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Cerca de 350 empresas alemãs mantêm operações em território português Nº 1572 / 16 de janeiro 2015 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB CONTRATO Nº 594655 9 720972 000037 01572 SEGUROS Generali disponível para aquisições em Portugal Pág. 33 SEGURANÇA SOCIAL Reformas antecipadas “descongeladas” em 2015 Pág. 5 PUB NESTA EDIÇÃO Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista à “Vida Económica” Empresas exportadoras para a Alemanha aumentam 42% EMPRESAS Grupo americano compra Pág. 21 FISCALIDADE Confederações empresariais contestam comunicação de inventários ao Fisco Pág. 41 MERCADOS Troca de acusações continua Pág. 34 Novas tabelas de IRS podem aumentar rendimento líquido mensal A aplicação das novas tabelas de retenção na fonte de IRS, já a par- tir do corrente mês, pode gerar um ligeiro aumento do rendimento lí- quido mensal dos contribuintes com dependentes a seu cargo, em conse- quência da redução da taxa mensal de retenção na fonte de IRS. Pág. 22 TURISMO Procura externa para eventos corporativos no Porto em crescimento Págs. 30 e 31 FUNDOS EUROPEUS Dívida securizada e apoio ao capital de risco são novidades no Portugal 2020 Pág. 14 Privatização de setores estratégicos não reforça Págs. 8 e 9 Galp e EDP agitam mercado liberalizado de energia Pág. 7 Págs. 4 e 5

Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista ... · o Crescimento e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em contrapartida, é ... Schwarz e a britânica Tesco. Os Estados

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Page 1: Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista ... · o Crescimento e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em contrapartida, é ... Schwarz e a britânica Tesco. Os Estados

Cerca de 350 empresas

alemãs mantêm

operações em território

português

Nº 1572 / 16 de janeiro 2015 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PUB

CONTRATO Nº 594655

9 720972 000037

0 1 5 7 2

SEGUROS

Generali disponível para aquisições em Portugal

Pág. 33

SEGURANÇA SOCIAL

Reformas antecipadas “descongeladas” em 2015

Pág. 5

PUB

NESTA EDIÇÃO

Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista à “Vida Económica”

Empresas exportadoras para a Alemanha aumentam 42% EMPRESAS

Grupo americano compra

Pág. 21

FISCALIDADEConfederações empresariais contestam comunicação de inventários ao Fisco

Pág. 41

MERCADOSTroca de acusações continua

Pág. 34

Novas tabelas de IRS podem aumentar rendimento líquido mensal

A aplicação das novas tabelas de retenção na fonte de IRS, já a par-tir do corrente mês, pode gerar um ligeiro aumento do rendimento lí-quido mensal dos contribuintes com dependentes a seu cargo, em conse-quência da redução da taxa mensal de retenção na fonte de IRS.

Pág. 22

TURISMOProcura externa para eventos corporativos no Porto em crescimento

Págs. 30 e 31

FUNDOS EUROPEUSDívida securizada e apoio ao capital de risco são novidades no Portugal 2020

Pág. 14

Privatização de setores estratégicos não reforça

Págs. 8 e 9

Galp e EDP agitam mercado liberalizado de energia

Pág. 7

Págs. 4 e 5

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2 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIR0 2015

ABERTURA

Top da semana

THE WALL STREET JOURNAL

Grandes bancos preparam saída da Grécia do euro

Os grandes bancos internacionais estarão já a preparar planos de contingência, face à possibilidade de a Grécia sair do euro. Estes planos existem há dois anos e foram metidos na gaveta. Agora estão a ser revistos.As entidades fi nanceiras têm de preparar contrapartidas que compensem eventuais aumentos dos riscos de crédito e como fazer face ao fi nanciamento transfronteiriço de operações locais.

INVESTIR

OCDE avisa para estabilização da economia global

A dinâmica de crescimento mundial deverá estabilizar, este ano, e muitas das grandes economias europeias – como a Alemanha, a Itália ou o Reino Unido – vão perder ritmo, ao mesmo tempo que se manterá a degradação da economia russa, de acordo com a Organização para o Crescimento e o Desenvolvimento

Económico (OCDE).Em contrapartida, é muito possível assistir a melhorias no Japão e na Índia. Os países do G7 apontam para a estabilização das suas economias. A Rússia levanta preocupações, tendo em conta as questões relacionadas com a situação na Ucrânia e a descida dramática dos preços dos combustíveis.

EXPANSIÓN

Empresas espanholas entre os 50 maiores grupos mundiais de distribuição

A Mercadona e a Inditex posicionam-se entre as 50 maiores empresas globais do setor da distribuição, de acordo com o estudo mais recente da Deloitte. Mais uma vez, em 2013, a classifi cação foi liderada pelo grupo de supermercados norte--americano Wal Mart, com uma faturação de 476,3 mil milhões de dólares.Depois da Wal Mart, aparece em segundo lugar a também norte-americana Costico, a cadeia francesa Carrefour, a alemã Schwarz e a britânica Tesco. Os Estados Unidos e a Alemanha continuam a ser os países com as maiores representações neste ranking.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade .................Pág. 07

Galp e EDP agitam mercado liberalizado da energia

Internacional ............. Pág. 10

União Europeia quer que companhias aéreas forneçam dados dos passageiros

Opinião ..................... Pág. 11

Afi nal, 2015 não vai ser um ano fácil!

Empresas Familiares Pág. 19

Conselho Empresarial da Região Ave e Cávado presidido por João Albuquerque

QREN ........................ Pág. 20

Mais de 50 empresários integram Bolsa de Mentores

Turismo ......................Pág. 26

Procura externa para eventos corporativos no Porto

Mercados .................. Pág. 31

Associação de microcrédito: 2014 foi um ano de crescimento

Mercados ...................Pág. 32

Renting satisfeito com dedução do IVA de elétricos, híbridos e carros a gás

Em Foco .....................Pág. 37

Confederações contestam comunicação de inventários à AT

Nesta edição

08Atualidade

Privatização de setores estratégicos não reforça competitividade das PME

29 Mercados

Transformação da Generali em seguradora de direito português traduz aposta em Portugal

33Mercados

Europa será a região mais benefi ciada pela baixa do preço do petróleo

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTOvidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LISBOA nomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP,

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

13.300

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

PIRES DE LIMA

Os últimos indicadores sobre a economia portuguesa dão conta de

um cenário que se pode apelidar de misto. O ministro da Economia pode estar moderadamente otimista, sobretudo devido ao facto de o encerramento de empresas ter atingido o valor mais baixo em sete anos consecutivos. O que pode ser motivo de satisfação, apontando para a recuperação económica. No entanto, ainda há assuntos pendentes. A criação de emprego ainda está abaixo das expetativas e a realidade é que as melhorias não se têm feito sentir na economia real. Continua a ser necessária uma estratégia económica mais concertada por parte do Ministério da Economia, liderado por António Pires de Lima.

SILVA PENEDA

Silva Peneda sai pela porta grande à frente do Conselho Económico e Social (CES). Ao contrário

do que muitos vaticinavam, soube sempre garantir a independência da instituição por si liderada. E é verdade que muitas vezes foi uma pedra no sapato do poder político, sempre com justifi cações bem sustentadas. O antigo ministro de Cavaco Silva chegou ao fi m do ciclo e, mais uma vez, despede-se com críticas ao Governo. De índole bastante dura, isto é, que agravou as desigualdades sociais.

ALBERTO JOÃO JARDIM

Alberto João Jardim apresentou formalmente a sua demissão do cargo

que ocupava desde 1978 ao representante da República. Um homem inteligente e acutilante que não soube sair no momento indicado. Atrasou excessivamente a sua saída, o que fez com que a mesma acabasse por ser pouco elogiosa para o político de longa duração. Será sempre visto como alguém que se agarrou ao poder pelo poder e que quis eternizar a sua infl uência no jardim madeirense. Seria bom que os políticos tivessem noção de quando estão a mais e têm desempenhos que não estão de acordo com os interesses das populações.

Representantes de oito câmaras municipais e de oito associações de pescadores, assim como o coman-dante da Capitania de Caminha, estiveram reunidos no Município de Caminha para tomar posição sobre o regulamento do Conse-lho Europeu – COM 265 (2014) –, através do qual a UE pretende proibir a utilização de todos os ti-pos de redes de deriva nas pescas. A posição de autarcas e pescadores, que unanimemente rejeita a aplica-ção do regulamento tal como está,

vai ser comunicada a Assunção Cristas, ministra da Agricultura e do Mar, a quem será solicitada uma reunião para discutir o assunto.

Todas as autarquias e associa-ções de pescadores deram os seus contributos para a discussão e, no fi nal, chegaram a uma posição comum, sintetizada por Miguel Alves em três pontos essenciais. O primeiro reitera que a aplicação do regulamento tal como está fará terminar a pesca da sardinha que usa essa arte, enquanto algumas

comunidades de pesca artesanal “morrem”; em segundo lugar, é preciso esclarecer, sem margem para dúvidas, se o regulamento se aplica às águas interiores, ou seja, aos rios, porque, tal como está, não exceciona nada e signifi caria o fi m da pesca do sável e da lam-preia; em terceiro, como referiu o presidente, “esta não é uma guer-ra contra ninguém, mas sim uma guerra contra o regulamento do Conselho Europeu, mas nós pre-cisamos de todos os soldados”.

Autarquias e associações de pescadores contestam regulamento europeu

UNIDADE LOGÍSTICA NO MONTIJO AMPLIADA

Rangel aumenta investimento na área farmacêutica

A Rangel acaba de concluir um investimento de 1,2 milhões de euros na sua unidade Pharma, no Montijo, com o objetivo de aumen-tar a efi ciência de gestão e melhorar a capacidade de resposta ao eleva-do crescimento do negócio farma-cêutico. Este investimento incide essencialmente num novo sistema de automação, que permite maior efi cácia no processo de triagem de volumes e uma maior efi ciência na execução do processo de outbound, e na expansão da área logística em Portugal para 10 500 m2.

“Era decisivo incorporar mais tecnologia nos sistemas de gestão e aumentar a nossa capacidade de armazenamento, mas, ainda assim, estamos já a analisar novos inves-timentos tanto em matéria de ar-mazenamento como em expansão do negócio a nível internacional”, avança Nuno Rangel, vice-presi-dente do Grupo Rangel.

A empresa estima ainda um in-cremento da capacidade de arma-zenamento da câmara de produtos, da área segura para armazenamento de psicotrópicos e a renovação e crescimento da frota.

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O apoio do NOVO BANCOàs PME não é novidade.A nova linha de créditode 150 milhões de euros, é.O NOVO BANCO tem uma nova linha de crédito de 150M€para as empresas portuguesas que procuram investimentoe reforço de capitais. Um valor que se vem juntar ao de outraslinhas de crédito existentes e reforçar a posição do NOVOBANCO enquanto parceiro de empresas que apostam nainovação e na exportação.Contacte-nos e conheça as nossas condições de acessocompetitivas. O que também não é novidade para si.

novobanco.pt/empresas

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Esta foi a semana em que o ministro da Economia, António Pires de Lima, se deslocou à Alemanha para um ‘roadshow’ por várias grandes empresas alemãs para captação de investimento para Portugal. A mesma semana em que o embaixador de Lisboa em Berlim recebeu o prémio diplomata económico do ano 2014, que distingue o chefe da missão diplomática nacional que mais se destacou no apoio à internacionalização das empresas portuguesas.Em entrevista à “Vida Económica”, Luís Almeida Sampaio não hesita: “o mercado alemão assume um papel da maior relevância” - 3700 empresas portuguesas exportam regularmente para lá e a Alemanha é o maior investidor industrial em Portugal -, pelo que a diplomacia económica é essencial à promoção dos interesses de Portugal no exterior. E os embaixadores, “pessoalmente, e todas as equipas ao serviço da rede externa portuguesa”, devem estar “diretamente envolvidos” nessa tarefa.TERESA [email protected]

Vida Económica - Acaba de vencer o prémio de diplomata económico do ano 2014. Que resultados excecionais ob-teve para receber este prémio?

Luís Almeida Sampaio - Desde o iní-cio da minha missão na Alemanha que a diplomacia económica tem um papel pre-dominante na minha atividade enquanto embaixador. Apesar da situação algo difí-cil em Portugal quando em abril de 2012 aqui assumi funções, tive desde o primeiro momento a convicção de que Portugal iria conseguir reerguer-se e ser um caso de su-

cesso. E assumi o compromisso de para tal contribuir na medida do que estivesse ao meu alcance.

Para tal, a Embaixada, em estreita cola-boração com as delegações da AICEP e Tu-rismo de Portugal em Berlim, tem desen-volvido todos os esforços para aprofundar e desenvolver as relações económicas entre Portugal e a Alemanha, nomeadamente através de um conjunto muito significati-vo de ações de promoção dos nossos prin-cipais clusters económicos e produtos de exportação, de concretização de parcerias a vários níveis, incluindo o académico, e de identificação de novas oportunidades de negócio e captação de investimento.

Relevante para este sucesso foi também certamente a boa imagem de que o país goza na Alemanha, assente numa con-fiança e credibilidade fundamentadas na evolução positiva em termos macroeco-nómicos. Demonstrativos dessa confiança são, sem dúvida alguma, os investimentos continuados e estruturados de empresas alemãs como a Volkswagen, a Siemens, a Bosch, a Bayer e a Leica.

VE - Como carateriza as relações co-merciais entre Portugal e a Alemanha? Que números pode avançar quanto ao

número empresas que exportam e/ou têm investimento direto lá?

LAS - O mercado alemão assume um papel da maior relevância para a economia portuguesa, surgindo, em 2013 e no perío-do de janeiro a outubro de 2014, na balan-ça comercial de bens, em segundo lugar (a seguir a Espanha), quer como cliente, quer como fornecedor de Portugal, absorvendo cerca de 12% do total das exportações e

fornecendo igualmente cerca de 12% do total das importações portuguesas. Em 2013, as nossas exportações para a Alema-nha atingiram um total de 5,5 mil milhões de euros. De janeiro a outubro de 2014 ve-rificou-se um crescimento das exportações portuguesas para a Alemanha de 3,1% face ao período homólogo do ano anterior, facto que sublinha os resultados positivos dos esforços desenvolvidos quanto à ainda maior penetração e presença das empresas portuguesas no mercado alemão.

VE – E quais são os setores mais im-portantes?

LAS - Cerca de 3700 empresas portu-guesas exportam para este mercado, nú-mero que tem vindo a aumentar signifi-cativamente nos últimos anos, tendo em conta que em 2010 apenas 2600 empresas exportavam para este mercado. Os grupos de mercadorias mais relevantes em termos de exportação, de Portugal para a Alema-nha, são máquinas e aparelhos (28%), veículos e outro material de transporte (22,5%), plásticos e borracha (8%), quí-micos (6,6%), calçado (6%), ou seja pro-dutos com um perfil tecnológico muito desenvolvido. É de salientar que outros grupos de mercadorias, tais como instru-

EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM BERLIM FRISA QUE A ALEMANHA É “O MAIOR INVESTIDOR INDUSTRIAL EM PORTUGAL”

Diplomacia económica é essen à promoção dos interesses de

“A coordenação, por exemplo, da atividade das embaixadas com a AICEP e com o Turismo de Portugal é absolutamente vital para o sucesso da nossa ação diplomática económica”, frisa Luís Almeida Sampaio.

ATUALIDADE

Sindicatos contestam medidas de empregoOs sindicatos já se manifestaram contrários às medidas apresentadas pelo Governo em matéria de emprego. A UGT lançou avisos à nova medida de emprego que prevê reintegrar desempre-gados de longa duração, com mais de 30 anos. A CGTP é de opinião que os novos estágios profissionais – financiados pelo Estado – são uma forma de camuflar a taxa de desemprego que continua a afetar o mercado de trabalho nacional. Pedro Mota Soares, ministro do Emprego, diz estar disponível para ouvir os parceiros sociais sobre esta matéria.

4 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

“Em 2013, as nossas exportações para a Alemanha atingiram um total de 5,5 mil milhões de euros. De janeiro a outubro de 2014, verificou-se um crescimento das exportações portuguesas para a Alemanha de 3,1% face ao período homólogo”

Page 5: Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista ... · o Crescimento e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em contrapartida, é ... Schwarz e a britânica Tesco. Os Estados

cial Portugal

mentos de ótica e precisão, bem como pol-pa e papel registaram taxas de crescimento bastante elevadas. Operam na Alemanha cerca de 60 empresas portuguesas, com empresas próprias aqui constituídas e al-gumas mesmo com instalações de produ-ção mas, também, empresas prestadoras de serviços e de distribuição, número que também tem vindo a aumentar nos anos mais recentes. Importa ainda mencionar a presença direta em Portugal de pratica-mente todos os grandes grupos industriais alemães – cerca de 350 empresas alemãs mantêm operações industriais em territó-rio português –, tornando a Alemanha o maior investidor industrial no nosso país.

VE - Que papel devem ter as embai-xadas na captação de investimento e na promoção das exportações?

LAS - A resposta a esta pergunta passa, desde logo, pela tentativa de definição da chamada diplomacia económica nos dias de hoje. Se, por um lado, podemos afir-mar que a diplomacia económica é colocar no centro da nossa atividade diplomática a proteção dos interesses económicos portu-gueses e a promoção das nossas empresas, bens e serviços, também é certo que a di-plomacia sempre foi económica, em virtu-de dos interesses políticos, diplomáticos e mesmo culturais terem tido, ao longo dos tempos, e necessariamente, implicações de natureza económica.

A novidade é que agora os embaixadores, pessoalmente, e todas as equipas ao serviço da rede externa portuguesa, estão diretamen-te envolvidos na proteção e promoção diária

daqueles interesses. E isto só é possível me-diante a estreita articulação entre os setores público e privado, os vários departamentos do Estado, as empresas e as associações em-presariais, em Portugal e no estrangeiro. É por isso que a coordenação, por exemplo, da atividade das embaixadas com a AICEP e com o Turismo de Portugal é absolutamente vital para o sucesso da nossa ação diplomáti-ca económica. Creio que em Berlim estamos a estabelecer um paradigma também nesta matéria.

VE - Que relação tem a sua Embai-xada com a AICEP? Há trabalho de in-tercâmbio e de partilha de informação?

LAS - A dinâmica das atividades de di-plomacia económica que têm sido desen-volvidas pela Embaixada de Portugal em Berlim resulta da crescente articulação e cooperação entre os vários departamen-tos que nela estão plenamente integrados, não só o Centro de Negócios da AICEP, cujo Diretor é também o Conselheiro Económico da Embaixada, como também a Representação do Turismo de Portugal. A colaboração efetiva entre a embaixada, consulados e outras entidades nacionais atuantes na nossa rede externa na Alema-nha, a articulação dos planos de negócios, assente num trabalho de intercâmbio e de partilha de informação regular e substanti-vo, bem como a importância das co-loca-lizações realizadas no último ano, poten-ciam um aproveitamento de sinergias na área económica tão mais essencial quando nos encontramos num quadro restritivo de natureza orçamental e de pessoal.

Reformas antecipadas ‘descongeladas’ em 2015

TERESA [email protected]

Foi publicado esta semana em Diário da República o Decreto-Lei nº 8/2015, de 14 de janeiro, que prevê o descongelamento das re-formas antecipadas do regime geral da Segu-rança Social para quem tiver, em 2015, pelo menos 60 anos e uma carreira de pelo menos 40 anos. O diploma é aplicado “durante um período transitório correspondente ao ano de 2015”, com efeitos a 1 de janeiro.

“Durante o ano de 2015, os beneficiários com idade igual ou superior a 60 anos e, pelo menos, 40 anos de carreira contributiva, po-derão aceder antecipadamente à pensão de velhice no âmbito do regime de flexibilização, voltando as condições anteriormente estabe-lecidas no Decreto-Lei n.º 187/2007, de 10 de dezembro, a aplicar -se apenas no ano de 2016”, refere igualmente o diploma.

O Governo procede ainda à alteração da regra de redução dos meses de antecipação em função dos anos de carreira contributiva, para efeitos de determinação da taxa global de redução da pensão, considerando que ela se torna agora “mais justa e equitativa”. As-sim, os meses de antecipação são, em virtude do presente decreto-lei, “reduzidos de quatro meses por cada ano de carreira contributiva que exceda os 40 anos, em vez do modelo atual de redução de 12 meses por cada perío-do de três anos que exceda os 30”.

Com esta alteração, diz o Governo, “todos os anos de carreira contributiva superiores a 40 anos passam, contrariamente ao que acon-tece atualmente, a ser relevantes para efeitos

de redução do número de meses de anteci-pação, o que, em sua opinião, torna “maisvantajoso o cálculo das pensões antecipadasdos beneficiários com carreiras contributivasmais longas”.

Reforma antecipada traz “penalizações para toda a vida”

Pese embora as vantagens contidas no De-creto-Lei acabado de publicar para quem reú-na as condições nele exigidas, há penalizaçõesa que os beneficiários nunca poderão fugir eque se refletirão para o resto da vida.

O economista e diretor do gabinete de es-tudos da CGTP Eugénio Rosa, num estudosobre esta matéria a que a “Vida Económica”teve acesso lembra que, nestes casos de refor-ma antecipada, “os trabalhadores estão sujei-tos a dois tipos de penalizações que reduzemmuito o valor da pensão” e que são “cortespara toda a vida, pois não desaparecem quan-do se atinge os 66 anos”.

A primeira penalização, diz Eugénio Rosa,“é a que resulta do trabalhador não ter aindaatingido a idade de acesso normal à reformae que, segundo o artº 1º da Portaria 378-G/2013 é, em 2014 e também em 2015, de66 anos”. A segunda penalização, acrescentao economista, é “a que resulta da aplicação dofator de sustentabilidade, cuja aplicação em2014 reduz a pensão em 12,34% e que, em2015, o corte provocado por ele não será in-ferior”, tendo já sido fixado pelo Governo em13,02%, calculado em função da esperançamédia de vida.13,02%, calculado em funçãoda esperança média de vida.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 5

Produção industrial cai na Zona EuroA produção industrial registou uma quebra de 0,4%, na Zona Euro, e de 0,1%, na União Euro-peia, em novembro, face a igual mês do ano anterior. As maiores subidas mensais aconteceram na Irlanda, na Hungria e na Croácia, enquanto as descidas mais acentuadas tiveram lugar na Li-tuânia, na Letónia e em Malta. O recuo na produção industrial ter-se-á ficado a dever sobretudo à queda de 4,8% na produção de energia. Verificou-se também uma descida de quase um ponto percentual na produção dos bens de investimento.

Poupança das famílias volta a subirA poupança das famílias portuguesas voltou a aumentar em dezembro, face ao mês anterior, tendo mesmo sido alcançado o nível mais elevado dos últimos anos. Esta tendência já se verifica há vários meses consecutivos, refere o indicador de poupança APFIPP/Universidade Católica. Assim, o indicador de confiança subiu de 109, em novembro, para 110,3, no mês seguinte. Este indicador resulta da análise ao comportamento de um conjunto alargado de fontes estatísticas.

Cálculo de redução na pensão sem cortes depois da dupla penalização

resultante da reforma antecipada de trabalhadores com 60 anos

de idade e 40 anos de contribuições

Pensão antes dos cortes (6 casos

imaginados)

Corte de 36%

devido a ter 60 anos

Pensão deduzida do corte de 36%

Corte de 12,34% devido ao fator

sustentabilidade

Pensão Final (deduzida também

do corte de 36% e do fator

sustentabilidade)

Corte Total na pensão

Em % em euros

J 600 J216 J384 J47 J 337 -43,9% -J 263J 800 J 288 J 512 J 63 J 449 -43,9% -J 351

J 1000 J 360 J 640 J 79 J 561 -43,9% -J 439J 1500 J 540 J 960 J 118 J 842 -43,9% -J 658J 2000 J 720 J 1280 J 158 J 1122 -43,9% J 878J 3000 J 1080 J 1920 J 237 J 1683 -43,9% J 1317

FONTE: Eugénio Rosa (Estudo “O descongelamento da reforma antecipada na Segurança Social e as penalizações que sofre o trabalhador”).

Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social.

Ministro da Economia capta investimento da Alemanha

O embaixador de Portugal na Alemanha acompanhou esta semana a visita que o ministro da Economia, Pires de Lima, efetuou a várias grandes empresas alemãs, em Estugarda e Frankfurt, com vista a intensificar o relacionamento económico com o país de Angela Merkel. “Visitámos a Bosch, tendo havido reuniões com o respetivo Conselho de Administração e uma sessão de trabalho com um apreciável conjunto de empresas alemãs daquela região, bem como uma visita à Daimler-Benz”, revelou Luís Almeida Sampaio à “Vida Económica”, explicando que, “em ambos os casos, discutiram-se evidentemente perspetivas de intensificação do relacionamento com Portugal”. O embaixador também se deslocou a Frankfurt com o ministro da Economia de Portugal “para reunir com as empresas portuguesas representantes do setor têxtil e têxtil-lar que têm lugar proeminente na mais importante feira europeia do setor que neste momento decorre naquela cidade alemã” – a Heimtextil.

Fruit Logistica acolhe cinquenta empresas de frutas, legumes e flores

Já de 4 a 6 de fevereiro, Portugal vai ser, pela primeira vez, o país parceiro do maior certame mundial de frutas, legumes e flores - a Fruit Logistica - que se realiza em Berlim. Para Luís Almeida Sampaio não há dúvidas: a presença estimada de 50 empresas portuguesas neste certame “contribuirá para que Portugal se coloque no centro das atenções dos compradores internacionais mas, também, para que a história de sucesso deste setor seja vista como um exemplo do desenvolvimento económico positivo do nosso país”.

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TERESA [email protected]

Terá lugar em Moscovo, de 9 a 13 de fevereiro, mais uma edição da feira PRODEXPO, especializada em produ-tos alimentares e bebidas, para a qual Portugal tem mobilizado, pelo menos nos últimos dois anos, a participação de mais de duas dezenas de empresas por-tuguesas para expor.

Este ano, porém, devido ao embargo russo a diversos produtos, na sua maio-ria agroalimentares, originários não só da União Europeia mas, também, dos EUA, Canadá, Austrália e Noruega, não haverá produtos portugueses expostos no certame.

A “Vida Económica” questionou On-dina Afonso, diretora executiva da Por-tugal Foods, que confirmou a ausência de empresas portuguesas como exposito-ras na PRODEXPO 2015 de Moscovo. Explicou, contudo, que estão “a recolher o máximo de informação” possível e “a comunicar com a entidade com quem assinamos um protocolo na última edi-ção da PRODEXPO, no sentido de se efetuar uma vigilância a este mercado”.

Recorde-se que, no âmbito da respos-ta à crise da Ucrânia, o Conselho União Europeia adotou quatro pacotes de san-ções económicas, o último dos quais, que entrou em vigor no passado dia 31 de julho, instituiu as primeiras sanções económicas, o que deu origem à respos-ta da Rússia que, no dia 6 de agosto de 2014, impôs um embargo a diversos produtos, na sua maioria agroalimen-tares, originários da UE, EUA, Canadá, Austrália e Noruega.

A “Vida Económica” também questio-nou o secretário de Estado da Alimen-tação e Investigação Agroalimentar, que tem trabalhado, do lado do Governo, os processos de habilitação fitossanitária com vários países e para vários produtos agrícolas e agroalimentares. Nuno Viei-ra e Brito faz questão de frisar que “o mercado da Federação Russa é impor-tante para Portugal, dentro da sua estra-tégia de internacionalização e, em par-ticular, para países terceiros, sendo que apresentava uma linha de crescimento contínua desde 2009 ate 2013, inclusive (+199%)”.

O governante adiantou ainda que “o crescimento [das exportações para aque-le mercado] em 2013 face a 2012 foi de 130% e, em 2014, face ao período ho-mologo janeiro a agosto do ano anterior continuavam a crescer em mais de 7%”.

Sucede que, fruto do embargo, “em particular do decréscimo do setor da

carne de porco e das frutas”, regista-se, todavia, de janeiro a novembro, “uma diminuição da percentagem de expor-tação em valor de cerca de 15,3% (de 45 milhões de euros para 38 milhões)”, acrescenta o governante, realçando que, pese embora esta situação, “este merca-do é economicamente importante para Portugal e deve continuar a ser acompa-nhado, tendo em conta que seja previsí-vel que este embargo seja temporário”.

Desse modo, “a contínua presença da qualidade e da marca dos produtos

portugueses deve ter sempre notorieda-de junto dos consumidos da Federação Russa e a ação do Ministério da Agricul-tura terá de ser o de continuar a acom-panhar as empresas que podem exportar e reduzir os estrangulamentos fitossani-tários ou de outra ordem que impeçam, quando o mercado abrir, a exportação dos produtos nacionais”, garante Nuno Brito à “Vida Económica”.

Opinião idêntica manifestou Ondina Afonso da Portugal Foods. Frisando que “embora exista uma grande disparidade entre os rendimentos das classes rus-sas, o Business Monitor International aponta que um terço dos consumidores russos pode ser identificado como classe média”. E, a par disso, uma “tendência chave que é evidente é a vontade e o gos-to que os consumidores russos têm para adquirir produtos de valor acrescentado, produtos de marca ou premium”.

Ora, esta “ocidentalização do estilo de vida russo está a levar a um aumento do consumo de produtos orgânicos e sau-dáveis” e, por consequência, gera opor-tunidades para as empresas portuguesas.

Embargo russo impede participação portuguesa na PRODEXPO

Medidas agroambientais do PRODER adaptadas ao PDR 2020 TERESA [email protected]

O Ministério da Agricultura, através do IFAP e da entidade gestora do PDR 2020, acabam de publicar informações dirigidas aos agricultores sobre a transi-ção das medidas agro silvo ambientais do PRODER para o novo PDR 2020 - e que irão vigorar durante os anos 2015 a 2020.

Recorde-se que o PDR 2020, o novo ci-clo de apoios no âmbito da Política Agrí-cola Comum (PAC) para os próximos sete anos e que disponibiliza, no total, um envelope financeiro da PAC de 8,1 mil milhões de euros para Portugal, foi ava-liado pela Comissão Europeia, tendo sido aprovado a meados de dezembro de 2014.

Assim, e tendo em conta que existem compromissos agro silvo ambientais, ini-ciados no quadro comunitário anterior ao abrigo do PRODER, cujo ciclo de cinco anos obrigatórios terminarão entre 2015 e 2017, o Ministério de ministra Assunção Cristas vem informar que os beneficiários que se encontrem nesta situação, pode-rão adotar umas das seguintes três op-ções: cessar os compromissos assumidos no âmbito do PRODER não se exigindo por esse motivo o reembolso das ajudas pagas; cessar os compromissos assumidos no âmbito do PRODER não se exigindo por esse motivo o reembolso das ajudas pagas e iniciar novo ciclo de cinco anos de compromisso no âmbito das medidas do PDR 2020; concluir o ciclo de cinco anos iniciado no âmbito do PRODER nas medidas equivalentes do PDR 2020 (ver quadro abaixo).

O MAM informa-se ainda que, nas me-didas ao abrigo do PDR 2020, os com-promissos iniciam-se todos a 1 de janeiro do ano da candidatura, pelo que todos os beneficiários que pretendam candidatar--se às medidas do PDR 2020 no Pedido Único de 2015 (por via da criação de novo compromisso ou por transição de um compromisso assumido no PRO-DER) deverão assegurar o cumprimento dos critérios de elegibilidade e dos com-promissos a partir do dia 1 de janeiro de 2015.

Obras até 350 mil euros sem visto prévioOs contratos de obras públicas, cujo valor não ultrapasse os 350 mil euros, vão continuar, no ano em curso, a não necessitar de fiscalização prévia por parte do Tribunal de Contas. A determinação decorre da lei que aprovou o Orçamento do Estado e que manteve o valor que se encontra em vigor há já seis anos. Por sua vez, o valor em causa é aferido quer em relação aos atos e contratos considerados isoladamente, quer em conjunto com outros com que aparentem estar relacionados.

Empresas em revitalização têm novas regrasO Executivo optou por reformular o programa de revitalização das empresas. O objetivo principal é evitar que as empresas não cheguem a tempo aos mecanismos que permitem a sua revitalização. As empresas em revitalização podem ter acesso a planos de pagamento a 10 anos às Finanças e à Segurança Social, sendo ainda disponibilizada uma nova linha de crédito no valor de 50 milhões de euros. Por outro lado, foi reduzida a percentagem mínima para a aprovação de um plano de revitalização, passando de uma maioria qualificada para uma maioria simples dos credores.

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6 SEXTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO 2015

“O mercado da Federação Russa é importante para Portugal dentro da sua estratégia de interna-cionalização e, em particular, para países terceiros”, frisou o secretário de Estado Nuno Brito à “Vida Económica”.

De janeiro a novembro houve “uma diminuição da percentagem de exportação em valor de cerca de 15,3% (de 45 milhões de euros para 38 milhões) de Portugal para a Rússia

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A um ano do final do mercado regulado de eletricidade, as duas principais operadoras do mercado, EDP e Galp, lançaram novas ofertas que vieram agitar o mercado livre. A petrolífera nacional foi a primeira a avançar e apresentou uma proposta que oferece descontos que podem ascender a 50% do termo fixo da fatura energética em compras nos hipermercados Continente. Na resposta, a elétrica lançou uma nova campanha com descontos de até 10% sobre o total da fatura.Ambas as operadoras prometem descontos e preços mais baixos, contudo após a análise da “Vida Económica” verificamos que as ofertas apresentam diferenças que podem ser significativas. FERNANDA SILVA [email protected]

Até ao final deste ano, os consumido-res portugueses que ainda permanecem no mercado regulado terão de escolher um novo fornecedor de energia elétrica no mercado livre. Contudo, apesar das intensas campanhas de marketing das operadoras, até agora, os incentivos a esta mudança não eram significativos. Na ver-dade, a maioria dos tarifários disponibili-zados pelas principais operadoras oferecia apenas descontos comerciais sobre as ta-rifas transitórias fixadas trimestralmente pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

Porém, nas últimas semanas o mercado liberalizado agitou-se e deu, finalmente, os primeiros sinais da existência de con-corrência no setor. Duas semanas depois de a Galp Energia ter lançado o plano Energia3, em parceria com os hipermer-cados Continente, foi a vez de a EDP lan-çar um novo produto que promete des-contos de até 10%.

Apostando em “cobrir a totalidade das necessidades energéticas das famílias por-tuguesas”, a petrolífera nacional apresen-tou uma nova oferta, combinando eletri-cidade, gás natural e/ou gás em garrafa e combustíveis, que promete poupanças anuais superiores a 150 euros anuais. To-davia, apesar destes descontos, os consu-midores não verão a sua fatura diminuir. Estes poderão apenas ser carregados no cartão das lojas Continente, seja através da apresentação do cupão que será envia-do com a fatura no caso da eletricidade e do gás natural, ou no momento do paga-mento, no caso do combustível e do gás em garrafa.

Em resposta, a EDP apresentou igual-mente na passada semana uma nova cam-panha de angariação de clientes no mer-cado liberalizado de energia, que passa pela concessão de um desconto de 10% sobre o valor da fatura de eletricidade e de gás natural. Ainda assim, apesar de o desconto ser “direto” e incidir “sobre o total da fatura”, exceto impostos e taxas, a oferta está disponível apenas para os con-sumidores que optem pela tarifa simples, ou seja, exclui as tarifas bi e tri-horárias, e impõe a adesão ao débito direto e à fatura eletrónica.

Mas quais são as diferenças entre as novas ofertas?

Analisando as duas propostas das ope-radoras, facilmente se conclui que a prin-cipal diferença reside na aplicação efeti-va do desconto oferecido. Se no caso da campanha “10+10” da EDP a poupança surge por via de um desconto diretamen-te na fatura de energia, no caso do Plano

NOVAS OFERTAS COM DESCONTOS ATÉ 50%

Galp e EDP agitam mercado liberalizado de energia

As propostas das duas operadoras distinguem-se no tipo de tarifas oferecidas e no modo de paga-mento.

Energia 3 da Galp/Continente o descon-to é convertível em saldo para compras com o cartão Continente a usar no mês seguinte. Adicionalmente, aquando da realização das compras, o hipermercado oferecerá descontos na compra de com-bustível e aquisição de gás de garrafa.

Outra importante diferença entre as ofertas está no âmbito sobre o qual incide o desconto. Se, no caso da elétrica, este é de apenas de 10%, mas abrange a tota-lidade do valor da fatura, exceto taxas e imposto, no caso da petrolífera o mesmo pode ir de 20% a 50% mas apenas sobre o termo fixo da eletricidade e/ou gás na-tural, ou seja, excluindo o montante rela-tivo ao consumo de energia.

As propostas das duas operadoras distin-guem-se ainda no tipo de tarifas oferecidas e no modo de pagamento disponibiliza-do aos clientes. Assim, se na proposta da Galp/Continente é possível contratar tari-fas bi-horárias, já a oferta 10+10 da EDP apenas contempla tarifas simples. Da mes-ma forma, se a nova oferta da EDP exige o pagamento por débito direto, já no Plano Energia 3 tal não é obrigatório.

Posto isto, é ainda importante ter em consideração que, se no caso da Galp/Continente, as condições são válidas du-rante 12 meses após a ativação do con-trato, no caso da proposta da EDP, as condições vigoram somente até 31 de Dezembro de 2015.

Dadas estas diferenças, as propostas nãodevem ser comparáveis apenas em termos analíticos. A “Vida Económica” aconse-lha por isso os seus leitores a efetuarem simulações, tendo por base o seu con-sumo energético efetivo, para cada uma das ofertas. Nestas deve separar os valo-res dos termos fixos dos valores referentes aos consumos de eletricidade e gás e deveavaliar os diferentes descontos atribuídos consoante o tipo de tarifário e modo depagamento escolhido.

Tomada a decisão, saiba ainda que o Plano Energia 3 pode ser contratado na Internet e por telefone até 28 de feverei-ro e nas lojas Galp e Continente até 25 de janeiro e que as adesões à campanha 10+10 devem ser feitas através do site daEDP, até 15 de fevereiro.

OBJETIVOS:

FORMADOR:

PREÇOS:

PROGRAMA:

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PORTO 12 e 13 Fevereiro | LISBOA 10 e 11 Fevereiro

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 7

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A privatização de certos setores estratégicos – v.g. energia, água, — nada tem contribuído para diminuir os custos de produção e de funcionamento das empresas. Foi considerado que neste capítulo alguns passos atrás se justificam ou então, no mínimo, que se reforcem poderes e uma efetiva intervenção dos órgãos reguladores. Esta foi uma das conclusões do debate “O dinamismo sustentado das PME será o crescimento do país”, organizado pela AIMinho, com moderação da Vida Económica.Que o empreendedorismo constitui uma das saídas para o bloqueio em que se encontra a economia portuguesa foi outra das conclusões do debate, em que participaram António Marques, presidente da AIMinho, e outros empresários membros da Direção desta associação: José Neves (indústria do papel e embalagem), Manuel Palha (indústria da metalomecânica e fundição), Francisco marques (indústria do fabrico de balanças e de software de faturação), António Feliz (indústria da metalomecânica em geral) e Clementina Freitas (indústria do vestuário e confeção).ALBANO DE [email protected]

A primeira questão lançada para deba-te teve a ver com os efeitos estruturantes na economia nacional e nas empresas re-sultantes da implementação do progra-ma de assistência económica e financeira aplicado desde meados de 2011. António Marques, Presidente da AIMINHO é da opinião que este programa de ajustamento não gerou uma mudança de paradigma na economia nacional com a dimensão que era desejável e necessária, mas contudo despoletou algumas mudanças pontuais, designadamente na atitude das empresas quanto à forma mas eficiente de gastar e investir, tendo António Feliz salientado “a determinação com que muitas delas enca-raram e começaram mesmo a percorrer o caminho da internacionalização”. Ainda a este propósito, o empresário, José Neves, ressalta “à maior abertura demonstrada por empresas ditas familiares no que toca à abertura de capital a terceiros”.

Questionados sobre as sequelas geradas pelo programa de ajustamento foram des-tacadas diversas vertentes mais salientes: a vertente social, que tem a ver com o ele-

vado nível de desemprego, a vertente em-presarial traduzida num significativo nú-mero de falências, embora algumas delas fossem mesmo inevitáveis e a vertente da contenção orçamental no Estado e nas fa-mílias. Clementina Freitas referiu que “os programas de ajustamento terão cavado ainda mais o fosso entre grandes empresas e PME”, carecendo estas de um mais fácil acesso à informação para a tomada de de-cisões que as catapultem para um patamar superior.

Motivação para o investimento privado exige estabilidade de políticas públicas

A segunda temática debatida teve a ver com a necessidade de mais investimento produtivo e em particular com o clima de motivação empresarial para tal. Os empre-sários participantes sentem a necessidade de investirem como óbvia forma de sus-tentarem a competitividade das empresas e consideram que para tal existe alguma motivação, pese embora, segundo António Marques, “não estejam criadas as condi-ções mais adequadas para tal, designada-mente uma estabilidade e coerência de po-líticas públicas”. Contudo para Francisco Marques” a importância dos fundos que integram o próximo Quadro Comunitário de Apoio foi enfatizada na fundada expeta-tiva de uma grande fatia deles ser destinada

às PME, mais propriamente ao reforça da sua competitividade”.

Existe a convicção clara de que a inter-nacionalização é uma saída para o tecido empresarial português, exigindo no entanto um significativo investimento, tendo José Neves chamado a atenção para a importân-cia da aquisição de equipamentos novos e não em estado já usado como acontece ami-úde. O exemplo evidenciado pelos setores tradicionais, como o têxtil e o calçado, foi mais uma vez ressaltado esse propósito

A terceira temática objeto de reflexão centrou-se no endividamento das empre-sas e, consequentemente no respetivo aces-so ao financiamento.

Foi considerado pela generalidade dos participantes que esta questão do endivi-damento é uma questão chave para uma grande maioria das empresas, fruto tam-bém dum anterior período de maior faci-litismo no acesso ao crédito, nem sempre aproveitado em termos económicos da melhor forma. Foi admitido, em particu-lar pelo Presidente da AIMINHO, que “não se pode esperar que o endividamento das empresas seja resolvido dum momento para o outro pelas próprias empresas, e que

nem o Estado e o sistema financeiro – atra-vés por exemplo dos previstos instrumen-tos de capitalização — o vão conseguir de uma forma eficaz”. O que, segundo os participantes, vai requerer que a Europa e Portugal venham a equacionar soluções alternativas de financiamento do investi-mento, impondo-se sobretudo que sejam as empresas a saber viver com menos di-nheiro, combatendo os desperdícios, evi-tando os gastos supérfluos, indo atrás dos clientes para pagarem mais rápido.

No entanto não deixou de ser enfatizada a necessidade de se criarem condições para que os custos financeiros/spreads não este-jam ainda tão distantes dos vigentes nou-tros países europeus concorrentes.

Em particular no que toca à capitalização das empresas — designadamente as PME que evidenciam uma fraca autonomia fi-nanceira em média — foi obviamente constatada a necessidade do seu reforço ao mesmo tempo que foi ressaltado por José Neves que “mesmo estando a economia a sair dum período de crise as empresas ape-sar de tudo não estarão assim tão despro-tegidos, revelando mesmo em alguns casos a existência de condições para competir

AIMINHO PROMOVE DEBATE SOBRE A SITUAÇÃO E PERSPETIVAS DO TECIDO EMPRESARIAL

Privatização de setores estratégicos não

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 16 JANEIRO 2015

A Missão da AIMINHO

António Marques, Presidente da AIMinho sintetizou os vetores que corporizam a missão da AIMinho nos seguintes termos:Entidade facilitadora das empresas e fornecedora de serviços designadamente aqueles que as empresas isoladamente têm mais dificuldade em concretizar ou então aqueles que o mercado não fornece ou promove.Neste contexto, e em particular, compete à AIMinho

- promover a ligação com agências públicas vocacionadas para o desenvolvimento empresarial- promover a ligação das empresas à Universidade e Centros de saber- defender intransigentemente o interesse dos empresários, como associação patronal que é, sem nunca deixar de ter em conta que as empresas são os seus empresários e os seus trabalhadores- ser uma referência na região também para a atração de novo investimento, uma vez definidos claramente os motores setoriais estratégicos que no médio prazo possam catapultar a região para patamares de competitividade superiores.

Participantes no debate: ao centro António Marques, Presidente da AIMINHO e da esquerda para a direita os membros da Direção da AIMINHO José Neves, Manuel Palha, Francisco Marques, Clementina Freitas e António Feliz.

O programa de ajustamento não gerou uma mudança de paradigma na economia nacional com a dimensão que era desejável e necessária

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nos melhores campeonatos”. Para António Feliz “as empresas devem mesmo ser cada vez mais autónomas assumindo os riscos inerentes a investimentos estratégicos, não devendo estar à espera que lhes entreguem de bandeja aquilo que lhes faz falta!”

Como alternativas – necessárias – ao fi-nanciamento foi destacada, á semelhança de outros países europeus , a importância da dinamização duma bolsa para as PME.

Nas empresas familiares há que profissionalizar mais a gestão

Quanto à forma de gerir as empresas, ou seja a “governance”, foi salientado que, elas devem adaptar as suas competências à mudança dos tempos. E quando se diz melhorar a “governance” das empresas está a ser questionada a “ adaptação nas formas de gerir, organizar e controlar os diversos fatores do sucesso empresarial”. Foi salien-tado que obviamente a “governance” das grandes empresas é diferente da das em-presas menos dimensionadas nas quais o empresário e sua família estão à frente do negócio. Aliás para o empresário José Ne-ves torna-se fundamental” que nas empre-sas familiares há que separar bem a gestão da propriedade no sentido de cada vez ser mais assumida uma gestão profissionali-zada e mais inovadora, sob pena de mais tarde ou mais cedo se caminhar par o in-sucesso”. Como ponto positivo foi salien-tada a disponibilidade no país de “massa cinzenta” bem preparada, na qual as PME devem apostar no âmbito das suas políticas de recrutamento.

A competitividade das empresas exige sólida estrutura de recursos humanos

A temática dos ganhos de competitivi-dade para se competir à escala global foi abordada quer na vertente já atrás referi-da da internacionalização das empresas e desenvolvimento e registo de marcas pró-prias, quer sobretudo na vertente dos cus-tos de produção e de funcionamento.

Segundo os participantes, as empresas suportam custos que comparam mal com o das empresas de outros países europeus, designadamente a burocracia, os encargos financeiros e fiscais e muito enfaticamente os custos da energia. Foi referido que para haver competitividade à escala global há sem dúvida que beneficiar de alguma fa-cilitação, não se perdendo contudo o ne-cessário rigor. E a propósito o Presidente da AIMinho reforçou “a necessidade das agências púbicas, como por exemplo o IAPMEI e o AICEP, serem mais facilita-doras da atividade empresarial em Portugal não se comportando de uma forma menos acessível”. Foi então salientado o facto de nem sempre ser fácil o acesso das PME a

estas InstituiçõesAinda na perspetiva da competitividade

à escala global ficou muito clara a necessi-dade das empresas estarem dotadas de uma estrutura sólida de recursos humanos qua-lificados aos diversos níveis, facto este que, segundo Clementina Freitas, “está condi-cionado pelas insuficiências do sistema de ensino e formação profissional manifesta-mente formatado na lógica da oferta e por conseguinte não se encontrando adequado às reais necessidades do mercado de traba-lho”. Foi então avançado que a AIMinho está a desenvolver uma ação articulada com a Universidade do Minho e o IPCA no sentido de poderem ser calibrados os conteúdos académicos curriculares dos cursos ministrados no sentido de maior adequação ao mercado de trabalho real. Também foi salientado por Clementina Freitas “uma certa inoperacionalidade dos Centros de Emprego no sentido de estarem mais focados na gestão dos desempregados versus gestão integrada do emprego”.

Fatores estratégicos devem estar sob controlo público

Entrou-se de seguida na abordagem em geral de fatores exógenos que muito con-dicionam a competitividade empresarial, e desde logo foi salientado os elevados custos energéticos.

A reflexão foi mais ampla e globalmente foi considerado a propósito que há setores estratégicos — v.g. energia, água, — que não devem ser alvo das privatizações pois o respetivo controlo púbico significa para o país o domínio de vetores estratégicos. Para António Marques Presidente da AIMinho, acompanhado aliás pela generalidade dos participantes no debate, foi com efeito re-ferido que “a intervenção púbica em áreas estratégicas deste tipo formata a evolução de importantes custos do contexto e glo-balmente concluiu-se que hoje em dia – e o contrário do que alguns pensavam há alguns nos atrás – a privatização de certos setores estratégicos nada tem contribuído para diminuir custos de produção e de fun-cionamento das empresas”. Foi considerado que neste capítulo alguns passos atrás se jus-tificam ou então, no mínimo, na opinião de José Neves, que se reforcem poderes e uma efetiva intervenção dos órgãos reguladores”.

Os empresários participantes no debate fizeram no entanto questão de deixar ex-presso que a sua reflexão nada tem contra a iniciativa privada e seu reforço e nem mes-mo com a privatização de setores menos estratégicos.

Interface entre as Universidades e as PME tem que ser estimulado

Na área da inovação e desenvolvimento tecnológico foi acentuada a importância de que ela se reveste designadamente nas PME, constatando-se no entanto a natural maior dificuldade da sua implementação nestas empresas. Por isso, as opiniões cen-traram-se à volta da relação entre as Uni-versidades/Centros de saber e as empresas, reconhecendo-se que apesar do caminho já percorrido – nem sempre bem, é certo – ve-rifica-se uma efetiva insuficiência neste do-mínio, uma espécie de distanciamento nem sempre fácil de explicar e cuja superação foi assumida como uma tarefa de não fácil con-cretização. António Feliz está convicto de que as “empresas têm que saber aproximar--se das universidades (foi referido, a propó-sito, a questão das cada vez mais exigentes certificações de produtos e processos) mas que as universidades, por sua vez, têm que aumentar a sua disponibilidade para o di-álogo”, o que, também, segundo os parti-cipantes, pelo reequacionar da carreira dos seus docentes e investigadores mais voltada

para a publicação de “papers” em ediçõescientíficas prestigiadas, para a investigação pura e para o desenvolvimento de projetoscaptadores de fundos comunitários que de certa forma asseguram a sobrevivência fi-nanceira, e menos focadas na resolução dosproblemas das empresas que exijam umamaior inovação e sofisticação tecnológica.

Ainda propósito deste tema, e ao invés, foi reconhecido por António Feliz e José Nevesque “também os empresários devem fazer asua inovação – até porque, inovação não é só fazer coisas novas mas, também, fazer me-lhor coisas já existentes – pelo que as empre-sas não podem esperar passivamente que asuniversidades entrem pela suas portas dentro e digam o que as empresas devem fazer”.

O conceito de empreendedorismo é transversal

O tema do empreendedorismo foi abor-dado quer na vertente da criação de novosnegócios por novos empresários quer no dacriação de negócios por empresários já exis-tentes. Foi, aliás, assumido pelos participan-tes que o conceito de empreendedorismo é transversal pelo que, segundo ClementinaFreitas, se deve” falar mesmo de uma cultura de empreendedorismo que inclusive abrangesituações de apenas fazer bem e melhor as ta-refas atribuídas dentro duma empresa”.

Para Manuel Palha, foi considerado “queo empreendedorismo constitui uma das saí-das para o bloqueio em que se encontra a economia portuguesa, colocando-o ao ser-viço das necessidades mais reclamadas pela comunidade”. E, Francisco Marques, con-siderou que “para o desenvolvimento desta cultura de empreendedorismo o país dispõe de massa cinzenta já razoavelmente conso-lidada que é importante trazer para a vidaempresarial”.

Foi salientado neste domínio projetos di-namizados pela AIMinho, como por exem-plo o Projeto Ousar e o Projeto Mentor, no âmbito do qual empresários experientesorientam diretamente os candidatos a no-vos empreendedores.

reforça competitividade das PME

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 16 JANEIRO 2015 9

Fatores exógenos que condicionam o dinamismo empresarial

Foi solicitado a cada um dos empresários participantes no debate a identificação sintética e ordenada dos principais fatores exógenos que constrangem a sua atividade empresarial.Da síntese da recolha das opiniões os fatores mais citados foram-Burocracia da Administração Pública e, em particular, a morosidade do licenciamento da atividade empresarial:-Excessivos custos energéticos;-Inadequação do sistema de ensino e de formação profissional às reais necessidades do mercado de trabalho ;-Insuficiente interface entre as Universidades e s Empresas;-Pouco fluída ligação das PME às agências pública (v.g. IAPMEI e AICEP );-Elevados custos de financiamento quando comparados com outros países do espaço europeus-custo logístico das SCUT, para quem sobretudo opera no mercado interno-disfuncionalidades no sistema de seguros de crédito à exportaçãoE de uma forma mais global foram adiantados os dois seguintes fatores estruturantes:-morosidade do sistema de justiça-inexistência dum verdadeiro clima de verdade e franqueza, de per si gerador da confiança.

António Marques, Presidente da AIMINHO: “Projetos Ousar e Mentor são referências da AIM-INHO na área do apoio ao empreendedorismo”.

No atual contexto as empresas têm que saber viver com menos dinheiro e mais eficiência e saber fazer com solidez o caminho da internacionalização.

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A União Europeia está a estu-dar a possibilidade de aumentar os níveis de segurança em toda a região. Uma matéria tem ficado por legislar há já algum tempo e que poderá agora avançar. Trata--se da proposta relativa aos dados dos passageiros que viajam de avião e chegam ao território co-munitário.

Consiste numa matéria pro-pícia a criar controvérsia, mas que a Comissão Europeia pre-tende tratar, sobretudo devido ao aumento dos ataques terro-ristas. Esta legislação obrigará as companhias aéreas a darem aos países da União Europeia dados sobre os passageiros que entram e saem do bloco. O objetivo é ajudar as autoridades a investigar e a prevenir eventuais atividades terroristas. Em 2013, houve uma proposta nesse sentido, mas o di-ploma acabou por ser rejeitada, sob o argumento de que ia contra os direitos civis. Agora a situação é diferente e o Conselho Europeu quer colocar novamente o tema à discussão dos governos nacionais.

Considera-se que através deste sistema será possível detetar as movimentações de passageiros perigosos. A Comissão já se mos-trou recetiva a esta iniciativa, o que faz pensar que a referida le-gislação poderá mesmo chegar a entrar em vigor. De referir ainda

que, em determinadas circuns-tâncias, a União Europeia já tro-ca informação com países como o Canadá e os Estados Unidos. Os deputados do Parlamento Eu-ropeu deverão aparecer divididos

neste tema. Há quem pense que a proposta vai contra os direitos individuais e a privacidade, mas também há quem defenda que é preciso avançar com medidas mais eficazes no combate ao ter-

rorismo. Certo é que se trata de uma legislação que poderá le-vantar bastante polémica, ainda para mais numa altura em que o terrorismo está particularmente ativo.

O desempenho da economia alemã começa a suscitar preo-cupações, sobretudo tendo em conta os indicadores mais recen-tes. As exportações e a produção industrial recuaram, em novem-bro, o que sugere que a primeira economia da Europa terá termi-nado o ano em terreno pouco sólido.

As exportações baixaram pelo segundo mês consecutivo, com uma quebra bastante acentuada de mais de dois pontos percen-tuais. Os analistas apontavam para um recuo de apenas 0,2%. Em contrapartida, as importa-ções cresceram 1,5%, o que fez com que o excedente comercial descesse para 17,7 mil milhões de euros. E o mesmo sucedeu com a produção industrial, a revelar uma tendência de claro abranda-mento.

Este resultado explica-se, so-bretudo, pelo abrandamento do setor da construção e uma baixa

na produção de energia. Os ana-listas começam a falar de uma recuperação alemã cada vez mais marcada pela fragilidade. De no-tar que, em meados do ano passa-

do, esteve muito perto de entrar em recessão. A situação geopolí-tica, em particular a Rússia, e as incertezas económicas estão a ter um forte impacto no crescimen-

to. Aliás, no último trimestre do ano passado, o PIB alemão terá ficado por um valor quase resi-dual de 0,2%, de acordo com os últimos indicadores.

União Europeia quer que companhias aéreas forneçam dados dos passageiros

Economia alemã dá sinais de fragilidade

Indústria solar chinesa novamente nos radares europeus

Parece terem voltado as tensões entre a China e a Europa no que se refere à indústria solar. A Comissão Europeia tornou a lançar um inquérito sobre as importações destes produtos a partir da China. Bruxelas está desconfiada que a China está a contornar o acordo realizado há pouco mais de um ano e estará novamente a exercer “dumping”. O inquérito agora iniciado deverá durar nove meses e só depois será tomada uma decisão. Caso se chegue a uma conclu-são favorável para os industriais europeus, então Bruxelas tem o direito de aumentar as taxas que incidem sobre os produtos relacionados com a energia solar.

Estados Unidos são vencedores nos fundos de ações

Os Estados Unidos foram os grandes ganhadores, no ano passado, no que toca aos fundos sobre as ações e respetivos fluxos. Os fundos norte-americanos registaram mais de 87 mil milhões de dólares de subscrições líquidas, depois de um recorde de 181 mil milhões, no exercício anterior. Os investidores quiseram aproveitar o mais possível o “efeito dólar”. Entretanto, as ações europeis tiveram uma procura bastante inferior, em resultado das in-definições ao nível económico, bem como das questões geopolíticas que marcaram todo o ano passado.

Bruxelas rejeita que Zona Euro esteja em deflação

A Comissão Europeia nega que a Zona Euro tenha entrado em ter-reno de deflação. No entanto, não deixa de admitir que o baixo nível dos preços se vai manter no curto prazo e que a inflação só aumenta-rá com a consolidação da recupe-ração e se os salários começarem a crescer.

Bruxelas defende que o fraco crescimento e os preços reduzidos das matérias-primas continuarão a exercer pressão sobre a deflação no curo prazo, mas, à medida que a atividade económica se for forta-lecendo gradualmente e os salários crescerem, a inflação voltará a au-mentar. Refere ainda a Comissão que uma inflação temporariamente negativa é algo de muito diferente de deflação, um fenómeno que im-plica uma quebra generalizada dos preços e que se autoperpetua. Por outro lado, defende que é preciso os governos nacionais fazerem mais e melhor no sentido de se criarem postos de trabalho. O desemprego continua a ser um dos problemas mais graves da União Europeia.

Confiança económica espanhola atinge máximos de uma década

O desemprego em Espanha continua em níveis historica-mente elevados, mas a tendência é de descida. E as perspetivas de crescimento estão a impulsionar a confiança dos espanhóis na sua economia. O índice de confiança situou-se a um nível que não se verificava há mais de uma década.

De facto, o índice de confiança definido pela Comissão Europeia, em dezembro, fixou-se em 105,6 pontos, o que se traduziu em mais 1,4 pontos, relativamente a no-vembro e 6,6 pontos, face a igual período do ano passado. Foi o me-lhor valor desde 2002, mesmo aci-ma do pico da bolha imobiliária. Os cinco setores que compõem o índice – indústria, serviços, con-fiança do consumidor, comércio a retalho e construção – melho-raram significativamente nos últi-mos 12 meses. Foi a atividade re-lacionada com os serviços aquela a revelar a melhoria mais substan-cial. Também o comércio a reta-lho teve um desempenho bastante melhor do que o esperado. Ainda que alguns setores continuem a apresentar valores negativos, nem por isso deixa de suscitar otimis-mo o facto de estarem a melhorar, de uma maneira geral.

ATUALIDADE/Internacional

10 SEXTA-FEIRA, 16 JANEIRO 2015

O motor da economia europeia começa a revelar indícios de pouca consistência, o que poderá afetar toda a região.

As companhias aéreas serão obrigadas a fornecer dados dos seus passageiros aos governos, no âmbito da nova legis-lação.

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Portugal bate recordes na energia renovávelPortugal alcançou um valor recorde na produção de eletricidade através de energias renová-veis, no ano passado. Desta forma, foi possível evitar a emissão de 13 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera, ao mesmo tempo que foi reduzida a dependência energética relati-vamente ao exterior. A Quercus e a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN)defendem a manutenção dos investimentos, por parte do poder político, nas energias reno-váveis, face aos bons resultados já alcançados.

Porto de Setúbal bate recorde na movimentação de contentoresO movimento de contentores no Porto de Setúbal atingiu recordes, no ano passado. Foi ultra-passada a barreira dos 100 mil TEU, o que se traduziu num crescimento de 47%, face ao exer-cício anterior. Também foi possível ultrapassar os oito milhões de toneladas de carga, man-tendo-se assim um crescimento de um milhão de toneladas por ano, nos últimos três anos.

O Estado existe para servir os cidadãos e deve ser, antes de mais, um exemplo da adequada utilização dos recursos na mobilização operativa para uma maior competitividade económica e social. Precisamos por isso de apostar num Estado inteligente. Um Estado inteligente deve assumir-se como a plataforma central para uma cultura de participação cívica positiva tendo em vista conseguir atingir resultados e impactos positivos. Para isso, são importantes os bons exemplos e as boas práticas. A ESPAP – Entidade de Serviços da Administração Pública – assume o desafio de contribuir, em rede com outras entidades deste ecossistema, para um Estado inteligente em Portugal, dinamizando um”Lab” de Inovação e promoção de boas práticas. A economia portuguesa está confrontada com o desafio de uma nova competitividade no quadro duma crescente competição global, e pretende-se para o quadro social nacional uma base de confiança e estabilidade próprias dum país desenvolvido. O Estado assume um papel central na criação das condições para estes objetivos – pretende-se um Estado inteligente, exemplar na boa afetação dos seus recursos (financeiros, materiais, humanos) e capaz de construir novos contextos de parceria estratégica facilitadores da captação de investimento, dinamização do empreendedorismo e reforço da inovação e criatividade como fatores de distinção competitiva. O ESPAP Lab assume-se como uma plataforma dinâmica focada em elevados patamares de eficiência na gestão partilhada de recursos e na excelência de soluções em rede que ajudem os diferentes atores da Administração Pública no objetivo individual e coletivo de construção de um verdadeiro Estado inteligente. O Estado é antes de mais uma grande organização complexa multipolar onde os sistemas de informação e as tecnologias têm um papel instrumental decisivo em sede de níveis de eficiência estratégica e eficácia operativa, mas o Estado é também e sobretudo um referencial de confiança e ambição para todos os cidadãos, empresas e outros stakeholders que partilham no dia a dia a dura batalha da competitividade.Portugal realizou nos últimos quinze anos fortes investimentos em termos de política pública nas áreas da sociedade da informação e da modernização administrativa, muito

centradas na melhoria dos serviços prestados pelo Estado aos cidadãos e empresas e na qualificação dos níveis de eficiência na gestão partilhada dos recursos disponíveis. Muito tem sido feito e Portugal pode-se orgulhar de ser hoje um país da linha da frente na área do egovernment e na gestão partilhada de recursos públicos (onde, entre outras, a importante área do eprocurement teve um particular desenvolvimento estratégico em termos tecnológicos e operacionais). É um balanço muito positivo que resulta dum trabalho em rede que tem mobilizado muitos atores da inovação e conhecimento e sobretudo a Administração Pública e os cidadãos e empresas. O desafio que se coloca agora é o de consolidar este trabalho de excelência e de apostar na construção do Estado

inteligente que todos ambicionamos. Trata-se dum desafio complexo, que deverá mobilizar inúmeros atores da Administração Pública, em rede com cidadãos e empresas, para que seja mais fácil captar investimento, aumentar o número de novas empresas, reforçar a presença internacional da nossa economia e desenvolver novas oportunidades em áreas centrais como a inovação social. O ESPAP Lab dará o seu contributo em rede para este Estado inteligente, capacitando recursos, qualificando práticas e metodologias, dinamizando redes, reforçando contextos de interoperabilidade. Inovação aberta, gestão de redes e inteligência competitiva serão a base desta aposta que a ESPAP se propõe fazer para este objetivo estratégico.

DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE EXIGEM NOVAS REDES DE INTELIGÊNCIA

ESPAP Lab – inovar no Estado Os dados de comércio externo de novembro indicaram uma quebra nas exportações gerais do país, e, inclusivamente, em alguns sectores tradicionais, que nos últimos meses têm sido o motor da dinâmica económica do país, evidenciaram-se igualmente quebras, o que pode indiciar que o ano que agora está a começar, poderá ser bem diferente do que aquele que se perspetivava.O preço do petróleo em queda, combinado com um euro a cair para a cotação mais baixa dos últimos anos face ao dólar, revela um quadro geopolítico e geoeconómico volátil e complexo, cujo desfecho está longe de estabilizar e menos ainda de definir. A questão energética tornou-se ainda mais determinante na relação de forças à escala global: os Estados Unidos deixaram de ter dependência exterior pela exploração do gás de xisto, tornando-se autossuficientes nesta matéria, o que implica uma pressão para baixo nos preços do petróleo, por insuficiência de procura, penalizando imediatamente os países produtores de crude, em particular os que têm altos custos de extração, entre os quais se contam a Rússia, o Brasil e Angola. Embora o preço em queda do petróleo prejudique igualmente os países do Golfo Pérsico, a verdade é que nestes os custos de exploração são muito baixos, o que permite que a quebra dos preços prossiga, até porque o objetivo destes é convencer os investidores americanos e globais no gás de xisto que afinal é mais compensador continuar a importar-lhes petróleo barato. Com a Rússia de joelhos economicamente, mas com uma liderança agressiva, tudo pode ser possível, estando criado um clima de instabilidade política internacional a lembrar os anos da “guerra fria”. Além disso, a Rússia representa a perda de um mercado emergente altamente comprador de bens e serviços ao resto do mundo, o que terá forçosamente consequências no crescimento económico mundial. O mesmo se diga de outros países, como o Brasil, Angola ou Nigéria, muito suportados nas exportações de recursos energéticos, e, que são, em contrapartida, mercados importadores de crescente importância, os quais enfrentam hoje sérias dificuldades económicas e financeiras, sendo mesmo de admitir que alguns deles, nomeadamente os africanos, possam ter de recorrer à emergência do

FMI para ultrapassar esta conjuntura.Se, à partida, um euro desvalorizado facilita as exportações, em especial para os países que trabalham com o dólar, nomeadamente os Estados Unidos e muitos dos emergentes, também é certo que a compra das matérias-primas é feita em dólares, o que vai agravar o seu custo, o que constitui uma má notícia para os países com atividade industrial ainda significativa como o nosso. Para um sector como o Têxtil e Vestuário, tal como a esmagadora maioria das atividades tradicionais exportadoras nacionais, cerca de 80% dos mercados de destino das suas vendas permanecem na Europa, pelo que nada beneficiará neste aspecto com a desvalorização do euro; pelo contrário, a hipotética diversificação dos mercados de exportação, que tal situação aparentemente facilitaria, fica igualmente comprometida, atendendo que muitos dos emergentes, apesar de operarem em euros, vão viver uma conjuntura adversa, pelos motivos atrás aludidos, com quebras bruscas de consumo e crescimentos tíbios ou mesmo recessões. Os cenários mudam em permanência, com mais rapidez do que o esperado e, sobretudo, com mais rapidez e densidade quando negativos. Se 2015 se adivinhava, ainda há pouco, um ano incerto, mas tendencialmente positivo, reforçando tendências que solidamente se construíam no passado, agora, mal o ano principia, o sentimento de otimismo apresenta-se bem mais esmorecido, na expectativa receosa do que os primeiros dados económicos do ano vão trazer.Uma coisa é certa, em todo este contexto de incerteza, os Estados Unidos voltaram aos crescimentos robustos, assim como a China e a Índia demonstram a capacidade de manter as respetivas dinâmicas, em contraponto com a União Europeia, que está a ver a história da Grécia repetir-se e que constatará, em breve, sem dúvida, as dificuldades de grandes economias como a francesa e a italiana, que perturbarão ainda mais a coesão política e económica da União.E não desenvolverei nesta crónica o que se perspetiva para Portugal, no ano pós-“troika”, em que as eleições legislativas tudo condicionarão, adiando ainda mais as indispensáveis reformas, que não se fizeram ou ficaram por concluir. Essa será matéria para outra prosa, ou para muitas outras que se venham a justificar.Afinal, 2015 não vai ser um ano fácil!

Afinal, 2015 não vai ser um ano fácil!

ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 11

PAULO VAZDiretor-geral da ATP

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

O ESPAP Lab assume-se como uma plataforma dinâmica focada em elevados patamares de eficiência na gestão partilhada de recursos e na excelência de soluções em rede que ajudem os diferentes actores da Administração Pública no objectivo individual e colectivo de construção de um verdadeiro Estado Inteligente.

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Níveis de confiança no mercado de habitação estão positivos Os últimos dados disponíveis do inquérito mensal Portuguese Housing Market Survey (PHMS), produzido pelo RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) e pela Confiden-cial Imobiliário (Ci), mostram que os níveis de confiança no mercado de compra e venda de habitação em Portugal completaram, em novembro, 12 meses em terreno positivo. O Índice de Confiança Nacional apurado pelo PHMS subiu de +14 para +17.

Miguel Cadilhe participa em conferência da Católica PortoMiguel Cadilhe e Luís Miguel Novais são os oradores convidados da conferência sobre “Ética, Finanças e Segregação de Funções”, que se realiza, no próximo dia 22 de janeiro, às 18 horas, no Edifício Mafre, Porto. A iniciativa decorre no âmbito da Nona Edição do Executive Mas-ter em Gestão para Juristas, lançada em conjunto pela Católica Porto Business School e CD do Porto da Ordem dos Advogados.

ATUALIDADE/Opinião

12 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Não comunicar é branquear a marca!

Com o início de um novo ano, renovam-se as expectativas de que se dê um passo mais na

recuperação económica do país, recuperação que se pretende progressiva e sustentada, com redução de incidentes e sobressaltos e assente no combate ao desperdício e à corrupção e no crescimento da produção de riqueza e do emprego, apoiada nas empresas portuguesas, nos trabalhadores portugueses, nos produtos portugueses, nas marcas portuguesas.

Os últimos anos, e muito especialmente os de 2009 em diante, foram de enormes dificuldades para o país, para as empresas a operar no mercado nacional, para os trabalhadores portugueses, para os nossos consumidores… O nosso mercado interno sofreu uma forte compressão. O consumo sofreu alterações estruturais. As famílias tiveram que realizar opções cuidadosas. Produtores e distribuidores tiveram que enfrentar desafios fortíssimos.

A não evolução salarial (quando não mesmo a sua redução), o aumento da pressão fiscal, o desemprego crescente… que atingiram tantas e tantas famílias, geraram uma diminuição significativa do rendimento disponível. A preocupação com o futuro próximo gerou um adicional de geração de poupança. Menos rendimento, mais poupança, levaram – inexoravelmente – a uma redução do consumo. Consumimos menos e consumimos mais barato.

Do lado de quem coloca os produtos no mercado, as sucessivas alterações nos padrões de consumo motivaram um reposicionamento constante e a necessidade de uma forte capacidade de adaptação, reagindo a cada novo sinal proveniente dos lares e dos lineares.

A redução do consumo fora do lar, gerou, num primeiro momento, algum crescimento no consumo dentro de casa. Mais à frente, cresceu a procura de novos formatos de produto: as unidoses e os produtos familiares. As marcas de distribuição, por razões de preço e simplicidade, viram crescer substancialmente a sua quota de mercado.

Porém, a partir de dada altura, o foco foi colocado no baixo preço e no esforço promocional. Fabricantes e distribuidores viram no posicionamento dos seus preços e nas diferentes estratégias promocionais os instrumentos mais adequados para combater a erosão do consumo. Resistir passou a ser a palavra-de-ordem. Muito em especial a partir do segundo semestre de 2012, o investimento e as energias das empresas fabricantes e das principais cadeias de distribuição estiveram apostados em não permitir afundar ainda mais o consumo, em não deixar escapar o consumidor.

Em resultado desse esforço surgiram dados algo paradoxais, se pensarmos na forte crise económica que o país atravessou e no comportamento ocorrido em mercados que passaram por períodos de adaptação similares. Dois exemplos: a quota de mercado das marcas de distribuição sofreu alguma redução e as cadeias de hard discout perderam espaço para

as do que poderemos chamar de distribuição convencional.

Mas este esforço, nem sempre bem-sucedido, também criou, como referia há poucas semanas o BPI, numa Nota de Análise sobre o retalho alimentar em Portugal, um mercado “promodependente” (com 35% das compras efectuadas em promoção, Portugal coloca-se na segunda posição do ranking europeu, logo atrás do Reino Unido) e uma estratégia dos operadores da distribuição baseada quase exclusivamente no factor preço (o ser ‘o mais barato’), secundarizando aspectos como os da qualidade, da diversidade ou do serviço.

As empresas fabricantes, empurradas pelos seus clientes, mas também por entenderem ser essa, porventura, a opção menos má no imediato, apostaram quase tudo nas prateleiras e no ponto de venda. Gamas de produtos mais económicos, novas tipologias de embalagem, reaferição dos chamados price-points, promoções constantes (isoladas, de categoria, cruzadas)… foram algumas das ferramentas utilizadas para o consumidor interessado.

Mas para tal e considerando todo o trabalho de racionalização que essas empresas já haviam sido anteriormente obrigadas a fazer, houve que abdicar. Abdicar desde logo de rentabilidade, abdicar de investir em inovação, abdicar de possuir equipas mais amplas e mais experientes, abdicar de comunicar. Neste último caso, verificou-se até uma forte transferência do investimento de comunicação dos fabricantes para os detentores dos espaços comerciais, dos produtos para os locais onde são vendidos os produtos.

Apesar disto, se há lição que pode retirar-se destes últimos três anos é a de que as marcas continuam a ser acarinhadas pelos consumidores em resultado do trabalho realizado ao longo de décadas. Quando, por via das estratégias de ponto de venda, diminuiu o diferencial de preço para as marcas de distribuidor, consumidores e marcas originais reaproximaram-se.

Mas é também verdade que quanto mais as marcas apostam quase em exclusivo em estratégias-preço, mais dificuldades sentem em mostrar e comunicar as suas diferenças e vantagens. Na verdade, as marcas quando não comunicam, deixam de estar próximas do consumidor, tornam-se irrelevantes, sofrem um processo de branqueamento…

Agora que, como se refere no início, a economia dá alguns sinais de retoma, agora que – esperamos todos – o consumo apresente alguma efectiva recuperação, agora que, assim desejamos, a moderna distribuição em Portugal aposte em outros factores de dinamização para lá do preços e das promoções, é importante que as empresas fabricantes, que os detentores das marcas possam reorganizar as suas estratégias e regressar a alguns dos fundamentos que as distinguem e dão valor: escolher as pessoas mais adequadas e capazes para apoiar essas estratégias, reapostar na inovação, reinventar o investimento na comunicação.

PEDRO PIMENTELDiretor-geral da Centromarca

MARCAS VIVAS

No âmbito do Título IV, da Parte II, do Código dos Contratos Públicos, o legislador consagrou entre os instrumentos procedimentais especiais o concurso de conceção. Os instrumentos procedimentais especiais não são procedimentos pré-contratuais, tendo em conta que não terminam com a celebração de um contrato público, podendo apenas no final dar azo ao início de um dos procedimentos pré-contratuais previstos na lei.

Com a entrada em vigor do Código dos Contratos Públicos, este instrumento passou a ser tido em maior consideração, fruto de vários fatores, designadamente porque o recurso ao ajuste direto para a aquisição de projetos e criações concetuais apenas permite a celebração de contratos de valor inferior a J 25.000 (art. 20.º, n.º 4, do CCP, entretanto revogado). Além disso, este instrumento permite uma maior subjetividade na apreciação dos trabalhos de conceção, visto ser permitido a inexistência de um modelo de avaliação de propostas.

Nos termos do art. 219.º, nº 1, do CCP, este instrumento tem como objetivo «a seleção de um ou de mais trabalhos de conceção, ao nível de programa base ou similar, designadamente nos domínios artístico, do ordenamento do território, do planeamento urbanístico, da arquitetura, da engenharia ou do processamento de dados». Assim, o concurso de seleção pode ter a finalidade de escolher um ou mais trabalhos de conceção ou selecionar os concorrentes a convidar para a participação num procedimento de ajuste direto (art. 219º, nº 2, do CCP).

O traço caraterístico deste instrumento é permitir após a sua conclusão, a aquisição de um projeto selecionado pelo concurso, sendo a atribuição de eventuais prémios meramente facultativa (art. 226.º, n.º 1, al. j) e m), do CCP). Porém, tal aquisição depende de posterior procedimento pré-contratual.

Na verdade, este instrumento torna-se verdadeiramente interessante quando a entidade adjudicante declara a intenção de vir a recorrer a um procedimento de ajuste direto, garantindo que os concorrentes vencedores serão as entidades convidadas a participar em tal procedimento. Neste âmbito, o art. 27º, nº 1, al. g) e 5, do CCP, dispõem que a entidade adjudicante terá de adotar, no prazo de 1 ano, um procedimento de ajuste direto, sob pena de ter de indemnizar os concorrentes pelos encargos em que comprovadamente incorreram com a elaboração das respetivas propostas, apresentadas no concurso de conceção.

No caso de terem sido selecionadas mais que um trabalho de conceção, o convite ao abrigo do disposto no art.º 115º, do CCP, deverá conter «o critério

de adjudicação e os eventuais fatores e subfatores que o densificam, não sendo, porém, necessário um modelo de avaliação de propostas», sendo que o critério de adjudicação pode ter em conta a ordenação das propostas efectuada no âmbito do concurso de conceção (art. 115º, nº 5, al. a), do CCP).

Nos termos do art. 220º, nº 1, do CCP, o concurso de conceção pode adotar uma de duas modalidades, o concurso público ou o concurso limitado por prévia qualificação, sendo que a opção preferencial deverá ser o concurso público, pois o concurso limitado por prévia qualificação só pode ser escolhido quando a natureza técnica dos trabalhos de conceção exija a avaliação da capacidade técnica dos candidatos, o que adicionalmente necessita de ser fundamentado. Contudo, a tramitação destes procedimentos é um pouco diferente do habitual, tendo em conta a necessidade de assegurar a regra do anonimato.

O art. 220º, nº 4, do CCP, dispõe ainda que «[…] não são aplicáveis as disposições previstas nos títulos anteriores, mas tal disposição deve ser interpretada restritivamente, afastando-se apenas a aplicação das disposições do Título III e as do Título II que possam colocar em causa o anonimato.

O concurso iniciar-se-á com a decisão de selecionar um ou mais trabalhos de conceção. Após a escolha da modalidade do procedimento a seguir, será necessário designar o júri, bem como, aprovar os termos de referência, que constitui a única peça do procedimento. Saliente-se ainda que, neste tipo de concurso, as deliberações do júri sobre a ordenação dos trabalhos e a exclusão de trabalhos têm carater vinculativo para a entidade adjudicante.

No que concerne ao termo de referência, tem especial relevância a necessidade de preceder a «uma descrição, tão completa quanto possível, das caraterísticas, das particularidades, das referências e de quaisquer outros requisitos de natureza estética, funcional ou técnica que os trabalhos de conceção apresentados devem observar», cujo desrespeito é causa de exclusão ao abrigo do art. 231º, nº 8, al. b), do CCP.

Em consequência da referida regra de anonimato, os trabalhos de conceção devem ser apresentados em invólucros opacos e fechados, nos termos das regras previstas no art. 232º do CCP, o que constitui uma exceção à utilização das plataformas electrónicas. Outra particularidade consiste na inexistência de audiência prévia antes da elaboração do relatório final. Em suma, as grandes especificidades deste instrumento prendem-se com a necessidade de garantir a regra do anonimato.

O concurso de conceção

ZEFERINO FERREIRAAdvogadoAntónio Vilar, Luis Cameirão & [email protected]

CONTRATAÇÃO

PÚBLICA

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Na sequência de um acidente, após o qual me foi atribuído grau de defi ciência de 60%, regressei à casa que os meus pais tinham arrendado em 1995.

Quando há alguns meses, a minha mãe faleceu apercebi-me de que se o meu pai não tivesse sobrevivido, eu não teria direito ao arrendamento.

Será que a minha defi ciência não me confere o direito ao arrendamento, que está em nome do meu pai, caso ele ve-nha a falecer?

Muito embora a legislação publicada após a entrada em vigor do NRAU tenham introduzido algumas alterações no que concerne à transmissão do arrendamento, a lei continua a prever regimes distintos para a transmissão dos contratos celebrados já depois das alterações ao NRAU (novo Regime do Arrendamento Urbano) terem entrado em vigor e para os contratos de arrendamento habitacional celebrados antes de 2006.

Para os contratos celebrados depois da entrada em vigor do NRAU a legislação prévia, e continua a prever, ainda que com ligeira alteração da terminologia que, por morte do arrendatário, o arrendamento para habitação, se poderá transmitir ao cônjuge com residência no locado ou pessoa que com ele vivesse, em união de facto, há mais de um ano ou, ainda a pessoa que, também há mais de um ano, residisse com o arrendatário em economia comum.

Acontece que, esta legislação apenas se aplica aos arrendamentos celebrados após a entrada em vigor do NRAU, o que não se verifi ca no contrato em análise que, como

o leitor refere, terá sido celebrado há cerca de 20 anos, pelo que, no presente caso, se aplicam as normas transitórias previstas na legislação para os contratos já existentes à data da sua entrada em vigor.

De acordo com as referidas normas transitórias o arrendamento só se transmite a um fi lho ou enteado do inquilino se este tiver menos de um ano de idade ou se com ele conviver há mais de um ano e for menor de idade, ou, tendo idade inferior a 26 anos, frequente o 11.º ou 12.º ano de escolaridade ou estabelecimento de ensino médio ou superior.

De acordo com a lei que ainda está em vigor, efecivamente o arrendamento só se transmite a fi lhos ou enteados maiores de idade do inquilino, que não se encontrem na referida situação de estudante, se estes forem portadores de defi ciência com comprovado grau de incapacidade superior a 60%.

Contudo, com o objetivo de, no que respeita ao arrendamento, conceder uma maior proteção aos portadores de defi ciência, as alterações recentemente publicadas à lei do arrendamento, que entrarão em vigor em 18.01.2015, vieram genericamente alargar a proteção que até agora apenas era concedida aos portadores de defi ciência superior a 60%, precisamente aos casos em que esta corresponde a 60% de incapacidade.

Pelo exposto e porque acreditamos que este alargamento de proteção não retroceda neste âmbito, tudo indica que o leitor terá direito ao arrendamento da casa que habita em caso de falecimento do titular do contrato.

ARRENDAMENTO HABITACIONAL

Transmissão de arrendamento para fi lho do arrendatário

com grau de defi ciencia igual ou superior a 60%

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

“Novo Renascimento e Novo Cosmopolitismo”. Assim se intitu-la a conferência internacional que terá lugar no próximo dia 23 de ja-neiro na Casa da Música, no Porto, que reunirá importantes pensado-res da atualidade, nacionais e es-trangeiros. A iniciativa insere-se no projeto “Uma Nova Narrativa para a Europa”, lançada pela Comissão Europeia, em resposta a um apelo do Parlamento Europeu.

Durante uma manhã, discute--se pluralismo, cosmopolitismo e formas de estimular um novo re-nascimento em espaço europeu.

Entre as presenças confi rmadas constam já os nomes de Francisco Seixas da Costa, Eduardo Paz Fer-reira, Peter Matjašic, entre outros. O objetivo é continuar a contar a história da Europa às novas gera-ções, que se revelam pouco empe-

nhadas na atual conjuntura. O projeto integra, no fi nal, a

apresentação e lançamento do li-vro “Uma Nova Narrativa para a Europa”. A edição integrará toda a informação relevante dos últimos meses.

A Ethical Fashion Show Berlin decorre de 19 a 21 de janeiro em Berlim no centro de exposições “Postbahnhof”. Este ano, a abertu-ra do evento de marcas de “street wear” e vestuário sustentável con-ta com a presença do ministro da Economia alemão, Gerd Müller.De Portugal participam duas em-presas na Ethical Fashion Show 2015, a IDICT by Anabela Mar-ques e a UltraShoes. A IDICT leva até Berlim joalharia sustentável que utiliza plástico PET de garrafas e revistas de arte de edições antigas. A Ultrashoes apresenta este ano calçado produzido exclu-

sivamente com materiais reci-clados, para além das linhas de calçado vegan e biodegradável já apresentadas anteriormente.A Ethical Fashion Show é a mos-tra ideal para fabricantes de moda urbana e sustentável apresenta-rem as suas colecções e novida-des a profi ssionais internacionais. A Ethical Fashion Show decor-re em paralelo com a Greensho-wroom, uma mostra de marcas de vestuário sustentável “high-end”. Ao todo são mais de 160 marcas internacionais que se apresentam durante a Semana da Moda de Berlim.

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DECORRE NO PORTO

Europa quer despertar um novo renascimento

Portugal promove marcas sustentáveis em Berlim

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

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SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 13

Dívidas do Estado vencem juros de 5,476%O Aviso n.º 130/2015 da Agências de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública fi xa a taxa dos juros de mora aplicáveis às dívidas do Estado e outras entidades públicas em 5,476 %. A taxa indicada é aplicável desde o dia 1 de janeiro de 2015, inclusive.

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A UPS acaba de anunciar o alargamen-to do seu serviço UPS Worldwide Express Freight a 12 novos mercados de origem e nove novos países de destino. Entre estes, Chile, Indonésia, Israel, Liechtenstein, Lu-xemburgo, Nova Zelândia, Porto Rico, Es-lováquia, Turquia e Vietname passam a ser quer origem quer destino. Portugal e Grécia foram acrescentados à lista de origens e a Arábia Saudita à de destinos deste serviço.

Abrangendo agora um total de 50 países de origem e 51 de destino, o UPS Worl-

dwide Express Freight assegura o transpor-te de mercadorias urgentes e de alto valor acrescentado, com mais de 70 kg, e prevê a realização de entregas porta-a-porta em dia defi nido.

Segundo Nick Basford, vice-presidente de marketing da UPS, o alargamento deste serviço irá de encontro às necessidades de transporte urgente de um crescente núme-ro de empresas e permitirá que empresas, de todas as dimensões, possam melhor competir à escala global.”

Dívida securizada e apoio ao capital de risco são novidades no Portugal 2020

Empresas portuguesas terão acesso a oito mil milhões de euros através dos programas operacio-nais.

MARC [email protected]

O apoio às empresas nacionais através do programa Portugal 2020 contará com dois novos instrumentos, que se inscrevem no chamado sistema de incentivos: a dí-vida securizada, que se pode inscrever no sistema de garantia mútua, e o apoio ao capital de risco.

Segundo Mário Rui Silva, professor da Faculdade de Economia do Porto (FEP)

e antigo responsável da CCDR-N, as em-presas portuguesas terão acesso “a oito mil milhões de euros através dos programas operacionais”. Estes montantes “poten-ciam um investimento superior a 16 mil milhões”, pois “as subvenções não serão mais de 40% a 45%”, “repartidos por sete anos”.

Porém, aquele especialista saúda aquela que considera ser “a principal novidade deste programa”, ao introduzir “o fi nan-ciamento de instrumentos como o capital

de risco e a dívida securizada”, consubstan-ciada no sistema de garantia mútua. “São 800 milhões de euros que terão um efeito multiplicador muito grande, podendo ge-rar um investimento de dois mil milhões de euros”, assegurou.

Falando no âmbito da terceira confe-rência do Dinheiro Vivo, Mário Rui Silva destaca que estes instrumentos permitirão fazer chegar verbas às empresas de todas as dimensões, numa altura em que estas têm grandes difi culdades de aceder a capital. A dívida securizada possibilitará, por um lado, “prolongar os programas PME Invest do passado”, “repartindo o risco do fi nan-ciamento por várias entidades”; já o capital de risco “é uma forma de acesso a capital a empresas em fase de arranque ou em cres-cimento”.

No que concerne à criação do Banco de Fomento, o antigo gestor da CCDR-N afi rma que esta entidade poderá “ser útil se trabalhar em estreita cooperação com a banca comercial”, gerindo “os 800 milhões

de euros” acima referidos, que “fi carão como incentivos, gerando retorno e rea-plicados na economia”. O facto de Banco de Fomento incluir na sua direção alguém com “um profundo conhecimento do sis-tema de garantia mútua pode ser muito útil para a dívida securizada”, concluiu, referindo-se a José Figueiredo.

Por sua vez, Ana Lehmann, também professora da FEP, referiu a sua frustração pela forma como os programas são levados aos promotores. “Parece que foram elabo-rados mais para a burocracia do que para as empresas”, disse. Por outro lado, lamen-tou o facto de deixar de fora investimen-tos em infraestruturas, algumas das quais “são importantes para a competitividade, como a ferrovia, infraestrutura portuárias ou rede digital”.

O presidente da Bial, Luís Portela, res-salvou “a difi culdade em focar-se na cria-ção de riqueza e valor” que a investigação científi ca e o conhecimento proporcio-nam.

“A arte suprema é o negócio”

Andy Warhol

Rangel investe 1,2 milhões no negócio farmacêuticoA Rangel concluiu um investimento de 1,2 milhões de euros na sua unidade Pharma, no Montijo. O objetivo foi aumentar a efi ciência de gestão e melhorar a capacidade de resposta ao crescimento do negócio farmacêutico, explica a empresa em comunicado. O investimento prende-se com um novo sistema de automação, que permite uma maior efi cácia no processo de triagem de volumes e uma maior efi ciência na execução do processo de “outbound”, bem como na expansão da área logística em Portugal para 10 500 m2.

Rotary Club do Porto homenageia Provedor da Santa Casa da Misericórdia do PortoNa próxima segunda-feira, 19 de janeiro, o Rotary Club do Porto homenageia António Manuel Tavares, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto,

como fi gura notável de 2014. A cerimónia acontece na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, pelas 20 horas, durante um jantar aberto, com o

custo de 30 euros.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

UPS alarga serviço a novos mercados

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Segundo Índice Digital Regional (IDR 2013), a Região de Lisboa mantém a su-premacia em relação a todas as restantes seis regiões NUTs II do país, com larga distância em relação à segunda região com melhor score, a região Centro que, pela primeira vez, ocupa o segundo lu-gar.

O IDR é um instrumento concebido especifi camente para a “compreender a realidade da Sociedade da Informação nas sete regiões NUTs II portuguesas, comparando-as e contrastando-as“. Esta segunda edição, cujos resultados acabam de fi car disponíveis, resulta da aplicação da mesma metodologia desenvolvida no âmbito de um trabalho de doutoramen-to, sendo os resultados agora publicados decorrentes da actualização dos dados estatísticos utilizados no cálculo do IDR 2012, mantendo-se a metodologia inalte-rada.

Do posicionamento das sete regiões no ranking do IDR, para além da manuten-ção da Região de Lisboa na primeira posi-ção, há a referir a subida de uma posição da região Norte (de quinto para quarto) por troca do Alentejo (que desce para quinto lugar), do Centro que, ao subir um lugar, passa a ocupar a segunda posi-ção (por troca do Algarve que desce para terceiro lugar) e a subida de uma posição dos Açores (de sétimo para sexto) que lan-ça para último lugar a região da Madeira.

Tal como se pode verifi car, a acompa-nhar a subida da média nacional no score fi nal (que se cifrou em 6%), apresentam--se as regiões Norte (14,2%), Centro (8,3%), Açores (2%) e Lisboa (1,6%). No sentido inverso, isto é, as regiões que re-gistaram pior desempenho no IDR 2013 em relação à edição anterior apresentam--se as regiões do Alentejo (-6,1%), Algar-ve (-1,6%) e Madeira (-1,5%).

Por outro lado, das regiões que se apre-sentam abaixo da média nacional (todas excepto Lisboa), apenas as regiões Norte e Centro viram o seu score aproximar-se da média nacional que, por sua vez, se apro-ximou ligeiramente do score obtido pela região de Lisboa.

DIVULGADOS OS RESULTADOS DO ÍNDICE DIGITAL REGIONAL (IDR 2013)

Região Norte sobe para quarto lugar

J.Soifer é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e Social do Presidente Lula, Banco Interamericano de Desenvolvimento. É especialista em PME. Entre os seus manuais: COMO SAIR DA CRISE, EMPRE-ENDER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e PORTU-GAL PÓS-TROIKA.

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O custo da eletricidade não para de subir. Temos as melhores con-dições da UE para produzir energia solar. Temos 3000h/ano de sol, a Alemanha apenas 1000. Na Europa do Norte a grande maioria das mo-dernas habitações são aquecidas com energia renovável, não só a água. Alem de painéis solares, re-sidências ou casas em banda têm uma central que utiliza a água do subsolo, em geral a uns 20º C, que nela recircula até chegar aos 35-40º, quando é distribuída à cozinha e casa de banho, e aquecedores nos aposentos. Ali a água quente vai por um tubo isolado e a fria volta por outro, para reaquecer na central.

Para reduzir o custo, há termósta-tos automáticos em quase todos os aposentos, programados para uns 15ºC quando não há ninguém em casa e quando dormem; e uns 21º quando habitados. Nalguns casos a programação é por setor; alta na cozinha e casa de banho apenas no horário em que são usados por mais tempo. Com extremo frio e nuvens, uns 15 dias por ano, a cen-tral usa energia elétrica.Apesar de haver interesse por este sistema no Norte de Portugal, ain-da não há quem o instale, excep-to uns poucos estrangeiros. Este é um nicho onde quem começar já poderá ter bons lucros, se fi zer um trabalho de qualidade. Você deve visitar quem já o faz no Norte da Europa, obter a representação da central, fazer parceria com o dono de uma escavadora para enterrar os tubos e ser bom canalizador.A central é cara, negocie emprés-timo pelo fornecedor, cujo ban-co facilita o crédito. Exija do seu cliente pagamento adiantado para parte dos equipamentos, como os painéis solares, para reduzir a sua necessidade de capital próprio.

LINHA DIRETA – PME

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AQUECIMENTO

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Créditos: OJE-Victor Machado

Este é um nicho onde quem começar já poderá ter bons lucros

CICLO DE DEBATES

“RECONSTRUIR PORTUGAL

– QUE ALTERNATIVAS?”

Associação de Utilidade PúblicaDespacho do Primeiro Ministro de 20 de Outubro de 1987 in DR 253, II Série, 03-11-2007

ENG.º JOÃO TALONEAdministrador da Magnum Capital

e da Iberwind

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 15

JLL presta serviços imobiliários ao BBVA

A JLL, grupo global de serviços fi nanceiros profi ssionais especializados em imobiliário comer-cial, foi selecionada pelo BBVA para a prestação plurianual de serviços imobiliários integra-dos, nomeadamente serviços de gestão de dados e de arrendamentos no México, Portugal eEspanha e serviços de gestão de transações para o portfólio do Banco nos mercados das regi-ões EMEA e da Ásia-Pacífi co.

Hospital de Saint Louis exporta técnica médica inovadora para os EUAO Hospital de Saint Louis (HSL), o mais antigo hospital privado português, ao Bairro Alto, em Lisboa, recebeu uma delegação de quatro radiologistas de intervenção de um dos mais conceitu-ados hospitais mundiais, a norte americana Clínica Mayo, que veio aprender com João Martins Pisco a técnica inovadora que este desenvolveu: a embolização da hiperplasia benigna da próstata.

A Figura 1 apresenta o score fi nal obtido pelas sete

regiões NUTs II e pela média nacional, nas edições do

IDR 2013 e IDR 2012.

A Figura 2 mostra esse desempenho das sete regiões

em relação à média nacional (Portugal = 100).

Figura 1: Score fi nal obtido pelas regiões NUTs II e pela média nacio-nal (edições do IDR 2013 e IDR 2012)

Figura 2: Desempenho das sete regiões em relação à média nacional (Portugal = 100), no IDR 2013 e IDR 2012.

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Sonae, Mercedes-Benz e Mazda entre os clientes de referência Criada em 2011, a partir de um investimento de cinco mil euros, a Pens.pt seguiu um cami-nho ascendente e já ultrapassou as fronteiras geográficas nacionais. Com sete colaboradores contratados, a empresa alcançou a meta dos 330 mil euros de faturação no ano 2014, sendo que 15% deste valor provém do comércio internacional. Sonae, Mercedes-Benz ou Mazda são alguns dos clientes com quem a empresa já trabalhou.

O sonho de produzir em PortugalNo horizonte dos empreendedores responsáveis pela Pens.pt está um sonho: a criação de uma fábrica em Portugal. Ricardo Mariano lança um olhar cauteloso sobre o projeto, mas pretende “estudar a sua viabilidade” e lança três condições básicas para a materializa-ção: “obter um crescimento regular e sustentado, trabalhar com os parceiros certos ao longo do nosso caminho e criar uma conjuntura (fatores internos e externos) favorável para a concretização”.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

18 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Pens.pt: a empresa de produtos à medida que cresceu 90% em 2014CRIAÇÃO DE PROTÓTIPOS E PERSONALIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS USB JÁ GARANTIU A ENTRADA NO CONTINENTE AFRICANO

Personalização, comunicação e marke-ting são três conceitos associados à pro-posta de valor da Pens.pt, empresa asso-ciada da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, que se dedica à criação e customização de “pen drives” e baterias portáteis USB (os cada vez mais famosos “power banks”). Idealizado por um grupo de empreendedores algarvios, o projeto cresceu e já é a referência nacional do setor, exportando para Espanha, An-gola e alguns países da União Europeia. As instalações do centro de incubação ANJE em Faro são a sede da empresa que registou um crescimento de 90% no vo-lume de negócios, entre os anos de 2013 e 2014, e faturou 330 mil euros no ano que agora terminou. A entrada em novos mercados, a diversificação de produtos e a manutenção da hegemonia no mercado nacional são as três metas prioritárias para o futuro próximo.

Pioneira em Portugal, a Pens.pt foi a pri-meira organização a dedicar-se exclusiva-mente à criação e personalização de “pen drives” e baterias portáteis USB (vulgar-mente conhecidas como “power banks”). A rotina diária e a experiência pessoal na utilização de computadores foram o tiro de partida para este negócio, quando um dos fundadores da empresa lançou a ques-tão “E se esta pen drive fosse personaliza-da?”. A resposta demorou apenas alguns segundos, através de um estudo de merca-do concebido com o “propósito de apurar quem já estava no ramo, o que estava a ser feito e como estava a ser produzido”, refe-re Ricardo Mariano, fundador do projeto. A ideia avançou, bem como os contactos com os produtores fabris e os parceiros necessários. No ano 2011, um grupo de empreendedores lançava assim o inovador projeto no mercado.

A entrada repentina não chocou os consumidores e os preços competitivos serviram de alavanca para um percurso ascendente, que resultou na conquista do estatuto de produtor nacional de referên-cia. No momento atual, “além da perso-nalização de produtos USB (mais propria-mente de ‘pen drives’ e ‘power bank’”), a Pens.pt cria novos protótipos de ‘pen dri-ves’ de raiz, colocando em prática ideias que por vezes não saem do esboço em papel”. Os formatos são personalizados e produzidos à medida do cliente, estando a diferenciação assegurada pelo trabalho em rede com as melhores fábricas do se-tor. Ricardo Mariano defende que a sele-ção criteriosa dos parceiros permite assim “atuar com elevado grau de especialização nos serviços oferecidos, garantindo um melhor aconselhamento ao cliente (de acordo com as suas reais necessidades)”.

A relação estabelecida com os consu-midores é, de resto, outro elemento dis-tintivo identificado no projeto, devido “à

proximidade no processo de atendimento ao cliente”. Os utilizadores interessados nos dispositivos USB são confrontados com “processo de encomenda tratado em português, de forma simples e com total transparência em todos os procedimen-tos”, assegura o empresário. Nas pala-vras de Ricardo Mariano, a garantia nos produtos, o apoio imediato ao cliente e a relação de empatia criada acrescem ainda como fatores positivos e facilitadores no processo de compra e venda.

Dominar em Portugal para expandir internacionalmente

O desenvolvimento do modelo de ne-gócio subjacente à Pens.pt contemplou a definição clara de horizontes geográficos no plano internacional. Para isso, os pro-motores do projeto contrariaram a “ten-tação de ser internacionais sem conseguir liderar no plano nacional” e começaram por definir metas para o mercado inter-no. “Nascer, crescer e dominar o setor em Portugal foi o primeiro objetivo” e o lema que acompanhou a evolução do negócio antes da expansão além-fronteiras, refe-re o fundador do projeto. Atualmente, a empresa já está solidificada em Espanha e exporta igualmente para um grupo de nações, onde se incluem Angola e alguns países da União Europeia. Em fase de operacionalização está também um proje-to de internacionalização para entrar em países como Alemanha, França e Itália.

Sobre os próximos passos da Pens.pt, Ricardo Mariano escolhe a liderança, a expansão e a diversificação como as prioridades a perseguir. Crescimento é a palavra de ordem e os objetivos prin-cipais estão já delineados: “manter a li-derança em Portugal e fidelizar o clien-te que ainda compra no estrangeiro ou não conhece bem o conceito (explicar a utilidade da personalização de produtos tecnológicos USB e a respetiva eficácia nos ramos de marketing e publicidade) ”. A entrada em novos mercados surge ainda como outra aposta da empresa, que foca ainda atenções na diversifica-ção da gama de produtos, mantendo a inovação como um suporte basilar.

A contribuir para a concretização dos objetivos referidos da Pens.pt está a tendência de expansão no volume de negócios e as taxas de crescimento sig-nificativas registadas no passado recente. Em 2014, por exemplo, a empresa cres-ceu 90%, face aos resultados alcançados (180 mil euros de faturação) no ano an-terior. Sobre o percurso do projeto nos últimos anos e as projeções para o futuro próximo, Ricardo Mariano refere que a Pens.pt tem vindo “a ampliar a carteira de clientes, a fidelizar os atuais e a olhar continuamente para novos mercados, diversificando o leque de produtos”. O empreendedor vai mais longe e aponta já para outros horizontes, afirmando: “não pretendemos ficar apenas pelas pen dri-ves“.

Radiografia do Negócio

Sede: Centro de Incubação ANJE em Faro Número de colaboradores: 7Ano de criação: 2011Investimento inicial: 5000 JFaturação em 2013: 180.000 JPrevisões de faturação em 2014: 330.000 JPeso das exportações: 15% da faturação anual

BI dos Empreendedores

Nome: Ricardo MarianoIdade: 28Função na empresa: Sócio-GerenteNaturalidade: FaroFormação: Licenciatura em Gestão de Marketing

Nome: Emanuel Afonso BotelhoIdade: 28Função na empresa: SócioNaturalidade: FaroFormação: Licenciatura em Línguas e Comunicação

Nome: Bruno ArcoIdade: 30Função: SócioNaturalidade: FaroFormação: CET - Desenvolvimento de Produtos Multimédia

Ricardo Mariano, fundador do projeto Pens.pt

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 19

Foi criado pelas nove associa-ções empresariais da Região Ave e Cávado o Conselho Empresarial da Região do Ave e Cávado, CE-DRAC, estrutura que aglutina os interesses representativos das em-presas desta grande região.

O Conselho Empresarial é pre-sidido por João Albuquerque, que é simultaneamente o presidente da ACIB, Associação Comercial e Industrial de Barcelos, sendo a res-tante Direção composta por oito vice-presidentes, que são os presi-dentes da Direção das associações constituintes.

Na sessão de apresentação o pre-sidente do CEDRAC referiu qual a matriz de base para o trabalho futuro: “O CEDRAC tem como finalidade o desenvolvimento ho-mogéneo e sustentado, estudo, defesa e promoção das empresas e instituições sediadas e dos interes-ses socioeconómicos da região Ave e Cávado”.

Região exporta 5700 milhões de euros

Esta agregação das várias asso-ciações empresariais no CEDRAC pretende representar, dar voz e afirmar os interesses empresariais, sociais e económicos de uma das mais importantes regiões do nosso país que conta com mais de 83 mil

empresas, com 24% das empresas do Norte, que consequentemente geram um volume de negócios na ordem dos 22 mil milhões de eu-ros, representando 25% de todo o volume de negócios da Região Norte, com uma atividade de ex-portação de 5700 milhões de eu-ros, constituindo um terço (33%) das exportações da Região Norte e outro tanto das empresas indus-triais também do Norte.

De acordo com o presidente do CEDRAC, “consideramos que é um momento único para podermos mostrar o nosso po-tencial, mostrarmos que estamos com uma vontade única de fazer um trabalho muito forte, saben-do que os desafios que estão para chegar nos obrigam a um esforço e à união”, afirmando o conjunto de objetivos para o futuro próxi-mo num estado pleno de igualda-de entre as nove Associações que constituem o CEDRAC.

Atrair mais investimento é a prioridade

No Cávado e no Ave, só no ano de 2012 foram criadas mais de 10 mil novas empresas, em plena cri-se económica; é inegável o empre-endedorismo constante e presente no tecido empresarial.

Como conclusão, João Albu-

querque deixou a mensagem da necessidade, urgência e vonta-de deste coletivo em “criar no-vas condições para o distrito, de afirmar o distrito no contexto do

país, de atrair mais investimento, de colocarmos no roteiro o inves-timento nacional e internacional e de conseguirmos captar novas dinâmicas”.

“É preciso colocar o Ave e o Cávado na rota de investimento internacional, normalmente cen-trados nas Regiões Metropolitanas de Lisboa e Porto”, concluiu.

NOVA ESTRUTURA ASSOCIATIVA REPRESENTA 33% DAS EXPORTAÇÕES DO NORTE

Conselho Empresarial da Região Ave e Cávado presidido por João Albuquerque

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

A continuidade ao longo dos tem-pos de uma organização é um tema de tal relevância, para a sua sobrevi-vência, que não pode ser deixado ao acaso.

Uma regra básica de bom governo de uma empresa passa pela existência de alternativas substitutivas dos seus colaboradores e, de crucial impor-tância, daqueles que desempenham funções que, pelas suas caraterísticas, podem colocar em perigo a sustenta-bilidade do negócio.

De entre estas pessoas sobressaem os líderes ou principais quadros diri-gentes.

No caso das empresas familiares é uma responsabilidade dos gestores e da família acionista desenvolverem um planeamento de longo prazo que permita:

Identificar e formar, na teoria e na prática, pessoas com poten-cial evolutivo;Acompanhar e dar feedback da

sua evolução; Um período de coexistência e delegação progressiva de fun-ções e responsabilidades;A delegação efetiva das funções nos sucessores;A saída condigna dos sucedidos.

Planear o futuro não é fácil, mas enfrentar situações de ocorrência cer-ta sem estar preparado, para além de ser um ato de má gestão, é correr um risco que pode ser fatal ou enfrentar um processo normalmente doloroso e traumático para todos os envolvidos.

Planeamento profissional da sucessão

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Temas para reflexão:

-

Martins.

Na região de Ave e Cávado foram criadas 10 mil empresas num ano, afirma João Albuquerque.

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Uma marca de supermercados, que me dispenso de nomear, tem feito uma campanha publicitária na televisão que pretende passar uma mensagem de humanismo e disponibilidade inusual no serviço ao cliente, explorando habilmente o sentimentalismo lamechas e exacerbado que os portugueses têm quando associados a crianças, velhinhos e dramas familiares. Sentimentalismo que cada vez mais está a ser explorado e abusado de forma insidiosa por muitas marcas que tratam de manipular esse coração bom e generoso que quase todos os portugueses albergam dentro de si, e até por pessoas sem escrúpulos que dramatizam histórias pessoais para conseguir abrir os cordões à bolsa da solidariedade coletiva, como aquela jovem mãe solteira de quatro crianças que deixou de trabalhar para poder atender a quarta criança (!) que tinha tido recentemente (sem que apresente o companheiro, ou companheiros vários, que geraram as 4 crianças), pedindo que a sustentassem em casa…. E há jornais que se deixam manipular vergonhosamente dando cobertura (incompleta, parcial) a algumas destas situações !

Mas o que me motiva hoje a escrever estas linhas é mesmo o da publicidade associada a inverdades ou exageros, por muito que se pretenda que é apenas simbolismo para demonstrar disponibilidade e serviço com rosto humano. Num dos “sketches” passados na televisão vê-se um senhor aflito que liga para a D. Alice, dona ou gerente de uma das franquias dessa cadeia de supermercados, e lhe pede que o ajude, porque não tem leite para o bébé que chora copiosamente lá em casa. A D.

Alice lá abre o supermercado fora de horas, bem depois de o supermercado ter fechado as portas (está aberto das 9 da manhã até às 8 da noite), o homem entra, vai à prateleira e sai a correr com a lata de leite em pó, sem pagar. Noutro “sketch” televisivo ainda mais comovente vê-se uma velhinha adorável e frágil, a sair do supermercado, vergada pelo peso das sacas de compras que leva. E o gerente, ou dono da franquia, a correr atrás dela, e a oferecer boleia de carro até casa, pondo-se à disposição da senhora, à maneira de um chofer pessoal, para o fazer em qualquer outra ocasião futura em que ela necessite !

Os anúncios estão muito bem feitos, tão bem feitos que até eu fico invariavelmente de olhos húmidos quando vejo a velhinha a ser salva pela disponibilidade do gerente do supermercado em levá-la a casa. Mas são tremendamente manipuladores como veremos. A RFM apresenta com regularidade chamadas feitas por um cómico chamado Nilton. O Nilton liga para pessoas, com voz alterada, e faz brincadeiras com determinadas situações. Há chamadas “assim assim”, mas há chamadas verdadeiramente geniais, como aquela em que liga para um anunciante de jornal a dizer que estava a ligar-lhe para lhe comunicar que NÃO estava interessado no anúncio que colocou para venda do automóvel, ou a chamada em que liga para um anunciante de um jornal, uma empresa que diz que faz chaves de todo o tipo, e lhes pede a chave do euromilhões de sexta-feira ! Os diálogos que se travam nalgumas destas chamadas são hilariantes.

Pois bem, o Nilton decidiu pegar no anúncio do supermercado, o tal da D. Alice (pode ser que o da velhinha venha

a seguir …), e ligar para o supermercado. Pergunta pela D. Alice, imitando a voz de um velhinho. A funcionária que o atende diz que não há nenhuma D. Alice. E o Nilton diz, “ ai há, há”, então ela ainda ontem abriu as portas ao pai aflito, mas a mim não me atendeu ontem à meia-noite, e eu precisava de fraldas… Passado alguns segundos uma voz identifica-se como sendo a D. Alice, e o diálogo lá se vai repetindo, hilariante, até que a funcionária do supermercado diz não uma, mas um par de vezes no mínimo, que o horário de atendimento a público é das 9 da manhã às 8 da noite, e que o senhor não deve ligar à publicidade da televisão contratada pelo supermercado em causa, porque não é para ser tomada a sério! Esta chamada está já no site da RFM e no Youtube, e possivelmente virá a estar na base de uma campanha na net que vai arrasar se não a marca, a credibilidade da publicidade que a marca contratou.

Esta é mais uma chamada de atenção clara, para quem gere uma companhia, de que os perigos espreitam onde menos se espera. Quem vendeu esta campanha publicitaria ao supermercado deve ter explorado habilmente os sentimentos e as emoções de quem tomou a decisão de avançar. Fizeram efetivamente dois “sketches” que estão muito bem feitos, e “mexem” emocionalmente connosco. Mas correspondem a uma mentira, ou pelo menos a uma promessa que não pode, obviamente, ser oferecida a todos aqueles que são clientes do supermercado. E as mentiras tem, cada vez mais, nos tempos que correm, pernas bem curtas. Isto poderá acabar por se voltar contra eles, e eu até acredito que não o mereciam.

A importância da verdade na publicidade

Oportunidades

de negócio,

inovação e

internacionalização

em debate

na Nersant

Promover o aumento da competitivi-dade através do fomento da inovação e do estímulo à internacionalização, bem como aumentar a capacidade exportado-ra das empresas são alguns dos objetivos do seminário “Crescer para expandir: Oportunidades de negócio, inovação e internacionalização – Angola, Brasil e Cabo Verde” que a Associação Indus-trial Portuguesa (AIP), o Banco BIC, a Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) e a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) vão realizar na ma-nhã do dia 22 de Janeiro, em Torres No-vas.

José Eduardo Carvalho, Luís Mira Amaral e Maria Salomé Rafael, presiden-tes da AIP, do Banco BIC, e da NER-SANT, respectivamente, vão intervir na sessão de abertura deste seminário em-presarial, evento que se irá realizar nas principais cidades do país.

Dirigido aos empresários que preten-dam incrementar estratégias de inova-ção e internacionalização, o seminário oferece um painel de temas pertinentes, apresentados por figuras relevantes da economia portuguesa: “Os instrumentos de apoio à inovação e internacionalização no período 2014-2020”, por Augusto Medina, presidente da SPI; “O universo dos bancos BIC: Portugal, Angola, Bra-sil e Cabo Verde”, por Luís Mira Ama-ral, presidente da comissão executiva do Banco BIC português.

A “Caracterização dos mercados e oportunidades de negócio e de investi-mento” e os “Instrumentos de financia-mento à exportação e ao investimento” serão abordados por Tiago Abade, mana-ger da PricewaterhouseCoopers, e Telmo Martins, coordenador do Gabinete de Empresas de Santarém do Banco BIC português.

Booking.com premeia Casa da Ínsua O Hotel Casa da Ínsua foi distinguido

pelo Booking.com, com o “Prémio de Ex-celência pelos Comentários de Clientes de Booking.com 2014”, fruto da elevada pon-tuação dada pelos hóspedes daquela unida-de de charme do Grupo Visabeira.

Localizada em Penalva do Castelo, a cerca de 25 Km de Viseu, a Casa da Ínsua é um edifício solarengo de estilo barroco, que tem como imagem de marca a sua imponente fachada e os seus magníficos jardins.

Convertida num hotel de charme 5 es-trelas, a Casa da Ínsua permite desfrutar de momentos de lazer ou de eventos em-presariais verdadeiramente inesquecíveis. Inserida num inigualável espaço que con-vida a experiências, onde o charme de uma unidade histórica se perpetua num núcleo museológico ímpar, é o testemunho vivo de uma vivência centenária. É também

berço de alguns dos melhores, e mais pre-miados, vinhos da Região Demarcada do Dão.

Esta distinção do Booking.com é, assim,

o reconhecimento do trabalho levado a cabo no hotel, com serviços e acolhimento de nível superior, imagem de marca de to-das as unidades do Grupo Visabeira.

JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSAPRESIDENTE E CEO DA LIBERTY SEGUROS

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

20 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Governo não integra portos na fusão entre a Refer e a EPO Governo garante que não está a ponderar a possibilidade de integrar os portos na fusão entre a Refer e a Estradas de Portugal, no âmbito da criação da Infraestruturas de Portugal. “O Governo optou, em devido tempo, pela não integração das administrações portuárias na empresa Infraes-truturas de Portugal, exatamente por considerar que estas empresas têm uma forte identificação regional, quer do ponto de vista das indústrias exportadoras, quer das próprias comunidades locais onde desempenham a sua atividade”, explica o secretário de Estado Sérgio Monteiro.

Endutex investe em novos hotéis em Portugal e no BrasilA Endutex, empresa nacional de têxteis técnicos, prepara-se para investir 34 milhões de euros no setor hoteleiro em Portugal e no Brasil. O investimento será realizado na construção de cinco hotéis, com a marca Moov Hotel, três dos quais no mercado português e os restantes dois no Brasil. Os primeiros empreendimentos a receberem a nova marca foram os B&B Ho-téis, localizados no Porto e em Évora. O Brasil representa a primeira abertura nos mercados externos.

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O IPAM e o IADE acabam de ser comprados pelo grupo ameri-cano Laureate Education que já está presente em Portugal atra-vés da European University e do ISLA.

A compra envolve as escolas do IPAM e do IADE no Porto, Avei-ro e Lisboa. Fundado em 1984, o IPAM especializou-se no ensino do marketing, competindo com as escolas superiores do ensino pú-blico e do ensino privado.

A Laureate Education é um dos maiores grupos mundiais na área de formação, contando com mais de 950 mil alunos, repartidos por 80 escolas do ensino superior, em 29 países, nos cinco continentes, incluindo a Europa e a região da América Latina. O grupo foi fun-dado em 1999 pelo atual presiden-te e CEO Douglas Becker, que não concluiu os estudos universitários

optando por se dedicar ao projeto de criação de uma grande grupo privado no ensino superior. A Lau-reate tem como chanceler honorá-rio o ex-presidente Bill Clinton.

A primeira compra pelo grupo norte-americano que tem sede em Baltimore, envolveu a Universida-de Europeia de Madrid, que tinha 6.000 alunos, representando um investimento de 51 milhões de dólares na aquisição de 54% do capital.

O IPAM e o IADE são o se-gundo investimento da Laureate Education em Portugal, tendo em conta a compra do ISLA em 2011, que alterou a designação para Universidade Europeia.

O atual movimento de concen-tração no ensino superior privado pode vir a envolver a compra de outras escolas, incluindo as que têm estatuto cooperativo.

A Faculdade de Economia do Porto já tem 10 dos seus Mes-trados em funcionamento no ranking Best-Masters 2014/2015 da Eduniversal, no topo das res-petivas áreas, sendo o melhor resultado obtido pela FEP neste ranking.

Em relação à edição de 2013-14, a FEP melhorou a posição de sete dos seus programas e manteve a posição de um, ten-do apenas descido ligeiramente a posição noutro. Registam-se as subidas dos Mestrados em Contabilidade e Controlo de Gestão (31º), Master in Finance (35º), Mestrado em Economia e Gestão de Recursos Humanos (18º), Master in Data Analytics (Modelação, Análise de Dados e Sistemas de Apoio à Decisão – 18º) e Mestrado em Econo-mia (32º), nos rankings da Eu-ropa Ocidental das respetivas áreas, assim como do Mestrado

em Economia e Gestão do Am-biente (26º) e do Mestrado em Gestão e Economia de Serviços de Saúde (51º), nos respetivos rankings mundiais. O Mestra-do em Finanças e Fiscalidade entrou para a 21ª posição no ranking mundial “Taxation”, o que o torna o melhor programa a nível nacional.

Estes resultados são considera-dos pela direção da Escola como “um importante reconhecimento do trabalho de grande qualidade que a Faculdade faz na área da pós-graduação”. Felicitam-se, por isso, todos os que contribuíram para estes bons resultados.

O Ranking Best-Masters da Eduniversal ordena os 100 me-lhores programas de formação no âmbito mundial, em 30 categorias ligadas à economia e à gestão, de-pois de avaliar mais de 4000 mes-trados e programas de MBA lecio-nados em todo o mundo.

Grupo americano compra IPAM e IADE

Mestrados da Faculdade de Economia do Porto sobem no ranking internacional

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 21

Leixões bate novo máximo na movimentação de mercadoriasO Porto de Leixões registou um aumento de 5,3% nas mercadorias movimentadas, no anopassado, tendo encerrado o exercício com um novo máximo de 18,1 milhões de toneladas.Todos os segmentos de carga apresentaram crescimentos, com destaque para a carga geral fracionada, os graneis sólidos e a carga ro-ro. As exportações cresceram quase 7%, para cercade 5,8 milhões de toneladas. Os principais destinos foram Angola, Reino Unido e Argélia.

Jerónimo Martins aumenta vendas em mais de 7%A Jerónimo Martins aumentou as suas vendas em 7,2%, no ano passado, para 12,7 mil mi-lhões de euros. “O crescimento foi atingido através da expansão continuada e do aumento das vendas LFL em volume registado em todas as áreas de negócio. O foco estratégico em vendas permitiu à Bierdronka e ao Pingo Doce aumentarem as suas vendas em volume, ajudando a mitigar os efeitos negativos da forte deflação alimentar observada na Polónia e em Portugal”.

Pode-se falar do valor económico da Língua sem cair numa falácia?

ALEGRIA BÉLTRANDocente do ISAG

A Língua como objeto de estudo tem pertencido sempre ao campo da Filologia mas desde faz já várias décadas alguns economistas começaram a olhar para ela com curiosidade crescente. Todavia, o problema da mensurabilidade tem representado um entrave à análise da Língua desde esta perspetiva não sendo fácil refletir nas estatísticas algo do que ninguém pode apropriar-se e cujo uso não tem preço. A presença essencial (ou instrumental) da Língua em inumeráveis atividades e produtos não lhe tem dado, ainda, um lugar nessas estatísticas, não entanto, há estudos que demonstram, com rigor científico, a percentagem de riqueza que lhe corresponde no PIB nacional.A relevância económica do Idioma, nestes estudos, concentra-se, de um lado, nas indústrias especializadas em produtos associados a ele (Educação, Comunicações, Cultura, Publicidade ou Serviços Linguísticos), e de outro, no conjunto de trabalhadores que realizam tarefas com Idioma como matéria-prima. De esta maneira, a partir dos coeficientes usados por Martín Municio em 2003 para o espanhol1, o estudo “O Valor Económico da Língua” elaborado pelo ISCTE em 2007 sob a direção do Professor José Paulo Esperança, determina para o português um peso no PIB nacional de 17%, enquanto o respetivo peso do espanhol, calculado por Municio, representa 15% do PIB do país vizinho. Podemos, em virtude dos estudos realizados e em atenção ao rigor que os inspirou, aceitar a “Economia da Língua” como um ramo mais dos estudos das Ciências Económicas?Podemos sem dúvida. Em 1996, o economista François Grin definiu a “Economia da Língua” como um campo de investigação focado, principalmente, na análise teórica e empírica das vias através das quais as variáveis linguísticas e económicas se influenciam mutuamente2. Dentro deste campo encontramos três linhas de investigação relevantes. A primeira entende a Língua como capital humano (como a escolaridade ou a experiência profissional) e como bem público. A Língua possui os dois requisitos necessários para ser um bem público: a não rivalidade (o seu consumo não reduz a sua disponibilidade para outros) e a não exclusão (não é possível impor um preço que limite o consumo dos que já a falam).Todavia, como bem público gera “externalidades”, isto é, efeitos económicos sobre terceiros que por sua vez, ao ser a Língua uma tecnologia social de comunicação, origina “externalidades de rede” que permitem multiplicar o potencial comunicativo de uma comunidade (Juan Carlos Jimenez, 2006)3 acrescentando o seu valor conforme cresce o seu número de falantes. A segunda linha de investigação importante estuda as políticas linguísticas e os seus efeitos sobre o bem-estar da comunidade onde são inseridas. Neste campo, a maior parte dos estudos analisam questões relacionadas com o estatuto das línguas (línguas oficiais, primeiras e segundas línguas estrangeiras), ou com o corpus da Língua (reformas ortográficas). Considerando que estas políticas visam melhorar o nível de vida e de satisfação dos cidadãos, impõe-se aqui a pergunta se é isto o que está a acontecer em Portugal com o estabelecimento do Acordo Ortográfico?Por ser o português a quinta língua mais falada do mundo com 249 milhões de falantes e ser língua oficial em oito países diferentes, é lógico que exista algum mecanismo que a mantenha unificada como língua, quer para criar sinergias no mercado editorial

e da tradução, quer para dar mais visibilidade aos departamentos de português das universidades estrangeiras ou para dar mais rigor aos diferentes diplomas de certificação de conhecimentos que são emitidos. Apesar de ninguém discordar sobre a utilidade de atingir este objetivo, muitas vozes prestigiadas vindas do mundo da língua portuguesa, têm mantido a sua oposição ao Acordo finalmente implantado.Não há dados sobre o custo global deste Acordo e mesmo sendo evidentes os efeitos provocados na própria Língua, é cedo para ver os seus efeitos sobre a comunidade luso falante. É claro que precisamos de políticas linguísticas mas precisamos delas com estratégias e objetivos específicos porque os custos de uma má política podem ser tão elevados como os custos gerados pela ausência dela 4. A terceira linha de investigação relevante dos estudos de Economia da Língua é a que analisa a interação das Línguas e o Comércio Internacional. A conexão neste sector é dupla, por um lado, conhecer a língua com que se negoceia reduz os custos de transação e por outro, reduz a “distância psicológica” que separa os mercados. A língua se incorpora, por isso, como uma das variáveis que explicam o intercâmbio entre países, constituindo um valioso intangível empresarial.Segundo a agência APEX (Agencia Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos), o negócio realizado em português tem crescido mais de 500% desde o início da década de 2000 e, segundo dados do Banco Mundial, o mercado lusófono movimentou um PIB de 2.3 biliões em 2010. O já mencionado economista e catedrático de Finanças, José Paulo Esperança, definia, no 1º Ciclo de Conferencias do Observatório da Língua Portuguesa realizado em Lisboa em 2011, três estratégias a desenvolver para favorecer o comércio externo: Aprofundar a intercompreensão dos utilizadores do português desenvolvendo a atividade editorial e a produção científica, privilegiar o ensino do português junto dos utilizadores do inglês e do espanhol, e promover a aliança com a língua espanhola incluindo a intercompreensão e a aproximação na área editorial.A criação de sinergias na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e com os países hispano-falantes, abriria possibilidades de negócio e de sucesso internamente e com as respetivas zonas económicas potenciando, ao mesmo tempo, o efeito rede das duas línguas. As nossas Línguas espalhadas pelo mundo são a herança recebida dos nossos antepassados. Cabe-nos honrar a coragem que os guiou, fazendo do português e do espanhol, juntos, um instrumento de sucesso.

(Endnotes)1 MARTÍN MUNICIO, A. (2003) El valor económico de la lengua española. ESPASA: Madrid2 GRIN, F. (1996) Economic Approaches to Language and Language Planning (special issue). International Journal of the Sociology of Language, volume 121, Is-sue 1.3 JIMENEZ, J.C.(2006) La Economía de la lengua: una visión de conjunto. DT 01/06. ICEI-Fundación Telefónica.4 Chamados “counterfactual costs” in GRIN, F. (2003b) Language policy evaluation and the European charter for regionalmor minority languages. London: Palgrave Macmillan.

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“Estratégias para o Crescimen-to Verde “ é o tema da primeira de um ciclo de seis conferências, “Engenharia em movimento”, or-ganizado pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) ao longo de 2015. A decorrer já no dia 22 de janeiro, às 17h00, no Auditório Magno do ISEP, esta iniciativa irá contar com a presen-ça do ministro do Ambiente, Or-denamento do Território e Ener-gia, Jorge Moreira Silva, e será centrada neste assunto.

Tal como Roque Brandão, um dos responsáveis pela organiza-ção do evento e docente do ISEP, explica, o assunto “é muito atual em Portugal, pois a nova fiscali-dade verde entrou em vigor com o Orçamento de Estado de 2015. Daí que este tema mereça ser ex-plicado e debatido pelas entida-des intervenientes no setor”.

Debater assuntos de interesse nacional

Cidades inteligentes, desregu-lamentação tarifária, mobilidade elétrica e o exercício da profissão de Engenheiro são alguns dos restantes temas que fazem parte do ciclo. O objetivo é debater as-suntos de interesse nacional, em associação com a importância da engenharia, despertando assim o interesse não só dos profissionais desta área, mas do público em geral. No total, são seis as con-ferências, a decorrer em janeiro, março, abril, junho, novembro e dezembro e centradas em temas variados.

A primeira conferência trará assim ao debate o papel que a energia deverá ter no crescimento verde em Portugal. As inscrições para a primeira conferência são gratuitas e podem ser realizadas

até ao dia 19 de janeiro através de [email protected]

Vocacionado para a eletrotec-nia, o ciclo de conferências “En-genharia em movimento” integra ainda uma comemoração do Ano Internacional da Luz, celebrado este ano.

Programa da primeira conferência

“Fiscalidade e Crescimento verde” | Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente, Ordena-mento do Território e Energia

“O papel das energias renová-veis no crescimento verde” | An-tónio Sá da Costa, presidente da Associação de Energias Renová-veis (APREN)

“Estratégia energética do terri-tório e o crescimento verde” | Jo-aquim Borges Gouveia, docente da Universidade de Aveiro

“Energia solar – tendências e modelos de negócio na ajuda ao crescimento verde” | Luis Silva, Innovation & Business Intelli-gence da Martifer SolarTERESA SILVEIRA

[email protected]

O Governo levou esta semana à reunião da Comissão Permanente de Concertação Social a proposta de lançamento de um novo pro-grama de estágios profissionais destinado aos desempregados com mais de 30 anos que estejam inscritos nos centros de emprego há pelo menos 12 meses, incluin-do pessoas que estavam inscritas noutros países e que, entretanto, regressaram a Portugal.

De acordo com a proposta, os desempregados que poderão usufruir deste programa deverão ter pelo menos 31 anos de idade e nunca terem estado envolvidos num programa de estágios públi-

co, subsidiado pelo Estado.O estágio pode ter lugar em

empresas ou instituições priva-das sem fins lucrativos, devendo ser compromisso do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) verificar qual foi a empre-gabilidade dos estágios finan-ciados nos três anos anteriores à candidatura agora apresentada. Desse modo, só serão admitidas as entidades que tenham con-tratado pelo menos um em cada quatro estágios concluídos.

A bolsa a auferir pelos esta-giários oscilará entre os 419,22 euros (o valor do indexante dos apoios sociais) e os 691,70 eu-ros, a que se soma um subsídio de alimentação e, nalguns casos,

subsídio de transporte. O IEFP deverá comparticipar o

valor da bolsa em 65%, percenta-gem que pode chegar aos 80% se os estagiários forem desemprega-dos há mais de 24 meses, se tive-rem mais de 45 anos ou se estive-rem em causa vítimas de violência doméstica, ex-toxicodependentes, entre outras situações. Se o está-gio for desenvolvido em entidades privadas sem fins lucrativos, proje-tos de interesse estratégico ou en-tidades com 10 ou menos traba-lhadores que estejam a concorrer pela primeira vez a um programa desta natureza, a comparticipação pode chegar aos 80% ou aos 95%, em caso de desempregados em si-tuações mais desfavorecidas.

As tabelas de retenção na fonte de IRS agora publicadas são aplicáveis aos rendimentos de trabalho dependente e pensões pagos no decurso do ano de 2015. As novas tabelas introduzem algumas alterações de forma a refletir algumas das regras introduzidas pela Reforma do IRS, em particular, a introdução do quociente familiar. Deste modo, verifica-se uma redução generalizada das taxas de retenção na fonte aplicáveis a contribuintes com filhos, bem como as famílias de mais baixos rendimentos. Deste modo, já a partir do corrente mês, os contribuintes com dependentes a seu cargo vão sentir um ligeiro aumento no seu rendimento líquido mensal, em função da redução da taxa mensal de retenção na fonte de IRS.

Apresentamos dois exemplos das alterações introduzidas pelas novas tabelas:

1. Exemplo 1 – Casados 2 titulares / 2 filhosRendimento mensal bruto de EUR 1200Retenção 2014 – EUR 174Retenção 205 – EUR 152,4

2. Exemplo 2 – Família Monoparental / 2 filhosRendimento mensal bruto de EUR 790Retenção 2014 – EUR 43,45Retenção 205 – EUR 18,17

Notas adicionais: 1. Relativamente às famílias sem filhos, as taxas

de retenção na fonte mensal de IRS mantêm-se inalteradas, o que significa que qualquer impacto positivo decorrente da reforma do IRS – vide a reposição das deduções à coleta e das novas

despesas gerais familiares – apenas se fará sentir em 2016, no momento da liquidação do IRS relativo ao ano de 2015.

2. No que respeita aos pensionistas, se é verdade que com a eliminação da contribuição extraordinária de solidariedade para as pensões até 4600 euros e com o aumento da dedução específica para efeitos de IRS, se prevê uma menor carga fiscal para estes contribuintes, não foi, contudo, contemplado qualquer alívio ao nível das retenções mensais de IRS para a quase totalidade dos pensionistas.

3. As novas tabelas refletem também o aumento do mínimo de existência, ficando excluídos de qualquer obrigação de pagamento de imposto os contribuintes cujo rendimento líquido anual não exceda EUR 8500. Assim, a título de exemplo, um contribuinte solteiro sem filhos que aufira um salário bruto de EUR 600 era sujeito em 2014 a uma retenção na fonte de IRS de EUR 30, e em 2015, não será sujeito a qualquer retenção de imposto.

As novas tabelas devem ser aplicadas já aos rendimentos de trabalho dependente e pensões pagos em janeiro, salvo se à data da sua entrada em vigor (13 de janeiro) já tiverem sido processados os vencimentos. Neste cenário, os acertos decorrentes das alterações introduzidas pelas novas taxas devem ser efetuados no mês de fevereiro. Notamos, ainda, que a redução do valor das retenções mensais de IRS poderá ter um impacto simétrico na retenção na fonte respeitante à Contribuição Extraordinária de 3.5%, uma vez que esta é calculada sobre o montante líquido das retenções na fonte de IRS.

ALTERAÇÕES DAS RETENÇÕES APLICAM-SE JÁ EM JANEIRO

Novas tabelas de IRS podem aumentar rendimento líquido mensal

SAMUEL FERNANDES DE ALMEIDASócio/[email protected] MIRANDA CORREIA AMENDOEIRA & ASSOCIADOSSociedade de Advogados, RL / Attorneys at Law

JORGE MOREIRA SILVA PARTICIPA NA PRIMEIRA CONFERÊNCIA

“Fiscalidade e Crescimento Verde” em debate no ISEP

Governo lança estágios para desempregados de longa duração

Retalho surpreende pela positiva na Zona EuroAs vendas a retalho na Zona Euro cresceram mais do que o esperado, no passado mês de novembro. O aumento foi de 0,6%, de acordo com o Eurostat, e foi o número mais elevado desde janeiro do ano passado. Em termos anuais, as vendas a retalho aumentaram 1,5%, em novembro, depois de terem crescido 1,6%, em outubro. A recuperação ficou a dever-se sobre-tudo a um aumento de 1,4% na venda de outros produtos, além de alimentos e gasolina. O consumo foi o principal suporte de crescimento.

Insolvências na construção abrandamAs insolvências no setor da construção registaram uma quebra de 17,3%, no ano passado, face ao exercício anterior. Um valor que representa uma evolução positiva, mas que ainda se traduz em quatro insolvências diárias, em média. A Confederação Portuguesa da Cons-trução e do Imobiliário (CPCI) estima que se tenha verificado um total de 5800 encerra-mentos de empresas de construção e imobiliário, contra os 7100 encerramentos ocorridos no ano anterior.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

22 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Programa do ciclo de conferências “Engenharia

em movimento”

Estratégias para o Crescimento Verde | janeiro 2015Ano Internacional da Luz: Sustentabilidade, Eficiência e Design | março 2015Desregulamentação Tarifária: Oportunidades e Desafios | abril 2015Smart Grids e Micro Grids (Smart cities) | junho 2015Mobilidade Elétrica | novembro 2015Exercício da Profissão de Engenheiro | dezembro 2015

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Católica debate “Liberdade de Expressão”

A Universidade Católica de Lisboa realizou ontem um debate sobre o tema “Liberdade de Ex-pressão na Era do Terrorismo Global”. Participaram no debate, entre outros, Jorge Pereira da Silva, constitucionalista e diretor da Faculdade de Direito da UCP, e Pedro Garcia Marques, penalista, da Católica Research Centre for the Future of Law. O encontro foi moderado pelo jornalista José Manuel Fernandes.

DIREITOS

LEGAL & ILEGAL

Direito de reembolso por condução sob o efeito do álcoolHá dois meses tive um acidente de viação que envolveu um veículo em quem embati por trás, por não ter respeitado a distância de segurança. Na altura do sinistro, a minha seguradora pagou ao outro condutor as despesas com a reparação do seu automóvel, dado que eu tive culpa. Contudo, agora, a seguradora está-me a pedir a devolução daquele valor que liquidou, porque eu estava com 0,9gr de álcool por litro de sangue. Eu tenho que pagar? DANIELA MOREIRA MARTINS AdvogadaGabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

www.antoniovilar.pt

A circulação automóvel pressupõe a con-tratação prévia de um seguro de responsa-bilidade civil que garanta a indemnização dos danos corporais ou materiais causados a terceiros por força da utilização de um veículo rodoviário.

Assim, à partida, quando sejam provoca-

dos danos em terceiros em virtude de um sinistro automóvel, a seguradora do veí-culo que provoca o acidente indemniza o proprietário do outro veículo intervenien-te que age sem culpa.

Contudo, existem casos em que as segu-radoras podem exigir, dos seus tomadores de seguro ou segurados, o reembolso das quantias pagas a terceiros. Um desses casos verifica-se quando o condutor tenha dado causa ao acidente e conduzir com uma taxa de alcoolemia superior à legalmente admitida (alínea c) do artigo 27.º do De-

creto-Lei n.º 291/2007 de 21 de Julho), tal como no caso em apreço, uma vez que a taxa legalmente admitida é de 0,5gr/litro (artigo 81.º, n.º 2 do Código da Estrada).

Este artigo, na sua formulação anterior (alínea c) do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 522/85 de 31 de Dezembro) foi interpre-tado através de um acórdão uniformizador no sentido de que, para a procedência da-quele pedido de reembolso, era necessário que a seguradora provasse o nexo de cau-salidade adequada entre a condução sob o efeito de álcool e o acidente. Ou seja, era

essencial que a seguradora provasse que osinistro apenas ocorreu por força dos efei-tos que o álcool produziu no condutor eque, se este não estivesse alcoolizado, talacidente não teria ocorrido.

No entanto, a alteração legislativa que severificou com a entrada em vigor do refe-rido DL 291/2007 levou a que deixasse derelevar a questão de saber se, em concreto,a existência de álcool no sangue acima dolimite legal influenciou ou não a conduçãoe constituiu ou não a causa exclusiva daeclosão do acidente.

Assim, e de acordo com a interpreta-ção efetuada pelo Supremo Tribunal deJustiça (nomeadamente num acórdão de09/10/2014), basta que o condutor acuse,no momento do sinistro, uma taxa de álco-ol no sangue superior à legalmente admi-tida para que, se tiver atuado com culpa,lhe possa ser exigido, a título de direito deregresso, pela seguradora, o valor por estapago a título de indemnização ao lesado.

No caso em concreto, uma vez que o lei-tor deu origem ao acidente por violação dasregras estradais (maxime, a necessidade deguardar uma distância suficiente dos veícu-los que o precedem para se imobilizar emsegurança) e apresentava, no momento dosinistro, uma taxa de alcoolemia superiorà legalmente permitida, tais circunstânciaslevam a que a seguradora tenha legitimida-de para requerer a devolução do montantepago ao terceiro, nos termos do preceituadona alínea c) do artigo 27.º do DL 291/2007.

Celebrei um contrato de arrendamen-to para habitação há 20 anos com um inquilino por tempo indeterminado, de uma casa de que sou proprietário, situada na freguesia vizinha à minha habitação, em Mindelo. Atualmente, o meu filho irá constituir família e ainda não tem habitação própria. Gostava de lhe dar a casa arrendada. Posso cessar o contrato celebrado? Se puder, o que devo fazer?

MARIANA MARTINSGabinete de Advogados - António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

Em primeiro lugar, é necessário verificar qual a lei aplicável ao contrato celebrado. O Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU- Lei 6/2006, de 27/02), “aplica-se aos contratos celebrados após a sua entrada em vigor, bem como as relações contratuais constituídas que subsistam nessa data, sem prejuízo do previsto nas normas transitórias”- art. 59.º n.º1. Estas normas transitórias estão

previstas nos artigos 26.º e ss do NRAU e aplicam-se a situações específicas de contratos celebrados na vigência do Regime do Arrendamento Urbano (RAU) e a outros celebrados antes da sua entrada em vigor.Assim, como o presente contrato foi celebrado há 20 anos, encontrava-se em vigência o RAU. Desta forma, devemos, desde já, verificar o disposto nas normas transitórias do NRAU relativas ao arrendamento de duração indeterminada aí celebrados. Prevê o art. 26.º n.º 4 do NRAU, no que para aqui interessa que “Os contratos sem duração limitada regem-se pelas regras aplicáveis aos contratos de duração indeterminada, com as seguintes especificidades: a) continua a aplicar-se o disposto na alínea a) do n.º 1 do art. 107.º do RAU (…)”. Este artigo impossibilita a denúncia pelo senhorio quando o arrendatário tenha 65 ou mais anos de idade ou, independentemente desta, se encontre numa situação de reforma por invalidez absoluta, ou, não beneficiando de pensão de invalidez, sofra de incapacidade total para

o trabalho, ou seja portador de deficiência a que corresponda incapacidade superior a dois terços.Tendo presente a existência destas limitações, aferimos agora em que situações pode o senhorio denunciar o contrato. Nos termos do artigo 1101.º do C.C. “O senhorio pode denunciar o contrato de duração indeterminada nos seguintes casos: a) necessidade de habitação pelo próprio ou pelos descendentes em 1º grau; b) para demolição ou realização de obras de remodelação ou restauros profundos que obriguem à desocupação do locado; c) mediante comunicação ao arrendatário com antecedência não inferior a dois anos sobre a data em que pretende a cessação.”Face ao clausulado, podemos desde já referir que no caso em análise, se poderá fazer cessar o contrato de arrendamento, uma vez que a sua denúncia será efectuada com fundamento na necessidade de habitação de um filho. No entanto, caso o arrendatário se encontre em alguma das situações enunciadas no art. 107.º do RAU, a denúncia ficaria impossibilitada.

Caso não exista nenhuma limitação quanto ao estado do arrendatário, nos termos expostos, importa saber a que formalidades obedece a denúncia do contrato de arrendamento nesta situação. De acordo com o previsto no art. 1102.º do C.C., é necessário que essa denúncia seja acompanha pelo pagamento ao arrendatário do montante equivalente a um ano de renda e, ao mesmo tempo, prova de que o senhorio é proprietário, comproprietário ou usufrutuário do prédio há mais de dois anos, ou que o mesmo tenha sido adquirido por sucessão e de que o seu filho não possuia casa, há mais de um ano, na área dos concelhos de Lisboa ou Porto.A comunicação ao arrendatário deve necessariamente ser efetuada por escrito, com uma antecedência não inferior a seis meses sobre a data pretendida para a desocupação, através de carta registada com aviso de receção, para o local arrendado, fundamentando a razão da denúncia, sob pena de ineficácia. Após a desocupação do prédio, deve ser dado ao local a utilização invocada no prazo de três meses e por um período mínimo de dois anos.

LEGAL & ILEGAL

DENÚNCIA PELO SENHORIO DO CONTRATO DE ARRENDAMENTO PARA HABITAÇÃO DE DURAÇÃO INDETERMINADA

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 23

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De forma a criar mais possi-bilidades de sucesso às inicia-tivas de novos empreendedores e proporcionar aos empresários já no terreno o conhecimen-to de novos projetos, a NER-SANT - Associação Empresarial da Região de Santarém criou e encontra-se a dinamizar uma Bolsa de Mentores. Este pro-jeto é constituído, atualmente, por mais de 50 empresários da região do Ribatejo com know--how na área da gestão e desen-volvimento de negócios e que podem, com a sua experiência, aconselhar e contribuir para o desenvolvimento de ideias e no-vos projetos no Ribatejo.

Com base na convicção de que só os empresários detêm o verda-deiro conhecimento de como se gere um negócio, a NERSANT decidiu criar a Bolsa de Mento-res, no âmbito do seu programa Sítio do Empreendedor, dedica-do ao apoio ao empreendedoris-mo. A Bolsa de Mentores per-mite à NERSANT estabelecer relações entre empresários e em-preendedores, facilitando, desta forma, a organização de sessões de networking, onde serão apre-sentados novos projetos, anali-

sados pelos mentores, que apre-sentarão contributos e sugestões que potenciem o conhecimento dos empreendedores e dos seus próprios negócios. Estas sessões são ainda um espaço privilegia-do para o encontro de possíveis parceiros, sócios ou investidores nos novos negócios apresenta-dos.

Apoio disponibilizado no âmbito do Sítio do Empreendedor

Para os novos empreendedo-res, a partilha de conhecimentos e experiência por parte dos em-presários, bem como as indica-ções, avisos e sugestões que estas sessões lhes podem proporcionar,

pode revelar-se um contributo fundamental para a maturação dos seus modelos de negócio e para o desenvolvimento das suas atividades.

A Bolsa de Mentores da NER-SANT é um dos apoios dispo-

nibilizados no âmbito do Sítio do Empreendedor, programa de apoio à criação e desenvolvimen-to de novas empresas que acom-panha os empreendedores desde a fase de maturação da ideia até ao primeiro ano pós-início de ati-

vidade, passando pela definição do modelo de negócio, elabora-ção do plano de negócio, procura de sistemas de incentivos e finan-ciamento, e ainda consultoria ju-rídica e fiscal para constituição e início de atividade.

SÍTIO DO EMPREENDEDOR

Mais de 50 empresários integram Bolsa de Mentores da NERSANT para apoiar novos empreendedores

QREN

Feira Têxtil de Londres contou com 18 empresas portuguesasA Associação Selectiva Moda apoiou a presença de 18 empresas têxteis portuguesas na 12ª edição The London Textile Fair: Têxtil de Serzedelo; Arco JRMG; Fábrica de Tecidos de Vilarinho; Gier-lings Velpor; Gulbena Têxteis; Joaps Malhas; Lemar; Lipaco; Luís Azevedo & Filhos; NGS Malhas; Riopele; Saberes e Fazeres da Vila; Sanmartin; Teviz by Polopique; Tintex; TMG; Troficolor; Vilar-tex. A iniciativa foi realizada no âmbito do projeto de internacionalização From Portugal apoiado pelo QREN.

24 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Em que consistem os concursos à qualificação das PME que estão aber-tos?

RespostaEstão abertos 2 concursos do Portugal 2020: projetos conjuntos de internacionalização e projetos conjuntos de qualificação.Em ambos os casos, são beneficiárias dos apoios as empresas PME de qualquer natureza e sob qualquer forma jurídica, com sede nas NUTS II Norte, Centro e Alentejo e integradas em projetos conjuntos promovidos por entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, de natureza associativa e com competências específicas dirigidas às PME, tais como associações empresariais, câmaras de comércio e indústria, agências regionais de promoção turística, bem como outras entidades não empresariais do Sistema Nacional de I&I.É de realçar que as candidaturas não são promovidas/submetidas pelas PME beneficiárias, mas pelas entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos referidas,

que desenvolvam um programa estruturado de intervenção num conjunto composto por PME (plano de ação conjunto).No caso dos projetos conjuntos são elegíveis as seguintes tipologias de operações:

a) Inovação organizacional e gestão - introdução de novos métodos de organização do trabalho, reforço das capacidades de gestão, estudos, melhorias de layout, ações de benchmarking, diagnóstico e planeamento; b) Economia digital e TIC – desenvolvimento de redes modernas de distribuição e colocação de produtos no mercado, adequação dos modelos de negócios na economia digital para concretização de processos desmaterializados com clientes e fornecedores através da utilização das TIC; c) Criação de marcas e design – conceção e registo de marcas, novas coleções e melhoria das capacidades de design, excluindo as alterações periódicas,

cíclicas e sazonais; d) Desenvolvimento e engenharia de produtos, serviços e processos – melhoria das capacidades de desenvolvimento de produtos, processos e serviços e reforço das capacidades laboratoriais, excluindo testes de qualidade, protótipos e provas de conceito; e) Proteção de invenções e criações – proteção de patentes, modelos de utilidade e desenhos ou modelos; f) Qualidade – certificação de sistemas de gestão da qualidade, certificação de produtos e serviços com obtenção de marcas, bem como implementação de sistemas de gestão pela qualidade total; g) Transferência de conhecimento - aquisição de serviços de consultoria e assistência técnica e formação profissional, nos domínios da transferência de conhecimentos e certificação de sistemas de gestão da investigação, desenvolvimento e inovação (IDI) e atividades de benchmarking ao nível de boas práticas inter e intra

setoriais; h) Distribuição e logística – introdução de sistemas de informação aplicados a novos métodos de distribuição e logística; i) Eco-inovação – incorporação dos princípios da eco-eficiência e da economia circular, incluindo a certificações de sistemas, serviços e produtos na área do ambiente, obtenção do Rótulo Ecológico e sistema de ecogestão e auditoria (EMAS).

Os investimentos realizados pelas PME participantes são apoiados em 50% (a fundo perdido), enquanto os investimentos suportados pelas entidades promotoras usufruem de uma taxa máxima de incentivo de 85%. De referir que os incentivos a receber não podem ultrapassar os 3 milhões de euros por projeto conjunto, nem os 50.000 por PME participante.As candidaturas encerram a 13 de Fevereiro.

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PORTUGAL 2020 – PROJETOS CONJUNTOS DE QUALIFICAÇÃO

A Bolsa de Mentores permite à NERSANT estabelecer relações entre empresários e empreendedores.

A Bolsa de Mentores é constituída, atualmente, por mais de 50 empresários da região do Ribatejo

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Este ano haverá um “efetivo desagrava-mento fiscal” para os contribuintes. O que se ficará a dever às novas tabelas de IRS e com o novo sistema a colocar a família no centro do sistema fiscal. Esta a opinião manifesta-da pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, que admite que o desagravamento se fará no-tar particularmente nas famílias com filhos. O Governo já adiantou que cerca de um mi-lhão de agregados familiares será abrangido pelas novas regras em sede de IRS.

Paulo Portas considera que as famílias sem filhos não são afetadas negativamente pelo novo regime. Por outro lado, também rejeita a possibilidade das famílias monoparentais serem penalizadas. Assume mesmo que as famílias monoparentais com filhos são prote-gidas, especialmente as de mais baixos rendi-mentos. O governante refere a este propósi-to: “Para quem lutou pelo quociente familiar durante, pelo menos, oito anos, acho que é um sinal bastante importante de política fa-miliar no centro da política fiscal.” Todavia, rejeita que se trate de um incentivo às famí-lias para terem filhos. Mas será sempre um sistema fiscal amigo. “É essencial o Estado não ter leis ou sistemas que dificultem as de-cisões das famílias em matéria de natalidade. Mas faz toda a diferença saber que o sistema fiscal entra em linha de conta com o número de filhos que constitui o agregado e também com os ascendentes.”

Para o ministro é essencial o Governo ter em conta que as famílias com mais filhos têm mais despesas e, como tal, devem ser uma priorida-de. E admite que a descida dos impostos só é possível, em resultado da melhoria da situação económica e do aumento das receitas. Mas deixa o aviso: “A única coisa que para mim é relevante é que os frutos do crescimento de-vem ser repartidos de uma forma razoável e equitativa.” E concluiu sobre esta matéria: “O

facto da economia estar a melhorar vai per-mitir à sociedade portuguesa ir melhorando a repartição dos frutos de crescimento.”

Um cenário fiscal mais “simpático”

Um estudo da PricewaterhouseCoopers confirma o que tem sido afirmado pelo Go-verno, que a maioria das famílias vai bene-ficiar de taxas de retenção mais baixas, este ano, em sede de IRS. Por outro lado, é pos-sível que se verifique um aumento dos reem-bolsos de IRS a ter lugar no ano que vem, relativamente ao imposto do presente exer-cício. Entretanto, cerca de 120 mil famílias com baixos rendimentos deixam de pagar IRS, já no presente exercício fiscal. A PwC

diz que “há uma redução generalizada das ta-xas de retenção na fonte para este ano”.

Uma outra conclusão que se retira deste es-tudo é que se torna possível que a maioria das famílias, para além de conseguir beneficiar da totalidade da dedução por conta das despesas gerais familiares, possa efetuar diversas de-duções à coleta, como são os casos da saúde ou da educação, entre outros. “É expectável que, na maioria dos casos, haja lugar a um aumento dos reembolsos de IRS a ter lugar em 2016 e relativos ao IRS do ano anterior. Nestes casos, o impacto da redução do IRS constante da reforma deste imposto sobre os contribuintes será repartido entre a retenção mensal de imposto e o reembolso aquando da emissão da nota de liquidação.”

Portas diz que este ano haverá um “efetivo desagravamento fiscal”

FISCALIDADEPublicadas novas tabelas de retenção na fonteO despacho que altera as tabelas de retenção da fonte, em sede de IRS, foi publicado em Diário daRepública. Os acertos relativos aos salários e pensões de janeiro já pagos podem ser feitos no mês quevem. As entidades públicas ou privadas que já tenham processado salários ou pensões relativas a estemês “devem proceder até ao final de fevereiro de 2015 aos acertos decorrentes da aplicação àquelesrendimentos das novas tabelas”, refere o Ministério das Finanças.

PRÁTICA FISCAL

TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA – COMBUSTÍVEIS

IRC REGIME SIMPLIFICADO – EMPRESAS DE PRESTAÇÃO

DE SERVIÇOS

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

AGENDA FISCAL

JANEIRO

Até ao dia 20

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).- Entrega, pelas Instituições de Crédito e Companhias de Seguros, aos sujeitos passi-vos, de documento comprovativo dos juros, prémios de seguros de vida e outros encar-gos, pagos no ano anterior e que possam ser deduzidos ou abatidos aos rendimentos. - Entrega, pelas entidades que recebam ou paguem quaisquer importâncias suscetíveis de abatimento aos rendimentos ou dedução à coleta, de documento comprovativo aos sujeitos passivos.- Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados à retenção total ou parcial de im-posto, aos sujeitos passivos, de documento comprovativo das importâncias pagas no ano anterior, do imposto retido na fonte e das deduções a que eventualmente tenha havido lugar. - Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários, aos in-vestidores, onde constem os movimentos de registo efectuados no ano anterior.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas.

- Entrega da Declaração Recapitulativa, pe-los sujeitos passivos do IVA (regime normal mensal e trimestral e isentos nos termos do artº 53º) que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, quando tais operações sejam aí localizadas nos termos do artº 6º do CIVA.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

DUPLA TRIBUTAÇÃOConvenção Portugal / Corácia

Foi publicada no dia 12 de janeiro a Resolu-ção da Assembleia da República nº 3/2015, que aprova a Convenção entre a República Portuguesa e a República da Croácia para evitar a dupla tributação e prevenir a eva-são fiscal em matéria de impostos sobre o Rendimento, assinada em Dubrovnik, a 4 de outubro de 2013.Esta Convenção aplica-se às pessoas re-sidentes de um ou de ambos os estados contratantes, sendo, para o efeito, consi-derados impostos sobre o rendimento todos os impostos incidentes sobre o rendimento total ou sobre elementos do rendimento, incluídos os impostos sobre os ganhos de-rivados da alienação de bens mobiliários ou imobiliários, os impostos sobre o montante global dos vencimentos ou salários pagos pelas empresas, bem como os impostos so-bre as mais-valias. Os impostos actuais a que a Convenção se aplica são, nomeadamente:

O IRS; o IRC e as derramas.

O imposto sobre os lucros; o imposto sobre o rendimento; o imposto local sobre o rendimento e qualquer imposto adicional incidente sobre qualquer um destes impostos;

A Convenção será também aplicável aos impostos de natureza idêntica ou substan-cialmente similar que entrem em vigor pos-teriormente à data da assinatura da Conven-ção e que venham a acrescer aos actuais ou a substituí-los. As autoridades competentes de Portugal e da Croácia comunicarão uma à outra as modificações significativas intro-duzidas nas respectivas legislações fiscais.

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 25

733 da declaração Mod. 22 de

adquiridas.

vinculativa que estabelece que no

1. A questão levantada pelo colega é muito pertinente e não tem interpretação consensual, pelo que desde já se sugere a obtenção de informação vinculativa sobre o assunto, junto da AT. 2. As alterações introduzidas no art. 88.º do CIRC, com entrada em vigor a partir de 2011, vieram determinar que as tributações autónomas incidentes sobre encargos com viaturas abrangem também os encargos não dedutíveis. 3. Contudo, por força da redação da lei, tal como o colega bem identifica, somos de opinião que quando tais encargos não são dedutíveis por não respeitarem a viaturas da empresa, não haverá incidência de tributação autónoma.

1. Tal como o colega refere, na aplicação do regime simplificado do IRC, verifica-se a existência de dois coeficientes no n.º 1 do artigo 86.º-B para as prestações de serviços. 2. Tal como já esclarecido pela AT, através da circular n.º 6/2014, deve entender-se que o coeficiente de 0,75 é aplicável, especificamente, aos rendimentos das atividades profissionais concretamente previstas na lista anexa ao Código do IRS, sendo o coeficiente de 0,10 aplicável, genericamente, aos rendimentos das restantes prestações de serviços. 3. As três atividades identificadas na questão não constam da lista de atividades a que refere o artigo 151.º do CIRS.

O vice-primeiro-ministro considera que as novas tabelas de IRS colocam as famílias no centro do sistema fiscal.

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Conforme se pode constatar pelas inúmeras notícias diariamente espelhadas nos media, a administração fiscal está fortemente empenhada em estabelecer medidas de combate à fraude e evasão fiscal. Com efeito, de alguns anos para cá, temos sido confrontados anualmente com diversas alterações no preenchimento da Declaração de Rendimentos de IRS (Modelo 3 e anexos), onde são solicitadas cada vez mais informações que envolvem os rendimentos e despesas declaradas.Por exemplo, no que respeita a rendimentos prediais (rendas), na óptica dos senhorios, têm sido introduzidos novos campos para identificação do NIF do arrendatário, a divisão das despesas em função do imóvel a que respeita, identificação matricial de imóveis, etc.., por forma a permitir um controlo cada vez mais rigoroso destes rendimentos.Para o ano de 2015, são também muitas as alterações que não interferem com os campos da declaração mas com aspetos formais e legais respeitantes às despesas e às novas obrigações documentais/declarativas dos senhorios.É sobre este aspeto que nos vamos debruçar, uma vez que tem implicações práticas na emissão dos documentos de suporte que os senhorios têm que disponibilizar aos arrendatários, relevante já para o mês de janeiro.Estas alterações constam da Lei 82 – E /2014, de 31 de dezembro, denominada de Reforma do IRS, e tem levantado algumas dúvidas sobre que documentos os senhorios devem obrigatoriamente emitir, isto é, tem ou não o senhorio que passar obrigatoriamente fatura, ou basta apenas recibo, como sempre fez até agora e em que termos?Vejamos, então, o que consta da Lei.O art. 115.º do CIRS foi alterado no sentido de obrigar os senhorios a identificarem claramente as importâncias recebidas dos seus inquilinos antes da entrega da declaração modelo 3, cujos prazos decorrem em abril e maio do ano seguinte, sendo que a alteração possibilita duas formas diferentes de cumprimento:- Ou o senhorio passa a passar recibo de quitação de modelo oficial1 de todas as importâncias recebidas dos seus inquilinos;Ou - Entrega até ao fim do mês de janeiro de cada ano, uma declaração modelo

1 O recibo de modelo oficial ainda não está disponível, mas perspectiva-se que fique até Maio de 2015, estando prevista já uma disposição transitória que refere que, embora esta obrigação se aplique a partir de 1 de janeiro de 2015 os recibos de quitação emitidos nestes moldes, de janeiro a abril de 2015, são passados conjuntamente com o recibo de quitação referente ao mês de maio do ano 2015. Esta disposição transitória refere ainda que esta possibilidade não elimina a obrigação de entrega dos recibos de quitação em papel aos inquilinos de acordo com a Lei civil por referência aos meses de janeiro a abril de 2015.

oficial com todos os rendimentos prediais recebidos no ano anterior (por exemplo, em janeiro de 2016 entregará a declaração referente aos rendimentos recebidos em 2015).Assim, o senhorio pode optar por passar os seus recibos mensalmente através do Portal das Finanças num recibo de quitação de modelo oficial, passando a fornecer a informação mensalmente à AT sobre os seus rendimentos, ou pode continuar a passar os recibos de quitação sem grandes formalismos como até aqui (cumprindo apenas as exigências do Código Civil) e em Janeiro entregar a declaração anual com todas as rendas recebidas.Lembramos que, para os senhorios que não optarem por emitir o recibo da renda de modelo oficial, vigoram as normas gerais previstas no Código Civil, ou seja, a obrigação de emitir recibo de quitação aos inquilinos nos termos do artigo 787.º do Código Civil. Neste caso, o recibo não tem especial formalismo: deve indicar as partes, o valor da quitação, a menção a que o valor foi recebido, o imóvel subjacente à operação, o mês a que respeita e outros dados que se considerem relevantes e necessárias para as partes.Por último, refiram-se outras alterações aplicáveis aos senhorios, previstas na reforma do IRS e que de alguma forma clarificam algumas normas que nos últimos anos a AT tem interpretado de forma restritiva, provocando muita litigância entre os senhorios e a AT.Uma das principais alterações prende-se com a introdução de um novo conceito de despesas dedutíveis mais amplo: considera todos os gastos efetivamente suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir os rendimentos prediais sendo apenas excecionados e como tal não aceites os gastos de natureza financeira, as depreciações e os gastos relativos a mobiliário, electrodomésticos e artigos de conforto ou decoração.Este novo conceito afasta a norma restritiva que vigorou até 31 de dezembro de 2014 em que apenas eram dedutíveis as despesas de manutenção e de conservação.Outras das alterações mais significativas prende-se com a possibilidade de dedução dos gastos suportados e pagos nos 24 meses anteriores ao início do arrendamento relativos a obras de conservação e manutenção do prédio, desde que entretanto o imóvel não tenha sido utilizado para outro fim que não o arrendamento.Por fim, refira-se que a nova redação clarifica que só são dedutíveis os gastos suportados e pagos no exercício a que respeitem.Com estas considerações esperamos ter tranquilizado os senhorios no que se refere às novas obrigações.

As novas obrigações dos senhorios

PAULA FRANCOASSESSORA DO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

CONTAS & IMPOSTOS

Prestação de serviços de um sujeito passivo intracomunitário obedece a novas regras em sede de IVA

As prestações de serviços que se incluem neste regime especial, respeitantes a serviços de telecomunicações, de radiodifusão ou televisão e serviços por via eletrónica, quando efetuadas a não sujeitos passivos, passam a ser tributadas no lugar onde o destinatário está estabelecido ou tem o seu domicílio.

Um cliente está isento de IVA por efetuar prestações de serviços na área da saúde pelo artigo 9º do Código deste imposto. Contratou uma empresa com sede fiscal na Irlanda para promoção da sua imagem na internet.A fatura passada por esta empresa invoca o artigo 196 da Diretiva 2006/112/CE que faz reverter o IVA para liquidação para a órbita do meu cliente.Estando o cliente do TOC isento de IVA e não entregando as declarações periódicas, como fazer para cumprir esta obrigação: - Deve entregar-se uma declaração de alterações na Autoridade Tributária para passar a ter um regime normal de IVA com afetação real? - Ir diretamente ao balcão local da Autoridade Tributária e efetuar o pagamento? - Pedir a alteração da fatura de forma a que esta tenha IVA e o meu cliente possa pagar o valor ao seu fornecedor?

Embora a situação em analise se reporte a 2014 e o adquirente do serviço seja um sujeito passivo de imposto, ainda que dele isento, queremos apenas salientar que entraram em vigor, em 1 de janeiro de 2015, alterações em sede de regras de localização do IVA, nos termos do Decreto-Lei n.º 158/2014, de 24 de outubro (diploma que transpõe para o direito interno o artigo 5º da Diretiva n.º 2008/8/CE, do Conselho, de 12 de fevereiro de 2008), começamos por referir que estas “novas” regras apenas se aplicam às situações em que o adquirente dos serviços é um particular ou um não sujeito passivo.As prestações de serviços que se incluem neste regime especial, respeitantes a serviços de telecomunicações, de radiodifusão ou televisão e serviços por via eletrónica, quando efetuadas a não sujeitos passivos, passam a ser tributadas no lugar onde o destinatário está estabelecido ou tem o seu domicílio (conforme dispõe a alínea h) dos números 9 e 10 do artigo 6º do Código do IVA, agora aditadas).Assim sendo, os serviços que até final de 2014 serão tributados em território nacional passarão (em 2015) a não ser localizados neste país quando o adquirente dos serviços é um consumidor final (não sujeito passivo), neste caso com residência num outro Estado Membro que não Portugal, sendo a operação localizada no Estado Membro do seu domicílio ou de estabelecimento.Sobre esta matéria aconselhamos a leitura do Oficio-circulado n.º 30165, de 26-12-2014 e Oficio-circulado n.º 30166, de 30-12-2014.No que respeita ao caso em concreto, estamos perante prestações de serviços relacionadas com “... serviços prestados por via eletrónica, nomeadamente os descritos no anexo D ao presente Código”, pelo que tal operação enquadra-se na regra geral da alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do CIVA.Para a aplicação desta regra geral - alínea a) do nº 6 do artigo 6º do CIVA, bastará

verificar a qualidade dos sujeitos passivos intervenientes, não sendo relevante onde os serviços foram prestados.Segundo esta regra geral, a operação é tributada no país do adquirente quando este seja sujeito passivo. No caso em apreço, a operação será sujeita a imposto no território nacional.Por se tratar, no caso em análise, de um sujeito passivo exclusivamente isento, é-lhe vedado o direito à dedução do imposto que deverá liquidar pela aplicação da regra de localização, acima mencionada.Importa referir que, de acordo com artigo 2.º, n.º 1, alínea e), do CIVA, são sujeitos passivos do imposto “As pessoas singulares ou coletivas referidas na alínea a), pela aquisição dos serviços abrangidos pela alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º, quando os respetivos prestadores não tenham, no território nacional, sede, estabelecimento estável ou, na sua falta, o domicílio a partir do qual os serviços são prestados”.Assim, em relação ao IVA, quando a entidade em análise, enquanto sujeito passivo de IVA que pratica exclusivamente operações isentas sem direito à dedução (sujeito passivo isento), efetuar uma aquisição de serviços efetuados no território nacional por sujeitos passivos que aqui não tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio nem disponham de representante nos termos do artigo 30.º, não necessitará de alterar o seu enquadramento, podendo efetuar a liquidação desse imposto através da entrega da declaração periódica, mas só tem de o fazer nos períodos em que haja autoliquidação por via do artigo 6.º do CIVA (cf. artigo 27.º, n.º 3 e n.º 5, do CIVA).Efetivamente, os adquirentes desses serviços apenas se tornam sujeitos passivos de imposto, relativamente à obrigação de liquidar e entregar o imposto ao Estado Português nessas aquisições em concreto, conforme alínea e) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA, não tendo direito à dedução desse imposto.As entidades que são sujeitos passivos que praticam exclusivamente operações isentas, nomeadamente das previstas no artigo 9.º do CIVA, não terão direito à dedução do IVA suportado nas aquisições relativas a essa atividade isenta, independentemente de essas aquisições serem efetuadas a prestadores de serviços nacionais (sendo estes a liquidar o imposto) ou a prestadores de serviços fora do território nacional (sendo a obrigação de liquidação do imposto do adquirente).Desta forma, essa liquidação e pagamento do IVA deverá ser efetuada através da entrega da declaração periódica, até ao final do mês seguinte àquele em que o imposto se torna exigível, conforme o n.º 3 do artigo 27.º do CIVA.Informação elaborada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, segundo o Novo Acordo Ortográfico

CES acusa Governo de agravar desigualdades sociaisO Conselho Económico e Social (CES) voltou a tecer duras críticas às políticas governamen-tais, considerando que tem havido um agravamento das desigualdades sociais, por exemplo, em matéria dos impostos sobre os rendimentos. “Os resultados da execução orçamental de 2013 permitem confirmar o elevado risco das medidas de execução orçamental, no que se refere à sua interação com a recessão/recuperação da atividade económica e as inevitáveis consequências de ordem social”, refere o CES.

Trabalhadores dos impostos querem revisão de carreiras na ATO Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) considera urgente iniciar um processo de revisão de carreiras na Autoridade Tributária tomando como base a proposta de criação de uma carreira especial no Ministério das Finanças para os trabalhadores da DGO e da DGT. O STI defende três princípios neste processo: o grau de complexidade funcional três como pa-tamar de entrada na carreira, o vínculo de nomeação e a reativação da avaliação permanente, enquanto metodologia de progressão na carreira.

FISCALIDADE

26 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2014

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O valor da marca “Cristiano Ronaldo” cresceu 11 milhões de euros em 2014 e mais do que duplicou desde 2011, atingindo atualmente um valor potencial de 54 milhões de euros. Esta é a principal conclusão de um estu-do apresentado pelo IPAM - The Marketing School dias antes de Cristiano Ronaldo receber a Bola de Ouro 2014 – prémio da FIFA e da revista France Football.

O estudo procura dar respostas sobre a visibilidade, perfil e valor comercial de Cristiano Ronaldo, sendo que o IPAM acompanha e avalia a evolução do valor desta

marca há quatro anos, utilizando uma metodologia científica de-nominada de Sports Reputation Índex by IPAM (SRI). Em 2011, a marca de CR7 foi avaliada em 24,5 milhões de euros, aumen-tando para 40 milhões de euros

em 2012 e para 43 milhões de euros em 2013.

A avaliação da reputação, popu-laridade, notoriedade, potencial mediático e valor comercial da imagem do futebolista madeiren-se esteve a cargo do Gabinete de Estudos de Marketing para Des-porto do IPAM – The Marketing School, sob a coordenação do do-cente Daniel Sá, diretor do IPAM Porto, que destaca: “A marca CR7 ainda não chegou ao seu limite, apresentando todas as condições para continuar a crescer”, especial-mente após Cristiano Ronaldo ter vencido a terceira Bola de Ouro.

VALOR DE MERCADO DE CR7 MAIS DO QUE DUPLICOU DESDE 2011

Marca “Cristiano Ronaldo” atinge 54 milhões de euros

EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 27

Levira ganha contrato com a espanhola RenfeA metalúrgica Levira, empresa portuguesa de mobiliário de escritório, vai equipar o principal centro de manutenção integral da companhia ferroviária espanhola Renfe, em Valladolid. Ovalor do contrato é superior a 1,2 milhões de euros. Com este contrato, a empresa adquiridapela Prebuid encerra o ano passado com um resultado líquido positivo. Cerca de 60% da suaprodução destina-se à exportação, sendo que a faturação, no exercício passado, se cifrou emperto de 12 milhões de euros.

“A marca CR7 ainda não chegou ao seu limite, apresentando todas as condições para continuar a crescer”

Porto 6 | Lisboa 18 | fevereiro 9h30 às 13h | 14h30 às 18h

No próximo dia 1 de janeiro de 2015 perfazem 4 anos desde que o Código Contributivo dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social entrou em vigor. Este diploma carateriza-se pela sua constante evolução no que respeita à progressividade das taxas aplicáveis, bem como no que respeita à base de incidência contributiva e aos direitos e deveres dos sujeitos da relação contributiva. As Leis do Orçamento de Estado têm introduzido anualmente introduções neste diploma e o ano de 2015 não fugirá a esta regra. Com o presente curso pretendemos dar uma visão global do que foi a evolução deste diploma ao longo destes quatro anos de vigência e fazer uma análise particular às alterações introduzidas pela Lei do OE para 2015

Organização:

Ana Rita Bessa (Dep. Formação) Vida Económica - Editorial SA. | Tlf: 223 399 427/00 | Fax: 222 058 098Email: [email protected]

PROGRAMA

1. Enquadramento

2. Alterações introduzidas pela LOE 2015

3. O regime dos Trabalhadores por Conta de Outrém como regime regra

4. Regime Especial Contributivo dos Membros de Órgãos Estatutários de Pessoas Colectivas e Entidades Equiparadas

5. Regime Especial Contributivo dos Trabalhadores Independentes

6.Casos e consequências do incumprimento da Obrigação Contributiva.

7. Extinção da Obrigação Contributiva Vencida.

8. Direitos e deveres dos sujeitos da relação contributiva

Balanço de 4 anos de vigência do Código Contributivo da Segurança Social

as mais recentes alterações introduzidas pelo OE2015

Formadora: Dra. Filipa Magalhães, assistente convidada no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro.Mestre em ciências jurídico-políticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, na qual se encontra presentemente a frequentar o Doutoramento.Paralelamente à docência, exerce advocacia na área do Direito do Trabalho e Direito Administrativo, áreas em que é formadora, tendo, neste domínio, colaborado com várias entidades, públicas e privadas.

Preços: Assinantes VE: €90 + IVAPúblico em Geral: €120 + IVA

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Quer o Gartner quer a IDC estão de acordo numa coisa: o mercado das TIC em 2015 vai valer cerca de 3,8 milhões de milhões de dólares, com a computação móvel, nuvem, redes sociais, Big Data e Analytics a serem os grandes protagonistas da sequela deste ano. SUSANA MARVÃ[email protected]

Todos os anos, as grandes consultoras vão lançando para o mercado aquelas que consideram ser as grandes tendências que vão dominar o mundo das Tecnolo-gia de Informação. Dois clássicos nestas tendências são a IDC e o Gartner cujas projeções normal-mente não têm grandes diver-gências. Vamos dar uma olha-dela pelas este ano. Diz a IDC, nas suas dez principais previsões para a área de Tecnologia da in-formação e Telecomunicações (TIC) em todo o mundo, que a Terceira Plataforma – construída sobre os pilares da computação móvel, dos serviços em nuvem, das redes sociais, do Big Data e Analytics – será responsável por um terço das despesas globais deste setor. A consultora assume que este ano será uma etapa de inovação para esta Terceira Plata-forma onde efetivamente haverá a criação de valor.

Para a consultora, os gastos globais com TIC vão registar crescimento durante 2015, mo-vimentando mais de 3,8 milhões de milhões de dólares, sendo que destes um terço será então para a Terceira Plataforma. Os gastos com TIC nos mercados emergen-tes deverá crescer 7,1% na varia-ção anual (2014/2015), enquanto mercados maduros deverão regis-tar crescimentos de apenas 1,4%.

Outra tendência apontada pela consultora IDC é que en-tre os gastos com serviços de te-lecomunicações, os serviços de comunicação de dados sem fio será o segmento de mais rápido crescimento (13%), responsável por 536 mil milhões de dólares.

O Gartner aponta precisamen-te o mesmo valor em gastos em TI: 3,8 milhões de milhões em

2015, embora admita que es-tes valores ficam aquém do que se esperava. No entanto, para o Gartner, 2015 deverá ser um bom ano para as Tecnologias da Informação. A empresa que ana-lisa a indústria das TI admite que este reduzido aumento – pelo menos comparativamente às previsões – se deve ao abranda-mento da taxa de crescimento de mercados como o dos smartpho-nes e dos serviços de TI e de te-lecomunicações. Além do mais, o aumento do dólar face ao euro tem levado à diminuição dos in-vestimentos em TI.

Ao nível da unidade monetária norte-americana, os mercados de dispositivos como telemóveis, computadores pessoais, tablets e impressoras deverão, em 2015, registar uma queda de 1,3% em seu crescimento.

No que concerne aos centros de dados, para o Gartner o pa-norama já é outro. Espera-se que em 2015 os gastos em sistemas de armazenamento e servidores cheguem aos 143 mil milhões de dólares, o que se traduz num aumento de 1,8% comparativa-mente ao ano anterior.

O braço empresarial do merca-do de software também benefi-ciará de um crescimento. O Gar-tner estima que esse setor chegue aos 335 mil milhões de dólares em 2015, um aumento de 5,5%.

Serviços de TI sofrem queda, diz Gartner

Apesar de no comboio do cres-cimento estarem sentados vários ramos da indústria tecnológica, outros não deverão conseguir apanhá-lo a tempo. O Gartner estima que os serviços de TI so-fram uma queda de 2,5%, sendo que no Brasil e na Rússia esse declínio seja ligeiramente mais acentuado, devido a debilidade económica.

As Telecomunicações esse ano vão crescer 0,7%, segundo as

previsões desta consultora, al-cançando receitas no valor de 1,6 milhões de milhões de dólares.

Os dispositivos móveis e os aplicativos vão continuar a cres-cer durante 2015. No entanto, não ao ritmo frenético registado nos últimos anos, diz a IDC. As vendas de smartphones e tablets atingirão 484 mil milhões de dó-lares, respondendo por 40% de todo o crescimento dos gastos com TI (excluindo os serviços de telecomunicações), com os fornecedores chineses a captu-rarem uma parcela significativa do mercado mundial. Os dispo-sitivos vestíveis, os “wearables”, terão uma explosão de inovação, embora as vendas por unidade se mantenham pouco significativas. Pelo menos esta é a estimativa da consultora. Já os downloads de aplicativos móveis vão começar a desacelerar em 2015, embora o desenvolvimento empresarial de aplicativos móveis deva dobrar.

Cloud aumenta

Os gastos com serviços em nu-vem, famosa cloud, vão manter o seu protagonismo, respondendo por 118 mil milhões de dólares. A adoção de Infraestrutura como Serviço (IaaS) crescerá rapida-mente (36%), com a líder Ama-zon a sofrer ataques de todos os lados.

A acompanhar a Cloud, vêm os inseparáveis Big Data e Analytics, também com um crescimento muito interessante em 2015, envolvendo software, hardware e serviços, responden-do por um mercado de 125 mil milhões de dólares. Soluções de Analytics rich-media (vídeo, áudio e imagem) vão emergir como importantes impulsiona-doras de projetos de Big Data. E as cadeias de fornecimento de soluções de Dados como Serviço crescerão em importância, com fornecedores de plataformas de análise na nuvem oferecendo aos clientes informações de valor agregado a partir de conjuntos de dados comerciais e/ou aber-tos. A IDC também espera ver novas e importantes ofertas nas áreas de computação cognitiva, aprendizado de máquina e solu-ções de análise para Internet das Coisas (IoT).

Aliás, Internet das Coisas vai ser um dos aceleradores de ino-vação mais importantes para o crescimento e a expansão de valor baseados na Terceira Plata-forma de TI, diz a IDC. A pro-liferação de “coisas” inteligentes e conectadas irá conduzir ao desenvolvimento de milhares de novas soluções.

Já os Data centers vão passar por uma transformação funda-mental na era da Terceira Pla-

QUER SEGUNDO A IDC QUER O GARTNER, MERCADO VAI VALER 3,8 MILHÕES DE MILHÕES DE DÓLARES

As grandes tendências das TI para

TECNOLOGIAS

Google disponibiliza serviço de monitorização de CloudA Google vai, finalmente, disponibilizar o seu serviço de monitorização de cloud a todos os utilizadores da sua plataforma. Depois de um período de teste beta privado que durou cerca de oito meses, o serviço baseado na tecnologia da Stackdriver vai, agora, ser posto à prova pelos restantes utilizadores.

28 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Entre os gastos com serviços de telecomunicações, os serviços de comunicação de dados sem fio será o segmento de mais rápido crescimento (13%), responsável por 536 mil milhões de dólares, diz a IDC

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A indústria de software registou, no último ano, um considerável aumento de fusões e aquisições, o que tornou este sector um dos mais ativos do ano. Desde o segmento de software empresarial ao de software para o consumidor, foram realiza-das quase duas mil transações. As fusões e aquisições na indústria de

software aumentaram 14 por cen-to, em 2014, o que corresponde a um volume de negócios elevado com um total de 1840 transações, de acordo com os dados revelados pela Berkery Noyes, um banco de investimentos independentes.

Dos dez negócios que envolve-ram mais dinheiro na sua reali-

zação, quatro deles pertencem ao segmento de software empresarial, tornando esta área a mais bem re-presentada no campo das fusões e aquisições. Este segmento verifi cou ainda o maior aumento no volume de negócios numa base anual, com uma subida de 20 por cento.

No segmento de software para o

consumidor, encontramos três dos maiores negócios realizados no ano anterior. O Facebook é responsável por dois deles através da aquisiçãoda aplicação WhatsApp por 19,65mil milhões de dólares e da aquisi-ção da Oculus VR, uma empresa de tecnologia de realidade virtual por 2 mil milhões de dólares.

Indústria de software foi das mais dinâmicas entre fusões e aquisições

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“Out of the Office” is not a book to read, instead a system to experience coworking.

Coworking is the opportunity to collaborate for developing innovative products or solutions,

launching new startups, or solving major global problems.”

Praveen Gupta, founding Editor-in-Chief of International Journal of Innovation Science, and Director of IIT Center for Innovation

Science and Applications, Chicago, USA

“…percebi que mais do que um livro adquirido, subscrevi um stream de informação actualizada sobre uma matéria que me interessa. E quando

uma matéria nos chama a atenção, a informação que nos é servida de várias

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2015taforma, com as capacidades de computação e armazenamento a caminharem para a nuvem. Essa mudança vai desencadear uma explosão de inovações de har-dware “cloud-fi rst” e uma maior consolidação entre os fornece-dores de servidores, armazena-mento, software e redes. A IDC espera ver duas ou três grandes fusões, aquisições ou reestrutu-rações entre fornecedores de alto nível em 2015.

Terceira Plafatorma mais forte

E lá está, a Terceira Platafor-ma, para a IDC, está a transfor-mar não apenas a indústria de tecnologia, mas todos os seto-res da economia. A consultora acredita que um número consi-derável de negócios disruptivos surgirá em 2015, graças à evo-lução Terceira Plataforma. Os exemplos incluem redes alter-nativas de pagamento, entre os serviços fi nanceiros, a expansão das tecnologias da Internet das Coisas para segurança e obras públicas e sistemas de trans-porte, e a expansão dos servi-ços baseados em localização no setor de varejo. As plataformas digitais irão expandir-se rapi-damente, podendo facilmente dobrar em 2015.

Além da Internet das Coisas, sistemas de aprendizado de má-quina e de computação cognitiva serão outros dois aceleradores de inovação que se tornarão drivers de crescimento importantes em 2015. Soluções de segurança vão ajudar a garantir a borda (segu-rança biométrica em dispositivos móveis, por exemplo) e o núcleo da nuvem (criptografi a como prática padrão). A inteligência de ameaças emergirá como uma categoria essencial de Dados como Serviço (DaaS), fornecen-do informações sobre ameaças específi cas para as empresas. E a impressão 3D crescerá expan-dindo o mercado das empresas de impressão de documentos convencionais, estabelecendo as bases para uma batalha iminente por clientes comerciais e indus-triais em 2016.

Por último, a China será mais infl uente no mercado global de TIC em 2015, com gastos que serão responsáveis por 43% de todo o crescimento da indústria, um terço de todas as compras de smartphones, e cerca de um ter-ço de todas as compras online.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 29

Ryanair quer disponibilizar Wifi nos seus voosA companhia aérea de baixo custo Ryanair está a planear disponibilizar Wifi em algumas dasligações aéreas, ainda durante este ano. A ideia é atrair executivos e famílias que evitam o tipode serviço da Ryanair, por o considerarem demasiado básico, sem ofertas adequadas às neces-sidades de cada passageiro.

Ericsson e Apple guerrilham sobre patentesA Ericsson submeteu uma queixa contra a Apple, acusando a fabricante de iPhones de utilizar indevidamente patentes de tecnologia mobile. Esta jogada da empresa sueca é a resposta à queixa lançada pela Apple, que esta semana afi rmou que a Ericsson exige taxas demasiado elevadas para a utilização das suas patentes.

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A procura de empresas e organizações estrangeiras para eventos corporativos e outros enquadrados no segmento MICE está em crescimento no Porto e Norte, alicerçada em parte pelo Douro. Segundo Diogo Assis, CEO da events by tlc, automóvel, farmacêutico, seguros, banca e desportivo são os setores mais relevantes.MARC [email protected]

Vida Económica - Que tipo de eventos e serviços a events by tlc presta no seg-mento MICE? No caso do Porto, pode citar alguns eventos realizados pela empresa?

Diogo Assis – Temos concretizado even-tos distintos – desde conferências, apresen-tações de produto a nível internacional, ativações de marca, congressos, encontros, premiações, programas de incentivo e ou-tros eventos associados aos maiores eventos mundiais – como as grandes competições desportivas.

Os contratos de confidencialidade que temos com os nossos clientes não nos permitem identificá-los, mas posso dar--lhe três exemplos recentes de eventos que fizemos no Porto. Em 2014 fizemos um “test drive” para uma conhecida mar-ca de automóveis. Também recentemente organizamos uma conferência para uma empresa de software, na Universidade do Porto, para 100 participantes e com várias atividades relacionadas com as tradições da região. Por último, para uma empresa liga-da aos azulejos, criámos um programa de incentivo com a duração de três dias, para 100 pessoas.

VE - O Porto é importante no vosso volume de negócios neste segmento? Pode quantificar?

DA – A região do Porto tem ganho im-portância neste segmento ao longo dos anos. Em 2014 os eventos no Porto representa-ram 5% do volume de negócios do grupo, número que estimamos duplicar até ao fim deste ano. Hoje temos um valor médio de 640 euros por participante por evento.

VE - Por segmentos, pode discriminar quais os setores de atividade mais im-portantes para a vossa carteira?

DA – Os setores mais procurados são o setor automóvel, farmacêutico, seguros, banca e desportivo. Os principais clientes para o Porto têm vindo de fora, mas, como referi anteriormente, a procura em Portu-

gal tem vindo a aumentar. Em 2015 esti-mamos que 15 dos eventos corporativos contratados para o Porto serão de empresas sediadas no estrangeiro.

Cidade de experiências

VE - Na sua opinião, quais os princi-pais argumentos que o Porto reúne para ser competitivo a nível nacional e inter-nacional neste segmento?

DA – O Porto é uma cidade de expe-riências. É um destino com história, tem um património cultural, artístico e gastro-nómico imensurável. É uma cidade com carisma. E quando falamos em eventos corporativos no Porto a região do Douro

CONSIDERA DIOGO ASSIS, FUNDADOR E CEO DA EVENTS BY TLC

Procura externa pa em crescimento

Setores mais relevantes no segmento MICE são auto móDiogo Assis, CEO da events by tlc.

Criação de registo de empresas organizadoras de congressos e eventos clarificaria setor

Registo permite identificar operadores de mercado abrangente. APECATE propõe criação de um diploma que assegure regulação mínima, como se verifica na animação turística. MARC [email protected]

A criação de um Registo Nacional de Empresas Organizadoras de Congressos e Eventos contribuiria para clarificar “um setor abrangente” e onde se debate “a forma como deverá processar-se a convivência, no mesmo mercado, entre as sociedades comerciais e as entidades sem fins lucrativos”, disse à VE Ana Barbosa, presidente da direção da APECA-TE - Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos.

Trata-se de uma “situação nova” no tu-rismo, afirma. Ana Barbosa recorda que o diploma anterior (DL nº 108/2009) que regulava a animação turística (AT) “estava perfeitamente claro que apenas as sociedades comerciais estavam autorizadas a organizar e comercializar as atividades de AT; as entida-des sem fins lucrativos, como são os clubes e as associações recreativas e culturais, estavam isentas de inscrição no RNAAT – Registo Nacional dos Agentes de Animação Turística e o seu exercício estava confinado ao universo dos seus membros ou associados, exercendo--se desta forma o papel regulador do Estado no que respeita à concorrência”.

Porém, o novo diploma (DL nº95/2013) foi interpretado pelo Turismo de Portugal “como uma alteração a esta situação”, con-sidera. “Passando a definição de empresa de animação turística a incluir as pessoas indi-viduais e coletivas que organizam com fins comerciais qualquer uma das atividades ti-pificadas como AT”, “as entidades sem fins lucrativos mantêm a sua isenção de inscrição no RNAAT quando cumprem os requisitos enunciados para esta isenção, mas podem e devem inscrever-se neste registo quando pre-tendem exercer atividades comerciais para o público em geral, ficando deste modo obriga-das a cumprir as mesmas regras das socieda-des comerciais”, adianta.

Ou seja, estas entidades podem “estar no mercado a trabalhar para o público em geral,

alegadamente nas mesmas condições das so-ciedades comerciais”.

As implicações fiscais são evidentes: “Com códigos do IVA e do IRC pejados de exceções que dão direito a múltiplas isenções e redu-ções, nada é claro, tudo é possível e tudo tem sido efetivamente possível. Na Animação Tu-rística e não só”.

Para Ana Barbosa, “no setor dos eventos e congressos, como aliás em todo o setor dos serviços, as questões são idênticas. E, ao con-trário do que às vezes se invoca, não se trata de um mero problema de fiscalização. Os contornos e a dimensão que estas novas re-alidades podem significar para as sociedades comerciais remetem para questões complexas que são a um tempo económicas, fiscais, polí-ticas e culturais e são essas que, antes de mais, têm que ser debatidas”.

Congresso debate liberalização

Estes temas serão debatidos na terceira edição do congresso da APECATE, que terá lugar a 6 e 7 de Fevereiro no Altis Grand Hotel em Lisboa. “A nossa convicção é que nem as empresas que se prezam nem as associações e fundações que se prezam apreciam viver em águas turvas”, adianta a responsável da associação. Neste quadro, “embora o nosso ponto de partida seja uma abordagem clarificadora sob o ponto de vista fiscal – é um facto que todos precisamos de saber o que distingue o regime tributário de uma sociedade comercial do de uma entidade sem fins lucrativos – queremos que esta compreensão ultrapasse a mera questão fiscal”. Um dos objetivos da criação do Registo é, entre outros, “a obtenção de uma base de dados que permita” a quantificação do peso deste segmento. Mas “não temos qualquer dúvida de que vale muito: se combinarmos as empresas organizadoras de congressos, reuniões, feiras e eventos das mais variadas tipologias com a panóplia imensa de fornecedores envolvidos, estamos a falar de milhares de postos de trabalhos, de um volume de faturação elevado e, tal como acontece em todo o setor turístico, de um conjunto de produtos e serviços geradores de grandes efeitos multiplicadores”, conclui Ana Barbosa.

“Com códigos do IVA e do IRC pejados de exceções, nada é claro, tudo é possível”, refere Ana Barbosa.

TURISMO

Quinta da Pacheca vence prémio Best of Wine Tourism 2015O The Wine House Hotel da Quinta da Pacheca, no Douro, foi distinguido na categoria “Alojamento” de “Best of Wine Tourism 2015”. Com 15 quartos, a unidade está instalada numa casa típi-ca do século XVIII. ‘Wine shop’, passeios, eventos e turismo ‘à la carte’, incluindo passeios de barco, de comboio, de helicóptero ou pedestres, são algumas das atividades disponibilizadas.

30 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Page 31: Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista ... · o Crescimento e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em contrapartida, é ... Schwarz e a britânica Tesco. Os Estados

ra eventos corporativos no Porto

pode ser incluída, o que é naturalmente uma mais-valia, quer pela sua beleza pai-sagística e natureza, quer pela história e produção de vinho do Porto.

Não é por acaso que a cidade tem recebi-do várias distinções nos últimos anos: 46ª posição no raking global do ICCA Inter-national Congress and Convention Asso-ciation) como cidade para eventos corpo-rativos, Melhor Destino Europeu de 2014 (European Consumers Choice), o Centro de Congressos da Alfândega do Porto foi eleito o Melhor Centro de Congressos de 2014 na Europa (Business Destinations Magazine) e o aeroporto foi eleito o 3º melhor da Europa em 2013.

VE - Em termos de infraestruturas, considera que a cidade está bem ser-vida para a organização de congressos, incentivos e eventos empresariais ou outros?

DA – Sem dúvida que o Porto tem boas infraestruturas, nomeadamente ao nível de acesso (vias rápidas, aeroporto próximo), de venues com boas capacidades como o Cen-tro de Congressos da Alfândega do Porto e também de venues emblemáticas como a Casa da Música ou a Fundação Serralves.

No que respeita a Lisboa, acho que o mais importante é ambas as cidades aju-darem a promover o país como um todo. Até porque há programas de incentivo e eventos à escala internacional – como um Mundial de Futebol, por exemplo, que de-vemos ambicionar realizar – que são reali-zados em várias cidades de um país.

VE - Existe alguma interligação entre o vosso serviço events by tlc e o serviço exclusive by tlc? De que forma é opera-da esta ligação?

DA – Sim, existe uma ligação. Aliás a exclusive by tlc nasceu porque detetámos uma oportunidade em clientes de eventos corporativos.

Apercebemo-nos de que muitos parti-cipantes queriam ficar mais uns dias em Portugal e desfrutar com a sua família, ou com um grupo restrito, de uma experi-ência única que lhes permitisse conhecer melhor o país, nomeadamente outras re-

giões, em regime de lazer. Começaram apedir-nos programas detalhados, e foi a partir desse momento que criámos uma nova área de negócio, até porque já tínha-mos as competências para oferecer esse serviço.

O ponto de partida para esta área de ne-gócio foram os eventos corporativos, mas,hoje, criamos programas desenhados ao pormenor, para todos os grupos restritos que privilegiam experiências personaliza-das, com momentos de lazer memoráveis que exploram a riqueza do patrimónioportuguês.

óvel, farmacêutico, seguros, banca e desportivo, resume

Porto regista valor médio de 640 euros por participante por evento.

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 31

Best Western lança novos conceitosA cadeia de hotéis independentes Best Western Espanha e Portugal lançou dois novos conceitos: o Vib e o BW Premier Collection. Em comunicado, o grupo dá conta que “Vib”, abreviatura de “vibrante”, é um novo conceito de hotel boutique; “BW Premier Collection” é um conceito de unidades urbanas de nível superior. Ambos terão particular desenvolvimento em destinos da América Central e do Sul, Ásia e Médio Oriente.

easyJet aumenta taxa de ocupação em 2014A easyJet registou um aumento positivo de passageiros em 6,5%, com mais de 65 milhões de passageiros transportados. A taxa de ocupação cresceu 1,5 p.p. nos últimos 12 meses. Esta representa o número de passageiros em proporção ao número de lugares dis-poníveis. Nenhuma ponderação da taxa de ocupação é representa-da para reconhecer o efeito de variação (ou “estado”) de extensão.

País deve promover-se enquanto destino ‘premium’

Considerando que “os preços praticados no Porto são competitivos”, Diogo Assis defende “que não é por aí que nos devemos promover”. O Porto e o país deverão posicionar-se como “destino premium, por oposição ao destino low cost”, “mais pela criatividade do produto e serviço e qualidade, não tanto pelo preço. É isso que nos deve distinguir”. A “qualidade dos fornecedores”, “qualidade do serviço”, “qualidade e diversidade dos hotéis e venues entre modernos e clássicos”, “diversidade territorial, clima, localização invejável” e “história de mais de 800 anos” constituem “os nossos argumentos”, refere. Até porque, acrescenta aquele operador, “não acredito que os eventos internacionais se vão desviar pelos preços porque os vários ‘players’ do mercado já têm provas dadas de como são capazes de implementar eventos corporativos com sucesso”. Diogo Assis nota que “os participantes dos nossos eventos corporativos são maioritariamente profissionais de topo de multinacionais e de grandes empresas, por isso, têm poder de compra”. Na sua opinião, o país deve “promover-se lá fora como um todo, e só depois por regiões”. No caso do Porto e Norte, “o Porto tem feito um ótimo trabalho para promover a região, nomeadamente através do Douro. Para a região aumentar a notoriedade do destino para a indústria dos eventos e incentivos em Portugal, falta talvez colocar o tema na agenda mediática”, conclui.

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O Grupo Vida Económica lan-ça a obra de Fernando Gilberto, “Negociação Algorítmica de Alta Frequência, Negócios à velocida-de da luz”, o único livro a focar esta temática em Portugal. Fer-nando Gilberto foi pioneiro no tratamento desta matéria a nível nacional cujo interesse lhe surgiu através do programa “60 Minu-tes” do canal televisivo CBS, dan-do lugar a uma pesquisa intensa durante seis meses que teve como suportes a internet e bibliografi a americana e inglesa. Neste livro assistimos à trajetória da evolução das aplicações das novas tecnolo-gias na área do mercado de capi-tais e das transações eletrónicas e percebemos que muitas tomadas de decisão, e por conseguinte, muitos negócios, acontecem sem intervenção humana e cada vez mais baseados no modelo de algo-ritmo. Nos Estados Unidos, por exemplo, 90% das transações são efetuadas com base nos algorit-mos e sem qualquer interferência das pessoas. O frenesim outrora vivido nas maiores bolsas mun-diais foi substituído pelo silêncio. As fi lmagens que inspiraram nu-merosos fi lmes em que centenas de corretores gritavam com papéis numa mão e seguravam o telefo-ne noutra, hoje retratariam meia dúzia de pessoas em silêncio a monitorizar os computadores que efetuam as transações baseadas em algoritmos e inclusive os próprios algoritmos podem gerar outros al-goritmos. “As pessoas constroem os algoritmos, mas depois é tudo automatizado. Houve alturas em que as decisões de compra eram tomadas por pessoas, mas a partir

do momento em que é construído o algoritmo, a decisão de compra e de venda passa a estar na mão do algoritmo. Existem, por exemplo, empresas de armamento que são utilizadas para este tipo de tecno-logia e as grandes estruturas criam a sua própria tecnologia”, explica o autor.

Fernando Gilberto revela que as “grandes empresas pagam quan-tias milionárias para ter acesso privilegiado à informação das co-tizações da bolsa antes dos concor-rentes. Bancos de investimento e grandes corretores têm acesso pri-vilegiado aos servidores da bolsa.”

Em Negociação Algorítmica de

Alta Frequência, o autor dá a co-nhecer fenómenos que integram a negociação virtual que acon-tece à velocidade da luz - cerca de 23 ações por segundo –, mas também alerta para alguns peri-gos como, por exemplo, os Black Swans, fenómenos, que não dete-tados a tempo, produzem efeitos sistémicos na economia. “Infe-lizmente não se aprendeu muito com aquilo o colapso de 2008.

Houve algumas alterações, esta-beleceram-se algumas regras, mas estamos perante situações muito perigosas. Os bancos americanos estão maiores do que em 2008 e o conceito “Too Big To Fail” (Grande Demais para Falir”) per-manece e agora o risco é maior porque houve algumas aquisições e neste momento temos bancos gigantescos. Não há grande inte-resse em disciplinar boa parte do

mercado e principalmente pro-dutos que são meramente espe-culativos em que não há criação e valor. A União Europeia quer implementar uma legislação para os instrumentos fi nanceiros, mas permite um período de adapta-ção de cinco anos.”

Outro dos fenómenos para o qual o autor de “Negociação Algo-rítmica de Alta Frequência” chama a atenção são as Dark Pools, transa-ções feitas por anónimos. Um tema fortemente atual, de acordo com Carlos Duarte, Presidente do Con-selho de Administração da Nossa Seguros e Administrador do BAI (Banco Angolano de Investimen-tos) que descreve o mercado ango-lano de capitais como tendo “entra-do num ponto de não-retorno. Os sistemas de negociação alternativos introduziram novos instrumentos transacionais, nomeadamente, as Dark Pools, que permitem o ano-nimato dos agentes no processo levantando novos problemas aos reguladores de todo o mundo. Se tivesse que resumir o tema numa frase diria: estamos a introduzir incógnitas numa equação mutan-te a cada microssegundo. Estamos a criar novas formas de volatilida-de e temos a repensar tudo aquilo que sabíamos sobre risco sistémico. Fernando Gilberto surpreende os leitores com um tema que apaixo-na audiências, mas lança-nos num debate inquietante sobre uma reali-dade que pensamos conhecer, mas na verdade, com muitos contornos sinuosos que não controlamos de todo”.

“Negociação Algorítmica de Alta Frequência” (Grupo Editorial Vida Económica) é o 5º livro pu-blicado por Fernando Gilberto.

A pedagogia dos programas informáticos em livroEm “Programação Linear - Algoritmos simplex primal, dual, transporte e afetação” (Ed. Vida Económica, 14,90J e 12,10J em versão ebook), João M. S. Carvalho, professor e investigador no Instituto Superior da Maia (ISMAI), aponta o uso de programas informáticos, para a resolu-ção de problemas com muitas variáveis, como imprescindível. Contudo, os utilizadores têm de compreender o que está em causa, como modelizar os problemas, como interpretar os resulta-dos, que análises se podem fazer depois de atingir uma otimização.

ÓCIO E NEGÓCIOS

VIDA ECONÓMICA LANÇA “NEGOCIAÇÃO ALGORÍTMICA DE ALTA FREQUÊNCIA, NEGÓCIOS À VELOCIDADE DA LUZ”, DE FERNANDO GILBERTO

Livro pioneiro mostra que realidade dos negócios supera a fi cção

32 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Miguel Peixoto (à direita na foto), diretor de Edições do Grupo Vida Económica, apresentou o livro de Fernando Gilberto (à esquerda), “Negociação Algorítmica de Alta Frequência, Negócios à velocidade da luz”, em que o autor revela dados surpreendentes acerca da rapidez e da realidade das transações fi nanceiras efetuadas nas maiores bolsas de valores mundiais.

Fernando Gilberto sai de zona de conforto ao explorar o tema da negociação algorítmica

Fernando Gilberto desenvolveu toda a carreira profi ssional na Indústria Seguradora. Publicou quatro livros na área dos seguros e foi com “Negociação Algorítmica de Alta Frequência” do Vida Económica que decidiu sair da zona de conforto e explorar editorialmente outros temas que lhe despertaram curiosidade. Licenciado em Marketing e Consumo pela Escola Superior de Gestão de Santarém e Pós-Graduado em Gestão de Bancos e Seguradoras pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, Fernando Gilberto completou também o Curso de Formação para Executivos em Liderança pela Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Foi ainda membro da Comissão Técnica da Fraude da Associação Portuguesa de Seguradores, onde organizou, no fi nal de 2007, o seminário sobre a Fraude nos Seguros de Vida. Atualmente é Assessor do Conselho de Administração e Responsável pela Direção de Vida, Saúde e Fundos de Pensões Nossa Seguros.

“Grandes empresas pagam quantias milionárias para ter acesso privilegiado à informação das cotizações da bolsa antes dos concorrentes.”

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MERCADOS

Dow Jones 14/Jan ......17396,52

Var Sem ...............................-1,04% Var 2014 ...............................-2,36%

Nasdaq 14/Jan ............4632,898

Var Sem ...............................-0,35% Var 2014 ...............................-2,15%

IBEX 35 14/Jan ..............9839,40

Var Sem ...............................-0,53% Var 2014 ...............................-4,28%

DAX 14/Jan ....................9817,08

Var Sem ................................3,14% Var 2014 ................................0,12%

CAC40 14/Jan .............4223,242

Var Sem ................................2,69% Var 2014 ...............................-1,16%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (14.01) 4892,83

6,22% Var. Semana

1,96% Var. 2014

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 33

A seguradora Generali avançou com a mudança de registo em Portugal, de sucursal da Assicurazioni Generali para sociedade anónima, passando a operar em Portugal como empresa de direito português. Esta operação demonstra o interesse do grupo Generali neste país, de acordo o CEO da Generali em Portugal, Santi Cianci. “A transformação da Generali em seguradora de direito português traduz um reforço da nossa aposta em Portugal. Apesar da crise, temos vindo a crescer de forma consistente ao longo dos últimos anos, o que nos permitiu duplicar de dimensão em menos de uma década, superando os 200 milhões de euros em prémios”, afirma, em entrevista à “Vida Económica”.JOÃO LUÍS DE [email protected]

AQUILES [email protected]

Vida Económica – Como

compara a quota de mercado da Generali face aos outros paí ses?

Santi Cianci – A Generali atua em Portugal desde 1942 e sempre tem estado ligada ao canal tradi-cional de agentes e corretores. Esta forte relação permite-nos ser uma das maiores companhias em Portugal, se excluirmos as segu-radoras com distribuição através do canal bancário. No ramo não vida a nossa quota de mercado

é de 3,5%, o que nos coloca no “top” 10 do setor. É uma posição interessante, mas queremos con-tinuar a crescer de forma orgâ-nica para chegar a uma quota de mercado compatível com aquela das companhias do grupo nos principais países em que opera.

VE – A passagem de sucur-sal a sociedade anónima en-quadra-se numa perspetiva de crescimento e maior autono-mia da operação em Portugal?

SC – A transformação da Gene-rali em seguradora de direito por-tuguês traduz um reforço da nossa aposta em Portugal. Apesar da cri-se, temos vindo a crescer de forma consistente ao longo dos últimos anos, o que nos permitiu duplicar de dimensão em menos de uma década, superando os 200 milhões de euros em prémios. A nossa pers-petiva é de continuação do nosso crescimento, superando o desem-penho do mercado. Por exemplo, no ramo não vida temos a ambição de atingir uma quota de merca-do de 5% através do crescimento orgânico. Para tal contamos com uma rede de agentes e mediadores de elevada qualidade, que vamos continuar a reforçar, nomeada-mente no interior e sul de Portu-

gal. Temos vindo a criar equipas de apoio para os nossos parceiros em todo o País, de forma a reforçar o serviço distintivo que oferecemos. Há três anos consecutivos que so-mos distinguidos como a compa-nhia seguradora com melhor nível de satisfação dos clientes no estudo ECSI, o que demonstra que segui-mos no bom caminho.

VE – Na estratégia da com-

panhia, Portugal pode contri-buir para o aumento da pre-sença nos países lusófonos?

SC – O nosso foco está no mercado português e no apoio às famílias e empresas portugue-sas. A ligação a outros mercados acontece num movimento na-tural de acompanhamento das necessidades dos nossos clientes, nomeadamente nos seus movi-mentos de internacionalização, que precisam de apoio de segu-radoras multinacionais com uma oferta global, que é o nosso caso.

VE – O que pensa sobre a

evolução dos preços dos segu-ros em Portugal por compara-ção aos outros mercados euro-peus?

SC – Acreditamos que o mer-cado já atingiu o seu ponto mais

baixo, o que favorece uma inver-são da tendência. A nova regula-ção e a exigência de rácios posi-tivos também abre espaço para uma recuperação dos preços no mercado, em especial nos Aci-dentes de Trabalho e no Automó-vel, sendo que este último tem tarifas de longe inferiores aos dos outros mercados europeus.

VE – Quais são os ramos do mercado português onde existe maior potencial de crescimen-to?

SC – A área de seguros de Saú-de tem vindo a crescer de formasignificativa em Portugal e essa tendência deverá manter-se nospróximos anos. Era desejáveltambém que a área dos seguros de capitalização registasse um cresci-mento, pois as pessoas necessitamde acautelar o seu futuro após areforma. No segmento empre-sarial, existe uma série de novos riscos que tornam imprescindível o recurso a seguros específicos, o que cria novas oportunidades para as seguradoras com forte solidez e capacidade de inovação, como é o caso da Generali.

VE – No caso de ser suspen-

sa a venda da Tranquilidade àApollo, a Generali teria interes-se em avaliar a possibilidade de compra dessa seguradora?

SC – A nossa estratégia temprivilegiado o crescimento orgâ-nico, criando fortes relações com os nossos clientes e canais de dis-tribuição. Contudo, a nossa forte solidez financeira permite-nos es-tar disponíveis para analisar ope-rações de aquisições em Portugal. Se surgir alguma oportunidade que a nossa casa-mãe considere interessante, analisá-la-emos.

SANTI CIANCI, CEO DA GENERALI EM PORTUGAL

“Transformação da Generali em seguradora de direito português traduz aposta em Portugal”

Transferência da carteira de seguros começou no dia 1

A transferência da carteira de seguros da Sucursal para a Generali – Companhia de Seguros, SA teve início no dia 1 de janeiro de 2015, com a aprovação dos institutos reguladores português (ISP) e italiano (IVASS). A Companhia irá operar no mercado do Ramo Não Vida, juntando-se à Generali Vida – Companhia de Seguros S.A., empresa fundada em Portugal em 1990, para atuação no Ramo Vida. José Araújo Alves é o presidente do conselho de administração. Este tem também como membros Giovanni Liverani (vice-presidente), Santi Cianci (CEO), Alessandro Corsi (vogal) e Giampiero Prester (vogal). “2014 foi um ano difícil, cujos desafios conseguimos ultrapassar graças à excelência dos nossos produtos e ao alto padrão de serviços. A Generali coloca o foco nas relações amplas e duradouras com a sua força de vendas – agentes e corretores – e irá reforçar estas parcerias com o objetivo de aumentar a sua presença em Portugal através de um crescimento sólido, sustentável e rentável”. Com uma faturação de 200 milhões de euros, dois terços nos Ramos Reais e um terço no Ramo Vida, a Generali detém uma quota de 3,5% do mercado Não Vida em Portugal e tem sido, segundo os seus responsáveis, “uma das companhias de seguros, não ligadas a uma entidade bancária, com maior crescimento ao longo dos últimos anos”.

“A nossa perspetiva é de continuação do nosso crescimento”, explica Santi Cianci.

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MERCADOS

34 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

-0,28% Var. Semana -0,005% Var. Semana -9,44% Var. Semana

-2,50% Var. 2014 -1,062% Var. 2014 -19,21% Var. 2014

Euro/Libra 14/Jan .....0,7745

Var Sem ........................ -0,56% Var 2014 .........................2,97%

Euro/Iene 14/Jan .. 137,8090

Var Sem ........................ -0,66% Var 2014 ....................... 15,64%

Euribor 3M 14/Jan ....0,0690

Var Abs Sem ...................-0,001 Var 2014 ......................... -0,932

Euribor 1Y 14/Jan .....0,3150

Var Abs Sem .................. -0,004 Var 2014 ..........................-1,189

Ouro 14/Jan ...........1237,63

Var Sem ........................2,15% Var 2014 ........................4,44%

Prata 14/Jan .............. 16,93

Var Sem ........................2,32% Var 2014 .........................7,76%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (14.01) 1,1798 EURIBOR 6M (14.01) 0,1620 PETRÓLEO BRENT (14.01) 46,32

A troca de acusações e o “empurra” de responsabilidades continua a caraterizar os depoimentos na comissão de inquéri-to parlamentar ao BES. António Souto, antigo administrador financeiro do BES, não poupou críticas a Ricardo Salgado. Já Isabel Almeida, ex-diretora financeira, teve como alvo o ex-administrador financeiro Morais Pires. O apuramento de responsa-bilidades continua a ser um objetivo muito pouco consensual.

António Souto centrou a sua interven-ção nos motivos que levaram ao colpaso do banco, desde logo a ocultação de dívida da ESI, na ordem dos 1,3 mil milhões de eu-ros, que acabou por precipitar a derrocada do grupo. O BES acabou, naturalmente, por ser arrastado na enxurrada, na medida em que estava mais abaixo na hierarquia. As principais críticas foram precisamente para o GES. É que “a recompra de obriga-ções pelo BES, com prejuízos, foi feita pela ESFG à margem dos órgãos competentes do banco”. Ora, António Souto lembrou que Ricardo Salgado era o presidente não executivo à data.

O antigo responsável pela área financeira do BES teceu duras críticas a Salgado. Se-gundo o seu depoimento, “aprovou uma sé-

rie de operações ilegitimamente”, como foi o caso das chamadas “margin calls”. Lamen-tou que o BES não tivesse conseguido redu-zir a sua exposição relativamente ao Grupo Espírito Santo. Disse que se esteve perto de conseguir, mas, à última da hora, surgiu toda uma série de surpresas desagradáveis.

Isabel Almeida não ficou surpreendida com atitude de Morais Pires

Isabel Almeida centrou as críticas em Morais Pires. Mostrou-se pouco surpreen-dida com a atribuição de responsabilidades que este lhe fez. Mas recusa liminarmente as mesmas e revelou que aquele ex-administra-dor financeiro já tinha renegado os 18 anos de trabalho em conjunto. Frisou que Mo-rais Pires era a única pessoa a quem reporta-va. Fez questão de salientar que todas as ma-térias importantes eram discutidas com ele.

Morais Pires, numa anterior audição, descartou responsabilidades, ao afirmar que viajava muito e que Isabel Almeida tinha plena autonomia para dirigir o de-partamento. Lamenta a atitude que foi assumida perante o departamento e a sua própria pessoa. Sobretudo porque havia

uma relação de confiança entre ambos. A técnica atribuiu a falta de confiança

na validade da garantia soberana de Ango-la a responsabilidade do colapso do BES. Havia a convicção “de que a garantia es-tava firme e dizia que o Estado angolano

encontraria um mecanismo substituto se tal fosse necessário”. Mas a verdade é que o Banco de Angola informou o BESA da necessidade de fazer um aumento de capi-tal. Perante este cenário, ficou em dúvida a validade dessa garantia.

DESDE OUTUBRO DE 2010

Ações da PT perderam 93%

do valor O futuro da PT continua difícil e incerto, com uma

grande volatilidade da cotação em Bolsa.Na quarta feira, dia 14, a PT chegou a subir 17%,

mas encerrou a perder com um valor de J0,69.A cotação atual é o reflexo da fragilidade da estrutura

acionista da empresa e a perspetiva de ser absorvida no curto prazo por outro operador.

As ações da PT atingiram o valor de J10,16 em Ou-tubro de 2010. Esta semana atingiram um mínimo his-tórico de J0,62 que significa uma perda superior a 90% do capital investido para a maioria dos acionistas.

A empresa que entrou em Bolsa em 1995, atraindo milhares de pequenos investidores seduzidos pelo capi-talismo popular, tem visto a cotação a cair de forma dra-mática após a fusão com a Oi e o colapso do Grupo Es-pírito Santo, onde aplicou quase 900 milhões de euros.

No início da semana, a PT teve a cotação suspensa em Bolsa durante duas sessões, depois de a assembleia geral de acionistas da companhia ter sido adiada para 22 de Janeiro. Será nesta reunião que os acionistas vão decidir se vendem, ou não, a PT Portugal - a dona da Meo - aos franceses da Altice. A PT SGPS detém 39% da brasileira Oi, a dona da PT Portugal.

As ações da PT foram suspensas depois de a CMVM ter pedido mais informação sobre este negócio à em-presa.

Isabel dos Santos tinha lançado uma OPA com uma contrapartida de 1,35 euros por acção que entretanto foi retirada.

A Oi, a principal acionista da PT, também regista quedas sucessivas na bolsa brasileira, tendo atingido m5,10 reais, o valor mais baixo desde que a companhia entrou em bolsa em 1994.

Troca de acusações continua a caraterizar comissão de inquérito ao BES

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A Europa está a dar sinais de resvalar para uma situação que eu descreveria como a japanização da economia europeia. Os sinais são mais visíveis nos países da periferia, como Portugal e a Grécia, menos nos países do Norte.

Um dos sinais, mas não o único, que caracteriza a japanização de economia é a deflação. No último ano, o nível geral dos preços caiu 0,3% em Portugal e 1,3% na Grécia. Na Zona Euro como um todo, a variação andou à volta de zero, tornando a deflação uma ameaça em toda a Europa, e não apenas na sua periferia.

Até ao final dos anos oitenta, o Japão viveu um período de crescimento económico vigoroso que culminou numa grave crise financeira envolvendo a falência de bancos e de muitas empresas e o colapso da Bolsa. O Índice Nikkei da Bolsa de Tóquio chegou a atingir 44 mil pontos no auge da especulação, caindo depois, para nunca mais se levantar..

Desde então, aquilo que se pode dizer da economia japonesa é que ela mergulhou numa situação de marasmo. A economia não cresce, os preços caem, as taxas de juro são zero e, por períodos, negativas, a dívida pública muito elevada não permite estimular a economia por via orçamental, e a política monetária do Banco Central, por mais estimuladora

que se assuma, não produz efeitos sobre o Consumo e o Investimento. O Nikkei navega em território muito abaixo dos seus máximos de outrora – correntemente, cerca de 17 mil pontos, tendo entretanto atingido um mínimo de 7 mil (menos de 20% do seu máximo de sempre). Tem sido assim nos últimos 25 anos.

Como explicar esta situação?Se eu tivesse de utilizar uma só palavra

para descrever a situação, utilizaria a palavra medo. Depois dos excessos anteriores que culminaram no “crash” económico e financeiro do final os anos 80, devastando fortunas pessoais e empresariais, e levando bancos à falência, as pessoas ficaram com medo. Medo de repetir os erros anteriores que se manifestaram em investimentos mal sucedidos e especulações de toda a ordem.

Não gastar e proteger o que restou de fortunas pessoais e empresariais devastadas pela crise passou a ser a palavra de ordem. Menos Consumo e Investimento deprimiram o nível geral de preços, sem que o Estado, com uma dívida pública superior a 200% do PIB, se pudesse substituir aos consumidores e investidores para estimular a procura agregada. Alguma ajuda veio da procura externa com a queda do iene nos mercados

cambiais. A deflação deprimiu ainda mais o

Investimento e o Consumo. Quem vai investir 100, por exemplo, num investimento imobiliário, se espera que daqui por uns anos ele valha apenas 90? E, do lado do Consumo, as despesas com os chamados “big ticket items” passaram a ser diferidas, na expectativa de que no futuro eles se poderão comprar a preços mais baixos.

A política monetária tornou-se totalmente ineficaz. O Banco de Japão aumenta a quantidade de dinheiro em circulação, mas esse dinheiro nunca chega à economia real. Uma parte é entesourada pelos bancos para restaurarem os seus rácios financeiros de segurança devastados pela crise. O mesmo acontece com as empresas e os particulares, na tentativa de recuperarem, pelo menos em parte, as suas antigas fortunas.

O bem mais desejado é o dinheiro – “cash is king”. A tal ponto que as taxas de juro negativas sinalizam claramente que as pessoas e as instituições estão dispostas até a pagar a quem lhes guarde o dinheiro.

Na economia japanizada existe dinheiro, existe até dinheiro em abundância. Mas ninguém o quer gastar.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

JapanizaçãoEspeculação

PEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

A ocultação de dívida da ESI precipitou a derrocada financeira do grupo.

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Europa faz emissão recorde de CoCosAs emissões de CoCos ascenderam a cerca de 40 mil milhões de euros, no ano passado, deacordo com o banco britânico Barclays. Esta entidade financeira prevê que um valor idênticoserá alcançado no exercício agora iniciado. Trata-se de um produto que ainda tem margempara dar resposta às novas exigências colocada pela regulação financeira. Os bancos de inves-timento revelam um forte interesse pela colocação deste produto. O espanhol BBVA foi oprimeiro banco a fazer a emissão de CoCos na Europa.

José de Mello Saúde conclui venda da Dr. Campos Costa à BASEA José de Mello Saúde anunciou ter concluído o processo de venda da empresa de serviços de imagiologia Dr. Campos Costa à BASE. O anúncio feito à CMVM, que decorre do acordo anunciado no passado dia 9 de dezembro, recorda que a venda foi efetuada no dia 6 de ja-neiro, e foi efetuado pela Vramondi International, subsidiária de direito holandês da José de Mello Saúde.

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MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 35

A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), especializada em microcrédito, indica ter tido “ano de crescimento” em 2014. “A ANDC re-gistou um aumento de 46% nos pro-jetos aprovados e creditados, passando de 115, em 2013, para 168, em 2014. Este é o número de projetos de negócio que tiveram os seus empréstimos apro-vados pelo banco durante o ano, com a quantia já disponível para iniciarem a sua atividade”, explica a associação. O valor acumulado dos projetos credita-dos é, segundo a ANDC, de 1 606 899 euros, também superior ao total do ano passado.

O ano de 2014 trouxe uma alteração

no perfil dos microempresários: cresceu o número de pessoas do sexo masculino a candidatar-se ao microcrédito (57% contra 43% do sexo feminino). O nível de escolaridade mais representado situa--se no 12.º ano, havendo, contudo, um aumento no número de pessoas com habilitações superiores, nomeadamente com mestrado e doutoramento. Os jo-vens com menos de 30 anos representam 28% no total de projetos aprovados mas o grupo etário 31-40 anos é o mais re-presentado, com 38% do total.

Procura aumentou

A procura por microcrédito também

aumentou, de acordo com a associação do microcrédito, de 1689 candidaturas, em 2013, para 2119, em 2014. Trata--se de um aumento de 25%. Quando comparado com o ano de 2012, em que o total de candidaturas recebidas foi de 1420, a percentagem aumenta para 49%.

“São dados que nos permitem dizer que a procura por microcrédito tem vin-do a aumentar nos últimos anos e que há cada vez mais empreendedores a con-siderar a modalidade microcrédito para iniciarem o seu negócio. porém, quando comparado com o número de projetos aprovados, verifica-se que a taxa de con-cretização é baixa: não chega a 10%”,

refere o comunicado da ANDC. “O microcrédito é uma ferramenta

de criação de negócio e, sobretudo, de criação de autoemprego, que tem as suas exigências e que obriga, a quem procu-ra a associação, a pensar nas diferentes fases que vão da ideia ao negócio. AANDC tem, em 16 anos de existência,mantido um rigor na análise da viabili-dade e solidez dos projetos que aprova. O seu trabalho caracteriza-se pelo acom-panhamento gratuito que presta desde a fase da candidatura (construção do pla-no de negócios e dossier de apresentaçãode ideia), à implementação do negóciofinal, até ao reembolso total do emprés-timo”, explica a associação.

Associação de microcrédito indica que 2014 foi “ano de crescimento”

Eleições gregas e o conflito político na Zona EuroEnquanto a Lituânia celebra a sua entrada na Zona Euro, a Grécia contempla a sua saída pela segunda vez. Com as eleições próximas e a crescente popularidade do partido Syriza a marcar a incerteza no futuro da Grécia na Zona Euro, uma saída da Grécia poderá significar uma crise política para a Europa.Após a terceira tentativa em 29 de Dezembro, o primeiro-ministro grego Antonis Samaras não conseguiu nomear com sucesso Stavros Dimas como presidente, que recebeu apenas 168 votos dos 180 necessários. Como resultado, o parlamento grego foi dissolvido e Samaras pediu eleições antecipadas que serão realizadas em 25 de janeiro, 18 meses antes do previsto.É possível que isto leve o Syriza, o partido da extrema-esquerda liderado por Alexis Tsipras, a ganhar as eleições e mergulhar o país numa nova crise política e económica.No entanto, a vitória do Syriza não está garantida nas eleições. Enquanto o Syriza tem conseguido estar de forma consistente com cerca de 4 pontos percentuais à frente do partido da Nova Democracia

desde o verão, tem visto a margem de vantagem cair lentamente, encontrando-se neste momento entre 2,5 e 3,5 pontos percentuais.Paradoxalmente, as novas e mais recentes sondagens também mostram que os gregos preferiam manter Samaras no poder em vez de Tsipras, mostrando claramente que as eleições estão longe de estarem decididas. De acordo com as regras eleitorais gregas, cada partido precisaria de aproximadamente 35% dos votos dos gregos por forma a obter maioria absoluta. No entanto, com o Syriza atualmente com 28% dos votos, não é expectável que algum partido consiga atingir a maioria absoluta. O mais provável será uma coligação com pequenos partidos, independentemente de quem ganhe, Syriza ou Nova Democracia.Este crescimento do Syriza tem sido causado pelo sentimento antieuropeu e anti austeridade que tem crescido na Grécia após os resgates em 2010 e 2012. Enquanto as medidas de austeridade têm funcionado no país para equilibrar as contas, o desemprego ainda se mantém em 25%, o Produto Interno Bruto (PIB)

caiu 20% em relação aos níveis de 2010, e a média anual dos salários tem caído acentuadamente, tornando a vida dos cidadãos muito difícil e um aumento da revolta perante o atual Governo.Com a recente instabilidade política, os mercados gregos tornaram-se cada vez mais instáveis e espera-se mais volatilidade até às eleições no final do mês. Imediatamente após o anúncio da eleição de Samaras, o Índice acionista grego caiu mais de 5% e as yields das obrigações subiram acima de 9%.Os investidores têm estado muito preocupados, em particular em relação ao Syriza, que rejeita e entrará em incumprimento com os empréstimos do FMI e do BCE, assim como apoia a saída da Grécia da Zona Euro e o retorno ao Dracma.A falta de um caminho claro para uma maioria parlamentar e a popularidade de Tsipras na política nacional têm levado o Syriza a moderar a sua posição recentemente: o ponto central da política do Syriza aponta para que uma grande parte da dívida grega seja amortizada, um

alívio das condições de austeridade e uma renegociação dos termos do empréstimo.Existem também muitas dúvidas se a Troika, composta pelo FMI, BCE e CE (Comissão Europeia), irá aceitar as exigências do Syriza. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse que as eleições na Grécia não alteram em nada os acordos firmados com o Governo grego, e que qualquer novo Governo deverá respeitar os acordos feitos pelos antecessores, refletindo uma posição firme da Alemanha contra qualquer possível compromisso.Com poucos receios de um contágio financeiro da Grécia a países como Espanha, Portugal e Irlanda, que fizeram recuperações significativas, os líderes europeus estão certos que as crises atuais podem ser estancadas à Grécia.Seja qual for o resultado para o Syriza nas próximas eleições, este debate irá certamente continuar e talvez ter mais importância, em especial se o BCE considerar uma nova política monetária em janeiro, com a potencial compra de dívida soberana em cima da mesa.

JOÃO CARLOS PINTOTrader da Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com/www.goldenbroker.com

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As empresas podem, desde dia 1, deduzir o IVA incluído no preço dos automóveis elétricos (a 100%), híbridos “plug-in” (a 100%) e movidos a GPL e GNV (aqui só 50%) cujo PVP não ultrapasse 50 mil euros. Esse benefício, concedido no âmbito da Reforma Fiscalidade Verde, é visto com bons olhos pelas empresas de renting, mas os seus responsáveis não veem que vá mudar a face das frotas portuguesas.

AQUILES [email protected]

As empresas já podem deduzir o IVA incluído no preço dos automóveis elé-tricos (a 100%), híbridos “plug-in” (a 100%) e movidos a GPL e GNV (aqui só 50%) cujo PVP não ultrapasse 50 mil euros. Esse benefício, concedido no âmbito da Reforma Fiscalidade Verde, atribui a dedutibilidade, pela primeira vez, a viaturas de passageiros, pois, até agora, apenas as viaturas comerciais de até três lugares podiam reaver os 23% de IVA liquidados aquando da compra do veículo.

Sem surpresa, as empresas de renting ouvidas pela “Vida Económica” aplau-dem a medida. “É uma medida clara do Governo de trazer maior competitivida-de a esses veículos, comparando-os com os de motor de combustão. Atualmente, a oferta de híbridos “plug-in” é ainda relativamente escassa, mas, caso se ve-rifique a tendência dos fabricantes em alargar e diversificar a sua oferta, aliada a políticas de incentivos fiscais, poderá, a médio longo prazo, contribuir para o aumento destes veículos no parque au-tomóvel nacional”, disse à “Vida Econó-mica” o diretor comercial da LeasePlan Portugal, Pedro Pessoa.

“As medidas aprovadas revelam um claro incentivo à aquisição dos veículos elétricos. A isenção de tributação autó-noma em sede de IRC, associada à dedu-tibilidade do IVA e acrescido do apoio em caso de abate de veículos em fim de vida, são fatores a considerar e que pesa-rão na gestão de frotas das empresas tan-to num quadro de racionalidade como de eficiência fiscal”, referiu, por seu tur-no, fonte da direção de marketing.

Medidas abrem leque das frotas

O diretor comercial da Arval Portugal, José Madeira Rodrigues, acredita que as empresas passam a ter um maior leque de escolha para renovarem as suas frotas. “Dependendo das necessidades de uso e da autonomia necessária para a circula-ção de viaturas de uma empresa, estas medidas vêm, acima de tudo, abrir um pouco mais o leque de alternativas de mobilidade para as empresas. Estamos por isso muito interessados em conti-nuar a acompanhar quer a evolução da procura e oferta do mercado sobre estes modelos quer a evolução e estabilidade dos benefícios ou tratamento fiscal”, afirmou.

O diretor de marketing e comunica-ção da ALD Automotive Portugal, Nuno Jacinto, avisa “que esta alteração por si só poderá não ser o suficiente para im-pulsionar da forma que se espera” o seg-mento dos veículos elétricos. “Mesmo com esta adição de benefício, ainda as-sim, em termos de rendas e TCO [custo

total de utilização], o impacto não será expressivo. É verdade que haverá um impacto positivo, mas que poderá não ser o suficiente face às restantes alterna-tivas que existem no mercado”, explica.

A mesma fonte da ALD Automotive acredita que as viaturas a gás poderão ser, essas sim, as mais beneficiadas pela alteração legislativa. “Na ALD Automo-tive, estamos totalmente interessados

nestas novas tendências que viabilizam a otimização de custos e simultaneamente a minimização da pegada ambiental. Da nossa análise, podemos prever que gene-ricamente o bi-fuel será talvez a tipolo-gia de veículo que mais sairá beneficiada desta reforma de fiscalidade verde”, refe-re Nuno Jacinto.

Também o diretor comercial da Le-asePlan Portugal não vê que a medida vá aumentar muito a vendas de viaturas elétricas. “Embora positivas, não acredi-tamos que estas novas medidas venham a ter impactos muito significativos, im-pulsionando de uma forma relevante a aquisição de veículos elétricos. Subli-nhe-se que o facto de a percentagem de veículos elétricos na composição das frotas das empresas nacionais ser ainda reduzida se deve também a outros fa-tores, para além do custo de aquisição ou de incentivos fiscais. Questões rela-cionadas com a autonomia, a cobertura da rede de abastecimento, entre outros, constituem ainda entraves à aquisição deste tipo de veículos”, considera Pedro Pessoa.

“Renting” satisfeito com dedução do IVA de elétricos, híbridos “plug-in” e carros a gás nas frotas

António Mota reforça posição acionista na Mota-EngilAntónio Manuel Queirós Vasconcelos da Mota, presidente do conselho de administração da Mota-Engil, reforçou a posição acionista na empresa de construção. De acordo com o comu-nicado enviado à CMVM, o empresário comprou 10 mil ações (a um preço unitário de 2,384 euros), pelo que “passou a ser titular de 5 372 359 ações representativas do capital social da Mota-Engil, SGPS, SA, correspondentes a 2,63% do capital social”.

Akito Takami sai do conselho fiscal da Toyota CaetanoA Toyota Caetano Portugal anunciou que Akito Takami apresentou a re-núncia ao cargo de vogal de conselho fiscal da empresa. Na nota enviada pela empresa sediada em Vila Nova de Gaia à CMVM é referido que “o preenchimento da vaga acima mencionada deverá ocorrer na próxima as-sembleia geral da sociedade”, sem, porém, detalhar quando esta vai ocorrer.

MERCADOS

36 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

As gestoras de frotas não acreditam que a medida vá mudar a face das frotas, mas elogiam-na.

Até agora, apenas as viaturas comerciais de até três lugares podiam reaver os 23% de IVA liquidados aquando da compra do veículo

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Os países da União Europeia serão os principais beneficiados com a descida do preço do petró-leo, de acordo com as previsões divulgadas pela Crédito y Cauci-ón. De acordo com a seguradora de crédito, se o preço do barril se mantiver em torno dos 85 dóla-res, a fatura anual que supõe a importação do petróleo irá redu-zir-se em quase 100 mil milhões de dólares: de 500 mil para 400 mil milhões. Na China, a pou-pança pode estar perto dos 60 mil milhões de dólares. O caso dos Estados Unidos é mais am-bíguo, por ser simultaneamente um dos principais produtores e consumidores de petróleo.

No caso europeu, esta poupan-ça traz, naturalmente, vantagens, mas acarreta também alguns ris-cos. Com diz o ditado popular brasileiro, “se ficar, o bicho come, se correr, o bicho pega”. É que, de acordo com a Crédito y Caución, paradoxalmente, esta redução irá aumentar o risco de deflação e de estagnação do consumo na Euro-pa.

Baixa justificada pelo aumento da oferta

O preço do barril de petróleo encontra-se muito longe do in-tervalo de 100 a 120 dólares em que flutuava desde 2011. “Em-bora a China represente cerca de 20% do consumo mundial de petróleo, a evolução recente dos preços não se pode explicar por uma alteração na procura chinesa ou por uma moderação da pro-cura na Europa”, refere a nota da empresa.

A explicação principal encon-tra-se no aumento da oferta, se-

gundo a Crédito y Caución. “As interrupções na produção desa-pareceram parcialmente na Líbia, que quadruplicou a sua produção desde o verão até se situar perto dos níveis de 2010, anteriores à

sua guerra civil. Também o Ira-que começou a aumentar a sua produção. Os problemas na pro-dução mantêm-se na Síria e no Irão, por motivos geopolíticos, e no Canadá e no Mar do Norte, por razões técnicas”, salienta a empresa.

As novas técnicas de extração utilizadas nos Estados Unidos, que exigem a fratura hidráulica de rochas, equipararam os níveis de produção da Arábia Saudita. De facto, o nível crítico de pre-ços para que estas novas formas de extração sejam rentáveis já diminuiu para os 70 dólares por barril. Por outro lado, a Arábia Saudita parece decidida a manter a sua quota de mercado e deixou de regular os seus níveis de pro-

dução para estabilizar os preços mundiais.

Preços entre 85 e 90 dólares até 2016

As previsões atuais sugerem que, entre 2015 e 2016, o inter-valo de preços do barril irá estabi-lizar entre os 85 e os 90 dólares. De acordo com o documento di-vulgado pela Crédito y Caución, os potenciais riscos que ameaçam este cenário são, principalmente, geopolíticos. O mais relevante é a atividade do Estado Islâmico no Médio Oriente, embora até à data não tenha afetado a produ-ção do Iraque, cujos complexos petrolíferos se encontram princi-palmente a sul do país.

A Gas Natural Fenosa atingiu a marca de 35 mil clientes no setor da eletricidade no segmento das PME em Portugal. A empresa energética reforça assim a sua po-sição como quinto operador do mercado luso de comercialização elétrica de PME.

“A Gas Natural Fenosa ofe-rece às PME uma ampla va-riedade de serviços energéticos que se adaptam às necessidades tecnológicas e económicas da cada cliente. A companhia atua como fornecedor de energia e também como desenhador do

modelo de negócio personali-zado para cada tipo de cliente, como consultor energético e na realização de auditorias de efi-ciência energética”, refere o co-municado da empresa.

Para assinalar a marca, a em-presa vai sortear três iPad Air en-tre todos os clientes portugueses que respondam a um questioná-rio e contribuam com sugestões para melhorar o serviço. A pro-moção começou na última terça--feira (13 de Janeiro), e termina no dia 26 de Janeiro. O sorteio tem lugar no dia 28.

ESSA POUPANÇA VAI, PORÉM, AUMENTAR RISCO DE DEFLAÇÃO, AVISA A CRÉDITO Y CAUCIÓN

Europa será a mais beneficiada pela baixa de preço do petróleo

Gas Natural Fenosa atinge 35 mil clientes PME na eletricidade em Portugal

Visabeira reforça na Vista Alegre AtlantisA Visabeira adquiriu, em bolsa, 83 483 ações representativas do capital social da Vista AlegreAtlantis. “Em resultado desta aquisição, a Grupo Visabeira, SGPS, SA passou a ser direta-mente titular de 54 184 190 ações, representativas de 4,686% do capital social e direitos de voto da VAA – Vista Alegre Atlantis, SGPS, SA”, refere o comunicado enviado à CMVM pela empresa de louças sediada em Ílhavo.

Preços caem pela segunda vez em Portugal em 50 anosOs preços caíram 0,3% em Portugal, segundo o INE. Desde 2009 que tal não acontecia, sendo que a vez em que isso tinha acontecido antes foi em 1954. Antes do INE, já o Banco de Portugal havia antecipado uma queda de preços em 2014, em parte devido aos efeitos do preço do petróleo. O banco central ainda antecipa, ainda assim, um regresso a terreno ligei-ramente positivo em 2015.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2014 37

Banco Best lança fundo de ações mexicanas

O Banco Best lançou em Por-tugal aquele que afirma ser o pri-meiro fundo de investimento emações mexicanas, o BTG Pactual SICAV Mexico Equity Fund. “As-sente numa estratégia de ativos de longo prazo, este fundo combina a experiência do maior banco de investimento independente da América Latina, o BTG Pactual, e as condições macro daquela que éuma das geografias mais robustasda região”, explica Rui Castro Pa-checo, head of asset managementdo Banco Best.

O BTG Pactual SICAV Me-xico Equity Fund conta comum total de 29,81 milhões de dólares sob gestão e uma expo-sição diversificada pelos setores financeiro (29,76%), bens essen-ciais (23,95%), matérias-primas(20,33%), indústria, saúde, teleco-municações, entre outros.

Economia mexicana: oportunidade e confiança

A economia mexicana tem evidenciado uma forte evoluçãofavorável, com indicadores que reforçam a confiança dos inves-tidores, de acordo com o Banco Best. A competitividade do país tem assentado num programa dereformas ambicioso e em todos ossetores de atividade, estimando-se que possa conduzir a um ganho efetivo de 1% no crescimento anu-al do PIB. O México é responsável por 13% das importações norte--americanas e é um dos maiores exportadores mundiais de produ-tos com alto valor acrescentado, nomeadamente bens tecnológicos,que representam já cerca de 20% do PIB. Neste capítulo, apenas aAlemanha e a Coreia do Sul regis-tam melhor performance.

Note-se que a agenda reformista do poder central tem conduzido a uma consolidação de indicadoresmacroeconómicos essenciais, tais como a concessão de crédito, quenão ultrapassa os 31%, nível que compara com os 47% da Améri-ca Latina e os 158% dos países da OCDE. Destaque ainda para a dívi-da pública, que se fica pelos 44% doPIB. Os critérios de investimento do fundo assentam no longo prazo e numa escolha de ações de empre-sas relativamente às quais o BTGPactual dispõe de um profundoconhecimento das operações e fundamentais. A equipa respon-sável pela seleção do portefólio, baseada no México, procura fato-res como qualidade da gestão, umtrack record comprovado e alinha-mento de interesses entre a gestão e os acionistas.

A maior poupança da Europa pode trazer o risco de deflação.

A empresa consolida-se como quinto operador do mercado luso de comercia-lização elétrica de PME.

As previsões atuais sugerem que entre 2015 e 2016 o intervalo de preços do barril de petróleo irá estabilizar entre os 85 e os 90 dólares

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Glintt gere “contact centers” do grupo FidelidadeA Glintt – Global Intelligent Technologies, Sociedade Aberta, através da sua participada Glintt – Business Process Outsourcing, celebrou um contrato para a gestão dos “contact centers” das sociedades Fidelidade – Companhia de seguros, Multicare – Seguros de Saúde, e Cares – Com-panhia de Seguros. O contrato entrou em vigor a 1 de janeiro e terá a duração de dois anos. O valor total estimado nesta operação ascende a cerca de 20 milhões de euros.

BBVA reorganiza rede de balcõesO BBVA anunciou que vai proceder a uma reestruturação da sua rede de balcões, tendo em conta a necessidade de uma maior flexibilidade e aproximação ao cliente. Em Espanha, o banco quer tirar o máximo rendimento da reativação económica para recuperar parte da rentabilidade perdida durante a crise. Os balcões são vistos como a solução para reduzir gastos e captar negó-cios. A ideia é colocar em prática uma nova planificação do organigrama dos balcões.

Todos estão preocupados com as baixas taxas de juro. Tanto os que aforram como os que consomem. Vamos pensar nos primeiros.

VÍTOR [email protected]

O “Invest Blue Chip” é um produto financeiro complexo do Banco Invest. Escolhemos este exemplo por ter empresas muito conhecidas e por ter um período de subscrição que termina no fi-nal deste mês. Trata-se de um de-pósito indexado a 18 meses, com capital garantido, denominado em euros e não mobilizável an-tecipadamente. A remuneração é variável e está dependente da rentabilidade de um cabaz com-posto por cinco ações de empre-

sas “blue chips” internacionais, a saber: a AT&T, o banco Santan-der, a Shell, a Rio Tinto e a Gla-xosmithkline.

Antes de mais, é preciso notar que um investimento neste pro-duto, ou em qualquer outro se-melhante, comporta riscos e não tem remuneração mínima, po-dendo a taxa fixa ser igual a 0%.

Há um fator positivo no Invest e que é a garantia que a instituição dá – e isso significa que o afor-rador está ligado a essa mesma garantia – do capital inicialmente depositado.

O risco da aplicação está, por seu lado, associado ao cabaz.Refe-re o prospeto que a remuneração, a pagar, no prazo do vencimento,

será igual a 75% da rendibilidade do cabaz no prazo do depósito, com um valor mínimo de 0% e um valor máximo de 9,5% do montante depositado. Isto signi-fica uma taxa bruta anualizada de 6,23%. Ora, o risco está ligado a esta rendibilidade conjunta e logo os valores apresentados implicam que todas as ações tenham uma performance positiva. Mas tam-bém existe o risco de liquidez, pois não é possível a mobilização antecipada e o risco de crédito, como já referimos, pois há uma ligação ao risco de crédito do Banco Invest. Claro que ainda há os riscos fiscais para o subscritor e os riscos genéricos dos mercados financeiros. O montante mínimo é de mil euros.

Um último ponto relevante para os investidores. Este depósi-to beneficia da garantia prestada pelo Fundo de Garantia de De-pósitos até ao máximo de 100 mil euros.

A NOSSA ANÁLISE

Vamos pensar num produto financeiro complexo

Invest tem DP convencionaisO Banco Invest oferece um

conjunto de soluções para depósitos convencionais, desde os 31 dias aos 365 dias. No Invest Depósito a Prazo, a taxa bruta depende do montante aplicado. No prazo mais longo e para DP a partir de dois mil euros e menos de 20 mil euros, a taxa bruta está nos 1,85%, mas sobe para os 2% acima daquele montante e abaixo dos 75 mil euros. Acima deste montante a taxa vai aos 2,25%, uma verdadeira supertaxa. No conjunto das ofertas da mesma instituição destacamos a Invest Next que a 365 dias permite uma remuneração de 2,25% para um montante de dois mil euros. Nestas aplicações é possível a mobilização antecipada, mas com condições.

38 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

MERCADOS

Renovação do tecido empresarial traz boas perspetivas

para 2015O início do novo ano traz boas notícias em termos económicos. Contrariamente ao verificado nos últimos anos, em 2014 o número de insolvências no país desceu, tendo-se sentido uma brisa de prosperidade no setor empresarial português. Aliado a este decréscimo de insolvências está a criação de novas empresas, reflexo dos mais variados fatores. A verdade é que estes indicadores refletem uma melhoria da situação económica e financeira do país. Se a esta tendência juntarmos o desagravamento fiscal que será sentido pelas empresas e consumidores, poderemos esperar que 2015 seja um ano com sinal positivo, sem esquecer que estamos sempre dependentes de forças exógenas e pouco ou nada controladas por nós.A renovação do tecido empresarial ocorrida nos últimos anos deve ser encarada como positiva e olhada com confiança. No que respeita às transações comerciais

entre as empresas, sejam novas ou não, estas devem pautar-se pelo rigor que permita um crescimento sustentado e alicerçado em estratégias que permitam prosperar sem o perigo de ceder ao primeiro contratempo. Assim, princípios base das vendas a crédito como os 5 C devem manter-se presentes em todas as negociações. Aos novos empresários, que sejam conscientes do mercado em que atuam e das forças que influenciam o negócio que gerem, vender a crédito pode ser uma vantagem face a concorrentes e uma forma de aliciar fornecedores, mas tão importante como vender é receber e a falta de recebimento é um problema que traz outros problemas associados. As empresas que já se encontram de forma madura no mercado devem entender que tão importante como a inovação e atualização constantes é a forma como gerem os seus recebimentos, para que não sejam surpreendidas com faltas de liquidez que possam complicar e inviabilizar o seu futuro.

FRANCISCO VILELA DA SILVARisk ManagerXerox Portugal & Xerox Financial Services Portugal

Perspectivas para Janeiro de 2015Com a queda fortíssima da bolsa

portuguesa no último ano e a continuação da desvalorização já em Janeiro, nada melhor do que começar a diversificar para activos que estejam a negociar em tendências fortes e aguardar por melhores dias no PSI20, de fora. Ou então “shortar”.

A Galp continua pressionada com a forte queda do preço do petróleo: o crude só no último trimestre desvalorizou mais de 40% e a única oportunidade continua a ser “shortar”, ou seja, investir na queda do preço do activo e ganhar com essa diferença de preço negativa. Se a Galp quebrar o suporte dos 7.82 euros em baixa, podemos voltar a entrar curtos nesta acção do sector energético. A Portugal Telecom continua envolta em fumo com os eventos corporativos e continua a ser muito arriscado negociar esta acção.

Até à realização das eleições da Grécia no dia 25 de Janeiro e a reunião do BCE do dia 22 de Janeiro, as tendências do mercado devem manter-se, principalmente em Portugal. Com a instabilidade política da Grécia, os investidores devem manter-se fora do mercado português, já que apesar da melhoria da situação económica e orçamental de Portugal, os

investidores internacionais continuam a considerar a Europa do Sul e não os países individualmente. E, nos EUA, os investidores devem estar atentos à earning season que já começou.

As tendências fortes no mercado são o petróleo e pares cambiais (“commoditie currency”) associados, como por exemplo o USD/CAD e o EUR/USD é outra divisa a considerar fortemente.

Espero que o EUR/USD continue o movimento de queda criado em Maio de 2014, até à reunião do BCE, em que o mercado espera que sejam anunciadas novas medidas de estímulo monetário, assim como que haja a compra de obrigações de Estado dos diversos membros da Zona Euro, num total de 1 000 000 milhões de euros, e mesmo que assim seja o mercado pode reagir contrariamente, uma vez que já está a considerar essas medidas na desvalorização deste par cambial.

Uma premissa para gerir uma carteira é a diversificação. E nada melhor do que começar a olhar para o mercado de divisas, de matérias-primas, índices accionistas internacionais. E este mês continuar focado no petróleo e EUR/USD.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

CARLA SANTOS Gestora da XTB

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14/jan/15Var. Semanal

(%)

Var. a 30 dias

(%)

Var. desde

1 jan (%)

EUR/USD 1,1775 -0,47% -5,24% -3,01%

EUR/JPY 137,48 -2,61% -6,90% -5,34%

EUR/GBP 0,7753 -0,89% -2,31% -0,46%

EUR/CHF 1,2010 -0,01% -0,01% -0,12%

EUR/NOK 9,0560 -1,03% -1,31% 0,15%

EUR/SEK 9,5011 1,09% 0,97% 1,15%

EUR/DKK 7,4386 -0,05% 0,01% -0,09%

EUR/PLN 4,2863 -0,57% 2,59% 0,31%

EUR/AUD 1,4473 -1,28% -4,33% -2,40%

EUR/NZD 1,5250 -0,16% -5,06% -1,77%

EUR/CAD 1,4089 0,66% -2,21% 0,18%

EUR/ZAR 13,5437 -2,27% -6,40% -3,50%

EUR/BRL 3,0909 -2,43% -6,85% -4,03%

Euro acentua perdas

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI 20 tentou a formação de um “duplo fundo”, que apenas será – confirmado com a quebra em alta dos 4970 pontos. Esta é a resistência mais próxima, sendo que, apesar do teste já efetuado, mantém-se ainda em vigor. Uma eventual quebra deste nível, bem como da linha de tendência descendente de curto prazo, seria um importante sinal positivo e abriria espaço até aos 5300/5380 pontos. Caso falhe a quebra, o índice volta a apontar à referência em baixa situada nos 4610 pontos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX confirmou o ressalto na nova linha de tendência ascendentede curto prazo, sendo que a pressão em alta levou já à quebra daresistência dos 9900 pontos, que não foi, ainda assim, confirmada.A partir destes níveis, os 10 090 (máximos históricos) formam aúnica barreira do lado superior. O movimento de alta tem assim comoprimeiro suporte a trendline, e enquanto acima desta não está ame-açado. Uma eventual quebra em baixa poderá gerar nova correção,com barreiras seguintes nos 9400 e 9150 pontos.

Todas as atenções e conversas estão concentradas na reunião do BCE da próxima semana, onde se assume já com elevadíssima probabilidade o anúncio de um programa de compra de obrigações do tesouro. Os discursos dos vários membros do BCE nos últimos dias confirmam que se estão a alinhar nessa direção, se bem que não esgrimindo o mesmo tipo de argumentos. Draghi, por exemplo, refere-se à queda da inflação para dizer que a necessária estabilidade dos preços só será conseguida através de uma política monetária que atue nesse sentido, afirmando depois que o BCE está pronto a atuar. O austríaco Nowotny apresenta um raciocínio um pouco diferente ao afirmar que o BCE deverá avançar mais cedo que tarde com um programa de compra de títulos do tesouro em larga escala, mas o argumentário assenta na contração de balanço do Banco Central que será inevitável com o vencimento nas próximas semanas dos programas de LTRO iniciados há três anos.

Coincidência ou não, o consultor do Tribunal Europeu de Justiça afirmou que a compra de títulos de dívida pública por parte do BCE para apoio a países em situação conturbada não era ilegal. Esta opinião foi emitida no âmbito da questão sobre a legalidade do programa OMT anunciado em 2012 pelo BCE, que acabou por nunca ser implementado. Este parecer poderá ser aproveitado para suportar uma decisão de um programa de expansão monetária através da compra de títulos que com grande probabilidade será apresentada pelo BCE na próxima semana. Enquanto alguns países dão mais relevância à atuação do BCE que à sua própria situação em termos de dívida e défice, a Alemanha segue no caminho oposto. Foi anunciado pelo ministro das Finanças alemão que o objetivo de “défice nulo” proposto para 2015 já foi conseguido em 2014, com o país a beneficiar de uma boa execução fiscal e de despesas de juro muito mais baixas. Longe de propor para 2015 uma alteração do rumo para investimento em infraestruturas

públicas ou estímulo de consumo interno, o Governo alemão afirmou que vai agora concentrar-se no objetivo de redução da dívida, que nesta altura se encontra em 75% do PIB. As ameaças de problemas resultantes da possível eleição do Siryza na Grécia mantêm-se. O ministro das Finanças alemão reiterou a necessidade de a Grécia se manter no caminho de redução do défice, dando a entender que as condições básicas de ajuda não se irão alterar, ganhe quem ganhe.Nas taxas fixas, a convicção em nova ação por parte do BCE está a levar os rendimentos ainda mais “para baixo”. Em muitos países foram batidos recordes mínimos nos rendimentos dos títulos do tesouro. Portugal ontem emitiu um total de 5,5 mil milhões de euros entre 10 e 30 anos, pagando respetivamente 2,92% e 4,13%. O sentimento continua, desta forma, favorável à tomada de risco nesta classe de ativos.

Análise produzida a 14 de Janeiro de 2014

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Os ténues sinais de recupera-ção que o Eur/Usd vinha ofe-recendo estão nesta altura ame-açados, depois de os anteriores mínimos de 2005 ($1,1750) terem sido ultrapassados. Ainda assim, o par não deu por ago-ra seguimento ao movimento (que se poderia estender até aos $1,1620), tendo ressaltado em alta, o que a confirmar-se pode ser um sinal de reversão impor-tante. O cenário de recuperação ganharia força com a quebra em alta da zona dos $1,1850/80, que viabilizaria uma aproximação a níveis em torno de $1,20.

Eur/JpyO Eur/Jpy continua fortemen-

te pressionado em baixa, tendo registado a quinta queda semanal nas últimas seis semanas. O par quebrou mais um nível de supor-te (138,00 ienes), pelo que a que-da poderá estender-se agora até a

uma zona de suporte também importante para o médio/longo prazo, situada entre os 134,00 e 135,20 ienes - uma eventual quebra desta zona colocaria em causa o movimento ascendente de longo prazo. Não surgiram ainda sinais de correção.

Eur/GbpO cenário negativo acentuou-

-se no Eur/Gbp, depois de ter voltado a quebrar em baixa as £0,7750, atingindo agora míni-mos desde 2008. Caso a pressão descendente se mantenha, o par poderá testar as £0,7700, que formam o último suporte nos níveis mais próximos - em caso de quebra só encontrará nova referência em termos de supor-te em torno das £0,74. Caso falhe a quebra das £0,7750, po-derá haver um pequeno ressal-to em alta, com resistência nas £0,7850/£0,7900.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)13.janeiro 2015 20.junho 2014 11.julho 2014

1M 0,008% 0,108% -0,100 0,093% -0,085

3M 0,071% 0,212% -0,141 0,203% -0,132

6M 0,166% 0,306% -0,140 0,305% -0,139

1Y 0,318% 0,489% -0,171 0,487% -0,169

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,05%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,30% Euro Deposit Facility -0,20%

*desde 4 de setembro 2014

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 11,75%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

February 15 0,065%March 15 0,060%April 15 0,040%

September 15 0,030%December 16 0,105%

June 18 0,300%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,055 0,0753X6 0,044 0,0641X7 0,143 0,1633X9 0,120 0,1606X12 0,120 0,14012X24 0,274 0,314

*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,153 0,1583Y 0,174 0,2145Y 0,313 0,3188Y 0,543 0,56310Y 0,710 0,720

Obrigações 5Y 10Y 1,62 2,66

0,86 1,560,07 0,65-0,01 0,430,86 1,730,99 1,511,28 1,810,02 0,26

Fontes: Reuters e IMF

Todos à espera do BCE

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 39

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última cotação

Variação semanal

Máximo 52 sem

Mínimo 52 sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 3,85 -4,21% 5,948 3,790 0,132 0,252 29,167 15,278 0,47% 1,07% 14-01-2015 16:38:00

INDITEX 24,57 7,01% 24,840 19,203 0,801 0,915 30,674 26,852 1,56% 2,09% 14-01-2015 16:38:00

REPSOL YPF 14,37 -2,18% 20,019 14,255 1,267 1,161 11,342 12,377 6,96% 12,98% 14-01-2015 16:38:00

TELEFONICA 11,6 1,98% 13,430 10,760 0,858 0,878 13,520 13,212 6,34% 6,47% 14-01-2015 16:38:00

FRA. TELECOM 14,395 5,92% 14,930 8,802 0,903 0,966 15,941 14,902 4,17% 4,22% 14-01-2015 16:37:07

LVMH 132,7 5,57% 134,150 109,049 6,809 7,677 19,489 17,285 2,37% 2,42% 14-01-2015 16:35:00

BAYER AG O.N. 116,85 5,79% 121,400 91,310 6,041 6,898 19,382 16,974 1,80% 1,91% 14-01-2015 16:35:07

DEUTSCHE BK 24,19 0,60% 38,151 22,660 1,919 2,867 12,629 8,453 2,95% 3,09% 14-01-2015 16:35:11

DT. TELEKOM 13,745 5,81% 14,080 10,065 0,618 0,685 22,201 20,029 3,63% 3,64% 14-01-2015 16:35:27

VOLKSWAGEN 180,05 3,00% 197,900 147,350 22,150 23,842 8,142 7,564 2,22% 2,70% 14-01-2015 16:35:01

ING GROEP 10,52 0,91% 11,950 9,336 1,018 1,148 10,334 9,164 -- 0,30% 14-01-2015 16:35:00

TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 2,805 7,27% 2,987 1,869 0,153 0,245 18,333 11,449 1,50% 1,36% 14-01-2015 16:35:00

B. COM. PORT. 0,070 2,64% 0,141 0,065 0,000 0,007 -- 10,000 -- 0,00% 14-01-2015 16:37:33

BANIF-SGPS 0,006 1,70% 0,013 0,006 -- -- -- -- -- -- 14-01-2015 16:35:00

BANCO BPI 0,876 -2,78% 2,060 0,830 -0,036 0,112 -- 7,821 -- 0,00% 14-01-2015 16:35:00

COFINA,SGPS 0,471 5,61% 0,770 0,426 0,060 0,065 7,850 7,246 2,12% 2,12% 14-01-2015 16:36:02

CORT. AMORIM 3,340 11,33% 3,565 2,285 0,310 0,340 10,774 9,824 3,59% 5,69% 14-01-2015 16:35:00

CIMPOR,SGPS 1,020 -4,67% 3,400 0,950 -0,033 0,019 -- 53,684 0,28% 12,75% 14-01-2015 16:36:31

EDP 3,225 4,03% 3,749 2,730 0,254 0,256 12,697 12,598 5,74% 5,86% 14-01-2015 16:35:00

EDPR 5,442 0,78% 5,771 4,151 0,131 0,167 41,542 32,587 0,74% 0,77% 14-01-2015 16:35:00

MOTA ENGIL 2,763 15,90% 6,399 2,309 0,275 0,278 10,047 9,939 4,47% 4,63% 14-01-2015 16:35:28

GALP ENERGIA 7,918 -2,25% 13,750 7,811 0,380 0,388 20,837 20,407 4,00% 4,24% 14-01-2015 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,840 4,87% 2,000 0,782 0,065 0,095 12,923 8,842 -- -- 14-01-2015 16:35:00

J. MARTINS 9,448 22,70% 13,765 6,935 0,523 0,527 18,065 17,928 3,23% 2,99% 14-01-2015 16:35:00

MARTIFER 0,213 9,23% 1,200 0,186 -0,280 -0,160 -- -- -- -- 14-01-2015 15:12:22

NOVABASE 2,230 1,41% 4,150 1,990 0,150 0,175 14,867 12,743 8,97% 5,83% 14-01-2015 16:29:00

GLINTT 0,203 11,54% 0,500 0,163 -- -- -- -- -- -- 14-01-2015 16:16:46

P. TELECOM 0,690 5,67% 3,639 0,629 0,141 0,148 4,894 4,662 14,49% 6,23% 14-01-2015 16:35:00

PORTUCEL 3,201 8,66% 3,739 2,656 0,246 0,244 13,012 13,119 6,94% 7,37% 14-01-2015 16:35:00

REDES E. NAC. 2,386 0,72% 2,910 2,232 0,214 0,184 11,150 12,967 7,17% 7,13% 14-01-2015 16:35:00

SEMAPA 10,400 6,61% 11,660 8,200 0,743 0,783 13,997 13,282 3,19% 2,87% 14-01-2015 16:36:15

SONAECOM 1,699 20,50% 2,590 1,250 0,045 0,076 37,756 22,355 -- 2,94% 14-01-2015 16:35:00

SONAE,SGPS 1,113 11,41% 1,420 0,922 0,073 0,089 15,247 12,506 3,13% 3,24% 14-01-2015 16:35:00

SONAE IND. 0,006 8,48% 0,124 0,006 0,000 -- -- -- -- -- 14-01-2015 16:27:02

SAG GEST 0,231 1,32% 0,540 0,190 -0,030 -1,010 -- -- -- -- 14-01-2015 15:13:03

TEIX. DUARTE 0,744 3,62% 1,440 0,600 0,140 0,120 5,314 6,200 2,02% 2,69% 14-01-2015 16:35:00

NOS 5,299 6,41% 5,830 3,903 0,161 0,217 32,913 24,419 2,26% 2,64% 14-01-2015 16:35:00

CambialAs seguintes incertezas para 2015 podem condicionar as

perceções dos investidores quanto à evolução dos preços dos ativos, nomeadamente no que concerne ao comportamento das taxas cambiais:

A recuperação económica dos EUA ficar aquém do atual excelente desempenho e revelar-se inferior ao esperado, e a da Zona-Euro ser mais construtiva;

A gestão do tema da dívida grega afetar de forma significativa a perceção do risco soberano e se apresentar com efeito contágio no sistema bancário;

O Banco Central Europeu (BCE) não conseguir implementar de forma eficaz um “Quantitative Easing” (QE) - demasiado conservador - e o seu impacto ser apenas no mercado financeiro, não chegando à economia real, objetivo primordial da autoridade monetária;

Na Euro-Área o cenário de desinflação degrada-se para deflação;O maior abrandamento do crescimento económico da China com

taxas de crescimento no intervalo 6.5% - 7.0%, o que seria baixo para o grau de endividamento da economia e da sua Banca;

Os mercados emergentes mais dependentes das exportações de matérias-primas, não conseguirem recuperar da sua atual trajetória desfavorável, sobretudo a Rússia e o Brasil, e isso condicionar a perceção sobre o cumprimento da sua dívida;

A evolução dos preços das mercadorias continuar a apresentar uma desaceleração com maior impacto nos orçamentos do Estado mais dependentes das receitas de exportações de matérias-primas; e

O massivo QE do Banco do Japão falhar na apresentação de resultados de curto-prazo.

Neste ambiente temos as seguintes estimativas de:

Crescimento económico

PIB Q4 2014 Q1 2015 Q2 2015 Q3 2015 Q4 2015EUA 2.50% 2.80% 2.80% 2.80% 2.90%EuroArea 0.70% 0.70% 1.00% 1.20% 1.40%Japão 3.20% 1.75% 1.70% 1.70% 1.50%Reino Unido 3.00% 2.90% 2.65% 2.60% 2.50%Suíça 1.70% 1.60% 1.80% 1.80% 2.00%Nota: Bloomberg e estimativas da GoBulling

Taxas de juros do mercado

Juro Obrig.3Meses Q4 2014 Q1 2015 Q2 2015 Q3 2015 Q4 2015EUA 0.26% 0.29% 0.45% 0.69% 0.97%Euro-Área 0.08% 0.07% 0.06% 0.06% 0.07%Japão 0.11% 0.12% 0.13% 0.14% 0.15%Reino Unido 0.56% 0.61% 0.71% 0.92% 1.80%Suíça -0.06% 0.01% 0.01% 0.01% 0.02%Nota: Bloomberg e estimativas da GoBulling

Para o mercado cambial poderíamos então adiantar as seguintes perspetivas para os próximos trimestres nos seguintes pares de divisas:Cross Q1 2015 Q2 2015 Q3 2015 Q4 2015

EurUsd 1.2000 1.1800 1.1600 1.1500UsdJpy 120.00 123.00 124.00 125.00EurJpy 144.00 145.14 143.84 143.75GbpUsd 1.5500 1.5200 1.5000 1.4900UsdChf 0.9900 1.0200 1.0400 1.0600

Potenciais eventos extraordinários poderiam condicionar de forma significativa este consenso dos investidores.

JOÃO QUEIROZDiretor de negociação da GoBulling

BCP conclui venda da Banca Millennium RoméniaO BCP concluiu o processo de venda da Banca Millennium (Roménia) ao OTP Banka. O BCP recebeu 39 milhões de euros relativos ao preço total acordado para a venda. Por sua vez, o OTP Bank assegurou o reembolso integral ao BCP do financiamento prestado por este ao BMR, no valor de 150 milhões de euros. “A venda do BMR antecipa mais uma medida com a qual o BCP se tinha comprometido junto das autoridades europeias da concorrência, no âmbito do seu plano de reestruturação”, refere a instituição em comunicado.

Acesso dos bancos gregos ao BCE não está garantidoO acesso dos bancos gregos aos financiamentos fornecidos pelo Banco Central Europeu (BCE), para além do próximo mês de fevereiro, não está garantido. Tal dependerá das conclusões do último exame ao plano de ajuda atualmente em vigor. Acontece é que a Grécia não pode contar com o apoio incondicional do BCE, a partir do momento em que o plano de apoios de 240 mil milhões de euros seja colocado em causa. O partido que neste momento detém a maior intenção de voto já veio afirmar que pretende reestruturar o plano de ajustamento acordado com o FMI.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Page 41: Luís Sampaio Almeida, embaixador em Berlim, em entrevista ... · o Crescimento e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Em contrapartida, é ... Schwarz e a britânica Tesco. Os Estados

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal e as restantes Confedera-ções Patronais com assento na CPCS – Comissão Permanente de Concerta-ção Social (CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, CCP – Con-federação do Comércio e Serviços de Portugal e CTP – Confederação do Turismo Português) – pediram à minis-tra de Estado e das Finanças a alteração do regime jurídico da comunicação de inventários e a prorrogação do prazo para cumprimento desta obrigação.

Na carta enviada à ministra das Fi-nanças, a CIP e as restantes Confe-derações Patronais consideram que o sistema de inventário permanente afeta em especial a maior parte do te-

cido empresarial português, onde têm grande expressão as micro, pequenas e médias empresas. Estas empresas, não estando anteriormente obrigadas ao inventário permanente e não dispondo de aplicações informáticas de gestão de stocks, terão agora que fazer contagens físicas e converter no formato de texto exigido pela Autoridade Tributária os inventários anteriores, feitos em supor-te de papel e manuscritos.

Tratando-se de uma obrigação legal, que pela primeira vez tem de ser cum-prida, em período coincidente com o cumprimento de outras obrigações, e restando um reduzido lapso de tempo para o seu cumprimento, é solicitado nesta carta que o prazo de entrega seja

prorrogado, pelo menos, até ao fi m do mês de fevereiro, o que permitiria às empresas um adequado planeamento do cumprimento das suas obrigações fi scais.

Acresce que as empresas de outros Estados Membros da União Europeia, com as quais as empresas portuguesas competem neste mundo globalizado, não têm de cumprir uma obrigação similar e, consequentemente, de in-correr nos correspondentes custos de contexto.

Neste contexto, entendem as Con-federações Patronais com assento na CPCS que deve ser elevado o patamar do volume de negócios a partir do qual esta obrigação deveria ser exigível.

CARGA BUROCRÁTICA SOBRE AS EMPRESAS CONTINUA A AUMENTAR

Confederações contestam comunicação de inventários à AT

EM FOCO

Católica Porto lança cursos de Gestão para Juristas e HotelariaA Católica Porto Business School lança a 9ª Edição do Executive Master em Gestão para Juristase a 5ª Edição do Executive Master em Gestão Hoteleira. A primeira arranca a 20 de janeiro e a segunda a 13 de fevereiro. Ambos os cursos mantêm um perfi l inovador e pioneiro. Para umainformação mais detalhada, consultar os endereços http://www.catolicabs.porto.ucp.pt/cursos/gestao-para-juristas e http://www.catolicabs.porto.ucp.pt/cursos/gestao-hoteleira.

SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015 41

Maria Luís Albuquerque, ministra de Estado e das Finanças.

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Makro nomeia diretora-geral e diretor regional para PortugalA Makro acaba de anunciar duas novas nomeações para o mercado português. Tanya Kopps assume funções como diretora-geral da Makro Portugal, reportando a José Maria Cervera, diretor-geral da Makro Ibéria. Por outro lado, Jean-Luc Vandeville assume agora a função de diretor regional das Lojas Makro em Portugal, reportando diretamente a Tanya Kopps.

Católica Porto promove conversas informais sobre negóciosA Católica Porto Business School lança, a 29 de janeiro, as “FNAC Business Talks”. O en-contro inaugural tem como tema o “Financiamento de Empreendedores” e conta com a con-dução de Álvaro Nascimento, coordenador científico da área de Finanças da Católica Porto Business School. A sessão conta, ainda, com a presença de Mário Ferreira, da Douro Azul. Este projeto conta com a parceria da FNAC.

A IBM bateu um novo recorde de registo de patentes em 2014, 7534 no total, o que a coloca pelo 22º ano consecutivo na liderança da lista anual do registo de patentes dos EUA.

Com uma média de mais de 20 patentes registadas por dia, os in-

vestigadores da IBM conseguiram que a companhia se tornasse na pri-meira empresa do mundo a ultra-passar o marco das sete mil patentes num só ano.

“O investimento contínuo da IBM em Investigação & Desen-volvimento é um fator chave para

a transformação da nossa empre-sa, que consideramos vital para alcançar as novas oportunidades geradas pela cloud, pelo Big Data e Analytics, e ainda pelas áreas de security, social e mobile”, sublinhou Ginni Rometty, chairman, presi-dente e CEO da IBM. “O facto

MAIS DE SETE MIL REGISTOS EM 2014

IBM é a empresa com maior número de patentes

PUB de a IBM liderar a lista de patentes ao longo das últimas décadas vem comprovar o nosso compromisso em encontrar soluções que resol-vam os problemas mais complexos dos nossos clientes e do mundo em que vivemos.”

Mais de 81 500 patentes só nos EUA

Do recorde de patentes registadas em 2014, cerca de trêrs mil – 40% do total – referem-se a invenções nas áreas de cloud computing, analytics, mobile, social e security. Ao longo dos últimos cinco anos, a IBM é a companhia com mais pa-tentes registadas nestas áreas estraté-gicas de crescimento, cujo número total mais do que duplicou durante esse período.

Por outro lado, mais de 500 patentes referem-se a trabalhos re-alizados na área dos sistemas cog-nitivos, incluindo novas inovações tecnológicas relacionadas com o IBM Watson.

Durante os 22 anos que a IBM se mantém à frente da lista de pa-tentes (1993-2014), a empresa re-gistou mais de 81 500 patentes só nos EUA.

Este recorde só foi possível graças a mais de 8500 IBMers residentes nos EUA e noutros 43 países – os investigadores fora dos EUA con-tribuíram para cerca de 34% das patentes.

O número de patentes da IBM ultrapassou em 2014 os totais com-binados da Accenture, Amazon, Google, HP, Intel e Oracle. Entre a lista de patentes estão invenções que prometem avanços significati-vos nas áreas de cloud computing, analytics, mobile, social e security.

EM FOCO

42 SEXTA-FEIRA, 16 DE JANEIRO 2015

Líderes 2014

no registo

de patentes nos EUA 1 IBM 7534 2 Samsung 4952 3 Canon 4055 4 Sony 3224 5 Microsoft 2829 6 Toshiba 2608 7 Qualcomm 25908 Google 25669 LG Electronics 212210 Panasonic 2095

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Banco Mundial prevê aceleração do crescimento global

O Banco Mundial prevê que a economia global ace-lere o crescimento para 3%, este ano, contra os 2,6% do exercício passado. No entan-to, a instituição deixa o aviso para um ambiente económi-co incerto e uma recuperação global que ainda se carateriza pela sua fragilidade.

Nas suas perspetivas, o banco adianta que os países em desenvolvimento deverão apresentar um ligeiro cresci-mento, sobretudo devido aos baixos preços do petróleo, a uma economia norte-ame-ricana mais forte e às baixas taxas de juro globais. Quan-to aos países desenvolvidos, tudo aponta para que os Esta-dos Unidos e o Reino Unido registem os melhores desem-penhos. Pior será a evolução na região da Zona Euro e no Japão, de acordo com as esti-mativas do Banco Mundial.

Cerca de 1,8 milhões de contribuintes vão benefi ciar de uma redução do IRS

O Governo admite que a reforma do IRS vai possibili-tar que cerca de 1,8 milhões de contribuintes possam be-nefi ciar de uma descida deste imposto, já em 2015. Paulo Núncio, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, refere o facto de, pela primeira vez, se colocar as famílias com fi lhos em primeiro lugar.

O político rejeita que se trata de uma medida de ca-ráter eleitoral e adianta a este propósito: “Há um fi no pro-pósito, em ano eleitoral, não só de cumprir as reformas do IRS e do IRC, mas de deixar o país para o próximo gover-no numa situação de um dé-fi ce inferior a 3%, fora do procedimento por défi ce ex-cessivo.” Quanto à devolução da sobretaxa, Paulo Núncio diz que as contas só serão fei-tas no fi nal do ano. Adianta que se trata de uma situação que depende fundamental-mente da evolução da econo-mia e do combate à fraude e à evasão fi scais.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Vide artigos e gráficos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

A TENDÊNCIA(?)

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Ameco, Maio 2014 | Nota: * Valores referentes a 2012

Número médio de horas anuais trabalhadas por pessoa empregue

COMENTÁRIO:Portugal hoje não só trabalha mais horas que em 1974, do que igual ou mais que a generalidade dos países europeus. Então porque é a produtividade apenas 70% da média europeia?

Inventário permanente, asfi xia constante

O ano de 2015 trouxe para as empresas portuguesas

uma nova obrigação declarativa: a preparação e envio do inventário permanente à Autoridade Tributária até 31 de janeiro.

As confederações patronais protestaram contra a entrada em vigor desta nova imposição a que estão sujeitas todas as empresas com volume anual de negócios acima de 100 mil euros. Na base do protesto das confederações está o facto de o inventário permanente envolver custos acrescidos que se vêm somar a uma série de novas obrigações como a comunicação obrigatória de faturas ou o envio prévio das guias de transporte, para citar apenas dois exemplos recentes.

As obrigações impostas pelo Estado fazem com que Portugal seja já o país da União Europeia com mais horas exigidas às empresas para o cumprimento das formalidades declarativas obrigatórias e essa diferença continua a aumentar à medida que vão sendo criadas novas imposições, como é agora o caso da comunicação dos inventários.

Numa primeira análise, o facto de Portugal ser um país muito mais exigente para os operadores económicos poderia ser positivo. Seria um caminho legítimo para combater a economia paralela, reduzir o incumprimento e estimular a concorrência saudável, fechando o mercado às empresas que não respeitam as regras do jogo.

E os resultados alcançados são assinaláveis. De acordo com os dados ofi ciais da Comissão Europeia, Portugal já está entre os países da União Europeia com menor evasão de IVA, com valores semelhantes aos países nórdicos, e já muito distante dos países do Sul da Europa.

Na base dos resultados obtidos está seguramente o aumento do controlo e o crescimento das obrigações declarativas a que passaram a estar sujeitas as empresas.

Mas as vitórias que vão sendo alcançadas estão a ter um preço elevado, ao determinar o encerramento de milhares de empresas que optam ou são obrigadas a cessar a atividade porque não aguentam os custos diretos e indiretos das obrigações declarativas.

De acordo com os números ofi ciais da AT, mais de 100 mil empresas, ou seja, 25% do total, estão em situação de inatividade e o número de empresas dissolvidas está a aumentar. No ano passado, as dissoluções de empresas foram 42 300, um aumento de quase 70% face a 2013.

O drama das obrigações declarativas que o Estado impõe às empresas está nos encargos que provocam. Apesar dos fi ns louváveis que se pretendem atingir – e que estão a ser atingidos –, signifi cam também o fi m de muitas empresas em atividade e também uma esperança de vida mais curta para as novas empresas que são criadas.

Os bons resultados que foram obtidos podem não se manter. A crescente carga declarativa empurra as empresas para o encerramento mas também para a economia informal. Como os custos do cumprimento das exigências são exagerados, tenderá a aumentar o número de atividades e profi ssionais que preferem ter a sua atividade não declarada.

E o perfi l das empresas portuguesas também está a mudar devido aos elevados custos que o Estado impõe aos pequenos operadores, determinando o seu encerramento.

Apesar de ser um pequeno país, Portugal já tem uma proporção de pequenas empresas muito inferior à média europeia. As microempresas são 84,7% em Portugal e 92,1% na UE-27; as pequenas empresas são 13% em Portugal e 6,6% na UE; as médias empresas são 2% em Portugal e 1,1% na média europeia; e as grandes empresas são 0,4% em Portugal quando representam 0,2% da média europeia.

As políticas públicas praticadas pelos sucessivos governos têm convergido na criação de uma envolvente hostil às empresas que atinge, em particular, os pequenos operadores.

Apesar do discurso ofi cial de apoio ao empreendedorismo, Portugal é hoje um país onde é extremamente caro e difícil manter uma pequena empresa em atividade, tendo em conta os custos impostos pelo Estado.

O inventário permanente será mais um aperto no garrote onde muitas empresas estão condenadas a sucumbir.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1572 / 16 de janeiro 2015 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

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PORTO |22 janeiro | 09h30 | ANJE - Porto

PROGRAMA CONFERÊNCIA OE 2015

PROGRAMA

Abertura: ANJE

Dr. Tiago Gali Macedo Gali Macedo & Associados

Dra. Andreia JúniorAdvogada, Responsável pelo departamento de Direito Fiscal da Gali Macedo & Associados

Dra. Andreia Júnior

Dr. Abílio Sousa Formador, professor convidado do ISCTE-INDEG e Porto Business School

Dr. Abílio Sousa

Debate

Moderador: Dr. João Luís de Sousa Editor da Vida Económica

ENTRADA GRATUITA

sujeita a inscrição

VIDA ECONÓMICA:Ana Rita Bessa Tlf: 223 399 427/00Fax: 222 058 [email protected]

ANJE:www.anje.pt

Apesar de ser um pequeno país, Portugal já tem uma proporção de pequenas empresas muito inferior à média europeia.

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