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Curitiba, sexta-feira, 15 de outubro de 2010 - Ano XII - Número 608 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Coluna País do futebol ou país do voleibol? Seleção de vôlei se destaca com mais uma vitória Pág 6 Crescimento de Serra acirra disputa pela Presidência Centros de Socioeducação Estilo “Febem” deixou de ser o modelo para ressocializar adolescentes em conflito com a lei Pág 5 Divulgação

LONA608

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, sexta-feira, 15 de outubro de 2010 - Ano XII - Número 608Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Coluna

País do futebolou país do voleibol?Seleção de vôlei se destacacom mais uma vitória Pág 6

Crescimento de Serraacirra disputa pelaPresidência

Centros de Socioeducação

Estilo “Febem” deixou deser o modelo pararessocializar adolescentesem conflito com a lei Pág 5

Divulgação

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Curitiba, sexta-feira, 15 de outubro de 20102

OpiniãoReitor: José Pio Martins.Vice-Reitor: Arno Anto-nio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: RenatoCasagrande; Pró-Reitorde Planejamento e Ava-liação Institucional: Cos-me Damião Massi; Pró-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa e Pró-Reitor de Extensão: Bru-no Fernandes; Pró-Reitorde Administração: ArnoAntonio Gnoatto; Coor-denador do Curso deJornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Cas-tro; Professores-orienta-dores: Ana Paula Mira eMarcelo Lima; Editores-chefes : Daniel Castro( c a s t r o l o n a @ g m a i l .com.br), Diego Henriqueda Silva ([email protected]) e NathaliaCavalcante ([email protected]) .

“Formar jornalistas comabrangentes conheci-mentos gerais e huma-nísticos, capacitação téc-nica, espírito criativo eempreendedor, sólidosprincípios éticos e res-ponsabilidade social quecontribuam com seu tra-balho para o enriqueci-mento cultural, social,político e econômico dasociedade”.

O LONA é o jornal-laboratório diário doCurso de Jornalismo daUniversidade Positivo –UPRedação LONA: (41)3317-3044 Rua Pedro V.Parigot de Souza, 5.300 –Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR- CEP 81280-30. Fone(41) 3317-3000

Expediente

Missão docursode Jornalismo

Casa, carro, dinheiro e uma faculdade. Tudo que umadolescente poderia querer. Por que então ter o gosto deentrar no mundo perigoso e ilícito? As drogas não atin-gem, especificadamente, uma determinada classe, sexo,cor ou até mesmo idade. Podemos dizer que a droga écomo se fosse uma norma geral e abstrata, de alcance detodos e para todos.

Segundo Patrícia Azevedo, autora do artigo “Geogra-fia do tráfico da Classe Média”, o tráfico de drogas nãoestá mais restrito aos becos e vielas das favelas. Ele to-mou o asfalto e se aproximou do seu centro consumidor:a classe média. Podemos analisar essa questão das dro-gas partindo do conceito de que há falta de inserção so-cial e que houve um crescimento populacional grande,mas essa era a “desculpa” mais utilizada para entrar notráfico.

Hoje, os traficantes de classe média possuem um novomercado, muito mais amplo. Vender para pessoas do co-tidiano e para os maiores consumidores se tornou maisviável. Antes havia o risco de entrar em becos para teracesso às drogas, agora não há mais esse perigo. Ela estáali, bem ali. O negócio usado por eles se tornou muitomaior, usam as mesmas artimanhas que uma pessoa jurí-dica. Vender para gerar lucro e status.

A curiosidade, a independência financeira e ter umaposição “superior” perante os outros. Este é o grande pro-blema. Estar em uma posição em que as pessoas nos “res-peitam” e ter muitas delas em suas mãos. Nada disso fazpensar na repressão.

Uma família e dinheiro, para que se preocupar então,em sofrer as consequências de seus atos? A vida fácil, aânsia de ter uma história para contar, como os rappers.Sentir na pele o que o gueto sofre, esse é o objetivo.

A violência e a criminalidade aumentam por conta des-

Paula Silka

Do beco ao

A curiosidade, aindependênciafinanceira e ter umaposição “superior”perante os outros. Esteé o grande problema

O acidente que aconteceu no dia 5 de agosto com os mi-neiros no Chile ainda vai gerar muito espaço na mídia.Graças a Deus, segundo os próprios, é que conseguiramsair de dentro do buraco de exatos 622 metros abaixo dasuperfície, em uma mina de ouro e cobre, no deserto doAtacama, no Chile, a aproximadamente 800 quilômetrosda capital, Santiago.

A partir do mesmo dia do acidente, começou uma novacaminhada, dessa vez, política, a do presidente chilenoSebastian Piñero rumo a sabe se lá o quê. Aliás, todos sa-bem. Demonstrações públicas de “solidariedade” com osseus compatriotas que estavam lá embaixo, vivos ou não.Após alguns dias de angústia e esperança por parte dosfamiliares, descobriu-se a sobrevivência dos 33 heróis, oumelhor, vítimas de um desabamento, e que agora nada maiseram do que vitrine política e midiática para o mundo.

Resgate dos

Jeferson Leandro Nunes

asfalto

se mundo descontrolado e ativo do tráfico. A classe mé-dia é a que mais reclama dos índices de violência do país,mas é ela mesma quem financia. A Associação ParceiraContra Drogas, em uma de suas campanhas tinha comoslogan a seguinte frase: “Quem sustenta o tráfico é você,se você vai comprar, lembre-se do preço”. E qual é essepreço?

Na era dos entorpecentes, em que conseguir drogasnunca foi tão fácil e acessível, percebemos que lutar con-tra elas se tornou cada vez mais difícil. Do beco ao asfal-to, do comércio ilegal ao caos, da irresponsabilidade à vi-olência.

valores

E por que não dizer show midiático também, este podeser o termo, show. Milhares de emissoras estavam no lo-cal, cobrindo o fato, mas quantas realmente estavam pre-ocupadas com a vida dos homens que estavam lá embai-xo? Os repórteres “globais” às vezes apareciam em fla-shes, muito extensos, e que nada tinham para acrescen-tar, coitado do Carlos que só o primeiro mineiro, anun-ciou umas cinco vezes.

O resgate foi realizado das 0h11 do dia 13 de outubro,quando saiu do túnel Florêncio Ávalos Silva, primeiro mi-neiro a ser resgatado até as 21h55 do mesmo dia, quandoo último, Luiz Urzúa Irribarre, voltou a ver o mundo so-bre a superfície da Terra. Mas o que durou meses paraacontecer e teve um planejamento gigantesco, duraráquanto tempo para ser esquecido e para os mesmos mi-neiros – presenteados até com viagem –, voltarem para ascondições de trabalho em que viviam antes de serem so-terrados? Quanto tempo para o mesmo presidente que osacompanhou durante o resgate, em frente a milhares decâmeras e holofotes, os esquecer? Somente o tempo paraque as mesmas emissoras que tanto ganharam audiência,também os abandonem a mercê de sua própria sorte, as-sim como milhões de pessoas do mundo todo, soterradaspor egos muito maiores do que 622 metros.

Somente o tempo paraque as mesmas emissorasque tanto ganharam audi-

ência, também os abando-nem a mercê de sua pró-

pria sorte, assim comomilhões de pessoas do

mundo todo, soterradaspor egos muito maiores do

que 622 metros

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Eleições 2010

As pesquisas eleitoraisvoltaram a ganhar espaço naagenda dos candidatos à Pre-sidência da República. Logoelas, tão criticadas durante oprimeiro turno, principal-mente pelos tucanos parana-enses. Beto Richa, eleito go-vernador do estado, conse-guiu a impugnação da divul-gação das intenções de votona justiça, mas no segundoturno das eleições presiden-ciais elas prometem dar otom a uma disputa acirradae cada dia mais agressiva.

O primeiro resultado foidivulgado sábado, pelo Data-folha, e indicou o crescimen-to de José Serra (PSDB). Aspesquisas do IBOPE e doVox Populi, divulgadas naquarta-feira, mantiveram atendência de crescimento tu-cano, com pequenas diferen-ças entre si. Nesta quinta-fei-ra, pesquisa divulgada peloSensus mostra empate técni-co entre os dois candidatos,considerando a margem deerro. Dilma Roussef (PT) se-gue melhor colocada e, se-gundo as pesquisas, venceriase a eleição fosse realizadahoje. No entanto, o cresci-mento expressivo de Serracoloca a disputa em condi-ções equilibradas.

É cedo para dizer se essatendência será refletida nasurnas, mas o tom adotado pe-los dois candidatos nas pro-pagandas eleitorais e debatesé reflexo de uma disputamais acirrada do que era es-

perado, principalmente àsvésperas do primeiro turno,quando a vitória de Dilmaera considerada pratica-mente certa.

De lá para cá, os assun-tos religiosos passaram aganhar espaço na mídia. Omais comentado é o aborto,cuja descriminalização éalvo de intensa discussãoentre políticos, igrejas e so-ciedade. Primeiramente, aacusação foi de que Dilmaera a favor da descriminali-zação do aborto, o que a co-locou como alvo principal-mente de segmentos dasigrejas católica e evangéli-ca. Pouco depois, foi infor-mado que Serra tambémadotou medidas pró-abortoquando foi ministro da Saú-de, durante o governo Fer-nando Henrique Cardoso.

Como a taxação de sercontra a vida pegou maisna candidata petista, ostucanos t êm uti l izado otema para obter votos dian-te dos eleitores mais religi-osos. O PT, por sua vez,busca taxar Serra de priva-tista, apontando, por exem-plo, que ele privatizará oPré-sal caso seja eleito.

Para o professor de filo-sofia da Universidade Posi-tivo Pedro Elói Rech, umasoma de fatores pode serresponsável pela aproxima-ção de José Serra na corridaeleitoral. Um deles é a xx-ministra da Casa Civil, Ere-nice Guerra, envolvida em

escândalos de tráfico de influ-ência. “Se a Dilma perder aeleição, a culpada chama-seErenice”, afirma. A postura doPresidente Lula também foicontestada pelo professor. “Ofim do “lulinha paz e amor”também é responsável. No fi-nal do primeiro turno, Lula setornou extremamente agressi-vo achando que estava abafan-do”, aponta.

Fator MarinaO crescimento expressivo

de Serra indica que grandeparte dos votos destinados aMarina Silva no primeiro tur-no foram transferidos para ocandidato do PSDB. Antes dasprimeiras pesquisas serem di-vulgadas, a dúvida sobre orumo dos votos verdes eracontroverso, por causa do elei-torado disperso da candidata.Considerava-se que os votosnão tinham homogeneidade,sendo motivados mais pelodesagrado com os dois candi-datos que polarizaram a dis-puta eleitoral.

Neste domingo, o PV defineformalmente se apoiará algumdos candidatos que seguem nadisputa ou se manterá a neu-tralidade. A tendência é que opartido libere os seus repre-sentantes para apoios indivi-duais. Com isso, as liderançascariocas - apoiadas em Fer-nando Gabeira - e paulistas,devem apoiar Serra. Algumaslideranças nordestinas, comoJosé Sarney Filho, já declara-ram apoio à Dilma. No entan-

to, a expectativa fica porconta do posicionamento dagrande pivô da história, Ma-rina Silva.

“Marina deve estar pesan-do sua herança histórica e adesavença que teve no gover-no Lula. Tem que ver o quefalará mais forte. Aposto naneutralidade, mas caso se po-sicione será a favor de Dilma.Não acredito em apoio aoSerra”, explica Rech.

DebateCom a proximidade entre

os dois candidatos, o próxi-mo debate televisivo deve terum tom ainda mais agressi-vo. Ele acontece neste do-mingo, na Rede TV, em par-ceria com o jornal Folha deS. Paulo. O evento aconteceàs 21h10 e terá a mediaçãodo jornalista Kennedy Alen-car.

Daniel Castro

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Sensus in-dica empate técnico entre José Serra (PSDB) e Dilma Rous-seff (PT). A candidata petista tem 46,8% das intenções devoto, enquanto o tucano aparece com 42,7%. Como a mar-gem de erro é de 2,2%, os dois estão empatados tecnica-mente. Eleitores que pretendem votar em branco ou nulosomam 4%. Indecisos e aqueles que não souberam respon-der totalizam 6,6%.

Considerando os votos válidos, Dilma tem 52,3%, en-quanto José Serra possui 47,7% das intenções de voto. Apesquisa ouviu duas mil pessoas em 136 cidades, entre 11e 13 de outubro.

Sensus apontaempate técnico

Pesquisas eleitoraisapontam crescimentode tucanoPara professor, fator Erenice pode ser fundamental no resultado final

O crescimentoexpressivo de Serraindica que grandeparte dos votosdestinados à MarinaSilva no primeiro turnoforam transferidospara o candidato doPSDB. Antes dasprimeiras pesquisasserem divulgadas, adúvida sobre o rumodos votos verdes eracontroverso, por causado eleitorado dispersoda candidata

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Jornalismo Literário

Por que lerFama e Anonimato?

Ailime KamaiaGay Talese foi um dos

precursores do chamado“Novo Jornalismo”. A obra“Fama e Anonimato” é umdos principais livros do pe-ríodo. Falando assim, objeti-vamente, talvez seja difícilentender o porquê da admi-ração pelo jornalista e emespecífico, por esse livro.Para justificar a admiraçãoprovocada pelo autor é bomlembrar-se de Frank Sinatra.No mais famoso perfil docantor americano, intituladode “Frank Sinatra está res-friado”, Gay Talese fala so-bre a personalidade excên-trica do artista. O mais inte-ressante, e que para muitosdemonstra a inteligência dojornalista, é o fato de o per-fil ter sido escrito sem queSinatra e Talese conversas-sem. Para traçar a persona-lidade do cantor, o jornalis-ta teve que “persegui-lo” du-rante seis semanas.

Além de Frank Sinatra,“Fama e Anonimato” reúneoutras personalidades. JoeDi Maggio, famoso jogadorde beisebol, e mais famosoainda por ter sido casadocom a platinada atriz Mari-lyn Monroe, também teveseu perfil retratado por Tale-se. Aliás, a relação do joga-dor com a atriz foi ampla-mente debatida pela mídiana época da separação, setemeses após o casamento.Pelo retrato feito por Talesesobre DiMaggio, o que pare-ce é que a relação não haviasido superada pelo jogadorna época das entrevistas.

Parece bobo dizer, masconsiderando que cada capí-tulo pode ser lido de formaindependente, vale a pena

avisar que o melhor ponto departida é justamente o pri-meiro texto (“Nova York éuma cidade de coisas quepassam despercebidas”) .Neste capítulo, Gay Talesefaz uma “apresentação” dotema deste livro: as pessoas.São porteiros, ascensoristas,telefonistas e outros perso-nagens que muitas vezesnem são notados na correriado dia a dia. Além disso, es-tão presentes outros íconesque também fazem parte docot idiano nova- iorquino,como os manequins das vitri-nes, os gatos dos becos e aspontes.

Falando em pontes, é dis-so que trata a segunda divi-são do livro (“A ponte”). Os

biografados da vez são osoperários, que trabalharamna obra “Verrazano-Narro-ws”, ligação entre os bairrosde State Island e o Brooklyn.Os responsáveis pela exis-tência da ponte eram emboa parte indígenas, e paratestemunhar a rotina deles,Gay Talese chegou a acom-panhá-los em viagens paraas suas cidades natais.

O jornalista, atualmentecom 78 anos, é lembradoprincipalmente por “Fama eAnonimato”, mesmo tendocompilado seus textos emoutros três livros: “A mulherdo próximo”, “Honradosmafiosos” e “O reino e o po-der”.

Divulgação

O jornalista,atualmente com

78 anos, élembrado

principalmentepor “Fama eAnonimato”

Por que lerA Sangue Frio?

Eduardo Macarios

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Eu me lembro quando li “Asangue frio” pela primeira vez.Minha reação ainda nas primei-ras páginas foi: “Então, é isso queeu posso fazer com jornalismo?”Era uma narrativa envolventecomo a dos filmes de suspense,mas com uma riqueza muito mai-or de detalhes e descrições.

Ao que parece, Truman Capo-te leu uma nota no The New YorkTimes sobre como a família Clut-ter foi brutalmente assassinada eviu que dali poderia sair um bomlivro. Em seguida, partiu para acidade de Holcomb, no Kansas,junto com sua assistente HarperLee, para produzir algo que leva-ria quase seis anos e revoluciona-ria o estilo convencional de se fa-zer jornalismo.

Em “A Sangue Frio”, Capoteapresenta primeiro o cenário e ospersonagens, para só depois reve-lar o que realmente aconteceu. In-vestigar o cenário e em seguida asrazões que movem os persona-gens é uma técnica consagradano romance realista, mas esse tipode investigação pertence tambémao jornalismo.

É nessa mistura que Capoteapresenta o New Journalism - ouNovo Jornalismo - na sua formamais pura. A origem desse estilonarrativo, porém, é quando TomWolfe, tendo problemas para es-crever seu artigo, mandou para oseu editor um texto com o seguin-te título: There Goes (Varoom! Va-room!) That Kandy Kolored (Thph-hhhhh!) Tangerine-Flake StreamlineBaby (Rahghhh!) Around the Bend(Brummmmmmmmmmmmmm), ou“Lá vai o aerodinâmico bebê flo-co de tangerina cor de caramelo”,em tradução livre e salvando asdevidas onomatopeias.

Fabio Marchioro, especialistaem jornalismo literário, quadri-

nhos e como tirar neve da calça-da em Toronto, entre outras coi-sas, diz que o primeiro motivopara ler “A Sangue Frio” é por-que “é um clássico. E, como dizItalo Calvino, sendo um clássicoé melhor lê-lo do que não lê-lo.Mas o que atraiu leitores desdea primeira edição, e atrai aindahoje, é aquela sensação que o lei-tor tem de ‘estar ali’. Estar pre-sente. Estar vendo, claramente, ascoisas acontecendo. E que não écoisa fácil de se conseguir”.

Relendo “A Sangue Frio”, no-tei que o jornalista Ivan Lessa as-sina, de sua casa estilo vitorianono subúrbio de Londres, o prefá-cio da edição da coleção de jor-nalismo literário da Companhiadas Letras, segundo ele, “a figu-ra dramática dramaticamente ur-bana de Truman é quase tantomotivo de choque quanto o bru-tal crime múltiplo.”

Capote vem na mão contrá-ria do pessoal da geração beat.Ao ser confrontado com “Onthe Road”, de Jack Kerouac, eleé direto: “Isso não é escrever, ébater na máquina”. Capotetambém dizia que para ele “jor-nalismo era apenas uma foto-grafia literária.” Nesse aspecto,tanto Capote quanto Kerouacsão fotógrafos de primeira li-nha.

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Antigos educandários, hojeos Centros de Socioeducaçãonão são mais baseados na vi-olência. Surras com diversostipos de objetos, aplicadas porpessoas despreparadas, acre-ditando que desta forma oadolescente sairia da interna-ção como um adulto preocu-pado com o futuro, com os es-tudos, em ter uma família enão causaria mais problemaspara o Estado e à populaçãopichando muros, cometendofurtos e até matando.

As paredes continuam comcores claras e monótonas,onde qualquer ser humano en-louqueceria ou entraria emuma depressão profunda dehabitar o local por mais de ummês. Grandes portas de ferrocom correntes e trancas enor-mes fazem um barulho maca-bro.

Os rostos assustados, cabe-los raspados, um uniformeazul claro, aumentando aindamais o ar depressivo do local.E chinelos. Até mesmo no frioos chinelos e roupas finas fa-zem parte da rotina. O direitoa outras roupas, trazidas pe-las famílias, é só em determi-nada altura do cumprimentoda medida socioeducativa e sópara saírem da unidade.

De 14 a 21 anos, são todostratados igualmente. Uma es-pécie de robôs. O almoço nãodepende do gosto de cada um.Chegam em caixas, meio quemal armazenados, com a tam-pa caindo e a comida se espa-lhando. Normalmente trata-sede arroz, muito arroz, umpouco de abóbora e uns doissteaks de frango fritos. Às ve-zes uma saladinha. Mas os

Ad

ole

scen

tes

Leila Moretiadolescentes saboreiam comose fosse a última refeição nasmesas de plástico brancas.

Datas comemorativas sãomotivo de alegria para os ado-lescentes que passam os diasremoendo seus problemas, es-perando ansiosamente o diada desinternação. Nestas da-tas, a comida é especial. Mui-tas vezes é churrasco ou ali-mentos preparados por elesmesmos na cozinha da unida-de, como forma de aprenderemuma profissão. É obrigação detodos ajudarem nos afazeresdentro da unidade. As salasde aula são pintadas e encera-das todo início de férias, paraque o adolescente aprenda avalorizar o espaço que ocupa.Eles fazem esta atividade commuito afinco. “É tão bom vocêmanter limpo e arrumado o lo-cal que vive”, conta um deles.

Visitas também são muitobem vindas dentro do Centrode Socioeducação. O visitantepode conhecer toda estruturada unidade, inclusive onde ofilho dorme. Normalmente alo-jamentos com dois beliches,construídos pelos próprios ga-rotos. Ali aprendem a dar va-lor ao que tem e ir atrás do queprecisam. Ao final da visita oparente, normalmente a mãe,almoça com seu filho.

O momento sempre é demuita emoção para o adoles-cente L. F., de 18 anos recémcompletos. Os professores elo-giam para a mãe o desempe-nho do garoto em sala de aula.“Ele é esforçado e tem tido umótimo aproveitamento”, contaa professora de Língua Portu-guesa, deixando a mãe aindamais emocionada.

A psicóloga da unidadetem a função de conversarcom a mãe do garoto, para sa-ber como está a vida da famí-lia. Na salinha pequena, comuma mesa longa, café e biscoi-tos a mãe conta as dificulda-des que ainda vive. “O L. nãovê a hora de sair daqui. Maseu sei que ele está mais segu-ro aqui dentro, pois não tenhocondição de me mudar paraum lugar onde ele fique longedas más influências”, contaabatida.

L. é viciado em crack. Temaparência bonita, é carinhosocom a mãe, tem porte de atle-ta. Viu o pai ser assassinadoa facadas por um conhecidoda família e até hoje não supe-rou o trauma. Vivia com amãe, a irmã mais velha, o ir-mão de quatro anos e o ex-cu-nhado que é traficante de dro-gas e vive bêbado em casa.

“Não é perigoso seu filhopequeno conviver com um tra-ficante?”, indaga a psicóloga.“Não, ele não trafica mais. De-pois que levou uma surra equase morreu ele largoumão”, afirma.

As feições da mãe do garo-to são de uma mulher sofridae que não vê saída para osproblemas. Magra, com muitasrugas, apesar de nova, e de es-tatura baixa, muito menor queseu filho. Sem estudo não achaum emprego que garanta seusustento e da sua família.Mora numa casa pequena,sem condições de higiene esem alimentação adequada. Ofilho de quatro anos tem umjeitinho arisco, parece quesabe o risco que corre. Aindanão frequenta creche. A mãe

não conseguiu vaga, está tudolotado. “Proibi meu ex-genrode beber em casa para não in-fluenciar o pequenininho”,diz a mãe convicta.

Ao final da conversa coma psicóloga a mãe vai para oalmoço com o filho. Os doiscomem a mesma comida dacaixa. O abraço foi demora-do, com muitas lágrimas dosdois lados. A vontade de L.de ir embora com a mãe. Avontade da mãe de ter condi-ção de poder proporcionarum lugar decente para o fi-lho viver. “Eu o encontravapelado na rua, pois ele tro-cava até a roupa do corpopor crack”, contou a mãe emdeterminado momento.

L. foi preso por furto. Estáhá quase um ano na unidade.Lá está terminando seus estu-dos. Não recebe tratamentopara o vício. A família conti-nua sem condições de recebê-lo. A volta de L. para casa de-pende do Juíz, mas o restante...O restante não se sabe dequem.

salvaçãoOs rostos

assustados,cabelos

raspados, umuniforme azul

claro,aumentando ainda

mais o ardepressivo do

local

semJornalismo Literário

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TRI LegalUma seleção que encanta,

emociona, joga bonito e aindapor cima conquista o tricampe-onato mundial. Engana-sequem pensa que é a seleção defutebol de 1970. Essa é a sele-ção de vôlei comanda pelo“monstro” Bernardinho.

Como ex-jogador de vô-lei, sempre fui mais íntimo des-se esporte, acompanhei o mun-dial desse ano meio nas coxas,por conta dos jogos serem nomeio da tarde e, como somossomente o país do “fiasco” dofutebol, não damos importân-cia para os mundiais de outrosesportes.

Com um regulamentoque escancaradamente privile-giava a Itália, anfitriã do tor-neio, o Brasil teve que passarpor cima de todos para chegarao legítimo tri, coisa que o fu-tebol não tem!

A seleção do capitãoGiba foi duramente criticadapor perder de propósito daBulgária para cair em uma cha-ve mais fácil. Me pergunto, cri-ticada por que? O Brasil jogoucom o regulamento debaixo dobraço. Aposto que se tivesseacontecido o mesmo com o fu-tebol, a imprensa brasileira te-ria apoiado.

Quem lê minha colunasabe que gosto de futebol, sóque fico meio chateado com odesprezo com os esportes olím-picos. O vôlei, por exemplo,conquista mais títulos do queo futebol, e isso não é de hoje.Fica aqui meus parabéns paraa BAND, que abriu mão detransmitir jogos do campeona-to brasileiro para passar emrede nacional a final do mun-dial de vôlei.

E que final foi aquela,3x0 fácil em cima dos temidoscubanos. Escrevam o que estou

Danilo GeorgeteEscreve quinzenalmente sobre esportes,às [email protected]

Esportes

dizendo, a única equipe quepoderá bater de frente com oBrasil nos próximos cinco anosserá Cuba. Assim como o Bra-sil, Cuba tem uma base fortís-sima.

Parabéns também aoGiba, Dante e Rodrigão, quesão os únicos jogadores a par-ticiparem dos três mundiaisconquistados pela seleção. Ou-tro jogador que também mere-ce os parabéns é o Vissotto, queigualou a marca do eterno ca-pitão Nalbert; os dois são osúnicos jogadores no mundo aserem campeões mundiais emtodas as categorias do vôlei.

Por fim, foi emocionanteassistir esse mundial, foi emo-cionante ver os jogadores luta-rem, suarem a camisa, mostra-rem amor ao país. Para todosos jogadores e comissão técni-ca do Brasil, o sincero agrade-cimento do povo brasileiro,pois nesse ano onde toda a mí-dia apostou as fichas no fute-bol canarinho, foi o voleibolque trouxe mais alegrias. O me-lhor de tudo é saber que nãoacaba por aqui. Vai começaragora o mundial feminino eadivinhem: Somos os favoritos.É TRI legal assistir o vôlei na-cional jogar!

Fotos: Divulgação

LiderançaO presidente do Irã, Mah-

moud Ahmadinejad, está emvisita ao Líbano. Ontem, elequestionou a veracidade doHolocausto, o massacre decentenas de milhares de ju-deus durante a Segunda Guer-ra Mundial, e do atentado àstorres do World Trade Centerem 11 de setembro de 2001.Ahmadinejad afirmou que se averdade sobre esses dois even-tos for revelada, ficará claroque ambos são apenas descul-pas para a ocupação do Orien-te Médio.

Em discurso, o iranianoafirmou ainda: “O mundo in-teiro sabe que os sionistas (Is-rael) vão desaparecer. Os ocu-padores sionistas hoje não têmescolha senão aceitar a reali-dade e voltar para seus paísesde origem". Em comunicado, ogoverno de Israel considerou avisita de Ahmadinejad provo-cativa e desestabilizadora. Osisraelenses ainda declararam:“Parece que suas [Ahmadine-jad] intenções são visivelmen-te hostis e ele está vindo parabrincar com fogo".

As tensões entre israelensese libaneses têm história. O Lí-bano, um país basicamente is-lâmico, foi invadido por Israelem 1982. Oficialmente, a “Pri-meira Guerra do Líbano” veioem decorrência de ataques per-petrados pelos palestinos daOrganização para a Liberta-ção da Palestina, a OLP. Paracessá-los, os israelenses inva-diram o sul do Líbano. Em res-posta à invasão, foi formado oHezbollah, “partido de Deus”,em árabe. Sediado no Líbanoe treinado pela Guarda Revo-lucionária Iraniana, o partidotinha três objetivos principais:buscar o fim de qualquer gru-po colonialista (como Israel, o

Thomas Mayer RiegerEscreve quinzenalmente sobre relaçõesinternacionais, às [email protected]

Relações internacionais

qual “tentava colonizar territóri-os árabes à força”), formar umregime islâmico libanês e levar àjustiça os falangistas, membrosdo partido de oposição.

Hoje em dia, o Hezbollah éconsiderado uma organizaçãoterrorista por países como osEstados Unidos e a Grã-Breta-nha, e tem inclusive assentos noparlamento libanês, além de es-tações de rádio e televisão. Aci-ma de tudo, o Hezbollah é con-siderado um dos principais mo-vimentos paramilitares antissi-onistas do Oriente Médio. Emoutras palavras: é uma milíciaarmada que luta contra a pre-sença de israelenses no OrienteMédio.

O personagem mais polêmi-co do Oriente Médio, MahmoudAhmadinejad, está, por maissurpreendente que isso venhasoar, agindo de maneira previsí-vel. O Irã financia e apoia o He-zbollah, e nada é mais naturalque essa demonstração de pro-ximidade e união contra umacausa comum: o tão desejado fimde Israel. Os países da regiãosempre estiveram mergulhadosem tensões armadas contra osisraelenses. Notícias de ataquesterroristas tornaram-se tão corri-queiras que parecem não signi-ficar mais nada. Entretanto, pormais que os árabes odeiem tan-to a nação judaica e anseiempelo seu fim, nunca houve umaunião militar coesa e efetiva en-tre eles. Israel sempre mostrousuperioridade tática e bélica, e,mesmo em minoria efetiva, nun-ca foi derrotado pelos inimigosárabes.

O presidente iraniano vem sereunindo, nos últimos tempos, comlideranças árabes regionais, como,por exemplo, o Líbano e a Síria.Existiria coesão tática por trás daexcentricidade de Ahmadinejad?

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Curitiba, sexta-feira, 15 de outubro de 2010 7

“Ai, moço, o mais comum éouvir que sou mulher-macho,né?”, responde Maria ao serquestionada sobre o preconcei-to quanto ao seu trabalho. “Jáouvi de tudo. Tem aquela: tá fal-tando panela em casa, dona?Vai cozinhar!”, lembra, massem rancor.

A curitibana de 34 anossempre se interessou por moto-res, numa identificação com oque seu pai taxista fazia. SeuMiguel sempre falava para a fi-lha a respeito da boa sensaçãoque sentia ao dirigir. Remune-

Perfil

Mão no batome no volante:motorista porvocação

s

Daniel D’Alessandro

ração por isso? “Melhor ain-da”, ele dizia. Já a mãe achavaque a filha precisava estudar.Coração materno fala que o es-forço compensa. Para dona Sel-ma, a inteligência conquistadacom esforço seria a única coisaque jamais alguém teria a chan-ce de tirar da filha.

“Mas eu preferia brincar decarrinho”, diz Maria. As colegasda escola achavam a sua ami-zade prescindível, já que os gos-tos da menina eram impopula-res entre elas. Isso justamenteno momento da vida em que aafirmação perante os outrospraticamente significa felicida-de. Os meninos eram mais le-gais, não a cobravam sobre seucabelo ou roupa, apenas queri-am que ela brincasse direito,sem atrapalhar. Maria, contu-do, não se tornava um deles.“Futebol eu nunca gostei. Anda-va com eles porque tambémgostavam de carros”. Mariaguarda até hoje os caminhõesde brinquedo que compravacom dois garotos em conjunto,numa interação entre as mesa-das. A cada semana a diversãotinha de ficar na casa de um,mas alguns caminhõezinhosestacionaram para sempre noseu quarto. Os meninos os es-queceram, Maria não.

A adolescência foi quandoaprendeu a guiar. “O pai até quedizia sim, que ia me ensinar,mas morria de medo de eu ba-ter o táxi. É o teu pão, ele me fa-lava”, conta Maria. A garota co-

meçou a pegar o carro do tio en-quanto ele dormia, de folga dotrabalho. “Ia pra lá e pra cá. Eupegava o Monza escondida,mas dava uma abastecidinhanele”, lembra. Quando o tiodescobriu, Maria já era a me-lhor motorista da família.

Uma semana depois de com-pletar a maioridade, Maria rece-beu em casa a habilitação. Ti-nha em mãos o presente espe-rado por 18 anos. O contratem-po chegou logo em seguida: seuMiguel adoeceu e morreu mesesdepois. Maria terminou os estu-dos com a obrigação de conse-guir um emprego melhor com omáximo de urgência, já que osdoces de dona Selma, a mãe,não vendiam como antes. “Le-vei uma porrada, mas cresci.Deus é grande”, confia. Apósdois dias procurando empregosde balconista e atendente, Ma-ria recebe a proposta de virarcaminhoneira. A chance bateucurta e grossa, quando um ge-rente de transportadora, credorde algumas dívidas que seu Mi-guel deixou, a chamou. “O ho-mem que levaria o caminhão atéRibeirão Preto um dia depoisestava doente. Me chamaramporque sabiam que eu já dirigiacoisa grande também”.

Maria assim teria a chancede sanar a dívida, além de sercontratada, caso trabalhassecom competência. Levou as 10toneladas com maestria, conse-guindo no caminho outro carre-gamento, dessa vez para ser en-

tregue em Foz do Iguaçu. “Vol-tei em uma semana, com o em-prego garantido”, orgulha-se.

Aos quatro anos de funçãoe vinte e dois de idade, Mariaengravidou de seu primeiro na-morado, que sumiu após saberdas consequências de um pre-servativo furado. “Ah, meuDeus! Aquele cara lá não serviapra nada, hoje eu sei”. Nos pri-meiros anos de vida de Isabelly,a menina ficava mais com a avó,que já não trabalhava mais,sustentada pelas viagens deMaria. Mais três anos na boleiae a caminhoneira larga a profis-são. “Foi por saudade da Beli-nha”, justifica. “Não aguentavaver a minha filha apenas nosfins de semana”.

Na primeira tentativa, Mariapassou nos exames e entroupara o efetivo de motoristas deônibus de Curitiba. “Após um

ano, já consegui pegar umdesses aqui”, afirma, retocan-do o batom enquanto o Ligei-rinho está parado no sinal ver-melho. Sobre os passageiros,para ela, as reações são diver-sas. “Uma vez, bateram na tra-seira do ônibus e um passagei-ro reclamou, afirmando que aculpa era minha, que mulhernão devia dirigir”. Na oca-sião, os usuários que já a co-nheciam expulsaram o sujeitodo veículo. “Foi bonito de sever”, diverte-se.

Isabelly, 12 anos de idade,sempre que pode acompanhaa mãe no trabalho, como umguarda-costas. “Né que eu teprotejo, mãe?”, pergunta. So-bre sua futura profissão, nãohesita: bióloga e bem inteligen-te, pois, segundo a menina, aúnica coisa que ninguém tira-rá dela é seu conhecimento.

SXC/Ralph Morris

SXC/Agata UrbaniakSXC

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Curitiba, sexta-feira, 15 de outubro de 20108

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Juntos pelo Acaso

Cultura

O espaço: Cinemateca deC u r i t i b a . A l o c a l i z a ç ã o :Duas casas restauradas eum anexo construído recen-t e m e n t e n o c e n t r o d eCuritiba. No passado: Sua“carteirinha” era disputa-da, e os que a tinham, eramos intelectuais. Hoje: nãoexistem mais carteirinhas, eos frequentadores, raros.

E n q u a n t o u m e s p a ç ocultural, a Cinemateca, é si-nônimo de sucesso. Os re-cursos enviados pela prefei-tura são suficientes paramantê-la em pleno funcio-namento, e os projetos pos-suem grandes apoiadores

como a fundação Caixa Cul-tural e Itaú Cultural quecusteiam algumas produ-ções locais e os caros pro-cessos de restauração. Jácomo entretenimento o su-cesso não é tão grande, nãopela programação que ofe-rece, mas pelo pouco públi-co que chega até ela.

Representa uma grandesaída para quem quer fugirdos cinemas caros, abarro-tados de gente e dos gran-des “blockbuster’s” ameri-canos. Pela programaçãoda Cinemateca passam fil-mes estrangeiros de granden o t o r i e d a d e n o c i n e m a

Júlia acaba de ser abandonada por Antonia, com quem teve umrelacionamento intenso por mais de dez anos. Após o término donamoro, ela conta com a ajuda de seu melhor amigo, Hugo, tambémhomossexual. Enquanto tenta se recuperar e reestruturar sua vida,Julia não esconde a dor enquanto narra suas emoções.

Como esquecerJuliana Guerra

Ana Elisa Cristina da Silva

Em cartaz no Cineplex Batel (Shopping Novo Batel) e Unibanco(Shopping Crystal).

Em cartaz no Cinemark Barigui, Cinemark Mueller, CinesystemCidade, Cinesystem Curitiba, UCI Estação, UCI Palladium eUnibanco (Shopping Crystal)

A Festa da Menina Morta

Em cartaz na Cinemateca de Curitiba até dia 20 de outubro

O filme dirigido por Matheus Nachtergaele conta a história deSantinho, que passou a ser considerado santo em uma comunidaderibeirinha, do Rio Amazonas, porque recebeu da boca de um cachorro

A única coisa que Holly e Eric têm em comum é a afilhada Sophie ea antipatia de um pelo outro. Mas após um acidente que tira a vidados pais da menina, eles são designados a cuidar dela. Agora,morando sob o mesmo teto, precisam entrar em um acordo paracuidar de Sophie.

amantesos

Além das salas deprojeções, o espaço dacinemateca abriga ummuseu e tambémoferece cursos eoficinas de cinemavoltados a cineastas e aestudantes da sétimaarte. Os cursosnormalmente sãointensivos, duram cercade três meses e têmpor objetivo a produçãocompleta de um filmepelos alunos

Divulgação

Divulgação

o pedaço do vestidode uma menina dacomunidade quehavia desaparecido.Há 20 anos acomunidade recebevisitantes que fazemadoração ao tecido eaguardam revelaçõesda menina morta.

Serviço:De segunda a sábado R$5 , 0 0 . D o m i n g o R $ 1 , 0 0 .Crianças de até 12 anos,estudantes e espectadoresacima de 60 anos pagammeia entrada. A Cinematecad e C u r i t i b a t a m b é md i s p o n i b i l i z a s e s s õ e sgratuitas.E n d e r e ç o : R u a C a r l o sC a v a l c a n t i , 1 1 7 4 - S ã oFranciscoF u n d a ç ã o C u l t u r a l d eCuritiba – 3213-7500

Parada

mundial, estreias de longase curtas de produção naci-onal com destaque para asproduções paranaenses. Oespaço também recebe mui-tas mostras de cinema ama-dor. E ainda exibe partes doseu acervo.

Além das salas de proje-ç õ e s , o e s p a ç o d acinemateca abriga um mu-seu e também oferece cursose oficinas de cinema volta-dos a cineastas e a estudan-tes da sétima arte. Os cur-sos normalmente são inten-sivos, duram cerca de trêsmeses e têm por objetivo aprodução completa de umfilme pelos alunos.

Já sabe o que fazer nopróximo f im de semana?Que tal dar uma passadana Cinemateca? Confira aprogramação no site: www.fundacaoculturadecuritiba.com.br/cinema.

sétima arte

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