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livro professor
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Atlas Ambiental:LIVRO DO PROFESSORPrograma MAPA - Mundo, Ambiente, Pertencimento e Ação GEODINÂMICA EDITORA
Atlas Ambiental:LIVRO DO PROFESSORPrograma MAPA - Mundo, Ambiente, Pertencimento e Ação GEODINÂMICA EDITORA
Júlia Andrade PinheiroGeógrafa e Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo
Sueli Angelo FurlanGeógrafa e Doutora em Geografia Física pela Universidade de São Paulo
1a ediçãoSão Paulo2010
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Expediente
Geodinâmica Editora (Vistadivina)
Vinicius Saraceni | diretor-geralFelipe Seibel | diretor de conteúdoGuilherme Donnabella | gestor de varejoWashington Oliveira | gestor financeiroAna Sílvia Fernandes | coordenadora administrativaBruna de Andrade | assistente administrativaJuciléia Portugal | suporte operacional
Atlas Ambiental: Livro do Professor
Júlia Pinheiro Andrade e Sueli Angelo Furlan | autorasMeire Cavalcante | coordenadora editorialSo Ham – Comunicação para Educação | edição e coordenaçãoCosme Freire Marins | secretário executivoFernanda Tripolli | pesquisadoraIsaac B. Acras | diretor de arteGustavo Velho Diogo | designerIvana Luiza Traversin | revisora de textoJuliana Higa Bellini | coordenadora cartográfica e de geoprocessamentoLuiz Fernando Bissoli | gestor de geoprocessamento e imagem por satélite
Programa MAPA - Mundo, Ambiente, Pertencimento e Açãowww.programamapa.com.br
Ref.
910.7
A567A
AndRAde, JúliA PinheiRo
AtlAs AmbientAl: livRo do PRofessoR / JúliA PinheiRo AndRAde e sueli
Angelo fuRlAn. -- são PAulo: geodinâmicA, 2010.
197 P., il. (AlgumAs coloR.), mAPAs.
inclui bibliogRAfiA
isbn 978-85-63222-03-9
1. geogRAfiA – estudo e ensino. 2. ensino fundAmentAl. 3. educAção
AmbientAl. 4. PRáticA de ensino.
i. título. ii. fuRlAn, sueli Angelo.
cdd-910.7
© vistadivina, 2010
vistadivina
RuA iRmã PiA, 422 - 12º AndAR
05335 - 050 são PAulo sP
tel e fAx: (55 11) 3768 9999
www.vistAdivinA.com
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A você, mestre
E nsinar é, antes de tudo, um ato de compromisso. Pelo trabalho dedicado dos educadores, crianças e jovens brasileiros têm a possibilidade de transformar o próprio futuro. No Brasil, a
escola pública, cada vez mais, desbrava os caminhos necessários para atingir seu lugar de direito: o de produtora de conteúdo e de práticas sérias, berço de ações que se tornam referência.
Certos de seu compromisso com a docência e no intuito de colaborar para que a escola pública atinja tais objetivos, o Programa MAPA - Mundo, Ambiente, Pertencimento e Ação entrega a você, caro educador, este livro. Ele foi confeccionado, em cada detalhe, para se traduzir em aulas interessantes, em caminhos para a ação reflexiva e em melhorias na sua atuação profissional. Só quem educa sabe o que significa o avanço de um aluno. Só quem está em sala de aula reconhece a importância de um planejamento bem-feito e a necessidade de se aprimorar cada vez mais.
O professor é, assim, um profissional em constante formação. Este é o compromisso estabelecido pelo Programa MAPA: colaborar para o desenvolvimento contínuo dos educadores envolvidos, a fim de promover a abordagem socioambiental dentro da escola de maneira significativa e consistente.
Bons estudos e bom trabalho.
Meire CavalcanteCoordenadora Editorial
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Introdução
O O Atlas Ambiental da sua cidade traz recursos didáticos e conteúdos inéditos para você, professor, revolucionar o uso das representações espaciais na escola e, com os alunos,
ler, compreender e intervir na realidade socioambiental de seu município. Com sua rica linguagem visual, repleta de infográficos, fotografias, imagens de satélite, tabelas, gráficos e mapas, o Atlas induz naturalmente a uma percepção espacial mais complexa dos fenômenos, em múltiplas dimensões e na perspectiva transdisciplinar.
Comprometido com a explicação do presente, o Atlas trabalha com temas e linguagens de importância transversal, conectando a geografia, a história, a cultura e a economia do lugar com fenômenos de escala regional, nacional e global.
Este Livro do Professor oferece uma visão geral das linguagens empregadas no Atlas e formula sugestões temáticas para o desenvolvimento da competência leitora dentro e fora da sala de aula, dos diferentes gêneros textuais à leitura da paisagem. Os textos a seguir trazem elementos importantes para garantir boas aulas, como a organização dos conteúdos, do tempo e do espaço escolar (Capítulo 1), e ajudam a compreender e a manipular melhor todas as linguagens utilizadas no livro do aluno (Capítulo 2), a considerar elementos de metodologia científica (Capítulo 3) e a pensar por que e como desenvolver atividades de campo (Capítulo 4). Em seguida, o livro traz dez sequências didáticas (Capítulo 5) para inspirar as suas aulas.
Nelas, há atividades de sensibilização, levantamento de saberes prévios, leituras de imagens, canções, textos, mapas e gráficos, atividades de campo e formulação de hipóteses. Ao longo do livro, você também encontrará dicas de leituras e de conteúdo multimídia, disponibilizados na internet e exclusivamente preparados para completar o conteúdo deste Livro do Professor.
Agora a bola está com você, professor! Tome em suas mãos as reflexões e sugestões oferecidas e dê o apito inicial no jogo ensinar/aprender. Use e abuse do Atlas!
Júlia Pinheiro Andrade
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Sumário
Introdução ...........................................................................................09
Capítulo 1O que não pode faltar em uma boa aula .................................................13
Elementos essenciais do planejamento .................................................... 13Sequências didáticas e conteúdos de aprendizagem ................................. 13O que aprender? Tipologia de conteúdos ................................................ 14Didática e respeito à diversidade .............................................................. 15Elementos fundamentais para uma boa aula sequenciada ........................ 16Possibilidades de organização da turma ................................................... 17Planejamento eficaz .................................................................................. 18
Capítulo 2Competência leitora nas diferentes linguagens do Atlas .......................23
Alfabetização como processo contínuo ..................................................... 23Decodificação e uso social da língua ......................................................... 24A alfabetização nunca termina .................................................................. 25O papel da escola na competência leitora ................................................. 26Leitura de textos verbais e não-verbais: ler para interpretar ...................... 27Gêneros e esferas discursivas ..................................................................... 28Cartografia: o ensino do mapa e o ensino pelo mapa ................................ 29Ensino da cartografia escolar .................................................................... 31Alfabetização cartográfica: como trabalhar ............................................... 32Gramática cartográfica .............................................................................. 36Fotografia e desenho de observação .......................................................... 39Croqui geográfico ..................................................................................... 42Imagens de satélite e fotografias aéreas ..................................................... 44Ler imagem aérea e transformá-la em croqui geográfico .......................... 44Fotointerpretação ...................................................................................... 47Leitura de mapa conceitual ....................................................................... 48Gráficos ................................................................................................... 50 Climograma ............................................................................................. 51
Capítulo 3Metodologia de pesquisa científica ........................................................53
Competências e procedimentos da ciência ................................................ 53 Problematizar e questionar ....................................................................... 54Confrontar fontes variadas ........................................................................ 54Pensar historicamente ............................................................................... 54Ler constantemente .................................................................................. 55Habilidades envolvidas ............................................................................ 55
Capítulo 4Atividade de campo .................................................................................59
Por que fazer uma atividade de campo? .................................................... 60Como fazer uma atividade de campo ....................................................... 61
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Capítulo 5 Sequências didáticas ...............................................................................65
1. Como mapear os espaços ..................................................................... 672. Tempo, clima e meio ambiente ............................................................. 813. Do solo ao uso da terra ........................................................................ 954. Globalização e agenda 21: novas formas de relação entre o lugar e o mundo 1035. Biodiversidade e terras indígenas: mapear para entender ...................... 1136. Direitos humanos, saúde e democracia ................................................. 1197. Água: uso e abusos ................................................................................ 1258. Floresta Amazônica: ameaças e sustentabilidade .................................. 1299. Lixo: de onde vem e para onde vai? ...................................................... 13510. Energia no dia a dia ............................................................................ 143
AnexosMateriais para enriquecer suas aulas ......................................................149
1. Natureza dos conteúdos ........................................................................ 1502. Habilidades de leitura ........................................................................... 1543. Introdução à cartografia ........................................................................ 1554. Expedição: volta ao mundo ................................................................... 1565. Gramática cartográfica.......................................................................... 1586. Classificação cartográfica ...................................................................... 1597. Como completar uma rosa dos ventos .................................................. 1608. Estudo da paisagem e croqui geográfico ............................................... 1619. Mapeamento e estudo da paisagem ...................................................... 16310. Autoavaliação da atividade de campo ................................................. 16411. Aprender a fotografar ......................................................................... 16612. Caça ao tesouro ................................................................................... 16813. Roteiro para estudo do meio ............................................................... 17014. Medição pluviométrica........................................................................ 17315. Controle de temperatura ..................................................................... 17416. Parabolicamará (Gilberto Gil) ........................................................... 17517. Comida (Titãs) .................................................................................. 17618. Água no Planeta Terra ........................................................................ 17719. Vira Lixo (Chico César) .................................................................... 17820. Material reciclado e não-reciclado ...................................................... 17921. Sobradinho (Sá e Guarabira) .............................................................. 18022. Energia no dia a dia - questionário ..................................................... 18123. Energia - dicas de redução de consumo .............................................. 182
MapasCartografia para enriquecer suas aulas ...........................................185
Massas de ar .............................................................................................. 186Climas do Brasil ....................................................................................... 187População Urbana do Brasil ...................................................................... 188Esquema lugar x mundo ........................................................................... 189Fauna Brasileira em Extinção ................................................................... 190Terras Indígenas ....................................................................................... 191Felicidade Mundial ................................................................................... 192
Referências bibliográficas ..................................................195
Créditos .................................................................................196
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O que não pode faltar em uma boa aula1
P rofessor, o que é uma boa aula? A experiência revela que é aquela que faz sentido para o aluno, ou seja, em que as intenções e os objetivos de ensino são efetivos na aprendizagem do estudante. Como aumentar a possibilidade de esse processo
se realizar? Ou melhor, como diminuir o risco de preparar uma excelente aula que, na prática, não se constrói de maneira significativa?
A boa aula é sempre planejada, ainda que você não a siga da maneira como prepa-rou. Imprevistos ocorrem com frequência e a interação de cada um com fatos impor-tantes do cotidiano escolar, como eventos, visitas e acontecimentos sociais, é parte do jogo em sala. Porém, até para improvisar bem, é necessário prática de planejamento para ganhar repertório, flexibilidade e, para continuar com a metáfora do jogo, ter sempre várias cartas na manga.
Elementos essenciais do planejamento
V ocê pode estar se perguntando quais são os elementos essenciais do planejamento, não é? Em primeiro lugar, toda prática educativa deve envolver atividades e avaliação...
“...já que o que acontece nas aulas, a própria intervenção pedagógica, nunca deve ser entendido sem uma análise que leve em conta as intenções, as previsões, as ex-pectativas e a avaliação de resultados. Por pouco explícitos que sejam os processos de planejamento prévio ou de avaliação da intervenção pedagógica, esta não pode ser analisada sem ser observada dinamicamente desde um modelo de percepção da realidade da aula, onde estão estreitamente vinculados o planejamento, a aplicação e a avaliação”.
(Zabala, 1998, p. 17)
Sequências didáticas e conteúdos de aprendizagem
S e as atividades são as unidades básicas da prática educativa, as sequências didáticas são as que formam as unidades fundamentais de um ensino que vise à aprendiza-gem significativa. Apenas determinado conjunto coerente e lógico de atividades
sequenciadas é capaz de explicitar e articular os momentos fundamentais de plane-jamento, aplicação e avaliação da prática educativa. Segundo Zabala, as sequências didáticas são atividades ordenadas e articuladas para a “realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos” (idem, p. 18).
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O que estrutura, afinal, uma sequência didática, sua duração e seu modelo? Seus objetivos ou os conteúdos de ensino? Para objetivos ligados à memorização de fatos e datas, uma sequência tradicional de aula expositiva, leitura, exercícios de fixação e prova podem ser suficientes. Quando há objetivos ligados à articulação de atitudes de respeito e preservação ambiental, de conceitos socioambientais, de procedimentos de pesquisa e in-vestigação científica, visando à publicação de resultados para a comunidade, um modelo de avaliação processual (autoavaliação individual e coletiva) e final (trabalho de síntese) pode ser mais adequado do que as primeiras opções.
É possível descobrir facilmente a linha de ensino ou os efetivos objetivos de apren-dizagem de uma instituição escolar nas respostas às perguntas “o que se ensina, efetiva-mente, nessa escola e por quê?” É importante ressaltar que esse tipo de investigação deve ser sobre os conteúdos e os objetivos de aprendizagem do currículo vivido ou praticado e não os que configuram no currículo declarado em cada disciplina escolar. Essa pesquisa provoca a reflexão e a crítica em relação ao trabalho desenvolvido, ou seja, posiciona o observador diante de uma atitude de avaliação da prática educativa: “O que se aprendeu mediante esse modelo de ensino e o que deve ser aprendido?”
O que aprender? Tipologia de conteúdos
A questão nos coloca diante de uma ampla tipologia de conteúdos de aprendiza-gem: dados, habilidades, técnicas, atitudes, fatos, conceitos etc. Dar conta dessa ampla relação de conteúdos exige considerar não apenas as capacidades cogni-
tivas tradicionalmente associadas ou declaradas como fundamentais de uma disciplina escolar, mas abre a possibilidade de considerar capacidades inter e transdisciplinares, como as motoras, atitudinais e emocionais. Este Livro do Professor compartilha, assim, com Cesar Coll (1986 apud Zabala, 1998) e Antoni Zabala (1998), a classificação de conteúdos em três grandes categorias:
• Conteúdosconceituais(incluindoosfactuais):“Quesedevesaber?”
• Conteúdosprocedimentais:“Quesedevesaberfazer?”
• Conteúdosatitudinais:“Comosedeveser?”
1. Leia, em Anexos, a detalhada explicação de cada um dos conteúdos e como ensiná-los nas tabelas Natureza dos conteúdos.
Conteúdos conceituais são o feijão-com-arroz da prática docente; afinal, entre os vá-rios tipos, eles são os mais propriamente escolares. Contudo, pensar nos procedimentais e atitudinais é fundamental para preservar a boa dinâmica de ensino, pois os três tipos básicos são indissociáveis e articulados em qualquer prática educativa – ainda que não se tenha consciência deles. É a necessidade de reflexão sobre a qualidade e a coerência da prática que estabelece conceitualmente essa diferenciação tipológica de conteúdos com a finalidade de torná-los consciente a você, educador, para, assim, esclarecer e aperfeiçoar a relação entre ensino e aprendizagem.
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Didática e respeito à diversidade
N ão há uma única linha didática ou um único jeito de ensinar bem determinado conteúdo. Pelo contrário, a análise da história da educação, das teorias do de-senvolvimento e das práticas de ensino mostra que a diversidade é seu elemento
mais marcante.
“...há uma série de princípios nos quais as diferentes correntes estão de acor-do: as aprendizagens dependem das características singulares de cada um dos aprendizes; correspondem, em grande parte, às experiências que cada um viveu desde o nascimento; a forma como se aprende e o ritmo da aprendizagem va-riam segundo as capacidades, motivações e interesses de cada um dos meninos e meninas; enfim, a maneira e a forma como se produzem as aprendizagens são resultado de processos que sempre são singulares e pessoais.”
(Zabala, 1998, p. 34)
Professor, isso parece óbvio? Para alguns conteúdos pode mesmo parecer banal a atenção à diversidade dos alunos. Por exemplo:
“(...) Imaginemos que somos professoras e professores de educação física e al-guém nos pergunta que altura deve saltar um menino ou uma menina de 14 anos que está no segundo ano do ensino médio. Certamente mostraremos certa surpresa frente ao absurdo aparente da pergunta, já que todos teremos pensado imediatamente que a altura saltada dependerá de cada menino ou menina. Portanto, responderemos que está em função de suas capacidades (físicas, afe-tivas: compleição, força, interesse etc.) e de seu treinamento, quer dizer, de suas aprendizagens prévias. (...) Segundo as características de cada um dos meni-nos ou das meninas, estabelecemos um tipo de atividade que constitui um de-safio alcançável, mas um verdadeiro desafio e, depois, lhes oferecemos a ajuda necessária para superá-lo. No final, fizemos uma avaliação que contribui para que cada um deles mantenha o interesse em seguir trabalhando.”
(...)
“o que acontece se em vez de pensar numa atividade de educação física nos situamos nas áreas de língua, matemática ou física? Se fazemos uma pergunta similar à do salto em altura e indagamos o que um menino ou uma menina de 14 anos tem que saber sobre morfossintaxe, funções matemáticas ou eletricida-de, o mais normal é que não duvidemos nem um segundo e respondamos: ‘na segunda série tem que saber...’”
(Zabala, 1998, p. 35)
A atenção à diversidade é um consenso educacional entre as várias correntes teó-ricas, mas é, na prática, um aparente óbvio. Para algumas disciplinas é mais evidente do que para outras: para aquelas que lidam com conteúdos físicos, procedimentais e visíveis, é possível aceitar imediatamente pela experiência vivida a atenção à diversidade e adotar um modelo de ensino mais complexo e dinâmico (como no exemplo de Educação Fí-
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sica). No entanto, as disciplinas que lidam com conteúdos mais abstratos e conceituais demonstram uma cultura escolar que aceita sem crítica um modelo teórico simplista da relação entre ensino e aprendizagem.
Este Livro do Professor, voltado para o aprimoramento do ensino da temática so-cioambiental na escola, trabalha com uma fundamentação teórica que procura atender à diversidade de situações de aprendizagem de maneira a torná-la, o mais possível, uma aprendizagem significativa.
Elementos fundamentais para umaboa aula sequenciada
Cadência – A boa aula possui começo, desenvolvimento e encerramento de forma cadenciada, ou seja, com ritmo adequado à percepção de cada momento. A calma e a cadência ensinam atitudes positivas com relação ao pensamento e à postura de estudante, o que fortalece o gosto pelo aprendizado e pela convivência coletiva.
Comunicação – Compartilhar com os alunos um plano de aula (pauta ou ro-tina) e os objetivos de aprendizagem de toda uma sequência didática é um meio de incluí-los no processo de ensino.
Organização do espaço – Todos os espaços escolares induzem e condicio-nam comportamentos. Às vezes, não é fácil utilizar alguns ambientes na escola. Tudo, no entanto, é uma questão de ensino e aprendizagem e de estabelecimento de combinados e de rotina. Variar o modo de uso do corpo e dos agrupamentos em sala, na biblioteca, no espaço de informática, no pátio e mesmo em trabalhos fora do edifício escolar, certamente, aguça o interesse da turma pelo estudo e mo-biliza a curiosidade para as atividades propostas no estudo socioambiental. Veja, a seguir, algumas possibilidades de organização da turma.
para se aprofundar mais nesse assunto, leia o texto o construtivismo: concepção sobre como se produzem os processos de aprendizagem, de Antoni Zabala, em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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Possibilidades de organização da turma
Círculo e semicírculo
Grande mesa
Fileiras
Trio
Grupos
reunir todos em uma grande mesa estimula a proximidade, convidando a diálogos mais estreitos. essa sugestão apenas é viável em turmas não muito grandes ou para divisões internas (de 15 a 20 alunos).
Círculo e semicírculo favorecem que todos se vejam e se ouçam. eles são formatos ade-quados a debates e socializações.
em fileiras, o foco se mantém no professor e di-ficulta que os estudantes se vejam no todo. dis-posição adequada a provas, aulas expositivas e momentos de instrução por parte do educador.
Alunos organizados em trios podem traba-lhar na diagonal ou em triângulo. o trio per-mite mobilidade para o professor e visão para acompanhar a turma. É adequado à realização de atividades de mobilização dos saberes pré-vios (por meio da produção de desenhos ou de esquemas de mapas conceituais).
Grupos favorecem a interação entre os alunos para a produção de trabalhos, pesquisas, tro-cas de informações, sistematizações etc.
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Possibilidades de organização da turma
Duplas
Biblioteca
Áreas externas
Planejamento eficaz
Para o bom desenvolvimento de qualquer sequência didática relacionada com a abordagem socioambiental (curta – de uma a três aulas – ou longa – de várias aulas), é interessante garantir a realização de cinco momentos cruciais (obviamente, isso não decorre em uma única aula, mas ao longo de toda a sequência):
1. Sondagem do conhecimento prévio: O que cada um sabe e valoriza acerca do tema e dos procedimentos que serão estudados? Que tal sondar a turma em rodas de debate, registros textuais, desenhos, apreciações e leituras de imagens e mapas conceituais (leia no Capítulo 2 o texto Leitura de mapa conceitual)? Veja, a seguir, um exemplo de atividade para sondar o que os alunos sabem.
Na biblioteca, a vivência no acervo amplia a vi-são e o repertório da produção escrita dos di-ferentes autores. o contato com livros, sua ex-ploração e o manuseio são fundamentais para alimentar a curiosidade.
duplas são variações do grupo e permitem que os estudantes socializem ideias e registros e operacionalizem um modo de trabalho bastan-te produtivo, pois preservam mais a individuali-dade e o tempo pessoal do que os agrupamen-tos maiores. Adequado ao dia a dia.
Muitas atividades de alfabetização cartográfi-ca são mais produtivas ao ar livre. por isso, é interessante levar a turma para as áreas ex-ternas. As relações topológicas (localização) e projetivas (relatividade de ponto de vista) e as noções de proporcionalidade (escala) podem ser aprendidas no pátio e na quadra. Uma boa pedida é desenhar um mapa do corpo, a rosa dos ventos ou bolar uma caça ao tesouro.
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AtlasAmbiental
Unidades deconservação
Biodiversidade
Relevo
Clima
Hidrografia
Vegetação
Resíduossólidos
Divisão políticae fronteiras
Atividadeseconômicas
Históriada cidade
Saúde esaneamento
Cultura eidentidade
Mapas, fotos,
informaçõessobre o lugar
2. Problematização: Formular uma questão ou uma sequência de questões (uma problemática) que oriente a investigação da turma sobre o tema a ser estudado. Na ati-vidade ao lado, você pode encontrar um ponto de partida para essa investigação no Atlas e nas sequências didáticas (especialmente nos temas Clima, Solo e Água). É impor-tante destacar que o estudo de uma problemática como a exemplificada envolve, necessariamente, fatos, conceitos, princípios, procedimentos e atitudes. Assim, os objetivos de aprendizagem de um estudo dessa natureza abrangem os três tipos básicos de conteúdos e precisam ser organi-zados como uma sequência didática longa, tal como pro-posto neste Livro do Professor.
3. Investigação e leitura: O estudo proposto pode ser feito de diferentes maneiras e, quanto mais diversas e com-binadas, melhor, pois o estudante terá a chance de pensar e repensar determinados conteúdos de diversos pontos de vista, aumentando seu repertório de formas de produção de conhecimento (veja atividade ao lado). Investigar combina com leitura. Como você verá no próximo capítulo, a inves-tigação propicia desenvolver a competência leitora de dife-rentes linguagens: textos, fotografias, imagens de satélite e mapas. Por meio de todas elas, é possível ler mais e melhor a paisagem de seu município. A leitura de paisagens pode ser o grande disparador para uma atividade de campo – es-tratégia interdisciplinar e motivadora para desenvolver uma investigação na escola (veja no Capítulo 4).
• Uma boa sugestão é ouvir as representações e impressões iniciais (prévias), observando as imagens e os textos da capa e contracapa do Atlas Ambiental, e registrá-las em um esquema no quadro.
Atividade
Todos os anos, muitas cida-des brasileiras sofrem com enchentes e deslizamentos de terra causados pelas chuvas. em que locais do relevo de pai-sagens urbana e natural podem ocorrer esses dois fenômenos? os alunos já viram ou sofreram com isso? Trata-se de um pro-blema natural ou social? de quem é a responsabilidade? o que poderia ser feito para evitar que pessoas percam sua casa e sua vida?
Atividade
• Elaboração de tabela de hipó-teses iniciais a ser completada em trabalho de pesquisa (leia exemplo na sequência didática FlorestaAmazônica:ameaçasesustenta-bilidade, no Capítulo 5).
Atividades
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5. Avaliação e produto final: Seja qual for a escolha do caminho (méto-do) de conhecimento escolhido, é importante ter sempre claro que cabe àquele que ensina alinhavar as diferentes vivências propostas aos alunos como meio para elaborar uma experiência de conhecimento. Ou seja, é seu papel, profes-sor, avaliar a eficácia das estratégias de ensino que propõe e, ao mesmo tempo, envolver o grupo na autoavaliação do próprio processo de aprendizagem.
Ao propor para si mesmo e para a turma uma prática reflexiva, você esti-mula que cada um se torne consciente dos avanços que obteve e coloca todos na condição de sujeitos capazes de distinguir aspectos positivos e negativos no próprio caminho trilhado. Assim, cada qual pode se apropriar melhor de seus passos, percebendo mais sobre o próprio ritmo e, aos poucos, ganhando autonomia na afirmação de um estilo de estudo, da identidade de estudante e da condição de sujeito do conhecimento.
Definir e compartilhar com a turma produtos finais para determinado estudo ajuda a dar sentido à sequência didática e a criar interesse para aque-le que aprende. Pense, por exemplo, nos seguintes possíveis produtos finais (muitos dos quais sugeridos nas sequências didáticas desta publicação):
4. Registro: Escrever é importante para sintetizar o conteúdo estudado e tam-bém para abrir espaço para que o aluno pense sobre o que e como aprendeu. Além dos registros textuais formais, vale investir em registros de sensações, percepções, gostos e desgostos com relação ao tema, a si mesmo, aos colegas e à aula. Essa prática estimula o gosto pela escrita e torna quem escreve mais consciente do pró-prio processo de aprendizagem, aguçando a memória e exigindo a elaboração de vocabulário e de diferentes formas de expressão e comunicação. Explore no Atlas diferentes meios de registro, como o resumo comum ou o esquemático, o mapa conceitual ou o esquema, o desenho legendado ou o croqui, o mapa, o bloco-diagrama, as tabelas, a história em quadrinhos, o texto explicativo (dissertativo ou jornalístico) e narrativo, a fotografia e as apresentações em slides.
Tempo para registro
depois de muita pesquisa sobre diferentes práticas de registro, o professor espanhol Miguel Zabalza aconselha aos educadores dedicar 10% do tempo de docência para a elaboração de registros e diários com alguma regularidade. Cada professor deve decidir quando e como é a melhor maneira de registrar, seja em relação ao ensino praticado com seus alunos, seja no exercício da narração do próprio trabalho.
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• Exposiçãomuraldetextosjornalísticosefotografiaslegendadas;
• Construçãodemaquete;
• Confecçãodejogodepercurso;
• Dramatizaçãoouelaboraçãodepequenapeçateatral;
• Cartaaoprefeitoouaojornaldacidade;
• Tardededebatesinterclasses;
• Simulaçãodejulgamento;
• Publicaçãodelivro;
• Elaboraçãodeblog;
• Apresentaçãodeslides;
• Produçãodecurta-metragem;
• Inauguraçãodeprogramaderádio;
• Elaboraçãodecampanhasdeconscientizaçãosocioambiental;
• Concursodedesenhosoumapas.
Em síntese:
Professor: sujeito autor
Com todas essas informações em mãos, já é possível pensar mais amplamente em suas aulas daqui para a frente. o intuito é que você, professor, seja autor de sua prática, responsável por sua formação e pelo seu desenvolvimento profissional. o estudo, a pesquisa, o uso de diversos materiais já são caminhos importantes. para que você crie seu próprio planejamento, preparamos alguns exemplos de sequências didáticas longas e curtas (veja no Capítulo 5). dê uma conferida no conteúdo, use-o, adapte-o e inspire-se nele para elaborar outras aulas.
Uma boa aula precisa de...
Cadência ouritmo claro
Comunicaçãoclara dos objetivos
Uso criativodo espaço
Planejamentodentro de uma
sequência didática
Levantamento dosconhecimentos
préviosProblematização Investigação
Modalidadesvariadas de
registros
Avaliação eproduto final
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“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, e a leitura desta implica a continuidade daquela.”
(Paulo Freire)
É na escola que se introduz a prática da leitura em suas diferentes estratégias de ensino e aprendizagem, de maneira a assegurar a alfabetização em todas as áreas do conhecimento. Isso significa oferecer ao sujeito condições para que ele faça uso
social da língua e das linguagens que o cercam. Neste capítulo, você verá como trabalhar a competência leitora de maneira significativa com as diferentes linguagens utilizadas no Atlas: textos verbais da linguagem escrita ou falada (incluindo mapas conceituais) e textos não-verbais (ou predominantemente imagéticos), tais como a linguagem da cartografia (mapas, desenhos e croquis), do sensoriamento remoto (fotografias aéreas e imagens de sa-télite), da gráfica (tabelas e gráficos), da fotográfica e infográfica e da linguagem da pintura e do desenho em quadrinhos. A articulação dessas linguagens trabalha a relação entre a lei-tura das paisagens de seu município e a leitura do mundo, articulando escalas e dimensões da história, da cultura e da natureza, apresentados na abordagem socioambiental do Atlas.
Alfabetização como processo contínuo
A tualmente, a escola tem sido avaliada e exigida em sua função de socialização, mas, sobretudo, de ensino sistemático das competências leitora e escritora. O desafio é grande, pois o analfabetismo na zona urbana é de 7,6% e, no meio rural,
de 23,3%. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), em 2008, a taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais era de 10%. De acordo com o Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf ), realizado desde 2001 pelo Instituto Paulo Montenegro, a taxa de pessoas que fazem uso rudimentar da língua (conseguem escrever e entender apenas textos muito simples) é de 21%.
Mas qual a importância do ato de ler? Como canta Caetano Veloso em sua canção Livros, a leitura e os livros são meios muito eficazes de “lançar mundos no mundo”, pois permitem afirmar o novo e ressignificar o existente por meio da criação de uma memó-ria, de uma herança cultural transmissível por gerações. Além disso, ler é pensar sobre as ideias, é criar opiniões, é construir atitudes com base no pensamento. Ao lermos a palavra escrita, lemos mais e melhor o mundo, a vida.
Competência leitora nas diferentes linguagens do Atlas2
o desafio das escolas brasileiras é parar de formar crianças, adolescentes, jovens e, consequentemente, adultos que passam por toda a educação escolar e, com o diploma nas mãos, mal sabem ler e escrever.
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Decodificação e uso social da língua
P or muito tempo, a alfabetização foi entendida como um processo que envolvia, primeiramente, a aquisição do código, ou seja, da aprendizagem das letras e sua relação com os sons produzidos durante a pronúncia delas em uma palavra. Al-
fabetização, assim, resumia-se à etapa inicial de contato com a cultura escrita, de maneira mecanizada. O indivíduo alfabetizado, nessa concepção, era aquele capaz de codificar e decodificar uma linguagem (no caso, verbal, escrita), segundo regras de composição (silábica, sintática, semântica) mensuráveis e finitas, em regras gramaticais estabelecidas segundo uma convenção publicamente aceita.
Alfabetizar, porém, é o processo em que o indivíduo é introduzido nas práticas so-ciais de uso da linguagem para efeito de comunicação nos diversos âmbitos do mundo público e privado (na rua, no trabalho, na família, na igreja etc.). O sujeito alfabetizado é aquele que percebe os diferentes momentos (a pertinência) e as diferentes possibilidades (o amplo repertório) de uso social da linguagem (o que é aceito e esperado como comunicação).
Nessa perspectiva, as pessoas estão sempre em processo de alfabetização (veja entre-vista A alfabetização nunca termina, a seguir). Como ela não se encerra na técnica, e sim se apresenta nas diferentes manifestações das linguagens, é possível que um indivíduo leia e escreva bem uma crônica, por exemplo, mas que seja pouquíssimo alfabetizado em textos científicos ou em manuais de instrução. Para viver em sociedade, é necessário ler gestos, comportamentos, regras, imagens e dar significação (social, cultural, afetiva, eco-nômica, política) às coisas e às diferentes relações humanas. Assim, é preciso ampliar a concepção de leitura para potencializá-la e estendê-la a todos os objetos da vida.
Para o educador Paulo Freire, na medida em que as pessoas se socializam (na escola e fora dela), aprendem a ler, ainda que nem todos dominem os códigos de leitura e escrita. Freire mostrou pioneiramente que a importância do ato de ler não é meramente didática ou escolar, mas é anterior a um domínio técnico sobre a gramática de certa linguagem, seja ela verbal ou não-verbal. É isso que o autor quer dizer quando afirma que, antes, durante e mesmo depois da escola, “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, e a leitura desta implica a continuidade daquela”. A escola deve existir para ampliar as potencialidades da vida, não para confiná-las em regras e técnicas reprodutivas. Afinal, a técnica deve sempre estar a serviço do aperfeiçoamento ético e social do ser humano.
Com efeito, pode-se ler tudo, ou melhor, podemos considerar qualquer forma de expressão passível de ser lida como texto – seja ele verbal ou não-verbal. O gesto corporal,
o verbo “ler” vem do latim lègo, lectum ou legère. significa “recolher, apanhar; escolher, captar com os olhos; ler em voz alta”. ler é apanhar e escolher significações e captar conteúdos por meio da visão e dos demais sentidos: o tato (como o braile comprova); a escuta (um músico lê com os ouvidos uma composição); o paladar (um gourmet lê os ingredientes ao degustar); o olfato (o cão interpreta informações pelo faro). sendo a leitura uma atividade tão ampla, todos somos praticantes desses tipos de leitura, ainda que muitos o façam sem consciência disso.
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a fala, a pintura, a fotografia, a arquitetura, a música, as propagandas, os mapas, as paisa-gens, enfim, todas as formas ordenadas de produção material e simbólica, escritas ou não, podem ser lidas como um texto. Por isso, é possível desenvolver a competência leitora dos estudantes com base nos conteúdos do Atlas Ambiental, trabalhando a leitura e a correlação entre as diferentes linguagens nele empregadas.
A alfabetização nunca termina
• O que é ser alfabetizado?vejo a aquisição do sistema de escrita – popularmente conhecida como alfabetização e que chamamos de alfabetização inicial – como parte de um processo. Mesmo os adultos nunca dominam todos os tipos de texto e estão sempre se alfabetizando. ser alfabetizado é mais do que fazer junções de letras, como B com A, BA.
• Qual a diferença entre alfabetização e letramento?No passado, era considerado alfabetizado quem sabia fazer barulho com a boca diante de palavras escritas. só então estudava-se língua portuguesa e gramática. para quem acredita no letramento, a criança primeiro aprende o sistema da escrita e só depois faz uso social da língua. Assim como antes, isso dissocia a aquisição do sistema das práticas sociais de leitura e escrita. para evitar a divisão, passamos a usar a expressão “cultura escrita”.
• Qual a importância do professor como leitor-modelo?A leitura é uma prática e, para ensinar, você precisa aprender com quem faz. porém, este é um nó: como formar leitores se você não lê bem? e como ler bem se você saiu de uma escola que não forma leitores? A solução é de longo prazo e requer programas de educação continuada que tenham um trabalho sistemático nessa área. Nas reuniões do profa (um programa federal de formação de professores), eram dados três textos ao formador. ele escolhia um e lia para os professores, que recebiam os três. Ao fim do ano, eles haviam lido 150 textos de vários gêneros.
• Como os pais podem colaborar na alfabetização?lendo todos os dias para as crianças. Quem passa a primeira infância ouvindo leituras interessantes apropria-se da linguagem escrita. Assim, na hora em que lê e escreve com autonomia, já sabe o que e como produzir. isso também possibilita à criança entender os textos que lê.
• Por que saem das escolas tantos analfabetos funcionais?porque a escola só reconhece como alfabetização a aquisição do sistema. em vez de investir na competência leitora, concentra-se no ensino de gramática. por isso, há analfabetos funcionais com muitos anos de escolaridade. formar leitores e gente capaz de escrever é uma tarefa de coordenadores, gestores e professores de todas as séries e disciplinas. eu diria que leitura e escrita são o conteúdo central da escola e têm a função de incorporar a criança à cultura do grupo em que ela vive. isso significa dar ao filho do analfabeto oportunidades iguais às do filho do professor universitário.
• Como reverter esse quadro?lendo, discutindo, trocando ideias, vendo o que cada um entendeu e pesquisando em fontes diversas. É preciso tornar o texto familiar, conhecer suas características e trazer para a sala práticas de leitura do mundo real. se a função da escola é dar instrumentos para o indivíduo exercer sua cidadania, é preciso ensiná-lo a ler jornal, literatura, textos científicos, de história, geografia, biologia. Consegue ler bem quem teve algum tipo de oportunidade fora da escola. os que dependem só dela são os analfabetos funcionais. e a escola faz isso porque não compreende claramente a sua função.
Fonte: Entrevista com Telma Weisz, doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo, concedida à revista Nova Escola, por Meire Cavalcante (março, 2006).
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O papel da escola na competência leitora
A escola deve ensinar sistemática e intencionalmente as diferentes estratégias de prática leitora. E, por lei, isso deve ser garantido a todos os alunos, sem exceção. No entanto, no cotidiano escolar, muitas vezes é difícil tornar esse trabalho siste-
mático de ensino uma atividade significativa de aprendizado para o aluno.
para desenvolver e avaliar de maneira significativa o processo de ensino e aprendizagem da competência leitora, é preciso, em primeiro lugar, fazer-se a seguinte pergunta: “Quem é a garotada com a qual eu lido diariamente?”.
Antes de ser objeto ou destinatário de ensino, os alunos são sujeitos sociais em formação. É preciso sempre considerar, portanto, que eles chegam à escola com sua vi-vência e com seu repertório mais ou menos estáveis de referências e de saberes prévios. Além disso, essas representações iniciais são a base para o bom desenvolvimento do trabalho do conhecimento (por contraposição a saber, conhecimento é definido como algo assimilado de modo sistemático e consciente de si).
Por mais estranho que pareça, o saber cotidiano, banal, su-persticioso, pessoal e não científico é a base para o conhecimento científico, para o saber sistemático e lógico ensinado e encarnado pela escola. Como toda a tradição socioconstrutivista demons-trou, o pensamento (e a leitura é um tipo de pensamento) opera por esquemas, que se transformam ao longo da vida de acordo com as interações sociais, afetivas, emocionais e cognitivas pelas quais passa o sujeito. O ensino apenas se torna aprendizagem significativa, isto é, plena de sentido para aquele que aprende, quando se dá de forma conectada com o tempo presente de cada aluno, ampliando e potencializando sua visão e seu lugar no mun-do, quando, enfim, conecta-o com sua vida e amplia as possibili-dades de seu viver. O registro da diversidade de hipóteses ajuda os alunos a ter consciência dos limites do seu próprio raciocínio e permite ao professor reformular desafios de leitura com o Atlas (leia, ao lado, um exemplo).
Como explica o professor espanhol Miguel Zabalza, ter um ano de prática repetida ao longo de 20 anos é muito diferente de ter 20 anos de prática reflexiva. A dificuldade da profissão consiste justamente nisto: ser professor é ser autor, é estudar(-se) e avaliar (-se) por toda a vida, implicando(-se) e lendo(-se) constantemente na atividade docente.
de onde vem a eletricidade? peça aos alunos que desenhem suas representações prévias como hi-póteses explicativas para essa pergunta. depois, eles as sociali-zam em duplas e, em seguida, em roda, com os colegas. para uns, pode ser que a luz provenha da lâmpada ou do interruptor. para outros, pode vir de um motor, de um gerador ou ter a ver com uma represa. registre as hipóteses e desafie-os a descobrir o longo ca-minho que a eletricidade percorre lendo as páginas sobre energia do Atlas. Com isso, a turma pode descobrir a importância de não desperdiçar energia e até criar uma minicartilha de consumo consciente (veja a sequência di-dática energia no dia a dia).
Atividade
para se aprofundar mais nesse assunto, leia o texto de Antoni Zabala em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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Leitura de textos verbais e não-verbais: ler para interpretar
T udo é linguagem: a fala, os escritos, a fotografia, a televisão, o corpo, o gesto. Saber utilizar estratégias de leitura para compreender o arranjo de seus elementos de linguagem é poder ler todas as manifestações estruturadas como textos, sejam
eles verbais – fundados na palavra – ou não-verbais – não fundados na palavra (leia exem-plo em Tipos de textos, abaixo, ao lado).
Ler textos é mais do que decodificar as letras ou reconhecer palavras isoladas. É possível ler sem que se tenha grande consciên-cia das regras sintáticas ou da composição gramatical de um escrito. Isso se deve ao fato de que o ato de ler é fundamentalmente o leitor captar e construir sentido na interação com o escrito. Para ser com-preendido, o texto solicita que a pessoa que está lendo preencha as entrelinhas, o que está ausente, o que não é explícito e que, por isso mesmo, precisa ser interpretado, relacionado e abstraído. Assim, o exercício da competência leitora deve ser sempre um ato de ler para construir uma interpretação. Grosso modo, pode-se afirmar que há dois tipos de leitura de texto:
a) A leitura com o objetivo de construir um sentido, uma compreensão e uma significação geral para o texto;
b) A leitura que pensa e analisa como o texto foi construído, ou seja, que observa as estruturas sobre as quais se constrói o texto, tais como estruturas gramaticais, narrativas (introdução, desenvolvimento e conclusão) ou conceituais (relações en-tre conceitos ou teses trazidas em um texto explicativo), entre outras.
Com o Atlas Ambiental, é possível fortalecer a capacidade dos alunos de interagir com o texto para que produzam um sentido geral de leitura, instigando-os a antecipar temas e a construir suposições e expectativas para, assim, aprofundar o conhecimento sobre seu presente, seu mundo, seu lugar. Confira, abaixo, dicas de como ler textos verbais e pense, por analogia, como elas podem ser adaptadas aos não-verbais.
1. Antes da leitura: é quando se estabelecem os obje-tivos, ou seja, o que se quer do ato de ler – busca de prazer (diversão) e de informações, investigação de argumentos, re-forço ou aprofundamento de um conhecimento já trabalhado etc. Nesse primeiro momento, trabalham-se as expectativas quanto ao tema, ao autor e aos diferentes suportes do texto (onde está publicado, a quem se destina, como se apresenta ao leitor, se há ou não presença de imagens associadas ao texto). É nessa etapa que se mobilizam as representações prévias dos estudantes sobre o tema e promove-se a antecipação de sen-tidos possíveis para o conteúdo do texto.
Tipos de textos
• Verbais: discurso, ensaio, reportagem, conto, crônica, poesia, carta, receita, bula etc.• Não-verbais: música, mímica, símbolo, fotografia, pintura etc.• Híbridos (verbais e não-verbais): mapas (símbolos e legenda), canção (poesia e música), cinema e televisão (discurso e imagem), história em quadrinhos (desenho e texto) e paisagem (formas na-turais e construídas, circuns-critas ou identificadas em pla-cas, por meio de textos verbais e simbólicos).
Antes de abrir o Atlas, com o livro fechado, desafie os estu-dantes a responder: sobre o que trata um atlas ambiental? Tra-balhe de acordo com o primeiro momento de leitura explicado acima (Antes da leitura), tendo a capa e a contracapa do Atlas como objetos. Há elementos verbais e não-verbais para se-rem lidos e interpretados. faça uma síntese no quadro com as ideias principais levantadas pelos alunos e, só então, parta para o segundo momento.
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2. Durante a leitura: é quando se avalia se as antecipações anteriormente feitas confirmam-se ou não diante dos objetivos formulados, estabelecendo hie-rarquias entre as partes do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) e as ideias nele desenvolvidas. É também o momento de fazer pesquisa de vocabulário em dicionários e de procurar pistas linguísticas que indiquem para quem e com que objetivo o texto foi escrito. Também amplia-se a pesquisa temática por meio da intertextualidade, isto é, a ligação entre o texto e outros textos (citações de outras produções que apareçam direta ou indiretamente).
3. Depois da leitura: constrói-se a síntese semântica do texto, ou seja, o seu sentido global e uma interpretação geral, trocando-se ideias e impressões e procu-rando registrar a reflexão sob a forma de resumo, fichamento ou mapa conceitual. Em função dos objetivos de leitura, faz-se, então, uma avaliação crítica (mais ou menos analítica, baseada em argumentos extraídos da análise sintática e semân-tica do texto).
Gêneros e esferas discursivas
Nas atividades sociais, há modos de agir típicos e que são reconhecidos por todos. para marcar uma consulta com um médico, por exemplo, pode-se usar o telefone. Já ao final da consulta os remédios são prescritos em uma receita. padronizações no modo de agir facilitam as relações entre as pessoas.
ler textos cuja função e cujo contexto de produção são conhecidos ajuda na compreensão da leitura e facilita o cotidiano, geralmente organizado por agendas, bilhetes, e-mails, telefonemas, planilhas, cartas, requerimentos, declarações e uma infinidade de textos orais e escritos que podem ser reconhecidos por seus usuários sem problemas.
Cada esfera da atividade humana organiza conjuntos de textos com características relativamente estáveis e que podem servir de modelo para a realização de ações previstas naquele campo de atividade. Na escola, por exemplo, há textos didáticos e paradidáticos (usados durante as aulas) e textos administrativos (diário de classe, livro de ponto, relatórios, planejamentos, registros de dados, cartas, circulares, boletins, fichas de estudantes). esses modelos de texto são conhecidos como gêneros textuais:
para análise e identificação de um gênero, deve-se considerar a esfera de atividade humana em que foi produzido, pois as condições de produção, circulação e recepção definem ou justificam o estilo (seleção de recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua), as características composicionais (estrutura particular dos textos) e o tema (a seleção, a extensão e a profundidade da abordagem do assunto).
Toda esfera de atividade comporta um repertório de gêneros que se diferencia e se amplia de acordo com o desenvolvimento próprio da atividade. Assim, os gêneros textuais (orais e escritos) são heterogêneos: incluem uma variedade que abarca desde a conversação cotidiana, a carta, os documentos administrativos ou oficiais até os diversos meios de exposição científica e os gêneros literários. pautar o ensino nos usos da língua implica tomar os gêneros ferramentas que orientam a elaboração do planejamento.
2. Aprofunde esses três momentos da leitura com a tabela Habilidades de leitura, em Anexos.
• Oral (conversa, discurso)• Epistolar (carta)• Explicativo (dissertação, ensaio, bula)
• Jornalístico (reportagem, matéria)• Narrativo (romance, conto, crônica, biografia)• Poético (poesia)
Fonte: Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de Aprendizagem para o Ensino Fundamental: Ciclo II - Língua Portuguesa. São Paulo, Secretaria Municipal de Educação, 2007
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Cartografia: o ensino do mapa e o ensino pelo mapa
A cartografia é a arte e a ciência de construir mapas e é uma prática muito antiga da humanidade. Sua evolução acompanhou as mudanças das técnicas e das tecnologias de mapeamento do espaço, das necessidades de controle
do território e das visões sociais de mundo de cada sociedade, de cada cultura. No mundo moderno, hegemonizado pelo pensamento técnico-científico, a cartografia tornou-se uma ciência matematizada, amparada por saberes da engenharia e por convenções internacionais que garantem uma linguagem universal.
Para compreender, deslocar-se, orientar-se e atuar no mundo contemporâneo, é preciso cada vez mais conhecer a linguagem e a gramática dos mapas. No entanto, diferentemente do que se possa imaginar, o bom entendimento dos conceitos fun-damentais da cartografia (como localização, projeção, representação e escala) exige a manipulação de diferentes formas de representação espacial:
• Observaçãoedesenhodoprópriocorpo;
• Lateralidadeepercepçãodarelatividadeentreaslocalizações;
• Observaçãodosespaços;
• Desenhodeobservação;
• Confecçãodemaquetes(miniaturas);
• Leituradefotografia(horizontal/frontal,
aérea/verticalouoblíqua);
• Leituradeimagensdesatélite;
• Leituraeproduçãodediferentesmapas(comoplantadasalade
aula,mapamentaldopercursocasa-escola,croquisdeplanis-
fériosmundiaisoumapasdeprevisãodotempo,derelevosede
coberturavegetal).
Como você pode recordar, na escola aprende-se a ler e a fazer mapas nos estu-dos de Geografia. No entanto, a intersecção entre geografia, cartografia e educação produz uma área específica do conhecimento, a cartografia escolar, cujo ensino mo-biliza saberes e habilidades também de outras disciplinas, como a Geometria (com os conceitos de escala de medida e os cálculos de área e distância), a Educação Física (com o aprendizado pelo corpo das noções de lateralidade – a reversibilidade e a relatividade entre as posições do corpo, como direita e esquerda, frente e trás, aci-ma e abaixo) e as artes plásticas (ao dar expressão gráfica aos mapas, colorindo-os e caracterizando-os como expressões subjetivas, singulares de cada mapeador-autor).
Pro
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para ter sucesso no ensino e na aprendizagem da linguagem dos mapas, o professor deve saber diferenciar o ensino do mapa do ensino pelo mapa. o primeiro é o ensino de como fazer mapas, ou seja, dos elementos fundamentais da linguagem cartográfica. o segundo é o ensino da leitura de diferentes temas por meio de mapas, ou seja, o ensino que toma por pressuposto que o aluno já vivenciou e sabe noções básicas de representação espacial e deve interpretar informações cartografadas.
O processo de alfabetização cartográfica é a introdução contínua no ensino do mapa, cujo objetivo é estabelecer uma sequência de experiências com as noções bá-sicas de representação espacial. O procedimento fundamental é partir do desenho livre de um dado espaço (o próprio corpo, a sala de aula, a escola, uma paisagem) e introduzir paulatinamente técnicas de simbolização, redução e projeção da realidade em uma representação espacial lógica, orientada e proporcional.
Idealmente, a alfabetização cartográfica deve se iniciar nos dois primeiros ciclos do Ensino Fundamental e preparar as bases para o ensino pelo mapa, que ocorre com mais sistematicidade no terceiro e no quarto ciclos. Porém, não há uma regra rígida e pode-se afirmar que sempre é tempo de exercitar atividades que estimulem, por meio do desenho, o desenvolvimento da noção de espaço. Mesmo no Ensino Médio, a alfabetização cartográfica deve continuar a se dar e a se aprofundar. Além disso, a aprendizagem necessita ser recursiva, ou seja, rever, refazer alguns passos, sempre relacionando o que já se sabe com o que se vai aprender.
Ler mapas sempreAssim como a leitura de textos é uma habilidade contínua e cumulativa na experiência de vida – quem sempre lê lê cada vez melhor –, a leitura de mapas também pode sempre ser aprimorada. A chave para isso está na frequência e no tipo de leitura de mapas: pensar nos espaços e na dimensão espacial de todos os objetos, alternando diferentes pontos de vista, ora como autor-cartógrafo ou mapeador, ora como leitor-cartógrafo ou leitor de mapas (veja, no Anexo 3, a atividade introdução à cartografia).
Fonte: Maria Helena Simielli, in Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia 5ª a 8ª série, 1997, p. 79.
Visão oblíqua e visão vertical
Construção da noção
de legenda
Proporção, escala
Imagem tridimensional e imagem bidimensional
Cognição
Lateralidade, referências, orientação
Alfabeto cartográfico: ponto, linha e área
Cartografia como meio de comunicação / Representações gráficas
Desmistificação da cartografia - desenho
Alfabetização cartográfica
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Ensino da cartografia escolar
N a escola, as crianças são ensinadas a desenvolver e a formalizar raciocínios espaciais por meio da linguagem dos mapas, dos croquis, das tabelas e das legendas. No Ensino Fundamental I, o objetivo é fazer o aluno correlacionar
longe e perto como referências potentes para circunscrever o lugar e o local em que vive, além de reconhecer desde mapas simples, sobretudo pictóricos, até imagens de saté-lites e mapas em escalas pequenas. É preciso desenhar o próprio corpo, aprender noções básicas de lateralidade (direita, esquerda), proporção (tamanhos relativos) e orientação mediante o desenho de diferentes objetos e a criação de legendas textuais e pictóricas.
No Ensino Fundamental II, os objetivos permanecem os mesmos, mas se apro-fundam e tornam-se mais complexos: é preciso desenvolver a lateralidade completa (direita, esquerda, trás, frente, acima, abaixo), com noções de espelhamento, reversi-bilidade e alternâncias de ponto de referência (em si, no desenho, no outro, na sala de aula, na quadra etc.). Isso prepara a experiência espacial do corpo da criança para o salto cognitivo que ela deve dar a partir do 6º ano: estudar as noções espaciais de orientação referenciadas no planeta (rosa dos ventos, rotação e translação da Ter-ra, coordenadas geográficas – latitude, longitude, distâncias em diferentes escalas e medidas, projeções cartográficas, ângulos etc.). Portanto, do 3º ao 5º ano, as crianças precisam experimentar a construção de croquis e mapas (sempre com título, legenda, formas, cores, pontos e linhas) do entorno escolar, da cidade (mediante estudos do meio, atividades de campo e análises de fotografias), a confecção de maquetes e de plantas da sala de aula, caça ao tesouro, diferentes técnicas de pintura e desenhos de observação.
Representaçõesgráficas
Alunoleitor crítico
Alunomapeador consciente
MapasCartasPlantas
Mapas mentais
Maquetes(representaçãotridimensional)
Croquis(representaçãobidimensional)
Cartografia
Rigor nas representações(símbolos e convenções
cartográficas)
Maior liberdade nas representações (cognição e percepção individual e
criatividade)
Usuário: localização e análise,
correlação, síntese
Usuário:entendimento e participação
no processo de confecção
Fonte: Maria Helena Simielli, in Parâmetros Curriculares Nacio-nais de Geografia 5ª a 8ª série, 1997, p. 79.
Cartografia do Ensino Fundamental II
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Alfabetização cartográfica: como trabalhar
N os últimos anos, cresceu significativamente o número de publicações a res-peito da cartografia escolar e da chamada alfabetização cartográfica (em mui-tas publicações, a expressão aparece como “letramento cartográfico”). Nesses
trabalhos, coloca-se a seguinte questão: como desenvolver um processo gradual e continuado de introduzir ativamente os alunos no campo dos procedimentos, con-ceitos, regras e simbologias da representação do mundo por meio de mapas?
Em consenso, especialistas na área afirmam que é necessário partir dos desenhos e das representações iniciais dos alunos acerca dos espaços concretos que os cercam para, aos poucos, introduzi-los nas formalizações cartográficas dos mapas usados no mundo adulto (plantas de apartamento, guias de rua, mapas políticos estaduais ou nacionais, planisfério físico etc.). Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da orga-nização de uma sequência didática de desenhos de espaços de vivência e de objetos de uso cotidiano, em que se parte da representação do mais próximo e concreto para, progressivamente, abarcar espaços mais distantes e cujo desenho exige maior grau de abstração e poder de representação simbólica:
1. Lateralidade: desenho e decalque do espaço do próprio corpo (contornan-do-o e colorindo-o), discutindo o que é direita, esquerda, frente, trás do corpo e do desenho (em um exercício de referenciais de lateralidade).
2. Percepção e perspectiva: dese-nho de objetos (cola, apontador, cadeira, lixeira etc.) em diferentes perspectivas — oblíqua (ao mesmo tempo de cima e de lado), frontal (horizontal) e aérea (vertical).
Diferentes visões de um objeto
De frente + de cima
Visão oblíqua Visão horizontal Visão vertical
De cimaDe frente
COLACOLA
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As imagens de satélite são visões verticais da realidade. Já os mapas são, geralmente, visões verticais e simbólicas, mas podem conter desenhos oblíquos ou horizontais (sobretudo para facilitar a leitura da legenda). Nesse caso, os mapas tornam-se pictóricos. por fim, as fotografias são visões oblíquas e horizontais da realidade, podendo também ser verticais.
3. Descrição e interpretação: observação e comparação de fotografias de paisagens, vistas aéreas, imagens de satélite e mapas (em diferentes escalas), iden-tificando qual permite enxergar mais detalhes, maior visão de conjunto, diferentes tipos de visão ou representação de espaço (frontal ou aérea).
Diferentes representações de um mesmo lugar
Fotografia aéreafoto tirada de um avião na visão vertical
Planta pictóricadesenho de elementos próximos à forma real
Plantadesenho detalhado de ruas e quarteirões
Croqui cartográficodesenho simplificado dos elementos da cidade
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4. Mapeamento: montagem de maquete e, posteriormente, desenho de um dado espaço - a planta da sala de aula, da escola, do quarteirão, de uma área de cultivo da cidade etc.
5. Atividade de campo: observação de referências na paisagem e no dese-nho de percursos – casa-escola, entorno escolar, entorno de um rio – com legenda (textual e/ou pictórica) e croquis de estudos de campo.
Maquete:os estudantes podem ser desafiados a fazer uma maquete da escola e de seu entorno, o que exige, por exemplo, observação de cores, texturas, relevo, proporção e distâncias. Ótima oportunidade para fazer uma parceria com o professor de Arte.
Mapa mental de percurso casa-escola (Marina Bacchin, 6º ano, escola Castanheiras, sp)
Croqui de área urbana e parte de área de cultivo (alunos do 6º ano, eMeB lellis do Amaral, Bebedouro, sp)
Planta da sala:É feita na visão vertical, em que os objetos são desenhados em sua forma vista de cima, sem profundidade, mas mantendo a proporção de tamanho entre os elementos. o aluno pode desenhar a sala também em perspectiva (à direita), o que dá efeito de profundidade.
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6. Orientação: depois de aprender a lateralidade com o próprio corpo, o aluno deve aprender a orientar-se em outros espaços. Como o globo terrestre é redondo, não há direita nem esquerda e acima ou abaixo. Assim, é preciso saber utilizar a rosa dos ventos (pontos cardeais, colaterais e subcolaterias) e as linhas imaginárias (latitude e longitude, como a Linha do Equador e os trópicos) para descrever a orientação relativa. Atividades com bússola, caça ao tesouro e simulação de via-gens entre os diferentes continentes do globo terrestre ajudam a exercitar a habi-lidade de orientação espacial.
o processo cognitivo da alfabetização cartográfica tem como ponto de partida o desenho e as representações intuitivas. depois, estudam-se formas, perspectivas, cores, linhas e pontos até alcançar as formalizações e as convenções da simbologia cartográfica (mapas pictóricos, políticos, físicos e temáticos). Há materiais com sequências didáticas prontas de 1º a 5º ano, como os dos autores Maria Helena simielli, Marcello Martinelli e Graça Maria lemos ferreira.
Mapa mental de percurso casa-escola (Beatriz Chrispiano, 6º ano, escola Castanheiras, sp)
4. Veja, em Anexos, as atividades Expedição: volta ao mundo e Como completar uma rosa dos ventos.
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Erros comuns na utilização dos mapas na escola • Atuar diretamente sobre o mapa de adultos, cujos códigos e símbolos são muito abstratos e distantes da experiência cognitiva do aluno;• Trabalhar com operações mecânicas de decodificação, pintura, decalques e cópias, sem que o estudante atue reflexivamente sobre essas operações;• Não estimular que o aluno seja autor-cartógrafo, exercitando mais a decodificação do mapa do adulto do que a codificação própria, inventada pelo aluno. Nesse processo, a criança precisa tomar consciência de problemas de simbolização, perspectiva, comunicação etc. e bolar soluções pertinentes para resolvê-los;• Não ensinar princípios da cartografia temática antes de iniciar a leitura propriamente dita de mapas temáticos.
Gramática cartográfica
O alfabeto cartográfico é composto de três elementos fundamentais: pontos, linhas e áreas. Com esses três elementos, pode-se implantar todo tipo de representação espacial, como mostra a tabela Gramática cartográf ica: locali-
zações pontuais, traçados, limites, conteúdos de proporção, hierarquia, quantidades ou qualidade dos fenômenos, sejam eles expressos em mapas temáticos sintéticos ou analíticos. Como isso se faz? Pela combinação de pontos, linhas e áreas para a defi-nição de formas, texturas, cores, tamanhos, luz e sombra.
A linguagem cartográfica combina esses elementos gramaticais para construir três modalidades básicas de representação, ou, para usar o termo linguístico, três ti-pos básicos de textos cartográficos ou mapas:
• Qualitativo: espacializa diferenças de qualidade entre fenômenos (veja exemplos a seguir).
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Culturas Tradicionais do
Brasil
Fonte:
Legenda
Culturas tradicionais
uilombolas
Açoriano
Babaçueiro
Caboclo
Caipira
Caiçara
Campeiro
Jangadeiro
Pantaneiro
Pescador
Praieiro
Sertanejo
Varjeiro
Saberes Tradicionais e Biodiversidade no Brasil, 2001
Q
Culturas tradicionais do Brasil Climas do Brasil
Fonte: Girardi, 2005
Climas do Brasil
Tipos de Clima
Equatorial
Semi-árido
Subtropical
Tropical
Tropical Atlântico
Tropical de Altitude
5. Conheça a Gramática cartográfica, em Anexos.
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• Quantitativo: espacializa características ou relações de quantidade entre fe-nômenos (veja exemplos abaixo).
• De ordem: espacializa as diferentes importâncias relativas de um fenômeno não evidenciado por uma relação de quantidade, mas de classificação de impor-tância relativa (como na Olimpíada há a classificação em ouro, prata e bronze ou na ordem urbana das cidades há capital, cidades principais e outras cidades).
Domínios vegetacionais Endemias brasileirasDomínios Vegetacionais Brasileiros
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Fonte : S im ie ll i , 2 0 07
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Domínios vegetacionais
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Campinas do rio Negro
Campos
Cerrado
Floresta mazônica
Mata tlântica
Mata dos ocais
Mata de raucária
Complexo do Pantanal
Vegetação litorânea
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A
A
Santana de Parnaíba
Imigrantes no Brasil
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45°W
45°W
60°W
60°W
75°W
75°W
0° 0°
15°S
15°S
30°S
30°S
Imigrantes no Brasil
Fonte: Girardi, 2005
0,1 a 0,2
0,3 a 0,5
0,7 a 0,9
menos de 0,1 %
Porcentagem de estrangeiros na população total em 2000
LegendaPrincipais núcleos de colonização estrangeira entre 1820 e 1950
Alemão
Eslavo
Espanhol
Italiano
Japonês
Variação da temperatura na Terra
Conheça os mapas de anamorfose, que utilizam a deformação das áreas dos países para expressar dados específicos, emwww.programamapa.com.br/livro-do-professor
Sismologia brasileiraVenezuela
Chile
BRASIL
Argentina
Peru
Bolívia
Colômbia
Paraguai
Guiana
Equador
Uruguai
Suriname
Guiana Francesa
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embora a escala richter su-gira intensidade crescente de um terremoto, ela não mede uma grandeza linear (quanti-dade), mas sim exponencial. Nesse sentido, pode-se pensar cada índice como uma grandeza diferente no sentido da classificação de ordem.
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• De fluxo: espacializa a relação de fluxo ou deslocamento de um fenômeno (de onde sai e para onde vai).
Essas modalidades de representação da informação cartográfica, com frequência, combinam-se e geram mapas mistos ou híbridos, por exemplo:
• Qualitativos e de fluxo:
• Qualitativos e quantitativos:
Fluxos migratórios no Brasil na década de 1990
o mapa apresenta duas qualidades diferentes de corrente marítimas (quente e fria) e seus respectivos fluxos no planeta.
Correntes marinhas termohalinas
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Energia eólica
Entre 7 e 8,5 m/s
Entre 5 e 6 m/s
Entre 6 e 7 m/s
Mais de 8,5 m/s
Menos 5 m/s
Recursos da terra
o mapa apresenta qualidades diferentes de fontes energéticas (hidrelétricas, biomassa, solar e eólica) e, ao mesmo tempo, as diferentes quantidades de potência de vento para energia eólica, segundo as regiões do país.
No Atlas, leia com a turma o tema Como são feitos os mapas e, em seguida, deixe-os realizar uma leitura exploratória dos di-versos tipos de mapa do livro, de forma a preencher a tabela Classificação cartográfica (no Anexo 6). prepare uma aula ex-positiva sobre a tipologia de ma-pas e escala e, em grupos, peça que classifiquem os mapas.
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Como ler uma escalaA escala é uma indicação numérica ou gráfica que revela quantas vezes a realidade foi diminuída para caber no papel, ou seja, para se tornar uma representação espacial (como mapa ou imagem vertical). Assim, para ler a escala, é preciso fazer uma relação entre quantos centímetros/metros/quilômetros da realidade vale 1 centímetro no mapa ou na imagem.
A escala 1:100.000 é lida “1 para 100.000”, o que significa que... 1 cm no papel = 100.000 cm na realidade ou...1 cm no papel = 1000 m (1000 m) na realidade ou...1 cm no papel = 1 km (1 km) na realidade.
Quanto mais vezes temos de reduzir a realidade para ela caber no papel, menor é a escala. Quanto mais próximo do tamanho real for a representação espacial, maior será a escala. Assim, 1:1 é a maior escala possível e 1:35.000.000 é uma escala muito pequena, como aquela usada em planisférios (mapa-múndi), que devem revelar o planeta todo de uma só vez em uma folha de papel.
Fotografia e desenho de observação
N a sociedade atual, as imagens estão por toda parte. Ainda que em escalas di-ferentes, das metrópoles às cidades médias, passando pelas diferentes vilas no campo, a urbanização brasileira garantiu uma ampla difusão dos modos de co-
municação por todo o território, possibilitando que as imagens divulgadas por televisão, jornais, revistas e pôsteres publicitários alcançassem grande parte das paisagens dos es-paços de vida social.
Nas sociedades contemporâneas, o ato intencional de ler imagens pode quebrar os automatismos e subentendidos que a lógica publicitária das imagens impõe aos consumidores. Basicamente, a recepção e a leitura de imagens podem ocorrer de duas maneiras: • De forma distraída/passiva/rápida/imediata;• De forma crítica/ativa/desacelerada pelo pensamento/mediada pela reflexão. A escola deve se encarregar de combater a primeira ao exercitar a segunda.
7. Veja, em Anexos, a atividade Como completar uma rosa dos ventos.
Escala 1:100.000
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Fotografia e cinemavocê já reparou que o cinema é uma sucessão rápida de imagens que, isoladamente, poderiam ser pensadas como fotografias? se o cinema são imagens em movimento, logo, a fotografia é uma cena congelada no tempo. Assim, a prática da análise de fotografias serve, portanto, para a análise fílmica, porém levando-se em conta o movimento (rapidez ou lentidão das cenas, presença ou ausência de tempos de pausa e maneira como se dá o encadeamento de uma imagem na outra).
O exercício de leitura de imagens desenvolve a inteligência espacial e transforma a percepção em uma atividade consciente, pois altera sua natureza instintiva e inconsciente e a elabora como linguagem cultural. Perceber ativamente uma imagem envolve a leitura dos seguintes atributos:
Suporte: onde está veiculada a imagem? TV, livro, revista, outdoor? Segundo a teoria da comunicação, o meio pode se tornar a própria mensagem, na medida em que condiciona as formas de recepção e, portanto, de captação de sentido do que se quer comunicar. Uma imagem em livro tem função ilustrativa e explicativa, isto é, atua em comunhão com o texto, criando uma abertura de sentido e a con-cretização de conceitos. Uma imagem em uma propaganda cumpre a função de despertar o desejo de consumo. Seu compromisso é fazer o consumidor comprar a mercadoria, sem pensar sobre seu desejo e sem entender os atores e as relações sociais que estão por detrás do anúncio.
Enquadramento: perceber o olhar do fotógrafo, do câmera, considerando a distância, a área e o foco escolhido para recortar o real e representá-lo em imagem. Para o estudo do espaço e das representações espaciais, é fundamental destacar os diferentes ângulos de visão. Isso porque os mapas são representações simbólicas e, na grande maioria, verticais da realidade, aproximando-se das visões verticais oferecidas pelas imagens aéreas (fotográficas ou produzidas por satélite).
Composição: de que se compõe e como descrever a imagem?
1. Caracterização dos elementos visuais: • Sobre o que é a imagem? Como é possível caracterizá-la: retrato de uma figura, uma cena ou uma paisagem rural, urbana ou natural etc.? • Como é a textura? Homogênea ou diferenciada? Há mais de um tipo?• Como é a combinação de cores e tons? Há jogo de sombras? Estas reve-lam alturas/relevo diferenciados na paisagem?
Que tal escolher um fil-me para exercitar com a turma a leitura de suas imagens?
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veja o texto Mídia e educação, de eugênio Bucci, em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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2. Leitura de planos de paisagem: observar e pensar na relação figura/fundo, notando a perspectiva de seus diferentes planos – do mais próximo do observador (1º plano) ao mais distante (4º plano ou fundo). O objetivo é descrever e caracterizar a imagem: o que se pode ler nos 1º, 2º e 3º planos da imagem?
Bons materiais para desenho
Canetas hidrocor e lapiseiras de ponta fina não são ideais para treinar o traço do desenho. A melhor opção é o lápis de grafite macio (como 3B) e, para colorir, lápis de cor e giz de cera. lapiseira e canetas de ponta fina (de 0,5, 0,7 ou 0,9 mm) são boas para traçar croquis de decalque ortogonais (imagens em visão aérea) de alta precisão, ou seja, para fazer as tradicionais cópias de mapas em papel vegetal ou manteiga.
Desenho de observação: serve para exercitar a percepção de uma imagem e aguçar o olhar sobre cada um de seus detalhes. Há várias técnicas de desenho de observação. Sugerimos, a seguir, uma sequência que visa soltar a mão da garotada para o desenho e criar uma progressão de um desenho impreciso àquele de maior precisão.
1. Desenho cego: escolher um objeto e fazer um desenho de obser-vação sem olhar para o papel. Há duas técnicas para os alunos que sem-pre reclamam que não sabem desenhar - sem tirar o lápis do papel em nenhum momento e tirando o lápis do papel para começar novos traços.
2. Desenho de observação por quadrantes e decalque: Escolher uma fotografia (de jornal ou revista) de paisagem simples (pos-sível de ser desenhada em poucos traços). Em um papel vegetal ou man-teiga, traçar quatro quadrantes muito suavemente. Afixar o papel sobre a fotografia prendendo-a com clipes e fazer o croqui de decalque ou cópia da fotografia de maneira a perceber que, em cada quadrante, localiza-se uma parte da paisagem.
Planos da paisagem
No 1º plano, em diagonal do canto esquerdo ao canto direito da fotografia, há construções de uma cidade pequena e uma pequena igreja. No 2º plano, no centro da imagem e ainda acompanhando a diagonal, vê-se uma área de mata preservada. No 3º plano, fragmentos de mata e áreas de pastagem ou plantação que se estendem até o horizonte. No 4º plano (ou ao fundo), o céu.
Ditado fotográfico: o objetivo é exercitar o desenho e a descrição de paisagens. em duplas, peça que cada aluno escolha a foto de uma paisagem sem que o outro veja. Alternadamente, cada um descreve sua imagem para que o outro desenhe. dica: primeiro ca-racterizar genericamente a pai-sagem (praia, trecho de cidade, plantação, etc.) e, em seguida, descrever as formas observadas segundo os planos de imagem. Ao final, os alunos comparam a fotografia com o desenho.
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linhas imaginárias Quadrantes traçados no desenho
3. Desenho de observação por quadrante: Escolher uma fo-tografia de paisagem ou uma cena de uma paisagem real simples (possível de ser desenhada em poucos traços). Traçar quadrantes em um papel com muita suavidade. Observar em quais quadrantes deve-se localizar suas for-mas ao transpô-las para o papel. Traçar suas formas tendo por referência de localização os quadrantes imaginários levemente traçados sobre o papel.
4. Desenho de observação livre: escolher um objeto real e de-senhá-lo livremente com o máximo de expressividade possível. Se quiser, imaginar os quadrantes, mas não traçá-los no papel.
Croqui geográfico
P or meio dele é possível fazer a passagem da linguagem do desenho para a dos mapas. O objetivo de um croqui geográfico não é copiar a realidade (como no desenho de observação), mas sintetizá-la e caracterizá-la por símbolos formados
por linhas, pontos, áreas e cores (ou seja, utilizando os elementos da gramática cartográfi-ca). A seguir, veja quais são os passos para fazer um croqui geográfico:
1. Observar as formas de uma paisagem e listá-las: árvores, grama, rio, córrego, lago, casas, prédios, galpões, fábricas, estacionamentos, rodovias, ruas, avenidas etc.
2. Agrupar as formas identificadas em classes de legenda: árvores + grama = ve-getação; casas + prédios + galpões + estacionamentos + fábricas = edificações; ruas + avenidas = vias asfaltadas; córrego + rio + lago = hidrografia, e assim por diante;
3. Escolher cores, traçados e texturas para simbolizar cada classe de legenda;
4. Traçar o croqui de decalque em papel manteiga ou vegetal;
5. Colorir o croqui exatamente de acordo com a legenda criada;
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6. Adicionar título, escala (aproximada) e orientação (em caso de fotografia hori-zontal ou oblíqua, não é necessário adicionar escala ou orientação).
Croqui geográfico de correlação entre mapas: Consiste em fazer o croqui de um mapa em papel vegetal ou manteiga e sobrepor a ele informações cartográficas de outros mapas (de mesma escala). Para estudar o Brasil, por exemplo, costuma-se fazer a correlação entre mapas políticos, físicos, climáticos, vegetacionais, populacionais etc.
8. Faça com a turma a ativida-de Estudo da paisagem e cro-qui geográfico, em Anexos.
Assista à vídeoaula Como fazer um croqui em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
Croqui vertical do planisfério feito por Bruno picchi, aluno do 6º ano da escola Castanheiras (sp)
Croqui oblíquo do porto de Mykonos, na Grécia, feito por roberta Nardinelli, aluna do 6º ano da escola Castanheiras, em são paulo.
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Imagens de satélite e fotografias aéreas
O s mapas atuais são cada vez mais produzidos com base em imagens de satélite, embora ainda se utilizem as fotografias aéreas (ou ortofotos). Os mapas produ-zidos com cartografia digital são elaborados com a ajuda de programas específi-
cos de computação e desenho. O resultado são mapas de alta precisão de grande impor-tância, por exemplo, na agricultura, na previsão do tempo, na construção de rodovias, na aviação, no planejamento ambiental e nos vários sistemas de orientação que usamos no dia a dia (como aparelhos de GPS portáteis e navegadores de localização, como o Google Earth e o Google Maps).
Croqui de correlação feito por Beatriz Mayor, aluna do 7º ano da escola Castanheiras, em são paulo
os croquis do Brasil ao lado e na página anterior foram feitos com o objetivo de res-ponder à pergunta: “o que faz o Brasil ser Brasil?”. o primeiro mapa é mental e foi feito no 2º dia de aula (a aluna já dispunha de bom repertório prévio). o segun-do é uma síntese pessoal da aprendizagem do ano. A aluna escolheu produzir um mapa complexo, pictórico e simbólico, de ampla le-genda, produzido pela cor-relação entre vários mapas temáticos do Brasil (clima, relevo, IDH e pobreza).
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Mapa mental sobre o Brasil feito no 2º dia de aula da aluna Beatriz Mayor, do 7º ano da escola Castanheiras, em são paulo
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Imagem por satélite
os satélites não fotografam a realidade, mas captam diferentes reflexões de energia das superfícies terrestres (do infravermelho e do visível às radiações termais, isto é, captam as áreas de calor na superfície).
Foto aérea
Na fotografia aérea, cada objeto da superfície reflete, absorve e transmite em diferentes comprimentos de ondas, resultando nas cores. Assim como o olho humano, a câmera fotográfica opera na faixa do visível e também do infravermelho próximo.
Visto do alto
o levantamento aerofotogramétrico para a confecção de mapas se dá por meio de aviões, como na imagem acima.
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Bebedouro
Colina
Viradouro
Pirangi
Pitangueiras
Terra Roxa
Monte Azul Paulista
Taquaral
JaboticabalTaiaçu Taiúva Taiúva
Paraíso
Cidade
região
Bairro
Avenida
Quadra
rua
objeto
exemplos de escala
Zoom: da escala menor (cidade) à maior (objeto)
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Croqui do espaço geográfico em torno da escola, feito com fotointerpretação de imagem do Google earth, da aluna vanessa lucato, do 6º ano da escola Castanheiras, em são paulo.
Ler imagem aérea e transformá-la em croqui geográfico
O sensoriamento remoto e a fotointerpretação são técnicas que permitem o pro-cesso de passar de uma imagem da realidade à sua leitura e à sua interpretação sob a forma de mapa. O sensoriamento remoto é uma tecnologia que permite
obter imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre por meio da captação da energia refletida ou emitida pela superfície. Os sensores (satélites) operam com energia (eletromagnética) natural ou artificial. Hoje, quando se trata de produzir imagens orto-gonais, ou seja, imagens aéreas e verticais, predominam imagens produzidas por satélite.
Fotointerpretação
É um procedimento de leitura de imagens que ocorre basicamente em duas fases e pode ser aplicado tanto na interpretação de fotografias aéreas verticais (ortofo-tos) como nas imagens de satélite.
1ª fase: Observação inicial, indução e dedução:• Fotoleitura (detectar os objetos);• Fotoanálise (reconhecer e identificar objetos, padrões e feições, delinear tipos e suas características);• Levantamento de hipóteses;• Se não conhecemos empiricamente a área em questão, é preciso, numa atividade de campo, verificar todas as hipóteses levantadas na fotoleitura e na fotoanálise.
2ª fase: Dedução, correlação e interpretação:• Avaliação das experiências de campo para confirmação ou negação das hipóteses;• Elaboração de processos de seleção, correlação e associação das informações levantadas.
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Variáveis visuais para interpretação e análise
veja, nas imagens abaixo, as variáveis que podem ser observadas em imagens diversas. É preciso observar forma, tamanho, cor (tonalidade), sombras e localização.
Leitura de mapa conceitual
O s mapas conceituais (chamados também de esquemas e organogramas) são es-truturas bidimensionais que representam articulações (nós e/ou links) entre con-ceitos, noções e ideias. Podem ser hierárquicos ou não, circulares ou de fluxo,
dependendo da natureza do conteúdo (das relações) que se quer mostrar. Seu objetivo é expressar espacialmente determinadas relações, de forma a desenhar também em lingua-gem não-verbal determinado conhecimento ou saber.
vegetação rasteira vegetação arbustiva
Tamanho pequeno Tamanho grande
forma forma
Área agrícola Área urbanizada
preto e branco Colorido
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Ele pode ser utilizado para mobilizar saberes prévios sobre determinado tema ou para organizar, como uma síntese, determinado estudo ou ideia para a construção de um projeto. Em geral, o mapa conceitual tem um claro ponto de partida para a leitura (um tema mais abrangente) e organiza-se em direção a ideias ou conceitos mais específicos e menos inclusivos. Assim, aquele que o escreve/desenha deve ter clareza do caminho de conhecimento que quer mostrar por meio do desenho. Veja, a seguir, o exemplo de um esquema de síntese para explicar o que é e como se expressa a linguagem de mapa con-ceitual, formulado pela professora Stela Piconez:
Este mapa revela os diferentes usos possíveis para o mapa conceitual, abrindo três caminhos de leitura:
1. Mapas conceituais servem para sondar estruturas mentais que assumam ter estruturas relacionais (conceitos, ideias), de forma que possam ser representadas por blocos hierárquicos (escritos em caixas ou figuras ovais), que, por sua vez, co-nectam proposições (conceitos e ideias).
2. Eles são diagramas bidimensionais que contêm nós e/ou links que elaboram e expressam proposições.
3. Podem ser usados em sala de aula para revelar a estrutura de conhecimento (prévio ou posterior ao estudo) e promover o intercâmbio entre tal estrutura e o momento de ensino especialmente para expressar proposições.
Mapasconceituais
são
quecontêm
elaboram
especialmenteque conectam
que assume ter
representadas por
sondam podem ser usados para
pela revelação
Sala deaula
Estruturamental
Estruturasrelacionais
Blocoshierárquicos
Intercâmbioentre estrutura
e ensino
Estrutura deconhecimento
Proposições
Diagramasdibimensionais
LinksNós
Fonte: A construção de conhecimentos por mapas conceituais, Piconez, S.C.B., em www.nea.fe.usp.br
veja o artigo de stela piconez na íntegra em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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Gráficos
O s gráficos têm o intuito de explicar aos alunos dados sociais e ambientais por meio de grandezas geométricas, diagramas e curvas. A escolha de cada tipo de gráfico depende do objetivo da representação e da comunicação.
Gráfico linear
S erve para demonstrar dados contínuos, ou seja, que estão em evolução. A(s) linha(s) indica(m) o valor de uma variável e sua mudança ao longo de um espaço de tempo. A construção desse gráfico é feita por coordenadas cartesianas. No eixo
das abscissas (horizontal), deve-se colocar a variável de tempo (dias, meses, anos), en-quanto no eixo das ordenadas (vertical) ficam os valores da variável representada (o valor máximo é marcado na parte superior).
Gráfico setorial
I deal para exibir proporções e medidas em porcentagem, já que a soma entre as par-tes é obrigatoriamente 100%. O formato mais usual é o de pizza (cada fatia repre-senta um setor). Se o número de fatias for muito grande, a visualização do gráfico
pode ficar prejudicada. Uma saída é agrupar os itens que possuem percentual pequeno e denominá-los como “outros”.
Exportação de açúcar e etanol
Matriz energética (em produção de energia)
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Gráfico de barras
R ecomendado quando o propósito é comparar quantidades ou mesmo valores pontuais. A altura de cada barra – na posição horizontal ou na vertical – cor-responde ao valor da variável dentro de um eixo de coordenadas. Além do grá-
fico de barra simples, é possível acrescentar outra série de dados e variáveis. Os gráficos compostos podem ser do tipo: agrupado (as barras estão encostadas e cada uma com um conjunto de dados diferentes) e acumulado (cada segmento que divide a barra correspon-de a uma série de dados).
Climograma
U sado para analisar variações térmicas e precipitações. Por ele, é possível reco-nhecer características dos climas durante determinado período (dias, meses e anos). No desenho, as temperaturas [T (°C)] são marcadas com uma linha; as
precipitações [P (mm)], em barras; e o período, na base. O resultado final é um gráfico de barra e curva que mostra a evolução das variáveis temperatura e chuvas. Para construir o climograma, são necessários dados meteorológicos (coletados em sites de institutos nacionais de meteorologia) e um papel milimetrado ou quadriculado.
indústriapesada
indústrialeve
residencial comércio eserviços
setor público outros
Matriz energética (em produção de energia)
Climograma
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GUAíRA - SP
MANAUS - AM BRASíLIA - DF
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A o pesquisar na internet, em portais de busca, como o Google, utilizando palavras-chave ou pequenas frases, é possível encontrar links para diferentes sites. Como escolher entre os resultados aqueles de maior interesse para desenvolver um
estudo? O que é uma fonte confiável? De que maneira organizar uma investigação boa e consistente? Como selecionar, agrupar e reorganizar dados?
Para responder a essas perguntas, é necessário pensar sobre o próprio pensamento. Ao fazer isso, você vai deparar com questões ainda mais interessantes, como a diferença entre saber, crer e supor. Por exemplo: acreditar que comer manga com leite faz mal à digestão indica conhecimento do processo digestivo? Isso já foi comprovado de algum modo? Crer na existência de extraterrestres segue o mesmo raciocínio. O que se sabe e o que se pode supor sobre esse assunto? Supor significa ter certeza? A fé e a intuição são fontes de saber, sem dúvida, mas qual a diferença entre o conhecimento geral, incluindo o pensamento religioso, e o pensamento de base científica?
Competências e procedimentos da ciência
N o momento de desenvolver pesquisas individuais e coletivas, é inevitável enfren-tar problemas dessa natureza e é a escola o ambiente mais favorável para come-çar a aprender a lidar com as características e as habilidades básicas de pesquisa
científica, que são:
• Ter compromisso coma esfera coletiva, ou seja, serumconheci-
mentopúblico,questionáveleverificávelporqualquerumquese
qualifiqueparaisso;
• Basear-seemargumentaçãoedemonstração;
• Organizarlogicamenteopensamento,asinformaçõeseasfontes;
• Formularhipóteses (suposições justificadasebaseadasemargu-
mentos)emeiosparadesenvolvimento,análiseeverificação.
Aprender a base do pensamento científico é entender sua relatividade e seu modo de sustentação. É importante perceber o próprio conhecimento em sua temporalidade histórica, ou seja, aprender que todo conhecimento não é absoluto, mas fruto das possi-bilidades de uma época e de um campo da ciência, organizado em um contexto histórico, cultural e social. Isso determina como se configura a sustentação pública e científica, ou seja, como se dá a produção técnica, prática e teórica do que já se sabe e já se pode for-mular como hipótese ou como comprovação aceita pelos padrões determinados.
A existência do sistema solar, por exemplo, considerada um fato cientificamente provado atualmente, não correspondia àquilo que se entendia por conhecimento verda-
Metodologia de pesquisa científica3
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deiro no século 16, quando Giordano Bruno e Galileu Galilei foram condenados pela Inquisição. Entre outros motivos, eles negaram que a Terra fosse o centro do universo e defenderam o heliocentrismo como o modelo mais adequado para explicar a posição cósmica. Portanto, o modo de sustentação das verdades científicas se dá sempre de acordo com a configuração de debates públicos de paradigmas, teorias e dados que legitimam o conhecimento como uma verdade aceita e justificada em uma época e determinada sociedade.
Podemos ainda pensar que a interpretação das cosmologias pode variar, pois dife-rentes sociedades convivem e pensam seus paradigmas de modo diferente. Mesmo que a ciência moderna explique o universo matematicamente, há tradições culturais que ainda sustentam uma etnociência, que traduz o mesmo universo de outro modo, utilizando outras linguagens.
Problematizar e questionar
O mais importante para a produção científica de conhecimento é formular boas questões, ou seja, tornar a dúvida um método investigativo. Primeiro vem a per-gunta e depois a análise da possibilidade de resposta e de recolocar a dúvida:
ou se amplia o campo discursivo (induções) ou a questão é recortada cada vez mais, afunilando o pensamento em temas mais específicos (deduções). As soluções são sempre datadas e provisórias e, por isso, é fundamental problematizar bem e estabelecer relações lógicas entre conteúdos gerais e específicos (leia, em Planejamento eficaz, no Capítulo 1, o item Problematização).
Confrontar fontes variadas
T rata-se de estimular a leitura e o questionamento da maior variedade possível de objetos e materiais de pesquisa, confrontando e comparando as informações encontradas em livros, jornais, revistas, provérbios, internet, observação direta em
campo, entrevistas com especialistas, sondagem de opinião, televisão, rádio, bibliotecas públicas, centros culturais etc.
Pensar historicamente
A s diferentes buscas e indagações não precisam se ater ao presente. Como tudo tem história e contexto de formação e de configuração nos dias atuais, é fundamental trabalhar em perspectiva histórica e estabelecer reconstituições retrospectivas,
associando o olhar sincrônico (historicamente simultâneo) ao diacrônico (historicamen-te sucessivo) sobre o objeto ou a questão investigada. Isso significa procurar saber como a questão foi pensada por outros ou como ela se coloca diante de outras explicações já elaboradas ou, ainda, indagar-se sobre a originalidade da busca. Veja o que nos ensina o historiador Eric Hobsbawn, no livro A Era dos Extremos:
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“A destruição do passado − ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas − é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do milênio. Por esse motivo, porém, eles têm de ser mais que sim-ples cronistas, memorialistas e compiladores.”
(Hobsbawn, 1995, p. 13)
Os professores não são necessariamente historiadores, mas atualmente a escola tem
o dever de lembrar o que os outros esquecem, reafirmando seu lugar na manutenção da tradição do conhecimento e da crítica. Ou seja, é dever da escola ensinar a pensar histo-ricamente todas as disciplinas.
Ler constantemente
T udo pode ser percebido como um texto e, por isso, é necessário orientar a leitura pela formulação de perguntas à própria escrita (seja ela verbal ou não-verbal):
• Queméoautor?
• A que instituição ele pertence? Trata-se de algo oficial (governa-
mental)ouotextorepresentaumaorganizaçãoprivada?
• Ondeecomoeleveiculasuasideias?Publicaçãoemlivros,siteou
produçãoacadêmica?
• Comosintetizaroqueselê?Oqueémaisimportantedestacar?O
queoautorquerdizer?
• Comoelecomprovaoqueafirma?Quaisfontesutiliza?Qualcami-
nhopercorreparaconstruirsuaexplicação?Quetipodedadousa
pararesponderoucomprovarasprópriashipóteses?
Habilidades envolvidas
• Leitura: Em textos, grifar as ideias principais e anotar com as próprias pala-vras o que está exposto em um parágrafo (fazendo, por exemplo, um colchete ao lado do trecho e procurando uma palavra que o resuma). Com imagens, localizar seus planos, interpretar a composição de cores e objetos. Se você estiver vendo um filme, pensar em como se encadeia a narrativa: o que vem antes e depois de um acontecimento? Como a câmera se desloca? Como foca? Quais são as cores? Qual a velocidade das imagens? Ele se propõe como objeto para o pensamento ou para o consumo? Por quê?
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• Registro: Ter um caderno ou bloco para anotações de fontes de pesquisa para depois transferir para o suporte mais adequado.
• Método: As teorias, os conceitos e os procedimentos de investigação depen-dem do campo científico e dos conteúdos estudados. São esses elementos que determinam o caminho de pesquisa. Da leitura bibliográfica, pode-se formular hipóteses para a atividade de campo (leia Leitura de paisagens: a escola para além da sala, no Capítulo 4). É nesse momento que se passa para a leitura da realidade, seja ela de configurações espaciais das paisagens ou da concretude das relações sociais e das manifestações culturais que podem ser vivenciadas fora da escola, na interação com as práticas e com os sujeitos reais. A volta do campo permite confrontar o material colhido e a experiência sistematizada com as leituras e hi-póteses prévias, amarrando o circuito da construção de sentido no estudo:
•Questionamentoamplo
•Levantamentoinicialdequestõespara
investigação
•Leiturabibliográfica
•Ganhodeinformaçõeselevantamentode
hipótesesparapesquisa
•Atividadedecampo
•Sistematizaçãodedados
•Confrontoentreregistrosprévioseposteriores
àpesquisa
•Sistematizaçãodeconclusões
•Publicação
• Publicação: Trata-se de expor o que foi aprendido por meio de textos, pai-néis, mapas, sites, blogs, cartas abertas, dramatizações, enfim, qualquer produto final que revele as ideias.
• Avaliação: Independe da avaliação formal com nota ou conceito. É importante desenvolver o senso crítico e o espírito de autoavaliação, exercitando a percepção dos conteúdos e das aprendizagens obtidas durante as atividades de pesquisa.
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A prática didática fora da escola é antiga e leva nomes como excursão, estudo do meio, atividade de campo, visita técnica, passeio ou saída. Cada termo tem contexto específico e induz o pensamento de maneira diferente. A atividade de
campo significa método de pesquisa e, portanto, se contrapõe ao sentido pouco escolar e acadêmico de passeio ou saída. Vincula-se mais ao sentido didático de estudo do meio, ainda que, inicialmente, queira dizer estudar para transformar a realidade.
As atividades de campo permitem o exercício da cidadania: ler as paisagens que nos cercam; confrontar os estudos com o mundo real; problematizar e investigar situações vividas pelo município; e tomar os espaços concretos (familiares ou estranhos) como objetos intencionais de estudo e de investigação. Essas atividades são motivadoras e di-nâmicas porque vinculam o mundo dos conceitos, dos princípios e das sínteses ao mundo contraditório e complexo que existe fora da escola, onde os conteúdos procedimentais e atitudinais encontram-se em pé de igualdade com os conteúdos conceituais.
Leitura de paisagem: a escola para além da sala
olhando para o lugar em que se vive, é possível identificar muitas imagens. Cidades, campos cultivados, diferentes formas de relevos e rios, florestas, cerrados, dunas, manguezais etc. diversas são as paisagens nas quais o homem e a natureza interagem. Como um e outro participam dessa relação? o que resulta da ação humana e dos processos da natureza? Como entender e explicar essa interação partindo do que se percebe com o próprio olhar e das diferentes sensações que as paisagens transmitem? por que é importante compreender o que se vê para além do que a imagem apresenta?
ler a paisagem é procurar as razões nem sempre visíveis, é buscar o que a formou, é entender como se concebem as ações humanas e como ocorrem os padrões e os processos da natureza. Compreender como interagir com as paisagens é um desafio inicial que deve conduzir as indagações nas situações de atividade de campo.
para isso, é preciso decifrar a linguagem da paisagem: formas, objetos e movimentos, muitas vezes ocultos e não tão evidentes. essa leitura, por meio de estudos in loco, leva à compreensão de fatos e objetos e sua relação com a própria vida, ou seja, a paisagem na dimensão dos lugares. A atividade de campo é um dos principais métodos da geografia e permite imergir na paisagem, dialogar presencialmente com as hipóteses sobre a formação e organização do espaço. No entanto, para permitir e construir o olhar dos estudantes, é fundamental caminhar por interações produtivas e organizadas. daí a importância do planejamento criterioso dessa modalidade de trabalho.
o trabalho de campo é também uma estratégia planejada para conhecer e decifrar o que nem sempre é visível. estudar como a natureza e a sociedade interagem exige preparação, que o professor pode obter por meio de pesquisa, ou seja, realizando previamente um percurso de campo para construir a própria leitura, seus estudos da paisagem e dos lugares.
Atividade de campo4
Fonte: Orientações Curriculares e Proposição de Expectativas de Aprendizagem para o Ensino Fundamental: Ciclo II – Geografia. São Paulo, 2007.
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Por que fazer uma atividade de campo?
C omo afirma o professor José Arthur Fernandes, da Universidade Federal de São Carlos (SP), é importante realizar atividades de campo porque é um caminho de interação diferenciada entre os meios natural e cultural e os diferentes agen-
tes de educação (educadores/educador; educador/alunos; alunos/alunos, professor/aluno/sociedade/meio cultural/natureza).
No campo, pode-se fortemente ampliar o repertório de vivências significativas (ex-periências de vida, convivência e aprendizado) e sensibilizar a percepção (por meio dos sentidos) dos meios natural e cultural do lugar estudado (à semelhança do que ocorre na experiência estética que se faz na vivência das diferentes formas de arte).
No entanto, como a percepção dos alunos é, muitas vezes, rápida e fugaz, cabe ao professor incentivar a profundidade do olhar investigativo, procurando conectar as dife-rentes vivências de estudo em sala e de interação com o campo como uma maneira de conhecimento. Isso se faz com a escolha dos métodos. A atividade de campo é uma tarefa essencial do professor e da escola: elaborar e alinhavar as diferentes vivências em sala de aula e em atividades de campo como uma experiência de aprendizado para conectar, re-lembrar e ajudar a organizar pontos de vista e métodos de investigação em campo.
Funções didáticas da atividade de campo
É preciso ter clareza sobre o que e como se quer ensinar. o professor deve se perguntar sobre os seguintes pontos antes de organizar o campo:
Como vou articular os conteúdos para a atividade de campo?•Conceituais:o que se deve saber?•Procedimentais: o que se deve saber fazer?•Atitudinais: Como se deve ser?
Qual a função da ida a campo?ser recurso de comunicação, motivador, espaço de produção e de integração de conhecimentos, de socialização, de treinamento de procedimentos e uma estratégia para desenvolver e questionar valores. Conheça, a seguir, os tipos de atividade de campo:•Ilustrativos: ilustram conceitos já vistos em aula;•Motivadores:incentivam o aluno a conhecer o assunto;•Treinadores: voltados para a aplicação e o treinamento de técnicas e métodos;• Indutores: induzem o reconhecimento de feições e fenômenos para, com base neles, formular hipóteses explicativas ou sínteses de conhecimento;• Investigadores:Combinam todos os demais tipos para investigar uma questão, ou seja, é desde um gerador de problemas para pesquisa até um método demonstrativo para realizá-la.
A tabela a seguir, produzida para ilustrar as funções e os objetivos da atividade de campo em geologia, é interessante para outras disciplinas. Nela, há a ilustração de vários objetivos de uma atividade fora da escola. Os seis retângulos maiores indicam as possi-bilidades didáticas do campo e os abaixo apresentam uma gradação de tons de cinza (do preto ao branco), revelando as ênfases maiores ou menores de um tipo ou de outro de função didática, segundo os tipos de atividade de campo anteriormente descritos.
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Uma atividade de campo de tipo ilustrativo, por exemplo, feita com a função prin-cipal de ilustrar conteúdos estudados em sala de aula, é fortemente vinculada ao reco-nhecimento de feições e fenômenos da natureza e apresenta grandes possibilidades de aproveitar os conhecimentos prévios dos alunos. Por outro lado, esse mesmo cam-po ilustrativo influencia fracamente (ou de modo quase ausente) os estudantes na possibilidade de elaborar dúvidas e questões, desenvolver e exercitar habilidades de pesquisa ou criar hipóteses e sínteses de conhecimento, tampouco serve para desen-volver atitudes e valores de pesquisa.
Já a atividade de campo de tipo indutivo é a que mais envolve objetivos didáticos ao mesmo tempo: oferece fortes possibilidades de aproveitar conhecimentos prévios, de re-conhecer feições ou fenômenos naturais, de elaborar dúvidas, de desenvolver habilidades de pesquisa, de desenvolver atitudes e valores de pesquisador e muito fortemente oferece a chance de estruturar hipóteses e síntese de conhecimento, ou seja, de permitir a criação de conhecimento por parte dos estudantes.
Como fazer uma atividade de campo
A questão crucial está no planejamento. Quanto mais professores se envolverem ativamente na construção da proposta, maior a chance de sucesso. O campo tem sempre vocação interdisciplinar. Cabe a cada instituição potencializar essa
possibilidade, defendendo-a como uma metodologia de estudo especialmente eficaz para a ampliação do repertório de vida e de estudo de alunos e educadores.
Aproveitar osconhecimentos
prévios
Elaborar dúvidase questões
Estruturar hipóteses/sínteses ecriar conhecimento
Desenvolver eexercitar habilidades
Objetivos das atividades de campo
Influência dos objetivos segundo o papel didático da atividade
Influência dos objetivos
Ausente
Ilustrativa Indutiva Motivadora Treinadora Investigativa
Fraca
Forte
Muito forte Desenvolver atitudes e valores
Reconhecer feiçõese fenômenosda natureza
Fonte: Apud Fantinel, Lúcia Maria. “Prática de campo em geologia introdutória. O papel das atividades de campo no ensino de fundamentos de geologia do curso de geografia da UFMG.” Tese (mestrado), UFMG, 2000, p. 70.
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1. Planejamento: É preciso refletir previamente sobre questões como:
• Oqueensinar?
• Comoosdiferentesconteúdossecombinamnoensinodotema?
• Quaismetodologiasutilizar?
• Quemterápapelmaisativonaatividadedecampo:oprofessor(ilus-
trador),oprópriocampo(aserobservado)ouosalunos(queserão
induzidosaconstruirquestões,hipóteseseentrevistas)?
• Énecessárioviajarparafazerasatividades?
• Oentornoescolareacidadeseoferecemcomoobjetoparaquais
tiposdeatividadedecampo?
• Quantotempopodeduraroestudo?
• Seránecessárioenvolvertodososprofessoresdaescola?
• Quemsãoospossíveisparceirosparaviabilizaroprojeto?
2. Logística: É fundamental pensar com cuidado e antecipadamente em ques-tões operacionais fundamentais, que garantam condições mínimas para a segu-rança e a sustentabilidade do trabalho. Para isso, é preciso estabelecer parcerias da instituição escolar com o poder público para viabilizar transporte, segurança, hospedagem, espaço de trabalho, monitoria, alimentação e financiamento.
lembre-se, é fundamental ter uma carta de autorização dos pais para que os alunos saiam da escola a estudo.
Professor, nunca se esqueça de que toda a organização do trabalho pode ser trans-formada em conteúdo de aprendizagem. Que tal envolver seus alunos em um projeto de viabilização de um trabalho como esse? Confira, no Capítulo 5, exemplos de problemati-zações, planejamento e materiais para realizar atividades de campo. A sequência didática Como mapear os espaços oferece exemplos de roteiros e atividades que podem ser realizadas em qualquer saída da escola e, no Anexo 9, você encontra um exemplo de croqui feito por aluno em atividade de campo.
10. Veja, em Anexos, um exemplo de autoavaliação da atividade de campo que a sua turma e você podem fazer.
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Sequências didáticas5 A seguir, você vai encontrar sugestões de sequências didáticas para trabalhar em sala de aula. No início de cada uma delas, há um quadro com uma síntese de todos os seus aspectos: tipo (curta, média ou longa), anos sugeridos, duração, conteúdos, temas do Atlas que devem ser trabalhados, materiais necessários, objetivos e produtos finais. Há sugestões longas, com mais de oito aulas, médias, de cinco a oito aulas, e curtas, de três a cinco aulas previstas. Todas elas, no entanto, sobretudo as sequências longas, podem ser adaptadas a outras que você planejar. Por exemplo, na sequência Como mapear os espaços, há sugestões de atividades como Caça ao tesouro e Classificação e leitura de mapas ou mesmo modelos de roteiros e problemáticas de atividades de campo que você pode utilizar em outro trabalho sem precisar seguir a sugestão feita aqui.
Duração das sequências didáticas:
• Curta: de três a cinco aulas.• Média: de cinco a oito aulas.• Longa: mais de oito aulas.
Lembre-se de que você é o autor de seu curso e deve elaborar suas próprias sequências didáticas e parcerias com outros professores de acordo com o projeto curricular de sua escola!
Títulos das sequências didáticas
1. Como mapear os espaços 2. Tempo, clima e meio ambiente 3. Do solo ao uso da terra 4. Globalização: as novas formas de relação entre o lugar e o mundo 5. Biodiversidade e terras indígenas: mapear para entender 6. Direitos humanos, saúde e democracia 7. Água: usos e abusos 8. Floresta Amazônica: ameaças e sustentabilidade 9. Lixo: de onde vem e para onde vai? 10. Energia no dia a dia
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Ficha técnica: Como mapear os espaços
Tipo de sequência didática
longa, com trabalho de campo investigativo
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) 10 aulas
Conteúdos • representação cartográfica e imagética do espaço (imagem, mapa, croqui, maquete e jogo);
• Técnicas de orientação (lateralidade, observação dos astros, bússola e observação direta da paisagem);
• Atividade de campo investigativa.
Temas utilizados do Atlas
• Capa;• Contracapa;• seu Atlas: aprenda com ele;• Cartografia: história;• Zoom: do espaço à sua cidade;• sua cidade: bairro a bairro;• onde estou.
Materiais necessários
• sala de informática para uso do Google earth;• lápis de cor, lapiseira ou lápis, borracha e apontador;• folhas brancas;• Canção ora Bolas, da dupla palavra Cantada;• Bússola.
Objetivos • ler imagens de satélite e entender como são produzidas;• Consultar mapas e manipular sua linguagem simbólica;• Trabalhar com a noção de escala;• Construir mapas mentais e desenhos de observação;• produzir mapeamentos e croquis da cidade;• realizar uma pequena atividade de campo;• Trabalhar em equipe.
Produtos finais • Croqui do entorno escolar: pré-campo e pós-campo;• Jogo de percurso na forma de mapa ou maquete do
entorno escolar;• exposição de desenhos de observação e de fotografias da
paisagem;• painéis com fotografias e textos explicativos dos resultados
do trabalho (entrevistas, análises etc.).
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C omo perceber o espaço à volta? Quais representações existem do Espaço Side-ral, do Sistema Solar, da Terra, dos continentes, do país e da cidade? É possível desenhar e explicar todos esses lugares? Desde os primórdios da vida social, o
homem representa, por meio de desenhos e símbolos, o lugar que habita e sua relação com diferentes locais e até mesmo com outras dimensões. Com base nessas observações diretas das paisagens, da imaginação e da visão sobre o mundo, cada sociedade cria suas representações das características do planeta Terra e de sua superfície, como mostra a leitura do tema Cartografia: história, do Atlas Ambiental.
As pessoas não percebem, mas utilizam cotidianamente as informações e os co-nhecimentos produzidos pela cartografia quando consultam um guia de mapas de ruas, estudam Geografia na escola, utilizam um aparelho de GPS (Global Positioning System) no automóvel e em outras situações. Essa ciência é voltada para a elaboração de represen-tações espaciais (mapas, fotografias aéreas e imagens de satélite), unindo conhecimentos científicos, técnicos e artísticos. Todos podem fazer e ler diferentes mapeamentos da re-alidade, ou seja, ganhar autonomia e cidadania espacial e, assim, apoderar-se dos espaços vividos no cotidiano, percebê-los na história e cultura de cada lugar e torná-los concebi-dos cientificamente.
1ª. Etapa: Problematizações para levantamento de conhecimentos prévios.
Duração: cerca de três aulas.
1. Socialize a sequência didática com os alunos escrevendo no quadro o título. Peça para a turma ouvir a canção Ora Bolas, da dupla Pala-vra Cantada.
Depois da primeira escuta livre (se quiser, de olhos fechados), dê a letra impressa com lacunas para preenchimento.
1. Como mapear os espaços
Acesse o link para ouvir essa canção gratuitamenteem www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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Ora Bolas(Palavra Cantada)
oi, oi, oi... olha aquela bola
A ..................................................pula bem no pé, no pé do menino
Quem é esse menino? esse ...................................................... é meu vizinho...
onde ele mora? Mora lá naquela casa...
onde está a casa? A casa tá na ..............................................
onde está a rua? Tá dentro da ................................................
onde está a cidade? do lado da floresta
onde é a ........................................... ? A floresta é no Brasil
onde está o Brasil? Tá na América do sul, no .................................................. cercado de oceano
e das terras mais distantes de todo o planeta
e como é o planeta? o ............................. é uma bola que rebola lá no céu
oi, oi, oi... olha aquela bola
A bola pula bem no ........................................., no pé do menino
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Em seguida, peça aos estudantes que desenhem:
a) O planeta Terra e, nele, o local em que vivem;b) O Brasil e, nele, a cidade;c) Apenas a cidade.
Faça uma exposição com os resultados e os analise com o grupo. Repare se diferentes escalas geográficas foram representadas e com que grau de precisão foram manipulados o planeta, os continentes, os países (Brasil), os estados e as cidades. Repare qual perspectiva foi utilizada no desenho do município (visão vertical, horizontal ou oblíqua) e se recor-reram ou não à criação de legenda.
A percepção desses elementos revelará o ponto para começar a discutir em classe so-bre as técnicas de representação do espaço e a leitura de mapas (visão vertical e simbólica) e imagens de satélite (visão vertical).
2. Faça as atividades baseando-se nos exemplos expostos no Capítulo 2. Proponha que os alunos desenhem vários objetos de uso escolar sob di-versos pontos de vista e, depois, comparem as diferenças entre a visão horizontal e frontal, oblíqua e plano inclinado e vertical e aérea. Lance a seguinte questão à garotada:
3. Indique que, em breve, a turma fará a leitura do Atlas Ambiental e terá de descobrir as diferentes visões utilizadas nas páginas ilustradas. Discuta com os alunos se já viram imagens da Terra no espaço e como acham que elas podem ter sido produzidas. Faça-os formular hipóteses sobre quais instrumentos técnicos o homem pode utilizar para fazer diferentes graus de aproximação (zoom) em sua visão. Dê tempo a eles para que registrem as hipóteses levantadas no debate em sala.
Em seguida, trabalhe a leitura inicial do Atlas em termos de expecta-tivas em relação ao suporte. Questione:
• Osmapasrepresentam,emgeral,quetipodevisão?Porquê?
Justifiquecomexemploscolhidosemlivrosdidáticos,jornaisourevistas.
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Peça que falem sobre os temas abordados e as ilustrações. Faça-os elaborar uma interpretação da leitura das imagens de capa e contracapa. Registre tudo no quadro em formato de síntese. Passe, então, à leitura do Atlas no tema Seu Atlas: aprenda com ele.
2ª Etapa: Conceitos fundamentais de representação espacial.
Duração: de cinco a 10 aulas (depende dos conhecimentos prévios sobre laterali-dade, orientação e simbolização espaciais).
1. Planeje uma aula com base nas explicações e nas atividades de carto-grafia, orientação, croqui geográfico e imagens de satélite do Capítulo 2, do Livro do Professor, e das páginas do tema Seu Atlas: aprenda com ele, do Atlas, para ensinar a diferença entre imagem de satélite e mapa. Peça que os alunos registrem previamente suas suposições e as confrontem com a síntese feita em sala. Explique que a função da legenda é auxiliar na leitura do mapa, assim como a classe de texturas e cores permite a leitura de uma imagem de satélite. Estabeleça uma relação entre o estudo da fotointerpretação, a ida a campo e a produção contemporânea de mapas.
2. Planeje uma aula na sala de informática para apresentar aos alunos o Google Earth e deixá-los manipular as imagens em todas as direções e fazer todas as aproximações (zoom) possíveis no planeta Terra, indo do espaço até o município. Explique a eles que o site é formado por um mosaico de imagens de satélite e fotografias aéreas, por isso, cada região do planeta apresenta qualidades de imagens variadas. Em geral, as regiões com imagens de melhor definição são áreas em que há muito turismo ou interesse de pesquisa ou atividades econômicas. Explique que o municí-pio, agora, tem imagens boas postadas no Google Earth porque o Atlas foi feito: a compra de imagens de satélite para o Atlas tornou as imagens do município acessíveis para todo o planeta. Para finalizar, deixe os alunos brincar com a ideia de escala por meio de dois sites muito interessantes:
• Umlivrochamadoatlasserveparaquetipodeconteúdo?
em www.programamapa.com.br/livro-do-professor, acesse o link para realizar um zoom automático que vai da galáxia até o núcleo de uma célula de planta de um jardim na Califórnia (estados Unidos da América). Além disso, os alunos poderão brincar, em outro site, com a ideia de escala no sentido contrário: da minúscula parte de um brinquedo ao planeta Terra, usando o livro Zoom.
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3. Proponha uma viagem com o Atlas pelas diferentes escalas do espaço perguntando:
Utilize a sequência temática do zoom, do Atlas, e estimule que, por meio da leitura do índice de bairros da página do mapa de seu município, cada um localize o local em que reside. Se a classe tiver dificuldade em encontrar a coordenação entre os quadrantes numéricos e alfabéticos (que funcionam como latitudes e longitudes), proponha um exer-cício preparatório. O jogo Batalha Naval é um excelente recurso nesse momento.
4. Realize uma leitura sistemática de todas as páginas do Atlas da se-quencia Zoom: do espaço ao seu município a Mobilidade: como sair e chegar. Peça que, em trios, os alunos discutam e registrem no caderno:
•Quetipodevisãoapresentamacapaeasimagensdecada
páginadessasequência?
•Qualdelasmostraaárearealmaiorequalrevelaamenor?
•Emqualimagemarealidadefoimaisreduzida
paracabernopapel?
•Qualdemonstraorealcommaisdetalhesde
formas,coresetexturas?
• Vocêsqueremirdoespaçoànossacidade?
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Peça à turma que formule hipóteses e faça o rascunho de uma legenda para expressar as diferentes formas espaciais (rios e oceanos [hidrografia], vegetação/urbanização) e os diversos usos da terra (agricultura/vegetação densa/casas/áreas vazias ou desmatadas/ruas e avenidas etc.) que identificam nas imagens das páginas dos temas sobre seu município.
5. Após a leitura, reserve aulas para fazer as atividades com base nos exem-plos apresentados no Capítulo 2, do Livro do Professor. Analise em fun-ção dos conhecimentos prévios se todas ou parte dessas propostas devem ser realizadas. Elas são exercícios para assegurar a alfabetização geográfica da turma, ou seja, para estabilizar o repertório de conteúdos de orientação relativa. O seu objetivo aqui, professor, deve ser sondar as noções prévias, as facilidades ou dificuldades dos estudantes em:
a) Entender como se orientar espacialmente por meio de astros (Sol, Lua e Cruzeiro do Sul);
b) Ler e escrever uma rosa dos ventos e usá-la como referência de orientação espacial no lugar das noções de lateralidade (direita, esquerda, acima, embaixo etc.). Utilize a atividade Como completar uma rosa dos ventos (Anexo 7).
c) Classificar diferentes tipos de mapas entre analíticos ou sinté-ticos, como propõe o tema Seu Atlas: aprenda com ele;
d) Ler a escala numérica. Transforme as escalas representadas no tema em escalas gráficas, ou seja, decodifique cada escrita numérica (1: 25.000) como informação gráfica: 1 cm no mapa = 25.000 cm na realidade = 250 m na realidade ou 0____250m (forma gráfica);
e) Utilizar a escala gráfica em base para o cálculo de distâncias: com régua (para distâncias em linha reta, como em um voo de avião) ou com barbante e régua (para distâncias curvas, como ro-dovias, rios, zonas litorâneas etc.).
Por exemplo, para calcular a distância entre Quito, a capital do Equador, e Santiago, do Chile, não em linha reta, mas em uma viagem pelo litoral pacífico da América do Sul, utilizando o mapa que está no tema Zoom, do Atlas.
Coloque sobre o mapa um pedaço de barbante ou linha li-gando Quito e Santiago de forma a contornar o litoral Pacífico. Meça o comprimento utilizado do barbante com uma régua comum. O valor encontrado é 14 cm. Observando a escala, é possível ver que cada centímetro do mapa equivale a 360 km. Multiplique os 14 cm por 360 km. O resultado é 5.040 km, que é a distância entre Quito e Santiago em uma viagem pela costa pacífica da América do Sul.
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É importante observar que os diferentes locais e áreas mapeados no Atlas, às vezes, ocupam áreas semelhantes nas páginas, mas têm tamanhos reais bastante diferentes. por isso, é sempre importante checar a escala e a qual distância real corresponde o valor de 1 cm no mapa.
f) Produzir um mapa conceitual sobre o que é um croqui e seguir regras de desenho cartográfico para produzir um. Para isso, leia no Capítulo 2 os itens Croqui geográfico e A leitura de mapa conceitual.
6. Após essa etapa de atividades prévias, elabore uma sobre gramática cartográfica em duplas que funcione como avaliação (usando a tabela Gramática cartográfica, do Anexo 5) e, em seguida, a atividade Classificação cartográfica (Anexo 6).
Peça aos alunos que criem uma legenda para cada imagem do tema Zoom, do Atlas, identificando ou supondo o que são cada uma das informações cartográficas e imagéticas expressas por pontos, áreas, texturas, cores, linhas, tracejados. Depois, solicite que elejam uma imagem do município e escrevam um texto detalhado sobre os usos da terra que identificam Norte, Sul, Leste e Oeste da cidade, ou seja, suponha o centro da rosa dos ventos no centro da cidade. Por exemplo, estimule que descrevam o curso dos córregos e rios identificáveis e formulem suposições de onde acham que estão limpos ou poluídos, se possuem mata ciliar ou não e por quê (pois toda suposição precisa se sustentar em algum argumento, no caso, extraído da leitura das imagens – cor, texturas, formas etc.).
3ª Etapa: Observação do espaço do Atlas à atividade de campo.
Duração: um dia inteiro de atividades (de acordo com os objetivos da atividade de campo, incluindo produtos finais).
1. Proponha que os estudantes escolham um percurso para ser feito por toda a sala em uma atividade de campo. É interessante escolher um objeto geográfico claro para investigação, como o mapeamento das condições geográficas e ambientais de um córrego ou rio (uso da terra ao redor do rio, condição da mata ciliar e da água) ou o mapeamento da variedade de tipos de uso da terra no perímetro rural do entorno da cidade. Outra pos-sibilidade é juntar a sequência didática Do solo ao uso da terra, tornando o estudo dos diferentes usos de solo o objeto principal da atividade de campo.
Nesse caso, trata-se de um campo investigativo de claro aspecto indutor e treinador (conforme tipologia de atividades de campo exposta no Capítulo 4 do Livro do Professor). O objetivo, portanto, deve ser confrontar hipó-teses de fotointerpretação com as paisagens reais e tentar se localizar e se orientar por meio da observação do Sol, do uso da bússola e de percep-ção de referências espaciais na paisagem. A habilidade fundamental será
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exercitar a leitura sincronizada entre representações espaciais (as legendas criadas na leitura do mapa municipal e das imagens de satélite), instru-mentos de orientação (bússola e Sol) e as paisagens reais.
2. O pré-campo deve consistir, portanto, na produção de um croqui do espaço a ser estudado feito por meio da leitura de diferentes fontes imagé-ticas e cartográficas do Atlas para levantar hipóteses de uso da terra e da água do rio (tipos de cultivo, presença ou não de poluição, desmatamento etc.). Proponha que os alunos façam um croqui do percurso da atividade de campo em planta baixa, criando legenda (pictórica ou não) capaz de registrar as suposições anteriormente levantadas de uso da terra ou do rio sob a forma de representações gráficas. Você pode utilizar o Google Earth para imprimir uma imagem vertical da região estudada e produzir um croqui de estudo das formas da paisagem para levantar hipóteses, como o exemplo mostrado no item Croqui geográfico, no Capítulo 2.
O estudo da paisagem pelo croqui
No exemplo acima, a etiqueta era colada durante o trabalho externo, segundo os tipos de uso da terra que se observavam na paisagem. em vez de trabalhar com etiquetas, os alunos podem fazer desenhos, valendo-se de lápis de cor (ou apenas lápis preto) para criar diferentes texturas para as legendas, como estudadas na aula dedicada à tabela Gramática cartográfica (Anexo 5).
Para realizar a atividade de campo (seguindo os passos sugeridos do Capítulo 4, do Livro do Professor), é preciso se preocupar em ter claros os seguintes pontos de plane-jamento (para os quais há as possíveis respostas):
9. Confira também Mapeamento e leitura da paisagem, em Anexos, que mostra um croqui feito por estudante sobre o percurso de uma atividade de campo em Pira-pora do Bom Jesus, Brotas e Barra Bonita (SP).
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a) O que quero ensinar?• A aplicação de conhecimentos desenvolvidos por meio da leitura do Atlas Ambiental em procedimentos de campo;• A leitura, nas paisagens, de diferentes formas naturais e construídas, de maneira a conferir hipóteses de fotointerpretação ou imagem-interpreta-ção sobre tipos de uso da terra levantados na leitura do Atlas;• Desenvolver um mapeamento do percurso, criando legendas como meio de registro e, se necessário, fazendo entrevistas para saber mais sobre o tipo de uso e ocupação da terra ou do rio;• Utilizar o campo e o mapeamento para exercitar técnicas de orientação por meio de uso da bússola e do Sol.• Uma questão geral, que pode ser abordada por diferentes disciplinas, como “o que permanece na transformação?”, é possível estudar tudo: a paisagem, a cultura, as atividades econômicas, a água, o solo, a vegetação etc.
b) Qual será o produto final?Podem ser várias coisas, desde a produção de registros escritos e mapas até a montagem de um jogo de percurso, em que os registros apareçam transformados em tabuleiros, questões, regras etc., ou a produção de uma maquete de alguma área específica (como a de uma fronteira entre o cul-tivo agrícola/pastagem, um córrego e o uso urbano da terra). Os alunos podem apenas retratar a realidade vista em campo como também sugerir ações para o manejo mais sustentável de um dado uso da terra ou do rio, representando em maquete ou mapa para possíveis usos futuros.
c) Como os diferentes conteúdos se combinam no ensino desse tema?O tema agrupa conteúdos conceituais (simbolização cartográfica, classes de imagem, orientação e espacialidade), procedimentais (leitura da pai-sagem, registro textual, cartográfico, manuseio de prancheta, orientação e manuseio de bússola e do corpo) e atitudinais (postura de estudante durante todo o trabalho, atitude investigativa de leitura da paisagem, res-peito aos espaços públicos e aos colegas e professores).
d) Quais metodologias utilizarei?A combinação entre levantamento de hipóteses por fotointerpretação de imagens verticais (do Atlas, impressas ou apenas observadas no Google Earth) e a observação empírica no campo, com possibilidade de realizar entrevistas com agricultores, fazendeiros, guardas-parque etc. e) Quem terá papel mais ativo na atividade de campo: o professor (ilustrando conceitos na leitura da paisagem), o próprio campo (a ser observado) ou os alunos (que serão induzidos a construir questões, hi-póteses e entrevistas)?O campo permite a associação das três possibilidades, uma vez que o pro-fessor ilustrará conceitos ao ler as paisagens, organizará procedimentos, mas também trabalhará com a metodologia de formulação de hipóteses e investigações por parte dos alunos.
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f) Quanto tempo pode durar a atividade de campo?Um ou dois períodos escolares. g) Será necessário envolver todos os professores da escola?A maioria dos professores pode se envolver com o campo, seja antes, du-rante ou depois da atividade. Por exemplo:
• História permite aproveitar a experiência para pensar nos tipos de uso e ocupação da terra que já existiram no município (como era antes e como é hoje), discutindo a ideia de patrimônio histórico material e imaterial ou mesmo o que permanece na transformação das paisagens. Também pode colaborar muito com o conceito de cultura (local, regional e brasileira).
• Ciências permite estudar diferenças e comparações entre ecossistemas, classificando elementos bióticos e abióticos neles encontrados e a qual bioma brasileiro o município pertence, avaliando em que condições ele se encontra. No caso de estudo da água, é possível discutir qualidade e preservação de ecossistemas aquáticos. A simples coleta (com materiais e produtos de segurança apropriados, como luvas e plásticos descartáveis) para comparação visual e olfativa da água já pode ser interessante. Para isso, fundações e institutos de pesquisa fornecem kits para medir o PH e a qualidade da água (presença de coliformes fecais etc.). Informe-se junto ao sistema de abastecimento público do seu município.
• Arte pode colaborar muito com o desenvolvimento de habilidades de desenho (como apresentado no Capítulo 2) ao desenvolver croquis de ob-servação. Outra atividade interessante é compartilhar um trabalho com fotografia e atividades de campo, conforme a atividade Aprender a fotogra-far. Nela, há uma bela sequência que leva da sensibilização do olhar para o outro e para a paisagem até o clique fotográfico propriamente dito.
• Matemática ajuda nos exercícios com proporcionalidade, que favorecem a percepção das diferentes visões dos objetos (vista aérea e frontal), o de-senho de croquis e plantas baixas.
• Educação Física contribui com exercícios de lateralidade, que são praticados em campo (orientação pelo Sol). Uma atividade de caça ao tesouro pode ser um modo muito eficiente de sintetizar esses conceitos e procedimentos.
12. Confira em Anexos a atividade Caça ao tesouro.
11. Veja em Anexos a atividade Aprender a fotografar.
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h) Quem são os possíveis parceiros para viabilizar o projeto?Cada instituição escolar deve ter uma rede de relações e possibilidades de parcerias para viabilizar entrevistas, alimentação, monitoramento, dispo-nibilidade de materiais etc. Seja criativo e busque sua rede! i) Como será feita a logística do campo?Sendo trabalho de um dia, é preciso apenas pensar na alimentação, na segu-rança e no monitoramento da atividade. É fundamental obter com os pais carta de autorização para a saída de campo e organizar os alunos para levar:
•Roteirodaatividadedecampo(podesercoladoouescritodi-retamentenocaderno);•Atlas Ambiental;•Prancheta;•Papéisparadesenhoeregistro(podeserocaderno);•Lápiseborracha;•CroquifeitocomaimagemdesatélitedoAtlas;•Notascomhipótesespréviasdelegendas;•Materiaisparausopessoal,comoboné,protetorsolaregar-rafadeágua;•Câmerafotográfica(revezarusoentreosquetêmeosquenãotêmetrabalharaatitudederesponsabilidadecomrelaçãoaomaterialemprestado);•Mochila;•Lanche.
Finalização: Volta do campo e atividades de sistematização.
Duração: quatro aulas (de acordo com o estudo feito).
1. Na volta do campo, é preciso compartilhar os registros feitos e refazer o cro-qui de todo o percurso, adicionando as informações colhidas. Pode-se dividir a turma em grupos e cada um apresentar os resultados encontrados em uma região do trabalho (Norte, Sul, Leste, Oeste). Outra possibilidade é a monta-gem de um jogo de percurso. Nele, os próprios alunos criam as perguntas e as respostas. Outra opção é a montagem de uma maquete de parte ou de toda a área estudada, representando não apenas como o espaço é hoje, mas como pode vir a ser se intervenções de manejo ambiental forem feitas no córrego, em suas margens e nas áreas rurais. Essa é mais uma oportunidade para planejar a técnica construtiva e objetivos de aprendizagem com Matemática e Arte.
13. Confira um modelo de roteiro de atividade de campo em Anexos.
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Exemplo de questões para jogo de percurso de estudo da paisagem
1) As paisagens do lugar são predominantemente urbanas, naturais ou em transformação?Resposta: em transformação, pois há muitas obras de condomínios sendo feitas e a natureza está sendo transformada ou em reservas ou em fonte de matéria-prima (reflorestamento/silvicultura de pinus e eucaliptus).
2) o que é talude?Resposta: É um corte inclinado (em geral, vegetado com grama) que o homem faz em um morro para evitar a erosão (desmoronamentos) e permitir a construção de rodovias ou edificações.
3) o que é visão vertical? dê um exemplo.Resposta: A visão aérea de um objeto. ex: imagem de satélite.
4) os mapas apresentam, em geral, que tipo de visão?Resposta: visão vertical.
5) As fotografias turísticas de paisagens são, em geral, que tipo de visão da realidade: vertical, horizontal ou oblíqua?Resposta: oblíqua (do alto e de lado) ou horizontal (frontal).
6) o Tamboré 11 está a que direção da escola Castanheiras?Resposta: A Nordeste (Ne).
7) A estação de Tratamento de esgotos está a que direção da escola Castanheiras?Resposta: A sudeste (se).
Exemplo de perguntas para um jogo de percurso de água
esse jogo foi feito em relação ao rio Tietê, sendo o tabuleiro o próprio rio.
1) Quantas barragens de hidrelétricas existem ao longo do rio Tietê? a) 8 b) 10 c) 7Resposta: c
2) por que o Tietê nasce próximo ao oceano Atlântico e corre para o interior paulista, de costas para o mar?Resposta: porque o rio nasce nos contrafortes da serra do Mar, nas terras altas do planalto e corre para as terras baixas do interior.
3) o que são usos sociais consuntivos da água?Resposta: Usos que consomem a água, como o abastecimento residencial.
4) Quais são os usos sociais consuntivos (esgotáveis) e não-consuntivos do rio Tietê?Resposta: Consuntivos: abastecimento, irrigação (agricultura), pesca. Não-consuntivos: geração de energia, navegação/transporte, lazer/esporte etc.
5) Quais os estados que fazem fronteira com são saulo?Resposta: Minas Gerais, Mato Groso do sul, paraná e rio de Janeiro.
6) Minas Gerais faz divisa com são paulo em quais direções?Resposta: Norte e Noroeste.
7) por que o rio Tietê é sujo na região Metropolitana de são paulo e limpo em Barra Bonita? dê ao menos dois motivos.Resposta: por cinco motivos: 1º As barragens ao longo do rio seguram e fazem decantar boa parte do esgoto, limpando o rio; 2º As cachoeiras artificiais das hidrelétricas oxigenam a água; 3º o esgoto é menos tóxico no interior; 4º A quantidade de esgoto é muito menor no interior; e 5º o volume de água do rio é muito maior no interior.
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2. Atividades avaliativas como prova podem se distribuir ao longo da sequência. Um bom momento é após os exercícios de alfabetização cartográfica de campo. Porém, a avaliação deve perpassar todas as atividades e envolver a análise do envolvimento de cada aluno com todas as etapas e sua responsabilidade em relação aos trabalhos em grupo (seja nas equipes de trabalho, seja no grupo). A seguir, algumas possibilidades de instrumentos de avaliação para além das provas:
• Registros em cadernos ou em caderneta da atividade de campo. É impor-tante que você, professor, crie situações para que os alunos compartilhem e revisem registros, dispondo de diferentes ocasiões (em casa e em sala) para completar suas notas. O ideal é avaliar os registros duas vezes: no meio da sequência e no fim. Comparar a evolução do empenho de cada um em registrar com detalhe tudo que é solicitado.
• A produção dos croquis pré-campo e pós-campo: esses são os principais meio de avaliação individual da atividade, ao lado da autoavaliação.
• A produção do jogo: se ele for montado, deve-se avaliar cada etapa de produção, inclusive a habilidade na hora de dividir bem as tarefas e decisões.
• A produção da maquete: como no jogo, deve-se cuidar em avaliar os afa-zeres dos grupos ao longo de todo o trabalho, ou seja, a escolha do que será representado, a forma de divisão das tarefas e a conferência do que foi feito ou não e as negociações em grupo para assegurar que todos trabalhem, pesquisem, estudem e produzam partes significativas da maquete.
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Ficha técnica: Tempo, clima e meio ambiente
Tipo de sequência didática
longa, com diferentes técnicas de observação e registro do tempo e atividades de campo
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) de 20 a 25 aulas e um dia de atividade
de campo
Conteúdos • Noções de tempo e clima;• observação do tempo, registro e análise de dados;• Análise de imagem de satélite e leitura meteorológica do
tempo;• ritmos de tempo no cotidiano e consequências para o meio
ambiente;• leitura e produção de textos informativos;• leitura e produção de diagramas, tabelas e climogramas;• observação e análise da previsão do tempo na televisão.
Temas utilizados do Atlas
• Contracapa;• Zoom: do espaço à sua cidade;• onde estou: Galáxia;• Clima: conceitos;• Clima: passado e presente;• Clima: influência dos oceanos;• Clima: aquecimento global;• Água;• vegetação.
Materiais necessários
• lápis e papel para desenhar;• Mapas Climas do Brasil e Massas de Ar;• Anexos Medição pluviométrica e Controle de temperatura;• Termômetros.
Objetivos • observar o tempo, registrar a percepção sensorial de algumas variáveis do clima;
• Trabalhar com dados, gráficos e mapas meteorológicos;• ler textos informativos;• identificar as relações entre tempo e clima;• discutir o papel da Amazônia no clima.
Produtos finais • escrita de diferentes textos analíticos;• Medidas pluviométricas e registros de observação;• produção de climogramas;• publicação dos resultados de pesquisa.
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A compreensão de fenômenos como secas, enchentes e elevação de temperatura não deve ser preocupação exclusiva de cientistas e pesquisadores. Na atualidade, é necessário que todos percebam em que medida as ocorrências climáticas são
frutos de fatores naturais ou da ação do homem. Ao perceber o tempo, é possível tomar decisões como levar ou não guarda-chuva ao sair, voltar para casa antes ou depois da chuva ou tomar bastante água devido à secura do ar. As questões são: Qual a relação entre as condições do tempo e do clima? Qual a importância deste último para o ambiente e para as nossas atividades? A Amazônia é uma extensa região, cuja dinâmica atmosférica interfere no clima local, regional e global. Como isso acontece? Nesta sequência didática, você vai ter acesso a uma introdução a noções de tempo e clima e à relação de questões ambientais com o clima.
1ª Etapa: Problematizações para levantamento do conhecimento prévio.
Duração: três ou quatro aulas.
Após colocar algumas questões gerais sobre a preocupação atual com o clima, apre-sente questões para saber se os alunos percebem o destaque que a mídia vem dando ao clima e aos tipos de tempo. O trabalho pode começar por uma exposição de fotos sobre enchentes, nevascas e secas. É possível utilizar algumas imagens do Atlas Ambiental para exemplificar fenômenos climáticos. Porém, antes de fazê-lo, é bom pensar em uma aula de introdução ao uso do material.
Apresente aos estudantes duas imagens de jornal sobre o tempo em uma localidade brasileira. Solicite que eles observem as imagens e falem sobre o que elas mostram. Co-mente que nelas é possível ver alguns extremos que acontecem no comportamento do tempo. Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, já ocorreram chuvas de 50 mm em um período de duas horas durante o mês de janeiro, que é o mês mais chuvoso do verão. Para ter uma ideia do que isso significa, ao longo desse mês costuma chover 238 mm.
Poucos dias após esse evento em São Paulo, ocorreu em Nova York uma nevasca, outro fenômeno pluvial recorrente no inverno do Hemisfério Norte, também na mesma época. A nevasca é uma precipitação intensa, ou seja, um extremo climático. Camadas de gelo de quase 1 m de altura cobriram casas e estradas. Esses dois exemplos mostram como o comportamento do tempo pode apresentar escalas extremas ou normais, interfe-rindo muito na vida do homem. Após a observação das imagens e de sua leitura coletiva, organize a turma em grupos e coloque as seguintes questões:
2. Tempo, clima e meio ambiente
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Estimule os alunos a expressar as noções que possuem sobre o conceito de tempo. Convide-os a observar o tempo diariamente no bairro. Nesse momento, você pode in-formar como são calculados os totais de chuva e as temperaturas. Pesquise na internet como funciona um pluviômetro, aparelho que mede o volume de água que cai durante a chuva, e como confeccionar um. Os livros didáticos e paradidáticos trazem infor-mação sobre variáveis climáticas que podem ser interessantes para complementar seu plano de aula.
Organize um pequeno experimento para explicar o que quer dizer 1 mm de chuva. Explique que a quantidade representa o volume de 1 litro de água despejado em um cubo de 1 m de lado. Peça que os alunos registrem o que aprenderam na aula e façam um esquema (desenho) no caderno com o experimento.
Reserve uma aula para montar um pluviômetro e o instale no pátio da escola. Orga-nize as atividades de modo que diferentes duplas de alunos possam checar os milímetros de água todos os dias de manhã (exceto segunda-feira, pois pode ter havido acúmulo de mais de um dia de chuva no fim de semana). Passe a fazer medições periódicas e organi-ze-as em uma tabela (veja a tabela Medição pluviométrica, no Anexo 14).
Organize no quadro um texto coletivo sobre as noções de tempo e clima que os alunos possuem. Solicite que façam uma lista das possíveis variáveis que controlam o
• Vocêjáobservoueventosextremoscomoesseemsuacidade?• Hádiferençasdetemponoseumunicípioemummesmodia?
1 m1 m
1 mm
1 m
1 mm de chuva equivale a 1 mm de água em 1 m3
Cálculo do milímetro de chuva
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tempo e o clima (temperatura, ventos, radiação solar, umidade, entre outros). Anote to-das as ideias que eles têm sobre esses conceitos e variáveis climáticas. Importante nesse momento é fazê-los perceber a diferença entre a noção de tempo e de clima.
2ª Etapa: Observação do tempo empírico e registro de dados de campo.
Duração: de seis a sete aulas.
Com base nas respostas e nos conhecimentos da turma, organize a observação em-pírica do tempo. Divida a sala em grupos e apresente o tema de estudo da sequência. Utilize, preferencialmente, apenas a percepção sensorial para observar o tempo. Explique que muitas pessoas aprenderam a ler os tipos de tempo utilizando o modo de observação.
Exponha no quadro ou retroprojetor a seguinte frase:
Indague os alunos sobre o céu do município. Organize a turma e saia da sala de aula para um local externo para observar o céu. Procure um lugar onde ele possa ser amplamente visto e que permita aos estudantes se sentarem ou se deitarem no chão para observar e pensar sobre o que estão vendo. Converse sobre o que é possível ver e sentir: cores, nuvens com diferentes formatos, vento, calor, umidade etc. Em seguida, peça a eles que se sentem no chão, em um lugar seguro. Em um papel em branco, sobre uma prancheta e com lápis colorido, eles devem desenhar o que viram. Durante o desenho, converse sobre o céu como um indicador das condições do tempo: ar quente, úmido, seco, luminosidade, nebulosidade etc. O que o céu observado tem a ver com o tempo? Deixe a turma falar livremente.
Ao retornar para a sala, exponha os desenhos e com eles organize uma aula expo-sitiva sobre a atmosfera. Para isso, utilize imagens do planeta obtidas no Atlas, como a contracapa e os temas Zoom: do espaço à sua cidade, Água e Clima: passado e presente. Evite o tema Clima: conceitos, pois ele será utilizado adiante. Pergunte aos alunos que ideias e associações vêm à cabeça ao ler as imagens. Estimule a leitura da linguagem imagética conforme o Capítulo 2. Retome os desenhos do céu feitos pelos estudantes e discuta as mudanças percebidas sensorialmente, durante o período em que estiveram desenhando:
Ascoresdaspaisagens,aluzdoSol,osventoseaschuvassóexistemporqueaatmosferaexiste.PorsuacausapodemosvivernaTerra,poisooxigênioquerespiramoséumdosseusgases.Aatmosferatambémnossensibiliza.Quantascenaspodemosdescreverapenasobservando-a?
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Aproveite para explicar, nesse momento, como se formam as nuvens com a evapora-ção da água e faça uma leitura sistemática de Rios celestes, do Atlas. Explore a percepção inicial dos alunos a respeito dos climogramas expostos (se têm ou não dificuldades em lê-los) e proponha o desafio de construírem juntos, depois de feitas longas medições e pesquisas, um climograma do município. Você pode organizar um grande climograma em papel de formato quadrado de 1 m. Assim, todos poderão vê-lo e consultá-lo ao longo do ano.
Em seguida, reorganize os grupos e distribua uma imagem da Terra com o envelope formado pela atmosfera (como a imagem do tema Clima: aquecimento global, do Atlas) e peça a cada turma que identifique as cores e o que estão vendo. Lembre que o céu que as pessoas veem na Terra pode ser visto do espaço pelos satélites e que essa imagem é como se elas estivessem vendo o céu do espaço. Esse é um bom momento para comentar sobre a posição vertical do observador em relação à imagem. A que consta no Atlas foi obtida de uma nave espacial que fotografou a Terra no espaço. Chame a atenção para as cores e o que elas significam.
Ainda em grupos, distribua notícias de jornal sobre episódios do tempo ocorridos no Brasil e no mundo. Faça uma leitura segundo os procedimentos descritos no Capítulo 2. Discuta as situações e tire dúvidas sobre os conteúdos dos textos. Prepare uma síntese comparando o que pode ter ocorrido numa situação e em outra. Peça que imaginem como seria o céu desse dia nessas localidades e que desenhem em papel uma imagem que contenha alguns dos parâmetros do tempo das situações relatadas no texto (utilize lápis preto e colorido). Antes de iniciar o desenho, faça no quadro uma relação dos com-ponentes do clima e do tempo que devem estar representados nos desenhos, tais como ventos, nuvens, chuva, temperatura etc. Converse com os alunos, ao elaborar a lista desses componentes, para dar a eles uma ideia do que ocorreu nas duas situações.
Em seguida, exponha os desenhos para que todos observem as produções dos cole-gas. Após a apreciação dos trabalhos, faça uma exposição sobre tempo e clima no Brasil. Utilize o tema Clima: conceitos, do Atlas, solicitando uma leitura das legendas e dos cli-mas do Brasil. Nesse momento, os alunos já vivenciaram noções de tempo do cotidiano e observaram uma pequena série de dados coletados. Auxilie-os, discutindo que o clima é o resultado de estudos feitos com base em séries longas de dados, geralmente 30 anos, e que o tempo é o estado diário da atmosfera, que é percebido nas atividades humanas. Prepare um esquema que sintetize a leitura sobre as variáveis do clima explicando a sua participação na gênese desses estados momentâneos e duradouros da atmosfera.
• Qualfoiasensaçãodecaloreumidade?• Comoestavamasnuvensnocéu?• Elasmudaramdeformatooudelocalização?
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3ª Etapa: Organização de uma série de dados e a previsão meteorológica do tempo.
Duração: três ou quatro aulas.
Com base na discussão anterior, organize a turma em grupos para a realização da observação sistemática do tempo e sua previsão no cotidiano do município. Apresente a ficha de previsão do tempo (figura abaixo). A sugestão é utilizar uma ficha pictórica para auxiliar o registro e também permitir que os alunos utilizem o mesmo sistema de símbolos apresentados nos jornais e na televisão. Discuta os símbolos e os dados nela presentes. Divida a turma em duplas e disponibilize a ficha de observação para coleta de dados empíricos.
Oriente os estudantes quanto ao formato de registro. Eles devem observar o tempo do dia por cinco minutos, ao ar livre, no período da manhã, tarde e noite, por uma se-mana, sempre no mesmo horário (o período de observação do tempo pela manhã pode coincidir com o horário de medição pluviométrica). Ao mesmo tempo em que coletam e registram os dados na ficha, oriente que assistam na TV à previsão do tempo no jornal noturno para sua região durante uma semana, utilizando outra ficha de registro seme-lhante àquela dos dados empíricos. Trabalhe também o registro da segunda ficha por meio de símbolos.
Todos os dias, os alunos devem comparar suas fichas de observação empírica com a previsão da TV. Quando coincidir, devem marcar na coluna correspondente um C (cer-to). Quando não, devem marcar E (errado).
14. Em Anexos, encontre a ficha Medição pluviométrica .15. Preencha com a turma a tabela Controle de temperatura.
Previsão do tempo
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Após o registro de todos os dados, analise com seus alunos como foi a previsão da TV e a observação sensível. Houve acertos? E erros? Discuta com eles o papel dos dados seriais na previsão do tempo. Se for possível, leve-os a um local do município onde exis-ta uma estação micrometeorológica para que conheçam os equipamentos utilizados no registro de dados.
Retome a discussão colocando uma questão para os alunos pensarem e redigirem em dupla:
Organize a sala em círculo e socialize as respostas de cada grupo de maneira a todos completarem seus registros. Peça aos alunos que comentem respeitosamente as respostas de cada grupo, sugiram complementações e registrem individualmente o debate coletivo.
4ª Etapa: Entendendo as escalas de clima – estudo de caso da Amazônia.
Duração: cinco ou seis aulas.
Faça um pequeno recorte, destacando o estudo de uma das regiões brasileiras res-ponsáveis por grandes interferências na dinâmica climática. A Amazônia é uma extensa região, cuja dinâmica atmosférica interfere no clima local, regional e global. Faça um levantamento prévio e coloque-o no quadro.
Solicite aos grupos que escrevam uma hipótese para essa pergunta. Leia de maneira compartilhada algumas produções. Aproveite esse momento para identificar o que sabem sobre o assunto e o que desconhecem. Na sequência, explique que se fará o estudo das chuvas, que é um importante fator climático. Disponibilize duas imagens da previsão do tempo de um dia qualquer na Amazônia. Elas podem ser obtidas em sites de previsão meteorológica (como Climatempo e Ceptec, do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais). Solicite que discutam quais mudanças ocorreram na região no período da manhã e da tarde (no Brasil e na Amazônia) no dia escolhido. Peça que levantem hipóteses para o que observaram. O que poderia estar ocorrendo na atmosfera?
• Qualarelaçãoentreascondiçõesdotempoedoclima?
•ComoaAmazôniapodeinterferirnoclima?
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Disponibilize um texto (que pode ser do livro didático) sobre o ciclo da água e a importância dos ventos na formação e nos deslocamentos das chuvas. Organize uma aula expositiva dialogada sobre como as massas de ar carregam e distribuem umidade na atmosfera. Faça uma leitura detalhada do tema Clima: influência dos oceanos, do Atlas. Nesse momento, você pode retomar os estudos sobre os movimentos de rotação da Terra e a influência no movimento da atmosfera. Caso ainda não tenha sido abordado esse assunto, organize uma aula para explicar o movimento da Terra utilizando o tema Onde estou: Galáxia, do Atlas, que traz informações sobre as estações do ano e, portanto, sobre a translação e o eixo inclinado do planeta.
O importante é que relacionem os tipos de tempo com o movimento das massas de ar na atmosfera e das correntes de água nos oceanos. No debate dialogado, você pode sugerir aos alunos que façam associações entre as diferentes escalas e os movimentos dos astros: o universo em expansão, o giro de nossa galáxia Via Láctea, o giro do SS ao redor da galáxia, o giro dos planetas ao redor do Sol (translações), o giro da Lua ao redor da Terra e, por fim, o giro da Terra ao redor de si mesma (rotação). Esses mesmos movimen-tos ocorrem na atmosfera, nos mares e nos diferentes momentos do ciclo da água: a Terra é um planeta dinâmico, em constante movimento. Utilize o mapa Massas de Ar (em Ma-pas) e associe o tipo de clima que ocorre na Amazônia às chuvas. Nesse momento, podem surgir dúvidas, hipóteses e indagações. À medida que o interesse se manifestar, organize um registro sobre as dúvidas e perguntas para que sejam examinadas coletivamente pela própria turma ao término da sequência.
Correntes úmidas de ar
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Lance a seguinte questão para a turma:
Com isso, os estudantes podem construir hipóteses explicativas, levando em consi-deração o debate sobre a relação entre os movimentos das massas de ar e de água na Terra e o debate sobre as consequências dos movimentos de rotação e translação.
Faça uma leitura do tema Clima: passado e presente, do Atlas, e levante expectativas e antecipações em função do título, das imagens (planos, cor, texturas, figuras-fundo, enfim, segundo todos os parâmetros de leitura de imagem anteriormente analisados no Capítulo 2).
A partir desse momento, amplie a visão dos alunos sobre os tipos de clima. Organi-ze-os em duplas e solicite uma pesquisa de informação sobre os tipos de clima do Brasil. Consulte os temas Clima: conceitos e Vegetação e outras fontes de informação (veja, em Mapas, o mapa Climas do Brasil), distribua os tipos de clima entre os grupos e oriente-os para que tragam informações sobre:
•Seráqueosclimasnoplanetasempreforamosmesmos?
Transição glaciação e clima quente
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Cada grupo deve apresentar oralmente os resultados de suas pesquisas em formato de seminário. Organize os grupos para que saibam administrar o tempo de exposição.
5ª Etapa: Relacionando o clima com o meio ambiente e as atividades humanas.
Duração: cinco ou seis aulas (e um dia de atividade de campo para medição de temperaturas).
Inicie o novo bloco de conteúdos por uma questão, relacionando o que já foi estu-dado até o momento:
Nesse momento, questione os alunos sobre a importância de conhecer os ritmos do tempo. Por que o homem se preocupa tanto com ele? Faça no quadro, com auxílio dos alunos, uma lista de temas que expressem as relações das pessoas com o tempo e o clima.
Em seguida, apresente a seguinte situação-problema:
•Comosãoastemperaturasnessetipodeclima?•Comosãoaschuvas?•Qualéotipodecoberturavegetalquepredominanessascondições?•Pelotipodeclima,épossívelidentificaralgunstiposdetempopossíveisnessasregiões?•Quaisproblemasaspessoasquevivememcidadesenfrentamnessesclimas?•Quantoàspessoasquevivemnocampo,quaissãoosproblemasqueenfrentam?
•Oclimaéoestadomédiodaatmosfe-raesuasucessãohabitual;eotempoéumestadomomentâneodaatmosfera.Qualaimportânciadoclimaparaomeioambienteeasatividadeshumanas?
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Proponha como tema da aula a reflexão sobre o que é efeito estufa. Levante co-nhecimentos prévios sobre o assunto e organize as sugestões no quadro. Faça o mesmo em relação à expressão “ilha de calor”. Em seguida, faça uma boa leitura do tema Clima: aquecimento global, do Atlas, e comece pela leitura das imagens para, em seguida, pensar antecipações de sentido para o título: Efeito estufa: vilão não! Depois da leitura, afirme e sistematize um registro que explique a diferença entre:
1) O efeito estufa enquanto condição para o surgimento da vida: ocorre no pla-neta há bilhões de anos, devido à longuíssima evolução dinâmica (ora com ciclos muito quentes, ora muito frios), geológica, climática e biogeográfica da Terra, como mostram o tema Clima: passado e presente, do Atlas.
2) A ilha de calor como um fenômeno climático: ocorre nos centros das grandes cidades, como São Paulo, devido aos seguintes fatores:
• Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas, como asfalto, paredes de tijolo ou concreto, telhas de barro e de amianto;
• Falta de áreas revestidas de vegetação, prejudicando o albedo, o poder refletor de determinada superfície (quanto maior a vegetação, maior é o poder refletor) e, logo, levando a maior absorção de calor;
• Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por bueiro e galerias, o que reduz o processo de evaporação;
• Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;• Poluição atmosférica que retém a radiação do calor, causando o aquecimento da
atmosfera (efeito estufa);• Utilização de energia pelos veículos de combustão interna, pelas residências e
pelas indústrias, aumentando o aquecimento da atmosfera;
3) O fenômeno do aquecimento global: ocorre devido a uma combinação de fa-tores ambientais e climáticos originados do modelo de desenvolvimento urbano-industrial que o homem está imprimindo em todas as escalas do planeta (local, regional, nacional, continental e global).
O tema pode ser aprofundado com um trabalho de leitura e debates das páginas dedicadas às sequências didáticas sobre impactos ambientais, globalização e desenvolvi-mento sustentável. Organize a turma em grupos para estudar a relação entre a tempera-tura e as superfícies que recebem calor. Eles perceberão que a temperatura muda confor-me o tipo de controle na superfície (edificações, áreas verdes e asfalto, entre outros). Em climatologia geográfica, os controles são os objetos da superfície da Terra.
•Ascidadesinterferemnoclimalocalepodemmodificaradistribuiçãodechuvas?•Seráqueosmunicípiosestãomudan-
dooritmodotempoedoclima?
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Os grupos devem medir a temperatura de duas superfícies distintas, como a área construída da escola, o interior de uma mata ou área com solo exposto. As medidas de temperatura devem ser tomadas simultaneamente. Por isso, a sugestão é que a atividade seja realizada no sábado ou no contraturno. Os alunos devem organizar-se em equipes munidos de termômetros. As medidas podem ser feitas também na escola, mas é impor-tante que estejam em situações diferentes de superfície. Construa a tabela Controle de temperatura para o registro dos alunos.
É importante esclarecer que essas medidas de temperatura não têm a ver com as máximas e mínimas da previsão do tempo ou das médias climáticas, pois, para esses casos, as medidas são tomadas sempre na sombra, ou seja, a máxima e a mínima como parâmetro climático e indicador de tipo de tempo são medições da temperatura do ar feitas em local aberto, ao ar livre, mas sempre à sombra.
Construa um gráfico utilizando a representação por linhas para os dados medidos na mesma superfície. Você pode também produzir um gráfico de barras com as máximas medidas em cada local a fim de comparar qual alcançou valores mais elevados e qual se mostrou mais amena ao longo do dia. Eixo das abscissas: tipos de superfície, com um va-lor de base igual para todas (por exemplo, 2 cm). Eixo das coordenadas: valores máximos das temperaturas medidas. Discuta os dados do gráfico e introduza o assunto aquecimen-to global e o fator temperatura como um dos indicadores de mudança.
Bem do altoos satélites artificiais observam o planeta mediante sensores multiespectrais (conjuntos de detectores de radiação em diferentes comprimentos de onda). desde o lançamento dos primeiros satélites meteorológicos (na década de 1960), o número crescente de sensores e sua qualidade tecnológica permitem estudar com maior detalhe as características da atmosfera e da superfície do planeta.
estudando a intensidade da radiação emergente e suas características espectrais (va-riação com o comprimento de onda), são tiradas conclusões sobre propriedades como a distribuição vertical de temperatura e umidade da atmosfera, a concentração de gases e aerossóis, os tipos e propriedades de nuvens, o estado da superfície (temperatura, tipo e distribuição de cobertura) etc. Uma linha de trabalho dedicada ao estudo de fenômenos radiativos é fundamental para dar apoio conceitual e numérico aos métodos de teledetec-ção do sistema Terra-atmosfera.
para isso, é necessário manter conhecimentos avançados dos métodos de cálculo de pro-pagação de radiação na atmosfera, que permitem simular e/ou prever os resultados que deveriam obter-se pela observação com satélites. reciprocamente, permitem interpretar (e outras vezes descobrir) as propriedades atmosféricas que produziram os resultados observados por esses satélites. você pode, nesse momento, mostrar o que os satélites ter-mais têm identificado sobre desmatamento na Amazônia e queimadas, pois são os satéli-tes termais que registram esse tipo de dado. procure associar também o desmatamento ao aquecimento global.
15. Encontre a tabela Controle de temperatura em Anexos.
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6ª Etapa: Finalização da proposta e atividades avaliativas.
Duração: de três a sete aulas.
• Produção de um climograma para o município: essa atividade avaliativa pode ser feita em trios e exigirá pesquisa de dados climatológicos em alguma insti-tuição especializada da região (coletar dados médios de temperatura e chuva para todos os meses do ano).
• Redação de um texto-registro com o título “O clima, o tempo, o meio ambien-te e minha vida: o que aprendi a respeito disso?”, em que o aluno recupere seus registros e narre toda a experiência de aprendizado que realizou ao longo da sequência. É importante que ele revele quais foram suas maiores dificuldades e conquistas. Uma sugestão. Estimule os estudantes a colocar sensações e per-cepções pessoais, não apenas técnicas. Comentários como “aprendi a trabalhar em grupo, o que foi um grande desafio” são valiosos para o aprendizado de vida do aluno, não apenas para os conteúdos previstos para serem ensinados.
• Publicação de resultados das pesquisas e dos aprendizados da turma. Decida com a classe qual é a forma mais interessante para todos: painéis ilustrados, slides ou um blog? Imagine mais três aulas para a produção da publicação.
• Recolhimento dos cadernos para avaliação de registros ao menos duas vezes: no meio da sequência e ao fim. Comparação da evolução do empenho do aluno em registrar, com detalhes, tudo que é solicitado.
• Organização de, ao menos, duas atividades avaliativas do tipo prova ao longo da sequência com questões como:
• Qualadiferençaentretempoeclima?Exemplifique.•Oquesãofenômenosclimáticosextremos?Exemplifique,ex-plicandosuadiferençaemrelaçãoaosfenômenos climáticosnormais.•Explique,pormeiodeumtextoedeumdesenho,oquesigni-ficaafirmarquechoveu10mmemumdia?•Descrevaasmediçõesdetemperaturaquevocêrealizouemdiferentessuperfícieseformulehipótesesparaexplicarasdi-ferençasencontradas.•QualaimportânciadaAmazôniaparaoclimabrasileiroeparaoclimamundial?•Quetiposdecorrenteoceânicaexistem?Façaumaleiturado
tema Clima:influênciadosoceanos,doAtlas,eexpliquecomoascorrentesoceânicasinterferemnoclima.
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•Oqueéefeitoestufa?Qualsuaimportânciaparaa vidanoplaneta?•Qualadiferençaentreefeitoestufaeilhasdecalorurbano?•Quaissãoosprincipaisagentesdecalorproduzidos pelohomem?•Comoorelevoinfluenciaoclima?•Expliqueoqueécontinentalidadeemaritimidade,levandoemconsideraçãooclimadomunicípio.•Oqueéaquecimentoglobal?Oqueaaçãohumanatemavercomessefenômeno?
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Ficha técnica: do solo ao uso da terra
Tipo de sequência didática
longa, com atividades de campo, coleta de amostras de solo e leituras de imagens de satélite
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) de 10 a 14 aulas
Conteúdos • Tipos de solos;• leitura de mapas de solos;• estudo de solo no campo (perfil);• o uso da terra no município;• perda de solos, erosão e desmatamento;• Conservação dos solos em áreas urbana e rural.
Temas utilizados do Atlas
• Zoom: do espaço à sua cidade;• sua cidade: bairro a bairro;• Clima: passado e presente;• onde estou: estado e Brasil;• onde estou: planeta Terra;• vegetação;• relevo: estado e Brasil;• sismologia: ocorrências no mundo;• solo: camadas.
Materiais necessários
• papéis vegetal e sulfite para desenhar croqui;• Materiais para coleta de amostras de solo (podem ser
copos vazios de requeijão com tampa);• Materiais para produção de painéis (cartolinas, canetas
hidrocor, etc.).
Objetivos • Comparar diferentes tipos de solo, utilizando recursos sensoriais;
• Conhecer a relação entre solo e uso da terra;• ler textos informativos;• ler imagens de satélite;• Utilizar o Atlas Ambiental como fonte de informação.
Produtos finais • fotointerpretação de imagens de satélite;• Textos de síntese e análise sobre as amostras de solos e
seus usos observados em campo;• produção de painéis;• Autoavaliação.
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O que é solo? Qual a importância de seu estudo? Quais os riscos que os solos atuais enfrentam? Ao estudá-los, é fundamental associar a formação aos seus tipos, tão diferentes, assim como compreender sua importância para a vida. O homem
depende deles para a alimentação, construção de moradias e a produção de artefatos. No entanto, é comum pensar que se trata apenas de qualquer parte da superfície da Terra ou de outros planetas. Neste estudo, a intenção é construir boas associações. Observando as paisagens, é possível identificar usos da terra e analisar como as cidades e o campo se relacionam com elas.
Tudo o que as pessoas fazem, invariavelmente, acontece sobre o solo. Você sabia que para formar 1 cm dele leva mais de 3 mil anos? E que a ação do homem pode descartar em poucas horas toneladas de solo (a erosão, por exemplo, permite que a terra se escoe pelos rios)? Por isso, é tão importante estudar as diferentes maneiras de conservação des-se recurso natural fundamental para a vida.
1ª Etapa: Problematizações para levantamento de conhecimentos prévios.
Duração: uma ou duas aulas.
1. Organize os alunos em grupos e coloque a seguinte questão no quadro:
Cada agrupamento deve organizar um pequeno texto, um mapa conceitual prévio ou uma lista de frases expondo o que sabem sobre o tema. Depois, um por um expõe oralmente a própria ideia. Com base nessas explanações, organize uma intervenção, colo-cando as possíveis definições encontradas. Pode-se fazer isso levantando questões como:
•Oqueésolo?
3. Do solo ao uso da terra
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2. Comente as diferentes perguntas utilizando algumas imagens e perfis topo-gráficos do Atlas Ambiental, referentes aos seguintes temas: Zoom: do espaço à sua cidade, Onde estou: estado e Brasil, Onde estou: planeta Terra, Clima: passado e presente, Relevo: estado e Brasil e Solo: camadas. Discuta que o solo pode ter, para muitas pessoas, significados variados, de acordo com os usos pretendidos. Para os estudiosos, ele é a coleção de corpos naturais dinâmicos, que contém matéria viva e é resultante da ação do clima e da biosfera sobre a rocha, cuja transformação se realiza durante certo tempo. Por isso, sua formação é influenciada pelo tipo de relevo e embasamento rochoso. Nesse momento, mostre imagens do Atlas e leia com os estudantes o seguinte texto informativo:
O solo é, portanto, o produto da transformação da rocha sob a ação dos climas e sob a ação biológica e também pelo transporte dos sedimentos, conforme a morfologia do relevo. Para estudantes do meio natural, o solo constitui-se um fator primordial, pois funciona como um verdadeiro alicerce da vida em ecossistemas terrestres: plantas cloro-filadas precisam de energia solar, gás carbônico, água e macro e micronutrientes; tanto a água como os nutrientes, com raras exceções, só podem ser fornecidos por meio do solo. Ele é, assim, um pacote de terra sobre a superfície da rocha.
•Oquetemembaixodospés?Terra,chão?•Éfraçãodeumasequênciageológica,éregistrodetempo,matéria-prima?•Éambiente,éterrestre?• Existe solo somente na Terra? OuseráquetemnaLua?Hátambémemoutrosplanetas?•Épátria,ésustento,évida?
Perfil do solo
para ajudar na síntese da compreensão do estudo do solo até este momento, assista o mini-filme “o solo e os cookies de chocolate” no youtube e peça para que os alunos façam um registro sobre o que compreenderam: http://www.youtube.com/watch?v=yeIzwKn1ftQ
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2ª etapa: Coleta de amostras, análise e síntese de conceitos.Duração: cerca de 5 aulas.
1. Organize a turma em grupos para pesquisar os diferentes tipos de solo da cidade. Utilize um pedocomparador, que é uma caixa com a função de visualizar simultaneamente várias amostras de solos de maneira simples. Solicite aos alu-nos que coletem terra de diferentes localidades onde moram: solos mais escuros, avermelhados, marrons etc., procurando separar as cores. Organize os tipos em pequenas caixinhas feitas com cartolina colocadas dentro de uma caixa de sapato.
2. Leve o material coletado no pedocomparador para a sala de aula (ou para o laboratório de Ciências) e solicite aos estudantes que façam algumas observações, anotando numa ficha no caderno os seguintes dados:
3. Prepare uma aula expositiva sobre a formação do solo, abordando aspectos das interações entre os materiais que o formam. A seguir, um pequeno texto informa-tivo para essa aula:
Formação do soloA ação do calor do sol, da umidade das chuvas e do crescimento de organismos sobre as ro-chas expostas dá início a processos de modificações no aspecto físico e químico, processos de-nominados intemperismo ou meteorização. Com a ação desses processos, tem-se a formação do material semiconsolidado, que dará origem à formação dos solos.
A rocha, depois de alterada, recebe o nome de regolito, ou manto de intemperização. É na parte mais superficial que se dá a formação do solo. elas se originam, em maior parte, em gran-des profundidades, sob condições de temperatura e pressão elevadas. Quando são expostas à atmosfera, passam para uma condição de temperatura e pressão diferente (valores muito menores). A diminuição da pressão faz com que surjam fendas e a oscilação de temperatura do dia para a noite, e do inverno para o verão, provoca a dilatação nas épocas de calor e a retração nos períodos mais frios.
devido aos diferentes coeficientes de dilatação dos minerais nas rochas, que em geral são compostas de mais de um mineral, surgem inúmeras rachaduras, abrindo caminho para a ação do intemperismo químico, por meio da água e de organismos que penetram nas fen-das. A intensidade do intemperismo químico, provocado principalmente pela água com o gás carbônico nela dissolvido, é diretamente proporcional ao aumento da temperatura. portanto, quanto mais úmido e quente for o clima, mais intensa será a decomposição dos minerais que compõem as rochas. em regiões com pouca água, como nos desertos, as rochas sofrem mais o intemperismo físico.
Observação do solo
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4. Conclua o estudo da formação do solo orientando uma pesquisa sobre como é a composição da litosfera, da biosfera e da atmosfera no município. Se possível, leve os alunos até um terreno onde haja um barranco e se possa observar no campo a or-ganização das camadas do solo (perfil). Solicite que os estudantes observem do topo à base, do corte de terreno à coloração, a presença de raízes e fragmentos de rocha.
Organização do solopor meio da ação de um conjunto de fenômenos biológicos, físicos e químicos, o solo co-meça a se formar, organizando-se em uma série de camadas diferentes sobrepostas, que, em geral, são paralelas à superfície e denominadas horizontes. o conjunto de horizontes de um corte vertical chama-se perfil de solo, que, completo e bem desenvolvido, possui basicamente cinco tipos de horizonte, chamados de o, A, e, B e C.• Horizonte O: orgânico, constituído por folhas e galhos, que caem dos vegetais e animais da fauna do solo em diferentes estágios de decomposição.• Horizonte A: mineral mais próximo à superfície. possui grande acúmulo de matéria orgâ-nica e pode translocar minerais de argila para os horizontes mais profundos.• Horizonte E: horizonte de eluviação, ou seja, de perda de minerais que foram transloca-dos para o horizonte B (argilas ou óxidos de ferro e húmus).• Horizonte B: horizonte com máximo desenvolvimento de atributos como cor, estrutura e acumulação de materiais provenientes de outros horizontes superiores transportados pela água para os de acumulação como esse.• Horizonte C: composto do material inconsolidado da rocha alterada, com características mais próximas ao material do qual o solo se formou.
5. Organize uma aula para a leitura sistemática dos temas Relevo: estado e Brasil e Sismologia: ocorrências no mundo, do Atlas, que explicam as estruturas geológicas do relevo do estado, do Brasil e do mundo e exemplificam o que são e como se formam os três tipos fundamentais de rocha (ígneas, metamórficas e sedimenta-res). Em seguida, trabalhe o tema Solo: camadas, do Atlas, que expõe conceitos fundamentais sobre o que é solo. Essas atividades vão recuperar o que foi visto em campo e fixar conceitos. Os alunos terão a oportunidade de reconhecer estruturas erosivas, fazer correlações entre as imagens e o que viram em campo, pensar nos perfis de solo identificados e ganhar repertório conceitual para arriscar hipóteses sobre a origem litológica dos solos colhidos nas amostras.
3ª Etapa: Análise de usos do solo e da terra no município.
Duração: quatro aulas.
1. Após esse estudo preliminar sobre algumas características dos solos, organize os alunos em grupos e solicite que troquem ideias sobre a seguinte questão:
• Para efetivar as atividades de cons-truçãoeedificação,mineraçãoouagri-cultura,ossolosdomunicípioforamalterados?
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Após a troca de ideias, solicite aos estudantes que observem o mapa de vegetação nativa (original) do Brasil e a vegetação atual, utilizando os temas Zoom: do espaço à sua cidade, Sua cidade: bairro a bairro e Vegetação: Brasil, do Atlas. Solicite que escrevam no caderno as informações referentes ao estado e à região onde fica a cidade. Para sistemati-zar a observação dos mapas, solicite que preencham o seguinte quadro:
2. Exponha no quadro, em papel craft, a imagem de satélite encontrada no tema Onde estou: município, do Atlas. Convide os alunos para pensar em texturas que a imagem apresenta e associá-las a um tipo de uso (leia mais em Passos para fazer um croqui geográfico, no item Croqui geográfico, do Capítulo 2).
Coloque as seguintes questões baseando-se na análise da imagem:
Essas questões podem orientar uma visita dos alunos às propriedades particulares previamente selecionadas e conectadas para uma pesquisa de campo. Procure a diversida-de de situações de uso da terra. Nesses solos, os estudantes devem coletar amostras, além de buscar respostas para suas questões, confrontando-as com suas hipóteses levantadas na fotointerpretação. O levantamento de dados em campo deve ser sistematizado no sen-tido de ajudar a responder essas e outras questões no retorno à sala de aula. Essa será uma boa ocasião para uma atividade avaliativa, em que a turma possa rever o que aprendeu nas primeiras aulas sobre os tipos de solo.
3. De volta à sala, os grupos analisam os tipos de solo coletados na visita e fazem uma lista das características observáveis que diferenciam as amostras (cor, textura, umidade, granulação etc.), nomeando-as conforme o uso a que foram submetidos
•Nomunicípio,nazonarural,existemaissoloplantadoouservindodepastagem?•Quaistiposdecultivosãofeitos?•Háproblemascomperdas desolosemenxurradaouerosão?•Nasgrandespastagens,quaisospro-blemaseassoluçõesqueseapresen-tamcomosolo?
Observação de mapas e perfis
Estado
Município
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os solos. Nessa ocasião, o professor pode apresentar as nomenclaturas científicas para cada tipo de solo e mostrar um modelo de taxonomia. As questões que cada grupo levantou e registrou durante a visita devem ser socializadas. Organize um debate em que cada participante possa oferecer e buscar respostas.
4ª Etapa: Finalização da proposta e sistematização.
Duração: de uma a duas aulas.
1. De posse das respostas às perguntas que orientaram a visita às propriedades rurais, do resultado do debate, das observações dos alunos e das análises das amos-tras de solo coletadas, proponha o fechamento com a produção de um texto com o título desta sequência didática. Permita um momento de elaboração de um roteiro para a escrita (que deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão) em du-plas e exija uma conclusão individual sobre o uso da terra no município. Depois, socialize o desfecho dos trabalhos com leituras.
2. Documentos autoavaliativos permitem que o aluno se envolva mais com a própria aprendizagem, tornando-se mais consciente de suas dificuldades e con-quistas. Veja um modelo de autoavaliação no fim da sequência didática Como mapear os espaços.
3. Elabore painéis compostos de textos e ilustrações (desenhadas ou fotografa-das) para publicar os resultados da pesquisa nos corredores da escola.
• Todas as atividades podem ser consideradas avaliativas do tipo prova se forem feitas em sala. se levadas em parte para casa, podem ganhar a dimensão de atividade avaliativa de processo de trabalho.
• Todos os registros (da coleta de solos às tabelas) podem e devem ser considerados na avaliação.
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Ficha técnica: Globalização e agenda 21: novas formas de relação entre o lugar e o mundo entre o lugar e o mundo
Tipo de sequência didática
longa, com leitura de textos teóricos, pesquisa na internet e diferentes estratégias de registro gráfico entre as escalas da globalização no município
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) de 10 a 14 aulas
Conteúdos • Globalização da economia;• representações imagéticas e cartográficas das relações
entre os lugares e o mundo;• Novas redes urbanas (fim da oposição cidade-campo,
formação de regiões metropolitanas, megacidades e redes de cidades globais);
• Consequências ambientais da globalização e da exploração da natureza;
• Agenda 21.
Temas utilizados do Atlas
• onde estou: planeta Terra;• Mobilidade: como sair e chegar;• Cidade: urbanidade;• sociedade: emprego e trabalho;• economia: para iniciantes;• energia: enquanto você dorme.
Materiais necessários
• Texto A força (da imagem) da globalização, de Carlos Walter porto-Gonçalves;
• Texto As cidades na economia global, de Cosme freire Marins;
• Texto Cidades globais e megacidades: uma distinção necessária, de Cosme freire Marins;
• Texto de introdução do livro por uma outra globalização, de Milton santos;
• sala de informática para assistir ao vídeo Agenda 21, do Ministério do Meio Ambiente, e realizar pesquisas;
• Mapa esquema lugar x Mundo;• Canção parabolicamará, de Gilberto Gil;• Atividade Global sourcing.
Objetivos • pensar nas atividades e nos circuitos econômicos por detrás das mercadorias consumidas cotidianamente;
• entender a globalização como processo desigual que une desenvolvimento técnico, científico e informacional;
• Considerar o circuito econômico de seu município como exemplo a ser cartografado e esquematizado;
• entender o formato das novas redes urbanas e as mudanças no mundo do trabalho e da produção de mercadorias trazidas com a globalização;
• expressar cartograficamente as novas escalas de relação entre lugar e mundo;
• Trabalhar o conceito de globalização por meio de textos explicativos, imagens e mapas;
• entender o que é agenda 21 e sua importância;• produzir um registro final sob a forma de ensaio
argumentativo a ser publicado em jornal.
Produtos finais • desenhos esquemáticos dos circuitos econômicos e da rede urbana que se tece ao redor do município;
• publicação de artigos em um jornal na escola;• redação de proposta de Agenda 21 escolar para a direção.
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O século 21 é o primeiro momento na história da humanidade em que a população mundial torna-se predominantemente urbana, embora, em sua maioria, vivendo em más condições nas periferias das grandes metrópoles mundiais. Os espaços
da globalização são desiguais e combinados em redes entre algumas centralidades urba-nas do planeta. Passou a ocorrer no mundo uma intensificação da urbanização de toda a sociedade, inclusive do meio rural. O próprio território de seu município demonstra que a urbanização, o avanço tecnológico e a rede de comércio e serviços vêm envolvendo cada vez mais territórios antes rurais, assim, dissolvendo a separação entre campo e cidade. Consequentemente, isso modifica a estrutura da rede urbana regional e nacional.
No mesmo compasso, a escala das questões ambientais transforma-se e exige in-tervenções. No final do século 20, iniciaram-se as conferências mundiais sobre meio ambiente e desenvolvimento, dedicadas a pensar alternativas globais para assegurar o desenvolvimento econômico, social e ambiental mais justo e de menor impacto para o planeta. A segunda dessas conferências, a ECO-92, ocorreu em 1992, no Rio de Janeiro. Ali foi lançada a Agenda 21, uma lista de metas para o desenvolvimento sustentável necessário para o século 21, cujo lema é “Pensar global e agir localmente”. Como aplicar esse raciocínio à realidade econômica e ambiental de seu município?
1ª Etapa: Global sourcing - de onde as coisas vêm?
4. Globalização e agenda 21: novas formas de relação entre o lugar e o mundo
•Deondevemoqueéconsumidopelaspessoas?• OAtlas, por exemplo, é feito comquaismateriais?Deondeseráquevemcadamercadoria?Quantasindústriasenacionalidades se conectam para quesejaviabilizadaaproduçãodeumlivrocomoesse?
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Homem com uma ideia para satisfazer uma
necessidade
instrumento detrabalho ou tecnologia
recurso natural oumatéria-prima
produto do trabalho:transformação da natureza
O objetivo aqui é pensar nos conceitos de trabalho humano, matérias-primas, ca-deia produtiva e conexões local x global. Peça aos alunos que enumerem quais matérias-primas são necessárias para a produção do Atlas e o processo industrial e logístico para produzi-lo e transportá-lo, da primeira transformação dos recursos naturais ao consumo final, nas mãos dos estudantes. Sugira proceder em três etapas:
1. Listagem de todas as partes e produtos parciais que o compõem;2. Esquematização de seu processo industrial via esquema-desenho. Exemplo: o papel;3. Desenho de uma história em quadrinhos mostrando todas as etapas: desde a coleta de matéria-prima natural até a transformação industrial, o transporte e o consumo.
Depois que a classe trabalhar as etapas 1 e 2, mostre o esquema abaixo e peça aos alunos que produzam a 3ª atividade listada acima:
Esquema de produção de mercadorias
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O mundo em suas mãosGlobalsourcing
o Atlas é feito de muitos materiais e cada um vem de um lugar diferente.
COLAA capa flexível e a lombada da publicação são unidas por uma cola quente produzida em Jacareí (sp). sua matéria-prima vem do estado de são paulo.
PAPELfeito em suzano (sp) e Mucuri (BA), de eucalipto cultivado em são paulo, Minas Gerais, espírito santo, Bahia e Maranhão.
VERNIZAs capas são enviadas a um parque gráfico na capital paulista para receber uma camada de verniz, importado da europa.
LINHAÉ feita no rio Grande do Norte, com filamento de poliéster de alta aderência recoberto por algodão de fibra longa egípcio. em são paulo, é enrolada em cones e embalada.
TINTAfeita nas capitais do rio de Janeiro e de são paulo, contém pigmentos importados, princi-palmente dos estados Unidos, da Alemanha e da Bélgica, e resina da Argentina. Tem base de experimentos na China.
2ª Etapa: O que é globalização? Leitura do Atlas, de textos explicativos, de mapas, de canção e registros escritos e desenhados (croquis de mapas).
Duração: seis aulas.
1. Lançar as questões e mobilizar saberes prévios:• Como a globalização se mostra ou se manifesta no município? Fazer um debate mobilizando as representações iniciais dos alunos. Indicar
que farão diferentes leituras do Atlas para entender mais sobre a globali-zação e que uma chave para isso é perceber como os lugares se relacionam entre si, sobretudo no que diz respeito às trocas econômicas. Fale do exem-plo da produção, circulação e consumo de algum produto importante para a economia do município. Peça que considerem todo o seu processo produti-vo até o consumidor. Em seguida, proponha que pensem em espacializar as relações que apontaram.
• Como é possível mostrar por meio de mapas as relações que os lugares têm economicamente entre si? O que é preciso ter nesse tipo de mapa? Como seria sua legenda?
Peça aos alunos que pensem nas trocas de mercadorias e nas relações entre o município e outros lugares e esbocem um croqui com legenda para expressá-las livremente. Depois, realize uma síntese temática no quadro, listando os elementos
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econômicos e cartográficos pensados pelos alunos (estradas, mercadorias, símbo-los para representá-los etc.). Estude os temas Onde estou: planeta Terra, Mobili-dade: como sair e chegar e Sociedade: emprego e trabalho, do Atlas. Chame a atenção dos alunos para as linguagens gráficas utilizadas para apresentar os fluxos e as etapas da cadeia produtiva do insumo mais importante na economia local e os fluxos entre cidades, relacionando a leitura à atividade anteriormente realiza-da. Faça um debate e esclareça as dúvidas. Registre com esquema pictórico e/ou croqui no caderno.
2. Circuitos da economia
Leia o tema Economia: para iniciantes, do Atlas, junto com seus alunos e peça a eles que observem as origens e os destinos das relações econômicas por trás de cada produto desenhado. Para a soja, por exemplo, o caminho é: plantações de soja, adubos, sementes, maquinário, energia, meios de transporte e destino final. Faça uma análise da posição desigual do pequeno e do grande produtor em relação ao uso de técnicas agrícolas e à escala de produção, transformação e circulação de seus produtos finais, embora o valor de mercado seja o mesmo a ser enfrentado pelos dois. Se possível, relacione quanto de dinheiro circula na venda dos produtos ao longo do circuito:
Pergunte à classe qual é a maior fonte de renda do município, ou seja, sua principal atividade econômica. Após registrar as hipóteses da turma no quadro, escreva: “O mundo hoje vive uma revolução urbana e o município está participando diretamente dela”. Peça aos estudantes para tentar relacionar suas hipóteses anteriores com a frase. Formule ques-tões prévias sobre os seguintes temas do Atlas:
• Quais as redes de relação (globais,regionaisoulocais)tecidasapartirdomunicípio? Discuta os circuitos na-cionaise internacionaismostradosnoAtlasnostemasOnde estou:planetaTerra e Sociedade:empregoetrabalho.
Quemvendeasojanomercadolocalequantoganha?Quemcompraasojaemoutrospaísesequantopaga?
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3. Novas redes urbanas e as mudanças no mundo do trabalho e da produção de mercadorias
Com base na reflexão sobre as trocas econômicas, discuta a mudança que a globa-lização financeira trouxe ao padrão da rede urbana hierárquica clássica (veja o esquema a seguir). Em vez de uma cidade pequena se relacionar hierarquicamente primeiro com uma cidade principal, depois com uma capital regional para, por fim, se vincular a uma metrópole nacional, na rede urbana atual, que sofre as forças desiguais da globali-zação econômica, os fluxos podem se dar em múltiplas direções e com intensidades diferentes. Faça uma relação do tema Sociedade: emprego e trabalho, do Atlas, com Cidade: urbanidade, que mostra as mudanças nas centralidades urbanas, e coloque as seguintes questões aos alunos:
Observe os esquemas a seguir e peça aos alunos que os descrevam caracterizando qual representa melhor as novas escalas de relações trazidas pela globalização. Insira es-quemas explicativos das redes urbanas: da hierarquia simples às complexas das relações das cidades pequenas, das principais, das capitais e das cidades globais. Por fim, desenhe um esquema mostrando a relação de centralidade, troca ou hierarquia entre as cidades
• Qual atividade econômica esteve ligada àfundaçãodacidade?•Qualéoprincipalmotivoqueatraiaspes-soasparamorarnela?•Aspessoasqueprocuramomunicípiosãosemelhantesoudiferentesemtermossociaiseeconômicos?Justifique.•Háquantasgeraçõessuafamíliamoranacidade?
•Oque éuma regiãometropolitana eoqueelarepresentaemtermosdeatraçãodefluxos(mercadorias,dinheiro,trabalho,população)edefixos(maquinário,infraestrutura,tecnologiasetransformaçãodoespaçourbano)?
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mostradas no tema Sociedade: emprego e trabalho e escreva um texto explicativo. Mostre a posição de cada cidade em relação à distribuição do trabalho por atividades produtivas em cada uma delas, indicando a predominância do setor de serviços e comércio (ter-ciário), de transformação (secundário, industrial ou agroindustrial) ou de produção de matérias-primas (primário ou agropecuário).
Rede urbanas
Com base nesses dois textos indicados, discuta com a turma a relação lugar x mun-do que se dá a partir do município. Faça um resumo do texto e um esquema de mapa-conceitual para o conceito de cidade global e de globalização.
4. Esquemas explicativos das escalas de relação lugar x mundo
Planeje uma aula expositiva para aplicar o mesmo raciocínio esquemático sobre as novas redes urbanas ao esquema da escala-mundo, tal como exemplificado pelas escalas da totalidade-mundo estudadas pelo geógrafo Rafael Straforini (veja o mapa Esquema Relação Lugar x Mundo). Construa com os alunos um esquema representando a natu-reza das relações entre o município, o estado e a região metropolitana (quando houver) e o mundo por meio da representação de croquis esquemáticos dos municípios, do estado e do planisfério.
A ideia é representar a relação entre as escalas local-regional-global com mais de-talhe do que no mapa-planisfério da origem e do destino de comércio. Assim, devem
metrópole nacional metrópole regional
metrópole nacional
metrópole regional
centro regional
centro regional
cidade local
cidade local
vilavila
esQUeMA ClÁssiCo esQUeMA ATUAl
Apresente aos alunos os textos A cidade na economia global e Cidades globais e megacidades: uma distinção necessária, ambos emwww.programamapa.com.br/livro-do-professor.
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mostrar, por meio de flechas e símbolos de meios de transporte, as relações do município, outras localidades do estado e os diferentes lugares do mundo (fugindo da linearidade do esquema dedutivo ou indutivo, ou seja, nem do maior ao menor, nem do menor ao maior, como mostrado na introdução do Atlas e no tema Onde estou: galáxia, mas as intercone-xões complexas da globalização).
Pensar com os alunos jeitos simplificados de desenhar as diferentes escalas territo-riais. Por exemplo, o estado de São Paulo pode ser representado por meio de dois tra-pézios, um desenhado sobre o outro, embora ligeiramente deslocados entre si. Já a cidade (município) de São Paulo pode ser desenhada como uma “girafa” ou “L” invertido, cortada pelo rio Tietê de Leste a Oeste e pelo rio Pinheiros de Sul a Norte:
Croquis territoriais esquemáticos
5. Escuta da canção
Faça o levantamento de expectativas em relação à canção Parabolicamará, de Gilber-to Gil, contextualizando a data de sua composição e o músico. Aprecie a canção primeiro por meio da escuta e, depois, seguindo os passos do Capítulo 2. Então, indague os alunos:
estado de são paulo Município de são paulo
rio Tietê
• E o município, como pode ser de-senhadodeformaesquemática?EoPlanisfério?
•Oque éuma regiãometropolitana eoqueelarepresentaemtermosdeatraçãodefluxos(mercadorias,dinheiro,trabalho,população)edefixos(maquinário,infraestrutura,tecnologiasetransformaçãodoespaçourbano)?
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•Quaisrelaçõesháentreasafirmaçõesan-terioreseasmudançasnosmeiosdetrans-porteedecomunicação?RetomeostextosdeEustáquioSeneparaauxiliarnacompo-siçãodeseutexto-resposta.
16. Leia (e fotocopie para seus alunos) a letra da canção Parabolicamará, em Anexos.
3ª Etapa: Globalização e natureza – o que significa pensar global e agir localmente?
Duração: de duas a quatro aulas.
Prepare uma aula expositiva com o texto A força (da imagem) da globalização, de Carlos Walter Porto-Gonçalves, e com o texto de introdução do livro Por uma outra globalização, de Milton Santos.
Na sala de informática, exiba aos alunos o vídeo Agenda 21. Solicite um registro escrito e ilustrado para resumi-lo. Depois, peça que leiam um trecho da Carta da Terra e produzam um registro final em forma de ensaio argumentativo, de maneira a responder às seguintes questões:
leia o texto de porto-Gonçalves e acesse o link para o livro de Milton santos em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
•Porqueépossíveldizerqueaglobalizaçãoé uma revolução urbana capitalista desiguale combinada domundo?Ou seja, apesar dadesigualdade entre as zonas luminosas e asescurasdoplaneta,porquenoatualperíodotécnicosedizqueatémesmograndespartesdocampotornaram-seurbanaseglobalizadas?
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Peça aos alunos que consultem registros de aulas e leituras anteriores. Estimule-os a consultar também o Atlas, sugerindo, por exemplo, a releitura dos seguintes temas: Clima: aquecimento global, Amazônia: impactos ambientais, Amazônia: sustentabilidade, Ve-getação: readequação ambiental e Energia: enquanto você dorme. Em seguida, estimule-os a estabelecer relações entre seus temas, alertas e propostas. Dê um belo título ao ensaio e discuta a possibilidade de publicação dos melhores (eleitos pela turma) em um jornal da cidade. Com base nesse estudo, você pode organizar um projeto sobre a Agenda 21 escolar e ampliar a visão de metas ambientais para a escola e para a comunidade.
Acesse a Agenda 21 e a Carta da Terra em www.programamapa.com.br/livro-do-professor. No último, dê atenção à página 1 da Carta: de preâmbulo ao item responsabilidade universal
veja em www.programamapa.com.br/livro-do-professor a Agenda 21 escolar de embu (sp), que traz a metodologia participativa para desencadear o processo
•Como,nessecontexto,aAgenda21(global,nacionalelocal)torna-seuminstrumentodeplanejamentoeaçãotãoimportante?Porque agora, mais do que nunca, é preciso“pensarglobaleagirlocalmente”emrelaçãoàeconomiaeaomeioambiente?
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Ficha técnica: Biodiversidade e terras indígenas: mapear para entender
Tipo de sequência didática
Média, com investigação em múltiplas fontes de pesquisa e de forte ênfase em conteúdos atitudinais
Anos sugeridos do 6° ao 9º Duração (aulas previstas) de seis a oito aulas
Conteúdos • Cartografia temática: produção e leitura de croqui de correlação entre preservação e ameaças à biodiversidade;
• Conceitos de biodiversidade e modo de vida;• Modo de vida e territorialidade indígenas;• estrutura política brasileira;• legislação ambiental;• leitura e correlação de mapas, imagens e textos
explicativos;• leitura crítica de texto jornalístico;• pesquisa em diferentes sites da internet;• registro de leitura;• dramatização de situação eleitoral.
Temas utilizados do Atlas
• vegetação;• Biodiversidade: Brasil;• divisão dos poderes: Brasil;• Amazônia: impactos ambientais;• Amazônia: sustentabilidade.
Materiais necessários
• papel vegetal ou manteiga;• lápis bem apontado ou lapiseira (de 0,5 a 0,8);• lápis de cor;• Artigo patrimônio nacional que precisa ser protegido, de
Washington Novaes;• Mapa fauna Brasileira em extinção;• Mapa Terras indígenas;• sala de informática com acesso à internet.
Objetivos • perceber a importância da biodiversidade;• Associar o desmatamento dos biomas às espécies
ameaçadas de extinção;• respeitar o direito à preservação do modo de vida indígena;• relacionar o modo de vida indígena à preservação da
biodiversidade;• produzir um croqui de correlação entre os mapas
de biodiversidade, biomas, antropização e territórios indígenas;
• desenvolver uma análise espacial sobre a territorialidade desses fenômenos;
• ler um texto jornalístico e posicionar-se criticamente em relação aos argumentos apresentados;
• saber simular um debate político para aprovação de uma lei socioambiental.
Produtos finais • debate polêmico: simulação de plenária de votação de projeto de lei no senado federal;
• Autoavaliação individual e coletiva escrita.
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O que quer dizer perigo de extinção? O que o desaparecimento de alguns animais tem a ver com a ameaça à biodiversidade? O que é biodiversidade e qual sua importância para o homem e para o planeta Terra? O que você pensa sobre os
índios? Será que seu modo de vida pode ensinar mais sobre preservação? Como são aprovadas as leis que protegem a biodiversidade e as sociedades indígenas? Tudo isso será estudado com as leituras do Atlas Ambiental, de outros mapas e de um artigo de jornal.
1ª Etapa: Levantamento dos conhecimentos prévios.
1. Comece perguntando aos alunos se eles já ouviram falar em biodiversidade e extinção de espécies. Discuta com a garotada o que ela supõe ser cada um desses conceitos e sua importância para o homem. Faça pesquisa em dicionários. Escreva as ideias iniciais levantadas pela turma e peça a todos que registrem o debate no caderno. Pergunte o que sabem sobre o modo de vida indígena e sua relação com florestas e animais. Solicite que, individualmente, registrem suas ideias em pala-vras ou desenhos no caderno.
2. Solicite a cada um que faça um mapa mental do Brasil (sem olhar em nenhum mapa) e nele responda às seguintes questões sobre a forma de desenho:
5. Biodiversidade e terras indígenas: mapear para entender
•Quaisanimaiseplantasestãoemex-tinçãonoBrasil?• Onde estão localizadas as áreas demaioredemenorrisco?•Emquelugaresvocêachaqueaindahácomunidadesindígenas?
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3. Exponha os desenhos prévios da turma e, após a análise de todos, organize um registro sob a forma de tabela em que sejam descritas descrevam as semelhanças e as diferenças em relação:
a) à forma ou ao traçado dos limites territoriais do país;b) aos animais;c) às plantas desenhadas e sua localização;d) à localização das terras indígenas.
2ª Etapa: Leitura de imagens e textos do Atlas.
1. Coletivamente, leia com a turma os temas Biodiversidade: Brasil e Vegetação: Brasil, do Atlas. Em duplas, peça aos estudantes que registrem suposições sobre os domínios que foram mais antropizados e os relacionem aos animais ameaçados de extinção.
2. Distribua papel vegetal e peça a cada um que contorne no mapa de vegetação brasileira do Atlas os limites nacionais e estaduais com lápis bem apontado (ou lapiseira) e, consultando um mapa Brasil: político, preencham cada estado com sua sigla (escrevê-las pequeninas para não dificultar a leitura de correlação). Interro-gue os alunos:
3ª Etapa: Correlação entre mapas.
Desenvolva a atividade de comparação e correlação dos mapas por meio de suces-siva sobreposição do mapa em papel vegetal sobre os demais:
• Mapa Fauna Brasileira em Extinção (Mapa 5);• Mapa Terras indígenas (Mapa 6).
No mapa Terras indígenas, peça que atentem se a localização das terras indígenas onde há mais conflitos em torno da demarcação das Unidades de Conservação (envol-vendo grileiros e fazendeiros, tal como mostrado no tema Amazônia: sustentabilidade,
•Emqueregiõeselocaishámaiordes-matamentodosbiomas?•Emaisespéciesameaçadasdeextinção?• Onde há mais conflitos em terrasindígenas?•Emaiorconservaçãodabiodiversidade?
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•Segundooautor,quaissãoosensi-namentosqueaculturaindígenatrazàsociedade?• Você concorda com a proposta detornarasáreasindígenasumpatrimônioculturaldahumanidade?Justifique.
do Atlas) coincide ou não com os arcos de antropização do território natural. Por outro lado, solicite que notem se, onde há reservas indígenas, há menor ameaça de extinção dos animais e maior preservação dos biomas. A ideia é que os alunos percebam que, onde há reservas indígenas e unidades de conservação, existe maior proteção da biodiversidade (vegetal e animal) e, onde há mais desmatamento ou alteração dos biomas naturais, há maior conflito em terras indígenas e mais espécies ameaçadas de extinção.
4ª Etapa: Leitura de texto jornalístico e debate.
1. Distribua o texto Patrimônio nacional que precisa ser protegido, de Washington Novaes, que propõe a criação de uma unidade de conservação radical: que os territórios indígenas sejam protegidos elevados à condição de Patrimônio da Hu-manidade. O autor sustenta que só assim é possível assegurar a manutenção da dignidade cultural e étnica do índio e, ao mesmo tempo, preservar a sabedoria de seu modo de vida, o qual contribui há milênios para a conservação e mesmo para o aumento da biodiversidade no Brasil.
2. Após a leitura, peça registros com os argumentos do autor a favor da preser-vação da cultura indígena e debata se concordam ou não com a posição do artigo:
professor, você pode finalizar a sequência didática neste ponto, passan-do em seguida à autoavaliação, ou prosseguir em níveis maiores de pro-blematização e de trabalho com conteúdos atitudinais. Avalie a situação de sua turma e de seu planejamento, pois você é o autor curricular.
leia o texto patrimônio nacional que precisa ser protegido, de Washington Novaes, em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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3. Depois de debater coletivamente as respostas às questões, proponha que a clas-se simule uma plenária do Senado Nacional sobre o tema, dividindo-se em dois grupos: a favor e contra a elevação das reservas indígenas à condição de Patrimô-nio da Humanidade. A simulação deve terminar com a votação do tema.
5ª Etapa: Pesquisa e simulação de votação de projeto de lei de Unidade de Conservação no Senado Federal.
1. Converse com a turma sobre o que já sabem sobre a estrutura política do es-tado brasileiro e a divisão dos poderes. Faça uma leitura do Atlas sobre o tema Divisão dos poderes: Brasil e dê uma aula expositiva de maneira a sintetizar como são elaboradas as leis brasileiras.
2. Se o seu Atlas possuir o tema Unidades de Conservação, faça uma leitura dele e peça aos alunos que pesquisem na internet as diferentes unidades de conservação pro-postas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e descubram a es-pecificidade das reservas indígenas (definidas não pelo SNUC, mas pelo Estatuto do Índio).
3. Reserve pelo menos uma aula inteira para que os alunos ganhem mais reper-tório sobre os povos indígenas para a simulação, por meio de uma navegação pelo site ao Instituto Socioambiental Mirim. Proponha que joguem os jogos propostos e descubram novos aspectos dos povos indígenas no Brasil:
Peça que façam, em duplas, um registro escrito com desenhos ilustrativos suas descobertas.
4. Faça uma leitura dos temas Amazônia: impactos ambientais e Amazônia: susten-tabilidade, do Atlas, para evidenciar os atores sociais e os interesses econômicos por trás do desmatamento e, portanto, ameaçadores das terras e do modo de vida
saiba mais sobre Unidades de Conservação em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
leve sua turma para a sala de informática e acesse o site povos indígenas no Brasil Mirim. Acesse em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
Quantossão, onde estão localizados,comosãoprotegidos,comovivemeoqueosameaça?
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indígena. Peça aos alunos que registrem argumentos desenvolvimentistas (em nome do desenvolvimento econômico e da geração de renda) contra o aumento ou o reforço das unidades de conservação das florestas e dos povos indígenas.
5. Divida a turma em dois grupos: a favor e contra a elevação das terras indígenas a Patrimônio da Humanidade. Peça a cada grupo que redija os argumentos cen-trais de sua defesa e decidam quais serão os senadores que irão discursar e quais serão os assessores políticos que os ajudarão no debate. Para que isso ocorra, ajude cada grupo a aperfeiçoar seus argumentos para ganhar mais votos. Um senador deve, então, propor o projeto de lei e, em seguida, deve-se abrir o debate analisan-do-o e trazendo posições contra e a favor. Quando a classe parecer madura para a simulação, realize o debate por cerca de 20 minutos (dando três minutos para cada senador falar) e, em seguida, faça a votação.
Você pode optar por fazer uma votação aberta, em plenário, ou fechada, em cabines com urnas, seguida de contagem de votos. Cabe a você, professor, avaliar qual situação é mais propícia para que cada um possa, realmente, expressar seu voto a favor de dada argumentação (ou seja, avaliar se haverá ou não o constran-gimento de submeter-se às manifestações coletivas do grupo).
6ª Etapa: Registro final e autoavaliação.
1. Organize todos em uma roda e peça a cada que grupo apresente suas ponde-rações e opiniões sobre o processo de estudo do tema desta sequência didática.
2. Para finalizar, peça que escrevam uma autoavaliação individual e coletiva:
•Oquevocêaprendeusobreabiodiver-sidadenoBrasil?•Oquevocêaprendeusobreopapeldascomunidadesindígenasnapreservaçãodabiodiversidadeedadignidadehumana?•Qualésuaavaliaçãosobreasimula-çãodoprocessodevotaçãodoSena-do?Comente-ademodogeraledesta-quepontospositivosenegativos.•Quaisforamsuasmaioresdúvidasedificuldades?•Quaisforamseusaprendizados?
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Ficha técnica: direitos humanos, saúde e democracia
Tipo de sequência didática
Média, com diferentes tipos de leitura de texto verbal e não-verbal (canção, reportagem, exposição, infográfico, cartográfico, tabela e mapa conceitual)
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) Cinco ou seis aulas
Conteúdos • direitos sociais e humanos;• Índice de Desenvolvimento Humano (IDH);• direitos da saúde;• o estado brasileiro e a democracia.
Temas utilizados do Atlas
• Clima: conceitos;• vegetação: Brasil;• direitos humanos: desde o nascer;• saúde: geografia médica;• divisão dos poderes: Brasil.
Materiais necessários
• sala de informática com acesso à internet para pesquisa;• Utensílios para confecção de folder e panfleto;• Canção Comida, do grupo Titãs;• Mapa Climas do Brasil• Trecho do texto Cidadania e direitos humanos, de Maria
victoria Benevides soares.
Objetivos • Compreender o que são os direitos humanos e sua vinculação essencial com a democracia;
• entender que os direitos humanos são essenciais e vão muito além dos direitos fisiológicos e sociais básicos;
• Compreender o que é IDH e IDH-M. Buscar esses índices na internet;
• pesquisar e praticar o direito à saúde por meio de estudo e campanha de prevenção de doenças endêmicas brasileiras;
• Analisar texto conceitual explicativo sobre direitos humanos e democracia e produzir registros explicativos (resumos) e narrativos (autoavaliação).
Produtos finais • folder de saúde preventiva;• Texto narrativo de síntese dos aprendizados sobre direitos
humanos.
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6. Direitos humanos, saúde e democracia
D ireitos humanos e cidadania se tornaram corriqueiras e bastante usadas na mídia, frequentemente com significados contrários às suas matrizes políticas, vinculadas à luta por justiça e igualdade social nos marcos da democracia. Em um país de-
sigual como o Brasil, torna-se urgente falar em garantia dos direitos humanos a todos os cidadãos. A própria Constituição Federal Brasileira afirma o imperativo de garantir os direitos humanos como fundamentais das pessoas. Afinal, é necessário reconhecê-los, protegê-los e promovê-los quando se pretende preservar a dignidade e oferecer possibi-lidades plenas de desenvolvimento social, cultural e econômico. Que tal começar com as seguintes questões:
1. Faça um levantamento prévio das suposições dos alunos e as organize no qua-dro. Aprecie e analise a canção Comida, do grupo Titãs, e discuta com os alunos o que são necessidades humanas e necessidades fisiológicas (animais) do homem e como é preciso garantir minimamente as últimas para suprir as primeiras.
Agora, lance as seguintes perguntas:
•Oqueéfundamentalparaohomemsegarantiremsuahumanidade?•Quaissãoasnecessidadesbásicasdetodosossereshumanos?
17. Em Anexos, leia (e fotocopie para a turma) a letra da canção Comida, do grupo Titãs.
•Comovocêinterpretaaletraquandoafirmaque“Agentenãoquersóco-mer/Agentequercomerequerfazeramor/Agentenãoquersócomer/Agentequerprazerparaaliviarador(...)Agentenãoquersódinheiro/Agentequerdinheiroefelicidade/Agentenãoquersódinheiro/Agentequerinteiroenãopelametade”?
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2. Peça aos alunos que leiam os temas Direitos humanos: desde o nascer, do Atlas, em trios ou duplas, e organizem um mapa conceitual para expressar o que são os direitos fundamentais de uma pessoa com base na interpretação dos textos e de-senhos. Exemplo para começar:
Direitos humanos
InfânciaSaúde Educação Inclusiva
Direitos que garantem a dignidade humana
3. Prepare uma aula expositiva sobre o que é o Índice de Desenvolvimento Hu-mano (IDH) e quando surgiu. Discuta com a turma quais são seus indicadores e sonde os conhecimentos prévios:
Organize uma pesquisa na sala de informática para fazer um comparativo entre os índices de IDH, PIB (Produto Interno Bruto) e FIB (Felicidade Interna Bruta) dos diferentes países do mundo. O FIB é um indicador inventado no pequeno país budista do Butão para qualificar a vida em um país levando em consideração os valores mate-riais e espirituais de um povo. Assim, o objetivo dessa pesquisa comparativa é discutir a importância de indicadores sociais como o IDH e o FIB para relativizar a importância extrema que o mundo contemporâneo confere ao acúmulo de riquezas materiais (PIB). Instigue os alunos a comparar dados de PIB e IDH dos diferentes países do mundo e, depois, compará-los com o Mapa da Felicidade Mundial (Mapa 7). Ajude-os a registrar uma síntese (de 3 a 5 países) em uma tabela comparativa.
•QuepaísesdomundodevemtermaioremenorIDH?Porquê?•Aofazerummapadafelicidade,quaisos países em que a população devesentir-semaisfeliz?Justifique.
para fazer uma pesquisa sobre o piB dos diferentes países do mundo acesse:http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_pa%C3%ADses_por_PIB_nominal_per_capitaPara fazer uma pesquisa sobre o IDH dos diferentes países do mundo acesse:http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_estados_do_Brasil_por_IDHpara fazer uma pesquisa sobre a fiB acesse:http://pt.wikipedia.org/wiki/Felicidade_Interna_Brutahttp://www.cddh.org.br/boff/anuncio.htme localize o artigo �felicidade interna Bruta�, de leonardo Boff.
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4. Proponha um aprofundamento do tema direito à saúde e, especificamente, medicina preventiva e campanhas públicas de prevenção de doenças. Coloque a questão do que é preciso saber para fazer uma campanha e conduzir o debate para conhecer as características naturais do território nacional que favorecem o surgimento de doenças. Organize uma leitura comparativa entre os temas Saúde: geografia médica, Vegetação: Brasil e Clima: conceitos (especificamente o mapa Cli-mas do Brasil). Peça aos alunos que organizem uma tabela para leitura e pesquisa. Procure, em livros de Ciências e Geografia na biblioteca e em sites, fontes para preencher a tabela.
Endemias brasileiras
5. Levante as doenças de ocorrência mais comuns em seu município e faça um folder para a campanha preventiva na escola em linguagem acessível a alunos de Ensino Fundamental I, ilustrando-o com desenhos como aqueles utilizados nas páginas de garantia de direitos humanos. Não se esqueça de listar o que está ao alcance das crianças, da família, da comunidade e aquilo que é tarefa do governo.
6. Discuta com os estudantes a necessidade de pensar em uma boa estrutura de governo para garantir a defesa dos direitos humanos em um país continental, como o Brasil, e o cumprimento de deveres por parte dos cidadãos. Fazer uma leitura em duplas e, depois, compartilhada, do temas Divisão dos poderes: Brasil e pedir aos alunos que respondam às questões seguintes:
•Qualafunçãodecadapoder?•Porquesãotrêspoderesenãomaisou menos? Qual a relação que elesmantêmentresiequefoidefinidanaConstituiçãode1988?• Por que é necessário que cada ci-dadãotenhadocumentoscivis?Oqueelestêmavercomaformadegovernodemocrática?
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7. Peça aos alunos que leiam em duplas o trecho do texto Cidadania e direitos humanos, de Maria Victoria Benevides (disponível em www.programamapa.com.br/livro-do-professor), e façam um resumo. Depois, proponha um debate levando em consideração as seguintes questões:
8. Solicite que todos registrem o debate em um texto narrativo que conte:
• O que aprendi sobre o tema trabalhado no texto.• Do que mais gostei nesse processo de estudo.• Quais foram minhas maiores dificuldades.• Como posso difundir e praticar os conhecimentos que adquiri em minha
vida cotidiana.
•Quaisastrêsgeraçõeshistóricasdedireitos?•Qualarelaçãoentredemocraciaedireitoshumanos?•Porqueaautorasustentaqueam-bos sejam pensados como proces-soshistóricosemconstruçãoeemtransformação?
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Ficha técnica: Água: usos e abusos
Tipo de sequência didática
Curta, com produção gráfica, textual e autoavaliativa para análise do tema
Anos sugerido 6° e 7º Duração (aulas previstas) duas ou três aulas
Conteúdos • disponibilidade de água no mundo;• Análise de mapas, gráficos e tabelas;• Conceitos de ciclo da água, bacia hidrográfica, aquífero e
escassez (física, política e econômica);• Noções sobre manejo sustentável da água;• leitura de imagens e do texto A leitura de textos verbais:
ler para interpretar;• registro de hipóteses e de leitura.
Temas utilizados do Atlas
• solo: camadas;• Água: recursos hídricos;• Água: escassez;• lixo: para onde vai.
Materiais necessários
• papéis e lápis para desenho;• dado atualizado da população total do município• Canção planeta Água, de Guilherme Arantes;• Mapa Hidrografia do Brasil;• Mapa Consumo de Água no Brasil.
Objetivos • pensar nas relações cotidianas de uso e abuso no consumo de água;
• refletir sobre a disponibilidade e sua qualidade na cidade;• pensar sobre seu ciclo em todas as suas escalas e localizar
onde ela está mais ameaçada;• estimar e analisar os tipos de escassez no mundo;• ressaltar a importância do tema para o consumo
consciente.
Produtos finais • Gráfico de linha para comparação de projeções de água entre países em 2025;
• Texto-síntese sobre as causas da escassez de água no mundo;
• Autoavaliação narrativa.
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O que se sabe sobre o ciclo da água? Como o homem utiliza esse precioso líquido que compõe mais de 80% do corpo humano? Será que o uso é consciente ou há abusos com desperdícios? E no mundo, como se dá seu consumo e sua disponi-
bilidade? Será que é muito desigual?
1. Canção para listar o que se sabe sobre o assunto
Organize a classe em diagonal ou semicírculo e coloque a canção Planeta Água, de Guilherme Arantes, para tocar. Deixe que os alunos ouçam livremente a primeira vez, imaginando paisagens e, se quiserem, esboçando desenhos. Em seguida, com a música de fundo, peça a cada um que produza uma representação gráfica (desenho em bloco-diagrama) para expor o que sabe sobre os diferentes momentos do ciclo da água. Solicite desenhos da região. Socialize os resultados com o grupo.
2. Leitura de imagens do Atlas Ambiental
Organize os estudantes em duplas e peça a leitura dos seguintes temas do Atlas: Solo: camadas, Água: recursos hídricos, Água: escassez e Lixo: para onde vai. A intenção é per-ceber os diferentes lugares em que se encontram recursos hídricos no planeta. Compare o desenho feito na hora da música e questione:
Discuta com o grupo as impressões dessa leitura de imagens e as descobertas e sur-presas que suscitou.
o conceito de bacia hidrográfica é recorrente nos textos do Atlas, mas ele não traz explicações sistemáticas sobre o assunto. prepare uma aula expositiva valendo-se de desenho de bloco-diagrama para explicar o que é bacia hidrográfica e, depois, exemplifique delimitando a bacia onde os alunos estão localizados.
7. Água: uso e abusos
•Seráquevocêsdesenharamrealmenteto-dososmomentosdociclodaságuasouháalgumaformaouestado reveladonas ima-gensquenãofoilembradoouimaginado?
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Trabalhe a leitura de Água para todo lado, do Atlas, em correlação (como um zoom) com o mapa de hidrografia do estado. Explique para a turma o que são os comitês de gestão. Consulte também o mapa Hidrografia do Brasil (veja em Mapas).
3. Leitura de textos e mapas
Solicite uma leitura do tema Água: recursos hídricos, do Atlas, e questione:
Peça a turma que pense nas proporções citadas no texto. Se toda a água do planeta fosse colocada em uma garrafa PET de 1 litro, qual seria a quantidade de líquido potável: 1 copo cheio de 100 ml, 1 copo de 50 ml ou apenas a tampinha da garrafa (10 ml)?
Realize com a turma a atividade para expressar as proporções dos diferentes tipos de água no planeta e peça para que os alunos a registrem por meio de desenho.
Em seguida, analise a imagem e os climogramas do tema Água: recursos hídricos (a se-guir), do Atlas: qual das três cidades tem, provavelmente, maior e menor disponibilidade hídrica? Por quê? Se preciso, localize as cidades em um mapa Brasil: político.
veja em www.programamapa.com.br/livro-do-professor informações conceituais e visuais sobre o tema, fornecidas pela rede das Águas
•Seubairropossuitratamentodeáguaeesgoto?Dequetipo?Hávazamentos?•Quehipótesesvocêpodeformularparaexplicarasituaçãohídricaesanitáriadobairroemquevive?•Porqueodesmatamentodematasciliarescomprometeasaúdedosrios?•Localizesuacasaeestimeadistânciaaproximadaentreelaeotroncocoletordeesgotosmaispróximo(vejacomomedirdistânciasemmapasnasequênciaComomapearespaços).
18. Veja em Anexos a atividade Água no planeta.
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Como varia o índice pluviométrico médio (a frequência média de chuvas) ao longo do ano em cada uma delas? O que você pode deduzir a respeito do clima de cada uma das regiões onde essas cidades se encontram?
4. Registro final e autoavaliação
Prepare um debate-correção das questões e organize hipóteses para serem confron-tadas com a leitura dos próximos temas do Atlas, que trazem índices explicando a razão de perdas hídricas nas cidades brasileiras. Discuta com os alunos o fato de lugares onde há muita disponibilidade hídrica, como Manaus, haver pouca infraestrutura para a água chegar com qualidade à maioria da população. Considere com a turma a situação da dis-ponibilidade da oferta hídrica do município.
Amplie a escala da reflexão: e no mundo, como se dá a oferta e o consumo de recur-sos hídricos? Proponha uma leitura detalhada do texto, das imagens e do mapa do tema Água: escassez, do Atlas. Analise os dados da tabela de maneira a configurar as regiões e continentes do mundo que mais devem sofrer com a escassez física, política e econômica da água ainda neste século. Esquematize no quadro, explicando os tipos de escassez e relacionando-os a dados climáticos. Peça aos estudantes que:
• Escolham seis países com situações muito díspares e contrastantes entre si e faça um gráfico de linha/evolução para melhorar a visualização da projeção de água per capita para 2025. Use uma cor diferente para cada país, de maneira a desenhar todas as projeções no mesmo gráfico.
• Faça uma correlação entre os dados da tabela e o mapa de escassez de água e responda à seguinte questão em um texto com o mesmo título: “Escassez de água no mundo: quem é o grande vilão? O clima (escassez física) ou a economia política?”
• Solicite narrativas como registros-síntese: o que você achou de estudar o tema Água: usos e abusos? Quais foram suas maiores dificuldades e conquistas?
• Use o mapa Consumo de Água no Brasil como uma referência em sala de aula.
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CABACEIRAS - PB
MANAUS - AM BRASíLIA - DF
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Ficha técnica: floresta Amazônica: ameaças e sustentabilidade
Tipo de sequência didática
Curta, com dinâmica ecológica da teia e produção de tabela de hipóteses como estratégia de leitura
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) duas ou três aulas
Conteúdos • Noções sobre sustentabilidade e condições ambientais da Amazônia;
• leitura de imagens e textos explicativos (ler para produzir uma interpretação);
• registro de hipóteses e leitura.
Temas utilizados do Atlas
• vegetação: Brasil;• Amazônia: impactos ambientais;• Amazônia: sustentabilidade.
Materiais necessários
• lápis e papel.
Objetivos • sensibilizar para a importância do pensamento ambiental;• estimular a reflexão sobre as relações, e não sobre
objetos isolados;• formar noção ampla e inicial sobre a importância do tema
sustentabilidade;• Mobilizar representações dos alunos acerca das
características da floresta Amazônica atual (ameaças e potencialidades);
• desenvolver a competência leitora em uma atividade significativa de leitura do Atlas Ambiental.
Produtos finais • registros de processo de trabalho;• Tabela de hipóteses prévias e de resultado de pesquisa.
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Como percebemos o meio ambiente? Será que nos sentimos parte ou à parte da natureza? Responder a essas questões é perceber qual a relação que se estabelece com tudo o que nos rodeia – o meio ambiente. O modo de vida que as pessoas
levam traz consequências para o meio ambiente? Será que elas podem sustentar esse jeito de viver se ele for multiplicado por 6 bilhões (número de indivíduos no planeta)? Pensar sobre isso é refletir sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Nesta sequên-cia de atividades, o foco é a Amazônia. Leia também as atividades sobre os temas lixo e escalas da sustentabilidade.
Uso do espaço e agrupamentos:• Pátio escolar;• Sala de aula ou biblioteca: individual (desenho), em fileiras; grupos (pensando na floresta Amazônica), em trios, com carteiras agrupadas, ou por mesas, na biblioteca.
pressupostos: Já ter feito atividades sobre o que é meio ambiente e de sensibilização para a importância das relações ambientais.
1. Sugestão de sensibilização
Dinâmica ecológica da teia
Duração: Uma aula.
Materiais necessários:• Folhas em branco e lápis para desenho;• Prancheta para apoio;• Barbante e pregadores para o varal de exposição;• Imagens ou nomes de elementos da natureza.
Como proceder?a) Distribua as folhas e os lápis e peça aos alunos que façam uma represen-tação gráfica ilustrando o que é meio ambiente.
b) Monte uma exposição (ou varal) com os resultados. Comente e analise as representações, reparando se os estudantes imaginaram apenas ambien-tes naturais ou também urbanos e sociais. Repare na diversidade ou seme-lhança entre o imaginário gráfico e o conceitual de cada um.
8. Floresta Amazônica: ameaças e sustentabilidade
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c) Diga à turma que haverá uma vivência coletiva do que é meio ambiente. Vá para algum lugar externo da escola, de preferência próximo a alguma área verde. Faça uma roda e a seguinte introdução oral:
Nossa vida é marcada por relações – de parentesco, amizade ou profissional – e, para existir, elas precisam estar em harmonia. essa condição também existe na natureza. Quando um dos elementos é alterado, a harmonia está ameaçada, pois haverá mudança.
d) Na grande roda, cada aluno representará um elemento qualquer da natureza ou uma ação humana praticada contra ela. A proposta é que cada um consiga reco-nhecer uma inter-relação com o elemento de outro colega. Cabe a você, professor, escolher os personagens, quem os encenará e aquele que dará início ao jogo.
O responsável pelo início deve escolher um colega e amarrar um pedaço de barbante no dedo indicador dele. Ao fazer isso, ele pode explicar a dependência que os dois mantêm (por exemplo, eu sou um laranjal e preciso de uma boa irri-gação para sobreviver). Feita a apresentação, agora é a vez de o segundo escolher um amigo. A atividade acaba quando todos estiverem interligados.
Depois de construída a teia de barbante, a sugestão é fazer com a turma uma reflexão sobre o que foi visto na dinâmica. Lance as seguintes perguntas:
Explique aos alunos que o homem não é o fator de desequilíbrio, mas que, na natureza, todos dependem uns dos outros.
2. Sugestão de reflexão
Pesquisa de opinião
Professor, se você achar adequado, pode contar aos alunos sobre uma pes-quisa muito interessante e organizar com eles uma semelhante na escola, entre
•Interferimosnoequilíbriodanatureza?•Oqueaconteceriasetalplantanãoexistissemais?(Nessecaso,oelementoextintopodeserretiradodateiaparaqueogrupovejaoqueacontececomoformato.)
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os familiares e conhecidos na cidade. Como contou o jornalista ambiental Washington Novaes no filme-documentário Agenda 21: a Utopia Concreta, de 1997 (cinco anos após a ECO-92 – 2ª Conferência Mundial sobre Meio Am-biente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992), o Ministério do Meio Ambiente fez uma pesquisa para saber a opinião do brasileiro sobre a importância da preservação do meio ambiente. As duas perguntas da pes-quisa foram: 1) Você é contra ou a favor do desmatamento e da alteração dos ecossistemas em prol do desenvolvimento econômico? e 2) Você se vê como parte da natureza?
O resultado foi surpreendente: 2/3 (cerca de 66%) dos entrevistados res-ponderam que eram contra toda forma de destruição do meio ambiente em nome do desenvolvimento econômico, porém apenas 1/3 (cerca de 33%) afir-mou sentir-se parte da natureza. E você: sente-se parte da natureza ou não? Pode ser afetado pelas mudanças no meio ambiente ou não?
Não custa lembrar aos estudantes que todas as pessoas são formadas por água, minerais e compostos orgânicos vindos da natureza, ou seja, por nutrientes oferecidos pelo meio ambiente. Logo, parece razoável supor que tudo o que ocor-rer de nocivo ao planeta e ao meio ambiente sempre as afetará.
Que tal investigar a opinião dos outros sobre o tema, reaplicando a pes-quisa do Ministério do Meio Ambiente, quantificando seus resultados e, de-pois, comparando-os com os dados da pesquisa original?
3. Sugestão de preparação
Peça como tarefa para casa que os alunos pesquisem no dicionário os sig-nificado das palavras “desenvolvimento” e “sustentável” ou “sustentabilidade”.
4. Aula com o Atlas
No quadro, escreva:
Momentos:a) O que é desenvolvimento sustentável?b) Como é a Floresta Amazônica hoje? O que a ameaça? O que pode salvá-la?c) Leitura das pranchas: Vegetação: Brasil, Amazônia: impactos ambientais e Amazônia: sustentabilidade, do Atlas.d) Registro e avaliação.
Data/PlanodeaulaTema:Desenvolvimentosustentável
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Desenvolvimento:a) Lance a pergunta:
Socialize as pesquisas feitas em dicionário. Sistematize palavras-chave no quadro e peça que copiem no caderno.
b) Conhecimentos prévios
Divida os alunos em trios e solicite que discutam e montem uma tabela com as palavras-chave (de acordo com o exemplo abaixo) ou o mapa conceitual (logo em seguida) sobre o que pensam sobre a Floresta Amazônica e o que a ameaça hoje.
Floresta Amazônica
Como é a Floresta Amazônica? O que a ameaça? Como desenvolvê-la com sustentabilidade?
• Grande tapete verde• Mata fechada• Muitos rios• Inúmeros animais nativos• Muito calor e umidade• Presença de índios
• Madeireiras• Queimadas• Pastagens• Urbanização• Poluição
• Criar uma imensa área de conservação• Investir em polícia florestal
Mapa conceitual da Floresta Amazônica
Os alunos devem se sentir livres para opinar e arriscar construir suposições. Após a leitura do Atlas, completam-se todos os lados da tabela ou do mapa.
•Oqueédesenvolvimento?Esustenta-bilidade?Oquesignificasustentável?
FlorestaAmazônica
Condição natural: tapete verde,
umidade e calor, biodiversidade
Desenvolvimento sustentável:
criar grande unidade de conservação
Ameaças atuais: desmatamento,
pastagem, urbanização
Mapa conceitual da Floresta Amazônica
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c) Leitura do Atlas
Ao ler os temas do Atlas, dê tempo à turma para contemplar e observar os mapas, as fotografias e os infográficos. Estimule suposições sobre as pai-sagens mostradas, relacionando-as com as que já viram ou ouviram falar. As pranchas de impactos ambientais e sustentabilidade apresentam paisagem flo-restal e fluvial análoga. Questione os alunos se pode se tratar do mesmo local ou não, solicitando que justifiquem suas opiniões (fundadas em argumentos).
Façam-nos pensar sobre o ângulo de visão em que o rio é mostrado em uma e em outra prancha, notando a forma de suas curvas, ilhas e margens, além de notar a modelagem do relevo circundante. Ao fazer isso, você estimulará os estudantes a ler a paisagem em termos de planos de imagem e de elementos de composição, desenvolvendo raciocínios espaciais para sustentar suas formulações.
Leia, primeiramente, a prancha Vegetação: Brasil e preencha a primeira coluna do quadro sugerido há pouco (lembre-se de que está parcialmente pre-enchida com as hipóteses iniciais dos estudantes). Assim, complete as informa-ções escrevendo com outra cor, de maneira a tornar claro o que é informação retirada do Atlas e o que é suposição inicial dos estudantes. Quando as suspeitas forem confirmadas pela leitura, crie um símbolo com a mesma cor das informa-ções colhidas no Atlas (veja exemplo abaixo). Quando as hipóteses iniciais forem negadas pela leitura, marcar com um “x” ao lado da informação falsa. Depois, faça o mesmo com a prancha de impactos ambientais e com a de sustentabilidade.
Exemplo:
Como é a floresta? O que a ameaça? Como desenvolvê-la com sustentabilidade?
• Grande tapete verde • Mata fechada• Muitos rios• Inúmeros animais nativos • Muito calor e umidade • Presença de índios • Áreas densas e de campos, com arbustos baixos (portanto, não é tapete verde homogêneo)• Floresta ombrófila densa e não-densa (mas sempre úmida e coberta de folhagem o ano todo)
• Madeireiras • Queimadas • Pastagens • Urbanização • Poluição• Grileiros• Fronteira agrícola• Mineradoras• Garimpo• Fábricas poluentes• Tráfico de animais• Estradas não-oficiais
• Criar uma imensa área de conservação • Investir em polícia florestal• Criar unidades de conservação• Turismo sustentável• Rotatividade agrícola• Recuperação do curso natural dos rios• Recuperação florestal• Replantio• Indústrias legais• Mata ciliar• Garantir presença de populações tradicionais
d) Registro e avaliação
No caderno, peça aos alunos que escrevam um registro sobre o que apren-deram sobre o tema “desenvolvimento sustentável”. Você pode pedir, por exemplo, que eles:
• Consultem a tabela, o mapa e o Atlas e escrevam dois ou três parágra-fos sobre o impacto ambiental das atuais formas de uso da Floresta Amazônica e sobre como é possível reverter tal situação, visando ao desenvolvimento sustentável.
• Respondam às questões: Como você avalia a aula? Quais foram suas dificuldades e seus aprendizados?
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Ficha técnica: lixo: de onde vem e para onde vai?
Tipo de sequência didática
Curta, com pesquisa quantitativa e qualitativa sobre o tema
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) duas ou três aulas
Conteúdos • Tipos de resíduos sólidos e seu destino (sustentáveis ou impactantes ao meio ambiente);
• Cálculo de estimativas de produção de lixo;• leitura de gráficos setoriais e mapas;• leitura de imagens e do texto A leitura de textos verbais:
ler para interpretar;• registro de hipóteses e de leitura.
Temas utilizados do Atlas
• solo: camadas;• lixo: para onde vai.
Materiais necessários
• papéis e lápis para desenho;• dados atualizados da população total do município e do
mundo;• Canção vira lixo, de Chico César;• Texto o lixo, de rubem Alves;• Mapa população Urbana do Brasil.
Objetivos • pensar a quantidade, a origem e o destino do lixo e dos resíduos sólidos que são produzidos diariamente;
• Aprender a diferença entre lixo e resíduos sólidos;• entender os tipos de resíduos sólidos que dispõem de
indústria de reciclagem atuante;• pensar nas relações cotidianas com o meio ambiente;• Comparar a produção de resíduos da sociedade urbana do
presente com a sociedade rural do passado;• Mostrar a importância do tema da redução, do reúso e da
reciclagem do lixo em prol do desenvolvimento sustentável da sociedade atual.
Produtos finais • Textos expositivos de síntese conceitual sobre os “r” da sustentabilidade;
• Tabelas de estimativa de produção de lixo;• registros de hipóteses de leitura.
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9. Lixo: de onde vem e para onde vai?
N esta sequência didática, o estudo trata de um tema fundamental e ligado direta-mente à vida de cada um: o lixo. Quem pode viver sem gerar algum lixo? O que é lixo? Que tipo de lixo você acha que gera todos os dias? Em que quantidade?
Para onde você acha que ele vai após jogá-lo num saquinho na escola ou em casa? E quando alguém o deixa cair no chão? As respostas para essas perguntas estão no Atlas.
1. Ponha a canção Vira Lixo, de Chico César, para tocar e peça aos alunos que produzam alguma representação gráfica (desenho, esquema... o que quiserem) para expor o que supõem ser lixo, o que geram de lixo por dia e para onde acham que ele vai. Socialize os resultados com a sala em uma exposição.
2. Desafie a turma a estimar quanto lixo cada um produz por dia. Proponha que, por um dia, todos os alunos reúnam num saco só todo o lixo que produzem, jun-tando vários saquinhos (de supermercado) em um lixo (de cozinha, do quintal e o produzido na escola). Ao fim do dia, peça que estimem o peso, simulando uma balança. Pegue um pedaço de pau (uma vara) e pendure, de um lado, uma sacola plástica com um pacote de 1 kg de alimento não perecível (feijão, açúcar etc.) e, do outro lado, uma sacola com todo o lixo produzido. Avalie para qual lado pende a vara ou se ela se equilibra. Se houver desequilíbrio, é necessário adicionar ou re-tirar com uma xícara do alimento não perecível, estimando quanto pesa a medida. Com a observação, você poderá estimar o peso do lixo. Se preferir e puder, passe em uma farmácia ou em um armazém e pese em uma balança todo o conjunto do lixo em uma sacola só. Atenção, professor: os alunos não devem manipular o lixo diretamente. Oriente-os para que utilizem luvas de proteção.
3. Proponha que os estudantes leiam o texto O lixo, de Rubem Alves. Peça que exponham suas expectativas sobre um texto escrito e colhido na internet sobre esse tema. Explique que ele será lido em duas etapas. Proceda conforme sugerido em A leitura de textos verbais e não-verbais: ler para interpretar (veja no Capítulo 2).
19. Veja em Anexos a letras da canção Vira Lixo, de Chico César.
leia o texto o lixo, de rubem Alves, em www.programamapa.com.br/livro-do-professor
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a) Em trios, peça aos alunos que compartilhem e comparem suas representações iniciais sobre o próprio lixo diário com a descrição de produtos que geram amplos resíduos sólidos, feita por Rubem Alves, e com o lixo que colheram em casa.
Veja que representações eles têm acerca do destino do lixo: se conhecem a diferença entre lixão, aterros controlado e sanitário, cooperativa de coleta seletiva ou usina de reciclagem. Registre essas representações e vivências prévias.
b) Discuta como se calculam médias e de onde podem extrair a informação sobre a população mundial e calcular a conta sugerida pelo autor: a quantidade de lixo que se produz no mundo por ano. Ofereça o número e a fonte de onde você o encontrou. Discuta o texto com os alunos e faça o cálculo sugerido: 1 kg de lixo por pessoa x número da população mundial x 365 dias = toneladas (milhares) de lixo que se produz por ano no mundo.
c) Em seguida, desafie a turma: quanto de lixo produz o município? E a escola? Peça que os alunos anotem em uma tabela todas as formas de lixo que Rubem Al-ves encontra na casa dele e que eles também produzem no próprio cotidiano (em casa ou na escola). Ajude-os a fazer a estimativa da quantidade semanal, mensal e anual de resíduos acumulados e o provável destino que esse lixo ganha na cidade.
Tipos de lixo produzidos
TipodelixoqueRubemAlvesproduz Tipodelixoquevocêproduz
• Embalagens plásticas (xampu, remédio, pasta de dente etc.)• Embalagens de vidro (vinho, uísque etc.)• Etc.
Tipos de lixo produzidos (média em kg)
Diária Você Classe Escola Cidade Mundo
Mensal
Anual
Acesse www.programamapa.com.br/livro-do-professor e veja o link para o site do Cempre (Compromisso empresarial para reciclagem), de onde podem ser coletados dados para as aulas
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Discuta e sistematize com os alunos hipóteses para explicar:
4. Faça a leitura das imagens do tema Solo: camadas, do Atlas. Em seguida, faça uma leitura completa (textos e imagens) do tema Lixo: para onde vai, do Atlas, e compare as estimativas feitas sobre a produção de lixo no município com os dados trazidos no texto. Peça aos alunos que registrem sob a forma de mapa conceitual um resumo do que é lixo, quais são seus tipos (resíduos sólidos e não sólidos; re-cicláveis ou orgânicos), quais seus possíveis destinos nocivos ao meio ambiente e suas destinações sustentáveis.
Lixo: o que não fazer
Lixo => resíduos sólidos => orgânicos (úmidos) e recicláveis (secos) => possíveis usos e destinos:
•Paraquetipodedestinovaiolixodomunicípio?Emquelocaisocorremosdepósitosdelixo?Porquê?•Épossívelsuporquaissãooslocaismaisadequadosparadepositarlixoemumrelevo?Leveemconsideraçãooscursosdeáguaeusoshumanos.•VocêachaqueomesmosedáemoutraspartesdoBrasil?Justifique.
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a) De grande impacto ambiental na atmosfera, no solo e no lençol freático (do mais ao menos impactante): lixão, aterros controlado e sanitário e incinerador;
b) Sustentáveis e de alta influência na conscientização ambiental: diminuição do consumo, compostagem dos resíduos orgânicos, coleta seletiva para reciclagem, estação de tratamento de esgotos, usinas integradas de tratamento de resíduos sólidos (com a manutenção de áreas verdes e matas ciliares).
Esclareça a diferença entre lixo (refugo que não pode mais ser aproveitado em nada) e resíduos sólidos (orgânicos, destinados à compostagem; recicláveis, com possibilidade de reuso e reciclagem). Esclareça que a maior parte dos resíduos secos já dispõe de tecnologia para reciclagem (sobretudo na Europa e no Japão), porém muitos não têm mercado na indústria de reciclagem brasileira (sobretudo a coleta e o transporte dos resíduos), pois ela ainda é bastante cara na maior parte do Brasil. Para muitos produtos, como o vidro plano de janela, do ponto de vista financeiro, compensa mais ao produtor trabalhar a matéria-prima virgem (areia) do que reciclar vidros usados ou quebrados. Já para o vidro de garrafa e de potes de alimentos (feito com outra composição mineral da sílica da areia) há muito mercado em toda a Região Sudeste do Brasil. Se a turma se interessar, pode-se fazer uma pesquisa sobre esse tema, relacionando-o ao tema Economia, do Atlas.
5. Faça uma leitura compartilhada do texto e das informações cartográficas liga-das ao quadro Rei da sucata, do tema Lixo: para onde vai, do Atlas. Esclareça as dúvidas dos alunos e certifique-se de que entenderam bem as legendas. Analise pelo menos um dos gráficos setoriais para garantir a compreensão adequada na leitura dos alunos. Escreva um texto analisando o mapa da mesma página e apre-sentando o tipo de destino para os resíduos sólidos que predomina em cada região do país. Depois de sua descrição, responda: Quais as hipóteses para explicar essas diferenças regionais?
O mapa População Urbana do Brasil (Mapa 3) oferece base argumentativa para um exercício de comparação. Fale sobre ele com os alunos localizando onde há mais infraestrutura urbana e sanitária e onde esses direitos sociais básicos ain-da não estão garantidos. Compare o território da urbanização com infraestrutura com o território do tratamento de lixo e analise semelhanças e diferenças. Sinte-tize o debate no quadro para que os alunos produzam um registro descritivo do que aprenderam na aula.
20. Veja, em Anexos, a tabela Material reciclado e não-reciclado, relativa ao município de Santana de Parnaíba (SP), que pode ser usada como exemplo para a atividade.
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6. Lance a questão:
Peça que os estudantes leiam a parte final do texto de Rubem Alves e reparem no paralelo que o autor faz entre o passado e o presente.
7. Solicite aos alunos que, em duplas, registrem o paralelo comparativo (sob a for-ma de tabela ou esquema) entre o tempo presente (sociedade urbano-industrial e consumista) e o passado (sociedade rural e artesanal) e respondam às questões:
• Recusar o consumo supérfluo e gerador de lixo e resíduos sólidos.• Reduzir ao máximo a produção do lixo.• Reusar tudo que for possível, sendo criativo.• Reciclar tudo que puder ser reciclado, sem consumir a mais por
saber que pode ser reciclado.
8. Faça um grande círculo e debata o texto, os paralelos e as respostas. Complete no quadro os esquemas comparativos. Sintetize o debate e, como registro e ava-liação final, peça aos alunos que escrevam individualmente um texto sobre o tema Lixo. Se preciso, deixe como sugestão ao menos dois títulos, que podem ser:
• Lixo: recordações do passado, alternativas para o presente• O lixo e o futuro do planeta: a importância dos 4 Rs
•PorqueRubemAlvesafirmaemseutextoque“talvezapobrezafaçamaisbemàvidadoqueariqueza”?Vocêconcordacomessaopinião?•CombasenasideiaslançadaspeloautorenaleituradoAtlas,qualaimportânciados4Rsdolixo:recusar,reduzir,reusarereciclar?
•Seráquesemprefoiassim?Seráqueasociedadesempregeroutantosresíduossólidosparaoplaneta?
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Em todos os casos, solicite aos estudantes que discutam as ideias de Rubem Alves e utilizem os conceitos e as situações exemplificados no Atlas.
se quiser, você pode aprofundar a discussão trazendo o conceito de “pegada ecológica”, que ajuda a estimar o impacto global que cada um tem no planeta por habitar, alimentar-se, transportar-se e consumir de determinada maneira. ou seja, o conceito calcula o que é deixado como rastro (ou impacto ambiental) pela passagem do ser humano na Terra. Há sites que ajudam a calcular o impacto de cada um desses itens nos ecossistemas mundiais. o objetivo é trazer a discussão de que o pla-neta não tem capacidade de suportar a universalização dos padrões atuais de consumo das sociedades urbano-industriais, como estados Unidos ou Brasil. seriam necessários recursos naturais de cerca de dez planetas Terra para que todos pudessem consumir tantos recursos como fazemos aqui, no Brasil (sobretudo nas grandes cidades), ou nos estados Unidos.
Confira em www.programamapa.com.br/livro-do-professor, o texto Quatro “erres” contra o consumismo, de leonardo Boff. desse texto de apoio, você pode retirar parágrafos para motivar debates ou produção de textos em provas.
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Ficha técnica: energia no dia a dia
Tipo de sequência didática
Curta, com metodologia de pesquisa e produto final voltados para o uso cotidiano
Anos sugeridos 6° e 7º Duração (aulas previstas) Três ou quatro aulas
Conteúdos • os mecanismos que transformam a energia produzida pela força da água em energia hidrelétrica;
• leitura e análise de texto;• o consumo de energia elétrica em casa;• As fontes alternativas de produção de energia no Brasil.
Temas utilizados do Atlas
• Zoom: do espaço ao município;• Mobilidade: como sair e chegar;• energia: matriz brasileira;• energia: alternativas renováveis.
Materiais necessários
• papel pardo e cartolinas;• Canetas hidrocor e lápis;• retroprojetor e transparência com conta de luz;• Texto os impactos sociais da barragem de sobradinho, de
Cosme freire Marins• Canção “sobradinho”, de sá e Guarabira.
Objetivos • entender como é produzida e transmitida energia elétrica por meio de hidrelétricas;
• Analisar o próprio consumo de energia e identificar na conta de luz;
• Adotar procedimentos contra o desperdício de energia e mobilizar a comunidade em uma campanha informativa.
Produtos finais • Cartilha de consumo consciente de energia para distribuir no bairro.
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S ão muitos os recursos naturais utilizados para a sobrevivência humana: a água, o solo, a energia solar etc. Mas como esses recursos são usados? Porque há tanto emprego de energia? Houve um tempo em que a maioria das pessoas utilizava,
predominantemente, o fogão a lenha, a tração feita por animais e a luz vinda do lampião. Apesar de ainda existirem esses meios de uso e obtenção de energia, atualmente, as ne-cessidades cresceram muito e as tecnologias se modificaram.
Anualmente, para sustentar o desenvolvimento dos países, são construídos grandes complexos hidrelétricos, usinas nucleares e o petróleo ainda é o principal combustível. O homem não vive sem energia e, para acompanhar o ritmo crescente de necessidades energéticas, os mecanismos de criar alternativas trabalham a todo vapor. Ao mesmo tem-po, é necessário manter o crescimento da produção de energia sem desgastar os recursos naturais. É preciso estudar novas maneiras sustentáveis de geração energética.
A forma como se utiliza a energia preocupa. A situação atual do consumo energético no mundo cresceu muito. O uso de combustíveis fósseis e da energia elétrica gerou con-forto, mas também problemas ambientais. O que é possível fazer? O que a escola pode ensinar sobre esse assunto? Nesta sequência, serão abordados aspectos da produção e do consumo de energia hidrelétrica.
1ª Etapa: Mobilização dos saberes prévios e aula sobre matriz brasileira: hi-drelétricas.
1. Reúna os alunos em um grande círculo e distribua a letra da música Sobradinho, de Sá e Guarabira. Se possível, reproduza a canção em sala.
2. Após a leitura (e audição da música, se possível), abra uma discussão em torno das hidrelétricas, propondo algumas questões:
21. Veja, em Anexos, a letra da canção Sobradinho.
10. Energia no dia a dia
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•DoquetrataaletradacançãoSobradinho?•PorqueseráqueaconstruçãodeSobradinhoinspirouacriaçãodamúsica?•Porque,paraaproveitaraenergiahidráulicadeumrio,serepresamaságuas?Comoaletradamúsicarefleteisso?•Aletramencionacertaprofeciadeumbeato:“Osertãovaivirarmar”.Aquepersonagemhistóricoserefere?•Vocêconhecenaatualidadealgumdilemasobrerios,águaseenergiaemsuaregião?•Deondevemaenergiaelétricaqueabasteceseumunicípio?
Professor, essa é uma maneira singela de evocar conhecimentos prévios dos alunos. Caso eles não se lembrem, coloque a questão recente das hidrelétricas do rios Madeira e Xingu e também o dilema da água com a transposição do rio São Fancisco. Organize o debate colocando no quadro as ideias apresentadas pelos alunos.
Quanto à questão da profecia de um beato, os compositores estão se referindo a Antonio Conselheiro, que, em 1896, liderou a resistência no arraial de Canudos, no sertão da Bahia. As profecias dele, como a que dizia “...o sertão virará praia e a praia virará sertão...”, ficaram conhe-cidas no livro os sertões, de euclides da Cunha. depois de discutir a letra da canção sobradinho, distribua o texto os impactos sociais da barragem de sobradinho, com algumas informações a respeito dessa lo-calidade.
3. Após a leitura, abra novamente a discussão e procure relacionar com vivências locais em relação à construção de barragens e à produção de energia hidrelétrica. A sugestão é dar uma aula sobre a produção de energia hidrelétrica e sua trans-missão com base na leitura do tema Energia: matriz brasileira, do Atlas. Solicite a cada grupo que escreva uma frase que represente a discussão feita e coloque em papel pardo para ser pendurado no mural da sala.
veja em www.programamapa.com.br/livro-do-professor, o texto os impactos sociais da barragem de sobradinho, de Cosme freire Marins
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2ª Etapa: Avaliando o consumo de energia.
1. Para trabalhar o consumo de energia, reúna os alunos em grupos e distribua as seguintes questões para debate:
Convide os alunos a ler o tema Energia: matriz brasileira, do Atlas, e comparar as explicações ali feitas com as suposições esboçadas para responder a questões acima. Peça que observem as imagens do tema Zoom: do espaço ao município e a planta da cidade no tema Mobilidade: como sair e chegar, ambos do Atlas, e produzam um croqui em que loca-lizem o percurso da energia elétrica do produtor até a cidade. Organize cartazes para que exponham no mural as questões feitas, suas conclusões e seus croquis.
2. Coloque em transparência uma conta de luz para análise coletiva de todas as informações constantes. Discuta com os alunos como é possível economizar energia.
No tema Energia: matriz brasileira, do Atlas, há o cálculo de quanto cada eletro-doméstico consome. Monte no quadro uma tabela de gasto de energia elétrica e discuta onde pode ocorrer redução. Convide os grupos a organizar um experi-mento sobre medida de consumo. Para isso, peça que façam uma lista de alguns eletrodomésticos mais comuns que as famílias possuem e solicite que pesquisem quanto cada equipamento consome de energia quando está em uso.
3ª Etapa: Pesquisa em casa e campanha antidesperdício.
1. Proponha ao grupo a construção de um questionário que avalie o consumo de energia elétrica em casa. O levantamento dos hábitos da família e dos eletrodo-mésticos que possuem pode auxiliar na construção do questionário.
•Emquaisatividadesutilizamosenergiaemnossocotidiano?•Seriapossívelviversemenergia?Justifique.•Aproduçãodessaenergiaimplicoue/ouimplicaproblemasambientais?Quaisvocêconhece?•Deondevemessaenergiautilizada?Tentedescreveroprocessoentreaproduçãoeautilizaçãodaenergia.Façaumdesenhodatrajetóriadaenergiadolocalondeéproduzidaatéchegaremsuacasa.
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Peça aos alunos dicas de consumo energético econômico para orientar a formu-lação das perguntas.
2. Socialize as questões e proponha que os alunos discutam quais recomendações fariam para economia de energia em casa. Veja alguns exemplos contidos no tema Energia: matriz brasileira, do Atlas.
3. Como produto final, peça aos alunos que leiam em duplas o tema Energia: alternativas renováveis, do Atlas, e produzam uma síntese textual. Distribua as cartelas Energia - dicas de redução de consumo e solicite que, em grupos, elaborem uma cartilha com essas informações para uma campanha no bairro pela economia de energia, ilustrando-os com seus próprios desenhos e com seções do tipo Você sabia que..., que expliquem as alternativas energéticas limpas possíveis para o país. A ideia é estimular o combate ao desperdício e compartilhar informações sobre matrizes energéticas sustentáveis.
22. Veja, em Anexos, o questionário Energia no dia a dia, para servir de exemplo ou ser fotoco-piado e completado pelos alunos.
23. Veja, em Anexos, o questionário Energia - dicas de redução de consumo.
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Anexos
N as páginas a seguir, você encontrará diversos materiais que podem ajudar a tor-nar suas aulas mais interessantes. São tabelas a ser preenchidas, letras de músicas para a turma cantar e aprender, textos complementares e exemplos de produções
de alunos e de planejamento de atividades. Fique à vontade para fotocopiar os materiais que julgar necessários e compartilhe-os com os estudantes. Aproveite!
Materiais para enriquecer suas aulas
1. Natureza dos conteúdos 2. Habilidades de leitura 3. Introdução à cartografia 4. Expedição: volta ao mundo 5. Gramática cartográfica 6. Classificação cartográfica 7. Como completar uma rosa dos ventos 8. Estudo da paisagem e croqui geográfico 9. Mapeamento e estudo da paisagem10. Autoavaliação da atividade de campo11. Aprender a fotografar12. Caça ao tesouro13. Roteiro para estudo do meio14. Medição pluviométrica15. Controle de temperatura16. Parabolicamará (Gilberto Gil) 17. Comida (Titãs) 18. Água no planeta19. Vira Lixo (Chico César) 20. Material reciclado e não-reciclado21. Sobradinho (Sá e Guarabira)22. Energia no dia a dia - questionário23. Energia - dicas de redução de consumo
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VALORES: s
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arie
dade
,
resp
eito
aos
out
ros,
resp
onsa
bilid
ade,
liber
dade
etc
.
ATITUDES: c
oope
rar
com
o gr
upo,
aju
dar
os c
oleg
as,
resp
eita
r o
mei
o am
bien
te,
part
icip
ar d
as ta
refa
s
esco
lare
s et
c.
Apes
ar d
as d
ifere
nças
,
todo
s es
ses
cont
eúdo
s
estã
o es
trei
tam
ente
rela
cion
ados
e tê
m e
m
com
um q
ue c
ada
um
dele
s es
tá c
onfig
urad
o po
r
com
pone
ntes
cog
nitiv
os
(con
heci
men
tos
e cr
ença
s),
afet
ivos
(sen
timen
tos
e
pref
erên
cias
) e c
ondu
tuai
s
(açõ
es e
dec
lara
ções
de in
tenç
ões)
. Mas
a
inci
dênc
ia d
e ca
da u
m
dess
es c
ompo
nent
es s
e dá
em m
aior
ou
men
or g
rau
segu
ndo
se tr
ate
de u
m
valo
r, u
ma
atitu
de o
u um
a
norm
a.
Os
proc
esso
s vi
ncul
ados
à co
mpr
eens
ão e
à
elab
oraç
ão d
os c
once
itos
asso
ciad
os a
o va
lor,
som
ados
à re
flexã
o e
à
tom
ada
de p
osiç
ão q
ue
com
port
a, e
nvol
vem
um
proc
esso
mar
cado
pel
a
nece
ssid
ade
de e
labo
raçõ
es
com
plex
as d
e ca
ráte
r
pess
oal.
Ao m
esm
o
tem
po, a
vin
cula
ção
afet
iva
nece
ssár
ia p
ara
que
o
que
se c
ompr
eend
eu s
eja
inte
rioz
ado
e ap
ropr
iado
impl
ica
a ne
cess
idad
e
de e
stab
elec
er re
laçõ
es
afet
ivas
, que
est
ão
cond
icio
nada
s po
r
nece
ssid
ades
pes
soai
s,
ambi
ente
, con
text
o e
asce
ndên
cia
das
pess
oas
ou c
olet
ivid
ades
que
prom
ovem
a re
flexã
o ou
a
iden
tifica
ção
com
os
valo
res
que
se p
rom
ovem
.
VALORES: q
uand
o es
se fo
i
inte
rior
izad
o e
form
a el
abor
ados
crité
rios
par
a to
mar
pos
ição
fren
te à
quilo
que
dev
e se
cons
ider
ar p
ositi
vo o
u ne
gativ
o,
crité
rios
mor
ais
que
rege
m
a at
uaçã
o e
a av
alia
ção
de s
i
mes
mo
e do
s ou
tros
. Val
or q
ue
terá
um
mai
or o
u m
enor
sup
orte
refle
xivo
, mas
cuj
a pe
ça-c
have
é o
com
pone
nte
cogn
igiv
o.
ATITUDES:q
uand
o a
pess
oa
pens
a, s
ente
e a
tua
de u
ma
form
a
mai
s ou
men
os c
onst
ante
fren
te
ao o
bjet
o co
ncre
to a
que
m d
irig
e
essa
atit
ude.
Ess
as a
titud
es, n
o
enta
nto,
var
iam
des
de d
ispo
siçõ
es
basi
cam
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intu
itiva
s, c
om c
erto
grau
de
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mat
ism
o e
esca
ssa
refle
xão
das
razõ
es q
ue a
s
just
ifica
m, a
té a
titud
es fo
rtem
ente
refle
xiva
s, fr
uto
de u
ma
clar
a
cons
ciên
cia
dos
valo
res
que
as
rege
m.
NORMAS:a
apr
endi
zage
m o
corr
e
em d
ifere
ntes
gra
us, d
esde
a
sim
ples
ace
itaçã
o, e
mbo
ra n
ão s
e
ente
nda
a ne
cess
idad
e de
cum
pri-
la, p
assa
ndo
pela
con
form
idad
e
que
impl
ica
cert
a re
flexã
o so
bre
o qu
e si
gnifi
ca a
nor
ma,
até
a
inte
rior
izaç
ão
As a
tivid
ades
de
ensi
no n
eces
sári
as
têm
de
abar
car,
junt
o co
m o
s ca
mpo
s
cogn
itivo
s, o
s af
etiv
os e
con
dutu
ais,
dad
o
que
os p
ensa
men
tos,
os
sent
imen
tos
e o
com
port
amen
to d
e um
a pe
ssoa
não
dep
ende
m
só d
o so
cial
men
te e
stab
elec
ido,
com
o,
sobr
etud
o, d
as re
laçõ
es p
esso
ais
que
cada
um e
stab
elec
e co
m o
obj
eto
da a
titud
e ou
do
valo
r. C
omo
bem
se
sabe
, as
inte
nçõe
s, n
esse
âmbi
to, n
ão c
oinc
idem
inde
fect
ivel
men
te c
om
as a
tuaç
ões.
É fu
ndam
enta
l lev
ar e
m c
onta
não
tant
o os
aspe
ctos
evi
dent
es e
exp
lícito
s do
s va
lore
s no
mom
ento
das
exp
osiç
ões,
deb
ates
ou
diál
ogos
em q
ue s
ão tr
atad
os, c
omo
toda
a re
de d
e
rela
ções
que
se
esta
bele
cem
em
aul
a.
Será
pre
ciso
leva
r em
con
ta:
- Ad
apta
r o
cará
ter
dos
cont
eúdo
s at
itudi
nais
às
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ssid
ades
e s
ituaç
ões
reai
s do
s al
unos
.
- Pa
rtir
da
real
idad
e e
apro
veita
r os
con
flito
s
que
nela
se
apre
sent
am te
m d
e se
r o
fio
cond
utor
do
trab
alho
des
ses
cont
eúdo
s.
- In
trod
uzir
pro
cess
os d
e re
flexã
o cr
ítica
par
a
que
as n
orm
as s
ocia
is d
e co
nviv
ênci
a qu
e
inte
grem
as
próp
rias
nor
mas
.
- Fa
vore
cer
mod
elos
das
atit
udes
que
que
iram
dese
nvol
ver,
não
(con
tinua
ção
da ú
ltim
a co
luna
)
apen
as p
or p
arte
dos
pro
fess
ores
, inc
entiv
ando
e pr
omov
endo
com
port
amen
tos
coer
ente
s co
m
esse
s m
odel
os.
- Fo
men
tar
a au
tono
mia
mor
al d
e ca
da a
luno
.
Nat
urez
a do
s Co
nteú
dos
continua...
| l
ivr
o d
o p
ro
fess
or
152
Anexo 1C
onte
údos
Factuais
Exem
plos
Com
o se
apr
ende
Qua
ndo
cons
ider
amos
que
ho
uve
apre
ndiz
agem
Com
o se
ens
ina
Por
cont
eúdo
s fa
ctua
is s
e
ente
nde
o co
nhec
imen
to
de fa
tos
, aco
ntec
imen
tos
, situ
açõe
s , d
ados
e
fenô
men
os c
oncr
etos
e
sing
ular
es.
Importante!
Dad
os, f
atos
e
acon
teci
men
tos
deve
m
disp
or d
e co
ncei
tos
asso
ciad
os q
ue p
erm
item
inte
rpre
tá-l
os. S
em
isso
, ele
s se
con
vert
em
em c
onhe
cim
ento
s
estr
itam
ente
mec
ânic
os
A to
poní
mia
na
área
da
geog
rafia
; as
data
s e
nom
es d
e ac
onte
cim
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s
na h
istó
ria;
os
nom
es d
e
auto
res
e co
rren
tes
na
liter
atur
a, m
úsic
a e
arte
s
plás
ticas
; os
códi
gos
e os
sím
bolo
s na
s ár
eas
de
língu
a, m
atem
átic
a, fí
sica
e
quím
ica;
as
clas
sific
açõe
s
na b
iolo
gia;
o v
ocab
ulár
io
nas
língu
as e
stra
ngei
ras
etc.
Bas
icam
ente
med
iant
e
ativ
idad
es d
e co
pia
mai
s ou
men
os li
tera
l, a
fim d
e se
r
inte
grad
o na
s es
trut
uras
de c
onhe
cim
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, na
mem
ória
. Seg
undo
as c
arac
terí
stic
as d
os
cont
eúdo
s a
sere
m
apre
ndid
os, o
u se
gund
o
sua
quan
tidad
e, s
ão
utili
zada
s es
trat
égia
s qu
e,
por
mei
o de
org
aniz
açõe
s
sign
ifica
tivas
ou
asso
ciaç
ões,
favo
reça
m a
tare
fa d
e m
emor
izaç
ão n
o
proc
esso
de
repe
tição
.
Fatosedados
Qua
ndo
é ca
paz
de re
prod
uzi-
lo (r
ecor
dar
e
expr
essa
r de
man
eira
exa
ta o
ori
gina
l). N
a
man
eira
des
ses
cont
eúdo
s, a
repr
oduç
ão
se p
rodu
z de
form
a lit
eral
; por
tant
o, a
com
pree
nsão
não
é n
eces
sári
a, já
que
mui
tas
veze
s te
m u
m c
arát
er a
rbitr
ário
. É u
ma
apre
ndiz
agem
de
tudo
ou
nada
. Ex.
: dat
a,
nom
e, s
ímbo
lo.
Acontecimentos
Embo
ra n
ão s
ejam
lite
rais
, im
plic
am u
ma
lem
bran
ça o
mai
s fie
l pos
síve
l de
todo
s os
elem
ento
s qu
e co
mpõ
e e
de s
uas
rela
ções
.
Ex.:
A tr
ama
de u
m ro
man
ce, a
des
criç
ão d
a
colo
niza
ção
das
terr
as a
mer
ican
as.
Um
a ap
rese
ntaç
ão d
os c
onte
údos
sob
um m
odel
o ex
posi
tivo,
um
est
udo
indi
vidu
al q
ue c
onsi
ste
em e
xerc
ício
s de
repe
tição
e u
ma
post
erio
r pr
ova
pode
m
ser
sufic
ient
es; s
empr
e co
m a
con
diçã
o
de q
ue c
ada
uma
dess
as fa
ses
cum
pra
uma
séri
e de
requ
isito
s pa
ra e
vita
r qu
e
as a
pren
diza
gens
est
ejam
des
vinc
ulad
as
da c
apac
idad
e de
util
izá-
las
em o
utro
s
cont
exto
s qu
e nã
o se
jam
os
estr
itam
ente
esco
lare
s.
A ex
posi
ção
deve
con
segu
ir a
trai
r
o in
tere
sse
dos
alun
os, e
que
não
haja
exc
esso
de
info
rmaç
ão, q
ue s
e
conh
eçam
e s
e to
mem
, com
o po
nto
de
part
ida,
os
conh
ecim
ento
s qu
e já
têm
e, s
obre
tudo
, que
os
alun
os d
ispo
nham
dos
conh
ecim
ento
s co
ncei
tuai
s a
que
pert
ence
cad
a um
dos
fato
s: s
aber
o
que
é um
rio
qua
ndo
se a
pren
dem
os
nom
es d
os r
ios
ou u
ma
corr
ente
art
ístic
a
quan
do s
e m
emor
izam
sua
s ob
ras
mai
s
repr
esen
tativ
as.
Nat
urez
a do
s Co
nteú
dos*
* Q
uadr
o or
gani
zado
por
San
dra
M. M
urak
ami M
edra
no, a
par
tir d
o liv
ros
A p
ráti
ca e
duca
tiva
: com
o en
sina
r , d
e Ant
oni Z
abal
a, A
rtm
ed, P
orto
Ale
gre,
1998
... continuação
| l
ivr
o d
o p
ro
fess
or
153
Con
teúd
osConceitoseprincípios
Exem
plos
Com
o se
apr
ende
Qua
ndo
cons
ide-
ram
os q
ue h
ouve
ap
rend
izag
emC
omo
se e
nsin
a
Os
conc
eito
s e
prin
cípi
os
são
term
os a
bstr
atos
. Os
conc
eito
s se
refe
rem
ao
conj
unto
de
fato
s, o
bjet
os
ou s
ímbo
los
que
têm
cara
cter
ístic
as c
omun
s, e
os p
rinc
ípio
s se
refe
rem
às
mud
ança
s qu
e se
pro
duze
m
num
fato
, obj
eto
ou s
ituaç
ão
em re
laçã
o a
outr
os fa
tos,
obje
tos
ou s
ituaç
ões
e qu
e
norm
alm
ente
des
crev
em
rela
ções
de
caus
a-ef
eito
ou
de c
orre
laçã
o.
Ambo
s tê
m e
m c
omum
a ne
cess
idad
e de
com
pree
nsão
.
Importante!
Um
a da
s ca
ract
erís
ticas
dos
cont
eúdo
s co
ncei
tuai
s é
que
a ap
rend
izag
em q
uase
nunc
a po
de s
er c
onsi
dera
da
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ada,
já q
ue s
empr
e
exis
te a
pos
sibi
lidad
e de
ampl
iar
ou a
prof
unda
r se
u
conh
ecim
ento
, de
fazê
-la
mai
s si
gnifi
cativ
a.
Conceitos
Mam
ífero
, den
sida
de,
impr
essi
onis
mo,
funç
ão,
suje
ito, r
oman
tism
o,
dem
ogra
fia, n
epot
ism
o,
cida
de, p
otên
cia,
con
cert
o,
cam
balh
ota
etc.
Princípios
As le
is o
u as
regr
as c
omo
a de
Arq
uim
edes
, as
que
rela
cion
am d
emog
rafia
e
terr
itóri
o, a
s no
rmas
ou
regr
as d
e um
a co
rren
te
arqu
itetô
nica
ou
liter
ária
, as
cone
xões
que
est
abel
ecem
entr
e di
fere
ntes
axi
omas
mat
emát
icos
etc
.
Trat
a-se
de
ativ
idad
es c
ompl
exas
que
pro
voca
m
um v
erda
deiro
pro
cess
o de
ela
bora
ção
e
cons
truç
ão p
esso
al d
o co
ncei
to. A
tivid
ades
expe
rim
enta
is q
ue fa
vore
çam
que
os
novo
s
cont
eúdo
s de
apr
endi
zage
m s
e re
laci
onem
subs
tant
ivam
ente
com
os
conh
ecim
ento
s pr
évio
s;
ativ
idad
es q
ue p
rom
ovam
um
a fo
rte
ativ
idad
e
men
tal q
ue fa
vore
ça e
ssas
rela
ções
; ativ
idad
es
que
outo
rgue
m s
igni
ficad
o e
func
iona
lidad
e
aos
novo
s co
ncei
tos
e pr
incí
pios
; ativ
idad
es q
ue
supo
nham
um
des
afio
ajus
tado
às
poss
ibili
dade
s
reai
s et
c. T
rata
-se
sem
pre
de a
tivid
ades
que
favo
reça
m a
com
pree
nsão
do
conc
eito
a fi
m d
e
utili
zá-l
o pa
ra a
inte
rpre
taçã
o ou
o c
onhe
cim
ento
de s
ituaç
ões
ou p
ara
a co
nstr
ução
de
outr
as
idei
as.
Qua
ndo
é ca
paz
de re
petir
não
apen
as a
sua
defi
niçã
o, m
as
quan
do s
abe
utili
zá-l
o pa
ra
inte
rpre
taçã
o, c
ompr
eens
ão
ou e
xpos
ição
de
um fe
nôm
eno
ou s
ituaç
ão; q
uand
o é
capa
z
de s
ituar
fato
s, o
bjet
os o
u
situ
açõe
s co
ncre
tos
naqu
ele
conc
eito
que
os
incl
ui.
Ex.:
sabe
mos
que
o p
rinc
ípio
de A
rqui
med
es q
uand
o es
se
conh
ecim
ento
nos
per
mite
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rpre
tar
o qu
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cede
quan
do u
m o
bjet
o su
bmer
ge
num
líqu
ido.
São
tota
lmen
te n
eces
sári
as
as d
ifere
ntes
con
diçõ
es
esta
bele
cida
s so
bre
a
sign
ificâ
ncia
na
apre
ndiz
agem
:
ativ
idad
es q
ue p
ossi
bilit
em
o re
conh
ecim
ento
dos
conh
ecim
ento
s pr
évio
s, q
ue
asse
gure
m a
sig
nific
ânci
a
e a
func
iona
lidad
e, q
ue
seja
m a
dequ
adas
ao
níve
l
de d
esen
volv
imen
to, q
ue
prov
oque
m u
ma
ativ
idad
e
men
tal e
tc.
Nat
urez
a do
s Co
nteú
dos
| l
ivr
o d
o p
ro
fess
or
154
Fonte: Referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, 2007.
Habilidades de leitura
Anexo 2Antes da leitura Uso
intensoUso
esporádicoLevantamento dos conhecimentos prévios sobre o assunto x Expectativas quanto ao suporte xExpectativas quanto aos textos da capa, quarta capa, orelhas etc. xExpectativas quanto à formação do gênero (divisão em colunas, segmentação do texto etc.) xExpectativas quanto ao autor ou à instituição responsável pela publicação xAntecipação do tema ou ideia principal com base nos elementos paratextuais (título, subtítulo, epígrafes, prefácios, sumário etc.)
x
Antecipação do tema ou ideia principal com base no exame de imagens ou de saliências gráficas
x
Explicitação das expectativas de leitura com base na análise dos itens anteriores xDefinição dos objetivos da leitura x
Durante a leitura (autônoma ou compartilhada) Uso intenso
Uso esporádico
Confirmação ou retificação das antecipações ou expectativas de sentido criadas antes ou durante a leitura
x
Localização ou construção do tema ou da ideia principal xEsclarecimento de palavras desconhecidas por meio de inferência ou consulta a dicionário xIdentificação de palavras-chave para a determinação dos conceitos veiculados xBusca de informações complementares em textos de apoio subordinados ao texto principal ou por
x
Meio de consulta a enciclopédias, internet e outras fontes
Identificação das pistas linguísticas para compreender a hierarquização das proposições, xSintetizando o conteúdo do texto
Utilização das pistas linguísticas para compreender a hierarquização das proposições, xSintetizando o conteúdo do texto
Construção do sentido global do texto xIdentificação das pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor xIdentificação de referências a outros textos, buscando informações adicionais se necessário
x
Depois da leitura Uso intenso
Uso esporádico
Construção da síntese semântica do texto xTroca de impressões a respeito do texto lido, fornecendo indicações para sustentação de sua leitura e acolhendo outras posições
x
Utilização, segundo a finalidade da leitura, do registro escrito para melhor compreensão
Avaliação crítica do texto x
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Introdução à cartografia
O texto a seguir pode ser trabalhado em uma aula de introdução à cartografia, antes da leitura da História da cartografia do Atlas, preparando a leitura, ou logo após, como forma de sistematização.
Introdução à cartografia
A cartografia na escola permite aos alunos desenvolver raciocínios espaciais e sua aprendizagem exige um método. ler mapas não é apenas localizar um rio, uma cidade, rodovia ou qualquer outro fenômeno. Na atualidade, a palavra mapeamento pode aparecer associada a muitos fatos. por exemplo: mapeamento genético, mapa do site, mapa astral, mapa corporal, entre outros. Mas, na Geografia, mapear, ler e usar mapas tem um significado mais amplo. Ao nos deslocarmos nas cidades, ao procurarmos um percurso rodoviário, ao estudarmos as características do clima, da cobertura vegetal, da distribuição das cidades, estamos utilizando um repertório de leitura de uma linguagem que é desenvolvida pela geocartografia. o uso social de mapas tem uma grande abrangência em nossa vida. para muitas das atividades que realizamos, recorremos a vários tipos de representação espacial. essas representações podem ser croquis, plantas e mapas, cada um com suas especificidades gráficas.
o mapa em Geografia é uma representação codificada de determinado espaço real. podemos até chamá-lo de um modelo de comunicação. A informação é transmitida por meio de uma linguagem cartográfica em que se utilizam três elementos básicos: sistemas de signos, redução e projeção.
o mapa é um modelo de comunicação visual e é utilizado cotidianamente por leigos em suas viagens, consulta de roteiros, localização de imóveis e por geógrafos, que os produzem para inúmeras finalidades de análise espacial. para poder ler o mapa, é preciso conhecer a linguagem cartográfica.
Fonte: Sueli Angelo Furlan, professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo.
Anexo 3
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Expedição: volta ao mundo
Neste anexo, é possível ver a produção de um estudante do 6º ano da Escola Cas-tanheiras (SP) que realizou um croqui de uma viagem aérea e redigiu um roteiro da sua viagem – uma verdadeira aventura e um desafio à imaginação.
Relato da aventuraNo dia 27 de maio, eu saí do aeroporto internacional de São Paulo, que é localizado no He-misfério sul, em direção noroeste a los Angeles, estados Unidos, Califórnia. rapidamente passei sobre o Trópico de Capricórnio e horas depois entrei no Hemisfério Norte, pois pas-sei sobre a linha do equador. poucas horas depois, passei sobre o Trópico de Câncer, no México. Uma hora e meia depois, desci no aeroporto internacional de los Angeles.
Na minha estadia, fiquei hospedado na casa do James Bond, em Hollywood. Cinco dias depois, segui do aeroporto internacional de los Angeles na direção leste-nordeste até las vegas, Nevada. demorei apenas uma hora para chegar lá. fiquei hospedado no cassino “luxor”. Após 10 dias fui embora do cassino. demorei um dia para chegar no aeroporto porque o carro quebrou no meio do deserto e não tínhamos celular para chamar o resgate.
segui do aeroporto internacional de las vegas rumo a londres, reino Unido, na direção leste–nordeste. depois de oito horas de viagem, quase chegando, entrei no oriente, pois passei sobre o Meridiano de Greenwich e rapidamente desci em Heathrow. Dormi três dias no palácio de Buckingham. Segui de Heathrow na direção sul–sudoeste para Madri, Espanha. fiquei hospedado como convidado especial no estádio do real Madrid, santiago Bernabéu.
Após uma semana, segui na direção nordeste rumo a paris, frança. Quando desci no ae-roporto havia uma manifestação, e para passar por ela demorei mais de duas horas. Na saída do aeroporto havia um táxi me esperando e fomos para a Torre eiffel, pois ficaria hospedado lá. fiquei dormindo nove dias no topo da torre com vista panorâmica para o rio sena. No dia 30 de junho, fui em direção sudeste para Milão, itália. lá dormi dois dias na casa do ronaldinho Gaúcho, no Centro de Treinamento do Milan. No dia 2 de julho, eu e o ronaldinho Gaúcho fomos no seu jatinho particular na direção sul-sudeste para roma, itália. lá, conheci felipe Massa e fiquei duas semanas lá.
No 5º dia, Massa me levou para correr com um carro de f-1 na pista da ferrari em Mara-nello. Na noite seguinte, voltei para roma de avião. No dia 16 de julho, eu saí do aeroporto internacional de roma na direção norte–noroeste rumo a frankfurt, Alemanha. dormi três semanas no prédio mais alto da moderna cidade de frankfurt. No dia 6 de agosto, saí do aeroporto internacional de frankfurt na direção sudeste com destino para a cidade de sidney, Austrália. No meio da viagem, passamos sobre a linha do equador e depois sobre o Trópico de Capricórnio. Lá, fiquei hospedado um mês no camarim da Opera House. No dia 6 de setembro deixei o aeroporto internacional de sidney na direção nordeste rumo a Nova York, estados Unidos. durante o voo, passamos para o ocidente. fiquei hospedado cinco dias no plaza, hotel mais caro de Nova York. No dia 11 de setembro, no caminho do aeroporto internacional John f. Kennedy, havia muitas manifestações sobre o ataque de 11 de setembro, mas nem prestei atenção. embarquei e, logo após o avião ter decolado, uma bomba estourou no avião e ele caiu e... você já sabe...
Santana de Parnaíba, 26 de maio de 2009Bruno Picchi – aluno do 6º ano – Geografia, Escola Castanheiras (SP).
Anexo 4
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O quemostra?
DIFERENCIAÇÃOInformação qualitativa
CLASSIFICAÇÃOInformação
ordenada
TAMANHOInformação quantitativa
Pontos
Linhas
Superfícies
Variação de Formas
Variação de Cores
Variação de Formas
Variação de Cores
Variação de Orientação
Variação de Corescontrastes mais fortes
Cores complementares Classes com valores opostos
Coresfrias
Coresquentes
Variação de Cores
Variação de Granulometria
Variação de Valor
Variação de CoresVariando o valor da
tinta
Variação de Granulometria
Variação de Tamanho
Variação de Tamanho
Variação de Valor
Variação de Cores
Varia-se o tamanho de um círculo (ou de
um retângulo) colocando-o no
centro da superfície
Fazendo variar a cor
Variação de Granulometria
Variação de Granulometria
Variação de Valor
Atenção: além de certo número de formas, o
olho humano não percebe a diferença
Atenção: o espaça-mento e a espessura
são constantes
Atenção: a cor só exprime uma
classificação ao variar o valor da tinta
Gramática cartográfica
Anexo 5
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Anexo 6Títulodomapa
Tipodemapa:
qualitativo,quantitativo,
ordenadooudefluxo?
Escala:
1cmnomapa
representa
quantona
realidade?
Aescalaérelativamente
grandeoupequena?
Implantaçãopontual
(informações
cartográficas
porpontos)
Implantaçãolinear
(informações
cartográficas
porlinhas)
Implantaçãoareal
(informações
cartográficas
porárea)
Map
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Anexo 7Como completar uma rosa dos ventos
Complete todos os rumos ou pontos da rosa dos ventos segundo a seguinte regra:
Na escrita, o Norte e o Sul comandam (antecedem) o Leste e o Oeste, e os cardeais comandam os colaterais e os subcolaterais. Ou seja, primeiro escrevem-se os cardeais (N, S, L ou E, O); depois, escrevem-se os colaterais (NE, NO, SE, SO), de maneira que o Norte e o Sul venham primeiro, completando com o Leste e o Oeste depois. Em seguida, para escrever os subcolaterais (NNE, NNO, SSE, SSO, ENE, ESE, OSO, ONO), escreve-se primeiro o cardeal da frente (N) e depois o colateral (NE), de maneira que o resultado seja (N+NE=NNE ou S+SE=SSE e jamais SE+S=SES ou NE+N=NEN).
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Anexo 8Estudo da paisagem e croqui geográfico
A palavra “croqui” vem do francês “croquis” e quer dizer rascunho, esboço. Em geografia, o termo é utilizado para descrever certo tipo de representação de uma dada paisagem, algo entre um desenho de observação e um mapa. Ele se parece com um desenho porque é feito à mão, pode ser colorido e apresentar imagens desenhadas de objetos (casas, árvores, ruas etc.). Porém, como em um mapa, esses desenhos devem obedecer a algumas regras:
1. As imagens devem ser feitas como símbolos, ou seja, devem comunicar a ideia de que representam os objetos que existem naquele local;
2. A localização dos objetos da paisagem deve ser clara;
3. Embora não seja necessário calcular a escala dos objetos, o desenho deve manter minimamente a proporção de tamanho e distância entre eles;
4. Todos os símbolos usados no desenho (cores, formas, traços, pontos etc.) devem estar explicados na legenda;
5. O título do croqui deve expressar:a) característica principal destacada dos elementos da paisagem;b) a sua localização.
A seguir, complete o esquema de compreensão do esquema na página a seguir.
continua...
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O Croquié um
__________que representa um
espaço segundoalgumas regras
1. As imagensdevem ser
desenhadas como____________
dos objetosda paisagem
4. Todos os símbolos
desenhados devem estar explicados e
identificados na____________
2. A____________
dos objetosda paisagem
deve ser clara
3. O desenho docroqui deve manter
minimamente a____________de tamanho e dedistância entre
os objetos
5. A característicaprincipal destacada
dos elementosda paisagem e sualocalização devemser expressas no____________
Anexo 8 ... continuação
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Mapeamento e leitura da paisagem
O croqui abaixo foi feito por um estudante e mostra o percurso de um trabalho de campo realizado em Pirapora do Bom Jesus, Brotas e Barra Bonita (SP).
Anexo 9
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Autoavaliação da atividade de campo
Veja, abaixo, um exemplo de autoavaliação de uma atividade de campo realizada em Iguape (SP) pela autora deste Livro do Professor com seus alunos de 7º ano.
Cabeçalho da tabela:
Atividade de Campo (local): Iguape (SP) Data:
Aluno: Ano:
Disciplina(s):
Professor(a/es/as):
a) Complete a tabela ao lado de forma a responder se a turma e você conseguiram realizar o trabalho de observação e registro em relação às atividades listadas.
b) Após preencher a tabela, responda:
1. Quais foram as atividades em que você mais aprendeu? Justifique.2. Qual foi a atividade de que você mais gostou? Justifique.3. De modo geral, como você avalia o trabalho de campo? O que foi interessante e deu certo e o que não foi tão bom assim? Justifique.4. Quais são suas sugestões para melhorar o trabalho de campo no próximo ano?
Anexo 10
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Critérios
Autoavalia-ção
Avaliação da Professora
Sim
aut
onom
amen
te
Sim
com
aju
da d
o pr
ofes
sor
Não
ou
com
mui
ta d
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ldad
e
Sim
aut
onom
amen
te
Sim
com
aju
da d
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ofes
sor
Não
ou
com
mui
ta d
ificu
ldad
e
1. Observação da paisagem do percurso e colagem de etiquetas da legenda no croqui
2. Observação e registros em Iguape: Fundação SOS Mata Atlântica
3. Observação e registros em Iguape: Museu Histórico
4. Observação e registros em Iguape: Morro do Espia
5. Observação e registros em Iguape: Igreja Matriz
6. Observação e registros na entrevista com seu Romeu
7. Observação e registros sobre os sambaquis (na Ilha do Cardoso)
8. Observação e registros no ecossistema praia e duna
9. Observação e registros no ecossistema costão rochoso
10. Observação e registro no mangueza
11. Observação e registro no ecossistema restinga
12. Observação e registro no ecossistema mata de encosta
13. Observação e registro na Cooperostra
14. Observação e registro na comunidade quilombola do Mandira: entrevista com Francisco Mandira
15. Observação e registro na comunidade quilombola do Mandira: Casa de Pedra
16. Observação e registro na comunidade quilombola do Mandira: Casa de Farinha
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Aprender a fotografar
Leia o texto a seguir e faça um esquema que resuma as ideias principais e deixe claro quais os procedimentos necessários para registrar bem por meio da fotografia.
fotografar é aproximar o olhar para os fatos do mundo em que vivemos. para conseguir boas fotos de qualquer assunto, é preciso, antes de tudo, sentimento e percepção. Na fotografia, as técnicas e as ferramentas também são importantes, mas devem estar a serviço da sensibilidade do autor. Uma boa dica é primeiro contemplar o que será fotografado para decidir ângulos, distâncias, planos e recortes. diz José saramago: “se puderes ver, repara”. Não basta uma rápida visão do que vai ser fotografado. É preciso prestar atenção.
o fotógrafo tem de se sentir atraído pelo o que vai fotografar. É claro que é importante observar a luz, como ela ilumina o que será clicado, qual o melhor momento e a melhor luminosidade. para paisagens, muitos profissionais apreciam realizar seus trabalhos ao amanhecer e ao entardecer, pois essa luminosidade dá mais profundidade e contorno aos elementos. se for uma paisagem, busque um centro de atenção na cena, ou um detalhe ou elemento que mais se destaca.
observe também o que pode atrapalhar o observador da cena ou objeto que está sendo enquadrado. escolha os melhores ângulo e recorte, que transmitam mais fielmente a mensagem que você quer passar. essa composição pode ser treinada, tirando algumas fotos em vários enquadramentos para depois escolher aquele que mais traduz a sua intenção e sensibilidade. segundo alguns profissionais, o melhor enquadramento é aquele que descentraliza o assunto principal da imagem.
procure dar dinamismo e impacto à composição. Antes de clicar, observe os mínimos detalhes, busque novas abordagens, faça várias fotos colocando o assunto principal em pontos diferentes do centro e depois analise qual imagem é esteticamente mais forte. evite clichês com molduras artificiais em suas fotos, como, por exemplo, preencher as laterais com folhagens ou colocar o assunto principal dentro de formas geométricas. sinta-se bem fotografando e boas fotos.
Fonte: Texto de Sueli Furlan, adaptado de Araquém Alcântara. Paisagem Brasileira, Meta Livros, 2006.
Anexo 11
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Após a leitura do texto acima, proponha algumas atividades:
• Sugiraparaaturmaaanálisedealgumasfotografiascélebres;
• Recupereereleia,noLivrodoProfessor,aexplicaçãosobreleiturade
imagensemFotografiaedesenhodeobservação,noCapítulo2.
• Realizeumensaiofotográficosobreumobjetoouumacenaquereveleo
tema“culturaenatureza”nopátiodaescola.
• Façaumasensibilizaçãopormeiodadinâmicadoolhar¹.Funcionaassim:
umestudanteconduzumcolegadeolhosfechadosadeterminadacena
e,então,pedeaelequeobserve(dandoadica“visãopanorâmica”ou
“detalhe”)por10segundos.Emseguida,oobservadordevedescrevê-la
deolhosfechadoscomomáximodedetalheeprecisão.
• Tirequatro fotosdigitaissobreomesmotemaeobjetoemdiferentes
ânguloseenquadramentos.Depois,nocomputador,compareoefeito
estéticoedocumentalquevocêatingiuemcadaumadelas.Escolhaa
maisexpressiva.
¹ Adaptado da dinâmica “Câmara fotográfica”, de Joseph Cornell (1997, p. 121).
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Caça ao TesouroEsta é uma atividade muito divertida que envolverá as disciplinas. A intenção
é desenvolver algumas habilidades básicas importantes para esses campos do conhecimento escolar, que são:
a) Escrever dicas inteligentes, desafiadoras e decifráveis;
b) Orientar-se com o corpo, usando como referência as noções de direita, esquerda, acima, abaixo e ao lado;
c) Orientar-se no espaço valendo-se das direções cardeais e colaterais da rosa dos ventos por meio da leitura da bússola;
d) Desenhar um percurso-mapa para a caça ao tesouro de modo a:• Utilizar as direções cardeais e colaterais;• Simbolizar o número de passos a serem dados;• Manter uma comunicação visual clara e coerente com a legenda, que
ajude o grupo caçador a encontrar as dicas e, por fim, o tesouro;
e) Ater-se às regras combinadas previamente, de modo que todos as compartilhem e executem;
f) Trabalhar em equipe de modo colaborativo, ou seja, cada um deve ser ativo, solidário e respeitoso com o outro.
Veja a seguir um modelo de desenho-mapa a ser feito:
Anexo 12
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Cada equipe deve se organizar da seguinte maneira:
1. Montar agrupamentos de, no máximo, quatro pessoas;
2. Em grupo, escolher uma cor e um símbolo para desenhar em cada cartão de dica para não haver confusão entre uma equipe e outra;
3. Utilizar oito pistas para levar os caçadores até o tesouro, sendo a dica 0 equivalente a do ponto de partida; e a 8, a que representa um vale-tesouro.
4. A turma deve escolher os pontos de partida e chegada. Em seguida, selecionar os demais seis pontos e contar os passos entre eles.
5. Em grupo, fazer um esboço do mapa e desenhar as direções andadas entre os pontos por meio da leitura da bússola e da planta da escola (ficha preparatória para a caça ao tesouro).
A partir desse ponto, o grupo pode subdividir-se em duplas para realizar as seguintes tarefas:
6. Fazer uma legenda detalhada dos símbolos utilizados no mapa;
7. Escrever as dicas e customizá-las de acordo com a cor e o símbolo escolhidos pelo grupo;
8. Escrever as pistas em forma de charada e de maneira coerente com o mapa, que mostra as direções a serem seguidas. As sugestões confirmam se o grupo está no caminho certo e fazem pensar em localizações de objetos.
9. As dicas devem revelar onde estará escondida a próxima pista. Por exemplo, para indicar o alto de uma árvore, pode-se escrever assim: “Em cima, num lugar alto e verde...” O mapa do percurso é que deve indicar as direções e os números de passos a dar.
10. O tesouro será uma surpresa organizada pelos professores.
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Roteiro para o estudo do meio
Nesse primeiro trabalho de campo, faremos um reconhecimento de áreas próximas à Escola Castanheiras, observando, descrevendo e registrando suas paisagens para pos-teriormente realizarmos o mapeamento da região. Estacionaremos em quatro pontos no percurso representado no croqui (esboço de mapa) anexo.
Bom proveito!Professora Júlia P. Andrade
Horários do estudo do meio em Tamboré
2ª feira, 24/03/2008
07h15: chegada à Escola Castanheiras07h45: saída para o Visitor Center07h55: chegada ao Visitor Center08h00: filme e maquete sobre o Tamboré08h30: apreciação da imagem da região09h00: lanche no Visitor Center09h20: saída ao ponto 2: ETE/Alameda das Cores09h25: chegada ao ponto 110h00: saída ao ponto 3, Tamboré 1110h15: chegada ao Tamboré 1110h55: saída para o ponto 4, Tamboré 1011h10: chegada ao Tamboré 1011h15: lanche no Pergolado de Meditação12h00: retorno à Escola Castanheiras12h10: chegada à escola12h20: finalização dos trabalhos de registro12h30: final das atividades
Anexo 13
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Questões para responder a cada ponto de observação
1. Oriente-se no espaço:a) Onde você está no croqui (esboço de mapa anexo)?b) Que direção você vai observar (N, NE, S, SE, E, O, SO, NO)?
Exemplo de resposta: vista sudeste.
2. Faça dois desenhos de observação por quadrante que representem o mais significativo que você viu:
a) De uma vista geral; b) De um detalhe.
3. Que formas naturais e construídas você pode observar (relevo, tipo de vegetação, tipo de presença/ocupação humana)?
4. Sobre o planejamento Tamboré, como o trabalho humano transformou essa paisagem?
Orientação para o campo
1. Como se orientar com uma bússola?Primeiro, certifique-se de que não há nenhum material metálico por perto, pois ele pode desorientá-la. Em seguida, apoie a bússola sobre um local plano e certifique-se de que sua agulha movimentou-se livremente. A ponta vermelha apontará para o Norte. Então, gire a bússola de maneira que o Norte da rosa dos ventos fique alin-hado com o ponteiro vermelho. Pronto! Agora leia as direções corretamente.
2. Como se orientar com um mapa apenas observando a paisagem?Observe a paisagem e encontre pontos de referência. Procure-os no mapa e, então, posicione-o para olhá-lo na mesma direção dos pontos de referência encontrados.
3. Como se orientar com um mapa e uma bússola?Encontre o Norte real com a bússola. Posicione-o no mapa de maneira que ele aponte na mesma direção do Norte real e, então, você estará lendo o mapa com a orientação correta.
continua...
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Modelo de avaliação:
A seguir, a avaliação do trabalho de campo. Cada um fará uma autoavaliação seguida de uma avaliação feita pelo professor. Pontue como foi seu desempenho em relação a:
1. Uso da bússola para orientar a si e seu croqui no espaço;
2. Uso do corpo (com o Sol como referência) para orientar a si e seu croqui no espaço;
3. Observação da paisagem do percurso e registro gráfico (desenho) no croqui;
4. Observação atenta das diferentes maneiras de representação do espaço estudado: cro-quis, maquetes e imagem de satélite;
5. Ouvir o outro e levantar a mão para falar nas situações de conversas coletivas:a) Em cada ponto do percurso;b) Ponto 1;c) Ponto 2;d) Na sala de aula.
6. Manter seu material (prancheta, caderneta, mochila, garrafinha de água etc.) limpo e organizado;
7. Uso adequado da máquina fotográfica (fotografando e guardando o equipamento nos momentos pedidos pelos professores e pela coordenação);
8. Cumprimentar e despedir-se com educação de todos os envolvidos no trabalho;
9. Qual foi a atividade do trabalho de que você mais gostou?
10. Qual foi a atividade do trabalho em que você mais aprendeu?
11. O professor explicou bem? Você gostaria de perguntar ainda alguma coisa a ele? O quê?
Anexo 13... continuação
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Medição pluviométrica
Data Dupla responsável Milímetrosde chuva Observações
Anexo 14
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Controle de temperatura
Hora Local 1 Local 2 Local 3 Local 4 Local 5 Temperatura
07:30
08:00
08:30
09:00
09:30
10:00
10:30
11:00
11:30
12:00
12:30
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13:30
14:00
14:30
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15:30
16:00
16:30
17:00
17:30
Anexo 15
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Parabolicamará(Gilberto Gil)
Antes mundo era pequenoPorque Terra era grandeHoje mundo é muito grandePorque Terra é pequenaDo tamanho da antena Parabolicamará
Ê, volta do mundo, camaráÊ, ê, mundo dá volta, camará
Antes longe era distantePerto, só quando davaQuando muito, ali defronteE o horizonte acabavaHoje lá trás dos montes, dendê em casa, camará
Ê, volta do mundo, camaráÊ, ê, mundo dá volta, camará
De jangada leva uma eternidadeDe saveiro leva uma encarnação
Pela onda luminosaLeva o tempo de um raioTempo que levava RosaPra aprumar o balaioQuando sentia Que o balaio ia escorregar
Ê, volta do mundo, camaráÊ, ê, mundo dá volta, camará
Esse tempo nunca passaNão é de ontem nem de hojeMora no som da cabaçaNem tá preso nem fogeNo instante que tange o berimbau, Meu camará
Ê, volta do mundo, camaráÊ, ê, mundo da volta, camará
De jangada leva uma eternidadeDe saveiro leva uma encarnaçãoDe avião, o tempo de uma saudade
Esse tempo não tem rédeaVem nas asas do ventoO momento da tragédiaChico, Ferreira e BentoSó souberam na hora do destino apresentar
Ê, volta do mundo, camaráÊ, ê, mundo dá volta, camará
Anexo 16
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Comida(Titãs)
Bebida é água!Comida é pasto!Você tem sede de quê?Você tem fome de quê?...A gente não quer só comidaA gente quer comidaDiversão e arteA gente não quer só comidaA gente quer saídaPara qualquer parte...A gente não quer só comidaA gente quer bebidaDiversão, baléA gente não quer só comidaA gente quer a vidaComo a vida quer...Bebida é água!Comida é pasto!Você tem sede de quê?Você tem fome de quê?...A gente não quer só comerA gente quer comerE quer fazer amorA gente não quer só comerA gente quer prazerPra aliviar a dor...A gente não querSó dinheiroA gente quer dinheiroE felicidadeA gente não querSó dinheiroA gente quer inteiroE não pela metade...Bebida é água!Comida é pasto!
Você tem sede de quê?Você tem fome de quê?...A gente não quer só comidaA gente quer comidaDiversão e arteA gente não quer só comidaA gente quer saídaPara qualquer parte...A gente não quer só comidaA gente quer bebidaDiversão, baléA gente não quer só comidaA gente quer a vidaComo a vida quer...A gente não quer só comerA gente quer comerE quer fazer amorA gente não quer só comerA gente quer prazerPra aliviar a dor...A gente não querSó dinheiroA gente quer dinheiroE felicidadeA gente não querSó dinheiroA gente quer inteiroE não pela metade...Diversão e artePara qualquer parteDiversão, baléComo a vida querDesejo, necessidade, vontadeNecessidade, desejo, eh!Necessidade, vontade, eh!Necessidade...
Anexo 17
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Anexo 18Água no Planeta Terra
1. Quais as cores dominantes da Terra? Coloque uma imagem do Planeta na parede e deixe que os alunos digam quais são. Pergunte o porquê das respostas.
2. Agora discuta o significado de cada uma delas. O azul representa a água; o branco, as nuvens ou geleiras; e o verde ou marrom, o solo.
3. Inicie uma discussão sobre o motivo de a Terra ser coberta, na maior parte, por água. Pergunte aos alunos quais os tipos de água e como estão distribuídos (oceanos e mares, lagos, rios, nuvens e lençóis freáticos).
4. Feita a introdução, agora é a vez do experimento:Mostre aos estudantes uma garrafa de 2 litros repleta de água. Peça a eles que imaginem que toda a água (salgada, doce, congelada etc.) está dentro do recipiente.
5. Divida o quadro em duas partes: água salgada x água doce. Pergunte à turma quais seres gostam mais de cada uma delas, qual tipo eles bebem e qual acham que existem em maior quantidade no Planeta. À medida que forem falando, anote as respostas.
6. Para mostrar a relação entre a quantidade de água salgada e a de água doce disponível, encha um copo de 200 ml com a água da garrafa. Do recipiente inteiro, explique que a água doce, de superfície ou subterrânea, é aquela que restou no copo.
7. Com a água do copo de 200 ml, encha outro com 50 ml. Este último representa a água dos lagos, represas e rios, e é a de fácil acesso para as pessoas. Pergunte aos alunos se, mesmo estando ao nosso alcance, ela está limpa, ou seja, potável.
8. Desse copo de 50 ml, encha agora a tampinha da garrafa. Pergunte aos alunos o que o pequeno recipiente representa. Ele é nada mais, nada menos, a quantidade proporcional de água de boa qualidade para o consumo humano!
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Vira Lixo(Chico César)
Tudo vira lixoTudo pode virar lixoCarta de amor vira lixoConta pra pagar vira lixoSeja como for, tudo pode virar lixoNamorado, gato, tioAté seu pavioTambém pode virar lixoTudo que se acende se apagaFósforo se apagaVela, incêndio, lamparinaO olho da menina até o céuTudo pode se apagarTudo pode se acabarE virar lixo...
Anexo 19
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Anexo 20
Rec
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Anexo 21Sobradinho(Sá e Guarabira)
O homem chega, já desfaz a naturezaTira a gente, põe represa, diz que tudo vai mudarO São Francisco lá pra cima da BahiaDiz que dia menos dia vai subir bem devagarE passo a passo vai cumprindo a profeciaDo beato que dizia que o sertão ia alagarO sertão vai virar marDá no coraçãoO medo que algum diaO mar também vire sertãoVai virar marDá no coraçãoO medo que algum diaO mar também vire sertãoAdeus, Remanso, Casa Nova, Sento SéAdeus, Pilão Arcado, vem o rio te engolirDebaixo d’água lá se vai a vida inteiraPor cima da cachoeira o Gaiola vai subirVai ter barragem no salto do SobradinhoE o povo vai se embora com medo de se afogarO sertão vai virar marDá no coraçãoO medo que algum diaO mar também vire sertãoVai virar marDá no coraçãoO medo que algum dia
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Energia no dia a dia – questionário
Anexo 22Família:
Nome do aluno entrevistador: Idade:
Série: Data:
1)Emquecidadevocênasceu?Emqualestado?
2)Quantaspessoasmoramemsuacasa?
3)Quantosbicosdeluzetomadasháemsuacasa?
Tomadas Bicos de Luz
4)Quetipodelampadavocêusaemsuacasa?
Fosforescente Incandescente
5)Citequaisoseletrodomésticoseeletroeletrônicosexistememsuacasa:
6)Vocêachaquehádesperdíciodeenergiaemsuacasa?Quando?
7)Comovocêpoderiacolaborarnaeconomiadeenergiaemsuacasa?
O levantamento dos hábitos da família e dos eletrodomésticos que possuem pode auxiliar na construção do questionário.
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Energia - dicas de redução de consumo
Cartela I – Geladeira
A geladeira é o eletrodoméstico responsável pelo maior consumo de energia elétri-ca em uma residência, cerca de 30%.
Veja a seguir algumas recomendações úteis para obter o máximo de economia com a geladeira:
• Verifiqueasborrachasdevedaçãodasportas;
• Instaleageladeiraemlocalbemventilado,desencostadadeparedesou
móveis,foradealcancedosraiossolareedistantedofogão;
• Não utilize a parte traseira da geladeira para secar panos e roupa.
Deixa-alivreedesimpedida;
• Sigaasorientaçõesdofabricanteaoinstalar,limpar,regularemanter
ageladeira;
• Não abra a geladeira sem necessidade. Crie o hábito de colocar ou
retiraralimentosebebidasdeumasóvez;
• Nãocoloquealimentoslíquidosemrecipientessemtampanageladeira;
• Eviteforrarasprateleirasparanãoimpediracirculaçãointernadearfrio;
• Verifique se a temperatura do congelador e o volume interno são
adequedosàssuasnecessidades.
Anexo 23
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Cartela II – Chuveiro
O chuveiro aquece a água por meio de uma resistência, o que o torna responsável por 25% do consumo de energia elétrica de uma residência. É claro que ninguém pre-cisa deixar de tomar banho, mas que dá para gestar menos, dá! Veja como:
• Nosdiasquentes,utilizeochuveirocomachavenaposição“verão”.Na
posição“inverno”,oconsumodeenergiaé30%maior;
• Banhosmaisdemoradossãomaisdispendiosos–otemporecomendado
paraobanhoé8minutos;
• Procurelimparperiodicamenteosorifíciosdesaídadeáguadochuveiro;
• Não tente aproveitar uma resistência queimada, pois isso acarretará
aumentodeconsumo;
• Eviteoseuusonohoráriodepico(das18às21horas).
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Mapas
I magine os primeiros seres humanos do planeta. Nômades,viajavam de um lugar a outro em busca de alimento. Mas será que sabiam para onde ir? Talvez sim. Estu-diosos acreditam que a necessidade desses povos de demarcar rotas para retornar ao
lugar de origem pode ser o começo da história dos mapas. Na Oceania, os nativos faziam mapas até com galhos de bambu! Hoje, chegamos ao avanço tecnológico de produzi-los com base em fotos aéreas e imagens de satélites. Como, ao longo da história, os autores de mapas não podiam ver o mundo do espaço, como nós, foi necessário ter muita criativi-dade e contar com ferramentas da época, como bússola e régua de cálculo (usadas ainda hoje), para desenhar vilas, cidades, países e o mundo inteiro.
Cartografia para enriquecer suas aulas
1. Massas de ar 2. Climas do Brasil 3. População urbana do Brasil 4. Esquema lugar x mundo 5. Fauna brasileira em extinção 6. Terras indígenas 7. Felicidade mundial
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Fonte: Marcelo Martinelli e Maria Graça Lemos Ferreira, 1998.
Fauna Brasileira em Extinção
Mapa 5
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Font
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Créditos
Págs. 17 e 18 organização da sala: Alexandre Jubran
Pág. 32 ilustrações: isaac Barella
Pág. 33 foto: Geodados Tecnologiaplanta pictórica: Alexandre Jubranplanta: Alexandre JubranCroqui cartográfico: Alexandre Jubran
Pág. 34 foto maquete: eduardo delfinplanta da sala: Gustavo velhoMapa mental e croqui: arquivo pessoal
Pág. 35 Mapa mental: arquivo pessoal
Pág. 36 Mapa culturas tradicionais: vistadivinaMapa climas: vistadivina
Pág. 37 Mapa domínios vegetacionais: vistadivinaMapa imigrantes: vistadivinaMapa endemias: vistadivinaMapa variação de temperatura: eli sumida
Pág. 38 Mapas correntes marinhas: eli sumidaMapa fluxo migratório: eli sumidaMapa recursos da terra: vistadivina
Pág. 39 Mapa escala: Atlas Geográfico escolar, 4ª edição, iBGe
Pág. 41 foto Bebedouro: Geodados Tecnologiailustração planos: Alexandre Jubran
Pág. 42 foto serra do Mar: Márcio Cabral de Mourailustração planos: Alexandre Jubran
Pág. 43 Mapa mental: arquivo pessoal Croqui: arquivo pessoal
Pág. 44 Croqui: arquivo pessoal
Pág. 45 infográfico satélites: Alexandre Jubranfoto: Geodados Tecnologiailustração: sattu
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Pág. 46 vetores: Google Mapsimagem de satélite Bebedouro (sp): 2008, vistadivina / UsGs, landsat 7 eTMsequência imagem de satélite de Bebedouro (sp): 2008 vistadivina / Geodados Tecnologia
Pág. 47 Croquis: arquivo pessoal
Pág. 48 imagens de satélite Bebedouro (sp): 2008vistadivina/Geodados Tecnologia
Pág. 50 Gráfico linear: vistadivinaGráfico setorial: vistadivina
Pág. 51 Gráfico de barras: sattuClimogramas: vistadivina
Pág. 71 ilustração batalha naval: Alexandre Jubran
Pág. 74 Croqui: Juliana pinheiro Andradeinfográfico correntes úmidas: eli sumida
Pág. 85 Mapas da previsão do tempo: Alexandre Jubran
Pág. 88 infográfico temperatura terrestre: sattu
Pág. 96 ilustração perfil do solo: Alexandre Jubran
Pág. 104 ilustração homem: sattuilustração machado, árvore e cadeira: Alexandre Jubran
Pág. 108 ilustração redes urbanas: Alexandre Jubran
Pág. 109 Croquis territoriais esquemáticos: vistadivina
Pág. 137 ilustração lixão: Alexandre Jubran
Pág. 153 Croqui: arquivo pessoal
Pág. 155 Croqui: arquivo pessoal
Pág. 162 desenho-mapa: arquivo pessoal
Págs. 186 a 192 Mapas: eli sumida
este livro foi composto nas fontes Adobe Caslon pro e diN, impresso em papel Couché fosco 115 g/m3, em off-set na gráfica prol, em abril de 2010.