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C C o o l l ó ó q q u u i i o o I I n n t t e e r r n n a a c c i i o o n n a a l l d d e e G G e e o o p p r r o o s s ó ó d d i i a a d d o o P P o o r r t t u u g g u u ê ê s s e e d d o o G G a a l l e e g g o o Universidade de Aveiro 17 a 19 de junho de 2015 L L I I V V R R O O D D E E R R E E S S U U M M O O S S

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17 a 19 de junho de 2015

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LIVRO DE RESUMOS

do

Colóquio Internacional de Geoprosódia do Português e do Galego

Universidade de Aveiro

17 a 19 de junho de 2015

Página web do evento :

http://blogs.ua.pt/linguistica/?page_id=9

Contacto :

[email protected]

Comissão organizadora:

– Lurdes de Castro Moutinho, Professora Associada, Universidade de Aveiro, Portugal

– Rosa Lídia Coimbra, Professora Auxiliar, Universidade de Aveiro, Portugal

– Elisa Fernández Rei, Prof.ª Contratada Doutora, Univ. Santiago de Compostela, Espanha

Comissão científica:

– Antonio Romano, Investigador Titular, Universidade de Turim, Itália

– Elisa Fernández Rei, Prof.ª Contratada Doutora, Univ. Santiago de Compostela, Espanha

– João Manuel Nunes Torrão, Professor Catedrático, Universidade de Aveiro, Portugal

– Lurdes de Castro Moutinho, Professora Associada, Universidade de Aveiro, Portugal

– Maria Teresa Cortez, Professora Associada, Universidade de Aveiro, Portugal

– Michel Contini, Professeur Emérite da Universidade de Stendhal – Grenoble, França

– Otília Pires Martins, Professora Associada com Agregação, Univ. Aveiro, Portugal

– Regina Célia Fernandes Cruz, Professora Associada III, Univ. Federal do Pará, Brasil

– Rosa Lídia Coimbra, Professora Auxiliar, Universidade de Aveiro, Portugal

– Rosa María Crujeiras Casais, Prof.ª Contratada Dr.ª, Univ. Santiago Compostela, Espanha

– Sandra Madureira, Professora Titular, Pontifícia Univ. Católica de São Paulo, Brasil

Apoios :

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Nos dias 17, 18 e 19 de junho de 2015, realiza-se, no Departamento de Línguas e Culturas da

Universidade de Aveiro, o Colóquio Internacional de Geoprosódia do Português e do Galego.

Este congresso pretende reforçar, divulgar e dar continuidade a investigações no domínio da

geoprosódia das línguas românicas, nomeadamente das variedades do galego e do português

continental, insular e do Brasil.

O Colóquio tem como objetivo a partilha de investigação no domínio da fonética

experimental aplicada ao estudo da variação prosódica, da análise contrastiva entre as

variedades românicas e da sua cartografia. Embora, neste caso, o foco seja o diassistema

linguístico português e galego, os estudos a apresentar ao Colóquio são também de fulcral

importância para o estudo da prosódia no restante domínio linguístico românico.

O evento possibilitará ainda a apresentação de abordagens de tipo quantitativo e também do

ponto de vista percetivo, já experimentadas parcialmente nas duas variedades em foco. O

programa inclui conferências principais, comunicações livres, pósteres, um workshop e uma

sessão de temáticas convergentes.

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Programa ------------------------------------------------------------------------------ 5

Resumos

1.º dia ------------------------------------------------------------------------------ 9

2.º dia ------------------------------------------------------------------------------ 20

Workshop ------------------------------------------------------------------------------ 30

3.º dia ------------------------------------------------------------------------------ 34

Postéres ------------------------------------------------------------------------------ 44

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1.º dia – Quarta-feira, 17/06/2015

09h00 Receção e entrega de documentação

09h15 Sessão de abertura

09h45 10h30

Sessão de conferências inaugurais (Parte I): - Analyse contrastive de la prosodie dans les langues romanes: un bilan de l’Atlas Multimédia Prosodique de l’Espace Roman et son élargissement à de nouvelles approches possibles Michel Contini (Universidade Stendhal, Grenoble)

10h30 11h00

Pausa

11h00 11h45

Sessão de conferências inaugurais (Parte II) - Pluralité de langues, de données, d'approches pour un modèle général de la mélodie des parlers romans Antonio Romano (Universidade de Turim)

11h45 12h15

- A variação prosódica dialetal do português falado em Baião (PA): uma análise dos enunciados declarativos e interrogativos totais do corpus AMPER-POR Rosinele Lemos e Lemos, Regina Cruz (Universidade Federal do Pará)

12h15 12h45

- Apagamentos e reduções vocálicas como pistas da variação prosódica na fala dos catarinenses Vanessa Gonzaga Nunes (Universidade Federal do Sergipe)

12h45 14h30

Pausa

14h30 15h00

- Estudo da variação prosódica no dialeto capixaba no âmbito do projeto AMPER-POR Alexsandro Meireles, Viviany de Paula Gambarini (Universidade Federal de Espírito Santo)

15h00 15h30

- Acerca da Prosódia nas Ilhas Madeirenses Helena Rebelo (Universidade da Madeira)

15h30 16h00

- Prosódia e variação estilística Sandra Madureira, Mario Augusto de Souza Fontes e Beatriz Coelho Fonseca (Laboratório Integrado de Análise Acústica e Cognição; Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)

16h00 16h30

Pausa

16h30 17h00

- Os estudos de dialectometría na xeolingüística actual Francisco Dubert, Xulio Sousa (ILG, Universidade de Santiago de Compostela)

17h00-18h00

Conferência - De palavras e números. Estatística e prosódia Rosa Maria Crujeiras (Departamento de Estatística e Investigación Operativa – Universidade de Santiago de Compostela)

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2.º dia – Quinta-feira, 18/06/2015

09h30 10h30

Conferência - Acento vs Entoação no Português Falado no Norte do Brasil Regina Cruz (Universidade Federal do Pará)

10h30 11h00

Pausa

11h00 11h30

- Validación de Calcu-Dista como herramienta para el análisis prosódico dialectométrico a partir de diferentes muestras de español Ana Ma. Planas, Josefa Dorta, Paolo Roseano, Chaxiraxi Díaz, Wendy Elvira-García, José Antonio Martín Gómez, Eugenio Celdrán (Universidade de Barcelona e Universidade de La Laguna)

12h00 12h30

- Variação prosódica de sentenças declarativas e interrogativas na fala de descendentes de imigrantes italianos de Santa Teresa, ES Priscilla Gevigi de Andrade Majoni, Edenize Ponzo Peres, Alexsandro Rodrigues Meireles (Universidade Federal do Espírito Santo)

12h30 13h00

- Factores sociolingüísticos e xeoprosodia galega Elisa Fernández Rei (Instituto da Língua Galega, Universidade de Santiago de Compostela)

13h00 14h30

Intervalo para almoço

14h30 15h00

- A interferência linguística em prosódia: um estudo de caso Alberto Gómez Bautista, Rosa Lídia Coimbra, Lurdes de Castro Moutinho (Centro de Línguas, Literaturas e Culturas, Universidade de Aveiro)

15h00 15h30

- Variação prosódico-entoacional em falares regionais do sul (catarinense) e do nordeste (sergipano) do Brasil Vanessa Gonzaga Nunes (Universidade Federal do Sergipe), Izabel Christine Seara (Universidade Federal de Santa Catarina)

15h30 16h00

- Análise Acústica do papel de F0 na discriminação dos enunciados declarativos e interrogativos falados em Mocajuba (PA) Sebastiana Costa, Regina Cruz (Universidade Federal do Pará)

16h00 17h00

Pausa e Sessão de pósteres (ver abaixo)

17h00 18h30

Workshop Tecnoloxías e ferramentas para o estudo da xeoprosodia: unha nova ferramenta interactiva para desenvolvemento de tests: FOLERPA - Elisa Fernández Rei, Alba Aguete Cajiao, César Osorio Peláez (Instituto da Língua Galega, Universidade de Santiago de Compostela)

Ferramentas de etiquetaxe de corpora orais - Paula López Otero Laura Docío Fernández, Marta Martínez Maquieira, Rocío Varela Fernández (Universidade de Vigo)

Scripts en R para a análise dialectométrica - Adela Martínez Calvo (Instituto da Língua Galega, Universidade de Santiago de Compostela)

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3.º dia – 6ª feira, 19/06/2015

1 - Sessão de temáticas convergentes 2 - Conferência de encerramento

09h30 10h00

- AMPER-ITA et la variation dialectale de l’intonation en Italie Valentina De Iacovo (Universidade de Génova), Antonio Romano (LFSAG – Uniniversidade

de Turim)

10h00 10h30

- A relação entre acento secundário e epêntese vocálica no português do sul do Brasil Tatiana Keller (Universidade Federal de Santa Maria)

10h30 11h00

- Habla no formal en zonas bilingües catalán-castellano Lourdes Romera, Josefina Carrera-Sabaté, Ana M. Planas, Paolo Roseano, Wendy García-Elvira, Eugenio Celdrán (Universidade de Barcelona)

11h00 11h30

Pausa

11h30 12h00

A F0 intrínseca como parâmetro acústico de identidade das variantes das vogais médias pretónicas do Português Falado na Amazónia Paraense Gisele Souza, Mara Sueny Reis, Marlucia Lopes, Regina Cruz (Universidade Federal do Pará)

12h30 13h00

- O estudo da prosódia do Português Arcaico a partir das cantigas religiosas e profanas remanescentes Tauanne Amaral, Gladis Massini-Cagliari (Universidade Estatual de São Paulo, Araraquara), João Veloso (Universidade do Porto)

13h00 14h30

Intervalo para almoço

14h30 15h00

- Estudio dialectométrico de las enunciativas y las interrogativas absolutas neutras del catalán en el marco del Atlas Multimedia de Prosodia del Espacio Románico Ana Ma.Planas, Paolo Roseano, Wendy Elvira-García, Eugenio Celdrán, Lourdes Romera, Josefina Carrera-Sabaté, Ramon Massó, Sabela Barrero, Dorota Syerikow (Universidade de Barcelona)

Conferência de encerramento

15h00 16h00

- Entoação e variação: a multiplicidade de formas e sentidos Sandra Madureira (Laboratório Integrado de Análise Acústica e Cognição; Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)

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Sessão de pósteres:

1 – Estudos da variação prosódica em Minas Gerais por meio do projeto

AMPER-POR

Leandra Batista Antunes, Leandro da Silva Moura (Universidade Federal de

Ouro Preto, AMPER-POR de Minas Gerais)

2 – Prosódia dos enunciados interrogativos e assertivos nas variantes do Rio

de Janeiro

Maristela da Silva Pinto (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Diana

Pereira Guimarães, Carolina Fernandes, Aline Gabriel (Universidade Federal do

Rio de Janeiro)

3– Pistas prosódicas no detalhe fonético: movimento intrassilábico e

intersilábico na variante chapecoense (SC)

Cristiane Gonçalves Uliano (Universidade Federal de Santa Catarina), Vanessa

Gonzaga Nunes (Universidade Federal do Sergipe), Izabel Christine Seara

(Universidade Federal de Santa Catarina)

4 – Proposta para o estudo da variação prosódica em mirandês

contemporâneo

Alberto Gómez Bautista, Rosa Lídia Coimbra, Lurdes de Castro Moutinho

(Centro de Línguas Literaturas e Culturas, Universidade de Aveiro)

5 – Percepções de um dialeto brasileiro: o falar de Curitiba, no Paraná Denise Cristina Kluge, Pollianna Milan (Universidade Federal do Paraná)

6 – Prosódia comparativa dos enunciados interrogativos e assertivos nas

variantes do Rio de Janeiro Fortaleza e Salvador

Leticia Rebollo, Luma Miranda, Carolina Gomes (Univ. Fed. do Rio de Janeiro)

7 – Para a construção de um atlas prosódico de Portugal e da Galiza. Uma

ideia com futuro

Lurdes Moutinho, Rosa Lídia Coimbra (Centro de Línguas Literaturas e

Culturas, Universidade de Aveiro), Elisa Fernández Rei (Instituto de Língua

Galega, Universidade de Santiago de Compostela)

8 – Projeto AMPER-POR: ampliação das frases do corpus

Leydiane Lima, Regina Cruz (Universidade Federal do Pará)

9 – Entoação, variação e contrastes

Alice Rodrigues Crochiquia e Sandra Madureira (Laboratório Integrado de

Análise Acústica e Cognição; Programa de Estudos Pós-Graduados em

Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem; Pontifícia Universidade Católica

de São Paulo)

10 – Sul de Portugal continental e Açores. Distância geográfica também

distância prosódica?

Rosa Lídia Coimbra, Lurdes de Castro Moutinho (Centro de Línguas Literaturas

e Culturas, Universidade de Aveiro), Maria Clara Rolão Bernardes

(Universidade dos Açores)

11 – Questões prosódicas do dialeto curitibano: uma proposta de notação

autossegmental métrica aliada à taxa de inclinação na região nuclear Pollianna Milan, Denise Cristina Kluge (Universidade Federal do Paraná)

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Conferência inaugural - I

Analyse contrastive de l’intonation dans les variétés romanes : un bilan de l’Atlas prosodique de

l’Espace Roman et son élargissement à de nouvelles approches possibles

Michel Contini - Université de Grenoble/Alpes (França)

L’exposé fait un bilan du projet AMPER né officiellement en 2001 à l’initiative du Centre de

Dialectologie de Grenoble : conçu par des dialectologues-phonéticiens, AMPER allait hériter de leur

expérience dans des entreprises géolinguistiques. Une grande partie de son approche méthodologique

répond ainsi aux exigences formulées par les recherches dialectales et, notamment, le mise au point

d’un questionnaire de base commun, l’adoption d’une même stratégie d’enquête, d’une même

procédure d’analyse instrumentale multiparamétrique et de modélisation, de mêmes tests de

perception. Conditions toutes incontournables en vue d’une analyse comparative de l’intonation

étendue, pour la première fois, à toute une famille linguistique, que les nombreuses études réalisées

avec des approches méthodologique les plus diverses, au moment du lancement du projet, rendaient

irréalisable. Le bilan actuel du chantier est sans doute positif. Des enquêtes ont été réalisées dans

nombreux points d’enquêtes répartis, irrégulièrement, sur tout les domaines linguistiques et elles

constituent la BD actuelle du projet auquel ont été consacrés des colloques nationaux et

internationaux, des centaines de publications, certains aspects de sa démarche méthodologique ayant

inspiré d’autres projets sur la prosodie. Des points faibles existent, malgré tout, à commencer par le

déséquilibre actuel entre les réseaux d’enquêtes des différents domaines linguistiques européens qu’il

est urgent de réduire. En revanche l’espace d’AMPER a commencé à s’étendre à l’Amérique Latine,

lusophone et hispanophone, élargissement qui nous réjouit grandement mais qui soulève, malgré tout,

des problèmes pour la coordination générale du chantier et la gestion de la BD centralisée dont l’accès

doit faire face à un certain nombre de contraintes qu’il serait peut être nécessaire de réexaminer. A ce

sujet, mérite d’être saluée l’heureuse initiative de plusieurs équipes locales de rendre accessible la BD,

vidéo et audio, relative au domaine de compétence de chacune, initiative qui mériterait d’être suivie

par l’ensemble des équipes, sans que cela remette en cause la nécessité absolue d’une BD centrale

rassemblant les données relatives à la totalité de l’espace roman. L’extension des recherches à toutes

les aires dialectales ou aux variétés régionales des langues nationales encore non enquêtées ainsi que

l’approfondissement des analyses sur la variation diatopique, demeurent les étapes prioritaires du

projet. Cette orientation s’inscrit dans la ligne tracée par la plupart des études, déjà réalisées,

consacrées à l’analyse comparée inter-locuteur, sur le plan local ou entre locuteurs appartenant à des

aires linguistiques différentes, certaines d’entre elles développant par ailleurs des analyses

quantitatives, s’inspirant des approches de la dialectométrie, pour évaluer la distance prosodique inter-

variétés. Limitées pour l’heure aux données d’aires linguistiques particulières, ces recherches

devraient être étendues à l’ensemble des domaines d’enquête contribuant à la réalisation du principal

objectif à l’origine du projet à savoir l’établissement d’une typologie des structures intonatives de

l’espace roman, parallèlement aux typologies phonétiques ou lexicales développées dans le cadre

d’autres chantiers géolinguistiques, et de l’Atlas Linguistique Roman en particulier.

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Conferência inaugural - II

Pluralité de langues, de données, d’approches pour un modèle général de la mélodie des parlers

romans

Antonio Romano - LFSAG – UniTo, Turin (Itália)

Les phénomènes prosodiques liés à la structuration intonative de la parole présentent une importante

variation dans les langues du monde.

Les méthodes pour les décrire sont souvent très différentes et dépendent d’une ou plusieurs traditions

d’analyse qui concernent une sélection de phénomènes observés tantôt d’un point de vue objectif tantôt à travers

le filtre d’une théorie plus ou moins accréditée (Hidalgo Navarro 2014). Certains auteurs se proposent,

cependant, de contourner quelques-unes de ces limitations au sein de travaux individuels ou de grands projets

internationaux (cf. Hirst & Di Cristo 1999, IviE - Grabe 2002, 2004, AMPER - Mairano 2011, IARI - Prieto et

alii 2010-2014).

Toutefois, alors que les données sonores gardent une structure prosodique et une valeur linguistique

incontestables, quelques problèmes se posent pour les travaux descriptifs de la prosodie des langues et dialectes

qui ressentent des méthodes d’annotation simplifiées ou sur des procédés de stylisation grossière et qui n’offrent

pas la possibilité de vérifier les données sonores à l’origine.

La plupart de chercheurs qui s’engagent dans l’annotation des matériaux inclus dans les archives de parole

pensent que la description phonologique ne suffit pas et préfèrent un codage phonétique sous la forme d’une

modélisation objective.

D’autre part, les méthodes didactiques de l’intonation des langues semblent encore se méfier de l’approche

instrumentale et de toute notation analytique et préfèrent exploiter des représentations sur tonogramme ou sur

portée musicale (Wells 2006, Canepari 2007) exactement comme au début des réflexions sur le rôle linguistique

de l’intonation.

Au contraire, la plupart des études sur l’intonation des dernières décennies se basent sur une vision

analytique linéaire de la prosodie et une annotation basée sur la notion de pitch accent (Ladd 1996). Cette notion

constitue un problème (Hyman 2001, van der Hulst 2011) qui est signalé depuis longtemps pour les langues à

tons (Creissels 1994). De plus, d’un pont de vue strictement phonétique, plusieurs auteurs signalent une

insuffisance de départ dans le cas de plusieurs langues (Martin 2003) surtout lorsqu’il y a des doutes dans le

nombre de niveaux à retenir (Cruttenden 2007) et dans la définition des positions affectées par un accent

(Hyman 2009). L’intonation est en effet un phénomène qui concerne les énoncés et le discours ; la perception de

ce fait prosodique – qui est plutôt global – semble encrée à des positions qui ne sont pas toujours proéminentes.

De plus, dans certaines langues, la modulation de ce fait fonctionne avec des modalités de contrôle qui sont

indépendantes de la réalisation des accents (Fujisaki & Hirose 1982). Malgré cela, la pression exercée par les

modèles linéaires est tellement forte que, même dans une définiton encyclopédique d’intonation, De Dominicis

(2010) a été mené à négliger la question de son étude en termes superpositionnels.

Quant à la variation, si aujourd’hui nous commençons à disposer de moyens pour son étude dans cet espace

(Martínez Celdrán & Fernández Planas 2003, Cruz et alii 2012, Dorta 2013, Moutinho & Coimbra 2014,

Fernández Rei et aliæ 2014), les similitudes ou les différences entre les schémas qui se manifestent à des

distances considérables ont offert la possibilité d’étudier quelques universaux prosodiques et ont permis à Ohala

(1984), Vaissière (1995) et Gussenhoven (2004) de dresser des cadres de référence.

Certaines tentatives de typologisation trop radicales ont toutefois réduit voire annulé des traits de

différentiation pourtant robustes et disponibles aux linguistes et parfois même aux auditeurs naïfs (v. Hyman

2009). D’autre part, encore de nos jours la plupart des recherches touchent occasionnellement le thème de la

variation dans son sens le plus général (Yaeger-Dror 2002). Lorsqu’elles ont affaire à un grand nombre de

variétés de la même langue, l’étude des phénomènes locaux qu’elles jugent phonologiquement saillants se

déroule avec des procédures de comparaison qui ne sont pas en mesure de mettre en relief les macrostructures

prosodiques les plus caractéristiques de chaque dialecte (dans le sens défini par O’Connor & Arnold 1961 pour

l’anglais ou Delattre 1966 pour le français) ni de procéder à une typologisation fiable comme celle qui est

proposée par Goedemans et alii (1994) et van der Hulst et alii (2010) pour les schémas accentuels.

S’il est vrai, donc, que la structure locale des mouvements mélodiques dans un énoncé est le résultat d’une

interaction entre intonation de phrase, contraintes accentuelles et organisation de l’information et qu’elle peut

être étudiée en termes d’alignement et d’adaptation d’échelle locale, il ne nous reste qu’à comprendre quelles

sont les relations mutuelles qui s’établissent dans un ordre de construction plus étendu. Dans ce domaine, nous

devons encore définir les variables à observer et les schémas les plus communs que l’on peut décrire dans les

diverses langues. Le moment est propice pour ce saut de qualité.

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A variação prosódica dialetal do português falado em Baião (PA): uma análise entoacional de

enunciados declarativos e interrogativos totais do corpus AMPER-POR

Rosinele Lemos e Lemos (SEDUC) e Regina Cruz (CNPq) - Universidade Federal do Pará (Brasil)

Os estudos relacionados à prosódia se impulsionaram a partir de 2001, com a implantação do

projeto internacional AMPER (Atlas Multimédia Prosódico do Espaço Românico) na adoção de uma

metodologia comum para estabelecer a distinção da modalidade entoacional nas línguas românicas,

dentre elas, o português. Este trabalho divulga os resultados do estudo de (LEMOS, 2015) vinculado

ao projeto AMPER relativos à análise acústica do papel da entoação modal no português falado em

Baião (PA). Foram aplicados todos os procedimentos metodológicos determinados pela coordenação

geral do projeto AMPER-POR (Atlas Multimédia Prosódico do Português). Os dados foram tratados

em seis etapas: codificação padronizada das 6 repetições por informante; isolamento das repetições em

arquivos individuais; segmentação fonética no software PRAAT; aplicação do script amper praat para

obtenção das medidas acústicas dos segmentos vocálicos de cada repetição; seleção das 3 melhores

repetições; aplicação da interface MatLab para obtenção das médias dos parâmetros acústicos das 3

melhores repetições de cada sentença e suas modalidades. Selecionaram-se amostras de fala de dois

locutores femininos e dois masculinos nativos da localidade, com faixa etária acima de trinta anos, dos

níveis de escolaridade fundamental e médio. Analisaram-se vinte e uma sentenças do corpus AMPER-

POR contendo Sintagmas Nominais Finais Simples e Compostos, nas duas modalidades entoacionais

alvo (declarativa e interrogativa total). As análises acústicas incidiram no núcleo vocabular do

sintagma nominal final do enunciado e cada uma das sentenças selecionadas possui um tipo de acento

do português no núcleo do sintagma analisado: a) oxítono (O bisavô gosta do bisavô, O Renato gosta

do bisavô, O pássaro gosta do bisavô, O pássaro gosta do bisavô nadador, O pássaro gosta do Renato

nadador, O Renato gosta do pássaro nadador e O pássaro gosta do Renato de Salvador); b)

paroxítono (O Renato gosta do Renato, O bisavô gosta do Renato, O pássaro gosta do Renato, O

pássaro gosta do bisavô pateta, O pássaro gosta do Renato pateta, O Renato gosta do pássaro pateta

e O pássaro gosta do Renato de Veneza) e; c) proparoxítono (O pássaro gosta do pássaro, O Renato

gosta do pássaro, O bisavô gosta do pássaro, O Renato gosta do pássaro bêbado, O pássaro gosta do

Renato bêbado, O pássaro gosta do bisavô bêbado e O pássaro gosta do Renato de Mônaco). Os

parâmetros acústicos observados foram a frequência fundamental (F0), duração e a intensidade. Para

calcular as médias dos parâmetros acústicos das 3 melhores repetições de cada sentença e modalidade,

utilizaram-se os arquivos 0.TXT gerados pela interface matlab contendo as respectivas médias

calculadas para as três melhores repetições de cada modalidade. Portanto, o corpus final compreendeu

504 repetições. Foram estabelecidas escalas de pitch, o feminino ficou entre 100Hz e 500 Hz e o

masculino 90Hz e 250Hz. Os valores da F0 em Hz foram convertidos em semi tom (ST) para garantir

a comparação das amostras de indivíduos diferentes. A duração, analisada em milisegundos, e a

intensidade em decibéis. Os resultados do estudo apontam que a F0 é determinante para distinguir as

modalidades analisadas, e os dados revelam que as principais variações de F0 ocorrem nas sílabas

tônicas dos núcleos dos sintagmas nominais finais, apresentando um contorno de curva entoacional em

formato de “pinça”, com as declarativas registrando um movimento de F0 descendente a partir da

sílaba tônica e as interrogativas um movimento de F0 ascendente, confirmando os estudos precedentes

que indicam esse mesmo padrão na distinção das modalidades alvo no português.

A duração mostrou-se complementar de F0 na distinção das duas modalidades em comparação

entre os falantes masculinos. Já, a intensidade não apresentou resultados significativos na distinção das

modalidades frasais estudadas na variação prosódica do português falado em Baião (PA).

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Apagamentos e reduções vocálicas como pistas da variação prosódica na fala dos catarinenses

Vanessa Gonzaga Nunes - Universidade Federal de Sergipe (Brasil)

Estima-se que o Brasil tenha atualmente mais de 202 milhões de habitantes que estão

distribuídos pelas suas 27 unidades federativas. Toda essa população dá ao português uma grande

variedade dialetal. A frequência fundamental (F0) é um parâmetro importante para a descrição

prosódico-entonacional dessas variedades dialetais. A duração também tem revelado sua importância

para os estudos prosódico-entonacionais. Ela se reflete, por exemplo, na velocidade de fala que é

atrelada mais fortemente à caracterização de atitudes, estilo, gênero, etc., mas também tem sido

considerada para os estudos dialetais (LAVER, 1994). Meireles & Barbosa (2008) e Meireles &

Gambarini (2011) analisaram variedades regionais brasileiras consideradas lentas e rápidas e

demonstraram que a duração parece ser um parâmetro importante para a caracterização de alguns

falares. Meireles & Barbosa (2008) encontraram, para o falar de Minas e de São Paulo, a taxa de

elocução de 7,5 e 6,4 sílabas por segundo, respectivamente. Meireles & Gambarini (2011)

encontraram, para baianos e capixabas, 4,2 e 4,0 sílabas por segundo, respectivamente. O presente

trabalho visa discutir os desvozeamentos, que vão de reduções vocálicas até o aparente apagamento,

como fatores importantes para a caracterização de variedades dialetais. Utilizamos a metodologia do

Projeto AMPER, cujo input para a produção de frases se dá através de estímulo visual. Contamos com

a participação de oito informantes, dois da capital Florianópolis, dois de Lages, localizada no Planalto

Serrano, dois de Blumenau, cidade do Vale de Itajaí e dois de Chapecó, situada no oeste do estado (um

homem e uma mulher de cada ponto de enquete). Todas essas cidades são consideradas de

colonizações e de características linguísticas distintas. Realizamos a gravação do corpus, que é

composto de 66 frases declarativas e interrogativas totais com número de vogais (sílabas) variando

entre 10 e 14, repetidas três vezes, contabilizando 198 sentenças por informante. Isso multiplicado

pelo total de informantes representa 1584 frases analisadas. Os valores das taxas de elocução foram

obtidos através da relação V2V (do início de uma vogal até o começo da vogal seguinte) por segundo.

As análises demonstraram que, apesar de as declarativas serem mais susceptíveis ao desvozeamento,

existe alto índice de desvozeamento em átonas finais das interrogativas nas variedades de Blumenau e

Florianópolis. Em relação às átonas finais das paroxítonas, por exemplo, o locutor masculino de

Blumenau desvozeou quase que completamente 86,6% das suas produções. A mulher e o homem de

Florianópolis devozearam totalmente 60% e 85,18% das produções, respectivamente. Isso faz com que

as curvas melódicas desses informantes apresentem o fenômeno do truncamento, que trata do

enfraquecimento da vibração de pregas e a consequente ausência de periodicidade do sinal acústico, o

que não ocorre com lageanos e chapecoenses. Os locutores da cidade de Florianópolis, por exemplo,

realizam desvozeamentos em vários graus, com sobreposição total ou parcial de segmentos que

findam por influenciar na taxa de elocução que é identificada pelos falantes da variedade.

Florianópolis apresentou uma taxa de elocução 8,35 sílabas por segundo, a mais alta das variedades

dialetais catarinenses aqui estudadas. Isso reflete em uma maior velocidade de fala, que é reconhecida

nacionalmente como característica da variedade florianopolitana.

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Estudo da variação prosódica no dialeto capixaba no âmbito do projeto AMPER-POR

Alexsandro Meireles, Viviany de Paula Gambarini - Universidade Federal de Espírito Santo (Brasil)

Este trabalho diz respeito à análise fonético-acústica da prosódia no dialeto capixaba, através

da metodologia do projeto AMPER (Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico). Foram

gravados dois informantes, um do sexo feminino e um do sexo masculino, nascidos e criados em

Vitória-ES, ambos com 14 anos e estudantes do ensino fundamental. O corpus é constituído por 33

frases declarativas e 33 frases interrogativas, gravadas a partir de estímulo visual. A identificação e

análise dos pontos relevantes deste trabalho foram obtidas através de gráficos com as curvas de ƒ0.

Nos gráficos analisados, a fala masculina diferiu da fala feminina. Isso é reforçado ainda mais quando

nota-se que de fato existe um padrão seguido por cada um dos falantes em cada modalidade de frase,

tal como nos diferentes padrões acentuais e entonacionais.

Observou-se, durante as análises, a importância da acentuação no que concerne ao padrão da

curva melódica de ƒ0. Uma frase ter o final em oxítona, paroxítona ou proparoxítona só modifica os

movimentos ascendentes ou descendentes entre esses três acentos, mas mantém um padrão em todas

as outras frases com mesmo acento final. A entonação do acento, portanto, levou a informações

capazes de distinguir a fala de cada um dos falantes, uma vez que mudado o acento, mudou-se o

padrão prosódico, mas manteve-se o padrão da curva de ƒ0. Além do acento, as frases interrogativas

também auxiliaram na percepção das diferenças, pois, ao contrário das declarativas, que mantinham

um padrão semelhante entre os falantes, as curvas das interrogativas distinguiam-se entre si.

A partir do que foi examinado e discutido neste trabalho, apontamos como fatores relevantes

para a diferenciação prosódica no dialeto capixaba: a modalidade frasal, tal como sua entonação, a

acentuação e também o sexo do informante. Em trabalhos posteriores, aumentaremos o número de

falantes a fim de se observar se o sexo é realmente determinante nos resultados de distinção dos

dialetos ou se na verdade as diferenças variam de pessoa para pessoa (independentemente de sexo).

Será feito ainda, um trabalho comparando o que foi analisado do dialeto capixaba com o dialeto de

outras regiões, a fim de se observarem as diferenças diatópicas.

É importante salientar que neste trabalho foram usados apenas os gráficos das curvas de ƒ0

para que se pudessem fazer as análises das frases. As análises automáticas na metodologia do

AMPER, porém, fornecem gráficos de duração e de intensidade, que serão analisados posteriormente.

Espera-se, pois, que este trabalho incentive trabalhos sobre variação prosódica dos dialetos do

português brasileiro no âmbito do Projeto AMPER ou de outras metodologias.

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Acerca da Prosódia nas Ilhas Madeirenses

Helena Rebelo - Universidade da Madeira (Portugal)

No Arquipélago da Madeira, é frequente dizer-se que é bastante fácil reconhecer a origem

geográfica precisa do ilhéu pelo modo de falar. As marcas linguísticas seriam o critério identificador.

Incluem-se nas justificações tanto razões lexicais, como de pronúncia, mas sobressaem, na

argumentação intuitiva do falante comum, sobretudo, as implicadas na melodia discursiva. Quando se

trata de enunciar essas marcas, deixa de ser assim tão evidente o exercício de identificação da

localização geográfica do ilhéu. Surgem, então, para certas localidades dos vários concelhos das ilhas,

não raras vezes, a qualificação de “cantante” associada a uma determinada proveniência. Também há

quem considere que, em alguns pontos, os falantes prolongam as sílabas finais ou falam mais rápido

ou mais devagar. Se, ainda no arquipélago madeirense, se pretender diferenciar, prosodicamente

falando, quer numa ilha, quer na outra, os madeirenses de per si e estes dos oriundos do Porto Santo, o

que sucede com regularidade, a tendência comum para o reconhecimento fácil acentua-se, mas faltam,

depois, explicações convintes e fiáveis.

A investigação linguística, nomeadamente através da aplicação de testes em laboratório com

materiais sonoros recolhidos in loco e tratados, revela que a variação na variedade madeirense em

geral pode existir, mas não será tão evidente reconhecê-la, definindo-a, como se pode crer. É, por

isso, o propósito deste trabalho que vem na sequência de uma pesquisa empreendida desde 2007, e

ainda em curso, para compreender, no âmbito da Geoprosódia, a similaridade ou a dissemelhança

entre, por um lado, os falantes madeirenses e, por outro, entre estes e os porto-santenses. Cabe, então,

às investigações do domínio prosódico colocar umas quantas questões. Até que ponto a Prosódia varia

no arquipélago madeirense? Terá a Prosódia relevância para a distinção linguística entre a ilha do

Porto Santo e a da Madeira? Podem testes auditivos contribuir para esta destrinça? Haverá algum

modelo entoacional para a Madeira e outro para o Porto Santo? As investigações dedicadas ao

arquipélago madeirense em desenvolvimento no âmbito do AMPER (Atlas Multimédia Prosódico do

Espaço Românico) visam obter resultados que permitam avançar respostas a estas questões.

Os dados recolhidos ainda estão a ser tratados em análises comparativas, a fim de responder

cabalmente, e no seu todo, à problemática em causa. Pretende-se experenciar uma metodologia já

iniciada no arquipélago, envolvendo o reconhecimento através da audição de segmentos frásicos

colhidos para o AMPER na região, tanto na ilha da Madeira, como na do Porto Santo. Divulga-se,

aqui, o resultado de testes aplicados a dois grupos de informantes: Grupo A que considera haver

diferenças prosódicas os habitantes das duas ilhas e Grupo B que recusa haver tal diferença. Aplica-se

o mesmo teste a um número restrito de informantes, divido nestes dois grupos, a fim de diferenciarem,

identificando, a proveniência geográfica dos falantes apenas por segmentos sonoros. Apresenta-se o

resultado desta experiência laboratorial acerca da Prosódia nas ilhas madeirenses.

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Prosódia e variação estilística

Sandra Madureira, Mario Augusto de Souza Fontes e Beatriz Coelho Fonseca

Laboratório Integrado de Análise Acústica e Cognição (LIAAC)

Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL)

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) (Brasil)

O objetivo desta comunicação é apresentar um experimento de naturezas fonético-acústica e

perceptiva que explora características prosódicas em relação a estilos da fala, contrastando locutores

profissionais e não profissionais. São apresentados dados de leitura de um texto de prosa cujo tema é a

estrutura social brasileira e analisadas das impressões perceptivas sobre o modo de falar dos locutores

de tal modo a subsidiar a discussão das características indexicais da fala. Na tarefa de produção temos

locutores 4 profissionais do Clube da Voz e 4 sujeitos não locutores profissionais, sendo 2 professores

universitários e 2 alunos de graduação. A análise fonético-acústica foi realizada por meio da aplicação

do ExpressionEvaluator, script desenvolvido por Barbosa (2009) no PRAAT. Os parâmetros extraídos

automaticamente pelo script consideram medidas de frequência fundamental – f0 (mediana, semi-

amplitude entre quartis, assimetria e quantil 99,5%) e a primeira derivada de f0 (média, desvio padrão

e assimetria), intensidade (assimetria), declínio espectral (média, desvio padrão e assimetria), espectro

de longo termo e desvio padrão. Foram também efetuadas medidas manuais de duração das unidades

VV e de valores de frequência fundamental. Na tarefa de avaliação, utilizou-se uma escala de

diferencial semântico com os seguintes descritores: agradabilidade de voz e estilo profissional e uma

escala de cinco graus: 1= quase nada; 2= pouco; 3= médio; 4 = muito 5 = muitíssimo. Oitenta juízes

atuaram na tarefa de percepção. Foram analisados ajustes de qualidade de voz, aspectos melódicos e

rítmicos e de pausa e correlações com a avaliação perceptiva dos descritores. Os resultados do teste de

avaliação perceptiva indicaram que os juízes foram capazes de diferenciar entre locutores profissionais

e não profissionais e essa diferenciação pode ser explicada em termos características da dinâmica

vocal e em relação à agradabilidade da voz a distinção pautou-se por tipos de ajustes que

caracterizavam a voz dos locutores, independentemente de serem profissionais ou não. Foram feitas

correlações entre parâmetros acústicos, resultados do teste perceptivo e tipo de ajuste de qualidade de

voz e analisadas diferenças e em termos dos aspectos duracionais e de frequência fundamental.

Contribuições para a discussão sobre o valor indexical das características fonéticas na atribuição de

características aos falantes são apresentadas.

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Os estudos de dialectometría na xeolingüística actual

Francisco Dubert, Xulio Sousa - Instituto da Língua Galega, Universidade de Santiago de Compostela

(Espanha)

A dialectoloxía, e de xeito especial a xeolingüística, céntrase no estudo da variación

lingüística espacial dándolle unha especial relevancia á presentación de resultados por medio de

representacións cartográficas. Os métodos de análise de datos xeolingüísticos centráronse durante

moito tempo na descrición e análise de fenómenos considerados por convención especialmente

relevantes, ben illadamente ou ben de xeito agrupado, e isto último só cando resultaba fácil descubrir a

existencia de feixes de isoglosas.

A aplicación de métodos cuantitativos ó estudo xeolingüístico iniciouse a comezos dos anos

setenta e coñeceu un espectacular desenvolvemento nas dúas últimas décadas. O desenvolvemento de

novas ferramentas informáticas e o recoñecemento de que a variación dialectal non podía ser reducida

a caracterizacións simples animou os investigadores á utilización de novos métodos de investigación

que puideron así descubrir estruturas xeolectais ocultas en grandes masas de datos.

A nosa presentación dará conta das principais técnicas de análise e representación de grandes

de masas dialectais desenvolvidas nos últimos anos. Centrarémonos en destacar o interese destas

novas metodoloxías e tamén en demostrar a súa utilidade para un mellor coñecemento da variedade

espacial das lingas. A exposición ilustrarase con mostras de varios estudos desenvolvidos nos últimos

anos sobre linguas europeas.

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Conferência

De palavras e números. Estatística e prosódia

Rosa Maria Crujeiras Casais - Departamento de Estatística e Investigação Operativa – Universidade de

Santiago de Compostela (Espanha)

O Dicionario da Real Academia Galega define a “estatística” como o conxunto de técnicas

que estudan os feitos para chegar a unha avaliación numérica dos mesmos. Estes “feitos” poden

atoparse en numerosas disciplinas de estudo das ciencias experimentais, biomédicas e sociais e tamén

das humanidades, entre as que se atopan as da lingüística, como a dialectoloxía, a xeografía

lingüística, a onomástica ou a prosodia, entre outras moitas. En todos estes eidos, o estudo dos “feitos”

de interese baséase na recollida de datos e a estatística proporciona as ferramentas para analizar a

estrutura cuantitativa dos mesmos.

Exemplos da aplicación de métodos estatísticos na lingüística poden atoparse no estudo de

tests perceptivos (Fernández Rei, 2015), onde se aplican métodos descritivos de representación e

construción de táboas, mecanismos de construción de intervalos de confianza para certos parámetros

de interese e métodos de contrastes de hipóteses para analizar a existencia de diferenzas significativas

entre as repostas recollidas. Noutro ámbito como o do estudo da variación xeolingüística, poden

elaborarse distintos gráficos e agrupacións, considerando diferentes tipos de distancias e métodos de

obtención de grupos (técnicas de clustering), ou analizar a relación existente entre variables mediante

modelos de regresión, xeneralizados ou máis avanzados, como os modelos mixtos.

Dende unha perspectiva técnica, os procedementos da análise estatística perseguen dous

obxectivos fundamentais: a detección de estruturas, coa conseguinte cuantificación da súa

variabilidade, e a visualización de datos e resultados, que permitan unha mellor compresión dos

mesmos. Ademais, estas análises poden realizarse dende unha perspectiva descritiva (centrada na

análise dos datos dispoñibles) ou con pretensións inferenciais, é dicir, co obxectivo de extraer

conclusións do comportamento do proceso baixo estudo partindo dunha observación parcial do

mesmo. Ambas as dúas visións resultan complementarias, partindo sempre dunha análise descritiva

inicial. Así, nos exemplos dos tests perceptivos conviven métodos de distinta natureza

(representacións gráficas e contrastes de hipóteses, por exemplo, descritivo e inferencial).

Sen embargo, como sinalan Tagliamonte e Baayen (2012) en relación á análise da variación

lingüística, a elección da ferramenta estatística óptima non está exenta de controversia, sendo esta

afirmación válida para outros contextos. A “optimalidade” do método virá determinada en parte pola

pregunta á que se pretende dar resposta ou pola hipótese a corroborar ou refutar. Os mecanismos

estatísticos que coñecemos e que deron resposta a algunhas preguntas nun contexto concreto non

debería ser aceptados como universais nin aplicables en calquera situación, xa que moitas das

ferramentas máis amplamente utilizadas, como son as da estatística paramétrica, están suxeitos a

condicións na toma de datos ou nas propias características dos mesmos que non deben ser obviadas. A

variedade de tipoloxías de datos, de procedementos de recollida e mostraxe, xunto co propósito

específico do seu estudo, fan que sexan necesarias ferramentas estatísticas diversas, dende os métodos

descritivos clásicos ata procedementos de aprendizaxe estatística de última xeración, e mesmo así, non

se dan abordado todos os problemas que requiren de resposta, deixando o camiño aberto para o deseño

e implementación de novas ferramentas metodolóxicas.

Nesta conferencia tratarase de revisar e exemplificar algunhas aplicacións da estatística na

lingüística, analizando de maneira crítica a idoneidade da ferramenta aplicada e presentando diversas

alternativas que permitan á audiencia reflexionar sobre a importancia dunha planificación adecuada

dos estudos a realizar, tendo en conta a metodoloxía estatística que podería dar resposta á preguntas

que se formulen.

A estatística proporciona os mecanismos para describir as palabras mediante números;

palabras e números.

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Conferência

Acento vs Entoação no Português Falado no Norte do Brasil

Regina Cruz - Universidade Federal do Pará (Brasil)

A variedade do português falada no Pará (PA) está sendo mapeada pela equipe da UFPA

vinculada ao projeto AMPER-POR desde 2007 (Cruz et al, 2012). Como contribuição direta ao Atlas

do Norte do Brasil (AMPER-Norte), o projeto AMPER-POR já possui corpora formados de 9

localidades paraenses: Abaetetuba (Remédios, 2013), Baião (Lemos & Cruz, 2013), Bragança

(Castilho, 2009), Cametá (Santo, 2011), Curralinho (Freitas Neto, 2013), Mocajuba (Costa & Cruz,

2014), Mosqueiro (Guimarães, 2013), Santarém (Lima, em andamento) e da capital paraense (Cruz &

Brito, 2014). Aplicaram-se tanto para a formação dos corpora quanto para o tratamento dos dados

todos os procedimentos metodológicos determinados pela coordenação geral do AMPER-POR. As

análises de cada variedade linguística falada no PA com os dados AMPER têm demonstrado que a

frequência fundamental (F0) tem papel primordial na discriminação das modalidades entoacionais

investigadas pelo AMPER. A duração tem assumido um papel complementar na discriminação das

modalidades alvo, por outro lado a intensidade não tem se mostrado um parâmetro fisico relevante

nessa distinção. Divergindo das outras equipes que investigam o português brasileiro (PB) que

centraram suas análises nos elementos pré-nucleares das sentenças, as descrições da equipe da UFPA

têm elegido o sintagma nominal final (SNF) das sentenças para focalizar suas análises, pois as

variações de F0 mais significativas tem ocorrido justamente nesta posição sintática. Outro resultado

relevante evidencia uma forte relação entre tipo de acento lexical e variação de F0 na discriminação

das modalidades entoacionais. O objetivo principal dessa conferência é justamente apresentar uma

análise conjunta de todas as variedades faladas no Pará.

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Validación de Calcu-Dista como herramienta para el análisis prosódico dialectométrico a partir de

diferentes muestras de español

Ana Ma. Planas, Josefa Dorta, Paolo Roseano, Chaxiraxi Díaz, Wendy Elvira-García, José Antonio

Martín Gómez, Eugenio Celdrán - Universidade de Barcelona e Universidade de La Laguna (Espanha)

La dialectología es la disciplina lingüística que se ocupa de la variación geográfica y sociolingüística

de la lengua. Los estudios tradicionales realizados en su seno han dado como fruto principal diversos

atlas que gozan de un enorme prestigio (ALPI, ALIR, ALEICAN...). El primero de ellos fue el Atlas

Linguistique de la France (ALF) publicado por Gilliéron entre 1902 y 1910. En la moderna

dialectología, cada vez más se impone la técnica dialectométrica (Séguy, 1971) como herramienta para

tratar los datos pues permite trabajar con grandes bases de datos generadas a partir de estudios

dialectológicos y, como resultado, comprobar cómo se agrupan dichos datos entre sí por su

proximidad o por su lejanía y cómo se distribuyen en un espacio virtual. Sin embargo, no es una

técnica exenta de recelos por parte de algunos profesionales, ni tampoco de problemas metodológicos,

por ejemplo al intentar aplicarla a grandes bases de datos numéricas (como son los archivos txt que

contienen información acústica cuantitativa) puesto que, tradicionalmente, la dialectología se ha

ocupado de datos cualitativos y las herramientas disponibles básicamente están orientadas en este

sentido. En cualquier caso, la dialectometría no pretende competir con la dialectología tradicional sino

complementarla.

Existen abundantes trabajos dialectométricos sobre cuestiones léxicas o fonético-segmentales,

pero casi ninguno se dedica específicamente a aspectos prosódicos, fundamentados en datos

eminentemente cuantitativos desde un punto de vista fonético. Los que lo hacen se sitúan en el

dominio del Atlas Multimedia de Prosodia del Espacio Románico, AMPER (Rilliard et al, 2008;

Moutinho et al, 2011; Fernández Planas et al, 2011).

En este contexto y en el marco del AMPER (Contini, 1992), se incluye este estudio cuyo

primer objetivo consiste en presentar una herramienta de trabajo dialectométrico llamada Calcu-Dista,

elaborada por el Laboratori de Fonètica de la UB (Roseano et al, en preparación). Como segundo

objetivo, el trabajo prueba la validez de la herramienta sometiendo los datos de F0 de oraciones

declarativas e interrogativas del corpus experimental fijo de AMPER, emitidas por sujetos de seis

variedades del español peninsular (Martínez Celdrán y Fernández Planas, eds, 2003-2014) y siete del

español insular (Dorta, ed, 2003-2014). Concretamente, el análisis dialectométrico se lleva a cabo con

dos rutinas diferentes: por un lado, Calcu-Dista (permite trabajar con una matriz de distancias de datos

cuantitativos de F0 en semitonos; para representar las distancias prosódicas sin necesidad de recurrir a

esa gran matriz de datos utiliza dendrogramas creados a partir del análisis de clúster o de agrupación y

gráficos del tipo MDS que representan las distancias entre los puntos de encuesta en un espacio

virtual; por otro lado, la validez de los datos se verifica gracias a la herramienta en línea de fuente

abierta DiaTech (Aurrekoetxea, 2013), desarrollada por el equipo de investigación de la UPV/EHU,

que permite realizar análisis de distancias con datos de tipo nominal, por lo que se ha usado el sistema

métrico autosegmental para el etiquetaje prosódico de las curvas de F0; esta herramienta también

representa los resultados mediante gráficos como, por ejemplo, el dendrograma.

En definitiva, se estudian los mismos datos con un método cuantitativo a partir de datos

numéricos que se presenta, y con otro a partir de datos nominales, conocido y consolidado, lo que

permite observar la distribución de las diferentes variedades estudiadas y validar nuestra herramienta

Calcu-Dista. Los resultados obtenidos separan los puntos de encuesta sometidos al análisis en dos

grades bloques, especialmente en las oraciones interrogativas.

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Variação prosódica de sentenças declarativas e interrogativas na fala de descendentes de imigrantes

italianos de Santa Teresa, ES

Priscilla Gevigi de Andrade Majoni, Edenize Ponzo Peres, Alexsandro Rodrigues Meireles -

Universidade Federal do Espírito Santo (Brasil)

Há algumas décadas, os estudos na área de prosódia despertaram o interesse de diversos

pesquisadores europeus e brasileiros. Esse interesse proporcionou a criação do Projeto AMPER, Atlas

Multimédia Prosódico do Espaço Românico, iniciado pelo Centre de Dialectolgoie de Grenoble, na

França. Baseados nesse projeto e em seus pressupostos metodológicos, desenvolvemos este estudo

fonético acústico, pioneiro no Brasil, sobre a entonação de sentenças declarativas e interrogativas em

estruturas frasais pronunciadas pelos descendentes de imigrantes italianos, na zona urbana do

município de Santa Teresa, no estado do Espírito Santo – Brasil. Nossos objetivos foram: a) verificar a

influência da prosódia do vêneto no português falado atualmente pelos descendentes desses

imigrantes; b) auxiliar na compreensão das consequências do contato entre o português e uma língua

de imigração; e c) contribuir para a descrição dos estudos prosódicos e também sociolinguísticos do

português brasileiro.

Para esta pesquisa, selecionamos, do corpus AMPER-POR, as 66 estruturas frasais com

expansão no complemento do sintagma verbal, onde se incluem os três tipos de acentuação do

português (oxítona, paroxítona e proparoxítona), que foram pronunciadas por 8 informantes, divididos

em gênero (masculino e feminino), faixa etária (8-14 anos e + de 50 anos), com escolaridade até 04

anos. De modo específico, gravamos quatro crianças: duas para cada gênero (feminino e masculino); e

quatro adultos com mais de 50 anos: dois para cada gênero (feminino e masculino), pois, para

realizarmos um trabalho variacionista, necessitamos de dois ou mais informantes.

Os dados foram segmentados manualmente no programa computacional Praat durante quatro

meses – de agosto a novembro de 2014 – e, até o mês de fevereiro de 2015, faremos a análise

quantitativa do corpus, por meio dos gráficos gerados automaticamente no programa Matlab. Em

seguida, faremos a análise qualitativa dos dados. Esta será embasada pela Sociolinguística,

principalmente a Teoria da Variação e Mudança Linguística (WEINREICH, LABOV e HERZOG,

1968; LABOV, 1972; CHAMBERS, 2009; etc.). De acordo com essa corrente teórica, as línguas

naturais são inerentemente heterogêneas, mas a variação pode ser sistematizada, observando-se não

somente os aspectos linguísticos do fenômeno investigado, mas também o perfil social dos moradores

da comunidade/informantes. Para complementarmos a explicação de nossos resultados, também

utilizaremos os pressupostos teóricos de outra vertente da Sociolinguística, que é o Contato

Linguístico, (WEINREICH, 1970 [1953]), pois nossa coleta de dados foi realizada numa região

fortemente marcada pela presença de imigrantes italianos e seus descendentes. Dessa forma, as

consequências prosódicas do contato do português com o dialeto vêneto são o foco de nossa pesquisa.

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Factores sociolingüísticos e xeoprosodia galega

Elisa Fernández Rei - Instituto da Língua Galega, Universidade de Santiago de Compostela (Espanha)

Os estudos de xeoprosodia do galego, especialmente os realizados nos últimos anos baixo o

selo AMPER, podémolos enmarcar no ámbito da dialectoloxía tradicional, no sentido de que se toman

como fonte de datos os falantes que poderiamos denominar “tradicionais” ou mesmo “máis puros”, co

fin de facer unha descrición e análise da variación prosódica xeolectal. Así, o seu perfil achégase

bastante ao do informante da dialectoloxía clásica: un home ou muller habitante dunha área rural ou

semirural, maior de 50 anos, sen escolaridade superior e que non tivese residido fóra do seu lugar de

orixe.

Non cabe dúbida de que estes traballos fornecen datos imprescindibles, non só para o propio

estudo dialectal, senón tamén para as investigacións que se poidan levar a cabo para detectar procesos

de cambio lingüístico na entoación. Porén, debuxan un panorama da variación dialectal da entoación

parcial, posto que deixan fóra do seu foco outros falares do galego actual, que tamén presentan

variación diatópica e que deberían así mesmo ser obxecto de estudo da xeoprosodia. Neste sentido,

para enfocarmos o estudio da variación dialectal cara á explicación e análise de procesos de cambio

lingüístico que se puideran ter dado ou se estean a producir na actualidade, cómpre estudarmos a

realidade xeoprosódica do galego de maneira máis abranxente, de xeito que tamén teñamos en conta

outros aspectos sen os que a investigación resultaría decididamente parcial.

Por unha parte, é fundamental a tarefa de estudar conxuntamente os datos galegos e

portugueses. Nos últimos anos, grazas á colaboración entre os grupos de AMPER Portugal e AMPER

Galicia, fixéronse estudos de variación prosódica dialectal na fronteira galego-portuguesa,

desenvolvéronse estudos dialectométricos de todos os datos recollidos en Galicia e no Portugal

continental e mesmo se levaron a acabo experimentos perceptivos co fin de testar o xuízo que os

falantes realizaban en relación coas diferenzas entre as variedades dunha e outra lingua (Fernández

Rei et al. 2014). Non cabe dúbida de que estes traballos deben ser completados tamén con estudos

comparativos co portugués brasileiro, do mesmo xeito que se está a facer atendendo a outras

compoñentes lingüísticas, como o léxico ou a gramática (Lagares/Monteagudo 2012).

Por outra parte, cómpre tamén abordar o estudo prosódico no marco da particular situación

sociolingüística de Galicia. Neste territorio conviven dende hai séculos galego e español, de xeito que

este contacto prolongado foi o motor de numerosos cambios lingüísticos, tanto no galego coma no

español que alí se fala. Ademais, dende os anos oitenta do século XX, en que comeza o proceso de

normalización lingüística, a presenza do galego nos medios de comunicación, na escola e na

administración deu lugar a aparición de variedades estándar que conviven coas variedades populares.

Finalmente, o aumento da mobilidade da poboación debido aos desenvolvementos tecnolóxicos no

transporte, así como como consecuencia dos cambios sociais e económicos sufridos principalmente no

século XX, fan preciso o estudo das numerosas variedades lingüísticas que conviven nas distintas

áreas.

A nosa proposta, insisto en que complementaria dos estudos xeoprosódicos tradicionais, é

incorporar ao estudo da dialectoloxía aspectos como o contacto de linguas, o contacto entre

variedades, a variación social... Trátase, en definitiva, dunha proposta encamiñada a estudar cambios

en curso, máis que o intento de aprehender estadios antigos ou primitivos da prosodia galega.

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A interferência linguística em prosódia: um estudo de caso

Alberto Gómez Bautista, Rosa Lídia Coimbra, Lurdes de Castro Moutinho - Centro de Línguas,

Literaturas e Culturas, Universidade de Aveiro (Portugal)

A aprendizagem de uma segunda língua implica a aquisição de um novo léxico, de uma nova

gramática e de um novo sistema fonológico, incluindo não apenas o nível segmental, mas também o

suprassegmental, como é o caso do ritmo e da entoação. Este último aspeto será talvez o menos

trabalhado ou até praticamente ausente no processo formal de ensino/aprendizagem, quer em termos

de atividades de sala de aula, quer da sua abordagem em manuais escolares. Tal ausência talvez se

deva à complexidade que envolve a análise dos fenómenos fonéticos e mesmo à falta de preparação

dos docentes nesse domínio, visto que nele não abundam trabalhos académicos de investigação. Esta

escassez reflete-se na falta de bibliografia sobre o assunto e se, em alguns manuais, se incluem alguns

exercícios fonéticos, estes refletem quase sempre o nível segmental, sendo que tudo o que diz respeito

à entoação e ao ritmo se encontra ausente.

É no sentido de contribuir para colmatar tal falha que surge a presente pesquisa, cujo principal

objetivo é efetuar uma comparação entre dois tipos de estruturas prosódicas (declarativa e

interrogativa) realizadas por falantes de duas línguas românicas: o português e o espanhol. A

proximidade entre estas duas línguas nem sempre é facilitadora da sua aprendizagem como língua

estrangeira, a vários níveis da estruturação linguística. Também o nível prosódico, incluindo a

entoação e o ritmo, não constitui exceção. Aqui ocupar-nos-emos apenas da questão da entoação e

pretendemos, com isso, chamar a atenção para a importância que lhe deve ser dispensada no processo

de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira.

Para a realização deste estudo, foi gravado um corpus em língua portuguesa, que foi lido por

duas informantes. Ambas têm formação universitária e idades compreendidas entre os 20 e os 25 anos.

A portuguesa é natural de Valença, Alto Minho português, e a espanhola de Cáceres, Estremadura

espanhola. As frases gravadas são constituídas por um grupo nominal composto por um nome com

estrutura acentual fixa do tipo paroxítono e um adjetivo contemplando as três acentuações possíveis do

português. O complemento verbal é constituído por um nome, também ele paroxítono, à semelhança

do núcleo do sujeito, dado ser esta a acentuação lexical mais frequente em língua portuguesa. Estas

variações de acento lexical permitem aferir da sua influência na curva melódica.

Após a gravação e constituição de ficheiros áudio individuais para cada um dos enunciados,

foram selecionadas as três melhores realizações de cada frase, o que nos permitirá obter as respetivas

médias e compará-las entre si. Procedeu-se, de seguida, à análise acústica dos dois corpora: o

produzido pela informante portuguesa e o produzido pela informante espanhola. Foram anotadas todas

as vogais do enunciado, utilizando a metodologia desenvolvida para um projeto em curso e que tem

como objetivo o estudo da variação prosódica das línguas românicas (projeto AMPER). Os parâmetros

retidos para essa análise foram a frequência fundamental F0, a duração e a intensidade das vogais que

ocorrem nas frases gravadas. Foram observadas as diferenças entre: as três estruturas acentuais

realizadas, as duas modalidades consideradas e as entoações das duas informantes.

Os resultados obtidos que aqui apresentaremos, embora não permitam generalizações acerca

das duas línguas, deverão, com certeza, conduzir a uma reflexão sobre a importância destes fenómenos

fonéticos no ensino/aprendizagem, especialmente de línguas próximas, visto que estas mais facilmente

levarão o falante a filtrar a melodia da língua estrangeira pela da sua própria língua.

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Variação prosódico-entoacional em falares regionais do sul (catarinense) e do nordeste (sergipano)

do Brasil

Vanessa Gonzaga Nunes - Universidade Federal do Sergipe -, Izabel Christine Seara - Universidade

Federal de Santa Catarina (Brasil)

O presente trabalho tem como objetivo contribuir para a descrição dos falares regionais do sul

e do nordeste do Brasil, mais precisamente da descrição prosódico-entonacional das variedades

dialetais de quatro cidades de Santa Catarina (Sul) e três de Sergipe (Nordeste). Vamos focalizar aqui

apenas a modalidade interrogativa total neutra na tentativa de descrever os comportamentos

característicos de cada uma dessas variedades e, ao mesmo tempo, observar elementos de

discriminação entre elas. Os dados aqui apresentados referentes ao estado de Santa Catarina são das

cidades de Florianópolis (capital), Blumenau, Chapecó e Lages e os dados relativos ao estado de

Sergipe, são das cidades de Aracaju (capital), Estância e Lagarto. Santa Catarina é o menor e menos

populoso estado do sul do país, com 95.733 km2 e cerca de 6,7 milhões de habitantes (65,27hab/km2).

Sergipe é o menor estado do nordeste (e de todo o Brasil), com 21.918 km2 e 2,2 milhões de

habitantes (94,36hab/km2). São estados separados por aproximadamente três mil quilômetros e

contemplam variedades perceptualmente distintas aos ouvidos dos brasileiros. Esta pesquisa contou

com a participação de 14 informantes, oito do estado de Santa Catarina e seis de Sergipe, sendo um

homem e uma mulher naturais de cada localidade. Aplicamos a Metodologia do Projeto AMPER

(Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Dialetal Românico), cuja produção de sentenças declarativas e

interrogativas totais é baseada em imagens. Selecionamos três repetições de cada sentença (99

declarativas e 99 interrogativas) para cada locutor, contabilizando 2.772 (1386 declarativas e 1386

interrogativas) dados analisados. Os valores de F0 em hertz foram normalizados em semitons, o que

nos permitiu a comparação entre as produções. Dentre os achados, destacamos que o desenho

melódico encontrado para interrogativas produzidas por catarinenses é o modelo ascendente-

descendente em região nuclear (configuração circunflexa), já amplamente encontrado por

pesquisadores da área para outras variedades regionais brasileiras (por exemplo, MORAES, 2008).

Entretanto, as sentenças terminadas por paroxítonas, produzidas por florianopolitanos e

blumenauenses, têm suas átonas finais desvozeadas, o que impede muitas vezes o movimento de

descida da curva de F0 que caracteriza o comportamento circunflexo. Os movimentos da curva de F0

da região nuclear na produção dos blumenauenses são mais semelhantes aos movimentos da região

nuclear dos florianopolitanos, com menor alçamento no movimento de subida final. Os movimentos

das curvas de F0 da região nuclear na produção dos lageanos e chapecoenses são mais próximos entre

si, com maior variação de F0 nessa posição. Os testes estatísticos inferiram que as diferenças entre os

dois grupos (florianopolitanos e blumenauenses x lageanos e chapecoenses) são relevantes. Já as

interrogativas produzidas pelos sergipanos apresentaram curvas ascendente-descendentes, porém com

maior frequência de movimentos ascendentes. Esse comportamento já havia sido descrito por Lira

(2009) para as cidades de São Luiz, Recife e Salvador, também localizadas na região nordeste. Não

houve diferenças relevantes entre os locutores desse estado. Ao confrontarmos os dados de Santa

Catarina e Sergipe, pudemos perceber que a média de F0, a variação de F0 no movimento de subida e

o movimento de subida interno à tônica de todos os tipos acentuais se mostraram importantes

parâmetros de distinção entre esses estados. Nos enunciados analisados, todos esses parâmetros

apresentaram valores superiores nos dados dos Sergipanos. Concluímos também que a interrogativa

dos catarinenses é mais susceptível à posição do acento lexical do que a interrogativa produzida pelos

sergipanos. Enquanto o movimento de subida da interrogativa dos catarinenses está sempre atrelado à

tônica da palavra, o dos sergipanos está atrelado, nas curvas ascendentes, à última sílaba do enunciado,

seja ela tônica ou não.

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Análise Acústica do papel de F0 na discriminação dos enunciados declarativos e interrogativos

falados em Mocajuba (PA)

Sebastiana Costa, Regina Cruz - Universidade Federal do Pará (Brasil)

O presente trabalho, vinculado diretamente ao projeto AMPER-POR (Atlas Multimédia

Prosódico do Português), tem como objetivo principal caracterizar a variação prosódica dialetal do

português falado na zona urbana do município de Mocajuba (PA) (COSTA, 2015). Neste sentido,

constituiu-se um corpus com uma amostra de fala de seis informantes, distribuídos em três do gênero

feminino e três masculino, nos três níveis de ensino (Fundamental, Médio e Superior), todos com

idade acima de trinta anos e naturais da cidade de Mocajuba. Os procedimentos metodológicos

adotados foram previamente estabelecidos pelo projeto AMPER-POR. Cada sentença foi repetida seis

vezes durante a coleta de dados e sofreram sete etapas de tratamento: a) codificação e; b) Isolamento

das repetições em arquivos de áudios individuais; c) segmentação fonética no programa PRAAT 5.0;

d) aplicação do script praat; e) seleção das três melhores repetições; f) aplicação da interface Matlab

para se obter as médias dos parâmetros das três melhores repetições e g) gráficos comparativos

gerados no programa excel. Para este trabalho foram selecionadas 42 frases com complemento

adjetival e indicadores de lugar. Ao todo foram 21 afirmativas e 21 interrogativas totais, apresentando

um total de 14 oxítonas, 14 paroxítonas e 14 proparoxítonas. Como analisou-se, particularmente, o

parâmetro acústico de frequência fundamental, adotou-se uma escala de pitch por informante, para os

informantes do sexo feminino a escala de pitch ficou entre 100 Hz e 380 Hz, para informantes do sexo

masculino a escala de pitch adotada foi entre 50 Hz e 200 Hz. Os valores de frequência fundamental

em Hz sofreram processamento estatístico de normalização, para tanto utilizou-se uma escala

elaborada pelo Albert Rilliard para o projeto AMPER que possibilitava a conversão das medidas de

Hz em semitons e assim proporcionar uma melhor comparação dos dados. Analisou-se

particularmente o vocábulo nominal final de sentenças simples correspondente a cada pauta acentual

do português: a) do bisavô (oxítono), b) do Renato (paroxítono) e, c) do pássaro (proparoxítono) - e

com extensão: d) Oxítonos (bisavô nadador, Renato nadador, pássaro nadador e Renato de Salvador);

e) paroxítonos (bisavô pateta, Renato pateta, pássaro pateta e Renato de Veneza) e; f) proparoxítonos

(bisavô bêbado, Renato bêbado, pássaro bêbado e Renato de Mônaco). Os resultados mostraram que o

parâmetro físico acústico de frequência fundamental (semitons) é relevante na distinção das

modalidades declarativas e interrogativas totais mostrando um movimento em forma de pinça na

sílaba tônica dos vocábulos nominais finais das frases em estudo. Dessa forma, faz-se importante

ressaltar que Abraçado; Coimbra; Moutinho (2007) já haviam notado esse movimento de pinça para o

falar do Rio de Janeiro nas sentenças terminando com vocábulo oxítono.

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Tecnoloxías e ferramentas para o estudo da xeoprosodia: unha nova ferramenta interactiva para

desenvolvemento de tests: FOLERPA

Fernández Rei, Elisa; Aguete Cajiao, Alba; Osorio Peláez, César - Instituto da Língua Galega,

Universidade de Santiago de Compostela (Espanha)

Neste workshop imos presentar unha nova ferramenta para a creación e desenvolvemento de

tests perceptivos: FOLERPA (Ferramenta On-Line para ExpeRimentación PerceptivA), dispoñible en

liña na páxina http://ilg.usc.es/FOLERPA/. Trátase dun paquete de ferramentas on-line, de acceso

libre e gratuíto, que permite realizar experimentos de percepción de alta calidade nun entorno

amigable e interactivo, sen necesidade de que o usuario conte con coñecementos de programación. A

plataforma FOLERPA está sendo desenvolvida no Instituto da Lingua Galega e xa foi empregada por

diversos investigadores do noso centro para a realización de varios experimentos perceptivos

(Fernández Rei/Moutinho 2012; Basanta Llanes 2013; Fernández Rei et alii 2014).

A plataforma ofrece dous perfís de acceso, ben como investigador ou ben como xuíz. Isto

permite que o investigador acceda ós diferentes proxectos que teña creado, e tamén permite que un

mesmo xuíz realice diferentes tests ós que se lle dea acceso. Dentro do perfil investigador a plataforma

estrutúrase en diferentes módulos que permiten desenvolver o experimento perceptivo por completo:

unha ferramenta interactiva para a elaboración dos tests, un módulo de distribución dos tests entre os

xuíces, un módulo de administración dos proxectos creados e un módulo de análise de datos.

A ferramenta de Elaboración de tests ofrece amplo abano de opcións que nos permiten crear

deseños experimentais de todo tipo, xa sexan enfocados a realizar tarefas de discriminación, con tests

de tipo AX, AXB, 4IAX ou tests de cambio de categoría, como tests enfocados á realización de tarefas

de identificación, como test con respostas de tipo si/non, tests de etiquetaxe para experimentos de

percepción categorial, ou tests de detección do intruso. Esta ferramenta ten unha novidade importante,

xa que ofrece ó investigador a posibilidade de deseñar o cuestionario de datos que van cubrir os xuíces

antes de comezar os tests, definindo xa neste paso as variables que poidan resultar de interese en cada

proxecto para a nosa mostra. Tamén é posible establecer as categorías e valores asociados ós estímulos

do test. O control das categorías e dos valores asociados a elas é o que vai permitir que realicemos

unha análise estatística en función desas variables previamente establecidas.

Na sección de Distribución o investigador dá acceso a cada un dos test que teña creados, ben

por medio dun código ou ben por medio dunha URL que envía ós participantes. A realización dos test

por parte dos xuíces tamén se realiza on-line, e as respostas son gardadas automaticamente cando o

xuíz finaliza o test, e o investigador xa pode traballar con eses resultados.

No modulo de Administración dos Tests o investigador atopa diferentes opcións: pode clonar

algún test que xa teña elaborado, previsualizar as respostas dos xuíces que completaron os tests, ou

mesmo borrar tests que non queira conservar no seu perfil/plataforma/entorno de traballo.

A plataforma FOLERPA tamén dispón dun módulo de descarga das táboas de respostas, das

táboas cos datos dos xuíces e das táboas descritivas do deseño experimental, para cada un dos test do

investigador. Neste módulo de Análise de Datos o investigador pode obter unha análise descritiva do

test, das preguntas que o forman, do perfil dos xuíces e mesmo das respostas, con recontos,

porcentaxes e intervalos de confianza. Con esta ferramenta poderemos obter, de maneira instantánea,

unha primeira aproximación ós resultados do noso proxecto.

Neste workshop trataremos de detallar o funcionamento da plataforma mediante exemplos

prácticos que nos mostren as distintas posibilidades experimentais que nos ofrece FOLERPA, así

como as vantaxes e novidades que presenta fronte a outras ferramentas deste tipo.

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Ferramentas de etiquetaxe de corpora orais

Paula López Otero Laura Docío Fernández, Marta Martínez Maquieira, Rocío Varela Fernández -

Universidade de Vigo (Espanha)

Son arredor de quince anos os que leva en marcha o proxecto AMPER (http://dialecto.u-

grenoble3.fr/AMPER/amper.htm), un proxecto internacional encamiñado á elaboración dun atlas que

represente a entoación de todas as variedades románicas. Son moitos os grupos de investigación, de

universidades de todo o mundo, que ao longo destes anos se foron incorporando ao proxecto e, baixo

unha metodoloxía común, foron reunindo unha importante base de datos da entoación de

practicamente todas as variedades románicas: centos de horas de gravación, milleiros de arquivos de

audio e millóns de arquivos con datos de frecuencia fundamental, duración e enerxía, gráficos e

análises estatísticas. Por poñer un exemplo, só o grupo AMPER-Galicia ten aproximadamente uns

7000 arquivos de audio analizados que recollen as frases enunciativas e interrogativas gravadas en

parte dos 16 puntos de enquisa de Galicia previstos no proxecto.

Contamos xa con resultados, como os que se mostran en Mairano (2011) ou nas numerosas

webs particulares dos distintos grupos (vid. por exemplo a web de AMPER-Cataluña, que ten unha

lista actualizada de ligazóns en http://stel.ub.edu/labfon/amper/cast/amperinternacional_grupos.html).

Detrás destes resultados, hai un inxente traballo de gravación, codificación e análise cun elevado custo

tanto en recursos humanos como en tempo. Os labores de etiquetado dos audios, a partir dos que

podemos obter os datos prosódicos que nos permiten levar a cabo a análise, o cartografado dos datos

etc. están só parcialmente automatizados. Foi moito o traballo que se fixo neste sentido, tanto no

desenvolvemento de rutinas para Matlab, como na confección de scripts en Praat por parte de

investigadores como Antonio Romano, Albert Rilliard ou Wendy Elvira e o equipo do Laboratorio de

Fonética da Universidade de Barcelona.

Desde o noso punto de vista, quedan dous aspectos importantes que se deberían impulsar:

1.A segmentación automática das vogais.

2.A integración das ferramentas existentes.

Así, as ferramentas que queremos mostrar neste workshop van encamiñadas a auxiliar a tarefa

de etiquetaxe co fin de reducir o custo en tempo que supoñen. Presentamos unha ferramenta

actualmente testada só para o galego, pero que sería desexable que fose multilingüe, de xeito que

todos os grupos se puidesen beneficiar dela.

Igualmente, como sinalabamos antes, o obxectivo final é procurar a integración de todas as

ferramentas existentes: extracción de datos de F0, duración e enerxía; xeración de gráficos... e mesmo

no futuro scripts de R que poidan proporcionar unha análise dialectométrica.

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Scripts en R para a análise dialectométrica

Adela Martínez Calvo - Instituto da Língua Galega, Universidade de Santiago de Compostela

(Espanha)

Nos últimos anos realizáronse diversas investigacións dirixidas a analizar e comparar os trazos

prosódicos en distintas variedades lingüísticas. Un exemplo da importancia desta liña de traballo é o

proxecto internacional AMPER que ten como obxectivo principal o estudo e a descrición da prosodia

dentro do ámbito da Romania. Como parte deste proxecto elaborouse un corpus fixo en cada unha das

linguas románicas consideradas. Este corpus contén os valores de frecuencia fundamental (F0),

duración e enerxía para unha serie predeterminada de estruturas sintácticas, permitindo a comparación

da entoación nas diferentes variedades lingüísticas. Neste traballo preséntase unha ferramenta

informática para a análise dialectométrica deste tipo de datos prosódicos desenvolvida co software

libre R.

Empregando esta ferramenta informática, o usuario pode cargar en R os datos prosódicos de

forma rápida e sinxela a partir de arquivos *.txt, formatados segundo a estandarización do proxecto

AMPER. Cómpre sinalar que, ademais de obter os datos de F0, duración e enerxía do contido dos

arquivos, a ferramenta tamén é quen de identificar a información codificada no propio nome do

arquivo: localización, falante, sexo, estrutura sintáctica, modalidade e número de repetición. Esta

información adicional permite, por exemplo, que o usuario poida realizar a análise dos datos segundo

a localización ou o falante ao que corresponden.

Unha vez que os datos foron cargados en R, o usuario pode realizar unha análise descritiva das

variables de interese e xerar un resume estatístico para cada unha delas (mínimo, máximo, media,…).

Tamén ten a posibilidade de representar graficamente os datos, incluíndo nunha mesma figura, por

exemplo, as distintas repeticións dunha estrutura para unha localización ou un falante concreto.

A ferramenta informática tamén calcula, para cada par de curvas entoativas coa mesma estrutura e

modalidade, a medida de correlación entre curvas de F0 ponderada pola enerxía do sinal, definida por:

onde f1 e f2 son as curvas de F0 para cada unha das frases, m1 e m2 os valores medios de F0 para f1 e

f2, e w a media dos valores de enerxía das dúas curvas (Hermes ,1998; d’Alessandro et al., 2011;

Moutinho et al., 2011). Esta medida de correlación avalía de forma cuantitativa a similitude perceptiva

entre dúas curvas de F0. A súa aplicación a pares de curvas orixinadas en localizacións distintas, ou

correspondentes a falantes distintos, permite definir unha distancia prosódica entre cada par de

localizacións ou falantes, respectivamente. A ferramenta informática calcula a mediana das

correlacións ponderadas entre cada par de curvas coa mesma estrutura e modalidade de dúas

localizacións/falantes diferentes e permite ao usuario xerar a táboa de correlacións correspondente á

proximidade prosódica entre as diferentes localizacións/falantes e a táboa de distancias asociada.

Tamén existe a posibilidade de xerar unha representación gráfica da táboa de correlacións e da táboa

de distancias, o que permite visualizar a proximidade e a distancia, respectivamente, entre

localizacións/falantes.

Finalmente, a partir da táboa de distancias, o usuario pode aplicar un algoritmo de

agrupamento xerarquizado e representar nun dendrograma os grupos de localizacións/falantes

detectados mediante esta metodoloxía. Os resultados desta análise permiten definir os agrupamentos

de variedades presentes nos datos do corpus fixo segundo a distancia prosódica que presentan.

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AMPER-ITA et la variation dialectale de l’intonation en Italie

Valentina De Iacovo – Universidade de Génova, Antonio Romano – LFSAG, Universidade de Turim

(Itália)

L’étude de la variation dialectale de l’intonation en italien trouve son précurseur dans l’article

de G. Panconcelli Calzia (1939) sur les diverses possibilités de réalisation des questions totales et

s’enrichit au cours du XXe s. dans le cadre de plusieurs travaux descriptifs de quelques dialectes (v.,

entre autres, Contini & Profili 1987) et d’ouvrages plus complets qui – bien que basés sur des

méthodes rigoureuses – n’ont pas convaincu une partie de la communauté scientifique (Canepari

1985).

Toutefois, encore de nos jours la plupart des recherches dans ce domaine, même lorsqu’elles

ont affaire à un plus grand nombre de variétés (v., entre autres, AMPER, Mairano 2011, et IARI,

Prieto et alii 2010-2014), restent insatisfaisantes en termes de représentativité (sélection des locuteurs,

étude des schémas les plus typés). Même si ces recherches se concentrent sur l’étude des phénomènes

locaux (ne s’intéressant point à la détection des macrostructures prosodiques les plus caractéristiques

de chaque dialectes), elles laissent envisager la possibilité de confirmer la perception de la variation

sociodiatopique disponible à l’auditeur natif, au dialectologue et au sociolinguiste.

Les catégories typologiques les plus robustes sont celles qui ont permis d’opposer les langues

en fonction de profils localement montants ou descendants ou bien de leur divers traitement à la

frontière (compression vs. apocope vs. paragoge) ont reçus une attention dans le cas de quelques

variétés italiennes, avec l’étude de modalités spécifiques d’alignment et scaling (parfois évaluées en

termes perceptifs) et même avec des tentatives de typologisation (Sorianello 2006, Savino 2012).

Une autre stratégie linguistique qui a mérité beaucoup de réflexions dans les études sur

l’intonation est la focalisation. Qu’elle soit restreinte ou élargie, elle a été souvent ramenée à des effets

locaux qui seraient censés représenter le résultat d’une même stratégie universelle alors qu’elle aurait

dû être étudiée préliminairement en termes variationnels (Romano & Mattana 2008).

En fin des comptes, le recours à des méthodes d’analyse qui dépendent excessivement de la

modalité de catégorisation des profils observés n’a pas encore réussi à suggérer une organisation

typologique de ces faits qui puisse se superposer aux grandes aires de la subdivision dialectale

traditionnelle. La simplification imposée par le système de notation des schémas tonaux proposé

permet de typologiser assez efficacement, mais au détriment de la possibilité d’étudier les phénomènes

observés sur un plan dialectologique (cf. Hyman 2009).

Alors que les études qui se concentrent sur l’observation de variables phonétiques dans

d’autres espaces linguistiques (Bruce & Gårding 1978) avaient déjà réussi dans la définition d’une

typologie compatible avec une interprétation géolinguistique des données, les limites de ces nouvelles

approches nous mènent à renoncer à la possibilité de procéder à des réflexions de cet ordre (cf. Gili

Fivela et alii, en cours de publ.).

Après avoir validé leur rôle distinctif dans une vision dialectologique et phonétique, cette

communication se propose de discuter d’une dizaine de schémas de caractérisation dialectale de la

prosodie observés dans le cadre de la section italienne du projet AMPER.

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A relação entre acento secundário e epêntese vocálica no português do sul do Brasil

Tatiana Keller - Universidade Federal de Santa Maria (Brasil)

O acento secundário pode ser caracterizado como um acento à esquerda do acento primário

que se realiza com uma menor saliência em relação a este, como observamos nas palavras jacaré,

medicina, macarrão (a sílaba que o recebe está em itálico e a sílaba tônica está em negrito).

Collischonn (1994) e Moraes (2003) identificam duas tendências em relação ao acento secundário no

português brasileiro: proeminência inicial e alternância binária entre sílabas fracas e fortes. Quando

uma palavra tem número par de sílabas pretônicas essas duas tendências poderiam ser atendidas

simultaneamente, uma vez que o acento secundário pode incidir na primeira sílaba e também alternar-

se entre uma sílaba acentuada e outra desacentuada (canibalizar); o mesmo não ocorre quando o

número de sílabas é ímpar. Nesse caso, apenas uma das tendências pode ser atendida: se o acento

incidir na primeira sílaba, teremos uma sequência de sílabas desacentuadas (canibalização), se houver

alternância entre sílabas fracas e fortes, a primeira sílaba ficará desacentuada (canibalização). A

epêntese vocálica caracteriza-se pela inserção, na fala, de um segmento vocálico (principalmente, a

vogal [i]) entre dois segmentos consonantais, o qual não é registrado na escrita. É o que ocorre em

pronúncias como [] ‘pneu’, [ ‘advogado’ e [] ‘significa’. Nesse

processo, há a criação de uma nova sílaba cujo núcleo é ocupado pela vogal epentética e o ataque pela

primeira das consoantes. Estudos variacionistas, como o de Collischonn (2002), têm mostrado que a

epêntese é um fenômeno variável de alta aplicação na fala do sul do Brasil, especialmente em Porto

Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, com peso relativo de 0,63. Além disso, os resultados

de Collischonn (2002) mostram que a epêntese é favorecida quando a posição do encontro consonantal

que a provoca ocorre antes da sílaba tônica (peso relativo 0,68) e é desfavorecida quando o encontro

consonantal sucede a sílaba tônica (peso relativo 0,24). O fato de o acento secundário ocorrer na pauta

pretônica, um dos contextos mais favorecedores para a ocorrência de epêntese e de a epêntese criar

uma sílaba a mais nessa posição parece indicar que possa haver uma correlação entre a incidência

desse fenômeno e esse tipo de acento. Neste trabalho, investiga-se a relação entre eles com base em

duas hipóteses: (1) a epêntese vocálica ocorreria mais em palavras com número ímpar de sílabas

pretônicas para atender às duas tendências de incidência de acento secundário e (2) a epêntese vocálica

não ocorreria em palavras com número par de sílabas pretônicas, já que o acento secundário poderia

incidir na primeira sílaba, ao mesmo tempo em que é obedecida a alternância forte/fraco. A amostra

selecionada constitui-se de 8 entrevistas realizadas na cidade de Porto Alegre, localizada na região sul

do Brasil, com 8 informantes divididos nas seguintes células: 2 homens e 2 mulheres com mais de 50

anos; 2 homens e 2 mulheres com menos de 50 anos; todos com escolaridade superior. As entrevistas

foram feitas entre 1998 e 1999 e fazem parte do banco de dados do Projeto VARSUL (Variação

Linguística no sul do Brasil). As palavras selecionadas têm contexto para epêntese na posição

pretônica e realizam-se com ou sem epêntese. De modo geral, os resultados para as palavras com

número ímpar de sílabas pretônicas não confirmam a hipótese 1, pois o número de formas sem

epêntese é significativamente maior do que o número de ocorrências sem epêntese; de acordo com os

resultados para as palavras com número par de sílabas pretônicas, a hipótese 2 não é confirmada, pois

o número de ocorrências com epêntese e o número de formas sem epêntese, 24 e 26, respectivamente,

é praticamente o mesmo.

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Habla no formal en zonas bilingües catalán-castellano

Lourdes Romera, Josefina Carrera-Sabaté, Ana M. Planas, Paolo Roseano, Wendy García-Elvira,

Eugenio Celdrán - Universidade de Barcelona (Espanha)

Las muestras prosódicas que se tratan en el proyecto AMPER (Contini, 1992; Contini y otros,

2002) quedan recogidas en los cuatro tipos de corpus con los que se ha trabajado: corpus para ser

obtenido por elicitación textual –corpus fijo-, corpus inducido, map task y monólogos espontáneos. En

este trabajo, que se incribe en el proyecto AMPER-CAT (Fernández Planas, 2005) nos centramos en el

estudio de la entonación de frases interrogativas del catalán y del castellano obtenidas en corpus sin

elicitación textual en zones bilingües catalán-castellano. Las oraciones analizadas corresponden a

informantes femeninos y masculinos de los puntos de encuesta de los dos grandes bloques dialectales

del catalán, algunos de los cuales son hablantes natives de castellano y otros de catalán.

Las frases de habla espontánea analizadas no presentan siempre el mismo número de síllabas y

de acentos léxicos, tal y como ocurre en las oracionas del corpus fijo, hecho que ha provocado que el

análisis de la curva melódica se haya realizado con el programa PRAAT

(http://www.fon.hum.uva.nl/praat/). De cada una de las sílabas de la frase se obtienen los valores

inicial, central y final de F0, así como el F0 inicial y final de la frase. A continuación se procede a la

transcripción y a la obtención del oscilograma y la curva utilizando scripts de PRAAT preparados ad

hoc. Las curvas melódicas obtenidas se etiquetan según la teoria AM (Pierrehumbert, 1980; Sosa,

1999; Hualde, 2003) y las propuestas de Cat_ToBI y Sp_ToBI (Estebas y Prieto 2009; Prieto et al.

2010). En el marco de esta teoria las unidades tonales que proporcionan el contorno melódico son de

dos tipos: acentos tonales que se asocian a las sílabas tónicas y acentos de frontera que definen los

extremos (inicio y final) de la unidad prosódica. Se etiqueta la configuración nuclear de cada una de

las frases, la que comprende el tonema y el tono de frontera final. También se etiqueta el tono de

frontera inicial y los demás acentos tonales para proporcionar la estructura fonológica de la frase.

Estos contornos melódicos permiten distingir dos tipos de interrogativas absolutas, las confirmatorias

y las informativas, así como distinguir también las interrogativas parciales de las interrogativas

absolutes.

Los resultados se comparan con los obtenidos en los análisis del corpus fijo de d’AMPER-

CAT (Martínez Celdrán y Fernández Planas, 2003-2015) y al mismo tiempo se contrastan con los de

otros trabajos (Font-Roches y Ruíz 2013; Fernandez Planas y otros 2006; Prieto y Cabré 2013;

Romera 2014). Estos resultados también nos permiten reflexionar sobre la interacción de las dos

lenguas, castellano y catalán, en las zones bilingües analizadas.

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A F0 intrínseca como parâmetro acústico de identidade das variantes das vogais médias pretónicas

do Português Falado na Amazónia Paraense

Gisele Souza, Mara Sueny Reis, Marlucia Lopes, Regina Cruz - Universidade Federal do Pará (Brasil)

O presente estudo tem por objetivo comprovar que as vogais átonas do português falado na

Amazônia Paraense podem ser caracterizadas por sua frequência fundamental (F0) intrínseca. Esta

pesquisa utiliza o banco de dados formado pela equipe do projeto Norte Vogais, sediado na

Universidade Federal do Pará (UFPA), que é integrante do Diretório Nacional PROBRAVO (Projeto

Descrição Sócio-Histórica das Vogais do Português do Brasil). O corpus total é composto por

amostras de fala de 18 (dezoito) informantes nativos dos municípios de Belém, Barcarena e Cametá,

localizados no estado do Pará. Os informantes foram estratificados socialmente em sexo (masculino e

feminino), faixa etária (15 a 25 anos; 26 a 45 anos; e acima de 45 anos) e nível de escolaridade (nível

fundamental, médio e superior). Neste trabalho, são apontados, especificamente, os resultados obtidos

por meio do tratamento dos dados da terceira faixa etária (acima de 45 anos) das três variedades

estudadas. As gravações foram realizadas por meio de dois protocolos de coleta, um de fala lida e

outro de teste induzido por imagens. No protocolo de fala lida, os dados foram obtidos a partir da

leitura de um texto sobre futebol, por meio do qual os informantes selecionados produziram 53

(cinquenta e três) vocábulos contendo as vogais médias em posição pretônica. Já o protocolo de teste

de imagens foi realizado a partir da projeção de ilustrações no programa Power Point, as quais

induziram os informantes a produzirem 72 (setenta e dois) vocábulos alvo. Os vocábulos foram

selecionados considerando os fatores favorecedores da variação das vogais médias pretônicas

apontados nos primeiros estudos de cunho variacionista, realizados pela equipe do projeto Norte

Vogais. No tratamento dos dados, que foi feito com o auxílio do programa computacional PRAAT,

foram tomadas a média e desvio padrão de F0 (Hz) das variantes investigadas, além do processamento

estatístico de normalização e transformação dos dados de Hz para semitons, sendo utilizada, para tal,

uma escala elaborada por Albert Rilliard. Todo o tratamento estatístico foi realizado por meio do

programa Excel. Vale ressaltar que foi estabelecida, previamente, uma escala de pitch para cada

informante, que variou, para as mulheres, de 100 Hz - 350 Hz e, para os homens, de 70 Hz - 200 Hz.

Diante dos resultados, observou-se que as variantes das vogais médias pretônicas, do português falado

na Amazônia Paraense, podem ser caracterizadas por sua frequência fundamental intrínseca, isto é, F0

funciona como um parâmetro de identificação das referidas variantes.

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O estudo da prosódia do Português Arcaico a partir das cantigas religiosas e profanas

remanescentes

Tauanne Amaral, Gladis Massini-Cagliari - Universidade Estatual de São Paulo, Araraquara (Brasil),

João Veloso (Universidade do Porto - Portugal)

O objetivo deste trabalho é apresentar a importância das cantigas religiosas e profanas para o

estudo da prosódia do Português Arcaico (daqui em diante PA). Vários estudos são realizados a partir

desse corpus, o que contribui muito para o estudo de um período da história da nossa língua em que

não há registros orais, somente escritos.

O estudo do ritmo linguístico de períodos passados da língua, por muito tempo, se mostrou

impossível, uma vez que sobreviveram somente registros escritos - obviamente, não havia na época

tecnologia suficiente para registros orais. No entanto, especificamente para o PA, Massini-Cagliari

(1995, 1999, 2005) propõe uma metodologia em que, a partir da observação da estrutura métrico-

poética, podemos chegar a características prosódicas por meio da escansão em sílabas poéticas.

A escolha de um corpus poético justifica-se pelo fato de que esses textos nos possibilitam a

extração de informações a respeito da prosódia do português do período em questão. Através do

poema, principalmente se este for metrificado, podemos verificar a contagem das sílabas métricas e

localizar o acento de cada verso; a partir daí podem ser deduzidos os padrões acentuais e rítmicos da

língua na qual foram compostos os textos poéticos. Por exemplo: da localização dos acentos poéticos,

pode-se concluir a localização do acento nas palavras, ou seja, os padrões de acento lexical da língua,

e, da concatenação desses acentos dentro dos limites de cada verso, os padrões rítmicos da língua em

questão e os fenômenos de subordinação prosódica entre elementos (= cliticização). Portanto, a única

escolha possível envolve os tipos de textos poéticos cultivados na época (MASSINI-CAGLIARI,

1995, 1999).

Desse modo, este trabalho propõe apresentar, de uma maneira geral, a metodologia utilizada

nos trabalhos desenvolvidos pelo grupo ao qual está vinculado, além de apresentar questões

específicas de uma pesquisa de doutoramento em desenvolvimento. Tal pesquisa propõe a análise de

constiuintes prosódicos superiores à palavra prosódica, mais especificamente o Grupo Clítico (ou

Grupo de Palavra Prosódica). Trata-se de averiguar a possibilidade (ou não) de se considerar o grupo

clítico como constituinte prosódico relevante no PA a partir da análise métrica, pois, a partir da

observação das sílabas métricas nas cantigas, é possível observar os casos em que a proeminência

poética poderá recair sobre um clítico, ou seja, casos em que o clítico (no caso da pesquisa são

abordados apenas os pronomes) receberá um acento no nível poético. Este fato pode trazer evidências

de que os clíticos podem apresentar alguma proeminência, em nível lexical; se não aparecerem,

provavelmente não possuem proeminência no nível lexical, constituindo, junto com o item lexical

dotado de acento mais próximo ao qual se subordina, uma palavra fonológica.

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Estudio dialectométrico de las enunciativas y las interrogativas absolutas neutras del catalán en el

marco del Atlas Multimedia de Prosodia del Espacio Románico

Ana Ma.Planas, Paolo Roseano, Wendy Elvira-García, Eugenio Celdrán, Lourdes Romera, Josefina

Carrera-Sabaté, Ramon Massó, Sabela Barrero, Dorota Syerikow - Universidade de Barcelona

(Espanha)

El proyecto AMPER, Atlas Multimedia de Prosodia del Espacio Románico, (Contini, 1992;

Contini et al, 2002, Fernández Planas, 2005) nació con la voluntad de construir un gran atlas

multimedia el que reflejar, desde diferentes grupos de estudio en distintas universidades repartidas por

la geografía románica actual, aspectos prosódicos, tradicionalmente no considerados en estos

materiales. La idea inicial se fundamentaba en la experiencia acumulada por Contini en el Centre de

Dialectologie de la Université Stendhal Grenoble III tras muchos años trabajando actuivamente en

diferentes Atlas lingüsísticos y en la constatación de la inexistencia de trabajos de este tipo para el

aspecto prosódico de las lenguas. A partir de dos tesis doctorales (Romano, 1999, y Lai, 2002) el

proyecto empezó a perfilarse y con los albores del siglo XXI desde la incorporación de diferentes

equipos universitarios en distintos países empezó a andar y a tomar cuerpo realmente.

Cuatro tipos de corpus configuran las grabaciones para cada informante, hombre y mujer, en

cada punto de encuesta elegido a priori como representativo de diferencias geoprosódicas destacadas

en cada dominio lingüístico. Pero en el atlas internacional, configurado a partir de los atlas parciales

de cada dominio y, al fin, de cada grupo de trabajo, solamente aparecen los datos relativos al corpus

llamado "fijo", cercano al habla de laboratorio. Este corpus consta de una batería básica de frases

enunciativas e interrogativas absolutas neutras con unas estructuras de sujeto+verbo+complemento

que se ven aumentadas con las mismas frases incorporando un complemento de sujeto o de predicado.

Estas frases contienen, por lo tanto, tres o cuatro acentos léxicos cada una de ellas. Acentualmente,

salvo el verbo que es llano, contienen todas las combinaciones acentuales posibles en el resto de

posiciones, siempre con palabras trisílabas. La uniformidad de criterios metodológicos respecto al

corpus, así como al perfil de los informantes y a las condiciones de grabación y análisis acústico

asegura la coherencia del atlas general y de los atlas parciales.

Unos diez años después de su inicio, el estudio del catalán en este marco teóricometodológico

llevado a cabo por el grupo AMPER-CAT de la UB —para estas frases neutras tanto en las dos

modalidades comunes como en otro tipo de interrogativas también absolutas y neutras pero

encabezadas por la partícula "que" átona y con otra disposición sintácticas de los elementos de la

frase—, se considera concluido. Todas las publicaciones de AMPER-CAT y el atlas completo para

este dominio lingüsítico están disponibles en la web del grupo: Martínez Celdrán i Fernández Planas

(eds) (2003-2015): http://stel.ub.edu/labfon/amper/index_ampercat_cat.html. Hay que tener cne cuenta

que, para las frases neutras, el corpus del catalán contiene, al margen de las dos modalidades comunes,

otro tipo de interrogativas absolutas y neutras encabezadas por la partícula “que” átona y con otra

disposición sintáctica de los elementos de la frase.

Actualmente, la dialectología tradicional se ve complementada con la técnica dialectrométrica.

Este nuevo estilo de trabajo permite trabajar con grandes bases de datos y ofrece como resultado

comprobar cómo se agrupan dichos datos entre sí por su proximidad o por su lejanía y cómo se

distribuyen en un espacio virtual. En el marco del AMPER existen ya algunas publicaciones en esta

línea (Rilliard et al, 2008; Moutinho et al, 2011; Fernández Planas et al, 2011; Fernández Planas et al,

2015).

El trabajo que se presenta, en este estado de la cuestión del grupo de trabajo, reúne de forma

global una selección de todos los datos de todos los informantes y todos los puntos de encuesta

estudiados para el catalán y los considera a la luz de la moderna dialectometría. Para ello, utiliza

fundamentalmente una herramienta desarrollada en el propio Laboratori de Fonètica de la UB con este

fin, Calcu-Dista. Los resultados obtenidos, en forma de dendrograma y de MDS separan los puntos de

encuesta sometidos al análisis en diferentes bloques, especialmente a partir de las oraciones

interrogativas. Los datos se ponen en relación puntualmente con otros más procedentes de otras

lenguas en contacto con el catalán (español, francés, italiano regional de Cerdeña y sardo logudorés)

pero también con algunas muestras de portugués y de gallego.

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Conferência de encerramento

Entoação e variação: a multiplicidade de formas e sentidos

Sandra Madureira

Laboratório Integrado de Análise Acústica e Cognição (LIAAC)

Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL)

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) (Brasil)

A entoação de fala espontânea, semi-espontânea ou laboratorial tem se constituído nas últimas

décadas como um tópico de investigação prosódico privilegiado, quer do ponto de vista da produção,

da percepção, da acústica ou da síntese e reconhecimento de fala. Sua anotação, descrição,

modelamento e interações com outros elementos prosódicos, tais como o ritmo, a taxa de elocução e a

qualidade de voz têm levantado desafios metodológicos e suscitado abordagens teóricas foneticamente

e fonologicamente orientadas. Xu (2011) alerta para a necessidade de se promover a integração entre

diferentes subáreas e abordagens da prosódia bem como entre pesquisas orientadas pela produção e

pela percepção. Nesta comunicação o foco sobre a entoação recai sobre a multiplicidade de formas e

sentidos que os padrões entoacionais podem, respectivamente assumir e expressar, o que implica

necessariamente em se colocar como pano de fundo a gestualidade vocal como um índice das

características biológicas, psicológicas e sociais do falante. Autores como Bolinger (1989),

Ohala(2009) e Fonagy (2000) entre outros, defendem que a entoação, enquanto melodia da fala,

implica em uma gestualidade corporal virtual (Vaissière, 2004) que revela correspondências entre

tensionamento e relaxamento das pregas vocais e estados emocionais primitivos de ativação do

organismo e valência. Os padrões entoacionais variam de acordo com a língua, o dialeto e o estilo de

fala e expressam modalidades, características regionais e sociais, atitudes proposicionais e sociais e

estados afetivos. São muitos os fatores intervenientes nessa relação entre forma e sentido que afetam a

percepção dos padrões entoacionais desde os níveis de pitch, sua evolução nos enunciados, a

direcionalidade, o grau de inclinação e a dimensão do seu movimento, a formação de proeminências

até a delimitação de fronteiras na fala. Fatores de alinhamento temporal do pico de f0, o principal

correlato acústico da entoação, influenciam a percepção de sentidos bem como a modulação de f0 que

contribui para a percepção da estruturação sintática e informacional e dos aspectos comunicativos na

fala. Para discutir como forma e sentido interagem no construto da entoação serão invocados os

códigos de frequência (Ohala, 2007) de produção e de esforço (Gussenhoven, 2002 e 2004) para

contemplar questões de iconicidade e metaforização sonora e serão exploradas manifestações

estilísticas, variações dialetais e a percepção de atitudes na fala. Resultados de experimentos acústicos

e perceptivos em línguas diversas serão apresentados e discutidas suas contribuições para o estudo da

variação entoacional, da compreensão de funções comunicativas da entoação e das aplicações a vários

campos de conhecimento.

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1 – Estudos da variação prosódica em Minas Gerais por meio do projeto AMPER-POR

Leandra Batista Antunes, Leandro da Silva Moura (Universidade Federal de Ouro Preto, AMPER-

POR de Minas Gerais, Brasil)

A variação prosódica no português brasileiro é uma área de estudos ainda muito restrita.

Desde o trabalho pioneiro de Cunha (2000), foram poucos os trabalhos desenvolvidos nesse ramo de

estudos, sendo que a maioria dos estudos prosódicos no Brasil se concentrou na descrição da prosódia

em sua relação com a sintaxe ou com a pragmática/discurso, buscando mostrar o papel da prosódia na

distinção de enunciados de modalidades diferentes ou na expressividade de alguns afetos sociais. Em

relação ao português falado no estado de Minas Gerais, os primeiros estudos prosódicos variacionistas

foram feitos quando este estado foi inserido no projeto AMPER, na equipa AMPER-POR, em 2007. O

início do estudo prosódico mineiro se deu com o falar da cidade de Belo Horizonte, capital do estado

(RAMOS e REIS, 2007). Na sequência, buscou-se comparar o falar belorizontino com o falar da

cidade de Mariana, que se situa no centro do estado e dista 120km da capital. Esses primeiros estudos

buscaram descrever a prosódia de declarativas e interrogativas totais nos falares de Belo Horizonte e

Mariana, evidenciando semelhanças e diferenças entre eles (ANTUNES, 2011a; ANTUNES, 2011b;

REIS, ANTUNES e PINHA, 2011). Posteriormente, optou-se por verificar se a classificação dialetal

proposta por Zágari e colegas (2005) para a pronúncia de segmentos e palavras, que divide os falares

mineiros em três, era válida também para os aspectos prosódicos. A divisão de Zágari et al. elencou

três falares mineiros: um baiano, utilizado nas cidades do norte do estado, em sua divisa com a Bahia;

um paulista, utilizado no sul do estado e na região do Triângulo Mineiro, próximo à divisa com São

Paulo; por fim um falar denominado pelos autores de tipicamente mineiro, no restante do estado. Com

base nessa classificação, foram incluídas na análise do AMPER-POR em Minas Gerais as cidades de

Montes Claros (situada no norte do estado) e Varginha (situada no sul do estado). Partindo de dados

iniciais já registrados no AMPER-POR, das cidades de Belo Horizonte e Mariana, e de dados de

outras cidades mineiras registrados no projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil), verificou-se

preliminarmente algumas diferenças prosódicas entre falares do norte do estado (foram verificadas as

cidades de Montes Claros, Unaí e Teófilo Otoni) e falares do centro e do sul do estado (ANTUNES,

2012; MOURA e ANTUNES, 2012). Assim, pretende-se verificar, com a gravação e análise de mais

dados das cidades já inclusas no projeto, no ano de 2015, se há variação prosódica para os diferentes

falares de Minas Gerais. Posteriormente, pretende-se ampliar os pontos de investigação do AMPER

em Minas Gerais a fim de construir um quadro mais amplo da variação prosódica mineira, permitindo

também a comparação com outros falares brasileiros, portugueses e outras línguas românicas.

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2 – Prosódia dos enunciados interrogativos e assertivos nas variantes do Rio de Janeiro

Maristela da Silva Pinto (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Diana Pereira Guimarães,

Carolina Fernandes, Aline Gabriel (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Brasil

O objetivo deste trabalho consiste em comparar 09 enunciados interrogativos e assertivos de

três pontos do falares fluminenses (estado do Rio de Janeiro), analisando a variação do padrão

acentual no núcleo e no pré-núcleo dos seguintes enunciados: “Renato gosta do Renato”, “Renato

gosta do pássaro”, “Renato gosta do bisavô”, bem como “O pássaro gosta do Renato”, “O pássaro

gosta do bisavô”, “O pássaro gosta do pássaro”, ou ainda, “O bisavô gosta do Renato”, “O bisavô

gosta do pássaro” e “O bisavô gosta do bisavô”. Esperamos, com os resultados destas

análises,caracterizar o padrão assertivo e interrogativo fluminense comparando as falas do Rio de

Janeiro, região metropolitana, com as de Petrópolis, região serrana (contato com Minas Gerais) e com

as de Bom Jesus de Itabapoana, região do norte do estado (contato com o Espírito Santo). Nossa

hipótese de que o peso maior da sílaba tônica e o peso da sílaba pós tônica é variável em termos de

duração e de frequência nestas três variedades, mesmo que todas as três apresentem o padrão proposto

por Moraes (2008) para perfis melódicos assertivos e interrogativos. A implementação do acento tonal

interrogativo L+H*L% é sensível à variação diatópica, mesmo no interior do estado se considerarmos

pontos estratégicos como estes três: norte fluminense, região serrana e litoral. Seguimos os padrões

comparativos propostos por Antunes (2012) para o estado de Minas Gerais, e os de Nunes e Seara (no

prelo) para os de Santa Catarina, bem como a discussão proposta por Madureira e Tamashiro (2013)

com relação à variação entonacional. A técnica de deslexicalização (Rillard, 2014, p. 30) baseada num

processo de reiteração da fala assegura uma transmissão eficaz da informação prosódica normalizando

eventuais efeitos microprosódicos e fonotáticos, sendo que a reiteração conserva uma estrutura

silábica clara, e portanto, todas as informações relacionadas à variação rítmica regional. Nossos

resultados se revelam mais significativos do ponto de vista da duração do que da frequência na

implementação dos diferentes padrões acentuais em enunciados interrogativos e assertivos.

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3 – Pistas prosódicas no detalhe fonético: movimento intrassilábico e intersilábico na variante

chapecoense (SC)

Cristiane Gonçalves Uliano (Universidade Federal de Santa Catarina), Vanessa Gonzaga Nunes

(Universidade Federal do Sergipe), Izabel Christine Seara (Universidade Federal de Santa Catarina),

Brasil

O presente trabalho tem por objetivo analisar as características prosódicas da variante

chapecoense, detendo-se nos movimentos inter e intrassilábicos das curvas de frequência fundamental

(F0) em sentenças interrogativas totais (resposta sim/não). Para tanto, foram analisados dados obtidos

através do Projeto AMPER (Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Dialetal Românico), que investiga

as variedades prosódicas das línguas românicas, incluindo o português (AMPER-POR) com estudos

no Brasil e em Portugal. No estado brasileiro de Santa Catarina, os campos de coleta são as cidades de

Chapecó, Florianópolis, Blumenau e Lages. O corpus do projeto é elaborado a partir de figuras,

buscando uma produção mais natural. É composto de personagens (Renato, pássaro, bisavô), de uma

ação (verbo gostar), de adjetivos (pateta, bêbado, nadador) e de sintagmas preposicionados (de

Mônaco, de Veneza, de Salvador), e contempla todas as posições acentuais das palavras que ocorrem

no português (proparoxítona, paroxítona e oxítona). O corpus total compreende 66 frases declarativas

neutras e interrogativas totais. Cada frase tem um número de vogais (sílabas) que varia entre 10 e 14.

Essas frases são repetidas três vezes, totalizando 198 sentenças. Participaram desta pesquisa dois

informantes, um masculino e um feminino, naturais da cidade de Chapecó e com idades entre 30 e 40

anos. Foi analisado, portanto, um total de 396 sentenças. Os valores de F0 em hertz foram

normalizados em semitons. Observando os dados, percebemos que as duas modalidades (declarativa

neutra e interrogativa total), produzidas pelos informantes chapecoenses, não apresentam movimentos

distintos relevantes na região pré-nuclear (anterior ao verbo), que se caracteriza por subida na tônica e

pico de F0 na pós-tônica. De fato, as curvas aparecem, na maior parte das vezes, sobrepostas,

enquanto a distinção ocorre na região nuclear da sentença (após o verbo), mais especificamente na

última palavra da sentença. Dessa forma, focamos nosso estudo nos movimentos inter e intrassilábicos

presentes nas curvas de F0 na posição nuclear das sentenças interrogativas totais. Os dados apontam

para: (1) nas proparoxítonas, movimento ascendente na sílaba tônica, pico de F0 e movimento

descendente na primeira pós-tônica que se prolonga até o final da sentença; (2) nas paroxítonas,

movimento descendente na pré-tônica, ascendente na tônica e novamente descendente na pós-tônica.

Portanto, nas proparoxítonas e paroxítonas, o pico de F0 na região nuclear ocorre recorrentemente

entre a sílaba tônica e a pós-tônica, configurando o comportamento circunflexo no movimento entre

sílabas. No entanto, para as oxítonas, os resultados revelam que o pico de F0 na região nuclear é

intrassilábico, configurando o comportamento circunflexo dentro da própria vogal tônica com

alinhamento mais à direita. Nas paroxítonas, o movimento na tônica é mais íngreme do que o

encontrado nas proparoxítonas com uma variação em frequência entre o primeiro e o último ponto da

vogal tônica de 3,84 semitons para a paroxítona e de 2,62 semitons para a proparoxítona.

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4 – Proposta para o estudo da variação prosódica em mirandês contemporâneo

Alberto Gómez Bautista, Rosa Lídia Coimbra, Lurdes de Castro Moutinho (Centro de Línguas

Literaturas e Culturas, Universidade de Aveiro, Portugal)

O poster pretende apresentar um projeto que se encontra ainda em fase embrionária e que visa

estudar diversos aspetos da prosódia do idioma mirandês. Uma área praticamente inexplorada pelos

linguistas. Tencionamos dar o nosso contributo para a elaboração dum atlas prosódico do mirandês

seguindo critérios que permitam a comparação com outras línguas e o seu encaixe em projetos mais

abrangentes, como por exemplo o AMPER (Atlas Multimédia da Prosódia do Espaço Românico)

No poster apresentam-se as poucas referências bibliográficas que se conhecem sobre esta questão, que

se traduzem numas escassos apontamentos na obra Philologia Mirandesa, vol. I, 1900, nomeadamente,

três alinhas no ponto 155§6) da pág. 309; também no ponto 4. “Phenomenos diversos (phonetica

syntactica)”, págs. 209 a 211, e outras referências pontuais mais ou menos indiretas ao longo do

trabalho. Também Amadeu Ferreira tem abordado o tema nalguns dos seus trabalhos (sobretudo no

artigo “Modos de tratamento ne l mirandês de Sendin” publicado na revista FILANDAR/FIADEIRO,

n.º de 2001 (dezembro), Zamora http://www. terra.es/personal/enriquer].

A proposta de divisão das variedades diatópicas do mirandês esboçada por José Leite de

Vasconcelos (apresentada de uma forma mais aprofundada no capítulo II “Variedades dialectaes do

mirandês” no segundo vol. da obra já citada Philologia Mirandesa, 1901:27-42) é o ponto de partida

do nosso trabalho. Basear-nos-emos nessas três variedades diatópicas apresentadas por Leite de

Vasconcelos para planificar as nossas recolhas e conferir, se na prosódia, também fará sentido essa

divisão proposta pelo ilustre linguista.

Leite de Vasconcelos distinguiu, na sua proposta, três variedades que o próprio autor dava

como provisória e necessitada de novos estudos: “Por ora contentemo-nos com aquella divisão, que

porventura eu ainda modificarei um dia, após novos estudos, e nova viagem á Terra-de-Miranda”

(Vasconcelos, 1901:28).

Variedades do mirandês segundo Leite de Vasconcelos:

1.Mirandês central. O mais estudado e que serviu de base à Convenção Ortográfica da Língua

Mirandesa (1999).

2.Mirandês raiano. É certamente a variedade menos estudada, o autor incluiu aqui as aldeias de

“Paradela, Ifanez, Constantim, Cicouro e S. Martinho de Angueira” (Vasconcelos, 1901:28).

3.Sendinês. Falado na localidade de Sendim, alguns autores preferem a denominação de mirandês do

sul, pois alguns dos traços que apresenta não são exclusivos de Sendim.

Durante a recolha tentaremos registar tantos testemunhos quantos nos forem possíveis,

procuraremos pessoas mais velhas com pouco ou nenhum grau de escolaridade, fluentes em mirandês

e, se possível, que não tenham saído da terra. Além de recolher materiais para o estudo prosódico

tentaremos obter outro tipo de registos que permitam, por exemplo, fazer uma descrição atual e

rigorosa do sistema fonético do mirandês contemporâneo, pois pouco ou nada se tem feito após a

descrição feita por José Leite de Vasconcelos há mais de um século.

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5 – Percepções de um dialeto brasileiro: o falar de Curitiba, no Paraná

Denise Cristina Kluge, Pollianna Milan - Universidade Federal do Paraná (Brasil)

Os curitibanos são capazes de identificar e de discriminar seu dialeto em relação a outros?

Conseguiriam distinguir uma afirmação e/ou uma pergunta ouvindo apenas o início de um enunciado

(região pré-nuclear)? Ainda, quantos semitons são necessários para que os curitibanos percebam que

uma palavra é mais aguda do que a outra?

É a partir destas três perguntas que nos guiamos na nossa pesquisa perceptual com relação ao

dialeto falado na cidade de Curitiba (estado do Paraná), região Sul do Brasil. Para os testes, contamos

com a ajuda de 20 ouvintes que nasceram e sempre residiram em Curitiba (10 de cada gênero). Demos

preferência aos que não tinham formação em Letras para evitar familiaridade com o assunto (temos

advogados, médios, farmacêuticos, dentistas), reforçando, assim, que os testes de percepção são

válidos para curitibanos das mais variadas formações profissionais. Os 20 ouvintes escutaram

sentenças de dois informantes curitibanos gravados por nós (enunciados do corpus AMPER) e também

gravações de informantes do estado de Santa Catarina (que funcionaram como detratores), das cidades

de Lages, de Chapecó e de Florianópolis (todos investigados pela pesquisadora Vanessa Nunes, que

nos forneceu as gravações).

Os resultados mostram que curitibanos identificam com eficiência o seu dialeto quando ouvem

apenas um enunciado e precisam dizer se ele foi falado por uma pessoa curitibana ou não:

identificaram 71% dos casos. A média de acertos por ouvinte foi de 8,5 (de um total de 12

enunciados). Comparando os ouvintes masculinos e femininos, a média de acertos foi bastante

semelhante – o que demonstra não haver diferença de reconhecimento de dialeto por gênero. Na

discriminação do seu falar, eles reconheceram com mais facilidade o seu dialeto quando as duas

gravações eram de Curitiba (acertaram 72,5%), porém, quando as duas não eram da capital paranaense

eles tiveram uma margem grande de erros (erraram 72%) e, quando o enunciado de Curitiba estava em

contraste com o de outros falares, o índice de acertos foi de 38%.

Os testes mostram também que curitibanos conseguem reconhecer quando uma pessoa irá

fazer uma pergunta ou irá afirmar algo ouvindo apenas o início do enunciado (somente o pré-núcleo

ou o sintagma nominal). O reconhecimento da modalidade (do enunciado “recortado” apenas com o

sujeito) foi maior para as declarativas (88%). Por fim, ao manipularmos palavras (e também apenas a

sílaba tônica das palavras) de 1 a 4 semitons, conseguimos chegar à conclusão de que são perceptíveis

auditivamente a mudança de 3 ou mais semitons ao ouvido humano, apesar disso, 2 semitons também

foram perceptíveis por praticamente metade dos ouvintes, o que nos leva a afirmar que 2 semitons são

perceptíveis ao ouvido dependendo de pessoa para pessoa.

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6 – Prosódia comparativa dos enunciados interrogativos e assertivos nas variantes do Rio de

Janeiro Fortaleza e Salvador

Leticia Rebollo, Luma Miranda, Carolina Gomes (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil)

O objetivo deste trabalho é comparar a variação prosódica de enunciados do Amper Por Brasil

referentes a três capitais considerando os seguintes pares de variação morfológica: “Renato”,

“pássaro” e “bisavô” nas posições pré-nucleares e nucleares dos enunciados. Analisamos 9 enunciados

assertivos e interrogativos: “Renato gosta do pássaro”, “Renato gosta do Renato”, “Renato gosta do

bisavô” , “O pássaro gosta do Renato”, “O pássaro gosta do bisavô” e “O pássaro gosta do pássaro” ou

ainda “O bisavô gosta do pássaro”, “O bisavô gosta do Renato”, “O bisavô gosta do bisavô”. Os

objetivos deste trabalho comparativo são três: a) verificar o padrão proposto por Moraes (2008) para

enunciados interrogativos e assertivos com dados do projeto amper; b) comparar os resultados das três

capitais analisadas (Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro) com os dados do projeto Alib propostos por

Silva (2011) e Silvestre (2012), c) discutir as variações de frequência e de duração de enunciados

assertivos e interrogativos, oxítonos, paroxítonos e proparoxítonos no núcleo e no pré núcleo

considerando os trabalhos anteriores de Seara e Couto (2102) bem como a proposta de Moutinho et

alii (2011) para a análise da variação diatópica do português.

O estudo das funções prosódicas de segmentação e de hierarquização da fala se faz sobre

frases construídas para fazer que variem sistematicamente suas estruturas morfo-sintáticas, o que

permite a oposição de um traço particular entre duas frases, que tenham estruturas iguais (Rilliard,

2011). As estruturas comparadas são próximas e têm em geral o mesmo número de sílabas, tanto no

projeto Amper quanto Alib que utiliza dados de entrevista e enunciados paroxítonos: Fortaleza - “O

meu amigo vai ter alta hoje? (SILVA, 2011: 85); Salvador - “Eu estou de alta?” ou “Você vai sair

hoje?” (SILVA, 2011: 94); Rio de Janeiro - “A pessoa que está internada vai sair hoje?” “A minha alta

vai ser hoje” (SILVA, 2011: 103). Os dados do Amper confirmam os resultados encontrados por

Moraes (2008) e Silvestre (2012) ou Silva (2011), trazendo interessantes parâmetros para medir a

variação da duração e da frequência que são o que caracteriza a variação diatópica destes padrões.

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7 – Para a construção de um atlas prosódico de Portugal e da Galiza. Uma ideia com futuro

Lurdes Moutinho, Rosa Lídia Coimbra (Centro de Línguas Literaturas e Culturas, Universidade de

Aveiro, Portugal), Elisa Fernández Rei (Instituto de Língua Galega, Universidade de Santiago de

Compostela, Espanha)

Os acontecimentos históricos que romperam a unidade linguística dos territórios da Galiza e

norte de Portugal colocam a questão de saber se a fronteira política se refletiu no surgimento de uma

fronteira linguística antes inexistente. De facto, se reparamos em distintos fenómenos linguísticos,

encontramos aspetos comuns, que demonstram a conservação de determinados traços, mas também

encontramos outros aspetos que diferem nas duas variedades. Os traços presentes no galego e não no

português, ou vice-versa, explicam-se, seja por evoluções internas de cada uma das línguas ou, no caso

do galego, por contacto com o castelhano.

Serão objeto de estudo, no trabalho que aqui apresentamos, estas variedades, galega e

portuguesa do PE continental, cujo diassistema nos tem interessado de alguns anos a esta parte e que

se tem vindo a traduzir em trabalhos conjuntos (Moutinho et al. 2005; Fernández Rei e Moutinho,

2006; Moutinho et al. 2007; Contini et al. 2008; Moutinho e Fernández Rei, 2009; Moutinho et al.

2009; Fernández Rei et al. 2014; Moutinho et al. no prelo) onde abordámos, por exemplo, a questão da

fronteira entre estas duas línguas, num território que apresenta continuidade geográfica e em alguns

casos linguística, bem como estudos dialectométricos e percetivos. Denominaremos o conjunto destas

variedades assim estudadas de diassistema galego-português europeu continental (GPEC).

No mesmo âmbito, foi também executado um projeto intitulado Estudo perceptivo da

variación prosódica dialectal do galego (FFI2009-12738), concluído em junho de 2013, financiado

pela Dirección General de Investigación (Ministerio de Ciencia e Innovación), sendo a investigadora

principal Elisa Fernández Rei e no qual também participou Lurdes de Castro Moutinho. Se bem que o

objetivo deste projeto, como o título indica, fosse o estudo dialectal da prosódia galega, tratamos

também a perceção que os portugueses têm da prosódia das variedades galegas e viceversa (Fernández

Rei et al. Libro da Fronteira do ILG).

Esta colaboração, bem como a sua continuidade, reveste-se de um interesse fundamental,

mesmo imprescindível, para um melhor conhecimento da mudança linguística, contribuindo para o

estudo da geografia linguística em geral e da dialectologia ibérica em particular.

A evolução deste trabalho conjunto permitirá, num próximo futuro, a experimentação e o

desenvolvimento de novas metodologias de trabalho passíveis de serem aplicadas de forma sistemática

a outros estudos. É também nossa intenção a submissão de um novo projeto na continuidade do

anterior, esperando, com isso, enriquecer a base de dados com novos pontos de inquérito, aceder a

gráficos comparativos das variedades estudadas, possibilitar análises dialectométricas e representação

gráfica. Finalmente, pretende-se ainda construir e disponibilizar online os resultados na forma de atlas

prosódico para o GPEC e as respetivas ferramentas desenvolvidas, tanto para a etiquetagem dos dados

prosódicos, como para a análise dialectométrica e sua representação gráfica.

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8 – Projeto AMPER-POR: ampliação das frases do corpus

Leydiane Lima, Regina Cruz (Universidade Federal do Pará, Brasil)

O presente trabalho está vinculado ao projeto Atlas Prosódico Multimídia do Espaço

Românico (AMPER) e tem por objetivo expor a ampliação do corpus do Português Brasileiro (PB)

realizada pela equipe da UFPA com 416 frases que foram elaboradas a partir do corpus reestruturado

pela UFMG de 102 frases. Deste modo, o corpus de 416 frases foi estruturado obedecendo às mesmas

restrições fonéticas e sintáticas, a fim de se manter o mesmo padrão para todos os corpora coletados

nas três variedades do português que fazem parte do projeto AMPER-POR. Dito isto, as combinações

dos sintagmas foram feitas por Lima (andamento) a partir das 102 frases levando em consideração

todas a possibilidades sintáticas com os sintagmas nominais, adjetivais e adverbiais; a saber: os

Sintagmas Nominais (SN): Renato, Pássaro, Bisavô e Capataz; os Sintagmas Adjetivais (SAdj):

bêbado, pateta e nadador; os Sintagmas Preposicionados (SPrep): de Mônaco, de Veneza e de

Salvador. A motivação para tal pesquisa se deu quando estávamos preparando o material de coleta de

dados, montando as frases nos slides e percebemos que a equipe da UFMG (Antunes e Reis, 2011) de

fato não havia esgotado todas as possibilidades de combinação possíveis com os sintagmas do corpus

AMPER. Para que o objetivo desse trabalho fosse alcançado, foram utilizadas as 102 frases do corpus

da UFMG e a partir da sequência sintática padrão foi possível perceber e reestruturar novas

combinações entre os sintagmas, principalmente com o sintagma Capataz que não tinha a mesma

quantidade de combinações que os demais SNs. No total foram adicionadas 314 frases ao corpus de

102 gerando um total de 416 frases. Nesse processo foi preciso criar códigos para as novas

combinações sintagmáticas seguindo o padrão apresentado pelas frases já pré-estabelecidas. A

estruturação sintática obtida que resume o que tem no corpus ampliado então é de 16 frases que se

iniciam com cada um dos sintagmas nominais (Renato, Pássaro, Bisavô e Capataz) na asserção: a) na

posição de SN1 e SN2, N com acento nas três posições (N. oxitona + SAdj com acento nas três

posições; N. paroxitona + SAdj com acento nas três posições; N. proparoxitona + SAdj com acento

nas três posições) e N com acento nas três posições (N.oxitona + Sprep com acento nas três posições;

N. paroxitona + Sprep com acento nas três posições; N. proparoxitona + Sprep com acento nas três

posições). O resultado obtido após a ampliação foi aplicado ao trabalho de campo que investiga a

caracterização prosódica da cidade de Santarém (PA) e que em está em fase de tratamento de dados e

futuramente publicará já com a nova reestruturação do corpus.

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9 – Entoação, variação e contrastes

Alice Rodrigues Crochiquia e Sandra Madureira

Laboratório Integrado de Análise Acústica e Cognição (LIAAC)

Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL);

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Brasil

Este trabalho desenvolve-se dentro do projeto AMPER-POR (Atlas Prosódico Multimídia do Espaço

Românico para o Português), coordenado por Lurdes de Castro Moutinho, do Centro de Investigação

de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, Portugal. Seu objetivo é comparar aspectos

entoacionais das modalidades interrogativa e declarativa em produções de 6 frases de Português

Brasileiro (PB) e Português Europeu (PE) terminadas em substantivos caracterizados por três tipos de

padrões acentuais (paroxítono, oxítono e proparoxítono). Os dados foram gravados por 5 homens e 5

mulheres falantes nativos do Português, variedades paulistana e lisboense. Os falantes gravaram 6

repetições de cada frase. De acordo com as orientações metodológicas do projeto AMPER, para a

gravação dos enunciados, os sujeitos receberam estímulos visuais e os enunciados foram editados e

etiquetados de acordo com sua estrutura e modalidade, no software de livre uso PRAAT. Após a

segmentação, com o script AMPER_PRAAT_Textgrid2Txt_V1.psc, desenvolvido para o PRAAT por

Barbosa (2005), foi feita a extração dos valores de frequência fundamental (f0), em três momentos de

cada vogal e um valor médio gerado para cada vogal. Além da evolução da frequência fundamental,

foi analisada a evolução dos parâmetros acústicos da intensidade e duração, os alinhamentos do pico

de f0, as durações das unidades VV e avaliada a percepção da modalidade por meio de estímulos

sintetizados. Para a avaliação desses estímulos atuaram 30 juízes, estudantes da graduação de Letras.

Os resultados apontam semelhanças entre as duas variedades no que concerne o movimento

descendente nas declarativas e diferenças em termos de alinhamento do pico de f0, da duração das

unidades-V-V e das vogais em posição pré-tônica. No Português Europeu o movimento ascendente no

final de enunciados interrogativos alinhava-se mais tardiamente em relação à última vogal acentuada

do que no Português Brasileiro. Esse atraso no alinhamento é discutido em relação à percepção da

modalidade e das possíveis implicações em termos de sentido.

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10 – Sul de Portugal continental e Açores. Distância geográfica também distância prosódica?

Rosa Lídia Coimbra, Lurdes de Castro Moutinho (Centro de Línguas Literaturas e Culturas,

Universidade de Aveiro), Maria Clara Rolão Bernardes (Universidade dos Açores), Portugal

O povoamento dos Açores ter-se-á iniciado após 1439, época em que Gonçalo Velho Cabral

se dirige para a ilha de Santa Maria (Lacerda, s.d.). É nesta ilha que se fixam os primeiros povoadores

e, só alguns anos mais tarde, o mesmo virá a acontecer com a ilha de S. Miguel.

Embora não seja consensual que este primeiro capitão-donatário de Santa Maria e de S.

Miguel tenha, de facto, sido o descobridor do arquipélago, ele marca certamente o início do seu

povoamento por parte dos portugueses. Com o intuito de dar novo impulso ao desenvolvimento da ilha

de S. Miguel, João Soares de Albergaria, sobrinho de Gonçalo Velho Cabral, traz, para esta ilha,

algumas famílias do continente, sobretudo do Algarve. De facto, vários estudos referem que a maioria

dos povoadores seria proveniente de Portugal continental, merecendo particular referência os

contributos do Algarve, Alentejo e, ainda, Minho. No entanto, outros documentos aludem ao facto de

que, para além destas famílias do continente, outros povos terão estado também na origem do

povoamento dos Açores. Esta diversidade de gentes, com reflexos evidentes na língua falada, torna

difícil a identificação precisa da sua origem e, consequentemente da natureza da sua diversidade

linguística. Parece, no entanto, ser razoável considerar-se que a maioria desses povoadores terá sido

constituída por portugueses continentais. Também neste caso, como em qualquer processo de

povoamento, uma das realidades que é trazida para o novo local é a língua do povoador, com todas as

possíveis marcas regionais dos locais da sua proveniência, dado que nenhuma língua é

geograficamente homogénea. Com o decorrer do tempo, muitas destas marcas mantêm-se no local de

chegada e tudo indica que terá sido também o caso destas ilhas, por maioria de razão, dado o seu

grande isolamento geográfico.

As variedades linguísticas do português açoriano têm motivado diversas investigações. No que

diz respeito ao nível fonético, essas pesquisas têm-se centrado, especialmente, no nível segmental, de

que são exemplos os trabalhos de Saramago (1992), Bernardo (1999) e Blayer (2004). Na presente

investigação, não é este o aspeto que nos interessa aprofundar, mas sim o de avaliar se esta

proximidade/afastamento fonético com algumas variedades do sistema vocálico continental se verifica

também em termos prosódicos. De salientar alguns artigos já publicados neste domínio de

investigação (Bernardo 2005, 2007 e 2011), embora ainda não se veja contemplada esta vertente

comparativa. De quanto é do nosso conhecimento, há apenas dois outros estudos contrastivos recentes,

que contrastam o português de S. Miguel com outras variedades do português (Cruz et al 2014,

Moutinho e Coimbra 2015).

Tentaremos, assim, usando a metodologia do projeto em que se insere esta pesquisa – Projeto

AMPER-POR – aferir da presença/ausência de caraterísticas prosódicas de uma variedade açoriana em

variedades de Portugal continental. Nesse sentido, gravámos e analisámos o sinal acústico de 198

enunciados comparáveis quanto à estrutura sintática e posição de acentos lexicais, produzidos por seis

informantes, todos com escolaridade básica e idades superiores a 50 anos e provenientes de três pontos

de inquérito: um homem e uma mulher provenientes de Fenais da Ajuda, S. Miguel Açores; um

homem e uma mulher de Monforte, Alentejo; um homem e uma mulher de Vila do Bispo, Algarve.

Este trabalho deverá ser considerado apenas um contributo para este tipo de estudos

contrastivos, desejando que ele venha a motivar outras pesquisas ainda tão escassas neste domínio dos

estudos prosódicos, em geral, e da prosódia comparada, em particular.

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11 – Questões prosódicas do dialeto curitibano: uma proposta de notação autossegmental métrica

aliada à taxa de inclinação na região nuclear

Pollianna Milan, Denise Cristina Kluge - Universidade Federal do Paraná (Brasil)

A partir de alguns parâmetros acústicos (como F0, intensidade, duração e taxa de inclinação)

pretendemos descrever as características prosódicas do dialeto de Curitiba. O que diferencia este falar

do de outros e, sobretudo, como curitibanos fazem para distinguir as modalidades declarativa neutra e

interrogativa total? Gravamos dois informantes, um feminino e um masculino, ambos com ensino

médio completo, idade entre 20 e 25 anos. Analisamos, ainda, os valores dos parâmetros acústicos por

meio de testes estatísticos rodados no programa SPSS. No quesito duração, observamos a velocidade

de fala pela taxa de elocução média dos dois informantes. Sobre isso, chegamos à conclusão de que

curitibanos, com taxa de elocução de 7,17 sílabas por segundo, falam mais rápido do que paulistas (6,4

sílabas/s) e mais devagar do que mineiros (7,5 sílabas/s) e florianopolitanos (8,9 sílabas/s). Já a

notação autossegmental métrica dos enunciados realizados pelos curitibanos (H+L*L% para as

afirmações neutras e L+H*L% para as interrogativas totais) mostra uma tendência do Português

Brasileiro, pois estas notações têm se repetido para outros dialetos. Contudo, podemos ter uma marca

dialetal (a ser melhor investigada) na interrogativa total do nosso informante masculino (L+L*H%),

que ficou diferente das demais. A análise da taxa de inclinação das sílabas nucleares se mostrou

bastante eficiente para representar a distinção de modalidades. Temos, por exemplo, na sílaba tônica

nuclear da palavra “Renato” uma taxa de inclinação de -86,26 semitons/s nas declarativas, ou seja,

uma grande queda, e 59,54 semitons/s nas interrogativas, uma subida elevada. A intensidade

normalizada das sílabas nucleares mostrou que os valores são diferentes significativamente entre as

pré-tônicas das oxítonas da declarativa para a interrogativa, as pré-tônicas e tônicas das paroxítonas e

as pré-tônicas, tônicas e últimas pós-tônicas das proparoxítonas – o que demonstra que o valor de

intensidade muda conforme o padrão acentual das palavras. Uma análise dos dados de F0, em

semitons normalizados, mostra ainda quais sílabas são diferentes significativamente. No pré-núcleo,

curitibanos distinguem as interrogativas totais das declarativas neutras sempre nas tônicas e pós-

tônicas (nas oxítonas, nas pré-tônicas também), o que revela que, já no pré-núcleo, falantes deste

dialeto marcam a modalidade do enunciado (se é interrogativo ou declarativo) – isto foi confirmado

também em um teste de percepção. Na região nuclear, a F0 das sílabas é diferente significativamente

sempre nas pré-tônicas das perguntas em relação às afirmações (o informante masculino apresentou

valores diferentes significativamente também nas tônicas das paroxítonas e nas tônicas e nas tônicas e

pós-tônicas das proparoxítonas).

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