Liz e Erick

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  • 7/25/2019 Liz e Erick

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    Fbula criada para o processo seletivo da SP Escola de Teatro, em 20/06/2016.

    A proposta era de criao de uma !bula " de #o m$imo %0 li#&as " sobre a '!eli(

    ami(ade) e#tre dois perso#a*e#s #o+&uma#os ue &abitavam uma !loresta.

    A se*uir, criar-amos em uma cai$a, com materiais !or#ecidos, o ce#rio o#de se

    dese#rolaria a tal !bula.

    Liz, a lagarta, acabara de tomar o caf da manh e caminhava inquieta de umlado para o outro sob o pequeno cogumelo onde morava desde que se entendia por

    gente. Inquieta, soltava no ar baforadas de um cigarro barato que pendia de sua piteira,

    presa pelos dedos magros e trmulos. De sbito estancou. Eram sem dvida os passos

    pesados de Eric, que acabava de chegar trazendo da floresta um pouco de orvalho

    sobre as asas ressequidas ! que ele no tardaria em espalhar por todo lado ao sacudir"se

    como de costume ! e a costumeira fuligem presa # sola das botinas, que ele teimava em

    espalhar pelo lugar apesar dos olhares enviesados que lhe lan$ava %iz.Ela fitou"o por alguns instantes e precipitou"se sobre ele de forma ruidosa e

    intempestiva como de h&bito.

    Eric, que havia estancado poucos passos ap's adentrar o pequeno abrigo e cruzar

    seu olhar com o de sua anfitri abriu ento todos os seus bra$os, assim como o largo e

    gordo sorriso, para receber aquele ensaiado, mas disfar$adamente aguardado abra$o,

    pouca coisa mais quente que os poucos graus daquela manh de inverno.

    Ele ento esparramou"se sobre a pequena pedra achatada como de costume,

    aguardando, no sem certa apreenso, os afagos e adula$(es que )& no eram habituais.

    *rocaram ento algumas palavras, ele a resmungar sobre o tempo e as constantes

    dores nas articula$(es ! a ltima muda mal acabara e sentia"se como que envolto por

    uma carapa$a r+gida e incrustada de toda sorte de parasitas e fungos ! e a bela, quefingia no lhe dar ouvidos, replicava seus coment&rios com men$(es a acontecimentos

    envolvendo conhecidos comuns, dos quais tinham not+cia por ouvir falar, pois de h&

    muito eram reclusos e se entretinham um com a companhia eclusiva do outro.

    -ermaneceram assim por um per+odo que pareceu alongar"se por sculos,at que

    ouviu"se o ruidoso espregui$ar"se do visitante, que sinalizava sua iminente partida.

    *rocaram ento mais uma vez cumprimentos ensaiados e despediram"se, ele )& de

    costas, mirando a sa+da, e ela )& a acender nervosamente outro cigarro.