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LME 5806 - Estat´ ıstica Matem´ atica I Estima¸ ao por intervalo Profa. Roseli Aparecida Leandro 1 Introdu¸ ao A estima¸ ao por ponto ´ e bastante ´ util, embora deixe alguma coisa a desejar, isto ´ e, ela ao d´ a indica¸ ao da precis˜ ao a ela associada. No caso em que a f.d.p. do estimador por ponto, sob considera¸ ao, for cont´ ınua a probabilidade de que o estimador seja igual ao valor do parˆ ametro ´ e zero. Portanto, parece desej´ avel que uma estimativa por ponto deva ser acompanhada por alguma medida do poss´ ıvel erro da estimativa. Seja X 1 ,...,X n uma a.a. da distribui¸ ao normal com m´ edia μ e variˆ ancia σ 2 . Considere- se uma simula¸ ao do comportamento dos estimadores de m´ axima verossimilhan¸ ca para os parˆ ametros μ e σ 2 (Programa 1).

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LME 5806 - Estatıstica Matematica I

Estimacao por intervalo

Profa. Roseli Aparecida Leandro

1 Introducao

A estimacao por ponto e bastante util, embora deixe alguma coisa a desejar, isto e, ela

nao da indicacao da precisao a ela associada. No caso em que a f.d.p. do estimador por

ponto, sob consideracao, for contınua a probabilidade de que o estimador seja igual ao valor

do parametro e zero. Portanto, parece desejavel que uma estimativa por ponto deva ser

acompanhada por alguma medida do possıvel erro da estimativa.

Seja X1, . . . , Xn uma a.a. da distribuicao normal com media µ e variancia σ2. Considere-

se uma simulacao do comportamento dos estimadores de maxima verossimilhanca para os

parametros µ e σ2 (Programa 1).

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2

Programa 1

rm(list=ls(all=TRUE))

# X11() # ativa o display simultaneo de varios graficos

#Recording

res<-NULL

myfunc<-function(res,n,mu,dp,m)

for(i in 1:m)

x<-rnorm(n,mu,dp)

emv.mu<-mean(x)

emv.sigma2<-1/n*sum((x-mean(x))^2)

teste1<-(n-1)/n* 1/(n-1)* sum((x-mean(x))^2)

teste2<-((n-1)/n)*var(x)

teste3<-var(x)

res<-rbind(res,cbind(n,emv.mu,emv.sigma2,teste1,teste2,teste3))

return(res)

res<- myfunc(res,35,3,2,1000)

ts.plot(cbind(res[,2],res[,3]),col=c("red","blue"),lty=c(1,2))

abline(h=3,col="red",lwd=2)

abline(h=4,col="blue",lwd=2)

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3

Portanto, parece desejavel que uma estimativa por ponto deva ser acompanhada por

alguma medida do possıvel erro da estimativa. Por exemplo, uma estimativa por ponto pode

ser acompanhada por algum intervalo em torno da estimativa por ponto junto com alguma

medida de seguranca de que o verdadeiro valor do parametro pertenca a esse intervalo. Da

mesma forma que estimacao por ponto, a estimacao por intervalo apresenta duas etapas:

1. O problema de encontrar estimadores por intervalo.

2. O problema de determinar estimadores por intervalo otimos.

1.1 Intervalos de confianca

Um estimador por intervalo e uma regra que especifica o metodo para usar as medidas

amostrais para calcular dois numeros que formam os extremos do intervalo. Idealmente,

gostarıamos que o intervalo resultante tivesse duas propriedades, a saber:

- que “cobrisse´´ o verdadeiro valor do parametro de interesse, θ.

- que o intervalo fosse relativamente pequeno.

Note que um dos ou ambos os extremos do intervalo sendo funcoes de medidas amostrais

irao variar de maneira aleatoria de uma amostra para outra. Entao, o comprimento e a

locacao sao quantidades aleatorias e nos nao temos certeza que o parametro θ caira realmente

entre os extremos de qualquer intervalo calculado a partir de uma unica amostra. (Programa

2)

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4

2 Interpretacao de intervalo de confianca

DeGroot & Schvervish, pagina 412

Tirar xerox pagina 411-412 DeGroot

Suponha que X1, . . . , Xn forme uma a.a. da distribuicao que envolve o parametro descon-

hecido θ. Suponha, tambem, que duas estatısticas A(X1, . . . , An) e B(X1, . . . , An) possam

ser encontradas de tal forma que independente de qual seja o valor verdadeiro de θ seja

possıvel que:

P [A(X1, . . . , An) < θ < B(X1, . . . , An)] = γ (1)

em que γ e uma probabilidade fixa γ (0 < γ < 1). Se o valor observado de A(X1, . . . , An) e

B(X1, . . . , An) sao constantes conhecidas a e b, entao o intervalo (a, b) e chamado intervalo

de confianca para θ com coeficiente de confianca γ ou, em outras palavras, θ pertence ao

intervalo (a, b) com confianca γ.

Deve ser enfatizado que nao e correto afirmar que θ pertence ao intervalo (a, b) com

probabilidade γ. Antes que os valores das estatısticas A(X1, . . . , An) e a B(X1, . . . , Xn)

sejam observados estas estatısticas sao variavies aleatorias. Entao segue da expressao (1)

que θ pertence ao intervalo aleatorio com pontos extremos A(X1, . . . , An) e B(X1, . . . , An)

com probabilidade γ.

Depois que valores especıficos para A(X1, . . . , An) e B(X1, . . . , An) denotados por a e b

forem observados nao sera mais possıvel atribuir probabilidade ao evento que θ pertenca ao

intervalo especıfico (a, b) sem considerar θ como uma variavel aleatoria tendo, portanto, ela

propria uma distribuicao de probabilidade (Abordagem Bayesiana).

Nao e possıvel atribuir probabilidade γ ao intervalo e sim um coeficiente de confianca γ.

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5

Objetivo: encontrar um estimador por intervalo que gere intervalos pequenos que incluam

θ com uma probabilidade alta.

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6

Mood

Estimador por intervalo a que esta associada uma probabilidade recebe o nome de inter-

valo de confianca. Os limites inferior e superior de um intervalo de confianca sao chamados de

limite inferior e superior de confianca, respectivamente. A probabilidade de que o intervalo

de confianca contenha θ e chamada coeficiente de confianca.

Definicao: Seja X1, X2, . . . , Xn uma a.a. de uma densidade fX(x; θ), θ ∈ Ω.

Sejam T1 = t1(X1, · · · , Xn) e T2 = t2(X1, · · · , Xn) duas estatısticas tais que

T1 < T2. Dizemos que o intervalo aleatorio (T1, T2) e um intervalo de confianca

para θ com coeficiente de confianca (1− α), (0 < α < 1) se

P [T1 ≤ θ ≤ T2] = 1− α, ∀θ ∈ Ω

Tambem podemos dizer que T1 e T2 sao limites de confianca inferior e superior para θ,

respectivamente, com coeficiente de confianca (1− α) se para todo θ ∈ Ω temos:

P [T1 ≤ θ] = P [T1 ≤ θ < ∞] = 1− α

eP [θ ≤ T2] = P [−∞ < θ < T2] = 1− α

que sao chamados intervalos de confianca unilaterais.

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7

Interpretacao: Suponha que o experimento aleatorio sob consideracao e conduzido

independentemente n vezes e se xj e o valor observado de Xj, j = 1, · · · , n, con-

strua o intervalo (T1, T2). Suponha agora que este processo e repetido indepen-

dentemente N vezes, obtendo-se, entao, N intervalos. A medida que N torna-se

maior e maior, pelo menos (1 − α)N dos intervalos cobrirao o valor verdadeiro

de θ.

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8

Programa implementando no software R para obtencao de N intervalos aleatorios conside-

rando-se uma a.a. de tamanho n da distribuicao normal com media µ e variancia σ2.

Programa 1: Obtencao de N intervalos de confianca para µ com coeficiente de confianca

gamma = (1− α).

Calculos auxiliares

qnorm(0.90,0,1)

# [1] 1.281552

qnorm(0.975,0,1)

#[1]1.959964

qnorm(0.995,0,1)

#[1] 2.575829

rm(list=ls(all=TRUE))

f<-function(N, n, mu, sigma2,alpha)

r<-matrix(0,N,5)

for(i in 1:N)

zalpha2<-qnorm(1-alpha/2)

x <- rnorm(n, mu, sqrt(sigma2))

r[i, 1] <- mean(x)

r[i, 2] <- var(x)

r[i, 3] <- mean(x) - zalpha2 * sqrt(sigma2/n)

r[i, 4] <- mean(x) + zalpha2 * sqrt(sigma2/n)

if(mu >= r[i, 3] && mu <= r[i, 4])

r[i, 5] <- r[i, 5] + 1

soma <- sum(r[, 5])

cat("Numero de intervalos que cobriram o verdadeiro valor da

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9

media:", soma, "\n")

#print("Numero de intervalos que cobriram o verdadeiro valor da

#media") # soma

return( list(mu=mu,resp=r, s=soma))

Resp<-f(100,30,3,4,0.05)

#Resp$s

plot(seq(min(Resp$resp[,3])-2,max(Resp$resp[,4])+2,length=100),seq(1,200,length=100),

type="n",ylab="",xlab="Intervalos de confianca") for(i in 1:100)

segments(x0=Resp$resp[i,3],y0=2*i,x1=Resp$resp[i,4],y1=2*i,col="blue")

for(i in 1:100) if(Resp$resp[i,5]==0)

segments(x0=Resp$resp[i,3],y0=2*i,x1=Resp$resp[i,4],y1=2*i,col="red",lwd=3)

abline(v=Resp$mu,col="red",lwd=3)

\newpage

rm(list=ls(all=TRUE))

f<-function(N, n, mu, dp,gama)

# N ===> numero de amostras

# n ===> tamanho de cada amostra

# mu ===> media

# dp ===> desvio padr~ao

# gama ===> coeficiente de confianca

# # Caso: sigma2 conhecido. #

m<-matrix(0,N,8)

for(i in 1:N)

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10

x <- rnorm(n, mu, dp)

m[i, 1] <- mean(x)

m[i, 2] <- var(x)

m[i, 3] <- mean(x) - qnorm(gama+(1-gama)/2,0,1) * dp/sqrt(n)

m[i, 4] <- mean(x) + qnorm(gama+(1-gama)/2,0,1) * dp/sqrt(n)

if(mu >= m[i, 3] && mu <= m[i, 4])

m[i, 5] <- m[i, 5] + 1

#%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

n<-length(x)

s2<-var(x)

#gama<-0.95

alpha<-(1-gama)/2

q1<-qchisq(alpha/2,n-1)

q2<-qchisq(gama+alpha/2,n-1)

m[i,6]<-(n-1)*s2/q2

m[i,7]<-(n-1)*s2/q1

if(dp^2 >= m[i, 6] && dp^2 <= m[i, 7])

m[i, 8] <- m[i, 8] + 1

soma1 <- sum(m[, 5])

soma2 <- sum(m[, 8])

list(m, soma1,soma2)

# Coeficiente de confianca 95%

f(100,20,5,2,0.95)

# Coeficiente de confianca 99%

f(100,20,5,2,0.99)

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11

# Coeficiente de confianca 90%

f(100,20,5,2,0.90)

n<-length(x)

s2<-var(x)

gama<-0.95

alpha<-(1-gama)/2

q1<-qchisq(alpha/2,n-1)

q2<-qchisq(gama+alpha/2,n-1)

m[i,7]<-(n-1)*s2/q2

m[i,8]<-(n-1)*s2/q1)

soma2<- sum(m[,8])

Uma interpretacao semelhante pode ser feita para os intervalos unilaterais.

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12

O comprimento l(X1, · · · , Xn) de um intervalo e

l(X1, · · · , Xn) = T2(X1, · · · , Xn)− T1(X1, · · · , Xn)

e seu valor esperado e E(L).

Existe mais de um intervalo de confianca com o mesmo coeficiente de confianca (1− α)

mas estaremos interessados em obter aquele que tem o menor comprimento dentro de uma

certa classe de IC.

Um metodo bastante util para se obter IC e chamado metodo pivotal. Este metodo

depende da obtencao de uma quantidade pivotal que possui duas caracterısticas:

( i) E uma funcao da a.a. e do parametro θ, onde θ e a unica quantidade desconhecida,

isto e, devemos obter Q = Q(X1, · · · , Xn, θ)

(ii) Tem uma f.d.p. que nao depende do parametro θ.

2.0.1 Exemplo 1

Seja X1, X2, . . . , Xn uma a.a. de uma distribuicao normal de media θ e variancia 9, isto e,

Xi i.i.d. N(θ, 9). Verifique se sao quantidades pivotais:

X − θ,X − θ

3/√

n,

X

θ

Solucao: Temos que se X ∼ N(θ, 9) entao X ∼ N(θ, 9/n).

( i) Logo, Q = X − θ depende da a.a. e de θ e alem disso: E(Q) = E(X) − θ = 0 e

V ar(Q) = V ar(X) =9

ne assim Q ∼ N(0, 9/n) . E portanto, por definicao, Q = X−θ

e uma quantidade pivotal.

( ii) Q =X − θ

3/√

ndepende da a.a. e de θ e alem disso: E(Q) = E

(X − θ

3/√

n

)= 0 e V ar(Q) =

V ar

(X − θ

3/√

n

)=

n

9V ar(X) = 1 e assim Q =

X − θ

3/√

n∼ N(0, 1). E portanto, por

definicao, Q = X − θ e uma quantidade pivotal.

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13

(iii) Q =X

θdepende da a.a. e de θ e alem disso: E(Q) =

1

θE(X) = 1 e V ar(Q) =

1

θ2V ar(X) =

9

θ2ne assim Q =

X

θ∼ N(1, 9/θ2n). E portanto, por definicao, Q =

X

θnao e uma quantidade pivotal pois sua distribuicao depende de θ.

Se a quantidade pivotal tem f.d.p. conhecida, entao, para qualquer 0 < α < 1, existem

q1 e q2 dependendo de α tais que P [q1 < Q < q2] = 1 − α. Se para cada valor amostral

possıvel (x1, · · · , xn)

q1 < q(x1, · · · , xn; θ) < q2 ⇔ t1(x1, · · · , xn) < θ < t2(x1, · · · , xn)

para funcoes t1 e t2 (nao dependentes de θ), entao (T1, T2) e um IC a 100(1−α) para θ, onde

Ti = ti(X1, · · · , Xn), i = 1, 2.

Observacoes:

Tem-se que q1 e q2 sao independentes de θ pois a distribuicao de Q o e. Para qualquer α

fixado existem muitos pares possıveis (q1, q2) que podem ser selecionados tais que

P [q1 < Q < q2] = 1− α

GRAFICO 1:

Pares diferentes (q1, q2) produzirao diferentes (t1, t2). Queremos selecionar aquele par

(q1, q2) que produzira de alguma forma t1 e t2 mais proximos, isto e, por exemplo escolher

(q1, q2) de tal forma que torne o comprimento medio do intervalo o menor possıvel. Resu-

mindo:

Os passos para obtencao de um intervalo de confianca pelo metodo da quantidade pivotal

sao:

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14

1. a partir de P [q1 < Q < q2] = 1− α obter atraves de operacoes algebricas simples

P [t1 < θ < t2] = 1− α.

2. Minimizar l = t2 − t1 sujeito a restricao∫ q2

q1fQ(q)dq = 1− α

2.0.2 Exemplo 2: Intervalo de confianca para a media µ da N(µ, σ2)

• σ2 conhecido.

Seja X1, X2, . . . , Xn uma a.a. da distribuicao normal N(µ, σ2). Obter um IC para µ,

considerando σ2 conhecido.

Sabemos que Q =

√n(X − µ)

σ∼ N(0, 1) e uma quantidade pivotal.

Para um dado α, existem q1 e q2, tais que:P [q1 < Q < q2] = 1− α isto e:

P

[q1 <

√n(X − µ)

σ< q2

]= 1− α =⇒

P

[σq1√

n< X − µ <

σq2√n

]= 1− α

=⇒ P

[X − σ√

nq2 < µ < X − σ√

nq1

]Entao,

(X − σ√

nq2, X − σ√

nq1

)e um IC a 100(1− α)% para µ. O comprimento do IC e

l =

(X − σ√

nq1

)−(

X − σ√n

q2

)= (q2 − q1)

σ√n

que sera o menor possıvel selecionando-se q1 e q2 tais que q2− q1 seja mınimo sob a restricao

de que

1− α = P [q1 < Q < q2]

Temos entao que minimizar

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15

l = (q2 − q1)σ√n

(2)

sujeito a restricao ∫ q2

q1

fQ(q)dq = 1− α (3)

Para isso derivamos l em relacao a q1 (fazendo q2 em funcao de q1) e tomandodl

dq1

= 0, isto

e,

dl

dq1

=

(dq2

dq1

− 1

)σ√n

= 0 =⇒ dq2

dq1

= 1 (4)

e a partir da restricao podemos obterdq2

dq1

, isto e, derivando-se (3) em relacao a q1, temos:

d

dq1

∫ q2

q1

fQ(q)dq =d

dq1

(1− α) (5)

e lembrando-se que

d

dt

∫ h(t)

g(t)

f(x)dx = f(h(t))dh

dt− f(g(t))

dg

dt

(Mood, pag. 532) temos:

fQ(q2)dq2

dq1

− fQ(q1) = 0 =⇒ dq2

dq1

=fQ(q1)

fQ(q2)

Logo, usando-se (4) e (5) temos:

fQ(q1)

fQ(q2)= 1 =⇒ fQ(q1) = fQ(q2)

Como Q ∼ N(0, 1), fQ(q) e simetrica e portanto

q2 = q1 ou q2 = −q1

Mas

q2 = q1 =⇒∫ q2

q1

fQ(q)dq = 0 6= 1− α

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16

Portanto q2 = −q1 e a solucao desejada e tal que q1 e q2 podem ser obtidos de uma dis-

tribuicao N(0, 1). Isso implica que o intervalo de confianca para µ e simetrico em relacao a

µ, considerando-se q1 = −zα/2 entao q2 = zα/2 e:

P

[X − σ√

nzα/2 < µ < X +

σ√n

zα/2

]= 1− α

(X − σ√

nzα/2, X +

σ√n

zα/2

)e um IC para µ com um coeficiente de confianca 100(1− α)%

• σ2 desconhecido.

Se σ2 e desconhecido mas dispomos de uma estimativa s2 para σ2 e estamos interessados

no intervalo de confianca para µ, o procedimento e semelhante, isto e, temos que:

Q =

√n(X − µ)

S∼ tn−1 em que S2 =

∑ni=1(Xi − X)2

n− 1

e uma quantidade pivotal e a partir disso obtemos:

P

[X − S√

ntα/2 < µ < X +

S√n

tα/2

]= 1− α

(X − S√

ntα/2, X +

S√n

tα/2

)e um IC para µ com um coeficiente de confianca 100(1− α)%

2.0.3 Exemplo 3: Intervalo de confianca para a variancia σ2 da N(µ, σ2) com µ

desconhecido

Sabemos que

Q =(n− 1)S2

σ2=

∑ni=1(Xi − X)2

σ2∼ χ2

n−1

independe de σ2 e portanto, Q e uma quantidade pivotal. Para um dado α existem q1 e q2

tais que:

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17

Grafico 2:

P [q1 < Q < q2] = 1− α isto e,

P

[q1 <

(n− 1)S2

σ2< q2

]= 1− α =⇒

P

[1

q1

>σ2

(n− 1)S2>

1

q2

]= 1− α =⇒

P

[(n− 1)S2

q2

< σ2 <(n− 1)S2

q1

]= 1− α

e entao ((n− 1)S2

q2

,(n− 1)S2

q1

)e um IC a 100(1− α)% para σ2, onde q1 e q2 sao obtidos em tabelas de χ2

n−1, e tais que

P [q1 < Q < q2] = 1− α

sendo que q1 e q2 sao frequentemente selecionados tais que

P [Q < q1] = P [Q > q2] =α

2

sendo q1 = χ2n−1,α/2 e q2 = χ2

n−1,1−α/2. Um tal IC e algumas vezes referido como IC de caudas

iguais para σ2.

Podemos, porem, estar interessados em selecionar q1 e q2 tais que minimizam o compri-

mento l do IC, isto e, minimizem

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18

l = (n− 1)S2

(1

q1

− 1

q2

)(6)

sujeito a restricao: ∫ q2

q1

fQ(q)dq = 1− α sendo Q ∼ χ2n−1 (7)

Entao, diferenciando (6) em relacao a q1 considerando-se q2 funcao de q1 temos:

dl

dq1

= (n− 1)S2

(− 1

q21

+1

q22

dq2

dq1

)= 0 =⇒ dq2

dq1

=q22

q21

(8)

e derivando-se (7) em relacao a q1, temos:

d

dq1

∫ q2

q1

fQ(q)dq =d

dq1

(1− α)

fQ(q2)dq2

dq1

− fQ(q1).1 = 0 =⇒ dq2

dq1

=fQ(q1)

fQ(q2)(9)

e pela comparacao de (8) e (9) temos:

q22

q21

=fQ(q1)

fQ(q2)=⇒ q2

1fQ(q1) = q22fQ(q2)

Lembre-se que:

fQ(q) =1

Γ((n− 1)/2)2(n−1)/2x((n−1)/2)−1e−x/2, 0 ≤ x < ∞

Parametrizacao da distribuicao qui-quadrado no R:

fn(x) =1

2n/2Γ(n/2)xn/2−1e−x/2

cuja solucao e obtida por ensaio e erro ou integracao numerica. Assim o comprimento do IC

sera minimizado se q1 e q2 sao selecionados tais que:

q21fQ(q1) = q2

2fQ(q2)

sujeito a restricao:

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19

∫ q2

q1

fQ(q)dq = 1− α

myfunc.r<-function(x,gl) 1/(2^(gl/2)*gamma(gl/2))*x^(gl/2-1)*exp(-x/2)

myfunc.g<-function(x,n)1/(gamma((n-1)/2)*2^((n-1)/2))*x^(((n-1)/2)-1)* exp(-x/2)

# n e o tamanho amostral

IC<-function(q1,q2,n,S2) c( sqrt((n-1)*S2/q2),sqrt((n-1)*S2/q1))

#n=5 gl=4

# Intervalos com caudas iguais tem comprimento mınimo?

q1<-qchisq(0.025,4); q1

q2<-qchisq(0.975,4); q2

#No R diretamente

q1^2*dchisq(q1,4)

q2^2*dchisq(q2,4)

#No R com parametrizac~ao do R e Mood

q1^2*myfunc.r(q1,4)

q2^2*myfunc.r(q2,4)

# No R com parametrizac~ao do Gelman

#n= tamanho amostral

q1^2*myfunc.g(q1,4+1)

q2^2*myfunc.g(q2,4+1)

l1<-diff(IC(q1,q2,5,1))

#*****

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20

# Encontrando q1 e q2 tal que o intervalo tenha comprimento mınimo

# Faca o grafico de uma qui-quadrado com 4 g.l. e por tentativa e

# erro encontre q1 e q2 que satisfaca as condic~oes desejadas.

q1<-0.6

q2<-22.5

q1^2*dchisq(q1,4)

q2^2*dchisq(q2,4)

q1^2*myfunc.r(q1,4)

q2^2*myfunc.r(q2,4)

q1^2*myfunc.g(q1,5)

q2^2*myfunc.g(q2,5)

l2<-diff(IC(q1,q2,5,1))

l1;l2

Programa MAPLE

Intervalo de Confianca para sigma2 considerando mu desconhecido

Considere que X ~N(mu,sigma2) e que Q ~ chi^2 com 5 graus de liberdade

Q:=(n-1)*S^2/sigma^2;

restart:

with(student):

#A func~ao de distribuic~ao de probabilidade de uma variavel aleatoria

#com distribuic~ao de chi^2 com n graus de liberdade e dada por:

#( 0< = x < infinito)

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21

f:=(n,x)-> 1/(GAMMA((n-1)/2)* 2^((n-1)/2))*x^(((n-1)/2)-1)* exp(-x/2);

f(5,x); plot(f(5,x),x=0..20);

int(f(5,x),x=0..infinity);

simpson(f(5,x),x=0.5..10,50); evalf(%);

simpson(f(5,x),x=0.5..10,5550); evalf(%);

simpson(f(5,x),x=0.66..22.5,50); evalf(%);

simpson(f(5,x),x=0.66..22.5,5550); evalf(%);

evalf(0.6^2*f(5,0.6));

evalf(22.5^2*f(5,22.5));

#Tome cuidado com o numero de subintervalos considerados na integrac~ao

#numerica. Faca um teste para verificar se o valor esta sendo superestimado

#ou subestimado.

2.0.4 Exemplo 5: Intervalo de confianca para a diferenca de medias de distri-

buicoes normais

10 caso: Amostras independentes:

Seja X1, · · · , Xm uma a.a. de tamanho m de uma distribuicao normal com media µ1

e variancia σ2 e seja Y1, · · · , Yn uma a.a. de tamanho n de uma distribuicao normal com

media µ2 e variancia σ2. Supondo que as duas amostras sao independentes obtenha um IC

para µ2 − µ1.

X ∼ N

(µ1,

σ2

m

)Y ∼ N

(µ2,

σ2

n

)

E(Y − X) = E(Y )− E(X) = µ2 − µ1

(V arY − V arX) = V arY − V arX =σ

n− σ

m= σ2

(1

n+

1

m

)Portanto, Y − X ∼ N

(µ2 − µ1,

σ2

n+

σ2

m

)

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22

(m− 1)S21

σ2∼ χ2

m−1 e(n− 1)S2

2

σ2∼ χ2

n−1

em que

s21 =

∑mi=1(Xi − X)2

n− 1s22 =

∑nj=1(Yj − Y )2

n− 1

Portanto,

(m− 1)S21

σ2+

(n− 1)S22

σ2=

1

σ2

[m∑

i=1

(Xi − X)2 +n∑

j=1

(Yj − Y )2

]∼ χ2

m+n−2

e finalmente

Q =

(Y − X)− (µ2 − µ1)√

σ2/m + σ2/n√∑mi=1(Xi − X)2 +

∑nj=1(Yj − Y )

σ2(m + n + 2)

=N(0, 1)√χ2

m+n−2

m + n− 2

∼ tm+n−2

Q =(Y − X)− (µ2 − µ1)√(

1

m+

1

n

)[∑mi=1(Xi − X)2 +

∑ni=1(Yi − Y )2

m + n− 2

] =(Y − X)− (µ2 − µ1)√(

1

m+

1

n

)S2

p

e uma quantidade pivotal.

Segue, entao, que

P(−tα/2 < Q < tα/2

)= 1− α =⇒

P

−tα/2 <(Y − X)− (µ2 − µ1)√(

1

m+

1

n

)S2

p

< tα/2

= 1− α =⇒

P

[(Y − X)− tα/2

√(1

m+

1

n

)S2

p < (µ2 − µ1) < (Y − X) + tα/2

√(1

m+

1

n

)S2

p

]= 1− α

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23

e portanto,

P

[(Y − X)− tα/2

√(1

m+

1

n

)S2

p ; (Y − X) + tα/2

√(1

m+

1

n

)S2

p

]= 1− α

e um IC a 100(1− α)% para µ2 − µ1

20 Caso: Amostras pareadas

Seja (X1, Y1), · · · , (Xn, Yn) uma a.a. de uma distribuicao normal bivariada com parame-

tros dados por µ1 = E(X) , µ2 = E(Y ), σ21 = V ar(X), σ2

2 = V ar(Y ) e ρ =cov(X,Y )

σ1σ2

.

Obter um IC para (µ2 − µ1).

Seja Di = Yi −Xi, i = 1, · · · , n entao

Di ∼ N(µD = µ2 − µ1, σ2D = σ2

1 + σ22 − 2ρσ1σ2)

Supondo, agora que D1, D2, · · · , Dn e nossa a.a. recaımos no exemplo 2, obtendo o

seguinte IC a 100(1− α)% para µ2 − µ1.D − tα/2

√∑ni=1(Di − D)2

n(n− 1); D + tα/2

√∑ni=1(Di − D)2

n(n− 1)

sendo tα/2 o valor da tabela t com (n− 1) g.l. e s2

D =

∑ni=1(Di − D)2

n− 1

3 Metodos para encontrar intervalos de confianca

( i) Metodo da quantidade pivotal

(ii) Metodo Estatıstico

Ja descrevemos o metodo da quantidade pivotal mas uma questao permanece nao re-

spondida sera sempre e possıvel encontrar uma quantidade pivotal?

Observacao: Se X1, . . . , Xn e uma amostra aleatoria de fX(x; θ) com funcao de dis-

tribuicao acumulada FX(x; θ) contınua em X entao pela transformacao de probabilidade inte-

gral, FX(X; θ) tem distribuicao uniforme sobre (0, 1). Portanto, U = −logFX(X; θ) tem den-

sidade e−uI(0,∞)(u), ou seja, U ∼ Exp(1) e portanto, Y =∑n

i=1 Ui =∑n

i=1−logF (Xi; θ)

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24

tem distribuicao gama com parametros r = n e λ = 1, considerando-se 0 < q1 < q2 < 1

tem-se:

P (− log q2 < Y < − log q1) = P

(− log q2 <

n∑i=1

− log F (Xi; θ) < − log q1

)=

P

(− log q2 <

n∑i=1

− log F (Xi; θ) < − log q1

)= P

(log q1 <

n∑i=1

log F (Xi; θ) < log q2

)=

P

(log q1 < log

n∏i=1

F (Xi; θ) < log q2

)= P

(q1 <

n∏i=1

F (Xi; θ) < q2

)Entao,

∏ni=1 F (Xi; θ) ou

∑ni=1− log F (Xi; θ) e uma quantidade pivotal.

A observacao acima mostra que sempre que amostramos de populacoes com funcao de

distribuicao acumulada contınua uma quantidade pivotal existe. Observe, entretanto que

esse fato nao implica que poderemos utiliza-la para encontrar intervalo de confianca. Se,

no entanto, F (X, θ) for monotona em θ para cada x, entao,∏n

i=1 F (Xi; θ) tambem sera

monotona em θ para cada x1, . . . , xn, e esta monoticidade permitira encontrar um intervalo

de confianca para θ.

GRAFICO pagina 389 MOOD.

Exemplo:

Seja X1, . . . , Xn uma amostra aleatoria da densidade f(x; θ) = θxθ−1I(0,1)(x); entao

F (x; θ) = xθI(0,1)(x) + I[1,∞)(x). Se 0 < q1 < q2 < 1 sao selecionados entao

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25

γ = P (q1 <∏n

i=1 F (Xi; θ) < q2)

= P(q1 <

∏ni=1 Xθ

i < q2

)= P

(q1 <

∏ni=1 Xθ

i < q2

)= P (log q1 < θ log

∏ni=1 Xi < log q2)

= P (− log q2 < −θ log∏n

i=1 Xi < − log q1)

= P

(log q2

log∏n

i=1 Xi

< θ <log q1

log∏n

i=1 Xi

)rm(list=ls(all=TRUE))

theta<-7

u<-runif(35)

x<-exp(1/theta*log(u))

f<-theta*x^(theta-1)

plot(x,f,col="blue")

q1<-qgamma(0.025,length(x),1)

q2<-qgamma(0.975,length(x),1)

IC<-c(-q1/log(prod(x)),-q2/log(prod(x)))

IC

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26

4 Propriedades otimas dos estimadores

Pagina 358 MOOD

Era tarefa!!!

O Teorema 8 entre outras coisas afirma:

Se a densidade f(x; θ) satisfaz certas condicoes de regularidade e se Θn e o esti-

amdor de maxima verossimilhanca de θ para uma amostra aleatoria de tamanho

θ de f(x; θ) entao:

Θn e tem distribuicao normal assintotica com media θ e variancia1

nE

[[∂

∂θlogf(X; θ)

]2]

Utilizando esse teorema sera possıvel encontrar intervalos de confianca aproximados para

θ.

Exemplos: