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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Análise da leitura ............................................... 38Quadro 2: Tipos de anotações ............................................ 39Quadro 3: Fichamento inicial dos textos .......................... 40Quadro 4: Ficha de leitura ................................................... 41Quadro 5: Verbos para objetivos ....................................... 48Quadro 6: Pronomes possessivos ..................................... 58Quadro 7: Pronomes relativos ............................................ 59

Quadro8: Estrutura geral dos trabalhos científicos .......  61Quadro 9: Elementos estruturais por modalidade detrabalho científico .............................................. 78

Quadro 10: Formatação segundo NBR 14724:2002 ......... 79Quadro 11: Principais normas sobre trabalhos científicos 81Quadro 12: Situações peculiares para referências .............. 97

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: A constituição do mundo natural e social ............. 21Figura 2: A relação entre mundo material e espiritual ......... 22Figura 3: Revisão de literatura ................................................. 35Figura 4: Periódico científico ................................................... 36Figura 5: Revista de divulgação científica .............................. 36Figura 6: Portal de periódicos .................................................. 37Figura 7: Diagramação da pesquisa ........................................ 45

Figura 8: Esquema referente aos critérios para a escolhade um tema ................................................................ 46Figura 9: ABNT ......................................................................... 80

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LISTA DE SIGLAS

 ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABPEE Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação

Especial ANPED Associação Nacional de Pesquisadores em EducaçãoCAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

SuperiorIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NBR Norma BrasileiraSBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da CiênciaSCIELO Scientific Electronic Library OnlineTCC Trabalho de Conclusão de CursoUNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural

Organization

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LISTA DE APÊNDICES

 Apêndice A: Formato e margens ............................................. 106 Apêndice B: Orientações para apresentação gráfica da

monografia ........................................................... 107 Apêndice C: Modelo de lista de quadros ................................ 118 Apêndice D: Modelo de lista de figuras .................................. 119 Apêndice E: Modelo de lista de gráficos ................................ 120 Apêndice F: Modelo de lista de siglas .................................... 121

 Apêndice G: Modelo de cronograma ...................................... 122 Apêndice H: Modelo de errata ................................................. 123

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LISTA DE ANEXOS

 Anexo A: Modelo de capa ....................................................... 125 Anexo B: Modelo de folha de rosto ...................................... 126 Anexo C: Modelo de resumo .................................................. 127 Anexo D: Modelo de ilustração .............................................. 128 Anexo E: Modelo de tabela .................................................... 129

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SUMÁRIO

 APRESENTAÇÃO ........................................................ 10

PARTE I - ASPECTOS TEÓRICOS DA PESQUISA

 A PESQUISA E O MÉTODO ..................................... 14

 A FILOSOFIA E O MÉTODO ................................... 20

ORGANIZAÇÃO PARA O TRABALHO DEPESQUISA ..................................................................... 33

PARTE II - ASPECTOS PRÁTICOS DA PESQUISA

O PROJETO DE PESQUISA ...................................... 44

REDAÇÃO DA MONOGRAFIA .............................. 54

ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO ....... 61

NORMALIZAÇÃO DA MONOGRAFIA ................. 80

 À GUISA DE CONCLUSÃO... Alguns conselhos úteis 99

REFERÊNCIAS ............................................................ 101

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 APÊNDICES..................................................................  105

 ANEXOS........................................................................  124

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 APRESENTAÇÃO

Em tempos de internet, com tantos materiais disponíveis, podeparecer muito fácil realizar uma investigação científica. É mera ilusão!

 A pesquisa requer uma minuciosa organização para o trabalho,delimitação do problema e dos objetivos, bem como dosprocedimentos metodológicos para a coleta e análise dos dados.

Neste livro são apresentados e discutidos conteúdos que podemauxiliar no processo de planejamento e elaboração da pesquisa.

 Apresentamos um conjunto de textos voltado às questõespráticas da pesquisa. O primeiro capítulo tem como tema aimportância do método para a pesquisa e o conflito entre tendênciasmetodológicas.

O segundo capítulo apresenta uma breve retrospectiva sobre aconstituição do pensamento filosófico.

O terceiro capítulo versa sobre a organização para a pesquisa eos diferentes tipos de trabalhos científicos.

O quarto capítulo é dedicado ao plano de ação para a pesquisa e

a sequência de passos que a compõe.O quinto capítulo discorre sobre a redação da monografia,discutindo alguns aspectos básicos relacionados à Língua Portuguesa.

 A estrutura da monografia é o tema do sexto capítulo. Sãoapresentados os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais quecompõem o trabalho monográfico.

No sétimo capítulo demonstramos a importância da formataçãodo texto segundo normas estabelecidas e algumas regras para citação.

 A guisa de conclusão apresentamos alguns conselhos úteis para

o pesquisador em fase de elaboração do trabalho. A obra traz, ainda, vários apêndices contendo: modelo de capada monografia; orientações para a apresentação gráfica; modelos delistas de quadros, figuras, gráficos e siglas e cronograma.

Esperamos que o material aqui apresentado possa contribuirpara a caminhada daqueles que estão dando os primeiros passos nocaminho da pesquisa. E para aqueles mais experientes, que ofereça

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elementos enriquecedores para o seu pensar e fazer enquantopesquisador.

Maringá, julho de 2010.

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O entendimento dos símbolos e dos rituais (simbólicos) exige dointérprete que possua cinco qualidades ou condições, sem as quais ossímbolos serão para ele mortos, e ele um morto para eles.

 A primeira é a simpatia; não direi a primeira em tempo, mas aprimeira conforme vou citando, e cito por graus de simplicidade.Tem o intérprete que sentir simpatia pelo símbolo que se propõeinterpretar.

 A segunda é a intuição. A simpatia pode auxiliá-la, se ela jáexiste, porém não criá-la. Por intuição se entende aquela espécie deentendimento com que se sente o que está além do símbolo, sem que

se veja. A terceira é a inteligência. A inteligência analisa, decompõe,reconstrói noutro nível o símbolo; tem, porém, que fazê-lo depoisque, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, como poderia noexame dos símbolos, é o de relacionar no alto o que está de acordocom a relação que está embaixo. Não poderá fazer isto se a simpatianão tiver lembrado essa relação, se a intuição a não tiver estabelecido.Então a inteligência, de discursiva que naturalmente é, se tornaráanalógica, e o símbolo poderá ser interpretado.

 A quarta é a compreensão, entendendo por esta palavra oconhecimento de outras matérias, que permitam que o símbolo sejailuminado por várias luzes, relacionado com vários outros símbolos,pois que, no fundo, é tudo o mesmo. Não direi erudição, comopoderia ter dito, pois a erudição é uma soma; nem direi cultura, pois acultura é uma síntese; e a compreensão é uma vida. Assim certossímbolos não podem ser bem entendidos se não houver antes, ou nomesmo tempo, o entendimento de símbolos diferentes.

 A quinta é a menos definível. Direi talvez, falando a uns, que é a

graça, falando a outros, que é a mão do Superior Incógnito, falando aterceiros, que é o Conhecimento e a Conversação do Santo Anjo daGuarda, entendendo cada uma destas coisas, que são a mesma damaneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ouescrevendo.

(Fernando Pessoa.Mensagem)

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Parte 1

 Aspectos teóricos da pesquisa

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 A PESQUISA E O MÉTODO

Qual a importância e o significado do método para a pesquisa?Quais são os principais encaminhamentos metodológicos entre ospesquisadores em Educação e as especificidades de cada um deles?Os encaminhamentos são divergentes entre si?

Para pensar essas questões organizamos o presente texto emduas subseções. Na primeira, tomando como ponto de partida doistextos sobre conflitos entre tendências metodológicas, destacamos

alguns pontos sobre método e pesquisa. Na segunda parteapresentamos os principais enfoques na pesquisa na área de ciênciashumanas, mais especificamente na educação.

O conflito entre tendências metodológicas

 A discussão sobre a teoria, o método e o objeto da pesquisa emeducação é uma constante entre as publicações na área. Comoassinala Gatti (1992) a diversidade de encaminhamentos e os embates

intelectuais travados para superar alguns impasses não são tranquilos;um exemplo são dois artigos publicados no número 66 da revistaCadernos de Pesquisa, da Fundação Carlos Chagas. O texto de Luna(1988) versa sobre o que ele chama de falso conflito entre tendênciasmetodológicas e o de Franco (1988) analisa o texto do primeiro eargumenta porque não é falso o conflito entre tendênciasmetodológicas.

Para Luna, a abordagem sobre as diferenças metodológicas sãoimprecisas e improcedentes. Ele inicia o texto afirmando que tem

 variado o status atribuído à palavra metodologia  no contexto dapesquisa; ora ela é associada à Estatística, ora aproxima-se daFilosofia ou Sociologia da Ciência, enquanto a disciplina que ainstrumentaliza é denominada Métodos e Técnicas.

Independente da conceituação adotada consolida-se, a ideia deque não é razoável “[...] discutir a metodologia fora de um quadroteórico que, por sua vez, é condicionado por pressupostosepistemológicos (LUNA, 1988, p. 71). Se o pesquisador explicita seu

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problema e elabora clara e descritivamente um conjunto de passospara obter os dados para responder sua questão norteadora e indica ograu de confiabilidade da resposta obtida, é possível, então, avaliar oseu produto segundo os parâmetros do seu referencial. Semconsiderar o viés teórico do próprio pesquisador, a avaliação daprodução científica ficaria condicionada pelas crenças em valorescompartilhados por pares de uma mesma confraria.

Outro falso parâmetro para estabelecer diferenças adviria do fatode se considerar as diferentes técnicas de pesquisa comoexplicitadoras dessas divergências, bem como pela tentativa de

estabelecer o confronto entre as diferentes tendências, como se a verdade de cada uma pudesse ser atestada pela fragilidade da outra. Aconsequência desse deslocamento é que a necessária discussão arespeito da adequação dos métodos qualitativos, em algumaspesquisas, tem gerado o que o autor chama de caça às bruxas  aosmétodos quantitativos, como se não houvesse problemas para osquais eles fossem adequados.

 A crítica ao quantitativo frequentemente é associada aopositivismo. Luna sugere perguntar às pessoas o que é o positivismo

enquanto corrente epistemológica e, especialmente, quem é ou temsido positivista.

É pouco provável encontrar resposta para a segundapergunta. Quanto à primeira, os indicadores apontarão maisprovavelmente para características de uma pesquisa malfeitaou para pressupostos que todos defendemos um dia mas que

 vimos abandonando há tempos. (LUNA, 1988, p. 71).

O autor explica que apesar de toda uma formação acadêmicacalcada sobre uma metodologia experimental, ele não se consideraum positivista; não sabe exatamente o que as pessoas querem dizercom isto. O pressuposto básico para o seu trabalho comopesquisador, é que a realidade empírica é complexa, mas objetiva. Oindivíduo é subjetivo; para separar o objetivo de sua representação,ele precisa da teoria. Pela via da fundamentação, o homem podeintegrar os recortes feitos acerca da realidade.

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Intrigante e desafiador é o texto de Sérgio Luna, afirma Franco(1988, p.1). A autora aponta a pertinência do autor ao denunciar afalta de compromisso epistemológico de alguns pesquisadores que emnome de supostos posicionamentos teóricos reproduzem, nacomunidade científica, formas de subordinação e dominaçãopresentes na sociedade.

Segundo Franco, Luna é sagaz ao apontar a fragilidade teórico-metodológica de muitos alunos de cursos de pós-graduação quemesmo não sabendo explicitar o seu problema de pesquisa, ou talvezpor isso, deixam-se levar por modismos e vão atrás da teoria em

 voga.No entendimento da autora, essa questão reflete a precariedadede cursos de Metodologia, os quais que restringem o conteúdo a umrol de técnicas. Eles não contribuem, assim, para que os alunospossam realizar “[...] pesquisas consistentes que, a partir de um fiocondutor e da discussão de uma problemática, respeitem suaintegração com pressupostos teórico-metodológicos pertinentes e adevida adequação aos procedimentos de coleta, análise einterpretação dos dados.” (FRANCO, 1988, p. 76).

 A autora diverge, no entanto, em vários pontos. O primeirodeles diz respeito à conceituação de Metodologia, a qual ela situa noâmbito da Filosofia da Ciência e define o processo de investigaçãocientífica como movimento do pensamento humano ao teórico e

 vice-versa. Associada à epistemologia do conhecimento, numaperspectiva histórica e crítica, a Metodologia pressupõe a apreensãoda realidade como um momento indissociável da intenção prática dequem realiza a pesquisa.

Em outras palavras, não há como separar aquele que pesquisa do

objeto a ser pesquisado, visto que o homem não é um ser meramenteespeculativo, que pode sair de si mesmo para fazer ciência. Numarelação dialética de construção e reconstrução mútuas, realidade epensamento se formam e transformam. Nesse movimento, a própriaformação do conhecimento está vinculada à prática social dos seusformadores. Não é possível, portanto, separar sujeito e objeto.

Para Franco (1988), a forma como o pesquisador delineia seuproblema, define os instrumentos para a coleta de dados e interpreta

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os resultados alcançados, refletem sua concepção de como a realidadee o conhecimento são formados.

Sob a perspectiva da autora, o ponto inicial da pesquisa são oshomens em sua atividade real, vivendo no coletivo e neleestabelecendo as condições para a produção da vida. A produção da

 vida e as relações nela estabelecidas constituem o objeto da Ciência.Esse modo de compreensão do processo de produção doconhecimento implica traçar caminhos e decisões metodológicos queevidenciam conflitos entre diferentes tendências.

Se o pressuposto básico é a prática social como critério de

 verdade, nela devem ser buscadas as respostas para a questãonorteadora da investigação. A autora é enfática no seuposicionamento: não existe conhecimento falso ou verdadeiro fora daforma como os homens se relacionam entre si e com a natureza, vistoque a verdade não existe por si mesma, dentro do pensamento.

 A autora alerta, no entanto, para os cuidados com a participaçãodo pesquisador na vida social com vistas à produção de novosconhecimentos e a oferta de experiências voltadas para atransformação. Em nome de uma inserção ativa e participante no

mundo dos pesquisados, alguns cometem o equívoco de confundir aespecificidade do papel de pesquisador com o de cientista social. Énecessário definir um ponto de equilíbrio entre a identificação com ossujeitos e a distância necessária para uma reflexão crítica sobre otrabalho em curso.

O debate estabelecido por Luna (1988) e Franco (1988) é umexemplo dos confrontos estabelecidos nos anos 80 do século XX eque foram decisivos para a composição do atual cenário emeducação. Gatti (2001, p. 75) explica que parte desses embates está

relacionada com a pesquisa qualitativa, cuja expansão se deu pelabusca métodos alternativos aos modelos experimentais e aos estudosempiristas,

[...] cujo poder explicativo sobre os fenômenos educacionais vinha sendo posto em questão, como ocorreu com osconceitos de objetividade e neutralidade embutidos nessesmodelos. As alternativas apresentadas pelas análises chamadas

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qualitativas compõem um universo heterogêneo de métodos etécnicas, que vão desde a análise de conteúdo com toda suadiversidade de propostas, passando pelos estudos de caso,pesquisa participante, estudos etnográficos, antropológicosetc.

O contexto de confrontos que a autora denomina salutarespropiciou avanços nas pesquisas em educação na década seguinte.Conflitos entre posturas teóricas e métodos divergentes, formasespecíficas de coleta e análise de dados fazem parte da vida dospesquisadores.

 Afinal, qual o significado desses confrontos? Não se trataapenas de estabelecer uma divisão entre pesquisa qualitativa equantitativa; é também uma questão de rigor científico, de coerênciametodológica.

Nos anos mais recentes os embates diminuíram e há umaquase unanimidade em torno das pesquisas qualitativas, especialmentenaquelas que têm como foco as representações e práticas pedagógicasdos professores. Os dados são colhidos por meio de coleta dedepoimentos, histórias de vida, grupos de discussões, reuniões,encontros para formação, etc. Segundo André (2009), em muitosdesses estudos falta domínio dos pressupostos das abordagensqualitativas e rigor científico na coleta e tratamento dos dados.

 Além das questões apontadas pela autora, é freqüente, ainda, nostrabalhos científicos a falta de coerência entre as referências ou amistura de correntes teóricas, o chamado ecletismo. Na maior partedas vezes, a pessoa nem tem consciência da mistura de fundamentosdiscordantes.

É comum encontrar, por exemplo, pesquisadores que afirmamque sua pesquisa está ancorada na Teoria Histórico-Cultural e, noentanto, o método dialético, a base desse referencial, édesconsiderado na delimitação do problema e dos instrumentos depesquisa e, logicamente, da análise dos dados.

O resultado é um trabalho cuja leitura faz a banca examinadoraperguntar ao candidato ao título de especialista, mestre ou doutor:

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como a teoria influenciou o seu trabalho? Se fosse outrafundamentação ele seria diferente?

Para Trivinõs (1987, p. 16) isso ocorre basicamente porindisciplina intelectual, causada por uma formação unilateral deinformação cultural limita o desenvolvimento da capacidade depensar, de considerar o novo, o diferente. Por outro lado, adependência cultural (e da qual é difícil fugir), determina falar alinguagem dos centros propagadores da cultura, ciência e técnica.

 A indisciplina intelectual se manifesta no ecletismo e na “[...]exposição metafísica e mecânica das idéias, cuja característica

essencial talvez seja seu poder de hierarquizar e isolar os conceitos,tornando-os alheios à realidade social.” (TRIVINÕS, 1987, p. 16).Nesse processo problemas primários e secundários se

confundem, impedindo que o pesquisador forme uma consciência daclasse de problemas enfrentados e uma exata noção da realidade.

 A filosofia é o caminho para a disciplina e a qualificação dopensamento intelectual. O pesquisador deve buscar nas basesfilosóficas as referências que obrigam a definir com clareza osproblemas a serem estudados e os procedimentos metodológicos,

bem como a analisar os dados alcançados. Antes de passar às bases filosóficas essenciais para opesquisador, vejamos uma breve retrospectiva sobre a constituição dopensamento filosófico.

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 A FILOSOFIA E O MÉTODO

 As primeiras tentativas de compreensão do sentido da existênciasão marcadas pelo mito. O mito é a primeira construção teórico-subjetiva do homem para pôr ordem na aparente desordem domundo.

No prolongamento do mito, toma corpo a forma religiosa deexplicar a existência da natureza e da humanidade. A criação e ocontrole do universo passam a ser atribuídos a um Deus pessoal e

inteligente. A fase mítica e a religiosa são consideradas pré-filosóficas. Afilosofia tem início quando, na Grécia Antiga, as explicações baseadasem entidades sobrenaturais ou em forças superiores são suplantadasconsciência.

[...] Tratava-se de dar conta da natureza, de um fundamentoque a ordenasse, mas sem duplicá-la, criando-se um mundo deordem sacral. É o momento então que a consciência seassume plenamente como razão lógica, se identifica comologos e passa a entender que toda a realidade é possuída eordenada por esse mesmo logos. (SEVERINO, 1992, p.70).

É nesse contexto que nasce na Grécia do séc. VI a.C., a filosofiaocidental, com os chamados filósofos pré-socráticos. Eles negaram asrazões míticas e religiosas que dominavam a cultura grega e passarama buscar um elemento fundamental, um princípio fundador (arqué)que ordenasse o mundo.

Na busca de conferir um sentido ao mundo, os filósofosocidentais desenvolveram diferentes explicações, as quais constituemas matrizes para as tendências metodológicas.

Para Triviños (1987), tomar a Filosofia como base para a ciênciaimplica em considerar que as suas explicações sobre a natureza e asociedade se transformam de acordo com as mudanças nopensamento científico.

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O segundo pressuposto é que se a ciência é tomada para explicaro mundo, o pensamento deve partir de bases científicas e não demeras especulações.

 A terceira assertiva é que o ser humano é capaz de conhecer arealidade natural e social. Como ele pode fazer isto? Por meio daobservação sistemática do mundo, baseada na atividade racional. Aofazer isso, ele constata que o mundo é composto por fenômenos eobjetos e que esses são de natureza espiritual e material.

Os fenômenos e objetos materiais representam a realidadeobjetiva que fica fora de nossa consciência (livro, caneta, rio,

montanha, etc.). Designamos como ideais ou espirituais, por outrolado, aqueles fenômenos que se processam em nossa consciência(percepções, pensamentos, ideias, sentimentos, etc.).

Figura 1: A constituição do mundo natural e socialFonte: Acervo da autora

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 A compreensão do mundo da forma acima representada remetea outras questões, tais como: Como se relacionam a realidade objetivae subjetiva? É possível conhecer o mundo? De que modo podemosconhecê-lo?

 A relação entre a consciência e a realidade é o principalproblema para a Filosofia. Qual dessas instâncias vem primeiro? Aconsciência, a ideia cria o material ou, ao contrário, o mundo materialcria o pensamento?

Na busca de resposta para esta questão os filósofos se dividirama dois grandes grupos: idealistas e materialistas.

Figura 2: A relação entre mundo material e espiritualFonte: Acervo da autora

Para os idealistas, o espírito vem antes da natureza, ou seja,eles afirmam a originalidade do espírito sobre a natureza.

Os materialistas, por outro lado, concebem a natureza comooriginária. A matéria existe antes do pensamento; a ideia e aconsciência são, portanto, derivadas do mundo material.

1 Idealismo

No modo idealista de pensar, os seres possuem uma naturezaprópria, uma essência que lhes é específica. Ao existir, cada ser ou

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indivíduo está realizando a sua essência. O homem nasce para serhomem; o animal cumpre seu destino de ser animal. É a essência, anatureza humana que faz com que o homem não seja um animal.

Nessa perspectiva, a essência determina o modo de ser, pensar eagir de cada um. Os valores que norteiam a ação humana já estãodados pela essência humana.

Na essência reside a capacidade de conhecer a si mesmo e aosobjetos. Ao desenvolver essa capacidade de compreender ascondições de existência das coisas e dos seres, o homem realiza aontologia.

[...] Trata-se, pois, de ontologia, toda vez que especulamossobre características comuns a todas as coisas, a todos osseres, sejam eles o que forem. Assim, quando falamos quetodos os entes possuem uma essência, essa é umaconsideração ontológica. (SEVERINO, 1992, p.79).

 As considerações ontológicas se particularizam dependendo doobjeto para o qual estão direcionadas:

CosmologiaEstudo das condições particulares da existência do mundo.

 AntropologiaEstudo das condições específicas da existência do homem.

EpistemologiaEstudo das condições específicas dos processos de

conhecimento humano.

 AxiologiaBusca de compreensão dos determinantes do agir humano, dos

 valores que direcionam as ações. A axiologia se subdivide em: ética, voltada para as questões morais;estética, centrada nos valores ligados àsensibilidade, beleza e arte;política trata dos valores sociais.

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Esses conceitos formam o vocabulário técnico da filosofia edemonstram como os filósofos pensaram um sistema abrangente paraas áreas do conhecimento.

Essa forma de pensar prevaleceu na Antiguidade e na IdadeMédia, num período compreendido de 500 a. C. até 1400 d.C.. Comdiferentes nuanças, os filósofos dessa época creditaram às coisas umaexistência autônoma, objetiva e independente da consciência. Nãoimportando se eram criadas por Deus ou se existindo eternamente,essas coisas realizam a sua essência e servem de modelo e molde paraas coisas concretas.

São duas as principais nuanças ou diferentes formas deposicionamento que tomaram o espírito como aspecto principal e amatéria como secundário: Idealismo Subjetivo e Idealismo Objetivo.

Para os adeptos do Idealismo Subjetivo, as essências das coisassão autônomas, porém ideais; as essências não se identificam com ascoisas concretas.

Platão (420-348 a.C) é o maior representante dessa linha depensamento; discípulo de Sócrates, desenvolveu um sistema filosóficocompleto. Para ele, as verdadeiras essências eram as ideias, as quais

existiriam num mundo próprio, o mundo das ideias. As coisas domundo seriam cópias (imperfeitas) dessas. Assim, apesar das mudanças e transformações no mundo, a

essência permanece imutável no mundo das ideias. Alcançar a essênciaera o objetivo maior da existência, que podia ser alcançado por meioda contemplação.

O pensamento platônico marcou a cultura ocidental, em especialo cristianismo. Santo Agostinho (354-430), teólogo e bispo da IgrejaCatólica, substituiu o mundo das ideias  pela consciência divina. Ele

manteve a ideia de modelos para as coisas, mas agora como criaçãode Deus.O conhecimento da essência das coisas no pensar agostiniano

está relacionado à iluminação divina.

Em consequência disso, quando conhecemos a essência daárvore, por exemplo, não é à contemplação das Ideias quechegamos, mas sim à consciência divina, que nos ilumina.

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Deus nos permite aceder a suas ideias, nós compartilhamosdelas. (SEVERINO, 1992, p. 84).

Discípulo de Platão, Aristóteles (385-322 a. C) discordou doidealismo extremo do mestre e apresentou outra teoria para explicar aorigem das coisas. Ele mantém a questão da essência, mas advoga queela pode ser encontrada nas próprias coisas naturais. A sua teoriapode ser considerada um realismo naturalista ou Idealismo Objetivo

Para Aristóteles, não existe uma entidade modelo para cadacoisa. As características essenciais de cada ser são dadas por suaforma específica, que só existe no ser real e concreto e da qual sepode ter um conceito universal. O caráter universal, no entanto, éapenas uma abstração da mente.

O pensador introduz dois conceitos importantes: o existir emato ou em potência. Existir em ato é a possibilidade concretizada,existir em potência é conter uma possibilidade. A árvore, porexemplo, existem em potencial na semente e em ato na planta real,desenvolvida. A passagem de uma condição a outra é a realização daessência.

Os pressupostos aristotélicos, também, são apropriados pelocristianismo, todavia isso só ocorre no século XIII, com Santo Tomásde Aquino (1225-1274). O teólogo mantém o pressuposto da criaçãodivina e a ideia de potencialidade e atualização na criação das coisas.Somente a alma, por se tratar de uma forma específica perfeita, existede forma autônoma e imutável.

Em síntese, segundo o modo de pensar idealista – seja pelaintuição intelectual em Platão, iluminação divina em Agostinho ouabstração em Aristóteles e Santo Tomás – o conhecimento humano

se efetiva pela apreensão da essência das coisas.No próprio Santo Tomás e na divulgação das ideias aristotélicaspodemos encontrar elementos essenciais para a revolução cultural efilosófica que marcaram o Renascimento.

 Apesar de manter a essência divina da alma, ao retomar Aristóteles, Aquino colocou a possibilidade de valorização dohomem. Deus continuou a ser o centro do universo, mas passa areivindicar que ELE reine nos céus e os homens na terra.

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 Ao mesmo tempo em que se colocou a possibilidade deconciliação entre ciência e fé, os novos tempos trouxeram oprenúncio da separação entre Igreja e Estado.

Outros elementos contribuíram para as transformações, emespecial as mudanças econômicas, como o declínio do feudalismo e odesenvolvimento do mercantilismo. Novos inventos e descobertasampliaram o poder de conhecimento e controle sobre a natureza, umnovo modo de organização da produção foi delineado. Estavamdadas as bases do capitalismo.

No plano filosófico, as preocupações ontológicas características

da filosofia antiga e medieval foram se transformando em questõesepistemológicas, ou seja, a capacidade de conhecer a realidade.Nesse movimento e apesar dos riscos, ainda presentes de

perseguições religiosas, autores como Francis Bacon (1561-1626) eRené Descartes (1596-1650) criticam a especulação e contemplaçãocomo forma de chegar ao conhecimento. Eles propõem asubstituição da argumentação pela razão.

 As ideias cartesianas podem ser concebidas como um exemplode idealismo menos radical que coloca em dúvida o conhecimento até

então estabelecido e propõe a certeza do pensar para deduzir acerteza do mundo material: penso, logo existo.Outro nome importante é George Berkeley (1685-1854), para

quem existir é ser percebido. Conforme Triviños (1987), esse autor éo que melhor representa o idealismo subjetivo, para o qual a únicarealidade é a consciência do sujeito.

Outra forma de idealismo é o Transcendental, segundo o qual oobjeto só existe em uma relação de conhecimento. Filósofos comoImmanuel Kant (1724-1804) distinguem o conhecimento que temos

dos objetos dos próprios objetos em si. Como os nossosconhecimentos estão subordinados a noções de tempo e espaço,existem características dos objetos que jamais serão conhecidas.

Dentre os idealistas pós-kantianos, destacam-se os nomes de Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) e Friedrich Von Schelling (1775-1854), que consideram o real como produto da consciência humana.

Na contraposição a essa concepção, o Idealismo Objetivo rejeitaa consciência individual como ponto de partida para o conhecimento.

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 A grande figura dessa corrente filosófica é Georg Wilhelm FriedrichHegel (1770-1831), que ao considerar a realidade, propõe odesenvolvimento da ideia pura (tese), que cria um objeto oposto a si -a natureza (antítese) -, e a superação dessa contradição no espírito(síntese). Esse movimento se dá na história até que o espírito se torneabsoluto e supere as contradições, por meio da dialética, e veja omundo como uma criação sua. 

Como demonstra Bottomore (1988), Hegel interpreta a históriacomo a consciência de liberdade. E essa consciência é produto delutas históricas, de uma maior aproximação com a verdade, um grau

superior de percepção da natureza e da liberdade.Outros idealistas exerceram importante influência na FilosofiaModerna: Paul Ricoeur (1913-2005), Jean Lacroix (1900-1986),Emmanuel Mounier (1905-1950).

Como vimos, sob diferentes perspectivas, os idealistas resolvemo problema da prioridade afirmado o espírito e a consciência comoprioritários e a matéria como secundária. Os materialistas, por outrolado, elevam a matéria à categoria de importância primordial. Domundo objetivo e material são derivadas as ideias e os pensamentos.

2 Materialismo

Para os materialistas, as explicações para o mundo, o homem e a vida devem ser buscadas na matéria.

 As raízes do materialismo podem ser encontradas entre ospovos antigos do Oriente, como os chineses, egípcios, babilônios,entre outros. No século VI a. C., esse tipo de explicação da naturezaganhou contornos sistemáticos com os gregos, quando eles passaram

a conceber que os fenômenos não mais podiam ser explicados pelosmitos, mas pela observação da realidade.No século XVI, essa doutrina ganha novo impulso,

especialmente com Francis Bacon (1561-1626). Para ele, oconhecimento da natureza exige conhecer os fatos, classificá-los edeterminar suas causas; experiências planejadas e métodos segurosgarantem o domínio sobre a produção e transformação da natureza.Para tanto, é necessário buscar as regularidades do processo de

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transformação da natureza, visto que a matéria se encontra empermanente metamorfose.

No século XVIII, com o francês Julien de la Mettrie (1709-1751), os pensadores da Enciclopédia e o barão de Holbach (1723-1789), surge o materialismo filosófico. Em oposição aoespiritualismo, os adeptos dessa corrente consideram o homem umamáquina e negam a existência da alma.

Descobertas como a Lei da conservação e transformação daenergia, da teoria celular impulsionaram o desenvolvimento científicoe o materialismo filosófico. A teoria da evolução de Darwin (1809-

1882) confere, pela primeira vez, um caráter científico à biologiateórica.Na Alemanha do século XIX, o materialismo científico defende

que toda explicação científica resulta de um processo psicoquímico; opensamento é apenas um produto do cérebro. Os principaisrepresentantes são Karl Vogt (1817-1895), Ludwig Büchner (1824-1899) e Ludwig Feuerbach (1804-1872).

No mesmo período, na Inglaterra, se instaura uma nova tradiçãofilosófica. Baseada numa concepção materialista da história, ela é

denominada materialismo histórico e dialético e seus expoentesmaiores são Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895).O princípio norteador da história do homem é o da luta entre asdiferentes classes sociais, a qual é determinada pelas relaçõeseconômicas da época.

Dada a importância do método dialético como esforço parasuperar tanto a visão essencialista quanto a naturalista de sociedade,

 vejamos algumas questões básicas desse modo de explicar o mundo eo modo de vida dos homens.

3 Materialismo histórico e dialético

 Andery et al. (1988, p. 403) demonstram a importância docontexto em que Marx viveu para o desenvolvimento do seupensamento. Seu trabalho intelectual e atuação prática estãorelacionados aos acontecimentos econômicos, políticos e históricosdaquele momento.

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[...] Marx sempre esteve presente na cena política,participando da organização e das reivindicações da classetrabalhadora, colaborando de uma maneira ou outra nosprincipais acontecimentos do período. Alguns de seus textosmais conhecidos atualmente demonstram esta relação ativa eprofunda com o movimento operário de sua época e com aluta política pela transformação da sociedade. (ANDERY etal., 1988, p. 405).

 Além do reconhecimento da importância da participação no

movimento de lutas da classe operária, o encontro com três autoresfoi fundamental para a definição da obra marxiana: Hegel, Engels eFeuerbach.

O elemento fundamental do modo dialético de pensar está noprincípio da compreensão do real e do seu conhecimento. Sob essaperspectiva, a realidade não mais é vista como um conjunto deentidades metafísicas imutáveis, nem como um conjunto de entidadesnaturais, determinadas pelas leis mecânicas da natureza física. Maisque isso, o real se constitui num processo histórico resultante de

múltiplas determinações, dentre elas as forças contraditórias queatuam no interior dessa própria realidade.O princípio da contradição é uma influência de Hegel. Na lógica

da dialética, um objeto pode ser igual e diferente de si mesmo. Numprocesso de contínua transformação, marcado por momentos deafirmação, negação e superação, as coisas se modificam. É a tríadedialética: tese, antítese a síntese.

Para Hegel, a contradição é o motor do processo detransformação do real. O movimento de evolução e transformação

por contradição constitui o processo dialético.  Todavia, na visãohegeliana, esse movimento estava presente tanto no real como nopensamento. Como idealista, o filósofo acreditava que tudo que existeé manifestação das ideias.

Marx não concorda com a metafísica idealista de Hegel; todavia,considera que apesar da mistificação da dialética nas mãos dele, istonão impede que ele tenha sido o primeiro a delinear as leis gerais do

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movimento. Era necessário invertê-la e procurar o real nomovimento e na contradição.

Meu método dialético, por seu fundamento, difere do métodohegeliano, sendo a ele inteiramente oposto. Para Hegel, oprocesso de pensamento – que ele transforma em sujeitoautônomo sob o nome de idéia, - é o criador do real, e o real éapenas a sua manifestação externa. Para mim, ao contrário, oideal não é mais do que o material transposto para a cabeçado ser humano e por ela interpretado.[...] A mistificação por que passa a dialética nas mãos de

Hegel não o impediu de ser o primeiro a apresentar suasformas gerais de movimento, de maneira ampla e consciente.Em Hegel, a dialética está de cabeça para baixo. É necessáriopô-la de cabeça para cima, a fim de descobrir a substânciaracional dentro do invólucro místico. (MARX, 1985, p. 16-17)

De Ludwig Andreas Feurbach (1804-1872), um hegeliano deesquerda, Marx retoma a crítica à religião e o conceito de alienação. Aalienação é produzida quando o homem passa a atribuir poderes equalidades a entidades, sem considerar que as entidades sãoproduções humanas. A alienação fundamental é aquela que ocorrenas relações de trabalho no sistema capitalista, no qual o operário,separado dos meios e dos produtos de sua atividade, não tem ocontrole do produto final e sua obra é apropriada pelo outro, ocapitalista.

 A alienação acontece, também, na vida subjetiva quando ohomem é incapaz de pensar por si mesmo e passa a ser guiado pelosoutros. O sujeito assume como seu o pensamento de um grupo

particular. Ocorre assim uma alienação da consciência por parte dequem assumiu o pensamento do outro e uma dominação ideológicadaquele que impôs, por dominação ou convencimento, a sua própriaideia.

O processo de alienação impede que o sujeito perceba arealidade e a sua participação no modo de produção dos bens e da

 vida social.

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Quanto ao papel de Engels na obra de Marx, ele foi o grandeinterlocutor, amigo, colaborador, co-autor, editor, companheiro delutas e de todas as horas. O primeiro encontro entre os dois foi em1884, na casa de Marx em Paris. A constatação de pensamentosconvergentes acerca do movimento histórico real como determinantedas contradições econômico-sociais inaugurou uma relação deamizade e colaboração intelectual que durou até a morte de Marx, em1883. No discurso em frente ao túmulo de Marx, Engels pronunciou:

No dia 14 de março, às três horas menos um quarto da tarde,deixou de pensar o maior pensador de nossos dias. [...]É totalmente impossível calcular o que o proletariadomilitante da Europa e da América e a ciência históricaperderam com este homem. Logo se fará sentir o claro que seabriu com a morte desta figura gigantesca. (ENGELS, 1980,p. 351-352). 

Outras referências importantes na obra marxiana são oseconomistas clássicos ingleses, como Adam Smith (1723-1790),David Ricardo (1772-1823) e os socialistas utópicos como Robert

Owen (1771 – 1858), Charles Fourier (1772 – 1837) e Claude deSaint-Simon (1760-1825).

Com vistas aos objetivos que nortearam a produção deste livro,não é possível aprofundar a discussão sobre o método. Todavia,somente a leitura e compreensão de textos relacionados aos métodospossibilitarão ao pesquisador entender a discussão sobre conflitosentre tendências metodológicas. Sem essas leituras, fica muito difícilentender a discussão de Luna(1988)e Franco (1988). 

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O PROLETARIADO INDUSTRIAL[...]

Mas a tendência centralizadora da indústria não fica por aí. A populaçãofica tão centralizada como o capital; nada mais natural porque, na indústria,o homem, o trabalhador não PE considerado senão como uma fração docapital à qual o industrial entrega um juro – que se chama salário – comocompensação ao que o trabalhador lhe proporciona. O grandeestabelecimento industrial exige numerosos operários trabalhando juntosnum mesmo edifício; eles têm que habitar juntos: para uma fábrica média já

constituem uma vila. Têm necessidades para cuja satisfação outras pessoassão necessárias; os artesãos; alfaiates; sapateiros; padeiros; pedreiros emarceneiros aflem. Os habitantes da vila, sobretudo a geração mais nova,habituam-se ao trabalho da fábrica, familiarizam-se com ele e, logo que aprimeira fábrica,como se compreende, já não os pode ocupar a todos, osalário baixa e, por consequência, vêm-se instalar novos industriais. De talmodo que a vila torna-se uma pequena cidade e a pequena cidade numagrande cidade. Quanto maior for a cidade maiores são as vantagens daaglomeração. Surgem as vias férreas, os canais e as estradas; a escolha entreos trabalhadores experimentados torna-se cada vez maior; em virtude da

concorrência que os empreiteiros da construção civil e também osfabricantes de máquinas disponíveis fazem entre si, podem-se fundarmelhores estabelecimentos, mais baratos que numa região mais afastada,para onde teria que se transportar primeiro a madeira de construção, asmáquinas, os operários de construção e os operários da indústria; tem-seum mercado, uma bolsa onde se comprimem os compradores, mantêm-serelações diretas com os mercados que entregam a matéria-prima ou quedistribuem os produtos acabados. Daí o desenvolvimento espantosamenterápido das cidades industriais.

Friedrich Engels. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra,p. 32. 

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ORGANIZAÇÃO PARA O TRABALHO DE PESQUISA

O objetivo deste texto é apresentar e discutir alguns conteúdosque podem auxiliar na produção de trabalhos científicos de forma gerale, mais especificamente, na de uma monografia de final de curso.

Iniciamos tecendo algumas considerações sobre o que é pesquisare algumas características de um bom pesquisador.

Na sequência, discutimos a importância da organização anteriorao trabalho de pesquisa propriamente dito, ou seja, como se preparar

para o estudo e como selecionar os textos realizar as leituras.1 O pesquisador e a pesquisa

Pesquisar é buscar respostas para uma questão. Não pode sermera obrigação de um trabalho de final de curso. Para trazersatisfação intelectual, é preciso investigar algo que realmente sejainteressante, desperte curiosidade intelectual e incomode.

 Algumas qualidades são essenciais para ser um bom pesquisador.

Dentre elas, Gil (2007) destaca o conhecimento sobre o temainvestigado, a criatividade, integridade intelectual, atitudeautocorretiva, sensibilidade social, imaginação disciplinada, paciênciae a confiança na experiência.

O próprio autor destaca que não bastam as qualidades dopesquisador, mas também a correta avaliação acerca dos recursosnecessários e da possibilidade de acesso aos dados.

O sucesso da proposta de pesquisa dependerá da viabilidade dotema, da correta escolha dos procedimentos metodológicos e

instrumentos para a coleta de dados, da viabilidade do cronogramaproposto e orçamento previsto. Por isso é importante a fase deprodução do Projeto de Pesquisa.

 Além de um bom planejamento, a pesquisa envolve, também,autoria e originalidade. Não é necessário que o tema seja inédito, masele deve conjugar intertextualidade, provocando outras pessoas etrabalhos.

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Ser original, como explica Marques (2006) é ser autor, assumirresponsabilidades pela unidade e especificidade, pelas diferenças entreseu texto e o de outros autores. É expressar-se de maneira própria,aproximando e distanciando o seu texto daqueles que outrosescreveram.

 A pesquisa se concretiza na urdidura do texto. Produzir a tramafinal é complicado. Escrever é duro como quebrar rochas, já disse aescritora, mas é, também, um processo fascinante, pois “[...] voamfaíscas como aços espelhados” (LISPECTOR, 1984, p. 25).

Escrever é pensar num interlocutor, escrevemos para alguém e

queremos seduzir para a leitura e fazê-la entender as ideias delineadase interagir com as palavras plasmadas no papel.Entre os possíveis interlocutores destaca-se o orientador da

pesquisa, aquele que ajudará o orientando a delinear o seu tema,delimitar o problema de pesquisa e a elaborar o projeto de pesquisa.

O texto final é resultado de muitas idas e vindas, hesitações,exercícios de reescrita e refacção. Como ressalta Marques (2006, p.231-232), “[...] cabe ao orientador ler com atenção o que o orientando

 vem escrevendo, auxiliando-o, menos com sugestões do que com

perguntas que o levem a produzir seus próprios saberes, comautonomia e competência, saberes corporificados em textopertinente, bem urdido e consequente”.

O autor insiste na autoria do orientando. Mesmo iniciante, cabea ele assumir e realizar uma pesquisa de autoria própria.

O orientador ajuda a definir o caminho, no entanto, não devereescrever o trabalho do orientando, permitindo, assim, formar suaidentidade como autor e pesquisador.

 A qualidade do texto final depende da experiência anterior como

escritor e como leitor. Quanto mais rico e abrangente é o“vocabulário interno” e a capacidade de estabelecer relaçõesintertextuais, maior é a facilidade para a produção de um textoescrito.

Esse processo confere um caráter coletivo à produção científica.Por isso, a importância da fase inicial da pesquisa, isto é, a fase darevisão da literatura ou levantamento do estado da arte, ou seja, ohistórico do estudo sobre o tema.

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2 A revisão de literatura e a sistematização do conhecimento

O que é a revisão de literatura? É o levantamento e análise dosestudos já produzidos sobre o tema a ser investigado.

 A essência do processo e da própria revisão reside nomapeamento do campo. Mais que simples descrição ou listagem, éum trabalho de articulação de dados e conceitos de diferentes obras.

Figura 3:Revisão de literaturaFonte: Acervo da autora 

Essa atividade requer do

investigador a formação de umabiblioteca básica acerca do assuntoa ser abordado. As obras clássicas,de referência geral ou de difícilaquisição, podem ser consultadasem bibliotecas de instituiçõesuniversitárias.

Recomendamos, ainda, um bom dicionário e uma obra de

gramática de Língua Portuguesa e revistas científicas especializadas. As apostilas e manuais devem ser utilizados somente paraconsulta do vocabulário básico e das referências utilizadas. Obrasclássicas e contemporâneas, assim como as revistas especializadassobre o tema, devem se constituir como base da fundamentação.

Discutir o que pode ou não ser considerado científico não é umatarefa fácil. Como pontua Appolinário (2009), muitos livros, revistas emesmo alguns sites  da internet divulgam informações importantesrelativas às mais diversas áreas das ciências. Todavia, devido à falta de

controle sobre as informações neles veiculadas, nem sempre elespodem ser considerados científicos.

Para o autor, a produção realmente científica estaria nosperiódicos científicos, em versões impressas e digitais.

Um periódico científico tem um comitê científico-editorial e queavalia a qualidade dos textos encaminhados para publicação.

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Outra diferença em relação a uma revista comum, é que osperiódicos científicos são sempre indexados, ou seja, fazem parte deíndices de busca que auxiliam os pesquisadores a encontrarinformações para suas pesquisas. Um exemplo é o ScientificElectronic Library Online – Scielo, uma biblioteca eletrônica a qualabrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros(http:/ / www.scielo.org/php/index.php).

Figura 4: PeriódicocientíficoFonte: Acervo da autora

 Alguns periódicos são bastanteespecializados, como é o caso, porexemplo, da Revista Brasileira deEducação,

publicação da Associação Nacional deEducadores em Educação Especial(ANPED), da Revista Brasileira deEducação Especial, editado pela AssociaçãoBrasileira de Pesquisadores em EducaçãoEspecial (ABPEE) e da Revista EducaçãoEspecial, produzida na UniversidadeFederal de Santa Maria.

Por outro lado, algumas revistas

são importantes veículos de divulgaçãocientífica. Um exemplo éCiência Hoje, daSociedade Brasileira para o Progresso daCiência (SBPC).

 Apesar de considerada nãocientífica, essa revista apresenta umpanorama da produção intelectual etecnológica das universidades, institutose centros de pesquisa nacionais e dos

avanços da ciência internacional.

Figura 5: Revista de

divulgação científicaFonte: Acervo da autora

Os periódicos científicos passam por um sistema de avaliaçãoque no Brasil é realizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível Superior (CAPES), por meio de um sistemadenominado Qualis. Trata-se de um conjunto de procedimentos para

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estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas

de pós-graduação brasileiros.São avaliados todos os periódicos informados nos Coletade Dados, um relatório feito pelos Programas para a CAPES.

 A classificação de periódicos é realizada pelas áreas deavaliação e passa por processo anual de atualização. Esses veículos são classificados como A1, A2, B1, B2,B3, B4, B5 ouC, sendo a primeira a avaliação mais alta e a última com pesozero.

Figura 6: Portal de periódicos

Fonte: Página da Capes 

 A página da CAPESdisponibiliza, ainda, um portalde livre acesso a periódicosmantidos por instituições eorganismos nacionais einternacionais, com textoscompletos, bases de dadosreferenciais com resumos,patentes, teses e dissertações e

estatísticas. A busca organizada dos textos e obras importantes para a

investigação delineada pode ser orientada por algumas questões:• 

Trata-se de um tema já estudado? Por quem, com quaismetodologias e resultados?

•  Quais as escolas ou autores de referência? Quais os pontosde convergência e controvérsias entre eles?

•  Há subtemas importantes relacionados? Quais?

• 

Quais os principais marcos nos estudos sobre a matéria?• 

Quais pontos necessitam de mais estudos?

Essas questões podem ajudar a concentrar-se no conjunto detextos que realmente podem subsidiar o estudo, separando de outrosque, também podem ser importantes, mas não para a investigação empauta.

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Com os materiais em mãos, é chegada a hora da leitura. Apresentamos na sequência, algumas orientações no que se refere aoprocesso de leitura e o modo de registrar as informações colhidas nafase de elaboração da revisão da literatura ou estado da arte sobre otema.

 A leitura e a interpretação dos textos

 Antes de iniciar a leitura o primeiro passo é estabelecer os limitesdo que será lido, ou seja, delimitar a parte do trabalho para formaruma unidade com sentido. Podem ser delimitados uma seção, umcapítulo ou outra subdivisão, os quais devem ser lidos de formacontínua, evitando-se, dessa forma, grandes intervalos.

Severino (2007) propõe a leitura analítica como método deestudo dos textos, recomendando as seguintes dimensões de análise:

 Análise textual É a fase de preparação para a leitura. O autor

recomenda a elaboração de um esquema sobre aorganização do texto e destacando os principaisconceitos apresentados pelo autor. Propomos queresponda as questões: Quais itens compõem o texto?Que conceitos se destacam?É importante analisar quem é o autor, qual a suaformação e a temática central das suas produções.

 Análise temática Momento de compreensão do tema principal, daproblemática básica abordada e do posicionamentoteórico do autor. Buscamos entender a argumentação e

caminhos apontados pelo autor. Análiseinterpretativa

 Voltada à interpretação da mensagem do autor,situando-o no contexto mais amplo da cultura erealizando uma avaliação crítica das ideias, coerência e

 validade da argumentação e o tratamento científico naabordagem do tema.

Problematização Fase de discussão do texto, em que são realizados olevantamento e as análises dos problemas relacionados

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à proposta do autor lido.Síntese Etapa de elaboração pessoal, em que o leitor repensa e

reelabora o conteúdo da leitura.Quadro 1: Análise da leitura 

 A respeito da análise da leitura, Cardoso, Alarcão e Celorico(2010, p. 35) afirmam que quanto mais específicas “estas podem serrecursivas até alcançar o ponto de saturação, isto é, até já não seencontrarem ideias nem resultados novos, e/ou até termos esgotadosas nossas dúvidas, pelo menos, espera-se, em parte”.

Em termos metodológicos, continuam os autores, podem serrealizados dois tipos de análise, a documental e a de conteúdo.

 Análise documental: antecede a de conteúdo e incide sobre opróprio documento, o qual pode ser contemporâneo ouretrospectivo, oriundo de fontes escritas primárias (documentos) ousecundárias (livros, revistas, teses, jornais) ou de fontes não escritas(filmes, fotos, audiovisuais, vestuário, canções, folclore, etc.).

 Análise de conteúdo: procedimento metodológico para estudar oconteúdo do documento com o intuito de obter observações maisfinas, voltadas à construção de categorias gramaticais ou ideológicas.

Para efetuar essas análises, é imprescindível elaborar estratégiasou esquemas de registros, como resumos críticos, de interpretação ouavaliação. Podem ser feitas, ainda, paráfrases e citações das obras.

Tipos deanotações

Características

Citaçãodireta

Transcrição direta e literal num texto, de uma informaçãocompilada de outro texto.

Paráfrase

ou citaçãoindireta

Redação das ideias do autor utilizando-se outras palavras,

não as dele. Não é necessário indicar aspas ou número dapágina; apenas as referências.

Resumo Síntese das ideias de um autor Avaliaçãocrítica

 Julgamento, contestação, confirmação ou reinterpretaçãodas ideias de um autor.

Quadro 2: Tipos de anotações

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Como fazer o registro dos dados de leitura? Sugerimos algunspassos, dos quais devem ser adaptados de acordo com asnecessidades.

Passo 1: Definir o tema do texto e levantar os aspectos relevantes àpesquisa a qual ele poderá fundamentar.

Exemplo: JACOBSEN, Cristina Cerezuela.  A  Prova Brasil eo conteúdo escolar delínguaportuguesa: um estudo com as escolas paranaenses. 152 f. Dissertação(Mestrado em Educação) – Universidade Estadual de Maringá. Orientador:Nerli Nonato Ribeiro Mori. Maringá – PR, 2009.

TEMA: Desempenho de alunos do Ensino Fundamental em LínguaPortuguesa.

ESTRUTURA (sumário mostrando os tópicos abordados e grifando o quepoderia ser importante para a pesquisa em elaboração).

Quadro 3: Fichamento inicial dos textos 

Passo 2: Leitura dos textos destacando as informações importantes.Nesse momento é importante fazer o fichamento das citações quepoderão ser utilizadas no texto final. No modelo de ficha, abaixo,estão destacadas a seção e a subseção com referências consideradasimportantes.

 A PROVA BRASIL E O CONTEÚDO ESCOLAR DE LÍNGUAPORTUGUESA: UM ESTUDO COM AS ESCOLASPARANAENSESPolíticas públicas de avaliação daeducação básica

 A Teoria da resposta aoitem 

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Referência do texto que está sendo lido.Transcrição da citação, com aspas e número da página na qual estálocalizada.Localização do documento lido/ consultado: Ex. Biblioteca da UEM ou

 Acervo Pessoal.Quadro 4:Ficha de leitura 

Destaque apenas as citações que, realmente, possam serutilizadas. A riqueza dos dados e a organização facilitarão nomomento da redação.

Passo 3: Agrupar e classificar os fichamentos de acordo com asseções indicadas no cabeçalho da ficha de leitura. Analisar o conjuntode informações estabelecendo relações entre elas por critérios comosemelhanças e divergências nas abordagens, pontos destacados, etc.

Passo 4: Momento da redação do texto, observando os seguintescritérios gerais:

•  clareza: O texto deve ter um caráter científico e sercompreendido pelo leitor; evitar termos rebuscados oupouco utilizados, bem como expressões vulgares ou de sensocomum.

•  objetividade: A redação deve ser concisa e objetiva, evitandoprolixidade.

•  correção: O texto deve ser escrito corretamente conforme asregras gramaticais;

• 

encadeamento: As frases, os parágrafos, os capítulos devemestar encadeados de forma lógica e harmônica. Observe se as

frases seguem uma ordem direta, com sujeito, verbo, objeto.•  concordância verbal: Observe o mesmo tempo para os verbos, de preferência na voz ativa;

• 

precisão: Evite o uso de termos ambíguos e, quandonecessário, apresente a definição adotada.

•  correção política: Não utilizar expressões preconceituosas epoliticamente incorretas.

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• 

fidelidade: Indicar sempre as fontes, respeitar o conteúdo e

posicionamentos dos autores.Como podemos verificar, a pesquisa exige uma minuciosa

organização anterior ao trabalho propriamente dito. Nesse capítulodiscutimos como o pesquisador pode se preparar realizar a revisão deliteratura e registrar os dados teóricos dessa etapa inicial. As questõesrelativas à redação da pesquisa serão retomadas num capítuloespecífico.

Na sequência abordamos as etapas de desenvolvimento de uma

investigação científica.

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Parte 2

 Aspectos práticos da pesquisa

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O PROJETO DE PESQUISA

O sucesso de uma pesquisa está diretamente relacionado aoplanejamento; as ações realizadas ao longo da pesquisa devem ter sidoefetivamente planejadas.

O planejamento concretiza-se mediante a elaboração de umprojeto, no qual deve ser explicitado o problema, os objetivos dapesquisa, a justificativa para sua realização, a modalidade de pesquisae os procedimentos de coleta e análise dos dados.

É necessário esclarecer, ainda, o cronograma a ser seguido e aindicação dos recursos humanos e financeiros essenciais para odesenvolvimento da investigação.

O Plano de ação para a pesquisa

Na página seguinte apresentamos um esquema do plano de açãopara a realização da pesquisa. Vejamos cada um dos itens quecompõem o diagrama:

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Figura 7: Diagramação da pesquisa

Tema

É o assunto que se deseja investigar. Pode estar relacionado àprática do pesquisador, a curiosidade científica, a dúvidas, conflitos edesafios formados na leitura de outros trabalhos. Ele pode, ainda, serencomendado por pessoas ou instituições interessadas emdeterminadas questões. Independente da origem, o tema de umapesquisa é necessariamente amplo e genérico.

 A seleção do tema é determinante para o sucesso de umapesquisa. Para Castro (2008, p.60), “[...] uma escolha infeliz do tema

9Relatório de

pesquisa

8Análise e

interpretaçãodos dados

7Coleta de

dados

6Cronograma

5Método

4Objetivos

3Justificativa

2Problema

1Tema

Plano deação para a

pesquisa

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torna a pesquisa inviável, metodologicamente insolvente ouirrelevante”.O autor propõe um esquema para a escolha do tema:

Figura 8: Esquema referente aos critérios para a escolha de um temaFonte: CASTRO, 2008, p. 64.

O balanço dessas questões ajuda a definir o caminho. Opróximo desafio é estabelecer o problema de pesquisa.

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Problema

O problema é a delimitação da questão norteadora dotrabalho. A busca de resposta deve exigir o uso métodoscientíficos, envolve variáveis testáveis passíveis de observação oude manipulação.

Gil (2007, p. 26) estabelece regras básicas para a formulação deproblemas:

a)  O problema deve ser formulado como pergunta;

b) 

O problema deve ser claro e preciso;c) 

O problema deve ser numérico;d)

 

O problema deve ser suscetível de solução; ee)  O problema deve ser delimitado a uma dimensão

 viável.

Se há dificuldade para formular uma pergunta ou é preciso ficarexplicando o que será pesquisado, o melhor é reformular a questão.Se a dificuldade persistir, é necessário realizar um estudo exploratório,retomando a revisão inicial de literatura.

É preciso cuidar para não confundir tema e problema. Se alguémdisser que vai pesquisar a importância do brincar, pouco estaráesclarecendo. Mas se propuser: “Como a brincadeira determina odesenvolvimento da criança?” ou “Quais relações podem serestabelecidas entre o brincar e o desenvolvimento do pensamento?”.

 A clareza e concisão na delimitação do problema contribuempara evitar a realização de investigações que parecem intermináveis.No lugar de “Como funciona a atenção?”, é interessante reformular

para “Quais os mecanismos psicológicos envolvidos no processo deatenção?”.

 Justificativa

É a parte dedicada à defesa da necessidade de realização dotrabalho. Segundo Severino (2000), as justificativas devem destacar arelevância social e científica da proposta.

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 Ao defender a importância da realização do estudo, éinteressante explicar ao leitor o que motivou a escolha do tema, quaisaspectos da trajetória pessoal determinaram o interesse peloproblema.

É essencial demonstrar a contribuição da pesquisa para osavanços na área estudada.

Objetivos

O objetivo da pesquisa é buscar respostas ao problema

proposto.Os objetivos são definidos em dois níveis distintos: geral eespecíficos. A pesquisa deve ter um único objetivo geral e um oumais específicos.

O objetivo geral expressa o que se pretende alcançar com ainvestigação. Vinculado ao próprio tema proposto, ele deve estarrelacionado com o conteúdo intrínseco dos fenômenos, fatos ouideias a serem estudadas. Ele deve iniciar sempre com um verbode ação.

Os objetivos específicos são desdobramentos do objetivo geral,têm um caráter mais concreto e explicitam os detalhes e as seções dapesquisa.

Os objetivos exigem verbos no infinitivo e devem indicar umaação passível de mensuração. Vejamos alguns exemplos de verbos eos domínios a que, segundo Bloom (1976), eles remetem:

Domínio VerbosConhecimento Apontar

 ArrolarCitarClassificar

ConhecerDefinirEnunciarIdentificar

InscreverNomearReconhecerRegistrar

RelatarRepetirSublinhar

Compreensão DemonstrarDescreverDeterminarDiferenciar

DiscutirEsclarecerExaminarExplicar

ExpressarIdentificarInterpretarLocalizar

LocalizarTraduzirTranscrever

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 Aplicação AplicarDemonstrar

DesenvolverEmpregarEstruturar

IlustrarInterpretar

InventariarManipular

OperarOrganizar

PraticarSelecionar

TraçarUsar

 Análise AnalisarClassificarCompararConstatar

CriticarDebaterDiferenciarDistinguir

ExaminarExperimentarInvestigarMedir

MonitorarProvarTestar

Síntese  ArticularComporConstituir

Construir 

Coordenar DocumentarEspecificarEsquematizar

FormularOrganizarProduzir

Propor 

ReunirSintetizar 

 Avaliação Apreciar Argumentar AvaliarContrastar

DecidirEliminarEscolherEstimar

 JulgarMedirSelecionar

 Validar Valorizar

Quadro 5 – Verbos para objetivos 

Método ou Procedimentos metodológicos e técnicos

Nesta fase do plano, o pesquisador caracteriza o método, isto é,

a natureza e tipo de pesquisa e define o grupo ou universo depesquisa, a amostragem, os instrumentos de coleta e análise dosdados.

Método é o conjunto de procedimentos mais amplos deraciocínio. As técnicas são os modos de operar mais restritos; pormeio de instrumentos adequados, há uma operacionalização dosmétodos.

O grupo de pesquisa ou população é composto pela totalidadede indivíduos que possuem as características previamente definidaspara o estudo.

Com base em critérios pode ser selecionada uma amostra ouparte da população. As amostras podem ser probabilísticas ou nãoprobabilísticas.

No primeiro caso, “[...] todos os membros da população têmuma chance conhecida de serem selecionados para a amostra. Podemser amostras aleatórias simples, estratificadas, sistemáticas, por conglomerados 

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ou por múltiplos estágios” (APPOLINÁRIO, 2007, p. 23. Grifos doautor).

Na amostra não probabilística, são utilizados outros critérios quenão a teoria da probabilidade para a determinação dos sujeitos daamostra. Elas podem ser feitas por “bola de neve”, conveniência ouquotas.

No caso da primeira, um sujeito indica outros sujeitos para apesquisa ou repassa a eles instrumentos (como um questionário) parapreenchimento.

Na amostra por conveniência, a conveniência do pesquisador é o

critério definidor para a escolha dos sujeitos. A amostra por quotas é determinada com base em restrições ouparâmetros preestabelecidos para o número de sujeitos de cadapesquisa. É possível definir, por exemplo, que a amostra seráconstituída apenas por sujeitos com deficiência e idade entre 25 e 30anos.

 A amostragem não probabilística é menos precisa, porémapresenta vantagens de um custo mais baixo, especialmente naquelescasos em que a população a ser estudada apresenta características

comuns. As amostragens probabilísticas, por outro lado, apresentam umamelhor identificação das tendências da população-alvo.

Cronograma

O cronograma é a representação gráfica, em forma de tabela, naqual são descritas as atividades que serão realizadas e o tempoprevisto para cada uma delas.

Para a previsão deve ser considerado o projeto de curso e oprazo final para a defesa do trabalho. Apresentamos em apêndice um modelo de cronograma de

trabalho.

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Coleta de dados

 A coleta de dados é a operação voltada para a obtenção dosdados de pesquisa. É realizada mediante o uso de instrumentos, osquais variam conforme a ciência ou o método utilizado.

No caso de pesquisas com pessoas, os dados podem sercolhidos por meio de: 1) observações dos sujeitos em situaçõesespontâneas no seu ambiente; 2) observação dos sujeitos emsituações criadas artificialmente; 3) aplicação de questionários ouentrevistas voltadas para o que as pessoas pensam ou fazem.

Castro (2006) alerta para o cuidado no processo de registro earquivamento dos dados coletados.

[...] decisões arbitrárias tomadas no momento da coleta devemser anotadas cuidadosamente. Fichas e tabelas, limpas ecuidadas, devem ser utilizadas. Uma anotação aparentementeclara hoje pode tornar-se indecifrável amanhã, quando já nosesquecemos do que querem dizer as diferentes parcelasincluídas em um cálculo ou qual das opções possíveis foifinalmente utilizada. (CASTRO, 2006, p. 183).

O autor aponta a necessidade de uma distribuição equilibradaentre a coleta e a análise dos dados; essa última é, muitas vezes,relegada a um intervalo de tempo muito curto e insuficiente. Assim,os dados são mal trabalhados.

 Análise e interpretação dos dados

É o ponto central da pesquisa. Dados colhidos e analisados

cuidadosamente, á luz de princípios e procedimentos metodológicosbem delineados, conferem significado as demais partes da pesquisa.

De acordo com os instrumentos utilizados e, portanto, anatureza dos dados colhidos, as análises podem ser qualitativas ouquantitativas.

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Quando a pesquisa tem um caráter descritivo, o pesquisadordeve, num esforço de abstração, ultrapassar a mera descrição dosdados, buscando explicações e estabelecendo relações entre eles.

Relatório de pesquisa

Esta última etapa é constituída pela redação do relatório depesquisa, a qual deve ser clara, atender as normas da língua culta eestruturado conforme as regras da Associação brasileira de NormasTécnicas – ABNT.

 A redação do texto monográfico é o tema do próximo capítulo.

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ELEMENTOS BÁSICOS DA PESQUISA  

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REDAÇÃO DA MONOGRAFIA

Neste capítulo apresentamos algumas orientações sobre alinguagem própria ao texto científico.

Um trabalho monográfico é escrito para uma bancaexaminadora, mas que, certamente, será ser lido por muitas outraspessoas, sejam elas especialistas ou não.

Pensando nesses interlocutores, não é necessário descreverexaustivamente o tema. É essencial, no entanto, definir os termos e

conceitos técnicos utilizados. Além das ideias básicas os autores principais devem serapresentados.

1 Aspectos gerais da redação

 A linguagem deve ser acadêmica, científica, evitando floreios ourebuscamentos desnecessários.

Buscar palavras difíceis no dicionário, nem pensar!

Seja generoso na abertura de parágrafos; eles arejam o texto.Evite reticências, pontos de exclamação ou linguagem figurada.Como introduzir as informações e opiniões?  Eu ou nós? É

aconselhável usar “nós”; os apontamentos têm uma dimensãocoletiva, apoiada em vários autores e que podem ser compartilhadoscom muitos leitores.

Eco (2009) orienta a nunca usar artigo diante de nome próprio.Ou seja, nada de escrever: “o Mazzotta”, “a Almeida”, “a Shimazaki”,“a Dutra”

Não se deve ainda aportuguesar os nomes próprios estrangeiros. John não vira João, João Maria não é o mesmo que Jean-Marie.Devem ser evitados os parágrafos longos e o excesso de vírgulas.

 As frases devem ser curtas e simples, observando sempre a ordemdireta: sujeito + verbo + complemento.

Partículas de subordinação como que, embora, onde e  quando podem contribuir para tornar as frases longas, confusas e cansativas;só as utilize quando tiver certeza sobre o uso delas.

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Cuidado ao usar ondee a partir. A primeira remete a lugar e asegunda a tempo.

 A mesma observação vale para os adjetivos e advérbios. O textocientífico exige parcimônia no uso deles.

 A cautela vale para os termos jamais, sempre, todos, tudo, nunca,ninguém. Evitar o uso desses termos.

 A pontuação requer uma especial atenção; é um dos recursospara dividir o texto em unidades de sentido, definir o ritmo de leitura,dar ênfase a determinadas expressões, evidenciar ou atenuarargumentos. O excesso de vírgulas, por exemplo, fragmenta o texto.

Observe no texto da Clarice Lispector (quadro em destaque) aimportância da pontuação.

2 Alguns pecados capitais num texto

Estrangeirismos

 A globalização e o aumento na importação de tecnologiasaceleraram a importação de palavras estrangeiras e hoje há um

excesso delas na Língua Portuguesa.Não é proibido utilizar as palavras importadas, mas sempre quepossível, é prudente substituí-las pela correlata portuguesa.

Cacófatos ou cacofonias

São expressões oriundas da junção da sílaba final de uma palavracom a inicial da seguinte. O resultado é um som desagradável,estranho e, algumas vezes, obsceno.

Em alguns casos, as construções não estão erradas, mas nãosoam bem. É o caso de: “como ela”, “por cada” “ela tinha”, “portal”, “pouca fé”, “uma mão”.

Redundâncias

Palavras ou expressões desnecessárias, por indicarem ideias que já fazem parte de outra passagem do texto. Por exemplo: Acrescentar

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mais um dado; descer para baixo; metades iguais; nem sequer, nesteatual momento; outra alternativa; todos foram unânimes;autoconsciência pessoal.

Circunlóquio

Conjunto de palavras que pode ser substituído, com vantagem,por uma só palavra:

Em vista do fato de PorqueCom a exceção de ExcetoQue se conhece pelo nome de chamado, denominadoNeste preciso momento agoraDurante o tempo em que enquantoGrupos de idêntica natureza grupos iguais

Substantivações

Booth, Colomb e Williams (2000, p. 242) alertam para o risco desubstantivação dos verbos, pois isto compromete a clareza do texto:

2-a – Locke frequentemente serepeti  porque nãoconfiav  nas palavras paranomear  as coisas com exatidão.2-b – A razão da frequenterepetição de Locke reside em suadesconfiança quanto à exatidão do podernominativo daspalavras.

-a – Se as florestas tropicais forem continuamentedevastadas paraservir  ao lucro financeiro a curto prazo, abiosfera inteira poderá ser danificada.3-b – a contínuadevastação das florestas tropicais aserviço do lucro financeiro a curto prazo poderá resultar emdano àbiosfera inteira.

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Não usar!

Matos (2004, p. 149-150) recomenda evitar alguns termos epropõe algumas formas de substituí-los:

(medidas) visando: (medidas) destinadas a. A nível. Através, no sentido de meio ou instrumento.Como sendo (suprimir).Face a, frente a.Não use vírgula entre sujeito e predicado e verbo e

complemento.Onde (quando não exprime lugar): em que, na qual.

3. Como usar?

Pronome demonstrativo

Esse tipo de pronome demonstra a posição de um elemento emrelação às pessoas do discurso, situando-o no espaço, no tempo ou

no próprio discurso. Veja como e quando utilizá-los:

Este(s), esta(s), isto: quando se refere a seres ou objetos queestejam próximos de quem fala ou quando se referem ao tempopresente.

Ex: este capítulo; este ano

Esse(s), essa(s), isso

Marca um tempo relativamente próximo de quem fala ou serefere a algo que já passou.

Ex.: No mês passado fiz a matrícula. Nesse mês comecei a fazera monografia.

 Aquele(s), aquela(s), aquilo Indica distância tanto da pessoa que fala como da pessoa com

quem se fala.

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Ex.: Vygostsky escreveu este livro em 1930. Naquela época faziamuito frio na Rússia.

Pronome possessivo

Indica a qual pessoa do discurso pertence o elemento referido.O pronome deve concordar em gênero e número com a coisapossuída.

Um possuidor Mais de um possuidorPessoaUma coisapossuída

Mais de umacoisapossuída

Uma coisapossuída

Mais de umacoisapossuída

Primeira Meu, minha Meus,minhas

Nosso, nossa Nossos,nossas

Segunda teu, tua, Teus, tuas, Vosso, vossa Vossos, vossas

Terceira Seu, sua Seus, suas Seu, sua Seus, suasQuadro 6 – Pronome possessivoFonte: Matos (2004, p. 168)

São frequentes os equívocos relacionados ao uso de expressõescomo o mesmo, a referida para substituir pronomes pessoais epossessivos. Vejamos os exemplos:

Quando os projetos chegaram, verifiquei os temas e asreferências dos mesmos. Errado. 

Quando os projetos chegaram, verifiquei os referidos temas esuas referências.Errado. 

Quando os projetos chegaram, verifiquei os temas e asreferências deles.Correto.

Pronome relativo

Classe de pronomes que substituem um termo da oraçãoanterior e estabelece relação entre duas orações. Eles se classificamem variáveis e invariáveis:

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 Variáveis InvariáveisO qual, os quais, a qual,as quais

Que (quando equivale ao qual e flexões) 

Cujo, cujos, cuja, cujas Quem (quando equivale ao qual e flexões) Quanto, quantos, quantas Onde (quando equivale ano qual e flexões) Quadro 7 – Pronomes relativos

Não pretendemos com esses apontamentos esgotar o assunto.Isso nem seria possível nos limites deste livro e dos conhecimentosda autora sobre a língua. Uma boa gramática e o dicionário são a

melhor ajuda no caso de dúvidas. A preocupação com a norma culta não deve atrapalhar a fluência

de ideias. Todavia, ao finalizar partes do texto, essas devem sercuidadosamente revisadas.

O tema do próximo capítulo é a estrutura do trabalho científico.

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Perto do coração selvagemClarice Lispector

[...]

O pai

 A máquina do papai batia tac-tac... tac-tac-tac... O relógio acordou em tin-dlen sempoeira. O silêncio arrastou-se zzzzzz. O guarda-roupa dizia o quê? roupa-roupa-roupa. Não,não. Entre o relógio, a máquina e o silêncio havia uma orelha à escuta, grande, cor-de-rosa emorta. Os três sons estavam ligados pela luz do dia e pelo ranger das folhinhas da árvore que seesfregavam umas nas outras radiantes.

Encostando a testa na vidraça brilhante e fria olhava para o quintal do vizinho, para ogrande mundo das galinhas-que-não-sabiam-que-iam-morrer. E podia sentir como se estivesse

bem próxima de seu nariz a terra quente, socada, tão cheirosa e seca, onde bem sabia, bem sabiauma ou outra minhoca se espreguiçava antes de ser comida pela galinha que as pessoas iamcomer.

Houve um momento grande, parado, sem nada dentro. Dilatou os olhos, esperou. Nada veio. Branco. Mas de repente num estremecimento deram corda no dia e tudo recomeçou afuncionar, a máquina trotando, o cigarro do pai fumegando, o silêncio, as folhinhas, os frangospelados, a claridade, as coisas revivendo cheias de pressa como uma chaleira a ferver. Só faltavao tin-dlen do relógio que enfeitava tanto. Fechou os olhos, fingiu escutá-lo e ao som da músicainexistente e ritmada ergueu-se na ponta dos pés. Deu três passos de dança bem leves, alados.

Então subitamente olhou com desgosto para tudo como se tivesse comido demaisdaquela mistura. "Oi, oi, oi...", gemeu baixinho cansada e depois pensou: o que vai aconteceragora agora agora? E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela continuava a

esperar o que ia acontecer, compreende? Afastou o pensamento difícil distraindo-se com ummovimento do pé descalço no assoalho de madeira poeirento. Esfregou o pé espiando de travéspara o pai, aguardando seu olhar impaciente e nervoso. Nada veio porém. Nada. Difícil aspiraras pessoas como o aspirador de pó.

— Papai, inventei uma poesia.— Como é o nome?— Eu e o sol. — Sem esperar muito recitou:— "As galinhas que estão no quintal já comeram duas minhocas mas eu não vi".— Sim? Que é que você e o sol têm a ver com a poesia?Ela olhou-o um segundo. Ele não compreendera...— O sol está em cima das minhocas, papai, e eu fiz a poesia e não vi as minhocas... —

Pausa.

— Posso inventar outra agora mesmo: "Ó sol, vem brincar comigo". Outra maior:"Vi uma nuvem pequena coitada da minhoca acho que ela não viu".— Lindas, pequena, lindas. Como é que se faz uma poesia tão bonita?— Não é difícil, é só ir dizendo

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ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO

Neste capítulo analisamos a estrutura de um trabalho científico,as especificidades de diferentes modalidades de trabalho, oselementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, bem como ascaracterísticas gerais de apresentação gráfica.

O trabalho científico é a apresentação oral ou escrita, organizadaconforme padrões estabelecidos, dos procedimentos metodológicos eresultados de investigação realizada.

Essa organização, conforme os objetivos do estudo, podeassumir a forma de tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso(TCC) de graduação ou pós-graduação lato sensu, artigo parapublicação em periódico, paper , texto resumido ou completo paraapresentação em evento ou relatórios de pesquisa.

De modo geral, a estrutura desses diferentes tipos de trabalhoscientíficos é composta por elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, dispostos da seguinte forma:

Estrutura ElementoPré-textuais Capa; Lombada; Folha de rosto; Errata; Folha deaprovação; Dedicatória; Agradecimentos; Epígrafe; Resumo;Palavras-chave; Abstract; Keywords; Lista de ilustrações; Listade tabelas; Lista de abreviaturas e siglas;Sumário.

Textuais Introdução; Desenvolvimento; Conclusões.Pós-textuais Referências; Glossário Apêndice; Anexos; Índice Remissivo;

Glossário.Quadro 8– Estrutura geral dos trabalhos científicos 

 A presença de alguns itens está condicionada à forma assumidapelo trabalho científico. Não é comum, por exemplo, fazerdedicatória ou agradecimentos em artigos científicos; em trabalhos deconclusão de curso de graduação ou pós-graduação, esses elementossão frequentes. Veja ao final deste capítulo o quadro com os

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elementos obrigatórios e opcionais nas diversas modalidades detrabalho científico.

 Antes de passar a cada uma das partes da estrutura, vejamos osprincipais e modalidades de trabalhos científicos.

1 Os principais tipos de produções científicas

Os principais tipos de produções científicas podem ser divididosem monografias e outro tipo de comunicação científica.

 A maioria dos trabalhos científicos pode ser denominada

monografia, no sentido que o termo significa um texto que versasobre um único tema. Todavia, geralmente são classificados comomonografias os textos produzidos como requisitos para ocumprimento de exigências acadêmicas. É o caso das teses,dissertações e trabalhos de conclusão de cursos de graduação ouespecialização.

Sob a categoria de outros tipos de texto científicos,encontramos: projeto de pesquisa, relatório técnico-científico, artigo,ensaio, resenha, comunicação científica, texto completo, paper , pôster

e resumo. Vejamos cada um deles:

Trabalho de graduação

Texto apresentado como quesito para aprovação de disciplina degraduação.

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Texto que descreve um estudo sobre tema relativamente restrito.Frequentemente solicitado ao final de cursos de graduação ou pós-graduação lato sensu. Veja os elementos obrigatórios no quadro aofinal deste capítulo. Em Apêndices e Anexos constam modelos deseções de monografias de cursos de especialização.

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Dissertação

Texto apresentado como um dos quesitos para a obtenção dotítulo de Mestre. Apresenta os resultados de um trabalhoexperimental ou estudo teórico sobre um tema único, produzido sobuma estrutura específica para trabalhos monográficos, a partir de umproblema bem delimitado e com objetivos gerais e específicos bemdelimitados. Deve conter, de forma objetiva e bem sistematizada, umestado da arte, com o histórico e os mais recentes avanços sobre otema, bem como os procedimentos metodológicos para a coleta de

dados, os resultados alcançados, a análise dos dados e conclusões.Tese

Trabalho exigido como quesito parcial para a obtenção do graude Doutor. Exige originalidade no tratamento do tema e deverepresentar avanços para a área.

Projeto de Pesquisa

Documento apresentado para seleção em cursos de mestrado oudoutorado ou para solicitar financiamento. Nele são descritos osobjetivos, fases e procedimentos para a investigação a ser realizada.

Relatório Técnico-Científico

Relato formal que expõe resultados de investigações técnicas oucientíficas. É um trabalho que pode ser encaminhado para publicação

em seção especial de revista, devendo seguir estrutura geral damonografia, tanto dos elementos essenciais, como dos opcionais.Deve ser dividido em introdução, desenvolvimento e uma conclusãocom uma síntese dos resultados e recomendações para futuroscomplementos. Outra peculiaridade é a capa, com nome endereço doautor (pessoa ou instituição), número do relatório, título, mês e ano.

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 Artigo

Texto de divulgação dos resultados de pesquisa científica emrevistas e jornais. A linguagem deve ser simples, clara, ter coerência ecoesão. Alguns itens fundamentais: apresentação do assunto eperspectiva teórica; síntese de estudos já realizados sobre o tema;

 justificativa para a escolha do assunto; descrição dos procedimentosmetodológicos; apresentação dos resultados, com uso de tabelas,gráficos e figuras, entre outros meios; conclusão com defesa de umponto de vista e proposição de novas alternativas.

O esquema para a estrutura do artigo é a seguinte: TÍTULO; Autor ; Palavras-chave; Epígrafe (se houver); Introdução;Desenvolvimento; Conclusão; Referências; Resumo, Palavras- chave, Abstract; key words; Apêndice e/ ou anexo (se houver).

O tamanho do texto depende das normas do periódico; noentanto, o artigo não deve exceder vinte laudas.

Ensaio

Exposição metódica, discursiva e concludente de estudosrealizados sobre determinado assunto. Exige significativo grau dematuridade do autor, cuja segurança intelectual dispensa apoiobibliográfico e empírico.

Resenha

 Apresentação de um livro, em geral, recentemente publicado. Otamanho varia conforme o projeto gráfico do jornal ou revista ou,

ainda, do professor que o solicita; o mais frequente é que varie entreuma ou duas páginas. O texto deve ser corrido, sem subtítulos. A resenha pode ser:Informativa: limita-se a abordar o conteúdo da obra;Crítica: enfatiza o valor e alcance do livro;Crítico-informativa: expõe e comenta criticamente o texto.

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Comunicação oral

É a exposição oral em eventos científicos como congressos,seminários, jornadas, reuniões de sociedades científicas e semanas deestudos, entre outros.

Nessa modalidade de divulgação científica o objetivo éapresentar, de forma sucinta e objetiva, uma pesquisa realizada,observando os seguintes aspectos: introdução com apresentação dotema e problema, justificativa, objetivos; metodologia empregada;principais resultados obtidos; análise e discussão dos resultados e

considerações finais.Texto Completo

Pequeno artigo científico sobre determinado tema ou resultadode um projeto de pesquisa, produzido para comunicações emcongressos e reuniões científicas. As regras são as mesmas do artigocientífico.

Deve ter acima de cinco páginas; abaixo desse número, o

texto se caracteriza como um resumo expandido.Paper

No meio acadêmico brasileiro esse termo vem sendocomumente utilizado no mesmo sentido da comunicação científica ouartigo. Assim, as regras são as mesmas do artigo científico e do textocompleto.

Pôster

O pôster é uma comunicação científica elaborada com oobjetivo de demonstrar as informações e dados mais relevantes dapesquisa científica. De forma clara e objetiva, deve conter osseguintes itens: título do trabalho, nome(s) do(s) bolsista(s), dosdemais autores, do orientador; local onde o trabalho foi realizado;metodologia utilizada; resultados e conclusão; referências.

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Resumo

 Apresentação objetiva, clara e concisa dos pontos relevantes deum texto. Pode ser a síntese de um texto lido ou de texto a serapresentado ou publicado.

Para cada finalidade há um tamanho determinado pelas normasda Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT:

Notas e comunicações breves: até 100 palavrasMonografias e artigos: até 250 palavrasRelatórios e teses: até 500 palavras

O resumo deve conter: objetivo, metodologia, principaisresultados e conclusões (espaço simples, a palavra RESUMOcentralizada no alto e palavras-chave logo após o resumo). Nãodevem constar tabelas, figuras, fórmulas ou citações ou referências;essas últimas estão restritas aos estudos específicos sobre autores ouobras.

Para saber o tamanho do resumo, procure no computador aferramenta Contar Palavras.

Como podemos constatar, são muitas as formas de produçãocientíficas. Para cada finalidade está prevista uma estruturadeterminada, composta por elementos específicos. Discorremosagora sobre cada um dos itens componentes dos trabalhos científicos.

2 Estrutura do trabalho científico

Como demonstrado no Quadro 8, a presença dos elementos

estruturais varia conforme a modalidade do trabalho científico. Asdefinições e modo de apresentação da estrutura do trabalho científicoconstam na Norma Brasileira (NBR) 14724:2005, da AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas (ABNT).

2.1 Elementos pré-textuais

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Capa

Envoltório identificador do trabalho no qual as informações sãotranscritas na seguinte ordem:

a) nome da instituição (opcional)b) nome do autorc) título principal do trabalho: deve ser claro e preciso,

identificando o seu conteúdo e possibilitando a indexação erecuperação da informação;

d) subtítulo: quando houver, é necessário evidencia a sua

subordinação ao título principal por meio do uso de dois-pontos.e) número de volumes (se houver mais de um, deve constar emcada capa a especificação do respectivo volume)

f) local (cidade) da instituição onde o trabalho será apresentadog) ano de depósito da trabalho

Lombada

 A lombada é feita quando o trabalho é encadernado em capa

dura. Nela devem ser impressos, do alto para baixo, os seguinteselementos:a)

 

nome do autor;b)

 

título do trabalho e volume (se houver mais que um)

Errata

 A errata é um elemento opcional, realizada quando o trabalho jáestá pronto para ser enviado para a banca examinadora, são

detectados erros e não há mais tempo para corrigi-los. Faz uma lista,em folha avulsa, com os erros, números das linhas e folhas onde elesocorreram e as devidas correções. (APÊNDICE H). 

Folha de rosto

Trata-se de uma segunda capa com todas informações daprimeira e mais um pequeno texto informado:

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a)  a natureza do trabalho (tese, dissertação, trabalho deconclusão de curso e outros)

b) 

objetivo (aprovação em disciplina, grau de especialista,mestre ou doutor), nome da insituição e área de concentração.c) nome do orientador e, se houver, do co-orientador;

Ficha catalográfica

Texto localizado no verso da folha, no qual constam aidentificação e as características catalográficas da obra. Geralmente ela

é elaborada com a ajuda de um bibliotecário da instituição e servirápara auxiliar na alocação da obra na biblioteca.

Folha de aprovação

Elemento obrigatório para teses e dissertações e, frequentemente,exigido em TCCs. Situado logo após a folha de rosto, ela é constituídapor:

a) 

nome do autor do trabalho

b) 

título do trabalho e subtítulo (se houver)c) 

natureza, objetivo, nome da instituição a qual o trabalho estásendo submetido e área de concentraçãod)

 

data de aprovação, nome, titulação e assinatura doscomponentes da banca examinadora e instituições a quepertencem.

 A data de aprovação e assinaturas dos membros componentes dabanca examinadora são colocados após a aprovação do trabalho.

Dedicatória(s)

Nessa folha o autor dedica seu trabalho a alguém ou homenageiapessoas que lhe são pessoalmente importantes.

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 Agradecimento(s)

Seção na qual o autor relaciona as pessoas e instituições quecontribuiram para a consecução do trabalho. É de praxe mencionar asinstituições e auxílios financeiros.

Evitar pedir desculpas como se tivesse cometido um grandepecado por estudar. O agradecimento exige generosidade,reconhecimento da partipação do outro; todavia, isto deve ser feitosem culpas.

EpígrafeÉ uma citação relacionada com o assunto. Além de opcionalmenteconstar logo após os agradecimentos, as epígrafes podem também sercolocadas nas de abertura das seções primárias (ou capítulos).

Resumo na língua vernácula

Elemento obrigatório, constituído de uma sequência de frases

concisas e objetivas que apresentam a essência do trabalho. È muitoimportante para o processo de indexação da pesquisa nos índicessetoriais do conhecimento. No portal da CAPES, por exemplo,consultamos os resumos disponíveis.Elaborado na Língua Portuguesa, o resumo deve ser redigido emparágrafo único, sem recuo, não ultrapassando o limite de palavrasprevisto para cada modalidade. Deve conter, concisa e objetivamente,os objetivos, o método, os resultados e as conclusões. Logo abaixodele são colocadas as palavras-chave.

Palavras-chave

Em número de três a cinco, são as palavras mais representativas dotrabalho. Elas serão utilizadas, com o resumo, para a indexação dapesquisa. Em linguagem figurada, é como se cada palavra fosse umaprateleira onde o trabalho poderia ser encontrado.

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Resumo em língua estrangeira

São versões em inglês ( Abstract), espanhol ( Resumen), francês ( Résumé),por exemplo, do resumo em português. Eventualmente, em algunsprogramas de doutorado, podem ser solicitadas versões em alemão,italiano ou outras línguas.

Lista de quadros, tabelas e figuras

Trata-se de uma lista dos quadros, tabelas e figuras, elaborado

conforme a ordem apresentada no texto, com cada item designadopor seu nome específico, acompanhado do respectivo número dapágina.

 A lista é feita quando o número de quadros, tabelas e figurasforem superiores a cinco. É importante observar que tabelas exibemdados estatísticos; os quadros, por outro lado, apresentaminformações textuais.

São classificadas como figuras as ilustrações como, por exemplo,desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,

organogramas, plantas, quadros, retratos e outros.Lista de abreviaturas e siglas

É a relação em ordem alfabética das abreviaturas e siglasutilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressõescorrespondentes grafadas por extenso. Quando os elementos sãonumerosos, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo.

Lista de símbolos

Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada notexto, seguida do devido significado.

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Sumário

Lista enumerada sequencial das principais seções do trabalhocientífico, reproduzida na ordem exata em que aparecem no texto,acompanhada do número das páginas.

2.2 Elementos textuais

Os elementos textuais são constituídos de três partesfundamentais: introdução, desenvolvimento (material e métodos ou

procedimentos metológicos) e conclusão.Introdução

É a apresentação sucinta e objetiva da pesquisa realizada. Neladevem constar uma breve síntese sobre o tema, a justificativa oumotivo para a realização do estudo, a questão norteadora e osobjetivos geral e específicos. Na sequência, apresentar como o textoestá organizado, explicando o que foi feito em cada seção.

Desenvolvimento

É a principal parte do texto, descrevendo de forma ordenada epormenorizada a investigação realizada. Divide-se em seções esubseções, as quais variam conforme os critérios de abordagem dotema e do método.

 Ao descrever o método, é importante atentar para as seguintes

subseções: sujeitos, materiais, procedimentos e considerações éticas.Sobre os sujeitos, informar como foram selecionados e suascaracterísticas básicas.

Na subseção materiais são indicados os instrumentos(questionários, entrevistas, formulários, observação, análise domaterial escolar, etc.) e materiais (diário de campo, gravador,filmadora, máquina fotográfica, etc) utilizados na coleta de dados.

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Em procedimentos, explicitar os instrumentos para a coleta dedados, a forma de abordagem dos sujeitos.

 As considerações éticas dizem respeito aos cuidados éticos com apreservação da identidade dos sujeitos, sigilo das informaçõescoletadas, etc.

Conclusão

Parte final do texto, na qual o autor realiza o fechamento dotrabalho, apresentando as implicações para a teoria, a prática e outras

pesquisas. São estabelecidas relações entre os resultados alcançados e ateoria e a revisão de literatura.

2.3 Elementos pós-textuais

São aqueles relacionados ao texto, mas para torná-lo menosdenso e mais coeso, são colocados após a parte textual, na seguinteordem: Referências, Glossário, Apêndices, Anexos e ÍndiceRemissivo.

Referências

Nesse tópico serão elencados todos os autores e fontes deinformação citados no texto. Títulos ou autores lidos, mas não citadosde forma direta ou indireta, não devem constar.

 As normas da ABNT devem ser rigorosamente observadas.

Glossário

Lista, em ordem alfabética, de termos técnicos presentes no texto esuas respectivas definições.

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 Apêndices

São documentos elaborados pelo próprio autor para completarsua argumentação. Eles são identificados por letras maiúsculasconsecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.

 Anexos

São documentos elaborados por instituições ou outras pessoasque não o próprio autor. Têm a função de fundamentar, ilustrar,

comprovar a argumentação. Eles são identificados por letrasmaiúsculas consecutivas, travessão e respectivos títulos.

Índice Remissivo

Lista em ordem alfabética e com a indicação das páginas dos assuntos,conceitos ou termos técnicos.

3 Apresentação gráfica 

Destacamos nesse item algumas regras gerais para apresentaçãográfica. Em Apêndices A e B, constam modelos para a apresentação.

 Ver o quadro em destaque ao final do capítulo, com orientações paraformatação de trabalhos digitados.

Formato

Os textos devem ser digitados em papel branco, formato A4 (21

cm x 29,7 cm), em um só lado da folha, com exceção da fichacatalográfica que fica no verso da folha de rosto. As letras podem ser tamanho 12 para todo o texto e um tamanho

menor para as citações de mais de três linhas, notas de rodapé,paginação e legendas das ilustrações e tabelas.

Nas citações com mais de três linhas, observar um recuo de 4 cmda margem esquerda.

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Margens

 As folhas devem apresentar margem esquerda e superior de 3cm; direita e inferior de 2 cm.

Espacejamento 

Todo o texto deve ser digitado com espaço duplo.Usar espaço simples nas citações com mais de três linhas, notas

de rodapé, referências, legendas das ilustrações e tabelas, ficha

catalográfica, natureza do trabalho, objetivo, nome da instituição a queé submetida e área de concentração, que devem ser digitados oudatilografados em espaço simples.

Para as referências, ao final do trabalho, usar espaço simples esepará-las entre si com dois espaços simples. Não se usam recuos nasmargens das referências

Os títulos das subseções devem ser separados do texto que osprecede e sucede por dois espaços 1,5.

Na folha de rosto e de aprovação, a natureza do trabalho, o

objetivo, o nome da instituição e a área de concentração devem seralinhados do meio da folha para a margem direita (APÊNDICES A eB).

Notas de rodapé

 As notas devem ser digitadas dentro das margens, ficandoseparadas do texto por um espaço simples de entrelinhas.

Indicativos de seção

O indicativo numérico de uma seção precede seu título, alinhadoà esquerda, separado por um espaço de caractere.

Títulos sem indicativo numérico

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Não são numeradas as erratas, agradecimentos, lista deilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumos,sumário, referências, glossário, apêndice(s), anexo(s) e índice(s). Ostítulos desses elementos devem ser centralizados.

Elementos sem título e sem indicativo numérico 

São assim classificadas a folha de aprovação, a dedicatória e aepígrafe.

Paginação

Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, sãocontadas em ordem sequencial, mas não numeradas.

 A numeração é colocada, a partir da primeira folha da partetextual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da bordadireita da folha. No caso de o trabalho ser constituído de mais de um

 volume, deve ser mantida uma única sequência de numeração dasfolhas, do primeiro ao último volume. As folhas com apêndices e anexos devem ser numeradas de

maneira contínua e na sequência do do texto principal.

Numeração progressiva

 A numeração progressiva das seções do texto demonstra asistematização ou organização do conteúdo. Por meio dela, o autor

destaca os títulos principais e os itens a eles subordinados.Os títulos das seções primárias, por serem as principais divisõesde um texto, devem iniciar em folha separada, com letra caixa alta enegrito. Os demais títulos das seções devem ser destacados de formagradativa.

Exemplo: 

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1 SEÇÃO PRIMÁRIA – (TÍTULO 1) 1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA – (TÍTULO 2)1.1.1 Seção terciária – (Título 3) 1.1.1.1 Seção quartenária – (Título 4)1.1.1.1.1 Seção quinária– (Título 5)

Recomenda-se que cada seção tenha um texto relacionado a ela,ou seja, nenhuma seção deve conter apenas o título.

Citações As citações devem ser apresentadas conforme a NBR 10520. No

próximo capítulo tratamos desse tema.

Siglas

 Ao ser usada pela primeira vez no texto, o nome completo oupor extenso precede a sigla, a qual é colocada entre entre parênteses.

Exemplo: Atendimento Educacional Especializado (AEE)Equações e fórmulas

Para facilitar a leitura, as equações e fórmulas devem serdestacadas no texto, sendo permitido uma entrelinha maior quecomporte os elementos como expoentes e índices (NBR 14724:2005,p, 13).

Exemplo:

x2 + y2 = z2 (1)(x2 + y2)/ 5 = n (2)

Ilustrações

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Como vimos anteriormente, são classificados como figuras ouilustrações os desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros. Aidentificação delas deve ser feita sempre na parte inferior, precedida dapalavra designativa (tipo de ilustração), seguida de seu número deordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, do respectivotítulo e/ou legenda explicativa de forma breve e clara. Quando for ocaso, citar a fonte.

O projeto gráfico é do autor; as ilustrações devem ser inseridas omais próximo possível do trecho em que são citadas.

Tabelas As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente,

conforme IBGE (1993). Elas só contêm números e dispensam asbordas e linhas internas. A sua identificação delas deve ser feitasempre na parte superior precedida da palavra designativa (tabela),seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, emalgarismos arábicos, do respectivo título e/ou legenda explicativa deforma breve e clara.

Quando for o caso, citar a fonte, a qual deve ser localizada naparte inferior.Nesse capítulo apresentamos as normas para a formatação de

trabalhos científicos. No próximo são apresentadas sugestões para opróprio trabalho de formatação dos aspectos gráficos e das citações.

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ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM DIVERSAS MODALIDADES DE TRABALHOS CIENTÍFICOSTeses e dissertações TCCs Artigos e

PapersProjeto de pesquisa

Pré-textuais Capa; Lombada; Folha derosto; Ficha catalográfica;Errata; Folha de aprovação; 

Dedicatória; Agradecimentos;Epígrafe;Resumo; Palavras-chave;A bstra ct ;Keywords ;Lista de ilustrações; Lista deQuadros e Tabelas; Lista deabreviaturas e siglas;Sumário.

Capa; Lombada; Folha derosto;Ficha Catalográfica;Errata; Folha de aprovação; 

Dedicatória; Agradecimentos;Epígrafe;Resumo; Palavras-chave; Abstract; Keywords; Listade ilustrações; Lista deQuadros e Tabelas; Lista deabreviaturas e siglas;Sumário.

Título;Resumo;Palavras-

chave;  Abstract; Keywords. 

Capa; Folha de Rosto;ResumoPalavras-chave; Abstract;

 Keywords;Sumário. 

Textuais Introdução;Desenvolvimento;Método;ResultadosConclusões.

Introdução;Desenvolvimento;Método;ResultadosConclusões.

Introdução;Desenvolvimento;Método;ResultadosConclusões. 

Introdução; objetivos; Justificativa;Desenvolvimento;Método;Cronograma;Orçamento.

Pós-textuais Referências; Glossário Apêndice; Anexos; Índice

Remissivo; Glossário.

Referências; Glossário Apêndice; Anexos; Índice

Remissivo; Glossário.

Referências; Anexos 

Referências; Apêndicese Anexos 

Quadro 9 – Elementos estruturais por modalidade de trabalho científico.Os elementos em negrito são obrigatórios em cada modalidade.

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Quadro 10 – Formatação segundo NBR 14724: 2002

Elemento gráfico Orientação

Formato A4Tipo e tamanho da letra para o texto Arial ou Times New

Roman, 12Tipo e tamanho da letra para citaçãocom mais de três linhas

 Arial ou Times NewRoman, 11

Tipo e tamanho da letra para notas e

legendas de quadros, tabelas oufiguras

 Arial ou Times New

Roman, 11

Margens do texto Esquerda e Superior: 3 cmDireita e Inferior: 2 cm

Margem de parágrafo 1,25 cmMargem da citação com mais de trêslinhas

4 cm

Entrelinhas do texto Espaço duploEntrelinhas das seções Dois espaços duplosEntrelinhas de resumo,abstract, notas,referências e legendas de quadros,tabelas ou figuras

Espaço simples

Entrelinhas entre as referências Espaço duploPaginação Direita superior

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NORMALIZAÇÃO DA MONOGRAFIA

No Brasil, os trabalhos acadêmicos, geralmente, se pautam pelasnormas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

Figura 9: ABNTFonte: Portal da ABNT

 A ABNT é uma entidadeprivada, sem fins lucrativos e oúnico foro nacional reconhecidode normalização.

Os conteúdos de

responsabilidade dos ComitêsBrasileiros e dos Organismos deNormalização Setorial da ABNTsão elaborados por

representantes de produtores, consumidores, universidades,laboratórios e outros. As Normas Brasileiras realizadas nessasinstâncias são veiculadas entre os associados da ABNT e outrosinteressados.

No quadro a seguir estão representadas as principais normaspara os trabalhos científicos. As edições indicadas estão em vigor nomomento desta publicação. Todavia, toda norma está sujeita àrevisão; assim, ao redigir o texto da pesquisa, é conveniente verificar aatualidade das normas. Isto pode ser feito, por exemplo, nasbibliotecas das instituições públicas de ensino superior.

Na página virtual da ABNT há informações sobre como adquiriras normas.

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Norma DescriçãoNBR 6022:2003 Apresentação geral de artigos em publicação

periódica impressaNBR 6023:2002 Elaboração de referênciasNBR 6024:1989 Numeração progressiva das sessões de um

documento escritoNBR 6027:1989 SumárioNBR 6028:1990 ResumosNBR 6028:2003 Elaboração de resumos (abstracts)NBR 6032:1989 Abreviações em publicações periódicasNBR 6033:1989 Ordem alfabética

NBR 6034:1989 Preparação de índices das publicaçõesNBR 10520:2002 Citações em documentosNBR 12225:1992 Títulos de lombadaNBR 14724:2005 Apresentação geral de trabalhos acadêmicos

Quadro 11 – Principais normas sobre trabalhos científicos 

Por que adotar normas nos trabalhos científicos? A  formataçãodo texto segundo normas estabelecidas facilita a comunicação, àmedida que propicia a identificação dos documentos lidos e confere

créditos a autores cujas obras foram norteadoras para o trabalho. Assim, enquanto no capítulo anterior apresentamos um quadrocom orientações para a formatação de trabalhos científicos, essaseção está voltada para a execução das normas. Inicialmentedestacamos alguns aspectos da formatação e como realizá-los. Nasequência, demonstramos como fazer citações.

1. Apresentação gráfica

No computador há várias opções para formatar os textos. Vejamos algumas delas:

Formatação de parágrafos

Clique no menu Formatar, opção Parágrafo e selecione os itensalinhamento (justificado), nível do tópico (corpo do texto), especial(primeira linha – 1,25), entrelinhas (duplo).

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É possível recorrer ainda à própria barra de ferramentas (padrãoe formatação), clicando separadamente em espaço duplo, justificar.

Formatação de referênciasSelecionar todas as referências, clicar no menu Formatar,

selecionar Parágrafo e definir: alinhamento (justificado), espaçamento(12 pt antes e depois), entrelinhas (simples).

Títulos e subtítulos

 Apenas os títulos pré e pós-textuais não são numerados e sãocentralizados. Os demais devem ter numeração progressiva,observando que não há pontuação entre o número das seções e otítulo.

Realce gráfico

Em produções científicas deve ser evitado o excesso dedestaques. Matos (2004) aponta algumas sugestões para o uso de

alguns destaques obrigatórios.   Aspas: trechos de citação.   Aspas simples: destaque dentro de uma citação  Itálico: abstract/ key words, palavras estrangeiras, título de

documentos editados (livro, revista, jornal, filme, escultura, musica,etc.)

  Negrito: somente no título da seção primária (maiúscula) eseção terciária (minúscula).

 

Parênteses: data de nascimento e morte, data histórica.  Colchetes: supressão de trechos da citação.  Grifos: ênfase em palavras ou expressões da citação. Indicar

entre parênteses a autoria do (grifo nosso ou grifo do autor), após aindicação da fonte.

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2. Citações

 As citações são informações mencionadas ou transcritasextraídas de outras fontes. Segundo a NBR 10520:2002, os tipos decitação que podem ser usadas nos textos, são: citação direta, literal outextual, citação indireta ou citação de citação.

Citação direta

 A citação é direta quando há transcrição de parte do texto deoutra obra. Quando a citação tiver até três linhas, ela deve ficar entreaspas no corpo do texto. Nos casos em que há mais de três linhas, acitação deve ser colocada em recuo de 4 cm da margem esquerda,sem aspas, com letra um número menor e terminando na margemdireita.

 A autoria da obra pode ser incluída na própria sentença ou aofinal da citação. No primeiro caso, a data e a página são incluídas

entre parênteses ao lado do autor.Quando o autor for incluído ao final da citação, isto deve serfeito entre parênteses na seguinte ordem: sobrenome (em caixa alta),ano, página.

Citação indireta

Nas citações indiretas não são usadas aspas, pois o trecho ouinformação são apenas mencionados.

Se o nome do autor ou título da obra é mencionado na sentença,apenas a data é incluída entre parênteses. As citações de diversos textos do mesmo autor, publicados num

mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, emordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a listade referências.

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 As citações indiretas de diversos documentos de vários autores,mencionados simultaneamente, devem ser separadas por vírgula, emordem alfabética.

Na citação de uma obra com dois ou três autores, todos sãocitados, separados por ponto-e-vírgula seguidos de ano de publicação.Com mais de três autores, nomeia-se o sobrenome do primeiro eacrescenta-se a expressão latina et al.; se considerado necessário ouimportante, podem ser colocados todos os autores.

 As citações indiretas simultâneas de diversos documentos de vários autores devem ser separadas por ponto e vírgula e em ordem

alfabética.Para citação de documentos de autoria de instituições públicas,indica-se o local de abrangência da instituição, a data e a página dodocumento.

Se a obra não tem uma autoria indicada, a entrada é feita pelaprimeira palavra do título em caixa alta, seguida de reticências e entreparênteses, a data e página do documento.

Citação de citação

Na citação de citação, não é utilizado o texto original, mas umacitação de uma obra consultada. Pode ser reproduzida literalmente ouinterpretada, resumida ou traduzida. Nesses casos, usar a expressãolatina apud (citado por, conforme, segundo), seguida de indicação dafonte efetivamente consultada.

É aconselhável evitar essa forma de citação, pois há o risco demá interpretação e incorreções.

Eco (2009) indica algumas regras para o uso de citações. É

necessário parcimônia e critérios para a escolha. Os textos que sãoobjetos de análise podem ser citados com razoável amplitude; osdemais só devem ser citados quando corroboram ou confirmam aargumentação.

O autor enfatiza que o trecho citado não deve ultrapassar meiapágina. Se o texto é mais longo que isso e tão importante que não épossível sintetizá-lo com as próprias palavras, melhor colocá-lo comoanexo, transcrevendo pequenos trechos ao longo dos capítulos.

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Devem ser evitadas as citações ingênuas e inúteis, ou seja, quenão acrescentam dados relevantes ao trabalho.

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EXEMPLOS DETIPOS DE CITAÇÃO

Citação direta

No ano de 2003, uma deliberação do Conselho Estadual de Educaçãopassou a orientar e fixar as normas para a Educação Especial e, destemodo, definiu o atendimento para alunos com AH/ SD:

Será ofertado atendimento educacional especializado aos alunoscom necessidades educacionais especiais decorrentes de: [...]superdotação/altas habilidades que, devido às necessidades emotivações específicas, requeiram enriquecimento e/ouaprofundamento curricular , assim como aceleração para concluir,em menor tempo, a escolaridade, conforme normas a seremdefinidas por Resolução da Secretaria de Estado da Educação.(PARANÁ, 2003, p. 15). 

Conforme a Declaração de Salamanca, toda criança tem direito áeducação e a ela deve ser possibilitado atingir e manter o nível

adequado de aprendizagem. No caso daquelas com necessidadeseducativas especiais, elas “[...] devem ter acesso às escolas comunsque deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz

de atender a essas necessidades.” (UNESCO, 1994, p. 10).

O movimento revolucionário francês representou “[...] o mais poderosogolpe contra o Antigo Regime na França e repercutiu em toda a Europa,

em várias regiões do mundo, inclusive na América.” (FIGUEIRA,2005, p. 207).

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Citação indireta 

Citação de citação

Como registra Reily (2007 apud MORI, 2008), a maior parte dametodologia de Ponce de León foi perdida; o pouco que sabemos é

resultado de descrição de terceiros e de uma folha manuscrita pelo próprio monge.

Para Castro (2008) um tema é importante quando está relacionado auma questão crucial que polariza ou afeta parcela substancial da

sociedade.

A oferta de atendimento nesses espaços está normatizada nas NotasTécnicas 9/2010 e 11/2010, elaboradas pela Secretaria de EducaçãoEspecial. (BRASIL 2010a; BRASIL, 2010b).

Ao explicar o simbolismo na escrita, Luria (1988, 1994) explicita queo desenho começa a ser usado pela criança quando a linguagem falada já progrediu.

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3. Sistemas de Chamada

 As citações devem ser indicadas no texto por um sistema dechamada: numérico ou autor-data. Independente do métodoadotado, ele deve ser seguido de forma padronizada em todo o texto.

No sistema alfabético, a citação segue a ordem: sobrenome emletra caixa alta ou maiúscula, ano e página.

No sistema numérico, as citações são numeradas em algarismosarábicos e as informações sobre a obra são colocadas em nota derodapé. Na régua do computador tecle em Inserir, escolha a opção

nota de rodapé, digite as informações e clique na janela aberta.Conforme a NBR 10520, o sistema numérico não deve serutilizado quando há notas de rodapé.

4 Notas de rodapé

 As notas de rodapé têm a função de completar ou esclarecerquestões postas no texto. A frequência desse recurso de suasfinalidades, as quais podem ser:

 

Indicar a fonte de uma citação  Traduzir trecho em língua estrangeira citado no texto.

Conforme Eco (2009), no corpo do texto, a citação deve ser digitadana língua que consta na obra consultada. A tradução deve sercolocada em nota de rodapé e acompanhada da expressão (traduçãonossa).

4.1 Notas de referência

De acordo com a NBR 10520:2002, a numeração das notas dereferência é feita por algarismos arábicos, com numeração única econsecutiva para cada seção.

 Aos que optarem pelo sistema de chamada numérico – com asinformações colocadas em notas de rodapé – a primeira citação deveter sua referência completa. Para as subsequentes citações da mesmaobra, usar a forma abreviada com as seguintes expressões:

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a) 

Idem – quando um mesmo autor é citado várias vezes numamesma página

TRIVIÑOS, 1987, p. 16.Id, 2000, p. 6.

b) 

Ibidem – quando uma mesma obra é citada várias vezes namesma página.6 

FERREIRA, 2000, p. 67  Ibid, p. 9

c) 

Op. cit - Opus citatum, opere citato – para informar que aobra já foi citada obra citada8 

SILVA, 1987, p. 12.9 SANTOS, 20001 

SILVA, op. Cit.

d) 

Passim – aqui e ali – para informar que em diversaspassagens o autor falou sobre o assunto tratado.

22 GIL, 2007, passim.

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e)  Loco citato - loc. cit. – para informar que se trata do mesmolocal citado.

SEVERINO, 2000, p. 27-28.3 

SEVERINO, loc. Cit.

f)  Confira, confronte – Cf Exemplo

g) Sequentia - et seq. Informa que é o que segue na sequência.9 MORI, 2008, p. 86 et seq.

Referências A ABNT define referências como “o conjunto de elementos que

permitem a identificação, no todo ou em parte, de documentosimpressos ou registrados em diversos tipos de materiais”. (NBR6023:2002, p. 2).

Nos trabalhos acadêmicos as referências podem aparecer emnotas de rodapé, no final de textos ou encabeçando resumos.

Nos trabalhos acadêmicos, é mais comum que elas sejam

situadas em seção própria denominada “Referências”, ao final dotrabalho.É importante observar o que deve ser destacados numa

referência. Usa-se grifo, itálico ou negrito para grafar o título doslivros, dos periódicos ou nomes científicos (conforme normaprópria).

Os nomes dos autores de obras referenciadas sucessivamente, namesma página, podem ser substituídos nas referências seguintes porum traço sublinear correspondente a seis espaços e finalizado por um

ponto.

Exemplos de Referências

a)  Livros (tomados como um todo) 

SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Título da obra. Edição (exceto se fora 1ª.). Cidade: Editora, ano da publicação. 

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Um autor

Dois autores:

Mais de três autores:

 Autor institucional

 Autor organizador:

b) Capítulos de livros

PESSOTTI, I. Deficiência mental: da superstição à ciência. São Paulo: T. A.Queiroz, 1984. 

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. Trad. Luis Cláudio de Castro eCosta. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 

 ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, 1988.

 

 ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. DSM IV  -Manualdiagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1995. 

PALHARES, M. S.; MARINS, S. C.(Org.) Escola inclusiva. São Paulo:

EDUFSCar, 2002.

SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Título do capítulo. In:SOBRENOME DO ORGANIZADOR. Nome. Título da obra. Edição(exceto se for a 1ª.). Cidade: Editora, ano da publicação, intervalo depáginas do capítulo . 

RIBEIRO, M. J. L; SHIMAZAKI, E. M. Fundamentos da Organização dosSurdos. In:MORI, N. N. R. (Org.). Fundamentos da deficiência sensorial auditiva.Maringá: Eduem, 2008, p. 13-29.

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c)  Artigo em periódico

d) Teses e dissertações

e) 

Eventos científicos

Evento como um todo:

SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Nome. Título do artigo. Nomedoperiódico, Local de publicação, volume, intervalo de páginas do artigo,meses e ano da publicação. 

DUTRA, C. P.; SANTOS, M. C. D. Os rumos da educação especial noBrasil frente ao paradigma da educação inclusiva. Inclusão, Brasília, v. 5, n. 2,p.19-24, jul./ dez, 2010. 

LACERDA, C. B. F. Um pouco da história das diferentes abordagens naeducação dos surdos. Cadernos Cedes, Campinas, v. 19, n. 46, p. 68-80,set.1998.

SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Título. Ano. Número de páginas.Grau (Especialização, Dissertação ou Tese). Instituição, Local, data dedefesa.

SILVA, A. M. Buscando componentes da parceria colaborativa na escola entrefamília decrianças comdeficiência eprofissionais. 2007. 123 f. Dissertação (Mestrado emEducação Especial). Programa de Pós-Graduação em Educação Especial daUniversidade Federal de São Carlos, São Paulo, 2007. 

SHIMAZAKI, E. M. Letramento emjovens eadultos comdeficiência mental. 2006.Tese (Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, SãoPaulo, 2006.

NOME DO EVENTO, Numeração (se houver), Ano, Local, Documento (Atas, Anais, Proceedings, etc), Local de publicação: Editora ou entidaderesponsável, Ano.

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Trabalho apresentado e publicado em anais:

f)  Documento jurídico

Constituição

Lei:

CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃOESPECIAL, 5, 2009, Londrina. Anais. Londrina: UEL, 2009.

SOBRENOME DO AUTOR, Nome. Título do trabalho. IN: NOME DOEVENTO, Numeração (se houver), Ano, Local, Documento  (Atas, Anais,Proceedings, etc), Local de publicação: Editora ou entidade responsável,

 Ano, Intervalo das páginas.

FEZA, A. MORI, N. N. R. A escrita em Salas de Recursos: um estudo comalunos da rede Pública. In: CIPSI Congresso Internacional de Psicologia XSemana de Psicologia da UEM, 4, 2009, Maringá.  Anais.Maringá: UEM,2009, 1-11.

 JURISDIÇÃO (País, Estado, Cidade ou cabeçalho da entidade), Título,Numeração (se houver), data e dados da publicação.*No casos de Constituições e suas emendas, entre o nome da jurisdição e o

título, acrescentar a palavra Constituição, seguida do ano de promulgação,entre parênteses. 

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 16ed. São Paulo: Saraiva, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação/ Conselho Nacional de Educação/Câmarade Educação Básica. Resolução n.4, de 2 de outubro de 2009 - InstituiDiretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado naEducação Básica, modalidade Educação Especial. Diário Oficial da União,Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p. 17.

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g) Páginas da internet

h)  Artigo ou matéria de jornal (comunicações, editorial,entrevistas, reportagens, resenhas, entre outros) 

i)  Imagem em movimento (filmes, videocassetes, DVD, entre

outros)

SOBRENOME DO AUTOR ou INSTITUIÇÃO. Título do texto. Local (sehouver): Instituição responsável. Disponível em: <endereço eletrônico>.

 Acesso em: dia, mês abreviado, ano.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ.  Página institucional daUEM. Maringá, 2010. Disponível em: <http:/ / www.uem.b>. Acesso em 2ago. 2010.

BRASIL. Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008b. Disponível em: <www.mec.gov.br/seesp>. Acessoem: 11. ago. 2010. 

SOBRENOME DO AUTOR (se houver), Título, Título do jornal, Local depublicação, Data de publicação, Seção, Caderno ou parte do jornal, Intervalodas páginas.* Quando não há seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matériaprecede a data. 

PRATA, M. Uma tese é uma tese. O Estado de São Paulo, São Paulo, 7out.1998. Caderno 2, p. 11. 

TÍTULO. Nome do diretor, Nome do Produtor. Outros participantes (sehouver). Local de lançamento, Nome da produtora, Ano da publicação,Especificação da mídia física (VCD, DVD, VHS, etc.). Elementoscomplementares (sonorização, colorido ou preto-branco, etc.

LINGUAGEM de Sinais. Produção Beto Costa. Direção de Marcos SallesCoordenação de Maria Izabel Azevedo. São Paulo: Editora Escala, 2005. 1

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 j) 

Documento iconográfico (pintura, gravura, ilustração,fotografia, desenho técnico, diapositivo, diafilme, materialestereográfico, transparência, cartaz entre outros). 

k)  Documento cartográfico (atlas, mapa, globo, fotografia

aérea, entre outros). As referências devem obedecer aos padrões indicados para

outros tipos de documentos, quando necessário.

l)  Outro tipos de documentos Ata de reunião

Bula de remédio

DVD (40 min), son., color.

 AUTOR, título (quando não existir, deve-se atribuir uma denominação ou aindicação [Sem título], data e especificação do suporte.*Se necessário, para melhor identificar o documento, elementoscomplementares podem ser acrescentados.

KOBAYASHI, K. Doença dos xavantes. 1980. 1 fotografia, color.,16 cm x 56 cm. 

 AUTOR, título, local, editora, data publicação, designação específica e escala

BRASIL e parte da América do Sul. São Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa. Escala1:600.000. 

NOME DA ORGANIZAÇÃO. LOCAL. Título e data. Livro, número.páginas inicial e final

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Departamento de Teoriae Prática da Educação. Ata da reunião realizada no dia 6 demaio de2010.Livro20, p. 1 a 5. 

TÍTULO da medicação. Responsável técnico (se houver). Local:Laboratório, ano de fabricação. Bula de remédio. 

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Muitos exemplos de referências ainda poderiam serdemonstrados, pois dependendo do tema e dos procedimentosmetodológicos, vários instrumentos e materiais podem ser usadospara a coleta de dados.

No caso das referências menos comuns, é importante cuidar paraque sejam fornecidas informações que possibilitem a identificação do

material utilizado. Algumas vezes, no entanto, os elementos parareferências apresentam peculiaridades, como destacado no quadro aofinal deste capítulo.

 A guisa de conclusão, algumas orientações não mais de cunhotécnico, mas de como lidar com o tempo e com questões da vidadiária, para além da pesquisa.

MIOFLEX-A: diclofenaco sódico, carisoprodol, paracetamol, cafeína. J. G.Rocha. São Paulo: Farmasa, 2008. Bula de remédio. 

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SITUAÇÕES PECULIARES DE REFERÊNCIAS

Situação Recomendação Autoriadesconhecida

 A entrada é feita pelo título.

DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. SãoPaulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993. 64 p.

Periódico com títulogenérico

Incorpora-se o nome da entidade autora ou editora,que se vincula ao título por uma preposição entrecolchetes.

BOLETIM ESTATÍSTICO [da] Rede FerroviáriaFederal. Rio de Janeiro, 1965- . Trimestral

Cidades homônimas Acrescenta-se o nome do estado, do país etc. aolado da cidade.

Boa Esperança, RSBoa Esperança, CEBoa Esperança, PR

Boa Esperança, ESBoa Esperança, RJBoa Esperança, MT

Cidade não apareceno documento, maspode seridentificada

Indica-se a cidade entre colchetes.

SILVA, J. A educação emdebate. [São Paulo]: KLTEditores, 2000.

Não é possívelidentificar a cidade

No lugar de cidade colocar a expressão sine loco,abreviada, entre colchetes [S.l.].

SANTOS, G.; SOARES, L. Rua de todos. 2. ed.[S.l.]: VWZ Editores, 1992. 

Há duas ou maiseditoras  Até duas editoras, indicar ambas, com suasrespectivas cidades. Acima de duas ou mais, indica-se a primeira ou a que estiver em destaque.

CONTRANDIOPOULOS, A. et al. Saber prepararuma pesquisa:  definição, estrutura e financiamento.Rio de Janeiro: Hucitec: Abrasco, 1994. 

 A editora não pode Indicar com a expressão sinenomine, abreviada, entre

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ser identificada colchetes [s.n.].

FRANCO, I.  Discursos: de outubro de 1992 aagosto de 1993. Brasília, DF: [s.n.], 1993.

Não há data depublicação,impressão oudistribuição

 Anotar, entre colchetes, uma data aproximada.[1971 ou 1972] um ano ou outro[1969?] data provável[1973] data certa, não indicada no item[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20anos[ca. 1960] data aproximada

[197-] década certa[197-?] década provável[18--] século certo[18--?] século provável

FLORENZANO, Everton.  Dicionário de ideiassemelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, [1993].

Publicação nãopaginada ou comnumeração irregular

de páginas

Indicar estas características.

MARQUES, M. P.; LANZELOTTE, R. G. Banco de

dados ehipermídia: construindo um metamodelo parao Projeto Portinari. Rio de Janeiro: PUC,Departamento de Informática, 1993. Paginaçãoirregular.

SISTEMA de ensino Tamandaré: sargentos doExército e da Aeronáutica. [Rio de Janeiro]: ColégioCurso Tamandaré, 1993. Não paginado.

Séries e coleções Registrar ao final da referência, entre parênteses, ostítulos das séries e coleções.

 VYGOTSKY, L. S.  Fundamentos da Defectologia.Madrid: Visor Dis., 1997. (Obras Escogidas, Tomo

 V)Quadro 12 – Situações peculiares para referênciasFonte: NBR 6023:2002 (ABNT, 2002a, p. 15 a 20) 

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 A GUISA DE CONCLUSÃO... Alguns conselhos úteis

Em outubro de 1998 Mario Prata publicou no jornal O Estado deSão Paulouma belíssima crônica sobre o que é fazer uma tese. Deforma bem humorada e exagerada, o autor faz troça de uma série desituações vivenciadas por quem faz uma tese.

 Ao escrever sobre suas próprias experiências e as de outraspessoas na elaboração do trabalho monográfico, Freitas (2001)

destaca alguns equívocos cometidos pelos chamados fazedores detese.O primeiro deles é pensar que tudo só acontece com eles. A

autora lembra que casos gostosos, dolorosos ou embaraçosos serepetem com a maioria no período de elaboração do trabalho final.

Por outro lado, é comum também encontrar aqueles queacreditam poder tirar tudo de letra, sem maiores percalços.

São ignorados os conselhos, sugestões ou avisos ditados pelo

bom senso suado dos que já sobreviveram a uma tese, comoos já clássicos: “vá organizando sua bibliografia desdeo início”, “nãoesperepela última hora”, “não ignore o seu orientador”, “guardeasreferências completas das citações quevocêusará”, “programe-separaconseguir tirar férias”, “procureequilibrar seu trabalho eseu lazer”, “sevocêtrabalhar regularmenteecomdisciplina, não precisará seausentardo mundo, “sua teseéimportante, mas não émaior quevocê”, “ninguém

 faz tesesozinho, portanto não briguecomos seus amigos, seus amores ousua família”...  (FREITAS, 2001, p. 14-15. Grifos da autora).

Pois é. Sábios conselhos e tão difíceis de seguir! O tempodeterminado pelas instituições nem sempre é suficiente para osplanos de ação ou o modo de pesquisador. O descompasso é umaconstante!

E a vida que não pára? Parece que exatamente nesse momentoestão todos precisando do pai, mãe, marido, esposa, amigo, ... Elesnão vêm que a pessoa está fazendo sua tese?

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Na crônica de Mário Prata, a filha de um casal que há muitotempo prepara suas teses, ameaça:

– Não vou mais estudar! Não vou mais à escola!Os dois pararam– momentaneamente– de pensar nas teses.– O quê? Pirou?– Quero estudar mais não. Olha vocês dois. Não fazem maisnada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprarbicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praiapor causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocaro pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero

estudar mais não. Não me deixam nem mexer mais nocomputador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tesede vocês? Pensando bem, até que não é má ideia! (PRATA,1998, p. 11).

Nas palavras do cronista o fato é até engraçado, mas eledemonstra outro equívoco a ser evitado, o de esperar que as pessoasao redor também vivam a sua tese, dissertação ou monografia.

O mundo continua a girar. Os amores às vezes vão embora, os

filhos ficam doentes, o computador trava, a tinta da impressora acaba,tantas coisas acontecem! Assim, o pesquisador precisa buscar um equilíbrio no tempo

dedicado ao seu trabalho e às pessoas que o rodeiam.Caminhadas, exercícios físicos regulares, alimentação adequada,

um cinema, uma dança, uma oração são tão importantes como osestudos. As velhas receitas de bem-estar são válidas também para opesquisador.

 Além dos aspectos relacionados aos procedimentos

metodológicos, tenha como norte as qualidades indicadas porFernando Pessoa (1994) no poema da abertura deste livro.E viva a tese, dissertação ou monografia!

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 APÊNDICES

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 APÊNDICE A – Formato e margens

Margem superior: 3 cm

Margem direita: 3 cmMargem direita: 2 cm

Margem inferior: 2 cm

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 APÊNDICE B – Orientações para a apresentação gráfica damonografia

 As orientações para a apresentação gráficas da capa, folha de rosto eparte iniciais da monografia foram adaptadas da Resolução No.022/2005 – Normas para Apresentação de Dissertação de Mestradono PPE, produzido por LARA, TOLEDO, MACHADO e SILVA(2005), para o Programa de Pós-Graduação em Educação, daUniversidade Estadual de Maringá.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁDEPARTAMENTO DE TEORIA E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENDIMENTOEDUCACIONAL ESPECIALIZADO

TÍTULO DO TRABALHO

NOME DO AUTOR

MARINGÁ ANO

NOME DO AUTOR:Fonte: Arial ou Times New

Roman

Tamanho: 14 – Negrito

Espaço entre Linhas: Simples

Alinhamento: à direita LOCAL E DATA:Fonte: Arial ou Times

New Roman

Tamanho: 14 – Negrito

Espaçamento: Simples

Alinhamento:

Centralizado

TÍTULO DO TRABALHO:Fonte: Arial ou Times New

Roman

Tamanho: 14 – Negrito

Espaçamento: Simples

Alinhamento: Centralizado

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  109

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁDEPARTAMENTO DE TEORIA E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENDIMENTOEDUCACIONAL ESPECIALIZADO

TÍTULO DO TRABALHO

NOME DO AUTOR

MARINGÁ ANO

NOME DO AUTOR:Fonte: Arial ou Times New

Roman

Tamanho: 14 – Negrito

Espaçamento: Simples

Alinhamento: à direita

TÍTULO DO TRABALHO:Fonte: Arial ou Times New

Roman

Tamanho: 14 – Negrito

Espaçamento: Simples

Alinhamento: Centralizado

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁDEPARTAMENTO DE TEORIA E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENDIMENTOEDUCACIONAL ESPECIALIZADO

TÍTULO DO TRABALHO

Monografia apresentada por NOMECOMPLETO DO AUTOR, aoDepartamento de Teoria e Prática daEducação da Universidade Estadual deMaringá, como um dos requisitos para aobtenção do título de Especialista em

 Atendimento Educacional

EspecializadoOrientador(a): Prof (a). Dr(a).: NOMEDO ORIENTADOR

MARINGÁ ANO

APRESENTAÇÃO:Fonte: Arial ou Times New

Roman

Tamanho: 12

Espaçamento: SimplesRecuo: 7 cm da margem

esquerda

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NOME DO AUTOR

TÍTULO DO TRABALHO

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Nome do Professor (Orientador) –UEM

Prof. Ms Nome do Professor – Sigla da IES –Cidade

Prof. Ms. Nome do Professor – Sigla da IES –Cidade

Data de Aprovação

NOME DA BANCA:Fonte: Arial ou Times New

Roman

Tamanho: 12 – Negrito

Espaço entre Linhas: Simples

Recuo: 5 cm da margem

esquerda

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 112

Dedico este trabalho ...

DEDICATÓRIA (OPCIONAL):Fonte: Arial ou Times New Roman

Tamanho: 12

Espaço entre Linhas: SimplesRecuo: 7 cm da margem esquerda

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 AGRADECIMENTOSEspaço de 1 linhaEspaço de 1 linhaCorpo do texto em Fonte Arial ou Times New Roman; Tamanho 12;espaçamento 1,5, justificado; parágrafo americano.Espaço de 1 linhaNeste espaço o aluno faz os agradecimentos do trabalho.Espaço de 1 linha

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Epígrafe ...

EP GRAFE (OPCIONAL):Fonte: Arial ou Times New

RomanTamanho: 12

Espaço entre Linhas: SimplesRecuo: 7 cm da mar em 

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SOBRENOME, nome do autor.  TÍTULO DO TRABALHO. nº defolhas. Monografia (Especialização em Atendimento EducacionalEspecializado) – Universidade Estadual de Maringá. Orientador: (Nome doOrientador). Maringá, ANO.

RESUMO

Resumo em Fonte Arial ou Times New Roman; Tamanho 12; espaçamentosimples, justificado; parágrafo americano, num único bloco e, no máximo,500 palavras.Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linhaPalavras-chave: listar de 3 a 6 palavras-chave, por ordem de importância,para identificação do conteúdo do trabalho. Ex: Educação; EducaçãoEspecial; Surdez; Formação de conceitos.

Observações:  O resumo deve ser informativo, nele constando os objetivos, a

problematização, a metodologia empregada na pesquisa, osresultados e as conclusões. Além de claro e objetivo, ele devefornecer ao leitor elementos suficiente para que ele forme umaideia sobre o conteúdo do trabalho.

 

Em palavras-chave, evite repetir o título do trabalho. Lembre-seque elas representam as prateleiras onde a sua pesquisa serácolocada. Estas palavras são os principais indicadores de busca paraos interessados pela pesquisa.

RESUMO:Fonte: Arial ou Times New Roman

Tamanho: 12

Espaçamento entre linhas: Simples

Alinhamento: Justificado

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SUMÁRIO

Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha 

1 INTRODUÇÃOEspaço de 1 linha 

16

2 TÍTULO DA SEÇÃO  232.1 SUBTÍTULO DA SEÇÃO 2 242.2 SUBTÍTULO DA SEÇÃO 2 29

Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha 

3 TÍTULO DA SEÇAO 413.1 SUBTÍTULO DA SEÇÃO 3 433.2 SUBTÍTULO DA SEÇÃO 3 493.2.1 Subitem do subtítulo 3.2 523.2.2 Subitem do subtítulo 3.2  54

Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha 

4 TÍTULO DA SEÇÃO  774.1 SUBTÍTULO DA SEÇÃO 4  774.1.1 Subitem do subtítulo 4.1  78

4.1.2 Subitem do subtítulo 4.1  844.2 SUBTÍTULO DA SEÇÃO 4 904.2.1 Subitem do subtítulo 4.2  904.2.2 Subitem do subtítulo 4.2  934.2.3 Subitem do subtítulo 4.2  96

Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 100Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha 

REFERÊNCIAS 104Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha  APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre eEsclarecido

108

 APÊNDICE B – Roteiro de Entrevista com os Pais  109 APÊNDICE C – Roteiro de Entrevista com os Professores  111 APÊNDICE D – Roteiro de Observação da Sala de Aula  113

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Espaço de 1 linhaEspaço de 1 linha 

 ANEXO A   – Nota Técnica SEESP/GAB/Nº 9/ 2010 -Orientações para a Organização de Centros de

 Atendimento Educacional Especializado 

112

 ANEXO B - Resolução Nº 4 MEC/ CNE/ CEB, de 13 de julho de 2010 - define as Diretrizes Curriculares NacionaisGerais para a Educação Básica

121

OBSERVAÇÕES: 

O item Introdução também é numerado   A numeração das páginas é contada desde a capa; os números, no

entanto, deverão aparecer apenas a partir da segunda página daintrodução.

 

 A numeração também não deverá aparecer nas páginas iniciais dasseções, das considerações finais e das referências.

  Inserir o número de página no canto superior direito.  Colocar como apêndices e anexos apenas os textos e documentos

essenciais à compreensão do trabalho, localizando-os após as

referências. 

São considerados apêndices os materiais elaborados pelo autor dapesquisa; alguns exemplos são os roteiros de observação eentrevista, questionários e transcrição de observações.

  Os anexos são documentos elaborados por terceiros e servem para

fundamentar, esclarecer ou ilustrar a argumentação do autor dapesquisa. Por exemplo, leis, recortes de jornal, desenhos, textos,entre outros.

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 APÊNDICE C – Modelo de lista de quadros

LISTA DE QUADROSQuadro 1 Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Básica (SAEB) ...................................................48

Quadro 2 Descritores de Língua Portuguesa da ProvaBrasil ..................................................................

61

Quadro 3 Projeções do INEP para o Estado do Paraná ..... 87Quadro 4 Projeções do INEP para as Escolas Pesquisadas 88

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 APÊNDICE D – Modelo de lista de figuras

LISTA DE FIGURASFigura 1 Estabelecimentos de Ensino Fundamental do

Paraná em 2007 .................................................78

Figura 2 Regiões Paranaenses das Cidades Pesquisadas 79Figura 3 Visualização Geral do Desempenho das Escolas

Pesquisadas ...........................................92

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 APÊNDICE E – Modelo de lista de gráficos

LISTA DE GRÁFICOSGráfico 1 Curva Característica do Item – CCI..................... 56Gráfico 2 Desempenho Paranaense Prova Brasil 2007........ 87Gráfico 3 IDEB Previsto e IDEB Real de 2007................... 88

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 APÊNDICE F – Modelo de lista de siglas

LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANEB Avaliação Nacional da Educação Básica ANRESC Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova

Brasil)BIB Blocos Incompletos BalanceadosCAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior

DAEB Diretoria de Avaliação da Educação BásicaDCE Diretrizes Curriculares EstaduaisEF Ensino FundamentalEM Ensino MédioENEM Exame Nacional do Ensino MédioIDEB Índice de Desenvolvimento da Educação BásicaINEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

 Anísio TeixeiraLDB Leis de Diretrizes e Bases da Educação NacionalMEC Ministério da Educação e Cultura

NRE Núcleo Regional de EducaçãoPCN Parâmetro Curricular NacionalPDE Plano de Desenvolvimento da EducaçãoPISA Programa Internacional de Avaliação de AlunosPPP Projeto Político PedagógicoSECAD Secretaria de Educação Continuada Alfabetização e

DiversidadeUEM Universidade Estadual de Maringá

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 APÊNDICE G – Modelo de cronograma

CRONOGRAMA

 Ano/ Meses Atividade

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

11

12

Leitura de textos e documentosrelacionados ao tema

X X X X X X X X X X X X

Elaboração dos instrumentos para acoleta de dados

X

Pedido de autorização para a realizaçãoda pesquisa

X

 Aplicação piloto e readequação dosinstrumentos

X

Coleta de dados X X X X X Análise dos dados X X X X

Redação final do texto X X XDefesa da monografia X

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 APÊNDICE H – Modelo de errata

ERRATA

Página Parágrafo Linha Onde se lê Leia-se12 5º. 11 especiali especial34 1º. 9ª. portador pessoa com48 3º. 2ª. mediado mediador

53 2º. 6ª. deficiênciamental deficiênciaintelectual

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 ANEXOS

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 ANEXO A – Modelo de Capa

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 ANEXO B – Modelo de Folha de Rosto

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 ANEXO C – Modelo de resumo

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 ANEXO D – Modelo de ilustração

Gráfico 1 -Matrículas no ensino especial e comum Fonte: Dutra e Clarete (2010, p.23).

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 ANEXO E - Modelo de tabela

Tabela 1– Projeções do IDEB 2005, 2007, 2009 e 2021 para oEnsino Fundamental no Brasil

 Anos Iniciais do EnsinoFundamental

 Anos Finais do EnsinoFundamental

IDEBObservado

MetasIDEB

ObservadoMetas

2005 2007 2009 2007 2009 2021 2005 2007 2009 2007 2009 2021

TOTAL 3,8 4,2 4,6 3,9 4,2 6,0 3,5 3,8 4,0 3,5 3,7 5,5

Pública 3,6 4,0 4,4 3,6 4,0 5,8 3,2 3,5 3,7 3,3 3,4 5,2

Estadual 3,9 4,3 4,9 4,0 4,3 6,1 3,3 3,6 3,8 3,3 3,5 5,3

Municipal 3,4 4,0 4,4 3,5 3,8 5,7 3,1 3,4 3,6 3,1 3,3 5,1

Privada 5,9 6,0 6,4 6,0 6,3 7,5 5,8 5,8 5,9 5,8 6,0 7,3

Fonte: INEP, 2010.