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Livro Rosario Das-Almas

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Pai Juru 1956 O RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS A presena da Irmandade dos Semirombas e dos Sakangs na Umbanda / Pai Juru So Caetano do Sul, 2011 478 p. Fundao Biblioteca Nacional Escritrio de Direitos Autorais Certificado de Registro ou Averbao N Registro: 533.375 livro: 1013 folha: 493.

Todo o material (textos, fotografias e imagens) disponibilizados neste livro esto sob a proteo da LEI DO DIREITO AUTORAL N 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. proibida toda e qualquer comercializao dos mesmos, em quaisquer meios de comunicao, sem prvia consulta e autorizao pessoal do autor. Para reproduo sem fins comerciais, obrigatria a divulgao da autoria do material aqui disponibilizado.

NDICEO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS.................................................................................01 PAI MATHEUS DE ARUANDA..................................................................................................................................05 UMBANDA UMA RELIGIO CRSTICA E BRASILEIRA......................................................................................07 MARIA DE NAZAR NOSSA ME SANTSSIMA.................................................................................................26 ME SENHORA APARECIDA...................................................................................................................................42 A VISO UMBANDISTA DO PECADO.....................................................................................................................52 A VISO UMBANDISTA DA PENITNCIA E SUA IMPORTNCIA.........................................................................53 A ORIGEM E O SIGNIFICADO DO SAGRADO ROSRIO NO MUNDO.................................................................54 AS IRMANDADES DE NOSSA SENHORA DO ROSRIO......................................................................................69 A IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSRIO DOS HOMENS PRETOS NO BRASIL.............................75 OS GUIAS ESPIRITUAIS PRETOS VELHOS NA UMBANDA E O ROSRIO.....................................................84 DEVEMOS SOMENTE OFERENDAR COISAS MATERIAIS AOS SAGRADOS ORIXS E AOS ESPRITOS?...............................................................................................................................................................87 O CAMINHO DO MEIO..............................................................................................................................................94 LARVAS MENTAIS LARVAS ASTRAIS (MIASMAS) PARASITISMO.............................................................110 ESTUDO DOS BLOQUEIOS ENERGTICOS........................................................................................................114 O DIABO NO IMAGINRIO CRISTO....................................................................................................................117 A INFLUNCIA DOS ESPRITOS SOBRE NS.....................................................................................................128 REFORMA NTIMA..................................................................................................................................................135 O QUE F?...........................................................................................................................................................141 O PODER DA ORAO..........................................................................................................................................146 O PODER DO PAI-NOSSO E DA AVE-MARIA.......................................................................................................187 UM PEQUENO ESTUDO DO PAI-NOSSO..............................................................................................................189 UM PEQUENO ESTUDO DA AVE-MARIA..............................................................................................................214 O SACRIFCIO.........................................................................................................................................................222 AS SANTAS ALMAS BENDITAS NA UMBANDA..................................................................................................226 AS IRMANDADES DE TRABALHOS ESPIRITUAIS DOS SEMIROMBAS E DOS SAKANGS NA UMBANDA...............................................................................................................................................................233 A IRMANDADE DE TRABALHO ESPIRITUAL DOS SEMIROMBAS....................................................................234 O SEMIROMBA SO FRANCISCO DE ASSIS.......................................................................................................237

O SEMIROMBA SANTO ANTONIO.........................................................................................................................252 O SEMIROMBA SO BENEDITO O MOURO......................................................................................................254 O SEMIROMBA SANTO AGOSTINHO (AUGUSTINUS AURELIUS).....................................................................257 A SEMIROMBA SANTA CLARA.............................................................................................................................259 O SEMIROMBA FRANCISCO DE PAULA VICTOR...............................................................................................262 O SEMIROMBA CCERO ROMO BATISTA.........................................................................................................265 O SEMIROMBA CEFERINO GIMNES MALLA EL PEL..............................................................................268 ALGUNS SEMIROMBAS CULTUADOS PELO NOSSO POVO.............................................................................269 A IRMANDADE DE TRABALHO ESPIRITUAL DOS SAKANGS......................................................................272 OS BENEFCIOS DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS...............................................284 OS BENEFCIOS PARA QUEM PRATICA O RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS DIARIAMENTE COM DEVOO E AMOR.............................................................................................................288 O SIGNIFICADO DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS COMO RITUAL E COMO ORAO..........290 OS PONTOS CANTADOS E SUA SIGNIFICAO NO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS................................................................................................................................................................294 OS SONS PRODUZIDOS PELA REZA DURANTE O RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS E A GLNDULA PINEAL.....................................................................................................................297 A IMPORTNCIA DA CONCENTRAO PARA ENTRARMOS EM ESTADO CONTEMPLATIVO NO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS...................................................................................300 A IMPORTNCIA DO ESTADO CONTEMPLATIVO NO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS................................................................................................................................................................304 APELO REALIZAO DIRIA DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS......................306 A IMPORTNCIA DAS ORAES E DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS EM FAMLIA...................................................................................................................................................................311 A IMPORTNCIA DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS PELAS ALMAS DOS NOSSOS ANCESTRAIS..........................................................................................................................................316 A REALIZAO DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS NAS HORAS ABERTAS.......322 AS FASES DA LUA PARA A REALIZAO DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS....343 A INTERCESSO DOS ESPRITOS DE LUZ.........................................................................................................345 A IMPORTNCIA DO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS NUMA CERIMNIA FNEBRE.................................................................................................................................................................353 O ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS PARA O DIA DE FINADOS......................................................357 ORAR PELOS ESPRITOS SOFREDORES CARENTES DE AUXLIO.................................................................358 ORAI PELOS GOVERNANTES E OS QUE TRABALHAM NA ELABORAO DAS LEIS..................................360

ORAES E O ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS ANTDOTOS ESPIRITUAIS CONTRA ENFERMIDADES.....................................................................................................................................................362 O USO DE UMA VELA, DE UM COPO COM GUA E UM INCENSO OU DEFUMADOR NA HORA DE REALIZARMOS O RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS....................................................366 A IMPORTNCIA DA GUA FLUIDIFICADA NOS PROCESSOS DE CURA.......................................................368 A IMPORTNCIA DA GUA BENTA......................................................................................................................381 OS SAGRADOS ORIXS NO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS..................................388 OS SANTOS, ANJOS, ESPRITOS DE LUZ E OS GUIAS ESPIRITUAIS NO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS..................................................................................................................................404 A IMPORTNCIA DA NOVENA..............................................................................................................................412 A TREZENA.............................................................................................................................................................416 A FORMAO DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS.......................................................................417 O QUE SO MUDRAS.............................................................................................................................................432 O SIGNIFICADO DA PALAVRA SARAVA..............................................................................................................434 O SINAL DA CRUZ..................................................................................................................................................437 O ROSRIO COMO UM IMPORTANTE OBJETO DE PODER..............................................................................441 POSTURAS USADAS EM ORAES E NO RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS..........445 COMO REALIZAR O ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS....................................................................449 A MIRONGA DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS........................................................................462 O ROSRIO DA BENO.......................................................................................................................................463 O ROSRIO DA VITRIA........................................................................................................................................464 SUGESTES DE ROSRIOS PARA UM TEMPLO DE UMBANDA......................................................................465 O CONG COMO ALTAR.......................................................................................................................................469 UMA EXORTAO AOS UMBANDISTAS.............................................................................................................472 ALGUNS ROSRIOS DAS SANTAS ALMAS BENDITAS.....................................................................................475

O RITUAL DO ROSRIO DAS SANTAS ALMAS BENDITAS

Introduo:Antes de iniciarmos, queremos registrar, explicitamente, que do autor, e s dele, de maneira indivisvel e absoluta, todo e qualquer nus que pese por quaisquer equvocos, indelicadezas, desvios ou colocaes menos felizes que, porventura, sejam ou venham a ser localizadas nesse livro, pois, temos certeza plena de que se tal se der ter sido por exclusiva pequenez deste menor dos menores irmos em Jesus, deste que se reconhece como um dos mais modestos discpulos umbandistas. Todo o material utilizado na feitura desta obra divida em: 1) profundas e exaustivas pesquisas, 2) orientaes Espirituais e 3) dedues calcadas na lgica, razo e bom senso. Portanto, se algum reconhecer suas idias impressas neste livro e no ver o devido crdito comunique-se conosco, onde iremos sanar tal entrave, verificando a veracidade dos fatos. Afinal, quando uma verdade espiritual vem tona, com certeza, vrios mdiuns srios a recebem simultaneamente. Vejam o que diz Kardec: Estai certos, igualmente, de que quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, , por assim dizer, comunicada instantaneamente a todos os grupos srios, que dispem de mdiuns tambm srios, e no a tais ou quais, com excluso dos outros. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, captulo 21, item 10, 6 . (5)). Pode ser que muitas das noes aqui apresentadas podero no ser aceitas e que podemos inclusive contrariar muitas pessoas. Em nossas observaes particulares no pretendemos aviltar a doutrina praticada em seu Templo ou aceita por voc, mas somente estamos colocando mais um ponto de vista e esperamos que todos leiam e reflitam, usando a razo e o bom senso, para depois verificar a veracidade dos ensinamentos por ns praticados. Mais vale repelir dez verdades que admitir uma s mentira, uma s teoria falsa. Mxima repetida em O Livro dos Mdiuns (Rio de Janeiro: Federao Esprita Brasileira), 20 captulo, item 230, pgina 292. Para emitirmos uma crtica, temos que estar escudados em conhecimentos doutrinrios profundos e militando diariamente dentro da Religio Crist de Umbanda, pois somente assim poderemos nos arvorar em advogados de nossas causas. No podemos simplesmente emitir opinies e conceitos calcados em achismos (o achar a me de todos os erros), ou mesmo escudados to somente pelo que outros disseram ser a verdade absoluta. Se for emitir um parecer, seja honesto, e faa-o em seu nome, ou em nome da ramificao umbandista de que seguidor, mas, nunca em nome da Religio Crist de Umbanda. Devemos respeitar profundamente o que seguido pelos segmentos umbandistas, sejam eles quais forem. O tempo o melhor juiz, e mostrar a razo de tudo.

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Lembre-se que, tudo esta sendo feito para o bem e a grandiosidade da Umbanda. Da nossa parte, estaremos disposio para dirimir dvidas e fornecer os esclarecimentos necessrios a tudo o que neste livro foi escrito. A Umbanda de todos ns, mas nem todos so da Umbanda. Somente pode testemunhar quem realmente milita com f, amor, desprendimento e mangas arregaadas, para a grandeza desta to magnfica Religio Nacional. A nossa preocupao elucidar as pessoas, e no confundir. Muitos podero dizer: Essa coisa de Rosrio no da Umbanda; isso coisa do catolicismo. Nos ensinamentos deste livro, estaremos discorrendo sobre a questo do Rosrio ou mesmo do Pai-Nosso e da Ave-Maria ser ou no propriedades de alguma religio. Atentemos aos ensinamentos dos nossos Guias Espirituais: ... Vov Benta, como a senhora definiria a Umbanda? nossa casa, zi fio... eh, eh. UM com a Banda, religio que renasce em terras brasileiras numa tentativa que a espiritualidade faz de reunificar os ensinamentos sagrados que se fragmentaram atravs dos tempos. o resgate da magia dos grandes mestres ancestrais que nela se apresentam na simplicidade dos Espritos Guias e Protetores, usando a mediunidade dos encarnados...(Trecho extrado do livro: Enquanto Dormes, pelo Esprito de Vov Benta, psicografado pela mdium Leni W. Saviscki)

Tem muita gente falando que se copiam assuntos e verdades...mas a verdade no se copia, a verdade existe, no filhos? E se ela existe ela no copiada ...ela divulgada por muitos seres, de muitas formas, por vrios estilos de esclarecimento sobre ela mesma. Vejam bem: as linguagens dos grupos espiritualistas so diferentes e, as que so corretas, pretendem levar os discpulos da Terra a um mesmo ponto: o ponto do esclarecimento e da chegada do amor e da conscincia na Terra. Os filhos tem que saber que a realidade da vida na Terra e a vida no Cosmos contemplada de inmeras formas e tem explicaes baseadas na verdade imutvel... Mas tem outros pontos de vista sobre elas tambm... (Cacique Pena Branca) Portanto, se algum no coadunar com os nossos ensinamentos, fcil: feche o livro, no leia mais e siga os seus prprios passos, com a sua prpria compreenso. Como j dissemos, o tempo o melhor juiz. Se quiserem, muito podero aprender com os mais velhos e experimentados dentro da Umbanda. Lembre-se que tudo o que fizerem de bom com os mais velhos, estaro plantando nesses coraes sementes de luz, que no amanh podero clarear os seus prprios caminhos. Nada aceiteis sem o timbre da razo, pois ela Deus, no cu da conscincia. Se tendes carncia de raciocnio, no sois um religioso, sois um fantico No devem vocs impor as suas idias de maneira to radical. Cada Esprito um mundo que deve e pode escolher por si os caminhos que mais lhe convm. (pelo Esprito de Miramez). Irmos umbandistas, nunca se esqueam: O exemplo a maior divulgao de uma doutrina superior. Depois de um longo ano (2009), exaustivas pesquisas, madrugadas e vrias revises, aqui est o livro: O Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas. A montagem desta obra se tornou uma obsesso, pelas maravilhas que vimos e vemos, atravs desse ritual maravilhoso. Tnhamos que partilhar tudo isso com todos. Afinal, obedecendo exortao do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas: Ns aprenderemos com aqueles Espritos que souberem mais, e ensinaremos aqueles que souberem menos, e a nenhum viraremos as costas, a nenhum diremos no, pois esta a vontade do Pai. A integrao do Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas na Umbanda veio atravs de orientaes Espirituais, que nos revelaram que tal ritual, por ser de suma importncia, deve fazer parte efetiva da ritualstica umbandista. Para isso, nos ensinaram sobre a formao da egrgora da reza, to importante para o benefcio de todos; tambm nos ensinaram montagem do Rosrio, a quantidade das rezas, a maneira de se rezar, sobre as oraes e os decretos/afirmaes. Infelizmente, a realizao de oraes e rezas no faz parte integrante da maioria das prticas umbandistas devido falta de informaes, bem como a no leitura, estudo e prtica do Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. Na maioria dos Templos umbandistas se usam poucas oraes e rezas; somente na abertura e no encerramento de trabalhos espirituais. fato. Faam uma experincia: pesquisem em sites sobre oraes na Umbanda ou similares, e s o que encontraro so formulaes de rezas especficas e mais nada; nenhuma observao sobre a importncia da orao pelos, e para os umbandistas. Nesse despretensioso livro procuraremos atravs do estudo da importncia da orao e da reza, baseados nos ensinamentos de Jesus, para eliminar essa lacuna existente nos Terreiros umbandistas, esperando que cada umbandista, sacerdote, mdium, ou qualquer pessoa de boa vontade se conscientize que a prtica diria de oraes e rezas se faz necessria.

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Tambm entenderemos o que so a Irmandade de Trabalho Espiritual dos Semirombas e a Irmandade de Trabalho Espiritual dos Sakangs, legadas pelos primeiros umbandistas e totalmente esquecidas atualmente. A grande maioria dos umbandistas sequer ouviu falar destas Irmandades de Trabalhos Espirituais. O Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas deve ser efetuado, pois enquanto proferido, abrem-se portais espirituais, onde os fluidos superiores e regeneradores descem como uma cachoeira de luz, sendo absorvidos pelos praticantes naquele exato momento. Esse rito de suma importncia. Mas, para nos beneficiarmos dessa beno que o Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas devemos nos aplicar no estudo deste livro, entender e realizar com amor e devoo este rito abenoado, pois de nada adianta querermos nos beneficiar de algum mtodo espiritual, seja ele qual for se no o estudarmos com afinco para o realizarmos com propriedade e discernimento, baseados na razo e no bom senso. Observamos no decorrer de todas as nossas pesquisas, que sempre que Nossas Senhoras apareciam pelo mundo difundindo o Sagrado Rosrio, geralmente s pessoas e os locais se encontravam em grandes dificuldades. Na Umbanda no foi diferente; passamos por um momento crtico espiritual/doutrinrio/ritualstico e principalmente apocalptico. O Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas ressurgiu num momento precioso, a fim de socorrer queles que se encontram distanciados da religio, menosprezando consciente ou inconscientemente as ddivas dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, a Me Senhora Aparecida vem nos socorrer e nos orientar no ritual contemplativo no Sagrado Rosrio das Santas Almas Benditas, atendendo a splica de Jesus: Orai sem cessar Orai e vigiai para no cairdes em tentao O Esprito necessita mais de orao do que a carne de po.

AJUDA-TE E O CU TE AJUDARPedi, e dar-se-vos-; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-. Porque tudo o se que pede, recebe; e o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-. Ou qual de vs, por ventura, o homem que, se seu filho lhe pedir po, lhe dar uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dar uma serpente? Pois se vs outros, sendo maus, sabeis dar boas ddivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que est nos Cus, dar boas ddivas aos que lhes pedirem? (Mateus, VII: 7-11.). Segundo o modo de ver terreno, a mxima Buscai e achareis, semelhante a esta outra: Ajuda-te, e o Cu te ajudar. o princpio da lei do trabalho, e, por conseguinte, da lei do progresso. Porque o progresso produto do trabalho, desde que este ponha em ao as foras da inteligncia. Segundo a compreenso moral, essas palavras de Jesus significam o seguinte: Pedi a luz que deve clarear o vosso caminho e ela vos ser dada; pedi a fora de resistir ao mal, e a tereis; pedi a assistncia dos bons Espritos, e eles viro ajudar-vos, como o Anjo de Tobias, e, vos serviro de guias; pedi bons conselhos, e jamais vos sero recusados; batei nossa porta, e ela vos ser aberta; mas pedi sinceramente, com f, fervor e confiana; apresentai-vos com humildade e no com arrogncia, sem o que, sereis abandonados s vossas prprias foras, e as prprias quedas que sofrerdes constituiro a punio do vosso orgulho. esse o sentido dessas palavras do Cristo: Buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-.(O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec, cap. XXV)

Por isso, temos que ter o trabalho de estudar com afinco, perdoar, reformando-nos interiormente, para depois podermos pedir com conscincia. Assim, depois de tudo entendido e estudado, poderemos realizar o Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas, convictos do que estamos fazendo e tendo a certeza que seremos atendidos em nossas necessidades. Somente com a prtica e perseverana conseguiremos atingir nossos objetivos. No achem que somente pegando um Rosrio em suas mos e comeando a desfiar um monte de Ave-Maria e PaiNosso automaticamente, com a mente divagando, que conseguiro alcanar graas; se os praticantes no observarem as regras, estudo e prticas, jamais conseguiro realizar o sagrado Ritual do Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas em suas vidas. Pedimos a todos que antes de querer ver a parte prtica do Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas e logo comear a faz-la, proceda leitura de todo o contedo deste livro, para poderem estar informados detalhadamente de como funciona essa prtica maravilhosa. De nada adiantar efetuar o Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas se antes no entender todo o processo do seu funcionamento. Quando forem convidar ou orientar algum a realizar esse abenoado Ritual, importante que os conscientizem da leitura e do estudo deste livro, para que no transformem o Rosrio to somente como uma muleta para tentar barganhar com a Espiritualidade quilo que da competncia de cada um.

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Importante: O Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas veio pela Umbanda, mas no para ser praticado s pelos umbandistas. Convidamos a todos a participarem dessa corrente poderosa de reza e receber seus fluidos vivificadores. Afinal, o Rosrio das Santas Almas Benditas da Me Senhora Aparecida, me de todos ns. Esclarecimento: Ao lerem este livro muitos podem pensar: o autor foi catlico, ou o autor foi padre. No. O autor nasceu em 1956 e foi criado e se desenvolveu dentro da Umbanda Crist, com noes, doutrina e trabalho umbandista, iniciando suas atividades medinicas, em atendimentos, em 1970, trabalhando at os dias atuais, ininterruptamente. Aceitamos e coadunamos com a Espiritualidade Maior. Seguimos, invocamos e honramos os Espritos de luz, sejam eles quais forem e de onde foram em vida. Onde existe o Evangelho Redentor, ali estaro presentes os Espritos de luz. De uma coisa no podemos nos esquecer: O dia em que fizermos nossa passagem (desencarnarmos), no seremos julgados pela religio que professamos, mas sim, pelas obras que fizemos. A Umbanda, assim como toda religio, to somente uma via de evoluo que escolhemos por afinidade, para bem servimos a Deus Pai. Trabalhamos onde o Pai Celestial requer a nossa participao. Temos que dar o melhor de ns, onde estivermos, pois tudo feito para a honra e a glria de Deus. Enfim, apresentamos-lhes, o Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas, uma beno que nos dada de graa, para que possamos utiliz-lo nas prticas caritativas, bem como para uso pessoal.

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PAI MATHEUS DE ARUANDA

Pai Matheus de Aruanda Tat das Almas Mentor do Rosrio das Santas Almas Benditas Desde os primeiros passos, acostava-me em teus braos, ouvindo-te os ensinamentos, recebendo os teus carinhos. Crescendo, dia-a-dia, o amor por ti aumentava. No via a hora diria, de sentar no cho ao teu lado, e depois de um abrao fraterno, um afagar em meu rosto, olhava-te a face, embevecido, conversvamos horas a fio, do trivial ao erudito, e, muitas vezes, envergonhado pelos erros da mocidade, ouvia-te os conselhos amigos, sem nunca me condenar, seja no que fosse, mas sim, mostrando-me o caminho da verdade, as bnos da caridade, a pureza do amor, a responsabilidade da mediunidade, a importncia da orao e a amizade dos Guias Espirituais, nossos pais e mes, que nunca nos abandonam. Suas palavras ainda repercutem em minha mente: Go (assim me chamava) siga o seu caminho. Acontea o que acontecer. Seja por cima do mar, ou por baixo de um caldeiro fervente, nunca perca sua f. Sempre estarei ao teu lado. A tua mediunidade no foi comprada e nem ensinada; foi conquistada, e doada pelo Pai Eterno, para que voc O sirva sempre. Guarde bem, tudo o que te digo. Quando esse meu aparelho (Me Alice av materna do autor, primeira dirigente do Templo da Estrela Azul) desencarnar, e quiseres saber de algo, s pensar em mim, e lembrar tudo o que eu te ensinei. Diariamente estavas sempre ao meu lado, orientando-me. No va a hora de ouvir sua voz me chamando. Quanta alegria no corao quando chegavas, com toda sua alegria. Sempre com um sorriso no rosto. Sempre com uma palavra amiga. Sempre dando jeito em tudo. Quantas vezes chorei em teus braos, e era confortado quando dizias: Calma. O Pai esta aqui Bastava minutos de suas abenoadas palavras, para calar fundo em nossos coraes.

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Sempre me orientava que a Espiritualidade Superior se conquista atravs da nossa reforma ntima, orando constantemente e seguindo fielmente o que determina o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Pai Matheus de Aruanda o pilar central da nossa formao como pessoa e como umbandista. Foram 38 anos abenoados vividos diariamente ao teu lado. Hoje, choro profundamente a saudades de ouvir tua voz. Choro de amor por vs. Choro com vontade de te abraar, de te beijar. Hoje, te agradeo de corao, pois o que sou devo a vs. Tenho uma gratido eterna, e agradeo diariamente a Deus, por ter-me dado a oportunidade de conhecer e ter ao meu lado um Pai verdadeiro, um amigo, um Mestre. Obrigado pelo Senhor existir em minha vida. De uma feita, quando viajei em passeio para a cidade de Olinda/PE, ao pedir proteo ao Pai Matheus ele me disse Filho; aproveite e v visitar a Igreja de Nossa Senhora da Conceio do Amparo, aonde o pai ia diariamente rezar meu Rosrio. Foi o que fiz.

Igreja de Nossa Senhora da Conceio do Amparo Olinda/PE. Em 1613 j funcionava como centro religioso. Foi construda pela Irmandade de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos Segundo Pai Matheus de Aruanda, quando foi trazido da frica para o Brasil, precisamente para Olinda/PE, instalaram-no como escravo domstico, sendo muito amado e respeitado pelos seus senhores; disse-nos que nunca apanhou; que o seu sinhozinho era de Zambi; disse-nos tambm que os filhos do sinhozinho sempre o procuravam quando necessitava de um conselho, de uma orientao. Reunia-se diariamente a ss ou com seus irmozinhos escravos, a fim de proceder ao Ritual Sagrado do Santo Rosrio de Nossa Senhora. Pai Matheus era um Tat das Almas, ou seja, era um sacerdote de reza, onde, atravs da reza do Santo Rosrio, invocava as Santas Almas Benditas, para a proteo e cura de todos os necessitados. Era devoto tenaz da Me Senhora Aparecida, a qual carinhosamente chamava de minha me preta sempre nos abenoando em Seu nome, bem como nos incitando a sempre rezar para essa abenoada Me da Umbanda. Pai Matheus nos ensinou seu ponto (cntico) de fora: L no cruzeiro das almas eu vi, eu vi um velho rezando (bis). Era Pai Matheus de Aruanda, com seu Rosrio, o velho estava rezando (bis). Pai Matheus de Aruanda, Tat das Almas, o Guia Espiritual inspirador do Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas. Portanto, devemos a ele a graa de recebermos to precioso instrumento espiritual. Por esse fato, por gratido, aps o trmino de um Rosrio das Santas Almas Benditas, dizemos: Sarava Pai Matheus de Aruanda Pai Matheus, nosso Pai, nosso Guia, nosso Mestre, nosso amigo. Saudades... A sua beno. A minha gratido eterna a vs.

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UMBANDA UMA RELIGIO CRSTICA E BRASILEIRA

Vinde a mim, todos vs que sofreis e que estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei Antes de nos arvorarmos em defensores do Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas, resolvemos esclarecer a cristandade da Umbanda, a fim de entendermos o porqu de se praticar esse Rosrio com bases em rezas crists. Somos da Religio Crist de Umbanda. No somos da Religio Catlica, mas aceitamos alguns Santos e seus exemplos de vida crist. No somos da Religio Esprita, mas aceitamos a Codificao Kardequiana, algumas literaturas espritas, bem como alguns Mentores que militam no espiritismo, seus ensinamentos, mensagens e exemplos de vida. Existe uma diferena entre se dizer cristo e seguir a Jesus Cristo. Em primeiro lugar, seguir a Jesus Cristo quer dizer: seguir fielmente o que orientado pelos quatro Evangelhos, cujos escritos foram ensinados pelo Mestre. Em segundo lugar, se dizer cristo, to somente crer e ser simptico figura Nosso Senhor Jesus Cristo e sua ideologia, sem necessariamente seguir Seus preceitos. Seguir a Jesus Cristo no somente crer em Jesus, mas sim, viver de acordo com Seus ensinamentos, ou seja, viver de acordo com e para aquilo que coaduna com a moral crist. Quem estuda, pratica e vive o Seu Evangelho Redentor, pode-se verdadeiramente se dizer cristo. O que quer dizer Cristo? Era o sobrenome de Jesus? Cristo o termo usado em portugus para traduzir a palavra grega (Khrists) que significa Consagrado Purificado. O termo grego, por sua vez, uma traduo do termo hebraico ( Ma), translierado para o portugus como Messias. Tudo isso significa o purificado o consagrado; o iluminado; o Redentor ou aquele que torna o homem livre atravs da verdade, mas, livre de qu? Livre do misticismo; livre do fetichismo; livre do preconceito; livre dos cultos exteriores extravagantes e escravizantes; livre da escravido mental; livre do temor aos deuses; livre para pensar por si prprio, para resolver os seus problemas existenciais. A palavra cristo usada trs vezes no Novo Testamento (Atos 11:26; Atos 26:28; 1 Pedro 4:16). Os seguidores de Jesus Cristo foram chamados cristos pela primeira vez em Antioquia (Atos 11:26) porque seu comportamento, atividade e fala eram como Cristo. Portanto, se Cristo quer dizer Consagrado Purificado, temos agora a certeza que vrios Avatares que estiveram presentes encarnados no planeta, todos, trouxeram uma parcela da verdade, culminando no grande Luminar, Jesus de Nazar. Vejam ento, que ser cristo seguir os ensinamentos desses Avatares que s nos ensinaram a libertao atravs do perdo e do amor. Muitas escolas crists no aceitam tal dissertativa, mas, a escola crist Umbandista nos ensina que ser cristificado, tambm seguir os exemplos e os ensinamentos deixados por vrios Espritos de luz, que estiveram presentes em nosso meio, encimado pelo Mestre Jesus. A Umbanda no defende Jesus, que alis, no necessita de defesa, mas sim, defende a mensagem crstica em todos os tempos.

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Ramatis, em seu livro: Magia de Redeno, nos diz: Ademais, o homem cristo, aquele que segue os ensinamentos deixados por Jesus de Nazar na face do Ocidente terrqueo, avesso s prescries morais de Buda, Confcio, Krishna, Hermes e outros lderes siderais. Isso ento produz uma linha separativista no corpo do Cristo, o qual incondicionalmente Amor e Efuso Espiritual sem limites de crena ou de preferncias religiosas. Enquanto o cristo segue uma tica que o isola dos demais homens afeitos a outras ticas espiritualistas, a criatura cristificada universalista e jamais discute, critica ou ope restries a quaisquer empreendimentos, esforos, preferncias doutrinrias religiosas e espiritualistas do irmo! Muitos so aqueles que querem seguir a Jesus de qualquer maneira. Muitos so os que buscam a Deus e a Jesus do jeito que querem e da maneira que lhes convm, mas saibam que segundo os ensinamentos de Jesus contidos nos Evangelhos, as coisas no podem acontecer dessa forma. Para servirmos a Deus h de ser como Jesus nos orienta; isto ; obedecendo e seguindo a todos os Seus ensinamentos que esto nos Evangelhos. Por isso Jesus nos disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ningum chega ao Pai, seno atravs de mim (Joo 14, 6). Essa a nica maneira de obtermos a paz e a harmonia neste mundo e de alcanarmos a nossa libertao. S no podemos ficar sujeitos aos achismos, s interpretaes e dogmas impostos por qualquer pessoa, mas sim, devemos pensar por ns mesmos, no aceitando nada sem uma anlise feita utilizando a razo e a lgica, e que podemos questionar tudo, mas tudo mesmo, porque infalvel, s Deus. Qual a melhor das religies para que possamos segui-la? Aceite tudo o que bom e rejeite tudo o que mal. Eis a melhor das religies. o que a Umbanda faz. A melhor religio a que mais te aproxima de Deus. aquela que te faz melhor. Aquela que te faz mais compassivo, aquela que te faz mais sensvel, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitrio, mais responsvel... A religio que conseguir fazer isso de ti a melhor religio... (Dalai Lama) A finalidade da religio conduzir o homem a Deus. Mas o homem no chega a Deus enquanto no se fizer perfeito. Toda religio, portanto, que no melhora o homem, no atinge a sua finalidade. Aquela em que ele pensa poder apoiar-se para fazer o mal falsa ou foi falseada no seu incio. Esse o resultado a que chegam todas aquelas em que a forma supera o fundo. A crena na eficcia dos smbolos exteriores nula, quando no impede os assassinos, os adlteros, as espoliaes, as calnias e a prtica do mal ao prximo, seja qual for. Ela faz supersticiosos, hipcritas, fanticos, mas no homens de bem. (J. Alves de Oliveira) A religio verdadeira aquela que enternece os coraes, fala s almas orienta-as, infunde coragem e jamais atemoriza. Deve dar liberdade de f e de raciocnio, pois onde h liberdade, a reina o Esprito do Senhor. (Paulo, Acima das diferenas doutrinrias, deve prevalecer o sentimento de fraternidade universal, independente de qualquer religio. No h religio superior outra, no h doutrina superior a outras doutrinas. A questo de conscincia, de estgio experiencial... O importante que o homem se torne melhor na religio que abraou. Se for cristo, que se apie nas prticas de Jesus, e viva Seu Evangelho de luz... Estamos a favor da Causa Maior, operando em nome de Deus, ou estamos usando a religio como um trampolim da nossa vaidade e do nosso orgulho, a fim de projetarmo-nos aos olhos da sociedade? (Gandharananda Shanti). O umbandista aquele, pois, que procura seguir o verdadeiro ensino de Nosso Senhor Jesus Cristo, j que busca a vivncia do seu Evangelho. Por todo o mundo, existem religies de matizes crists, fundamentadas no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Umbanda mais uma das escolas crists espalhadas pelo mundo. Segundo o dicionrio Michaelis da lngua portuguesa, ser cristo, ou seja, seguir a ideologia crist seguir os preceitos do Cristo Jesus. Aceitamos Jesus incondicionalmente e procuramos, assim, nos integrarmos e interiorizarmos Seus ensinamentos em nossas mentes, em nossos coraes e em nossas vivncias, pois s assim conseguiremos nos elevar aos pramos da luz. Jesus disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ningum chega ao Pai, seno atravs de mim. A Umbanda no aceita a salvao do homem atravs do batismo pela gua, mas sim pelo batismo da prtica da palavra que Jesus nos deixou, o farol mais seguro para seguirmos e assim alcanarmos a felicidade plena. Aceitamos a Jesus incondicionalmente, no como o nico filho de Deus, mas sim, como nosso irmo amado, Mestre em sabedoria, Pai por carinho e Luz de nossas vidas, e Senhor pelo Seu amor. O Filho unignito de Deus Pai o Cristo que habitava Jesus. Jesus para a Umbanda o mdium de Deus e o Mestre supremo, o grande luminar de toda a humanidade, pois veio nos trazer, por amor, a libertao atravs da palavra, dos ensinamentos e de Seus exemplos. Jesus o governador do planeta Terra; Aquele que est diuturnamente nos amparando, abenoando, irradiando amor, f, perdo, bondade, caridade e paz. Jesus o articulador da Umbanda para o plano terreno. A Umbanda existe atualmente, pela graa e a beno de Jesus, O Cristo de Deus.

apstolo, II aos Corntios, 3:7).

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De nada adianta ficarmos somente em elucubraes filosficas, oferendas, simpatias, despachos, descargas, desobsesses, passes; carregarmos patus e guias no pescoo; efetuarmos banhos de ervas, defumaes, charutos; colocarmos uma roupa branca e somente ficarmos nos Terreiros cantando e danando. Somente o dia que olharmos de fato para Jesus; aceit-lo incondicionalmente em nossos coraes e interiorizarmos Seus ensinamentos, conseguiremos praticar uma religio de verdade, onde todos se beneficiaro e encontraro a to procurada paz. Devemos descer Jesus dos altares, integr-Lo em nossas vidas, apresentando-O a todos, assim como fazem nossos Guias Espirituais. Vamos vivenciar Seus ensinamentos; vamos aplic-los em nosso dia a dia, principalmente em nossa vida religiosa. E como fazer isso? Estudando, aceitando, vivenciando e propagando o Seu Santo Evangelho. De nada adianta andar com Jesus no peito; queremos ver quem tem peito de andar com Jesus. O Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, em 1.908 nos exortou: Os banhos de ervas, os amacis, as concentraes nos ambientes da Natureza, a par do ensinamento doutrinrio contumaz, na base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparao do mdium...- ... que teria por base o Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo o Cristo. A Umbanda baseia toda a sua doutrina nos ensinamentos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, procurando incitar seus adeptos ao estudo e aplicaes dos ensinamentos proferidos pelo Cristo de Deus. A Umbanda, como uma religio ecltica, aceita em seus postulados tudo aquilo que j foi ensinado em questo de espiritualidade pelo mundo afora, desde que sejam conceitos firmados nas verdades eternas, com razo e bom senso, pois aceita como realidade, tudo aquilo que feito por amor e para o bem. Mas, sua f, seus postulados, suas leis, seus princpios bsicos, sua finalidades so crists, baseados nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. s vezes, a Umbanda utiliza recursos da Magia planetria como uma alavanca para levantar a quem dela necessite, mas sua sntese de f baseia-se, to somente, na Reforma ntima to necessria evoluo humana. A Umbanda, religio sem mistrios, prega que o homem deve conhecer a verdade a fim de se libertar das amarras da matria. A Umbanda aceita os ensinamentos de Jesus como o caminho para se chegar ao Pai. A Umbanda aceita Jesus como a Luz do mundo. A Umbanda aceita Jesus como o po da vida. A Umbanda ama ao prximo. A Umbanda perdo. Muitas religies que se dizem crists no acreditam e no aceitam que a Umbanda tambm uma religio crist. Para elas, vamos fazer das palavras de Mahatma Ghandi as nossas: Eu aceito o teu Cristo, mas no aceito o teu cristianismo. Temos a Umbanda como seguidora, sustentadora e aplicadora dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o pilar mestre da nossa religiosidade; respeitamos, mas no aceitamos o cristianismo como ensinado e praticado por muitos religiosos. Temos a nossa maneira de entender e praticar os ensinamentos de Jesus. A Umbanda realiza o divino propsito de ensinar a existncia de um Deus nico, mas que se irradia atravs de Suas Hierarquias Superiores (Orixs), para todos e por todos. A Umbanda no dissocia Deus do homem, mas sim, Integra-o, tornando-nos UM com o Pai. A Umbanda prega a verdade da vida, conscientizando-nos de que todos so irmos perante Deus, e que tudo o que fizermos, estaremos fazendo ao Pai. A verdade Cristo atuando em ns. Se ainda somos escravos das inferioridades escravizantes e degradantes, e que so a causa das nossas desgraas, das dores, dos sofrimentos e das doenas, tratemos, hoje mesmo, de por em movimento o trabalho de nossa recuperao atravs de um treino dirio de mentalizao para o bem; pela manh, ao levantar, e noite, ao deitar. A realidade evanglica chamada a fazer luz em nosso entendimento, para que a nossa razo seja despertada para o movimento da Magia positiva em nossa conscincia. Sem esse desejo veemente no alcanaremos aquela paz que nos falta e de que o Mestre nos falou. Sigam as orientaes dadas pelos Guias Espirituais, transformando suas vidas, pois s assim conseguiremos reatar a amizade com a paz, a sade, a unio, a fraternidade, a fim de entendermos realmente o que seja a verdade da vida. A Umbanda segue fielmente o determinado pelo Mestre Jesus:

... Curai os enfermos... Realizamos em nossos Templos a edificante mensagem do Evangelho, calcada nas preciosas orientaes dos Espritos de luz, a fim de curarmos as enfermidades do Esprito e do corpo de cada um, pois ser somente atravs da Reforma ntima que conseguiremos alcanar nossa cura interior e assim termos paz. A Umbanda realiza este trabalho de conscientizao, onde todos tm a oportunidade bendita do aprendizado, e assim, crescer perante Deus e a humanidade. Quantos no vm procurar a Umbanda, a fim de terem suas doenas fsicas curadas ou minoradas. Deus, em sua infinita misericrdia nos deu a condio abenoada de atravs da mediunidade redentora, podermos orientar e minimizar as doenas corporais e morais daqueles que nos procuram. Jamais devemos nos escoimar do atendimento fraterno, queles que vm em busca do alvio para as doenas de seu corpo e de seu Esprito. No somos mdicos, e nem queremos passar por cima da medicina convencional, mas, temos condies de minorar o sofrimento dos nossos irmos, atravs das orientaes calcadas no Evangelho, passes, banhos, descarregos, desobsesses, defumaes e tudo o que a Natureza dispe, a fim de auxiliarmos a quem nos procura. 9

... Ressuscitai os mortos... Aqui, claramente, Jesus se refere comunicao com os mortos, ou seja, a prtica da mediunidade. Com isso, claramente definido no Evangelho, Jesus nos exorta da importncia do trabalho medinico. Jesus no se refere a ressuscitao de algum morto na carne, pois tal fato feriria a Lei Divina, e Jesus disse: No vim trazer a espada, mas sim cumprir a Lei. A prtica da mediunidade consciente uma ddiva Divina, que deve ser cultivada e praticada, pois nela estaremos cumprindo com amor, os designativos de Deus, sendo fieis servidores da espiritualidade maior. ... Curai os leprosos... Aqueles que encontram-se desiludidos, sem tempero pra nada, desvitalizados, sem o doce da vida, ou seja, praticamente mortos para o mundo e para o Esprito. So esses que infelizmente, pela perca do amor prprio, criam verdadeiras feridas no corpo espiritual, e, muitas vezes, essas feridas se materializam no corpo fsico. So as feridas ocasionadas pelas doenas morais. a esses que Jesus exortou, para que curssemos os leprosos. So aqueles que j se encontram com as feridas das desiluses, instaladas em seus corpos e seus Espritos. A Umbanda nos ensina que a vida um dom precioso que Deus nos deu e que devemos viv-la com intensidade, mas, tendo disciplina. Somente aprendendo a viver a vida, sem temores, sem falsas crenas, sem falsos pudores e falsos limites, conseguiremos ter a alegria de viver plenamente, renascendo, encontrando a luz que ilumina nossos caminhos e tendo a certeza que estamos amparados por uma fora maior. A Umbanda nesta hora nos ensina a termos f, no s em Deus, mas tambm na vida e na possibilidade infinita que temos de sempre vencer, pois no est escrito em lugar nenhum, que estamos aqui, encarnados, para somente sofrer. Ento, conscientizando a cada um, que a vida bela e que Deus esta presente em tudo e em todos, somente querendo a nossa felicidade, estaremos curando os leprosos, fazendo-os reviverem para a vida e para Deus. ... Expulsai os demnios... a caridade efetuada com os obsessores, quiumbas, e sofredores, eperfazem um dos trabalhos mais importantes e bonitos na Umbanda. Eis aqui, um verdadeiro trabalho de caridade. Atravs do descarrego (desobsesso), atingimos com eficincia, tanto o encarnado quanto o desencarnado, orientando, auxiliando e encaminhando todos, para a realidade da espiritualidade superior. aceitar pagamento por aquilo que no se pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente, era a faculdade de curar os doentes, e expulsar os demnios, isto , os maus Espritos. Esse dom lhes tinha sido dado, gratuitamente, por Deus, para que aliviassem os que sofriam e para ajudar a propagao da f; e lhes disse: que no transformassem esse dom em artigo de comrcio ou de especulao, nem em meio de vida. Certa vez dirigiuse a um lugar santificado, que era um centro de peregrinao e reverncia para os judeus, mas que estava transformado em verdadeiro centro de comrcio. Disse Jesus: Esta uma casa de Deus. No deveis polu-la com vossos interesses mundanos. Queria Ele mostrar que a Religio de Deus no devia tornar-se uma fonte de ganhos materiais. Assim na Umbanda.

Da de graa o que de graa recebestes, diz Jesus aos discpulos. Por tal preceito prescreve, no

Ide e pregai o Evangelho por todo o mundo, para o testemunho de todas as naes: AOS IRMOS DE OUTRAS ESCOLAS CRISTS, ESCLARECEMOSA Umbanda mais uma escola crist existente no mundo. Temos a nossa maneira de ver, crer e difundir o cristianismo. A maior de todas as ignorncias rejeitar uma coisa sobre a qual voc nada sabe. (H. Jackson Brownk) Portanto no seguimos a tradio e o entendimento cristo preconizado pelas vrias escolas crists existentes no mundo. A Umbanda Crist tem seu prprio estudo, entendimento e verso do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, somente aceitando a teoria de outras escolas, se estiverem calcadas na razo e no bom senso. O que nos difere de outras escolas crists existentes no mundo, o universalismo existente na Umbanda. Ns umbandistas ainda estamos tateando os ensinamentos sagrados existentes no Evangelho Redentor, mas, orientados de perto pelos Guias Espirituais da Umbanda, que so Espritos crsticos. Primeiramente devemos entender e aplicar os ensinamentos constantes do Evangelho de Jesus, para depois podermos compreender com exatido, o que tambm nos foi ensinado por outros Mestres do Amor que estiveram presentes na Terra, pela graa Divina. Por isso, dizemos que a Umbanda crstica, mas seus seguidores ainda esto engatinhando nos ensinamentos do Cristo Jesus, portanto, aprendendo primeiramente a serem cristos, para depois, com sabedoria, transformarem-se em Espritos crsticos. Vamos entender o que ser crstico:

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SEDE CRSTICOSPergunta: - Qual a diferena que existe entre o conceito de amor crstico e amor cristo? Ambos no definem a mesma coisa? Ramats: - Crstico um termo sideral, sinnimo de Amor Universal, sem quaisquer peias religiosas, doutrinrias, sociais, convencionais ou racistas! o Amor Divino e ilimitado de Deus, que transborda incessantemente atravs dos homens independente de quaisquer interesses e convices pessoais! Cristo, no entanto, vocbulo consagrado na superfcie do orbe e que define particularmente o homem seguidor de Jesus de Nazar, isto , adepto exclusivo do Cristianismo! Os cristos so homens que seguem os preceitos e os ensinamentos de Jesus de Nazar; mas os crsticos so as almas universalistas e j integradas no metabolismo do Amor Divino, que absolutamente isento de preconceitos e convenes religiosas. Para os crsticos no existem barreiras religiosas, limites racistas ou separatividades doutrinrias, porm, flui-lhes um Amor constante e incondicional sob qualquer condio humana e diante de qualquer criatura sadia ou delinqente! Em sua alma vibra to-somente o desejo ardente de servir sem qualquer julgamento ou gratido alheia! O crstico um homem cujo dom excepcional de empatia o faz sentir em si mesmo a ventura e o ideal do prximo! O homem cristo, no entanto, pode ser catlico, protestante, esprita, rosacruciano, teosofista, umbandista ou esoterista, mas s o crstico capaz de diluir-se na efuso ilimitada do Amor, sem preferncia religiosa ou particularizao doutrinria! Para ele, as igrejas, os templos, as sinagogas, as mesquitas, as lojas, os tatwas, os centros espritas, os terreiros de Umbanda ou crculos iniciticos so apenas smbolos de um esforo louvvel gerados por simpatias, gostos e entendimentos pessoais na direo do mesmo objetivo - Deus! O prefixo ou vibrao Cris subentende incondicionalmente, na tradicional terminologia sideral, a existncia do amor ilimitado, que Jesus de Nazar, o mdium sublime do Cristo Planetrio da Terra, o revelou nas frmulas iniciticas do Evangelho da humanidade terrcola! Cada orbe ou planeta possui o seu Cristo planetrio, que a fonte do Amor Ilimitado, a vitalidade, o sustento das almas encarnadas ou desencarnadas num determinado ciclo de evoluo e angelitude! Enquanto Jesus era um crstico, os homens que o seguem se dizem cristos! Ento, eles se distinguem dos no religiosos, assim como fazem restries s demais organizaes religiosas, eliminando o sentido universalista do prprio ensino do Mestre Nazareno! Da, as tendncias separativistas entre os prprios cristos, que se distinguem como catlicos, protestantes, espritas, umbandistas, budistas, taostas, judeus, hindustas e islamitas. No entanto, para os crsticos, Maom, Buda, Crishna, Confcio, Zoroastro, Fo-Ri, Hermes, Orfeu, Kardec e o prprio Jesus, so apenas fontes estimulantes do Amor incondicional latente em todos os prolongamentos vivos do CristoEsprito! Assim, como o cristo s admite o cristianismo ou o Evangelho de Jesus, o crstico vibra sob o Amor latente em todos os cdigos espirituais divulgados pelos demais instrutores de Cristo, seja o Bhagavad-Gita dos hindus, o Ching Chang Ching ou Clssico da Pureza dos chineses, o Thorah dos judeus, o Livro dos Mortos dos egpcios, a teologia de Orfeu dos gregos, a Yasna de Zoroastro ou o Al-Koran dos adeptos de Maom. O homem crstico no se vincula com exclusividade a qualquer religio ou doutrina espiritualista; ele vibra com todos os homens nos seus movimentos de ascese espiritual, pois o adepto incondicional de uma s doutrina ou religio o Amor Universal! Ele vive descondicionado em qualquer latitude geogrfica, sem algemar-se aos preceitos religiosos particularistas, na mais pura efuso amorosa a todos os seres! avesso aos rtulos religiosos do mundo, alrgico s determinaes separativistas e para ele s existe uma religio latente na alma o Amor! (Trecho extrado do livro: A Vida Humana e o Esprito Imortal, pelo Esprito de Ramatis, psicografado pelo mdium Herclio Maes) Observem que muitos Guias Espirituais militantes na Umbanda (Caboclos e Pretos-Velhos), num verdadeiro esprito crstico, atuam em outras denominaes espiritualistas e/ou religiosas sem imporem a doutrina umbandista, mas to somente pregando o amor e atendendo fraternalmente quem os procura. Os Espritos da Umbanda, universalistas, trabalham proficuamente nos Terreiros, mas, tambm, atuam em outros lugares, num verdadeiro esprito crstico.

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A UMBANDA PREPARANDO O CAMINHO PARA A ETERNIDADEVale pena incorporarmos a estes apontamentos, a opinio abalizada de um estudioso dos problemas da alma, da vida material e espiritual, o Dr. Anbal Vaz de Melo, na magnfica pgina intitulada O Caminho, de seu livro O Evangelho Luz da Astrologia, a fim de aplicarmos esse precioso esclarecimento, em nossas vidas, mormente como umbandistas: Na verdade o caminho que nos conduz ao Mestre difcil de ser trilhado. Difcil e doloroso. Muitos acreditam que seja preciso uma viagem ao Tibete misterioso para o aprendizado necessrio. Puro engano! O caminho no est em determinadas regies da Terra, fora do alcance comum e das possibilidades humanas. O peregrino encontrar o seu sendeiro na mesma cidade e lugar onde o destino o colocou. As provas de experimentaes impostas aos candidatos ao noviciado espiritual no se encontram tambm nos cerimoniais complicados e fossilizados de vrias lojas e seitas religiosas, mas apenas na percepo dos pequenos lances da vida quotidiana nas renncias dirias de coisas que aparentemente parecem teis e imprescindveis, mas que na realidade pouco significa. O que importa ao caminhante saber aproveitar as experincias e as esplndidas lies do agora, porque neste efmero que est plenitude da Eternidade, e neste agora que est a Vida, que tambm eterno presente. O caminho que nos conduz ao encontro do Cristo interno uma via interior; profundamente interior. uma espiral em ascenso para o infinito. um caminho doloroso e difcil, j o dissemos. Est tambm cheio de renncias... Mas o Peregrino tem, contudo, as suas compensaes: enquanto os ps sangram na escalada dolorosa da montanha, feridos pelas pedras e pelas urzes das estradas, os olhos do caminheiro vo contemplando novas e mais belas paisagens, novas e mais belas perspectivas de horizontes infinitos, novas e mais deslumbrantes iluminuras de poentes e de alvoradas... assim que caminhamos para mais perto do azul e das estrelas, para mais perto de Deus. A vista do Esprito atravs dos olhos da carne vai contemplando novas claridades, e s muito alto, no pncaro da montanha que eles defrontam a vastido imensurvel, a vastido maravilhosa das coisas infinitas... E o caminhante ao defrontar este panorama soberbo, amplo, permeado de luz, indefinido, sente-se exttico e fica com a alma de joelhos na volpia da contemplao... a viso maravilhosa... A viso Suprema, a viso sem formas, o Pensamento incriado... a luz transcendente... Deus! Eu sou o Caminho da Verdade e da Vida; ningum vai ao Pai seno por mim! Jesus que nos orienta. preciso incorporar nossa vida o Evangelho do Mestre. O Evangelho essa chave perdida que alguns magos andam procurando pelo Tibete, pela ndia, pelo Egito, pela China, por Lemria, pela Atlntida. E, afinal, no conseguem encontrar o caminho dos passos perdidos. que a tal chave est conosco mesmo, em cada um de ns. Est com todos aqueles que queiram seguir a Jesus e fazer a vontade do Pai. No h frmulas cabalsticas ou de Magia que faam voc ser feliz ou afortunado, se voc no se colocar dentro da faixa vibratria do merecimento e fizer por onde. Voc que tem as chaves do reino e s voc poder fazer uso delas. Ento se ponha em condies, cada dia, de fazer penetrar essas chaves em seu prprio reinado, no mundo da sua conscincia e o fim ser maravilhoso. Prepararmo-nos para o futuro e para a eternidade, deve ser a nossa mais ardente preocupao. Mas nunca pelo aniquilamento do prximo, do nosso irmo, ou com processos escusos de matar animais. O Evangelho, repetimos, est de braos abertos aguardando a nossa chegada. o amigo sempre presente; faa amizade com ele e ter encontrado o caminho que voc procura. O Espiritualismo de Umbanda est a para proporcionar Luz e Amor no entendimento e no corao dos filhos de Deus e no para promover demandas, nem atiar a fogueira do dio, da vingana, das represlias. No! A melhor maneira de se extinguir o fogo recusar-lhe combustvel. A fraternidade operante ser sempre o remdio eficaz, ante as perturbaes dessa natureza. Por isso mesmo o Cristo aconselhava o amor aos adversrios, o auxilio aos que nos perseguem e a orao pelos que nos caluniam, como atitudes indispensveis garantia da nossa paz e da nossa vitria. Citado por Andr Luiz em NosDomnios da Mediunidade. (Jota Alves de Oliveira)

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Por isso tudo, por instruo da Espiritualidade, escrevemos esse despretensioso tratado, a fim de difundir o milagroso Ritual do Rosrio das Santas Almas Benditas, to apreciado pelos Guias Espirituais, mas, relegado ao esquecimento onde os umbandistas somente se preocuparam em prticas externas atravs de Magias, oferendas, etc., em detrimento das prticas crists baseadas nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Como a Umbanda crist, seus seguidores devem seguir os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para termos noo do que ser cristo, Emmanuel formulou um programa a ser seguido:

A Umbanda Politesta, Monotesta. Pantesta ou Atesta?Em linhas bem gerais: O Pantesmo cr que Deus est em tudo. O Politesmo cr na existncia de vrios deuses. O Monotesmo cr que existe um s Deus e que Ele est no Cu. O Atesmo que no cr na existncia de um Deus. PANTESMO POLITESMO MONOTESMO ATESMO => => => =>

Deus Tudo Deus Plural Deus Um Deus Nada

A Umbanda Neo-Pantesta. Cremos que na percepo da Natureza e do Universo, com a presena de um Deus nico, e sendo Ele a causa e o efeito de tudo o que existe. Na Umbanda Neo-Pantesta, a idia de um Deus nico, causa de tudo e vive em tudo, complementa e coexiste com o conceito de Deus associado Natureza, onde surge o que conhecemos como Orixs, que nada mais so que a presena do prprio Pai Eterno. A principal convico que Deus est presente no mundo e permeia tudo o que nele existe. O Divino tambm pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou um sistema do mundo. Cremos que Deus est em tudo e em todos, mas no somente como o efeito (mundo material), mas principalmente como a causa de tudo. Tudo est interligado num equilbrio ecossistmico e mstico. Cremos em Espritos e em reencarnao; comum tambm o Culto aos Ancestrais. Procuramos manter a harmonia com a Natureza. A Umbanda ligada a Natureza e est em permanente contato com esta. Temos danas, oferendas, rezas, uso de ervas, orculos, cerimnias ao ar livre, etc. A Umbanda uma Religio Crist que mantm estreitos vnculos com as Religies dos povos da terra. A Umbanda uma Religio, milenar em seus fundamentos, csmica em seus preceitos, evolutiva em suas manifestaes, Crist em seus princpios, aspectos, finalidades, postulados e brasileira em sua origem. Explicaremos melhor: Milenar porque seus fundamentos so os mesmos que presidiam o reencontro com Deus desde o incio da raa humana em nosso planeta. Csmica porque seus fundamentos culminaram com a unio preconizada pelo Movimento Umbandista dos quatro pilares do conhecimento humano, que so: Filosofia, Cincia, Religio e Arte. Evolutiva em suas manifestaes, porque a Umbanda se manifesta em seu dia a dia, utilizando todos os recursos positivos existentes no ontem, no hoje e com certeza usar os que vierem no amanh. Crist porque os seus aspectos, princpios, postulados e finalidades esto calcados nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, sendo a manifestao e a vivncia do Evangelho redentor. Umbanda vibrao mgica de amor e fora, que envolve e atinge a tudo e a todos. a fora mgica que abrange este crescente movimento religioso. Umbanda lei que regula os fenmenos das manifestaes e comunicaes entre os Espritos do mundo astral para o mundo das formas. A Umbanda uma poderosa corrente espiritual, mantida no astral, para a massa humana, tendo dentro de si os aspectos religiosos, filosficos, cientficos, simblicos, mitolgicos, ritualsticos ou litrgicos, os fenmenos da mediunidade, at os da metafsica, o teraputico e o magstico. A Umbanda uma profisso de f, baseada no cristianismo, e na manifestao medinica e orientao dos Espritos que usam a roupagem fludica e arquetpica de Caboclos da Mata, Pretos Velhos, Crianas, Caboclos Sertanejos, Caboclos DAgua, Ciganos, Curadores, Povos do Oriente, Exus e Pombas-Gira, nos trabalhos medinicos pr-caridade, excluindo-se a idolatria, o totemismo, o fetichismo as supersties e o sobrenatural. A Umbanda, embora ainda, sem doutrina prpria, chama a si todas as doutrinas evolucionistas que proclamam o amor universal, a imortalidade da alma, a vida futura e a reencarnao, consagrando-se como uma verdadeira religio de carter nacional. A Umbanda uma Religio crist brasileira em suas origens; nascida, fundamentada e propagada em solo brasileiro, alicerada em tudo o que positivo de todas as religies planetrias existentes e no mais existentes. Como prtica religiosa, surgiu e se desenvolve no Brasil.

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A Religio Crist de Umbanda absorveu do catolicismo a crena em Jesus, nos Santos nos Anjos e as prticas de sacramentos. Do Espiritismo, a Codificao Kardequiana, e algumas literaturas kardecistas. Dos Cultos africanos, absorveu os Sagrados Orixs, a temtica de oferendas, despachos e algum tipo de orculo. Dos Cultos indgenas, a Pajelana, o uso das ervas e do fumo, o respeito Terra e tudo o que ela possui e, finalmente, do ocultismo e orientalismo toda a gama de informaes sobre o mundo oculto, mantras, concentrao, meditao, etc. No podemos dizer que a Umbanda to somente Africana ou Indgena, ou mesmo uma ramificao destas, mas sim, ela a mais ecltica das religies. A Umbanda uma religio crist, que tem em sua doutrina elementos do Espiritismo, Budismo, Hindusmo, Confucionismo, Taosmo, Islamismo, Messianismo, Catolicismo, Ocultismo, Zoroastrismo, Teosofismo, Africanismo, Pajelana, Catimb, etc., enfim, bem brasileira. Mas, acima de tudo, encimada, dirigida e fundamentada em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre Supremo, ordenador e articulador da Umbanda e toda a sua doutrina. A Umbanda no pode ser classificada como racial, ou seja, provinda de alguma raa, mas simplesmente faz uma ao social; adota em seu seio, todas as raas, credos e posies sociais. Estamos discorrendo sucintamente sobre a cristandade da Umbanda, mas, vamos entender que a Umbanda cresceu desordenadamente, sem estrutura, e por esse fato, acabou por cada dirigente e seus seguidores a aceitaram os postulados particulares ensinados a pecha de tradio, surgindo da, a grande diversidade denominada de: ramificaes e/ou sub-grupos da Umbanda cada grupamento seguindo o que lhes foi ensinado como prtica de Umbanda. Uma coisa certa: Com o tempo, somente sobreviver a ramificao que estiver alicerada na razo e no bem senso em unio com as emanaes da Espiritualidade Superior. O tempo o melhor Juiz. Se nos reportarmos aos primrdios do cristianismo primitivo, existiam inmeras Igrejas, cada uma com seu dirigente, e cada uma realizando seus cultos, doutrinas, liturgias diferentes, mas todas tendo um s princpio: amor e caridade. Somente no Conclio de Nicia no ano de 325 foram fixadas linhas diretrizes, criando uma s Igreja estruturada e um s dirigente, que na poca era chamado de bispo. Reparam que o mesmo acontece com a Umbanda hoje: inmeros Terreiros, cada um realizando um culto diferente, com roupagens, doutrinas, liturgias e rituais diferenciados, uns dos outros. O Caboclo das Sete Encruzilhadas nos deixou a mensagem: A Umbanda a manifestao do Esprito para a prtica da caridade, e o Caboclo Mirim: Umbanda tem fundamento e coisa sria para quem srio ou quer se tornar srio.

As Umbandas dentro da Umbanda (Ramificaes Subgrupos)Vamos elucidar sobre essa questo delicada e necessria, pois o leigo fica confuso com tantos tipos de rituais, liturgias e doutrinas, todas usando a denominao Umbanda. Para quem no conhece a fundo, isso torna-se estranho e acabam por dizerem: Voc pratica a Umbanda Branca? Voc pratica Quimbanda? No seu Terreiro tem despacho? No seu Terreiro tem atabaque? Ento, para dirimir essas dvidas, vamos sucintamente esclarecer os vrios tipos de Umbandas conhecidas por ns, existentes em solo brasileiro, para que cada um possa agora entender e respeitar as prticas das mais variadas umbandas existentes. Desde a sua iniciao, a Umbanda tem sofrido modificaes em seu modo de ser e operar. Dessas modificaes, cada um deu uma roupagem e deviam dar uma nomenclatura prpria para se situarem perante a comunidade. Cremos que tudo isso no se deu pelo simples fato de cada um querer impor a sua verdade, mas simplesmente estavam realizando aquilo que suas mentes achavam estar correto. Cada um, com certeza deu tudo de si, para o que estava fazendo frutificasse, e no fim, todos estavam envidando esforos para praticarem o que entendiam como Religio de Umbanda. Hoje temos vrias ramificaes da Umbanda que guardam razes muito fortes com as bases iniciais, e algumas que absorveram caractersticas de outros cultos, mas que mantm a mesma essncia nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e f. Antes do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas, o que existia era conhecido como Macumba; onde podemos encontrar uma forte influncia de prticas do Catimb, bem como da Magia africana praticada por alguns, pois o Candombl estruturado surgiu no Rio de Janeiro muito tempo depois da Umbanda (segundo informaes do antroplogo Reginaldo Prandi). Ainda no se conhecia o termo Umbanda. Joo do Rio, em sua obra Religies do Rio de 1904, onde pesquisou toda a religiosidade existente na antiga Capital Federal, no citou em nenhum momento o nome Umbanda; portanto, poderiam existir manifestaes de ndios, Pretos-Velhos, etc., aqui e acol, remanescentes do Catimb, ou mesmo os primeiros bruxuleios da nova modalidade religiosa, mas ainda no se tinha iniciado a religiosidade de Umbanda, coisa que viria mais tarde, em 1908, atravs da mediunidade de Zlio Fernandino de Morais, com o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.

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Vamos disponibilizar um texto muito interessante e inteligentemente escrito pelo senhor Cludio Zeus, em seu livro: UMBANDA SEM MEDO (disponvel gratuitamente em seu blog):

UMBANDA UMA SEITA AFRO? Por que importante sabermos que o termo Umbanda, como Culto ou religio, pertence ao Caboclo das Sete Encruzilhadas.A importncia da divulgao desse tema se prende a fatores que, embora possam parecer fteis, a uma primeira vista, (e apenas a uma primeira vista) na verdade coloca freios em muita gente que insiste que faz Umbanda e que, alm de no conhecer suas origens, nada faz de Umbanda isso que incomoda e faz com que muitos tentem minimizar ou at mesmo desqualificar a importncia que Zlio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas tm para o que ele chamou Umbanda. Vou tentar explicar os meandros e as segundas intenes desse tema de debate que muito se v pelas comunidades do Orkut, MSN e outros. 1 Ponto: Nunca, ningum havia chamado de Umbanda a nenhum tipo de culto anteriormente. O que tentam fazer hoje aproximar o termo embanda (afro) que quer dizer curandeiro para uns (e chefe de culto para outros) e no algum tipo de culto como esse que o Caboclo chamou Umbanda o culto; 2 Ponto: O Caboclo deixou algumas informaes precisas sobre o que seria Umbanda, e isso o que incomoda mais porque, se observarmos essas diretrizes, a sim, veremos que alguns grupamentos no poderiam se chamar de Umbanda, o que leva alguns outros a desconhecerem, muito propositalmente, o texto que ser apresentado abaixo e chegarem a dizer que o que o Caboclo fez foi apenas uma socializao do que j havia antes, o que, para qualquer um que saiba ler (e nem precisa interpretar) vai perceber que no poderia ser. Vamos ver o que o Caboclo nos deixou de informaes sobre o Culto que ele mesmo diria iniciar-se naquele dia. Preste ateno porque aqui se define o que a Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas (palavras do Caboclo): Aqui inicia-se um novo culto em que os Espritos de Pretos-Velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram no encontram campo de ao nos remanescentes das seitas negras, j deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiaria e os ndios nativos da nossa terra, podero trabalhar em benefcios dos seus irmos encarnados, qualquer que seja a cor, raa, credo ou posio social. A prtica da caridade no sentido do amor fraterno, ser a caracterstica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo Cristo Percebemos ento, nestes 03 trechos que: a) Esse era um novo culto O Caboclo afirmou ser um novo culto e no uma corruptela de algo j existente; b) Que esse novo culto se distanciava das seitas negras deturpadas e dirigidas para a feitiaria, porque os prprios Pretos-Velhos africanos e os ndios nativos de nossa Terra (Os chamados Caboclos) no encontravam campo de ao (possibilidade de trabalharem) nesses grupamentos Isso era o que existia antes e era disso que Umbanda, ento criada, deveria se distanciar. c) Esse seria um Culto embasado no Evangelho de Jesus, reconhecendo-o, inclusive, como MESTRE SUPREMO. Por que eu lhe afirmo que divulgar isso, inclusive at mesmo a existncia de Zlio e do Caboclo, no se torna interessante para uma grande parte? Porque, aps a criao e no socializao ou codificao do que j existia, muitos dos inmeros grupamentos j existentes, (como acontece at hoje), passaram a se autodenominar Umbanda, mesmo passando por cima desses preceitos deixados pelo Caboclo, criando-se ento, a confuso que encontramos hoje, inclusive com alguns afirmando que a Umbanda tem que se afastar dos ensinamentos cristos e abraar mais os fundamentos afro.... Mas como isso poderia ser, se a Umbanda foi criada em cima de bases crists? O que se percebe ento? Percebe-se que h um movimento deturpatrio do que foi deixado pelo CDSE (Caboclo das Sete Encruzilhadas), em funo das vontades daqueles que resolveram ir fazer cabea no Candombl e depois vieram bater Umbanda, como gostam de dizer. Ora... bater Umbanda, como se Umbanda fosse Candombl? Em Candombl sim, se bate para os Orixs porque os Xirs so nada mais do que festividades, toques, como tambm chamam em louvor aos Orixs e nunca foram Giras de Caridade.

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Todos os atendimentos em Candombls de raiz s so feitos pelo Babalorix ou Yalorix e atravs dos jogos de bzios, opels (em menor quantidade) e obs. No h consultas dentro dos Xirs e, nos que hoje h, porque j se modificaram e se distanciaram de suas razes, at porque, quem bate papo e d consultas so os eguns ou catios, como so chamados alguns tipos de Caboclos e entidades intermedirias. E vejam que at hoje, os Pretos-Velhos, que seriam remanescentes dessa mesma crena, por terem sido escravos, negros e africanos ainda no so aceitos na maioria dos Candombls. Alguns aceitaram alguns Caboclos porque muitos ainda crem que eles tambm so encantados. Minimizar, ou no divulgar o que era a verdadeira Umbanda, a de raiz, a do Caboclo das Sete Encruzilhadas , e sempre ser importante para os que tm medo da verdade e pretendem abrir Terreiros com fundamentos estranhos, de matanas, feitiarias, amarraes, etc., e se anunciarem como Umbanda. No meu entender, o mais honesto seria que cada grupamento que hoje se diz apenas de Umbanda, se intitulasse, como outros que j o fazem, por exemplo: Umbanda Omoloc, Umbanda Cabula, Esotrica, de Angola e outras mais, j que fogem s Regras bsicas que o Caboclo deixou para o seu novo culto (ou seja: no so de bases crists), para no deixarem aqueles que nada entendem disso sem saberem, afinal, a que tipo de Umbanda esto adentrando. O que essas pessoas tm que colocar na cabea que o nome Umbanda, como culto, pertence ao CDSE (ainda que ele no a tenha registrado) e mesmo eu ou voc, que praticamos a Umbanda Traada (que diferente da Umbandombl embora muitos confundam), temos que reconhecer que no seguimos a linha doutrinria determinada pelo CDSE Umbanda com base totalmente crist o que no nos tira qualquer valor ou mrito, j que os objetivos finais Caridade e Amor Fraterno tambm so buscados, apenas por caminhos diferentes. O que essas pessoas tm que pr na cabea que devem assumir o tipo ou subgrupo de Umbanda que seguem e, jamais quererem mudar o principal da Umbanda que a f, a caridade, o amor ao prximo e, principalmente, tambm devem assumir que, se esto ligados a Espritos e encarnados que s sabem fazer feitiarias, mandingas, amarraes, intrigas, ento, nem o nome Umbanda deveria ser usado em seus Cultos, j que, desde a criao, isso foi contrariado pelo Caboclo. Escrevi acima que Umbanda Traada diferente de Umbandombl e, para muitos, isso pode parecer estranho, mas no . Acontece que existem, generalizando, trs tipos de Umbanda e as explico abaixo:

Umbanda: A que foi criada pelo CDSE, com bases claramente crists at os Terreiros que foram criados pelo Caboclo tinham nomes de Santos catlicos. Os praticantes dessa Umbanda no admitiam (e acho que ainda no admitem) bebidas ou atabaques em seus rituais. Quando muito, o fumo das entidades;

Nota do autor: Essa Umbanda ns conhecemos como: LINHA BRANCA DE UMBANDA Oriunda do Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestado no mdium Zlio Fernandino de Moraes que lanou as bases da Religio Crist de Umbanda, com doutrina baseada na caridade Crist sem fins pecunirios e na doutrina dos Evangelhos. No tinha sujeio a Orixs, atabaques, feituras de santo, adereos e nenhuma influncia dos cultos afros. Todas as outras ramificaes guardam vnculos com a Linha Branca de Umbanda do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas. Leal de Souza dirigia a Tenda Esprita Nossa Senhora da Conceio, uma das filiais que formam o septo de casas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, relatou ao Jornal de Umbanda, na edio de Outubro de 1952, que coubera ao Caboclo das Sete Encruzilhadas a incumbncia de organizar a Linha Branca de Umbanda, seguindo as determinaes dos Guias Superiores que regem o planeta. Leal de Souza, em seu livro O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DE UMBANDA 1933 escreveu: A Linha Branca de Umbanda e Demanda tem o seu fundamento no exemplo de Jesus... O objetivo da Linha Branca de Umbanda e Demanda a prtica da caridade, libertando de obsesses, curando as molstias de origem ou ligao espiritual, desmanchando os trabalhos de magia negra, e preparando um ambiente favorvel a operosidade de seus adeptos... Para dar desempenho a sua misso na Terra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou quatro Tendas em Niteri e nesta cidade, e outras fora das duas capitais, e todas da Linha Branca de Umbanda e Demanda... A Linha Branca de Umbanda e Demanda est perfeitamente enquadrada na doutrina de Allan Kardec e nos livros do grande codificador, nada se encontra susceptvel de conden-la... E o amor de Deus e a prtica do bem so a divisa da Linha Branca de Umbanda e Demanda. Este termo foi realado no 1 Congresso Nacional de Umbanda sob o ttulo: INTRODUO AO ESTUDO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA Memria apresentada pela Cabana de Pai Thom do Senhor do Bonfim, na sesso de 26 de Outubro de 1941, pelo seu Delegado Sr. Josu Mendes. Visava o estudo aprofundado da temtica medinica, bem como diferenciar as prticas umbandistas tradicionais das prticas emergentes onde a mistura de cultos afros com Umbanda j se fazia presente. Com isso, a partir da, toda prtica umbandista distanciada de ritualsticas afro, baixas magias, despachos para o mal, etc., e aproximada das prticas Crists, vesturio branco, oraes, desobsesso, etc., era rotulada pelo povo de Umbanda Branca.

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Com tudo isso, a partir da, diferenciando as prticas de baixo espiritismo, totemismo, feitiarias, macumbarias e qualquer sorte de malefcios, o povo passou a classificar as prticas de Umbanda voltadas a caridade, evangelizao, desobsesso, bnos, desmanches de magias negras, etc., como prticas da Umbanda Branca. Esse termo ficou plantado na mente do povo como designativo de Umbanda voltada ao amor e a Espiritualidade Superior. At hoje, 2009, quando muitos assistidos entram num Templo Umbandista, imediatamente perguntam: Aqui pratica-se Umbanda Branca? Hoje, observamos muito irmos umbandistas se apegarem ao fato de quem se intitular praticante da Umbanda Branca est sendo preconceituoso, pois, jocosamente, dizem no existir tambm Umbanda vermelha, Umbanda verde, etc. Esqueceram-se o fato importante, de muito indivduos abrirem suas casas com o nome de Umbanda, mas praticam cultos estranhos, distanciados no Evangelho Redentor. Por isso, para diferenciar a Umbanda original das prticas estranhas, com doutrinas, magias, crenas e rituais que nada aproximavam no preconizado por Nosso Senhor Jesus Cristo, defendido pelo Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas e seus seguidores, se intitulava, de Linha Branca de Umbanda. No adianta querermos tapar o Sol com a peneira; somos sabedores da existncia de muito Terreiros que se denominam de Umbanda, mas esto largamente distanciados da linha mestra. Portanto o termo Umbanda Branca foi e usado pelo povo, para saberem se o local que esto entrando, prtica magia branca. s isso.

Umbanda Traada: A que admitiu (a princpio ou posteriormente) a presena (como trabalhadores) dos Exus e Pombas-Gira, personagens da Quimbanda que eram at temidos no incio e hoje j viraram Guardies, e outras entidades intermedirias, trabalhadores de excelente performance, sempre visando a caridade, porque, se assim no for, no podem se considerar Umbanda. chamada de Traada ou Cruzada porque nela existe o cruzamento (ou entrelaamento) de dois tipos de trabalhadores: os de Umbanda (Caboclos - ndios nativos - e Pretos Velhos) e os de Quimbanda (Exus, Pomba-Gira, Bugres, Malandros, etc.);

Nota do autor: Essa Umbanda ns conhecemos como: Umbanda Traada, Mista ou Cruzada Tem influncia do Catimb, do sincretismo e suas prticas. Faz uso indiscriminado de oferendas, despachos e algumas casas, de bebidas alcolicas. Sem cunho e estudo doutrinrio prprio. Tem o uso de atabaques e/ou tambores. Largo uso de roupagens coloridas, adereos, danas e festas (internas e externas). Tem muita proximidade com os trabalhos da Umbanda Popular.

Umbandombl: Todas as Umbandas que praticam em seus Cultos, os ritos absorvidos dos Candombls, seja de que nao forem. Nessas Umbandas h toques para Orixs, costumam usar brajs ao invs de guias, recolhem filhos de santo, usam quels, sacrificam e colocam oxu nos oris de seus adeptos ... e por a vai. O que as assemelha Umbanda original e as afasta do Candombl de raiz o trabalho com entidades tipo Pretos-Velhos e Caboclos e mesmo Exus infiltrados (porque esses no so os Orixs-Exu das naes) que vm, ...... a sim, trabalhar para a caridade.

Nota do autor: Essa Umbanda ns conhecemos como Umbanda Omoloc (tambm conhecida como Umbanda Primitiva, de Almas e Angola): Iniciada pelo Tat Trancredo da Silva em 1950, onde encontramos um misto entre os Cultos, liturgias, rituais africanos (bantu) e o trabalho direcionado por Guias Espirituais. Faz uso de camarinhas, sacrifcios de animais, ebs, raspagens, catulagem, etc. Usando a Umbanda como fonte matricial, para esta via alternativa, Tancredo organizou o que vulgarmente denominado de Umbandombl. Influenciou grandemente as prticas da conhecida Umbanda Popular

As Umbandas Traadas ou Cruzadas no absorveram, necessariamente, ritos e prticas afro, e essa a grande diferena delas para a Umbandombl. Algumas at absorveram mais algumas entidades de Catimb e outros grupamentos de razes nordestinas e outras ainda, preferiram cruzar seus ensinamentos com os dos Mestres Orientais. Eu colocaria ainda, como subgrupo das Umbandas Traadas ou Cruzadas, as Umbandas Esotricas e mesmo as Iniciticas, j que nelas, alm dos trabalhos com as entidades j citadas, existe a adaptao de ensinamentos e at mesmo de entidades tidas como orientais e sbios de outras naes que no as africanas. E diria mais ainda: Em termos de abertura para novas aprendizagens, a Umbanda Traada a que mais se encontra nessa posio, j que as outras duas tendem a se prender muito em suas razes (ou crists, ou afro) e desmerecerem alguns dos conhecimentos mais modernos que nos chegam atravs de outras correntes de Espritos e mesmo da cincia. Que isso no seja tomado como desmerecimento para qualquer tipo de Umbanda, pois, guardadas as devidas propores e se o Culto visa caridade, o amor fraterno e a f, ento todas tm em si a semente de Umbanda, ainda que no seja exatamente a que o CDSE criou. Agora, se algum cria um agrupamento para misturarem Cultos ao deus dar, explorar a caridade, impingir medos aos seus seguidores, sair matando ces e gatos pra saciar suas sedes de sangue e de impressionismo... a, pelo amor de Deus, ....... isso no pode ser chamado de Umbanda!!!

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Custa muito s diversas Umbandas se identificarem por suas razes ou suas doutrinas para que nem tudo seja apenas Umbanda? Vo ficar menos Umbanda por causa disto? Vamos a um raciocnio? Imaginemos que voc que agora me l, atravs de uma entidade ou no, venha a criar amanh, um novo Culto espiritualista, digamos... ALABANDA, e nos diz que este ser um novo Culto que s far trabalhos atravs dos Ciganos e Boiadeiros, por exemplo, e tambm ser voltado exclusivamente para as prticas Ciganas e a magia dos Boiadeiros. Depois de alguns anos voc v que alguns outros grupos que passaram a se autodenominar ALABANDA, trabalham com Mineiros, com Orixs de Nao e suas obrigaes, com Exus, Caboclos, Pretos-Velhos, Baianos, Malandros, tentam decifrar o que seria ALABANDA, mas no ousam perguntar a voc, que foi o (a) criador (a), o que seria, e ainda por cima, depois disso tudo ainda comeam a discutir porque acham que ALABANDA deveria voltar s razes afro j que os Orixs so afro. O que voc diria, honestamente? Foi isso o que aconteceu com a Umbanda criada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. No seria melhor que cada Alabanda dessas que se formou aps, se identificasse convenientemente? Eis a o porqu de, desde muitos anos atrs (isso no de hoje), j se falar de codificao de Umbanda e at hoje, ningum saber exatamente qual das Umbandas se vai codificar todas, no d mesmo! De minha parte posso lhes dizer que a Umbanda que eu pratico totalmente Cruzada e praticamente nada nela existe de Ritual de Nao Afro, embora tenha que conhecer alguns fundamentos para casos em que certos problemas medinicos tenham origem em entidades especficas. Talvez a melhor descrio para ela seria de Umbanda Aberta. Sempre aberta para melhores conhecimentos e aprimoramentos ritualsticos que realmente possam ter fundamento, venham de onde vierem. Concordamos com os apontamos do senhor Cludio Zeus, s diferenciando em um aspecto: Na Tenda Esprita Nossa Senhora da Piedade, j se trabalhava com Exus (de forma diferenciada; l no tinha gira com atendimento de Exu; s vinham para resolver casos especficos), portanto, no seria a Umbanda Traada que recebeu em seu seio essas entidades espirituais, segundo o relato que comprova esse fato numa entrevista gravada com o Sr. Zlio Fernandino de Moraes no dia 22 de outubro de 1970, que faz algumas referncias ao trabalho com Exus na Tenda Nossa Senhora da Piedade: Fita de N. 50 da Biblioteca da Casa Branca de Oxal. Gravao feita com a voz de Zlio de Moraes. (a disposio no site: www.casabrancadeoxala.org).

Vamos apontar conhecimento

outras

ramificaes

e/ou

sub-grupos

da

Umbanda

do

nosso

Umbanda de Mesa Branca: De expressiva influncia da chamada Religio Esprita. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, no encontramos elementos africanos (Orixs), nem o trabalho dos Exus e das Pombas-Gira, ou a utilizao de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinria se prende mais ao trabalho de Guias como Caboclos, Pretos Velhos, Crianas e Linha do Oriente somente. Trabalham com desobsesso e curas. Umbanda Esotrica: a vertente fundamentada pelo mdium Woodrow Wilson da Matta e Silva, tambm conhecido com mestre Yapacani (28/06/1917 17/04/1988), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1956, com a publicao do livro Umbanda de todos ns. Sua doutrina fortemente influenciada pela Teosofia, pela Astrologia, pela Cabala e por outras escolas ocultistas mundiais e baseada no instrumento esotrico conhecido como Arquemetro, criado por Saint Yves DAlveydre e com o qual se acredita ser possvel conhecer uma linguagem oculta universal que relaciona os smbolos astrolgicos, as combinaes numerolgicas, as relaes da cabala e o uso das cores. (http://registrosdeumbanda.wordpress.com). Apregoam que a Umbanda milenar, e possuem um cdigo doutrinrio prprio, com rituais, liturgias e sacramentos particulares. Umbanda Inicitica: derivada da Umbanda Esotrica e foi fundamentada pelo mdium Francisco Rivas Neto, onde h a busca de uma convergncia doutrinria (sete ritos), e o alcance do Aumbhandan, o Ponto de Convergncia e Sntese. Tambm possuem um cdigo doutrinrio prprio, com rituais, liturgias e sacramentos particulares. Umbandaime: Em 1989, quando se iniciaram os trabalhos de Umbanda, na Igreja Damisita Cu do Mapi (AM), seu iniciador, o Padrinho Sebastio intitulou-o de Umbandaime. Tem muita proximidade com os trabalhos da Umbanda Popular, mais a ingesto do Ayuaska (Santo Daime).

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Umbantimb: Esse termo foi introduzido por ns, para classificar as muitas prticas de umbandas pelo nordeste, onde, antigamente praticava-se Catimb, e com o tempo, transformaram-se em Umbanda. Mas a mistura prevalece inclusive alguns adotando ritualsticas do Candombl, com sacrifcio de animais. Atualmente, em So Paulo, devido a surgirem cursos de Catimb, muitos Terreiros esto aderindo suas prticas, introduzindo-a no seu calendrio ritualstico e litrgico, inclusive, abrindo dias especficos para prticas do Catimb. Umbanda Aumpram: a vertente fundamentada pelo mdium Roger Feraudy (1923 22/03/2006), surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 1986, com a publicao do livro Umbanda, essa desconhecida. Esta vertente uma derivao da Umbanda Esotrica, das quais foi se distanciando ao adotar os trabalhos de apometria e ao desenvolver a sua doutrina da origem da Umbanda, a qual prega que a mesma surgiu a 700.000 anos em dois continentes mticos perdidos, Lemria e Atlntida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetrio, os quais teriam sido os locais em que terrqueos e seres extraterrestres teriam vivido juntos e onde estes teriam ensinado queles sobre o Aumpram, a verdadeira lei divina.(http://registrosdeumbanda.wordpress.com)

Umbanda Popular: Tem forte influncia de ritualsticas do Candombl, do Catimb, do sincretismo e suas prticas. Faz uso indiscriminado de oferendas, despachos e algumas casas, de bebidas alcolicas. Sem cunho e estudo doutrinrio prprio. Tem o uso de atabaques e/ou tambores. Largo uso de roupagens coloridas, adereos, danas e festas (internas e externas). Embora com influncia do Candombl, no realizam ritualsticas com sacrifcios de animais, a no ser em alguns casos particulares, onde alguns sacerdotes, s escondidas, praticam tal ato numa ritualstica solitria e pessoal, mas no como prtica religiosa de Terreiro. Arregimenta a maioria dos Terreiros ditos de Umbanda. uma das mais antigas vertentes, fruto da umbandizao de antigas casas de Macumbas, porm no existe registro da data e do local inicial em que comeou a ser praticada. a vertente mais aberta a novidades, podendo ser comparada, guardada as devidas propores, com o que alguns estudiosos da religio identificam como uma caracterstica prpria da religiosidade das grandes cidades do mundo ocidental na atualidade, onde os indivduos escolhem, como se estivessem em um supermercado, e adotam as prticas msticas e religiosas que mais lhe convm, podendo, inclusive, associar aquelas de duas ou mais religies. (http://registrosdeumbanda.wordpress.com) Umbanda Mirim: Assim nominamos o subgrupo que teve e tem uma grande influncia em muitos Terreiros. Iniciado pelo Caboclo Mirim atravs de seu mdium Benjamim Figueiredo. Tem doutrina e caracterstica prpria. No utiliza imagens de Santos e nem sincretismo; no fazem uso das guias no pescoo e nem trabalhos com Exus e Pombas-Gira. Faz uso de tambores somente em giras de confraternizao (1 vez por ms), roupagens somente brancas; no utiliza bebidas alcolicas e abomina a matana de animais. Desvinculou-se totalmente da doutrina, ritualstica e liturgias dos cultos afros. Umbanda Ecltica Maior: a vertente fundamentada pelo mdium Oceano de S (23/02/1911 21/04/1985), mais conhecido como mestre Yokaanam, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em 27/03/1946, com a fundao da Fraternidade Ecltica Espiritualista Universal. Umbanda Guaracyana: a vertente fundamentada pelo mdium Sebastio Gomes de Souza (1950 ), mais conhecido como Carlos Buby, surgida em So Paulo, SP, em 02/08/1973, com a fundao da Templo Guaracy do Brasil. Umbanda dos Sete Raios: a vertente fundamentada por Ney Nery do Reis (Itabuna, (26/09/1929 ), mais conhecido como Omolub, e por Israel Cysneiros, surgida no Rio de Janeiro, RJ, em novembro de 1978, com a publicao do livro Fundamentos de Umbanda Revelao Religiosa Umbanda Sagrada: a vertente fundamentada pelo mdium Rubens Saraceni, surgida em So Paulo/SP, em 1996, com a criao do Curso de Teologi