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ABCE ABDIB ABEMI ABIMAQ ABINEE ABITAM BNDES CNI IBP ONIP SINAVAL LIXADOR

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A B C E • A B D I B • A B E M I • A B I M A Q • A B I N E E • A B I TA M • B N D E S • C N I • I B P • O N I P • S I N AVA L

LIXADOR

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LIXADOR

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LIXADOR

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2006. PETROBRAS

Todos os direitos reservados a PETROBRAS

NOTA DO EDITOR

Material reeditado com autorização da Petrobras Engenharia a favor do Plano Nacional de Qualificação Profissional do PROMINP.

Esta edição é de uso restrito dos cursos desenvolvidos no âmbito do PROMINP.

PETROBRASAvenida República do Chile, 65 – CentroRio de Janeiro – RJ - BrasilCEP 20 031 912

FICHA CATALOGRÁFICA

MENEZES, Carlos Wightman Soares deLixador / SENAI-RJ. Rio de Janeiro, 2006.

64 p.:il. M543l - CDD 621.3

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APRESENTAÇÃO 7

UMA PALAVRA INICIAL 9

1. PROCESSOS DE CORTE 11

Por que e como realizar o corte 11

2. OXICORTE 13

Descrição do processo 13

Equipamentos e acessórios 19

Aspectos que influem no oxicorte 24

Execução do oxicorte 25

3. UTILIZANDO O EQUIPAMENTO DE OXICORTE 29

Recomendações para o manuseio 29

Cuidados especiais 32

Recomendações de segurança 33

4. JUNTAS 35

Aquecimento de juntas para soldagem 35

Descontinuidades e inspeção em juntas soldadas 37

5. DESBASTE E CORTE COM DISCOS ABRASIVOS 43

Sistemas de acionamento 43

Discos de corte e desbaste 44

Segurança no uso de discos 47

Utilizando lixadeiras elétricas manuais 49

Primeiros socorros 53

6. TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM 55

BIBLIOGRAFIA 59

Índice

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7

APRESENTAÇÃO

O Programa de Mobilização da Indústria Nacional

do Petróleo – PROMINP foi concebido no âmbito do

Ministério das Minas e Energia em conjunto com diversas

empresas e entidades do setor, com objetivo de fortalecer

a indústria de produção de petróleo e gás natural.

As transformações que o mundo do trabalho vêm

impondo por meio de novas tendências produtivas em

um contexto de globalização da economia requer a

atuação de um trabalhador constantemente atualizado.

O PROMINP implantou um sistema de diagnóstico que

apontou uma grande carência de mão-de-obra

especializada em 150 categorias profissionais

consideradas críticas para o setor de petróleo e gás no

Brasil. Com objetivo de amenizar esta situação, o

PROMINP lançou o Plano Nacional de Qualificação

Profissional.

Para implantação deste plano, o PROMINP, a

ABEMI e a PETROBRAS estabeleceram parcerias com

Entidades de Ensino de Referência, entre elas o

SENAI, com foco na estruturação de cursos de

educação profissional para reduzir a carência de mão-

de-obra qualificada no setor de petróleo e gás natural.

O presente curso Lixador, feito originariamente

para o Programa de Desenvolvimento de Mão de Obra

da Petrobras Engenharia, guarda todas as

características do programa original, tendo sido

realizada adaptação nos formatos para inserção no

Plano Nacional de Qualificação Profissional no âmbito

do PROMINP.

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9

A construção e a montagem de oleodutos e

gasodutos ocorrem através do trabalho cooperativo de

muitos profissionais; entre eles, você, lixador , que, com

o soldador, vai contribuir diretamente para o progresso e

o avanço da frente de obra.

Você será responsável por muitas tarefas, como

as atividades de corte, de desbaste, de ajuste de juntas

soldadas e, por vezes, de remoção de descontinuidades.

Todas exigem grande habilidade e enorme atenção, pois

o uso incorreto de equipamentos, como, por exemplo,

as lixadeiras manuais, pode pôr em risco a sua

segurança. Lembre-se de que um acidente com esse

tipo de material é às vezes fatal.

Você tem umpapel importantena realização donosso projeto,sabe por quê?

A essa altura, você já deve ter percebido a

importância do trabalho que vai realizar. O desafio é

grande, mas um profissional bem qualificado pode vencer.

Por isso, estamos zelando para que, durante a realização

do curso e com o apoio deste material didático, tenha

oportunidade de conhecer e pôr em prática as atividades

que farão parte de sua rotina de trabalho, especialmente

no que se refere:

às operações de oxicorte e de corte e desbaste

com discos abrasivos;

à constituição e ao funcionamento de diversos

equipamentos e consumíveis;

à identificação de descontinuidades em solda; e

UMA PALAVRA INICIAL

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10

às regras de segurança, aos requisitos

normativos da API, ANSI e às normas da Petrobras.

Além desses assuntos, você vai encontrar no

material didático outro tema denominado terminologia

de soldagem. Ele mostra o significado dos termos

técnicos ut i l izados com f reqüência entre os

profissionais de soldagem; em outras palavras, trata-

se de um vocabulário especial que deve ser consultado

sempre que necessário.

Contamos com a sua participação no curso e

aproveitamos para lembrar: sempre que ocorrer a

necessidade de orientação para realizar as tarefas

procure ajuda, pois qualificação e segurança andam

juntas e auxiliam muito na solução das dificuldades

que vamos encontrar pela frente.

Estamos certos de que, com a sua dedicação e

habilidade, você vencerá os desafios e assim

contribuir para a interligação de extremos longínquos

do Brasil, por meio da malha dutoviária, que estará

ajudando a construir.

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11

1- PROCESSOS DE CORTE

Padronizadas: reduzidas a um só tipo, unificadas segundo um modelo preestabelecido.

Cisalhamento: deformação que sofre um corpoquando sujeito à ação de forças cortantes.

Por que e como realizar o corte

As operações de corte são quase sempre realizadas

antes da soldagem. Isso porque os materiais metálicos

costumam ser produzidos em dimensões padronizadas,

que nem sempre se aplicam ao tipo de serviço que

precisamos realizar. Por essa razão, as operações de

corte acabam sendo necessárias.

Como o corte pode ser efetuado:

MECANICAMENTE

O corte é feito por cisalhamento, através de

guilhotinas, tesouras, etc.; por arrancamento por meio

de serras, usinagem mecânica, lixamento abrasivo, etc.

Corte a frio de tubo por cisalhamento.

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Exotérmicas: processo emque há desprendimento de calor.

POR ELEVADA CONCENTRAÇÃO DE ENERGIA

Nesse grupo utilizam-se os processos do princípio

da concentração de energia como característica principal

de funcionamento, e não leva em conta se a fonte de energia

é química, mecânica ou elétrica. Como exemplos, o corte

por jato d’água de elevada pressão, laser e outras variantes

do processo plasma.

REAÇÃO QUÍMICA

O corte é realizado através de reações exotérmicas

de oxidação do metal, como, por exemplo, o corte

oxicombustível. A figura mostra um exemplo de operação

de corte a quente oxicombustível utilizando biseladeira.

POR FUSÃO

Nesse processo de corte utiliza-se como fonte de calor um arco elétrico, como, por exemplo, arco elétrico-ar

(goivagem), e plasma.

Corte a quente oxicombustível utilizando biseladeira

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13

2- OXICORTE

Descrição do processo

Vantagens

Apresenta maior disponibilidade, pois permite a

utilização de diversos tipos de gás combustível, além

do oxigênio presente no ar.

Requer investimento inicial reduzido, já que os

materiais necessários como maçaricos, reguladores e

mangueiras são relativamente baratos se comparados

a outros processos de corte, como plasma ou laser.

Apresenta facilidade operacional, pois não

possui muitas variáveis e portanto simples de ser

regulado.

Limitações

Os metais usados industrialmente (como aço

inoxidável, níquel, alumínio e suas ligas), em sua maioria,

não podem ser separados por oxicorte devido às

condições necessárias para a obtenção desse processo,

conforme descrito antes. Nesses casos, é preciso

recorrer a cortes mecânicos e, ou por arco elétrico.

Os materiais periféricos usados no oxicorte, como

cilindros de gás, são pesados, de difícil manuseio, além

de exigir esforço no transporte para locais altos ou

A manipulação constante de cilindros de oxigênio,

que além de ser um gás comburente se encontra sob

alta pressão, requer a utilização de ferramentas e

procedimentos adequados para evitar vazamentos e

explosões. As mangueiras e válvulas (reguladoras e anti-

retrocesso), por exemplo, devem ser constantemente

inspecionadas para detectar possíveis vazamentos.

CUIDADO!O processo de oxicorte implicariscos para o trabalhador. Porisso, você deve obedecersempre as normas de segurançarecomendadas.

Em relação aos outros processos de corte, o oxicorte oferecevantagens e limitações, conforme a seguir.

O oxicorte ou corte oxicombustível é o processo de seccionamento de metais pela combustão localizada e

contínua devido à ação de um jato de oxigênio, de elevada pureza, que atua sobre um ponto previamente aquecido por

chama oxicombustível.

postos de trabalho que estejam distantes desses

equipamentos.

A solução encontrada para contornar essa

limitação é o transporte de todo o conjunto. Mas precisa

ser feito com cuidado, pois implica riscos adicionais

como queda dos cil indros, ou danificação das

mangueiras condutoras de gases.

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Conhecendo uma estação de trabalho

um cilindro ou instalação centralizada para o oxigênio (O2);

um cilindro ou instalação centralizada para gás combustível (acetileno, propano, GLP – Gás Liquefeito de Petróleo);

duas mangueiras de alta pressão para condução dos gases; e três para uso do oxigênio de corte e de aquecimento

em mangueiras separadas;

um maçarico de corte;

um regulador de pressão para oxigênio;

um regulador de pressão para acetileno; e

dispositivos de segurança (válvulas anti-retrocesso).

Uma estação de trabalho deve ter no mínimo os seguintes equipamentos eacessórios para execução do oxicorte:

Você vai conhecer essesequipamentos de forma maisdetalhada ao longo do curso.

Maçarico de corte

A seguir, o princípio de ação do oxicorte bem como as reações químicas que ocorrem e os tipos de gás necessários

para obter a chama oxicombustível.

PRINCÍPIO DE AÇÃO DO OXICORTE

Para melhor compreensão do processo, leia os passos seguintes:

Veja a seguir as condições básicas para aobtenção do oxicorte:

a temperatura de início de oxidação viva deve ser

inferior à temperatura de fusão do metal;

a reação precisa ser suficientemente exotérmica para

manter a peça na temperatura de início de oxidação viva;

os óxidos formados precisam estar sob a forma de

líquido, na temperatura de oxicorte, para facilitar seu

escoamento e dar continuidade ao processo;

o material a ser cortado deve apresentar baixa

condutividade térmica; e

os óxidos formados devem ter alta fluidez.

na temperatura ambiente e na presença de

oxigênio o ferro se oxida lentamente;

à medida que a temperatura se eleva a oxidação

se acelera, tornando-se praticamente instantânea a

1.350°C;

nessa temperatura, chamada temperatura de

oxidação viva, o calor fornecido pela reação é suficiente

para liqüefazer o óxido formado e realimentar a reação;

o óxido no estado líquido vai se escoar permitindo

o contato do ferro, devidamente aquecido com oxigênio

puro, dando assim continuidade ao processo.

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15

Esse método de obtenção do O2

é utilizado apenas em laboratóriosem função de sua baixa eficiência.

através da destilação fracionada do ar atmosférico.

As fases do processo são: aspiração, filtragem,

compressão, resfriamento, expansão, interação e

evaporação.

GASES COMBUSTÍVEIS

A natureza do gás combustível vai influenciar na

temperatura da chama, no consumo de oxigênio e,

conseqüentemente, no custo do processo.

Há inúmeros gases que podem ser usados para

ignição e manutenção da chama de aquecimento; entre

eles destacam-se: acetileno, propano, GLP, gás de nafta,

hidrogênio e gás natural.

Em nossos trabalhos, os mais utilizados são o

acetileno e o GLP; por isso, vamos conversar um pouco

mais sobre eles.

Acetileno (C2H2)

Entre os gases citados, o acetileno é o de maior

interesse no uso industrial, você sabe por quê?

Ele possui uma elevada temperatura de chama

(3.100°C) e maior percentual em peso de carbono que os

demais combustíveis, e, além disso, um gás estável à

temperatura e à pressão ambientes.

CUIDADO!Não é recomendado o uso doacetileno sob pressões superiores

O ferro em seu estado metálico é instável, tendendo

a se reduzir para o estado de óxido. No processo de

corte essa reação é acelerada, havendo um considerável

ganho exotérmico. As reações do ferro puro com o

oxigênio são as seguintes:

REAÇÕES QUÍMICAS

TIPOS DE GÁS

Para obter a chama oxicombustível são necessários

pelo menos dois tipos de gás, sendo um deles,

obrigatoriamente, comburente (oxigênio) e o outro, um gás

combustível, conforme a seguir.

GÁS COMBURENTE: OXIGÊNIO (O2)

O oxigênio é o gás mais importante para os seres vivos

e em abundância no ar, isto é, cerca de 21% em volume ou

23% em massa. Suas principais características são:

é inodoro, incolor, não-tóxico e mais pesado que

o ar (com peso atômico igual a 31,9988 g/mol);

tem uma pequena solubilidade na água e no álcool;

por si só, não é inflamável; porém sustenta a

combustão, e reagindo violentamente com materiais

combustíveis pode causar fogo ou explosões.

Como obter

O O2 pode ser obtido de duas formas:

através de reações químicas pela

eletrólise da água;

a 1,5 kgf/cm2, pois o gás pode entrar emcolapso e explodir.

Como obter

O acetileno é obtido a partir da reação química do

mineral carbureto de cálcio (CaC2) com a água, de acordo

com a fórmula seguinte.

CaC2 + 2H2O + C2H2 + Ca(OH)2

Fe + ½ O2 FeO + D (64 kcal)

2Fe + 3/2 O2 Fe2O3 + D (109,7 kcal)

3Fe + 2O2 Fe3O4 + D (266 kcal)

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O carbureto de cálcio, por sua vez, é produzido

dentro de um forno elétr ico, por meio de um

processo contínuo, pela reação do carvão coque com

a cal viva, a uma temperatura de 2.500°C, conforme

demonstra a fórmula a seguir.

3C + CaO + CaC 2 + CO

Comercialmente pode ser encontrado em

diversas granulometrias, sob forma sólida, podendo

ser usado em geradores para obtenção de acetileno

no local de uso.

GLP

O GLP é uma mistura de dois gases, ambos

hidrocarbonetos saturados, ou seja:

propano: C 3H8; ebutano: CH3CH2CH2CH3.

As principais características são:

é incolor e inodoro, em concentrações

abaixo de 2% no ar;

é um gás 1,6 vez mais pesado que o ar,,

sendo utilizado como combustível para queima em

fornos industriais e para aquecimento e corte de

materiais ferrosos.

Como obter

O GLP é constituinte do óleo cru (cerca de

2%) e recuperado em re f inar ias , de modo

semelhante ao de outros subprodutos do petróleo.

É estocado de forma condensada, sob pressão, em

esferas.

Chama oxiacetilênica

Sempre que ocorre uma reação química entre gases,

com aparecimento de luz e calor, a zona em que se

processa essa reação é denominada chama.

Dentro de um mesmo maçarico, os fatores que

controlam a chama são o tamanho e a forma longitudinal

do orifício.

As pressões do acetileno e do oxigênio decorrem

da quantidade usada na mistura dos dois gases que

queimam no bico do maçarico.

Reações químicas na chamaoxiacetilênica

Quando há queima completa do acetileno no ar o

oxigênio do ar se combina com o acetileno, formando

então o gás carbônico e o vapor d’água.

2C2H2 + 5O2 = 4CO2 + 2H2O + calor

Como se pode verificar, para haver a queima completa

de acetileno são necessários 2,5 volumes de oxigênio

para 1 volume de acetileno.

No ar atmosférico há quatro vezes mais nitrogênio

do que oxigênio, além de outros gases em pequenos

percentuais. Se esses gases não entrarem na reação,

sendo apenas aquecidos por ela, ocorrerá uma diminuição

na temperatura da chama.

Caso fosse fornecido oxigênio puro, em um volume

2,5 vezes maior, o que seria ideal para a chama de solda,

poderia ser obtida uma chama de temperatura mais

elevada; porém, esse tipo de chama é considerado

comercialmente inviável.

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17

Carburante:que produz carburação.

A chama utilizada com maior freqüência se alimenta

com um volume de oxigênio para cada volume de

acetileno; o outro 1½ volume restante deve ser fornecido

pelo próprio ar atmosférico que a envolverá. Portanto, a

chama é produzida através de duas reações:

primária – ela se processa com os gases

fornecidos pelos cilindros de oxigênio e acetileno; é a de

maior temperatura, sendo representada pelo cone interno

da chama;

C2H2 + O2 = 2CO + H2

secundária – é representada pela parte externa

da chama, também conhecida como envoltório, que é a

reação do monóxido de carbono resultante da reação

A figura mostra também as colorações das diferentes zonas correspondentes a cada tipo dechama. Essas zonas são definidas pela intensidade e coloração da luz.

A figura mostra os três tipos bem como as zonas definidas nas chamas.

primária com o hidrogênio. Este último, por sua vez,

também resulta da reação primária, na presença do

oxigênio do ar.

2CO + O2 = 2CO2

2H2 + O2 = 2H2O

As chamas variam em conseqüência das

proporções de oxigênio e de acetileno que são

produzidas.Basicamente há três tipos:

neutra;

redutora ou carburante; e

oxidante.

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A seguir, as principais características dos três tipos apresentados.

Chama neutra ou normal

É a chama de maior utilização no processo de

soldagem oxiacetilênico. Ela resulta da mistura, em partes

iguais, de acetileno com oxigênio; por isso recebe o nome

de “neutra”.

Apresenta duas zonas bem definidas, que são o

cone e o envoltório.

A chama neutra é de particular importância para o

soldador, não só por sua utilização em soldas e cortes,

como também por fornecer uma base para regulagem de

outros tipos de chamas. Ela pode atingir temperaturas

da ordem de 3.100ºC.

É utilizada em soldas de ferro fundido, aço, alguns

tipos de bronze, cobre, latão, níquel, metal, enchimentos

e revestimentos com bronze.

Chama oxidante

Resulta da mistura de acetileno com oxigênio, porém

com excesso de oxigênio. Pode atingir temperatura na

ordem de 3.150ºC. Apresenta em seu aspecto duas

zonas bem distintas:

cone; e

envoltório.

Uma outra característica desse tipo de chama é o

som sibilante emitido pelo bico.

Chama redutora ou carburante

É resultante da mistura de acetileno com oxigênio,

porém com excesso de acetileno. Atinge a temperatura

de 3.020ºC.

Nesse tipo de chama, as três regiões apresentam-

se bem distintas. São elas:

cone;

envoltório; e

véu.

O véu mostra-se muito brilhante devido à presença

de partículas de carbono incandescentes em alta

temperatura. O comprimento da “franja” determina a

quantidade, em excesso de acetileno.

A chama oxidante é utilizada principalmente para

soldagem de materiais que contenham zinco em sua

composição química, como, por exemplo, o latão. Durante

a soldagem desse tipo de material, o zinco é oxidado na

superfície da poça, em que a camada de óxido resultante

vai inibir posteriores reações

Com a chama normal, o zinco sevolatiliza continuamente e oxidana atmosfera.

Sibilante:do tipo assobio; som agudoe prolongado.

É utilizada em solda de aço-liga, cromo, níquel,

alumínio e magnésio; e também empregada em depósitos

de materiais duros como Stellite.

A chama redutora não érecomendada para a soldagemde aços-carbono, pois causarájuntas porosas e quebradiças.

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O bom resultado de um corte ou soldagem

realizados pelo processo oxiacetileno depende 100% do

maçarico e de sua regulagem. Por isso, é preciso fazer

um estudo aprofundado desse equipamento e de seus

acessórios.

Maçaricos

O maçarico de oxicorte mistura o gás combustível

(acetileno) com o oxigênio de aquecimento, na proporção

correta para a chama, além de produzir um jato de

oxigênio de alta velocidade para o corte.

Principais características

Para o estudo em questão, o equipamento adequado deve:

descarregar uma mistura cuidadosamente dosada

dos dois gases, de modo que a quantidade somada de

gases resultantes permita obter o tipo de chama adequado

ao trabalho que vai ser realizado;

ser leve e de construção balanceada, a fim de

não cansar a mão do operador quando em trabalho;

ter o bico construído com material adequado

tanto para conduzir como para dirigir uma chama de alta

Equipamentos e acessórios

temperatura, durante um tempo razoável de trabalho, sem

desgaste excessivo do material básico; e

ser provido de controles manuais, colocados no

próprio cabo, ao alcance da mão do operador, para

permitir, impedir e regular, de forma simultânea, a

passagem dos gases necessários à produção da chama

correta exigida no processo em andamento.

Constituição

O equipamento consiste em dois ou mais tubos, e

válvulas de controle de fluxo dos gases. A figura mostra

as quatro principais partes em que se divide o maçarico

de corte:

cabeça – proporciona rigidez ao conjunto e serve

de acoplamento aos bicos de corte;

tubos – têm a função de conduzir os gases;

punho – tem a função de permitir o manuseio

adequado do equipamento;

alavanca de corte – ao ser acionada atua sobre a

válvula do O2 de corte, proporcionando a abertura do gás;

e conjunto de regulagem – é composto de válvulas que

servem para fazer a regulagem dos fluxos de gases.

Podem-se classificar os maçaricos de acordo com: o serviço a ser realizado – maçarico de solda ou de corte;

o modo de funcionamento do equipamento – maçarico combinado, injetor, misturador e misturador no bico;

a pressão necessária ao trabalho – maçaricos de baixa, média ou alta pressão.

Tipos de maçarico

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A seguir, as principais características de cada tipo.

Maçarico de corte

Pode ser manual, combinado e específico, ou ainda do tipo caneta, para acoplamento em máquinas automáticas de corte.

A figura mostra a cabeça de corte do equipamento.

A mistura dos gases para chama de

aquecimento ocorre através de três

princípios distintos. São eles:

1. Injetor

O gás combustível é succionado

através da alta velocidade do oxigênio por

meio de um venturi.

Maçarico manual para corte

Possui um circuito especial de O2 separado dos gases para chama de aquecimento. Esse conduto é específico

para que o oxigênio efetue o corte; por isso, passa a ser denominado O2 de corte.

Maçarico manual combinado

É utilizado em locais ou setores em que existe uma alternância entre operações de corte e soldagem, como em

oficinas de manutenção.

Em situações desse tipo, deve ser acoplado ao maçarico de soldagem um dispositivo de corte, conforme ilustrado

na figura anterior, composto de: câmara de mistura;

sistema de separação; e

válvula para controle do O2 de corte.

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21

2. Misturador

Os gases comburente e combustível chegam à

câmara de mistura com pressões iguais através da

regulagem das válvulas, conforme mostra a figura. Maçarico misturador

3. Misturador no bico

Os gases são administrados separadamente até o bico, onde é feita a mistura. A figura mostra esse equipamento

e identifica as suas partes.

Misturador no bico

Apresenta os mesmos princípios de funcionamento

já descritos para os maçaricos manuais, além das

seguintes características:

corpo alongado que se estende das válvulas de

regulação dos gases até o bico de corte;

válvula de oxigênio de corte que pode ser acionada

manual ou automaticamente de um comando central;

utilização recomendada para trabalhos em que

se exije uniformidade do corte, como peças a serem

retrabalhadas ou produção seriada.

Maçarico de corte mecanizado

O equipamento também é conhecido como “caneta de corte”.

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Maçarico de baixa pressão

Esse tipo de equipamento, como já vimos,

emprega o princípio injetor; utiliza-se nos casos em

que o oxigênio é fornecido sob pressão elevada e o

acetileno, sob pressão baixa.

Maçarico de média pressão

Esse tipo de equipamento é utilizado nos casos em

que o oxigênio é fornecido sob pressão elevada e o

acetileno, sob pressão média. Nele, a pressão pode variar

de 0,07 kg/cm2 (1lb/pol2) a 2 kg/cm2 (±30 lb/pol2); e o seu

funcionamento difere um pouco do maçarico injetor.

Quando a pressão dos dois gases é a mesma, esse

maçarico recebe o nome de maçarico de pressão

balanceada.

Maçarico de alta pressão

Os maçaricos desse tipo são utilizados nos casos

em que tanto o oxigênio quanto o acetileno são fornecidos

sob pressões elevadas.

É muito simples o seu funcionamento, pois os dois

gases podem ser misturados em um compartimento

chamado “câmara de mistura”, devido à alta pressão com

que são supridos.

Bico de corte

O bico de corte – também conhecido como

“ponteira de corte” – é montado na cabeça do maçarico

de modo a conservar separadas as misturas dos gases

de preaquecimento do oxigênio de corte.

Ele também serve para direcionar as misturas para

a superfície a ser cortada por meio de orifícios em seu

interior. As dimensões dos orifícios variam de acordo com

o bico utilizado e determinam a capacidade de corte do

maçarico.

Ainda há outros tipos de bico que têm uma finalidade

diversa além daquelas que acabamos de descrever, ou

seja, eles também desempenham a função de misturador.

Atualmente, costumam ser muito utilizados.

As partes usinadas do bico, que ficam em contato

com as câmaras de passagem dos gases, são

denominadas “sedes”. Os bicos de corte comuns são

chamados duas sedes, enquanto os misturadores são

conhecidos como bicos de três sedes.

Eles se encontram disponíveis em uma ampla

variedade de tipos e tamanhos e classificados de acordo

com sua capacidade de corte, conforme mostram as

figuras.

Page 23: Lixador.pdf

23

Portanto, para escolher um bico deve-se

levar em consideração os seguintes

aspectos:

o material a ser cortado;

o gás combustível que será utilizado; e

o tipo de sede.

Cada fabricante apresentacaracterísticas e

especificações técnicaspróprias para seus bicos queinfluenciam no resultado docorte, tanto nos aspectos de

qualidade e velocidade quantono consumo dos gases.

Máquinas de corte

As máquinas de corte são equipamentos ele-

tromecânicos cuja principal função é movimentar o

maçarico a uma velocidade constante através de uma

trajetória definida.

As principais características técnicas que se deve

observar em uma máquina de corte são as seguintes:

capacidade de corte;

ângulo de inclinação do maçarico;

velocidade de corte;

número de estações de corte (maçaricos); e

área útil de corte (em máquinas estacionárias).

Máquina de corte portátil

Também conhecida como “tartaruga”, é composta por:

carro motriz;

dispositivo para colocação de um ou mais

maçaricos; contrapeso;

haste; e

trilho de alumínio.

Há vários tipos e modelos disponíveis, desde os mais

simples, conhecidos como “tartarugas”, até os mais

complexos, controlados por microprocessadores.

Page 24: Lixador.pdf

24

Preaquecimento do metal de baseQuando se faz o preaquecimento do metal de base

a potência da chama de aquecimento pode ser diminuída,

assim como o diâmetro do bico. Ocorre também aumento

na velocidade de corte; entretanto, essa operação pode

elevar os custos de corte uma vez que consome energia

para efetuar o aquecimento.

Espessura a ser cortadaA espessura a ser cortada é que determina o tipo

de bico, o diâmetro do orifício, a pressão dos gases e a

velocidade de corte que vamos utilizar. Em linhas gerais,

quanto maior a espessura maiores o diâmetro do bico e a

pressão do oxigênio, e menor a velocidade de corte.

Grau de pureza do material a ser cortadoPor se tratar de um processo químico, as cara-

cterísticas apresentadas pelos elementos de liga no aço

podem interferir no corte. Os principais elementos e suas

influências são:

carbono – teores acima de 0,35% podem provocar

a têmpera superficial e o conseqüente aparecimento de

trincas;

Veja como se deve montar e pôr em funcionamento:

acoplar o maçarico de corte no carro motriz, através de hastes;

acertar os trilhos de alumínio ou o cintel definindo a trajetória;

iniciar o corte abrindo o O2 de corte manualmente; durante a

operação do corte fazer correções na distância bico/peça para tornar o

corte constante.

As máquinas de corte portátil são

util izadas para cortes reti líneos e

circulares, tendo como principal campo

de aplicação os canteiros de obras e

montagens industriais.

Aspectos que influem no oxicorte

A seguir, vamos descrever os principais fatores e suas influências.

cromo – dificulta o corte porque forma CrO2 na

superfície, impedindo a reação de oxidação. Acima de

5% de Cr só é possível executar o corte por meio da

adição de pós metálicos;

níquel – com baixos teores desse elemento (até

6%) é possível a execução do corte desde que o aço não

contenha elevados teores de carbono;

outras impurezas industriais, como pinturas,

óxidos e defeitos superficiais provocam irregularidades

na face de corte durante a operação.

Diâmetro e tipo do bico de corte

Umas das variáveis mais importantes do processo

é o bico de corte, pois é o condutor dos gases e,

conseqüentemente, também responsável pela saída

desses gases de maneira constante e sem turbulências.

Por isso, os fabricantes de maçaricos dedicam especial

atenção a esse elemento e suas partes internas.

Pressão e vazão dos gases

Essas variáveis estão relacionadas diretamente com

a espessura a ser cortada, o tipo de bico, o tipo de gás

combustível e a velocidade de corte. Em linhas gerais, quanto

maior a espessura maiores a pressão e a vazão dos gases.

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25

Execução do oxicorte

No processo de corte, a chama oxiacetilênica tem

a função de aquecimento do metal e sua combustão é

processada em dois estágios:

no primeiro, o oxigênio utilizado provém do

cilindro, onde:

2C2H2 + 2O2 ? 4CO + 2H2,

no segundo estágio, é aproveitado o oxigênio do

ar ambiente, sendo:

4CO + 2H2 + 3O2 ? 4CO2 + 2H2O.

Velocidade de avanço do maçarico

É uma das variáveis mais importantes para a

qualidade de corte. Isso porque o operador deve ir

controlando, através da velocidade de deslocamento do

maçarico, o tamanho e o ângulo das estrias de corte até

encontrar a relação ideal entre a taxa de oxidação e a

velocidade de corte.

A regulagem da chama é neutra. Devem serobservados os seguintes passos:

regular o maçarico com o jato de oxigênio de corte

aberto e, logo em seguida, fechá-lo;

começar o aquecimento da região a ser cortada

por uma borda;

quando a borda apresentar temperatura conveniente

abrir o oxigênio de corte, deslocando a chama; e

dar início ao processo.

Verificações antes do corte

Na operação do oxicorte manual, as principais

verificações devem ocorrer no estado do maçarico, nos

bicos e nas mangueiras, uma vez que esse tipo de corte

não permite grande precisão tanto em velocidade quanto

na distância bico/peça, por exemplo.

Já no corte automatizado, algumas verificações

devem ser feitas antes da operação, a fim de assegurar

a qualidade e repetitividade do corte.

Vamos examinar quais são as verificações

necessárias. Procure também identificá-las na figura.

tubo ou obra – verificar se está devidamente fixo

ou suportado a fim de evitar sua movimentação ou rolagem

durante o corte;

maçarico – observar se o maçarico encontra-

se perpendicular ao tubo; exceto em cortes relativos

aos biséis, operação em que este deverá estar

devidamente inclinado em conformidade com o ângulo

requerido pelo bisel;

bico do maçarico – conferir a distância bico/tubo;

é importante consultar sempre as tabelas dos fabricantes

para saber as distâncias indicadas para cada tipo de

bico e de espessura de tubo.

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26

ou

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27

NotaP = ponto de perfuração.Começar o corte no X e não no Y.

Defeitos de corte

Você pode observar que um corte de boa qualidade apresenta superfície lisa e regular, e linhas de desvio quase

verticais. Outra característica importante é que a escória, aderida à parte inferior do corte, pode ser facilmente removida.

A tabela mostra alguns exemplos relativos à seqüência de corte.

As áreas expostas a maior calor devem estar localizadas

o mais próximo possível das extremidades da chapa.

Em peças com furos internos, eles devem ser cortados

primeiro; em seguida, cortar os furos externos.

Em cortes paralelos, verificar se estão sendo realizados

de forma a garantir a distribuição simétrica do calor.

SEQÜÊNCIA CERTO

A peça deve permanecer presa às porções centrais da

chapa tanto quanto possível, para garantir que não se

mova na mesa de corte.

Nos processos de corte e soldagem as dilatações

costumam ser freqüentes, e acabam causando

deformações. Isso porque as regiões adjacentes ao

corte são frias, servindo, assim, como um vínculo

mecânico. Veja então o que acontece: durante o corte

não há uma deformação homogênea da peça, mas

quando ela se resfria as partes que sofreram dilatação

se contraem, provocando aumento da tensão residual

e, por fim, a deformação da peça. Portanto, esse efeito

deve ser considerado na hora da elaboração do

procedimento de corte, para garantir a qualidade

desejada.

Dilatações e contrações

Você sabia que todo material submetido a variações térmicas está sujeito a sofrer dilatações?

Escória: resíduo silicoso que se forma com a fusão dos metais.

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A tabela mostra os defeitos mais comuns em oxicorte bem como algumas causas prováveis.

Escória aderentena borda inferior

Corte incompleto

Grandesondulaçõesdesiguais

Ondulaçõesprofundas

Borda inferiorarredondada

Bordasuperior goivadacom escória

Gotas fundidasna borda superior

Fusão da bordasuperior

Superfície decorte côncava

Superfície decorte côncava

Goivagem naborda inferior

Goivagem naborda superior

DEFEITOS DETALHES CAUSAS

Velocidade de corte excessivaDistância bico/peça muito grandeBico sujo ou danificadoChama de preaquecimento fraca

Carepas ou ferrugem na superfície da chapaBico muito pequenoChama de preaquecimento fraca

Velocidade de corte excessivaBico sujo ou danificado

Velocidade de corte excessivaBico sujo ou danificado

Velocidade de corte excessivaBico sujo ou danificadoBaixa pressão de O

2 de corte

Velocidade de corte excessiva Bico sujo ou danificadoBaixa pressão de O

2 de corte

Baixa velocidade de cortePouca ou muita distância do bico à peçaBico muito grandeChama de preaquecimento excessiva

Pouca distância do bico à peçaChama de preaquecimento excessivaCarepas ou ferrugem na superfície da chapa

Distância excessiva do bico à peçaChama de preaquecimento em excessoPressão do O

2 de corte muito alta

Pressão do O2 de corte excessivamente alta

Bico sujo ou danificadoVelocidade de corte excessiva

Bico sujo ou danificadoBaixa velocidade de corte

Alta velocidade de corteVelocidade de corte desigualPouca distância bico/peçaChama de preaquecimento muito forte

Alta velocidade de corteVelocidade de corte desigualChama de preaquecimento muito fraca

Alta ou baixa velocidade de corteDistância excessiva do bico/peçaBaixa pressão do O

2 de corte

Retrocesso no bico e maçaricoCarepas ou ferrugem na superfície da chapaChapa com inclusão de escória

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29

3- UTILIZANDO O EQUIPAMENTODE OXICORTE

Como colocar o equipamento em serviço

Observe que todas as conexões de gás

combustível são de rosca à esquerda; você pode

reconhecê-las através do corte existente na porca

hexagonal.

  Confira o conteúdo do cilindro para confirmar se

contém o gás que você deseja usar.

  Verifique o maçarico e o bico de corte paraa

confirmar se estão de acordo com o gás combustível.  

Conecte a mangueira do gás combustível à válvula

de entrada de gás combustível (identificação vermelha

possui rosca à esquerda). Aperte firmemente.  

Conecte a mangueira de oxigênio na válvula de

entrada de oxigênio (identificação azul tem rosca à direita).

Aperte firmemente.

Conecte e aperte os reguladorese as mangueiras somente com achave correta.

Em caso de vazamento não dê continuidade ao

procedimento; aguarde até que os reparos necessários

sejam concluídos.

Acendendo oxiacetileno

Abra a válvula de gás combustível (identificação

vermelha) aproximadamente 1/2 volta, e acenda o gás.

Continue abrindo até que a chama pare de liberar

fuligem.

Abra a válvula de oxigênio (identificação azul) até

o momento em que o cone interno brilhante se torne visível.

O ponto em que as bordasemplumadas da chamadesaparecem, quando permanece

Recomendações para o manuseio

Antes de usar qualquer equipamento é necessário que você:

seja treinado para aplicar as técnicas de corte e aquecimento; e

leia com atenção as instruções de segurança fornecidas pelos fabricantes.

A seguir, os procedimentos que devem ser adotados.

CUIDADO!Abra totalmente a válvula deoxigênio do punho do maçarico

Teste todas as conexões utilizando solução

apropriada para detectar vazamentos. Nunca use chama.

sempre com as cabeças cortadoras.Ajuste a chama do oxigênio sempre com aválvula na cabeça cortadora.

visível apenas a ponta aguda do coneinterno, é chamado “chama neutra”.

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30

Fechando ...

Libere a alavanca de corte: primeiro, feche a

válvula de oxigênio e, em seguida, a válvula de

preaquecimento de gás combustível.

Feche ambas as válvulas do cilindro.

Abra as válvulas de preaquecimento do

maçarico para liberar toda a pressão do gás (nunca

perto de fonte de combustão); em seguida, feche-as.

Desconecte o maçarico das mangueiras e

retire o bico de corte.

Libere toda tensão na pressão do regulador,,

ajustando a manopla ou a barra em “T” e girando no

sentido anti-horário, até afrouxar.

Acendendo oxigases combustíveis:propano, metano, polipropileno, etc.

Abra a válvula do gás combustível (identificação

vermelha) aproximadamente 1/2 volta, e acenda o gás.

Se a chama sair da face do bico, feche a válvula

levemente.

Abra a válvula de oxigênio até que a chama

emplumada secundária desapareça.

Abra cada válvula alternadamente até obter a

intensidade desejada.

A chama neutra tem cone internocurto, pontiagudo e definido;apresenta cor azulada e emitesom do tipo assobio.

No caso de retorno de chama, isto é, quando a chama queimar dentro domaçarico, feche imediatamente a válvula de oxigênio, seguida pela válvula de gáscombustível, a fim de evitar a ocorrência de danos internos. Depois, verifique omaçarico, os bicos e outros acessórios, inclusive a válvula corta-chama, paraconfirmar se estão em perfeito estado.

Fique atento aos sinais de retorno de chamas:um tipo de assobio agudo; e

aquecimento rápido do maçarico bem na frente do misturador..

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31

Dispositivo anti-retrocesso de chama

Esse dispositivo permite a passagem de altos fluxos gasosos, e tem como função importante extinguir a chama

quando sofre um retrocesso para dentro dos reguladores.

possui internamente uma válvula anti-retrocesso

do fluxo gasoso que previne o avanço do retrocesso da

chama e o fluxo reverso de gases, e também impede a

queima ou a mistura dos gases oxicombustíveis dentro

do regulador ou do sistema de fornecimento de gases;

impossibilita a propagação do fluxo de gás na

direção inversa à natural do sistema; o filtro de aço

inoxidável sinterizado age como uma barreira que

bloqueia e apaga a chama.

A figura mostra suas características principais:

Interrupção térmica

Corta-chama

válvula de retenção

Válvula corta-fogo:3 funções

válvula de retenção

Corta-chama

Válvula corta-fogo:2 funções

IMPORTANTE!Para aumentar o tempo de vida útil do dispositivo anti-retrocesso de chama, deve-sepurgar todas as linhas e mangueiras e reguladores antes do uso. A medida visaremover todo o material solto que poderia vir a restringir o fluxo dentro dodispositivo, ou ainda provocar vazamentos.

 Purgar: tornar puro, limpar.

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32

Como instalar o dispositivo anti-retrocesso de chama: 

Conecte firmemente o dispositivo à mangueira e ao regulador..

Teste todo o sistema para verificar vazamentos antes de sua

utilização inicial.

Pode ocorrer umadiminuição no fluxo gasoso

Cuidados especiais

Você já está ciente de que os equipamentos e

acessórios utilizados pelo lixador representam risco à

segurança. Por isso, devem-se adotar os cuidados indicados

a seguir.

Maçaricos de corte

Selecione o bico apropriado para a espessura utilizada.

  Certifique-se de que a sede do bico se encontra livre

de sujeiras ou rebarbas.

 Acessórios de corte (cabeça cortadora)

  Verifique se a cabeça cortadora contém a identificação

do gás correto e ajuste-a, firmemente, ao punho usado.

Selecione o bico apropriado para cada espessura

utilizada.

Certifique-se de que a sede do bico se encontra

livre de sujeiras ou rebarbas.

Aperte o bico na cabeça do maçarico..

Misturadores e bicos para aquecimento

  Certifique-se de que o misturador contém a

identificação do gás correto, e ajuste-o ao punho a ser usado.

  Selecione o bico. Aperte o misturador firmemente

com as mãos (para alguns modelos, primeiro o “tubo-bico” é

rosqueado no misturador e, em seguida, o bico é firmemente

apertado no “tubo-bico”).  

CUIDADO!O surgimento de pequenasbolhas indica que o dispositivo

de retenção está vazando. Num intervalode 10 segundos, um vazamento máximode duas bolhas é tolerado.

1. Ajuste as pressões de saída dos reguladores

(oxigênio e gás combustível) até atingir o valor zero.

2. Solte as mangueiras dos maçaricos.

3. Retire o dispositivo anti-retrocesso dos

reguladores e das mangueiras e conecte as mangueiras

aos reguladores.

Nunca fume ou acenda qualquertipo de chama na área de teste.

4. Efetue o rosqueamento do dispositivo nas mangueiras

no lado que se acopla o maçarico.

5. Ajuste ambos os reguladores até que uma leitura de

2 a 5 PSI seja obtida nos manômetros de baixa (de saída).

6. Mergulhe a parte inferior de cada dispositivo na água

ou em uma solução detectora de vazamentos. Aguarde 15

segundos para que o ar retido escape.

Dispositivo de retenção do fluxo gasoso

se qualquer tipo de sujeira/poeira ouresíduos oleosos de GLP entraremna válvula.

Com as válvulas fechadas do maçarico ou punho,

regule as pressões através dos manômetros dos reguladores.

 

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33

Caso o dispositivo de retenção apresentevazamento, siga os seguintes procedimentos:

7. retire a pressão das válvulas fechando os

reguladores;

8. retire as válvulas e reinstale;

9. deixe passar um fluxo de oxigênio durante três a

cinco segundos, à pressão de 30 PSIG, no dispositivo de

oxigênio; e um fluxo de gás combustível de três a cinco

segundos (10 PSIG) no dispositivo de gás combustível.

10. Repita os passos de 3 a 7.

Após os dispositivos terem sido testados,purgue tanto a linha de oxigênio quanto a de

gás combustível.

CUIDADO!

A troca só deve ser executada por pessoal treinado,

de preferência em um posto de assistência técnica.

O elemento do filtro sinterizado não pode ser testado

ou reparado no campo. Deve ser trocado nas seguintes

situações:

no máximo após cinco anos de serviço;

quando existirem sinais de descoloração causada

pelo calor;

quando os maçaricos apresentarem mau

desempenho, causado por uma possível restrição ao fluxo

gasoso;

quando surgirem sinais da presença de pequenas

partículas carbonizadas; ou

quando as válvulas estiverem danificadas ou

fundidas pelo fogo.  

Recomendações de segurança

As instruções de segurança e manuseio

apresentadas a seguir se aplicam aos maçaricos de

corte e aquecimento, aos acessórios, aos punhos, ao

dispositivo anti-retrocesso de chama e às mangueiras.

Você também vai encontrá-las no seu local de trabalho

e deve obedecê-las no seu dia-a-dia.

 

guarde o seu equipamento em lugar

limpo e seguro;

reparos devem ser efetuados somente

por pessoas qualificadas;

use sempre peças originais e que

apresentem boas condições.

Quanto à manutenção:

Quanto às instruções de uso:

 

1. Use equipamentos de proteção.

Sempre que estiver soldando ou cortando:

óculos;

máscara para proteger os olhos

contra faíscas ou raios de luz;

botas industriais com CA

(Certificado de Aprovação);

avental e luvas.

Troca de válvula de retenção interna

CUIDADO!Não use luvas sujasde óleo ou graxa.

para sua segurança, é essencial que

as instruções sejam seguidas à risca;

o fabricante não se responsabiliza

por qualquer ocorrência que resulte do

uso incorreto ou impróprio do

equipamento.

Page 34: Lixador.pdf

34

2. Manuseie o cilindro com cuidado:

prenda o cilindro na parede, em uma coluna ou

carrinho para que ele não escorregue ou caia;

use os cilindros somente em posição vertical (não

deite os cilindros).

3. Certifique-se de que a área de trabalho é segura:

mantenha faíscas de corte e chamas longe de

combustíveis e mangueiras;

trabalhe somente em áreas bem ventiladas.

4. Verifique as condições da mangueira.

5. Tenha certeza de que as conexões estão bem

apertadas:

não force as conexões;

faça teste de vazamento com uma solução própria

para detectar vazamento (não use chama); em geral é mais

confiável usar espuma de água e sabão.

6. Antes de acender, purgue a mangueira do oxigênio e

do gás combustível separadamente, pois este

procedimento reduz o retorno de chamas na mistura

de gases:

purgue somente em área bem ventilada, longe de

qualquer chama, cigarro aceso, ou fonte de combustão;

abra uma válvula de gás, cerca de meia-volta,

por aproximadamente cinco segundos; em seguida,

feche a válvula.

repita o procedimento com a outra válvula.  

CUIDADO!As mangueiras precisam estarem perfeito estado, semapresentar danos ou ruptura.

Além disso, devem ser trocadas a cadaano devido à perda interna de pequenospedaços de borracha que podem causarentupimentos no sistema.

7. Use o acendedor correto para acender a chama: nunca

use cigarro ou isqueiro.

8. Não pendure ou suspenda maçarico/mangueira no

seu regulador. Somente válvula corta-chama ou

mangueira podem ser conectadas na saída do regulador.

9. Nunca use oxigênio como meio de sopro, ou limpar

o local de trabalho ou o avental, pois o oxigênio em

contato com superfície saturada de graxa pode

ocasionar combustão.

10. Nunca use o maçarico como martelo, ou para

bater a rebarba produzida no trabalho.  

11. Quando estiver trabalhando com acetileno, nunca

use pressões acima de 1,5 bar (22 Psi ou 140 Kpa).

12. Nunca modifique o uso do seu maçarico.  

13. Adote sempre os procedimentos corretos para

acender ou fechar o seu equipamento.

14. Leia e siga as instruções dos fabricantes de

reguladores de cilindro, pois eles só podem ser

operados de acordo com as normas estipuladas.

15. Use sempre válvulas de segurança (corta-chama

com vedação térmica) nos reguladores dos cilindros

de oxigênio e de gás combustível.

 

CUIDADO!As peças internas de seuequipamento são fabricadas deacordo com as especificidades de

um determinado tipo de gás combustível.Portanto, em maçarico para acetileno usesomente acetileno; em maçarico para GLPuse somente GLP.

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35

4- JUNTAS

Preaquecimento, temperatura de interpasse epós-aquecimento

Conhecer essas variáveis e saber medi-las é uma

das obrigações do soldador e também do profissional

que opera um maçarico de corte ou de aquecimento.

O aquecimento pode ser feito por meio da aplicação

de chama, por indução ou resistência elétrica.

O método mais comum é por meio de chama. Porém

não é considerado mais eficiente que os demais, você

sabe por quê?

Os métodos por indução e por resistência elétrica

são mais precisos porque possuem controladores de

temperatura que se encarregam de regular os limites

requeridos. Por isso, eles são os mais utilizados.

Costumam ser usados quando é necessário efetuar um

controle rigoroso da temperatura e também em locais

Atualmente, o uso de aquecimentopor chama só se justifica noscasos em que os outros métodossão inviáveis.

PREAQUECIMENTO

É a prática de aquecer a junta imediatamente antes

de iniciar a soldagem. Por meio do preaquecimento

consegue-se eliminar grande parte ou, até mesmo, toda a

umidade da superfície a ser soldada.

O principal objetivo do preaquecimento é diminuir a

velocidade de resfriamento da junta após a interrupção da

soldagem. Essa prática é especialmente importante para

O aço muito duro é tambémbastante frágil e propenso atrincar mais facilmente.

Aquecimento de juntas para soldagem

que oferecem facilidades para instalação de seus

dispositivos.

Mas, qualquer que seja o método de aquecimento

utilizado é sempre bom estar de posse de um lápis de

fusão, conforme veremos mais adiante. Esse é o meio

mais fácil, rápido e barato para medir a temperatura do

material que está sendo levado.

A seguir, as variáveis presentes no processo de aquecimento.

certos tipos de material que apresentam muita facilidade em

se temperar; mas nem todo material requer preaquecimento.

A têmpera é a operação efetuada para endurecer o aço

tal qual é feito em ponta do punção, em talhadeiras, enxadas,

etc. Consiste em aquecer o metal até que ele fique rubro e,

em seguida, mergulhá-lo em água ou óleo frio. O material

passa então a apresentar uma dureza muito alta. Contudo,

é importante que saiba que existem materiais que se

temperam apenas em contato com o ar.

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36

Complexo: que abrange

TEMPERATURA DE INTERPASSE

É a temperatura que a solda apresenta entre um

passe e outro durante a soldagem.

A essa altura, você deve estar pensando... Por que

devo controlar essa temperatura?

A resposta é simples: à medida que vão sendo

acrescentados mais e mais passes de solda numa junta,

também mais quente ela vai se tornando.

Pois bem, quanto mais quente estiver uma junta

(seja por ter sido preaquecida, seja por ter recebido

muitos passes) maior será a região adjacente que estará

sofrendo influência da temperatura.

Os efeitos indesejáveis que resultam dessacondição costumam ser os seguintes:

aumento da largura da região propensa a

apresentar têmpera; e

acentuação de esforços devido a restrições de

dilatação, o que contribui para o surgimento de tensões

residuais.

Portanto, quando se controla a temperatura de

interpasse estamos restringindo a região propensa a sofrer

tensões residuais e a desenvolver têmpera.

Nem toda solda deve receberpós-aquecimento.

Na soldagem, a têmpera é uma condição

indesejável. Quando ela ocorre durante a soldagem, que

pode estar aliada à retenção de hidrogênio pela poça de

fusão, acaba muitas vezes provocando o surgimento de

trincas nas margens, nos cordões ou sob cordões.

Quando preaquecemos o material, a quantidade

de calor aplicada faz com que ele demore mais a se

resfriar. Com isso, diminuímos as chances de haver

têmpera.

PÓS-AQUECIMENTO

É a operação de aplicação de calor sobre a solda

logo após ser concluída, por um determinado período de

tempo.

O objetivo principal é possibilitar a saída do

hidrogênio atômico que ficou retido na solda enquanto

esteve presente na poça de fusão durante a soldagem.

O momento do resfriamento da poça de fusão é um

momento crítico, pois o metal que estava no estado

líquido continha uma quantidade considerável de

hidrogênio e, ao passar para o estado sólido, não pode

reter a mesma quantidade.

Crítico: difícil, perigoso.

Ao concluir a solda, também é muito comum iniciar

logo o tratamento térmico. Por meio dessa operação,

consegue-se, além da liberação do hidrogênio, aliviar as

tensões residuais da junta. Porém, esse procedimento é

mais complexo, e o maquinário e pessoal envolvido são

outros; por isso, deve ser executado sob a responsabilidade

do inspetor de solda.

O hidrogênio precisa sair mas encontra dificuldade,

pois o material solidificado quando frio retém o gás.

Deve-se então aquecer o material após a soldagem

para facilitar a saída do hidrogênio, evitando, assim, que

ele venha a causar trincas com a solda já fria.

muitos elementos ou partes; complicado.

Page 37: Lixador.pdf

37

Portanto, para controlar o alcance dessa

temperatura, é necessário usar um lápis cuja fusão

aconteça a uma temperatura logo acima daquela

estipulada no procedimento. Em outras palavras: se a

temperatura de preaquecimento é 150°C, o lápis de fusão

deve fundir-se, por exemplo, a 152°C; quando passado

no devido ponto, ele vai fundir.

No caso da temperatura de interpasse

No procedimento, é estipulada a temperatura

máxima que a junta deve apresentar antes que um passe

seguinte seja depositado sobre o imediatamente anterior.

Isto significa que o lápis de fusão a ser utilizado deve ter

ponto de fusão numa temperatura logo abaixo da de

interpasse. Em outras palavras: se a temperatura de

interpasse é 250°C, o lápis deve ter ponto de fusão, por

exemplo, a 249°C; quando passado no devido ponto,

não deve apresentar fusão.

Como aquecer?

O perfeito aquecimento é muito importante porque

evita problemas do tipo que acabamos de analisar.

O aquecimento da junta com o uso de queimadores

de bico único não é possível. Deve-se usar sempre um

maçarico com bico do tipo chuveiro, porque permite que

o calor seja espalhado uniformemente, de modo a não

causar aquecimento localizado ou superaquecimento.

O método de aquecimento porchama requer mais a sua atençãoe cuidado.

Como medir?

Se você vai usar um lápis de fusão, é preciso saber

como e onde realizar a medição.

A temperatura de preaquecimento e de pós-

aquecimento deve ser medida no metal de base em todos

os membros da junta, do lado oposto à fonte de

aquecimento, a uma distância igual ou superior a 75 mm

da região a ser soldada.

No caso de aquecimento com chama e quando a

temperatura só pode ser medida pelo lado da fonte, o

aquecimento deve ser interrompido por um minuto para

cada 25 mm de espessura da peça antes da medição.

A temperatura de interpasse deve ser medida em

uma região ao lado da solda, para evitar contaminação

do passe seguinte pelo lápis de fusão.

Como escolher o lápis?

A princípio, pode parecer desnecessário tratar

desse assunto; mas não é. Isso porque muitos

soldadores ainda desconhecem o seguinte: na hora de

escolher o lápis de fusão mais adequado ao serviço é

preciso conhecer os limites das temperaturas a serem

controladas.

Veja alguns exemplos:

No caso da temperatura de preaquecimento

No procedimento, é estipulada a temperatura

mínima que a junta deve apresentar no momento anterior

ao início da soldagem.

Descontinuidades e inspeção emjuntas soldadas

Chama-se descontinuidade qualquer interrupção da

estrutura típica de uma junta soldada.

A existência de descontinuidade em uma junta não

significa que seja defeituosa. Essa condição depende

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38

da aplicação a ser dada ao componente, que, em geral,

se encontra estabelecida em normas ou códigos de

projeto. Assim, considera-se que uma junta soldada

contém defeitos quando apresenta descontinuidades que

não atendem às exigências de um determinado código ou

norma, por exemplo.

Em geral, juntas defeituosasprecisam ser reparadas oumesmo substituídas.

DISTORÇÃO

É a mudança de forma da peça soldada devido a

deformações térmicas do material durante a soldagem. A

solução usada para corrigir a distorção vai depender do

código ou das especificações adotadas, ou mesmo dos

equipamentos disponíveis.

PREPARAÇÃO INCORRETA DA JUNTA

É a falha em produzir um chanfro, com dimensões

ou formas especificadas em um desenho, ou adequadas

à espessura do material e ao processo de soldagem a ser

usado. Uma falha desse tipo pode aumentar a tendência

para a formação de descontinuidades, o que torna

necessário corrigi-la antes da soldagem.

DIMENSÃO INCORRETA DA SOLDA

As dimensões de uma solda são especificadas para

atender a um requisito de resistência mecânica adequado.

Para você, lixador, é importante conhecer bem as

descontinuidades dimensionais e na região da solda, pois

eliminá-las é uma das tarefas que vai realizar com

freqüência. Por isso, vamos estudá-las de forma mais

detalhada.

Descontinuidades dimensionais

Para a fabricação de uma estrutura soldada, é

necessário que tanto a estrutura quanto as suas soldas

tenham dimensões e formas similares. Uma junta que

não atenda a esta exigência pode ser considerada

defeituosa.

As descontinuidades podem ser:

dimensionais;

na região da solda;

do metal de base; e

estruturais.

Veja a seguir algumas situações que podem ocorrer.

Soldas com dimensões maioresque as especificadas aumentamas chances de distorção, além deserem desperdício de material.

A figura mostra os perfis adequados de soldas de

filete e suas dimensões.

– cordão côncavo

– cordão convexo

p1 e p2 – pernas

g – garganta

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39

PERFIL INCORRETO DE SOLDA

O perfil de solda pode ser considerado incorreto quando:

facilitar o aprisionamento de escória entre passes;

levar ao acúmulo de resíduos;

contribuir para que a solda tenha dimensões incorretas.

FORMATO INCORRETO DA JUNTA

É a falha provocada pelo posicionamento ou dimen-sionamento inadequados das peças, o que pode causar distorção,

desalinhamento, embicamento, etc.

Em geral, essa forma de descontinuidade está associada a problemas operacionais, como: manipulaçãoincorreta do eletrodo, parâmetros incorretos de soldagem, e instabilidade do processo.

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40

POROSIDADE

É formada pela evolução de gases na parte posterior

da solda durante a solidificação. Os poros, em sua

maioria, têm o formato esférico, embora poros alongados

possam ser formados (em geral, associados ao

hidrogênio).

As principais causas operacionais para a formação

de porosidade são:

contaminação com sujeiras (óleo, graxa, tinta);

soldagem sobre oxidação na superfície do chanfro;

umidade na superfície do chanfro;

umidade dos consumíveis (eletrodo revestido);

deficiência na atmosfera protetora;

danos no revestimento;

corrente excessiva; e

arco muito longo.

A porosidade pode estar uniformemente distribuída,

agrupada (associada à abertura ou interrupção de arco)

ou alinhada.

(a) distribuída

(b) agrupada

(c) alinhada (radiografia esquemática)

A seguir, algumas situações que podem ocorrer nesse tipo de descontinuidade.

Descontinuidades na região da solda

A figura mostra um esquema dos tipos de distribuição de porosidade, confira!

INCLUSÃO DE ESCÓRIA

Trata-se da inclusão de partículas de óxido e

de outros sólidos não-metálicos que se encontram

retidos no metal de solda ou entre o metal de solda

e o metal de base.

Na soldagem com vários passes, parte da

escór ia deposi tada com um passe pode ser

inadequadamente removida e não ser refundida pelo

passe seguinte. Diversos fatores podem dificultar

a remoção da escória, incluindo a formação de

cordão irregular, ou o uso de chanfro muito fechado.

Page 41: Lixador.pdf

41

FALTA DE FUSÃO

É a ausência de união por fusão entre passes

adjacentes, ou entre o metal de solda e o metal de base.

A falta de fusão é causada por:

aquecimento inadequado do material devido à

manipulação inadequada do eletrodo por parte do

soldador;

uso de energia de soldagem muito baixa;

soldagem em chanfro muito fechado; e

falta de limpeza da junta.

A inclusão de escória pode favorecer o surgimento de trincas quando o equipamento for submetido à tensão, devido

à pressão de operação, conforme a figura.

Assim como a inclusão de escória, a falta de fusão

pode dar origem ao aparecimento de trincas devido à

redução da seção transversal da solda submetida a

esforços mecânicos, como mostra a figura.

FALTA DE PENETRAÇÃO

Essa descontinuidade refere-se à falha em fundir e encher completamente a raiz da junta. Ela provoca uma

diminuição da seção útil da solda, conforme mostra a figura.

Page 42: Lixador.pdf

42

As possíveis causas de uma falta de penetração são:

manipulação incorreta do eletrodo;

projeto inadequado da junta (ângulo do chanfro

ou abertura da raiz pequenos);

escolha de eletrodo com diâmetro muito grande

para o chanfro ou raiz;

energia baixa de soldagem.

Quando formada na última camada do cordão, a

mordedura causa redução da espessura da junta e atua

como concentrador de tensões. Quando formada no

interior da solda, pode ocasionar a formação de uma falta

de fusão, ou inclusão de escória.

As mordeduras podem ser causadas por:

manipulação incorreta do eletrodo;

comprimento excessivo do arco;

velocidade de soldagem elevada; e

corrente de soldagem elevada.

É possível existirem juntas projetadas para ter

penetração parcial. Nesse caso, a falta de penetração

não é considerada defeito, desde que mantida nos limites

especificados.

MORDEDURA

É o termo usado para descrever reentrâncias agudas,

formadas pela ação da fonte de calor do arco entre um

passe de solda e o metal de base, ou um outro passe

adjacente, conforme mostra a figura.

Trincas

Em geral, são consideradas as descontinuidades

mais graves em uma junta soldada.

Trincas resultam de tensões de tração sobre um

material incapaz de resistir a elas devido a algum

problema de fragilização. Elas podem se formar:

durante a soldagem;

logo após a soldagem;

em operações posteriores à soldagem; ou

durante o uso do equipamento ou estrutura.

Page 43: Lixador.pdf

43

5- DESBASTE E CORTE COM DISCOSABRASIVOS

Sistemas de acionamento

A operação de remoção de material com

d i s c o s a b r a s i v o s , s e j a m e l e s a c i o n a d o s

pneumática ou eletricamente, tem a finalidade de

desbas tar , cor ta r , a jus ta r , rebarbar ou dar

acabamento em peças de um modo geral. Essa

operação é feita mediante a repetida passagem

do disco abrasivo, o qual gira a alta velocidade

sobre a superfície a ser trabalhada.

Como toda operação de corte, ela requer cuidados

especiais tanto do ponto de vista de manuseio e de

segurança como técnico e operacional.

Conhecer o equipamento ou sistema rotativo

acionador, sua capacidade e limitações, bem como

dominar a técnica de corte ou desbaste são princípios

fundamentais para a realização de um trabalho com

qualidade e segurança.

Motoesmeril

SISTEMAS ELÉTRICOS

Em geral utiliza-se acionamento por meio de

motor elétrico, que pode ser:

fixo – esmeril de bancada, retífica,

esmerilhadeira ou lixadeira de mesa, etc.;

ou portátil – esmerilhadeira ou lixadeira

angular manual.

Os sistemas de acionamento podem ser elétricos ou pneumáticos, conforme mencionamos. A seguir, veja suas

principais características.

Lixadeira angular

SISTEMAS PNEUMÁTICOS

O acionamento pneumático utiliza ar comprimido

como meio de promover a rotação dos discos abrasivos.

Em geral, a operação de desbaste envolve a geração

de faíscas, sobretudo quando o material a ser trabalhado

é metal. Por esse motivo, a operação deve ser muito

bem planejada e realizada de forma bastante cuidadosa,

para evitar a ocorrência de chamas.

Page 44: Lixador.pdf

44

Discos de corte e desbaste

Os discos de corte se compõem basicamente de

dois elementos:

grãos abrasivos; e

aglomerante ou ligas resinóides.

Eles são fabricados com diferentes tipos de abrasivos,

como óxido de alumínio, carbureto de silício, óxido de

alumínio zinconado, etc. E cada abrasivo apresenta

propriedades específicas que permitem sua aplicação a

um determinado serviço.

Como obter os grãos abrasivos?

Eles são obtidos por meio de minerais triturados,

formando partículas que são classificadas com números,

também conhecidos como “grana”. É a partir do tamanho

dos grãos de um produto abrasivo que se define sua

granulometria. A figura mostra alguns exemplos.

Situações em que pode ser aplicado:

óxido de alumínio – em materiais ferrosos em geral;

carbureto de silício – em materiais não-ferrosos e

não-metálicos;

óxido de alumínio zinconado – em materiais de alta

resistência, como aço inoxidável e aços de baixa liga.

A seguir, um pouco mais sobre os grãos abrasivos e as ligas resinóides.

Granulometria: método de análise que visa classificar as partículas de uma amostra pelosrespectivos tamanhos e a medir as frações correspondentes a cada tamanho.

Características dos grãos abrasivos

DUREZA

Pode ser definida como resistência à ação do risco.

Com base nesse conceito, foi criada a conhecida escala

Mohs, em que o mineral mais mole, o talco, é riscado

por todos os outros, e o mais duro, o diamante, não é

riscado por nenhum, mas risca todos os demais.

TENACIDADE

É a capacidade que os grãos abrasivos têm de absorver

energia, isto é, resistir a impactos sob ação dos esforços de

choque, sem perder o poder de corte. Portanto, os grãos

que possuem essa característica são indicados para

operações de elevadas pressões.

FRIABILIDADE

É a capacidade de o grão fraturar-se durante a operação

quando perde o poder de corte, criando, assim, novas arestas

de corte, e obtendo menor geração de calor. Portanto, os

grãos que apresentam essa característica são indicados em

operações que requerem a integridade física da peça-obra.

Page 45: Lixador.pdf

45

Polimerizadas: que sofreupolimerização, isto é,

Características das ligas resinóides

Elas se caracterizam por conferir às ferramentas

abrasivas uma elevada resistência e resiliência (resistência

ao impacto), pois uma vez polimerizadas se convertem

em aglomerante de alta resistência.

Por essa razão, as ferramentas abrasivas fabricadas

com esse tipo de liga operam normalmente até 48 m/s,

mas pode chegar a 100 m/s, dependendo da aplicação e

do tipo de construção da liga.

Principais aplicações das ligas resinóides

Elas são normalmente empregadas em operações

de corte, operações severas de desbaste, operações de

precisão como abertura de canais em ferramentas de

corte (brocas, fresas, machos, etc.).

Essas incorreções podem ser identificadas com

alguma facilidade por meio de indicações básicas, o que

permite efetuar rapidamente as correções e ajustes

adequados. Mas, esse tipo de identificação só é possível

quando o profissional conhece alguns parâmetros

elementares referentes ao funcionamento dos discos,

como suas especificações e fatores operacionais.

Um profissional atento é capaz de reconhecer problemas no disco, definir algumascausas prováveis e identificar caminhos viáveis de solução.

Adversos:

processo em que duas moléculas de uma mesmasubstância, ou dois ou mais grupamentos atômicosidênticos se reúnem para formar uma estrutura de

peso molecular múltiplo do das unidades iniciais e,em geral, elevado.

Existem fatores adversos que contribuem para

prejudicar o desempenho dos discos, afetando diretamente

seu comportamento. São, em geral, práticas incorretas,

inadequações operacionais e irregularidades de toda

ordem. Elas produzem conseqüências danosas à

operação, porque alteram o rendimento e reduzem,

sensivelmente, o desempenho dos discos de corte. A figura

mostra o uso correto do equipamento.

Identificação e correção de problemas

impróprios, inadequados, desfavoráveis.

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46

A tabela mostra vários problemas comuns na utilização dos discos de corte, bem como suas prováveis causas e

algumas soluções. Leia com atenção, pois será útil no seu dia-a-dia.

Queima napeça-obra

Cortes irregularese não-perpendiculares

Baixa açãode corte

Disco muito duro.Aumente o avanço e a pressão e corrijaa potência.

Disco muito duro.

Verifique sistema de fixação.

Avanço insuficiente.

Ajuste a velocidade para o nível correto.

SUGESTÕESCAUSAS PROVÁVEISPROBLEMAS

Velocidade periférica muito baixa.

Disco com variação axial/radial.

Disco muito duro.

Grão muito grosso.

Baixa pressão de trabalho.

Peça-obra não está fixada firmemente.

Eixo com irregularidades,rolamentos gastos.

Disco com variação axial/radial.

Potência insuficiente.

Área de contato muito grande.

Disco de grão muito grosso

Faça a correção do equipamento paramáxima potência disponível.

Use disco de grão mais fino ouaumente a potência motora.

Use disco mais mole.

Verifique o eixo e a variação axial do disco.

Verifique se o disco não está deslizandosobre os flanges.

Use disco mais mole.Use disco de grão mais fino.

Verifique variação radial do eixo,rolamentos e mancais.

Verifique a variação no eixo e avariação axial do disco.

Use disco com grão mais fino.

Reduza a área de contato ao mínimocompatível.

Use disco mais mole ou, se possível,disco de menor espessura.

Page 47: Lixador.pdf

47

Segurança no uso de discos

Em qualquer atividade profissional, a segurança e

a integridade física das pessoas devem ser os primeiros

objetivos a serem alcançados, independentemente do

resultado econômico. Por isso, há enorme preocupação

e cuidado na fabricação dos discos.

Os discos abrasivos são construídos de acordo com

as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas

Técnicas (NB 33 e PB 26) e ANSI, e são submetidos a

testes físicos de resistência e rendimento para garantir

qualidade total.

A tabela mostra como identificar os problemas na utilização dos discos de corte por meio da face de trabalho.

IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS COM DISCO DE CORTEFace de Trabalho Normal Face de Trabalho Anormal

Redonda Pontiaguda

Face de trabalhonormal, ao cortarpeças sólidas.

Indica discos muitoduros.

Pode provocarqueima ou quebra dodisco.

Plana

Face de trabalhonormal,ao cortar peçassólidas e mistas(Tubos ou cordoalhasde concretoestrutural).

Chanfrada

Aplicação incorreta derefrigerante.

Peça obra mal fixada.

Côncava Empastada

Face de trabalhonormal, ao cortartubos ou secçõesfinas.

Velocidade de cortemuito baixa.

Face de corte não estáse renovando.

Abrasivo arredondado,,não expondo novasarestas de corte.

Disco comespecificação incorreta,muitro duro.

IMPORTANTEComo pode ser observado, norótulo do disco abrasivo contém

as informações relativas às condiçõesseguras para uso, como: EPIs necessários,posição de utilização, rotação de trabalho,etc.

Apesar de todos os cuidados de fabricação, pode

ocorrer quebra de discos. Eis algumas das principais

causas:

velocidade da máquina superior à assinalada no

rótulo dos discos;

Page 48: Lixador.pdf

48

A seguir, a análise dessas causas.

montagem incorreta dos discos na máquina, como

aperto excessivo, flanges sujos, empenados, imperfeitos

e/ou pequenos, entre outros fatores; e

Velocidade superior à assinalada no rótulo doproduto.

A utilização de discos de corte e de desbaste com

velocidade acima da estabelecida no produto tem sido o

mais comum e o principal motivo da ocorrência de

acidentes. Em geral, as causas são:

falta de manutenção do equipamento;

em casos de equipamentos elétricos, máquinas

projetadas para uso em fonte 110 volts ligadas em fonte

220 volts;

em casos de equipamentos pneumáticos, variação

de pressão na linha de ar comprimido;

utilização de discos maiores do que a máquina

foi projetada para operar, conseqüentemente ultrapassando

a rotação máxima suportada pelo disco;

uso de equipamento inadequado.

uso abusivo ocasionado, por exemplo, pela

pressão excessiva de trabalho, especialmente nas laterais

do disco; por choques contra a peça-obra, pela utilização

da lateral para rebarbar peças, etc.

Montagem incorreta da ferramenta na máquina

Os flanges exercem função extremamente

importante em uma operação com uso de discos

abrasivos. Ele é responsável pela fixação do disco na

máquina, de forma que disco, flanges e equipamento se

tornem um sistema único.

Qualquer falha na fixação do produto pode

proporcionar um desequilíbrio de grande porte que acaba

resultando em acidente.

Algumas das principais falhas são as seguintes:

flanges fixo e móvel com dimensões diferentes;

flanges sujos;

flanges empenados;

flanges pequenos;

aperto excessivo nos flanges.

Todas essas situações provocam algum tipo de

tensão excessiva no disco que pode causar uma possível

trinca e, conseqüentemente, quebra. A figura mostra um

exemplo de quebra por uso abusivo.

Exemplode quebraprovocada poruso abusivo.

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49

Uso abusivo

Durante o uso de ferramentas abrasivas é comum

ocorrer danos no produto, entre eles:

utilização da lateral do disco, provocando o

rompimento das telas de reforço;

choques bruscos com o objetivo de desacelerar

a produtividade da operação;

pressão excessiva durante o uso muitas vezes

em razão da baixa velocidade, obrigando que o operador

exerça muita força para executar o trabalho;

em discos de corte uso inclinado; e

em discos de desbaste uso a 0º grau;

Exemplo derompimento dastelas de reforçopor uso abusivo.

As lixadeiras elétricas manuais costumam ser usadas

nos mais diversos locais em virtude de sua portabilidade.

Mas, como a atividade de desbaste ou corte implica riscos,

é preciso fazer uma análise cautelosa das condições do

local de trabalho e preparar devidamente o ambiente para

tornar a operação segura e confiável. É sobre esses

assuntos que vamos examinar a seguir.

Local de trabalho

Já que existem riscos na operação, é necessário

adotar algumas medidas, como:

para se prevenir contra faíscas, deve-se providenciar

uma proteção adequada para todos os profissionais que

se encontram em volta do local de trabalho, ou até mesmo

abaixo do nível em que a tarefa está sendo executada;

deve-se remover das proximidades da operação de corte

combustíveis ou materiais que possam vir a pegar fogo;

quando impossibilitado de afastar as fontes

Utilizando lixadeiras elétricas manuais

combustíveis, devem-se adotar outras medidas para

diminuir o risco de incêndio, como:

usar mantas de amianto sobre tábuas de andaime;

umedecer a superfície atingida pelas faíscas

enquanto se processa o corte; ou

colocar, nas proximidades, extintor de incêndio

com um observador de prontidão.

IMPORTANTEÉ fundamental realizar umtrabalho de análise de risco onde

existem fontes de gás ou possíveisvazamentos para garantir as condições desegurança necessárias a fim de pôr emprática o serviço. Nesse caso, é importantecontar com o apoio de um profissional desegurança no trabalho.Lembre-se de que não se deve jamaisrealizar qualquer operação que produzachama ou faíscas na presença de gasesou explosivos.

Page 50: Lixador.pdf

50

Escolha dos discos

Os discos são muito

importantes na operação de corte e

de desbaste. Por esse motivo, deve-

se buscar os mais apropriados à

operação que vai ser realizada.

Costumam-se usar tambémperneiras, mangas e avental deraspa de couro. Embora possaparecer exagero, a situação é que

As figuras mostram as características do equipamento.

Segurança individual

A operação de desbaste ou corte requer que o

profissional esteja devidamente protegido. Os EPIs

básicos são:

botas;

luvas; e

máscara facial ou óculos de segurança com

proteção lateral.

Inspeção inicial

Como ocorre em todo equipamento elétrico, deve-

se inspecionar a lixadeira antes de usá-la a fim de:

confirmar a tensão de alimentação, ou seja, se é

de 110 V ou 220 V; e

constatar se as condições da ferramenta estão

em perfeito estado, isto é, o corpo, o cabo de

alimentação, a manopla, a capa de proteção do disco,

os flanges de fixação do disco, e o disco de trava.

vai ditar todo o aparato a ser usado,já que na operação há faíscas e apossibilidade de quebra de discos, comprojeção de fragmentos. O ideal é que olixador faça uso de toda proteçãopossível.

O mau funcionamento elétrico pode causar

acidentes e deve ser evitado. E a maneira mais simples

de prevenir acidentes é encaminhar para a manutenção

todo equipamento que não apresenta condições ideais

de uso.

No caso da lixadeira, alguns indicativos de que não

está em perfeito estado são: vibração excessiva,

aquecimento, projeção de fumaça ou cheiro de queimado.

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51

CUIDADO!O disco de corte só pode ser utilizado para corte, e deve ser compatível com o dedesbaste. Não improvise, pois o risco de quebra é muito grande e a possibilidade deacidentes ainda maior.

A seguir, algumas medidas que não se deve adotar jamais:

A medida a seguir deve ser adotada sempre: faça

uma inspeção no disco, antes de usá-lo a fim de:

verificar se contém trincas, o que pode provocar

desprendimento de fragmentos, causando acidentes;

conferir se o disco a ser usado é capaz de suportar

a velocidade (rpm) que a lixadeira fornece.

Conforme mencionado, ao cortar ou desbastar o ideal

é que a peça esteja presa ou fixa. Peças pequenas e médias

devem ser presas em morsas ou mesas de trabalho por

meio de grampos. Peças grandes podem ser posicionadas

em cavaletes, ou, se a condição permitir, podem ficar livres.

Quando colocar a lixadeira em operação, procure

mantê-la em posição adequada de modo a permitir um bom

rendimento no trabalho. Recomenda-se:

para desbaste – é ideal um ângulo de

aproximadamente 30° em relação à superfície a ser

desbastada;

Manuseio da lixadeira angular

IMPORTANTEOs discos devem serarmazenados em lugar seco e

longe do calor excessivo. O ideal é quesejam mantidos em suas própriasembalagens.

para acabamento – o ângulo pode ser menor, em

torno de 15°;

para corte – a posição ideal é esmerilhar de topo,

conforme mostram. De qualquer forma, os ângulos de ataque

devem se manter os mesmos, isto é, entre 15° e 30°.

usar discos que porventura já tenham sido

utilizados, ou que não saiba a procedência;

usar discos que não tenham sido armazenados

adequadamente, ou que foram submetidos à umidade

ou, ainda, umedecidos por substâncias solventes

desconhecidas.

Page 52: Lixador.pdf

52

Trena

Operação de biselamento

A operação de biselamento é parte essencial da

preparação da junta de soldagem. Em quase todas as

ocasiões, ela é precedida pelo corte por maçarico,

cabendo ao lixador a realização do desbaste e

acabamento da superfície, a fim de colocá-la nas

dimensões e ângulo adequados.

Na montagem de oleodutos ou gasodutos, a

posição de preparação dos biséis é sempre mais difícil,

pois o tubo se encontra na posição horizontal e o lixador

deve efetuar o desbaste nas posições plana, vertical e

sobrecabeça. Nessa condição, o ideal é usar um gabarito

de ângulo do bisel e um esquadro durante toda a

operação de desbaste a fim de controlar a remoção de

material.

Você também não pode, de forma alguma, se

descuidar da quantidade de material removido. O

excesso de remoção pode levar a um encurtamento de

Goniômetro (medidor deângulo)ou gabarito deângulo

uma ou ambas as partesda junta e provocará um

aumento na abertura da raiz.

Na construção de dutos, essa condição é mais

difícil de acontecer; entretanto, ela é bastante comum

em serviços de troca de trechos de tubulação. Portanto,

fique atento!

Finalmente, outro cuidado muito importante que

você, lixador, precisa ter é o seguinte: não esquecer

nenhum material, equipamento ou objeto no interior de

um trecho de tubo, porque pode vir a causar prejuízos

enormes.

A realização dessa tarefa exige que o lixador, além

de saber ler desenhos e conhecer os tipos de juntas e

chanfros, tenha habilidade para utilizar instrumentos de

medição e controle, como:

IMPORTANTEA habilidade na preparação dosbiséis depende do domínio dasferramentas utilizadas.

IMPORTANTEA força empregadano desbaste, no

acabamento ou corte deveser moderada para nãoqueimar o material.

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53

Primeiros socorros

Primeiros socorros são os cuidados imediatos a

serem prestados a uma vítima de acidente após a sua

ocorrência. Estudos comprovam que as duas primeiras

horas após um acidente são fundamentais para garantir

a sobrevida ou a recuperação das vítimas; é nesse período

que um atendimento adequado pode fazer a diferença entre

vida e morte.

Sobrevida:prolongamento da vida.

INALAÇÃO DE GASES

Trabalhadores com

sintomas de exposição a

fumaças e gases: o que você

deve fazer?

transportar a vítima para

uma área não contaminada para que possa inalar ar fresco

ou oxigênio;

caso a vítima esteja inconsciente, eliminar os

gases venenosos ou asfixiantes da área, ou usar

equipamento apropriado de respiração;

Portanto, é importante conhecer e saber aplicar

algumas técnicas de primeiros socorros, principalmente em

sua profissão, para evitar que um simples ferimento se agrave

ou que um desmaio possa levar um colega à morte. Salvar

vidas é uma prática solidária e um dever do cidadão.

A seguir, algumas situações em que a sua ajuda será

necessária e também como fazer para aliviar o sofrimento

das pessoas enquanto aguarda atendimento médico.

remover a vítima para uma área não contaminada

e chamar o médico;

administrar oxigênio por meio de uma máscara

se a vítima estiver respirando;

em caso contrário, praticar a reanimação

cardiopulmonar, de preferência com administração

simultânea de oxigênio;

manter a vítima aquecida e imobilizada até a

chegada do médico.

OLHOS AFETADOS

O que fazer?

caso a vítima use lentes

de contato, removê-las;

irrigar os olhos da vítima com grande quantidade

de água por 15 minutos; ocasionalmente, levantar as

pálpebras para assegurar uma irrigação completa;

aplicar um curativo protetor seco; chamar o

médico para remover ciscos ou poeira dos olhos da

vítima; em caso de ferimento por irradiação de arco

elétrico, aplicar repetidamente compressas frias (de

preferência geladas),

durante cinco a 10 minutos não esfregar os olhos

da vítima nem usar colírio, a menos que receitado por

um médico;

aplicar um curativo protetor seco;

chamar o médico.

Page 54: Lixador.pdf

54

IRRITAÇÃO DA PELE

Em casos de contato da

pele com produtos irritantes: o

que fazer?

umedecer as regiões

afetadas com grandes quantidades de água e, em

seguida, lavar com água e sabão;

retirar a roupa contaminada da vítima;

se as mucosas estiverem irritadas, umedecer

com água;

lavar cortes e arranhões com água e sabão neutro;

aplicar um curativo seco e esterilizado.

CHOQUES ELÉTRICOS

Antes de prestar socorro à vítima ou tocá-la, você deve se proteger

usando materiais isolantes, como luvas. Depois, o que fazer?

desligar o equipamento para eliminar o contato elétrico com a vítima;

se a vítima não estiver respirando, praticar reanimação cardiopulmonar,,

assim que o contato elétrico for removido;

chamar o médico.

QUEIMADURAS

Em queimaduras por calor:

o que fazer?

aplicar água fria no

local, usando uma bolsa de borracha ou similar;

se a pele não estiver rompida, imergir a parte

queimada em água fria limpa ou aplicar gelo limpo para

aliviar a dor;

não furar as bolhas;

envolver ou atar o local da queimadura, sem

apertar, usando uma faixa seca e limpa;

chamar o médico.

IMPORTANTEEm qualquer das situações descritas, ou em outras, encaminhe a vítima para seratendida por um médico, mesmo que esteja com boa aparência, pois só um examedetalhado confirmará se a vítima não está correndo riscos.

Page 55: Lixador.pdf

55

6- TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM

Em todas profissões existem termos técnicos, ou

seja, um vocabulário especial que costuma ser usado

entre os trabalhadores para definir alguns fatos ou

fenômenos próprios de sua área de atuação. Os

profissionais de soldagem também têm o seu vocabulário.

É provável que você já conheça grande parte dos termos

que vamos apresentar a seguir; mas é sempre importante

ter à mão o significado de cada um, pois, às vezes, surge

uma dúvida e precisamos, então, fazer uma consulta.

1. Soldagem: processo de união de materiais.

2. Solda: resultado do processo de soldagem.

3. Metal base: material da peça que sofre o processo

de soldagem.

4. Metal de adição: material adicionado, no estado

líquido, durante a soldagem ou brasagem.

5. Poça de fusão: região em fusão, a cada instante,

durante a soldagem.

6. Penetração: distância entre a superfície original

e o ponto em que termina a fusão medida

perpendicularmente.

7. Junta: região entre duas peças a serem unidas.

Tipos de junta

IMPORTANTESoldas em juntas de topo eângulo podem ser:

de penetração total, isto é, em toda aespessura de um dos componentes dajunta; ou

de penetração parcial.

Page 56: Lixador.pdf

56

8. Chanfro: corte efetuado na junta para possibilitar ou facilitar a soldagem em toda a sua espessura, como

mostra a figura.

Tipos de juntas e exemplos de chanfros

Juntas detopo

Juntas decanto

Juntas dearesta

Juntassobrepostas

Juntas deângulo

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57

Elementos de um chanfro

Com a ajuda da legenda, identifique na figura os elementos que compõem o chanfro.

(S) – encosto ou nariz

(parte não chanfrada de um componente da junta)

(f) – garganta, folga ou fresta

(menor distância entre as peças a serem soldadas)

(a) – ângulo de abertura da junta

(b) – ângulo de chanfro

Os elementos de um chanfro são escolhidos de forma a permitir fácil acesso atéo fundo da junta com a menor quantidade possível de metal de adição.

9. Raiz: região mais profunda do cordão de solda.

Em uma junta chanfrada corresponde à região do cordão,

junto da fresta e do encosto.

12. Camada: conjunto de passes localizados em

uma mesma altura no chanfro.

13. Reforço: altura máxima alcançada pelo excesso

de material de adição, medida a partir da superfície do

material de base.

14. Margem: linha de encontro entre a face da solda

e a superfície do metal de base.

10. Face: superfície oposta à raiz da solda

11. Passe : depósito de material obtido pela

progressão sucessiva de uma só poça de fusão. Uma

solda pode ser feita em um único ou em vários passes.

A figura mostra a realização de uma solda de vários passes.

A raiz é uma região queapresenta grande tendência paraa formação de descontinuidadesem uma solda.

Cobre junta

Page 58: Lixador.pdf

58

Horizontal:o eixo da solda é

aproximadamente horizontal,mas a sua face é inclinada.

2. Modos de operação em soldagem

Manual: toda a operação é realizada e controlada

manualmente pelo soldador.

Semi-automático: controle automático da alimentação

de metal de adição e controle manual efetuado pelo soldador,

do posicionamento e acionamento da tocha.

Mecanizado: controle automático da alimentação de

metal de adição; controle, pelo equipamento, do

deslocamento do cabeçote de soldagem; e sob a

responsabilidade do operador de soldagem as funções de

posicionamento e acionamento do equipamento, bem como

a supervisão da operação.

Automático: controle automático de quase todas as

operações necessárias. De forma ampla, os sistemas

automáticos podem ser divididos em duas classes:

1. Posições de soldagem

Em alguns casos, a definição deum processo como mecanizadoou automático não é fácil; em

A terminologia de soldagem aquiapresentada é uma adaptação daapostila Terminologia usual de soldagem esímbolos de soldagem, do professorPaulo J. Modenesi.

sistemas dedicados: projetados para executar uma

operação específica de soldagem basicamente sem

qualquer flexibilidade para mudanças no processo; e

sistemas com robôs: programáveis e que

apresentam flexibilidade relativamente grande para alterações

no processo.

outros, o nível de controle da operação, ouso de sensores e a possibilidade deprogramar o processo indicam claramenteque se trata de um sistema automático.

Plana:a soldagem é feita no

lado superior de uma

junta e a face da solda éaproximadamente

horizontal, conforme

mostra a figura.

Sobrecabeça:a soldagem é feita do lado inferior de umasolda de eixo aproximadamente horizontal.

Vertical:

o eixo da solda é

aproximadamente vertical.

A soldagem pode ser

“para cima” ou “para baixo”.

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Obras e textos

AGA. Gas Handbook. AGA AB. Lidingö, Suécia, 1985.

AGA S/A. Gases combustíveis. CATALOGO TÉCNICO - AGA, SÃO PAULO, 2001.

. Oxicorte à máquina. CATALOGO TÉCNICO - AGA, SÃO PAULO, 2001

. Oxicorte em bisel. CATALOGO TÉCNICO - AGA, SÃO PAULO, 2001

. Segurança nos processos oxicombustíveis. CATALOGO TÉCNICO AGA, SÃO PAULO,2001pletar dados:

autoria, local e data

. Solda e corte. CATALOGO TÉCNICO - AGA, SÃO PAULO, 2001

IBQN. Apostila do curso de Supervisores de Soldagem para Área Nuclear. Curso de Supervisores de Soldagem

Modonesi, Paulo J. Descontinuidades e inspeção em juntas soldadas. Universidade Federal de Minas Gerais.

Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Belo Horizonte, 2001. (apostila).

.Técnica operatória da soldagem SWAW. (apostila) Universidade Federal de Minas Gerais.

Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Belo Horizonte, 2001. (apostila).

.Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem. Universidade Federal de Minas

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QUITES, A. Segurança na soldagem e corte a quente em Introdução a soldagem a arco voltaico; São Paulo:

Soldasoft ; 2003.

SCOTT, A. Corte de metais a arco e a oxigênio. São Paulo: Soldasoft ; 2003

WAINER, E.; BRANDI, S. D.; MELO, F.D.H. Soldagem: Processos e Metalurgia, 1ª Edição ;São Paulo: Edgar

Blucher; 2000 – p. 201 a 215

Sites consultados

ESAB. Regras de segurança na soldagem. (documento).

consulta no site www.esab.com.br

Norton-Abrasivos. Segurança no uso de discos de corte e discos de desbaste. (informativo técnico) consulta no

site: www.norton-abrasivos.com.br

BIBLIOGRAFIA

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