148
Promover a conscientização da importância da Mata Atlântica como Reserva da Biosfera é a meta deste evento, que acontecerá no município que possui 40% da sua extensão coberta pelo Bioma Mata Atlântica. Co-editora: Editora: Apoio: Livro de Resumos Organizadores: Angelo Roberto Mendonça Hélio Freitas Santos William Costa Rodrigues

Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Promover a conscientização da importância da Mata Atlântica como Reserva da Biosfera é a meta deste evento, que acontecerá no município que possui 40% da sua extensão coberta pelo Bioma Mata Atlântica.

Co-editora:Editora:

Apoio:

Livro de ResumosOrganizadores:

Angelo Roberto Mendonça Hélio Freitas Santos

William Costa Rodrigues

Page 2: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves
Page 3: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Copyright©2014Instituto Zoobotânico de Morro Azul» Hélio Freitas Santos - Diretor-presidente» Maria Cecília R. Monteiro Santos - Diretor-financeiro» Luciano de Caiado Castro Moraes - Diretor-executivo

Este é o livro de resumos do IIi Simpósio de Pesquisa em Mata Atlântica, Engenheiro Paulo de Frontin, RJ, editado pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ) e co-editado pelo Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), registrado sob o ISBN nº 978-85-88707-93-1.

Editoração Eletrônica:» Prof. Dr. William Costa Rodrigues – Entomologistas do Brasil

Comissão Organizadora:» Prof. MSc Hélio Freitas Santos (IZMA-SEEDUC); » MSc Annelise Frazão Nunes (USP); » MSc Marília Suzy Wängler (Instituto pé de planta); » MSc Vitor de Souza Ferreira (Pé de Planta); » Profª. Maria Cecília Santos (IZMA); » Biólogo Angelo Mendonça (IZMA); » Bióloga Fabiana Fernandes (SMMA, Paty do Alferes, RJ);» Profª. Claudiene Gonçalves (SEEDUC); » Profª. Bianca de Oliveira (SEEDUC); » Prof. Guilherme Furozawa (SEEDUC); » Prof. Thiago Trindade (Colégio Técnico, UFRRJ).

Comissão de Apoio:» Atalanta O. Dias (Cederj); » Prof. Fabio Quintão (SEEDUC), » Mestranda Camila S. Pantoja de Oliveira (UFRRJ)» MSc Marcelo Netto (USS); » Prof. Jorge Forny (SEEDUC); » Mestranda Samara Macedo (UFRRJ); » Leandro Feijó (CEDERJ); » Liana Monteiro (USS); » Letícia Monteiro (UFRJ).

Comissão Científica:» Prof. Dr. Adriano Lúcio Peracchi (UFRRJ); » Prof. Dr. Paulo Cesar Rodrigues Cassino (USS); » Dr. Reinildes Silva Filho; » Prof. Dr. Marcelo Guerra Santos(FFP- UERJ); » Profa. Dra. Maria Cristina Ferreira dos Santos (FFP-UERJ), » Prof. MSc Luiz José Pinto ( FFP-UERJ); Biól. MSc.Vitor de Souza Ferreira.

Professores Colaboradores: » Prof. Dr.William Costa Rodrigues (UNIFOA); » Prof. José Carlos Azevedo (Colégio Técnico UFRRJ); » Dr. Prof. Luís Henrique Soares (SEEDUC); » Prof. MSc Sérgio Pereira (Prefeitura Barra do Piraí); » Profa. MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Reservado todos os direitos de publicação ao Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA) - CNPJ: 01.620.691/0001-99 Estrada do Pau Ferro, 3066, Morro Azul, Eng. Paulo de Frontin, RJ - CEP: 26.650-000e-mail: [email protected]: www.izma.org.br

Produzido no Brasil

Page 4: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

I I I S I M P Ó S I O D E P E S Q U I S A E M M A T A A T L Â N T I C A , E N G E N H E I R O

P A U L O D E F R O N T I N , R J

LIVRO DE RESUMOS

HÉLIO FREITAS SANTOS ANGELO ROBERTO MENDONÇA WILLIAM COSTA RODRIGUES ORGANIZADORES

1ª. EDIÇÃO

Eng. Paulo de Frontin, RJ

FFP-UERJ

2014

Page 5: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

S U M Á R I O

TÍTULO AUTOR (ES) PÁGINAS

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO LOCAL PARA O GEOTURISMO E A GESTÃO DA GEODIVERSIDADE NO PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS: RESULTADOS PRELIMINARES

Silva, W.M.; Guimarães, A. A. S. 01-04

AGREGAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE FRAGMENTOS FLORESTAIS, PASTAGEM E AGRICULTURA EM AMBIENTE DE MAR DE MORROS, PINHEIRAL (RJ)

Fonseca Junior, A. M.; Pereira, M. G.; Silva, C. F.; Menezes, C. E. G.

05-08

APAREIODON CF. PIRACICABAE NO RIO PARAÍBA DO SUL: ESPÉCIE NATIVA OU INTRODUZIDA?

Salgado, F. L. K.; Araújo, F. G. 09-12

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL INSETICIDA DO PRODUTO VIG1 SOBRE LARVAS DE Aedes aegypti

Pardal, B. M.; Cruz, I. L. S.; Carvalho, M. A.; Oliveira, N. B.; Santos, L. R.; Anunciação, S. C. M.; Maleck, M.

13-16

AVIFAUNA CONSUMIDORA DOS FRUTOS DE Alchornia sidifolia Euphorbiaceae

Santos, H. F.; Nunes, A. F. 17-20

CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA BACIA DO RIO ALEGRE – VASSOURAS/RJ

Gonçalves, L. H. C.; Lima, R.F.; Rodrigues, V.G.

21-24

CARACTERIZAÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO SERTÃO DO MARUIM, SÃO JOSÉ, SANTA CATARINA

Saullo, R. B.; Freire L. S. R.; Nasser, F. C.

25-28

COMPARAÇÃO DA RIQUEZA DE FAUNA EDÁFICA EM UM POVOAMENTO DE EUCALIPTO E UM TRECHO DE FLORESTA NATIVA NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO – RJ

Vecchi, I. C.; Almeida, F. S. 29-31

CONSTITUIÇÃO QUÍMICA ESTRUTURAL DO TEGUMENTO DA SEMENTE DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA

Sampaio, D. A.; Abreu, H. S.; Oliveira, M. T. P.; Sanches, L. S.

32-35

CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O ENSINO FORMAL, NOS MUNICÍPIOS DE VASSOURAS, VALENÇA E PAULO DE FRONTIN, RJ

RIBEIRO, M.S.B.M.; PEREIRA, V.F.G.C.; GOMES, R.C.G.

36-39

DECOMPOSICÃO DE SERAPILHEIRA DE DUAS ESPÉCIES ARBÓREAS DA MATA ATLÂNTICA

Cabreira, W. V.; Pereira, M. G. 40-43

DENSIDADE DE FLEBOTOMINEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA, NÚCLEO PAU DA FOME, TAQUARA, RJ: DADOS PRELIMINARES

Silva, F. F.; Vilela, M. L.; Avelino-Capistrano, F. S.

44-47

DÍPTEROS NECRÓFILOS E DE IMPORTÂNCIA FORENSE DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA, RIO DE JANEIRO, BRASIL

PENAFORTE, L.B.; BARBOSA, L.S.; AVELINO-CAPISTRANO, F.

48-51

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA INCLUSIVA, POSSIBILIDADES E DESAFIOS NO CENÁRIO DA MATA ATLÂNTICA

Lima, R.F.; Gonçalves, L.H.C.; Kneipp, R.E.

52-55

EFEITO DE BORDA SOBRE O MICROCLIMA EM DIFERENTES ESTÁGIOS SUCESSIONAIS DE FLORESTA ATLÂNTICA

Mendonça, A.R.; Voltolini, J.C. 56-58

EFEITO DA PEDOFORMA NO APORTE DE SERAPILHEIRA NA FLORESTA ATLÂNTICA

Mendonça, V. M. M.; Santos, G.L. dos; Silva, R. M. da; Menezes, C. E. G.; Pereira, M. G.

59-62

Page 6: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

TÍTULO AUTOR (ES) PÁGINAS

EPHEMEROPTERA, PLECOPTERA E TRICHOPTERA (INSECTA) EM RIOS DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ferreira, A.; Silva, F.S.; Cordeiro, I.R.; Rocha, L.C.F. & Avelino-Capistrano, F.

63-66

ESPÉCIES DA FLORA BRASILEIRA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO PRESENTES NO MORRO DAS ANDORINHAS, NITERÓI, RJ, BRASIL

Machado, D. N. S., Mendes, T.S. & Barros, A. A. M. de

67-70

ESTOQUE E TEOR DE NUTRIENTES DO MATERIAL FORMADOR DA SERAPILHEIRA EM PEDOFORMAS CONVEXA E CÔNCAVA, PINHEIRAL (RJ)

Santos, G. L.; Mendonça, V. M. M.; Correa Neto, T. A., Menezes, C. E. G.; Pereira, M. G.

71-74

ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL DA POSTURA DE OVOS DE Aedes aegypti L. E Aedes albopictus S. NO MUNICIPIO DE VASSOURAS, RJ

Cruz Jr, A. J., Monsores, D. A. , Caetano, G. C. , Alves, S. P., Maleck, M.

75-77

ESTUDO DE GEORREFERENCIAMENTO E CARACTERIZAÇÃO FLORESTAL EM UMA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL PERTENCENTE AO BIOMA MATA ATLÂNTICA – RPPN GRANJA REDENÇÃO / SILVA JARDIM – RJ

Santos, M. F.; Amorim, A. P. C. F.; Medeiros, G. S.; Andrade, L. C.; Fonseca, C. B. D.

78-80

ESTUDOS DE INSETOS (ORTHOPTERA: GRYLLIDAE) COMO BIOINDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL NO FRAGMENTO DE FLORESTA PLUVIAL ATLÂNTICA NO INSTITUTO ZOOBOTÂNICO DE MORRO AZUL

Duarte, M.N.; Mendes, M.P.; Rodrigues, W.C.; Cassino, P.C.R.; Maleck. M.

81-84

FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL NO VALE DO CAFÉ SUL FLUMINENSE

Santos, J. F. C., Santos, G. R., Cabreira, G. V. , Araújo, E. J. G.

85-88

GÊNESE DE AGREGADOS E MATÉRIA ORGÂNICA EM PEDOFORMA CÔNCAVA E CONVEXA - PINHEIRAL RJ

Fréo,V.A. Pereira, M.G.; Medeiros, A.S.

89-92

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS CONSTITUÍDOS POR PILHAS NA REGIÃO DE SEROPÉDICA

Giovanini, C. F. R.; Azevedo, J. C.; Rasga, G. L.; Garcia, M. C. C.

93-96

INVENTÁRIO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLOGIA DE UM FRAGMENTO DE RESTINGA ARBÓREA NA BAIXADA DO MASSIAMBÚ, PALHOÇA, SANTA CATARINA

Saullo, R. B.; Freire L. S. R.; Nasser, F. C.

97-100

LEPIDOPTERAS ENCONTRADAS EM FRAGMENTO DE MATA ATLANTICA EM MIRANTÃO, BOCAINA DE MINAS-MG

Trindade, T.D.; Furusawa, G. P.; Nascimento, L. K. F. do

101-104

LEVANTAMENTO DE DIPTEROS MUSCÓIDES, ÊNFASE EM CALLIPHORIDAE, SOB INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ISCAS NA REBIO DE POÇO DAS ANTAS – SILVA JARDIM, RJ: DADOS PRELIMINARES

SANTOS, A.L.M.D. 105-108

MACROFAUNA EDÁFICA EM TOPOSSEQUÊNCIA COM OCORRÊNCIA DE NINHOS EPÍGEOS DE TÉRMITAS EM AMBIENTE DE “MAR DE MORROS” PINHEIRAL – RJ

Lima. S. S.; Silva, R. M.; Scoriza, R.; Pontes, R. M.; Pereira, M. G.

109-112

MAPEAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO COMBOIOS - ES, BRASIL

Mendes, N. G. S.; Santos, A. R.; Silva, S. F.; Cecílio, R. A.; Bermudes, W. L.

113-116

NOVAS ESPÉCIES DO COMPLEXO ASTYANAX BIMACULATUS (LINNAEUS, 1758) DAS BACIAS COSTEIRAS ENTRE SÃO PAULO E BAHIA, INCLUÍDAS NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Salgado, F. L. K.; Buckup, P. A. 117-120

NOVOS REGISTROS DE HETERÓPTEROS SEMIAQUÁTICOS (HEMIPTERA: HETEROPTERA: GERROMORPHA) EM ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA

Cordeiro, I.R.S.; Moreira, F.F.F.; Avelino-Capistrano, F.S.

121-124

RECOMENDAÇÃO DE ESPÉCIES PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Oliveira Júnior, J.Q.de.; Souza, R.C.; Santos,G.L.; Pereira, M.G.

125-128

Page 7: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

TÍTULO AUTOR (ES) PÁGINAS

REDE DE FORNECEDORES DE SEMENTES E MUDAS DE ESPÉCIES DE MATA ATLÂNTICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GUANDU – RJ: IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES E PERSPECTIVAS FUTURAS

Diniz, R.G.; Souza S. R.; Arruda A. 129-132

REMANESCENTES FLORESTAIS DE MATA ATLÂNTICA NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA RIO DA PRATA, IBIRAÇU E ARACRUZ - ES, BRASIL

Silva, S. F.; Mendes, N. G. S.; Bermudes, W. L.; Santos, A. R.

133-136

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA MORFOLÓGICA E VOCAL DE ASTHENES MOREIRAE (MIRANDA-RIBEIRO, 1905) (AVES: PASSERIFORMES: FURNARIIDAE)

Fonseca, O. V. 137-140

Page 8: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO LOCAL PARA O GEOTURISMO E A GESTÃO DA GEODIVERSIDADE NO PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS: RESULTADOS

PRELIMINARES

Silva, W.M.¹; Guimarães, A. A. S.²

¹UFRJ, Curso de Mestrado em Geografia- [email protected] – (21) 2676-1262

²UFRJ, Curso de Mestrado em Geografia- [email protected] – (21) 99606-6183

Palavras-chave: Mata Atlântica, Geoparque, Geoconservação.

INTRODUÇÃO O Geoparque é uma nova modalidade de área turística que se caracteriza por

agregar um conjunto de atributos geológicos com importância histórica,

cultural, paisagística e científica. Este conceito está atrelado ao de geoturismo

(GRAY, 2004) em função da importância dada ao patrimônio geológico, e à

educação ambiental, por estimular práticas que promovam a sustentabilidade

(BRILHA, 2005). O único Geoparque brasileiro instituído legalmente, é o da

Chapada do Araripe localizado no Estado do Ceará e possui o bioma Mata

Atlântica em seu território. Este exemplo pode ser aplicado a outras regiões com

Mata Atlântica, já que ao se preservar os atributos físicos desses espaços,

conserva-se a riqueza biológica dessas florestas. Ao se conhecer o uso local dos

recursos naturais por parte das comunidades humanas, pode-se implantar

estratégias de turismo para o melhor manejo dos recursos naturais e posterior

sustentabilidade para a geodiversidade dentro da Mata Atlântica (DIEGUES,

2006). Dessa forma, escolheu-se como área de estudo o Parque Estadual dos

Três Picos (PETP), uma Unidade de Conservação de Proteção Integral. Criado

através do decreto de Lei nº 31.343 de 05 de junho de 2002, o parque é composto

por partes de cinco municípios: Cachoeiras de Macacu, Teresópolis, Nova

Friburgo, Silva Jardim e Guapimirim. O PETP está localizado a leste do Estado

do Rio de Janeiro, na Serra do Mar, e inclui paisagens de rara beleza cênica,

diferentes ecossistemas e um contexto singular em termos de cultura, economia,

Page 9: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

biodiversidade e geodiversidade (CAMPOS, 2007). Uma região de Mata

Atlântica que poderia ter uma utilização turística enquanto geoparque.

MATERIAL E MÉTODOS Busca-se nesse trabalho fazer uma leitura da potencialidade do Parque Estadual

dos Três Picos em termos turísticos. Para isso, pretende-se averiguar como se

deu a criação da Unidade de Conservação – UC, sob a luz dos instrumentos

legais como o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC

(DIEGUES, 2006), e seus impactos nos municípios envolvidos, em especial o de

Cachoeiras de Macacu, que possui a maior área do parque em seus limites

geográficos. Para a realização desse projeto estão sendo feitos levantamentos

bibliográficos e de dados qualitativos que possam explicar os fenômenos locais,

abarcando as comunidades locais, bem como trabalhos de campo para a

obtenção de dados primários. As metodologias de trabalho compreendem visitas

de campo nas localidades a serem analisadas para a obtenção de dados

qualitativos; observação dos fenômenos singulares das populações locais por

meio de questionários, entrevistas e depoimentos com atores sociais

representativos. Através de métodos qualitativos serão traçados perfis da

percepção ambiental desses atores frente à geodiversidade da área do parque e

de áreas limítrofes, identificando suas particularidades e os usos turísticos dos

recursos naturais do parque (MANSUR, 2009 & GRAY, 2004).

RESULTADOS E DISCUSSÕES A região do Parque Estadual dos Três Picos possui um imenso potencial de

belezas naturais que podem ser desfrutadas e melhor geridas de acordo com o

SNUC (2000), para um Turismo Ecológico que traga renda para a população e

recursos importantes para a preservação da biodiversidade. Assim, áreas como a

região dos três cedros em Boca do Mato e cascatas desconhecidas do grande

público na região de Guapiaçu (IKEMOTO, 2008), enquadram-se nestes

quesitos. A população amostrada de 30 pessoas que reside na área do PETP, ou

em seu entorno, responderam entrevistas que apontaram desconhecimento

sobre as categorias de áreas protegidas, mas atestam a importância do parque

para a população e para conservação dos recursos naturais. Os moradores locais

também apontaram a pouca visibilidade e importância que os gestores dão ao

Page 10: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

parque, estando muitas vezes distantes das demandas sociais. As ameaças a essa

região de Mata Atlântica diminuíram muito com a criação da reserva, sendo

corroborada com os próprios moradores locais que ajudam na sua conservação

ao denunciarem práticas ilegais de estranhos dentro da reserva. Entretanto,

existem conflitos de uso exemplificados pela retirada de árvores para utilização

de madeira, a coleta de ervas medicinais, a utilização de água para fins

domésticos e o controle sobre as pequenas roças, principalmente a de banana,

que uma parcela da população local considera exagerado. Eis alguns conflitos

vistos em campo.

CONCLUSÃO A principal contribuição da pesquisa é abordar conceitos e assuntos ainda pouco

frequentes em estudos sobre áreas de Mata Atlântica, como o geoturismo e o

Geoparque. A revisão bibliográfica preliminar envolverá bases teóricas,

conceituais e epistemológicas variadas para uma melhor interpretação dos

fenômenos geográficos, de acordo com a escala envolvida e a área do PETP.

Projetos e atividades inclusivas que mudem a percepção ambiental da

população e o turismo sustentável sobre áreas de Mata Atlântica são a tônica

desta pesquisa. As demandas coletivas da sociedade são cada vez mais

incontestes em um mundo em que as áreas com alta diversidade de espécies da

fauna e flora e culturas humanas são perdidas junto com paisagens belíssimas,

que desaparecem sem qualquer estudo aprofundado com a ganância do sistema

econômico-político vigente (MANSUR, 2009).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRILHA, José Bernardo Rodrigues. Patrimônio Geológico e

Geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente geológica. Braga:

Palimage Editora, 2005.

CAMPOS, R. de M. O Parque Estadual dos Três Picos e sua inserção no

contexto da conservação da natureza no Estado do Rio de Janeiro.

Departamento de Geografia. UFF. Trabalho de conclusão de curso São Paulo,

1999. 85 p.

DIEGUES, A. C. S. O Mito Moderno da Natureza Intocada. 5. ed. São

Paulo: Hucitec, 2006.

Page 11: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

GRAY, Murray. Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. Londres:

John Wiley & Sons Ltd, 2004.

IKEMOTO, Silvia Marie. As trilhas interpretativas e sua relevância para

promoção da conservação: Trilha do Jequitibá, Parque Estadual dos Três

Picos (PETP), RJ. Niterói: 2008.

MANSUR, K. L. Projetos educacionais para a popularização das

Geociências e para a geoconservação. Geologia USP: Publicação Especial,

São Paulo, v. 5, 2009.

NAÇÕES UNIDAS. United Nations Educational, Scientific and Cultural

Organization – UNESCO. Global Geoparks Network. Guidelines and

Criteria for National Geoparks seeking UNESCO's assistance to join

the Global Geoparks Network (GGN). UNESCO, 2010.

Page 12: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

AGREGAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE FRAGMENTOS FLORESTAIS, PASTAGEM E AGRICULTURA EM AMBIENTE

DE MAR DE MORROS, PINHEIRAL (RJ).

Fonseca Junior1, A. M.; Pereira, M. G2.; Silva, C. F2.; Menezes, C. E. G3.

¹UFRRJ, Curso de Engenharia Florestal - [email protected]

2UFRRJ, Departamento de Solos da UFRRJ - [email protected] e

[email protected]

3IFRJ, Campus Pinheiral - [email protected]

Palavras-chave: Mata Atlântica, estabilidade dos agregados, indicadores de

qualidade do solo

INTRODUÇÃO A partir da década de 80 cerca de 180 milhões de florestas foram destruídos

(FAO, 1997). Há uma estimativa que no estado do Rio de Janeiro a Mata

Atlântica originalmente cobria em torno de 98 % de seu território. Sendo que

atualmente cobre menos de 20%, encontrando-se bastante fragmentada e

desconectada. No bioma Mata Atlântica, apesar de encontrar-se mais

fragmentado e ameaçado em comparação a floresta amazônica, poucos estudos

são conduzidos sobre os efeitos da fragmentação e regeneração florestal e a

alteração dos atributos edáficos. Os atributos edáficos podem ser submetidos a

modificações em função do tipo e da intensidade de manejo que é empregado

em uma área (Menezes, 2008). Dessa forma este estudo teve como objetivo

avaliar as modificações na agregação do solo em áreas localizadas em ambiente

de Mar de Morros, Pinheiral (RJ)

MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido na sub-bacia do ribeirão Cachimbal, situada à

margem direita do rio Paraíba do Sul, na região do Médio Paraíba Fluminense.

A área está localizada entre as latitudes 22°33’S e 22°38’S e entre as longitudes

43°57’W e 44°05’W. A região possui o clima, de acordo com Köppen

identificado como Am – clima tropical chuvoso, de monção, com inverno seco.

A ocupação da área, assim como, toda região do Médio Vale do Paraíba do Sul,

Page 13: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

passou pelo extrativismo, sendo em seguida pela cultura do café.

Progressivamente as lavouras cafeeiras foram substituídas pela pecuária

extensiva, cujo manejo inadequado contribuiu para a formação da paisagem que

hoje domina a região (Menezes, 2008). Os fragmentos florestais remanescentes

são pequenos e localizam-se nos interflúvios das principais bacias hidrográficas

e em áreas de difícil acesso, cujo relevo não permitiu a utilização agrícola. Para o

estudo foram selecionadas as diferentes formas de uso ou cobertura vegetal, a

saber: Floresta Secundária Estádio Avançado (FSEA), Floresta Secundária

Estádio Médio (FSEM), Floresta Secundária Estádio Inicial (FSEI), Pasto,

Agricultura perene – Citrus (AGP), Agricultura anual – Mandioca (AGAN).

Após essa seleção foi delimitada uma parcela de 20 x 20 metros, localizada no

terço superior da encosta. Em cada área foram coletadas amostras para a

avaliação da estabilidade dos agregados, sendo coletadas cinco amostras na

profundidade de 0-5 cm. A avaliação da estabilidade dos agregados foi

determinada pelo peneiramento via úmida e, posteriormente, calculado o

diâmetro médio ponderado dos agregados (DMP) e o diâmetro médio

geométrico dos agregados (DMG). Foram determinados os teores de carbono

orgânico total (COT). Através dos resultados obtidos foi realizada a análise

normalidade da distribuição dos erros (teste de Lillifors / SAEG 5.0) e

homogeneidade das variâncias (testes de Cochran e Bartlett / SAEG 5.0). Os

valores médios foram analisados por meio do teste T de Bonferroni, com a

utilização do programa estatístico Sisvar 4.6

RESULTADOS E DISCUSSÃO O diâmetro médio geométrico (DMG) dos agregados do solo variou de 2,71 a

4,92 mm, sendo o menor valor observado na AGP e o maior na pastagem

(Tabela 1). O diâmetro médio ponderado (DMP) apresentou a mesma tendência,

uma vez que, foram quantificados valores mais baixos na área de AGP (1,96

mm) e mais elevados na área de pastagem (2,50 mm). Pode-se observar que a

AGP reduziu em torno de 40% e 30% o DMG e DMP dos agregados,

respectivamente, em relação à pastagem. Os maiores valores de DMP

verificados na área de pastagem devem-se ao agressivo e abundante sistema

radicular da braquiária, que favorece tanto a aproximação das partículas como

Page 14: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

fornece matéria orgânica que levará a uma maior estabilidade dos agregados.

Neves et al. (2006) detectaram correlação positiva entre o teor de carbono

orgânico total e a estabilidade dos agregados. No presente estudo, só foi

verificado correlação positiva entre o carbono orgânico particulado (COP) e o

DMG (r=0,78; P=0,03).

Os valores de DMG e DMP das áreas florestais foram próximos. De acordo com

Ferreira (2008) em áreas florestais a serapilheira fornece, de forma contínua,

material orgânico para o solo e contribui positivamente para a manutenção da

microbiota e toda a sua diversidade. Tais condições, com o decorrer do tempo,

também influenciam diretamente na formação dos agregados que se tornam

mais estáveis ao terem em sua composição compostos orgânicos ligando as

partículas. Soares et al. (2005) encontraram valores de DMP em solo sob

vegetação nativa de 3,48 mm na camada superficial, ou seja, superior ao

encontrado neste estudo para as áreas florestais.

CONCLUSÃO Os maiores valores de estabilidade dos agregados (DMP e DMG) foram

observados nas áreas de floresta e na área de pastagem, indicando que as

práticas agrícolas adotadas na região estão contribuindo para a degradação da

estrutura.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FAO (Roma, Itália). 1997. State of the World’s forests. Rome. 220p.

FERREIRA, G.M. Atividade microbiana e agregação de um Latossolo Vermelho

Distroférrico em Campinas, SP, sob usos e manejos distintos. 2008. 70f.

Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação – Instituto Agronômico.

MENEZES, C.E.G. Integridade de paisagem, manejo e atributos do solo no

médio Vale do Paraíba do Sul Pinheiral-RJ. 2008. 160p. Tese. Seropédica,

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

NEVES, C.S.V.J.; FELLER, C. & KOUAKOUA, E. Efeito do manejo do solo e da

matéria orgânica em água quente na estabilidade de agregados de um Latossolo

Argiloso. Ciência Rural, 36:1410-1415, 2006.

Page 15: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

SOARES, J.L.N.; ESPINDOLA, C.R. & PEREIRA, W.L.M. Physical attributes of

soils under intensive agricultural management. Scientia Agricola, 62:165-172,

2005

Tabela 1: Índices de estabilidade de agregados e seus respectivos erros-padrão de um Cambissolo Háplico sob agricultura, pastagem e floresta secundária em três estádios sucessionais, na camada de 0-5 cm. DMP - diâmetro médio ponderado; DMG - diâmetro médio geométrico. DMG DMP

Sistemas mm

FSEA 4,22 a 2,29 a

FSEM 3,88 a 2,20 a

FSEI 4,32 a 2,14 a

Pasto 4,92 a 2,50 a

AGAN 3,27 b 2,24 a

AGP 2,71 b 1,96 a

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem pelo teste Scott Knott a 5%. F= floresta; S= secundária; E= estádio; A= avançada; M= médio; I= inicial; AG= agricultura; AN = anual; P = perene

Page 16: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

9

APAREIODON CF. PIRACICABAE NO RIO PARAÍBA DO SUL: ESPÉCIE NATIVA OU INTRODUZIDA?

Salgado, F. L. K.1; Araújo, F. G.2

1,2 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Laboratório de Ecologia de Peixes. BR 465, Km

7, 23851-970 Seropédica, RJ, [email protected] e [email protected]

Palavras-chave: introdução, Paraíba do Sul, nativas

INTRODUÇÃO Apareiodon piracicabae (EIGENMANN & OGLE, 1907) é uma espécie

encontrada nas bacias dos altos rios Paraná e São Francisco (REIS et al., 2003),

e nunca foi coletada em latitudes inferiores a 23 ° sul. Como neste estudo é

relatado um primeiro registro de ocorrência no Rio Paraíba do Sul (22 ° 32-33’

S, 44 ° 27-51’ W), os espécimes desta amostra foram identificados

momentaneamente como A. cf. piracicabae. As características morfológicas

desta amostra foram comparadas com a descrição original de EIGENMANN &

OGLE (1907) e com trabalhos de PAVANELLI & BRITSKI (2003) e PAVANELLI

(2006), uma vez que as restrições ambientais locais podem influenciar na

divergência morfológica desta espécie.

MATERIAL E MÉTODOS Dezessete espécimes foram coletados entre 2008 e 2013 no curso médio-

superior da bacia do Rio Paraíba do Sul. Destes dezessete, treze exemplares

foram capturados com pesca elétrica (gerador AC-900 W, 220 V, 1-2 A), sendo

três no riacho São Roque (22° 31’ 13” S, 44° 40’ 26” W) e dez no córrego

Entupido (22° 33' 45” S, 44° 48' 45” W) e quatro foram coletados com redes de

emalhar (tamanho de malha 15-50 mm) no canal principal do rio Paraíba do Sul

(um a 22° 32’ 13” S, 44° 46’ 26” W e três a 22 ° 33' 48'' S, 44 ° 51' 38'' W). Os

espécimes foram fixados em formol a 10 % e preservados em álcool a 70 % e

depositados como espécimes testemunho na Coleção Ictiológica do Laboratório

de Ecologia de peixes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ

LEP-# 0984, 0985, 0986, 1081, 1082, 1453 e 1454). As características

diagnósticas utilizadas na identificação da amostra foram: (1) forma das faixas

transversais ao corpo, (2) contagem de escamas da linha lateral, (3) contagem

Page 17: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

10

de escamas na série central entre o istmo e o ânus e (4) a forma dos dentes e de

suas cúspides. As medidas foram reunidas sob microscópio estereoscópico,

utilizando-se paquímetro digital em décimos de milímetro e como as contagens,

seguiu Pavanelli & Britski (2003).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Todos os espécimes foram possíveis de serem diagnosticados como Apareiodon

cf. piracicabae. O comprimento padrão variou de 13,1 mm a 67,1 mm (m = 27,7

mm; dp = 22,8 mm). A contagem de escamas da série central, entre o istmo e o

ânus (Δ = 27 a 29; Moda = 28) e a forma dos dentes e das cúspides

aproximaram-se mais do encontrado em A. piracicabae do que no observado

em outras espécies de Apareiodon.

Os espécimes de A. cf. piracicabae encontrados no Rio Paraíba do Sul

combinam com os padrões morfométricos e merísticos gerais descritos por

EIGENMANN & OGLE (1907). O grande número de exemplares observados

parece corroborar que as restrições de hábitat e outras influências ambientais

parecem não contribuir com qualquer eventual divergência morfológica, sendo,

entretanto, necessários mais estudos para esclarecer estas questões.

A ocorrência de A. cf. piracicabae no Paraíba do Sul foi relatada pela primeira

vez neste estudo, o que sugere que esta espécie se estabeleceu neste sistema

recentemente. Alguns estudos anteriores relataram a composição da ictiofauna

em diferentes rincões do Rio Paraíba do Sul (por exemplo, ARAÚJO, 1996;

PINTO E ARAÚJO, 2007; TEIXEIRA et al., 2005), mas esta espécie não foi

incluída em nenhuma das listas de espécies. Isso reforça a hipótese de

colonização recente neste sistema.

Não podemos precisar as razões para o registro de A. cf. piracicabae na bacia do

rio Paraíba do Sul. Esta população pode ter se originado de rios como o

Piracicaba e o São Francisco, de águas com características físico-químicas

semelhantes à água do Rio Paraíba do Sul, o que pode ter contribuído para a

colonização deste último rio a partir destas drenagens. A partir do canal

principal do Paraíba do Sul, esta espécie poderia ter alcançado os riachos

Entupido, Morro Grande e São Roque, onde as águas são mais claras,

adaptando-se as condições físico-químicas destes riachos.

Page 18: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

11

Outra possibilidade é que exemplares de A. cf. piracicabae tenham escapado de

criações de espécies utilizadas como isca viva, na pesca desportiva ou para fins

ornamentais, ao longo do curso médio-superior do Paraíba do Sul.

Existem vários grandes efeitos ecológicos associados às introduções de peixes

não nativos, incluindo a predação, a degradação do hábitat, o aumento da

concorrência por recursos, hibridação e transmissão de doenças (GOZLAN et

al., 2010; CUCHEROUSSET & OLDEN, 2011). Por isso, a preocupação deve ser

levantada por causa dos resultados imprevisíveis que espécies não-nativas

podem causar em áreas onde foram introduzidas.

CONCLUSÃO Apareiodon cf. piracicabae pode ser uma espécie introduzida, proveniente de

criações comerciais (pesca desportiva e/ou de fins ornamentais) ou nativa,

vinda de outras bacias (altos Paraná e São Francisco). As pressões ambientes

exercidas sobre a população desta espécie nesta nova área de distribuição não

parece estar afetando de modo significativo seus padrões morfológicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, F. G. Composição e estrutura da comunidade de peixes do médio e

baixo rio Paraíba do Sul, RJ. Revista Brasileira de Biologia, v. 56, p. 111–

126, 1996.

CUCHEROUSSET, J. & OLDEN, J. D. Ecological impacts of non-native

freshwater fishes. Fisheries, v. 36, p. 215–230, 2011.

EIGENMANN, C. H. & OGLE, F. An annotated list of characin fishes in the

United States National Museum and the Museum of Indiana University, with

descriptions of new species. Proceedings of the United States National

Museum, v. 33 (n. 1556), p. 1-36, 1907.

GOZLAN, R. E.; BRITTON, J. R.; COWX, I. & COPP, G. H. Current knowledge

on non-native freshwater fish introductions. Journal Fish Biology, n. 76, p. 751–

786, 2001.

PAVANELLI, C. S. & BRITSKI, H. A. Apareiodon Eigenmann, 1916 (Teleostei,

Characiformes), from the Tocantins-Araguaia basin, with description of three

new species. Copeia, v. 2, p. 337–348, 2003.

Page 19: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

12

PAVANELLI, C. S. New species of Apareiodon (Teleostei: Characiformes:

Parodontidae) from the Rio Piquiri, Upper Rio Paraná, Brazil. Copeia, v. 1, p.

89-95, 2006.

PINTO, B. C. T. & ARAÚJO, F. G. Assessing of biotic integrity of the fish

community in a heavily impacted segment of a tropical river in Brazil.

Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 50, p. 489–502, 2007.

REIS, R. E.; KULLANDER, S. O. & FERRARIS JR., C. J (orgs). CLOFFSCA-

Check list of the freshwater fishes of South and Central America.

Porto Alegre: EDIPUCRS, pp. 729, 2003.

TEIXEIRA, T. P.; PINTO, B. C. T.; TERRA, B. F.; ESTILIANO, E. O.; GRACIA,

D. & ARAÚJO, F. G. Diversity of fish assemblages in the four geographic units of

the Paraíba do Sul river. Iheringia, Série Zoologia, v. 95, p. 347–357, 2005.

Page 20: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL INSETICIDA DO PRODUTO VIG1 SOBRE LARVAS DE Aedes aegypti

Pardal, B. M.¹,², Cruz, I. L. S.¹,², Carvalho, M. A. ¹,², Oliveira, N. B. ¹,², Santos, L. R. ¹,²,

Anunciação, S. C. M. 4, Maleck, M.1,2,3

¹USS, Curso de Biomedicina.

²USS, Laboratório de Insetos Vetores - [email protected]

³USS, Universidade Severino Sombra/ Mestrado Profissional em Ciências Ambientais

4SMSV, Secretaria Municipal de Saúde de Vassouras .

Palavras-chave: Aedes aegypti, inseticida, dengue.

INTRODUÇÃO A dengue é uma patologia infecciosa e de caráter febril agudo que possui o

mosquito Aedes aegypti (L., 1762), como vetor. Este inseto é também o

transmissor da febre amarela e estima-se que este mosquito seja originário do

continente africano (especificamente do Egito) e que o mesmo venha

dissipando-se pelas regiões de clima tropical e subtropical de todo o mundo

desde o período das Grandes Navegações, no século XVI (IOC-FIOCRUZ, 2014).

Outros culicídeos do gênero Aedes, já foram encontrados povoando

determinados pontos florestais da Mata Atlântica, como por exemplo, em

regiões do Recife - PE e Florianópolis - SC (ALBUQUERQUE et al., 2000;

PATERNO & MARCONDES, 2004), fazendo uso de criadouros naturais.

Todavia, a dengue é considerada a mais importante arbovirose que atinge o

homem (BRASIL, 2002) e por esse motivo vem causando sérios problemas de

saúde pública no Brasil (PARDAL et al., 2013). O Ae. aegypti é um mosquito

cada vez mais adaptado a se reproduzir nos ambientes domésticos e

peridomésticos, onde encontra facilmente recipientes que acumulam água e

consequentemente, servem de criadouros para a postura de seus ovos (TAUIL,

2009). Portanto, o mesmo é alvo de constantes pesquisas e investimentos

governamentais em políticas de controle, fazendo-se extremamente importante

o achado de substâncias com baixo potencial tóxico ao ambiente e ao homem e

Page 21: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

eficientes no manejo do modelo em questão (CRUZ et al., 2013). O objetivo

deste estudo fundamentou-se na avaliação do potencial inseticida do produto

VIG1, atualmente utilizado no controle das formas larvais do vetor da dengue.

MATERIAL E MÉTODOS Os bioensaios foram realizados no Laboratório de Insetos Vetores (LIV) da

Universidade Severino Sombra, Vassouras/RJ. O produto foi cedido pela

Secretaria de Vigilância Sanitária do Município de Vassouras/RJ. O mesmo foi

solubilizado em água mineral nas concentrações finais de 10, 50 e 100 µg/µL. Os

testes foram realizados através da utilização de grupos com 20 insetos,

totalizando 240 larvas em terceiro estádio de Ae. aegypti. Os experimentos

incluíram grupos testes e grupo controle (sem adição da substância). Todos os

bioensaios foram realizados em triplicata e o produto VIG1 foi aplicado (em suas

respectivas concentrações) no meio de criação das larvas (20 mL de água

mineral: 1mL/larva) de acordo com a metodologia de Cabral et al. (2009). Após

1h da aplicação, as larvas receberam alimentação de ração para peixe (Cabral et

al., 2009). Os bioensaios foram mantidos a temperatura e umidade ambiente.

Os experimentos foram observados diariamente no intervalo de 30 dias e as

larvas foram alimentadas em dias alternados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Na concentração de 10µg/mL observou-se a mortalidade nos 3 grupos testes

(R1, R2 e R3). As larvas L3 apresentaram uma mortalidade de 70% e as de L4 de

100%, em aproximadamente 430 horas. Na concentração de 50µg/mL a

mortalidade de larvas foi bastante efetiva: L3 98% e L4 de 100%, em

aproximadamente 260 horas. Na concentração de 100µg/mL, observou-se uma

mortalidade de 93% (L3), e 100% (L4), em aproximadamente 310 horas.

Ressaltando que nenhuma larva atingiu o estádio de pupa.

CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos nesse estudo, verificou-se que o produto

VIG1 utilizado como inseticida no controle da população de Ae. aegypti

apresentou mortalidade larval em todos os testes realizados, principalmente nas

larvas L4. Embora sua eficácia como potencial inseticida tenha sido observada

Page 22: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

apenas após 3 dias de sua aplicação. Para confirmação dos dados, novos

bioensaios estão sendo realizados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, C.M.R., MELO-SANTOS M.A.V., BEZERRA M.A.S.,

BARBOSA R.M.R., SILVA D.F., SILVA E. Primeiro registro de Aedes albopictus

em área da Mata Atlântica, Recife, PE, Brasil. Revista de Saúde Pública, v.34,

n.3, p.314-315, jun 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: aspectos

epidemiológicos, diagnóstico e tratamento / Ministério da Saúde, Fundação

Nacional de Saúde. – Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. 20p.: il. –

(Série A. Normas e Manuais Técnicos, nº 176).

CABRAL, M.M.O., ALENCAR, J.A., GUIMARÃES, E.A., KATO, M.J. Larvicidal

activity of grandisin against Aedes aegypti. Journal of American Mosquito

Control Association. 2009 Mar v.25, n.1, p. 103-105.

CRUZ, I.L.S., PARDAL, B.M., CARVALHO, M.A., OLIVEIRA, T.P., FILHO,

J.M.B., MALECK, M. Proposta da avaliação da atividade larvicida de

substâncias esteroidais sobre Aedes aegypti. Anais do II Fórum de Produção

Científica da Região Centro-Sul Fluminense 179/220. ISBN 978-85-88187-39-9.

IOC-FIOCRUZ. Disponível em

http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/longatraje.html acessado em 04 de

junho de 2014.

PARDAL, B.M., CRUZ, I.L.S., ALVES, S.P., MENDONÇA, C.C., MONSORES,

D.A., MALECK, M. Educação em saúde: controle de Aedes aegypti. Anais do II

Fórum de Produção Científica da Região Centro-Sul Fluminense 67/220. ISBN

978-85-88187-39-9.

PATERNO U., MARCONDES C.B. Mosquitos antropofílicos de atividade

matutina em Mata Atlântica, Florianópolis, SC. Revista Saúde Pública,

2004;v.38, n.1, p.133-135, 2004.

TAUIL, P.L., 2001. Urbanização e ecologia do dengue. Cadernos de Saúde

Pública, 17: 99-102.

Page 23: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

AGÊNCIAS DE FOMENTO: Jovens Talentos/FAPERJ; PIBIC/FAPERJ;

PIBIC/CNPQ; Secretaria Municipal de Saúde/SMS-Vassouras, RJ.

Page 24: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

AVIFAUNA CONSUMIDORA DOS FRUTOS DE Alchornia sidifolia Euphorbiaceae

Santos, H. F.¹; Nunes, A. F. ²

¹IZMA, Intituto Zoobotânico de Morro Azul - [email protected]

²Universidade do Estado de São Paulo

Palavras-chave: Aves, reflorestamento, observação.

INTRODUÇÃO As árvores do gênero Alchornia, são plantas dióicas de folhas subcoriáceas,

levemente pubescentes na face inferior. São perenifólias, heliófitas, pioneiras e

quase indiferentes às condições físicas do solo. Ocorrem na floresta pluvial

atlântica que sofreu alguma interferência antrópica, sendo pouco comuns nas

florestas clímax e abundantes nas capoeiras (LORENZI, 2000: 98). Alchornia

sidifolia é uma espécie comum e abundante na área estudada e frutificam entre

os meses de setembro e outubro. Seus frutos são atraentes para várias espécies

de aves, sendo indicada para projetos de reflorestamento por ser de fácil

dispersão zoocòrica.

MATERIAL E MÉTODOS Dois exemplares de A. sidifolia foram utilizados para observação durante sua

frutificação em dois anos consecutivos. O período de observação durou de

06/09/2010 a 18/09/2010 e de 13/09/2011 a 03/10/2011. Foram feitas

observações diárias de 60 min pela manhã e 60min à tarde, perfazendo um total

de 68 horas. Foi utilizado um binóculo Tasco 10X50 e caderneta de campo para

anotação das espécies observadas. Os guias de campo utilizados foram Develey

& Endrigo (2004) e Dunning (1988). A classificação taxonômica seguiu os

critérios adotados na publicação: “LISTAS DAS AVES DO BRASIL”, (CBRO,

2014).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram identificadas 31 espécies de aves consumidoras dos frutos de A. sidifolia,

sendo 30 de hábito alimentar engolidor e apenas uma tritradora. As espécies

Page 25: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

observadas consumiam os frutos na árvore retirando a semente envolta pelo

arilo vermelho e engolindo-a inteira. Selenidera maculirostris retirava todo o

fruto e no bico descartava a parte externa engolindo a semente. Turdus

amaurochalinus e T. rufiventris coletavam no solo as sementes que caíam com

o arilo. Pionus maximiliani triturava a semente enquanto comia o arilo.

CONCLUSÃO A. sidifolia é uma planta atrativa para aves sendo adequada aos projetos de

revegetação com espécies nativas. Seus frutos pequenos são engolidos inteiros

pela maioria das aves facilitando sua dispersão o que contribui para o aumento

das suas populações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – Lista das Aves do Brasil

– 11ª Edição – 01/01/2014 - 41 pg.

DEVELEY, P. F.; ENDRIGO, E. Aves da Grande São Paulo, Aves e Fotos,

Editora, São Paulo, 2004.

DUNNING, J. S. South American birds. – A Photographic Aid to Identification.

- Harrowood Books – Pennsylvania, 1988.

LORENZI, A. Árvores brasileiras - 3º Edição, Vol.1, 352 pg. Instituto Plantarum,

São Paulo, 2000.

Page 26: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Aves consumidoras dos frutos de Alchornia sidifolia e hábito alimentar.

Jacuguaçu Penelope obscura Engolidor

Asa-branca Columba picazuro Engolidor

Pomba-mineira Columba cayenensis Engolidor

Araçari-poca Selenidera maculirostris Engolidor

Pica-pau-velho Celeus flavescens Engolidor

Maitaca Pionus maximilliani Triturador

Subideira-verde-olivácea Sittassomus griseicapillus Engolidor

Tangará Chiroxiphia caudata Engolidor

Caneleiro-de-chapéu-

negro

Pachyramphus validus Engolidor

Teque-teque Todyrostrum

poliocephalum

Engolidor

Bem-te-vi-carijó Legatus leucophaius Engolidor

Bem-te-vi Pitangus sulfuratus Engolidor

Bem-te-vi-carijó Myiodynastes maculatus Engolidor

Bem-te-vi-do-bico-chato Megarhinchus pitangua Engolidor

Bem-te-vizinho Miyosetetes similis Engolidor

Sibiriri Tyrannus melancholicus Engolidor

Tesoura Tyrannus savana Engolidor

Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris Engolidor

Sabiá-poca Turdus amaurochalinus Engolidor

Sabiá-do-barranco Turdus leucomelas Engolidor

Sabiá-una Platycichla flavipes Engolidor

Mariquita Parula pitiayumi Engolidor

Saíra-dourada Tangara cyanoventris Engolidor

Sanhaço Thraupis sayaca Engolidor

Sanhaço coqueiro Thraupis palmarum Engolidor

Sanhaço-de-encontro Thraupis ornata Engolidor

Saíra-amarela Tangara cayana Engolidor

Saí-andorinha Tersina viridis Engolidor

Page 27: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Saíra-azul Dacnis cayana Engolidor

Saíra da mata Hemithraupis ruficapilla Engolidor

Japu Psarocolius decumanus Engolidor

Page 28: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS

ÁGUAS DA BACIA DO RIO ALEGRE – VASSOURAS/RJ

Gonçalves, L. H. C.¹; Lima, R.F.²; Rodrigues, V.G.³

¹ SEEDUC .Professora de Biologia/Mcs em Ciências Ambientais. [email protected].

² PMPF. Pedagoga/Msc em Ciências Ambientais. [email protected] ³ USS. Curso de

Engenharia Ambiental. [email protected]

Palavras-chave: Rio Alegre, Qualidade das águas, Bacia Hidrográfica.

INTRODUÇÃO

O rio Alegre nasce na Fazenda Galo Vermelho, situada na rodovia RJ 121,

Vassouras-RJ; percorrendo várias localidades com extensão de 37,8 km.A bacia

do rio Alegre abrange grande área do município de Vassouras e constitui um

corpo hídrico de vital importância para o ambiente local e para a bacia do rio

Paraíba do Sul (IBGE,2010).

A água é um recurso peculiar, não somente pela sua amplitude de utilização,

mas também por ser um indicador ambiental da qualidade do solo, comumente

alterado pelo homem (TOLEDO et al., 2009). Os cursos d’água que drenam uma

região apresentam características físico-químicas e fisiográficas próprias, que

refletem o uso do solo da bacia hidrográfica.

Com o desenvolvimento das atividades humanas, qualquer curso d’água está

sujeito a sofrer alterações que podem comprometer a qualidade de suas águas.

Por isso torna-se importante o monitoramento de suas águas para que possam

ser atendidos os requisitos estabelecidos em sua classe e garantir seus usos

previstos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Page 29: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Os pontos de monitoramento encontram-se no município de Vassouras que

está localizado ao sul do Estado do Rio de Janeiro a 22°24’16” sul e de 43°39’48”

oeste, altitude média 418 m possuindo uma área total de 538,13 km².

A coleta de água para análise dos parâmetros físico-químicos e

microbiológicos foi feita utilizando garrafa pet de água mineral de 2L. Para

análise microbiológica a coleta foi realizada em frasco estéril. Os parâmetros

físico-químicos foram analisados nos laboratórios de química da Universidade

Severino Sombra e a análise microbiológica foi realizada no laboratório

EUFRÁSIA-Medicina Laboratorial.

Os parâmetros físico-químicos e microbiológicos analisados foram realizados

sem triplicata das amostras de água coletadas nos meses de Outubro e

Dezembro de 2013. Os parâmetros mensurados foram interpretados buscando a

relação dos mesmos com processos no meio hídrico e no seu entorno.

A delimitação e a computação da área e do perímetro de contribuição da

bacia foram feitos utilizando mapas de IBGE em escala 1:50:000 e do programa

Auto CAD.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Temperaturas mais amenas foram registradas em locais de mata fechada

(nascente).O pH é bastante influenciado pela presença da matéria orgânica ,

havendo tendência a acidificação. A turbidez é acentuada em locais com erosão

das margens e pelo descarte de esgoto sanitário. Demanda Química de Oxigênio

(DQO) torna-se elevada em determinadas áreas devido provavelmente pela

concentração de descargas.

Na análise microbiológica realizada nos diferentes pontos de coletas,

detectou-se a presença de bactérias termotolerantes. A presença desses

microrganismos nas amostras analisadas é um fator indispensável para a Saúde

Pública.

CONCLUSÕES

Page 30: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Através desse estudo identificou-se que as alterações na qualidade da água são

provocadas pelas mudanças do uso do solo e na cobertura vegetal da bacia e

pelos efluentes domésticos jogados no rio. As análises físico-químicas e

microbiológicas das águas do rio Alegre forneceram dados substanciais quanto à

poluição e a degradação desse recurso hídrico.

Ao final desse trabalho pode-se inferir o seguinte: A avaliação do entorno do rio

Alegre, neste estudo apresenta grandes transformações ao longo do seu curso e

que reflete na qualidade de suas águas.A análise físico-química da água revela

valores importantes para pesquisas futuras como os de temperatura, pH, DQO,

turbidez, cloretos.Supõe-se que tenha origem em poluição por produtos de

origem agrícola e por efluentes de esgotos domésticos.

O resultado microbiológico nas águas do rio Alegre abrangida nesta investigação

apresenta resultado positivo para coliformes termotolerantes, tornando

impróprio o consumo direto do manancial.

A política de gerenciamento hídrico isoladamente, não irá resolver as questões

da degradação; é necessária uma política mais abrangente envolvendo

educação, planejamento e aplicabilidade, visando reduzir a degradação do meio

ambiente e possibilitando proteção humana e ambiental.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS – ANA. A evolução e gestão dos recursos

hídricos no Brasil. Brasília, 2005.

CETESB, 1987. Guia de coleta e preservação de amostras de água. 1ª Ed. São

Paulo, 155p.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução 357.

Classificação das águas, de 17 de março de 2005, Diário Oficial da União,

Brasília, DF, 31 mar. 2005. Seção 1.

Page 31: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE.

Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Dimensão Ambiental-Água Doce.

Brasil, 2010.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005 - Dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes, e dá outras providências. disponível

em http://www.lei.adv.br/conama01.htm

VILLELA, S.M. Hidrologia Aplicada. São Paulo. Mc Graw-Hill, 1975.

Page 32: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

CARACTERIZAÇÃO FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO

SERTÃO DO MARUIM, SÃO JOSÉ, SANTA CATARINA

Saullo, R. B. 1; Freire L. S. R. 2; Nasser, F. C. 3

1UFRRJ, Estudante do curso de Engenharia Florestal - [email protected]

2UERJ, Estudante do curso de Ciências Biológicas - [email protected]

3CICLO ENGENHARIA, Engenheiro Florestal- [email protected]

Palavras-chave: Inventário florístico, fitossociologia, floresta ombrófila

densa.

INTRODUÇÃO A Floresta Tropical Atlântica, ou Mata Atlântica, é considerada a mais

complexa e heterogênea formação florestal da Região Sul do país, fato

constatado pelas inúmeras comunidades e associações encontradas unicamente

nessa tipologia, que ocupava, originalmente, cerca de 30% da cobertura florestal

do Estado de Santa Catarina (KLEIN, 1978).

Ainda que muitos autores considerem a existência de extensas áreas

pouco conhecidas do ponto de vista biológico, estima-se que o bioma Mata

Atlântica abrigue cerca de 1 a 8% da biodiversidade mundial. Associada a esta

elevada biodiversidade, também existe uma elevada destruição dos ambientes

naturais e habitats, visto que a área de Mata Atlântica remanescente foi

estimada em cerca de 7% de sua cobertura vegetal original, dado responsável

pelo enquadramento desse bioma em segundo lugar no ranking mundial dos

hotspots com maior número de espécies de diferentes grupos em risco de

extinção (CÂMARA, 2003).

Este estudo teve como objetivo caracterizar a estrutura fitossociológica de

um fragmento florestal, no município de São José, Santa Catarina - SC.

MATERIAL E MÉTODOS

Page 33: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Com base nos dados altimétricos, a área de estudo localiza-se em uma

superfície de transição entre a Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e a

Floresta Ombrófila Densa Submontana, situada entre as coordenadas planas

UTM, DATUM WGS84, FUSO 22J, E727933 N6944476, E728082 N6944446,

E728109 N6944594, E727967 N6944651.

A análise fitossociológica do componente arbóreo foi efetuada em área

total de 6,49 ha, subdividindo-se em censo amostral das árvores isoladas (4,80

ha) e 20 parcelas de 100 m², representando 11,83% da área total dos fragmentos

florestais (1,69 ha).

As unidades amostrais (parcelas) adotadas possuem 100 m2 (10m x 10m)

e somam 20 unidades aleatoriamente distribuídas na área de estudo,

totalizando 2000 m2 de área inventariada ou 0,2 hectares.

Foram coletados, para cada indivíduo, os seguintes parâmetros:

circunferência à altura do peito (CAP), altura total (HT), altura comercial (HC) e

fitossanidade do fuste (Q). Todos os indivíduos com diâmetro na altura do peito

(DAP) igual ou maior que 4,0 cm, e estavam localizados dentro dos limites das

unidades amostrais, tiveram seus parâmetros analisados/coletados com auxílio

de fita métrica, podão, atiradeira para coletas de dossel, binóculo e foram

marcadas com auxílio de pistolas grampeadoras e numeração específica. Nos

casos de bifurcação, todos os fustes que atendiam a esse requisito foram

mensurados.

A análise da diversidade de espécies visou estabelecer referências que

permitam avaliar o quanto um fragmento florestal é diverso. Para tanto, foram

empregados dois índices: Coeficiente de Mistura de Jentsch ( NSQM onde, S =

número de espécies amostradas. N = número total de indivíduos amostrados.) e

o Índice de Shannon-Weaver ( N

nnNN

H

S

i

ii

1'

lnln

onde, N = número total de

indivíduos amostrados; ni = número total de indivíduos amostrados da i-ésima

espécie; S = número de espécies amostrado; ln = logaritmo neperiano.). Para a

avaliação da amostragem realizada foi produzida a curva espécie-área.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 34: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O levantamento resultou na amostragem de 619 indivíduos, de 48

espécies, 36 gêneros e 24 famílias, onde o DAP médio encontrado foi de 7,44cm,

altura total média foi 6,31m e altura comercial média de 2,62m.

O Valor de Importância relativo é um índice muito utilizado em estudos

fitossociológicos para atribuir valores à importância da espécie em função dos

seus valores relativos de Frequência, Dominância e Densidade. As espécies

encontradas que obtiveram o maior índice de valor de importância foram: Pera

glabrata Schott., Piptocarpha axilaris (Less.) Baker, Clusia criuva Cambess.,

Miconia ligustroides (DC.) Naudin, Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze,

Alchornea glandulosa Poepp. & Endl., Myrcia multiflora (Lam.) DC., Myrcia

pubipetala Miq. e Guapira opposita (Vell.) Reitz.

O índice de Shannon-Weaver para o presente levantamento foi 2,95

nats/ind. Comparado com os valores encontrados no Inventário Florístico

Florestal de Santa Catarina (IFFSC), 3,07 nats/ind. (Unidade Amostral 256),

2,91 nats/ind. (UA 390) e 3,18 nats/ind. (UA318) (VIBRANS et al, 2013), o

estudo apresenta valor compatível com outras áreas de Floresta Ombrófila

Densa, próximas à área de estudo no estado de Santa Catarina.

O presente estudo encontrou Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) de

0,14, valor inferior ao encontrado para outras áreas de Floresta Ombrófila

Densa em Santa Catarina. O IFFSC encontrou QM = 0,20 (UA 256), 0,18 (UA

390) e 0,22 (UA 318) (VIBRANS et al, 2013).

Três espécies encontradas são enquadradas em alguma categoria de

ameaça, são elas: Campomanesia reitziana D.Legrand (VU), Ocotea pulchra

Vattimo-Gil (EM) e Euterpe edulis Mart. conhecidas como Guabiroba-

crespa, Canela e palmito-juçara, respectivamente (Lista de espécies da flora do

Brasil, 2014).

CONCLUSÃO Através da análise dos parâmetros encontrados e com base nas

comparações com outros estudos realizados na fitofisionomia de Floresta

Ombrófila Densa no Estado de Santa Catarina podemos concluir que a

comunidade possui diversidade relativamente baixa e pode ser classificada

como pertencente à Floresta Atlântica em estado médio de regeneração.

Page 35: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KLEIN, R. M. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. In: REITZ, R.

(ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: SUDESUL/FATMA/Herbário

Barbosa Rodrigues. 1978. 24 p.

CÂMARA, I. G. Brief history of conservation in the Atlantic Forest. In:

GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. (Eds). The Atlantic Forest of South

America: Biodiversity Status, Threats, and Outlook. Center for Applied

Biodiversity Science and Island Press. Washington, D. C. 2003. p. 31-42.

VIBRANS, A. C. et al. Floresta Ombrófila Densa. In: Inventário Florístico

Florestal de Santa Catarina. Santa Catarina: Edifurb. 2013. v. IV, p. 293.

Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 20 Jun.

2014.

Page 36: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

COMPARAÇÃO DA RIQUEZA DE FAUNA EDÁFICA EM UM POVOAMENTO DE EUCALIPTO E UM TRECHO DE

FLORESTA NATIVA NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO – RJ

Vecchi, I. C. ¹; Almeida, F. S.²

¹UFRRJ, Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental – [email protected]

²UFRRJ, Departamento de Ciências do Meio Ambiente, Instituto Três Rios –

[email protected]

Palavras-chave: entomofauna, serrapilheira, riqueza

INTRODUÇÃO À serapilheira são atribuídas funções importantes como a reposição de

nutrientes no solo e a interceptação de águas pluviais. Os micro-organismos e a

fauna, em especial os insetos, abrigados na serapilheira são responsáveis pela

sua decomposição (HENEGHAN et al. 1999 apud Silva et al., 2013; HOOPER et

al. 2000 apud Silva et al., 2013). As características ecológicas da fauna de solo

estão relacionadas a diversos fatores, dentre eles o tipo de formação vegetal, o

solo e a climatologia local (Schowalter & Sabin 1991 apud Ferreira & Marques,

1998). Objetiva-se com o presente estudo verificar se a riqueza de ordens da

fauna edáfica está relacionada com o tipo de cobertura vegetal e com a

profundidade de serapilheira, em duas áreas: um povoamento de Eucalyptus sp.

e um trecho de floresta nativa de Mata Atlântica da Reserva Biológica União-RJ.

MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo foi realizado na Reserva Biológica União (22º25’40”S,

42º02’06”W), administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade – ICMBio, que possui uma área total de 2.548 ha, onde podem

ser encontradas áreas conservadas de Mata Atlântica e povoamentos de

Eucalyptus sp., cujo plantio teve como intenção inicial o mercado ferroviário. A

área abrange os municípios de Macaé, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras,

Estado do Rio de Janeiro.

Page 37: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Para a realização dos estudos foram utilizadas duas áreas para a coleta de

serapilheira: um povoamento de eucalipto e um trecho de floresta nativa de

Mata Atlântica na Reserva Biológica União – RJ. Em cada área foram definidas

10 parcelas aleatórias de 25 cm², distantes umas das outras por no mínimo 1

metro, nas quais foi medida a altura da serapilheira no ponto central e retirada a

mesma por raspagem manual. As amostras foram acondicionadas em

embalagens plásticas e etiquetadas.

As amostras obtidas foram dispostas separadamente sobre uma

superfície clara, para facilitar o processo de visualização dos animais, e posterior

coleta manual dos espécimes. Os indivíduos foram acondicionados em frascos

contendo solução de álcool 70 %. Os indivíduos foram identificados ao nível

taxonômico de Ordem com o auxílio de microscópio digital modelo

MICROZoomCAP (aumento total de 200x), segundo Silva & Ruffino (2008). A

fim de verificar a relação entre a riqueza de ordens e a profundidade da

serapilheira foi utilizada a correlação de Spearman, com 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO No povoamento de eucalipto foram encontradas as ordens Coleoptera,

Hymenoptera, Mantodea e Pulmonata, totalizando 4 ordens. Acarina, Araneae,

Chilopoda, Coleoptera, Diplura, Embioptera, Hemiptera, Hymnoptera, Isopoda,

Isoptera, Lepdoptera e Orthoptera foram as ordens encontradas na área de

floresta nativa de Mata Atlântica, totalizando 12 ordens. A profundidade da

serapilheira não esteve correlacionada com a riqueza de ordens no povoamento

de eucalipto (rs = 0,3758 ; P = 0,28) e nem no trecho de floresta nativa de Mata

Atlântica (rs = 0,3054 ; P = 0,39).

Embora se saiba que os espécimes de eucalipto produzem altas

concentrações de substâncias voltadas à defesa contra herbivoria (ANJOS et al.,

1986 apud Marinho et al., 2008; BRAGANÇA et al., 1998 apud Marinho et al.,

2008) faz-se necessário uma maior quantidade de amostragens a fim de avaliar

possíveis efeitos inibidores dos espécimes de Eucalyptus sp. sobre a fauna

edáfica local, bem como, a pesagem e a segregação dos componentes da

serapilheira coletada, a fim de apreender melhor as relações entre a cobertura

vegetal e a riqueza de ordens da fauna de serapilheira.

Page 38: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

CONCLUSÃO Não houve evidências do efeito da profundidade da serapilheira na

riqueza de ordens nos ambientes estudados. A floresta nativa de Mata Atlântica

apresenta maior riqueza de ordens da fauna do solo que o povoamento de

eucalipto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, R. L.; MARQUES, M. M. G. S. M. A Fauna de Artrópodes de

Serrapilheira de Áreas de Monocultura com Eucalyptus sp. e Mata Secundária

Heterogênea. Anais da Sociedade Entomológica

Brasileira, vol.27, no.3. Londrina, Setembro/1998. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0301-

80591998000300007>. Acesso em 3/2/2014.

MARINHO, J. S.; OLIVEIRA, M. G. A.; GUEDES, R. N. C.; PALLINI, A.;

OLIVEIRA, C.L. Inibidores de proteases de hospedeiros nativos e exóticos e sua

ação em intestinos de lagartas de Thyrinteina leucoceraeae. Revista Árvore,

Viçosa-MG, v.32, n.6, p.1125-1132, 2008. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rarv/v32n6/a18v32n6.pdf>. Acesso em 3/2/2014.

SILVA, D. A.; VECCHI, I. C.; CÂNDIDO, H. M. N.; CORTINES, E.; MILWARD-

DE-AZEVEDO, M. A. Diversidade da fauna de serrapilheira em um trecho de

mata ciliar da ilha da Marambaia, RJ. Anais do XI Congresso de Ecologia do

Brasil: Salvador, 2013.

SILVA, E.A. & S.F. RUFFINO. Guia para identificação de animais do solo e da

serrapilheira. São Carlos, 2008. Disponível em: <

http://www.cdcc.usp.br/maomassa/doc/ensinodeciencias/GuiaParaIdentificac

aoDeAnimaisDoSoloESerapilheira.pdf>. Acesso em: 19/01/2014.

Page 39: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

CONSTITUIÇÃO QUÍMICA ESTRUTURAL DO TEGUMENTO DA SEMENTE DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA

Sampaio, D. A.¹; Abreu, H. S.2; Oliveira, M. T. P.3; Sanches, L. S.3

¹UFRRJ, Mestranda do Programa de Pós graduação em Ciências Ambientais e Florestais -

[email protected]

2 UFRRJ, Professor do Departamento de Produtos Florestais - [email protected]

3 UFRRJ, Discente de Engenharia Florestal – [email protected]

4 UFRRJ, Discente de Engenharia Florestal - [email protected]

Palavras-chave: Pinheiro-do-Paraná, lignina, semente

INTRODUÇÃO A Floresta Ombrófila Mista integra o domínio do bioma Mata Atlântica,

acolhendo uma grande variedade de espécies, algumas das quais endêmicas. É

caracterizada por dois estratos, sendo o superior dominado pela Araucaria

angustifolia, que chega a responder por mais de 40% dos indivíduos arbóreos

existentes nesse ecossistema (Medeiros et al., 2004). Pertencente à família

Araucariaceae, a espécie é a única do seu gênero com ocorrência natural no

Brasil e está na categoria de vulnerável na lista de espécies ameaçadas da IUCN

(Hilton-Taylor, 2000). As sementes da Araucaria angustifolia são também

conhecidas como pinhões (Conforti e Lupano, 2007) e consideradas por Ramos

e Carneiro (1988), como a principal forma de propagação da espécie. Rica em

reservas energéticas (Carvalho, 2003), as sementes de Araucaria angustifolia

são recalcitrantes, perdendo a viabilidade germinativa rapidamente após a

colheita (Ferreira, 1977), o que dificulta sua conservação por longos períodos.

Recentes análises mostram que o tegumento da semente de Araucaria

angustifolia apresenta potenciais na produção de carvão ativo e na remoção de

metais de águas poluídas (Santos et al., 2011). Para a produção de carvão ativo

se faz necessária utilização de um material que possui alto poder calorífico e, se

tratando dos elementos estruturais, a lignina é a única que possui tal

propriedade. Por conta da flexibilidade enzimática, que ocorre em fibras de

madeira, em sementes e outros orgãos das plantas tanto de gimnospermas como

Page 40: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

de angiospermas, as ligninas diferem-se quanto a sua composição. Descobertas

recentes definiram outro tipo de lignina (C-lignina) que é rica em ácido caféico.

Segundo Chena (2012) algumas espécies de cactos contêm apenas C-lignina em

sua semente, enquanto outros contêm apenas a lignina clássica guaiacilica /

siringílica. Estudos com lignina de sementes são ainda escassos, porém,

recentes pesquisas mostraram características composicionais que diferem das

ligninas tradicionais. De forma a possibilitar melhores utilizações no contexto

da fisiologia, conservação do solo e energia, este trabalho objetiva a

quantificação química estrutural enfatizando a lignificação do tegumento da

semente de Araucaria angustifolia, podendo também subsidiar pesquisas mais

avançadas na área de utilização dos recursos florestais não madeireiros.

MATERIAL E MÉTODOS As sementes de Araucaria angustifolia foram doadas pelo Viveiro Florestal Luiz

Fernando Oliveira Capellão da UFRRJ. As sementes foram descascadas, de

forma a utilizar para análise somente a camada externa do pinhão. Esse

material foi moído em um moinho de facas do tipo Willey. As amostras foram

submetidas a um ciclo de extração com os solventes ciclohexano, acetato de etila

e metanol (Abreu et al., 2006) e seco em estufa de + 60ºC. A partir do material

seco (casca da semente) livre de extrativos, foi determinado o teor de

holocelulose (Abreu et al., 2006). A lignina foi determinada pelo método de

Klason (Abreu et al., 2006). A partir do material seco livre de extrativos foi

isolada a lignina dioxano (Abreu et al., 2006). Foi realizada a reação de redução

de grupos aldeídicos da lignina dioxano por NaBH4. Para espectroscopia no

infravermelho, foram utilizadas amostras da lignina de dioxano e da lignina de

dioxano reduzida utilizando pastilhas de KBr em um espectrômetro (VARIAN

640-IR FT-IR spectrometer). Os espectros foram registrados no modo

experimental de transmitância utilizando 4cm-1 de resolução, 128 varreduras,

amplitude espectral entre 4000-400cm-1 (Abreu et al., 2006).

RESULTADOS E DISCUSSÃO A quantificação dos constituintes químicos estruturais da parede celular foi de

32.43% de lignina, 35.16% de celulose e 14,83% de hemicelulose encontrados no

tegumento da semente de Araucaria angustifolia. Esse alto teor de lignina

Page 41: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

obtido pode ser comparável aos encontrados em bagaço de cana, madeiras, etc.,

visto que a própria madeira de Araucaria angustifolia, possui teor de lignina

próximo de 28% (Mattos, 2006). A análise no infravermelho mostrou que a

reação de redução de terminais aldeídicos da lignina de dioxano por NaBH4

ocorreu com sucesso. Os espectros também mostraram que a lignina da casca da

semente é extremamente rica em unidade guaiacíla, revelando uma estrutura

molecular rica em ligações condensadas.

CONCLUSÃO Os resultados das análises permitiram concluir que o teor de lignina da casca do

pinhão do Pinheiro-do-Paraná supera a maioria dos materiais lignocelulósicos

(madeiráveis e não madeiráveis), favorecendo sua utilização para fins

energéticos. Grupos funcionais aldeídicos contribuem para rápida desidratação

da semente e para sua baixa degradabilidade, assim como hidrofobicidade

podendo interferir na germinação da mesma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, H. S.; et al. Métodos de análise em química da madeira, Floresta e

ambiente, 2006, 20p.

CARVALHO, P.E.R. Espécies florestais brasileiras. Colombo: Embrapa-

CNPF; Brasília: EMBRAPA-SPI, 2003, 1038 p.

CHENA, F.; et al. A polymer of caffeyl alcohol in plant seeds. PNAS, v. 109, n.

05, p. 1772-1777, 2012.

CONFORTI, P.A.; LUPANO, C.E. Starch characterization of Araucaria

angustifolia and Araucaria araucana seeds. Starch-Starke, v. 59, p. 284-289,

2007.

FERREIRA, A. G. Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze.: germinação

da semente e desenvolvimento da plântula. 1977. 123 f. Tese (Doutorado

em Ciências) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.

HILTON-TAYLOR, C. IUCN red list of threatened species. IUCN:

Switzerland, 2000. 61 p.

MATTOS, P. P.; BORTOLI, C. D.; MARCHESAN R. Caracterização Física,

Química e Anatômica da Madeira de Araucaria angustifolia (Bert.)

Page 42: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O. Kuntze. Colombo: Embrapa Florestas, 2006. 04 p. (Embrapa Florestas.

Comunicado Técnico, 160).

MEDEIROS, J. D. DE.; et al. Floresta com Araucárias: um símbolo a ser

salvo da extinção. Rio do Sul: APREMAVI, 2004.

RAMOS, A.; CARNEIRO. J.G.A. Alterações fisiológicas em sementes de

Araucaria

angustifolia (Bert.) O. Ktze armazenadas após secagem em estufa. In:

CONGRESSO

FLORESTAL DO PARANÁ, 2, 1988. Curitiba. Anais …, Curitiba: v. único,

1988. p. 628-643.

SANTOS, F. A.; PIRES, M. J. R.; CANTELLI, M. Tratamento de efluente de

galvanoplastia por meio da biossorção de cromo e ferro com escamas da pinha

da Araucaria angustifolia. REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, v. 4, n. 64. p. 499-

504, 2011.

Page 43: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

CONTRIBUIÇÕES DE PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O ENSINO FORMAL, NOS MUNICÍPIOS DE

VASSOURAS, VALENÇA E PAULO DE FRONTIN, RJ

RIBEIRO, M.S.B.M.1; PEREIRA, V.F.G.C.2; GOMES, R.C.G.3

1 USS, Programa do Mestrado Profissional em Ciências Ambientais – [email protected]

2 USS, Programa do Mestrado Profissional em Ciências Ambientais – [email protected]

3 USS, Programa do Mestrado Profissional em Ciências Ambientais –

[email protected]

Palavras-chave: Educação Ambiental, ensino formal e não formal, políticas

públicas

INTRODUÇÃO Um dos preceitos básicos de preservação ambiental é a relação entre as

ações do homem e o meio ambiente em que está inserido, uma vez que as ações

de cada um repercutem em sociedade. Através do trabalho da Educação

Ambiental é possível alcançar o indivíduo e a coletividade para a construção de

valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes voltados para a

conservação do meio ambiente. É neste contexto que o Ministério da Educação

define a educação ambiental como processos por meio dos quais o indivíduo e a

coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso

comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade

(BRASIL. 1999. p.1). Nas últimas três décadas, políticas públicas foram

instituídas com o intuito de fomentar a educação ambiental. A partir da

promulgação da Lei N º. 6.938, de 31/08/1981, que determina a Política

Nacional do Meio Ambiente, destacam-se ainda a Constituição Federal de 1988,

a Lei Nº. 9.795, de 27/4/1999, que institui a Política Nacional de Educação

Ambiental e a Resolução MEC/CNE Nº. 2, de 15/06/2012, que estabelece as

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental em todos os níveis

de ensino, fornecendo parâmetros para subsidiar as unidades escolares na

articulação destas políticas com o projeto político pedagógico da escola. Neste

Page 44: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

contexto, a escola se reafirma com função social diversificada, desenvolvendo

propostas sócio-ambientais que, quando trabalhadas interdisciplinarmente,

conduzirá para uma educação eficiente e reflexiva ao ponto de atingir os

contextos através de seus muros. Para tanto, foi objetivo deste trabalho fazer

um levantamento sobre Organizações e/ou Instituições que oferecem práticas

sobre Educação Ambiental para o ensino formal, no Município de Vassouras e

seus vizinhos.

MATERIAL E MÉTODOS Com a finalidade de atingir os objetivos propostos, desenvolveu-se à

coleta dos dados junto às Organizações e/ou Instituições que promovem ações

de educação ambiental de modo a analisar as informações contidas em folhetos,

sites de internet. Procedeu-se visitas in loco para diálogo com o representante

institucional a fim de confirmar as atividades ofertadas e capturar imagens

recentes do local com suas peculiaridades, utilizando câmera digital, no intuito

de criar um acervo pessoal para ilustração do portfólio educativo. Os dados

coletados serão registrados, classificados e disponibilizados no portfólio e, no

intuito de promover visibilidade das Organizações e/ou Instituições, pretende-

se divulgar o referido instrumento junto às unidades escolares localizadas no

município de Vassouras/RJ para que estas possam usufruir das informações

coletas in loco, durante a visitação das localidades como estratégia de ensino

para as práticas da educação ambiental. A relevância encontra-se na

apresentação de dados, tais como a localização geográfica, meios de contato

(telefone, e-mail) e site institucional, destacando a promoção de programas

educacionais voltados para a preservação do meio ambiente. No Município de

Vassouras constam os Projetos Ba-Be-Bio-Mar e Dengue, oferecidos pela

Universidade Severino Sombra; o Parque Ecológico Mauro Romano - Vale

Verdejante, Museu da Casa da Hera, Secretaria de Meio Ambiente e o Instituto

São Fernando. No Município de Valença, o Parque Estadual Açude da

Concórdia e o Parque Municipal Açude da Concórdia. O IZMA - Instituto

Zoobotânico de Morro Azul, é disponibilizado em Eng. Paulo de Frontin.

Page 45: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

DISCUSSÃO O papel da Educação Ambiental, sendo difundida pelas instituições e

unidades de conservação, torna-se fundamental como apoio para que as escolas

possam trabalhar valores que transformam suas atitudes perante o meio

ambiente. Como resultado esperado, almeja-se expandir o conhecimento sobre

as políticas públicas para a educação ambiental, indicando as orientações

estabelecidas nas diretrizes curriculares para que as escolas proporcionem uma

formação sócio-ambiental aos alunos da educação básica. A produção e

divulgação de um guia prático constitui uma forma de ofertar informações sobre

as práticas de educação ambiental, visando orientar os gestores escolares e

equipe pedagógica sobre a existência de espaços não escolares que desenvolvem

atividades sócio-ambientais e de sustentabilidade.

CONCLUSÃO Tanto do pensamento ambientalista, como das próprias correntes

pedagógicas da educação, existem propostas educativas voltadas à questão

ambiental que se inserem num gradiente que enseja a mudança ambiental.

(LOUREIRO, 2012, p. 13). Com a produção do portfólio difunde-se a

contribuição das ações na construção de saberes. No que tange o espaço não

formal de educação, segundo Gohn (2006. p.27) “a educação não formal designa

processo com várias dimensões tais como [...] a aprendizagem com objetivos

comunitários, voltados para a solução de problemas coletivos do cotidiano”.

Assim sendo, o papel da Educação Ambiental, sendo difundida pelas

instituições e unidades de conservação, torna-se fundamental como apoio para

que as escolas possam trabalhar valores que transformam suas atitudes perante

o meio ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei nº 9.795 de 27 de Abril de 1999.

Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação

Ambiental e dá outras providências. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm

Page 46: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Resolução No. 2, de 15 de junho de

2012.Estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação ambiental.

Disponível em: http://conferenciainfanto.mec.gov.br/images/pdf/diretrizes.pdf

GOHN, M. da G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e

estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro,

v.14, n.50, p.27, jan-mar, 2006. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405.pdf. acessado em: 28 de junho

de 2014.

LOUREIRO, C. F. B. trajetória e fundamentos da educação ambiental. 4ª. Ed.

são Paulo: Cortez, 2012.

Page 47: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

DECOMPOSICÃO DE SERAPILHEIRA DE DUAS ESPÉCIES

ARBÓREAS DA MATA ATLÂNTICA

Cabreira, W. V. ¹, Pereira, M. G.2

¹UFRRJ, Curso de Engenharia Florestal- [email protected]

2UFRRJ, Professor Associado IV, Departamento de Solos, [email protected]

Palavras-chave: serapilheira, decomposição, ciclagem de nutrientes

INTRODUÇÃO

Constituída por materiais vegetais depositados na superfície do solo, tais

como folhas, cascas, ramos, flores, inflorescências, frutos, sementes, e

fragmentos vegetais e animais não identificáveis (CIANCIARUSO et al., 2006),

nos ecossistemas florestais tropicais, a serapilheira atua como fator de suma

importância na restauração da fertilidade do solo, principalmente, em áreas em

início de sucessão ecológica (ARATO et al., 2003), como o caso de áreas

perturbadas. Por meio da decomposição, a serapilheira libera para o solo

elementos minerais, essenciais para o desenvolvimento das plantas,

desempenhando um papel fundamental na ciclagem de nutrientes e nas

transferências de energia entre os níveis tróficos (RIBEIRO, 1998). No entanto,

a velocidade com que o material orgânico é decomposto, com consequente

liberação de nutrientes, depende fundamentalmente das condições físicas e

químicas do ambiente e da qualidade orgânica e nutricional do material que é

aportado. Associado a esses fatores, a fauna edáfica se encontra inteiramente

envolvida nos processos de fragmentação da serapilheira e estimulação da

comunidade microbiana do solo (CORREIA e ANDRADE, 2008). De maneira

geral, os fatores climáticos ajudam a determinar as características abióticas do

solo que por sua vez determinam a qualidade da serapilheira e, por fim, a

atividade e composição das comunidades de invertebrados e microorganismos

do solo que irão decompor este material (LAVELLE et al., 2006). Este trabalho

tem como objetivo avaliar a dinâmica de decomposição da serapilheira da

Page 48: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Lecythis pisonis Cambess. e Cupania oblongifolia Mart., espécies da Mata

Atlântica na área do Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro em Seropédica, RJ.

MATERIAL E MÉTODOS

O Jardim Botânico da UFRRJ, local de desenvolvimento desta pesquisa,

conserva, principalmente, indivíduos de espécies características da Mata

Atlântica. Foram selecionadas as espécies arbóreas Sapucaia (Lecythis pisonis)

e Camboatá (Cupania oblongifolia) objetivando a comparação entre as suas

dinâmicas de decomposição de serapilheira. Para isso, as folhas, que

representam maior parte da serapilheira, foram coletadas diretamente da copa.

Em seguida o material foi seco em estufa à temperatura de 65ºC por 48 horas.

Separou-se uma quantidade de 10 gramas para acondicionar em sacos de

polivinil “litter bags” com malha de 4 mm, área de 25 x 25 cm e 1,5 cm de altura.

Para cada espécie arbórea utilizou-se nove “litter bags” que foram instaladas

debaixo de suas respectivas copas. As coletas aconteceram em dois momentos:

aos 15 e 30 dias, após a instalação do experimento no dia 16 de maio. A

quantificação da taxa de decomposição foi obtida através de medidas de perda

de massa, calculando-se a diferença entre as quantidades iniciais do material

original contido no “litter bag” (tempo zero = 10 g) e as que permaneceram no

período de cada coleta. De posse desses valores, ao longo do período de estudo,

foi estimada a constante de decomposição k, conforme Thomas e Asakawa

(1993), através do seguinte modelo exponencial descrito através da fórmula

, em que, Xt é o peso do material remanescente após t dias e o

peso do material seco originalmente colocado nos sacos no tempo zero (t = 0).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando os resultados da primeira coleta, percebeu-se uma redução de

aproximadamente 11% da massa foliar para espécie Cupania oblongifolia e de

14% para Lecythis pisonis. Já na segunda coleta, essa perda foliar cresceu para

17% e 19,5%, respectivamente. Segundo Guo e Sims (1999), a diferença na

velocidade de decomposição da serapilheira é influenciada pela espécie vegetal

uma vez que existem diferentes concentrações de nutrientes e lignina.

Page 49: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Observou-se também uma maior redução de massa foliar para sapucaia devido à

presença da atividade biota (formigas) ao redor dos indivíduos amostrados.

CONCLUSÕES

Pode-se observar que ambas as espécies apresentaram uma perda de

massa foliar mais significativa no primeiro período de coleta. Sendo que, na

espécie C. oblongifolia essa perda ocorreu com menor expressão se comparado

com a L. pisonis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARATO, H.D.; MARTINS, S.V.; FERRARI, S.H.S. de. Produção e decomposição

de serapilheira em um Sistema Agroflorestal implantado para

recuperação de área degradada em Viçosa-MG. Revista Árvore, Viçosa-

MG, v.27, n.5, p.715-721, 2003.

CIANCIARUSO, M.C.; PIRES, J.S.R.; DELITTI, W.B.C.; SILVA, E.F.L.P.

Produção de serapilheira e decomposição do material foliar em um

cerradão na Estação Ecológica de Jataí, município de Luiz Antônio, SP,

Brasil. Acta Botânica Brasilica, v.20, p. 49-59, 2006.

CORREIA, M.E.F; ANDRADE, A.G. Formação de serapilheira e ciclagem de

nutrientes. In: SANTOS, G.A.; CAMARGO, F.A. de. Fundamentos da

matéria orgânica do solo: ecossistemas tropicais e subtropicais. 2 ed. Rev.

e atual. - Porto Alegre: Metrópole. p.137-158, 2008.

GUO, L. B.; SIMS, R. E. H. Eucalypt litter decomposition and nutrient release

under a short rotation forest regime and effluent irrigation treatments in

New Zealand I. External effects. Soil Biology und Biochemistry,

Elmsford, v. 33, n. 10, p. 1381-1388, Aug. 2001.

LAVELLE, P.; DECAËNS, T.; AUBERT, M.; BAROT, S.; BLOUIN, M.; BUREAU,

F.; MARGERIE, P.; MORA, P. & ROSSIC, J.P. Soil invertebrates and

ecosystem services. European Journal of Soil Biology, v. 42, p. 3-15,

2006.

Page 50: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

RIBEIRO, L. Dinâmica de nutrientes na serapilheira, em um trecho de mata

ciliar alagável com ninhal de aves do Rio Cuiabá, no Pantanal Barão de

Melgaço-MT. 1998. 53 p. Monografia (Graduação) - Instituto de

Biociências, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 1998.

Page 51: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

DENSIDADE DE FLEBOTOMINEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA

BRANCA, NÚCLEO PAU DA FOME, TAQUARA, RJ: DADOS PRELIMINARES

Silva, F. F.¹, Vilela, M. L², Avelino-Capistrano, F. S. ³

¹Faculdades São José- Curso em Ciências Biológicas; Fiocruz/ laboratório Transmissores de

Leishmaniose- [email protected]

² Laboratório de Vetores Transmissores de Leishmaniose. Departamento de Entomologia,

Instituto Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz, RJ- [email protected]

³PPG Biologia Animal, Laboratório de Entomologia-UFRJ/Laboratório de Vetores

Transmissores de Leishmaniose- Instituto Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz, RJ-

[email protected]

Palavras- chave: flebotomíneos; densidade; diversidade.

INTRODUÇÃO

Os flebotomíneos são dípetros da família Psychodidae, popularmente

conhecidos no Brasil como “cangalhinha”, “mosquito-palha”, “asa-branca”

(MARZOCHI, 1992). Cerca de 30 espécies de flebotomíneos são vetores de

protozoários do gênero Leishmania (ROSS, 1903). Em relação ao seu

envolvimento com humanos ocorrem em mais de 100 países do mundo, de

clima subtropical ou tropical, devido à tendência do aumento de densidade nos

períodos mais quentes e úmidos, em ciclos antroponóicos e zoonóicos

(RANGEL, E.F. & R. LAINSON, 2003). Estudos da fauna flebotomínica

possuem grande importância ecológica, pois ao determinar a diversidade e

riqueza de parte da entomofauna de uma região, auxiliam na determinação das

principais espécies vetoras (MARZOCHI, 1992). Além disso, estes contribuem

na elucidação da participação de espécies secundárias na transmissão de

leishmaniose (ROSS, 1903). Os flebotomíneos podem ser encontrados em

Page 52: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

diferentes habitats, sendo a grande maioria de hábitos essencialmente

silvestres, ao contrário da Região Sudeste, onde o ambiente domiciliar torna-se

mais habitado por estes insetos (RANGEL, E.F. & R. LAINSON, 2003). No

entanto, essa fauna ainda é pouco estudada quanto à diversidade, distribuição

das espécies e variação sazonal, especialmente no Maciço da Pedra Branca, onde

poucos trabalhos foram realizados, sendo o último, realizado na década de 70

(RANGEL, E.F. & R. LAINSON, 2003). Desta forma novos trabalhos são

necessários, uma vez que, o local já apresenta registro histórico de

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA).

MATERIAL & MÉTODOS

O estudo está sendo realizado no Parque Estadual da Pedra Branca

(PEPB), núcleo Pau da Fome (22º55’47”S 43º25’57”O). O PEPB ocupa cerca de

10% do território municipal, o que lhe garante o título de maior Unidade de

conservação do município do Rio de Janeiro, protegendo mais de 50% da

remanescente de Mata Atlântica (SMA, 2009). Nesta localidade foram

selecionados três pontos fixos para a instalação de armadilhas luminosas do tipo

CDC (Center for Disease Control) a 1,5 m de altura do solo divididas em três

áreas: peridomiciliar, intradomiciliar e silvestre; tais ambientes são locais

propícios à captura de flebotomíneos, sendo as áreas peridomiciliar e

intradomiciliar, uma área urbana ocupada dentro dos limites do PEPB. As

capturas serão realizadas mensalmente, durante três noites consecutivas,

inicialmente, perfazendo um período de exposição de 12 horas em cada

ambiente no período de maio/2014 a abril/2015. Após será realizado o processo

de montagem e identificação dos flebotomíneos, seguindo o protocolo do

Laboratório de Transmissores de Leishmaniose/Fiocruz, onde os resultados

serão copulados com os dados climáticos. Gerando assim uma correlação dos

fatores climáticos com as espécies predominantes.

RESULTADOS PRELIMINARES

No primeiro mês de coleta, foram capturados 30 espécimes, no qual,

realizou-se o processo de montagem e identificação dos indivíduos. Entre estes

Page 53: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

foram coletados cinco machos e 25 fêmeas, sendo 24 coletados em área

silvestre, quatro em área peridomiciliar e dois em área intradomiciliar. Todos os

espécimes identificados pertencem ao gênero Lutzomya (LUTZ & NEIVA, 1912),

onde se podem constatar as seguintes espécies: 17 indivíduos L. hirsuta hirsuta

(YOUNG, D.G. & M.A. DUNCAN, 1994); 4 indivíduos L. firmatoi (YOUNG, D.G.

& M.A. DUNCAN, 1994); 2 indivíduos L. fisheri (); 5 indivíduos L. intermedia

(YOUNG, D.G. & M.A. DUNCAN, 1994); 2 indivíduos L. migonei (França,

1920). Dentre estas, L. intermedia (YOUNG, D.G. & M.A. DUNCAN, 1994) e L.

migonei (YOUNG, D.G. & M.A. DUNCAN) são espécies vetoras de LTA

(YOUNG, D.G. & M.A. DUNCAN, 1994).

CONCLUSÃO

Através dos resultados adquiridos no primeiro mês de coleta, pode-se

observar que o gênero Lutzomya mostra-se predominante nesta localidade,

havendo uma grande diversidade em relação às espécies. O gênero Lutzomyia é

o mais encontrado na Região Sudeste, principalmente nos remanescentes de

Mata Atlântica. Este é o gênero de maior importância médica e veterinária na

transmissão das Leishmanioses, uma vez que, oito espécies deste gênero são

vetores da Leishmania. Desta forma, a continuidade do trabalho evidenciará a

importância de que se realizem os estudos da fauna na região do Parque da

Pedra Branca, localidade do Pau da Fome.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LUTZ, A. & NEIVA, A. Contribuição para o conhecimento das espécies do

gênero Phlebotomus existentes no Brasil. Mem. Inst. O. Cruz, 4:84-95, 1912.

MARZOCHI MCA. Leishmanioses no Brasil. As leishmanioses tegumentares. J

Bras Med 63: 82-104, 1992.

RANGEL, E.F. & R. LAINSON. Ecologia das leishmanioses, p.291-309. In E.F.

Rangel & R. Lainson (org.), Flebotomíneos do Brasil, Rio de Janeiro, Editora

FIOCRUZ, 368p. 2003.

ROSS B. Monophyletic, origino f the genus Leishmania. Ann parasitol Hum

Comp. 107-108, 1903.

Page 54: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

SMA- Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Regularização

fundiária em Unidades de Conservação: as experiências dos Estados de são

Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. p. 168, 2009.

YOUNG, D.G. & M.A. DUNCAN. Guide to the identification and geographic

distribution of Lutzomyia sand flies in the Mexico, the West Indies, Central and

the South America (Diptera:Psychodidae). Mem. Am. Entomol. Inst. 54, 881p.

1994.

Page 55: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

DÍPTEROS NECRÓFILOS E DE IMPORTÂNCIA FORENSE DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA, RIO DE JANEIRO, BRASIL

PENAFORTE, L.B.1; BARBOSA, L.S.2; AVELINO-CAPISTRANO, F. 2

1Faculdades São José, curso de Ciências Biológicas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail:

[email protected]

2Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de Entomologia, Rio de Janeiro,

RJ, Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Diptera, Entomologia Forense, iscas

INTRODUÇÃO A entomologia forense se dedica ao estudo de insetos e outros artrópodes associados

a diversas questões criminais, buscando determinar o tempo decorrente entre a infestação

e sua identificação (PUJOL-LUZ et al, 2008). Insetos sinantrópicos podem ser usados

como evidências em casos criminais, estando até mesmo no centro de disputas judiciais

por causar dano a produtos armazenados e imóveis, e para determinação do IPM –

Intervalo Post-mortem – em casos de morte violenta (OLIVEIRA-COSTA, 2003).

Os dípteros são de extrema importância para solução de diversos crimes, pois

podem captar, atrás de seus quimiorreceptores, odores exalados pouco tempo após a

morte, sendo assim os primeiros a chegarem na cena do crime. Ainda atuam de forma

eficiente na reciclagem da matéria orgânica, acelerando o processo de deterioração de

carcaças. Diversas famílias da ordem Diptera são encontradas nos variados estágios de

decomposição, tendo algumas famílias preferências quanto ao estágio de decomposição.

Entre as principais famílias de díptera de interesse forense, se destacam Calliphoridae,

Fanniidae, Sarcophagidae e Muscidae, sendo os califorídeos e os sarcofagídeos os que

geralmente apresentam o maior número de espécimes coletados (OLIVEIRA-COSTA,

2003).

O conhecimento dos insetos necrófagos que predominam em cada região é de

grande importância para policiais e peritos, pois permite identificar, através chaves de

identificação, os elementos faunísticos coletados, para assim, localizar com relativa

precisão o local de colonização do material. Pois, apesar das famílias de insetos necrófagos

nas regiões neotropicais serem basicamente as mesmas, a composição dos indivíduos

Page 56: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

necrófagos pode variar de acordo com as estações do ano, condições climáticas, variações

de ambiente (ABALLAY et al., 2011), em zonas urbanas e em zonas rurais.

Assim, este estudo tem por finalidade levantar a dipterofauna de interesse forense

presente no Parque Estadual da Pedra Branca (Rio de Janeiro – RJ) atraída por iscas de

material orgânico de origem animal.

MATERIAL E MÉTODOS O Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) (23°52' e 23°04'S e 43°23' e 43°32'O) localiza-

se na Zona Oeste do Rio de Janeiro e possui área de 12.500 ha (SEMADS, 2001), sendo a

Unidade de Conservação mais extensa do município. O PEPB possui uma vegetação

caracterizada pela Floresta Ombrófila Densa, sendo reconhecidas espécies de montana e

submontana (SILVA et al, 2013). Segundo dados do IBGE (2010) no Maciço da Pedra

Branca o clima predominante é o quente e úmido. Para a captura dos insetos utilizamos

armadilhas confeccionadas de garrafas PET de 2L (D’ALMEIDA E FRAGA, 2007), onde a

armadilha é constituídas de duas partes: uma antecâmara (na parte inferior) e uma câmara

(superior). A antecâmara, local onde a isca foi colocada, foi escurecida com tinta preta,

onde foram feitas quatro aberturas de 3 cm2, por onde as moscas tiveram acesso a isca. No

sítio de estudo foram instalados quatro armadilhas, uma para cada tipo de isca, as

armadilhas de garrafa pet foram penduradas em árvores, a uma altura de 1 metro do solo e

equidistantes a dois metros uma das outras. Como iscas, foram utilizadas 200g de

sardinha, 200g de músculo bovino, 200g de fígado bovino e 200g de fezes humanas. A

coleta ocorreu após 48 horas de exposição no material as condições climáticas, os

espécimes coletados foram sacrificados em álcool 70% e acondicionadas em recipientes

apropriados. Após coletados os espécimes foram triados e identificados de acordo com

chaves de identificação de CARVALHO & MELLO-PATIU (2008) e KOSMANN et al.

(2013).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Um total de 96 exemplares foi coletado neste primeiro momento do estudo. Deste total,

Mesembrinellidae foi o grupo com maior abundância, com 40,63% (n = 39), seguido por

Calliphoridae com 35,42% (n = 34), Muscidae, com 19,79 % (n = 19) e Neriidae 4,17% (n =

4). Com relação à diversidade Mesembrinellidae e Calliphoridae tiveram maior número de

espécies representadas, num total de quatro para cada uma, enquanto Muscidae (duas) e

Neriidae (uma) foram os menos diversos. Em Calliphoridae foram encontrados espécies de

Chloroprocta idioidea (Robineau-Desvoidy) (4%) e Chrysomya albiceps (Wiedemann)

Page 57: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

(4%) foram os menos abundantes com apenas uma representante, Hemilucilia

segmentaria (Fabricius) (52%) e H. semidiaphana (Rondani) (40%) foram os mais

abundantes. Em Muscidae obtivemos dois gêneros, sendo Cyrtoneurina sp. Giglio-Tos

(89,5%) o mais abundante e Morellia sp. Robineau-Desvoidy (10,5%) o menos abundante.

Entre os substratos amostrados, ‘Fígado’ (70,2%; n=78) foi o que obteve maior número de

exemplares em relação aos demais, onde os demais contribuíram igualmente com 9,9%

(n=11) cada. D’ALMEIDA & FRAGA (2007) também encontraram grande abundância e

diversidade de califorídeos atraídos por iscas de ‘Sardinha’ e ‘Fígado’, em um estudo

conduzido em uma área verde dentro da cidade de Niterói (RJ). BARBOSA et al. (2014)

realizando o mesmo tipo trabalho em uma área de preservação utilizando ‘Sardinha’ como

isca, encontrou além das famílias supracitadas no presente estudo, exemplares de

Sarcophagidae. A forte presença de Mesembrinellidae é uma indicação de boa qualidade

ambiental visto que tal grupo é associado a florestas bem preservadas (FERRAZ et al.,

2010 apud BARBOSA et al., 2014).

CONCLUSÃO Este trabalho corresponde ao primeiro levantamento de dípteros de interesse forense no

PEPB. Os resultados, apesar de preliminares, indicam que a área esta bem preservada

devido à presença de exemplares de Mesembrinellidae e a baixa ocorrência de indivíduos

do gênero exótico Chrysomya. Novas coletas serão realizadas de forma a contemplar as

variáveis sazonais do PEPB.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABALLAY, F.H., MURÚA, A.F., ACOSTA, J.C. & CENTENO, N. Primer registro de

artropodofauna cadavérica en sustratos humanos y animales en San Juan, Argentina. Rev.

Soc. Entomol. Argent., 67(3-4): 2008

BARBOSA, L.S., CUNHA, A.M., COURI, M.S. & V.C. MAIA. Muscidae, Sarcophagidae,

Calliphoridae e Mesembrinellidae (Diptera) da Estação Biológica de Santa Lúcia (Santa

Teresa, Espírito Santo, Brasil). Bol. Mus. Biol. Mello leitão 33:131-140, 2014.

CARVALHO & MELLO-PATIU. Key to the adults of the most common forensic species of

díptera in South American. Revista Brasileira de Entomologia, 52 (3): 390-406, 2008.

D’ALMEIDA, J.M. & M.B. FRAGA. Efeito de diferentes iscas na atração de Califorídeos

(Diptera) no Campus do Valonguinho, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ,

Brasil. Rev. Bras. Parasitol. Vet., 16(4): 199-204, 2007.

Page 58: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

KOSMANN, C., MELLO, R.P. HARTERREITEN-SOUZA, E.S. & J.R. PUJOL-LUZ. A list of

Current Valid Blow fly names (Diptera: Calliphoridae) in the Americas South of Mexico

with key to the Brazilian Species. EntomoBrasilis 6 (1): 74-85, 2013.

OLIVEIRA-COSTA., J. Entomologia Forense: quando os insetos são vestígios. Millennium

Editora Ltda, 1º ed, Campinas, SP. 2003.

PUJOL-LUZ, J.R.; ARANTES, L.C.; CONSTANTINO, R. Cem anos de entomologia Forense

no Brasil (1908-2008). Revista Brasileira de Entomologia, Distrito Federal, 52(4): 485-

492, 2008.

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Atlas das Unidades de Conservação

da Natureza do Estado do Rio de Janeiro. Editora Metalivros, São Paulo, 2001.

SILVA, M.F.O., ANDREATA, R.H.P. & P.J.F. GUIMARÃES. Melastomataceae no Parque

Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Hoehnea, 40(4): 679-700, 2013.

Page 59: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA INCLUSIVA,

POSSIBILIDADES E DESAFIOS NO CENÁRIO DA MATA

ATLÂNTICA

Lima,R.F.¹, Gonçalves; L.H.C.²; Kneipp,R.E.³

¹PMPF- Pedagoga/Msc Ciências Ambientais. [email protected]

²SEEDUC- Bióloga/Msc Ciências Ambientais [email protected]

³IFRJ-Ciências da Computação/Msc Ciências e Saúde [email protected]

Palavras-chave: Educação Ambiental, Inclusão, Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

A educação inclusiva tem por objetivo desenvolver oportunidades para que

todos tenham acesso ao ensino fundamental, promovendo a construção do

conhecimento e a inserção do educando.

A Constituição Federal de 1988 em seu 3º inciso IV traz como um dos seus

objetivos fundamentais, “promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”

(Brasil, 1988).

O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90, artigo 55, reforça

os dispositivos legais supracitados, ao determinar que "os pais ou responsáveis

têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”

(Brasil, 1990). Também, nessa década, documentos como a Declaração Mundial

de Educação para Todos elaborado em 1990 e a Declaração de Salamanca,

formalizado em 1994 coadunam com preceitos de nossa Carta Magna.

Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento

educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos

alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino e deve ser

Page 60: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro

especializado que realize esse serviço educacional.

A proposta do projeto é integrar sustentabilidade e inclusão para que se

estabeleça uma parceria oportunizando aprendizagens significativas e

prazerosas, inserção no meio social e a participação no mundo do trabalho,

respeitando o processo e o tempo de aprendizagem de cada pessoa envolvida.

Educação inclusiva e sustentabilidade nos levam a uma reflexão sobre a

sensibilização e o sentido de uma educação ambiental acolhedora. A inclusão de

pessoas envolvidas em atividades no meio ambiente, destacando a

sustentabilidade, proporciona a promoção da autoestima, socialização e

inserção social.

MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa tem como base um trabalho de campo na região de Paulo

de Frontin, com alunos inclusos no sistema regular de ensino e tem como

suporte pedagógico em revisões bibliográficas, para maior embasamento dentro

das deficiências individuais de cada educando, favorecendo a integração com o

meio ambiente e com a Mata Atlântica.

O trabalho consiste em desenvolver uma palestra educacional, buscando

estabelecer a seus participantes a compreensão sobre a importância da educação

especial através de atividades lúdicas no ambiente de aprendizagem e da

integração ao ambiente que estão inseridos.

Ressalta-se que o objeto desta palestra consiste em apresentar as

experiências, através de vivências sensoriais, jogos e atividades coletivas,

estimulando a aprendizagem através do contato direto com meio.

A palestra tem caráter informacional, apresentando algumas atividades

práticas pedagógicas, que focam um planejamento voltado para a inclusão de

deficientes e maior embasamento na capacitação docente.

Page 61: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Atividades de reconhecimento, sensibilização, adaptação e ambiente

sustentável são apresentadas em dinâmicas, possibilitando vivenciar a realidade

dos alunos inclusos e de suas dificuldades.

A educação ambiental na escola inclusiva possibilita construções coletivas e

individuais, aprendizagem e inserção social, abrindo espaço para um mundo

mais sustentável.

CONCLUSÕES

Podemos então afirmar que o objetivo primordial da Educação Ambiental

no contexto da inserção de portadores nos meios formais de educação e de

mercado de trabalho é provocar nos indivíduos práticas que possam nas

estruturas sociais e naturais existentes, estabelecer processos educativos que

favoreçam a realização do movimento de constante construção do nosso ser na

dinâmica da vida.

A prática da desmarginalização de portadores de deficiência deve ser parte

integrante de planos nacionais de educação, que objetivem atingir educação

para todos. A inclusão social traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a

mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos

da sociedade. E é a informação que pode transformar o individuo a refletir sobre

tais ações.

Em síntese entende-se que desempenho da cidadania compreende

comportamentos construtivos cujo aprendizado precisa ser difundido para

todos e promover uma cultura de convivência com as diferenças e as exigências

legais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:

Imprensa Oficial,1988.

______. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial

na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC, 2008.

Page 62: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

______. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei

nº 9.795/1999.

______. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13

de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Necessidades Educativas Especiais –

In: Conferências Mundial sobre NEE: Acesso em: Qualidade – UNESCO.

Salamanca/Espanha: UNESCO 1994.

PENTEADO, Heloisa Dupas. Meio Ambiente e a Formação de

Professores. 7ª Ed. São Paulo: Cortez, 2010.

Page 63: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

EFEITO DE BORDA SOBRE O MICROCLIMA EM DIFERENTES ESTÁGIOS SUCESSIONAIS DE FLORESTA

ATLÂNTICA

Mendonça, A.R.¹; Voltolini, J.C.²

¹Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), Eng. Paulo de Frontin, RJ.

²Grupo de Pesquisa e Ensino em Biologia da Conservação (ECOTROP), Departamento de

Biologia, Universidade de Taubaté, Taubaté, SP. Email: [email protected]

Palavras-chave: fragmentação; efeito de borda; microclima

INTRODUÇÃO Os efeitos de borda e os efeitos de área são os mais importantes fatores que

geram mudanças em comunidades fragmentadas (Nascimento & Laurance,

2006). A formação de bordas, com impactos físicos e biológicos, é um efeito

direto dos processos de fragmentação florestal. A riqueza de espécies, as

interações bióticas, a temperatura, a umidade e a incidência de luz variam ao

longo do gradiente borda-interior (Murcia, 1995). Os efeitos de borda se

ampliam para áreas internas de remanescentes florestais, muitas vezes

comprometendo unidades mínimas viáveis de conservação (Oliveira, 1998) e

por isso o seu estudo é de grande importância.

O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de borda no microclima em três

fisionomias de Floresta Atlântica (capoeira, floresta de transição e floresta

secundária).

MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em um fragmento florestal no entorno da área urbana do

município de Miguel Pereira (RJ), com altitude aproximada de 700 metros,

dentro da área pertencente ao sítio Monte Alegre (22º 27’ 16. 54” S 43º 27’ 11.

63” O). O fragmento, que abrange outras propriedades particulares, possui

aproximadamente 2,3km de comprimento e entre 0,8 e 1km de largura, tem

uma área de pasto ao seu lado e está localizado na serra Miguel Pereira. A partir

do pasto a vegetação apresenta estágios de sucessão ecológica de capoeira,

floresta de transição e floresta secundária. A área de capoeira, segundo

Page 64: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

moradores locais, foi atingida por um incêndio oriundo da pastagem, há cerca

de 15 anos. Em cada tipo de vegetação foram colocadas, no sentido borda-

interior, 2 parcelas de 50 metros de comprimento por 4 metros de largura,

distantes 20 metros uma das outras, totalizando 6 parcelas e 1.200m² de área

amostrada. Cada parcela foi dividida em 10 subparcelas de 4x5 metros e dentro

destas foram registradas 3 medições para cada fator climático (temperatura,

umidade, velocidade do vento e luminosidade). Para o levantamento de dados,

cada parcela foi visitada uma vez em cada estação do ano, sempre em dias de

céu claro e no período entre 09:00 e 12:00hs. Quanto às análises, para testar

possíveis associações entre a distância da borda e os fatores abióticos foram

utilizadas correlações (r) e regressões lineares (r2).

RESULTADOS E DISCUSSÃO A temperatura, da borda para o interior da floresta, diminuiu na capoeira (r= -

0,72; r2= 0,51; P=0,02), aumentou na floresta de transição (r= 0,72; r2= 0,50;

P=0,02) e não registramos associação na floresta secundária (r= -0,03; r2=

0,00; P=0,93). A umidade, da borda para o interior da floresta, aumentou na

capoeira (r= 0,63; r2= 0,39; P=0,06) e na floresta de transição (r= 0,71; r2=

0,51; P=0,02) e não registramos associação na floresta secundária (r= -0,11; r2=

0,01; P=0,76). A luminosidade, da borda para o interior da floresta, diminuiu na

capoeira (r= -0,77; r2= 0,59; P=0,01) e não registramos associação na floresta de

transição (r= -0,16; r2= 0,03; P=0,65) e na floresta secundária (r= -0,33; r2=

0,11; P=0,36). Com relação à velocidade do vento, foram registradas apenas

tendências de diminuição da borda para o interior da floresta na capoeira (r= -

0,13; r2= 0,02; P=0,73), na floresta de transição (r= -0,40; r2= 0,16; P=0,25) e

na floresta secundária (r= -0,55; r2= 0,31; P=0,10). Os dados da temperatura

podem ser influenciados pela presença de clareiras nas áreas pesquisadas,

corroborando com os resultados encontrados por Muller et al (2010) (r²=0,49;

P=0,02) que identificou correlação negativa para os dados de temperatura,

provavelmente pele presença de clareiras no local de estudo. Jardim et al (2007)

afirma que as clareiras podem apresentar diversas formas e tamanhos e

conseqüentemente modificar as condições abióticas e bióticas no interior das

florestas. Os resultados da umidade na capoeira e na floresta de transição, ao

Page 65: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

contrário da floresta secundária, coincidem com os estudos de Muller et al

(2010), (r²=0,88; P=0,00), que encontrou variações no gradiente borda-

interior, com forte influência da borda aos 10m e mais acentuadas aos 20m.

Nascimento et al (2010), percebeu menores valores próximo à borda de um

fragmento florestal, ocasionada pela maior energia luminosa vinda da área

externa do mesmo. Quanto á luminosidade, os resultados da floresta de

transição e da floresta secundária, se aproximam dos achados por Muller et al

(2010), que não encontrou correlação significativa (r²=0,20; P=0,19) em um

transecto de 100m. Os resultados da velocidade do vento, também ficaram

próximos do estudo feito por Bataghin et al (2008), que percebeu números altos

apenas na borda, se estabilizando entre 20 e 30m dentro do fragmento.

CONCLUSÃO O gradiente borda-interior foi observado apenas nos estágios de capoeira e

floresta de transição e a velocidade do vento foi o único fator climático que não

apresentou um padrão ao longo do gradiente.

REFERÊNCIAS BATAGHIN, F.A; Fiori, A.; Toppa, R.H. Efeito de borda sobre epífitos

vasculares em floresta ombrófila mista, Rio Grande do Sul, Brasil. O Mundo

da Saúde São Paulo: 2008: jul/set 32(3):329-338

JARDIM, F. C. S.; Serrão, D. R.; NEMER, T. C. Efeito de diferentes tamanhos de

clareiras, sobre o crescimento e a mortalidade de espécies arbóreas, em

Moju-PA. Acta Amazônica, Manaus, v. 37, n. 1, p. 37- 48, 2007.

MULLER, A.; Bataghin,F.A.; Santos,S.C. Efeito de Borda Sobre A Comunidade

Arbórea em um Fragmento de Floresta Ombrófila Mista, Rio Grande do Sul,

Brasil. Perspectiva, Erechim. v.34, n.125, p. 29-39, março/2010.

MURCIA, C. Edge Effects in fragmented forests: implications for conservation.

Trends in Ecology e Evolution. 10:58-62, 1995.

NASCIMENTO, H.E.M; Laurance, W.F. Efeitos de área e de borda sobre a

estrutura florestal em fragmentos de floresta de terra-firme após 13-17 anos

de isolamento. ACTA Amazônica vol 36(2) 2006: 183-192

NASCIMENTO, M.I.; Poggiani, F.; Durigan, G.; Iemma, A.F; Filho, D.F.S.

Eficácia de barreira de eucaliptos na contenção do efeito de borda em

Page 66: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

fragmento de floresta subtropical no estado de São Paulo, Brasil. Scientia

Forestalis Piracicaba, v. 38, n. 86, p. 191-203, jun. 2010

OLIVEIRA, R.R.; Zaú,A.S. Impactos da Instalação de Linhas de Transmissão

Sobre Ecossistemas Florestais.Floresta e Ambiente, Vol. 5(1):184-191,

jan./dez.1998.

Page 67: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

EFEITO DA PEDOFORMA NO APORTE DE SERAPILHEIRA NA FLORESTA ATLÂNTICA

Mendonça, V. M. M.1; Santos, G.L. dos2; Silva, R. M. da3; Menezes, C. E. G.4; Pereira, M. G.5

1. Graduando do Curso de Engenharia Florestal, UFRRJ, email: [email protected]; 2.

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, UFRRJ; 3.

Graduando do Curso de Engenharia Florestal, UFRRJ; 4. Professor do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia – RJ, Campus Nilo Peçanha, Pinheiral (RJ); 5. Departamento de

Solos, Instituto de Agronomia,UFRRJ.

Palavras-chave: relevo, mini sítios, estoque

INTRODUÇÃO

A serapilheira é composta por materiais de origem vegetal (folhas, galhos

e material reprodutivo) e de origem animal (material fecal e resíduos de

animais) acumulados no piso florestal. A quantificação de massa e estoque da

serapilheira é feita através do seu aporte. O aporte é uma das formas de entrada

do material orgânico no solo com origem da cobertura vegetal e deposição de

resíduos de animais (SCORIZA et al., 2012). Dessa forma, esse estudo teve como

objetivo avaliar a influência das condições de relevo (pedoforma) no aporte de

serapilheira em um fragmento de Floresta Atlântica em Pinheiral (RJ).

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no município de Pinheiral, Rio de Janeiro, na

região do Médio Paraíba Fluminense, na sub-bacia do ribeirão Cachimbal,

localizado entre as latitudes 22°29’03’’e 22°35’27’’S e entre as longitudes

43°54’49”W e 44°04’05”W. Foram selecionadas duas pedoformas (côncava e

convexa) em um fragmento florestal em estádio secundário de regeneração. As

pedoformas foram estratificadas em mini sítios (MS) quanto a variação da

declividade e do gradiente topográfico, sendo estabelecidos 3 mini sítios por

pedoforma. Para avaliar o aporte da serapilheira, em abril de 2013 foram

instalados 5 coletores cônicos com área 0,282744 m² em cada mini sítio. A cada

mês, as amostras foram triadas em folhas (limbos e pecíolos), galhos, material

Page 68: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

reprodutivo (frutos, flores e sementes) e outros (resíduos orgânicos não

identificados, fezes de animais, entre outros). As frações foram secas em estufa à

65ºC por 4 dias, após pesadas para quantificação da massa seca de cada fração

(SCORIZA et al., 2012).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O aporte de serapilheira foi diretamente influenciado pelas condições

ambientais, declividade e gradiente topográfico onde se encontra a vegetação

arbórea. Não houve diferença significativa entre as pedoformas para as frações

folhas, galhos, material reprodutivo e outros (Tabela 1), contudo, entre os mini

sítios de cada pedoforma houve diferença significativa para as frações folhas e

galhos. A fração folhas apresentou maiores valores nos mini sítios IV e V, onde

observou-se no processo de triagem que são as regiões onde possuem espécies

arbóreas com folhas maiores e mais densas. A fração galhos apresentou, em

ambas as pedoformas, maiores valores para os mini sítios onde há maior

incidência de luz e ventos (I, II, V e VI). As frações material reprodutivo e outros

foram pouco significativas. Em outros estudos na região de Floresta Estacional

Semidecidual, essas mesmas frações não obtiveram valores significativos

(Scoriza et al., 2009). Quanto ao aporte no decorrer do ano, os meses 6, 7, 8, 9 e

10 apresentaram os maiores valores de aporte (Tabela 1), e coincidem com o

período seco da região, que ocasionam maior estresse hídrico levando a maior

senescência e abscisão foliar junto com um decréscimo na decomposição no

período seco. Como observado por Borém e Ramos, 2002 em Floresta Tropical,

a maior taxa de aporte do material formador de serapilheira se deu no período

seco. Os demais meses não houve variações significativas. As folhas

representam a maior parte do material formador de serapilheira, sendo assim a

fração mais representativa no aporte. Resultados compatíveis com Figueiredo

Filho et al. 2003, onde em floresta tropical as folhas representam entre 60 à

80% da serapilheira.

CONCLUSÕES

O estoque aportado foi diretamente influenciado pelas condições

ambientais onde se encontra a vegetação. Os maiores valores obtidos do aporte

de serapilheira foram observados nos mini sítios dos terços inferior e médio de

Page 69: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

cada peforma (I, II, IV e V), onde obtiveram um grande aumento nos meses do

período seco. A fração folhas compõe a maior parte do material formador de

serapilheira, seguido por galhos, outros e material reprodutivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORÉM, R. A. T.; RAMOS, D. P. Variação estacional e topográfica de nutrientes na serapilheira de um fragmento de mata atlântica. Cerne, Viçosa, v. 8, n. 2, p. 42-59, jul./dez. 2002.

FIGUEIREDO FILHO, A. et al. Avaliação estacional da deposição de serrapilheira em uma Floresta Ombrófila Mista localizada no sul do estado do Paraná. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 11-18, 2003.

SCORIZA, R. N.; PIÑA-RODRIGUES, F. C. M.; NEVES, J. B. C.; STRABELI, T.; Aporte de Biomassa como Indicador de Qualidade de Fragmentos Florestais

Inseridos em Agroecossistemas; Resumos do VI CBA e II CLAA; Revista Brasileira De Agroecologia Vol. 4, No. 2, p. 673-679 nov. 2009.

SCORIZA, R. N.; PEREIRA, M. G.; PEREIRA, G. H. A.; MACHADO, D. L.; SILVA,

E. M. R. Metodos para coleta e analise de serrapilheira aplicados a ciclagem de nutrientes. Série Técnica (Floresta e Ambiente), 2(2): 01-18, 2012.

Page 70: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Tabela 1: Aporte de serapilheira em pedoformas convexa e côncava com influencia da variação

da declividade e do gradiente topográfico no decorrer de um ano. Área de Estudo

F (Kg.ha-¹) MR (Kg.ha-¹) G (Kg.ha-¹) O (Kg.ha-¹)

Pedoforma Convexa 520,08 ns 60,91 ns 113,51 ns 74,41 ns Côncava 506,74 ns 56,61 ns 161,05 ns 77,06 ns

Mini Sítio I 510,76 ab 28,65 ns 112,93 ab 83,46 ns II 552,71 a 88,44 ns 138,10 a 78,98 ns III 496,75 ab 65,64 ns 89,51 b 79,44 ns IV 598,99 a 42,89 ns 91,87 b 63,43 ns V 534,80 ab 72,74 ns 184,32 b 85,85 ns VI 386,46 b 54,21 ns 206,95 a 81,88 ns

Mês 1 194,35 c 39,86 c 28,71 c 56,95 c 2 231,13 c 34,57 c 74,13 b 38,93 c 3 193,32 c 45,06 c 76,48 b 20,25 c 4 398,5 c 21,06 c 70,24 bc 39,96 c 5 535,87 bc 34,79 bc 98,9a b 37,98 c 6 807,13 a 72,02 ab 93,88 b 64,43 bc 7 949,49 a 184,70 a 342,21 a 122,09 a 8 730,08 ab 92,03 ab 330,23 a 118,54 a 9 597,68 b 47,37 b 172,71 a 118,41 a 10 722,88 ab 87,83 b 192,46 a 141,85 a 11 505,39 b 25,61 c 71,49 b 77,15 b 12 295,12 c 20,25 c 95,91 bc 72,26 b

*Valores seguidos de letras diferentes na coluna diferem entre se (P<0,05), pelo teste de Kruskal-Wallis; ns: não significativo. Legenda: F ( Folhas); MR (Material reprodutivo); G (Galhos); O (Outros); I, II e III - MS com altitude e declividade diferentes em pedoforma convexa; IV, V e VI - MS com altitude e declividade diferentes em pedoforma côncava; Meses 2, 3, 4, 5, 6 e 7 período seco; Meses 8, 9,10, 11, 12 e 1 período chuvoso.

Page 71: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

EPHEMEROPTERA, PLECOPTERA E TRICHOPTERA

(INSECTA) EM RIOS DO PARQUE ESTADUAL DA

PEDRA BRANCA, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Ferreira, A.¹, Silva, F.S.¹,², Cordeiro¹,³, I.R., Rocha, L.C.F.¹ & F. Avelino-Capistrano³

1. Faculdades São José, Curso de Ciências Biológicas.

2. Laboratório de Transmissores de Leishmanioses – Fiocruz.

3. Laboratório de Entomologia – UFRJ.

Palavras-chave: bioindicadores; insetos aquáticos; biodiversidade.

INTRODUÇÃO Os insetos aquáticos correspondem um dos principais componentes da

cadeia alimentar aquática e possuem em sua maioria tempo de vida longo sendo

capazes de sofrer com os efeitos das variações ambientais de curto prazo (LI et

al., 2010). Entre as ordens de insetos aquáticos, Ephemeroptera, Plecoptera e

Trichoptera (EPT) apresentam maior sensibilidade às alterações ambientais e,

por isso, são considerados indicadores eficientes da integridade do ambiente

aquático (GOULART & CALLISTO, 2003). Tal capacidade representa bem os

padrões ecológicos de toda comunidade aquática, que aliada à alta abundancia

destes grupos, funcionam como reflexo dos efeitos de tais variações sobre toda a

comunidade; sendo assim os estudos centrados nestas ordens de grande valia

para programas de biomonitoramento (CRISCI-BISPO et al, 2007).

A ordem Ephemeroptera possui aproximadamente 4.000 espécies, sendo

166 presentes no Brasil (MARIANO & FROEHLICH, 2007). Suas ninfas podem

ser encontradas em ambientes lóticos e lênticos , alimentando-se de material

orgânico em decomposição e servem de alimento para outros animais,

exercendo papel importante na cadeia trófica (MARIANO & FROEHLICH,

2007). Os adultos são alados e possuem estagio de vida reduzido, sendo

incapazes de alimentar-se (MARIANO & FROEHLICH, 2007). A ordem

Plecoptera inclui aproximadamente 2.000 espécies descritas, e no Brasil

Page 72: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

existem apenas duas famílias conhecidas (LECCI & FROEHLICH,2007). Suas

ninfas são encontradas em riachos limpos e bem oxigenados, podendo ser

detritívoros, onívoros ou predadores, e os adultos são alados e vivem próximos a

ambientes aquáticos (LECCI & FROEHLICH,2007).

A ordem Trichoptera possui aproximadamente 10.000 espécies, sendo

336 reportadas para Brasil (CALOR, 2007). Estas participam da cadeia trófica

através da ciclagem de nutrientes (CALOR, 2007). Suas larvas são encontradas

em vários habitats aquáticos continentais (CALOR, 2007). O presente estudo foi

realizado no Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), Núcleo Pau da Fome,

sendo este um primeiro esforço amostral da fauna de EPT para o parque.

MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo foi realizado em quatro rios localizados no Parque

Estadual da Pedra Branca, sendo realizadas 16 coletas sazonais entre os meses

de setembro 2012 a agosto 2013. Os exemplares foram coletados por substratos:

Folhiço Retido, Folhiço de Fundo, Rocha Fixa Rolada, Rocha Fixa Lisa e Areia.

Para captura dos exemplares foram utilizadas redes entomológicas

confeccionadas pelos próprios pesquisadores, peneiras e pinças. Os exemplares

coletados foram armazenados em recipientes contendo álcool etílico 90% e

etiquetas de procedência. A triagem dos exemplares foi realizada no Laboratório

de Zoologia da Faculdade São José por meio de microscópios estereoscópicos,

sendo identificado ao nível de gênero através das chaves de identificação de:

MARIANO (2007) – Ephemeroptera, LECCI & FROEHLICH (2007) –

Plecoptera e CALOR (2007) – Trichoptera.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Um total de 2.914 exemplares foi coletado ao longo do período de estudo.

Deste total, Ephemeroptera correspondeu ao grupo mais abundante, com 88,5%

(n = 2.578) e Plecoptera o menos abundante, com 3,2% (n = 92). Em relação à

diversidade, as ordens Ephemeroptera e Trichoptera contribuíram com nove

gêneros cada uma, enquanto Plecoptera com três gêneros. Dos gêneros

encontrados de Ephemeroptera, Cloeodes Traver (38,9%) e Miroculis Edmunds

(27,9%) foram os mais abundantes enquanto que Massartella Lestage (0,3%) e

Page 73: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Tricorythodes Ulmer (0,7%) foram os menos abundantes. Entre os Plecoptera,

Anacroneuria Klapálek (2,8%) foi o gênero mais abundante enquanto

Gripopteryx Pictet (0,1%) foi o menos abundante. Os Trichoptera, Phylloicus

Müller (3,8%) e Leptonema Guérin (1,7%) foram os gêneros mais abundantes,

enquanto que Atopsyche Banks (0,1%) e Xiphocentron Brauer (0,03%) ocorram

em menor abundancia. Entre os substratos amostrados, ‘Rocha Lisa Fixa’ foi o

que obteve maior número de exemplares (n = 1.151), sendo especialmente

colonizado por exemplares de Ephemeroptera - Cloeodes (36,8%) e Baetodes

Needham & Murphy (2,2%), e ‘Folhiço de Fundo’ (n = 673), também contendo

muitos exemplares de Mirocullis (Ephemeroptera, 20,3%). As ordens coletadas

representam bem a integridade ambiental dos rios do PEPB aos quais estas

foram coletadas. Os índices encontrados levam a compreender que a água

presente no determinado local de estudo é de boa qualidade.

CONCLUSÃO Durante o período de estudo, um total de 21 gêneros foi encontrado,

sendo a maior parte pertencente às ordens Ephemeroptera e Trichoptera. Tais

dados corroboram com a literatura, onde tais ordens são as mais diversas. Além

disso, a presença de gêneros de EPT, reforçam ainda mais a importância do

PEPB na preservação e manutenção da integridade dos rios da região.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CALOR, A. R. 2007. Trichoptera. In: Guia on-line: Identificação de larvas de

Insetos Aquáticos do Estado de São Paulo. Froehlich, C. G. (org.). Disponível

em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline

CRISCI-BISPO, V., BISPO, P. C. & C. G. FROEHLICH, 2007. Ephemeroptera,

Plecoptera and Trichoptera assemblages in two Atlantic Rainforest streams,

Southeastern Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, 24(2): 312-318.

GOULART M & M. CALLISTO, 2003 Bioindicadores de qualidade de água como

ferramenta em estudos de impacto ambiental. Revista da FAPAM, ano 2, no 1.

Page 74: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

LECCI, L. S. & FROEHLICH, C. G., 2007. Plecoptera. In: Guia on-line:

Identificação de larvas de Insetos Aquáticos do Estado de São Paulo. Froehlich,

C. G. (org.). Disponível em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline

LI, L., ZHENG, B. & L. LIU. 2010. Biomonitoring and Bioindicators Used for

River Ecosystems: Definitions, Approaches and Trends. Procedia

Environmental Sciences, 2: 1510–1524.

MARIANO, R. & FROEHLICH, 2007. Ephemeroptera. In: Guia on-line:

Identificação de larvas de Insetos Aquáticos do Estado de São Paulo. Froehlich,

C. G. (org.). Disponível em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline

Page 75: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

ESPÉCIES DA FLORA BRASILEIRA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO PRESENTES NO MORRO DAS ANDORINHAS,

NITERÓI, RJ, BRASIL

Machado, D. N. S.¹, Mendes, T.S.¹ & Barros, A. A. M. de1

¹UERJ, Faculdade de Formação de Professores, Departamento de Ciências, Grupo de Estudos

Interdisciplinares do Ambiente - [email protected]

Palavras-chave: Mata Atlântica, diversidade biológica, inselbergue

INTRODUÇÃO A Mata Atlântica brasileira é formada por um mosaico de diversidade

biológica, composta por vários tipos vegetacionais em grandes variações

altitudinais. No litoral fluminense, em particular, está bem representada por

áreas de inselbergues graníticos, que ecologicamente exercem a função de ilhas

terrestres rodeadas por vegetação arbóreo-arbustiva (POREMBSKI, 2007).

Essas áreas, embora sob forte pressão antrópica, representam um importante

habitat de numerosas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, nas quais

ainda é contínua a descoberta de novas espécies. O presente trabalho visa o

levantamento das espécies ameaçadas de extinção presentes no Morro das

Andorinhas. Este está localizado na Região Oceânica do município de Niterói

(RJ) e apresenta uma altitude de 196 msm. Foi integrado ao Parque Estadual da

Serra da Tiririca pela Lei Estadual 5079/2007. Também faz parte da Área de

Proteção Ambiental das Lagunas e Florestas de Niterói e da Reserva da Biosfera

da Mata Atlântica, homologada pela UNESCO em 10 de outubro de 1992. A flora

presente no Morro das Andorinhas é classificada no Domínio da Mata Atlântica

como Floresta Ombrófila Densa Submontana e vegetação de afloramento

rochoso, cuja diversidade é documentada nos trabalhos de ARAUJO & VILAÇA

(1981), SOUSA, SILVA & SOUZA (2003), BARROS (2008), BARROS, RIBAS &

ARAUJO (2009) e PELLEGRINI, AONA-PINHEIRO & FORZZA (2013).

MATERIAL E MÉTODOS O levantamento florístico foi realizado através de coletas no período de

janeiro/2011 a dezembro/2013. As espécies foram coletadas segundo técnicas

Page 76: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

usuais em botânica (GUEDES-BRUNI et al., 2002). O material testemunho foi

herborizado e seco em estufa 60ºC e encontra-se depositado no Herbário da

Faculdade de Formação de Professores (RFFP), com duplicatas no Herbário do

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). As espécies

foram identificadas através de bibliografia especializada, consultas aos

Herbários RFFP, RB e GUA (Herbário Alberto Castellanos) e aos especialistas

das famílias. A listagem florística foi organizada segundo APG III (2009). A

grafia e a atualização dos nomes das espécies foram confirmadas com base na

Lista de Espécies da Flora do Brasil (2014). A classificação das espécies quanto

ao status de conservação foi baseada em MARTINELLI & MORAES (2013), que

seguiu as normas estabelecidas pela IUCN (União Internacional de Conservação

da Natureza e Recursos Naturais). Foram consideradas quatro categorias:

Criticamente em perigo (CR), Em perigo (EN), Vulnerável (VU) e Menos

preocupante (LC).

RESULTADOS E DISCUSSÃO No Morro das Andorinhas foram inventariadas 293 espécies de Magnoliophyta,

pertencentes a 205 gêneros, 71 famílias, incluindo dois híbridos de

Bromeliaceae. Dentre essas espécies foram encontradas treze que estão

incluídas na lista da flora brasileira ameaçada de extinção: a) Criticamente em

perigo - Rhipsalis cereoides (Backeb. & Voll) Backeb., Stigmaphyllon vitifolium

A. Juss., Abutilon anodoides A. St.-Hil. & Naudin; b) Em perigo - Hippeastrum

reginae (L.) Herb., Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme, Tillandsia araujei

Mez, Dioscorea pseudomacrocapsa G.M. Barroso, Guimaraes & Sucre, Plinia

ilhensis G.M. Barroso, Solanum arenarium Sendtn.; c) Vulnerável - Saranthe

composita (K. Koch) K. Schum., Melanopsidium nigrum Colla; d) Menos

preocupante - Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret, Trichilia casaretti

C. DC. São espécies endêmicas do estado do Rio de Janeiro: A. glaziouana, T.

araujei, R. cereoides., D. pseudomacrocapsa, S. vitifolium A. Juss. e A.

anodoides, sobretudo nos inselbergues litorâneos do entorno da Baía de

Guanabara. Também endêmica é P. ilhensis, uma Myrtaceae com ocorrência na

Floresta Ombrófila Densa. O único registro de M. nigrum no município de

Niterói é no Morro das Andorinhas, sendo essa uma espécie com distribuição

Page 77: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

nas restingas da região Sudeste e Bahia. S. arenarium é considerada uma

espécie rara com distribuição nos estados do Rio de Janeiro e do Rio de Grande

do Sul.

CONCLUSÃO A região que circunda o Morro das Andorinhas encontra-se bastante

descaracterizada devido o crescimento populacional desordenado da Região

Oceânica do município de Niterói. No entanto a área em estudo está inserida

numa Unidade de Conservação de Proteção Integral, representando uma ilha de

diversidade biológica localizada em meio à matriz urbana, cuja preservação se

faz prioritária. A presença de espécies endêmicas raras e ameaçadas de extinção

evidencia a importância da região para conservação da flora da Mata Atlântica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A.P.G. [= Angiosperm Phylogeny Group] III. An update of the Angiosperm

Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants:

APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p. 105-121. 2009.

ARAUJO, D.S.D. & VILAÇA, A.M.N. Avaliação da cobertura vegetal

remanescente de Itaipu. In: KNEIP, L.M.; PALLESTRINI, L. & CUNHA, F.L.S.

(Orgs.) Pesquisas arqueológicas no litoral de Itaipu. Rio de Janeiro: VEPLAN

Companhia de Desenvolvimento Territorial, p. 27-44. 1981.

BARROS, A.A.M. Análise florística e estrutural do Parque Estadual da Serra da

Tiririca, Niterói e Maricá, RJ, Brasil. 2008. 237f. Tese (Doutorado em Botânica)

- Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisa Jardim Botânico

do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

BARROS, A.A.M.; RIBAS, L.A. & ARAUJO, D.S.D. Trepadeiras do Parque

Estadual da Serra da Tiririca (Rio de Janeiro, Brasil). Rodriguésia, v. 60, n. 3, p.

1-14. 2009.

GUEDES-BRUNI, R.R.; MORIM, M.P.; LIMA, H.C. & SYLVESTRE, L.S.

Inventário florístico. In: SYLVESTRE, L.S. & ROSA, M.M.T. (Orgs.). Manual

metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica. Seropédica: EDUR, p.

24-50. 2002.

Page 78: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

LISTA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL. Jardim Botânico do Rio de

Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 30 de

abril de 2014.

MARTINELLI, G. & MORAES, M.D. Livro Vermelho da Flora do Brasil. Rio de

Janeiro: Andrea Jakobsson, 1 v., 2013. 1102p.

PELLEGRINI, M.O.O.; AONA-PINHEIRO, L.Y.S. & FORZZA, R.C. Taxonomy

and conservation status of Tripogandra warmingiana (Seub.) Handlos

(Commelinaceae), a previously obscure taxon from Brazil. Phytotaxa, v. 91, n. 2,

p. 39-49. 2013.

POREMBSKI, S. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and

diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica, v. 30, n. 4, p. 579-586. 2007.

SOUSA, L.O.F.; SILVA, B.R. & SOUSA, R.C.O.S. Hohenmea, a new natural

intergeneric hybrid in the Bromelioideae. Journal of the Bromeliad Society, v.

53, n. 2, p. 71–76. 2003.

Page 79: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

ESTOQUE E TEOR DE NUTRIENTES DO MATERIAL

FORMADOR DA SERAPILHEIRA EM PEDOFORMAS

CONVEXA E CÔNCAVA, PINHEIRAL (RJ)

Santos, G. L. 1; Mendonça, V. M. M. 2; Correa Neto, T. A. 3, Menezes, C. E. G. 4; Pereira, M. G. 5

1Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, UFRRJ,

email: [email protected]; 2Graduando do Curso de Engenharia Florestal, UFRRJ, email:

[email protected]; 3Pós-Doutoranda, UFRRJ/FAPERJ, email: [email protected];

4Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – RJ, Campus Nilo Peçanha,

Pinheiral-RJ, email: [email protected]; 5Departamento de Solos, Instituto de

Agronomia,UFRRJ, email: [email protected]

Palavras-chave: Mata Atlântica, encostas, ciclagem de nutrientes

INTRODUÇÃO

As espécies vegetais presentes nas pedoformas possuem um papel

fundamental na ciclagem de nutrientes e nas alterações dos atributos físicos e

químicos do solo, por meio da deposição da serapilheira. A serapilheira

compreende, principalmente, o material de origem vegetal (folhas, flores,

ramos, cascas, raízes e sementes) e, em menor proporção, o de origem animal

(restos animais e material fecal) depositado na superfície do solo (CUNHA

NETO et al., 2013). A quantidade aportada e os teores de nutrientes da

serapilheira são influenciados pela tipologia florestal e condições climáticas

(GODINHO et al., 2013). A partir do exposto, o objetivo desse trabalho foi

quantificar o estoque e os teores de nutrientes do material formador da

serapilheira em diferentes formas topográficas da paisagem (pedoformas)

convexa e côncava na Floresta Atlântica, Pinheiral (RJ).

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Município de Pinheiral, Rio de Janeiro, na

região do Médio Paraíba Fluminense, na sub-bacia do ribeirão Cachimbal,

localizado entre as latitudes 22°29’03’’ e 22°35’27’’S e entre as longitudes

Page 80: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

43°54’49” W e 44°04’05”W. Foram selecionadas duas pedoformas adjacentes

com relevo do tipo convexa (convexa-divergente) e côncava (côncava-

convergente) com orientação da vertente predominante a sudeste e cobertura

vegetal tipo Floresta Estacional Semidecidual Submontana (IBGE, 1992). As

coletas do material formador de serapilheira (MFS) foram realizadas na estação

chuvosa (Abril – Setembro) e na estação seca (Outubro – Março), utilizando um

gabarito de 25 cm de lado (0,0625m2), arremessado aleatoriamente 15 vezes em

cada pedoforma, cuja a área total soma 0,56 hectares. O MFS foi seco em estufa

de circulação forçada de ar a 65°C, por 72h, sendo obtidos os valores de estoque

total (Mg ha-1). Em seguida, quantificaram-se os teores de N, P, K, Ca e Mg

(TEDESCO, 1997). Os dados foram submetidos à análise de normalidade e

homogeneidade da variância dos erros. Quando os dados apresentaram

distribuição normal e homogênea foram submetidos a análise estatística

paramétrica, quando não a análise estatística não paramétrica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto ao estoque de serapilheira, os maiores valores foram observados

na pedoforma convexa e na estação seca (Tabela 1), o que está relacionado às

condições ambientais de menor oferta de umidade. GODINHO et al. (2013),

estudando o estoque de serapilheira no ambiente com floresta, observaram que

a maior produção aconteceu no final da estação seca, a qual foi associada ao

longo período de estiagem e à diversidade e estrutura das espécies vegetais

presentes. Quanto aos teores de nutrientes entre pedoformas, apenas para o

nitrogênio foi observada diferença, sendo os maiores teores quantificados na

pedoforma côncava (Tabela 1), o que possivelmente está relacionado à

composição diferenciada das espécies entre as pedoformas. Entre as estações do

ano foram verificadas diferenças para os teores de fósforo, potássio, cálcio e

carbono (Tabela 1), sendo os teores de fósforoe cálcio maiores na estação

chuvosa e de potássio e carbono na estação seca. Os maiores teores de fósforo e

cálcio no final do período chuvoso são explicados pela liberação mais lenta

desses elementos pelo material aportado e a retenção desses nutrientes no

material formador da serapilheira que chega com a chuva que atravessa o dossel

(BORÉM & RAMOS, 2002). Para o potássio, o maior teor encontrado na estação

Page 81: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

seca é explicado pela facilidade desse elemento ser liberado (lixiviado) da

serapilheira (BORÉM & RAMOS, 2002). Já para o carbono, o maior teor no

período seco pode estar relacionado ao maior aporte da serapilheira e menor

decomposição, em consequência da menor disponibilidade de água e baixa

umidade relativa. Através da análise da Tabela 1, verifica-se que as condições do

gradiente topográfico exercem influência no padrão do estoque e nos teores de

nutrientes da serapilheira, sendo os ambientes convexos responsáveis pelo

maior estoque de serapilheira na estação seca. Para os teores de potássio e

magnésio observou-se existir uma associação com o gradiente topográfico e a

declividade para os MS, sendo os maiores teores observados nas posições que

favorecem a maior acumulação de água e deposição de sedimentos.

CONCLUSÕES

O estoque e os teores de nutrientes do material formador de serapilheira

são influenciados pelo tipo da pedoforma e estação do ano, em que os maiores

estoques foram observados na pedoforma convexa e maiores teores de N na

pedoforma convexa, entre as estações do ano os maiores teores de P e Ca foram

na estação chuvosa e os maiores teores de K e C foram na estação seca.

AGRADECIMENTOS

Ao PPGCAF, À FAPERJ, Ao IFRJ – CAMPUS PINHEIRAL, A CAPES E AO CNPQ.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORÉM, R. T.; RAMOS, D. P. Variação estacional e topográfica de nutrientes na

serapilheira de um fragmento de Mata Atlântica. Cerne, Lavras, v.8, n.2, p.42-

59, 2002.

CUNHA NETO, F. V.; LELES, P. S. S; PEREIRA, M. G.; BELLUMATH, G. H.;

ALONSO, J. M. Acúmulo e decomposição da serapilheira em quatro formações

florestais. Ciência Florestal, Santa Maria, v.23, n.3, p.379-387, Jul./ Set.2013.

GODINHO, T. O.; CALDEIRA, M. V. W.; CALIMAN, J. P.; PREZOTTI, L. C.;

WATZLAWICKS, L. F.; AZEVEDO, H. C. A.; ROCHA, J. H. T. Biomassa,

macronutrientes e carbono orgânico na serapilheira depositada em trecho de

Floresta Semidecidual Submontana, ES. Scientia Forestalis, Piracicaba, v.41,

n.97, p.131-144, Mar.2013.

Page 82: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual técnico

da vegetação brasileira. IBGE, Rio de Janeiro, 199, 92p.

TEDESCO, M. J; GIANELLO, C; BISSANI, CA. Análise de solo, plantas e

outros materiais. 2. Ed. Porto Alegre: Departamento de Solos, UFRGS, p.177-

188.1995.

Tabela 1. Massa seca e teor de nutrientes do material formador de serapilheira nas diferentes pedoformas e estações do ano.

Massa N P K Ca Mg C C/N

Seca

Mg ha-1 ---------------------g kg-1-------------------

Pedoforma

Côncava 6,25b 13,98a 0,70ns 0,41ns 15,19ns 5,27ns 346,92 ns 24,81 ns

Convexa 8,35a 12,55b 0,66ns 0,40ns 15,36ns 5,03ns 355,42 ns 28,32 ns

Estação do Ano

Chuvosa 5,76b 13,30ns 0,72a 0,37b 21,14a 5,33ns 344,48 b 25,90 ns

Seca 8,83a 13,23ns 0,65b 0,44a 9,42b 4,97ns 358,02 a 27,06 ns

*Valores seguidos de letras diferentes na coluna, para cada pedoforma, diferem entre si (p<0,05) e ns: não significativo.

Page 83: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

ESTRATIFICAÇÃO VERTICAL DA POSTURA DE OVOS DE

Aedes aegypti L. E Aedes albopictus S. NO MUNICIPIO DE

VASSOURAS, RJ

Cruz Jr, A. J.³, Monsores, D. A. ³, Caetano, G. C. ¹, Alves, S. P.¹, Maleck, M. ¹, ²,4 -

[email protected]

¹USS, Laboratório de Insetos Vetores

²USS, Mestrado Profissional em Ciências Ambientais

³Jovens Talentos/FAPERJ, Rio de Janeiro, Brasil.

4USS, Centro de Ciências da Saúde.

Palavras-chave: arbovirose, dengue, dispersão populacional

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade e

hoje é considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta por causa do

desmatamento. A destruição desse bioma vem gerando consequências diversas

para o meio ambiente, e resultando na destruição da biodiversidade, degradação

dos mananciais e desequilíbrios ambientais acarretando o aparecimento de

pragas e doenças. A dengue é uma das principais doenças resultantes deste

desequilíbrio. Essa doença é uma arbovirose que se tornou um problema de

saúde no Brasil e no mundo, e sua transmissão é essencialmente urbana. Este

ambiente possui fatores fundamentais para aocorrência da doença: o homem, o

vírus, o vetor e, principalmente a condição sócio ambiental, formando assim a

estrutura que possibilita manter a cadeia de transmissão. O principal vetor do

vírus da dengue no Brasil é o Aedes aegypti (LINNAEUS, 1762), podendo

também o Aedes albopictus (SKUSE, 1894) participar da transmissão, como

ocorre na Ásia. A capacidade de dispersão do mosquito Ae. aegypti pelo voo é

variável, sendo guiada pela busca de sítios de oviposição apropriados (MS,

2007), já adispersão do Ae. albopictus pode ocorrer em todas as fases de

desenvolvimento do mosquito, porém o principal mecanismo de dispersão

ocorre por meio de ovos e larvas, denominados “ova express” (KNUDSEN,

Page 84: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

1995). O presente trabalhotem o objetivo de detectar a preferência de

oviposição de Ae. aegypti e Ae. albopictus quanto à oferta de recipientes com

água relacionada à estratificação vertical.

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento está sendo realizado no município de Vassouras, RJ, em três

pontos distintos selecionados de acordo com os dados obtidos pelos estudos

anteriores (PINHEIRO et al., 2011; OLIVEIRA & MALECK, 2014). As

armadilhas de coleta de larvas constam de pneus (metade horizontal) instalados

em cada ponto, em três alturas distintas (60 cm; 1,20 m; 1,80 m) (KERSTEN et

al., 2013) conforme metodologia adaptada de OBENAUER et al. (2009). A

coleta de larvas vem sendo realizada semanalmente pelo período de cinco meses

(janeiro - maio), e verificados a temperatura e a umidade relativa do ar. Após a

coleta as larvas são encaminhadas ao Laboratório de Insetos Vetores/USS, para

identificação em microscópio. Dentre os espécimes coletados, apenas Ae.

aegypti e o Ae. albopictus serão notificados como foco positivo. As larvas são

quantificadas e os dados analisados pelo teste estatístico ANOVA.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o presente momento os resultados mostraram positividade de larvas de

Aedesparatodos os pontos.Em relação à altura das armadilhas o ponto 1

mostrou 42% de larvas a 60 cm de altura do solo, 24% a 1,20m e 34% a 1,80m.

O ponto 2 mostrou 27% de larvas obtidas a 60cm, 45% a 1,20m e 28% a 1,80m

do solo. O ponto 3 apresentou 100% de larvas na altura de 1,80m. Os dados

demonstram inicialmente a preferência pelas armadilhas localizadas a altura

de60 cm e de 1,20m. Os estudos continuam em andamento.

CONCLUSÃO

Devido às diversas epidemias correlacionadas a esses insetos, o estudo tem uma

importante contribuição para o entendimento da dinâmica populacional do

mosquito. E, a partir dos resultados obterem informações mais precisas quanto

ao comportamento de Ae. aegypti e Ae. albopictus para melhor nortear o

controle das larvas em áreas urbanas.

Page 85: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KERSTEN, V.A., CAETANO, G.C., ALMEIDA, J.S., SILVA, S.C.P., ROSA,

D.W.P.D., MALECK, M. Um estudo sobre a preferência de Aedes aegypti e

Aedes albopictus quanto à estratificação vertical da “Larvitramp”; III Jornada

Severino Sombra; USS, 2013.

KNUDSEN, A.B. Global distribution and continuing spread os Aedes albopictus

[Proceedings of a workshop held at the Instituto Superiore di Sanita, Rome,

Italy, 19 – 20 December 1994]. Parasitologia Roma 1995; 37(2-3): 91-7.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2007. Disponível: <http://www.saude.gov.br>

(acessado em 23/03/2008).

OBENAUER, P.J., KAUFMAN, P.E., ALIAN, S.A., KLINE, D.L. Infusion-baited

ovitramps to survey ovipositional height preferences of container-inhabiting

mosquitoes in two Florida habitats. J. Med. Entomol. 46 (6): 1507-1513, 2009.

OLIVEIRA, A.A & MALECK, M. Ovitrampas para Avaliação da Presença de

Aedes aegypti (Linnaeus) e Aedes albopictus (Skuse) no Município de

Vassouras, Estado do Rio de Janeiro. EntomoBrasilis 7 (1): 52-57, 2014.

PINHEIRO, R.F., ESPINDOLA, C.B., MALECK, M. Levantamento das formas

imaturas de Aedes aegypti e Aedes albopictus no município de Vassouras, RJ,

Brasil. Monografia de conclusão de curso, Curso de Ciências Biológicas, USS,

2011.

AGÊNCIAS DE FOMENTO: Jovens Talentos-FAPERJ; FUSVE/USS; Secretaria

Municipal de Saúde/SMS-Vassouras, RJ.

Page 86: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

ESTUDO DE GEORREFERENCIAMENTO E

CARACTERIZAÇÃO FLORESTAL EM UMA RESERVA

PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL PERTENCENTE

AO BIOMA MATA ATLÂNTICA – RPPN GRANJA REDENÇÃO /

SILVA JARDIM – RJ

Santos, M. F. ¹; Amorim, A. P. C. F.¹; Medeiros, G. S.¹; Andrade, L. C.¹; Fonseca, C. B. D.¹

¹ Verde Musgo Ecologia e Meio Ambiente LTDA, Consultoria - [email protected] /

(21) 97953-6339 – (21) 98268-3355.

Palavras-chave: georreferenciamento, Mata Atlântica, RPPN.

INTRODUÇÃO

A área de estudo, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Granja

Redenção, está localizada em Imbaú, no Município de Silva Jardim, a 116 km do

Rio de Janeiro. A RPPN é uma área privada com o objetivo de conservar a

diversidade biológica do bioma Mata Atlântica, bioma este que segundo

Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2013), é representado por um conjunto de

formações florestais e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e

campos de altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente

1.300.000 km² em 17 estados do território brasileiro (LOUREIRO, 2008).

Atualmente os remanescentes de vegetação nativa estão reduzidos a cerca de

22% de sua cobertura original e encontram-se em diferentes estágios de

regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em fragmentos acima

de 100 hectares. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se que na Mata

Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (35% das espécies

existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de

extinção. Este estudo tem como objetivos adequar a Reserva ao cadastro

ambiental rural (CAR), e esclarecer sobre as características gerais dos

remanescentes de Mata Atlântica existente e seus potenciais econômicos.

MATERIAL E MÉTODOS

Page 87: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O georreferenciamento, dos vértices do imóvel, foi realizado através de Sistema

Geodésico Brasileiro – SGB – SIRGAS 2000 (IBGE, 2013), onde as coordenadas

em UTM foram definidas através de transporte por GPS, Receptor Trimble

5700, a partir da Estação GPS Rio de Janeiro – código 91720 – IBGE. Esta

metodologia compreendeu a realização do mapeamento do perímetro para

cálculo da área total da propriedade possibilitando a correção de pontos e

implantação dos novos marcos de base RBMC certificados nos vértices, em

conformidade com exigência legal Lei n°10.267/2001. Foram estabelecidos

pontos para mapeamento da altimetria do terreno, identificados cursos d´água

e realizada a delimitação das áreas construídas e manchas de vegetação de

importância econômica. Quanto à caracterização florestal, foi necessário obter

informações sobre a área de cada povoamento existente, observar e definir a

tipologia dos povoamentos florestais (existências, acréscimos, perdas,

regeneração) e a caracterização de outras vegetações presentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A área de estudo apresenta densa vegetação de Mata Atlântica, relevo

acidentado com perímetros compostos por limites de linhas seca e natural. Nos

estudos desenvolvidos foram identificadas tipologias de mata primária e

secundária em diferentes disposições ao longo da propriedade. A cobertura

vegetal de mata atlântica apresentada compreende uma área total de

304.338,82 m² em 314.649,36 m² (total da propriedade). As áreas de mata

primária encontram-se nos pontos com maior valor altimétrico (400 metros),

onde a dificuldade do acesso é um aspecto positivo para este nível de

preservação. Foram identificados pontos de mata secundária, em processo

natural de regeneração dentre altitudes de 130 a 170 metros do nível do mar.

Presença de áreas de capoeirinha, ou em estágio inicial de regeneração dentre

90/100 metros de altitude com área de 132,73 m². A espécie com grande

expressão econômica identificada foi a palmeira Juçara (Euterpe edulis –

Família: Arecaceae). Estes indivíduos apresentam-se dispersos ao longo de toda

propriedade, porém caracterizam uma mancha de vegetação expressiva com

283,53 m².

CONCLUSÃO

Page 88: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Verificamos, a partir dos resultados deste estudo, que a RPPN Granja Redenção

apresenta porcentagem expressiva com aproximados 90% de vegetação de Mata

Atlântica em diversos estágios, desde floresta primária à parcelas em estágios de

regeneração natural (SCHAFFER, 2010). E por estar situada em uma área de

corredor de Mata Atlântica aumenta as possibilidades de desenvolvimento a

nível genético das populações de fauna e flora cujo habitat natural está cada vez

mais fragmentado e escasso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Disponível em:

http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=330560 acessado em 19 de

novembro de 2013.

LOUREIRO, W. RPPN Mata Atlântica: ICMS Ecológico, Uma Experiência

Brasileira de Pagamentos por Serviços Ambientais. Belo Horizonte:

Conservação Internacional Fundação SOS Mata Atlântica The Nature

Conservancy (TNC), 2008.

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/biomas/mata-atlantica acessado em 19 de novembro de

2013.

SCHAFFER, W. B. et al Mata Atlântica – Patrimônio Nacional dos Brasileiros.

MMA. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Brasília, 2010.

Page 89: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

ESTUDOS DE INSETOS (ORTHOPTERA: GRYLLIDAE) COMO BIOINDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL NO FRAGMENTO DE FLORESTA PLUVIAL

ATLÂNTICA NO INSTITUTO ZOOBOTÂNICO DE MORRO AZUL

Duarte, M. N.1; Mendes, M. P.2; Rodrigues, W. C.3; Cassino, P. C. R.1; Maleck. M.1, 4.

1Universidade Severino Sombra, – [email protected]

2Universidade Severino Sombra, Curso de Engenharia Ambiental, Vassouras/RJ

3Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda/RJ

4USS, Mestrado Profissional Ciências Ambientais

Palavras-chave: diversidade, grilos, insecta

INTRODUÇÃO

A expansão do uso da terra resulta na fragmentação dos habitats

naturais com a formação de fragmentos florestais de diferentes tamanhos e

formas (THOMAZINI & THOMAZINI, 2000). Em geral, os invertebrados são

mais severamente e rapidamente afetados por mudanças paisagísticas, e os

insetos são responsáveis por muitos processos no ecossistema, assim, sua perda

pode ter efeitos negativos sobre comunidades inteiras (NICHOLSA et al., 2007).

Sabe-se que os grilos são importantes componentes da macrofauna de

serrapilheira florestal (GREENBERG & FORREST, 2003), podendo ter limites

de tolerância restritos a certas condições (MCCLUNEY & DATE, 2008), além

disso, respondem a perturbação no habitat (SPERBER et al., 2007) e deficiência

hídrica (MCCLUNEY & DATE, 2008). Desta forma, o monitoramento deste

grupo contribui no entendimento da complexidade ecologia destes habitats.

Este estudo teve como objetivo avaliar a família Gryllidae (Insecta; Orthoptera)

como insetos bioindicadores da qualidade ambiental no fragmento florestal do

Instituto Zoobotânico de Morro Azul, em Engenheiro Paulo de Frontin, RJ.

MATERIAL E METODOS

Page 90: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O estudo foi conduzido em um fragmento florestal de Mata Atlântica, no

Instituto Zoobotânico de Morro Azul (IZMA), localizado no município de

Engenheiro Paulo de Frontin-RJ (22º29’39.70” Sul e 43º34’04.46” Oeste). O

fragmento tem altitude variando entre 640 a 720 m e possui uma área de

aproximadamente 19 hectares.

As coletas foram realizadas nas quatro estações climáticas no período de um

ano, de maio de 2012 a março de 2013. Ao longo de uma trilha ecológica

denominada Trilha dos Quatis, com 2.200 metros de extensão, foi determinada

oito pontos de coleta (I a VIII), levando-se em consideração a composição

florística, cobertura do dossel e nível de serrapilheira. Em cada ponto, foram

montadas seis armadilhas, distantes 10 metros entre cada uma, em uma área de

200 m2.

Para a captura dos insetos, foram utilizadas armadilhas de solo do tipo pitfall,

com 150 mL de solução aquosa contendo 3% de formol, 2% de detergente

neutro e 95% de água pura. As armadilhas permaneceram no ambiente por 48

horas.

Após a retirada das armadilhas, as amostras foram encaminhadas para o

Laboratório de Biomonitoramento Ambiental da Universidade Severino

Sombra, onde foi realizada a triagem e identificação dos grilos em nível de

gênero, baseando-se nas chaves textuais propostas por Strohecker (1953),

Chopard (1938; 1959) e Pereira (2012) e chaves pictórias v 5.0/5.0 proposta por

Eades et al. (2013).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram capturados 271 grilos, sendo 72 ninfas, utilizadas apenas para analise de

abundância, e 199 adultos identificados. Quanto à abundância de grilos, em

relação aos pontos de coleta, os picos populacionais nos pontos mais

estruturados, bem como, baixas nos pontos mais degradados, indicam que a

umidade na serrapilheira foi fator relevante para a amostragem, demonstrando

também a afinidade destes insetos por locais com maior e luminosidade e nível

de serrapilheira, principalmente por este micro-habitat fornecer recurso

Page 91: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

alimentar (GANGWERE, 1961), abrigo e espaço livre de inimigos

(SZINWELSKI, 2009). A diversidade mostrou correlação significativa com

nível de serrapilheira e cobertura do dossel, entretanto, não se mostrou

significativa em relação à umidade na serrapilheira, o que indica que existem

gêneros que prefiram locais úmidos e acabam por dominar estes locais,

diminuindo os valores de diversidade e equitabilidade e elevando os valores de

dominância.

Sendo resistentes às pequenas variações ambientais, alguns gêneros apareceram

em locais incomuns de serem encontrados, demonstrando a plasticidade

fenotípica destes insetos.

CONCLUSÃO

Neste estudo, ficou evidente que a fitofisionomia interferiu na amostragem de

grilos, desta forma, se apresentaram eficientes bioindicadores da qualidade

ambiental, pois responderam em vários níveis à mudança paisagística, tanto em

áreas estruturadas quanto em áreas degradadas.

REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS

GANGWERE, S. K. A Monograph on food selection in Orthoptera. From the

Transaction of the American Entomological Society, v. 87, p .67-230, 1961.

GREENBERG, C. H.; FORREST, T. G. Seasonal abundance of ground –

occurring macro arthropods in forest and canopy gaps of the southern

Appalachians. Southeastern Naturalist, v. 2, n. 4, p.591-608, 2003.

LEWINSOHN, T. M.; FREITAS, A. V. L.; PRADO, P. I. Conservação de

invertebrados terrestres e seus habitats no Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1,

p.62-69, 2005.

MCCLUNEY, K. E.; DATE R. C. The effects of hydration on growth of the house

cricket, Acheta domesticus. Journal of Insecta Science, v. 8, n. 32, p.1-9, 2008.

NICHOLSA, E.; LARSENB, T.; SPECTORA, S.; DAVISE, A. L.; ESCOBARC, F.;

FAVILAD, M.; VULINECE, K. Global dung beetle response to tropical forest

Page 92: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

modification and fragmentation: A quantitative literature review and meta-

analysis. Biological Conservation, v. 137, n. 1, p.1-19, 2007.

SPERBER, C. F.; SOARES, L. G. S.; PEREIRA, M. R.: Litter disturbance and

trap spatial positioning affects number of captured individuals and genera of

crickets (Orthoptera: Grylloidea). Journal of Orthoptera Research, v. 16, n. 1,

p.1-7, 2007.

SZINWELSKI, N.: Riquezas de Espécies de Grilos (Orthoptera: Grylloidea) em

fragmentos de Mata Atlântica em regeneração. 2009. 49f. Dissertação

(Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal de Viçosa, 2009.

THOMAZINI, M. J.; THOMAZINI, A. P. B. W. A fragmentação florestal e a

diversidade de insetos nas florestas tropicais úmidas. Rio Branco: Embrapa

Acre (Circular Técnica, 57), 2000. 21p.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Zoobotânico de Morro Azul.

Page 93: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL NO VALE DO CAFÉ SUL

FLUMINENSE

Santos, J. F. C.¹*, Santos, G. R.¹, Cabreira, G. V. ¹, Araújo, E. J. G.²

¹UFRRJ, Curso de Engenharia Florestal-* [email protected]

²UFRRJ, Professor do Departamento de Silvicultura, Instituto de Florestas-

[email protected]

Palavras-chave: ecologia da paisagem, métricas da paisagem, Patch

Analyst.

INTRODUÇÃO

A ocupação do Vale do rio Paraíba do Sul na região Sul Fluminense está

associada principalmente, ao ciclo do café (SILVA, 2002). Nesse período, o

lugar até então pouco explorado e com grande quantidade de matas virgens se

transformou em imensos cafezais (MUAZE, 2011). Os Barões do café

desmatavam e exploravam as terras até o esgotamento do solo. Nesse ponto, o

plantio improdutivo era abandonado em detrimento de outras áreas cobertas

com matas e um solo fértil (SILVA, 2002). Atualmente, a situação da Mata

Atlântica que resta na região não difere daquela de toda a extensão do bioma:

apresenta-se como um mosaico de vegetação fragmentada em função do uso e

ocupação desordenada do território. A fragmentação florestal pode ser estudada

pela Ecologia da Paisagem. Esta, utiliza feições espaciais observáveis e

mensuráveis, para caracterizar as condições, desenvolvimento e mudança

temporal dos fragmentos florestais (TURNER & GARDNER, 1991). Este

trabalho traz uma caracterização quantitativa dos fragmentos florestais da

região do Vale do Café buscando subsidiar tomada de decisão quanto às ações

de conservação e preservação dos recursos naturais desta região.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo envolveu os municípios de Barra Mansa, Barra do Piraí, Engenheiro

Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Paraíba do Sul, Paty do

Page 94: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Alferes, Pinheiral, Piraí, Rio das Flores, Valença, Vassouras e Volta Redonda, no

estado do Rio de Janeiro. O arquivo base desta análise, em formato shapefile, foi

adquirido no site da Fundação SOS Mata Atlântica e refere-se à fragmentação

florestal no ano de 2012. As métricas da paisagem para os fragmentos foram

obtidos através da extensão gratuita Patch Analyst (Analisador de Manchas) do

software ArcGIS 10.1., sendo calculados os seguintes índices: MSI- Média do

Índice de Forma; MPAR- Média da Relação Perímetro/Área (m/ha); TE- Total

de Borda (m); NumP- Número de Manchas; NCA- Número de Áreas Centrais;

TCA- Área Central Total (ha) e TCAI- Índice de Área Central (%). Estes índices

são descritos em Elkie et al. (1999). Foi adotado um Buffer de 30m para calculo

de área central. Os fragmentos foram divididos em classes de tamanho segundo

a área ( ) ocupada em hectares (ha), adotando-se os critérios: 1) <10 ha; 2)10

< <50 ha; 3) 50< <100 ha; 4)100< <200 ha; 5) >200 ha.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No Vale do Café restam 18% de área com florestas distribuídas em 2.294

fragmentos. O maior fragmento, localizado entre Piraí, Mendes e Paracambi

tem uma área de 3937,33 ha e abrange os limites do Parque Natural Municipal

do Curió. Fragmentos com área inferior a 50 ha representam 85% do total.

Resultados semelhantes foram encontrados por Silva (2002) para região do

Médio Vale do Paraíba do Sul. Para Viana et al. (1992), a redução de

ecossistemas naturais, resulta numa preocupante perda da biodiversidade.

Entretanto, estes autores afirmam que os fragmentos florestais pequenos,

localizados em propriedades particulares, abandonados e sujeitos a

perturbações, são os últimos depositários da biodiversidade nativa de boa parte

de nossas florestas. Quanto aos fragmentos florestais de maior dimensão,

Turner & Gardner (1991) destacam que eles resguardam maior biodiversidade

sendo prioritários na conservação, mas outros parâmetros devem ser

analisados. Na tabela 1 estão apresentados os índices da paisagem calculados. O

índice de forma médio (MSI) demonstra que os fragmentos menores

apresentam formas mais regulares, isto é, valores próximos a 1. À medida que a

irregularidade da forma aumenta, este valor cresce (ELKIE et al., 1999). No

entanto, pelo valor MPAR concluí-se que fragmentos menores tem maior

Page 95: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

quantidade de borda em relação a área. Ainda, quando analisamos este

parâmetro em conjunto com TCA e TCAI, considerando uma distância da borda

de 30m, é possível afirmar que os fragmentos menores sofrem maior influência

da borda. A zona de contato entre um habitat natural e outro antropizado gera o

efeito de borda que, segundo Viana et al. (1992), é marcado por mudanças na

luminosidade, temperatura, umidade e velocidade do vento o que pode

significar impactos diretos ou indiretos na biodiversidade. Devido ao tamanho

reduzido e a forma, 556 fragmentos com área inferior a 10 ha não tiveram área

central, sugerindo que toda área destes, esta influenciada pela borda. Dada a

irregularidade da forma, alguns fragmentos com área superior a 50 ha

apresentaram mais de uma área central por mancha, uma vez que o valor de

NCA superou o NumP. Isto justifica o porquê de fragmentos com formas mais

regulares ter preferência para conservação (TURNER & GARDNER, 1991). Os

fragmentos com área superior a 200 ha, ainda que tenham elevada

irregularidade na forma (Valor MSI maior), tem maior área central, ou seja,

valor TCA maior, e por isso sofrem menor influência da borda.

CONCLUSÕES

No Vale do Café a Mata Atlântica remanescente está distribuída em fragmentos

principalmente pequenos e sob forte efeito de borda. Os poucos fragmentos com

área superior a 100 ha são prioritários para adoção de medidas

conservacionistas uma vez que tendem a concentrar maior biodiversidade e

originalidade do bioma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ELKIE, P.; R. REMPEL.; CAR, A. Patch Analyst User’s Manual. Ontario

Ministry of Natural Resources. Northwest Science & Technology. Thunder

Bay, Ontario, 1999.

MUAZE, M. A. F. O Vale do Paraíba e a Dinâmica Imperial. In: LERNER, D.;

MISZPUTEN, F. Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba

Fluminense – Fase III. Rio de Janeiro: INEPAC/Instituto Cidade Viva, 2011,

v. 3, p. 293-340.

SILVA, V. V. Médio Vale do Paraíba do Sul: Fragmentação e

Vulnerabilidade dos Remanescentes de Mata Atlântica. 2002. 123p.

Page 96: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Dissertação (Mestrado em Ciência Ambiental) – Universidade Federal

Fluminense, Niterói.

TURNER, M. G.; R. H. GARDNER. Quantitative methods in landscape

ecology. New York: Springer-Verlag, 1991, 517 p.

VIANA, V. M.; TABANEZ, A. J. A.; MARTINEZ, J. L.A. Restauração e Manejo de

Fragmentos Florestais. Revista do Instituto Florestal de São Paulo, São

Paulo, v. 4, p- 86-94, 1992.

Tabela 01. Índices da paisagem

Classe 1 2 3 4 5

MSI 1,37 1,59 2,03 2,52 3,50

MPAR (m/ha) 301,86 127,75 86,58 76,66 59,96

TE (m) 974439,02 2875931,56 931719,55 864663,15 2937385,31

NumP 847 1110 156 83 98

CA (ha) 5168,43 23976,14 10827,26 11336,37 53884,97

NCA* 291 988 180 106 157

TCA* (ha) 931,44 14055,26 8092,05 8779,57 45148,22

TCAI* (%) 18,02 58,62 74,74 77,45 83,79 MSI - Índice de Forma Médio; MPAR- Média da Relação Perímetro/Área; TE - Total de

Borda; NumP- Número de Manchas; NCA- Número de Áreas Centrais; TCA- Área

Central Total; TCAI –Indice de Área Central.*Buffer de 30m.

Page 97: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

GÊNESE DE AGREGADOS E MATÉRIA ORGÂNICA EM PEDOFORMA CÔNCAVA E CONVEXA - PINHEIRAL RJ

Fréo,V.A.¹; Pereira, M.G.²; Medeiros, A.S.³

1Graduanda em Engenharia Agronômica, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

(UFRRJ), BR 465, km 7. CEP: 23890-000, Seropédica - RJ. *E-mail: [email protected]

2Professor Associado IV, Departamento de Solos da UFRRJ, Depto.de Solos, BR 465, km 7.

CEP:23890-000, Seropédica - RJ. E-mail: [email protected]

3 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais; Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), BR 465, km 7. CEP: 23890-000, Seropédica - RJ. *E-

mail: [email protected]

Palavras-chave: Agregação, substâncias húmicas e relevo

INTRODUÇÃO A Floresta Atlântica compreende a região do Médio Vale do Paraíba do

Sul que foi historicamente de grande importância para o desenvolvimento

econômico do país em meados do século XIX. Atualmente encontra-se com

extensas áreas ocupadas por pastagens degradadas e de baixa produtividade. A

intensidade com que as alterações ocorrem depende do tipo de solo, relevo e

forma de manejo utilizada. O efeito mais prejudicial ocorre nas camadas

superficiais do mesmo levando a uma redução no incremento de matéria

orgânica, principal agente de formação e estabilização dos agregados, sendo

ambos os processos apontados como as principais causas da degradação

estrutural do solo. Na área de estudo após hoje se observa, fragmentos florestais

com diferentes graus de recuperação. O processo de sucessão, por muitas vezes,

está associado às diferentes pedoformas côncava ou convexa, que influenciam

na dinâmica da água (convergência e divergência) e de nutrientes. As

modificações à que o solo é submetido, podem promover alterações em vários

atributos edáficos, entre estes a agregação. Desta forma este estudo tem como

objetivo avaliar as características morfológicas e da matéria orgânica (carbono

orgânico total do solo e das substancias húmicas) dos agregados formados em

um fragmento florestal em distintas pedoformas no município de Pinheiral-RJ.

Page 98: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo está inserida em um fragmento florestal localizado na sub-

bacia do Ribeirão Cachimbal situado na região do Médio Vale do Paraíba,

município de Pinheiral no Estado do Rio de Janeiro.

Para realização da coleta dos agregados foram escolhidas uma pedoforma

côncava e outra convexa. As amostras foram coletadas na profundidade de 0-10

cm.

Após a coleta, as amostras foram levadas ao laboratório onde os agregados

foram separados uns dos outros por suas linhas de fraqueza. Após esse

processo, os mesmos foram submetidos ao peneiramento com o uso de duas

peneiras: 9 e 8 mm. Os agregados que ficaram retidos na peneira de 8 mm

foram observados com o auxilio de uma lupa e classificados à mão em frações

morfológicas de acordo com as definições descritas em Bullock et al. (1985).

Para determinação da contribuição relativa em massa foram pesados 100 g de

agregados. Essa massa de agregados foi identificada sob lupa e assim

quantificado o percentual de agregados de cada via de formação contidos na

massa inicial. A determinação do carbono orgânico total (COT) foi realizada

segundo Yeomans & Bremner (1988). As substâncias húmicas foram

separadas em três frações sendo utilizada a técnica de solubilidade

diferencial estabelecida pela Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas

(Swift, 1996) adaptada e apresentada por Benites et al. (2003).

Posteriormente, os resultados foram submetidos à análise de variância e

comparação dos valores médios com uso do teste t de Tukey a 5% de

probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 são apresentadas entre os padrões morfológicos de agregação e

teores de carbono orgânico total e carbono das substancias húmicas na

profundidade de 0-10 cm.

Foram observadas diferenças percentuais das diferentes classes de agregação

entre as pedoformas. Na pedoforma côncava a classe fisiogênica contribui com

mais de 60% na agregação total do solo, já na convexa a classe que se destaca é a

biogênica também com aproximadamente 60%. Esses resultados mostram a

Page 99: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

existência de condições específicas para de cada pedoforma para a formação dos

agregados. Para os teores de COT, C-FAF (carbono da fração ácido fúlvico), C-

FAH (carbono da fração ácido húmico) e C-HUM (carbono da fração humina)

não foram observadas diferenças estatísticas quando comparado via de

agregação e pedoformas. Esses resultados podem estar relacionados com a

especificidade de cada via no armazenamento de carbono.

De acordo com a tabela 1, a fração humina apresentou os maiores teores de

substâncias húmicas em todas as vias. Nas pedoformas, não foram observadas

diferenças significativas no teores de COT e substancias húmicas comparando

côncava e convexa.

CONCLUSÃO As pedorformas influenciam a gênese de agregados mas não a partição dos

teores de carbono orgânico total das substancias húmicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENITES, V. M.; MADARI, B.; MACHADO, P. L. O. A. Extração e

fracionamento quantitativo de substâncias húmicas do solo: um procedimento

simplificado de baixo custo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2003. 7p.

(Embrapa solos. Comunicado Técnico, 16).

BULLOCK, P., FEDEROFF, N., JONGERIUS, A., STOOPS, G.,

TURSINA, T. et al. Handbook for Soil Thin Section Description.

Albrighton, England: Waine Research Publications, 1985.

YEOMANS, J. C.; BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routine

determination of organic carbon in soil. Commun. in Soil Sci. Plant Anal.,

19:1467-1476, 1988.

SWIFT, R. S. Organic matter characterization. In: SPARKS, D. L.; PAGE, A. L.;

HELMKE, P. A.; LOEPPERT, R. H.; SOLTANPOUR, P. N.; TABATABAI, M. A.;

JOHNSTON, C. T.; SUMNER, M. E. (Ed.). Methods of soil analysis. Madison:

Soil Science Society of America: American Society of Agronomy, p.1011-1020,

1996.

Page 100: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Tabela 1: Contribuição percentual das diferentes vias de agregação e teores de carbono orgânico total e carbono das substancias húmicas em pedorforma côncava e convexa.

Via de

agregação

% agregados

COT C-FAF C-FAH C-HUM

g.kg-1 Pedoformas

CV CX CV CX CV CX CV CX CV CX Biogênico 11,2

0 45,20

43,62a

52,76a

4,70a

4,10a

3,88a

4,54a

25,17a

21,67a

Intermediário

23,65

36,02

32,52a

36,02a

3,49a

3,40a

3,08a

3,18a

15,20a

15,70a

Fisiogênico 51,24

18,78

39,63a

33,74a

3,42a

3,22a

2,46a

2,90a

14,71a

12,25a

CV: Côncava, CX: Convexa. COT: Carbono orgânico total, C-FAF: Fração ácido fúlvico, C-FAH: Fração ácido húmico e C-HUM: Fração humina. Letras iguais para mesma via de agregação em pedoforma côncava e convexa mostram que não houve diferença estatística pelo teste t de Tukey a 5 %.

Page 101: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS CONSTITUÍDOS

POR PILHAS NA REGIÃO DE SEROPÉDICA

Giovanini, C. F. R.¹; Azevedo, J. C.²; Rasga, G. L.³; Garcia, M. C. C.4

¹ Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR) – [email protected]; ² Colégio Técnico da UFRRJ

(CTUR) - [email protected] ³ Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR) -

[email protected]; 4 Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR) – (21) 984188950

Palavras-chaves: meio ambiente, gestão, preservação

INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico na indústria eletroeletrônica tem trazido muitos

benefícios, como o uso de aparelhos portáteis, que se tornam práticos e

econômicos por serem movidos a pilhas. No entanto, este avanço trouxe

problemas que estão muitas vezes relacionados com o descarte errado das

pilhas, em sua maioria consideradas perigosas por conterem metais pesados.

Divulgar os riscos, as precauções que devem ser tomadas, e conscientizar

a população é fundamental para a preservação do solo na região de Seropédica,

que possuiu vegetação e tem uma parte da sociedade voltada para o meio rural.

As substâncias tóxicas que compõe as pilhas, como chumbo, níquel, zinco

e manganês podem atingir aquíferos freáticos e o ser humano através da

ingestão, inalação ou contato com algo que foi contaminado. Em um bioma, o

descarte errado das pilhas contamina o solo e todas as espécies vegetais que se

desenvolvam no local. Os metais pesados são bioacumultivos, ou seja, se

depositam em determinados locais do organismo e podem afetar suas funções

orgânicas.

Diante do exposto, no presente trabalho objetiva-se conscientizar a

população de Seropédica a respeito do descarte errado de pilhas, bem como seus

danos ao meio e à saúde humana.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto já está sendo conduzido no município de Seropédica e será

executado em quatro fases, com previsão de término em dezembro de 2014.

Page 102: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

A primeira fase foi concentrada na produção de um infográfico na forma

de folder de fácil entendimento para a população do município. Foram

realizadas pesquisas envolvendo a busca por artigos e informações recentes

sobre quais são os tipos de pilhas disponíveis no mercado, como são feitas e

quais são os componentes dessas, como causam danos ao ambiente e são

absorvidos pelo homem, quando presentes no homem o que causam e como

podem levar à morte e os meios de prevenção por parte da população. A

pesquisa também se aprofundou em descobrir quais são os fabricantes que estão

atentos à sustentabilidade, preservação e educação ambiental, para que os

integrantes do grupo pudessem entrar em contato com as empresas propondo

parcerias.

Na segunda fase houve a coleta e limpeza de material reciclável, no caso

garrafas do tipo ‘pet’, as quais foram utilizadas como embalagens para

recolhimento e acondicionamento das pilhas, para posterior envio às empresas

de reciclagem. No dia 28 de junho de 2014, a equipe integrante do projeto saiu à

procura de estabelecimentos comerciais em Seropédica que estivessem

interessados em ser ponto de recolhimento das pilhas.

Na terceira fase, na qual se encontra o projeto, está sendo feita a

distribuição dos folders e conscientização da população de Seropédica. Os

integrantes do projeto também estão entrando em contato com empresas que

tenham interesse em recolher as pilhas para posterior reciclagem, bem como

tentando realizar parcerias com essas para um trabalho mais aprofundado com

a população. Os integrantes estão conseguindo deixar embalagens para

recolhimento de pilhas em alguns pontos comerciais de Itaguaí, município

vizinho de Seropédica.

Na quarta fase, ainda não executada, haverá o recolhimento das

embalagens nos pontos comerciais em que foram deixadas e envio das pilhas às

empresas; haverá ainda a elaboração de gráficos e relatório final com os dados e

resultados obtidos durante a condução do projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 103: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O projeto ainda está em andamento e por isso não há resultados

definitivos, entretanto os prazos estão sendo cumpridos e pode-se escrever que

os resultados pré-eliminares estão sendo considerados satisfatórios pela equipe.

Houve o recolhimento, limpeza e adaptação de aproximadamente 70

garrafas ‘pet’, que foram distribuídas em 55 pontos comerciais de Seropédica e

Itaguaí, no Colégio Técnico (CTUR) há 3 pontos. Ainda há pretensão de

distribuição de mais embalagens para recolhimento das pilhas nos Institutos e

Alojamentos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

A distribuição de informações, infográficos e folhetos para a população

foi feita durante a visita aos estabelecimentos comerciais, onde a maior parte

das pessoas mostraram-se interessadas e dispostas a ajudar.

CONCLUSÃO

Até o presente momento foi arrecadado 5 kg de pilhas, e com a

divulgação do projeto também iniciou-se o recolhimento de baterias (de 3 ou 9

volts) nos 58 pontos pontos de recolhimento.

Com o descarte correto que está sendo feito, a chance de pilhas

contaminarem a água e o solo onde a população tem contato frequente diminui,

assim como a preservação ambiental que está sendo feita. Tanto a região como o

município em si ainda possui muita área verde, que deve ser cuidada para que

tenha uma longa duração.

Seropédica possui 283,762 km² de área, onde registra-se o bioma Mata

Atlântica em 64,98 km². Para preservar existência desta vegetação, a população

de 78.166 habitantes deve colaborar, até em coisas mais simples, como o

descarte correto das pilhas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT. 1987. Resíduos Sólidos – Classificação. NBR 10004. Rio de Janeiro:

ABNT. Acessado em: <www.aslaa.com.br/legislacoes/NBR%20n%2010004-

2004.pdf>

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Coleta seletiva de pilhas e baterias.

Centro Nacional de Referência em Gestão Ambiental Urbana, Ministério do

Meio Ambiente. Brasília, 1998.

Page 104: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

MANSOR, M. T. C; CAMARÃO, T. C. R. C. 2000. Cadernos de Educação

Ambiental – Resíduos Sólidos, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do

Meio Ambiente, Coordenadoria de Planejamento Ambiental, São Paulo, 2010.

Disponível em www.ambiente.sp.gov.br/wp-

content/uploads/publicacoes/sma/6-ResiduosSolidos.pdf> Acessado em 3 de

julho de 2014.

REIDLER, N. M. V. L.; GUNTHER, W. M. R. 2000. Gerenciamento de resíduos

sólidos constituídos por pilhas. In: CONGRESSO NACIONAL DE

ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 27. Anais... Goiania: Disponível

em:

<www.mma.gov.br/port/conama/processos/0330EB12/GerenciamentoPilhasB

aterias.pdf > Acessado em 3 de julho de 2014.

DURACELL. Aprendendo sobre energia. Disponível em

<www.duracell.com.br> Acessado em 22 de junho de 2014.

Page 105: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

INVENTÁRIO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLOGIA DE UM FRAGMENTO DE RESTINGA ARBÓREA NA BAIXADA DO

MASSIAMBÚ, PALHOÇA, SANTA CATARINA

Saullo, R. B. 1; Freire L. S. R. 2; Nasser, F. C. 3

1UFRRJ, Estudante do curso de Engenharia Florestal - [email protected]

2UERJ, Estudante do curso de Ciências Biológicas - [email protected]

3CICLO ENGENHARIA, Engenheiro Florestal- [email protected]

Palavras-chave: Inventário florístico, fitossociologia, restinga arbórea.

INTRODUÇÃO A Floresta Tropical Atlântica, ou Mata Atlântica, é considerada a mais

complexa e heterogênea formação florestal da Região Sul do país, fato

constatado pelas inúmeras comunidades e associações encontradas unicamente

nessa tipologia, que ocupava, originalmente, cerca de 30% da cobertura florestal

do Estado de Santa Catarina (KLEIN, 1978).

Ainda que muitos autores considerem a existência de extensas áreas pouco

conhecidas do ponto de vista biológico, estima-se que o bioma Mata Atlântica

abrigue cerca de 1 a 8% da biodiversidade mundial. Associada a esta elevada

biodiversidade, também existe uma elevada destruição dos ambientes naturais e

habitats, visto que a área de Mata Atlântica remanescente foi estimada em cerca

de 7% de sua cobertura vegetal original, dado responsável pelo enquadramento

desse bioma em segundo lugar no ranking mundial dos hotspots com maior

número de espécies de diferentes grupos em risco de extinção (CÂMARA,

2003).

Este estudo teve como objetivo caracterizar a estrutura fitossociológica de

um fragmento florestal próximo ao Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, no

município de Palhoça, Santa Catarina - SC.

MATERIAL E MÉTODOS

Page 106: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

A metodologia de trabalho compreendeu, inicialmente, o levantamento de

dados preexistentes, buscando conhecer as características gerais da região. A

área do estudo encontra-se inserida na localidade da Baixada do Massiambú. A

Baixada do Massiambú é uma planície costeira localizada na porção central do

litoral de Santa Catarina entre as coordenadas 27° 48´ e 27° 55´ de latitude Sul

e 48° 36´ e 48° 45´ de longitude Oeste, encontra-se ao sul do município de

Palhoça, disposta entre o Rio Massiambú e o Rio da Madre, limitando-se a oeste

pelas encostas das serras cristalinas do Cambirela e do Morretes e a leste pelo

Oceano Atlântico.

As unidades amostrais (parcelas) adotadas possuem 100 m2 (10m x 10m) e

somam 30 unidades aleatoriamente distribuídas na área de estudo, totalizando

3000 m2 de área inventariada ou 0,3 hectares.

Foram coletados, para cada indivíduo, os seguintes parâmetros:

circunferência à altura do peito (CAP), altura total (HT), altura comercial (HC) e

fitossanidade do fuste (Q). Todos os indivíduos com diâmetro na altura do peito

(DAP) igual ou maior que 4,0 cm, e estavam localizados dentro dos limites das

unidades amostrais, tiveram seus parâmetros analisados/coletados com auxílio

de fita métrica, podão, atiradeira para coletas de dossel, binóculo e foram

marcadas com auxílio de pistolas grampeadoras e numeração específica. Nos

casos de bifurcação, todos os fustes que atendiam a esse requisito foram

mensurados.

A análise da diversidade de espécies visou estabelecer referências que

permitam avaliar o quanto um fragmento florestal é diverso. Para tanto, foram

empregados dois índices: Coeficiente de Mistura de Jentsch ( NSQM onde, S =

número de espécies amostradas. N = número total de indivíduos amostrados.) e

o Índice de Shannon-Weaver ( N

nnNN

H

S

i

ii

1'

lnln

onde, N = número total de

indivíduos amostrados; ni = número total de indivíduos amostrados da i-ésima

espécie; S = número de espécies amostrado; ln = logarítmo neperiano.). Para a

avaliação da amostragem realizada foi produzida a curva espécie-área.

RESULTADOS E DISCUSÃO

Page 107: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O estudo realizado contabilizou 75 espécies na lista florística, agrupadas

em 58 gêneros e 33 famílias, além de 9 indivíduos não identificados, 4

identificados em nível de gênero e 2 em nível de família. Na análise florística

realizada pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) para

fitofisionomia de restinga, foram coletadas 225 espécies, pertencentes a 175

gêneros e 82 famílias em quatro unidades amostrais totalizando 0,8 hectares

(VIBRANS et al, 2013).

O Valor de Importância relativo é um índice muito utilizado em estudos

fitossociológicos para atribuir valores à importância da espécie em função dos

seus valores relativos de Frequência, Dominância e Densidade. As espécies com

maior valor de importância no presente estudo são, Pera glabrata (Schott)

Poepp. ex Baill. (11,18%), Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg (11,15%),

Guapira opposita (Vell.) Reitz (6,57%), Ficus organensis (Miq.) Miq. (5,05%),

Eugenia brevistyla D. Legrand (4,76%) e Casearia sylvestris Sw. (4,57%).

O presente estudo encontrou o valor de 2,74 nats/ind para o Índice de

Shannon-Weaver. No IFFSC o valor encontrado para fitofisionomia de restinga

variou de 2,22 a 3,04 nats/ind (VIBRANS et al, 2013), dessa maneira o valor

encontrado demonstra estar dentro do esperado para vegetação de restinga no

estado de Santa Catarina.

O valor encontrado para o índice Coeficiente de Mistura de Jentsch foi de

0,16. O IFFSC encontrou valores que variam de 0,07 a 0,20 (VIBRANS et al,

2013).

Foram encontradas apenas duas espécies consideradas endêmicas e/ou

raras na área de estudo, são elas: 1-Calyptranthes rubella (O. Berg) D. Legrand,

indicada pela resolução CONAMA No 261, de 30 de junho de 1999; 2-

Lonchocarpus grazielae M. J. Silva & A. M. G. Azevedo, espécie endêmica da

mata atlântica de Santa Catarina.

CONCLUSÃO Através da análise dos parâmetros encontrados e com base nas

comparações com outros estudos realizados na fitofisionomia de restinga no

Estado de Santa Catarina podemos concluir que a comunidade possui alta

Page 108: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

diversidade e pode ser classificada como pertencente à restinga arbórea em

estado primário e/ou original.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KLEIN, R. M. Mapa fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. In: REITZ, R.

(ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: SUDESUL/FATMA/Herbário Barbosa

Rodrigues. 1978. 24 p.

CÂMARA, I. G. Brief history of conservation in the Atlantic Forest. In:

GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. (Eds). The Atlantic Forest of South

America: Biodiversity Status, Threats, and Outlook. Center for Applied

Biodiversity Science and Island Press. Washington, D. C. 2003. p. 31-42.

VIBRANS, A. C. et al. Floresta Ombrófila Densa. In: Inventário Florístico

Florestal de Santa Catarina. Santa Catarina: Edifurb. 2013. v. IV, p. 293.

Page 109: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

LEPIDOPTERAS ENCONTRADAS EM FRAGMENTO DE MATA

ATLANTICA EM MIRANTÃO, BOCAINA DE MINAS-MG

Trindade, T.D.¹²; Furusawa, G. P. ²; Nascimento, L. K. F. do³

1 – Professor do Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Curso de

Agroecologia email: [email protected]

2 – professor da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro

3 – Discente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio de

Janeiro

Palavras chave: borboletas, mariposas, conservação

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos e ameaçados do globo,

apresentando um grau de riqueza em espécies endêmicas. Originalmente, ela

cobria cerca de 15% do território brasileiro, estendendo-se do Rio Grande do Sul

ao Rio Grande do Norte, numa área de 1.306.421 Km² (FUNDAÇÃO SOS MATA

ATLANTICA & INPE 2009). Hoje restam apenas pequenos fragmentos

remanescentes, cada vez mais isolados entre si. Bocaina de Minas (22°15’42’’S e

44°29’53’’ W), apresentando cerca de 502 Km² e estando 1200 metros de

altitude, é um dos municípios mais pobres do estado de Minas Gerais, ficando a

265 quilômetros da capital, Belo Horizonte. As principais atividades econômicas

são a pecuária bovina, em caráter extensivo, e de pequenas propriedades

familiares, que são encravadas na Serra da Mantiqueira, além de pequenas

agroindústrias de laticínios, apicultura e eco-turismo. A Fazenda Boa Vista com

aproximadamente 80 ha, conta com 95% de sua área preservada e é uma

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) estando ainda em vias de se

tornar uma Fundação com profundo ênfase sócio-ambiental que visem a

proteção e o resgate da biodiversidade e a interação adequada e harmoniosa

entre as atividades humanas e o Meio Ambiente. A Ordem Lepidoptera possui

aproximadamente 146.277 espécies descritas e 255.000 estimadas no mundo

(HEPPNER 1991), sendo constituída por borboletas (13%) e mariposas (87%).

Page 110: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Beccaloni & Gaston (1995) afirmam que o Brasil abarca quase a metade das

espécies neotropicais já descritas, devido a sua grande biodiversidade, e Brown

Jr. & Freitas (1999) aumentam para 3200 espécies no país. As lepidópteras em

geral podem ser promissoras como indicador para monitoramento da riqueza

de, segundo Freitas et al. (2006). Segundo Southwood et al (1979) e Humphrey

(1999) os insetos são referências a muitos estudos que objetivam inventariar a

biodiversidade de uma região, bem como analisar as condições ambientais ora

presente. Ganho & Marinoni (2003) afirmam que inventários devem ser

elaborados repetidas vezes numa mesma região. O presente trabalho visou

conhecer a entomofauna em fragmento desta área de preservação, com o intuito

de fornecer subsídios para programas de preservação das espécies locais, bem

como auxiliar na implantação da Fundação Mantiqueira, através da

demonstração de riqueza biológica na região.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a execução do levantamento de lepidópteros da Fazenda Boa Vista,

foi necessária a demarcação de 01 ha de mata nativa, distante 400 metros,

aproximadamente, da trilha de acesso. O material coletado seguiu para o

Laboratório da Coleção Entomológica Ângelo Moreira da Costa Lima, na

UFRuralRJ, e foi identificado com chaves taxonômicas e com espécimes

indexados no acervo. Foram realizadas três coletas em Fevereiro de 2010,

utilizando-se puçás. Os espécimes foram colocados em câmaras mortíferas e em

seguida montados com auxílio de alfinetes entomológico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram coletados trinta e quatro espécimes das seguintes Famílias:

Nymphalidae, Heliconidae, Morphoidae, Hesperiidae. Nymphalidae: Anartia

sp. (07 indivíduos) e Adelpha sp. 1 (03 ind.) e Adelpha sp. 2 (02 ind.);

Heliconidae: Heliconius sp. 1 (02 ind.) Heliconius sp.2 (01 ind.); Morphoide:

Morpho sp.1 (10 ind.) Morpho sp. 2 (04 ind.), Morpho sp . 3 (04 ind.);

Hesperiidae: Milanion sp (01 ind.). Morpho sp. 1 é a espécie mais recorrente,

sendo mais observada no período entre 8 horas até pouco antes das 16 horas,

obtendo assinalamento em todos os dias de coleta. Anartia sp., Adelpha sp.1 e

Page 111: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

sp.2, Heliconius sp.1 e sp.2, Morpho sp.2 e sp.3, foram coletadas entre 11:30 e

14 horas. O gênero Milanion sp. foi coletado ao fim da tarde, por volta das 15

horas.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos são, além da observação de uma pequena parte da

riqueza biológica do fragmento, se criou um marco importante para o

estabelecimento de outras linhas pesquisas, independente dessa, uma vez que se

observa infraestrutura favorável, bem como grande potencial da área a ser

pesquisada. Ressalta-se ainda que se façam necessários novos estudos da

entomofauna na região.

REFERÊNCIAS

BECCALONI, G. W.; GASTON, K. J. 1995. Predicting species richness of

neotropical forest butterfl ies: Ithomiinae (Lepidoptera: Nymphalidae) as

indicators. Biological Conservation, 71: 77-86.

BROWN Jr., K. S.; FREITAS, A. V. L.1999. Lepidoptera. In: Brandão, C. R. F. &

Cancello, E. M. (eds). Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil.

Invertebrados terrestres. FAPESP, São Paulo, Brasil, 227-243p.

FREITAS, A.V.L; LEAL, I.R.; UEHARA-PRADO, M; IANUZZI, L. 2006. Insetos

indicadores de conservação da paisagem. In: Biologia da Conservação:

Essências. 384 p.

FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA E INSTITUTO NACIONAL DE

PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). 2009. Atlas dos remanescentes florestais da

Mata Atlântica no período de 2005-2008, Relatório parcial. São Paulo-SP.

Disponível em HTTP://mapas.sosma.org.br-atlas da mata atlantica-

relatório2005-2008. pdf acessado em 21 de junho de 2010.

GANHO, N.G.; MARINONI R.C. 2003. Fauna de Coleoptera no Parque estadual

de Vila Velha, Ponta Grossa, Brasil. Abundância e riqueza das Famílias

capturadas através de armadilhas Malaise. Revista Brasileira de Zoologia, 4: 1-

10.

Page 112: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

HEPPNER, J. B. 1991. Faunal regions and the diversity of Lepidoptera. Tropical

Lepidoptera, 2 (1): 1-85.

HUMPREY, J.W.; HAWES, C.; PEACE, A.J.; FERRIS KAAN, R.; JUKES, M.R.

1999. Relationship between insect diversity and habitat characteristics in

plantation forest. Forest Ecology and Management, Amsterdan, v. 113, 11-21.

SOUTHWOOD, T.R.E.; BROWN, V.K.; READER, P.M. 1979. The Relationship

of Plant and Insects Diversities In Sucession. Biological Journal of the Linnean

Society. London. V.12, 327-348.

Page 113: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

LEVANTAMENTO DE DIPTEROS MUSCÓIDES, ÊNFASE EM

CALLIPHORIDAE, SOB INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ISCAS

NA REBIO DE POÇO DAS ANTAS – SILVA JARDIM, RJ: DADOS

PRELIMINARES

SANTOS, A.L.M.D.. ¹

¹UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ, Curso de Especialização em Ciências Ambientais -

[email protected]

Palavras-chave: Diptera, Calliphoridae, ReBio

INTRODUÇÃO

Calliphoridae é uma família de moscas denominadas pelo saber popular como

varejeiras (DIAS et.al. 2009). São moscas robustas, às vezes no tamanho da

mosca doméstica, geralmente de tamanho médio para grandes moscas. Para o

mundo há cinco subfamílias, no Brasil há quatro: Mesembrinellinae,

Chrysomyinae, Calliphoriinae e Toxotarsinae. Existiam, dentro das quatro

subfamílias para o Brasil, 36 espécies (MELLO, 2003), mas o número elevou-se

para 37 com o trabalho de SILVA, et.al. (2012). Por utilizarem carcaças de

animais para a criação de larvas, muitos califorídeos causam miíases primárias e

secundárias (MORETTI & THYSSEN, 2006). Os califorídeos apresentam um

alto grau de sinantropia e associações com gado leiteiro e criação de outros

animais (PINTO et.al., 2010), podendo veicular diversos agentes patogênicos.

Várias espécies podem agir como transmissores mecânicos de agentes

infecciosos. Nos resultados de DALLAVECCHIA (2009) foi comprovado que

moela de frango como dieta teste de larvas de Chrysomya megacephala, em

comparação à carne bovina (dieta controle), promoveu uma maior longevidade

e viabilidade para os adultos. A Reserva Biológica de Poço das Antas foi a

primeira criada no Brasil, localizada na parte central costeira do estado do Rio

de Janeiro, a reserva estende-se por mais de 5.000 ha no município de Silva

Jardim. A Reserva possui importância por sua localização geográfica, possui a

maior remanescente de Mata Atlântica Litorânea de Baixada do Estado do Rio

Page 114: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

de Janeiro. Diante do exposto, este presente trabalho em andamento, se propõe

a testar iscas, moelas de frango e peixe, na atratividade de Calliphoridae na

ReBio.

MATERIAL E MÉTODOS

Com o uso de seis armadilhas para dipteros muscóides, modificados de

FERREIRA (1978), serão expostos por 48 horas (a cada coleta mensal) em três

pontos diferentes na ReBio (A: S 22º32.000’ e WO 42º18.331’/ B: S 22º32.387’

e WO 42º18.262’ / C: S 22º32.743’ e WO 42º18.056’) com duas iscas diferentes

(sardinha e moela de frango). As coletas, das seis armadilhas, estão sendo feitas

uma por mês, no total até o presente resumo são três coletas. As moscas são

sacrificadas no local da coleta com algodões embebecidos com éter, triadas em

potes transparentes (com álcool 70%) e marcadas com dados da coleta para

identificação em momento oportuno no laboratório. Todos os califorídeos serão

identificados ao nível de espécie com auxilio de lupa estereoscópica no

Laboratório Diptera do MN/UFRJ, segundo chaves de MELLO (2003) e SILVA

et.al. (2012). Os espécimes coletados estão depositados no laboratório referido.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Até o momento foram coletados 260 moscas em somente três coletas mensais.

Destas, sacofagídeos perfazem 119 espécimes, 45,7%. Muscídeos coletados

correspondem a 12 espécimes, 4,6%. Fanídeos foram coletados 73 espécimes,

28%. E finalmente, Calliphoridae foram coletados 56 espécimes, 21,5%. Na

atratividade por sardinhas, houve 140 espécimes de moscas coletadas, 53,8%.

Na atratividade por moela de frango houve a coleta de 120, ou seja, 46,2%. Para

sarcofagídeos a atratividade maior foi por sardinha, 68,9%. Muscídeos foram

pouco coletados, mas a atratividade ficou 50% de preferencia para cada isca. Já

para fanídeos, 60,3% foram atraídos por moela de frango. Califorídeos também

apresentaram uma pequena atratividade maior por moela de frango, 58,9%. As

espécies e quantidades de califorídeos foram: Chrysomya albiceps 19,

Chrysomya putoria 01, Laneela nigripes 08, Hemilucilia segmentaria 07,

Mesembrinella bicolor 01, Mesembrinella peregrina 05, Lucilia cuprina 02,

Lucilia eximia 09, Sarconesia chlorogaster 02.

CONCLUSÃO

Page 115: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O presente trabalho encontra-se em andamento e pretende também fazer um

levantamento da biodiversidade e sazonalidade de dípteros muscóides (famílias)

e espécies de Caliphoridae para evidenciar o efeito de borda. Mais dados serão

adicionados. Houve pouca coleta de insetos provavelmente por causa dos meses

de abril, maio e junho, baixas temperaturas. Fanídeos e califorídeos encontram-

se na preferencia por iscas de moela de frango, no entanto, os dados são

insuficientes para uma determinação de maior confiabilidade. Outras nove

coletas serão feitas até março de 2015. Fatores importantes e que serão mais

estudados são: Laneela nigripes ter sido encontrada mais no interior da reserva,

entre 400 e 1500 metros para dentro desta, e Hemilucilia segmentaria ter sido

encontrada mais na borda, entre 100 e 400 metros dentro da ReBio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, L.M.; RIBEIRO-COSTA, C.S. & MARINONI, L. Manual de coleta,

conservação, montagem e identificação de Insetos. Ribeirão Preto: Holos, 188

p., 1998.

DALLAVECCHIA, D.L.; FERRAZ, A.C.P.; PROENÇA,B.; AGUIAR-

COELHO,V.M. Influência da dieta para larvas moela de frango na longevidade

dos adultos de Chrysomya megacephala (Diptera: Calliphoridae). Anais do IX

Congresso de Ecologia do Brasil, 13 a 17 de Setembro, São Lourenço – MG,

2009.

DIAS, L.S. & GUIMARÃES, R.B. Impacto da coleta seletiva de lixo na

frequência de moscas: a saúde ambiental em Tupã, SP. II INTERNATIONAL

CONGRESS OF GEOGRAPHY HEALTH - IV Simpósio Nacional de Geografia

da Saúde Uberlândia – Brazil. Geosaúde,2009.

FERREIRA, M. J. M. Sinantropia de dípteros muscóides de Curitiba, Paraná..

Rev. Bras. Biol., 38: 445-454, 1978.

MELLO, R.P. Chave para a identificação das formas adultas das espécies da

família Calliphoridae (Diptera, Brachycera, Cyclorrhapha) encontradas no

Brasil. Entomologia y Vectores 10: 255–268 , 2003.

MORETTI T.C. & THYSSEN. P.J. Miíase primária em coelho doméstico

causada por Lucilia eximia (Diptera: Calliphoridae) no Brasil: relato de caso.

Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, n.1, p.28-30, 2006.

Page 116: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

PINTO, D. M.; BERNARDI, E.; FELCHICHER, F.; COSTA, J.H.; ZIMMER,

C.R.; RIBEIRO, P.B. Levantamento e flutuação populacional de Calliphoridae,

em criação de bovinos leiteiros no sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Rev.

Ciência Animal, Brasil, Goiânia, v. 11, n. 3, p. 561-569, jul./set, 2010.

SILVA, J.O. A.; CARVALHO-FILHO, F.S.; ESPOSITO, M.C.; REIS, G.A. First

record of Chrysomya rufifacies (Macquart) (Diptera, Calliphoridae) from

Brazil. Rev. Brasileira de Entomologia 56(1): 115–118, 2012.

Page 117: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

MACROFAUNA EDÁFICA EM TOPOSSEQUÊNCIA COM OCORRÊNCIA DE NINHOS EPÍGEOS DE TÉRMITAS EM

AMBIENTE DE “MAR DE MORROS” PINHEIRAL – RJ

Lima. S. S.¹; Silva, R. M.2; Scoriza, R.3; Pontes, R. M.4; Pereira, M. G.5

¹UFRRJ, Pós-doutoranda CNPq, Departamento de Solos - [email protected]; 2UFRRJ, Curso de Engenharia Florestal – [email protected]; 3UFRRJ, Curso de Pós

Graduação em Agronomia –Ciência do [email protected]; 4UFRRJ, Curso de

Engenharia Agrícola e Ambiental- [email protected]; 5UFRRJ, Professor Associado IV –

Departamento de Solos - [email protected]

Palavras-chave: fauna edáfica, pastagens, cupinzeiros

INTRODUÇÃO

No Estado do Rio de Janeiro grande parte da cobertura vegetal foi

retirada para atividades antrópicas. Muitas áreas foram transformadas em

pastagens e exploradas sem manejo adequado e reposição dos nutrientes do

solo, resultando em evidências de degradação, como exposição dos horizontes

subsuperficiais e avançados processos de erosão. Além disso, a alta incidência

de ninhos epígeos de térmitas (termiteiros/cupinzeiros) que é considerada como

indicativo do processo de degradação do solo (Braz et al., 2004). No entanto,

não há evidências que a degradação do solo em pastagens está correlacionada

com a incidência de ninhos de térmitas (Lima, 2012). Por outro lado, são

escassos estudos com indicadores de qualidade do solo em áreas com ninhos de

térmitas. Diante disso, faz-se necessário avançar no conhecimento de tais

informações, com estudos dos atributos edáficos, importantes para a

manutenção desse sistema. Entre esses atributos os organismos da macrofauna

invertebrada se destacam por participarem de importantes processos no solo.

Alguns desses organismos, principalmente os térmitas, as formigas e as

minhocas são denominados “engenheiros do ecossistema”, pois suas atividades

levam à criação de estruturas biogênicas que modificam os atributos físicos dos

solos onde vivem tais como a agregação (Wolters, 2000). A partir do exposto, o

Page 118: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

objetivo desse estudo foi avaliar a macrofauna invertebrada do solo em uma

topossequência de pastagem com ocorrência de ninhos epígeos de térmitas.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado na sub-bacia do ribeirão Cachimbal, situada à

margem direita do rio Paraíba do Sul, na região do Médio Paraíba Fluminense

sob o relevo conhecido como Mar de Morros, localizada entre as latitudes

22°33’S e 22°38’S e entre as longitudes 43°57’W e 44°05’W. O clima da região,

de acordo com Köppen (1938) foi identificado como Am – clima tropical

chuvoso, de monção, com inverno seco. A área está inserida no domínio

ecológico da Mata Atlântica, cuja vegetação original é identificada como de

Floresta Pluvial Baixo Montana, característica de zonas de altitudes entre 300 e

800 metros. O local de estudo foi uma topossequência de pastagem

caracterizada pela ocorrência de termiteiros. Essa foi dividida em terço superior,

médio e terço inferior, em cada uma das secções pré-estabelecidas, foram

coletadas 4 amostras. Inicialmente foram feitas amostragens de solo nas

profundidades 0-5 e 5-10 cm para caracterização dos atributos químicos do solo

(pH, Al, Ca, Mg, K e P). A amostragem da macrofauna invertebrada do solo foi

realizada utilizando-se o método do TSBF (“Tropical Soil Biology and Fertility”).

Foram retirados blocos de solo, a partir de um gabarito de metal de formato

quadrado com dimensões de 25 x 25 cm a uma profundidade de 10 cm. Os

indivíduos coletados nesse bloco foram identificados em grandes grupos,

quantificados e estimando a densidade, índice de diversidade de Shannon,

Pielou, Riqueza média e total.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os atributos químicos do solo, apenas o K e P diferiram em relação

aos terços. Sendo os maiores valores de K (16,95 e 15,49 cmolc kg-1) observados

no terço inferior nas profundidades de 0-5 e 5-10 cm. Por outro lado, para P os

maiores valores foram verificados em ambas as profundidades (2,81 e 2,70 mg

kg-1) no terço superior, esses valores são menores que os observados por

Menezes (2008) em área de pasto maneja misto, em ambiente semelhante,

também no município de Pinheiral, RJ. Esses nutrientes têm padrão antagônico

Page 119: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

no solo, enquanto o K é muito móvel, o P não possui baixa mobilidade no solo.

No que se refere à macrofauna, os valores de densidade dos indivíduos

variaram, de 168 (menor valor) observado no terço superior a 652 no terço

superior. A maior densidade de indivíduos no terço médio se deve

especialmente ao grande número de indivíduos dos grupos Formicidae, Isoptera

e Oligochaeta. No terço superior foram verificados os maiores valores dos

índices de Shannon e Pielou, que correspondem a maior diversidade e o menor

domínio de grupos, ou seja, não houve maior incidência de um grupo em

detrimento aos outros. No que se refere às riquezas, o maior valor da riqueza

média foi observado no terço médio e o menor no terço inferior da

topossequência, por outro lado para a riqueza total foram observados valores

similares para todos os terços da topossequência, no entanto, vale ressaltar que

os valores da riqueza média e total foram baixos, especialmente a riqueza média.

Os valores do índice de Pielou são semelhantes aos observados por Menezes et

al. (2009) e menores que os observados por Lima (2012) em pastagens com

diferentes quantidades de termiteiros no Estado de Mato Grosso do Sul.

CONCLUSÃO

A variação da densidade de indivíduos da macrofauna, bem como os

índices ecológicos, não seguiu o mesmo padrão dos atributos químicos do solo

na topossequência. Os valores da riqueza total nos terços da topossequência

refletem que a cobertura do solo por gramínea não proporcionou boas condições

para o desenvolvimento da maioria dos grupos da macrofauna e ainda reforçam

a hipótese de que o grupo Isoptera se sobressai em adaptabilidade ao ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAZ, S. et al. Mudanças nos Estoques do Carbono do Solo dos Cerrados

Cultivados com Pastagens de Braquiária. In: XVIII Reunião brasileira de

manejo e conservação do solo e da água. Novos Caminhos para Agricultura

Conservacionista no Brasil. Teresina, 2010.

MENEZES, C. E. G. et al. Macrofauna edáfica em estádios sucessionais de

floresta estacional semidecidual e pastagem mista em Pinheiral (RJ). R. Bras.

Ci. Solo, v.33, p.1647-1656, 2009.

Page 120: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

LIMA, S. S. Pastagens no Cerrado e a relação com os térmitas construtores de

ninhos epígeos. Tese (Doutorado em Agronomia, Ciência do Solo).

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ. 2012. 103 f.

WOLTERS, V. Invertebrate control of soil organic matter stability. Biology and

Fertility of Soils, v.31, p.1-19, 2000.

MENEZES, C. E. G. Integridade de paisagem, manejo e atributos do solo no

médio vale do Paraíba do Sul, Pinheiral – RJ. Tese (Doutorado em Agronomia,

Ciência do Solo). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica,

RJ. 2008. 175f.

Page 121: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

MAPEAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA SUB-BACIA

HIDROGRÁFICA DO RIO COMBOIOS - ES, BRASIL

Mendes, N. G. S.1*; Santos, A. R.2; Silva, S. F.3; Cecílio, R. A.2; Bermudes, W. L.1

¹UFES, Pós-graduação em Ciências Florestais – [email protected]. Tel 28 3558-

2528.

2UFES, Professor Efetivo.

3UFES, Pós-graduação em Produção Vegetal.

Palavras-chave: ecologia de paisagem, fragmentação, mata atlântica

INTRODUÇÃO

O desmatamento em áreas florestais promove a formação de fragmentos que

ficam suscetíveis a inúmeros fatores que ocorrem na matriz da paisagem. Um

fragmento florestal pode ser definido como uma área de vegetação natural

interrompida por barreiras antrópicas ou naturais capazes de diminuir

significativamente o fluxo de animais, pólen e/ ou sementes (VIANA;

PINHEIRO, 1998). Neste contexto, a fragmentação pode ocasionar mudanças

físicas e ecológicas, como a perda e o isolamento de habitats, a diminuição do

número de espécies, a modificação da composição das comunidades; e dentre

outros fatores (BIERREGAARD et al., 1992).

As restingas são ecossistemas litorâneos pertencentes ao bioma Mata Atlântica

e, no contexto ecológico, mantém estreita relação com o oceano, tanto na sua

origem, como nos processos nele atuantes, bem como possuindo características

próprias relativas à composição florística e estrutura da vegetação e interações

como o sistema solo-atmosfera (CARVALHO; RIZZO, 1994). Estes ecossistemas

são ambientes de extrema fragilidade, passíveis de perturbação e baixa

capacidade de resiliência, devendo-se isso ao fato desta vegetação se encontrar

sobre solos arenosos, altamente lixiviados e pobres em nutrientes (GUEDES;

MARTINS, 2006). Nesse sentido, a degradação das matas de restingas e da

Page 122: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

floresta atlântica mediante ações antrópicas como a fragmentação florestal,

pode ameaçar a biodiversidade destes ambientes.

Diante deste cenário, o objetivo deste estudo foi de realizar um mapeamento e

analisar a estrutura da paisagem das formações florestais de mata de restinga e

floresta atlântica da sub-bacia hidrográfica do rio Comboios, e verificar as áreas

suscetíveis da bacia para a conservação ambiental.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado na sub-bacia hidrográfica do rio Comboios, que

abrange partes dos municípios de Aracruz (19º49'13" S e 40º16'24" W) e

Linhares (19º23’48” S e 40º03’42” W), ambos situados na região norte do

Estado do Espírito Santo.

O mapa dos fragmentos florestais (mata de restinga e floresta atlântica) da área

de estudo foi obtido por meio da digitalização de imagem de satélite extraído

pelo programa Google Maps Downloader 7.201. A digitalização foi realizada na

tela padrão, na escala de 1:5.000 utilizando o aplicativo computacional ArcGis

10.2.1, onde foram realizadas por meio de técnicas de fotointerpretação.

Posteriormente, foi elaborado um arquivo vetorial poligonal (shapefile) para

cada classe de fragmento florestal, sendo estas classificadas em: muito pequenos

(< 5 ha), pequenos (5-10 ha), médios (10-100 ha) e grandes (> 100 ha).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O mapeamento das formações florestais (mata de restinga e floresta atlântica)

possibilitou contabilizar um total de 57 fragmentos ao longo de toda a sub-bacia

do rio Comboios, o que corresponde a uma área de 1.918,63 hectares de

remanescentes florestais. Desta forma, em relação à área total da sub-bacia

(7.674,60 ha), apenas 24,97% são de cobertura florestal. De acordo com os

dados encontrados, pode-se inferir que a vegetação florestal cobre um baixo

percentual em relação à área total da bacia. Um dos fatores que podem

contribuir com a baixa cobertura florestal desta localidade, podem ser as

atividades de pecuária extensiva, mediante ações de desmatamento.

A maior parte dos remanescentes florestais foram caracterizados por

fragmentos muito pequenos (>5 ha), correspondendo a um percentual de

58,87% do total de fragmentos florestais encontrados (29). Os resultados

Page 123: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

demonstram um baixo grau de preservação dos fragmentos da bacia, em razão

do desequilíbrio em relação ao grande número de fragmentos da classe muito

pequenos. De acordo com Tabanez e Viana (2000), a ocorrência de grande

quantidade de pequenos fragmentos florestais, pode estar associada ao

problema de susceptibilidade da área a alterações na dinâmica da paisagem,

como as ações do efeito de borda. No entanto, a classe de fragmentos grandes

representa a maior área de cobertura florestal da bacia, com 1.374,94 ha

(71,66%) e estão localizados somente na bacia na porção oeste e sul, sendo que a

conservação destes é de relevante importância para a manutenção da

biodiversidade local.

Conclusão

É evidente no padrão estrutural dos remanescentes da sub-bacia do rio

Comboios, a presença de vários fragmentos florestais de tamanhos muito

pequenos e pequenos, demonstrando que ocorreram intensas ações antrópicas

neste ecossistema, colaborando para sua degradação ambiental. Nesse sentido,

diante da problemática ambiental, é necessária a adoção de medidas para

atenuação/mitigação de possíveis efeitos de borda e para a preservação da

vegetação de floresta atlântica e mata de restinga, devido à grande importância

destes ecossistemas para diversidade biológica.

BIBLIOGRAFIA CITADA

BIERREGAARD-JR, R.O.; LOVEJOY. T.E.; KAPOS. V.; SANTOS, A.A.;

HUTCHINGS, R.W. The biological dynamics of tropical rain-forest fragments.

BioScience, Berkeley, v. 42, n. 11, p.859-866, 1992.

CARVALHO, V.; RIZZO, H.G. Na zona costeira brasileira – subsídios para uma

avaliação ambiental. Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Coordenação

de Assuntos de Meio Ambiente. Brasília, 1994.

GUEDES, D.; BARBOSA, L.M.; MARTINS, S.E. Composição e estrutura

fitossociológica de dois fragmentos de floresta de restinga no município de

Bertioga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 20, n.2, p. 299-311,

2006.

Page 124: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

TABANEZ, A.A.J.; VIANA, V.M. Patch structure within brazilian atlantic forest

fragments and implications for conservation. Biotropica, Washington, v. 32, n.

4b, p. 925-933, 2000.

VIANA, V. M.; PINHEIRO, L. A. F. V. Conservação da biodiversidade em

fragmentos florestais. Série Técnica IPEF, São Paulo, v.12, n. 32, p. 25-42, 1998.

Page 125: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

NOVAS ESPÉCIES DO COMPLEXO ASTYANAX BIMACULATUS (LINNAEUS, 1758) DAS BACIAS

COSTEIRAS ENTRE SÃO PAULO E BAHIA, INCLUÍDAS NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Salgado, F. L. K.1; Buckup, P. A.1

1 Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. Horto Botânico, Quinta da Boa Vista

s/ número, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil [email protected]

Palavras-chave: novas, Astyanax bimaculatus, complexo

INTRODUÇÃO Astyanax Baird & Girard, 1854 é polifilético e incertae sedis táxon (BERTACO &

GARUTTI, 2007 e REIS et al., 2003) tendo como espécie-tipo Astyanax

fasciatus (Cuvier, 1819) (MELO, 2001). Inclui cerca de 201 espécies nominais,

sendo aproximadamente 156 válidas (ESCHMEYER & FRICKE, 2014),

distribuídas pelas zonas tropical e subtropical das Américas (GÉRY, 1977), do

sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina (BERTACO & LUCENA, 2006).

No Brasil ocorrem 98 espécies válidas (ESCHMEYER & FRICKE, 2014), sendo

24 espécies pertencentes ao complexo A. bimaculatus (Linnaeus, 1758),

diagnosticado pela forma ovalada da mancha negra umeral e pela presença de

outra mancha negra, no pedúnculo e nadadeira caudais (GARUTTI & BRITSKI,

2000). Em artigos subsequentes a este resumo serão descritas nove espécies

novas pertencentes a este complexo.

MATERIAL E MÉTODOS Foram examinados 1000 exemplares das espécies deste complexo presentes nas

bacias amazônica, Araguai-Tocantins, do Prata e São Francisco e nas drenagens

costeiras entre São Paulo e Bahia, pertencentes às coleções do Museu Nacional

(MNRJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro, do Museu de Zoologia da

Universidade de São Paulo (MZUSP), Departamento de Zoologia (DZSJRP),

Universidade do Estado de São Paulo, do Museu de Ciência e Tecnologia da

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP) e às coleções das

Page 126: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

instituições estrangeiras Academy of Natural Sciense of Drexel University

(ANSP), na Filadélfia, Field Museum of Natural History (FMNH), em Chicago e

Museum of Comparative Zoology (MCZ), em Cambridge.

Os dados morfológicos foram obtidos sob estereomicroscópio com utilização de

paquímetro (em décimos de milímetro) e seguiu FINK & WEITZMAN (1974),

GARUTTI (1995) e GARUTTI & LANGEANI (2009). Os dados osteológicos

foram obtidos de exemplares preparados segundo TAYLOR & VAN DYKE

(1985). Os exames foram feitos sobre o lado esquerdo dos exemplares, exceto

quando este lado apresentou-se anômalo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram reconhecidas nove espécies novas, diferenciadas pela altura do corpo

(AlC), no diâmetro orbital (DiO), no padrão de coloração e no número de

cúspides dos dentes. Estes morfotipos novos parecem ser mais relacionados às

espécies das bacias do Prata e do São Francisco, pelo maxilar edêntulo.

Chave de identificação das espécies do complexo Astyanax

bimaculatus (Linnaeus, 1758) das bacias costeiras entre os estados

de São Paulo e Bahia.

1 - Maxilar com dentes ....................................................... Astyanax janeiroensis

1’- Maxilar sem dentes- .......................................................................................... 2

2 - Altura do corpo (AlC) 30,5-41,9 % CP .............................................................. 3

2’- Altura do corpo (AlC) 42-45,7 % CP .......................................... Astyanax sp. 1

3 - Diâmetro Orbital (DiO) 28,5-30,3 % CC .................................... Astyanax sp. 2

3’- Diâmetro Orbital (DiO) 33,0-37,9 % CC .......................................................... 4

4 - Altura do corpo (AlC) 30,5-32,9 % CP ........................................ Astyanax sp. 4

4’- Altura do corpo (AlC) 38,5-40,3 % CP ........................................ Astyanax sp. 5

5 - Presença de faixa longitudinal escura............................................................... 6

5’- Ausência de faixa longitudinal escura .............................................................. 7

Page 127: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

6 - Diâmetro Orbital (DiO) 34-37,1 % CC ........................................ Astyanax sp. 3

6’- Diâmetro Orbital (DiO) 37,5-39,2 % CC ..................................... Astyanax sp. 7

7 - Mancha umeral curta .................................................................. Astyanax sp. 8

7’- Mancha umeral longa ........................................................................................ 8

8 - Mancha umeral sem prolongamento superior ........................... Astyanax sp. 6

8’- Mancha umeral com prolongamento superior ........................... Astyanax sp. 9

CONCLUSÃO A descoberta de novas espécies pertencentes à Mata Atlântica nos mostra o

quanto precisamos conhecer sobre as espécies deste bioma, bem como suas

relações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTACO, V. A. & LUCENA, C. A. S. Two new species of Astyanax

(Ostariophysi: Characiformes: Characidae) from eastern Brazil, with a synopsis

of the Astyanax scabripinnis species complex. Neotropical Ichthyology, v. 4

(n1): 53-60, 2006.

BERTACO, V. A. & GARUTTI, V. New Astyanax from the upper rio Tapajós

drainage, Central Brazil (Characiformes: Characidae). Neotropical Ichthyology,

v. 5 (n. 1): 25-30, 2007.

MELO, F. A. G. de Revisão taxonômica das espécies do gênero Astyanax Baird

e Girard, 1854, (Teleostei,Characiformes,Characidae) da região da serra dos

Orgãos. Arquivos do Museu Nacional de Rio de Janeiro, v. 59, p.1-46, 2001.

ESCHMEYER, W. N. & FRICKE, R. Editors. Catalog of Fishes - electronic

version (19) May 2014. Available on line at:

http://research.calacademy.org/research/ichthyology/catalog/fishcatmain.asp.

FINK, W. L. & WEITZMAN, S. H. The so-called Cheirodontin Fishes of Central

America with descriptions of two new species (Pisces: Characidae). Smithsonian

Contributions to Zoology, v. 172, p. 1-46, 1974.

GARUTTI, V. Revisão taxonômica dos Astyanax (Pisces, Characidae), com

mancha umeral ovalada e mancha no pedúnculo caudal, estendendo-se à

extremidade dos raios caudais medianos, das bacias do Paraná, São Francisco e

Page 128: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Amazônica, 1995, 286 f. Tese (Livre-Docência)-Universidade Estadual Paulista

Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto.

GARUTTI, V. & BRISTKI, H. A. Descrição de uma espécie nova de Astyanax

(Teleostei: Characidae) da bacia do alto rio Paraná e considerações sobre as

demais espécies do gênero. Comunicações do Museu de Ciências e Tecnologia

da PUCRS. Série Zoológica, v. 13, p. 65-88, 2000.

GARUTTI, V. & LANGEANI, F. Redescription of Astyanax

goyacensis Eigenmann, 1908 (Ostariophysi: Characiformes: Characidae).

Neotropical Ichthyology, v.7 (n. 3), p. 371-376, 2009.

GÉRY, J. Characoids of The World. Neptune City, New Jersey: T. F. H.

Publications. 672p, 1977.

REIS, R. E.; KULLANDER, S. O. & FERRARIS JR., C. J. (orgs.). CLOFFSCA-

Check list of the freshwater fishes of South and Central America. Porto Alegre:

EDIPUCRS, 729 p., 2003.

TAYLOR, W. R. & VAN DYKE, G. C. Revised procedures for staining and

clearing small fishes and other vertebrates for bone and cartilage study. Cybium,

v. 9, p. 107-109, 1985.

Page 129: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

NOVOS REGISTROS DE HETERÓPTEROS SEMIAQUÁTICOS (HEMIPTERA: HETEROPTERA: GERROMORPHA) EM

ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA

Cordeiro, I.R.S.¹ ²; Moreira, F.F.F.¹; Avelino-Capistrano, F.S.²

¹Fundação Oswaldo Cruz, Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia

de Triatomíneos – [email protected]

² Faculdades São José – Curso de Ciências Biológicas

Palavras-chave: insetos aquáticos, percevejos patinadores, região

neotropical.

INTRODUÇÃO Gerromorfos são heterópteros semiaquáticos, em sua maioria capazes de

deslizar sobre a superfície da água. Todos são predadores, com comprimentos

que variam de 1,2 mm a 36,0 mm (Rafael, et al. 2012). Gerromorpha

compreende mais de 2.100 espécies distribuídas por todas regiões

zoogeográficas, exceto a Antártida (Mazzucconi, et al 2009.). A infraordem

conta com oito famílias e aproximadamente 160 gêneros, sendo conhecidas

cerca de 500 espécies para a região neotropical (Polhemus & Polhemus 2008).

No Brasil, estudos referentes aos heterópteros semiaquáticos ainda são

escassos, contudo os estados do Amazonas, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e

Santa Catarina apresentam alto número relativo de publicações descrevendo

e/ou registrando espécies. Moreira et al. (2011), listaram 187 espécies de

Gerromorpha ocorrentes no Brasil e salientaram o conhecimento sobre esta

infraordem na Mata Atlântica, em comparação ao resto do país. O presente

estudo visa ampliar o conhecimento acerca de Gerromorpha na Mata Atlântica,

apresentando-se novos registros para as regiões Sul e Sudeste.

MATERIAL E MÉTODOS Os novos registros baseiam-se em material recentemente coletado e depositado

na Coleção Entomológica José Alfredo Pinheiro Dutra, Laboratório de

Page 130: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Entomologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os

dados de distribuição geográfica conhecida foram obtidos de Moreira (2014).

Novos registros no nível de estado ou município são marcados por um ponto de

exclamação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Gerridae

Halobatopsis spiniventris Drake & Harris, 1936

Distribuição geográfica no Brasil: SP, SC, RS.

Material examinado: Paraná!, Céu Azul, Parque Nacional do Iguaçu, Rio

Azul (3ª ordem), 25°9’20.9’’S/53°47’44.4’’W, 06.IX.2012, F. Capistrano col., 7

♂, 3 ♀; J.F. Barbosa col., 3 ♂, 7 ♀; Parque Nacional do Iguaçu, Rio Manoel

Gomes, 25°9’31’’S/53°50’11.1’’W, 07.IX.2012, J.F. Barbosa col., 2 ♂.

Rheumatobates minutus flavidus Drake & Harris, 1942

Distribuição geográfica no Brasil: AM, RO, MG.

Material examinado: São Paulo!, Ubatuba, Parque Estadual da Serra do Mar,

Núcleo Picinguaba, Riacho Paciência (caminho ao lado do camping), 26.X.2007,

V.P. Alecrim col., 4 ♂.

Hydrometridae

Hydrometra fruhstorferi Hungerford & Evans, 1934

Distribuição geográfica no Brasil: ES, RJ, SC.

Material examinado: Paraná!, Céu Azul, Parque Nacional do Iguaçu, Rio

Manoel Gomes, 25°9’31’’S/53°50’11.1’’W, 07.IX.2012, B.H.L. Sampaio col., 1 ♂.

Veliidae

Microvelia venustatis Drake & Harris, 1933

Distribuição geográfica no Brasil: PA, AM, MA, MT, MG, SP, RJ, SC.

Material examinado: São Paulo, Ubatuba, Parque Estadual da Serra do Mar,

Núcleo Picinguaba, Riacho Paciência (caminho ao lado do camping), 26.X.2007,

V.P. Alecrim col., 5 ♂, 6 ♀.

Rhagovelia aiuruoca Moreira & Ribeiro, 2009

Distribuição geográfica no Brasil: MG, SP, RJ.

Page 131: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Material examinado: Minas Gerais, Alto Caparaó!, Parque Nacional

Caparaó, Rio José Pedro, Cachoeira Bonita, 05.X.2010, J.L. Nessimian & L.L.

Dumas col., 8 ♂, 7 ♀.

Rhagovelia janeira Drake, 1953

Distribuição geográfica no Brasil: MG, SP, RJ, SC, RS.

Material examinado: Paraná!, Céu Azul, Parque Nacional do Iguaçu, Rio

Manoel Gomes, 25°9’31’’S/53°50’11.1’’W, 07.IX.2012, J.F. Barbosa col., 14 ♂, 3

♀.

Rhagovelia lucida Gould, 1931

Distribuição geográfica no Brasil: SP, RJ, PR, SC, RS.

Material examinado: Paraná, Céu Azul!, Parque Nacional do Iguaçu, Rio

Azul (3ª ordem), 25°9’20.9’’S/53°47’44.4’’W, 06.IX.2012, J.F. Barbosa col., 1 ♂.

Rhagovelia triangula Drake, 1953

Distribuição geográfica no Brasil: MG, ES, SP, RJ.

Material Examinado: Minas Gerais, Araponga!, Pico do Boné, cachoeira,

24.IX.2011, V. Sandoval col., 4 ♂, 1 ♀; Alto Caparaó!, Parque Nacional Caparaó,

Rio José Pedro, Cachoeira Bonita, 05.X.2010, J.L. Nessimian & L.L. Dumas col.,

1 ♂.

Rhagovelia trianguloides Nieser & Polhemus, 1997

Distribuição geográfica no Brasil: MG, ES, RJ.

Material examinado: Minas Gerais, Araponga!, Pico do Boné, cachoeira,

24.IX.2011, V. Sandoval col., 1 ♂.

CONCLUSÃO Embora o conhecimento sobre a fauna de Gerromorpha da Mata Atlântica seja

muito superior aos outros biomas do Brasil, algumas áreas carecem de mais

coletas e estudos. Tal fato é evidenciado pelos novos dados de distribuição

acima apresentados, incluindo três espécies registradas pela primeira vez para o

Paraná e uma para São Paulo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAZZUCCONi, S.A., LÓPEZ-RUF, M. & BACHMANN, A.O. 2009. Hemiptera –

Heteroptera: Gerromorpha y Nepomorpha. In: Dominguez, E. & Fernández,

Page 132: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

H.R. (Eds.), Macroinvertebrados Bentónicos Sudamericanos. Sistemática y

Biología. Fundación Miguel Lillo, Tucumán, pp. 167–231.

MOREIRA, F.F.F.. 2014. Water Bugs Distributional Database. Disponível em:

sites.google.com/site/distributionaldatabase. Último acesso: 19/06/2014.

MOREIRA, F.F.F., J.F. BARBOSA, J.R.I. RIBEIRO & V.P. ALECRIM. 2011.

Checklist and distribution of semi-aquatic and aquatic Heteroptera

(Gerromorpha and Nepomorpha) occurring in Brazil. Zootaxa 2958: 1-74.

POLHEMUS, J.T. & D.A. POLHEMUS. 2008. Global diversity of true bugs

(Heteroptera; Insecta) in freshwater. Hydrobiologia 595: 379-391.

RAFAEL, J.A., G.A.R. MELO, C.J.B. CARVALHO, S.A. CASARI & C.

REGINALDO. 2012. Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. Editora Holos.

810p.

Page 133: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

RECOMENDAÇÃO DE ESPÉCIES PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Oliveira Júnior, J.Q.de.1; Souza, R.C.2; Santos,G.L.3; Pereira, M.G.4

¹UFRRJ, Aluno de Doutorado do curso de Pós Graduação em Ciências Ambientais e Florestais-

[email protected]

2-UFRRJ. Bolsista DTI-B , Laboratório Morfologia, Genese e Classificação de Solos,

3UFRRJ, Aluno de Doutorado do curso de Pós Graduação em Ciências Ambientais e Florestais

4UFRRJ. Professor Associado III, Departamento de Solos, Bolsista do CNPq e Cientista do

Nosso Estado da FAPERJ.

Palavras-chave: Recuperação de áreas degradadas, Mata Atlântica,

Pedoformas

INTRODUÇÃO Estima-se que atualmente cerca de 28% (236 milhões de ha) do território

brasileiro podem ser classificados como degradados (BOT et al.,2000)

originadas por causa de atividades como agricultura, pastagens não

sustentáveis, áreas de mineração, exploração madeireira e ocupação imprópria

das regiões urbanas (ODUM, 2001), entre outras.

No contexto de fragmentação da Mata Atlântica, o conhecimento das

especificidades ambientais em áreas de encosta, e de habitats preferências para

espécies facilitadoras dos processos de recuperação de ecossistemas florestais,

constituem informações importantes para o planejamento e otimização de

projetos de reflorestamentos ecológicos.

A região sudeste do Brasil, é aquela onde se observam maiores problemas

com deslizamentos de encostas gerados por intensa precipitação, associado a

pequena profundidade dos solos, que desfavorecem a infiltração da água,

promovendo um maior escorrimento superficial. Em função desses aspectos

práticas de controle da erosão sejam de caráter mecânico ou vegetativo devem

ser implementadas. A seleção de espécies florestais que apresentariam uma

maior capacidade de estabelecimento nessas condições pode facilitar o processo

de recuperação e consequentemente gerando uma economia na etapa de

replantio.

Page 134: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

O objetivo deste estudo foi recomendar espécies para recuperação de

áreas em diferentes pedoformas, no município de Pinheiral (RJ).

MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi desenvolvido em fragmentos florestais no município de

Pinheiral, estado do Rio de Janeiro. O clima é classificado como Tropical de

Altitude de acordo com Koppen, Cwa. Segundo o IBGE, o clima zonal é quente,

com média superior a 18º C em todos os meses do ano, além de se caracterizar

por um período seco de 4 a 5 meses(Plano Regional de Saneamento Básico,

2013) . A área está inserida no domínio ecológico da Mata Atlântica, em região

de cobertura original denominada Floresta Estacional Semidecidual

Submontana (IBGE, 1992), em fragmentos atualmente considerados como

floresta secundária inicial (MMA, 2006).

Os solos da área de estudo foram classificados segundo Menezes (2008)

como Cambissolo Háplico Tb Distrófico típico. O relevo local é tipicamente

conhecido como “mar de morros”. Foram selecionadas duas topossequências,

localizadas em duas pedoformas contíguas, côncava e convexa.

As espécies de trabalho foram selecionadas baseando nas informações

fitossociológicas levantadas em uma análise prévia da vegetação presente na

área de estudo, a variável Indice de Valor de Importância foi selecionada como

representativa para formular assim um critério de seleção das espécies no

primeiro instante, que selecionaria espécies com IVI maior ou igual a 10. A

seleção das espécies teve foco de determinar grupo de espécies especialistas de

cada pedoformas (Côncava ou Convexa) e generalistas (ocorre em ambas).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da análise fitossociológica da área de estudo foram verificadas 37

espécies diferentes, distribuídas em 16 famílias botânicas. Na pedoforma

concava somente as espécies Guarea kunthiana Juss. e Cariniana

estrellensis (Raddi) Kuntze. apresentaram valores superiores aos padronizados

maiores valores de IVI, dentre as quinze espécies encontradas (Indíce de Valor

de Importância), apresentando um maior domínio da área sobre as outras

espécies, com uma média de 20,31%. Na pedoforma convexa ocorreu um maior

número de espécies foram elas: Bauhinia forficata L., Piptadenia

Page 135: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

gonoacantha (Mart.), Allophylus edulis (St. Hil) Radlk., Sparattosperma

leucanthum (Vell.) Schum, . Macbr. das treze espécies da área apresentando um

valor superior ao padronizado, encontrando uma média entre as espécies de

16,54. As generalistas foram mais representativas com as espécies: Apuleia

leiocarpa (Vogel) Macbr., Pseudopiptadenia contorta (DC.) Lewis & Lima.,

Senefeldera multiflora Mart., Campomanesia xanthocarpa Berg., Guapira

opposita (Vell.) Reitz., Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud., Colubrina

glandulosa Perkins., sendo encontradas sete espécies dentre as noves com

valores de IVI mais elevados, com uma média de 17,79. A diferença entre os

índices encontradas nas três diferentes condições reflete as condições da área.

Possivelmente essas pedoformas estão em um processo de sucessão ecológico

natural, isso pode ser avaliado pelo resultado do IVI encontrado entre as

diferentes pedoformas. Aparentemente as espécies generalistas teriam chegado

no início do processo e desencadeado a sucessão através da melhoria nas

condições da área. No momento seguinte as especialistas das diferentes

pedoformas (concava e convexa), teriam as condições necessárias para seu

estabelecimento. A disposição diferenciada entre as espécies retrata uma

exigência de condições específicas edalfoclimáticas para seu estabelecimento. As

distintas necessidades para o estabelecimento das espécies em um plantio para

recuperação de uma área de encosta por exemplo, cria um critério de seleção de

espécie que pode interferir no estabelecimento destas no campo, diminuindo a

sua.

CONCLUSÃO As espécies generalistas apresentaram um potencial maior para

recomendação nos plantios de recuperação em áreas em estágio de degradação

avançado, considerando variedade de condições para seu estabelecimento

inicial que as permite se estabelecerem nas diferentes pedoformas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOT, A.J., NACHTERHAELE AND A. YOUNG. Land resource potencial and

constraints at regional and country levels. Land and Water Development

Division, Food and Agriculture Organization of the United Nations Rome. 2000

Page 136: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico da

vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 1992. 92 p.

MENEZES, C.E.G. Integridade de paisagem, manejo e atributos do solo no

Médio Vale do Paraíba do Sul, Pinheiral-RJ. 172f 2008. Seropédica, Tese

(Doutorado em Agronomia - Ciência do Solo). Universidade Federal Rural do

Rio de Janeiro, 2008.

MMA - Ministério do Meio Ambiente. Cobertura Vegetal dos Biomas

Brasileiros. Volta Redonda, 2006. 1 Carta, SF-23-Z-A. Escala 1:250.000.

ODUM,E.P. Fundamentos de ecologia. 60 ed. Lisboa, Fundação Calouste

Gulbenkian, 2001. 976p.

PLANO REGIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO. PINHEIRAL-RJ. VOLUME I.

Caracterização do Município. Projeto aplicado a comunização e mobilização

social. 2013

Page 137: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

REDE DE FORNECEDORES DE SEMENTES E MUDAS DE ESPÉCIES DE MATA ATLÂNTICA DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO GUANDU – RJ: IDENTIFICAÇÃO DOS ATORES E PERSPECTIVAS FUTURAS

Diniz, R.G.¹; Souza S. R.²; Arruda A.³

1UFRRJ, Curso de Engenharia Florestal - [email protected]; 2UFRRJ, Curso de Agronomia

- [email protected]; 3UFRRJ, Colégio Técnico - [email protected];

Palavras-chave: Rede de fornecedores; Viveiros; Setor Florestal

INTRODUÇÃO No Estado do Rio de Janeiro a produção média anual dos 70 viveiros de

mudas de Mata Atlântica é de 81.957 mudas/viveiro (quase metade das mudas

produzidas é destinada à comercialização em projetos de reflorestamento e

recuperação de áreas degradadas). Juntos, os viveiros fluminenses produzem

aproximadamente 05 milhões de mudas/ano, quando a capacidade instalada é

de 10 milhões/ano. Esses inexpressivos números estão diretamente associados

aos inúmeros gargalos que foram identificados em todos os segmentos da cadeia

produtiva da restauração. De acordo com o relatório elaborado pela FIRJAN em

2013 o Estado do Rio de Janeiro tem cerca de 18.000 hectares de florestas

plantadas. O que faz corroborar com a afirmação de que os números no estado

do Rio de Janeiro são inexpressivos para a demanda reprimida por mudas e

sementes da Mata Atlântica. O Estado do Rio de Janeiro está integralmente

inserido no Bioma Mata Atlântica e ocupa uma posição bastante peculiar, pois

sua localização coincide com uma das áreas de maior diversidade biológica, o

Corredor da Serra do Mar, com a maior concentração de espécies endêmicas de

muitos grupos (IFLORA, 2012). Os números impressionantes da destruição da

Mata Atlântica demonstram a ineficácia de políticas de conservação ambiental

no País e a absoluta falência do sistema de fiscalização dos órgãos públicos.

Dado este contexto, o objetivo do projeto foi fomentar a formação de um

Page 138: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Arranjo Produtivo Local (APL) do setor florestal de Mata Atlântica constituído

por produtores rurais, pesquisadores, extensionistas, empresas, laboratórios de

análise de sementes, laboratórios de solos, instituições financeiras e outros

atores para disponibilização contínua de sementes e mudas florestais com

qualidade.

MATERIAL E MÉTODOS

Uma fonte de pesquisa fundamental foi o livro organizado por TUBBS et

al. (2012) e a partir dele, o principal foco da pesquisa foram os viveiristas, que

são os envolvidos diretos com os serviços e produtos relacionados às sementes e

mudas do bioma de Mata Atlântica nos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio

Guandu (BHRG) e dos munícipios do entorno que pudessem interferir na bacia

hidrográfica. Foi utilizada como ferramenta de pesquisa entrevistas aos

viveiristas. Desta forma, foram contatados 8 (oito) viveiros florestais. Obteve-se

respostas de seis, dos quais apenas 4 (quatro) foram efetivamente entrevistados.

Para tanto utilizou-se como referência o diagnóstico da Rede Rio Espirito Santo

e Bahia - RIOESBA. Também foram incluídos dois viveiros da Incubadora de

Empresas da UFRRJ - INEAGRO. Foi elaborado um roteiro da entrevista

baseado na Lei 10.711 de 05 de agosto de 2003, com questões que foram

identificadas como os principais gargalos do setor florestal. O roteiro foi

dividido em 5 blocos, a saber: Bloco 1: Sobre as legislações e técnicas; Bloco 2:

Biodiversidade; Bloco 3: Instalação e regularização de viveiros; Bloco 4:

Instalações de áreas de coleta de sementes; Bloco 5: As projeções atuais do

mercado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As principais respostas dos entrevistados demostraram que os mesmos se

encontram informados quanto a legislação e estão buscam regularizar seus

viveiros, bem como sabem o que é o Registro Nacional de Sementes e Mudas

(RENASEM) e todos os viveiros possuem um técnico responsável. Foi possível

perceber que o principal aspecto que interfere na dificuldade em manter a

biodiversidade do viveiro é a irregularidade no período de produção, seguido

Page 139: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

por problemas relacionados à restrição legal, em terceiro lugar outros três

aspectos empatados são a marcação de matrizes, a localização das matrizes no

campo e a distâncias entre as matrizes, em quarto lugar, marcado apenas por

um viveirista é o tamanho efetivo adequado para conservação genética. O custo

da colheita e a baixa produção de sementes não foram citados por nenhum dos

viveiristas entrevistados. Todos os viveiros entrevistados trabalham com Áreas

de Coleta de Sementes (ACS) e matrizes individuais, não são comuns encontrar

viveiros com Áreas de Produção de Sementes (APS) ou Pomares de Sementes

(PS). Quando consultados sobre os incentivos governamentais para o setor, os

viveiristas demonstram profunda preocupação com o rumo da situação atual,

fato é que, existem recursos e incentivos, porém, nem sempre os mesmos estão

acessíveis. O setor florestal, nos últimos anos, está sendo regulamentado para

que se adeque as projeções da situação atual através da Lei 10.711 de 05 de

agosto de 2003, alguns pontos devem ser mais debatidos entre os atores para

que se chegue a um meio termo que seja viável para as partes envolvidas.

CONCLUSÃO

Os atores, que a princípio, estão envolvidos diretamente e que seriam os

principais beneficiários da formação de uma Rede de Fornecedores de Sementes

e Mudas de Espécies Florestais Nativas de Mata Atlântica estão pouco

articulados, esta afirmação é possível de ser feita apesar de termos obtido

contato direto com poucos destes. É possível afirmar que no Estado do Rio de

Janeiro existe ainda uma lacuna muito grande com relação ao setor florestal.

Alguns estados como São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, encontram-se

muito mais estruturados, inclusive tendo a maior parte de suas áreas mapeadas

e possuindo inventários florestais disponibilizados publicamente. Todos os

viveiristas entrevistados relataram ter capacidade de ampliar as suas produções

caso haja demanda de mercado, mas como este ainda se mostra muito instável

os viveiristas seguem com produções comedidas evitando assim perdas, tendo

em vista a concorrência que sofrem em relação a outros Estados já consolidados

no mercado de mudas e sementes. Tendo em vista, que a legislação não permite

que mudas para recuperação de áreas degradadas e de projetos de compensação

Page 140: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

ambiental sejam oriundas de outros Estados, uma rede que englobe todos os

viveiristas do Estado resolveria o impasse não só da Bacia Hidrográfica do Rio

Guandu, mas também articularia o setor no Estado do Rio de Janeiro como um

todo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TUBBS FILHO, D.; ANTUNES, J. C. O.; VETTORAZZI, J. S. (Orgs.) Bacia

Hidrográfica dos Rios Guandu, da Guarda e Guandu-Mirim. Comitê

da Bacia Hidrográfica Guandu. Rio de Janeiro: INEA, 2012.

IFLORA. Aspectos Ambientais Flora. Disponível em: <http://www.i-

flora.iq.ufrj.br/sobrerj_abiol.html> Acesso em: 20 Dez. 2012.

Page 141: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

REMANESCENTES FLORESTAIS DE MATA ATLÂNTICA NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA RIO DA PRATA, IBIRAÇU E

ARACRUZ - ES, BRASIL

Silva, S. F.1*; Mendes, N. G. S.2; Bermudes, W. L.2; Santos, A. R. 3

¹Universidade Federal do Espirito Santo - UFES, Programa de Pós-graduação em Produção

Vegetal - [email protected]. Tel 28 3558-2528.

2 Universidade Federal do Espirito Santo - UFES, Programa de Pós-graduação em Ciências

Florestais.

3 Universidade Federal do Espirito Santo - UFES, Professor efetivo.

Palavras-chave: Ecologia, Geotecnologia, Manejo florestal

INTRODUÇÃO A fragmentação florestal, resultante do uso e expansão antrópica desordenada,

tem afetado de forma significativa os padrões de distribuição das espécies da

flora e da fauna. Manter a integridade da biodiversidade e das áreas naturais

ainda existentes é um desafio para pesquisadores, educadores, ambientalistas e

para a comunidade de forma geral (FERRARI et al., 2012).

A manutenção dos remanescentes florestais possibilita a preservação dos

recursos hídricos e a facilitação do fluxo genético entre populações,

aumentando, assim, a chance de sobrevivência das comunidades (MUCHAILH

et al., 2010).

Nas abordagens utilizadas no planejamento estratégico dos remanescentes

florestais, no que se refere à forma, borda, proximidade, índices de densidade e

tamanho e a outros elementos de interesse, o mapeamento de paisagens e

análises das mudanças no uso da terra constituem-se etapas fundamentais, em

que os dados espaciais oriundos de diversos sistemas sensores orbitais são

excelentes recursos (JENSEN, 2009).

A funcionalidade desta geotecnologia, integrada aos Sistemas de Informações

Geográficas (SIG’s) têm-se mostrado eficiente não apenas na obtenção de

informações envolvendo dados espaciais, mas também como meio de suporte às

tomadas de decisões em diversos processos de gestão pública e ambiental

Page 142: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

(ANJOS, 2008). Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi mapear os

remanescentes florestais de mata atlântica na sub-bacia hidrográfica Rio da

Prata, Ibiraçu e Aracruz - ES.

MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo está localizada na região norte do Estado do Espírito Santo,

compreendendo uma sub-bacia hidrográfica denominada de Rio da Prata, que

possui uma área de 3.330,54 ha e localiza-se no município de Ibiraçu e Aracruz.

A digitalização dos remanescentes florestais foi feita via tela na escala de

1:5.000 no aplicativo computacional ArcGis 10.2, por meio das técnicas de

fotointerpretação, sendo elaborado um arquivo vetorial poligonal para esta

classe.

A partir do mapa de fragmentação florestal, foi quantificada a área de cada

remanescente usando-se a calculadora de valores da tabela de atributos do

próprio arquivo de imagem vetorial poligonal, o que tornou possível comparar

os tamanhos dos diversos remanescentes florestais encontrados na sub-bacia. O

número de remanescentes existentes na área foi relacionado à classe de

tamanho às quais pertencem, sendo estes muito pequenos (<5 ha), pequenos (5-

10 ha), médios (10-100 ha) e grandes (>100 ha) com base na metodologia de

Juvanhol et al. (2011).

A análise foi feita com base no mapeamento dos remanescentes florestais, com o

intuito de se obter o número total e o tamanho dos mesmos, mediante a

elaboração de um arquivo vetorial poligonal (shapefile) para cada classe de

remanescente florestal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O mapeamento das áreas de florestas possibilitou contabilizar 164

remanescentes florestais de mata atlântica, esse número corresponde a uma

área de 1.355,32 ha de remanescentes florestais o que corresponde a 40,69% da

área total da sub-bacia hidrográfica Rio da Prata.

Esse predomínio de cobertura florestal na área de estudo demonstra o estado de

preservação da região. Juvanhol et al. (2011) salientam que é importante a

realização de estudos e ações que beneficiem a preservação e a conservação de

tais áreas.

Page 143: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

É nítida a predominância dos remanescentes florestais classificados como muito

pequeno (< 5 ha), totalizando 138, o que corresponde a 84,15% do total dos

remanescentes da sub-bacia, sendo seguidos pelos médios com 16

remanescentes (9,75%), pequenos com 7 (4,27%) e grandes com 3 (1,83%).

Apesar da grande área constituída por remanescentes florestais na sub-bacia em

estudo Oliveira-Filho e Fontes (2000) destacam que a Mata Atlântica está entre

as mais ameaçadas do planeta, devido sua localização entre os grandes centros

urbanos, o que as reduziu a aproximadamente 5% de sua área original, um

agravante ainda maior é que essa área ocorre em sua maioria em pequenos

remanescentes.

Tabanez & Viana (2000) salientam que a ocorrência de grande quantidade de

pequenos remanescentes florestais é comum em paisagens de Mata Atlântica,

sendo o principal problema o fato de a área estar susceptível a alterações na

dinâmica da paisagem, devido às ações do efeito antrópico.

CONCLUSÃO A constituição florestal na sub-bacia é composta em sua maioria por

remanescentes menores que 5 ha, indicando um alto grau de fragmentação

florestal. Sendo importante a realização de estudos e ações que beneficiem a

preservação e a conservação de tais áreas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS, H. O. Riscos ambientais na delimitação de áreas para corredores

ecológicos na sub-bacia hidrográfica do Rio das Almas (Goiás). Brasília, 2008.

156 f. Tese (Doutorado em Ciências Florestais) - Universidade de Brasília,

Brasília, 2008.

FERRARI, J. L.; SILVA, S. F.; SANTOS, A. R. & GARCIA, R. F. Corredores

ecológicos potenciais na sub-bacia hidrográfica do córrego Horizonte, Alegre -

ES, indicados por meio de SIG. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v.7, n.1,

p.133-141, 2012.

JENSEN, J. R. Sensoriamento remoto do ambiente: uma perspectiva em

recursos terrestres. São José dos Campos, SP: Parênteses, 2009. 598p.

JUVANHOL, R. S.; FIEDLER, N. C.; SANTOS, A. R.; PIROVANI, D. B.;

LOUZADA, F. L. R. O.; DIAS, H. M. & TEBALDI, A. L. C. Análise Espacial de

Page 144: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

Fragmentos Florestais: Caso dos Parques Estaduais de Forno Grande e Pedra

Azul, Estado do Espírito Santo. Floresta e Ambiente, n.18, v.4, p.253-264, 2011.

MUCHAILH, M. C.; RODERJAN, C. V.; CAMPOS, J. B.; MACHADO, A. L. T. &

CURCIO, G. R. Metodologia de planejamento de paisagens fragmentadas

visando à formação de corredores ecológicos. Revista Floresta, v.40, n.1, p.147-

162, 2010.

OLIVEIRA-FILHO, A. & FONTES, M. A. L. Patterns of Floristic Differentiation

among Atlantic Forests in Southeastern Brazil and the Influence of Climate.

Biotropica, n.32, v.4, p.793-810, 2000.

TABANEZ, A. A. J. & VIANA, V. M. Patch structure within Brazilian Atlantic

Forest fragments and implications for conservation. Biotropica, n.32, v.4, p.925-

933, 2000.

Page 145: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

VARIAÇÃO GEOGRÁFICA MORFOLÓGICA E VOCAL DE

ASTHENES MOREIRAE (MIRANDA-RIBEIRO, 1905) (AVES:

PASSERIFORMES: FURNARIIDAE)

Fonseca, O. V.¹ ²

¹MUSEU NACIONAL/UFRJ, Setor de Ornitologia, Departamento de Vertebrados, Quinta da

Boa Vista s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ

²UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, Departamento de Zoologia, Instituto de

Biologia, Laboratório de Ornitologia e Bioacústica, 21944-970, Rio de Janeiro, RJ –

[email protected]

Palavra-chave: aves, variação geográfica, campos de altitude

INTRODUÇÃO

Asthenes moreirae (MIRANDA-RIBEIRO, 1905) é um pequeno Furnariidae

endêmico dos cumes campestres das mais altas montanhas do Sudeste

brasileiro. Apresenta uma distribuição altamente restrita, confinada somente

em alguns poucos pontos altimontanos não claramente delimitados da região

Sudeste do Brasil. Padrão de distribuição esse único se comparado a outras aves

endêmicas brasileiras (RIDGELY & TUDOR,1994). Podemos dividir a

distribuição da espécie em algumas populações bem isoladas entre si nas

cadeias de montanhas do Sudeste brasileiro: Serra da Mantiqueira (MG/RJ e

SP), Serra dos Orgãos (RJ), Serras do Caparaó (ES e MG) e porção sul da Cadeia

do Espinhaço (MG) (RIDGELY & TUDOR, 1994; SICK, 1997 e REMSEN, 2003).

Asthenes moreirae é um endemismo singular no sudeste brasileiro e jamais

passou por uma revisão que revelasse suas variações geográficas. Segundo o

IUCN Red List of Threatened Species (2007) Asthenes moreirae é classificada

sob o status de “Least concern”; porém, a espécie ocorre somente nos Campos

de altitude, considerado um dos biomas mais ameaçados e limitados do Brasil

sob Domínio da Mata Atlântica (SICK, 1997).

Page 146: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

MATERIAL E MÉTODOS

Foram examinados 52 espécimes (32 ♂e 20 ♀) depositados nas seguintes

coleções: Museu Nacional (MN) e Museu de Zoologia da Universidade de São

Paulo (MZUSP). Os trabalhos de campos foram realizados nas principais áreas

de ocorrência do táxon e zonas de presumível ocorrência ainda não investigadas

ou delimitadas. Foram realizadas 14 expedições de campo entre Maio/2008 e

Nov/2010 em diversas localidades nas Formações da Serra da Mantiqueira

(MG/RJ e SP), Serra dos Orgãos (RJ), Serra do Caparaó (ES e MG) e Porção sul

da Cadeia do Espinhaço (MG). Estas atividades objetivaram subsidiar os dados

amostrais de espécimes e vocalizações, e delimitar a distribuição da espécie em

pontos específicos. Os caracteres morfométricos utilizados foram referente ao

comprimento da asa (A), bico ( Hb altura e Cb comprimento),

cauda(C),tarsometatarso (Tm) e peso (P) com uso de paquímetro digital,

compasso, régua de metal milimetrada e balança de precisão Pesola (30g). A

análise de plumagem enfocou a coloração do dorso, barriga, rêmiges, retrizes e

mento sob a codificação do catálogo de SMITHE (1975). As vocalizações foram

obtidas no Acervo Sonoro Elias Coelho (IB/UFRJ) e, principalmente em

atividades de campo. Para registro vocal em campo foram utilizados gravador

digital Marantz PMD-670 e microfone supercardióide Azden X-100. Os

componentes estruturais do repertório vocal seguiram a nomenclatura proposta

por CATCHPOLE & SLATER (1995) e foram analizados no programa Raven Pro

1.3.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Asthenes moreirae ocorre exclusivamente em quatro áreas pontuais de

montanhas do sudeste brasileiro. No entanto, são regiões com enorme

semelhança fitofisionômica, caracterizadas pela vegetação relictual dos Campos

de altitude rupestre. A espécie ocorre nas áreas de maior cota altimétrica das

Formações, entre 1850m e 2900m. Podemos apontar quatro pequenos

Complexos populacionais bem isolados entre si: Planalto do Itatiaia - CI

(MG/SP e RJ), Serra dos Órgãos - CSO (RJ), Serra do Caparaó - CSCP (ES/MG)

e Serra do Caraça - CSCA (MG).Talvez devido ao breve período geológico de

separação entre as populações, a variação do colorido da plumagem foi mínima,

Page 147: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

fato que corrobora ao caráter conservativo em plumagem de Furnariidae

(REMSEN, 2003). Quanto a morfologia, encontramos uma variação

aparentemente clinal entre os quatro complexos populacionais. Dentre os seis

caracteres morfométricos analisados, o CSCP deteve as maiores médias para

quatro caracteres, e destes, dois foram sem sobreposição de máximas: (A ♂ =

59,553 ± 0,790mm, n= 9 e ♀= 56,885± 0,317mm, n= 6 ) – (P= 15,875 ± 0,478g,

n =4♂). A população do CSCA deteve as menores médias para três caracteres

dentre as demais populações: asa, tarsometatarso e peso. Destes, o

comprimento do tarsometatarso apresentou o menor valor médio sem

sobreposição de máximas: (Tm ♂ = 21,552 ± 0,148mm, n=4). As populações dos

CI e CSO apresentaram valores intermediários com sobreposição os valores

máximos das médias para os seis caracteres morfométricos. Quanto a

vocalização, o repertório vocal de Asthenes moreirae é amplamente rico, os

resultados das análises mostraram uma surpreendente variação na estrutura do

canto. Foram analisados 293 vocalizações correspondente a 58 indivíduos nos

quatros Complexos populacionais. Houve uma variação aparentemente clinal

quanto ao número de frases por canto. O CI apresentou a maior variação, canto

composto por até 4 frases, CSO e CSCA com cantos compostos por até duas

frases e CSCP com cantos com somente uma frase. Outra variação relevante,

segregando vocalmente a população do CSCP, é a morfologia espectral da nota

do canto, apresentando uma estrutura com padrão não compartilhado entre as

demais populações.

CONCLUSÃO

Asthenes moreirae apresenta uma acentuada variação geográfica morfométrica

e vocal entre as suas áreas de ocorrência. Confinada em quatro pequenos

complexo populacionais nos Campos rupestres de altitude do sudeste brasileiro.

A diagnose vocal e a divergência morfométrica indicam linhagem evolutiva

estabelecida ou em formação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIRDLIFE INTERNATIONAL. Oreophylax moreirae. In. IUCN 2007. 2007

IUCN Red List of Threatened Species, 2004. < www.iucnredlist.org> Acessado

em 22 de Abril de 2011.

Page 148: Livro de Resumos - simposio.izma.org.brsimposio.izma.org.br/pdf_2014/livro_iii_simposio_mata_atlantica.pdf · Livro de Resumos Organizadores: ... MSc Lucia Helena C. Gonçalves

CATCHPOLE, C. K. & SLATER, P. J. B. Bird Song: biological themes and

variations. New York: Cambridge University Press, 1995. 248p.

MIRANDA-RIBEIRO, A. Vertebrados do Itatiaya ( peixes, serpentes, saurios,

aves e mammiferos ). Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro. 13, 1905. 163-190p.

REMSEN, J.V. JR. Family Furnariidae (Ovenbirds). In: DEL HOYO J. et al

(Eds). Handbook Of The Birds Of The World, Vol 8. Lynx Editions, Barcelona,

2003. 162–357p.

RIDGELY,R.S. & TUDOR, G. The birds of South America 2. Austin: University

of Texas Press,1994. 814p.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1997. 862p.

SMITHE, F. B. Naturalist’s color guide. New York: American Museum of

Natural History, 1975. 229 p.