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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTESECRETARIA DE EXTRATIVISMO E DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Departamento de Zoneamento Territorial / Gerência CosteiraEsplanada dos Ministérios, Bloco "B" 9º andar – sala 950 - Brasília/DF
TEL.: (061) 2028-1364 - FAX (061) 2028-1481
“ Lixo Marinho ”
Contribuições para IV Conferência Nacional de Meio Ambiente
Subsídios para o Texto Base
Gerência Costeira
Conceito:
Lixo Marinho: qualquer tipo de resíduo sólido, excluídos os orgânicos, produzido pelo homem gerado em
terra ou no mar que, intencionalmente ou não, tenha sido introduzido no ambiente marinho; incluindo o
transporte destes materiais por meio de rios, drenagens, sistemas de esgoto ou vento..
Introdução/contextualização
Uma das principais consequências dos modelos e padrões de produção e consumo adotados pela
sociedade atual é a geração de resíduos, um grande problema ambiental que vem exigindo cada vez mais
atenção para a busca de soluções adequadas, que são em grande parte ainda desconhecidas, sobretudo,
no que diz respeito à poluição marinha.
1
Poluição Marinha
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar – CNUMAD, assinada em dezembro de 1982, em Montego Bay na Jamaica, define em seu artigo primeiro Poluição Marinha como sendo a introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substâncias ou de energia no meio marinho, incluindo os estuários, sempre que a mesma provoque
ou possa vir a provocar efeitos nocivos, tais como:Danos aos recursos vivos e à vida marinha;
Riscos à saúde do homem;Entrave às atividades marítimas (incluindo a pesca e outras utilizações legítimas do mar);
Alteração da qualidade da água do mar (no que diz respeito à sua utilização);Deteriorização dos locais de recreio.
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A poluição marinha causada por resíduos sólidos é um crescente problema, de escala global e que
gera impactos intergeracionais. Apesar de décadas de esforços para prevenir e reduzir o lixo marinho em
muitos países, há evidências de que o problema é persistente e continua a crescer – na medida em que as
populações e os padrões de consumo continuam a aumentar. Estudos apontam que cerca de 14 bilhões de
toneladas de lixo são jogados (intencionalmente ou não) nos oceanos todos os anos. Estes resíduos
possuem grande capacidade de dispersão por ondas, correntes e ventos, podendo ser encontrados até
mesmo no meio dos oceanos e em áreas bastante remotas. Entretanto, nas zonas costeiras onde as
atividades humanas estão concentradas o problema torna-se mais aparente. O Brasil, um país que possui
mais de 8.500 km de costa, 395 municípios distribuídos em 17 estados costeiros e aproximadamente 25%
da população residente na zona costeira não tem como escapar deste crescente problema.
O desafio de lidar com esta questão, que não é apenas ambiental, mas também econômica, estética
e de saúde pública, torna-se bastante complexo na medida em que exige o envolvimento de diferentes
segmentos da sociedade. Envolvimento este que é fundamental quando consideramos que todos os tipos
de resíduos, conforme classificados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos1, podem vir a se tonar lixo
marinho.
Lixo flutuante na Baía de Guanabara. Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/2007/02/06/ult4343u20.jhtm
Children in Manila Bay, Philippines, collecting litter in the harbour area© UNEP & Hartmut Schwartzbach
.
1 Lei N° 12.305/2010 – Art. 13. Para os artigos desta Lei, os resíduos sólidos tem a seguinte classificação quanto à origem: a) resíduos domiciliares; b) resíduos de limpeza urbana; c) resíduos sólidos urbanos; d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico; f) resíduos industriais; g) resíduos de serviços de saúde; h) resíduos da construção civil; i) resíduos agrossilvopastoris; j) resíduos de serviços de transporte; k) resíduos de mineração.
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Durante a Rio+20, o Lixo Marinho foi o tema mais votado na Plataforma Virtual de Oceanos dos Diálogos
para o Desenvolvimento Sustentável, com 60 mil votos. A complexidade do problema, internacionalmente
reconhecida, foi ratificada ainda no trecho Oceanos e Mares do documento final da conferência “O futuro
que queremos”:
“163. Registramos com preocupação que a saúde dos oceanos e a biodiversidade marinha são
negativamente afetadas pela poluição marinha, incluindo detritos marinhos, especialmente plástico,
poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e compostos de nitrogênio, de um número de fontes
marinhas e terrestres, incluindo transporte marinho e descargas. Nos comprometemos a agir para reduzir
da incidência e impacto destes poluentes no ecossistema marinho, inclusive por meio da implementação
efetiva das convenções relevantes adotadas no arcabouço da Organização Marítima Internacional (IMO), e
seguindo as iniciativas relevantes como o Programa Global de Ação para a Proteção do Meio Ambiente
Marinho de Atividades Baseadas no Continente, bem como a adoção de estratégias coordenadas para este
fim. Comprometemo-nos ainda a agir para, em 2025, baseados em dados científicos coletados, atingir uma
significativa redução dos detritos marinhos para prevenir danos aos ambientes marinhos e costeiros.”
Suas origens difusas e variadas, associadas ao fato que uma vez no mar sua retirada e destinação
adequadas tornam-se muito mais complicadas do que em terra, são características que fazem do lixo
marinho um problema muito mais amplo e complexo e que, necessariamente, passa pela gestão de
resíduos sólidos numa perspectiva integrada. Outros aspectos críticos associados à esta questão são
ainda: a falta de conhecimento técnico-científico sobre o assunto, atribuída principalmente à
ausência/ineficiência de sistemas de monitoramento integrado que permitam realizar análises quali-
quantitativa do problema; a dificuldade de elaboração e implementação de políticas públicas e regulações
específicas para este tipo de resíduo, que possui uma característica transversal; e a necessidade de
mudança de padrões culturais associados à sociedade de consumo na qual estamos inseridos e que,
durante muito tempo, considerou os mares e oceanos como sumidouros inesgotáveis.
Apesar do conhecimento científico, das mudanças de comportamento dos usuários e do
desenvolvimento tecnológico serem fundamentais, a gestão desse problema ambiental é um tema também
associado a elementos motivadores e às estruturas de governança para a tomada de decisão, em níveis
micro, meso e macro.
Marcos Internacionais e Nacionais
Algumas convenções e acordos internacionais abordam, de alguma forma, a questão do lixo marinho,
dentre os quais destacam-se:
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• Convenção de Londres
• IMO-MARPOL 73/78 Anexo V (Resíduos de embarcações)
• Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
• Convenção de Basileia
• Agenda 21 e do Plano de Implementação de Joanesburgo
• CDB - Convenção da Diversidade Biológica, com o Mandato de Jacarta sobre Biodiversidade
Costeira e Marinha
• CMS - Convenção sobre Espécies Migratórias
• GPA - Programa de Ação Global para a Proteção do Ambiente Marinho Frente às Atividades
Baseadas em Terra
• FAO - Código de Conduta para a Pesca Responsável (petrechos de pesca abandonados / perdidos)
Desde 1995, quando foi adotado pela comunidade internacional, o Brasil está envolvido com o
"Programa de Ação Global para a Proteção do Meio Marinho Frente às Atividades Baseadas em Terra (GPA)",
que está orientado a facilitar o cumprimento das obrigações dos Estados para preservar e proteger o ambiente
marinho e foi desenhado para apoiar os Estados a tomar ações. É a única iniciativa global que foca diretamente
a conectividade entre os ambientes terrestres, costeiros e marinhos. São cinco os objetivos principais do GPA:
1) identificar a origem e os impactos das fontes de poluição marinha desde a superfície terrestre; 2) identificar
problemas prioritários para realizar ações; 3) estabelecer objetivos gerenciais para os problemas prioritários; 4)
Identificar, avaliar e selecionar estratégias e medidas para atingir os objetivos; e 5) avaliar os impactos destas
estratégias.
Em âmbito federal, além da Política Nacional de Resíduos Sólidos, estão em vigor leis, decretos e
resoluções CONAMA que também abordam, direta ou indiretamente, a questão. Como, por exemplo, a Lei
9.966/2000 que dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização de resíduos de embarcações,
regulamentada pelo decreto 4.136/2002 , e ainda o Decreto 5.300/2004 que institui o Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro – PNGC que dispõe sobre regras de uso e ocupação da zona costeira e estabelece
critérios de gestão da orla marítima.
Entretanto, apesar do avanços alcançados, podemos dizer que este assunto, relativamente novo no
âmbito das políticas públicas nacionais, ainda possui um longo caminho a percorrer e muito o que
amadurecer até que consigamos lidar com esta questão de uma forma integrada.
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A CONFERÊNCIA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE E O “LIXO MARINHO”
A IV Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA) que será realizada entre os dias 24 e 27 de
outubro de 2013 abordará a temática Resíduos Sólidos, organizada em três eixos: Geração de
Emprego e Renda, Redução de Impactos Ambientais e Produção e Consumo Sustentável. Dentro
do eixo Redução de Impactos Ambientais, a temática do lixo marinho será abordada.
Eixo temático II – Redução dos Impactos Ambientais
Apesar da problemática existir e ser reconhecida por grupos de pesquisa nacionais e internacionais
como sendo crescente e bastante crítica, a gestão deste tipo de resíduos ainda está longe de ser
equacionada. Um dos principais agravantes é o fato de que a maior parte (aproximadamente 70%) do lixo
marinho é oriunda de fontes terrestres, ou seja, os resíduos descartados indevidamente no continente
podem ter como destino final o mar.
Entre os principais tipos de resíduos encontrados no mar incluem-se os plásticos, metais, vidros,
resíduos de pesca e de embarcações, materiais de construção, poliestireno, borracha, corda, têxteis,
madeira e materiais perigosos, tais como resíduos hospitalares e nucleares, entre outros. Como principais
fontes destacam-se:
Principais fontes de resíduos gerados no continente
Principais fontes de resíduos gerados no mar
• Aterros localizados em regiões costeiras• Transporte (em terra ou em vias navegáveis)• Descarga de águas pluviais • Descarga de esgoto • Escoamentos via corpos d´água em geral• Sistemas de gestão de resíduos ineficientes• Industrias • Atividades agrícolas• Atividades portuárias • Turismo• Eventos naturais
• Navios mercantes, balsas e cruzeiros• Embarcações de pesca (industrial e
artesanal)• Embarcações de lazer• Estruturas de exploração e produção de
petróleo e gás off-shore• Instalações de aquicultura• Eventos naturais
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Devido à sua alta capacidade de dispersão, o lixo marinho tem sido encontrado até mesmo nos locais mais
remotos do mundo. Entretanto, é nas águas costeiras e de baixas latitudes, onde as atividades humanas
estão concentradas, que podemos perceber os maiores danos causados pelos impactos de natureza
estética, econômica, ambiental e também social.
Impactos
Os impactos estéticos afetam diretamente o turismo em regiões costeiras, que dependem em
grande parte da qualidade cênica de suas praias. Custos com limpezas, danos a embarcações, morte de
organismos de interesse comercial e aumento do esforço de pesca (considerando que os plásticos também
constituem peso no momento do recolhimento das redes) são alguns exemplos associados aos impactos
econômicos.
Entretanto, além destes impactos mais facilmente mensuráveis, os resíduos representam
principalmente um sério risco aos organismos marinhos. Os impactos diretos nas espécies marinhas são
primariamente mecânicos, seja através do enredamento ou ingestão. No caso do enredamento, animais são
fisicamente aprisionados em linhas ou rede de pescas abandonadas (redes fantasmas) ou
sacos/fragmentos plásticos flutuantes e, uma vez enredado, o animal pode ter seu padrão de
comportamento alterado, o que dificulta e pode até impedir sua sobrevivência no ambiente.
A ingestão de fragmentos ou esférulas plásticas (pellets) também é bastante comum em aves
marinhas, que assim como tartarugas, peixes e alguns mamíferos marinhos têm dificuldade em distinguir
alguns tipos de materiais sintéticos de seu alimento natural. Esta ingestão pode, além de provocar
obstrução do aparelho digestivo e liberar compostos tóxicos, levar os organismos à morte por inanição em
função de uma falsa sensação de saciedade.
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Greenpeace©/Carè©/Marine Photobank
O lixo marinho também pode danificar diretamente, por meio de quebra ou sufocamento, habitats e
ecossistemas naturais como os recifes de corais e manguezais, que são essenciais para a sobrevivência de
diversas espécies. Outros mecanismos de impacto que têm sido investigados recentemente referem-se ao
papel do material flutuante como agente de dispersão de organismos marinhos, levando à introdução de
espécies exóticas indesejáveis e muitas vezes responsáveis por desequilíbrios ecológicos.
©Still Pictures Carcaça de Albatroz Fonte:GaryStrokes
Sea Lion with can stuck to its mouth
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Alex Marttunen foi finalista da categoria Sub-16.
Intitulada 'Lar, Doce Lar', a foto mostra um caranguejo usando o
gargalo de uma garrafa em vez de uma concha.
Crédito: Alex Marttunen/EPOTY.ORG/SPECIALISTSTOCK/BARCROFT MEDIA
Marcovaldi’s photo of sea turtles caught in an
abandoned fishing net won the grand prize of
the Ocean in Focus Conservation Photo Contest.
Projeto Tamar Brazil/Marine Photobank
Resinas termoplásticas (pellets): grânulos plásticos produzidos na indústria petroquímica que são o insumo básico para produção de
plásticos em geral. Fonte: Revista Ciência Hoje.
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São crescentes também os estudos que apontam o papel dos plásticos e, principalmente,
microplásticos como vetores de contaminação química, tendo em vista que estes podem ser um importante
meio de transporte e/ou fonte de contaminantes químicos. Compostos hidrofóbicos, incluindo PCBs e
DDT, adsorvem-se na superfície externa de grânulos e fibras plásticas, que sendo ingeridas podem gerar
sérios riscos à saúde de diversas espécies, e toda a sua cadeia alimentar, até mesmo aos humanos.
Estes compostos podem gerar alterações hormonais, que interferem, por exemplo, na capacidade de
incubação de algumas espécies de aves marinhas por fragilidades nas cascas de seus ovos, ou ainda estar
associados ao desenvolvimento de células cancerígenas nos seres humanos.
Considerando uma visão ampla, conectada e sistêmica deste problema, a gestão integrada, por
meio do engajamento de diferentes públicos envolvidos com esta questão, pode ser uma solução de longo
prazo bastante eficiente se coordenada com processos de formação de agenda e implementação de
políticas públicas que considerem a questão dos resíduos sólidos em ambientes marinhos e costeiros como
relevantes e/ou prioritárias. Assim, além do aprofundamento de estudos para dimensionar e monitorar
adequadamente o cenário atual de distribuição de resíduos sólidos na costa brasileira, a condução de um
processo transparente e participativo para o estabelecimento de diretrizes que orientem medidas concretas
visando a redução do problema é fundamental para lidar, de fato, com sua complexidade . É essencial
também considerar que mudanças nas formas de produção e consumo de materiais passam
necessariamente pelo questionamento de um modelo de educação voltado para o consumo e para
competição que ainda norteia a educação formal e informal no Brasil. Neste sentido, se queremos alcançar
mudanças efetivas nas lógicas e padrões produtivos, precisamos considerar a necessidade de uma
mudança de modelo mental que passe a inserir a perspectiva da sustentabilidade como, de fato,
norteadora.
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Oceanos de Plástico
De acordo com relatório da PlasticsEurope, a produção de plástico chegou à aproximadamente 270
milhões de toneladas no ano de 2010. Mesmo se apenas uma porção muito pequena desse total fosse
perdida para o mar, em termos absolutos, representaria valores bastante significativos podendo equivaler a
bilhões de partículas das mais variadas formas e tamanhos.
Há décadas os ambientalistas apontam que os materiais plásticos descartados no mar representam uma
das maiores ameaças ao meio ambiente. Estudos indicam que cerca de 90% do lixo nos oceanos é
composto por plásticos. Devido à baixa taxa de degradação e a alta capacidade de dispersão por ventos e
correntes, o plástico permanece no ecossistema marinho por longos períodos, evidenciando um grande
volume de lixo que vem se acumulando nas zonas costeiras e até mesmo nos giros e vórtices oceânicos,
causando entre outros impactos, danos à saúde e segurança humana, danos à economia e potencial
cênico de municípios costeiros, além dos impactos na biota marinha.
Microplásticos: Um problema maior ainda!!!
São partículas menores que 5 mm identificadas em oceanos de todo o mundo e que podem ser ingeridas
por diversas espécies marinhas.
De onde vem? O microplástico pode vir de resíduos/perda de industrias produtoras, transformadoras ou
distribuidoras de plástico (pré-consumo), na forma de resinas plásticas (pellets); por jateamentos;
partículas esfoliantes de produtos de beleza; ou ainda pela fragmentação de plásticos maiores.
Plásticos e Poluentes
Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), como DDT e PCBs oriundos de agrotóxicos, estão presentes
na água do mar e são extremamente nocivos à saúde, principalmente por alguns tipos serem considerados
carcinógenos humanos.
Pesquisas indicam que plásticos tem capacidade de adsorver e transportar estes compostos.
Animais ingerem plásticos!!!
Em todo o mundo, diversos estudos vêm sendo realizados para compreender os efeitos dessa acumulação
na cadeia alimentar e seus efeitos nos seres humanos.
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Para saber mais:
www.globalgarbage.org
www.mastersdegree.net/blog/2012/oceans-of-garbage/
http://www.gpa.unep.org
http://marinedebris.noaa.gov/
http://water.epa.gov/type/oceb/marinedebris/
http://www.5imdc.org/
Imagens: http://www.unep.org/regionalseas/marinelitter/publications/gallery/default.asp
Imagens: http://www.globalgarbage.org/blog/
Referências:
COE, J.M & ROGERS, D.B. (ed) 1997. Marine debris: sources, impacys and solutions: Springer.
DERRAIK. J.G.B. 2002. The pollution os the marine environment by plastic debris: a review. Marine
Pollution Bulletin 44, 842-852
GESAMP (2001): Protecting the Oceans from Land-based Activities. GESAMP Reports and Studies No.
71. UNEP 2001
PLASTICS EUROPE, 2012. Plastics – The facts 2012: An Analisys of European plastics production,
demand and waste data for 2011. Plastics Europe.
UNEP, 2009. Marine Litter: A Global Change. Nairob:UNEP.232p
UNEP, 2005: Marine Litter, an analytical overview.
THOMPSON, R. C., SWAN, S. H., MOORE, C. J. & VOM SAAL, F. S. 2009. Our plastic age. Phil. Trans. R.
Soc. B, 364:1973–1976.
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