2 Matéria seca de caule de cultivares de algodoeiro aos 80 dias após emergência, irrigado e

submetido a diferentes populações de plantas no município de Januária-MG, 2012

Dados semelhantes foram encontrados por Silva et al., (2006), ao estudarem o crescimento e desenvolvimento do algodoeiro em diferentes configurações de semeadura, nesse estudo os autores verificaram que a massa seca da parte aérea das plantas foi significativamente inferior nos plantios realizados em menor espaçamento (0,38 m entre linhas) quando comparado aos maiores espaçamentos (0,76 e 0,95 m entre linhas).

Conclusões

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As plantas cultivadas em menores densidades populacionais tendem a produzir maior quantidade de massa seca nas folhas e caules.

Para as duas cultivares, o maior acúmulo de matéria seca nas estruturas vegetativas (folhas e caule), ocorreu na densidade de 50 e 100 mil plantas ha-1.

Não se verificou diferenças entre as cultivares para o acúmulo de MS em folhas e caules de algodoeiro aos 85 DAE.

Agradecimentos A instituição AMIPA por ceder as sementes de algodão, ao IFNMG pelos equipamentos e estruturas cedidas e ao CNPq pela concessão de bolsa de iniciação científica ao primeiro autor.

Literatura citada GONÇALVES, N.P.; CASTRICINI, A.; PACHECO, D.D.; SATURNINO, H.M. Avaliação de genótipos de algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) no norte de Minas Gerais. R. de Biologia e Ciência da Terra. 10: 59-66, 2010. LACERDA, A.L.S. Efeito de população de plantas nas características agronômicas na cultura do algodão. 2006. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/algodao/index.htm>. Acesso em: 5/2/2014 SILVA, A. V., CHIAVEGATO, E. J., CARVALHO, L. H., KUBIAK, D. M. Crescimento e desenvolvimento do algodoeiro em diferentes configurações de semeadura.Campinas, Bragantia: 65, 407-411, 2006. SOUZA, L.C. Componentes de produção do cultivar de algodoeiro CNPA - 7H em diferentes populações de plantas. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1996. 71p. (Tese de Doutorado) RODRIGUES, F.C.T; MENDES, J.D.S.; ASSIS, Y.J.M.; MELO, V.L.; PACHECO, D.D. Crescimento e acúmulo de fósforo em abacaxizeiros Pérola no semiárido mineiro: resposta à irrigação por gotejo e microaspersão. In: 2º Seminário de iniciação científica do IFNMG, 2013, Januária. Anais... IFNMG, 2013. p.28-30.

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PRODUÇÃO DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE REDUÇÃO FOLIAR

Jéssica Costa de Oliveira1, Tiago Reis Dutra3, Marília Dutra Massad3, Priscila Silva Matos2, Mateus Felipe

Quintino Sarmento2

1Acadêmica de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 2Acadêmicosde Engenharia Florestal.Email:[email protected];[email protected].

3Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected]. Resumo:No cenário atual, é cada vez maior a demanda por mudas clonais de eucalipto, desse modo é necessário a produção em grande escala e em curto tempo. No entanto a técnica de redução foliar é a mesma utilizada há décadas. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influencia de diferentes níveis de redução foliar na produção de mudasclonais de Eucalyptus urograndis.Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 4 x 4, sendo estudado o comportamento de quatro clones de Eucalyptus urograndis e o efeito de quatro níveis de redução foliar (0; 25; 50 e 75 %). Avaliou-se o diâmetro do coleto, a altura e a massa seca total. Os clones apresentaram comportamento diferente em resposta aos diferentes níveis de redução foliar. Onível de 0% de redução foliar é uma alternativa viável para produção de mudas de3 dos 4 clones estudados. Palavras–chave: área foliar, Eucalyptus urograndis, miniestaquia

Introdução As espécies do gênero Eucalyptus,tem sido as mais utilizadas em programas de reflorestamento, uma vez que apresentam boa capacidade produtiva e adaptação aos diversos ambientes. Tais características são conferidas à diversidade de espécies que pertencem a esse gênero (SILVA, 2009). Diante da necessidade de produção de grande quantidade de mudas em curto espaço de tempo, para atender os plantios comerciais, o sistema de produção mais utilizado é através do enraizamento de estacas obtidas de materiais genéticos superiores. No processo de enraizamento das estacas a presença das folhas ou parte delas é essencial, pois os produtos da fotossíntese proporcionam acúmulo de carboidratos, os quais favorecem o crescimento de raízes (HARTMANN et al., (2011). No entanto, a maior proporção de área foliar pode reduzir a umidade do substrato por dificultar a passagem da irrigação e pela maior transpiração. Além disso, uma maior área foliar pode provocar o excesso de transpiração e o recurvamento das miniestacas. Para evitar a ocorrência desses problemas existem recomendações de reduzir a lâmina foliar, no entanto essas recomendações ainda são as mesmas utilizadas na macroestaquia, apesar do propágulo vegetativo da miniestaca ser menor e mais juvenil. Desta forma, se torna necessário avaliar o efeito de diferentes percentuais de redução da área foliar na produção de mudas clonais de Eucalyptus urograndis. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de diferentes níveis de redução foliar na produção de mudas clonais de Eucalyptus urograndis.

Material e MétodosO trabalho foi conduzido no viveiro da Empresa Carvovale Indústria e Comércio de Produtos

Agroindustriais e Florestais Limitada, localizada no município de Taiobeiras-MG, situado a 869 m de altitude, de clima caracterizado como tropical de altitude, temperatura média de 21 ºC e pluviosidade média anual de 882 mm.

Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 4 x 4, sendo estudado o comportamento de quatro clones de Eucalyptus urograndis a quatro níveis de redução foliar (0; 25; 50 e 75 %). Cada unidade experimental foi constituída por 40 mudas.

As reduções da área foliar (RF) foram obtidas por meio de corte transversal das folhas de miniestacas apicais contendo 6 a 8 cm de altura e um par de folhas completamente formadas. Após, as miniestacas foram estaqueadas a uma profundidade de 1 a 2 cm, no centro do tubete plástico de 55 cm3 contendo substrato composto por 30 % de vermiculita de granulometria média, 50 % de casca de arroz carbonizada e 20 % de composto de casca de pinus ealocados em bandejas de 190 células. Foi aplicada como adubação de base no substrato, 6 kg por m3 de superfosfato simples e 2 kg por m3 de osmocote (19: 06: 10).

As plantas permaneceram por 30 dias na casa de vegetação recebendo exclusivamente irrigação por nebulização. Após, foram transferidas para a casa de sobra onde permaneceram por mais 15 dias e receberam adubação de crescimento (MAP 1% nas duas primeiras semanas após a seleção, KCl 1% após o MAP a cada

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7 dias e superfosfato simples 2% junto com o KCl). Depois, as mudas foram transferidas para a área de crescimento a céu aberto. A partir de então receberam adubação de rustificação (KCl 2% a cada 7 dias, superfosfato simples 2% a cada 7 dias) até 120 dias de idade. Em todas as fases de crescimento o experimento foi conduzido ao lado das mudas produzidas operacionalmente pela empresa.

Aos 130 diasforam mensurados a altura da parte aérea (H, cm), diâmetro do coleto (DC, mm) e massa seca total (MST g planta-1). A altura das mudas foi realizada com o auxílio de uma régua milimetrada posicionada no nível do tubete até o meristema apical das mesmas. O diâmetro foi medido através do uso de um paquímetro digital da marca kingtools.

Em seguida, toadas as plantas foram colhidas, lavadas em água corrente e secas em estufa com circulação forçada de ar, a aproximadamente 65 ºC, até peso constante. Feito isso, avaliou-se a matéria seca total (MST).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, quando o efeito de clone foi significativo, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Os efeitos das reduções foliares foram analisados por meio de regressões, e o valor de F foi corrigido; sendo apresentadas somente as equações cujos coeficientes de maior grau foram significativos (p < 0,05).

Resultados e DiscussãoHouve efeito significativo da interação entre os principais fatores avaliados nesse trabalho (clones de

Eucalyptus urograndis e os quatro níveis de redução foliar) para todas as características avaliadas. Para as três variáveis avaliadas nesse trabalho (altura, diâmetro do coleto e massa seca total), três dos quatro clones estudados apresentaram resposta satisfatória para o nível de 0% de redução foliar (Figuras 1a, 1b e 2). Resultado semelhante foi encontrado por Santana et al. (2010), que ao estudarem a influência de diferentes níveis de redução foliar para 8 clones, observaram que o nível de 0% de redução pode ser adotado para a maioria dos clones estudados. Para os clones 2 e 3 não houve ajuste de regressão significativo para altura da parte aérea (Figura 1a), indicando a possibilidade de se escolher qualquer nível de redução foliar estudado, entretanto recomenda-se que 0% seja adotado, pois há uma redução no tempo te preparo das estacas além de reduzir as injúrias nas mesmas.

Figura 1 Crescimento em altura (a) e diâmetro (b) de mudas clonais de eucalipto submetidas a diferentes

níveis de redução foliar.

Para a variável diâmetro do coleto, dois dos quatro clones estudados, apresentaram ajuste linear decrescente (Figura 1b). Para o clone 2, observou-se o ajuste quadrático (Figura 1b), no entanto os maiores valores de diâmetro foram obtidos para o nível 0% de redução. Esse resultado mostra que a redução da área foliar para esses clones prejudica o seu crescimento. Santana et al. (2010), também observaram efeito negativo da redução foliar para a produção de mudas de vários clones.

Na Figura 2 é possível observar diferentes comportamentos dos clones para a variável massa seca total (MST). O clone 1, apresentou comportamento quadrático, com os menores valores próximos ao nível de 50% de redução (figura 2), no entanto esse nível de redução (50%) ainda é o mais utilizado nos viveiros.Para o clone 2 não houve ajuste de regressão significativo para MST, assim recomenda-se que o nível de 0% de redução foliar seja adotado. O clone 3, obteve maiores massas entre 0% e 25% de redução foliar, mas com base nas demais variáveis deve-se adotar 0% de redução. Isso se justifica a uma maior área foliar favorecer a fotossíntese e o acúmulo de carboidratos, os quais proporcionam uma maior produção de matéria seca.

2

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Apenas para o clone 4, o aumento da porcentagem de redução foliar proporcionou maior crescimento para as mudas (figuras 1a, 1b e 2), esse resultado concorda com o recomendado por Alfenas (2009) em reduzir um terço da lâmina foliar. Segundo Hartmann et al. (2011), diferentes espécies e materiais genéticos podem ter diferentes respostas ao enraizamento em função da presença de folhas inteiras ou parte destas.

Redução Foliar (%)

0 25 50 75

Mas

sa S

eca

Tot

al (

g pl

anta

-1)

0

1

2

3

4

5

6

7

Clone 1y = 6,662 -** x + 0,001* x² (R² = 0,824)Clone 3y = 4,940 + 0,037** x - 0,0007** x² (R² = 0,999) Clone 4y = 3,720 + 0,021* x (R² =0,849)Clone 2

Figura 2 Produção de massa seca total de mudas clonais de eucalipto submetidas a diferentes níveis de

redução foliar.

ConclusõesOs materiais genéticos comportaram-se de forma distinta em relação à reduçãofoliar. O nível de 0%

de redução foliar é uma alternativa viável para 3 (1, 2 e 3) dos 4clones estudados, para produção de mudas provenientes de miniestacas apicais deeucalipto.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pela concessão de bolsa de iniciação científica. À empresa Carvovale Industria e Comércio de Produtos Agroindustriais e Florestais Limitada, pela disponibilidade do espaço e dos materiais.

Literatura citada

ALFENAS, A. C. et al. Clonagem e doenças do Eucalipto. 2. ed. Viçosa: UFV, 2009. 500p. HARTMANN, H. T. et al. Plant Propagation: Principles and Practices. 8.ed. New York: Englewood Clipps, 2011. 900p. SANTANA, et al. Influence of leaf area reduction on clonal production of eucalyptus seedlings. Cerne, Lavras, v. 16, n. 3, p. 251-257, 2010. SILVA, J. C. Paradigmas das plantações de eucalipto. 1. ed. Viçosa: Arka, 2009. 128 p.

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PRODUTIVIDADE DE MATÉRIA FRESCA E MATÉRIA SECA DE GRAMÍNEAS CULTIVADAS EM ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO POR ESCOAMENTO

SUPERFICIAL

Cláudio Gomes Silva1, Rodrigo Nobre Santana2, Marcus Vinícius Araújo Marques2, Danilo Pereira Ribeiro3

1Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG – Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica do PROBIC/IFNMG. E-mail: [email protected] ²Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG - Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mails: [email protected], [email protected] 3Agrônomo, Prof. M.Sc. do IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected]

Resumo: O sistema de tratamento em rampas de escoamento superficial além de apresentar baixo custo de operação e manutenção pode apresentar eficiência de tratamento satisfatória, desde que seja manejado adequadamente. Para avaliara produção de matéria fresca e matéria seca das gramíneas Brachiaria humidicula e Zoysia japonica cultivada em rampas de escoamento para tratamento de esgoto doméstico gerado no município de Januária/MG, bem como avaliar a distribuição do líquido no sistema, foram realizadas coletas de amostras em 24 pontos distribuídos numa malha de 10,5 x 8,0 m. Após as análises constatou-se que as gramíneas cultivadas nas rampas de escoamento superficial da ETE da COPASA em Januária/MG apresentaram elevada produtividade de matéria seca, com média de 13,94 t ha-1para a B. humidicula e de 8,68 t ha-1 para a Z. japonica. O teor de água no solo apresentou elevada variação o que pode ser indícios de fluxos preferenciais. Palavras–chave:água residuária, rampa de escoamento, tratamento de efluente.

IntroduçãoNo Brasil, as autarquias e companhias de saneamento básico têm procurado alternativas para a

implantação de sistemas de tratamento de esgoto de baixo custo e que apresentem eficiências semelhantes ou superiores às obtidas pelos métodos convencionais (FONSECA, 2007).

A aplicação de esgoto no solo é um processo de tratamento e/ou de disposição final viável e aplicado em diversos locais do mundo. Dentre os vários métodos disponíveis para o tratamento de águas residuárias por disposição no solo, encontra-se o escoamento superficial, em que a água residuária é aplicada, em altas taxas, na parte superior de uma rampa vegetada, ficando sujeita ao escoamento superficial, condição que possibilita sua depuração ao longo da rampa de tratamento (MATOS, 2006).

Este tipo de tratamento, apesar de seu grande potencial e vantagens comparativas aos outros métodos depurativos, tem sido pouco utilizado no Brasil e na América Latina. Uma possível explicação para esta conduta pode ser a baixa difusão desta tecnologia no meio especializado. Deste modo, torna-se de grande importância o aumento da disseminação do conhecimento sobre tal técnica, objetivando-se a sua maior aplicação (CERQUEIRA, 2004).

Assim, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a produção de matéria fresca e matéria seca das gramíneas Brachiaria humidicula e Zoysia japonicacultivadas em rampas de escoamento para tratamento de esgoto doméstico gerado no município de Januária/MG, bem como avaliar a distribuição do líquido no sistema.

Material e Métodos

O trabalho foi realizado na Estação de Tratamento de Esgoto doméstico da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) no município de Januária. A ETE apresenta sistema de tratamento secundário constituído de Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente seguido de Rampa de Escamento Superficial. A estação possui 4 rampas de escoamento, sendo três cultivadas comBrachiaria humidicula e uma com Zoysia japonica(grama esmeralda). Cada rampa possui 42 m de largura por 48 m de comprimento e são dotadas de uma canaleta de distribuição no início, para promover uniformidade na aplicação do efluente e uma segunda canaleta no final, para coleta do efluente tratado.

Em uma das rampas cultivada com Brachiaria humidicula e na rampa cultivada com a grama esmeralda (Figura 1) foram realizadas coletas de amostras em 24 pontos distribuídos numa malha de 10,5 x 8,0 m. As coletas de amostras foram realizadas no dia 22/10/2013 na rampa com B.humidicula e no dia 29/10/2013 na rampa com grama esmeralda. Antes dessas datas, a precipitação em Januária, de acordo com os dados meteorológicos do INMET, desde o início do período chuvoso que começou em setembro, foi de 70,9 mm, com chuvas fracas, com máxima de 24,3 mm no dia 08/10.

Os pontos de coleta possuíam área de 0,25 m² delimitada por um quadrado amostral de 0,5 m x 0,5 m e os cortes foram realizados manualmente com uma faca. As amostras de solo foram coletadas com o auxílio

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de um trado holandês na profundidade de 0 – 20 cm nos mesmos pontos onde foram retiradas as amostras de material vegetal.

Figura 1 Rampas de escoamento superficial cultivadas com Brachiaria humidicula (esquerda) e Zoysia

japonica (direita) na ETE da COPASA em Januária/MG. Fonte: Própria.

As amostras das forrageiras foram pesadas para obtenção da massafresca. Em seguida, de cada amostra foi retirada uma sub-amostra para obtenção da massa seca, as sub-amostras foram pesadas e colocadas em estufa com ventilação forçada por 72 h à temperatura de 65 °C. As amostras de solo foram acondicionadas em sacos plásticos que foram vedados para evitar perda de umidade. No laboratório de solos do IFNMG, campus Januária, determinou-se o teor de água no solo pelo método padrão de estufa.

Resultados e Discussão

O resultado da massa da matéria fresca, matéria seca e teor de água no solo, separados para as quatro distâncias amostradas ao longo do comprimento das rampas, bem como a média geral da rampa estão apresentados na Tabela 1. Como pode ser observado a Brachiaria humidicula apresentou as maiores produções de matéria fresca e seca. A menor produção de matéria fresca e seca no trecho inicial da rampa cultivada com a brachiaria pode estar relacionada às maiores concentrações de poluentes que geralmente ficam retidos em grande quantidade até os primeiros 5 metros de rampa (ARAÚJO, 1998 citado por TONETTI et al. 2009).

Tabela 1 Massa da matéria fresca, matéria seca e teor de água no solo, separados para as quatro distâncias

amostradas ao longo do comprimento das rampas cultivadas com Brachiaria humidicula e Zoysia japonicana estação de tratamento de esgoto da COPASA em Januária/MG.

Brachiaria humidicula

Comprimento de Rampa Matéria Fresca Matéria Seca Teor de água no solo

(t/ha) (t/ha) (g/g)

5,25 65,67 11,83 0,86

15,75 100,07 17,74 1,08

26,25 79,57 12,87 1,87

36,75 91,87 13,30 2,21

Média 84,29 13,94 1,50

CV(%) 33,69 32,89 84,39

Zoysia japonica

Comprimento de Rampa Matéria Fresca Matéria Seca Umidade do solo

(t/ha) (t/ha) (g/g)

5,25 50,70 8,34 0,32

15,75 52,35 8,65 0,18

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26,25 39,17 7,74 0,16

36,75 42,90 10,01 0,19

Média 46,28 8,68 0,21

CV(%) 35,00 22,04 60,00

Os resultados de matéria seca da B. humidicula são maiores que os observados por Crispim et al.

(1998) para a mesma espécie cultivada no Pantanal mato-grossense, no período de fevereiro a setembro, que foram de 1,279 t/ha, 8,548 t/ha e 9,787 t/ha, para as pastagens com até 2 anos, 5 a 10 anos e acima de 10 anos de plantio, respectivamente. Em estações de tratamento de esgoto por escoamento superficial no Estado de São Paulo, Paganini (1997) e Coraucci Filho et al. (1999) citados por Tonetti et al. (2009) também relataram bom desempenho agronômico da B. humidicula cultivada nas rampas de tratamento com produtividade anual de 33,5 t/ha, o que pode estar relacionado ao maior número de cortes.

A grama esmeralda (Z. japonica) apesar de apresentar menor produção de matéria seca que a B. humidicula produziu quantidades que podem ser consideradas muito satisfatórias. Em trabalhos que avaliaram a produtividade de gramíneas cultivadas em rampas de escoamento superficial para o tratamento de esgotos domésticos, a produção de matéria seca foi menos expressiva. Para o capim Coastcross (Cynodon dactylon), Loures (2002) citado por Fonseca (2007) relatou produção de matéria seca de até 3,38 t/ha com 137 dias de crescimento. Fonseca (2007) observou produção de matéria seca de 3,7 t/ha aos 41 dias de crescimento do capim Tifton 85. Queiroz et al. (2001), cultivando o capim coastcross com água residuária de suinocultura e água da rede de abastecimento, observaram produção de matéria seca de 12,08t ha-1 e 9,98t ha-

1, respectivamente. As forragens produzidas, após serem retiradas das rampas, poderiam ser utilizadas para alimentação

animal, pois apesar do sistema não remover grande quantidade dos coliformes (FONSECA, 2007; TONETTI et al., 2009) animais alimentados por 6 anos com as forragens provenientes de rampas de tratamento não apresentaram contaminação por organismos patogênicos (PAGANINI, 1997; citado por TONETTI et al., 2009). Segundo Matos (2006), não existem riscos sanitários para o operador e para os animais que serão alimentados, se a forragem for submetida a fenação por mais de doze dias ou se houver a paralisação da aplicação de esgotos nas rampas de tratamento por sete dias antes do corte do capim.

O teor de água no solo também foi maior na rampa cultivada com a brachiaria, contudo, não há razão para comparar o valor da umidade do solo entre as rampas, pois o sistema é intermitente e há variação da vazão de esgoto ao longo do dia, o que pode ter causado essa diferença de umidade. Por outro lado, numa mesma rampa, a alta variação dos resultados pode ser indicativo de fluxos preferenciais, o que desfavorece a eficiência do sistema, mas é minimizado pela excelente cobertura vegetal observada nas rampas.

ConclusõesAs gramíneas cultivadas nas rampas de escoamento superficial da ETE da COPASA em Januária/MG

apresentaram elevada produtividade de matéria seca, com média de 13,94 t ha-1para a B. humidicula e de 8,68 t ha-1 para a Z. japonica. O teor de água no solo apresentou elevada variação o que o que pode ser indícios de fluxos preferenciais.

AgradecimentosOs autores agradecem a FAPEMIG e ao IFNMG/Januária pela concessão das bolsas de iniciação

científica e auxílio ao projeto e a COPASA de Januária pela cooperação com a pesquisa.

Literatura CitadaCERQUEIRA, R. S. Pós-tratamento de efluente de lagoa anaeróbia por escoamento superficial no solo. Campinas, UNICAMP, 2004. 200 p. (Dissertação de Mestrado) CRISPIM, S.M.A.; FERNANDES, F. A.; FERNANDES, A. H.; CARDOSO, E.L. Produtividade de braquiárias na sub-região de Nhecolândia, Pantanal, MS-Brasil.. Pesquisa Em Andamento, Corumbá: Embrapa Pantanal, 17: 01-06, 1998.FONSECA S.P.P. Avaliação de uma estação de tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa,, 2007. 143 p.(Tese de Doutorado). MATOS, A. T.; Disposição de água residuária no solo. Engenharia na Agricultura. Série Caderno Didático38. Departamento de Engenharia Agrícola: Universidade Federal de Viçosa, 2006. 138 p.

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QUEIROZ, F.M.; MATOS, A.T.; PEREIRA, O.G.; OLIVEIRA, R.A. The dry matter yield of forage-grass species in overland flow treatment using swine wastewater. In: Inter-Regional Conference Environment and the Water, 4, 2001, Fortaleza. Proceedings... Fortaleza: ICID-ABID, 2001. (CD Rom) TONETTI, A.L.; CERQUEIRA, R.S.; CORAUCCI FILHO, B.; VON SPERLING, M.; FIGUEIREDO, R.F. Tratamento de esgotos de pequenas comunidades pelo método do escoamento superficial no solo. Teoria e Prática na Engenharia Civil, 13: 69-79, 2009.

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PRODUTIVIDADE DE SILAGEM DE MILHO VARIEDADE DE PORTE BAIXO NO MUNICÍPIO DE ARINOS-MG EM SISTEMA SAT

Sidney Junior Gomes Dos Santos¹, Fabiana Figueiredo Vargas ¹, Daniel Durães Diniz ², Caio Augusto Rodrigues Barbosa ², Renato Rodrigues Nunes³, Bruno Gonçalves de Oliveira³, Yuri Vinicius Batista³ Rildo

Araújo Leite4, Marlene Rodrigues Mendes5,Francisco Valdevino Bezerra Neto6, Hilton Lopes Galvão7, Reginaldo Proque8, Gabriel Muller Valadão9, Luana da Silva Botelho10.

1Acadêmico do Técnico em Agropecuária – IFNMG/Campus Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da CNPQ. Email: [email protected] ,[email protected].

²Acadêmico do Técnico em Agropecuária – IFNMG/Campus Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected], [email protected] ³Acadêmico do curso de Tecnologia em Produção de Grãos – IFNMG/ Campus Arinos. Email: [email protected] ; [email protected] ; [email protected]

4Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc Energia na agricultura Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Campus Arinos, Bacharel em AgronomiaEmail: [email protected]

4Professor do IFNMG/Campus Arinos, D.Sc em Genética e Melhoramento Vegetal Email: [email protected]

4Professor do IFNMG/Campus Arinos, D.Sc em Fitotecnia Email: [email protected]

4Professor do IFNMG/Campus Arinos, M.Sc em Ciências Agrárias e Agroecologia Email: [email protected]

4Professor do IFNMG/Campus Arinos, Especialista em Gestão Ambiental Email: [email protected]

4 Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em Fitopatologia Email: [email protected] Resumo: O trabalho de pesquisa objetivou avaliar a produtividade de silagem de milho variedade de porte baixo no município de Arinos-MG em sistema SAT. Foi instalado no Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Arinos, no município de Arinos – MG, no período de março de 2013 a fevereiro de 2014. Para isso foi cultivado em sistema SAT - sem o uso de agrotóxico, a variedade de milho BRS 4103 da EMBRA Milho e Sorgo, município de Sete Lagoas/MG. Esta variedade de milho caracteriza-se por ser precoce e de porte baixo. O delineamento adotado foi de blocos casualizados, com 4 repetições:Adubação verde, Adubação verde + Inoculação do azospirilium,Adubação orgânica,Adubação orgânica + Azospirilium,Adubação de cobertura química . Cada unidade experimental foi constituída de quatro linhas de 6,0 m, espaçadas de 0,7 m, com 4 plantas por metro linear. Para avaliara Produtividade de silagem da variedade de milho testada, foi efetuado peso da biomassa quando as espigas de milho apresentavam o aspecto leitoso. Para interpretação dos resultados utilizou-se a análise da variância, usando-se o teste “F” para interpretação do nível de significância e comparados pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Diante disto, conclui-se que, o sistema de SAT onde foi efetuada a inoculação do fungo Azospirilium sp. nas sementes e, posteriormente, efetuada adubação orgânica em cobertura, obteve maior produtividade de silagem que as demais tecnologias testadas nesta pesquisa.

Palavras-chave: milho, produtividade, silagem variedade

Introdução O sistema de agricultura denominado “SAT” - sem uso de agrotóxicos era visto com reservas e até

trato com displicência por cientistas e agricultores. Uma forte mudança no consumidor, que já identifica a expansão de doenças como câncer, depressão, Parkinson etc, com o consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos, gera forte demanda por alimentos orgânicos ou produzidos em sistemas SAT. A pequena oferta cria mercado favorável a curto e longo prazos para alimentos orgânicos e SATs, fazendo com que produtores e pesquisadores agora busquem soluções ecológicas nos plantios. Devido a carência de pesquisas visando o sistema de produção SAT na região do Noroeste do estado de Minas Gerais, o presente trabalho de pesquisa objetivou avaliar a produtividade de silagem de milho variedade de porte baixo no município de Arinos-MG em sistema SAT.

Material e Métodos O presente trabalho de pesquisa foi instalado no Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Arinos, no município de Arinos – MG, no período de março de 2013 a fevereiro de 2014. Para isso foi cultivado em sistema SAT - sem o uso de agrotóxico, a variedade de milho BRS 4103 da EMBRA Milho e Sorgo, município de Sete Lagoas/MG. Esta variedade de milhocaracteriza-se por ser precoce e de porte baixo.

O delineamento adotado foi de blocos casualizados, com 4 repetições. Cada unidade experimental foi constituída de quatro linhas de 6,0 m, espaçadas de 0,7 m, com 4 plantas por metro linear. Para avaliara Produtividade de silagem da variedade de milho testada, foi efetuado peso da biomassa quando as espigas de milho apresentavam o aspecto leitoso. Para as avaliações foram desconsideradas, as espigas das plantas da primeira linha lateral de cada lado das parcelas.Para interpretação dos resultados utilizou-se a análise da

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variância, usando-se o teste “F” para interpretação do nível de significância e comparados pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

Resultados e discussão Conforme os resultados da avaliação estatística apresentados no Tabela 1, o tratamento Adubação

orgânica + Azospirilium , onde foi efetuada a inoculação do fungo Azospirilium sp. nas sementes e, posteriormente, efetuada adubação orgânica em cobertura, obteve maior produtividade de silagem que os demais tratamentos. O tratamento Adubação verde + Inoculação do azospirilium, onde foi efetuada a inoculação do fungo Azospirilium sp. nas sementes e, posteriormente, efetuado o plantio da leguminosa Crotalária em consórcio com o milho, obteve maior produtividade de silagem que os demais tratamentos, exceto o tratamento Adubação orgânica + Azospirilium . Os demais tratamentos não apresentaram diferenças significativas de produtividade de silagem.

Tabela 1 Resultados da avaliação estatística dos tratamentos, efetuados através da análise de variância e teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade

Tratamento *Média - Peso (Kg) Adubação verde 19.14 c Adubação verde + Inoculação do azospirilium

38.395 b

Adubação orgânica 20.845 c Adubação orgânica + Azospirilium

46.6 a

Adubação de cobertura química 14.875 c *Letras iguais não se diferem entre si pelo teste de analise da variância ao nível de 5% de probabilidade.

Conclusão Diante disto, conclui-se que, o sistema de SAT onde foi efetuada a inoculação do fungo Azospirilium

sp. nas sementes e, posteriormente, efetuada adubação orgânica em cobertura, obteve maior produtividade de silagem que as demais tecnologias testadas nesta pesquisa. A segunda maior produtividade de silagem foi obtida no sistema SAT onde foi efetuada a inoculação do fungo Azospirilium sp. nas sementes e, posteriormente, efetuado o plantio da leguminosa Crotalária em consórcio com o milho.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus fonte de luz e conhecimento e a nossa Senhora Aparecida por ter abençoado e guiado todos os integrantes desta pesquisa. A todos os servidores do IFNMG/ Campus Arinos que diretamente e indiretamente colaboraram para realização dessa pesquisa

Literatura citada SAEG. 2007. Sistema para Análises Estatísticas. Versão 9.1. Fundação Arthur Bernardes. UFV. Viçosa. MEIRA, F. A. et al. Fontes e épocas de aplicação do nitrogênio na cultura do milho irrigado. Semana de ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 2, p. 275-284, 2009. NEUMANN, M. et al. Rendimentos e componentes de produção de plantas de milho (Zea maysL.) para silagem, em função de níveis de adubação nitrogenada em cobertura. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 4, n. 3, p. 418-427, 2005. FARINELLI, R.; LEMOS, L. B. Nitrogênio em Cobertura na Cultura do Milho em Preparo Convencional e Plantio Direto Consolidado. Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 42, n. 1, p. 63-70, jan./mar. 2012.

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“PROJETO FARMÁCIA VIVA”- IMPLANTAÇÃO DE UM HORTO DE PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE ARINOS-MG

Fabiana Figueiredo Vargas¹, Sidney Junior Gomes Dos Santos¹, Caio Augusto Rodrigues Barbosa², Daniel

Durães Diniz², Rildo Araújo Leite³, Marlene Rodrigues Mendes3,Francisco Valdevino Bezerra Neto3, Hilton Lopes Galvão3, Reginaldo Proque3, Gabriel Muller Valadão3, Luana da Silva Botelho3, Josedir Lopes de

Araújo4.

1 Acadêmico do Técnico em Agropecuária – IFNMG/Campus Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da CNPQ. Email: [email protected], [email protected] 2 Acadêmico do Técnico em Agropecuária – IFNMG/Campus Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected], [email protected] 3Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em Agronomia Email: [email protected] 3 Professor do IFNMG/Campus Arinos, Bacharel em AgronomiaEmail: [email protected]

3Professor do IFNMG/Campus Arinos, D.Sc em Genética e Melhoramento Vegetal Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Campus Arinos, D.Sc em Fitotecnia Email: [email protected] 3 Professor do IFNMG/Campus Arinos, M.Sc em Ciências Agrárias e Agroecologia Email: [email protected]

3 Professor do IFNMG/Campus Arinos, Especialista em Gestão Ambiental Email: [email protected] 3 Professor do IFNMG/ Campus Arinos, D.Sc em Fitopatologia Email:[email protected] 4 Servidor do IFNMG/ Campus Arinos, Técnico em Agropecuária Email: [email protected]

Resumo: O presente trabalho de pesquisa teve como objetivos: 1º) Implementar um horto de Plantas Medicinais no IFNMG-Campus Arinos, denominado Projeto “FARMÁCIA VIVA”, visando a produção, pesquisa e estudo das técnicas de cultivo das plantas medicinais. 2º) Avaliar a eficácia do desenvolvimento de estratégias pedagógicas junto a comunidade acadêmica que, visaram passar ensinamentos e conhecimentos sobre a importância e uso correto das plantas medicinais. O projeto foi realizado em quatro etapas, onde a primeira consistiu em selecionar as plantas medicinais que foram utilizadas e estudadas durante o projeto; a segunda foi o estudo aprofundado das espécies escolhidas, feito pelos alunos bolsistas, com o auxílio dos professores e de bibliografia especializada; a terceira fase foi o estudo das técnicas de multiplicação das espécies, cultivo e a estruturação de um horto medicinal, localizado no IFNMG/Arinos; a quarta etapa, consistiu na aplicação da intervenção pedagógica pelos alunos bolsistas e, posteriormente, avaliação da mesma, através de um questionário composto por dez perguntas, que foi aplicado nos períodos antes e após a intervenção. Os resultados dos questionários foram avaliados através dos percentuais de acertos e erros que a população experimental obteve em cada questão, no período antes e após a intervenção pedagógica observando assim sua eficácia. O trabalho serviu como um laboratório vivo para o desenvolvimento de várias práticas pedagógicas desenvolvidas nesta pesquisa. Palavras-chave:, farmáciaviva , horto, medicinal,

Introdução

Entendemos que o Instituto Federal de Minas Gerais, no seu papel de mobilizador de conhecimento e mão-de-obra especializada, tem também a responsabilidade de promover o acesso à saúde, a pesquisa e a implementação de projetos que visem à melhora da qualidade de vida da população brasileira. Diante disto, o presente trabalho de pesquisa teve como objetivos: 1º) Implementar um horto de Plantas Medicinais no IFNMG - Campus Arinos, denominado Projeto “FARMÁCIA VIVA”, visando a produção, pesquisa e estudo das técnicas de cultivo das plantas medicinais. 2º) Avaliar a eficácia do desenvolvimento de estratégias pedagógicas junto a comunidade acadêmica que, visaram passar ensinamentos e conhecimentos sobre a importância e uso correto das plantas medicinais.

Material e Métodos

O presente trabalho de pesquisa foi instalado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – IFNMG, Campus Arinos, no município de Arinos - MG, no período de março de 2013 a janeiro de 2014.

O projeto foi realizado em quatro etapas (fases), onde a primeira consistiu em selecionar as plantas medicinais que foram utilizadas e estudadas durante o projeto; a segunda foi o estudo aprofundado das espécies escolhidas, feito pelos alunos bolsistas, com o auxílio dos professores e de bibliografia especializada; a terceira fase foi o estudo das técnicas de multiplicação das espécies, cultivo e a estruturação de um horto medicinal, localizado no IFNMG/Arinos; a quarta etapa, consistiu na aplicação da intervenção pedagógica pelos alunos bolsistas e, posteriormente, avaliação da mesma, através de um questionário composto por dez perguntas, que foi aplicado nos períodos antes e após a intervenção pedagógica. Para isso, foi escolhida uma amostra experimental de 40 pessoas, escolhidas de forma aleatória entre todos os

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servidores dos dois setores, para quem foram oferecidos cursos, palestras e informativos, com o objetivo de orientar a população da amostra experimental, sobre o uso correto e importância das plantas medicinais, divulgando e esclarecendo a fitoterapia e formando multiplicadores do projeto.

Os resultados dos questionários foram avaliados através dos percentuais de acertos e erros que a população experimental obteve em cada questão, no período antes das práticas da intervenção pedagógica, ministrada pelos alunos bolsistas e, após a intervenção pedagógica.

Resultados e discussão.

Figura 1 Resultados dos questionários avaliados através dos percentuais de acertos e erros antes e após a intervenção pedagógica Após efetuada as avaliações do questionário e avaliação dos resultados, conforme a figura 1, pode-se

observar que as questões 1 e 4 obtiveram uma média de erros maiores ou igual a 50%, sendo a questão 1 com erros de 58% e a questão 4 com erros de 50%. As questões 2, 8, 9, e 10 obtiveram uma média de erros maiores ou igual a 40%, sendo que a questão 2, com 43% de erros, a questão 8 com 48% de erros e as questões 9 e 10 com 40% de erros. As questões 6 e 7 obtiveram média de erros maiores que 30%, sendo que a questão 6 com 35% de erros e a questão 7 com 38%. As questões 5 e 6 foram as que obtiveram números de erros, menores ou igual a 20%, sendo que a questão 5 com 25% e a questão 6 com 20%.

As questões 1 e 4, que obtiveram maiores números de erros, após a intervenção pedagógica, vieram a ter um maior número de acertos. Estes resultados demostram a eficácia da intervenção pedagógica utilizada na pesquisa, demonstrando que a mesma agregou conhecimento a população experimental.

A questão 4, onde perguntou-se para as pessoas entrevistas qual era a diferença entre uma horta agroecológica e um horto medicinal, mesmo depois da intervenção obteve 20% de erros. Este resultado demonstra que, em futuras pesquisas será necessário inserir novas metodologias pedagógicas durante a intervenção, visando uma melhor assimilação dos conhecimentos pela população experimental, no que diz respeito a importância e os fundamentos da agroecologia e um horto medicinal. Ambos podem e devem ser construídos nos quintais das residências, escolas e propriedades rurais. Porém, requerem técnicas agronômicas adequadas desde o plantio, colheita e utilização dos seus produtos. O horto medicinal funciona como uma farmácia viva e suas plantas, utilizadas de forma adequada, na forma de chás, xaropes, salada e temperos, proporcionam vários ganhos no tocante a saúde e qualidade de vida das pessoas.

Após a intervenção pedagógica as demais questões tiveram números consideráveis de acertos comparados ao numero de erros, demonstrando a eficácia da intervenção pedagógica.

Conclusão A implantação do horto de plantas medicinais no IFNMG/Arinos, denominado de “Farmácia Viva”

serviu como um laboratório vivo para o desenvolvimento de várias práticas pedagógicas desenvolvidas nesta pesquisa e que, garantiram a multiplicação dos conhecimentos obtidos para a comunidade acadêmica. As

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plantas medicinais foram utilizadas em chás, in natura, saladas e cosméticos garantindo sua eficácia medicinal e minimizando os gastos da população com remédios halopáticos.

A intervenção pedagógica foi uma estratégia eficaz no aprimoramento dos conhecimentos obtidos durante a pesquisa e a transferência da tecnologia para a comunidade acadêmica.

AgradecimentosAgradecemos a Deus fonte de luz e conhecimento e a nossa Senhora Aparecida por ter abençoado e

guiado todos os integrantes desta pesquisa. A todos os servidores do IFNMG/ Campus Arinos que diretamente e indiretamente colaboraram para realização dessa pesquisa

Literatura CitadaSCHULZ, Volker et al. Fitoterapia Racional. 4ed. Berlim:Heidelberg, 2001. MATOS, F J A. Farmácias Vivas.2.ed.Fortaleza: UFCE, 1994. 179p. SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE RJ. Resolução n° 1757 de 18 de Fevereiro de 2002. Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 20 Fev.2002. SIMÕES,C.M.O. et al. Farmacognosia – da Planta ao Medicamento. 1.ed. Porto Alegre/Florianópolis: editora da UFRGS/UFSC. 1999. 821p. LORENZI, HARRI. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

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QUALIDADE ESPERMÁTICA DO SÊMEN SUÍNO DILUÍDO EM ÁGUA DE COCO IN NATURA ETAXA DE NATALIDADE

Benedito Teixeira dos Santo1, Jessica Nascimento Mendes², Wellington Ferreira Oliveira², Antônio Roque

Sarmento de Oliveira³

1Acadêmico de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científicada FAPEMIG. Email: [email protected]. 2Acadêmico de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Voluntário.Email:[email protected];[email protected]. 3Professor do IFNMG/SALINAS, M.Sc. Educação Agrícola. Email: [email protected] Resumo: A água de coco in natura apresenta alternativas que viabiliza a inseminação artificial (IA) de suínos em regiões menos favorecidas do país. A água de coco apresenta componentes que condicionam a conservação do sêmen no processo de resfriamento, com custo reduzido, podendo ser utilizada nas práticas de IA em pequenas propriedades. Práticas assim proporcionam maior segurança sanitária nos plantéis, melhoramento genético da unidade de produção e um número maior de matrizes por reprodutor. A água de coco auxilia na conservação do sêmen apresentando meio favorável que mantém características de vigor, motilidade e aglutinação dentro dos padrões aceitáveis para uma boa prática de IA. Para iniciar as práticas de IA foi necessário que os reprodutores a serem utilizados estivessem em condições aptas de coleta do sêmen, fazendo observações nos ejaculados coletados (vigor, motilidade e aglutinação) e quantidade de doses viáveis. Após as observações de viabilidade do sêmen foi feita a diluição em água de coco e resfriado em temperatura de 15° a 18°C, obtendo características aptas para IA no período de 48 horas. Palavras–chave: conservação, inseminação, viabilidade

IntroduçãoAs biotécnicas de reprodução e a inseminação artificial (IA) na espécie suína permitem índices

elevados reprodutivos e produtivos, obtendo melhorias genéticas, diminuição no custo de produção, contribuindo positivamente para o manejo sanitário e disseminação rápida do material genético (Barros, 2010).

A IA com sêmen congelado apresenta baixos resultados produtivos, e alto custo com a técnica, não permitindo o uso na rotina de criadores (Toniolli et al., 2007). A utilização do sêmen resfriado apresenta taxas de parto acima de 88% anuais, enquanto o sêmen congelado não alcança 85% de taxa de partos anuais (Antunes, 2007).

Os diluentes utilizados no sêmen, além de aumentar o volume do ejaculado, proporcionam viabilidade das células, mantêm o pH ideal evitando a acidificação do meio, inibem o crescimento bacteriano e evita o choque térmico das células expostas a temperaturas mais baixas (Barros e Toniolli, 2011). A água de coco in natura utilizada como alternativa de diluidor de sêmen apresenta altos índices de prenhez, natalidade e diminuição do retorno ao cio (Barros, 2010).

Diante das vantagens que a prática da IA proporciona para a suinocultura, encontramos no norte de Minas Gerais em abundância a água de coco in natura, podendo ser utilizada como meio diluidor, apresentando baixo custo e mantendo uma boa qualidade espermática quando comparado a diluentes tradicionais, viabilizando a implantação de centrais de inseminação em locais menos favorecidos como o município de Salinas, tornando-se acessível a todos.

Material e Métodos

Foram utilizados 4 reprodutores em condições ideais de coleta regular de sêmen. A coleta realizada foi através da técnica de mão enluvada obtendo 8 ejaculados sendo levados ao laboratório para ser observado ao Microscópio Óptico Comum e avaliar o vigor, motilidade e aglutinação.

Durante a análise, o ejaculado foi mantido em banho-maria a uma temperatura de 37°C, pegou-se uma gota de sêmen (aproximadamente 0,2ml), colocando sobre uma lâmina aquecida e cobriu-se com uma lamínula e levados para observar os níveis de motilidade, vigor e aglutinação sendo comparados com os níveis aceitáveis para a utilização na IA de suínos (motilidade >75%, vigor >3 e aglutinação até +++).

Após analisados o sêmen separou-se com auxilio de uma pipeta automática uma porção de 20 microlitros em um frasco contendo 4ml de formol salino; após 4 minutos pegou-se uma porção da solução e preencheu a câmara de Newbauer para contagem dos espermatozóides, obtendo o número de doses de cada ejaculado.

Após descoberto o número de doses, foi calculado o volume de diluente a ser adicionado em cada ejaculado. O sêmen depois de diluído foi deixado em temperatura ambiente por 2 horas e logo em seguida foi

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estocado em uma geladeira com temperatura entre 15 e 18°C. Durante dois dias a cada 12 horas foram retiradas uma amostra de 100 ml de sêmen diluído, aquecida em banho-maria a 37°C durante 10 minutos, para ser analisada a qualidade espermática referente à motilidade, vigor e aglutinação. As matrizes aptas a serem inseminadas, depois de detectado o cio, receberam 3 doses de sêmen diluído com água de coco, com intervalo de 12 horas entre doses.

Resultados e Discussão

Diante dos dados obtidos do sêmen de suíno, quando comparados com Toniolli (2007) referente à motilidade, vigor e aglutinação, após diluído somente com água de coco in natura e armazenado entre 15° e 18°C em um período de 48 horas, obtivemos resultados positivos que o uso da água de coco in natura pode ser utilizado como meio diluidor, pois garantiu aos espermatozóides qualidades significativas para a prática de IA conforme Tabela 1, garantido ao produtor rural a implantação de uma pequena central de IA, minimizando o custo de produção.

Durante o desenvolvimento da pesquisa os dados referentes à taxa de natalidade, foram interrompidos devido ao fato que as matrizes inseminadas foram abatidas, pois uma vez que fatores ambientais (como a seca no norte de Minas Gerais, 2013) levaram produtores a reduzir o seu plantel na tentativa de baixar os custos, sendo que as demais matrizes inseminadas tem parto previsto para maio de 2014, então só assim poderemos avaliar a taxa de natalidade das matrizes. Fatores como alto poder perecível da água de coco, a não correção do seu pH podem ter contribuído negativamente para qualidade espermática (Hafez e Hafez, 2004) após 24 horas.

Os dados que ainda estão sendo coletados e pesquisados já demonstram resultados satisfatórios para o uso melhor da água de coco com pH corrigido com adição de agentes antibióticos ao meio diluidor (gentamicina) e idade real do fruto que gera matéria prima como meio diluidor.

Tabela 1 Teste na qualidade espermática quanto a motilidade, vigor, aglutinação, quando diluído em água de

coco in natura no período de 48 horas. Qualidade espermática

1º coleta nº doses 33 nº matrizes 11Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 85 - 90 85 - 90 80 - 90 40 -85 Vigor 4 - 4 3 – 4 3 - 4 2 – 4 Aglutinação + - + +++ - + +++ - + +++ - +

2º coleta nº doses 19 nº matrizes 6Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 92 - 92 85 - 90 85 - 90 70 – 85 Vigor 4 - 4 4 - 4 3 - 4 3 – 4 Aglutinação + - + ++- + +++ - + +++ - +

3º coleta nº doses - 25 nº matrizes - 8Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 95 - 95 90 - 95 80 - 90 60 - 90 Motilidade 4 - 4 4 -4 4 - 4 3 - 4 Vigor + - n + - n ++ - n ++ - n

4ºcoleta nº doses - 17 nº matrizes-5Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 70 – 80 30 – 70 30 – 70 20 – 60 Vigor 3 – 3 3 – 3 2 – 3 1 – 3 Aglutinação ++++++ ++++++ ++++++ ++++++

5º coleta nº doses – 15 nº matrizes - 5Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 90 – 95 0 – 90 0 – 85 0 – 85 Vigor 4 – 4 0 – 4 0 – 4 0 – 4 Aglutinação + - + + - + ++ - + ++ - +

6º coleta nº doses - 36 nº matrizes -12Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h

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Motilidade 85 – 85 80 – 85 80 – 85 50 – 85 Vigor 4 – 5 4 – 5 3 – 4 3 – 4 Aglutinação N N N ++ - n

7º coleta nº doses - 40 nº matrizes - 13Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 85 – 85 85 – 85 60 – 85 20 – 85 Vigor 4 - 5 3 – 4 3 – 4 3 – 4 Aglutinação + - n ++ - + ++ - + +++ - +

8º coleta nº doses – 26 nº matrizes - 8Horas Teste/controle 12h Teste/controle 24h Teste/controle 36h Teste/controle 48h Motilidade 80 - 85 80 – 85 50 – 83 20 – 80 Vigor 3 - 4 3 – 4 3 – 4 2 – 4 Aglutinação + - n ++ - n +++ - n +++ - +

Conclusões

Concluiu-se com a pesquisa que além do custo beneficio os níveis de qualidade espermática para realizar a IA em suínos foram satisfatórios por um período de até 36 horas depois do sêmen diluído em água de coco in natura. Após esse período os espermatozóides neste meio diluidor apresentaram condições desfavoráveis para a prática da IA, quando comparado com diluidores tradicionais, podendo este meio diluidor alcançar resultados superiores, quando submetido a condições de melhor preparo com: idade do fruto (qual estágio de maturação apresenta maior valor nutritivo), pH mais próximo do neutro diminuindo a inclusão de sais para correção e mistura de aditivos inibidores do crescimento bacteriano.

AgradecimentosAo PIBIC-IFNMG Campus Salinas (FAPEMIG), pela concessão da bolsa de Iniciação Científica.

Literatura CitadaANTUNES, R. C. Avanço tecnológico e aplicabilidade da técnica de congelamento de sêmen suíno. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 31, n.1, p. 60-63, jan/mar. 2007. Disponível em: www.cbra.org.br BARROS,T. B. e TONIOLLI, R. Uso potencial da água de coco na tecnologia de sêmen. Revista Brasileira de Reprodução Animal,v.35, n.4, p.400-407, out./dez. 2011. Disponível em: www.cbra.org.br HAFEZ, B. e HAFEZ, E. S. E. Reprodução Animal. 7 edição, editora Manole, 2004. 526p. TONIOLLI, R., COUROT M., COMBARNOUS, Y., BUSSIERE, J. Fração ativa da água de coco: conservação e fertilidade do sêmen de suíno. Ciência Animal, 2007. BARROS, T. B. Qualidade espermática do sêmen suíno conservado a baixas temperaturas em diluentes alternativos. Fortaleza, Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária, 2010. 79p. (Dissertação de Pós-graduação em Ciências Veterinárias).

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REMOÇÃO DE NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO EM Brachiaria humidícula EM UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO POR RAMPA DE ESCOAMENTO

SUPERFICIAL

Marcus Vinícius Araújo Marques1, Rodrigo Nobre Santana1, Cláudio Gomes Silva1, Idemar Magalhães dos Passos3, Danilo Pereira Ribeiro4

1Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG - Campus Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected] 3Biologo, Prof. do IFNMG - Campus Januária. E-mail: [email protected] 4Agrônomo, Prof. M.Sc. do IFNMG – Campus Januária. E-mail: [email protected]

Resumo: Com o aumento significativo da população urbana ocorre simultaneamente o aumenta na geração de efluente, assim métodos de tratamentos alternativos e de baixo custo, visam minimizar o desperdício de água e redução significativas de nutrientes nos efluentes. Assim o uso de rampa de escoamento superficial é um método alternativo de baixo custo de implantação e operação que vem sido estudado no tratamento de esgoto sanitário, o que nesse estudo foi instalado na cidade de Januária-MG, todo o experimento foi realizado no período de março à dezembro de 2014. Para avaliar a remoção de fósforo, potássio e nitrogênio do efluente em Brachiaria humidícula no sistema de rampa por escoamento superficial, foi elaborado com 24 amostras do tecido vegetal retirado e levado para analises laboratoriais. De acordo com os resultados encontrados foram elaborados mapas temáticos da concentração de remoção em toda a área, onde a Brachiaria humidícula se mostrou eficiente no tratamento, uma vez que foi comparado com resultados existente em literatura adequada. Palavras–chave: Brachiaria humidícula, esgoto doméstico, rampa de escoamento superficial

Introdução O método de escoamento superficial vem encontrando grande aceitação ao decorrer do tempo devido ao

baixo custo de implantação, operação e manutenção e também, pela boa eficiência de remoção da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), sólidos suspensos (SS), nitrogênio (N) e fósforo (P). Tais características tornam tal método muito adequado para o tratamento de águas residuárias (AR) domésticas de cidades ou comunidades de pequeno porte e também, de efluentes provenientes de agroindústrias (Matos, 2006).

De acordo com esse método, a AR é lançada a montante de uma rampa vegetada, com inclinação comumente variando de 2 a 8%, e recolhida à jusante. À medida que o efluente percola no solo, uma grande parte evapora, parte infiltra e o restante é coletado por canaletas localizadas no final da rampa, a vegetação presente na área além de ser responsável pela maximização da infiltração e redução da evaporação e erosão, fornecerá aos microrganismos um meio de suporte aonde esses irão se estabelecer e proceder ao tratamento. Devido à grande quantidade de água e nutrientes, a vegetação consequentimente terá alto crescimento, necessitando de poda frequente (Matos, 2006).

A remoção de P e K envolve diversos mecanismos como adsorção, precipitação química, imobilização na forma de compostos orgânicos na camada de lodo biológico e remoção que a vegetação promove em seu metabolismo. Uma maior freqüência de corte na vegetação aumenta a remoção deste composto, sendo assim, entende-se que o P é utilizado no metabolismo da planta durante o seu crescimento, deste modo, a remoção deste nutriente está ligada diretamente a remoção da matéria vegetal do meio (PAYER, F. S.; WEIL, R. R. apud Tonetti, 2009).

A lixiviação do nitrato é fator de grande preocupação em se tratando de aplicações de efluentes em solos tropicais onde a mineralização de sua carga orgânica ocorre de modo rápido. O nitrogênio presente em efluentes domésticos encontra-se preferencialmente na forma de N-orgânico e N-amoniacal, em solos cultiváveis tais nutrientes são rapidamente convertidos a nitrato podendo facilmente atingir o lençol freático (Bertoncini, 2008 apud Nazário, 2012).

A gramínea Brachiaria é amplamente utilizada em sistemas de escoamento superficial, apresentando bons resultados em remoção de nutrientes do solo, mediante a essa característica objetivou-se analisar o quantitativo da remoção de nitrogênio, fósforo e potássio na cidade de Januária-MG.

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Material e MétodosO trabalho foi desenvolvido na ETE da Copasa em Januária-MG no período de março à dezembro de

2014, constituída por um sistema com Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) seguido de disposição em rampas de escoamento superficial vegetada com Brachiaria (Figura 1).

Figura 1 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (à esquerda), rampa vegetada com Brachiaria.

Foram coletadas 24 amostras de solo a profundidade de 0-20 cm em pontos eqüidistantes distribuídos na rampa de escoamento superficial, em uma área de 2016,00 m². Após a coleta as amostras foram levadas a estufa aquecida a 105 °C por 24 horas e posteriormente pesadas e obtidos os volumes líquidos presentes em cada amostra. A distribuição dos pontos amostrados pode ser vistos na Figura 2.

Figura 2 Distribuição dos pontos amostrados na área de coleta.

Após as amostras terem sido retiradas da estufa, o material seco foi triturado em moinho tipo Wiley e,

posteriormente, todas foram submetidas á análise laboratorial para a detecção da composição mineral do tecido vegetal. Com os resultados encontrados das analises foram elaborados mapas temáticos para interpretação da remoção de nitrogênio, fósforo e potássio, no programa SPRING versão 5.2.4.

Resultados e Discussão

De acordo com as analises foi elaborado a Tabela 1 indicando a remoção por comprimento de rampa, onde o nitrogênio e fósforo tiveram um coeficiente de variação (CV) baixo, o que representa uma uniformidade de remoção desses nutrientes ao longo da rampa, o potássio obteve um CV médio. Tabela 1 Remoção média de nutrientes por comprimento de tampa.

Comprimento de rampa

Nitrogênio Fósforo Potássio

(metros) (g/m²) (g/m²) (g/m²)

5,25 28,34 49,38 27,56

15,75 43,02 77,41 54,54

26,25 34,41 62,90 40,04

36,75 37,06 68,64 50,58

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Média 35,71 64,58 43,18

CV (%) 17,06 18,21 27,97 CV = Coeficiente de Variação

Os mapas temáticos gerados demostraram uma variação de remoção de nitrogênio (figura 3), em sua

grande maioria entre 27,5 – 35,0 g/m², perfazendo 38,3% da área total da rampa, e o mínimo próximo de 27,5 g/m², níveis altos de remoção, que se conduzido adequadamente com podas constantes faz com que o sistema seja de alta eficiência na remoção de nitrogênio em esgoto sanitário. A remoção de fósforo obteve uma média de 64, 58 g/m² o que pode ser notado na figura 4, representando uma área de 1400 m², com regiões de mínima de alta eficiência com valores próximos a 45,0 g/m². Na remoção do potássio (figura 5) teve uma mínima próximo de 30 g/m² e máxima de 90 g/m², onde na sua grande maioria teve média de 43,18 g/m², valores altos na remoção desse nutriente.

Cabe ressaltar que na parte superior de todos os mapas obteve uma região de maior remoção, o que pode ser explicado por um maior adensamento de plantas nessa região da rampa.

Figura 3 Remoção de Nitrogênio Figura 4 Remoção de Fósforo

Figura 5 Remoção de Potássio

Conclusões

Pode se concluir que a Brachiaria foi eficiente na remoção de nitrogênio, fósforo e potássio, mais por se tratar de um sistema de fluxo continuo, para que o tratamento seja de alta eficiência obtendo sempre um efluente com baixa taxa de nutrientes é necessário que conduza o sistema com podas frequentes para que se possa aumentar a demanda nutricional das plantas.

Agradecimentos

Os autores agradecem a FAPEMIG e ao IFNMG - Januária pela concessão das bolsas de iniciação científica cedidas ao projeto, a Leonardo e Felipe pela colaboração e auxílio durante as análises laboratoriais e a Copasa de Januária pela cooperação com a pesquisa.

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Literatura citada

MATOS, A. T. de. Disposição de águas residuárias no solo. Engenharia na agricultura: Caderno Didático 38. Associação dos Engenheiros Agrícolas de Minas Gerais. Departamento de Engenharia Agrícola – UFV, Viçosa – MG. 2006. 138p. NAZÁRIO, A. A. Produtividade e acúmulo de nutrientes em forrageiras cultivadas no sistema de tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Espírito Santo. Alegre – ES. 2012. 75p. TONETTI, A. L. Tratamento de esgotos de pequenas comunidades pelo método do escoamento superficial no solo. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.13, p.69-79, Maio, 2009.

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RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DE MUDAS CLONAIS DE EUCALIPTO SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE REDUÇÃO FOLIAR

Priscila Silva Matos1, Tiago Reis Dutra3, Marília Dutra Massad3, Jéssica Costa de Oliveira2, Mateus Felipe

Quintino Sarmento2

1Acadêmica de Engenharia Florestal IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email:[email protected]. 2Acadêmico (a) do curso de Engenharia Florestal IFNMG/Salinas.Email:[email protected], [email protected]. 3Professor(a) do IFNMG/Salinas.Email: [email protected], [email protected].

Resumo:A multiplicação clonal do eucalipto evoluiu muito nos últimos anos. Todavia, a proporção de área foliar das miniestacas continua praticamente a mesma que se utilizava no sistema de macroestaquia. O presente estudo objetivouavaliar as respostas fisiológicas de mudas clonais de eucalipto submetidas a diferentes níveis de redução foliar. Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 4 x 4, sendo estudado o comportamento de quatro clones de Eucalyptusurograndise o efeito de quatro níveis de redução foliar (0; 25; 50 e 75 %). Avaliou-se a massa seca da raíz, a transpiração e o teor de água na folha. Os resultados deste experimento demonstraram que os clones comportaram-se de forma distinta em relação à redução foliar e que o nível de 0% de redução foliar pode ser adotado para a maioria dos clones avaliados.

Palavras–chave: área foliar, comportamento fisiológico, propagação clonal.

Introdução Atualmente, grande parte da multiplicação do eucalipto no Brasil é feita por miniestaquia, que por sua vez, é uma prática silvicultural comumente usada em viveiros de mudas clonais, onde os propágulos vegetativos possuem de 4 a 8 cm de tamanho e têm pelo menos dois pares de folhas,com redução de aproximadamente 50% da área foliar. A presença das folhas é essencial para o enraizamento das estacas, pois os produtos da fotossíntese proporcionam acúmulo de carboidratos, os quais favorecem o crescimento de raízes. Entretanto, as folhas podem, em alguns casos prejudicar o enraizamento, devido à perda de água e á presença de compostos inibidores do enraizamento provindos da área foliar; por isso, os viveiristas realizam a redução da área foliar na confecção de miniestacas, desde a época da produção de mudas pela macroestaquia. Entretanto, acredita-se que a não redução foliar tornou-se viável devido à evolução da eficiência dos sistemas de irrigação obtidas nos últimos anos e por se utilizar miniestacas apicais que são mais juvenis e possuem menor área foliar comparativamente a macroestaquia.

As condições fisiológicas dos tecidos vegetais são influenciadas pela adoção ou não da técnica de redução foliar. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi avaliar as respostas fisiológicas de mudas clonais de eucalipto submetidas a diferentes níveis de redução foliar.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido no viveiro da Empresa CarvovaleIndústria e Comércio de Produtos Agroindustriais e Florestais Limitada, localizada no município de Taiobeiras/MG, coordenadas de 15°48’ de latitude Sul e 42°13’ de longitude Oeste e altitude de 869 m. A temperatura média anual é de 21°C e a pluviosidade média anual é de 882 mm.

Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 4 x 4, sendo estudado o comportamento de quatro clones de Eucalyptusurograndissubmetidos aquatro níveis de redução foliar (0; 25; 50 e 75 %). Cada unidade experimental foi constituída por 18 mudas.

As reduções da área foliar (RF) foram obtidas por meio de corte transversal das folhas de miniestacas apicais contendo 6 a 8 cm de altura e um par de folhas completamente formadas. Após, as miniestacas foram estaqueadas a uma profundidade de 1 a 2 cm, no centro do tubete plástico de 55 cm3 contendo substrato composto por 30 % de vermiculita de granulometria média, 50 % de casca de arroz carbonizada e 20 % de composto de casca de pinus ealocados em bandejas de 190 células. Foi aplicada como adubação de base no substrato, 6 kg por m3 de superfosfato simples e 2 kg por m3 de osmocote (19: 06: 10).

As plantas permaneceram por 30 dias na casa de vegetação recebendo exclusivamente irrigação por nebulização. Após, foram transferidas para a casa de sobra onde permaneceram por mais 15 dias e receberam adubação de crescimento (MAP 1% nas duas primeiras semanas após a seleção, KCl 1% após o MAP a cada 7 dias e superfosfato simples 2% junto com o KCl). Depois, as mudas foram transferidas para a área de

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crescimento a céu aberto. A partir de então receberam adubação de rustificação (KCl 2% a cada 7 dias, superfosfato simples 2% a cada 7 dias) até 120 dias de idade.

Aos 120 dias,foram mensurados o teor relativo de água na folha (TRF), a transpiração totale a massa seca da raiz das mudas (MSR g planta-1).Para determinação do teor relativo de água na folha (TRF; %), foram usadas 192 plantas (três por repetição) e adotado o método descrito por Nogueira et al. (2001). Para determinação da transpiração das mudas, foi adotada a metodologia descrita por Silva et al. (2004), os resultados foram por meio do método de pesagens (ou determinação das massas). Em seguida as plantas foram colhidas e separadas em parte aérea e sistema radicular, depois foram lavadas em água corrente e secas em estufa com circulação forçada de ar, a aproximadamente 65 ºC, até peso constante. Feito isso, avaliou-se massa seca das raízes (MSR).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e, quando o efeito de clone foi significativo, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Os efeitos das reduções foliares foram analisados por meio de regressões, e o valor de F foi corrigido; sendo apresentadas somente as equações cujos coeficientes de maior grau foram significativos (p < 0,05).

Resultados e DiscussãoO efeito da interação entre os principais fatores avaliados (clones de Eucalytusurograndis e níveis de

redução) foi significativo para todas as variáveis avaliadas. Em todas as variáveis analisadas o nível 0% de redução foliar foi melhor para a maioria dos clones testados (Figuras 1a, 1b e 2).O nível de 0 % de redução foliar também é recomendado por Santana et al. (2010), onde além dos benefícios morfofisiológicos oriundos da não adoção da redução foliar,os autores também ressaltam a redução de mão de obra além de evitar o trabalho repetitivo para os funcionários do viveiro. Para a massa seca da raiz, verificou-se que para o clone 4, a melhor redução está entre 25 e 50% (Figura 1a), esse resultado corrobora com Alfenas et al. (2009) que recomendam reduzir um terço da lâmina foliar da miniestaca, O comportamento desse clone, pode estar relacionado á presença de compostos inibidores do enraizamento provindos da maior proporção da área foliar. Notou-se que para os clones 1, 2 e 3 não ocorreu o ajuste da equação a um nível de até 5% de probabilidade, indicando não haver diferença entre os níveis de redução avaliados. Baseado nesta variável pode-se adotar qualquer nível de redução foliar estudado para a produção de mudas.

Figura 1 Produção de massa seca da raize transpiração totalde mudas clonais de eucalipto submetidas a

diferentes níveis de redução foliar.

Em relação à transpiração total, observou-se respostas distintas entre os clones 2 e 4 aos níveis de redução de área foliar (Figura 1b). Para o clone 2, houve uma redução progressiva da transpiração com o aumento dos níveis de redução foliar. Isso se deve ao fato de que, plantas com maior área foliar apresentam altas taxas de absorção de CO2 e, consequentemente, taxas maiores de transpiração. O clone 4apresentou ajuste linear crescente em resposta ao efeito dos níveis de redução testados sobre a transpiração, onde a menor taxa de transpiração ocorreu no nível 0% de redução. Possivelmente, nesse caso o estresse provocado pela prática da redução pode ter deixado a planta mais susceptível, a ponto dela transpirar um pouco mais, enquanto que a planta que não foi submetida ao ferimento manteve seu equilíbrio transpiratório.

Quanto ao teor relativo de água na folha (TRA) observou-se uma resposta quadrática para o clone 1 à redução foliar, onde o maior TRA foi alcançado entre 25e 50% (Figura 2). Os clones 2 e 3 apresentaram ajuste linear decrescente com o aumento dos níveis de redução, mostrando que deve ser adotado o nível de 0%.Já para o clone 4 não houve ajuste significativo de regressão, podendo ser adotado qualquer nível de

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redução. A diferença de respostas dos clones á redução foliar, pode estar relacionada a característica genética de cada material, daí a importância de se testar a redução em diversos materiais genéticos.

Figura 2 Teor relativo de água na folhade mudas clonais de eucalipto submetidas a diferentes níveis de

redução foliar.

ConclusãoOs clones apresentaram comportamento diferente em resposta aos percentuais de redução da área

foliar, sendo o nível de 0% uma excelente alternativa para a maioria dos materiais genéticos estudados.

AgradecimentosAo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) pela concessão de bolsa de iniciação

científica. À empresa CarvovaleIndustria e Comércio de Produtos Agroindustriais e Florestais Limitada, pela disponibilidade do espaço e dos materiais.

Literatura citadaALFENAS, A. C. et al. Clonagem e doenças do eucalipto. 2ª ed. Viçosa, MG: UFV, 2009. 500p. NOGUEIRA, R.J.M.C. et al. Alterações na resistência à difusão de vapor das folhas e relações hídricas em aceroleiras submetidas a déficit de água. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.13, p.75-87, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfv/v13n1/9275.pdf>. Acesso em: 02 fev. 2014. SANTANA, R. C. et al. Influence of leaf área reduction on clonal production of Eucalyptus seedlings. Cerne.v. 16, n.3, p. 251-257, jul./set. 2010. SILVA, M. R. et al. Efeito do manejo hídrico e da aplicação de potássio nas características morfofisiológicas de mudas de EucalyptusgrandisW. (Hill ex. Maiden). Irriga, v.9, p.31- 40, 2004. Disponível em: <http://200.145.140.50/ojs1/include/getdoc.php?id=367&article=132...pdf>. Acesso em: 02 fev. 2014.

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SANIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE PEQUI (Caryocar brasiliense

Camb) E BARU OU CUMARU (Dipteryx alata): ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DO CERRADO BRASILEIRO

Ivo dos Reis Quintal de Brito1, Caique da Conceição Santos2, Luana da Silva Botelho3, Gabriel Müller

Valadão4

1Acadêmico de Gestão Ambiental– IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG . Email: [email protected];

2Estudante do curso Técnico em Agropecuária-IFNMG/Arinos. Bolsista de Iniciação Científica da CNPq..Email: [email protected]

3Professor do IFNMG/Arinos.D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected]

4Professor do IFNMG/Arinos.Especialista em Gestão Ambiental Email:[email protected] Resumo: Nos últimos anos têm se intensificado o interesse na propagação de espécies florestais nativas, devido à ênfase atual nos problemas ambientais, ressaltando-se a necessidade de recuperação de áreas degradadas e recomposição da paisagem. As sementes, de maneira geral, assumem importância sob ponto de vista epidemiológico, uma vez que se constituem em eficiente veículo de disseminação de patógenos a elas associados. Dos microrganismos que se associam às sementes, os fungos são o maior grupo, seguidos das bactérias e, em menor proporção, dos vírus e nematóides. Mesmo assim, poucos estudos têm sido feitos sobre a presença de fungos em sementes de espécies florestais nativas. O objetivo deste trabalho será detectar, identificar e quantificar os fungos associados às sementes de algumas espécies florestais, como o pequi e o baru, provenientes de diferentes procedências, avaliando seus efeitos na germinação e avaliação de métodos de superação de dormência que dificultam a produção de mudas de qualidade. Até o momento presente foi realizado a coleta das sementes no município de Arinos- MG e os demais experimentos estão sendo conduzidos para alcançar os demais objetivos propostos. Palavras–chave: espécies florestais nativa, fisiologia de sementes, sanidade de sementes

Introdução Nos últimos anos têm se intensificado o interesse na propagação de espécies florestais nativas, devido

à ênfase atual nos problemas ambientais, ressaltando-se a necessidade de recuperação de áreas degradadas e recomposição da paisagem (Neto, 2003).

Assim, estudos sobre espécies arbóreas nativas, nos últimos dez anos, tiveram um avanço significativo através do incremento das pesquisas em vários aspectos, destacando-se ás áreas de semente, silvicultura, fenologia, reprodução, genética, ecologia, fisiologia, tecnologia da madeira, dentre outros (Galvão 1982). Entretanto, o conhecimento de sementes dessas espécies, principalmente a produção de mudas, pouco tem avançado.

As sementes, de maneira geral, assumem importância sob ponto de vista epidemiológico, uma vez que se constituem em eficiente veículo de disseminação de patógenos a elas associados (Machado, 1988). Algumas vezes, fungos associados às sementes podem estar presentes nos tecidos das plantas após a germinação das sementes, porém não apresentam sintomas de doença, caracterizando as infecções latentes.

De modo geral, vários danos podem ser provocados por patógeno associados às sementes, entre eles morte em pré-emergência, podridão radicular, tombamento de mudas, manchas necróticas em folhas, caules e frutos, deformações como hipertrofias e subdesenvolvimento, descoloração de tecidos, infecções latentes, entre outros (Neergaard, 1977). A interferência dos patógenos associados às sementes pode promover redução da população de planta, debilitação das plantas e desenvolvimento de epidemias (Menten, 1991).

Neergaard, (1977) considera muito importante o conhecimento das características dos fungos associados às sementes de cada espécie florestal, os danos que eles causam, onde quando e sob que circunstâncias os danos ocorrem e o que pode ser feito para minimizar esses danos. Dos microrganismos que se associam às sementes, os fungos são o maior grupo, seguidos das bactérias e, em menor proporção, dos vírus e nematóides (Machado, 2000). Mesmo assim, poucos estudos têm sido feitos sobre a transmissão de fungos por sementes de espécies florestais nativas (Santos et al., 2000), conseqüentemente, pouco se conhece sobre o seu papel, método de penetração, modo de ação e danos causados por eles. O levantamento de fungos que ocorrem em sementes de espécies florestais nativas teve início, provavelmente na década de 80. O trabalho pioneiro foi realizado por Carneiro (1986), onde foram estudadas 18 espécies florestais provenientes dos estados do Amazonas, Pará, Distrito Federal, Espírito Santo e Santa Catarina. Dos 30 fungos identificados destacam-se os gêneros Fusarium, Rhizoctonia, Verticillium, Alternaria, Phoma, Phomopsis, Lasiodiplodia (Botryodiplodia), Pestalotia e Curvularia, que são patogênicos às essências florestais. Santos e colaboradores (1997) realizaram estudos em relação o efeito da qualidade sanitária em sementes de baru e na

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avaliação, constatou-se a presença dos seguites fungos associados às sementes de baru: Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Aspergillus sp., Penicillium sp., Phomopsis sp., Chaetomium sp., Fusarium oxysporum, Fusarium sp., Rhizopus sp., Pestalotia sp. e Trichoderma sp. Além disso, verificou que o fungo do gênero Phomopsis causou redução de germinação e a formação de sintomas de pós-emergência em plântulas de baru. Devido às utilidades variadas e potencial econômico podem-se incluir algumas espécies florestais, como o baru ou cumaru (Dipteryx alata). Pesquisas têm avançado em várias áreas de tecnologia e uso dessas espécies, inclusive na área de sementes. Porém, há pouca informação, principalmente sobre a qualidade sanitária e efeitos prejudiciais que fungos associados às sementes de espécies florestais nativas podem causar e problemas em relação a qualidade fisiológica como a dormência de algumas espécies.

Assim o conhecimento de fatores que podem ser um entrave para aumentar a produção de mudas de pequi e baru para fins de conservação e disseminação da espécie no cerrado, deve ser considerado de extrema importância.

O objetivo será detectar, identificar e quantificar os fungos associados às sementes de algumas espécies florestais, como o pequi e o baru, provenientes de diferentes procedências, avaliando seus efeitos na germinação e avaliação de métodos de superação de dormência que dificultam a produção de mudas de qualidade.

Material e Métodos

Os experimentos serão realizados nos Laboratórios de do Instituto Federal do Norte de Minas Gerias, do campus de Arinos/MG.

As espécies de importância econômica para a região de Arinos/MG, a serem utilizadas serão o pequi (Caryocar brasiliense Camb) e obaru ou cumaru (Dipteryx alata), de diferentes procedências como Arinos, nas proximidades da estação ecológicas de Sagarana e Riachinho MG.

Os testes que serão realizados: Determinação do teor de água das sementes, teste de qualidade sanitária onde realizará a detecção de fungos associados às sementes florestais, isolamento dos fungos associados às sementes e teste de germinação e o teste de dormência com escarificação ácida. Para cada método será utilizada diferentes temperaturas e concentrações do acido sulfúrico assim como o tempo em que as sementes ficarão expostas em cada tratamento. Todos os testes realizados serão de acordo com as regras de análise de sementes (Brasil, 2009).

O experimento será com quatro repetições de 50 sementes por tratamento/lotes. O delineamento será inteiramente casualizado em esquema fatorial será 4 x 4, sendo quatro lotes com quatro repetições. As análises estatísticas serão realizadas através do software Sisvar® (FERREIRA, 2000), onde as comparações das médias serão através do teste de agrupamento Skott Knott a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Até o momento presente foi realizado apenas a coleta de sementes de diferente procedência no município de Arinos ( Tabela 1). Mediante a obtenção dos lotes de sementes será avaliado o teor de umidade, experimento que segue em andamento, e posteriormente, as análises fisiológicas e sanitárias das sementes das espécies florestais nativas do cerrado. Podendo assim inferir sobre os efeitos da qualidade sanitária das sementes na germinação e interferência no estande final de produção de mudas.

Tabela 1 Coleta de sementes de baru em diferentes procedências da região do vale do Urucuia

Lotes de sementes de diferentes procedências Kg de sementes Lote 1- Arinos 6,3

Lote 2- Sagarana 7

Lote 3- Riachinho 5 Lote 4- Arinos campus do Instituto Federal 8

Conclusões

O trabalho está em andamento cujas análises se iniciarão em março até junho de 2014.

Agradecimentos Agradecimento a COPABASE parceira na obtenção de lotes de sementes das espécies nativas do

cerrado e aos Programas Institucionais (FAPEMIG, CNPq e IFNMG).

Literatura citada BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília:

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SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 336p. CARNEIRO, J.S. Micoflora associada às sementes de essências florestais. Fitopatologia Brasileira, v.11, p.557-566, 1986. GALVÃO, A. P. M. Contribuição da EMBRAPA/IBDF-PNPF para a pesquisa com espécies nativas e florestas naturais do Brasil. In: Anais do Congresso Nacional sobre Essências Nativas, Campos do Jordão, SP, set. 12-18, 1982. 16 A, Parte 1. 150-159. MACHADO, J. da C. Tratamento de sementes: fundamentos e aplicações. Brasília: MEC-ESAL-FAEPE, 1988, 106p. MACHADO, J.C. Tratamento de sementes no controle de doenças. Lavras: LAPS/UFLA/FAEPE. p.4. 2000. MENTEN, J.O.M. Patógenos em sementes: detecção, danos e controle químico. Piracicaba: ESALQ/FEALQ, 1991. 321p. NEERGAARD, P. Seed Pathology. London: MacMillan Press, v.1, 839p. 1977. NETO, J.C.A.; AGUIAR, I.B.; FERREIRA, V.M. Efeito da temperatura e da luz na germinação de sementes de Acacia polyphylla DC. Revista Brasileira de Botânica. V.6, n.2, p. 249-256, jun.2003. SANTOS, A.F. dos; GRIGOLETTI JÚNIOR, A.; AUER, C.G. Transmissão de fungos por sementes de espécies florestais. Floresta, v.30, n.1/2, p.119-128, 2000. SANTOS, M. de F.; RIBEIRO, R.C.W.; FAIAD, M.G.R., SANO, S.M. Fungos associados às sementes de baru (Dipteryx alata Vog.). Revista Brasileira de Sementes, v.19, n.1, p.135-139. 1997.

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SELEÇÃO DE CULTIVARES DE ALFACE ÀS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE ALMENARA-MG.

Luana da Silva Santos1; Túlio Botelho Kastro1, Caetano Alves Costa1; Irã Pinheiro Neiva2; Jeferson Mateus Dariva2

1Acadêmico do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Almenara. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Professor do IFNMG/Almenara.Ms. Produção Vegetal. E-mail: [email protected]; [email protected]

Resumo:Objetivou-se selecionar cultivares de alface, sob cultivo convencional, adaptada às condições edafoclimáticas de Almenara-MG. O experimento foi conduzido no Núcleo de Produção Vegetal, localizado no Instituto Federal Norte de Minas Gerais – Câmpus Almenara, no período de 02/07/13 à 10/09/13. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 05 tratamentos e quatro repetições, com 16 plantas por parcela. A colheita foi realizada quando as plantas apresentaram o máximo desenvolvimento vegetativo, antes de iniciar o pendoamento, aos 40 dias pós transplantio. Foram avaliadas altura da planta, diâmetro e número de folhas por planta. Foram observadas diferenças significativas em nível de 5% pelo teste F para todas as características avaliadas. Quanto aos genótipos avaliados, destacou-se, ‘Quatro Estações’, com melhores valores para diâmetro e número de folhas por planta, sendo 33,50 cm e 23,69 folhas, respectivamente, se mostrando mais promissora nas condições climáticas de Almenara, sob cultivo convencional. Há necessidade de realizar mais ensaios de competição com cultivares de alface nessas condições de cultivo, para que os horticultores tenham melhores parâmetros para a seleção da(s) cultivar(es) mais promissora(s) para a região do Baixo Jequitinhonha. Palavras–chave: cultivares, desempenho,Lactuca sativa, seleção

IntroduçãoAlface (Lactuca sativa L.), família Asteraceae, é uma das principais hortaliças folhosas consumidas

no Brasil (Filgueira, 2008). Cultivada em sua maioria por agricultores familiares, conferindo grande importância econômica e social, além de ser uma alternativa de evitar o êxodo rural no Baixo Jequitinhonha.

A manifestação do potencial produtivo da alface depende da interação genótipo x ambiente, sendo assim a escolha da cultivar se torna decisiva para o sucesso do sistema de cultivo adotado. Com os avanços do melhoramento genético das culturas olerícolas, como a alface, destacando as do tipo crespa e lisa, foram colocadas à disposição dos produtores novas cultivares, porém faltam ensaios agronômicos em diferentes regiões do país para subsidiar melhor os horticultores (Lima et al., 2004). Condições climáticas têm proporcionado alterações no comportamento da alface, principalmente o fator temperatura que se acima de 30°C decrescem a velocidade e taxa de germinação das sementes.

Para a cultura da alface é necessário à criação de uma rede de ensaios de competições de cultivares que envolva locais, épocas e anos de plantio diversificados, o que é diferente do que ocorrem com outras culturas como o milho e a soja. Tal deficiência leva o produtor a utilizar cultivares recomendadas pelas empresas produtoras de sementes e comercializadas nas suas respectivas regiões, que, no entanto podem não se adaptarem a uma ampla faixa de ambientes.

Objetivou-se selecionar cultivares de alface, sob cultivo convencional, adaptada às condições edafoclimáticas de Almenara-MG.

Material e Métodos O experimento foi conduzido no Núcleo de Produção Vegetal, localizado no Instituto Federal Norte

de Minas Gerais – Câmpus Almenara. A semeadura das cultivares de alface foi realizada no dia 02/07/2013 em bandejas de isopor de 128

células, em substrato comercial Plantmax®, acondicionadas em ambiente protegido, sob telas de sombreamento com 50% de insolação, realizando irrigações diárias. Após 12 dias, foi realizado o desbaste das mudas, deixando apenas a mais vigorosa.

Quando as plântulas apresentaram de 6 a 8 folhas definitivas (08/08/2013), foram transplantadas para os canteiros com largura aproximada de 1,20 m e 0,30 m de altura, sob telas de sombreamento com 50% de insolação, utilizando-se espaçamento de 0,30 x 0,30 m. O preparo da área foi realizado 15 dias antes do transplantio constando de uma aração e uma gradagem, formando-se os canteiros mecanicamente com encateirador. As adubações de plantio, cobertura e os demais tratos culturais foram realizados de acordo com análise química do solo, seguindo as recomendações para a cultura (Filgueira, 2008). A irrigação foi feita manualmente com auxílio de regador, seguindo o turno de rega conforme recomendado pelo mesmo autor.

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O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com 05 tratamentos (Mimosa Salad Bowl, Baba de Verão, Lollo Rossa, Romana Balão e Quatro Estações) e quatro repetições, com 16 plantas por parcela, avaliando-se 04 plantas por parcela.

A colheita foi realizada aos 68 dias da semeadura, quando as plantas apresentaram o máximo desenvolvimento vegetativo, antes de iniciar o pendoamento. Foram avaliadas a altura da planta (utilizando régua milimetrada, medindo da base à maior altura da folha), diâmetro (utilizando régua milimetrada, medido o comprimento da cabeça) e número de folhas por planta.

No período de condução do experimento, a umidade relativa do ar foi de 61%e a temperatura média foi de 23,9ºC, com média mínima e máxima de 15,7 e 32,2°C, respectivamente. E a altitude no local de avaliação é de 205,0 m.

Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F), sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5%, com o auxílio do programa SISVAR.

Resultados e Discussão Foram observadas diferenças significativas em nível de 5% pelo teste F para todas as características avaliadas, conforme (Tabela 1), indicando existência de variabilidade e apresentando condições favoráveis para seleção. Tabela 1 Valores médios para altura da planta (ALT), diâmetro da cabeça (DIAM) e número de folhas.

GENÓTIPOS ALT (cm) DIAM (cm) Nº FOLHAS

Romana Balão 8,37 c 16,50 c 10,50 c

Mimosa Salad Bowl 19,56 a 25,56 b 17,12 b

Baba de Verão 18,12 ab 27,87 b 17,75 b

Lollo Rossa 14,37 b 26,69 b 18,75 b

Quatro Estações 19,12 a 33,50 a 23,69 a

DMS (5%) 4,43 4,73 3,58

TESTE F 17,49* 26,37* 27,25*

CV (%) 28,14 18,37 20,58 Quanto aos genótipos avaliados, destacaram-se, principalmente ‘Quatro Estações’, além de ‘Mimosa Salad Bowl’, ‘Baba de Verão’ e ‘Lollo Rossa’, com os melhores valores para diâmetro, altura da planta e número de folhas. A cultivar ‘Quatro Estações’ foi a que apresentou maior número de folhas por planta (23,69), diferindo estatisticamente das demais cultivares. Tal diferença pode ser explicada pela influência dos fatores climáticos, como a temperatura e insolação, retardando o desenvolvimento vegetativo da maioria das cultivares. Segundo Oliveira et al. (2004) o número de folhas é importante na determinação da produção e o comprimento do caule é um indicador de sua tolerância ao calor. Barboza et al. (2007) encontraram para a cultivar Regina (32,0) folhas por planta, em sistema de cultivo orgânico. A cultivar ‘Mimosa Salad Bowl’, embora não diferiu estatisticamente de ‘Quatro Estações’ e ‘Baba de Verão’, apresentaram crescimento superior aos demais tratamentos com altura (19,56 cm). Azevedo et al. (2013), avaliando genótipos de alface para as condições de Diamantina-MG, encontraram maior influência do número de folhas e altura das plantas, para a divergência e adaptabilidade encontrada entre os genótipos avaliados. Para o diâmetro, a cultivar ‘Quatro Estações’ se destacou com (33,50 cm), enquanto houve a formação de um segundo grupo, que não diferiram estatisticamente, com valores satisfatórios, sendo: Baba de Verão (27,87 cm ), Lollo Rossa (26,69 cm ) e Mimosa Salad Bowl (25,56 cm). Negreiros et al. (2002) observaram que a cultivar Babá de Verão sobressaiu-se das demais em termos de diâmetro (17,02 cm), em cultivo solteiro. Nesse sentido, a cultivar ‘Quatro Estações’ apresentou melhor desempenho para os caracteresde diâmetro e número de folhas sobre as demais. Enquanto a cultivar Romana Balão apresentou desempenho inferior para todos os caracteres avaliados. Há necessidade de continuidade de ensaios com as cultivares de alface e a busca por novas opções de cultivo seja em sistema rotacionado ou consorciado, por exemplo, a fim de, obter resultados mais satisfatórios ao agricultor.

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Conclusões Dentre as cultivares avaliadas ‘Quatro Estações’ se mostrou mais promissora ao cultivo nas condições climáticas de Almenara, sob cultivo convencional. Observa-se à necessidade de realizar mais ensaios de competição com cultivares de alface nessas condições de cultivo, para que os horticultores tenham melhores referências para a seleção da(s) cultivar (es) de alface mais promissora(s) para a região do Baixo Jequitinhonha.

AgradecimentosÀ FAPEMIG, CNPq e IFNMG – Campus Almenara pela concessão de bolsas de estudos e recursos

para o desenvolvimento do projeto.

Literatura CitadaAZEVEDO, A.M.; ANDRADE JÚNIOR, V.C.; OLIVEIRA, C.M.; FERNANDES, J.S.C.; PEDROSA, C.E.; DORNAS, M.F.S. & CASTRO, B.M.C. Seleção de genótipos de alface para cultivo protegido: divergência genética e importância de caracteres. Horticultura Brasileira,v.31, p. 260-265, 2013. BARBOZA, F.D.R.; SAMINÊZ, T.C.O.; GOMES, J.J.A. & RESENDE, F.V. Desempenho de cultivares de alface lisa sob sistema de cultivo orgânico nas condições de cerrado. Resumos do II Congresso Brasileiro de Agroecologia. Rev. Bras. Agroecologia, v.2, n.1, p. 922-925, fev. 2007. FILGUEIRA FAR. 2008. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2006. 421p. LIMA, A.A.; MIRANDA, E.G.; CAMPOS, L.Z.O.; JUNIOR, W.H.C.; MELLO, S.C.; CAMARGO, M.S. Competição das cultivares de alface Vera e Verônica em dois espaçamentos. Horticultura Brasileira, v.22, Abr-Jun/2004. NEGREIROS, M. Z. de; BEZERRA NETO, F.; PORTO, V. C. N; SANTOS, R. H. S. Cultivares de alface em sistema solteiro e consorciado com cenoura em Mossoró. Horticultura Brasileira, v.20, p.162-166, jun. 2002. OLIVEIRA, A.C.B.; SEDIYAMA, M.A.N.; PEDROSA, M.W.; GARCIA, N.C.P.; GARCIA, S.L.R. Divergência genética e descarte de variáveis em alface cultivada sob sistema hidropônico. Acta Scientiarum Agronomy, v. 26, p.211-217, 2004.

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SEVERIDADE DA MANCHA BACTERIANA DE TOMATEIRO INDUSTRIAL SUBMETIDO À ACIBENZOLAR-S-METIL EM DIFERENTES INTERVALOS DE APLICAÇÃO

Maricélia Costa Pacheco1, Marileide Moreira Costa2, Flavia Caroline Torres Rodrigues2, Luana Ferreira de

Almeida3, Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues4.

1Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária. Email:[email protected] 2Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected], [email protected] 3Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária. Email:[email protected] 4Professora do IFNMG/Januária, D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected]; Resumo: A mancha bacteriana causada por espécies de bactérias do gênero Xanthomonas, é uma das doenças mais severas em cultivos de tomate industrial no Brasil. A ineficiência do controle químico que é o mais comumente utilizado, acomete em grandes perdas de produção. A indução de resistência por meio do acibenzolar-S-metil (ASM) consiste em uma alternativa para o manejo e controle dessa doença. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar qual o intervalo entre aplicações (8, 9, 11, 13, 15 dias) e o numero de aplicações (8, 7, 5, 4, 4) do acibenzolar-S-metil (ASM) que proporciona maior eficácia no controle da mancha bacteriana em tomateiro industrial. Para tanto foi avaliadas e comparadas a severidade da doença com a aplicação semanal de hidróxido de cobre (HDC). No experimento foi adotado o delineamento inteiramente casualizados (DIC), com oito tratamentos e cinco repetições. Em todos os tratamentos, exceto o tratamento com apenas aplicações de HDC, a severidade da doença foi menor em relação à testemunha sem aplicações de produto, não foi possível identificar qual o melhor intervalo e numero de aplicações do ASM para o manejo da mancha bacteriana no tomateiro.

Palavras–chave: resistência, Xanthomonasperforans

IntroduçãoO estado de Minas Gerais vem ganhando espaço no cultivo de tomate industrial, destacando a região

situada no Norte do estado, nas cidades de Janaúba, Jaíba e Itacarambi (CAMARGO et al., 2006). O uso da irrigação é essencial para a produtividade da cultura nessa região, entretanto, trás ótimas condições para o aparecimento de doenças, fator que leva a redução da produção ocasionando grandes perdas ao produtor.

A mancha bacteriana do tomateiro é uma doença de grande importância, pois acarreta grandes danos, atacando toda parte aérea da planta. O método tradicional do controle químico possui uma baixa eficiência, necessitando assim de outros métodos que solucione esse quadro. A prática da indução de resistência na planta contra o patógeno vem sendo utilizada trazendo resultados satisfatórios na redução da mancha bacteriana do tomateiro com o uso do acibenzolar-S-metil (ASM).

A identificação do intervalo de aplicação do ASM mais adequado é alvo de investigação, pois já foi relatado que se o intervalo de aplicação é muito curto, implicando em um maior número de aplicações do indutor por ciclo da cultura, há interferência negativa na produção do tomateiro industrial (NADSON, 2012). Diante disso, este trabalho teve como objetivo determinar o número e o intervalo de aplicações do ASM intercalado de aplicações de HDC que permita menor severidade da mancha-bacteriana em híbrido de tomateiro industrial em casa de vegetação.

Material e MétodosO experimento foi realizado no período do dia 20 de agosto a 10 de dezembro, na casa de vegetação e

no laboratório de Fitopatologia do Instituto Federal Norte de Minas Gerais – Campus Januária. As mudas foram produzidas a partir de sementes do híbrido BRS Sena cedidas pela Embrapa Hortaliça. A semeadura foi realiza em bandejas de polipropileno de 128 células contendo substrato comercial à base de fibra de côco. Após 25 dias do plantio as mudas foram transplantadas para vasos plásticos com volume de 7 litros, contendo 7 kg de solo em cada vaso. O solo utilizado classifica-se como um NeossoloQuartizarenico coletado no IFNMG Campus Januária.

O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado, com oito tratamentos e cinco repetições, tendo comounidade experimental uma planta por vaso. Foi avaliado o efeito da aplicação de Bion(50% de ASM) seguido de Kocide WDG® (53,8% de HDC) no progresso de mancha bacteriana em tomateiro industrial. Os tratamentos foram: 1= T1 (4 aplicações de Bion® em intervalos de 15 dias + Kocide WDG®), 2= T2 (4 aplicações de Bion® em intervalos de 13 dias + Kocide WDG®), 3= T3 (5 aplicações de Bion® em intervalos de 11 dias), 4= T4 (7 aplicações de Bion® em intervalos de 9 dias), 5=T5 ( 8 aplicações de Bion® em intervalos de 8 dias), 6=T6 (somente aplicações de cobre em intervalos de 8 dias), 7=T7(testemunha sem aplicações), 8=T8(somente aplicações de Bion® em intervalos de 9 dias.As doses aplicadas de cada produto

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foram definidas de acordo com a recomendação dos fabricantes. As aplicações dos produtos iniciaram duas semanas após o transplantio.

As plantas foram submetidas à infecção do patógeno artificialmente, aos 40 dias após o plantio, através da inoculação de uma suspensão bacteriana preparada em laboratório. Para isso foi utilizado um isolado de X. perforans obtido de plantios comerciais de tomate para processamento, no Norte de Minas Gerais. A preparação do inoculo foi feita de acordo com PONTES, 2012. As plantas foram inoculadas duas vezes devido o não aparecimento de sintomas, e foram mantidas em câmera úmida por 48 horas.

A severidade da doença foi avaliada de acordo com a escala diagramática de Mello et al. (1997) . As avaliações foram realizadas aos 8, 16 e 24 dias após a inoculação (DAI), para tanto foram avaliadas três plantas de cada tratamento onde a parcela experimental constituiu-se de três folhas localizas no terço inferior, médio e superior das plantas. Os valores de severidade obtidos foram submetidos à análise de variância no programa estatístico Assistat 7.7, e as médias comparadas por meio do Teste de Scott-Knotta nível de 5%.

Resultados e DiscussãoAos oito dias após a inoculação, o tratamento com intervalos de aplicação de 11 dias e com 5

aplicações de Bion® (T3) e o tratamento com apenas aplicação de cobre (T6) não diferiram estatisticamente da testemunha inoculada e não tratada (T7). Os tratamentos com intervalos de 15, 13, 9 e 8 dias com 4, 4, 7 e 8 aplicações de Bion® (T1, T2, T4 e T5), respectivamente, e o tratamento com apenas aplicações de Bion® (T8) não diferiram entre si, porém diferiram estatisticamente da testemunha (Gráfico 1).

Na avaliação com 16 dias após a inoculação, foi observada diferença nos níveis de severidade da mancha bacteriana, sendo que todos os tratamentos com intervalos de 15, 13, 11, 9 e 8 dias com 4, 4, 5, 7 e 8 (T1, T2, T3, T4 e T5) aplicações respectivamente e os tratamentos com apenas aplicação de Bion (T8) e apenas aplicação de cobre (T6) diferiram estatisticamente da testemunha, porém não diferindo entre si (Gráfico 1).

Aos 24 DAÍ observou que os tratamentos com intervalos de aplicação de 15 dias com 4 aplicações (T1) e o tratamento com apenas aplicação de cobre (T6) não diferiram estatisticamente da testemunha. Os tratamentos com intervalos de 13, 11, 9 e 8 dias com 4, 5, 7 e 8 aplicações (T2, T3, T4 e T5) respectivamente, e o tratamento com apenas aplicação de Bion® (T8), diferiram estatisticamente da testemunha (T7), porém não diferiram entre si (Gráfico 1).

Figura 1 Efeito das combinações de intervalo e número de aplicações do acibenzolar-S-metil

(Bion®) sobre a severidade da manchabacteriana obtida pela média das folhas do dossel inferior, mediano e superior da planta de tomateiro industrial aos 8, 16 e 24 dias após a inoculação deXanthomonasperforans.

Os diferentes intervalos e quantidades de aplicações influenciaram no manejo da mancha bacteriana,

assim como já observado por Pontes, 2012, e estes efeitos começaram a ser observados a partir do oitavo dia após a aplicação, podendo perdurar algum tempo em função da ativação dos mecanismos de defesa da planta. Entende-se que o efeito do ASM em manter a indução de RSA não se estende por mais de nove dias, havendo a necessidade de reaplicação, de forma que o efeito indutor seja restabelecido (Cavalcanti et al., 2006).

A utilização da RSA no manejo da mancha bacteriana pode ser alternativa para o manejo da doença e na diminuição da utilização de fungicidas cúpricos (Pontes 2012), a utilização somente de HDC neste

Media de Severidade da Mancha Bacteriana

DAÍ 8 DAÍ 16 DAÍ 24

Tratamentos

a

bb

b

a

b

a

b

a bab

bb

bb b b

b

a

a

b

b b

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trabalho não diferiu da testemunha, mostrando que somente sua aplicação não foi eficiente para diminuir a severidade da doença.

Com apenas 4 aplicações de Bion intercalado com aplicações de Hidróxido de cobre, foi possível observar a redução da mancha bacteriana com diferença significativa da testemunha (T7). Quando utilizado somente o hidróxido de cobre (T6) este não apresentou controle efetivo da doença, não diferindo da testemunha (T7).

O híbrido BRS Sena apresenta tolerância à mancha bacteriana, e apenas essa característica já é suficiente para obtenção de níveis de severidade reduzidos em relação a um híbrido suscetível. Por outro lado, além dessa característica, foi observado que esse material não teve boa adaptação às temperaturas altas ocorridas no período do experimento, media de 34°C. Esse fato pôde ser comprovado pelo baixo índice de germinação das sementes, de 67 %. Dessa forma, não é possível afirmar como o ASM comportou-se na planta, e por isso, explica-se os resultados não conclusivos do trabalho.

Conclusão

-O acibenzolar-S-metil (Bion®) mostrou-se eficiente no manejo da mancha bacteriana no tomateiro industrial, tanto intercalado com hidróxido de cobre como seu uso isoladamente.

- O uso apenas de hidróxido de cobre não foi suficiente para o manejo da mancha bacteriana do tomateiro.

- Os intervalos de aplicação com menores valores de severidade da doença foram os de 13, 8 e 9 dias. - Através deste trabalho não se pode obter um intervalo e nem o número de aplicação ideal para o

manejo da mancha bacteriana do tomateiro.

Agradecimentos Ao IFNMG pelos equipamentos e estruturas cedidas, a FAPEMIG pela concessão de bolsa de

iniciação científica a segunda autora, e a Embrapa Hortaliçapor ceder o isolado Xanthomonasperforans e as sementes do hibrido BRS Sena.

Literatura citadaARAÚJO, E. R.; COSTA, J. R.; PONTES, N. C.; MAZUTTI, J.; FERREIRA, M. A. S. V.; QUEZADODUVAL,A. M. PrevalenceofXanthomonasperforansassociatedwithbacterial spot in processingtomatocrops in Brazil. Tropical Plant Pathology, v. 36 (suplemento), p. 697-697, 2011. CAMARGO, F. P. et al. Cadeia Produtiva de Tomate Industrial no Brasil. São Paulo, p. 15. 2006. PONTES, N. C. Otimização do controle químico da mancha bacteriana em tomate para processamento industrial com ênfase na utilização do acibenzolar-s-metil. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 2012. 88p. (Dissertação de Doutorado) QUEZADO-DUVAL, A. M. &. L. C. A. Mancha bacteriana: uma atualização para o sistema de produção integrada de tomate industria. Brasilia: Embrapa Hortaliça(circular tecnica), v. 84, 2010. p. 24. ISBN ISSN 1415-3033.

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SEVERIDADE DA MANCHA BACTERIANA E PRODUTIVIDADE DE TOMATEIRO INDUSTRIAL COM O USO DE ACIBENZOLAR-S-METIL EM DIFERENTES INTERVALOS DE

APLICAÇÃO

Flávia Caroline Torres Rodrigues1, Marileide Moreira Costa1, Pedro Guilherme Martins Rodrigues2Maricelia Costa Pacheco3,Rayane Castilho Fernandes4,TatianaTozzi Martins Souza Rodrigues5

1Acadêmica de Agronomia – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected], [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária-Bolsista de Iniciação Cientifica jr da FAPEMIG. 3Academica de Agronomia– IFNMG/Januária. Email:[email protected] 4BolsistaEnsinoMédio do Cnpq 5Professora do IFNMG/Januária, D.Sc. Fitopatologia. Email: [email protected]

Resumo:As doenças bacterianas, são um grande problema fitossanitário devido à expansão das áreas de cultivo em regiões onde epidemias são frequentes. Dentre as bacterioses mais comuns encontradas no Norte de Minas Gerais destaca-se a mancha bacteriana causada por Xanthomonas sp. O controle químico, utilizado no manejo de patógenos fúngicos, não é a primeira opção quando se trata de doenças de origem bacteriana, pois o uso de antibióticos na agricultura é desaconselhado e existem poucos produtos eficientes.Uma alternativa para o manejo da doença é o uso de indutores de resistência como o acibenzolr-S-metil (ASM), o qual tem demonstrado eficiência em induzir a resistência de tomateiro. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a severidade da mancha bacteriana e a produtividade de tomateiro industrial submetido a aplicações de ASM em intervalos de aplicação de 8, 9, 11, e 13 dias, intercalado com aplicações de hidróxido de cobre (HDC). Não houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo necessário repetição do trabalho em outra época, onde as condições climáticas ao nível de temperatura esteja mais adequada à condução do tomateiro industrial, com possibilidade de resultados distintos dos observados.

Palavras–chave:ASM, BRS Sena, indução de resistência, Xanthomonasperforans

IntroduçãoA região Norte de Minas Gerais, nos municípios vizinhos a Itacarambi e Janaúba, destaca-se pela

produção de tomate industrial, porém essa cultura tem seu rendimento prejudicado pela ocorrência de doenças. As doenças bacterianas,consistem em um grande problema fitossanitário devidoàdificuldade de manejo da população desses patógenos por meio de produtos químicos. Dentre as bacterioses mais comuns encontradas no Norte de Minas Gerais destaca-se a mancha bacteriana causada por Xanthomonas sp., a qual promove lesões necróticas nas folhas e frutos, com queda de folhas, reduzindo a produção no campo (Pontes, 2012).

O controle químico de bacteriose por meio do uso de antibióticos é desaconselhado e existem poucos produtos eficientes com efeito bactericida. Os antibióticos são caros, difíceis de serem degradados e selecionam populações de organismos resistentes com facilidade (Quezado-Duval et al. 2003). Dos produtos disponíveis na agricultura que tem ação bactericida destaca-se o hidróxido de cobre (HDC). Porém, sua eficiência depende bastante da ausência de precipitação e aplicações frequentes, pois é um produto de contato. Uma alternativa no manejo das bacterioses é o uso deindutores de resistência em plantas, como o acibenzolar-S-metil (ASM) (Medeiros et al., 2009). Tais produtos necessitam ser experimentados e validados nos diferentes patossistemas e regiões produtoras para certificação de sua eficiência.

Baseado no exposto opresente trabalho teve por objetivo avaliar a severidade da mancha bacteriana e a produtividade de tomateiro industrial submetido a aplicações de acibenzolar-S-metil em intervalos de aplicação de 8, 9, 11, e 13 dias, intercalados com HDC, em plantio no município de Januária/MG.

Material e Métodos

Os trabalhos foram conduzidos em área experimental e no laboratório de Fitopatologia do IFNMG – Campus Januária. Mudas do híbrido BRS Sena foram produzidas para o transplantio. Antes do plantio foi realizada coleta e análise do solo para proceder a adubação exigida pela cultura. O transplantio foi feito em linha simples com espaçamento de 1,20 m entre linhas e 0,25 m entre plantas com 16 plantas em cada linha, cada parcela continha três linhas. As plantas foram transplantadas com 25 dias. O campo experimental foi irrigado por aspersão convencional.

O delineamento experimental foi DBC com sete tratamentos e três repetições. As parcelas experimentais foram compostas de 48 plantas. Foram aplicados os seguintes produtos comerciais: Bion® (Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. 50% de ASM) eKocide WDG® (DuPont do Brasil S.A., 53, 8% de

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HDC). Os tratamentos consistem em: T1- 13 dias, T2- 11 dias, T3- 9 dias, T4- 8 dias, intervalos de aplicação deBion®, T5- aplicação semanal de Kocide WDG®, T6- aplicações somente de Bion, E T7- testemunha, sem aplicação. As doses aplicadas de cada produto foram definidas de acordo com asrecomendaçoes dos fabricantes.

Foi realizada a inoculação com um isolado de Xanthomonas perforans, cedido pela Embrapa Hortaliças. Para preparo do inóculo, os isolados foram repicados placas de Petri contendo meio Nutriente Agar (NA) e mantidos em câmaras de temperatura controlada a 28°C por dois dias. As placas foram lavadas com solução salina (10 mM MgSO4) (Pontes, 2012). A suspensão foi calibrada para aproximadamente 5x107ufc/ml. As plantas foram pulverizadas com a suspensão utilizando pulverizador.

A severidade da mancha bacteriana em tomateiro foi quantificada em cada tratamento de acordo com Quezado-Duval et al. (2011). Ao final do ciclo do ensaio os tratamentos foram colhidos e estimada a produtividade (t ha-1), os dados submetidos à análise de variância.

Resultados e Discussão

Os valores de severidade final da mancha bacteriana em tomateiro industrial não apresentaram diferença estatísticaentre os tratamentos analisados (Tabela 1). Fato diferente do encontrado por Pontes (2012), trabalhando também com intervalos de aplicação de Bion® emGoiás. Nesse trabalho ficou evidenciado que intervalo de aplicação de oito dias intercalados com aplicação de HDC, proporcionou redução da severidade da mancha bacteriana sem comprometer a produção de tomate. O controle da doença é melhor em intervalos de aplicações menores, pois o efeito do ASM em manter a indução da resistência não se estende por mais de nove dias, havendo a necessidade de reaplicação, de forma que o efeito indutor seja restabelecido (Cavalcanti et al., 2006). Tabela1 Análise de variância para a severidade final da mancha bacteriana em plantas de tomate híbrido Brs

Sena. FV GL SQ QM F

Blocos 2 20,09524 10,04762 9,1079** Tratamentos 6 14,47619 2,41270 2,1871ns

Resíduo 12 13,23810 1,10317 Total 20 47,80952

** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < .01), ns não significativo (p >= .05)

Assim como a severidade, os tratamentos não diferiram entre si, no que diz respeito à produção (Tabela 2).Os resultados apresentados no presente trabalho podem ser explicados por alguns fatores ocorridos durante a realização do experimento que influenciaram a eficiência do controle, como clima competição com plantas invasoras e a não adaptação do híbrido a região.

A época certa para o plantio na região é no inverno onde as temperaturas são mais amenas, quando cultivada em condições não favoráveis a planta gastará mais energia para produção e para a ativação do seu sistema de defesa contra o ataque de patógenos, sendo assim a resistência induzida pelo ASM, pode apresentar resultados diferentes do esperado, quando comparado a plantas em condições ideais de cultivo, dessa forma a planta de tomate sofre estresse devido às altas temperaturas obtidas na região, uma vez que a temperatura média chegou a 34º C, ficando seu desenvolvimento comprometido, a infecção do patógeno e o progresso da doença.

Tabela 2 Análise de variância para a Produtividade, de tomateiro industrial híbrido Brs Sena, ao final do

ciclo. FV GL SQ QM F

Blocos 2 6,42675 3,21338 2,8848ns

Tratamentos 6 2,04346 0,34058 0,3057ns Resíduo 12 13,36691 1,11391

Total 20 21,83712

ns não significativo (p >= .05)

Marcuzzo et al., 2009, mostrou que quando a temperatura chegou a 30°C houve decréscimo na

severidade, dessa maneira as altas temperaturas ocorridas durante o período de realização desse trabalho podem ter influenciado os resultados.

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O híbrido utilizado BRS sena, não é adaptado ao plantio nessa época, assim como não mostrou bom desenvolvimento na região, o que pode ter influenciado os resultados, principalmente de produtividade, que foi bem menor do que o esperado, além da qualidade dos frutos ter sido inferior quando comparado a outros híbridos, que possuem melhor desempenho na região. Este híbridoapresenta tolerância à mancha bacteriana, e apenas essa característica já é suficiente para obtenção de níveis de severidade reduzidos em relação a um híbrido suscetível.

ConclusõesO ASM e HDC não foram eficientes no controle da mancha bacteriana na região do norte de Minas,

quando cultivado no verão, as aplicações não influenciaram a produtividade da cultura. É interessante a repetição deste trabalho em época recomendada e utilizando outro híbrido que seja mais adaptado a região.

Agradecimentos

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pela concessão de bolsas, ao IFNMG – campus Januária, pela disponibilização das instalações, a Embrapa Hortaliças por ceder sementes e o isolado de X. perforans.

Literatura citada CAVALCANTI F.R., RESENDE M.L.V., ZACARONI A.B., RIBEIRO JÚNIOR P.M., COSTA J.C.B., SOUZA R.M., Acibenzolar-S-metil e Ecolife® na indução de respostas de defesa do tomateiro contra a mancha bacteriana (Xanthomonasvesicatoria). Fitopatologia Brasileira 31:372-380, 2006. MARCUZZO, L.L.; FERNANDES, J.M.C; BECKER, W.F. Influência da temperatura e da duração do molhamento foliar na severidade da mancha bacteriana do tomateiro. Summa Phytopathologica, v.35, n.3, p.229-230, 2009. MEDEIROS F.C.L., RESENDE M.L.V., MEDEIROS F.H.V., ZHANG H.M., PARÉ P.W., Defense gene expression induced by a coffee-leaf extract formulation in tomato, Physiological and Molecular Plant Pathology, v. 74, p. 175e183, 2009. PONTES N.d.,Otimização do controle químico da mancha bacteriana em tomate para 4 processamento industrial com ênfase na utilização do acibenzolar-S-metil. Viçosa, Brasil: Universidade Federal de Viçosa, 2012. QUEZADO-DUVAL A.M., GAZZOTO FILHO A., LEITE JÚNIOR R.P., CAMARGO L.E.A., Sensibilidade a cobre, estreptomicina e oxitetraciclina em Xanthomonasspp. associadas à mancha-bacteriana do tomate para processamento industrial. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 21, n. 4, p. 670-675, 2003. QUEZADO-DUVAL A.M., PONTES N.C., NASCIMENTO A.R., MOITA A.W., Metodologia de avaliação da severidade da mancha bacteriana em tomateiro para processamento industrial. Embrapa Hortaliças (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 73), Brasília, 2011.

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SUBSTRATOS E DOSES DE NITROGÊNIO NO CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE Triplaris gardneriana Wedd.

Leandro Dias de Oliveira1, Renan Alves Santos2, Janny Kelly Ramires Souza2, Romulo Ewerton

GomesSousa2, Érika Susan Matos Ribeiro2, Izabella Luzia Silva Chaves2, Vinícius Orlandi Barbosa Lima3

1Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Bolsista do PIBIC/IFNMG. Email: [email protected] 2Acadêmico(a) de Engenharia Florestal – IFNMG/ Salinas. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas, Depto. Engenharia Florestal. Email: [email protected] Resumo:O objetivo deste estudo foi avaliar a influencia de substratos e doses de nitrogênio sobre o crescimento de mudas de Triplaris gardneriana (pajeú). Foram testados dois substratos combinados com vermiculita e cinco doses de nitrogênio, variando de 0 a 200mg/dm³. O recipiente utilizado foi o tubete de 55ml e o ambiente de condução do experimento foi em casa de vegetação com sombreamento de 50%. O substratos não exerceram efeito sobre o crescimento inicial das mudas. As doses de nitrogênio não influenciaram a altura das plântulas, mas exerceram efeito sobre o diâmetro do coleto. A dose de 150mg/dm³ proporcionou as maiores taxas de crescimento, enquanto sua combinação com o substrato composto por vermiculita e casca de pinus foi a mais indicada para a produção de mudas de pajeú. Palavras–chave: mudas, pajeú, sulfato de amônio

IntroduçãoAlgumas características ímpares como boa adaptação ao clima e solos locais fazem das espécies

nativas uma alternativa viável e recomendada nas atividades de reflorestamento e arborização além de colaborar para a conservação das espécies (CUNHA et al., 2005). Nesse contexto, a espécie Triplaris gardneriana conhecida popurlamente como Pajeú, pertencente á família Polygonaceae vem ganhando espaço na utilização para a recuperação de matas ciliares devido, o seu rápido crescimento e fácil adaptação á terrenos úmidos. Apesar de sua notável importância, ainda são escassos estudos inerentes às suas exigências em fase de viveiro. Neste sentido, a combinação de diferentes substratos tem sido investigada com maior ênfase nas pesquisas florestais, uma vez que influencia diretamente no crescimento das mudas produzidas. De acordo Medonça et al., (2004) o substrato ideal também deve conter nutrientes que garantam a sobrevivência das mudas após a abscisão dos cotilédones. Nesse sentido, a adubação nitrogenada aparece com uma eficaz maneira de se fornecer nutriente às mudas, uma vez que o Nitrogênio é o elemento de maior demanda durante o processo de crescimento dos vegetais (CARVALHO et al., 2011). Este trabalho teve como objetivo verificar a influencia de substratos e doses de nitrogênio sobre o crescimento de mudas de Triplaris gardneriana.

Material e MétodosO trabalho foi conduzido sob condições de casa de vegetação, com 50% de sombreamento, no setor de

agricultura I do IFNMG campus Salinas. O experimento foi instalado no delineamento experimental em blocos casualizados com 4 repetições. Foi avaliado o efeito dos substratos: 1) 50% de Bioplant ® e 50% de vermiculita e 2) 50% de pó de casca de pinus e 50% de vermiculita juntamente com diferentes doses de Nitrogênio: 1) 0 mg/dm³, 2) 50 mg/dm³, 3) 100 mg/dm³, 4) 150 mg/dm³, 5) 200 mg/dm³, usando como fonte o Sulfato de Amônio. Cada unidade experimental foi constituída por 10 mudas em tubetes de 55cm³. As variáveis de crescimento foram avaliadas 45 dias após a emergência das plântulas, onde foram medidos a altura da parte aérea (régua milimetrada) e diâmetro do coleto (paquímetro digital).

Resultados e Discussão

Os resultados das doses de nitrogênio no desenvolvimento inicial das mudas de Triplaris gardneriana mostraram influência significativa apenas na variável diâmetro do coleto (Figura 1). Não houve diferença estatística representativa para a variável altura nas diferentes doses aplicadas, entretanto, a dose de 150 mg/dm³ foi a que proporcionou maior crescimento (Figura 2). Esta mesma dosagem de nitrogênio foi a mais eficiente para a variável diâmetro do coleto, sendo estatisticamente semelhante à dose de 200mg/dm³ pelo teste Tukey a 5%. Com relação aos substratos testados, a composição contendo 50% de bioplant e 50% de vermiculita (S1) se destacou para a variável diâmetro do coleto. Já o substrato contendo 50% de pó de casca de pinus e 50% de vermiculita (S2) destacou-se para a variável altura.

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Figura 1 Diâmetro do coleto de plântulas de pajeú sob diferentes doses de nitrogênio e substratos

Figura 2 Altura da parte aérea de plântulas de pajeú sob diferentes doses de nitrogênio e substratos. Destaca-se que houve uma nítida diferença entre a coloração das folhas das mudas nos substratos

estudados, sendo que as mudas desenvolvidas sob o S1 se mostraram com uma coloração amarelada quando comparadas com as do substrato S2. Entretanto, em nível de significância a 5%, não houve diferença estatística entre os dois substratos analisados para as variáveis de crescimento. Na relação altura/diâmetro, a combinação do substrato S2 com a dose 200 mg/dm³ foi a que obteve o maior valor entre os tratamentos (3,99), sendo a que mais se aproximou da relação adequada recomendada por Carneiro (1995). A combinação em que houve maior incremento em diâmetro foi a dose de 150 mg/dm³ no substrato 2, não havendo entretanto, diferença significativa entre as doses 50, 100 e 200 mg/dm³ no mesmo substrato. O maior crescimento em altura observado foi no tratamento contendo o substrato S2 e dose de 150 mg/dm³ não havendo diferença significante entre todas as outras doses no mesmo substrato.

Conclusões O substrato composto por casca de pinus e vermiculita combinado com a maior dose de nitrogênio, proporcionou a melhor relação altura/diâmetro, porém a dose de 150mg/dm³ combinada com este mesmo substrato, proporcionou as maiores taxas de crescimento das variáveis isoladamente.

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A dosagem de nitrogênio avaliada que maximizou o crescimento em altura da parte aérea e diâmetro do coleto em combinação com o substrato foi 150mg/dm³, com uma estagnação do crescimento em proporções superiores a esta dose.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG campus Salinas pelo apoio e concessão de bolsa de iniciação científica.

Literatura citadaCARNEIRO, J.G.A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF; Campos:UENF, 1995. 451p. CARVALHO, C. M.; VIANA, T. V. A.; MARINHO, A. B.; JUNIOR, L. A. L.; AZEVEDO, B. M. & SOUZA, G. G. Adubação nitrogenada e crescimento inicial do pinhão manso irrigado. R. Capa. 5(4), 2011. CUNHA, A. O.; ANDRADE, L. A.; BRUNO, R. L. A.; SILVA, J. A. L. & SOUZA, V. C. Efeitos dos substratos e das dimenções dos recipientes na qualidade de mudas das mudas de Tabebuia impetiginosa (Mart ex D. C.) Standl. R. Árvore. 29(4), 2005. MEDONÇA, V. RAMOS, J. D.; DANTAS, D, J.; MARTINS P. C. C.; GONTIJO, T. C. C. & PIOR, R. Efeito de doses de osmocote e dois tipos de substratos no crescimento de mudas do mamoeiro “Formosa”. R. Ceres. 51(296). 467-476, 2004.

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TÉCNICAS ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO PARA QUEBRA DE DORMÊNCIA DO PEQUI (Caryocar brasiliense CAMBESS)

Lídicy Macedo Tavares1,Heron Walmor Santos Cruz2,Alexandre Petusk Filipe2

1Acadêmica de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, Email:[email protected]; [email protected] Resumo:O pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess) é uma planta arbórea típica do Cerrado Brasileiro, muito utilizadona culinária, vem sendo alvo de muitas pesquisas visando à sua preservação. O presente estudo teve o objetivo de analisar métodos alternativos de quebra de dormência da semente, para acelerar e viabilizar a baixo custo a reprodução dessa planta. A coleta dos frutos foi realizada na região circunvizinha do IFNMG, campus Januária MG, sendo suas sementes submetidas a um tratamento convencional e três alternativos para comparação entre si e com a testemunha, para análise qualiquantitativa, afim de elucidar metodologias viáveis socioeconomicamente para serem usadas na agricultura familiar já que os métodos convencionais são dotados de protocolo rigoroso e reagentes caros, porém devido a condições adversas o experimento foi repetido e com o pouco tempo de semeadura a germinação ainda não ocorreu, sendo assim a analise de resultados não foi possível. Palavras–chave: cerrado, dormência, pequi, plantio

Introdução O pequizeiro(Caryocar brasiliense) é uma árvore protegida por lei (Portaria no. 54 de 03.03.87 –

IBDF -)que impede seu corte e comercialização em todo o Território Nacional. Visando a sua preservação, o Governo de Minas Gerais criou a Lei 13.965,que instituiu o Programa Mineiro de Incentivo ao Cultivo, ao Consumo, à Comercialização e à Transformação do Pequi e Demais Frutos de Produtos Nativos do Cerrado, o Pró-Pequi.

Trata-se de uma planta nativa do cerrado com um grande potencial para a econômia, no entanto sua propagação é limitada pela baixa taxa de germinação da semente, cuja causa é o elevado período de dormência destas sementes Pozo (1997), o pequizeiro no Norte de Minas Gerais é explorado de forma extrativista principalmente nas comunidades ele apresenta madeira de ótima qualidade, seus frutos podem se usados como medicamento e na culinária é considerado um suplemento alimentar importante para as populações de baixa renda.

Embora possa ser totalmente aproveitado, pouco se sabe acerca do crescimento e desenvolvimento do pequizeiro. Heringer (1962) observou que raramente são vistas plantas novas de pequi em condições naturais. Embora vários estudos comprovem que as sementes apresentam forte dormência, dificultando assim sua germinação, se faz necessário a realização de um experimento no qual se teste métodos alternativos com maior viabilidade para quebra de dormência da semente do pequi. Os métodos mais conhecidos são com ácido giberélico e remoção do endocarpo. Mas, mesmo com essas metodologias os problemas de germinação do pequizeiro estão longe de serem resolvidos porque mesmo obtendo-se taxas relativamente altas de germinação, após remoção do endocarpo e a imersão em ácido giberélico, o processo de remoção é muito trabalhoso, demorado e provoca danos ao embrião.

Ainda, o ácido giberélico é relativamente difícil de ser obtido no mercado. Novos estudos devem ser feitos para tentar esclarecer os mecanismos de dormência, propondo novos métodos para sua superação.

Assim o objetivo deste projeto é avaliar e comparar outros métodos de quebrar dormência, levando em conta a praticidade e a viabilidade econômica. Serão avaliados os seguintes tratamentos:

a) Aquecimento das sementes envoltas em lona; b) Movimentação das sementes sem casca em um recipiente; c) Resfriamento das sementes na geladeira, d) Imersão em ácido giberélico. Serão avaliadas a porcentagem de emergência, sobrevivência e crescimento em função dos

tratamentos.

Material e MétodosO trabalho foi conduzido no período de março de 2013 a fevereiro de 2014, na área da agroecologia

do IFNMG campus Januária, MG. Foram utilizados os frutos da safra de 2012/2013.O experimento foi constituído de 5 parcelas de 50 sementes/amêndoas, foram avaliados os seguintes tratamentos:

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-Aquecimento das sementes: Foi retirada a polpa das sementes, depois elas foram envoltas em uma lona preta permanecendo assim por aproximadamente 10 dias.

- Movimentação das sementes em um recipiente: Foi retirada a polpa, e as sementes foram sacudidas durante 15 minutos para provocar pequenos choques na semente.

- Resfriamento das sementes na geladeira: Foi retirada a polpa, e as sementes foram colocadas para secar á sombra, após a secagem as sementes foram colocadas por um dia dentro da geladeira na parte inferior.

- Imersão em ácido giberélico: Foi retirada a polpa depois com a semente seca foi feito a imersão das sementes em uma solução de ácido giberélico por 36 horas, a proporção da solução foi de 1,5 litro de água para 1 grama de ácido giberélico. O produto utilizado foi da marca PROGIB.

-Testemunha que somente passou pelo processo de retirada da polpa. Depois de realizados os tratamentos o plantio foi efetuado com as sementes na posição longitudinal, a

uma profundidade de 2 cm e de 4 cm entre sementes/amêndoas em um canteiro a céu aberto. Posteriormente acrescentou-se uma camada de cobertura vegetal morta para conservação da umidade, a irrigação foi feita diariamente.

Resultados e DiscussãoPara análise de dados foi necessário uma repetição do experimento, pois não foi possível tirar

conclusões devido à ausência de germinação causada por fatores ainda não conhecidos.Supõe-se que ocorreu ataque de patógenos e insetos, ou ainda inviabilidade germinativa das sementes.

Mesmo com tratamentos para quebra de dormência a germinação da semente é lenta, sendo assim as sementes plantadas na repetição ainda não germinarão devido ao pouco tempo de plantio.Portando não foi possível a apresentação de resultados

Conclusões

O processo de germinação da semente é influenciado por vários fatores, entre eles fatores ambientais e fisiológicos do embrião. Nesse contexto acreditamos que a ausência de germinação no experimento não se deve aos tratamentos e sim a um ou vários fatores desconhecidos.

Agradecimentos

A FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais pela bolsa concedida. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Januária

pelo apoio. Aos professores, Heron Walmor Santos Cruz, Alexandre Petusk Filipe e Renildo Ismael Félix da

Costa pelas orientações durante o processo e conhecimentos transmitidos, pelo apoio, paciência e dedicação. Aos colegas, Jarbas Mendes Andrade, Juscelina Leite Ferreira Neta, Kivison Raysllan Ferreira Sobral

pelo apoio durante as atividades.

Literatura citadaALMEIDA, S.P.de;.Frutas nativas do cerrado: caracterização físico-química e fonte de nutrientes. EMBRAPA, 1998. FRANZON,R.C.; CARPENEDO.S.; SILVA.J.C.S. Produção de Mudas: principais técnicas utilizadas na propagação de fruteiras. Planaltina, DF,Embrapa cerrados, 2010. HERINGER, E.P. 1962. Pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess) Anais do XI Congresso Nacional de Botânica. 1: 113-118. POZO, O.V.C. O pequi (Caryocar brasiliense): uma alternativa para o desenvolvimento sustentável do cerrado do norte de Minas Gerais. 1997. 100f. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997.

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TRANSFERÊNCIA E ADAPTAÇÃO DA TECNOLOGIA DO CARNEIRO HIDRÁULICO DE GARRAFA PET NO BAIXO JEQUITINHONHA-MG

Iraiane Oliveira Rodrigues1, Felipe Alves de Oliveira1, Ricardo de Matos Silva1, Vico Mendes Pereira Lima2

1Estudantes do curso Técnico em Agropecuária.Email:[email protected], [email protected],[email protected]

2Professor do IFNMG/Almenara, D.Sc. Ciência do Solos. Email: [email protected]

Resumo: Objetivou-se, com esse trabalho desenvolver um carneiro hidráulico de garrafa pet que é uma das alternativas de tecnologia hídrica já existente, da qual foi aperfeiçoada a válvula de retenção para melhorar o funcionamento do bombeamento de água. Além disso, o carneiro hidráulico apresenta preço acessível e, com o aperfeiçoamento na válvula de retenção, há um menor desgaste das peças, pois, diferentes dos outros carneiros, o parafuso não movimenta quando ocorre o “Golpe de Aríete”. A montagem e o funcionamento do carneiro hidráulico pode ser observado pelos alunos e visitantes, sendo acessível a transferência de tecnologia desse equipamento para as pessoas. O carneiro hidráulico de garrafa pet também oferece outra importante vantagem por ser uma bomba hídrica que não agride o meio ambiente e pode ser utilizada na agroecologia.

Palavras–chave: agroecologia, carneiro hidráulico, tecnologia hídrica, válvula de retenção

IntroduçãoO carneiro hidráulico de garrafa pet uma tecnologia já existente, sendo o carneiro uma fonte

alternativa de bombeamento de água a preço acessível e de fácil montagem. Diferente de outros tipos de alternativa de bombeamento de água como a roda d’água, o carneiro hidráulico de garrafa pet teve adaptações em que impede que haja maiores desgastes das peças.

O carneiro hidráulico de garrafa pet é uma bomba que tem como função bombear um volume de água por meio da gravidade para outro localde altura maior do que veio a água para o carneiro. O carneiro hidráulico é de fácil montagem e de baixo preço. Sendo que esse pode ser utilizado para uso agrícola como: bombear água para um reservatório que, posteriormente, abastecerá um sistema de irrigação. No entanto, o carneiro hidráulico de garrafa pet, por ser uma tecnologia que não agride o meio ambiente e pelo fato de não utilizar nenhum tipo de combustível fóssil, pode ser utilizado na área da agroecologia.

Diante do exposto, objetivou-se, com esse trabalho, transferir e adaptar a tecnologia do carneiro hidráulico de garrafa pet no Baixo Jequitinhonha-MG.

Material e Métodos

Um dos benefícios do carneiro hidráulico de garrafa pet é que para ser funcionado não necessita da energia elétrica e sim da força da gravidade que a água cai em direção a bomba por meio do tudo de alimentação, sendo o carneiro hidráulico uma bomba ecológica. No entanto, o carneiro hidráulico de garrafa pet funciona automaticamentepelo efeito do golpe de aríete que acontece na válvula de retenção da bomba. O “Golpe de Aríete”é um surto de pressão que ocorre no tubo de alimentação que é conduzido à água ao carneiro hidráulico, este designa as variações de pressão decorrentes de variações da vazão, causadas por alguma perturbação, voluntária ou involuntária, que se imponha ao fluxo de líquidos em condutos, tais como operações de abertura ou fechamento de válvulas.

O carneiro hidráulico de garrafa pet teve de passar por alguns ajustes na válvula de retenção, em que realizou-se vários testes, com diferentes molas, para se obter a melhor opção de mola que seria utilizada na válvula retenção. Era necessária uma mola que proporcionasse uma pressão adequada na válvula para a ocorrência do “Golpe de Aríete”. Além disso, foi feito outros reparos na válvula de retenção, introduzindo-se dois calços na parte superior e inferior da mola. Esse calço era constituído de um pedaço de plástico para melhor aperfeiçoamento e funcionamento da válvula.

Diferente dos outros tipos de carneiro hidráulico de garrafa pet o parafuso deste não fica na válvula de retenção, sendo que foi adaptado à válvula um niple de 1’. Nesse niple foi adaptado um parafuso, em que, na sua parte superior foi passado um pouco de massa plástica, sendo que nessa própria massa plástica foi feito uma rosca para o parafuso. Outra diferença desse carneiro hidráulico de garrafa pet é que o parafuso não se move ao fazer o golpe de aríete, sendo uma vantagem pelo fato de não ter desgaste no parafuso.

No entanto, para funcionar o carneiro hidráulico garrafa pet é necessário que seja feito regulagem no parafuso, pois a válvula de retenção do carneiro só vai realizar o golpe de aríete após ter regulado o parafuso, pois de acordo apertar e afrouxar o parafuso regula quantidade de água que ira sair.

Tabela 1 Peças utilizadas para a montagem do carneiro hidráulico de garrafa pet.

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Figura 1 Montagem das peças do carneiro hidráulico de garrafa pet.

Resultados e DiscussãoMontando o carneiro hidráulico de garrafa pet foi testado em um sítio, onde o carneiro foi adaptado

por meio de mangueira em uma caixa d’água, sendo que a altura da quedada água para o carneiro era de dois metros.

O carneiro hidráulico de garrafa pet foi testado, sedo que a água bombeada por ele foi maior que cinco metros de altura, ou seja, a altura de alcance do carneiro foi mais de duas vezes maior do que a altura de queda da água da caixa para o carneiro. Visto que o resultado do carneiro hidráulico ao bombear a água da caixa, pode-se observar que esse tem grande utilidade na área agrícola. O carneiro hidráulico foi levado para o IFNMG campus Almenara, onde foi funcionado no projeto PAIS na instituição, em que foi mostrado o funcionamento da bomba para os alunos do curso de agropecuária e zootecnia., Assim, os alunos puderam observar o funcionamento do carneiro hidráulico de garrafa pet e saber de suas vantagens, ou seja, os alunos tiveram acesso a uma transferência de tecnologia que é o carneiro hidráulico de garrafa pet. Foram feitas pesquisas sobre o preço para montagem do carneiro hidráulico de garrafa pet, sendo que o valor de compra de todas as peças junto com a massa plástica teve um custo de R$ 77,51 reais, ou seja, para construir um carneiro hidráulico de garrafa pet não fica caro, pois é de preço acessível.

Numeração Peças1 Garrafa pet 2 “T”de rosca de PVC 3/4 3 Niple de rosca de PVC 3/4 4 Válvula de retenção vertical galvanizado 3/4 5 Niple de rosca de PVC ¾ 6 “T” de rosca de PVC 3/4 7 Bucha de redução de rosca PVC ¾ para ½ 8 Niple de rosca de PVC 1” 9 Joelho de PVC 1” 10 Niple de rosca PVC 1” 11 Válvula de retenção 1” 12 Niple de rosca de PVC 1” 13 Parafuso 14 Mola 15 Suportes de plástico 16 Registro 3/4 17 Registro 1/2

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ConclusõesDe acordo com os resultados apresentados pôde-se concluir que:

a) O carneiro hidráulico de garrafa pet possui potencial para uso na área agrícola no Baixo Jequitinhonha;

b) O custo de fabricação e montagem do carneiro hidráulico de garrafa pet é inferior aqueles encontrados comercialmente.

AgradecimentosAgradeço as instituições colaboradoras IFNMG, FAPEMIG e CNPq pelo suporte oferecido.

Referências BibliográficasFILHO, G. L. T; VIANA, A. N. C. Carneiro hidráulico, o que é e como construí-lo. Centro Nacional de Pequenos Aproveitamentos Hidroenergéticos(CERPCH). Itajubá-MG, 2002.2-4p. CARARO, D. C.; DAMASCENO, F. A.; GRIFFANTE, G.; ALVARENGA, L. A.Características construtivas de um carneiro hidraúlico com materiais alternativos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental,V. 11, n4, p 349-354, 2007. Campina Grande-PB, UAEAg/UFCG

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UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS SIMPLIFICADOS PARA A ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA PARA TAIOBEIRAS –MG

Glauson Wesley Lacerda Dutra¹, Pedro Henrique de Melo Rocha¹, Alice Soares Brito2, Juscelina Arcanjo dos Santos3, Alessandro Almeida Mendes4, Marcelo Rossi Vicente5

1Estudantes Tec. em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsistas do PIBIC-EM/IFNMG/CNPq. Email: [email protected] , [email protected] 2Acadêmica de Engenharia Florestal do IFNMG campus Salinas. Bolsista PIBEX. Email: [email protected] 3Acadêmica de Engenharia Florestal do IFNMG campus Salinas. Bolsista FAPEMIG. Email: [email protected] 4Acadêmico de Engenharia Florestal do IFNMG campus Salinas. Colaborador. Email: [email protected] 5Prof. do IFNMG campus Salinas. Email: [email protected] Resumo: Em função da pouca disponibilidade de informações meteorológicas no Brasil, o uso de métodos empíricos simplificados de estimativa de evapotranspiração baseados em temperatura se faz necessário. No presente trabalho, objetivou-se estimar e comparar a evapotranspiração de referência de dois métodos simplificados, Hargreaves e Blaney-Criddle-FAO, com o método Penman-Monteith-FAO para a Região de Taiobeiras, MG. Utilizou-se o software Irriplus para a determinação da evapotranspiração de referência para os diferentes métodos e procederam-se as análises de regressão e de erro de estimativa padrão. Após análises dos resultados, observou-se que o método de Penman-Monteith com dados faltantes foi o que apresentou maior aproximação ao método Penman-Monteith-FAO para estimativa da evapotranspiração de referência. Todos o métodos estudados subestimaram os valores de ETo estimados pelo método padrão. O ajuste local dos métodos simplificados proporcionou melhoria significativa da estimativa de ETo. Palavras-chave: Blaney-Criddle-FAO, Hargreaves, Penman-Monteith-FAO

Introdução A evapotranspiração de referência (ETo) é o principal elemento para se determinar a demanda de água

pelas culturas. A determinação por meios diretos, geralmente, utiliza de equipamentos denominados lisímetros, entretanto a seu uso está restrita a instituições de pesquisa. Destaca-se assim, a utilização de métodos indiretos, uma vez que proporciona resultados satisfatórios, além de minimizar custo e tempo, quando comparado aos métodos diretos (ALVES SOBRINHO et al. 2011).

Dentre os métodos indiretos, o uso de equações empíricas para a estimativa da ETo obteve maior importância com o uso de estações meteorológicas automáticas, devido à facilidade com que os dados são manipulados e por estarem disponíveis em meios eletrônicos de fácil acesso (TAGLIAFERRE et al. 2010).

O uso de métodos empíricos simplificados de estimativa da ETo, baseados em um menor números de variáveis meteorológicas, sendo essas variáveis obtidas facilmente a um baixo custo, são de grande valia para pequenos e médios produtores agrícolas. Entretanto esses métodos devem ser calibrados para locais específicos, de modo a fornecerem resultados mais confiáveis.

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo estimar e comparar a evapotranspiração de referência (ETo) calculada por meio de dois métodos simplificados ao método de Penman-Monteith FAO, além de verificar a melhoria dos ajustes nos métodos simplificados, para Taiobeiras, MG.

Material e Métodos

Utilizou-se para o trabalho um banco de dados climáticos diários do Município de Taiobeiras que foram obtidos em uma estação automática Davis Modelo Vantage Pro Plus localizada em uma propriedade rural, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Os dados climáticos disponíveis foram: temperaturas máxima, mínima e média do ar, radiação ou horas de brilho solar, umidade relativa e velocidade média do vento, além de precipitação.

As estimativas da evapotranspiração de referência (ETo) foram realizadas pelo aplicativo Irriplus. Os métodos utilizados para estimativa dos valores da ETo foram o de Penman-Monteith-FAO (PM) (ALLEN et al. 1998), Blaney-Criddle-FAO FAO (BC) (ALLEN & PRUITT, 1986) e Hargreaves (HG) (HARGREAVES & ALLEN, 2003). Além destes métodos, determinou-se a ETo pelo método de Penman-Monteith-FAO, utilizando-se os procedimentos estabelecidos no boletim da FAO Nº 56 para a utilização do método Penman-Monteith-FAO apenas com dados das temperaturas máxima e mínima, denominado aqui no trabalho de Penman-Monteith-FAO com dados faltantes (PM-F)

Dessa forma determinou-se a umidade relativa baseando-se apenas em dados de temperatura, a radiação solar utilizando-se dados de temperatura e da radiação extraterrestre, conforme metodologia proposta por Hargreaves & Samani (1982) e fixou-se a velocidade do vento em 2 m/s.

A comparação dos resultados foi feita entre o método padrão Penman-Monteith-FAO e demais métodos testados (HG, BC e PM-F). Os valores de ETo foram analisados para o período de um ano, em

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valores diários médios (média dos quatros anos em estudo), onde foram ajustadas as equações de regressão e determinados o erro percentual, o erro-padrão de estimativa (SEE), o erro-padrão de estimativa ajustado (SEEa) e o coeficiente de ajuste das equações lineares completas, bem como os respectivos coeficientes de determinação (r²)

Resultados e Discussão

Observam-se na Tabela 1 os valores estimados pelos métodos em estudo (PM, HG, BC e PM-F). Observam-se que todos o métodos simplificados subestimaram os valores de ETo para Taiobeiras, sendo o método de Penman-Monteith com dados faltantes (PM-F) o que apresentou a estimativa mais próxima do método padrão (93,7%) e o método BC que apresentou a menor subestimação (54 %). O método BC apresentou o pior SEE, entretanto após o ajuste observou-se sensível melhoria da estimativa. Os métodos de HG e PM-F apresentaram os valores de SEE e SEEa próximos, além de proximidades nos valores estimados de ETo. Tal efeito pode ser proporcionado pelas estimativas de radiação solar serem feitas pela mesma metodologia nos dois métodos citados e também pela radiação solar ser a variável climática que exerce maior importância na determinação da ETo. Tabela 1 Evapotranspiração média diária do período, mm d-1; percentagem em relação ao método-padrão

(PM); erro-padrão de estimativa em relação ao método padrão, mm d-1; erro-padrão de estimativa ajustado pela regressão, mm d-1; coeficiente de determinação para a regressão ajustada e parâmetros de ajuste da equação de regressão ajustada.

Método ETo

(mm d-1) %

SEE

(mm d-1)

SEEa

(mm d-1) r² a B

PM 4,91 100 - - - - -

PM-F 4,60 93,7 0,799 0,599 0,8261 2,2522 0,4785

HG 4,36 88,8 0,718 0,424 0,9047 0,8039 0,7257

BC 2,65 54 2,413 0,330 0,9399 0,9831 0,3406 Observam-se nas Figuras 1a e 1b o comportamento da ETo ao longo dos meses antes (Figura 1a) e

após os ajustes (Figura 1b). Observa-se na Figura 1a que o método PM-F subestima em boa parte do ano o método padrão (PM), superestimando apenas no período de temperaturas mais baixas (maio a agosto). Observa-se que após o ajuste (Figura 1b) os métodos de estimativa baseados apenas em dados de temperatura aproximam-se do método padrão.

(a)

(b) Figura 1 Médias mensais de ETo (mm d-1) estimadas por diferentes métodos antes (a) e após os ajustes (b).

Conclusões

Para a localidade estudada e período analisado, o método de Penman-Monteith com dados faltantes foi o que apresentou maior aproximação ao método Penman-Monteith-FAO para estimativa da evapotranspiração de referência. Todos os métodos estudados subestimaram os valores de ETo estimados pelo método padrão. O ajuste local dos métodos simplificados proporcionou melhoria significativa da

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1

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III SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III MOSTRA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO IFNMG

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estimativa de ETo. Ressalta-se da importância da repetição deste trabalho em um banco climático com maior número de anos.

Agradecimentos Ao CNPq e ao IFNMG campus Salinas pela concessão da bolsa PIBIC-EM.

Literatura Citada ALLEN, R.G. & PRUITT, W.O. Rational use of the FAO Blaney-Criddle formula. Journal of Irrigation and Drainage ASCE. 112 : 139-155, 1986. ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M. Guidelines for computing crop water requeriments. Rome: FAO, 1998. ALVES SOBRINHO, T.; RODRIGUES, D.B.B.; OLIVEIRA, P.T.S.; REBUCCI, L.C.S.; PRETUSSATTI, C.A. Estimativa da evapotranspiração de referência através de redes neurais artificiais. Revista Brasileira de Meteorologia. 26 : 197-203, 2011. HARGREAVES, G.H. & ALLEN, R. G. History and evaluation of Hargreaves evapotranspiration equation. Journal of Irrigation and Drainage Engineering. 129 : 53-63, 2003. HARGREAVES, G. H. & SAMANI, Z. A. Estimating potential evapotranspiration. Journal of Irrigation and Drainage Engineering. 108 : 225-230, 1982. TAGLIAFERRE, C,SILVA, R.A.J.; ROCHA, F.A.; SANTOS, L.C.; SILVA, C.S. Estudo comparativo de diferentes metodologias para determinação da evapotranspiração de referencia em Eunapolis-BA. Revista Caatinga. 23 : 103-111, 2010.

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UTILIZAÇÃO DE SILAGEM DE CAPIM-MOMBAÇA (Panicum maximum Jacq.) PARA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS NO VALE DO JEQUITINHONHA¹

Matheus Gobira Lacerda2, Leandro Mendes Brito2, Emille Xavier Cordeiro3, Danrlei Lopes de Oliveira4,

Joan Brálio Mendes Pereira Lima5

1Projetofinaciado pela Coordenadoria de Pesquisa do IFNMG Campus Almenara 2Alunos do curso Técnico em Agropecuária e bolsistas do CNPq 3Aluna do curso Técnico em Agropecuária e bolsista da FAPEMIG 4Aluno do curso Técnico em Zootencia e bolsista do IFNMG Campus Almenara 5Professor do IFNMG Campus Almenara. Médico Veterinário, M.Sc., Doutor em Zootecnia. Email: [email protected] Resumo:Objetivou-se apresentar boas alternativas para alimentação de bovinos com silagemde capim-mombaça(PanicummaximumJacq.), indicando o tempo ideal de ensilamento e possíveis níveis de inclusão com farelo de milho e cana-de-açúcara fim de potencializar a fermentação. Para tanto, avaliou-se o uso de capim-mombaçacomo alimento ensilado, emdiferentes períodos (0, 14, 28, 50 e 100 dias) e níveis de inclusão de farelo de milho (0; 2,5; 5 e 10%) e cana-de-açúcar (0, 5, 10 e 20%). A densidade dos silos de capim-mombaça foi de 533±28kg/m³. A partir de 22 dias de ensilagem, o valor de pH no interior dos silos foi de 4,6, sendo adequado para a conservação do alimento. A inclusão de até 10% de farelo de milho ou de até 20% de cana-de-açúcar melhorou o padrão fermentativo da silagem de capim-mombaça.

Palavras–chave:conservação de volumosos, ensilagem, pH

IntroduçãoO Vale do Jequitinhonha apresenta grande aptidão para a produção bovina, principalmente em

sistemas que utilizam pastagens como base alimentar. No entanto, devido ao comprometimento da oferta de forragem, decorrente do período seco do ano, estratégias de conservação de volumosos para alimentação de bovinos, neste período, devem ser delineadas. Dentre as estratégias de conservação, a silagem de capim-mombaça surge como alternativa de baixo custo, uma vez que o produtor pode conservar o excesso de capim produzido na estação chuvosa, para utilização na época de escassez de alimentos. O processo de ensilagem consiste na ação de micro-organismos anaeróbicos que, por meio da fermentação, utilizam os carboidratos solúveis dos alimentos e produzem ácidos que promovem abaixamento do pH e por fim, a conservação do alimento(Tomich, 2012). O principal limitante na elaboração de silagens de capins está relacionado ao baixo teor de carboidratos solúveis, que dificulta a fermentação apropriada para conservação. No entanto, a adição de alimentos ricos em carboidratos solúveis, como a cana-de-açúcar ou milho, melhora o padrão fermentativo dessas silagens (Vilela, 1998). Além disso, para garantir a produção de silagens de capim de alta qualidade, o produtor deve observar o momento de corte do capim, para garantir adequado teor de matéria seca e valor nutritivo; o tamanho de partícula uniforme e ≤15mm, para garantir adequada compactação e retirada do oxigênio; o tempo de enchimento do silo que deve ser de preferencialmente 1 dia; a adequada vedação do silo para garantir ambiente anaeróbio; e o tempo de ensilagem e conservação (Vilela, 1998).

Objetivou-se apresentar, ao produtor do médio-baixo Jequitinhonha, boas alternativas para alimentação de bovinos com silagem de capim-mombaça, indicando o tempo ideal de ensilamento e possíveis níveis de inclusão com farelo de milho e cana-de-açúcar para potencialização da fermentação.

Material e Métodos

O experimento foi realizado na fazenda Primavera, localizada a 2 km da cidade de Almenara-MG. O clima da região é do tipo tropical estacional (Aw) (Köppen, 1931), com precipitação pluvial média de 1.050mm/ano, sendo 80% desta, concentrada nos meses de novembro a março. Avaliou-se o uso de capim-mombaça (PanicummaximumJacq.) como alimento ensilado, emdiferentes períodos (0, 14, 28, 50 e 100 dias) e níveis de inclusão de farelo de milho (0; 2,5; 5 e 10%) e cana-de-açúcar (0, 5, 10 e 20%). A avaliação dos níveis de inclusão de milho e cana foi realizada no período de ensilagem de 50 dias. O capim-mombaça, manejado em sistema intensivo de pastejo, apresentava no mês de maio altura média inicial de 109 cm, sendo colhido a 38cm do solo, por meio de corte manual e, em seguida, picado em máquina forrageira estacionária. Logo após, procedeu-se à ensilagem em silos de PVC, com 100mm de diâmetro e 40cm de altura. Realizou-se compactação manual do material, colocando-se aproximadamente 1,5kg de forragem fresca por silo e a porcentagem de cana ou milho, conforme os tratamentos.No laboratório do IFNMG Campus Almenara, realizou-se avaliação qualitativa da presença de mofo, coloração e cheiro das silagens (Tomich, 2012). Além disso, avaliou-se o pH, com o auxílio do pH-metro, conforme metodologia descrita por Wilson e Wilkins (1972). Para tanto, realizou-se a extração, com prensa manual, do suco do material presente no centro do silo, em três sub-amostras, para imediata aferição do pH. Para determinação da densidade (kg/m3) utilizaram-se as

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equações: D = m.V-1eV = π.R2.h, onde:V = volume do cilindro; R = raio do cilindro; h = altura do cilindro; D = densidade; m = massa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, sendo os dados submetidos às análises de regressão,utilizando-se o pacote estatístico SAEG (UFV, 2007).

Resultados e Discussão

Dentre os parâmetros utilizados na avaliação de silagens, a densidade e o pH são altamente correlacionados com a qualidade do processo de ensilagem e por consequência, doproduto final (Tomich, 2012). A densidade dos silos de capim-mombaça foi equivalente a densidade para um silo do tipo trincheira, com valor de 533±28kg/m³. Nas avaliações qualitativas das silagens observou-se ausência de morfo, boa coloração e cheiro das silagens, independente do período ou tratamento avaliado. Infere-se que houve adequada compactação do capim no silo, o que contribuiu para a qualidade final da silagem, uma vez que, a etapa de compactação é determinante do processo de fermentação por favorecer o crescimento de microbiota específica, inibindo assim, fermentações secundárias e crescimento de micro-organismos aeróbios indesejáveis.A redução do pH em função dos dias de ensilagem seguiu comportamento logarítmico (Figura 1). Considerando-se o valor de pH de 4,6 como referência para elaboração de silagens de boa qualidade (Tomich, 2012), a partir de 22 dias de ensilagem, os valores de pH no interior do silo foram adequados para a conservação do alimento.

Figura 1 Variação do pH de silagens de capim-mombaça em função do tempo de ensilagem.

A inclusão de milho ou cana, independente do nível, melhorou o padrão fermentativo da silagem de

capim-mombaça, sendo que as silagens que tiveram adição de milho apresentaram maior redução de pH quando comparadas ao mesmo nível de inclusão de cana (Figura 2). Estas diferenças se devem, possivelmente, em função das diferenças destes alimentos, quanto aos teores de carboidratos, o que proporciona alterações no padrão fermentativo, tendo o milho: 73,5% de amido e 19,9% de açucares solúveis; e a cana: 5,5% de amido e 42,83% de açucares (Valadares Filho et al., 2010).

y = -0,218ln(x) + 5,2802R² = 0,99

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pH

Tempo (dias de ensilagem)

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Figura 2 Variação do pH de silagens de capim-mombaça em função dos níveis de inclusão de farelo de

milho e cana-de-açucar.

ConclusõesA elaboração de silagem de capim-mombaça apresentou-se como alternativa viável ao produtor para

alimentação de bovinos durante a época da seca. A inclusão de até 10% de farelo de milho ou de até 20% de cana-de-açucar melhora o padrão

fermentativo da silagem de capim-mombaça.

AgradecimentosAgradecemos o apoio concedido pelo Sr. Arnou Rocha (Fazenda Primavera) e pelo CNPq, FAPEMIG

e IFNMG pela concessão das bolsas de Iniciação Científica Júnior e financiamento do projeto.

Literatura citadaKÖPPEN, W. Grundriss der Klimakunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1931. 309p. TOMICH, T. R. Qualidade na produção de silagens. Revista V e Z Minas. n°115, p.16-31, 2012. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. SAEG - Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas. Versão 9.1. Viçosa, 2007. VALADARES FILHO, S.C.; MAGALHÃES, K.A.; ROCHA JÚNIOR, V.R., CHIZZOTTI, M.L., MACHADO, P.A.S. Tabelas brasileiras de composição de alimentos parabovinos.3.ed. Viçosa: UFV, 2010, 502p. VILELA, D. Aditivos para silagem de plantas de clima tropical. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 35, 1998, Botucatu: SBZ, 1998. WILSON, R. F.; WILKINS, R. J.The ensilage of autumnsown rye.Journal of British Grassland Society, v.27, p. 35-41, 1972.

y = -0,051x + 4,433R² = 0,933

y = -0,030x + 4,438R² = 0,823

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pH

Níveis de inclusão

Milho

Cana

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UTILIZAÇÃO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL EM MONTES CLAROS/MG

César Vinícius Mendes Nery1, Adriana Aparecida Moreira2, Willyan Caldeira Corte3,Fernanda Ribeiro Lima3

1Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Produção Vegetal. Email: [email protected] 2Engenheira Ambiental– Faculdades Santo Agostinho/Mestranda em Sensoriamento Remoto UFGRS. Email: [email protected] 3Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental– IFNMG/Januária. Email: [email protected] Resumo:Encontrada em uma região vulnerável do norte de minas a Floresta Estacional Decidual representa um refúgio para a biodiversidade local, além de manter a preservação do solo e recursos hídricos existentes numa região de clima árido. O objetivo desse trabalho é analisar o comportamento espectral da floresta estacional decidual do parque estadual Lapa Grande localizado em Montes Claros, utilizando-se os índices de vegetação, NDVI e EVI, derivados do produto MODQ3Q1 do sensor MODIS e análise por componentes principais (PCA), durante o período de seis anos. Diante dos resultados apresentados foi possível verificar por meio da PC2, as variabilidades médias da fitofisionomia e por meio dos índices de vegetação NDVI e EVI, o comportamento espectral da vegetação, com valores mais altos correspondentes a períodos chuvosos e comportamento antagônico em períodos de seca, sendo apenas o ano de 2011 a apresentar comportamento diferente devido a um veranico no mês de fevereiro. Palavras–chave: Fenologia, MODIS, Parque Estadual Lapa Grande

IntroduçãoA Floresta Estacional Decidual é caracterizada por duas estações climáticas bem definidas, uma

chuvosa seguida de longo período de seca, ocorrendo na forma de disjunções florestais e apresentando estrato dominante predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável.

O estudo do comportamento fenológico sazonal dessa fitofisionomia se faz importante, pois através do conhecimento científico é possível propor ações que visem a sua conservação. Atualmente tem-se comumente utilizado de técnicas de sensoriamento remoto para análise das mudanças fenológicas quantitativas do dossel da vegetação, mostrando-se em diversos estudos uma tecnologia viável no monitoramento da resposta fenológica, auxiliando na compreensão de fenômenos ecológicos, e contribuir para prognósticos sobre o crescimento e produtividade florestal, facilitando a compreensão dos resultados. Neste contexto o presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento espectral da Floresta Estacional Decidual do Parque Estadual da Lapa Grande, por meio dos produtos do sensor MODIS, EVI e NDVI, e sua variabilidade de acordo com o PCA.

Material e Métodos

Para processamento dos dados foram adquiridas doze cenas anuais do produto MOD13Q1, referente aos índices, NDVI e EVI, do sensor MODIS, referentes ao período de janeiro de 2007 a dezembro de 2012.Posteriormente foi realizada a leitura dos valores reflectância dos índices de vegetação da fitofisionomia, durante o período de estudo, com auxilio de dados do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do Estado de Minas Gerais para delimitação da área de estudo. Utilizou-se do software ENVI 5.0 sob licença do Laboratório LABGEO, das Faculdades Santo Agostinho, para realização da análise por componentes Principais (PCA) considerando os dados do índice de vegetação EVI. E por fim, foram adquiridos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), dados pluviométricos mensais durante o período de 2007 a 2012, referentes à estação meteorológica da cidade de Montes Claros-MG.

Resultados e DiscussãoA variação sazonal dos valores médios de EVI e NDVI, para a Floresta Estacional Decidual, no

período de 2007 a 2012, está apresentada na Figura 1. As curvas apresentadas representam os valores médios de reflectância de EVI e NDVI durante os meses de cada ano analisado.

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Figura 1 Valores médios anuais de EVI e NDVI para a Floresta Estacional Decidual.

Observa-se na região de Montes Claros através das análises dos dados pluviométricos mensais durante o período de 2007 a 2012,um comportamento da precipitação, que possui estação de seca prolongada entre os meses de março a outubro e as maiores intensidades de precipitação nos meses de janeiro e fevereiro. Este indicador pluviométrico é de fundamental importância, já que o vigor vegetativo está amplamente associado à variação hídrica. Observa-se ainda um decaimento da precipitação média mensal entre os anos de 2010 a 2012, apesar da alta irregularidade pluviométrica observada normalmente em Montes Claros.

Na análise dos resultados apresentados pela Figura 1, pode-se observar que o NDVI, de forma geral, apresenta valores de reflectância superiores aos exibidos pelo EVI. De acordo com Rosemback et al. (2010), os valores de EVI se apresentam menores que os de NDVI, por sermenos sensível às contaminações do substrato e da atmosfera, possuindo melhor resposta às variações fisionômicas e estruturais no dossel da vegetação. Ainda pode-se observar que os valores dos índices analisados (EVI e NDVI) se comportam de forma similar, estando correlacionados. Ainda se observa que esses valorescomeçam a se elevar no mês de novembro mantendo-se com valores mais altos durante os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março. Esses valores de reflectância se apresentam altos nesses meses, possivelmente por estarem associados à maior oferta de água, uma vez que na região de estudo o verão se caracteriza por ser chuvoso, aumentando dessa forma o vigor vegetativo.No entanto, na análise sazonal da Mata Seca no ano de 2011, verifica-se um acentuado decaimento dos valores de reflectância dos índices EVI e NDVI, durante o mês de Fevereiro e aumento dos mesmos no mês de Março, esse fato pode ser explicado pelo baixo índice pluviométrico apresentado nesse mês (Figura 1).Os menores valores de EVI e NDVI são observados entre os meses de junho a outubro em todos os anos analisados, que caracteriza o período de seca da região.

A Figura 2apresenta uma composição colorida das imagens das componentes principais geradas a partir dos dados EVI.

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Figura 2 Composição colorida da PCA dos dados EVI (CP1 - G, CP2- B, CP3 - R). Na análise da composição colorida das imagens PCA (Figura 2) verifica-se por meio da PC2

composta na cor azul, a variabilidade média ocorrida em cada pixel que compõem a imagem, sendo apresentada em tons de azul as regiões com maiores variações médias dos pixels em cada período analisado. Já a PC3 representa a variabilidade influenciada no tempo, ou seja, através desta é possível identificar as regiões que sofreram variações bruscas no tempo, sendo esta composta no sistema RGB na cor vermelha, pode-se observar o predomínio de tons vermelhos na faixa de Mata Seca nos anos de 2007, 2009, 2010 e 2011, essa situação corrobora com a variação sazonal ocorrida na região verificada pela curva proveniente dos dados dos índices de vegetação e pela característica de deciduidade da própria fitofisionomia.

ConclusõesPor meio da metodologia empregada foi possível verificar que a Floresta Estacional Decidual

apresenta um comportamento espectral do EVI e NDVI multitemporal típico dessa fitofisionomia, apresentando valores mais altos na época de chuva e mais baixos na época de seca, sendo apenas o ano de 2011 a apresentar comportamento diferente dos demais anos no início do ano, tendo então, a resposta espectral dos índices de vegetação pela baixa precipitação no mês de fevereiro.

O emprego de análise por componentes principais permitiu avaliar os períodos em que essa fitofisionomia apresentou variabilidade média e no decorrer do tempo, possibilitando assim a caracterização das áreas que passaram por variabilidades bruscas.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio da FAPEMIG pela bolsa concedida.

Literatura citadaINMET, Instituto Nacional de Meteorologia. BDMEP - Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep. Acesso: 17/01/ 2014. ROSEMBACK, R.; FERREIRA, N. J.; SHIMABUKURO, Y. E.; CONFORTE, J. C. (2010). Análise da dinâmica cobertura vegetal na região sul do Brasil a partir de dados MODIS/TERRA. Revista Brasileira de Cartografia nº62. Edição Especial 2. p. 401-416.

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VALOR NUTRITIVO DO BAGAÇO DE CANA AMONIZADO COM DIFERENTES DOSES DE UREIA

Dermeval Magalhães Guedes Júnior1, Bianca Matos Pereira 2, Charles Bernardo Buteri3, Rogério Mendes

Murta3, Fabiano Matos Pereira4

1Acadêmico de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária.Bolsista de Iniciação Científica Júnior da FAPEMIG.Email: [email protected]

3Professores do IFNMG/Salinas, D.Sc. em Zootecnia. Email: [email protected]/ [email protected] 4Zootecnista do IFNMG/Salinas, M.sc. em Zootecnia – Nutrição de Ruminantes. Email:[email protected] Resumo:Objetivou-se com essetrabalho de pesquisa, avaliar as alterações dos níveis de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose, celulose e lignina (LIG) do bagaçodecana-de-açúcar submetido ao processo de ensilamento, sofrendo amonização com diferentes níveis de ureia. O bagaço de cana-de-açúcar desintegrado em ensiladeira foi submetido a cinco diferentes doses de ureia (amonização), como segue: 0%, 2%, 4%, 6% e 8%, com seis repetições, totalizando trinta unidades experimentais. Como fonte de urease,foi utilizado 1,2% de soja triturada em todos os tratamentos.Observou-se diferença significativa entre os tratamentos para o teor de MS, PB, FDN, FDA e LIG (P<0,05). O aumento das doses de ureia provocou um efeito linear decrescente no teor de MS, FDN, FDA e LIG. O aumento das doses de ureia provocou um efeito linear crescente para o teor de PB. A amonização com ureia proporciona melhoria novalor nutricional do bagaço de cana-de-açúcar e a dose mínima recomendada de adição de ureia ao bagaço decana-de-açúcar é de 4,0%. Palavras–chave: amonização,cana-de-açúcar,resíduo agroindustrial

IntroduçãoExiste uma grande necessidade de se buscar alternativas alimentares para o desenvolvimento da

pecuária no norte de Minas Gerais, para isso se faz necessário que todos os recursosdisponíveis sejam estudados a fim de melhor utilizá-los.De acordo Pires et al., (2006) o bagaço de cana-de-açúcartem sido utilizado na alimentação dos bovinos, porém, a qualidade nutricional deste subproduto “in natura” é baixo, daí faz-se necessário buscar alternativas para melhorar a qualidade desse subproduto, que pode representar a única alternativa para muitos produtores durante o período da seca nessa região.

O bagaço de cana-de-açúcar, como outros alimentos fibrosos, é constituído basicamente de celulose, hemicelulose e lignina, logoé considerado um alimento volumoso de baixa qualidade, o que têm reduzido o seu uso como alternativa nutricional para os bovinos (Pires et al., 2006).

Objetivou-se com essetrabalho de pesquisa, avaliar as alterações dos níveis de matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, hemicelulose, celulose e lignina do bagaçodecana-de-açúcar submetido ao processo de amonização com diferentes níveis de ureia.

Material e MétodosO presente trabalho foi desenvolvido no Setor de Zootecnia III do Instituto Federal do Norte de Minas

Gerais – Câmpus Salinas. O bagaço de cana-de-açúcar desintegrado em ensiladeira foi submetido a cinco diferentes doses de

ureia (amonização), como segue: 0%, 2%, 4%, 6% e 8%, com seis repetições, totalizando trinta unidades experimentais. Como fonte de urease,foi utilizado 1,2% de soja triturada para todos os tratamentos.

A soja triturada e a ureia foram devidamente pesadas e homogeneizadas ao bagaçodecana-de-açúcar, sendo a mistura posteriormente colocada em pequenos silos de PVC que foram lacrados e armazenados por 110 dias. As adições de ureia e soja foram feitas com base na matéria seca (MS) do bagaço, previamente determinada.

Antes da adição de ureia ao bagaço,coletou-se uma amostra do bagaço, para avaliaçãode sua composição químico-bromatológica (Tabela 1).

Tabela 1 Composição químico-bromatológica do bagaço decana-de-açúcar, em porcentagem de

matéria seca.

Componente Composição (%)Matéria Seca 87,28 Proteína Bruta 1,68 Fibra em Detergente Neutro 72,44

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Decorridos 110 dias da amonização, os silos foram abertos e deixados aerar por cerca de uma hora, garantindo a volatilização do excesso de amônia das amostras. Depois desta etapa, foram colhidas amostras de cada unidade experimental, as quais foram pré-secas em estufa ventilada com temperatura de 55º C por 72 h. As amostras foram então moídas e armazenadas em recipientes de plástico.As análises químico-bromatológicasforam realizadas pelo Laboratório de Forragicultura e Pastagem da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no Câmpus Itapetinga, onde foi analisado os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose, celulose, lignina e matéria mineralde acordo com os procedimentos descritos em Silva & Queiroz (2002).

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado e as variáveis MS, PB, FDN, FDA, hemicelulose, celulose, lignina, matéria mineral e matéria orgânica, foram avaliadas por meio da análise de variância e de regressão utilizando-se o programa SAEG – Sistema de Análise Estatísticas e Genéticas, tendo sido adotado o nível de significância de 5% de probabilidade.

Resultados e DiscussãoObservou-se diferença significativa entre os tratamentos para o teor de MS (P<0,05). Os valores

observados corroboram com os reportados por Oliveira et al., (2011) trabalhando com a mesma proporção de ureia. A redução no teor de MS pode ser atribuída ao elevado poder higroscópico da ureia e da amônia formada durante o armazenamento.

Para os valores de PB foi observado aumento significativo entre os tratamentos (P<0,05) com adição da ureia, conforme Tabela 2. Esse resultado está de acordo ao observado por Carvalho et al., (2006). Esse aumento nos valores proteicos é explicado pela adição de Nitrogênio não proteico (NNP) com a elevação das doses de ureia, sendo computados na determinação do nitrogênio total das amostras. Contudo, o efeito benéfico da ureia sobre os conteúdos de PB, não significa que seja viável adicionar altas doses de NNP, pois pode exceder ao requerimento dos ruminantes. O consumo excessivo da ureia pode resultar em intoxicação pela amônia. Isto ocorre quando o acumulo de amônia no rúmen é capaz de elevar o pH, o que favorece a sua absorção acima da capacidade de processamento hepático (CAMPOS et al., 1984).

No presente trabalho, o nível de 4,0% de ureia (7,02% PB) seria o suficiente para favorecer o crescimento dos microrganismos ruminais que possuem habilidade em utilizar a amônia (NH3), na síntese proteica.

Para a FDN observou-se efeito significativo (P<0,05) entre os tratamentos (Tabela 2). O aumento nas doses de ureia provocou um efeito linear decrescente no teor de FDN. Assim, evidenciou efeitos benéficos com a inclusão de ureia sobre os teores de FDN. Os valores de FDN observados neste trabalho estão de acordo aos encontrados por Carvalho et al., (2006) que verificaram redução linear da FDN como aumento das doses de ureia. Segundo Van Soest., (1994), esse efeito sobre o FDN pode ser atribuído, principalmente, pela solubilização da hemicelulose. O teor de FDA também foi alterado (P<0,05) com o aumento das doses de ureia, observou-se um efeito linear decrescente no teor de FDA.

Os valores de hemicelulose e celulose não apresentaram efeito significativo (P>0,05) entre os tratamentos. Oliveira et al., (2011) observaram que diversos trabalhos têm apresentado resultados variáveis, como: aumento, redução ou nenhuma alteração nos teores de FDA, celulose e hemicelulose promovidos pela amonização, o que pode, em parte, ser explicado pela umidade do material.

Fibra em Detergente Ácido 53,09 Hemicelulose 19,34 Celulose 43,14 Lignina 9,91 Matéria Mineral 2,39 Matéria Orgânica 97,61

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Observa-se, na Tabela 2, que houve diferença significativa (P<0,05) para os valores da lignina com diminuição linear de até 21% do conteúdo quando comparado o primeiro e o último tratamento. Os resultados corroboram com os encontrados por Oliveira et al., (2011). Essa redução pode ter ocorrido, possivelmente, pela dissolução de parte da lignina e/ou pelo rompimento das ligações intermoleculares do tipo éster, durante o processo de amonização (VAN SOEST, 1994).

Não observou-se efeito (P>0,05) das doses de ureia sobre os teores de matéria mineral e material orgânica.

Conclusões

A amonização com ureia proporciona melhoria novalor nutritivo do bagaço de cana-de-açúcar, comprovadapela elevação do teor de proteína bruta e pela reduçãodo conteúdo de fibra em detergente neutro.

A dose mínima recomendada de adição de ureia ao bagaço decana-de-açúcar é de 4,0%, para garantir o bom funcionamentoe desenvolvimento dos microrganismos ruminais.

AgradecimentosÀFAPEMIG/IFNMG pela concessão da bolsa de iniciação cientifica. Ao IFNMG - Câmpus Salinas por disponibilizar a estrutura necessária para condução do experimento.

Literatura citada

CARVALHO, G.G.O; PIRES, A.J.V; VELOSO, C.M. et al,. Valor Nutritivo do bagaço de cana-de-açúcar amonizado com quatro doses de uréia. Pesq. Agrop. Brasileira. 41: 125-132, 2006. OLIVEIRA, T.S; ROCHA JUNIOR, V.R; REIS, S.T. et al,. Composição química do bagaço de cana-de-açúcar amonizado com diferentes doses de úreia e soja grão. Arch. Zootecnia. 60: 625-635, 2011. PIRES, A.J.V.; REIS, A.R.; CARVALHO, G.G.P.; SIQUEIRA, G,R.; BERNARDES, T.F. Bagaço de canade-açúcar tratado com hidróxido de sódio. R. Bras. Zootecnia.35: 953-957, 2006. SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos.3.ed. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa - UFV, 2002. 235p. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. Cornell University Press. New York. 1994. 476 pp CAMPOS, O.F., RODRIGUES, A.A. Ureia para bovinos em crescimento. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS – UREIA PARA RUMINANTES, 2, 1984, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ. 1984. P. 142-173.

Tabela 2 Teores (%) estimados de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose, celulose e lignina, Matéria Mineral e Matéria Orgânica do bagaço de cana-de-açúcar, amonizado com diferentes doses de uréia (%MS).

Variável Uréia (% M.S) Equação de

Regressão R2

CV (%) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0

MS 94,09 92,83 89,99 90,30 90,35 y = -50,05x + 93,51 0,74 0,70 PB 2,48 6,27 7,02 9,32 11,89 y = 109,35x + 3,02 0,97 15,03 FDN 84,83 84,19 81,97 80,47 78,49 y = -82x + 85,27 0,98 4,18 FDA 66,85 65,91 62,68 62,96 60,45 y = -78,75x + 66,92 0,92 5,00 Hemicelulose 17,98 18,27 19,29 17,51 18,04 y = 18,22 - 8,97 Celulose 52,58 51,68 49,99 51,29 48,83 y = 50,88 4,46 Lignina 14,17 13,77 12,16 12,23 11,19 y = -37,5x + 14,20 0,92 8,97 Matéria Mineral 2,80 2,90 3,12 4,45 2,66 y = 3,19 - 63,06 Matéria Orgânica 97,37 97,30 97,19 95,97 97,59 y = 97,09 - 1,86

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WEB SITE PARA DETERMINAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA ATRAVÉS DE DADOS DE TEMPERATURA PARA O ALTO RIO PARDO E VALE DO JEQUITINHONHA

Alice Soares Brito1, Juscelina Arcanjo dos Santos2, Marcelo Rossi Vicente3, Eduardo Romam Albuquerque3, Ronaldo Medeiros dos Santos3

1Acadêmica de Engenharia Florestal do IFNMG campus Salinas. Bolsista PIBEX. Email: [email protected] ²Acadêmica de Engenharia Florestal do IFNMG campus Salinas. Bolsista FAPEMIG. Email: [email protected] 3Professores do IFNMG campus Salinas. Email: [email protected] ; [email protected]; [email protected] Resumo: Diante da dificuldade e necessidade de estimaçãoda evapotranspiraçãode referência (ETo), foi criada uma web site denominada Eto Vales para determinação da mesma em municípios do Alto Rio Pardo e Vale do Jequitinhonha, objetivando uma maior acessibilidade aos pequenos e médios produtores. Esta ferramenta computacional é gratuita e de livre acesso, sem contar que é de simples operacionalidade. O trabalho utilizou da metodologia de cálculo proposta por Hargreaves e para construção da web site. Recorreu-se ao ambiente de programação Netbeans. Mediante teste, comprovou-se que o ETo Vales possibilita estimativas confiáveis da evapotranspiração de referência para as localidades em estudo.

Palavras-chave: ETo, web site

Introdução A determinação daETo é de extrema importância para definição das necessidades hídricas das

culturas, possibilitando um adequado planejamento e manejo da irrigação e consequentemente um melhor aproveitamento dos recursos hídricos.

Evapotranspiração de referência, segundo Pereira, et al.( 2002), é a quantidade de água que seria utilizada por uma extensa superfície vegetada, normalmente gramado, em crescimento ativo, cobrindo totalmente o solo, com altura entre 8 e 15 centímetros, e sem restrição hídrica.

A avaliação da ETo é uma dificuldade comum entre os estudiosos do sistema solo-planta-atmosfera. Métodos que a estimam são procurados e desenvolvidos, visto a importância de se saber o quanto de água se perdeu das superfícies vegetadas (FERNANDES, et al. 2014). A reposição dessa água perdida pode ser feita através da chuva ou da irrigação e é imprescindível para um desenvolvimento satisfatório das culturas.

Diante da necessidade e dificuldade de estimação da ETo, o uso da linguagem computacional na forma de softwares, tem sido uma estratégia utilizada pelos usuários da irrigação (MAGALHÃES E CUNHA, 2012). Vários fatores, porém, limitam o uso dessa tecnologia pelos produtores rurais, tais como: o desconhecimento da informática, a língua utilizada nos softwares e a necessidade de muitos dados para cadastro nos mesmos. Assim o desenvolvimento de ferramentas computacionais mais simples se faz necessário, propiciando uma maior utilização e aproveitamento por estes produtores.

Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma ferramenta web (web site) para estimar a evapotranspiração de referência a partir apenas de dados de temperaturas máximas e mínimas em municípios do Alto Rio Pardo e Vale do Jequitinhonha.

Material e MétodosPara o desenvolvimento da web site para determinação de ETo, utilizou-se a metodologia proposta por

Hargreaves (HARGREAVES e ALLEN, 2003), apresentada na Equação 1. ETo = 0,0023(Tmedia + 17,8)(Tmax - Tmin)0,5 Ra Eq. 1 Em que: Ra = radiação extraterrestre, mm d-1 T = temperatura, em ºC Cadastrou-se inicialmente no programa as localidades listadas na Tabela 1, entretanto o usuário pode

proceder ao cadastro de outras latitudes. Tabela 1 Localização, latitude, longitude e altitude de municípios do Alto Rio Pardo e Vale do

Jequitinhonha

Local Latitude

(sul) Longitude

(oeste) Altitude

(m) Araçuaí 16°50’59” 42°17’25” 307

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Itamarandiba 17°51’26” 42°51’32” 910 Diamantina 18°14’58” 43°36’01” 1113 Pedra Azul 16°00’19’ 41°17’50” 617

Salinas 16°10’13” 42°17’25” 471 Grão Mogol 16°33’34” 42°53’23” 829

Rio Pardo de Minas 15°36’35” 42°32’23” 755 Taiobeiras 15°48’28” 42°13’59” 821

São João do Paraíso 15°18’49” 42°00’52” 780 Águas Vermelhas 15°44’50” 41°27’36” 758

A ferramenta de determinação de ETo, denominada EToVales, está hospedada na web site

www.projetohidrovales.com.br e para construção da mesma recorreu-se ao ambiente de programação Netbeans.

O usuário desta web site deve cadastrar a data(dia e mês) e os valores de temperatura máxima e mínima referentes a esta, obtendo assim o valor da estimativa de ETo.

Testes de determinação da evapotranspiração de referência foram realizados na EToVales para todas as localidades estudadas, como também para outras latitudes, em todos os meses do ano. Comparou-se os resultados determinados pela ETo Vales com os calculados por uma planilha eletrônica.

Desenvolveu-se, como ferramentas de auxílio aos usuários da web site, a metodologia empregada, bem como as principais referênciasutilizadas para o trabalho, o menu de ajuda e um exemplo de cálculo.

Resultados e Discussão

A ferramenta EToVales(Figura 1)hospedada naweb site www.projetohidrovales.com.brfoi desenvolvida e devidamente testada para todas as localidades em estudo e para diversas outras latitudes, certificando-se assim da precisão da estimativa de ETo através de tal ferramenta.

Figura 1 Web Site EToVales

Observa-se na Figura 2 que os valores de ETo calculados pelo EToVales se igualaram aos estimados

pelo método de Hargreaves (y=x e r²=1) para Salinas. Resultados idênticos aos testes realizados em todas as localidades e outras latitudes, resultados estes que demonstram a precisão do ETo Vales.

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Figura 2 Equaçãoe coeficiente de determinação obtidos dos valores de ETo calculadas pelo EToVales, com

os valores de ETo diárias estimadas pelo método de Hargreaves, para a cidade de Salinas – MG.

O programaé gratuito e de livre acesso, não exigindo cadastro de usuário, e de fácil manuseio, uma vez que basta escolher o local desejado e digitar dados como dia, mês, temperatura máxima e mínima para o cálculo da evapotranspiração de referência. A Web Site irá contar ainda com um menu de ajuda, exemplo e metodologia para o cálculo, ou seja, todo material de apoio necessário, material já desenvolvido. Assim, espera-se que o pequeno e médio produtor faça uso dessa ferramenta, e que esta possa ajudá-los a praticar uma agricultura ambientalmente sustentável e de alta rentabilidade.

Conclusões

O ETo Vales apresenta grande simplicidade e operacionalidade, podendo ser utilizada para monitoramento regional, e até nacional, da evapotranspiração de referência, determinada pelo método de Hargreaves, em escala diária, com precisão e confiabilidade.

Agradecimentos Ao IFNMGcampus Salinas pelo suporte à execução do projeto e concessão da bolsa de extensão

(PIBEX).

Literatura Citada FERNANDES, D. S.; HEINEMANN, A. B.; PAZ, R. L. F.; AMORIM, A. O.; OLIVEIRA, D. F. Comparação entre dois métodos de estimativa de evapotranspiração de referência para Santo Antônio de Goiás, GO: Hargreaves versus Penman-Monteith. Disponível em: <http://www.simehgo.sectec.go.gov.br/downloads/publicacoes/artigos/sbm.pdf> Acesso em: 29 de janeiro de 2014 HARGREAVES, G. H.; ALLEN, R. G. History and evaluation of Hargreaves evapotranspiration equation. Journal of Irrigation and Drainage Engineering. 129 : 53-63, 2003. MAGALHÃES, F. F.; CUNHA, F. F. Desempenho do software SEVAP na estimativa da evapotranspiração no Estado de Mato Grosso do Sul.Revista Agrarian. 5 : 151-160, 2012. PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. R.; SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia: Fundamentos e Aplicações Práticas. Guaíba (RS): Livraria e Editora Agropecuária, 2002. 478p.

y = x

r2 = 1

2

3

4

5

6

7

2 3 4 5 6 7

ETo Hargreaves (mm d-1)

ET

o C

alc

ula

da E

To

Vale

s (

mm

d-1

)

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Ciências Biológicas

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AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE MICRONÚCLEOS EM ALGUMAS ESPÉCIES DE PEIXES DO RIO SÃO FRANCISCO EM JANUÁRIA/MG

Lucélia Sandra S. Barbosa Braga1, Maria Rosilene A. Damasceno2, Vitor Hugo Henrique de Almeida3, José

Ermelindo A. Damasceno4

1Acadêmica Ciências Biológicas-IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/IFNMG. Email:[email protected] 2Docente do IFNMG/Januária, Ma. Produção Vegetal. Email: [email protected] 3Docente do IFNMG/Januária. Email: [email protected] 4Docente da Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES, Me. Estatística e Experimentação. Email: [email protected]

Resumo: Peixes são muito utilizados como biondicadores porque respondem aos compostos tóxicos de maneira bastante similar aos grandes vertebrados, demonstrando sensibilidade aos mesmos agentes teratogênicos e carcinogênicos que o homem. Micronúcleos são constituídos por massas de cromatina originadas de fragmentos cromossômicos ou cromossomos inteiros que se perderam durante o processo de divisão celular. Esta desordem na maquinaria celular mitótica pode ser desencadeada por agentes genotóxicos. A pesquisa averiguou a genotoxicidade através da frequência de micronúcleos (teste MN) em eritrócitos de peixes do rio São Francisco que margeia a cidade de Januária/MG. O estudo justifica-se por elaborar diagnóstico acerca da qualidade do recurso hídrico e do pescado. Foi utilizado o teste de Mann-Whitney (significância de 0,05) através do programa R-Project 2.12.2. A presença de micronúcleos nos eritrócitos dos peixes coletados indicam que fatores associados ao seu habitat bem como os poluentes lançados e acumulados na água podem ser responsáveis pelo efeito genotóxico sobre o DNA dos animais, resultando no aumento da frequência de mutações genéticas que propiciam a formação dos micronúcleos. Assim ficou confirmada a hipótese que norteou a investigação proposta pelo projeto, sugerindo que a presença de poluentes nas águas do Rio São Francisco são potencialmente capazes de causarem a ocorrência dos micronúcleos.

Palavras–chave: micronúcleos, peixes

IntroduçãoA água é um recurso renovável e sua disponibilidade depende de fatores como pluviosidade,

temperatura, evaporação, lixiviação dentre outros. Fatores antropogênicos de poluição ambiental como: crescimento demográfico, urbanização, agricultura, mineração, esgotamento doméstico e industrialização são alguns que podem comprometer negativamente a qualidade dos rios. A ecogenotoxicologia aquática estuda a exposição de espécies aquáticas a compostos genotóxicos.

Peixes possuem valor econômico e cultural. Caracterizam fonte de renda e subsistência para muitos pescadores. Concordando, Porto (2009, p. 40) “(...) o público em geral pode entender e sentir-se envolvido com as condições das comunidades de peixes”, isto porque eles fazem parte de nossa alimentação, tornando-os importantes indicadores sobre questões ecológicas e de saúde pública.

Micronúcleos são constituídos por massas de cromatina originadas de fragmentos de cromossomos ou ainda, cromossomos inteiros que se perderam durante o processo de divisão celular, mais precisamente durante a anáfase. Esta desordem na maquinaria celular mitótica implicando em falhas na segregação cromossômica pode ser desencadeada por diversos fatores dentre os quais podemos citar agentes genotóxicos poluentes do meio aquático.

O teste de micronúcleos (MN) é um método muito utilizado para o monitoramento de prejuízos genotóxicos em quaisquer populações expostas a substâncias mutagênicas e carcinogênicas segundo Mersch et al. (1996 apud Rivero, 2007). Constitui-se numa alternativa viável que reflete satisfatoriamente os danos ao material genético por exposição a fatores clastogênicos ou aneugênicos. Vários estudos utilizando a metodologia do teste MN demonstram a eficácia deste protocolo em bioindicadores aquáticos para aferição de ocorrência de micronúcleos (POLEZA, 2004); (PORTO, 2009); (RIVERO; 2007).

O principal objetivo deste estudo foi investigar a genotoxicidade através da frequência de micronúcleos em espécies amostradas do leito do rio São Francisco em Januária/MG, considerando a relevância social e de saúde pública sobre traçar diagnóstico acerca do recurso hídrico e do pescado sendo ambos constituintes da cadeia alimentar humana.

Material e Métodos

Inicialmente a pesquisa propunha investigação sobre a frequência de micronúcleos considerando o peixe Hoplias malabaricus (traíra) como único organismo amostral. Entretanto, os habitat de maior incidência de traíras são lagoas marginais ao rio São Francisco. Assim sendo, seria necessário licenciamento ambiental

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para pesca uma vez que lagoas são consideradas APP’s (áreas de preservação permanente) e o processo para tal licenciamento implica um trâmite moroso, inviabilizando a pesquisa e o cronograma estabelecido.

Devido a este motivo e para a continuidade do trabalho, foi estabelecida parceria de trabalho em colaboração com a colônia Z2. Os pescadores filiados à colônia são devidamente registrados e amparados legalmente para a atividade pesqueira.

Os peixes foram coletados pelos pescadores da colônia e trazidos vivos à margem do rio por redes de arrasto. Os pontos amostrais foram marcados sendo: Ilha de Pedro Preto (S 15º31.435’ W 044º22.295) e Rampa de Baixo (S 15º29.576’ W 044º21.069’).

Dos exemplares vivos foi colhida uma gota de sangue através de punção branquial. A punção foi feita com seringa hipodérmica descartável de 3 ml com agulha de espessura 0,80x25mm (21Gx1”) banhadas com EDTA (3%). A extensão foi feita no local da coleta em lâminas lisas e permaneceram secando por 24 horas em temperatura ambiente. Foram preparadas duas amostras sanguíneas por espécie.

Depois de secas, as lâminas foram coradas utilizando-se conjunto para coloração diferencial rápida em hematologia. Foi adotado o tempo de imersão das amostras recomendado pelo fabricante. Em seguida, as lâminas foram lavadas em água corrente e permaneceram o tempo necessário para secagem ambiente.

Para observação em microscópio óptico as lâminas receberam uma gota de óleo de imersão e aumento de 1000 vezes. Foram consideradas para a contagem dos eritrócitos aquelas amostras de melhor qualidade para visualização.

Para cada animal foram contadas 3.000 células registradas em contadores estatísticos analógicos. Os eritrócitos totais e aqueles que apresentavam micronúcleos foram quantificados bem como subgrupos de outras três alterações morfonucleares distintas sendo blebbed, lobed e notched.

Cada exemplar possui contagem de uma lâmina. As espécies Curimatã, Pacu e Piau apresentaram maior frequência de exemplares, por isso delas foram contados 5 lâminas de 5 animais distintos para realização do delineamento estatístico.

Entretanto, foram visualizados micronúcleos em todas as espécies de peixes coletadas. O teste estatístico foi o de Mann-Whitney (significância de 0,05) programa R-Project 2.12.2.

Resultados e DiscussãoO teste de Mann-Whitney revelou que existe diferença significativa entre as medianas das alterações

nucleares das espécies Piau e Pacu (P=0.01587), mas em contrapartida quando comparadas Curimatã e Piau não houve diferença significativa (P>0,05). Os resultados estão apresentados na figura 01.

Figura 1 Gráfico representando as medianas das alterações nucleares obtidas nas três espécies amostradas.

ConclusõesAtravés do exame microscópico das amostras sanguíneas foram visualizadas as alterações nucleares

denominadas micronúcleos em todas as espécies assim como outras alterações morfonucleares já descritas na literatura (blebbed, lobed e notched).

A presença de micronúcleos nos eritrócitos dos peixes coletados do Rio São Francisco indicam que fatores associados ao seu habitat bem como os poluentes lançados e acumulados na água podem ser responsáveis pelo efeito genotóxico sobre o DNA das células dos animais, resultando no aumento da frequência de mutações genéticas que propiciam a formação dos micronúcleos.

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Sendo assim ficou confirmada a hipótese que norteou a proposta investigada pelo projeto sugerindo que a presença de poluentes nas águas do Rio São Francisco são potencialmente capazes de propiciarem a ocorrência dos micronúcleos nos eritrócitos dos peixes amostrados.

Considerando os resultados apresentados e a relevância biológica e sócio ambiental da presente pesquisa é imprescindível que novas coletas sejam realizadas para assegurar avaliações mais consistentes a respeito da qualidade do pescado disponibilizado ao consumo humano e para outros consumidores em todos os elos da cadeia alimentar. Sabe-se que os possíveis poluentes responsáveis por estas alterações nucleares presentes na água também precisam ser investigados, uma vez que muitos destes agentes apresentam ação cumulativa e mutagênica que podem trazer muitos danos especialmente à saúde humana.

Agradecimentos

Agradecemos e compartilhamos mérito com à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais-FAPEMIG, Instituto Federal Norte de Minas Gerais IFNMG-Câmpus Januária, Departamentos de Pesquisa e Ciências Biológicas, Laboratório Milenium e Colônia de Pescadores Z2.

Literatura citada

POLEZA, Sabine De Cnop Granado Lopes. Avaliação do efeito do metilmercúrio (CH3Hg+) em Hoplias malabaricus através da freqüência de aberrações cromossômicas e dos ensaios cometa e micronúcleo. Disponível.em:<http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/2938/disserta%C3%A7%C3%A3o%20final%20Sabine%20Poleza.pdf?sequence=1>. Acesso em 26 de jan, 2013.

PORTO, Luiz Carlos Santos. Avaliação de metais pesados e micronúcleos em peixes da bacia hidrográfica Butuí-Icamaquã e análise da água. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10737/71 >. Acesso em 26 de jan, 2013.

RIVERO, Carla Letícia Gediel. Perfil da frequência de micronúcleos e de danos no DNA de diferentes espécies de peixes do lago Paranoá, Brasília-DF, Brasil. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10482/2626 >. Acesso em 26 de jan, 2013.

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CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTORES ARTESANAIS DE QUEIJO COZIDO NO MERCADO MUNICIPAL DE SALINAS/MG E DA MICROBIOTA LÁCTICA COM POTENCIAL DE

APLICAÇÃO TECNOLÓGICA

Rafael Santana Mendes1, Gabriela Silveira da Silva2, Derek Ferreira Freitas2, Thiago Moreira dos Santos3

1Estudante do curso Técnico em Agroindústria. Bolsista PIBIC-EM do CNPq. Email: [email protected]. 2Acadêmicos de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG.

3Professor do IFNMG/Salinas. Dr. em Ciências Biológicas. Email: [email protected]. Resumo: O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo, ocupando o quinto lugar. Em diversos lugares do país, vários produtores têm como fonte de renda a fabricação de produtos lácteos, como queijos e outros. O objetivo desse trabalho é caracterizar os produtores que comercializam queijo cozido no mercado municipal de Salinas/MG e isolar as bactérias lácticas presentes no mesmo. Foram aplicados questionários com produtores e comerciantes de queijo no Mercado Municipal de Salinas, visando um levantamento da quantidade de produtores existentes e das técnicas aplicadas na fabricação de queijos. Após esse levantamento, foram isolados exemplares de bactérias ácido-lácticas a partir desses queijos artesanais e amostras de pingo. Realizou-se a contagem e caracterização morfo-tinturiais e bioquímica dos micro-organismos. No Mercado Municipal de Salinas existem 25 pessoas que comercializam o queijo, a maior parte representada pelo queijo cozido e o faz de forma artesanal, utilizando mais o coalho que o pingo. O isolamento mostrou colônias características de bactérias lácticas e com uma contagem na ordem de 106 UFC/g. Palavras-chave: bactérias lácticas, produtores, queijo

Introdução Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta,

em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (BRASIL, 2002). A produção mundial do leite é de aproximadamente 600 bilhões de litros, e os Estados Unidos é o maior produtor com uma produção de 87 bilhões de litros por ano. O Brasil ocupa o quinto lugar, produzindo cerca de 31 bilhões de litros de leite por ano (EMBRAPA, 2010). A produção leiteira na região Norte de Minas Gerais é de 255,2 milhões de litros de leite. (HOTT, M. C. et al). A cidade de Salinas teve uma produção de aproximadamente 1,4 milhões de litros de leite em 2013 conforme relatos da Representante de Leite da Cooperativa dos Produtores Rurais de Salinas, COPERSA.

Sabe-se que os produtos lácteos são obtidos mediante qualquer elaboração do leite, podendo conter aditivos alimentícios e ingredientes funcionalmente necessários para sua elaboração. A cidade de Salinas tem atraído diversos produtores para o Mercado Municipal. Dentre os produtos comercializados, o queijo cozido é um dos principais produtos lácteos tradicionalmente produzidos na região, muito aceito por possuir boa vida útil e ter características sensoriais que agradam o consumidor. Sua produção se baseia na fermentação espontânea, podendo utilizar ou não o chamado “pingo” (soro da coalhada do leite) que possui bactérias lácticas autóctones (ou selvagens) oriundas do ambiente de produção da região, que conferem qualidade superior àqueles produtos obtidos com culturas iniciadoras ou starters industriais (Moretti et al., 2004).

Diante disso, este trabalho tem como objetivo caracterizar os produtores que comercializam queijo cozido no mercado municipal de Salinas/MG e isolar as bactérias lácticas presentes no mesmo, visando à criação de um banco de culturas destes microrganismos selecionados com potencial de aplicação tecnológico.

Materiais e métodos Foram aplicados questionários com produtores e comerciantes de queijo no Mercado Municipal de

Salinas, visando um levantamento da quantidade de produtores existentes e das técnicas aplicadas na fabricação de queijos.

Em seguida, foram isolados exemplares de bactérias ácido-lácticas a partir de queijos artesanais e amostras de pingo. Para isso, 25g do produto foi homogeneizado em 225 ml de salina peptonada (0,1%) e em seguida, realizaram-se diluições seriadas. Destas, foram coletadas frações de 100µL que foram plaqueadas em ágar MRS e incubadas na estufa a temperatura de 37°C por 48 horas ou até se observar um crescimento adequado. Após, foi feita a contagem e caracterização morfo-tinturiais e bioquímica dos micro-organismos.

Resultados e discussão

Analisando-se o questionário, constatou-se que somente um produtor (4%) possui formação na área (curso de capacitação no IFNMG – Campus Salinas) e todos produzem o queijo artesanalmente. Na etapa de

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coagulação do queijo, 40% dos produtores utilizam apenas o coalho e 12% utilizam o pingo juntamente com o coalho, o restante (48%) desconhece a produção por serem somente comerciantes. A figura 1 ilustra o quantitativo de produtores e comerciantes (A) de queijos além de sua localidade de produção (B), comercializados no Mercado Municipal de Salinas/MG. Percebe-se que os produtores correspondem a 52% da comercialização dos queijos, que há maior comercialização de queijo cozido (30%) e que a maioria (48 %) dos produtores é do município de Rubelita/MG.

Figura 1. Quantidade de produtores/comerciantes de queijos (A) e município de origem (B) do queijo comercializado no Mercado Municipal de Salinas/MG.

A tabela 1 mostra os dados do isolamento e caracterização das bactérias ácido-lácticas oriundas dos

queijos cozidos. Percebe-se que todas as bactérias encontradas possuem características semelhantes às bactérias ácido-lácticas, pois segundo Early et al, (2000) apud Gonçalves et al, (2009) são classificadas como um grupo heterogêneo de micro-organismos gram-positivos, catalase negativas, colônias pequenas e sem pigmentação, formam cocos ou bacilos. Com relação à contagem, verificou-se um crescimento significativo de bactérias lácticas, uma vez que na produção do queijo cozido há uma etapa que é a de filagem e moldagem, onde a massa é cozida (para obter o ponto de filagem e molde) em água quente a uma temperatura de 80°C por 5 minutos. Nossos resultados são semelhantes aos encontrados por Figueiredo et al (2011) em trabalho de isolamento de bactérias lácticas em queijo do Marajó, com contagens na ordem de 104 a 106 UFC/g para os queijos, e de 105 UFC/mL para as amostras de soro do leite.

Tabela1 – Isolamento e Caracterização das bactérias ácido-lácticas oriundas dos queijos cozidos.

Amostras Características morfológicas

Gram Catalase UFC/g* Estrutura Pigmentação

PJN 01* Cocos/agrupadas Branca/opaca + - 4,3 x 10 5

QCJN 01 Cocos/agrupadas Branca/opaca + - 8,2 x 10 5

QC 01 Cocos/cadeias Branca/opaca + - 1,7 x 105

QF 01 Cocos/cadeia Branca/opaca + - 3,5 x 10 6

QC 02 Cocos/cadeia Branca/opaca + - 4,7 x 10 4

PJC 02* Cocos/cadeia Branca/opaca + - 4,4 x 10 6 *Obs. Para as amostras de Pingo a contagem é expressa em UFC/ml

Conclusões A partir de todas as informações e objetivos realizados acima, pode-se concluir que o queijo mais

comercializado no Mercado Municipal de Salinas (MG) é o queijo cozido, produzido de forma artesanal e a maioria dos produtores e comerciantes de queijo deste pólo comercial utiliza apenas o coalho na formulação do produto. Encontrou-se grande microbiota láctica no queijo cozido, uma vez que mesmo passando por altas temperaturas (semelhantes à temperatura da pasteurização), bactérias ácido-lácticas cresceram. Este projeto

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foi muito bom para o meu conhecimento, uma vez que tive uma melhor compreensão e um aprofundamento sobre a microbiologia, além de ter permitido o aperfeiçoamento das minhas habilidades na área.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por ter me abençoado neste projeto, ao meu professor orientador Thiago Moreira, à minha companheira de bolsa Gabriela Silveira, que me ajudou nesta caminhada, à Diretoria de Pesquisa do IFNMG –Salinas e em especial agradeço ao CNPq, pelo apoio financeiro.

Literatura citada

BRASIL. Instrução Normativa 51 - Institui as normas leite A, B e C, leite cru resfriado e leite pasteurizado - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília/DF, 18 de setembro de 2002. EMBRAPA. Principais países produtores de leite no mundo – 2010. Disponível em: <http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/informacoes/estatisticas/producao/tabela0212.php. Acesso em: 07 de janeiro de 2014. FIGUEIREDO, H.M.; GONÇALVES, C.G.; GUIMARÃES, P.C.M.; JUNIOR, A.M.F. Isolamento de bactérias ácido lácticas no queijo do Marajó – Pará. In: V Congresso Latino Americano e XI Congresso Brasileiro de Higienistas de Alimentos, v.25, n.194/195, Anais.Salvador, 2011. GONÇALVES, S.M.L. Identificação e caracterização de bactérias do ácido lático isoladas de um produto cárneo fermentado tradicional e do ambiente fabril. Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa. 2009. 94p. (Dissertação de Mestrado) HOTT, M. C.; CARVALHO, G. R.; OLIVEIRA, A. F. Análise da concentração produtiva mesorregional de leite no Estado de Minas Gerais. In: Congresso Internacional do Leite, 6, 2007, Resende. Anais... Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2007. MORETTI, V.A., MADONIA, G., DIAFERIA, C., MENTASTI, T., PALEARI, M.A., PANSERI, S., PIRONE, G., GANDINI, G., Chemical and microbiological parameters and sensory attributes of a typical Sicilian salami ripened in different conditions. Meat Science v. 66, p. 845– 854. 2004.

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ECOLOGIA DO RIO SALINAS: SEU USO, DESUSO E MAPEAMENTO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

Aline Tátila Ferreira1, Filipe Vieira Santos de Abreu2, Ronaldo Medeiros dos Santos2

¹Acadêmica de Licenciatura em Ciências Biológicas – IFNMG/Salinas. Bolsista do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] ²Professor do IFNMG/Salinas. Orientadores de PIBIC Resumo: Historicamente, as civilizações instalaram-se às margens dos cursos d'água. Porém o crescimento populacional desencadeou impactos ambientais das mais variadas modalidades. Este trabalho mensurou a utilização do Rio Salinas e os principais impactos que atingiram-no nas últimas décadas. Para isso, o trabalho foi dividido em duas fases. Na primeira, foram aplicados 80 questionários a moradores de diferentes faixas etárias, residentes na cidade de Salinas, os quais possibilitaram: identificar as atividades que eram realizadas no rio em diferentes épocas; mensurar a quantidade de moradores que conhecem as formas de tratamento de rios; e o quão importante seria a revitalização do Rio Salinas. A segunda fase consistiu no georreferenciamento dos impactos encontrados em todo o trajeto do rio dentro da cidade de Salinas. Dentre os entrevistados, 69% já vivenciaram ou presenciaram atividades no rio e um fato que chama a atenção é que 83% da população não tem conhecimento da existência de uma forma de tratamento no Rio Salinas. Através do mapeamento, verificou-se que as regiões mais impactadas estão no centro comercial da cidade. A presença de lixo, esgoto, erosão e desmatamento foram mapeadas e se encontram à disposição do poder público para tomada de providências. Os dados também foram divulgados em escolas da região. Desta forma, espera-se contribuir com a conscientização para revitalizar este importante ambiente. Palavras–chave: georreferenciamento; poluição; rio; salinas

IntroduçãoDe acordo com Bassoi e Guazelli (2004), os usos da água podem ser separados em grandes grupos:

abastecimento doméstico, abastecimento industrial, irrigação e dessedentação de animais, preservação da fauna e da flora aquática, recreação, geração de energia elétrica, navegação, diluição e transporte de efluentes. O abastecimento doméstico é considerado o uso mais nobre associado aos recursos hídricos, visto que requer diversos critérios de qualidade da água. Além disso, o uso doméstico é a categoria mais homogênea, apresentando pequena variabilidade de consumo. Engloba o consumo da água para beber, para fins alimentares e para higiene pessoal, sendo utilizada também para lavagem de roupas e de utensílios domésticos, irrigação de jardins, lazer e limpeza em geral (BASSOI & GUAZELLI, 2004).

O Rio Salinas tal como outros rios urbanos pode ser amplamente utilizado para abastecimento doméstico. No entanto o que se verifica atualmente é sua subutilização pela população local, provavelmente devido aos impactos gerados pela crescente urbanização aliada à falta de cuidados dos órgãos públicos, como saneamento básico e limpeza urbana. De acordo com MINISTÉRIO DA SAÚDE (2010), apenas 43% das residências contavam com rede de esgoto e 57% com coleta de lixo. Portanto, boa parte do esgoto e do lixo domésticos podem acabar sendo lançados no rio.

Portanto, o presente trabalho teve o intuito de identificar como Rio Salinas foi e é utilizado pela população da cidade, bem como quantificar, mapear e georreferenciar os principais impactos existentes.

Material e MétodosPara identificar as diferentes formas de utilização do Rio Salinas, ao longo tempo, foram realizadas

entrevistas com a população local pertencentes a quatro faixas etárias: até 15 anos; de 15 a 30 anos; de 30 a 45 anos e acima de 45 anos. Foram aplicados 20 questionários em cada uma das faixas etárias, totalizando 80 questionários, que consistiram no espaço amostral da pesquisa.

Paralelamente à realização das entrevistas, a equipe do presente projeto percorreu toda a extensão do Rio Salinas em seu percurso urbano, identificando os principais impactos ambientais que o rio vem sofrendo. Os pontos em que foram encontrados impactos, foram referenciados com auxílio do sistema de GPS (Global Position System) através do aparelho receptor portátil modelo “Garmin Dakota 10”. Foi, também, aplicado um Protocolo de Avaliação Rápida do Rio, proposto por Callisto et al. (2002), o qual busca avaliar o nível de impactos ambientais, e as condições de habitat e nível de conservação das condições naturais.

Após a obtenção dos dados das entrevistas e das análises de impactos ambientais, os mesmos foram divulgados à sociedade. Parte da divulgação foi feita na Escola Estadual Dr. Osvaldo Prediliano Sant´Anna.

Resultados e Discussão

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Dos 80 entrevistados, 70% diz já ter presenciado ou vivenciado alguma atividade (banho, pesca, etc) no rio. No entanto, é notório um decréscimo na utilização do rio em relação a faixa etária. Os entrevistados com idade acima de 45 anos faziam muito mais o uso do rio do que os entrevistados com menor faixa etária (Fig. 1). Provavelmente isso se dá pelo aumento da densidade populacional, e de pontos comerciais e residenciais nos arredores do trajeto fluvial, nas últimas décadas. O aumento do desmatamento, da poluição e o descaso dos governantes também são fatores influentes neste resultado.

Figura 1 Porcentagem de pessoas que presenciaram ou vivenciaram atividades no Rio Salinas, em cada faixa etária.

Os pontos mapeados com o auxílio do GPS, foram analisados pelo do Protocolo de Avaliação Rápida

de Diversidade de Habitats, proposto por Callisto e colaboradores em 2002. Apenas dois pontos (1 e 6) foram considerados como "Trechos Naturais", pois atingiram mais que 61 pontos na avaliação (Fig. 2). Possivelmente, isso se deu pelo fato dos pontos 1 e 6 serem semi-urbanos e não contarem com a presença intensa de estabelecimentos comerciais em suas adjacências. Nestes pontos, ainda há presença de mata ciliar e uma inegável redução no depósito de lixo e esgoto. O ponto 7 foi o único avaliado como "Trecho Alterado – 41 a 60 pontos", pelo fato de se encontrar em uma área intermediária, isto é, o trecho está modificado, mas ainda conserva algumas características naturais.

Os demais pontos foram classificados como "Trechos Impactados – menor que 41 pontos" (Fig. 2), pois atingiram péssimas pontuações. Provavelmente, isso ocorre pela excessiva ação antrópica nestas áreas.

É possível identificar depósito de lixo em todos esses pontos, salientando o Ponto 4, que foi o trecho com mais impactos. Este se localiza no centro da cidade, onde há grande quantidade de estabelecimentos comerciais muito próximos ao rio, os quais depositam esgoto e lixo no mesmo. A situação do rio no Ponto 4 é caótica, tendo em vista o mal cheiro e as inúmeras doenças que são acarretadas pela situação deste trecho.

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Figura 2 Situação dos 10 pontos analisados no curso do Rio Salinas, com relação aos impactos. Após a divulgação nas escolas, os alunos estão em processo de construção de maquetes a serem

apresentadas com os principais impactos apresentados à eles, com objetivo de conscientizá-los acerca dos aspectos históricos e sócio-ambientais referentes às condições de uso do Rio Salinas. A tabela de áreas georreferenciadas prioritárias para a conservação servirá de base para ações dos órgãos públicos. Desta forma, o rio poderá voltar a exercer sua potencialidade como promotor da qualidade de vida da população.

Conclusões

Conclui-se a utilização do Rio Salinas foi extremamente reduzida nas últimas décadas, devido à acentuada urbanização em suas margens e o consequente depósito de dejetos e desmatamento. Os intervalos do rio que ainda não havia residências e pontos comerciais se mostram muito melhores. Fica evidente a necessidade da revitalização do rio, amenizando os impactos e aumentando a qualidade de vida da população.

Agradecimentos

Agradeço ao IFNMG-Campus Salinas pela bolsa concedida e ao meu orientador pelo suporte.

Literatura citadaBASSOI, L. J.; GUAZELLI, M. R. Controle Ambiental da água. In: PHILIPPI Jr, A.; ROMÉRO, M. de A.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole, p. 53-99, 2004. CALLISTO, M. et al. Aplicação de um protocolo de avaliação rápida da diversidade de habitats em atividades de ensino e pesquisa (MG-RJ). Acta Limnologica Brasiliensis, v. 14, n. 1, p. 91-98, 2002. MINISTÉRIO DA SAÚDE, MS, 2009. Cadernos de informações de saúde. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/mg.htm Acessado em: 19/06/2013.

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ECOMORFOLOGIA ALIMENTAR DE DUAS ESPÉCIES DE LAMBARI Astyanax Bimaculatus E

Astyanax Scabripinnis DO RIO ARAÇUAÍ, BACIA DO RIO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS

Camila Souza de Matos1, Laura Oliveira Freire1, Larissa Fernandes Reis1, Joaquim Neto de Sousa Santos2

1Estudante do curso Integrado em Agroecologia – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Júnior do CNPq. Email: 2 Professor do IFNMG/Araçuaí, D.Sc. Biologia Animal. Email: [email protected] Resumo: O estudo da relação entre morfologia e dieta das espécies tem recebido destaque em razão da alimentação ser um importante aspecto na ecologia das espécies, influenciando o desempenho, reprodução e a longevidade dos indivíduos. Foi analisado a dieta e alguns aspectos ecomorfológicas das espécies Astyanax bimaculatus e Astyanax scabripinnis, que coexistem em um trecho do rio Araçuaí, Minas Gerais. Os peixes capturados foram medidos, pesados, fotografados, eviscerados e o estômago aberto e examinado sob lupa e microscópio. A matriz de dados das variáveis morfológicas das espécies foram comparadas através de t-teste de student, frequência de ocorrência (FO) e teste de correlação de Person. Astyanax scabripinnis e A. bimaculatus ingeriram ovos de peixes, organismos do zooplâncton e da macrofauna (Odonata e Crustacea) e outros táxons de invertebrados incluindo itens alimentares alóctones como Hymenoptera. Tanto para A. bimaculatus quanto para A. scabripinnis o comprimento total mostrou uma forte correlação com a altura e largura da boca, área bucal e comprimento do intestino. Palavras–chave: dieta, lambari, morfologia, rio Araçuaí

IntroduçãoEstudos ecomorfológicos são centrados na relação entre a forma e aspectos ecológicos em peixes

(WINEMILLER, 1991). O estudo da relação entre morfologia e dieta das espécies tem recebido destaque em razão da alimentação ser um importante aspecto na ecologia das espécies, influenciando o desempenho, reprodução e a longevidade dos indivíduos (KRUITWAGEN et al., 2007). A eficiência no forrageamento dependente de um conjunto de fatores, tais como, morfologia, comportamento e das relações ecológicas inter e intra-específicas. As espécies do gênero Astyanax, vulgarmente conhecido como lambari, configuram entre os peixes da família Characidae com maior riqueza de espécies e de distribuição geográfica mais ampla. As de Astyanax apresentam aparentemente, pouca diferenciação morfológica, ecológica e comportamental, sugerindo um grupo em especiação recente. O presente trabalho teve como objetivo analisar a dieta e possíveis diferenciações ecomorfológicas entre as espécies Astyanax bimaculatus e A. scabripinnis, que coexistem em um trecho do rio Araçuaí, Minas Gerais.

Material e MétodosOs peixes foram coletados entre maio e novembro de 2013 em um ponto fixo do rio Araçuaí, MG, em

profundidade média de 1 m, utilizando tarrafa, sombrite e puçá. Os espécimes coletados foram congelados e posteriormente identificados com chaves dicotômicas, pesados e mensurados. Os exemplares foram eviscerados, sendo os estômagos armazenados em álcool 70%. Os itens alimentares foram identificados sob microscópio estereoscópico ao menor nível taxonômico possível. A dieta das espécies foram analisadas pelo método da frequência de ocorrência (FO), por meio deste método obtêm-se informações sobre a seletividade e a amplitude do nicho ecológico, analisando a presença ou ausência de um determinado item alimentar no estômago. Foram registradas as variáveis morfométricas: 1) Comprimento Total (CT): Distância linear da parte mais anterior da cabeça ao final da nadadeira caudal; 2) Altura da Boca (AB): Medida vertical máxima da boca totalmente aberta; 3) Largura da Boca (LB): Medida horizontal máxima da boca totalmente aberta; 4) Área Bucal (ARB): Relaciona a altura da boca com a largura da boca; 5) Comprimento do Intestino (CI): Medida da cárdia ao ânus.

Resultados e Discussão Para a espécie A. bimaculatus (n = 40), o comprimento total variou de 45,11 a 75,00 mm com média

de 64,07 mm ± 16,23, enquanto que para A. scabripinnis (n = 40) variou de 44,10 a 73,49 mm com média igual a 63,87 mm ± 18,25. O comprimento do intestino para A. bimaculatus variou de 42,46 a 62,78 mm, com média de 49,15 mm ± 12,47 e para A. scabripinnis variou de 40,6 a 69,68 mm, com média de 54,19 mm ± 11,66. Numa análise global da dieta, A. scabripinnis e A. bimaculatus exibiram um relevante espectro alimentar, considerando que a dieta incorporou desde ovos de peixes, organismos do zooplâncton e da macrofauna (Odonata e Crustacea) e outros táxons de invertebrados incluindo itens alimentares alóctones como Hymenoptera. O estômago de 40 espécimes de A. bimaculatus e 40 de A. scabripinnis foram

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examinados. Vinte e nove (29) indivíduos de A. bimaculatus apresentaram conteúdo estomacal e 11 estavam com estômago vazio. Em relação a A.. scabripinnis, 32 indivíduos apresentaram conteúdo estomacal e 8 estavam com estômago vazio. Foi observada a ocorrência de sete (8) tipos de diferentes de itens alimentares fazendo parte da dieta das espécies estudadas. A dieta de A. bimaculatus (Hymenoptera, Copepoda, Coleoptera, Crustacea, ovos de peixes, material não identificado (NI), algas filamentosas e Odonata. Algas filamentosas, ovos de peixes, Hymenoptera e Copepoda foram os itens com maiores frequência de ocorrência (FO), 45%, 34,3% e 32,1% e 32,0%, respectivamente (Figura 1). Na análise da dieta de A. scabripinnis foram descritos os mesmos itens alimentares encontrados em A. bimaculatus. Em A. scabripinnis, as algas e Copepoda responderam pelas maiores frequências de ocorrência (Figura 1).

Figura 1 Frequência de ocorrência (FO%) das presas consumidas por A. bimaculatus (barras em branco) e

por A. scabripinnis (barras em negrito). Material não identificado (NI).

Tanto para A. bimaculatus quanto para A. scabripinnis o comprimento total mostrou uma forte correlação com a altura e largura da boca, área bucal e comprimento do intestino. As variáveis morfométricas apresentaram crescimento alométrico negativo (b < 1; P < 0,05), o que significa que elas crescem em menor proporção em relação ao comprimento total (Tabela 1). A relação entre área bucal (ARB) e comprimento total (CT) está representada na Tabela 2.

Tabela 1 Valores do t-test de student para as relações alometricas de A. bimaculatus e A. scabripinnis.

Espécies Variáveis morfométricas t-test Tipo de alometria P

A. bimaculatus

Altura da boca 23,12 Negativa 0,05

Largura da boca 19,61 Negativa 0,05

Área bucal 12,42 Negativa 0,05

Comprimento do intestino 8,06 Negativa 0,05

A. scabripinnis

Altura da boca 9,77 Negativa 0,05

Largura da boca 10,34 Negativa 0,05

Área bucal 3,19 Negativa 0,05

Comprimento do intestino 5,31 Negativa 0,05

Tabela 2 Valores da área bucal média em relação à variação do comprimento total para A. bimaculatus e A. scabripinnis. A representação da área bucal corresponde a um comprimento total fixo de 64 mm.

05

101520253035404550

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Espécies Variação do comprimento total

(mm)

Área bucal média

(mm2)

Representação da área bucal

(CT = 64 mm)

A.bimaculatus 53,41 – 75,30 25,74

A.scabripinnis 53,66 – 75,43 34,96

Conclusões

Os dados analisados são parciais, mas podemos fazer as seguintes inferências: As duas espécies em estudo apresentam sobreposição alimentar. O espectro da dieta inclui os mesmos itens alimentares, na sua maioria algas filamentosas, ovos de peixes, Hymenoptera e Copepoda, caracterizando-as como espécies onívoras. Os dados morfológicos relacionados com a captura e ingestão alimentar apresentam forte correlação com o comprimento total, sendo consistentes para separação das duas espécies. Astyanax scabripinnis apresenta melhores valores dos atributos morfológicos relacionados com a captura do item alimentar, altura da boca, largura da boca e área bucal. Mas, certamente, é necessário um estudo mais detalhado e aprofundado para estabelecer um conjunto de atributos ecomorfologicos que explique a coexistência das duas espécies.

Agradecimentos

Ao CNPq pela concessão da Bolsa de Iniciação Científica Júnior a Camila de Souza Matos. Ao Farley e José Ramalho pela colaboração nas amostragens de campo para coleta dos peixes.

Literatura citada

KRUITWAGEN, NAGELKERKEN, G., I., LUGENDO, B. R., PRATAP, H. B. & WENDELAAR BONGA, S. E. Influence of morphology and amphibious life-style on the feeding ecology of the mudskipper Periophthalmus argentilineatus. Journal of Fish Biology 71: 39–52, 2007.

WINEMILLER, K. O. (1991). Ecomorphological diversification in lowland freshwater fish assemblages from five biotic regions. Ecological Monographs, 61(4): 343-365, 1991.

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IMPACTO AMBIENTAL DA RODOVIA BR-367 SOBRE OS VERTEBRADOS SILVESTRES NA REGIÃO ENTRE ITINGA E ARAÇUAÍ, MÉDIO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS, BRASIL

Ana Maisa Viana1, Gleiciene Oliveira Santos1, Joaquim Neto de Sousa Santos2

1Acadêmico de Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG. Email: [email protected]. 2Professor do IFNMG/Araçuaí, D.Sc. Biologia Animal. Email: [email protected]

Resumo: Estradas são empreendimentos essenciais à vida humana, pois permitem o deslocamento de pessoas e produtos, trazendo desenvolvimento e progresso. Entretanto, as rodovias representam uma antiga e constante causa de mortalidade da fauna silvestre. No presente estudo foi verificado o impacto ambiental da BR-367 sobre a fauna silvestre entre Itinga e Araçuaí, Minas Gerais. Para cada animal atropelado foi anotado a espécie, comprimento, peso e as coordenadas geográfica. Foram realizados 18 monitoramentos ao longo de oito meses, utilizando um veículo com velocidade de 50km/h. Foram registrados 256 animais atropelados (taxa de 0,173 ind./km/dia) de pelo menos 37 espécies/grupos taxonômicos de vertebrados: 71,10% de anfíbios (taxa de 0,123 ind./km/dia), 17,97% de aves (taxa de 0,031), 5,49% de mamíferos (taxa de 0,009) e 1,56% de répteis (taxa de 0,003). Bufo granulosus, Bufo paracnemis, Bufo sp, Leptodactylus sp e Lycalopex vetulus foram em ordem decrescente os táxons com maior número de indivíduos atropelados. A elevada incidência de mortes de anfíbios relaciona-se aos movimentos das espécies durante a época de reprodução e utilização de ambientes marginais da rodovia para forrageamento. Os trechos 1 e 2 tiveram a maior incidência de atropelamentos, correspondendo a área com maior proximidade do rio Jequitinhonha. Durante o mês de outubro foi verificada a maior taxa de atropelamento, atribuída principalmente aos anfíbios, assim como ao maior volume de chuvas do período amostrado. Palavras–chave: atropelamento, chuvas, Jequitinhonha, vertebrados

IntroduçãoAs rodovias são empreendimentos lineares essenciais na infraestrutura necessária ao desenvolvimento

econômico de um país; acesso às áreas produtoras, incentivando a geração de empregos, distribuição de renda e turismo que valorizam terras e contribuem para a qualidade de vida. Por outro lado, trazem associados impactos sociais e ambientais adversos, resultantes da fragmentação de áreas naturais, reconhecidos hoje como a principal ameaça a conservação da biodiversidade. Os impactos decorrentes da construção de rodovias, principalmente no que tange ao atropelamento da fauna nas estradas têm recebido a atenção de pesquisadores em vários países (SANTOS et al., 2012). Os atropelamentos ocorrem em função de vários fatores, sendo a fragmentação da área, que interfere no deslocamento natural da espécie, e a disponibilidade de alimentos ao longo das rodovias, que serve de atrativo para fauna. Neste último caso, a presença de alimentos (grãos, sementes, frutas, plantas herbáceas, entre outros) na pista ou próxima dela, atua como atrativo para os animais silvestres, podendo resultar no atropelamento do animal, cuja carcaça pode atrair a presença de outros animais carnívoros, criando-se um ciclo de atropelamentos (COFFIN, 2007). Diante do contexto exposto, o presente estudo objetivou verificar o impacto ambiental da BR-367 sobre os vertebrados silvestres entre os municípios de Araçuaí e Itinga, Médio Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil.

Material e MétodosA área de estudo corresponde a um trecho de 41 km da BR-367, MG, localizado entre as cidades de

Araçuaí (S 16°50`946``, W 42°02`7.20``) e Itinga (S 16°37`02.7``, W 41°45`53.9``), Minas Gerais. As amostragens foram realizadas em um veiculo com velocidade média de 50 km/h no sentido Itinga-Araçuaí entre maio/2013 e janeiro/2014. As amostragens foram iniciadas às 5:00 horas, com averiguações de 2 km a pé a cada ± 12 km percorrido. Cada animal encontrado foi registrado e mensurado: fotografia, coordenada geográfica, uso da terra, tamanho e posterior identificação usando as fotos e chaves dicotômicas apropriadas. As análises do esforço amostral foram processadas através do programa PAST (software de uso livre, versão 3.0).

Resultados e Discussão Foram registradas 256 animais silvestres atropelados (média ± D.P = 14,22 ± 4,91 por expedição),

distribuídos em 37 unidades taxonômicas mais especifico possível (à nível de família, gênero e espécie). Esse valor encontra-se acima do estimado por Bootstrap (S =34) (Figura 1). Bufo granulosus e B. paracnemis foram às espécies mais encontradas, 78 e 57 indivíduos, respectivamente, apresentando as maiores frequências relativas (B. granulosus = 30,47% e B. paracnemis = 22,26%). Dentre os mamíferos a raposa Lycalopex vetulus foi a espécie mais presente nas amostragens, apresentando as maiores frequências, (N = 9;

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3,51%). As aves não tiveram um padrão de espécies mais atropeladas, mas foi o grupo de maior riqueza, S = 22. Os resultados suportam estudos previamente publicados (BAGER & ROSA, 2011; BUENO et al, 2013), confirmando o impacto que as rodovias exercem sobre a fauna silvestre, em especial os vertebrados, que necessitam cruzarem as rodovias, principalmente, para atender comportamentos migratórios relacionados aos aspectos reprodutivos e alimentares.

Figura 1 Valores de diversidade estimados segundo o teste de Bootstrap (S). A linha cheia corresponde ao valor encontrado, as linhas tracejadas são relativas ao menor e ao maior valor segundo Bootstrap.

As comparações dos atropelamentos mensais realizadas através da Analise de Variância (teste F,

ANOVA one-way) indicaram diferenças significativas nos números e taxas de atropelamentos entre os meses amostrados (F = 3,35; p= 0,007). Após detectadas as diferenças pelo teste F, as amostras foram submetidas ao teste a posteriori de Tukey, indicando que o mês de outubro foi significativamente diferente dos demais meses amostrados (p < 0,02), com 159 indivíduos atropelados, enquanto o mês setembro apresentou o menor número de atropelados (4 indivíduos) (Figura 2). Em outubro foi registrada a maior precipitação entre os meses amostrados, mas não foi verificada correlação entre os atropelamentos e a precipitação mensal. Porém, mesmo não havendo correlação positiva entre os atropelamentos e a precipitação, percebe-se uma tendência entre a ocorrência dos atropelamentos com um volume maior de chuvas, diferentemente de outros estudos, que constataram um maior número de atropelamentos durante o período seco. Um estudo de maior duração no trecho amostrado poderia confirmar esta tendência, que provavelmente possa estar relacionada com o período de maior deslocamento dos animais para eventos de dispersão e reprodução.

Figura 2 Média e erro padrão das taxas de atropelamentos (ind./km/dia) na BR-367 (entre Itinga e Araçuaí), Minas Gerais, Brasil.

A análise comparativa dos trechos amostrados, utilizando a taxa de atropelamento como variável resposta, através do teste de Kruskal-Wallis, indicou diferenças significativas entre os trechos (H = 4,52, p = 0,05): os trechos 1 e 3 apresentaram diferenças significativas (p = 0,045), assim como os trechos 2 e 3 (p = 0,038) (Figura 3). Em relação a riqueza de espécies/unidades taxonômicas, nos trechos 1 e 2 foram encontradas 19 espécies/unidades em cada um. Segundo estimativa de Bootstrap o esperado para o trecho 1 seria 23 espécie e para o trecho 2, 20 espécies, estando, portanto, os valores para os respectivos trechos abaixo dos esperados. No trecho 3 foram registradas 9 espécies, pela estimativa de Bootstrap o esperado seria 11 espécies, estando também abaixo do esperado.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5Bootstrap

036

91215

18212427

303336

39

Div

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0,00

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0,04

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Figura 3 Média e erro padrão das taxas de atropelamentos (ind./km/dia) dos trechos amostrados na BR-367 (entre Itinga e Araçuaí), Minas Gerais, Brasil.

Conclusões

As taxas de atropelamento variam em função da proximidade com áreas úmidas e os meses do ano. Não houve correlação entre taxa de atropelamento e precipitação, tais relações devem ser testadas em futuros trabalhos de avaliação de padrões de atropelamento da fauna silvestre considerando um maior número de coletas. Acreditamos que o uso da terra seja um fator muito preponderante nas taxas de atropelamento, mas requer um levantamento das espécies da flora e fauna local. Os anfíbios são motivados principalmente por comportamento reprodutivo, que inicia nas primeiras chuvas da primavera. Sugerimos que o melhor esforço amostral é aquele que considera maiores distâncias a serem percorridas a pé, tornando a amostragem mais eficiente, visto que nos locais em que percorremos a pé amostramos proporcionalmente mais animais de pequeno porte do que os percorridos somente de carro.

Agradecimentos

Ao IFNMG/Programa de Bolsa Institucional de Iniciação Científica pela concessão da Bolsa de Iniciação Científica a Ana Maisa Viana. Ao professor Natalino Martins Gomes pela concessão dos dados pluviométricos e GPS utilizados no presente trabalho.

Literatura citada

BAGER, A. & ROSA, C. A. Influence of sampling effort on the estimated richness of road-killed vertebrate wildlife. Environmental Management, New York, v. 47, n. 5, p. 851-858, 2011.

BUENO, C. FAUSTINO, M. T. & FREITAS, S. R. Influence of landscape characteristics on capybara road-killon highway BR-040, southeastern Brazil. Oecologia Australis, 17(2): 130-137, 2013.

COFFIN, A. W. From roadkill to road ecology: a review of the ecological effects of roads. Journal of Transport Geography, London, v. 15, p. 396-406, 2007.

SANTOS, A. L. P. G.; ROSA, C. A. & BAGER, A. Variação sazonal da fauna selvagem atropelada na rodovia MG-354, Sul de Minas Gerais – Brasil, Biotemas, 25 (1), 73-79, 2012.

0,0000

0,0020

0,0040

0,0060

0,0080

0,0100

0,0120

Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3Taxa d

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/dia

)

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ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E BIOQUÍMICA DAS BACTÉRIAS ÁCIDO-LÁCTICAS DE QUEIJOS COZIDOS COMERCIALIZADOS NO MERCADO MUNICIPAL

DE SALINAS, MINAS GERAIS

Gabriela Silveira da Silva1, Derek Freitas Ferreira1, Rafael Santana Mendes2, Leonarda Rocha Magalhães3, Thiago Moreira dos Santos4

1Acadêmicos de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Estudante do curso Técnico em Agroindústria. Bolsista PIBIC-EM do CNPq .Email: [email protected]. 3Acadêmica de Medicina Veterinária – IFNMG/Salinas. Voluntária do projeto. Email: [email protected]

4Professor do IFNMG/Salinas. D. Sc. em Ciências Biológicas. Email: [email protected]

Resumo: Os produtos de origem animal têm como constituintes as bactérias ácido-lácticas, que são utilizadas na indústria alimentar por possuírem propriedades tecnológicas e terapêuticas. Assim, o objetivo do trabalho é o isolamento e caracterização fenotípica e bioquímica de bactérias lácticas para uso no desenvolvimento de técnicas em Biotecnologia. Amostras queijo cozido e pingo foram coletadas no Mercado Municipal de Salinas/MG. A caracterização das bactérias foi realizada mediante testes fenotípicos e bioquímicos como morfologia da célula, coloração de Gram, catalase, crescimento em três condições de cultivo: aerobiose, microaerobiose e anaerobiose, produção de CO2 a partir da glicose e crescimento em caldo MRS com 6,5% de NaCl. Os resultados obtidos quanto à caracterização indicam que nas amostras foram isolados 6 cocos, com morfologias diferentes, sendo todos Gram positivos e catalase negativas, nenhum produziu CO2 a partir da glicose e somente 5 cresceram no meio MRS com 6,5% de NaCl. Nos testes respiratórios, apenas 1 isolado não cresceu na condição de aerobiose; os demais cresceram em todos os ambientes. Estes resultados indicam que os isolados apresentam características de bactérias ácido-lácticas homofermentativas, com potencial para uso como culturas iniciadoras em produtos lácteos fermentados. Palavras–chave: bactérias ácido-láticas, queijo cozido

IntroduçãoA cidade de Salinas, Minas Gerais, tem na produção agropecuária uma das principais fontes de renda

da sua população. Destaca-se neste cenário, a fabricação de produtos de origem animal artesanais como, por exemplo, embutidos cárneos e lácteos. Entre seus constituintes, as bactérias acido-lácticas (BAL) compõem um grupo de micro-organismos amplamente distribuídos em alimentos e que possuem interesses tecnológico e terapêutico (Gonçalves, 2009; Pieniz, 2010).

As bactérias ácido-lácticas são produtoras de diferentes compostos antimicrobianos, que incluem toxinas, enzimas bacteriolíticas, ácidos orgânicos, peróxido de hidrogênio e bacteriocinas, que desempenham atividades antibióticas (Khedid et al., 2009 apud Pieniz, 2010; Gonçalves, 2009). Além do mais, as BAL isoladas de leite e queijos desempenham ação antagonista frente a patógenos e deteriorantes, como Staphylococcus spp., Listeria spp., Salmonella spp., Bacillus spp., Pseudomonas spp. e bactérias do grupo coliforme (Duarte, et al. 2013). Na indústria alimentar, elas modificam aos poucos a estrutura e o aroma dos alimentos fermentados, aumentando a sua vida útil e contribuindo para o desenvolvimento das suas qualidades gastronômicas (Silva, 2011). Dessa forma, as bactérias ácido-lácticas são micro-organismos ativos biologicamente, que realizam funções nutricionais promotora de saúde, uma vez que previnem doenças e protegem órgãos, além de serem importantes na preparação e conservação de alimentos lácteos (Gonçalves, 2009).

Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo promover o isolamento e caracterização fenotípica e bioquímica das bactérias ácido-lácticas presentes em amostras de pingo e queijos cozidos comercializados na região de Salinas/MG, visando a criação de um banco de armazenamento de BAL para

uso como culturas iniciadoras em produtos lácteos fermentados e no desenvolvimento de técnicas em Biotecnologia.

Material e MétodosPara o isolamento, 25g das amostras foram homogeneizadas em 225 ml de salina peptonada e após

diluições seriadas, realizou-se o plaqueamento em ágar MRS, as quais ficaram incubadas em estufa à 37°C durante 48h, em anaerobiose. Após, foi realizada a contagem e caracterização morfo-tinturiais das colônias. Estas que apresentavam morfologias diferentes foram coletadas e incubadas em caldo MRS a 37°C por 24h. Posteriormente, foi realizado o teste respiratório sob três condições de cultivo diferentes: aerobiose, anaerobiose e microaerobiose, na qual amostras foram repicadas, em triplicata, para placas de Petri em ágar

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MRS e incubadas a 37º C durante 48h. Para realizar a estocagem, os micro-organismos isolados foram inoculados em 5ml de caldo MRS e levados à estufa, a 37ºC, durante 48 h, sob anaerobiose. Após observar o crescimento, uma alíquota de 1000µl de cada tubo foi transferida para tubo de eppendorf e foi adicionado 100µl de glicerol esterilizado e congelados a -80ºC. Para o teste de produção de CO2 a partir da glicose, os isolados, já crescidos, foram ressuspendidos a 1% (v/v) em tubos de ensaio com 10 ml de caldo MRS contendo tubos de Durham invertidos, que foi incubado a 37º C por 48 hs. Por fim, foi realizado o teste de capacidade de crescimento na concentração de 6,5% de NaCl. Foi retirado das culturas 0,100ml e inoculados em tubos contendo 10 ml caldo MRS a uma concentração de 6,5% de NaCl. Incubou-os a uma temperatura de 37ºC durante 48h. Os métodos adotados foram de acordo com Silva (2011).

Resultados e Discussão

Os queijos adquiridos no Mercado Municipal de Salinas/MG, apresentavam características que evidenciavam as mesmas técnicas de fabricação, uma vez que possuíam massa uniforme, coloração e sabor próprios, não continham corantes e conservantes, além de serem produzidos a partir do leite cru e terem o acréscimo do pingo. Essas características constituem a forma artesanal de fabricação de queijos, conforme relato de Santos et al. (2013).

De 9 amostras de queijo e pingo, obteve-se 6 isolados, pois 1 delas se perdeu durante a repicagem e 2 apresentaram catalase-positiva e, portanto, foram descartadas. Nesse sentido, se faz importante a caracterização das BAL como um grupo heterogêneo de micro-organismos gram-positivos, catalase negativas, colônias pequenas e sem pigmentação, formam cocos ou bacilos, não esporuladas, imóveis, se desenvolvem em ambientes microaeróbios e/ou anaeróbios facultativos (Early, 2000 apud Gonçalves, 2009).

Na Tabela 1, observa-se que os isolados apresentaram colônias com morfologias muito diferentes, tanto em termos de forma, como de relevo, margem e agregação. Contudo, todas apresentaram a mesma morfologia da célula, em forma cocos, e cor esbranquiçada com transparência opaca. Sendo assim, pode-se dizer que quanto à caracterização fenotípica, os isolados apresentam características de bactérias lácticas.

Tabela 1 Caracterização fenotípica dos isolados de bactérias ácido-láticas em amostras de queijo e pingo.

Isolados Forma da colônia

Elevação Margem Morfologia da célula

Agregação Pigmentação

PJN Ponto Achatada Inteira Cocos Estafilococos Branca/opaca PJC Circular Convexa Inteira Cocos Estreptococos Branca/opaca

QC 01 Circular Convexa Inteira Cocos Estreptococos Branca/opaca QC02 Ponto Achatada Inteira Cocos Estreptococos Branca/opaca

QF Circular Pulverulenta Dentada Cocos Estreptococos Branca/opaca QCJN Circular Pulverulenta Inteira Cocos Estafilococos Branca/opaca

A tabela 2 mostra os resultados obtidos após submeter os isolados a diferentes testes de crescimento.

Em relação ao teste de coloração Gram e catalase, todos foram classificados como positivos e negativos, respectivamente. Já nos resultados de testes respiratórios, observou-se crescimento da maioria das bactérias em todos os ambientes, exceto um que não cresceu em ambiente de aerobiose. Esse resultado confirma o que Gonçalves (2009) e Pieniz (2010) salientaram nos seus trabalhos, que apesar de desenvolverem em ambientes anaeróbios, as bactérias acido-láticas são aerotolerantes, ou seja, podem se desenvolver em ambientes com presença de oxigênio. Em relação ao teste de crescimento em solução de NaCl a 6,5%, verificou-se que os isolados apresentaram capacidade de crescer em ambientes salinos, exceto para um que não cresceu sob esta condição. Nesse sentido, Silva (2011) confirma que algumas espécies de bactérias ácido-láticas como Lb. plantarum e o Lc. lactis ssp. lactis, apresentam sensibilidade em ambientes com uma concentração de NaCl a 6,5%. Contudo, comparando estes resultados com os resultados do crescimento dos tubos de ensaio controle, verifica-se que para a grande maioria dos isolados esta concentração salina influenciou o seu crescimento. No último teste, a produção de CO2 a partir da glicose, os resultados foram negativos para todos os isolados. Com isso, é possível classificar as bactérias ácido-lácticas isoladas quanto à fermentação como homofermentativas, uma vez que nesta via, a molécula de glicose é metabolizada e convertida em apenas ácido lático (Silva, 2011).

Tabela 2 Caracterização bioquímica das bactérias ácido-láticas isoladas em amostras de queijo e pingo. Teste coloração de gram (Gram), catalase, crescimentos em aerobiose (AERO), anaerobiose

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(ANAERO), e microaerobiose (MICRO), crescimento em NaCl 6,5% (NACl) e produção de CO2 a partir da glicose (CO2)

Isolados

Gram

Catalase

Teste respiratório

NaCl

CO2 AERO ANAERO MICRO

JPN + - + + + + -

PJC + - - + + + -

QC 01 + - + + + - -

QC 02 + - + + + + -

QF + - + + + + -

QCJN + - + + + + -

ConclusõesFoi possível isolar 6 colônias com características de bactérias ácido-lácticas. Mediante as

caracterizações realizadas, é possível prever que alguns dos micro-organismos isolados podem pertencer aos gêneros Lactococcus, Steptococcus ou Enterococcus. Contudo, é necessário realizar outros testes como crescimento em diferentes temperaturas, em diferentes pH, testes de susceptibilidade a antimicrobianos e caracterização molecular para se confirmar essa hipótese. A partir de então, será possível sua utilização na fabricação de queijos em escala industrial e no desenvolvimento de outras pesquisas.

AgradecimentosAgradecimentos ao Prof. Dr. Thiago Moreira dos Santos pela orientação, à FAPEMIG pelos recursos

financeiros e à Diretoria de Pesquisa na execução do projeto.

Literatura citadaDUARTE, M.C.K.H; CORTEZ, N.M.S; CORTEZ, M.A.S; FRANCO, R.M. Ação antagonista de bactérias láticas frente ao crescimento de estirpe patogênica. Enciclopédia biosfera: Centro Científico Conhecer. .9:16; p. 25, 2013. GONÇALVES, S.M.L. Identificação e caracterização de bactérias do ácido lático isoladas de um produto cárneo fermentado tradicional e do ambiente fabril. Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa. 2009. 94p. (Dissertação de Mestrado) PIENIZ, S. Avaliação das atividades antimicrobiana, antioxidante e capacidade de bioacumulação de selênio nas células de Enterococcus. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010. SANTOS, L.M.N.L.; TRINDADE, S.M.; FARIA, R.L.R.; VINDEROLA, G.; FERREIRA,J.M.S.; MAGALHÃES, J.T. Isolamento e resistência ao resfriamento e congelamentode de bactérias do ácido lático isoladas de queijo minas artesanal. BBR - Biochemistry and Biotechnology Reports. Edição Especial, v. 2, n. 2, jun., p. 153-155, 2013 SILVA, L.J.M. Isolamento e Caracterização Bioquímica das Bactérias do Ácido Láctico do Queijo São Jorge DOP. Angra do Heroísmo, Universidade dos Açores, 2011. 135p. (Dissertação de Mestrado)

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USO OTÓLITOS SAGITTAE PARA DISCRIMINAÇÃO DOS LAMBARIS Astyanax Bimaculatus E

A. Scabripinnis (Characidae) DO RIO ARAÇUAÍ, BACIA DO RIO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS

Larissa Fernandes Reis1, Laura Oliveira Freire1, Camila Souza de Matos1, Joaquim Neto de Sousa Santos2

1Estudante do curso Integrado em Agroecologia – IFNMG/Araçuaí. Bolsista de Iniciação Júnior do CNPq. Email: 2 Professor do IFNMG/Araçuaí, D.Sc. Biologia Animal. Email: [email protected] Resumo: Os caracídeos do gênero Astyanax, incluem mais de 80 espécies, as quais são pobremente conhecidas quanto a aspectos taxonômicos e filogenéticos. É evidente, a necessidade de outras ferramentas para complementar a identificação das espécies do gênero Astyanax sp. Dentre as ferramentas utilizadas na identificação de peixes, constam o uso dos otólitos com suas características espécie-específica. Os peixes foram medidos, pesados, eviscerados e o par de otólitos Sagittae extraído mediante uma incisão no topo da cabeça. Os otólitos foram colocados em potes de acrílico, fotografados e etiquetados. A partir das imagens geradas foram obtidos dados morfometricos utilizando o programa de análise de imagens, ImageJ 1.38. A partir das fotografias foram obtidas a área do otólito, comprimento e largura. Após esta etapa, foi realizado um estudo morfológico de cada exemplar de Astyanax bimaculatus e A. scabripinnis objetivando visualizar diferenças entre os otólitos das diferentes espécies para discriminação taxonômica. O comprimento e largura dos otólitos apresentaram forte correlação positiva para ambas as espécies. A partir dos dados analisados foi possível distinguir as duas espécies, sendo, portanto, o uso dos otólitos uma opção taxonômica pertinente. Palavras–chave: lambari, otólitos, rio Araçuaí, taxonomia

IntroduçãoA falta de caracteres auxiliares para uso na taxonomia das espécies do gênero Astyanax sp faz com

que seja um grupo com grandes possibilidades de novas descrições de espécies desconhecidas, reforçado pelo fato de apresentarem aparentemente pouca diferenciação morfológica, ecológica e comportamental, sugerindo um grupo em especiação recente (GURGEL 2004). Isto se agrava pelo fato do grupo apresentar grande plasticidade fenotípica, pela provável variação geográfica em função das condições peculiares de cada habitat e diversos rios e riachos ainda não amostrados e com pouca representatividade dos microhabitats. É evidente, portanto, a necessidade de outras ferramentas para complementar a identificação das espécies do gênero Astyanax sp. Dentre as ferramentas utilizadas na identificação de peixes, constam análise da morfologia externa e uso dos otólitos com suas características espécie-específica. Os peixes teleósteos possuem três pares de otólitos, envoltos por uma membrana, situados no ouvido interno: são eles, Sagittae, Lapillus e Asteriscus), desempenhando funções de equilíbrio e audição (AGUIRRE & LOMBARTE 1999). O Sagittae é o mais desenvolvido e tem sido usado como uma importante ferramenta taxonômica para discriminação das espécies; devido as suas características morfológicas serem espécie-específica. Portanto, tais estruturas têm destacada importância como característica taxonômico para a identificação das espécies de peixes (KEMP 2011). O presente trabalho teve como objetivo analisar os otólitos Sagittae de A. bimaculatus e A. scabripinnis para discriminação taxonômica.

Material e MétodosOs peixes foram coletados entre os meses de maio e novembro de 2013 em um ponto fixo do rio

Araçuaí, MG, em profundidade média de 1 m, utilizando tarrafa, sombrite e puçá. Os peixes capturados foram medidos, pesados, eviscerados e o par de otólitos Sagittae extraído mediante uma incisão na face ventral da cabeça. Os otólitos foram colocados em laminas de vidro aderidos a esmalte incolor e fotografados. A partir das imagens geradas foram obtidos dados morfometricos em milímetros (mm) utilizando o programa de análise de imagens, ImageJ 1.38. A partir das fotografias foram obtidas a área do otólito, comprimento e largura. Após esta etapa, foi realizado um estudo morfológico de cada exemplar de A. bimaculatus e A. scabripinnis objetivando visualizar diferenças entre os otólitos das diferentes espécies para discriminação taxonômica. A matriz de dados das variáveis morfológicas dos otólitos foi comparadas através de análise de variância, componentes principais e análise discriminante para detectar possíveis diferenças entre as espécies.

Resultados e Discussão Até o momento foram analisados os otólitos de 38 espécimes (20 A. bimaculatus e 18 A.

scabripinis), os indivíduos considerados neste trabalho apresentaram a mesma faixa de tamanho (53 a 75 mm

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-1,2-0,9-0,6-0,3 0,30,60,91,2

Valores de senos 1

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,3

0,6

0,9

1,2

Valo

res

de

co

sen

os

1

de comprimento total), minimizando o efeito do tamanho. Para visualizar o formato médio dos otólitos foi reproduzido o contorno baseado nos descritores médios (pontos harmônicos) de Fourier de cada espécie, sendo posteriormente plotados em forma de gráficos que são mostrados na Figura 1. Apesar de haver sobreposição das imagens geradas, as análises posteriores corroboraram a clara separação das duas espécies baseada na área, comprimento e largura dos otólitos.

Figura 1 Gráfico representativos das formas de contorno de A. bimaculatus (esquerda) e de A. scabripinnis (direita) baseado nos descritores de Fourier.

A análise de componentes principais teve maior contribuição do primeiro componente, explicando 97% da variação entre as espécies, os demais componentes contribuindo muito pouco para diferenciar as duas espécies, principalmente baseado no contorno dos otólitos. O alto valor do componente 1 representou uma boa separação das duas espécies através da morfologia dos otólitos, demonstrando claramente a variação observada, distinção e classificação correta das espécies. Astyanax bimaculatus apresentou uma distribuição claramente diferente de Astyanax scabripinnis, seus otólitos apresentaram contornos característicos que permitem distinguir as duas espécies de ocorrência simpátrica (F = 7,22, P < 0,002). As espécies apresentaram correta classificação de 94 %, refletindo uma correta obtenção dos dados morfometricos.

ConclusõesA partir dos dados morfológicos dos otólitos analisados foi possível discriminar as espécies A.

bimaculatus e A. scabripinnis. Os otólitos são distintos e podem ser utilizados como caracteres taxonômicos. Mas, certamente, é necessário um estudo mais detalhado e aprofundado para estabelecer um conjunto de atributos ecomorfologicos dos otólitos para fazer outras inferências ecológicas e taxonômicas.

AgradecimentosAo CNPq pela concessão da Bolsa de Iniciação Científica Júnior a Larissa Fernandes Reis. Ao Farley

e José Ramalho pela colaboração nas amostragens de campo para coleta dos peixes.

Literatura citada

AGUIRRE, H. & A. LOMBARTE. Ecomorphological comparisons of sagittae in Mullus barbatus and M. surmuletus. Journal of Fish Biology (1999) 55, 105–114, 1999.

GURGEL, H. C. B. Estrutura populacional e época de reprodução de Astyanax fasciatus (Cuvier) (Characidae, Tetragonopterinae) do Rio Ceará Mirim, Poço Branco, Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 21(1):131-135, 2004.

-1,2-0,9-0,6-0,3 0,3 0,60,9 1,2

Valores de senos 1

-1,2

-0,9

-0,6

-0,3

0,3

0,6

0,9

1,2

Valo

res

de

co

sen

os

1

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KEMP, J, STEPHEN, E., JENKINS, SIMON, R. Otolith chemistry is more accurate than otolith shape in identifying cod species (genus Pseudophycis) in the diet of Australian fur seals (Arctocephalus pusillus doriferus). Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences. 68(10): 1732-1743, 2011.

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Ciências da Saúde

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A CONSTRUÇÃO DE UM BLOG COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E DE COMBATE AO MOSQUITO DA DENGUE (Aedes Aegypti) EM SALINAS –MG

Ygor Jardell Pereira Cangussú¹, Washington Matheus Lacerda², Ronaldo Medeiros dos Santos3, Filipe Vieira

Santos de Abreu³

¹Aluno do curso Técnico em Informática – IFNMG/Salinas. Bolsista do Programa de Iniciação Científica do Ensino médio (FAPEMIG / PIBIC-EM). Email:[email protected] ² Aluno do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista do Programa de Iniciação Científica do Ensino médio (CNPq / PIBIC-EM). ³ Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] Resumo: O Aedes aegypti é o principal vetor do vírus da dengue no Brasil, e os esforços para combatê-lo não tem se mostrado eficazes, em parte, porque o tratamento e divulgação dos dados de campo é lento e restrito. Portanto, no presente trabalho, propõe-se uma forma mais eficiente de trabalhar com os índices entomológicos recolhidos pelos agentes de combate à endemias de Salinas. Para isso, utilizou-se técnicas de georreferenciamento e técnicas de programação e construção de website para divulgar dados entomológicos recolhidos em dois bairros de Salinas em 2012/2013. As técnicas foram extremamente ágeis e eficiente no tratamento dos dados. Acredita-se que essas ferramentas podem contribuir em diversos programas de saúde pública, em especial no combate à dengue. Elas ainda tiveram bom desempenho na junção de conteúdos distintos – topografia, informática e parasitologia e possibilitaram o aprendizado de um estudante de nível médio de forma interdisciplinar.

Palavras–chave: Aedes aegypti, blog, georreferenciamento

IntroduçãoO mosquito A. aegypti, em sua forma antropofílica, é o principal vetor do vírus da febre amarela

urbana e da dengue no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010. Mesmo após décadas de pesquisa as estratégias de combate a este vetor ainda não são eficazes, e o desenvolvimento de novas tecnologias se faz necessário.

Para monitoramento do vetor na fase de ovos e larvas é preconizado a utilização de armadilhas ovitrampa e larvitrampa, bem como a pesquisa larvária e o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Todas estas metodologias geram índices entomológicos que podem ser utilizados pelos gestores de saúde para estimar a presença do A. aegypti, sua densidade populacional e os riscos de uma epidemia de dengue (RESENDE, 2009). Porém a produção destes índices requer mão-de-obra em laboratório para contar o número dos ovos depositados, e conhecer o nível de infestação. Além disso, os dadosprecisam ser tabulados e impressos e só então ficam disponíveis aos gestores de saúde para sejam tomadas as devidas providências de controle.

Todo este processo é lento e pode resultar em estratégias de combate ineficazes uma vez que o mosquito pode se deslocar rapidamente de uma área para outra. Além disso, os índices gerados não ficam disponíveis para a população e são de difícil interpretação.

Uma possível ferramenta para corrigir parte destes gargalos é a utilização de sistemas de informações georreferenciados aliados à divulgação dos dados em sites da internet de livre acesso. O georreferenciamento possui como principal ferramenta o Sistema de Informação Geográfica (SIG). O SIG pode auxiliar na identificação de áreas com maior ocorrência dos mosquitos ou da doença, permitindo que políticas públicas de combate sejam focadas nessas áreas e adotadas em tempo hábil (RICKETTS, 2003). Por outro lado a internet, em especial os Blogs, possibilitam uma rápida e ampla divulgação de informações especializadas de forma gratuita, mobilizando tanto os órgãos de saúde como a própria população.

Material e MétodosO estudo foi desenvolvido em dois bairros da cidade de Salinas, pertencente à

mesorregiãodenominada Norte de Minas Gerais. A área experimental está situadapróxima à latitude 16° 10’ 92” S e longitude 42° 28' 82" O.

O Bairro São Geraldo, localiza-se na região central de Salinas e apresenta maior acesso à coleta de lixo e 100% das ruas asfaltadas. O Bairro Vista Alegre situa-se na periferia leste da cidade e possui menos acesso à coleta de lixo e maior número de ruas sem calçamento. Dez casas de cada bairro foram utilizadas no presente estudo, totalizando 20 residências. Elas foram monitoradascom armadilhas Ovitrampa durante 25 semanas, entre os meses de maio/2012 e janeiro/2013,por acadêmicos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas do IFNMG – campus Salinas. Os índices gerados foram utilizados para a construção do mapa

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epidemiológico georreferenciado. À partir deste mapa, iniciou-se a construção do website interativo para divulgação dos resultados. Optou-se pelo formato de Blog – abreviatura de Weblog, por se tratar de um website gratuito e de construção intuitiva (BLOOD, 2000). Além disso, seu padrão de entradas cronológicas atende aos objetivos iniciais de divulgar semanalmente os resultados obtidos em campo.

Resultados e DiscussãoDurante o monitoramento, foram coletados 7.092 ovos de A. aegypti no Bairro São Geraldo e 11.557

no Bairro Vista Alegre, totalizando 18.649 ovos. Isto mostra a necessidade de desenvolvimento de métodos mais ágeis de combate a este vetor. Devido a isso, utilizou-se o georreferenciamento dos dados, foco de outro trabalho de PIBIC-EM, para iniciar a construção do website.

À princípio ele seria hospedado no domínio.com.br. No entanto, o blog foi amelhor alternativa encontrada, devido ao preço e a suas peculiaridades, tais como a facilidade e modernidade de sua interface. O endereço em que o blog está hospedado é http://www.mosquitodenguesalinas.blogspot.com.br/ e se encontra no ar desde janeiro de 2014.

Nesta primeira versão do blog, optou-se por uma página inicial simples e direta, que já expõe as casas onde foramrealizadas as coletas georreferenciadas, como mostra a figura 1.

Figura 1 Página inicial do blog mostrando o mapa de Salinas com os 20 pontos de coleta georreferenciados.

Detalhe ampliado das informações – coordenadas geográficas e número de ovos por semana - que aparecem quando se clica em qualquer um dos pontos.

Quando o visitante clica em qualquer ponto, por exemplo, a casa 1, são exibidas as coordenadas geográficas daquele ponto, bem como o número de ovos que foi contabilizado naquela residência semanalmente. Por enquanto, o site só oferece suporte para o lançamento de dados das doze primeiras semanas. Este resultado já atende nossos objetivos de criar um canal de divulgação científica prático e rápido. À medida que o trabalho for publicado e divulgado, espera-se captar verbas para manter um espaço mais robusto.

Além dos dados referentes à coleta, o blog pode servir como instrumento de educação sanitária e divulgação dos trabalhos do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais. Por enquanto, o site conta com um espaço para explicar os objetivos do projeto, uma área para troca de contatos e algumas ações que podem auxiliar no combate à dengue (Fig. 2).

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Figura 2 Áreas do blog destinadas à explicação do projeto, divulgação do IFNMG e troca de informações.

O endereço do Blog será agora amplamente apresentado à comunidade e divulgado nos órgãos de

combate à endemias. Espera-se que sistemas como este, de simples aplicação e desenvolvimento sejam adotados na cidade de Salinas. É importante ressaltar a importância educacional deste projeto para o estudante do curso técnico em informática – bolsista deste projeto - que pôde aplicar seus conhecimentos e aliá-los a noções de parasitologia e geoprocessamento.Considera-se que ferramentas deste tipo devem ser mais exploradas tanto no meio científico como educacional.

Conclusões Através do presente trabalho, conclui-se que a construção de um blog, aliado aos conhecimentos de

parasitologia e de geoprocessamento possuem enorme potencial e aplicabilidade nos estudos de saúde pública, especialmente no monitoramento e combate à dengue. Além disso, o blog e a internet se mostraram muito eficientes do ponto de vista educacional, uma vez que aliaram conhecimentos interdisciplinares.

AgradecimentosÀFAPEMIG pelo apoio e concessão da bolsa de Iniciação Científica Júnior, e ao IFNMG - Salinas.

Literatura citada

BLOOD, R. (2000). “Weblogs: A Historyand Perspective”, [Online] Disponível em http://www.rebeccablood.net/essays/weblog_history.html 2000. Acesso em 4.Fev.2014. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_epidemias_dengue_11_02_10.pdf 2010. Acesso em 2.Fev.2014. RICKETTS, T.C. Geographic Information Systems and Public Health. AnnuRevPublic Health 2003; 24: 1-6RESENDE, M.C., Estudo multicêntrico do uso da armadilha MosquiTRAP para captura de Aedes aegypti e geração de índices de vigilância entomológica. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. 130p.

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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO DE MULHERES INTERNADAS NO HOSPITAL MUNICIPAL DE JANUÁRIA

Adriele Gomes Lima Oliveira¹, Patrícia de Sousa Fernandes2, Thatiane Lopes Oliveira3

1Discente do curso Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Professora do IFNMG/Januária. Especialista em Saúde da Família. Coordenadora do projeto. E-mail: [email protected] 3 Professora do IFNMG//Januária. Mestre em Ciências da Saúde. E-mail: [email protected]

Resumo: Trata-se de um estudo descritivo, transversal em que foram entrevistadas 35 mulheres em puerpério mediato internadas na Maternidade do Hospital Municipal de Januária com o objetivo de avaliar os seus conhecimentos sobre o Aleitamento Materno. Embora seja sabidamente reconhecida a importância da amamentação para o binômio mãe-filho, ainda é um desafio para o profissional de saúde conduzir esse processo e, certamente, como resultado dessa limitação, 40% das mulheres entrevistadas não foram informadas sobre esse assunto durante o acompanhamento de sua gravidez nos serviços de saúde e o conhecimento daquelas que foram orientadas não se mostraram suficientes para obtenção de sucesso da amamentação. Palavras–chave: aleitamento materno, conhecimento, puerpério mediato

Introdução O aleitamento materno (AM) é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição

para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade

infantil. Permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe/bebê e regozijo de

toda a sociedade. Dada a sua importância, o AM deve ser a primeira prática alimentar a ser estimulada para

promoção da saúde, formação de hábitos alimentares saudáveis e prevenção de muitas doenças (BRASIL, 2006). Dessa forma, o objetivo desse estudo foi analisar o conhecimento acerca do AM das mulheres em

puerpério mediato no Hospital Municipal de Januária.

Material e Métodos Trata-se de um estudo descritivo transversal, com abordagem quantitativa, no qual foram investigadas

35 mulheres em puerpério mediato internadas na Maternidade do Hospital Municipal de Januária no período

de 07 a 21 de outubro de 2013, que aceitaram participar da pesquisa, que não possuíam contra-indicação para

a prática do aleitamento materno e que já haviam amamentando o seu filho na instituição. Para isso, foi

aplicado um questionário estruturado contendo informações sociodemográficas, história da gravidez atual,

informações sobre o aleitamento materno e práticas da amamentação adaptado do questionário utilizado por Carreira (2008) em seu trabalho sobre “Amamentação e Dor”. Os dados foram tabulados e processados em

banco de dados eletrônico no programa Microsoft® Excel 97 (Sistema Operacional Windows98, Microsoft

Corporation, Inc.).

Resultados e Discussão Em relação as características sociodemográficas, 31% (n=11) possuíam idade entre 15 e 20 anos,

26% (n=9) entre 21 a 25 anos, 29% (n=10) entre 26 e 30 anos, e 14% (n=5) entre 31 e 35 anos. A maioria

possuía ensino médio completo (51%, n= 18) e era casada (54% ,n=19). Embora 60% (n=21) tenham tido

outros filhos, apenas 40% (n=14) relataram já ter amamentado anteriomente.

Sobre a gravidez atual, a maioria (60%, n= 21) teve parto vaginal, não houveram prematuros, sendo

que a idade gestacional variou de 37 a 41 semanas; apenas 14% (n=5) tiveram gravidez de risco; todas

realizaram pelo menos 01 consulta de pré-natal, sendo que a maioria (68%, n=24) realizou de 5 a 8 consultas. Como pode ser percebido na Tabela 1, 40% (n=14) das mulheres entrevistadas não foram informadas

sobre o AM na gravidez. A maioria (51%, n=18) daquelas que receberam informações sobre o assunto

relatou que foi orientada pelo enfermeiro e que essas informações se referiam, principalmente, acerca das

vantagens do AM para o bebê. Brasil (2009) afirma que para promover o AM, o profissional de saúde precisa

estar preparado, pois, por mais competente que ele seja nos aspectos técnicos relacionados à lactação, o seu

trabalho de promoção e apoio ao AM não será bem sucedido se ele não levar em consideração os aspectos

emocionais, a cultura familiar, a rede social de apoio à mulher, entre outros e, por isso, deve reconhecer a

mulher como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando-a, escutando-a e empoderando-a.

Tabela 1 Informações sobre o Aleitamento Materno (AM)

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Foi informada sobre o AM durante a gravidez Sim Não

% (n) 60 (21) 40 (14)

Quem a informou sobre o AM Enfermeiro Médico Familiares e amigos Livros e revistas Não foi informada

% (n) 51 (18) 29 (10) 11 (04) 03 (01) 06 (02)

As informações obtidas foram sobre Vantagens para mãe Vantagens para o bebê Caracterísitcas do leite materno Efeitos nocivos da introdução precoce de leites artificiais Técnica da amamentação Não sabe informar

% (n) 37 (13) 91 (32) 03 (01) 17 (06) 06 (02) 09 (03)

Como expõe a Tabela 2, 83% (n=29) das mulheres amamentaram seus filhos na 1ª hora de vida e 60%

(n=21) precisaram de ajuda na 1ª mamada oferecida ao recém-nascido, dessas 62% (n=13) disseram ter sido auxiliada pelo enfermeiro e 38% (n=08) pelo próprio familiar. Cavalcante et al. (2012), afirmam que embora a lactação seja considerada algo intrínseco do processo natural de desenvolvimento do ser humano, o AM requer cuidado, que deve ser apreendido tanto pela nutriz como pelo lactente. Filamingo et al. (2012), afirmam que amamentar não é um ato apenas instintivo: envolve um aprendizado, por isso requer prática e tempo para ser aprimorado.

Tabela 2 Prática atual do Aleitamento Materno Você já amamentou o seu filho? Sim

Não

% (n)

97 (34)

03 (01)

Quando o amamentou pela primeira vez? Durante a 1ª hora de vida

Depois da 1ª até a 6ª hora de vida

Depois da 6ª hora de vida

% (n)

83 (29)

14 (05)

03 (01)

Precisou de ajuda na 1ª mamada? Sim

Não

% (n)

60 (21)

40 (14)

Se sim, quem a ajudou? Enfermeiro

Familiar

% (n)

62 (13)

38 (08)

Quando o filho está amamentado, sabe identificar os sinais de boa pega Sim

Não

% (n)

02 (06)

94 (33)

Sobre a identificação dos sinais de boa pega, 94% (n=33) afirmaram não saber reconhecê-los e isso pode ser corroborado pelo dado apresentado na Tabela 1 em que apenas 6% (n=2) afirmaram ter sido informadas sobre a técnica de amamentação durante a gravidez. De acordo com Brasil (2009), as mães que estão amamentando querem suporte ativo, bem como informações precisas, para se sentirem confiantes, mas o suporte oferecido pelos profissionais costuma ser demasiado passivo e reativo. Se o profissional de saúde realmente quer apoiar o AM, ele precisa entender que tipo de apoio, informação e interação as mães desejam, precisam ou esperam dele.

ConclusõesEmbora seja sabidamente reconhecida a importância da amamentação para o binômio mãe-filho, o

estudo demonstra que conduzir esse processo ainda é um desafio para o profissional de saúde, uma vez que o conhecimento adquirido pelas mulheres nos serviços de saúde não são suficientes para que obtenham sucesso na amamentação. Temas relevantes como características do leite materno, técnica de amamentação,

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benefícios para mãe, efeitos nocivos da introdução precoce de leites artificiais, dentre outros, ainda são pouco discutidos nas consultas da gestante. Como a amamentação não é um processo puramente instintivo, torna-se necessário que o profissional de saúde compreenda os aspectos biológicos, emocionais, sociais e culturais envolvidos a fim de favorecer o AM.

Agradecimentos

Agradecemos à FAPEMIG, pelo apoio financeiro na forma de bolsa de Iniciação Científica BIC-Jr.

Literatura citadaBRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. _______________ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília: Editora do Ministério, 2009. CARREIRA, L.M. Amamentação e Dor. Covilhã, Universidade da Beira Interior, 2008, 106p. (Dissertação de Mestrado). CAVALCANTE, L. V. T. F., et al.Práticas de aleitamento materno no município de Iguatu-CE. Rev Bras Promoç Saúde. 25(4): 476-481, 2012. FILAMINGO, B. O., et al. A prática do aleitamento materno entre mães adolescentes na cidade de Dois Córregos, estado de São Paulo. Scientia Medica. 22 (2): 81-85, 2012.

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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO DO MOSQUITO Aedes Aegypti EM DOIS BAIRROS DE SALINAS –MG, E SUA IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NAS AÇÕES DE

COMBATE À DENGUE – 2013/2014

Jéssica Coutinho Silva¹, Ana Luísa Santana Ferreira², Gesline Ferreira Guimarães², João Paulo Brito Siqueira², Rejane Teixeira da Silva², Valdinara dos Santos², Filipe Vieira Santos de Abreu³

¹Acadêmica do curso de Ciências Biológicas – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] ² Acadêmico(a) do curso de Ciências Biológicas – IFNMG/Salinas. IC voluntário - IFNMG/Salinas. ³ Professor do IFNMG/Salinas, Ms. Parasitologia. Email: [email protected] Resumo: O Aedes aegypti é o principal vetor do vírus da dengue no Brasil. A literatura descreve que fêmeas desta espécie realizam “skip-oviposition” e depositam ovos acima da linha d’água. O objetivo deste trabalho foi avaliar o real comportamento de oviposição do A. aegypti nos criadouros utilizados para monitoramento da dengue no Brasil. Para isso foram instaladas 20 armadilhas em dois bairros de Salinas – MG. Estas foram inspecionadas semanalmente, durante as estações seca e chuvosa para contagem e identificação dos ovos presentes na água e na palheta. Paralelamente, analisaram-se dados meteorológicos da região. Nas 16 semanas amostradas até dezembro/2013, foram coletados 8.022 ovos, o IPO apresentou grande flutuação de 0 a 90%. Ao todo, 8,29% dos ovos foram depositados diretamente na água. Apesar do número de ovos encontrados na água ter sido significativamente menor do que na palheta (p<0,05), ele foi bem superior aos 3% descritos na literatura, e atingiu mais de 80% na semana 35. Através do baixo número de ovos (<30) encontrados em aproximadamente 50% das armadilhas positivas, constatou-se a ocorrência do comportamento de skip-oviposition. Conclui-se que a quantidade de ovos depositados na água pode ser maior do que o descrito na literatura. Novos estudos devem ser realizados em outras regiões para verificar a validade desta informação. Além disso, ficou claro que o skip-oviposition é um comportamento frequente, também nas populações de A. aegypti do semi-árido mineiro.

Palavras–chave: Aedes aegypti, comportamento, oviposição

IntroduçãoO Aedes aegypti é o principal vetor do vírus da dengue no Brasil. A transmissão ao homem se dá

através da picada da fêmea, que necessita do repasto sanguíneo para maturação dos ovos. O comportamento de oviposição e a seleção de locais para realizá-lo são de extrema importância na

vida destes insetos e estão intimamente relacionados à sua sobrevivência. A literatura descreve que as fêmeas destes insetos distribuem seus ovos em vários criadouros, comportamento denominado “Skip-oviposition”, e que os mesmos são depositados acima da linha d’água.

Diversos autores afirmam que o mosquito Aedes aegypti raramente deposita seus ovos na superfície da água, e admitem que apenas 3% do total de ovos é colocado diretamente sobre a água (CHADEE et al.,1995). No entanto os índices encontrados em estudos realizados no Brasil variaram de 42,9 a 63,2% dos ovos depositados na água (MADEIRA et al. 2002).

A armadilha de oviposição – Ovitrampa – é o método mais sensível e econômico para detectar a presença de A. aegypti, em situações onde a densidade populacional é baixa e em estudos epidemiológicos e comportamentais (REITER, 2007). No Brasil, é preconizado pelo Ministério da Saúde a utilização das armadilhas ovitrampa para obtenção dos seguintes índices: - Índice de Positividade de Ovitrampa (IPO) e Índice de Densidade de Ovo (IDO). No entanto, nestes levantamentos, a água presente nas ovitrampas é desprezada sem qualquer tipo de análise ou contagem dos ovos, pois parte-se do pressuposto que a oviposição na água é desprezível. Caso a oviposição na água seja maior do que se preconiza, estas armadilhas podem gerar falsos índices entomológicos e ineficiência das medidas de controle da dengue no país.

O presente trabalho vem da necessidade de estudos que avaliem o real comportamento de oviposição do A. aegypti nos criadouros utilizados para monitoramento da dengue no Brasil, e a real quantidade de ovos depositados na água por este mosquito na região do semi-árido Norte-mineiro.

Material e Métodos

Para a realização deste trabalho foram confeccionadas, manualmente, 20 armadilhas do tipo ovitrampa, utilizando de material reciclável (garrafa pet) para sua construção. A armadilha é constituída de um recipiente de cor preta e fosca, contendo 300 ml de água. Em seu interior foi fixado verticalmente um uma palheta de madeira compensada, com superfície rugosa exposta para receber a postura dos ovos. Estas armadilhas foram instaladas em dois bairros (que receberam nome simbólico de bairro A e B) do município

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de Salinas – MG, este são os mesmos do trabalho realizado em julho/2012 a julho/2013. As armadilhas foram distribuídas de forma homogênea nas residências dos bairros.

Uma vez por semana as armadilhas foram vistoriadas. A água e a palheta contida em cada uma das ovitrampas foram recolhidas, identificadas individualmente e transportadas ao Laboratório de Biologia do IFNMG – Campus Salinas, para análise. As coletas de dados ocorreram no inverno (caracterizando a estação seca) e no verão. As armadilhas continuarão instaladas até o mês de março (caracterizando a estação chuvosa). Devido a isso, os resultados deste período ainda são preliminares.

A partir destes dados foram calculados os índices entomológicos “Índice de Positividade de Ovitrampa = número de armadilhas positivas x 100/número de armadilha vistoriada” e “Índice de Densidade de Ovo = número de ovos/número de armadilhas positivas”. No entanto, ao contrário da rotina preconizada, as análises foram feitas considerando também o número de ovos encontrados na água da armadilha. Paralelamente, analisaram-se dados meteorológicos do município disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), possibilitando, assim, correlacionar as variáveis de Temperatura e Umidade Relativa com os valores de oviposição das ovitrampas.

Resultados e DiscussãoNas 14 semanas do inverno foram coletados 4.918 ovos, já nas 2 primeiras semanas do verão

contabilizou-se 3.104, o que evidencia o perigo desta estação para a transmissão da dengue. Do total de ovos coletados, o bairro B obteve a maior quantidade, representado por 61,31% do total. Isso pode ser explicado pelas características deste bairro, que é mais próximo ao rio, à área comercial e mais urbanizada da cidade. Este conjunto de fatores amplia a disponibilidade de criadouros e de alimentação para estes vetores. À partir destes resultados sugere-se que o centro de zoonose de Salinas intensifique o monitoramento neste bairro.

O IPO apresentou grande flutuação de 0 a 90% no período amostrado, os maiores índices foram nas semanas 24 e 52. Esta flutuação expressa a própria flutuação populacional destes insetos que podem migrar de um bairro para outro em busca de criadouros, especialmente na estação seca.

O IDO indicou nas semanas 33, 34 e 37, baixos níveis de ovos 7,6, 8 e 4,5, respectivamente, os maiores valores foram observados nas semanas 34 e 52 com valores de 130 e 201. Isto mostra a importância da estação chuvosa na demografia populacional do A. aegypti, e a necessidade de maior vigilância sanitária no período.

Ao todo, 9,26% dos ovos foram depositados na água até o momento. A manutenção da população de A. aegypti durante toda a estação seca do semi-árido, indica a importância da deposição de ovos diretamente na água, para a sobrevivência deste vetor. Apesar do número de ovos encontrados na água ter sido significativamente menor do que na palheta (p<0,05), ele foi superior aos 3% encontrados por Chadee (1995). Ressalta-se que o resultado obtido foi muito parecido ao do trabalho anterior, realizado em 2012. A porcentagem total de ovos na água ficou próximo aos 10%, o que é três vezes superior ao descrito na literatura (Fig. 1). Tal semelhança pode sugerir um padrão de comportamento para a região. Em 96% das coletas a quantidade de ovos na água excedeu o valor de 3% e atingiu o patamar de 80% na semana 35 (Fig. 2).

Figura 1 Porcentagem total de ovos encontrados na água e na palheta, nos dois anos amostrados.

Estes resultados podem ter grande importância epidemiológica, uma vez que a quantidade de ovos na água tem sido desprezada nos cálculos dos índices entomológicos.

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Não foram observadas relações entre o comportamento de oviposição e as variáveis climáticas analisadas, como mostra a figura 2.

Figura 2 Porcentagem de ovos depositados na água e na palheta e os dados meteorológicos, por semana amostrada

A prática do skip-oviposition foi indiretamente observada, uma vez que aproximadamente 50% das

armadilhas positivas continham menos de 30 ovos. Este comportamento diminui os riscos de perda total da prole do A. aegypti por dessecação e/ou destruição de criadouros.

Conclusões

Diante dos resultados conclui-se que a quantidade de ovos depositados na água pode ser superior ao que o descrito na literatura. Aparentemente a população de mosquitos de Salinas coloca, em média 10% de seus ovos na água. Novos estudos devem ser realizados em outras regiões para verificar a validade desta informação. Além disso, estudos a longo prazo também seriam úteis para confirmar o padrão observado em Salinas. Ficou claro que o skip-oviposition é um comportamento frequente, também nas populações de A. aegypti do semi-árido mineiro. Além disso, há uma necessidade de intensificação do combate ao Aedes aegypti no bairro B. A prefeitura será informada destes resultados.

AgradecimentosAgradeço ao IFNMG - Campus Salinas pelo apoio e concessão da bolsa de Iniciação Científica, aos

estagiários que sempre estiveram presentes e atuantes na realização deste trabalho e ao orientador pelos ensinamentos.

Literatura citada

CHADEE, D.D.; CORBET, P.S.; TALBOT, H. Proportions of eggs laid by Aedes aegypti on different substrates within an ovitrap in Trinidad, West Indies. Med Vet Entomol;v 9: 66-70 1995. MADEIRA, N.G. MACHARELLI, C.A. CARVALHO, L.R. Variation of the oviposition preferences of Aedes aegypti in function of substratum and humidity. Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2002; 97(3): 415-420. REITER, P. Oviposition, dispersal, and survival in Aedes aegypti: Implications for the efficacy of controls strategies. Vector Borne Zoonotic Dis 2007; 7:261-273.

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE ENTEROPARASITOS EM QUATRO BAIRROS DO MUNICÍPIO DE SALINAS - MG

Felipe Augusto Soares1, Andressa Souza Xavier1, Fabíola Mendes dos Santos2, Cirilo Henrique de Oliveira2,

Filipe Vieira Santos de Abreu3

1Acadêmico de Licenciatura em Ciências Biológicas – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 2 Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. [email protected]. 3Professor do IFNMG/Salinas, Ms. Parasitologia. [email protected]. Resumo: As enteroparasitoses constituem um agravo à saúde pública no Brasil. Estudos epidemiológicos são de extrema importância no combate a estas parasitoses. Objetivou-se identificar os enteroparasitos endêmicos, a influência de fatores sócio-ambientais associados às parasitoses e sua prevalência em quatro bairros do município de Salinas – MG. Para tal, foram realizados 182 exames coproparasitológicos, utilizou-se a técnica de sedimentação espontânea de Hoffman, Pons e Janer e leitura de três lâminas em microscópio óptico. Foi aplicado um questionário contendo perguntas acerca das condições sanitárias, econômicas, gênero e faixa etária da população. Os enteroparasitos apresentaram a seguinte prevalência: Entamoeba coli (19,8%); Entamoeba histolytica/dispar (18,7%); Giardia lamblia (5,5%); Ascaris lumbricoides (4,9%); Strongiloides stercolaris (2,2%); Enterobius vermicularis (1,6%); Hymenolepis nana (0,5%). Dentre as amostras analisadas encontrou-se 42% de positividade. Os bairros pesquisados e o gênero dos participantes não interferiram nas taxas de prevalência. O número de moradores por residência e a faixa etária influenciam nas taxas de infecção. Os que consomem água filtrada apresentaram mais infectados (44,6%) em relação aos que não consomem água filtrada (36%). É necessária a realização de estudos que elucidem os mecanismos de transmissão dessas doenças. Conclui-se que é preciso conscientizar a população e os órgãos públicos de saúde com intuito de dirimir estas mazelas. Palavras–chave: enteroparasitos, fatores de risco, prevalência, salinas

IntroduçãoAs enteroparasitoses constituem como um dos agravos à Saúde Pública no Brasil e no mundo. Estas

doenças possuem alta prevalência em regiões de clima tropical e em países subdesenvolvidos (BAPTISTA et al. 2006).

Estas parasitoses têm como agentes etiológicos os agrupamentos de protozoários (amebas, flagelados, ciliados, esporozoários e microsporídios) e helmintos (nematóides, trematódeos e cestóides) que, em alguma fase de seus ciclos biológicos, utilizam-se como habitat o aparelho digestório de hospedeiros vertebrados, como o ser humano. As parasitoses estão intimamente relacionadas com diversas condições no meio ambiente onde estão envolvidos diversos fatores, tais como: condições sanitárias, educacionais e socioeconômicas; densidade demográfica; condições de uso e contaminação do solo da água e dos alimentos (REY, 2011).

Pesquisas revelam que o esgotamento sanitário é o serviço de saneamento básico de menor cobertura nos municípios brasileiros, alcançando apenas 55,2% das sedes municipais (IBGE 2010). Atualmente estima-se que cerca de 3,5 bilhões de pessoas encontram-se infectadas por parasitos intestinais. Para o diagnóstico de tais enfermidades é preconizado à utilização do exame parasitológico de fezes (WHO, 2013). Dados do IBGE (2010) apontam baixos indicadores socioeconômicos das regiões Norte de Minas Gerais e Vale do Jequitinhonha, apresentados pelos dados de incidência de pobreza e desigualdade de 49,87% para o município de Salinas.

Nas mesorregiões do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais existem poucos estudos epidemiológicos com enfoque nas parasitoses intestinais de maior prevalência. Tendo em vista a contaminação do rio e a construção de moradias nas margens deste, que é habitualmente utilizado por lavadeiras, horticultores, pescadores e em alguns casos até como lugar de recreação por crianças, torna-se necessário verificar quais enteroparasitoses acometem esta população vulnerável.

Diante do que foi exposto, este trabalho objetiva identificar os enteroparasitas endêmicos e sua prevalência em quatro bairros da zona urbana do município de Salinas – MG, vindo a contribuir para com os órgãos de saúde pública e incentivar a adoção de medidas profiláticas para diminuir a incidência de novos casos.

Material e Métodos

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Para delimitação da área deste estudo foram selecionados quatro bairros (Progresso, Alto Casa Blanca, São Fidélis e Alto São João) tendo como critério de escolha os que estão situados em área urbanizada, preferencialmente os mais periféricos e próximos às margens do rio Salinas.

As residências utilizadas para a amostragem foram selecionadas aleatoriamente para a abordagem residencial que permitiu a realização das coletas de material fecal, firmado por um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e resposta de um questionário contendo perguntas acerca das condições sanitárias e econômicas da residência, sexo e idade dos participantes. Foram entregues aos participantes, coletores contendo conservante (MIF) para a conservação das fezes. As coletas foram feitas semanalmente entre os meses de Junho/2013 a Janeiro/2014.

O material fecal coletado foi analisado para identificação de parasitos no Laboratório de Biologia do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas, utilizando o método de enriquecimento parasitário de Hoffman, Pons e Janner (sedimentação espontânea) e as amostras foram examinadas com o auxílio de microscópio óptico com aumento de 10x e 40x para identificação dos ovos e/ou cistos, onde foi feita leitura de três lâminas de cada amostra.

Os dados foram avaliados para obtenção das taxas de prevalência de parasitos intestinais com a utilização do software Office Excel® 2003, e as variáveis socioeconômicas e perfil dos participantes tabuladas a partir das respostas dos questionários.

Resultados e DiscussãoOs resultados apresentaram a ocorrência dos seguintes parasitos e suas respectivas prevalências nos

quatro bairros: Entamoeba coli (19,8%); Entamoeba histolytica/dispar (18,7%); Giardia lamblia (5,5%); Ascaris lumbricoides (4,9%); Strongiloides stercolaris (2,2%); Enterobius vermicularis (1,6%); Hymenolepis nana (0,5%) (Figura 1). Estes resultados corroboram com outros trabalhos realizados no estado e na região, onde foram observados altos índices de protozooses e a presença de helmintos (MARTINS et al., 2009).

Figura 1 Prevalência Geral de parasitos em quatro bairros do município de Salinas - MG

Encontrou-se 42,3% de positividade das amostras analisadas, isto indica uma situação de risco e alerta

aos demais moradores e em regiões que apresentarem as mesmas características ambientais e socioeconômicas. Não foi observada relação entre os bairros/taxas de prevalência e gênero/taxas de prevalência.

Os índices de infecção aumentaram progressivamente à medida que aumentava o número de moradores na residência: 42% (1 a 3 moradores), 76% (4 a 6 moradores), 100% (acima de 6 moradores). Este resultado permite inferir que as residências com maior número de moradores (alta densidade) possibilitam a disseminação de protozooses nos membros da família, o que sugere que o contato pessoal e os maus hábitos higiênicos são importantes vias de transmissão nessa população.

Foi observada maior positividade em indivíduos acima de 30 anos (29,33%) quando comparados com grupos de idade inferior (de 0 a 15 anos – 13,24% e de 16 a 30 anos – 20,51%) (Tabela 1). Estes dados podem ser explicados pelo fato das pessoas acima de 30 anos terem mais tempo de exposição aos parasitos e, muitas vezes, não realizarem tratamento, já que algumas destas protozooses são assintomáticas. Tabela 1 Valor Bruto, Percentual amostral e Positividades divididas em Categorias das variáveis analisadas

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Ao contrário do esperado, o número de infectados foi maior (44,6%) nas residências onde se

consumia água filtrada em comparação àquelas que não faziam uso do filtro (36,5%). Isso se deve, provavelmente, à qualidade e manejo incorreto dos filtros por parte dos moradores ou pelo consumo de água não ser o principal mecanismo de transmissão.

Apesar de um estudo sobre a malacofauna na bacia do Rio Salinas ter observado a presença do caramujo da espécie B. straminea, hospedeiro intermediário do helminto Shistossoma mansoni (MARTINS et al., 2012), nas análises realizadas não foi registrada nenhuma infecção por esquistossomose.

Conclusões

A partir destes resultados, conclui-se que as protozooses são mais prevalentes na população investigada e apresenta um alto índice de infecção por enteroparasitos. As residências com maior número de moradores e as faixas etárias elevadas estão mais vulneráveis à contaminação.

São necessários mais estudos que possibilitem verificar quais os mecanismos de transmissão de parasitos que atuam nesta população. Torna-se evidente a necessidade de conscientização da população quanto aos fatores de risco, e o estabelecimento de políticas sociais e sanitárias para dirimir estas mazelas socioambientais.

AgradecimentosGostaria de apresentar meus agradecimentos à FAPEMIG e ao IFNMG- Campus Salinas pelo apoio e

concessão da bolsa de Iniciação Científica, e aos estagiários e orientador que sempre estiveram presentes e atuantes na realização deste trabalho. Muito obrigado!

Literatura citada

BAPTISTA, S. C.; et al. Analysis of intestinal parasites incidence in the city of Paraíba do Sul, RJ. Revista Brasileira de Análises clínicas. v. 38: 271-273, 2006. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2010. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB - 2008. IBGE: Rio de Janeiro. MARTINS, B. A. G.; ALMEIDA, A.; SOARES, F. A.; ABREU, F. V. S. Levantamento caramujos hospedeiros da esquistossomose – Biomphalaria spp. – na bacia do Rio Salinas e sua taxa de infecção por Schistosoma mansoni. Resumo apresentado nos Anais do I Seminário de Iniciação Científica, Salinas - MG, 2012. MARTINS, L. P. A.; et al.; Avaliação inicial da prevalência de algumas enteroparasitoses na comunidade de Palmital, município de Berilo – MG. Rev Med Minas Gerais. ed. 19: 26-31, 2009. REY, L. Parasitologia. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 4a Edição, 2011. WHO, World Health Organization. 2013[Conteúdo da internet] Neglected tropical diseases. Disponível em: <http://www.who.int/neglected_diseases/mediacentre/WHA_66.12_Eng.pdf> Acesso em: 30/08/2013.

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O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS MENINGITES DE CAUSA INFECCIOSA

Karla Jaciara Vieira Damaceno¹, Haline Falcão de Ornelas¹, Patrícia de Sousa Fernandes¹, Vanessa

Rodrigues Buglio Magalhães², José Orlando Mendes de Almeida²

¹Professora do IFNMG/Januária, Enfermagem. Email: [email protected] ¹Professora do IFNMG/Januária, Enfermagem. Email: [email protected] ¹Professora do IFNMG/Januária, Enfermagem. Email: [email protected] ²Estudante do Curso Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email:[email protected] ²Estudante do Curso Técnico em Enfermagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] Resumo: A meningite infecciosa constitui um grave problema de saúde pública. Deve-se considerar o seu impacto sobre a saúde coletiva uma vez que apresenta relevante potencial epidêmico e alta morbidade e letalidade. Este estudo objetivou verificar o conhecimento da equipe de enfermagem do Hospital Municipal de Januária (HMJ) sobre as medidas de prevenção e controle das meningites de causa infecciosa. Foram investigados todos os profissionais da equipe de Enfermagem do HMJ. Dispondo-se de uma abordagem descritiva de caráter quantitativa, o estudo identificou a prevalência do conhecimento da equipe de enfermagem quanto às medidas de prevenção e controle da meningite. Conclui-se que a equipe de enfermagem constitui-se na sua maioria de profissionais adultos jovens 62,9% (29) na faixa etária entre 20 e 39 anos, com predominância do sexo feminino 78,2% (36). No que se refere à categoria profissional: 50% (23) são Técnicos em Enfermagem; 28,2% (13) são Enfermeiros e 21,7% (10) são Auxiliares de Enfermagem. Quanto ao conceito da doença, a maior parte da equipe de enfermagem 60,8% (28) conhece o conceito; 41,3% (19) reconhecem os modos de transmissão e somente 50% informaram quais devem ser as medidas adequadaspara evitar a disseminação da doença. Em relação à forma de transmissão para os profissionais de saúde, 82,6% (38) conhecem as ações que favorecem a transmissão da meningite. Palavras–chave: conhecimento, controle, meningite, prevenção

Introdução O termo meningite é definido pela ocorrência de um processo inflamatório nas meninges,

membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos e agentes não infecciosos (BRASIL, 2009). Para a saúde pública as meningites infecciosas são mais relevantes pelo potencial epidêmico e alta morbidade e letalidade (BRASIL, 2005; BRASIL, 2010).Durante o acompanhamento de alunos no estágio curricular em ambiente hospitalar do curso técnico de enfermagem do Instituto Federal do Norte de Minas – Campus Januária, no HMJ, observou-se frente a casos suspeitos de meningites infecciosas condutas de enfermagem pautadas por muitas dúvidas, pelo medo exacerbado de contaminação em alguns casos e em outros, pela inobservância total das medidas de biossegurança, a utilização inadequada da quimioprofilaxia. Logo, surgiu a seguinte questão: a equipe de enfermagem do HMJ possui conhecimento sobre as medidas de prevenção e controle das meningites de causa infecciosa?

Devido gravidade da patologia propõe-se avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as medidas de prevenção e controle das meningites infecciosas com o intuito de sensibilizar esses profissionais sobre o seu papel no sentindo de conter a disseminação da doença.

Material e Métodos

Para estudar o conhecimento da equipe de enfermagem sobre as medidas de prevenção e controle das meningites de causa infecciosafoi realizada uma pesquisa documental, sendo a análise descritiva de caráter quantitativa. O local onde realizou-se o estudo foi o Hospital Municipal de Januária(HMJ). Para a realização deste estudo optou-se por uma abordagem censitária. Todos os profissionais da equipe de enfermagem do HMJforam convidados a participar da pesquisa, porém foram excluídos os profissionais que se encontravam de férias, licença maternidade, atestado médico e os que se recusaram a participar do estudo. Sendo assim, somente 46 profissionais participaram da entrevista. Os dados foram coletados por meio de um questionário auto aplicável e anônimo no horário de trabalho dos servidores. As informações colhidas foram consolidadas em tabelas e submetidas à análise quantitativa e descritiva, com distribuição de percentual e comentários. Para a construção das tabelas foi utilizado o programa Word. Nesta pesquisa foram respeitados os aspectos presentes na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, que dispõe sobre as pesquisas envolvendo seres humanos e os referenciais básicos da Bioética.

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Resultados e Discussão

Os resultados da pesquisa foram apresentados através de tabelas demonstrando os dados obtidos, obedecendo a sequência do instrumento de coleta de dados. Tabela 1 Distribuição dos sujeitos segundo os dados pessoais, Januária, MG, 2013. Variável n % Idade20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos Acima de 60 anos Total

12 17 8 9 - 46

26 36,9 17,3 19,5 - 100,0

SexoMasculino Feminino Total

10 36 46

27,1 78,2 100,0

Categoria ProfissionalEnfermeiro Técnico em Enfermagem Auxiliar de Enfermagem Total

13 23 10 46

28,2 50 21,7 100

Fonte: Cenário do estudo, 2013.

Os resultados obtidos demonstram que a equipe de enfermagem pesquisada constitui-se na sua maioria de profissionais adultos jovens 62,9% (29) na faixa etária entre 20 e 39 anos, com predominância do sexo feminino 78,2% (36). No que se refere à categoria profissional: 50% (23) são Técnicos em Enfermagem; 28,2% (13) são Enfermeiros e 21,7% (10) são Auxiliares de Enfermagem. Quanto ao tempo de atuação profissional verificou-se prevalência de 5 a 9 anos 34,7% (16) e 15 a 20 anos 19,5% (9) de serviço. Tabela 3 Distribuição dos sujeitos da pesquisa segundo as formas de transmissão de meningite infecciosa,

Januária, MG, 2013. Modo de transmissão n %Por inalação de aerossóis de secreção de vias aéreas (ou contato indireto com secreções) de um portador sintomático de micro-organismo patogênico; algumas, por via fecal-oral. Por inalação de aerossóis de secreção de vias aéreas (ou contato com secreções) de um doente ou portador assintomático de micro-organismo patogênico; algumas, por via fecal-oral. Por inalação de secreções da orofaringe de um doente com diagnóstico confirmado. Por inalação de gotículas de secreção de vias aéreas (ou contato com secreções) de um doente ou portador assintomático de micro-organismo patogênico; algumas, por via fecal-Toral. Nãorespondeu Total

6 4

16 19

1

46

13

8,6

34,7 41,3

2,1

100,0

Fonte: Cenário do estudo, 2013. Ao serem questionados sobre as formas de transmissão de meningite, somente 41,3% acertaram a

questão.É expressivo o percentual 58,4% (19) que informou incorretamente a forma de transmissão da meningite.

Deve-se ressaltar que os profissionais foram questionados quanto ao conceito de meningite infecciosa, e foi possível observar que 60,8%(28) da equipe conhece o conceito. Entretanto, é expressiva a quantidade de profissionais que conceituaram incorretamente a doença em questão. Tabela 4 Distribuição dos sujeitos da pesquisa de acordo as medidas de prevenção utilizadas, Januária,

MG,2013. Medidas de prevenção n %Higienização das mãos, máscara N95 para profissionais, máscara N95 para o paciente no momento do transporte e quarto privativo.

13 28,2%

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Higienização das mãos, máscara N95 para profissionais, máscara cirúrgica para o paciente no momento do transporte e quarto privativo.

8 17,3%

Higienização das mãos, máscara cirúrgica para profissionais, máscara cirúrgica para o paciente no momento do transporte e quarto privativo.

23 50%

Higienização das mãos, máscara cirúrgica para profissionais, máscara N95 para o paciente no momento do transporte e quarto privativo.

1 2,1%

Nãorespondeu 1 2,1% Total 46 100,0 Fonte: Cenário do estudo, 2013.

No que se refere as medidas de prevenção utilizadas em caso suspeito ou confirmado de meningite

infecciosa 50% (23) profissionais acertaram a questão, ou seja, os outros 50% dos profissionais entrevistados não sabem quais os equipamentos de proteção individual devem utilizar ao cuidar do cliente com suspeita ou diagnóstico confirmado de meningite.

ConclusõesOs dados identificados neste estudo evidenciam que uma pequena parte da equipe de enfermagem

conhece os modos de transmissão da meningite e as medidas adequadas de prevenção e controle, o que pode favorecer o uso indevido de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a disseminação desta doença no ambiente hospitalar.

Em relação as medidas de prevenção e controle, sugere-se que o Hospital institua um programa de educação permanente a fim de capacitar os profissionais. O conhecimento e a adequada identificação da meningite infecciosa assumem especial interesse na prática assistencial visto que ações educativas específicas no âmbito da saúde determinam mudanças expressivas no desempenho dos profissionais da área.

Contudo, não basta ter conhecimento sobre as meningites de causa infecciosa, é necessário incorporar valores de suas conseqüências para que os profissionais possam utilizar as medidas de biossegurança corretamente com o objetivo de romper a cadeia de transmissão da doença.

AgradecimentosAgradecemos a FAPEMIG pelo incentivo financeiro, em forma de bolsa de iniciação científica,

imprescindível para a realização desta pesquisa.

Literatura citadaANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/gve_7ed_web_atual.pdf.> Acesso em 31 jan. 2013 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Subsecretaria de Vigilância em Saúde. Coordenadoria de Doenças e Agravos Transmissíveis. Protocolo de VigilânciaEpidemiológica de Meningites. 3. ed. Belo Horizonte, 2010. 20p

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OCORRÊNCIA DE CISTICERCOSE BOVINA E SUÍNA EM MATADOURO, SOB INSPEÇÃO MUNICIPAL EM SALINAS, MINAS GERAIS

Luana Brenda Dias de Oliveira1,Leonarda Rocha Magalhaes2, Ellen Cristinne Ferreira Costa1, Flaviana Antunes Sousa2, Vanessa Paulino Vieira Rodrigues3

1 Estudante do curso Técnico em Agropecuária..Bolsista de Iniciação Cientifica Junior. Email: [email protected]; ; [email protected] 2Acadêmica de Medicina Veterinária– IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected]

3Professor do IFNMG/Salinas; [email protected] Resumo: Considerando a ocorrência passada de cisticercos em bovinos e suínos em abatedouros da região da cidade de Salinas, realizou-se um trabalho baseado na análise minuciosa e inspeção das carcaças após serem abatidas em um matadouro sob inspeção municipal da referida cidade. O principal exame utilizado para essa avaliação é o exame post mortem. Quando a forma larvar é encontrada na carcaça, a mesma é descartada. As formas de contaminação para o homem é ingerindo a forma larvar em carne mal cozida de bovino ou suíno e após dois meses de desenvolvimento, as tênias liberam proglótides grávidas nas fezes que chegam ao ambiente, contaminando as pastagens, a água e os alimentos. O grau de contaminação da população está diretamente ligado com o grau de saneamento básico. O trabalho foi realizado no período de Maio a Dezembro de 2013 no abatedouro da cidade de Salinas-MG, no qual não foram encontrados resultados positivos para a cisticercose nos animais inspecionados. Assim com base nos resultados obtidos pôde-se notar que as questões sanitárias, higiênicas e epidemiológicas dos órgãos públicos situados no município já haviam adotado as medidas efetivas de prevenção e controle contra essa enfermidade e por isso a percentagem de contaminação nas carcaças foi nula. Palavras–chave: Bovina, cisticercose, inspeção, suína.

IntroduçãoA etiologia da cisticercose bovina é representada pela presença do estágio larval da Taenia saginata, o

Cysticercus bovis. Já a cisticercose suína é representada pela Taenia solium e sua forma larvar é o Cysticercus cellulosae. A detecção da infecção nos animais é feita por uma inspeção minuciosa da carne dos animais quando são abatidos. Este exame post mortem é feito em abatedouros e exclusivamente por um médico veterinário especializado que pode condenar a carcaça quando é encontrado o cisticerco. O exame pode ser feito visualmente ou fazendo incisões nos músculos como o masseter, o coração, língua, músculos esqueléticos, fígado e o diafragma. O exame post mortem é um método convencional de diagnóstico da cisticercose, por isso ele é tão utilizado. Levando-se em consideração o risco para as populações, os prejuízos para os produtores e os prejuízos para os abatedouros é que várias formas de estudo acerca da doença estão sendo utilizadas para melhorar a qualidade de vida das pessoas da região, bem como implantar métodos profiláticos que interrompam a forma de transmissão da doença, uma vez que a doença ainda se manifesta nos países em desenvolvimento.

Dessa forma o presente trabalho tem por objetivo, por meio da inspeção, avaliar e classificar a presença de cisticercos na carne bovina e suína no matadouro sob inspeção municipal na cidade de Salinas-Mg.

Material e MétodosOs métodos utilizados na linha de inspeção nos matadouros frigoríficos para a pesquisa da cisticercose

constituem-se no que está preconizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através do RIISPOA, assim como, os critérios adotados para o critério de julgamento e o destino das carcaças, órgãos e vísceras. Estes cisticercos seriam acondicionados em sacos plásticos devidamente identificados e armazenados em caixas isotérmicas para posterior transporte ao laboratório.

No laboratório os cistos passariam por mais um processo de identificação, onde seriam classificados em duas categorias: vivos e degenerados: i)Vivos podem ser imaturos, com coloração esbranquiçada, forma gelatinosa, não havendo distinção do protoescólex e o processo de desinvaginação não ocorre. ii) Maduros com protoescólex e quando são submetidos aos processos de desinvaginação, verifica-se a presença de escólex com mobilidade. iii) Degenerados podem ser caseosos, com conteúdo pastoso de coloração amarelada.

Assim calcificados, com o interior contendo material sólido, perceptível ao tato, especialmente ao corte. A identificação dos cisticercos seria feita após o processo de desinvaginação dos cistos vivos, os quais

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seriam processados individualmente: i) Primeiramente, seria retirada a massa muscular e a cápsula do cisticerco. A avaliação dos mesmos seria feita por processo de desinvaginação em placa de Petri, com incubação em bile fresca bovina entre 10 a 15 minutos a 37 °C. ii) Os cisticercos que poderiam ter apresentado desinvaginação seriam considerados viáveis, os demais seriam submetidos à dessecação em microscópio estereoscópico no aumento de 40 vezes e avaliaria a textura do conteúdo interno, diferenciando os que estariam em processo de caseificação e calcificação, ou seja, inviáveis. iii) Fixação em lâminas e colocados em placas de Petri que conteria o fixado Railliet e Henry, permanecendo no fixador por 24 horas. O líquido por capilaridade entraria em contato com a larva fixando-a. Os líquidos fixadores funcionam também como conservantes das larvas, até sua coloração por carmim acético e identificação no microscópico óptico no aumento de 100 vezes.

Resultados e DiscussãoO presente trabalho foi realizado em abatedouros na cidade de Salinas-MG, que de acordo com

pesquisas no local e indícios históricos poderia contribuir para a existência da doença devido a quantidade de animais como bovinos e suínos pelos arredores da região.

Com o surgimento da cisticercose ocorreria uma limitação na cadeia produtiva desse setor, causando sérios prejuízos econômicos com outros reflexos negativos para a região de ocorrência do mesmo. Assim visando salientar a presença da cisticercose neste estudo foram feitas analises laboratoriais nos animais abatidos no abatedouro da cidade cujos resultados nos mesmos foram negativos. Verificou-se que das carcaças inspecionadas, 100% dos animais s não apresentaram a doença, confirmando então que as condições de saneamento básico e epidemiológicas encontradas são favoráveis ao controle da cisticercose no abatedouro visitado. Assim os resultados encontrados até o momento demonstram que a taxa de positividade dos casos da doença é zero.

Conclusões Com o trabalho realizado conclui-se que no abatedouro no município de Salinas-MG, não houve a

presença de cisticerco nas carnes dos suínos abatidos, mostrando assim devido à ausência deste mesmo as condições de saneamento básico e epidemiológicas encontradas são favoráveis ao controle da cisticercose no abatedouro visitado.

AgradecimentosÀ FAPEMIG, CNPq e ao IFNMG- Campus Salinas pela concessão de Bolsa de Iniciação Cientifica.

Literatura citada

SANTOS, C. C. G.; MOREIRA, M. D. Ocorrência de cisticercose bovina em matadouro frigorífico. Exportador de Ituiutaba / MG. Universidade Federal de Uberlândia, 2010. SILVA, R. C. Prevalência da cisticercose bovina em diferentes regiões brasileiras. Curso de Especialização Lato Sensu em Vigilância em Saúde e Defesa Sanitária Animal. Campo Grande, 2008. COSTA, L. Controle no Abate Promove Carne Sadia. Publicado na 'Revista do Açougueiro & Frigorífico'- Ano VI - Número 64 - novembro 2000. Disponível em http://stravaganzastravaganza.blogspot.com.br/2011/06/cisticercose-e-tuberculose-bovina.html. Postado em 06 de junho de 2011. MORGAM, A. Como prevenir e tratar a cisticercose bovina. Disponível em:< http://www.cpt.com.br/noticias/cisticercose-bovina-prevencao-tratamento-doenca. Publicado em 2010>.

IBGE, 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em:<http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=315700> Acesso em: 20 de Janeiro de 2014.

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OCORRÊNCIA DE CISTICERCOSE BOVINA E SUÍNA EM MATADOURO, SOB INSPEÇÃO MUNICIPAL EM SALINAS, MINAS GERAIS

Ellen Cristinne Ferreira Costa¹,Luana Brenda Dias De Oliveira2, Leonarda Rocha Magalhaes3, Flaviana Antunes Sousa4,Antônio Roque Sarmento de Oliveira5, Vanessa Paulino Vieira Rodrigues6

1Estudante do curso Técnico em Agropecuária - IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Agropecuária. Bolsista de Iniciação Cientifica Junior da FAPEMIG. Email: [email protected] 3Acadêmica de Medicina Veterinária IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 4Acadêmica de Medicina Veterinária– IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 5Professor do IFNMG/Salinas, M.Sc. Educação Agrícola. Email: [email protected] 6Professora do IFNMG/Salinas, D.Sc. Ciências Veterinárias, Área de concentração: Parasitologia Veterinária. Email: [email protected]

Resumo: A cisticercose bovina é uma enfermidade de distribuição cosmopolita de caráter zoonótico,causada pela forma larval da Taenia saginata. Sua prevalência é maior em regiões onde a população apresenta baixo nível socioeconômico. Com a intenção de examinar e avaliar a ocorrência de cisticercos em bovinos e suínos foi realizado um trabalho na cidade de Salinas-MG. Este trabalho baseia na análise das carcaças logo após serem abatidas, sendo observado no abate os cortes nos locais onde a tênia Cysticercus cellulosae se encontra em forma de larvas; o masseter, o coração, língua, músculos esqueléticos e o diafragma. Se encontrado as larvas, deve ser feito o exame post mortem que é de suma importância, pois através do diagnóstico que se avalia os fatores de riscos para a ocorrência da cisticercose. A transmissão indireta é característica da doença, e as vias de transmissão abrangem a água, o solo, as pastagens, a silagem, o feno, os vetores mecânicos e os carreadores. O trabalho foi desenvolvido no período de Maio a Dezembro de 2013 no matadouro da cidade de Salinas-MG, no qual não foram encontrados resultados positivos para a cisticercose nos 7138 animais abatidos. Com os resultados obtidos conclui-se que os produtores da região já estão devidamente atentos a prevenção da ocorrência Cisticercose bovina e suína. Palavras chaves: abatedouro, cisticercose, ocorrência, prevenção

IntroduçãoO conhecimento da prevalência da cisticercose bovina é importante para a implantação de programas

de controle. Entretanto é fundamental determinar a fonte de infecção dos animais, o que geralmente é uma tarefa complexa e nem sempre possível de ser realizada. Há fatores ou variáveis que geram dados que não correspondem à realidade, principalmente no que diz respeito á determinação da prevalência da doença e sua verdadeira origem (FUKUDA et al., 2003). Os resultados obtidos da inspeção da carne em matadouros podem ser utilizados de forma segura, no intuito de auxiliar na avaliação dos possíveis fatores de risco para ocorrência da cisticercose (BOONE et al., 2007). O ser humano é o único hospedeiro definitivo da T. saginata, sendo o responsável pela disseminação dos ovos no ambiente (DORNY; PRAET, 2007). Dessa forma, a profilaxia da cisticercose fundamenta-se na interrupção da cadeia de transmissão, com intuito de impedir que este adquira teníase, e na proteção dos hospedeiros susceptíveis contra infecção decorrente da ingestão de ovos. O objetivo do trabalho foi verificar a ocorrência de cisticercos em bovinos e suínos abatidos em matadouro sob inspeção municipal, situado no município de Salinas, Minas Gerais.

Materiais e Métodos A coleta dos dados ocorreu durante o período de maio a dezembro do ano de 2013. Foram seguidos os métodos utilizados na linha de inspeção nos matadouros frigoríficos para a pesquisa da cisticercose, com o exame de post mortem que ocorre durante o abate nos matadouros e que consiste basicamente na avaliação visual macroscópica de cisticercos nos tecidos e órgãos da carcaça locais onde é mais propenso encontrar as larvas da tênia. E se encontrados seriam imediatamente colocados em sacos plásticos devidamente identificados e armazenados em caixas isotérmicas para em seguida serem transportados ao laboratório. No laboratório os cistos passariam por mais um processo de identificação, e seriam classificados como: vivos e degenerados. Vivos podem ser imaturos, com coloração esbranquiçada, forma gelatinosa, não havendo distinção do protoescólex e o processo de desinvaginação não ocorre. Maduros com protoescólex e quando são submetidos aos processos de desinvaginação, verifica-se a presença de escólex com mobilidade. Degenerados podem ser caseosos, com conteúdo pastoso de coloração amarelada. Calcificados, com o interior contendo material sólido, perceptível ao tato, especialmente ao corte. A identificação dos cisticercos seria feita após o processo de desinvaginação dos cistos vivos, os quais seriam processados individualmente.

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Primeiramente, seria retirada a massa muscular e a cápsula do cisticerco. A avaliação dos mesmos seria feita por processo de desinvaginação em placa de Petri, com incubação em bile fresca bovina entre 10 a 15 minutos a 37 °C. Os cisticercos que poderiam ter apresentado desinvaginação seriam considerados viáveis. Os demais seriam submetidos à dessecação em microscópio estereoscópico no aumento de 40 vezes e avaliaria a textura do conteúdo interno, diferenciando os que estariam em processo de caseificação e calcificação, ou seja, inviáveis. Em seguida seria feita sua fixação em lâminas e colocados em placas de Petri que conteria o fixado Railliet e Henry, permanecendo no fixador por 24 horas. O líquido por capilaridade entraria em contato com a larva fixando-a. Os líquidos fixadores funcionam também como conservantes das larvas, até sua coloração por carmim acético e identificação no microscópico óptico no aumento de 100 vezes.

Resultados e Discussão O trabalho foi realizado na cidade de Salinas-MG , região onde há uma criação intensa de bovinos e também de suínos e um número expressivo de animais que chegam ao matadouro. Porém os resultados obtidos não identificaram nenhuma ocorrência de cisticercose bovina nem suína. Foram abatidos no matadouro um total de 1997 suínos e 5141 bovinos, totalizando 7138 animais abatidos no período de Maio a Dezembro de 2013 no abatedouro da cidade de Salinas-MG. Foram avaliados todos os animais, com muita atenção e ainda assim o resultado foi negativo. O que revela que os produtores da cidade e região já tinham conhecimento sobre a ocorrência da cisticercose e tomavam as devidas precauções para que a mesma não ocorresse trazendo prejuízos. A prevalência da cisticercose não é tão conhecida pela ausência de notificação da doença (TAKAYANAGUI e LEITE, 2001). Com isso, deve-se notificar a doença em locais onde foram constatados resultados positivos e elaborar medidas preventivas em locais que ainda não apresentam essa enfermidade.

Conclusões Com o trabalho realizado conclui-se que a população tem um hábito cotidiano relativamente prático e cuidadoso estando sempre atentos com os devidos manejos sanitários, o que fez com que a região chegasse com resultados negativos durante os estudos da ocorrência de cisticercose bovina e suína.

AgradecimentosAgradeço sempre em primeiro lugar a Deus por ter me concedido sabedoria e por ter chegado aonde

cheguei, por Ele nunca desistir de meus sonhos. Agradeço a minha família que sempre me dão apoio e incentivo e me ensina que devo lutar para alcançar meus objetivos. Agradeço também de coração a professora e orientadora Vanessa Paulino da Cruz Vieira que se dispôs com muita paciência e colaboração. Enfim obrigada a todos que contribuíram com a realização neste trabalho.

Literatura citadaBOONE, I.; THYS, E.; MARCOTTY, T.; DORNY, P.; PRAET, N. Taenia saginata in Europe.Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 149, n. 1-2, p. 22-24, 2007. FUKUDA, R. T.; PRATA, L. F.; VERARDINO, H.; ALMEIDA, L. A. M. Evolução da cisticercose bovina em animais abatidos no Estado de São Paulo. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 108, p. 21-31,2003QUEIROZ, R. P. V.; SANTOS, W. L. M.; BARBOSA, H.V.; SOUZA, R. M.; FILHO, A. M. P. S. A. Importânciado diagnóstico da cisticercose bovina. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 11, n. 77, p. 12-15, 2000. TAKAYANAGUI, O.M.; CASTRO E SILVA, A.A.C.; SANTIAGO, R.C.; ODASHIMA, N.S.; TERRA, V.C.; TAKAYANAGUI, A.M.M. Notificação compulsória da cisticercose em Ribeirão Preto-SP. Arquivo Neuropsiquiatria, v.54. p.557-564,

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM TUBERCULOSE PULMONAR EM UMA CIDADE DO NORTE DE MINAS GERAIS

Haline Falcão de Ornelas¹, Karla Jaciara Vieira Damaceno1, Camila de Abreu Bomfim2

¹Professora Curso Técnico em Enfermagem , IFNMG/Januária. E-mails: [email protected], [email protected] ²Estudante do curso Técnico em Enfermagem .Bolsista da FAPEMIG. E-mail: [email protected] Resumo: Atuberculose tem diagnóstico e tratamento efetivos em condições ideais e ainda assim representa um grave problema de saúde pública no Brasil. O objetivo desse estudo foi de analisar o perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose pulmonar em Januária, MG. Foi realizada uma pesquisa documental, de análise descritiva e caráter quantitativo, por meio de consulta as ficha de notificação/investigação da tuberculose padronizada pelo Ministério da Saúde. O universo da pesquisa foi constituído de todos os casos notificados com tuberculose pulmonar segundo os critérios do Ministério da Saúde, do ano de 2008 a 2012 no município de Januária, MG. Foram notificados 70 casos no período do estudo, sendo 47 (67%) homens, 50 (71,4%)a raça parda, 52 (74,3%) na faixa etária de 20 a 59 anos, 35 (50%) possuem o primeiro grau e 41(58,6%) residentes da zona urbana do município.Quanto a situação de encerramento, 39 (55,8% )casos foram curados, 09 (12,8%) casos abandonaram o tratamento, 01 (1,4%) caso de óbito por tuberculose e 15 (21,5%) dos casos tiveram a evolução ignorada. Os resultados obtidos possibilitaram conhecer o perfil epidemiológico dos casos notificados de tuberculose pulmonar fornecendo subsídios ao município para melhor planejar ações de prevenção e controle, de acordo com as particularidades dos doentes e contexto em que estão inseridos. Palavras-chave: epidemiologia, perfil epidemiológico, tuberculose

IntroduçãoA tuberculose (TBC) é uma doença de amplitude mundial, cujo principal agente etiológico é o

Mycobacterium tuberculosis, Segundo Penteado (1999), é uma doença transmissível com evolução lenta e crônica, a entrada do bacilo se dá pela via respiratória,alcança os pulmões causando lesões pulmonares.

Um terço da população mundial já está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, e o número atual de casos novos da doença está em torno de 8.9 milhões. Além disso, estima-se que ocorrem, anualmente, 1,7 milhões de óbitos por tuberculose, e, destes, aproximadamente 98% ocorrem em países em desenvolvimento (BRASIL, 2006).

Mesmo com o avanço dos tratamentos quimioterápicos, das técnicas de diagnóstico e de medidas de controle mais eficientes, a tuberculose ainda é uma realidade e seu controle uma preocupação mundial (PENTEADO, 1999).

A relevância da temática exposta nos estudos apresentados e a carência de pesquisas a esse respeito no município de Januária, norte de Minas Gerais, levaram ao interesse de analisar o perfil epidemiológico dos pacientes com Tuberculose Pulmonar no município em questão, e assim, levantar subsídios para melhor planejamento das ações de prevenção e controle, de acordo com as particularidades dos doentes e contexto em que estão inseridos.

Material e Métodos

Para estudar o perfil dos pacientes com tuberculose pulmonar no município deJanuária, MG, foi realizada uma pesquisa documental, sendo a análise descritiva de caráter quantitativa, sendo universo da pesquisa foi constituído por todos os pacientes com tuberculose pulmonar notificados segundo os critérios do Ministério da Saúde, no ano de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012.

Este estudo foi desenvolvido por meio de consulta as Ficha de Notificação/Investigação da Tuberculose padronizada pelo Ministério da Saúde e utilizada pela Gerência Regional de Saúde do município de Januária.

Resultados e discussãoO número de notificações com tuberculose pulmonar, no município de Januária, MG, foram: 24 casos

em 2008, 13 casos em 2009, 11 casos em 2010, 13 casos em 2011 e 09 casos em 2012, totalizando 70 casos nos últimos cinco anos; observa-se uma tendência decrescente do número de casos de tuberculose pulmonar no município.

De acordo com as características demográficas, como observamos na TABELA 1, dos 70 pacientes notificados com tuberculose pulmonar, 47 (67%) são homens, 50 (71,4%) são da raça parda, 52 (74,3%)

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estão na faixa etária de 20 a 59 anos, 35 (50%) possuem o primeiro grau e 41(58,6%) são residentes da zona urbana do município. TABELA 1 Características demográficas dos 70 casos de tuberculose pulmonar notificados em Januária,

MG, de 2008 a 2012.

Variáveis Nº %

Gênero Masculino

Feminino

47

23

67%

33%

Raça Branca

Preta

Amarela

Parda

Ignorado

03

13

03

50

01

4,3%

18,6%

4,3%

71,4%

1,4%

Faixa< 20 anos

Etária 20 a 59 anos

>= 60 anos

04

52

14

5,7%

74,3%

20%

Escolaridade Analfabeto

1º grau

2º grau

Superior

Ignorado

09

35

02

00

24

12,8%

50%

2,8%

0%

34,4%

Área deUrbana

Residência Rural

41

29

58,6%

41,4% Fonte: SINAN- Ministério Saúde.

Constatou-seque as características demográficas do município de Januária, MG, condizem com a realidade brasileira; a distribuição etária dos casos de tuberculose no Brasil reflete uma transmissão ativa do bacilo numa população jovem, que representa a força de trabalho do país, as ações de controle não conseguiram ainda alcançar os resultados esperados em termos de detecção dos casos e de tratamento das fontes de infecção. A baixa escolaridade, encontrada nesses casos é reflexo de todo um conjunto de condições socioeconômicas precárias, que aumentam a vulnerabilidade à tuberculose e são responsáveis pela maior incidência da enfermidade e pela menor aderência ao respectivo tratamento (BRASIL, 2006).

O exame para detecção do vírus HIV não foi realizado em 64 ( 91,4%) dos casos, sendo realizado em somente 6 (8,6 %) pacientes, com 2 (34,4%) casos positivos. O Ministério da Saúde recomenda a solicitação do exame anti-HIV nos casos confirmados de tuberculose, a coinfecção HIV/Tb constitui um sério problema de saúde pública, uma vez que a tuberculose é a terceira doença oportunista mais frequente em pacientes HIV positivos (BOFFO, et al, 2004).

Tabela 2 Distribuição de pacientes notificados com tuberculose pulmonar segundo situação de encerramento

dos casos.

Situação de Encerramento Nº %

Cura 39 55,8%

Abandono 09 12,8%

Óbito portuberculose 01 1,4%

Óbito por outra doença 04 5,7%

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Transferência 02 2,8%

Ignorado 15 21,5%Fonte: SINAN- Ministério da Saúde

Quanto a situação de encerramento dos casos, como observamos na tabela 2, 39 (55,8% ) casos foram curados, 09 (12,8%) casos abandonaram o tratamento, 01 (1,4%) caso de óbito por tuberculose e 15 (21,5%) dos casos tiveram a evolução ignorada.

Pelas metas internacionais estabelecidas e pactuadas pelo governo brasileiro, deveriam ser diagnosticados 70% dos casos de tuberculose estimados e, desses, 85% deveriam ser curados. Em 2009, a média brasileira de cura foi de 71%, variando entre 59,7% e 85,5% (BRASIL, 2010). Constatamos que o índice de cura dos casos de tuberculose em Januária, MG, fica abaixo da média brasileira, que já é considerada baixa.

Estima-se que o abandono no Brasil seja de até 12,9%. Esta realidade não deve ser passivamente aceita, uma vez que leva a prejuízos em relação à política de controle da doença, implicando a persistência da fonte de infecção, o aumento da mortalidade e das taxas de recidiva, além de facilitar o desenvolvimento de cepas resistentes da micobactéria (BRASIL, 2006).

O número elevado de casos que tiveram a evolução ignorada, 15(21,5%), no município de Januária, MG, demonstra a dificuldade do programa de tuberculose do município em acompanhar o paciente após o diagnóstico, indo contrário ás recomendações do Ministério da Saúde que preconiza o tratamento supervisionado.

Conclusão

Os resultados obtidos possibilitaram conhecer as características dos casos notificados de tuberculose pulmonar que pode propiciar ao município intensificação das ações para esse grupo, aliando estratégias de informação e sensibilização, com o objetivo de diagnosticar precocemente os sintomáticos respiratórios e iniciar o tratamento em tempo hábil, rompendo, dessa forma, com a cadeia de transmissão.

Esse estudo também evidenciou a necessidade de um melhor controle dos pacientes diagnosticados possibilitando um aumentando a taxa de cura, a diminuição dos índices de abandono e o acompanhamento da evolução de 100% dos casos.

Diante do exposto, o controle da tuberculose permanece um desafio, devido também à complexidade da doença, que não pode ser vista fora do seu contexto socioeconômico. Todavia, acreditamos que o conhecimento pode tornar o cenário mais favorável a mudanças.

AgradecimentosAgradecemos a Gerência Regional de Saúde de Januária pela disponibilização dos dados, ao

IFNMG/Januária pelo apoio e a FAPEMIG pelo incentivo financeiro, auxílios imprescindíveispara a realização desta pesquisa.

Literatura citadaBOFFO, MMS; MATTOS, G; RIBEIRO, OM, OLIVEIRA, Neto IC. Tuberculose associada à AIDS: características demográficas, clínicas e laboratoriais de pacientes atendidos em um serviço de referência em AIDS do sul do Brasil. J BrasPneumol. Mar-Abr2004;30(2):140-146. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância a Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Plano Estratégico para o Controle da Tuberculose- Brasil 2007-2015.1ªed. Brasilia, 2006. 43p BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância a Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da TB.1ªed, Brasilia, 2010 PENTEADO, E. V. B. F. Tuberculose no ambiente hospitalar: uma questão da saúde do trabalhador. 1999. 135 f. Dissertação (Mestrado em Ciências na área de Saúde Pública)- Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1999. Disponível em: http://portalteses.cict.fiocruz.br/pdf/FIOCRUZ/1999/penteadevbfm/capa.pdf . Acesso em: 15 dez 2013. PILLER, R. V.B. Epidemiologia da Tuberculose. Pulmão. 2012, vol 121, nº 1, pp.4-9.

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SITUAÇÃO VACINAL CONTRA HEPATITE B EM ADOLESCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO

Thais Diamantino Pereira de Sena1, Thatiane Lopes Oliveira2, Patrícia de Sousa Fernandes2

1Discente do Curso Técnico em Enferrmagem – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected]. 2 Professor do IFNMG/Januária. E-mail: [email protected]; [email protected] Resumo: A hepatite B é uma das principais causas de doença aguda e crônica do fígado, podendo, em alguns casos, levar ao óbito imediato. O vírus da hepatite B pode ser transmitido pelo contato com sangue ou outros fluidos corporais por meio das vias parenteral, sexual e vertical. Alguns grupos são particularmente suscetíveis a este agente, seja pela adoção de comportamentos de risco, seja por condições de saúde. A vacina contra o VHB é a forma mais eficaz para a prevenção da hepatite B. O objetivo desse trabalho foi avaliar a situação vacinal contra hepatite B em adolescentes de uma Instituição. Estudo observacional com delineamento transversal. A população foi constituída por discentes do IFNMG. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário elaborado com questões próprias. Dos 27 alunos participante somente 8 alunos apresentaram cartão vacinal completo. Acreditamos que as coberturas vacinais entre os adolescentes possam ser melhoradas, mediante o fornecimento de vacinas no cenário escolar. Palavras–chave: adolescente, hepatite B, situação vacinal

IntroduçãoA infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) é uma das principais causas de doença aguda e crônica do

fígado, podendo evoluir ainda para cirrose e carcinoma hepatocelular, sendo considerada um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Acredita-se que existam mais de 350 milhões de portadores crônicos do VHB, e que mais de 500 mil morram, anualmente, vítimas desta enfermidade (OLIVEIRA, MDS et al., 2007).

Essa patologia é mais contagiosa do que a AIDS, podendo, em alguns casos, levar ao óbito imediato. Supera o álcool como causador de cirrose hepática e hepatite crônica, sendo responsável por 80% dos casos de câncer hepático e só perde em patogenicidade para o fumo (BONETTO, D et al.,1998).

O vírus da hepatite B pode ser transmitido pelo contato com sangue ou outros fluidos corporais por meio das vias parenteral, sexual e vertical (BRASIL, 2002). Assim, alguns grupos são particularmente suscetíveis a este agente, seja pela adoção de comportamentos de risco como uso de drogas injetáveis ilícitas, múltiplos parceiros sexuais e relações sexuais desprotegidas, seja por condições de saúde que impliquem em transfusões sanguíneas freqüentes, como doença renal crônica terminal ou pela atividade profissional como trabalhadores da saúde (POOVORAWAN, Y et al., 2002)

Adolescentes têm sido considerados um grupo com risco elevado de exposição ao VHB, pois apresentam tendência a relações sexuais sem proteção e com múltiplos parceiros, experiências com drogas ilícitas e uso abusivo de álcool (OLIVEIRA et al., 2007).

A vacina contra o VHB é a forma mais eficaz para a prevenção da hepatite B e tem proporcionado um grande avanço no controle desta enfermidade (OLIVEIRA et al., 2007), porém, estudos têm mostrado uma baixa cobertura vacinal contra hepatite B na população de adolescentes. Por isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a situação vacinal contra hepatite B em adolescentes de uma Instituição.

Material e Métodos Trata-se de um estudo do tipo observacional com delineamento transversal. A população foi constituída por discentes do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Januária. Para a seleção da amostra foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: alunos matriculados em um dos cursos técnicos da Instituição, com faixa etária entre 19 e 24 anos de idade. Foram excluídos aqueles discentes que estiverem ausentes no momento da coleta de dados. Para a coleta de dados foi realizado um agendamento com os representantes de cada classe, quando os discentes foram orientados a trazerem o cartão vacinal. No segundo momento, um questionário elaborado com questões próprias foi aplicado pela pesquisadora, contendo as seguintes variáveis: idade, gênero, semestre, se recebeu a vacina, número de doses, data da última dose, e se conhece a importância da vacina, fatores responsáveis pela não vacinação. Além dessas variáveis referentes à Hepatite B, foi avaliado se o calendário vacinal estava atualizado. Os dados foram avaliados de forma descritiva.

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Resultados e Discussão A amostra deveria ser composta por 223 alunos, porém, devido à dificuldade de adesão por parte dos discentes, somente 27 alunos participaram da pesquisa. Desses, 14 apresentaram o cartão de vacina atualizado para a Hepatite B. Em relação às outras vacinas do calendário vacinal, 8 alunos apresentaram todas as doses de dT, 14 eram imunizados contra febre amarela. Somente 8 alunos apresentaram cartão vacinal completo. A cobertura vacinal do grupo estudado estava abaixo do recomendado para todas as vacinas. Apesar das vacinas serem oferecidas à população gratuitamente, sua utilização depende da decisão pessoal do adolescente para se vacinar. Talvez um dos grandes empecilhos para um cartão de vacinação completa seja o longo período entre a segunda e a terceira doses, o que pode ser visto como um obstáculo para a conclusão do esquema vacinal (CARVALHO, AMC et al., 2010). Também é necessário enfatizar as oportunidades perdidas de vacinação (OLIVEIRA, MDS et al., 2007). A promoção de educação, a reorganização das práticas de saúde nas salas de vacinação, bem como a corresponsabilização pela proteção são passos para uma ação mais abrangente em termos de solução dos problemas de saúde, em especial, a melhoria da cobertura vacinal.

Conclusões Acreditamos que as coberturas vacinais entre os adolescentes possam ser melhoradas, mediante o fornecimento de vacinas no cenário escolar, em parceria com a Estratégia Saúde da Família. Entretanto, envolve uma reconstrução de saberes e práticas com novas dimensões para a produção de cuidados, considerando que os adolescentes como seres críticos, reflexivos têm a capacidade de avaliar a incorporação ou não de tais valores e modificá-los, de acordo com suas próprias ideias.

Agradecimentos O nosso agradecimento a todos os participantes dessa pesquisa e a FAPEMIG, por possibilitar a realização desse trabalho.

Literatura citadaBONETTO D, CRUZ F, CARNEIRO R. Doenças sexualmente transmissíveis (DST), AIDS e Hepatite-B: antigas preocupações, novos desafios. Adolescência Latino-americana1(3). 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Avaliação da assistência às hepatites virais no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. CARVALHO AMC, ARAÚJO TME. Fatores associados à cobertura vacinal em adolescentes. Acta Paul Enferm, 23(6): 796-802, 2010. OLIVEIRA, MDS. et al.Análise de fatores associados à não aceitação da vacina contra hepatite B em adolescentes escolares de baixa renda Ciência & Saúde Coletiva, 12(5):1247-1252, 2007 POOVORAWAN Y, CHATCHATEE P, CHONGSRISAWAT V. Epidemiology and prophylaxis of viral hepatitis: a global perspective. J Gastroenterol Hepatol, 17:S155-S166. 2002.

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UTILIZAÇÃO DE GEORREFERENCIAMENTO COMO FERRAMENTA DE CONTROLE DO MOSQUITO DA DENGUE (AEDES AEGYPTI) EM SALINAS – MG

Washington Matheus Lacerda1, Ygor Jardell Pereira Cangussú2, Ronaldo Medeiros dos Santos3, Filipe Vieira

Santos de Abreu³

¹Aluno do curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista do Programa de Iniciação Científica do Ensino médio (CNPq / PIBIC-EM). [email protected] ² Aluno do curso Técnico em Informática – IFNMG/Salinas. Bolsista do Programa de Iniciação Científica do Ensino médio (CNPq / PIBIC-EM). ³ Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] Resumo: O Aedes aegypti é o principal vetor do vírus da dengue no Brasil, e os esforços para combatê-lo não tem se mostrado eficazes, em parte, porque o processamento e divulgação dos dados recolhidos pelos agentes de combate à endemias é lento e restrito. Portanto, no presente trabalho, propõe-se uma forma mais eficiente de trabalhar com os índices entomológicos recolhidos pelos agentes de combate à endemias de Salinas. Para isso, utilizou-se técnicas de georreferenciamento de dados entomológicos. Desta forma foi possível mapear com agilidade e clareza as áreas infestadas com A. aegypti. Os mapas foram divulgados em um website criado exclusivamente para divulgar dados entomológicos, como parte de outro projeto desenvolvido pelos autores. As técnicas se mostraram extremamente eficientes no tratamento dos dados. Acredita-se que estas ferramentas possam ser amplamente utilizadas no município e contribuir em diversos programas de saúde pública, em especial no combate à dengue. Elas ainda tiveram bom desempenho na junção de conteúdos distintos – topografia, informática e parasitologia e possibilitaram o aprendizado de um estudante de nível médio de forma interdisciplinar.

Palavras–chave: Aedes aegypti, blog, georreferenciamento

IntroduçãoO mosquito A. aegypti, em sua forma antropofílica, é o principal vetor do vírus da febre amarela

urbana e da dengue no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010. Mesmo após décadas de pesquisa as estratégias de combate a este vetor ainda não são eficazes, e a utilização de tecnologias já consagradas em outras áreas se faz necessário.

Para monitoramento do vetor na fase de ovos e larvas é preconizado a utilização de armadilhas ovitrampa e larvitrampa, bem como a pesquisa larvária e o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Todas estas metodologias geram índices entomológicos que podem ser utilizados pelos gestores de saúde para estimar a presença do A. aegypti, e os riscos de uma epidemia de dengue (RESENDE, 2009). Porém para produção destes índices os dados precisam ser tabulados e impressos e só então ficam disponíveis aos gestores de saúde para tomada de providências de controle.

Todo este processo é lento e pode resultar em estratégias de combate ineficazes uma vez que o mosquito pode se deslocar rapidamente de uma área para outra. Além disso, os índices gerados não ficam disponíveis para a população e são de difícil interpretação.

Uma possível ferramenta para corrigir parte destes gargalos é a utilização de sistemas de informações georreferenciados aliados à divulgação dos dados em sites da internet de livre acesso. O georreferenciamento possui como principal ferramenta o Sistema de Informação Geográfica (SIG). O SIG pode auxiliar na identificação de áreas com maior ocorrência dos mosquitos ou da doença, permitindo que políticas públicas de combate sejam focadas nessas áreas e adotadas em tempo hábil (RICKETTS, 2003). Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo testar a utilização desta técnica para sintetizar dados entomológicos recolhidos em Salinas – MG.

Material e MétodosO estudo foi desenvolvido em dois bairros da cidade de Salinas, pertencente à mesorregião

denominada Norte de Minas Gerais. O Bairro São Geraldo, localiza-se na região central de Salinas, enquanto o Bairro Vista Alegre situa-se na periferia leste da cidade Dez casas de cada bairro foram utilizadas no presente estudo, totalizando 20 residências. Elas foram monitoradas com armadilhas Ovitrampa durante 25 semanas, entre os meses de maio/2012 e janeiro/2013, por acadêmicos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas do IFNMG – campus Salinas. Os índices gerados foram utilizados para a construção do mapa epidemiológico georreferenciado. Para a elaboração do mapa, adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: determinação das coordenadas geográficas (latitude e longitude) dos locais monitorados, utilizando-se um receptor GNSS do tipo “navegação”; sistematização e digitalização do banco de dados dos

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locais selecionados; montagem final da “planilha georreferenciada de banco de dados” para os locais monitorados (coordenadas geográficas dos locais monitorados vinculadas às informações quantitativas de focos de dengue sobre os mesmos), utilizando-se o software Excel 2007; e, por último, inserção da planilha georreferenciada no web aplicativo “Google Maps”. Tal mapa foi disponibilizado em website específico, no endereço http://www.mosquitodenguesalinas.blogspot.com.br/.

Resultados e DiscussãoDurante o monitoramento, foram coletados 7.092 ovos de A. aegypti no Bairro São Geraldo e 11.557

no Bairro Vista Alegre, totalizando 18.649 ovos. Após o cruzamento semanal do número de ovos encontrados por casa georreferenciada, obteve-se um mapa que condensa todas estas informações. Na Figura 1, encontra-se apresentado o mapa georreferenciado de focos de dengue para o período amostrado. Agora, todos os dados obtidos no monitoramento de campo encontram-se associados às suas respectivas localizações espaciais reais, podendo ser acessadas gratuitamente pelos órgãos da administração pública municipal responsáveis pelo controle de epidemias, ou por qualquer interessado, servindo de base ao planejamento mais eficiente dos trabalhos de combate aos focos.

Figura 1 Mapa de Salinas, mostrando os focos de dengue georreferenciados nos dois bairros amostrados.

Além da localização exata das armadilhas instaladas e dos focos de dengue, o mapa on-line ainda fornece um histórico com o número de ovos e/ou larvas encontradas em cada uma das semanas amostradas, como mostra a figura 2.

Através da utilização desta metodologia, os centros de controle de zoonose e de combate à endemias, terão ferramentas que mostram claramente as áreas prioritárias para tratamento, as áreas com reincidência e os pontos onde a vigilância não precisa ser enfatizada.

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Figura 2 Histórico da quantidade de ovos encontradas no ponto 1, durante 12 semanas de coleta. O

histórico de cada ponto pode ser acessado com um clique.

Isso aumenta a eficácia das ações e diminui custos, uma vez que direciona as ações de combate para as áreas de maior risco. Desta forma, nossos resultados corroboram com Barcellos & Ramalho (2002), que enfatizam que a aplicação das técnicas de georreferenciamento à saúde pública permite o mapeamento das doenças e avaliação de riscos.

A publicação destes resultados em um blog, resultado de um projeto conduzido paralelamente, dinamiza ainda mais a informação e dá visibilidade aos dados, tanto para os órgãos de saúde como para a população. Desta forma as ações de combate ao A. aegypti podem ficar mais conscientes e coletivas, o que poderá resultar em um controle mais eficaz deste vetor.

ConclusõesAtravés do presente trabalho, conclui-se que a utilização do georreferenciamento se mostra uma poderosa ferramenta no combate ao mosquito da dengue. Além disso, ele também pode ser utilizado

como importante recurso pedagógico interdisciplinar, uma vez que serve de ferramenta para diferentes áreas do conhecimento.

AgradecimentosAo CNPq pelo apoio e concessão da bolsa de Iniciação Científica Júnior, e ao IFNMG - Salinas.

Literatura citada

BARCELOS, C., RAMALHO, W. Situação atual do geoprocessamento e análise de dados espaciais em saúde no Brasil. Informática Pública Vol. 4 (2):221-230. 2002 BLOOD, R. “Weblogs: A History and Perspective”, [Online] Disponível em http://www.rebeccablood.net/essays/weblog_history.html 2000. Acesso em 4.Fev.2014. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_epidemias_dengue_11_02_10.pdf 2010. Acesso em 2.Fev.2014. RICKETTS, T.C. Geographic Information Systems and Public Health. Annu Rev Public Health 2003; 24: 1-6RESENDE, M.C., Estudo multicêntrico do uso da armadilha MosquiTRAP para captura de Aedes aegypti e geração de índices de vigilância entomológica. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, 2009. 130p.

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Ciências Exatas

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ANÁLISE DE DESEMPENHO E CALIBRAÇÃO DA ROSCA ALIMENTADORA E DO SOPRADOR DE UMA PLANTA PNEUMÁTICA PARA ENSAIOS COM CICLONE FILTRANTE

Gustavo Martins Oliveira1, Raissa Costa de Oliveira2, João Carlos Gonçalves3

1Acadêmico de Engenharia Química – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica do IFNMG/Montes Claros. Email: [email protected]. 2Acadêmica de Engenharia Química – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica daFAPEMIGEmail: [email protected]. 3Professor do IFNMG/Montes Claros, Ms. Engenharia metalúrgica e de materiais COPPE/UFRJ. Email: [email protected] Resumo: Ciclone filtrante é um equipamento de separação sólido gás, dotado de uma parede cônica filtrante, de modo que durante o seu funcionamento haja uma saída adicional de gás, proveniente do processo de filtração na região cônica. Assim, o objetivo do presente trabalho é verificar e analisar o desempenho da rosca alimentadora e do exaustor (soprador) da planta pneumática que irá alimentar o ciclone filtrante. Essa análise no soprador e na rosca alimentadora é de vital importância pois irá interferir de modo significativo nos principais parâmetros operacionais do ciclone filtrante, que são eles: perda de carga, eficiência de coleta e o diâmetro de corte. A calibração da rosca alimentadora foi realizada com o auxílio de uma balança analítica e um cronômetro utilizando-se o método da vazão mássica, onde foi constatado uma variação significativa entre as rotações e um ascendente no gráfico de ‘vazão x rotação’, independente do particulado utilizado. Já a calibração no soprador foi realizada com o auxílio de um manômetro tubo em ‘u’, um anemômetro digital, um tubo medidor de vazão do tipo venturi e um inversor de frequência, onde foi constatado uma variação padrão ao longo de todas as rotações, exceto para as duas maiores rotações no inversor de frequência. Palavras–chave: ciclonagem, exaustor, particulados, separação

IntroduçãoO ciclone filtrante é um equipamento de separação de partículas sólidas, dotado de uma parede cônica

filtrante que ajuda no processo de separação. Entretanto, para o estudo desse importante equipamento é necessário conhecer e analisar o funcionamento dos outros elementos da planta pneumática que completa o ciclone filtrante. Essa análise é importante, pois tais elementos interferem de modo significativo nos principais parâmetros operacionais do ciclone filtrante (RODRIGUES, 2001).

A rosca alimentadora tem a função de injetar particulado através de uma vazão controlada pelo operador, onde na realidade é um rosca do tipo sem fim acoplada a um eixo movido por um pequeno motor elétrico.O soprador tem a função de injetar ar nas tubulações para transportar o particulado (MASSARANI, 1997). O objetivo central desse projeto de pesquisa é o estudo minucioso do ciclone filtrante, para tanto, é necessário conhecer e avaliar o desempenho desses outro elementos secundários que dão suporte ao ciclone. Portanto, o objetivo desse trabalho é a análise de desempenho e a calibração da rosca alimentadora de vazão e do soprador.

Material e MétodosEsse trabalho foi totalmente realizado no módulo pneumático do laboratório de operações unitárias do

IFNMG – Campus Montes Claros, onde pode-se ressaltar alguns do principais elementos do módulo e que foram utilizados efetivamente na pesquisa, sendo eles: ciclone, rosca alimentadora, medidor venturi, manômetros. Foram utilizados também alguns equipamentos externos ao módulo, sendo eles: balança analítica, cronômetro e anemômetro. Para os testes na rosca alimentadora de vazão foi utilizado como particulado o óxido de magnésio, doado pela mineradora Magnesita de Contagem – MG.O soprador é um conjunto de um motor de potência de 5cv controlado por um inversor de frequência no qual foi adaptado um potenciômetro para o controle manual.

A análise de desempenho da rosca alimentadora pode ser feita estudando o comportamento de um gráfico de vazão mássica pela rotação da rosca. Entretanto, existem duas maneiras de determinar a vazão mássica, que é a razão entre a massa e o tempo. A primeira maneira é fixar um tempo, e mensurar a taxa de variação da massa no intervalo de tempo fixado. A segunda maneira é fixar uma quantidade mássica e observar a taxa de variação do tempo.

Os ensaios no soprador foram feitos coletando os valores de velocidade do ar na saída do soprador com auxílio de um anemômetro, aparelho que mede instantaneamente a velocidade de um fluxo. Paralelamente, coletou-se também a perda de carga no medidor venturi e no ciclone, com auxílio de manômetros

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Resultados e DiscussãoApós os ensaios em laboratório, onde os experimentos foram feitos em triplicata, foi realizado um

tratamento estatístico dos dados obtidos. A figura 1 apresenta o gráfico obtido pelos dois métodos.

Figura 1 Gráfico da vazão mássica versus rotação da rosca pelos métodos de variação do tempo e da

variação da massa. Para todos os casos a vazão mássica com a variação do tempo foi maior do que a variação da massa,

exceto na rotação 3. Essa diferença pode ser explicada pelo fato da rosca não girar uniforme ao longo do seu ciclo de rotação. Entretanto, quando variou o tempo para uma quantidade de massa fixa, esse erro é minimizado aumentando vazão mássica. Observa-se também o aumento da diferença entre os dois métodos quando a rotação aumenta. Esse fato pode ser explicado com a irregularidade do eixo ser acentuada quando se trabalha com maiores rotações.

Os dados coletados nos testes realizados no soprador, também em triplicata,foram tabulados e estão apresentados na tabela 1 com o tratamento estatístico efetuado.

Tabela 1 Dados de velocidade no soprador, perda de carga no venturi e no ciclone.

Rotação Perda de Carga - Venturi (cmH20)

Anemômetro (m/s)

Perda de Carga - Ciclone (mmH20)

12345678910

0 0,6 2 4

7,6 10,4 15

19,5 24,7 24,7

1,1 3,7 6,7 9,9 13,6 18,1 20,5 24,3 26

26,1

0 1 3 6 11 19 25 32 37 37

Pelos dados da Tabela 1, observa-se uma variação natural dos valores mensurados, o que era esperado

pelo soprador. Entretanto, na rotação 9 e 10 pode-se perceber que não houve mudança para as perdas de carga e a velocidade do soprador. Esse fato pode ser explicado com um erro de instalação, do fabricante do equipamento, no inversor de frequência para o controle do soprador.

Todos os dados obtidos ao longo desses ensaios foram satisfatórios e serão utilizados no estudo do ciclone filtrante. A perda de carga no venturi e no ciclone, vazão de alimentação e velocidade do fluido são grandezas físicas que influenciam diretamente nas variáveis operacionais do ciclone.

ConclusõesDentro dos limites da região estudada, pode-se concluir que apenas o método da variação do tempo,

empregado na calibração da rosca alimentadora se mostrou eficiente. Mesmo que a diferença entre os

3,006,009,00

12,0015,0018,0021,0024,0027,0030,0033,0036,00

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Vaz

ão M

ássi

ca (

g/s)

Rotação

Variação da Massa Variação do Tempo

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métodos não se mostrou exorbitante, para as variáveis operacionais do ciclone filtrante, essa diferença poderia ser crucial.

Conclui-se também que o soprador obteve um funcionamento satisfatório, apenas com uma pequena ressalva da rotação 9 ser igual a rotação 10. Todos os dados obtidos nesse trabalho podem ser utilizados futuramente com estudos do ciclone filtrante.

AgradecimentosAgradeço primeiramente a Deus e aos amigos que ajudaram e apoiaram a concretizar esse projeto. Ao

IFNMG e a coordenação de pesquisa do campus Montes Claros pelo respaldo técnico e pelo auxílio financeiro. Ao técnico de laboratório do campus, Robson que ajudou e contribui bastante com a pesquisa. E em especial, a minha companheira de pesquisa Raissa Costa que sempre esteve ao meu lado. E por fim, ao meu orientador Ms. João Carlos Gonçalves, mestre exemplar que contribuiu com seus conselhos, ajuda e confiança ao longo desse trabalho.

Literatura utilizadaMASSARANI, G. Fluidodinâmica em Sistemas Particulados. Editora UFRJ, Rio de Janeiro RJ, 1997, p.47-77. RODRIGUES, M.V. Análise do desempenho de um ciclone com mangas: efeito da permeabilidade do meio filtrante. Uberlândia, Faculdade de Engenharia Química – UFU, 2001. (Dissertação de Mestrado)

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APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE FLUIDODINÂMICA COMPUTACIONAL NO ESTUDO DE CICLONES FILTRANTES

Raissa Costa de Oliveira1, Gustavo Martins Oliveira2, João Carlos Gonçalves3

1Acadêmica de Engenharia Química – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 2Acadêmico de Engenharia Química – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais. Email: [email protected]. 3Professor do IFNMG/Montes Claros, Mestre em Tecnologia de Materiais COPPE/UFRJ. Email: Joã[email protected] Resumo: Pouco se conhece sobre os perfis de velocidade, pressão e eficiência de coleta de ciclones filtrantes, uma vez que este tipo de equipamento possui um complexo processo de separação. O presente trabalho teve como objetivo analisar e compreender o comportamento fluidodinâmico dos ciclones filtrantes. Na investigação, foram empregadas técnicas e conhecimentos de fluidodinâmica computacional, visto que este conjunto de ferramentas é capaz de fornecer resultados com maior acurácia sem a necessidade de se realizar experimentos empíricos. Para tanto, foi utilizado o pré-processador GAMBIT na elaboração da geometria e malha do ciclone filtrante. Já as simulações foram efetuadas no pacote comercial FLUENT. A dificuldade maior durante a realização do projeto foi a construção da geometria e da malha dos ciclones filtrantes, uma vez que foi necessário delimitar e definir as condições de contorno da região porosa. Após a criação das malhas, estas foram exportadas em um formato reconhecido pelo FLUENT, onde se realizou várias simulações. A simulação computacional permitiu a análise dos perfis de velocidade e pressão desejados, além da eficiência de coleta. Concluiu-se que é necessário maior refinamento das malhas simuladas no FLUENT, de modo a reduzir os desvios nos contornos de pressão e velocidade observados durante a análise. Palavras–chave: CFD, ciclonagem, simulações

IntroduçãoFluidodinâmica Computacional (CFD) é a análise de sistemas envolvendo escoamento de fluidos,

transferência de calor, e outros fenômenos físicos ou físico-químicos em um sistema determinado, que por meio de simulações numéricas torna possível o estudo de sistemas complexos sem que haja a necessidade de realizar experimentos empíricos, minimizando tempo e custo. A aplicação de CFD é uma importante técnica utilizada para modelar ciclones com diferentes níveis de complexidade, auxiliando no estudo e análise de vários aspectos operacionais tais como, os perfis de velocidade, pressão e eficiência de coleta (LACERDA, 2007).

Os ciclones são equipamentos de separação amplamente utilizados em indústrias. Os ciclones convencionais são constituídos basicamente de uma região cilíndrica acoplada a uma seção cônica sólida, enquanto que nos ciclones filtrantes, a parte cônica sólida é substituída por uma cônica porosa. O presente trabalho fundamentou-se no estudo, análise e compreensão do comportamento fluidodinâmico em ciclones filtrantes.

Material e MétodosA metodologia baseou-se na aplicação de técnicas fluidodinâmicas computacionais. Na primeira etapa

da pesquisa utilizou-se o pré-processador GAMBIT para a geração das geometrias e malhas dos ciclones filtrantes. Já na segunda etapa, o software FLUENT, auxiliado por um cluster de alta performance, foi utilizado para a realização das simulações.

Resultados e DiscussãoCom o auxílio do pré-processador GAMBIT, a primeira etapa do trabalho consistiu na especificação

da geometria e na geração da malha dos ciclones filtrantes. Na criação das geometrias e malhas, segue-se basicamente as seguintes etapas:

• Definição das dimensões e criação da geometria (domínio) de interesse; • Estruturação da malha, que corresponde à divisão do domínio em pequenas células; • Definição dos tipos de contornos que serão considerados durante as simulações. Dentre as três etapas consideradas, a construção da malha é a parte que requer a maior parte do tempo

durante a construção de um ciclone filtrante, uma vez que a qualidade deste trabalho influenciará fortemente na qualidade das soluções e na facilidade de se obtê-las (PORCIÚNCULA, 2007). Além do que, o ciclone

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filtrante exibe um regime turbulento muito intenso e complicado, o que requer uma malha bem estruturada com subdivisões suficientes a fim de se permitir a convergência para a solução correta. Neste trabalho, as malhas utilizadas continham aproximadamente 315.350 células.

Segue abaixo a Figura 1, a qual ilustra as três etapas citadas anteriormente, as quais representam todo o processo de construção do ciclone filtrante no GAMBIT.

Figura 1 Construção da geometria e malha de um ciclone filtrante utilizando o pré-processador GAMBIT.

Uma vez terminada a etapa no pré-processador GAMBIT, a malha foi exportada para o FLUENT, onde as simulações foram realizadas. De acordo com SIMÕES (2009), a acurácia dos resultados obtidos nas simulações é governada pelo número de células na malha gerada. Geralmente, quanto maior o número de elementos, maior será a acurácia, porém, maior será o custo computacional em tempo de processamento. Enquanto que malhas com poucas células podem levar a resultados imprecisos ou até mesmo à falta convergência na simulação.

Esperava-se que, mesmo apresentando uma região cônica porosa, o comportamento fluidodinâmico de um ciclone filtrante fosse semelhante ao do ciclone convencional, mas tanto o contorno de pressão quanto o contorno de velocidade do ciclone filtrante apresentaram desvios significativos quando comparados aos mesmos contornos de ciclones convencionais.

ConclusõesA partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que, devido a construção de malhas grosseiras na

etapa de pré-processamento, as simulações não foram satisfatórias, convergindo para resultados não confiáveis. A fim de se alcançar maior precisão nos resultados de simulação, será necessário submeter as malhas construídas a um processo de refinamento.

Espera-se que esse breve trabalho sirva de incentivo para um estudo posterior mais detalhado, de modo a aprofundar os conhecimentos sobre os ciclones filtrantes e suas aplicações através da utilização da fluidodinâmica computacional.

AgradecimentosAgradeço ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - Campus Montes

Claros juntamente com FAPEMIG pela oportunidade de ser bolsista, ao mestre João Carlos Gonçalves que me orientou e apoiou neste estudo e ao parceiro de pesquisa Gustavo Martins Oliveira que foi essencial ao andamento deste trabalho.

Literatura citadaLACERDA, A.F. Estudo dos efeitos das variáveis geométricas no desempenho de ciclones convencionais e filtrantes. Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, 2007. 159p. PORCIÚNCULA, C.B. Simulação fluidodinâmica computacional de processos de separação por membranas. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007. 165p.

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SIMÕES, M.R. Simulação computacional de escoamento turbulento em compressor axial utilizando ferramenta de CFD. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009. 130p.

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COLETA E TRATAMENTOS PRELIMINARES DE AMOSTRAS DE SOLOS PARA DETERMINAÇÃO DE SELÊNIO

Catarina Mares Pinheiro1,Mayra Marques de Sousa2, Roberta Pereira Matos3, Vico Mendes Pereira Lima4

1Estudante do curso Técnico em Zootecnia do IFNMG/Almenara.Bolsista de Iniciação Científica doCNPq. Email:[email protected] 2Estudante do curso Técnico em Zootecnia do IFNMG/Almenara.Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected]

3Professora do IFNMG/Almenara, M.Sc. Química. Email: [email protected] 4Professor do IFNMG/Almenara, D.Sc. Ciências do Solo. Email: [email protected]

Resumo: O selênio (Se) é um micronutriente que desperta grande interesse devido à pequena diferença entre os níveis de essencialidade e toxicidade. Dentre as funções do selênio se destacam a participação no sistema de controle de processos oxidativos, através da enzima glutationa peroxidase, as propriedades anti-carcinogênicas e a prevenção de doenças do coração. A maior parte do Se ingerido por animais e humanos é proveniente do solo, onde são cultivados plantas e legumes que absorvem este elemento. No geral, os teores de selênio disponíveis em solos estão em baixas concentrações e são altamente variáveis, pois dependem de vários fatores ambientais. O presente trabalhoapresenta o procedimento de coleta dos solos e as etapas mais utilizadas na preparação física de amostras com vista à sua caracterização e posterior análises químicas e físicas de interesse, ressaltando sua importância para obtenção de resultados confiáveis. Palavras–chave: coleta, preparo de amostras, selênio

IntroduçãoSelênio (Se) é um micronutriente considerado essencial a nutrição humana, animal e das plantas

quando presente em baixas concentrações, porém pode se tornar tóxico quando presente em doses elevadas. Considerando que afaixa de concentração entre essencialidade e toxicidade é muito estreita (Fordyce et al., 2010) há necessidade de um cuidadoso controle quanto à ingestão de Se por humanos e animais.Dentre as funções do selênio se destacam a participação no sistema de controle de processos oxidativos, através da enzima glutationa peroxidase, as propriedades anti-carcinogênicas e a prevenção de doenças do coração (Shaltout et al., 2011).A maioria das doenças humanas relacionadas ao Se são resultantes de concentrações altas ou baixas do elemento em solos, alimentos e água potável. Geralmente, o Se do solo determina a concentração do elemento em grãos, vegetais e curso d’água.

Devido a importância do selênio, já foram elaborados mapas informando a ocorrência e a abundância desse elemento em muitos países do mundo, no entanto, há deficiência de informações sobre a abundância natural deselênioem áreas doterritório brasileiro (Shaltout et al., 2011). Portanto, o deficit de informações sobre os teores de Se nos solos do estado de Minas Gerais e o conhecimento de que há fatores ligados aos solos capazes de influenciar a sua absorção pelas plantas, refletiram na necessidade de levantar informações em diferentes solos representativos, pois estas informações poderão melhorar o entendimento e a avaliação da sua influência desse microelemento na saúde humana e animal.

Antes de qualquer medição, duas etapas do processo de química analítica são fundamentalmente importantes, a de amostragem e preparação da amostra e tornou-se cada vez mais evidente que os erros mais relevantes estão bastante associados com estágios de pré-tratamento da amostra. No primeiro momento são apresentados o procedimento de coleta dos solos e as etapas mais utilizadas na preparação física de amostras com vista à sua caracterização e posterior análises químicas e físicas de interesse.

Material e MétodosAs amostras foram coletadas em solos sob cobertura vegetal nativa com ferramentas apropriadas

(enxadão, pá e trado) e acondicionadas em sacos plásticos e transportadas para o laboratório do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais- IFNMG, Campus Almenara onde foram armazenadas a 4ºC até a realização dos tratamentos preliminares. Posteriormente foram secas ao ar, pulverizadas em gral e pistilo e peneiradas.Cabe ressaltar que os pontos de coleta estavam a mais de 100 metros de distância de rodovias, campos cultivados e outras possíveis fontes de contaminação que pudessem vir a causar interferências nos resultados.

Resultados e Discussão

Foram coletadas amostras dos horizontes A e B de doze classes de solos em alguns municípios do Vale do Jequitinhonha no estado de Minas Gerais. A escolha dos solos e os locais de avaliação foram

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determinados previamente com base em solos predominantes na região do baixo Vale do Jequitinhonha a partir de informações provenientes de estudos anteriormente realizados (Ministério da Agricultura, 1970; Campos etal., 2013). A coleta foi realizada no período de junho a dezembro de 2013.

Em cada ponto amostrado foram abertas trincheiras de 1,20m de profundidade (Figura 1), tomando-se o cuidado de obter, pelo menos, uma face vertical que seja lisa e esteja bem iluminada, a fim de exibir claramente o perfil (Santos et al., 2005).No total foram coletadas 24 amostras de 12 perfis de 11 classes de solos de cada horizonte. As classes de solos coletas foram: Argissolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Chernossolo, Espodossolo, Gleissolo, Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho-Amarelo, Luvissolo, NeossoloFlúvico, Organossolo, Planossolo e Plintossolo.

Os horizontes A e B foram diferenciados basicamente pela variação perceptível das características morfológicas.O conjunto dos horizontes A e B denomina-se de solum, que pode ser definido como a parte do solo que sofre a influência das plantas e animais. O Horizonte A é um horizonte mineral superficial resultante da concentração de material orgânico decomposto misturado com material mineral, e geralmente apresenta coloração mais escura, devido ao material orgânico. O horizonte B também mineral é bastante afetado pelos processos de formação do solo e caracterizado pelo acúmulo de argila, ferro e alumínio e pouca matéria orgânica. É denominado de horizonte de acúmulo ou iluvial (Meurer, 2004).

Figura 1 Perfis de solos coletados: (a) Latossolo Vermelho-Amarelo (b) Chernossolo (c) Gleissolo.(d) Organossolo

São muito marcantes as diferenças de cor entre solos e horizontes. Os elementos que dão cor aos solos

são principalmente o ferro e a matéria orgânica. Enquanto a matéria orgânica dá coloração escura aos horizontes superficiais, o ferro dá cor avermelhadas, alaranjadas e amareladas ao solo. Solos bem drenados, sem excesso de água, são avermelhados, marrons e alaranjados. Solos moderadamente drenados ou solos de regiões frias apresentam cores amareladas com horizontes superficiais escuros (ricos em matéria orgânica). Em solos alagados, o ferro não está presente para dar coloração ao solo, fazendo com que os solos tenham cores neutras, variando de cinza claro a preto (Meurer, 2004).

A primeira etapa de pré-tratamento é a secagem do solo que visou facilitar operações posteriores. As amostras úmidas podem provocar a deterioração e corrosão dos recipientes onde são armazenadas com consequente perda de material e possível contaminação. Além disso, pode levar à perda das fracções mais finas e obtendo-se no final uma amostra que não é representativa da totalidade do material amostrado. Asamostras foram secas ao ar com variação do tempo de solo para solo, como por exemplo, solos muitos úmidos demoraram cerca de 2 semanas secando e solos mais secos variavam de 2 a 4 dias.Foi escolhida a secagem ao ar para evitar perdas por volatilização de compostos de selênio.

Posteriormente a secagem, elas foram destorroadas manualmente em graal e pistilo e peneiradas em duas frações (< 2 mm e < 0,062 mm) em peneiras com malha de aço inoxidável, visando evitar contaminações e armazenadas em frascos de polietileno devidamente identificados. Para as análises químicas, físicas e de caracterização dos solos será utilizada a TerraFina Seca ao Ar (TFSA) <2 mm . Para as análises de determinação e especiação do selênioserá utilizada a fração mais fina.

Conclusões

A A A

Bw B Bg

(a) (b) (c)

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As etapas de coleta e preparo das amostras são de fundamental importância em determinações analíticas e por isso devem ser tomados cuidados para evitar contaminações e possíveis erros que possam gerar dados não confiáveis que comprometam a precisão e exatidão dos métodos utilizados.

AgradecimentosAo CNPq, FAPEMIG, IFNMG- Campus Almenara, UFMG e ICMBio.

Literatura citada

CAMPOS, J. C. F.; SCHAEFER, C. E. R.; KER, J. C.; SAADI, A. & ALBUQUERQUE FILHO, M. R. Gênese e Micropedologia de Solos do Médio Jequitinhonha, de Turmalina a Pedra Azul, MG.Geonomos, 5(1) 41-53p, 2013. FORDYCE, F.M; BRERETON, N; HUGHES, J; LUO, W. & LEWIS, J. An initial study assess the use of geological parent materials to predict the Se concentration in overlying soils and in Five staple foodstuffs produced on them in Scotland. Science of the Total Environment, Amsterdam, v.408, n.22, p.5295-5305, Oct. 2010. MEURER , E.J. Fundamentos de Química do Solo. 2º edição. Porto Alegre: Genesis, 2004. 290 p. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Levantamento de reconhecimento dos solos da Zona do Médio Jequitinhonha, Minas Gerais. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo, Rio de Janeiro, 1970. 340p. (Boletim Técnico, 9). SANTOS,R.D; LEMOS, R. C; SANTOS, H.G; KER, C.J.& ANJOS, L.H.C. Manual de descrição e coleta de solo no campo.5ed.Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência de solo, 2005.92p. SHAITOUT. A.A; CASTILHO, I.N;WELZ, B;CARASEK, E;MARTENS, I.B; MARTENS, A. &COZZOLINO, S.M.Method development and optmization for the determination of selenium in bean and soil samples using generation electrothermal atomic absorption Spectrometry. Talanta (85), p.1330-1356, 2011.

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INTEGRAÇÃO NUMÉRICA UTILIZANDO O SCILAB

Alan Oliveira da Silva1, Tatiane Reis Amaral², Neila M. Gualberto Leite³

1Acadêmico de Matemática– IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Professora do IFNMG/Montes Claros, Mestre em Modelagem Matemática e Computacional. Email: [email protected] ³ Professora do IFNMG/Montes Claros, Mestre em Modelagem Matemática e Computacional. Email: [email protected]

Resumo: A integração numérica tem uma aplicabilidade muito grande. Sabendo dos vários métodos possíveis para a resolução de um mesmo problema, surge então à inquietação de qual método tem maior eficácia a tipos diferentes de funções. Para realizar a comparação entre as técnicas selecionamos os três principais métodos numéricos de integração de Newton-Cotes : a Regra do Trapézio, Regra de Simpson 1/3 e a Regra de Simpson 3/8 e três quadraturas de Gauss: Gauss-Chebyshev, Gauss-Legendre e Gauss–Laguerre. Primeiramente os métodos foram estudados através de uma revisão bibliográfica detalhada. Posteriormente usamos o software SCILAB para programar os algoritmos. Após realizar diferentes cálculos foi feita uma comparação entre os métodos utilizando a diferença entre os erros absolutos obtidos em cada uma das rotinas, para funções trigonométricas e exponenciais. Como resultados preliminares, existe a tendência de, em sua forma simples, a Regra de Simpson ter maior eficiência, enquanto na sua forma composta ter uma maior exatidão. A Regra do Trapézio apresentou o maior erro, no entanto, por se tratar de uma forma mais simples tem a vantagem pela facilidade de implementação sendo, geralmente, usada para entendermos como os demais métodos de Newton-Cotes funcionam.

Palavras–chave: integração numérica, Scilab, Newton-cotes

IntroduçãoEsse trabalho visa apresentar alguns métodos para integração de Newton-Cotes fechados, comparando

e analisando os erros para diferentes divisões do intervalo de integração [a; b] e tendo assim uma estimativa da melhor aproximação para resolução da integral especificada. Apresentaremos alguns métodos numéricos para o cálculo de integrais utilizando o software Scilab para implementação.

O Scilab é um software livre de computação e programação numérica desenvolvido na França, em 1990, por pesquisadores do INRIA (Institut National de Recherche en Informatique et en Automatic) e do ENPC (Ecole des Ponts ParisTech). Atualmente, o mesmo é mantido pelo Scilab Consortium.

Material e Métodos

Este trabalho foi estruturado de acordo com aportes teóricos de uma revisão bibliográfica disponíveis na biblioteca do IFNMG e sites especializados. Através do software Scilab, já instalado, deu-se início aos estudos do mesmo e consequentemente a realização dos cálculos para alcançarmos os objetivos propostos.

Resultados e Discussão

As fórmulas de Newton-Cotes fechadas estudadas até está fase do trabalho foram: a Regra do Trapézio, Regra de Simpson 1/3 e Regra de Simpson 3/8, em suas formas simples e compostas. Estes métodos de integração numérica foram implementados utilizando o software Scilab. As fórmulas de Newton-Cotes são obtidas através da aproximação da função f(x) por um polinômio interpolador P(x), sabendo alguns pontos da f(x) igualmente espaçados no intervalo [a; b] (Sperandio). Os espaçamentos no intervalo [a,b] têm seu tamanho chamado de passo (h), é encontrado por h = (b-a)/n , onde n é quantidade de subintervalos em [a; b]. A aproximação para integral não é dada através da integração da função f(x), mas pela integração do polinômio P(x).

Nas fórmulas Newton-Cotes fechadas, muitas vezes não é possível encontrar o valor exato do erro, mas podemos calcular a limitante superior do erro, podendo assim avaliar o grau de aproximação.

A regra do Trapézio é a versão mais simples dos métodos de Newton-Cotes, seguido pela regra de Simpson 1/3 e regra de Simpson 3/8. Abaixo podemos ver os resultados das fórmulas aproximadas a integral de ex com o intervalo de integração de 1 até 7 sendo seu valor exato 1093,9149.

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Tabela 1 Resultados e erros das três principais fórmulas de Newton-Cotes

N Trapézio Erro Trapézio

1/3 Simpson Erro 1/3 Simpson

3/8 Simpson Erro 3/8 Simpson

1 3298,0543 2204,1394 - - - -

2 1812,821 718,90673 1317,744 223,82916 - -

3 1436,3488 342,43396 - - 1203.6356 109.72077

4 1291,7224 197,80757 1118,0227 24,107846 - -

5 1222,1385 128,22357 - - - -

6 1183,5904 89,675539 1099,3376 5,4227337 1104.9365 11.02164

Ao calcularmos a integral numericamente percebemos que em suas fórmulas mais simples, a Regra do Trapézio apresenta a aproximação com maior erro, no valor de 2204,1394 conforme apresentamos na Tab. 1. A Regra de Simpson 3/8, é a que nos gera uma maior precisão, tendo um erro calculado no valor de 109, 72077 e Regra de Simpson 1/3 gera um erro de 223,82916.

As regras na sua forma simples se diferenciam pela capacidade de aproximação do método. A regra do Trapézio, a regra mais simples, é utilizada nos dias de hoje para auxiliar no entendimento das demais fórmulas de Newton-Cotes. Realizando testes para as regras compostas para n = 12, um valor par e múltiplo de 3, concluímos que a aproximação mais distante continua sendo a regra do Trapézio, agora na forma composta, com erro 22,695497. Desta vez a melhor aproximação do valor exato é a Regra de Simpson 1/3, com erro de apenas 0,3688164 e por último a Regra de Simpson 3/8 com o valor de 0,8064882. As regras compostas apresentam uma aproximação melhor caracterizada pela diminuição dos tamanhos de passo e vemos que as regras de Simpson são métodos mais potentes de resolução , porém vale ressaltar que, todas as três regras apresentadas neste trabalho possuem fácil implementação incluindo suas regras compostas.

Conclusões

Como podemos perceber as regras compostas são mais potentes para a aproximação. A Regra do Trapézio por trazer um erro tão grande não se torna viável, porém pela sua fácil compreensão e implementação no Scilab é uma poderosa ferramenta para o entendimento do software. , Outras regras apesar de trazer erros consideráveis ainda pode ser aceitável dependendo da sua aplicação. As quadraturas de Gauss estão neste momento sendo implementadas e é parte dos objetivos deste trabalho.

AgradecimentosRessaltamos que o projeto contou com o apoio do IFNMG- Campus Januária e da FAPEMIG através

do Programa de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC os quais agradecemos imensamente.

Literatura citadaD. SPERANDIO; L. MENDES; L.H.M. SILVA, Cálculo numérico: Características matemáticas e Computacionais dos Métodos Numéricos. São Paulo, Prentice Hall, 2008. F.F.F. Campos, Algoritmos numéricos, 2.ed, LTC, Rio de Janeiro, 2007. R.L. BURDEN; J.D. FAIRES, Análise numérica. São Paulo, Cengage learning, 2008.

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PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS PARA O GERENCIAMENTO DE DADOS CADASTRAIS DE IMÓVEIS URBANOS E CÁLCULO

AUTOMÁTICO DO IPTU PARA A CIDADE DE SALINAS –MG

Karoline Rodrigues Costa1, Ronaldo Medeiros dos Santos2, Hugo Henrique C. de Salis3, Rafaela Letícia Ramires Cardoso3, Felipe Matheus F. Chagas1, Victória Janaína P. Mendes1, Karen Bethania R. Messias1, Talita Moreira Câmara3, Leiliane Pereira Cruz3, Liliane Pereira Cruz3, Danyélly Távellyn Oliveira Galvão3

1 Estudante do Curso Técnico em Agropecuária – IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica Junior - PIBIC-EM. Email: [email protected] 2 Professor do IFNMG/Salinas. Email: [email protected] 3Acadêmico de Engenharia Florestal – IFNMG/Salinas. Email: [email protected]; [email protected]

Resumo: O objetivo do trabalho foi implementar um protótipo de um Sistema de Informações Geográficas para o gerenciamento de dados cadastrais de Imóveis urbanos e cálculo automático do IPTU para a cidade de Salinas – MG. A metodologia consistiu em três partes principais: i) Construção da estrutura do banco de dados espacial e do sistema de informações geográficas cadastrais; ii) Sistematização e digitalização das informações cadastrais e; iii) Automatização do cálculo do IPTU. Como resultado, foi estruturado um banco de dados cadastrais e calculado automaticamente o IPTU para imóveis em três quadras, de três diferentes bairros. Concluiu-se que o protótipo gerado pode representar um importante meio para potencializar a arrecadação de IPTU no município de Salinas-MG. Palavras–chave: IPTU, Informações cadastrais urbanas, sistemas de informações geográficas.

Introdução No modelo atual de organização política e econômica, adotado pela maior parte das sociedades e

culturas, o Estado cumpre a função de agente regulador maior. Neste sistema, todo o aparato é financiado pelos próprios indivíduos, por meio dos tributos. Existem várias modalidades de tributos, dentre as quais se destaca o imposto. Trata-se de um valor a ser pago, pelo indivíduo ao Estado, em decorrência do uso, posse ou produção de algum bem ou recurso, com a finalidade de custear as despesas da máquina administrativa (AFONSO et al., 2010).

A maioria dos municípios brasileiros tem em repasses da União e do estado a fonte principal de suas receitas, o que se deve, em parte, ao fato de que não há tradição em cultura de arrecadação por parte dos mesmos. Em muitos casos, isto se revela na falta de organização e estruturação dos setores municipais responsáveis, ou até mesmo na inexistência destes. Dessa forma, observa-se um potencial não explorado de arrecadação, que em muito poderia contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico das cidades (AFONSO et al., 2010). O caso do IPTU bem ilustra tal afirmação.

Para Veira (2002), uma das principais e atuais formas de se melhorar a gestão da informação cadastral e, consequentemente, alcançar um aumento na arrecadação de IPTU, consiste na implementação de um sistema de informações geográficas. Neste tipo de ferramenta, as informações espaciais, como a planta cadastral, com seus bairros, quadras e lotes, representados por polígonos, podem ser associadas, ou “linkadas”, aos dados cadastrais referentes aos mesmos.

De acordo com o contexto, o objetivo principal do trabalho foi implementar um protótipo de um Sistema de Informações Geográficas para o gerenciamento de dados cadastrais de Imóveis urbanos e cálculo automático do IPTU para a cidade de Salinas – MG.

Material e MétodosA área de estudo abrangeu a zona urbana do município de Salinas, localizado na região norte do

Estado de Minas Gerais. Na sua excursão foram utilizadas como materiais: (a) a planta cadastral de Salinas, (b) a planta genérica de valores (disponibilizadas gratuitamente pela prefeitura da cidade), (c) o software SPRING – 5.1 (licença gratuita), (d) trenas de 50 metros e (e) questionários para a anotação das medidas e informações dos imóveis visitados. Os procedimentos metodológicos compreenderam, na etapa de campo, coleta de dados cadastrais dos imóveis urbanos, em caráter amostral, enquanto que na fase de escritório, os dados coletados completaram as informações já disponibilizadas pela prefeitura e foram “linkados” à planta cadastral, a partir de onde constriuiu-se o sistemas de informações geográficas, com o auxilio do software próprio para essa finalidade, com o intuito de calcular automaticamente o IPTU.

Resultados e Discussão

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Na Figura 1, encontra-se apresentado um exemplo do resultado final (quadra 4, do bairro “Centro”), compreendendo os dados cadastrais urbanos vinculados aos seus respectivos lotes e as informações calculadas automaticamente no sistema de informações geográficas, com destaque para o IPTU calculado para o lote 21 (R$ 167,11).

Figura 1 Resultado final: exemplo para o lote 21 – Quadra 4 - Bairro “Centro”. a) visualização das quadras selecionadas para a execução do estudo. Destaque para o Bairro Centro.

A Tabela 1 ilustra o Resultado final com os parâmetros calculados a partir das informações cadastrais e o valor estimado do IPTU para cada lote das quadras selecionadas.

Tabela 1 Resultado final

Lote Bairro

Valor unit.

terreno (VUT)

Valor VenalTerreno (VVT)

Valor unit const (VUC)

Valor Venal da Construção (VVC)

Valor Venal do Imóvel (VVI)

AlíquotaIPTU(R$)

2 Raquel 47,29 16.627,16 260,00 21.495,94 38.123,10 0,005 190,62

3 Raquel 47,29 17.024,40 260,00 40.308,84 57.333,24 0,005 286,67

4 Raquel 47,29 4.414,01 295,45 13.344,18 17.758,19 0,010 177,58

6 Raquel 47,29 5.009,15 260,00 7.876,44 12.885,59 0,005 64,43

7 Raquel 47,29 9.930,90 260,00 29.484,00 39.414,90 0,005 197,07

8 Raquel 47,29 15.221,30 260,00 10.058,96 25.280,26 0,005 126,40

9 Raquel 47,29 8.364,42 260,00 23.868,00 32.232,42 0,005 161,16

10 Raquel 47,29 8.512,20 260,00 20.638,80 29.151,00 0,005 145,76

14 Raquel 47,29 25.570,90 260,00 22.435,92 48.006,82 0,005 240,03

16 Raquel 47,29 15.085,51 260,00 27.565,20 42.650,71 0,005 213,25

Tabela 1 - Continuação

Lote Bairro

Valor unit.

terreno (VUT)

Valor VenalTerreno (VVT)

Valor unit const (VUC)

Valor Venal da Construção (VVC)

Valor Venal do Imóvel (VVI)

AlíquotaIPTU(R$)

17 Raquel 47,29 17.024,40 260,00 30.466,80 47.491,20 0,005 237,46

19 Centro 144,08 79.245,00 260,00 48.360,00 127.605,00 0,005 638,02

20 Centro 144,08 0,00 295,45 3.805,10 3.805,10 0,010 38,05

21 Centro 144,08 24.255,78 260,00 9.166,15 33.421,93 0,005 167,11

23 Centro 144,08 0,00 295,45 11.973,14 11.973,14 0,010 119,73

24 Centro 144,08 8.644,80 260,00 7.328,88 15.973,68 0,005 79,87

26 Centro 144,08 34.876,00 260,00 8.244,99 43.120,99 0,005 215,60

29 Centro 144,08 50.321,37 260,00 15.982,01 66.303,38 0,005 331,52

30 Centro 144,08 16.136,40 0,00 0,00 16.136,40 0,010 161,36

31 Centro 144,08 22.619,41 260,00 15.289,56 37.908,97 0,005 189,54

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32 Centro 144,08 0,00 295,45 3.223,09 3.223,09 0,010 32,23

33 Centro 144,08 36.185,98 295,45 18.826,07 55.012,05 0,010 550,12

34 Centro 144,08 85.899,06 260,00 64.201,41 150.100,47 0,010 1.501,00

35 Centro 144,08 25.557,49 295,45 32.431,90 57.989,39 0,010 579,89

39 Casa Blanca 13,85 2.758,92 260,00 7.210,48 9.969,40 0,005 49,85

41 Casa Blanca 13,85 0,00 295,45 5.330,73 5.330,73 0,010 53,31

42 Casa Blanca 13,85 4.155,00 260,00 4.679,27 8.834,27 0,005 44,17

46 Casa Blanca 13,85 3.988,80 260,00 14.910,48 18.899,28 0,005 94,50

49 Casa Blanca 13,85 1.592,75 260,00 11.606,40 13.199,15 0,005 66,00

50 Casa Blanca 13,85 1.385,00 260,00 8.491,39 9.876,39 0,005 49,38

51 Casa Blanca 13,85 2.713,49 260,00 4.477,47 7.190,96 0,005 35,95

53 Casa Blanca 13,85 2.770,00 260,00 4.746,92 7.516,92 0,005 37,58

54 Casa Blanca 13,85 2.770,00 260,00 20.554,56 23.324,56 0,005 116,62

55 Casa Blanca 13,85 1.246,50 260,00 3.949,38 5.195,88 0,005 25,98

56 Casa Blanca 13,85 4.100,99 260,00 5.651,10 9.752,09 0,005 48,76

Conclusões De acordo com os passos metodológicos seguidos e com as análises efetuadas sobre os resultados obtidos, pode-se concluir- que:

• Foi possível implementar um protótipo de um Sistema de Informações Geográficas para o georreferenciamento de dados cadastrais de Imóveis urbanos e cálculo automático do IPTU para a cidade de Salinas-MG.

• O protótipo gerado pode representar um importante meio para potencializar a arrecadação de IPTU no município de Salinas, estabelecendo melhorias no sistema de gestão dos dados cadastrais da cidade por meio da aplicação de Sistemas de Informações Geográficas.

Agradecimentos

À CNPq e ao IFNMG- Campus Salinas pela concessão de Bolsas de Iniciação Cientifica.

Literatura citadaAFONSO, J. R. R.; ARAÚJO, E. A.; NÓBREGA, M. A. R. O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) no Brasil: Um diagnóstico sobre o grau de aproveitamento do imposto como fonte de financiamento local. 2005. 48p. Disponível em < http://www.joserobertoafonso.com.br/ attachments/article/2627/1002BrasilIPTU.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2013.

VIEIRA, A. S. Orientações para implantação de um SIG municipal Considerando aplicações na área de Segurança pública. 2002. 48p. Monografia (Especialização em Geoprocessamento) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2002.

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Ciências Sociais e Humanas

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A CONCORDÂNCIA VERBAL NO PORTUGUÊS FALADO DO NORTE DE MINAS GERAIS Camila Oliveira Reis1, João Pedro Silva Gomes1, Patrícia Stefanelli Conceição2, Joaquina Aparecida Nobre

da Silva3

1 Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora.. Bolsistas de Iniciação Científica CNPQ. Email: [email protected]; [email protected].

2Acadêmica de Administração – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected]. 3Docente IFNMG/Pirapora - Doutoranda em Estudos Linguísticos (UFU). Email: [email protected]. Resumo: O objetivo deste trabalho foi investigar o emprego da concordância verbal presente no português falado em Pirapora e microrregião por meio de análises em um corpus de entrevistas transcritas. Foram selecionadas 15 entrevistas, sendo 5 de cada escolaridade (fundamental, médio e superior). As ocorrências foram codificadas, o tratamento quantitativo dos dados foi feito através do programa GoldVarb 2001 e a análise linguística seguiu a abordagem teórico-metodológica da Sociolinguística Laboviana (Labov, 1972), Tarallo (1986). Entre os resultados, destaca-se que o fator social escolaridade interfere diretamente na atualização da concordância verbal.

Palavras–chave: concordância verbal, português falado, sociolinguística, transcrições

IntroduçãoA descrição do português falado é de extrema relevância, pois nos leva a conhecer a diversidade

linguística da nossa região, possibilitando também analisar como o falar dessa região está encaixado no processo de mudança linguística pela qual o português brasileiro está passando. Neste trabalho, buscamos um maior entendimento sobre os fatores sociais e linguísticos favorecedores da variação na concordância verbo-sujeito e explicar o encaixamento dessa variação no sistema linguístico e social do Português.

O presente trabalho pretende analisar, de acordo com os dados da fala, a concordância sujeito – verbo (SV), seguindo o conhecimento fornecido pelos pesquisadores Labov (1972) e Tarallo (1986). O objetivo geral é analisar a concordância entre o sujeito e o verbo no português falado em Pirapora e Microrregião, tendo como objetivos específicos investigar o emprego da concordância verbal, analisar se o preenchimento do sujeito interfere no emprego da concordância verbal, analisar se a posição do verbo imediatamente ao lado de um sujeito plural favorece a concordância e investigar se os falantes de maior escolaridade (ensino superior completo) atualizam mais a concordância entre sujeito e verbo.

Material e MétodosOs informantes foram selecionados por meio de aplicação de questionário. Para a constituição do

corpus a ser analisado, selecionaram-se 15 informantes naturais da região pesquisada, da qual não se afastaram por mais de 1/3 de suas vidas, com faixa etária variando de 17 a acima de 60 anos, sendo 5 informantes de cada escolaridade listada abaixo:

1- Ensino fundamental completo; 2- Ensino médio completo; e 3- Ensino superior completo. As entrevistas foram realizadas utilizando a metodologia da Entrevista Sociolinguística (TARALLO,

1986), e as transcrições buscaram reproduzir o mais fielmente possível o registro oral. As ocorrências foram devidamente codificadas para quantificação dos dados e tratamento estatístico através do programa GoldVarb 2001, em seguida realizamos as análises dos resultados.

Resultados e DiscussãoPara a análise da concordância, selecionaram-se contextos linguísticos propícios à atualização de

marcas do plural, ou seja, a primeira pessoa do plural (nós), a segunda pessoa do plural (vocês) e a terceira pessoa do plural (eles). Segundo o Gráfico 1, a respeito da concordância verbal, obtivemos como resultado que 82% dos falantes utilizam concordância, enquanto 18% não utilizam.

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Gráfico 1 Gráfico comparativo da quantidade de ocorrências com concordância verbal e sem concordância verbal, em porcentagem. Fonte: elaborado pelos autores Quanto à relação da concordância verbal com o sujeito, não observamos grande diferença quando

utilizadas 1ª ou 3ª pessoa do plural, sendo respectivamente 90% e 81% com concordância, como se observa no Gráfico 2, a seguir, corroborando os dados de Rubio (2008), em sua pesquisa no interior de São Paulo.

Gráfico 2 Gráfico comparativo da utilização de concordância verbal com relação ao tipo do sujeito, em

porcentagens. Fonte: elaborado pelos autores

O preenchimento do sujeito também não demonstrou grande diferença com relação à concordância

verbal, uma vez que tanto o sujeito preenchido como o não preenchido apresentaram alto índice de CV, com respectivamente 83% e 79%. Levando em consideração a posição do sujeito, não ficou evidente grande diferença com relação à concordância verbal, uma vez que tanto o sujeito imediatamente acompanhado do verbo quanto às outras ordens apresentaram alto índice de CV, com respectivamente 84% e 79%.

Por fim, analisando o Gráfico 3, a relação da concordância verbal com o fator escolaridade, percebemos que os falantes de ensino fundamental completo falam com menos CV quando comparados às outras escolaridades.

90%

10%

81%

19%

Com Concordância Sem Concordância

Relação da CV com tipo do sujeito

1ª pessoa 3ª pessoa

82%

18%

Com Concordância Sem Concordância

CV no Português falado no Norte de Minas Gerais

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Gráfico 3 Gráfico comparativo da utilização de concordância verbal com relação às escolaridades, em

porcentagens. Fonte: elaborado pelos autores

Os falantes de maior escolaridade atualizam mais a concordância entre o verbo e o sujeito. É importante ressaltar que durante as codificações para análise tornou-se evidente a forma peculiar

que os norte mineiros, nos dados em análise, usam a concordância verbal, de forma destoante do que mostra a Gramática Tradicional. Vejamos os exemplos a seguir:

(1) Eles levaro (com concordância); (2) Eles levo (sem concordância); (3) As brincadeira eram (concordância) (4) As brincadeira era (sem concordância) (5) As brincadeiras era (sem concordância) Pudemos perceber, nos dados, que todas as letras do verbo nem sempre são pronunciadas (levo=levou,

levaro=levaram) e retira-se também o plural do sujeito deixando apenas o artigo e verbo com plural (as brincadeira=as brincadeiras).

ConclusõesDe acordo com o que observamos no presente trabalho, os falantes de maior escolaridade atualizam

mais a concordância entre o sujeito e o verbo. Há uma competição das formas entre os falantes de menor escolaridade. Os resultados apontaram que, em contexto específico propício à marcação do plural, os falantes atualizaram o plural. Destaca-se que o uso do singular no contexto citado é a forma inovadora, o que sugere a continuidade da pesquisa entre os falantes de classes mais baixas e entre os falantes mais novos.

AgradecimentosAgradecemos o apoio financeiro disponibilizado pelo CNPq, pela FAPEMIG e pelo IFNMG- Campus

Pirapora para o desenvolvimento da pesquisa.

Literatura citadaLABOV, W. Sociolinguistic Patterns. Philadelfia: University of Pensylvania Press, 1972. RUBIO, C. F. A influência das variáveis tipo de sujeito, paralelismo formal e posição do sujeito na concordância verbal do interior paulista. In: Magalhães, J.S., Travaglia L. C. (Organizadores). Múltiplas Perspectivas em Linguística, - Uberlândia: EDUFU, 2008. TARALLO, F. A Pesquisa Sociolinguística. São Paulo: Editora Ática, 1986.

59 %

87% 92%

41%

13% 8%

ens. Fundamental ens. Médio ens. Superior

Relação da CV com escolaridade

com concordância sem concordância

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A EVASÃO NOS CURSOS DE LICENCIATURA DO INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS SALINAS

Bruna Mendes Oliveira1, Elias J Carvalho Neto2, Fernando Barreto Rodrigues3, Hellen Vivian Moreira dos

Anjos4

1Acadêmica do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – IFNMG/JSalinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Acadêmico do curso de Licenciatura em Física – IFNMG/Salinas. Email: [email protected]

3Professor do IFNMG/Salinas, M Sc. Produção Vegetal no Semi-árido. Email: [email protected] 4Professora do IFNMG/Salinas, Ma. Educação Profissional. Email: [email protected] Resumo: Este trabalho apresenta um estudo de caso sobre a evasão nos cursos de licenciatura oferecidos pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas no período de 2010 a 2012. Esta pesquisa se insere no contexto da defasagem no número de docentes nas áreas de ciências da natureza e exatas e da obrigatoriedade da oferta de cursos de formação de professores nos Institutos Federais. Desta forma, buscou-se conhecer o índice e as causas de evasão nos cursos de licenciatura em Ciências Biológicas, Física, Matemática e Química da instituição em questão. Para tanto, utilizou-se das informações disponibilizadas pela Secretaria de Registros Acadêmicos deste estabelecimento de ensino e posteriormente fez-se o cálculo do índice de evasão. Além disso, utilizou-se da aplicação de questionários aos evadidos para verificar os principais motivos de evasão. Os índices de evasão nos cursos pesquisados podem ser considerados altos, sendo que a evasão total do período de 2010 a 2012 atingiu 34,2% no curso de Ciências Biológicas, 43,6% no curso de Química, 38,1% na licenciatura em Matemática e 45,8% para a Física e corroboram com outros estudos em diferentes Instituições do país. As principais razões do abandono detectadas foram oportunidade de fazer outro curso de maior afinidade e dificuldade em conciliar trabalho e estudo. Desta forma, a criação de licenciaturas em instituições primariamente de educação profissional, não é garantia de resolução do problema do déficit de professores. Palavras–chave: evasão, formação de professores, IFNMG – Campus Salinas

IntroduçãoA problemática da formação docente é constituída entre outros fatores por baixa procura por cursos de

licenciatura e elevados índices de evasão (GOMES, 1998). Essas constatações nos remetem a uma realidade de falta de professores a nível nacional, principalmente para os conteúdos de biologia, física, matemática e química na educação básica. Segundo estudos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) estima-se uma demanda de 237.327 professores apenas nas áreas de ciências da natureza (RUIZ; RAMOS; HINGEL, 2007). Diante deste cenário, atualmente vivenciamos ampliação da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que através da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, de criação dos Institutos Federais (IF), obriga essas instituições de ensino a ofertarem obrigatoriamente 20% de suas vagas para cursos de formação de professores para a educação básica e profissional. Esta pode ser tida como uma medida emergencial, que vem de encontro à defasagem existente no número de docentes nas áreas apontadas anteriormente. No entanto, apesar dos Institutos se configuram em um lócus diferenciado para a formação de docentes, a expansão quantitativa das licenciaturas pode não significar a formação de um maior número de professores. Segundo Lima (2012) o fenômeno da evasão vem ganhando especial destaque dentro dos IF, pois vários estudos vêm constatando um elevado índice de desistência nos cursos de licenciatura destas instituições também. Desta forma, objetivou-se com esta pesquisa conhecer os índices e as causas de evasão nos cursos de licenciatura em Ciências Biológicas, Física, Matemática e Química oferecidos pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas no período de 2010 a 2012.

Material e MétodosA presente pesquisa constituiu-se em um estudo de caso de abordagem quantitativa. A investigação

deu-se no sentido de conhecer os níveis de evasão das licenciaturas no período de 2010 a 2012 e quantificar os fatores que levam o acadêmico a evadir, identificando, desta forma, as causas mais relevantes deste fenômeno. Para tanto, utilizou-se de consulta aos bancos de dados da Secretaria de Registros Acadêmicos (SRA) da instituição e a aplicação de questionários estruturados aos evadidos.

A pesquisa teve como base o conceito da Comissão Especial de Estudos sobre Evasão nas Universidades Públicas Brasileiras sobre evasão de curso que consiste “quando o estudante desliga-se do curso superior em situações diversas tais como: abandono (deixa de matricular-se), desistência (oficial), transferência ou reopção (mudança de curso), exclusão por norma institucional” (BRASIL, 1997, p.20).

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Os questionários foram aplicados de maneira virtual, utilizando-se a ferramenta chamada Google Docs, disponível gratuitamente na internet. Para tanto, valeu-se da rede social Facebook, em que se criou um perfil denominado “Evasão Licenciaturas IFNMG - Salinas” onde se buscou reunir o maior número possível de alunos evadidos. Do número total de evadidos, 157, conseguiu-se encontrar na rede social 45 pessoas (29% do total) e teve-se um retorno de 32 respondentes, o que corresponde a 71, 1% do total de questionários enviados e 20,4% do total de evadidos. De acordo Fey, Lucena e Fogaça (2011) o percentual de retorno médio de formulários em pesquisas feitas pela internet fica em torno de 7%; logo, acredita-se que esse percentual seja significativo.

Resultados e DiscussãoAntes de abordar a evasão propriamente dita, é importante analisar o preenchimento das vagas dos

cursos de licenciatura. No IFNMG – Campus Salinas são oferecidas anualmente 40 (quarenta) vagas para esses cursos. Entretanto, observa-se que nem sempre essas são preenchidas, com especial destaque para o curso de Licenciatura em Física, em que nos anos de 2010, 2011 e 2012 tiveram respectivamente 34, 17 e 21 alunos matriculados. Essa situação também foi encontrada por Soares e Pires (2010) no curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal de Goiás – Campus Jataí.

Segundo os dados disponibilizados pela Secretaria de Registros Acadêmicos da instituição, são altos os números de cancelamento, desistência, trancamento e transferência de matrícula, situações que configuram casos de evasão de curso. Os resultados dos índices de evasão em cada turma e curso, e o total geral de evasão para cada curso no período de 2010 a 2012 são apresentados na tabela 1, abaixo.

Tabela 1 Níveis de evasão dos cursos de licenciatura do IFNMG – Campus Salinas no período de 2010 a

2012

Fonte: Elaborada pelos autores

A partir da análise da tabela depreende-se que entre as turmas de 2010 as que apresentaram maior índice de evasão foram as de Licenciatura em Física e Química, respectivamente, e o curso de Ciências Biológicas teve o menor índice. Entre as turmas 2011 os maiores índices foram para os cursos de Licenciatura em Química e Matemática, e o menor índice foi para o curso de Física, porém há de se considerar que as vagas desse curso não foram totalmente preenchidas, conforme explicitado anteriormente. Já entre as turmas ingressantes em 2012, o curso de Ciências Biológicas apresentou o maior índice de evasão, seguido pelo de Física. Os cursos de Matemática e Química tiveram a menor evasão entre as turmas que iniciaram nesse ano.

Entre os fatores que integraram o questionário, os maiores motivadores do abandono do curso de licenciatura foram “tive oportunidade de fazer outro curso superior”, 34%, “não sentia motivação para continuar os estudos”, 32%, “tive necessidade de trabalhar”, com 25% e “tive dificuldade para conciliar o horário de estudo e trabalho”, também com 25%. Esse resultado foi obtido através do somatório das alternativas influenciou totalmente e influenciou muito.

Dentre as questões pessoais e socioeconômicas, tiveram destaque os fatores “tive dificuldade financeira para fazer o curso: transporte, alimentação, material, etc.”, 13%, “mudei de cidade” e “tive dificuldade para conciliar dois cursos diferentes”, ambos com 12%. Outros fatores importantes foram gravidez e necessidade de cuidar dos filhos e da casa, com 13% de influência total nos casos de evasão. Em relação a profissão docente, 21% dos evadidos responderam que não tinham interesse pela profissão. Questões relacionadas ao baixo nível salarial dos professores e falta de prestígio pela profissão no mercado de trabalho não atingiram índices de influência para a evasão.

Os fatores relacionados à Instituição e ao curso que foram relevantes na decisão do evadido foram: “fiquei insatisfeito com o curso”, 19%; “a instituição era distante da minha casa e/ou do meu trabalho”, 16%; “falta de programa de apoio financeiro ao estudante (vale transporte, refeição etc.)”, também com 16%; “tive dificuldades com os procedimentos de avaliação da aprendizagem utilizados no curso” e “falta de infraestrutura física adequada (sala de aula, biblioteca, laboratório etc.)”, ambos com 15%.

EVASÃO IFNMG - CAMPUS SALINAS

CURSO1ª turma

(2010)2ª turma

(2011)3ª turma

(2012)EVASÃO TOTAL

Ciências Biológicas 43,2% 25% 35% 34,2% Química 64,7% 48,7% 17,8% 43,6%

Matemática 54,3% 44,4% 14,7% 38,1% Física 73,5% 23,5% 19% 45,8%

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ConclusõesDe maneira geral, pode-se dizer que as turmas ingressantes em 2010 apresentam maior índice de

evasão. Isso porque já cursaram seis semestres letivos, diferentemente das turmas de 2011 e 2012. Por isso, é necessário fazer uma análise pormenorizada da situação de cada turma nos diferentes cursos, com especial destaque para a Licenciatura em Física e Química, onde se verificou uma maior evasão total, e ainda são alvos de uma preocupação no contexto nacional.

Foram altos os índices de abandono justificados pela necessidade de trabalhar, dificuldade de conciliar trabalho e estudos e ainda dificuldades financeiras. Foi dado destaque a esses motivos, porque apesar de serem fatores extrínsecos à instituição, acredita-se que ela possa contribuir de maneira efetiva para que o aluno permaneça na graduação, ao invés de servir de reprodutora das desigualdades sociais.

Desta forma, apesar dos cursos de formação docente em Institutos Federais serem uma medida de combate aos déficits destes profissionais no ensino básico e profissional, os elevados índices de evasão demonstraram que essa ação não é garantia da resolução do problema.

Disto, decorre a necessidade de uma reestruturação dos cursos de formação docente, apontadas em diversos momentos na história destes cursos no Brasil. No entanto, esta deve vir acompanhada da preocupação com os altos índices de abandono dos cursos de licenciatura em todo país.

AgradecimentosÀ Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais pela concessão da bolsa de Iniciação

Científica e ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas por possibilitar e apoiar esta pesquisa.

Literatura citadaBRASIL. Ministério da Educação. Comissão Especial de Estudos Sobre a Evasão nas Universidades Públicas Brasileiras. Diplomação, Retenção e Evasão nos Cursos de Graduação em Instituições de Ensino Superior Públicas. Brasília: MEC/SESU, 1997. 152p.

GOMES, A. A.. Evasão e Evadidos: O discurso dos ex-alunos sobre evasão escolar nos cursos de licenciatura. Marília, Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília, Universidade Estadual Paulista, 1998. 175f. (Tese de Doutorado) LIMA, F. B. G. A formação de professores nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: um estudo da concepção política. Brasília, Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, 2012. 282f. (Dissertação de Mestrado)

RUIZ, A. I.; RAMOS, M. N.; HINGEL, M. Escassez de Professores no Ensino Médio: Propostas estruturais e Emergenciais. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2007. 36p.

SOARES, C. A. O. PIRES, L. L. A. A formação de professores no Brasil e o curso de licenciatura em física do IFG Campus Jataí: um estudo sobre a evasão e repetência. In: Semana da Licenciatura, 7, 2010, Jataí. Anais... Jataí: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, 2010, p. 135-144.

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A EVASÃO NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA E LICENCIATURA EM FÍSICA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE

MINAS GERAIS, IFNMG-CAMPUS JANUÁRIA

Ellen Martins Silva¹, Neila M. Gualberto Leite², Tatiane Reis do Amaral³, Maria Eva Freire de Alkimim4

1Acadêmico de Licenciatura em Física – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica IFNMG Email:[email protected] 2Professora do IFNMG/Campus Januária –MSc. Modelagem Matemática e Computacional. Email:[email protected] 3Professora do IFNMG/Campus Januária – Msc. Modelagem Matemática e Computacional. Email:[email protected] 4Acadêmico egresso do Curso de Licenciatura em Matemática – IFNMG/Januária. Email: [email protected] Resumo: A evasão escolar, tanto no ensino básico como no superior, é um fenômeno que sempre existiu. No entanto, desde que passou a figurar entre os indicadores da planilha de alocação de recursos para as Instituições Federais de Ensino Superior, tornou-se alvo das políticas públicas.Assim, várias pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de compreender e combater este problema. Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa realizada com ex-alunos dos cursos de Licenciatura em Matemática e Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – Campus Januária, evadidos desde suas implantações até 2012. As informações sobre os alunos evadidos foram fornecidas pela Secretaria de Registros Acadêmicos da Instituição. Os dados sobre os motivos da evasão foram obtidos através de entrevista com o evadido. Esta pesquisa teve como principal objetivo levantar os motivos que influenciaram a evasão de estudantes. Os resultados apontama necessidade de investimento em políticas públicas voltadas para melhorias na carreira docente, uma vez que o fator apontado como principal motivo da evasão foi o descontentamento com o curso ou com a profissão. Além disso, faz-se necessário investimento em políticas de permanência do aluno no curso como aumento do número de bolsas e da assistência estudantil, já que muitos desistem por razões socioeconômicas.

Palavras–chave: abandono escolar, evasão, licenciatura em física, licenciatura em matemática

IntroduçãoA evasão escolar, tanto no ensino básico como no superior, é um fenômeno que sempre existiu. No

entanto, desde que passou a figurar entre os indicadores da planilha de alocação de recursos para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), tornou-se alvo das políticas públicas. Assim, várias pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de compreender e combater este problema ou, pelo menos, minimizá-lo (GAIOSO 2005, BARDAGI 2007).

As causas da evasão mais encontradas na literatura estão ligadas a: aspectos vocacionais; falta de orientação profissional; problemas financeiros; dificuldades de moradia; dificuldades de acesso à escola; problemas relacionados ao corpo docente; falta de monitorias; falta de assistência ao aluno de baixa renda; casamento; passar em outro vestibular ou conseguir transferência para outro curso; descontentamento com o curso ou com a profissão; sucessivas repetências; dificuldade de conciliar trabalho com o curso; e falta de maturidade para a escolha do curso considerando-o como curso de segunda opção ou falta de opção.

Existem muitas políticas de acesso ao ensino superior, porém, o investimento em programas de permanência do aluno na Instituição ainda é insuficiente para combater os altos índices de evasão (BARDAGI, 2007).

Especificamente, nas licenciaturas, a taxa de evasão já chegou a atingir índices maiores que 50% (GAIOSO, 2005).

O objetivo deste trabalho é tecer um panorama geral da evasão escolar nos cursos de Licenciatura em Física e Licenciatura em Matemática do IFNMG – Campus Januária, desde suas respectivas implantações até 2012,relacionando a evasão com a faixa etária, período do curso em que os índices são maiores, levantamento dos principais motivos que influenciaram a evasão de estudantes e as políticas adotadas pelo IFNMG – Campus Januária de combate à evasão.

Material e Métodos

Este trabalho foi realizado em duas etapas. A primeira etapa consistiu em fazer um levantamento de todos os evadidos do curso de Licenciatura em Matemática e Física do IFNMG - Campus Januária a partir dos dados obtidos junto às coordenações de cursos, na Secretaria de Registros Acadêmicos da Instituição – SRA e com o pesquisador institucional do Campus. A segunda etapa consistiu em realizar entrevistas com o aluno evadido para obter as causas da evasão nos respectivos cursos.

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As entrevistas foram realizadas por telefone disponibilizado pelo próprio campus. Para a realização das entrevistas, elaboramos um roteiro estruturado que possibilitou a marcação da opção relatada pelo entrevistado.

Evadiram nesse período 161 alunos do curso de Licenciatura em Matemática e 126 alunos do curso de Licenciatura em Física do IFNMG - Campus Januária, totalizando 287 evadidos. Não foi possível entrar em contato com todos, visto que alguns telefones estavam desatualizados. Foram entrevistados 72 alunos do curso de Licenciatura em Matemática e 37 alunos do curso de Licenciatura em Física, somando 109 entrevistas.

Resultados e Discussão

Dentre outras informações, as entrevistas realizadas com alunos evadidos nos permitiram analisar a evasão por faixa etária, a evasão por período, seguida dos motivos da evasão.

Com relação a evasão por faixa etária, a pesquisa mostrou que os mais jovens representam uma parcela maior dos que desistem dos cursos analisados. Juntos, cerca de 40% dos jovens entre 18 e 22 anos abandonaram os cursos de Licenciatura em Matemática e Física. Da faixa etária entre 23 e 26 anos, a evasão caiu para cerca de 30% dos ingressantes e os mais maduros, acima de 27 anos, apresentaram cerca de 20% de evasão.

A maioria dos jovens que entram na Universidade estão mais preocupados com o ingresso do que com o curso específico, não conhecem o futuro da carreira e nem sabem se tem vocação para exercer tal profissão, não tem um plano de carreira definido. Eles estão em busca de sua identidade pessoal e profissional (BARDAGI, 2007). Nossos resultados corroboram com estas pesquisas.

De acordo com os gráficos da Figura 1, observamos que a evasão é mais frequente ainda no primeiro período, decrescendo à medida que o curso avança.

Segundo Filho et al (2007, p. 2) “verifica-se, em todo o mundo, que a taxa de evasão no primeiro ano de curso é duas a três vezes maior do que a dos anos seguintes”.

Figura 1 Evasão por períodolicenciatura em física (esquerda) e licenciatura em matemática (direita)

Com relação aos motivos do abandono escolar, os evadidos do curso de Licenciatura em Matemáticaapontaram o descontentamento com o curso ou com a profissão como o principal deles. Devido as condições pecárias de trabalho, acompanhadas de longas jornadas e ainda baixos salários a carreira docente não é muito atrativa, conforme apontam estudos na área. O gráfico da Figura 2 apresenta os resultados.

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0%

1°período

2°período

3°período

4°período

5°período

6°período

0% 10% 20% 30% 40%

1°período

2°período

3°período

4°período

5°período

6°período

7º período

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Figura 2 Motivos da evasão escolar – licenciatura em matemática

Em relação ao curso de Licenciatura em Física, temos as razões sócioeconômicas aparecendo em primeiro lugar, ou seja a necessidade de trabalhar para garantir a sobrevivência se sobrepõe a de obter um diploma de nível superior. A Figura 3 apresenta os motivos do abandono escolar neste curso.

Figura 3 Motivos da evasão no curso de licenciatura em física

O IFNMG adota como políticas de combate à evasão os seguintes programas: • Assistência estudantil: programa do Governo Federal que concede auxílio financeiro a alunos

regularmente matriculados em cursos de nível técnico profissionalizante e de graduação, na modalidade presencial.

• PIBIC e PIBITI: programas de incentivo à pesquisa científica e tecnológica. Os participantes recebem bolsas de R$ 400,00.

• PIBID: política do Governo Federal de incentivo exclusivo à licenciatura, concede bolsas de R$ 400,00.

Esses programas contribuem para a permanência dos alunos nos cursos de graduação. Em nossa pesquisa, observamos que,dos desistentes do curso de Licenciatura em Física, apenas 2,7% recebiam algum tipo de bolsa.

ConclusõesNesse trabalho observamos que o descontentamento com o curso ou com a profissão é um dos

principais motivos da evasão escolar. Isso indica um desprestígio da profissão docente, advinda dos baixos salários, longas jornadas de trabalho e desprestígio social. Assim, muitos alunos desistem do curso em busca de novas opções.

Os resultados revelam a necessidade de melhorias na Educação Básica com o objetivo de contribuir para amenizar o alto índice de repetência, necessidade de investimento em orientações vocacionais para alunos do Ensino Médio, ampliação dos investimentos em programas de permanência do aluno como aumento do auxílio estudantil e ainda a necessidade de investimento em políticas públicas voltadas para melhorias na carreira docente, que possam atrair os jovens para o exercício desta profissão.

O IFNMG campus Januária adota várias medidas que apoiam a permanência do aluno, porém a quantidade de alunos atendidos por esses programas ainda é pequeno comparado a quantidade de alunos que necessitam.

Em trabalhos futuros, pretende-se calcular os índices de evasão nos cursos de Licenciatura em Matemática e Física do IFNMG para compará-los aos índices nacionais. Tais estudos buscam conhecer melhor a realidade da evasão no Brasil para que sejam adotadas medidas de combate à mesma.

0% 10% 20% 30% 40%

descontentemento com o curso ou com a profissão

dificuldades escolares

falha na tomada de decisão

razões sócio econômicas

problemas pessoais

0% 10% 20% 30% 40% 50%

descontentemento com o curso ou com a profissão

dificuldades escolares

falha na tomada de decisão

razões sócio econômicas

problemas pessoais

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Agradecimentos

Agradecemos ao IFNMG pela concessão de bolsas de Iniciação Científica que viabilizou o desenvolvimento deste trabalho.

Literatura citadaBARDAGI, M. P. Evasão e comportamento vocacional de universitários: estudos sobre o desenvolvimento de carreiras na graduação. 2007. P. 242. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do sul, 2007. GAIOSO, N. P. L. O fenômeno da evasão escolar na educação superior no Brasil. Relatório técnico. Pró-reitoria de pós-graduação e pesquisa, Universidade Católica de Brasília, 2005. SILVA FILHO, R. L. L.; MONTEJUNAS, P. R.; HIPÓLITO, O. ; LOBO, M. B. C. M. A Evasão no ensino superior brasileiro. Caderno de Pesquisa, v. 37, n. 132, set./dez. 2007.

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A INTERSUBJETIVIDADE DO PROTAGONISTA DA OBRA O MÉDICO E O MONSTRO, DE ROBERT LOUIS STEVENSON

Victor Felipe da Silva Ferreira¹, Málter Dias Ramos²

¹Estudante de Agropecuária - IFNMG/Arinos. Bolsista Bic-Jr. Email: [email protected] ²Professor do IFNMG/Arinos. Ms. Estudos Linguísticos. Email: [email protected] Resumo: Este projeto tem como corpus a obra O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson e tem como intenção evidenciar a intersubjetividade do protagonista da obra. Esta análise se baseia na constituição do sujeito por meio da influência de outro. Geralmente, o sujeito ou o personagem de uma narrativa posiciona o seu discurso em função do interlocutor. Isso faz com que as ações do sujeito aconteçam em virtude da interlocução entre o emissor e o receptor da mensagem. Nessa obra, especificamente, a interpelação do sujeito acontece de maneira reflexiva, uma vez que o sujeito que influencia é o mesmo que se constitui. Por essa razão, podemos afirmar que o protagonista em questão possui, por um lado, uma personalidade ruim, de um sujeito que não era conhecido por outros, em contraposição a um comportamento convencional. Palavras-chave: intersubjetividade, o médico e o monstro, sujeito

Introdução A intersubjetividade em análise está na dupla personalidade do protagonista que em um primeiro

momento é um pacato médico, bem visto na sociedade e em outras circunstâncias tem uma personalidade totalmente diferente, de uma pessoa estranha que ninguém conhece e de feição de monstro. Diante disso, abordamos a influência de uma personalidade sobre a outra, sobretudo no mesmo sujeito. O discurso do Outro sempre interfere na constituição de outros discursos, o que justifica a noção de intersubjetividade, permitindo, também, considerações sobre uma visão dialógica. A intersubjetividade é a relação discursiva entre sujeitos. É o olhar do Eu perpassado pelo olhar do Outro em um espaço constitutivo para a construção dos sentidos. Quando as vozes do discurso se mostram, em relação dialética, ocorre a noção de polifonia trabalhada por Bakhtin (1992).

Para entendermos a noção de intersubjetividade, tomamos como exemplo a intertextualidade, que se justifica pela relação discursiva entre textos. Já a polifonia aborda as vozes de um ou vários discursos. Desse modo, analisamos a relação dos discursos proferidos pelo protagonista da obra O Médico e o Monstro, que mesmo sendo um, se inscreve pelo discurso de dois, por meio da dupla personalidade.

Para Authier Revuz (2004), o discurso não opera sobre a realidade das coisas, mas sobre outros discursos, que são atravessados pelo discurso do outro e, por isso, a fala seria fundamentalmente heterogênea. Assim, reiteramos que a heterogeneidade pode ser constitutiva ou mostrada. A primeira é a que não se mostra no fio do discurso, ela existe, mas de maneira não explícita; a segunda é a inscrição do outro na cadeia discursiva. Como caracterização teórica da primeira, podemos inferir a noção do silêncio como manifestação discursiva, numa ordem enunciativa pressentida por fios de discursos que não se mostram claramente, tal como o discurso percebido na análise da obra em questão. Já a segunda, verificamos, por meio da inscrição discursiva do outro, na constituição do interdiscurso presente nas inscrições dos sujeitos, tal como aparece explicitado na análise da obra que compõe esta pesquisa.

Material e Métodos

Para a composição desta pesquisa foi analisada a obra O Médico e o Monstro que, quando escrita por Robert Louis Stevenson, foi considerada como um livro de terror. O livro trata o bem e o mal de uma forma diferente, sem os rótulos convencionais, com a intersubjetividade colocada por dois personagens totalmente diferentes no psicológico, mas que no físico é um só. Ele foi publicado no ano de 1886, virou filme e logo publicado com outras ilustrações.

A obra é uma história de ficção científica, um drama de horror e mistério, baseada na vida dupla de um habitante de Edimburgo, na Escócia, chamado William Brodie, que durante o dia era um respeitado marceneiro e à noite, roubava as casas dos moradores da cidade.

Personagens

Hery Jekyll, um médico bem visto pela a sociedade, de um brilho esplendoroso no olhar. Edward Hyde, um homem de baixa estatura, rostos monstruoso desconhecido pela sociedade que

não tinha família, apenas um protetor. Outro lado de Jekyll.

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Utterson, um advogado de semblante austero (severo, rigoroso) que nunca se iluminava com um sorriso, frio e embaraçado ao falar, mas ao mesmo tempo doce e adorável, e quando um vinho te agradava logo demonstrava no olhar, um amante de teatro. Utterson dizia que tinha uma queda pela heresia de Caim. Um homem retraído, de poucas amizades com pessoas do próprio sangue ou conhecidas há muito tempo.

Resultados e Discussão

A pesquisa ora constituída proporcionou a descoberta de elementos ligados às análises literárias e discursivas. Do ponto de vista literário, percebemos o contexto histórico e as influências da sociedade na época em que a obra foi escrita. Além disso, as composições dos personagens se correspondem a perfis sociais existentes naquele contexto. Do ponto de vista discursivo, vemos a interrelação instituída na constituição dos sujeitos, pois por meio da análise dos discursos, notamos a intersubjetividade presente na inscrição dos personagens que se configuram em um mesmo núcleo discursivo, já que as ações de um interlocutor podem influenciar nas ações dos sujeitos envolvidos no discurso.

Agradecimentos

Aos meus professores que auxiliaram na constituição desta pesquisa.

ConclusõesPor meio desta análise, podemos melhor compreender o comportamento dos sujeitos fictícios e reais,

uma vez que esta narrativa não aborda um estereotipo de protagonista e antagonista, como é comum de se ver na maioria das narrativas. Contrariando essa vertente, constatamos que tanto os personagens sujeitos, como os seres humanos em geral possuem atitudes contraditórias. Nenhum sujeito é totalmente mocinho ou totalmente vilão, pois os sujeitos se constituem de acordo com as condições de produção que estão inseridos.

Literatura citadaAUTHIER-REVUZ, J. Heterogeneidade mostrada e heterogeneidade constitutiva: elementos para uma abordagem do outro no discurso. In: __. Entre a transparência e a opacidade . Porto Alegre, EDIPUCS, 2004. BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: HUCITEC, 1992. FERNANDES, C. A. Análise do Discurso: Reflexões Introdutórias. São Carlos, Claraluz, 2007. FOUCAULT, Michel. O que é um autor. Porto: Vega, 1992. STEVENSON, Robert Louis. O Médico e o Monstro - Dr. Jeckyl e Mr. Hyde. título original Dr. Jekyll and Mr. Hyde. Tradução de José Paulo Golob, Maria Ângela Aguiar e Roberta Sartori. Coordenação Beatriz Viégas-Faria. Porto Alegre: L&PM, 2002.

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A LUTA GERAIZEIRA: TERRITORIALIDADE E MEIO AMBIENTE

Luiz Antônio Teixeira Neto¹, Hélio Fernandes Ferreira Filho², Rogério Alves de Amorim3, Fabiano Rosa de Magalhães4

¹Estudante do Curso Técnico em Informática IFNMG – Campus Salinas. Bolsista Iniciação Científica – Jr. – Convênio PIBIC-Jr/IFNMG/FAPEMIG/CNPq. Email: [email protected]. ²Estudante do Curso Técnico em Agroindústria IFNMG – Campus Salinas. Bolsista Iniciação Científica – Jr. – Convênio PIBIC-Jr/IFNMG/FAPEMIG/CNPq. Email: [email protected]. 3Mestre de Edif. e Infraestrutura do IFNMG/Salinas. MSc Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Email: [email protected]. 4Professor do IFNMG – Campus Salinas. MSc Ciências Sociais. Email: [email protected].

Resumo: Devido a todas as problemáticas ocorridas na região do cerrado no Alto Rio Pardo nas últimas décadas, o projeto “A questão agrária no Norte de Minas Gerais: o Movimento dos Geraizeiros e a luta contra a grilagem de terras no Alto Rio Pardo” foi em busca de um conjunto de informações relevantes em campo teórico e prático que auxiliasse no processo de compreensão de todos os aspectos envolvidos no plano global desse objeto de estudo. Para se chegar a um acúmulo teórico associado à temática pesquisada, partiu-se para a leitura de textos, além da exibição de filmes que proporcionaram um norteamento e fixação de conceitos inerentes ao estudo: a questão fundiária na região do Alto Rio Pardo, as comunidades tradicionais, o cerrado, movimentos sociais, a terra, os conflitos territoriais e outros elementos. Adiante, fomos direto ao foco do problema e para iniciar, entrevistou-se e aplicou-se questionários aos membros do movimento a fim de conhecê-los um pouco mais ao seu respeito e depois disso, participou-se de eventos que trouxeram significativas experiências e possibilitaram a algumas análises quanto à especificidade dos geraizeiros. A partir da sistematização das informações obtidas nas leituras, entrevistas e questionários, passou-se a considerar que o geraizeiro guarda uma profunda identificação o cerrado, daí que se pode denominá-lo como território geraizeiro, o qual passa a ser objeto de sua defesa política.

Palavras-chave: cerrado, comunidades tradicionais, geraizeiros, monocultura

IntroduçãoO cerrado, segundo maior bioma brasileiro, possui atualmente 50% de sua área original e tem taxa de

desmatamento maior que a Amazônia. Estes dados evidenciam a devastação ambiental ocorrida neste bioma durante as últimas décadas, oriunda dos processos de reflorestamento e mineração indiscriminados. O solo do cerrado agrega uma enorme biodiversidade e diversas comunidades tradicionais que habitam o local há anos. Toda essa problemática acarretou em constantes conflitos por terra entre as comunidades e as empresas, diminuição da biodiversidade e escassez de recursos. As comunidades conhecida como “geraizeiras”, caracterizada por apresentar a sua cultura e produção extrativista diretamente relacionada ao cerrado, os chamados “gerais”, pressionadas pela ação de grileiros ou pela monocultura de eucalipto, passaram a se organizar enquanto movimento social, constituindo o “Movimento Geraizeiro” do Alto do Rio Pardo. Com base nesta organização iniciou-se um projeto de pesquisa que visava compreender a articulação do movimento em si e com os demais movimentos, além da busca de situar as especificidades das comunidades tradicionais do cerrado, deste bioma, dos conflitos e da questão territorial focando no Norte de Minas, região do Alto Rio Pardo, tomando-se como ponto de partida as comunidades situadas entre Martinópolis (Fruta de Leite-MG) e Cabeceira de Macaúbas e Vereda Funda (Novorizonte-MG). Então, iniciamos a pesquisa com a leitura de materiais, filmes e, após isto, buscamos por participar efetivamente de experiências ao lado dos geraizeiros, participando de reuniões/conferências e entrevistando-os para conseguirmos obter dados sobre o perfil dos mesmos e compreendê-los melhor.

Material e Métodos

Realizamos a leitura de diversos textos, assistimos a filmes, participamos da Pré-Conferência Geraizeira, foram aplicados 11 questionários, um para cada comunidade representada no encontro, e para a entrevista, foram entrevistados doze geraizeiros das comunidades mencionadas, representando as 70 famílias atingidas por um processo de grilagem de terras na região. Buscou-se compreender e constituir uma base de informações acerca das concepções de vida, além da relação dos entrevistados com o cerrado e sua visão sobre a monocultura de eucalipto. Os livros estudados que auxiliaram na compreensão da estrutura fundiária brasileira e, posteriormente, possibilitaram o enfoque das comunidades tradicionais foram os seguintes: Martins (1998), Martins (2011), Brito (2006) e Nogueira (2009). Além disto, assistimos a alguns filmes que

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abordam a temática das comunidades tradicionais, dentre os quais destacamos: Narradores de Javé (2003) e “Cacunda de Librina” (2007).

Resultados e Discussão A partir dos dados coletados, pode-se perceber que análise da cultura geraizeira não pode ser desvinculada de uma profunda interação homem-natureza. Falar de geraizeiro e do seu modo de vida é também falar de gerais ou o cerrado. Aqui se compreende não o cerrado puramente, a sua parte alta, mas a inter-relação necessária entre veredas, tabuleiros e gerais. Esta é a forma que, conforme Nogueira (2009) o cerrado é subdivido a partir do ponto de vista sócio-ambiental dos geraizeiros. Há diversas características que diferem estes espaços, mas do ponto de vista dos geraizeiros eles são interligados. Os gerais são as chapadas, extensas regiões planas sobre as serras, são as porções mais altas e dedicadas às atividades extrativistas e à criação de gado na solta, como é tradicionalmente conhecido o método de criação de animais em terras comunais. Logo após, há os tabuleiros, locais onde o geraizeiro habita e onde o mesmo faz uma roça, espaço destinado à plantação de hortas e criação de pequenos animais. É também o lugar de “enterrar o umbigo”. Quanto às veredas, estas são as porções mais baixas e possuem solo úmido e fértil, onde correm também as minas d'água que são acessadas pelas comunidades do local. Há estudos que indicam que os primeiros habitantes do cerrado sobreviviam das atividades de caça e, raramente, pesca, e havia também métodos primitivos de estocagem destes alimentos. Ao passar dos anos, pode-se dizer que essas atividades foram transmitidas pelas gerações, mas incorporando novas técnicas e formas novas de se obter e armazenar os alimentos. Pode-se inferir também que alguns outros alimentos e recursos foram sendo utilizados na confecção de outros produtos para a revenda destes, um meio rentável de se trabalhar com a natureza, sem, obviamente, prejudicá-la. O equilíbrio da vida sócio-ambiental dos geraizeiros está na combinação entre as três subdivisões do cerrado. Tal equilíbrio foi e vem sendo rompido com a introdução da monocultura de eucalipto, desde os anos de 1970. Foi precisamente a partir deste momento que se começou a produzir um discurso que classificava o cerrado como um bioma pobre em recursos naturais, uma vez que apresentaria um solo pobre em nutrientes e alto índice de acidez, sendo impróprio para a atividade agrícola e, consequentemente, pecuária. Esquecia esse discurso de dizer que há variantes vegetais dentro deste bioma, como sub-biomas, o cerradão e o cerradinho, por exemplo, e que o mesmo é onde se alojam uma rica fauna e a flora, capazes de se adaptar às condições do cerrado. Em meio a essa biodiversidade encontramos o geraizeiro, homem do cerrado, capaz de se adaptar a este meio. Com a chegada das empresas de reflorestamento, a paisagem, a cultura, a biodiversidade e toda a vida do local foi desordenada. O geraizeiro passou a perceber a dificuldade de viver nas terras que tradicionalmente foram ocupadas pelos seus ancestrais. A implantação dos chamados “maciços verdes” — termo utilizado para representar as vastas áreas onde ocorre a monocultura de eucalipto — tomou o espaço antes ocupado pelas plantas típicas do local, espantando os animais das chapadas e secando as minas d'água encontradas nas veredas. Isso gerou o processo intitulado “encurralamento do geraizero”, que teve suas terras, água e alimentos ameaçados. O cerrado foi dividido. Para agravar a situação, nas terras devolutas que são abundantes na região que compreende o Alto do Rio Pardo e Jequitinhonha, alguns grupos de pessoas e empresas passaram a praticar a grilagem de terra, por ocasião do fim do prazo de arrendamento das terras às empresas reflorestadoras. Algumas não realizavam a devolução da terra. Além deste fato, os geraizeiros passaram a perceber que suas fontes de água, vitais para a manutenção da sua sobrevivência, começaram a secar. Desde então, começaram a associar tal situação com a chegada da monocultura do eucalipto. A partir daí surgiram os conflitos por terra. Os geraizeiros perceberam a necessidade de se organizarem para defenderem o direito às terras para as comunidades tradicionais. Atualmente, há muitos conflitos envolvendo terras neste contexto: o avanço de cerca, retificação de terras, grilagem e outros meios fraudulentos, além do próprio prejuízo que a monocultura traz à biodiversidade e estabilidade do bioma. Então os geraizeiros têm defendido uma forma de produção alternativa, distinta daquele modelo baseado no modelo do agronegócio. O referido estudo começou a partir da investigação sobre a introdução do eucalipto na região mencionada. Inicialmente fomos levados a estudar um conflito associado à grilagem de terras na região de Novorizonte. No entanto, com o desenrolar de nossa pesquisa, fomos levados a conhecer outros aspectos relacionados a luta dos geraizeiros. Percebemos sobretudo a própria concepção cultural dos geraizeiros com relação à sua terra. Até o momento, em que somente parte desses problemas era conhecido pela equipe de pesquisa, era impossível obter uma série de fatores que contribuíssem para a realização de algum trabalho eficaz nesse aspecto, pois não foi possível conhecer todo o problema e suas faces sem que se pudesse participar efetivamente de eventos ou dialogar com pessoas com experiência a respeito.

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A partir deste ponto de partida, foi possível não somente identificar os problemas enfrentados pelo movimento, mas também conhecer o perfil dele e de seus adeptos, além de obter um material que nos desse conta sobre todo o processo cronológico vivido pela interação dessas comunidades com a natureza.

ConclusõesCom a realização deste projeto foi possível obter uma aproximação e a redefinição de alguns

conceitos relativos à posse de terra e a distribuição destas no nosso território, em um escopo local. Realizamos entrevistas e aplicamos um questionário em alguns membros de comunidades geraizeiras,

representantes de diversas comunidades espalhadas pelos diversos municípios do Alto do Rio Pardo. Obtemos dados que podem ser utilizados para uma comparação entre o espaço do cerrado e seus recursos ao longo destas últimas décadas, além da forma como o geraizeiro sobrevive neste meio, o que constitui o seu perfil, enquanto membro de uma sociedade e como membro de uma comunidade tradicional.

É importante ressaltar que as pessoas com as quais conversamos, entrevistamos e conhecemos foram encorajadas por saberem que são alvo de estudo de alunos interessados nesta luta. Compondo, desta maneira, uma via de dois canais de intercâmbio mútuo de informações e conhecimentos.

Inúmeros foram também os dados impressionantes apresentados pelos testemunhos dos geraizeiros e pelos mapas mostrados em nossas participações em eventos, a forma como estas pessoas enxergavam e enxergam o seu espaço, como, onde, porque houve mudanças e de que forma isso contribuiu, prejudicou ou influenciou em algum processo ocorrido no intervalo que compreende a chegada das empresas de reflorestamento e mineração e os dias atuais.

AgradecimentosEm primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me proporcionado esta experiência que foi de grande

importância para o meu aprendizado neste período e que levarei comigo para a minha carreira profissional. A seguir, dedico o restante dessas palavras ao meu orientador professor Fabiano Magalhães pelo incentivo e por todo o conhecimento que me transmitiu, por nos ter educado a cumprir com esta responsabilidade e por ter permitido que este projeto fosse executado e, consequentemente, exitoso. Além desses, agradeço também a minha família pelo apoio e aos amigos por terem se unido a mim nas reuniões do Núcleo de Estudos Rurais do IFNMG – Campus Salinas. E, também, à FAPEMIG, CNPq e IFNMG, instituições estas que nos propiciaram os recursos necessários à realização deste projeto tal como o seu andamento.

Literatura e filmografia citada

BRITO, Isabel Cristina Barbosa de. Comunidade, território e complexo florestal industrial : o caso de Vereda Funda, Norte de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Social) - Universidade Estadual de Montes Claros, 2006. DAYRELL, Luciano. Cacunda di Librina. Montes Claros-MG: Centro de Agricultura Alternativa – Norte de Minas. 2007. DVD. 31 minutos. MARTINS, José de Souza. A Sociabilidade do homem simples. São Paulo: Contexto, 2011 MARTINS, José de Souza. Cativeiro da Terra. São Paulo: Hucitec, 1998. NARRADORES de Javé. Direção Eliane Caffé. Produção: Vânia Catani. Roteiro Luiz Alberto de Abreu e Eliane Caffé. Rio de Janeiro: Riofilme. 2003. no de Lançamento (Brasil): 2003, Estúdio: Bananeira Filmes 01 filme, DVD, (100 min). NOGUEIRA, Mônica Celeida Rabelo. Gerais a dentro e a fora: identidade e territorialidade entre os Geraizeiros do Norte de Minas Gerais. 2009. Tese de doutorado. Universidade de Brasília.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PERCEPÇÃO AMBIENTAL ENTRE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE ITAOBIM-MG.

Carlos Alberto Pinheiro Carmona1, Carla Pereira Silva2

1Acadêmico de Gestão Ambiental – IFNMG/Araçuaí -Iniciação Científica Voluntária. Email: [email protected] 3Professorado IFNMG/Araçuaí M.Sc. Relações Internacionais. Email: [email protected] Resumo: Este artigo é fruto de uma pesquisa realizada com o objetivo de investigar se as escolas públicas do ensino fundamental, da cidade de Itaobim, MG,desenvolvem alguma ação de Educação Ambiental, além de avaliar o grau de conhecimento dos alunos sobre conservação e proteção ambiental. A devastação ambiental ocorre aceleradamente, fazendo-se concluir que as escolas não estão oferecendo Educação Ambiental suficiente para mudar essa realidade. Palavras–chave: educação ambiental, Itaobim, percepção ambiental, sensibilização

IntroduçãoA atual devastação ambiental resulta do processo histórico de produção da existência humana, onde o

homem modifica de forma útil a matéria-prima fornecida pela natureza, para seu próprio bem-estar, exercendo uma ação de dominação que revela um processo de interação homem/natureza, baseado numa relação desigual (FREIRE,2006).

O mundo se encontra em situação crítica. Essas mudanças sofridas pelo planeta estão acarretando consequências drásticas para os seres humanos, colocando em risco a vida na Terra.

Pensando em resolver esses problemas, a Educação Ambiental surge como uma estratégia para mudar essa realidade e tentar garantir um mundo mais sustentável.

A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99).

O melhor caminho para promover a Educação Ambiental são as escolas. Para DIAS (2000), a educação ambiental na escola deve ter como objetivos a sensibilização e a conscientização; a busca de mudança comportamental; a formação de cidadãos mais atuantes.

O objetivo geral do projeto consiste em investigar se as escolas públicas do ensino fundamental de Itaobim, MG,oferecemalguma ação de Educação Ambiental e avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre a conservação e proteção ambiental.

Os objetivos específicos consistem em pesquisar se as escolas do município realizam projetos, trabalhos ou atividades de Educação ambiental com os alunos; Analisar o quanto os alunos conhecem sobre os problemas ambientais; Conhecer as atitudes ecológicas e sustentáveis que os alunos realizam no cotidiano; e Avaliar o interesse dos alunos sobre o tema Meio Ambiente e os problemas ambientais.

Material e MétodosA Pesquisa foi realizada nas escolas da rede pública do ensino fundamental localizadas no município

de Itaobim-MG. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram os relatórios. Foram aplicados 400 questionários aos alunos do 6º a 9º ano nas escolas da rede pública de Itaobim.

A pesquisa é de caráter qualitativa e optou-se por fazer uma amostra, devido a viabilidade para realização da referida pesquisa. A amostra trata-se da estratificada proporcional com margem de erro de 5 pontos percentuais e nível de confiança de 95% para cada respectiva população.

Logo após a coleta, os dados obtidos foram tabulados por meio do Excel, apresentados em gráficos e tabelas, com posterior análise descritiva, baseando-se na bibliografia utilizada no desenvolvimento do estudo.

Resultados e DiscussãoDe acordo com os dados coletados podemos observar que as escolas realizam algumas vezes no

decorrer do ano de 2012 projetos e trabalhos voltados para a preservação ambiental. Na opinião dos alunos entrevistados, os principais problemas ambientais encontrados na cidade foram: Poluição das águas, Queimadas, Desmatamento e Esgoto a céu aberto, conforme a figura 1, o que estão corretos, pois conforme pesquisas bibliográficas estes são os principais problemas ambientais no município.Porém, a grande maioriados alunos entrevistados disseram não conhecer quais são os problemas existentes regionalmente.

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Figura 1 Problemas no município

Com relação ao descarte de lixo, os alunos disseram que armazenam tudo junto, e uma grande parte dos entrevistados, o separa para coleta seletiva, porém o município de Itaobim não realiza a coleta seletiva.

Foi percebida uma situação crítica, a grande maioria dos alunos nunca realizaram ações para preservar o meio ambiente, conforme a figura2:

Figura 2 Ações realizadas *Obs: O “Não” representa que os alunos não realizaram nenhuma ação para preservar o meio ambiente

Perguntado uma proposta para melhorar a situação da cidade quanto aos problemas ambientais, a melhor opção segundo os dados seriam conscientizar as pessoas.

Conclusões• As escolas realizam no decorrer do ano projetos e trabalhos sobre o tema meio ambiente, por mais

que sejam poucos; • Os alunos consideram a educação ambiental uma matéria importantíssima; • A maioria dos alunos sabe o que é aquecimento global; • A maioria dos alunos tem conhecimento sobre a sustentabilidade; • Os principais problemas ambientais encontrados em Itaobim são Poluição das águas,Queimadas,

Desmatamento e Esgoto a céu aberto; • Os alunos encontram dificuldades em relatar a existência de problemas ambientais em toda a região; • A maioria dos alunos tem boas atitudes, pois se encontrassem um riacho poluído conversariam com

os moradores para não jogar mais lixo; • Quanto ao descarte de lixo os alunos armazenam todo junto; • A maioria dos alunos nunca realizou nenhuma ação para melhorar as condições do meio ambiente; • Os alunos consideram o tema meio ambiente e os problemas ambientais um assunto importante, que

deve ser tratado sempre;

020406080

100

2366 61

2 1

9959 77

12

PROBLEMAS NO MUNICÍPIO

442

7107

1577

1324

163

20

0 50 100 150 200

Coleta de lixo

Joga lixo no lixo

Preservação

Reutilização

AÇÕES REALIZADAS

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• Os alunos consideram que é preciso conscientizar a população para a preservação do meio ambiente e realizar coleta seletiva na cidade;

Diante da análise pode-se perceber que as ações de Educação Ambiental oferecidas aos alunos ainda não são suficientes para mudar as atitudes dos mesmos em relação a preservação do meio ambiente. A Educação Ambiental deve ser intensificada para despertar a consciência crítica para a degradação ambiental.

Literatura citadaBRASIL (199). Lei nº 9795 de 27 de abril de 199 que dispões sobre a Política Nacional De Educação Ambiental. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e práticas. 6 ed. Revista e Ampliada. São Paulo: Gaia E., 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 34 . Ed Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

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GUARDIÕES DO CERRADO: QUESTÃO TERRITORIAL E IDENTIDADE DOS GERAIZEIROS DO ALTO RIO PARDO – NORTE DE MINAS GERAIS

Hélio Fernandes Ferreira Filho1, Luiz Antônio Teixeira Neto2, Fabiano Rosa de Magalhães3, Rogério Alves de Amorim4

1Estudante do curso técnico em Agroindústria. IFNMG/Salinas. Bolsista PIBIC-EM – IFNMG/CNPq. Email: [email protected]. 2Estudante do curso técnico em Informática. IFNMG/Salinas. Bolsista PIBIC Bolsista (PIBIC-Jr/ IFNMG/FAPEMIG/CNPq). Email: [email protected]. 3Professor do IFNMG/Salinas. MSc Ciências Sociais. Email: [email protected]. 4Mestre de Edif. e Infraestrutura do IFNMG/Salinas. MSc. Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Email: [email protected] Resumo: Este artigo visa mostrar o trabalho realizado no período de onze meses do projeto intitulado “A questão agrária no Norte de Minas Gerais: o Movimento dos Geraizeiros e a luta contra a grilagem de terras no Alto Rio Pardo”. Nele evidencia-se os impactos sociais, culturais e ambientais sobre as comunidades geraizeiras, associados à implantação da monocultura de eucalipto, a partir dos anos de 1970. Há algumas décadas, a região vem sendo o cenário de diversos conflitos territoriais envolvendo comunidades tradicionais e grandes empresas latifundiárias. Para este trabalho concentrou-se na construção de uma identidade dos geraizeiros a partir da organização de algumas famílias atingidas pela grilagem de terra. Nossas interpretações baseiam-se no estudo de diversos trabalhos acadêmicos sobre a temática, no acompanhamento de alguns encontros do Movimento dos Geraizeiros, além da realização de entrevistas com dois grupos focais compostos por pessoas que foram atingidas por um processo de grilagem de terras. A chegada da monocultura no Alto Rio Pardo modificou o dia-a-dia dos moradores da região, assim interferiu diretamente em seus costumes e tradições. Percebendo a situação em que se encontravam os geraizeiros criaram o Movimento Geraizeiro que tem ajudado a criar uma rede de comunidades tradicionais no cerrado norte mineiro. Palavras-chave: comunidades tradicionais, geraizeiros, grilagem, monocultura

IntroduçãoFamosa pela presença marcante das monoculturas de eucalipto e pinho, a região do Alto Rio Pardo

situa-se no norte de Minas Gerais. Compreendendo cerca de quinze municípios, estas terras vêm sendo palco de diversos conflitos territoriais desde a década de setenta, com a chegada das grandes empresas monocultoras (BRITO, 2006 e 2012; NOGUEIRA,2009). Junto com elas a perspectiva de utilização do solo da região para atender às necessidades das siderurgias, sobretudo localizadas nas proximidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Devido a uma grande quantidade de terras devolutas a comunidade local luta por esse território e, para isso, se uniram fazendo emergir o Movimento Geraizeiro. Os geraizeiros apresentam um leque variável de questões, associadas geralmente à defesa das comunidades tradicionais que vivem nestas terras há muitos anos. Para efeito dessa pesquisa acompanhou-se mais de perto a organização de um grupo que sentiu a necessidade de se organizar em função da ação fraudulenta de uma empresa que passou a incorporar para si parte de áreas pertencentes à cerca de 70 famílias. Diante da necessidade de entender todo esse processo social que ocorre no cenário regional este estudo foi realizado. Buscou-se também, compreender o processo de re-elaboração de identidade deste grupo, bem como a construção desta nova identidade a partir da organização do Movimento Geraizeiro. De antemão, dá-se conta de que foi a partir da luta que os geraizeiros passaram a resgatar a sua identidade (AMORIM, et. al, 2013).

Material e Métodos

A pesquisa foi realizada a partir de diversas etapas. Primeiramente, foi realizado um levantamento bibliográfico, buscando artigos, livros e teses sobre os geraizeiros e de dados históricos sobre a ocupação da região. Deparou-se com a necessidade de um entendimento mais acurado acerca das categorias sociológicas como: vida cotidiana, progresso e atraso, senso comum, sociologia rural, modo capitalista de produção, organização social (MARTINS, 2012) e estudo sobre a formação da estrutura fundiária brasileira (MARTINS, 1998). Em função da necessidade de realizar discussões acerca do material levantado, foi constituído o Núcleo de Estudos Rurais do IFNMG – Campus Salinas. Outras atividades foram a exibição e discussão sobre filmes associados à temática, além de visitas e entrevistas às comunidades geraizeiras dos municípios de Fruta de Leite, Novo Horizonte, Montezuma, Taiobeiras e Rio Pardo. Em um dos encontros dos geraizeiros que contava com representantes de diversas comunidades, foram aplicados onze questionários estruturados a pessoas de diferentes localidades. Seguiu-se à esta atividade a tabulação dos dados e o esforço de elaboração e interpretação dos gráficos. A participação em reuniões e eventos desenvolvidos entre março e

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junho de 2013 foi outra oportunidade para se praticar a metodologia da observação participante. Um destes eventos foi a pré-conferência geraizeira. Outra atividade que se seguiu aos encontros, foi a realização de entrevistas com dois grupos focais escolhidos a partir do universo de cerca de 70 famílias que foram atingidas por uma ação de grilagem de suas terras. As pessoas escolhidas foram aquelas que participaram diretamente do acampamento numa das áreas de litígio, entre abril a agosto de 2012. Para o primeiro grupo focal (comunidade de Martinópolis, Município de Fruta de Leite-MG) 07 pessoas foram selecionadas e 05 pessoas para o segundo grupo focal (comunidade de Cabeceira de Macaúbas, município de Novorizonte-MG). A partir deste material, seguiu-se a tarefa de transcrição, análise e interpretação das entrevistas. Buscou-se compreender a relação dos geraizeiros com a natureza, com os gerais, com a sua vizinhança, sua cultura e, principalmente, a compreensão do processo de formação de novos conceitos sobre o que é ser geraizeiro.

Resultados e DiscussãoA organização dos geraizeiros tem sido imprescindível para a formação de uma rede de comunidades

tradicionais do cerrado norte mineiro. A partir de nossa participação em encontros e visitas de campo começamos a perceber que as comunidades geraizeiras, para garantir seu direito a terra e reverter a situação em que se encontram, resolveram se organizar na forma de um movimento abrangendo toda a região do Alto Rio Pardo, com o objetivo de lutar contra os diversos e diferentes conflitos envolvendo os geraizeiros e as empresas monocultoras de eucalipto.

Há gerações viveram em harmonia com a natureza, retirando do cerrado o sustento das famílias. A lei era ditada pelos costumes e tradições dos geraizeiros, dos “cacundas di librina”. Esse era o nome que as outras comunidades passaram a atribuir aos geraizeiros, isso porque nas chapadas da região – onde geralmente viviam os geraizeiros – sempre neblinava.

Na década de 1970, o Estado criou um projeto que visava o desenvolvimento econômico e social da região norte–mineira. Para gerir a questão da terra em Minas Gerais, criou-se a Ruralminas que, com incentivos fiscais, trouxe para o Alto Rio Pardo as empresas monocultoras de eucalipto. O discurso era a melhoria de vida e o progresso para a região. As pessoas que ali moravam ficaram encantadas com as máquinas. Também junto às empresas de reflorestamento vinha a promessa de geração de empregos para a população da região.

Com o passar do tempo o eucalipto cresceu, grande parte dos trabalhadores foram dispensados. Os geraizeiros sofreram com encurralamento ocasionado pela intensificação da monocultura de eucalipto, que tirou a liberdade da gente do lugar de diversas formas, a troca de visitas entre famílias não cessou, mas diminuiu. Com o tempo foram proibidos de transitar entre os eucaliptos, isso para evitar a “cata de madeira”, dificultando assim a saída de casa já que estavam ilhados pelos mares verdes (NOGUEIRA, 2009).

Quando as pessoas das comunidades começaram a se dar conta do que estava acontecendo com o lugar onde viviam sentiram a necessidade de se organizar e lutar contra os gigantes da monocultura e também contra a ação de grileiros que passaram a cobiçar as terras devolutas, ainda existentes na região.

Como se pode perceber, este movimento tem um diferencial em relação a outros que lutam pela terra. Ele não luta apenas por ela, mas também pela preservação e recuperação do cerrado, e pela água que, segundo eles, voltará a brotar da terra se os desertos verdes forem retirados das chapadas. Além de lutarem pela preservação de um modo de vida geraizeiro, e nesse aspecto buscam resgatar a sua cultura. De fato, trata-se de um modelo de desenvolvimento muito distinto do modelo baseado no agronegócio.

ConclusãoNo passado, para ser considerado geraizeiro era necessário apenas morar nos gerais. No entanto, com

o processo de auto-identificação como comunidade tradicional e da união dessas pessoas através do movimento como forma de lutar por suas terras e garantir sua sobrevivência, houve uma reelaboração dessa identidade, que extrapola o fato deles morarem nos gerais; sendo caracterizados como “guardiões” do cerrado. Essa reelaboração é um fato que somente pode ocorrer a partir das tensões vividas pelas comunidades geraizeiras, sobretudo com a chegada das monoculturas de eucalipto.

Percebe-se também que os geraizeiros estão enraizados nestas terras e não pretendem de forma alguma sepultar suas tradições e culturas. Os propósitos dos geraizeiros têm sido ousados, já que representam a opção por um modelo alternativo de desenvolvimento econômico que implica ir na contramão do que vem sendo aplicado pelo agronegócio, ou seja, a destruição do cerrado.

Entende-se que a divulgação deste trabalho no meio científico pode servir para quebrar os preconceitos da sociedade sobre pessoas que lutam por terras e mostrar que problemas e situações como as

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demonstradas estão presentes na atualidade e não tão somente no passado. Além disso, um estudo sobre os geraizeiros pode ajudar as pessoas que integram o movimento a se reconhecerem como portadoras de direitos que inclusive estão prescritos na Constituição Federal. Trata-se do direito das comunidades tradicionais. Algumas disputas políticas e judiciais já vêm sendo travadas no sentido de garantir essas prerrogativas. É precisamente sustentando-se na busca de garantir esses direitos que o movimento geraizeiro vem travando suas batalhas.

AgradecimentosA todos que contribuíram para a realização deste trabalho, fica expresso aqui a minha gratidão,

especialmente: a Deus; ao meu Professor orientador Fabiano Magalhães pela dedicação e apoio; ao Mestre em Edificações e Estrutura Rogério Amorim, ao colega Luiz Antônio, a Felipe, a Clara Mariana, e a todos que participaram do Núcleo de Estudos Rurais. Ao CNPq; à Fapemig e ao IFNMG.

Literatura citadaAMORIM, Rogério Alves; MAGALHÃES, Fabiano Rosa de; LIMA, Clara Mariana Gonçalves; FERREIRA FILHO, Hélio Fernandes; TEIXEIRA NETO, Luiz Antônio. A Questão Agrária no Norte de Minas Gerais: o Movimento dos Geraizeiros e a luta pela terra no Alto Rio Pardo. 2013. Trabalho apresentado ao XVI Congresso Brasileiro de Sociologia. Salvador-BA. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Sociologia, 2013. BRITO, Isabel Cristina Barbosa de. Comunidade. Território e complexo florestal industrial: o caso de Vereda Funda, Norte de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Social)- Universidade Estadual de Montes Claros, 2006. BRITO, Isabel Cristina Barbosa de. A rede-movimento social dos geraizeiros do Norte de Minas. VI Encontro Nacional da Anppas. 18 a 21 de setembro de 2012. MARTINS, José de Souza. Cativeiro da Terra. São Paulo: Hucitec, 1998. MARTINS, José de Souza. A Sociabilidade do homem simples. São Paulo: Contexto, 2012. NOGUEIRA, Mônica Celeida Rabelo. Gerais a dentro e a fora: identidade e territorialidade entre os Geraizeiros do Norte de Minas Gerais. 2009. Tese de doutorado. Universidade de Brasília.

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INCLUSÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL: ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DAS GESTORAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SALINAS-MG1

Danielly Pinheiro Gusmão Souza2, Ricardo Magalhães Dias Cardozo3.

1O presente resumo expandido é parte de um projeto de pesquisa vinculado Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica –Pibic 2Acadêmica do 8º Período do curso de Licenciatura em Matemática- IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 3Professor do IFNMG/Salinas. Mestre emEducação pela Universidade de Brasília – UnB. Coordenador Institucional do Pibid. IFNMG/ Salinas. Email:[email protected]

Resumo: As discussões sobre educação inclusiva surgem em decorrência da insatisfação com os resultados da educação especial integradora. Na cidade de Salinas pouco se discute sobre a qualidade da educação pública oferecida a pessoas com necessidades educacionais especiais.Sendo assim, esta pesquisa tem como objetivo traçar um diagnóstico acerca das percepções das diretoras, uma vez que as mesmas ocupam um papel de relevo no contexto escolar, sobre da educação inclusiva.Para tal, realizou-se entrevistas semi-estruturadas com as diretoras das sete escolas públicas de educação básica de Salinas-MG. Os resultados apontam que as diretoras, de uma forma geral, têm opiniões semelhantes sobre a educação inclusiva, corroborando com o referencial teórico deste estudo. Referenteàs distinções entre educação inclusiva e educação especial, a maioria das diretoras compreendem a diferença existente. Entretanto, notou-se que essa compreensão, carece de maior profundidade. Além disso, há aquelas que não têm esse discernimento.Considerando a representatividade dos envolvidos no universo pesquisado, obteve-se dados significativos, esses podem conduzir a novos estudos que, por sua vez, poderão, assim como esse, oferecer subsídios para intervenções diretamente na realidade escolar. Palavras–chave: Diretoras Escolares, Educação Inclusiva, Percepções

IntroduçãoA educação especial destinada a pessoas com deficiência foi concebida como um sistema educacional

que ocorre paralelamente ao sistema público de ensino regular, ou seja, uma escolarização que privilegia, na maioria das vezes, a segregação e a exclusão de indivíduos com necessidades específicas em detrimento a um processo de inclusão e inserção dos mesmos nas escolas regulares. Este modelo de educação especial foi muito contestadodurante a década de sessenta pelos movimentos sociais responsáveis pela defesa dos direitos humanos que na época apontavam os prejuízos (segregação e exclusão) causados por este tipo de educação. Foi a partir dessa mobilização popular que surgiu a proposta de integração escolar. De início, essa proposta previa a inserção das pessoas com necessidades especiais a classes do sistema regular de ensino.

Entretanto, inúmeras críticas foram feitas sobre esta concepção de educação, que na maioria das vezes enaltecia a necessidade da integração dos alunos, mas não apresentava uma proposta pedagógica capaz de oferecer infraestrutura e capacitação para melhor atendê-los. Nesse contexto, é interessante ressaltar que na Constituição Federal de 1988 fica explícito, que todo brasileiro tem o direito a educação que possibilite ao mesmo o seu desenvolvimento pessoal, bem como o seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Nestes termos, considera-seque a educação deverá estar acessível a todos os brasileiros não prevendo qualquer tipo de exclusão, situações muitas vezes presentes na educação especial.

Na intenção de aprofundar essa discussão, destaca-se a Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais: Acesso e Qualidade, realizada em Junho de 1994 na Espanha, que promoveu um debate em torno deste assunto de modo a dar ênfase às necessidades educacionais especiais de cada aluno. Nessa ocasião, surgiu a Declaração De Salamanca, documento que reafirma o compromisso dos países signatários, dentre os quais se inclui o Brasil, com a “Educação para Todos” e com a necessidade de urgência no providenciar uma melhor qualidade da escolarização crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais. Nessa conferência, surge o termo Educação Inclusiva, um novo paradigma para a educação especial.

Segundo Porter (1994) a escola inclusiva é um sistema educacional e de ensino, no qual os discentes com deficiência são educados na escola do bairro, em salas regulares, de acordo com sua faixa etária, com colegas que não tem necessidades especiais e onde tem acesso a escolarização e apoio condizente com suas capacidades individuais. No entanto, o estudo da inclusão em educação traz à cena discussões sobre o quão excludente é o sistema de ensino, bem como a disparidade entre os discursos e prática nas escolas.

Com o intuito de justificar esta pesquisa é relevante enfatizar a experiência pessoal da acadêmica com pessoas com necessidades especiais, uma vez que conviver cotidianamente com familiares deficientes

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significa experienciar dificuldades, conviver com preconceitos, acompanhar superações e diferentes formas de exclusão em diversos aspectos, principalmente no acesso educacional. Evidencia-se ainda, que na cidade de Salinas são poucas às discussões com foco naqualidade da educação oferecida a pessoas com deficiência. Diante desse quadro, objetiva-se com esse estudo traçar um diagnóstico sobre as concepções das gestoras acerca da educação inclusiva.

Material e MétodosA presente pesquisa constitui-se como uma pesquisa descritiva comabordagem qualitativa, tendo

como instrumento de coleta de dados entrevista semiestruturada. Esta atividade investigativa realizou-se nas sete escolas públicas da cidade de Salinas, tendo como sujeitos da pesquisa as diretoras dessas escolas.

Resultados e Discussão

A partir desse momento se dará início a análise das entrevistas realizadas. Resolveu-se abordar de uma maneira mais ampla o conceito sobre a educação inclusiva, percebeu-se que as respostas foram bastante convergentes. Os sujeitos investigados entendem que Educação inclusiva é a educação para todos, oferecida de forma igualitária e que aceita na escola qualquer diferença. Nesse sentido, a diretora B diz que é a educação sem preconceito e que possibilita o convívio dos alunos com necessidades educacionais especiais com os alunos ditos normais sem discriminação. Apenas a Diretora A, apresenta um discurso dissonante dizendo que educação inclusiva é integrar realmente os alunos com determinadas dificuldades no ensino regular. Mantoan (2006) explica que a distinção entre integração e inclusão é um bom começo para o esclarecimento do processo de transformação das escolas, para o acolhimento, sem distinções, de todos os alunos e em qualquer nível de ensino. Assim, a indistinção desses conceitos pode configurar-se como um entrave ao entendimento e evolução da inclusão escolar.

Diante desse contexto, Sánchez (2005, p. 17) apresenta um quadro sistematizando as principais diferenças entre inclusão e integração:

Integração Inclusão

Competição Cooperação/solidariedade

Seleção Respeitoàsdiferenças

Individualidade Comunidade

Preconceitos Valorização das diferenças

Visãoindividualizada Melhora para Todos

Modelotécnico-racional Pesquisareflexiva

Figura 1 Principais diferenças entre inclusão e integraçãoescolar.

Dando continuidade indagou-se as gestoras se elas têm conseguido diferenciar a Educação Especial

da Educação Inclusiva. Foi possível notar, a partir das respostas, que as Diretoras B, C, D e Entendem que há diferenças entre esses dois conceitos.

A Diretora A, por sua vez, acredita que exista diferença, entretanto justifica-se de maneira pouco profunda.Ela atribui a diferença no fato de que as escolas que oferecem educação especial possuem profissionais especialistas, que oferece os recursos humanos necessários para atender os alunos com deficiência, enquanto que na escola de ensino regular inclusivo não dispõe desses profissionais e, mesmo assim, precisa atender esses alunos com o pouco que a escola tem. Segundo ela esse é o principal aspecto que as difere uma da outra. A partir dessa alocução pode-se inferir que o entendimento em questão vai de encontro com as perspectivas que sustentam a educação inclusiva, já que implicitamente, a gestora deixa entender que a escola especial seria o ambiente mais adequado para lidar com alunos com necessidades especiais. Sabe-se que as escolas regulares realmente carecem de uma melhor estrutura, no entanto a luta deve ser dotar de condições essas instituições escolares, ao invés de conduzir esses estudantes para escolas especiais, impossibilitando a concretização do processo de inclusão.

A Diretora F e a Diretora G em suas falas deixam evidente que as suas ideias diferem-se das demais. Os discursos chamam atenção:

Não. Eu não acho que não. Eu acho que isso, educação inclusiva e educação especial, foi mais assim, vamos dizer assim um nome, né? Mas todas duas são inclusivas. E todas duas, nós temos que preocupar com todas as duas, tanto a especial, para mim não tem diferença nenhuma entre as duas, tudo é inclusiva, tudo é especial. (DIRETORA F) [...] para mim na verdade tudo é inclusivo, educação especial para mim é tudo uma esfera completa. (DIRETORA G)

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Nota-se então que há uma confusão acerca do entendimento dos conceitos de educação especial e

educação inclusiva. No momento em que elas consideram “tudo inclusivo”, ocorre um equívoco, uma vez que a inclusão escolar é uma nova forma de concepção de educação. De acordo com Capellini e Rodrigues (2009) inclusão escolar implica em uma nova escola, uma nova sociedade, com atitudes e posturas diferentes, de forma a assegurar o direito ao acesso e permanência na escola, bem como o direito de ser diferente sem ser rotulado, discriminado ou segregado.

Na análise do conjunto desses dados, pode-se concluir que o objetivo de construir um diagnóstico acerca das percepções das diretoras no que se refere à educação inclusiva, foi cumprido.

ConclusõesA presente pesquisa apresentou resultados que viabilizam fazer algumas reflexões acerca das

percepções das gestoras. Com base nas respostas, verificou-seque as diretoras, de maneira geral, apresentam opiniões semelhantes referenteà educação inclusiva indo ao encontro doreferencial teóricoque se baseia esse estudo, somenteem alguns casos há, ainda, certa confusão de ideias sobre a diferenciação dos conceitos de inclusão e integração.

No que se refereàs distinções entre educação inclusiva e educação especial, a maior parte das diretoras compreende a diferença existente, no entantonotou-se que essa compreensão, necessita demaior profundidade. Além disso, há aquelas que não têm esse discernimento. De posse dessas informações, torna-se possível inferir que a maioria dasgestoras investigadas têm condições de produzirsuas ações fundamentadasem conhecimentos teóricos e não no senso comum.

Sant’Ana (2005, p. 229) nos lembra que “a atuação dos administradores escolares pode ser de grande valia na tarefa de construir uma escola pronta a atender a todos os indivíduos, sem discriminação”.Considerando a representatividade dos envolvidos no universo pesquisado, obteve-se dados significativos, esses podem conduzir a novos estudos que, por sua vez, poderão intervir diretamente na realidade escolar.

Agradecimentos A presente pesquisarecebeu apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas

Gerais - Fapemig.

Literatura citadaBRASIL. Congresso Nacional. Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. CAPELLINI, V. L M. F.; RODRIGUES, O. M. P. R. Concepções de professores acerca dos fatores que dificultam o processo da educação inclusiva. Revista Educação, Porto Alegre, 32: 355-364. 2009. MANTOAN, M. T. E.. Inclusão escolar. O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Editora: Moderna, 2006. 64p. PORTER, Gordon. Organização das Escolas: conseguir o acesso e a qualidade através da inclusão. In: Conferência Mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e qualidade, 1, 1994, Salamanca, Espanha. Anais... Salamanca: União das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, 1994. SÁNCHEZ, P. A. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Revista da Educação Especial.1: 07- 18. 2005. SANT’ANA, I. M.. Educação inclusiva: concepções de professores e diretores.Psicologia em Estudo, 10: 227-234. 2005.

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MAPEAMENTO E DIAGNÓSTICO DOS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS DO MUNICÍPIO DE JANUÁRIA ACOMPANHADOS PELA CÁRITAS E ANÁLISE DOS SEUS

PROCESSOS DECISÓRIOS NA PERSPECTIVA DA GESTÃO SOCIAL

Daniele Magalhães Neres1, André Aristóteles da Rocha Muniz2

1Acadêmica de Administração – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, Me. em Administração. Email: [email protected]

Resumo: Com esta pesquisa, propomo-nos a mapear e diagnosticar os Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) acompanhados pela Cáritas no município de Januária. Para tanto, a metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa e as técnicas de pesquisa aplicadas foram: a entrevista semi-estruturada, o grupo focal e a observação não-participante. O tratamento e análise dos dados se deram por meio da análise de conteúdo nos termos de Bardin (1977). Dentre os principais resultados, destacam-se, o mapeamento e diagnóstico dos EES nos âmbitos: social, econômico e organizacional e a análise dos seus processos decisórios na perspectiva da gestão social. Os EES mapeados neste estudo encontram-se localizados tanto na zona urbana como na zona rural do município. As comunidades rurais que possuem EES que foram mapeados neste trabalho são: Cabeceirinha, Sambaíba, São Bento, Pau D’Óleo, Barra do Tamboril, Tejuco, Marreca, Tanque e Riachinho. Vale ressaltar também, que os resultados desta pesquisa vão de encontro ao trabalho de assessoramento e assistência técnica, que será feito a partir do primeiro semestre de 2014 pela equipe de professores e acadêmicos da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos da Economia Solidária (INCUBATECS), que está localizada no IFNMG/ Campus Januária. Palavras-chave: economia solidária, gestão social, participação, processos decisórios

IntroduçãoA escolha desta temática constitui-se como uma continuidade de pesquisas já desenvolvidas em anos

anteriores. Nos anos de 2007-2010, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) enviou acadêmicos das áreas agrárias e sociais para os municípios de Chapada Gaúcha, Januária, Pintópolis e São Francisco com intuito de realizar pesquisas em diversos âmbitos. Dentre elas, está um mapeamento sobre grupos que desenvolvem algum tipo de iniciativa econômica voltada para a Economia Popular Solidária (EPS) realizado em 2010. O coordenador dessa pesquisa foi o professor Dr. Eduardo Ribeiro juntamente com o coordenador do projeto Seriema da Cáritas1 Januária, Genelísio Marques. Nessa pesquisa foram apontados os EES e suas localizações, bem como o tipo de atividade exercida e o respectivo coordenador da atividade.

De acordo com o diagnóstico desse mapeamento anterior, só no município de Januária existiam 28 empreendimentos econômicos solidários. No ano de 2013, nos propomos a atualizar e ampliar esse mapeamento com informações adicionais.

Dentre os fatores que justificaram a realização deste estudo, podemos destacar a busca pelo atendimento da necessidade urgente enfrentada pelos participantes desses empreendimentos, que é tornar suas atividades auto-sustentáveis e a compreensão de que tipo de gestão é praticada por esses empreendedores solidários.

Nesse sentido, com este trabalho tivemos como objetivos primordiais mapear e diagnosticar os EES acompanhados pela Cáritas no município de Januária quanto aos seus aspectos social, econômico e organizacional e analisar os seus processos decisórios na perspectiva da gestão social segundo Fernando Guilherme Tenório (2008) e complementada por outros autores.

Material e Métodos A metodologia do estudo é definida por uma abordagem qualitativa e pesquisa do tipo exploratória

combinada com técnicas de coleta de dados, como a observação não-participante, a entrevista semi-estruturada, o grupo focal, onde foi elaborado um roteiro de perguntas de modo que os objetivos do estudo fossem atingidos.

1 A Cáritas Diocesana de Januária é uma entidade membro da Cáritas Brasileira, que está legalmente em Januária- MG desde 1999. A entidade mobiliza diversas comunidades rurais do município através de projetos e programas específicos voltados para o social. A Economia Popular Solidária (EPS), a formação e mobilização social, a convivência harmônica com o meio ambiente, o resgate de culturas tradicionais, a participação cidadã e política, o resgate da autoestima e a valorização das experiências desenvolvidas pelas comunidades e grupos são os principais valores e linhas de ações pregadas pela entidade.

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Nos dois meses iniciais do projeto foi feita uma revisão bibliográfica nos âmbitos da gestão social segundo Tenório (2007) e França Filho (2008), participação segundo Bordenave (1994) e Demo (1996) e da cidadania deliberativa segundo Habermas (1997) e Tenório (1998).

A partir do mês de maio de 2013, iniciou-se a fase de visitas de campo e coleta de dados onde utilizamos as técnicas de pesquisa citadas acima. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo no termos de Bardin (1977) e pelo “modelo de análise de processos decisórios participativos deliberativos na implantação de políticas públicas”, construído por Fernando Guilherme Tenório e colaboradores (Tenório et al., 2008) para analisar os processos decisórios.

Resultados e Discussão

Nesta nova pesquisa, além de atualizarmos o mapeamento feito em 2010, extraímos outras informações adicionais, tais como: ano de criação do EES, principais produtos e ou/ serviços, formas de organização (associações, cooperativas, sociedades mercantis ou grupos informais), motivo de criação dos EES, formas de comercialização, renda familiar, dificuldades e resultados na prática da economia solidária e etc..

No total, foram mapeados 23 EES, isto é, 05 empreendimentos do mapeamento anterior não existem mais e dentre os motivos de extinção desses grupos se destacou a participação dos indivíduos que foi diminuindo gradativamente. Nesse novo mapeamento foi diagnosticado um total de 801 participantes de EES, sendo 237 homens e 564 mulheres.

A seguir, a Tabela 1, ilustra um resumo sobre as principais informações do mapeamento do ano de 2013 dos Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) do município de Januária, contendo o nome de cada comunidade/localidade e as principais atividades e produtos.

Tabela 1 Mapeamento 2013 dos Empreendimentos Econômicos Solidários do município de Januária

EES – Empreendimentos econômicos Solidários

Local/Comunidade Atividades/Produtos

01 Grupo de Costureiras de Cabeceirinha Cabeceirinha Artefatos artesanais

02 Grupo de mulheres de Farmácia comunitária Cabeceirinha Remédios caseiros

03 Grupo de apicultores de Cabeceirinha Cabeceirinha Apicultura

04 Grupo de produtos de limpeza Cabeceirinha Materiais de limpeza

05 Grupo de Extrativistas da ASSUSBAC Sambaíba Extrativismo- polpa de pequi

06 Grupo de apicultores da ASSUSBAC Sambaíba Mel silvestre

07 Grupo de Mulheres em Exercício Comunitário São Bento Artefatos artesanais

08 Grupo Santa Joana D´Arc de Marreca Marreca Artefatos artesanais

09 Grupo de Santa Luzia de Tanque Tanque Artefatos artesanais

10 Grupo de Horticultura de Pau D Óleo Pau D Óleo Hortaliças e verduras

11 Associação Comunitária de Pau D Óleo Pau D Óleo Produção de semente

12 Grupo de Apicultores de Pau D Óleo Pau D Óleo Apicultura

13Associação Comunitária dos Trabalhadores Rurais

RIOCAP Barra do Tamboril Produção de semente crioula

14 Apicultores da Associação RIOCAP Barra do Tamboril Apicultura

15 Grupo de Mulheres Colorindo a Vida Barra do Tamboril Artefatos artesanais

16 Grupo de Mulheres do Riachinho Riachinho Artefatos artesanais

17 Associação dos Feirantes de Tejuco e Região Tejuco Produtos agricultura familiar

18 Associação São Martinho da Mangueira Tejuco Produção de biscoitos

19 Grupo de Mulheres Semeando para Crescer Tejuco Material de limpeza

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20 Centro de Artesanato Centro de Januária Artefatos artesanais

21 Associação Recicla Januária Vila São Domingos Material de limpeza

22Clube de Mulheres em Ação jogando limpo com o

Rio São Francisco Bairro Divino Espírito Santo

Material de limpeza

23 Clube de Mães Voluntárias da APAE Centro de Januária Artefatos artesanais *RIOCAP: Rio Pardo, Capoeirão e Adjacências *ASSUSBAC: Associação dos Usuários da Sub- bacia do Rio dos Cochos Fonte: Elaborada pela autora

A análise dos processos decisórios foi feita através dos critérios propostos pelo modelo de Tenório et

al. (2008), a saber: processo de discussão; inclusão; pluralismo; igualdade participativa; autonomia e bem- comum. Dos 23 EES mapeados, 14 empreendimentos ainda se reúnem mensalmente em forma de diretorias e/ ou assembléias com o objetivo de avaliar resultados, discutir demandas e traçar novas estratégias. De acordo com a tabela 1, esses EES são: 03, 05, 06, 07, 11, 12, 13, 14, 15, 17, 18, 20, 22 e 23. Com relação aos outros 09 empreendimentos, o estudo encontrou algumas limitações, visto que, não foi possível realizar essa análise de forma consistente, pois alguns EES não possuem mais a fidelidade de se reunir e em outros casos nem se reúnem mais devida a quantidade de pessoas que não continuam ativas nos empreendimentos.

Conclusão

Com este trabalho, tivemos o propósito de mapear e diagnosticar os empreendimentos econômicos solidários acompanhados pela Cáritas Januária. Este novo mapeamento, além de atualizar o anterior, feito em 2010, acrescentou informações fundamentais para identificação do perfil dos participantes da economia solidária e sobre a situação organizacional dos EES. Outro ponto forte desta pesquisa, é que os resultados dela serão direcionados ao trabalho de assessoramento que se pretende fazer a partir do início do ano de 2014 pela Incubadora de Empreendimentos da Economia Solidária (INCUBATECS), que foi inaugurada em 27 de novembro de 2013 no IFNMG/Januária.

Contudo, vale ressaltar que uma atualização anual deste mapeamento se faz necessária, com intuito de verificar os avanços e desafios na prática da economia solidária no município de Januária.

Agradecimentos

Agradecemos a todos que contribuíram diretamente e indiretamente na realização desta pesquisa, em especial: aos participantes dos EES do município de Januária, a Cáritas regional de Januária, a FAPEMIG e a Diretoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (DPP) do IFNMG- Campus Januária.

Literatura citada

BRITO, L.M.P.; FREIRE, J.L. & GURGEL, F.F. Gestão Participativa: um processo contínuo? R. Labor. 5: 102-106, 2011.

COPATTI, L.C. A efetivação da cidadania através da participação no poder local. R. Perspectiva. 126: 85-100, 2010. SCHOMMER, P. C. & FRANÇA FILHO, G.C. de. Gestão social e aprendizagem em comunidades de prática: interações conceituais e possíveis decorrências em processos de formação/gestão. In: SILVA JÚNIOR, J.T. et al.(orgs.). Gestão social: práticas em debate, teorias em construção. 1 ed. Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, 2008. 248p. TENORIO, F.G. Gestão social: metodologia e casos. 5 ed. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 2007. 136p. TENÓRIO, F.G. (Re) visitando o conceito de gestão social. In: SILVA JÚNIOR, J.T. et al.(orgs.). Gestão social: práticas em debate, teorias em construção. 1 ed. Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, 2008. 248p.

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O ANTI-RACISMO NA EDUCAÇÃO E OS DEZ ANOS DA LEI 10.639/2003: ORALIDADE, IDENTIDADES, MEMÓRIA E OS DESAFIOS DA ERRADICAÇÃO DO RACISMO EM

PIRAPORA-MG

Ricardo Tadeu Barbosa.¹ Ana Luiza Daruich Almeida.² Gilbert Uriel Braga Fernandes.² Talila Swelen Prudêncio Santos³.

Mestre em Educação pela UFRRJ. Professor Efetivo do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Pirapora. E-mail:

[email protected] 2

Estudante do Curso Integrado em Técnico em Informática do IFNMG Campus Pirapora. Bolsista da FAPEMIG. E-mail:

[email protected] 2

Estudante do Curso Integrado em Técnico em Informática do IFNMG Campus Pirapora. Bolsista da FAPEMIG. E-mail:

[email protected] 3

Estudante do Curso Integrado em Técnico em Informática do IFNMG Campus Pirapora. Bolsista do CPNq. E-mail: [email protected]

Resumo: O entendimento inequívoco de que a construção de identidades sociais e coletivas passa pelo conhecimento da própria História, não no sentido de resgatá-la idealisticamente, mas, de fazê-la presente como referência cultural é um dos pontos centrais deste estudo. Nessa perspectiva, esse trabalho irá perscrutar os mecanismos e sutilezas do racismo no imaginário coletivo da sociedade brasileira e como ele se manifesta e corporifica no cotidiano e no ambiente de formação humana e escolar e abordará através de narrativas orais, os supostos avanços da lei 10.639/2003 em uma instituição federal de ensino técnico na cidade de Pirapora-MG. A sustentação teórica deste trabalho está pautada na perspectiva da análise das desigualdades raciais como um dado importante da realidade brasileira e como um subproduto das relações históricas e sociais. No âmbito metodológico, empregar-se-á a etnometodologia, juntamente com a perspectiva dos estudos culturais e a adoção das narrativas da História Oral. Os resultados deverão destacar o entendimento de que construção da identidade e corporeidade negras, ainda não tem sido uma temática privilegiada pelo campo educacional e que a diversidade étnico-cultural é um dos caminhos que possibilitam o diálogo na busca da superação do preconceito racial. Não obstante, evidencia-se a necessidade de que a escola caminhe na perspectiva de uma organização multicultural, educando as novas gerações na convivência, respeito e valorização das culturas plurais.

Palavras-Chave: anti-racismo, cultura, educação, oralidade

Introdução Este trabalho visa analisar os mecanismos de sustentação do racismo, assim como entender os

elementos que reafirmam ou dissimulam a sua presença na sociedade brasileira, tratando a especificidade do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Pirapora. Nesse sentido, perscrutar-se-á as origens e especificidades conjunturais e estruturais do racismo no seio da referida instituição na tentativa de entender a sua permanência através dos tempos como um processo de longa duração histórica.

Trata-se, sobretudo, de um estudo qualitativo, de bases orais e narrativas e de teor etno-metodológico. Pretende-se, outrossim, registrar memórias orais de sujeitos protagonistas de histórias de preconceitos, trazendo vozes historicamente silenciadas para o debate crítico e acadêmico. Nessa perspectiva, alunos e alunas negras são sujeitos a narrarem suas próprias histórias, chamados a nos contar suas experiências de vida em relação ao ensino público federal num contexto de forte tradição afro-brasileira.

Nosso Objetivo Geral é perscrutar as repercussões das políticas públicas para a promoção da igualdade racial no meio das diferenças que compõe a convivência diária do quadro multicultural de alunos e alunas dos cursos médio do IFNMG – Campus Pirapora, assim como conhecer as trajetórias de estudantes afro-brasileiros nos contextos das suas culturas, imaginários e identidades coletivas através de narrativas orais. Como Objetivos Específicos pretendemos: reconhecer a existência do problema racial na sociedade brasileira e refletir sobre como o racismo e seus derivados permeiam o cotidiano escolar; perscrutar as políticas públicas para a Educação de promoção da igualdade étnico-raciais e entender como os estudantes negros/as reelaboram e as interpretam no âmbito de suas vivências coletivas.

Material e Métodos

As entrevistas de inspiração etnográfica constituem-se em importantes mecanismos de compreensão e análise de fenômenos sociais. Numa etnopesquisa, a entrevista ultrapassa a simples função de coleta instrumental de dados no sentido positivista do termo. Nessa perspectiva, a linguagem assume papel de centralidade na mediação entre o etnopesquisador e do pesquisado, haja vista que a entrevista não se restringe ao papel da verbalização. Há, por assim dizer, uma complexa gama de gestos, sinais, tons de fala, soluços,

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pausas e expressões que exigem atenção redobrada do entrevistador no sentido da captação, contextualização e, por conseguinte, da compreensão da realidade. Da gama de opções metodológicas abertas pela etnopesquisa, e mais precisamente, no campo das possibilidades de trabalhos com entrevistas, salientamos que utilizaremos como a base dos nossos trabalhos de campo a entrevista semi-estruturada, visando perscrutar (numa perspectiva etnosociológica) narrativas e trajetórias de vidas de estudantes secundaristas negros do Campus/Pirapora. Não obstante, ressaltamos que trabalharemos com grupos focais, que entende que o etnopesquisador transforma-se em mediador/estimulador da práxis comunicativa.

Optamos por investigar os temas envolvidos pelas Ações Afirmativas através de narrativas orais de alunos negros e não negros secundaristas numa perspectiva etnosociológica, como definida na seção anterior, que leve em conta os fluxos e refluxos das interações e vivências coletivas escolares. Ao tomarmos esta opção, pretendemos registrar memórias orais de sujeitos protagonistas de histórias de preconceitos, trazendo vozes historicamente silenciadas para o debate crítico e acadêmico. Nessa perspectiva, alunos e alunas negras são sujeitos a narrarem suas próprias histórias, chamados a nos contar suas experiências de vida em relação ao ensino num contexto de forte tradição afro-brasileira.

Resultados e Discussões

No Brasil a definição de raça parece estar intrinsecamente aliada aos termos classe e identidade. Se buscarmos hoje a definição do que significa “ser brasileiro”, a resposta dependerá como os indivíduos percebem a si mesmos e aos indivíduos à sua volta, ou seja, de como se faz sua construção subjetiva por cada um daqueles que - segundo Darcy Ribeiro - marca o nosso povo ninguendade; pois somos tantas culturas, tantas misturas, que se pode dizer que somos múltiplos.

Com mais de cinco séculos de história e quase de 200 anos como nação independente, podemos dizer que a identidade nacional ainda está por construir. É importante observar que nosso passado colonial, ibérico e ocidental não é um modelo a ser seguido nem tampouco a ser admirado. Escravidão de etnias inteiras e subjugação de raças construiu o nosso passado/presente. Nossa história deve ser reescrita, assim como nossa mentalidade deve ser rememorizada.

ConclusõesO racismo constitui-se em uma espécie de etnocentrismo travestido, tendendo os membros de uma

comunidade discriminada a erigir valores de seu grupo em valores universais. Isto é, esses grupos se inclinam a proclamar os seus próprios valores não apenas como os melhores, mas como os únicos aceitáveis, procedendo inevitavelmente à exclusão dos demais. No Brasil a institucionalização do racismo não é legalizada. Entretanto, não é muito difícil apontar o racismo recriado e reelaborado, estatuído pela democracia racial. O racismo à brasileira, formulado como democracia racial, está presente nas formas abertas ou sutis de discriminação e de repressão às formas laicas e religiosas de manifestação privada ou pública da cultura afro-brasileira.

AgradecimentosNossos profundos e sinceros agradecimentos ao: IFNMG e sua Pró-Reitoria de Pesquisa; ao CNPq, a

FAPEMIG, ao Prof. Júlio Cesár Pereira Braga (Diretor do Campus Pirapora); ao Professor Walter de Freitas (Coordenador de Pesquisa do IFNMG – Campus Pirapora) e a toda comunidade escolar envolvida neste projeto de pesquisa. Sem a colaboração de cada um de vocês, não seria possível dar voz e vez aos (negros e negras) quase sempre invisíveis na nossa sociedade.

Literatura CitadaARENDT, H. Origens do totalitarismo: anti-semitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução Sérgio Paulo Rouanet; prefácio Jeanne Marie Gagnebin. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Obras escolhidas; v. 1) BOURDIEU, P. O poder simbólico. 12. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. DEL PRIORE, M. & VENÂNCIO, R. P. Ancestrais: uma introdução à história da África Atlântica. 4. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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OPINIÃO DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SALINAS-MG SOBRE O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO ENSINO

Danielly Pinheiro Gusmão Souza1, Fredy Coelho Rodrigues 2.

1 Acadêmica do 8º Período do curso de Licenciatura em Matemática- IFNMG/Salinas. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] 2 Professor do IFNMG/Campus Montes Claros. Mestre em Ensino de Matemática. E-mail: [email protected]

Resumo: Na Educação Básica, uma metodologia de ensino bastante utilizada, por muitos professores, para

ensinar matemática tem sido a aula expositiva tradicional. No intuito de romper com esse modelo

tradicional de educação, surgem então outros novos modelos e propostas de ensino, dentre elas a

epistemologia construtivista, na perspectiva do sócio-interacionismo. Nesse contexto, algumas

metodologias de ensino surgem no sentido de potencializar o ensino-aprendizagem da matemática, entre

elas a História da Matemática. O uso deste recurso em sala de aula constitui-se “numa importante

alternativa metodológica” para auxiliar os professores a contrapor-se à tendência tradicional de ensino

existente em sua prática pedagógica. Nesse sentido, este trabalho se propôs a investigar a utilização da

História da Matemática como recurso didático-metodológico na prática docente nas escolas públicas da

cidade de Salinas-MG. Para tanto realizou-se um estudo exploratório e pré-diagnóstico com objetivo de

investigar a utilização deste recurso na prática docente dos professores de matemática. Como resultado

deste estudo, verificou-se que os professores não utilizam a História da Matemática como metodologia de

ensino em si. Estes mesmos professores, entendem que a utilização desse recurso em sala de aula está

relacionada apenas com o aspecto motivacional, bem como “a realização de pesquisas/consultas” de

biografias de matemáticos e contextos históricos onde o assunto foi abordado.

Palavras–chave: Educação Básica, História da Matemática, Professores

Introdução Na Educação Básica, uma metodologia de ensino bastante utilizada, por muitos professores, para

ensinar matemática tem sido a aula expositiva tradicional com raiz na pedagogia tradicional de Johann Friedrich Herbart que predominou até o ano de 1930. Nessa proposta de ensino tradicional, o professor, centro do processo de ensino e aprendizagem, conduz um tipo de aula onde a exposição do conteúdo é feita de forma intrusiva (transmissão de informação), não havendo assim espaço para a participação ativa do aluno na construção de seu conhecimento. Indo de encontro a essa concepção tradicional de ensino, Libâneo (2001) cita a importância de o aluno ser mais atuante no processo de ensino/aprendizagem devendo o professor atuar como um agente mediador na construção do conhecimento por parte do aluno. Numa perspectiva sócio-construtivista em relação à produção do conhecimento, o aluno torna-se então o centro do processo de ensino aprendizagem.

No intuito de romper com a proposta tradicional de ensino que permeia a prática docente da maioria dos professores de matemática e visando inovar o ensino da matemática surgem então algumas metodologias de ensino que dentro de uma perspectiva de educação sócio-interacionista têm o propósito de auxiliar o professor no sentido de potencializar a aprendizagem dos alunos. Estas novas metodologias de ensino, consiste no uso de recursos didáticos pedagógicos em sala de aula tais como: Resolução de Problemas, Modelagem, Etnomatemática, História da Matemática, Jogos Matemáticos, O Uso de Computadores e Softwares educativos. Em especial, esse trabalho se propôs a investigar a utilização da História da Matemática em sala de aula pelos professores das escolas públicas da cidade de Salinas, uma vez que segundo Miguel (1997) a mesma pedagogicamente orientada, poderia prestar um grande auxílio para os professores intencionados em contrapor-se à realidade a que se encontra o ensino da matemática.

Esta metodologia de ensino, segundo Gasperi e Pacheco (2011, p.3) constitui um importante recurso pedagógico para o ensino da matemática na medida em que permite “a possibilidade de buscar uma nova forma de ver e entender a matemática, tornando-a mais contextualizada, mais integrada com as outras disciplinas, mais agradável, mais criativa, mais humanizada”. Ainda de acordo com estes autores

A história da matemática pode estar presente na sala de aula em vários contextos diferentes, pode ser apresentada de forma lúdica com problemas curiosos, “os enigmas”, como fonte de pesquisa e conhecimento geral, como introdução de um conteúdo ou atividades complementares de leitura, trabalho em equipe e apresentação para o coletivo. Também pode apresentar a matemática com uma gama de possibilidades de atividades diferenciadas que vão muito além das infindáveis sequencias de exercícios e memorização de métodos e fórmulas (GASPERI, PACHECO, 2011, p.3)

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Nesse contexto esta pesquisa se justifica devido a grande relevância que a literatura vem tratando o assunto “História da matemática” como um importante recurso metodológico para inovar o contexto do ensino da matemática em sala de aula, bem como as suas contribuições para potencializar o ensino e aprendizagem da matemática. O interesse por essa proposta vem crescendo e muitos autores não a veem somente como uma ferramenta didática, mas também como um campo de investigação. Diante disso este trabalho se propôs a investigar a utilização da História da Matemática como recurso didático na pratica docente dos professores de matemática das escolas públicas da cidade de Salinas-MG. Pretendeu-se assim realizar uma pesquisa exploratória no intuito de realizar um pré-diagnóstico sobre a utilização desta metodologia de ensino no cotidiano destas escolas.

Material e MétodosEssa pesquisa se caracteriza pela abordagem qualitativa. Esse estudo consistiu numa investigação

exploratória, que utilizou o instrumento do questionário aberto para coletar dados sobre o assunto investigado. Foram convidados a participar da pesquisa, todos os professores de matemática do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do Ensino médio das escolas públicas da cidade de Salinas-MG. Deste universo de vinte e seis (26) professores, quinze (15) se disponibilizaram a participar da pesquisa, respondendo a duas questões investigativas sobre o assunto pesquisado.

Resultados e DiscussãoApresentamos inicialmente o perfil dos 15 professores que participaram dessa a pesquisa. Dentre os

15 professores que responderam ao questionário, 10 (67%) foram do sexo feminino e 5 (33%) do sexo masculino. Todos eles possuíam licenciatura em Matemática e a maioria, 11 (73%) já cursaram ou estavam cursando alguma especialização. É importante destacar também o fato de que a maioria destes professores, 13 (87%) possuía mais de 10 anos de experiência na docência.

A partir da primeira pergunta “Você considera importante o uso da História da Matemática como recurso didático no ensino da Matemática? Por quê?” verificou-se que dois professores não consideram importante a utilização da História da Matemática como um recurso didático metodológico para o ensino da Matemática. Um deles se justifica dizendo que nunca teve oportunidade de utilizar este recurso. Já o outro professor, de forma incisiva, cita que este recurso “não funciona”, mas também não apresenta explicações para o fato exposto.

Treze professores acreditam nas potencialidades deste recurso e o julgam como um importante meio para o aluno valorizar a Matemática como uma ciência ou instrumento, necessários, para a sobrevivência e desenvolvimento da vida humana. A maioria (10) destes docentes nada diz sobre a relação da História da Matemática e o ensino aprendizagem dos conteúdos matemáticos. Por outro lado três (3) professores destacaram o seu papel epistemológico na construção do conhecimento. Estes três, cada um ao seu modo, entendem que estudar a origem e evolução dos conceitos matemáticos, conhecer os diferentes contextos onde o assunto foi abordado poderá permitir ao aluno o melhor entendimento do conteúdo a ser estudado em sala de aula. Esse entendimento do papel epistemológico da História Matemática pode ser visto em Oliveira et al (2009, p.04)

A História da Matemática pode ser um instrumento muito eficaz no processo de Ensino-Aprendizagem de Matemática, uma vez que permite entender conceitos a partir de sua origem, considerando todas suas modificações ao longo da história. Com isso, facilita a compreensão para o aluno, como também desperta sua curiosidade para futuras pesquisas.

Merece destaque, na análise desta questão o posicionamento de um professor que também descreve o

caráter motivacional referente ao uso da História da Matemática em sala de aula. Segundo este professor “O aluno tem um interesse maior quando conhece a origem do conteúdo estudado”. Nesse sentido, verifica-se na fala deste profissional que a ideia de motivação constitui um elemento importante para o ensino uma vez que “a partir do momento que se conhece a HM [História da Matemática], as aulas ficam mais interessantes e com aprendizado de qualidade [...]” (VIANA e SILVA, 2007, p. 6).

Na segunda pergunta “Você utiliza a História da Matemática em suas aulas?” dos quinze (15) professores investigados, treze disseram fazer uso do recurso da história da matemática em sala de aula. Verificou-se que este quantitativo de professores refere-se aos mesmos professores que citaram anteriormente a importância da história da matemática como um recurso didático em sala de aula.

Ao serem indagados sobre de que forma ou como utilizam este recurso em sala de aula, obteve-se que nove (9) professores utilizam a história da matemática para introduzir um conteúdo ou assunto novo, realizando assim a motivação inicial da aula. Nesse processo de introdução da aula, quatro (4) destes nove professores revelaram que utilizam os próprios recortes históricos (textos explicativos) presentes nos livros didáticos de matemática para este fim. Três (3) professores citaram o uso da história da matemática em

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atividades de pesquisa com os alunos. Pesquisar no sentido de consultar biografias e contextos históricos de onde o conteúdo de matemática foi abordado pela primeira vez. Nenhum professor, disse utilizar a história da matemática como um recurso pedagógico para ensinar conteúdos de matemática. Dessa forma essa concepção epistemológica em relação ao uso da história da matemática como metodologia de ensino não se faz presente na prática docente destes professores.

Em relação ao uso desse recurso em sala de aula, Oliveira et al (2009, p.9 ) afirmam que “não há um método pronto e acabado para o uso da história da Matemática, cabe ao educador encontrar a melhor maneira para aplicar a História da Matemática no contexto de suas aulas, possibilitando aos alunos uma visão mais ampla do que é de fato a Matemática e sua importância na sociedade.” Dessa forma, o professor deverá desempenhar um importante papel no planejamento de uma aula que aborde uso deste recurso da melhor forma possível para propiciar uma aprendizagem mais significativa para seus alunos. Para, Oliveira et al (2009) “não há um método pronto e acabado”, cabe ao professor refletir e decidir como irá utilizar este recurso da melhor forma possível de modo que o aluno possa não somente aprender matemática mas também valorizá-la como instrumento de cidadania e inserção social.

Conclusões

Conclui-se dentro desse quadro que a História da Matemática poderia ser um recurso melhor explorado pelos professores das escolas públicas da cidade de Salinas-MG. Os professores poderiam explorar este recurso de modo a permitir que os alunos pudessem estudar a origem e evolução dos conceitos matemáticos, conhecer os diferentes contextos onde o assunto foi abordado, ou seja, aprender matemática a partir da evolução dos seus conceitos ao longo da história. Os resultados obtidos a partir deste estudo exploratório/diagnóstico expressam a opinião dos professores sobre o assunto investigado e evidenciam a necessidade de se propor ações futuras envolvendo a proposição de programas de formação continuada em relação à utilização da História da Matemática como uma metodologia de ensino alternativa para o dia a dia da sala de aula destes professores.

AgradecimentosEste projeto contou com o apoio da CAPES através do Programa Institucional de Bolsa de iniciação a

Docência e do IFNMG- Campus Salinas os quais agradecemos imensamente.

Literatura citadaGASPERI, W. N. H.; PACHECO, E. R.. A História da Matemática como Instrumento para a Interdisciplinaridade na Educação Básica. Disponível em < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/701-4.pdf> Acesso em 05 de fev. de 2014. LIBÂNEO, J. C. O essencial da Didática e o Trabalho de Professor – em busca de novos caminhos. GO. 2001. Disponível em< http://www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/didaticadoprof.pdf> Acesso 05 de fev.2014. MIGUEL, A. As potencialidades pedagógicas da História da Matemática em questão: argumentos reforçadores e questionadores. ZETETIKË-CEMPEM, 5,73-103.1997. OLIVEIRA, J. S. B.; ALVES, Â. X.; NEVES, S. S. M. História da Matemática: Contribuições e Descobertas para o Ensino Aprendizagem de Matemática. 2009. In: Encontro Regional de Educação, Matemática,2,2009, Rio Grande do Norte. Comunicações Orais...Rio Grande do Norte,2009. VIANA, M. C. V.; SILVA, C. M. Concepções de Professores de Matemática sobre a utilização da História da Matemática no processo de Ensino-Aprendizagem. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA, 9, 2007, Belo Horizonte. Pôsteres... Belo Horizonte, 2007.

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O PORTUGUÊS FALADO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Joaquina Aparecida Nobre da Silva1, Camila Oliveira Reis2, Flávya Muniz Souza3, Ítalo Duque Chamone Farago4, Jéssyka Cardoso dos Passos5, João Pedro Silva Gomes 6, Patrícia Stefanelli Conceição7

1Docente IFNMG, doutoranda em Estudos Linguísticos – UFU, coordenadora do projeto. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 3Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 4Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 5Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 6 Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 7Acadêmica de Administração – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. Email: [email protected] Resumo: Este texto objetiva apresentar o andamento do projeto de pesquisa intitulado “O Português falado no Norte de Minas Gerais – iniciando a conversa em Pirapora e microrregião”. Tal pesquisa visa descrever o português falado na cidade de Pirapora e microrregião, norte de Minas Gerais, por meio da constituição de um corpus de entrevistas transcritas. Essas entrevistas constituirão um banco de dados, a ser disponibilizado à comunidade acadêmica, que permitirá estudo da nossa identidade e cultura, análise de aspectos linguísticos e sociais, levando a conhecer melhor os aspectos socioculturais de nossa região. A análise linguística e social e as entrevistas seguiram a proposta de Tarallo (1986) e de Labov (1972). A metodologia seguirá a proposta da Sociolinguística Quantitativa. O resultado da pesquisa constitui na elaboração dos seguintes produtos: coletânea das transcrições codificadas com as informações sociais gravada em CD, análise de fenômenos morfossintáticos em variação, publicações científicas com resultados da pesquisa sociolinguística e participação em eventos científicos para divulgação da pesquisa. Palavras–chave: morfossintaxe, norte de Minas Gerais, sociolinguística

IntroduçãoO projeto de pesquisa¹ em questão visa descrever o português falado no Norte de Minas Gerais. Os

estudos focam os moradores da cidade de Pirapora e microrregião. Esta pesquisa objetiva preencher uma lacuna de estudos sociolinguísticos na região, busca contemplar e dar visibilidade ao falar dos norte-mineiros ao criar um corpus de entrevistas transcritas representativas da língua falada na nossa região.

Esse banco de entrevistas servirá de fonte para análises linguísticas para os demais pesquisadores que estão inseridos em linhas que tratam da cultura, língua e sociedade. A descrição do português falado é de extrema relevância, pois nos leva a conhecer a diversidade linguística do nosso país, do nosso estado, da nossa região. E assim ampliar as possibilidades do ensino de Língua Portuguesa tendo um maior conhecimento sobre as variações linguísticas presentes na localidade. Possibilita também analisar como o falar dessa região está encaixado no processo de mudança linguística pela qual o português brasileiro está passando, processo este constatado em muitas pesquisas (DUARTE, 1993, 2003 e outros).

Dessa forma, o objetivo geral deste projeto é descrever o Português falado em Pirapora e microrregião – norte de Minas Gerais. Os objetivos específicos são: constituir corpus do português falado em Pirapora – norte de Minas Gerais; analisar as variações morfossintáticas presentes nas na oralidade no norte de Minas Gerais, especificamente no município de Pirapora-MG; publicizar os resultados das análises realizadas no âmbito do projeto; disponibilizar para a comunidade acadêmica banco de dados com amostras de fala representativas das variedades linguísticas de Pirapora e região; fornecer subsídios para a descrição do português falado no país e propiciar a inserção de estudantes na Pesquisa Sociolinguística.

Material e Métodos

O embasamento metodológico para a pesquisa deste projeto segue as orientações de Labov (1972) e de Tarallo (1986). Para a constituição do corpus, inicialmente, foi aplicado aos possíveis informantes um questionário com o objetivo principal de traçar o perfil social do informante e assim levantar dados pessoais e informações necessárias para o enquadramento nos grupos sociais previstos e seleção dos informantes.

Essa seleção realizou-se de acordo com os critérios para a análise dos fatores sociais como escolaridade: Ensino Fundamental completo/ Ensino Médio Completo / Ensino Superior Completo. Para a análise da variação por faixa etária foram selecionados informantes de três faixas etárias: de 17 a 29 anos; 30 a 59 anos; 60 anos e acima. O critério para o estudo do fator classe social foi definido de acordo com a tabela válida para o ano de 2012 do IBGE, sendo classe A (acima de 20 salários mínimos), classe B (de 10 a 20

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salários mínimos), classe C (de 4 a 10 salários mínimos), classe D (de 2 a 4 salários mínimos), classe E (até 2 salários mínimos).

Em relação às entrevistas foi utilizada a metodologia da Entrevista Sociolinguística, que tem o propósito de minimizar o efeito negativo causado pela presença do pesquisador na naturalidade da situação de coleta de dados.

As transcrições das entrevistas foram realizadas em tempo concomitante à realização das entrevistas. Para as transcrições, seguimos a proposta em que o transcritor procura reproduzir o mais fielmente possível o registro oral. A partir da coleta de ocorrências do fenômeno selecionado, foram elaborados os grupos de fatores linguísticos. A quantificação dos dados e o tratamento estatístico proposto por esse modelo foram realizados por meio do Programa VARBRUL (GOLDVARB 2001), ou similar, que remete diretamente à análise de grupos de fatores em função de variáveis dependentes.

Resultados e DiscussãoO presente projeto faz parte de um projeto maior, com prazo de dois anos, inscrito na Coordenação de

Pesquisa do IFNMG- campus Pirapora, em 2012. Além dos demais resultados, no primeiro ano do projeto foram selecionados 40 (quarenta) informantes, foi formado um banco com 25 (vinte e cinco) entrevistas gravadas e transcritas.

De forma geral, o andamento da pesquisa no ano de 2012 foi satisfatório. O projeto de pesquisa citado obteve os seguintes resultados: foram selecionados 40 (quarenta informantes), 30 (trinta) entrevistas gravadas e transcritas, estas representando o português falado no norte de Minas, a serem disponibilizadas para a comunidade acadêmica. Foi oportunizada a todos os participantes e à comunidade participação no encontro de pesquisa: Língua e Sociedade. Este encontro realizado no dia 19 de abril de 2012, no campus Pirapora do IFNMG foi organizado por Joaquina Aparecida Nobre da Silva, Talita Aparecida da Guarda, Eliane da Silva Magalhães, Renata Maurício Sampaio, Jacqueline Alves de Jesus. Teve o objetivo de estudar a teoria Sociolinguística e a instrumentalização na realização de entrevistas e na transcrição dos dados.

Houve também a participação dos alunos bolsistas e voluntários em dois eventos de pesquisa para divulgação de resultados: I Encontro de iniciação científica do IFNMG – campus Pirapora e o II SECITEG – Seminário de Ciências, Tecnologia e Gestão organizado pela Faculdade de Tecnologia FACFUNAM na cidade de Pirapora-MG. Além disso, os alunos elaboraram coletivamente dois artigos científicos, publicados nos anais dos eventos acima citados.

No segundo ano de implementação deste projeto (2013 e início de 2014), foram envolvidas diretamente e indiretamente aproximadamente 100 (cem) pessoas da comunidade acadêmica e da região de modo geral. Seguindo o cronograma do projeto, várias ações foram realizadas:

• Realização de oficinas de capacitação em entrevistas, testes dos recursos tecnológicos, leitura dos autores com pesquisa na área da sociolinguística;

• Realização de Encontro de Pesquisa: “I Ciclo de Estudos: Metodologia da Pesquisa”; • Capacitação sobre a metodologia sociolinguística; normas da escrita científica, questões sobre

plágio; • Seleção de 55 informantes; • Tabulação dos dados sobre os informantes; com elaboração de códigos dos fatores sociais; • Gravação de 45 entrevistas; • Transcrição de 45 entrevistas; • Elaboração de resumo para divulgação científica; • Organização da participação em Simpósio (inscrição, solicitação de recursos, cronogramas, roteiros,

confecção de painel, elaboração de textos científicos); • Participação no XIV Simpósio Internacional de Letras e Linguística – SILEL 2013 promovido pela

UFU - Universidade Federal de Uberlândia; • Realização de estudo científico sobre o preenchimento do sujeito em sentenças declarativas,

utilizando o corpus formado no âmbito deste projeto; • Realização de estudo científico sobre concordância verbo-sujeito, utilizando o corpus formado no

âmbito deste projeto; • Elaboração de resumos expandidos; • Participação do III Seminário de Iniciação Científica e III Mostra de Trabalhos Científicos do

IFNMG.

Conclusões

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O projeto tem sido implementado de forma satisfatória, já obtendo resultados concretos do ponto de vista científico. Os bolsistas envolvidos realizaram pesquisas sociolinguísticas em que a descrição do português falado em Pirapora e região começa a se desvelar. A organização das entrevistas para a gravação do CD e a divulgação dos estudos estão em andamento.

Agradecimentos

Agradecemos o apoio disponibilizado pelo CNPq, pela FAPEMIG e pelo IFNMG- campus Pirapora para o desenvolvimento da pesquisa.

Literatura citadaDUARTE, M. E. L.. Do pronome nulo ao pronome pleno: a trajetória do sujeito no português do Brasil. In: ROBERTS, Ian & KATO, Mary Aizawa (orgs.). Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: UNICAMP, 1993. _______. A evolução na representação do sujeito pronominal em dois tempos. In: PAIVA, Maria da Conceição & DUARTE, Maria Eugênia Lamoglia (orgs.). Mudança linguística em tempo real. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2003. LABOV, W.. Socioliguistic Patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972. TARALLO, F. A.. Pesquisa Sociolinguística. São Paulo: Editora Ática, 1986.

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PREENCHIMENTO DO SUJEITO NO PORTUGUÊS FALADO EM PIRAPORA E MICRORREGIÃO

Jéssyka Cardoso dos Passos1, Flávya Muniz Souza2, Ítalo Duque Chamone Farago3, Joaquina Aparecida

Nobre da Silva4

1Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 2Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 3Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Pirapora. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected] 4Docente IFNMG, doutoranda em Estudos Linguísticos – UFU, coordenadora do projeto. Email: [email protected]

Resumo: Este trabalho descreve o português falado em Pirapora e microrregião no que se refere ao preenchimento do sujeito em orações declarativas e em orações principais. A abordagem teórica seguiu os pressupostos da Sociolinguística Laboviana. A metodologia consistiu na aplicação de questionário para seleção dos informantes para a coleta de dados como escolaridade, renda, sexo, entre outros. Após essa etapa, procedeu-se a gravação e transcrição de entrevistas para montagem do corpus da pesquisa, que seguiu o modelo da Entrevista Sociolinguística. Os principais resultados indicam que os dados analisados caminham junto com o português do Brasil, fazendo a escolha pelo preenchimento do sujeito em detrimento do sujeito nulo e que o fator social escolaridade não interfere nessa escolha linguística. Palavras–chave: Pirapora, português falado, sociolinguística, sujeito

IntroduçãoO presente artigo visa analisar o preenchimento do sujeito no período simples e em orações principais

faladas em Pirapora e microrregião, verificando se o português dessa região segue ou não o mesmo rumo do Português brasileiro (PB), cuja principal característica caminha para a aquisição dos traços de uma língua não-pro-drop, conforme a teoria Chomskyana.

Tendo em vista a credibilidade da pesquisa, baseamos algumas de nossas análises em projetos maiores como os de Duarte (1993) e estudos posteriores, que estuda o distanciamento entre o PB e o Português europeu (PE). Duarte (2003) defende que o PB apresenta índices de preenchimento do sujeito bem superiores aos apresentados pelas chamadas línguas românicas do sujeito nulo, como o italiano, espanhol e a própria variedade europeia de Português.

Os resultados apresentados fazem parte do projeto de pesquisa “O Português Falado no Norte de Minas Gerais – iniciando a conversa em Pirapora e microrregião”.

Material e Métodos Os dados analisados na pesquisa foram previamente elencados a partir de um corpus de entrevistas

transcritas. Para a realização dessas entrevistas, os informantes foram selecionados de acordo com os perfis socioeconômicos previamente traçados por um questionário contendo dados pessoais como sexo, escolaridade (até 8 anos de escolaridade/até 12 anos de escolaridade/ensino superior completo), três faixas etárias (de 17 a 29 anos, de 30 a 59 anos e de 60 anos acima) que seguia o modelo de Entrevista Sociolinguística (TARALLO, 1986; LABOV, 1972).

Após a seleção dos informantes, criou-se um roteiro para orientar os bolsistas na realização das entrevistas. Esse roteiro continha diversos assuntos que tratavam tanto da realidade geral do país quanto da vida pessoal do informante. A importância do roteiro é deixar a entrevista fluida e bem direcionada.

Um dos pontos mais almejados nas entrevistas era a espontaneidade durante a narrativa dos informantes que seguiam com naturalidade. O foco era obter o vernáculo, de modo que os entrevistados não se sentissem inibidos e tendo fidelidade ao modo como a língua é geralmente falada.

Após a coleta das ocorrências do fenômeno linguístico, a quantificação foi realizada. Para tanto, empregamos o programa GOLDVARB 2001 na versão compatível com Windows. Ele foi utilizado para a produção dos resultados numéricos de uma forma em que a análise é feita através dos grupos de fatores e das variáveis dependentes e independentes. O programa produziu relatórios dos resultados obtidos, tornando possível a verificação e comprovação ou não das hipóteses apresentadas.

Resultados e Discussão

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Buscando conhecer a identidade linguística e analisar se a população de Pirapora e microrregião emprega mais o sujeito preenchido, utilizamos o modelo sociolinguístico quantitativo de Labov (1972) que debate as formas linguísticas em diferentes usos na comunidade de fala. Em relação ao fenômeno em estudo, os dados mostraram que os falantes atualizam mais o sujeito preenchido.

Figura 1 preenchimento do sujeito Fonte: elaborado pelos autores

A sociolinguística é um dos ramos da linguística que estuda a língua falada nas situações reais de comunicação, construindo uma relação entre língua e sociedade. Nessa teoria, são observadas as variedades de uso que surgem em função de fatores que podem ser a localização geográfica, classe social e contextos particulares de usos mais ou menos formais em que estão inseridos os falantes dessa língua, como escolaridade. Almejando então utilizar este fator social como objeto de estudo, analisou-se, neste trabalho, se o grau de escolaridade dos informantes interfere no preenchimento ou não do sujeito do PB. Os resultados mostraram que o fator social escolaridade não interfere no preenchimento do sujeito. Isso significa dizer que essa escolha não faz parte somente de contextos formais ou de contextos em que a norma culta da língua portuguesa é valorizada em detrimento de outras variedades.

Figura 2 interferência do grau de escolaridade no preenchimento do sujeito Fonte: elaborado pelos autores

Segundo Mira Mateus (1983, p.224) o sujeito pode ser definido como “(...) função sintática do

constituinte que ocorre com argumento externo do predicador (...)”. Este conceito é preciso e coerente, contudo rebuscado. Buscando simplificar tal afirmação, atinamos ao conceito de Perini (1989, p.73) de que o sujeito pode ser definido como o termo da oração que está em relação de concordância com o núcleo verbal. Diante disso, pode-se dizer que o sujeito harmoniza-se com o verbo.

Sabendo que o sujeito do PB pode ser preenchido tanto com a forma de pronome quanto com formas lexicais, buscou-se analisar se a terceira pessoa (do singular e do plural) tem maior incidência de sujeitos preenchidos do que a primeira pessoa do plural. No entanto, isso não foi constatado nos dados, ou seja, a pessoa gramatical não interferiu na ocorrência de sujeitos preenchidos. De acordo com Duarte (1993), esse fato está diretamente relacionado com a simplicidade que os nossos paradigmas flexionais verbais vêm adquirindo. Na variedade falada no Brasil, as formas verbais para segunda e terceira pessoa do singular e para a primeira pessoa do plural são uma só (Figura 3), graças ao crescente uso da forma “a gente” em detrimento da forma “nós”. Assim, pode-se dizer que a falta de flexão verbal parece ser compensada pelo preenchimento do sujeito.

83%

17%

Sujeito Preenchido Sujeito Não-Preenchido

0%

50%

100%Preenchimento do Sujeito

0

50

100

Grau de Escolaridade

Preenchido

Não Preenchido

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Figura 3 diferença linguística Fonte: elaborado pelos autores

Inglês Português Europeu

Atual Português Brasileiro

I sing Eu canto Eu canto

You sing Tu cantas Você canta

He/She/It sings Ele canta Ele/Ela canta

We sing Nós cantamos Nós/A gente canta

You sing Vós cantais Vocês canta(m)

They sing Eles cantam Eles canta(m)

Figura 4 sujeito mais utilizado Fonte: elaborado pelos autores

ConclusõesOs resultados obtidos apontam que o Português falado em Pirapora e microrregião assinala índices de

preenchimento do sujeito consoantes com o que vem ocorrendo no PB, de modo geral. O fator linguístico pessoa e o fator social nível de escolaridade dos informantes não interferiram no índice de preenchimento do sujeito. Portanto, constatou-se o fato de que o Português de Pirapora e Microrregião e em geral o Português brasileiro têm se tornado uma língua independente, distanciando-se cada vez mais do Português Europeu, e aproximando da estrutura da língua inglesa, como foi apresentado na Figura 3.

AgradecimentosAgradecemos o apoio disponibilizado pelo CNPq, pela FAPEMIG e pelo IFNMG para o

desenvolvimento da pesquisa.

Literatura citadaDUARTE, M. E. L.. Do pronome nulo ao pronome pleno: a trajetória do sujeito no português do Brasil. In: ROBERTS, Ian & KATO, Mary Aizawa (orgs.). Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: UNICAMP, 1993 _________. A evolução na representação do sujeito pronominal em dois tempos. In: PAIVA, Maria da Conceição & DUARTE, Maria Eugênia Lamoglia (orgs.). Mudança linguística em tempo real. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2003. LABOV, W.. Socioliguistic Patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972. MATEUS, M. H. M. et al. A Gramática da Língua Portuguesa. Coimbra: Almedina, 1983. PERINI, M.. Sintaxe portuguesa. Metodologia e funções. São Paulo: Editora Ática, 1989. TARALLO, F.. A Pesquisa Sociolinguística. São Paulo: Editora Ática, 1986.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Preenchimento do sujeito e pessoas gramaticais

Preenchido

Não Preenchido

PP = Pessoa do pluralPS = Pessoa do Singular

1ªPS 2ªPS 3ªPS 1ªPP 2ªPP 3ªPP

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Informática

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AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE RENOVAÇÃO DE MATRÍCULAS NO IFNMG CAMPUS JANUÁRIA

André Fellype Matos Mota1, Hélder Seixas Lima3

1Acadêmico de TADS – IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica da FAPEMIG. E-mail: [email protected].

3Professor do IFNMG/Januária. E-mail: [email protected] Resumo: Este trabalho teve como objetivo apresentar uma análise dos pontos críticos do atual processo de processo de renovação de matrícula do IFNMG Campus Januária e como um sistema de informação pode solucioná-los. Considerando que o sistema SAGU está em implantação no IFNMG, foi feito um estudo que verificou como o SAGU pode colaborar na automação e melhoria do processo de renovação de matrícula. Conclui-se que o SAGU mitiga a maioria dos problemas detectados no processo de renovação de matrícula atual. Palavras–chave: automação de renovação de matrícula, sagu, sistema de gestão acadêmica

Introdução

Mesmo com a evolução e popularização da tecnologia da informação nas últimas décadas, vários setores da economia e também do setor público continuam engatinhando no uso eficaz dos recursos computacionais disponíveis para automação de seus processos. Como exemplo, e objeto deste trabalho, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), campus Januária, vem evoluindo na implantação de sistemas informações, porém, processos essências para boa gestão dos processos acadêmicos ainda são feitos de forma manual, o que tem evidenciado uma grande letargia e aplicação de trabalho humano para atividades burocráticas e repetitivas.

Neste trabalho, busca-se analisar as possíveis soluções para o processo de renovação de matrícula dos alunos dos cursos superiores do IFNMG Campus Januária, atualmente este processo se caracteriza por ser totalmente manual e oneroso para todos os envolvidos: alunos, técnicos da secretaria acadêmica e coordenadores de cursos.

Sabe-se que a secretaria acadêmica do IFNMG Campus Januária está implantando o “Sistema Aberto de Gestão Unificada” (SAGU). Um sistema de gestão acadêmica que se caracteriza por ser livre e que está sendo adotado por várias instituições semelhantes ao IFNMG. Por isso, este trabalho visa analisar as condições para que o SAGU forneça a funcionalidade de renovação de matrícula no IFNMG Campus Januária.

Material e Métodos Para atingir o objetivo proposto foi realizado inicialmente o levantamento das informações do

processo de renovação de matrícula vigente no campus. O levantamento das informações se deu através do estudo do Regulamento de Cursos Superiores do IFNMG Campus Januária.

Com as informações obtidas fez-se uma modelagem desse processo para melhor compreensão. A modelagem foi realizada utilizando a notação BPMN2 com o apoio da ferramenta BizAgi3.

Objetivando a detecção da satisfação dos envolvidos com o atual processo de renovação foi aplicado um questionário.

Com todas as informações coletadas até este ponto, foi realizada uma análise dos aspectos negativos detectados no atual processo de renovação de matrículas.

O sistema de gestão acadêmica SAGU, que está em implantação no IFNMG, foi estudado e uma análise da sua aplicação para mitigar os aspectos negativos detectados no atual processo foi realizada. Por fim, os resultados obtidos foram analisados.

Resultados e Discussão

Foi feita uma análise do processo de renovação de matrícula do IFNMG Campus Januária. E também se analisou este processo fazendo um questionário, considerou-se uma amostragem de 40 alunos, que através dele se pôde analisar o nível de satisfação com o processo. As evidencias obtidas mostraram que a maioria dos alunos não está totalmente satisfeitos com o processo no qual 42,5% o avaliam como ruim ou péssimo e

2 Business Process Model and Notation: Consiste basicamente em uma linguagem gráfica para

modelagem de processos de negócio. Documentação disponível em: http://www.bpmn.org/ 3 Software para modelagem de processos de negócio. Disponível em: http://www.bizagi.com/

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30% como regular. Tendo como as principais observações apresentadas o fato do processo ser demorado, com muita burocracia e muito susceptível às falhas que acabam prejudicando o aluno. E através dessas analises pôde-se constatar os aspectos negativos do processo de renovação de matrícula:

1. Falta de segurança: Os dados são mantidos apenas de forma física e não há uma cópia de segurança, caso haja algum evento anormal que leve a perda dos dados o processo deve ser iniciado novamente.

2. Validação dos dados limitada: Existem regras da instituição de ensino que regem a renovação de matrícula dos alunos. Aspectos como carga horária máxima, pré-requisitos, horário das turmas, número máximo de disciplinas optativas e número máximo de vagas em uma turma ficam de difícil validação no momento da solicitação de matrícula, pois, trata-se de um processo totalmente manual. Falhas na validação dos dados nesse sentido são comuns e acabam requerendo correções futuras.

3. Falta de agilidade: Os alunos e professores somente têm a confirmação dos alunos matriculados em uma turma após liberação dos diários de cada turma. E o tempo médio para se confeccionar os diários no atual processo tem sido de dois meses. A justificativa para tal letargia é pelo motivo da transcrição dos formulários de matrícula para o sistema de diários ser totalmente manual e trabalhosa. Tem que se considerar também a força de trabalho limitada dos técnicos do setor para realizar a tarefa de lançar os dados de cerca de 700 solicitações de matrículas por semestre.

4. Exigência de presença física: O processo de renovação de matrícula exige a presença física do aluno na secretaria acadêmica. O que se percebe é que tal situação provoca uma insatisfação nos discentes que desejam se ausentar da cidade do campus tão logo inicia o período de férias.

5. Oneração do trabalho do servidor: O trabalho destes profissionais é onerado por tarefas nitidamente burocráticas que são executadas de forma manual, pois, o atual processo não há nenhum nível de automação.

O sistema de gestão acadêmica SAGU está sendo implantado no IFNMG por etapas. Até o término desta pesquisa ele ainda não era utilizado no processo de renovação de matrícula, mas, já era adotado para armazenar o histórico do aluno e lançamento de notas.

Apresentamos na tabela abaixo uma síntese de como o sistema SAGU pode mitigar os problemas detectados no processo de renovação de matrícula.

Problema detectado no processo de renovação de matrícula SAGU resolve o problema?

1. Falta de segurança dos dados Parcialmente

2. Validação dos dados limitada Parcialmente

3. Falta de agilidade Sim

4. Exigência de presença física Sim

5. Oneração do trabalho do servidor Sim

Conforme o levantamento apresentado na tabela acima nota-se que o SAGU mitiga a maioria dos problemas detectados no processo de renovação de matrícula.

O SAGU é um sistema de informação com uma base de dados robusta e que permite aos técnicos do departamento de tecnologia da informação implantar processos para criação de cópia de segurança dos dados, isso cria condições para reduzir o risco de perda de dados e o retrabalho, caso o pior ocorra. Dessa forma, ele mitiga o problema da falta de segurança dos dados detectado no atual processo, porém, por ser um sistema web, cria uma série de questões técnicas que agrava a exposição dos dados para um eventual ataque ao sistema por via digital. Por essas questões, considera-se que o problema da segurança de dados é solucionado parcialmente.

O problema da validação de dados foi considerado de solução parcial, pois, o SAGU é um sistema genérico para diversas instituições de ensino. Ele não foi implementado para atender todos requisitos do IFNMG, por isso, mesmo sendo um sistema altamente parametrizável ele pode ter alguma limitação na validação dos dados para renovação de matrícula. A vantagem é que esse é um sistema de código-fonte aberto, o que possibilita uma customização pela própria instituição. Para definir claramente quais são as

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limitações nesse aspecto seria necessário um estudo detalhado de cada condição para validação dos dados da renovação de matricula, tarefa que não foi realizada neste trabalho por limitações técnicas e de tempo.

A falta de agilidade, exigência de presença física e oneração do trabalho do servidor são mitigadas com o SAGU, que por ser um sistema que automatiza todo o processo de renovação de matrícula em ambiente web torna o processo muito mais ágil e menos burocrático.

Conclusões A automação do processo de renovação de matrícula do IFNMG Campus Januária com o SAGU

aparenta ser viável, pois, foi constado que ele pode auxiliar no aumento da agilidade do processo, segurança dos dados e solucionar vários problemas corriqueiros detectados no atual processo que se caracteriza por ser manual e oneroso aos envolvidos.

Deve-se destacar que para garantir o sucesso na sua implantação no processo de renovação de matrículas o SAGU deve ser adaptado para atender todas as especificidades que o regulamento de cursos superiores do IFNMG exige. A adaptabilidade do SAGU ao processo é viável por dois motivos fundamentais: ele é um sistema que foi implementado com a virtude de ter um alto nível de parametrização e também por ser um sistema de código-fonte aberto que possibilita a adequação do software aos mínimos detalhes do IFNMG.

Agradecimentos Agradeço ao IFNMG e FAPEMIG pelo apoio dado à pesquisa. E ao meu orientador Hélder Seixas

Lima pela orientação no trabalho.

Literatura citada IFNMG. IFNMG repassa experiência com sistema de gestão acadêmica a três Ifs. Disponível em http://www.ifnmg.edu.br/component/content/article/25-portal/reitoria/portal-noticias-2011/1208-ifnmg-repassa-experiencia-com-sistema-de-gestao-academica-a-tres-ifs, acesso 21 fev. 2013. MOURA, Ricardo; BERNARDINO, Jorge. Um modelo para a integração de serviços: Moodle e Sistemas de Gestão Académica. Revista Ibérica de Sistemas e Tecnologia da Informação, Porto, n. 5, p. 31-44, junho 2010. SEMEDO, Flávio de Jesus Vieira. Sistema de Gestão Universitária: Implementação e Customização do Módulo Financeiro. 2009. 88 f. Monografia (Licenciatura em Tecnologia da Informação e Comunicação) – Universidade de Cabo Verde, Cabo Verde. Disponível em http://www.portaldoconhecimento.gov.cv/bitstream/10961/2063/1/Relatorio.pdf acesso em 21 fev. 2013. SOLIS. Projeto SAGU. Disponível em http://www.solis.org.br/projetos/SAGU, acesso 21 fev. 2013.

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COMPARATIVO TÉCNICO ENTRE TECNOLOGIAS DE BANCO DE DADOS: RELACIONAL, NOSQL E NEWSQL

Aricélio de Souza Fernandes¹, Petrônio Cândido Lima e Silva²

¹Acadêmico de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – IFNMG/Januária. Email: [email protected]. ²Professor do IFNMG/Januária, Mestre em Informática. Email: [email protected].

Resumo: Este artigo visa comparar três modelos de banco de dados: o modelo relacional clássico, os modelos NoSQL emergentes e o NewSQL, este último uma nova tendência no mercado e ainda sem conceito formal. Demonstram-se suas principais características sob o ponto de vista da indústria elencando ainda vantagens e desvantagens em diferentes situações de uso e perspectivas futuras de adoção das tecnologias emergentes. Palavras-Chave:modelo relacional, newsql, nosql

IntroduçãoNa atualidade diversas tecnologias de bancos de dados estão surgindo com o objetivo de conseguir

armazenar grandes volumes de dados distribuídos com grande eficiência e ainda manter as propriedades transacionais ACID. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é comparar as tecnologias de banco de dados: Relacional, NoSQL e NewSQL. Mostrando as vantagens e desvantagens de cada uma e em qual cenário cada tecnologia melhor se adequa.

Materiais e Métodos

Quanto a metodologia, este trabalho é um levantamento teórico a partir de levantamento bibliográfico, de artigos e surveys, sobre bancos de dados não relacionais e novas tendências em bancos de dados relacionais.

Resultados e DiscussãoO modelo relacional foi criado por Edgar Frank Codd em 1970 e se baseia no conceito de entidade e

relação, uma entidade pode ser entendida como uma tabela, onde as colunas são os campos da tabela e as linhas os registros.

Umas das principais características das transações no modelo relacional são as propriedades ACID. • A – Atomicidade:Todas as operações da transação são executadas, ou seja, a transação será

executada por completo ou não será executada. • C – Consistência:Após uma transação ter sido concluída, o banco de dados deve permanecer em um

estado consistente, ou seja, deve satisfazer as condições de consistência e restrições de integridade previamente assumidas.

• I – Isolamento: Uma transação não será interferida por outras transações concorrentes, é isolada das demais.

• D – Durabilidade:Uma vez que uma transação ocorra com sucesso, seu efeito não poderá ser desfeito, mesmo em caso de falha.

Com o advento da internet, a necessidade de expandir a capacidade de armazenamento e aumentar o desempenho dos bancos de dados demandou uma nova arquitetura de SGBD's com alta escalabilidade horizontal, maximizando a eficiência de leitura de dados em detrimento da rigidez do esquema de dados e das verificações de integridade e consistência. O modelo ACID era um empecilho para a ampla distribuição dos bancos de dados relacionais. O teorema CAP, proposto pelo Dr. Eric Brewer, diz que para qualquer sistema distribuído é preciso escolher entre Consistência Forte ( C), alta disponibilidade ( A ) e tolerância a particionamento dos dados na rede ( P ). Segundo o teorema CAP, entre as três propriedades, somente duas podem ser garantidas ao mesmo tempo. Assim os sistemas distribuídos foram divididos em 3 tipos:

• Sistemas CP: São sistemas que optam por ter Consistência forte e tolerância ao particionamento e devido a isso abrem mão da disponibilidade. Não quer dizer que nunca ficarão disponíveis, mas sim que o sistema não estará disponível 100% do tempo.

• Sistemas CA: São sistemas que tem Consistência forte e alta disponibilidade, mas devido a isso, não sabem lidar com uma possível falha de uma partição (Problema que seria resolvido com a Tolerância ao Particionamento).

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• Sistemas AP: São sistemas que jamais podem ficar off-line portanto não podem sacrificar a disponibilidade. Assim para ter alta disponibilidade e tolerância ao particionamento é sacrificado a Consistência.

O movimento NoSQL foi iniciado por Carlo Strozzi em 1998 e consiste em bancos de dados não-relacionais, bancos que não são orientados a tabelas. Surgiu com o objetivo de atender a novas necessidades das aplicações atuais, onde se é preciso uma velocidade de processamento muito alta em grandes volumes de dados.

O movimento NewSQL surgiu a partir de um relatório sobre as novas alternativas para gestão de informação, feito pela empresa de análise de mercado 451 Group em 2011. O movimento veio com o objetivo de tentar agregar as características dos modelos NoSQL para bancos de dados relacionais, estender os benefícios do modelo relacional para arquiteturas distribuídas ou melhorar o desempenho dos bancos de dados SQL até que não seja mais necessário aumentar a capacidade dos servidores. Na figura 1 é representado o Teorema CAP, mostrando suas propriedades.

Figura 1 Representação do Teorema CAP

Contudo isso ainda é um conceito, atualmente não existem tecnologias de bancos de dados que consigam oferecer consistência, disponibilidade e tolerância ao particionamento 100% do tempo. Na tabela 1 demonstra-se a comparação entre os bancos de dados relacionais, NoSQL e NewSQL em relação as propriedade mais requisitadas pelas aplicações web atuais.

Tabela 1 Comparação das principais propriedades dos modelos de banco de dados

Característica Relacional NoSQL NewSQL Esquema Rígido Flexível Flexível Transações ACID Sim Não Sim A – Atomicidade Sim Não Sim C – Consistência Sim Não Não I – Isolamento Sim Sim Sim D – Durabilidade Sim Não Sim CAP CA AP CAP Replicação Sim Sim Sim Particionamento Vertical Sim Não Não Particionamento Horizontal Não Sim Sim Sharding Não Sim Sim

ConclusõesConclui-se que os três modelos possuem aplicações para cenários distintos. O modelo relacional é

mais indicado para ambientes onde a consistência e integridade dos dados é primordial. O modelo NoSQL objetiva ganho de desempenho pela distribuição de dados e abre mão da consistência rígida do modelo ACID, sendo mais indicado para cenários com alta demanda por escalabilidade e desempenho sem alto nível de consistência. O modelo NewSQL pretende ser uma junção das características do NoSQL com o modelo

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relacional, mas isso ainda é um conceito, atualmente não existe uma tecnologia que consiga unificar todas as características do modelo NoSQL com o modelo relacional. Hoje o NewSQL consegue oferecer para bancos de dados originários do modelo relacional, a escalabilidade e o alto desempenho, características do NoSQL. Mas não consegue manter 100% de consistência em suas transações, característica do Modelo relacional.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFNMG pelo apoio dado a pesquisa.

Literatura citadaLEITE, Gleidson Sobreira. Análise Comparativa do Teorema CAP Entre Bancos de Dados NoSQL e Bancos de Dados Relacionais. Fortaleza, 2010. Disponível em: <http://www.ffb.edu.br/sites/default/files/tcc-20102-gleidson-sobreira-leite.pdf>.Acesso em: 29 out. 2013. STEPPAT, Nico. NoSQL – Do teorema CAP ao P? (A|C):(C|L). Dez, 2011. Disponivel em: <http://blog.caelum.com.br/nosql-do-teorema-cap-para-paccl/>. Acesso em: 29 out. 2013. VENKATESH, Prasana, S, Nirmala. NewSQL – The new Way toHandle Big Data. Jan, 2012. Disponível em: <http://www.linuxforu.com/2012/01/newsql-handle-big-data/>. Acesso em: 29 out. 2013. RIBEIRO, Fernando. NoSQL, NewSQL e Além. Jun. 2011. Disponível em: <http://www.infoq.com/br/news/2011/06/newsql>. Acesso em: 29 out. 2013. SURIAN, Jorge, NICOCHELLI, Luiz. Apostila de Banco de Dados e SQL. Out, 2012. Disponível em: <ftp://ftp.sm.ifes.edu.br/professores/EduardoSilva/Integrado/Mecanica/Apostila%20de%20Banco%20de%20Dados%20e%20SQL.pdf>. Acesso em: 29 out. 2013.

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE METODOLOGIAS DE MODELAGEM DE DADOS PARA DATA WAREHOUSE: MER, MODELAGEM DIMENSIONAL E DATA VAULT

Aline Ferreira da Conceição1, Petrônio Cândido de Lima e Silva2

1Acadêmico de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas– IFNMG/Januária. Voluntária de Iniciação Científica. E-mail: [email protected]. 2Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Informática. Email: [email protected]

Resumo: Este artigo, tem como objetivo principal comparar as metodologias de modelagem para DataWarehouse, entre as propostas de Bill Inmon (Modelo Entidade Relacionamento), Ralph Kimball (Modelo Dimensional) e Dan Linstedt (Data Vault). Por meio da análise de material bibliográfico, implementação e testes dos modelos em questão, foram definidas as situações onde cada um melhor se adequa, de forma a viabilizar os resultados almejados com a implantação de um DataWarehouse. Palavras–chave: data vault, data warehouse, entidade-relacionamento, modelagem dimensional

IntroduçãoAtualmente a gerência eficiente da informação, é um dos maiores desafios de uma organização. Em

razão disto organizações de todo o mundo estão utilizando Business Intelligence (BI) com infraestruturas de Data Warehouse (DW) para vencer este desafio.

Um DW nada mais é que uma base de dados que integra e gerencia o fluxo de informações dos bancos de dados dos diferentes ambientes da empresa, dando suporte ao processo de tomada de decisão em razão de sua capacidade de sumarizar dados e gerar relatórios.Entretanto, uma modelagem de dados eficiente é fundamental para o seu bom desempenho. Com base neste aspecto, este trabalho tem como principal objetivo comparar as metodologias de modelagem para DataWarehouses, entre as propostas deINMON(2005) defensor do Modelo Entidade Relacionamento, KIMBALL (1998) criador do Modelo Dimensional e LINSTEDT(2000) criador da Data Vault.

Material e MétodosEste trabalho é resultado de um levanto bibliográfico em artigos e surveys sobre técnicas de

modelagem de Data Warehouse, a partir dos quais foram implementados modelos de dados e realizados testes qualitativos.

Resultados e DiscussãoO Modelo de Entidade Relacionamento(MER) criado por CHEN(1976) é defendido por

INMON(2005) como a metodologia correta para modelagem de Data Warehouses. Esta modelagem tenta representar estruturas de dados o mais próximo da realidade, onde uma entidade serve para representar um objeto do mundo real e os relacionamentos tratam-se da interação entre esses objetos, ou seja indicam as ações que uma entidade exerce sobre a outra, conforme representado na Figura 1.

O Modelo Dimensional – DM (do inglês Dimensional Modeling) desenvolvido por KIMBALL(1998), é o nome de uma técnica de desenho lógico, comumente usada para Data Warehouse. Todo modelo dimensional é composto por tabelas chamadas de FATOS, que armazenam valores (medidas) associados a uma determinada transação do negócio, e um conjunto de tabelas chamadas DIMENSÕES onde são armazenados atributos nominas que descrevem a transação, conforme Figura 2.

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Figura 1- Representação Modelo Entidade Relacionamento

Figura 2- Representação Modelo Dimensional O Data Vault foi concebido por LINSTEDT(2000) e permite a armazenagem funcional e histórica de

longo prazo de dados de maneira acumulativa. Este tipo de modelagem tenta resolver o problema de lidar com a mudança no ambiente, separando as chaves do negócio (que não sofrem mutações tão frequentemente, por identificar uma entidade empresarial), estas chaves e os metadados que descrevem sua origem são armazenadas em uma tabela denominada HUB, as ligações entre as chaves do negocio são denominadas de LINKS. Em tabelas do tipo SATELLITES são armazenados atributos descritivos que referem-se aos hubs e a origem de suas ligações, representados na Figura 3.

Figura 3 Representação Data Vault

ConclusõesDesde quando foi proposto por KIMBALL(1998), o modelo dimensional tem sido amplamente

utilizado no desenvolvimento de Data Warehouses em razão de se obter um excelente desempenho, no que se refere as consultas e análise de um grande volume de dados, quando implementado em uma arquitetura do tipo bottom-up, em que primeiro são concebidos os data marts a partir dos quais é gerado um DW.

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O MER possui um ótimo desempenho em operações como inserção, alteração e exclusão de dados, e se mostra eficaz nas atividades relativas a mineração de dados, e é adequado quando a implantação do Data Warehouse se faz por meio de uma arquitetura do tipo top-down, onde primeiro é desenvolvido o DW e posteriormente Data Marts que são construídos de acordo com as características e particularidades de cada área do negócio.

O modelo Data Vault é indicado quando o DW sofre alterações constantes e é preciso manter a rastreabilidade e a auditoria, porém se faz desnecessário em empresas muito pequenas.

Contudo a escolha de qual modelagem utilizar deve vir acompanhada de uma análise das necessidades do negócio, de maneira a selecionar a que melhor se adeque ao ambiente empresarial em questão, de maneira atender os objetivos almejados com a implantação de um DW, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 Comparativo entre metodologias de modelagem de dados.

CARACTERISTICAS MODELO RELACIONAL

MODELO DIMENSIONAL

DATA VAULT

ORIENTAÇÃO

Detalhes Operacionais

Análise Estratégica

Acompanhamento Histórico

ELEMENTOSEntidade

Relacionamento

Fatos e Dimensões

Hubs, Links, Satélites

NÍVEL DE DETALHES

Alto

Baixo

Alto

REDUNDÂNCIA

Baixa

Alta

Média

RASTREABILIDADE

Baixa

Média

Alta

Agradecimentos

Agradecemos ao IFNMG pelo apoio dado à pesquisa.

Literatura citadaCHEN, Peter Pin-Shan. The entity-relationship model—toward a unified view of data. ACM Transactions on Database Systems (TODS), Special issue: papers from the international conference on very data base 1976. INMON, William H. Building the data warehouse. 4. ed. Wiley. Com, 2005. 576p. KIMBALL, Ralph. The data warehouse lifecycle toolkit: expert methods for designing, developing, and deploying data warehouses. 1. ed. Wiley.com 1998. 800p. LINSTEDT, Dan. "Data Vault Series 1 – Data Vault Overview".Data Vault Series.The Data Administration Newsletter, 2002.

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IMPLANTAÇÃO DE UMA INFRAESTRUTURA DE BUSINESS INTELLIGENCE NO IFNMGBASEADO EM COMPONENTES DE CÓDIGO ABERTO

Rodrigo Azevedo Martins1, Maike Jordan Rodrigues da Silva², Petrônio Cândido de Lima e Silva³

1Acadêmico de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas– IFNMG/Januária. Bolsista de Iniciação Científica. Email: [email protected]. 2Acadêmico de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas-IFNMG/Januária. Voluntário de Iniciação Científica. Email: [email protected]. 3Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. Informática. Email: [email protected] Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar o processo de implantação de uma solução de BI de baixo custo, utilizando uma ferramenta Open Source, que foi realizada no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária. A plataforma escolhida foi a Pentaho por englobar todas as fases de um BI, o Pentaho é um projeto desenvolvido na linguagem Java e existe em duas versões, PentahoCommunityEdition (CE) e Pentaho Enterprise Edition (EE), a primeira tem suporte da comunidade Pentaho, a segunda versão é comercial e possui suporte da empresa Pentaho. Palavras–chave: business intelligence, data warehouse, data mart, ifnmg

Introdução Atualmente a quantidade de dados gerados dentro das organizações, sua gerência eficiente e o seu

processamento para transformá-los em informação útil é um dos maiores desafios da Tecnologia da Informação. No Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – IFNMG, em particular no Campus Januária, esse cenário é visível, diversos setores ainda não possuem informatização completa.

Para facilitar a integração e tratamento desses dados é possível utilizar uma ferramenta de Business Intelligence - Inteligência de negócios em português, que se refere ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios.

“Business Intelligencerepresentaa habilidade de se estruturar, acessar e explorar informações, normalmente guardadas em Data Warehouses e Data Marts, com o objetivo de desenvolver percepções, entendimentos, conhecimentos, os quais podem produzir um melhor processo de tomada de decisão”. (BARBIERE, 2001).

Uma solução de BI é composta de diversos componentes lógicos e processos de integração entre esses componentes. O primeiro componente são as origens de dados compostas pelos sistemas utilizados pela organização. Conforme SILVA (2008), o “DataWarehouse é utilizado para armazenar informações relativas às atividades de uma organização em bancos de dados, de forma consolidada. O desenho da base de dados favorece os relatórios, a análise de grandes volumes de dados coletados dos sistemas transacionais (OLTP) e a obtenção de informações estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão”. Os DataMarts - DM são uma subdivisão lógica do DW. O DW é modelado utilizando a técnica de Modelagem Dimensional que especifica basicamente dois tipos de tabelas: dimensões (que contém dados descritivos) e os fatos (que contém dados quantitativos associados às dimensões). O Processo de Extraction, TransformationandLoad – ETL é responsável por ler os dados das origens de dados, transformá-los e adapta-los ao modelo dimensional e por fim gravá-los no DW. Os dados já armazenados no DW são acessados pelos usuários do BI através de ferramentas analíticas como os Cubos OLAP (relatórios dinâmicos), relatórios, gráficos e dashboards (paineis informativos).

Dentre as diversas ferramentas de BI, o PentahoCommunityEdition é uma suíte de softwares gratuitos e de código aberto que inclui ferramentas de relatório, análises (OLAP), dashboards, data mining e data integration (ETL), permitindo acesso e integração com webservices.

Neste artigo demonstramos a implantação do datamart Biblioteca utilizando a ferramenta Pentaho CE pois oferece suporte para a execução dos processos de um Business Intelligence citados acima além de apresentar grande flexibilidade e independência de plataformas, alta confiabilidade e segurança.

Material e Métodos Para a realização da pesquisa foram coletados dados em planilhas de cálculo da Biblioteca do IFNMG

Campus Januária. O data warehouse foi implementado no SGBD MySql, o processo de ETL foi implementado utilizando o PDI – Pentaho Data Integration, os cubos OLAP foram implementados com a ferramenta PSW – PentahoSchema Workbench.

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Resultados e Discussão A primeira etapa do trabalho consistiu na modelagem dimensional do datamart da Biblioteca,

apresentada na figura 1. Foram levantadas as dimensões Pessoas, Origem, Biblioteca, Campus, Curso, Area(Curso), Tempo, Autor, Obra, TipoObra, Editora, AreaConhecimentoObra. Logo após foi definido o fato Exemplar, contendo como medida(indicador de negócio) a quantidade de determinado livro na

biblioteca. Figura 1Modelagem dimensional do data martBiblioteca

Os dados de origem estavam armazenados em planilhas de cálculo do Microsoft Excel e foram exportadas para o formato CSV, extraindo apenas os dados e mantendo a confiabilidade das fórmulas contidas nas planilhas.Cada planilha originalmente continha os empréstimos e usuários, exemplares e obras relacionadas para cada mês do ano.

Normalmente o processo de ETL é periódico, sendo agendado no servidor de Business Intelligence para execução. Como os dados foram todos coletados em bloco o processo de ETL foi executado uma única vez alimentando todo o DW.

Para alimentar o datamart com os dados coletados foi implementado o processo de ETL utilizando a ferramenta PDI. Para cada dimensão e fato do datamart foi implementada uma transformation, que é um arquivo XML que contém todas as instruções de leitura dos dados de origem, transformação de dados e carregamento dos dados do data warehouse. Cada etapa do processo é chamada de Step, e cada step executa uma operação sobre um conjunto de dados e os steps são conectados por fluxos de dados conhecidos como hops. Para coordenar de execução de todas as transformations é criada um job, que é um arquivo XML que indica a ordem e o fluxo de controle.

Para possibilitar o acesso e consulta dos dados contidos no DW foram implementados cubos OLAP utilizando a ferramenta PSW – PentahoSchema Workbench. O cubo é um arquivo XML que contém toda a estrutura multidimensional do datawarehouse especificando cada dimensões comuns, cubos, fatos e métricas. Para cada dimensão são especificados os níveis hierárquicos, as tabelas e campos do banco de dados. Para cada cubo são especificadas as dimensões que serão utilizadas e as métricas bem como as tabelas de origem de dados.

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Por fim os cubos são exportados para o BI Server e são acessados pelo PUC – PentahoUser Console.

Serão criados perfis de acesso para os usuários validarem a solução implementada e por fim será liberado o acesso ao público.

Conclusões Conclui-se que a implantação de um portal de Business Intelligence no IFNMG – Campus Januária

facilitará todo o sistema de planejamento estratégico e tomada de decisões para o Corpo Docente e Diretores desta Instituição.

Atualmente os setores da Biblioteca e da Secretaria Acadêmica gerenciam alguns processos utilizando planilhas de cálculo e após o término da implantação do sistema as informações que antes eram demoradas e de difícil acesso se tornaram rápidas, acessíveis e de fácil aquisição.

Agradecimentos Agradecemos ao IFNMG pelo apoio e financiamento dado à pesquisa.

Literaturacitada BARDSIRI, A. K.; HASHEMI, S. M. Open Source Business Intelligence Tools: A Review, InternationalResearchJournalof Computer Science EngineeringandApplications, v. 1, p. 164-168, 2012. Disponivelemhttp://www.irjcsea.org/vol1issue3/paper27-.pdf> Acessado em 24/09/2013. SILVA, L. F. et al. Business Intelligence nas Escolas Publicas do Estado do Paraná. 2008. Disponível em: <http://www.c3sl.ufpr.br/prd/artigos/wsl08 BI.pdf>. PENTAHO. PentahoCommunity Home. 2013. Disponível em http://community.pentaho.com/.. Acessado em 01/10/2013. IFNMG. Estatuto. [S.l.], Agosto 2009. Disponível em: <http://documento.ifnmg.edu.br/action.php?kt path info=ktcore.actions.document.viewfDocumentId=1801> Acessado em 01/10/2013. IFNMG. Plano De Desenvolvimento Institucional. Montes Claros, Junho 2009. Disponível em:<http://documento.ifnmg.edu.br/action.php?ktpath info=ktcore-.actions.document.viewfDocumentId=527>. Acessado em 20/09/2013. IFNMG. Plano Diretor de Tecnologia da Informação 2011-2012. Montes Claros, Julho 2012. Disponível em: <http://documento.ifnmg.edu.br/action-.php?ktpathinfo=ktcore.actions.document.viewfDocumentId=3463>. Acessado em 01/10/2013.

Figura 2: Exemplo de implementação do processo de ETL utilizando o PentahoCE

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NÚMEROS INTEIROS APLICADOS À CRIPTOGRAFIA DE DADOS

Jhony Rodrigues Aguilar1,Jamille Lisboa Silva1, João Victor Quaresma1, Sarah Botelho Moreira2, Samuel Chaves Dias3.

1Estudante do curso Técnico em Informáticado IFNMG/Almenara e Pesquisador BIC do CNPq ou FAPEMIG. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]. 2Estudante do curso Técnico em Informática e Pesquisador Voluntário do IFNMG-Campus Almenara.Email: [email protected]. 3Professor do IFNMG/Almenara, Mestre Coordenador do Projeto de pesquisa.Email: [email protected].

Resumo: O projeto foi criado objetivando estudar as propriedades dos Números Inteiros e suas aplicações ao método de criptografia conhecido como RSA, os alunos do curso Técnico em Informática participantes do projeto tiveram a oportunidade de desenvolver conhecimentos de Matemática e de Informática que são utilizados nesse método e na investigação de sua segurança. A pesquisa foi realizada de acordo com o seguinte roteiro: Introdução aos conhecimentos matemáticos (Aritmética), aprendizado de alguns métodos de criptografia, em especial o RSA, criação de softwares para fatoração de números inteiros e de implementação do métodos aprendidos em linguagem C++. O método mais estudado foi o RSA, ao estudar os algoritmos de fatoração de números inteiros o resultado obtido foi a confirmação que a fatoração de números inteiros muito grandes em geral é muito trabalhosa, e que a segurança do método RSA depende muito dessa dificuldade de fatoração. Chegando à conclusão de que esse método é seguro enquanto não houverem algoritmos eficientes de fatoração de números inteiros ou computadores que sejam suficientemente potente para executar os algoritmos já existentes em tempo hábil. Palavras–chave:Criptografia RSA,Teorema de Euler, Teoria de Números

IntroduçãoOs processos pelos quais informações enviadas eletronicamente são codificadas/decodificadas

dependem de maneira crucial, do uso da matemática. Nesse ponto entram em cena as propriedades dos números inteiros, quem as conhece e as domina tem em mãos ferramentas poderosas para entender, usar e criar métodos de criptografia.

Dentro dessa perspectiva nasceu esse projeto de iniciação científica com o objetivo de estudar os números inteiros e entender a sua influência e importância no método de criptografia de chaves públicas, conhecido como RSA.

Material e MétodosO projeto foi desenvolvido no IFNMG-Campus Almenara. A pesquisa se deu através de consulta a

material bibliográfico e apresentação de seminários abordando os seguintes assuntos: • História da Criptografia; • Números Inteiros; • Algoritmo da Divisão de Euclides e Divisibilidade; • Crivo de Erastóstenes; • Fatoração de Inteiros: existência e unicidade; • O teorema de Fermat; • Função de Euler; • Aritmética Modular; • Inversos Modulares; • Teorema Chinês dos Restos; • Criptografia RSA.

Em paralelo ao estudo, foram criados softwares aplicativos em linguagem C++, para testar ou aplicar os conceitos apresentados.

Resultados e DiscussãoO desenvolvimento desse projeto propiciou ao grupo uma experiência muito interessante, no sentido

de evidenciar o papel da Matemática dentro de outras Ciências, nesse caso dentro da Ciência da Computação. Por diversas vezes propriedades ou resultados que são puramente matemáticos, se mostram extremamente

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importantes para uma determinada área do conhecimento, que a princípio não tinha ligações tão visíveis com a Matemática.

No caso do método RSA, é notável que toda sua segurança baseia-se na dificuldade de obtenção da chave privada. Mesmo conhecendo-se a chave pública a descoberta da chave privada está relacionada à fatoração de números inteiros. Tais fatorações são realizadas através do uso de algoritmos, que atualmente não são considerados eficientes em questão de tempo. Dentre os algoritmos estudados e implementados pelo grupo estão o Algoritmo Ingênuo de Fatoração e o Algoritmo de Fermat. O primeiro é eficiente na fatoração de um número inteiro “n”, quando esse apresenta fatores pequenos, isto é menores que “√n”. O segundo por sua vez apresenta eficiência nos casos em que os fatores de “n” estão próximos à “√n”.

ConclusõesObtiveram-se conclusões já esperadas, feita a escolha de “n” suficientemente grande e respeitando

alguns critérios bem ajustados, para evitar números que são facilmente fatorados, o método é considerado seguro do ponto de vista matemático, no que se refere a obtenção da chave privada através de fatoração. Entretanto textos estudados fazem menção à ataques ao método denominados temporais, que não estão ligados diretamente à fatoração de “n” e sim a quantidade de tempo e consequentemente de operações que o computador utiliza para codificar certa informação. Esse tipo de ataque ainda não foi objeto de estudo do grupo.

Um resultado importante para a equipe é a consciência do papel da Matemática como estrutura e como instrumento em diversas Ciências, levando a conclusão de que conhecer essa Ciência é um passo fundamental no desenvolvimento das outras.

Agradecimentos

Ao IFNMG, CNPq e FAPEMIG por ofertar bolsas de Iniciação Cientifica, aos estudantes envolvidos na pesquisa. Ao professor José Rui Castro de Souza pelas valiosas contribuições ao grupo na área de programação.

Literatura citadaCOUTINHO, S.C. Números inteiros e criptografia RSA. Série de Computação e Matemática n.2. 2.ed.IMPA e SBM, 2000. 213p. POLCINO M. C.; COELHO, S. P.; Números: Uma introdução à matemática. 3.ed. São Paulo, Edusp, 2001. 240p. KOBLITZ, N. A course in number theory and cryptography, Graduate Texts in Mathematics 97. Springer Verlag, 1987. 232p. HEFEZ, A. Elementos de Aritmética.Sociedade Brasileira de Matemática. 2.ed. SBM,2005. 169p.

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OTIMIZAÇÃO DO PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS COMPACTAS

Matheus Henrique de Oliveira Aguiar1, Thais Sales Gonçalves1, Douglas Ângelo Teixeira2, Luís Antônio Guisso2

1Estudante do curso Técnico em Informática – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Email: [email protected]; [email protected]. ²Professor do IFNMG/Montes Claros. E-mail: [email protected]; [email protected]

Resumo:Este artigo tem o objetivo de relatar as atividades iniciadas no projeto de Iniciação Científica Júnior Otimização de Linhas de Transmissão, desenvolvido no Instituto Federal do Norte de Minas – IFNMG Campus Montes Claros, que visa aprimorar os cálculos necessários na seleção de um condutor, integrando assim duas áreas: Informática e Engenharia Elétrica.Ultilizamos a linguagem de programação JAVA para implementação do programa que viabilizou a aplicação do que foi estudado, deixando a realização dos cálculos mais rápida,eficaz eacessível. Além de ultilizarmos o JAVA para a modelagem matemática do problema, o MySql também foi usado para o projeto do Banco de Dados, que receberá e armazenará as informações passadas pelo administrador do programa. Palavras–chave: faixa de passagem,linha de transmissão, otimização

IntroduçãoA Linha de Transmissão Aérea (LTA) é um circuito elétrico que interliga diferentes tipos de

subestações. Esse tipo de transporte de energia elétrica é considerado como linha de transmissão quando a tensão da linha deve ser igual ou superior a 138kV. Abaixo desses valores, temos linhas de subtransmissão e distribuição. As LTA têm como função transportar energia elétrica a longas distâncias. A entrega desta energia ao consumidor torna-se complexa com o aumento crescente da população, aliada às restrições de se levar energia elétrica aos centros urbanos. Assim, diversos estudos buscam métodos mais eficientes de transportar blocos maiores de energia ocupando o menor espaço possível. Então, faz-se necessário o projeto de linhas de transmissão para transportarem energia em alta tensão dentro do trecho urbano ocupando faixas de passagem reduzidas. No entanto, inúmeras questões técnicas devem ser examinadas, como os tipos de cabos utilizados, . Assim, o objetivo deste trabalho é desenvolver um software que auxilie o dimensionamento de uma linha de transmissão aérea (LTA), avaliando as restrições de distâncias elétricas e altura cabo solo e minimizando a largura da faixa de servidão. Neste trabalho utiliza-se a linguagem Java, para a implementação da modelagem matemática do sistema com os cálculos das restrições, função e objetivo, utiliza-se também o Mysql para a implantação do banco de dados sobre os tipos de isoladores, tipos de condutores e topologias das torres.

Material e MétodosPara criação de uma medida que viabilizou a otimização propriamente dita, foram feitas pesquisas

para compreendermos os problemas existentes, a linguagem de programação que proporcionaria melhor implementação, escolhendo assim Java, alguns recursos do Mysql para criação do Banco que recebeu as informações que serão acessadas e fornecidas ao programa, além de ressaltar os estudos de assuntos relacionados, como por exemplo, condutores, torres de transmissão, entre outros.

Resultados e Discussão A partir dos estudos sobre o tema encontra-se em desenvolvimento um software que auxilia a

realização dos cálculos que envolvem a elaboração e construção de linhas de transmissão. Os estudos feitos deram origem a criação do programa, de forma que este integra informações acessadas ou fornecidas pelo usuário final, além de, através de analises feitas previamente sobre os tipos de torres e demais parâmetros relacionados, possibilitar uma redução consideravél no trabalho que um Engenheiro teria para realizá-los.O projeto propiciou também, conhecimentos recém-adquiridos na área de Engenharia Elétrica fazendo com que obtivessemos uma visão ampla e nova sobre determinados assuntos.

ConclusõesCom os problemas de transportar maiores blocos de energia ocupando o menor espaço possível,

desenvolveu-se métodos para o cálculo largura da faixa de passagem da linha baseado em norma. O programa calcula essa distância, para que a concessionária tenha menores gastos no momento da construção da linha de transmissão e pudesse ser construída em centros urbanos. Nossos testes mostraram que é possível reduzir a largura da faixa de servidão, normalmente utilizada pela Cemig . Nossos resultados mostraram que

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o software é capaz de efetuar os cálculos necessários para o dimensionamento de alguns parâmetros necessários para a construção da LTA.

AgradecimentosAgradecemos ao IFNMG Campus Montes Claros, CNPq e ao coordenador de projeto pesquisa

Douglas Ângelo Teixeira e ao nosso orientador Luís Antônio Guisso Lopes.

Literatura citadaLabegalini, P. R., Labegalini, J. A., Fuchs, R. D. and Almeida, M. T. (1992). Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão, 2a. ed, Edgard Blücher. NBR 5422 - Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica, 1985.Puccinelli, R. C. J., Compactação de Linhas de Transmissão de 138/230kV para Instalação em Áreas Urbanas: Especificidade, Dimensionamento e Critérios Relevantes para Determinação da Viabilidade de Implantação. Dissertação de Mestrado da Universidade Estadual de Campinas, 1992. Souza, C. J., Determinação da Largura de Faixa de Segurança de Linhas de Transmissão: Um Estudo Paramétrico. Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.

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PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE TORRES DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

Endi Daniel Coelho Silva1; Douglas Angelo Teixeira2 Luis Antônio GuissoLopes2

1Acadêmico de Ciência da Computação – IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica. Email:[email protected]

2Professor do IFNMG/Montes Claros. Bolsista de Iniciação Científica.

Emails:[email protected] e [email protected]

Resumo: O processo de alocação das torres de uma linha de transmissão é algo complexo, pois necessita de um estudo detalhado do terreno pois vários fatores podem influenciar a decisão do local da implantação de cada torre,como por exemplo fatores ambientais e financeiros.Com o objetivo de auxiliar neste processo o software criado indica quais são os melhores tipos de torres a serem utilizadas além do melhor caminho, tudo isso visando obter o menor custo, tendo a topologia do terreno o software o dividevários possíveis pontos distanciados um do outro em 50 metros e então escolhe os melhores. Para tal feito tiveram de ser estudadas diversas propriedades sobreas torres e os condutores, além de algoritmos que pudessem ser utilizados no software como por exemplo o Algoritmo de Djikstra, esse algoritmo foi utilizado para que o melhor caminho pudesse ser escolhido durante o processo de alocação de torres.

Palavras–chave:algoritmo,alocação, condutores,software

IntroduçãoOs pontos de um terreno onde são posicionadas as estruturas que suportam os condutores de uma

Linha de Transmissão precisam passar um estudo detalhado, pois essas torres são responsáveis para manter erguidos os cabos condutores e para-raios durante vários anos e em condições das mais diversas.

Para que uma Linha de Transmissão possa chegar a uma subestação são enfrentadas inúmeras dificuldades ou até mesmo a impossibilidade de se encontrar um percurso que seja apropriado e seguro para que ela seja construída.

Isso ocorre pelo fato de que os centros urbanos passam a crescer e assim ocupar espaços em que a Linha de Transmissão poderia percorrer, além disso, o preço de terrenos que se valorizam com o tempo faz com que o local onde as estruturas seriam implantadas torne-se dispendioso para concessionárias de energia elétrica. Em alguns casos áreas de proteção ambiental, lagos ou até mesmo braços de mar podem impedir sua continuidade.

Considerando todos os problemas expostos, o trabalho teve como objetivo a criação de um software que fosse capaz de auxiliar na decisão do posicionamento e nas características das torres necessárias para a implantação da Linha de Transmissão, obedecendo ainda todos os critérios de segurança e recursos disponíveis. Sendo assim, foram estudadas diversas propriedades como as variações do tensionamento mecânico ao longo dos condutores, hipóteses de cálculo e os seus coeficientes de segurança, curvas de tração, vão equivalente, dimensionamento geométrico dos suportes, e algoritmos de grafos.

Material e MétodosPara o processo de otimização em alocação de torres e condutores foi utilizado o algoritmo de Dijkstra

cujo nome se origina de seu inventor, o cientista da computação EdsgerDjikstra, esse algoritmo soluciona o problema do caminho mais curto onde o melhor caminho é escolhido de acordo com o peso de suas arestas. O algoritmo consiste em verificar o peso das arestas entre os vértices para em seguida faça verificações de possíveis caminhos até que o melhor caminho disponível seja encontrado. Em uma primeira etapa avaliou-se apenas o comprimento de condutores. Nestas condições, foi desenvolvido um algoritmo considerando um terreno plano, a distância entre torres variando de 100m a 150m e altura das torres fixas com bons resultados. Dada a extensão em metros do terreno onde as torres serão alocadas o software faz a divisão de possíveis pontos para o processo de alocação, estes pontos são guardados em um vetor de tamanho N que é calculado de acordo com a extensão do terreno , definindo assim a quantidade de possíveis pontos de alocação, em seguida o software define aqueles que são os melhores pontos para serem alocadas as torres, é feita uma verificação de qual tipo de torre é mais apropriada para aquele ponto levando em consideração o custo de alocação. Em seguida foram variados os parâmetros de altura das torrespossibilitando assim uma gama maior

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de possibilidades no processo de alocação, foram feitos também testes em terrenos ondulados, onde o próprio software faz a simulação de um terreno ondulado, fazendo assim com que a escolha das torres e dos pontos tenha que ser feita de forma mais cuidadosa já que não se trata mais de um terreno plano pois as coordenas Y do terreno são variadas.

Resultados e Discussão

O trabalho teve como resultado um programa que auxilia no processo de alocação das torres da linha de transmissão, escolhendo os melhores pontos que possam ser utilizados buscando obter um custo mínimo.Todos os possíveis pontos que o software define são gravados em matrizes e em seguida são todos avaliados escolhendo aqueles que são possivelmente os melhores, por exemplo dado um terreno com as seguintes coordenadas x e y :

Tabela 1

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8

X = 0 X = 50 X = 100 X = 150 X = 200 X = 250 X = 300 X = 350

Y = 1200 Y = 1201 Y = 1200 Y = 1203 Y = 1200 Y = 1202 Y = 1201 Y = 1203

O software irá definir aqueles que são os melhores para o posicionamento das torres,considerando o vão entre as torres de 100 à 150 metros a resposta do software seria:

Tabela 2

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4

X = 0 X = 100 X = 200 X = 350

Y = 1200 Y = 1200 Y = 1200 Y = 1203

ConclusõesCom esses dados conclui-se que o software desenvolvido é capaz de alocar torres em um terreno plano

ou um terreno ondulado, em ambos os casos o software faz verificações para descobrir quais são os pontos e os melhores tipos de torres para cada ponto de forma a obter um custo mínimo durante a alocação, todo esse processo é feito baseado nas coordenadas X e Y do terreno no qual serão alocadas as torres obtendo assim melhores resultados durante o processo de alocação. No entanto ainda o software não é capaz de verificar as restrições de segurança necessárias no processo de alocação das torres de transmissão nem de fazer com o controle de uma variável “Z” que também auxiliaria no processo de alocação pois ela indicaria os casos em que o ponto teria que ser deslocado para esquerda ou para a direita.

Agradecimentos

Agradeço a todos que me orientaram e me auxiliaram durante o projeto especialmente Douglas Ângelo Teixeira e Luís Antônio Guisso Lopese ao apoio financeiro do IFNMG-Montes Claros.

Literatura citadaANTONIASSI,Alcindo;LIMA,Drumond Xavier C.Alocação Econômica de postes em linhas de transmissão.Tese de mestrado Universidade Estadual de Campinas, 1975. ZIVIANI, Nivio, Projeto de Algoritmos com implementação em PASCAL e C, 3a ed Revista ampliada, 2010. 639p.

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REUTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS: UMA ATIVIDADE DE EXTENSÃO PARA A INCLUSÃO DIGITAL E CORRETA DESTINAÇÃO DOS

EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA DO INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS, CAMPUS JANUÁRIA

Caroline Batista Gonçalves Dias1, Ailton Rodrigues Oliveira1, Thiago Silva Miranda2

1Acadêmico(a) de Engenharia Agrícola e Ambiental. Bolsista de Projeto de Extensão do IFNMG/Januária. E-mail: [email protected], [email protected] 2 Professor do IFNMG/Januária, M.Sc. em Ciência da Computação. E-mail: [email protected] Resumo: A atual sociedade do consumo tecnológico exige dos cidadãos, consciência quanto a um grande problema denominado de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), também conhecido como e-lixo (lixo eletrônico). Novas tecnologias são lançadas com frequência e esse avanço gera conseqüentemente, um processo natural de decadência e esquecimento de vários artefatos tecnológicos. Diante disso, a Política Nacional de Resíduos Lógicos visa estabelecer uma destinação adequada desses produtos quando descartados pelos consumidores. Ao encontro dessa proposta, temos a necessidade de melhoria na qualidade vida, aumento da perspectiva profissional e o exercício da responsabilidade social junto às comunidades que possuem acesso restrito às tecnologias da informação. Nesse contexto, o presente artigo descreve a importância do trabalho realizado entre o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Januária, na reutilização dos seus equipamentos de informática considerados obsoletos, como forma de garantir a inclusão digital dos estudantes de baixa renda do município de Januária-MG, junto à Escola Estadual Princesa Januária. Palavras-chave: inclusão digital, parceria escola-comunidade, resíduos sólidos

IntroduçãoA cada dia novas tecnologias são lançadas com objetivo de facilitar o dia a dia das pessoas. Desse

modo, equipamentos eletrônicos, mesmo antes de apresentarem qualquer problema ou avaria são substituídos por outros mais modernos e sofisticados, os antigos são descartados e tem sua vida útil desperdiçada ou comprometida (BEIRIZ, 2005).

No Brasil, foi sancionada em 02 de agosto de 2010, a lei no 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que visa responsabilizar as pessoas físicas ou jurídicas pelo desenvolvimento das ações relacionadas ao gerenciamento adequado desses materiais, ou seja, coletar e estabelecer uma destinação adequada a esses produtos quando descartados pelos consumidores (RFB, 2010).

O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), campus Januária, é considerado um local de enorme aplicação da PNRS, pois, fundado em dezembro de 1960 e, portanto, com mais de 50 anos de história, dispõem de uma infraestrutura adequada ao desenvolvimento de suas atividades educacionais, com amplas salas de aula, laboratórios, auditórios, além de contar com diversos recursos audiovisuais e tecnológicos que garantem o uso e acesso digital para o seu corpo discente, docente e técnico-administrativo.

Com isso é natural que seus recursos tecnológicos evoluam proporcionalmente à sua demanda e esse processo de evolução, resulte em equipamentos eletrônicos obsoletos e não utilizados, especialmente osde informática, uma vez que recebem regularmente atualização de software e hardware (IFNMG, 2014).

Ao encontro desse cenário, temos no município de Januária-MG, uma população composta por famílias de baixa renda em que a maior parte do seu sustento vem da atividade rural e de programas do governo. Com isso, o acesso à tecnologia e conhecimentos de informática se torna mais difícil. Outro agravante é a falta de laboratórios com esses equipamentos em algumas escolas da rede pública, o que dificulta também o acesso à tecnologia.

Portanto, diante dos cenários apresentados, esse projeto contribuiu de maneira simples e objetiva para a inclusão digital de alunos da Escola Estadual Princesa Januária, por meio de capacitação de informática básica, fazendo uso de equipamentos de informática em desuso no IFNMG/Campus Januária. Além do objetivo central supracitado, esse projeto também minimizou o lixo eletrônico, evitou a desvalorização desses materiais e reduziu o investimento desnecessário na aquisição de novos produtos para atendimento das demandas.

Por fim, esse projeto se justifica, também, pela iniciativa coletiva que envolve a instituição e comunidade, voltado para a solidariedade, melhoria da qualidade vida, aumento da perspectiva profissional, trabalho em equipe, exercício da responsabilidade social e ambiental, fortalecimento da parceria escola comunidade e contribuição na formação dos alunos.

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Materiais e MétodosPara a realização desse trabalho, os seguintes materiais foram utilizados: • 14 (quatorze) computadores desktop completos (mouse, teclados e monitores CRT), sendo 07(sete) computadores reutilizados do IFNMG/Campus Januária. • Laboratório de informática climatizado da Escola Estadual Princesa Januária. • 01 (um) equipamento multimídia (Datashow) cedido pela Escola Estadual Princesa Januária. • 01 (um) laptop utilizado pelos bolsistas durante a capacitação. Quanto à metodologia adotada no projeto, as seguintes etapas foram realizadas: a) Avaliação e seleção dos equipamentos de informática a serem reutilizados: em uma atividade conjunta com os setores de Tecnologia da Informação e Patrimônio do IFNMG – Campus Januária, foram identificados, analisados e selecionados os computadores e periféricos obsoletos que estão em bom estado de conservação e funcionamento, para seu pleno reaproveitamento. b) Identificação dos softwares pré-instalados nos equipamentos de informática: uma vez selecionado os computadores e periféricos para uso, foi realizado uma identificação dos softwares previamente instalados, a fim de se observar a necessidade de instalação e/ou reinstalação. c) Identificação das configurações de hardware dos equipamentos de informática: essa atividade buscou verificar se o hardware dos equipamentos selecionados para uso atendia satisfatoriamente, observando basicamente, a capacidade de armazenamento e processamento das ferramentas computacionais utilizadas. d) Adequação e configuração dos equipamentos de informática quanto às necessidades de software e hardware: foram realizadas a instalação e manutenção dos equipamentos reaproveitados, observando os requisitos de software e hardware inadequados (versão de software incompatível, baixa capacidade de armazenamento e processamento, periféricos ultrapassados, entre outras situações). e) Identificação e seleção do perfil de alunos a serem capacitados: foi determinada em conjunto com a direção da escola, em qual ano do ensino fundamental a capacitação de informática seria realizada. f) Elaboração do material didático a ser ministrado: foram identificados e selecionados os materiais didáticos de uso público para serem disponibilizados em formato digital a cada participante, inclusive materiais elaborados pelos próprios instrutores. g) Registro e transporte dos equipamentos de informática: foi realizado o registro formal dos equipamentos de informática emprestados à escola participante do projeto, junto ao setor de patrimônio do IFNMG – Campus Januária e o transporte desses equipamentos utilizando veículos do Instituto. h) Preparação, instalação e configuração os equipamentos de informática no ambiente de capacitação: foram instalados, configurados e organizados os equipamentos de informática no ambiente de capacitação, efetuando as conexões necessárias entre os periféricos e as configurações de acesso à internet. i) Capacitação do grupo de alunos: foi realizada a capacitação de informática aos alunos selecionados. j) Avaliação do projeto: realização ao final do projeto de uma pesquisa de satisfação da escola e dos alunos quanto à capacitação realizada, utilizando como ferramenta um questionário.

Resultados e DiscussõesEsse projeto foi realizado com sucesso, sendo que, os objetivos estabelecidos foram alcançados

satisfatoriamente. Ao término do projeto foi possível constatar os seguintes resultados: • Os equipamentos de informática considerados obsoletos pelo IFNMG – Campus Januária, foram reutilizados durante a execução do projeto e seu funcionamento foi considerado pleno; • Foi possível recuperar e estender a vida útil dos equipamentos eletrônicos reutilizados, uma vez que, estavam estocados no depósito da instituição cedente; • Os participantes da capacitação em informática adquiriram conhecimento e experiência prática no uso dos artefatos computacionais; • A capacitação encorajou o público alvo a conhecerem mais ferramentas e tecnologias ligadas à área de informática, ou seja, melhorou a perspectiva de vida social e profissional; e • Fortaleceu a colaboração por meio da parceira Escola-Comunidade, inclusive, foi solicitado que o projeto seja reaplicado ao corpo docente da instituição. A capacitação de informática realizada por esse projeto foi aplicada em uma turma de 23 alunos, pertencentes ao 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Princesa Januária. As ferramentas computacionais utilizadas atenderam às diretrizes estratégicas propostas pelo Programa de Governo Eletrônico Brasileiro (GOV.BR, 2013), ou seja, ferramentas livres. Abaixo, são listados os artefatos computacionais utilizados: • Linux Educacional 4.0;

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• Libre Office 3.0; e • Mozilla Firefox.

ConclusãoAo final desse projeto foi possível comprovar que os equipamentos eletrônicos de informática,

gentilmente emprestados pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária, foram destinados corretamente para uso e reaproveitamento tecnológico. Esses equipamentos, que antes estavam inutilizados, contribuíram para o desenvolvimento da aprendizagem digital de um grupo de estudantes de baixa renda, da rede municipal de ensino da cidade de Januária-MG.

Além disso, o reuso eletrônico desses equipamentos obsoletos proporcionou mais benefícios, pois, minimizaram o lixo eletrônico, evitaram a desvalorização precoce do patrimônio e contribuíram para a preservação do meio ambiente, uma vez que, esses mesmos equipamentos poderiam ser descartados de modo incorreto.

Por fim, destacando-se como a área da Tecnologia de Informação vem sendo utilizada como meio facilitador para a busca e aquisição de conhecimento, foi possível constatar que, a implantação desse projeto junto à Escola Estadual Princesa Januária, permitiu que um grupo de estudantes, mencionado no tópico anterior, obtivesse um resultado satisfatório, seja em conhecimento teórico, prático e também na melhoria da perspectiva de vida profissional e social de cada indivíduo.

AgradecimentoAgradeço o apoio do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Januária, à orientação do

professor orientador Thiago Silva Miranda e pronto atendimento da Escola Estadual Princesa Januária, em nome da Diretora Maria das Dores Chaves Vieira.

Literatura citadaBEIRIZ, Fernando A. S. Gestão Ecológica de Resíduos Eletrônicos – Proposta de Modelo Conceitual de Gestão, 2005. Universidade Federal Fluminense. Disponível em <http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/14/TDE-2006-10-06T135439Z-462/Publico/Beiriz.pdf>. GOVERNO ELETRÔNICO BRASILEIRO – GOV.BR, 2013. Programa de Governo Eletrônico Brasileiro. Disponível em: <http://www.governoeletronico.gov.br/>. INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – IFNMG.Infraestrutura do Campus Januária. Disponível em: <http://www.ifnmg.edu.br/januaria/infraestrutura>. Acesso em: 21 de fev. de 2014. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – RFB, 2010. Lei 12.305 – Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>.

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USO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO EM ATIVIDADES EDUCACIONAIS EXTRACLASSE DO IFNMG – CAMPUS ARAÇUAÍ

Pedro Silva Marques¹, Breno Chaves Santos1, Jeancarlo Campos Leão2

1Estudante do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio – IFNMG – Campus Araçuaí. Email: [email protected];[email protected]. 2Coordenador do Projeto – Professor de Ensino Médio, Básico e Tecnológico do IFNMG – Campus. Email: [email protected] Resumo: Este artigo descreve um estudo de práticas de uso de ferramentas educacionais por meio de tecnologias da informação no IFNMG – Campus Araçuaí, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM), patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Objetivou-se comprovar a eficácia das Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino, na organização e no desenvolvimento das atividades extraclasse de cursos técnicos presenciais do IFNMG / Campus Araçuaí. Foi apresentado, inclusive, um olhar diferenciado para os recursos dos ambientes virtuais de aprendizagem e suas ferramentas de interação, que atuam como mais um espaço de aprendizagem indo além dos horários e dos muros da sala de aula. Palavras–chave: ambiente virtual de aprendizagem, educação, ensino presencial, organização.

IntroduçãoEm cursos presenciais, principalmente onde a informática possui espaço como disciplina, surge a

necessidade de refletir o sentido original da informática, não somente na explanação da teoria, mas também na exemplificação real pelas práticas do educador. Para o entendimento de seus conceitos por meio da observação e prática de uso, o professor pode ainda utilizar sistemas em produção, preferencialmente, que demonstrem a recomendação de melhores práticas que estão sendo utilizadas no processo de ensino. Assim, algumas das atividades extraclasses, como as tarefas “para casa”, apresentam-se como uma oportunidade para o aluno aplicar a pró-atividade na busca por conhecimento, tornando fundamental tal incentivo. Este pode vir do mesmo valor que é agregado pela Tecnologia da Informação, quando aplicada ao ensino à distância.

O objetivo desta pesquisa, que foi realizada com financiamento da IFNMG/CNPq, foi identificar e caracterizar as Tecnologias da Informação e da Comunicação que apóiem o ensino presencial nas atividades extraclasse, em especial para as turmas dos cursos técnicos em informática do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Araçuaí. Objetivou-se mais especificamente um estudo comparativo entre as tecnologias disponíveis para ensino à distância. Também, realizar um estudo de caso que exemplifique a contribuição de uma destas tecnologias no ensino presencial. Como produto desta pesquisa, foi desenvolvida uma aplicação web, para integrara plataforma virtual de aprendizagem e o diário eletrônico (Figura 1).

Figura 1 Tela de Controle de Frequência em aulas, integrada ao banco de dados do Moodle.

A principal motivação para a integração com o controle de frequência é o fato de que diversos recursos como cursos, turmas, notas, horários, atividades e a própria presença em sala de aula, pode ser associada ao cadastro já existe no ambiente de aprendizado Moodle, evitando a digitação ao passar para o diário. Foi desenvolvida ainda a exportação destes dados para o formato do Excel utilizado oficialmente na confecção do diário institucional. As principais tecnologias utilizadas foram: banco de dados MySQL e a linguagem de programação Python em servidor de aplicações Plone.

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Material e MétodosNa primeira fase da pesquisa, foi feito um levantamento sobre as tecnologias da informação utilizadas

em cursos à distância além da caracterização e categorização das suas funcionalidades. As tecnologias do tipo LMS (Learning Management System) foram selecionadas e em especial o Moodle (Modular Object-OrientedDynamic Learning Environment) foi utilizado. Assim, algumas das funcionalidades experimentadas foram: fóruns, diários, chats, questionários, textos wiki, além de arquivos publicados sob diversos formatos (vídeos, fotos, áudio e animações). Durante a pesquisa, percebemos que indiretamente, alguns destes recursos como os chats, já eram utilizados informalmente em plataformas de propósito não tão específico como são nas redes sociais. Contudo, a objetividade, a finalidade de uso e as adequações dos chats do Moodle apresentaram-se com vantagens. Em ambos os tipos de chats, a discussão sobre os conceitos estudados em um tema, estimulam o estabelecimento de vínculos entre os participantes do curso ou comunidade. Durante o ano de 2013, utilizamos o ambiente Moodle como mecanismo de apoio ao ensino presencial para que os professores e alunos dos diversos cursos do IFNMG - Campus Araçuaí experimentassem e discutissem esta tecnologia e seu potencial pedagógico nas atividades extraclasse.Nesse período foram envolvidas 5 disciplinas e 139 alunos.A figura 2 apresenta telas do ambiente virtual Moodle.

Foram elaborados materiais e ferramentas para exercício de atividades complementares “para casa”

dentro do tema estudado em sala.

Resultados e DiscussãoConsiderando outras experiências em cursos semipresenciais ou com a mediação dos ambientes

virtuais, em disciplinas presenciais, foram percebidas dificuldades por parte de alunos e professores, em iniciarem a utilização de forma interativa, com a lógica hiper textual desses espaços de aprendizagem, que exigem uma abordagem diferenciada. Os alunos apresentam dificuldades em relação à autoria, a colaboração e a autonomia. Isto é, os requisitos para a operação neste paradigma envolvem competências que geralmente são obtidas na prática de trabalho on-line. E estas competências passam a ser exigidas também nestes espaços virtuais, já que é fundamental exercitar a prática da leitura e escrita, nas quais os cursistas precisam se permitir e construir em conjunto, respeitando as diferenças que emergem nas relações interpessoais, independente do espaço em que se encontram. Tão logo foram percebidos estes obstáculos, foram feitas adaptações nas preparações e capacitações considerando as peculiaridades do perfil do aluno que utiliza uma plataforma virtual. Foram adotadas formas alternativas de exercício das atividades para casa, por ordem de prioridade: em papel, por e-mail ou pelo ambiente virtual (Moodle). Desta forma, o uso passou a ser

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voluntário, a percepção das vantagens para o aprendizado foi mais natural e logo teve adoção completa. Utilizar o ambiente virtual passou a ser uma forma de apoio e uma alternativa rica em novas ferramentas para a interação e para a construção do conhecimento. O aluno pode testar novas perspectivas sem detrimento ao processo ensino-aprendizagem, já que aprimoramentos podem ser feitos ao longo do curso e discutidos durante as aulas com os alunos.

Conclusões

O ambiente virtual é concebido e deve ser utilizado como mais do que um simples espaço de publicação e gerenciamento de conteúdo, permeado por interações determinísticas, mas como um local onde o professor disponha as necessidades de interação e comunicação que cada contexto educacional lhe ofereça em diferentes momentos e condições. Portanto, desenvolver práticas mediadas pela tecnologia digital exige uma preparação constante dos alunos que vai além do operar as ferramentas, mas também para o desenvolvimento de competências para a ação neste novo ambiente de aprendizado.

AgradecimentosAgradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

CNPq/IFNMG pela concessão das bolsas de pesquisa no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM), para a realização deste projeto de pesquisa.

Literatura citadaALMEIDA, M. E. B. Educação à distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.2, p. 327-340, 2003. 327p. ARRUDA, A. M. F; Chrisóstomo, E.; RIOS, S. S; Feedback em Processos Educativos e Organizacionais. 2010. BEURLEN, Carla; COELHO, Maria Flávia; KENSKI, Julia. Feedback em e-learning: possibilidades e desafios. Rio de Janeiro: Quickmind – Tecnologia em Conhecimento, 2006. TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. 8. ed. rev. e ampl. São Paulo. Érica. 2010.