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5 Onde Começa o Fazer Discípulos. Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981. A decisão é cinco por-cento; o seguimento a esta decisão é noventa e cinco por-cento. — Billy Graham TODA PESSOA nascida de novo é um milagre da graça de Deus. Está no plano de Deus que cada milagrosa vida nova cresça até a plenitude de Cristo. Um nascimento espiritual sadio é essencial para o crescimento no discipulado. Parte do retardamento espiritual, nos membros da igreja, pode ser levado à conta de decisões iniciais obscuras em aceitar Cristo. A implementação dos métodos de Paulo, de cuidar dos novos crentes, capacitará a igreja local a fortalecer os novos crentes imediatamente, para um discipulado responsável. O novo crente é uma criança espiritual, e precisa ter imediatos cuidados maternos e paternos. O tempo longo, que, chocantemente, se deixa passar entre a decisão e o seguimento inicial, é um fator negativo de monta, que impede o futuro crescimento. Dentro de vinte e quatro horas o novo convertido deve receber oração, ser contatado pessoalmente, e deve-se mostrar a ele como pode começar a alimentar-se com a Palavra de Deus. Um bebê necessita de carinho e de alimento! Quando lembramos os três anos do discipulado diário de Jesus, e os anos de comunhão de Paulo com Timóteo e Tito, vemos que o seguimento não é resolvido por um ou dois cultos na igreja. A BRECHA DO BATISMO Nos Estados Unidos, os pastores têm indicado que quase cinqüenta por- cento dos que tomam decisões por Cristo, em suas igrejas, não são batizados posteriormente. Na América do Sul, alguns pastores têm dito que oito, dentre dez dos que tomam uma decisão por Cristo em reuniões evangelísticas, nunca voltam à igreja. A mesma coisa está acontecendo na África e na Ásia. Há uma brecha dolorosa entre as centenas de profissões de fé nas igrejas e as poucas dúzias de pessoas que na verdade são batizadas, efetivamente integradas na vida da igreja local e crescendo em Cristo um ano mais tarde. Embora haja muitas razões por que as igrejas perdem tantos novos convertidos (tais como uma obscura apresentação do evangelho ou decisões baseadas em pressão de colegas), a maior causa de perdas é o resultado de uma compreensão inadequada dos princípios do seguimento que nos são apresentados em o Novo Testamento. O aconselhamento imediato é essencial. (Para uma ajuda no estabelecimento de um ministério total de seguimento em sua igreja, consulte alguns dos livros disponíveis acerca do assunto.)' QUATRO MÉTODOS DE SEGUIMENTO EM I TESSALONICENSES No primeiro século d.C., como foram os apóstolos e evangelistas capazes de transformar um pequeno grupo de

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5 Onde Começa o Fazer Discípulos.

Extraído do livro. MULTIPLICANDO DISCÍPULOS – WAYLON B.MOORE – JUERP 1981.

A decisão é cinco por-cento; o seguimento a esta decisão é noventa e cinco por-cento.

— Billy Graham

TODA PESSOA nascida de novo é um milagre da graça de Deus. Está no plano de Deus que cada milagrosa vida nova cresça até a plenitude de Cristo. Um nascimento espiritual sadio é essencial para o crescimento no discipulado. Parte do retardamento espiritual, nos membros da igreja, pode ser levado à conta de decisões iniciais obscuras em aceitar Cristo. A implementação dos métodos de Paulo, de cuidar dos novos crentes, capacitará a igreja local a fortalecer os novos crentes imediatamente, para um discipulado responsável.

O novo crente é uma criança espiritual, e precisa ter imediatos cuidados maternos e paternos. O tempo longo, que, chocantemente, se deixa passar entre a decisão e o seguimento inicial, é um fator negativo de monta, que impede o futuro crescimento. Dentro de vinte e quatro horas o novo convertido deve receber oração, ser contatado pessoalmente, e deve-se mostrar a ele como pode começar a alimentar-se com a Palavra de Deus. Um bebê necessita de carinho e de alimento! Quando lembramos os três anos do discipulado diário de Jesus, e os anos de comunhão de Paulo com Timóteo e Tito, vemos que o seguimento não é resolvido por um ou dois cultos na igreja.

A BRECHA DO BATISMO

Nos Estados Unidos, os pastores têm indicado que quase cinqüenta por-cento dos que tomam decisões por Cristo, em suas igrejas, não são batizados posteriormente. Na América do Sul, alguns pastores têm dito que oito, dentre dez dos que tomam uma decisão por Cristo em reuniões evangelísticas, nunca voltam à igreja. A mesma coisa está acontecendo na África e na Ásia.

Há uma brecha dolorosa entre as centenas de profissões de fé nas igrejas e as poucas dúzias de pessoas que na verdade são batizadas, efetivamente integradas na vida da igreja local e crescendo em Cristo um ano mais tarde.

Embora haja muitas razões por que as igrejas perdem tantos novos convertidos (tais como uma obscura apresentação do evangelho ou decisões baseadas em pressão de colegas), a maior causa de perdas é o resultado de uma compreensão inadequada dos princípios do seguimento que nos são apresentados em o Novo Testamento.

O aconselhamento imediato é essencial. (Para uma ajuda no estabelecimento de um ministério total de seguimento em sua igreja, consulte alguns dos livros disponíveis acerca do assunto.)'

QUATRO MÉTODOS DE SEGUIMENTO EMI TESSALONICENSES

No primeiro século d.C., como foram os apóstolos e evangelistas capazes de transformar um pequeno grupo de

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pessoas sem instrução em vibrantes discípulos, que revolucionaram o mundo romano no período de poucas centenas de anos? Sabemos que o evangelho havia permeado todo o mundo conhecido, dentro de trinta e três anos, depois da ressurreição. Isso foi feito sem impressoras, telefones, televi são ou satélites. Os crentes usaram o "tele-homem" e "telemulher" . (*) Algo havia sido feito com os novos convertidos, que transformou dinamicamente as suas vidas, em meio às "panelas de carne" do mundo antigo. Os novos cristãos, crescendo em Cristo, se tornaram comunidades eclesiásticas, e as novas igrejas se multiplicaram!

I Tessalonicenses foi uma das primeiras epístolas do Novo Testamento a serem escritas, e contém tanto a respeito do seguimento inicial, quanto qualquer outro livro, sem se contar os quatro Evangelhos. Aqui está o que Paulo ensina em I Tessalonicenses:

Correspondência Pessoal

Paulo pôs em prática o seguimento de novos crentes com cartas pessoais (veja I Tess. 1:1). A maior parte do Novo Testamento consta de uma série de cartas pessoais para ajudar o seguimento de membros das várias igrejas novas em particular. Como podemos usar este conceito hoje em dia?

Cartas pessoais, juntamente com estudos bíblicos simples, de uma só página, são um bom alimento espiritual para a nutrição dos novos crentes. Os estudos devem ser simples, sistemáticos, aplicáveis pessoalmente, facilmente transmissíveis, e devem levar o novo crente a escrever as suas respostas.

Até mesmo uma carta circular, enviada a todos os novos crentes, em sua igreja, para explicar alguns dos princípios da nova vida em Cristo — como vitória sobre a tentação, perdão, como ter uma hora tranquila e como testificar — pode colher grandes dividendos. Quanto mais tempo um novo convertido leva para começar a crescer, menos provável é que ele amadureça plenamente, e menos tempo ele terá para ministrar a outros.

Pedro e João escreveram cartas para o seguimento das pessoas de quem eles estavam separados. E, se não fosse o fato de Paulo ter sido preso, pode ser que não tivéssemos um quarto do Novo Testamento. Uma das bênçãos daqueles "anos perdidos" na prisão foi a riqueza de alguns dos livros do Novo Testamento, que são mais lidos: as cartas que Paulo escreveu para ajudar os novos crentes a crescer.

Toby era um agradável adolescente, que freqüentava a minha primeira igreja, na roça. Ele era espiritualmente sensível, e faminto para crescer no Senhor. Quando assumi um pastorado em outra cidade, comecei a escrever para Toby regularmente, encorajando-o nos assuntos básicos da vida cristã. Encorajei-o a pensar em ir para a universidade. Ele o fez, e chegou a fazer um curso de pós-graduação, e se tornou professor universitário.

Recentemente, Toby juntou a uma de suas cartas, dirigidas a mim, fotocópias de todas as cartas que eu lhe havia escrito durante vinte e cinco anos! Algumas delas eram tão hesitan tes, mas Toby agradeceu por me interessar por ele, e guardou-as todas, a despeito das imperfeições de estilo.

Pense em uma carta que você recebeu em uma hora crítica de sua vida. Relembre a maneira sobrenatural como Deus usou um coração carinhoso, a muitos quilômetros de você, para alcançar sua vida e produzir mudanças. Alguém ministrou a você por carta.

Há cartas, dentro de cada um de nós, que precisam ser escritas, para edificar e fortalecer outras pessoas. Escrever cartas é um ministério importante, disponível a qualquer pessoa, inclusive aos idosos e enfermos.

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Intercessão Pessoal

As cartas de Paulo às novas igrejas revelam a importância que ele dava à intercessão pessoal. Ele lembrou aos tessalonicenses: "Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações" (I Tess. 1:2). Paulo também descreveu essas orações: "Rogando incessantemente, de noite e de dia, para que possamos ver o vosso rosto e suprir o que falta à vossa fé" (I Tess. 3:10).

Em Efésios 3:13,14, Paulo escreve: "Portanto, vos peço que não desfaleçais diante das minhas tribulações por vós... Por esta razão dobro os meus joelhos." Você conhece alguém que está desfalecendo espiritualmente? A intercessão fortalece. Quando não oramos pelos crentes novos, eles desfalecem e caem — algumas vezes permanentemente. Se não orarmos, nós também desfaleceremos (veja Luc. 18:1). Ponha em prática a declaração de Tiago, de que "a súplica de um justo pode muito na sua atuação" (Tiago 5:16).

Como e quando você deve interceder pelos crentes novos? Ore quando vir alguém sendo batizado; senão, pode ser a última vez que você o veja. Nas reuniões de oração, relacione o nome de todos os crentes novos em um quadro-negro, e ore por eles. Peça voluntários, que adotem cada novo crente, para fazerem oração intercessória pessoal por ele durante a semana.

Estamos, em nossa maioria, onde estamos espiritualmente, porque alguém orou por nós com fé. Em Romanos 16, Paulo relaciona os nomes de pelo menos vinte e oito indivíduos ou famílias. Como ele conhecia tanta gente? Talvez essa chamada dos fiéis, em uma longínqua estação missionária, refletisse a sua lista pessoal de oração. Nós captamos o espírito do fardo de intercessão que ele carregava através das palavras "noite e dia", que aparecem em várias cartas de Paulo. No fim de uma longa lista de dificuldades, que alegremente enfrentou por amor a Cristo, ele escreve: "Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim: o cuidado de todas as igrejas" (II Cor. 11:28). Encoraje a memorização das orações de Paulo, pois elas são excelentes exemplos do tipo de pedido a que Deus responde, a fim de multiplicar os seus discípulos e igrejas em todo o mundo.

Representantes Pessoais

Paulo muitas vezes ajudou crentes novos, enviando um representante — alguém que ele havia treinado pessoalmente para ministrar a eles. Em I Tessalonicenses 3:1-5, Timóteo foi enviado para ministrar, porque Paulo não podia ir. Epafrodito, Tito e outros também foram enviados, ocasionalmente, em lugar de Paulo.

Paulo enviava homens "que tinham a mesma mente" homens que se caracterizavam pela mesma convicção e força de vontade que o seu treinador. A respeito de Timóteo, Paulo disse: "Como filho ao pai, serviu comigo a favor do evangelho" (Fil. 2:22). Quantas pessoas, que têm a mesma mente, você tem treinado, que podem fazer o seu trabalho, se você não puder realizá-lo?

Contato Pessoal

O cuidado carinhoso e terno, ministrado por um crente mais maduro, é uma necessidade essencial de todo novo convertido. Enviar cartas é bom, oração é importante, e representantes pessoais também o são; mas nada substitui o contato pessoal. Satanás sabe disso, e está decidido a fazer parar a obra regular

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de visitação da igreja. Por duas vezes ele impediu a volta de Paulo, para visitar os novos crentes em Tessalônica (veja I Tess. 2:18).

A experiência corrobora a importância do contato pessoal. A maior parte dos membros da igreja, com quem tenho conversado a respeito do seu crescimento até chegar à liderança da igreja, indica uma ou duas pessoas cujas vidas espiri-tuais ajudaram a colocar Cristo em um foco central para eles. Quando um coração faminto vê Cristo em outra pessoa, é encorajado para continuar crescendo em Cristo.

Paulo estabeleceu um bom padrão: ele nunca pregou e saiu correndo. Embora sejam mencionados especificamente "três dias de sábado", alguns eruditos crêem que Paulo passou cerca de três meses em Tessalônica, e durante esse período dedicou centenas de horas aos novos convertidos. Ele também trabalhou, fazendo tendas, para sustentar a equipe de homens que estava com ele. É de se admirar, que Tessalônica tenha-se tornado uma igreja missionária maravilhosa (veja I Tess. 1:7-9)? Em nenhum outro lugar das Escrituras há uma descrição mais forte ou mais expressiva de um discipulado pessoa-a-pessoa, do que na referência de Paulo ao compartilhamento com os tessalonicenses como seu pai e mãe espiritual (veja I Tess. 2:7 e 11). Uma expressão mais literal do versículo 11 pode ser: "Assim como vocês sabem, como estivemos com vocês um a um, como um pai com os seus filhos, exortando, chamando e testemunhando." A visão e o caráter de coração de pai que Paulo expressa são claramente comunicados.

Como sugere o exemplo de Paulo, dinâmica de grupo e reuniões são necessárias para ajudar um novo convertido a crescer até o discipulado, mas o tempo pessoal que se gasta individualmente produzirá discípulos mais fortes e mais ama-durecidos. Grande parte dos nenês espirituais tem problemas que só podem ser resolvidos em bases privadas individuais.

O discipulado, portanto, é realizado por alguém, e não por algo. A literatura é uma boa ferramenta, mas apenas isso. Deus, em última análise, usa carne e sangue cheios do Espírito Santo para edificar vidas (veja II Cor. 4:7).

PERGUNTAS PARA ESTUDO E DISCUSSÃO

1.- Quais são algumas das brechas deixadas pelo processo costumeiro de trazer o crente novo para a vida da igreja?2.- O que pode ser feito para se receber os novos crentes e orientá-los para a congregação, de maneira que se assegure um crescimento espiritual contínuo?

3.- Discuta algumas da maneiras pelas quais um novo conver tido pode ser ligado a um discípulo em crescimento em sua igreja.

4.- Quais eram os quatro métodos de seguimento de novos crentes que se mencionam em I Tessalonicenses?

5.- Qual desses quatro métodos já está funcionando no ministério de sua igreja?

6.- Como a sua igreja pode tornar-se mais ativamente envolvida em aplicar cada um desses quatro métodos bíblicos de seguimento, neste ano?